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A ATENÇÃO E

SUAS
ALTERAÇÕES
PROFª ESP. ISA CAROLINY
A Atenção

■ A atenção pode ser definida como a direção da consciência, o estado de concentração da


atividade mental sobre determinado objeto (Cuvillier, 1937).
■ William James (1952, p. 260-261) dizia sobre a atenção que: Milhões de itens [...] que
são apresentados aos meus sentidos nunca ingressam propriamente em minha
experiência. Por quê? Porque esses itens não são de interesse para minha pessoa. Minha
experiência é aquilo que eu consinto em captar... Todos sabem o que é a atenção. É o
tomar posse pela mente, de modo claro e vívido, de um entre uma diversidade enorme
de objetos ou correntes de pensamentos simultaneamente dados. Focalização,
concentração da consciência são a sua essência. Ela implica abdicar de algumas coisas
para lidar eficazmente com outras.
■ A atenção se refere, portanto, ao conjunto de processos psicológicos que torna o ser
humano capaz de selecionar, filtrar e organizar as informações em unidades controláveis
e significativas.
■ Os termos “consciência” e “atenção” estão estreitamente relacionados. A determinação
do nível de consciência é essencial para a avaliação da atenção (Cohen; Salloway;
Zawacki, 2006).
■ A atenção é um construto psicológico complexo que se refere a uma variedade de
componentes, sendo eles, principalmente:
■ 1) início da atividade consciente e focalização;
■ 2) atenção sustentada e nível de alerta (vigilance);
■ 3) atenção seletiva ou inibição de resposta a estímulos irrelevantes; e
■ 4) capacidade de mudar o foco de atenção (set-shifting), ou atenção alternada.
Conceitos Básicos

■ Há dois tipos básicos de atenção: a voluntária, que exprime a concentração ativa e


intencional da consciência sobre um objeto,
■ A espontânea, que é aquele tipo de atenção suscitado pelo interesse momentâneo,
incidental, que desperta este ou aquele objeto.
■ A direção para atenção seria a atenção externa projetada para fora do mundo subjetivo
do sujeito, voltada para o mundo exterior ou para o corpo, geralmente de natureza mais
sensorial, utilizando os órgãos dos sentidos.
■ E a atenção interna: que se volta para os processos mentais do próprio indivíduo. É uma
atenção mais reflexiva, introspectiva e meditativa.
■ E a amplitude atencional, há a atenção focal, que se mantém concentrada sobre um
campo determinado e relativamente delimitado e restrito da consciência, em
contraposição à atenção dispersa, que não se concentra em um campo determinado,
espalhando-se de modo menos delimitado.
■ O psiquiatra suíço Eugen Bleuler (1857-1939) que sugeriu, no início do século XX, que
a atenção tinha duas qualidades fundamentais: tenacidade e vigilância.
■ A tenacidade consiste na capacidade do indivíduo de fixar e manter sua atenção sobre
determinado estímulo, em um tema da conversa ou em um campo de atenção. Na
tenacidade, a atenção se prende a certo estímulo, fixando-se sobre ele.
■ A vigilância (nessa conceitualização de Bleuler) é definida como o aspecto da atenção
relacionado a mudança de foco, de um objeto para outro. Tais qualidades são com
frequência antagônicas; por exemplo, nos estados maníacos, os pacientes costumam
apresentar hipotenacidade (redução da capacidade de fixar a atenção) e hipervigilância
(uma atenção que salta rapidamente de um estímulo para outro).
■ Freud (1856-1939) cunhou o conceito atenção flutuante, relativo ao estado de como
deve funcionar a atenção do psicanalista durante uma sessão analítica. A atenção do
analista não deve privilegiar a priori qualquer elemento do discurso ou comportamento
do paciente, o que implica deixar funcionar livremente sua própria atividade mental,
consciente e inconsciente, deixando livre a atenção e suspendendo ao máximo as
motivações, os desejos e os planos próprios.
Neuropsicologia da Atenção
■ Os subtipos mais utilizados e estudados são (Cohen; Salloway; Zawacki, 2006;
Buschman; Kastner, 2015):
■ 1. capacidade e foco de atenção (atenção concentrada ou concentração)
■ 2. atenção seletiva
■ 3. atenção dividida
■ 4. atenção alternada
■ 5. atenção sustentada (sustained attention)
■ 6. seleção de resposta e controle executivo
■ 1. Capacidade e foco de atenção: referem-se à focalização da atenção e estão
intimamente associados à experiência subjetiva de concentração. A capacidade de
atenção concentrada sobre um estímulo ou um campo atencional se verifica quando o
indivíduo consegue aplicar e focar toda sua atenção em tal campo ou estímulo.
■ 2. Atenção seletiva: diz respeito aos processos que permitem ou facilitam a seleção de
estímulos e informações relevantes para o sujeito e seu processamento cognitivo. Ela
resume a qualidade mais importante dos processos atencionais: a seletividade. A atenção
seletiva diz respeito, portanto, à manutenção da atenção apesar da presença de estímulos
distratores e/ou concorrentes
■ 3. Atenção dividida: Os processos atencionais não se limitam a um único alvo ou foco
da atenção (abordado no item anterior, como atenção seletiva); com frequência, ocorre o
processamento simultâneo e paralelo de dois ou mais estímulos captados pela atenção
ao mesmo tempo.
■ 4 Atenção alternada: diz respeito à capacidade de mudança do foco de atenção (set-
shifting), alternando voluntariamente o foco atencional de um estímulo a outro durante a
execução de tarefas.
■ 5 Atenção sustentada: (sustained attention) diz respeito à capacidade de manter a
atenção ao longo do tempo, geralmente durante uma atividade contínua e repetitiva.
■ 6 seleção de resposta e controle seletivo:

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