Você está na página 1de 16

FLÁVIO ASSIS

ARM

AULA 01
PROGRAMA DO CURSO

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS – AULAS 01 e 02 (TEORIA)

1. A GERÊNCIA DE MATERIAIS
A gerência de materiais é um conceito vital que pode resultar na redução de custos e no
aperfeiçoamento do desempenho de uma organização de produção, quando é adequadamente entendida e
executada. É um conceito que deve estar contido na filosofia da empresa e em sua organização.

Os materiais em geral representam a maior parcela de custo de produtos acabados, mostrando que
são responsáveis por aproximadamente 52% do custo do produto numa média empresa e, em alguns casos,
podem chegar a 85%. O investimento em estoque de materiais é tipicamente de 1/3 do ativo de uma empresa.

Administrar materiais é fazer um exercício de provedor, analista, pesquisador e programador. É, acima


de tudo, colocar a empresa como um organismo viável a todos que dela participam.

2. DEFINIÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

A administração de materiais visa abastecer, de modo contínuo, a empresa com material que seja
necessário para as suas atividades. São 5 requisitos básicos para o abastecimento:
a) qualidade do material; b) quantidade necessária; c) prazo de entrega d) preço; e) condições de pagamento.
a) Qualidade do Material
O material deverá apresentar qualidade tal que possibilite sua aceitação dentro e fora da empresa
(mercado).
b) Quantidade
Deverá ser estritamente suficiente para suprir as necessidades da produção e estoque, evitando a falta
de material para o abastecimento geral da empresa bem como o excesso em estoque.

c) Prazo de Entrega
Deverá ser o menor possível, a fim de levar um melhor atendimento aos consumidores e evitar falta do material.

d) Menor Preço
O preço do produto deverá ser tal que possa situá-lo em posição de concorrência no mercado,
proporcionando à empresa um lucro maior.

e) Condições de pagamento
Deverão ser as melhores possíveis para que a empresa tenha maior flexibilidade na transformação ou
venda do produto.

3. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS - DEFINIÇÕES

A Administração de Materiais é definida como sendo um conjunto de atividades desenvolvidas dentro


de uma empresa, de forma centralizada ou não, destinadas a suprir as diversas unidades, com os materiais
necessários ao desempenho normal das respectivas atribuições. Tais atividades abrangem desde o circuito de

1
reaprovisionamento, inclusive compras, o recebimento, a armazenagem dos materiais, o fornecimento dos
mesmos aos órgãos requisitantes, até as operações gerais de controle de estoques etc.

Em outras palavras: “A Administração de Materiais visa à garantia de existência contínua de um


estoque, organizado de modo a nunca faltar nenhum dos itens que o compõem, sem tornar excessivo o
investimento total”.

A Administração de Materiais moderna é conceituada e estudada como um Sistema Integrado em que


diversos subsistemas próprios interagem para constituir um todo organizado. Destina-se a dotar a
administração dos meios necessários ao suprimento de materiais imprescindíveis ao funcionamento da
organização, no tempo oportuno, na quantidade necessária, na qualidade requerida e pelo menor custo.

A oportunidade, no momento certo para o suprimento de materiais, influi no tamanho dos estoques.
Assim, suprir antes do momento oportuno acarretará, em regra, estoques altos, acima das necessidades
imediatas da organização.

Por outro lado, a providência do suprimento após esse momento poderá levar a falta do material
necessário ao atendimento de determinada necessidade da administração. Do mesmo modo, o tamanho do
Lote de Compra acarreta as mesmas conseqüências: quantidades além do necessário representam inversões
em estoques ociosos, assim como, quantidades aquém do necessário podem levar à insuficiência de estoque,
o que é prejudicial à eficiência operacional da organização.

Estes dois eventos, tempo oportuno e quantidade necessária, acarretam, se mal planejados, além
de custos financeiros indesejáveis, lucros cessantes, fatores esses decorrentes de quaisquer das situações
assinaladas. Da mesma forma, a obtenção de material sem os atributos da qualidade requerida para o uso a
que se destina acarreta custos financeiros maiores, retenções ociosas de capital e oportunidades de lucro não
realizadas. Isto porque materiais, nestas condições podem implicar em paradas de máquinas, defeitos na
fabricação ou no serviço, inutilização de material, compras adicionais, etc.

Os subsistemas da Administração de Materiais, integrados de forma sistêmica, fornecem, portanto, os


meios necessários à consecução das quatro condições básicas alinhadas acima, para uma boa Administração
de material.

