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Os Filósofos da Natureza

Oi Clara, temos pouco tempo até chegar o grande dia, por isso, iremos revisar e
acelerar. Você se lembra sobre “os filósofos da natureza”? Se não, (ou se sim) irei
refrescar isso.
Imagine (ou pegue) qualquer objeto e jogue-o para sua cama...
O objeto está na sua cama agora, mas, paremos para analisar. (imaginemos ser
uma caneta) Antes do meu pedido, a caneta estava provavelmente guardada, em
um estojo ou pote. Porém, qual foi a causa dá caneta estar na sua cama? Você
ter jogado a caneta. E qual foi a causa de você ter jogado a caneta? Meu pedido.
E qual a causa do meu pedido? Uma explicação...

Seguindo essa regra, posso-lhe perguntar: Quem é sua avó? Quem é sua bisavó?
Quem é sua trisavó?... E assim até chegar nos primeiros seres humanos. Depois
de onde surgiram, de onde vem o planeta terra... até chegarmos no BIG BANG...
Mas, o que tinha antes do BIG BANG? Átomos... e antes dos Átomos?... Isso
segue até uma ordem infinita...

Esse, é chamado na filosofia de “causalidade”, (diferente de casualidade,


percebe-se o “u” antes do “s”) ou seja, um efeito surge a partir de uma causa...

Ex: Fenômeno 1------> Fenômeno 2


(causa)----> (efeito)
...(causa)----> (efeito)...

Para evitar essa ida até o infinito, os primeiros filósofos (filósofos da natureza)
chegaram à conclusão que “devia” existir um elemento primeiro, ou seja, que
sempre existiu e que dá origem a tudo. Agora vamos viajar até Mileto e
conhecer algumas ideias de “elemento primordial...”
Três filósofos de Mileto.

O primeiro filósofo que sabemos é Tales de Mileto, dizia que “a água é a


origem de todas as coisas”. Provavelmente deve ter olhado para uma
plantação e visto que a água que dá à vida as plantas. Depois que chovia,
apareciam algumas baratas, ratos e etc.

O próximo filósofo que vamos falar é Anaxímenes. Para ele “o ar é a origem de


todas as coisas”. Provavelmente deve ter visto que não conseguimos ficar 5
minutos sem ar, mas 7 dias sem água conseguimos. Ele conhecia a teoria de
Tales de que tudo veio da água, mas, de onde vem a água? Para Anaxímenes,
a água era “ar condensado”. Os outros elementos também surgem do ar.

E o próximo é Anaximandro. Para ele, o nosso mundo é apenas um dos muitos


que nascem de algo e perecem em algo que ele denominou “o infinito”. Não se
sabe certamente o que ele queria dizer com “o infinito”. Talvez quisesse dizer
que aquilo, que tudo cria, tem que ser completamente diferente de tudo o que é
criado. Sabendo que tudo que é criado é finito, (ou seja, que tem fim), tudo que
lhe é anterior ou posterior tem de ser infinito.
Em outras palavras, tudo nasce e morre no infinito.
Ex: (o 1 simboliza nosso planeta, uma vez que se sabe que ele nasceu e irá
morrer. A reta simboliza “o infinito”.)
. 1 (origem) 1 (fim)
<-------------------------------------------------------------------------------------------> (infinito)

Os três filósofos de Mileto acreditavam num, e apenas, num elemento


primordial, a partir do qual todas as outras coisas eram criadas. Mas, como o ar
ou a água podem se transformar em um ser vivo ou em um objeto? Esse
problema é chamado pelo “problema do devir”. (devir significa tornar-se,
começar a ser o que não era antes)
Alguns filósofos tentavam resolver esse problema, mas, Parmênides foi o que
mais se destacou. Parmênides acreditava que “tudo que existe, sempre
existiu”. “Do nada, o nada pode nascer”. E enquanto ao “problema do devir”,
ele dizia que “nada do que existe pode tornar-se nada”, ou seja, se uma coisa
existe, ela não vai poder se transformar em nada.

Parmênides foi mais além e disse que não era possível uma verdadeira
transformação. Uma coisa só pode se transformar naquilo que já é.

Mas, ele não tinha dúvidas de que na natureza ocorrem constantes


transformações. Seus sentidos percebiam o “devir” das coisas, ou seja, a
mudança das coisas. Mas não conseguia combinar aquilo que os sentidos lhe
davam, com o que a razão lhe dava. Foi aí que ele teve que decidir em quem
confiar: Na razão ou nos sentidos, decidiu confiar na razão.

