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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO


DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

A AUTO-ESTIMA COMO MOTIVAÇÃO NO


PROCESSO DO APRENDIZADO

Por: Raimunda Ferreira Paiva Neta

Orientador
Prof. Ms. Marco Antônio Larosa

Floriano-PI
Fevereiro/2003
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSO”
PROJETO A VEZ DO MESTRE

A AUTO-ESTIMA COMO MOTIVAÇÃO NO


PROCESSO DO APRENDIZADO

Trabalho monográfico apresentado como


requisito parcial para a obtenção do Grau de
Especialista em Psicopedagogia.
Por: Raimunda Ferreira Paiva Neta

Floriano-PI
Fevereiro/2003
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado forças, coragem e

confiança para a realização e concretização deste trabalho. Aos

meus pais, que me deram o dom da vida. Às minhas companheiras,

Religiosas da Congregação das Filhas de Santa Teresa de Jesus,

Casa João XXIII, Floriano, que sempre acreditaram em mim e

sempre estiveram ao meu lado, dando força e coragem.

À Secretaria Municipal de Educação, que abriu espaço

para a minha pesquisa nas escolas Arêa Leão, Dorinha Carvalho e

Francisquinha Silva.

À Professora Iara Maria Cavalcante Nolêto, da Assessoria

Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação. À Professora

Neli Vieira de Sousa, Coordenadora do Projeto de Aceleração da

Aprendizagem.

Em especial, o meu Orientador, Professor Ms. Marco A.

Larosa.

Enfim, a todos que contribuíram, de alguma forma, para a

concretização deste trabalho, os meus mais sinceros

agradecimentos.
RESUMO

Este trabalho apresenta a busca da auto-estima como uma necessidade vital na

vida de cada pessoa e levando em conta que a auto-estima movimenta os estímulos para

gerar bons resultados das relações entre prazer e a aprendizagem, pode-se dizer que ocorre

aprendizagem quando uma pessoa manifesta aumento da capacidade para determinados

desempenhos em decorrência de experiências que passou. O primeiro capítulo trata-se do

processo de ensino-aprendizado no Ensino Fundamental; traz as diferentes versões do

conceito de ensino, dando ênfase ao mesmo, e conceitua aprendizagem, desde sua origem

até sua impregnação nos campos psicológicos e pedagógicos. É ressaltada a melhoria da

qualidade de ensino –aprendizagem, tendo como base os PCN. Tratando com pequenas

pinceladas dificuldades de aprendizagem; é dado um pouco de atenção a motivação e o

processo de ensino aprendizado. O segundo e o terceiro capítulo tratam o tema, auto-

estima, nosso principal assunto; o que pensa e diz diferentes autores sobre este assunto,

como diz o Dr. Lair Ribeiro (2002, p. 12) “Auto-estima é sentimento de importância que

cada um tem em relação a si mesmo”. Este assunto foi explorado na concepção positiva,

negativa e, ainda, é dedicado um espaço que reflete a baixa auto-estima nas crianças. Em

seguida vem o estudo de caso. O campo pesquisado foi, três escolas do Ensino

Fundamental na Rede Municipal de Floriano, turmas aceleradas. O capitulo quarto faz

referência ao programa Escola Plural, sua origem e a implantação em Floriano Pi. Por

ultimo uma Proposta de ação.

Palavras-chave: auto-estima, aprendizagem, motivação, intervenções

psicopedagógicas, auto-estima positiva e auto-estima negativa.


METODOLOGIA

O presente trabalho é fruto da necessidade de sanar o problema da baixa auto-

estima nos alunos de turmas aceleradas, Ensino Fundamental da Rede Municipal de Ensino

de Floriano-PI.

Tudo começou com a escolha do assunto a ser pesquisado, levando em conta a

carência da auto-estima. Daí surgiu o tema: Auto-Estima como Motivação no processo de

Ensino Aprendizado. Deu-se preferência à pesquisa bibliográfica, a qual foi desenvolvida

tendo como subsídios às fontes teóricas, livros, revistas e jornais.

A pesquisa de campo foi realizada com o apoio da Secretaria Municipal de

Educação, em três escolas municipais de diferentes zonas existentes no Município, quais

sejam: Área Leão, Dorinha Carvalho e Francisquinha Silva, durantes o mês de dezembro

de 2002.

Como instrumento utilizado em campo optou-se pelo teste de auto-estima, em

forma de questionário, aplicado a alunos das referidas escolas, de maneira individual.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 07

CAPÍTULO 1

PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM NO ENSINO FUNDAMENTAL ........................ 08

1.1. A Noção de aprendizagem ...........................................................................................09

1.2. Ensino e aprendizagem ............................................................................................... 10


1.3. A ênfase no ensino ...................................................................................................... 11

1.4. A ênfase na aprendizagem ........................................................................................... 11


1.5. Melhoria da qualidade de ensino-aprendizagem ................................................... ......12
1.6.Dificuldades de aprendizagem ..................................................................................... 12
1.7. Motivação e o processo de ensino-aprendizagem ....................................................... 17
CAPÍTULO 2

AUTO-ESTIMA: conceituação .......................................................................................... 18

2.1. Auto-estima positiva .................................................................................................... 20

2.2. Auto-estima negativa .................................................................................................. .21

CAPÍTULO 3

A BAIXA AUTO-ESTIMA NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE .......................................... .24

3.1. A questão dos limites .................................................................................................. 25

3.2. Baixa estima x Distorção idade-série .......................................................................... 26


3.3. Estudo de casos ............................................................................................................28

CAPÍTULO 4

PROGRAMA ESCOLA PLURAL ................................................................................................. 31

4.1. Origem do programa ................................................................................................... 31

4.2. Implantação da Escola Plural em Floriano-PI ............................................................. 31

4.3. Proposta de ação .......................................................................................................... 32

CONCLUSÃO .................................................................................................................... 33

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................ 34

ANEXOS
INTRODUÇÃO

O presente trabalho consiste em apresentar e discutir os vários aspectos

relacionados ao tema: A Auto-estima como motivação no processo do aprendizado. A

hipótese de que alunos com baixa-estima são desmotivados e têm dificuldade no

aprendizado partiu das reclamações dos professores e das observações diretas feitas através

do acompanhamento às escolas.

Percebe-se, que a questão da baixa-estima também não está somente no aluno ela

pode se estender ao ambiente escolar e chegar às relações familiares; o aluno fora de faixa

como são denominados os que fazem parte das turmas aceleradas vão tornando-se vítimas

de um sistema perverso e descontextualizado, pois a escola para ele é somente para marcar

presença, lanchar e receber a bolsa-escola; até o próprio professor olha para este aluno com

indiferença, sem perscrutar seus problemas, sem conhecer a sua vida. Para tratar dessas

dificuldades os temas deste trabalho foram agrupados em 4 capítulos:

1.Processo de Ensino Aprendizagem no Ensino Fundamental;


2.Conceito de Auto-estima;
3.A baixa auto-estima na criança e no adolescente;
4.Programa Escola Plural

No primeiro capítulo, aborda-se a questão do Processo Ensino-Aprendizagem no

Ensino Fundamental, destacando alguns processos tais como, a noção de aprendizagem,

como ela é tratada por alguns especialistas e, ainda, a melhoria da qualidade do ensino

aprendizagem.

No capítulo 02 trata-se dos conceitos de auto-estima de como é visto por vários

autores. Em seguida, o capítulo 03 inclui breve estudo teórico a respeito da auto-estima na


criança e no adolescente com a distorção idade-série. O capítulo finalizado com o estudo

de casos, constando de uma pesquisa realizada em 3 escolas do Município de Floriano. E,

por último, o capítulo 04 do Programa Escola Plural de Floriano. PI.


CAPÍTULO 1

PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM NO ENSINO

FUNDAMENTAL

Ao longo da história do ensino-aprendizagem, os seres humanos estão sempre a

indagar: O que é ensino e o que é aprendizagem?

Para responder a essa pergunta podemos partir da seguinte constatação: não é só

na sala de aula que se aprende ou que se ensina. Em casa, na rua, no trabalho, no lazer, em

contato com a natureza, enfim, em todos os ambientes e situações podemos aprender e

ensinar. Cada situação pode ser uma situação de ensino-aprendizagem.

