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..ff FRAUDES ESPIRITAS


E OS FDNÔMENOS
METAPSÍQUTCOS

AE pcs8oes lntcligcEte3
aprendcm Ee3Do dos tolog;
nr8 o§ tolos não lprmdctrl
de nthguêrr.
Cccllle

Traduçáo de
LEAL FERREIRA

[]

r949
. RIo pE
-EDITORA VOZES LTDA., PETRÓPOLIS, R. J.
sÁCi .pÀúLó
JAr{ErRo -

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:.;is:
;i1y.

ITTPRItrÁTUR
POR COilrSSfO ESPBCTAL pO
EXIIO. B REViIO. 3R. BISFO DE
FETRÓPOLIS, D. iIANUEL PEDRO DA
CUNHA CINTRA, PEÍRÓPOLIS, 5 DE
' ,ANETRO DE leae. FRE! LAURO
osrERltANN, O. P. t.

-OS
TODOS DIREITOS RESE:RVAI}OS

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PreÍácio.

Há oito aRos Íoi editado, em inglês, o nosso livro in-


,ti-.i'.., ,
,r titulado "spiritism and Common. Sense", que teve grande
',, açdtação e Íoi . traduzido ern vários idiomas. Hoie damos

.,- a público, em castelhano, este.livro "As Fraudes Espíritas


, .e os Fenômenos Metapsíquic-os"r' g[€ não é uma tradução
: do anterior, mas um livro completamente novo, embora na-
, turalmente contenha algumas dasjdeias que publicamo$ no
primeiro.
,' - Tendo preserite a natureza do caráter latino e deseian-
r,;: do tornar o liVro não só instrutivo, como também interes-
§:, sante e até divertido, usàmos de um estilo chão, familiar e
.. alegre, que a alguns talvez pareça impróprio para um livro
;.,sêrio; mas, quando tiver percorrido atgumas páginas, po-
kfdurá o leitor dar-se conta de que a maior parte da matéria
ià- prsata muitíssimo à classe de estilo que havemos adotado.
,.i" E;te livro, fruto de mais de trinta anos de laboriosos
i:.etndos, tem, como é razoávet, sua parte científica, qÊm
: alardes de grande erudição, porém bastante bem cirhentada.
. Fazemos notar que nesta obra não tratamos do Efpi-
rüisrylo sob o ponto de vista retigioso, mas ünicamente sbb
i+.gonto de vista científico e do senso oomum. Noutro volu-
i.Fponto
We temos em pÍeparo trataremos do Espiritismo sob
de vista religioso.
$q,
i,.* E com esta advertência, querido leitor, podes meteg-te
HiÉhs, páginas deste livro adeátro . sem receiô de te abor-
r. tcçtÍe§.

- Cailos M. de Heredia, S. J.
México, D. F., Dezembro de lS3O.

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,
LIVRO I.

AS FRAUDES ESPÍRITAS.

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Aanú;s vult tlecifi; ergo ,decipiatw.


O mundo queÍ seÍ,enganado; pois gue o seia. (Petrônio).
Decipimar specie recti.
Somos engairadoe com apa.rência de verdade. (Hor{cio).
Decipics dios verbiÍ vultuoue bcnisno.
Nan mihí jam aotw üssiáslator e-ris.'
A outÍos enganarás coú tuas palavras. e rooto prazenteiro:
mas, quanto a mim, bem aei que ée um enganador. (Jharchl).
Staltorum inÍinitus cst tument*
lnfinito é o-número dos t'otos. (Ecle t, l5).

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Câpltulo l.

Os Babilôniog.

poÍ i§to, em todas


diz um antigo provêrbio,
- e
as
-idades do mundo, houvq embusteiros que trataram de sa-
tisfazêr- esse deseio das m.atsas.
r :histOria
nos dá conta dos grandes enganos de que
üoram,rÍtlmas as naçües mais civilizadas do antigo e do
. $ono Gontinente. Quando e88ês enganos tiveram certo fun-
' damento em "alguns fatos", a misüíhação chegou a utu
,_ gr1u incrível. Especialmente no terreú religioso o§ $Íâni
.,: ães embustes assumiram, repetHas vezes, proporções co-
L lossais e ameaçadoras.
+i:.,,,., A essa inclinação das multidões deve acrescentar-se
segundo nos assegura a Sagradá Escritura, "Sfultorum
w' numeÍus"
.i 'l iq$rrrxoitus est r's"rt' B (Ecle l, l5), "E' infinito o número
i: -ôs tolos". Assim, de um lado o deseio de ser enganados
r'.,. e, de outro, a tolice de inúmeras lrcsÊoâs, têm sido o es-
. trume poderosíssimo que tem Íeito germinar e deitar pro-
,fundas ralzes no coração humano a semente da decepçãor
:l:'semeada em abundância no meio do povo pelos grandea
ii,,,ut burteiros de todos os climas do planeta.
-', Quando o "embustê" se vela sob formas religiosas ou
a misteriosas, quando se faz íntervlrem'como princÍpais agen-
: tes da rnistificação poderes dçsconhecidos ou sobrenaturais,
então.eh se arraiga de tal modo no coração, que nem a
, .lus dar{ssima da verdade nua e crue pde arrancá-lo de
,rgdo da imaginaçâo popular
' ' Bom testemunh,o dessa credulidade dasr multidões Íoi,
'qn núsos dias, olfamoso Barnum, fundador do Circo Ame-
, ricano. Embon não tivesse estudado poicologia nas univer-
. eidades, tinha unra prática muito maior do que a de çal-
l) Dccepçáo, irto é, eÍr8ano poicológico,

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' que assistla às Íunç€. es do seu imenso circo de tr&
ro§. Esse estudo prático levou-o a tirar a mesma edudlusão'
.- conhecesse-a ou não
' havia - que.milhares
legado em seus escritoC
de angs aRtes nos
o inspirado autor io Eclesir§-
tes; sômentg exprimiu ele o seu pensamento dizeÍrdo qre.:
"Every minute a sucker is born", isto é, que.A caUa írf.';:
nuto nasce um lompo". O lompo é o tipo de certos peixeÉw
que têm a boca cunstantemg$e aberta e engolem tudo qualfÉiJ
to se lhes põe na frente, sendo por esta -lazáo o símbolo -
.fus tolos, dos bàbos e de muitas-outras variedades da ex-.:
tensa farnília dos 'fnéscios".
- De uma variedade deles faremos aqui erpecial mençãoi :i
dos í'néscios religiocos" a que chamaremos fubitônio§, pe.'i
Jas razões que sã +erão na .história que varúos relatar. '
Se o leitôr quer dar-se o trab4lto de ebnir o tiwo de 'irj :i
,Daniel e ler ,ati ô capítulo XIV, encontará a-yerídica fris- ,:i
tória que vamos contir a nos6o modo. ' i
. Tinham os Babilônlos um ídolo chamado Bel, ao qual .'f I
haviarn 'levantado um magnífico templo e a cujo serviço i
havia dedicados muitos sacerdotes. Os Babllôniôs tinham,.;
profundamente araigada a crença de que aquele ídoto {àf
p{r" tinha uma goela descomunal e u!Íl suco gástrii$l
abundantíssimo para digerir qüantos manjares lhe-pusesl'1l
sem diante. Tê-lGia inveiado Heliogábalo. Càda dia çolo-'-.i
cavam os bons Babilônios diante dó altar de Bel toda e§-._l
pécie de cornestíveis em e.xtraordinária abuúdância, e Eg",od
ãia seguinte achavam it*pr;; pr;d. ilà;;.a,-u,'u*-iiiffi
Babilônios deduzido qub seu -deus tinha um apetite
superior ao dos pobres rnortais, e que a,expansibil!{ade {
*g 'estômago estava na ruzâo direta da sua'. divindade-."X
a,título de fervorosos crentes, continuavam levando-lhe
dia pratos mais bem temperados e em maior
§em que a qua4tidaS, ;que ,ia .crescendo conforme
a devoção dos Babilônios, pudesre causaÍ o..menor,
torno digesüvo ao deus gastrônomo.
Por aquetes dar üüa em Babilônis um Profeta iufiUi:.: ,.
lr** de_Deus, gue tinha muito cohhecimenb neo sO, úüii.§,
§agradas Escrituras como também do oração humanoi, q::r$
chamava-se Daniel.

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i:,it úÉaram a explorai os Babilônio's em seu favor; pois eram
' ,. gSq. com su:rs mulheres'e Íilhos, e não o ídolo de pedra,
:1t&*n comia à noite as oferendas. Por muitos anos durara
ô- ttinquedinho aos ministros do peus, saindo-lhes seÍnPÍe
, btú, pgig não só os .Búilônios da classe pobre e média,
como também os Babilônios ricos e o próprio rei, acredita-
- vàm, a pés juntos,'no mítagre da extràordinária deglutição
do ídolo de pedra. Eis, porém, que um dia "se encontraram
r 9om e forma das saqdálias deles".
. O Profeia Daniel observara o me§mo fato qae os Ba-
tittôrriop;'mas, para explicá-lo, formulara uma ÍripdÍese dis-
. tinta da .deles. O fato era que "durante o dia os fiéis le'
vavaln suas oÍerendas ante b altar de Bel"; o templo fe-
I ctava-se à noite "sem que ninguém pudesse entrar pelas
i. portas maciças"; mas no'dia seguinte, apésar dieso, "as
1, lo-mHas tinham desaparecido". Sobre este fato os Babilô-
:,,^ ff@ formúlavam uma teoria baseada no "Deu§ ex machi-
j,.11*' dizendo: "E' um fato quê as comidas ficam no altar,
'pelas
'r..e'ê'um lato qué ninguém entia no templo portas. Não
, r estúdri à noite dentro do recinto senão Bel, claro é que
.{''.' ê"Be[ (vlsto que os comestíveis desaparecem) quem come
, ob manjares. . . " A conclusão não podia seí mais eviden-
te.,. para os Babilônios, e assirn não lhes ocorreu usar
,,,. dG qualquer outra hipótese. O'mesmô não sucedeu, porém,
ctm o Profeta Daniel. :

n : 'rêiâs"; Partindo do princípio de que f'do couro saettl as eor-


vendo.que eÍa um foto o desaparecimento dos co-
'que o§ comesse um Ídolo
mestÍveis, e não sendo possível
de pedra, Daniel deduziu que eram os sacerdotes quem
!'realmente produzig aquele fenômeno- inexplicável" (!!!).
'A qnestão era, pois, descobrir coilw eÍa que eles entravam
qu. o que é que faziam para apoder4r-se das oferendas.
Pensou no seu plaRo e, confiante em Deus, fqi ter com o rei
para,desiludi-lo. Mas para isso precisava de mais do gte
de. r$iocínioq; eram necessárias prov:ts. O rei, que ecti-
m,tla mrlitq o profeta hebreu, conveio etn dar.lhe uma

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penelra úeia de cinzaq esparzia uma caniade qir[üe: isr:',' 'r
perceptível dessa aubstância ao redor do.altar. Feito tsb; r
juntou-se ao rei e, mandando eSe "fedrar as portas ào,
-:u
tem-Rlo, selou-as. No dia bcm_ poir eetave ,;r.,
-sequinte 9edo,
ansioso por saber o resultafu,
gsigry o rei foi ao -ternpto
ternpto oonl
oom s;j
..r
Daniel e com os seus, encontrando intactos os eehs; por ":
, ati ninguêm podia ler entrado. Abrem-se as portae e, ao',,ij
notar que os manjares haviam desaparecido, como de cos; .

tume, o rei exclamou: "Crande é B81...,,; mas Daniet iir- .

terrompeu-o dizendo: "Cheguemos até ao altar,'; e, pro-


curando que ninguêm se adianhsse, mostÍou qo monarca, ii -;:
tmarcádas na cinza, às solas dos pés de homens, mulhers
e. crianças. Seguiu a .pista, e poÍ Íim chegou a um lugàt
onde haüa uma grande'pedra; levantou=a e fiostrou ào' :

oiide 9s sacqrdotes entravam para comer os maniares.- O ';,


rei indignou-se muitíssimô ao verificar que os miniitros de
Bcl'o ünham estado 1'tapeando" por espaço de terapo E-t
prolongado, e, segundo o combinado, entregou ao Profch.:
o Ídolo paÍa que ó fizesse em pedaços, e etõ por sua p"rtt ,i;i
reservoq-se o castigo dos sacerdotes embusteiros. Ficaram.rij
estes convictos e confessos, atestando que poÍ aqugle oon- -
duto subterrllneo entravam todas as noites para comerefrr '
os maniares. Não havia, pois, dúvida do lógro, e assiml'.ri
^- t^-
se fez saber
-^L-- a- todo
^^t-
L-r-
- -'--- Após
o^- povo. ---.-
uma
t- -- - -L
demonstraçfu
+'l
gÍáfr?r.*
ca, mostrando-lhes por onde se metiam or sacerdoter, o;,i-i
suas famílias, Daniel tomou o ídolo e fê-to em pedapc. i
seguindo-se pouco depois a tcrrfuel execução dos embús.,,
teiros.
Depois disto, qualquer um creria que os húitanh+l.i
daquela grandÍsrima cidade Íicariam agradocidos ao Pror:,,'. l
fçt1 e se mostra3iam mais cautelosog daH por d'Fnh, S:\\Ij
que- tinham rid,o,;vítirms.;tão'fáceis daqueles treplceircr. .q
não foi, porém, isto o {ue fizeram, rlâs sim, chelor de in" ,?,
dignação, foram, têr com o rei pedindo a ca@" Oo pr,ç..|'i
feta çe ltrcs tirâra o s€u í&lo e f0ra cau'se da merte dos i $
sacer&tes; e tal "banzê"'deyem ter aÍmado aquelç EúÍ*

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..:.
-:... 11

ftuerdii
?' or r3

ã#li$olos, que, pare aplacá-los, o rci'mandotr neter o,tiltto


-Daniel
"-,.:-:'iffieta Íuma cova cheia & leõeE famlntos, para
lçg o devorassem, o que, como sabctno§, não sucedeu.

