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Revoltas coloniais e

imperiais – Brasil
REVOLTAS COLONIAIS

REBELIÕES NATIVISTAS
Revolta de Beckman –
Maranhão: 1684
Guerra dos Emboabas –
Minas Gerais : 1708-1711
Guerra dos Mascates –
Pernambuco: 1710-1711
Revolta de Felipe dos
Santos – Minas Gerais :
1720

Rebeliões separatistas
Conjuração Mineira : l789
Conjuração Baiana: 1789
Revolução Pernambucana:
l8l7

Revoltas imperiais
Confederação do Equador:
1824
Cabanagem: 1835-1840
Farroupilha: 1835-1845
Sabinada: 1837-1838
Balaiada: 1838-1841
Praeira: 1848-1850

RELAÇÕES EXTERNAS
DO 2º REINADO
Questão Christie : 1863
Intervenção do Brasil na
Região do Prata
Guerra do Paraguai: 1864-
1870

REVOLTA DE
BECKMAN
Ocorreu no
Maranhão em 1684. O
Maranhão era uma região
muito pobre, e tinha sua
economia fundamentada na
exploração da chamada
“drogas do sertão”, e de
pequena lavoura, cuja mão
de obra era indígena mais
barata que a africana. Essa
mão de obra era empregada
principalmente nos
engenhos de Pernambuco e
Bahia.
Esse uso da
mão de obra indígena
defrontou com a resistência
dos jesuítas, mas que na
realidade também usavam
os índios para manter suas
terras.
O governo
português reforçou a
proibição de que os índios
fossem reduzidos à
escravidão e determinou a
punição para seus
prisioneiros, além de
conceder aos jesuítas em
1681, jurisdição espiritual e
temporal sobre os índios;
com isso Portugal forçava os
colonos adquirir escravos
negros.
Em 1682,
Portugal criou a
COMPANHIA GERAL DO
COMÉRCIO DO ESTADO
DO MARANHÃO, que
possuía o monopólio do
comércio da região pelo
prazo de 20 anos em troca
de introduzir 500 escravos
por ano de cem-mil reis pro
cabeça.
Por, usufruir
de exclusividade comercial,
a Companhia vendia seus
produtos a preço muito
elevado e além de não
cumprir o acordo de
fornecimento de escravos.
Houve na realidade um
descontentamento geral da
população levando os
colonos a revolta.
Em 1684 um
movimento armado de 60
homens depõe o Capitão-
Mor BALTAZAR
FERNANDES e sob o
comando do fazendeiro
MANUEL BECKMAN e seu
irmão THOMAS
BECKMAM poeta e
advogado ocupou a cidade
de São Luiz de onde
expulsaram os membros da
COMPANHIA DE JESUS e
os jesuítas que se opunham
a escravidão indígena e
governaram o Maranhão
por quase um ano.
O novo
governador do Estado do
Maranhão, GOMES
FREIRE, desembarcou em
São Luis, restaurou a
ordem. Manuel Beckman e
Jorge Sampaio foram
enforcados, Thomas
Beckman exilado por dez
anos, a Companhia do
Comércio foi extinta, os
índios aprisionados em
guerra ficaram na
escravidão. Foi uma forma
de permitir aos colonos
utilizarem os índios como
escravos e de conter novas
rebeliões.

GUERRA DOS
EMBOABAS
A descoberta
do ouro em Minas Gerais
nos fins do século XVII
pelos bandeirantes paulistas
provocaram um grande
afluxo migratório interno
para Minas Gerais.
Julgavam-se os paulistas os
donos exclusivos e com o
direito de exploração das
minas, hostilizavam os
forasteiros que apelidavam
de emboabas (em tupi: amô-
aba significa estrangeiro) .
Prevalecia em
Minas Gerais a lei do mais
forte, assim paulistas e
emboabas ou estrangeiros
pegaram em armas.
Sob a direção
de MANUEL NUNES
VIANA cujo o apelido era
“governador das minas “, os
emboabas enfrentaram os
paulistas em vários
combates geralmente
desfavorável aos paulistas
que eram inferiores em
número.
Em 1708,
perto do RIO DAS
MORTES os paulistas
foram cercados, rendenran-
se com a certeza de ter suas
vidas garantidas. Diante da
promessa de salvaguardar
suas vidas, o comandante
emboaba BENTO DO
AMARAL COUTINHO
ordenou o massacre aos
paulistas. Esse episódio
ficou conhecido como
CAPÃO DA TRAIÇÃO.
Em 1709 o
governo interveio, criando a
capitania real de São Paulo
re minas de Ouro. Tentando
atender os anseios dos
paulistas, RIBEIRÃO DO
CARMOS, SABARÁ, e
VILA RICA foram
elevados a categoria de Vila
coma criação de Câmaras
Municipais.
Os
bandeirantes paulistas
também abandonaram a
região de Minas Gerais e
partiram em busca de ouro
em Goiás e Mato Grosso.
Alguns deles já ricos com a
exploração do ouro,
retornaran-se a São Paulo,
onde criaram unidades de
produção de abastecimento
(gêneros alimentícios) para
a região das minas,
integrando dessa forma a
economia paulista à
mineira.

