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Este documento é copia do original assinado digitalmente por TAINA SANTOS PEREIRA DIAS e Tribunal de Justica do Mato Grosso do Sul. Protocolado em 19/07/2016 às 19:36, sob o número
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 12ª VARA CÍVEL DA

WCGR16082249208 , e liberado nos autos digitais por Usuário padrão para acesso SAJ/AT, em 19/07/2016 às 20:55. Para acessar os autos processuais, acesse o site
COMARCA DE CAMPO GRANDE

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0810403-26.2016.8.12.0001 e o código 1857FA1.


Proc. n. 0810403-26.2016.8.12.0001
Contestação, por Águas Guariroba S.A.

ÁGUAS GUARIROBA S.A., concessionária dos serviços públicos de abastecimento


de água e de esgotamento sanitário do Município de Campo Grande (MS), vem, por seus
advogados, apresentar CONTESTAÇÃO aos termos da “ação de indenização por danos
morais”, proposta por GISELI COSTA MARQUES SILVA, conforme as razões de fato e de
direito a seguir expostas.

I – SÍNTESE DA LIDE

Tal como consta dos autos, a parte adversa ajuizou esta demanda por discordar da
suspensão do serviço de abastecimento de água em sua residência, realizada pela
concessionária ré em dezembro de 2014, por conta do inadimplemento da fatura referente
aos serviços de fornecimento de água e esgotamento sanitário, prestados no mês de julho
de 2014.

Avenida Afonso Pena, n. 5.723, Chácara Cachoeira


Ed. Evolution, salas 6 e 7
Campo Grande (MS) CEP 79040-010
PABX: +55 (67) 3029-8656
www.dacorso.com.br
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Segundo a parte adversa, tal medida seria ilegítima, pois a suspensão teria ocorrido
sem prévia notificação e por débito que considera pretérito.

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Assim e, sem qualquer justificativa quanto à sua inadimplência, a parte
adversa pede o recebimento de indenização, por danos morais, no valor de R$ 10.000,00.

Todavia, salvo melhor juízo, o pedido é improcedente, pois:

a) a suspensão do fornecimento de água, diante do confessado


inadimplemento da parte adversa com relação à fatura do mês de julho de

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2014, ocorreu após prévia notificação, e em consonância com os
dispositivos das Leis n. 8.987/95 e 11.445/07, bem como do Decreto
Municipal n. 12.071/2012 (doc. 01), que regulamenta os serviços públicos
de abastecimento de água e de coleta e tratamento de esgoto em Campo
Grande (MS);
b) além disso, não há se falar em débito pretérito, uma vez que a fatura que
ensejou a medida questionada pela parte adversa era recente e
reiteradamente cobrada pela concessionária ré;
c) assim, à míngua de ato ilícito e, não tendo a parte adversa demonstrado a
efetiva ocorrência dos danos de ordem moral que afirma ter suportado, o
pleito reparatório é improcedente.

Nesta linha, portanto, a defesa ora apresentada.

II – O MÉRITO DA CAUSA – IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO

II.1. A legitimidade da suspensão do serviço de fornecimento de água em razão do


confessado inadimplemento da parte adversa. Aplicação dos artigos 6º, §3º, II, da
Lei n. 8.987/95; 40, V, da Lei n. 11.445/07; e 4º, §1º, V, do Decreto Municipal n.
12.071/2012.

Como já adiantado, nesta demanda, a parte adversa questiona a suspensão do


serviço de abastecimento de água realizada em sua residência, em dezembro de 2014, por

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conta do inadimplemento da fatura referente aos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário, emitida no mês de julho de 2014.

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Alega, em síntese, que a medida seria ilegítima, porquanto:

a) não teria havido prévio aviso; e


b) teria como causa débito que, segundo ela, é pretérito.

Nessa linha, sob o argumento de que tal situação teria lhe causado danos de ordem
moral, a parte adversa pede o recebimento de indenização, no montante de R$ 10.000,00.

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A medida adotada pela concessionária ré, no entanto, foi legítima.

Isso porque, conforme reconhecido pela própria parte adversa, ela deixou de
pagar, oportunamente, a fatura do mês de julho de 2014, sujeitando-se, portanto, à
suspensão do serviço de abastecimento de água, realizada pela concessionária ré em 4 de
dezembro de 2014 (doc. 02 - telas do sistema interno).

