Você está na página 1de 78

HISTÓRIA DO

AMAZONAS
História do Amazonas: Império

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

Sumário
História do Amazonas Império..................................................................................................................................3
2.1. Incorporação da Amazônia ao Estado Nacional Brasileiro..............................................................3
2.1.1. Província do Pará. . .................................................................................................................................................5
2.1.2. Comarca do Rio Negro. . ......................................................................................................................................6
2.1.3. A Cabanagem.. .........................................................................................................................................................9
2.2. Província do Amazonas......................................................................................................................................17
2.2.1. Economia do Alto Amazonas na Primeira Metade do Século XIX..........................................17
2.2.2. Comarca do Alto Amazonas.........................................................................................................................18
2.2.3. Manifestações Autonomistas...................................................................................................................27
2.2.4. Criação e Implantação do Estado Provincial Amazonense; Sistema Político do
Amazonas no Segundo Reinado............................................................................................................................ 28
2.3. Economia e Sociedade na Amazônia. .........................................................................................................30
2.3.1. Ciclo da Borracha.. ..............................................................................................................................................31
2.3.2. Migração Nordestina......................................................................................................................................32
2.3.3. Seringal e o Seringueiro.. ..............................................................................................................................34
2.3.4. O sistema de Aviamento...............................................................................................................................35
Resumo................................................................................................................................................................................37
Mapas Mentais. . ..............................................................................................................................................................38
Questões Comentadas em Aula.. ...........................................................................................................................39
Questões de Concurso................................................................................................................................................43
Gabarito...............................................................................................................................................................................57
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................58

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 2 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

HISTÓRIA DO AMAZONAS IMPÉRIO


Olá, meu(minha) querido(a)!
Seja muito bem-vindo(a) novamente! Vamos dar sequência a seu processo de ingresso em
um cargo público. É isso mesmo que você leu. O resultado de seus esforços, de sua dedicação,
será a sua nomeação como servidor público do Estado do Amazonas.
Antes de seguirmos, quero lhe pedir que avalie a aula anterior, e esta, ao final, caso ainda
não o tenha feito.
Sem mais, veja o conteúdo listado no edital que trabalharemos nesta aula:
2. IMPÉRIO:
2.1. Incorporação da Amazônia ao Estado Nacional Brasileiro: Província do Pará; Comarca
do Rio Negro; A Cabanagem: o povo no poder: condições objetivas para a eclosão da Cabana-
gem; governo dos cabanos; conflitos no Amazonas; repressão imperial e o fim da Cabanagem.
2.2. Província do Amazonas: economia do Alto Amazonas na primeira metade do século
XIX; Comarca do Alto Amazonas; manifestações autonomistas; criação e implantação do Es-
tado provincial amazonense; sistema político do Amazonas no Segundo Reinado;
2.3. Economia e sociedade na Amazônia: ciclo da borracha; migração nordestina; seringal
e o seringueiro; o sistema de aviamento.

2.1. Incorporação da Amazônia ao Estado Nacional Brasileiro


Querido(a), a Amazônia passou a fazer parte do Estado Brasileiro a partir de 1772, durante
do Ministério do Marquês de Pombal em Portugal (1750-1777). Assim, o Grão-Pará e Mara-
nhão era submetido diretamente a Portugal. Contudo, com a incorporação desta área ao Brasil,
foi dividido em dois estados subordinados ao Estado do Brasil: Estado do Pará e Rio Negro;
Estado do Maranhão e Piauí.
Recorde comigo: durante todo o período de colonização na Amazônia (1600 – 1823), os
portugueses expulsaram outros europeus (principalmente os espanhóis) da região, construí-
ram fortes, formaram vilas e cidades e converteram uma parte dos indígenas sobreviventes
ao cristianismo. Além disso, forçaram os nativos a trabalhar nas plantações, nas coletas das
drogas do sertão, como remadores de canoas nas viagens e como soldados na defesa e posse
do território.
Nas vilas e aldeias amazônicas, na PRIMEIRA FASE da colonização (1600 – 1700), os por-
tugueses passam a desenvolver e refinar as práticas comerciais e políticas já aplicadas nas
suas colônias da África e Índia. Por exemplo, a coleta das drogas do sertão/feitorias, o sistema
de capitanias e as missões religiosas.
Empobrecidos, os poucos colonos brancos dependiam do trabalho dos índios escravos,
obtidos pelas tropas de resgate, os quais ajudavam a manter os negócios. Diferente de outras
colônias no restante do Brasil havia poucos escravos negros no Maranhão e Grão-Pará. E,
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 3 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

agravando ainda mais a situação, em 1690, uma terrível epidemia de varíola devastou a força
de trabalho indígena. Nesse período, Portugal também enfrentava uma grave crise econômica.
No final do século XVII, na região amazônica, não havia alternativas econômicas nem capi-
tal para desenvolver qualquer atividade diferente da exploração das drogas do sertão. Portan-
to, a ordem de Portugal nesta SEGUNDA FASE da colonização (1700 – 1755) era intensificar
a construção de missões e aldeamentos na colônia administrados por religiosos (principal-
mente jesuítas). O objetivo era dar continuidade à ocupação e expansão do território por meio
da catequese e do trabalho agrícola. Além disso, ordenou-se a construção de um sistema de
defesa (fortes) para assegurar o domínio da área.
Os missionários, como vimos, partiam em expedições ao interior da floresta para “descer”
os indígenas e trazê-los aos aldeamentos. Ali, eles eram divididos para trabalhar nas proprieda-
des rurais de colonos portugueses, nas missões das ordens religiosas e para o governo.
Para os missionários, catequizar os índios era, além de ensinar a moral cristã, retirá-los da
barbárie e integrá-los à sociedade da colônia. Assim, entre os valores europeus repassados
aos povos indígenas estava principalmente a função do trabalho. O índio deveria tornar-se um
bom cristão e trabalhador.
O período da administração pombalina corresponde à TERCEIRA FASE da empresa colonial
na Amazônia (1757 a 1798), marcada pela criação do Diretório dos Índios, pela expulsão de
todos os jesuítas da região em 1759, pela criação da Companhia do Comércio do Maranhão e
pela incorporação do Estado do Grão-Pará e Maranhão ao Brasil.
Nos quarenta anos do Diretório dos Índios, o número de indígenas trabalhadores envolvi-
dos com esse sistema sofreu uma grande redução. Em 1757 havia cerca de 30 mil indígenas,
enquanto em 1798 restavam apenas cerca de 19 mil (final do Diretório dos Índios). Os índios
submetidos a esse sistema sofreram com o excesso de trabalho e maus tratos praticados por
diretores escolhidos entre colonos e oficiais militares da colônia. Esses homens, diferente dos
padres que conduziam as antigas missões, eram rústicos e despreparados.
O governo na Amazônia tornou-se mais presente e organizado no início do século XIX. Nas
cidades maiores, proprietários e comerciantes surgem como classe social distinta e direta-
mente conectada com Lisboa. Os laços familiares, os interesses comerciais e as facilidades
de navegação estreitaram essa ligação.
No início do século XIX, navegar de Belém para Lisboa era mais rápido do que para o Rio
de Janeiro por causa dos ventos mais favoráveis. A partir de 1850, o barco a vela na Amazônia
começou a ser substituído pelo barco a vapor.

001. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2013) Julgue os


itens a seguir, acerca da história do estado de Rondônia.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 4 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

A colonização portuguesa do oeste amazônico, no período colonial, foi motivada pela deman-
da de látex pelo mercado europeu.

Durante o período colonial, as motivações para a colonização portuguesa foram a necessidade


de ocupação para garantir a posse da região, o comércio das chamadas “drogas do sertão” e a
catequização indígena pelos jesuítas.
Errado.

2.1.1. Província do Pará


Concurseiro(a), a economia da região ainda estava baseada nas drogas do sertão e era
pouco desenvolvida. Como vimos, os negócios dependiam muito da mão de obra indígena, a
qual foi declinando drasticamente ao longo dos primeiros séculos de colonização. Neste perí-
odo (início da industrialização no mundo), os preços dos produtos caíram e os novos desafios
para a Amazônia colonial foram resolvidos por meio de taxações excessivas sobre os produtos
naturais e cultivados. Essa iniciativa levou a província à decadência econômica. Entre 1806
e 1819, as capitanias do Grão-Pará e Rio Negro sofreram uma crise. A partir daí, começam a
fomentar as ideias de Independência em relação a Portugal.
No final de 1820 emergiu na Amazônia um grupo político insatisfeito com o sistema colo-
nial. Almejava-se mais oportunidades econômicas para aqueles que haviam nascido na região,
especificamente aqueles que migraram para as cidades e não receberam nenhuma educação.
Esse grupo queria um governo que realmente garantisse os direitos desses cidadãos. A classe
“superior” acusava essas pessoas de serem preguiçosas, contudo, elas eram as únicas que
trabalhavam e nem sempre eram pagas pelo grupo dominante. Os contestadores haviam sido
influenciados pelas ideias do Iluminismo francês, circuladas no Grão-Pará a partir de 1809 por
causa do conflito entre Portugal e França em Caiena, na Guiana Francesa.
O processo de ruptura política do Brasil com Portugal criou, na província do Grão-Pará, uma
situação de indefinição. Em 1821, o Estado do Grão Pará foi transformado em província, assim,
como todas as outras capitanias.
A Proclamação da Independência do Brasil ocorreu em 1822. Contudo, somente em mea-
dos de 1823, as capitanias do Grão-Pará e Rio Negro aderiram à independência. Isso porque,
em 11 de agosto deste ano, sob as ordens de Dom Pedro I, o almirante John Grenfell chegou
a Belém com um documento exigindo a adesão do Pará. Caso os governantes negassem tor-
nar a região independente de Portugal, uma esquadra em Salinas estaria pronta para fechar
o acesso ao porto de Belém, isolando o Pará do restante do Brasil. Os governantes da época
renderam-se, proclamando a adesão ao restante do país. No dia 15 de agosto, depois de uma
assembleia no Palácio Lauro Sodré, a adesão foi proclamada por Dom Romualdo Coelho e

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 5 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

oficializada com a assinatura de um documento. A partir desse momento, a capitania do Grão-


-Pará foi elevada à categoria de província do Império do Brasil.
A adesão à Independência do Brasil é comemorada no Pará com um feriado no dia 15 de
agosto, conhecido como Adesão do Pará.
Os primeiros anos da adesão à independência do Brasil foram de lutas no Grão-Pará e Rio
Negro. A falência do projeto colonial português e a incapacidade dos representantes locais
do poder absolutista em abrir a sociedade regional, numa vã tentativa de dar sobrevida ao
velho regime, acabariam por levar os impasses políticos para o terreno do confronto armado.
Portanto, o Grão-Pará e o Rio Negro inicialmente resistiram à Independência porque a relação
da Amazônia com Portugal era bem mais intensa e estreita do que com as outras províncias
do Brasil.

2.1.2. Comarca do Rio Negro


A capitania do Rio Negro, assim como as outras capitanias, foi elevada a província em
1821. A partir de então, a administração da Província se deu por uma junta provisória.
As juntas provisórias de governo, também chamadas de juntas do governo provisório, fo-
ram criadas a partir de 1821, em substituição aos capitães e governadores das capitanias,
tendo como competência toda a autoridade e jurisdição nos âmbitos civil, econômico, admi-
nistrativo e de polícia.
A província do Rio Negro aderiu ao Império do Brasil em 9 de novembro de 1823, quase três
meses depois da Adesão do Pará. Mas ficou sujeita à administração da província do Grão-Pará
até 1850, quando se tornou província do Amazonas em 5 de setembro.
Um detalhe significativo é que o Rio Negro não constou entre as províncias do Império na
Constituição de 1824, apesar de ter se tornado, como vimos, província em 1821.

Em ofício de 23 de julho de 1825, o governador Pereira Burgos comunicou sua decisão ao Governo
do Império e propôs a subordinação da Comarca de São José do Rio Negro ao Pará. O Aviso n. 233,
de 8 de outubro de 1825, da Secretaria de Estado dos Negócios do Império, referendou a dissolução
da junta governativa, anulando o pouco que restava da Capitania de São José do Rio Negro, e incor-
porou o seu território à jurisdição do Pará. A Comarca, criada junto com a Capitania de São José do
Rio Negro, (carta-régia de D. José I, de 3 de março de 1755) sobrevivia ao modelo administrativo-ju-
diciário colonial, em incômoda posição de subordinação ao governo do Pará.1

1
SOUZA, Márcio. História da Amazônia: Do período pré-colombiano aos desafios do século XXI. Record. Edição do Kindle.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 6 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

002. (UF-AM/PSC/2010) Logo após o antigo Estado do Grão-Pará e Rio Negro ter sido incor-
porado ao Império do Brasil, em 1823, a ex-capitania do Rio Negro não chegou a receber o
status de Província, como o concedido à ex-capitania do Grão-Pará. Desse modo, na divisão
político-administrativa imperial, esse território amazônico recebeu a categoria de Comarca do
Rio Negro, subordinado à Província do Pará. Esta condição deveu-se:
a) À inabilidade política da elite rionegrina em defender o novo status da antiga capitania.
b) À inexistência, no texto da Constituição de 1824, da menção ao Rio Negro como Província.
c) À pressão exercida pela elite paraense para que a região do Rio Negro continuasse subordi-
nada ao poder de Belém.
d) À falta de interesse do governo imperial em ter mais uma unidade administrativa no norte
do Brasil.
e) Às dificuldades de transporte e comunicação entre a sede do governo imperial e a região do
Rio Negro.

Como vimos, a Constituição de não fazia referência à Província do Rio Negro, apesar de ter
alcançado esse status em 1821.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 7 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

Letra b.

2.1.2.1. Rebelião na Barra do Rio Negro

Os acontecimentos na região haviam escapado das rédeas dos poderosos na Barra, hoje
Manaus. Ali, em torno do forte, uma série de choças e choupanas formava uma vila de maioria
indígena. Na noite de 12 de abril de 1832, ouviu-se tocar o alarme no quartel.

O comandante militar, coronel Joaquim Filipe dos Reis, prontamente chega para saber o que estava
acontecendo e encontra a tropa rebelada. Tenta, em vão, impor sua autoridade e, ao interceptar al-
guns soldados, é morto a tiros de fuzil. O quartel, agora sob comando do soldado Joaquim Pedro da
Silva, começa a receber representantes da sociedade civil. Com o apoio do ouvidor Manuel Bernar-
dino de Souza Figueiredo, que é escolhido presidente, os rebeldes reuniram-se num conselho para
deliberar as providências que consideravam fundamentais:
1º que a comarca do rio Negro ficasse desligada da província do Pará e do seu governo, estreitando-
-se em todo o caso as suas relações comerciais;
2º que se elegesse um governo temporário assim como um secretário, para dar direção aos negó-
cios civis e políticos da comarca, prestando juramento perante a câmara municipal de bem cumprir
e guardar os seus cargos, pelo que receberia ordenado dos cofres da fazenda nacional;
3º que se estabelecesse uma ou duas alfândegas onde melhor conviesse para impedir os extravios
dos direitos nacionais e cuidar da arrecadação dos dízimos que dali em diante deveriam ser cobra-
dos à boca do cofre da nova província;
4º que se nomeasse temporariamente um comandante militar, a quem ficaria pertencendo o regi-
mento da força armada com o soldo da sua patente e com gratificação do costume;
5º que se submetesse esta deliberação à decisão da assembleia geral legislativa e da regência;
6º enfim que se enviasse quanto antes à Corte um procurador com plenos poderes para tratar da
aprovação destes atos. (SOUZA, 2019)

A notícia do levante do Rio Negro provocou grande abalo em Belém, tendo o novo governa-
dor, o coronel José Joaquim Machado de Oliveira, homem de confiança da Regência, ordenado
o envio imediato de cinquenta fuzileiros, com dois canhões, chefiados pelo tenente-coronel
Domingos Simões da Cunha, com ordens de debelar o levante, prender os revoltosos e resta-
belecer a ordem.
A tentativa da comarca do Rio Negro se tornar independente do Pará não dura muito. Do-
mingos Simões da Cunha desembarca na Barra (Manaus) e consegue, sem maiores proble-
mas, dominar a situação. Contudo, a rendição dos rebeldes não significou uma trégua; deze-
nas de outros levantes foram acontecendo e sendo sufocados ao longo dos meses seguintes,
fazendo da instabilidade uma espécie de rotina que infernizava a vida do norte do império.
Um dos incidentes mais graves, vale ressaltar, foi o assalto à missão de Maués pelos ín-
dios mawés, que mataram todos os brancos, incendiaram a missão e, a partir de então, orga-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 8 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

nizaram nessa região do baixo Amazonas um dos focos de resistência rebelde durante todo o
movimento da Cabanagem.
A revolta em 1832 no Rio Negro exigiu a autonomia do Amazonas como província separada
do Pará. A rebelião foi sufocada, mas os amazonenses conseguiram enviar um representante
à Corte Imperial, Frei José dos Santos Inocentes, que obteve no máximo a criação da Comarca
do Alto Amazonas.

003. (UF-AM/PSC) Em abril de 1832, um levante militar no Lugar da Barra foi apropriado pela
elite transformando-se em uma importante manifestação de caráter essencialmente:
a) Populista
b) Separatista
c) Socialista
d) Autonomista
e) Abolicionista

Essa é pra gabaritar. A Rebelião tinha caráter autonomista pois pretendia a emancipação polí-
tica em relação à Província do Grão-Pará, mas a independências separatista.
Letra d.

2.1.3. A Cabanagem
2.1.3.1. O Povo no Poder: Condições Objetivas para a Eclosão da Cabanagem

Cabanagem foi como ficou conhecida a revolta que ocorreu entre 1835-1840 na antiga
província do Grão-Pará (atualmente Pará, Amazonas, Amapá, Roraima e Rondônia). Ah, não a
confunda com a Cabanada, que ocorreu em Pernambuco e Alagoas em 1832.
A Independência do Brasil foi conquistada no dia 7 se setembro de 1822. No entanto, como
vimos, diversos grupos ainda favoráveis à manutenção da colônia permaneciam na região da
província do Grão-Pará até a Adesão em 15 de agosto de 1823. A população local, auxiliada
pela elite, começou então a promover diversas ações na tentativa de expulsar os revolucioná-
rios portugueses.
Após D. Pedro I abdicar do trono do Brasil, em 07 de abril de 1831, seu filho, Pedro II, su-
cessor direto, tinha apenas cinco anos e quatro meses de idade, enquanto a Constituição de
1824 determinava que, para assumir o cargo, o imperador precisaria ter pelo menos 21 anos
completos. Assim, iniciou-se o Período Regencial (1831-1840): a saída legal existente e que
constava na Constituição de 1824 era a de fazer um período de transição em que o país seria

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 9 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

governado por regentes. Esse período deveria ter durado até 1844, quando Pedro de Alcântara
completaria 18 anos, mas seu fim foi antecipado para 1840 por meio de um golpe parlamentar.
Iniciado o Período Regencial, o Brasil encontrava-se em uma situação econômica muito fra-
gilizada e politicamente conturbada. Desde a Revolução Industrial, no século XVIII, os países
da Europa passavam por uma série de transformações de ordem política e econômica, e o Bra-
sil, mesmo no século XIX, mantinha-se como uma economia extrativista, apesar dos esforços
em modernizar o país durante o Império.
O Brasil não conseguia manter uma balança econômica favorável, na medida em que im-
portava mais produtos manufaturados do que exportava, aumentando o déficit comercial em
suas contas públicas. Elites econômicas locais disputavam entre si um projeto de nação, bem
como noções próprias de patriotismo, fazendo com que o grau de descontentamento com o
governo central aumentasse cada vez mais.
Junte-se a isso, setores populares (escravos alforriados, indígenas, quilombolas e pobres
livres) começam a surgir de forma mais decisiva no cenário político, em reação à situação de
miséria em que viviam. A Cabanagem faz parte de uma série de outras revoltas regenciais que,
cada qual a seu modo, correspondem a esse turbulento contexto histórico em que o Brasil se
encontrava.
Antes mesmo da independência do Brasil, e do Grão-Pará deixar de ser capitania para tor-
nar-se província, em 1821, a administração central, estabelecida no Rio de Janeiro, possuía um
certo isolamento de outras regiões, considerando também as dificuldades de comunicação e
acesso ao extenso território brasileiro já naquele período. Esse isolamento do Grão-Pará fazia
com que, na ocasião, as atenções políticas estivessem mais voltadas para Portugal do que
propriamente para o Brasil litorâneo.

“Os anos da Regência assistirão a muitas rebeliões, sufocadas com sangue, quase sempre provoca-
das por grupos locais poderosos que usavam as massas em proveito de seus interesses particula-
res. Assim foi a revolta de Pinto Madeira, em Crato, Ceará; a Cabanada em Pernambuco e Alagoas; o
levante em Salvador, Bahia; motins em Minas, com a queda do presidente da província; a República
do Piratini; insurreições populares em Mato Grosso, Piauí, Goiás e Sergipe. O Império do Brasil entra-
va numa fase de caos político.” (SOUZA, 2019)

004. (ISAE/PM-AM/SOLDADO/2011) O principal desafio do governo regencial era enfrentar


a ameaça à unidade territorial do Império, representada pelas várias revoltas e rebeliões que
estouravam em várias províncias como, por exemplo, na província do Grão-Pará, a Cabanagem
(1835-1840).
As razões para esses movimentos incluem:
a) as disputas políticas locais e o descontentamento com a injustiça social;
b) as dificuldades de comunicação e a intenção de manter unida a América Portuguesa;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 10 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

c) a expansão do regime capitalista e o desejo de adotar o regime republicano;


d) a permanência do regime escravocrata e a vontade de proclamar a República.

