FACULDADE SANTA MARIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR

PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM,
EPISTEMIOLOGIA, IDENTIDADE CULTURAL E
AFETIVIDADE
 
Docente: Profª MsC. Liana Mirela Souza Oliveira

JANEIRO, 2019
 PROGRAMAÇÃO SÍNTESE
12 de Janeiro de 2019 (Horário: 8h- 12h)
Momento 1: Apresentação da proposta de trabalho do encontro. Apresentação dos
especializandos através de técnica de dinâmica de grupo.
VE: Animação Piper. Apresentação das percepções e dos disparadores de aprendizagem
de cada especializando.
Momento 2: OTs: Construção de hipóteses e questões de Aprendizagem a partir da
SP1.
Horário: 13h- 17h
Momento 3: EI: A influências das teorias comportamentais no processo ensino e
aprendizagem;
Momento 4: OTs: Exercício elaborado a partir da EI./ Elaboração de uma NP.
13 de janeiro de 2019 (Horário: 8h- 12h)
Momento 5: Apresentação das NP;
Momento 6: OTs: Construção de hipóteses e questões de Aprendizagem a partir da SP2.
Momento 7: EI: A resiliência e seus efeitos na prática docente; A educação na
perspectiva da serenidade, afabilidade, amorosidade e doçura nas relações humanas,
um resgate necessário.
Momento 8: OTs: Encerramento com discussão do “Exercício: Como fazer e receber
críticas”.
Avaliações: Formativa (participação nas ações educacionais presenciais) e Somativa
(Produção de novas sínteses da SP1 e SP2 entregues posteriormente via e-mail).
 UNIDADE III – OS FENÔMENOS DO
DESENVOLVIMENTO HUMANO: DESAFIOS DA DOCÊNCIA

CONTEÚDO
 A influências das teorias comportamentais no processo ensino e
aprendizagem;
 Educação e práxis humana
 Educação, ideologia e transformação social;
 O fazer e o pensar afetiva na transposição didática;
 A educação na perspectiva da serenidade, afabilidade,
amorosidade e doçura nas relações humanas, um resgate
necessário.
 A relação de motivação e dificuldade de aprendizagem;
 A resiliência e seus efeitos na prática docente;
 O fortalecimento da relação interpessoal na prática da pesquisa
e extensão.
 METODOLOGIA ATIVA:
ESPIRAL CONSTRUTIVISTA
 A Espiral Construtivista (EC), uma metodologia
problematizadora, cujos fundamentos teóricos
repousam na concepção construtivista da educação,
no princípio da globalização, da dialogia, da
aprendizagem significativa e da metodologia
científica.
 A EC é processada em seis movimentos em espiral:
recursivos, contínuos, incompletos e sempre
inacabados (Lima, 2017),
 METODOLOGIA ATIVA:
ESPIRAL CONSTRUTIVISTA

LIMA, V. V, 2017.
 Identificando problemas: A identificação de problemas
subordina-se aos conhecimentos, percepções,
sentimentos e valores prévios de cada educando.
 Formulando explicações: A partir dos problemas
identificados, visa compartilhar os sistemas explicativos
que justificam os fenômenos observados. Essas
justificativas originam as hipóteses. No movimento
“formulando hipóteses”, o reconhecimento de
imprecisões, incompletudes, incongruências,
ambiguidades e outros desafios devem resultar na
elaboração de questões de aprendizagem.
 Elaborando questões: As questões de
aprendizagem devem focalizar aspectos que
permitam ao grupo ampliar seu entendimento e
possibilidades de intervenção sobre uma
determinada situação;
 Buscando novas informações A partir de
facilidades e dificuldades no acesso às informações
e às bases remotas de dados, assim como a
avaliação crítica da produção das informações
obtidas, devem ser exploradas no encontro de nova
síntese.
 Construindo novos significados: A reconstrução de
significados é produto do confronto entre os saberes prévios
e as novas informações trazidas pelos educandos. Embora
haja a possibilidade de serem construídos novos saberes
na “síntese provisória”, em função da troca entre os
participantes, essa construção assume um caráter científico
na “nova síntese”, fundamentado por melhores evidências.
 Avaliando processo e produtos: Papel fundamental, uma
vez que está voltada à melhoria ou ampliação de
capacidades para aprender, para trabalhar em grupo e para
intervir na realidade. Os retornos devem ser os mais claros
e objetivos possíveis, podendo incluir o impacto produzido
pelos desempenhos observados.
 A INFLUÊNCIAS DAS TEORIAS
COMPORTAMENTAIS NO PROCESSO
ENSINO E APRENDIZAGEM
Aquecendo o debate

