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AMAZONAS
História do Amazonas: Império
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos
Sumário
História do Amazonas Império..................................................................................................................................3
2.1. Incorporação da Amazônia ao Estado Nacional Brasileiro..............................................................3
2.1.1. Província do Pará. . .................................................................................................................................................5
2.1.2. Comarca do Rio Negro. . ......................................................................................................................................6
2.1.3. A Cabanagem.. .........................................................................................................................................................9
2.2. Província do Amazonas......................................................................................................................................17
2.2.1. Economia do Alto Amazonas na Primeira Metade do Século XIX..........................................17
2.2.2. Comarca do Alto Amazonas.........................................................................................................................18
2.2.3. Manifestações Autonomistas...................................................................................................................27
2.2.4. Criação e Implantação do Estado Provincial Amazonense; Sistema Político do
Amazonas no Segundo Reinado............................................................................................................................ 28
2.3. Economia e Sociedade na Amazônia. .........................................................................................................30
2.3.1. Ciclo da Borracha.. ..............................................................................................................................................31
2.3.2. Migração Nordestina......................................................................................................................................32
2.3.3. Seringal e o Seringueiro.. ..............................................................................................................................34
2.3.4. O sistema de Aviamento...............................................................................................................................35
Resumo................................................................................................................................................................................37
Mapas Mentais. . ..............................................................................................................................................................38
Questões Comentadas em Aula.. ...........................................................................................................................39
Questões de Concurso................................................................................................................................................43
Gabarito...............................................................................................................................................................................57
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................58
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agravando ainda mais a situação, em 1690, uma terrível epidemia de varíola devastou a força
de trabalho indígena. Nesse período, Portugal também enfrentava uma grave crise econômica.
No final do século XVII, na região amazônica, não havia alternativas econômicas nem capi-
tal para desenvolver qualquer atividade diferente da exploração das drogas do sertão. Portan-
to, a ordem de Portugal nesta SEGUNDA FASE da colonização (1700 – 1755) era intensificar
a construção de missões e aldeamentos na colônia administrados por religiosos (principal-
mente jesuítas). O objetivo era dar continuidade à ocupação e expansão do território por meio
da catequese e do trabalho agrícola. Além disso, ordenou-se a construção de um sistema de
defesa (fortes) para assegurar o domínio da área.
Os missionários, como vimos, partiam em expedições ao interior da floresta para “descer”
os indígenas e trazê-los aos aldeamentos. Ali, eles eram divididos para trabalhar nas proprieda-
des rurais de colonos portugueses, nas missões das ordens religiosas e para o governo.
Para os missionários, catequizar os índios era, além de ensinar a moral cristã, retirá-los da
barbárie e integrá-los à sociedade da colônia. Assim, entre os valores europeus repassados
aos povos indígenas estava principalmente a função do trabalho. O índio deveria tornar-se um
bom cristão e trabalhador.
O período da administração pombalina corresponde à TERCEIRA FASE da empresa colonial
na Amazônia (1757 a 1798), marcada pela criação do Diretório dos Índios, pela expulsão de
todos os jesuítas da região em 1759, pela criação da Companhia do Comércio do Maranhão e
pela incorporação do Estado do Grão-Pará e Maranhão ao Brasil.
Nos quarenta anos do Diretório dos Índios, o número de indígenas trabalhadores envolvi-
dos com esse sistema sofreu uma grande redução. Em 1757 havia cerca de 30 mil indígenas,
enquanto em 1798 restavam apenas cerca de 19 mil (final do Diretório dos Índios). Os índios
submetidos a esse sistema sofreram com o excesso de trabalho e maus tratos praticados por
diretores escolhidos entre colonos e oficiais militares da colônia. Esses homens, diferente dos
padres que conduziam as antigas missões, eram rústicos e despreparados.
O governo na Amazônia tornou-se mais presente e organizado no início do século XIX. Nas
cidades maiores, proprietários e comerciantes surgem como classe social distinta e direta-
mente conectada com Lisboa. Os laços familiares, os interesses comerciais e as facilidades
de navegação estreitaram essa ligação.
No início do século XIX, navegar de Belém para Lisboa era mais rápido do que para o Rio
de Janeiro por causa dos ventos mais favoráveis. A partir de 1850, o barco a vela na Amazônia
começou a ser substituído pelo barco a vapor.
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A colonização portuguesa do oeste amazônico, no período colonial, foi motivada pela deman-
da de látex pelo mercado europeu.
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Em ofício de 23 de julho de 1825, o governador Pereira Burgos comunicou sua decisão ao Governo
do Império e propôs a subordinação da Comarca de São José do Rio Negro ao Pará. O Aviso n. 233,
de 8 de outubro de 1825, da Secretaria de Estado dos Negócios do Império, referendou a dissolução
da junta governativa, anulando o pouco que restava da Capitania de São José do Rio Negro, e incor-
porou o seu território à jurisdição do Pará. A Comarca, criada junto com a Capitania de São José do
Rio Negro, (carta-régia de D. José I, de 3 de março de 1755) sobrevivia ao modelo administrativo-ju-
diciário colonial, em incômoda posição de subordinação ao governo do Pará.1
1
SOUZA, Márcio. História da Amazônia: Do período pré-colombiano aos desafios do século XXI. Record. Edição do Kindle.
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002. (UF-AM/PSC/2010) Logo após o antigo Estado do Grão-Pará e Rio Negro ter sido incor-
porado ao Império do Brasil, em 1823, a ex-capitania do Rio Negro não chegou a receber o
status de Província, como o concedido à ex-capitania do Grão-Pará. Desse modo, na divisão
político-administrativa imperial, esse território amazônico recebeu a categoria de Comarca do
Rio Negro, subordinado à Província do Pará. Esta condição deveu-se:
a) À inabilidade política da elite rionegrina em defender o novo status da antiga capitania.
b) À inexistência, no texto da Constituição de 1824, da menção ao Rio Negro como Província.
c) À pressão exercida pela elite paraense para que a região do Rio Negro continuasse subordi-
nada ao poder de Belém.
d) À falta de interesse do governo imperial em ter mais uma unidade administrativa no norte
do Brasil.
e) Às dificuldades de transporte e comunicação entre a sede do governo imperial e a região do
Rio Negro.
Como vimos, a Constituição de não fazia referência à Província do Rio Negro, apesar de ter
alcançado esse status em 1821.
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Letra b.
Os acontecimentos na região haviam escapado das rédeas dos poderosos na Barra, hoje
Manaus. Ali, em torno do forte, uma série de choças e choupanas formava uma vila de maioria
indígena. Na noite de 12 de abril de 1832, ouviu-se tocar o alarme no quartel.
O comandante militar, coronel Joaquim Filipe dos Reis, prontamente chega para saber o que estava
acontecendo e encontra a tropa rebelada. Tenta, em vão, impor sua autoridade e, ao interceptar al-
guns soldados, é morto a tiros de fuzil. O quartel, agora sob comando do soldado Joaquim Pedro da
Silva, começa a receber representantes da sociedade civil. Com o apoio do ouvidor Manuel Bernar-
dino de Souza Figueiredo, que é escolhido presidente, os rebeldes reuniram-se num conselho para
deliberar as providências que consideravam fundamentais:
1º que a comarca do rio Negro ficasse desligada da província do Pará e do seu governo, estreitando-
-se em todo o caso as suas relações comerciais;
2º que se elegesse um governo temporário assim como um secretário, para dar direção aos negó-
cios civis e políticos da comarca, prestando juramento perante a câmara municipal de bem cumprir
e guardar os seus cargos, pelo que receberia ordenado dos cofres da fazenda nacional;
3º que se estabelecesse uma ou duas alfândegas onde melhor conviesse para impedir os extravios
dos direitos nacionais e cuidar da arrecadação dos dízimos que dali em diante deveriam ser cobra-
dos à boca do cofre da nova província;
4º que se nomeasse temporariamente um comandante militar, a quem ficaria pertencendo o regi-
mento da força armada com o soldo da sua patente e com gratificação do costume;
5º que se submetesse esta deliberação à decisão da assembleia geral legislativa e da regência;
6º enfim que se enviasse quanto antes à Corte um procurador com plenos poderes para tratar da
aprovação destes atos. (SOUZA, 2019)
A notícia do levante do Rio Negro provocou grande abalo em Belém, tendo o novo governa-
dor, o coronel José Joaquim Machado de Oliveira, homem de confiança da Regência, ordenado
o envio imediato de cinquenta fuzileiros, com dois canhões, chefiados pelo tenente-coronel
Domingos Simões da Cunha, com ordens de debelar o levante, prender os revoltosos e resta-
belecer a ordem.
A tentativa da comarca do Rio Negro se tornar independente do Pará não dura muito. Do-
mingos Simões da Cunha desembarca na Barra (Manaus) e consegue, sem maiores proble-
mas, dominar a situação. Contudo, a rendição dos rebeldes não significou uma trégua; deze-
nas de outros levantes foram acontecendo e sendo sufocados ao longo dos meses seguintes,
fazendo da instabilidade uma espécie de rotina que infernizava a vida do norte do império.
Um dos incidentes mais graves, vale ressaltar, foi o assalto à missão de Maués pelos ín-
dios mawés, que mataram todos os brancos, incendiaram a missão e, a partir de então, orga-
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nizaram nessa região do baixo Amazonas um dos focos de resistência rebelde durante todo o
movimento da Cabanagem.
A revolta em 1832 no Rio Negro exigiu a autonomia do Amazonas como província separada
do Pará. A rebelião foi sufocada, mas os amazonenses conseguiram enviar um representante
à Corte Imperial, Frei José dos Santos Inocentes, que obteve no máximo a criação da Comarca
do Alto Amazonas.
003. (UF-AM/PSC) Em abril de 1832, um levante militar no Lugar da Barra foi apropriado pela
elite transformando-se em uma importante manifestação de caráter essencialmente:
a) Populista
b) Separatista
c) Socialista
d) Autonomista
e) Abolicionista
Essa é pra gabaritar. A Rebelião tinha caráter autonomista pois pretendia a emancipação polí-
tica em relação à Província do Grão-Pará, mas a independências separatista.
Letra d.
2.1.3. A Cabanagem
2.1.3.1. O Povo no Poder: Condições Objetivas para a Eclosão da Cabanagem
Cabanagem foi como ficou conhecida a revolta que ocorreu entre 1835-1840 na antiga
província do Grão-Pará (atualmente Pará, Amazonas, Amapá, Roraima e Rondônia). Ah, não a
confunda com a Cabanada, que ocorreu em Pernambuco e Alagoas em 1832.