ReÍlexõcs Psicológlcas.
.1.::

,i:,,. ,: Quando uÍna supeÍstição se arraiga profundamente no


,\];1

, Êiuo, não basta, para desarrargá-tâ a'evidência do enga-


ào; é necessário, ãdemais; dar à rtrultidão "alguma coisa"
' q-uc rubstit'ua essa superstição.,Do contrário, corre-sê o ris-
'm'der'Íicando o povo "sefli nada", querer tomar vingança
daqucle ç'e lhe arrancou "o qüe ele linha' (verdadeiro ou
Íals). Por isso os Babilônios perseguiram Danlel, QU§, âo
deocobrir a falsidade da "goela dô H" e ao demónstrar
até à svidência a cutpabilidade dos §acerdotes, conleguin:
do SrÊ, o ídolo fussê destruído e os. embusteiros sacritica'
dog,'t'6dxou oE Babilônios" seÍn uÍlt e sem outros. Ficando,
pois, os Batúlônios "nascidos no rnhuto critico* §em ne'
áhuma ocupação religiosa, naturalmente emPregaram e§se
; tcmpo que lhes sobrava em pêrlelth Daniel, que, haven-
..".- úo:lltcg, tirado o que tinham, não lheg deu ocupação bag-
.,i.;'s'pen csQuecer-§e do passado.
'. ::::.i_ +

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' Gpítulo II. ii

 Bnxomania. .l

nvieção uniuersal de que algnmas vezes Deus per*


mite as almas dôs defuntos apâr€çam tem hu fundr'
sublime crença na, nossa imortalirlade, que 6
tempo um dos maiores consolos e hiunfos dà :..
tazáci, porquanto, ainda .quaado no-lo n![O ensínare.

voltar ào nada diz-nos secretamente qrÍe dentro de nós há


alguma coisa. que nuflcr morrerá: "Non-onlnig' morià,,. As
próprias dorq le a sorte deíigual na vida pre*nte clamam
peta aistêncii, dà "um atém" ónde uma iusiiça Inconuptível
e'$rpÍema rêcoÍÍlpense ôu casffgue definitivamente aS boar
ou as más ações dos mortais. Désta grande verdade-Ae{
de-noS d razão, e a Fé a confirma. Mas, assim coil
poderoso automóvel em
.mãos de uma pessoa experiente e,
sensata pode conduzir-nbs sem dificuÍdades áo termo da';
nossa viagem, e nas de um cego ou de um louco nqs lev&'
ria inemediàvelmente ao precipício, assim também as nos.,,:..
sas.c?ençai sublimes_ podem ser adulteradas de maneira ffi
darem como resultado a úais abominável superstição qu§:
transvie os &omens do seu verdadeiro caminho. Esta é a;
história de todas ag heresia§ e é isto, nem mAis nem me-i
nos, o que, sucede com a mistura das crenças católicas na
imortalidade da aima e na existência do demônio e serÍe.,
poderes preternaturais, com as superstições pagãs dos an-..
tígos,-cujas fantásticas mitologias eram povoâdâs de Sâtt-,
ros, Cênios, GRomos, Etfos e outros seres
personificação, uns, das mais degradantes'paixões, e agpq-. ;jiJ'i
tes misteriosos,
eve, outro§,
v5f.w, do
sv podei
rvurr das
uco Treias.
r rvYo.
- ri...i
l:
Dedicados ao culto dessas divindades,'haüa homens e..
n,
mulheres- que se acreditavam tratarem familiarmente com':
aquelas, recebendo das mesmas poderes ilimitados para ;....
causar males terríveis à humanidade, podendo prodráir :ô,§,1
-: ?-

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t-
I

feitiços'e encantos, freparar fittros mortÍferos otl


dotadorí'de Íôrças irresistÍúeis tanto ÍÍsicas como
,,, dis;'predizer o Íuturô, que liam no voo das aves, nas'
rçàiiantai ensanguentadas das vítimas ou na§. linhas da
p$; levelar segiedos ocultos, produzir doenças repugnan-
i . . tes ç' dispor à vontade dos elementos, que'com suas pragas'
,-. eies- poOtanr excitar para cau§ar males sem conta aos seu§
;: ,ffitgps.
, qessa mistura das crenças cristãs com as lendas mi-
tológlcas, nasceiam os áru.ros e as Draxos que estiverarn
np ààgq nbs séculos XV a XVIII.
Segundo op autores daquela época (católicos ou pro-'
úestantes), as Bruxas, em razão do seu pacto com o diab,
erarii dotadas dos seguintes poderes, que "exerciam à von-
tadeo pgr àeio de ensalmos: I) TransÍormar-se a si mes-
mài q'a outros em diversos animais tais como lobos, §atos"
, pretos, ratos, etc. - 2) Produzir tempestades, raio§, chuva
3) Causar
iÉ., ãe pedras, etc., tanto na terra como no mar. - pondo-lhes;
doeiças tanto nos homens comq nos 4nimais,
-olhado" e por outros Processos. 4)'Excitar Fq pai-
gni meio de filtros e -
beberagens. 5) Causar a
-

*
ao §abá na noite da sexta-feira para o sábado, voando
..: pçJos ares montâdas em cabos de va§§ouÍa,' em feixes de
iaras; riu em demônios disfarçados em iabritos ou noutro§
anjmâis em moda 8) Boiar de mãos e pés amarrâdas,
envoltas numa manta.
- It{anter insensÍvel a parte do
-.9)
rio dia da iniciação delas, as ha-
TÍpo em .quenão _Satanás,
nela dor alguma, por mais quç,
,. viá marcado, sentindo
: A§ ê§pê{âs§em.
Tudo isso era acreditado firmemente não sô pelas in-'
como também por todo o povo e pela gente le-
' teressadas,
trad{ daqueh época, protestantes ou católiCos, pois segun-
do eles'a ed§tência de tais poderes e qualidades eta evi-
' dente, pelo'icon§tante e univàrsal iestemunho das Bruxas,
: rncsmo quando postas a tratos; além de inúmeras pessoas.
, de tôdàs.as idades'e ondições testificarem, uns terem vÍato
', .) .ld do ft. grafia fonética de saááar,
de :bruxae - §aàd:
e feiticeiras.
conciliábulo

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:ffi

Citaremos altfuns desses testcgrunhos, deixaüfu ro ts-tl;


tor dar-lhes o vatôr que.merêçam coneoante o serr ffi;:
De particutar interesse é o famosÍssimo çam do Pi
Fian na Escócia, não só por nele tqr esgdo entoMCo 1

me VI, que mais tarde foi rcl da Inglaterra, como taú6Ém;:


porque "a intriguinha" custou a vida a cêÉa de úrztltli&1
Bruxas de uma Íornada. Segundo no-lo conta Ch. Mq,
na Eua obra "The Witch-Mánia", pág. 129, hayendo J
ido à'Dinamarca ern busca de sua fufura espesqr"depoii
peÍmanecer algum üenrpo em Copenhague, embar«x
à Escócia csm â nova rainha, e depois de uma g
traveesia,. €ÍÍr. que por pouco naufragavam, dregaram"Ê.,
Leith a t.o dê Maio de 1590. poucos días depds espalhOr*.;

o monaÍca. Dizia-se que, nu'ma igreia melo SenúÍth


povoação de North' BõruiclÇ se' reuniartr em §úá o.
ó muitlssimai Bruxas, presididas por Súearfo em fot!
de cabrito.
"':,
AÍ tramaram'a mortg do rei, pois Sataüás, que er*gr;
tmior ininigo da-novo retigião protcstantc, iurara a Pe!
ção do monarca por seÍ o stdor íntnigo que cle tlnlu.,
lb tp mundo. Com o propóoito de acabar de uma ve1
o rei e sua esposa, tahbéú- protestante;'o dlabo, p1«
no mar àma dúsÍssima neHina, mas', não tqrldo is&b
rcsultado, o Dr. Fian, que eÍa o cecÍetárlo particulg,
§atanás, tomoq à sne conla pe§-lo no fundo* e patf'§
acompanhado da {ainosa Oelii Duncan e de o{tras
'tas Bruras; embarcàtam todos, cada um an rtnq S
c dirlgiram-.se rnaÍ.adentro para as coctes d{ Dinrü
.Mal as Bruxas se hnçaram ao mat nas surt perclÍâr"
' grito unânime d. "{á", que ttnha uma força diabdica 1
ticular, as ond.as se encregpaÍem e produziu.oe uma
.peotede horrorosa, pelo meio da qual as 8ruxas
de vento ela popa *m o menoÍ ttâbetb. De"hrüa

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As Fraadcs gsfnifusi os Ferdletllrr Hapúqaicot 17 -

til,..&qs sàriu toda essa erquaüa, po4pe o rci e sua csPooa


' úegaram sãos e salvos a dcstinô, e, se bem çe com iasb
nada tivesse sofrido o'rei, o mesmo não puderam dizer as
duzentas pessoas acusadas de Bruxas, pois com o Dr. Fian

-ramembora
incon{esso apesar dos maiores tormentos
simplesmente qaeimados vlvas, e - fo-
'não pela Inquisição
Espanhola; mas pelo culto rei protestante Jaime VI (?!).
A este caso acrescentaremos outro não menos famoso
nos fastos da Inglaterra. Na Pendle Forest, no Lancashire,
vivia um lenhadoi que tinha um Íilho de uns doze anos,
charnado 'Robinson. Esse mau menino, como ele próprio
confessiu anos mais tarde, foi a causa de serem queima-
' das como Bruxas inúmeras mulheres. Consoante o seu tes-
temunho, estando um dia no bosque colhendo ameixas, viu
dois grandes cachorros pretos, que pensou pertencerem'a
um certo nobre que moiava não longe daü. Havendo sal-
tado um coelho, o menino tratou de açular os lebréis para
que o perseguissem,. porémi por mais que fizesse, os ani-
mais não se mexeram. Ia ele dar-lhes uma paulada quan-
do, sübitamente, viu que os cachorros'se converteram num
'' menino.pequeno e numa mulher, que ele logo reconheceu
seÍ a Mãe Dickenson, Bruxa de sua aldeia.
: A malvada mulher ofereceu-lhe dinheiro para que ele
, vendesse a alma a Satanás, mas, tendo o menino Robinson
. recusado isso com indignação, a Bruxa tocou o outro me-
: nino com sua vara de condão,.convertendo-o em cavalo,
. montando no qual a Bruxa Íorçou Robinson a lazer o me§-
mo. Começou o cavato a voar por montes e prados, até que
"- enfim chegaram a um celeiro onde, por meio de ensalmot,
sete Bruxas taziam aparecer presuntos, tortas e outros co-
.sumamente
' mestíveis apetitosos. Quando elas concluÍram
. seus ensalmos, começou o convite, ao qual logo acudiram
: voando até vinte Bruxas da vizinhança, que o menino re-
conheceu sem dificuldade. Robinson foi contar o acontecido
às autoridades, que, baseando-se em tão sólido (?) teste-
munho, prenderam a Mãe Dickenson e as outras vinte Bru-
xa§. denunciadas pelo menino. caluniador, e, como de cos-
tume, submeteram-nas- ao tormento paÍa que "cantassem'l
daí resultando serem logo oito queimailos vívos.
Sir Ceorge Mackenzie, no seu livro !'Criminal Law",
publicado efii 1678, enhe outros muitíssimos ôasos análo-
Frrudes Erplrltas 2
-