As disputas entre lideranças políticas locais e a injustiça social foram as principais razões para
a eclosão das revoltas que abalaram o regime regencial.
Letra a.

Nesse contexto, surgem duas forças políticas importantes em Belém, pois, a partir de uma
delas, emerge-se uma das principais lideranças que deram origem à Cabanagem.
A primeira delas assumia um caráter mais conservador, representando os movimentos re-
acionários, em defesa do absolutismo, e pregando uma maior aproximação com a monarquia
portuguesa.
A segunda representava forças modernizadoras liberais na defesa do constitucionalismo,
aos moldes dos embates travados em Portugal no episódio da Revolução Liberal do Porto em
1820, mas, também, de uma maior autonomia da então província do Grão-Pará. Os componen-
tes dessa segunda força se autoproclamavam patriotas. Desse movimento mais autonomista
e liberal, destacaram-se Batista Campos, Eduardo Angelim e Félix Clemente Malcher.
Quando ocorreu, em setembro de 1822, a independência do Brasil, esse embate na provín-
cia do Grão-Pará entre as forças lusitanas, representando o movimento reacionário, e as forças
liberais, cuja maior expressão acabou sendo Batista Campos, estava a todo o vapor. Isso ao
ponto de que o reconhecimento oficial da independência na província só se deu em agosto de
1823, após o envio de uma missão militar, chefiada pelo mercenário inglês John Pascoe Gren-
fell, para debelar os revoltosos e manter o Grão-Pará como parte do então Império do Brasil.
A partir de então, instalou-se um Governo Provisório na província do Grão-Pará. Batista
Campos — que, após suas pregações e publicações no jornal O Paraense, recebeu o apoio de
parte da elite e também de uma grande massa de pessoas pobres que viviam em cabanas à
beira dos rios, composta também por indígenas e ex-escravos, os cabanos —, juntamente com
as outras lideranças de seu grupo, foi marginalizado da nova administração implantada na
província.
Essa direção que o Governo Provisório havia tomado, de excluir as lideranças liberais, pro-
vocou uma revolta local com adesão, inclusive, das camadas mais populares, os cabanos,
exigindo a participação de suas lideranças. Como forma de conter as agitações, Grenfell, o
mesmo mercenário inglês, foi enviado para Belém. Dessa vez, Batista Campos acaba sendo
preso, diversos nativos são fuzilados, além de tantos outros prisioneiros torturados.
Os cabanos organizam-se e resistiram às forças de Grenfell, que deixou o Pará. Também
se colocaram em oposição às autoridades locais. Batista Campos voltou para a capital da
província e se destacou como uma das principais lideranças. O governo central, então, nomeia

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 11 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

Machado de Oliveira como presidente da província do Grão-Pará, que passa a ter sua autorida-
de questionada pelos cabanos.
Buscando estabilizar a situação, a Regência Trina Permanente, autoridade central, nomeou
um novo governo para substituir Machado de Oliveira, que chega à capital, Belém, em dezem-
bro de 1833, com Bernardo Lobo de Sousa. Inicia-se, assim, uma política repressora contra os
agitadores que, ao invés de conter a situação, a agravou.
O que se sucede a partir de então é uma série de confrontos, que, no total, teriam deixado
mais de 30 mil mortos, além de um agravado quadro de instabilidade política. Batista Campos
e outras lideranças também se destacaram, como Clemente Malcher, os Irmãos Vinagre (Fran-
cisco Vinagre, Antônio Vinagre e Manoel Vinagre) e Eduardo Angelim.

2.1.3.2. Governo dos Cabanos

O discurso de transformação institucional (ligado às ideias liberais, à situação de miserabi-


lidade que grande parte das pessoas ali vivia, sobretudo os cabanos, e à crise de credibilidade
que o período da Regência sofreu após a abdicação de D. Pedro I) foi o motivo principal para o
clima de agitação que marcou a cabanagem.
Como forma de tentar amenizar as revoltas regenciais, o governo central procurou refor-
mar a Constituição de 1824, de caráter autoritário e centralizado, por meio do Ato Adicional
de 1834, prevendo, inclusive, mais autonomia para as províncias. Contudo, durante o período
regencial, os conservadores impuseram sua hegemonia, e eram eles que indicavam os presi-
dentes de cada província. Sendo assim, o Ato Adicional não teve forças suficientes para, ao
menos, amenizar as sublevações políticas que estavam ocorrendo.
Os cabanos, em sua grande maioria, eram formados por indígenas (tapuios, entre outras
nações), pobres livres e negros que se revoltavam com a situação de miserabilidade em que
viviam somada à crise política que se instalou no Brasil após a abdicação de D. Pedro I.
Batista Campos encarnava os ideais liberais no movimento ao prometer o fim da escravi-
dão, maior autonomia da província, a defesa de um regime republicano, entre outras coisas que
foram convergindo com as demandas políticas dos cabanos.
Enquanto Bernardo Lobo de Sousa assumia a presidência da província em 1833, reprimin-
do e perseguindo os revoltosos, na capital Belém e nas zonas rurais, os cabanos e lideranças,
como Eduardo Angelim, Clemente Malcher, Batista Campos, os irmãos Vinagre, entre outros,
preparavam um levante que pudesse depor o governo estabelecido. Do dia 06 para o dia 07 de
janeiro de 1835, os cabanos conseguem tomar facilmente a capital e executam Lobo de Sousa
juntamente com outras autoridades.
A partir de então, formou-se o Primeiro Governo Cabano (1835), com Félix Clemente Mal-
cher como presidente da província e Pedro Vinagre como comandante das armas. Contudo,
Malcher passa a ser considerado traidor quando se alinha ao Governo Regencial declarando,

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 12 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

inclusive, lealdade ao Império. Francisco Vinagre passava a ganhar a simpatia dos cabanos
que se sentiam traídos.
Malcher, então, tenta um golpe contra Vinagre, porém malsucedido, sendo deposto e exe-
cutado. O ex-comandante de armas passa a assumir então o cargo de presidente da província
do Grão-Pará, sendo esse o Segundo Governo Cabano (1835).
Francisco Vinagre não se mostrou muito diferente de seu antecessor e tentou, inclusive,
negociar diretamente com o Governo Regencial, desagradando completamente os cabanos.
Mesmo assim, ele se manteve no poder. As elites econômicas da região viam-se cada vez mais
preocupadas com a radicalização crescente no movimento.
Temendo os caminhos que isso poderia tomar, a Regência enviou o marechal Manuel Jor-
ge Rodrigues que, ao chegar em Belém, derrota facilmente as frágeis embarcações utilizadas
pelos cabanos, tendo ao seu lado uma esquadra imperial, e torna-se o novo presidente da pro-
víncia em novembro de 1835, negociando a transição com o próprio Francisco Vinagre.
As batalhas no interior não cessaram com a chegada do marechal Manuel Jorge Rodri-
gues, mesmo recebendo apoio do comandante naval inglês Taylor. Os cabanos voltaram a
organizar-se com o objetivo de retomarem Belém. Tendo como líderes de destaque Antônio
Vinagre e Eduardo Angelim, marcharam em direção à capital, conseguiram repelir as forças
regenciais ali instaladas, chegaram a proclamar um regime republicano, e Angelim tornou-se,
então, o presidente do Terceiro Governo Cabano e último, ainda em novembro de 1835.

2.1.3.3. Conflitos no Amazonas

Sob o comando de Apolinário Maparajuba, uma tropa de mais de 1.800 homens seguiria
para levar a revolução ao alto Amazonas.

Maparajuba, nome que despontava em todas as ações vitoriosas no alto Amazonas, um nome de
guerra para alguém extremamente sóbrio, quase seco em seus gestos, com estilo direto e uma
enorme capacidade de se comunicar com os cabanos mais humildes. Devia ser filho da terra, por-
que sabia como falar com aquela gentinha enfurecida com a qual entrou na Barra (Manaus), sem
resistência, em 6 de março de 1836. A Revolta da Cabanagem já era um fato irreversível. Devia ser
filho da terra, porque sabia como falar com aquela gentinha enfurecida com a qual entrou na Barra
(Manaus), sem resistência, em 6 de março de 1836. A Revolta da Cabanagem já era um fato irrever-
sível. (SOUZA, 2019).

Pelas margens dos grandes rios, emergiram levantes armados de características desespe-
radas e messiânicas. A Cabanagem era uma guerra de libertação nacional, talvez a maior que o
Brasil já conheceu. Segundo o coronel Gustavo Moraes Rego, em seu clássico estudo sobre os
aspectos militares da Cabanagem, o movimento se distinguia pela “efetiva e dominante parti-
cipação das massas; a ascensão de líderes dos mais baixos estratos da sociedade; a violência

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 13 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

sem freios da rebelião e a escala que a insurreição conseguiu, tomando o poder e mantendo-o
por um tempo considerável”.
Na Comarca do Alto Amazonas, Ambrósio Ayres Bararoá surgiu como um militar disposto
a defender a região das ações dos cabanos. Se envolveu em muitas perseguições cometidas
contra a população cabana, primeiro na região do médio Rio Negro, em meados de 1836, mas
ao fim desse ano, estendendo-se também aos rios Autazes, Tapajós e Maués. Agindo sempre
com extrema violência, esmerava-se “na repressão executando prisioneiros, arrasando povo-
ados e tratando com brutalidade os índios. Os Mawés e os Mura sofreram terrivelmente nas
mãos dele” (SOUZA, 2009, p. 227). Quando Ambrosio Aires tentava desalojar um grupo de re-
volucionários de uma ilha no baixo Madeira, foi morto numa escaramuça com índios muras, e
seu corpo desapareceu na correnteza do rio.
A repressão levou três anos para acabar com todos os focos de rebelião. Soares d’Andrea
reorganiza o exército do Grão-Pará, incorporando muitos jovens de boa família e educação,
atraindo-os com soldos não exatamente altos, mas seguros numa terra de economia devas-
tada pela guerra. A fim de retomar o processo produtivo, foi decretado que todo homem de
cor que fosse visto em qualquer distrito, sem um motivo conhecido, deveria ser preso imedia-
tamente e enviado ao governo para dele dispor, a não ser que fosse culpado de algum crime.
Qualquer indivíduo de qualquer distrito que não fosse regularmente empregado em trabalho
útil seria mandado às fábricas do estado ou alugado para quem dele necessitasse.

Em 1839, tomou posse Bernardo de Souza Franco. Reconhecendo que seu antecessor, ao submeter
as gentes do Pará, não logrou o mesmo no Amazonas, decidiu que “difícil será concluir a guerra sem
o emprego concorrente dos meios brandos e conciliatórios, atento à vastidão dos terrenos que têm
de ser explorados”. Numa de suas petições ao governo imperial, solicitou que fosse votada sem de-
mora uma anistia aos cabanos. Finalmente, em novembro de 1839, a Regência outorgou uma anistia
a todos os participantes do movimento da Cabanagem. (SOUZA, 2019)

005. (UF-AM/2006) Com relação ao movimento da Cabanagem ocorrido no Amazonas é in-


correto afirmar que:
a) O primeiro município amazonense a aderir ao movimento cabano foi Luzéa (Maués);
b) Os cabanos ocuparam a Vila da Barra (Manaus) por duas vezes no ano de 1836;
c) Ambrósio Ayres Bararoá comandou as tropas cabanas que ocuparam Silves e Barcelos;
d) O principal líder cabano no Amazonas foi Francisco Bernardo de Sena;
e) O último foco de resistência Cabana ocorreu em 1840 no município de Borba;

Ambrósio Ayres Bararoá lutou contra os cabanos e não comandando-os.


Letra c.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 14 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

2.1.3.4. Repressão Imperial e o Fim da Cabanagem

Em abril de 1836, uma frota conduzindo 2.500 homens, bem armados e municiados, sob
comando d brigadeiro Francisco José de Sousa Soares d’Andrea, desembarcou em Belém do
Pará, dando início à “pacificação”. No dia 13 de maio, após enfrentar as resistências que encon-
trou pelo caminho, ele conseguiu tomar Belém, e os cabanos, já enfraquecidos, foram derrota-
dos e duramente reprimidos.
Em agosto do mesmo ano, Eduardo Angelim foi preso pelas forças regenciais. Mesmo dis-
persos e sem muita força, os cabanos continuaram lutando até o ano de 1840, quando foram
eliminados os focos de resistência, colocando fim, assim, ao movimento da Cabanagem.
Estima-se que mais de 30 mil pessoas foram mortas durante os confrontos, o que, na épo-
ca, representava algo em torno de mais de 30% da população local. Aldeias indígenas inteiras
teriam sido. O desfecho do conflito, no ano de 1840, marcava também o fim do período mais
crítico de instabilidade do Império, e, com o Golpe da Maioridade, D. Pedro II, aos 14 anos, tor-
na-se o segundo imperador do Brasil.
Mas os cabanos jamais apresentaram um projeto político, um modelo de sociedade ou
um programa de reformas sociais. Embora agissem com extrema violência e seus líderes pro-
clamassem violentos discursos contra os ricos e os portugueses, em nenhum momento os
cabanos trataram de abolir a escravidão, ou se mostraram tentados a separar a Amazônia do
resto do Império do Brasil.

006. (ISAE/PM-AM/ASPIRANTE DA POLÍCIA MILITAR/2011) Com relação à cabanagem é


correto afirmar que:
a) o movimento isolou-se do poder central e por isso não conseguiu realizar seus objetivos;
b) o movimento apoiou-se nos contingentes de escravos fugitivos e nas ordens religiosas;
c) o movimento caracterizou-se pelo envolvimento popular e por ter chegado ao poder;
d) o movimento desestruturou-se devido ao suborno das lideranças rebeldes pelo governo
provincial.

A Cabanagem foi marcada pelo envolvimento das camadas populares e conseguiu chegar ao
poder formando um governo cabano.
Letra c.

Principais líderes da Cabanagem:


• Batista Campos: Uma das figuras centrais responsáveis pelo momento inicial das revol-
tas na província foi o cônego, jornalista e advogado João Batista Gonçalves Campos,
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 15 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

ou apenas Batista Campos, como ficou conhecido. Ele foi o principal mentor intelectual
do movimento revoltoso, sobretudo a partir de suas publicações no primeiro periódico
da província, O Paraense. Em 1834, Batista Campos faleceu devido a uma infecção pro-
vocada, supostamente, por um corte feito enquanto cortava sua própria barba. Outras
bibliografias atribuem a sua morte a uma doença contraída enquanto se refugiava, na
floresta, da perseguição promovida por Bernardo Lobo de Sousa.
• Félix Clemente Malcher: Foi presidente da província do Grão-Pará de janeiro a fevereiro
de 1835, após um levante, promovido pelos cabanos em Belém, ter dominado toda a
cidade e nomeado-o ao cargo. Contudo, após chegar ao poder, Malcher teria traído os
cabanos reprimindo o próprio movimento, tramando contra outros líderes e declarando
fidelidade ao imperador D. Pedro II, prometendo manter-se no poder até a sua maiorida-
de. Tendo governado poucos dias e sido acusado de traição, foi deposto pelo próprio
movimento e executado por uma das lideranças cabanas, Quintiliano Barbosa.
• Francisco Vinagre: Fez parte do primeiro governo cabano como comandante de armas,
com o presidente Félix Clemente Malcher. Foi também um dos executores de Bernardo
Lobo de Sousa, presidente enviado em 1832 pelo governo central a Belém, com o obje-
tivo de debelar as agitações. Após a deposição de Malcher por ter traído o movimento
(inclusive conspirando contra o seu próprio comandante de armas), Francisco Vinagre
assume a presidência com o apoio dos revoltosos, tendo permanecido no cargo entre
fevereiro e abril de 1835. Contudo, assim como Malcher, Francisco também trai os caba-
nos colocando-se à disposição da Regência. Temendo os rumos que a revolta poderia
tomar no Grão-Pará, o governo central envia Manuel Jorge Rodrigues, que, após conflitos
abertos com os cabanos, assume o poder em Belém, colocando fim ao Segundo Gover-
no Cabano, em acordo com o próprio Francisco Vinagre.
• Eduardo Angelim: Natural da província do Ceará, Eduardo Angelim teria chegado no
Grão-Pará na década de 1820, e, durante as agitações, lutou ao lado dos Patriotas pela
autonomia da província do Grão-Pará ficando ao lado dos cabanos. Foi também o ter-
ceiro e último presidente cabano da província do Grão-Pará aos 21 anos de idade, de no-
vembro de 1835 a abril de 1836, após os cabanos retomarem o poder e deporem Manuel
Jorge Rodrigues.
• Quintiliano Barbosa: Uma das poucas lideranças efetivamente cabanas cujo nome ain-
da sabemos, contudo pouco ainda se sabe sobre a sua vida. Foi ele que executou Félix
Clemente Malcher, após este ter perseguido líderes e reprimido o próprio movimento.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 16 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

2.2. Província do Amazonas


2.2.1. Economia do Alto Amazonas na Primeira Metade do Século
XIX
Entre 1800 e 1899, a Amazônia brasileira foi sucessivamente colônia de Portugal, território
do império e região da república. A economia, baseada na agricultura, entrava no novo século
em expansão, ainda sob o impacto da valorização de diversos produtos tropicais, tais como o
algodão e o cacau, embora fosse uma expansão que apresentava todas as desvantagens de
uma economia colonial. Além do mais, era uma economia sem solidez, pouco desenvolvida
tecnicamente e muito dependente das atividades extrativas.
Mas não podemos esquecer que era bastante satisfatória aos seus agentes quando os
fatos da independência aconteceram. O clima de satisfação pode ser mais bem entendido no
que diz respeito ao nível da renda. É claro que renda é um conceito de difícil aplicação numa
economia colonial como a do Grão-Pará e Rio Negro. Mas, levando em consideração o cará-
ter espoliativo do sistema e atribuindo-se o cálculo de valores somente aos homens livres, a
renda per capita era de aproximadamente 70 dólares dos Estados Unidos, um índice bastante
medíocre, mas satisfatório, e que desceria ainda mais nos primeiros anos do regime imperial.
A crise que se abateu na economia do Grão-Pará e Rio Negro, de 1806 a 1819, e que tanto
serviu para a fermentação das ideias de independência, nem de longe se compararia com a de-
cadência e a penúria que a região sofreria nas mãos do indiferente governo do Rio de Janeiro.
O regime de Pedro I compactuou com os interesses portugueses, em detrimento dos bra-
sileiros. Levando a acentuar os piores métodos do absolutismo, jogou a região num embate
sangrento que a fez mergulhar num abismo do qual somente conseguiu sair com a economia
da borracha. O mais grave é que o império do Brasil via a Amazônia apenas como um espaço
geopolítico, demonstrando incapacidade para superar o tradicional relacionamento colonial
por algo mais condizente com o estatuto de região pertencente a um país independente.
A manutenção das rotinas coloniais pode ser exemplificada de diversas formas, sendo a
mais gritante a opção do império em seguir com o controle de certos produtos, como açúcar,
café e algodão, para manter o privilégio da Bahia, de Pernambuco e do Rio de Janeiro, em
detrimento de outras províncias. E, nos primeiros vinte anos da independência, nenhum inves-
timento foi feito pelo império na Amazônia, a não ser de insensibilidade política, além de gerar
uma inflação que corroeu em 100% o valor do dinheiro e agravou o custo de vida nas cidades.
Em 1849, a renda per capita tinha caído para 49 dólares, uma das mais baixas em toda
a história regional. A alta mortalidade, provocada pela guerra, atingira 30% da população da
Amazônia, com um quadro econômico desolador, no qual os ativos tinham sido destruídos —
parte substancial dos engenhos, fazendas, plantações e criação de gado — e uma piora nas

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 17 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

condições sanitárias, que provocou surtos de epidemias nunca vistas desde os tempos da
conquista.

007. (UEA/SIS 2ª ETAPA/2016) Travava-se uma luta renhida entre a velha e o regatão, que lhe
queria impingir um pouco de café, algum tabaco e um corte de chita verde, a troco do peixe
salgado e do cacau que a tapuia armazenara aquele ano no seu quarto de dormir.
(SOUZA, Inglês de. O missionário, 2010.)
O romance O missionário, cuja trama se passa na Amazônia, foi publicado em primeira edição
em 1888. O conteúdo do excerto traz informações sobre a natureza
a) dos produtos locais e dos mecanismos de sua circulação.
b) das formas de cultivo e da superexploração da mão de obra.
c) da intervenção do Estado e da constituição de poderes locais.
d) da economia monetarizada e dos endividamentos dos produtores com os bancos.
e) da estratificação social nas cidades e do igualitarismo social nas florestas.

Questão interpretativa. O enunciado fala de produtos típicos da região e da troca por outros
produtos trazidos.
Letra a.

