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Apostila ADM.

Materiais

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

Prof. FÁBIO MAIA

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1 – A ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

A atividade de material existe desde a mais remota época, através das trocas de
caças e de utensílios até chegarmos aos dias de hoje, passando pela Revolução
Industrial. Produzir, estocar, trocar objetos e mercadorias é algo tão antigo
quanto a existência do ser humano.
A Revolução Industrial, meados dos séc. XVIII e XIX, acirrou a concorrência de
mercado e sofisticou as operações de comercialização dos produtos, fazendo
com que “compras” e “estoques” ganhassem maior importância. Este período foi
marcado por modificações profundas nos métodos do sistema de fabricação e
estocagem em maior escala. O trabalho, até então, totalmente artesanal foi em
parte substituído pelas máquinas, fazendo com a produção evoluísse para um
estágio tecnologicamente mais avançado e os estoques passassem a ser vistos
sob um outro prisma pelas
administrações. A constante evolução fabril, o consumo, as exigências dos
consumidores, o mercado concorrente e novas tecnologias deram novo impulso
à Administração de Materiais, fazendo com que a mesma fosse vista como uma
arte e uma ciência das mais importantes para o alcance dos objetivos de uma
organização, seja ela qualquer que fosse.
Um dos fatos mais marcantes e que comprovaram a necessidade de que
materiais devem ser administrados cientificamente foi, sem dúvida, as duas
grandes guerras mundiais, isso sem contar com outros desejos de conquistas
como, principalmente, o empreendimento de Napoleão Bonaparte. Em todos os
embates ficou comprovado que o fator abastecimento ou suprimento se
constituiu em elemento de vital importância e que determinou o sucesso ou o
insucesso dos empreendimentos. Soldados e estratégias por mais eficazes que
fossem, eram insuficientes para o alcance dos resultados esperados.
Munições, equipamentos, víveres, vestuários adequados, combustíveis foram,
são e serão necessários sempre, no momento oportuno e no local certo, isto
quer dizer que administrar materiais é como administrar informações: “quem os
têm quando necessita, no local e na quantidade necessária, possui ampla
possibilidade de ser bem sucedido”.

ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS: DEFINIÇÕES

A Administração de Materiais é definida como sendo um conjunto de atividades


desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada ou não,
destinadas a suprir as diversas unidades, com os materiais necessários ao
desempenho normal das respectivas atribuições. Tais atividades abrangem
desde o circuito de reaprovisionamento, inclusive compras, o recebimento, a
armazenagem dos materiais, o fornecimento dos mesmos aos órgãos
requisitantes, até as operações gerais de controle de estoques etc.

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Em outras palavras: “A Administração de Materiais visa à garantia de existência


contínua de um estoque, organizado de modo a nunca faltar nenhum dos itens
que o compõem, sem tornar excessivo o investimento total”.
A Administração de Materiais moderna é conceituada e estudada como um
Sistema Integrado em que diversos subsistemas próprios interagem para
constituir um todo organizado. Destina-se a dotar a administração dos meios
necessários ao suprimento de materiais imprescindíveis ao funcionamento da
organização, no tempo oportuno, na quantidade necessária, na qualidade
requerida e pelo menor custo.
A oportunidade, no momento certo para o suprimento de materiais, influi no
tamanho dos estoques. Assim, suprir antes do momento oportuno acarretará, em
regra, estoques altos, acima das necessidades imediatas da organização. Por
outro lado, a providência do suprimento após esse momento poderá levar a falta
do material necessário ao atendimento de determinada necessidade da
administração. Do mesmo modo, o tamanho do Lote de Compra acarreta as
mesmas conseqüências: quantidades além do necessário representam
inversões em estoques ociosos, assim como, quantidades aquém do necessário
podem levar à insuficiência de estoque, o que é prejudicial à eficiência
operacional da organização.
Estes dois eventos, tempo oportuno e quantidade necessária, acarretam, se
mal planejados, além de custos financeiros indesejáveis, lucros cessantes,
fatores esses decorrentes de quaisquer das situações assinaladas. Da mesma
forma, a obtenção de material sem os atributos da qualidade requerida para o
uso a que se destina acarreta custos financeiros maiores, retenções ociosas de
capital e oportunidades de lucro não realizadas. Isto porque materiais, nestas
condições podem implicar em paradas de máquinas, defeitos na fabricação ou
no serviço, inutilização de material, compras adicionais, etc.
Os subsistemas da Administração de Materiais, integrados de forma sistêmica,
fornecem, portanto, os meios necessários à consecução das quatro condições
básicas alinhadas acima, para uma boa Administração de material.
Decompondo esta atividade através da separação e identificação dos seus
elementos componentes, encontramos as seguintes subfunções típicas da
Administração de Materiais, além de outras mais específicas de organizações
mais complexas:

a.1 - Subsistemas Típicos:


a.1.1- Controle de Estoque - subsistema responsável pela gestão econômica
dos estoques, através do planejamento e da programação de material,
compreendendo a análise, a previsão, o controle e o ressuprimento de material.
O estoque é necessário para que o processo de produção-venda da empresa
opere com um número mínimo de preocupações e desníveis. Os estoques
podem ser de: matéria-prima, produtos em fabricação e produtos acabados. O

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setor de controle de estoque acompanha e controla o nível de estoque e o


investimento financeiro envolvido.
a.1.2- Classificação de Material - subsistema responsável pela identificação
(especificação), classificação, codificação, cadastramento e catalogação de
material.
a.1.3- Aquisição / Compra de Material - subsistema responsável pela gestão,
negociação e contratação de compras de material através do processo de
licitação. O setor de Compras preocupa-se sobremaneira com o estoque de
matéria-prima. É da responsabilidade de Compras assegurar que as matérias-
primas exigida pela Produção estejam à disposição nas quantidades certas, nos
períodos desejados. Compras não é somente responsável pela quantidade e
pelo prazo, mas precisa também realizar a compra em preço mais favorável
possível, já que o custo da matéria-prima é um
componente fundamental no custo do produto.
a.1.4- Armazenagem / Almoxarifado - subsistema responsável pela gestão
física dos estoques, compreendendo as atividades de guarda, preservação,
embalagem, recepção e expedição de material, segundo determinadas normas e
métodos de armazenamento. O Almoxarifado é o responsável pela guarda física
dos materiais em estoque, com exceção dos produtos em processo. É o local
onde ficam armazenados os produtos, para atender a produção e os materiais
entregues pelos fornecedores
a.1.5- Movimentação de Material - subsistema encarregado do controle e
normalização das transações de recebimento, fornecimento, devoluções,
transferências de materiais e quaisquer outros tipos de movimentações de
entrada e de saída de material.
a.1.6 - Inspeção de Recebimento - subsistema responsável pela verificação
física e documental do recebimento de material, podendo ainda encarregar-se
da verificação dos atributos qualitativos pelas normas de controle de qualidade.
a.1.7 - Cadastro - subsistema encarregado do cadastramento de fornecedores,
pesquisa de mercado e compras.

a.2 - Subsistemas Específicos:


a.2.1 - Inspeção de Suprimentos - subsistema de apoio responsável pela
verificação da aplicação das normas e dos procedimentos estabelecidos para o
funcionamento da Administração de Materiais em toda a organização,
analisando os desvios da política de suprimento traçada pela administração e
proporcionando soluções.
a.2.2 - Padronização e Normalização - subsistema de apoio ao qual cabe a
obtenção de menor número de variedades existentes de determinado tipo de
material, por meio de unificação e especificação dos mesmos, propondo
medidas de redução de estoques.
a.2.3 - Transporte de Material - subsistema de apoio que se responsabiliza pela
política e pela execução do transporte, movimentação e distribuição de material.

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A colocação do produto acabado nos clientes e as entregas das matérias-primas


na fábrica é de responsabilidade do setor de Transportes e Distribuição. É nesse
setor que se executa a Administração da frota de veículos da empresa, e/ou
onde também são contratadas as transportadoras que prestam serviços de
entrega e coleta.

A integração destas subfunções funciona como um sistema de engrenagens que


aciona a Administração de Material e permite a interface com outros sistemas da
organização. Assim, quando um item de material é recebido do fornecedor,
houve, antes, todo um conjunto de ações inter-relacionadas para esse fim: o
subsistema de Controle de Estoque aciona o subsistema de Compras que
recorre ao subsistema de Cadastro.
Quando do recebimento, do material pelo almoxarifado, o subsistema de
Inspeção é acionado, de modo que os itens aceitos pela inspeção física e
documental são encaminhados ao subsistema de Armazenagem para guarda
nas unidades de estocagem próprias e demais providências, ao mesmo tempo
que o subsistema de Controle de Estoque é informado para proceder aos
registros físicos e contábeis da movimentação de entrada. O subsistema de
Cadastro também é informado, para encerrar o dossiê de compras e processar
as anotações cadastrais pertinentes ao fornecimento.
Os materiais recusados pelo subsistema de Inspeção são devolvidos ao
fornecedor. A devolução é
providenciada pelo subsistema de Aquisição que aciona o fornecedor para essa
providência após ser informado, pela Inspeção, que o material não foi aceito.
Igualmente, o subsistema de Cadastro é informado do evento para providenciar
o encerramento do processo de compra e processar, no cadastro de
fornecedores, os registros pertinentes.
Quando o material é requisitado dos estoques, este evento é comunicado ao
subsistema de Controle de Estoque pelo subsistema de Armazenagem. Este
procede à baixa física e contábil, podendo, gerar com isso, uma ação de
ressuprimento. Neste caso, é emitida pelo subsistema de Controle de Estoques
uma ordem ao subsistema de Compras, para que o material seja comprado de
um dos fornecedores cadastrados e habilitados junto à organização pelo
subsistema de Cadastro. Após a concretização da compra, o subsistema de
Cadastro também fica responsável para providenciar, junto aos fornecedores, o
cumprimento do prazo de entrega contratual, iniciando o ciclo, novamente, por
ocasião do recebimento de material.
Todos esses subsistemas não aparecem configurados na Administração de
Materiais de qualquer organização. As partes componentes desta função
dependem do tamanho, do tipo e da complexidade da organização, da natureza
e de sua atividade-fim, e do número de itens do inventário.

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3 RESPONSABILIDADE E ATRIBUIÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO DE


MATERIAIS

a) suprir, através de Compras, a empresa, de todos os materiais necessários ao


seu funcionamento;
b) avaliar outras empresas como possíveis fornecedores;
c) supervisionar os almoxarifados da empresa;
d) controlar os estoques;
e) aplicar um sistema de reaprovisionamento adequado, fixando Estoques
Mínimos, Lotes Econômicos e outros índices necessários ao gerenciamento dos
estoques, segundo critérios aprovados pela direção da empresa;
f) manter contato com as Gerências de Produção, Controle de Qualidade,
Engenharia de Produto, Financeira etc.
g) estabelecer sistema de estocagem adequado;
h) coordenar os inventários rotativos.