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gos.conta o de {m iafeliz he§q que foi.dar.na.Íorca co- - "3
md Bruú, pejq àe nesmo estãva |ersuedido'de o ser, iá, , t
que itilmgvã.sem tltubear 'ier yi"t" o^diabo dal4ai$[,
ao redor de uma rrel4 em fema de mosd; e o fatg de o
diabo transformar-se comummte em mosca era nada me-
nos do que o fundamento de um dos mtúltiplos, mOtoOos l
que então sê usilv?Ín na Inglaterra, como na Alernadta ei
em outras nações, para descobrir as Bruxas. Parece que i
o inventor desse "método" foi o famosíssimo inglês, Oà*: , ,-,i
cobridor de Bruxas, Mateus
-Hopkins, .que,
em vi"rtude do . ,
seu'cargo, a si_próprio se inütulava "The Witch-Findu- j
General", o Descobridor Geral de Bruxas. Vários-eram às I -l
processos para descúrir essas aliadas de Sptanás, sendo -. -;
o primeiro deles baseado na insensibilidade das Bruxas no , "_

Costumayam, pois, os "espetadores", que assim eÍârÍl


:r
chamados os inúmeros buscadores de Bruxas que procediam .
desse modo, buscar por todo o corpo das infelizes suspei- i
tas de broxaria a farnosa trlarca, paÍa o que as espetavam .'.i
por todas as partes, dando essa investigaçao como resulta- ' '1
do a perpetração dos mais indecorôsos atentados. QuanOo, :
pois, encontravam uma parte insensível à espeta&1h,:1dç+., , .
claravam-na Bruxa ng ato; mes, não a encontrando, pród--. - :
seguiam sua averiguação pelo processo da 'flutuação' lq.- ::..,
comendado na.§ue.úra clássica "Demonologia" peto rei.. :: i
Jaime, de quem iá falam'os antes. Baseava-se esss "tra.tl- :
mento" noutra das propríedadei das Bryxas, segirndo di!'. r":
semos, isto é, o seÍeÍn "insubmergíveis". Os buscadores atg- :
vam pelas costas, à suspeita, o pé direito com e mão.e*, ...:
querdà e a mão direita'com o íé esquerAo; envolviarà-di,' ..,
numa manta e atiravam-na a um rio, lago ou o que à mão,
tinham. Se a mulher boiava,^ era declarada Bruxa, su[.; .
metida ao tormento e logo queimada; mas, se afundaya ,
e se afogava, os seüs parentes ou amigos ficavam com:. o._
consofo da sda inocência (!), mas de todo modo ela morri4,.
como sucedia às que, declaradas Bruxas, eram submetidas.-
ao tormento, porquanto, se confessavam, morriam por.h& : '
veÍem admitido o seq crime, e, se não confessavam, tatu-. - -
bém eram queimadas.por inconfessas.
Venhamos, porém, à "especlalidaft" do famoso
Hopkins e descrevarnos o seu pÍocesso 'fmoscal". Amar-

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tn.- -:

ás Frasiiesi Espíriias e os Feaihrian4u,.§tretapslqaicos lg r


::,' i.!>

'irya de a "Buspeital na postura rnaia im&no&, em qima


1...-''ú-uma mesr cômcaaa no meio d* tm qua*ã. Estaciàq+
, veU,-aí, e
por vinte e quatro ho1as, Hopkrrrs ou seus sgqu?.
depois de terem aberto um orificio em algurna pària
?s,
ou.janela, esperavam pacientemente que por ele entrassem
ê$..!Itoscas. A cada mosca que entrava eles tratavam de
, dg!,.,§aça, mas, se afuma escapava, não havia remédio,
lSçJa mulher era Bruxa, já que a. mosca escapa era o seu
Pitbo Familiar ou imp, como lhes chamavam os ingteses.
$ Rroya não podia ser mais convinceste. 1f;, e a ií con-
firmada Brula era levada ao tormento, donáe saía'em di-
Ieçãq a fogueira paÍa seÍ queimada,, Çonfessa ou não con-
,r==., fesu, conÍórrne havemos indicado.
Isto se passava na cultíssima Inglaterra Protestante, e
o mê,§mo, acontecia na não menos culta Alemanha protes-
tanle; Não é nosso intento procurar induzir os nossos tei-
t9ràs a,acred[tarem que "só nos poúos protestantes de en-
tão se queimavam ou iustiçavam Bruxas supàriamente; isto
seria contra a verdade, pois os países católicos da Europa
di dntiio tambérn foram acometidos da Bruxomania. §ó
te$onamos traçar o quadro que apresentavam as nações
ir protestantes
. Bruxomaníacas durante'os séculos XVI e XVII,
i para que os admiradores da Refornía vejam que ,.em toda
galte se cozinhava feijão e nos países protestantes aos cai-
deirões". E para que não nos taôhem de parciais, ciÍaremos
as palavras textuais- do protestante Mc. Kay na sua obra
qqda. pá9. t t5: "We àko find tüat the -Lutherans and
Calvinists became grcoter witch-burners than ever the
qonunists have beei'. ,,Também encontramos, diz ele, que
os Luteranos e Calvinistas foram maiores queimadorós'de
Bruxas do que os mais exaltados romanistas-,,. E como to-
,' davia não faltarão leitores, mesmo católicos, que duvidem
do nosso asserto, faremos aqui um brevíssimo'resumo es_
. tatístlco,
formado depois de-cotejar mais de dez autores
: que tratam do assulto, seie dos quais protestantes.
,1r. Na Escócia desde a execução de Matia StuaÍ, até
i-'., szu filho laime'êixgrr a coroa oá ingrat ãlrto i-nã u.-
,- _tri4g -e doip anos, forú lustiçadag áezessetc
paço_de uos
;;: mil Brums. O Dr. .Zachaty Cray protestanie, na sua edi_
ção do "HudibÍas", diz que ete mesmo contou uma por
uma Írás mil sentenças dc execuções de Bruxas ru tn§W
,a

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** **Efl
Mas cligamos uma patavra da Alernanha e de oÚros
oaíses protestantes. SeúnUo a Chamber's Encyclopaedie
tvof. X, pâg. 235), em-Genebra, Sutça, só em três meses
rIàm qràitn"ro.t q.iirnrrrt* Bruxas. Em Tréve.ris' em mgÉ . -
tos poucos anos, seglundo a New Internationat Encyclop4e", '.'
dia,-Íoram iustiçadas sete mil Bruxas.
E na Alemanha, segundo a Nelson'g Encyclopae$", ,
. no espaço de dois séóulos-"the Witch-Mania is estimated tg
nave toit 1OO.O00 lives in Germany alond'
: ". ' ' avalia' .."'t
,ã qru a Bruxomania custou cem mil vidas sàmente no
Ãte'àanht'. Juntem os protestantes todas as útimas, de toi,
das. as classes, da Inquisição Espanhola, e compareÍn-ni§

Bruxas na Ingláterra ou na Alemanha, e verão que os ln-


quisidores eram meninos de peito em compqração com gs
seus "co-profissionais" da igreia reformada.'
:

Ora, embora em toda parte não tenham faltado csoi


de
uE "lincúamentos"
tlllLllo|lllçulv§ de
sw Bruras,
vt!^wt mais de noventa po? etEfo'
--=l-- : -
foram justiçadas "legalmente", já que as leis de então, 1ff ,
testantes e- católica{ condenavam a Bruxaria como cri# i

religioso-social.
Á crença firmíssima nos poderes preternaturais. §. " t-'
Búras deixôu sulcos profundos, não só na literaturâ,'fli', .
ropeia dos século§ XVi e XVII, como também na p{P-IÍF: ,.,.'
Ieiislação civil e canônica. Se, pois, - a lei, .19 at PT§oa§
inãtruiáas e autorizadas daquela idade acreditavam fir-me
,ãrüãu.,- dã tato, pot meiot diabólicos, as Bruxas Pt' t
duziam'tenpestad*, mios, pestes e outros fenômeno§ (qíG'
hoie'chamamos meteorológiêos ou patotôgicos), se'as-yq.r;,, :l
poiaçOes cientÍficas de enJão reconheciam como diaMlms':
"esses fenômenos" *;; iliã óno"n"r*, à morte troÍneàe-."-:;'l
u-ãuin.t." que "com ieus ensalmos" tinham enchiQ !e
iont" o gadô, ou produzido chuvae de--pedlas,-não ê
âdmirar {ue, crendúas autoras 'de semelhantes lenômenos*
o vulgo at entregasiê à iustiça turn qórnem piedade, q;-
colheãdo a§ infelizes :'íem flagrante delito" (isto é, no ate
de .produzlrem com scus 'ensslmos ufru tempestade; fit:

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r&
Às Praúàs-EsFÍrfru c oi, F@ras JÉctaBstquicac ' 2-l
i' 1_,r-

.1.:,:ç*pupfo), as arr-attatEe sGÍtr iled.e conro ifuig* dr ht.

"l-tlfuqo§ I oqq; psiolôgicammte cssa tão e.rio-


s1,'quão trágica lmania'-

eilstência de certos fenômaws, tais como o raio, es terr


pectaAes, o granizo,'a rônha c ouhos semelhantes. Negai
':-'. a'eústência "desses Íenômênos" serla unu loucura, cnmo
igualneile toucura era explicar a produção deles por meio
db'ç.poderes preterúurais das Brums.
2, Os sábios de então acreditavam não só na possióÊ
lidsde, como também na realidade e no uso lrequente de tois
poúeies preternaturois das Brums' e a!ém de admitirem os
- ienômenõs antes indicados, que explicavam PoÍ meio da ái-
', pótesc do pacto diabólico, admitiam tàmbém como realmen-
il. te cxistentes fenÔmenos tais como o das Bruxas sviodoros
,- que marchavam Para o Sabá montadas nas §uas aero-vl§-
'i sorras. Pois, segundo a sua argumentação lógica fundada
"numa hipótese falsa", se a§ Bruxas podiam rnandar ao
vento e côntrolar o raio, não havia "repugnância" em que
taarbém pudessem montar num pau e voar, já que o pró-
pÊ:o diabo, que fazia enfurecer e encresPar as ondasr- era
qüefil, com seu poder, transportava as Bruxas ao Sabá,
montadas nos seus "Clavilenhos".
3) Ppsta a hipótese do pacto diabólico como "funda-'
mento certo" dos poderes das Bruxàs, e não só admitida
como indiscutível a possibilidade de operar o diabo esses
e outros portentos, mas ainda dado como comprovado ser
elc quem de foto produzia esses fenômenos, vieram a de-
duzir-se e verificar-se outros /oÍos curiosíssimos, como o
de haver inúmeros diabos por toda parte, em especial nas
águas estagnadas e nas fontes termais, as quais eÍarn
aquecidas com fogo infernal, sendo claro indício da sua
origem o cheiro de enxofre, característico dos habitantes
do Averno. Esses diabos não tinham morada fixa, mas ha-
bitavam no aÍ em enxame§ numerosÍssimos, e, como tinham
o poder rlF fazer de qualguer Íorma uso de corPos aéreos
(aitrais), andavaú por esses páramos nos mais variados
disÍarces, causando semPre mal aos mortais. A forma de
moscas e outÍos insetos era, de ordinário, preferida pelos

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-' i: 'lr
Ul .:.:- : Carlos.rútda,:dl Her&,.$1 ,-,i-:, -L..:'.,, ,,::i-
dabos ds bdxa condiçb, dgir.ndo,B.,ü qbdtó f{ra ss-
autoridades maiores.
-- .Dqtes Íábulas está.eiüada a literahrra & ürtfu, e e§-rr :i
critores considerados naquela época como vcnÊdciÍrs au. .iij
üoridades, tais como Sprenger na sua obra clássica
- (?) ,

'Mal-leolus Mlletic4rumt', Delrlo na su4 ,'DiEuísitionum -,i-i.


lQgrcarum:t, Bodin em "A Demonoii,rania {ar F'eitiçeiras", -i:,
Jaime VI e Farfax em suas "Demonologiasri WiÍeus am -.,::
"de-.Presti$is" e outros muitíssimos aqtoies frobstantes ê
católicos, que copiaram os antes mencionados, davam co- =:tE :

mo fatos incontroversos semelhantes lendas. E não só afir.


qavam que o ar estava cheio de.diabos, como tambêm que.
chegaram a ser contados por Wireus, anteriormente citaüo;
o qual nos assegura qué o número de diaboo entito exig-
tentes era de. .. 7.1UJ.9fr, nem mais nem menos.