GUERRA DOS
MASCATES

A Guerra dos
Mascates ocorreu entre
brasileiros e portugueses em
OLINDA, ou seja entre os
proprietários de terras na
colônia e os comerciantes
reinois ( do reino) chamados
em Pernambuco de
mascates.
Os
fazendeiros de Olinda
empobrecidos devido à
queda do comércio
internacional do açúcar,
estavam endividados com os
comerciantes lusos de
Recife.
Enquanto
Olinda decaia
economicamente, Recife
prosperava as custas do
intenso comércio exercido
pelos portugueses. Apesar
desta supremacia econômica
dos comerciantes, os
portugueses de Recife não
tinham autonomia política
pois a CÃMARA
MUNICIPAL ( sede do
poder político local)
localizava-se em Olinda.
Assim Recife
se transformava no
principal centro econômico
de Pernambuco, enquanto
Olinda mantinha o
predomínio político.Em
1709, os recifenses
conseguiram a Carta Régia
de emancipação política e
administrativa de Recife,
construindo na cidade um
pelourinho que simbolizava
a autonomia administrativa
do lugar.
Os olindenses
não concordavam com a
emancipação de Recife e
sentindo-se prejudicados
invadiram Recife iniciando
a Guerra dos Mascates. Os
conflitos terminaram no ano
sequinte (1710) quando
Portugal nomeou FELIX
JOSÉ MACHADO para o
governo de Pernambuco.
O novo
governador prendeu os
principais envolvidos no
conflito e manteve a
autonomia de Recife. Em
1711 todos os revoltosos
foram anistiados e Recife
passa a ser a sede
admimistrativa de
Pernambuco.
Outra vez se
evidenciaram contradições
entre os interesses coloniais
e metropolitanos.

REVOLTA DE FELIPE
DOS SANTOS

Portugal cada
vez mais, queria arrancar
do Brasil suas riquezas e
para isso aperfeiçoava sua
máquina e ameaçavam
quem não pagasse os
pesados impostos. Mesmo
rígida a administração
portuguesa na zona
mineradora, não conseguia
impedir o contrabando do
ouro e diamantes.
A Revolta de
Felipe dos Santos ou de Vila
Rica ocorreu como
conseqüência dos crescentes
tributos aplicados por
Portugal em Minas Gerais.
O governo real, com o
objetivo de impedir fraude
no transporte ou comércio
do ouro em pó, criou a
chamadas CASAS DE
FUNDIÇÕES nas quais o
ouro seria reduzido a barras
todo o metal extraído das
minas, depois de deduzido o
quinto imposto pelo rei.
Mais de dois
mil mineradores se
rebelaram contra a medida
e dirigiram-se ao
governador CONDE DE
ASSUMAR. Este no entanto
não possuía militares
suficientes para enfrentar os
mineradores rebelados; e
estrategicamente prometeu
atender-lhes as exigências
que incluíam a não
instalação das CASAS DE
FUNDIÇÕES e o fim de
vários tributos sobre o
comércio local.
Logo o
governador conseguiu
reunir forças suficientes –
DRAGÕES DA
CAVALARIA- para parar
os rebelados, lançando-os
contra os revoltosos de Vila
Rica prendendo vários
deles.
Felipe dos
Santos, que era português e
líder dos revoltosos, foi
condenado à morte,
enforcado e esquartejado
como exemplo para evitar
novas revoltas. Os outros
lideres após algum tempo
foram indultados pelo rei.
Este
movimento foi o precursor
da CONJURAÇÃO
MINEIRA DE 1789. A
coroa Portuguesa criou a
Capitania de Minas Gerais,
separando-a de São Paulo
em 1720 por forças desses
acontecimentos. A primeira
Casa de Fundição começou
a funcionar em 1725.

CONJURAÇÃO MINEIRA

Durante os
séculos XVII e XVIII, o
Brasil foi palco de motins,
conspirações, revoltas e
rebeliões, mas a
CONJURAÇÃO MINEIRA
foi o primeiro movimento
que manifestou claramente
a extensão de promover a
separação política de
Portugal.
Esse
movimento separatista
ocorreu em parte, devido
aos pesados tributos
cobrados por Portugal em
Minas Gerais cujo
pagamento tornou-se quase
impossível com a
decadência da produção do
ouro na segunda metade do
século XVIII.
As
deficiências da economia
lusitana e sua dependência
da Inglaterra obrigaram
Portugal a sugar ainda mais
violentamente as riquezas
da colônia, como o ouro
esgotara, Portugal acusava
os colonos de contrabando e
fraude.
Nessa época a
região do ouro já não
conseguia com a
arrecadação do quinto
alcançar cem arrobas que
Portugal exigia anualmente
da colônia.
Desta maneira
a dívida com Portugal
ampliava-se
consideravelmente e era
impossível atingir cem
arrobas de ouro.
Criou-se então
a -derrama- 1765 que era
uma forma de obrigar a
população pagar o
queflatava com a
expropriação de seus
pertences não importando se
era ou não mineradores.
O
descontentamento dos
colonos crescia a medida
em que se arrochava a
tributação e ocorria atos de
violência dos soldados
portugueses. Além disso,
eram altos os preços dos
produtos indispensáveis a
mineração como o aço,
ferro,pólvora, como a
própria mão de obra
escrava.
Também
outras atividades da
economia colonial brasileira
foram atingidas. Em 1785,
DONA MARIA I rainha de
Portugal decretou um
alvará que proibia as
manufaturas no Brasil, e
também a cobranças de
elevados preços pelos
produtos importados como
tecidos, sabão, calçados que
eram proibidos de serem
produzidos na colônia. Esse
alvará afetou muito a
população interiorana, cujos
comerciantes não mais
podendo abastecer-se de
tecidos, calçados, armas,
instrumentos de trabalho e
outros produtos comprados
de pequenos artesãos e
oficinas locais, agora teriam
de adquirir produtos
importados por altos preços.
Diante desta
situação um grupo de
colonos iniciaram reuniões
secretas em VILA RICA
com o objetivo de conspirar
contra Portugal e preparar
uma revolta, boa parte dos
participantes eram pessoas
da elite social mineira,
alguns estudaram na
Europa.
A proposta
revolucionária incluía:
Separação
política entre Brasil e
Portugal
Adoção do
sistema republicano
Transformaçã
o de São João Del Rei como
nova capital do país
Obrigatorieda
de do serviço militar
Apoio a
industrialização
Criação de
uma universidade em Vila
Rica
Adoção de
uma bandeira
branca ao
centro um
triângulo com
os dizeres:
LIBERTAS
QUAE SERÁ
TAMEM

Os
conjurados não chegaram a
um acordo com respeito à
abolição da escravatura e
também não organizaram o
povo para a luta e por isso
foram facilmente derrotados.

