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Resoluções do CFP a respeito da Avaliação Psicológica:

https://atosoficiais.com.br/lei/avaliacao-psicologica-cfp?origin=instituicao
Cartilha de Avaliação Psicológica. 3ª ed. CFP 2022.
site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2022/08/cartilha_avaliacao_psicologica1.pdf

PROVA 1 (Aula 1 a 4)

PROVA 2 (Aula 6 a 10)

Aula 1
★ Avaliação Psicológica
○ é um processo estruturado que objetiva chegar a uma conclusão sustentada a
respeito de uma ou mais questões psicológicas por meio de coleta, avaliação e
análise de dados referentes àquele contexto;
○ por meio da investigação desses fenômenos através de métodos, técnicas e
instrumentos, justifica-se a tomada de decisões com base em demandas e
finalidades específicas (por ex., guarda parental)
■ quais são esses métodos, técnicas e instrumentos? (de escolha do
psicólogo)
● testes psicológicos aprovados pelo CFP para uso profissional;
● entrevistas psicológicas e anamneses;
● protocolos ou registros de observação de comportamentos
● se preciso, fontes complementares de informação, como
documentos técnicos (ex: relatórios de equipes
multiprofissionais)

○ “o objetivo da avaliação psicológica não é rotular, mas descrever por meio de


técnicas reconhecidas e uma terminologia específica, a melhor compreensão
possível dos aspectos relevantes de uma pessoa”
○ pressupõe uma prática embasada em evidências científicas e, principalmente,
na ética e nos direitos humanos
■ Art. 8 sobre competências básicas a serem desenvolvidas pelo
psicólogo na avaliação psicológica;
inciso VIII - realizar avaliação psicológica buscando:
a) identificar a necessidade de avaliação (considerando seu contexto),
seja em indivíduos, grupos, famílias, comunidades, organizações ou
sociedades
b) utilizar diversos métodos e estratégias como entrevistas, observação,
testes psicológicos, etc
c) integrar métodos, análises, sínteses e interpretação de dados
coletados
○ onde há psicólogo há avaliação psicológica, ou seja, em todas as
áreas/especialidades: psi escolar/educacional, clínica; organizacional e do trabalho;
do trânsito; jurídica; do esporte; psicologia da saúde; social; hospitalar;
psicopedagogia; psicomotricidade e neuropsicologia.
● a depender de cada área de conhecimento, requer metodologias
específicas
○ a AP é uma fonte de informações de caráter explicativo sobre os fenômenos
psicológicos, com a finalidade de subsidiar o trabalho do psicólogo em
diferentes campos de atuação
○ descreve situações/comportamentos; analisa, faz relações a fim de
compreender melhor a situação/comportamento; faz predições a partir da
ciência; monitora a intervenção

★ Teste Psicológico
○ é apenas uma das técnicas/ferramentas utilizadas na avaliação psicológica, a
fim de coletar informações sobre um indivíduo.
■ abarca: testes, escalas, inventários, questionários, métodos projetivos e
expressivos
○ objetivo: identificar, descrever, qualificar e mensurar características
psicológicas por meio de procedimentos sistemáticos de observação e
descrição do comportamento humano
○ o teste representa uma amostra do comportamento de um indivíduo, a partir da
qual se pode fazer inferências sobre seu funcionamento cognitivo, afetivo e
emocional
○ Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI - 2001) = avalia a
qualidade técnico-científica de instrumentos psicológicos para uso profissional
■ é privativo da psicóloga e do psicólogo
■ deve possuir validade, precisão, normatização e padronização

Aula 2
★ Aspectos históricos da Avaliação Psicológica
○ dificuldades nos últimos 40 anos por:
■ confusão entre os conceitos Avaliação Psicológica e Testagem
Psicológica (o desenvolv. da psicologia como ciência também
contribuiu para isso)
■ má qualidade psicométrica dos instrumentos (em razão da importação
desses para o Brasil; histórico internacional)
○ fatores que que contribuíram para o estabelecimento da relevância científica
da psicologia:
■ Cattel (1890) - desenvolvimento de instrumentos de medida e criação
de laboratórios experimentais: caminhos pelos quais a psicologia
poderia conquistar o ‘status científico’
● houve o fortalecimento de uma compreensão de que os testes
permitiam avaliar aspectos psicológicos de maneira comparável
ao modelo médico de diagnóstico: padronizado e isento de
subjetividade
■ Spearman (1904) - propôs o fator geral de inteligência
■ Binet (1904) - desenvolveu teste capaz de identificar crianças com
dificuldades de aprendizagem

○ panorama geral: segunda guerra mundial


■ utilização de testes para recrutar soldados;
■ início das bases psicométricas (para garantir a qualidade dos testes),
mas ainda se utilizavam instrumentos de qualidade questionável ->
críticas, desconfiança instaurada:
■ questionamento da própria psicologia em sua capacidade de responder
às demandas da sociedade
○ no Brasil: implantação do Instituto de Seleção e Orientação Profissional
(ISOP - RJ)
■ objetivo: realizar processos de seleção de pessoas baseados em
evidências científicas; testes psicológicos para tomada de decisões
● contribuiu significativamente para a regulamentação da
profissão de psicólogo no Brasil e da criação de cursos de
formação em psicologia (Lei no. 4.119 de 27 de agosto de
1962)
○ cenário favorável, a partir da ISOP no Brasil, muda:
■ criação acelerada de cursos de psicologia no país; falta de professores
qualificados e deficiência na formação;
■ maior adoção de correntes como humanismo e psi. sócio-história no
Brasil, reativas à quantificação e ao positivismo
■ compreensão dos testes como estigmatizados e rotuladores, havendo a
proposição do abandono dessa prática dentro da disciplina

○ avaliação psicológica enquanto área desacreditada:


■ a formação nessa área mais questionava a eficácia dos testes e
afirmava seu caráter excludente
■ reduzia seu ensino a procedimentos de aplicação, correção e
interpretação puramente estatística (e não psicológica) dos resultados.
■ ocorre considerável paralisação dessa produção e estudos de qualidade
e desenvolvimento de instrumentos
● resultado: instrumentos sem qualidade psicométrica e grande
quantidade de processos no CFP
○ no cenário internacional, por sua vez, as críticas impulsionam os estudos sobre
as práticas de avaliação e testagem: desenvolvem-se técnicas estatísticas e a
criação da Psychometric Society (1935) e sua revista científica;