Decompondo esta atividade através da separação e identificação dos seus elementos componentes,
encontramos as seguintes subfunções típicas da Administração de Materiais, além de outras mais específicas
de organizações mais complexas:

a.1 - Subsistemas Típicos:

a.1.1- Controle de Estoque - subsistema responsável pela gestão econômica dos estoques, através do
planejamento e da programação de material, compreendendo a análise, a previsão, o controle e o
ressuprimento de material. O estoque é necessário para que o processo de produção-venda da empresa opere
com um número mínimo de preocupações e desníveis. Os estoques podem ser de: matéria-prima, produtos em
fabricação e produtos acabados. O setor de controle de estoque acompanha e controla o nível de estoque e o
investimento financeiro envolvido.

a.1.2- Classificação de Material - subsistema responsável pela identificação (especificação), classificação,


codificação, cadastramento e catalogação de material.

a.1.3- Aquisição / Compra de Material - subsistema responsável pela gestão, negociação e contratação de
compras de material através do processo de licitação. O setor de Compras preocupa-se sobremaneira com o
estoque de matéria-prima. É da responsabilidade de Compras assegurar que as matérias-primas exigidas pela
Produção estejam à disposição nas quantidades certas, nos períodos desejados. Compras não é somente
responsável pela quantidade e pelo prazo, mas precisa também realizar a compra em preço mais favorável
possível, já que o custo da matéria-prima é um componente fundamental no custo do produto.

a.1.4- Armazenagem / Almoxarifado - subsistema responsável pela gestão física dos estoques,
compreendendo as atividades de guarda, preservação, embalagem, recepção e expedição de material,
segundo determinadas normas e métodos de armazenamento. O Almoxarifado é o responsável pela guarda

2
física dos materiais em estoque, com exceção dos produtos em processo. É o local onde ficam armazenados
os produtos, para atender a produção e os materiais entregues pelos fornecedores.

a.1.5- Movimentação de Material - subsistema encarregado do controle e normalização das transações de


recebimento, fornecimento, devoluções, transferências de materiais e quaisquer outros tipos de movimentações
de entrada e de saída de material.

a.1.6 - Inspeção de Recebimento - subsistema responsável pela verificação física e documental do


recebimento de material, podendo ainda encarregar-se da verificação dos atributos qualitativos pelas normas
de controle de qualidade.

a.1.7 - Cadastro - subsistema encarregado do cadastramento de fornecedores, pesquisa de mercado e


compras.

A.2 - Subsistemas Específicos:

a.2.1 - Inspeção de Suprimentos - subsistema de apoio responsável pela verificação da aplicação das normas
e dos procedimentos estabelecidos para o funcionamento da Administração de Materiais em toda a
organização, analisando os desvios da política de suprimento traçada pela administração e proporcionando
soluções.

a.2.2 - Padronização e Normalização - subsistema de apoio ao qual cabe a obtenção de menor número de
variedades existentes de determinado tipo de material, por meio de unificação e especificação dos mesmos,
propondo medidas de redução de estoques.

a.2.3 - Transporte de Material - subsistema de apoio que se responsabiliza pela política e pela execução do
transporte, movimentação e distribuição de material. A colocação do produto acabado nos clientes e as
entregas das matérias-primas na fábrica é de responsabilidade do setor de Transportes e Distribuição. É nesse
setor que se executa a Administração da frota de veículos da empresa, e/ou onde também são contratadas as
transportadoras que prestam serviços de entrega e coleta.

A integração destas subfunções funciona como um sistema de engrenagens que aciona a


Administração de Material e permite a interface com outros sistemas da organização. Assim, quando um item
de material é recebido do fornecedor, houve, antes, todo um conjunto de ações inter-relacionadas para esse
fim: o subsistema de Controle de Estoque aciona o subsistema de Compras que recorre ao subsistema de
Cadastro.

Quando do recebimento, do material pelo almoxarifado, o subsistema de Inspeção é acionado, de modo


que os itens aceitos pela inspeção física e documental são encaminhados ao subsistema de Armazenagem
para guarda nas unidades de estocagem próprias e demais providências, ao mesmo tempo que o subsistema
de Controle de Estoque é informado para proceder aos registros físicos e contábeis da movimentação de
entrada.

O subsistema de Cadastro também é informado, para encerrar o dossiê de compras e processar as


anotações cadastrais pertinentes ao fornecimento. Os materiais recusados pelo subsistema de Inspeção são
devolvidos ao fornecedor. A devolução é providenciada pelo subsistema de Aquisição que aciona o fornecedor
para essa providência após ser informado, pela Inspeção, que o material não foi aceito. Igualmente, o
subsistema de Cadastro é informado do evento para providenciar o encerramento do processo de compra e
processar, no cadastro de fornecedores, os registros pertinentes.

Quando o material é requisitado dos estoques, este evento é comunicado ao subsistema de Controle
de Estoque pelo subsistema de Armazenagem. Este procede à baixa física e contábil, podendo, gerar com isso,
uma ação de ressuprimento. Neste caso, é emitida pelo subsistema de Controle de Estoques uma ordem ao
subsistema de Compras, para que o material seja comprado de um dos fornecedores cadastrados e habilitados
junto à organização pelo subsistema de Cadastro. Após a concretização da compra, o subsistema de Cadastro
também fica responsável para providenciar, junto aos fornecedores, o cumprimento do prazo de entrega
contratual, iniciando o ciclo novamente, por ocasião do recebimento de material.

Todos esses subsistemas não aparecem configurados na Administração de Materiais de qualquer


organização. As partes componentes desta função dependem do tamanho, do tipo e da complexidade da
organização, da natureza e de sua atividade-fim, e do número de itens do inventário.

