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Processos Psicológicos Básicos - referem-se a praticamente tudo que nos constitui como
indivíduos:
❏ Sensação;
❏ Percepção;
❏ Atenção;
❏ Memória;
❏ Pensamento;
❏ Linguagem;
❏ Aprendizagem;
❏ Motivação;
❏ Emoção, etc.
O garoto está sendo empirista, pois o mesmo está testando, experimentando a sua tese,
com o intuito de saber como o leite sai do seu nariz, se você rir enquanto bebe. Se ele
tivesse uma atitude racionalista, o mesmo pensaria nas possibilidades, especularia
possíveis resultados, o que não é o caso.
Antecedentes Psicológicos da Psicologia Cognitiva
Organização Perceptiva
❏ Uma tendência organizadora fundamental é a chamada relação entre figura e fundo.
Princípio do Agrupamento
❏ Tendemos a perceber os estímulos agrupados.
❏ Proximidade
❏ Semelhança
❏ Continuidade
❏ Fechamento
Ilusões Perceptuais
São interpretações falsas da realidade e podem ser visuais, auditivas, táteis, gustativas,
olfativas…
Déficits da Percepção
Agnosias
❏ Grupo de distúrbios de percepção que provoca déficits graves na capacidade de
perceber informações sensoriais.
❏ Podem ser visuais, auditivas ou somestésicas.
❏ São causadas por lesões em áreas associativas do córtex.
Agnosias Visuais
❏ Incapacidade de reconhecimento visual de objetos na ausência de disfunções
ópticas. A pessoa vê partes do campo visual, mas os objetos que veem não
significam coisa alguma para ela.
❏ Exemplos:
❏ Simultagnosia ou Síndrome de Balint - incapacidade em prestar atenção a
mais de um objeto ao mesmo tempo.
❏ Agnosia Espacial - dificuldades graves para se orientar no ambiente
cotidiano, podendo se perder na própria casa.
❏ Prosopagnosia - deficiência grave na capacidade de reconhecer rostos
humanos, inclusive o próprio rosto no espelho. Há casos extremos em que
não se consegue reconhecer rostos humanos, mas a face de animais são
reconhecidas. O indivíduo pode ver o rosto dos outros quase sempre tão
bem quanto qualquer pessoa, mas não consegue retê-los na memória e
reconhecê-los. São capazes de reconhecer outros pela voz, cabelo, roupa,
andar… Estudos mostram que pode ser um distúrbio congênito, se pai ou
mãe possui essa inabilidade, há 50% de chance de ela aparecer nos filhos.
Não existe terapia que evite esse distúrbio, mas pode-se ensinar aos
afetados a reconhecerem sinais externos de outras pessoas e a encarar o
outro enquanto conversa.
❏ Anomalias na Percepção da Cor (Daltonismo) - mais comum em homens que
em mulheres, e está ligado à genética.
Protanopia - forma extrema de daltonismo para vermelho e verde, o vermelho
parece bege escuro e o verde parece vermelho.
Deuteranopia - problemas para ver os tons de verde.
Tritanopia - dificuldade de distinguir azuis de amarelos.
Monocromatismo de Bastonetes ou Acromatismo - é a menos comum dessas
anomalias, não há qualquer visão de cor, apenas tons de cinza.
Agnosias Auditivas
❏ Dificuldade na capacidade de reconhecer e distinguir sons na ausência de déficits
auditivos.
❏ Exemplos:
❏ Amusia - incapacidade de identificar músicas previamente conhecidas.
❏ Agnosia para Sons Inespecíficos - incapacidade de compreender sons
comuns do ambiente, sem comprometer a compreensão da linguagem oral
(lesão no lobo temporal direito: não discrimina sons / lesão no lobo temporal
esquerdo: confunde o significado dos sons).
❏ Afasia de Wernicke - agnosia auditiva para palavras.
Agnosias Somestésicas:
❏ Astereognosia ou Agnosia Tátil - incapacidade de reconhecimento de objetos pelo
tato, na ausência de disfunção sensitiva.
❏ Déficit nas Duas Mãos - o indivíduo não consegue demonstrar o uso do
objeto através de gestos.
❏ Déficit em Uma das Mãos - o indivíduo consegue demonstrar o uso do objeto
através de gestos com a outra mão e também identificá-lo a partir do toque
desta mão.
❏ Agnosia Digital - distúrbio do reconhecimento dos próprios dedos (ou dos dedos de
outras pessoas).
❏ Síndrome da Negligência Unilateral - déficit de percepção espacial onde o indivíduo
ignora tudo que se passa à sua esquerda ou direita e podem, por exemplo, esquecer
de barbear um lado do rosto ou de vestir esse lado do corpo. Geralmente causada
por um dano a um dos hemisférios do cérebro.
Distorção da Imagem Corporal
❏ Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa - transtornos alimentares caracterizados por
um padrão de comportamento alimentar gravemente perturbado, um controle
patológico do peso corporal e por distúrbios da percepção do formato corporal.
❏ Anorexia - o indivíduo abaixo do peso vê-se como gordo.
❏ Bulimia - o indivíduo perde o controle sobre si mesmo, come demais e depois tenta
vomitar e/ou evacuar o que comeu para não ganhar peso.
Memória
A memória humana é constituída pela capacidade dos seres humanos de adquirir,
conservar e evocar informações através de dispositivos neurobiológicos e da interação
social.
A memória é o meio pelo qual mantemos e acessamos nossas experiências passadas
para usar a informação no presente. (Tulving e Craik 2000).
Processamento de Memória
❏ Codificação - refere-se a como você transforma um dado físico, sensorial, recebido
em um tipo de representação que pode ser colocado na memória;
❏ Armazenagem - diz respeito a como você retém a informação codificada na
memória;
❏ Recuperação - é a forma como você acessa a informação armazenada na memória.
Os Principais Sistemas de Memória Reconhecidos pela Psicologia Cognitiva são:
❏ Memória Sensorial - processa dados associados aos sentidos como olfato, visão e
audição. Uma vez processadas, as informações são transferidas para memória de
curto prazo. O traço de memória sensorial permanecerá no sistema se receber
atenção e interpretação.
❏ Memória de Curto Prazo - é a memória que armazena informações em curtíssimos
períodos de tempo. Serve para “gerenciar a realidade”.
