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O Poder do Não

Por que dizemos sim quando queremos dizer


não?
O Poder do Não
Por que dizemos sim quando queremos dizer
não?

Jaqueline Moura
O poder do não: Por que dizemos sim quando queremos dizer não?
Ensaio Literário
Moura, Jaqueline
1ª Edição – 2021
Goiânia – GO

Arte e Produção: Ristretto


Revisão: Jefferson Azevedo
Foto: Italo Arriaza

Copyright 2021 © Jaqueline Moura

Todos os direitos reservados.


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faz referência à pequena, mas concentrada dose de café expresso, sugerindo leituras
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Índice

Prefácio
Introdução
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Referências
Outras obras da Autora
Sobre a Autora
Prefácio

Prezado(a) leitor(a), em primeiro lugar, gostaria de dizer que


fico muito feliz com seu interesse em baixar meu ebook O poder do
não — Por que dizemos sim quando queremos dizer não?
Esse é um tema que sempre me chamou a atenção e por
isso decidi abordá-lo através de um ensaio literário — um tipo de
texto despretensioso, curto, que não pretende esgotar todo o tema,
mas que permite ao autor expressar sua opinião.
Nas próximas páginas, você será convidado(a) a refletir sobre
situações do cotidiano que nos colocam em “saias justas” e, muitas
vezes, nos prejudicam por não sabermos como dizer não.
Ao final da leitura, espero que você se sinta motivado(a) a
utilizar a partícula negativa sempre e quando achar necessário.
Um forte abraço!

A autora
Introdução
As histórias de Maria Júlia e Jorginho

Faltam vinte minutos para as sete horas da noite, é quinta-feira e


Maria Julia acaba de estacionar na garagem de seu prédio. O dia foi
intenso e esgotador, e, enquanto espera o elevador, ela planeja um
rico e demorado banho. Depois, de pijamas, pensa em saborear um
nutritivo e delicioso cozido, enquanto assiste ao seu programa de
televisão favorito.
Ao entrar em casa, Maria Júlia percebe a vibração do celular
e verifica – é Anna, sua melhor amiga, convidando-a para uma
saída. Ela explica que não teve um dia fácil e que deseja descansar,
mas a amiga insiste, diz que há dias não colocam as fofocas em dia,
e ela não encontra argumentos para recusar.
Cansada, Maria Júlia toma seu banho e se apronta. Sem
muito ânimo, retorna à garagem e sai ao encontro de Anna, que não
teve um dia difícil e só queria prosear...

✽✽✽

Esta é a segunda semana de trabalho de Jorginho e ele está


muito empolgado com seu primeiro emprego de carteira assinada. A
jornada não é nada fácil, mas com a ajuda de magrela, sua fiel e
equipada bicicleta, ele consegue sair da faculdade e chegar no
trabalho sem se atrasar.
Hoje pela manhã, enquanto saía de casa, sua tia que mora
ao lado lhe pediu um favorzinho e, sem jeito, o menino não teve
coragem de recusar. A prefeitura fica a apenas uma quadra de seu
trabalho, e a tia precisa de um documento que pode ser retirado no
terceiro andar.
Às 11 horas, o menino olha no relógio e decide não assistir à
última aula a fim de fazer o favor e não se atrasar para o trabalho.
Ele chega à prefeitura, recebe uma senha e espera. Depois de um
tempo, descobre que há um valor a pagar para retirar o documento
e, como o montante é simbólico, ele sai do edifício, vai até o banco
mais próximo e faz o pagamento. No retorno, pega outra senha e,
agora, começa a se preocupar.
Faltam vinte minutos para sua entrada no trabalho, ainda há
duas senhas antes da dele, mas o garoto decide esperar. “Ainda
bem que perdi a última aula”, suspira aliviado, mas logo se aflige ao
perceber que dois dos três atendentes acabam de colocar placas
em seus postos de atendimentos que dizem que estão saindo para
almoçar... Inevitavelmente, Jorginho irá se atrasar.

✽✽✽

Durante muito tempo observei cenas como essas, e ainda as


observo, e vejo como as pessoas têm dificuldade de priorizar e
proteger seus interesses. Como é mais fácil dizer um sim, que os
trará dissabores e aflições, que pronunciar um não, que os livrará de
inúmeras perturbações.

