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S O B R E A T H E Ó R I C A
DO DISCURSO E DA LINGUAGEM,
A ESTHÈTICA, A DICEÓSYNA,
E A C O S M O L O G I A.
PO R
R I O D E J A N E I R O,
NA IMPRESSÃO REGIA.
M DCCC XIII.
Com Licença de S. A. R.
A D V E R T E N C I A.
• f Tr;
| | Azares da fortuna, cuja relação pèrtence a
outro lugaf-, me levarão a consagrar á instruç-
ã o da Mocidade os momentos desoecupados dos
deveres proprios do Emprego > que exercito na
serviço do Estado. •'•;.-' - -S *
Era natural , que tendo de recorrer no juV
timo quartel da vida á mesma honrosa ProfissãoJ
com que nos annos da juventude abri a minha
carreira no mundo litterario J me valesse daquel-
la Scieiícía, a quem devi sustentação, amigos p
e * constancia sobranceira a todos òs revezes da:
ventura. 1 <~ ^ • -^J'" 1 *-
Resolvi-me pois a annunciar nesta Corte hum
Curso de Prelecções Phiiosophiças sobre a Tàeo-
rica do Discurso e da Linguagem * a Estheti-
ca > a Diceósytíâ i ç a Cosmologia.
Mas oppunha-se á execução deste projecto
a falta de hum Livro elementar j cuja lição fi-
xasse e recordasse nos ânimos dos que assistis-
sem ás Prelecções , as doutrinas de que nellas se
houvesse tratado.
Não me restava outro recurso, senão o de
pôr eu mesmo por escrito as próprias Prelecções :
e deixar tirar copias delias aos meus ouvintes, ou
fornecer-llias por via da Impressão.
A este ultimo expediente porém | que era sem
duvida o mais acertado encontrava a regra ge-
ral de se não deverem entregar ao Prelo 4/ senão
* ii
Obras trabalhadas com descango, perfeitas, e aca-
badas.
Com tudo pareceu-me , que se este: vegra ad-
mittia algumas excepções , era certamente fauma
delias o caso em que eu me achava, absoluta-
mente destituído dè Elementos pára o uso das
minhas Leituras.
He pois esta urgência , e não. cegueira de
amor proprio > quem me move a deixar saliir á
luz estas Prelecções com os numerosos defeitos,
que são de esperar de obra > que deve ser com-
posta , revista pelas competentes Autoridades , e
impressa no curto espaço | que medeia entre Lei-
tura e Leitura.
Debaixo do salvoconducto desta protestação
espero conseguir a indulgencia do Publico; não
sdmente quanto á forma tosca , e ao mal con-
certado estilo , mas até mesmo quanto a, muitos
defeitos intrínsecos ,' que a não ser a estreiteza
do tempo, eu poderia ter evitado, e que por ven-
tura emendarei, se estes Ensaios merecerem , co-
mo taes , a publica approvação.
PRELECÇÕES PHILOSOPHICAS.
ASSUMPTO.
P R I M E I R A P R E L E C C Ã O .
f: . - ' - . • £ ,
9
PRELECCGES
l
PHILOSOPHICÁS.
SEGUNDA PRELECCÃO.
* ASSUMPTO.
S E G U N D A P R E L E C Ç Ã O
.1
PRELECÇÕES PHILOSOPHICAS.
t e r c e i r a prelecção.
ASSUMPTO.
T E R C E I R A P R E L E C Ç Ã O .
È ii
37
PRELECÇOES PHILOSOPHICAS.
QUARTA PRELECÇÃO.
ASSUMPTO.
£ íiiii
40
Q U A R T A P R E L E C Ç Ã O .
107.
A N T E S de começarmos a tratar da ma-
téria própria desfa Prelecção, será preciso definir-
mos algumas expressões subsidiarias , entre as quaes
occupa o primeiro lugar a da linha recta,
Chamão-se pois linhas rectas aquelias das quaes-
não pôde haver duas, que tendo dons ponros çom-
íRuns , deixem de ser communs todos, os outros. -
108. Qualquer linha que , se pôde tirar entre
dons pontos , chama se distancia de hum a outro,*
109. Mas dê ordinário designa-se pela palavra
distancia a menor distancia; isto r he: se se f a l i a
de dous pontos, a recta tirada de hum ao o u t r o ;
e se de hum ponto e huma superfície , a perpen-
dicular tirada do ponto dado á superfície, de que
se trata. 1 .