O conceito de ensino, assim como o de educação, evoluiu, graças aos

questionamentos e pesquisas realizadas por diversos pensadores, educadores, psicólogos,

sociólogos. Ao longo da caminhada foram muitas as tendências que tentaram conceituar

ensino-aprendizagem.

Na abordagem sócio-cultural, ensino-aprendizagem, segundo Paulo Freire, em

Pedagogia do Oprimido, é aquela que tem de ser forjada com ele e não para ele, enquanto

homem ou povo, na luta incessante de recuperação de sua humanidade; uma pedagogia que

faça da opressão e das suas causas o objeto de sua reflexão, resultando daí o engajamento

do homem na luta por uma libertação. Ensino-aprendizagem assume um significado amplo

tal qual o que é dado à educação.

1.1. Noção de Aprendizagem

A aprendizagem está, em sua origem, associada à idéia de apreensão de

conhecimento, e, nesse sentido, só pode ser compreendida em função de determinada


concepção de conhecimento - algo que a Filosofia compreende como base ou matriz

epistemológica.

Para Gil, (1997, p. 58) “O Processo de aprendizagem é bastante complexo”. Pode-

se afirmar que por conta dessa complexidade muitos autores escreveram e outros

continuam escrevendo a este respeito, muitos livros de psicologia da aprendizagem

costumam enumerar vários quadros de referências teóricas que já foram elaborados para

estudar esse assunto. Hoje outros autores também ousam tratar desse assunto.

Segundo Gil, (1997, p. 58) “Em termos educacionais o conceito de aprendizagem

é específico. Refere-se à aquisição de conhecimentos ou ao desenvolvimento de

habilidades e atitudes em decorrência de experiências educativas, tais como aulas e

leituras”. Portanto há quem diga que a aprendizagem não é apenas aquisição de

conhecimentos, conteúdos ou informações. As informações são importantes, mas precisam

passar por um processamento muito complexo, tornando-se significativas para a vida das

pessoas.

Aprendizagem tem a sua origem associada à idéia de apreensão de conhecimento,

nesse sentido, só pode ser compreendida em função de determinada concepção de

conhecimento, algo que a filosofia compreende como base ou matriz espistemológica.

Valoriza o pólo objetivo e não do sujeito, marcando a influência do meio ou do

ambiente através de estímulos, sensações e associações. Reserva do sujeito o papel de

receptáculo e reprodutor de informações, através de modelagens comportamentais

progressivamente reforçadas e de expropria funções mais elaboradas que tenham relação

como motivações e significações.


Na perspectiva pedagógica, essa concepção encontra plena afinidade com práticas

mecanicistas, tecnicistas e bancárias – metáfora utilizada por Paulo Freire para traduzir a

idéia de passividade do sujeito, depositário de informações, conforme a lógica do acúmulo,

a serviço da seleção e da classificação.

Aprendizagem identifica-se com adaptação ou equilibração à medida que supõe a

“passagem de um estado de menor conhecimento mais avançado” ou uma construção

sucessiva com elaborações constantes de estruturas novas.

Na perspectiva sócio-histórica de Vygotsky e de seus colaboradores, destaca-se no

contexto dessa discussão, a articulação fortemente estabelecida entre aprendizagem e

desenvolvimento, sendo a primeira motor do segundo no sentido que a apresenta potência

para projetá-lo até patamares mais avançados. Esta potência da aprendizagem se ancora

nas revelações entre “zona de desenvolvimento real” e “zona de desenvolvimento

proximal”: a primeira, referindo-se às competências ou domínios já instalados (no campo

conceitual, procedimental ou atitudinal). E a segunda entendida como campo aberto de

possibilidades em transição ou em vias de se consolidar.

Aprendizagem um enfoque superficial:

Centrado em estratégias mnemônicas ou de memorização (reprodutores em

contingências de provas ou exames ou centrado em passividade, isolamento, ausência de

reflexões sobre propósito ou estratégias: maior foco na fragmentação e no acúmulo de

elementos).

Um enfoque profundo: centrado na intenção de compreender, na relação das

novas idéias e conceitos com o conhecimento anterior, na relação dos conceitos, com a
experiência cotidiana, nos componentes significativos dos conteúdos, nas interrelações e

nas condições de transcendência em relação às situações e aprendizagem do momento.

Tais questões sinalizam para um projeto educativo, comprometido com novas

práticas e relações pedagógicas, uma lógica a serviço das aprendizagens e da Avaliação

Formativa, uma concepção construtiva e propositiva sobre erros e correções dos mesmos,

uma articulação entre dimensões cognitivas e sócio-afetivas que re-signifiquem o ato de

aprender.

1.2. Ensino e Aprendizagem

Dentre os vários aspectos referentes à ação do professor, um dos mais importantes

refere-se à ênfase colocada no ensino e na aprendizagem para alguns autores,

especialmente, Abreu e Masetto (1985, p. 5), um problema central em sala de aula é “a

opção que o professor faz pelo ensino que ministra ao aluno ou pela aprendizagem que o

aluno adquire”.

Os conceitos do ensino e da aprendizagem encontram-se indissociavelmente

ligados, porém, ao se falar de ensino, evocam-se conceitos, como: instrução, orientação,

comunicação e transmissão de conhecimentos que indicam o professor como elemento

principal do processo. Já ao se tratar da aprendizagem, evidenciam-se conceitos como:

descoberta, apreensão, modificação de comportamento e aquisição de conhecimento que se

referem diretamente ao aluno.

1.3. A ênfase no ensino

Muitos professores colocam todo o seu empenho no ato de ensinar; vêem-se como

fornecedores de informação e como os principais responsáveis pelos resultados obtidos.


Acreditam que se o professor ensinar, isto é, se explicou ou demonstrou, o aluno aprendeu.

Estes professores são especialistas em determinada matéria e cuidam para que seja

conhecida dos alunos. “A sua arte é a arte da exposição” (Legrand, 1976. p. 63). Seus

alunos recebem a informação, que é fornecida coletivamente. Demonstram a receptividade

e a assimilação correta por meio do “dever”, “tarefa”, “trabalho” ou “prova individual”.

As preocupações básicas destes professores podem ser expressas por indagações

do tipo: “que programa devo seguir? Que matéria devo dar? Que critério deverei utilizar

para aprovar ou reprovar os alunos?” São preocupações que refletem a adoção dos

princípios da escola clássica.

1.4. A ênfase na aprendizagem

Os educadores progressistas, preocupados com uma educação para mudança,

colocam maior ênfase na aprendizagem que no ensino. Os humanistas constituem os

exemplos mais claros de doação desta postura. Para estes educadores, é nos alunos que

estão centradas ás atividades educacionais em suas aptidões, expectativas, interesses,

oportunidades, possibilidades e condições de aprender. Os alunos são incentivados a

apressar as suas próprias idéias, a investigar ás coisas sozinhos e a preocupar os meios para

o seu desenvolvimento individual e social.

À medida que a ênfase é colocada na aprendizagem, o principal papel do

professor deixa de ser o de ensinar e passa a ser o de ajudar a aprender. Neste contexto,

“educar não é uma arte de introduzir nas pessoas, mas de fazer brotar idéias”. (Werner e

Bower, 1987). Não é fazer preleções para divulgar a cultura, mas “organizar esta. Que o

aluno conheça a cultura existente e crie cultura”. (Abreu, 1986, p. 11)


As preocupações do professor que faz opção preferencial pela aprendizagem

passam a ser do tipo: “quais as expectativas dos alunos? Em que medida determinado

aprendizado será significativo para os alunos? Que estratégias serão mais adequadas para

facilitar o aprendizado dos alunos?”.

1.5. Melhoria da qualidade de ensino-aprendizagem

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais

A incorporação das inovações tecnológicas só tem sentido se contribuir para a


melhoria da qualidade do ensino. A simples presença de novas tecnologias na
escola não é, por si só, garantia de maior qualidade na educação, pois a
aparente modernidade pode mascarar um ensino tradicional baseado na
concepção e na memorização de informações. A concepção de aprendizagem
revela-se na prática de sala de aula e na forma como professores e alunos
utilizam os recursos tecnológicos disponíveis – livro didático, giz, lousa,
televisão ou computador. A presença de aparato tecnológico na sala de aula não
garante mudança na forma de ensinar e aprender. A tecnologia deve servir para
enriquecer o ambiente educacional, propiciando a construção de conhecimentos
por meio de uma atuação ativa, crítica e criativa por parte de alunos e
professores”. (PCN, 1998, P. 140).