Mas qual seria a causa de tanta contradição? Por que


dizemos sim, quando, em realidade, queremos dizer não?

Uma possível resposta é a aceitação. Desde muito cedo


somos condicionados a concordar com crenças e situações a fim de
sermos aceitos. Dizemos sim para ser o amigo mais estimado; para
ser o parceiro(a) mais agradável; o funcionário mais prestativo; o
filho mais querido; e certa vez, até ouvi alguém dizer que sempre
dizia sim por amor ao próximo, para servir ao próximo e à
humanidade...
Mas até que ponto deveríamos sacrificar nosso tempo,
nossa saúde e nossos compromissos em função dos outros?

Uma antiga história poderia nos ajudar a solucionar esse


dilema.
Capítulo 1
A parte “b” do mandamento

Certa vez, Jesus Cristo foi questionado sobre qual seria o mais
importante dos mandamentos, dentre os 613 listados no livro
sagrado judaico. Na ocasião, ele respondeu:

Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda


a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e
grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é:
amarás o teu próximo como a ti mesmo. Mateus 22:37-39.

Não tenho, aqui, a pretensão de analisar o texto bíblico em


sua plenitude. Mas valendo-me de meus conhecimentos em análise
sintática e morfologia, gostaria de fazer algumas considerações
sobre o último verso: amarás o teu próximo como a ti mesmo. Para
isso, quero que examinemos a seguinte frase:

Farás o bolo como Maria o fez.

Nessa frase, a palavra como atua como conjunção,


introduzindo uma comparação, indicando que algo pode ser feito do
mesmo modo que outra coisa. Há um referencial: Maria fez um bolo,
e tu o farás assim como ela o fez (com os mesmos ingredientes,
com a mesma receita etc.).
Na frase do texto bíblico ocorre a mesma coisa. O conectivo
como também estabelece um comparativo, sugerindo que o amor ao
próximo deve acontecer assim como o amor por si mesmo. E, nesse
caso, o amor por si mesmo (ou amor próprio) seria o referencial e
aconteceria primeiro.
Então, em uma tradução livre, poderíamos dizer que o verso
bíblico nos sugere cuidar, respeitar, apreciar e valorizar as pessoas
da mesma forma como cuidamos, respeitamos, apreciamos e
valorizamos a nós mesmos.
Contudo, se voltarmos às histórias de Maria Júlia e Jorginho,
poderemos constatar que ambos demonstraram absoluta falta de
consideração por si mesmos ao colocar o interesse alheio acima de
suas próprias vontades e necessidades: Maria Júlia sacrificou seu
descanso, e Jorginho perdeu uma aula e ainda chegou atrasado no
trabalho.
Assim, à luz do texto bíblico, nenhum dos dois teria
demonstrado amor próprio, mas apenas ao próximo, contrariando a
sagrada recomendação.
É comum que, no meio religioso, as pessoas falem de
sacrifícios e abnegação em função dos outros, mas, pelo que lemos,
isso é absolutamente contraditório ao mandamento.
Tenho a sensação de que fomos ensinados a amar ao
próximo, e que a última parte do versículo tenha sido omitida por
uma questão de interesses.
Desde a antiguidade, e ainda na atualidade, sabemos que
muitas religiões e lideranças manipulam seus fiéis por interesses
alheios ao amor, à compaixão e à fé genuína.
A história nos provou que a Santa Inquisição não tinha nada
de santa, e ninguém que tenha comprado o perdão divino, pagando
caríssimas indulgências, voltou para nos contar como seria sua
morada no céu...
Um fato curioso é que jamais ouvi um sermão sobre amor
próprio em algum templo religioso (vale ressaltar que conheci
vários!), e como vejo tanta gente tropeçando nessa questão, penso
que existe uma grande possibilidade de que não se tenha ensinado,
nem se ensine, sobre amor próprio por uma questão de
manipulação.
Uma pessoa que tenha desenvolvido o amor próprio sabe se
respeitar, sabe se valorizar e é totalmente comprometida com seu
bem-estar, com sua segurança e com seus afazeres.
Esse tipo de gente costuma ser muito engajada com suas
causas; cuidam da saúde, protegem seus negócios e dificilmente se
deixam levar por discursos persuasivos que os possam prejudicar.
Por essa razão, a parte do texto bíblico sobre o amor próprio
poderia ter sido omitida: por representar um grande problema para
os supostos donos das chaves dos caminhos celestiais. Isso
justificaria a omissão, mas é apenas uma conspiração...
Qualquer pessoa que se ame, será capaz de entender suas
necessidades e limitações e, assim, compreender as necessidades
e limitações alheias. De modo que, se eu respeito meu esgotamento
físico, também saberei compreender o cansaço de minha melhor
amiga, bem como sua necessidade de descanso, que me privará de
sua companhia.
Muitas pessoas pensam que colocar-se em primeiro lugar é
um grande pecado e egoísmo, contudo, isso não é bem assim.
Cuidar de si mesmo é um ato de amor e de responsabilidade que
nos ensina e inspira a entender a humanidade.
Portanto, se você é uma pessoa religiosa, ou se está
preocupada em levar uma vida correta à luz de alguma religião que
se paute na Bíblia, deveria começar a se amar (e se respeitar, e se
cuidar, e se valorizar) pois só assim será capaz de amar ao próximo
sem se prejudicar.
Mas independentemente do viés religioso, em uma
abordagem pragmática, poderíamos dizer que, salvo raras
exceções, não deveríamos sacrificar nosso tempo, nossa saúde e
nossos compromissos em função dos outros. Para ser bem sincera,
talvez isso nunca devesse acontecer. (Veja bem, eu disse
“sacrificar”, não disse que jamais devemos ajudar).
Se você já viajou de avião, seguramente já ouviu o aviso que
diz:

Em caso de despressurização, máscaras individuais de


oxigênio cairão automaticamente! Puxe uma delas para liberar
o fluxo, coloque sobre o nariz e a boca, ajuste o elástico e
respire normalmente. Auxilie crianças ou pessoas com
dificuldade somente após ter fixado a sua.

A última frase desse texto sempre me faz refletir sobre a


importância de colocar-se em primeiro lugar. Afinal, se o eu não
existe, a quem poderá ajudar?
Capítulo 2
A importância do indivíduo

Não existe coletivo sem indivíduos. Uma família, um time de futebol


ou uma organização só existem por causa da reunião de seres
independentes. Sem o indivíduo não há vida, não há nascimento,
não há nada. E isso poderia ser motivo suficiente para que as
pessoas se amassem e se valorizassem mais.
Dizer não pode ser um dos atos mais sublimes de amor
próprio e valorização. Quando uma pessoa diz não a um amigo, em
função de seu bem-estar, está, sem sombra de dúvidas,
demonstrando amor próprio – ainda que, para muitos, esteja sendo
egoísta.
Há muitos valores invertidos na humanidade, e a valorização
do indivíduo é um deles. Mas é melhor ser vítima da má
interpretação das pessoas e de seus pré-julgamentos do que ser
afetado por suas demandas e exigências.
Na abertura deste ensaio, vimos que Anna, por exemplo,
prejudicou o merecido descanso de Maria Júlia e até poderíamos
dizer que tenha sido egoísta, ao não respeitar o não da amiga,
insistindo para que lhe acompanhasse em uma mera saída.
O mesmo passou com a tia de Jorginho, que,
desconsiderando a rotina do menino, desrespeitando sua agenda, o
incumbiu de algo que era de sua responsabilidade.
De nenhuma maneira quero sugerir que fazer favores seja
sempre uma coisa prejudicial e desagradável. Nada disso! Se há
algo que podemos fazer pelo bem das pessoas e do planeta,
evidentemente, devemos fazer.
O que acontece é que muitas pessoas se acomodam diante
da disposição e boa vontade dos outros e vivem pedindo favores e
coisas que elas mesmas poderiam fazer. É preciso abrir os olhos
para evitar ser vítima da astúcia dessas pessoas, e reconhecer
aquelas que realmente necessitam de ajuda.
Precisamos treinar o uso da palavra não para proteger nossa
liberdade, nosso tempo, nossos interesses e privacidade. Afinal,
todos somos importantes, todos temos compromisso, todos temos
coisas para fazer (ainda que seja ficar em casa sem fazer nada!).
Qualquer que seja sua agenda, ela deve ser respeitada;
primeiramente por você e logo pelos outros.
Capítulo 3
Como dizer não