A Independência do Brasil foi conquistada no dia 7 se setembro de 1822. No entanto, como
vimos, diversos grupos ainda favoráveis à manutenção da colônia permaneciam na região da
província do Grão-Pará até a Adesão em 15 de agosto de 1823. A população local, auxiliada
pela elite, começou então a promover diversas ações na tentativa de expulsar os revolucioná-
rios portugueses.
Após D. Pedro I abdicar do trono do Brasil, em 07 de abril de 1831, seu filho, Pedro II, su-
cessor direto, tinha apenas cinco anos e quatro meses de idade, enquanto a Constituição de
1824 determinava que, para assumir o cargo, o imperador precisaria ter pelo menos 21 anos
completos. Assim, iniciou-se o Período Regencial (1831-1840): a saída legal existente e que
constava na Constituição de 1824 era a de fazer um período de transição em que o país seria
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governado por regentes. Esse período deveria ter durado até 1844, quando Pedro de Alcântara
completaria 18 anos, mas seu fim foi antecipado para 1840 por meio de um golpe parlamentar.
Iniciado o Período Regencial, o Brasil encontrava-se em uma situação econômica muito fra-
gilizada e politicamente conturbada. Desde a Revolução Industrial, no século XVIII, os países
da Europa passavam por uma série de transformações de ordem política e econômica, e o Bra-
sil, mesmo no século XIX, mantinha-se como uma economia extrativista, apesar dos esforços
em modernizar o país durante o Império.
O Brasil não conseguia manter uma balança econômica favorável, na medida em que im-
portava mais produtos manufaturados do que exportava, aumentando o déficit comercial em
suas contas públicas. Elites econômicas locais disputavam entre si um projeto de nação, bem
como noções próprias de patriotismo, fazendo com que o grau de descontentamento com o
governo central aumentasse cada vez mais.
Junte-se a isso, setores populares (escravos alforriados, indígenas, quilombolas e pobres
livres) começam a surgir de forma mais decisiva no cenário político, em reação à situação de
miséria em que viviam. A Cabanagem faz parte de uma série de outras revoltas regenciais que,
cada qual a seu modo, correspondem a esse turbulento contexto histórico em que o Brasil se
encontrava.
Antes mesmo da independência do Brasil, e do Grão-Pará deixar de ser capitania para tor-
nar-se província, em 1821, a administração central, estabelecida no Rio de Janeiro, possuía um
certo isolamento de outras regiões, considerando também as dificuldades de comunicação e
acesso ao extenso território brasileiro já naquele período. Esse isolamento do Grão-Pará fazia
com que, na ocasião, as atenções políticas estivessem mais voltadas para Portugal do que
propriamente para o Brasil litorâneo.
“Os anos da Regência assistirão a muitas rebeliões, sufocadas com sangue, quase sempre provoca-
das por grupos locais poderosos que usavam as massas em proveito de seus interesses particula-
res. Assim foi a revolta de Pinto Madeira, em Crato, Ceará; a Cabanada em Pernambuco e Alagoas; o
levante em Salvador, Bahia; motins em Minas, com a queda do presidente da província; a República
do Piratini; insurreições populares em Mato Grosso, Piauí, Goiás e Sergipe. O Império do Brasil entra-
va numa fase de caos político.” (SOUZA, 2019)
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As disputas entre lideranças políticas locais e a injustiça social foram as principais razões para
a eclosão das revoltas que abalaram o regime regencial.
Letra a.
Nesse contexto, surgem duas forças políticas importantes em Belém, pois, a partir de uma
delas, emerge-se uma das principais lideranças que deram origem à Cabanagem.
A primeira delas assumia um caráter mais conservador, representando os movimentos re-
acionários, em defesa do absolutismo, e pregando uma maior aproximação com a monarquia
portuguesa.
A segunda representava forças modernizadoras liberais na defesa do constitucionalismo,
aos moldes dos embates travados em Portugal no episódio da Revolução Liberal do Porto em
1820, mas, também, de uma maior autonomia da então província do Grão-Pará. Os componen-
tes dessa segunda força se autoproclamavam patriotas. Desse movimento mais autonomista
e liberal, destacaram-se Batista Campos, Eduardo Angelim e Félix Clemente Malcher.
Quando ocorreu, em setembro de 1822, a independência do Brasil, esse embate na provín-
cia do Grão-Pará entre as forças lusitanas, representando o movimento reacionário, e as forças
liberais, cuja maior expressão acabou sendo Batista Campos, estava a todo o vapor. Isso ao
ponto de que o reconhecimento oficial da independência na província só se deu em agosto de
1823, após o envio de uma missão militar, chefiada pelo mercenário inglês John Pascoe Gren-
fell, para debelar os revoltosos e manter o Grão-Pará como parte do então Império do Brasil.
A partir de então, instalou-se um Governo Provisório na província do Grão-Pará. Batista
Campos — que, após suas pregações e publicações no jornal O Paraense, recebeu o apoio de
parte da elite e também de uma grande massa de pessoas pobres que viviam em cabanas à
beira dos rios, composta também por indígenas e ex-escravos, os cabanos —, juntamente com
as outras lideranças de seu grupo, foi marginalizado da nova administração implantada na
província.
Essa direção que o Governo Provisório havia tomado, de excluir as lideranças liberais, pro-
vocou uma revolta local com adesão, inclusive, das camadas mais populares, os cabanos,
exigindo a participação de suas lideranças. Como forma de conter as agitações, Grenfell, o
mesmo mercenário inglês, foi enviado para Belém. Dessa vez, Batista Campos acaba sendo
preso, diversos nativos são fuzilados, além de tantos outros prisioneiros torturados.
Os cabanos organizam-se e resistiram às forças de Grenfell, que deixou o Pará. Também
se colocaram em oposição às autoridades locais. Batista Campos voltou para a capital da
província e se destacou como uma das principais lideranças. O governo central, então, nomeia
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Machado de Oliveira como presidente da província do Grão-Pará, que passa a ter sua autorida-
de questionada pelos cabanos.
Buscando estabilizar a situação, a Regência Trina Permanente, autoridade central, nomeou
um novo governo para substituir Machado de Oliveira, que chega à capital, Belém, em dezem-
bro de 1833, com Bernardo Lobo de Sousa. Inicia-se, assim, uma política repressora contra os
agitadores que, ao invés de conter a situação, a agravou.
O que se sucede a partir de então é uma série de confrontos, que, no total, teriam deixado
mais de 30 mil mortos, além de um agravado quadro de instabilidade política. Batista Campos
e outras lideranças também se destacaram, como Clemente Malcher, os Irmãos Vinagre (Fran-
cisco Vinagre, Antônio Vinagre e Manoel Vinagre) e Eduardo Angelim.
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inclusive, lealdade ao Império. Francisco Vinagre passava a ganhar a simpatia dos cabanos
que se sentiam traídos.
Malcher, então, tenta um golpe contra Vinagre, porém malsucedido, sendo deposto e exe-
cutado. O ex-comandante de armas passa a assumir então o cargo de presidente da província
do Grão-Pará, sendo esse o Segundo Governo Cabano (1835).
Francisco Vinagre não se mostrou muito diferente de seu antecessor e tentou, inclusive,
negociar diretamente com o Governo Regencial, desagradando completamente os cabanos.
Mesmo assim, ele se manteve no poder. As elites econômicas da região viam-se cada vez mais
preocupadas com a radicalização crescente no movimento.
Temendo os caminhos que isso poderia tomar, a Regência enviou o marechal Manuel Jor-
ge Rodrigues que, ao chegar em Belém, derrota facilmente as frágeis embarcações utilizadas
pelos cabanos, tendo ao seu lado uma esquadra imperial, e torna-se o novo presidente da pro-
víncia em novembro de 1835, negociando a transição com o próprio Francisco Vinagre.
As batalhas no interior não cessaram com a chegada do marechal Manuel Jorge Rodri-
gues, mesmo recebendo apoio do comandante naval inglês Taylor. Os cabanos voltaram a
organizar-se com o objetivo de retomarem Belém. Tendo como líderes de destaque Antônio
Vinagre e Eduardo Angelim, marcharam em direção à capital, conseguiram repelir as forças
regenciais ali instaladas, chegaram a proclamar um regime republicano, e Angelim tornou-se,
então, o presidente do Terceiro Governo Cabano e último, ainda em novembro de 1835.
Sob o comando de Apolinário Maparajuba, uma tropa de mais de 1.800 homens seguiria
para levar a revolução ao alto Amazonas.
Maparajuba, nome que despontava em todas as ações vitoriosas no alto Amazonas, um nome de
guerra para alguém extremamente sóbrio, quase seco em seus gestos, com estilo direto e uma
enorme capacidade de se comunicar com os cabanos mais humildes. Devia ser filho da terra, por-
que sabia como falar com aquela gentinha enfurecida com a qual entrou na Barra (Manaus), sem
resistência, em 6 de março de 1836. A Revolta da Cabanagem já era um fato irreversível. Devia ser
filho da terra, porque sabia como falar com aquela gentinha enfurecida com a qual entrou na Barra
(Manaus), sem resistência, em 6 de março de 1836. A Revolta da Cabanagem já era um fato irrever-
sível. (SOUZA, 2019).
Pelas margens dos grandes rios, emergiram levantes armados de características desespe-
radas e messiânicas. A Cabanagem era uma guerra de libertação nacional, talvez a maior que o
Brasil já conheceu. Segundo o coronel Gustavo Moraes Rego, em seu clássico estudo sobre os
aspectos militares da Cabanagem, o movimento se distinguia pela “efetiva e dominante parti-
cipação das massas; a ascensão de líderes dos mais baixos estratos da sociedade; a violência
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sem freios da rebelião e a escala que a insurreição conseguiu, tomando o poder e mantendo-o
por um tempo considerável”.
Na Comarca do Alto Amazonas, Ambrósio Ayres Bararoá surgiu como um militar disposto
a defender a região das ações dos cabanos. Se envolveu em muitas perseguições cometidas
contra a população cabana, primeiro na região do médio Rio Negro, em meados de 1836, mas
ao fim desse ano, estendendo-se também aos rios Autazes, Tapajós e Maués. Agindo sempre
com extrema violência, esmerava-se “na repressão executando prisioneiros, arrasando povo-
ados e tratando com brutalidade os índios. Os Mawés e os Mura sofreram terrivelmente nas
mãos dele” (SOUZA, 2009, p. 227). Quando Ambrosio Aires tentava desalojar um grupo de re-
volucionários de uma ilha no baixo Madeira, foi morto numa escaramuça com índios muras, e
seu corpo desapareceu na correnteza do rio.