A credulidade da gente "de p€na", e não só a do urlgo


ignorante, nos aéculos XVI, XVII e XV[II, chegou a tão
alto grau, no que se relaciona com as_Bruxas, quê ao lcr-
mos os livros escritos naquela época não podemos dfirlÍ .,.-
de sorrir desprezivamente. Com efeito, o nrimerô de BlU** :
lônios nascidos no minuto crítico deve ter sido, naqS ',
dias, sumamente crescido. Mas nós 'outros não devemos .
"atirar-lhes a pedral', porque, se então houve inúheros.Ba-
bilônios, a semente ficou, e estes continuaram multipliçan:
do-se nos nosson dias, sem que a quantidade ., naáa lhet
diminuísse a qualidade

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:::. *.:eSJ.=:ú;g

. Caf,tulo.IU.

PsicoloÉia da,.BnriomaÍria.

.-]..il{uitos dos e§cÍitores modernos costuÍnam úamar à


IdeS !{édia a idade da ignorând+ e ninguém pode negar
gue entiio havia muitíssirna ignorância. Mas, setrt comPa-
ratmoc a nossa idade eonr a dos .séstlos médios, fàcilmen-
te viremos a deduair que, §e aquela foi uma época de ig-
no/Jneia t'sem pretetõeo", sh é a idade da ignoúncio
dulterada pela edacoçã0. Aqueles eram simpletmente ig-
norafite§, ao pesso que nós outfos gozamo$ do privilegio
S uma f ignorâncla científica'. â diferença entre o güeé
etg não eomheciam e o qüe nós conhecemos "a trrcia§"
,íài*tite"iral, se se comparar com o que ignóramo§. E, sem
.çirbargo, não poucos costumam olhar aquela idade com
surno desprezo.
, . Exibia-se, nQ há muito, num circo uma. "troupe" de
anõÊs capitaneadoi por um gigante. Entre aqueles liliputia-
nos havia dois, sumamente bem formados, cuia diferença
de estaturas era só de centímetro e meio. Isto foi, todavia,
causa de qué os dois homúnculos viessem um dia ài mãos,
uípenhando-se em microscópica luta. O gigante acudiu
para separá-los, e, procurando averiguar a causa dp rinha,
veio ao conhecimento de. que o anão que media mais centí-
met o a meio via "por cima do ombrol','com sumo despre-
zo, o seu companheiro, rdzáo pela qual este, indignado, re-
sglvera acertar aquela "pequena.diferença" a socos. Nós
somos os anões"grandes e os de séculos atrás são os anões
peguenos. E, se os que'viviam naquela época, em razão do
que ignoravam sustentavam opinltles que hoje nos pÍovocam
o riso, do mesmo modo, em razão do que atualmente ig-
-farão rir
noramos nós sustentamos ridículas teorias que
com gosto os nossos "imediatos sucessores". Por isto, ao
procürar fazer uma análise da Bruxomania que poi mais

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r!j,r\l

:'ii:..

d€ f& !Écubo afligiu s ryÉGE údlizádes, peoorrrrry -


ter presentes as condil$es daquela êpoca, não rs sooftm,
dndo com as aürais. iD'
Há quatro séculos não havia quem sonlrrseo qrm e
exiatêocia da elehicidede atnosférkn, can& pra des pen
Íeitamente desconhecida a verda&iÍe Gausa do reirl do tro-
vão e das tempestades. Demonstran& esses Ícnômmos a
existêncla de uma forya çolossal, imensamente superior à
do homem, aão é de estrrnhar que os aterra&rei eÍeitoc
desses met@ros, bobretudo em circrrnstâncias especiais, fi-
zessem nascer na imaginação da multidão espantada a idela 1:

de ser preternatural a àtrsa que as produzia. Outro'tanto

como a sarna ou mortíferas cômo o carbúnorlo, que atá- ...'

dadeira, ahibuíam-nas a bruxarias e encantamentos. Quatr- i


do havit aquela boa gente de imagidar que o raio era urna :

simples meniÍêstação'da eletricidade, ctmo íós outros sa-


bentos, e que o carbúnculo era produzido pela propagação .,.
do "bacillus anthracis"?'Aqui temos, pois, o primeiro ele-
mento para e. nossa análiee psicológica, a sabêr: a êxfu-
tência de certos fenômenoo, uns aterradores'coÉo o.raig,rà
outros mortíferos como o carbúnculo, gue causavam, àilà. -t
um a seu modo, muitos danos à humanidade. Os lsn6niei ,..
nos existianr, sem dúvida de espécie alguma, mas e caus& .
que os gerava lhes era de todo desconhecida, aos homens
daquela época. Daqui a necessidade de descobrir "uma ex-
plirnção", que é o que agora chamamos uma hipótese, paiu
designar a causa que produzia aqueles fenômenos.
Quem é que produz o raio? quem é que gera o êtr-
búnculo? A estas perguntas que todos se faziam, as Brurls
respondiam: "Nós produzimos o raio à vontadê, poderiioa.-
'
a nosso gosto propagar o carbúnculo".
Podemos dividir as Bruxas em dois grupoq perfeitÁ
mente determinados: a) as Bruxas "valentonas", e b) -as
Bruxas loucas ou auto-sugestionadas. As primeiras forma-'
vam uma verdadeira l'classe" de mulheres que faziam pro-
fissão da Bruxaria, especulando com a credulidade dos Ba-
bilônios daquela época. Sem terem poderes de espécie al-
guma (como a maioria dos nossos atuais "médilns"), blia- .'
sonavam de poscní-los, aproveitando. qua[uer ocaeião fe-

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$E Ih€§ Íffia àt,Eãoe, 'lrê36o. csm tgt6 ft É
pcle.
\, Quando esse eslpêcle de Bruxas era poata a tratot,
tipitas e"'princÍpio nqevam haverem produzklo tmpettr-
êh ou causado a morte do gado, etc., maE, cüt. tpüsot Qtl
4.-.dor+s e preferindo arffi1e, por estar um Poüco mds lon-
§gque o tonneÍto, delaravam quc "efetiúamentg poÍ úm
.pacto aoÍn Satanás, tinhalil produzido esses e outrsg fenü
ÍBÊnosl', coÍt o que paravam de atormentá-las paÍa con-
úrzi.las mais tarde à fogueira.
, À§ Bruxas loucas otr autô-sugestlonadas (que por cer-
to eram muito numerosas) estavam persuadidas de que ti-
nhám aqueles poderes, devido ao pacto diaMlico, e assini,
guandô caíà uma saraivada na vizinhanÇ4 por exairplo,
declaravam sçm rebuço serem elas a causa de scmelhante
fenômeno. Levadas à tortura, logo confessavam que real-
mênte'-"êram Bruxas", e enquanto os verdugos ás tortu-
ravam, eias murmuravam *ensalmos" com a Íirme .persua-
sâo de que Satanás lhes yiria em auxilio, o que, cómo de
supor, nunca sucedia.
' . Esta constante maneira de proceder dumas e doutras
riôio a demonstrar aos luízes, e por meio deles aos letra-
dos daquela época, que "a teoria das Bruxas e o seu
pacio diabólico eta um Íoto", argumentando eles desta sor-
te: aplicando "activa pàssivis", pode o Demônio produzir
esses fenômenos; assim é'que as Bruxas asseguram "te-
rem feito pacto com Satanás; e confessam isto até mesmo
no tormento; logo, em virtude desse pacto, as Bruxas po-
dem produzir tempestades, raios e enfermidades "à sua
vontade". E acrescentavam mais: não sômente podem pro-
duzi'los, mas "de fato" os têm produzido, coniorme "elas
mesmas" têm confessado; qas, não tendo por si mesmas
poderes para semelhante eoisa, resulta gue, se o têm feito,
é por arte diabólica, corno elas igualmente afirmam. E
aqui temos estabelecida a teoria do "pacto". Contudo, nem
mesmo aos mais ferrenho-s defensores dessa suposição, co-
mo ao fariroso D.elrio, -escapava que tal pacto não podia
ter força algurna ".para obrigar Satanás a lazer o que pro-
metera". Donde r.esulta que, paÍa a Bruxa, o pacto era
perfeitamente inútil, ,iá que o Diabo só hayia de fazer' o

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'$§':, -'.1*:'..;::§4,íe§'jilgrà, te Í*eçCt§a, ti -.f.:rr"i"=- .Çe''--:;
St ltr tBe rrc.gOto,. úão' tr*erao rt&frnn' ,ffi.t*e.'ffi-
gá-Io cumprir
a a-palawa.
': ' Poi ríútro ledo, a giiite :ordiàária,bem doúü:'fs sá- ':
bfios'de erúâo, fiáüíâm nõta'dà quererta esiréê€ dé d6dÍiç3§
sé pÍopâgà\n por.rneio das'inosras e dos,ratôf'(O,qúe efrá
conÍirmedo por experiências rcceúes). Mas a4Jur*ertevam
assim: "aB moscàs e. os ratos ttão são cottw,-pbprcbtú
para produzir semelhaates.regultados; logs ê o 'Diab ein
forma de moscas ou'de ratos qual os produz". Não o-
nhecendo a existência das bactérias, como harremos igdí-
cado, era moralmente impoisível aos eruditoo da+r{a êpo-
ca explicar-rc como uma mosca ou um rato fo*em. ila
çausa" de urnl enfermidade, e assim atribuíain a origern
desse poder, não aos micróbios por elas transportados -to-
mo veículos, mas a §atanás, que com seu poder sobre$rLÍr-
ral podià causar uma epidemia. E aqui temos outro fato
certo explicado por meio de uma teoria falsa, Íatos esqes
que, iunto oom a teoria, deram origem a "outra proprie-
dade das Bnlxas", isto é, a de poderem elas mesÍãas con-
verter-se, ou converter outros, em animais, por'' úêio dm
seus ensalmos. E a verdade era que "esta forma & alu-,
cinação" tinha, na realid_ade, por iundanrento uma r{1!g,.
agora benr conhecida: a Licanhopia -'"- .

O uso da Beladona, do Estramônio e de outras ç;1iã;'


produz a loucura §e tomadas em doses determinadas.: coÉl
por demais sabida dos nossos índios, que usam a eroa.qr.e
êles cÍramam "tonalocos", não só eomo medicina, maq Ugr--
bém como meio'de fazer mal aos seus inimigos" Coú,à
cendo o poder dessas e de outras erya!§, as Bruxas de en-
tão usavam-nas em suas beberagens e unguertos, prodú-
zindô em muitas ocasiões a louúra, sob dlversas fôrnfàg,
ou enve[enamentos que causavam a morte lenta ou ráfiilS,
dos "enfeitiçados". Esse poder, Qü€ elas realmenê pq1.
suíam, vinha a confirmar na opinião do vulgo e dos eÍüdi+
tos a existência de outros poderes que elas diziam pos-
§uir, como o de produzir tempestades, que era espeeian--o
dade das Bruxas.
Desses Íenômenos "reais" explicados por uma teor.ia
falsa, vieram os antigos a ter como certo outro fertômedo
(?) característico dessas zliadas.de Satanás, como fosse.u
de serem ovladoras, ou de irem ao SaM, à noÍte da sexta:

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:]Ps '.
:'r,-feira prra osábádo, voaRdo peloe arm montadas nurn
aúo. de vassoum, nurn
rl'.í-::: dc vetos, ou eÍn diabog dis-
' -lerçados em Cabritos ou Í€ixe
em outrog animais. Coisa que cau-
--.ra admiração, ao lermos livros escritos por autores verda-
êiramente inteligentes e letrados, como o famoso Delrio
g outros muitíssimos, é rrermos como eles estavam Persua-
i'verdade desse (?), e como o defendiam
.dd-os da
' cofi razões e argumeRbsfoto" de todas a§,,classes. Para nós,
esses histórias sãô melo's "contos que cbnsideÍamos digno§
- das amas para entretergm e assustarem as-criançau'; mas
durante m sectrlos XV, XV{ e XVII isso não foi brlncadeira,
mas as§unto:da maior transcendência, de que se oguparam
os mâl§:insignes letrados, iurisconsultos e sábios da época,
escrevendo livros para provar a "Íerdade" de suas áipd:
,reoas, 'que eles coífundiám constantemente com os ntstà{'.