Com exceção dos casos de abuso ou violência, costumo dizer que


as pessoas só fazem conosco aquilo que permitimos que elas
façam.
Seu filho só grita com você porque você permite. Seu
parceiro(a) só te maltrata ou desvaloriza porque você permite. Seus
colegas de trabalho só abusam de sua boa vontade porque você dá
espaço e liberdade..
Com exceção dos casos que mencionei no primeiro
parágrafo, você sempre terá a oportunidade de ditar como as
pessoas devem te tratar. E geralmente elas te tratam de acordo com
a maneira com a qual você se trata. Há exceções, mas eu diria que
essa é a regra.
Conheço pessoas que são completamente escravas da
agenda dos outros, que vivem “apagando incêndios” alheios e, no
final do dia, vão chorar no ouvido de algum amigo ou amiga,
reclamando dos abusos sofridos.
Parei de dar ouvidos a esses amigos e amigas.
Principalmente porque sei que têm consciência do que ocorre, mas
relutam em treinar o amor próprio, o respeito e a consideração por si
mesmos.
Sei que dizer não, em muitas ocasiões, pode ser difícil. Mas
se dizer sim implicará a perda da sua liberdade, do seu bem-estar
ou de qualquer outra coisa que lhe seja importante, não duvide: sua
melhor alternativa é o uso da partícula negativa.
Pode parecer desconfortável, a princípio, mas a tarefa ficará
cada vez mais fácil à medida que você for observando os benefícios
de dizer não.
A paz de ter seu bem-estar e privacidade garantidos serão
tão grandes que você logo não terá a menor dificuldade em
manifestar sua posição. Mas para chegar até esse ponto é preciso
uma boa dose de conscientização.
Primeiro você precisa ser consciente do seu valor: seu tempo
não é menos importante do que o tempo dos outros, nem seu
dinheiro, nem sua privacidade, nem seus sonhos, nem qualquer
outra coisa. Você é importante e precisa ser consciente disso.
Depois, você precisa ser consciente do momento presente.
Você deve viver no presente, deve estar atento ao que ocorre ao
seu redor — e não ficar preso ao passado, nem perdido no futuro.
Se você estiver concentrado no aqui e no agora, terá mais
consciência de suas necessidades e mais clareza sobre a
importância de seus afazeres. Assim, dificilmente alguém irá tirar
vantagem de sua boa vontade.
Você também precisa ter consciência do valor das coisas que
precisa ou deseja conseguir. No exemplo de Maria Júlia, o banho
relaxante e o cozido — que ela comeria de pijamas no sofá — foram
renunciados por um encontro que não era urgente, nem necessário.
Então, ser conscientes de nossas necessidades é algo
fundamental.
Por último, para ser capaz de dizer não, você precisa
articular. Precisa abrir a boca e mover os lábios, pronunciando esta
pequena palavra monossilábica: não.

“Hoje não posso ir, estou muito cansado(a)”. “Não posso


ajudar, tenho muito trabalho”. Ou, simplesmente, “não”.

Observe que não é necessário que você dê longas


explicações para justificar o seu não. Tampouco deve se sentir
culpado, já que não há nada de errado em manifestar sua decisão.
A liberdade é um direito de todo ser humano, é o que dizem
vários artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos,
adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas
(resolução 217 A III) em 10 de dezembro 1948.
Logo, recusar um compromisso como os citados
anteriormente, ou esquivar-se de “obrigações” socialmente ou
religiosamente impostas, é um direito seu.
Um não e uma breve explicação já deve ser suficiente para
expressar sua vontade e dispensar inúmeras e longas elucidações.
Capítulo 4
O poder do não