A repressão levou três anos para acabar com todos os focos de rebelião. Soares d’Andrea
reorganiza o exército do Grão-Pará, incorporando muitos jovens de boa família e educação,
atraindo-os com soldos não exatamente altos, mas seguros numa terra de economia devas-
tada pela guerra. A fim de retomar o processo produtivo, foi decretado que todo homem de
cor que fosse visto em qualquer distrito, sem um motivo conhecido, deveria ser preso imedia-
tamente e enviado ao governo para dele dispor, a não ser que fosse culpado de algum crime.
Qualquer indivíduo de qualquer distrito que não fosse regularmente empregado em trabalho
útil seria mandado às fábricas do estado ou alugado para quem dele necessitasse.
Em 1839, tomou posse Bernardo de Souza Franco. Reconhecendo que seu antecessor, ao submeter
as gentes do Pará, não logrou o mesmo no Amazonas, decidiu que “difícil será concluir a guerra sem
o emprego concorrente dos meios brandos e conciliatórios, atento à vastidão dos terrenos que têm
de ser explorados”. Numa de suas petições ao governo imperial, solicitou que fosse votada sem de-
mora uma anistia aos cabanos. Finalmente, em novembro de 1839, a Regência outorgou uma anistia
a todos os participantes do movimento da Cabanagem. (SOUZA, 2019)
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Em abril de 1836, uma frota conduzindo 2.500 homens, bem armados e municiados, sob
comando d brigadeiro Francisco José de Sousa Soares d’Andrea, desembarcou em Belém do
Pará, dando início à “pacificação”. No dia 13 de maio, após enfrentar as resistências que encon-
trou pelo caminho, ele conseguiu tomar Belém, e os cabanos, já enfraquecidos, foram derrota-
dos e duramente reprimidos.
Em agosto do mesmo ano, Eduardo Angelim foi preso pelas forças regenciais. Mesmo dis-
persos e sem muita força, os cabanos continuaram lutando até o ano de 1840, quando foram
eliminados os focos de resistência, colocando fim, assim, ao movimento da Cabanagem.
Estima-se que mais de 30 mil pessoas foram mortas durante os confrontos, o que, na épo-
ca, representava algo em torno de mais de 30% da população local. Aldeias indígenas inteiras
teriam sido. O desfecho do conflito, no ano de 1840, marcava também o fim do período mais
crítico de instabilidade do Império, e, com o Golpe da Maioridade, D. Pedro II, aos 14 anos, tor-
na-se o segundo imperador do Brasil.
Mas os cabanos jamais apresentaram um projeto político, um modelo de sociedade ou
um programa de reformas sociais. Embora agissem com extrema violência e seus líderes pro-
clamassem violentos discursos contra os ricos e os portugueses, em nenhum momento os
cabanos trataram de abolir a escravidão, ou se mostraram tentados a separar a Amazônia do
resto do Império do Brasil.
A Cabanagem foi marcada pelo envolvimento das camadas populares e conseguiu chegar ao
poder formando um governo cabano.
Letra c.
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ou apenas Batista Campos, como ficou conhecido. Ele foi o principal mentor intelectual
do movimento revoltoso, sobretudo a partir de suas publicações no primeiro periódico
da província, O Paraense. Em 1834, Batista Campos faleceu devido a uma infecção pro-
vocada, supostamente, por um corte feito enquanto cortava sua própria barba. Outras
bibliografias atribuem a sua morte a uma doença contraída enquanto se refugiava, na
floresta, da perseguição promovida por Bernardo Lobo de Sousa.
• Félix Clemente Malcher: Foi presidente da província do Grão-Pará de janeiro a fevereiro
de 1835, após um levante, promovido pelos cabanos em Belém, ter dominado toda a
cidade e nomeado-o ao cargo. Contudo, após chegar ao poder, Malcher teria traído os
cabanos reprimindo o próprio movimento, tramando contra outros líderes e declarando
fidelidade ao imperador D. Pedro II, prometendo manter-se no poder até a sua maiorida-
de. Tendo governado poucos dias e sido acusado de traição, foi deposto pelo próprio
movimento e executado por uma das lideranças cabanas, Quintiliano Barbosa.
• Francisco Vinagre: Fez parte do primeiro governo cabano como comandante de armas,
com o presidente Félix Clemente Malcher. Foi também um dos executores de Bernardo
Lobo de Sousa, presidente enviado em 1832 pelo governo central a Belém, com o obje-
tivo de debelar as agitações. Após a deposição de Malcher por ter traído o movimento
(inclusive conspirando contra o seu próprio comandante de armas), Francisco Vinagre
assume a presidência com o apoio dos revoltosos, tendo permanecido no cargo entre
fevereiro e abril de 1835. Contudo, assim como Malcher, Francisco também trai os caba-
nos colocando-se à disposição da Regência. Temendo os rumos que a revolta poderia
tomar no Grão-Pará, o governo central envia Manuel Jorge Rodrigues, que, após conflitos
abertos com os cabanos, assume o poder em Belém, colocando fim ao Segundo Gover-
no Cabano, em acordo com o próprio Francisco Vinagre.
• Eduardo Angelim: Natural da província do Ceará, Eduardo Angelim teria chegado no
Grão-Pará na década de 1820, e, durante as agitações, lutou ao lado dos Patriotas pela
autonomia da província do Grão-Pará ficando ao lado dos cabanos. Foi também o ter-
ceiro e último presidente cabano da província do Grão-Pará aos 21 anos de idade, de no-
vembro de 1835 a abril de 1836, após os cabanos retomarem o poder e deporem Manuel
Jorge Rodrigues.
• Quintiliano Barbosa: Uma das poucas lideranças efetivamente cabanas cujo nome ain-
da sabemos, contudo pouco ainda se sabe sobre a sua vida. Foi ele que executou Félix
Clemente Malcher, após este ter perseguido líderes e reprimido o próprio movimento.
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condições sanitárias, que provocou surtos de epidemias nunca vistas desde os tempos da
conquista.
007. (UEA/SIS 2ª ETAPA/2016) Travava-se uma luta renhida entre a velha e o regatão, que lhe
queria impingir um pouco de café, algum tabaco e um corte de chita verde, a troco do peixe
salgado e do cacau que a tapuia armazenara aquele ano no seu quarto de dormir.
(SOUZA, Inglês de. O missionário, 2010.)
O romance O missionário, cuja trama se passa na Amazônia, foi publicado em primeira edição
em 1888. O conteúdo do excerto traz informações sobre a natureza
a) dos produtos locais e dos mecanismos de sua circulação.
b) das formas de cultivo e da superexploração da mão de obra.
c) da intervenção do Estado e da constituição de poderes locais.
d) da economia monetarizada e dos endividamentos dos produtores com os bancos.
e) da estratificação social nas cidades e do igualitarismo social nas florestas.
Questão interpretativa. O enunciado fala de produtos típicos da região e da troca por outros
produtos trazidos.
Letra a.
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concepção, a navegação a vapor era defendida unanimemente como algo positivo para a re-
gião norte do País, desde que praticada sem interferência de capitais estrangeiros, entendidos
como prejudiciais a interesses estratégicos brasileiros. Estes diziam respeito à manutenção da
soberania brasileira sobre a Amazônia, território de grande potencial econômico, que, por isso
mesmo, despertava a cobiça das principais potências da época.
A questão esteve longe de se encerrar em 1826. Dois anos depois, nova tentativa de intro-
dução da navegação a vapor nos rios Amazonas, Tocantins, Solimões e Arinos foi realizada,
com a fundação da Sociedade Promotora da Agricultura, Colonização, Construção de Embar-
cações, Comissões, Indústria Paraense na cidade de Belém. Dispondo de capitais mistos bra-
sileiros e estrangeiros, a sociedade chegou a conseguir, em 1º de fevereiro de 1834, mediante
tratativas com o governo regencial, um privilégio exclusivo de dez anos para a navegação dos
rios localizados não apenas na província do GrãoPará, mas também do Maranhão.
Entretanto, na lógica do sistema representativo vigente no período imperial brasileiro, um
privilégio desse tipo precisava ser aprovado pelo Parlamento antes de entrar em prática, razão
pela qual entrou em discussão, na Câmara dos Deputados, na sessão de 6 de maio de 1834.
Nessas discussões, as ideias novamente gravitaram entre os dois polos já apresentados.
Assim, para o grupo de deputados liderado por Antônio Pedro da Costa Ferreira, representante
do Maranhão, e por Evaristo Ferreira da Veiga, eleito por Minas Gerais, o projeto de navega-
ção apresentado pela companhia seria de inegável utilidade não apenas para a região ama-
zônica, mas para todo o País, por levar o progresso a toda uma grande área que até então o
desconhecia.
Por outro lado, os deputados liderados por Antônio Correa Seara, representante da provín-
cia do Grão-Pará, e por Antônio Peregrino Maciel Monteiro, deputado por Pernambuco, coloca-
vam-se contra essa ideia, apontando para o fato de que a companhia em questão era formada
predominantemente por capitais estrangeiros, o que criava um risco de invasão que deveria
ser evitado a todo custo. Em razão desse risco, Seara afirmou que “os paraenses” eram con-
trários às pretensões de Joaquim José Siqueira, representante da Sociedade, por esse ser, na
realidade, um mero “testa de ferro” dos interesses ingleses na região amazônica, no que foi
coadjuvado pelo requerimento de um cidadão
As pressões pela abertura do rio Amazonas à exploração de empresas estrangeiras con-
tinuaram nos anos seguintes ao episódio que envolveu a empresa South American New York
Steam Boat Association e o governo brasileiro em 1826. Ao difícil esforço nacional para se
constituir empresas de navegação a vapor com capitais nacionais na Amazônia correspon-
diam pedidos de autorização para a operação de navios estrangeiros, fossem militares, fos-
sem comerciais, no grande rio. Pedidos constantemente negados pelo governo imperial.
A alegação fundamental da parte contrariada, principalmente vinda dos Estados Unidos,
consistia em acusar a posição brasileira como representativa da política de isolamento, seme-
lhante à chinesa. Argumentavam ser a posição brasileira contrária aos interesses da humani-
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dade, na medida em que a abertura ao capital estrangeiro viria trazer a civilização sem nenhum
perigo para a soberania nacional.