1.6. Dificuldades de Aprendizagem

Acredita-se que a dificuldade de aprendizagem seja uma inadaptação da criança à

rotina escolar, à sistematização do ensino ou aprendizagem sistemática, decorrente de

distúrbios diversos. Estes distúrbios podem ser entendidos como perturbações de ordem

orgânica (biológica ou neurológica), pedagógica, psicológica, sócio-econômica e cognitiva.

Levando em consideração a posição de vários autores, percebemos que não está em jogo

apenas um fator na origem das dificuldades de aprendizagem, mas sim, a interação de

diferentes fatores que contribuem significativamente para as causas gerais, determinando o

fracasso escolar.

Mc Collum (in kiguel, 1976) relaciona as causas orgânicas da dificuldade de

aprendizagem a “desvios nas funções do sistema nervoso central, tais como danos
específicos do cérebro, fatores hereditários, atraso no amadurecimento, disfunção química

ou falta de dominância”. Esses eventos provocam seqüelas que determinariam atraso no

desenvolvimento motor, perceptivo e cognitivo na criança, que, por sua vez, irão trazer

como decorrência dificuldades psico-afetivas é necessário para que se possa realizar uma

adequada aprendizagem. Os transtornos emocionais podem ser de diversos níveis,

compreendendo desde os distúrbios de conduta até as neuroses mais graves, que podem

comprometer significativamente o desenvolvimento da aprendizagem e determinar o

fracasso escolar.

Rotta (in kiguel, 1976), em pesquisa que inclui uma comparação entre grupos de

crianças com dificuldades para aprendizagem e grupos com rendimento escolar, constatou

diferenças significativas em relação à condição sócio-econômica; “nas classes menos

favorecidas há um número maior de crianças com dificuldades de aprendizagem”. Segundo

Musseu, Conger e Kagan (1977, p. 626), “Os pais de classe média superior estão

firmemente convencidos do valor da educação como solução de muitos problemas

econômicos, sociais e pessoais”. Em vista disso, esses pais tendem a demonstrar maior

interesse nas atividades escolares da criança, recompensando-as, de várias formas, seu bom

desempenho. Em contrapartida, os pais de crianças de classe social menos favorecida estão

mais empenhados em atividades que visam a satisfação de necessidades básicas para a

sobrevivência, para as quais muitas vezes requisitam seus filhos, deixando de lhes

proporcionar modelos de interesse intelectual e não os estimulando no domínio de tarefas

de caráter intelectual.

Crianças com dificuldades de aprendizagem não constituem um grupo

homogêneo. Entretanto, algumas características são descritas com maior freqüência pela
quase unanimidade dos autores. São elas: dislexia, disortografia, disgrafia, discalculia,

hiperatividade, falhas na atenção, falhas na memória, distúrbios perceptivos, alterações na

motricidade e fatores emocionais. Todas essas características não devem ser vistas

isoladamente. Os estudiosos do assunto se dividem em dois grupos: alguns acreditam que

os transtornos emocionais apresentados por crianças com dificuldades de aprendizagem

são a causa do fracasso escolar, enquanto outros defendem a hipótese de que a

problemática emocional é conseqüência do fracasso.

Para agravar, as crianças com dificuldades de aprendizagem são freqüentemente

chamados de “preguiçosas”, e, como conseqüência, tem-se um quadro de desinteresse

pelos estudos, que recusa à execução de tarefas, de falta às aulas, além de sintomas de

“agressividade”.

São características da criança com dificuldade de aprendizagem: repetência por

mais de uma vez, dificuldade de fixar conceitos, problemas de fala, dificuldade na

linguagem escrita, dificuldade no traçado de letras, dificuldades na leitura, dificuldade na

compreensão da escrita, dificuldade na alfabetização, dificuldade na aquisição da

matemática, lentidão de raciocínio, atenção prejudicada, baixo rendimento escolar, falha

de atenção, dificuldade de memorização, criança em terapia paralela.

Ao pensarmos dificuldades de aprendizagem numa visão multifacetada, podemos

compreender o aprendiz e suas dificuldades, acompanhar o seu ritmo, permitir que

desenvolva suas facilidades e oferecer-lhe o tempo de que necessita para aprender. As

várias facetas do seu desenvolvimento são consideradas, e a dificuldade não é

supervalorizada nem para discriminá-lo, nem para desenvolvê-lo.


Por outro lado, a visão globalizada possibilita outra interpretação. A valorização

do todo, das semelhanças, do aspecto geral, faz saltar aos nossos olhos aquilo que é

diferente e, por isso, muitas vezes, sentimos a necessidade de igualá-lo.

A dificuldade de aprendizagem nesses casos é logo percebida e precisa ser

dizimada, eliminada, e, para tal, não se economiza esforços: classes especiais, programa de

reforço escolar, contraturnos, consultórios de especialistas, medicamentos, receitas prontas

para lidar com problemas específicos, foram às saídas pelo ser humano, ao longo da

história, para conseguir conviver com as diferenças. Como é difícil admitirmos que,

embora sejamos iguais, da mesma espécie humana, somos diferentes como pessoas, como

profissionais e como representantes de uma determinada cultura.

O mundo questiona as escolas que ensinam através de aulas expositivas o tempo

todo, ainda não conseguimos romper com este conceito de “dar aulas”. Toda a

instantaneidade do mundo não dá conta de agilizar essa mudança, tão necessária nos

quadros de ensino-aprendizagem existentes. Além das metodologias, outros princípios, que

já deveriam estar transformados, como a “pedra no sapato” de educadores e educadoras, a

escolha dos conteúdos a serem trabalhados ainda é um pesadelo para muitos. Segue-se

curricular? Parte-se dos fenômenos naturais e sociais que acontecem? Ouvem-se os

interesses dos alunos? Quais os conhecimentos historicamente constituídos que são

importantes de serem trabalhados na escola?

Acreditamos que existe uma certa morosidade na área da educação escolar que

afasta cada vez mais a roda viva que gira cada vez mais rápido. Por um lado, isso é bom,

pois se a escola tiver outro ritmo, pode manter ainda viva a capacidade de reflexão sobre os
acontecimentos; por outro lado, esse descompasso pode gerar um afastamento do interesse

do aprendiz que aprende com tanta rapidez e facilidade nas situações extra-escolares.

A escola que não disponibiliza a mudar ações e concepções, que morosamente

caminham em direção ao novo, tem a visão que aprender é reter na memória

conhecimentos, recitar a cartilha do professor como cantilenas recitadas muitos anos antes

de Cristo. Reproduzir é a palavra de ordem para, no pretenso final da linha, passar no

vestibular.

Dificuldade de aprendizagem está, no entanto, ligada à falta de memória, de

atenção, concentração e de reprodução. Não importa o quanto a criança já saiba do assunto

por outras vias, se não consegue escrever sobre ele, se sua letra é “feia”, se não consegue

ficar sentado durante duas horas seguidas, independentemente de sua idade, ela têm

problemas e precisa ser rapidamente encaminhada e medicada.

Conceitos e ações decorrentes do mundo capitalista chegam também a intervir no

processo de aprendizagem e na concepção de dificuldade de aprendizagem. O produto a ser

consumido no, nosso caso, é o conhecimento; por isso, empresas precisam se apressar e

produzir belas embalagens que contenham o conhecimento a ser consumido, de forma

atraente e resumida.

Vender conhecimento passou a ser um excelente negócio na atualidade e é preciso

quem o consuma. Comprar apostilas, mesmo que elas não sejam utilizadas na íntegra, é

uma proposta das escolas para os pais.


O ciclo do consumo faz com que os conhecimentos originais, a história do saber

na humanidade, as culturas locais de todo o mundo, as discussões e reflexões sobre

assuntos atuais e fenômenos sociais que nos inquietam fiquem obnubilados.

