Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Dom Pedro II (ou Pedro II do Brasil) foi o segundo e último Imperador do Brasil,
ele nasceu no Paço de São Cristóvão, na Quinta de Boa vista, no Rio de Janeiro.
Eram duas e meia da madrugada de 2 de dezembro de 1825. Pedro nasceu com
47 centímetros sendo o 7º filho do Imperador Pedro I e da Imperatriz Leopoldina
o casal imperial que ocupava o trono desde a independência. Os dois primeiros
que foram: Miguel e João Carlos morreram ainda recém-nascidos. O boletim
oficial do médico da corte diz: “Sua Majestade, a imperatriz, deu à luz a um
príncipe, com a maior felicidade possível”. (Olivieri, s.n., pág. 5). Era difícil
crer, pois um parto complicado com cerca de 5 horas pudesse ter dado certo.
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO
Além disso, seus dias também eram marcados pela imensa pressão diária,
afinal, ele deveria ser instruído para liderar um gigante império. Mais do que isso:
precisaria transpassar as dificuldades do pai, sendo conciliador, bom
administrador e articulador político, diante das contradições do império brasileiro,
marcado pela escravidão e o isolamento.
Desde criança, foi levado a acordar diariamente às 6h30, para iniciar seus
estudos às 7, com poucos intervalos. A jornada durava até às 22h, quando
jantava e ia para a cama. D. Pedro ainda teve a ajuda de personagens notáveis
durante sua criação, como D. Mariana Carlota de Verna, principal aia e
professora, que ensinou ao lado do padre Antônio de Arrábida, antigo tutor
de Pedro I, e do frei Pedro Mariana, que o lecionou línguas, matemática e
religião. Seu último responsável foi um homem de nome Rafael, no entanto,
pouco se sabe sobre sua vida. No entanto, afirma-se que se trata de um homem
negro e veterano da Guerra da Cisplatina. Era tratado com carinho por Mariana
carlota e Rafael, que costumava carregá-lo em seus ombros e permitia que o
monarca se escondesse em seus aposentos para fugir dos estudos, para a
educação do futuro imperador foram destacados mestres ilustres de seu tempo.
D. Pedro estudou vários idiomas, literatura, geografia, ciências naturais, pintura,
piano e música e equitação, aprendendo desde cedo, ele desenvolveu grande
inteligência e foi versado nas mais diversas áreas. Forçou-se a desenvolver uma
personalidade distante do boêmio pai, o fazendo ser empático e disciplinado,
além de alfabetizado em latim, francês, inglês, italiano, espanhol, grego, árabe,
hebraico, occitano e tupi. Ainda entendia de engenharia, astronomia,
matemática, esgrima, biologia e diversas outras áreas (LYRA, 1977).
Pronto ou não para governar, o Imperador teve sua maioridade antecipada nos
seus quatorze anos; na sua formação política de D. Pedro II, que se iniciou em
uma certa idade, além dos tutores, tomaram parte outras pessoas do ambiente
doméstico e político que o cercava com certa influência e participação na
condução de seu governo. A possível visão de um imperador marionete, deu-se
um lugar a um personagem de personalidade gigante:
O poder entregue em suas mãos, ainda inexperientes, impôs-lhe a missão de
governar, fato que o fez se recolher cada vez mais em sua intimidade. Esse
recolhimento foi visto como desinteresse pela tarefa de governar e tornou-se
tema das críticas mais levadas à imprensa da época.
Contudo o Imperador foi perseverante no trabalho e nos estudos, sendo estes
últimos os que despertavam seu interesse mais genuíno, e sua atitude, que era
reservada nas atividades políticas, tornava-o louco, quando falava de artes,
ciências e, principalmente, literatura. Como era um entusiasta da linguagem, D.
Pedro II fazia uso de seu conhecimento das línguas sempre que podia.
A questão da formação cultural introduz a importância e contribuição das
traduções literárias que assumem um papel para a formação de uma nova
literatura, por possibilitarem novos modelos textuais ou mesmo matrizes para o
desenvolvimento de uma história cultural nacional (1978)..
É notório o amor do imperador D. Pedro II pela ciência e pela literatura a criação
de uma identidade nacional começou com uma necessidade inata de se
expressar sua posição política pessoal, representada pelo imperador, é
enfatizada por meio de seus escritos, seu papel governante provou ser vantajoso
para sua causa. Ele adorava aprender idiomas e as artes, especialmente a
literatura. O Imperador incentivou ações intelectuais, acolhidas em um centro de
estudos e debates, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no Rio de
Janeiro, que, seguindo os moldes franceses, foi criado com o objetivo de
construir uma nova nação.
D. Pedro II empenhou-se também no conhecimento da língua indígena, tanto o
tupi como o guarani, o que lhe rendeu o sucesso em conflitos territoriais. Tal fato
o valorizou nos círculos do movimento literário e incentivou as pesquisas
etnográficas, linguísticas e naturalistas como resgate de elementos de uma
cultura nacionalista. Provavelmente esses eventos influenciaram a projeção
internacional do Imperador, e, especialmente nos meios literários, foi de grande
importância sua habilidade com as línguas estrangeiras. Por volta de 1850, e
com menos de trinta anos, D. Pedro II descreve em seu Diário, em registro de
Lyra (1977), suas aptidões com as letras e as ciências e, também, seus primeiros
contatos com homens do pensamento, que eram considerados espíritos
iluminados, a satisfazer suas curiosidades crescentes na busca do
conhecimento.
A escolha dos textos para tradução não segue um critério único: há textos
poéticos, em prosa, músicas, peças de teatro e textos religiosos, em línguas
antigas e modernas.