A força das pressões incluía também os governos dos países vizinhos interessados na
questão, como a Bolívia e o Peru, pois eram favoráveis à abertura do rio Amazonas à nave-
gação internacional. O governo imperial, temendo o agravamento das pressões e até mesmo
uma investida externa contra a Amazônia, concedeu a uma empresa privada nacional, perten-
cente ao barão de Mauá, o privilégio de navegação em duas linhas no rio Amazonas. Em 1852
foi criada a Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas pelo empresário brasileiro
Irineu Evangelista de Souza (Mauá). O Decreto Imperial n. 1.037, de 30 de agosto de 1852 con-
cedeu a essa empresa, que iniciou a funcionar ano seguinte, o privilégio exclusivo por trinta
anos para operar a navegação a vapor no rio Amazonas em duas linhas: de Belém a Manaus e
de Manaus a Nauta.
Possivelmente tenha reforçado o temor do governo imperial, em meados daquele sécu-
lo XIX, o fato de que nos Estados Unidos um oficial da marinha norte-americana, chamado
Matthew Fontaine Maury, movia intensa campanha em favor da abertura do rio Amazonas à
navegação estrangeira. Escreveu sobre o assunto artigos em jornais, endereçou um memorial
ao seu governo e publicou em Washington em 1853 um opúsculo. Intitulado “The Amazon, and
the Atlantic Slopes of South America”, esse opúsculo consistia na reunião de diversos escritos
seus publicados em jornais americanos sob o pseudônimo de “Inca”.
Tal foi o impacto dessa atividade publicitária na opinião pública, que o opúsculo foi ime-
diatamente traduzido e publicado em diversos países da América do Sul. Esses países tinham
interesse na questão da navegação do rio Amazonas. Assim é que no mesmo ano de sua
publicação nos Estados Unidos foi lançado no Brasil sob o título “O Amazonas e as costas
atlânticas da América meridional” (Rio de Janeiro: Typographia M. Barreto, 1853); no Peru “El
río Amazonas y las comarcas que forman su hoya” (Lima: J.M. Monterola, 1853) e na Bolívia
no ano seguinte “El rio Amazonas: regiones que forman su hoya” (La Paz: Imprenta Paceña,
1854). Sustentava o militar que as riquezas naturais da Amazônia mereciam ser exploradas
pela civilização através da conquista científica, econômica e política.
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vo pelo tempo de 50 anos para, por meio de uma companhia que organizará, construir, custear
e gozar uma estrada de ferro. Enfim, concedeu na prática o monopólio do transporte ferroviário
a vapor no trecho encachoeirado do rio Madeira.
No mesmo sentido, o Decreto Imperial de n. 4.735 de 7 de junho de 1871 autorizou a Com-
panhia de Navegação e Comércio do Amazonas a transferir os direitos e obrigações do con-
trato com o governo a uma companhia estrangeira. No ano seguinte a companhia foi vendida
para os ingleses transformando-se na Amazon Steam Navigation Company Ltda., sendo dada
permissão para que ela funcionasse no Império do Brasil pelo Decreto n. 5.020, de 18 de julho
também do mesmo ano.
Em 1874 o Decreto Imperial n. 5.575, de 21 de março, concedeu á Companhia Fluvial do Alto
Amazonas autorização para transferir à Amazon Steam Navigation Company Limited todos os
direitos e favores que possuía por lei, e bem assim os respectivos encargos. Estavam, então,
os afluentes do rio Amazonas já desimpedidos para a navegação de empresas estrangeira.
Mauá havia investido na Amazônia, por concessão do governo imperial, até 1872 quanto a
Amazon Steam Navigation Co. Ltda. finalmente penetrou no negócio incorporando sua com-
panhia de navegação e, assim, virtualmente monopolizando o transporte fluvial no Amazonas.
Já aqui os avultados capitais aplicados pela companhia inglesa e a subvenção governamental
não mereceram de gente com Tavares Bastos as mesmas acusações de aplicação da política
japonesa que a empresa de Mauá foi objeto.
Quanto à desconfiança do governo imperial em relação ao expansionismo norte ameri-
cano, seria transferida ao governo republicano como bem o demonstra a questão do Bolivian
Syndicate e a Rebelião Acreana.
Finalmente, se Maury poderia ter razão ao afirmar que a abertura do rio Amazonas ao
capital estrangeiro viria trazer a civilização sem nenhum perigo para a soberania nacional, o
mesmo é discutível quando se trata da economia nacional. Havia sim, um perigo. Em 25 de
janeiro de 1874 aportou em Manaus vindo da Inglaterra o vapor de longo curso Amazon, que
voltou a fazer viagens para aquela cidade até dezembro de 1876. Em uma dessas viagens,
esse vapor contrabandeou as sementes de seringueira colhidas por Wikham. Depois de acli-
matadas, essas sementes originaram as plantações nas colônias inglesas do Oriente. O produ-
to dessas plantações viria a ser responsável pelo fim da economia da borracha na Amazônia.
Ironicamente, a história da navegação a vapor estrangeira no vale do Amazonas inicia com o
navio norte americano Amazon em 1826 e o Primeiro Ciclo da Borracha inicia a terminar, quase
cinquenta anos depois com outro vapor, agora inglês, mas também de nome Amazon, que deu
a partida para a destruição da economia gumífera no Amazonas.
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Em 1866, por decreto do governo do Império do Brasil, os rios Amazonas e Madeira, bem como
os seus afluentes, foram abertos, em toda a sua extensão, à navegação mercante internacional.
Em 1866 o rio Amazonas foi aberto à navegação internacional. Entretanto, era limitada a al-
guns trechos: do Tocantins até Cametá, do Tapajós até Santarém, do Madeira até Borba e do
Negro até Manaus.
Errado.
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do Patrocínio, foram presos e confinados num quartel do Exército em Cucuy, na fronteira com
a Colômbia.
Assim, o gesto dos amazonenses não foi pequeno, e se abateu como um relâmpago em
meio à política de postergação da monarquia. Enquanto isso, no Pará, a questão do negro era
tratada com sobressaltos, por relembrar o período revolucionário. Num relatório de outubro
de 1848, o presidente da província, conselheiro Jerônimo Francisco Coelho, assim se referia
ao problema:
Nas margens do lago Amapá, como antes vos disse, nas terras do Cabo do Norte, e no arquipélago
de Ilhas da Foz do Amazonas, existe considerável porção de indivíduos, grande parte foragidos
desde as desordens do ano de 1835, e outros que posteriormente se lhes têm agregado, inclusive
desertores quilombolas, e réus de polícia ou vagabundos. (SOUZA, 2019)
Vivendo a fase de restauração do poder conservador, o Pará assiste a união das forças go-
vernamentais, eclesiásticas e sociais investindo contra o negro e sua emancipação. O espírito
cabano aparece melhor na vizinha província do Rio Negro, onde desde 1865 funcionava um
forte movimento abolicionista e emancipador, com a participação de importantes quadros po-
líticos, tais como Tenreiro Aranha, Lima Bacury, Miranda Leão, Leonardo Malcher, Silva Ramos,
Joaquim Sarmento e os líderes Almino Afonso e Theodureto Souto.
Quatro anos antes do 13 de maio de 1888 (Lei Áurea), o estado do Ceará tinha decretado a
sua abolição, recebendo o seguinte comentário de Joaquim Nabuco:
O que o Ceará acaba de fazer não significa por certo ainda — o Brasil da Liberdade; mas modifica tão
profundamente o Brasil da escravidão, que se pode dizer que a nobre província nos deu uma nova
pátria. A imensa luz acesa do Norte há de destruir as trevas do Sul. Não há quem possa impedir a
marcha dessa claridade.
No dia 24 de maio de 1884, a cidade de Manaus liberta seus escravos, cerca de 1.500, se-
gundo os registros. Imediatamente, as sociedades libertadoras se multiplicam nas cidades do
interior, como Itacoatiara, Manacapuru, Coari e Codajás, Manicoré. Finalmente, com a partici-
pação do próprio presidente da província, Theodureto Souto, é proclamada a emancipação dos
escravos em todo o território amazonense, no dia 10 de julho de 1884. Em plena monarquia,
que pregava a hierarquia por direito divino, Theodureto Souto teve a audácia de proclamar a
igualdade de direitos de todos os habitantes do Amazonas.
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“cidade sagrada”. A precocidade dessa decisão, em relação à Lei Áurea (1888), leva-nos a con-
siderar que:
a) A propaganda abolicionista encontrou terreno fértil para espalhar-se nas províncias do Norte
do Império, arregimentou grande número de pessoas em defesa da abolição, o que contribuiu
para que a liberdade chegasse mais cedo ao Norte.
b) No século XIX, o emprego da mão-de-obra negra era pouco significativo para a manutenção
e a reprodução da riqueza das elites da região, já que o trabalho compulsório dos índios conti-
nuava a suprir essas necessidades.
c) As restrições quanto à aquisição de novos escravos no mercado internacional, a partir de
1850, provocaram uma redução da população escrava do Amazonas, que envelheceu e perdeu
valor, levando os senhores a facilitar o processo de libertação de seus escravos.
d) As pressões britânicas na Amazônia, incentivando o uso do trabalho assalariado, como ob-
jetivo de facilitar a circulação de suas mercadorias, foram decisivas para o fim da escravidão
na região.
e) Tanto a intensidade da propaganda abolicionista quanto as restrições para reposição dos
escravos envelhecidos são fatores que contribuem para explicar a precocidade da abolição na
Província do Amazonas.
Diferentemente das outras regiões do país, a mão de obra escrava se revelava cara para impor-
tação para a região norte. Ademais, a região foi “contaminada” pelas ideias liberais herdadas
da Cabanagem e da proximidade com a Guiana Francesa.
Letra a.
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Art. 2º A nova província terá por capital a vila da Barra do Rio Negro, enquanto a Assembleia respec-
tiva não decretar sua mudança. Art. 3º A província do Amazonas dará um senador e um deputado à
Assembleia Geral; sua assembleia provincial constará de vinte membros.
Art. 4º O governo fica autorizado para criar na mesma província as estações fiscais indispensáveis
para a arrecadação e administração das rendas gerais, submetendo-as depois ao conhecimento da
assembleia geral, para sua definitiva aprovação.
Art. 5º Ficam revogadas todas as leis em contrário.
