A ALIANÇA

A ALIANÇA
O seu significado,
a sua Origem
e a nossa Atitude
Assembleia Espiritual local

dos Bahá’ís de Lisboa
A Aliança - Guia de Estudo
A ALIANÇA
O seu significado,
a sua Origem
e a nossa Atitude
Copyright © 1992 by Assembleia Espiritual local dos Baha'is de Lisboa

A Aliança: o seu Signigficado, a sua Origem e a nossa Atitude é uma tradução de The Covenant: Its Meaning
and Origin and our Attitude toward it. Copyright © 1988 by National Spiritual Assembly of the Bahá'ís of
the United States.
Tradução: Marco António Oliveira
3ª Edição
Assembleia Espiritual local

dos Baha'is de Lisboa
Lisboa
2017
Pag. 2
SUMÁRIO
0 - Prefácio
1 - O Significado da Aliança
2 - A Aliança de Deus
3 - A Aliança de Bahá'u'lláh
4 - A Aliança de 'Abdu'l-Bahá
5 - O Propósito da Aliança de Bahá'u'lláh
6 - A Nossa Atitude em Relação à Aliança
7 - Violar a Aliança
8 - Anexos
9 - Bibliografia
Pag. 3
0 - PREFÁCIO
É com grande alegria que a Assembleia Espiritual local dos Bahá'ís de Lisboa
publica este Guia de Estudo sobre a Aliança. De facto, num momento em que celebramos o
Centenário da Ascensão de Bahá'u'lláh e inauguração da Sua Aliança, parece-nos adequada
e oportuna a publicação deste documento.
O principal objectivo deste Guia de Estudo é levar o leitor ao estudo de um dos

mais importantes conceitos da Revelação Bahá'í. Pretende-se também que estimule um
estudo posterior das Escrituras Bahá'ís sobre o tema da Aliança.
A Aliança é, sem dúvida, um tema em que todos os Bahá'ís necessitam de se

aprofundar constantemente. Na mensagem de Ridván de 1990, a Casa Universal de Justiça
escrevia que os crentes "... devem preparar-se espiritualmente, através da oração e estudo
dos ensinamentos para obter um mais profundo apreço da posição e propósito de
Bahá'u'lláh, e do significado da Sua poderosa Aliança. Uma tal preparação encontra-se no
próprio âmago do seu esforço para realizar uma transformação nas suas vidas individuais e
colectivas."
Este documento pode ser usado para estudo individual ou em grupo. Cada capítulo
está dividido num certo número de secções específicas que podem ser usadas
selectivamente:
INTRODUÇÃO .......…….. Introdução ao capítulo

ABORDAGEM GERAL .... Apresentação geral da nova informação
EXPLICAÇÃO .......……… Detalhes da "Abordagem Geral" com citações e exemplos
LEITURAS .........………… Citações das leituras sobre o tema do capítulo
ILUSTRAÇÃO .......……… Exemplos sobre o tema da lição retirados de livros Bahá'ís,
geralmente episódios da história Bahá'í
ESTUDO POSTERIOR .…. Três maneiras de explorar o tema do capítulo com maior
profundidade
QUESTÕES .........……...… Perguntas sobre o tema apresentado
RESPOSTAS ........……….. Respostas às "Perguntas"
DEBATE ...........…………. Questões e assuntos para consultar/discutir
EXERCÍCIO ........……….. Exercício que o aborda o tema com maior profundidade
APOIO AO EXERCÍCIO .. Respostas sugeridas para o exercício
Pag. 4
Para usar este documento num estudo individual, deve-se criar um plano de estudo
pessoal, escolhendo as secções que se pretende abordar em cada lição. Dependendo da
preferência pessoal de cada um, poder-se-á saltar algumas das secções. No entanto,
recomendamos que não se salte a secção de "Leituras", pois esta dá-nos a oportunidade de
ler a Palavra de Deus, assim como os comentários de 'Abdu'l-Bahá, de Shoghi Effendi e da
Casa Universal de Justiça.
Este Guia de Estudo também pode ser usado como base para um estudo em grupo.
Por exemplo, cada capítulo pode ser lido e debatido secção a secção. Outra possibilidade é
ter membros do grupo que leiam individualmente um capítulo, e se reúnam semanalmente
para debater e consultar as citações e questões. Uma terceira hipótese é haver alguém que
sumarie as secções "Abordagem Geral", "Explicação" e "Ilustração" numa apresentação de
dez a quinze minutos, antes do grupo ler e debater as citações.
Além do aprofundamento pessoal e em grupo, este documento pode ser usado como
base para preparação de fire-sides, palestras públicas, seminários e escolas Bahá'ís.
Esperamos que o apreciem e considerem útil.
Gostaríamos de expressar o nosso agradecimento à Bahá'í Publishing Trust dos

Estados Unidos que amavelmente nos concedeu autorização para publicação deste
documento, e à Editora George Ronald que autorizou a inclusão de alguns textos.
A Assembleia Espiritual local

dos Bahá'ís de Lisboa
Dezembro de 1992
Pag. 5
1 - O SIGNIFICADO DA ALIANÇA
❖ INTRODUÇÃO
A Aliança - um termo antigo agora dotado de um novo significado - está na

essência daquilo que significa ser Bahá'í. Compreender a Aliança é compreender o nosso
lugar no plano de Deus que está em desenvolvimento.
É a "Aliança de Bahá'u'lláh", afirma a Casa Universal de Justiça, "que liga o

passado e o futuro com fases progressivas em direcção ao cumprimento da antiga
Promessa de Deus... Concentração neste tema permitir-nos-á a todos obter uma mais
profunda apreciação do significado e propósito da Sua Revelação As questões a que este
estudo cuidadoso deverá responder devem indubitavelmente incluir o significado da
Aliança Bahá'í, a sua origem e qual deve ser a nossa atitude em relação a ele"1
Nos capítulos seguintes vamos examinar a Aliança através dessas questões.

Começaremos neste capítulo com o significado da Aliança.
❖ ABORDAGEM GERAL
Um estudo da Aliança é um estudo da relação entre Deus e a humanidade. Esta

relação é estabelecida no momento da criação.
De um lado da relação está Deus, um Criador Omnipotente, que, com o Seu amor,
trouxe a humanidade à existência para um propósito.
Do outro lado da relação está a humanidade. Cada ser humano tem um grande
propósito espiritual - conhecer Deus e fazer reflectir os atributos2 de Deus que estão
implantados em cada alma.
1
Mensagem de Ridván, 1987
2
"Atributos" ou "Nomes" de Deus referem-se àquelas qualidades como discernimento, sabedoria, justiça, etc. Em
Esplendor da Verdade, pag. 131, 'Abdu'l-Bahá explica: "...falamos de nomes e atributos da Realidade Divina, e louva-
mo-Lo atribuindo-Lhe visão, audição, poder, vida e conhecimento. Afirmamos estes nomes e atributos não para provar as
imperfeições de Deus, mas para negar que ele é capaz de imperfeições Não é que possamos compreender o Seu
conhecimento, a Sua visão, o Seu poder e vida, pois estão para lá da nossa compreensão" Os seres humanos reflectem os
atributos de Deus tal como um espelho pode reflectir a luz. Dizer que somos feitos à imagem de Deus significa que cada
pessoa tem capacidade para reflectir os nomes e atributos de Deus (ver The Promulgation of Universal Peace, pags. 69-
70, 403-404)
Pag. 6
Deus é infinito e nunca Se pode limitar ao nível da humanidade. Os seres humanos

são finitos, incapazes de, por si próprios, alcançar Deus.
Entre Deus e a humanidade está a Aliança - um instrumento de união fornecido por

Deus, que nos salva da "miséria do afastamento"3 d'Ele. A Aliança é o meio através do
qual conhecemos a vontade de Deus e, em troco da firmeza e obediência, recebemos as
Suas dádivas e bênçãos que nos ajudam a atingir o propósito para o qual fomos criados.
❖ EXPLICAÇÃO
A RELAÇÃO ENTRE DEUS E A HUMANIDADE
"Uma Aliança, no sentido religioso", afirma a Casa Universal de Justiça, "é um

acordo de compromisso entre Deus e a humanidade, no qual Deus exige ao homem um
certo comportamento e a troco do qual Ele lhe garante certas bênçãos, ou através do qual
Ele dá ao homem certas dádivas em troco das quais Ele recebe daqueles que as aceitam
uma compreensão para se comportarem de certa maneira"4
Veja-se o exemplo de uma árvore. Inicia a sua existência sob a forma de semente.
O seu propósito é dar frutos. Deus estabeleceu um conjunto de leis naturais às quais a
árvore obedece de modo a conseguir atingir o seu propósito. Ele dá capacidade e bênçãos à
árvore - o sol dá luz, o solo fornece nutrientes, a chuva fornece água. A árvore usa estas
bênçãos para evoluir desde semente até árvore de fruto. Esta relação define a "aliança" de
Deus com a árvore.
Existe uma relação semelhante entre Deus e a humanidade. A nossa Aliança com
Deus, porém, centra-se em torno da nossa realidade espiritual e não da nossa realidade
material. E ao contrário da árvore que deve obedecer às leis da natureza, os seres humanos
têm possibilidade de escolha. Podemos escolher entre aceitar ou rejeitar a nossa parte na
Aliança espiritual com Deus.
O INSTRUMENTO DA VONTADE DE DEUS
Existe outro aspecto no significado da Aliança que nos é dado pelas Escrituras
Bahá'ís. A Aliança é descrita como um "instrumento" concebido para "dirigir" e "cana-
lizar"5 as dádivas e bênçãos da Revelação Divina. Podemos compreender isto retomando o
exemplo da árvore. A chuva espalha aleatoriamente as bênçãos da água. Para levar a água
a uma árvore necessitada, um agricultor deve construir um canal de irrigação. A Aliança é
um canal que conduz o fluxo das bênçãos de Deus aos indivíduos que cumprem o seu
papel na Aliança.
A vontade de Deus é a expressão daquilo que Ele quer que nós façamos. Ele
comunica a Sua vontade através da Aliança, enviando os Seus Mensageiros e os Seus
3
Bahá'u'lláh, Selecção dos Escritos Bahá'u'lláh, sec. XXIX, pag. 53
4
The Covenant, Intro.
5
Shoghi Effendi, A Presença de Deus, pag. 324
Pag. 7
Livros Sagrados. "Qualquer coisa que tenha sido revelada nas Suas Epístolas não é senão
um reflexo da Sua Vontade"6.
O propósito de Deus para nós é aquilo que Ele que Ele quer que nós sejamos.
Alcançamos este propósito seguindo a Sua vontade. Para um indivíduo, este propósito é
"reflectir a glória dos nomes e atributos de Deus"7. Para a sociedade é “assegurar a paz e
tranquilidade da humanidade"8, que posteriormente levará à construção do Reino de Deus
na Terra.
Através do instrumento da Aliança reconhecemos a fonte da vontade de Deus,

esforçamo-nos por nos segurarmos firmemente aos Seus desejos, e recebemos as bênçãos
que fluem através do canal que é a Aliança. Deste modo, somos auxiliados a realizar o Seu
propósito para nós e para a sociedade.
6
Bahá'u'lláh, Selecção dos Escritos Bahá'u'lláh, sec. CLX, pag. 210
7
Bahá'u'lláh, Selecção dos Escritos Bahá'u'lláh, sec. CXXIV pag. 165-166
8
Bahá'u'lláh, Selecção dos Escritos Bahá'u'lláh, sec. XXXIV, pag. 59
Pag. 8
❖ LEITURAS
A RELAÇÃO ENTRE DEUS E A HUMANIDADE
1. "Tendo criado o mundo e tudo o que aí vive e se move, Ele, pela operação directa
da Sua Vontade absoluta e soberana, dignou-Se conferir ao homem a distinção e a
capacidade incomparáveis de O conhecer e amar - capacidade esta que há-de ser vista
como o impulso gerador e o propósito primário que baseiam toda a criação A luz de um
dos Seus nomes, Ele irradiou sobre a mais íntima realidade de cada uma das coisas criadas,
fazendo dessa realidade um receptáculo da glória de um dos Seus atributos. Sobre a
realidade do homem, porém, Ele concentrou o fulgor de todos os Seus nomes e atributos e
fê-lo espelho do Seu próprio Ser..."
"Estas energias com as quais a Estrela-d’alva do generosidade divina e Fonte de

orientação espiritual dotou a realidade do homem, jazem nele latentes, tal como uma
chama se oculta dentro da vela e os raios de luz estão potencialmente presentes numa
lâmpada. O brilho dessas energias pode ser obscurecido por desejos terrenos, assim como a
luz do sol se pode esconder sob o pó e as impurezas cobrem o espelho. Nem a vela, nem a
lâmpada se podem acender através dos seus próprios esforços, sem auxílio, nem será
possível jamais que o espelho, por si só, se livre das suas impurezas..."
"E uma vez que não pode haver laço ou inter-relação directa para ligar o Deus Uno
e Verdadeiro à Sua Criação Ele ordenou que em cada Era e Dispensação uma Alma pura e
imaculada se manifestasse nos reinos da terra e do céu... Essas essências do
desprendimento, essas esplendorosas realidades são os canais da omnipresente graça de
Deus... Estão incumbidas de usar a inspiração das Suas palavras, as emanações da Sua
infalível graça e a brisa santificadora da Sua Revelação para purificar todo o coração
ardente e espírito receptivo, libertando-os do pó e das impurezas das ansiedades e
limitações terrenas. Então, e somente então, emergirá aquilo que Deus confiou latente na
realidade do homem..."
"Através dos Ensinamentos desta Estrela-d’alva da Verdade, todo o homem

progredirá e desenvolver-se-á até atingir a posição em que possa manifestar todas as forças
potenciais com que o seu mais íntimo ser foi dotado."
Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. XXVII, pag. 50
2. "Quantas vezes o coração humano, que é o receptáculo da Luz de Deus e a sede da

Revelação do Todo-Misericordioso, se tem desviado d'Aquele que é a Fonte dessa Luz e o
Manancial dessa Revelação. É a rebeldia do coração que o afasta para longe de Deus e o
condena ao afastamento d'Ele. Os corações que estão conscientes da Sua Presença, porém,
estão perto d'Ele e devem ser considerados como tendo-se aproximado do Seu Trono."
Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. XCIII, pag. 121
Pag. 9
O INSTRUMENTO DA VONTADE DE DEUS
3. "Imploro-Te, ó meu Senhor, pela Tua Arca, através da qual o poder da Tua vontade
se manifestou e as influências revigorantes do Teu propósito se revelaram..."
Bahá'u'lláh, Prayers and Meditations, pag. 271
4. "...qualquer coisa que se refira [ao Manifestante], todos os Seus actos e feitos, tudo
o que Ele ordene ou proíba, deve ser considerado... idêntico à Vontade do Próprio Deus."
Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. LXXXIV, pag. 109-110
5. "Trouxeste a humanidade à existência a fim de Te conhecer e servir a Tua Causa,

para que a sua posição se pudesse elevar em virtude das coisas que revelaste nas Tuas
Escrituras".
Epístolas de Bahá'u'lláh, pag. 123-124
6. "...no início uma pessoa deve tornar os seus passos firmes na Aliança de modo que
as confirmações de Bahá'u'lláh a possam rodear de todos os lados... e as exortações e
conselhos de 'Abdu'l-Bahá, tal como imagens gravadas na pedra, possam ficar permanente-
mente e inalteráveis nas epístolas dos corações"
'Abdu'l-Bahá, Tablets of Divine Plan, pag. 49
7. "Deus criou dentro de nós um espírito santo divino - o espírito humano com os seus
poderes intelectuais que estão acima dos poderes da natureza... Este poder dá ao homem
um controlo efectivo sobre a natureza. Ele é capaz de descobrir a realidade e trazer coisas
invisíveis para as cortes do visível. Assim, ele é capaz de auxiliar eficientemente a Vontade
de Deus e dar-lhe um grau material... Isto é o que deve ser usado para a aquisição e
manifestação das dádivas de Deus, para que possais estabelecer o Reino de Deus entre os
homens e alcançar a felicidade em ambos os mundos, o visível e o invisível."
'Abdu'l-Bahá, Divine Art of Living, pag. 17
8. "O motivo para [Bahá'u'lláh] ser colocado sob pesadas correntes... foi o de guiar
todas as almas na terra à concórdia, à solidariedade e à unicidade; tornar conhecido entre
todos os povos os sinais da unicidade de Deus, de modo que, finalmente, a unidade primaz
depositada no coração de todas as coisas criadas dê o seu fruto destinado..."
"... afastemos os nossos olhos das fantasias vagas deste mundo de formas
divergentes, e sirvamos, em vez disso, este destino proeminente, este grande propósito."
Selecção dos Escritos de 'Abdu'l-Bahá, sec. 207, pag. 239-240
Pag. 10
9. "Sabei isto, com toda a certeza, que hoje, o poder penetrante nas artérias do mundo
da humanidade é o poder da Aliança. O corpo do mundo não será impelido por nenhum
poder como este. O Espírito da Aliança é o verdadeiro Centro do amor, e reflecte os seus
raios para todas as partes do globo, que estão a ressuscitar e regenerar o homem e a
iluminar o caminho para o Reino."
'Abdu'l-Bahá, The Power of the Covenant, Vol II. Intro
Pag. 11
❖ ILUSTRAÇÃO
"... todas as coisas criadas neste mundo estão sujeitas às leis da natureza. O Criador
preparou a vida neste planeta de modo a que o sol derrame as suas energias sobre todas as
coisas criadas, a terra forneça os alimentos, e os elementos façam a sua contribuição. E
assim, Deus dá vida. Este é o papel que Ele desempenha.
"... o peixe vive na água, enquanto que um pássaro voa nos ares. Ambos vivem de
acordo com as leis que a natureza lhes dita. Pois neste nível físico, a reacção de todas as
coisas criadas às efusões de energia de Deus são involuntárias. Cada criatura está limitada
pelas leis da natureza e não se pode desviar delas nem um milésimo. Mas o aspecto
essencial é que cada criatura responde com harmonia com as forças vivificadoras que são
libertadas pela natureza
"Acontece o mesmo sob o ponto de vista espiritual. A resposta do homem à

Revelação de Deus deve ser a da harmonia com os Seus Ensinamentos. Mas o homem,
apesar de fisicamente ser um animal, não está espiritualmente sujeito às leis da natureza.
Em vez disso, ele está limitado pelas leis da Aliança de Deus com ele... Do mesmo modo
que Deus proporciona as energias vivificadores para o mundo físico, e as criaturas
respondem a estas, o mesmo Criador liberta forças espirituais para o desenvolvimento e
progresso da alma do homem, e o indivíduo deve desempenhar o seu papel. Mas ao
contrário do mundo físico, aqui a resposta do homem às dádivas de Deus é voluntária. O
homem tem liberdade de escolha, enquanto as outras coisas criadas estão privadas desta
faculdade.
"O simples acto da criação traz à existência a Aliança... Deus, pela Sua parte, cria o
homem à sua imagem e semelhança, o que significa que lhe concede os Seus atributos. Ele
providencia as suas necessidades nesta vida e envia os Seus Mensageiros para lançar luz no
seu caminho de modo que ele se possa aproximar de Deus.
"...o rumo mais natural, que só por si pode trazer harmonia entre os dois lados da
Aliança, consiste no homem obedecer aos preceitos estabelecidos por Deus. Revoltar-se
contra eles é viver em conflito com as leis da criação e afastar-se do bem. Acreditar em
Deus, mas pensar que esta Aliança não existe e que o Criador não estabeleceu nenhumas
leis no domínio espiritual da sua criação é equivalente a atribuir-Lhe incompetência."
"A Aliança de Deus é semelhante às condições que o director de uma escola

estabelece para os alunos. No momento em que uma criança entra numa escola pela
primeira vez, ela, sem saber, cria um acordo com o director. Também aqui esta aliança tem
dois lados. O director providencia todas as necessidades da educação da criança. É ele que
nomeia professores para lhe ensinar e é ele que concebe o programa. A parte que a criança
deve desempenhar consiste em aprender todas as lições que lhe são ensinadas e seguir
todas as instruções que lhe são dadas. Apenas desta maneira ela pode adquirir
conhecimentos, desenvolver-se e amadurecer com sabedoria e compreensão. Quando a
criança está apta a receber um nível de educação mais elevado, o director nomeia um novo
professor para lhe ensinar mais.
"As condições deste acordo são delineadas apenas pelo director, e a criança não se
pode pronunciar sobre ele. O seu autor é forte, tem muito conhecimento e sabedoria, mas a
Pag. 12
criança - o outro lado do acordo - é fraca, ignorante e imatura. A maioria dos acordos feitos
entre fortes e fracos são contra os interesses, e destinam-se a explorar, estes últimos. Mas
neste caso isso não acontece, pois o director tem uma intenção pura ao estabelecer este
acordo com a criança. A sua intenção é educar a criança e dotá-la de boas qualidades e
perfeições. Se o aluno desempenha bem o seu papel e segue as instruções do seu mestre,
este acordo torna-se a maior bênção da sua vida."
A. Taherzadeh, The Revelation of Bahá'u'lláh Vol III, pag. 288-390
Pag. 13
❖ ESTUDO POSTERIOR
Escolha uma das passagens da secção "Leituras".
O que é que esta passagem Quais são as implicações desta

significa para si ? passagem na sua vida ?
Elabore uma lista de questões que este capítulo lhe tenha suscitado e utilize as
sugestões de leitura indicadas abaixo para encontrar resposta a essas questões. Utilize a
bibliografia referida na página 85 e as sugestões de leitura que se indicam abaixo para
encontrar resposta às suas questões.
1.
2.
3.
4.
5.
The Covenant, do Departamento de Pesquisa da Casa Universal de Justiça

 Compilação de excertos das Escrituras Bahá'ís.
Pag. 14
❖ QUESTÕES
1. (Indique todas as que se aplicam) Sobre a relação entre Deus e a humanidade:
a) podemos optar por ficar separados de Deus

b) Deus expressa a Sua vontade através dos Seus Manifestantes
c) Deus e a humanidade inter-relacionam directamente
d) a Aliança canaliza as bênçãos de Deus
2. (Indique todas as que se aplicam) O propósito de Deus para a humanidade é:
a) incognoscível
b) cumprido ao fazer-se a vontade de Deus
c) estabelecer a unidade da humanidade
d) para cada pessoa, conhecê-Lo e amá-lo
3. (Indique todas as que se aplicam) A Aliança é:
a) um acordo mútuo entre Deus e a humanidade

b) que devemos conhecer e amar Deus
c) um compromisso que nos toca quer queiramos quer não
d) o meio através do qual conhecemos a vontade de Deus
4. Descreva, numa frase, a relação entre a Aliança e a vontade e propósito de Deus:
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
Pag. 15
❖ RESPOSTAS
Seguidamente apresentam-se algumas sugestões de respostas. Dependendo a nossa

compreensão das citações anteriores, podemos ter diferentes respostas. Devemos
considerar estas sugestões de respostas como um ponto de partida para reflexão e debate.
1. a, b, e d. Sobre a ver a citação nº 2; sobre b ver a citação nº 5; sobre d ver pag. 6.