3
4. RESPONSABILIDADE E ATRIBUIÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

a) suprir, através de Compras, a empresa, de todos os materiais necessários ao seu funcionamento;


b) avaliar outras empresas como possíveis fornecedores;
c) supervisionar os almoxarifados da empresa;
d) controlar os estoques;
e) aplicar um sistema de reaprovisionamento adequado, fixando Estoques Mínimos, Lotes Econômicos e outros
índices necessários ao gerenciamento dos estoques, segundo critérios aprovados pela direção da empresa;
f) manter contato com as Gerências de Produção, Controle de Qualidade, Engenharia de Produto, Financeira
etc.
g) estabelecer sistema de estocagem adequado;
h) coordenar os inventários rotativos.

5. OBJETIVOS PRINCIPAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E RECURSOS PATRIMONIAIS

A Administração de Materiais tem por finalidade principal assegurar o contínuo abastecimento de


artigos necessários para comercialização direta ou capaz de atender aos serviços executados pela empresa.

As empresas objetivam diminuir os custos operacionais para que elas e seus produtos possam ser
competitivos no mercado.

Mais especificamente, os materiais precisam ser de qualidade produtiva para assegurar a aceitação do
produto final. Precisam estar na empresa prontos para o consumo na data desejada e com um preço de
aquisição acessível, a fim de que o produto possa ser competitivo e assim, dar à empresa um retorno satisfatório
do capital investido.

OS PRINCIPAIS OBJETIVOS DA ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS SÃO:

a) Preço Baixo - este é o objetivo mais óbvio e, certamente um dos mais importantes. Reduzir o preço de
compra implica em aumentar os lucros, se mantida a mesma qualidade;

b) Alto Giro de Estoques - implica em melhor utilização do capital, aumentando o retorno sobre os
investimentos e reduzindo o valor do capital de giro;

c) Baixo Custo de Aquisição e Posse - dependem fundamentalmente da eficácia das áreas de Controle de
Estoques, Armazenamento e Compras;

d) Continuidade de Fornecimento - é resultado de uma análise criteriosa quando da escolha dos


fornecedores. Os custos de produção, expedição e transportes são afetados diretamente por este item;

e) Consistência de Qualidade - a área de materiais é responsável apenas pela qualidade de materiais e


serviços provenientes de fornecedores externos. Em algumas empresas a qualidade dos produtos e/ou serviços
constituem-se no único objetivo da Gerência de Materiais;

f) Relações Favoráveis com Fornecedores - a posição de uma empresa no mundo dos negócios é, em alto
grau determinada pela maneira como negocia com seus fornecedores;

g) Aperfeiçoamento de Pessoal - toda unidade deve estar interessada em aumentar a aptidão de seu pessoal;

h) Bons Registros - são considerados como o objetivo primário, pois contribuem para o papel da Administração
de Material, na sobrevivência e nos lucros da empresa, de forma indireta.

6. TERMINOLOGIA UTILIZADA NA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

a) Artigo ou Item - designa qualquer material, matéria-prima ou produto acabado que faça parte do estoque;

4
b) Unidade - identifica a medida, tipo de acondicionamento, características de apresentação física ( caixa,
bloco, rolo, folha, litro, galão, resma, vidro, peça, quilograma, metro, .... );

c) Pontos de Estocagem - locais aonde os itens em estoque são armazenados e sujeitos ao controle da
administração;

d) Estoque - conjunto de mercadorias, materiais ou artigos existentes fisicamente no almoxarifado à espera de


utilização futura e que permite suprir regularmente os usuários, sem causar interrupções às unidades funcionais
da organização;

e) Estoque Ativo ou Normal - é o estoque que sofre flutuações quanto a quantidade, volume, peso e custo
em conseqüência de entradas e saídas;

f) Estoque Morto ou Inativo - não sofre flutuações, é estático;

g) Estoque Empenhado ou Reservado - quantidade de determinado item, com utilização certa, comprometida
previamente e que por alguma razão permanece temporariamente em almoxarifado. Está disponível somente
para uma aplicação ou unidade funcional específica;

h) Estoque de Recuperação - quantidades de itens constituídas por sobras de retiradas de estoque, salvados
( retirados de uso através de desmontagens) etc., sem condições de uso, mas passíveis de aproveitamento
após recuperação, podendo vir a integrar o Estoque Normal ou Estoque de Materiais Recuperados, após a
obtenção de suas condições normais;

i) Estoque de Excedentes, Obsoletos ou Inservíveis - constitui as quantidades de itens em estoque, novos


ou recuperados, obsoletos ou inúteis que devem ser eliminados. Constitui um Estoque Morto;

j) Estoque Disponível - é a quantidade de um determinado item existente em estoque, livre para uso;

k) Estoque Teórico - é o resultado da soma do disponível com a quantidade pedida, aguardando o


fornecimento;

l) Estoque Mínimo: é a menor quantidade de um artigo ou item que deverá existir em estoque para prevenir
qualquer eventualidade ou emergência ( falta ) provocada por consumo anormal ou atraso de entrega;

m) Estoque Médio, Operacional: é considerado como sendo a metade da quantidade necessária para um
determinado período mais o Estoque de Segurança;

n) Estoque Máximo: é a quantidade necessária de um item para suprir a organização em um período


estabelecido mais o Estoque de Segurança;

o) Ponto de Pedido, Limite de Chamada ou Ponto de Ressuprimento: é a quantidade de item de estoque


que ao ser atingida requer a análise para ressuprimento do item;

p) Ponto de Chamada de Emergência: é a quantidade que quando atingida requer medidas especiais para
que não ocorra ruptura no estoque. Normalmente é igual a metade do Estoque Mínimo;

q) Ruptura de Estoque: ocorre quando o estoque de determinado item fica igual a zero(E = 0 ).