Paço da Câmara dos Deputados, em 17 de Junho de 1843. – Mendes dos Santos. – Miranda Ribei-
ro.2
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3
Lei n. 582 de 05/09/1850/IB - Império do Brasil. Disponível em: https://www.diariodasleis.com.br/legislacao/federal/
207079-eleva-a-comarca-do-alto-amazonas-na-provincia-do-gruo-paru-u-cathegoria-de-provincia-com-a-denominauuo-de-
-provincia-do-amazonas.html. Acesso em 19/11/2021.
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O presidente da província não tinha um mandato, podendo ser exonerado ou pedir afas-
tamento à revelia. Principalmente devido à está possibilidade concreta de falta de dirigente
diretamente subordinado ao Imperador e seu ministério, eram escolhidos pela Assembleia Lo-
cal vice-presidentes, teoricamente aptos a exercer interinamente o cargo vago até que o novo
presidente fosse nomeado por Carta Imperial e assumisse o cargo.
A escolha do presidente e o papel que devia desempenhar está de acordo com que define
os art. 165 e 166 da Constituição Imperial:
Art. 165. Haverá em cada província um presidente, nomeado pelo Imperador, que o poderá remover,
quando entender que assim convém ao bom serviço do Estado.
Art. 166: A lei designará as sua atribuições, competência e autoridade, e quando convier ao melhor
desempenho dessa administração.
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exemplo, em 1923, a produção da Ásia atingiu 370 mil toneladas por ano, enquanto a da Ama-
zônia despencou para 18 mil toneladas por ano.
Dessa forma, o Brasil perdeu o mercado mundial para os plantios de seringueira de larga
escala no Sudeste Asiático, marcando o fim do ciclo do “ouro branco” na Amazônia.
Muito fácil. Mas aqui vai um da dica importante: caso a banca venha lhe questionar o motivo
da crise da economia gumífera, poderá afirmar que foi em virtude da concorrência da produção
de borracha asiática. Ainda assim, é uma afirmativa correta porque, como vimos, a Inglaterra,
ou Reino Unido, ou ainda, Império Britânico contrabandeou seringueiras que foram cultivadas
no sistema de plantation em suas colônias na Ásia.
Letra c.
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economia voltada para a exportação impossibilitou que a geração de riqueza no local. Essa
riqueza acabou sendo vista na opulência de Manaus e Belém.
A população agora era composta principalmente por indivíduos miscigenados (índios,
brancos e negros), conhecidos como caboclos ou ribeirinhos. Eles viviam dos recursos da
fauna e flora (pesca e coleta de produtos florestais), explorando-os de forma sustentável, ou
seja, sem afetar a capacidade da natureza de produzir novos recursos para gerações futuras.
Os nordestinos, principalmente, faziam um trabalho com características de escravidão. Já
chegavam aos seringais devendo ao Barão da Borracha os custos da viagem. Viviam nas pro-
priedades e todos os mantimentos e bens que consumiam eram fornecidos pela estrutura do
seringal, o que, obviamente, aumentava exponencialmente as dívidas com o Barão. Sempre em
dívida, não conseguiam sair de lá. Essa situação de semi-escravidão ainda pode ser vista em
regiões de expansão da fronteira agrícola da região norte.
Entre 1877 e 1879, o nordeste brasileiro sofreu uma das piores secas de sua história. Para
se ter uma ideia, mais de 65.000 pessoas saíram do Ceará rumo a Amazônia, fugindo da seca e
da consequente crise agrária. Essa massa de miseráveis serviu de mão de obra nos seringais,
avançando as fronteiras do extrativismo. A maioria desses cearenses entrou pelo rio Purus,
ocupando zonas ricas em seringais. No final da década estavam no Acre, território reivindicado
pela Bolívia, Brasil e Peru.
Segundo o historiador Roberto Santos havia 5.300 seringueiros em 1850; em 1912, mais de
190 mil trabalhavam nos seringais. Muitas famílias foram embora da Amazônia por causa da
quebra do monopólio da borracha. Aquelas que foram obrigadas a ficar não possuíam fonte de
renda para manter o mesmo padrão de vida adquirido com os lucros do grande ciclo. Assim,
Belém e Manaus entraram em colapso econômico e social no início do século 20: os palacetes
foram abandonados, os seringueiros estavam à deriva, o governo já não conseguia pagar mais
os funcionários públicos e a classe média haviam perdido empregos e estava empobrecida.
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A mão de obra de migrantes nordestinos foi a mais utilizada, apesar de a região receber tam-
bém mão de obra de bolivianos.
Letra e.
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ocorria entre duas e três horas da tarde, quando fazia uma rápida refeição e, depois, passava
à defumação do látex.
A borracha produzida não era homogênea. Era classificada conforme seu acabamento,
apresentação, resistência e impermeabilidade: borracha fina, entre fina e sernambi.
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RESUMO
Evolução política do Amazonas no Império:
• 1821: Elevação da Capitania do Rio Negro à condição de Província.
• 1825: Rebaixamento à condição de Comarca do Rio Negro. A constituição de 1824 não
mencionava a Província do Rio Negro.
• 1832: Criação da Comarca do Alto Amazonas.
• 1850: Elevação à Província do Amazonas
Manaus
• 1832, sob a denominação de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro, o vi-
larejo foi elevado à categoria de vila.
• 1848, a Vila da Barra foi elevada à categoria de cidade, com o nome de Cidade da Barra
do Rio Negro
• 1856, recebe o nome de Manaus
Economia do Alto Amazonas na primeira metade do século XIX: algodão e cacau. Agricul-
tura extensiva. Extrativismo.
Ciclo da borracha:
• Sistema de aviamento: Firmas de exportação, Casas de aviamento, seringueiro (traba-
lhador), seringalista (patrão), seringal (unidade produtiva).
• Migração nordestina
• Aumento da população
• Crise: concorrência das colônias inglesas na Ásia.
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História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos
MAPAS MENTAIS
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História do Amazonas: Império
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002. (PSC/2010) Logo após o antigo Estado do Grão-Pará e Rio Negro ter sido incorporado
ao Império do Brasil, em 1823, a ex-capitania do Rio Negro não chegou a receber o status de
Província, como o concedido à ex-capitania do Grão-Pará. Desse modo, na divisão político-ad-
ministrativa imperial, esse território amazônico recebeu a categoria de Comarca do Rio Negro,
subordinado à Província do Pará. Esta condição deveu-se:
a) À inabilidade política da elite rionegrina em defender o novo status da antiga capitania.
b) À inexistência, no texto da Constituição de 1824, da menção ao Rio Negro como Província.
c) À pressão exercida pela elite paraense para que a região do Rio Negro continuasse subordi-
nada ao poder de Belém.
d) À falta de interesse do governo imperial em ter mais uma unidade administrativa no norte
do Brasil.
e) Às dificuldades de transporte e comunicação entre a sede do governo imperial e a região do
Rio Negro.
003. (UF-AM/PSC) Em abril de 1832, um levante militar no Lugar da Barra foi apropriado pela
elite transformando-se em uma importante manifestação de caráter essencialmente:
a) Populista
b) Separatista
c) Socialista
d) Autonomista
e) Abolicionista
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007. (UEA/SIS 2ª ETAPA/2016) Travava-se uma luta renhida entre a velha e o regatão, que lhe
queria impingir um pouco de café, algum tabaco e um corte de chita verde, a troco do peixe
salgado e do cacau que a tapuia armazenara aquele ano no seu quarto de dormir.
(SOUZA, Inglês de. O missionário, 2010)
O romance O missionário, cuja trama se passa na Amazônia, foi publicado em primeira edição
em 1888. O conteúdo do excerto traz informações sobre a natureza
a) dos produtos locais e dos mecanismos de sua circulação.
b) das formas de cultivo e da superexploração da mão de obra.
c) da intervenção do Estado e da constituição de poderes locais.
d) da economia monetarizada e dos endividamentos dos produtores com os bancos.
e) da estratificação social nas cidades e do igualitarismo social nas florestas.
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a) A propaganda abolicionista encontrou terreno fértil para espalhar-se nas províncias do Norte
do Império, arregimentou grande número de pessoas em defesa da abolição, o que contribuiu
para que a liberdade chegasse mais cedo ao Norte.
b) No século XIX, o emprego da mão-de-obra negra era pouco significativo para a manutenção
e a reprodução da riqueza das elites da região, já que o trabalho compulsório dos índios conti-
nuava a suprir essas necessidades.
c) As restrições quanto à aquisição de novos escravos no mercado internacional, a partir de
1850, provocaram uma redução da população escrava do Amazonas, que envelheceu e perdeu
valor, levando os senhores a facilitar o processo de libertação de seus escravos.
d) As pressões britânicas na Amazônia, incentivando o uso do trabalho assalariado, como ob-
jetivo de facilitar a circulação de suas mercadorias, foram decisivas para o fim da escravidão
na região.
e) Tanto a intensidade da propaganda abolicionista quanto as restrições para reposição dos
escravos envelhecidos são fatores que contribuem para explicar a precocidade da abolição na
Província do Amazonas.
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QUESTÕES DE CONCURSO
015. (ISAE/PM-AM/ASPIRANTE DA POLÍCIA MILITAR/2011) As definições relacionadas à
economia da borracha apresentadas a seguir estão corretas, com exceção de uma. Assinale-a.
a) aviamento: sistema comercial em que o aviador fornece bens de uso e de consumo ao se-
ringueiro e compra a borracha produzida por ele;
b) regatão: nome dado ao barco, e também ao seu proprietário, responsável pelo transporte de
mercadorias até o seringal e da borracha para os grandes centros;
c) seringueiro: proprietário de um determinado território, que serve de base para a atividade
extrativa, é o intermediário do sistema de aviamento;
d) colocação: conjunto de estradas entregue à exploração de um seringueiro.
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens a seguir, acerca da história do es-
tado de Rondônia.
A ocorrência de grandes secas e as promessas de uma vida melhor levaram milhares de nor-
destinos para os seringais da Amazônia Ocidental.
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A partir da observação do quadro acima, pode-se afirmar que, como produto predominante-
mente amazônico, durante a Primeira República, a(o):
a) borracha entrou em decadência após algumas décadas, em virtude da concorrência da pro-
dução asiática.
b) café alcançou grande desenvolvimento pela existência da terra roxa e da mão de obra
assalariada.