Conhece quela frase: “Só acredito vendo.” Mas Parmênides não acreditava
nem vendo! Pensava que os sentidos nos davam uma falsa realidade daquilo
que é o mundo. (Essa forte crença na razão é chamada de racionalismo)

Um filósofo do mesmo tempo de Parmênides era “Heráclito de Éfeso”. Dizia


que as transformações constantes eram verdadeiras característica da natureza.
Podemos dizer que Heráclito confiava mais nos sentidos.

Segundo ele, “tudo flui”. Tudo está em movimento e nada dura para sempre.
Por isso, não podemos “entrar duas vezes no mesmo rio”. Pois quando eu
entro pela segunda vez no rio, tanto “eu” quando o “rio” estamos mudados.

Heráclito explicou, que o mundo é caracterizado de “contrários constantes”. Se


nunca estivéssemos doentes, não entenderíamos o que é saúde. Se nunca
tivéssemos fome, não “gostaríamos” de comer. Se nunca houvesse guerra, não
saberíamos apreciar a paz, e se nunca fosse Verão, não saberíamos o que é
Inverno. “O bem e o mal ocupam um lugar necessário no todo”, dizia. “Sem o
jogo permanente entre contrários, o mundo terminaria”.

“Deus é o dia e a noite, o Inverno e o Verão, a guerra e a paz, a saciedade e a


fome”, dizia. Ele utiliza a palavra “Deus”, mas não se refere aos deuses do que
falam os mitos. Segundo Heráclito, Deus (ou divino) é algo que abrange tudo.
“Deus está presente na natureza, que é contraditória e está em transformação
constante”.

Vendo isso, percebemos que Parmênides e Heráclito tinham 4 pontos opostos.


Qual dos dois tinha razão? Devemos confiar na razão, ou nos sentidos?
Parmênides afirma que:
1) Nada se pode transformar.

2) Não podemos confiar nos nossos sentidos.

Heráclito, por sua vez, afirma que:


1) Tudo se transforma (“tudo flui”).

2) Podemos confiar nos nossos sentidos

Ocorre então um conflito de ideias entre esses dois filósofos. Qual estava
certo? Bom, é depois de um certo tempo que surge “O filósofo do Pé”
(Empédocles).

Empédocles pensava que os dois tinham errado em um único ponto. Não


existe apenas um elemento primordial, mas sim, quatro elementos primordiais.
A água não se pode transformar em uma borboleta, pois, a água permanece
sendo água para toda eternidade. Ou seja, Parmênides estava certo em dizer
que nada se transforma. Ao mesmo tempo, Empédocles concordava com
Heráclito de que devemos confiar nos nossos sentidos. “Temos que acreditar
no que vemos, e vemos transformações permanentes na natureza.”

Para Empédocles, a natureza é constituída por quatro elementos (terra, água,


ar, fogo) que se misturam e se separam. Quando uma flor morre, os quatro
elementos se separam. Não é verdade que “tudo” se altera, o que ocorre é que,
os quatro elementos se misturam para criar algo, depois se separam quando
ocorre o fim de algo, e se juntam novamente em outro ser. Ou seja, é sempre
criado dos mesmos elementos.
Imagine um pintor que quer pintar árvores, rios, montanhas... Porém, só tem a
tinta vermelha.
Não poderá pintar árvores verdes... Agora se tiver vermelho, preto, verde e
amarelo. Poderá pintar várias coisas. (essa é a ideia dos 4 elementos)
E como conseguimos perceber esses elementos na natureza? Bom,
imaginemos um fósforo. Depois de aceso, aparece o fogo. Depois que vai se
apagando, significa que a água está agindo. Com a fumaça que foi produzida,
significa o ar. E por fim, quando o fósforo apaga, sobram pequenos pedaços de
madeira, que significa a terra.

Por que esses elementos se juntam? Para formar algo, e a causa disso seria o
“amor” e a “discórdia”. Se unem por meio do amor, e perecem por conta da
discórdia.
Como eu consigo ver esses 4 elementos juntos? Para Empédocles, nos nossos
olhos existem esses 4 elementos. Se há água em tal objeto, meus olhos
percebem a água e me dão essa informação.

Mas, será possível ter fogo, água, terra e ar no seu cabelo, nos seus ossos?
Anaxágoras, outro filósofo da natureza, questionava isso. Achava que a
“natureza é construída por pequenas partículas”
Lembra os hologramas? Eles são feitos de pequenas luzes.

Mas surge um cara muito importante chamado Demócrito. Irei falar sobre ele
na próxima. Fui!

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