r) Freqüência - é o número de vezes que um item é solicitado ou comprado em um determinado período;

s) Quantidade a Pedir - é a quantidade de um item que deverá ser fornecida ou comprada;

t) Tempo de Tramitação Interna: é o tempo que um documento leva, desde o momento em que é emitido até
o momento em que a compra é formalizada;

5
u) Prazo de Entrega: tempo decorrido da data de formalização do contrato bilateral de compra até a data de
recebimento da mercadoria;

v) Tempo de Reposição, Ressuprimento: tempo decorrido desde a emissão do documento de compra (


requisição ) até o recebimento da mercadoria;

w) Requisição ou Pedido de Compra - documento interno que desencadeia o processo de compra;

x) Coleta ou Cotação de Preços: documento emitido pela unidade de Compras, solicitando ao fornecedor
Proposta de Fornecimento. Esta Coleta deverá conter todas as especificações que identifiquem individualmente
cada item;

y) Proposta de Fornecimento - documento no qual o fornecedor explicita as condições nas quais se propõe
a atender (preço, prazo de entrega, condições de pagamento etc);

z) Mapa Comparativo de Preços - documento que serve para confrontar condições de fornecimento e decidir
sobre a mais viável;

aa) Custo Variável - existe em função das variações de quantidade e de despesas operacionais;

bb) Custo de Manutenção de Estoque, Posse ou Armazenagem: são os custos decorrentes da existência
do item ou artigo no estoque. Varia em função do número de vezes ou da quantidade comprada;

cc) Custo de Obtenção de Estoque, do Pedido ou Aquisição: é constituído pela somatória de todas as
despesas efetivamente realizadas no processamento de uma compra. Varia em função do número de pedidos
emitidos ou das quantidades compradas.

dd) Custo Total: é o resultado da soma do Custo Fixo com o Custo de Posse e o Custo de Aquisição;

ee) Custo Ideal: é aquele obtido no ponto de encontro ou interseção das curvas dos Custos de Posse e de
Aquisição. Representa o menor valor do Custo Total.

7. Fluxo de Atividades

Analisando o esquema acima, percebemos a relação de interdependência.

• Análise de mercado ou necessidade de produção: permite avaliar a capacidade de consumo.

6
• Análise econômico- financeira: é através dela que se analisa a capacidade empresarial, as despesas
e a lucratividade, visualizando assim as possibilidades de investimento.
• Programação e controle de estoque: consiste em definir o estoque ideal para as necessidades da
empresa, e o controle visa, rapidez de atendimento, menor aplicação do capital de giro, possibilidades
de rotatividade do estoque, etc.
• Compras: A função de compras é um segmento essencial do departamento de materiais ou
suprimentos, que tem por finalidade suprir as necessidades de materiais ou serviços, planejá-las
quantitativamente e satisfazê-las no momento certo com as quantidades corretas, verificar se recebeu
efetivamente o que foi comprado e providenciar armazenamento.

Os objetivos básicos de uma seção de compras são:

A) Comprar materiais e insumos aos menores preços, obedecendo padrões de qualidade e quantidade;

B) Procurar sempre dentro de uma negociação justa e honesta as melhores condições para a empresa,
principalmente as de pagamento.

Para efetuar uma boa compra, a empresa deve seguir certos mandamentos que incluem a verificação
de prazos, preços, qualidade e volume. Deve-se manter cadastros de fornecedores, analisá-los, fazer uma
seleção e procurar ter uma bom relacionamento com o mercado fornecedor.

Entre as características básicas de um sistema adequado de compras, podemos destacar:

A) Sistema de compras a três cotações: Tem por finalidade partir de um número mínimo de cotações para
encorajar novos competidores. A pré-seleção dos concorrentes qualificados evita o dispêndio de tempo com
um grande número de fornecedores.

B) Sistema de preços objetivos: O conhecimento prévio do preço justo, além de ajudar nas decisões do
comprador, proporciona uma verificação dupla no sistema de cotações. Pode ainda ajudar os fornecedores a
serem competitivos, mostrando-lhes que seus preços estão fora de concorrência.

C) Duas ou mais aprovações: No mínimo duas pessoas estão envolvidas em cada decisão da escolha do
fornecedor. Isto estabelece uma defesa dos interesses da empresa pela garantia de um melhor julgamento,
protegendo o comprador ao possibilitar revisão de uma decisão individual.

D) Documentação escrita: Documentação anexa ao pedido, possibilita no ato da segunda assinatura, o exame
de cada fase de negociação, permite revisão e estará sempre disponível junto ao processo de compra para
esclarecer qualquer dúvida posterior.