Com efeito, a suspensão do fornecimento de água, nos casos de inadimplência


do usuário, é exercício regular do direito da concessionária ré,1 e, sob o prisma do
interesse coletivo, cuida da proteção do próprio serviço público.

O artigo 6º, §3º, II, da Lei n. 8.987/95, que dispõe sobre o regime de concessão e
permissão da prestação dos serviços públicos, disciplina:

Art. 6º. Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço


adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei,
nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
(...) § 3º. Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua
interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
(...) II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da
coletividade.

No mesmo sentido é o artigo 40, V, da Lei n. 11.445/07, que estabelece as


diretrizes nacionais para o saneamento básico:

1 Código Civil: Art. 188. Não constituem atos ilícitos:


I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; (...)

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Art. 40. Os serviços poderão ser interrompidos pelo prestador nas
seguintes hipóteses: (...);
V - inadimplemento do usuário do serviço de abastecimento de água, do
pagamento das tarifas, após ter sido formalmente notificado.

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E, de forma consentânea dispõe o artigo 4º, § 1º, V, do Decreto Municipal n.
12.071/2012:

Art. 4º. O SERVIÇO PÚBLICO será prestado de modo adequado se


atendidos os requisitos previstos no art. 6º, §1º, da Lei 8.987/95, com base nos
patamares fixados pelo CONTRATO DE CONCESSÃO, considerando-se:
(...) §1º. Não caracteriza descontinuidade do SERVIÇO a suspensão nas
seguintes hipóteses, quando subsumidas no art. 6º, da Lei 8.987/95, e 40, da Lei

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11.445/07:
I. Situação de emergência que atinja a segurança de pessoas e bens;
II. Necessidade de efetuar reparos, modificações ou melhorias de qualquer
natureza nos sistemas;
III. Negativa do usuário em permitir a instalação de dispositivo de leitura
de água consumida, após ter sido previamente notificado a respeito;
IV. Manipulação indevida de qualquer tubulação, medidor ou outra
instalação do SISTEMA, bem como o impedimento, por parte do USUÁRIO,
às verificações das INSTALAÇÕES INTERNAS;
V. Inadimplemento do USUÁRIO junto à CONCESSIONÁRIA,
quanto à tarifa ou demais obrigações pecuniárias, considerando o
interesse da coletividade; (...).

Portanto, havendo inadimplência do usuário com relação ao pagamento da tarifa -


como houve no caso dos autos -, é lídima a suspensão do serviço de abastecimento de
água.

Aliás, é pacífico o entendimento Superior Tribunal de Justiça acerca da


possibilidade de suspensão do fornecimento de água, havendo inadimplemento do usuário,
tal como no caso dos autos:

ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL.


CONTRATO DE FORNECIMENTO DE ÁGUA. RENEGOCIAÇÃO DE
DÍVIDA. PARCELAS ATRASADAS. INADIMPLEMENTO.
SUSPENSÃO DO SERVIÇO. POSSIBILIDADE. ARTS. 22 E 42,
CAPUT, DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. CORRETA
APLICAÇÃO PELA CORTE DE ORIGEM.
1. A jurisprudência desta Corte já se manifestou no sentido de que: "É lícito à
concessionária interromper o fornecimento de água se, após aviso prévio,
o usuário permanecer inadimplente. Interpretação do art. 6º, § 3º, II, da
Lei 8.987/95"(REsp 631.246/RJ, Rel.Ministra Denise Arruda, Primeira Turma,
23/10/2006).
2."Admitir o inadimplemento por um período indeterminado e sem a
possibilidade de suspensão do serviço é consentir com o enriquecimento

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sem causa de uma das partes, fomentando a inadimplência generalizada,
o que compromete o equilíbrio financeiro da relação e a própria
continuidade do serviço, com reflexos inclusive no princípio da
modicidade"(Resp 1.062.975, Rel. Min. Eliana Calmon, Primeira Turma, Dje
29/10/2008).