! Rdkxões Psicológicas.

Pouco ternos que acrescentar aqui ao que dissemos no


gpítulo ante.lior, iá que o presente é u{na
confirmação,
qma análise daquele. Muito poucos se livraram entlls da
.rytâgbs.a Bruxommia. A psicologia da multidão operava
'- qgtão do mesmo modo que hoje em dia. Tão-sômente ho-
mens do porte e do senso comum de Cervantes (conf. Diá-
.logo dos Cães) souberam sobrepor-se a semelhante louçura.

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Câpltuló IV.

Fun&rnento e Princípio.
Mesmo antes de Franklin haver demoastçae e oÍts
gern do raio e de Pasteur ter feito pública a eiistênôia do-s
micróbios, iá as Bruxas andavam em décadência, rnas des-
& o momento em que se encoatrou a verdddeÍra'causa desi
ses fenômenos, que por tantos séculos tstivera oculta, as
-a desaparecer
Bruxas começaràm com rapidez extra-
ordinária.
"A especialidade' daquelâs infelizes fôra a produção
de trovões, relâmpagos e raios, ou a propagaÇão do car-
búnculo, da ronha e de outras doenças, produzindo "a do-
micílio" tempestades e epidemias; assim, quairdo fol'des- .-.,1
coterto o embuste,.elas foram para o olho da ma,_cotiir .-,,{
-a :-r-
loja Íechada e a freguesia
-D---'j- dispersa. Mas, como ovE$..
..:-Í= -_ :.,ê
.::
ruim não se quebra", e os Babilônios modernos, qtte'tati. ._i
to aburidam, não se deram por vencidos, como poi veni!É-:
dos não se deram seus gloriosos antepassedos, bem dÉ::,
pÍessa apareceu.o novo. 6roto da Bruiom4nia: o Espil[. -:
tismo. E às Bruxas sucederam os Médiuns, e as Peneiras ...,-i
e Cabos de Vassoura foram substituídos "cientlficamente" .

pelos Pandeiros, Trombetas, Mesas e Cadeiras dançarrteg" l-i.i,

Com efeito, a 2 de Dezembro de 1847, John D. FoÍ'-


com sua esposa e suas duas filhas menores, Margarida, de
oito anos de idade, e Catarina, de seis anos e meio, mudt:
ram-se de onde moravam para um "Cottage" conheeido
pelo nome de Hydesville, na vila de Arcádia, condado d€ :,.;:
Wayne, no Estado de Nova York. Poucos dias depois, a
mãé, chamada Margarida, começou a ouvir ruídos estra-
nhos que pareciam ter origem no quarto onde dormiam :

as meninas estaqm' acordadas.

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Aj:irwdey êfpfrAos c os,Faúàiwt 'tlklap§íçwcos 29

Em Íins de Fenereiro dc l8{E, esss ruídos ma$Erte-


''r:retn-8e-em
"rap8" ou pancads secas, que muito ts§ústa:
,:',sâiln a boa senhora.'Âs meninas, todavia, não pareciam altr-
' üürr-se ctm tão estranhos ruídos, e a 3l de Março do
OsrÍBo ano Catarira, a menor, teve o ensejo de dizer:
-t€ndo"' e, batendo cúm os dedos da mão ou dando pal-
'marlas, dizia: "Vamos a ver, conta: um, dois, três", e as
estranhas pancadas soavam claramente por uma, duas e
três vezes. As meninas já estavam na cama, que, segundo
o costume antigo, eram de nradeira. Maravilhada e assus-
tada'ao mesmo tempo, quis a máe cxperimentar (to put to
test) o poder daqueles ruídos desconheeidos, e pediu "aos
ruídos" (I asked the noises) que lhe dessem a idade de
suas filhinhas. No momento ouviram-se oito pancadas. . .
,À pâusa; depois sete. . . e logo três. Estcs últimos represenL
tavam a idade de outra filhinha da senhora Fox que ntor-
'r€ra com essa idade. Semelhante resposta desconeertou por
ctinpleto a crédula mulher, porquanto, como ela mesma
' afirmava, "não havia no quarto ninguém que conhecesse
.a idade de suas filhas" (exceto as próprias meninas,_ é
claro). Então perguntou de novo: "E' algum ser vivente
que responde tão corretamente às minhas perguntas?" Mas
. aão obteve resposta. Então (repare bem, leitor amável),
., ocorreu-lhe faier à seguinte pergunta, que envolvia em si
* grandiow hipótese espírita:."Será úm espírito?', e acres-
cehtou: "Se assim é, dê duas pf,ncadas", e imediatamente
. se ouviram duas pancadas secas e claras; Animada.com
igto, a boa mulher prosseguiu:. "Se é uma alma penaúa,
dê duas pancadas", e logo as duas pancadas responderam.
. ".Onde Íoi que lhe causaram o dano? toi aqui nesta casa?",
, ê,, â resposta afirmativa fez-se ouvir imediatamente. Desta
sorte a -crédula mulher õhegou a averiguar que "a alma
- penada" era a de um homem de 3l anos que fora assas-
sinado naquela casa, e cuios restos mortais estavam en-
' terrados no porão; que ele tivera cincà filhos, dois homens
e três mulheres, que ainda viviam, mas que a muhàr dele
. morreÍa. A senhora Fox perguntou ao Espírito se seria tão
qu-e cgntinuasse a bater quando viessem os vizinhos,
' cortês
e o Espírito respondeu que 'Sim'. Isto foi o princípio do
pspiritismo atual. Vejamos, porém, o que havja em tudo
ftso.

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& meilinasFor tinhim uma irmã iá casa& e (pe en-
tão se ctamava'Senhora Fhú, norne do primeiro.ruari&.
Essa irmã tinha mna filha Isabel FisctU que eoataVa en-
t![o quinze anos. Esta menina, neta da Sra. Fox e sobrinta,
das pequenas, embora maior do que elm, achar6-se de vi-.
sita à ÍamíIia de sua avó, quando.esta se fiudara, havÉ
pouco; para a casa de Arcádia.- Querendo assustar a §o;
brinha Isabel, as duas meninas Fox tiveram a ideia de amar-
Íar umas maçãs com um fio e fazê-las rolar peto assoalho
de madeira quando Isabel começava a dormir. A pobie rar
pariga se assustava, e as irmãs Fox riam dos sustos dela,
mas sem que ela descobrisse a causa daqueles ruídos.- No:'
afã de aparentar Que não tinham parte nos ruidos,'comé
çeram as meninas Fox a estalar os dedos das mãos, Ínâtr+: -
dando as maçãs repetirem ruídos semelhantes. Esta ideia
despertou-lhes nos cérebros infantis e travessos a ideia de
lazer o mesmo com o.s dedos dos pés, e a invenção devzu-
se a Catarana, a menor. Quando as pequenas descsbriram
que podiam fazer esses ruídos metidas na cama e conseÍ-
vando as mãos à vista de todos, ficaram contentíssimas,
pensando il) §ucesso que iam ter com t2Ío prodigiosa des-
coberta, mormente quando notaram que, apoiando os pés rç, _
espaldar da cama de madeira, os ruídos eram muiüo mri§--_ i
fortes, servindo-lhes a§ tábuas de caixa de rêssonânçiá1.....1:
Então foi quando 'lcomeçaram os ropl' e a.mãe asqstd{1.,..|.::
"ideou a fatnosa hipótese espírita que aiada perdurd'..Cut$:'":.,*
pre notar que a mãe, e não as meninas, foi qrem foriou,,
a história do morto (que veio a verificar-se ser inteiia-
métr Íalsa), e que as travessas criafuras só respondiat#. :
'sim" ou "não" conforme lhes dava ná telha. Isabe! a. ,
princípio, também acreditou que ôs ruídôs eram prodrzider .--+
por.espíritos, mas, como é natural, bem depreÕsa sê &iÉ,,',iÉ
côata de, sereÍn as.p€quenas as autoras de setÉlhante.-fiÊÊ.- .
nômeno.
Sem trair suas tiazinhas contando a fraude à avó, Íof'','
descobri-la a sua mãe a Sra. Fisch, que morava eur Ro'.
cÍrester, Nwa York, não longe de Arcádia. Velo ê§t2 5i;-:,: .

nistra mulher e támou à sua-conta exptotar a credulidadi' '


dos vizinhos, e, para estar segura de que as meninas Iüê
obedeceriemiecáariam,ameaçou.asdecrirttarasua..'.nâe..
"o terrível'engano", se elas não lizessem o que aila lhu!,

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:.-:.rri::::; q:l

'á" tF;tiau,' os Fe@4ntJlg§ ltetapsiquicos 3Í


§!qpr,.r1-Íe&,c

"$t';§aç$selhara. E :o coJrsello Íoi leyá-las consigo


.para..Rg-
ff.,,t9§l:1,:-'*TT.
.. 1 gT t'li!:T.
iemeçarsm a render-lhes ::p119
consideráveis túblT:
somas. O engano -r:
-.,§.,'-
É, adiante; as poblesSiaturas seguiram o caminho que
.s.e-gui5
:i--=,;.. Ihàs traçou a Íunesta irmã, e assim prinophU e toúou ex-
trerdinário desenvolümento o Espiritismo:
=:- Não poucos autores querem supor que, se a princípio
a*.p_equenâs não tinham "poderes psiquicos", pouco a pou-
co'os desenvólveram, e que no fim as "lrmãs Fox" eram
verdadbiros médiuns; mas, ante esta afirmação grahrita, te-
mos a franca e humilhante confissão de ambas as irmãs,
gue. nos asseguram terem sido sempre lraude os tais "rops"
e demais "Íenômelpl' por elas produzidos.
Mas, seJa como for desta questão, uma coisa é certa
segu:tdo o testemunho das irmãs Fox, e é gue: o princípio
, do Espiritismo loi devido à suposiçõo de úrru mulher gs-
sustada, e o lundamento foi rim fenômeno inteiramente-fal-
s9,.pois os "raps" eram, então pelo menos, produzidos imu-
' diüntamlnte jeb estaiido dos dedos gr*:àrt àoi p/li aot
',' menfutas Fox.
Toda esta verídica hist6ria como a que em continua-
, ção naÍramos são tiradas do livro intitulado "The Death-
Blow to Spiritism", publicado por R. B. Davenport e edi-;
" trdo pela Casa C. W. Dillinghám, de Nova Yorli, em 1888.
' Raríssimos são já os exemplares que restam de tão.impor-
tante livro, mas temos à vista um deles, e a este nos re-.
feriremos em tudo o que se relacionar com as fundadoras^
do Espiritismo nos Estados Unidos. Debaixo do retrato das,
duas irmãs Fox, quando eram moças, vê-se a seguinte de-.
. claração, que copiamos traduzindo-a do inglês:
"As abaixo-assinadas aprovam a intenção do Sr.
: Rutrem B. Dâvenport de esciever o verdadeiio relato da
origem do Espiritismo e da nossa ligação com ele, e auto=
. rizamos o dito Sr. a Íazer o devido uso dos dados e ma-
terial que lhe pusemos nas mãos. Nova York, 15 de Ou-.
tubro de 1888. (Âssinado) Margaridg fox Kane. Catarina.
Fox Jenckên".
Durante quarenta anos .as irmãs Fox tinham sido ar:.
rastadas pela torrente impetuosa que elas mesmos hãviam-
- desencadeado com inocente imprudência, sem terem a menor
ideia das funestas consequências que iam causar com a
sua fraude pueril; mas os resultados lhes atormentavarn:

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gZ - l Car,los.,ffrúe ile'Hs&; -?.,,, : ' .'..,' .,
i

dinal, bem lrcomeÍha&s,


constantcrneoie as consciêrcias, e
trataram de desfazer o que trrviam feito, e utt d4 e'24
de §otembro de 1888, a cidade de Nova York. primeiro, e,
todos os Estados Unidos depois, ficaÍáÍn admiradoí ao ler
no "N€w.York Herald" as seguintes palavras que em letras
garrafais apareceram encabeçando um artigõ desse F
riódico:
Mê'
"Deus não no-lo ordenou assim.
dium diz que os Espíritos nunca voltam.- Um aÍarhado
À tilúva do
Copitão Kone. das irmãs Fox promete uma inte-
- Uma
ressante explanação da Fraude"
Esse artigo vinha confirmar a carta que Margarida Fox
Kane escrevera âo diretor do "New York Herald' e que este
ünha publicado em Maio do mesmo ano, na qual dizia: "O
Espiritismo é uma maldição. . . Deus apôs seu selo contra
ele". 'fSeia qual for o ponto de vista sob que se'considerg
o Espiritismo é, foi e será sempre uma maldição e um laço
de perdição para todos os que com ele se metam. §enhum
homem ou mulher equilibrados podem pensar dg outro
modo" (págs.30 e 3l). Diz ela em outra parte: "Sempre
tive, é claro, perfeito conhecimento de que todos os efeitoq
espíritas produzidos por minha irmã e por mim erom fraude:
em absoluto. Procurei explorar o desconhecido tanto quan{g_'
aos humanos é dado. Visitei os mortos para ver se eleü r
podiam dar-me alguma lembrança. Nada, nada consegqi,'
absolutamente nada. Estive nos cemitérios, sentei-me sôli=. .
tária durante a noite nas campas, desejando que os erlf=.
ritos daqueles cujos restos ali estavam sepultos se §omu-
nicassem comigo. Procurei obter algum sinal, mas sem re.
sultado" (pág.37).
Estes são alguns dos muitos e interessantes trechos_que .