8. Evolução do relacionamento Cliente-Fornecedor

O relacionamento cliente-fornecedor passa por algumas fases características conforme MARTINS e


ALT (2005).

a) Ocorre nos primeiros contatos onde ambas as partes atuam como adversários e o que é priorizado é o preço.
Nesta etapa existe grande desconfiança a respeito de qualidade, de aspectos comerciais, tributários e também
sobre as quantidades fornecidas, havendo inspeção em 100% dos lotes entregues. A avaliação do fornecedor
é feita com bastante firmeza.

b) A partir do momento em que existe uma repetição dos níveis de qualidade conforme especificações da
empresa compradora o relacionamento adquire contornos de confiança recíproca.

c) Com as etapas anteriores consolidadas o relacionamento evolui para a participação do fornecedor junto aos
processos da empresa compradora com a finalidade inclusive de participar nos novos projetos. Nesta fase
poderão acontecer investimentos comuns em P&D (pesquisa e desenvolvimento) havendo possibilidade do
cliente receber financiamento para programas de melhoria na qualidade.

7
d) O passo final no relacionamento é chamado de comakership, que vem a ser uma parceria onde a atuação
do fornecedor poderá se situar nos seguintes modos:

• desenvolvimento de produtos e processos


• Engenharia simultânea
• Desdobramento da função qualidade (QFD)
• Fornecimentos programados e sincronizados
• Qualidade assegurada
• Gerenciamento comum dos procedimentos e negócios
• Uma possível participação financeira no negócio
• Atuação conjunta na mesma planta

9. A área tradicional e as perspectivas atuais da área de compras

Segundo MARTINS e ALT (2005), a visão da área de compras sendo consideradas perspectivas
tradicional e atual

Negociação: Compras atualmente faz parte


Preço, Prazo, Qualidade da cadeia de suprimentos
As 3 cotações eram feitas (Supply Chain). Ou seja, da
Via: Telefone / Fax. logística da empresa, onde o
Eram informados o CQ, foco é o processo.
o Contas a pagar etc. Preocupando-se também com
Com a chegada do material níveis de estoques. Onde a
após inspeção, se aprovado nova função recebe o nome
ia para o almoxarifado. Caso de procurement. Com
contrário o material era responsabilidades bem amplas
devolvido. indo do comercial a P& D.

Tradicionalmente Atualmente

Já do ponto de vista de mercado, aconteceram também mudanças acentuadas pois

10. Novas formas de Comprar

8
Pelas transformações ocorridas na área de materiais e também pelas mudanças em TI (tecnologia da
informação), a área de compras passou a atuar de forma bem diferente da que vinha operando.

a) a utilização do EDI (Electronic Data Interchange) que pode ser visto na figura abaixo.
(Saída) Conversores ANSI. X12
(Chegada)

Modens

Compras Fornecedor
(Cliente) (Sistema de
Rede de Telecomunicações
entrada de
ordens de
Na saída, converte o pedido de Compra em Compra).
informação digital, na chegada é feita a
reconversão do documento.

Adaptado de: MARTINS e ALT (2005)

Consiste na transmissão de dados criptografados entre o cliente e o fornecedor. Segundo MARTINS e ALT
(2005, pg 71) , esta forma de comunicação pode interligar a empresa a seus clientes, fornecedores, banco,
transportadora ou seguradora. Ela já existe há bastante tempo e traz várias vantagens como:

• Rapidez,segurança e precisão do fluxo de informações;


• Redução significativa de custos;
• Facilidade da colocação de pedidos, principalmente nos casos de contratos de fornecimento com
entregas mediante liberação do cliente, como acontece nas transações entre montadoras e autopeças
no Brasil e no resto do mundo;
• Sedimenta o conceito de parcerias entre cliente e fornecedor.

A vantagem introduzida pelo EDI foi a automatizar lojista de um lado e fornecedores do outro. Sua utilização é
bastante prática pois poderá ser estabelecido um acordo entre o fornecedor e a loja de forma tal que quando o
nível de estoque atingir um nível pré-estabelecido um novo embarque de mercadoria é despachado.

b)A utilização da Internet conforme apresentado na figura abaixo


(Provedor) Modens

WEB
WWW
Fornecedores
LT
(Cliente) LT

LT
(Provedor)
O uso do e-mail tendo como anexo os mais diversos documentos; desenhos técnicos, especificações, pedidos
etc. Todos eles “rodando” com os softwares; Excel, Word, Ms Project, Auto Cad, Primavera entre outros. O que

9
possibilita transações extremamente interessantes com baixos investimentos e podendo atingir toda a cadeia
de abastecimento. A principal desvantagem é que poderá estar sujeita a ataques de vírus.

c) Cartão de crédito tipo empresa ou cartão comercial; a compra mediante o uso do cartão traz para as
empresas redução de custos, parcelamento dos valores e ainda o fornecimento de relatórios gerenciais .

11. Verticalização e Horizontalização da empresa

A decisão de comprar ou fazer na própria empresa, ou terceirizar tem caráter estratégico pois pode
provocar um menor envolvimento com problemas sociais não tendo que demitir funcionários nos momentos de
menor demanda. Não ter que investir em novos equipamentos e poder exigir níveis de qualidade que talvez
não conseguissem obter.

Na verticalização se produzem novos processos, novas áreas com tecnologias diferentes. O objetivo
é o de fazer todas as partes do processo dentro da própria empresa.

