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Cap 13.

A atenção e suas alterações

Cap. 14 - A orientação e suas alterações


Campanha inglesa de prevenção a acidentes no trânsito.
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NewsBrasil
• https://www.youtube.com/watch?v=FzeXeXR9cCs&ab_channel=Geni
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Cap 13. A atenção e suas alterações
DEFINIÇÕES BÁSICAS

• A atenção pode ser definida como a


direção da consciência, o estado de
concentração da atividade mental sobre
determinado objeto (Cuvillier, 1937).

• A atenção se refere, portanto, ao conjunto


de processos psicológicos que torna o ser
humano capaz de selecionar, filtrar e
organizar as informações em unidades
controláveis e significativas.
Assim, a atenção é um construto psicológico complexo que se refere a
uma variedade de componentes, sendo eles, principalmente:

1) início da atividade consciente e focalização;


2) atenção sustentada e nível de alerta (vigilance);
3) atenção seletiva ou inibição de resposta a estímulos irrelevantes;
4) a capacidade de mudar o foco de atenção (set-shifting), ou atenção
alternada.
PSICOLOGIA DA ATENÇÃO
Conceitos da psicologia e da psicopatologia clássicas da atenção

• Dois tipos básicos de atenção: 1) voluntária e 2) espontânea


• Direção: Externa e Interna
• Amplitude: Focal e Dispersa
• Qualidades fundamentais para Bleuler (1857-1939): Tenacidade e
Vigilância
• Atenção flutuante (difusa) - Freud (1856-1939)
Hábito e sensibilização
Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936) denominou
“resposta de orientação”

Se tal estímulo se dá de forma contínua ou


repetitiva, ele deixa de desencadear a resposta
de orientação. Esse fenômeno é denominado
hábito. O fenômeno oposto é a sensibilização,
que ocorre quando, devido à natureza ou ao
contexto do estímulo, o organismo passa a se
excitar mais e mais com a repetição do estímulo,
aumentando a prontidão geral de resposta.
A neuropsicologia contemporânea da
atenção
Não há pleno consenso sobre a melhor divisão de subtipos de
atenção. De toda forma, os subtipos mais utilizados e estudados
são:

1. capacidade e foco de atenção - concentração como algo


subjetivo, relativo a neurodesenvolvimento e também relativa a
fatores extrínsecos.
2. atenção seletiva - qualidade mais importante dos processos
atencionais (manutenção da atenção apesar da presença de
estímulos distratores e/ou concorrentes)
3. atenção dividida – quando é um risco e quando é um benefício?
4. atenção alternada - capacidade de mudança do foco de atenção.
5. atenção sustentada (estímulos-alvo, estímulo distrativo, nível de
consciência, motivação e fadiga) – teste de atenção sustentada em que
se reconhece erros em uma sequência de repetições.
6. seleção de resposta e controle executivo: são de extrema relevância,
pois o ato de prestar atenção está, quase sempre, associado a uma
ação planejada, voltada a certos objetivos. Assim, a atenção está
sempre envolvida na seleção não apenas dos estímulos e das
informações, mas também das respostas e do controle destas.
NEUROPSICOLOGIA DA ATENÇÃO
• Atenção e funções executivas frontais

Os déficits em funções executivas impedem o


indivíduo de iniciar, parar ou mudar seus
comportamentos, conforme as exigências
ambientais. As funções executivas incluem
processos cognitivos à ação apropriada sobre o
ambientrelacionadose, ou seja, processos
relacionados ao agir, como planejamento da ação,
início da atividade, geração de hipóteses,
flexibilidade cognitiva, tomada de decisões,
regulação do comportamento, julgamento,
utilização de feedback e autopercepção
• Atenção e memória de
trabalho

A memória de trabalho age


como um núcleo gerenciador de
trabalho, no qual percepções e
pensamentos, constantemente
atualizados, são processados,
transformados e manipulados.
NEUROANATOMIA E REDES NEURAIS DA
ATENÇÃO
• A atenção resulta da interação complexa de diversas áreas corticais
e subcorticais do sistema nervoso, não sendo, portanto, um
processo unitário.