Portanto, a visão de aprendizagem fica atrelada a um determinado produto e não

pode se desviar dele, nem para conhecer outros saberes que não foram selecionados, mas

que possibilitariam aprendizagens significativas e importantes para a formação do

aprendiz.

Conhecer, no entanto, supõe a experimentação para que se tenha uma intimidade e

se adquira uma noção sobre algo. Remetemos ao movimento de provar, mexer, pensar,

refletir. Já consumir significa fazer uso para subsistência, gastas, despender, extinguir algo

que existe. Consumir o conhecimento, portanto, remete-nos apenas à praticidade de um

determinado conhecimento e rapidez com que ele passa pela vida do aprendiz, já que o

movimento não leva ao desenvolvimento, e sim ao final, ao extermínio. Estuda-se para

passar de ano e não para saber, aprender ou conhecer. Nesse enfoque, a dificuldade de

aprendizagem está ligada á capacidade criadora, à curiosidade, a coragem de ir além do

material e de negar o mesmo e de fazer algo que não está previsto.

Muitas crianças e muitos adolescentes não conseguem se submeter a um só tipo

de estímulo e não conseguem se interessar por uma apostila ou por um livro didático

apenas. É preciso permitir que eles entrem e saiam das folhas dos materiais, que eles

relacionem o que aprendem com a vida, com a mídia, com o que conhecem e não

simplesmente consumam algo para poder responder corretamente. Se insistirmos com esse

tipo de ensino, vamos colocar por medicar as últimas mentes que apresentam a capacidade

de brilhar, de se interessar, de ter curiosidade, de levantar hipótese de pesquisar.


Pensar e agir dialeticamente, superando a contradição, é o desafio desse século. A

aprendizagem na atualidade supõe opostos e, portanto, temos de considerar aspecto gerais

e específicos, ligados a instantaneidade e a morosidade, ao consumo e ao não consumo, ao

descartável e ao apego, ao saber e ao não saber, ao trabalho e ao lazer e tantos outros.

Nesse sentido, a escola da atualidade precisa repensar as dificuldades de

aprendizagem, e, mesmo diante das dificuldades, acreditar que os sujeitos podem ser

capazes de conseguir dar um passo além do já conseguido.

1.7. Motivação e o Processo Ensino-Aprendizagem

A motivação está presente como processo em todas as esferas de nossa vida, no

trabalho, no lazer, na escola.

A preocupação do ensino tem sido a de criar condições tais que o aluno “fique a

fim” de aprender. Sem dúvida, não é fácil, pois acabamos de dizer que precisa haver uma

necessidade ou desejo, o objeto precisa surgir como solução para necessidade. Duplo

desafio: criar necessidade e apresentar um objeto adequado para sua satisfação.

“Motivação é o empenho de aumentar ou manter tão alto quanto possível a

capacidade de um indivíduo, a fim de que este possa alcançar excelência na execução das

atividades das quais dependem o sucesso ou fracasso da organização a que pertence.”

(HECKHAUSEN, 1967, p.32)

De acordo com Celso Antunes (2002, p. 33):


A motivação intrínseca ocorre quando os alunos mostram satisfação em serem

envolvidos no processo autogratificante de adquirir novos conhecimentos,

quando revelam progressos em ambientes de aprendizagem seguros e sem

ameaças ou premiações exageradas, quando sentem prazer em aprender e

descobrem o sentido ao adquirir novo conhecimento quando procuram

compreender profundamente a matéria estudada, saindo de sua superficialidade.

Supõe-se, dessa forma, a motivação automática, que é provocada apenas pela

premiação e que se fundamenta em aspectos irrelevantes da aprendizagem, como

a memorização mecânica.

Em suma, são muitas as correntes em todos os tempos tentaram definir e dar uma

resposta lógica corrente à questão da aprendizagem, de certa forma uns dando ênfase ao

ensino outros a aprendizagem e assim por diante. É notório que este conceito é muito mais

abrangente do que se imagina, é preciso que seja feito; a escola de hoje é convidada a

repensar nas dificuldades de aprendizagem como um todo, partindo do principio de que o

aluno deve ser tratado como um sujeito capaz de ser incluído no processo de aprendizagem

tornando-se um agente capaz de fazer acontecer o novo.


CAPÍTULO 2

AUTO - ESTIMA: CONCEITUAÇÃO

O que é auto-estima – é a soma da autoconfiança com auto-respeito. Ela reflete a

capacidade de lidar com os desafios da vida, entender e dominar os problemas e o direito

de ser feliz e respeitar e aprender os próprios interesses e necessidades.

Segundo Maurus (1989, p.11) “Auto-estima ou auto-conceito, refere-se à

percepção de si mesmo, do que se pensa ser. Boa auto-imagem desempenha papel

dinâmico no sentido de contribuir para a maturidade”.

Nathaniel Branden, Psicólogo Norte-Americano, em sua Obra O Poder da Auto-

Estima, (1994) define: “Auto-estima é a vivência de sermos apropriados à vida e ás

exigências que ela coloca”.

Desenvolver a auto-estima é expandir nossa capacidade de ser feliz. É se julgar

capaz de viver e ser merecedor ou merecedora da felicidade. É gostar de si mesmo.

Para Ribeiro (2002, p. 12) “Auto-estima é o sentimento de importância que cada

um tem em relação a si mesmo; é o valor que nos atribuímos relativamente à nossa

capacidade de viver produtivamente os diversos aspectos de nossas vidas individual e

socialmente e é ainda, o conjunto de parâmetros pessoais de que dispomos para julgar o

desempenho que temos ou julgamos ter quanto a estes mesmos aspectos”.

Quanto maior a auto-estima, mais bem equipada estaremos para lidar com as

adversidades da vida: quanto mais flexíveis formos, mais resistiremos á pressão de nos

entregarmos ao desprezo e à derrota.


Nathaniel Branden, no seu livro Auto-estima e Auto-descoberta (1999, p.90)

afirma que: “A auto-estima atua como um dos sentimentos mais profundos que temos

sobre nós mesmos; não depende de habilidade especial nem de conhecimento específico.

Certamente não é uma questão de quanto somos queridos, mas é uma questão do grau em

que nos consideramos aptos à vida e às exigências”.

Quanto maior a nossa auto-estima, maior a probabilidade de sermos criativos e

criativas em nosso trabalho e em nossa vida. A possibilidade de desenvolver uma auto-

estima saudável é inerente à nossa natureza, pois nossa capacidade de pensar é a fonte

básica da competência, e o fato de estarmos vivos é a fonte básica de nosso direito de lutar

pela nossa felicidade. (Branden, 1999, p. 91).

O movimento da auto-estima tem seus fundamentos mais recentes na Psicologia

Clínica, isto é, nas teorias da personalidade elaboradas por William James, Alfredo Adler,

Eric Fromn, Abraham Maslow e Carl Rogers, cujos seguidores popularizaram o

movimento. Contundo, as raízes do movimento da auto-estima retrocedem aos primórdios

da história humana.

Maurus (1989, p. 63) nos adverte que não devemos esquecer que a auto-estima é

uma maneira simples, humilde e alegre de expressarmos gratidão a Deus Criador por todas

as boas coisas que temos e somos, tanto interiores quanto exteriores. A auto-estima é

reconhecimento tanto das habilidades quanto das limitações pessoais. Auto-estima não

significa auto-admiração ou autocomplacência. Está completamente afastada do orgulho,

embora seja necessário ressaltar que a auto-estima envolve um senso de orgulho “justo”.

Lucas (2000, p. 29) afirma que há duas únicas vias para o reforço da auto-estima das
pessoas, são o amor e o trabalho. Aprender a amar bem e trabalhar bem. Para aprender a

amar bem é preciso aprender a comunicar-se com os outros. O caminho do amor se

constrói na comunicação interpessoal. Para aprender a trabalhar bem deve haver

cooperação com os outros e aceitar a avaliação dos outros.

Ankerberg e outro (1995, p.62) confirmam que a verdadeira auto-estima é produto

de esforço e de desempenho e não de um acompanhamento psicológico do

desenvolvimento de uma vida de fantasia, ou pensamento positivo.