Na horizontalização o método é exatamente o oposto, ou seja, tentar fazer o máximo possível de sub-
partes em fornecedores externos. A seguir serão estabelecidas as vantagens e desvantagens nos dois
métodos.

VERTICALIZAÇÃO

Vantagens Desvantagens

Independência de Maior Investimento


terceiros Perda de Foco
Maiores lucros Aumento da estrutura
Maior autonomia empresarial
Domínio da tecnologia
Horizontalização

Vantagens Desvantagens

Redução de Custos Menor controle


Maior flexibilidade e tecnológico
eficiência Deixa de ganhar o
Incorporação de novas lucro do fornecedor
Tecnologias Mais exposto
Foco no negócio principal

12. Comprar / Fazer / Alugar

A decisões sobre comprar ou fazer , estão localizadas em três amplos níveis: operacional, intermediário
e estratégico. Onde em cada um destes níveis serão necessárias análises sobre vantagens ou desvantagens
na terceirização de produtos ou serviços.

Para efeitos desta apostila será feita uma análise a respeito da terceirização baseada nos custos fixos
e variáveis, como demonstrado na figura abaixo.

10
COMPRAR X FABRICAR

CT = CF + Cv x q
$
Comprar CTc = CFc + Cvc x q

Fabricar CTf = CF f + Cv f x q
Qm
CTc = CFc + Cvc x q
0 P.Eq. Total Peças Qm
CTf = CF f + Cv f x q

0 CFc + Cvc x q = CF f + Cv f x q
CTc = CFc + Cvc x q
0
CTf = CF f + Cv f x q
ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E RECURSOS PATRIMONIAIS- CAIU EM PROVA

01). Uma das funções precípuas do administrador de materiais é minimizar o uso dos recursos envolvidos na área logística
da empresa, visando economia e eficiência.

02.) A administração de materiais visa a colocar os materiais necessários na quantidade certa, no local certo e no tempo
certo à disposição dos órgãos que compõem o processo produtivo da empresa.

03). Quando a relação de parceria entre uma empresa e seu fornecedor atinge um grau elevado de evolução, traduzida em
conceitos como os de confiança mútua, participação e fornecimento com qualidade assegurada, ela é denominada
comakership.

04)O fluxo de informações é o sustentáculo do processo de abastecimento da cadeia de suprimentos e, caso essa
comunicação não flua de forma eficiente, é possível que ocorra excesso de estoque ao longo dessa cadeia — o chamado
efeito Forrester.

05). É objetivo da administração de materiais maximizar a utilização dos recursos da empresa.

06) No sistema just in time, minimiza-se o desperdício a medida que os materiais são requeridos apenas quando são
necessários.

07). De acordo com a filosofia de produção just in time, a produção tem início somente após o pedido do cliente, não
havendo necessidade de manutenção de estoque disponível de mercadorias para venda.

08). Comparando-se os sistemas just-in-time com o tradicional, aqueles envolvem ciclos curtos de produção e requerem
flexibilidade para promover alterações de produtos; a indústria tradicional, ao contrário, sempre se beneficiou das economias
de escala garantidas pelos longos ciclos.

09). O sistema just-in-time é um método de gestão de estoques destinado a reduzir a probabilidade de desabastecimento
do setor produtivo em função da maximização dos volumes em estoque.

10). Estoque pode ser entendido como a acumulação de recursos materiais em um sistema de transformação ou qualquer
outro tipo de recurso armazenado.

11). Para uma adequada gestão de materiais essenciais ao funcionamento de suas operações, as organizações devem
maximizar os investimentos em estoque desses materiais.

12). Considere que, devido aos altos custos de armazenagem de materiais, a direção de determinada organização solicitou
ao administrador de materiais que apresentasse uma proposta para zerar esses custos em seis meses. Nessa situação,
uma das alternativas para se solucionar o problema seria manter em zero as quantidades dos itens armazenados.

13)Um alto nível de serviço da gestão de materiais requer altos níveis de estoque, associados à baixa frequência de
entregas ou, ainda, a baixos níveis de estoque com frequência de entrega capaz de compensar adequadamente essa
política de estocagem.

11
14). A rotatividade de um estoque é determinada pelo número de vezes que os itens armazenados são renovados em
determinado período de tempo.

15). O lote econômico de compras, num ambiente de demanda equilibrada, é utilizado na gestão de materiais para
encontrara o ponto ótimo no qual o custo total de pedir e manter materiais em estoque é :
a) maximizado. b) eliminado.
c) aumentado. d) minimizado. e) diferenciado.

16).O Departamento de Administração utiliza o material “ABC” a uma taxa uniforme de 60 unidades diárias e com um
consumo anual de 15.000 unidades. Decidiu-se manter um estoque mínimo de 0 (zero) unidades. O preço unitário, a
qualquer tempo, é de R$ 0,50 e os custos de cotação e de recebimento do material é de R$ 5,00 por pedido. Supondo que
o custo total de manutenção, em estoque anual por unidade, seja de R$ 0,15, o Lote Econômico de Compra é:
a) 1.000 unidades/pedido. b) 1.250 unidades/pedido.
c) 1.875 unidades/pedido. d) 3.000 unidades/pedido. e) 15.000 unidades/pedido.