110. Qualquer ponto da distancia chama-se luqar.
i i | . Qualquer numero de distancias chama-se
espaço.
n a. Aquella substancia , cujo lugar he sempre
multíplice de hum , chama-se composta.
113. A q u e l i a s , cujo lugar he igual a unidade %
cliamão-se simples.
114. Quando a distancia entre dous pontos he
t a l , que de se não atteader a ella , não resulta er-
ro notável; diz-se que esses dous pontos se to cão t
ou que são contíguos entre si.
115. Se varias substancias simples 113. )
tocando-se £ 114. ) formarem hum systema
41
PRELECÇÕES PtHLOSOPHICAS.
l -
Q U INT A P R E L E C Ç Ã O.
A S S U M P T O.
QUTNTA PRELECÇÃO.
PRELBGCÕES PHILGSOPHICAS.
S E X T A PRELECÇÃO.
ASJS II M P T O .
SEXTA PRELECÇÃO.
mão-se distinctas. ^ ^
2ir.^Mas se em vez de misturarmos.,com as idéas.
de hum objecto outras, que lhe são estranhas;'
nos não recordamos mesmo de toda? as que, nelle
observámos.-; ©u,tehdò-o presente, não observa-^
mos todas .as qtíè delfe poderíamos^ ter,-se ò con-"
siderássemos melhor , chama-se a esta idéa imper-
feita , incompleta \ inadequada.
212. Se'porém , as idéas, que temos, do'objé-
I II
68
PRELECÇÕES PHILOSOPHICAS.
SEPTIMA PRELECCÃO
- <
ASSUMPTO
K. 11
E R R A T A S.
EPT1 MA PRELECÇÃO.
H
84
PRELECÇÕES PHILOSOPHICAS.
O I T A V A PRELECÇÃO.
ASSUMPTO.
OITAVA PRELECÇÃO.
PRELECÇÔES PHILOSOPHICAS.
NONA PRELECÇÃO.
A S S U M P T O .
P ii
115
N O N A PRELECÇÂO.
P R E L E C Ç Õ E S PHILOSOPHICAS,
D E C I M A PRELECÇÃ0,
ASSUMPTO.
D E C I M A P R E L E C Ç Ã O .
PRELECÇÕES PHILOSOPHICAS.
UNDECIMA PRELECÇAO.
ASSUMPTO.
UNDÉCIMA PRELECÇÃO.
PRELECÇÕES PHILOSOPHICAS
DUODECIMA PRELECÇÃO,
A S S U M P T O.
D U O D E C I M A P R E L E C Ç A O .
A S S U M P T O.
Categorias de Aristoteles^Aphorismos V . - — V I I I .
PRELECÇÕES PHILOSOPHICAS.
assumpto.
PRELECÇÕES PHILOSOPHICAS.
ASSUMPT0.
PRELECCGES
À
PHILOSOPHICAS.
DECIMA SEXTA PRELECCÃO.
ASSUMPTO.
j j f o n f r i - d o i l ^ é ^ ^ ^ e v e Afein^aflalujfc Nomencla-
tura Philosophica : a de Hauy he -essencialmente
deficiente , pela ter o seu Autor derivàfô^gçsto que
mui philosophicâmente i" de hum principio' nimia-
mente esterií ; ^qual he, o da crystaljisação, com©
acima indicamos, e mais abaixo demonstraremos ,
quando viermos a tratar áoMethodo das Sciencias.