se lêem no citado livro sobre como Margarida Fox E4$e


opinava a respeito.de tão "extraordinários fenômenos- (!I8.,
Mas não é só isto: a l0 de Outubro do mesmo ano:-tle
t88E, Catarina Fox Jencken regressava da Europa,.e êüi
aqui o que a imprensa novaiorquina dizia no mesmo dia,
l0 de Outubro:
"E agom Catarina Fox. A mais moça das Médiung
Íundadoras vai fazer estourar- a bomba. Acaba ds cr*-k
gar d1 Euiopa. O Espiritismo é uma -farsa do princípio
ao fim..." -

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'' Ás Fraude.çi§àÍrrH*c"el.oifaúnüanoc,fiiaâpdqatcos . Sl
t
:r';rçorio,.erzr'natuld, os iqp6itHêa àisedtarant-ria, : e els
-
Êlui algrrmas das suas afirmáções, reimpressas no lívro ôi-
tado: '{O Espiritismó não me importa coisa alguma; pelq
qIà me toca, Éão tehho mai§ o que fazer corn ele. Mas,'sobre
:_ Cete,:ponto, afirmo que ô Espiritismo é uma das maidições
-. ,rff§Ures que o rirundo tem cãnhecido,,.
,. r-,"Í'Não o negarei. O Espiritismo é pura farsa do princí-
pi6+ ao fim. Ei ô embuste maior do piesente sécttlo,'.
: "Sei e conheço com certeza que iodas e cada uma das
manifestaçôes- espíritas por mim produzidas em Londres e
em todas.as partes foram fraudulentas,, (págs. 54 a 5g).
-l-1o
. inesperadas revelações feitas nada menos do que
pdas, fundadoras do Espiritismo nos Estados Unidos, não
Êuderam deixar de cauiar uÍna'sensação tremend",
çialmente entre os adeptos de boa ou. de má fé, e acarre- "rp.-
tarflE sobre ambas as irmãs um verdadeiro dilúvio de car-
tas, ameaçadoras umas, insultuosas outras, e cheias de an-
siedade p desconsolo as demais. Nelas os missiyistas pediam
, *,ltfnã: Fox que, por tudo o qüe lhes fosse'rnais ságrado,
Itres quisessem fazér saber de maneira autêntica se ãquilo
que os jornais tinham publicado era verdade ou ,sômãnte
conversa fiada de repórter, pois se achavam cheios de an-
4çt,,",.$fi"n1, ao coasiderar que as süas crenças e con-
ytr*$ basead4s, de.maleira mui principal, no iestemunho
ffi,durante quarenta anos. pelas Fundadoras da Nova Re-
yglação, v!1!am a cair'por terra, e ser certo o que os
iornai^s publicavam como revelações autênticas.
cadeado tão terrível furacão, iá estava àespedaçado pelos
Íemorsos, mas ao receber essas Çartas elas compreeàdàram
não ser bastante declorqr sômente que o Espiiitismo era
rêlp,q. mas ser preciso manifestar ao público os meios de
que-;qe..${Bm-valido desde o princípio para enganá-lo. E
q§ín-d$tqiu JHargarida sair dê novô à ãrena e,"do patco,
dgclal{ que fola uma embusteira e explicar .orno'p'.ãor-
zira 'aaqueles tão .surpreendentes como' inexptictiiiis'
menos".
fittô-
Era a noite de 2l de Outubro de lggg. A Academia de
Música de Nova York estava cheia de ,uma coneorrênçia
tão numerosa quanto distinta, nao tatanào, .;Ê-;;';;
pectadores, furlbundos espíritas que estavam decididos
-ou a
aÍmar sarilho, para ridicularizar inpedir a exposiçaã
Pnuder EspÍritas 3
-

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. ,,"**i
3a _ êertos t@'ill Hcr&r §r.:I., ' :' ; i 1

que, dos Feaômenos Erpírilea, h taurrr- Mergerkh' Fox.


lilas, aÍortunadanrente, inúteh thes Íorân oe §dfrsoq.,,,O
efeiüo moral.do "exposé" não pôdo ser maisr."Margar$a
For, cheia de emoção (não era Para Ínenos), dirigiu+q,
do palco, ao seu auditório e disse-lhe as razões seguintes,
que'extraímos do livro mencionado (págs.75 a 77). 'BGrh
sabem as pessoas aqui presentes que fui eu uma das prin-
cipais causas instrumentais na pelpehação da fraude Es'
pirita que se impôs ao'público por. demais confiado!'.
"lsto foi a maior dor de minha vida, e, ainda que tar-
de, estou agora preparada para dizer a verdade, toda a
verdade e só a verdade, com o auxílio de Deus".
"Haverá, sem dúvida, muitos que me desprezatão ppr
semelhante logro, mas, se conhecessem a infortrtnada his-
tória do meu passado, a agonia em que tenho vivido e a
vergonha que tudo isso me tent causado, creio ;Qü€, âilt€§:
que me censurarem, se af,edariam de mim.
'

. 'A aütude que Por tanto 'tempo mantive Íoirme im-


pôsta na infância, quândo, em razão do meu caráter ainda
não formado e da úinha mente ainda não desentolvida' me
era difícil poder distinguir ertre o bem e o mal.
"Arrependi-me quando cheguei à maioridade. Confudo,
guardei silêncio, por{ue me intiúidaram e fui Íorçada; €.-em .

áeio a uma vida de adversidade amarga escondÍ, o melhor


que pude, a vergonha da minha falta. Mas agdla, grryS-
á Deus, que me despertou a consciência, acho-me capaz üe
revetar a Jatal verdade, a ignominiosa fraude que tem feito
murchar tantos coraçõês e tem esgotado tantas vidas cheias
de esperança
"Adui estou esta noite como uma das. fundadoras do
Esoiritismo. Dara denunciá-lo como uma Íraude absoluta
do'pridcípiá ão fim, como a mais mórbida das superstições
e a blasfêmia mais malvada que o mundo iá conhecet ,,'
"suplico-lihes me prestem atenção e me Petiloe$,i.'§Ê:
porso t*nar-me digna com o Passo quê 1ou dar. Suptigor'.,
ihes também estendirem-me a mão e aiudareh-me á segü!í
-"
'i
pelo bom caminho que comecei a trilhar".
A essas palavra§ tão sentida§, saídas do fundo da
cortsciência daquela infeliz mulher, seguiu-se a demonstração
experimentat dá fraude, da quat deu minuciosa conta o "NeÚ
York World" do dia seguinte e foi, em resumo, como segue:

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t' l ' :

; ás Fi@ps EspÍiiltis e os Fertômenos .Metapsiquicos

"Um banquinho.de madeira'de quatro pés, que aervia


de caixa, de ressortância, estava em frente dela. Diante de
toda a assistência ela tirôu o sapato do pe direito e colo-
cou-o em cima do baàco. Podia-se ouvir voar uma mosca.
De repente puderam perceber-se, com toda clareza em todo
o salão, pancadas secas e curtas, que se repetiram -várias
vezes à vontade da famosa médium. A pedido dela subiram
ao palco três doutores do auditório e qxaminaram-na deti-
damente enquanto ela produzia .os famosíssimos "Íaps",
aquelas pancadas misteriosas que durante quarenta anos ha-
viarn assombrado tantos milhares de pessoas, tanto no Novo
como no Velho Continente. A comissão de doutores decla.
Íqt que a causa daquelas pancadas não era outra senão
o estalido das falanges do dedo grande do pé de Margarida
Fox. ,. Nesse ínterim, Catarina Fox, a outra fundadora do
Espiriti'smo, estava sentada num dos camarotes à vista de
todos, assistindo abertamente a tudo quanto dizia a irmá.
Ruíra o fundamento do Espiritismo perante a sílenciosa as-
sislfucia que presenciou a famosa expeiiência".

Reflexões Psicológicas,

A retratação pública das irmãs Fox não acabou, nem


de longe, com o Espiritismo. Os Eabilônios da época atual
ndo"se deixaram vencer pelos de antigamente, e levantaram
-contra
uma trrrível celeuma as irmãs Fox, acusando-as de
ébrias e tirando iudicialmente os Íilhos a Catarin4 paÍa
qqe esta, levada pelo amor materno, transigisse com os
Espíritae e "se retratasse do que dissera,,, piometendo-ltie
que, se o fizesse, lhe devolveriam og filhos. E efetivamente
ela se retratou. Mas de haver produzido os "rap§" pübli-
çamgnte "por.meio dos estalidos do dedo grande do pé,',
n5o pôde retratar-se. O fato "tranchant" lá estava.
. ,.:-; Os Eabilônios rnodernos lançaram-se contra o novo
Eaniel qüe Íevelara a fraude espírita, e teriam querido dar
cabo' das Fox, mas lograram tão-sômente uma retratação
tardia.
Isto nos lembra os versos de Campoamor:
O mupdo semfre tene uma so iigura,
Nem de senso melhora trem de ãstaáo.
Quem olha paÍa o parado,
O futuro conjetura.

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Capítulo V.

Psiçblogia da DecePsão.'

Ao .ler que as irmãs Fox, estalando os dedos dos p'és,


levaiam enganando a Europa e â América durante 'qua:
renta 4nos'i não faltará quem diga: "Isso não é possíwl;
a tanto não chega a credulidade humana, pelo 'rnenos n'os
tempos presentes. Que lá na época de. Daniel os Sacerdotes
de bel ônganassem os Babilônios, pode-se admitir:sem di'
-que
ffeuldade; durante os séculos de ignorânõia''as Bru*as
fizesseih suã.colheita nas massas de nações supersticiosas,
vâ lâ; ademaib, que as Fox ainda houvessem ernbaído'mui-
tos ciédulos, nâo'é estranho; mas que se chegue a engariar
de maneira tão pueril a gente sábia e instruída dos nos-
sos dias,'isto não se pode cÍert'. E, sem embargo, a His-
tória se repete e continuar-se-á repetindo enquanto o mun-
do for mundo. Rernetemo-nos às.Provas. ' .,
No ano de graça de 1854, nasceu na cidade de M$!
selha, França, Gabriel Jogand, mais §onhecido pelo sett
pseudônimo de Leon Taxil. Conquanto pertencente _ a ul'll
iamília católica e educado cristãmentg rnal chegou à maio:
riàiade, começou a.atacâr com tânta viôlência a Religião ern
geràl e'pessoas pritradas.em particular, que twe de pagar
não poutas multas, indo'parar, mais de uma Vê2, na ca-
deiâ. Em l88l ingressql na'Maçonaria, onde flóou thetbs
de um ano, Durante outros três procurou, inütilmente, no-
tâhilizer-se de algum rnodo, sem con§egui'l,o. Sübitamente,
€m.1885, "voltôu ao abandonado redil da lgreia", çarlsanÚ§
a sua conversão não pouco rumor. Coms te8temunfio &
arrependimento, começou a publicaÍ suas. revelações contrâ
,) À f"lta de outra palavra melhor, usamos do substantivo
deceíçdo no sentido de "edgano psic-ológió", efiqor?. não seia este
o sffiificado comtlrr da pãlavrá. O engang picológico I o te-
nômãno pelo qual nos equivoclfllog, ou percebendo o que não exir
te, ou náo percebendo o que existe.