Segundo Ribeiro (2002, p. 28) “para ter uma boa auto-estima e realizar seus ideais

é fundamental acreditar que você, assim como todas as pessoas, é potencialmente dotado

de capacidade de decidir os rumos da própria vida. Auto-estima é uma forma de lidar

consigo mesmo; tanto pode ser positiva quanto negativa.

2.1. Auto-estima positiva

A auto-estima positiva pode ser entendida como um tipo de conquista


espiritual, isto é, uma vitória na evolução da consciência.
Maurus (1989, p. 13) diz o seguinte:
Auto -imagem positiva significa a descoberta do próprio ser.
(...) Significa estar consciente da sua identidade e força interior; (...)
alegria, otimismo e responsabilidade.
Auto-imagem positiva imprime um significado a tudo o que fazemos e a
tudo o que se passa nas profundezas de nosso ser.
Auto-imagem positiva decorre da plena aceitação da própria
masculinidade ou feminilidade, sem o que homem e mulher não se tornam
adultos maduros.
(...) Significa sonhar e visualizar aquilo que queremos ser.
(...) É fruto de senso de autoconfiança.

(...) Significa ser verdadeiro em relação à própria individualidade


intrínseca.
Uma auto-estima positiva é essencial para o processo de vida; é ela que nos

fornece todas as armas para enfrentar quaisquer vicissitudes em nossa existência; é ela que

nos estimula na busca de nossos ideais, que nos impulsiona para as realizações e para o

sucesso.

A pessoa que tem boa auto-estima é amada e admirada por todos, porque ela

mesma semeia esse sentimento. É alguém vibrante, criativo e cheio de energia, porque está

satisfeito consigo mesmo e não precisa da aprovação constante dos outros. Mas também é

humilde e não fica se vangloriando já que não precisa auto-afirmar-se diante dos outros.

Vive com mais liberdade e descontração.

Maurus, (1989, p.79), tratando de auto-estima positiva, chega a dizer:

É uma maneira de adquirirmos imagem positiva e madura para se tentar

despertar para algo que precisamos muito em que confiamos muito. Tal atitude

serviria para nos permitir ser atenciosos e sensíveis conosco mesmos, bem como

nos auxiliaria na compreensão do que ocorrendo dentro de nós.

Para Maurus, (1989, p.72) “O que você pensa de si mesmo determina a

personalidade que você assume. Se você constrói pensamentos positivos, você será

positiva em sua maneira de agir”.

A pessoa que tem auto-estima positiva passa por muitos problemas e até pelos

mesmos problemas, mas tem estrutura para se levantar e se reconstruir. Ele distingue

perfeitamente suas características positivas e negativas. Apóia-se nas boas e, se escorrega

aqui, sabe que pode sair-se bem lá na frente. É, enfim, uma pessoa feliz, mais forte e de

bem com a vida.


Em suma, a auto-estima positiva sustenta a pessoa em seu dia-a dia. Uma das

características mais significativas da auto-estima positiva é que ela é o estado da pessoa

que não está em guerra consigo mesmo e com os outros.

2.2 . Auto – estima negativa

Negativa ou positiva, a auto-estima, há quem diga que não surge do nada. Uma e

outra começam a ser construída no ventre materno, um processo que dura toda a vida.

Dependendo de como os outros nos apóiam, amam, corrigem, estimulam e orientam,, nós

vamos construir ou não um bom conceito e uma boa imagem de nós mesmos. Cada dia

percebemos mais pessoas com uma auto-imagem muito negativa, inseguros, sem confiança

em si mesmos, ou seja, sem auto-estima, (LUCAS, 2000, p. 5).

Uma baixa-estima diminui nossa resistência de vida; ela nos faz sucumbir diante

de fatores adversos; ela nos torna pequenos e impotentes diante dos obstáculos, reduz-nos

ao fracasso.

“Se ao homem falta a auto-estima, seja completamente, seja parcialmente, ele se

sente a joga-la e criar a ilusão da auto-estima, condenando-se, assim, a uma fraude

psicológica crônica movida pelo sentimento desesperado de que enfrentar um universo sem

auto-estima é lutar despido, desarmado, entregue à destruição”. (MAURUS, 1989, p. 66 e

67).

“Uma baixa auto-estima é quase sempre acompanhada por baixa-estima de Deus e

dos outros. Isso nada mais é que orgulho e impertinência exarcebados, gerando uma

colheita de ira, amargura, autocomiseração, resmungos, egocentrismos e medos”.

Ankerberg e Weldon (1999, p. 68).


O medo se apresenta de várias formas, influindo sobre á auto-estima. Aliás, o

medo como conseqüência de auto-estima baixa. Vejamos como estão apresentados estas

facetas:

• Medo da realidade: é o medo de não se enquadrar no grupo, de não saber se


comportar adequadamente em um evento.

• Medo da verdade sobre nós mesmos: é o medo de encarar as limitações, que


todos temos: aspectos físicos que não apreciamos, dificuldades de locomoção,
cegueira, dificuldade de ouvir ou enxergar.

• Medo da verdade sobre os outros: acontece quando vimos ou supomos que os


outros se esconde por tas de máscaras, projetando uma falsa imagem para
esconder um lado mais sombrio da personalidade que desconhecemos ou nos
negamos a ver.

• Medo de ser descoberto: é o medo de que os próprios fingimentos sejam


desmascarados, a exemplo das mentiras inventadas pela própria pessoa para
justificar em algum lugar ou tarefa confiados.

• Medo de se expor: ocorre quando a pessoa sente-se insegura e prefere recuar a


expor-se, o bloqueio em falar em público, de fazer novas amizades.

• Medo da humilhação do fracasso: é o medo do que irá sentir se fracassar, e os


menosprezarem. A perspectiva do que os outros irão pensar a respeito, em caso
de um fracasso, faz com que a pessoa recue.

• Medo da responsabilidade do sucesso: a pessoa não dá conta da


responsabilidade que terá no caso de enfrentar situações novas, em decorrência
do sucesso.

Para Lucas (2000, p.28)

Todos os desequilíbrios psicológicos têm sua raiz na falta de auto-estima. Dessa

raiz comum se desenvolvem as diferentes formas de equilíbrio, em função da

estrutura psíquica que tenham as pessoas. Os sujeitos com forte desenvolvimento

do superego tenderão ao perfeccionismo moral e ao isolamento social. Os sujeitos


com ego forte tenderão a posturas agressivas de acusação autojustificadora. Os

sujeitos com id muito desenvolvido tenderão a comportamento de dependência. as,

em todos eles, o desequilíbrio é conseqüência da falta de auto-estima.

Maurus (1989, p. 78) oferece-nos boa dica: “O primeiro passo para suportar o

problema de uma auto-imagem negativa é encarar o problema de frente”.

Conclui-se que a auto-estima é como o azeite que matem o caldeiro de nossas

vidas acesas, este sentimento perpassa toda a nossa formação, e a nossa trajetória de vida; é

essencial e indispensável em nossas vidas. Podemos até afirmar que a auto-estima é reflexo

de nossa singularidade. Cabe-nos uma reflexão, até que ponto a globalização tem

influenciado em nossa singularidade? Certamente com o crescimento dos meios de

comunicação, o efeito do neoliberalismo e a materialização do ser humano; não somos

mais os mesmos; existe uma forte crise de identidade.

É preciso encarar o problema de frente, resgatando nossas identidades de

cidadãos, capazes de vivermos em uma nova sociedade com dignidade humana sem medo

de conquistarmos a felicidade.
CAPÍTULO 3

A BAIXA AUTO-ESTIMA NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE

Desde muito pequeno o bebê percebe que é uma pessoa diferente de sua mãe. O

olhar do outro, que nos chama e nos designa, vai nos dando nosso contorno de gente: ter

um nome, pertencer a uma família, a um lugar, obter resposta aos nossos chamados,

responder a quem nos chama, tudo isso constrói nossa identidade. Por isso é que os pais

desempenham papel fundamental na construção da auto-estima dos filhos.