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3. Recurso especial a que se nega provimento.2

E, tal entendimento é perfilhado pelos Tribunais de Justiça estaduais:

ÁGUA. SUSPENSÃO DO FORNECIMENTO. INADIMPLEMENTO DA


TARIFA.
1. É lícita a suspensão do serviço de fornecimento de água pelo
inadimplemento do usuário depois de prévia notificação. Hipótese em

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que a usuária foi notificada de que o inadimplemento das faturas
ensejaria a suspensão do serviço. Art. 6º, § 3º, inc. II, da Lei n.º 8.987/95.
Art. 40, inc. V, da Lei n. 11.445/07. (...)3

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER. SUSPENSÃO DO


SERVIÇO DE FORNECIMENTO DE ÁGUA POR
INADIMPLEMENTO. POSSIBILIDADE.
De regra, é cabível a suspensão dos serviços de fornecimento de água em
decorrência do inadimplemento do usuário. Eventuais dificuldades financeiras
enfrentadas pelo usuário, por si só, não autorizam a pretendida manutenção do
serviço. APELO DESPROVIDO.4

APELAÇÃO CÍVEL E REEXAME NECESSÁRIO – (...) SENTENÇA


OBJETO DE REEXAME NECESSÁRIO REFORMADA - SUSPENSÃO
DE CORTE DO SERVIÇO DE ÁGUA AUTORIZADA
EXPRESSAMENTE POR LEI FEDERAL, DESDE QUE HAJA
PRÉVIO AVISO - SENTENÇA REFORMADA PARA DENEGAR A
SEGURANÇA.5

Portanto, não obstante a essencialidade dos serviços prestados pela concessionária


ré, sua continuidade é condicionada ao regular pagamento das tarifas e demais obrigações
pecuniárias por parte do usuário. Não o fazendo, é permitida a suspensão dos serviços, em
prol do interesse da coletividade.

Outrossim, ao contrário do que afirma a parte adversa, ela foi previamente


notificada acerca do débito que se encontrava em aberto, e da possibilidade de
suspensão do serviço. A parte adversa, contudo, sintomaticamente, deixou de apresentar

2 STJ, REsp n. 898.769, j. 12.04.2007.


3 TJRS, AgI n. 70047947122, d.j. 24.05.2012.
4 TJRS, Apelação Cível n. 70046826251, d.j. 26.01.2012.
5 TJMS, Apelação Cível n. 2009.012385-5, d.j. 01.10.2009.

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as faturas de consumo referentes aos meses que antecederam a suspensão do
abastecimento de água e nas quais foi inserido tal aviso.

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Tais documentos, que estão em sua posse, eram indispensáveis à propositura da
demanda, e deveriam ter sido por ela oportunamente apresentados. Não o foram,
evidentemente, porque contrários à sua tese.

Com efeito, nos termos da norma regulamentar, prevista no artigo 40, da Lei
11.445/07,6 e no artigo 4º, do Decreto Municipal n. 12.071/2012, a parte adversa foi
previamente avisada sobre os débitos pendentes no contrato de sua titularidade e as

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consequências decorrentes da sua inadimplência por meio das faturas:

Art. 4º. O SERVIÇO PÚBLICO será prestado de modo adequado se


atendidos os requisitos previstos no art. 6º, §1º, da Lei 8.987/95, com base nos
patamares fixados pelo CONTRATO DE CONCESSÃO, considerando-se: (...)
§2º. A suspensão dos serviços, salvo em situações de emergência, de
calamidade pública e de ligações clandestinas, deverá ser previamente avisada:
(...) III. Se ocasionada, por inadimplência ou outro motivo, por meio
de aviso dirigido ao USUÁRIO, podendo a CONCESSIONÁRIA
utilizar, para tanto, a fatura do SERVIÇO PÚBLICO, na qual será
inserida a respectiva mensagem, com antecedência de 30 dias.

Art. 42. As faturas emitidas pela CONCESSIONÁRIA deverão


apresentar, claramente, no mínimo, as seguintes informações: (...)
§1º. A CONCESSIONÁRIA poderá reservar campo na fatura para
comunicação com os USUÁRIOS, mediante a inserção de avisos, mensagens e
notificações, tais como declaração de quitação anual, intermitência dos serviços,
avisos de débitos e de suspensão dos serviços, dentre outros, sendo que o
pagamento da fatura faz provado recebimento da notificação ou aviso.

