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Psicomotricidade na Educação

Infantil
A Educação Infantil é muito importante para o
desenvolvimento global da criança e, os aspetos
que envolvem a Psicomotricidade favorecem o
processo ensino-aprendizagem já que
compreendem a educação como algo mais amplo
do que a simples transmissão de conhecimentos.
O Objetivo deste curso é obter conhecimentos
acerca do tema e Compreender a importância da
Psicomotricidade na Educação Infantil.
Introdução
• Diante da realidade social, buscam-se
proporcionar nos espaços de Educação Infantil,
relação e contato, permitindo uma percepção
mais próxima dos desejos de cada um, do grupo
e das diferenças. Para isso temos o corpo em
movimento, uma trama de sensações
sinestésicas, sensoriais, emocionais,
neurológicas, organizadas por vias receptivas e
expressivas onde a criança integra estes
estímulos produzindo marcas que a façam
perceber a si e ao outro, na relação.
• A Psicomotricidade contribui de maneira
expressiva para a formação e estruturação do
esquema corporal e tem como objetivo principal
incentivar a prática do movimento em todas as
etapas da vida de uma criança. Por meio de
atividades as crianças, além de se divertir,
criam, interpretam e se relacionam com o
mundo em que vivem.
Tendo a finalidade de auxiliar no desenvolvimento
físico, mental e afetivo do indivíduo, com o
propósito de um desenvolvimento sadio. É
importante assegurar o desenvolvimento funcional
da criança e auxiliar na expansão e equilíbrio de
sua afetividade, através da interação com o
ambiente.
Psicomotricidade: Conceitos Básicos
• É a ciência que tem como objetivo de estudo o
homem através do seu corpo em movimento em
relação ao conhecimento adquirido ao longo de
sua vida nos meios internos e externos do
cotidiano.
• Portanto a psicomotricidade é empregado à
compreensão de movimentos organizados e
possuídos na sua formação devido às
experiências vividas cuja ação é resultado do
conjunto das qualidades individuais, pela
expressão do pensamento pela palavra e o
ambiente em que vive (socialização).
• A Psicomotricidade atua em várias linhas de
atuação educativa, reeducativa, terapêutica
entre outras. O profissional Psicomotricista atua
na área da saúde e educação onde pesquisa o
desenvolvimento avalia as suas condições,
previne suas incidências e trata o homem na
aquisição, no desenvolvimento e nos
transtornos da incorporação de um indivíduo
numa comunidade.
• O local de atuação do Psicomotricista é diverso:
Creches; escolas; escolas especiais; clínicas
multidisciplinares; consultórios; clínicas
geriátricas; postos de saúde; hospitais;
empresas. A Psicomotricidade relacional é uma
forma terapêutica de trabalhar as relações e
problemas cuja veracidade satisfaz de maneira
total e coerciva o entendimento ou o intelecto
através do brincar.
• A psicomotricidade encara de forma integrada
as funções cognitivas, sócio-emocionais,
simbólicas, a compreensão das palavras e
motoras, promovendo a capacidade de ser e
agir num contexto relativo à psicologia individual
e à vida social.
Histórico da Psicomotricidade
• Historicamente o termo "psicomotricidade"
aparece a partir do discurso médico, mais
precisamente neurológico, quando foi
necessário, no início do século XIX, nomear as
zonas do córtex cerebral situadas mais além
das regiões motoras.
• Só em pleno século XIX o corpo começa a ser
estudado, em primeiro lugar, por neurologistas,
por necessidade de compreensão das
estruturas cerebrais, e posteriormente por
psiquiatras, para a classificação de fatores
patológicos. É justamente a partir da
necessidade médica de encontrar uma área que
explique certos fenômenos clínicos que se
nomeia, pela primeira vez, a palavra
psicomotricidade, no ano de 1870.
• As primeiras pesquisas que dão origem ao
campo psicomotor correspondem a um enfoque
eminentemente neurológico.
• No campo patológico destaca-se a figura de
Dupré (1909, apud Jobim; Assis, 2013),
neuropsiquiatria, de fundamental importância
para o âmbito psicomotor, já que é ele quem
afirma a independência da debilidade motora
(antecedente do sintoma psicomotor) de um
possível correlato neurológico e o termo
psicomotricidade, quando introduz os primeiros
estudos sobre a debilidade motora nos débeis
mentais.
• O conceito de psicomotricidade ganhou assim
uma expressão significativa, uma vez que traduz
a solidariedade profunda e original entre a
atividade psíquica e a atividade motora. O
movimento é equacionado como parte
integrante do comportamento. A
psicomotricidade, produto de uma relação
inteligível entre a criança e o meio, e
instrumento privilegiado através do qual a
consciência se forma e materializa-se.
• Segundo Le Boulch (1992), a Psicomotricidade
se dá através de ações educativas de
movimentos espontâneos e atitudes corporais
da criança, proporcionando-lhe uma imagem do
corpo contribuindo para a formação de sua
personalidade.
• É uma prática pedagógica que visa contribuir
para o desenvolvimento integral da criança no
processo de ensino-aprendizagem, favorecendo
os aspectos físicos, mental, afetivo-emocional e
sociocultural, buscando estar sempre
condizente com a realidade dos educandos.
• Ferreira (1988, apud Jobim; Assis, 2013),),
apresenta a seguinte definição, é a capacidade
de determinar e coordenar mentalmente os
movimentos corporais; a atividade ou conjunto
de funções psicomotoras.