 O que você conhece sobre as chamadas Teorias

Comportamentalistas?
 Como é possível utilizar tais teorias na prática
educacional, especificamente no ensino superior?
 Quais as vantagens desta abordagem na educação?
 E as desvantagens?
 O termo comportamentalismo refere-se a um
movimento iniciado nos EUA, por John Broadus
Watson (1878 - 1958), no início do século XX.
 O comportamentalismo (ou Behaviorismo) reúne
uma variedade de autores entendidos em suas
especificidades conceituais.
 Falamos não apenas de um behaviorismo, mas de
diferentes modelos teóricos.
 A análise comportamental de Skinner
Embora não negue a existência de eventos mentais,
sua teoria defende que o ser humano é controlado
por influências externas (meio) e não por
processos internos.
Na abordagem de Skinner, pode-se dizer que o
comportamento humano é influenciado por suas
consequências, em três níveis:
 Filogenético (espécie),
 Ontogenético (indivíduo) e;
 Cultural (o indivíduo é membro de um grupo).
 O condicionamento operante
A ação do indivíduo não responde à estimulação
direta (mecânica) a estímulos, mas à associação
entre comportamento e sua repercussão no
ambiente (reforçamento).
A “história de interações passadas entre um
indivíduo e seu ambiente que permitirá entender
porque certas consequências são reforçadoras
para alguns, aversivas para outros, e, finalmente,
incapazes de manter comportamentos para
outras ainda.”
 Reforço é qualquer evento que aumente a frequência de um determinado comportamento.

Reforço positivo: consiste Reforço negativo: o

no aumento da freqüência aumento da frequência do
do comportamento devido a comportamento através da
administração de algum retirada de um estímulo
estímulo reforçador (um negativo (p. ex., choque).
elogio, p.ex.)
 Este tipo de aprendizagem seria o resultado dos
condicionamentos introjetados pela sociedade e,
principalmente, pelas figuras significativas da vida do
sujeito (pai, mãe, professoras, irmãos).
 O processo de ensino e aprendizagem na
perspectiva de Skinner

A concepção de Skinner sobre o processo de ensino

baseia-se na ênfase do método e na eficácia da
estruturação dos recursos externos, como
principais promotores da aprendizagem.
Para Luna (2002), na análise do comportamento, o
ensino é uma ação planejada, a qual depende de um
professor que organize, avalie e especifique a
atividade do aluno, as circunstâncias em que o
aprendizado pode ocorrer e suas consequências:
 É o comportamento do aluno que deve ser
analisado para que se verifiquem suas
necessidades em termos de aprendizagem, o
repertório que ele traz para a situação de ensino e
as consequências capazes de interagir com ele e
mantê-lo comportado.
Desse ponto de vista, uma aula expositiva – pelo
menos para alunos iniciantes – é a antítese da
proposta skinneriana.
 Nesta perspectiva, Skinner elaborou a ideia de um ensino
programado, ou seja, de uma programação dos objetivos e dos
conteúdos da educação, expressas em algumas características
específicas, como:
 Estudo por meio de unidades de ensino ou disciplina, avançando
por etapas.
 Organização de sequências de ensino de acordo com as
dificuldades surgidas.
 Manutenção do aluno em permanente atividade.
 Auto-avaliação do aluno em situações específicas.
 Feedback dado pelo professor ( através do reforço
positivo/negativo).
 Ênfase no ensino individualizado e na análise do comportamento
do aluno, para identificar o que necessita aprender.
 Aplicando os conceitos...
Fundamentada nestas teorias (comportamentalistas)
como se configuram:
 Estudantes?
 Docente?
 Relação Professor/Estudante?
 Conteúdos?
 Metodologia?
 Avaliação?
A RESILIÊNCIA E SEUS EFEITOS
NA PRÁTICA DOCENTE
Aquecendo o debate...

 Como entende resilência?