○ cenário passa a ficar positivo novamente no Brasil apenas na década de 90:


■ há uma movimentação por parte de professores e pesquisadores
insatisfeitos com a situação da aval. psicológica (em formação e
pesquisa)
■ organização de eventos científicos para debater temas referentes à área
e criação de entidades como a “Sociedade Brasileira de Rorschach e
Outro Métodos Projetivos” (ASBRo -1993) e Instituto Brasileiro de
Avaliação Psicológica (IBAP - 1997) -> eventos/congressos/encontros
anuais
■ instauraram-se no país laboratórios pioneiros de pesquisa em Aval. Psi
(à época 4, atualmente 69)
■ CNPq aponta para área de “Fundamentos e Medidas Psicológicas”
como uma das 5 que mereciam mais investimento na época

○ 2000: CFP cria Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica:


■ objetivo: propor políticas que ajudassem a melhorar a qualidade dessa
prática; monitoramento contínuo da qualidade técnica dos instrumentos
de avaliação usados pelos psicólogos
● fortalece-se o compromisso da Psicologia com a sociedade
○ 2001: é implantado o “Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos
(SATEPSI), que estabelece critérios para o uso dos testes
■ um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento da área no
Brasil

Aula 3
★ Ética profissional na Avaliação Psicológica
○ deve-se avaliar as consequências das decisões que serão tomadas a partir de
uma avaliação psicológica (pode, por exemplo, impedir a obtenção de
bens/acesso a serviços; envolver conflitos entre responsáveis por uma criança;
contribuir à segregação de pessoas em hospitais psiquiátricos; patologização
de crianças que experienciam ‘fracasso escolar’, etc)
○ consciência do compromisso e responsabilidade social
○ a ética enquanto filosofia da moral = pensamento reflexivo sobre os valores e
normas que regem as condutas humanas

○ código de ética profissional do psicólogo: corpo normativo que regulamenta


as práticas no exercício da profissão
■ 72 condutas éticas, além dos 7 princípios fundamentais
■ 9 dessas condutas são específicas em avaliação psicológica
○ caso haja infração, há a possibilidade de:
■ alguma forma de penalidade:
● advertência (mais comum, pois há um caráter mais orientativo
no conselho), multa, censura pública, suspensão do exercício
profissional (por até 30d) ou cassação do exercício profissional
■ arquivamento
○ deve-se:
■ fornecer informações sobre o objetivo do trabalho que está sendo
realizado
■ fornecer informações, a quem de direito, sobre os resultados do serviço
psicológico prestado, transmitindo somente o que for necessário para
tomada de decisão e que afete o usuário ou beneficiário;
■ zelar pela guarda, empréstimo, comercialização, aquisição e doação de
material privativo do psicólogo.
■ utilizar testes que apresentem os requisitos mínimos previstos pelo
CFP, isto é, que estejam favoráveis (disponíveis no satepsi)

○ é proibido:
■ emitir documento sem qualidade técnico-científica;
■ interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas
psicológicas, adulterar seus resultados ou fazer declarações falsas;
■ ser perito avaliador(a) ou parecerista em situações que há vínculos
pessoais ou profissionais;
■ realizar diagnósticos, divulgar procedimentos ou resultados que
exponham pessoas, grupos ou organizações;
■ divulgar, ensinar, ceder, emprestar ou vender a leigos instrumentos e
técnicas psicológicas que permitam ou facilitem o exercício ilegal da
profissão
○ um código de ética profissional ou qualquer documento que oriente/normatize
condutas éticas, tenderá a ter meramente um caráter policialesco,
judicializante e punitivo, se não houver consciência social.

Aula 4
★ Processo de Avaliação Psicológica
○ Propósitos da avaliação psicológica:
1. Descrição: analisar ou interpretar os resultados obtidos no instrumento
para entender os aspectos mais destacados e forças e fraquezas de um
indivíduo ou grupo. essa informação deverá ser integrada com modelos
teóricos e dados empíricos para aprimorar as inferências;
2. Classificação diagnóstica: utilizar o resultado do instrumento como
auxílio na classificação e diagnóstico de variáveis externas associadas
a um sistema taxonômico específico, para chegar a uma classificação
diagnóstica;
3. Predição: utilizar os resultados do teste para prever outros aspectos e
características do comportamento de indivíduos/grupos não
diretamente avaliados pelo instrumento, mas que estão associados
4. Planejamento de intervenções: utilizar os resultados do instrumento
para avaliar quão apropriadas são diferentes intervenções e sua relativa
eficácia para o público-avo;
5. Monitoramento: utilizar os resultados do instrumento para monitorar
características psicológicas ao longo do tempo;

○ Etapas da avaliação psicológica


1. compreender o(s) motivo(s) do encaminhamento/pedido da avaliação;
2. formular quais são os objetivos da avaliação e, se pertinente, hipóteses
iniciais;
3. identificar quais áreas da vida da pessoa serão avaliadas (histórico de
vida, trajetória escolar/profissional, relações familiares, etc)
4. identificar quais fenômenos psicológicos serão avaliados
(personalidade, inteligência, interesses profissionais, motivação, etc…)
5. entender o contexto em que a avaliação será realizada e identificar
todas as pessoas e/ou organizações envolvidas
6. entender o fluxo das informações (quem terá acesso a elas? o que será
feito com as informações devolvidas na conclusão do processo?)
7. refletir sobre os problemas éticos subjacentes
8. definir que estratégias serão usadas para atingir os objetivos (se
entrevistas, observações, testes, etc)
9. selecionar os instrumentos (verificar precisão, validade, normas etc) e
técnicas (entrevistas, observações, dinâmicas)
10. revisar os instrumentos psicológicos, seus respectivos manuais e
artigos científicos, considerando a teoria que descreve o fenômeno
investigado
11. implementar a coleta das informações (por meio de testes,
entrevistas, análise de documentos, informações de terceiros)
12. interpretar as informações, fazer análise-síntese e integrar as várias
informações à luz da questão a ser respondida
13. oferecer uma resposta à questão investigada
14. relatar o processo
15. encaminhar o caso para alguma intervenção (se necessário)