Sobre c, Deus e a humanidade não se inter-relacionam directamente, e é por isso
que temos o instrumento da Aliança; ver pags. 6 e 8.
2. b, c, e d. Sobre b ver pag. 7; sobre c ver pag. 7, e citações nº 6 e 7; sobre d ver

pag. 7. Sobre a, conhecemos o propósito de Deus através dos Seus Manifestantes.
3. c, e d. Para c ver páginas 6, 11 e 12; para d ver página 7 e citação nº 4. Sobre a,

apenas Deus estabelece os termos da Aliança; a humanidade não tem outra
escolha a não ser obedecê-lo. Por isso não pode ser definido como acordo mútuo.
Sobre b, isto define o propósito de Deus para a humanidade, e não a Sua Aliança;
no entanto pode-se considerar isto correcto pois descreve qual o papel que a
humanidade desempenha na Aliança.
4. A Aliança é o instrumento criado por Deus através do qual os poderes da Sua

vontade são dirigidos e canalizados de modo a que se realize o Seu propósito. Ver
páginas 7 e 9.
❖ DEBATE
Porque é que é necessário existir uma Aliança?
A citação nº 1 não menciona a palavra "Aliança". Explique o significado desta

citação em relação à Aliança.
Qual é o propósito de Deus para a humanidade? Qual é a relação entre o propósito e

a vontade de Deus? Qual é o papel da Aliança nesta relação?
Como explicaria a Aliança a alguém que acreditasse que não existe Aliança entre
Deus e a humanidade? (i.e., alguém que acreditasse que não existe relação que exija que a
humanidade tenha um certo comportamento para poder receber bênçãos divinas)
Pag. 16
2 - A ALIANÇA DE DEUS
❖ INTRODUÇÃO
Existem dois tipos de aliança religiosa. Ambos servem como instrumentos através
dos quais a vontade de Deus chega à humanidade. Cada um dá-nos bênçãos espirituais
quando nos levantamos para desempenhar a nossa parte. Com a ajuda desta assistência
divina podemos cumprir o propósito que Deus nos deu.
O primeiro tipo de aliança é a Aliança de Deus9. Refere-se a uma série de Educa-

dores Divinos - os Manifestantes de Deus - que são enviados por Deus com ensinamentos
para guiar a humanidade. Este capítulo examinará o significado da Aliança de Deus
conforme é descrito nas Escrituras Bahá'ís.
O segundo tipo de aliança consiste na nomeação por parte do Manifestante, de um

sucessor - alguma pessoa ou instituição - que serve como canal de orientação divina até à
vinda do próximo Manifestante. O significado e origem da Aliança de Bahá'u'lláh são
temas abordados nos capítulos 3 e 4.
❖ ABORDAGEM GERAL
"Contempla tu com a tua vista interior a corrente de sucessivas revelações que

ligou a Manifestação de Adão com a do Báb", escreve Bahá'u'lláh. "Dou testemunho
perante Deus que cada um desses Manifestantes foi enviado através da operação da
Vontade e Propósito Divinos..."10
Os Manifestantes são o resultado a Aliança de Deus com a humanidade. Eles são os

canais preparados por Deus para assegurar o fluxo da vontade divina (aquilo que Deus quer
que nós façamos) para realizar o propósito divino (aquilo que Deus quer que nós
alcancemos). O nosso papel é reconhecer o Manifestante e obedecer aos Seus
ensinamentos.
Sempre houve Manifestantes enviados por Deus. Eles continuarão a ser enviados no
futuro. Como parte da Aliança de Deus, cada Manifestante faz uma aliança com os Seus
seguidores para aceitarem o próximo Manifestante que virá depois d'Ele.
9
Referido em diferentes termos na literatura Bahá'í, tais como, a Aliança e Testamento de Deus (Epistle to the Son of
the Wolf, pag. 147), a maior Aliança (The Covenant, Intro), a Aliança geral (The World Order of Bahá'u'lláh, pag. 137) e
a Eterna Aliança (Selecção dos Escritos de 'Abdu'l-Bahá, sec. 187, pag. 195). Existem casos em que 'Abdu'l-Bahá utiliza
o termo "Aliança de Deus" num sentido geral para se referir ao que é descrito no capítulo nº 3 coma Aliança de Bahá'u'l-
láh. Para exemplo, ver Vontade e Testamento de 'Abdu'l-Bahá, pag. 3 e Selecção dos Escritos de 'Abdu'l-Bahá, sec. 187,
pag. 195.
10
Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. XXXI, pag. 55
Pag. 17
Durante milhares de anos até ao surgimento do Báb, os Manifestantes prepararam a

humanidade para um momento de consumação. Isto é, Eles prepararam-nos para um
momento em que o propósito de Deus se realizaria com a construção do Reino de Deus na
terra. Isto é referido nos Livros Sagrados como a Eterna Aliança (ou a Eterna Aliança).
❖ EXPLICAÇÃO
Utilizando o exemplo de uma escola podemos pensar na Aliança Eterna como a
promessa de realização de um curso após a frequência de uma série de anos lectivos.
 Os Manifestantes são como professores de diferentes graus numa escola. O

director atribui uma missão específica a cada professor. O professor prepara a lição
de modo a ser adequada ao grau e ao nível de compreensão do aluno. Os alunos
são supostos obedecer ao professor e aprender o que lhes é ensinado.
Deus faz uma aliança através de cada Manifestante. Atribui a cada um uma missão
específica e uma "revelação predestinada"11. Os Manifestantes limitam os Seus
ensinamentos à nossa capacidade de compreensão12. Pela nossa parte, devemos
aceitar o Manifestante e obedecer aos Seus ensinamentos13.
 O professor prepara o aluno para o grau e professor seguintes.

O Manifestante faz uma aliança com o Seu povo para aceitar o Manifestante
seguinte.
 O objectivo do professor em cada grau é preparar os alunos para a realização do

curso. Quando os alunos deixam a escola isso significa que alcançaram a
maturidade.
A série de Manifestantes até ao Báb preparou-nos para o tempo da realização - a
construção do Reino de Deus na terra. Bahá'u'lláh afirma: "Nesta mais grandiosa
Revelação, todas as Dispensações do passado atingiram a sua consumação
máxima e final"14. Isto significa que a humanidade atingiu a sua maturidade.
Após a conclusão do curso uma pessoa continua a aprender. Assim, também a

Aliança de Deus continua para além da Revelação de Bahá'u'lláh. "Deve-se ter em mente
que, grandioso como é o poder manifestado nesta Revelação e por muito ampla que seja a
Dispensação que o Seu Autor inaugurou, repudia enfaticamente a pretensão de ser vista
como a revelação final da vontade e propósito de Deus para a humanidade"15.
11
Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. XXII, pag. 43
12
Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. XXX, pag. 57
13
Ver capítulo nº 6 para mais informação sobre a nossa responsabilidade na Aliança
14
Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. CXV, pag. 155
15
Shoghi Effendi, The World Order of Bahá'u'lláh, p. 115
Pag. 18
❖ LEITURAS
A SUCESSÃO DOS MANIFESTANTES
1. "Deus enviou os Seus Manifestantes para suceder a Moisés e a Jesus, e assim conti-
nuará a fazê-lo até ao «fim que não tem fim», de modo que a Sua graça, proveniente do céu
das Dádivas divinas, possa ser continuamente outorgada à humanidade".
Bahá'u'lláh, citado em The World Order of Bahá'u'lláh, pag. 116
2. "[Existe uma] Aliança geral que, conforme inculcam os ensinamentos Bahá'ís, o

próprio Deus estabelece com a humanidade quando inaugura uma nova Dispensação".
Shoghi Effendi, The World Order of Bahá'u'lláh, pag. 137
3. "Tende a certeza, além disso, que as obras e acções de cada um desses

Manifestantes de Deus - mais ainda, qualquer coisa que Lhes pertença ou que Eles, no
futuro, possam manifestar - são todas ordenadas por Deus e são um reflexo da Sua vontade
e propósito. Quem fizer a mínima diferença entre as suas pessoas, as suas palavras, as suas
mensagens, as suas acções e maneiras, ter-se-á, em verdade, tornado descrente em Deus,
terá repudiado Seus sinais e traído a Causa dos Seus Mensageiros"
Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. XXIV, pag. 47
4. "O propósito de Deus ao criar o homem foi e sempre será, capacitá-lo a conhecer o
seu Criador a atingir a sua presença... Quem tiver reconhecido o Alvorecer da guia Divina
e entrado na Sua santa corte, ter-se-á aproximado de Deus e atingido a Sua Presença - uma
presença que é o verdadeiro paraíso, e da qual as mais sublimes mansões do céu são apenas
um símbolo... Quem tiver falhado em reconhecê-Lo, ter-se-á condenado à miséria do
afastamento, um afastamento que não é senão o nada absoluto e a essência do mais baixo
fogo. Tal será o seu destino, ainda que, aparentemente, ele ocupe os lugares mais elevados
da terra e se tenha estabelecido no seu mais excelso trono".
Cf. Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. XXIX, pag. 53
5. "O propósito de Deus ao enviar os Seus Profetas aos homens é duplo. O primeiro é
livrar da escuridão da ignorância os filhos dos homens, e guiá-los para a luz da verdadeira
compreensão. O segundo é assegurar a paz e a tranquilidade da espécie humana, provendo
todos os meios pelos quais podem ser estabelecidos".
Cf. Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. XXXIV, pag. 58-59
6. "O princípio de todas as coisas é o conhecimento de Deus, e o fim de todas as

coisas é a estrita observância de tudo o que tiver sido enviado do empíreo da Vontade
Divina, a qual abrange tudo o que está nos céus e tudo o que está na terra".
Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. II, pag. 16

Pag. 19
OBEDIÊNCIA À ALIANÇA DE DEUS
7. "Isto é o que desceu do reino da glória, proferido pela língua do poder e da

grandeza e revelado aos Profetas de antanho. Retiramos-lhe a quinta-essência e revestimo-
la com a roupagem da brevidade, como um sinal de graça para os rectos, para que eles se
possam manter fiéis na Aliança de Deus, possam cumprir nas suas vidas a Sua
incumbência e, no reino do espírito, obter a jóia da virtude divina"
Cf. Bahá'u'lláh, As Palavras Ocultas, pag. 27
8. "Recitai os versículos de Deus cada manhã e noite. Quem não os recita, em

verdade falhou no seu compromisso com a Aliança de Deus e o Seu Testamento, e quem,
neste dia, se afastou deles, afastou-se de Deus desde os tempos imemoriais".
Bahá'u'lláh, Spiritual Foundations, p. 1
9. "Ó exército de Deus! Através da protecção e auxílio concedidos pela Abençoada

Beleza... deveis comportar-vos de um tal modo que possais distinguir-vos e brilhar como o
sol entre outras almas. Se algum de vós entrar numa cidade, deverá tornar-se o centro da
atracção devido à sua sinceridade, sua fidedignidade e amor, sua honestidade e fidelidade,
sua veracidade e amor para com todos os povos do mundo, de maneira que o povo dessa
cidade possa clamar e dizer: «Este homem é inquestionavelmente um Bahá'í, pois os seus
modos, o seu comportamento, a sua conduta, a sua moral, a sua natureza e a sua disposição
reflectem atributos dos Bahá'ís». Enquanto não atinjais esta posição, não se poderá dizer
que tenhais sido fiéis à Aliança e Testamento de Deus. Pois Ele, através de textos
irrefutáveis, celebrou uma Aliança irrevogável com todos nós, exigindo que agíssemos de
acordo com as Suas sagradas instruções e conselhos".
Selecção dos Escritos de 'Abdu'l-Bahá, sec. 35 pag. 64
10. "Ó meus servos! Nada irradia no Meu coração, salvo a luz imorredoura da Manhã
da Guia Divina, e de Minha boca, nada procede, senão a essência da verdade, a qual o
Senhor vosso Deus revelou. Não sigais, portanto, os desejos terrenos; não violeis a Aliança
de Deus, nem quebreis a promessa que Lhe fizestes. Com determinação firme, com todo o
afecto do coração e com plena força das vossas palavras, volvei-vos para Ele e não andeis
nos caminhos dos loucos. O mundo é apenas um espectáculo teatral, vão e vazio, um
simples nada, tendo a aparência de realidade. Não lhe vos afeiçoeis. Não rompais o laço
que vos une com o vosso Criador e não sejais dos que erram e se desviaram dos Seus
caminhos"
Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. CLIII, pag. 204
Pag. 20
A PROMESSA DE UM NOVO MANIFESTANTE
11. "O Senhor do universo jamais levantou um profeta, nem fez descer um Livro, sem
que tivesse estabelecido a Sua aliança com todos os homens, apelando à sua aceitação da
Revelação seguinte e do Livro seguinte, uma vez que as emanações da Sua generosidade
são incessantes e sem limite "
Selecção dos Escritos do Báb, pag. 92
12. "Quanto à referência n'As Palavras Ocultas sobre a Aliança estabelecida no Monte
Paran, isto significa que aos olhos de Deus, o passado, o presente e o futuro são um só e o
mesmo... E é um princípio básico da Lei de Deus que em cada Missão Profética, Ele
celebra uma Aliança com todos os crentes - Aliança essa que se mantém até ao fim dessa
Missão, até ao dia prometido em que a personagem estipulada no início da Missão se torna
manifesto. Considerai Moisés... Em verdade, sobre o Monte Sinai, Moisés celebrou numa
Aliança sobre o Messias, com todos aqueles que viveriam no tempo do Messias. E essas
almas, porém, apesar de terem aparecido séculos depois de Moisés, estavam - no que se
refere à Aliança que está para lá do tempo - ali presentes com Moisés".
Selecção dos Escritos de 'Abdu'l-Bahá, sec. 181, pag. 188
13. "Já se havia cumprido a Aliança Maior, referente à recém-nascida Fé, a qual -
conforme afirmam as Suas [do Báb] escrituras - Deus celebrava com toda a humanidade,
por intermédio dos Profetas de todas as épocas, desde tempos imemoriais. Era necessário
acrescentar agora uma Aliança Menor, suplementar, que Ele se sentiu obrigado a fazer com
todo o grupo dos Seus adeptos, com referência Aquele cujo advento Ele caracterizou como
o fruto e propósito final da Sua Dispensação. Tal Aliança fora, invariavelmente, a base de
todas as religiões anteriores. Já existira sob várias formas, com vários graus de intensidade,
tendo sido sempre expresso em linguagem velada, referido em crípticas profecias, em
tradições não autênticas e nas fragmentadas e obscuras passagens das Sagradas Escrituras.
Na Dispensação Bábí, porém, estava destinado a ser estabelecido numa linguagem clara e
inequívoca... "
Cf. Shoghi Effendi, A Presença de Deus, pag. 62-63
14. "Não estou apreensivo por Mim próprio... Os Meus temores são por Aquele [o
próximo Manifestante] que será enviado depois de Mim - Aquele que será investido com
grande soberania e poderoso domínio... Por essas palavras que revelei, não Me refiro a
Mim próprio, mas Aquele que virá depois de Mim..."
Bahá'u'lláh, citado em The World Order of Bahá'u'lláh, pag. 117
Pag. 21
A ETERNA ALIANÇA
15. "Este é o Dia, ó meu Senhor, que Tu revelaste a toda a espécie humana como o Dia
em que Tu revelarias o Teu Próprio Ser... Além disso, celebraste uma Aliança com eles,
em Teus Livros, e Tuas Escrituras, e Teus Pergaminhos, e Tuas Epístolas, sobre Aquele
que é a Alvorada da Tua Revelação, e nomeaste o Bayán para ser o Arauto da Teu Mais
Grandioso e Todo-Glorioso Manifestante..."
Bahá'u'lláh, Prayers and Meditations, pag. 275
16. "A Revelação que desde os tempos imemoriais, é aclamada como o Propósito e
Promessa de todos os Profetas de Deus e o mais acalentado desejo dos Seus Mensageiros,
foi revelada aos homens..."
Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. III, pag. 16
17. "O progresso da causa de Deus ganha crescente velocidade e, com confiança,
podemos olhar para o dia em que esta comunidade, no momento que Deus considerar
adequado, terá atravessado as fases preditas pelo seu Guardião, e terá erguido neste planeta
angustiado as imaculadas mansões do próprio Reino de Deus, onde a humanidade poderá
encontrar o termo da confusão, caos e ruína em que se lançou, e os ódios e violência deste
tempo serão transformados num permanente sentido de fraternidade e paz universais. Tudo
isto será realizado na Aliança do Pai Eterno, a Aliança de Bahá'u'lláh."
Messages from the Universal House of Justice, p. 119-120
18. "Então, [quando se estabelecer a Comunidade Mundial Bahá'í] a maturidade de

toda a espécie humana será proclamada e celebrada por todos os povos e nações da terra.
Então, o estandarte da Mais Grandiosa Paz será hasteado. Então, a soberania mundial de
Bahá'u'lláh - Aquele que estabeleceu o Reino do Pai predito pelo Filho, e antevisto pelos
Profetas de Deus antes e depois d'Ele. Então, nascerá uma civilização mundial, florescente
e perpetuando-se, uma civilização com uma plenitude de vida como o mundo nunca viu
nem pode ainda conceber. Então, a Eterna Aliança cumprir-se-á plenamente. Então, a
promessa contida nos Livros de Deus será redimida, e todas as profecias proferidas pelos
profetas de antanho cumprir-se-ão, as visões dos videntes e poetas realizar-se-ão. Então, o
planeta... será... capaz de cumprir esse infalível destino que lhe foi determinado desde tem-
pos imemoriais, pelo amor e sabedoria do Seu Criador".
Cf. Shoghi Effendi, O Dia Prometido Chegou, pag. 150-151
Pag. 22

1.
2.
3.
4.
5.
Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, pag. 39-91

 Excertos sobre Deus e os Seus Manifestantes.
All Things Made New, por John Ferraby, cap. XIV

 Comentário, com citações, sobre diferentes tipos de Aliança, incluindo a
Eterna Aliança.
The Eternal Covenant, por Lowell Johnson

 Inclui um anexo que descreve o conceito de Aliança desde o tempo de Adão,
utilizando citações da Bíblia, do Alcorão e das Escrituras Bahá'ís.
Pag. 23
❖ QUESTÕES
1. Descreva as duas partes da Aliança de Deus:
_______________________________________________________
_______________________________________________________
2. (Indique as que se aplicam) A Aliança de Deus:
a) inclui a aceitação da humanidade e a obediência a cada Manifestante.

b) atinge o momento da consumação com a Revelação de Bahá'u'lláh.
c) inclui a Aliança que cada Manifestante faz com os Seus seguidores para
aceitarem o Manifestante seguinte.
d) continuará para além da Revelação de Bahá'u'lláh.
3. Elabore uma lista (baseada nas referências) de quatro coisas que acontecem quando
reconhecemos o Manifestante de Deus.
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
4. (Indique todas as que se aplicam) A consumação da Eterna Aliança:
a) deu-se com a vinda de Bahá'u'lláh

b) dar-se-á nesta Revelação
c) dar-se-á com o próximo Manifestante
d) é o propósito de Deus para a humanidade
Pag. 24
❖ RESPOSTAS

1. Uma parte da Aliança de Deus refere-se a uma Revelação "recém-nascida"

estabelecida por Deus através de todos os Profetas desde tempos imemoriais. A
outra parte da Aliança de Deus refere-se à aliança entre os Manifestantes e os
Seus seguidores para aceitarem o Manifestante seguinte. Ver citação nº 13.
2. a, b e c. Para a ver citação nº 5 e 6; para b ver citações na pag. 21; para c ver
citações na pag. 20; e para d ver citações nº 1 e 14.
3. Atingimos a presença de Deus (citação nº 4); já não estamos afastados de Deus

(citação nº 4); devemos obedecer aos Seus mandamentos (citação nº 6); estamos
comprometidos a aceitar o próximo Manifestante (citação nº 11); somos guiados à
verdadeira compreensão (cit. nº 5) e obtemos os meios para criar a paz (cit. nº 5).
4. b e d. Ver citações da pag. 21. O propósito de Deus para a sociedade, conforme

explicado no capítulo anterior, é o estabelecimento do Reino de Deus na terra - a
paz e unidade de toda a humanidade. Sobre a, ver citação nº 18 sobre o tempo da
consumação.
❖ DEBATE
Explique o que entende por Aliança de Deus - incluindo a natureza da humanidade,

e a sua relação com a vontade e propósito de Deus. Qual é o papel dos Manifestantes na
Aliança de Deus? (baseie os seus pontos de vista, sempre que puder, em citações).
Qual é o papel da obediência na Aliança de Deus? Porque é que uma pessoa deixa
de ser fiel à Aliança quando não recita os versículos de Deus ou quando não se distingue
dos outros seres humanos? (ver pag. 19) Como é que pensa que a justiça e misericórdia de
Deus se relacionam com a nossa obrigação de sermos obedientes aos Seus ensinamentos?
De que maneira é que a Revelação de Bahá'u'lláh é o "Propósito" dos Profetas? De

que maneira é a "Promessa"? (ver cit. nº 16)
Pag. 25
3 - A ALIANÇA DE BAHÁ'U'LLÁH
❖ INTRODUÇÃO
A Aliança de Bahá'u'lláh é, num sentido mais amplo, uma renovação da Aliança de