4 OBJETIVOS PRINCIPAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E


RECURSOS
PATRIMONIAIS

A Administração de Materiais tem por finalidade principal assegurar o contínuo


abastecimento de artigos necessários para comercialização direta ou capaz de
atender aos serviços executados pela empresa.
As empresas objetivam diminuir os custos operacionais para que elas e seus
produtos possam ser competitivos no mercado.
Mais especificamente, os materiais precisam ser de qualidade produtiva para
assegurar a aceitação do produto final. Precisam estar na empresa prontos para
o consumo na data desejada e com um preço de aquisição acessível, a fim de
que o produto possa ser competitivo e assim, dar à empresa um retorno
satisfatório do capital investido.
Segue os principais objetivos da área de Administração de Recursos Materiais e
Patrimoniais:

a) Preço Baixo - este é o objetivo mais óbvio e, certamente um dos mais


importantes. Reduzir o preço de compra implica em aumentar os lucros, se
mantida a mesma qualidade;
b) Alto Giro de Estoques - implica em melhor utilização do capital, aumentando
o retorno sobre os investimentos e reduzindo o valor do capital de giro;
c) Baixo Custo de Aquisição e Posse - dependem fundamentalmente da
eficácia das áreas de Controle de Estoques, Armazenamento e Compras;

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d) Continuidade de Fornecimento - é resultado de uma análise criteriosa


quando da escolha dos fornecedores. Os custos de produção, expedição e
transportes são afetados diretamente por este item;
e) Consistência de Qualidade - a área de materiais é responsável apenas pela
qualidade de materiais e serviços provenientes de fornecedores externos. Em
algumas empresas a qualidade dos produtos e/ou serviços constitui-se no único
objetivo da Gerência de Materiais;
f) Despesas com Pessoal - obtenção de melhores resultados com a mesma
despesa ou, mesmo resultado com menor despesa - em ambos os casos o
objetivo é obter maior lucro final. “Às vezes compensa investir mais em pessoal
porque se pode alcançar com isto outros objetivos, propiciando maior benefício
com relação aos custos”;
g) Relações Favoráveis com Fornecedores - a posição de uma empresa no
mundo dos negócios é, em alto grau determinada pela maneira como negocia
com seus fornecedores;
h) Aperfeiçoamento de Pessoal - toda unidade deve estar interessada em
aumentar a aptidão de seu pessoal;
i) Bons Registros - são considerados como o objetivo primário, pois contribuem
para o papel da Administração de Material, na sobrevivência e nos lucros da
empresa, de forma indireta.

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A ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

CICLO DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

Necessidades dos Clientes


 Levantamento de Informações (Consumo / Demanda)
 Análise das Necessidades

Planejamento de Materiais (PCP)


 Análise de atendimento aos clientes internos e externos a partir dos estoques
existentes.
 Análise da necessidade de Reposição (comprar ou fabricar)

Reposição de Materiais
 Compras
 Seleção de Fornecedores
 Emissão de Pedido (acompanhamento - follow-up)

Recebimento de Materiais
 Deve verificar:
 Dados Fiscais e Contábeis
 Quantidade
 Qualidade
 Outros registros

Armazenamento
 Adequado
 Facilidade de manuseio
 Manutenção dos níveis de qualidade
 Controle dos Estoques

A ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS geralmente envolve os


Departamentos conforme ilustra a figura:

ADMINISTRAÇÃO
DE MATERIAIS

COMPRAS RECEBIMENTO ALMOXARIFADO P.C.P EXPEDIÇÃO

ÍNDICES DE DESEMPENHO

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a) Grau de Atendimento
GA = No. de itens atendidos x 100
No. total de itens solicitados

Ex. No. de itens atendidos = 570


No. de itens solicitados = 600
GA = 570 x 100 / 600 = 95%

 NA PRODUÇÃO O “GA” PODE SER AVALIADO PELO ÍNDICE DE PARADAS DE


MÁQUINAS POR FALTA DE MATERIAL. (IPM = Índice de Parada de Máquinas)

IPM = Horas Máquina Parada x 100


Total Horas Trabalhadas

Ex.
Horas Máquina Parada por falta de material no mês = 4.400 hs
Total de Horas Trabalhadas no mês = 88.000 horas

IPM = 4.400 x 100 / 88000 = 5 %

GA = 100 - IPM
GA = 100 - 5 Portanto GA = 95%

b) RETORNO DE CAPITAL

RC = Lucro / Capital

RC = Lucro x Vendas
Vendas Capital

Rentabilidade de Vendas (RV) = Lucro / Vendas

Giro de Capital (GC) = Vendas / Capital

Portanto: RC = RV x GC

Capital = Realizável + Permanente + Circulante


Estoques fazem parte do Capital Circulante

Lucro = Vendas - Despesas

c) Giro de Estoque (GE)

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GE = vendas anuais ($ ou unidades)


estoque médio ($ ou unidades)

 Vendas anuais corresponde ao valor ou quantidade vendida durante um ano

 Estoque Médio corresponde ao valor ou quantidade média mantida em estoque

Exemplo:
Capital = $ 30.000,00 Vendas = $ 10.000,00 Despesas = 7.000,00
Capital investido em estoques = $ 10.000,00
Lucro = 10.000,00 - 7.000,00 = 3.000,00
Retorno de Capital = 3.000,00 (x 100) = 10%
30.000,00
Rentabilidade de Vendas = 3.000,00 x100 = 30%
10.000,00
Giro de Capital = 10.000,00 = 0,3333 vezes ao ano
30.000,00
Conferindo: RC = 30% x 0,3333 = 10%

Giro de Estoque = 10.000,00 = 1,0 vez ao ano


10.000,00

Supondo uma redução de Capital de 20% em estoques:

Redução do Capital investido em estoques = 20% de $ 10.000,00 = $ 2.000,00

Capital = 30.000,00 - 2.000,00 = 28.000,00


Retorno de Capital = 3.000,00 x 100 = 10,71 %
28.000,00

Rentabilidade de Vendas = 3.000 / 10.000,00 = 30%

Giro de Capital = 10.000,00 / 28.000,00 = 0,35714 vezes ao ano

Conferindo: RC = 30% x 0,35714 = 10,71 % RC passou de 10% para 10,71%

Giro de Estoque = 10.000,00 = 1,25 vezes ao ano


8.000,00

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1 – DIMENSIONAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUES

2.1 - FUNÇÕES E OBJETIVOS


OBJETIVO: Maximizar o lucro sobre capital investido

FUNÇÕES:
a) A função principal do Dimensionamento e Controle de Estoques é a de atender os
clientes internos e externos quantos aos materiais e produtos de que necessitam, ao
mínimo custo.
ATIVIDADES PRINCIPAIS

 DETERMINAR “O QUÊ” DEVE PERMANECER EM ESTOQUE;

 DETERMINAR “QUANDO” REABASTECER OS ESTOQUES;

 DETERMINAR “QUANTO” DE ESTOQUE SERÁ NECESSÁRIO PARA UM PERÍODO DETERMINADO;

 ACIONAR O DEPARTAMENTO DE COMPRAS PARA EXECUTAR AQUISIÇÃO DE ESTOQUES

 RECEBER E ARMAZENAR OS ESTOQUES ADQUIRIDOS;

 CONTROLAR OS ESTOQUES EM TERMOS DE QUANTIDADE E VALOR;

 FORNECER INFORMAÇÕES SOBRE POSIÇÃO DO ESTOQUE;

 MANTER INVENTÁRIOS PERIÓDICOS PARA AVALIAR QUANTIDADE E ESTADO DOS MATERIAIS;

 IDENTIFICAR E RETIRAR DOS ESTOQUES OS ITENS OBSOLETOS E DANIFICADOS

b) Conciliar da melhor maneira os objetivos dos departamentos envolvidos, sem


prejudicar a operacionalidade da empresa.

Conflitos interdepartamentais quanto a estoques

COMPRAS FINANCEIRO
Matéria Prima -Desconto sobre as quanti- -Capital investido
(alto estoque) dades a serem compradas -Perda financeira
-------------------------------------------------------------------------------------------------
PRODUÇÃO FINANCEIRO
Material em Processo -Nenhum risco de falta -Aumento do custo
(alto estoque) de material. de armazenagem
-Grandes lotes de fabricação. -Maior risco de perda
e obsolescência.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
VENDAS FINANCEIRO
Produto Acabado -Entregas rápidas -Capital investido

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(alto estoque) -Boa imagem, melhores vendas -Maior custo de


armazenagem

(DIAS, 1999)

2.2 – POLÍTICAS DE ESTOQUES

POLÍTICAS SÃO DIRETRIZES QUE SERVEM DE GUIA AOS PROGRAMADORES E


CONTROLADORES. DE MANEIRA GERAL SÃO:

 Metas de empresas quanto ao prazo de entrega de produtos aos clientes.


 Definição do número de depósitos e da lista de materiais a serem estocados neles.
 Até que nível deverão flutuar os estoques para atender uma alta ou baixa das vendas
(alteração de consumo).
 Até que ponto será permitida a especulação com estoque (compra antecipada com
desconto).
 Definição da rotatividade de estoques.

2.3 - PREVISÃO PARA OS ESTOQUES

TIPOS DE ESTOQUES

Matérias Primas
 Materiais e Componentes

Materiais para Manutenção

Produtos em Processo
 Estágio de Fabricação
 Inclui espera para Análise de Qualidade

Produto Semi Acabado


 Aguardando operações adicionais
 Customização (Personalização)

Produtos Acabados
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 Todas as operações já realizadas

Estoque de Distribuição

Estoque em Consignação

INFORMAÇÕES BÁSICAS PARA PREVISÃO

a) QUANTITATIVAS
• evolução de vendas no passado
• variáveis ligadas diretamente a vendas - ex. pedido em carteira
• variáveis como: população, renda, etc.
• influência de propaganda

b) QUALITATIVAS
• Opiniões de gerentes, vendedores, compradores, pesquisa de mercado.

2.3.1 - TÉCNICAS DE PREVISÃO

a) Projeção (base histórica)

b) Explicação (explica vendas relacionadas a variáveis cuja evolução é conhecida)

c) Predileção (baseada na experiência de funcionários conhecedores do mercado)


2.3.2 - FORMAS DE EVOLUÇÃO DE CONSUMO

a) Evolução Horizontal

b) Evolução de Consumo sujeito a tendência

c) Evolução Sazonal

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Influências que podem alterar o consumo

 Políticas
 Conjunturais
 Sazonais
 Alteração no comportamento dos clientes
 Inovações técnicas
 Novos produtos
 Produtos retirados do mercado

2.3.3 - MÉTODOS DE PREVISÃO DE DEMANDA

a) Método do Último Período

Consiste em utilizar como previsão para o período seguinte o valor


ocorrido no período anterior.
Ex. CJan = 20 CpJan =

b) Método da Média Móvel


Consiste no cálculo da média dos valores de consumo nos “n”
períodos anteriores.