ggò. Para mais facilmente formarmos hum j u i -
20 sobre -d ; :estado : .1fSytTa:^m^
Nomenclatura Mineralógica bastará^ ,que a Compa-
remos com a Nomenclatura Chymica elevada ao
ponto de perfeição em que lioje se. acha pelo . ta-
lento genial de.Lavoisier , e Laplace , ajudados dos
trabalhos reunidos dos primeiros Chytnicos^daEu-
r o p a " ; d o ' s e c u Í o passado. ^ Princí-
pios ígeraes e luminosos: termos significativos e
adaptados ao estado da Sciencia: composições de
liomes 'correspondentes .ás das siibsfánciárt que : por
«lias se intenta representar: tudo isto dá á N &
244
menclatura Cfiymka em nossosdia» hum mereei-
fhènto , que âttendendo á complicação dos objectosI
de que ella trata , parece coftstitni-Ia mesmo aci-
ma da bella , e até agora incomparável: LingUagem
das Sciencias Mathematicas. Mas o campo da C h y -
mica no actual estado dos nossos conhecimentos he
por extremo acanhado; por quanto ò numero das
Substancias simples (istò he ainda não decon postas
até ao presente) não excede talvez a trinta. Das
combinações binarias são mui poucas as conheci*
d a s : E das triplas muito menos:. menos1 perfeita-
mente f e ja ahi se começa a perceber o5!'qUantó
esta Nomenclatura, posto que incomparavelmente su-
perior a todas as o u t r a s , e incontestavelmente bella
em si mesma , he inferior em artificio , quero dizer
e m riqueza e e n e r g i a , ás Linguas vulgares, oU
e que vai o mesmo , como temos advertido varias
vezes , á Nomenclatura das Sciencias Moraes. Com-
pare-se por exemplo a palavra HydroCarbonosul*
%hmite\ destinada a designar a tripla combinação
de Hydrogeno , Carbone , e E n x o f r e , comparece,
d i g o , coma pala vra Saudade designa o-tripl o sen-
timento de amor a hum objecto ausente, desejo âb
e v e r : e tão forte peqar da auzenciam que esta-
mos como insensíveis a tudo o que. nos cerca Éf e
nos julgamos sós no meio da sociedade, em què
por ventura viVemos. Destas simplicíssimas expres-
sões que designão a combinação de tres ts mais
sentimentos , poderíamos citar infinitas V tomadas de
qualquer das Linguas vulgares: expressões que ÉOV
d o o mundor entende distinctamente a maior pai*-
das vezesm ©a* que #o* conseguinte se sgcrjtâfr'
245
Ja a n a l y s e de tantos P h i l o s o p h o s , p e í a eloquência
de tantos O r a d o r e s , e p e l o estro de tantos Poetas ,
no espaço de mais de. vin te s é c u l o s , e n'luim tão g r a n -
de n u m e r o de Línguas;
552- A o r d e m , q u e temos adoptado neste p a -
rallelo , nos c o n d u z i r i a agora a e s t a b e l é ç e l i õ entre
a N o m e n c l a t u r a das Sciencias M o r a e s , , e a das M a -
tliematicas. M a s como a p e z a r de toda a concisão ,
seria o b r i g a d o a e x c e d e r m u i t o os limites desta
P r e l e c ç ã o , lie forçoso r e s e r v a r para a s e g u i n t e a
Continuação deste assumpto.;
247
PRELECCGES PHILOSOPHICAS.
_ V , 2 P! | |P % I -
DECIMA SE PT I M A PRELECCÃO.
' I «ira si ^" ' t.
ASSUMPTO.
escolha. O r a a v e r d a d e he i n f l e x i v e l ; n ã o sabe
c a p i t u l a r ; a v e r d a d e , lie huma s ó ; não pôde ha-
v e r escolfia*' Á vérdadeVne pois b a n i d a : e dos er-
í c s voltão a dominar 'aquelles , que parecem menos
Compatíveis com os " e r r o s , , q u e "acabão de fa%?r a
desgraça dos# Povos. Assim passão a l i e r n a t i ^ a m e V t e
as Nações das trevas da barbaridade as luzes de ra-
z a o : e destas tornão.a éahir sempre c o n d u z i d a s , p e l a
261
m i o do C h a r l a t a n i s m o , n o cahos da %noraft-
cia.
576. Mas se o abuso dos Synonymos concorre
com o dos Horn o ny mos para os erros do espirito
humano , deve se confessar que os primeiros não
snppoem huma tão grande rendericia para a bar*
b a r i d a d e e peia mesma razão nem sempre he fi-
llio do Charlatanismo ou tia Ignorancia. E com
effeito só huma crassa ignorânciaV ow iíurti desça*
rado Charlatanismo he q W p o í t è i i n í . . i d ê n t i -
cos os objectos , que nas Línguas vulgares acontece
terem o mesmo nome por Homonymia 332).
Pelo contrario quanto aos S y n o n y m o s ; pois fre*
quente mente he necessário particular discernímen-
t o p a r a distinguir qual dos dois Synònymos se
deve e m p r e g a r , ' nos casos, em que não he índif-
ferente usar deste ou daquelle. Como porém a pe*
zar desta difficuldade^he sempre possivel determir
nar as differenças dos Synonymos; nos erros, que
provém de os confundir hum com o o u t r o , não he
culpada a Lingua , m%s o Escriptor: entre tanto
que nas Sciencias Naturaes ha mijÍto5-çaiiòs-vr'-ei8;'-
que .semelhantes erros são mais culpa da -Lingua
que do Escriptór."'