Deus. A Sua Dispensação é o cumprimento da Eterna Aliança. Bahá'u'lláh também nos
garantiu que a Aliança de Deus não terminará com esta Aliança, pois prometeu que um
novo Manifestante surgirá dentro de mil (ou mais) anos.
Além de renovar a Aliança de Deus, Bahá'u'lláh criou outra Aliança com os Seus
seguidores. Este é uma Aliança "específica"16, "menor"17, ou de "segunda forma"18, na
qual Ele apela aos crentes a voltarem-se para 'Abdu'l-Bahá após o Seu falecimento. Os
capítulos 3 e 4 examinarão este segundo tipo de Aliança.
❖ ABORDAGEM GERAL
"A Aliança de Bahá'u'lláh", afirma Shoghi Effendi, referindo-se à segunda forma de

Aliança, "foi apenas instituída através da operação directa da Sua Vontade e
Testamento"19.
A Aliança de Bahá'u'lláh, o "Instrumento por Ele forjado", foi criada para canalizar
"após o Seu falecimento, as forças libertadas por Ele no decorrer de um ministério de
quarenta anos". O seu propósito era preservar a "unidade da Sua Fé" e providenciar "o
impulso necessário para alcançar o seu destino"20, o Reino de Deus na terra. "Se não
tivesse surgido a Aliança", afirma 'Abdu'l-Bahá, "...as forças da Causa de Deus ter-se-iam
dispersado completamente..."21
A segunda forma de Aliança é, em resumo, a "continuação da orientação divina
após a Ascensão do Profeta" através de uma pessoa ou instituição que possa "inequivo-
camente afirmar qual é a Vontade de Deus"22. Bahá'u'lláh deu instruções aos Seus
seguidores para, após o Seu falecimento, se voltarem para 'Abdu'l-Bahá, o Centro da Sua
Aliança.
16
Shoghi Effendi, A Dispensação de Bahá'u'lláh, pag. 57
17
The Universal House of Justice, The Covenant, Intro
18
Escrito em nome de Shoghi Effendi, Lights of Guidance, pag. 147
19
20
Cf. Shoghi Effendi, A Presença de Deus, pag. 543
21
Tablets of Divine Plan, pag. 49
22
A Casa Universal de Justiça, carta de 23/Março/1975
Pag. 26
A Aliança de Bahá’u’lláh é única na história da religião porque está explicitamente

revelado por escrito23. As Suas instruções sobre a Aliança encontram-se no Kitáb-i-Aqdas
(o livro das Suas Leis), na Epístola do Ramo, e no Kitáb-i-'Ahd (o livro da Sua Aliança).
Existem também um certo número de outras Epístolas de Bahá'u'lláh que enaltecem e
reforçam a posição de 'Abdu'l-Bahá.
❖ EXPLICAÇÃO
Para compreender o significado da Aliança de Bahá'u'lláh necessitamos apenas de

olhar para a experiência de algumas religiões anteriores. Considere-se o caso do Cristia-
nismo e o Islão, duas das Dispensações do passado.
Jesus não deixou instruções detalhadas os Seus seguidores. Inicialmente não havia
um Livro Sagrado, nenhum sucessor designado, nenhum sistema administrativo. Os
poderes libertados pela Revelação de Jesus levaram ao crescimento do Cristianismo. Ao
longo dos séculos, porém, o significado do Evangelho foi vigorosamente discutido. Isto
conduziu a que se criassem incontáveis divisões na Fé Cristã.
Maomé deixou o texto do Alcorão com orientação para os fiéis nos aspectos
básicos da religião, tais como oração e jejum. Apesar de alguns dos Seus seguidores
acreditarem que Ele deu instruções sobre o Seu sucessor, essas instruções não foram
deixadas por escrito. Assim, também o Islão caiu vítima de divisões entre diferentes
facções e denominações.
Bahá'u'lláh, porém, através da Sua Aliança, providenciou aos Seus seguidores

"numa linguagem enfática e inequívoca, todas as leis, os regulamentos, os princípios, as
instituições, e a orientação que eles necessitavam"24. Nomeou explicitamente, e por
escrito, o seu sucessor - alguém para quem os crentes se podiam voltar procurando
orientação, e que responderia às suas questões e resolver as suas disputas. A unidade da Fé
Bahá'í foi assim preservada"25.
"Tão firme e poderoso é esta Aliança", afirma 'Abdu'l-Bahá, "que desde o início
dos tempos até ao presente dia, nenhuma Dispensação religiosa produziu igual"26
'Abdu'l-Bahá é o Centro da Aliança de Bahá'u'lláh - uma Aliança destinada a asse-

gurar a continuação do fluxo da vontade divina para o cumprimento do propósito divino.
Assim, é interessante notar que 'Abdu'l-Bahá é também o Intérprete da Palavra de Deus (a
fonte da vontade de Deus) e o Exemplo Perfeito dos ensinamentos Bahá'ís (o exemplo
perfeito do propósito de Deus para cada ser humano).
23
A Casa Universal de Justiça, The Power of the Covenant, Part II, 4-5
24
25
Shoghi Effendi na pag. 50 de Messages to America escreveu: "Se alguém imaginar ou esperar que [a] Causa... deva,
em todos os tempos, ser imune a qualquer divergência de opinião, ou qualquer deserção por parte dos seus múltiplos
seguidores, estaria absolutamente enganado... Que essa secessão... não consiga... dividir em duas partes o inteiro corpo
dos aderentes da Fé... [isso] é um facto demasiado eloquente para mesmo um observador casual... poder negar ou
ignorar"
26
Citado em A Presença de Deus, pag. 325
Pag. 27
❖ LEITURAS
A NATUREZA DA ALIANÇA DE BAHÁ'U'LLÁH
1. "Existe, por exemplo, o Mais Grandiosa Aliança que todos os Manifestantes de

Deus fazem com os Seus seguidores, prometendo que no cumprimento dos tempos será
enviado um novo Manifestante, e recebendo deles o compromisso de O aceitarem quando
isso ocorrer. Também existe a Aliança Menor que o Manifestante de Deus faz com os Seus
seguidores para que depois d'Ele aceitem o Seu sucessor nomeado".
The Universal House of Justice, The Power of the Covenant, Part II, 4
2. "Um processo dinâmico, divinamente impulsionado, detentor de potencialidades

jamais sonhadas, de âmbito universal, e cujas consequências finais iriam transformar o
mundo, fora posto em movimento naquela noite memorável em que o Báb revelou o
propósito da Sua missão a Mullá Husayn, num obscuro canto de Shíráz. Adquiriu uma
velocidade tremenda com os primeiros indícios da Revelação de Bahá'u'lláh que
alvorecia... Foi finalmente consumado pelas leis e regulamentos que Ele [Bahá'u'lláh]
formulou, pelos princípios que enunciou, e pelas instituições que prescreveu...
"Para dirigir e canalizar estas forças libertadas por este processo de origem
celestial, e com o intuito de lhes assegurar o funcionamento contínuo e harmonioso depois
da Sua ascensão, era claramente indispensável um instrumento divinamente prescrito,
dotado de autoridade indiscutível, e organicamente ligado ao próprio Autor da Revelação.
Esse instrumento fora expressamente providenciado por Bahá'u'lláh através da instituição
da Aliança..."
Cf. Shoghi Effendi, A Presença de Deus, pag. 323-324
3. "O propósito da Abençoada Beleza ao estabelecer esta Aliança e testamento, foi

reunir em torno de um único ponto todos os seres existentes, de modo que almas impre-
videntes, que em todos os ciclos e gerações têm sido causa de dissensão, não possam minar
a Causa. Assim, Ele ordenou que o que quer que emanasse do Centro da Aliança esteja
correcto e sob a Sua protecção e favor, enquanto tudo o resto é erro".
4. "De acordo com o texto explícito do Kitáb-i-Aqdas, Bahá'u'lláh fez do Centro da

Aliança, o Intérprete da Palavra - uma Aliança tão firme e poderosa que desde o início dos
tempos até ao presente dia nenhuma Dispensação religiosa produziu igual".
Cf. 'Abdu'l-Bahá, citado em A Dispensação de Bahá'u'lláh, pag. 56
Pag. 28
5. "A Aliança está, além disso, incrustada nas Escrituras do Próprio Bahá'u'lláh.
Assim... aceitar Bahá'u'lláh é aceitar a Sua Aliança; rejeitar a Sua Aliança é rejeitá-Lo".
Escrito em nome da Casa Universal de Justiça, The Covenant, pag. 18
A CARACTERÍSTICA ÚNICA E ORIGEM
6. "... em parte alguma dos livros pertencentes a qualquer dos sistemas religiosos
mundiais... encontramos qualquer documento que estabeleça uma Aliança dotada de uma
autoridade comparável àquela da Aliança que o próprio Bahá'u'lláh instituíra.
"...glorificado por Ele, noutras passagens das Suas Escrituras como, a "Arca da
Salvação" e como "a Corda estendida entre a terra e o Reino de 'Abhá", esta Aliança foi
legada à posteridade numa Vontade e Testamento, que juntamente com o Kitáb-i-Aqdas, e
algumas Epístolas... constituem os principais baluartes designados pelo próprio Senhor da
Aliança para, após a Sua ascensão, proteger e apoiar o Centro nomeado da Sua Fé e o
Delineador das suas instituições"
Cf. Shoghi Effendi, A Presença de Deus, pags. 324, 325, 326
7. "Quando o oceano da Minha presença estiver em refluxo, e o Livro da Minha

Revelação estiver terminado, voltai vossas faces para Aquele que Deus designou, que
brotou desta Raiz Antiga... Quando a Pomba Mística tiver alçado voo do seu Santuário de
Louvor e procurado o seu destino remoto, a sua morada oculta, qualquer coisa que não
compreendais no Livro, referi-a Aquele que brotou desta poderosa Estripe".
Bahá'u'lláh, citado em A Dispensação de Bahá'u'lláh, pag. 53
8. "Brotou do Sadratu'l-Muntahá este sagrado e glorioso Ser, este Ramo de Santidade;

bem-aventurado quem tiver procurado o Seu amparo e habite à Sua sombra...
"Agradecei a Deus, ó povo, por Ele ter aparecido, pois, em verdade, Ele é a maior
de todas as graças, a mais perfeita dádiva a vós... Quem se dirigir a Ele ter-se-á dirigido a
Deus, e quem d'Ele se desviar ter-se-á desviado da Minha Beleza, terá repudiado a Minha
Prova e transgredido contra Mim".
Pag. 29
9. "A Vontade do Testador divino é esta: incumbe aos Aghsán, aos Afnán e a Meus
parentes - a todos sem excepção - volverem as faces para o Mais Poderoso Ramo ['Abdu'l-
Bahá]. Considerai o que temos revelado no Nosso Livro Mais Sagrado: «Quando o oceano
da Minha presença estiver em refluxo, e o Livro da Minha Revelação estiver terminado,
voltai vossas faces para Aquele que Deus designou, que brotou desta Raiz Antiga». Este
sagrado versículo a nenhuma pessoa visa senão o Mais Poderoso Ramo. Assim temos
revelado benevolamente a vós a Nossa potente vontade, e Eu sou, em verdade, o Benévolo,
o Todo-Poderoso.
Cf. Bahá'u'lláh, Kitáb-i-'Ahd in Epístolas de Bahá'u'lláh, pag. 243-244
'ABDU'L-BAHÁ: O CENTRO DA ALIANÇA
10. "Tu sabes, ó meu Deus, que nada desejo para Ele ['Abdu'l-Bahá] senão o que Tu
desejaste, e nenhum destino tenho escolhido para Ele senão aquele que Tu escolheste para
Ele".
11. "Ele é - e para todo o sempre deve assim ser considerado - primeiro e acima de
tudo, o Centro e Eixo do incomparável e todo abrangente Aliança de Bahá'u'lláh, a Sua
mais exaltada obra, o Espelho imaculado da Sua Luz, a perfeito Exemplo dos Seus ensi-
namentos, o infalível Intérprete da Sua Palavra, a encarnação de todos os ideais e virtudes
Bahá'ís, o Mais Poderoso Ramo... denominações e títulos estes que são implícitos e
encontram a sua mais elevada, verdadeira e justa expressão no nome mágico: 'Abdu'l-
Bahá. Acima e para lá destas expressões, Ele é o "Mistério de Deus" - uma expressão que o
Próprio Bahá'u'lláh escolhera para O designar e que, embora de modo algum justifique que
se Lhe atribua o título de Profeta, mostra como na pessoa de 'Abdu'l-Bahá se reúnem e
harmonizam as incompatíveis características de uma natureza humana e de um
conhecimento e perfeição sobre-humanos".
12. "A Abençoada Beleza nomeou um Centro, um Intérprete do Livro e anulador dos
diferendos. Tudo o que seja escrito ou dito por Ele, está conforme a verdade e sob a
protecção da Abençoada Beleza. Ele é infalível".
'Abdu'l-Bahá, Bahá'í World Faith, pag. 358
13. "As interpretações de 'Abdu'l-Bahá... são declarações divinamente guiadas sobre

aquilo que a Palavra de Deus significa e essas interpretações são vinculativas para os
amigos".
Escrito em nome da Casa Universal de Justiça, carta de 09/Março/1987
Pag. 30
14. "A continuidade daquela orientação infalível que lhe fora concedida desde o seu
nascimento estava agora assegurada. O significado da solene afirmação «o Dia que não
será seguido pela noite» compreendia-se agora claramente".
15. "Ele é Quem Deus vos confiou, de Quem Ele vos incumbiu, Seu Manifestante entre
vós, e o Seu aparecimento entre os Seus servos favorecidos... Abençoado e santificado seja
Deus, que cria qualquer coisa que deseje... Aqueles que se privam da sombra do Ramo
estão perdidos na solidão do erro, consumidos pelo fogo dos desejos mundanos, e são
daqueles que seguramente hão-de perecer".
Pag. 31
❖ ILUSTRAÇÃO
Bahá'u'lláh tinha confiado a Sua Vontade e Testamento ao cuidado de 'Abdu'l-Bahá.

No nono dia após a Sua ascensão o seu conteúdo tornou-se conhecido. Ao princípio do dia,
nove dos Bahá'ís, incluindo membros da família que tinham sido escolhidos por 'Abdu'l-
Bahá, reuniram-se para testemunhar o quebrar do selo e tomar conhecimento do conselho
do Testamento. Mais tarde, no mesmo dia, no interior das paredes do Santuário de
Bahá'u'lláh, Mirzá Majdi'd-Din - o filho de Mirzá Músá, o irmão fiel de Bahá'u'lláh,
corajoso apoiante ao longo de quarenta anos, mas então falecido - levantou-se para ler o
Testamento27. Não se podia alimentar qualquer dúvida. Era evidente para Quem os Bahá'ís
se deviam voltar, a Quem tinham de obedecer, em Cujos ombros repousava agora o manto
da autoridade total. Ninguém expressou discordância. Todos os que estavam ali, e ouviram
que 'Abdu'l-Bahá era o sucessor de Bahá'u'lláh, submeteram-se ao que Ele tinha ordenado.
Tarázu'lláh Samandarí [mais tarde nomeado Mão da Causa] recordou vividamente aquele
ditoso dia, e a obediência que era inquestionavelmente prestada a 'Abdu'l-Bahá.
"Mas havia um coração desesperadamente agitado pela inveja. Batia no corpo do

segundo filho sobrevivente de Bahá'u'lláh, Mirzá Muhammad-'Alí, intitulado Ghusn-i-
Akbar - o Maior Ramo - o homem cujo grau e posição o Testamento de Bahá'u'lláh tinha
colocado depois da posição do Centro do Própria Aliança. Este meio-irmão de 'Abdu'l-
Bahá já tinha cometido um acto de espantosa perfídia. Disto dá testemunho a carta de
arrependimento - apesar de ter sido um arrependimento curto - de Mirzá Badí'u'lláh, o
quarto filho sobrevivente de Bahá'u'lláh. Nesse documento ele afirmou, em termos nada
vagos, que duas malas que pertenciam a Bahá'u'lláh, e que continham materiais de escrita,
selos e papeis, foram furtadas por Mirzá Muhammad-'Alí, ao romper da aurora do mesmo
dia que o seu Pai tinha falecido...
"O mais profundo desejo de Mirzá Muhammad-'Alí tinha sido deitar as mãos à
Vontade e Testamento que ele sabia que o seu Pai tinha escrito. Mas esse documento tinha
sido confiado a 'Abdu'l-Bahá. Assim, esta primeira tentativa para subverter a Aliança de
Bahá'u'lláh revelou-se um malogro. Mas a ambição e a inveja levaram-no a actos mais
perversos, até que, por fim, se destruiu a si próprio".
Balyuzi, 'Abdu'l-Bahá, pags. 51-52
27
O texto completo da Vontade e Testamento de Bahá'u'lláh - o Kitáb-i-'Ahd (Livro da Aliança) encontra-se no livro
Epístolas de Bahá'u'lláh, pags. 239-245
Pag. 32

1.
2.
3.
4.
5.
O Kitáb-i-'Ahd, in Epístolas de Bahá'u'lláh, pags. 239-245
A Presença de Deus, de Shoghi Effendi, Cap. XIV

 Explicação sobre a Aliança de Bahá'u'lláh
A Dispensação de Bahá'u'lláh, de Shoghi Effendi, pags. 49-60

 Explicação sobre a posição de 'Abdu'l-Bahá
The Power of the Covenant, Part I

 Comentário, com citações, sobre a Aliança de Bahá'u'lláh
Pag. 33
❖ QUESTÕES
1. (Indique todas as que se aplicam) A Aliança de Bahá'u'lláh:
a) canaliza as forças inicialmente libertadas pelo Báb

b) nomeia 'Abdu'l-Bahá e a Casa Universal de Justiça como Centro
gémeos de Autoridade
c) evita todas as diferendos e deserções
d) evita a dispersão das forças libertadas pela Revelação de Bahá'u'lláh
2. (Indique todas as que se aplicam) A Aliança de Bahá’u’lláh é única porque:
a) os outros Manifestantes não nomearam sucessores

b) os outros Manifestantes não fizeram uma Aliança Menor
c) está estabelecido por escrito
d) a orientação infalível continuará ao longo da Dispensação
3. Elabore uma lista dos 3 principais livros ou epístolas de Bahá'u'lláh em que Ele confere
autoridade a 'Abdu'l-Bahá
1. _______________________________________________
2. _______________________________________________
3. _______________________________________________
4. Descreva a posição de 'Abdu'l-Bahá em relação:
 à Aliança de Bahá'u'lláh
 à vontade de Deus
 ao propósito de Deus
Pag. 34
❖ RESPOSTAS

1. a e b. Ver pag. 25 e citação nº 2; c não é correcto - a Aliança não evita todas os

diferendos e deserções, mas providencia um meio para as resolver e proteger a
unidade da Fé. Ver nota de pé-de-página nº 10.
2. c e d. Ver pags 25 e 26, e citação nº 14.
3. O Kitáb-i-Aqdas (O Livro Mais Sagrado), a Epístola do Ramo e o Kitáb-i-'Ahd

(Livro da Aliança). Apesar das referências no primeiro se aplicarem a um "Ramo" -
um descendente masculino de Bahá'u'lláh - a referência no Kitáb-i-'Ahd ao Mais
Poderoso Ramo apenas se pode aplicar a 'Abdu'l-Bahá 28. (Ver citação nº 9)
4. Ver pags. 26, 28-30. 'Abdu'l-Bahá é o "Centro e Pivot" da Aliança de Bahá'u'lláh,

o "Delineador das suas futuras instituições" e o "anulador das disputas". Em rela-
ção à vontade de Deus, Ele é o "Intérprete" e "Explicador" da Palavra de Deus, a
continuação do canal da orientação divina, Cujas declarações sobre o significado
da Palavra de Deus são infalíveis. Sobre o propósito de Deus, Ele é o "perfeito
Exemplo" e a "personificação de todo o ideal Bahá'í", representando, deste modo a
realização do potencial que existe em cada ser humano.
❖ DEBATE
Quais são as semelhanças entre a Aliança Maior (Aliança de Deus) e a Aliança

Menor (Aliança de Bahá'u'lláh), particularmente, nas suas relações com a vontade e propó-
sito de Deus? Quais são as diferenças?
Como é que a Aliança de Bahá'u'lláh nos permite cumprir o nosso propósito na

vida, como indivíduos e como sociedade? Qual é o papel de 'Abdu'l-Bahá na Aliança de
Bahá'u'lláh? Qual é o nosso papel na Aliança de Bahá'u'lláh?
28
Taherzadeh, The Revelation of Bahá'u'lláh, Vol. III, pag. 371
Pag. 35
4 - A ALIANÇA DE 'ABDU'L-BAHÁ
❖ INTRODUÇÃO
Shoghi Effendi afirmou que os crentes devem possuir "um profundo conhecimento
das Alianças de Bahá'u'lláh e de 'Abdu'l-Bahá"29. A Aliança de 'Abdu'l-Bahá não é um
terceiro tipo de Aliança; é uma extensão da Aliança de Bahá'u'lláh.
O Guardião explica: "No que respeita ao significado da Aliança [existem] duas
formas de Aliança... A primeira é a Aliança que todos os Profetas fazem com... o Seu povo
para que aceite e siga o Manifestante seguinte... A segunda forma de Aliança é do género
que Bahá'u'lláh fez com o Seu povo para que aceitassem o Mestre. Isto é apenas para esta-
belecer e fortalecer a sucessão de uma série de Luzes que surgem após cada Manifestante.
Sob a mesma categoria encontra-se a Aliança do Mestre feita com os Bahá'ís para que
aceitassem a Sua administração depois d'Ele..."30
Neste capítulo vamos examinar a Aliança que 'Abdu'l-Bahá fez com os crentes.
Também vamos analisar algumas características da administração Bahá'í que Shoghi
Effendi descreveu como "filha"31 da Aliança.
❖ ABORDAGEM GERAL
A Aliança de ‘Abdu’l-Bahá foi estabelecida com os crentes na Sua Vontade e