• Fonseca (1988) comenta que a
psicomotricidade é atualmente concebida como
a integração superior da motricidade, produto de
uma relação inteligível entre a criança e o meio.
• Vayerapud Le Boulch (2001), a educação
psicomotora é uma educação global que,
associando os potenciais intelectuais, afetivos,
sociais e motores da criança, dá-lhe segurança,
equilíbrio e permite o seu desenvolvimento,
organizando corretamente as suas relações
com os diferentes meios nos quais deve evoluir.
• A psicomotricidade é, inicialmente, uma
determinada organização funcional da conduta
e da ação; correlatamente, é certo tipo de
prática da reabilitação gestual. (CHAUZAUD,
1987).
• A psicomotricidade se faz necessária para a
prevenção e tratamento de problemas, a fim de
conseguir o máximo do potencial dos alunos,
não só motor, mas em outros aspectos da
personalidade, que se inter-relacionem
(LORENZON, 1995).
• Apesar da Psicomotricidade se desenvolver
como uma prática independente no século XIX,
seu nascimento ocorre no momento em que o
corpo deixa de ser pura carne para transformar-
se num corpo falado.
• De acordo com Alves (2003), a psicomotricidade
envolve toda a ação realizada pelo indivíduo,
que represente suas necessidades e permitem
a relação com os demais. É a integração
psiquismo-motricidade.
Elementos da psicomotricidade
• A psicomotricidade envolve os seguintes
elementos: esquema e imagem corporal,
coordenação global, equilíbrio, dominância
lateral, orientação espacial e latero-espacial,
orientação temporal, coordenação dinâmica das
mãos.
• Estes elementos são considerados básicos para
o desenvolvimento global da criança, são pré-
requisitos necessários para a criança adquirir à
aprendizagem da leitura e da escrita; vivenciar a
percepção do seu corpo com relação aos
objetos, saber discriminar partes do seu corpo e
ter controle sobre elas e obter organização de
espaço e tempo.
Esquema corporal
• É um elemento básica indispensável para a
formação da personalidade da criança. É a
representação da imagem que a criança tem de
seu próprio corpo. A criança se sentirá bem na
medida em seu corpo lhe obedece, em que o
conhece bem, em que pode utiliza-lo não
somente para movimentar-se, mas também
para agir.
Uma criança cujo esquema corporal é mal
constituído não coordena bem os movimentos, na
escola a grafia é feia, e a leitura expressiva, não
harmoniosa: a criança não segue o ritmo da leitura
ou então para no meio de uma palavra. Segundo
De Meur (1989), uma criança que se sinta à
vontade significa que ele domina o seu corpo,
utiliza-o com desenvoltura e eficácia,
proporcionando-lhe bem estar, tornando fáceis e
equilibrados seus contatos com os outros.
A organização do corpo no espaço (organização
espacial)
• É a capacidade de movimentar o próprio corpo
de forma integrada, dentro de um ambiente
contendo obstáculos, passando por eles.
Movimentos com rastejar, engatinhar, e andar,
irão propiciar a criança o desenvolvimento das
primeiras noções espaciais: perto, longe, dentro,
fora.
• Para De Meur (1989), os problemas quanto à
orientação temporal e espacial, como por
exemplo, com a noção “antes-depois”,
acarretam principalmente confusão na
ordenação dos elementos de uma sílaba. A
criança sente dificuldade em reconstruir uma
frase cujas palavras estejam misturadas, sendo
a analise gramatical um quebra-cabeça para
ela.
• Uma má organização espacial ou temporal
acarreta fracasso em matemática. Com efeito,
para calcular a criança deve ter pontos de
referência, colocar os números corretamente,
possuir noção de “fileira”, de “coluna”; deve
conseguir combinar as formas para fazer
construções geométricas.
• Diante de problemas de percepção espacial
uma criança não é capaz de distinguir um “b” de
um “d”, um “p” de um “q”, “21” de “12”, caso não
perceba a diferença entre a esquerda e a
direita. Se não se distingue bem o alto e o baixo,
confunde o “b” e o “p”, o “n” e o “u”, o “ou” e o
“on”.
A dominância lateral
• Refere-se ao esquema do espaço interno do
indivíduo, que o capacita utilizar um lado do
corpo com melhor desembaraço do que outro,
em atividades que requeiram habilidade,
caracterizando-se por uma assimetria funcional.
A definição da lateralidade ocorre à medida que
a criança se desenvolve.
• A lateralidade na criança não deve ser
estimulada até que não tenha sido definida,
quando a criança é forçada a usar um lado do
corpo torna-se prejudicial para a lateralidade,
devido a fatores culturais os mais antigos acham
que não é correto a criança escrever com a mão
esquerda, forçando-a a utilizar a mão direita par
tal ação, os pais devem favorecer a escolha
feita pelas crianças.
Na idade onde ainda prevalece a bilateralidade, se
ainda a criança tiver tendência para o sinestrismo
e os pais tentar fazer algo para que impeça, pode
levar a criança a apresentar danos na motricidade
e contribuir para o surgimento de problemas de
aprendizagem.
O equilíbrio
• É a função na qual os indivíduos mantém sua
estabilidade corporal durante os movimentos e
quando em estado de imobilidade
(Masson,1985). Shinca (1992), relata que o bom
equilíbrio é essencial para a conquista da
locomoção assim como a independência dos
membros superiores.
• A dificuldade de equilibrar-se produz estados de
ansiedade e insegurança, pois a criança não
consegue manter um estado estático ou de
movimento e isto atrapalha a relação entre
equilíbrio físico e psíquico.