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4 "Meçonarh, pregaado ao pelourinhg ser4 raedo algun,
os I. I..'. : .
Os crimes ndandos, Quç revelou, op inúmeros e concÍc-
tor testerrunhos. çt:'aduziu contra ga Maçõeq em folhetot
e livros 'cheios de eetarnpar.esclarecsdoꐤ, tornarern-no um
dos escritsres mais populares na França e no estrangeiro,
'
Corn piedrde filial foi a Roma pedir a.Leão XIII a Bênção
AtrxxtóSca para continuar lutando contia os Mações e con-
trr,toda espécie de sociedades secretas qu diabólicas. Bis-
pos,: Padres e católicos proeminentes da França e do es-
fiúdgeiro prestaram-lhe generoso apoio, com o que a sua
popularidade cÍesceu como a espumâ. Por doze anos pu-
blicou, um apôs outro, artigos e liwos em esülo tão fasci-
ttat1te que, arpesar de estarem eivados de '"documenios",
qeus essritos eram devorados com avidez por inúmeros lei-
lgres. Foi ele quem desmascarou os lVlações, provando até
à -evidência, - com testemunhos antigos e ,rnodernosr Qt1e as
Irg{as, eram centros do mais horrível e sangrento culto Sa-
lf,&p. O Demônio em pessoa assistia àqqêles çonciliábulos
secretos, recebendo dos Mações um culto- abominável e sa-
crifíêios espaptosos. Suas revelações eram fundadas tanto
em documentos como na sua própria experiência. Ali esta-
I{8, sB nãol Diana Vaughan, Sacerdotisa.dos,Mações,.por
q1qp. §atanás se enamqrara doidamente e de quem hou-
yerla" um filho... o futuro Anticristo... Mas já não era
só ele: vários outros o acompanhavam na sua obra colos=
sal, contando-se entre eles o alemão Ç Hackes, conhecido
pelo pseudônimo de Dr. Bataille. Foram eles que descobri-
ram os misteriosos templqs de Calcutá, Washington, Nápo-
les e Charlestoir, onde se tributava a Satanás um .culto tão
obsceno como abominável, em nada inferior ao qüe o Es-
Srito das TÍevas recebia no interior' do, Rochedo de Gi-
üfáEÍ, nos labirinüos da Cova de Mammouth em Kentuck|,
ê'no :I[4&tico..Templo Diabólico de Singapu r a. P ara compro-
var guas asserções em especial à monu-
mental obra "Le Diable- referirno-nos
au XIX Siàcle ou Les Mystêres du
Spíritismd' ("O Diabo no Século XIX ou os Mistérios do
Espiritismo"), editada pelo Dr. Bataille publicou os Íe:
tratos de mais de vinte Diabos com os -respectivos nom€s.
Textualmente assim diz: "Les principaux démons, tels qdils
opproissent tordiruire, topràs les diverses constato-

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tu
38 ' r'Carlos tllatia"de llüdio, §, ,. ' '

íiôrc".r Esta epígrale aprÍêce por baixo de sida um uos.


guas' obraa
"retÍatos. autênti-cos dos úiâbost'. Numa palawa,
são uÍia verdadeira Encicl4êdia Dirbólica, achaúdo-ss nd4
ieuniáas,'com tõda aprêncúa dt verfudcs-hlsüdas, (Flan'
tas Íábul§, lendag, contot ê Íomanoes se hão esoÍito I Í8§3
peito'das comuntcàções visÍvels de Satahás Gom o8 ÍIlor'
iais. O Íato de haver identifktdo a Mapnatia'com o Sa'
tanismo valeu-lhe calorosog elo$os e náo Pouco dnheiro,
e, como se Íora uma das maiores autoridades"conh*idas
sobrê esse ponto, Léon Taxil foi convidado a tomat parte
no Congrcsio Anti'maçônico celebrado em Trento em tE96:
AlÍ recebeu uma ovâção.. .
Doze anos Léon Taxit e os seus levaram enganandô
ptlnclpalmenteopúblicointeligentee.reIigbso,quecom
iacilid'ade'assombrosa engolia oi seus' bem prepraúos em' : ,

bustes.'Màs, aomo tudo tém fim neste mundo, tambérn o ti; i


üeÍêm oe lôgros desse grande "mistiÍicador". O mais curio' i
sb foi que õ fim veio não porque algum dos inúmeior lei'
tores Oe Léon Taxit tivesse'deúoberó a fraudêr*'sê-UàÍà
gue não poucos chegassem a suspeitá-la e alguns.talvez até .i
i te-U for ce.ta i mas porqúe seu compãnheiro, o'Dr. :'ii
Bataille, cansado de enganar, tirou por si meshlo a már .l
c"r", p*o.l.mando o sêü desp*ezo pàos'catoiicos e decl'F itr,Í
rando-que'tudo aquilo era um solene embuste.,foi' i$q o:
que fez'abrir os oliros.a não Poucos, que então'"cogrcÇârmr ;-1
i derconfiar dc Taxil". Mrs este,'apetar.das txplltftatr'd* ''--
ctarações de seu companheiro, Prossegpiu na "sua ob{à ',l
antirnaçônica e anti-gaiânicâ", animado pelos-seus inúme-
ros admiradores que citavam seus escritos "cheios de do-
cumentos" (?) cuno uma dae obras maisl autorizadas na'
matéria / l

Mas afiiral aquele embusteiro, que tanto se rira da S1e- .''i.


dulidade dos seuJ leitores, quis gozar do efeit'o tea!1akEç
faria neles a sua declaração formal de que tudo aquib fora -

'l
um.logro de primeira classe. Para este dramático dosfecho,
anunciãu uma grande Conferência no editício da §oçiedade ,'
õeàlratrca de Éaris, na qual ap1ésentaria em público Dlana ,,i
Vaughan, de cuja existência muitos iá começavam a duvi-
dar.-Chegado o dia, perante uma multidii,o enorme, subiu 1

11 "Os principais demônios, --tais como aparecem -geÍak4e.[tÇr


cónsoânte as- diversas verif icaçõee"'

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:I;ilr-*r-tÉ
r;

Âs FfisdÉ,ftpfficr c oú+fãrúàcnoc [üctt@qüco§ 39

' Tü*-'"tôzinho' ao tabtsdo e ati, com üm toPetc colo'ssal,


dcdaou, rcm anbegel, que "toda a qla obra duranfe dozc

ir0nicr como. cortêpmeate, egradeceu à imprensa católica e


às âbrdes e dlgnitários eclesiásticos o "grande auxÍlio que,
' dcrpalarrra e por ercrito, lhe havlam prestado na Eua gtan-
& obra,antimaçônica e anti-satânica. ..'
' " "i Esta dwlaração, tão descarada como explícita, caiu co-
ÍlÉ uma bomba. A princípio os seus admiradores negaram
a arÊenticldade do Íato. Mas logo, já não podendo negaÍ
erte, disseram que "Léon Taxil renunciara à verdade..."
Prlncipiaram então'âs discussões sobre a autenticidade
dae obras de Taxil, e muitos, com uma candidez própria
de Babil0nlos de puÍo sangue, afirmavam que "os oârus
dc Taxit emm duiêntlc;rrs, lois havia nelas iotos perfeit*
'mente
comprovados e úísÍdn'cos". Cltto está que "nas obÍa!
SesEe'embàidor tinha que haver muitos loÍoi comprovados
e hlstórlcos, pois estes arom precisamcnte a base do seu
hgro.
'poucos
Mais ainda: com habilidade notàvel, publicou ele não
protestos de algumas pesoas que dlziam ser uÍEa
-em
calúnia o q.ue delas se havia prblicado tal ou qual es-
crlto de Taxil. ou de seus colegas. Estes,' "com toda inte-
griúde publicavam o protestq e aprese.ntavam suas, des-
g{p*'à pessoa agravada, assegurando que só queriam pu-
bliaar s vérdade c só a verddde; e, se bem que, como qüd-
qr.r hornem, também puàessan :".r engaâ"dor,, útJ*rt
§empre dispostos a reconhecer o seu erro se lhes demons-
trassem a falsidade deles com documentos autênticos,,. Esta
gronde prova de intcgridade conÍirmou muitíssimos na cren-
ça da 'yeracidade daqueles refínados embusteiros,,.
Hoje em dia, embora ainda restem Babilônios que
crelam em Taxil, as obras do famoso "mistificador,, sãe
$as,pelo'que valem,, guase ninguém as lê, e, se alguém as
'fdhei+ não pode deixar de sorrir ao notar o descaiamento,
o 4pnltng e a ashicia com que elas. estão escritasl mas,
afora.iSqo, ninguém que tenha um pouco de senso comum
Iftes dá qualquer valor.
Quisemos citar este caso não só para provar. "como é
fácil ser enganado nesta classe de assuntos", como também
para termos um exemplo "típico" em que possamos estu-
dar a psicologia da deccpção.

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S,:.. .,,,;,,ec&ç.,1{rrL+#i.Il#rodsmr,S'fi'*,u,;.,.ê',:.!
, A .decepção.,pode -ser:pro&ratlà. dÊ. muite.ma*§, i :s
{ç+ç uha daô traisigrbqf,* ê a pÍq&fiidr por:,,!is{trG§&?,
Tome-se, por. erernplo; usue.Foeda-que posra rer &lmm'
te ,escmiqadleatie, oe de@, {Ídihidor.e.polq*r,
braço,estg1rdido descreva-se úm, quarto e.cÍrorhrirtka*lo
fu,o
a moeda ao teto. Repita-ce esta ação eonpeqrtivamortc{iÊ
tro vezes e, escamoteando ent4o a moedi, ,1gp{fa"gg, peta -
guinta- vez o mesmo mov.inrento já sem a. mogrla ni. rnfo, .
fazendo n9 final o movimento de mão que fa^rianrgs coÍro
se'na realidade aÍirássemos a moeda ao-alto, teodo o cui- .
dado de tixar o olhar no ieto, como sê com eie.seguíssemos i
a moeda. Nao iànão çta ía nos; ,ãã ; ê64àõ ; ,ii
quê o nossri olhar;está tito ,no a1tó, os espectadãtes esÍar.áo , ,,',$
iegurol.dg lue rêal14qnte atirqmgs' ,;ãq;
? í-qri
i,.t",o i
esta ali desapareceu, o que é inteiramente falso, pois a .

moeda está, suponhamos, num dos no§sosl bolso§, Eis aEf!


uma decepção produzida: l.o, pela repeüção do mesÍno mQ-
vimento, e' 2.o, pela ilireção do nosso olhar. Esta claqse de
decepção, por movim§ntos falsos e pela.direção ds n'osss
olhar para o lugar onde falsamente se supõe estar o objçto
desaparecido, ê usada com muitíssima frequpncia p{bs ;
prestidigitadores. E' paralelo o caso quando um escritor cita
um,doisetrêsfatosquesabemosseremvérdadeiros,,Q,Ílâ[:
f.noo em quarto lug"i; corno .*tq-rã-t"iü;;;;úq:d;i :

falso.
rcrov. / _
i ri ii',
Para que. um escritor sela acreditado pelo púb:li§g,
deve pêÍsuadir'este não só de que "diz o que sabe'i, cprtp :
'

tâmbém de que "o que sabe,é-a'verdade'i Com este'óU 'i


ietivo,Léon'Taxil 4duziü iros seus escritos fatos sonhecidos :"',
por muitos. e tidos cômo verdadeiros:'Contou a sua expê
riência, verdadeira ou fingida, em casos tidos como certos,
donde, por sugestão, deduziram os iêitores que Taxil dizia :

o qu€ sabia, e que o que Taxil sabia era certo. Para ma-
niÍéstar e sua sinceridàde, com refinada hipocrisia foi'tái
com Leão XIII para lhe pedir a bênção para lutar qoptrà i,.
os Mações, "inimigos da- Igrejd'. Este âto de hipocrlsia,
qre Taxil teve o cuidado de gue chegasse aos ouü&s de
todos "não por conduto delê", rnas pelo da'Ímprensa câ: ,_l
:

tólica, que com a maior boa vontade e §€m suspeitar tamâ- I


nha"baixeza accilheu como corta "a conversão e o affepcâi;
dimento daquele tÍatante", influiu na mente de inúmeras
pessoas e as dispôs á aceitar' como certas as "famosatr- r€-

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,.',. 1,, . -* d..
.as Fisndc.r. gfpmU s oetEÊnúàirsnai , ficnpstquicoa i[Í
j:

" rcHtses'r datrrcb cavdftêirc de inürttr: Sui otirr'. tde


- *tá &eia & rdatoa otr evidentenrente ceÉos or fidos ,rb-
o td, com 6 çrais.vão misturadas e "faharnente do-
tieentadas'!'inúrnerrs patranhas e b'aleles as mais nêsr
-+{r§, qnc de logrol toÍnat crÍveis por essc sistema de 'ü-
€Hão''.
- : Talrez não poucos dos nossos leltores ainda tenham
#9.cerê a existência do "famosíssimo Templo Diabó-
lico em Charleston, E. U.", criadô pela imaginação daquele
- mistificador. A psicologia deste "embuste" é digna de ser
estudada. No ano de 1886 houve em Charleston um terrível
- terremoto, §em precedentes na história dos Estados Unidos
, até aquela época. Muitíssimas pessoas atribuíram-no a um
' castigo especial de Deus. Valendo-se desta impressão, Taxil
declarou que "efetivamente aquele terremoto fora um justo
cagtigo", pois naquela cidade existia o mais nefando Tem-
plo Satânico, onde o Espírito das Trevas recebia um culto
. abomináve!. . . " E, é clarg, as pessoas acreditaram em Taxil,
. que aduziu doctrmentos falsos, .que ninguém ia comprovar,
e todos admitiram "como um fato" a existência de tão Ía=
moso Templo.
. Seria
mister escÍever vários livros se quiséssemos
' li1ar, ainda que sumàriamente, os soleníssimos embustesana-pu-
.blicados nos vários volumes que aquele homem deu à es-
tampa.'Mas, para amostra, basta o acima dito.
E foi assim, misturan{o o verdadeiro com o falso, que
, a "grande mistificação" de Taxil chegou a assumir pÍopor-
ções extraordinárias, cujos efeitos ainda perduram, pois não
faltam ingênuos que aduzam como argumento da ierdade
das "falsidades de Jaxil" os casos certos inseridos nos
seus escritos. IsÍo foi feito assim justamente para enganor
os uédulos.

