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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL – ESS


CURSO: SERVIÇO SOCIAL 2023/2
DISCIPLINA: SSN00299 INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS FILOSÓFICOS
DOCENTE: THAIS GOMES DA SILVA
DISCENTE: KARYNE CARIA

ESTUDO DIRIGIDO

1- COMO VOCÊ DEFINIRIA RESPOSTA (S) RELEVANTE (S) PARA A


PERGUNTA “PARA QUE FILOSOFIA”?

RESPOSTA:
Como diz o ditado: “A filosofia é uma ciência e o mundo permanece o mesmo
com ou sem ela”. Em outras palavras, não serve para nada. “Para quê? ”
Demonstra a tendência de ver o conhecimento instrumentalmente como um
meio e não como um fim, e, uma vez que não podemos ver a
instrumentalidade da filosofia, declara-a inútil. Alguém certa vez perguntou a
um filósofo: Para que filosofia? Ele respondeu: Para que não concordemos
sem maiores considerações. Por outras palavras, a atitude filosófica começa
quando desconfiamos da verdade ou do valor das nossas crenças
quotidianas, uma desconfiança que surge pela primeira vez nos momentos
em que as nossas crenças, as nossas ideias, os nossos valores parecem
contradizer-se. A filosofia é a interrogação do significado e do valor do
conhecimento e da ação, a atitude crítica em relação às coisas que nos são
diretamente dadas na vida cotidiana e a ação de pensar sobre o próprio
trabalho ideológico e compreender o conhecimento.

2- O QUE É, PARA A PERSPECTIVA GREGA ORIGINADA EM PLATÃO E,


SÉCULOS DEPOIS, PARA A PERSPECTIVA CRÍTICA, A “ATITUDE
FILOSÓFICA”? E A “REFLEXÃO FILÓSFICA” COMO UM MOMENTO QUE
SE ENCADEIA À “ATITUDE”, MAS É POSTERIOR?

RESPOSTA:
O conceito de atitude filosófica significa, antes de tudo, romper com o bom
senso e olhar com espanto para as coisas mais triviais do nosso dia a dia. A
problematização da realidade é o ponto central e motor da filosofia. A atitude
filosófica começa com a negação da universalidade e da dúvida. Dizer “não”
aos hábitos e costumes, e só depois de passar pelo crivo da razão se poderá
afirmar ou concordar com algo. Negar a certeza do bom senso é o primeiro
passo na abordagem da filosofia. Negar é questionar, prever outra
possibilidade. O espírito crítico é a base da atitude filosófica. A incerteza
constante acompanha aqueles que seguem o caminho do conhecimento e
são chamados de filósofos. Os filósofos críticos acreditam que a filosofia deve
nos levar a uma compreensão mais profunda da realidade, fazendo-nos
questionar tudo, inclusive nossas crenças. Uma atitude filosófica significa um
compromisso com a busca da verdade, uma reflexão crítica sobre conceitos
fundamentais e uma vontade de questionar e testar os pressupostos por trás
das nossas crenças e ideias. A reflexão filosófica é uma atividade importante
na vida humana. Ajuda-nos a compreender o mundo que nos rodeia e a tratá-
lo de forma crítica.

3- NA BUSCA POR SE CONSTRUIR UMA DFINIÇÃO MAIS GERAL SOBRE O


QUE É FILOSOFIA, CHAUÍ (2000) ELENCA AO MENOS QUATRO
CONCEPÇÕES MAIS GERAIS – PROCURE RECUPERÁ-LAS E PERCEBER
AS DIFERENÇAS, LIMITES E ORIGENS DAS MESMAS.

RESPOSTA:
Existem distinções importantes entre os quatro conceitos filosóficos propostos por
Chaui. As diferenças entre esses conceitos muitas vezes refletem diferentes
tradições filosóficas, enraizadas em pensadores como Aristóteles, Kant e Nietzsche.
Os limites específicos e as origens destes conceitos podem ser melhor
compreendidos através de uma análise detalhada das obras de filósofos específicos
e das tradições filosóficas em que existem. O primeiro conceito, “A filosofia é o
amor à sabedoria”, é mais amplo e universal do que os outros conceitos. Não
há prescrição sobre o que é a sabedoria ou como buscá-la. O segundo
conceito, “filosofia como reflexão crítica”, é mais específico que o
primeiro. Enfatiza a natureza crítica da filosofia, que deveria nos levar a
questionar tudo, inclusive nossas próprias crenças. O terceiro conceito,
“filosofia como ciência total”, é mais abrangente que os dois primeiros. A
filosofia deve preocupar-se com todos os aspectos da realidade, desde o
mundo natural ao mundo social e cultural. O quarto conceito, “filosofia
como linguagem”, é mais específico que o terceiro e enfatiza o papel da
linguagem na compreensão do mundo. Todos os conceitos de filosofia
propostos por Chauí apresentam limitações, por exemplo o primeiro
conceito “A filosofia é o amor à sabedoria” é impreciso e não fornece uma
definição clara do que é a sabedoria. O segundo conceito, “filosofia como
reflexão crítica”, pode ser exagerado e considerado negativo, e pode levar
a ver a filosofia como uma atividade puramente crítica que não produz
nada de positivo. A terceira ideia, “a filosofia como ciência da totalidade”,
pode ser demasiado ambiciosa, mas é necessariamente difícil de
implementar na prática, porque a totalidade da realidade é um objeto
muito complexo. O quarto conceito, “filosofia como linguagem”, pode ser
demasiado restritivo, pois pode levar a ver a filosofia como uma atividade
puramente académica, não relacionada com a vida prática. Os conceitos
propostos por Chaui também têm origens diversas, por exemplo o
primeiro conceito originado na Grécia antiga, nas obras de filósofos como
Sócrates, Platão e Aristóteles. O segundo conceito tem origem na
modernidade e no trabalho de filósofos como Descartes, Kant e Karl
Marx. O terceiro conceito tem origem no trabalho de filósofos do século
XIX, como Georg Wilhelm Friedrich Hegel e Karl Marx. O quarto conceito
deriva do trabalho de filósofos do século XX, como Ludwig Wittgenstein e
Martin Heidegger.