17) (CESPE / TJ ES ) As etapas do ciclo de compras incluem o acompanhamento do pedido de compra e o controle do
recebimento do material comprado.

18). O procedimento de acompanhamento de pedidos realizado pelo setor de compras, também chamado follow up, pode
ser realizado por contatos pessoais ou telefônicos com o fornecedor, mesmo após efetuado o pedido de compras e, visa
localizar problemas antecipadamente e evitar surpresas desagradáveis.

19). (CESPE / MPE – PI ) O processo de compras encerra-se na emissão da ordem de compra, uma vez que o
acompanhamento do prazo de entrega, a recepção e a aceitação das mercadorias são realizados pela equipe responsável
pela guarda dos insumos.

20). (CESPE / ANCINE ) Em grandes organizações, um aspecto importante a ser considerado se refere à centralização ou
descentralização das compras. A centralização apresenta como vantagens a oportunidade de serem negociadas grandes
quantidades de materiais por menores preços, a homogeneização desses materiais, o menor tempo na sua aquisição e
melhor controle dos estoques.

21). (CESPE / MPE-PI ) No caso de um item adquirido de forma recorrente por uma organização sofrer alguma variação
que modifique os procedimentos normais de suprimentos, a modalidade de compra indicada é a de recompra modificada.

22). Com relação ao processo de compras no setor público, são atitudes éticas priorizar os interesses da organização, atuar
de forma transparente nas negociações com fornecedores, denunciar manifestações ou tentativas de suborno e fatos ilícitos
internos relacionados a compras, ter critérios claros e transparentes no recebimento de presentes de fornecedores.

23. (CESPE / SESA ES) Simplificação, especificação e normalização são etapas da classificação de materiais.

24). (CESPE / CNPQ ) O profissional que atua na administração de materiais deve dedicar atenção ao controle
dos materiais críticos, os quais devem ser submetidos ao controle de obsolescência de forma contínua e
periódica.

25). (CESPE / CNPQ ) Uma desvantagem de se utilizar a classificação de materiais do tipo importância
operacional é que ela não fornece análise econômica dos estoques.

26). (CESPE / TJ PA) Quanto ao tipo de demanda, os materiais são classificados em materiais de estoque e
não de estoque.

27) (CESPE / CNPq / 2011) O profissional que atua na administração de materiais deve classificar como
materiais críticos aqueles que possuem demanda previsível, os quais devem ser estocados com base no risco.

28). (FCC / MPE – SE / 2009) Na administração de materiais e patrimônio, o princípio que se baseia no
fundamento de que a maior parte do investimento está concentrada em um pequeno
número de itens denomina-se:
a) estoque máximo. b) estoque mínimo.
c) supply chain. d) reposição periódica. e) classificação ABC.

29). (CESPE / IPOJUCA / 2009) A classificação XYZ é um método de análise qualitativa que determina a
criticidade dos materiais e dos medicamentos no hospital. Os itens X são aqueles considerados vitais ou críticos
para a produção, sem similar no hospital.

12
Com base na figura abaixo analise as questões 30 A 33.

30). Para a classificação dos itens de estoque nas seções I, II ou III da figura, considera-se o valor unitário de
cada um desses itens.

31). Os itens pertencentes à seção III da figura exigem controle mais apurado de movimentação e menor
tolerância a erros de
inventário.

32). Um gerente de suprimentos que tenha como objetivo a redução dos custos dos estoques deve priorizar a
redução dos lotes de compra dos itens alocados na seção I da figura.

33). Os itens alocados na seção identificada por I, na figura, são chamados itens A da curva ABC.

34). (CESPE / EBC / 2011) O critério de durabilidade deve ser o único parâmetro para a classificação
orçamentária de um material em consumo ou permanente.

35). (CESGRANRIO / FINEP / 2011) A classificação de materiais é de fundamental importância para uma boa
gestão dos estoques de qualquer empresa. Como exemplos de critérios de classificação, tem-se o valor anual
de consumo, a importância operacional, a perecibilidade, entre outros. Dentre os métodos abaixo, o único que
representa um tipo de classificação de estoques é:
a) Lead Time b) LEC – Lote Econômico de Compras c) SWOT
d) Curva ABC e) Ponto de Ressuprimento

36). (CESPE / MPU / 2010) A durabilidade, a incorporabilidade e a tangibilidade são parâmetros para
identificação de material permanente.

37). (CESPE / EBC / 2011) O critério de durabilidade deve ser o único parâmetro para a classificação
orçamentária de um material em consumo ou permanente.

(CESPE / MCT / 2008) Em obras de grande porte, ou indústrias de pré-moldados, é recomendável controlar o
estoque do almoxarifado mediante a aplicação da curva ABC, representada com os seguintes valores
estimativos. Na curva ABC, os itens de baixo custo representam 5% do valor e 50% do estoque (C) e os itens
de alto valor representam 80% do valor e 20% do estoque (A) e os itens médios (B) representam 15% do valor
e 30% da quantidade.

13
Tendo em vista essas informações, julgue os itens que se seguem.
38). O gestor do almoxarifado acertou ao classificar uma partida de pregos como sendo parte dos itens A.

39). O cimento, a areia e o ferro não devem ser considerados na curva ABC, pois são de alto consumo em
qualquer obra, exigindo constante reposição.