.577. Já nos §§/*5'35 e 536 tocamos esta ma-
ieriã , Fazencio ver quanto maior risco se corne de
cahir nelles naV Sciencias Physicas do que nas M o -
raes. Porém o que alli não tocamos , e que aqui
vem Bi ais a" proposito dizer * he , que huma razão ,
e talvez a mais forte" para íia ver esta diírerença , p e
que nas Liilguas vulgares não ha expressão de
que senão teoha d a d o , ou senáo poisa dar hu?
262
PRELECÇÕES PHILOSOPHICAS.
DECIMA O I T A V A PRELECÇÃO.
ASSUMPTO.
NN ii
283
PRELECÇÕES PHILOSOPHICAS.
ASSUMPTO.
PRELECÇÕES PHILOSOPHICAS.
2
VIGESSIMA PRELECÇÃO.
ASSUMPTO.
V I G E S S I M A PRELECCÃO.
TT
329
PRELECÇÕES PHILOSOPHICAS.
ASSUMPTO.
P R E L E C Ç Õ E S PHILOSOPHICAS.
ASSUMPTO.
PRELECÇÕES PHILOSOPHICAS.
VIGESSIMA T E R C E I R A PRELECÇÃO.
ASSUMPTO,
AAA ii
371
V I G E S S I M A T E R C E I R A PRELECÇÃO»
PRELECÇÕES PHILOSOPHICAS.
v i g e s s i m a q u a r t a p r e l e c ç ã o .
VIGESSIMA Q U A R T A PRELECÇÃO.
EEE II
402
PRELECÇÕES PHÍLOSOPHICAS.
ASSUMPTO.
PRELECÇÕES PHTLOSOPHICAS.
VIGESSIMA SEXTA PRELEGÇÃOé
ASSUMPTO.
V1GESSIMA S E X T A PRELECÇÀOv
KKK ii
443
P R E L E C Ç Õ E S PHILOSOPHICAS.
VIGESSIMA SEPTIMA P R E L E C Ç Ã O ,
ASSUMPTO.
NNN
464
PRELECC,ÕES PHILOSOPHIÇAS.
VIGESSIMA OITAVA PRELECÇÃO.
ASSUMPTO.*
9 1 7 / E s p i r i t o do 24.° Aphorismo d*
Aristóteles—§. 9 1 8 . Çonnexão deste Aphorismo
com o 3 4 . ° » e sua applicação aos Problemas da
Grammatico. Universal, e âàPasigrophia—§. 919.
D e tres differentes especies, de Diceionarios
J . 920. C o m o os puramente alphabeticos corfes-
pendem aos Systemas diagnósticos, e gozSò das
mesmas vantagens — $. 9 2 1 . Que os distribuídos
pelos Radicaes , correspondem aos Systemas Exei
geticos, e são susceptíveis da mesma perfectibili-
d a d e — 9 2 2 . A t é que ponto tem chegado os
Diccionaristas que adoptárão este methodo—§%
923. Princípios a que deverião ter attendido —
jjj". 924. Utilidade das Categorias de Aristóteles
para a confecção de huma semelhante Obra —
9 2 5 . C o m o por este meio se poderião aproveitar
000
472
VIGESSIMA O I T A V A PRELECÇÃO.
PRELECÇÕES PHILOSOPHICAS.
VIGESSIMA NONA PRELECÇÃO,
ASSUMPTO.
PRELECÇÕES PHILOSOPHICAS.
T O M O I. P A R T E I.
I N D I C E.
1
29
Guerra ( A r t e d a ) He definida pelos melhores Escriptores
da Profissão : A At e de destruir as forças do Inimigo.
Seria-melhor te-la definido : A Arte de paralysar as torças
do Ininigo. Por quanto para destruir nem sempre he pre-
ciso Taetica. Numero e rapidez são os elementos da Ar-
te ie des ruir. Táctica são os da Arte de paralysar. (§. 668.).
Habilidade « Significa ter-se notado na pessoa a quem se ap-
plica , grande prompritíSo em perceber e executar quaesquer
concepções, ou ao menos aquelias de que se trata. 0 §§•
224. 226.).