Uma pesquisa sobre autoestima feminina realizada pela marca


Dove, em 2016, entrevistou 10.500 mulheres e meninas em 13
países. Dentre várias descobertas, encontraram que 71% das
entrevistadas diziam se sentir pressionadas a nunca cometer erros
ou a demonstrar fraqueza.
Esse dado me chamou atenção porque a questão da
autoestima (ou baixa autoestima) também é uma das razões pelas
quais as pessoas dizem sim quando em realidade querem dizer não.
A falta de confiança e a tendência a seguir padrões
bloqueiam nossa capacidade de expressar opiniões, bem como de
tomar decisões, levando-nos a agir de modo automático, sem
refletir, ou de modo pressionado, influenciado por alguém ou algum
paradigma.
A falta de autoconhecimento e a não valorização do eu
também fomentam essa contradição.

✽✽✽

Cuidado com os sins e com o estresse!

Demasiados sins podem roubar seu tempo, sua energia e até


mesmo sua personalidade. Tudo tem limites nessa vida, inclusive a
tolerância e a solidariedade.
Conheço pessoas que se envolvem em tantas atividades
sociais humanitárias que, sem perceber, acabam renunciando a
própria saúde, a carreira e a família.
Algumas são muito conscientes do que fazem e até se
justificam na fé, em um suposto chamado divino ou algo do tipo.
Contudo, quando as vejo colapsadas em um hospital ou se
humilhando na frente de um gerente de banco, por terem
negligenciado aspectos importantes de suas vidas, me pergunto de
quem teria sido a voz que, hipoteticamente, elas teriam ouvido...
Não desejo questionar a fé das pessoas, nem a intenção com
a qual fazem coisas e favores que não deveriam. Mas depois de
mais de uma década estudando o comportamento humano, sua
interação com o divino e com a ciência, percebi que os sacrifícios
não são capazes de aportar muitas coisas boas a quem os faz.
Inúmeras leituras e pesquisas me mostraram que o
sofrimento e o descontentamento geram um excesso de cortisol na
corrente sanguínea, ocasionado pelo estresse, podendo se
desdobrar na manifestação de doenças imediatas e também de
médio prazo. Essa informação é baseada em evidências, e você
seguramente conhece alguém que vive doente ou com problemas
por almejar ser o salvador do planeta.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o estresse
é o mal do século, e especialistas afirmam que evitar uma crise, ou
quadros mais avançados da doença, pode ser mais simples do que
se imagina.
Eles dizem que é preciso equilibrar as demandas,
compreender que para tudo há um limite de tempo e espaço — seja
na vida pessoal ou no trabalho —, e que buscar momentos de lazer,
descontração e bem-estar são imprescindíveis para que o problema
possa ser evitado.

Num modelo de saúde integrado e baseado na evidência, a


saúde mental (incluindo as emoções e os padrões de
pensamento) emerge como determinante-chave da saúde geral.
O estado afetivo angustiado e deprimido, por exemplo, inicia
uma cascata de mudanças adversas no funcionamento
endócrino e imunitário e cria uma maior susceptibilidade a uma
série de doenças físicas. OMS (2002, p. 38)
Em vista disso, se dizer sim signifique sacrificar seu tempo,
suas emoções, família ou finanças, e represente algum risco de
angústia ou dissabor para você, reveja a necessidade de realmente
ter que dizê-lo.
Como seres humanos e almas viventes que somos, estamos
todos conectados e, evidentemente, precisamos uns dos outros.
Porém, a solidariedade não pode nos prejudicar. Cada um de nós é
responsável pelo próprio bem-estar e é dever de cada indivíduo se
cuidar.
Então, renunciar a pedidos, favores e convites em função
disso é absolutamente saudável, recomendável e você não deve se
sentir desconfortável com isso.

✽✽✽

Seja forte e pratique o não!

Se os sins têm o poder de roubar nosso tempo, nossa


energia e personalidade, os nãos são capazes de nos proteger,
garantindo nossa saúde financeira, mental, física e emocional.
Podem nos livrar de situações embaraçosas, de relações tóxicas e,
em síntese, de problemas desnecessários.
Não faz muito tempo, um amigo me disse:

Só os fortes dizem não. A liberdade é um não que foi dito na


hora certa. Del Wendel

Com essas palavras encerro. Desejo que você medite nelas e


que se conecte com sua fortaleza interior. Que encontre forças para
construir muralhas de amor ao seu redor e que se ame, que se
cuide e se valorize. Pois só assim será possível amar e servir ao
próximo sem se ferir e sem ferir ao grande mandamento.
Referências
Como, in: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-
2020, https://dicionario.priberam.org/como. Consultado em 23, de
março de 2020.