Segundo Lucas (2000, p. 8) a criança guia pelo que sente. As emoções, os

sentimentos, são importantes na criança. A opinião que a criança tem de si mesma está

intimamente relacionada com sua capacidade para a aprendizagem e com o seu

rendimento. Veja o depoimento de uma criança, relatado na obra do Dr. Lair Ribeiro,

Auto-estima, aprendendo a gostar de si mesmo: “Cresci ouvindo minha mãe dizer que eu

nunca ia conseguir aprender a nadar, que eu nadava como um “parafuso”, mas que isso era

da minha natureza, que eu nunca ia me entender com água...” Ribeiro (2002, p.30).

Os pais atuam como espelho, que desenvolvem determinadas imagens no filho. O

afeto é muito parecido com o espelho. Quando demonstro afetividade por alguém, essa

pessoa torna-se meu espelho e eu me torno o dela, e refletindo um no sentimento do outro,

desenvolvemos o forte vínculo do amor, essência humana em matéria de sentimentos. É

nesta interação afetiva que desenvolvemos nossos sentimentos positiva ou negativamente,

e construímos nossa auto-imagem.

Se os pais estão sempre opinando a partir de uma perspectiva negativa para os

filhos, e se estão sempre tachando -os de inúteis e incapazes, ou usando de zombarias e


ironias, irá se formando neles uma imagem “pequena” de seu valor. E se com os amigos,

na rua e na escola, repetem-se as mesmas relações, teremos uma pessoa com auto-estima

baixa e baixo sentimento de auto-avaliação.

A criança adquire confiança com afirmações de seus pontos de vista. Não

menosprezar suas preocupações é essencial. Pois aquilo que parece simples para os adultos

pode ser fundamental para ela.

Segundo Ribeiro (2002, p. 39) “A quantidade de não e de reprimendas que uma

criança escuta é tão grande que qualquer um ficaria com esse valor negativo assombrando

seu conceito sobre si, suas decisões e sua capacidade de escolha”.

Por isso, principalmente os pais, deveriam importar-se mais com a auto-estima

das crianças, a fim de que elas cresçam com mais força interior. Toda criança precisa

sentir-se amada, orientada, valorizada e disciplinada, para desenvolver dentro dela o amor

próprio e a fé em si mesma, tornado-se capaz de vencer os obstáculos naturais da vida.

Portanto, a auto-estima é a peça-chave fundamental que dá sentido à vida, sendo

muito mais importante no processo ensino-aprendizagem do que se imagina, pois esse

processo, além de estar ligado a particularidade interna como o fruto do sistema límbico –

prazer de aprender – está totalmente relacionado com as influências do meio externo.

A auto-estima é o elo entre o gostar e o aprender, o sofrer e o aprender, o partir e o

chegar, o perder e o achar. Ela está ao alcance de quem enxergar, seguramente, a ponta

entre o sonho e a realidade.


A baixa-estima da criança está ligada também à questão da família. Uma família

bem organizada, bem centrada, que acolhe e apóia, é um ponto fundamental no início da

formação da auto-estima.

3.1. A questão dos limites

A supervalorização da auto-estima gera um problema antagônico à baixa-estima.

A criança pode crescer pensando que pode tudo, que é senhora de tudo e acaba criando um

individualismo muito grande, onde ela acha que é o centro de todas as relações, é fruto do

mundo em que vive, individualista, que não valoriza as relações, a fraternidade e a partilha

e vai criando ídolos que acabam fazendo a cabeça, pode até se formar no futuro um jovem,

uma jovem, sem limites, que não aceita ser contrariado em hipótese alguma.

Os meios de comunicação têm grande influência sobre as crianças e os

adolescente, principalmente a TV, que impõe valores que a criança, isto é, os seus pais não

podem bancar financeiramente, moralmente e até mesmo pela condição pessoal. Em suma,

os ambientes físico e social colocam continuamente a criança diante de questões que

rompem o estado de equilíbrio do seu organismo. Elas por sua vez, iniciam a busca de

comportamento adaptativo, buscando moldar – se a situações novas. Se os que têm uma

baixa auto-estima pudessem admitir os reflexos positivos, a condição de que não são

amados serve de base às suas vidas, teriam de ser modificados. Isso significaria a

reorganização de suas convicções básicas sobre si mesmos”. (BRIGGS, 2002, p. 46).

3.2. Baixa estima x Distorção idade-série

Felipe, Ricardo, Marciano Nilsandra, Benedita, Joel, Francisco e Marcones

fizeram parte da 1ª série de uma escola municipal brasileira.


Ricardo tem 10 anos, está repetindo pela terceira vez consecutiva a 1ª série;

apesar de, pela sua documentação escolar, está matriculado na 2ª série.

Marciana, Nilsandra e Benedita, com 10, 11 e 13 anos de idade,

respectivamente, são irmãos e nunca haviam freqüentado uma escola antes, pois

viviam em uma localidade distante da cidade. Joel completou 10 anos e está fazendo a

1ª série pela quarta vez. Apesar de aparentar sete anos, Francisco tem dez, e é a

terceira vez que faz a 1ª série. Marcones começou cedo na escola. Aos anos, está

completando três anos de bancos escolares e todos na 1ª série.

Felipe, Ricardo, Marciano, Nilsandra e Benedita fazem parte de um enorme

contingente de alunos de 9, 10.11, e 13 anos, vindos do setores populares com

múltiplas repetências na 1ª série.

A questão da repetência e evasão tem sido apontada como um dos principais

problemas educacionais, brasileiro; tudo isso só vem ajudar a selar as desigualdades

sociais e ajudar a fortalecer o analfabetismo e exclusão.

Os dados são assustadores. Um estudo realizado em 1994, pela UNICEF,

publicado na folha de São Paulo ( 31/1094) sobre o nível de escolaridade básica em

relação á potencialidade econômica dos paises, coloca o Brasil em um vergonhoso

ultimo lugar do mundo, abaixo, inclusive, de países pobres da África, como Gabão, e

bem distante de vizinhos da América do sul, como o Paraguai e o Uruguai.


Dos 88% de brasileiras matriculadas e que, pelo potencial econômico

brasileiro deveriam chegar pelo menos até a 5ª série do 1º grau, apenas 39% chegam

até este estágio. Só 5 % conseguem concluir o 1º grau sem repetir de ano.

No Piauí, dados do Jornal Diário do povo (18/06/2003, p.3) “De acordo com

o governado, o Estado do Piauí tem hoje cerca de 40% de analfabetos com mais de 15

anos “ Se o problema é social como o estudo mostra a sua causa, muitas vezes, tem

sido encarado como uma questão particular dos alunos oriundos das camadas

populares.

As justificativas para esses “problemas individuais” são muitas: carência

sócio-econômica, desestruturação das famílias, indisciplina, distúrbios mentais, todos

recaindo sobre os alunos das camadas populares e sua história de vida.

Mas se olharmos atentamente para dentro do sistema escolar vigente,

poderemos visualizar o outro lado da moeda: um sistema excludente e

discriminador, que acaba por “produzir”o fracasso dos alunos das camadas populares.

Rejeitados, marginalizados e desvalorizados, resta aos alunos empobrecidos

uma trajetória de fracassos e reprovações dentro da escola, fazendo com que jovens de

até 15 anos ainda estejam cursando a 1ª ou 2ª série do Ensino Fundamental.

Os alunos “fora de faixa”, como são chamados, tornam-se, um dos retratos

deste sistema educacional excludente. Apesar de terem idade, experiências

necessidades e interesses diferenciados esses jovens enturmados com crianças de 7

anos de idade, que entram pela primeira vez na 1ª série, tendo que se submeter, muitas

vezes, a um tratamento infantilizado e estigmatizado.


Discriminados e excluídos, muito rapidamente, os alunos “fora de faixa “

aprendem a se defender agindo segundo as expectativas de comportamento esperado

de um aluno.

A revolta, a indisciplina, o descaso, tornam –se uma reação levada por esses

alunos de uma turma a outra, construindo, assim, diante da escola, uma imagem que

os persegue e, por vezes precede em toda a trajetória escolar.