2.2.2. Comarca do Alto Amazonas


Como vimos, Rebelião da Barra do Rio Negro, em 1832, exigiu a autonomia do Amazonas
como província separada do Pará. A rebelião foi sufocada, mas os amazonenses conseguiram
a criação da Comarca do Alto Amazonas.
Depois de superar a rebeldia do período Regencial, o império do Brasil ficou paralisado em
relação à Amazônia. Nenhum dos imperadores visitou a região. Mesmo Pedro II, que andou
pelo Oriente Médio, passeou pela Europa e gostava de enfrentar viagens que eram verdadeiros
desafios, se manteve ao largo do grande e selvagem norte. Além de arrastar a região para a
atrasada economia rural baseada na escravidão, o império do Brasil tratou a Amazônia com
um misto de temor e muita hesitação.
No Rio Negro, mesmo após 1850, com o estatuto de província libertando os amazonenses
da subprocuração fiscal de Belém do Pará, a verdade é que essa solução não se apresentou
como nenhuma medida transformadora.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 18 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

2.2.2.1. Abertura do Rio Amazonas à Navegação Internacional

Querido(a) aluno(a), a abertura do rio Amazonas à navegação internacional, decretada pelo


Governo brasileiro em 7 de dezembro de 1866, foi a culminação de um processo de negocia-
ção extremamente delicado entre o Governo brasileiro e diversos países interessados na livre
navegação do gigantesco rio.

O comércio, desde os tempos coloniais, permitiu o surgimento da figura do Regatão: substanti-


vo masculino Aquele que compra por atacado para vender a retalho, no varejo. [Regionalismo:
Amazonas] Comerciante que vende seus produtos num barco e para em vários municípios ou
lugares para concretizar suas vendas.

Os primeiros projetos de introdução da navegação a vapor na região amazônica surgiram já


nos primórdios do Império brasileiro, trazendo na sua esteira questões que acabariam por bali-
zar as discussões acerca do tema ao longo de cinquenta anos. Neste sentido, já em 1826, sur-
giu um projeto, vindo de Nova York, de criação de uma companhia de navegação a vapor com
o objetivo de realizar essa atividade nos rios da bacia amazônica. A Amazon Steam Navigation
Company, de propriedade da firma Le Roy, Bayard & Co., entregou, naquele ano, ao ministro
brasileiro em Washington, Silvestre Rebello, um documento que anunciava o despacho, para o
Grão-Pará, de um navio da companhia comandado por um filho de juiz da Corte Suprema dos
Estados Unidos acompanhado de dois auxiliares, um dos quais fluente em língua espanhola.
O objetivo dessa embarcação seria descarregar suas mercadorias no porto de Belém e
seguir viagem rio acima, até os portos das demais nações confinantes. Enviado o navio, me-
diante contrato com o ministro Rebello, que prometia proteção para a empreitada, pretendeu
seguir viagem a partir do porto de Belém carregado, o que ia contra a política de clausura do
rio Amazonas utilizada pelo governo imperial, a exemplo do que já ocorria antes da ruptura
política com Portugal.
Como acabou sendo impedido de seguir viagem, a companhia processou o governo bra-
sileiro, requerendo uma indenização pelos prejuízos sofridos com a empreitada, uma vez que
o ministro Rebello teria concordado com o projeto quando comunicado de suas intenções em
Washington. A indenização acabou sendo concedida, mas apenas em 1845, muitos anos após
a Amazon Steam Navigation Company ter decretado falência: na realidade, já em seu retorno
aos Estados Unidos, o navio enviado a Belém encontraria a companhia em situação financeira
desesperadora.
No recém-criado Parlamento brasileiro, o acontecimento foi motivo de debates, como se
tornaria comum ao longo de todo o período imperial. O contrato assinado pelo ministro bra-
sileiro em Washington acabou sendo rejeitado, fazendo prevalecer uma ideia que permanece-
ria por muito tempo no tocante à questão da navegação na bacia amazônica. Segundo essa

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 19 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

concepção, a navegação a vapor era defendida unanimemente como algo positivo para a re-
gião norte do País, desde que praticada sem interferência de capitais estrangeiros, entendidos
como prejudiciais a interesses estratégicos brasileiros. Estes diziam respeito à manutenção da
soberania brasileira sobre a Amazônia, território de grande potencial econômico, que, por isso
mesmo, despertava a cobiça das principais potências da época.
A questão esteve longe de se encerrar em 1826. Dois anos depois, nova tentativa de intro-
dução da navegação a vapor nos rios Amazonas, Tocantins, Solimões e Arinos foi realizada,
com a fundação da Sociedade Promotora da Agricultura, Colonização, Construção de Embar-
cações, Comissões, Indústria Paraense na cidade de Belém. Dispondo de capitais mistos bra-
sileiros e estrangeiros, a sociedade chegou a conseguir, em 1º de fevereiro de 1834, mediante
tratativas com o governo regencial, um privilégio exclusivo de dez anos para a navegação dos
rios localizados não apenas na província do GrãoPará, mas também do Maranhão.
Entretanto, na lógica do sistema representativo vigente no período imperial brasileiro, um
privilégio desse tipo precisava ser aprovado pelo Parlamento antes de entrar em prática, razão
pela qual entrou em discussão, na Câmara dos Deputados, na sessão de 6 de maio de 1834.
Nessas discussões, as ideias novamente gravitaram entre os dois polos já apresentados.
Assim, para o grupo de deputados liderado por Antônio Pedro da Costa Ferreira, representante
do Maranhão, e por Evaristo Ferreira da Veiga, eleito por Minas Gerais, o projeto de navega-
ção apresentado pela companhia seria de inegável utilidade não apenas para a região ama-
zônica, mas para todo o País, por levar o progresso a toda uma grande área que até então o
desconhecia.
Por outro lado, os deputados liderados por Antônio Correa Seara, representante da provín-
cia do Grão-Pará, e por Antônio Peregrino Maciel Monteiro, deputado por Pernambuco, coloca-
vam-se contra essa ideia, apontando para o fato de que a companhia em questão era formada
predominantemente por capitais estrangeiros, o que criava um risco de invasão que deveria
ser evitado a todo custo. Em razão desse risco, Seara afirmou que “os paraenses” eram con-
trários às pretensões de Joaquim José Siqueira, representante da Sociedade, por esse ser, na
realidade, um mero “testa de ferro” dos interesses ingleses na região amazônica, no que foi
coadjuvado pelo requerimento de um cidadão
As pressões pela abertura do rio Amazonas à exploração de empresas estrangeiras con-
tinuaram nos anos seguintes ao episódio que envolveu a empresa South American New York
Steam Boat Association e o governo brasileiro em 1826. Ao difícil esforço nacional para se
constituir empresas de navegação a vapor com capitais nacionais na Amazônia correspon-
diam pedidos de autorização para a operação de navios estrangeiros, fossem militares, fos-
sem comerciais, no grande rio. Pedidos constantemente negados pelo governo imperial.
A alegação fundamental da parte contrariada, principalmente vinda dos Estados Unidos,
consistia em acusar a posição brasileira como representativa da política de isolamento, seme-
lhante à chinesa. Argumentavam ser a posição brasileira contrária aos interesses da humani-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 20 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

dade, na medida em que a abertura ao capital estrangeiro viria trazer a civilização sem nenhum
perigo para a soberania nacional.
A força das pressões incluía também os governos dos países vizinhos interessados na
questão, como a Bolívia e o Peru, pois eram favoráveis à abertura do rio Amazonas à nave-
gação internacional. O governo imperial, temendo o agravamento das pressões e até mesmo
uma investida externa contra a Amazônia, concedeu a uma empresa privada nacional, perten-
cente ao barão de Mauá, o privilégio de navegação em duas linhas no rio Amazonas. Em 1852
foi criada a Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas pelo empresário brasileiro
Irineu Evangelista de Souza (Mauá). O Decreto Imperial n. 1.037, de 30 de agosto de 1852 con-
cedeu a essa empresa, que iniciou a funcionar ano seguinte, o privilégio exclusivo por trinta
anos para operar a navegação a vapor no rio Amazonas em duas linhas: de Belém a Manaus e
de Manaus a Nauta.
Possivelmente tenha reforçado o temor do governo imperial, em meados daquele sécu-
lo XIX, o fato de que nos Estados Unidos um oficial da marinha norte-americana, chamado
Matthew Fontaine Maury, movia intensa campanha em favor da abertura do rio Amazonas à
navegação estrangeira. Escreveu sobre o assunto artigos em jornais, endereçou um memorial
ao seu governo e publicou em Washington em 1853 um opúsculo. Intitulado “The Amazon, and
the Atlantic Slopes of South America”, esse opúsculo consistia na reunião de diversos escritos
seus publicados em jornais americanos sob o pseudônimo de “Inca”.
Tal foi o impacto dessa atividade publicitária na opinião pública, que o opúsculo foi ime-
diatamente traduzido e publicado em diversos países da América do Sul. Esses países tinham
interesse na questão da navegação do rio Amazonas. Assim é que no mesmo ano de sua
publicação nos Estados Unidos foi lançado no Brasil sob o título “O Amazonas e as costas
atlânticas da América meridional” (Rio de Janeiro: Typographia M. Barreto, 1853); no Peru “El
río Amazonas y las comarcas que forman su hoya” (Lima: J.M. Monterola, 1853) e na Bolívia
no ano seguinte “El rio Amazonas: regiones que forman su hoya” (La Paz: Imprenta Paceña,
1854). Sustentava o militar que as riquezas naturais da Amazônia mereciam ser exploradas
pela civilização através da conquista científica, econômica e política.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 21 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

A obra inspirou respostas quase imediatas, que contradiziam os principais pressupostos


de Maury. Em geral, essas contestações demonstravam o exagero e a imprecisão das informa-
ções contidas na obra do militar norte americano. Especificamente, discordavam da proposta
de internacionalização da navegação no rio Amazonas em razão de um suposto direito da
“humanidade”. Assim, no ano seguinte à publicação saiu no Rio de Janeiro “O Amazonas: bre-
ve resposta à memória do tenente da armada americana-ingleza F. Maury sobre as vantagens
da livre navegação do Amazonas” (Typographia M. Barreto, 1854) de João Baptista de Castro
Moraes Antas, e em Montevideo “De La navigation de l’Amazonie: reponse a un memoire de M.
Maury, officier de la marine des Etats-Unis” (Impremerie du Rio de La Plata, 1854) de Pedro de
Angelis. O primeiro autor era tenente-coronel do corpo de engenheiros do exército brasileiro e o
segundo membro correspondente de diversas sociedades científicas entre elas as sociedades
de Geografia de Paris e Londres e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 22 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

Destas publicações resultou a denúncia secreta enviada pelo representante brasileiro em


Washington, Teixeira de Melo, ao ministro das relações exteriores daquele país apontando as
atividades de Maury como uma ameaça à soberania brasileira.
Maury pretendia também que a Amazônia fosse aberta à colonização anglo-saxônica ou
como território para a expatriação dos negros libertos nos EUA. O governo imperial temia que
abrir o rio Amazonas à navegação internacional pudesse criar uma situação naquela área para
a repetição, no Brasil, do que ocorreu na China a partir do final da Guerra do ópio (1839-1842).
Poucos anos depois do ocorrido, quando o Brasil ainda não havia aberto o rio Amazonas à
navegação estrangeira, o próprio imperador do Brasil, D. Pedro II, manifestou em seu diário
de 1862 preocupações quanto ao expansionismo norte-americano ao afirmar: […] quanto ao
Amazonas sempre tive receio dos Estados Unidos cujas relações suplantariam as de outras
potências […] (BRAGANÇA, 1956 apud LUZ, 1968, p. 120).
Apesar de a concessão a Mauá ter iniciado o processo de constituição da navegação a
vapor no vale do Amazonas, as pressões continuaram. Tanto dentro do Brasil como no exterior
faziam-se severas críticas ao “monopólio” dado a Mauá. Particularmente nos Estados Unidos,
tendo na proa a figura de Maury, a virulência verbal aumentou.
Certamente a balbúrdia antimonopolista fomentada pelos livre-cambistas deve ter passa-
do a impressão de que a concessão imperial a Mauá consistia em monopólio sobre a navega-
ção de todo o rio Amazonas.
Mas os fatos relativos à navegação no rio Amazonas evoluíam exatamente no sentido de
sua prudente liberação, contrariamente ao que divulgava a propaganda liberal. A empresa de
Mauá começou a operar em janeiro de 1853 e já em outubro do ano seguinte renunciou ao
privilégio exclusivo a ela concedido anteriormente
Em 10 de outubro de 1857, novamente o governo imperial concorda em inovar o contrato
com Mauá, obrigando-se está a manter três linhas de navegação a vapor, a saber: uma viagem
por mês de Belém a Manaus; seis viagens a cada ano de Manaus até Tabatinga e duas viagens
mensais de Belém a Cametá
Em 1866 o rio Amazonas foi aberto à navegação internacional, limitada, porém a alguns
trechos: do Tocantins até Cametá, do Tapajós até Santarém, do Madeira até Borba e do Negro
até Manaus. Passando por dificuldades nos negócios, Mauá decidiu desfazer de seus investi-
mentos na Amazônia.
Finalmente, o decreto n. 3.898, de 22 de junho de 1867 concedeu a empresa de Alexandre
Paulo de Brito Amorim três linhas de navegação a vapor partindo de Manaus para os rios Ma-
deira até Santo Antonio, Purús até Hyutanahan e Negro até Santa Isabel. Denominada Compa-
nhia de Navegação do Alto Amazonas, sua contratação já havia sido autorizada, por 25 anos,
para explorar essas linhas em outubro de 1866.
A abertura da bacia do rio Amazonas aos investimentos estrangeiros estava inaugurada.
Em abril de 1870, o governo brasileiro concedeu ao Coronel George E. Church privilegio exclusi-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 23 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

vo pelo tempo de 50 anos para, por meio de uma companhia que organizará, construir, custear
e gozar uma estrada de ferro. Enfim, concedeu na prática o monopólio do transporte ferroviário
a vapor no trecho encachoeirado do rio Madeira.
No mesmo sentido, o Decreto Imperial de n. 4.735 de 7 de junho de 1871 autorizou a Com-
panhia de Navegação e Comércio do Amazonas a transferir os direitos e obrigações do con-
trato com o governo a uma companhia estrangeira. No ano seguinte a companhia foi vendida
para os ingleses transformando-se na Amazon Steam Navigation Company Ltda., sendo dada
permissão para que ela funcionasse no Império do Brasil pelo Decreto n. 5.020, de 18 de julho
também do mesmo ano.
Em 1874 o Decreto Imperial n. 5.575, de 21 de março, concedeu á Companhia Fluvial do Alto
Amazonas autorização para transferir à Amazon Steam Navigation Company Limited todos os
direitos e favores que possuía por lei, e bem assim os respectivos encargos. Estavam, então,
os afluentes do rio Amazonas já desimpedidos para a navegação de empresas estrangeira.
Mauá havia investido na Amazônia, por concessão do governo imperial, até 1872 quanto a
Amazon Steam Navigation Co. Ltda. finalmente penetrou no negócio incorporando sua com-
panhia de navegação e, assim, virtualmente monopolizando o transporte fluvial no Amazonas.
Já aqui os avultados capitais aplicados pela companhia inglesa e a subvenção governamental
não mereceram de gente com Tavares Bastos as mesmas acusações de aplicação da política
japonesa que a empresa de Mauá foi objeto.
Quanto à desconfiança do governo imperial em relação ao expansionismo norte ameri-
cano, seria transferida ao governo republicano como bem o demonstra a questão do Bolivian
Syndicate e a Rebelião Acreana.
Finalmente, se Maury poderia ter razão ao afirmar que a abertura do rio Amazonas ao
capital estrangeiro viria trazer a civilização sem nenhum perigo para a soberania nacional, o
mesmo é discutível quando se trata da economia nacional. Havia sim, um perigo. Em 25 de
janeiro de 1874 aportou em Manaus vindo da Inglaterra o vapor de longo curso Amazon, que
voltou a fazer viagens para aquela cidade até dezembro de 1876. Em uma dessas viagens,
esse vapor contrabandeou as sementes de seringueira colhidas por Wikham. Depois de acli-
matadas, essas sementes originaram as plantações nas colônias inglesas do Oriente. O produ-
to dessas plantações viria a ser responsável pelo fim da economia da borracha na Amazônia.
Ironicamente, a história da navegação a vapor estrangeira no vale do Amazonas inicia com o
navio norte americano Amazon em 1826 e o Primeiro Ciclo da Borracha inicia a terminar, quase
cinquenta anos depois com outro vapor, agora inglês, mas também de nome Amazon, que deu
a partida para a destruição da economia gumífera no Amazonas.

008. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2013) Julgue os


itens a seguir, acerca da história do estado de Rondônia.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 24 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

Em 1866, por decreto do governo do Império do Brasil, os rios Amazonas e Madeira, bem como
os seus afluentes, foram abertos, em toda a sua extensão, à navegação mercante internacional.

Em 1866 o rio Amazonas foi aberto à navegação internacional. Entretanto, era limitada a al-
guns trechos: do Tocantins até Cametá, do Tapajós até Santarém, do Madeira até Borba e do
Negro até Manaus.
Errado.

2.2.2.2. Abolição na Região Norte

No caso da campanha abolicionista, as elites intelectuais e políticas do Norte sempre de-


monstraram repugnância pelo estatuto da escravidão. Formadas pelo Iluminismo francês e
pelas ideias republicanas e liberais que se entranharam no Grão-Pará, a questão abolicionista
foi considerada uma prioridade.
A escravidão esteve presente desde o primeiro minuto em que os europeus pisaram em
solo amazônico, levando ao processo de destribalização e extinção em massa dos povos indí-
genas. Tentativas incipientes de criar uma agroindústria de açúcar falharam solenemente, mas
serviram para trazer as primeiras levas de negros africanos.
Entre 1755 e 1815, pelo menos 51 mil escravos foram desembarcados no porto de Belém,
importados diretamente da África. Com a decadência da indústria do açúcar e o crescimento
da empresa extrativista, baseada na safra, a utilização de mão de obra escrava era imprati-
cável. Muitos escravos escaparam de seus donos e formaram uma rede de bem-sucedidos
quilombos — um arco que começava no território do Maranhão e terminava no Amapá. Os que
ficaram dedicaram-se a trabalhos domésticos ou serviços urbanos. Esses negros entrados no
Grão-Pará — bem diferentes daqueles trazidos para o Brasil, em sua grande maioria perten-
centes às culturas sudanesas, raiz daomiana do grupo jeje — eram basicamente oriundos de
Bissau e Cacheu, do ramo guineano-sudanês islamizado.
A Bolívia tinha feito sua abolição em 1826; a Colômbia, em 1851; o Peru e a Venezuela, em
1854. O regime dos cabanos extinguiu a escravidão em 1835, mas por pouco tempo. O Império
do Brasil se tornou o derradeiro país do mundo a abandonar a prática, em 1888.
A população de escravos na Amazônia era pequena, se comparada com as de outras re-
giões brasileiras. Por isso mesmo, certo desdém sempre aparece quando se evoca a precoce
abolição amazonense. Mas a luta pela erradicação da escravidão não estava vinculada a ques-
tões demográficas ou apenas econômicas; era uma opção ideológica que pregava a igualdade
e a fraternidade, além de se confundir, nos últimos anos, com a pregação pela república e
a instalação de uma democracia representativa, baseada no Estado de direito. Por isso, em
determinado momento, a agitação abolicionista se tornou ameaçadora, levando a monarquia
a recrudescer nos atos repressivos. Vários líderes republicanos e abolicionistas, como José

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 25 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

do Patrocínio, foram presos e confinados num quartel do Exército em Cucuy, na fronteira com
a Colômbia.
Assim, o gesto dos amazonenses não foi pequeno, e se abateu como um relâmpago em
meio à política de postergação da monarquia. Enquanto isso, no Pará, a questão do negro era
tratada com sobressaltos, por relembrar o período revolucionário. Num relatório de outubro
de 1848, o presidente da província, conselheiro Jerônimo Francisco Coelho, assim se referia
ao problema:

Nas margens do lago Amapá, como antes vos disse, nas terras do Cabo do Norte, e no arquipélago
de Ilhas da Foz do Amazonas, existe considerável porção de indivíduos, grande parte foragidos
desde as desordens do ano de 1835, e outros que posteriormente se lhes têm agregado, inclusive
desertores quilombolas, e réus de polícia ou vagabundos. (SOUZA, 2019)

Vivendo a fase de restauração do poder conservador, o Pará assiste a união das forças go-
vernamentais, eclesiásticas e sociais investindo contra o negro e sua emancipação. O espírito
cabano aparece melhor na vizinha província do Rio Negro, onde desde 1865 funcionava um
forte movimento abolicionista e emancipador, com a participação de importantes quadros po-
líticos, tais como Tenreiro Aranha, Lima Bacury, Miranda Leão, Leonardo Malcher, Silva Ramos,
Joaquim Sarmento e os líderes Almino Afonso e Theodureto Souto.
Quatro anos antes do 13 de maio de 1888 (Lei Áurea), o estado do Ceará tinha decretado a
sua abolição, recebendo o seguinte comentário de Joaquim Nabuco:

O que o Ceará acaba de fazer não significa por certo ainda — o Brasil da Liberdade; mas modifica tão
profundamente o Brasil da escravidão, que se pode dizer que a nobre província nos deu uma nova
pátria. A imensa luz acesa do Norte há de destruir as trevas do Sul. Não há quem possa impedir a
marcha dessa claridade.

No dia 24 de maio de 1884, a cidade de Manaus liberta seus escravos, cerca de 1.500, se-
gundo os registros. Imediatamente, as sociedades libertadoras se multiplicam nas cidades do
interior, como Itacoatiara, Manacapuru, Coari e Codajás, Manicoré. Finalmente, com a partici-
pação do próprio presidente da província, Theodureto Souto, é proclamada a emancipação dos
escravos em todo o território amazonense, no dia 10 de julho de 1884. Em plena monarquia,
que pregava a hierarquia por direito divino, Theodureto Souto teve a audácia de proclamar a
igualdade de direitos de todos os habitantes do Amazonas.