C1 + C2 + C3 + Cn
Cp = ------------------------------------
N

Cp = Consumo previsto
C = Consumo nos períodos anteriores
N = Número de períodos

Exemplo:
Consumo (mês): Jan =20; Fev = 18, Mar = 22; Abr = 20; Mai = 24; Jun = 26.

20 + 18 + 22 + 20 + 24 + 26
Cp Jul = ------------------------------------ = 22
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c) Método da Média Móvel Ponderada

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Este método permite a atribuição de pesos aos valores


correspondentes aos períodos. O Valor de Cp (Consumo previsto) será
dado por:
∑ Ci . Pi
Cp = --------------
∑ Pi

onde: Ci = Consumo no i-ésimo período


Pi = peso dado ao i-ésimo período

Exemplo: (atribuição de pesos maiores para os últimos períodos)

Período Consumo Peso Ci . Pi


Mês ( Ci ) ( Pi )
Jan 40 5 200
Fev 50 10 500
Mar 60 15 900
Abr 55 20 1100
Mai 70 30 2100
Jun 75 40 3000
∑ 120 7800

Cp Jul = 7800 / 120 → Cp Jul = 65

d) Método da Média com Ponderação Exponencial


Neste método são necessários três fatores para gerar a previsão do
próximo período:
• O consumo ocorrido no último período
• A previsão do último período, e
• Uma constante que determina o valor ou ponderação dada aos
valores mais recentes.

A previsão para o próximo período será dada por:

CPn +1 = α . Cn + (1- α ) . CPn

Onde:
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CPn+1 = previsão para o período


CPn = previsão do período n
Cn = consumo do período n
α = constante
Exemplo:
CPn+1 = previsão para o período - CP Fev
CPn = previsão do período n - CP Jan = 90
Cn = consumo do período n - Cn Jan = 102
α = constante - α = 0,2
Cp Fev = 0,2 . 102 + ( 0,8 ) . 90 = 20,4 + 72 = 92,4

CP Fev = 93

e) Método dos Mínimos Quadrados

Este método é utilizado para determinar a melhor linha de ajuste que passa mais
perto de todos os dados coletados, ou seja, é a linha de melhor ajuste que minimiza as
distâncias entre cada ponto de consumo levantado.
A linha reta é definida pela equação:

γ = a + bx
Onde:
Y = Consumo previsto para o período (Cp)
Os valores de “a” e “b” são obtidos pelas equações:

∑γ = N.a + ∑x . b onde: N = Número de períodos

∑x γ = ∑x . a + ∑x2 . b

Cp = a + bx

Exemplo:

Período Consumo
Ano Y X X2 X.Y

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2001 108 0 0 0
2002 119 1 1 119
2003 110 2 4 220
2004 122 3 9 366
2005 130 4 16 520
∑ 589 10 30 1225

∑γ = N.a + ∑x . b ∑ x γ = ∑x . a + ∑x2 . b

589 = 5 a + 10 b 1225 = 10 a + 30 b
(.-2) -1178 = -10a – 20 b - 1178 =-10 a - 20 b
____________________________

47 = 10 b b = 4,7
Substituindo “b”
589 = 5 a + 10 . 4,7
5 a = 589 – 47 a = 108,4

Cp = a + bx [ “x” do ano-base à previsão (2006 – 2001) x = 5]

Cp 2006 = 108,4 + 4,7 . 5 108,4 + 23,5 = 131,9 132

Cp 2006 = 132

3 – CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS

CONCEITO DE ITEM

 O termo “item” de material é aplicável a um conjunto de objetos (materiais) que


possuem as mesmas características.
 O termo “SKU” (Stock Keeping Unit) é utilizado para designar um item de estoque.

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Exemplos:
Uma lata de cerveja de 350 ml. (unidade = 1 lata)
Uma caixa com 24 latas de cerveja. (unidade = 24 latas)
Álcool em embalagem de 1 litro
Álcool a granel (Posto de Combustíveis)
Conjunto de peças iguais ( 1 caixa de borrachas)
Conjunto de peças diferentes ( 1 “Kit” de ferramentas)

Formas de Identificação

Código de barras
Código impresso em etiquetas
“EPC” (Electronic Product Code) - Código eletrônico de produto (etiqueta
com um circuito eletrônico). O EPC é composto por um número de parte e
um número de série.

CONCEITO DE NÚMERO DE PARTE E NÚMERO DE SÉRIE

Número de Parte (Part Number)


São códigos para identificação de itens de materiais. Também são conhecidos
como “Código do Produto”, “Número de Parte” ou “Número de Peça”.

Número de Série (Serial Number)


É utilizado quando há a necessidade de identificar cada produto. (Ex. Televisores,
Chassi).

IDENTIFICAÇÃO DE LOTES

Um lote pode ser identificado pela “faixa do número de série” e normalmente


contém a “data de fabricação”

Permite a “rastreabilidade” por necessidade legal e por interesse do controle de


qualidade.

IDENTIFICAÇÃO PELOS ATRIBUTOS

A descrição de um item pode ser feita através de suas características (atributos,


propriedades) conhecida por nome, nomenclatura, descrição, designação,
especificação.

Nomenclatura Estrutura. É composta por:


Nome Básico - Ex. Arruela

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Nome Modificador - Arruela lisa de cobre, espessura 0,5 mm, diâmetro interno
6 mm, diâmetro externo 14 mm.
TIPOS DE CÓDIGOS
CÓDIGOS SEGUÊNCIAIS
Composto por um código inicial e uma regra de seqüência.
É interessante definir previamente o número máximo de caracteres
Exemplo: Código inicial = 1001
Regra de seqüência = “Soma 1”

CÓDIGO EM GRUPOS
O código é dividido em grupos e a cada grupo se associa um significado.
Exemplo:
01 – 05– 1010
Código de identificação (Lisa, Cobre)
Classe (Arruelas)
Grupo (Matéria Prima)

Exemplos de Grupos:
01 – Matéria Prima
02 – Materiais de Limpeza
03 – Óleos, Combustíveis e Lubrificantes
04 – Materiais de Escritório

CÓDIGO EM FAIXAS
Quando, numa codificação seqüencial, cada faixa de códigos possui um
significado.
Exemplo:
101 a 299 = matérias primas
301 a 599 = produtos semi-acabados
601 a 999 = produtos acabados

CÓDIGOS MNEUMÔNICOS
Quando possui caracteres (alfanuméricos) associados com o elemento a ser
codificado
MP = Matéria Prima
SA = Semi Acabado
PA = Produto Acabado
Exemplo:
MP - 05 (Matéria Prima - Chapas de Aço)

EQUIVALÊNCIA

Entre o código da empresa e o código do fornecedor


Nosso Código Fornecedor Código do Fornecedor

4896 233 23 – 45 - 002

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3.1 – TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO


A classificação tem a finalidade de separar um conjunto de itens em classes.
• Natureza: características físico-químicas
Produtos de aço, petróleo, madeira, químicos, etc.

• Função: o que o material faz


Combustível, limpeza, fixação, solventes, etc.

• Aplicação por Equipamento


Peças para Tornos CNC, Peças para Caldeira, etc.

• Aplicação por Setor


Materiais para Escritório, Materiais para Laboratório, etc.

• Aplicação por Projeto


Materiais para Projeto de Prevenção de Incêndios

• Criticidade: Grau de imprescindibilidade


Grau 1 – paralisa setores importantes, acarreta risco de vida,
não há materiais alternativos.
Grau 2 - paralisa setores importantes, acarreta risco de vida,
há materiais alternativos.
Grau 3 – etc. (continua de acordo com a necessidade)

• Origem: onde é obtido


Produzido no mercado nacional, importado, etc.

• Fiscal: para fins de tributação


Produto acabado, em processo, embalagem, etc.

• Dificuldade de aquisição
Sazonalidade de mercado, regulamentados, importados, etc.

• Freqüência de demanda
Regular, irregular, eventual

• Dificuldade de armazenagem
Inflamáveis, muito pesado, volumoso, úmido, tóxico, etc.

• Periculosidade
Norma NBR 7502 da ABNT, Portaria 3214 da CLT.

• Recuperação
Reparáveis, reprocessamento, reutilização, irrecuperáveis.

• Perecimento
Tempo de estocagem, contaminação, corrosão, etc.

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3.2 - CLASSIFICAÇÃO ABC

3.2.1 - Conceituação
É um método que permite identificar os itens de estoques mais importantes no sentido de
valor financeiro (capital investido em estoques).
“Após a ordenação dos itens as classes da curva ABC podem ser definidas das
seguintes maneiras:
Classe A: Grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com uma atenção especial pela
administração.
Classe B: Grupo de itens em situação intermediária entre as classes A e C.
Classe C: Grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção por parte da
administração.
(DIAS, 1999)

3.2.2 – Planejamento
O Planejamento consiste na utilização de diferentes esquemas ou modelos para a
construção da Curva ABC, em geral são considerados os seguintes aspectos:

1: Necessidade da Curva ABC, discussão preliminar e definição dos objetivos.


2. Verificação das técnicas para análise, tratamento dos dados e cálculos.
3. Obtenção da classificação ABC, tabelas explicativas e gráfico
4. Análise e conclusões
5. Providências e decisões.

3.2.3 – Aplicação e Montagem

Exemplo:
a) Coleta dos dados
ITEM DEMANDA PREÇO VALOR DO GRAU
ANUAL UNIT. CONSUMO
R$ ANUAL
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12

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b) Ordenação dos dados


GRAU ITEM VALOR DO VALOR CONSUMO % CLASSI-
CONSUMO ACUMULADO FICAÇÃO

c) Determinação das classes A, B e C e construção do gráfico

Exercício 3: Dada a relação de itens de estoque na tabela abaixo determine a formação


de grupos segundo o método de classificação ABC.

ITEM DEMANDA PREÇO VALOR DO GRAU


ANUAL UNIT. CONSUMO
R$ ANUAL
A 10.000 1,00
B 20.200 12,00
C 90.000 3,00
D 9.000 6,00
E 7.000 10,00
F 20 1200,00
G 42.000 0,60
H 8.000 2,80
I 1.800 4,00
J 130 60,00

GRAU ITEM VALOR DO VALOR CONSUMO % CLASSI-


CONSUMO ACUMULADO FICAÇÃO

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4 – NÍVEIS DE ESTOQUE

Os níveis de estoque em função do tempo de um determinado item de estoque


pode ser representado no gráfico a seguir;

4.1 - CURVA DENTE DE SERRA


É comum representar os níveis de estoque utilizando-se uma linha reta que representa
a média da demanda. Está representação é conhecida como dente de serra.

250
200
Quantidade

150
Série1
100
50
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
DIAS

4.2 - TEMPO DE RESSUPRIMENTO E PONTO DE RESSUPRIMENTO

Tempo de Ressuprimento (TR)


É o tempo compreendido desde a verificação de que o estoque precisa ser reposto até o
momento em que um novo lote é recebido e passa a fazer parte do estoque. Este tempo
envolve a emissão do pedido, o tempo necessário para que o fornecedor execute a
preparação do pedido e o transporte do material do fornecedor até a empresa.