○ Psicodiagnóstico - o que é?
■ é um tipo de avaliação psicológica feita em um contexto clínico,
procurando avaliar forças e fraquezas no funcionamento psicológico
com foco na existência ou não de psicopatologia (propósito clínico)
■ os psicólogos em geral realizam avaliações psicológicas | os
psicólogos clínicos, entre outras funções, realizam psicodiagnóstico
■ plano de avaliação é estabelecido com base nas perguntas/hipóteses
iniciais
■ envolve coleta e integração de informações prévias, resultados de
testes e condições contextuais para identificar o funcionamento
psicológico sadio e também transtornos psicológicos

○ objetivos do psicodiagnóstico:
1. Classificação: o exame compara a amostra do comportamento do
examinando com o resultado de outros sujeitos da população geral/de
grupos específicos, com condições demográficas equivalentes; esses
resultados são fornecidos em dados quantitativos, classificados
sumariamente, como em uma avaliação de nível intelectual.
2. Descrição: ultrapassa a classificação simples, interpretando diferenças
de escores, identificando forças e fraquezas e descrevendo o
desempenho do paciente, como em uma avaliação de déficits
neuropsicológicos.
3. Classificação nosológica: hipóteses iniciais são testadas, tomando
como referência critérios diagnósticos. É resultante da história clínica,
pessoal e do exame do estado mental do paciente.
4. Diagnóstico Diferencial: são investigadas irregularidades ou
inconsistências do quadro sintomático para diferenciar alternativas
diagnósticas, níveis de funcionamento ou a natureza da patologia.
5. Avaliação Compreensiva: é determinado o nível de funcionamento
social, emocional e cognitivo da pessoa, observando como lida com as
situações da vida, quais seus recursos pessoais e sociais para lidar com
as questões - isso facilita a indicação de recursos terapêuticos e prever
as possíveis respostas aos mesmos.
6. Entendimento Dinâmico: ultrapassa o objetivo anterior por pressupor
um nível mais elevado de inferência clínica, havendo uma integração
de dados com base teórica. Permite chegar a explicações de aspectos
comportamentais nem sempre acessíveis na entrevista, à antecipação
de fontes de dificuldade na terapia e à definição de focos terapêuticos,
etc.
7. Prevenção: procura identificar problemas precocemente, avaliar riscos,
fazer estimativa de forças e fraquezas, da capacidade de enfrentar
situações novas, difíceis e estressantes.
8. Prognóstico: determina o curso provável do caso. depende da
classificação nosológica, não sendo privativo ao psicólogo (este muitas
vezes apenas contribui).
9. Perícia Forense: fornece subsídios para questões relacionadas com
“insanidade”, competência para o exercício das funções de cidadão,
avaliação de incapacidades ou patologias que podem se associar com
infrações da lei, etc.
10. Plano de Tratamento

○ passos do psicodiagnóstico:
■ levantar perguntas relacionadas com os motivos da consulta e
definição das hipóteses iniciais e dos objetivos do exame
■ planejar, selecionar e utilizar instrumentos de exame psicológico
■ levantar dados quantitativa e qualitativamente
■ integrar dados e formular inferências a partir das hipóteses iniciais e
objetivos do exame
■ comunicação dos resultados (seja por entrevista devolutiva, relatório,
laudo, parecer ou outros informes), orientando sobre o caso
■ encerramento do processo

★ Documentos psicológicos
○ instrumento de comunicação escrita que tem por objetivo registrar o serviço
psicológico prestado a uma pessoa/grupo/instituição, utilizando-se linguagem
técnica.
○ modalidades:
■ declaração = documento escrito para registrar informações sobre o
serviço prestado; contém informações sobre: acompanhamento
psicológico realizado ou em realização, tempo de acompanhamento
com dias e horários, comparecimento da pessoa atendida e seu
acompanhante.
■ atestado psicológico (resulta de avaliação psicológica) = documento
que certifica, fundamentado em um diagnóstico psicológico, uma
determinada situação, estado ou funcionamento psicológico, para
afirmar as condições psicológicas de quem o solicita. comunica o
diagnóstico de condições mentais que incapacitem a pessoa atendida
para justificar faltas e impedimentos, solicitar afastamento/dispensa,
etc.
● texto corrido, sem parágrafos (ou preenchendo-os com traço);
● deve conter:
○ título “Atestado psicológico”;
○ nome da pessoa/instituição atendida;
○ nome do solicitante do documento (poder judiciário,
empresa, instituição pública/privada, próprio usuário);
○ finalidade (razão/motivo do pedido);
○ descrição das condições psicológicas do beneficiário
(caso use CID, solicitar autorização por escrito da
pessoa atendida para divulgação do número do CID)
○ encerramento indicando local, data de emissão, carimbo
(nome do psicólogo + inscrição profissional)
○ é facultado ao psicólogo destacar, ao final do atestado
psicológico, que este não poderá ser utilizado para fins
diferentes do apontado no item de identificação, que
possui caráter sigiloso e que se trata de documento
extrajudicial.
■ laudo psicológico (resulta de avaliação psicológica) = tem por objetivo
subsidiar decisões relacionadas ao contexto em que surgiu a demanda;
apresenta infos técnicas e científicas dos fenômenos psicológicos,
considerando os condicionantes históricos da pessoa, grupo ou
instituição atendida.
● deve apresentar os procedimentos e conclusões gerados pelo
processo de avaliação psicológica, limitando-se a fornecer as
infos necessárias e relacionadas à demanda e relatar:
○ o encaminhamento, intervenções, diagnóstico,
prognóstico, hipótese diagnóstica, evolução do caso e
orientação/sugestão de projeto terapêutico.
● o laudo deve conter:
○ identificação = título “laudo psicológico”; nome da
pessoa/instituição atendida; nome do solicitante;
finalidade; nome do autor/a;
○ descrição da demanda
○ procedimento = especifica-se o raciocínio que justifica
o processo de trabalho, recursos utilizados na avaliação
psicológica; referencial teórico metodológico que
fundamentou as análises - consta número de encontros,
tempo de duração do processo, pessoas ouvidas.
○ análise
○ conclusão
○ referências (em nota de rodapé preferencialmente)
■ relatório psicológico = documento que visa comunicar a atuação
profissional do psicólogo em diferentes processos de trabalho
desenvolvidos/em desenvolvimento, explicita a demanda, o
procedimento e o raciocínio técnico-científico do profissional, bem
como suas conclusões/recomendações.
● não tem finalidade de produzir diagnóstico.
■ relatório multiprofissional = resultante da atuação do psi em contexto
multiprofissional, podendo ser produzido em conjunto com
profissionais de outras áreas;
■ parecer psicológico = pronunciamento por escrito que tem por objetivo
apresentar análise técnica, respondendo a uma questão-problema do
campo psicológico ou a documentos psicológicos questionados; é uma
resposta a uma consulta; não é resultante de processo de avaliação ou
intervenção psicológica.