❏ Memória de Trabalho (ou Operacional) - é armazenada momentaneamente
para a realização de uma atividade. Ex: Local que estacionou o carro.
❏ Memória de Longo Prazo - é a memória com duração de dias, meses e ano.
❏ Memória Declarativa (ou Explícita) - é a memória para fatos e eventos. Ex:
lembrança de datas, fatos históricos, números de telefone, etc.
❏ Episódica (eventos) - quando envolve eventos datados, isto é
relacionados ao tempo. São lembranças de acontecimentos
específicos. Ex: ataque terrorista em 11 de setembro.
❏ Semântica (fatos) - abrange a memória do significado das palavras.
São lembranças de aspectos gerais. Ex: time que torce, nome de
seus conhecidos e etc.
❏ Memória Não-Declarativa (ou Implícita ou Procedural) - não precisa ser
verbalizada (declarada). É a memória para procedimentos e habilidades. Ex:
habilidade para dirigir, jogar bola, dar um nó no cordão do sapato, etc.
❏ Memória Adquirida e Evocada Por Meio de "Dicas" (Priming) -
considera-se que a memória pode ser evocada por meio de "dicas"
(fragmentos de uma imagem, a primeira palavra de uma poesia,
certos gestos, odores ou sons).
❏ Memória de Procedimentos (habilidades e hábitos) - conhecemos os
movimentos necessários para dar um nó em uma gravata, nadar,
dirigir um carro, sem que seja preciso descrevê-lo verbalmente.
❏ Mnemonista - alguém que demonstra habilidade de memória extraordinariamente
aguçada, em geral, com o uso de técnicas especiais para sua melhora. Memória
Notável.
Perda da Memória
A perda de memória pode estar associada a:
❏ Determinadas doenças neurológicas;
❏ Distúrbios psicológicos;
❏ Problemas metabólicos;
❏ Certas intoxicações.
Perda Total ou Parcial da Memória
❏ Amnésia Retrógrada - os eventos ocorridos antes do trauma (no momento ou meses
e anos antes) não serão lembrados, mas a pessoa se lembra de coisas após o
trauma.
❏ Amnésia Anterógrada - os eventos ocorridos após o trauma não serão lembrados.
Em casos mais severos, a pessoa pode ser incapaz de aprender qualquer coisa
nova, como é o caso de um paciente que todas as vezes que encontrava o seu
médico o cumprimentava como se fosse a primeira vez que o visse.
❏ Amnésia Transitória Global - é uma forma de amnésia que dura um curto período de
tempo e envolve a amnésia anterógrada acompanhada pela retrógrada.
❏ Amnésia Infantil - incapacidade para evocar eventos que aconteceram durante o
desenvolvimento inicial do cérebro (geralmente dos primeiros 3 a 5 anos).
❏ Amnésia Psicogênica - resultante por fatores psicológicos que inibem a recordação
de fatos ou experiências vividas. Atua reprimindo a consciência.
Doenças que Afetam a Memória
Mal de Alzheimer - o mal de Alzheimer, é caracterizado por um declínio progressivo e
irreversível da capacidade mental. É também uma doença da memória cujo primeiro
sintoma é a incapacidade de memorizar informações novas e, portanto, de recordá-las.
Alcoolismo Crônico - o alcoolismo é um dos mais sérios candidatos a afetar a memória.
O álcool afeta especialmente a memória a curta duração, o que prejudica a habilidade de
reter novas informações. Estudos mostraram que mesmo a ingestão de baixas quantidades
de bebida alcoólica durante toda a semana interfere com a habilidade de lembrar.
A Síndrome de Korsakov - é um estado de amnésia provocado pelo álcool, que tem
relação com a falta de vitamina B1. Sua evolução provoca lesões neurológicas e se não
houver a interrupção do alcoolismo esta doença se torna fatal. Os sintomas são a amnésia
anterógrada, amnésia retrógrada e muito comumente a confabulação, além de uma severa
apatia e desinteresse por parte do doente.
Como Melhorar e Manter Boa Memória
❏ Boa alimentação;
❏ Manter um plano de atividade física;
❏ Priorizar a qualidade do sono;
❏ Jogar sudoku, jogo da memória, xadrez, palavras cruzadas, entre outros;
❏ Ler bastante;
❏ Fazer cálculos matemáticos mentalmente;
❏ Decorar o telefone dos parentes e amigos;
❏ Aprender um instrumento musical;
❏ Praticar atividades manuais;
❏ Aprender idiomas;
❏ Viajar.
Introdução a Emoção
Emoção = medo
Sentimento = juízo “ tenho medo”, “estou assustado”.
Relação entre Emoção e Motivação (Sentido de Propósito)
❏ Relacionam-se de dois modos:
1. As emoções são um tipo de motivo, dão energia aos comportamento e o dirigem;
2. Servem como um sistema de leitura para indicar se a adaptação pessoal está indo
bem ou não. (Ex: Alegria indica inclusão social. Angústia revela exclusão social e
fracasso.)
❏ A emoção fornece uma leitura de como se encontram os estados motivacionais da
pessoa.
Qual a Utilidade das Emoções?
❏ Funções de Enfrentamento:
❏ As emoções servem pelo menos para 8 propósitos distintos:
1. Proteção;
2. Destruição;
3. Reprodução;
4. Reunião;
5. Afiliação;
6. Rejeição;
7. Exploração;
8. Orientação.
Visão Funcional do Comportamento Emocional (Excitação Corporal)
Emoção Situação de Estímulo Comportamento Função
Emocional Emocional
Introdução a Motivação
O Estudo da Motivação
O estudo da motivação procura fornecer as melhores respostas para duas questões
fundamentais:
1. O que causa o comportamento?
2. Por que o comportamento varia de intensidade?
O que Causa o Comportamento?
❏ Observamos o comportamento dos indivíduos, mas não podemos enxergar a causa
ou causas subjacentes que produziram tal comportamento.
❏ A motivação existe como campo científico para responder a essa questão.
❏ Para explicar esta questão precisamos expandir essa indagação geral em 5
perguntas específicas:
1. Por que o comportamento se inicia?
2. Por que o comportamento se mantém no tempo?
3. Por que o comportamento se direciona para algumas metas, ao mesmo tempo se
afasta de outras?