OMS. Relatório Mundial da Saúde: Saúde mental: nova


concepção, nova esperança. 1 ed. Lisboa: World Health
Organization, 2002.

Declaração Universal dos Direitos Humanos, Adotada e


proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução
217 A III) em 10 de dezembro 1948. Disponível em:
<https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-
humanos>. Acesso em: 09, de dezembro de 2020.

Frazão, Arthur. Entenda a relação entre o estresse e o cortisol.


Tua Saúde. Disponível em: <https://www.tuasaude.com/cortisol-e-
estresse/>. Acesso em: 23, de março de 2020.

Martinelli, Andréa. Autoestima das mulheres é “uma questão


crítica” no mundo todo, afirma pesquisa. Huffpost, 20 de julho de
2016. Disponível em:
<https://www.huffpostbrasil.com/2016/07/20/autoestima-das-
mulheres-e-uma-questao-critica-no-mundo-todo-
a_n_11093916.html>. Acesso em: 23, de março de 2020.

Santana, Eduardo. Segundo OMS, 90% da população mundial


sofre com estresse. Tribuna, 12 de fevereiro de 2012. Disponível
em: < https://www.tribunapr.com.br/arquivo/vida-saude/segundo-
oms-90-da-populacao-mundial-sofre-com-estresse/>. Acesso em:
23, de março de 2020.

Vidale, Giulia. Os efeitos visíveis do stress. Veja, Saúde, 24 de


janeiro de 2020. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/saude/os-
efeitos-visiveis-do-stress/>. Acesso em: 23, de março de 2020.
Outras obras da Autora
Hora Certa para Casar: Um ensaio que pode te ajudar a
acertar

#casamento #autoconhecimento #educaçãosexual

Todos os dias, dezenas de pessoas entram em matrimônios


condenados ao fracasso. Contudo, observei ao longo de uma
década que relacionamentos problemáticos e sem futuro podem ser
facilmente evitados. Neste ensaio, você obterá informações que
ninguém costuma dar. Ao final, descobrirá que há formas de se
reconhecer a “pessoa certa” bem como a “hora certa” para se casar.

A Hóspede do Sheik – Parte I

#censura #novela #política #tept #síndromedopânico

Ser alvo de um ataque terrorista em plenas “férias”,


definitivamente, não estava no roteiro de Alice. Passar três noites na
tenda de um Sheik sexy e cosmopolita, também não! Depois de ser
vítima de uma tentativa de homicídio no Brasil, a jornalista brasileira,
de descendência árabe, viaja ao Oriente para um encontro de
criadores de puros-sangues no Bahrar. Seus inimigos, todavia, não
desistem e encontram a oportunidade (quase) perfeita para a
aniquilar.

A Anfitriã: A Hóspede do Sheik – Parte II

#censura #novela #política #tept #síndromedopânico

De volta ao Brasil, Alice se permite um encontro com suas raízes


e trata de retomar o equilíbrio emocional. O país segue aturdido em
conflitos, e ela decide apostar no romance com o Sheik,
regressando ao Bahrar. Grandes experiências e emocionantes
descobertas a esperam por lá...
Sobre a Autora

Aficionada pela temática do desenvolvimento humano, com pitadas


de humor e ironia, Jaqueline não hesita em fazer com que seus
leitores reflitam sobre temas complexos, enquanto os diverte e
entretém com textos verossímeis e cativantes.

Jaqueline Moura é graduada em Gestão de Recursos Humanos,


Especialista em Linguagem e Comunicação em Língua Portuguesa,
Especialista em Análise Bioenergética, Coach e Analista de
Comportamento.

Para mais informações ou contato com a autora, acesse:

www.jaquelinemoura.com

@jaquelinemourabrasil

Para escrever e publicar seu livro com a ajuda de Jaqueline, acesse:


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