★ Guarda dos documentos e condições de guarda


○ devem ser guardados pelo prazo mínimo de 5 anos (pode ser ampliado)
○ a responsabilidade da guarda cabe ao psicólogo + instituição em que ocorreu a
prestação do serviço
○ em caso de interrupção do trabalho do psicólogo, deve zelar pelo destino de
seus arquivos confidenciais (repassar a quem for substitui-lo ou lacrar pra
posterior utilização de psicólogo substituto) - se houver extinção do serviço
em psicologia, informar ao CRP
○ os documentos produzidos pela(o) psicóloga(o) devem ser entregues
diretamente ao beneficiário da prestação do serviço psicológico, ao seu
responsável legal e/ou ao solicitante, em entrevista devolutiva;
■ colher assinatura do solicitante, comprovando que realmente o
recebeu;

*Identificar como as mães, os pais e professor@s percebem os comportamentos da criança,


usando por exemplo os inventários ASEBA como fontes complementares de informação,
mais especificamente o CBCL e o TRF (Achenbach, 2016; Frizzo, Pedrini, Souza, Bandeira,
& Borsa, 2014).
* atenção alternada; atenção concentrada; atenção dividida
*entrevistas (livres, estruturadas ou semiestruturadas), observações, pesquisa documental,
ou outras técnicas
PROVA 02

Aula 5 - Contextos da avaliação psicológica


Resolução CFP _03_2022 Especialidades.pdf - Google Drive

★ Premissas
○ possuir conhecimento teórico e prático minucioso do contexto, temática e do
fenômeno investigado
★ Competências do avaliador
○ saber avaliar se há condições de espaço físico para se realizar a avaliação;
estabelecer condições suficientes para tal
■ caso contrário, algumas condições poderão interferir negativamente no
processo avaliativo (por ex., calor)
○ capacidade crítica para refletir sobre as consequências sociais da avaliação
■ a avaliação deve sempre visar o benefício da pessoa avaliada (se uma
empresa solicitar a avaliação de funcionários e utilizar os resultados
para demiti-los, visa-se o malefício)
● a utilização errada de um teste quanto a seu objetivo, forma
inadequada de aplicação ou inabilidade de correção e
interpretação também podem contribuir para uma compreensão
equivocada do avaliado, induzindo a decisões prejudiciais a ele
(como propor estratégias de intervenção ineficientes);
○ saber avaliar fenômenos humanos de ordem cognitiva, afetiva e
comportamental e peculiaridades do contexto em que ocorrem
■ necessários conhecimento em áreas de aprendizagem,
desenvolvimento, psicopatologia, personalidade e processos
cognitivos, integrando-os ao contexto socio-histórico do
indivíduo/grupo, pois este orientará o resultado obtido
○ saber selecionar instrumentos e técnicas de avaliação a depender do objetivo,
público e contexto (a configuração da avaliação tende a se modificar
dependendo do contexto - por ex., avaliações no contexto infantil e no adulto,
etc)
■ ao planejar a avaliação, é preciso identificar se os testes psicológicos
serão ou não utilizados e quais
● por ex., em contexto de seleção de pessoas, caso os candidatos
sejam submetidos aos testes ao mesmo tempo e juntos,
prioriza-se testes de aplicação grupal e menos complexos, para
que haja rápida compreensão das instruções
■ a cada sessão o psicólogo tem a oportunidade de reestruturar o
planejamento da avaliação
■ a avaliação é um processo que permite a conciliação de diversas
técnicas - é necessário que o psicólogo possua conhecimento destas e
dos mais variados instrumentos/testes, justamente para que possa
escolher o mais apropriado
● um conhecimento restrito de instrumentos pode prejudicar a
avaliação

★ Resumindo, o psicólogo deverá:


○ identificar a necessidade de avaliações em indivíduos, grupos, famílias,
comunidades, organizações ou sociedades;
○ utilizar os diversos métodos e estratégias de avaliação em Psicologia:
entrevistas, observação, testes psicológicos, entre outros;
○ selecionar, planejar e desenvolver avaliações utilizando métodos apropriados
aos objetivos e aos propósitos das atividades;
○ integrar métodos, análises, sínteses e interpretação dos dados coletados”.

○ sobre as bases para a realização de intervenções psicológicas e


psicossociais:
a) planejar, integrando dados de avaliação, intervenções psicológicas com
indivíduos, grupos, comunidades, organizações e sociedade.

Aula 6 - Técnicas de avaliação psicológica: testes, escalas e entrevistas

★ Ferramentas disponíveis para avaliação psicológica/psicodiagnóstico:


○ Os métodos, técnicas e instrumentos considerados fontes fundamentais de
informação são:
■ testes psicológicos aprovados pelo CFP =
● método de avaliação que deve ser incorporado a um quadro
maior de avaliação psicológica do sujeito
● uso privativo dos psicólogos.
■ entrevistas psicológicas e anamneses
■ protocolos ou registros de observação de comportamentos (obtidos
individualmente ou por processo grupal)
○ fontes complementares de informação (procedimentos auxiliares):
■ técnicas/instrumentos não psicológicos, mas que possuam respaldo da
literatura
■ documentos técnicos, como de equipes multiprofissionais
■ relato de terceiros (ex., professores), registros escolares ou de
emprego; dados biométricos

TESTES PSICOLÓGICOS (escalas, baterias, questionários, inventários)


★ Características
○ objetivam identificar, descrever, qualificar e mensurar características
psicológicas através de procedimentos sistemáticos de observação e descrição
do comportamento humano
○ abarcam:
■ testes
■ escalas
■ inventários
■ questionários
■ métodos projetivos e expressivos
○ sua utilização deve seguir as orientações, padronização e normatização
contidas no manual técnico aprovado no SATEPSI
○ a utilização dos testes com parecer desfavorável/não avaliados no site do
SATEPSI será considerada falta ética, com exceção aos casos de pesquisa e
situações de ensino com objetivo formativo