4. Por que o comportamento muda de direção?
5. Por que o comportamento cessa?
❏ O primeiro problema essencial em uma análise motivacional do comportamento é
compreender de que modo a motivação participa, influencia e ajuda a explicar o
fluxo comportamental de uma pessoa.
❏ Relaciona-se com a maneira como a motivação afeta o início, a persistência, a
mudança na direção de meta e a eventual cessação do comportamento.
Por que o Comportamento Varia de Intensidade?
❏ Por que às vezes a vontade é forte e persistente, enquanto que, outras vezes,
diminui paulatinamente até desaparecer por completo?
❏ A motivação varia de forma diferente nas pessoas.
❏ Todos nós compartilhamos muitas das mesmas motivações básicas (fome, sede,
raiva...), porém é certo que as pessoas diferem quanto ao que as motiva.
❏ Então, outro problema motivacional a ser resolvido é reconhecer que os indivíduos
diferem quanto ao que os motiva, e que alguns se envolvem intensamente em um
tipo de comportamento, enquanto outro, não.
Temas Essenciais
❏ “O estudo da motivação refere-se aos processos que fornecem ao comportamento
sua energia e direção.”
❏ Energia - implica que o comportamento é dotado de força (podendo ser forte, intenso
e persistente);
❏ Direção - o comportamento tem um propósito, é direcionado ou orientado para
alcançar um determinado objetivo ou resultado.
❏ Os motivos são as experiências internas (necessidades, cognições e emoções) que
energizam as tendências de aproximação ou de afastamento do indivíduo.
❏ Os eventos externos são os incentivos ambientais que atraem ou repelem o
indivíduo em relação a um curso particular de ação.
Hierarquia das Quatro Fontes de Motivação
Motivos Internos
❏ É um processo interno que energiza e direciona o comportamento.
❏ Termo geral para se identificar o campo comum compartilhado pelas necessidades,
cognições e emoções.
❏ Necessidades - são condições internas do indivíduo que são essenciais e
necessárias à manutenção da sua vida e à promoção de seu crescimento e
bem-estar. (Ex: necessidades biológicas, psicológicas e sociais).
❏ Cognições - referem-se aos eventos mentais, crenças, expectativas e o
autoconhecimento. Relacionam-se ao modo de pensar do indivíduo.
❏ Emoções - são fenômenos subjetivos, fisiológicos, funcionais e de vida curta, que
orquestram a maneira como reagimos adaptativamente aos eventos importantes de
nossas vidas.
Eventos Externos
❏ São incentivos ambientais que têm a capacidade de energizar e direcionar o
comportamento.
❏ Os incentivos levam a pessoa para mais perto dos eventos externos que lhe
prometem experiências agradáveis, ou afastam a pessoa de eventos externos que
lhe prometem experiências desagradáveis. (Ex: dinheiro, odor.)
As Expressões da Motivação
De que modo você consegue dizer a alguém que está, não está ou está um pouco
motivado? Como podemos informar a intensidade da motivação de uma outra pessoa? De
dois adolescentes que jogam uma partida de tênis, como saber qual deles está mais
motivado?
❏ Existem duas maneiras de inferir motivação em outra pessoa.
❏ A primeira é observar as manifestações comportamentais da motivação.
❏ A segunda é observar atentamente os antecedentes que conduzem a
estados motivacionais.
❏ É possível dizer por antecipação qual é o estado motivacional da pessoa.
❏ Às vezes, é necessário inferir a motivação a partir das expressões do indivíduo, do
seu comportamento, fisiologia e do seu auto-relato.
Comportamento
Há 7 aspectos do comportamento que expressam a presença, a intensidade e a
qualidade da motivação:
1. Esforço - quantidade de energia empregada na tentativa de execução de uma tarefa.
2. Latência - diferença de tempo entre o início de um evento e o momento em que os
seus efeitos se tornam perceptíveis. Tempo durante o qual uma pessoa adia sua
resposta após ter sido inicialmente exposta a um estímulo.
3. Persistência - tempo decorrido entre o início e o fim de uma resposta.
4. Escolha - quando se está diante de 2 ou + possibilidades de ação, mostra-se
preferência por uma delas, em detrimento das demais.
5. Probabilidade de resposta - n° de ocasiões em que se verifica uma resposta
orientada para um determinado objetivo, quando ocorrem diversas oportunidades
diferentes para o comportamento ocorrer.
6. Expressões faciais - movimentos faciais, torcer o nariz, levantar o lábio superior,
baixar um pouco a sobrancelha.
7. Gestos corporais - tais como postura, mudanças no apoio do peso e movimentos de
pernas, braços, mãos. (Ex: punhos cerrados).
Fisiologia
Quando as pessoas e os animais se preparam para realizar diversas atividades, os
sistemas nervoso e endócrino produzem e liberam substâncias químicas que fornecem
sustentação biológica para os estados motivacionais e emocionais.
Para mensurar essas alterações neurais e hormonais, os pesquisadores se valem de
exames de sangue, saliva, urina, bem como de uma grande quantidade de medidas
psicofisiológicas com o propósito de observar a atividade neural do cérebro.
Auto-Relato
Em uma entrevista ou questionário, é comum as pessoas informarem sua motivação;
O que as pessoas dizem sobre seus motivos às vezes não equivale ao que suas
expressões comportamentais e fisiológicas sugerem.
Quem pesquisa a motivação geralmente confia e se baseia nas medidas
comportamentais e fisiológicas, mas desconfia das medidas de auto-relato.
São utilizadas principalmente para confirmar a validade das medidas comportamentais e
fisiológicas.
Inteligência Emocional
Inteligências Múltiplas
Além disso, têm-se pouca informação confiável sobre o que acontece quando se dorme
e, mais ainda, os conteúdos da atenção podem residir dentro ou fora da consciência.
Há muitas vantagens em se ter processos de atenção de algum tipo. Parece que há, pelo
menos, alguns limites para os nossos recursos mentais. Também há limites quanto ao
volume de informação na qual se podem concentrar aqueles recursos mentais em um
determinado momento. Os fenômenos psicológicos da atenção possibilitam o uso dos
recursos mentais limitados de maneira sensata. Ao diminuir a atenção sobre muitos
estímulos externos (sensações) e internos (pensamentos e lembranças), podemos focar
nos estímulos que mais nos interessam. Este foco acentuado aumenta a probabilidade de
resposta rápida e precisa aos estímulos que interessam. A atenção acentuada também abre
caminho para os processos de recordação. E mais provável que o indivíduo se recorde de
informações às quais prestou atenção do que aquelas que ignorou.