Entre os mais
ativos conjurados
destacaram:

Joaquim José
da Silva Xavier
Cláudio
Manuel da Costa
Inácio José de
Alvarenga Peixoto
Thomas
Antônio Gonzaga
José de
Oliveira Rolin
Carlos Correa
de Toledo Melo
Manuel
Rodrigues da Costa
Francisco de
Paula Freire de Andrada
Domingos de
Abreu
Joaquim
Silvério dos Reis
José Álvares
Maciel
José Joaquim
da Maia
Domingos
Vidal Barbosa – JF_MG
Vitorino
Gonçalves Veloso
José Martins
Borges
José Lopes de
Oliveira
Luis Vieira da
Silva
Francisco
Antônio de Oliveira Lopes
Vicente Vieira
de Mota
José Aires
Gomes
João da Costa
Rodrigues
Vitorino
Gonçalves Veloso
Salvador
Carvalho do Amaral Gurgel
José Rezende
Costa
João Dias da
Mota
Fernando
José Ribeiro

Os lideres do
movimento decidiram que o
início da conspiração
ocorreria logo que a derrama
fosse efetuada pelo governo
de Portugal na região, o
Visconde de BARBACENA
esperavam poder prende-lo
contando com o apoio de
uma população revoltada.
Segundo o
plano, Tiradentes iria ao Rio
de Janeiro para a divulgação
do movimento e obter apoio,
munições e armas.
Embora
tenha havido preparativos, a
rebelião em Vila Rica não
aconteceu porque o
movimento fora denunciado
ao governador de Minas
Gerais por três
conspiradores: Coronel
JOAQUIM SILVÉRIO DOS
REIS, o Tenente –coronel
BASÍLIO DE BRITO
MALHEIRO e o mestre-de
-campo INÁCIO CORREIA
PAMPLONA.
Tão logo ficou
sabendo da revolta, Visconde
de Barbacena suspendeu a
derrama e expediu ordens de
prisão aos conjurados.
Tiradentes que viajava pelo
Rio de Janeiro foi preso
naquela cidade no dia 10 de
maio de 1789.
Apenas
Tiradentes que assumiu
integralmente a
responsabilidade da
conspiração foi condenado a
morte sendo enforcado em 21
de abril de 1792 no Campo
de São Domingos no Rio de
Janeiro.
Seu corpo foi
esquartejado e os pedaços
distribuídos pelas cidades
onde esteve buscando apoio.
Sua cabeça foi
exposta publicamente em
Vila Rica a fim de intimidar
possíveis conspiradores e
evitar novas rebeliões.
Depois da
morte de Tiradentes o Vice-
Rei Conde de REZENDE e o
Presidente do Senado da
Câmara BALTAZAR DA
SILVA LISBOA
promoveram manifestações
de vitórias pelo
acontecimento. Além de
festa, também houve missas
solenes no Rio de Janeiro e
em Minas Gerais. Cumpriu-
se também, o açoitamento
público de VITORINO
GONÇALVES VELOSO e
JOSÉ MARTINS BORGES
que ainda foram obrigados a
dar três voltas em torno da
forca onde poucos meses
antes Tiradentes fora
assassinado pelo opressor
sistema português.
As devassas
haviam pronunciados como
réus do crime de lesa-
majestade 34 pessoas, sendo
05 eclesiásticos e 03 já
falecidos. O destino dessas
pessoas foram selados pela
justiça portuguesas.
Os cincos
eclesiásticos foram enviados
a Lisboa (prisão ou reclusão)
após a comutação da pena de
morte de três deles e
embarcados em 24 de junho
de 1792 na fragata “Golfinho
de Sua Majestade”. O padre
JOSÉ LOPES DE
OLIVEIRA faleceu logo ao
chegar a Portugal, o padre
CARLOS CORREA DE
TOLEDO morreu em 1804
quando ia voltar ao Brasil.
Conseguiram voltar ao Brasil
os padres JOSÉ DA SILVA
OLIVEIRA ROLIM, LUIS
VIEIRA DA SILVA e
MANUEL RODRIGUES DA
COSTA.
O embarque
dos demais conjurados para
o degredo na África ocorreu
entre 05 de maio a 25 de
junho de 1792. Inicialmente
embarcaram Inácio José de
Alvarenga Peixoto para
AMBACA, o Sargento-mor
Luis Vaz de Toledo Piza para
CAMBEMBE, José Álvares
Maciel para MASSAGENA ,
coronel Francisco Antônio de
Oliveira Lopes para BIÉ.
Esses condenados seguiram
nas corvetas “Nossa Senhora
da Guadalupe” e “Nossa
Senhora de Brotas”.
No dia 16 de
maio transformado em um
verdadeiro farrapo humano
José Martins Borges foi para
as galés (remador de um
barco de guerra a vela) e
desapareceu para sempre.
No dia 22 de maio
embarcaram para
MOÇAMBIQUE os
seguintes condenados:
Thomas Antônio Gonzaga,
capitão Vicente Vieira da
Mota para RIO SENA,
coronel José Aires Gomes
para INHAMBARÉ, João da
Costa Rodrigues para
MISSURIL, Antônio de
Oliveira Lopes para
MUCUÁ, Vitorino Gonçalves
Veloso para CABECEIRA
GRANDE e Salvador do
Amaral Gurgel para
CATALA. Esses condenados
partiram a bordo do navio
“Nossa Senhora da
Conceição-Princesa de
Portugal”
Outro grupo
foi embarcado no dia 24 de
junho juntamente com os
eclesiásticos na fragata
“Golfinho de Sua
Majestade”. Era formado
pelos condenados: José
Resende da Costa que foi
para BISSAU, José Resende
da Costa Filho foi para
CABO VERDE, Domingos
Vidal Barbosa (conjurado
da cidade de Juiz de Fora)
fora para SANTIAGO, João
Dias da Mota para
CACHEÚ. Em 25 de junho a
bordo da corveta “Nossa
Senhora da Conceição e
Santa Rita” foram para
Angola os conjurados:
Domingos de Abreu Vieira
para MUXIMA, Francisco
de Paula Freire de Andrada
para PEDRA DO ENCOJE e
Fernando José Ribeiro que
fora condenado para ir
para BENQUELA não
embarcou por falta de
transporte.
Muitos dos
condenados morriam em
poucos meses de cativeiro O
primeiro a morrer foi
Alvarenga Peixoto que
faleceu aos 49 anos velho e
doente. Em seus versos,
registrava a saudade da
família enclausurado na
prisão de Ambaca, uma
região extremamente
insalubre, morreu no dia 1º
de janeiro de 1793. Sua
mulher Bárbara Heliodora
também faleceu na cidade de
São Gonçalo do Sapucaí em
1819 e curiosamente um de
seus filhos fez carreira
militar participando da
Guerra da Bahia.
No mesmo
ano de 1793 outros dois
condenados morreram
devido a doenças. Domingos
Vidal Barbosa em agosto
com 32 anos no convento de
São Francisco da Ribeira
Grande, no arquipélago de
Cabo Verde; e João Dias da
Mota no continente africano.
Em 1794 aos 67 anos de
idade faleceu o antigo
contratador Domingos de
Abreu Vieira. Também neste
ano morreu em Porto Belo
no Zambeze, Antônio de
Oliveira Lopes que ali
exerceu a função de
carpinteiro.
Em 1795
morreram Luis Vaz de
Toledo Piza e José Aires
Gomes e em 1798 morreram
Vicente Vieira da Mota e
Rezende da Costa (pai).
Ao começar o
século XIX em 1800 morreu
em Benguela Francisco de
Oliveira Lopes sepultado na
igreja de Nossa Senhora de
Pópulo. Também em 1800
teria morrido João da Costa
Rodrigues sepultado na
capela de Mossuril. Muito
doente em 1802 José Álvares
Maciel faleceu em
Massagena.
Em 1805
faleceu Amaral Gurgel um
dos poucos exilados bem
sucedido. Na localidade de
INHAMBANA exercera a
medicina, foi cirurgião-mor
do regimento de infantaria
local, vereador e presidente
do Senado da Câmara. Em
relação ao coronel Francisco
de Paula Freire de Andrada,
cunhado de Maciel e se sócio
na fundição de ferro morreu
17 anos depois do degredo
em São Paulo em Luanda e
foi enterrado na igreja de
Nossa Senhora da conceição.
O conjurado
que mais sucesso fez no exílio
foi o desembargador Thomas
Antônio Gonzaga. Apesar de
sua paixão por sua Maria
Dorotea de Seixas Brandão a
musa de Marília de Dirceu,
casou-se rapidamente com
Juliana de Souza
Mascarenhas, herdeira de
um rico traficante de
escravos de Moçambique.
Gonzaga aliou-se ao sogro
administrou alguns setores
de seu negócio e reiniciou a
carreira de magistrado.
Morreu aos 66 anos em
fevereiro de 1810.
José Rezende
Costa (filho) conseguiu
regressar ao Brasil em
1809.Na regência de D. João
VI obteve o emprego na
administração pública de
Minas e começou a
participar novamente da
política local. Em 1823, eleito
para a bancada mineira que
participou da Assembléia
Constituinte freqüentou
novamente o prédio em que
esteve preso. Muito influente
e respeitado Resende Costa
(filho) morreu no Rio de
Janeiro em 1841.