Tratando a questão da baixa-estima, vejamos o diz Briggs, no seu livro,

Auto- estima do seu filho (2002, p.15) “imaginemos agora que a mãe de Pedro é, para

ele, um espelho que devolve os reflexos negativos de se próprio. Durante anos ele

ouve: Não posso com esse menino. Ele é impossível”. “ Por que você não consegue

notas melhores, como a sua irmã” Quando ele foi para o primeiro ano, as palavras que

mãe dirigiu a professora foram: “Tenho pena de você, por ter que agüenta-lo a maior

parte do dia. Pela maneira como foi tratado, pode-se ver que ele teria,

necessariamente, de formar um juízo negativo a seu respeito. Isto é, ser um

adolescente com baixa-estima.

3.3. Estudo de Casos

A baixa auto-estima nos alunos das escolas municipais de Floriano e suas

causas: um estudo psicopedagógico.

Escola Municipal Arêa Leão

Fica situada na região Oeste de Floriano, durante o ano de 2002 contou com um

numero de 117 de alunos, todos moram no próprio bairro, Irapuá II, no qual a escola está

situada.
A pesquisa foi realizada na última semana de dezembro, pegando 10 alunos (uma

amostra); estes alunos todos já tinham passado pelo processo de repetência, a idade dos

mesmos estava numa faixa entre 13-18 anos. Aplicou-se então um teste de auto-estima

com estes alunos, o processo foi conduzido de maneira individual.

Dos dez alunos testados, sete dentre eles não gostam de ver a sua imagem no

espelho, gostariam de mudar a imagem existente de si próprio. Portanto, é uma qualidade

de quem possui baixa auto-estima, conferindo com o que diz Maurus (1989, p.77) “A base

da auto-estima é a verdade de que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus”.

Outro aspecto observado como baixa-estima, a questão da timidez. Dos dez

alunos pesquisados sete têm dificuldades de falar, ou melhor, de expressar-se em sala de

aula; são tímidos. “A timidez é um dos maiores obstáculos para a auto-estima genuína.”

Maurus (1989, p. 78). O resultado final dos dez alunos testados é o seguinte: uma aluna

tem auto-estima muito baixa e em nove alunos foi comprovada a auto-estima um pouco

baixa.

Escola Municipal Dorinha Carvalho

A escola está situada na região Norte da Cidade de Floriano, no Bairro Sambaíba,

no ano de 2002 contou com um total de 257 alunos, oriundos do bairro já mencionado e de

outros bairros vizinhos.

A pesquisa constou de um teste de auto-estima realizado individualmente com os

alunos. Encontramos já alguns problemas de baixa-estima, tais como, o aluno não gostar da

sua imagem, ou melhor, de se ver no espelho.


Destacamos aspectos importantes, tais como: o aluno não saber controlar a sua

ansiedade. Dos dez alunos pesquisados, seis são portadores de ansiedade, ou falta de

controle emocional. Dr. Cury, no seu livro, Treinando a emoção para ser feliz, relata o

seguinte caso: “recordo-me de uma jovem de 11 anos. Seus pais eram afetivos e

atenciosos. Ela freqüentava a escola e tinha vários amigos. Contudo, estaca deprimida,

ansiosa, cansada, desanimada e sem nenhuma auto-estima. Ela estava começando a vida,

mas já conhecia o cárcere da emoção”. Cury (2001, p. 19). Como esta jovem são muitos os

jovens que percorrem o caminho da ansiedade e outros problemas emocionais.

O resultado final da pesquisa foi o seguinte: 10 alunos testados com idade entre 12

e 15 anos. Um aluno com auto-estima muito baixa; Dois alunos com auto-estima mediana

e sete alunos com auto-estima um pouco baixa.

Escola Municipal Profa. Francisquinha Silva

A escola está situada na região Leste da Cidade de Floriano. A clientela dessa

escola são crianças, a maior parte filhos de mãe solteira, que moram com avós ou

familiares todos os alunos pesquisados vinham de várias outras escolas, sendo portadores

da síndrome da repetência.

Foram testados 10 alunos, no tocante á baixa auto-estima; sete dos dez

adolescentes, testadas não conseguem manter-se calma na sala de aula, elas mesmos

confessam que se comportam mal, por isso repetem, de ano.

A este respeito Briggs (2002, p. 29) diz o seguinte: “A disciplina é um assunto

muito importante, e, se você souber que o comportamento corresponde à auto-imagem


negativa. A criança que se considera má modela seus atos para se enquadrar nessa,

concepção. Ela desempenha o papel que lhe é atribuído”.

Dos dez alunos testados, oito tinha auto-estima mediana, e dois um pouco. A faixa

de idade dos alunos testados ficou entre 10 e 16 anos.

Concluindo, nota-se a urgência de se trabalhar a inclusão dos adolescentes

especialmente aqueles que não chamamos fora de faixa. É urgente e necessário um apoio

psicopedagógico para estes alunos que precisam ser incluídos dentro do processo de

cidadania, como também se faz necessário que seja feito a recuperação da auto-estima

através de terapias tento dos seus professores como também dos seus familiares.
CAPÍTULO 4

PROGRAMA ESCOLA PLURAL

4.1.Origem do programa

Constitui-se a partir da experiência pedagógica de Belo Horizonte, MG. A qual foi

adaptada à realidade de Floriano. Cujo ponto de partida para elaboração do projeto foi o

cinzento cenário do ensino brasileiro, há muito conhecido, combatido e, ainda assim

persistente: os altos índices de evasão, reprovação, repetência, que representam, de

maneira geral, o retrato do desempenho das camadas mais pobres da população no sistema

escolar.

Está fundamentada e orientada por princípios que redimensionam os diversos

aspectos da ação educativa. Entende-se que a aprendizagem escolar é um processo

complexo de construção de conhecimento formais , que envolve várias dimensões

(biológica, afetiva e social) do ser humano, com transformações sucessivas nas formas

pensamento e comportamento

Ao reconhecer o sujeito que aprende e os diferentes ritmos de aprendizagem,

a Escola Plural propõe uma nova lógica na distribuição do tempo, implantando os Ciclos

de idade de formação e elegendo o processo de construção do conhecimento como eixo

central.

4.2. Implantação da Escola Plural em Floriano - PI

Um grupo de educadores de Floriano, preocupado com a situação de

estrangulamento do processo ensino-aprendizagem vigente, e, tendo em vista as

constatações feitas através de observações, contatos com alunos, pais e professores, além
das experiências vividas no cotidiano da sala de aula, buscou um conjunto de alternativas

para superar as dicotomias existentes na realidade de ESCOLA.

Estudos e reflexões sobre a prática atual foram realizados de maneira mais

sistematizada e cientifica, o que veio a confirmar a necessidade de uma mudança profunda

e radical, uma intervenção “transgressora” na estrutura do sistema escolar adotado e

seguido.

O modelo tradicional de escola impõe a lógica da exclusão e seletividade que se

concretiza através dos “sistemas” injustos de avaliação que buscam a padronização de

ritmos e modos de aprendizagem dos alunos com diferentes níveis sociais, diferentes

condições e possibilidades de experiências culturais.

Vale ressaltar que a Escola Plural no processo ensino aprendizagem hoje conta

com resultados positivos. Tais como: Integração com a assessoria pedagógica; produção de

textos pelos alunos as turmas aceleradas não usava livros didático; trabalho de monitoria,

alunos mais avançados nos estudos contribuem com o trabalho do professor em sala de

aula; discussão da questão da disciplina na escola com a participação dos alunos

estabelecendo normas coletivas para a sala de aula; proposta de rediscussão da avaliação

escolar; trabalho em grupo; projeto de interdisciplinaridade; projeto de capacitação em

serviço para o professor possibilitando-lhe a relação teoria e prática. Estabelecendo um

espaço coletivo de troca de experiências entre os professores das várias regiões;

Trabalho de alfabetização que leva em conta as experiências com as crianças que

chegam a escola; processo de enturmar pelo critério de aproximação do nível de

dificuldades, dos alunos, detectada pela aplicação de princípios da teoria de Emilio

Ferreiro.
4.3. Proposta de ação

Foi constatado que a baixa estima está intimamente relacionada às reprovações e

repetências; por ultimo pensou-se em desenvolver uma proposta, de fazer um trabalho de

auto-estima com professores de turmas celeradas. Inicialmente aplicar-se-ão, testes,

estudos, seminários de auto-estima, pois estes educadores serão os agentes multiplicadores

do projeto de auto-estima junto aos alunos ajudando a cada um a ser sujeito de sua própria

história.
CONCLUSÃO

Como observação final, devemos conceituar que auto-estima é um termo bastante

abrangente para explicar; uma característica da pessoa humana desde que ela nasce,

passando por todas as fases do desenvolvimento, da infância, da adolescência, da

juventude, da fase adulta, a pessoa vai-se percebendo como um ser que é amado e que vai

também amando as pessoas e o que faz.