• Picq e Vayer (1985), diz que na presença de
algum distúrbio do equilíbrio pode-se observar
uma indisponibilidade imediata dos movimentos,
desequilíbrio corporal global, marcha não
harmoniosa, tensões musculares locais,
desalinhamentos anatômicos e imprevisibilidade
de atitudes. Socialmente a criança pode
apresentar tendência à inibição ou desejo de
esconder, e falta de confiança em si mesmo.
A organização latero-espacial
• Desenvolve da seguinte maneira, aos 6 anos a
criança tem conhecimento do lado direito e
esquerdo do seu corpo, aos 7 anos reconhece a
posição relativa entre dois objetos, aos 8 anos
reconhece o lado direito e esquerdo em outra
pessoa, aos 9 anos consegue imitar
movimentos realizados por outras pessoas com
o mesmo lado do corpo no qual a pessoa realiza
o movimento.
• Isto é transpõe o lado da pessoa para o seu,
aos 10 anos reproduz movimentos de figuras
esquematizadas, e aos 11 anos consegue
identificar a posição relativa entre 3 objetos.
A coordenação dinâmica
• A coordenação dinâmica geral da a criança um
bom domínio do corpo suprindo a ansiedade
habitual, diminui as sincinesias e as tensões
trazendo um controle satisfatório e confiança
com relação ao próprio corpo.
• Com relação à coordenação dinâmica das mãos
Le Boulch (1982) diz que a habilidade manual
ou destreza constitui um aspecto particular da
coordenação global. Reveste muita importância
nas praxias, no grafismo, pelo que deve dar se
muita atenção particular.
• A criança quando apresenta algum distúrbio no
desenvolvimento da coordenação (tanto global
como da dinâmica das mãos), poderá
apresentar dificuldades escolares com disgrafia,
ultrapassa linhas e margens do caderno, pode
ter dificuldades na apreensão de dedos e nos
gestos.
• Os potenciais humanos, são apoiados nas
áreas básicas da Psicomotricidade, seu estudo
e pesquisa constantes do esquema e da
imagem corporal, da lateralização, da
tonicidade, da equilibração e coordenação, são
enriquecidos instrumentalmente, estimulando o
sentimento de competência, de auto-estima,
entendendo o ser humano em constantes e
complexas adaptações, fazendo-o concluir que
é amado e aceito, tornando-o transformador e
produtor social.
• Sintetizando, a Psicomotricidade subtende uma
concepção holística de aprendizagem e de
adaptação do ser humano, que tem por
finalidade, associar dinamicamente, o ato ao
pensamento, o gesto à palavra, o símbolo ao
conceito.
As áreas da psicomotricidade
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
• A linguagem é função de expressão e
comunicação do pensamento e função de
socialização. Permite ao indivíduo trocar
experiências e atuar - verbal e gestualmente -
no mundo.
• Por ser a linguagem verbal intimamente
dependente da articulação e da respiração,
incluem-se nesta área os exercícios
fonoarticulatórios e respiratórios.
PERCEPÇÃO
• Percepção é a capacidade de reconhecer e
compreender estímulos recebidos. A percepção
está ligada à atenção, à consciência e a
memória. Os estímulos que chegam até nós
provocam uma sensação que possibilita a
percepção e a discriminação. Primeiramente
sentimos, através dos sentidos: tato, visão,
audição, olfato e degustação.
• Em seguida, percebemos, realizamos uma
mediação entre o sentir e o pensar. E, por fim,
discriminamos - reconhecemos as diferenças e
semelhanças entre estímulos e percepções. A
discriminação é que nos permite saber, por
exemplo, o que é verde e o que é azul, e a
diferença entre o 1 e o 7. As atividades
propostas para esta área devem auxiliar o
desenvolvimento da percepção e da
discriminação.
COORDENAÇÃO
• A coordenação motora é mais ou menos
instintiva e ligada ao desenvolvimento físico.
Entendida como a união harmoniosa de
movimentos, a coordenação supõe integridade
e maturação do sistema nervoso.
Subdividiremos a coordenação motora em
coordenação dinâmica global ou geral,
visomanual ou fina e visual.
• A coordenação dinâmica global envolve
movimentos amplos com todo o corpo (cabeça,
ombros, braços, pernas, pés, tornozelos,
quadris etc.) e desse modo 'coloca grupos
musculares diferentes em ação simultânea, com
vistas à execução de movimentos voluntários
mais ou menos complexos". A coordenação
visomanual engloba movimentos dos pequenos
músculos em harmonia, na execução de
atividades utilizando dedos, mãos e pulsos.
• A coordenação visual refere-se a movimentos
específicos com os olhos nas mais variadas
direções.
• As atividades psicomotoras propostas para a
área de coordenação estão subdivididas nessas
três áreas.
ORIENTAÇÃO
• A orientação ou estruturação espacial/temporal
é importante no processo de adaptação do
indivíduo ao ambiente, já que todo corpo,
animado ou inanimado, ocupa necessariamente
um espaço em um dado momento. A orientação
espacial e temporal corresponde à organização
intelectual do meio e está ligada à consciência,
à memória a às experiências vivenciadas pelo
indivíduo.
CONHECIMENTO CORPORAL E
LATERALIDADE
• A criança percebe seu próprio corpo por meio
de todos os sentidos. Seu corpo ocupa um
espaço no ambiente em função do tempo, capta
imagens, recebe sons, sente cheiros e sabores,
dor e calor, movimenta-se. A entidade corpo é
centro, o referencial.