Habito : Denota tanto as Faculdades , como as Disposições
adquiridas pela frequencia dos estados de que se trata
( §§. .220. 2-2/7. ) •— ° s Naturalistas chamão Habito Exter-
no ao complexo de certas qualidades [pela maior porte
* não definidas ] que dão nos olhos apenas se encara o ob-
j e c t o . — Neste assim mesmo mal determinado , he que se
se fundão os melhores ensaios, que possuímos de Syste-
mas Naturaes Diagnósticos quaes os que nos deixou o
grande Linneo.; trabalho precioso que os Botânicos mal
tem appreciado até agora ; más de que a Posteridade tira-
rá grande p a r t i d o — Adanson na sua Historia das Con-
chas do Senegal mostrou já assás em grande o como se po-
de rião aproveitar aquelles trabalhos do Creador da Botani-
ça : e a seu exemplo formalisar mais bem ordenados syste-
mas para os demais ramos dos humanos conhecimentos.
( § § . 684. —689. 713. 718. 7 2 0 . ) .
Harmonia do Universo: Consiste no seguinte constante resul-
tado das duas forças de attracção e repulsão, de qiie as
suas partes são dotadas ; a saber : Formação í Perfeição,
Regeneração de cada huma das Partes do mesmo Uni-
verso: e Conservação do Todo. Cada hum dos Phenome-
nos que acontecem no Universo, por mais pequeno e in-
significante que pareça, he razão de outro e outros, que
successivamente se lhe seguem na vasta extensão da Na-
tureza. Estes effeitos de huma certa razão de hum certo
e determinado phenomeno , são certos e constantes. Era ra-
zão pois e:neste sentido dizia o grande Leibnitz t Que tu-
' do estava li galo no Universo — Que o presente estava
prenhe do futuro — Q^e qualquer corpo, qualquer das
monades, de que o Universo se compõe era representati-
vo do mesmo Universo : por maneira, que se nos fosse
30
iktl© o contemplarmo-lo nella como em hum espelho, tería-
mos a historia do presente, do, passado ,, e do futnro es-
tado de toda a Natureza 5 não de outra maneira , que o
experto mareante muitas, vezes pela inspecção da superfície
do mar, em apparençia tranquilla para olhos menos exerci-
tados , prediz muitas horas antes a futura tempestade. ( §§.
177. -- 192. ).
Hauy ( II. J. ) Este insigne Naturalista levou a hum gran-
de, ponto de perfeição; a Ciysiallographia j ej conceben-
do que pelas dadas, desta Sciencia se podião arranjar em
huma ordem rigorosamente systemat"ca todas as substan-
cias do Reino Mineral ; ordenou com effeito hum ad-
mirável Systema de Mi rieraes fundado nas ditferenças da
çrystaUisaçáo. Mas este Systema, não he diagnostica % e ^
por isso tudo quauto se tem escripto com ofirn.de o com-*
parar ao tio grande Werner v he , fóra de proposlto ; pois
que este he que he diagnostico, entretanto que aquelle
he puía nente exegetíco [ V . Systema].. Hauy não mostra
ter sentido á necessidade dér insistir nos vestígios de Li-
neo. f V. Crystallisação ( § . 549.).
Herder !, Fihissimo juizo que este Philosopho fazia das Fre-
sias de Wieland. ( §, 3.46.) . ;
Heterógeneo t He expressão de comparação , que se applica
a huma cousa par,a se dizer :t?ue as suas qualidades essen-
ciaes, são differentes da» de outra, que se menciona , ou
ou se subentende. ( §., 163. ) .
Historia : Tres são os methodos que se podem adoptar par»
esc rever a Historia, quer seja a dos Homens, ou as de
qu lqnor objecto da Historia Natural. Primeiro , passando
os fac^s ,em> rçsfitvha destacadamente, e sem» classificar os
objectos — Segundo, fazendo huma descripção methodica
em que depois de; suminariamente ter mostrado a Classe,
Ordem e Genero , a que pertence o que faz objecto da
Historia , nos àpplicamosa expor circunstanciadamente as
qualidades que o distinguem de todos os outros objectos,
qite com elle são comprehendjdos no mesmo Genero : isto
he t mostramos snmmariamente as qualidades de Classe,
Orlem e Genero a que perrén,ce;, e descrevemos» c rcunstari-
• ciadimenre as suas qualidades especificas. —^ O terceim me-
thodo enu fim,- consiste em prescindir ahsaluramenfie da des-
çnpção .das qualidades» de Qasse, Ordem f. e Geneto bian-
tando-nos unicamente aos factos ou qualidades , que caraote-
rizão a Especie, ( 636 —- 646.