009. (UF-AM) A abolição da escravidão negra na Província do Amazonas ocorreu em 24 de


maio de 1884. Nessa ocasião, o Presidente da Província, ao entregar em praça pública as
últimas cartas de alforria, afirmou que, a partir daquele momento, Manaus tornava-se uma

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 26 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

“cidade sagrada”. A precocidade dessa decisão, em relação à Lei Áurea (1888), leva-nos a con-
siderar que:
a) A propaganda abolicionista encontrou terreno fértil para espalhar-se nas províncias do Norte
do Império, arregimentou grande número de pessoas em defesa da abolição, o que contribuiu
para que a liberdade chegasse mais cedo ao Norte.
b) No século XIX, o emprego da mão-de-obra negra era pouco significativo para a manutenção
e a reprodução da riqueza das elites da região, já que o trabalho compulsório dos índios conti-
nuava a suprir essas necessidades.
c) As restrições quanto à aquisição de novos escravos no mercado internacional, a partir de
1850, provocaram uma redução da população escrava do Amazonas, que envelheceu e perdeu
valor, levando os senhores a facilitar o processo de libertação de seus escravos.
d) As pressões britânicas na Amazônia, incentivando o uso do trabalho assalariado, como ob-
jetivo de facilitar a circulação de suas mercadorias, foram decisivas para o fim da escravidão
na região.
e) Tanto a intensidade da propaganda abolicionista quanto as restrições para reposição dos
escravos envelhecidos são fatores que contribuem para explicar a precocidade da abolição na
Província do Amazonas.

Diferentemente das outras regiões do país, a mão de obra escrava se revelava cara para impor-
tação para a região norte. Ademais, a região foi “contaminada” pelas ideias liberais herdadas
da Cabanagem e da proximidade com a Guiana Francesa.
Letra a.

2.2.3. Manifestações Autonomistas


Em 12 de maio de 1843, o deputado pelo Pará, Ângelo Custódio Corrêa, solicitou que o pro-
jeto de criação da província do Rio negro fosse colocado em pauta na Câmara dos Deputados
Gerais. A proposta foi aceita pelos demais membros da Assembleia e as discussões foram
reiniciadas no dia seguinte.
Os debates prosseguiram até 19 de junho de 1843, quando, enfim, a Câmara dos Deputa-
dos aprovou a criação da província amazonense. Os nove artigos presentes no projeto original
de Deus e Silva foram reduzidos a cinco, fruto das emendas de Bernardo de Souza Franco. O
documento redigido pela Comissão de Direito continha as seguintes orientações:

A Assembleia Geral Legislativa decreta:


Art. 1º A Comarca do Alto Amazonas, na província do Grão-Pará, fica elevada à categoria de provín-
cia, com a denominação de Província do Amazonas. A sua extensão e limites serão os mesmos da
antiga comarca do Rio Negro.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 27 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos
Art. 2º A nova província terá por capital a vila da Barra do Rio Negro, enquanto a Assembleia respec-
tiva não decretar sua mudança. Art. 3º A província do Amazonas dará um senador e um deputado à
Assembleia Geral; sua assembleia provincial constará de vinte membros.
Art. 4º O governo fica autorizado para criar na mesma província as estações fiscais indispensáveis
para a arrecadação e administração das rendas gerais, submetendo-as depois ao conhecimento da
assembleia geral, para sua definitiva aprovação.
Art. 5º Ficam revogadas todas as leis em contrário.
Paço da Câmara dos Deputados, em 17 de Junho de 1843. – Mendes dos Santos. – Miranda Ribei-
ro.2

Seguindo os trâmites legais, a proposta passou à análise do Senado que, ao recebê-la,


jogou-lhe ao esquecimento. Em 7 de novembro de 1844, o então deputado pelo Pará, João
Batista de Figueiredo Tenreiro Aranha, fez uma indicação à Assembleia Geral, orientando que
fossem enviados representantes à Comarca do Alto Amazonas para que esta pudesse ser
transformada em província.

010. (UF-AM/PSC/2007) A historiografia tem registrado que já no momento da emancipação


política brasileira os moradores do Amazonas manifestavam, inclusive com o recurso às ar-
mas, desejos de autonomia. Essa autonomia dizia respeito a:
a) Sua subordinação a Portugal e ao Império do Brasil e pretensão de fundar um estado in-
dependente.
b) Sua subordinação a Portugal e pretensão de ligar-se ao Brasil independente.
c) Sua subordinação ao Grão-Pará e pretensão de tornar-se província do Império Brasileiro.
d) Sua subordinação ao Brasil e pretensão de restaurar a antiga condição de colônia portuguesa.
e) Sua subordinação política às Cortes de Lisboa e pretensão de adesão ao Brasil.

Buscaram a autonomia em relação à Província do Grão-Pará, pretendendo a criação de uma


província.
Letra c.

2.2.4. Criação e Implantação do Estado Provincial Amazonense;


Sistema Político do Amazonas no Segundo Reinado
Durante a Cabanagem, em 1835-1840, o Amazonas manteve-se fiel ao governo imperial e
não aderiu à revolta. Com o apoio da Assembleia Geral, Tenreiro Aranha reenviou seu projeto ao
Senado que, pressionado em reparar os danos causados ao Amazonas (em virtude do rebaixa-
mento da Província do Rio Negro a simples Comarca do Pará em 1825), aprovou as emendas
2
Anais da Câmara dos Deputados, sessão de 19 de junho de de 1843. p. 660

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 28 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

em 28 de agosto de 1850. Como espécie de recompensa, o Amazonas se tornou uma província


autônoma em 1850, confirmada segundo a Lei n. 582, de 5 de setembro de 1850, separando-se
definitivamente do Pará. Com autonomia, a capital voltou para esta última, renomeada como
“Manaus” em 1856.

Lei n. 582 de 05/09/1850/IB – Império do Brasil


(D.O.U. 11/09/1850)
Eleva a Comarca do Alto Amazonas, na Provincia do Grão Pará, á cathegoria de Provincia, com a
denominação de – Provincia do Amazonas.
LEI n. 582 – DE 5 DE SETEMBRO DE 1850
Eleva a Comarca do Alto Amazonas, na Provincia do Grão Pará, á cathegoria de Provincia, com a
denominação de – Provincia do Amazonas.
Dom Pedro por Graça de Deos, e Unanime Acclamação dos Povos, Imperador Constitucional e De-
fensor Perpetuo do Brasil: Fazemos saber a todos os Nossos Subditos, que a Assembléa Geral
Decretou, e Nós Queremos a Lei seguinte.
Art. 1º A Comarca do Alto Amazonas, na Provincia do Grão Pará, fica elevada á cathegoria de Pro-
vincia com a denominação de Provincia do Amazonas. A sua extensão e limites serão os mesmos
da antiga Comarca do Rio Negro.
Art. 2º A nova Provincia terá por Capital a Villa da Barra do Rio Negro, em quanto a Assembléa res-
pectiva não decretar a sua mudança.
Art. 3º A Provincia do Amazonas dará hum Senador e hum Deputado á Assembléa Geral: sua As-
sembléa Provincial constará de vinte Membros.
Art. 4º O Governo fica autorisado para crear na mesma Provincia as Estações fiscaes indispensaveis
para a arrecadação e administração das rendas geraes, submettendo-as depois ao conhecimento
da Assembléa Geral para sua definitiva approvação.3

3
Lei n. 582 de 05/09/1850/IB - Império do Brasil. Disponível em: https://www.diariodasleis.com.br/legislacao/federal/
207079-eleva-a-comarca-do-alto-amazonas-na-provincia-do-gruo-paru-u-cathegoria-de-provincia-com-a-denominauuo-de-
-provincia-do-amazonas.html. Acesso em 19/11/2021.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 29 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

O presidente da província não tinha um mandato, podendo ser exonerado ou pedir afas-
tamento à revelia. Principalmente devido à está possibilidade concreta de falta de dirigente
diretamente subordinado ao Imperador e seu ministério, eram escolhidos pela Assembleia Lo-
cal vice-presidentes, teoricamente aptos a exercer interinamente o cargo vago até que o novo
presidente fosse nomeado por Carta Imperial e assumisse o cargo.
A escolha do presidente e o papel que devia desempenhar está de acordo com que define
os art. 165 e 166 da Constituição Imperial:

Art. 165. Haverá em cada província um presidente, nomeado pelo Imperador, que o poderá remover,
quando entender que assim convém ao bom serviço do Estado.
Art. 166: A lei designará as sua atribuições, competência e autoridade, e quando convier ao melhor
desempenho dessa administração.

O primeiro presidente da Província do Amazonas foi Tenreiro Aranha. Para enfrentar as


dificuldades financeiras da administração, ele conseguiu que o governo redirecionasse parte
das verbas do Pará e do Maranhão durante alguns anos, para suprir o orçamento amazonense
no início. Com este dinheiro, Aranha fundou uma tipografia e fez circular o primeiro jornal do
Amazonas, o Cinco de Setembro. O progresso introduziu o comércio fluvial.

011. (ISAE/PM-AM/SOLDADO/2011) Os fatos da História Amazônica relacionados nas alter-


nativas a seguir estão corretos, à exceção de um.
Assinale-o.
a) em 1737, foi criado o Estado do Grão Pará e Maranhão, com capital em Belém do Pará;
b) em 1755, foi criada a Capitania de São José do Rio Negro, subordinada ao Grão Pará;
c) em 1822, foram instaladas as províncias do Pará e do Amazonas como parte do império
português;
d) em 1850, foi constituída, por lei imperial, a Província do Amazonas.

Como vimos, a Província do Amazonas foi criada em 1850


Letra d.

2.3. Economia e Sociedade na Amazônia


Este é um dos principais tópicos do edital. Independente do cargo que galgar para se tornar
servidor público do Estado do Amazonas, fatalmente irá encontrar uma questão sobre o ciclo
da borracha em sua prova de história.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 30 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

2.3.1. Ciclo da Borracha


Querido(a), é no final do século XIX que ocorreu o primeiro grande ciclo econômico na
região, o chamado “ciclo da borracha”. A floresta amazônica era berço natural de seringueiras
das quais era extraído o látex, matéria-prima para a produção da borracha. Foi esse ciclo o res-
ponsável pelo primeiro surto de ocupação da região. Para lá se dirigiram muitos nordestinos
fugindo da seca.
A partir da segunda metade do século XIX, a borracha passou a ser um produto de des-
taque na economia da Amazônia e do Brasil. O ciclo da borracha é o primeiro grande ciclo
econômico da Amazônia, que teve o seu auge entre 1879 e 1912. Contudo, a borracha já era
utilizada pelos indígenas nas Américas desde o início da colonização europeia. Eles usavam o
látex da seringueira como impermeabilizante e, a partir desse produto endurecido, fabricavam
utensílios domésticos, seringas, botas, sapatos, chapéus, jaquetas, bolas etc.
No século XIX, os Estados Unidos já estavam fabricando sapatos de borracha a partir do
látex endurecido importado da Amazônia. E, para a nossa surpresa, no Estado do Pará, por
volta de 1840, também havia uma indústria forte de sapatos de borracha, com uma qualidade
superior à dos Estados Unidos.
A boa notícia é que a demanda mundial pela borracha cresceu enormemente e continuou a
aumentar na segunda metade do século XIX. Desde o início do ciclo da borracha, empresas es-
trangeiras instalaram-se em Belém e Manaus para controlar o seu comércio. Esse monopólio
formava uma pirâmide, com milhares de seringueiros abastecendo centenas de negociantes
que, por sua vez, vendiam a uns poucos e poderosos estabelecimentos de Manaus, Belém
e Iquitos.
A população de Manaus cresceu no auge da borracha, passando de 10 mil pessoas, em
1890, para 50 mil habitantes em 1900. A cidade era considerada a “Paris dos Trópicos” – por
causa dos seus bares, cabarés e casas noturnas. Havia um estabelecimento chamado “Café
dos Terríveis” onde se podia beber até o dia amanhecer. Os barões gostavam do luxo e esban-
javam o dinheiro dos lucros da borracha.
Durante os primeiros anos do século 20, as exportações anuais de borracha na Amazônia
alcançaram em média 34 mil toneladas. Em 1909, uma produção de 42 mil toneladas atingiu
24,6 milhões de libras.
Contudo, este ciclo de grandes riquezas começou a ruir a partir de 1876, quando um co-
merciante inglês chamado Henry Wickham contrabandeou 70 mil sementes de seringueira da
região de Santarém e as enviou para o diretor do Royal Botanic Garden de Londres.
Assim, plantações de seringais foram estabelecidas nas colônias britânicas no Sudeste
Asiático e, depois de três décadas e meia de tentativas, as plantações na Malásia começaram
a produzir látex de melhor qualidade, em quantidades maiores e por um preço mais acessível.
Consequentemente, a produção de borracha na Amazônia sofreu uma redução drástica. Por

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 31 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

exemplo, em 1923, a produção da Ásia atingiu 370 mil toneladas por ano, enquanto a da Ama-
zônia despencou para 18 mil toneladas por ano.
Dessa forma, o Brasil perdeu o mercado mundial para os plantios de seringueira de larga
escala no Sudeste Asiático, marcando o fim do ciclo do “ouro branco” na Amazônia.

012. (FUNCAB/SESAU-RO/MÉDICO NEUROCIRURGIÃO/2009) O período compreendido en-


tre 1877 e 1910 ficou conhecido no Brasil como “Primeiro Ciclo da Borracha”. Extraía-se a
borracha na Amazônia, principalmente entre o Brasil e a Bolívia, onde está situado o Estado de
Rondônia. Um pouco depois, a produção brasileira entrou em decadência. Podemos apontar
como causa principal do declínio desta produção:
a) o isolamento da Região Norte;
b) a falta de mão de obra para a exploração;
c) a produção de látex feita pelo Reino Unido;
d) a preocupação coma preservação ambiental;
e) a proposta de internacionalização da Amazônia.

Muito fácil. Mas aqui vai um da dica importante: caso a banca venha lhe questionar o motivo
da crise da economia gumífera, poderá afirmar que foi em virtude da concorrência da produção
de borracha asiática. Ainda assim, é uma afirmativa correta porque, como vimos, a Inglaterra,
ou Reino Unido, ou ainda, Império Britânico contrabandeou seringueiras que foram cultivadas
no sistema de plantation em suas colônias na Ásia.
Letra c.

Após a crise da borracha houve na região um retorno ao extrativismo de outros produtos da


floresta (poia, castanha) e à agricultura de subsistência. Amazônia deixou de ser atrativa para
os aventureiros e permaneceu meio século sem incursões estrangeiras em busca de produtos
lucrativos. Os povos indígenas haviam sofrido uma redução drástica e finalmente deixaram de
ser escravizados.
Outros pequenos ciclos econômicos também atraíram populações para a Amazônia. Nes-
se contexto é que se inserem a construção da Ferrovia Madeira-Mamoré e das Estações Tele-
gráficas da Comissão Rondon, temáticas que estudaremos na próxima aula.

2.3.2. Migração Nordestina


O primeiro ciclo da borracha atraiu basicamente nordestinos e bolivianos para o trabalho
nos seringais. No entanto, essa migração não criou povoamentos na região. Acontece que a

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 32 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

economia voltada para a exportação impossibilitou que a geração de riqueza no local. Essa
riqueza acabou sendo vista na opulência de Manaus e Belém.
A população agora era composta principalmente por indivíduos miscigenados (índios,
brancos e negros), conhecidos como caboclos ou ribeirinhos. Eles viviam dos recursos da
fauna e flora (pesca e coleta de produtos florestais), explorando-os de forma sustentável, ou
seja, sem afetar a capacidade da natureza de produzir novos recursos para gerações futuras.
Os nordestinos, principalmente, faziam um trabalho com características de escravidão. Já
chegavam aos seringais devendo ao Barão da Borracha os custos da viagem. Viviam nas pro-
priedades e todos os mantimentos e bens que consumiam eram fornecidos pela estrutura do
seringal, o que, obviamente, aumentava exponencialmente as dívidas com o Barão. Sempre em
dívida, não conseguiam sair de lá. Essa situação de semi-escravidão ainda pode ser vista em
regiões de expansão da fronteira agrícola da região norte.
Entre 1877 e 1879, o nordeste brasileiro sofreu uma das piores secas de sua história. Para
se ter uma ideia, mais de 65.000 pessoas saíram do Ceará rumo a Amazônia, fugindo da seca e
da consequente crise agrária. Essa massa de miseráveis serviu de mão de obra nos seringais,
avançando as fronteiras do extrativismo. A maioria desses cearenses entrou pelo rio Purus,
ocupando zonas ricas em seringais. No final da década estavam no Acre, território reivindicado
pela Bolívia, Brasil e Peru.
Segundo o historiador Roberto Santos havia 5.300 seringueiros em 1850; em 1912, mais de
190 mil trabalhavam nos seringais. Muitas famílias foram embora da Amazônia por causa da
quebra do monopólio da borracha. Aquelas que foram obrigadas a ficar não possuíam fonte de
renda para manter o mesmo padrão de vida adquirido com os lucros do grande ciclo. Assim,
Belém e Manaus entraram em colapso econômico e social no início do século 20: os palacetes
foram abandonados, os seringueiros estavam à deriva, o governo já não conseguia pagar mais
os funcionários públicos e a classe média haviam perdido empregos e estava empobrecida.

013. (FGV/TJ-RO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2015) A presença da exploração da borracha no


Vale do Madeira impulsionou a prosperidade econômica da região em razão da grande de-
manda internacional por esse produto entre o final do século XIX e o início do século XX. Em
relação à mão de obra utilizada na região, é correto afirmar que:
a) a imigração de europeus foi decisiva para suprir a necessidade de mão de obra na região;
b) a presença de imigrantes asiáticos foi a saída encontrada para a mão de obra da região;
c) a migração da população gaúcha e catarinense supriu a necessidade de mão de obra
da região;
d) a migração da população oriunda dos grandes centros urbanos do Sudeste atendeu à de-
manda da região;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 33 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

e) a migração da população do nordeste foi a solução para suprir a necessidade de mão de


obra da região.

A mão de obra de migrantes nordestinos foi a mais utilizada, apesar de a região receber tam-
bém mão de obra de bolivianos.
Letra e.

2.3.3. Seringal e o Seringueiro


No início da exploração do produto, não se formou a propriedade fundiária. Os extratores
atiravam-se às atividades predatórias, uma vez que a exploração era passageira.
Com o rush da borracha, a situação modificou-se. O abandono do sistema predatório de
aniquilamento das árvores e o início da concorrência entre os que viviam da empresa torna-
ram-se necessários à ocupação permanente da terra. A posse da terra não ocorria de forma
tranquila. Geralmente, havia conflitos entre os seringalistas e os seringueiros contra os índios
ou, ainda, entre os próprios seringalistas.
Na margem, erguiam-se o barracão central e os menores (esses barracões serviam como
armazém de borracha defumada). O barracão central, construído de madeira ou paxiúba, com
cobertura de zinco e levantado sobre barrotes de madeira para a proteção contra as enchentes,
era a residência do seringalista, o depósito de produtos de abastecimento dos seringais e o es-
critório. Com o desenvolvimento das atividades e os grandes lucros, as residências ganharam
a feição de chalés europeus.
Também havia pequenos fazendeiros que derrubavam e queimavam a mata para criar
gado. Quanto aos recursos, além da borracha, os outros produtos florestais também deixaram
de ter importância econômica para a região, pois passaram a ser cultivados em outros lugares.
Por exemplo, o café prosperou no planalto de São Paulo, onde o clima é mais temperado; o
arroz, o algodão e o açúcar eram mais lucrativos no Nordeste do Brasil, nos Estados Unidos e
no Caribe; e o cacau do oeste da África superou o da Amazônia.
O “centro” era o interior do seringal, onde se instalavam e trabalhavam os seringueiros. Pró-
ximo a ele, situava-se outra barraca onde se fazia a defumação do látex.
A primeira tarefa, que levava dias, era a abertura de estradas (caminhos) para a coleta do
látex.: Em cada estrada, havia, em média, cem ou duzentas árvores, e cada seringueiro tinha, a
seu cargo, três estradas, trabalhando uma a cada dia. A tarefa de coleta era feita no verão. Em
geral, iniciava-se em maio e estendia-se até novembro.
O seringueiro saía de madrugada para a estrada, levando uma lanterna na testa, a “poron-
ga”, um rifle a tiracolo e um terçado na cintura. Dessa forma, os seringueiros faziam pequenas
incisões nas árvores e, depois, colocavam uma tigelinha para coletar o látex.: Seu regresso

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 34 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

ocorria entre duas e três horas da tarde, quando fazia uma rápida refeição e, depois, passava
à defumação do látex.
A borracha produzida não era homogênea. Era classificada conforme seu acabamento,
apresentação, resistência e impermeabilidade: borracha fina, entre fina e sernambi.