A Conjuração
Mineira só ganhou
importância de maior revolta
colonial brasileira muito
tempo depois, durante o
século XX. Isso se deu
porque no século XIX o
Brasil era ainda governado
por descendentes diretos de
D.Maria I, D. Pedro I e
depois D.Pedro II. Foi só no
período republicano que se
deu maior ênfase devido a
posição contrária aos ex-
monarcas e ao regime
imperial, é que se exaltou a
Conjura Mineira e suas
lideranças ,especialmente
Tiradentes que foi
transformado em herói
nacional e mártir
republicano. As idéias dos
conjurados mineiros
continuam sólidas e sempre
haverá ecos em Minas e no
Brasil de LIBERDADE
AINDA QUE TARDIA.

CONJURAÇÃO BAIANA

Outro
movimento de independência
ocorreu na Bahia em 1789,
ficou conhecida como
Conjuração dos Alfaiates.
O movimento
teve ampla participação das
camadas humildes defendia
reivindicações de iqualdade
social e racial.
Os principais
participantes, além de
escravos negros, foram
alfaites como João de Deus e
Manuel Faustino e os
soldados Dantas Torres e
Gonzaga das Virgens , quase
todos eles pardos. Alguns
elementos qualificados da
maçonaria e partidários das
idéias liberais como Cipriano
Barata pretendiam formar
uma República.
Os
conspiradores distribuíram
papeis manuscritos e os
fixaran especialmente nas
igrejas, anunciando um
movimento reivindicador de
raça, iqualdade e liberdade.
A repressão contra a
Conjuração dos Alfaiates foi
imediata. Houve a
decretação da devassa pelo
governador e a prisão e
enforcamento dos principais
envolvidos.Outros
participantes negros e
mulatos sofreram penas de
desterro, ao passo que os
acusados mais cultos e
importantes conseguiram
livrar-se das acusações.

REVOLUÇÃO
PERNAMBUCANA

Esta foi à
última manifestação do
sentimento nativista ocorrido
no período colonial. Com
avinda de D.João VI para o
Brasil em 1808 o Brasil
passou por profundas
modificações. Por isso na
época da Revolução
Pernambucana a situação do
Brasil era bem diferente da
que vivia a colônia quando
eclodiram os movimentos
revolucionários anteriores a
esse.