A boa auto-estima interfere em toda a nossa vida: profissional, familiar,

vocacional, de discernimento, relações humanas, enfim, nossa própria realização pessoal.

Com certeza a auto-estima é a mola que impulsiona a criança para o êxito ou

fracasso como ser humano.

É importante ressaltar que a auto-estima ou autoconceito são aprendidos e não

herdados. Isto significa que a baixa auto-estima pode ser trabalhada; os portadores de auto-

estima negativa podem reverter o quadro a partir de intervenções psicopedagógicas ou

outras terapias que venham a ser usadas com eficiência.


BIBLIOGRAFIA

ABRANCHES, Neila. Aumente a sua auto-estima e transforme sua vida. São Paulo:

Paulinas, 1997.

ANKERBERG, John. Os fatos sobre auto-estima: psicologia e o movimento de

recuperação. 2. ed. Porto Alegre: Obra Missionária Chamada da Meia-Noite, 1999.

ANTUNES, Celso. A memória: como os estudos sobre o funcionamento da mente nos

ajudam a melhorá-la. Fascículo 9. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.

BOCK, Ana M. Bahia et alii. Psicologia: uma introdução ao estudo de psicologia. São

Paulo: Saraiva, 1994.

BRANDEN, Nathaniel. Auto-estima e autodescoberta. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.

BRIGGS, Dorothy Corkille. A auto-esima do seu filho. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes,

2002.

BALDAN, Antônio. Auto-estima. Mundo Jovem, maio de 1999, p. 3.

CURY, Augusto Jorge. Treinando a emoção para ser feliz. Academia da inteligência, 2001.

ESTADO traça novas metas para educação. Diário do Povo, 18 de janeiro de 2003.

Política, p. 3.

FLORIANO. Secretaria Municipal de Educação. Proposta político-pedagógica, 2000.

GIL, Carlos Antônio. Metodologia do Ensino Superior. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
LUCAS, Miguel. A auto-estima no desenvolvimento da personalidade. São Paulo: Paulus,

2000.

MAURUS, J. Cultive sua auto-imagem. 4. ed. São Paulo: Paulus, 1989.

MINAS GERAIS (Estado) Secretaria de Educação. Dicionário do Professor. Minas Gerais,

2000.

MINAS GERAIS (Estado). Secretaria Municipal de Educação.Turmas Aceleradas. Minas

Gerais, s.d.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro

e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais.

Brasília: MEC/SEF, 1998.

RIBEIRO, Lair. Auto-estima: aprendendo a gostar de você. Belo Horizonte: Editora

Leitura, 2002.

RUBINSTEIN, Edith (Org.). Psicopedagogia: uma prática, diferentes estilos. São Paulo:

Casa do Psicólogo, 1999.


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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

TEMA: A AUTO-ESTIMA COMO MOTIVAÇÃO NO PROCESSO DO

APRENDIZADO

AUTORA: RAIMUNDA FERREIRA PAIVA NETA

DATA DE ENTREGA:

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TESTE SUA AUTO-ESTIMA

As afirmações abaixo: tem relação com o nível da sua auto-estima.


Avalie até que ponto essas afirmações correspondem às suas atitudes e
escreva no parêntese ao lado de cada afirmação, utilizando o seguinte
critério: Seja honesto (a) com você mesmo (a) respondendo aquilo que
você realmente sente e não aquilo que gostaria de sentir.
0 – NEM UM POUCO/ 1- UM POUCO / 2 – BASTANTE/ 3 – MUITO
4 – TOTALMENTE.
1. Eu me sinto bem com as expressões do meu rosto, com meus modos,
maneira de falar e de andar.
(___) NEM UM POUCO
(___) UM POUCO
(___) BASTANTE
(___) MUITO
(___) TOTALMENTE

1. Eu me sinto tranqüilo (a) em falar das conquistas interiores ou dos meus defeitos
de maneira direta e sincera.
(___) NEM UM POUCO
(___) UM POUCO
(___) BASTANTE
(___) MUITO
(___) TOTALMENTE

2. Eu me sinto confortável ao receber e fazer elogios, incentivar, expressar afeto,


apreciação, ou algo semelhante.
(___) NEM UM POUCO
(___) UM POUCO
(___) BASTANTE
(___) MUITO
(___) TOTALMENTE

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3. Eu sou aberto (a) a críticas e reconheço os meus erros quando eles ocorrem
(___) NEM UM POUCO
(___) UM POUCO
(___) BASTANTE
(___) MUITO
(___) TOTALMENTE

4. Eu possuo uma capacidade de falar e agir de forma tranqüila e espontânea.


(__) NEM UM POUCO
(__) UM POUCO
(__) BASTANTE
(__) MUITO
(__) TOTALMENTE

5. Eu costumo ser honesto entre o que eu digo e o que eu faço


(__) NEM UM POUCO
(__) UM POUCO
(__) BASTANTE
(__) MUITO
(__) TOTALMENTE

6. Eu possuo atração e curiosidade diante de coisas novas, gosto de fazer novas


experiências.
(__) NEM UM POUCO
(__) UM POUCO
(__) BASTANTE
(__) MUITO
(__) TOTALMENTE

7. Eu sei controlar a minha ansiedade e insegurança, quando estas aparecem.


(__) NEM UM POUCO
(__) UM POUCO
(__) BASTANTE

Projeto “Resgatando e Construindo a História de Floriano”


CNPJ: 06.554.067/0004-05
Monografia para consulta
Praça Genésio Nunes S/N
Cep 64.800-000 Floriano – PI
Fones: 3515 1130 - 3515 1131
Acervo Floriano
(__) MUITO
(__) TOTALMENTE

8. Eu gosto das qualidades humorísticas em mim e nos outros.


(__) NEM UM POUCO
(__) UM POUCO
(__) BASTANTE
(__) MUITO
(__) TOTALMENTE

9. Eu possuo flexibilidade para reagir ás situações e aos desafios, pois confio em


minhas idéias e não encaro a vida como uma condenação.
(__) NEM UM POUCO
(__) UM POUCO
(__) BASTANTE
(__) MUITO
(__) TOTALMENTE

10. Eu me sinto me sinto alegre quando tenho um comportamento assertivo e aceito


a mesma coisa nos outros.
(__) NEM UM POUCO
(__) UM POUCO
(__) BASTANTE
(__) MUITO
(__) TOTALMENTE

11. Eu consigo manter a calma mesmo numa situação estressante.


(__) NEM UM POUCO
(__) UM POUCO
(__) BASTANTE
(__) MUITO
(__) TOTALMENTE

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CNPJ: 06.554.067/0004-05
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Acervo Floriano
RESULTADO DO TESTE DE AUTO-ESTIMA

Com o resultado da soma dos pontos que você marcou respondendo as perguntas
do teste; faça uma comparação com a tabela de valores abaixo. E saiba como anda
sua alto-estima.

0 a 12 Pontos:
A sua auto-estima encontra-se muito baixa. É fundamental para uma vida de maior
equilíbrio desenvolvê-la, através de trabalhos de autoconhecimento como cursos e
psicoterapia.

13 a 24 Pontos: a sua auto-estima encontra-se ainda um pouco baixa, mas você


começa a ter alguns pontos de melhoria . É fundamental o fortalecimento da
mesma, através dos recursos mencionados acima.

25 a 36 Pontos: a sua auto-estima é mediana: você já conseguiu desenvolvê-la a um


ponto que faz com que você tenha uma vida confortável, e relativamente feliz, mas
ainda existem pontos a melhorar.

37 a 48 Pontos: a sua auto-estima é elevada. Você só precisa mantê-la neste nível


cuidando para melhorar os pontos que você julgue ser mais deficiente.

Projeto “Resgatando e Construindo a História de Floriano”


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