• A noção do corpo está no centro do sentimento
de mais ou menos disponibilidade e adaptação
que temos de nosso corpo e está no centro da
relação entre o vivido e o universo. É nosso
espelho afetivo-somático ante uma imagem de
nós mesmos, do outro e dos objetos.
• O esquema corporal, da maneira como se
constrói e se elabora no decorrer da evolução
da criança, não tem nada a ver com uma
tomada de consciência sucessiva de elementos
distintos, os quais, como num quebra-cabeça,
iriam pouco a pouco encaixar-se uns aos outros
para compor um corpo completo a partir de um
corpo desmembrado.
• O esquema corporal revela-se gradativamente à
criança da mesma forma que uma fotografia
revelada na câmara escura mostra-se pouco a
pouco para o observador, tomando contorno,
forma e coloração cada vez mais nítidos. A
elaboração e o estabelecimento deste esquema
parecem ocorrer relativamente cedo, uma vez
que a evolução está praticamente terminada por
volta dos quatro ou cinco anos.
• Isto é, ao lado da construção de um corpo
'objetivo', estruturado e representado como um
objeto físico, cujos limites podem ser traçados a
qualquer momento, existe uma experiência
precoce, global e inconsciente do esquema
corporal, que vai pesar muito no
desenvolvimento ulterior da imagem e da
representação de si.
• O conceito corporal, que é o conhecimento
intelectual sobre partes e funções; e o esquema
corporal, que em nossa mente regula a posição
dos músculos e partes do corpo. O esquema
corporal é inconsciente e se modifica com o
tempo.
• Quando tratamos de conhecimento corporal,
inserimos a lateralidade, já que é a bússola de
nosso corpo e assim possibilita nossa situação
no ambiente. A lateralidade diz respeito à
percepção dos lados direito e esquerdo e da
atividade desigual de cada um desses lados
visto que sua distinção será manifestada ao
longo do desenvolvimento da experiência.
• Perceber que o corpo possui dois lados e que
um é mais utilizado do que o outro é o início da
discriminação entre a esquerda e direita. De
início, a criança não distingue os dois lados do
corpo; num segundo momento, ela compreende
que os dois braços encontram-se um em cada
lado de seu corpo, embora ignore que sejam
"direito" e "esquerdo".
• Aos cinco anos, aprende a diferenciar uma mão
da outra e um pé do outro. Em seguida, passa a
distinguir um olho do outro. Aos seis anos, a
criança tem noção de suas extremidades direita
e esquerda e noção dos órgãos pares,
apontando sua localização em cada lado de seu
corpo (ouvidos, sobrancelhas, mamilos, etc.).
• Aos sete anos, sabe com precisão quais são as
partes direita e esquerda de seu corpo. As
atividades psicomotoras auxiliam a criança a
adquirir boa noção de espaço e lateralidade e
boa orientação com relação a seu corpo, aos
objetos, às pessoas e aos sinais gráficos.
• Alguns estudiosos preferem tratar a questão da
lateralidade como parte da orientação espacial e
não como parte do conhecimento corporal.
HABILIDADES CONCEITUAIS
• A matemática pode ser considerada uma
linguagem cuja função é expressar relações de
quantidade, espaço, tamanho, ordem, distância,
etc.
• A medida em que brinca com formas, quebra-
cabeças, caixas ou panelas, a criança adquire
uma visão dos conceitos pré-simbólicos de
tamanho, número e forma.
• Ela enfia contas no barbante ou coloca figuras
em quadros e aprende sobre seqüência e
ordem; aprende frases: acabou, não mais,
muito, o que amplia suas idéias de quantidade.
A criança progride na medida do conhecimento
lógico-matemático, pela coordenação das
relações que anteriormente estabeleceu entre
os objetos.
• Para que se construa o conhecimento físico
(referente a cor, peso, etc.), a criança necessita
ter um sistema de referência lógico-matemático
que lhe possibilite relacionar novas observações
com o conhecimento já existente; por exemplo:
para perceber que um peixe é vermelho, ela
necessita um esquema classificatório para
distinguir o vermelho de todas as outras cores e
outro esquema classificatório para distinguir o
peixe de todos os demais objetos que conhece.
HABILIDADES PSICOMOTORAS E PROCESSO
DE ALFABETIZAÇÃO
As habilidades psicomotoras são essenciais ao
bom desempenho no processo de alfabetização. A
aprendizagem da leitura e da escrita exige
habilidades tais como:
• dominância manual já estabelecida (área de
lateralidade);
• conhecimento numérico suficiente para saber,
por exemplo, quantas voltas existem nas letras m
e n, ou quantas sílabas formam uma palavra (área
de habilidades conceituais);
• movimentação dos olhos da esquerda para a
direita, domínio de movimentos delicados
adequados à escrita, acompanhamento das linhas
de uma página com os olhos ou os dedos,
preensão adequada para segurar lápis e papel e
para folhear (área de coordenação visual e
manual);
• discriminação de sons (área de percepção
auditiva);
• adequação da escrita às dimensões do papel,
reconhecimento das diferenças dos pares b/d, q/d,
p/q etc., orientação da leitura e da escrita da
esquerda para a direita, manutenção da proporção
de altura e largura das letras, manutenção de
espaço entre as palavras e escrita orientada pelas
pautas (áreas de percepção visual, orientação
espacial, lateralidade, habilidades conceituais);
• pronúncia adequada de vogais, consoantes,
sílabas, palavras (área de comunicação e
expressão);
• noção de linearidade da disposição sucessiva de
letras, sílabas e palavras (área de orientação
têmporo-espacial);
• capacidade de decompor palavras em sílabas e
letras (análise);
• possibilidade de reunir letras e sílabas para
formar novas palavras (síntese).