★ Estilos de testagem (devem ser complementares um ao outro):


○ Psicométrica (+ objetivos) =
■ ênfase na padronização e objetividade
■ ênfase no produto e não no processo
■ mensuração do comportamento do indivíduo; quantificação das
características
■ testes mais estruturados
○ Impressionista (expressivos, projetivos) =
■ ênfase no processo e não no produto
■ foco maior na subjetividade
■ há uma caracterização do comportamento (não só quantificação)
■ não se satisfaz com uma estimativa numérica
■ testes menos estruturados
★ Procedimentos de testagem - os instrumentos podem ser de:
○ Desempenho máximo = em testes de capacidade, onde o examinado deve
demonstrar seu melhor desempenho;
■ ex: testes de inteligência, testes cognitivos, baterias de inteligência,
baterias cognitivas
○ Respostas típicas = não há resposta certa ou errada;
■ ex: inventários, escalas, levantamentos, técnicas projetivas ou de auto
relato (mais conhecidos como testes de personalidade);
★ Tipos de itens de teste:
○ Itens de resposta selecionada - podem ser de múltipla escolha, itens
dicotômicos (verdadeiro-falso, sim-não, gosto-não gosto), itens politômicos
(3+ alternativas como concordo totalmente a discordo totalmente
(gradual)/nunca a quase sempre (freq.);
■ ex: escala likert, etc
■ geralmente são avaliados como certo ou errado
■ vantagens = objetividade, melhoram a precisão e seus escores podem
ser interpretados em escalas numéricas de forma mais fácil e rápida

○ Itens de resposta construída (livres e abertas)


■ em testes de habilidades, aparecem nas áreas de dissertação e para
completar lacunas
■ vantagens = infos mais ricas do comportamento, observações
singulares, eficaz para avaliar habilidades escritas, de memória,
conhecimento matemático, capacidade de liderança, etc.
■ desvantagens = podem estar envoltos ao uso de técnicas informais e
idiossincráticas de administração que podem enfraquecer sua
integridade psicométrica; afetam precisão e validade, sempre está
presente a subjetividade; respostas mais longas, logo, mais longa a
aplicação e correção
● deve-se estipular limite de tempo, meio, modo ou tamanho
exigido da resposta
★ Tipos de instrumento
○ Autorrelato
■ Heterorrelato como complemento
○ Atribuição pelo estímulo = resposta do avaliado para estímulos ambíguos
○ Por desempenho
○ Construtivo = avalia nível do construto do avaliado baseado numa criação
dele;
○ Observacional (para teste, não há disponível no Brasil)
○ Relato por informante

★ O que é o SATEPSI?
○ sistema que objetiva aprimorar a qualidade dos instrumentos existentes,
impedindo uso de instrumentos de má qualidade
■ apresenta os testes favoráveis, instrumentos não privativos (são não
psicológicos), testes desfavoráveis, testes não avaliados, em avaliação
○ é amparado em documentos internacionalmente reconhecidos
○ estabelece os requisitos mínimos que os testes devem possuir para serem
utilizados pelos profissionais
■ apresentar fundamentação teórica, com especial ênfase na definição do
construto; descrever os aspectos constitutivo e operacional
■ explicar os objetivos do teste e contexto da aplicação, com detalhes a
respeito da população alvo
■ pertinência teórica e qualidade técnica dos estímulos usados
■ apresentar os itens ou estímulos que compõem o teste
■ apresentar protocolos/folha de resposta
■ apresentar evidências empíricas de validade e estimativas de precisão
das interpretações, etc

★ Motivos para a utilização de testes


○ Eficiência = coletar infos. em curto espaço de tempo e com menor custo
○ Objetividade = não depende da subjetividade do avaliador, como ocorre em
observações e entrevistas
★ Quando não utilizar testes
○ quando o objetivo da testagem é desconhecido/pouco nítido pro avaliador; o
avaliador não está familiarizado com a documentação necessária para o teste,
nem treinado para os procedimentos; o avaliador não sabe para onde irão os
resultados do teste ou para que fins serão utilizados; etc
○ Não é interpretação de teste relatar escores numéricos sem interpretação, se
utilizar de rótulos, etc

ENTREVISTA
★ Características
○ conjunto de técnicas de investigação, de tempo limitado, dirigido por
entrevistador treinado com objetivo de descrever e avaliar aspectos pessoais,
relacionais ou sistêmicos dos indivíduos visando fazer recomendações,
encaminhamentos ou propor algum tipo de intervenção em benefício dos
entrevistados
○ há diversas técnicas de entrevista, com suas respectivas estratégias, limites e
alcances
○ é dirigida = mesmo as entrevistas chamadas livres (onde o entrevistado conduz
o processo) apresentam alguma forma de estruturação na medida em que a
ação do entrevistador direciona a entrevista na direção de alcançar seus
objetivos
○ depende de uma relação profissional (entrevistador e entrevistado possuem
papéis diferentes) e da experiência/treinamento/habilidade/domínio por parte
do entrevistador
○ deve se orientar de modo a beneficiar o entrevistado (os interesses do paciente
e de um terceiro - como empresas, advogados - poderão ser diferentes)
★ Classificação quanto ao aspecto formal:
○ Estruturadas = se destina ao levantamento de infos muito bem definidas,
privilegiando a objetividade, com perguntas de cunho fechado e delimitado
por opções. sua realização raramente considera necessidades/demandas do
paciente, e não há necessidade de experiência/conhecimento clínico do
entrevistador.
■ ex: censo demográfico
○ Livre estruturação/entrevista livre/não estruturada = ainda sim, se necessita
um certo grau de estruturação por parte do entrevistador para se atingir o
objetivo da entrevista
○ Semi-estruturada = tende a direcionar mais a entrevista; não deixa 100% livre,
mas permite o relato do paciente e se ajusta a demanda dele. bem como na
livre, necessita de que o entrevistador possua algum conhecimento teórico e
prático da técnica e da ciência psicológica.
■ chama-se assim pois o entrevistador tem nitidez de seus objetivos e de
que tipo de info é necessária para atingi-los e como atingi-la (perguntas
sugeridas/padronizadas), quando ou em que sequência, em que
condições deve ser investigada (relevância) e como deve ser
considerada (critérios de avaliação)
★ Classificação quanto à finalidade:
○ Entrevista de Triagem = avaliar a demanda do sujeito e fazer um
encaminhamento; é por ela que se verifica a intensidade do problema; bastante
utilizada em serviços públicos
○ Anamnese = levantar detalhadamente a história de desenvolvimento da
pessoa, principalmente da infância
○ Entrevista diagnóstica sindrômica = descrever sinais e sintomas para
classificação de um quadro/síndrome
○ Entrevista diagnóstica psicodinâmica = descrever/compreender a experiência
ou modo particular do funcionamento do sujeito, tendo em vista uma
abordagem teórica.
■ essas duas últimas são complementares e visam modificar um quadro
apresentado em benefício do sujeito. (com elas verifica-se o quadro
sindrômico + compreende-se a dinâmica psíquica do indivíduo frente a
ele)
○ Entrevistas sistêmicas = avaliar casais e famílias, buscando avaliar a estrutura
ou história relacional/familiar, aspectos da rede social entre as pessoas, etc;
bastante influenciada pela orientação teórica do entrevistador
○ Entrevista de devolução = tem por finalidade comunicar a pessoa o resultado
de uma avaliação
■ geralmente ocorre ao final da própria entrevista
■ permite ao paciente expressar pensamentos e sentimentos em relação
às conclusões e recomendações. psicólogo visa ajudar a
compreendê-las e avaliar suas reações frente a elas