Historia Natural: Depois de tantos esforços combinados , e
mesmo de trabalhos assás bem dirigidos de Génios da pri-
meira ordem , he digno de observar-se o estado de, a t a - '
zamento da Historia N a t u r a l t a n t o no que respeita a AJo-
menclatura , como a Systema: e , o qne he ainda . rua is de
admirar, quanto ao Methodo. Vejão-se a este respeito os
§§• 349 — 35*2- 3 3 7 3 - 486. 492. 497 — 529
531. 541 — Y G p 578. 6iz — 627. 659. 707- 708. 712 — 73c.
Homonymos •• V. Equivòcaçâo, Equívocos, Charada, Me ti*
• phora. Erro.
Hjperbole j Dá-se todas as vezes, que em vez da expressão
própria empregamos huma sua synonyma , pòrérn tal, que
a qualidade de que se tratà he representada em ponto maior
do que o-seria se empregássemos a que he própria. ( §§.
398. 469.).
Hypotheses ': Chamão-se assim a todas aquelias asserções, que
não he possível demonstrar serem verdadeiras nem falsas
[ V . Demonstração ] . — A' medida que a probabilidade de
serem verdadeiras se lhes dão os epithetos de arre soadas,
prováveis , e outros a elías synonymos E quando este
gráo de probabilidade se approxima da certeza; chamão-se
taes Hypotheses Axiomas. Note-se porém que assim como
nem ' todas as Hypotheses são Axiorms v assim também
nem todos os Axiomas são Hypotheses. O contrario seria
hum absurdo Sceptici§mo. ( § § . 2x7. 220. 253. 256. — 259.
267.).
Idéa : Se dizemos de alguém que teve a sensação de hum
certo objecto, também dizemos que teve idéa dele. Mas
esta sensação: he quasi sempre composta de muitas sensa-
ções entre si differentes humas das outras. Sé estando au-
sente o objecto experimentamos algum»-"destas componen-
tes , ou todas juntas chamamos-lbes Idécs : e não Sensa-
ções. Por tanto a differença das hypotheses de estar o obje-
cto presente ou ausente he que determina o chamarmos-
-Ihes sensações ou idéas Ç §§• 39» 4°- 69.) V . Ausente
Cada huma das idéas parciaes , que assim separadamente con-
templamos, chamão-se abstractas. (§. 4?.) e se são communs a
varies indivíduos ; chairamos-lhes geraes. (§. 51. 52.)-— Se
pertencendo a hum individuo presente nos trazem á lembran-
32
*? If
64
pois que o que em taes casos se ventila he em ultima
analyse, se-a tal pena he ou nao acertada Sancçãò para a
Lei de que se trata : E por conseguinte toda a questão
se reduz a saber se ella he, sem falta nem excesso, a neces-
saria para ^ assegurar a observancia da Lei. Se Beccaria ç
outros, aliás mui distincto? Criminalistas tivessem consi-
derado esta matéria debaixo do ponto de vista, que aca-
, btmos de expor,* não terião perdido o tempo com argu-
mentos inconcludentes, ambíguos, e até muitas vezes fú-
teis, querendo provar, por exemplo, ser ou não ser a pe-
na de morte conforme aos principios sol idos cio Direito
Criminal. Tudo quanto em grossos volumes se encontra
aiém da necessidade , inutilidade, ou excesso de semelhan?
te pena pará assegurar a observancia das L e i s , nada con*
clue , de nada serve : e por tanto confunde mais do que
aclara o verdadeiro ponto da questão. (§. 268.),
Schelling : Não sendo por ora tempo de analysarmos o que
a Doutrina deste Philosopho tem de particular, póde-se ver
nos artigos Fichte. e Kant , o que no §. 3^3. veio a propo- -
sito observar, sobré os principios que o caracterisão em
conunum com o Chefe e mais Adeptos da Escola Kan-
ciana.