Os principais
fatores da Revolução de
1817 em Pernambuco foram:

Independênci
a das colônias espanholas na
América do Sul
Independênci
a dos Estados Unidos
Idéias de
liberdade que vinham se
propagando desde o século
anterior no Brasil
Ação das
sociedades secretas que
pretendiam a libertação da
colônia
Desenvolvime
nto da cultura em
Pernambuco por influência
do Seminário de Olinda.

O governador
de Pernambuco, CAETANO
PINTO DE MIRANDA
MONTENEGRO ficou
sabendo dos planos dos
revolucionários e mandou
prender os principais
implicados na conspiração.
Estes então anteciparam a
eclosão do movimento que
teve início quando o Capitão
JOSÉ DE BARROS LIMA
apelidado de “ Leão
Coroado” matou o oficial
português encarregado de
prende-lo.
A revolta se
estendeu rapidamente e os
patriotas tornaram-se
senhores da situação,
estabelecendo novo governo
assim que Caetano
Montenegro viesse para o
Rio de Janeiro. Os principais
implicados na Revolução
Pernambucana de 1817
foram: Domingos José
Martins, Domingos Teotônio
Jorge Martins Pessoa,
Antônio Carlos Ribeiro de
Andrada, João Ribeiro
Pessoa, Antônio Gonçalves
da Cruz, José de Barros
Lima, Miguel de Almeida
Castro, José Inácio Ribeiro
de Abreu Lima.
Assim que
conseguiram dominar a
situação, os revoltosos
organizaram um governo
provisório. O governo
procurou logo estender o
movimento às outras
capitanias e obter o
reconhecimento no exterior.
O governo
revolucionário
pernambucano durou mais
de dois meses. Recife foi
cercada por mar e tropas
enviadas da Bahia
avançaram por terra
colocando os revoltosos em
situação desesperadora,
desmontando-lhes a
resistência.
O governo foi
implacável ao punir os
revoltosos. Foram
executados, Domingos José
Martins, Domingos Teotônio
Jorge, José de Barros Lima,
o padre Miguelinho e mais
oito implicados no
movimento. O padre João
Ribeiro Pessoa suicidou-se, o
padre Roma já tinha sido
fuzilado quando tentava
consequir adesões à causa
revolucionária
A Revolução
Pernambucana de 1817
contribuiu decisivamente
para a independência, que
ocorreu pouco mais tarde, e
muitos de seus participantes
se destacaram durante o
Primeiro Reinado.

CONFEDERAÇÃO DO
EQUADOR

A
Confederação do Equador
foi uma revolta que teve
início em Pernambuco,
estendendo-se à Paraíba, rio
Grande do Norte e ao Ceará.
O movimento
revolucionário conseguiu
ainda que por pouco tempo
estabelecer um governo
republicano.
Desde 1817,
as ideais de liberdade tinham
grande número de seguidores
entre os pernambucanos.
Quando D.Pedro I dissolveu
a Assembléia Constituinte, a
insatisfação popular em
Pernambuco como em outras
províncias foi muito grande.
A concentração de poderes
nas mãos do imperador
garantida pela Constituição
outorgada completou o
quadro de descontentamento
na província.
A revolta teve
início quando o Imperador
designou FRANCISCO PAIS
BARRETO, para Presidente
da Província. O novo
Presidente não foi aceito
pelos pernambucanos.
Quando as notícias chegaram
ao Rio de Janeiro, uma
esquadra comandada por
JOHN TAYLOR, partiu
para a província rebelde e
cercou o porto de Recife. O
governo tentou remediar a
situação nomeando novo
Presidente para a Província e
suspender o bloqueio de
Recife.
Nesse meio
tempo, a imprensa
pernambucana continuou
suas críticas contra o
governo imperial. O
movimento ganhou força e se
estendeu às províncias
vizinhas.
O nome de
Confederação do Equador
foi escolhido pelos revoltosos
para a república que
pretendiam estabelecer.
Adotaram o lema: Religião,
Independência União e
Liberdade e a Constituição
da Colômbia para reger os
destinos da confederação.
Até mesmo uma bandeira foi
escolhida como símbolo da
nova República.
D. Pedro I
enviou para Pernambuco
uma esquadra e um exército
sob o comando de Francisco
de Lima e Silva. A esquadra
imperial não teve
dificuldades em apresar os
dois únicos navios dos
revoltosos e as tropas de
Lima e Silva venceram os
pernambucanos com
facilidades. A revolta foi
sufocada também na outras
províncias.
A repressão
ao movimento foi
violentíssima. Dezesseis
revoltosos foram condenados
à morte por enforcamento.
Em 13 de
janeiro de 1825, foi fuzilado
o Frei Joaquim do Amor
Divino Caneca um dos
principais nomes da
Confederação. Ele tinha sido
condenado à forca, mas
ninguém se dispôs a servir de
carrasco para a sua
execução.
O final
trágico da Confederação do
Equador contribuiu para o
descontentamento popular
com relação a D.Pedro e foi
um dos fatores que
motivaram a abdicação do
primeiro imperador do
Brasil.
CABANAGEM

A Cabanagem
teve início em 1835, durante
a Regência Trina
Permanente e estendeu-se até
1840. Recebeu este nome
porque a maioria de seus
participantes eram cabanos,
pessoas pobres que moravam
em cabanas à margens dos
rios. A revolta teve origem
na insatisfação dos lideres
políticos do PARÁ, contra ao
presidente nomeado para
governar a Província, mas
logo se transformou em um
levante das camadas mais
humildes e exploradas da
população – índios, mestiços,
semi-escravizados, negros,
escravos, sertanejos. Os
cabanos chegaram assumir o
governo do PARÁ em 1835.
Félix Antônio Clemente
Malcher, Francisco Pedro
Vinagre e Eduardo Francisco
Nogueira que tinha o apelido
de Angelim, foram lideres
cabanos que se tornaram
sucessivamente presidentes
da província.
Os cabanos
foram vencidos em 1840 por
uma poderosa força militar,
que promoveu violentos
massacres em toda a
Província, causando a morte
de 30.000 pessoas, quase a
metade da população do
PARÁ, naquela época.