A consciência inclui tanto o sentimento de percepção consciente como o conteúdo da
consciência, parte da qual pode estar sob o foco da atenção. Assim sendo, a atenção e a
consciência formam dois conjuntos parcialmente sobrepostos. Em um dado momento, os
psicólogos acreditavam que a atenção fosse a mesma coisa que a consciência. Atualmente,
contudo, eles reconhecem que parte do processamento ativo da informação sensorial e da
informação lembrada ocorre sem consciência. Por exemplo, nessa altura da sua vida,
escrever o próprio nome não requer consciência. É possível escrevê-lo sem que você o faça
enquanto realiza conscientemente outras atividades, porém não o fará se estiver
completamente inconsciente. Em contrapartida, escrever um nome que nunca se viu antes
requer atenção para a sequência das letras.
Os benefícios da atenção são especialmente visíveis quando se referem aos processos
conscientes da atenção. Além do valor geral da atenção, a atenção consciente serve a três
propósitos ao desempenhar um papel causal na cognição.
1. Ajuda a monitorar as interações do indivíduo com o ambiente. Por meio desse
monitoramento, mantém-se a consciência de quão bem o indivíduo está se
adaptando à situação em que se encontra.
2. Ajuda as pessoas a estabelecerem uma relação com o passado (lembranças) e com
o presente (sensações) para dar um sentido de continuidade da experiência. Essa
continuidade pode até mesmo servir como base para a identidade pessoal.
3. A atenção ajuda no controle e no planejamento das ações futuras, que se faz com
base nas informações do monitoramento e das ligações entre as lembranças do
passado e as sensações do presente.
Processamento Pré-Consciente
Algumas informações que atualmente ficam fora da consciência ainda podem estar
disponíveis na consciência ou, pelo menos, nos processos cognitivos. As informações
disponíveis para o processamento cognitivo, mas que, atualmente, estão fora da
consciência, existem no nível pré-consciente da consciência. A informação pré-consciente
inclui recordações armazenadas que não estão sendo usadas em um determinado
momento, mas que podem ser acessadas quando necessário. Por exemplo, sempre que
estimulado, o indivíduo pode se lembrar de como é o próprio quarto; no entanto, não fica
pensando conscientemente a respeito do quarto (a menos, talvez, se estiver se sentindo
extremamente cansado). Da mesma forma, as sensações também podem ser trazidas da
pré-consciência para a consciência. Por exemplo, antes de ler esta sentença, o leitor pode
dizer se estava bastante consciente das sensações em seu pé direito? Provavelmente, não.
Entretanto, essas sensações estavam disponíveis.
Como é possível estudar coisas que, atualmente, estão fora da consciência? Os
psicólogos resolveram esse problema estudando um fenômeno conhecido como priming
(ativação).
O priming ocorre quando o reconhecimento de determinados estímulos é afetado pela
apresentação anterior dos mesmos estímulos. Suponha, por exemplo, que alguém esteja
lhe dizendo o quanto gosta de ver televisão desde que comprou uma antena parabólica. Ele
faz um discurso sobre as vantagens desse tipo de antena. Mais tarde, você ouve a palavra
antena e é provável que pense que se trata de uma parabólica e não de uma antena
comum de televisão. Isto é completamente diferente para outra pessoa que não tenha
ouvido a conversa sobre as antenas parabólicas. A maioria dos primings é positiva, uma vez
que a apresentação prévia dos estímulos facilita o reconhecimento. Entretanto, o priming,
às vezes, pode ser negativo e pode impedir o reconhecimento tardio. Às vezes, tem-se
consciência dos estímulos de priming, por exemplo, agora você já tem priming para ler
descrições de estudos sobre priming. Entretanto, o priming ocorre mesmo quando os
estímulos de priming são apresentados de maneira que não permitam sua entrada na
consciência. Nesse caso, é apresentado em uma intensidade tão baixa, em um ambiente
com excesso de "ruído" (por exemplo, quando muitos outros estímulos desviam a atenção
consciente sobre eles) ou então de forma rápida demais para serem registrados na
consciência.
Déficit de Atenção
Déficit de Atenção é um distúrbio que atinge crianças e adultos, caracterizado
primariamente pela falta de concentração em atividades rotineiras e pela impulsividade.
Pode se manifestar de duas formas: com ou sem hiperatividade. No primeiro caso,
chamamos de Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA), e no segundo, Transtorno de Déficit
de Atenção com Hiperatividade (TDAH).
Não são raras as vezes em que o portador de déficit de atenção, seja ele criança ou
adulto, é visto apenas como uma pessoa distraída, que vive com a cabeça “no mundo da
lua”, e não presta atenção à sua volta por mero descuido.
Apesar de o DDA apresentar essa característica da falta de foco e distração, suas
causas e, principalmente, suas consequências são bem mais graves.
Os quadros de Distúrbio do Déficit de Atenção são ocasionados por uma disfunção
neurológica, que afeta o funcionamento do córtex pré-frontal. Essa é a área do cérebro
responsável pela atenção, organização, controle de impulsos e capacidade de expressar
sentimentos, entre outras. Tal disfunção se dá, em parte, pela deficiência do
neurotransmissor Dopamina.
Em função disso, a pessoa com DDA encontra sérias dificuldades ao buscar de toda
maneira, a concentração necessária. Quando o indivíduo tenta excessivamente focar numa
tarefa, ao invés de aumentar, a atividade do córtex pré-frontal diminui, piorando o quadro.
Por isso, o diagnóstico deve ser feito de forma precisa, para que o tratamento correto
seja iniciado o quanto antes. Esse diagnóstico é clínico, e deve ser obtido em consulta com
o neurologista ou psiquiatra. Os exames de imagem não são necessários, a menos que se
queira descartar a presença de outras patologias.