Sciencia : Custa a comprehender como -tendo se achado os Sa-'
bios de ' todos os séculos na necessidade de definirem o que
seja Sciencia , tudo quanto encontramos nos seus Escripros
a este respeito he absolutamente vago e indeterminados
Nesta falta de huraa definição geral da Sciencia , ven-.
do-me na precisão de a investigar "por mim mesmo , lan-
cei mão do methodo que para esse fim apontei em vários
lugares destas Prelecções , e que consiste em tomar ao ac-
caso hum grande numero de questões, em que se con-
vertesse- > se tal ou tal massa de conhecimentos era ou-não
Sciencia: examinar as qualidades que os contendores enu-
merarião como requisitos necessários para aquelle complexo
de conhecimentos se poder chamar Sciencia : e desses requi-
sitos os qua fossem communs a todas as questões, cons-
tituirião a definição geral de Sciencia.
Por este methodo achei serem aquelles requisitos em
numero de cinco; a' saber : pretos, .Nomenclatura , Sy ítc-
rnu , Theoria, e Methodo [Vejão-se estas palavras] Q'uan-
te mais rico e mais perfeito em cada hum destes cinco
65
,,
stíiem os caracteres addíccionaes meros accidenfesna Vârle-
; dade, entre tanto que para constituírem huma nova Espe-
!.cie deverião ser differentes Qualidades essenciaes: e não
t sendo sempre fácil determinar, se essas differenças que es-
. tamos observando no Individuo, que temos diante dos
olhos > são essenciaes ou accidentaes ; he fácil haver enga-
nos tomando-se por Variedades o que são Espécies, ou (o
que he mui frequente) tomando se por novas Espécies, o
que são meras Variedades. Observarei de passagem que a
maior ou menor frequencia com que hum Naturalista' cahe
• cm cada hum destes dois erros he huma das melhores pe-
dras de toque para avaliarmos o gráo de força a que elle
tem chegado na Sciencia. Para hum Gmelin qualquer Va-
riedade he huma nova Espécie. Hum Willdenow, hum Hauy
facilmente tratarão á eautela como simples variedade a huma
nova Espécie. Mas o golpe de vista genial de húm Linneo», ou
de hum Werner raras vezes confunde huma cousa cem a outra s
sim pôde passar em alto esses accidentes sem marcar Varieda-
des i m a s as qne elle designou por taes tarde ou nunca se po-
• clerão qualificar de Especies (§. 725.) Quasi se pode afian-
çar seni excepção, que as Especies de qualquer destes dòis
í incomparáveis -Anresignanos da Sciencia já mais se verão
retrogradar á Categoria de simples Variedades. Na analyse
Griticá , que desde o §. 720. até ao §. 752. se faz da dou-
trina de Linneo sobre as Rubricas Systematicas se assentão
alguns principios fundamentaes de Methodo a este mesmo
respeito. *
Vegetal : Corpo orgânico , em quem não reconhecemos movi-
mentos mechanicos espontâneos. (§. ip£.) •
Velocidade: V. Celeridade. (§. 130.).
Verbo: Chama-se assim ás palavras , que affirmão ou negão
a, existencia real> ou hypothetica de alguma cousa em tem-
po determinado, ou indeterminado (§. 239.). Divide-se em
activo (§' '240), de acção transeunte (§. 241.): ou; de ac-
ção, intranseunte (§. 242.) : passivo (243.) : e neutro (§.
244.). Merecem particular consideração aquelles Verbos
que são equivalentes a Phrases , e de que se trata no §•
459*
Verdade: Esta expressão quando se lhe nã» accrescenta,
nem subentende o epitheto de morai significa conformida-
• de ?"o jui-o de que se trata com a realidade do objeeto
85
SUPPLEMENTO.
• 3* compreher.dem comprehende ,
9. 110 nome
IP 3 palavra expressiio expressão Y •
*5 huma
9 sua ella /
8* delia querendo Y
2* quando
16 10* mais , meu- YjY\
«7 6 unidas usadas
6* as pétalas os petalos ^
4* huma hum ,
3* pétala petalo -
das outras dos outros
|8 2 duas dois .
petalos x
1
3. pétalas
4 as pétalas a dos petalos ^
e da e íf
.11 | vamos h i a mos
partes parte
' 13* do mo.rfíea^a do do momento /
46 6* pa«e) i passe)ficãoem direitura v
6i M* Corista , 1 Consiste ^
§. 18?. §. 192*
i3 §,194. §. 197. gS|
1 7* 1 i§ §. £21.
77 • 12 chamão-se proprios chamão-se appeUotivos. To- '
dos os outros se chamào iro-
prios. ' -Y''/'
iz&zpidencía de evidencia ' \ 4
7? 2 duas cortadas por huma tercei.a
Sz duas • -' , ..
menores - maiores
-
E R R A T A S .