REVOLUÇÃO
FARROUPILHA
Causas
econômicas e políticas
levaram os gaúchos a pegar
em armas e a tentar separar-
se do Brasil naquela que
ficou conhecida como Guerra
dos Farrapos, em virtude do
precário trajes rebeldes.
Entre outras
causas econômicas a guerra
estavam os pesados impostos
que oneravam os produtos
gaúchos – charque, couro,
mulas – vendidos em outras
províncias. Esses impostos
além de diminuírem a
capacidade de concorrência
das mercadorias gaúchas em
relação às uruguaias,
argentinas e paraguaias,
muitas vezes eram cobradas
nos lugares de venda dos
produtos, beneficiando
outras províncias.
Entre as
causas políticas estavam as
lutas entre os farroupilhas
que queriam mudanças e
mais autonomia e os
chimangos, favoráveis à
situação vigente. Havia
também a influência das
idéias republicanas, cujo
exemplo os gaúchos viam nas
jovens Repúblicas do Prata
( Uruguai, Argentina e
Paraguai).
A revolta teve
início quando Bento
Gonçalves chefe farroupilha
exigiu a renúncia do
presidente da província.
Bento Gonçalves ocupou
Porto Alegre, obrigando a
assembléia Provincial a
nomear outro Presidente.
Em 1836 os
revoltosos proclamaram a
República Rio Grandense
com sede na Vila de Piratini.
Em 1839 conquistaram
Laguna em Santa Catarina
onde proclamaram a
República Juliana (era mês
de julho). Para liderar a
conquista de Santa Catarina
os gaúchos convidaram o
combatente italiano Giusepe
Garibaldi. Ele conduziu por
terra, sobre carretas, dois
navios, de Porto Alegre até o
mar em Tramandaí,
surpreendendo as forças
imperiais em Laguna.
Somente em
1845, já no reinado de Pedro
II, foi possível restabelecer a
paz por obra de LUIZ
ALVES DE LIMA E SILVA,
que havia pacificado o
Maranhão.
As ofertas de
Lima e Silva foram
irrecusáveis para os chefes
farroupilhas: anistia para
todos, incorporação dos
oficiais farroupilhas ao
exército imperial no mesmo
posto, devolução a seus donos
de todas as propriedades
ocupadas ou mesmo
confiscadas durante a
guerra, libertação de todos os
escravos que tinham lutado
ao lado dos farrapos.
A Guerra dos
Farrapos foi a mais longa
guerra civil brasileira.
Foram 10 anos de lutas
violentas que provocaram
muitas mortes de ambos os
lados.
A SABINADA

A Bahia
principalmente a cidade de
Salvador, sempre foi palco de
resistência e luta contra a
opressão desde a época
colonial, a exemplo da
Insurreição dos Alfaites de
1798.
Na fase
regencial eclodiram diversas
rebeliões de escravos na
província, sendo que a mais
importante deu-se em 1835,
envolvendo os negros malés,
escravos de religião
muçulmana e bastantes
cultos, que com seus gritos de
“mortes aos brancos e vivas
os nagôs” espalharam o
terror aproximando os
senhores, que conseguiram
esmagar o movimento.
O excesso de
autonomia local, as
dificuldades econômicas
vivenciadas pela província já
há muito tempo, o
descontentamento dos
grupos médios urbanos e a
resistência da população
local contra as determinações
do governo central
ganharam novo impulso em
1837, quando foi instituído o
recrutamento forçado para a
formação de tropas que
iriam combater os
farroupilhas no Rio Grande
do Sul. Iniciou-se assim uma
revolta contra a truculência
do governo, que se esforçava
na conquista do poder na
Bahia e na proclamação da
República Bahiense pelos
revoltosos.
O movimento
tinha como líder o médico
FRANCISCO SABINO
BARROSO, morador na
cidade de Salvador. Por
causas dele, a revolta ficou
conhecida como SABINADA.
Os revoltosos eram
contrários à centralização
política desejada pelo Rio de
Janeiro e decidiram manter
o governo republicano
independente até que
D.Pedro II pudesse assumir o
poder no Brasil o que deveria
ocorrer em 1843. Almejaram
também manter a autonomia
provincial conseguida com o
Ato Adicional de 1834,
chegando também assumir o
compromisso de libertar os
escravos nascidos no Brasil
que apoiassem a revolução,
mantendo os demais no
cativeiro.
A Regência
enviou tropas que cercaram
a cidade de Salvador e, com a
ajuda dos senhores de
engenho da região do
Recôncavo, fiéis ao Rio de
Janeiro, venceram os
revoltosos em 1838. Ao final
da violenta repressão além
de milhares de prisioneiros,
mais de duas mil pessoas
estavam mortas inclusive
seus mais expressivos lideres
que acabaram executados.

