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D. Pedro II, imperador do Brasil de 1841 a 1889, era conhecido por sua vasta cultura e
ampla gama de interesses, dominando diversos idiomas inclusive o hebraico.
Segundo o semanário HaMaguid (O Anunciador), o primeiro a ser editado na Europa na
língua hebraica, “as línguas européias D. Pedro falava e escrevia com desenvoltura, e
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No livro que publicou com estas traduções (5), aduziu D. Pedro na introdução a história
destas canções e seu valor literário, para que seus leitores pudessem captar a
luminosidade oculta nos tesouros da literatura hebraica.
No prefácio deste livro, declarou o monarca brasileiro seu amor pela língua hebraica e
descreveu as sucessivas etapas de seu estudo, mencionando com reverência os nomes de
seus professores de hebraico, como citamos anteriormente.
Nos anos 70 e 80 do século XIX, ainda imperador do Brasil, D. Pedro viajou diversas
vezes para a América do Norte e Europa.
Nessas viagens ele ampliou seu conhecimento de línguas antigas (sânscrito, grego e
hebraico), como menciona edição de HaMaguid de 1887:
“D. Pedro II, imperador do Brasil, é pessoa culta e estudada. Em suas horas livres
ocupa-se do estudo do sânscrito, do grego, do hebraico e suas literaturas. Para este fim,
ele leva consigo em suas viagens ao exterior muitos livros raros, escritos nessas línguas,
despendendo horas em sua leitura”.
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Em suas viagens costumava D. Pedro encontrar-se com intelectuais judeus de sua época,
como Adolf Frank (1809-1893), primeiro professor judeu na Sorbonne, Israel Michel
Rabinowitz (1818-1893), que traduziu parte do Talmud para o francês, Julius Opert
(1825-1905), assiriologista muito conhecido na época, A.A.Neubauer (1831-1907),
pesquisador de manuscritos hebraicos e diretor da biblioteca da Universidade de Oxford
nos anos 1873-1900 e Moïse Schwab (1839-1918), diretor da Bibliothèque Nationale de
Paris e tradutor do Talmud de Jerusalém para o francês.
Quando de seu exílio em Paris (1889-1891), manteve D. Pedro laços de amizade com
intelectuais e escritores hebraístas e judeus.
Não é de surpreender que nessa época a visão aguçada de Ephraim Deynard (1846-
1936), bibliógrafo e comerciante de manuscritos hebraicos, tenha atraído o mui-
ilustrado imperador no exílio para oferecer-lhe manuscritos e livros hebraicos antigos.
Foi divulgada carta de Deynard a D. Pedro, na qual destaca o conhecimento da língua
hebraica pelo imperador, o que o eternizaria:
“Desta forma Sua Majestade destacou-se e gravou seu nome, em letras luminosas, na
história e no coração do povo do Deus de Abraão”.
E assim cumprimentou Deynard o imperador, em seu nome e em nome do povo de
Israel:
“Esta saudação é-lhe dirigida por dezenas de milhares de filhos de Israel, pela grande
honra que Sua Majestade conferiu a este povo antigo por ter estudado sua língua”.
Temos testemunhos de que D. Pedro costumava rezar em sinagogas, com o livro próprio
de orações em hebraico.
Seguindo as instruções contidas no livro, certa vez na sinagoga de Bruxelas, soube
quando levantar-se e o que dizer, acompanhando atentamente a liturgia.
Segundo outras fontes, cumpriu sim D. Pedro o ritual da “subida” à Torá, dizendo as
respectivas bênçãos em hebraico e até mesmo traduzindo os versículos que havia lido.
Assim ocorreu em sua visita a Londres em 1871, na grande sinagoga da Great Portland
Street, e também na sinagoga de Bruxelas.
Nesta última, diante do espanto geral dos circunstantes, declarou D. Pedro:
“Levarei comigo, em meu coração, o selo da Torá de Moisés, e suas palavras pairarão
para sempre diante de meus olhos”.
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Em dezembro de 1876 visitou D. Pedro a Terra Santa, tendo participado com os judeus
de Jerusalém das orações de sexta-feira à noite, junto ao Muro das Lamentações.
Foi provavelmente nesta viagem que adquiriu o imperador os rolos da Torá,
recentemente redescobertos no Museu Nacional no Rio de Janeiro. (7)
O texto acima foi extraído do livro “O Hebraico Vivo Através das Gerações”, publicado
em Israel em 1992.
Devidamente atualizado, foi transmitido como palestra pelo próprio autor na rádio
israelense Kol Israel em dez/1998.
Read more: Coisas Judaicas דברים יהודיים: D. Pedro II Falava Fluentemente Hebraico
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hebraico.html#ixzz2YATqeviF
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