A propósito, a Lei estadual n. 2.042/99, invocada pela parte adversa para sustentar
a necessidade de notificação pessoal, sobre a suspensão do serviço de abastecimento de
água, não se aplica aos serviços prestados pela concessionária ré. De fato, o Tribunal de
Justiça desse Estado reconheceu a inexigibilidade, frente à concessionária ré, das Leis
estaduais n. 3.749/2009 e 3.925/2010, porquanto se referem, exclusivamente, aos serviços

6 Art. 40. Os serviços poderão ser interrompidos pelo prestador nas seguintes hipóteses:
I - situações de emergência que atinjam a segurança de pessoas e bens;
II - necessidade de efetuar reparos, modificações ou melhorias de qualquer natureza nos sistemas;
III - negativa do usuário em permitir a instalação de dispositivo de leitura de água consumida, após ter
sido previamente notificado a respeito;
IV - manipulação indevida de qualquer tubulação, medidor ou outra instalação do prestador, por parte do
usuário; e
V - inadimplemento do usuário do serviço de abastecimento de água, do pagamento das tarifas,
após ter sido formalmente notificado.

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de titularidade do próprio Estado, sem interferência nos serviços públicos de titularidade
do Município de Campo Grande (doc. 03):

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(...) Assim, vê-se que o Município, sendo o poder concedente, deve
regulamentar o interesse local, entre eles os serviços prestados pelas
concessionárias de serviços públicos, a fim de sejam prestados com
regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade.
Ao mesmo tempo, possui o Município a obrigação de legislar no que diz
respeito aos deveres do consumidor, referentes à contraprestação pelos serviços
de saneamento prestados, a fim de que a concessionária não reste prejudicada,
em caso de inadimplemento do munícipe.
Portanto, aplica-se as normas municipais aos serviços prestados pela

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concessionária junto aos consumidores munícipes, em especial os Decretos n.
10.531/08 e 10.532/08.
Ante o exposto, conheço do recurso e dou-lhe parcial provimento
para julgar parcialmente procedentes os pedidos formulados pela ora
apelante, a fim de declarar que as Lei n. 3.749/09 e 3.925/10 não são
aplicadas à concessionária de serviços públicos do Município de Campo
Grande, que se submetem à legislação municipal.

Como se nota, o Estado do Mato Grosso do Sul não é competente para


regulamentar os serviços públicos municipais. Daí porque, a Lei Estadual n. 2.042/1999,
não se aplica ao caso concreto.

Nesta senda, rege a relação da concessionária ré e seus usuários a regulamentação


provinda do Município de Campo Grande, que não exige a entrega pessoal ou postal,
com aviso de recebimento, da notificação de suspensão dos serviços, mas permite-a
por meio das próprias faturas - tal como feito à parte adversa, embora ela,
propositalmente, não tenha encartado aos autos as faturas que demonstram a prévia
notificação.

Até porque, ainda que assim não o fosse, a entrega das faturas, por meio do sistema
LIS (Leitura, Impressão e Entrega simultânea), é pessoal.

Outrossim, é importante ressaltar que a fatura do mês de julho de 2014, que


ensejou a medida questionada pela parte adversa, não pode ser considerada pretérita. Isso
porque, a concessionária ré notificou, por diversos meses, a parte adversa a respeito de sua
existência, e sobre a possibilidade de suspensão do fornecimento de água, por conta de seu
inadimplemento.

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Não se trata, então, de débito consolidado no tempo, o que é indispensável para
que possa ser caracterizado como pretérito. Pelo contrário, trata-se de débito legítimo,

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efetivo e presente, cujo adimplemento a concessionária ré buscava, mensalmente,
por meio de cobranças nas faturas de consumo:

RECURSO DE AGRAVO EM PEDIDO DE SUSPENSÃO DE LIMINAR.


CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. PRELIMINAR DE
INÉPCIA DO AGRAVO. REJEITADA. ARGUIÇÃO DE
ILEGITIMIDADE. CONFUNDE-SE COM O MÉRITO. PRELIMINAR