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Ponto de Ressuprimento (PR)


É a saldo de material disponível (quantidade) onde se constata que um determinado item
de estoque necessita ser reposto.

L = Lote
D = Demanda
PR = Ponto de Ressuprimento Exemplo do cálculo do PR
TR = Tempo de Ressuprimento D = 2 peças por dia
ES = Estoque de Segurança TR = 10 dias
ES = 5 peças
PR = D x TR + ES PR = 2 x 10 + 5
PR = 25 peças

ALGUMAS DEFINIÇÕES

Considerando o gráfico ilustrativo:

Temos que:

Demanda Média Dm = D1 + D2 + D3 + D4 + Dn / n

Estoque Médio Em = ES + L / 2

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Estoque Máximo Emáx = ES + L


Rotatividade (R) ou Giro de Estoque (GE)

Indica o número de vezes que o estoque girou durante o ano

R = Dm (anual) / Em

Exemplo:
Demanda anual = 800 unidades
Estoque médio = 100 unidades

R = 800 / 100 R = 8 vezes/ano

Taxa de Cobertura ou Antigiro


Indica o tempo de cobertura do estoque médio de um determinado item em relação ao
consumo médio.

Taxa de Cobertura = Estoque Médio


Consumo Médio

Exemplo:
Estoque médio = 3.000 unidades
Consumo médio mensal = 2.000 unidades

Taxa de Cobertura = 3.000 / 2.000 Taxa de Cobertura = 1,5 meses

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Ruptura de Estoque
Ocorre quando o estoque é zero e não é possível atender a necessidade de consumo.

Intervalo de Ressuprimento
É o tempo compreendido entre dois Pontos de Ressuprimentos consecutivos

4.3 – ESTOQUE DE SEGURANÇA

É a quantidade mínima que deve existir em estoque, que se destina a cobrir:


oscilações de consumo, atrasos de suprimento, rejeição de um lote por parte do
Controle de Qualidade, diferenças de inventário entre outros fatores.

(BERTAGLIA, 2006)

A determinação do Estoque de Segurança depende do:

 Grau de exatidão da previsão de consumo


 Tempo de Ressuprimento (TR); e
 Grau de Atendimento (GA)

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4.4 MODELOS DE CÁLCULO PARA O ESTOQUE DE SEGURANÇA

a) FÓRMULA SIMPLES

ES = C x k
Onde:
ES = Estoque de Segurança
C = Consumo médio
K = Fator de Segurança

O fator “k” reflete a qualidade de serviço que pretende-se prestar, é proporcional


ao “GA” (Grau de Atendimento).

Exemplo:
C = 60 unidades/mês
K = 0,9 (GA = 90%)

ES = 60 x 0,9 ES = 54 unidades

b) MÉTODO DA PORCENTAGEM

Aplica-se uma porcentagem que geralmente varia de 25 a 45% sobre o consumo


médio durante o tempo de ressuprimento (TR).

ES = Cm x TR x %

Exemplo:
Cm = Consumo médio = 180 unidades/mês
TR = 15 dias (0,5 mês)
% = 30%

ES = 180 X 0,5 X 0,30 ES = 27 unidades

c) MÉTODO DA PORCENTAGEM DA ESTATÍSTICA DE CONSUMO

Objetiva dar cobertura para variações de demanda esperada durante o tempo de


ressuprimento.

Exemplo:
Consumo diário: 90; 80; 70; 65; 60; 50; 40; 30 e 20
No. de dias em que ocorreu o consumo: 4, 8; 12; 28; 49; 80; 110; 44 e 30.

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TR = 10 dias

(1) (2) (3) (4) (5)


Consumo No. de dias em Acumulado % do
Diário que ocorreu o (1) x (2) Acumulado
consumo
90 4 360 360 2,12
80 8 640 1000 5,91
70 12 840 1840 10,87
65 28 1820 3660 21,63
60 49 2940 6600 39,00
50 80 4000 10600 62,64
40 110 4400 15000 88,85
30 44 1320 16320 96,45
20 30 600 16920 100
∑ 365 16920

ES = ( Cmáx - Cm ) x TR

Cmáx = Consumo máximo


Cobrir 100% dos casos é oneroso, pode ser conveniente correr riscos
calculados. Exemplo: Vamos considerar como Cmáx. = 70 (consumo acima de
70 ocorre em 10,87% dos casos, ou seja, “GA” de aproximadamente 90%).

Cm = Consumo médio Cm = 16920 / 365 Cm = 46

ES = ( 70 – 46 ) x 10 ES = 240 unidades

5 - LOTE ECONÔMICO

CUSTOS DE ESTOQUES
Todo armazenamento de material gera custos que podem ser agrupados em:

 Custos de capital (juros, depreciação, etc.)


 Custos de pessoal (salários, encargos sociais, etc.)
 Custos com edificações (aluguel, impostos, energia, etc)
 Custos de manutenção de estoques (deterioração, absolescência, etc.)

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5.1 - CUSTOS BÁSICOS:

CUSTO DA DEMANDA (CD)

Corresponde ao custo de aquisição do material. Baseia-se na demanda prevista (D)


e no preço unitário (P) para o período.

CD = D x P

CUSTO DE COMPRA (CC)

È o custo relativo às atividades de compras. Para cálculo deste custo são


consideradas as despesas como:

 Mão de Obra (salários e encargos sociais do Setor de Compras);


 Equipamentos e materiais (computadores, materiais de escritório, etc.);
 Outras (telefone, energia, custo da área ocupada, correio, reprodução, etc.).

C = CC / N
onde:
C = Custo de Compra (ou Custo de Pedido)
CC = Custo de Compras por ano
N = Número de Compras realizadas no ano.

CUSTOS DE ESTOCAGEM (CE)


O cálculo do Custo de Armazenagem para um determinado período (Ex. mês) pode
ser expresso por:

CE = (ES + L/2) x P x E

Onde:

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(ES + L/2) = Estoque médio de material no tempo considerado.


P = Preço unitário do material
E = Taxa de armazenamento (expressa geralmente em termos percentuais
associada ao preço unitário)

Hipóteses consideradas
⇒ O Custo de Armazenagem é proporcional ao estoque médio
⇒ O Preço unitário é considerado constante (ou o valor médio)
⇒ A Taxa de armazenamento considera a somatória das parcelas:
 Taxa de retorno de capital
 Taxa de armazenagem física
 Taxa de seguro
 Taxa de transporte
 Taxa de obsolescência
 Outras despesas com estocagem.

CUSTO DE FALTA
O Custo de Falta corresponde aos custos gerados pela falta de estoque tendo
como conseqüência o não atendimento das necessidades dos clientes internos e
externos.

Para cálculo do Custo de Falta podem ser considerados:

 Perda de lucro por cancelamento de pedidos;


 Custos adicionais por fornecimento em substituição por terceiros;
 Custos por multas, prejuízos por não cumprimento de “prazos estabelecidos”;
 Custo de “Quebra de Imagem” beneficiando concorrentes;
 Custos relacionados às paradas da produção (máquinas paradas, mão de obra
parada e desdobramentos)
 Custo de Juros de Capital (de materiais, de lucro de vendas, etc.)

5.2 - CÁLCULO DO LOTE ECONÔMICO (LEC)

A soma dos custos de demanda, de estocagem e de compra nos fornece o Custo


Total (CT).

CT = (D x P) + (n x C) + (ES + L/2) x P x E
Substituindo-se “n” por D / L e tirando os parênteses, temos:
CT = D x P + D / L x C + ES x P x E + L / 2 x P x E

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Derivando-se CT em relação a L, temos que:

LEC = √ 2.D.C
P. E

GRÁFICO DE CUSTOS COM PREÇO UNITÁRIO CONSTANTE

Representando gráficamente as equações correspondentes aos custos de


demanda, de compra e de estocagem, temos o Lote Econômico de Compra no ponto
onde o custo total apresenta o valor mínimo.

Denominamos CET = Custo de Estocagem de Trabalho; e


CES = Custo de Estocagem do Estoque de Segurança

(REBELLO, 2005)

O custo de demanda e o custo de estocagem do estoque de segurança são


representados por linhas paralelas ao eixo “x” pois são valores constantes, não
influindo na determinação do “LEC”, portanto é comum representar o gráfico como
abaixo, considerando os custos de compras e de estocagem do estoque de trabalho.

CT = CC + CET
CT = D/L x C + L/2 x P x E
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(REBELLO, 2005)
Exemplo:

D = Demanda = 1.000 peças/mês


C = Custo de Compra = R$ 80,00 por pedido
E = Taxa de Armazenagem = 10 % ao ano
P = Preço do material = R$ 20,00 por caixa - (caixa com 10 peças)

Exercício 6:
Considerando os dados do item de estoque abaixo calcule o “LEC” e elabore o gráfico
de custos considerando lotes de compra de: 360; 432; 540; 720; 864; 1080; 1440 e 2160
peças.

D = Demanda = 720 peças/mês


C = Custo de Compra = R$ 120,00 por pedido
E = Taxa de Armazenagem = 20 % ao ano
P = Preço do material = R$ 336,00 por caixa - (caixa com 24 peças)

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6 - SISTEMAS DE CONTROLE DE ESTOQUES

6.1 – MODELO DE REPOSIÇÃO CONTÍNUA

Também chamado de Ponto de Pedido ou Ponto de Ressuprimento. Consiste na


emissão da solicitação de compra, geralmente na quantidade determinada no “LEC”,
sempre que a quantidade em estoque atinge o Ponto de Ressuprimento (PR). (como
calculado no exercício 4)

6.2 – MODELO DA REPOSIÇÃO PERIÓDICA

Consiste em realizar a reposição de material em ciclos de tempos iguais. Durante a


revisão a quantidade solicitada deve ser em função:
 da previsão de demanda;
 do estoque físico existente;
 do consumo do período anterior;
 do saldo de pedidos com o fornecedor;

MÉTODO DA REVISÃO PERIÓDICA

Abastecimento
Nível de Estoque (Unidades)

Pedido
Recebido

Tempo de Espera

Tempo de Espera

Estoque de Segurança

Tempo

Período de Revisão Período de Revisão Período de Revisão Falta de Estoque ou


Ruptura de Estoque
(BERTAGLIA, 2006)

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Os lotes serão iguais à diferença entre o estoque máximo e o estoque físico existente (L
= Emáx – Ef). O estoque máximo pode ser definido pelo “LEC” mais o estoque de
segurança (Emáx = LEC + ES). O Intervalo entre pedidos (IP) pode ser calculado como:
IP = 1/N; onde N = No de pedidos, como N = D/LEC; teremos que IP = LEC / D.
O Estoque de segurança é calculado considerando a possibilidade de variações de
demanda e inclusive possíveis variações no tempo de atendimento (TA). Caso a
demanda seja muito maior do que o previsto corre-se o risco de o estoque se esgotar
antes do recebimento do pedido (Ruptura de Estoque).