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c) algodão alcançou novamente o ápice de sua produção no primeiro quartel do século XX, em
função do declínio da borracha.
d) açúcar sofreu grande declínio, graças à procura do açúcar de beterraba pelos consumido-
res europeus.
d) couro e as peles apresentavam um baixo rendimento, porque, em geral, os derivados da pe-
cuária eram pouco utilizados no clima tropical brasileiro.
021. (UEL-PR) “[…] explodiu na província do Grão-Pará o movimento armado mais popular do
Brasil […]. Foi uma das rebeliões brasileiras em que as camadas inferiores ocuparam o poder.”
Ao texto podem-se associar:
a) A Regência e a Cabanagem.
b) O Primeiro Reinado e a Praieira.
c) O Segundo Reinado e a Farroupilha.
d) O Período Joanino e a Sabinada.
e) A abdicação e a Noite das Garrafadas.
022. (UNESP) “Mais importante, o país é abalado por choques de extrema gravidade; não mais
os motins… mas verdadeiros movimentos revolucionários, com intensa participação popular,
põem em jogo a ordem interna e ameaçam a unidade nacional. Em nenhum outro momento
há tantos episódios, em vários pontos do país, contando com a presença da massa no que ela
tem de mais humilde, desfavorecido. Daí as notáveis conflagrações verificadas no Pará, no
Maranhão, em Pernambuco, na Bahia, no Rio Grande do Sul.”
(IGLÉSIAS, Francisco. Brasil, sociedade democrática)
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023. (UNITAU) Sobre o Período Regencial (1831 – 1840), é incorreto afirmar que:
a) foi um período de intensa agitação social, com a Cabanagem no Rio Grande do Sul e a guerra
dos Farrapos no Rio de Janeiro;
b) passou por três etapas: regência trina provisória, regência trina e regência una;
c) foi criada a Guarda Nacional, formada por tropas controladas pelos grandes fazendeiros;
d) através do Ato Adicional as províncias ganharam mais autonomia;
e) cai a participação do açúcar entre os produtos exportados pelo Brasil e cresce a participa-
ção do café.
026. (UF-AM/PSC/3ª ETAPA/2006) O atual estado do Amazonas tem sua origem ligada a que
unidade administrativa criada em 1755, por intervenção do Marquês de Pombal e de Francisco
Xavier de Mendonça Furtado:
a) O Estado do Alto Amazonas;
b) A Comarca do Alto Amazonas;
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c) A Província do Amazonas;
d) A Comarca de São José do Rio Negro;
e) A Capitania de São José do Rio Negro;
029. (PSC/2007) A cidade moderna em que acabamos de chegar é chamada pelos brasileiros
A Barra do Rio Negro. Situa-se a leste da fortaleza a cerca de mil passos geométricos do sítio
de Manaos. Ela está constituída numa superfície tão irregular que chega a ter morrinhos mais
altos do que os telhados das casas, o que seria pitoresco se não fosse absurdo.
(MARCOY, Paul. Viagem Pelo Rio Amazonas. Manaus, AM: Edua/Secretaria de Estado da Cultura, 2001)
A descrição acima, feita por um viajante francês em meados do século XIX, flagra o acanha-
mento do núcleo urbano daquela que anos depois seria a sede da Província do Amazonas.
Das alternativas abaixo, associadas à história de Manaus, assinale aquela que está incorreta.
a) A mudança de denominação de Lugar da Barra para Cidade de Manaós ocorre em 1856 por
iniciativa de Tenreiro Aranha.
b) Sua origem remonta à construção da Fortaleza de São José do Rio Negro, em 1669, e aos
aldeamentos fundados em sua adjacência.
c) Por intervenção de Lobo D’almada, em 1792, é transferida de Barcelos para o Lugar da Barra
a sede da Capitania de São José do Rio Negro.
d) Em 1832 é alterado o seu predicamento, passando de lugar para vila.
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030. (PSC/2004) Euclides da Cunha ficou impressionado com o regime espoliativo do avia-
mento e escreveu: “(…) o homem, ao penetrar as duas portas que o levam ao paraíso diabólico
dos seringais, abdica às melhores qualidades nativas e fulmina-se a si próprio (…) trabalha para
escravizar-se”.
(CUNHA, Euclides da. À Margem da História, I Parte, “Na Amazônia, Terra sem História”.)
031. (UEA/2002) “Examinando-se o movimento no que ele expressa como explosão de multi-
dões mestiças e indígenas da Província, contra a vida e a propriedade dos que desfrutavam de
poder político, econômico e projeção social, compreende-se que a Cabanagem não pode ser
inscrita na história nacional como um episódio a mais de aspiração meramente política.” (A.
C. F. Reis)
Assinale a alternativa que melhor caracteriza a Cabanagem.
a) participação intensa das massas de origem indígena na Cabanagem do Pará deveu-se à
inexistência de agricultura de exportação na região e à ausência completa de negros.
b) A Cabanagem era um risco maior para os imperialismos do que para a unidade política
pretendida pelo Império brasileiro, como atestam as seguidas intervenções americanas e bri-
tânicas no Grão-Pará.
c) A Cabanagem não pode ser inscrita na história nacional como um episódio político, pois,
por se tratar de uma sublevação generalizada no Pará, foi um fato militar e, no máximo, social.
d) A Cabanagem começou como um conflito entre setores oligárquicos do Pará durante a
Regência, mas, pelas condições socioeconômicas da região Norte e devido à participação po-
pular intensa, converteu-se em autêntica rebelião social.
e) O desfecho da Cabanagem, com perseguição feroz e massacre dos cabanos, deveu-se mais
à excitação e ao ódio dos mercenários estrangeiros do que ao ódio de classe das elites brasi-
leiras contra os pobres e não-brancos derrotados.
032. (UEA/2008) “No Grão-Pará, agitado desde a Revolução do Porto, ocorria a revolta dos
cabanos – a Cabanagem – que se distinguiria dos demais movimentos do período pela ampli-
tude que assumiu, chegando a dominar o governo da província por alguns anos.”
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(MATTOS, Ilmar Rohlof de. História do Brasil Império.)
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(Museu do Seringal de Valparaíso no Estado do Amazonas. Retirado do site do próprio Museu. http://museudo-
seringalam.blogspot.com/2012/10/museu-do-seringal-vila-paraiso.html. Acesso em: 28 nov. 2018)
036. (UF-AM/PSC) O processo de criação da Província do Amazonas é peculiar. Após ser apro-
vado pela Câmara dos Deputados (1843), o projeto passou sete anos para ser apreciado pelo
Senado. Então, em julho de 1850 entrou em pauta, foi aprovado em agosto e sancionado pelo
Imperador no mês seguinte. O que aconteceu, nesse momento, que justificaria tal celeridade
para aprovação de um projeto que já estava há tanto tempo em tramitação?
a) As pressões internacionais para a abertura do rio Amazonas à navegação que recrudesce-
ram nesse momento, fazendo com que o Império se visse premido a adotar medidas estratégi-
cas para garantir suas prerrogativas na região.
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a) A escravidão indígena foi comum em áreas como São Paulo e a Bahia, mas, na Amazônia,
ela foi ainda mais duradoura e estendeu-se até o século XVIII.
b) Nos séculos XVIII e XIX, a presença africana era pouco significativa em toda a região amazô-
nica e, por essa razão, não há notícias de revoltas escravas – a não ser aquelas que ocorriam
nos navios – e nem da existência de quilombos.
c) A abundância de escravos indígenas na Amazônia e seu alto conhecimento do meio ambien-
te desestimulava a aquisição de africanos que tinham maiores dificuldades de adaptação aos
sistemas de trabalho na região.
d) A maior dificuldade para manutenção da oferta de escravos africanos para a Amazônia era o
intenso contrabando nas fronteiras e o desvio irregular dos carregamentos para o Mato Grosso.
e) No início do século XIX, boa parte das tropas coloniais que ocuparam a Guiana Francesa
era composta por soldados de origem africana que acabaram desertando em massa após
a ocupação.
040. (UFAC/2006) Assinale a alternativa que representa os elementos que foram indispensá-
veis à produção de borracha em larga escala, durante o primeiro surto da borracha na Ama-
zônia/Acre:
a) Reforma agrária; inovação técnica no corte da seringueira; e abertura de ferrovias.
b) Uma larga oferta de capitais; a incorporação de novas áreas produtoras às já existentes; e
um acréscimo de mão-de-obra ao processo produtivo.
c) Plantio racional de seringueiras; abertura de ferrovias; e melhor qualificação da mão-de-obra.
d) Uma larga oferta de capitais; plantio racional de seringueiras; e abertura de rodovias.
e) Inovação técnica no corte da seringueira; abertura de rodovias; e seringais de cultivo.
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043. (UEA/2002) Examinando-se o movimento no que ele expressa como explosão de multi-
dões mestiças e indígenas da Província, contra avida e a propriedade dos que desfrutavam de
poder político-econômico e projeção social, compreende-se que a Cabanagem não pode ser
inscrita na história nacional como um episódio a mais de aspiração meramente política.” (A. C.
F. Reis) Assinale a alternativa que melhor caracteriza a Cabanagem.
a) participação intensa das massas de origem indígena na Cabanagem do Pará deveu-se à
inexistência de agricultura de exportação na região e à ausência completa de negros.
b) A Cabanagem era um risco maior para os imperialismos do que para a unidade política
pretendida pelo Império brasileiro, como atestam as seguidas intervenções americanas e bri-
tânicas no Grão-Pará.
c) A Cabanagem não pode ser inscrita na história nacional como um episódio político, pois,
por se tratar de uma sublevação generalizada no Pará, foi um fato militar e, no máximo, social.
d) A Cabanagem começou como um conflito entre setores oligárquicos do Pará durante a
Regência, mas, pelas condições socioeconômicas da região Norte e devido à participação po-
pular intensa, converteu-se em autêntica rebelião social.
e) O desfecho da Cabanagem, com perseguição feroz e massacre dos cabanos, deveu-se mais
à excitação e ao ódio dos mercenários estrangeiros do que ao ódio de classe das elites brasi-
leiras contra os pobres e não-brancos derrotados
044. O ciclo da borracha foi um importante momento da história econômica e social do Brasil.
Esse período está relacionado com a extração e a comercialização da borracha. […] Seu marco
ocorreu na região amazônica, proporcionando a expansão da colonização. Tal fato acarretou
grandes transformações socioculturais, formando vilas e povoados, na beira de rios, que de-
pois se transformaram em cidades. Manaus, Porto Velho e Belém, entre outras, foram algumas
das cidades que enriqueceram expressivamente durante o breve ciclo.