2.3.4. O sistema de Aviamento


O aviamento, termo cunhado na Amazônia, é um sistema de adiantamento de mercadorias
a crédito. Começou a ser usado na região na época colonial, mas foi no ciclo da borracha que
se consolidou como sistema de comercialização e se constituiu em senha de identidade da
sociedade amazônica.
O sistema de aviamento não pode ser pensado sem seus principais elementos: o seringal,
o seringalista e o seringueiro. O seringal era formado por uma espécie de barracão, onde mo-
ravam os “patrões” e algumas famílias de trabalhadores, formando um vilarejo. Era geralmente
localizado próximo a rios para facilitar o abastecimento de mercadorias e escoamento da pro-
dução. Como unidade produtiva e social o seringal também se constituía pela posse de uma
imensa área conectada por caminhos onde se localizavam as seringueiras.
No sistema de aviamento o comerciante ou aviador adiantava bens de consumo e alguns
instrumentos de trabalho ao produtor, e este restituía a dívida contraída com borracha. É uma
forma de crédito mais eficiente que o sistema financeiro formal, incapaz de chegar aonde o
produtor está. Mas esses dois sistemas de crédito, o formal e o informal, não são excludentes.
Ao contrário, o sistema bancário alimentava as firmas aviadoras com créditos, de modo que o
sistema informal não poderia subsistir sem a injeção creditícia do capital financeiro.
Nesse sistema há uma extração de valor do produtor para os comerciantes, produzindo-se
uma espiral que extrai renda do trabalho rural e acumula na fonte da cadeia aviadora, nas em-
presas financiadoras de Belém e no sistema bancário.
O seringalista era conhecido como “patrão”, o dono dos meios de produção que comanda-
va seus capatazes, gozando dos privilégios de mando. O seringueiro, por seu turno, provinha
das camadas mais pobres da população e, na maioria das vezes, era o migrante nordestino
que, imerso num sistema de endividamento do qual dificilmente conseguia escapar, vivia numa
condição semi-escravista, à mercê dos “patrões”.
As casas aviadoras eram estabelecimentos comerciais que abasteciam o seringal, dele
recebendo a borracha. Realizavam, também, as operações de venda no exterior. Toda a despe-
sa necessária à instalação do seringal era financiada pela casa aviadora que, pela transação,
cobrava juros e comissões.
O abastecimento do seringal era feito na época da coleta do látex.: Os produtos aviados
consistiam em utensílios para a extração, vestuários, alimentação, remédios etc., que eram
vendidos a créditos ao seringalista e transportados ao seringal pelos navios-gaiola pertencen-
tes às casas aviadoras. O fruto do aviamento era, também, debitado na conta do seringalista.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 35 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

014. (ISAE/PM-AM/SOLDADO/2011) O sistema de aviamento é formado por uma cadeia de


agentes, cujo primeiro elo concede créditos a intermediários menores. Os médios e pequenos
intermediários, por sua vez, repassam o crédito recebido aos últimos elos dessa cadeia, que
são os produtores diretos da atividade extrativa. CANNO, W. Raízes da concentração industrial
em São Paulo. Ed. T. A. Queiroz. São Paulo. 1983.
Assinale a alternativa que apresenta, na ordem correta, a cadeia de agentes do sistema de
aviamento.
a) firmas exportadoras – casas aviadoras – seringalista – seringueiro;
b) casas aviadoras – comissariado – seringalista – colocação;
c) firmas financeiras – seringalista – seringueiro – casas exportadoras;
d) firmas exportadoras – seringalista – seringueiro – empate

A rede de crédito do sistema de aviamento começava pelas firmas exportadoras de borracha


que forneciam crédito para as casas aviadoras. Por sua vez, as casas aviadoras repassavam
esse crédito ao seringalista (patrão). O seringalista, por seu turno, repassava esse crédito aos
seringueiros através do fornecimento de bens de consumo ou pagamento da passagem para
que chegassem ao seringal. Assim, esses trabalhadores vivam num regime de semiescravi-
dão, contraindo dívidas mesmo antes de
Letra a.

Querido(a), chegamos ao final de nossa segunda. Na sequência, estude o resumo e os ma-


pas mentais. Não deixe de fazer os exercícios: eles são os responsáveis pela memorização e
entendimento do jeito da banca, da forma como a banca aborda os conteúdos que estudamos.
Ah, não se esqueça de avaliar a aula!
Nos encontraremos novamente na nossa terceira aula “História do Amazonas: República”.
Um fraternal abraço,
Professor Daniel

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 36 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

RESUMO
Evolução política do Amazonas no Império:
• 1821: Elevação da Capitania do Rio Negro à condição de Província.
• 1825: Rebaixamento à condição de Comarca do Rio Negro. A constituição de 1824 não
mencionava a Província do Rio Negro.
• 1832: Criação da Comarca do Alto Amazonas.
• 1850: Elevação à Província do Amazonas

Manaus
• 1832, sob a denominação de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro, o vi-
larejo foi elevado à categoria de vila.
• 1848, a Vila da Barra foi elevada à categoria de cidade, com o nome de Cidade da Barra
do Rio Negro
• 1856, recebe o nome de Manaus

Província do Pará: Adesão do Pará à Independência do Brasil. 15/08/1823


Cabanagem: 1835-1840
• Causas: miséria dos cabanos, disputas entre as elites locais, centralismo político do
governo regencial, ideais liberais.
• Os cabanos tomaram o poder e espalharam a revolta para o Amazonas, sob o comando
de Apolinário Maparajuba.
• No Amazonas foram derrotados por ações violentas de Ambrósio Ayres Bararoá.
• A repressão imperial foi violenta: estima-se mais de 30 mil pessoas mortas.

Economia do Alto Amazonas na primeira metade do século XIX: algodão e cacau. Agricul-
tura extensiva. Extrativismo.
Ciclo da borracha:
• Sistema de aviamento: Firmas de exportação, Casas de aviamento, seringueiro (traba-
lhador), seringalista (patrão), seringal (unidade produtiva).
• Migração nordestina
• Aumento da população
• Crise: concorrência das colônias inglesas na Ásia.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 37 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

MAPAS MENTAIS

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 38 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

QUESTÕES COMENTADAS EM AULA


001. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2013) Julgue os
itens a seguir, acerca da história do estado de Rondônia.
A colonização portuguesa do oeste amazônico, no período colonial, foi motivada pela deman-
da de látex pelo mercado europeu.

002. (PSC/2010) Logo após o antigo Estado do Grão-Pará e Rio Negro ter sido incorporado
ao Império do Brasil, em 1823, a ex-capitania do Rio Negro não chegou a receber o status de
Província, como o concedido à ex-capitania do Grão-Pará. Desse modo, na divisão político-ad-
ministrativa imperial, esse território amazônico recebeu a categoria de Comarca do Rio Negro,
subordinado à Província do Pará. Esta condição deveu-se:
a) À inabilidade política da elite rionegrina em defender o novo status da antiga capitania.
b) À inexistência, no texto da Constituição de 1824, da menção ao Rio Negro como Província.
c) À pressão exercida pela elite paraense para que a região do Rio Negro continuasse subordi-
nada ao poder de Belém.
d) À falta de interesse do governo imperial em ter mais uma unidade administrativa no norte
do Brasil.
e) Às dificuldades de transporte e comunicação entre a sede do governo imperial e a região do
Rio Negro.

003. (UF-AM/PSC) Em abril de 1832, um levante militar no Lugar da Barra foi apropriado pela
elite transformando-se em uma importante manifestação de caráter essencialmente:
a) Populista
b) Separatista
c) Socialista
d) Autonomista
e) Abolicionista

004. (ISAE/PM-AM/SOLDADO/2011) O principal desafio do governo regencial era enfrentar


a ameaça à unidade territorial do Império, representada pelas várias revoltas e rebeliões que
estouravam em várias províncias como, por exemplo, na província do Grão-Pará, a Cabanagem
(1835-1840).
As razões para esses movimentos incluem:
a) as disputas políticas locais e o descontentamento com a injustiça social;
b) as dificuldades de comunicação e a intenção de manter unida a América Portuguesa;
c) a expansão do regime capitalista e o desejo de adotar o regime republicano;
d) a permanência do regime escravocrata e a vontade de proclamar a República.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 39 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

005. (UF-AM/2006) Com relação ao movimento da Cabanagem ocorrido no Amazonas é in-


correto afirmar que:
a) O primeiro município amazonense a aderir ao movimento cabano foi Luzéa (Maués);
b) Os cabanos ocuparam a Vila da Barra (Manaus) por duas vezes no ano de 1836;
c) Ambrósio Ayres Bararoá comandou as tropas cabanas que ocuparam Silves e Barcelos;
d) O principal líder cabano no Amazonas foi Francisco Bernardo de Sena;
e) O último foco de resistência Cabana ocorreu em 1840 no município de Borba;

006. (ISAE/PM-AM/ASPIRANTE DA POLÍCIA MILITAR/2011) Com relação à cabanagem é


correto afirmar que:
a) o movimento isolou-se do poder central e por isso não conseguiu realizar seus objetivos;
b) o movimento apoiou-se nos contingentes de escravos fugitivos e nas ordens religiosas;
c) o movimento caracterizou-se pelo envolvimento popular e por ter chegado ao poder;
d) o movimento desestruturou-se devido ao suborno das lideranças rebeldes pelo governo
provincial.

007. (UEA/SIS 2ª ETAPA/2016) Travava-se uma luta renhida entre a velha e o regatão, que lhe
queria impingir um pouco de café, algum tabaco e um corte de chita verde, a troco do peixe
salgado e do cacau que a tapuia armazenara aquele ano no seu quarto de dormir.
(SOUZA, Inglês de. O missionário, 2010)
O romance O missionário, cuja trama se passa na Amazônia, foi publicado em primeira edição
em 1888. O conteúdo do excerto traz informações sobre a natureza
a) dos produtos locais e dos mecanismos de sua circulação.
b) das formas de cultivo e da superexploração da mão de obra.
c) da intervenção do Estado e da constituição de poderes locais.
d) da economia monetarizada e dos endividamentos dos produtores com os bancos.
e) da estratificação social nas cidades e do igualitarismo social nas florestas.

008. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2013) Julgue os


itens a seguir, acerca da história do estado de Rondônia.
Em 1866, por decreto do governo do Império do Brasil, os rios Amazonas e Madeira, bem como
os seus afluentes, foram abertos, em toda a sua extensão, à navegação mercante internacional.

009. (UF-AM) A abolição da escravidão negra na Província do Amazonas ocorreu em 24 de


maio de 1884. Nessa ocasião, o Presidente da Província, ao entregar em praça pública as
últimas cartas de alforria, afirmou que, a partir daquele momento, Manaus tornava-se uma
“cidade sagrada”. A precocidade dessa decisão, em relação à Lei Áurea (1888), leva-nos a con-
siderar que:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 40 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

a) A propaganda abolicionista encontrou terreno fértil para espalhar-se nas províncias do Norte
do Império, arregimentou grande número de pessoas em defesa da abolição, o que contribuiu
para que a liberdade chegasse mais cedo ao Norte.
b) No século XIX, o emprego da mão-de-obra negra era pouco significativo para a manutenção
e a reprodução da riqueza das elites da região, já que o trabalho compulsório dos índios conti-
nuava a suprir essas necessidades.
c) As restrições quanto à aquisição de novos escravos no mercado internacional, a partir de
1850, provocaram uma redução da população escrava do Amazonas, que envelheceu e perdeu
valor, levando os senhores a facilitar o processo de libertação de seus escravos.
d) As pressões britânicas na Amazônia, incentivando o uso do trabalho assalariado, como ob-
jetivo de facilitar a circulação de suas mercadorias, foram decisivas para o fim da escravidão
na região.
e) Tanto a intensidade da propaganda abolicionista quanto as restrições para reposição dos
escravos envelhecidos são fatores que contribuem para explicar a precocidade da abolição na
Província do Amazonas.

010. (UF-AM/PSC/2007) A historiografia tem registrado que já no momento da emancipação


política brasileira os moradores do Amazonas manifestavam, inclusive com o recurso às ar-
mas, desejos de autonomia. Essa autonomia dizia respeito a:
a) Sua subordinação a Portugal e ao Império do Brasil e pretensão de fundar um estado in-
dependente.
b) Sua subordinação a Portugal e pretensão de ligar-se ao Brasil independente.
c) Sua subordinação ao Grão-Pará e pretensão de tornar-se província do Império Brasileiro.
d) Sua subordinação ao Brasil e pretensão de restaurar a antiga condição de colônia portuguesa.
e) Sua subordinação política às Cortes de Lisboa e pretensão de adesão ao Brasil.

011. (ISAE/PM-AM/SOLDADO/2011) Os fatos da História Amazônica relacionados nas alter-


nativas a seguir estão corretos, à exceção de um.
Assinale-o.
a) em 1737, foi criado o Estado do Grão Pará e Maranhão, com capital em Belém do Pará;
b) em 1755, foi criada a Capitania de São José do Rio Negro, subordinada ao Grão Pará;
c) em 1822, foram instaladas as províncias do Pará e do Amazonas como parte do império
português;
d) em 1850, foi constituída, por lei imperial, a Província do Amazonas.

012. (FUNCAB/SESAU-RO/MÉDICO NEUROCIRURGIÃO/2009) O período compreendido en-


tre 1877 e 1910 ficou conhecido no Brasil como “Primeiro Ciclo da Borracha”. Extraía-se a
borracha na Amazônia, principalmente entre o Brasil e a Bolívia, onde está situado o Estado de

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 41 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

Rondônia. Um pouco depois, a produção brasileira entrou em decadência. Podemos apontar


como causa principal do declínio desta produção:
a) o isolamento da Região Norte;
b) a falta de mão de obra para a exploração;
c) a produção de látex feita pelo Reino Unido;
d) a preocupação coma preservação ambiental;
e) a proposta de internacionalização da Amazônia.

013. (FGV/TJ-RO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2015) A presença da exploração da borracha no


Vale do Madeira impulsionou a prosperidade econômica da região em razão da grande de-
manda internacional por esse produto entre o final do século XIX e o início do século XX. Em
relação à mão de obra utilizada na região, é correto afirmar que:
a) a imigração de europeus foi decisiva para suprir a necessidade de mão de obra na região;
b) a presença de imigrantes asiáticos foi a saída encontrada para a mão de obra da região;
c) a migração da população gaúcha e catarinense supriu a necessidade de mão de obra
da região;
d) a migração da população oriunda dos grandes centros urbanos do Sudeste atendeu à de-
manda da região;
e) a migração da população do nordeste foi a solução para suprir a necessidade de mão de
obra da região.

014. (ISAE/PM-AM/SOLDADO/2011) O sistema de aviamento é formado por uma cadeia de


agentes, cujo primeiro elo concede créditos a intermediários menores. Os médios e pequenos
intermediários, por sua vez, repassam o crédito recebido aos últimos elos dessa cadeia, que
são os produtores diretos da atividade extrativa. CANNO, W. Raízes da concentração industrial
em São Paulo. Ed. T. A. Queiroz. São Paulo. 1983.
Assinale a alternativa que apresenta, na ordem correta, a cadeia de agentes do sistema de
aviamento.
a) firmas exportadoras – casas aviadoras – seringalista – seringueiro;
b) casas aviadoras – comissariado – seringalista – colocação;
c) firmas financeiras – seringalista – seringueiro – casas exportadoras;
d) firmas exportadoras – seringalista – seringueiro – empate

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 42 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

QUESTÕES DE CONCURSO
015. (ISAE/PM-AM/ASPIRANTE DA POLÍCIA MILITAR/2011) As definições relacionadas à
economia da borracha apresentadas a seguir estão corretas, com exceção de uma. Assinale-a.
a) aviamento: sistema comercial em que o aviador fornece bens de uso e de consumo ao se-
ringueiro e compra a borracha produzida por ele;
b) regatão: nome dado ao barco, e também ao seu proprietário, responsável pelo transporte de
mercadorias até o seringal e da borracha para os grandes centros;
c) seringueiro: proprietário de um determinado território, que serve de base para a atividade
extrativa, é o intermediário do sistema de aviamento;
d) colocação: conjunto de estradas entregue à exploração de um seringueiro.

016. (CESPE/TCE-RO/AGENTE ADMINISTRATIVO/2013)

Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens a seguir, acerca da história do es-
tado de Rondônia.
A ocorrência de grandes secas e as promessas de uma vida melhor levaram milhares de nor-
destinos para os seringais da Amazônia Ocidental.

017. (FUNCAB/PC-RO/MÉDICO LEGISTA/2012)

A principal causa do declínio da borracha amazônica no referido período foi:


a) A II Guerra Mundial que produziu na Europa uma profunda crise no comércio internacional.
b) Diminuição dos trabalhadores nos seringais em razão da nova legislação trabalhista.
c) Crise mundial do setor automotivo, principal comprador da borracha brasileira.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 43 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

d) Rigidez da legislação ambiental, provocando dificuldades na exploração do látex.


e) Concorrência com a produção dos países do Oriente, que promoveram métodos mais
eficientes.

018. (FUNCAB/SEE-AC/PROFESSOR – 1 AO 5 ANO ENSINO FUNDAMENTAL/2010) Nas


últimas décadas do século XIX e início do XX, a região amazônica sofreu grande influência dos
principais acontecimentos mundiais. Pode ser destacada a ampliação e a diversificação da
produção industrial na Europa e nos Estados Unidos, porém ainda nas primeiras décadas do
século XX, a região do Acre sofreu um declínio econômico que representou também a diminui-
ção do ritmo de crescimento populacional. Este declínio econômico ocorreu, principalmente,
pelo seguinte fator:
a) consolidação da industrialização nos países da América do Sul e Central.
b) transferência de mudas de seringueiras para as colônias inglesas na Ásia.
c) intenso desmatamento da Amazônia Ocidental devido à agricultura da soja.
d) processo de partilha da África e Ásia, patrocinadas pelas potências europeias.
e) implementação da lei federal que proíbe a pesca nos igarapés da Amazônia.

019. (CESGRANRIO/TCE-RO/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2007)

A partir da observação do quadro acima, pode-se afirmar que, como produto predominante-
mente amazônico, durante a Primeira República, a(o):
a) borracha entrou em decadência após algumas décadas, em virtude da concorrência da pro-
dução asiática.
b) café alcançou grande desenvolvimento pela existência da terra roxa e da mão de obra
assalariada.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 44 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

c) algodão alcançou novamente o ápice de sua produção no primeiro quartel do século XX, em
função do declínio da borracha.
d) açúcar sofreu grande declínio, graças à procura do açúcar de beterraba pelos consumido-
res europeus.
d) couro e as peles apresentavam um baixo rendimento, porque, em geral, os derivados da pe-
cuária eram pouco utilizados no clima tropical brasileiro.

020. (FGV/TJ-RO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2015) A utilização da mão de obra escrava na re-


gião norte durante o período colonial brasileiro foi constante. Porém, a população frequente-
mente usada nesse processo escravista foi a indígena, e não a população negra. Sobre esse
aspecto da escravidão na região norte ao longo do período colonial, é correto afirmar que:
a) os negros não se adaptaram ao clima local e, por isso, não foram usados em larga escala;
b) os jesuítas apoiaram a escravização dos indígenas na região e, por isso, a sua larga utiliza-
ção na região;
c) a baixa qualidade na produção da região não gerou a necessidade de escravização dos negros;
d) o alto valor dos negros e o baixo lucro da região, se comparada ao açúcar, gerou a necessi-
dade da utilização dos índios;
e) a coroa portuguesa não permitiu a utilização de escravos indígenas na região norte.

021. (UEL-PR) “[…] explodiu na província do Grão-Pará o movimento armado mais popular do
Brasil […]. Foi uma das rebeliões brasileiras em que as camadas inferiores ocuparam o poder.”
Ao texto podem-se associar:
a) A Regência e a Cabanagem.
b) O Primeiro Reinado e a Praieira.
c) O Segundo Reinado e a Farroupilha.
d) O Período Joanino e a Sabinada.
e) A abdicação e a Noite das Garrafadas.

022. (UNESP) “Mais importante, o país é abalado por choques de extrema gravidade; não mais
os motins… mas verdadeiros movimentos revolucionários, com intensa participação popular,
põem em jogo a ordem interna e ameaçam a unidade nacional. Em nenhum outro momento
há tantos episódios, em vários pontos do país, contando com a presença da massa no que ela
tem de mais humilde, desfavorecido. Daí as notáveis conflagrações verificadas no Pará, no
Maranhão, em Pernambuco, na Bahia, no Rio Grande do Sul.”
(IGLÉSIAS, Francisco. Brasil, sociedade democrática)

Este texto refere-se ao período:


a) da Guerra da Independência.
b) da Revolução de 1930.
c) agitado da Regência.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 45 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

d) das Revoltas Tenentistas.


e) da Proclamação da República.

023. (UNITAU) Sobre o Período Regencial (1831 – 1840), é incorreto afirmar que:
a) foi um período de intensa agitação social, com a Cabanagem no Rio Grande do Sul e a guerra
dos Farrapos no Rio de Janeiro;
b) passou por três etapas: regência trina provisória, regência trina e regência una;
c) foi criada a Guarda Nacional, formada por tropas controladas pelos grandes fazendeiros;
d) através do Ato Adicional as províncias ganharam mais autonomia;
e) cai a participação do açúcar entre os produtos exportados pelo Brasil e cresce a participa-
ção do café.

024. (UEA/GERAL/2012) As migrações nordestinas para a região amazônica foram motiva-


das por fatores de expulsão de indivíduos de suas sociedades de origem e fatores de atração
concernentes à Amazônia. A migração foi particularmente acentuada no final do século XIX e
voltou a se intensificar durante a Segunda Guerra Mundial, como resultado
a) da diminuição das exportações brasileiras de carne e couro de ovinos e da consolidação da
produção do cacau na Amazônia.
b) da urbanização das regiões do Nordeste e da procura de mão de obra especializada pela
indústria têxtil na Amazônia.
c) das sucessivas guerras sertanejas, produzidas por razões religiosas, e dos desmatamentos
na Amazônia.
d) do desenvolvimento do capitalismo no interior do Nordeste e da fragilidade da economia
amazônica no cenário internacional.
e) da gravidade das secas no sertão nordestino e dos vínculos da economia extrativista com
mercados internacionais.