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NÃO CONHECIDA. CORTE DE FORNECIMENTO DE ENERGIA
ELÉTRICA. DÉBITOS PRETÉRITOS. POSSIBILIDADE. RISCO DE
OFENSA AO REGIME DE CONCESSÃO. NECESSIDADE DE
MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO CONTRATUAL PARA
GARANTIA DE EFICIENTE PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO.
AGRAVO IMPROVIDO. DECISÃO UNÂNIME. 1. Não há se falar em
inépcia do Agravo por carência de fundamentação, pois esta reside no interesse
de preservar os consumidores do risco de corte no fornecimento de energia
elétrica. 2. A defesa do regime de concessão supostamente vulnerado é matéria
de interesse público, sendo a concessionária parte legítima para requerer a
suspensão da sentença. Preliminar não conhecida por se confundir com o
próprio mérito do recurso. 3. As concessionárias estão autorizadas a
suspender os serviços, quando não pagas as tarifas (art. 6º, § 3º da Lei
8.987/95); sob o aspecto ontológico, não se conhece contrato de
prestação de serviço, firmado com empresa pública, cujo não-pagamento
seja irrelevante para o contratado; sob o ângulo da lógica capitalista, é
impossível a manutenção de serviço gratuito por parte de grandes
empresas que fazem altos investimentos. 4. A limitação temporal para
efetuação do corte, num exame perfunctório, típico deste procedimento,
ofende o regime de concessão, totalmente omisso quanto a tal prazo,
conforme se verifica da Lei nº 8.987/95 e da Resolução nº 456/2000-
ANEEL. 5. Agravo improvido. Decisão unânime.7

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL


ARESP. APONTADA VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC.
INOCORRÊNCIA. ALEGAÇÃO DE OFENSA A ATOS NORMATIVOS
SECUNDÁRIOS PRODUZIDOS POR AUTORIDADES
ADMINISTRATIVAS. RECURSO ESPECIAL. NÃO-CABIMENTO.

7 TJPE, Agravo n. 189261, d.j. 17.08.2009.

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FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. INTERRUPÇÃO.
FRAUDE NO MEDIDOR. DÉBITO PRETÉRITO. IMPOSSIBILIDADE.
(...)
3. A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que não é lícito à

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concessionária interromper o fornecimento de energia elétrica por dívida
pretérita, em face da existência de outros meios legítimos de cobrança de
débitos antigos não-pagos, considerando "débitos pretéritos" aqueles
consolidados, situados no passado, e que a companhia energética cobra
tempos depois da inadimplência do consumidor. Diferentemente, o débito
atual é aquele débito presente, efetivo, real, que se
realiza na época presente. (...)

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5. Agravo regimental não provido.8

A suspensão do fornecimento de água na residência da parte adversa, portanto, foi


legítima, uma vez que realizada após prévia notificação, enviada na fatura referente ao
serviço de fornecimento de água e de esgotamento sanitário e por débito recente.

Evidentemente, portanto, ao adotar tal medida, a concessionária ré agiu no


exercício regular de seu direito,9 de tal forma que o pleito reparatório é improcedente.

II.2. Ausência de danos morais indenizáveis.

A parte adversa pretende o recebimento de indenização, por danos morais, no valor


de R$ 10.000,00, sob o argumento de que a suspensão do serviço de abastecimento de água
teria sido indevida.

Entretanto, nada lhe é devido.

O Código Civil, baseado no princípio da obrigação de reparação do dano, preceitua,


ipsis litteris:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ilícito.

8 STJ, AgRg no Agravo em REsp n. 59.058/RS, d.j. 02.02.2012.


9 Código Civil: Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; (...)

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Portanto, em se tratando de pleito indenizatório por danos morais, para caracterizar
a responsabilidade civil, necessário o preenchimento dos requisitos do artigo 186, do
Código Civil, que são: o ato ilícito e o dano, atados pelo nexo causal em razão de conduta

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culposa ou dolosa do ofensor.

No presente caso, contudo, inexiste direito da parte adversa que tenha sido violado,
nem conduta ilícita da concessionária ré, uma vez que a parte adversa foi previamente
notificada acerca da suspensão do serviço de abastecimento de água. Além disso, tal como
já mencionado, não se tratava de débito pretérito, pois recente e reiteradamente cobrado.

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Mas, ainda que pudesse ser cogitada a ocorrência de qualquer ilicitude, cumpria à
parte adversa, a teor do artigo 373, I, do Código de Processo Civil,10 demonstrar em sua
petição inicial o grau de sofrimento, dor ou angustia relacionado ao pedido. Todavia, não o
fez e sequer tentou fazê-lo.

E, em verdade, nem poderia.

Com efeito, a concessionária ré, fiando-se na informação da parte adversa de que


havia pagado o débito, restabeleceu o fornecimento de água no dia 7 de dezembro de
2014, antes mesmo de sua efetiva quitação, que somente ocorreu no dia 8 (doc. 02, já
mencionado).