(D’AGOSTINI, S. et al. Ciclo econômico da borracha: seringueira. Páginas do Inst. Biol., São Paulo, v. 9, n. 1, p.
6–14, jan./jun. 2013)
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Durante a Primeira República (1889-1930) brasileira, um “surto da borracha” foi afetado tam-
bém pela concorrência da produção de látex em países do Sudeste Asiático que, à época,
eram colônias de potências europeias. A região brasileira cuja economia foi mais abalada pela
queda de preços da borracha no mercado internacional, durante as primeiras décadas do sé-
culo XX, foi a
a) mato-grossense.
b) fluminense.
c) nordestina.
d) amazônica.
e) gaúcha.
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I – Antes do ciclo da borracha, a economia da bacia amazônica no século XIX era baseada
na extração dos recursos naturais da floresta. Desses produtos extrativos, o guaraná
era o mais importante.
II – A borracha se tornou nos fins do século XIX e no começo do XX a matéria-prima mais
procurada no mercado mundial. Essa procura decorreu da rápida ascensão da indústria
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automobilística, que necessitava da borracha para a fabricação dos pneus de seus ve-
ículos.
III – Com o crescimento da exploração da borracha, ocorreu um grande fluxo migratório da
região nordeste para a região norte do país.
IV – A economia da borracha demonstrou ser suficientemente sólida para prolongar-se num
processo de industrialização, alcançando altos índices de exportação durante o século
XX.
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GABARITO
1. E 37. a
2. b 38. e
3. d 39. a
4. a 40. b
5. c 41. b
6. c 42. b
7. a 43. d
8. E 44. e
9. a 45. d
10. c 46. E
11. d 47. E
12. c 48. C
13. e 49. b
14. a 50. b
15. c
16. C
17. e
18. b
19. a
20. d
21. a
22. c
23. a
24. e
25. c
26. e
27. e
28. e
29. c
30. e
31. d
32. d
33. d
34. b
35. a
36. a
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GABARITO COMENTADO
015. (ISAE/PM-AM/ASPIRANTE DA POLÍCIA MILITAR/2011) As definições relacionadas à
economia da borracha apresentadas a seguir estão corretas, com exceção de uma. Assinale-a.
a) aviamento: sistema comercial em que o aviador fornece bens de uso e de consumo ao se-
ringueiro e compra a borracha produzida por ele;
b) regatão: nome dado ao barco, e também ao seu proprietário, responsável pelo transporte de
mercadorias até o seringal e da borracha para os grandes centros;
c) seringueiro: proprietário de um determinado território, que serve de base para a atividade
extrativa, é o intermediário do sistema de aviamento;
d) colocação: conjunto de estradas entregue à exploração de um seringueiro.
Querido(a), cuidado com possíveis pegadinhas quando a banca tratar dos conceitos de serin-
gueiro e seringalista. Lembre-se de que o seringalista é o “patrão”, o dono seringal que explora
a mão de obra do seringueiro.
Letra c.
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens a seguir, acerca da história do es-
tado de Rondônia.
A ocorrência de grandes secas e as promessas de uma vida melhor levaram milhares de nor-
destinos para os seringais da Amazônia Ocidental.
Fácil não é mesmo?! A mão de obra nordestina foi a predominante no primeiro ciclo da borracha.
Certo.
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A partir da observação do quadro acima, pode-se afirmar que, como produto predominante-
mente amazônico, durante a Primeira República, a(o):
a) borracha entrou em decadência após algumas décadas, em virtude da concorrência da pro-
dução asiática.
b) café alcançou grande desenvolvimento pela existência da terra roxa e da mão de obra
assalariada.
c) algodão alcançou novamente o ápice de sua produção no primeiro quartel do século XX, em
função do declínio da borracha.
d) açúcar sofreu grande declínio, graças à procura do açúcar de beterraba pelos consumido-
res europeus.
d) couro e as peles apresentavam um baixo rendimento, porque, em geral, os derivados da pe-
cuária eram pouco utilizados no clima tropical brasileiro.
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c) a baixa qualidade na produção da região não gerou a necessidade de escravização dos negros;
d) o alto valor dos negros e o baixo lucro da região, se comparada ao açúcar, gerou a necessi-
dade da utilização dos índios;
e) a coroa portuguesa não permitiu a utilização de escravos indígenas na região norte.
A mão de obra indígena foi utilizada como escrava, principalmente por bandeirantes. Os je-
suítas protegiam os indígenas da escravidão, no entanto, utilizavam a mão de obra indígena
nas missões.
Letra d.
021. (UEL-PR) “[…] explodiu na província do Grão-Pará o movimento armado mais popular do
Brasil […]. Foi uma das rebeliões brasileiras em que as camadas inferiores ocuparam o poder.”
Ao texto podem-se associar:
a) A Regência e a Cabanagem.
b) O Primeiro Reinado e a Praieira.
c) O Segundo Reinado e a Farroupilha.
d) O Período Joanino e a Sabinada.
e) A abdicação e a Noite das Garrafadas.
O contexto é o do período regencial, enquanto a maior revolta popular nesse período foi a
Cabanagem.
Letra a.
022. (UNESP) “Mais importante, o país é abalado por choques de extrema gravidade; não mais
os motins… mas verdadeiros movimentos revolucionários, com intensa participação popular,
põem em jogo a ordem interna e ameaçam a unidade nacional. Em nenhum outro momento
há tantos episódios, em vários pontos do país, contando com a presença da massa no que ela
tem de mais humilde, desfavorecido. Daí as notáveis conflagrações verificadas no Pará, no
Maranhão, em Pernambuco, na Bahia, no Rio Grande do Sul.”
(IGLÉSIAS, Francisco. Brasil, sociedade democrática)
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No período regencial, como vimos, houve uma centralização das decisões em detrimento dos
interesses locais. Daí a quantidade de revoltas.
Letra c.
023. (UNITAU) Sobre o Período Regencial (1831 – 1840), é incorreto afirmar que:
a) foi um período de intensa agitação social, com a Cabanagem no Rio Grande do Sul e a guerra
dos Farrapos no Rio de Janeiro;
b) passou por três etapas: regência trina provisória, regência trina e regência una;
c) foi criada a Guarda Nacional, formada por tropas controladas pelos grandes fazendeiros;
d) através do Ato Adicional as províncias ganharam mais autonomia;
e) cai a participação do açúcar entre os produtos exportados pelo Brasil e cresce a participa-
ção do café.
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026. (UF-AM/PSC/3ª ETAPA/2006) O atual estado do Amazonas tem sua origem ligada a que
unidade administrativa criada em 1755, por intervenção do Marquês de Pombal e de Francisco
Xavier de Mendonça Furtado:
a) O Estado do Alto Amazonas;
b) A Comarca do Alto Amazonas;
c) A Província do Amazonas;
d) A Comarca de São José do Rio Negro;
e) A Capitania de São José do Rio Negro;
A Capitania de São José do Rio Negro foi fundada em 03 de março de 1755, por determinação
de uma Carta Régia do Rei Dom José I. Abrangia territórios atualmente equivalentes aos esta-
dos do Amazonas e de Roraima.
Letra e.
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b) A valorização da terra e a corrida aos cartórios para assegurar a posse dos coronéis
de barranco.
c) O aumento do poder aquisitivo dos seringueiros proveniente da prática do aviamento.
d) A diversificação da economia geradora do crescimento autossustentado.
e) A introdução da navegação a vapor e o investimento na compra destas embarcações pelo
capital nacional.
029. (PSC/2007) A cidade moderna em que acabamos de chegar é chamada pelos brasileiros
A Barra do Rio Negro. Situa-se a leste da fortaleza a cerca de mil passos geométricos do sítio
de Manaos. Ela está constituída numa superfície tão irregular que chega a ter morrinhos mais
altos do que os telhados das casas, o que seria pitoresco se não fosse absurdo.
(MARCOY, Paul. Viagem Pelo Rio Amazonas. Manaus, AM: Edua/Secretaria de Estado da Cultura, 2001)
A descrição acima, feita por um viajante francês em meados do século XIX, flagra o acanha-
mento do núcleo urbano daquela que anos depois seria a sede da Província do Amazonas.
Das alternativas abaixo, associadas à história de Manaus, assinale aquela que está incorreta.
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a) A mudança de denominação de Lugar da Barra para Cidade de Manaós ocorre em 1856 por
iniciativa de Tenreiro Aranha.
b) Sua origem remonta à construção da Fortaleza de São José do Rio Negro, em 1669, e aos
aldeamentos fundados em sua adjacência.
c) Por intervenção de Lobo D’almada, em 1792, é transferida de Barcelos para o Lugar da Barra
a sede da Capitania de São José do Rio Negro.
d) Em 1832 é alterado o seu predicamento, passando de lugar para vila.
e) Em 1848 é estabelecido o predicamento de cidade, com a denominação de N. S. da Concei-
ção da Barra do Rio Negro.
O que foi transferida foi a sede da Capitania de São José do Rio Negro de Barcelos para o Lugar
da Barra do Rio Negro (atual Manaus). O povoado que se desenvolveu no entorno da Fortaleza
de São José do Rio Negro (1669) recebeu o nome de São José da Barra do Rio Negro (Lugar da
Barra). Em 1832, sob a denominação de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro,
o vilarejo foi elevado à categoria de vila. Em 1848, a Vila da Barra foi elevada à categoria de
cidade, com o nome de Cidade da Barra do Rio Negro, para receber em 1856 o nome de Ma-
náos, em homenagem à nação indígena dos Manáos (Mãe dos Deuses), considerada o mais
importante grupo étnico habitante da região, reconhecido historicamente pela sua coragem
e valentia
Letra c.
030. (PSC/2004) Euclides da Cunha ficou impressionado com o regime espoliativo do avia-
mento e escreveu: “(…) o homem, ao penetrar as duas portas que o levam ao paraíso diabólico
dos seringais, abdica às melhores qualidades nativas e fulmina-se a si próprio (…) trabalha para
escravizar-se”.
(CUNHA, Euclides da. À Margem da História, I Parte, “Na Amazônia, Terra sem História”.)
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031. (UEA/2002) “Examinando-se o movimento no que ele expressa como explosão de multi-
dões mestiças e indígenas da Província, contra a vida e a propriedade dos que desfrutavam de
poder político, econômico e projeção social, compreende-se que a Cabanagem não pode ser
inscrita na história nacional como um episódio a mais de aspiração meramente política.” (A.