Diferença entre DDA e TDAH
A principal diferença entre Distúrbio de Déficit de Atenção e Transtorno do Déficit de
Atenção e Hiperatividade está na última palavra da sigla TDAH. Ambos, na verdade, são
transtornos neurobiológicos de origem genética, assim reconhecidos pela Organização
Mundial da Saúde – OMS.
O portador de TDAH apresenta desde a infância os sintomas de desatenção, inquietude
excessiva e impulsividade. Sintomas estes que o acompanharão por toda a vida. Já a
hiperatividade tende a melhorar com o avanço da idade.
Nos casos de DDA, todavia, a inquietude também aparece, assim como as outras
características, comuns aos dois casos. Porém, o grau de agitação é menor, e por isso é
excluída a hiperatividade.
Observa-se ainda que o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade nasce com o
indivíduo, e por isso é sempre mais observado em crianças. Já o DDA pode aparecer
apenas na idade adulta.
DDA em Crianças
O déficit de atenção em crianças, geralmente aparece acompanhado da hiperatividade, o
que faz com que seja percebido rapidamente, preocupando pais e familiares.
Nos pequenos, o TDAH costuma estar associado à dificuldade de vivência escolar, uma
vez que a agitação e desatenção atrapalham a compreensão do conteúdo e interferem no
relacionamento com os colegas e professores, e até mesmo com os pais.
Porém, há de se observar com cautela o comportamento da criança, para que a alta
carga de energia e as travessuras costumeiras da idade não sejam tachadas como
hiperatividade, resultando num diagnóstico incorreto e na ingestão desnecessária de
medicamentos.
Mas, sobretudo, também é preciso que a criança com TDAH não seja tida apenas como
“bagunceira”, “avoada” e “mimada”, negligenciando, assim, o tratamento correto que ela
necessita.
Linguagem
O que é linguagem?
❏ É o meio de adequação do indivíduo à sociedade.
❏ A linguagem como meio tradicional de comunicação é o instrumento de transmissão
de ideias.
Aquisição da linguagem
❏ A aquisição da linguagem é o processo pelo qual a criança aprende sua língua
materna.
O Inato e o Adquirido
❏ Nem o inato por si mesmo nem o adquirido explicam adequadamente todos os
aspectos da aquisição da linguagem.
❏ Várias observações de seres humanos sustentam a noção de que estamos
predispostos biologicamente a adquirir a linguagem.
❏ Chomsky (1965, 1972) propôs que os humanos têm um dispositivo de aquisição de
linguagem (DAL) que facilita a sua aquisição.
❏ Os humanos parecem ser biologicamente configurados para serem aptos à
aquisição da linguagem.
❏ O mecanismo de testagem de hipótese sugere uma interação de ambos os tipos de
fatores.
❏ As crianças adquirem a linguagem formando mentalmente hipóteses experimentais
com relação a ela (com base no inato) e depois testando essas hipóteses no
ambiente (com base no adquirido).
Estágios da Aquisição da Linguagem
❏ Arrulhamento - é a expressão oral dos bebês que explora a produção dos sons
vocálicos.
❏ Balbucio - é a produção preferencial do bebê em grande parte daqueles fonemas
distintos que são típicos de sua própria língua.
❏ Holófrases - o bebê usa essas expressões de palavras para transmitir intenções,
desejos e demandas.
❏ Fala Telegráfica - pode ser usada para descrever enunciados de duas ou três
palavras, ou mesmo algumas um pouco mais longas se contiverem omissão de
alguns morfemas de função.
Mecanismos Ambientais para Adquirir a Linguagem
❏ Imitação - as crianças fazem exatamente aquilo que vêem os outros fazerem. Imitam
padrão de linguagem de outros, sobretudo seus pais.
❏ Modelação - fala dirigida às crianças. Os adultos parecem fazer um esforço para
tornar a fala interessante e compreensível a bebês. (Manhês, ou língua da mãe)
❏ Condicionamento - as crianças ouvem elocuções e associam-nas a determinados
objetos e eventos em seu ambiente. Produzem elocuções e são recompensadas por
terem falado.
Desenvolvimento da Linguagem
❏ 0-6 meses
❏ Expressão - choro diferente para as necessidades sentidas;
Vocaliza vogais prolongadas; e
Mais tarde: inicia o balbucio CV (consoante vogal) (bababa, papapa…).
❏ Compreensão - reage a estímulos sonoros e ao seu nome.
❏ Sinais de Alerta - não reage a sons;
Não sorri; e
Não estabelece contato visual.
❏ 6-12 meses
❏ Expressão - usa maior variedade fonológica no balbucio;
Diz as primeiras palavras; e
Imita sons de animais.
❏ Compreensão - olha para os familiares quando nomeados;
Compreende expressões faciais e ordens simples; e
Compreende palavras que representam objetos.
❏ Sinais de Alerta - não produz sons;
Não reage ao seu nome; e
Não reage a sons.
❏ 12-18 meses
❏ Expressão - usa de 3 a 20 palavras; e
Repete palavras.
❏ Compreensão - compreende de 50 a 75 palavras; e
Identifica objetos comuns e partes do corpo (olhos, nariz, boca).
❏ Sinais de Alerta - não reage a estímulos; e
Não usa palavras isoladas.
❏ 18-24 meses
❏ Expressão - usa cerca de 50 palavras;
Combina duas palavras na frase;
Diz seu nome; e
Fala, na maior parte das vezes, ininteligível.
❏ Compreensão - compreende cerca de 300 palavras;
Compreende perguntas simples (“queres comer?”); e
Cumpre ordens com 2 comandos (“vai a cozinha e trás o biberão”).
❏ Sinais de Alerta - não compreende instruções simples; e
Vocabulário reduzido (de 4 a 6 palavras).
❏ 2-3 anos
❏ Expressão - usa cerca de 500 palavras;
Faz perguntas do tipo sim/não;
Começa a usar o passado;
Usa frases simples; e
Pode apresentar gaguez “natural”.
❏ Compreensão - compreende cerca de 900 palavras;
Compreende perguntas do tipo “quem?”, “qual?”, “onde?”; e
Compreende preposições “dentro”, “em cima”.
❏ Sinais de Alerta - não reage a estímulos;
Não usa palavras isoladas.
❏ 3-4 anos
❏ Expressão - usa cerca de 800 palavras;
Inicia conversações;
Faz muitas perguntas (“porquê?”);
Usa plurais; e
Pode articular os sons “s”, “z”, “j”, “ch” incorretamente.
