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DSM é um construto social

operante formado a partir de

processos sócio-históricos,

isto é, é construído pela

sociedade, mas também a

modifica

Manuais diagnósticos No ano de 1952, a Associação Psiquiátrica Americana (APA)


Servem para fornecer diagnósticos consistentes entre publicou a primeira edição do “Manual Diagnóstico e
pessoas como base na presença e ausência de um Estatístico de Transtornos Mentais” (DSM-I), e as edições
conjunto de sintomas específicos. seguintes, publicadas em 1968 (DSM-II), 1980 (DSM-III), 1987
Devem cumprir as funções: (DSM-III-R) e 1994 (DSM-IV), 2013 (DSM-5) foram revistas,
- Confiabilidade: grau de consistência com que os clínicos modificadas e ampliadas.
fornecem diagnóstico; O DSM-III (1980) foi o mais revolucionário de todos e
- Validade: diagnóstico caracterizar com precisão e clareza tornou-se um marco na história da psiquiatria moderna,
o estado psicológico de uma pessoa. onde novas categorias diagnósticas foram descritas:
Breve história dos manuais diagnósticos Neurose de angústia - transtorno de pânico com e sem
Na Grécia antiga, desde o século 5 a.C., Hipócrates buscou agorafobia;
estabelecer um sistema de classificação para as doenças Transtorno de ansiedade generalizada e a fobia social
mentais. Palavras como histeria, mania e melancolia eram tornaram-se entidades nosológicas própria (doença
usadas para caracterizar algumas delas. bem definida);
Ao longo dos séculos seguintes, diversos termos foram Psicose maníaco-depressiva - transtorno do humor
sendo incorporados ao jargão médico, como, por exemplo: bipolar, com ou sem sintomas psicóticos.
loucura circular, catatonia, hebefrenia, paranoia, etc. Em 1987, com a publicação do DSM-III-R, a hierarquia de
Entretanto, o primeiro sistema de classificação abrangente diagnósticos foi abolida e o manual passou a incentivar o
e de cunho verdadeiramente científico surgiu com os uso simultâneo de dois ou mais diagnósticos num mesmo
estudos de Emil Kraepelin (1856-1926), que reuniu diversos paciente. Surgiu, assim, o conceito de comorbidade.
distúrbios mentais sob a denominação de demência O DSM IV foi um sistema classificatório multiaxial –
precoce. publicado nos anos 90 organizado de maneira a agrupar 16
O que Emil Kraepelin chamou de demência precoce, Bleuler classes diagnósticas distintas, que recebem códigos
definiu como esquizofrenia, ao lado de outros transtornos numéricos específicos e se distribuem por cinco grandes
psicóticos, separando-os do quadro clínico da psicose eixos:
maníaco-depressiva. Eixo I – síndromes maiores;
Freud (1895), quase ao mesmo tempo, destacava da Eixo II – transtornos de personalidade + retardo mental
neurastenia uma síndrome, denominada neurose de (hoje, deficiência intelectual);
angústia, que passou a ser classificada e estudada Eixo III – condições clínicas do cliente;
juntamente com outros tipos de neurose: hipocondríaca, Eixo IV – estresses psicossociais;
histérica, fóbica e obsessivo-compulsiva. Eixo V- nível de funcionamento global do cliente.
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No DSM V, verifica-se a inclusão dos transtornos do sensação de distância e desprezo;
neurodesenvolvimento, bem como os “transtornos - Reações exageradamente emotivas ou artificialmente
internalizantes” e “externalizantes”. calorosas, que produzem, na maioria das vezes, uma falsa
·Transtornos internalizantes: ansiedade, depressivão e intimidade;
somáticos; - Comentários valorativos ou emitir julgamentos sobre o
Transtornos externalizantes: envolvem sintomas que o paciente relata ou apresenta;
impulsivos, de conduta disruptiva e de uso de - Reações emocionais intensas de pena ou compaixão;
substância. - Responder com hostilidade ou agressão às investidas
Diagnósticos hostis ou agressivas de alguns pacientes;
Se constitui numa relação dialética entre o individual - Entrevistas excessivamente prolixas, nas quais o
(paciente) e o universal (categoria diagnóstica), onde paciente fala, fala, fala, mas, no fundo, não diz nada de
obtém seu valor ao se constituir como principal elemento substancial sobre seu sofrimento.
da prática psiquiátrica. Em contraponto, deve atuar na Guia para a abordagem de clientes
busca de potencialidades e direitos dentro do diagnóstico. - Clientes mentalmente organizados, com inteligência
Exemplo: AT para alunos autistas. normal, com escolaridade boa ou razoável, fora de um
Visão fisiológica do sofrimento mental (retirada do estado psicótico: devem ser entrevistados de forma mais
sintoma pela medicação, por práticas cirúrgicas e de aberta, permitindo que falem e se expressem de maneira
isolamento) ≠ visão psicossocial (prática singular mais fluente e espontânea. Entrevistador fala pouco,
contextualizada). fazendo apenas algumas pontuações;
Objetivos - Clientes mentalmente desorganizados, com nível
- Padronização dos sintomas - verificação de incidência e intelectual baixo, em estado psicótico ou paranoide,
permanência; “travados” por alto nível de ansiedade: devem ser
- Busca nomear e não explicar sua existência. entrevistados de forma mais estruturadas. Nesse caso, o
Limitações entrevistador fala mais, faz perguntas mais simples e
- Não deve ser usado como uma lista infalível, que, sendo dirigidas;
preenchida, fornece automaticamente um diagnóstico - Clientes muito tímidos, ansiosos ou paranoides: deve-
psiquiátrico. Em mãos inexperientes, os resultados são se, primeiro, fazer perguntas neutras (nome, onde mora,
desastrosos; profissão, estado civil, nome de familiares, etc.), para,
- Diagnóstico clínico = percepções diferentes; gradativamente, formular perguntas mais profundas.
- Pode causar estigma uma vez que divide “normal e
anormal”.
Processo de diagnóstico
Conhecimento da queixa > conhecimento da sua história
pessoal e entrevistas > exame psíquico e testes > exames
médicos, complementares.
Posturas a se evitar na entrevista com o cliente
- Posturas rígidas, estereotipadas - deve buscar uma
atitude flexível, que seja adequada à personalidade do
doente, aos sintomas que apresenta no momento, à sua
bagagem cultural, aos seus valores e à sua linguagem;
- Atitude excessivamente neutra ou fria – muito
frequentemente em nossa cultura, transmite ao paciente
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Aspectos do cliente

Esses aspectos são subjetivos. Cabelo bagunçado, por exemplo, pode ser sinônimo de cuidado, uma vez que pode

compor o estilo do indivíduo.


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Confiabilidade dos dados


Deve-se sempre verificar a possibilidade de dissimulação
(o ato de esconder ou negar voluntariamente a presença de
sinais e sintomas psicopatológicos) ou simulação (tentativa
do paciente de criar, apresentar, como o faria um ator,
voluntariamente, um sintoma, sinal ou vivência que de fato
não tem) e investigar em caso de afirmativa destes.
Transferência e contratransferência
A transferência não é mais que o processo comum de
projeção: o paciente tende a projetar inconscientemente
no médico os afetos básicos que nutria (e nutre) pelas
figuras significativas de sua vida. A contratransferência,
por sua vez, é, em certo sentido, a transferência que o
profissional estabelece com seus pacientes. Da mesma
forma que o paciente, o profissional de saúde projeta
inconscientemente, no paciente, sentimentos que nutria
no passado por pessoas significativas de sua vida.

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