C. F. Reis)
Assinale a alternativa que melhor caracteriza a Cabanagem.
a) participação intensa das massas de origem indígena na Cabanagem do Pará deveu-se à
inexistência de agricultura de exportação na região e à ausência completa de negros.
b) A Cabanagem era um risco maior para os imperialismos do que para a unidade política
pretendida pelo Império brasileiro, como atestam as seguidas intervenções americanas e bri-
tânicas no Grão-Pará.
c) A Cabanagem não pode ser inscrita na história nacional como um episódio político, pois,
por se tratar de uma sublevação generalizada no Pará, foi um fato militar e, no máximo, social.
d) A Cabanagem começou como um conflito entre setores oligárquicos do Pará durante a
Regência, mas, pelas condições socioeconômicas da região Norte e devido à participação po-
pular intensa, converteu-se em autêntica rebelião social.
e) O desfecho da Cabanagem, com perseguição feroz e massacre dos cabanos, deveu-se mais
à excitação e ao ódio dos mercenários estrangeiros do que ao ódio de classe das elites brasi-
leiras contra os pobres e não-brancos derrotados.
032. (UEA/2008) “No Grão-Pará, agitado desde a Revolução do Porto, ocorria a revolta dos
cabanos – a Cabanagem – que se distinguiria dos demais movimentos do período pela ampli-
tude que assumiu, chegando a dominar o governo da província por alguns anos.”
(MATTOS, Ilmar Rohlof de. História do Brasil Império.)
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e) O Ato Adicional deu grande poder à oligarquia dominante, provocando a reação arma-
da da oligarquia oposicionista, que recorreu às lideranças radicais e atraiu para o conflito a
massa cabana.
Antes da emancipação política do Império Brasileiro, como vimos, o Rio Negro era uma pro-
víncia desde 1821. Portanto, como foi rebaixada à condição de Comarca do Rio Negro (1825),
não obedeceu ao dispositivo constitucional que pretendia a manutenção das divisões político-
-administrativas anteriores à Independência. Como não existe alternativa afirmando “Não foi
aplicado, sendo então criada a Comarca do Rio Negro”, resta-nos a Criação da Comarca do Alto
Amazonas em 1832, evolução política sequencial da região.
Letra d.
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(Museu do Seringal de Valparaíso no Estado do Amazonas. Retirado do site do próprio Museu. http://museudo-
seringalam.blogspot.com/2012/10/museu-do-seringal-vila-paraiso.html. Acesso em: 28 nov. 2018)
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Essa é pra gabaritar. Você não precisa saber toda a estrutura do seringal para identificar, nas
13 partes listadas no texto, àquelas relacionadas a atividade gumífera.
Letra a.
036. (UF-AM/PSC) O processo de criação da Província do Amazonas é peculiar. Após ser apro-
vado pela Câmara dos Deputados (1843), o projeto passou sete anos para ser apreciado pelo
Senado. Então, em julho de 1850 entrou em pauta, foi aprovado em agosto e sancionado pelo
Imperador no mês seguinte. O que aconteceu, nesse momento, que justificaria tal celeridade
para aprovação de um projeto que já estava há tanto tempo em tramitação?
a) As pressões internacionais para a abertura do rio Amazonas à navegação que recrudesce-
ram nesse momento, fazendo com que o Império se visse premido a adotar medidas estratégi-
cas para garantir suas prerrogativas na região.
b) A força da pressão do movimento autonomista no Amazonas que ganhou a adesão de im-
portantes políticos paraenses como João Batista Tenreiro Aranha.
c) Uma vigorosa reação do Império brasileiro às manobras internacionais dos EUA na tentativa
de criar um território destinado aos ex-escravos, libertos a partir da Guerra de Secessão.
d) O avançado estado das negociações do governo brasileiro com a Argentina, Paraguai, Co-
lômbia e Peru, para construção de uma rede comercial que se estenderia da região do rio da
Prata até o Oceano Pacífico.
e) Uma manobra – fracassada – dos políticos paraenses no sentido de abortar definitivamente
o projeto de separação do Amazonas do Pará.
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Durante o ciclo da borracha, os serviços públicos eram monopolizados pelas firmas de avia-
mento, provocando miséria na cidade.
Letra e.
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Isso ocorreu principalmente pelo alto preço da mão de obra escrava de origem africana e pela
abundância de mão de obra indígena.
Letra a.
040. (UFAC/2006) Assinale a alternativa que representa os elementos que foram indispensá-
veis à produção de borracha em larga escala, durante o primeiro surto da borracha na Ama-
zônia/Acre:
a) Reforma agrária; inovação técnica no corte da seringueira; e abertura de ferrovias.
b) Uma larga oferta de capitais; a incorporação de novas áreas produtoras às já existentes; e
um acréscimo de mão-de-obra ao processo produtivo.
c) Plantio racional de seringueiras; abertura de ferrovias; e melhor qualificação da mão-de-obra.
d) Uma larga oferta de capitais; plantio racional de seringueiras; e abertura de rodovias.
e) Inovação técnica no corte da seringueira; abertura de rodovias; e seringais de cultivo.
Os capitais chegaram à Amazônia através das firmas de exportação e das casas aviadoras,
agregando novas áreas para produção da borracha e a chegada de migrantes nordestinos a
serem utilizados como mão de obra.
Letra b.
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043. (UEA/2002) Examinando-se o movimento no que ele expressa como explosão de multi-
dões mestiças e indígenas da Província, contra avida e a propriedade dos que desfrutavam de
poder político-econômico e projeção social, compreende-se que a Cabanagem não pode ser
inscrita na história nacional como um episódio a mais de aspiração meramente política.” (A. C.
F. Reis) Assinale a alternativa que melhor caracteriza a Cabanagem.
a) participação intensa das massas de origem indígena na Cabanagem do Pará deveu-se à
inexistência de agricultura de exportação na região e à ausência completa de negros.
b) A Cabanagem era um risco maior para os imperialismos do que para a unidade política
pretendida pelo Império brasileiro, como atestam as seguidas intervenções americanas e bri-
tânicas no Grão-Pará.
c) A Cabanagem não pode ser inscrita na história nacional como um episódio político, pois,
por se tratar de uma sublevação generalizada no Pará, foi um fato militar e, no máximo, social.
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Um conflito que começou com as disputas entre as elites oligárquicas locais tomou grande
proporção com a participação das camadas populares marginalizadas.
Letra d.
044. O ciclo da borracha foi um importante momento da história econômica e social do Brasil.
Esse período está relacionado com a extração e a comercialização da borracha. […] Seu marco
ocorreu na região amazônica, proporcionando a expansão da colonização. Tal fato acarretou
grandes transformações socioculturais, formando vilas e povoados, na beira de rios, que de-
pois se transformaram em cidades. Manaus, Porto Velho e Belém, entre outras, foram algumas
das cidades que enriqueceram expressivamente durante o breve ciclo.
(D’AGOSTINI, S. et al. Ciclo econômico da borracha: seringueira. Páginas do Inst. Biol., São Paulo, v. 9, n. 1, p.
6–14, jan./jun. 2013)
Ainda não estudamos a questão acreana, tema da nossa próxima aula de acordo com o edital.
Contudo, essa questão nos serve para analisar as afirmativas erradas:
a) Errada. Não havia nenhuma preocupação com o meio ambiente naquele momento.
b) Errada. A extração do látex exigia mão de obra e não equipamentos industriais.
c) Errada. A economia amazônica era voltada para a exportação de borracha para o merca-
do externo.
d) Errada. O Brasil dominou o mercado de borracha até que a Inglaterra contrabandeou mudas
de seringueira para suas colônias na Ásia.
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Letra e.
Durante a Primeira República (1889-1930) brasileira, um “surto da borracha” foi afetado tam-
bém pela concorrência da produção de látex em países do Sudeste Asiático que, à época,
eram colônias de potências europeias. A região brasileira cuja economia foi mais abalada pela
queda de preços da borracha no mercado internacional, durante as primeiras décadas do sé-
culo XX, foi a
a) mato-grossense.
b) fluminense.
c) nordestina.
d) amazônica.
e) gaúcha.
Essa é pra gabaritar. Ora, se a base da economia da região amazônica era a extração do látex
para a produção de borracha, por óbvio, com o aumento da concorrência e, por conseguinte, a
queda dos preços, a região acabou sendo a mais abalada do país.
Letra d.
A Cabanagem teve como principal motivação as questões sociais: uma massa de pessoas
marginalizadas, miseráveis, partiu para o confronto armado.
Errado.
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Várias informações erradas numa mesma afirmativa: a Comarca do Alto Amazonas recebeu
uma espécie de compensação por não ter apoiado a Cabanagem, sendo elevada a Província
em 1950. Agora, a última afirmativa “dói” nos olhos ao ler. O Amazonas não foi transformado
em Manaus!
Errado.
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I – Antes do ciclo da borracha, a economia da bacia amazônica no século XIX era baseada
na extração dos recursos naturais da floresta. Desses produtos extrativos, o guaraná
era o mais importante.
II – A borracha se tornou nos fins do século XIX e no começo do XX a matéria-prima mais
procurada no mercado mundial. Essa procura decorreu da rápida ascensão da indústria
automobilística, que necessitava da borracha para a fabricação dos pneus de seus ve-
ículos.
III – Com o crescimento da exploração da borracha, ocorreu um grande fluxo migratório da
região nordeste para a região norte do país.
IV – A economia da borracha demonstrou ser suficientemente sólida para prolongar-se num
processo de industrialização, alcançando altos índices de exportação durante o século
XX.
I – Errado. Os principais produtos da região, antes do ciclo da borracha, foram o cacau e o al-
godão, entre outros produtos do extrativismo.
II – Certo.
III – Certo.
IV – Errado. O ciclo da borracha não provocou a industrialização da região, já que visava o mer-
cado externo. Ademais, entrou em crise ao longo do século XX.
Letra b.
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O sistema de barracão ocorria nos seringais. Trata-se de uma forma de exploração do trabalho
típica do sistema de aviamento.
Letra b.
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Daniel Vasconcellos é pós-graduado em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Darwin (2013).
Graduado em História pelo Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM (2003). Possui mais de 15
anos de experiência em docência nas áreas de História, Filosofia, Sociologia, Geografia e Metodologia
Científica, no Ensino Médio, Superior e em preparatório para vestibulares e concursos. Atua como professor
concursado da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal.
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