Distúrbios Psicomotores
• Que há com ela? O que acontece com essa
criança desajeitada? Porque, apesar de sua
aparência cheia de torpor e inabilidade, quando
consegue aproximar-se, mostra-se com encanto
e interesse?
• O que há com ela? Andou tarde, caiu quantas
vezes... precipitava-se pelas escadas ao invés
de desce-las, ou morria de medo como se fosse
um grande empreendimento... escalá-las e não
apenas subi-las. E vestir-se... O que seria a
manga, onde estariam os braços, as pernas das
calças? Enfiam-se pela cabeça? Por que
existem laços de sapato? Para atormentar
crianças? Ou talvez, a sua mãe que,
desoladamente, contempla sua dificuldade?
• E um caderno? Começa-se de que lado? Por
que as coisas são assim? Que estranho é este
mundo de lados que não tem lados... O que há
com esta criança?
• Seus movimentos são desajeitados, lentos e
pesados. Quando andam, apoiam duramente o
calcanhar no solo. Quando crianças custam a
aprender a subir e descer escadas, nas escolas,
evitam participar de jogos, nas quais geralmente
são ridicularizadas e afastadas: tê-las como
parceiras é perder na certa.
• Tal ser é uma
questão e uma
dificuldade para
seus pais, para
seus mestres,
para todos nós.
Como entendê-lo.
Como ajudá-lo.
DEFINIÇÃO DE DISTÚRBIO PSICOMOTOR
• A criança descrita na história acima apresenta
um distúrbio de motricidade: uma dispraxia.
• Praxias: São sistemas de movimentos
coordenados em função de um resultado ou de
uma intenção. Não são nem reflexos, nem
automatismos, nem movimentos involuntários.
• O estudo sobre os distúrbios das praxias foram
primeiramente, sistematizados em adultos.
Estas perturbações consistiam em perda ou
alterações do ato voluntário, como de lesão no
sistema nervoso central. São as apraxias.
• Pesquisas foram desenvolvidas com crianças
que mostraram serem algumas delas portadoras
de um determinado distúrbio cujos sintomas
assemelhavam-se aos adultos. Por outro lado
mesmo existindo a lesão, ela incidia sobre um
cérebro ainda em desenvolvimento e portanto
em condições diferentes a dos adultos.
• A partir destas considerações e da preocupação
em estabelecer-se uma psicopatologia
diferencial da criança e do adulto passa-se a
encontrar, na literatura, a denominação de
dispraxia ou apraxia de evolução quando se
trata de distúrbios das praxias na criança.
• Apraxia aparece referindo-se ao distúrbio
infantil.
Classificação das apraxias. Distinguem três
variedades:
• a) Apraxia sensório-cinética - que se caracteriza
pela alteração da síntese sensório-motora como
a desautomatização do gesto. Não há nela
distúrbios de representação do ato.
• b) Apracto-somato-gnosia espacial -
caracterizada por uma desorganização do
esquema corporal e do espaço.
• c) Apraxia de formulação simbólica que se
caracteriza por uma desorganização da
atividade simbólica e da compreensão da
linguagem.
• A finalidade é de estabelecer os diferentes tipos
de distúrbios.
ESTUDOS INICIAIS SOBRE O DISTÚRBIO
PSICOMOTOR
• Debilidade Motora é uma condição patológica
da mobilidade, às vezes hereditária e familiar,
caracterizada pela exageração dos reflexos
tendinosos, uma perturbação do reflexo plantar,
um desajeito dos movimentos voluntários
intencionais que levam a impossibilidade de
realizar voluntariamente a ação muscular.
• Distúrbio Psicomotor: significa um transtorno
que atinge a unidade indissociável, formada
pela inteligência, pela afetividade e pela
motricidade.
• Paratonia: É a possibilidade que apresentam
certas crianças de relaxar voluntariamente um
músculo.
• Sincinesias: São fenômenos normais em
crianças.
• Catalepsia: É uma aptidão anormal para a
conservação de uma atitude.
• Outros sinais são marcados como certas
epilepsias, espasmos dos músculos lisos,
alguns estados de excitação e de agitação e a
instabilidade.
• Assim muitos anos, os distúrbios de
psicomotricidade e portanto, as dispraxias,
foram vistos sob o nome de debilidade motora
que é uma insuficiência de imperfeição das
funções motoras consideradas do ponto de vista
da sua adaptação.
• Os distúrbios da Psicomotricidade é definido sob
o nome de Disfunções Psicomotoras.
• Pesquisas feitas com crianças deficientes
mentais focalizando os processos que estariam
na base das deficiências da aprendizagem.
Adotaram a classificação das deficiências
mentais, proposta por Straus (1933) em
endógenas aquelas crianças com antecedentes
familiares de distúrbios mentais; em exógenas
as crianças portadoras de lesão cerebral.
A função da Educação Infantil
• Duas considerações iniciais devem ser feitas ao
apresentar algumas idéias sobre as funções da
educação infantil.
• As práticas pedagógicas são muito ricas e
complexas do que as classificações que
teoricamente fazemos. Os educadores no seu
dia-a-dia desenvolvem ações que são
extremamente dinâmicas, não se enquadrando
facilmente em tipificações acadêmicas.