BALAIDA

Nas primeiras
décadas do século XIX, quase
a metade dos duzentos mil
habitantes do Maranhão,
eram constituídos por
escravos. Grande parte do
restante, eram formados por
sertanejos que viviam em
miserável condições de vida.
Os proprietários rurais e
comerciantes controlavam o
poder local.
UM
movimento revoltoso passou
então a exigir a demissão dos
portugueses que ocupavam
postos do exército e na
administração. Esse
movimento ficou conhecido
com o nome de Balaiada
porque um de seus lideres
era fazedor de balaios sendo
denominado Manuel Balaio.
Aos balaios juntaram-se os
vaqueiros, comandados por
Raimundo Gomes conhecido
como “cara preta” e cerca de
três mil escravos fugidos,
chefiados pelo negro
COSME.
Balaios,
vaqueiros e escravos foram
apoiados pelos liberais,
pessoas ricas de prestígio
social, que acusavam o
presidente do Maranhão de
ser capacho do governo
central.
Essa elite
usou os lideres populares
para atingir seus objetivos
políticos ou seja, a conquista
do poder.
A mais
importante vitória dos
balaios foi a tomada da vila
de Caxias em 1839.Os
rebeldes só foram derrotados
após a nomeação para a
presidência da província em
1840, do coronel Luis Alves
de Lima e Silva, o futuro
duque de Caxias.
A anistia foi
decretada em agosto de 1840.
Cerca de dois mil e
quinhentos balaios foram
derrotados no início do ano
sequinte. Raimundo Gomes
entregou-se, foi exilado para
São Paulo e morreu no
caminho. O negro Cosme
chefe do quilombo e também
líder da revolta não se
entregou: foi caçado, preso e
enforcado.
A Balaiada foi
um movimento de gente
pobre e trabalhadora, gente
simples ligada a terra como
atestam os próprios nomes
da guerra dos revoltosos:
Tigre, Rio, Caninana.
Corisco, Ruivo, Relâmpago.

REVOLUÇÃO PRAEIRA

Em 1848, com
a vitória do Partido
Conservador, houve
mudanças políticas com as
quais os liberais de
Pernambuco não
concordavam. Perdiam eles
velhas posições e senhores de
engenho remanescentes e que
pertenciam ao Liberal,
sofreram perseguições dos
Conservadores. Mas o
mesmo se dava quando os
liberais chegavam ao poder.
Os praieiros,
nome dado aos liberais
porque a redação do jornal
que era o órgão do partido
ficava na Rua da praia, e os
quabirus nome dado aos
conservadores pelos
praieiros, não se entendiam.
Os liberais
chegaram propor que fossem
expulsos da província todos
os portugueses não casados
com brasileiras. E queriam,
ainda que o comércio fosse
nacionalizado. Ainda em
1844, fizeram um movimento
contra artigos fabricados na
Europa, e a expulsão dos
operários estrangeiros. A
Revolução Praieira
caracterizava-se pelo
federalismo,
republicanismo, liberalismo e
pela revolta contra a
desigualdade social
destacando-se Borges da
Fonseca, autor do
MANIFESTO AO MUNDO,
no qual reivindicava:
liberdade de imprensa e de
trabalho, voto livre e
universal, fim da
vitaliciedade do senado,
extinção do poder
moderador imperial, inteira
e efetiva autonomia dos
poderes constituídos,
reforma do poder judiciário,
comércio de retalhos para
cidadãos brasileiros, extinção
do juro e do sistema de
recrutamento, autonomia
provincial, federalismo.
Enquanto a
revolução se espalha pela
zona da mata, os praieiros
resolveram atacar RECIFE,
no que não foram bem
sucedidos. Borges da Fonseca
retirou-se para o interior,
tentando espalhar a revolta
na Paraíba, enquanto Pedro
Ivo líder popular, tentou
instalar-se no sul de
Pernambuco; esta dispersão
enfraqueceu o movimento.
Nunes
Machado, articulador do
movimento, morreu quando
os praieiros procuravam
reconquistar Recife no dia 02
de fevereiro de 1849.
Borges da
Fonseca quis prosseguir o
movimento, mas caiu
prisioneiro. No interior as
coisas se complicavam, onde
o Capitão Pedro Ivo
conseguiu levantar o povo
e,m luta contra o governo.
Mas foi aprisionado e
enviado para o Rio de
Janeiro.
Era o fim da
Revolução Praeira, a última
revolução do Império.

A QUESTÃO CHRISTIE

A Questão
Christie consistiu de dois
incidentes que levaram ao
rompimento das relações
diplomáticas entre Brasil e
Inglaterra; de 1863 a 1865.
Os incidentes
foram basicamente os
quentes: furto por ladrões
desconhecidos, da carga do
navio inglês Príncipe de
Gales que em 1861
naufragou próximo às costas
do Rio Grande do Sul: prisão
de três oficiais da Marinha
\Inglesa, que em 1862
andavam em trajes civis
pelas ruas do Rio de Janeiro,
embriagados e provocando
desordens.
Com relação
ao primeiro incidente, o
embaixador inglês Willian
Christie exigiu do governo
brasileiro uma indenização
elevada, correspondente ao
valor da carga desaparecida
do navio inglês. Além disso,
exigiu a presença de um
oficial inglês para
acompanhar as investigações
sobre o furto.
Quanto ao
segundo incidente, Christie
considerou a prisão dos
oficiais ingleses uma grave
ofensa a Marinha Britânica.
Exigiu de nosso governo a
punição dos policiais
brasileiros que efetuaram a
prisão dos ingleses.
Diante da
recusa de D.Pedro II em
atender às exigências de
Christie a Inglaterra mandou
navios de guerra ao litoral
brasileiro e aprisionou três
navios de nossa Marinha
Mercante.
A
agressãoinglesa provocou a
revolta da população do Rio
de Janeiro. Muitos
ameaçavam invadir a
casado embaixador Christie,
bem como os
estabelecimentos comerciais
de ingleses que viviam no
Brasil.
Em face do
agravamento dos
problemas, a Inglaterra
propôs que essas questões
fossem solucionadas através
de arbitramento
internacional.
O Rei da
Bélgica Leopoldo I foi
escolhido como árbitro para
decidir a questão entre os
dois países.
Antecipadamente, o governo
brasileiro resolveu pagar a
indenização referente à
carga do navio inglês.D.
Pedro II considerava que
não se devia discutir
questões de dinheiro,
quando o mais importante
era o desrespeito inglês pela
soberania nacional do
Brasil.
O
arbitramento de Leopoldo I,
ficou restrito às demais
exigências de Christie e a
violência da Inglaterra ao
aprisionar navios mercantes
brasileiros.
O rei belga
pronunciou-se favorável ao
Brasil, cabendo, então a
Inglaterra desculpar-se pro
ofender a dignidade da
nação brasileira.
Entretanto o
governo inglês recusou-se a
apresentar suas desculpas
oficiais, o que levou
D.Pedro a romper relações
diplomáticas com a
Inglaterra
As relações
diplomáticas entre os dois
países somente foram
reatadas em 1865, quando o
governo inglês através de
Edward Thorton apresentou
as desculpas oficiais a
D.Pedro II.
O desfecho
da Questão Christie revelou
a afirmação da soberania
nacional brasileira, que foi
reconhecida formalmente
por uma grande potência, a
Inglaterra.
INTER
VENÇÕES DO BRASIL NA
REGIÃO DO RIO DA
PRATA