Testamento. Esta Aliança prolonga a Aliança estabelecido por Bahá'u'lláh. "... A aceitação
da Vontade e Testamento do Mestre é um factor básico na fé de todo o Bahá'í e é parte
integrante da Aliança que cada crente se compromete apoiar quando se torna Bahá'í"32.
O Testamento de 'Abdu'l-Bahá clarifica e explica o funcionamento da Ordem
Administrativa "que Bahá'u'lláh já tinha criado"33 no Kitáb-i-Aqdas e noutras Epístolas. A
administração é encabeçada pelas instituições gémeas da Guardiania e da Casa Universal
de Justiça. Estas duas instituições foram nomeadas por 'Abdu'l-Bahá no Seu Testamento,
como Seus sucessores.
Depois de 'Abdu'l-Bahá a Ordem Administrativa é o canal através do qual a

vontade de Deus flui para a humanidade para que se possa cumprir o Seu propósito. O
29
The Importance of Deepning, pag. 26
30
Escrito em nome de Shoghi Effendi, Lights of Guidance, pag. 147
31
Messages to the Bahá'í World, pag. 88
32
Carta da Casa Universal de Justiça, datada de 23/Março/1975
33
A Casa Universal de Justiça, The Power of the Covenant, Part II, pag. 4
Pag. 36
crescimento da Ordem Administrativa resultará, por fim, no estabelecimento da Nova

Ordem Mundial de Bahá'u'lláh.
❖ EXPLICAÇÃO
A INFLUÊNCIA DE BAHÁ'U'LLÁH NA ALIANÇA DE 'ABDU'L-BAHÁ
Com o falecimento de 'Abdu'l-Bahá "o momento tinha chegado para aquele

Espírito imortal e vitalizador do mundo" libertado pelo Báb e Bahá'u'lláh "encarnar-se"
(i.e. tomar forma visível) em "instituições destinadas a estimular as suas energias
trasbordantes e estimular o seu crescimento"34. Na Sua Vontade e Testamento, 'Abdu'l-
Bahá estabelece as fundações para as instituições, que proporcionam não só a estrutura da
Fé Bahá'í, mas também um plano para o reordenamento da sociedade.
Foi Bahá'u'lláh quem criou ou princípios e instituições da Ordem Administrativa35.
A orientação dada por 'Abdu'l-Bahá no Seu Testamento está estritamente conforme os
ensinamentos de Bahá'u'lláh. Clarifica e preenche alguns detalhes que Bahá'u'lláh,
deliberadamente, não especificara. O próprio Testamento é, em si, um resultado das
"energias criativas"36 libertadas por Bahá'u'lláh.
A GUARDIANIA E A CASA UNIVERSAL DE JUSTIÇA

As principais instituições da Ordem Administrativa são as instituições gémeas e
infalíveis da Guardiania e da Casa Universal de Justiça. "É claro... dos escritos do próprio
Guardião", informa-nos a Casa Universal de Justiça, "que Bahá'u'lláh, além de nomear
'Abdu'l-Bahá, instituiu a Casa Justiça e anteviu a Guardiania, e que a sucessão após
'Abdu'l-Bahá, passaria não apenas para o Guardião, mas para a Administração, da qual a
Guardiania e a Casa Universal de Justiça são as instituições supremas"37.
As instituições gémeas são um canal para a expressão da vontade de Deus após o
falecimento de 'Abdu'l-Bahá. O Guardião é o Intérprete das palavras de Bahá'u'lláh. A
Casa Universal de Justiça trata de assuntos não explicitamente abordados nos ensi-
namentos de Bahá'u'lláh.
34
cf. Shoghi Effendi, A Presença de Deus, pag. 436
35
36
cf. Shoghi Effendi, A Dispensação de Bahá'u'lláh, pag. 64
37
Carta de 14/Janeiro/1973. 'Abdu'l-Bahá nomeou sucessores na Vontade e Testamento de 'Abdu'l-Bahá, pags. 3, 11,
14, 19 e 25. Bahá'u'lláh estabeleceu explicitamente a Casa Universal de Justiça (ver Epístolas de Bahá'u'lláh, pags. 35, 79,
105 e 142) e anteviu, implicitamente a Guardiania. Numa carta de 23/Março/1975, a Casa Universal de Justiça afirma:
"Uma destas ilações é o Huqúqu'lláh, que é um mandamento do Kitáb-i-Aqdas, sem qualquer cláusula sobre quem o deve
receber; na Sua Vontade e Testamento, 'Abdu'l-Bahá preenche esta lacuna ao afirmar: «Deve ser oferecido através do
guardião da Causa de Deus...» (ver também Messages of the Universal House of Justice, pag. 41)
Pag. 37
NÚCLEO E PADRÃO DE UMA NOVA ORDEM MUNDIAL
A "semente" da Ordem Administrativa criada por Bahá'u'lláh e descrita por 'Abdu'l-

Bahá, deve gerar o "fruto" da Nova Ordem Mundial. A Administração, explica Shoghi
Effendi, é o "núcleo" e o "padrão"38 da Ordem Mundial de Bahá'u'lláh e um sinal da
"Idade de Ouro e futura glória"39 da Fé.
O estabelecimento de uma Nova Ordem Mundial representará o aparecimento do

Reino de Deus na terra. Assim, após sessenta séculos, a promessa da Eterna Aliança - a
expressão do propósito de Deus para a humanidade - cumprir-se-á com a canalização das
forças da vontade divina através da Aliança e da Nova Ordem de Bahá'u'lláh.
38
A Dispensação de Bahá'u'lláh, pag. 65
39
Cf. A Presença de Deus, pag. 224
Pag. 38
❖ LEITURAS
A INFLUÊNCIA DE BAHÁ'U'LLÁH NA ALIANÇA DE 'ABDU'L-BAHÁ
1. "Também existe a Aliança Menor que um Manifestante de Deus faz com os Seus
seguidores para que eles aceitem depois d'Ele o Seu sucessor nomeado... É uma Aliança
deste género que Bahá'u'lláh fez com os Seus seguidores a respeito de 'Abdu'l-Bahá, e que
'Abdu'l-Bahá perpetuou através da Ordem Administrativa que Bahá'u'lláh já tinha criado".
2. "As energias criativas libertadas pela Lei de Bahá'u'lláh, espalhando-se e desenvol-

vendo-se na mente de 'Abdu'l-Bahá... deram à luz um Instrumento que pode ser visto como
a Carta da Nova Ordem Mundial, que é, por sua vez, a glória e promessa desta mais
grandiosa Dispensação... A Vontade e Testamento de 'Abdu'l-Bahá não se pode separar
d'Aquele que, em última análise, o concebeu. Devemos ter em mente que o insondável
propósito de Bahá'u'lláh difundiu-se tão profundamente na conduta de 'Abdu'l-Bahá, e os
seus motivos tinham estado tão intimamente interligados, que a simples tentativa de
dissociar os ensinamentos do primeiro, de qualquer sistema estabelecido pelo Exemplo
ideal desses mesmos ensinamentos, equivaleria a repudiar uma das mais sagradas e
elementares verdades da Fé".
Cf. Shoghi Effendi, A Dispensação de Bahá'u'lláh, pag. 64-65
3. "... A Vontade e Testamento de 'Abdu'l-Bahá... juntamente com o Kitáb-i-Aqdas,

constituem o principal relicário onde se guardam aqueles inestimáveis elementos dessa
Civilização Divina, cujo estabelecimento é a missão principal da Fé Bahá'í. Um estudo das
cláusulas destes sagrados documentos revelará a estreita relação que existe entre eles, bem
como a identidade de propósito e método que eles inculcam. Longe de considerar as suas
cláusulas específicas como contraditórias e incompatíveis em espírito, qualquer observador
honesto admitirá prontamente que eles... se confirmam mutuamente um ao outro, e são
partes inseparáveis de um todo completo. De igual modo, uma comparação dos seus
conteúdos com as restantes Sagradas Escrituras Bahá'ís, estabelecerá a conformidade de
tudo o que eles contêm com o espírito e a letra das escrituras autenticadas e dizeres de
Bahá'u'lláh e 'Abdu'l-Bahá. De facto... o próprio Mais Sagrado Livro antevê, em numerosas
passagens, as instituições que 'Abdu'l-Bahá estabelece no Seu Testamento. Ao deixar
certos assuntos por especificar e por regulamentar no Seu Livro de Leis, Bahá'u'lláh parece
ter deixado deliberadamente uma lacuna no esquema geral da Dispensação Bahá'í, que as
inequívocas cláusulas do Testamento do Mestre preencheram"
Shoghi Effendi, The World Order of Bahá'u'lláh, pags. 3-4
Pag. 39
A GUARDIANIA E A CASA UNIVERSAL DE JUSTIÇA
4. "A essência da Aliança é a continuação da orientação divina após a Ascensão do

Profeta, através da presença neste mundo de uma instituição para a qual se voltam todos os
crentes, e que pode afirmar indiscutivelmente qual é a Vontade de Deus. Depois de
'Abdu'l-Bahá, a Guardiania e a Casa Universal de Justiça são essas instituições".
5. "Após o falecimento deste injuriado, incumbe aos Aghsán (Ramos), aos Afnán
(Rebentos) do Lotus Sagrado, aos Mãos (pilares) da Causa de Deus voltarem-se para
Shoghi Effendi... pois ele é o sinal de Deus, o ramo eleito, o guardião da Causa de Deus..."
"O sagrado e jovem Ramo, o Guardião da Causa de Deus, assim como a Casa
Universal de Justiça a ser eleita e estabelecida universalmente, estão ambos sob o cuidado
e protecção da Beleza de Abhá, sob a protecção e infalível orientação do Exaltado (o
Báb)... Qualquer coisa que eles decidam, provém de Deus. Quem não obedecer a ele, nem
a eles, não estará obedecendo a Deus..."
Cf. A Última Vontade e Testamento de 'Abdu'l-Bahá, pag. 14
6. "... O Guardião... foi nomeado Intérprete da Palavra e... a Casa Universal de Justiça
foi investida com a função de legislar sobre assunto não revelados expressamente nos
ensinamentos... Nenhum deles pode, nem quererá jamais, infringir o domínio sagrado e
prescrito do outro".
Cf. Shoghi Effendi, A Dispensação de Bahá'u'lláh, pag. 72
7. "Existe uma profunda diferença entre as interpretações do Guardião e as

elucidações da Casa de Justiça no exercício das Suas funções em «deliberar sobre todos os
problemas que tenham suscitado diferenças, questões que sejam obscuras, e assuntos que
não estejam expressamente registados no Livro». O Guardião revela aquilo que a escritura
significa; a sua interpretação é uma declaração de verdade quer não pode ser alterada... as
deliberações [da Casa Universal de Justiça], que são susceptíveis de rectificação ou
revogação pela própria Casa de Justiça, servem para suplementar e aplicar a Lei de Deus".
A Casa Universal de Justiça, Wellspring of Guidance, pag. 52
8. "[A] Casa Universal de Justiça partilha com o Guardião a responsabilidade pela

aplicação da palavra revelada, pela protecção da Fé, assim como o dever de «assegurar a
continuidade da autoridade divinamente nomeada, que flui da Fonte da nossa Fé, para
salvaguardar a unidade dos seus seguidores e manter a integridade, e flexibilidade dos
Ensinamentos".
A Casa Universal de Justiça, carta de 22/Agosto/1977
Pag. 40
O NÚCLEO E PADRÃO DE UMA NOVA ORDEM MUNDIAL
9. "As potentes energias libertadas através da ascensão do Centro da Sua Aliança

cristalizaram-se neste Órgão supremo e infalível para a realização de um Propósito Divino.
A Última Vontade e Testamento de 'Abdu'l-Bahá desvelou o seu carácter, reafirmou as
suas bases, suplementou os seus princípios, declarou a sua indispensabilidade, e enumerou
as suas instituições dirigentes".
10. "Que ninguém - enquanto este Sistema ainda estiver na sua infância - forme um
conceito erróneo sobre o seu caracter, subestime o seu significado ou represente incorrec-
tamente o seu propósito. A pedra angular sobre a qual foi fundada a Ordem Administrativa
é o imutável propósito de Deus para a humanidade neste dia... A sua consumação [é] o
advento daquele milénio áureo - o Dia em que os reinos do mundo verão o próprio Reino
de Deus, o Reino de Bahá'u'lláh".
Cf. Shoghi Effendi, A Dispensação de Bahá'u'lláh, pag. 80-81
11. "Poucos deixarão de reconhecer que o Espírito soprado por Bahá'u'lláh sobre o
mundo... nunca poderá penetrar e exercer uma influência perdurável sobre a humanidade a
não ser que e até que encarne em si uma Ordem visível, que leve consigo o Seu Nome,
identificando-se plenamente com os Seus princípios, e funcionando em conformidade com
as Suas leis...
"Pois Bahá'u'lláh - devemos reconhecer prontamente - não impregnou apenas um

espírito novo e regenerador na humanidade. Não Se limitou a enunciar certos princípios
universais ou a propor uma filosofia particular... Para além disto, Ele, tal como 'Abdu'l-
Bahá depois d'Ele, ao contrário das Dispensações do passado, estabeleceu específica e
claramente um conjunto de Leis, criou explicitamente instituições e providenciou as carac-
terísticas essenciais de uma Economia Divina. Estas estão destinadas a ser um padrão para
a futura sociedade, um instrumento supremo para o estabelecimento da Mais Grandiosa
Paz, e um agente da unificação do mundo, e a proclamação do reino da rectidão e da
justiça sobre a terra. Não revelam apenas todas as directivas necessárias para a realização
prática desses ideais que os Profetas de Deus anteviram, e que desde tempos imemoriais
inflamou a imaginação de videntes e poetas em todas as eras. Também nomearam, numa
linguagem inequívoca e enfática, as instituições gémeas da Casa de Justiça e da Guardiania
como os Seus sucessores eleitos, destinados a aplicar princípios, promulgar leis, proteger
instituições, a adaptar, de uma forma leal e inteligente, a Fé aos requisitos de uma
sociedade em progresso, e a consumar a incorruptível herança que os Fundadores da Fé
legaram ao mundo".
Shoghi Effendi, The World Order of Bahá'u'lláh, pags. 19-20
Pag. 41
❖ ILUSTRAÇÃO
"Ainda não tinham passado nove dias após o enterro dos restos mortais do nosso
amado Guardião, Shoghi Effendi, em Londres, quando os Mãos da Causa... reunidos no
Centro Mundial da Fé, na nossa capacidade de «Comissários Chefes da embriónica Comu-
nidade Mundial de Bahá'u'lláh», para consultar em conjunto sobre a mais trágica situação
encarada pelos Bahá'ís desde a Ascensão de 'Abdu'l-Bahá, e tomar todas as medidas neces-
sárias e apropriadas para salvaguardar os mais altos interesses da Fé...
"... No dia 19 de Novembro, nove Mãos da Causa, escolhidos da Terra Santa, e dos
vários continentes do Oriente e do Ocidente, com Amatu'-Bahá Rúhíyyih Khánum,
quebraram os selos colocados sobre o cofre e escrivaninha de Shoghi Effendi e fizeram um
cuidadoso exame dos seus preciosos conteúdos. Estes mesmos Mão da Causa, reunidos
com os outros na Mansão de Bahjí, certificaram-se que Shoghi Effendi não tinha deixado
Última Vontade e Testamento. Também era certo que o amado Guardião não deixara
herdeiro. Todos os Aghsán (Ramos) tinham morrido ou tinham sido declarados violadores
da Aliança pelo Guardião devido à sua infidelidade para com a Última Vontade e
Testamento do Mestre e sua hostilidade para com aquele que foi nomeado nesse
documento como o primeiro Guardião".
"O primeiro efeito de realização que Shoghi Effendi não podia ter nomeado
sucessor foi lançar os Mãos da Causa no abismo do desespero..."
"Deste escuro abismo, porém, a contemplação da vida repleta de sacrifícios do

próprio Guardião e dos seus inestimáveis serviços, redimiram gradualmente os seus
corações angustiados..."
"Os Mãos da Causa, determinados a levar avante todos os desejos e esperanças

expressas pelo Guardião, apelam às Assembleias Nacionais para procederem à realização
de Conferências Internacionais Continentais... Temos, além disso, de ter sempre perante
nós as nossas tarefas fixadas no Plano de Dez Anos como objectivos a serem atingidos em
1963."
"Entretanto, o inteiro corpo dos Mão da Causa reunidos pelos nove Mãos do Centro
Mundial decidirão quando e como o Conselho Internacional Bahá'í deverá evoluir através
de sucessivas fases delineadas pelo Guardião, culminando no chamamento à eleição da
Casa Universal de Justiça pelos membros de todas as Assembleias Espirituais Nacionais".
"Quando esse corpo divinamente criado vier à existência, todas as condições da Fé

poderão ser examinadas de novo..."
Proclamação dos Mãos da Causa aos Bahá'ís do Oriente e do Ocidente,

25 de Novembro de 1957, in The Bahá'í World, vol. XIII, pag. 341-345
Pag. 42

1.
2.
3.
4.
5.
A Última Vontade e Testamento de 'Abdu'l-Bahá

 Contém excertos sobre Administração Bahá'í, pags. 3-17
Wellspring of Guidance, pags. 44-56, 81-91
Messages of the Universal House of Justice, pags 37-43

 Cartas que discutem a relação entre o Guardião e a Casa
Universal de Justiça (Ver "Exercício", pag. 45)
A Commentary on the Will and Testament of 'Abdu'l-Bahá, por David Hofman

 Comentário, com citações, do Testamento de 'Abdu'l-Bahá
Pag. 43
❖ QUESTÕES
1. O que é que descreve melhor a sucessão de autoridade na Fé:
a) 'Abdu'l-Bahá sucedeu a Bahá'u'lláh; o Guardião sucedeu a

'Abdu'l-Bahá; e a Casa Universal de Justiça sucedeu ao
Guardião.
b) Bahá'u'lláh nomeou 'Abdu'l-Bahá como Seu sucessor e 'Abdu'l-

Bahá nomeou a Guardiania e a Casa Universal de Justiça como
Seus sucessores.
c) Bahá'u'lláh nomeou 'Abdu'l-Bahá como Seu sucessor e

Bahá'u'lláh e 'Abdu'l-Bahá passaram a autoridade para a
Guardiania e a Casa Universal de Justiça
2. (Indique todas as que se aplicam) A Última Vontade e Testamento de 'Abdu'l-Bahá:
a) está de acordo com as escrituras de Bahá'u'lláh

b) providencia instituições não mencionadas por Bahá'u'lláh
c) é a carta de uma Nova Ordem Mundial
d) foi influenciado pelo propósito de Bahá'u'lláh
3. Indique uma função desempenhada apenas pelo Guardião e uma desempenhada apenas
pela Casa Universal de Justiça. Indique quatro desempenhadas por ambos:
ÚNICA COMUM
do Guardião _________________________________
_________________________________ _________________________________
da Casa Universal de Justiça _________________________________
_________________________________ _________________________________
4. (Indique todas as que se aplicam) A Ordem Administrativa é:
a) uma filha da Aliança

b) uma parte integrante da Aliança
c) um canal para as forças libertadas pela Revelação
d) a cristalização das energias libertadas pela Aliança
Pag. 44
❖ RESPOSTAS

1. c. Esta é a única escolha que indica que depois de 'Abdu'l-Bahá a autoridade foi
transmitida para as instituições gémeas da Administração, e que estas instituições
foram referidas por Bahá'u'lláh e 'Abdu'l-Bahá. Ver pag. 38 e nota de pé-de-
página nº 37.
2. a, b, c e d. Sobre a, c e d ver as citações da pag. 39. Sobre b, a citação nº 3

indica que Bahá'u'lláh deixou lacunas para 'Abdu'l-Bahá preencher. A nota de
pé-de-página nº 37 indica que a Guardiania não foi explicitamente mencionada
por Bahá'u'lláh, mas que foi antevista.
3. A função específica da Guardiania é a interpretação das Escrituras de

Bahá'u'lláh, enquanto a função específica da Casa Universal de Justiça é a
legislação sobre assuntos não revelados nos ensinamentos. Ver citações nº 6 e 7.
Ver na citação nº 8 cinco responsabilidades comuns da Guardiania e da Casa
Universal de Justiça.
4. a, b, c e d. Sobre a ver pag. 35; sobre b ver pag. 36; sobre c ver citações nas pags.
37-38; sobre d ver citações nº 4 e 11, e citações das pags. 37-38.
❖ DEBATE
Descreva como compreende a relação da Casa Universal de Justiça e da Guardiania

com a Aliança, incluindo a sua relação com a vontade e propósito de Deus.
Qual é a diferença entre as interpretações do Guardião e as explicações da Casa

Universal de Justiça sobre assuntos que não estão claros ou que não estão registados no
Livro?
Quais são as responsabilidades de um crente para com a Aliança de 'Abdu'l-Bahá?

Dê alguns exemplos de como isso se traduz na vida pessoal e comunitária.
Pag. 45
❖ EXERCÍCIO
Após a ascensão de 'Abdu'l-Bahá, a autoridade foi transferida para o Guardião e

para a Casa Universal de Justiça. Apesar de 'Abdu'l-Bahá ter especificado como é que a
Casa de Justiça devia ser eleita - através de um processo de eleição em três fases em que os
membros das Assembleias Nacionais serviriam como delegados - não especificou quando é
que a eleição devia ter lugar. Shoghi Effendi, assumindo as suas responsabilidades como
Dirigente da Fé, considerou imediatamente se se devia eleger a Casa Universal de
Justiça40. Consultou com um certo número de antigos crentes de todo o mundo antes de
concluir que o mundo Bahá'í não estava preparado para apoiar o corpo administrativo
supremo da Fé. Primeiro seria necessário aumentar e fortalecer os pilares da Casa de
Justiça - as Assembleias Nacionais e Locais.
Durante trinta e seis anos Shoghi Effendi guiou a expansão da Fé e a construção da

Ordem Administrativa. Porém, no momento do seu falecimento, em 1957, a Casa
Universal de Justiça ainda não tinha sido formada. Além disso, a directiva de 'Abdu'l-Bahá
sobre a nomeação de futuros guardiões não se podia cumprir41. No entanto, Shoghi Effendi
tinha deixado orientação para os crentes sobre a expansão da Fé até ao ano 1963, tinha
designado os Mãos da Causa como "Comissários Chefes da embriónica Comunidade Mun-
dial de Bahá'u'lláh"42, e explicou as fases através das quais o Conselho Internacional
Bahá'í43 devia atravessar de modo a evoluir para se tornar o Corpo Supremo da Fé. Assim,
a comunidade mundial Bahá'í, apesar de sofrer grandemente com o desaparecimento do
amado Guardião, tinha toda a orientação divina que necessitava para posteriormente, em
1963, estabelecer a Casa Universal de Justiça.
Em resposta a muitas questões sobre o inesperado fim na linha dos guardiões e o

funcionamento da Casa Universal de Justiça sem um guardião vivo, a Casa de Justiça
escreveu três cartas. Estas encontram-se publicadas em Wellspring of Guidance, pags. 44-
56 e 81-91, e Messages of the Universal House of Justice, pags. 37-43. Veja se consegue
responder às seguintes perguntas. Talvez seja melhor ler as cartas primeiro.
1. Porque é que Shoghi Effendi não nomeou um segundo Guardião?