Aulas 7 e 8 - Construção e Adaptação de instrumentos psicológicos


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★ Objetivos de se construir um teste psicológico:


○ coletar dados com instrumentos válidos e confiáveis, garantindo assim a
qualidade na avaliação psicológica e na pesquisa científica
○ validar teorias
○ mensurar construtos, fenômenos, etc
○ responder à questões relevantes (sociedade)
○ avaliar-compreender-intervir
★ Premissas
○ todo teste psicológico é psicométrico
■ podem ser objetivos ou expressivos/projetivos
★ Construção de um teste psicológico
○ Conhecimentos necessários:
■ psicometria
● é a teoria da medida em ciências para explicar o sentido que
possuem as respostas dadas pelos sujeitos a uma série de tarefas
e propor técnicas de medida dos processos mentais
■ disciplinas de teorias psicológicas, de estatística e de delineamento de
pesquisa científica
○ Teoria e modelo de elaboração de teste psicológico
■ Procedimento teórico = teoria e operacionalização do construto
● 1. objeto psicológico de interesse/construto
○ qual é o objeto psicológico de interesse/construto que o
pesquisador quer mensurar?
○ qual ideia/tema/assunto que se quer pesquisar?
○ o objeto de interesse/construto pode ser mais amplo ou
mais restrito (ex., inteligência -> inteligência verbal)
■ quanto mais restrito, mais fácil a construção do
instrumento
● 2. propriedades do construto
○ o que diretamente será mensurável, isto é, seus
atributos?
○ diferenças individuais
○ delimitação dos aspectos específicos do que se pretende
mensurar
■ por ex., inteligência verbal em crianças é uma
propriedade do construto mais amplo
inteligência
● 3. dimensionalidade do construto
○ qual é sua estrutura interna, dimensões, semântica
● 4. definir os construtos de forma:
○ constitutiva = definição, conceituação, o que será
explorado ao medir o construto
○ operacional = passagem do abstrato para o concreto dos
construtos, comportamentos através dos quais ele se
expressa; tarefas
● 5. operacionalização do construto
○ expressão da representação comportamental do
construto
○ construção dos itens
considerar:
■ fonte dos itens
● categorias comportamentais = a
definição, a conceituação a partir dos
referenciais teóricos do construto
● literatura = outros testes que medem o
construto (atentar-se para plágio)
● entrevista = levantamento junto à
população alvo, à profissionais da área
do instrumento, à especialistas do
construto, etc
■ regras para a construção dos itens
● conter 01 pergunta/ideia por vez
● itens compreensíveis e acessíveis a
população alvo
● cuidado com uso de itens negativos
(inverter a pontuação depois)
● verificar se o item é congruente com o
construto/fator que representa
● iniciar as frases dos itens de forma
diferente para não cansar a leitura
● cobrir toda a magnitude da variável
(itens fáceis, médios e difíceis)
● tomar cuidado com a gradação das
palavras (sempre, nunca, extremamente,
muitíssimo, etc).
■ quantidade dos itens
● 6. Análise teórica dos itens
○ análise de juízes especialistas = para verificar a
adequação da representação comportamental do atributo
○ análise semântica = para verificar se todos os itens são
compreensíveis para todos os sujeitos da população alvo
■ Procedimento empírico = etapas e técnicas de aplicação do instrumento
para validar as informações buscando qualidade psicométrica;
momento relacionado às disciplinas de delineamento de pesquisa; é
necessário garantir coleta válida da informação empírica
● definição da amostra
○ delimitar as características específicas da população
alvo
● instruções e aplicação do instrumento
○ sistematização da aplicação; seguir as instruções
construídas; cuidar e treinar os aplicadores
*delinea-se as pesquisas e os procedimentos empíricos com o objetivo
de investigar as propriedades psicométricas dos testes
○ as propriedades psicométricas são as evidências de
validade, precisão e normatização
■ Procedimento analítico = análises estatísticas para verificar validade,
precisão e normatização do instrumento (parte psicométrica e
estatística)
● tradução e adaptação de instrumentos é importante para que
ocorram pesquisas transculturais (deve-se basear na qualidade
que o teste já apresenta em outras culturas)
○ a adaptação permite que se compare dados obtidos em
diferentes amostras e contextos; uma maior capacidade
de generalização e a investigação de diferenças entre
uma população diversificada
■ depende das características do instrumento, dos
contextos - de sua aplicação original e da
adaptada - e da população a quem se destina,
logo, vai além de mera tradução, a qual não
garante a validade do construto ou a
confiabilidade da medida
★ Etapas importantes para a adaptação de um instrumento
○ tradução do idioma de origem para o idioma alvo
○ síntese das versões traduzidas (para que se chegue à uma única, por experts +
pesquisadores - ajuste semântico e idiomático)
○ avaliação da síntese por juízes especialistas (em av. psicológica e com
conhecimento a respeito do construto) - avaliam estrutura,
layout/diagramação, instruções do instrumento e abrangência e adequação das
expressões contidas nos itens;
○ avaliação do instrumento pelo público alvo (para verificar se são
compreensíveis) - aqui ainda não é realizado nenhum procedimento estatístico
○ tradução reversa (traduzir a versão sintetizada e revisada para o idioma de
origem)
○ estudo piloto (aplicação prévia do instrumento em uma pequena amostra que
reflita as características da amostra/população-alvo; avaliar a adequação dos
itens, sua dificuldade de compreensão, instruções, etc)
○ validação do instrumento adaptado (faz-se análises para investigar evidências
de validade e precisão do instrumento para o novo contexto).