Exemplo:

D = 7.200 unidades/ano
C = R$ 40,00 por pedido
E = 20 % ao ano
P = R$ 10,00
ES = 150 unidades

Determinar: LEC; Emáx; IP, e L considerando o estoque físico no dia da revisão = 250
unidades.

LEC = RAIZ [(2 X 7200 X 4O) / 10 X 0,2) LEC = 537 unidades

Emáx = LEC + ES = 537 + 150 Emáx = 687 unidades


IP = LEC / D = 537/7200 = 0,0746 ano x 12 IP = 0,9 mês ou 27 dias

L = Emáx – Ef = 687 – 250 L = 437 unidades.

6.3 – SISTEMA DE DUAS GAVETAS


O sistema considera o controle de estoques com a quantidade de material de um
determinado item sendo distribuídas em duas gavetas:

1. A Gaveta “A” contém a quantidade suficiente para atender a demanda durante o


tempo de ressuprimento mais o estoque de segurança.
2. A Gaveta “B” contém a quantidade para atender o consumo.
3. A Gaveta “B” atende as requisições que chegam no Almoxarifado. Quando o
estoque chega a zero é feito o Pedido de Ressuprimento.
4. A Gaveta “A” passa a atender as requisições até o recebimento do novo lote.
5. No recebimento do novo lote é reposto as quantidades nas duas gavetas.
6. A Gaveta “B” passa a atender a demanda reiniciando o processo.

Exemplo:
D = 300 unidades / mês
TR = 15 dias
ES = 120 unidades

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L = 300 unidades

Gaveta “A”
(D x TR) + ES (300 x 0,5) + 120 = 270 unidades
270 unid. é o Ponto de Ressuprimento (PR)

Gaveta “B
Emáx – “A” Emáx = L + ES = 300 + 120 = 420 unidades
150 unid. Gaveta “B” = 420 – 270 = 150 unidades.
(Deve atender o consumo médio por 15 dias)

SISTEMA DE DUAS GAVETAS

450
420 420
400
350
Quantidades

300
270 270
250
Demanda
200
150
120 120
100
50
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
DIAS

Repor 150 unidades na Gaveta “A” e 150 unidades na Gaveta “B”

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JUST IN TIME ( JIT)

O JIT é muito mais do que uma técnica ou conjunto de técnicas de


administração de produção, sendo considerado com uma “filosofia”, a qual
inclui aspectos de administração de materiais, gestão da qualidade, arranjo
físico, projeto do produto, organização de trabalho e gestão de recursos
humanos.

Algumas expressões são geralmente usadas para traduzir aspectos da filosofia


JIT.
• Produção sem estoques;
• Eliminação de desperdícios;
• Esforço contínuo na resolução de problemas;
• Melhoria contínua dos processos.

Ao contrário da abordagem tradicional dos sistemas de produção que


“empurram” os estoques, o JIT caracteriza-se como um sistema de “puxar” a
produção ao longo do processo, de acordo com a demanda.

Genericamente falando, um sistema de “puxar” estoque significa que qualquer


movimento de produção somente é liberado na medida da necessidade
sinalizada pelo usuário da peça ou componente em fabricação, ou seja, os
centros de trabalho não estão autorizados a produzir e “empurrar” os lotes
apenas para manter ocupados operários e equipamentos.

O sistema JIT tem como objetivo fundamental a melhoria contínua do processo


produtivo. A perseguição destes dá-se, através de um mecanismo de redução
dos estoques, os quais tendem a camuflar problemas, embora saibamos
alterações no perfil da demanda ou falhas nos processos de fabricação ou
compra normalmente justificam a presença de estoques. Na filosofia JIT os
estoques são “persona non grata” por razões óbvias: primeiro porque ocupam
espaços e segundo porque custa dinheiro.

Vantagens do JIT:
• Flexibilidade – a manutenção de estoques baixo favorece as variações no mix
de produtos sem provocar alto grau de obsolescência.
• Velocidade – rapidez no ciclo de produção permite entregas em prazos mais
curtos, propiciando maior nível de serviços ao cliente.
• Confiabilidade – a manutenção preventiva e o ambiente favorável à
identificação e resolução de problemas contribui para aumentar a
confiabilidade nos produtos.

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• Custos – reduções dos tempos de preparação de máquinas e movimentação


interna; minimização dos estoques (matéria prima e produto acabado);
redução dos tamanhos dos lotes e “lead-times”; redução dos custos de
aquisição (confiabilidade).

Comparação com a abordagem tradicional.


Tradicional Just In Time
Sistema de Produção: Sistema de Produção:
“Empurram” a produção, desde a “Puxar” a produção ao longo do
compra de MP e componentes até processo, de acordo com a
os estoques de PA. Uma vez demanda. O material somente é
completada a primeira operação, o processado em uma operação se
lote é “empurrado” para a operação ele é requerido pela operação
seguinte. subseqüente do processo.
Sistema: Sistema:
Passivo – assumem como dada Ativo – incentiva o questionamento
uma série de característica do e a melhoria.
processo produtivo (nível de
refugo, quebras, faltas, etc.)
Estoques: Estoques:
São considerados úteis por São considerados nocivos por
proteger o sistema produtivo de ocuparem espaços e
problemas que possam causar representarem altos investimentos
interrupção (falta de peças e/ou em capital. E por esconderem
atraso de fornecedores. problemas da produção.
Tamanho dos lotes de compras e Tamanho dos lotes de compras
produção e produção
O tamanho do lote de compra e Lotes de fornecimento reduzidos
produção é definido através do Recebimentos freqüentes e
balanço entre os custos com a confiáveis.
manutenção dos estoques e o Alto nível de qualidade
custo de processar pedidos (LEC) Lead Time de fornecimento
reduzido.
Fornecedores: Fornecedores:
Adversários Parceiro
Vários Único
Considera arriscado trabalhar com Contrato de longo prazo com um
único fornecedor (falta de confiança único ou poucos fornecedores
e barganha de preço). oferecem, em retorno, altos níveis
de qualidade e entrega confiável.

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O SISTEMA KANBAN
O sistema de “puxar” a produção a partir da demanda, produzindo em cada
estágio somente os itens necessários, nas quantidades necessárias e no
momento necessário, ficou conhecido como sistema Kanban.

Este nome é dado aos cartões utilizados para autorizar a produção e a


movimentação de itens, ao longo do processo produtivo. Este cartão contém, em
geral, as seguintes informações: número da peça, descrição da peça, tamanho
do lote a ser produzido e colocado em container padronizado, centro de
produção responsável e local de armazenagem.

Kanban de Produção (KP) – dispara a produção de um pequeno lote de peças


de determinado tipo, em um determinado centro de produção da fábrica. Este
cartão contém, em geral, as seguintes informações:

KP - Kanban Produção
Número da Peça: 1213
Descrição da peça.: Rotor tipo C
Tamanho do lote a ser produzido: 12 peças
Centro de produção responsável.: Célula J-32
Local de armazenagem: J-32

Nenhuma operação de produção é normalmente executada sem que haja um


kanban de produção autorizando. O kanban de produção circula entre um centro
de produção e seu posto de armazenagem respectivo.

Kanban Transporte (KT) - autoriza a movimentação do material pela fábrica, do


centro de produção que produz determinado componente para o centro de
produção que consome este componente. Este cartão contém, em geral, as
seguintes informações:

KP - Kanban Transporte
Número da Peça: 1213
Descrição da peça.: Rotor tipo C
Tamanho do lote a ser produzido: 12 peças
Centro de produção de origem: célula J-32
Centro de produção de destino: posto L-45 (linha)

O kanban de transporte circula entre os postos de armazenagem de dois centros


de produção contíguos.

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O número de cartões kanban, entre dois centros de produção, determina o


estoque de material entre estes dois centros, pois cada kanban corresponde a
um container padronizado de peças. Em geral os números de cartões (KP e KT)
são iguais, distribuindo o estoque entre os postos de armazenagem dos dois
centros.

O processo de redução gradual do estoque pode ser feito retirando-se cartões


do sistema, pois sem kanban de produção, o centro de trabalho não é acionado
e sem o kanban de transporte, o material não é movimentado.

Uma das limitações do kanban é que ele produz apenas aquelas partes cuja
demanda é regular e, pelo menos, diária.

Sistema de duplo cartão (modelo Toyota)


Há dois tipos de cartão, o cartão de retirada e o cartão de produção.
Enquanto o primeiro sinaliza a necessidade de retirada para o processo
seguinte, o segundo informa a quantidade que aquele processo deve
produzir. Os lotes são produzidos visando apenas atender a próxima
seqüência de produção, não há necessidade de uma manutenção
complexa de registro de inventários.

O padrão de fluxo de container e cartões entre usuários e áreas de produção


obedece à seguinte seqüência:
1. Um usuário, com necessidade de peças, leva um container vazio e seu cartão
de retirada à área de produção.
2. O usuário anexa seu cartão de retirada a um container cheio, destacando o
cartão de ordem de produção. O container e o cartão de retirada retornam à
área do usuário para uso imediato.
3. O cartão de ordem de produção, destacado do container cheio, vai para
dentro de uma caixa de despacho, onde aguardará, por ordem de chegada, a
produção de uma um lote. O Cartão é então anexado ao novo container
cheio.

O sistema duplo de cartão obedece rigorosamente a duas regras básicas:


a) Nenhum produto é feito sem que haja o cartão de ordem de produção;
b) A quantidade de peças do container é exatamente aquela determinada no
cartão.

A primeira reforça o aspecto da disciplina na área de produção, enquanto a


segunda destaca a rigidez em relação ao controle de estoque.

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Sistema de cartão simples


A diferença básica é que no sistema de cartão simples não há cartão de
ordem de produção, mas apenas o cartão de retirada.

O sistema mantém algumas das características do sistema de duplo cartão:


a) Containeres padronizados;
b) Facilidade no controle de inventário pela exatidão das quantidades dos
containeres;
c) As áreas dos usuários mantêm-se apenas com os containeres que serão
utilizados;
d) A responsabilidade pelo controle de inventário é sempre da área de produção;
e) Quantidade pequena por container;
f) Produção em pequenos lotes.

O próprio cartão de retirada serve como sinal para a produção de um novo lote.

O sistema kanban propicia fluxos de produção mais uniformes e a oportunidade


de fazer melhoramento. O kanban reduz o material em processo até o mínimo
absoluto. Além disso, há uma preocupação constante de reduzir o “lead-time” e
o “set-up” das máquinas.

Não podemos perder de vista que o kanban apenas complementa o sistema de


fabricação no ambiente “just-in-time”, do qual fazem parte, também, o
planejamento de produção, o programa mestre, uma lista de material, mudanças
no projeto do produto etc.

