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POLÍTICAS LINGUÍSTICAS PARA O ENSINO DE PORTUGUÊS LÍNGUA

ESTRANGEIRA EM PAÍSES DO MERCOSUL

Pedro Ivo SILVA


Universidade Estadual de Goiás (UEG)
Orientador: Prof. Dr. Raimundo Márcio Mota de Castro
pi.silva@gmail.com

No âmbito cultural, cada vez mais a integração regional do Mercosul por meio de intercâmbio de
produtos culturais, como livros, músicas, filmes, seguindo o Protocolo de Integração Cultural do
Mercosul (1997) – apesar de críticas acerca da concepção conservadora e institucional de cultura
dada pelo documento (ALVAREZ e REIS, 1997) – conduz à difusão linguística do espanhol no
Brasil e da língua portuguesa nos países de língua espanhola signatários do bloco. Apesar dessa
difusão crescente, a situação de ensino do português como língua estrangeira nos sistemas de ensino
e sua implementação na formação de professores ainda parece não ter um lugar oficial nos países
vizinhos ao Brasil (MASELLO, 2009). Nesse sentido, o questionamento aqui proposto busca
refletir sobre qual o lugar político de ensino de português língua estrangeira dentre os países
signatários do Mercosul. Para essa reflexão, a presente pesquisa propõe-se à análise de seus
pressupostos dentro dos estudos de natureza qualitativa (ANDRÉ, 1995; MOREIRA, 2004; FLICK,
2009). Inicialmente, busco os fundamentos teóricos e exemplificações sobre como planejamento
linguístico e políticas são conduzidos em diferentes contextos (CALVET 1996, 2002;
ARNOUX,1999; MARTEL, 2002). Na sequência, por meio da técnica de ‘análise documental’
(TRIVIÑOS, 1987; SAVIANI, 1987; MARCONI e LAKATOS, 2008), pretendo discorrer acerca
do tratamento político dado à língua portuguesa nos órgãos oficiais do Mercosul, com base nos
documentos oficiais do bloco, tendo como foco Argentina, Paraguai e Uruguai, países de contexto
histórico-político mais próximo ao Brasil (VARELA, 2006), o que conduzirá à discussão sobre a
difusão da língua portuguesa pelas decisões do bloco e pelos Centros de Estudos Brasileiros – CEBs
presentes nesses países. Conclui-se que as políticas são tímidas em relação à estrutura institucional
do Mercosul ligadas à promoção da língua portuguesa, assim como no âmbito educacional, pois
ainda faltam atitudes concretas administrativas propostas pelo bloco para os ministérios da
educação dos países envolvidos, no sentido de não só estabelecerem metas, objetivos e prazos para
a inclusão da língua nos currículos escolares, mas também para a formação de professores nos
modelos que universidades federais brasileiras já possuem para cursos de licenciatura em Letras -
Espanhol.

Palavras-chave: Políticas linguísticas; Mercosul; Português língua estrangeira.

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