❏ Compreensão - compreende cerca de 1200 palavras;
Compreende “manhã”, “tarde” e “noite”; e
Compreende conceitos espaciais: à “frente”, “atrás”, “por cima”, “por baixo”.
❏ Sinais de Alerta - utiliza discurso que ninguém compreende; e
Usa mais gestos do que palavras.
❏ 4-5 anos
❏ Expressão - usa cerca de 1700 palavras:
Inventa histórias;
Descreve acontecimentos passados;
Utiliza frases complexas;
Usa pronomes; e
Usa verbos e plurais irregulares inconsistentemente.
❏ Compreensão - compreende cerca de 2700 palavras;
Conhece opostos; e
Dá atenção e ouve histórias, conversações e filmes.
❏ Sinais de Alerta - não descreve acontecimentos;
Troca alguns sons; e
Não faz perguntas.
❏ 5-7 anos
❏ Expressão - vocabulário alargado;
Capacidade de sinonímia e antonímia; e
Melhor pronunciação de palavras.
❏ Compreensão - compreende a pergunta “o que acontece-se…(caires?)”
❏ Sinais de Alerta - utiliza frases agramaticais; e
Repete sílabas e palavras (gaguez).
❏ +7 anos
❏ Expressão - competências adequadas de escrita;
Mestria nas relações entre palavras; e
Fala adequada e correta.
❏ Compreensão - competências adequadas de leitura.
❏ Sinais de Alerta - não reconhece letras;
Não articula corretamente as palavras.
Aspectos Fundamentais da Linguagem
❏ Compreensão receptiva e decodificação do input da linguagem = compreensão
verbal - é a capacidade receptiva de compreender inputs linguísticos recebidos
escritos ou falados, como palavras, sentenças e parágrafos.
❏ Codificação expressiva e produção do output da linguagem = fluência verbal - é a
capacidade expressiva de emitir outputs linguísticos
Semântica: O Estudo da Significação
❏ Semântica é o estudo das significações das palavras, assim como de unidades
maiores da linguagem, tais como frases e orações.
❏ Como a linguagem transfere a significação por meio de palavras e morfemas.
❏ Trata principalmente das significações das palavras.
Tipos de Linguagem
❏ Verbal - a Linguagem Verbal é aquela que faz uso das palavras para comunicar algo.
❏ Não Verbal - utiliza outros métodos de comunicação, que não são as palavras. Ex:
linguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a linguagem corporal, uma figura,
a expressão facial, um gesto, etc.
❏ Fala - uso individual da língua, aberto à criatividade e ao desenvolvimento da
liberdade de expressão e compreensão. (Nível coloquial-popular / Nível formal-culto)
❏ Língua - conjunto de sinais baseado em palavras que obedecem às regras
gramaticais.
1. Quais são algumas das estratégias que orientam a tomada de decisões pelos seres
humanos?
2. Quais são algumas das formas de raciocínio dedutivo que as pessoas podem usar e
que fatores auxiliam ou impedem o raciocínio dedutivo?
3. Como as pessoas utilizam o raciocínio indutivo para fazer inferências causais e
chegar a outros tipos de conclusões?
4. Existem outras visões alternativas do raciocínio?
“Não é necessário fazer muita força para fazer coisas, mas sim para decidir o que fazer.”
Herbert Hubbard.
Fases Psicológicas do Processo Decisório
Dissonância Cognitiva - cognições contraditórias entre si, servem como estímulos para
que a mente obtenha ou produza novos pensamentos ou crenças, ou modifique crenças
pré-existentes, de forma a reduzir a quantidade de dissonância (conflito) entre as cognições.
Fase Predecisional - em tal fase, de acordo com a teoria da dissonância cognitiva, a
pessoa considera objetivamente os prós e os contras das alternativas e as avalia
cuidadosamente. O fato de ainda não termos nos decidido faz com que encaremos com
objetividade as informações relativas.
Fase de Tomada de Decisão Propriamente Dita - esta é a segunda fase do processo
decisório de acordo com a teoria de Festinger, é quando nos sentimos em condições para
decidir, isto é, quando já tivéssemos coletado informações suficientes para que possamos
optar / escolher / decidir, e tomar a decisão em si.
Fase Pós-Decisória - a terceira e última fase psicológica deste processo, na qual as
avaliações dos prós e contras das alternativas consideradas deixam de ser racionais e
objetivas e passam a ser emocionais e tendenciosas no sentido de justificar a alternativa
escolhida; segundo a teoria da dissonância cognitiva, após a decisão sentimos necessidade
de reduzir a dissonância (conflito) criada pelo fato de existirem aspectos positivos nas
alternativas rejeitadas e aspectos negativos na alternativa escolhida.
Situação de Conflito - o processo decisório é, via de regra, um processo penoso, pois é
precedido por uma situação de conflito a qual, ao ser tomada decisão, não se extingue
totalmente de vez que existem aspectos positivos nas alternativas rejeitadas e negativos na
escolhida. Daí a experiência de um inevitável estado de dissonância cognitiva e a
consequente necessidade de eliminá-lo ou, se isto não for possível, pelo menos reduzi-lo.
Somente no caso de uma decisão entre duas alternativas em que uma delas possua
apenas aspectos positivos e, a outra, somente aspectos negativos, é que uma decisão não
seria de dissonância cognitiva. Tal circunstância, todavia, é quase impossível de ocorrer na
realidade. O que torna o processo decisório penoso é, exatamente, o fato de a realidade,
via de regra, não nos apresentar uma situação decisória como esta.
Conflito Predecisional - quanto maior o conflito predecisional, maior a motivação a reduzir
a dissonância após a decisão. Kurt Lewin classificou os conflitos em três tipos:
❏ Aproximação-aproximação - ocorre quando nos confrontamos com duas alternativas
atraentes e temos que optar por uma delas (opções de emprego). Esse tipo de
conflito é fácil de ser resolvido e a dissonância que ele segue é fácil de ser eliminada
ou reduzida.
❏ Aproximação-afastamento - as alternativas possuem aspectos positivos e negativos
simultaneamente (quando desejamos algo, mas é caro).