Ou seja, toda situação descrita nos autos não se mostra apta a superar os limites do
mero aborrecimento que, como cediço, não é indenizável:

A fortiori, o entendimento firmado desta Corte é no sentido de que meros


aborrecimentos não configuram dano reparável.11

Não há dano moral quando os fatos narrados estão no contexto de meros


dissabores, sem abalo à honra do autor.12

É possível, então, concluir que, com relação à causa de pedir narrada nesta
demanda, nenhum dano foi causado à parte adversa, sendo evidente a impossibilidade de
lhe conferir qualquer compensação pecuniária.

10 Art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; (...).
11 STJ, AgRg no REsp n. 1.066.533/RJ.
12 STJ, AgRg no Ag n. 775.948/RJ.

10
fls. 79

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Contudo, caso este juízo entenda pela existência de dano indenizável - o que,
evidentemente, não se espera - passa a concessionária ré a ponderar acerca do quantum que
eventualmente venha a ser deferido.

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De fato, o montante pleiteado pela parte adversa (R$ 10.000,00), é excessivo e
desproporcional à situação narrada nos autos, principalmente porque ela reconhece a
inadimplência do débito que ensejou a suspensão. Daí porque, indenização nesta
monta seria premiar o usuário pela sua inadimplência, ofendendo, ainda, o princípio
da isonomia, porquanto todos os demais usuários estão sujeitos ao pagamento da tarifa
pelos serviços que efetivamente utilizam.

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0810403-26.2016.8.12.0001 e o código 1857FA1.


Com efeito, a pretensão reparatória por dano moral, quando devida, deve ser fixada
obedecendo aos princípios da razoabilidade, da proporcionalidade, e da vedação ao
enriquecimento sem causa.

Dessa forma, a quantificação do dano moral deve considerar não só as condições


econômicas do ofensor e do ofendido, mas o grau da ofensa e suas consequências, para
que a reparação do dano não constitua em fonte de enriquecimento sem causa, daquele
supostamente ofendido.

Assim, caso haja condenação em indenizar, o valor arbitrado há de observar os


princípios da proporcionalidade, da razoabilidade e da vedação ao enriquecimento ilícito e
perquirir a extensão do dano e das condições financeiras da parte adversa, conforme
disposto no artigo 944, do Código Civil.13

Ademais, eventual indenização de cunho reparatório deverá ser corrigida pelo


Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, consoante disposição do artigo 4º, da
Lei n. 8.177/91, e artigos 389 e 395, do Código Civil.14

13 Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.


Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz
reduzir, eqüitativamente, a indenização.
14 Art. 4° A partir da vigência da medida provisória que deu origem a esta lei, a Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística deixará de calcular o Índice de Reajuste de Valores Fiscais (IRFV) e o
Índice da Cesta Básica (ICB), mantido o cálculo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos
valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.

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fls. 80

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II.3. Na hipótese de condenação, juros de mora devem incidir somente a partir da
data do arbitramento da indenização.

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A parte adversa pede, ainda, a incidência de juros de mora “a partir da citação”
(fls.17).

Contudo, havendo a condenação da concessionária ré ao pagamento de


indenização, por danos morais, os juros moratórios incidirão somente a partir da data
de sua fixação.

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É que, ao caso dos autos, aplica-se o disposto no artigo 407, do Código Civil:

Art. 407. Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da
mora que se contarão assim às dívidas em dinheiro, como às prestações
de outra natureza, uma vez que lhes esteja fixado o valor pecuniário por
sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as partes.

Tal entendimento é também perfilhado pelos Tribunais de Justiça estaduais:

AGRAVO DE INSTRUMENTO PLANO DE SAÚDE Decisão que, em ação


de obrigação de fazer em fase de cumprimento de sentença, rejeitou a
impugnação apresentada pela agravante e manteve a cobrança de juros
moratórios a partir da citação Insurgência da agravante, sob a alegação de que
os juros da mora são devidos a partir do arbitramento por se tratar de
indenização por dano moral puro Inteligência do artigo 407 do CC - Juros
da mora que devem ser contados a partir do arbitramento, posto não há
como incidir juros da mora sobre quantia que ainda não fora
estabelecida em juízo Decisão reformada Recurso provido.
(...) 8. Não obstante o quanto esposado por este relator no momento da
apreciação do pedido liminar, revejo o meu entendimento por entender que, de
fato, assiste razão à agravante.
9. Entendo que o termo inicial de incidência dos juros da mora, no caso
de arbitramento de indenização a título de danos morais deve iniciar-se a
partir do arbitramento, nos termos do artigo 407 do Código Civil, pois é a
partir deste momento que o devedor é constituído em mora, posto que os
danos morais somente atingem expressão patrimonial a partir de seu
arbitramento de seu valor em dinheiro.15