RESUMÃO DA AULA: ATENÇÃO: NÃO ESQUECER


Antes de iniciarmos nosso “MEMENTO”, com os principais pontos abordados em aula, vamos nos ater aos
conceitos basilares. O que é um recurso material e o que é um recurso patrimonial?

Com base na doutrina dominante, recurso material, refere-se aos elementos físicos empregados por uma organização
que concorrem para a constituição de seu produto final, podendo este produto final ser um material processado ou um
serviço. Normalmente os recursos materiais são passíveis de armazenamento e não possuem ideia de material
permanente. Já os recursos patrimoniais são os elementos físicos empregados por uma organização que são destinados à
manutenção das atividades dessa organização. Normalmente não são passíveis de armazenamento. Uma forma de separar
recursos materiais de patrimoniais é que os primeiros estão associados com bens de venda e os últimos estão associados
com os imobilizados da organização e também com o intangível da mesma.

Atributos para a Classificação de Materiais Permanentes e de Consumo

Material de Consumo: é aquele que, em razão de seu uso corrente, perde normalmente sua identidade física e/ou tem
sua utilização limitada a dois anos.
Material Permanente: é aquele que, em razão de seu uso corrente, não perde sua identidade física, mesmo quando
incorporado a outro bem, e/ou apresenta uma durabilidade superior a dois anos.

Atualmente o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (Portaria Conjunta STN/SOF nº 01/11) considera os
seguintes critérios:

“Um material é considerado de consumo caso atenda um, e pelo menos um, dos critérios a seguir:

I - Durabilidade, quando o material em uso normal perde ou tem reduzidas as suas condições de funcionamento, no prazo
máximo de dois anos;

II - Fragilidade, cuja estrutura esteja sujeita a modificação, por ser quebradiço ou deformável, caracterizando-se pela
irrecuperabilidade e/ou perda de sua identidade;

III - Perecibilidade, quando sujeito a modificações (químicas ou físicas) ou que se deteriora ou perde sua característica
normal de uso;

IV - Incorporabilidade, quando destinado à incorporação a outro bem, não podendo ser retirado sem prejuízo das
características do principal; e
V - Transformabilidade, quando adquirido para fim de transformação.”

14
Atributos e Etapas da Classificação de Materiais

Para Viana (2000), são três os atributos de um bom sistema de classificação:


 Abrangência = a classificação deve abordar uma série de características dos materiais, caracterizando-os de forma
abrangente. Aspectos físicos, financeiros, contábeis...são todos fundamentais em um sistema de classificação abrangente.
 Flexibilidade = Segundo Viana (2000), um sistema de classificação flexível é aquele que permite interfaces entre os
diversos tipos de classificação, de modo a obter uma visão ampla da gestão de estoques. Enquanto a abrangência tem a
ver com as características do material, a flexibilidade refere-se à “comunicação” entre os tipos de classificação, bem como
à possibilidade de adaptar e melhorar o sistema de classificação sempre que desejável.
Praticidade = a classificação deve ser simples e direta, sem demandar do gestor procedimentos complexos.

Etapas(ou princípios) que regem a classificação de materiais, conforme listados a


seguir:

 Catalogação = arrolamento de todos os itens de material existentes em estoque, permitindo uma ideia geral do conjunto;
Simplificação = redução da diversidade de itens de material em estoque que se destinam a um mesmo fim. Caso existam
dois itens de material que são empregados para a mesma finalidade, com o mesmo resultado – indiferentemente, opta-se
pela inclusão no catálogo de materiais de apenas um deles. A simplificação é uma etapa que antecede a padronização;
Identificação (Especificação) = descrição minuciosa do material, possibilitando sua individualização em uma linguagem
familiar ao mercado;
Normalização = estabelecimento de normas técnicas para os itens de material em si, ou para seu emprego com
segurança. Pode-se dizer, da mesma forma, que a normalização de itens de material é
necessária para a consecução da padronização em sua completude.
A entidade oficial de normalização no Brasil é a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT);
Padronização = uniformização do emprego e do tipo do material. Facilita o diálogo com o mercado, facilita o controle,
permite a intercambialidade de sobressalentes ou demais materiais de consumo (peças, cartuchos de impressoras
padronizadas, bobinas de fax etc.);
Codificação = atribuição de uma série de números e/ou letras a cada item de material, de forma que essa informação,
compilada em um único código, represente as características do item. Cada item terá, assim, um único código.

Veremos, a seguir os principais tipos de classificação:


a)Possibilidade de fazer ou comprar: há duas estratégias possíveis: a verticalização e a horizontalização
b) Por demanda: Materiais de Estoque Materiais Não-de-Estoque
c) Por aplicação na organização MATÉRIA-PRIMA, PRODUTO INTERMEDIÁRIO
OU EM PROCESSO, PRODUTO FINAL OU ACABADO, MATERIAL AUXILIAR
d) Por periculosidade
e) Por perecibilidade
f) Por importância operacional (Classificação XYZ)
g) Por valor econômico (Curva ABC)

GONÇALVES, P. S. Administração de Materiais, 3ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.


VIANA, J. J. Administração de Materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas, 2000.

15

Você também pode gostar