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A questão do Ser e

O barco de Teseu
PARTE 1 – O QUE É TUDO
ISSO AFINAL?

Objetivo:
Entender um dos problemas mais
antigos e importantes da filosofia
“O problema do Ser”
“Ser” é tudo sobre o que podemos
dizer “ isto é”.
Na filosofia, o estudo do Ser é
conhecido como Ontologia.
Entendendo o problema
1. Quando começamos a conhecer o mundo ao nosso
redor precisamos identificar as coisas existentes,
uma a uma. Perguntamos: O que é isso? Nesse
processo nós nomeamos as coisas.
2. Porém, os nomes não se referem apenas a uma
coisa específica, mas ao conjunto todo (cadeiras,
árvores, bens, males, etc.). Para conhecer melhor
perguntamos: O que é isso, uma árvore? Mas ao
fazê-lo, perguntamos de todas as árvores, e ao
responder a reposta serve para qualquer árvore.
Entendendo o problema
3. Esse processo começou quando conhecemos um objeto
específico e o compreendemos dentro de um conjunto.
Se cada coisa “é”, é de acordo com o seu conjunto, com
seu tipo.
4. Quando olhamos para todos os conjunto de coisas que
“são”, podemos entender que eles juntos formam o
maior dos conjuntos: o conjunto de tudo o que é.
5. O problema filosófico do Ser alcança sua complexidade
máxima neste ponto, onde nos referimos ao “Ser” em
geral e perguntamos: o que é ser?
PARTE 2 – O BARCO DE TESEU
O paradoxo
1. Teseu navegou por anos em seu barco com sua tripulação. Durante as viagens
ocorreram avarias no barco. Teseu, então, atracou em um porto para realizar
os concertos necessários. E trocou a metade das peças originais por peças
novas. O barco ainda é o mesmo depois da reforma?
O paradoxo
2. Após a reforma Teseu viajou mais alguns anos com o barco e novamente
atracou para reformas. Desta vez precisou trocar a outra metade das peças;
de modo que todas as peças originais foram substituídas. O barco ainda é o
mesmo depois da segunda reforma?
O paradoxo
3. Depois que Teseu voltou a navegar, os moradores da cidade reuniram todas
as peças das duas reformas, ou seja, todas as peças originais do barco.
Remontaram o barco e colocaram em exposição para os visitantes, e
anunciavam como “o verdadeiro barco de Teseu”. Qual é o verdadeiro barco
de Teseu o que está em exposição ou aquele em que Teseu navega?
PARTE 3 – OS SERES SÃO
MUTÁVEIS OU IMUTÁVEIS?
Heráclito de Éfeso “O filósofo da mudança”
Conhecemos o mundo através da
nossa percepção sensível.

Não se pode entrar


Tudo o que observamos é o Devir.
Um constante vir-a-ser, um eterno
duas vezes no
tornar-se e deixar de ser. mesmo rio. (fragmento 91)
Panta rei = Tudo flui
O Kosmos é Uno, mas nele não
existe nada que continue tal como
está. Tudo é transitoriedade, nada é
permanente.
Parmênides de Eléia “O filósofo da permanência”
Existem dois caminhos para o conhecimento: o da verdade,
que diz “o ser é e não pode não ser” e o da opinião, que diz “o
ser é e pode não ser”.

O caminho da verdade é dado pela razão e o caminho da


opinião pelas sensações. “Ser e pensar são o mesmo”

É quando pensamos que encontramos o ser. Os objetos que


se apresentam aos sentidos, parecem estar sempre em
transformação, mas para cada transformação, a razão
identificará uma nova identidade. O ser se apresenta à razão.
PARTE 4 – EXISTE RELAÇÃO ENTRE O
SER TRANSITÓRIO E O ETERNO?
Platão: o conhecimento é racional
A Caverna O Demiurgo (deus criador)

Imagine pessoas acorrentadas em O mundo material obedece padrões


uma caverna, forçadas a olhar que se repetem em meio às
apenas uma parede no fundo, que transformações. Essas formas (eidos)
não sabem o que passa atrás delas, ou ideias foram usados pelo Demiurgo
e que passaram a vida inteira vendo para criar o mundo. Podemos conhece-
sombras dos objetos reais. O que las, intelectualmente, pois foram
elas sabem da realidade? apresentadas às almas.

Reminiscência: Para Platão, somos formados de corpo temporário e alma eterna, mas o corpo é uma prisão
para a alma. Quando na eternidade, a alma conhece toda a realidade e suas formas. Quando habita um
corpo, essas formas são ideias na nossa mente. Porém, no nascimento, a corrupção do corpo nos faz esquecer
esse conhecimento, e o contado com as coisas nos força a relembrar as ideias por trás de sua criação.
Platão: sensível e inteligível
Mundo Sensível Mundo Inteligível

Tudo o que observamos pelos


sentidos são exemplos de um O mundo segue padrões,
padrão maior. Todos os formas, que organizam a
exemplares do mundo sensível realidade. Esses padrões são
são imperfeitos: estragam, imutáveis e eternos.
quebram, morrem, etc.

O mundo sensível, material, é um esforço de tentar dar corpo à perfeição do mundo


inteligível, mas dadas as condições da matéria isso é impossível.
Conhecemos o ser de modo limitado pelos sentidos e de modo verdadeiro pela ideia.
PARTE 5 – COMO CONHECER O
PERMANENTE NO MUNDO CONCRETO?
Aristóteles

Aristóteles usou o termo ousia para


indicar que o ser, na verdade, é a
substância, aquilo que subsiste, que se
mantém em meio às mudanças. A
substância é observada nos entes
sensíveis, portanto, é a parte essencial
de um ser.
Aristóteles
SUBSTÂNCIA E ACIDENTE

Para estudar o Ser, Aristóteles


focou nos entes existentes,
Substância (ousia): aquilo que
materiais. Nesses seres
subsiste, dando um caráter de
percebeu uma parte que
permanência à coisa.
subsiste às mudanças,
enquanto, tudo o que muda
Acidente: qualidades que podem ser
são qualidades temporárias,
perdidas sem que a coisa deixe de ser
acidentais.
o que é.
“Aquele homem, que está
nervoso, é um conhecido meu,
muito inteligente”.
Aristóteles
ATO E POTÊNCIA

Para tratar da questão da transformação,


Aristóteles concebe duas maneiras do ser se
apresentar: em ato, o ser é sua manifestação
presente, atual; em potência, estão as suas
possibilidades naturais de ser. De modo que as
coisas se transformam no intuito de realizarem
sua potência.

Uma semente é semente em ato, mas é uma


árvore em potência.
Aristóteles
AS QUATRO CAUSAS

CAUSA MATERIAL: do que o ser é feito.

CAUSA FORMAL: a forma do ser, sua


substância.

CAUSA EFICIENTE: a força de geração ou


produção.

CAUSA FINAL: o fim ao qual suas


transformações se direcionam.
Por que a questão do ser é importante?
Um clone deve ser tratado
como extensão do ser
O modo como originário? Ou como algo novo?

entendemos o O excesso de recursos


cibernéticos pode alterar a
ser define como humanidade de alguém?
entendemos a Uma inteligência artificial
realidade. autônoma poderia ser
considerada humana? Ou tendo
dignidade como um ser humano?

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