4- CHAUÍ (2000) AFIRMA QUE: “A FILOSOFIA NÃO É CIÊNCIA: É UMA


REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE OS PROCEDIMENTOS E CONCEITOS
CIENTÍFICOS”. DISCORRA SOBRE COMO E O QUÊ VOCÊ COMPREENDE
EM RELAÇÃO A ESSA AFIRMAÇÃO

RESPOSTA:
Segundo a afirmação de Chauí é possível compreender que embora a ciência herde
os argumentos racionais que surgiram dos primeiros filósofos, a diferença entre a
ciência e a filosofia é que a ciência está comprometida com argumentos
percepcionados, enquanto a filosofia se permite estudar conceitos que transcendem
qualquer argumento físico. No entanto, se a filosofia estiver comprometida com
dados práticos, ela não pode investigar conceitos metafísicos como Deus, a alma
humana, ou mesmo questionar a realidade da qual a ciência extrai o seu
conhecimento. Como concluíram Platão e Descartes.

5- COMO VOCÊ QUALIFICARIA O PENSAMENTO MÍTICO E O


PENSAMENTO FILOSÓFICO-CIENTÍFICO? QUAIS SÃO SUAS
DIFERENÇAS? POR QUE O PENSAMENTO MÍTICO PASSA A SER
CONSIDERADO INSATISFATÓRIO?

RESPOSTAS:
O pensamento mítico e o pensamento filosófico-científico representam diferentes
formas de compreender o mundo. O pensamento mitológico é caracterizado pela
imaginação e pela tradição e não busca explicações racionais ou objetivas da
realidade. Em vez disso, o seu objectivo é fornecer uma compreensão significativa
do mundo à comunidade que o cria. O pensamento científico filosófico, por outro
lado, é uma forma de pensamento racional e crítico dedicado a encontrar a verdade
através da investigação. Esta forma de pensar baseia-se na razão e na experiência
e visa uma compreensão objetiva e universal da realidade. A diferença fundamental
entre essas abordagens é que o pensamento mitológico se baseia na imaginação e
na tradição, enquanto o pensamento filosófico-científico se baseia na razão e na
experiência. Além disso, o pensamento científico filosófico é considerado uma forma
de pensamento científico, enquanto o pensamento mítico é uma forma de
pensamento pré-científico. Além disso, à medida que a sociedade se torna mais
complexa, as pessoas começam a questionar os mitos tradicionais e surge a
insatisfação com o pensamento mitológico. O pensamento mítico não consegue
fornecer respostas satisfatórias às questões que surgem no desenvolvimento social,
revelando as suas limitações quando é necessária uma compreensão mais precisa e
fundamentada.

6- DE ACORDO COM MARCONDES (2001), DESTAQUE OS PRINCIPAIS


FATORES HISTÓRICOS E FILOSÓFICOS QUE CONSTRUÍRAM A “IDEIA
DE MODERNIDADE”.

RESPOSTAS:
A Filosofia Moderna caracteriza-se, principalmente, por uma guinada ao
Humanismo, iniciada no Renascentismo, e pela valorização incondicional à razão
trazida à luz pelo ceticismo e pela descoberta de que o ser humano independe de
instâncias racionais metafísicas, como Deus, para descobrir o seu intelecto.
Enquanto os antigos perguntavam-se, por exemplo, “o que era a verdade e o
conhecimento?”, os modernos passaram a se perguntar “como é possível o
conhecimento verdadeiro? As ideias da modernidade se espalharam por todas as
partes do mundo e influenciaram desenvolvimentos na ciência, política, arte e
cultura. Principais fatores históricos e filosóficas que constroem o "conceito de
modernidade" incluem: Renascimento, movimentos culturais e intelectuais na
Europa dos séculos XIV a XVI; A Reforma Protestante que foi um movimento
religioso que ocorreu na Europa no século XVI (dezesseis) que foi marcado pela
ruptura da Igreja Católica. A marca registrada do Iluminismo foi o uso da razão para
questionar verdade tradicional e promover a libertação humana e a iluminação que é
um dos principais fatores que contribuíram para o desenvolvimento do pensamento
moderno. Nesse período, destacam-se pensadores como Galileu Galilei, Isaac
Newton, René Descartes, David Hume, Francis Bacon, John Locke, Thomas
Hobbes, Baruch de Spinoza, entre outros.

REFERÊNCIAS:
O que é filosofia. Breve introdução sobre o pensamento filosófico e a construção do
conhecimento na modernidade ocidental.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ed Ática, 2000. Disponível em
(Introdução e capítulo I)
MARCONDES, Danilo. As origens do pensamento moderno e a ideia de
modernidade. Fase Inicial – Cap I - (p.139 – p.156)

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