❏ Afastamento-afastamento - ocorre quando temos que decidir entre duas alternativas
desagradáveis (aturar um chefe desagradável ou perder o emprego). Nesse caso, a
dissonância provocada pela decisão é intensa e sua redução, difícil.
Decisão Individual e Decisão em Grupo
Vários estudos demonstraram que as decisões grupais, são via de regra, mais arriscadas
que as decisões individuais. Algumas explicações apresentadas para isso são:
❏ Em grupo a responsabilidade pela decisão é dividida, tornando-se fácil para cada
membro sentir-se menos responsável pela decisão. Se a mesma se mostra
equivocada, cada um dos membros se defende atribuindo ao grupo, e não a si
individualmente, a responsabilidade pelo erro.
❏ As decisões grupais são mais ousadas do que as individuais, assim prevalece entre
nós uma norma de valorização do risco e da audácia. Num grupo é mais fácil
obter-se apoio social para essa norma e daí a maior frequência de decisões grupais
arriscadas.
Irving Janis, psicólogo social americano, analisou várias decisões históricas mal
sucedidas e tomadas por grupos de pessoas qualificadas, inteligentes, experientes e,
portanto, capazes de decisões mais acertadas. Em todos os casos analisados por Janis, as
decisões equivocadas foram tomadas por grupos cujos membros, ao invés de atentarem
para as evidências que as várias situações lhes apresentavam, preferiram uma atmosfera
falsa, autor-reforçadora, que lhes satisfaziam o ego, às custas de total desprezo pelos
dados da realidade. Janis define groupthink.
Groupthink - deterioração da eficiência mental, do teste de realidade e do julgamento
moral que decorre de pressões originadas no grupo. Deterioração da capacidade do
pensamento individual a fim de manter a coesão. Em sua análise dos grandes fiascos
históricos decorrentes de decisões grupais equivocadas, Janis salienta seis características
comuns:
I. O grupo limita sua decisão a umas poucas alternativas, sem se preocupar com a
consideração de todo o espectro possível de alternativas variáveis;
II. O grupo se nega a reavaliar o curso de ação originalmente tomado pela maioria de
seus membros;
III. O grupo negligência alternativas inicialmente avaliadas como insatisfatórias pela
maioria, dedicando pouco ou nenhum tempo à consideração de possíveis formas de
corrigir eventuais falhas das alternativas desprezadas;
IV. Os membros do grupo não se preocupam em obter informações de pessoas
competentes que não pertencem ao grupo, numa supervalorização da capacidade
de seus membros e desprezo pelas contribuições de pessoas que não pertencem ao
grupo;
V. Tendenciosidade seletiva, isto é, viés na percepção de informações contrária ao
curso de ação preferido do grupo;
VI. Os membros do grupo dedicam pouco tempo à consideração de fatores, tais como
inércia burocrática e possível sabotagem na execução do plano decidido, deixando
assim de tomar precauções para enfrentar tais eventualidades.
As recomendações de Janis para que um grupo evite tomar decisões equivocadas são
as seguintes:
I. Fazer com que o grupo se dê conta do que seja um groupthink;
II. Ser imparcial; não endossar precipitadamente nenhuma posição;
III. Solicitas a todos que façam avaliações críticas; encorajar dúvidas;
IV. Atribuir a um dos membros o papel de “advogado do diabo”;
V. Formar subgrupos que se reúnam separadamente e discutam livremente as
alternativas possíveis;
VI. Depois de uma decisão preliminar, solicitar os pontos de vista discordantes numa
reunião posterior;
VII. Convidar peritos que não pertencem ao grupo para avaliar a decisão;
VIII. Encorajar os membros do grupo a partilharem com outras pessoas de confiança e
obter feedback.
Quando esses cuidados são tomados, as decisões são mais demoradas, mas têm
maiores probabilidades de êxito.
Resolução de Problemas e Criatividade
Resolução de Problemas
Problema, na psicologia cognitiva, significa qualquer questão ou situação, seja no âmbito
teórico ou prático, que apresente dificuldades ou dúvidas acerca do seu conteúdo. Partindo
desse conceito, tenta-se desvendar quais os meios para, de alguma forma, solucionar o
problema mais eficientemente, mediante ao uso de processos mentais atrelados,
principalmente, à criatividade e ao raciocínio. Porém, antes de dissertar sobre os
procedimentos ou regras que auxiliam na solução de problemas, é necessário separar em
duas categorias principais os problemas que aparecerem.
Os problemas podem ser divididos, fundamentalmente em:
❏ Bem definidos -os que são bem definidos são aqueles que possuem uma solução
mais fácil de ser encontrada ou então óbvia, de forma que os caminhos e
possibilidades existentes apresentam obstáculos mais fáceis de serem
ultrapassados.
❏ Mal definidos - já um problema mal definido é aquele que possui uma solução mais
oculta e mais complicado de ser achada, além de apresentar vias e caminhos de
resolução mais complexos.
Os problemas principais, bem definidos ou não, podem possuir subproblemas bem
definidos ou mal definidos, e é de suma importância resolvê-los, pois eles podem ser
fundamentais para a supressão do problema principal.
Os pesquisadores da psicologia cognitiva têm um método de resolução de problemas
chamado “Ciclo de Resolução de Problemas” e ele se caracteriza por conter etapas
específicas que irão avançar nesse caminho. Entretanto, vale ressaltar que as pessoas,
quando vão passar por essas etapas, mesmo que inconscientemente, não seguem uma
ordem padrão específica, podendo até pular certas partes, dependendo da problemática e
da própria pessoa.
Factores que podem Influenciar a Resolução de Problemas
❏ Aprendizagem passada - o que já sabemos, experiências positivas ou negativas.
❏ Transferência positiva - quando a experiência anterior aumenta a habilidade do
indivíduo em resolver problemas. O indivíduo adquiriu uma atitude para aprender, ou
seja, “aprendeu a aprender”.
❏ Transferência negativa - quando a experiência anterior retarda a nova aprendizagem
e a resolução de problemas. O indivíduo dá respostas estereotipadas e mecânicas
impedindo uma solução eficiente do problema. Estamos habituados a utilizar os
objectos para dados fins e não vemos a sua utilidade para outros.