• O que podemos dizer, é que a partir da
classificação, a respeito das funções da
Educação Infantil, é que essa ou aquela prática
é predominantemente deste ou daquele tipo
• Função de guardar as crianças (guardiã)
• Historicamente, a educação infantil teve seu
surgimento, (século XVIII - França e Inglaterra)
como função precípua das crianças filhas de
mães operárias.
• Com a necessidade cada vez maior da mulher
se inserir no mercado de trabalho, a guarda das
crianças torna-se uma necessidade.
• Função de preparar a criança para ingressar no
1º grau (preparatória) Esta concepção entende
que a educação infantil serve para dar às
crianças a “prontidão” para ingressar na 1ª
série, evitando a repetência e,
conseqüentemente, a evasão escolar.
• Dentro da visão de educação infantil bastaria
um lugar seguro, alimentação, serviço médico e
área para brincar.
• Com o objetivo de dar à criança condições de
acompanhar o que lhe é exigido ao entrar no 1º
grau, esta educação infantil preocupa-se com as
crianças que fracassam na escola.
• Ao se propor a preparar a criança, busca moldá-
la aos padrões escolares, sem mudar em nada
a escola
• Função de promover o desenvolvimento global
e harmônico da criança (com objetivos em si
mesma).
• O importante é a vivência na vida infantil. Tudo o
mais virá como acréscimo. Esta função
considera importante dar à criança o que ela
precisa, isto é, alimentação, cuidados com a
saúde, oportunidade de brincar com outras
crianças.
• Função de formar hábitos e atitudes
necessárias à vida em sociedade
(socialização).
• Nesta concepção, o mais importante é a
preocupação com os aspectos morais, com a
formação de hábitos e atitudes consideradas
“boas e necessárias”. Além de conviver com as
crianças da mesma idade, esta educação
infantil valoriza a aquisição de hábitos
higiênicos, alimentares e boas maneiras.
• Função pedagógica
• A partir da valorização dos conhecimentos que a
criança já possui, esta concepção busca
fornecer a aquisição de conhecimentos
escolares. A educação infantil com função
pedagógica toma como ponto de partida o
universo cultural da criança e tem como ponto
de chegada o acesso aos conhecimentos
escolares.
• Nesta concepção, é fundamental proporcionar
atividades que tenham sentido verdadeiro na
vida cultural das crianças, ao invés de
desenvolver uma seqüência de ações
mecânicas e repetitivas das quais desconhecem
o porquê e para quê.
• As atividades são organizadas com base não só
nos conhecimentos já adquiridos e nas próprias
atividades que realizam, mas, também nas
diferentes formas de socialização e
comunicação já existentes em seu próprio meio,
isto é, nas suas condições objetivas de vida.
• A discussão a respeito de uma Educação Infantil
numa perspectiva crítica é muito nova na nossa
sociedade. A educação infantil com uma
dimensão pedagógica deve ser entendida como
uma proposta educativa que visa a desenvolver
as crianças não apenas cognitivamente, mas
também, afetiva e socialmente.
• Suas estratégias passam pela concepção de
infância e da criança que tenho, sobre as
formas que entendo e explica os processos de
aprendizagem e, sobretudo sobre a visão de
homem e mundo que admitimos ser coerente
com os princípios filosóficos e políticos.
• A aprendizagem depende em grande parte , da
motivação. A motivação é forte, as crianças
fazem de boa vontade enorme esforços para
dominar obstáculos difíceis. Por esta razão, as
necessidades e interesses intrínsecos da
criança, têm mais importância do que outra
qualquer razão para que a criança se ligue a
uma atividade: mais especificamente, os
objetivos sócio-afetivos respeitantes à criança.
• Segundo Wallon (1983), ao longo de suas
vivências, dispõe de relações de colaboração e
ajuda mútua dos adultos e outras crianças. E
neste espaço de interação e interlocução que os
outros adultos ou crianças, colaboram no
desenvolvimento infantil
.
• É a partir de uma relação dialógica, que a
criança desenvolve sua concepção de mundo e
de homem. Atuando ativamente sobre o mundo,
formula hipóteses e a partir de suas vivências,
na tentativa de desvendar contradições,
encontra explicações e avançar criticamente no
seu processo de desenvolvimento.
• Participar das brincadeiras da turma e do jogo
exige muito da criança. É necessário que ela
saiba respeitar a si mesma e aos outros. Deverá
compreender que uma coisa leva a outra
(relação de causa e efeito) e como as partes
podem adaptar-se para formar uma totalidade,
entender a lógica das normas e reconhecer o
certo e o errado. O educador dá educação
intelectual para que a criança atinja esse
estágio de desenvolvimento.
• O aspecto social compreende o elemento mais
marcante na atividade lúdica da criança; nos
anos seguintes será, sem dúvida, um dos
componentes mais importantes do seu
desenvolvimento. Deixando de lado o
egocentrismo, a criança para a usar a
linguagem para coordenar atividades infantis,
precisa ter claro que são necessária qualidades
emocionais, sociais e de grupo visando algum
objetivo comum.
• Os horizontes sociais da criança lentamente se
ampliam: aos poucos, a curiosidade recíproca
aparece e ela procura realizar trocas afetivas. O
jogo paralelo vai cedendo lugar ao intercâmbio
aberto.
• Quanto mais a criança for tratada como
indivíduo, com algo a oferecer à comunidade na
qual se encontra, na qualidade de criança mais
útil poderá torna-se como criança; quanto mais
lhe permitir o uso da experiência direta, tanto
melhor aprenderá a aprender; quanto mais
puder participar da organização e da
coletividade escolar, melhor enfrentará a
solução de problemas, a tomada de decisões e
a colaboração com os outros.