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PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE MATERIAIS

O MRP é um sistema que estabelece uma série de procedimentos e regras de


decisão, de modo a atender as necessidades de produção numa seqüência de
tempo logicamente determinada para cada item componente do produto final.

O MRP lida especialmente com suprimentos de peças e componentes cujas


demandas dependem de determinado produto final. O sistema MRP é capaz de
replanejar as necessidades de materiais a cada alteração na programação de
produção, registros de inventários ou composição de produtos.

Em outras palavras, trata-se de um sistema que se propõe a definir as


quantidades necessárias e o tempo exato para utilização dos materiais na
fabricação dos produtos finais.

OBJETIVOS DO MRP
• Garantir a disponibilidade de materiais, componentes e produtos para
atendimento ao planejamento da produção e às entregas dos clientes.
• Manter os inventários no nível mais baixo possível.
• Planejar a atividade de manufatura, de suprimento e de programação de
entregas.

PROGRAMA MESTRE DE PRODUÇÃO:


Baseado na carteira de pedidos dos clientes e nas previsões de demanda, o
programa-mestre de produção é quem orienta todo o sistema MRP, ou seja,
quais os componentes e quando serão agregados ou transformados no produto
final planejado. Seu horizonte de planejamento é normalmente de um ano,
dividido em semanas.

LISTA DE MATERIAIS:
Contém as quantidades exatas de matérias-primas, componentes e sub-rotinas
que determinarão a confecção do produto final. Além de especificar, as listas de
materiais, determinam o momento em que os materiais devem estar disponíveis
e identificam suas relações de dependência com outros materiais e com o
produto final (seqüência).

REGISTRO DE INVENTÁRIOS:
Permitem a identificação, em qualquer momento, das posições de estoque e
pedidos em aberto, de modo que se possa obter as necessidades líquidas de
materiais.

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PROGRAMA MRP:
Baseado nas necessidades do produto final especificada no programa-mestre de
produção e nas informações provenientes das listas de materiais, o programa
MRP transforma a demanda do produto final em necessidades brutas para cada
item ou componentes. A partir das informações constantes nos registro de
inventários, são calculadas as necessidades líquidas e liberadas as ordens de
compra ou fabricação. As ordens correspondem às necessidades em termos de
quantidade e tempo relativos a sua aplicação no produto final.

RELATÓRIOS E DADOS DE SAÍDA:


Completado o ciclo do programa MRP, o sistema produz alguns relatórios e
informações, úteis no gerenciamento do processo logístico e de manufatura.

Por exemplo:
• Planejamento das necessidades de materiais;
• Liberação de ordens e reprogramação de pedidos em aberto;
• Planejamento das necessidades de capacidades; e
• Relatórios de desempenho etc.

Um conceito importante na concepção do MRP é o da natureza da demanda,


que pode ser chamada de dependente ou independente.
• Demanda dependente são aquelas cuja demanda depende da demanda de
algum outro item, ou seja, depende dos planos de produção de outro item, que
é chamado de “pai”.
• Demanda independente são aquelas cuja demanda não depende da demanda
de nenhum outro item. Não podemos determiná-la por meio de cálculos e sim
através de previsões, como é o caso dos produtos acabados.

A diferença básica entre a demanda dependente e a demanda independente é


que a demanda da primeira não necessita de ser prevista, pois sendo
dependente de outra pode ser calculada com base na demanda desta e a
demanda da segunda tem de ser prevista com base nas características do
mercado consumidor.

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ADMINISTRAÇÃO DOS SERVIÇOS DE COMPRAS

8.1 Noções Fundamentais de compras

"A arte de comprar está se tornando cada vez mais uma profissão e cada vez
menos um jogo de sorte".
"Em muitos casos não é o custo que determina o preço de venda, mas o inverso.
O preço de venda
necessário determina qual deve ser o custo. Qualquer economia, resultando em
redução de custo de
compra, que é uma parte de despesa de operação de uma industria, é 100%
lucro. Os lucros das compras são líquidos". (HENRY FORD)

8.1.1 Considerações iniciais

Embora todos saibamos comprar, em função do cotidiano de nossas vidas, é


imprescindível a conceituação da atividade, que significa procurar e providenciar
a entrega de materiais, na qualidade especificada e no prazo necessário, a um
preço justo, para o funcionamento, a manutenção ou a ampliação da empresa.

O conhecimento do produto, pode ser decisivo, na comercialização, sendo capaz


de alterar o comportamento de vendas.
Devemos saber:
- Origem: quem é o fabricante, ou fornecedor, qual a garantia, utilização,
características técnicas.
- Nome do produto: denominação técnica e popular.
- Função: 0nde é aplicado e para que se destina, o que faz.
- Inter relação: um dado precioso, pois a utilização de um item pode influir no
outro.
- Intercambialidade: o mesmo componente poderá ser utilizado em mais de um
produto ou processo.
- Preço: valor, condições de venda, prazo, desconto.
CONCEITO DE COMPRA

É a função responsável pela obtenção do material no mercado fornecedor,


interno ou externo, através da mais correta tradução das necessidades em
termos de fornecedor / requisitante.
É ainda, a unidade organizacional que, agindo em nome das atividades
requisitantes, compra o material certo1, ao preço certo2, na hora certa3, na
quantidade certa4 e da fonte certa5.

Material Certo

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É importante que o comprador esteja em situação de certificar-se se o material


comprado, de um fornecedor está de acordo com o solicitado. O comprador
deve, portanto, desenvolver um “sentido técnico a fim de descobrir eventuais
discrepâncias entre a cotações de um fornecedor e as especificações da
Requisição de Compras. O comprador deve ter condições de reconhecer, em
uma eventual alternativa de cotação, uma economia do custo potencial ou a
idéia de melhoria do produto. Evidentemente, em tais circunstancias, a decisão
final não será do comprador mas ele deve ter habilidade para encaminhar aos
setores requisitantes ou técnicos da empresa essas sugestões.
Toda vez que uma requisição não for suficientemente clara, o comprador deverá
solicitar esclarecimentos ou, se for o caso, devolvê-la a fim de que seja
preenchida corretamente e de maneira que transmita exatamente o que se
deseja adquirir”.
Em hipótese alguma o comprador deve der inicio a um processo de compras,
sem ter idéia exata de que quer comprar. Objetivando um melhor conhecimento
do que vai comprar, o comprador, sempre que possível, deverá entrar em
contato cem os setores que utilizam ou que vão utilizar o material ou serviço a
ser adquirido, de que maneira e se inteirar de todos os problemas e dificuldades
que poderão ocorrer ou ocorrem quando da utilização do item requisitado.
Em resumo: cada vez mais, hoje em dia, o comprador deve ser um técnico.

Preço Certo
Nas grandes empresas, subordinado a Compras, existe o Setor de Pesquisa e
Análise de Compras. Sua função é, entre outras, a de calcular o "preço objetivo"
do item (com base em desenhos e especificações) . O cálculo desse "preço
objetivo" é feito baseando-se no tempo de execução do item, na mão de obra
direta, no custo da matéria prima com mão de obra média no mercado; a este
valor deve-se acrescentar um valor, pré-calculado, de mão de obra indireta. Ao
valor encontrado deve-se somar o lucro. Todos estes valores podem ser obtidos
através de valores médios do mercado, e do balanço e demonstrações de lucros
e perdas dos diversos fornecedores.
O "preço objetivo" é que vai servir de orientação ao comprador quando de uma
concorrência. No julgamento da concorrência duas são as possíveis situações:
a) Preço muito mais alto do que o "preço objetivo": nessas circunstâncias,
eventualmente, o comprador poderá chamar o fornecedor e solicitar
esclarecimentos ou uma justifica tive do preço. O fornecedor ou está querendo
ter um lucro excessivo, ou possui sistemas onerosos de fabricação ou um mau
sistema de apropriação de custos;
b) Preço muito mais baixo que o "preço objetivo": o menor preço não
significa hoje em dia, o melhor negócio. Se o preço do fornecedor for muito mais
baixo, dois podem ser os motivos: 1) O fornecedor desenvolveu uma técnica de
fabricação tal que conseguiu diminuir seus custos; 2) O fornecedor não soube
calcular os seus custos e nessas circunstâncias dois problemas podem ocorrer:

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ou ele não descobre os seus erros e fatalmente entrará em dificuldades


financeiras com possibilidades de interromper seu fornecimento, ou descobre o
erro e então solicita um reajuste de preço que, na maioria das vezes, poderá ser
maior que o segundo preço na concorrência original. Portanto, se o preço for
muito mais baixo que o preço objetivo, o fornecedor deve ser chamado, a fim de
prestar esclarecimentos. Deve-se sempre partir do princípio fundamental de que
toda empresa deve ter lucro, evidentemente um lucro comedido, e que, portanto,
não nos interessa que qualquer fornecedor tenha prejuízos. Se a empresa não
tiver condições de determinar esse preço objetivo, pelo menos, o comprador
deve abrir a concorrência tendo uma idéia de que vai encontrar pela frente.
Nessas circunstâncias, ele deve tomar como base ou o último preço, ou, se o
item for um item novo, deverá fazer uma pesquisa preliminar de preços.
Em resumo: nunca o comprador deve dar início a uma concorrência, sem ter
uma idéia do que vai receber como propostas.

Hora.Certa
O desenvolvimento industrial atual e o aumente cada vez maior do numero de
empresas de produção em série, torna o tempo de entrega, ou os prazos de
entrega, um dos fatores mais importantes no julgamento de uma concorrência.
As diversas flutuações de preços do mercado e o perigo de estoques excessivos
fazem cem que e comprador necessite coordenar esses dois fatores da melhor
maneira possível, a fim de adquirir na hora certa o material para a empresa.

Quantidade Certa
A quantidade a ser adquirida é cada vez mais importante por ocasião da compra.
Até pouco tempo atrás aumentava-se a quantidade a ser adquirida objetivando
melhorar e preço; entretanto outros fatores como custo de armazenagem, capital
investido em estoques etc., fizeram com que maiores cuidados fossem tornados
na determinação da quantidade certa ou na quantidade mais econômica a ser
adquirida. Para isso foram deduzidas fórmulas matemáticas objetivando facilitar
a determinação da quantidade a ser adquirida. Entretanto, qualquer que seja, a
fórmula ou método a ser adotado não elimina a decisão final da Gerência de
Compras com eventuais alterações destas quantidades devido as situações
peculiares do mercado.

Fonte Certa
De nada adiantará ao comprador saber exatamente o material a adquirir, o preço
certo, o prazo certo e a quantidade certa, se não puder encontrar uma fonte de
fornecimento que possa agrupar todas as necessidades. A avaliação dos
fornecedores e o desenvolvimento de novas fontes de fornecimento são fatores
fundamentais para o funcionamento de compras. Devido a essas necessidades
o comprador, exceto o setor de vendas da empresa, é o elemento que mantém e

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deve manter o maior número de contatos externos na busca cada vez mais
intensa de ampliar o mercado de fornecimento.
Importante é este item que mais adiante vamos tratar com detalhes como
escolher e selecionar novos fornecedores.