Isso se dá porque a indenização por dano moral somente passa a ter expressão
pecuniária a partir da decisão judicial que a arbitrou. Assim, não se pode considerar em
mora o devedor, antes de sua fixação, por sentença judicial.

15 TJSP, AgI n. 0037409-59.2013.8.26.0000, d.j. 21.06.2013.

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fls. 81

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Ademais, quando da prolação da sentença, o julgador fixa a indenização devida já
naquele momento, estando, portanto e até então, suficiente para a reparação.

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Desta feita, caso haja o dever de indenizar, os juros de mora deverão incidir
somente a partir da data da sentença.
II.4. Impossibilidade de inversão do ônus da prova no tocante à demonstração de
ausência de danos morais

Por fim, a parte adversa, com base no Código de Defesa do Consumidor, requereu

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a inversão do ônus da prova.

Ocorre que, não há como se falar em inversão do ônus da prova quanto à


comprovação de ausência de danos de natureza moral.

Isso porque, ao fazê-lo, estar-se-á a compelir a concessionária ré a realizar prova


negativa dos danos morais alegados pela parte adversa, exigindo-lhe a chamada probatio
diabolica.

Consoante já decidiu o Tribunal de Justiça do estado de São Paulo:

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - Improcedência - Relação de


consumo - Inversão do ônus da prova que não se estende à comprovação
dos alegados danos morais, diante da natureza dos mesmos -
Impossibilidade de a fornecedora produzir prova negativa acerca do
alegado abalo íntimo sofrido pelo autor da ação – (...) - Ausência, de
comprovação da alegada situação vexatória (ônus do autor) - Desatendimento
da regra expressa no artigo 333, I, do CPC – Condenação do requerente como
litigante de má-fé - Cabimento - Alteração da verdade dos fatos - Conduta que
se enquadra àquela descrita no artigo 17, II, do CPC - Sentença mantida -
Recurso improvido.16

PROVA - Ônus - Inadmissibilidade de inversão, no que tange à


comprovação dos danos morais, diante da natureza destes e pela
impossibilidade de atribuir-se á seguradora a produção de prova negativa,
relativa ao abalo íntimo sofrido pela vítima - Recurso parcialmente provido.17

16 TJSP, Apelação n. 0290775-68.2009.8.26.0000.


17 TJSP, AgI n. 430.784/4-2.

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fls. 82

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Desse modo, não se pode conceder o benefício da inversão do ônus da prova à
parte adversa, pois se ela própria não trouxe aos autos ao menos um indício de prova do
dano alegado, não pode a lacuna ser suprida por mero requerimento de inversão desse

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ônus.

III - REQUERIMENTOS

Diante do exposto, a concessionária ré requer seja julgado totalmente improcedente


o pedido.

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Por outro lado, caso entenda o juízo pela procedência do pedido indenizatório, que,
ao menos, ocorra a limitação do pleito àquilo que efetivamente comprovado e dentro de
patamares de razoabilidade.

Requer, ainda, que as publicações e intimações referentes a este caso, para fins de
acompanhamento, sejam feitas em nome do advogado: Marco Antonio Dacorso -
OAB/MS 1477-A (OAB/SP 154.132), sob pena de nulidade.

Por fim, a concessionária ré informa que pretende produzir todas as provas


admitidas em juízo, a saber:

a) testemunhal; e
b) documental suplementar, caso necessária, nos termos do artigo 435, do
Código de Processo Civil.18

Nestes Termos,
Aguarda Deferimento.

Campo Grande, 19 de julho de 2016.

MARCO ANTONIO DACORSO TAINÁ SANTOS PEREIRA DIAS


OAB/MS 14.777-A (OAB/SP 154.132) OAB/MS 15.133

18 Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados a
fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos
autos.

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