2. As Escrituras previram alguma quebra na linha dos guardiões?
3. Qual foi o papel dos Mãos da Causa após a morte do Guardião?
4. Porque é que se tomaram medidas para eleger a Casa Universal de Justiça em
1963?
5. Pode a Casa Universal de Justiça funcionar adequadamente sem um Guardião?
6. A Aliança de Bahá’u’lláh foi danificada ou alterada?
7. Qual é o dever dos crentes?
40
Rúhíyyih Rabbbaní, The Priceless Pearl, pag. 54-56
41
A Última Vontade e Testamento de 'Abdu'l-Bahá, pag. 16
42
Messages to the Bahá'í World, pag, 127; para saber mais sobre os actos dos Mãos da Causa após o falecimento de
Shoghi Effendi, ver The Bahá'í World, Vol XIII, 333-378, especialmente "Proclamation of the Hands of the Cause to the
Bahá'ís of East and West", 341-345
43
O Conselho Internacional Bahá'í foi um corpo internacional precursor da Casa Universal de Justiça; ver Messages to
the Bahá'í World, pags. 7-8
Pag. 46
❖ APOIO AO EXERCÍCIO
1. Porque é que Shoghi Effendi não nomeou um segundo Guardião?
"Não há dúvida de que na Última Vontade e Testamento de 'Abdu'l-Bahá, Shoghi

Effendi era autoridade designada para nomear o seu sucessor; mas não teve filhos e todos
os Aghsán vivos tinham violado a Aliança. Assim, tal como os Mãos da Causa afirmaram
em 1957, era claro que ninguém podia ser nomeado de acordo com as cláusulas do
Testamento. Fazer uma nomeação à margem das cláusulas específicas da Última Vontade e
Testamento do Mestre seria, obviamente, um rumo de acção impossível e impensável..."
Wellspring of Guidance, pags. 81-82
2. As Escrituras previram alguma quebra na linha dos guardiões?
"Uma das mais elucidativas passagens que admite a possibilidade de uma tal
quebra... encontra-se no próprio Kitáb-i-Aqdas:
«As dotações dedicadas à caridade revertem a favor de Deus, o Revelador

dos Sinais. Ninguém tem o direito de se apoderar delas sem permissão do
Local de Alvorada da Revelação. Depois d'Ele, a decisão cabe aos Aghsán
(Ramos), e depois deles à Casa de Justiça - se até lá já tiver sido estabelecida
no mundo...»
"O falecimento de Shoghi Effendi em 1957 precipitou a precisa situação... em que a

linha dos Aghsán terminou antes da Casa de Justiça ter sido eleita. Apesar... do fim da
linha dos Aghsán... estar previsto, não devemos subestimar a dolorosa perda que a Fé
sofreu"
Messages of the Universal House of Justice, pag. 41
3. Qual foi o papel dos Mãos da Causa após a morte do Guardião?
"...A administração internacional da Fé foi levada a cabo pelos Mãos da Causa com
o completo acordo das Assembleias Nacionais e do corpo dos crentes. Isto estava de
acordo com a designação do Guardião dos Mãos da Causa como «Comissários Chefes da
embriónica Comunidade Mundial de Bahá'u'lláh».
"Desde o início da sua custódia... os Mãos realizaram que uma vez que eles não
tinham certeza da orientação divina tal como tinha sido inequivocamente assegurada ao
Guardião e à Casa Universal de Justiça, o seu único caminho seguro era seguir com
firmeza - e sem se desviarem - as instruções e políticas de Shoghi Effendi. A inteira
história da religião não mostra registo comparável de uma tão estrita auto-disciplina, tão
absoluta lealdade..."
Wellspring of Guidance, pag. 45
Pag. 47
4. Porque é que se tomaram medidas para eleger a Casa Universal de Justiça em

1963?
"[Primeiro], esta situação, em que o Guardião morreu sem poder nomear um

sucessor, colocou uma questão obscura não abrangida pelo Texto Sagrado, e tinha de ser
referida pela Casa Universal de Justiça... Antes da eleição da Casa Universal de Justiça não
se sabia que não haveria Guardião..."
"O Guardião tinha dado ao mundo Bahá'í planos específicos e detalhados que iam
até ao Ridván de 1963, o final da Cruzada de Dez Anos. Partindo deste princípio, a menos
que a Fé estivesse em perigo, era essencial mais orientação divina. Esta foi a segunda razão
premente para convocar a eleição da Casa Universal de Justiça. O facto de ter sido feita no
tempo certo confirma-se ainda em referências em cartas de Shoghi Effendi à Cruzada de
Dez Anos que seria seguida por outros planos sob direcção da Casa Universal de Justiça."
Wellspring of Guidance, pag. 45-46
5. Pode a Casa Universal de Justiça funcionar adequadamente sem um Guardião?
"...Shoghi Effendi repetiu insistentemente a inseparabilidade destas duas

instituições. Se é óbvio que ele as antevia trabalhando juntas, não se pode deduzir
logicamente que uma não pode funcionar sem a outra. Durante todos os trinta e seis anos
da sua Guardiania, Shoghi Effendi funcionou sem a Casa Universal de Justiça. Agora a
Casa Universal de Justiça deve funcionar sem o Guardião, mas o princípio da
inseparabilidade mantém-se. A Guardiania não perde o seu significado, nem a sua posição
na Ordem Mundial de Bahá'u'lláh, apenas porque não existe um Guardião vivo"
Wellspring of Guidance, pag. 86-87
6. A Aliança de Bahá’u’lláh foi danificada ou alterada?
"O propósito de Deus para a humanidade permanece inalterado, e o poderosa

Aliança de Bahá'u'lláh continua inexpugnável. Foi Bahá'u'lláh que afirmou
categoricamente: «A Mão da Omnipotência Divina estabeleceu a Sua Revelação sobre uma
fundação inatacável e permanente». Por outro lado, 'Abdu'l-Bahá confirma: «Em verdade
Deus faz o que Lhe apraz; nada pode anular a Sua Aliança; nada pode obstruir o Seu favor
nem opor-se à Sua Causa!» «Tudo está sujeito a corrupção; mas a Aliança do teu Senhor
continuará a penetrar em todas as regiões...»"
Messages of the Universal House of Justice, pag. 41-42
7. Qual é o dever dos crentes?
"É a Sua Causa. Ele prometeu que a sua luz não falharia. O nosso papel é ligarmo-
nos tenazmente à Palavra revelada e às instituições que Ele criou para preservar a Sua
Aliança..."
Wellspring of Guidance, pag. 87
Pag. 48
5 - O PROPÓSITO DA ALIANÇA DE
BAHÁ'U'LLÁH
❖ INTRODUÇÃO
A Aliança, como instrumento designado para dirigir e canalizar as forças da

Revelação de Bahá'u'lláh, possui um poder tremendo. "Há um poder nesta Causa", afirma
'Abdu'l-Bahá, "um poder misterioso, muito, muito, muito além da compreensão dos
homens e anjos; esse poder invisível é a causa de todas as actividades exteriores. Comove
os corações. Despedaça as montanhas. Administra os assuntos complicados da Causa.
Inspira os amigos. Desfaz em mil pedaços as forças da oposição. Cria novos mundos
espirituais"44. "Se for considerado com perspicácia", também declarou Ele, "ver-se-á que,
em última análise, todas as forças do universo servem a Aliança"45.
O poder da Aliança é canalizado para um propósito. O propósito final é, conforme

se afirmou anteriormente, o estabelecimento do Reino de Deus na terra. Neste capítulo
vamos ver como é que a Aliança de Bahá'u'lláh (incluindo a Aliança feita por 'Abdu'l-
Bahá) trabalha para a construção do Reino através da promoção dos destinos da Fé.
❖ ABORDAGEM GERAL
Shoghi Effendi descreve os quatro propósitos da Aliança de Bahá'u'lláh:
1) "perpetuar a influência" da Fé;

2) "assegurar a sua integridade";
3) "salvaguardá-la do cisma";
4) "estimular a sua expansão mundial"46.
44
The Power of the Covenant, Part I, Intro.
45
46
Cf. A Presença de Deus, pag. 333
Pag. 49
❖ EXPLICAÇÃO
PERPETUAR A INFLUÊNCIA DA FÉ
Por perpetuar a influência pretende-se dizer, conservar a sua capacidade de

influenciar os assuntos humanos. A Aliança faz isto, em parte, através da extensão do canal
para as forças da Revelação - a instituição para a qual todos na Fé se podem voltar para
receber a vontade de Deus. Desde o falecimento de Bahá'u'lláh, este canal tem sido
prolongado através de 'Abdu'l-Bahá e de Shoghi Effendi. Hoje continua através da Casa
Universal de Justiça.
Esta influência estende-se além dos Bahá'ís; afecta o desenvolvimento da humani-

dade, através de meios materiais e espirituais. Por exemplo, a Casa Universal de Justiça
está mandatada por Bahá'u'lláh para promover a Paz Menor47, apesar de serem as nações, e
não directamente os Bahá'ís, que acabarão por estabelecer esta paz política48. Também foi
o poder da Aliança que provocou a queda do Sultão 'Abdu'l-Hamíd e a libertação de
'Abdu'l-Bahá do cativeiro49.
ASSEGURAR A INTEGRIDADE DA FÉ
A integridade da Fé refere-se à "pureza"50 e "flexibilidade"51 dos seus

ensinamentos. Sobre a pureza, a Aliança assegura que a vontade de Deus conforme
transmitida através das escrituras de Bahá'u'lláh permanece inalterada. Proporciona um
Intérprete nomeado ('Abdu'l-Bahá e o Guardião) para explicar infalivelmente o que
significa a Palavra de Deus. Quanto à flexibilidade, a Aliança providencia uma instituição
(Casa Universal de Justiça) inspirada para ser infalível na aplicação das leis, e afirmar o
que deve ser feito nos casos em que as Escrituras e Interpretações autorizadas não são
explícitas. Esta instituição pode corrigir ou revogar as suas declarações de modo a
responder a mudanças de condições.
Se bem que todos os crentes estão vinculados pela interpretação autorizada, todos
têm a liberdade da interpretação individual. De facto, esta ideia é essencial para a
compreensão da Revelação. Se bem que "interpretações pessoais possam ser ex-
tremamente esclarecedoras... é apenas uma interpretação pessoal e nunca pode ser
apoiado como um padrão para os outros aceitarem, nem nunca se deve permitir que
surjam disputas por causa de diferentes opiniões"52. As diferenças são resolvidas pela
Casa Universal de Justiça.
47
Epístolas de Bahá'u'lláh, pag. 102
48
Lights of Guidance, pag. 323
49
Shoghi Effendi, A Presença de Deus, pag. 398-399. 'Abdu'l-Hamid era o governante da Turquia que manteve 'Abdu'l-
Bahá prisioneiro em 'Akká.
50
A Casa Universal de Justiça, Wellspring of Guidance, pag. 13
51
52
A Casa Universal de Justiça, carta de 03/Janeiro/1982
Pag. 50
SALVAGUARDAR A UNIDADE DA FÉ
A Aliança salvaguarda a unidade dos Bahá'ís ao proporcionar uma fonte de

orientação infalível que protege a Causa das "diferenças e cismas, tornando impossível a
qualquer um criar uma nova seita ou facção de crentes"53. Além disso, a Aliança protege a
unidade da Fé, ao exigir que os crentes repudiem aqueles que tentem criar divisões (ver
capítulo 7). "Se não fosse o poder protector da Aliança", adverte 'Abdu'l-Bahá, "num único
dia surgiriam entre os Bahá'ís milhares de seitas, tal como aconteceu em tempos
passados"54. Porque unifica os crentes, a Aliança é o pivot, para uma posterior - e inevi-
tável - unificação da humanidade.
ESTIMULAR A EXPANSÃO DA FÉ
O crescimento da Fé é estimulado pelo poder da Aliança e por recomendações

específicas dadas por 'Abdu'l-Bahá e as instituições da Ordem Administrativa. Shoghi
Effendi atribui o nascimento da Comunidade Bahá'í Americana55, a disseminação da Fé no
Ocidente56, e as notáveis actividades iniciadas pelos crentes Ocidentais 57 às "energias",
"força impulsionadora" e "poder propulsor" da Aliança. Além de ser uma força que move
os crentes, a Aliança estimula os corações da humanidade. As almas individuais são "infla-
madas, atraídas e confirmadas"58.
O crescimento da Fé promove-se sistematicamente através de um plano iniciado

pelas Epístolas do Plano Divino de 'Abdu'l-Bahá. Este Plano é "divino na sua origem, é
guiado pelas instruções explícitas e repetidas... do Próprio Centro da Aliança, é revigo-
rado pela vontade irresistível do Seu Autor,... e deve continuar a funcionar... através de
épocas sucessivas... da Dispensação Bahá'í”59. O plano é hoje levado avante sob a orienta-
ção da Casa Universal de Justiça.
53
'Abdu'l-Bahá, Bahá'í World Faith, pag. 248
54
Bahá'í World Faith, pags. 357-358
55
A Presença de Deus, pag. 346
56
57
58
Star of the West, vol. X, pag. pag 233
59
Shoghi Effendi, Citadel of Faith, pag. 7
Pag. 51
❖ LEITURAS
PERPETUAR A INFLUÊNCIA DA FÉ
1. "O Poder da Aliança é como o calor do sol que vivifica e promove o desenvolvi-
mento de todas as coisas criadas sobre a terra. A luz da Aliança, de igual modo, é a
educadora das mentes, dos espíritos dos corações e almas dos homens".
Cf. 'Abdu'l-Bahá, citado em Presença de Deus, pag. 325
2. "Para direccionar e canalizar as forças libertadas pela Sua Revelação, Ele instituiu a
Sua Aliança, cujo poder tem preservado a integridade da Fé, mantido a sua unidade e
estimulado a sua expansão mundial através dos sucessivos ministérios de 'Abdu'l-Bahá e
de Shoghi Effendi. Continua a cumprir o seu propósito vitalício através da acção da Casa
Universal de Justiça".
Constitution of the Universal House of Justice, p. 3-4
3. "Conscientes do seu importante chamamento, confiantes no poder formador da

sociedade que a sua Fé possui, eles prosseguem vigorosamente, sem parar e sem
desanimar, os seus esforços para dar forma adequar e aperfeiçoar os instrumentos
necessários onde a embriónica Ordem Mundial de Bahá'u'lláh possa amadurecer e
desenvolver-se. É a este processo de construção, lento e discreto, que se consagra
totalmente a vida da comunidade mundial Bahá'í, que constitui a única esperança de uma
sociedade ferida. Pois este processo é accionado pela influência criadora do imutável
Propósito de Deus para a humanidade, e evolui na estrutura da Ordem Administrativa da
Sua Fé".
"Num mundo em que as estruturas das instituições políticas e sociais se deterioram,

cuja visão se tolda, cuja consciência se confunde, em que os sistemas religiosos se
tornaram anémicos e perderam a sua virtude, este Agente curador, este Poder fermentador,
esta Força cimentadora, intensamente viva e que penetra em tudo, tem estado a tomar
forma, tem-se cristalizado em instituições, está a mobilizar as suas forças, e está a
preparar-se para a conquista espiritual e redenção completa da humanidade. Apesar da
sociedade que encarna os seus ideais ser pequena, e os seus benefícios directos e tangíveis
serem ainda pouco relevantes, as potencialidades de que ele foi dotado, e através das quais
está destinado a regenerar os indivíduos e a reconstruir um mundo destruído, são
incalculáveis."
Pag. 52
ASSEGURAR A INTEGRIDADE DA FÉ
4. "Na Fé Bahá'í existem dois centros autorizados nomeados para os quais os crentes
se devem voltar... Um centro é o Livro com o seu Interprete, e o outro é a Casa Universal
de Justiça guiada por Deus para decidir sobre o que não está explicitamente revelado no
Livro."
Messages of the Universal House of Justice, pag. 42
5. "A Aliança de Bahá'u'lláh é indestrutível, o seu poder que a tudo envolve é invio-
lável. Estas características únicas que a distinguem das alianças das religiões do passado
são imutáveis e estão em acção. A Palavra revelada, na sua pureza original, amplificada
pelas interpretações divinamente guiadas de 'Abdu'l-Bahá e Shoghi Effendi, permanece
imutável e sem ter sido adulterada por dogmas ou credos, suposições injustificáveis ou
interpretações não autorizadas feitas pelo homem. O canal da orientação divina, propor-
cionando flexibilidade em todos os afazeres da humanidade, permanece aberto através
dessa instituição que foi fundada por Bahá'u'lláh e dotada por Ele com autoridade suprema
e orientação infalível, sobre a qual o Mestre escreveu: «Todas as coisas se devem
enquadrar em relação a este corpo». Quão claramente podemos ver a verdade da afirmação
de Bahá'u'lláh: «A Mão da Omnipotência estabeleceu a Sua Revelação sobre uma firme
fundação. Tempestades de contendas humanas são impotentes para minar a sua base, nem
as teorias fantasistas dos homens conseguirão danificar a sua estrutura»."
The Universal House of Justice, Wellspring of Guidance, pag. 13
6. "A investigação independente da verdade reconhece que nenhum homem pode ter
uma compreensão plena e correcta da revelação de Deus; coloca em cada indivíduo o dever
de se esforçar por uma cada vez maior compreensão dos Ensinamentos de Bahá'u'lláh...
Isto produzirá uma grande diversidade de pontos de vista sobre uma multiplicidade de
assuntos e isto é excelente. O que não podemos nem devemos é criar «seitas» em relação
aos ensinamentos da Fé; a Aliança proporciona um centro de orientação que impede uma
tal degeneração".
A Casa Universal de Justiça, carta de 20/Outubro/1977
Pag. 53
SALVAGUARDAR A UNIDADE DA FÉ
7. "Uma força poderosa, um poder consumado jaz oculto no mundo do ser. Fixai
vosso olhar sobre ela e sobre a sua influência unificadora e não sobre as diferenças que
possam surgir dela".
Cf. Epístolas de Bahá'u'lláh, pag. 243
8. "A primeira condição é firmeza na Aliança... É a praça-forte da Causa de Deus e

um firme pilar da religião de Deus. Hoje nenhum poder pode conservar a unicidade do
mundo Bahá'í salvo a Aliança de Deus... É evidente que o eixo da unicidade da humani-
dade é o poder da Aliança e nada mais".
'Abdu'l-Bahá, Tablets of the Divine Plan, pag. 49
9. "A Aliança é o «eixo da unidade do mundo da humanidade» porque preserva a

unidade e integridade da própria Fé e protege-a de se desintegrar..."
A Casa Universal de Justiça, The Convenant, pag. 18
10. "Uma vez que o ensinamento central da Fé Bahá'í é a unidade da humanidade, é

essencial que a própria Fé permaneça una e indivisível se pretende alcançar o seu
propósito. Foi para preservar a unidade da Fé e pureza da Sua Mensagem, que Bahá'u'lláh
instituiu a Sua Aliança - uma instituição que protege a Causa de indivíduos que, através da
afirmação das suas próprias vontades, tentariam empurrar a Causa de Deus para caminhos
da sua preferência, dividindo assim os fiéis e subvertendo o estabelecimento mundial da
justiça divina".
Pag. 54
ESTIMULAR A EXPANSÃO DA FÉ
11. "Através do poder que esse Instrumento Divino Lhe conferiu [a 'Abdu'l-Bahá], a
luz da incipiente Fé de Deus tinha penetrado no Ocidente, tinha-se difundido até às Ilhas
do Pacífico e iluminado as costas do continente Australiano".
12. "Estai seguros de que se uma alma se levantar com extrema perseverança e erguer o
Chamamento do Reino e promulgar resolutamente a Aliança, se ela for uma formiga insig-
nificante será capaz de afastar um enorme elefante numa arena, e se ela for uma mariposa
débil cortará em pedaços a plumagem do abutre predador".
13. "... O mundo da natureza hasteou plenamente o seu pavilhão sobre Paris e eliminou
os sentimentos religiosos. Mas este poder da Aliança irá aquecer todas as almas geladas,
outorgará a sua luz a tudo o que são trevas e garantirá aos cativos nas mãos do mundo da
natureza a verdadeira liberdade do Reino".
"Ergue-te agora em Paris com o poder do Reino, com uma confirmação divina, com
um zelo e ardor genuínos, e com a chama do amor de Deus... Estai seguro. Se agires
conformemente e hasteares o estandarte da Aliança, Paris irromperá em chamas".
14. "Desde o início desta dispensação, os mais insistentes apelos da Palavra de Deus,
vocalizados sucessivamente pelo Báb e Bahá'u'lláh têm sido o ensino da Causa... Shoghi
Effendi... ergueu a Ordem Administrativa... e transformou-a num instrumento de ensino
para realizar através de uma sucessão de planos, nacionais, internacionais e globais, todo o
Plano Divino de 'Abdu'l-Bahá, e anteviu claramente... uma série de planos a serem
lançados pela Casa Universal de Justiça..."
A Casa Universal de Justiça, Wellspring of Guidance, pag. 22-23
Pag. 55
❖ ILUSTRAÇÃO
Entre os muitos resultados produzidos pelo poder da Aliança estava aquele que
permitiu a 'Abdu'l-Bahá, apesar dos muitos obstáculos sepultar os restos mortais do Báb no
Monte Carmelo60. "Cada pedra desse edifício, cada pedra dessa estrada que conduz a
ele", é a afirmação atribuída a 'Abdu'l-Bahá, "com infinitas lágrimas... Eu a levantei e
coloquei em posição"61. Isto adicionou um "tremendo ímpeto"62 ao processo de
desenvolvimento do Centro Mundial da Fé, que foi iniciado por Bahá'u'lláh quando foi
revelada a Epístola do Carmelo. O mesmo processo continua hoje através dos nossos
esforços para erguer os edifícios do Arco.
"Na manhã do dia 21 de Março de 1909, o dia de Naw-Rúz, 'Abdu'l-Bahá levou

para a montanha o sarcófago de mármore - oferta dos Bahá'ís de Rangoon - e colocou-o na
câmara mortuária. Nessa noite colocou no sarcófago o caixão de madeira que continha os
inseparáveis restos mortais do Báb e do Seu discípulo que tinha morrido com Ele. Uma
lâmpada solitária iluminava todo o cenário, tão comovente e tão exultante. O Báb tinha
sido cruelmente difamado, cruelmente injuriado e cruelmente assassinado. O Seu corpo
dilacerado e esmagado não tinham tido um lar durante muitos longos anos. Agora o
coração do Carmelo estava a recebê-lo para todo o sempre. Sobre este evento, Zacarias
tinha escrito: «Assim falou o Senhor dos Exércitos, dizendo, Contemplai o homem cujo
nome é O Ramo; e ele crescerá fora do seu lugar, e construirá o templo do Senhor»63. Quão
misteriosa e indubitavelmente se tinha esta profecia tornado realidade. «O Ramo» tinha
construído o «templo do Senhor», tinha erguido o seu «tabernáculo» na Sua Montanha - no
Carmelo - a Montanha de Deus...
"Quando tudo estava terminado e os restos mortais do Profeta-Mártir de Shiraz

estavam colocados em segurança para repouso eterno no seio da Montanha Sagrada de
Deus, 'Abdu'l-Bahá que tinha posto de lado o Seu turbante, retirado os Seus sapatos e o
Seu manto, prostrou-Se sobre o sarcófago ainda aberto, com o cabelo prateado ondulando
sobre a Sua cabeça, e a Sua face transfigurada e iluminada, encostando a Sua testa ao
bordo do caixão de madeira, e, soluçando, chorou num tal pranto que todos os que estavam
presentes choraram com Ele". As dores e as recordações de toda uma vida inundaram-No
de lágrimas. Também nessa noite, o sono afastou-se dos Seus olhos.
"O triunfo que 'Abdu'l-Bahá alcançou nesse dia de 1909 brilha com um esplendor
cada vez maior".
Balyuzi, 'Abdu'l-Bahá, pag. 129-130
60
61
Citado em Balyuzi, 'Abdu'l-Bahá, pag. 126
62
63
cf. Zacarias 6:12
Pag. 56