025. (INÉDITA/2021) O sistema de aviamento garantia:


a) A espoliação do seringalista no regime de escravidão de barracão.
b) A independência econômica do extrator e do produtor do látex.
c) A estabilidade da produção gomífera através do endividamento.
d) O fornecimento direto de mercadoria do seringueiro à casa exportadora.
e) A valorização da terra e a monetização na região amazônica.

026. (UF-AM/PSC/3ª ETAPA/2006) O atual estado do Amazonas tem sua origem ligada a que
unidade administrativa criada em 1755, por intervenção do Marquês de Pombal e de Francisco
Xavier de Mendonça Furtado:
a) O Estado do Alto Amazonas;
b) A Comarca do Alto Amazonas;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 46 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

c) A Província do Amazonas;
d) A Comarca de São José do Rio Negro;
e) A Capitania de São José do Rio Negro;

027. (PSC/2003) A borracha brasileira propiciou o desenvolvimento industrial de vários pa-


íses, mas na Amazônia foi responsável apenas por um pequeno período faustoso, no qual,
segundo se diz, “uma minoria chegou a acender charuto com dinheiro”. Dentre as alternativas,
a que melhor caracteriza este pequeno período, do ponto de vista econômico, foi:
a) A criação de indústrias de base produzindo equipamentos que diminuíram a atividade pre-
datória e aumentaram a produtividade.
b) A valorização da terra e a corrida aos cartórios para assegurar a posse dos coronéis
de barranco.
c) O aumento do poder aquisitivo dos seringueiros proveniente da prática do aviamento.
d) A diversificação da economia geradora do crescimento autossustentado.
e) A introdução da navegação a vapor e o investimento na compra destas embarcações pelo
capital nacional.

028. (UF-AM/PSC/2005) A produção de borracha na Amazônia:


a) Favoreceu a ascensão social do seringueiro.
b) Propiciou o aparecimento do regatão.
c) Instituiu o barracão como unidade produtiva.
d) Incentivou o acúmulo de capital e do mercado interno.
e) Consolidou o sistema de aviamento.

029. (PSC/2007) A cidade moderna em que acabamos de chegar é chamada pelos brasileiros
A Barra do Rio Negro. Situa-se a leste da fortaleza a cerca de mil passos geométricos do sítio
de Manaos. Ela está constituída numa superfície tão irregular que chega a ter morrinhos mais
altos do que os telhados das casas, o que seria pitoresco se não fosse absurdo.
(MARCOY, Paul. Viagem Pelo Rio Amazonas. Manaus, AM: Edua/Secretaria de Estado da Cultura, 2001)

A descrição acima, feita por um viajante francês em meados do século XIX, flagra o acanha-
mento do núcleo urbano daquela que anos depois seria a sede da Província do Amazonas.
Das alternativas abaixo, associadas à história de Manaus, assinale aquela que está incorreta.
a) A mudança de denominação de Lugar da Barra para Cidade de Manaós ocorre em 1856 por
iniciativa de Tenreiro Aranha.
b) Sua origem remonta à construção da Fortaleza de São José do Rio Negro, em 1669, e aos
aldeamentos fundados em sua adjacência.
c) Por intervenção de Lobo D’almada, em 1792, é transferida de Barcelos para o Lugar da Barra
a sede da Capitania de São José do Rio Negro.
d) Em 1832 é alterado o seu predicamento, passando de lugar para vila.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 47 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

e) Em 1848 é estabelecido o predicamento de cidade, com a denominação de N. S. da Concei-


ção da Barra do Rio Negro.

030. (PSC/2004) Euclides da Cunha ficou impressionado com o regime espoliativo do avia-
mento e escreveu: “(…) o homem, ao penetrar as duas portas que o levam ao paraíso diabólico
dos seringais, abdica às melhores qualidades nativas e fulmina-se a si próprio (…) trabalha para
escravizar-se”.
(CUNHA, Euclides da. À Margem da História, I Parte, “Na Amazônia, Terra sem História”.)

A despeito da impiedade do sistema de aviamento, ele sustentou a estrutura social na Amazô-


nia. Dentre outros motivos, esta sustentação deveu-se:
a) À distribuição de renda equitativa nos centros urbanos.
b) Ao peso da tradição secular do escambo.
c) À monetização da sociedade assentada no mercado capitalista.
d) À atrofia do setor terciário.
e) Ao estímulo da industrialização.

031. (UEA/2002) “Examinando-se o movimento no que ele expressa como explosão de multi-
dões mestiças e indígenas da Província, contra a vida e a propriedade dos que desfrutavam de
poder político, econômico e projeção social, compreende-se que a Cabanagem não pode ser
inscrita na história nacional como um episódio a mais de aspiração meramente política.” (A.
C. F. Reis)
Assinale a alternativa que melhor caracteriza a Cabanagem.
a) participação intensa das massas de origem indígena na Cabanagem do Pará deveu-se à
inexistência de agricultura de exportação na região e à ausência completa de negros.
b) A Cabanagem era um risco maior para os imperialismos do que para a unidade política
pretendida pelo Império brasileiro, como atestam as seguidas intervenções americanas e bri-
tânicas no Grão-Pará.
c) A Cabanagem não pode ser inscrita na história nacional como um episódio político, pois,
por se tratar de uma sublevação generalizada no Pará, foi um fato militar e, no máximo, social.
d) A Cabanagem começou como um conflito entre setores oligárquicos do Pará durante a
Regência, mas, pelas condições socioeconômicas da região Norte e devido à participação po-
pular intensa, converteu-se em autêntica rebelião social.
e) O desfecho da Cabanagem, com perseguição feroz e massacre dos cabanos, deveu-se mais
à excitação e ao ódio dos mercenários estrangeiros do que ao ódio de classe das elites brasi-
leiras contra os pobres e não-brancos derrotados.

032. (UEA/2008) “No Grão-Pará, agitado desde a Revolução do Porto, ocorria a revolta dos
cabanos – a Cabanagem – que se distinguiria dos demais movimentos do período pela ampli-
tude que assumiu, chegando a dominar o governo da província por alguns anos.”
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 48 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos
(MATTOS, Ilmar Rohlof de. História do Brasil Império.)

A respeito da Cabanagem, assinale a afirmativa correta.


a) Os descendentes de índios não participavam de nenhuma forma de manifestação política e
foram apenas utilizados nos conflitos entre os grandes fazendeiros.
b) A ordeira massa dos cabanos, sem qualquer experiência anterior em conflitos, foi usada
pelas tropas do governo imperial contra os fazendeiros locais.
c) A Cabanagem foi o conflito em que os fazendeiros paraenses, reagindo às intervenções do
Poder Moderador, exigiram a extinção do Conselho de Estado.
d) A Cabanagem foi um conflito social semelhante à Balaiada, em que a participação das for-
ças oligárquicas foi sempre secundária.
e) O Ato Adicional deu grande poder à oligarquia dominante, provocando a reação arma-
da da oligarquia oposicionista, que recorreu às lideranças radicais e atraiu para o conflito a
massa cabana.

033. (UF-AM/PSM/2002) A primeira Constituição brasileira estabeleceu que as divisões po-


lítico-administravas do Império seriam a mesmas existentes antes da emancipação política.
Podemos afirmar que, no Amazonas, este critério de divisão:
a) Foi aplicado, sendo então criada a Cidade da Barra do Rio Negro.
b) Não foi aplicado, sendo então criada a Capitania de S. José do Rio Negro.
c) Foi aplicado, sendo então criada a Província do Amazonas.
d) Não foi aplicado, sendo então criada a Comarca do Alto Amazonas.
e) Foi aplicado, sendo então criada a Comarca do Rio Negro.

034. Com o nascimento do império brasileiro em 1822, o Amazonas pretendia emancipar-se


politicamente, contudo, ficou responsável pela gestão política do Amazonas:
a) Governadores da Capitania de São José do Rio Negro.
b) Juntas Governativas.
c) Presidente da Província do Amazonas.
d) Governador do Estado do Amazonas.
e) Governador da região do Alto rio Negro.

035. (FADESP/PREFEITURA DE MARABÁ – PA/PROFESSOR LICENCIADO EM HISTÓ-


RIA/2019) Observe a fotografia que segue e responda à questão proposta.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 49 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

(Museu do Seringal de Valparaíso no Estado do Amazonas. Retirado do site do próprio Museu. http://museudo-
seringalam.blogspot.com/2012/10/museu-do-seringal-vila-paraiso.html. Acesso em: 28 nov. 2018)

O Museu do Seringal objetiva recuperar a memória de uma temporalidade em que o trabalho


na coleta e formação do látex em balata foi muito importante na Amazônia. O museu nasceu
como cenário do filme “A Selva”, dirigido por Leonel Vieira. Após o fim das filmagens, se tornou
um museu, no qual mostra como era a vida tanto dos seringueiros quanto dos Barões, nos
fazendo perceber o contraste de suas vidas. Ele foi dividido em 13 partes, a saber, “A extração
do látex, Armazenamento da borracha, Defumação da borracha, Capela, Cemitério, Barracão
de aviamento, Casa do Barão, Relógio da casa do Barão, Baú da casa do Barão, Casa de ba-
nho, Casa do Capataz, Tapiri dos seringueiros e Casa de Farinha”. Estes espaços da memória
do seringal nasceram daqueles vinculados ao processo de trabalho no seringal, tais como os
espaços de
a) Armazenamento da borracha, Defumação da borracha, Barracão de aviamento e o Tapiri dos
seringueiros.
b) Armazenamento da borracha, Defumação da borracha, Casa do Capataz e o Cemitério.
c) Armazenamento da borracha, Barracão de aviamento, Casa de Farinha e Capela.
d) Armazenamento da borracha, Defumação da borracha, Casa do Barão, Baú da casa do Ba-
rão e Relógio da casa do Barão.

036. (UF-AM/PSC) O processo de criação da Província do Amazonas é peculiar. Após ser apro-
vado pela Câmara dos Deputados (1843), o projeto passou sete anos para ser apreciado pelo
Senado. Então, em julho de 1850 entrou em pauta, foi aprovado em agosto e sancionado pelo
Imperador no mês seguinte. O que aconteceu, nesse momento, que justificaria tal celeridade
para aprovação de um projeto que já estava há tanto tempo em tramitação?
a) As pressões internacionais para a abertura do rio Amazonas à navegação que recrudesce-
ram nesse momento, fazendo com que o Império se visse premido a adotar medidas estratégi-
cas para garantir suas prerrogativas na região.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 50 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

b) A força da pressão do movimento autonomista no Amazonas que ganhou a adesão de im-


portantes políticos paraenses como João Batista Tenreiro Aranha.
c) Uma vigorosa reação do Império brasileiro às manobras internacionais dos EUA na tentativa
de criar um território destinado aos ex-escravos, libertos a partir da Guerra de Secessão.
d) O avançado estado das negociações do governo brasileiro com a Argentina, Paraguai, Co-
lômbia e Peru, para construção de uma rede comercial que se estenderia da região do rio da
Prata até o Oceano Pacífico.
e) Uma manobra – fracassada – dos políticos paraenses no sentido de abortar definitivamente
o projeto de separação do Amazonas do Pará.

037. (UF-AM/PSC/2004) Com relação à escravidão negra africana na Amazônia, podemos


afirmar corretamente que:
a) O fraco desenvolvimento da escravidão negra na Amazônia deveu-se, dentre outros motivos,
à insuficiência de capital para adquirir esta mão de obra e à relativa abundância de índios.
b) Os primeiros escravos negros foram introduzidos na Capitania do Rio Negro no período
pré-pombalino, por ação da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão, em razão do êxito da
economia de plantation.
c) Em 24 de maio de 1884, Teodoreto Souto libertou os escravos amazonenses em cumpri-
mento ao decreto-lei aprovado pela Assembleia Legislativa Provincial, que abolia oficialmente
a escravidão negra na Província do Amazonas.
d) O fenômeno da depopulação indígena e o caráter extrativista da economia amazônica oca-
sionaram a larga superação quantitativa da mão-de-obra negra, em relação à índia, circunscrita
ao século XVII.
e) Na luta abolicionista, a Sociedade Emancipadora Amazonense foi opositora da prática de
manumissão por indenização, por considerá-la inócua ao objetivo de libertação negra.

038. (UF-AM/PSC/2008) Durante o período de maior expressão da economia gomífera na


Amazônia, uma das fontes de constante insatisfação popular na cidade de Manaus foi:
a) As disputas entre anarquistas e socialistas pela hegemonia do movimento operário local.
b) A alta do preço da borracha no mercado mundial.
c) O recrutamento de seringueiros para a batalha da borracha
d) O endividamento causado pelo sistema de barracão
e) A carestia provocada pelo controle monopolista dos serviços públicos.

039. (UF-AM/PSC/2009) A introdução de escravos africanos na Amazônia é uma ação que


se iniciou ainda no século XVII, mas que só se consolidaria na segunda metade do século
XVIII e, durante todo esse tempo, conviveu com formas de exploração compulsória do traba-
lho indígena.
Sobre esta questão, podemos afirmar que:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 51 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

a) A escravidão indígena foi comum em áreas como São Paulo e a Bahia, mas, na Amazônia,
ela foi ainda mais duradoura e estendeu-se até o século XVIII.
b) Nos séculos XVIII e XIX, a presença africana era pouco significativa em toda a região amazô-
nica e, por essa razão, não há notícias de revoltas escravas – a não ser aquelas que ocorriam
nos navios – e nem da existência de quilombos.
c) A abundância de escravos indígenas na Amazônia e seu alto conhecimento do meio ambien-
te desestimulava a aquisição de africanos que tinham maiores dificuldades de adaptação aos
sistemas de trabalho na região.
d) A maior dificuldade para manutenção da oferta de escravos africanos para a Amazônia era o
intenso contrabando nas fronteiras e o desvio irregular dos carregamentos para o Mato Grosso.
e) No início do século XIX, boa parte das tropas coloniais que ocuparam a Guiana Francesa
era composta por soldados de origem africana que acabaram desertando em massa após
a ocupação.

040. (UFAC/2006) Assinale a alternativa que representa os elementos que foram indispensá-
veis à produção de borracha em larga escala, durante o primeiro surto da borracha na Ama-
zônia/Acre:
a) Reforma agrária; inovação técnica no corte da seringueira; e abertura de ferrovias.
b) Uma larga oferta de capitais; a incorporação de novas áreas produtoras às já existentes; e
um acréscimo de mão-de-obra ao processo produtivo.
c) Plantio racional de seringueiras; abertura de ferrovias; e melhor qualificação da mão-de-obra.
d) Uma larga oferta de capitais; plantio racional de seringueiras; e abertura de rodovias.
e) Inovação técnica no corte da seringueira; abertura de rodovias; e seringais de cultivo.

041. (UEA/2006) Assinale a afirmativa errada a respeito da ascensão e do declínio da econo-


mia da borracha amazônica.
a) A seca nordestina foi o fator de repulsão que possibilitou a migração de mão-de-obra para a
extração da borracha, desde a década de 1870.
b) A decadência da economia da borracha deveu-se à ostentação dos enriquecidos seringa-
listas e ao domínio dos capitais imperialistas sobre as plantações amazônicas no início do
século XX.
c) O motor de explosão, demandando mangueiras e juntas de vedação resistentes a variações
de temperatura, e a invenção do pneumático estimularam a economia seringueira.
d) As relações de produção implicavam o endividamento do seringueiro com o dono do serin-
gal e dele com a casa de aviamento, que devia ao exportador.
e) O baixo padrão tecnológico do extrativismo demandava uma oferta de mão-de-obra muito
vultosa, que a demografia da Região Amazônica não se achava em condições de atender.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 52 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

042. (MOVENS/PM-PA/SOLDADO/MASCULINO E FEMININO/CFSD 2008/2009) A Cabana-


gem foi uma importante revolta provincial ocorrida durante o período regencial, entre os anos
de 1835 e 1840. A respeito dessa revolta, assinale a opção correta.
a) A revolta ocorreu devido à crise na produção alimentos, fato que levou enorme fome à Pro-
víncia do Pará.
b) A disputa entre as elites políticas da Província do Pará abriu espaço para que as camadas
excluídas da sociedade se revoltassem e atacassem estrangeiros, legalistas e maçons.
c) A Cabanagem surgiu no Pará após a derrota dos Cabanos em Pernambuco.
d) A Cabanagem constituiu-se em uma revolta de escravos contra os maus-tratos sofridos, e
os inúmeros quilombos surgidos no interior da província serviram de apoio a eles.

043. (UEA/2002) Examinando-se o movimento no que ele expressa como explosão de multi-
dões mestiças e indígenas da Província, contra avida e a propriedade dos que desfrutavam de
poder político-econômico e projeção social, compreende-se que a Cabanagem não pode ser
inscrita na história nacional como um episódio a mais de aspiração meramente política.” (A. C.
F. Reis) Assinale a alternativa que melhor caracteriza a Cabanagem.
a) participação intensa das massas de origem indígena na Cabanagem do Pará deveu-se à
inexistência de agricultura de exportação na região e à ausência completa de negros.
b) A Cabanagem era um risco maior para os imperialismos do que para a unidade política
pretendida pelo Império brasileiro, como atestam as seguidas intervenções americanas e bri-
tânicas no Grão-Pará.
c) A Cabanagem não pode ser inscrita na história nacional como um episódio político, pois,
por se tratar de uma sublevação generalizada no Pará, foi um fato militar e, no máximo, social.
d) A Cabanagem começou como um conflito entre setores oligárquicos do Pará durante a
Regência, mas, pelas condições socioeconômicas da região Norte e devido à participação po-
pular intensa, converteu-se em autêntica rebelião social.
e) O desfecho da Cabanagem, com perseguição feroz e massacre dos cabanos, deveu-se mais
à excitação e ao ódio dos mercenários estrangeiros do que ao ódio de classe das elites brasi-
leiras contra os pobres e não-brancos derrotados

044. O ciclo da borracha foi um importante momento da história econômica e social do Brasil.
Esse período está relacionado com a extração e a comercialização da borracha. […] Seu marco
ocorreu na região amazônica, proporcionando a expansão da colonização. Tal fato acarretou
grandes transformações socioculturais, formando vilas e povoados, na beira de rios, que de-
pois se transformaram em cidades. Manaus, Porto Velho e Belém, entre outras, foram algumas
das cidades que enriqueceram expressivamente durante o breve ciclo.
(D’AGOSTINI, S. et al. Ciclo econômico da borracha: seringueira. Páginas do Inst. Biol., São Paulo, v. 9, n. 1, p.
6–14, jan./jun. 2013)

Esse ciclo econômico provocou


O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 53 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

a) o estabelecimento de uma política de ocupação territorial para a Amazônia baseada na pre-


ocupação com o meio ambiente.
b) o aumento da demanda brasileira por equipamentos industriais necessários à extra-
ção do látex.
c) a reordenação do espaço amazônico, que passou a ter sua economia voltada para o merca-
do interno.
d) a inserção do Brasil no mercado mundial de borracha, dominado até então pelos ingleses.
e) a “Questão do Acre”, resolvida com a assinatura do tratado de Petrópolis.

045. (FGV/SEDUC-AM/PROFESSOR DE HISTÓRIA/20H E 40H/2014) Leia o trecho de notícia


a seguir, a respeito da produção de látex no Mato Grosso.
“Os produtores de borracha do Mato Grosso estão preocupados com a queda do preço neste
mercado. O resultado direto disso é a diminuição da mão de obra no campo. A baixa nos pre-
ços acontece por causa do aumento da produção de látex nos países do Sudeste Asiático. (…)
Na safra passada, em média, o quilo de borracha era vendido a R$ 3,20. Já nesta safra, o valor
do quilo não passou de R$ 2. (…)”
(Produtores de borracha do MT estão preocupados com a queda do preço. Globo Rural, 6 jul. 2014.)

Durante a Primeira República (1889-1930) brasileira, um “surto da borracha” foi afetado tam-
bém pela concorrência da produção de látex em países do Sudeste Asiático que, à época,
eram colônias de potências europeias. A região brasileira cuja economia foi mais abalada pela
queda de preços da borracha no mercado internacional, durante as primeiras décadas do sé-
culo XX, foi a
a) mato-grossense.
b) fluminense.
c) nordestina.
d) amazônica.
e) gaúcha.

046. (CESPE-CEBRASPE/SEDUC-AM/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2011) Considerando que


a inserção do Brasil na história mundial se deu a partir do processo de expansão comercial e
marítima europeia do início da Idade Moderna e que a sua colonização se fez subordinada aos
interesses da política econômica mercantilista conduzida por um Estado absolutista, julgue os
itens seguintes.
Das revoltas que explodiram no Brasil durante o período regencial, apenas uma — a Cabana-
gem — não teve motivação de ordem social, visto que foi conduzida pela elite paraense.

047. (CESPE-CEBRASPE/SEDUC-AM/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2011) Julgue os itens se-


guintes, referentes a acontecimentos históricos do Amazonas.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 54 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

Com a Cabanagem (1835-1840), o Amazonas rompeu com o governo imperial e tornou-se


uma província autônoma em 1850, separando-se definitivamente do Pará e tornando-se Ma-
naus, em 1856.