 Como se desenvolve resilência?
 Quais facilitadores/dificultadores que contribuem
para a resilência na prática docente?
 Como você avalia um professor resiliente?
 Tavares (2001) discute a origem do termo resiliência sob
três pontos de vista: o físico, o médico e o psicológico.
1.No primeiro, é a qualidade de resistência de um material
ao choque, à tensão, à pressão que lhe permita voltar,
sempre que é forçado ou violentado, à sua forma inicial.
2.No segundo, seria a capacidade de um sujeito resistir a
uma doença, a uma infecção, a uma intervenção, por si
próprio ou com a ajuda de medicamentos.
3.E, no terceiro, trata-se também de uma qualidade, de
uma capacidade de as pessoas pessoalmente ou em grupo
resistirem a situações adversas sem perderem o seu
equilíbrio inicial, isto é, a capacidade de se acomodarem e
reequilibrarem constantemente.
 Segundo Scriptori (2007) ressalta que os
relacionamentos pautados no amor e na confiança
também promovem a resiliência e que o perfil de pessoas
resilientes é composto por um conjunto de características
que pode ser desenvolvido por qualquer um, tais como:
 Fazer planos realistas e perseverar em sua
concretização;
 Possuir uma auto-imagem positiva;
 Ter confiança em suas próprias forças e habilidades;
 Expressar seus sentimentos;
 Controlar sentimentos e impulsos fortes;
 Resolver problemas.
 RESILIÊNCIA E A EDUCAÇÃO
O trabalho docente é um trabalho complexo que
demanda várias habilidades, dentre as quais a de
atender a heterogeneidade e a diversidade cultural
de cada discente, além disso, precisa atender a uma
série de questões institucionais e burocráticas
imposta pelo poder existente dentro da instituição.
Portanto, é normal que diante de tantas
transformações, de tantas exigências, o professor
venha a desenvolver sentimentos como insegurança,
medo, ansiedade, estresse e até mesmo a síndrome
de burnout.
 Barreto (2007) elaborou propostas de fortalecimento
da resiliência tanto para as instituições quanto para
os professores:
 Desenvolvimento de programas de capacitação que
se preocupem com a dimensão humana dos
professores;
 Desenvolvimento de políticas que possam apoiar
claramente as ações de autodesenvolvimento dos
professores – atualização pedagógica, participação
em seminários, congressos, publicação de livros,
desenvolvimento de pesquisas, etc.;
 Identificação das principais necessidades dos
professores como forma de favorecer a motivação e
a satisfação;
 Preocupação permanente em oferecer melhores
condições de trabalho relativas à remuneração,
instalações físicas, número de alunos por sala,
ergonomia e tecnologia operacional;
 Fortalecimento de ações que propiciem o encontro
dos professores em atividades onde possam trocar
experiências, esboçar dificuldades e serem
compreendidos nas suas necessidades; etc.
 A EDUCAÇÃO NA PERSPECTIVA DA
AFABILIDADE, AMOROSIDADE NAS RELAÇÕES
HUMANAS, UM RESGATE NECESSÁRIO.
Aquecendo o debate...

 De que forma você considera as emoções, os afetos

na prática docente?
 Qual o “lugar” da afetividade na interação com o
discente?
 Como favorecer a amorosidade, afabilidade num
ambiente tão “técnico e cognitivo”, como uma IES?
 A teoria walloniana é de suma importância na
discussão sobre a afetividade no ensino-
aprendizagem. autor coloca a afetividade como um
dos aspectos centrais do desenvolvimento humano,
defendendo que a vida psíquica é formada por três
dimensões:
 Motora,
 Afetiva e;
 Cognitiva que se influenciam mutuamente.
 Segundo Wallon (2003) o desenvolvimento do
indivíduo acontece a partir das primeiras interações
com o meio humano através das emoções que são
tidas como descargas de energia e aos poucos,
dá lugar aos sentimentos e depois às atividades
intelectuais.
 Na teoria walloniana o ato motor é à base do
pensamento e a emoção também é fonte de
conhecimento.
 Dessa forma, para Wallon (2003), a falta de
vínculos positivos do aprendente com o objeto de
estudo cria barreiras para o desenvolvimento da
inteligência, gerando baixa autoestima, além de
passividade e acomodação diante da
aprendizagem, sendo assim, faz-se necessário
considerar o aluno em todas as suas dimensões
motora, afetiva e cognitiva.
 Para aprender, ele deve apropriar-se dos
conhecimentos, dos significados culturais a ele
direcionados.
 Portanto, a aprendizagem não é um ato de recepção
passiva de conteúdos a serem internalizados, mas
uma ação que requer atividade psíquica
complexa e estruturação do próprio sujeito.
 Na teoria walloniana, espera-se que ocorram
experiências de ensino propiciadoras de interações
grupais.
 O trabalho pedagógico deve ser realizado
apresentando conteúdos que alternem a construção
do mundo (objetivo) e a construção do eu
(subjetividade), através de atividades que
possibilitem a expressão verbal, a corporal e a
emocional.
 Para o desenvolvimento destas competências a
partir desse paradigma, exige mais do que o saber
sobre, é preciso:
 Saber fazer,
 Saber ser e;
 Saber conviver;
O que envolvem não somente o domínio cognitivo,
mas também o psicomotor e o afetivo.
Narrativa de Prática(NP)

Trata-se de uma ação educacional organizada por

meio do processamento de narrativas elaboradas
pelos especializandos, a partir de suas próprias
experiências.
As narrativas proporcionam, de forma mais direta e
intensa, a exploração e reflexão sobre os contextos
dos especializandos.
Além do desenvolvimento no domínio cognitivo,
favorece a ampliação de sentidos (escuta, olhar,
percepção) de habilidades e atitudes.
Mãos as obras...elaborando NP

 Construam uma NP, a partir de vivências na

docência/discência de ensino superior, descrevendo
algum “problema” relacionado a situações que
denotem dificuldades de aprendizagem,
desmotivação no contexto educacional.
Obrigada pela atenção!
E-mail: lianamirela@gmail.com