1.
2.
3.
4.
5.
A Presença de Deus, por Shoghi Effendi, Cap. XX

 Analisa o impacto da Aliança no crescimento da Fé
Pag. 57
❖ QUESTÕES
1. Quais são os quatro propósitos da Aliança de Bahá'u'lláh, segundo Shoghi Effendi?
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
2. Associe os seguintes efeitos do poder da Aliança com cada um dos quatro propósitos. Se
o efeito não é associável com nenhum dos quatro propósitos da Aliança, indique com uma
cruz "x".
a) prolonga o canal da orientação divina ______
b) unifica os crentes ______
c) proporciona interpretações autorizadas ______
d) impede que se criem divisões ______
e) limita a investigação independente da verdade ______
f) levou a Fé à América ______
g) regenera a humanidade ______
h) protege a pureza dos ensinamentos ______
i) ilumina os corações ______
j) impede interpretações individuais ______
k) impede que as pessoas imponham a sua vontade

pessoal à Fé ______
Pag. 58
❖ RESPOSTAS

1. A Aliança perpetua a influência da Fé; assegura a sua integridade; salvaguarda a

unidade da Fé; e estimula a sua expansão mundial.
2. Perpetua a influência da Fé: a e g. Assegura a sua integridade: c e d (e talvez k).

Salvaguarda a unidade da Fé: b, d e k. Estimula a expansão mundial da Fé: f e i.
Sobre e, a investigação independente da verdade não é de modo algum limitada
pela necessidade de preservar a integridade dos ensinamentos; o que está para lá
das fronteiras do significado puro da Aliança é por definição não "verdade". Ver
segunda citação nº 6. De igual modo, j não é um efeito da Aliança. A interpre-
tação individual das Escrituras é encorajada, mas não pode ser imposta a outros
nem podem colidir com as interpretações autorizadas de 'Abdu'l-Bahá ou Shoghi
Effendi. Ver pag. 53.
❖ DEBATE
Como é que o indivíduo se relaciona com cada um dos quatro propósitos da

Aliança? Como é que cada um destes propósitos serve a vontade e propósito de Deus?
Explique a diferença entre interpretação autorizada e interpretação individual.

Como é que estas duas se relacionam com a Fé Bahá'í? Analise esta relação no processo de
consulta. Compare o papel da interpretação autorizada e individual na Fé Bahá'í com o que
sabe sobre o seu papel nas outras religiões.
Quais são as implicações da Aliança para ensinar a Fé? Como é que uma pessoa
pode "hastear o estandarte da Aliança" na sua aldeia, vila ou cidade? (Ver citações nº 13 e
14)
Pag. 59
❖ EXERCÍCIO
As Escrituras Bahá'ís utilizam frequentemente imagens ou linguagem figurada para

alargar a nossa compreensão de um ensinamento particular. Por exemplo, nos dar uma
compreensão mais ampla da relação entre todas as pessoas, Bahá'u'lláh utiliza a imagem da
árvore. A árvore representa toda a humanidade e os frutos representam as pessoas - "Sois
frutos de uma só árvore"64
No exercício seguinte são apresentadas várias imagens da Aliança. Cada imagem

leva a uma compreensão mais profunda sobre a natureza da Aliança e do seu poder. Leia as
seguintes citações e elabore uma lista de qualidades da imagem que é usada para descrever
a Aliança. O que é que estas qualidades nos dizem sobre a Aliança? O quadro inclui um
exemplo para completar o exercício.
64
Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. CXII, pag. 140
Pag. 60
DESCRIÇÃO QUALIDADES IMPLICAÇÕES
Imagens ou figuras que Características ou O que é que as qualidades da

descrevem a natureza da propriedades que a imagem imagem nos dizem sobre a
Aliança possui Aliança
"[A Aliança] é a praça-forte Uma praça-forte é uma A Aliança é um refúgio para

da Causa de Deus e um fortaleza - um local onde o os crentes perante a divisão e
firme pilar da Causa de povo de um reino se pode o conflito. Apoia a Fé e
Deus"65 refugiar e proteger. Um pilar protege-a do cisma.
é um apoio para um edifício.
"A luz da Aliança... é a

educadora das mentes, dos
espíritos, dos corações e
almas dos homens"66
"A Aliança é como o mar e

os crentes são como peixes
no mar. Se um peixe sai do
mar não pode viver."67
"[A Aliança] é uma Corda

estendida entre a terra e o
Reino de Abhá"68
"... O poder dinâmico do

mundo da existência é o
poder da Aliança, que tal
como uma artéria, pulsa no
corpo do mundo
contingente"69
"O pivot da unicidade da

humanidade não é senão o
poder da Aliança" 70
65
'Abdu'l-Bahá, Tablets of the Divine Plan, pag. 48
66
Cf. 'Abdu'l-Bahá, citado em A Presença de Deus, pag. 325
67
'Abdu'l-Bahá, Star of the West, vol. VIII, pag. 222
68
69
70
Pag. 61
❖ APOIO AO EXERCÍCIO
Seguidamente apresentam-se sugestões de respostas para o exercício. Podem existir

outras respostas igualmente apropriadas.
DESCRIÇÃO QUALIDADES IMPLICAÇÕES
Imagens ou figuras que Características ou O que é que as qualidades da

descrevem a natureza da propriedades que a imagem imagem nos dizem sobre a
Aliança possui Aliança
"[A Aliança] é a praça-forte Uma praça-forte é uma A Aliança é um refúgio para

da Causa de Deus e um fortaleza - um local onde o os crentes perante a divisão e
firme pilar da Causa de povo de um reino se pode o conflito. Apoia a Fé e
Deus" refugiar e proteger. Um pilar protege-a do cisma.
é um apoio para um edifício.
"A luz da Aliança... é a A luz afasta a escuridão e A Aliança traz à luz a

educadora das mentes, dos torna visíveis coisas que vontade de Deus, que afasta
espíritos, dos corações e estavam ocultas. as trevas da ignorância e
almas dos homens" desenvolve os nossos
atributos latentes.
"A Aliança é como o mar e O mar é um grande corpo de A Aliança é muito vasta e os
os crentes são como peixes água que cobre a maior parte crentes muito diferentes; mas
no mar. Se um peixe sai do da terra. Os peixes vivem no a Aliança une todos. Fora da
mar não pode viver." mar e dependem dele para Aliança não existe vida
sobreviver. espiritual.
"[A Aliança] é uma Corda Uma corda é uma ligação, A Aliança liga-nos a Deus e
estendida entre a terra e o um laço unificador - como o dá-nos vida espiritual. É o
Reino de Abhá" cordão umbilical. laço que nos une a Deus.
"... O poder dinâmico do Uma artéria leva o sangue do A Aliança leva vida espiritual
mundo da existência é o coração para o resto do para o corpo do mundo. É
poder da Aliança, que tal corpo. Sem ela o corpo como um canal para a
como uma artéria, pulsa no ficaria privado de sangue rico vontade de Deus chegar aos
em oxigénio e morreria. diferentes órgãos e células
corpo do mundo contingente"
(crentes) da Fé.
"O pivot da unicidade da Um pivot é um eixo em torno Os crentes rodam em torno

humanidade não é senão o do qual gira qualquer coisa. de um ponto - o Centro da
poder da Aliança" Pode ser uma pessoa que Aliança. Este é o eixo para
desempenhe um papel unir toda a humanidade.
importante. Todas as coisas
se organizam em função
desse eixo.
Pag. 62
6 - A NOSSA ATITUDE EM
RELAÇÃO À ALIANÇA
❖ INTRODUÇÃO
Até agora examinámos o significado e origem da Aliança. Ainda temos de

explorar "qual deve ser a nossa atitude em relação a ela"71
No capítulo 1, vimos que a Aliança é um instrumento através do qual a vontade de

Deus nos é dada a conhecer e a Suas bênçãos são canalizadas para realização do Seu
propósito. Shoghi Effendi indica que, enquanto crentes, nós próprios podemos ser "canais
através dos quais Deus leva a Sua Mensagem à humanidade" e "instrumentos através dos
quais Ele comunica a Sua Vontade e propósito"72
O grau da nossa firmeza na Aliança - o encontro da nossa obrigação como seres

humanos, como instrumentos e como canais - depende da atitude com que abordamos a
Aliança. O nosso objectivo deve ser "aprofundar a compreensão que temos sobre a
Aliança" e aumentar o nosso "nível de convicção e... lealdade à Causa e suas
Instituições"73
❖ ABORDAGEM GERAL
A nossa responsabilidade face à Aliança inclui dois deveres. O primeiro é o
reconhecimento da fonte da vontade de Deus. Isto significa o reconhecimento do
Manifestante de Deus, e depois d'Ele, da pessoa ou instituição designada como Seu
sucessor. O segundo dever é a obediência aos mandamentos estipulados pela vontade de
Deus. Através da firmeza na Aliança - segurando-nos firmemente os deveres do
reconhecimento e obediência - recebemos as bênçãos de Deus com as quais somos capazes
de realizar o Seu propósito para nós próprios e para a sociedade.
Alcançar o mais alto grau de firmeza depende da nossa atitude em relação à

Aliança. A atitude - um sentimento que temos em relação a qualquer coisa - influencia o
nosso comportamento. Sem atitudes correctas, o reconhecimento carece de convicção e
evapora-se no momento dos testes, enquanto a obediência é reduzida ao flexibilizar dos
limites do significado da lei.
71
A Casa Universal de Justiça, Ridván 1987
72
The Power of Divine Assistance, pag. 20
73
A Casa Universal de Justiça, carta de 25/Dezembro/1987
Pag. 63
Existe um certo número de atitudes que influenciam o nosso relacionamento com

a Aliança. Estas centram-se em torno da fé e do amor. Através da fé, o nosso
reconhecimento pode crescer até ao seu mais alto grau - a certeza. De igual modo, através
do amor, a nossa obediência pode crescer até ao seu mais alto grau - a submissão à vontade
de Deus.
❖ EXPLICAÇÃO
Estava-se no ano de 1898. 'Abdu'l-Bahá era um prisioneiro. Durante cinquenta
anos Ele tinha enfrentado - virtualmente só - as violentas investidas do Seu irmão infiel e
dos violadores da Aliança. A luz da Causa de Deus tinha-se espalhado apenas a alguns
países.
Reunidos com 'Abdu'l-Bahá estiveram os primeiros peregrinos do Ocidente.

Apesar de serem poucos, estes eram os instrumentos através dos quais o Centro da Aliança
de Bahá'u'lláh iria trabalhar para conquistar o mundo. Nutriu-os com amor e ensinamentos
divinos. Agora estavam prontos para partir. Que lhes devia dizer? Falou-lhes sobre a sua
atitude em relação à Aliança.
Primeiro abordou a Fé e o dever principal de um crente em reconhecer e ser firme

na Causa: "E agora dou-vos um mandamento para que será sobre uma aliança entre vós e
Eu - que tenhais fé; que a vossa fé seja tão firme como uma rocha de modo que tempestade
alguma a consiga mover, que nada a possa perturbar, que perdure até ao fim para lá de
todas as coisas; mesmo se ouvires que o vosso Senhor foi crucificado, não vos abaleis na
vossa fé; pois Eu estarei sempre convosco, esteja vivo ou morto, estarei convosco até ao
fim. Tal como tereis fé, assim sereis poderosos e abençoados. Este é o equilíbrio; este é o
equilíbrio; este é o equilíbrio"74.
Depois falou do amor e da sua relação com o segundo dever da obediência:

"Outro mandamento que vos dou, é que vos ameis uns aos outros como eu vos amo.
Grande misericórdia e bênçãos estão prometidas ao povo da vossa terra, mas com uma
condição: que os seus corações se encham de amor, que vivam em perfeita generosidade e
harmonia tal como uma alma em diferentes corpos. Se não alcançarem esta condição as
grandes bênçãos serão retardadas. Nunca se esqueçam disto; olhai uns para os outros
com os olhos da perfeição: olhem para Mim, sigam-Me, sejam como Eu; não penseis em
vós próprios ou nas vossas vidas, quer estejais a comer ou a dormir, quer estejais de saúde
ou doentes, quer estejais com amigos ou inimigos, quer sejais louvados ou difamados; com
todas estas coisas não vos deveis importar. Olhai para Mim e sêde como Eu; deveis
morrer para vós próprios e para o mundo, de modo a poderes nascer de novo e entrar no
Reino. Considerai como uma vela dá a sua luz. Derrama a sua luz gota após gota para
poder emanar a sua chama de luz."75.
Muitos dos peregrinos mostraram ser dignos da incumbência que 'Abdu'l-Bahá

lhes atribuiu. As suas acções subsequentes abriram "uma nova época no desenvolvimento
da Fé no Ocidente"76. Os deveres gémeos de reconhecimento e obediência também são
nossa responsabilidade.
74
Palavras atribuídas a 'Abdu'l-Bahá, An Early Pilgrimage, pag. 40
75
Palavras atribuídas a 'Abdu'l-Bahá, An Early Pilgrimage, pag. 41-42
76
Pag. 64
As atitudes que se relacionam com o reconhecimento referem-se ao grau em que

conhecemos Deus através do Seu Manifestante, e à firmeza com que mantemos a nossa
ligação com o nosso Senhor. A nossa meta são os cumes sublimes da absoluta certeza -
certeza na convicção de que encontrámos a fonte da vontade de Deus.
As atitudes que se relacionam com a obediência referem-se a amar Deus e a Sua

vontade mais do que amamos os nossos próprios desejos. Devemos demonstrar o amor
através da acção. "Observa os Meus mandamentos por amor à minha beleza"77. O estado
ideal para este dever é a completa submissão à vontade de Deus - consagrarmo-nos a fazer
aquilo que Deus quer que façamos.
77
Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. CLV, pag. 207
Pag. 65
❖ LEITURAS
OS DEVERES GÉMEOS
1. "A não ser que um homem reconheça Deus e O ame, a sua súplica não será
ouvida por Deus neste Dia. Isto é a essência da Sua Fé, se apenas o soubésseis".
Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. CXXXV, pag. 183-184
2. "O primeiro dever prescrito por Deus para Seus servos é o reconhecimento
d'Aquele que é o Alvorecer da Sua Revelação... Cumpre a cada um que alcança esta mui
sublime posição, este cume de transcendente glória, observar todas as leis d'Aquele que é o
Desejo do Mundo. Estes deveres gémeos são inseparáveis. Um não é aceitável sem o
outro..."
"... Os que violaram a Aliança de Deus pela sua desobediência aos Seus manda-
mentos, e tergiversaram, estes têm errado lastimavelmente aos olhos de Deus, o Possuidor
de Tudo, o Altíssimo."
Cf. Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. CLV, pag. 205-206
3. "A causa suprema da criação do mundo e de tudo o que nele existe, é para o
homem conhecer Deus. Neste Dia, quem quer que seja guiado... à... posição de reconhecer
a Fonte dos mandamentos divinos e Alvorecer da Sua Revelação, terá atingido eternamente
todo o bem. Tendo alcançado essa posição sublime, cabe a cada alma uma obrigação
dupla. Uma é ser firme na Causa, com uma tal firmeza que se todos os povos do mundo
tentassem impedi-lo de se voltar para a Fonte da Revelação, seriam impotentes para o
fazer. A outra é observar os mandamentos divinos... Pois o conhecimento de Deus que o
homem possui não se pode desenvolver plena e adequadamente, salvo pela observância de
qualquer coisa que tenha sido ordenada por Ele, e exposta no seu Livro celestial".
Cf. Epístolas de Bahá'u'lláh, pags. 294-295
4. "... Com a Sua própria pena Ele escreveu o Livro da Sua Aliança, dirigindo-se aos
Seus familiares e a todo o povo do mundo, dizendo: «Em verdade, nomeei Aquele que é o
Centro da Minha Aliança. Todos devem obedecer-Lhe; Ele é o Explicador do Meu Livro, e
Ele está informado do Meu propósito. Todos se devem voltar para Ele. Qualquer coisa que
Ele diga está correcto...» O propósito desta afirmação é que nunca deve existir discórdia ou
divergência entre os Bahá'ís, mas que eles devem estar unidos e em concórdia... Assim,
quem obedece ao Centro da Aliança nomeado por Bahá'u'lláh obedece a Bahá'u'lláh; e
quem Lhe desobedece, desobedece a Bahá'u'lláh..."
'Abdu'l-Bahá, The Promulgation of Universal Peace, pag. 322-323
5. "Dou testemunho, ó meu Deus, que Tu me criaste para Te conhecer e adorar"
Bahá'u'lláh, Oração Obrigatória Curta
Pag. 66
ATITUDE E LIBERTAÇÃO DE PODER DIVINO
6. "Aqueles que são os bem-amados de Deus, onde quer que se reunam e com quem
quer que se encontrem, devem evidenciar, na sua atitude para com Deus, e na maneira
como celebram Seu louvor e glória, tal humildade e submissão que cada átomo de pó possa
confirmar a profundidade da sua devoção...
"Suplicai ao Deus Uno e Verdadeiro, que vos permita saborear o paladar de

acções como as que são realizadas em Seu caminho e experimentar a doçura de tal
humildade e submissão como a que é mostrada por amor a Ele... Se seguirdes Seu
caminho, Suas bênçãos incalculáveis e imperecíveis manarão sobre vós".
Cf. Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. V, pag. 17-18
7. "Tem tu a certeza e fica confiante. Observa os mandamentos escritos de teu