Aulas 9 e 10 - Validade, precisão e normatização

★ Dentro de: procedimentos analíticos (parte psicométrica e estatística) - validade,


precisão e normatização
○ Standards = fornecer critérios para avaliação dos testes, práticas de testagem e
efeitos do uso do teste, para que essas práticas sejam éticas e com qualidade;
dá atenção às propriedades psicométricas - validade/precisão/normatização,
administração, utilização
■ nova conceituação, nome pro termo “validade”
■ adotados pelo SATEPSI, elaborados pela APA, AERA, NCME.
★ Resolução CFP Nº 31/2022
○ Art. 7º Os testes psicológicos têm como objetivos identificar, descrever,
qualificar e mensurar características psicológicas, por meio de procedimentos
sistemáticos de observação e descrição do comportamento humano, nas suas
diversas formas de expressão, acordados pela comunidade científica.
■ I - apresentar fundamentação teórica, com especial ênfase na definição
do(s) construto(s), e descrever os aspectos constitutivo e operacional;
■ II - explicitar os objetivos do teste psicológico e o contexto de
aplicação, com detalhes da população-alvo;
■ III - apresentar pertinência teórica e qualidade técnica dos estímulos
utilizados no teste psicológico;
■ IV - apresentar os itens ou estímulos que compõem o teste;
■ V - apresentar os protocolos ou folha de resposta;
■ VI - apresentar evidências empíricas de validade e estimativas de
precisão das interpretações para os resultados do teste psicológico,
caracterizando os procedimentos e os critérios adotados na
investigação;
■ VII - apresentar evidências empíricas sobre as características técnicas
dos itens do teste psicológico, exceto para os métodos projetivos ou
expressivos;
■ VIII - apresentar sistema de correção e interpretação dos escores,
explicitando a lógica que fundamenta o procedimento em função do
sistema de interpretação adotado, que pode ser: referenciada à norma =
relatar as características da amostra de normatização de maneira
explícita e exaustiva, comparando, preferencialmente, com estimativas
nacionais que possibilitam o julgamento do nível de representatividade
do grupo de referência usado para a transformação dos escores; ou
diferente da interpretação referenciada à norma = explicar o
embasamento teórico e justificar a lógica do procedimento de
interpretação utilizado (conteúdo);
■ IX - apresentar, de forma explícita, o processo de aplicação e correção
do teste para que haja a garantia da uniformidade dos procedimentos;
■ X - apresentar ficha síntese, com indicação do autor, objetivo,
público-alvo, material necessário, tipo de aplicação e correção, normas
e síntese dos estudos psicométricos;
■ XI - no caso de testes psicológicos informatizados, apresentar tutorial
sobre como acessar o teste psicológico, com captura das telas, e o
relatório gerado pela plataforma de correção;
★ Todo teste psicológico
○ precisa ser cientificamente comprovado
○ respaldado nos princípios éticos, alicerçados nos direitos humanos, na
responsabilidade social e no benefício para o ser humano e para a sociedade
○ pontos fundamentais:
■ conceito de validade, precisão, padronização e normatização

★ Validade - INTERPRETAÇÕES
○ Refere-se ao grau no qual a evidência e teoria sustentam as interpretações dos
escores dos testes vinculados pelo propósito do uso dos testes (APA), assim, é
constituída por um conjunto de evidências que possam assegurar as
interpretações do teste
○ o que se valida não é o teste em si, mas as INTERPRETAÇÕES propostas
por este
■ as interpretações dizem respeito ao construto que o teste se propõe a
mensurar
○ o processo é semelhante à testagem de hipóteses
■ previsões derivadas de teorias sobre manifestações comportamentais e
verificação empírica da correspondência entre expectativas teóricas e
os fatos observados
○ os instrumentos de avaliação propõem tarefas específicas às pessoas, como
resolver problemas, auto-relato, desenhar, contar histórias, etc, como um meio
de se observar a manifestação de características psicológicas - a partir da
maneira como as pessoas respondem, os psicólogos inferem características
psicológicas específicas
■ os resultados positivos das pesquisas embasando a relação
comportamento-traço caracterizam a validade dos instrumentos
■ se um instrumento não possui evidências de validade não ha segurança
de que as interpretações sobre as características psicológicas das
pessoas sugeridas pelas suas respostas são legítimas, e não se sabe o
que o instrumento avalia realmente
○ anteriormente, se utilizava o conceito de “tipos de validade” são eles:
■ Validade de conteúdo = avaliar o conteúdo dos itens do instrumento
● também chamado Standards
● qualquer busca pra verificar validade sempre será em relação
ao construto
● avalia a relevância e representatividade dos itens do teste
investigando se eles consistem em amostras abrangentes do
domínio que se pretende avaliar com o teste
○ validade aparente e análise de juízes
■ Validade de critério = avaliar a efetividade do teste em predizer o
desempenho específico de um sujeito; validade preditiva
■ Validade de construto = avaliar a extensão que um teste mede
determinado construto;
● análise da representação comportamental do construto
○ atualmente, a terminologia tipos de validade foi modificada para “fontes de
evidência” de validade. são elas:
■ evidência com base no conteúdo do teste =
● avalia a relevância e representatividade dos itens do teste
investigando se eles consistem em amostras abrangentes do
domínio que se pretende avaliar com o teste
○ definições constitutivas, operacionais, análise de juizes,
etc
■ evidência com base no processo de resposta =
● levanta dados sobre os processos mentais envolvidos na
realização das tarefas propostas pelo teste
○ observar a pessoa respondendo, perguntar a ela
estratégias de resposta, verificar padrões de acerto e
erro
■ evidência com base na estrutura interna =
● levanta dados sobre a estrutura das correlações entre itens
avaliando o mesmo construto e também sobre as correlações
entre subtestes avaliando construtos similares
○ análise fatorial, consistência interna (verifica a
homogeneidade dos itens que compõe um teste)
■ evidência com base na relação com outras variáveis =
● levanta dados sobre os padrões de correlação entre os escores
do teste e outras variáveis medindo o mesmo construto
(convergência), com construtos relacionados e com variáveis
medindo construtos diferentes (divergência)
● também traz dados sobre a capacidade preditiva do teste de
outros fatos de interesse direto (critérios externos) que possuem
importância por si só e associam-se ao propósito direto do uso
do teste (ex., sucesso no trabalho)
○ correlações, ANOVAS, regressão, equação estrutural
■ evidência com base nas consequências da testagem =
● examina as consequências sociais intencionais e não
intencionais do uso do teste para verificar se sua utilização está
surtindo os efeitos desejados, de acordo com seu propósito