048. (CESPE-CEBRASPE/SEDUC-AM/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2011) Julgue os itens se-


guintes, referentes a acontecimentos históricos do Amazonas.
A relativa ocupação do Amazonas deveu-se, em boa medida, à emigração dos nordestinos,
que, em decorrência da economia da borracha, mudou o perfil ocupacional da região.

049. (ACESSO/SEDUC-AM/PROFESSOR INDÍGENA/20 HORAS/HISTÓRIA/2018) A imagem


abaixo é uma fotografia de uma seringueira. Seringueira é o nome popular dado à planta do
gênero Hevea, família Euphorbiaceae. Natural da região amazônica, a sua variedade Hevea
Brasiliensis é a mais importante dentre as onze espécies do gênero e também a de maior capa-
cidade produtiva, destacando-se por produzir látex de melhor qualidade e com um teor propício
para a fabricação da borracha. Na virada do século XIX para o século XX, a seringueira foi a
árvore de maior importância na floresta amazônica, uma vez que esse período representou o
auge do ciclo da borracha. Baseando-se nos seus conhecimentos sobre o ciclo da borracha e
do extrativismo vegetal amazônico, avalie as proposições abaixo.

I – Antes do ciclo da borracha, a economia da bacia amazônica no século XIX era baseada
na extração dos recursos naturais da floresta. Desses produtos extrativos, o guaraná
era o mais importante.
II – A borracha se tornou nos fins do século XIX e no começo do XX a matéria-prima mais
procurada no mercado mundial. Essa procura decorreu da rápida ascensão da indústria

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 55 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

automobilística, que necessitava da borracha para a fabricação dos pneus de seus ve-
ículos.
III – Com o crescimento da exploração da borracha, ocorreu um grande fluxo migratório da
região nordeste para a região norte do país.
IV – A economia da borracha demonstrou ser suficientemente sólida para prolongar-se num
processo de industrialização, alcançando altos índices de exportação durante o século
XX.

É correto o que se afirma em.


a) II, III e IV.
b) II e III.
c) II e IV.
d) I e II.
e) I, II e III.

050. (ISAE/PM-AM/SOLDADO/2011) “Os trabalhadores rurais, formalmente livres, endividam-


-se junto ao proprietário que fornece os instrumentos de trabalho, vestimenta e alimentos para
as semanas iniciais, debitando o custo na conta de quem trabalha. Como os ganhos jamais
permitem a quitação da dívida, o resultado é o trabalho compulsório.”
A modalidade de trabalho apresentada no trecho acima é denominada sistema:
a) escravista;
b) de barracão
c) de arrendamento
d) de meiação

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 56 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

GABARITO
1. E 37. a
2. b 38. e
3. d 39. a
4. a 40. b
5. c 41. b
6. c 42. b
7. a 43. d
8. E 44. e
9. a 45. d
10. c 46. E
11. d 47. E
12. c 48. C
13. e 49. b
14. a 50. b
15. c
16. C
17. e
18. b
19. a
20. d
21. a
22. c
23. a
24. e
25. c
26. e
27. e
28. e
29. c
30. e
31. d
32. d
33. d
34. b
35. a
36. a

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 57 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

GABARITO COMENTADO
015. (ISAE/PM-AM/ASPIRANTE DA POLÍCIA MILITAR/2011) As definições relacionadas à
economia da borracha apresentadas a seguir estão corretas, com exceção de uma. Assinale-a.
a) aviamento: sistema comercial em que o aviador fornece bens de uso e de consumo ao se-
ringueiro e compra a borracha produzida por ele;
b) regatão: nome dado ao barco, e também ao seu proprietário, responsável pelo transporte de
mercadorias até o seringal e da borracha para os grandes centros;
c) seringueiro: proprietário de um determinado território, que serve de base para a atividade
extrativa, é o intermediário do sistema de aviamento;
d) colocação: conjunto de estradas entregue à exploração de um seringueiro.

Querido(a), cuidado com possíveis pegadinhas quando a banca tratar dos conceitos de serin-
gueiro e seringalista. Lembre-se de que o seringalista é o “patrão”, o dono seringal que explora
a mão de obra do seringueiro.
Letra c.

016. (CESPE/TCE-RO/AGENTE ADMINISTRATIVO/2013)

Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens a seguir, acerca da história do es-
tado de Rondônia.
A ocorrência de grandes secas e as promessas de uma vida melhor levaram milhares de nor-
destinos para os seringais da Amazônia Ocidental.

Fácil não é mesmo?! A mão de obra nordestina foi a predominante no primeiro ciclo da borracha.
Certo.

017. (FUNCAB/PC-RO/MÉDICO LEGISTA/2012)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 58 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

A principal causa do declínio da borracha amazônica no referido período foi:


a) A II Guerra Mundial que produziu na Europa uma profunda crise no comércio internacional.
b) Diminuição dos trabalhadores nos seringais em razão da nova legislação trabalhista.
c) Crise mundial do setor automotivo, principal comprador da borracha brasileira.
d) Rigidez da legislação ambiental, provocando dificuldades na exploração do látex.
e) Concorrência com a produção dos países do Oriente, que promoveram métodos mais
eficientes.

O sistema de Plantation (latifúndio, monocultura, exportação), implementado pelo Reino Unido


em suas colônias na Ásia, era mais eficiente que o extrativismo praticado na Amazônia.
Letra e.

018. (FUNCAB/SEE-AC/PROFESSOR – 1 AO 5 ANO ENSINO FUNDAMENTAL/2010) Nas


últimas décadas do século XIX e início do XX, a região amazônica sofreu grande influência dos
principais acontecimentos mundiais. Pode ser destacada a ampliação e a diversificação da
produção industrial na Europa e nos Estados Unidos, porém ainda nas primeiras décadas do
século XX, a região do Acre sofreu um declínio econômico que representou também a diminui-
ção do ritmo de crescimento populacional. Este declínio econômico ocorreu, principalmente,
pelo seguinte fator:
a) consolidação da industrialização nos países da América do Sul e Central.
b) transferência de mudas de seringueiras para as colônias inglesas na Ásia.
c) intenso desmatamento da Amazônia Ocidental devido à agricultura da soja.
d) processo de partilha da África e Ásia, patrocinadas pelas potências europeias.
e) implementação da lei federal que proíbe a pesca nos igarapés da Amazônia.

Mais uma questão sobre a causa da crise do ciclo da borracha.


Letra b.

019. (CESGRANRIO/TCE-RO/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2007)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 59 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

A partir da observação do quadro acima, pode-se afirmar que, como produto predominante-
mente amazônico, durante a Primeira República, a(o):
a) borracha entrou em decadência após algumas décadas, em virtude da concorrência da pro-
dução asiática.
b) café alcançou grande desenvolvimento pela existência da terra roxa e da mão de obra
assalariada.
c) algodão alcançou novamente o ápice de sua produção no primeiro quartel do século XX, em
função do declínio da borracha.
d) açúcar sofreu grande declínio, graças à procura do açúcar de beterraba pelos consumido-
res europeus.
d) couro e as peles apresentavam um baixo rendimento, porque, em geral, os derivados da pe-
cuária eram pouco utilizados no clima tropical brasileiro.

Veja como as bancas focam bastante na razão da crise da borracha.


Letra a.

020. (FGV/TJ-RO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2015) A utilização da mão de obra escrava na re-


gião norte durante o período colonial brasileiro foi constante. Porém, a população frequente-
mente usada nesse processo escravista foi a indígena, e não a população negra. Sobre esse
aspecto da escravidão na região norte ao longo do período colonial, é correto afirmar que:
a) os negros não se adaptaram ao clima local e, por isso, não foram usados em larga escala;
b) os jesuítas apoiaram a escravização dos indígenas na região e, por isso, a sua larga utiliza-
ção na região;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 60 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

c) a baixa qualidade na produção da região não gerou a necessidade de escravização dos negros;
d) o alto valor dos negros e o baixo lucro da região, se comparada ao açúcar, gerou a necessi-
dade da utilização dos índios;
e) a coroa portuguesa não permitiu a utilização de escravos indígenas na região norte.

A mão de obra indígena foi utilizada como escrava, principalmente por bandeirantes. Os je-
suítas protegiam os indígenas da escravidão, no entanto, utilizavam a mão de obra indígena
nas missões.
Letra d.

021. (UEL-PR) “[…] explodiu na província do Grão-Pará o movimento armado mais popular do
Brasil […]. Foi uma das rebeliões brasileiras em que as camadas inferiores ocuparam o poder.”
Ao texto podem-se associar:
a) A Regência e a Cabanagem.
b) O Primeiro Reinado e a Praieira.
c) O Segundo Reinado e a Farroupilha.
d) O Período Joanino e a Sabinada.
e) A abdicação e a Noite das Garrafadas.

O contexto é o do período regencial, enquanto a maior revolta popular nesse período foi a
Cabanagem.
Letra a.

022. (UNESP) “Mais importante, o país é abalado por choques de extrema gravidade; não mais
os motins… mas verdadeiros movimentos revolucionários, com intensa participação popular,
põem em jogo a ordem interna e ameaçam a unidade nacional. Em nenhum outro momento
há tantos episódios, em vários pontos do país, contando com a presença da massa no que ela
tem de mais humilde, desfavorecido. Daí as notáveis conflagrações verificadas no Pará, no
Maranhão, em Pernambuco, na Bahia, no Rio Grande do Sul.”
(IGLÉSIAS, Francisco. Brasil, sociedade democrática)

Este texto refere-se ao período:


a) da Guerra da Independência.
b) da Revolução de 1930.
c) agitado da Regência.
d) das Revoltas Tenentistas.
e) da Proclamação da República.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 61 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

No período regencial, como vimos, houve uma centralização das decisões em detrimento dos
interesses locais. Daí a quantidade de revoltas.
Letra c.

023. (UNITAU) Sobre o Período Regencial (1831 – 1840), é incorreto afirmar que:
a) foi um período de intensa agitação social, com a Cabanagem no Rio Grande do Sul e a guerra
dos Farrapos no Rio de Janeiro;
b) passou por três etapas: regência trina provisória, regência trina e regência una;
c) foi criada a Guarda Nacional, formada por tropas controladas pelos grandes fazendeiros;
d) através do Ato Adicional as províncias ganharam mais autonomia;
e) cai a participação do açúcar entre os produtos exportados pelo Brasil e cresce a participa-
ção do café.

Querido(a), a Cabanagem ocorreu no Pará entre 1835 e 1840.


Letra a.

024. (UEA/GERAL/2012) As migrações nordestinas para a região amazônica foram motiva-


das por fatores de expulsão de indivíduos de suas sociedades de origem e fatores de atração
concernentes à Amazônia. A migração foi particularmente acentuada no final do século XIX e
voltou a se intensificar durante a Segunda Guerra Mundial, como resultado
a) da diminuição das exportações brasileiras de carne e couro de ovinos e da consolidação da
produção do cacau na Amazônia.
b) da urbanização das regiões do Nordeste e da procura de mão de obra especializada pela
indústria têxtil na Amazônia.
c) das sucessivas guerras sertanejas, produzidas por razões religiosas, e dos desmatamentos
na Amazônia.
d) do desenvolvimento do capitalismo no interior do Nordeste e da fragilidade da economia
amazônica no cenário internacional.
e) da gravidade das secas no sertão nordestino e dos vínculos da economia extrativista com
mercados internacionais.

As secas no sertão nordestino foram a força repulsiva, enquanto a econômica da borracha,


embasada na exportação, o fator atrativo.
Letra e.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 62 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

025. (INÉDITA/2021) O sistema de aviamento garantia:


a) A espoliação do seringalista no regime de escravidão de barracão.
b) A independência econômica do extrator e do produtor do látex.
c) A estabilidade da produção gomífera através do endividamento.
d) O fornecimento direto de mercadoria do seringueiro à casa exportadora.
e) A valorização da terra e a monetização na região amazônica.

a) Errada. Era o seringalista que espoliava o seringueiro.


b) Errada. O seringueiro, que extraia o látex, era totalmente dependente do seringalista que, por
sua vez, também era dependente das firmas de aviamento.
c) Certa. A produção era garantida graças ao endividamento dos elos do sistema.
d) Errada. Lembre-se da cadeia de produção: seringueiro – seringalista – firmas de aviamento
– casas exportadoras.
e) Errada. Como a atividade gumífera era extrativista, pouco valor se agregou a terra. Valori-
zava-se sim
Letra c.

026. (UF-AM/PSC/3ª ETAPA/2006) O atual estado do Amazonas tem sua origem ligada a que
unidade administrativa criada em 1755, por intervenção do Marquês de Pombal e de Francisco
Xavier de Mendonça Furtado:
a) O Estado do Alto Amazonas;
b) A Comarca do Alto Amazonas;
c) A Província do Amazonas;
d) A Comarca de São José do Rio Negro;
e) A Capitania de São José do Rio Negro;

A Capitania de São José do Rio Negro foi fundada em 03 de março de 1755, por determinação
de uma Carta Régia do Rei Dom José I. Abrangia territórios atualmente equivalentes aos esta-
dos do Amazonas e de Roraima.
Letra e.

027. (PSC/2003) A borracha brasileira propiciou o desenvolvimento industrial de vários pa-


íses, mas na Amazônia foi responsável apenas por um pequeno período faustoso, no qual,
segundo se diz, “uma minoria chegou a acender charuto com dinheiro”. Dentre as alternativas,
a que melhor caracteriza este pequeno período, do ponto de vista econômico, foi:
a) A criação de indústrias de base produzindo equipamentos que diminuíram a atividade pre-
datória e aumentaram a produtividade.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 63 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

b) A valorização da terra e a corrida aos cartórios para assegurar a posse dos coronéis
de barranco.
c) O aumento do poder aquisitivo dos seringueiros proveniente da prática do aviamento.
d) A diversificação da economia geradora do crescimento autossustentado.
e) A introdução da navegação a vapor e o investimento na compra destas embarcações pelo
capital nacional.

A navegação a vapor impulsionou o desenvolvimento econômico da região amazônica durante


o século XIX, principalmente por ter se associado ao ciclo econômico da borracha, que atraiu
grandes investimentos e um largo contingente de pessoas para essa região, principalmente
nordestinos, formando centros urbanos importantes, como o de Belém (no Estado do Pará) e
o de Manaus (no estado do Amazonas)
Letra e.

028. (UF-AM/PSC/2005) A produção de borracha na Amazônia:


a) Favoreceu a ascensão social do seringueiro.
b) Propiciou o aparecimento do regatão.
c) Instituiu o barracão como unidade produtiva.
d) Incentivou o acúmulo de capital e do mercado interno.
e) Consolidou o sistema de aviamento.

a) Errada. O seringueiro era explorado pelo seringalista num regime de semiescravidão.


b) Errada. O Regatão já existia desde a colônia.
c) Errada. A unidade produtiva era o Seringal.
d) Errada. Como visava o mercado externo, não permitiu o crescimento do mercado interno.
e) Certa. O sistema de aviamento permitiu a estabilidade da produção de borracha.
Letra e.

029. (PSC/2007) A cidade moderna em que acabamos de chegar é chamada pelos brasileiros
A Barra do Rio Negro. Situa-se a leste da fortaleza a cerca de mil passos geométricos do sítio
de Manaos. Ela está constituída numa superfície tão irregular que chega a ter morrinhos mais
altos do que os telhados das casas, o que seria pitoresco se não fosse absurdo.
(MARCOY, Paul. Viagem Pelo Rio Amazonas. Manaus, AM: Edua/Secretaria de Estado da Cultura, 2001)

A descrição acima, feita por um viajante francês em meados do século XIX, flagra o acanha-
mento do núcleo urbano daquela que anos depois seria a sede da Província do Amazonas.
Das alternativas abaixo, associadas à história de Manaus, assinale aquela que está incorreta.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 64 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

a) A mudança de denominação de Lugar da Barra para Cidade de Manaós ocorre em 1856 por
iniciativa de Tenreiro Aranha.
b) Sua origem remonta à construção da Fortaleza de São José do Rio Negro, em 1669, e aos
aldeamentos fundados em sua adjacência.
c) Por intervenção de Lobo D’almada, em 1792, é transferida de Barcelos para o Lugar da Barra
a sede da Capitania de São José do Rio Negro.
d) Em 1832 é alterado o seu predicamento, passando de lugar para vila.
e) Em 1848 é estabelecido o predicamento de cidade, com a denominação de N. S. da Concei-
ção da Barra do Rio Negro.

O que foi transferida foi a sede da Capitania de São José do Rio Negro de Barcelos para o Lugar
da Barra do Rio Negro (atual Manaus). O povoado que se desenvolveu no entorno da Fortaleza
de São José do Rio Negro (1669) recebeu o nome de São José da Barra do Rio Negro (Lugar da
Barra). Em 1832, sob a denominação de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro,
o vilarejo foi elevado à categoria de vila. Em 1848, a Vila da Barra foi elevada à categoria de
cidade, com o nome de Cidade da Barra do Rio Negro, para receber em 1856 o nome de Ma-
náos, em homenagem à nação indígena dos Manáos (Mãe dos Deuses), considerada o mais
importante grupo étnico habitante da região, reconhecido historicamente pela sua coragem
e valentia
Letra c.

030. (PSC/2004) Euclides da Cunha ficou impressionado com o regime espoliativo do avia-
mento e escreveu: “(…) o homem, ao penetrar as duas portas que o levam ao paraíso diabólico
dos seringais, abdica às melhores qualidades nativas e fulmina-se a si próprio (…) trabalha para
escravizar-se”.
(CUNHA, Euclides da. À Margem da História, I Parte, “Na Amazônia, Terra sem História”.)

A despeito da impiedade do sistema de aviamento, ele sustentou a estrutura social na Amazô-


nia. Dentre outros motivos, esta sustentação deveu-se:
a) À distribuição de renda equitativa nos centros urbanos.
b) Ao peso da tradição secular do escambo.
c) À monetização da sociedade assentada no mercado capitalista.
d) À atrofia do setor terciário.
e) Ao estímulo da industrialização.

O estímulo à industrialização ocorreu na Europa e Estados Unidos. Essa industrialização exigiu


uma grande quantidade de matéria-prima (borracha).
Letra e.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 65 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

031. (UEA/2002) “Examinando-se o movimento no que ele expressa como explosão de multi-
dões mestiças e indígenas da Província, contra a vida e a propriedade dos que desfrutavam de
poder político, econômico e projeção social, compreende-se que a Cabanagem não pode ser
inscrita na história nacional como um episódio a mais de aspiração meramente política.” (A.
C. F. Reis)
Assinale a alternativa que melhor caracteriza a Cabanagem.
a) participação intensa das massas de origem indígena na Cabanagem do Pará deveu-se à
inexistência de agricultura de exportação na região e à ausência completa de negros.
b) A Cabanagem era um risco maior para os imperialismos do que para a unidade política
pretendida pelo Império brasileiro, como atestam as seguidas intervenções americanas e bri-
tânicas no Grão-Pará.
c) A Cabanagem não pode ser inscrita na história nacional como um episódio político, pois,
por se tratar de uma sublevação generalizada no Pará, foi um fato militar e, no máximo, social.
d) A Cabanagem começou como um conflito entre setores oligárquicos do Pará durante a
Regência, mas, pelas condições socioeconômicas da região Norte e devido à participação po-
pular intensa, converteu-se em autêntica rebelião social.
e) O desfecho da Cabanagem, com perseguição feroz e massacre dos cabanos, deveu-se mais
à excitação e ao ódio dos mercenários estrangeiros do que ao ódio de classe das elites brasi-
leiras contra os pobres e não-brancos derrotados.

As disputas entre as oligarquias do Pará acabaram recebendo participação das classes


populares.
Letra d.

032. (UEA/2008) “No Grão-Pará, agitado desde a Revolução do Porto, ocorria a revolta dos
cabanos – a Cabanagem – que se distinguiria dos demais movimentos do período pela ampli-
tude que assumiu, chegando a dominar o governo da província por alguns anos.”
(MATTOS, Ilmar Rohlof de. História do Brasil Império.)

A respeito da Cabanagem, assinale a afirmativa correta.


a) Os descendentes de índios não participavam de nenhuma forma de manifestação política e
foram apenas utilizados nos conflitos entre os grandes fazendeiros.
b) A ordeira massa dos cabanos, sem qualquer experiência anterior em conflitos, foi usada
pelas tropas do governo imperial contra os fazendeiros locais.
c) A Cabanagem foi o conflito em que os fazendeiros paraenses, reagindo às intervenções do
Poder Moderador, exigiram a extinção do Conselho de Estado.
d) A Cabanagem foi um conflito social semelhante à Balaiada, em que a participação das for-
ças oligárquicas foi sempre secundária.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 66 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

e) O Ato Adicional deu grande poder à oligarquia dominante, provocando a reação arma-
da da oligarquia oposicionista, que recorreu às lideranças radicais e atraiu para o conflito a
massa cabana.

a) Errada. Os descendentes dos índios faziam parte dos cabanos.


b) Errada. Os cabanos não eram ordeiros, haja vista que se rebelaram e pegaram em armas.
c) Errada. Os fazendeiros reagiram sim ao Ato Adicional de 1934
d) Certa. Por eliminação, sobra-nos a letra d.
e) Errada. O Ato Adicional, apesar de prever maior autonomia para as províncias, não teve
efeito, pois o governo regencial indicava os governantes das províncias, contrariando todas as
oligarquias do Pará.
Letra d.