8.2 Função de compra

A Função Compras é uma das engrenagem do grande conjunto denominado


Sistema Empresa ou Organização e deve ser devidamente considerado no
contexto, para que deficiências não venham a ocorrer, provocando demoras
onerosas, produção ineficiente, produtos inferiores, o não cumprimento de
promessas de entregas e clientes insatisfeitos.
A competitividade no mercado, quanto a vendas, e em grande parte, assim como
a obtenção de lucros satisfatórios, devida a realização de boas compras, e para
que isto ocorra é necessário que se adquira materiais ao mais baixo custo,
desde que satisfaçam as exigências de qualidade.
O custo de aquisição e o custo de manutenção dos estoques de material devem,
também, ser mantidos em um nível econômico. Essas considerações
elementares são a base de toda a função e ciência de Compras.
A função Compras compreende:
- Cadastramento de Fornecedores;
- Coleta de Preços;
- Definição quanto ao transporte do material;
- Julgamento de Propostas;
- Diligenciamento do preço, do prazo e da qualidade do material;
- Recebimento e Colocação da Compra.

8.3 Fluxo Sintético de compras

1 Recebimento da Requisição de Compras


2 Escolha dos Fornecedores
3 Consulta aos Fornecedores
4 Recebimento das Propostas
5 Montagem do Mapa Comparativo de Preços
6 Análise das propostas e escolha
7 Emissão do documento contratual
8 Diligenciamento
9 Recebimento

8.4 Objetivo de Compras

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De uma maneira bastante ampla, e que demonstra que a função compras não
existe somente no momento da compra propriamente dita, mas que a mesma
possui uma maior amplitude, envolvendo a tomada de decisões, procedendo a
análises e, determinando ações que antecedem ao ato final, podemos dizer que
compras têm como objetivo "comprar os materiais certos, com a qualidade
exigida pelo produto, nas quantidades necessárias, no tempo requerido, nas
melhores condições de preço e na fonte certa".

Para que estes objetivos sejam atingidos, deve-se buscar alcançar as seguintes
metas fundamentais:
1 - Atender o cronograma de produção, através do fornecimento contínuo de
materiais;
2 - Estocar ao mínimo, sem comprometer a segurança da produção desde que
represente uma economia para a organização;
3 - Evitar multiplicidade de itens similares, o desperdício, deterioração e
obsolescência;
4 - Manter a qualidade dos materiais conforme especificações;
5 - Adquirir os materiais a baixo custo sem demérito à qualidade;
6 - Manter atualizado o cadastro de fornecedores.

8.5 Tipos de Compras

Toda e qualquer ação de compra é precedida por um desejo de consumir algo


ou investir. Existem pois, basicamente, dois tipos de compra:
- a compra para consumo e;
- a compra para investimento.

Compra para investimento


Enquadram-se as compras de bens e equipamentos que compõem o ativo da
empresa (Recursos Patrimoniais ).

Compras para consumo


São de matérias primas e materiais destinados a produção, incluindo-se a
parcela de material de escritório. Algumas empresas denominam este tipo de
aquisição como compras de custeio.
As compras para consumo, segundo alguns estudiosos do assunto, subdividem-
se em:
- compras de materiais produtivo e;
- compras de material improdutivo.

Materiais Produtivos

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São aqueles materiais que integram o produto final, portanto, neste caso,
matéria-prima e outros materiais que fazem parte do produto, sendo que estes
diferem de indústria - em função do que é produzido.

Materiais improdutivos
São aqueles que, sendo consumido normal e rotineiramente, não integram o
produto, o que quer dizer que é apenas material de consumo forçado ou de
custeio.
Em função do local onde os materiais estão sendo adquiridos, ou de suas
origens, a compra pode ser classificada como: Compras Locais ou Compras por
Importação.

Compras Locais
As atividades de compras locais podem ser exercidas na iniciativa privada e no
serviço público. A diferença fundamental entre tais atividades é a formalidade no
serviço público e a informalidade na iniciativa privada, muito embora com
procedimentos praticamente idênticos, independentemente dessa
particularidade. As Leis nº 8.666/93 e 8.883/94, que envolvem as licitações no
serviço público, exigem total formalidade. Seus procedimentos e aspectos legais
serão detalhados em Compras no Serviço Público.

Compras por Importação


As compras por importação envolvem a participação do administrador com
especialidade em comércio exterior, motivo pelo qual não cabe aqui nos
aprofundarmos a esse respeito. Seus procedimentos encontram-se expostos a
contínuas modificações de regulamentos, que compreendem, entre outras, as
seguintes etapas:
a. Processamento de faturas pro forma;
b. Processamento junto ao Departamento de Comércio Exterior - DECEX – dos
documentos necessários à importação;
c. Compra de câmbio, para pagamento contra carta de crédito irrevogável;
d. Acompanhamento das ordens de compra (purchase order) no exterior;
e. Solicitação de averbações de seguro de transporte marítimo e/ou aéreo;
f. Recebimento da mercadoria em aeroporto ou porto;
g. Pagamento de direitos alfandegários;
h. Reclamação à seguradora, quando for o caso.

Quanto a formalização das compras, as mesmas podem ser:

Compras Formais
São as aquisições de materiais em que é obrigatória a emissão de um
documento de formalização de compra. Estas compras são determinadas em

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função de valores pré - estabelecidos e conforme o valor a formalidade e feita


em graus diferentes.

Compras informais
São compras que, por seu pequeno valor, não justificam maior processamento
burocrático.

8.6 Seqüência Lógica de compras

Para se comprar bem é preciso conhecer as respostas de cinco perguntas, as


quais irão compor a lógica de toda e qualquer compra:

- O que comprar? R. - Especificação / Descrição do Material


Esta pergunta deve ser respondida pelo requisitante, que pode ou não ser
apoiado por áreas técnicas ou mesmo compras para especificar o material.

- Quanto e Quando comprar? R.- É função direta da expectativa de consumo,


disponibilidade financeira, capacidade de armazenamento e prazo de entrega.
A maior parte das variáveis acima deve ser determinada pelo órgão de material
ou suprimento no setor denominado gestão de estoques. A disponibilidade
financeira deve ser determinada pelo orçamento financeiro da
Empresa. A capacidade de armazenamento é limitada pela própria condição
física da Empresa.

- Onde comprar? R.- Cadastro de Fornecedores.


É de responsabilidade do órgão de compras criar e manter um cadastro
confiável (qualitativamente) e numericamente adequado (quantitativa). Como
suporte alimentador do cadastro de fornecedores deve figurar o usuário de
material ou equipamentos e logicamente os próprios compradores.

- Como comprar? R.- Normas ou Manual de Compras da Empresa.


Estas Normas deverão retratar praticamente a política de compras na qual se
fundamenta a Empresa. Originadas e definidas pela cúpula Administrativa
deverão mostrar entre outras, competência para comprar, contratação de
serviços, tipos de compras, fórmulas para reajustes de preços, formulários e
rotinas de compras, etc.

- Outros Fatores
Além das respostas as perguntas básicas o comprador deve procurar, através
da sua experiência e conhecimento, sentir em cada compra qual fator que a
influencia mais, a fim de que possa ponderar melhor o seu julgamento. Os
fatores de maior influência na compra são: Preço; Prazo; Qualidade; Prazos de
Pagamento; Assistência Técnica.

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8.7 Centralização das Compras

As compras podem ser centralizadas ou não. O tipo de empreendimento é que


vai definir a necessidade de centralizar.
Uma prática muito usada é ter um comitê de compras, em que pessoas de todas
as área da empresa participem das decisões.
As vantagens da centralização dos serviços de compras são sempre postas em
dúvida pelos departamentos que necessitam de materiais. De modo geral, a
centralização apresenta aspectos realmente positivos, pela redução dos preços
médios de aquisição, apesar de, em certos tipos de compras, ser mais
aconselhável à aquisição descentralizada.
Em quase todas as empresas mantém-se um departamento separado para
compras. A razão que as leve a proceder assim diz respeito a custos e
padronização, assim sendo, somente alguns materiais são dele gados a
aquisição, e estes são aqueles de uso mais insignificante, em termos de custos,
para a empresa, e que por essa razão não sofrem maiores controles.
A empresa que atua em diversos locais distintos não necessariamente deve
centralizar compras em um único local, neste caso procede-se uma analise e se
a mesma for favorável deve-se regionalizar as compras visando um atendimento
mais rápido e um custo menor de transporte.
O abastecimento centralizado oferece as seguintes vantagens:
1 - Melhor aproveitamento das verbas para compras;
(a concentração das verbas para compras aumenta o poder de barganha);
2 - Melhor controle por parte da direção;
3 - Melhor aproveitamento de pessoal;
4 - Melhoramento das relações com fornecedores.

8.8 Seleção de Fornecedores

A escolha de um fornecedor é uma das atividades fundamentais e prerrogativa


exclusiva de compras. O bom fornecedor é quem vai garantir que todas aquelas
clausulas solicitadas, quando de uma compra, sejam cumpridas. Deve o
comprador procurar, de todas as maneiras, aumentar o número de fornecedores
em potencial a serem consultados, de maneira que se tenha certeza de que o
melhor negócio foi executado em benefício da empresa. O número limitado de
fornecedores a serem consultados, constituem uma limitação das atividades de
compras.
O processo de seleção das fontes de fornecimento não se restringe a uma única
ocasião, ou seja, quando e necessária a aquisição de determinado material.
A atividade deve ser exercida de forma permanente e contínua, através de
várias etapas, entre as quais selecionamos as seguintes:

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ETAPA 1 - Levantamento e Pesquisa de Mercado


Estabelecida a necessidade da aquisição para determinado material, e
necessário levantar e pesquisar fornecedores em potencial. O levantamento
poderá ser realizado através dos seguintes instrumentos:
- Cadastro de Fornecedores do órgão de Compras;
- Edital de Convocação;
- Guias Comerciais e Industriais;
- Catálogos de Fornecedores;
- Revistas especializadas;
- Catálogos Telefônicos;
- Associações Profissionais e Sindicatos Industriais.

ETAPA 2 - Análise e Classificação


Compreende a análise dos dados cadastrais do fornecedor e a respectiva
classificação quanto aos tipos de materiais a fornecer, bem como, a eliminação
daqueles fornecedores que não satisfizerem as exigências da empresa.
.
ETAPA 3 - Avaliação de Desempenho
Esta etapa é efetuada pós - cadastramento e nela faz-se o acompanhamento do
fornecedor quanto ao cumprimento do contratado, servindo não raras vezes
como elemento de eliminação das empresas fornecedoras.