★ Precisão (característica dos ESCORES)


○ Precisão -> fidedignidade -> confiabilidade em relação aos escores de um teste
psicológico; consistência interna
○ O conceito de precisão refere-se ao grau com que os escores do instrumento
são livres de erros de medida/mensuração
■ MEDIR SEM ERROS
■ erros de mensuração são flutuações nos escores decorrentes de fatores
que são irrelevantes ao que está sendo medido, relacionados aos
processos de mensuração
■ instrumentos psicológicos são bastante suscetíveis a fontes de erro,
como o próprio examinando, examinador ou o contexto
● podem ser também disposição, ansiedade, chutes corretos,
fadiga, familiaridade ou não com o conteúdo, subjetivismo
○ é a qualidade dos escores do instrumento que sugere que eles são
suficientemente livres de erros de mensuração para serem úteis
■ a precisão é uma característica dos ESCORES dos testes e não dos
testes em si
○ avalia-se a precisão de um contínuo de 0,00 a 1,00
○ assim, para avaliar a precisão é sempre preciso levar em conta as fontes de
erro que possam vir a interferir nos escores dos indivíduos e estimar a
magnitude desses erros
■ a questão não é zerar o erro, e sim identificar as fontes de erro e
estimar a magnitude de sua influência
■ além disso, a precisão também pode mudar de amostra pra amostra. ex,
diferenças de idade
★ Delineamentos para obtenção da estimativa do erro:
○ Forma teste-reteste = quando as pessoas são avaliadas com o mesmo
instrumento, mas em ocasiões diferentes, controla apenas as variâncias de
conteúdo estando sujeita às variâncias de tempo
○ Formas alternativas = a pessoa pode ser avaliada no mesmo dia ou dias
diferentes com testes paralelos (mas ainda é o mesmo construto); essa forma
combina controle sobre duas fontes de erro, a saber, as mostras de conteúdo de
itens e a estabilidade temporal, conforme a escolha de seu esquema de
aplicação
○ Forma precisão de avaliadores = trata-se de um tipo de precisão que consiste
em solicitar que 2 avaliadores diferentes pontuem o protocolo de teste das
mesmas pessoas então sendo corrigidas se estabelece à correlação entre os 2
avaliadores, essa técnica é muito usada quando os testes dependem muito do
julgamento do avaliador
○ Forma das metades = esse coeficiente é conseguido em uma única aplicação
de uma única forma do teste apenas, dividindo-se o teste em duas partes iguais
e correlacionando-as.
○ Coeficientes de Kuder-Richardson e Alfa de Cronbach = são medidas do grau
de associação que existe entre esses itens, ou seja, o quanto um item concorda
com os demais para medir o referido construto. estabelece-se uma relação
entre as respostas nos itens individualmente com o escore total do teste.
também é conseguido com uma única aplicação de uma única forma do teste.

★ Normatização
○ última etapa da construção antes de elaborar um manual (de aplicação) e
submeter o teste ao CFP-Satepsi (no Brasil, somente testes com parecer
favorável podem ser comercializados e utilizados na prática profissional)
○ somente após as interpretações do teste terem demonstrado evidências de
validade e os escores do teste de precisão, é que se parte para a normatização

○ Padronização = relacionado com procedimentos sistemáticos de aplicação,


avaliação e interpretação dos dados (administração do teste);
■ Uniformidade na aplicação dos testes, correção e avaliação do
instrumento, ou seja, quais as regras, comportamentos o profissional
deve emitir ao aplicar e corrigir
■ O não uso de procedimentos padronizados de aplicação, avaliação e
correção implica que o que está sendo investigado no teste não
necessariamente corresponde ao proposto. Por ex., aplicar de forma
coletiva um teste de inteligência que deve ser aplicado de forma
individual
○ Normatização = critérios para comparar resultados obtidos pelas pessoas
avaliadas por meio do teste; padrões sobre como interpretar os escores
■ uniformidade na interpretação dos escores dos testes
■ a norma permite situar o sujeito em um determinado padrão, norma
■ é uma forma mais precisa de comparar resultados de testes entre
pessoas; entender melhor as diferenças e similaridades entre indivíduos
referente ao construto em questão; estabelecer normas e regras para
interpretar o escore (para isso é necessário um referencial/dados
adicionais, uma normatização)
■ esse processo só ocorre após ser definida a versão final do teste,
quando já se sabe o número de itens, dimensionalidade e existem
evidências que ele avalia o construto ao qual se propõe
■ nessa etapa, a aplicação deve ser realizada, preferencialmente, em uma
amostra representativa da população-alvo
■ concluindo, para que um profissional desenvolve um instrumento, além
de conhecer profundo conhecimento teórico sobre o construto,
estabelecer os critérios de padronização e desenvolver estudos de
normatização. assim, para além do cuidado na construção dos itens, os
processos de padronização e normatização devem ser planejados e
testados de forma rigorosa.
■ Tipos de normatização

(normatização referenciada em normas e a normatização referenciada


em critérios; tabelas normativas;
método de referência à norma = utiliza-se o grupo de amostra como
referência - o grupo normativo - e são analisadas as frequências das
pontuações da escala)

Relatórios e cartilhas - CFP | CFP | Página 2


https://www.scielo.br/j/pcp/grid

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