Phineas Gage (1823 – 1860)


Psicopatologia da atenção
• Hipoprosexia
• Hiperprosexia
• aprosexia
• Distração
• Distraibilidade
VALOR DIAGNÓSTICO DAS
ALTERAÇÕES DA ATENÇÃO

• Distúrbios neuropsiquiátricos e neuropsicológicos – demências...

• Transtornos mentais: TDAH, Transtornos do Humor (maníaco e


depressivo), TOC, Esquizofrenia ( hiper/hipo tenacidade e vigilância).
SEMIOTÉCNICA DA ATENÇÃO:
A AVALIAÇÃO DO PROCESSO
ATENCIONAL
Verificação da atenção na prática Clínica deve considerar ao menos:

• Atenção geral e focalizada


• Atenção sustentada
• Atenção alternada
• Atenção seletiva
Cap 14.
A orientação e suas alterações
• Definições básicas
• Orientação espacial
• Orientação temporal
• Neuropsicologia da orientação espacial ou topográfica
DEFINIÇÕES
BÁSICAS
A capacidade de situar-se quanto a si mesmo e quanto ao ambiente é
elemento básico da atividade mental e fundamental para a
sobrevivência do indivíduo. A avaliação da orientação é um
instrumento valioso para a verificação das perturbações do nível de
consciência, da percepção, da atenção, da memória e de toda a
cognição. As alterações da orientação também podem ser decorrentes
de déficits cognitivos graves (como nas demências) e de qualquer
transtorno mental grave que desorganize de modo marcante o
funcionamento mental global.
ORIENTAÇÃO ESPACIAL

Por orientação espacial entende-se vários subtipos de orientação:

• quanto ao local onde o sujeito está no momento (o local específico, o tipo de edifício, distância
entre onde está e sua casa, etc.),
• orientação topográfica (ter a noção do arranjo e da organização de seu quarto, de sua casa, saber
se localizar em seu bairro, sua cidade),
• orientação geográfica (saber onde fica sua cidade, seu país, saber localizar-se em relação a mapas),
julgamento de distância (quão longe é o hospital de sua casa, sua cidade de outras cidades
conhecidas, etc.) e
• capacidades de navegação (conseguir seguir caminhos e rotas previamente conhecidos ou com
pistas suficientes)

(Lezak; Howieson; Bigler, 2012).


ORIENTAÇÃO TEMPORAL
A orientação temporal necessita de uma adequada percepção do tempo e
da sequência de intervalos temporais, de sua correspondente
representação mental e do processamento mental da temporalidade.

A orientação temporal é adquirida mais tardiamente que a autopsíquica e a


espacial na evolução neuropsicológica da criança. Jean Piaget notou que
crianças de 4 a 7 anos, no nível pré-operatório, têm ainda algumas
dificuldades com a noção de tempo. Elas acreditam que pessoas mais altas
são sempre mais velhas, que árvores altas, mais largas e com mais frutos são
sempre “mais velhas” e que a duração de uma viagem é dada pelos pontos
de chegada, sem consideração da velocidade de locomoção (Beard, 1978).
Assim, a temporalidade (timing), em relação à espacialidade, é uma
função que exige maior desenvolvimento cognitivo do indivíduo, além
da integração de estímulos ambientais de forma mais elaborada. Por
isso, em relação à orientação espacial, a orientação temporal é mais
fácil e rapidamente prejudicada pelos transtornos mentais e distúrbios
neuropsicológicos e neurológicos, particularmente pelos que afetam a
consciência; do mesmo modo, costuma ser o último aspecto da
orientação a se recuperar
A temporalidade (timing) não é processada em uma área específica do
cérebro, sendo sua neuropsicologia extremamente complexa e
heterogênea. Ao que parece, diferentes escalas de tempo (p. ex., abaixo
de um segundo e acima de um segundo) são processadas por diferentes
estruturas cerebrais. A percepção e o processamento do tempo
implicam amplas redes neurais situadas em áreas corticais e subcorticais
nos córtices frontal, parietal e temporal (implicando córtices sensoriais e
pré-motores), na ínsula, nos núcleos da base, no cerebelo e no núcleo
olivar inferior. Assim, foram propostos por toda uma linha de pesquisa
nas últimas décadas alguns centros organizadores da temporalidade
(core timer)

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