033. (UF-AM/PSM/2002) A primeira Constituição brasileira estabeleceu que as divisões po-


lítico-administravas do Império seriam a mesmas existentes antes da emancipação política.
Podemos afirmar que, no Amazonas, este critério de divisão:
a) Foi aplicado, sendo então criada a Cidade da Barra do Rio Negro.
b) Não foi aplicado, sendo então criada a Capitania de S. José do Rio Negro.
c) Foi aplicado, sendo então criada a Província do Amazonas.
d) Não foi aplicado, sendo então criada a Comarca do Alto Amazonas.
e) Foi aplicado, sendo então criada a Comarca do Rio Negro.

Antes da emancipação política do Império Brasileiro, como vimos, o Rio Negro era uma pro-
víncia desde 1821. Portanto, como foi rebaixada à condição de Comarca do Rio Negro (1825),
não obedeceu ao dispositivo constitucional que pretendia a manutenção das divisões político-
-administrativas anteriores à Independência. Como não existe alternativa afirmando “Não foi
aplicado, sendo então criada a Comarca do Rio Negro”, resta-nos a Criação da Comarca do Alto
Amazonas em 1832, evolução política sequencial da região.
Letra d.

034. Com o nascimento do império brasileiro em 1822, o Amazonas pretendia emancipar-se


politicamente, contudo, ficou responsável pela gestão política do Amazonas:
a) Governadores da Capitania de São José do Rio Negro.
b) Juntas Governativas.
c) Presidente da Província do Amazonas.
d) Governador do Estado do Amazonas.
e) Governador da região do Alto rio Negro.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 67 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

As juntas provisórias de governo, também chamadas de juntas do governo provisório, foram


criadas a partir de 1821, em substituição aos capitães e governadores das capitanias, tendo
como competência toda a autoridade e jurisdição nos âmbitos civil, econômico, administrativo
e de polícia
Letra b.

035. (FADESP/PREFEITURA DE MARABÁ – PA/PROFESSOR LICENCIADO EM HISTÓ-


RIA/2019) Observe a fotografia que segue e responda à questão proposta.

(Museu do Seringal de Valparaíso no Estado do Amazonas. Retirado do site do próprio Museu. http://museudo-
seringalam.blogspot.com/2012/10/museu-do-seringal-vila-paraiso.html. Acesso em: 28 nov. 2018)

O Museu do Seringal objetiva recuperar a memória de uma temporalidade em que o trabalho


na coleta e formação do látex em balata foi muito importante na Amazônia. O museu nasceu
como cenário do filme “A Selva”, dirigido por Leonel Vieira. Após o fim das filmagens, se tornou
um museu, no qual mostra como era a vida tanto dos seringueiros quanto dos Barões, nos
fazendo perceber o contraste de suas vidas. Ele foi dividido em 13 partes, a saber, “A extração
do látex, Armazenamento da borracha, Defumação da borracha, Capela, Cemitério, Barracão
de aviamento, Casa do Barão, Relógio da casa do Barão, Baú da casa do Barão, Casa de ba-
nho, Casa do Capataz, Tapiri dos seringueiros e Casa de Farinha”. Estes espaços da memória
do seringal nasceram daqueles vinculados ao processo de trabalho no seringal, tais como os
espaços de
a) Armazenamento da borracha, Defumação da borracha, Barracão de aviamento e o Tapiri dos
seringueiros.
b) Armazenamento da borracha, Defumação da borracha, Casa do Capataz e o Cemitério.
c) Armazenamento da borracha, Barracão de aviamento, Casa de Farinha e Capela.
d) Armazenamento da borracha, Defumação da borracha, Casa do Barão, Baú da casa do Ba-
rão e Relógio da casa do Barão.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 68 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

Essa é pra gabaritar. Você não precisa saber toda a estrutura do seringal para identificar, nas
13 partes listadas no texto, àquelas relacionadas a atividade gumífera.
Letra a.

036. (UF-AM/PSC) O processo de criação da Província do Amazonas é peculiar. Após ser apro-
vado pela Câmara dos Deputados (1843), o projeto passou sete anos para ser apreciado pelo
Senado. Então, em julho de 1850 entrou em pauta, foi aprovado em agosto e sancionado pelo
Imperador no mês seguinte. O que aconteceu, nesse momento, que justificaria tal celeridade
para aprovação de um projeto que já estava há tanto tempo em tramitação?
a) As pressões internacionais para a abertura do rio Amazonas à navegação que recrudesce-
ram nesse momento, fazendo com que o Império se visse premido a adotar medidas estratégi-
cas para garantir suas prerrogativas na região.
b) A força da pressão do movimento autonomista no Amazonas que ganhou a adesão de im-
portantes políticos paraenses como João Batista Tenreiro Aranha.
c) Uma vigorosa reação do Império brasileiro às manobras internacionais dos EUA na tentativa
de criar um território destinado aos ex-escravos, libertos a partir da Guerra de Secessão.
d) O avançado estado das negociações do governo brasileiro com a Argentina, Paraguai, Co-
lômbia e Peru, para construção de uma rede comercial que se estenderia da região do rio da
Prata até o Oceano Pacífico.
e) Uma manobra – fracassada – dos políticos paraenses no sentido de abortar definitivamente
o projeto de separação do Amazonas do Pará.

Pressionado pelos interesses internacionais na navegação do Rio Amazonas, o Império estra-


tegicamente elevou a Comarca do Alto Amazonas à condição de província, de modo a instalar
uma organização político administrativa na região.
Letra a.

037. (UF-AM/PSC/2004) Com relação à escravidão negra africana na Amazônia, podemos


afirmar corretamente que:
a) O fraco desenvolvimento da escravidão negra na Amazônia deveu-se, dentre outros motivos,
à insuficiência de capital para adquirir esta mão de obra e à relativa abundância de índios.
b) Os primeiros escravos negros foram introduzidos na Capitania do Rio Negro no período
pré-pombalino, por ação da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão, em razão do êxito da
economia de plantation.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 69 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

c) Em 24 de maio de 1884, Teodoreto Souto libertou os escravos amazonenses em cumpri-


mento ao decreto-lei aprovado pela Assembleia Legislativa Provincial, que abolia oficialmente
a escravidão negra na Província do Amazonas.
d) O fenômeno da depopulação indígena e o caráter extrativista da economia amazônica oca-
sionaram a larga superação quantitativa da mão-de-obra negra, em relação à índia, circunscrita
ao século XVII.
e) Na luta abolicionista, a Sociedade Emancipadora Amazonense foi opositora da prática de
manumissão por indenização, por considerá-la inócua ao objetivo de libertação negra.

O deslocamento para o transporte de escravos de origem africana até a região amazônica se


revelou muito caro, daí a opção pela escravização de indígenas, apesar de legislações que
proibiam essa prática.
Letra a.

038. (UF-AM/PSC/2008) Durante o período de maior expressão da economia gomífera na


Amazônia, uma das fontes de constante insatisfação popular na cidade de Manaus foi:
a) As disputas entre anarquistas e socialistas pela hegemonia do movimento operário local.
b) A alta do preço da borracha no mercado mundial.
c) O recrutamento de seringueiros para a batalha da borracha
d) O endividamento causado pelo sistema de barracão
e) A carestia provocada pelo controle monopolista dos serviços públicos.

Durante o ciclo da borracha, os serviços públicos eram monopolizados pelas firmas de avia-
mento, provocando miséria na cidade.
Letra e.

039. (UF-AM/PSC/2009) A introdução de escravos africanos na Amazônia é uma ação que


se iniciou ainda no século XVII, mas que só se consolidaria na segunda metade do século
XVIII e, durante todo esse tempo, conviveu com formas de exploração compulsória do traba-
lho indígena.
Sobre esta questão, podemos afirmar que:
a) A escravidão indígena foi comum em áreas como São Paulo e a Bahia, mas, na Amazônia,
ela foi ainda mais duradoura e estendeu-se até o século XVIII.
b) Nos séculos XVIII e XIX, a presença africana era pouco significativa em toda a região amazô-
nica e, por essa razão, não há notícias de revoltas escravas – a não ser aquelas que ocorriam
nos navios – e nem da existência de quilombos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 70 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

c) A abundância de escravos indígenas na Amazônia e seu alto conhecimento do meio ambien-


te desestimulava a aquisição de africanos que tinham maiores dificuldades de adaptação aos
sistemas de trabalho na região.
d) A maior dificuldade para manutenção da oferta de escravos africanos para a Amazônia era o
intenso contrabando nas fronteiras e o desvio irregular dos carregamentos para o Mato Grosso.
e) No início do século XIX, boa parte das tropas coloniais que ocuparam a Guiana Francesa
era composta por soldados de origem africana que acabaram desertando em massa após
a ocupação.

Isso ocorreu principalmente pelo alto preço da mão de obra escrava de origem africana e pela
abundância de mão de obra indígena.
Letra a.

040. (UFAC/2006) Assinale a alternativa que representa os elementos que foram indispensá-
veis à produção de borracha em larga escala, durante o primeiro surto da borracha na Ama-
zônia/Acre:
a) Reforma agrária; inovação técnica no corte da seringueira; e abertura de ferrovias.
b) Uma larga oferta de capitais; a incorporação de novas áreas produtoras às já existentes; e
um acréscimo de mão-de-obra ao processo produtivo.
c) Plantio racional de seringueiras; abertura de ferrovias; e melhor qualificação da mão-de-obra.
d) Uma larga oferta de capitais; plantio racional de seringueiras; e abertura de rodovias.
e) Inovação técnica no corte da seringueira; abertura de rodovias; e seringais de cultivo.

Os capitais chegaram à Amazônia através das firmas de exportação e das casas aviadoras,
agregando novas áreas para produção da borracha e a chegada de migrantes nordestinos a
serem utilizados como mão de obra.
Letra b.

041. (UEA/2006) Assinale a afirmativa errada a respeito da ascensão e do declínio da econo-


mia da borracha amazônica.
a) A seca nordestina foi o fator de repulsão que possibilitou a migração de mão-de-obra para a
extração da borracha, desde a década de 1870.
b) A decadência da economia da borracha deveu-se à ostentação dos enriquecidos seringa-
listas e ao domínio dos capitais imperialistas sobre as plantações amazônicas no início do
século XX.
c) O motor de explosão, demandando mangueiras e juntas de vedação resistentes a variações
de temperatura, e a invenção do pneumático estimularam a economia seringueira.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 71 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

d) As relações de produção implicavam o endividamento do seringueiro com o dono do serin-


gal e dele com a casa de aviamento, que devia ao exportador.
e) O baixo padrão tecnológico do extrativismo demandava uma oferta de mão-de-obra muito
vultosa, que a demografia da Região Amazônica não se achava em condições de atender.

Lembre-se de que o sistema de aviamento acabava criando uma rede de endividamento.


Letra b.

042. (MOVENS/PM-PA/SOLDADO/MASCULINO E FEMININO/CFSD 2008/2009) A Cabana-


gem foi uma importante revolta provincial ocorrida durante o período regencial, entre os anos
de 1835 e 1840. A respeito dessa revolta, assinale a opção correta.
a) A revolta ocorreu devido à crise na produção alimentos, fato que levou enorme fome à Pro-
víncia do Pará.
b) A disputa entre as elites políticas da Província do Pará abriu espaço para que as camadas
excluídas da sociedade se revoltassem e atacassem estrangeiros, legalistas e maçons.
c) A Cabanagem surgiu no Pará após a derrota dos Cabanos em Pernambuco.
d) A Cabanagem constituiu-se em uma revolta de escravos contra os maus-tratos sofridos, e
os inúmeros quilombos surgidos no interior da província serviram de apoio a eles.

As disputas entre as oligarquias conservadora e liberal permitiu que as camadas populares


demonstrassem sua insatisfação pegando em armas.
Letra b.

043. (UEA/2002) Examinando-se o movimento no que ele expressa como explosão de multi-
dões mestiças e indígenas da Província, contra avida e a propriedade dos que desfrutavam de
poder político-econômico e projeção social, compreende-se que a Cabanagem não pode ser
inscrita na história nacional como um episódio a mais de aspiração meramente política.” (A. C.
F. Reis) Assinale a alternativa que melhor caracteriza a Cabanagem.
a) participação intensa das massas de origem indígena na Cabanagem do Pará deveu-se à
inexistência de agricultura de exportação na região e à ausência completa de negros.
b) A Cabanagem era um risco maior para os imperialismos do que para a unidade política
pretendida pelo Império brasileiro, como atestam as seguidas intervenções americanas e bri-
tânicas no Grão-Pará.
c) A Cabanagem não pode ser inscrita na história nacional como um episódio político, pois,
por se tratar de uma sublevação generalizada no Pará, foi um fato militar e, no máximo, social.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 72 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

d) A Cabanagem começou como um conflito entre setores oligárquicos do Pará durante a


Regência, mas, pelas condições socioeconômicas da região Norte e devido à participação po-
pular intensa, converteu-se em autêntica rebelião social.
e) O desfecho da Cabanagem, com perseguição feroz e massacre dos cabanos, deveu-se mais
à excitação e ao ódio dos mercenários estrangeiros do que ao ódio de classe das elites brasi-
leiras contra os pobres e não-brancos derrotados

Um conflito que começou com as disputas entre as elites oligárquicas locais tomou grande
proporção com a participação das camadas populares marginalizadas.
Letra d.

044. O ciclo da borracha foi um importante momento da história econômica e social do Brasil.
Esse período está relacionado com a extração e a comercialização da borracha. […] Seu marco
ocorreu na região amazônica, proporcionando a expansão da colonização. Tal fato acarretou
grandes transformações socioculturais, formando vilas e povoados, na beira de rios, que de-
pois se transformaram em cidades. Manaus, Porto Velho e Belém, entre outras, foram algumas
das cidades que enriqueceram expressivamente durante o breve ciclo.
(D’AGOSTINI, S. et al. Ciclo econômico da borracha: seringueira. Páginas do Inst. Biol., São Paulo, v. 9, n. 1, p.
6–14, jan./jun. 2013)

Esse ciclo econômico provocou


a) o estabelecimento de uma política de ocupação territorial para a Amazônia baseada na pre-
ocupação com o meio ambiente.
b) o aumento da demanda brasileira por equipamentos industriais necessários à extra-
ção do látex.
c) a reordenação do espaço amazônico, que passou a ter sua economia voltada para o merca-
do interno.
d) a inserção do Brasil no mercado mundial de borracha, dominado até então pelos ingleses.
e) a “Questão do Acre”, resolvida com a assinatura do tratado de Petrópolis.

Ainda não estudamos a questão acreana, tema da nossa próxima aula de acordo com o edital.
Contudo, essa questão nos serve para analisar as afirmativas erradas:
a) Errada. Não havia nenhuma preocupação com o meio ambiente naquele momento.
b) Errada. A extração do látex exigia mão de obra e não equipamentos industriais.
c) Errada. A economia amazônica era voltada para a exportação de borracha para o merca-
do externo.
d) Errada. O Brasil dominou o mercado de borracha até que a Inglaterra contrabandeou mudas
de seringueira para suas colônias na Ásia.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 73 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

Letra e.

045. (FGV/SEDUC-AM/PROFESSOR DE HISTÓRIA/20H E 40H/2014) Leia o trecho de notícia


a seguir, a respeito da produção de látex no Mato Grosso.
“Os produtores de borracha do Mato Grosso estão preocupados com a queda do preço neste
mercado. O resultado direto disso é a diminuição da mão de obra no campo. A baixa nos pre-
ços acontece por causa do aumento da produção de látex nos países do Sudeste Asiático. (…)
Na safra passada, em média, o quilo de borracha era vendido a R$ 3,20. Já nesta safra, o valor
do quilo não passou de R$ 2. (…)”
(Produtores de borracha do MT estão preocupados com a queda do preço. Globo Rural, 6 jul. 2014.)

Durante a Primeira República (1889-1930) brasileira, um “surto da borracha” foi afetado tam-
bém pela concorrência da produção de látex em países do Sudeste Asiático que, à época,
eram colônias de potências europeias. A região brasileira cuja economia foi mais abalada pela
queda de preços da borracha no mercado internacional, durante as primeiras décadas do sé-
culo XX, foi a
a) mato-grossense.
b) fluminense.
c) nordestina.
d) amazônica.
e) gaúcha.

Essa é pra gabaritar. Ora, se a base da economia da região amazônica era a extração do látex
para a produção de borracha, por óbvio, com o aumento da concorrência e, por conseguinte, a
queda dos preços, a região acabou sendo a mais abalada do país.
Letra d.

046. (CESPE-CEBRASPE/SEDUC-AM/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2011) Considerando que


a inserção do Brasil na história mundial se deu a partir do processo de expansão comercial e
marítima europeia do início da Idade Moderna e que a sua colonização se fez subordinada aos
interesses da política econômica mercantilista conduzida por um Estado absolutista, julgue os
itens seguintes.
Das revoltas que explodiram no Brasil durante o período regencial, apenas uma — a Cabana-
gem — não teve motivação de ordem social, visto que foi conduzida pela elite paraense.

A Cabanagem teve como principal motivação as questões sociais: uma massa de pessoas
marginalizadas, miseráveis, partiu para o confronto armado.
Errado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 74 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

047. (CESPE-CEBRASPE/SEDUC-AM/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2011) Julgue os itens se-


guintes, referentes a acontecimentos históricos do Amazonas.
Com a Cabanagem (1835-1840), o Amazonas rompeu com o governo imperial e tornou-se
uma província autônoma em 1850, separando-se definitivamente do Pará e tornando-se Ma-
naus, em 1856.

Várias informações erradas numa mesma afirmativa: a Comarca do Alto Amazonas recebeu
uma espécie de compensação por não ter apoiado a Cabanagem, sendo elevada a Província
em 1950. Agora, a última afirmativa “dói” nos olhos ao ler. O Amazonas não foi transformado
em Manaus!
Errado.

048. (CESPE-CEBRASPE/SEDUC-AM/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2011) Julgue os itens se-


guintes, referentes a acontecimentos históricos do Amazonas.
A relativa ocupação do Amazonas deveu-se, em boa medida, à emigração dos nordestinos,
que, em decorrência da economia da borracha, mudou o perfil ocupacional da região.

Os nordestinos foram os principais migrantes para a região amazônica para o trabalho


no seringal.
Certo.

049. (ACESSO/SEDUC-AM/PROFESSOR INDÍGENA/20 HORAS/HISTÓRIA/2018) A imagem


abaixo é uma fotografia de uma seringueira. Seringueira é o nome popular dado à planta do
gênero Hevea, família Euphorbiaceae. Natural da região amazônica, a sua variedade Hevea
Brasiliensis é a mais importante dentre as onze espécies do gênero e também a de maior capa-
cidade produtiva, destacando-se por produzir látex de melhor qualidade e com um teor propício
para a fabricação da borracha. Na virada do século XIX para o século XX, a seringueira foi a
árvore de maior importância na floresta amazônica, uma vez que esse período representou o
auge do ciclo da borracha. Baseando-se nos seus conhecimentos sobre o ciclo da borracha e
do extrativismo vegetal amazônico, avalie as proposições abaixo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 75 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

I – Antes do ciclo da borracha, a economia da bacia amazônica no século XIX era baseada
na extração dos recursos naturais da floresta. Desses produtos extrativos, o guaraná
era o mais importante.
II – A borracha se tornou nos fins do século XIX e no começo do XX a matéria-prima mais
procurada no mercado mundial. Essa procura decorreu da rápida ascensão da indústria
automobilística, que necessitava da borracha para a fabricação dos pneus de seus ve-
ículos.
III – Com o crescimento da exploração da borracha, ocorreu um grande fluxo migratório da
região nordeste para a região norte do país.
IV – A economia da borracha demonstrou ser suficientemente sólida para prolongar-se num
processo de industrialização, alcançando altos índices de exportação durante o século
XX.

É correto o que se afirma em.


a) II, III e IV.
b) II e III.
c) II e IV.
d) I e II.
e) I, II e III.

I – Errado. Os principais produtos da região, antes do ciclo da borracha, foram o cacau e o al-
godão, entre outros produtos do extrativismo.
II – Certo.
III – Certo.
IV – Errado. O ciclo da borracha não provocou a industrialização da região, já que visava o mer-
cado externo. Ademais, entrou em crise ao longo do século XX.
Letra b.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 76 de 78
HISTÓRIA DO AMAZONAS
História do Amazonas: Império
Daniel Vasconcellos

050. (ISAE/PM-AM/SOLDADO/2011) “Os trabalhadores rurais, formalmente livres, endividam-


-se junto ao proprietário que fornece os instrumentos de trabalho, vestimenta e alimentos para
as semanas iniciais, debitando o custo na conta de quem trabalha. Como os ganhos jamais
permitem a quitação da dívida, o resultado é o trabalho compulsório.”
A modalidade de trabalho apresentada no trecho acima é denominada sistema:
a) escravista;
b) de barracão
c) de arrendamento
d) de meiação

O sistema de barracão ocorria nos seringais. Trata-se de uma forma de exploração do trabalho
típica do sistema de aviamento.
Letra b.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 77 de 78
Daniel Vasconcellos
Daniel Vasconcellos é pós-graduado em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Darwin (2013).
Graduado em História pelo Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM (2003). Possui mais de 15
anos de experiência em docência nas áreas de História, Filosofia, Sociologia, Geografia e Metodologia
Científica, no Ensino Médio, Superior e em preparatório para vestibulares e concursos. Atua como professor
concursado da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Milena Ferreira - 03405341256, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

Você também pode gostar