Senhor com prazer e paz, com zelo e sinceridade... A Sua graça assistir-te-á em todos os
momentos, as Suas bênçãos ser-te-ão concedidas..."
8. "...Mais vital do que qualquer esquema... para lá da mais elaborada estrutura que...
Assembleias organizadas podem esperar estabelecer, é a percepção, no local mais profundo
do coração de cada verdadeiro crente, do poder regenerador, da necessidade suprema, da
infalível eficiência da Mensagem que ele leva... Nada desprovido dessa inamovível
convicção poderia, nos dias do passado, ter permitido a nossa amada Causa expor-se às
mais sombrias tempestades da sua história. Nenhuma outra coisa pode hoje vitalizar as
múltiplas actividades em que incontáveis discípulos da Fé se envolvem; nenhuma outra
coisa pode providenciar essa força condutora e poder sustentador ambos essenciais para o
sucesso de realizações amplas e duradouras. É este espírito que acima de tudo devemos
guardar diligentemente, e esforçar-nos com todo o nosso poder por fortificar e exemplificar
em todos os nossos empreendimentos".
Shoghi Effendi, Bahá'í Administration, pag. 111
9. "... Perante prova tão majestosa e cativante dos poderes invencíveis inerentes à
nossa Fé, apenas podemos curvar as nossas cabeças em humildade, maravilhados e gratos,
renovar a nossa promessa solene de lealdade a ela, cada um comprometendo o seu próprio
coração, decidido provar a lealdade a esse compromisso e a preservá-lo até ao fim, até que
a parte terrena de serviço a uma Causa de tão transcendente e incomparável se tenha
cumprido total e completamente."
Shoghi Effendi, Messages to América, pag. 104
10. "Confesso neste momento, minha incapacidade e Teu poder, minha pobreza e Tua
riqueza. Não há outro Deus senão Tu, o Amparo no Perigo, o Que Subsiste por si próprio"
Bahá'u'lláh, Oração Obrigatória Curta
Pag. 67
FÉ: DO RECONHECIMENTO À CERTEZA
11. "Ó povos do Reino! Quantas vezes uma alma consumiu todo o espaço da sua vida
em adoração, suportou as mortificações da carne, ansiou alcançar a entrada no Reino, e no
entanto, falhou, enquanto vós, sem dificuldade, nem dor, nem auto-negação... entrastes ...
"Chegou o tempo em que, como acção de graças por esta bênção, devereis crescer
em fé e firmeza, tal como os dias se sucedem uns após os outros, e deveis aproximar-vos
cada vez mais do Senhor, vosso Deus..."
12. "Tal deve ser a tua certeza que, se toda a humanidade avançasse tais pretensões
como jamais homem algum avançou nem mente alguma concebeu, tu ignorá-la-ias
completamente... e voltarias a tua face para Aquele que é o Objecto da adoração de todos
os mundos...
"Perspicaz deve ser a tua visão... e adamantina a tua alma, e como latão os teus
pés, se quiseres manter-te inabalável diante das investidas dos desejos egoístas que
sussurram nos peitos dos homens... Qualquer coisa que vejas neste Dia haverá de perecer.
Supremamente elevado será teu grau se tu te mantiveres firme na Causa de Teu Senhor".
Cf. Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. CXV, pag. 155
13. "O segundo Tajallí é permanecer firme na Causa de Deus... e ser constante no Seu
amor. E isto não se pode alcançar excepto através d'Ele [o Manifestante]; e o pleno
reconhecimento não pode ser obtido salvo através de fé nas abençoadas palavras «Ele faz
qualquer coisa que Lhe apraz»".
Cf. Epístolas de Bahá'u'lláh, pag. 61
14. "Nem a administração, nem o trabalho geral de ensino da Causa... progredirão, ou

serão capazes de realizar qualquer coisa, excepto se os crentes forem Bahá'ís
verdadeiramente firmes, com uma convicção profundamente espiritual... Quando um
Bahá'í tem a convicção profunda da autoridade de Deus investida no Profeta, transmitida
ao Mestre, e por Ele aos Guardiões, e que flui através das assembleias e cria uma ordem
baseada na obediência - quando um Bahá'í tem isto nada o pode perturbar".
Escrito em nome Shoghi Effendi, The Importance of Deepning, pag. 48
15. "Apenas quando a lâmpada da busca, do esforço zeloso, do anelo, da apaixonada

devoção, do amor fervoroso, do enlevo, do êxtase, for acesa no coração de quem almeja, e
a brisa da sua benevolência lhe soprar na alma, serão dispersadas as trevas do erro e
dissipadas as neblinas das dúvidas e desconfianças e as luzes do conhecimento e da certeza
irradiarão por todo o seu ser... Contemplando com os olhos de Deus, perceberá dentro de
cada átomo uma porta que o conduz a posições de certeza absoluta".
Cf. Kitáb-i-Íqán, pag. 120
Pag. 68
AMOR: DA OBEDIÊNCIA À SUBMISSÃO
16. "Firmeza na Aliança significa obediência de modo que ninguém possa dizer «esta
é a minha opinião», mas antes que obedeça àquilo que procede da Pena e Língua da
Aliança".
'Abdu'l-Bahá, The Power of the Covenant, Part II, pag. 33
17. "Vamos duvidar se os caminhos de Deus não são necessariamente os caminhos do

homem? Não é a fé senão outra palavra para obediência implícita, aliança irrestrita, adesão
sem compromissos àquilo que acreditamos ser a vontade de Deus revelada e expressa, por
muito desconcertante que possa parecer à primeira vista?... Se vacilássemos ou
hesitássemos, se o nosso amor por Ele não conseguisse dirigir-nos ou manter-nos no Seu
caminho, se abandonássemos os princípios divinos e poderosos, que esperança poderíamos
nutrir para curar as doenças e males deste mundo?"
Shoghi Effendi, Bahá'í Administration, pag. 62-63
18. "Os verdadeiros amantes da beleza de Abhá, e aqueles que beberam do Cálice da
Aliança, não temem calamidade, não desanimam na hora da provação...
"Tem tu a certeza e fica confiante. Observa os mandamentos escritos de teu

Senhor com prazer e paz, com zelo e sinceridade... A Sua graça assistir-te-á em todos os
momentos, as Suas bênçãos ser-te-ão concedidas e o desejo do teu coração realizar-se-á".
19. "A essência do amor consiste em voltar o coração para o Bem-Amado,

desprender-se de tudo menos d'Ele, e nada desejar salvo o que for o desejo do Senhor".
Epístolas de Bahá'u'lláh, pag. 173
20. "Por rendição do eu e união perpétua com Deus, entende-se que os homens devem
fundir totalmente a sua própria vontade na vontade de Deus, e considerar os seus próprios
desejos como simples nada perante o Seu Propósito. Qualquer coisa que o Criador ordene
que as suas criaturas observem, elas devem levantar-se para cumprir diligentemente, com o
maior júbilo e fervor... Na Oração do Jejum temos revelado: «Fosse Tua vontade decretar
que de Tua boca procedessem estas palavras e lhes fossem dirigidas - Observai o jejum por
amor à Minha Beleza, ó povo, e não ponhais limite à sua duração - juro, pela majestade da
Tua glória, que cada um deles o observará fielmente, e abster-se-á de qualquer coisa que
viole a Tua lei, e continuará a fazer assim até Te entregar a alma». Nisto consiste a
rendição completa da vontade própria à Vontade de Deus... A posição de absoluta rendição
do eu transcende, e sempre estará enaltecida acima de todas as outras posições".
Cf. Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. CLX, pag.209
Pag. 69
❖ ILUSTRAÇÃO
"Existe uma poesia natural no discurso africano. Não depende da educação. Um

dos mais eloquentes que conhecemos foi um analfabeto...
"Ele desejava sinceramente ser Bahá'í. Estávamos a determinar a sua

compreensão para ver se ele estava pronto para se tornar um crente...
"Fale-nos com as suas próprias palavras", pedimos-lhe, "sobre o Báb, Bahá'u'lláh

e 'Abdu'l-Bahá".
"Ele fez um sinal com a cabeça. E nunca desviando o olhar dos nossos olhos
começou a falar".
"Quando é noite ninguém vê o bem. Têm medo. Odeiam o que não vêem. Mesmo
que sejam pessoas. Depois surge o sol e vêem um pouco. E as coisas não são tão más. Isso
é o Báb. Ele era bom. Mataram-No porque gostavam que fosse noite. Mas era necessário
ser brilhante como o calor do dia para verem que estão enganados ao odiar. Isso era
Bahá'u'lláh. «Vejam todos», disse Ele, «como são belos. Amem, não odeiem». Ele morreu.
Não foi uma morte verdadeira porque deixou o Seu filho 'Abdu'l-Bahá. Não tão brilhante,
mas bom como o sol da tarde, para nos ver a salvo em casa antes da noite. 'Abdu'l-Bahá
disse coisas boas As pessoas são semelhantes apesar de parecerem diferentes. Todos
pertencem a Deus, por isso não façam o que Deus não faria. Sejam bons homens. Depois
Ele morreu. Mas Ele disse-nos para irmos ao Guardião (Shoghi Effendi). Ele seria forte e
proteger-nos-ia. Eles resolveriam os nossos problemas. Ele seria vigoroso também. Eu
acredito nele. 'Abdu'l-Bahá disse: «Tudo o que o Guardião diz está certo. Façam-no.» E eu
farei.
"Quando ele terminou, uma surgiu uma pergunta nos seus olhos. Pareciam dizer:
«Por favor, eu sou Bahá'í?»
"Eu sei que sou ignorante", disse-nos ele, "mas quero aprender tudo o que há no
mundo sobre a minha Fé. Não encontro palavras para tudo o que me vai no coração".
Suspirou tristemente como se se tivesse confessado. "Tentei falar do que acredito ao meu
homem-religião. Ele interrompe-me às vezes e diz: «Onde estás quando se faz o culto?»
Digo-lhe aquilo que acredito mas ele sempre derrota aquilo que eu digo. Derrota-me com
palavras". De repente, levantou a cabeça e sorriu. "Mas ele apenas derrota a minha cabeça,
não o meu coração. Isto", disse ele tocando no coração, "pertence a Bahá'u'lláh e ninguém
Lhe pode tirar"
Quando mais tarde nos perguntaram se pensávamos que aquele jovem devia ser
aceite na Fé, respondemos «Se não o aceitarem, é melhor porem-nos fora porque estamos a
aprender com ele em todos os momentos"
Sears, Black Sunlight, in The Bahá'í World, vol. XII, pag. 926-927
Pag. 70
Juliet Thompson, uma das primeiras crentes americanas, descreveu o seguinte

incidente que ocorreu durante a estadia de 'Abdu'l-Bahá em Nova Iorque:
"... A Srª Buckton tinha chegado... uma pobre criança abandonada... Estava toda
vestida de preto, esta pobre criança, com uma face pálida, atormentada e chorosa.
Tinha estado na cozinha com Lua. Encontrei uma cena dominada pelo Mestre. Ele
estava sentado, como de costume, junto à janela. De um lado estava a Srª Buckton, e do
outro esta pobre criança sofrida. Enquanto lhe surgiam nos olhos as maiores lágrimas que
alguma vez vi, ela contou-Lhe a sua história desesperada e sombria.
«Não te aflijas agora, não te aflijas» disse Ele. Estava muito, muito quieto...
«O meu irmão está na prisão há quatro anos. Foi condenado injustamente. Não era
culpa dele; ele foi levado, ele era fraco, uma vítima dos outros. Ainda tem de cumprir mais
quatro anos. O meu pai e a minha mãe estão muito abatidos. O meu cunhado, que era o
nosso sustento, morreu...»
«Tens de confiar em Deus» disse 'Abdu'l-Bahá.
«Mas quanto mais confio, piores ficam as coisas!» soluçou ela.
«Nunca confiastes».
«Mas a minha mãe está sempre a ler os Salmos. Ela não merece que Deus a
abandone assim! Eu própria leio os Salmos, o salmo noventa e um, e o salmo vinte e três
antes de me deitar. E também rezo».
«Rezar não é ler os Salmos. Rezar é confiar em Deus e ser submisso a Ele em
todas as coisas. Sê submissa, e então todas as coisas mudarão para ti. Põe a tua família nas
mãos de Deus. Ama a vontade de Deus. Os barcos fortes não conquistam o mar; navegam
sobre as ondas! Agora tens de ser um barco forte, e não um barco destroçado»"
Citado em Balyuzi, 'Abdu'l-Bahá, pag. 213-214
Pag. 71

1.
2.
3.
4.
5.
Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, pags. 164-214

 Excertos sobre os deveres do indivíduo e o significado da vida espiritual
The Imperishable Dominion, por Udo Schaefer, caps. X-XII

 Discussão dos assuntos relacionados com a atitude do indivíduo e a
responsabilidade em relação à Aliança.
Pag. 72
❖ QUESTÕES
1. Indique dois deveres prescritos por Deus para todos os seres humanos:
a) _______________________________________________
b) _______________________________________________
Como é que estes deveres estão relacionados com a Aliança

entre Deus e a humanidade?
__________________________________________________
2. (Indique as que se aplicam) O nosso grau de certeza deve ser tal que:
a) ignoremos os ataques feitos por aqueles que não acreditam

em Bahá'u'lláh
b) reconheçamos que Deus faz aquilo que Lhe apraz
c) nunca desobedeçamos a Deus
d) permaneçamos inabaláveis perante aqueles que
avançam pretensões egoístas
3. (Indique todos os que se aplicam) Rendermo-nos à vontade de Deus significa:
a) fundir a nossa vontade com a vontade de Deus

b) ver os nossos desejos como nada, comparados com o
propósito de Deus
c) evitar fazer aquilo que viola as leis de Deus
d) compreender que todos acabaremos por morrer
Pag. 73
❖ RESPOSTAS
Seguidamente apresentam-se algumas sugestões de respostas. Dependendo a

nossa compreensão das citações anteriores, podemos ter diferentes respostas. Devemos
1. Reconhecimento do Manifestante de Deus e obediência aos Seus ensinamentos.

Estes deveres gémeos são o nosso dever na Aliança. Isto prolonga-se na Aliança
de Bahá'u'lláh com a firmeza e obediência para com as instituições que são a fonte
da vontade de Deus.
2. a, b e d. Sobre a ver citação nº 12; sobre b ver citação nº 15; sobre d ver citação
nº 12. Sobre c, se nunca desobedecêssemos a Deus teríamos atingido um estado de
perfeição, e isso é impossível para os seres humanos. Também o nosso grau de
obediência está mais relacionado com a submissão do que com a certeza
(podemos ter a certeza sobre aquilo que é a vontade de Deus apesar de por vezes
não conseguirmos obedecer).
3. a, b e c. Ver citação nº 20.
❖ DEBATE
O que é que a Oração Obrigatória Curta nos ensina sobre a nossa atitude em relação
à Aliança? Analise também as outras Orações Obrigatórias.
Bahá'u'lláh associa a firmeza na Causa com as palavras «Ele faz qualquer coisa que
Lhe apraz». O que é que entende por esta frase? Como é que a fé nestas palavras se
relaciona com a firmeza? (Ver citação nº 13)
Como é que a «rendição do eu à vontade de Deus» se demonstra nas nossas vidas

diárias?
Tendo presente o conceito dos nossos deveres gémeos e atitude perante a Aliança,
como é que responderia à questão: «Eu sou uma boa pessoa (ou bom Cristão, etc). Tenho o
maior respeito pelos seres humanos (ou pelos ensinamentos de Cristo). Porque é que haverei
de me tornar Bahá'í?»
Como é que a sua atitude perante a Aliança se relaciona com a nossa interacção
nossa Assembleia Espiritual local ou Nacional?
Pag. 74
7 - VIOLAR A ALIANÇA
❖ INTRODUÇÃO
"Não violeis a Aliança de Deus", adverte-nos Bahá'u'lláh78. Falando do sofrimento

dos Manifestantes do passado nas mãos daqueles que os rejeitaram, Ele explica: "A Minha
Pena geme, e todas as coisas criadas choram em grande pranto, como resultado dos infor-
túnios... sofridos às mãos daqueles que violaram a Aliança de Deus"79. No Aqdas, Ele
afirma: "Aqueles que violaram a Aliança de Deus ao quebrar os Meus mandamentos...
esses têm errado deploravelmente aos olhos de Deus"80. Quebrar a Eterna Aliança que
Deus tem connosco, ao rejeitarmos a nossa responsabilidade pessoal na aceitação do
Manifestante e na obediência aos seus ensinamentos, é algo que prejudica a nossa relação
com Deus e priva-nos das Suas bênçãos.
Mas outro erro deplorável pode surgir, neste Dia, quando se viola a Aliança
específica que Bahá'u'lláh fez com os Seus seguidores. Isto acontece quando um crente
ataca Bahá'u'lláh ou as instituições que Ele designou como canal de orientação divina
infalível - 'Abdu'l-Bahá, Shoghi Effendi, ou a Casa Universal de Justiça. Esses actos
ameaçam a existência da própria Fé de Bahá'u'lláh.
❖ ABORDAGEM GERAL
Existem três grandes questões que nos ajudam a obter uma melhor compreensão
do que significa violar a Aliança:
• O que significa violar a Aliança?

• Como é que os Bahá'ís devem responder à violação da Aliança?
• Qual é o efeito da violação da Aliança?
Um violador da Aliança é alguém que depois de aceitar Bahá'u'lláh, ataca-O ou
ataca as instituições designadas como fonte infalível da vontade divina após o Seu faleci-
mento.
A violação da Aliança é uma ameaça à vida da própria Fé e realização do

propósito de Deus. Para prevenir esta influência prejudicial, Bahá'u'lláh instruiu os crentes
a afastarem-se de todos os violadores da Aliança.
78
Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. CLIII, pag. 204
79
Cf. Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. XXIII, pags. 45-46
80
Cf. Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. CLV, pag. 206
Pag. 75
A violação da Aliança prejudica os próprios violadores e pode prejudicar os

indivíduos que interagem com eles. Apesar da violação da Aliança ter potencial para
destruir a Fé, a Aliança proporciona protecção e é "indestrutível"81.
❖ EXPLICAÇÃO
A NATUREZA DA VIOLAÇÃO DA ALIANÇA
"Quando uma pessoa declara a sua aceitação de Bahá'u'lláh como Manifestante

de Deus", escreve a Casa Universal de Justiça, "ela torna-se um parceiro da Aliança e
aceita a totalidade da Sua Revelação. Se ela depois muda de posição, ataca Bahá'u'lláh ou
a instituição central da Fé, ela viola a Aliança"82.
Essas acções são motivadas, diz-nos 'Abdu'l-Bahá, por "desejos pessoais"83,

"orgulho humano", "exigências do ego insistente"84, em "alcançar a liderança"85. "Não se
trata de não saberem aquilo que fazem - estão perfeitamente conscientes e ainda assim
mostram oposição"86. A ameaça da violação da Aliança é que, se não for contida, pode
"destruir a Causa de Deus, exterminar a Sua Lei e tornar nulos todos os esforços
exercidos no passado"87.
É igualmente importante compreender o que não é violar a Aliança. Por exemplo,

alguém que infringe uma lei Bahá'í, não é um violador da Aliança88. Se alguém abandona a
Fé isso não é violar a Aliança. Uma pessoa que rejeite a pretensão de Bahá'u'lláh em ser
Manifestante de Deus também não é um violador da Aliança.
Um Bahá'í que viola a Aliança é declarado violador da Aliança apenas depois de

"terem sido feitos todos os esforços para ajudar essa pessoa a ver o erro e a falta de
lógica das suas acções"89. A decisão sobre expulsão ou readmissão (se um violador da
Aliança estiver sinceramente arrependido) é tomada pelos Mãos da Causa residentes a
Terra Santa e sujeito a aprovação pela Casa Universal de Justiça90.
81
Cf. Shoghi Effendi, Bahá'í Administration, pag. 192
82
The Power of the Covenant, Part II, pag. 7
83
84
85
86
87
88
Infringir uma lei Bahá'í é violar a Aliança de Deus (capítulo 2); não é violar a Aliança de Bahá'u'lláh
(capítulos 3 e 4) que é abordada aqui.
89
A Casa Universal de Justiça, The Power of the Covenant, Part II, pags. 7-8
90
A Casa Universal de Justiça, The Power of the Covenant, Part II, pag. 44
Pag. 76
RESPOSTA À VIOLAÇÃO DA ALIANÇA
"Um dos maiores princípios da Causa de Deus", afirma 'Abdu'l-Bahá, "é

afastarmo-nos e evitar inteiramente os violadores da Aliança..."91 Bahá'u'lláh e 'Abdu'l-
Bahá "também nos disseram, porém, para orarmos por eles", pois "estas almas não estão
perdidas para sempre"92.
Afastarmo-nos os violadores da Aliança não é um acto de desunião. 'Abdu'l-Bahá

explica que a violação da Aliança é como uma doença contagiosa. Quem padece deve ser
isolado para evitar que infecte os outros, e é recebido apenas por especialistas que o podem
auxiliar a tratar o problema. Quando estiver livre da doença, o paciente pode associar-se
novamente com os outros.
OS RESULTADOS DA VIOLAÇÃO DA ALIANÇA
Violar a Aliança afecta o violador da Aliança e, potencialmente, os crentes. Os

indivíduos que violam a Aliança são como "corpos mortos - almas privadas do Espírito de
Deus e estão perdidos na paixão e no ego"93. As "lâmpadas" que são os crentes podem,
devido à associação com os violadores da Aliança, "apagar-se"94
Apesar da violação da Aliança ser algo que pode destruir a Fé se se permitir que
floresça, temos a garantia de que a Aliança "preservará a unidade da religião de Deus e a
fundação da religião não será abalada"95.
91
92
Escrito em nome de Shoghi Effendi, Principles of Bahá'í Administration, pag. 22
93
Selections from the Writings of 'Abdu'l-Bahá, pag. 210
94
'Abdu'l-Bahá, The Promulgation of Universal Peace, pag. 381
95
'Abdu'l-Bahá, Star of the West, vol. VIII, pag. 223
Pag. 77
❖ LEITURAS
A NATUREZA DA VIOLAÇÃO DA ALIANÇA
1. "... Um crente que não cumpre os seus deveres ao viver a vida Bahá'í será um vio-
lador da Eterna Aliança de Deus, no sentido geral, em que se tornou negligente ao seguir o
caminho de Deus, e não no sentido de ser um violador da Aliança Menor de Bahá'u'lláh, e
merecendo ser identificado e declarado como tal, e ser afastado pelos amigos".
Escrito em nome da Casa Universal de Justiça, carta de 4/Março/1981
2. "Cada Bahá'í tem a liberdade, ou melhor, é instado, a expressar livremente a sua

opinião e compreensão sobre os Ensinamentos, mas tudo isto está numa categoria
totalmente diferente de um Bahá'í que se opõe claramente aos Ensinamentos de
Bahá'u'lláh, ou que expressa a sua opinião como uma interpretação correcta e autorizada
dos Ensinamentos, e que ataca ou opõe-se às próprias instituições que Bahá'u'lláh criou
para proteger a Sua Aliança. Quando uma pessoa declara a sua aceitação de Bahá'u'lláh
como Manifestante de Deus, ela torna-se um parceiro da Aliança, e aceita a totalidade da
Sua Revelação. Se ela depois muda de posição, ataca Bahá'u'lláh ou a instituição central da
Fé, ela viola a Aliança. Se isto acontece, devem-se fazer todos os esforços para ajudar essa
pessoa a ver o erro e falta de lógica das suas acções; mas se ela persistir, de acordo com as
instruções do próprio Bahá'u'lláh, ela deve ser afastada como violador da Aliança".
3. "Um dos inimigos da Causa é aquele que se esforça por interpretar as Palavras de
Bahá'u'lláh, e desse modo atribui-lhe um significado de acordo com a sua capacidade, e
reúne ao seu redor um séquito, formando uma seita diferente, promovendo a sua própria
posição, e criando uma divisão na Causa".
Cf. 'Abdu'l-Bahá, citado em Bahá'u'lláh e a Nova Era, pag. 102
4. "Agora alguns dos fomentadores da discórdia, com muitos estratagemas, estão a

procurar liderança; e de forma a atingir esta posição eles lançam as dúvidas que podem
causar diferenças entre os amigos, e estas diferenças podem levar a que chamem a si um
partido. Mas os amigos de Deus devem estar despertos e devem saber que a disseminação
destas dúvidas tem por motivos desejos pessoais e o alcançar de liderança".
5. "Estes [violadores da Aliança] não duvidam da validade da Aliança, mas foram os