A importância da Psicomotricidade na
Educação Infantil
• Na Educação Infantil, a criança busca
experiências em seu próprio corpo, formando
conceitos e organizando o esquema corporal. A
abordagem da Psicomotricidade irá permitir a
compreensão da forma como a criança toma
consciência do seu corpo e das possibilidades
de se expressar por meio desse corpo,
localizando-se no tempo e no espaço.
• O movimento humano é construído em função
de um objetivo. A partir de uma intenção como
expressividade íntima, o movimento transforma-
se em comportamento significante. Desse
modo, é necessário que toda criança passe por
todas as etapas em seu desenvolvimento.
• O trabalho da educação psicomotora com as
crianças deve prever a formação de base
indispensável em seu desenvolvimento motor,
afetivo e psicológico, dando oportunidade para
que por meio de jogos, de atividades lúdicas, se
conscientize sobre seu corpo.
• Através da recreação a criança desenvolve suas
aptidões perceptivas como meio de ajustamento
do comportamento psicomotor. Para que a
criança desenvolva o controle mental de sua
expressão motora, a recreação deve realizar
atividades considerando seus níveis de
maturação biológica.
• A recreação dirigida proporciona a
aprendizagem das crianças em várias
atividades esportivas que ajudam na
conservação da saúde física, mental e no
equilíbrio sócio-afetivo.
• Segundo Barreto (2000), o desenvolvimento
psicomotor é de suma importância na
prevenção de problemas da aprendizagem e na
reeducação do tônus, da postura, da
direcionalidade, da lateralidade e do ritmo. A
educação da criança deve evidenciar a relação
através do movimento de seu próprio corpo,
levando em consideração sua idade, a cultura
corporal e os seus interesses.
• A educação psicomotora para ser trabalhada
necessita que sejam utilizadas as funções
motoras, perceptivas, afetivas e sócio-motoras,
pois assim a criança explora o ambiente, passa
por experiências concretas, indispensáveis ao
seu desenvolvimento intelectual, e é capaz de
tomar consciência de si mesma e do mundo que
a cerca.
• Bons exemplos de atividades físicas são
aquelas de caráter recreativo, que favorecem a
consolidação de hábitos, o desenvolvimento
corporal e mental, a melhoria da aptidão física,
a socialização, a criatividade; tudo isso visando
à formação da sua personalidade (BRASIL,
1998).
• Algumas sugestões de exercícios psicomotores
seriam: engatinhar, rolar, balançar, dar
cambalhotas, se equilibrar em um só pé, andar
para os lados, equilibrar e caminhar sobre uma
linha no chão e materiais variados (passeios ao
ar livre), etc.
• Pode-se afirmar, então, que a recreação,
através de atividades afetivas e psicomotoras,
constitui-se num fator de equilíbrio na vida das
pessoas, expresso na interação entre o espírito
e o corpo, a afetividade e a energia, o indivíduo
e o grupo, promovendo a totalidade do ser
humano (MONTEIRO, 2004).
Na educação infantil, a psicomotricidade, como
estimulação aos movimentos da criança tem como
metas:
• Motivar a capacidade sensitiva através das
sensações e relações entre o corpo e o exterior
(o outro e as coisas).
• Cultivar a capacidade perceptiva através do
conhecimento dos movimentos e da resposta
corporal.
• Organizar a capacidade dos movimentos
representados ou expressos através de sinais,
símbolos, e da utilização de objetos reais e
imaginários.
• Fazer com que as crianças possam descobrir e
expressar suas capacidades, através da ação
criativa e da expressão da emoção.
• Ampliar e valorizar a identidade própria e a
autoestima dentro da pluralidade grupal.
• Criar segurança e expressar-se através de
diversas formas como um ser valioso, único e
exclusivo.
• Criar uma consciência e um respeito à presença
e ao espaço dos demais.
Práticas educacionais e corporais na educação
Infantil
Trabalhando O Corpo Na Educação Infantil
• São inúmeras as atividades que podem ser
desenvolvidas com crianças para prevenir ou
reeducá-la.
• Iremos aprofundar este assunto na apostila de
jogos e brincadeiras, mas aqui cabem algumas
propostas.
• As atividades de mímica e dramatização podem
ser utilizadas para um maior autoconhecimento,
seja do próprio corpo como de suas emoções. O
trabalho realizado com crianças com
dificuldades de aprendizagem tem enfatizado a
necessidade de deixá-las vivenciar sensações
de rigidez e de total relaxamento, principalmente
no caso de crianças que possuem instabilidade
motora em diversos níveis (SANTOS et al,
2007).
• Para trabalhar a coordenação motora ampla
global temos o movimentar-se livremente,
sentir-se à vontade, como por exemplo,
arrastar-se no chão, passar por baixo de
cadeiras, rolar de lado como se a criança
descesse uma ladeira. Andar: normal por cima
de objetos colocados no chão; engatinhar; e
pular. Corridas: livres; revezamento de
obstáculos; amarelinha; jogos de bola (lançar e
apanhar).
• Para a coordenação motora fina, os movimentos
exigem dissociação digital fina. As atividades
podem ser: misturar vários canudos coloridos
cortados em pedaços, pedindo que os separe
pela cor; enfiar objetos finos e furados em um
barbante; recortar figuras e fazer colagens;
cópia de um trecho escolhido.
• Para a coordenação motora digital, que são os
movimentos puros em que prevalece a atividade
digital, com escassa participação de
deslocamento manual, temos as atividades de
separar fichas conforme a cor; jogo de varetas;
dobradura de papel.