Principais Estratégias Cognitivas de Resolução
Ciclo de Resolução de Problemas
1. Identificação do Problema - Pode até parecer simples, porém, um equívoco nesse
sentido porque compromete todas as etapas posteriores, pois sem a identificação
correta da origem do problema, seria impossível achar alguma solução eficiente e
portanto todo o processo ficaria confuso.
2. Definição e Representação do Problema - depois da Identificação, é necessária a
definição e representação do problema para entendermos como resolvê-lo. Esta
etapa é considerada muito importante no processo de resolução de problemas.
3. Construção de Estratégias - a terceira etapa exige que todas as informações
disponíveis acerca do problema sejam reunidas e organizadas, pois apenas assim
será possível compreender sistematicamente as características que compõem o
mesmo. Nesta etapa, realiza-se o planejamento de estratégias de resolução do
problema.
❏ Análise e Síntese
❏ Pensamento Convergente e Divergente
A estratégia ótima depende tanto do problema, como das preferências pessoais do
solucionador de problemas em relação aos métodos de resolução.
4. Organização da Informação - aloca-se e utiliza-se os recursos internos e externos
adequados para a resolução do problema. Agora, o enfoque não é mais tanto na
compreensão do problema, mas sim na solução, ou seja, é o início do seu processo.
Nesta etapa se organiza estrategicamente a informação, encontrando uma
representação que seja a mais adequada para executar sua estratégia.
5. Alocação de Recursos - ocorre simultaneamente com a quarta etapa, pois agora
cria-se estratégias para enfrentar o problema, no entanto, serão criadas de acordo
com a alocação de recursos que o sujeito está realizando. Desse modo, essa etapa
não depende apenas dos meios disponíveis, mas também das próprias maneiras
específicas a partir das quais o sujeito pode utilizar esses meios, dependendo de
sua própria criatividade subjetiva. Quais são as estratégias para alocar recursos
mentais? Quais as etapas do ciclo de resolução de problemas que necessitam de
maior tempo e dedicação?
❏ Principiantes x especialistas.
6. Monitoração - a sexta etapa é o monitoramento do progresso. Iniciado e
desenvolvido o processo de solução, com a alocação de recursos e estratégias para
utilizar os mesmos, agora cabe ao indivíduo observar atentamente se todas as
etapas anteriores estão apresentando algum tipo de progresso, pois caso não, há a
necessidade de fazer outras abordagens acerca de todo o processo precedente.
7. Avaliação - na sétima e última etapa, após observado que os meios estão
apresentando progresso com relação a resolução do problema, já com ela mais
clara e evidente, o indivíduo deve averiguar se ele realmente está se utilizando dos
modos mais eficientes e precisos para se defrontar com o problema. Caso haja, os
meios já utilizados podem ser complementados por outros meios, julgados como
mais eficientes, ou aspectos dos já utilizados podem ser abandonados e substituídos
pelos novos, de forma que haja um equilíbrio e não gere consequências negativas
graves. A avaliação conduz todo o processo de resolução. Esta etapa ocorre muitas
vezes dentro do ciclo de resolução de problemas e pode levar a redefinição dos
processos.
Insight
O insight é uma compreensão nítida e, às vezes, aparentemente súbita de um problema
ou de uma estratégia que ajuda a resolvê-lo. Com frequência envolve reconceituação do
problema ou das estratégias para obter um modo novo de solução.
O insight, como um fenômeno cognitivo e dentro dessa corrente, ocorre nas pessoas de
forma repentina ou súbita como resposta a uma dada situação.
Experiências de Insight - processo especial envolvendo uma súbita reestruturação
mental. Uma compreensão que pode envolver os processos cognitivos normais que
ocorrem crescentemente
Perspectivas Psicológicas Sobre o Insight
Primeiras concepções Gestálticas:
❏ Percepção do problema como um todo.
❏ Meios pelos quais ocorrem os Insights:
❏ Amplos saltos inscientes no pensamento;
❏ Processamento mental muito acelerado;
❏ Algum tipo de curto circuito de processos normais de raciocínio
Concepções Nada-de-Especial
❏ O Insight é uma extensão da percepção, do reconhecimento, e da aprendizagem e
da concepção normais.
❏ Os psicólogos gestálticos não conseguiram definir o Insight porque não existe este
processo especial.
❏ Insights são produtos significativos de processos comuns de pensamento.
A Concepção dos três Processos
❏ Três tipos de insight envolvendo processos diferentes:
❏ Codificação Seletiva - distinção de informações relevantes e irrelevantes.
Processo de filtragem de informação.
❏ Comparação Seletiva - percepção inédita - uso criativo de analogias.
❏ Combinação seletiva - seleção de fragmentos codificados e comparados da
informação relevante, combinando estas informações de forma inédita e
produtiva.
Brainstorm
Significa “Tempestade Mental”. É chamada assim porque todas as ideias e opções são
consideradas, sem nenhum tipo de julgamento ou avaliação parcial prévia. Apenas após se
considerar todas as ideias é que o indivíduo ou os indivíduos devem analisá-las para então
escolher a melhor ou as melhores com relação ao problema e todas as suas implicações.
Ou seja, as ideias, inicialmente, são consideradas sem exclusão nenhuma, apenas no
período de análise da eficácia das ideias é que as mesmas são selecionadas ou
rechaçadas, dependendo de quais forem.
Tentativa e Erro
Caracterizada por testar, aleatoriamente, vários meios e soluções até achar a melhor e
mais eficaz; é por isso que é denominada como “Tentativa e Erro”, ou seja, os meios serão
testados, apresentando margens de ineficácia, até a elucidação do mais significativo.
Testar Hipóteses
Criar uma hipótese alicerçada na origem do problema e testá-la, de forma que
compreenda se a mesma é eficiente ou não.
Analogia
Consiste na comparação dos meios e do problema atual com meios e problemas
semelhantes, mesmo que diferentes, de preferência que já foram resolvidos.
Heurística
Estratégias:
❏ Funcionar para frente;
❏ Funcionar para trás;
❏ Análise de meios e fins;
❏ Gerar - testar;
❏ Procurar excepções, contradições etc. nas premissas;
❏ Considerar o contrário;
❏ Etc.
Criatividade
Obs: Todo o conteúdo apresentado neste arquivo é de suma importância e está resumindo
a matéria estudada, portanto será marcado apenas os títulos para uma melhor organização
e compreensão.