desejos egoístas que os arrastaram para esta condição. Não ignoram aquilo que fazem -
eles estão perfeitamente conscientes e ainda mostram a sua oposição".
'Abdu'l-Bahá, The Power of Covenant, Part II, pag. 11
Pag. 78
A RESPOSTA À VIOLAÇÃO DA ALIANÇA
6. "Pois tão penosa é a conduta e comportamento destas pessoas falsas, que são
como um golpe de machado na própria raiz da Árvore Abençoada. Se fossem tolerados
continuar, no espaço de alguns dias, exterminariam a Causa de Deus, Sua palavra e eles
próprios."
7. "A gravidade da violação da Aliança é que ataca o próprio centro e fundação da

unidade da humanidade. Se Deus permitisse que o instrumento fosse dividido e danificado,
como seria então atingido o Seu propósito?”
"... Os crentes são ordenados a afastarem-se dos violadores da Aliança pelos

mesmos motivos que pessoas saudáveis não se associam com uma pessoa que sofre de uma
grave doença contagiosa. Uma pessoa com uma doença contagiosa não pode receber a boa
saúde de mil pessoas saudáveis, mas pode infectá-las com a sua doença. Por esse motivo
uma pessoa fica de quarentena e só algumas pessoas qualificadas para o tratar é que o
fazem... Então, se ele se provar inflexível, ele é livre de seguir o seu caminho, mas os
Bahá'ís devem cessar qualquer associação com ele até ao momento que ele se arrependa
quando, evidentemente, ele puder ser novamente aceite na comunidade".
8. "Bahá'u'lláh e o Mestre em muitos lugares, e muito enfaticamente, disseram-nos

para nos afastarmos inteiramente de todos os violadores da Aliança... disseram-nos, porém,
para orarmos por eles. Estas almas não estão perdidas para sempre. No Aqdas, Bahá'u'lláh
diz que Deus perdoará Mírzá Yahyá se ele se arrepender. Presume-se, portanto, que Deus
perdoará qualquer alma se se arrepender. Infelizmente, a maioria deles não se arrependem.
"...Também não tem nada a ver com «unidade» da Causa; se um homem deve
retirar um cancro do seu corpo para preservar a sua saúde e a sua própria vida, ninguém
iria sugerir que, a bem da unidade, deva reintroduzi-lo no seu organismo outrora saudável".
Escrito em nome de Shoghi Effendi, Principles of Bahá'í Administration, pag. 22
9. "Uma centena de vezes foi predito que os violadores se encontram emboscados e

que desejam por todos os meios causar divisão entre os amigos, de maneira que a divisão
termine em violação da Aliança. Como é que, apesar deste aviso, os amigos ignoraram esta
afirmação clara?
"O ponto em questão é claro, directo e da maior brevidade. Ou Bahá'u'lláh era

sábio, omnisciente e conhecedor do que se seguiria, ou era ignorante e estava enganado...
"... Ou se diz que a Abençoada Beleza cometeu um erro, ou Lhe obedecemos..."
Pag. 79
OS RESULTADOS DA VIOLAÇÃO DA ALIANÇA
10. "A Mão da Omnipotência tem estabelecido a Sua Revelação sobre uma fundação
inatacável e duradoura. Tempestades de contendas humanas são impotentes para minar a
sua base, nem as teorias fantasistas dos homens conseguirão danificar a sua estrutura".
Cf. Bahá'u'lláh, citado por Shoghi Effendi em A Dispensação de Bahá'u'lláh, pag. 22-23
11. "Há vinte anos que há violadores [da Aliança] em Chicago. O que é que eles têm
feito? Nada. Têm conseguido ensinar alguém? Têm conseguido falar em igrejas ou
dirigido-se para grandes audiências noutros lugares? Têm conseguido fazer alguém firme
na Causa? Não fazem nada senão extinguir as lâmpadas que acendemos".
'Abdu'l-Bahá, The Promulgation of Universal Peace, pag. 381
12. "Sob todas as condições, aqueles que permaneceram firmes na Aliança têm
triunfado, enquanto os violadores encontraram a derrota, desilusão e tristeza".
13. "A Aliança de Deus... é como um barco salva-vidas e a arca da salvação. Todos os
verdadeiros seguidores da Abençoada Perfeição estão abrigados e protegidos no interior
desta arca. Quem a abandona, confiando na sua própria vontade e força, afogar-se-á e será
destruído".
'Abdu'l-Bahá, Star of the West, Vol. VIII, pag. 222
14. "Estas agitações dos violadores não são mais do que a espuma do oceano, que é
uma das suas inseparáveis características; mas o oceano da Aliança encapelar-se-á e
lançará nas praias os corpos dos mortos, pois não pode retê-los..."
Selecção dos Excritos de 'Abdu'l-Bahá, sec. 185, pag. 191
15. "... Com cada novo surto de hostilidade à Fé, seja do interior ou do exterior, uma
correspondente medida de emanações de graças, apoiando os seus defensores e
confundindo os seus adversários, tem sido providencialmente libertada, transmitindo um
novo impulso à marcha da Fé para a frente".
Shoghi Effendi, Messages to America, pag. 51
16. "Hoje o Senhor dos Exércitos é o defensor da Aliança, as forças do Reino prote-
gem-no, almas celestiais vigiam os seus serviços, e anjos celestiais promulgam e espalham-
no por toda a parte. Se for considerado com discernimento, ver-se-á que todas as forças do
universo, em última análise, servem a Aliança... Tendo em vista este facto, o que podem
alcançar estas almas débeis e fracas? Plantas robustas que não têm raízes e estão privadas
das emanações das nuvens da misericórdia não perduraram. Que se pode então esperar de
ervas daninhas fracas?"
Pag. 80
❖ ILUSTRAÇÃO
"Enquanto os discípulos de 'Abdu'l-Bahá desbravavam caminhos no ocidente...

um furacão... ameaçava extinguir a luz que eles tinham ateado e mantinham a brilhar com
devoção exemplar. A mesma pessoa que tinha levado a Mensagem de Bahá'u'lláh ao outro
lado do oceano, que tinha estabelecido o primeiro centro Bahá'í no ocidente Cristão...
tornara-se o veículo dessa tempestade. Ele, cujos serviços 'Abdu'l-Bahá elogiara altamente,
a quem Ele se dirigira como o «Pedro de Bahá», escolhera juntar-se às fileiras dos
violadores da Aliança. O sucesso resultante dos esforços do Dr. Khayru'lláh acabou por se
tornar o instrumento da sua queda. Tornou-se vanglorioso e introduziu princípios e inter-
pretações... de sua própria autoria...
Khayru'lláh sonhava partilhar a autoridade de 'Abdu'l-Bahá. Que 'Abdu'l-Bahá,

congeminava ele nas suas ideias perigosamente distorcidas, ficasse com o Oriente para
guiar e administrar; ele, Khayru'lláh, devido aos seus brilhantes feitos, guiaria e protegeria
o Ocidente. Até ao momento em que foi, com o grupo da Srª. Hearst, em peregrinação a
'Akká [1898], nunca tinha conhecido 'Abdu'l-Bahá. Foi então que viu quão terrivelmente se
tinha enganado. A integridade do cargo de 'Abdu'l-Bahá não se podia quebrar. Mas tendo-
se apaixonado pelo poder e tendo seguido a miragem da liderança, o Dr. Khayru'lláh
decidiu voltar-se para Mírzá Muhammad-'Alí [meio-irmão de 'Abdu'l-Bahá que tinha
violado a Aliança de Bahá'u'lláh]...
"'Abdu'l-Bahá tentou energicamente salvar o Dr. Khayru'lláh. Hájí 'Abdu'l-

Karím... que tinha ensinado a Fé [a Khayru'lláh]... recebeu instruções de 'Abdu'l-Bahá para
ir aos Estados Unidos, para simultaneamente proteger a recém-nascida comunidade... e
tentar mostrar a Khayru'lláh o erro dos seus procedimentos...
"As tribulações que afligiram a recém-nascida comunidade de Bahá'ís americanos

foram graves, e os ventos da violação que os varreram foram tempestuosos. Mas os Bahá'ís
da América mostraram o seu temperamento... As suas fileiras não se podiam quebrar.
"Assim, o Dr. Khayru'lláh derrotado e desautorizado, saiu de cena...
"... o homem que outrora fora conhecido como «o conquistador da América» e «o

segundo Colombo», condenou e desmascarou as suas próprias ilusões. Nem uma pessoa
conseguiu ele levar à Fé nesses longos, longos anos em que percorreu o ostracismo. E ele
era o mesmo homem que estabelecera esta Fé no continente Americano nos dias em que
caminhava na grande estrada da Aliança"
Balyuzi, 'Abdu'l-Bahá, pag. 85-89
Pag. 81

1.
2.
3.
4.
5.
Selections of the Writings of 'Abdu'l-Bahá, pags. 208-228
A Presença de Deus, por Shoghi Effendi, caps X e XV

 Uma descrição das actividades dos violadores da Aliança
contra Bahá'u'lláh e 'Abdu'l-Bahá.
The Power of the Covenant, Part II

 Um comentário, com citações, sobre violação da Aliança.
Pag. 82
❖ QUESTÕES
1. (Indique todas as que se aplicam) Um violador da Aliança é alguém que:
a) quebra a Aliança de Deus ao rejeitar Bahá'u'lláh

b) depois de aceitar Bahá'u'lláh infringe as Suas leis
c) depois de aceitar Bahá'u'lláh, ataca-O
d) depois de aceitar Bahá'u'lláh, ataca uma das suas instituições centrais
2. (Indique todas as que se aplicam) A violação da Aliança é causada por:
a) desejo de liderança
b) exigências do ego insistente
c) desobediência à lei Bahá'í
d) não compreender a Aliança de Bahá'u'lláh
3. Como devemos tratar os violadores da Aliança:
a) ________________________________________________
b) ________________________________________________
4. (Indique todas as que se aplicam) A violação da Aliança:
a) se incontida, pode destruir a Causa

b) pode danificar a Aliança
c) em última análise, acabam por não provocar resultados
prejudiciais e duradouros
d) é neutralizada por uma medida de auxílio divino.
Pag. 83
❖ RESPOSTAS
Seguidamente apresentam-se algumas sugestões de respostas. Dependendo a

nossa compreensão das citações anteriores, podemos ter diferentes respostas. Devemos
1. c e d. Ver páginas 73-75, e citações nº 1 e 2.
2. a e b. Sobre a ver citação nº 4; sobre b ver página 79. Não conseguir compreender
a Aliança de Bahá'u'lláh não é motivo de violação da Aliança. A violação da
Aliança é um acto consciente que pode ocorrer depois de uma pessoa reconhecer
Bahá'u'lláh. Os suspeitos de violação da Aliança são sempre ajudados a compre-
ender a Aliança e a natureza dos seus actos, antes de serem declarados violadores.
Ver citação nº 2.
3. Afastá-los e orar por eles. Ver citação na pag. 77.
4. c e d. Sobre a, ver citação nº 6; sobre c ver citações nº 10, 11, 12, 14 e 16; sobre d
ver citação nº 15. Sobre b ver pag. 75 sobre os resultados da violação da Aliança.
❖ DEBATE
Porque o que é que a violação da Aliança é uma ofensa grave? Descreva a violação
da Aliança em relação à vontade e propósito de Deus.
Como é que responderia a alguém que levantasse o seguinte argumento: "Afastar os

violadores da Aliança parece ser contra os ensinamentos Bahá'ís sobre unidade" (ver
citação nº 8)
No início da Sua Última Vontade e Testamento, 'Abdu'l-Bahá descreve a Aliança

como um "escudo" que protege a Causa "dos dardos da dúvida". Desenvolva as ideias
levantadas com a imagem dos "dardos da dúvida". O que é que significa essa imagem?
Como é que a Aliança protege os crentes desses dardos?
Qual tem sido o resultado da violação da Aliança?
Qual é a diferença entre expressar uma opinião/compreensão pessoal sobre os

Ensinamentos e oposição à Aliança?
Pag. 84
8 - ANEXO
❖ TEMAS DO KITÁB-I-‘AHD
No livro "Presença de Deus" (pag. 326-327), Shoghi Effendi descreve os temas do
Kitáb-i-’Ahd. Segundo ele, Bahá'u'lláh:
1. Descreve o carácter daquela "excelente e inestimável herança" legada por Ele aos
herdeiros;
2. Proclama de novo o propósito fundamental da Sua Revelação;
3. Recomenda aos "povos do mundo" a aderirem firmemente àquilo que "elevará" a sua
"posição";
4. Anuncia-lhes que "Deus perdoou o que passou";
5. Realça a sublimidade da posição do homem;
6. Revela o objectivo primordial da Fé de Deus;
7. Recomenda aos fieis que rezem pelo bem-estar dos reis da terra, "as manifestações da
grandeza de Deus e as auroras de Seu poder e Suas riquezas";
8. Investe-os na governação do mundo;
9. Escolhe como Seu domínio especial os corações dos homens;
10. Proíbe categoricamente luta e contendas;
11. Ordena aos Seus seguidores que ajudem aqueles governantes que estão "adornados de
equidade e justiça";
12. Manda em particular aos Aghsán (Seus filhos) que meditem sobre a "grande força e o
poder consumado que jazem ocultos no mundo da existência";
13. Ordena-lhes, ainda, bem como aos Afnán (parentes do Báb), e aos Seus próprios
parentes que se "voltem para o Mais Grandioso Ramo ('Abdu'l-Bahá)";
14. Identifica-O como "Aquele a Quem Deus designou", "Que derivou desta Raiz
preexistente", referido no Kitáb-i-Aqdas;
15. Ordena que o grau do "Maior Ramo" (Mirzá Muhammad 'Alí) fique abaixo do "Mais
Grandioso Ramo";
16. Exorta os crentes a tratarem os Aghsán com consideração e afecto;
17. Aconselha-os a que respeitem a Sua família e seus os parentes, assim como os do
Báb;
18. Nega aos Seus filhos "qualquer direito à propriedade dos outros";
19. Prescreve a todos os Seus parentes e aos do Báb a "temer a Deus, a fazer o que é
próprio e digno" e a seguir as coisas que irão "exaltar" a sua posição;
20. Previne todos os homens que não consintam que "os meios de ordem se tornem causa
de confusão e o instrumento da união motivo para a discórdia";
21. Conclui com uma exortação em que convida os fieis a "servirem a todas as nações" e
esforçarem-se pelo "melhoramento do mundo".
Pag. 85
❖ TEMAS DA ÚLTIMA VONTADE E TESTAMENTO DE 'ABDU'L-

BAHÁ
No livro "Presença de Deus" (pag. 441-442), Shoghi Effendi descreve os temas do
da "Última Vontade e Testamento de 'Abdu'l-Bahá". Segundo ele, 'Abdu'l-Bahá:
1. Proclama, categórica e inequivocamente, as crenças fundamentais dos seguidores da

Fé de Bahá'u'lláh;
2. Revela, numa linguagem inconfundível, o carácter duplo da missão do Báb;
3. Esclarece a posição exacta do Autor da Revelação Bahá'í;
4. Assevera que "todos os outros são Seus servos e fazem o que Ele manda";
5. Acentua a importância do Kitáb-i-Aqdas;
6. Estabelece a instituição da Guardiania como um cargo hereditário e esboça as suas
funções essenciais;
7. Prevê as medidas necessárias para a eleição da Casa Universal de Justiça, define-lhe
as atribuições e determina o seu relacionamento com aquela Instituição;
8. Prescreve as obrigações e realça as responsabilidades dos Mãos da Causa de Deus;
9. Exalta as virtudes da Aliança indestrutível estabelecido por Bahá'u'lláh;
10. Louva a coragem e a constância dos apoiantes da Aliança de Bahá'u'lláh
11. Alonga-se no relato dos sofrimentos suportados pelo Seu Centro nomeado;
12. Relembra a conduta infame de Mirzá Yahyá e sua desatenção às advertências do Báb;
13. Expõe, numa série de acusações, a perfídia e rebelião de Mirzá Muhammad 'Alí, e a
cumplicidade do seu filho Shu'á'u'lláh e de seu irmão Badí'u'lláh;
14. Reafirma a sua excomunhão e prediz a frustração de todas as suas esperanças;
15. Exorta os Afnán (parentes do Báb), Mãos da Causa e todo o conjunto de seguidores
de Bahá'u'lláh a levantarem-se unidos para propagarem a Sua Fé, a dispersar-se por
todos os lados e trabalhar incansavelmente, seguindo o exemplo heróico dos
Apóstolos de Jesus Cristo;
16. Previne-os contra os perigos da associação com os violadores da Aliança, e
recomenda-lhes que protejam a Causa contra os assaltos dos insinceros e dos
hipócritas;
17. Aconselha-os a demonstrar através da sua conduta a universalidade da Fé que
desposaram e a fazer prevalecer os seus elevados princípios;
18. Revela o significado e propósito do Huqúqu'lláh (Direito de Deus), já instituído no
Kitáb-i-Aqdas;
19. Prescreve submissão e fidelidade para com todos os monarcas que são justos;
20. Exprime o Seu ardente desejo de martírio, e ora pelo arrependimento e perdão dos
Seus inimigos.
Pag. 86
9 - BIBLIOGRAFIA
❖ INTRODUÇÃO
Seguidamente apresenta-se uma lista de referência bibliográficas onde se podem
encontrar numerosas referências sobre o tema da Aliança.
❖ BIBLIOGRAFIA
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Última Vontade e Testamento de 'Abdu'l-Bahá, A. Rio de Janeiro, Editora Bahá'í do Brasil,

1982.
Pag. 89

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A ALIANÇA - Guia de Estudo

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Assembleia Espiritual local

Copyright © 1992 by Assembleia Espiritual local dos Baha'is de Lisboa

Tradução: Marco António Oliveira

Assembleia Espiritual local

5 - O Propósito da Aliança de Bahá'u'lláh

6 - A Nossa Atitude em Relação à Aliança

O principal objectivo deste Guia de Estudo é levar o leitor ao estudo de um dos

A Aliança é, sem dúvida, um tema em que todos os Bahá'ís necessitam de se

INTRODUÇÃO .......…….. Introdução ao capítulo

Gostaríamos de expressar o nosso agradecimento à Bahá'í Publishing Trust dos

A Assembleia Espiritual local

A Aliança - um termo antigo agora dotado de um novo significado - está na

É a "Aliança de Bahá'u'lláh", afirma a Casa Universal de Justiça, "que liga o

Nos capítulos seguintes vamos examinar a Aliança através dessas questões.

Um estudo da Aliança é um estudo da relação entre Deus e a humanidade. Esta

Deus é infinito e nunca Se pode limitar ao nível da humanidade. Os seres humanos

Entre Deus e a humanidade está a Aliança - um instrumento de união fornecido por

A RELAÇÃO ENTRE DEUS E A HUMANIDADE

"Uma Aliança, no sentido religioso", afirma a Casa Universal de Justiça, "é um

O INSTRUMENTO DA VONTADE DE DEUS

Através do instrumento da Aliança reconhecemos a fonte da vontade de Deus,

A RELAÇÃO ENTRE DEUS E A HUMANIDADE

"Estas energias com as quais a Estrela-d’alva do generosidade divina e Fonte de

"Através dos Ensinamentos desta Estrela-d’alva da Verdade, todo o homem

Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. XXVII, pag. 50

2. "Quantas vezes o coração humano, que é o receptáculo da Luz de Deus e a sede da

Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. XCIII, pag. 121

O INSTRUMENTO DA VONTADE DE DEUS

Bahá'u'lláh, Prayers and Meditations, pag. 271

Selecção dos Escritos de Bahá'u'lláh, sec. LXXXIV, pag. 109-110

5. "Trouxeste a humanidade à existência a fim de Te conhecer e servir a Tua Causa,

Epístolas de Bahá'u'lláh, pag. 123-124

'Abdu'l-Bahá, Tablets of Divine Plan, pag. 49

'Abdu'l-Bahá, Divine Art of Living, pag. 17

Selecção dos Escritos de 'Abdu'l-Bahá, sec. 207, pag. 239-240

'Abdu'l-Bahá, The Power of the Covenant, Vol II. Intro

"Acontece o mesmo sob o ponto de vista espiritual. A resposta do homem à

"A Aliança de Deus é semelhante às condições que o director de uma escola

A. Taherzadeh, The Revelation of Bahá'u'lláh Vol III, pag. 288-390

Escolha uma das passagens da secção "Leituras".

O que é que esta passagem Quais são as implicações desta

The Covenant, do Departamento de Pesquisa da Casa Universal de Justiça

1. (Indique todas as que se aplicam) Sobre a relação entre Deus e a humanidade:

a) podemos optar por ficar separados de Deus

2. (Indique todas as que se aplicam) O propósito de Deus para a humanidade é:

3. (Indique todas as que se aplicam) A Aliança é:

a) um acordo mútuo entre Deus e a humanidade

4. Descreva, numa frase, a relação entre a Aliança e a vontade e propósito de Deus:

Seguidamente apresentam-se algumas sugestões de respostas. Dependendo a nossa

1. a, b, e d. Sobre a ver a citação nº 2; sobre b ver a citação nº 5; sobre d ver pag. 6.

2. b, c, e d. Sobre b ver pag. 7; sobre c ver pag. 7, e citações nº 6 e 7; sobre d ver

3. c, e d. Para c ver páginas 6, 11 e 12; para d ver página 7 e citação nº 4. Sobre a,

4. A Aliança é o instrumento criado por Deus através do qual os poderes da Sua

Porque é que é necessário existir uma Aliança?

A citação nº 1 não menciona a palavra "Aliança". Explique o significado desta

Qual é o propósito de Deus para a humanidade? Qual é a relação entre o propósito e

O primeiro tipo de aliança é a Aliança de Deus9. Refere-se a uma série de Educa-

O segundo tipo de aliança consiste na nomeação por parte do Manifestante, de um

"Contempla tu com a tua vista interior a corrente de sucessivas revelações que

Os Manifestantes são o resultado a Aliança de Deus com a humanidade. Eles são os

Durante milhares de anos até ao surgimento do Báb, os Manifestantes prepararam a

 Os Manifestantes são como professores de diferentes graus numa escola. O

 O professor prepara o aluno para o grau e professor seguintes.