Os Ambientes E Aprendizagem E O Caráter
Preventivo
• Todo ambiente, sem exceção, é um espaço
organizado segundo certa concepção
educacional, que espera determinados
resultados. Há sempre um arranjo ambiental,
mesmo que isso se traduza na existência de
uma sala com pouco mobiliário e poucos
objetos e brinquedos ou uma sala atulhada de
berços dispostos lado a lado.
• No caso das creches ou escolas de educação
infantil, o ambiente deveria ser considerado
como um campo amplo de vivências e
explorações, zona de múltiplos recursos e
possibilidades para a criança reconhecer
objetos, experiências, significados de palavras e
expressões, além de ampliar o mundo de
sensações e percepções.
• Esse ambiente funciona como um recurso de
desenvolvimento e, para isso, ele deve ser
planejado pelo educador, parceiro privilegiado
de que a criança dispõe.
• A criança, desde cedo, reconhece o espaço
físico ou atribui-lhe significações, avaliando
intenções e valores que pensam ser-lhe
próprios. Daí a importância de organizar os
múltiplos espaços de modo que estimulem a
exploração de interesses, rompendo com a
mesmice e o imobilismo de certas propostas de
trabalho de muitas instituições de educação
infantil.
• O que importa verificar não são as qualidades
ou os aspectos do ambiente, mas como eles
são refratados pelo prisma da experiência
emocional da criança e atuam como recursos
que ela emprega para agir, explorar, significar e
desenvolver-se.
• Fonseca (1996) destaca o caráter preventivo da
psicomotricidade, afirmando ser a exploração do
corpo, em termos de seus potenciais uma
“propedêutica das aprendizagens escolares”,
especialmente, a alfabetização.
• Para o autor as atividades desenvolvidas na
escola como a escrita, a leitura, o ditado, a
redação, a cópia, o cálculo, o grafismo, e enfim,
os movimentos estão ligados à evolução das
possibilidades motoras e as dificuldades
escolares estão, portanto, diretamente
relacionadas aos aspectos psicomotores.
• Todavia, a Psicomotricidade, não pode ser
analisada fora do comportamento e da
aprendizagem, e este, para além de ser uma
relação inteligível entre estímulos e respostas, é
antes do mais, uma sequencia de ações, ou
seja, uma sequencia espaço-temporal
intencional.
• Se tomarmos a definição de Hutardo2 (1991, p.
91) para Psicomotricidade, temos como justificar
a ação do professor que, ao apropriar-se dos
recursos psicomotores, poderá promover
práticas psicomotoras com caráter preventivo.
• Essa ação difere da reeducação, prática que
normalmente ocorre no campo da clínica
psicomotora. A intervenção preventiva acontece
na medida em que dá condições à criança de se
desenvolver melhor em seu ambiente.
• As práticas psicomotoras realizadas como
atividades regulares no cotidiano da instituição
de educação infantil favorecem o
desenvolvimento psicomotor da criança, tendo
nesse caso um caráter preventivo.
• Um exemplo de prática psicomotora preventiva
pode ser visto quando oferecemos as condições
favoráveis para o desenvolvimento psicomotor
de uma criança ameaçada pela vida sedentária
que leva em seu lar. Esse fato tem se tornado
cada vez mais comum nos grandes centros.
Essa situação pode ser justificada pelos
avanços tecnológicos em nossa sociedade que
oferecem muitas vezes diversão e recreação
com o mínimo de esforço físico.
• Para muitas crianças, o espaço escolar é,
talvez, o único lugar no qual irão passar várias
horas de seu dia brincando, com segurança, em
grandes áreas, tendo contato com areia, parque
e interagindo com outras crianças. Nesses
contextos educativos, elas terão, muitas vezes,
as condições favoráveis para o seu
desenvolvimento afetivo, social, cognitivo,
psicológico, motor e, em especial, no campo
psicomotor.
• A educação infantil necessita de professores
com uma formação ampla em diversas áreas do
conhecimento: cognitiva, psicológica, motora,
neurológica e psicomotora, para atender às
necessidades de sua clientela. Esse profissional
tem hoje um grande desafio, superar as
barreiras impostas pelo despreparo em lidar
com situações que exigem conhecimentos em
áreas específicas, que outrora não se
acreditava serem de seu domínio.
• A ação educativa preventiva pode contribuir
para diminuir ou mesmo solucionar possíveis
dificuldades durante o processo de
desenvolvimento psicomotor, impedindo que
essas dificuldades possam comprometer as
futuras aprendizagens escolares.
• Enfim, o conhecimento aliado à prática e
experiência do profissional, certamente
conduzirá a mudanças significativas em sua
prática psicomotora com caráter preventivo.
Leituras Recomendadas

• LE BOULCH, O desenvolvimento
psicomotor. Porto Alegre: Artmed, 1992

• Negrine, Airton. Aprendizagem e


desenvolvimento infantil: psicomotricidade:
alternativas pedagógicas. Porto alegre: Prodil,
1995.
• A Psicomotricidade na Educação Infantil -
Uma Prática Preventiva e Educativa -Martinez,
Marta RabadánPeñalver, Iolanda VivesSánchez,
Pilar Arnaiz
Vídeos Recomendados

• Clique AQUI: A importância da Psicomotricidade


na Educação Infantil.

• Clique AQUI: Corpo e Movimento na educação


infantil

• Clique AQUI: O que é Psicomotricidade


Fim

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