Gestão de Compras

A função compras, ou aquisição, é vista como parte do processo de


logística das empresas, ou seja, como parte integrante da cadeia de
suprimentos (supply chain); por isso passaram a usar a denominação
gerenciamento da cadeia de suprimentos ou simplesmente gerenciamento de
suprimentos.
A necessidade de adequação aos sistemas Just-in-time (JIT) de muitas
empresas levou a modificações importantes, entre elas a criação da nova
função de suprimentos.
O chamado procurement envolve, além do relacionamento puramente
comercial com os fornecedores, também a pesquisa e o desenvolvimento dos
mesmos, sua qualificação e o suporte técnico durante o relacionamento entre
as partes, e que leva à necessidade de um aperfeiçoamento dos sistemas de
informação, ligando matriz, fábricas, clientes, vendedores, fornecedores,
transportadoras e unidades de vendas e representantes.
Além disso, o departamento de compras também pode assumir vários outros
papéis, como a negociação de preços com os fornecedores, que determinará
o preço final dos produtos e, portanto, a competitividade da empresa.

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Os objetivos de compras devem estar alinhados aos objetivos estratégicos


da empresa como um todo, visando o melhor atendimento ao cliente interno e
externo.
Essa preocupação tem tornado a função compras extremamente dinâmica,
utilizando-se de tecnologias cada vez mais sofisticadas e atuais como o EDI, a
internet e cartões de crédito.

Interface do Departamento de compras com as outras áreas da empresa

Jurídico
Entradas: contratos assinados, pareceres sobre processos de compra,
assessoria jurídica;
Saídas: solicitação de pareceres, informações de campo sobre
fornecedores.

Informática
Entradas: informações sobre novas tecnologias, assessoria na utilização
de EDI, e-mail, intranets, softwares de compras;
Saídas: informações sobre fornecedores, cópias de solicitações de
compras e de pedidos de compra, cópias de contratos de fornecimento de
serviços.

Marketing e vendas
Entrada: condições do mercado de compradores, novos concorrentes,
novos produtos, novas tecnologias de produtos e processos.
Saídas: custos de promoções, condições do mercado fornecedor.

Contabilidade e Finanças
Entrada: custos das compras, disponibilidade de caixa, assessoria nas
negociações sobre condições de pagamento.
Saídas: orçamentos de compras, compromissos de pagamentos, custos
dos itens comprados, informações para subsidiar estudos da relação
benefícios sobre custos.

Qualidade
Entrada: informações sobre qualidade, especificações de produtos a serem
comprados.
Saídas: histórico sobre a qualidade dos fornecimentos.

Engenharia de Produto e de Processos


Entradas: especificações de novos materiais, produtos a serem
pesquisados e comprados, solicitações de levantamentos preliminares sobre
fornecedores e preços.

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Saídas: informações sobre fornecedores, preços e condições de


fornecimento.
Fabricação ou Produção
Entradas: necessidades de materiais e/ou componentes do processo
produtivo, informações sobre estoque disponível.
Saídas: prazos de entrega dos pedidos, recebimentos previstos.

Novas Formas de Comprar

Hoje se fala em mercado global e, consequentemente, em compras


globalizadas (global sourcing). A exemplo temos a Gessy Lever que 20% da
comunicação com fornecedores é feita eletronicamente. No Pão de Açúcar,
graças as novas formas de compras, em dois anos, o índice de falta de
produtos caiu de 25% para 4%, o tempo médio de armazenamento reduziu-se
em um mês, passou de 40 par 10 dias e o volume de cargas recebidas
triplicou.

EDI
Eletronic data interchange é uma tecnologia para transmissão de dados
eletronicamente. Por meio da utilização de um computador, acoplado a um
modem e a uma linha telefônica e com um software específico para
comunicação e tradução dos documentos eletrônicos, o computador do
cliente é ligado diretamente ao computador do fornecedor,
independentemente dos hardwares e softwares em utilização.

SATÉLITE
(rede de comunicação)

Sistema de compras Converte informação Converte informação Sistema de entrada das


Do cliente do pedido de compra do pedido de compra ordens de compra
Para o formato ANSI.X12 do formato ANSI.X12 (fornecedor)

Vantagens:
 Rapidez, segurança e precisão do fluxo de informações;
 Redução significativa de custos;
 Facilidade da colocação de pedidos, como acontece nas transações
entre montadoras e autopeças;
 Sedimenta o conceito de parcerias entre clientes e fornecedores.

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A fim de facilitar e disseminar a forma EDI de transações, foram


estabelecidos padrões às comunicações de dados; os mais usuais são o
padrão europeu – EDIFACT – e o americano – ANSI X12. O padrão
americano transmite hoje mais de 200 tipos de documentos:
- X12.1 850 Ordem de compra
- X12.2 810 Fatura
- X12.7 840 Solicitação de cotação
- X12.8 843 Resposta a uma solicitação de cotação
- X12.9 855 Reconhecimento de ordem de compra
- X12.10 856 Pré-notificação de embarque
- X12.12 861 Aviso de Recebimento
- X12.14 830 Programação
- X12.15 860 Notificação de mudança de ordem de compra
O EDI proporcionou que o relacionamento entre cliente e fornecedor
evoluísse de tal forma, que o processo de compra foi totalmente
automatizado; varejistas e fornecedores conhecem muito mais dos hábitos
de compra do consumidor.

Internet

Cada vez mais difundido entre nós a utilização do e-mail como um veículo
de transação comercial ou o e-commerce.
A internet como veiculo de comercio ganha a cada dia mais e mais adeptos,
pois apresenta uma serie de vantagens em relação ao EDI, entre as quais:
 Investimento inicial em tecnologia é bem mais baixo, pois a internet
custa bem menos que uma VAN;
 Atinge praticamente a todos na cadeia de suprimentos;
 Pode ser operada praticamente em tempo real;
 Permite tanto a transação máquina-máquina como também homem-
máquina (o EDI só permite a transação máquina-máquina);
 Maior flexibilidade nos tipos de transações

Cartões de Crédito

Está se tornando prática e usual entre as empresas a compra de


mercadorias, como matérias-primas e materiais auxiliares, por meio de
cartão de crédito, também conhecido como cartão-empresa ou cartão
empresarial.
As principais vantagens resultantes do uso de um cartão empresarial são a
diminuição do número de transações e cheques, maior controle sobre as
compras e, consequentemente, redução de custos.

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8.10 Cotação de Preços

O departamento de compras com base nas solicitações de mercadorias, efetua a


cotação dos produtos requisitados.
Após efetuadas as cotações o órgão competente analisa qual a proposta mais
vantajosa levando em consideração os seguintes itens:
a) prazo de pagamento;
b) valor das parcelas;

Ética em compras

Os aspectos morais e legais são extremamente importantes para aqueles que


atuam em compras, fazendo com que muitas empresas estabeleçam um
“código de conduta ética” para todos os seus colaboradores.
No setor de compras o problema aflora com maior intensidade devido aos
altos valores monetários envolvidos, relacionados com critérios muitas vezes
subjetivos de decisão.
O objetivo de um código de ética é estabelecer os limites de uma forma mais
clara possível, e que tais limites sejam também de conhecimento dos
fornecedores, pois dessa forma poderão reclamar quando sentirem-se
prejudicados.
E quanto aos “presentes”, “lembranças”, “brindes” como agendas, canetas,
malas e convites que normalmente são distribuídos, por exemplo, ao pessoal
de compras? Como abordar esse assunto? Deve ser permitido que recebam?

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A LOGÍSTICA E A ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

Logística é uma operação integrada para cuidar de suprimentos e distribuição de


produtos de forma racionalizada, o que significa planejar, coordenar e executar
todo o processo, visando à redução de custos e ao aumento da competitividade
da empresa.
Conforme Ronald H. Ballou (1995:24), “a logística empresarial trata de todas
atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos
desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final,
assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento,
com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um
custo razoável”.
Tradicionalmente, as atividades logísticas têm se concentrado em dois setores
diferenciados: suprimentos e distribuição física.
Código de Barras
O esforço na obtenção de sistemas mais eficazes de informação tem
encontrado os mais diversos obstáculos: dificuldade em alimentar os
computadores com dados, tarefa delegada à digitação, sujeição a erros etc. As
principais vantagens do sistema com código de barras, são:

a) rapidez;
b) economia;
c) aplicação no armazenamento, em compras e em vendas;
d) financeiras;
e) dispensa de etiquetação de cada produto com o preço;

Informática
A intranet é uma rede que interliga os vários equipamentos da empresa,
podendo dispor rapidamente de mais informações, deixando de lado os entraves
burocráticos para o processamento de qualquer expediente. Ela não se resume
a disponibilizar documentos, mas também para criar novos serviços e
ferramentas. A partir do momento em que essas ferramentas possam ser
acessadas pelos distribuidores, parceiros, fornecedores e clientes, temos uma
Extranet, ou seja, as ferramentas e os documentos, antes limitados às consultas
internas, podem agora ser acessados de modo controlado fora da empresa, o
que permite maior rapidez e economia de tempo nas transações.

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Exemplos de Softwares usados para a Administração de Materiais


DESCRIÇÃO VANTAGENS
Compras O software administra toda a Diminuição dos níveis
área de suprimentos, de estoque e custos, e
controlando desde o momento maior eficiência quanto
da aquisição de compra até a às compras e seleção
disponibilização do material de fornecedores.
para o consumo. Controla
também os contratos de
fornecimento, gerando
programações de entrega para
os fornecedores.
Recebimento Integração do recebimento com Consistência e
os setores que dependem das confiabilidade das
informações geradas por ele informações.
(atualização global e
simultânea).
Controle de Por meio de parâmetros da Qualidade,
Qualidade qualidade preestabelecidos pela rastreabilidade e
empresa, analisa a qualidade de levantamento dos
fornecedores e dos produtos custos das não-
fabricados internamente. conformidades.
Estoque Controle físico, contábil e Assume atividades
financeiro dos estoques de rotineiras e faz o
materiais, produtos semi- planejamento
acabados e acabados, independente de
estabelecimentos em poder de compras dos itens de
terceiros, e emissão de demanda.
informações gerenciais e
estatísticas.

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REFERÊNCIAS

CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação a Administração de Materiais. São Paulo: Makron,


McGraw-Hill, 1991.
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 1997.
_______. Administração de Materiais: edição compacta, São Paulo: Atlas, 1995.
_______. Gerência de Materiais. São Paulo: Atlas, 1986
GURGEL, Floriano C. ª Administração do Fluxos de Materiais e Produtos. São Paulo: Atlas, 1996.
MARTINS, Petrônio G. CAMPOS, Paulo R. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais, São Paulo: Saraiva,
2003.
MOREIRA, Daniel Augusto. Introdução a Administração da Produção e Operações. São Paulo: Pioneira, 1998.
MOROZOWSKI, Antonio C. Apostila de Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais. Curitiba – PR
MOURA, Reinaldo A . Armazenamento e Distribuição Física. São Paulo: IMAM, 1997.
PARENTE, Juracy. Varejo no Brasil. São Paulo: Atlas, 2000.
POZO, Hamilton. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas,
2001
VIANA, João J. Administração de Materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas, 2002.

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