A região
platina é formada pela
Argentina, Uruguai e
Paraguai.
Três rios
importantes banham esse
território: Paraguai e
Uruguai, que se juntando
criam um rio de interação
comercial; o Rio da Prata.
A livre
navegação desses rios
facilitava o contato com as
províncias do centro-oeste e
sudeste do continente. As
questões platinas, isto é as
intervenções brasileiras no
Prata entre 1851 e 1870,
ligam-se portanto a uma
disputa de interesses na
região, principalmente
quanto as navegação dos
rios. A Inglaterra apoiou o
Brasil na luta contra a
unidade dos três países
temendo a formação de uma
grande república platina.
Em 1827,
nascia a república do
Uruguai, antiga Província
Cisplatina, pertencente ao
Brasil. Mal proclamava sua
independência, no entanto o
Uruguai já começava a ser
cobiçado pela Argentina.
Entre dois
vizinhos fortes, o Uruguai
ora pendia para um, ora
para outro. Isso se refletia
na posição dos dois partidos
uruguaios: o BLANCO,
representando os interesses
dos pecuaristas, apoiava a
Argentina o COLORADO,
ligado aos comerciantes de
Montevidéu, pendia para o
Brasil.
Assim o
interesse pela liberdade de
navegação no Rio da Prata e
a ambigüidade das alianças
do Uruguai, ora como
Brasil ora coma Argentina,
ocasionaram vários
conflitos.
Não eram
raros os choques armados
entre colorados, liderados
por Frutuoso Rivera e os
blancos chefiados por
Manuel Oribe. Rivera havia
sido o primeiro presciente
uruguaio, tendo mais tarde
apoiado Oribe. Apos ser
eleito, entretanto, Oribe não
mais acatou as decisões de
Rivera, aliando-se ao
governador argentino Juan
Manuel Rosas que tinha as
pretensão de restaurar o
antigo vice-reinado no
Prata, criando uma
confederação republicana.
Apoiado por
Rosas, Oribe realizou um
bloqueio no porto de
Montevidéu, prejudicando o
comércio inglês, francês e
brasileiro.
Rivera
entrou em contato com os
argentinos opositores de
Rosas dentre os quais o
General Urquiza, reunindo
também brasileiros que
haviam lutado na guerra
dos Farrapos. Com essas
forças, levou adiante a luta
contra Oribe.
Preocupado
em manter livre a b
navegação no rio da Prata,
D. Pedro II, enviou para a
região contingente militar,
sob o comando de Caxias.
Com mais
essa ajuda, as tropas de
Rivera e Urquiza
depuseram Oribe e
colocaram no poder os
colorados.
A derrubada
de Oribe ainda não era
suficiente para tranqüilizar
o governo brasileiro. Era
necessário derrotar também
Rosas, que apoiava os
blancos uruguaios. Assim a
luta continuou com os
brasileiros subindo o rio
Paraná e enfrentando os
argentinos. Auxiliados pelo
Almirante Grenfell
( inglês) as forças brasileiras
venceram Rosas na Batalha
de Monte-Casero em 1852.
O controle da Argentina
passou às mãos do General
Urquiza.
O interesse
dos britânicos na derrota de
rosas estava ligado a leis
alfandegárias
acentuadamente
protecionistas que ele havia
promulgado em 1835. Sua
intenção era desenvolver a
produção de manufaturas
na Argentina, o que
prejudicaria as vendas de
produtos ingleses,
A derrota de
Rosas e Oribe não trouxe a
pacificação ao Brasil como
nossos políticos esperavam.
Ao contrário, às rivalidades
entre blancos e colorados se
acentuaram, aumentando o
predomínio dos blancos que
logo voltaram a controlar o
poder.
Na
presidência de Aguirre –
1864- líder blanco
registraram-se incidentes
envolvendo o Brasil:
represarias contra
brasileiros residentes no
Uruguai, violação de
fronteiras e ataques de
uruguaios às estâncias
brasileiras (gaúchas)
O governo
imperial brasileiro exigiu
então indenização do
Uruguai, mas a Argentina se
mostrou indiferente, não
oferecendo explicações nem
mesmo aos emissários
enviado por D.Pedro II.
Diante das impossibilidades
de uma solução
diplomática, inciou o
conflito.
O General
Mena Barreto comandou
por terra a invasão do
Uruguai, conseguindo
adesão dos colorados
liderados por Venâncio
Flores, enquanto a esquadra
brasileira comandada por
Almirante Tamandaré
postou-se diante da capital
do Uruguai. Montevidéu se
viu cercada em curto espaço
de tempo. Aguirre
renunciou e as exigências
brasileiras foram atendidas.
Em fevereiro de 1865, Flores
assumiu o governo do
Uruguai, deu ao Brasil as
satisfações que Aguirre se
negara a prestar. Além disso
entrou em entendimento
com o Brasil para a
participação uruguaia na
guerra contra Francisco
Solano López ditador do
Paraguai.

Jo
ão Lourenço da Silva Netto
A
dvogado- Historiador- Professor e
Pesquisador
J
uiz de Fora- Agosto de 2001

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