Rellexões Psicotógicas.

- Era misturando o verdadeiro com o falso que, no tem-


po da guerra mundial, os jornais nos faziam engolir uma
infinidade de notícias que convinham aos diversos gover-
nos, conquanto não fossem certas. O fundamento dá De-
cepção está "precimmente na mistura atinada e metódico
de fotos certos com mentiras dissimuladas", Que fazem crer

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'__r::i:-. : . --;, t_ -: 5, -.. , . "..: r;'i

& Cadot lÍpile.túc lícrrdiÍ,,8 J.'.,, ,t" :'


,

rpc todos or fatôs-cÍo veÍdadeiror porqç &⧠qÍrdàúo§ o


são. Ol vgrdedores ambulmtw costumam praticar;com itrcr
çrêncía ccta maneira de enganar, potr&, po, eremdo, na
parte urperior do cesto fiutos belíssimog cnquanto enckm
o espeço que-não se vê com frutos de qualidade mqito in.
Íerior. A verdade serue oomo isca no anzol da dec4ção
para os inúmeros Babilônios nascidos no minuto poicológi-
co. E' isfo, nem maid nem menosr o que se tern passado
com o Espiritiornoi como breve veremo§.

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Capítulo vl.

Os Escritores Sobre o Espiritisino.


A História da Espànha, do P. Mariana, é uma úra
clárdca, e ninguém pode negar-Íhe o imenso mérito de
ter sido a primiira no gênero publicada em romance. Por
tsto se chamou justamente ao autor o Pai dos modernos
hlstorladores espanhóis. Mas nem por isso se creia que
tudo o que o P. Mariana afirma em sua histótia seia ri'
gorosamente certo. Por motivqe que não vem ao caso adu-
zir aqui, encontram-se em dito livro, do mesmo modo que
noo de quaisquer outros historiadores dos seculo§ P83§a-
dos, muitos Íatos inexatos, eragerados ou totalmente fal-
gos. Pols bem, quem, sem levar em conta isto, copia, por
cxemplo, de Mariana os Íatos sem discuti-los, expõe.se a
não re sair muito airoso das mãos dos mo&rnos críticos.
E o qre se diz de Mariana pode dizer-se de uma infinidade
& autores não' só de história çomo também das matérias
mais variadas, quando nas páginas de suas obías admitem,
como certos, fatos não.comprovados. E, se os escritores são
homens de autoridade, o mal cresce de ponto, porque, fun-
dando-se na integridade deles, os leitores dão como certos
os fatgs qtie, sem examinarem nem discutirem, eles deram
e público como verdadeiros.
E este, por infelicidade, é o caso da grande maioria
dos autores católicos que escreveram e continuam a escre-
rer'.sobre o Espiritismo. Homens de engenho preclàro, de
'integridade incontroversa, estampam em suas obras, como
se fossem'certos, muitos conto§ Espíritas; outros vêm de-
pois'deles e, fundando-se-lhes na âutoÍidade, os eopiam, p
essim se forma uma cadeia de autores respeitáveis e sisu-
dos, que com seu nome dão peso àquilo que absolutamente
não tem nenhum. Vamos a confirmar o nosso asserto com
alguns exemplos.

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lr<:e"
. -'.,

O livro do Dr..Lapponi "Hipnotismo e Espiritismo" é,


de ordinário, tido em rnuito por grande número de escrl-
tores católkos, que o citam amiúde como autoridade em
matéria de espiritismo, e ainda mairs amiúde ê ."copiado"
por outros autores de menor nota. A conhecida probldade
do doutor italiano deu muita autoridade ao seu iivro, au.
toridade que parece aumentar, para não poucos, quando
pâm3ça do
§em e_m_cot!ryaçãg ao seu none: "Médico de
Papa Leão XIII e de S, S. Piõ'X"....
Ora, no mês de Abril de Ig06 escrevia o doutor Lappo-
ni o prefácio da segunda edição do seu livro, da.qual foi
feita a tradução inglesa que tenho diante, e essâ segurdc
edição fora revista pelo autor. E, sem embargo, o bom dou-
tor admite cofl@ ;autêntico o caso das Fox, tirando-o de
Emma Hardiàge, dezoito anos depois da priblica rekataç&
e explanação das duas irmãs.
No capítulo primeiro, parágrafo segundo, número de4,
do seu livro, Lapponi copia, corn todas as inexati$es de
que está cheia, a narração de Emma. Essa ntulher erâ nna
médium, como ela própria' o diz' na sua dêdicatórla ac
Espíritos. Seu livro; que consta de mais. de 5ü'págitraq ,é
uma mkórdia de balelas, fatos fabulose e toda classe de' .

comunicações coÍn o mundo dos Espíritos, sem proy.rs'lidn


lidas de espécie alguma, baseadas todas no seu próprlo ,teÉ
temunho ou no de outros médiuns como ela. Se, iis. §tc&'
dotes de Bpl tivessem escrito um livro contendo os nllãgiês
do seu Ídolo, para qualquer pessoa sensata teriarn ,tido--l '
mesina autoridade que essa mulher'quando trata dos aconi-
tecimentos Espíritas. E' mister ler o livro para convencer-
se disto. Pelo que, cremos quê nem o dqutor Lapponi nem
os outros muitos autores que a citam leram com vagar essa
obra.
Seguindo os passos do doutor Lappoai, vemos em 1916'
o beneditino D. L. Lanslots, Prefeito Apostólicq do Transv.@
do Norte, que no cap. 2.o do seu livro "Spiritism Urtveiledir',
("Espiritismo Reveladof'), da página 13 à página lg; nos
transcreve a mesma história das Fox, com as rnesmas (ôei
xatidões de Lapponi; admitindo como certo o fato, apeear
de chamar ao seu livro "A critical examination of some
abnormal psychic phenomena", isto é, "E)íaÍRe crtlico le
alguns fenômenos psíquicos anormais".

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4&".--: .-.-üã
ás Ficldce ' &iaírlbs € oe früúãàínaa NctapsÍquicos {§
i,:i 1,i"1
--.',
E: - --,',.8Ín 1916, o P. Emtáquio Ugarte de Erdlla, S. J., pu-
üücava em Bareelona o seu livro "O Espiritismo Moderno".
": :.t.
Na,página 26 encontrarÍoE, vertida pâÍa o castelhano, a
:

r.i\.. mesma história das Fox, dando como Íonte, entre outres,
Êmma Hardinge, a qual, diz o autor, "é citada por muitos
arbreE" .(pâ9. 29, nota).
Finalmente, em 1917, o P. Lucien Roure, S. J., toman-
j.: - '
do-o, em compêndio, de Ernest Bersot, conta-nos, cofto au-
|"f:).
'á)i. .
têntico, o mesmo caso das Fox. (Le -Merveilleux Spirite,
.+!a :- \ '
.'-:.'
SJ',
ir'
Ég. 8).1
. :.--
".i r Consoante o que vimos nos capítulos anteriores, as ir-
,!r mãs Fox expuseram püblicamente a fraude em 1888. Mas
ii
já desde o ano de 1850 os doutorçs'Flint, Lee e Cor4enty,
:it.' de BufÍalo, haviam examinado as Fox e declarado que os
à,... nrídos proCediam do estalido das juntas. E este parecer
x.
1'. foi publicado e bem conhecido pelos que realmente e com
sinceridade se interessavam pelo descobrimento da verdade.
Daqui se vê que o relato de Emma Hardinge, publicado em
§I 1870; absolutamente não foi sincero; mas, fosse o Que fo§se
:1lir'
Ili" ,
desse relato, mais do que suficiente para deiiar por terra
rtü-. i ,"
§). _. essa e útras histórias ainda melhor urdidas é a pública e
espontânea retratação das Fox, em 1888, a que se seguiu
a p[blicação do livro anteliormente mencionado, do qual
se, to$ou a fazer outra reimpressdo em 1897, apesar dos
esforço§ qge os espíritas tinham feito para acabar com os
exemplares.
Sendo o caso das Fox o Princípio e Fundamento do
,atual espiritismo, tem uma importânáa extraordinária esse
acontecimento, que, a ter sido certo, teria dado fundamento
à hipótese espírita.

= Sr) P.
do
_No_!Êu tivro "Le $piritisme d'aujourd'hui et d'hier", ôopian-
Thurston, que por sua vez ô copia não sei de q-uem,
Sercertamente não do livro original das Fox eacrito por Davenport
{The Death-Btow to Spirituãlistq", do qual tirafuos principal-
-4ente a nossa informação, diz o P. Roure que as Foi tinham
de l-4 i l5 anos quando começaram a sua frairde, o que é falso.
lari bgo Íormula
duzido- pelae.Fox
a questáo de saber sê todos os fenômenos pro-
Íoram náo_sempre fraudulentos. Ao'que
-ou do
rrEp-onde, "guiado pela- mão P. Thurstàn, que houve- de tudo,
de falso e de rrerdadeiro, e assim o crê pela - retratação
'Roureforçadá
de Catarina Fox". Claramente se vê que nem o P. nem
o P. Thurston lcram o livro "origi.nal-" das Fox; porque, se o
,'tudo
tiv,essêm. lido, náo lhe-s restaria dúüda de que foi'fíaude',,
coimo afirmamos anteriormente.

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$ 'Corlos fui*'de .Herc{ia;,'§'1 f. 1; '''-. :i ;;;'
I

Não compreendemos, pois, como: errito.ret de tenta


nota posôâm ter dado cabida em, §eus livtot a hirtórir sct
melhinte, que há tantos anos está püblicarrcnte dqcre:

E ainda mais nos chama a atenção que, tendo tido âl-


guma notícia, inda que vaga, da fraude das Fox, taato o
P. Ugarte como o P. Roure não tivessem reproduzído essa
história 'com a devida Íeserva, se tal reprodução lh'es con-
vinha para o seu propósito. (Vide: O Espiritiemo Moder-
no, pág. 467, e Le Mervellleux Spirite, pá9. 8).
Insistimos nisto porque com frequência temos obser-
vado que de palavra ôu fot escrito costuinam alguns cató-
licos citar os nossos autores, que relatam tal ou qual fato'
eomo se foram fontes tão fidedignas que não se pudesse
duvidar, não da integridade ou veracidade deles ao rela-
tarem o que acreditavam certo, mas da outenticidade do
sua infornwçdo sohre tal ou qual ponto.
. Se todos.os nossos escritores se dessem o trabalho de
examinar detidamente os fenômenos espíritas, encontrariam
uma série admirável de falsidades admitidas como fatos
verdadeiros e exillicadas com a maior seriedade por áuto-
res, 1íor outro lado, de muito senso.
Para entretenimento'dos leitores sensatos e escarrnenr
to dos crédulos, vamos dar mais atguns exemplos -de'coElo,
podemos ser enganados'com a maioi facilidade rrcú§o' eltissa
de fcnômenos, õe à ingenuidade da pomba não'iuntâtihos

Quando se trata de ernpreendimentos extraordinárlos,


especialmente em questões de mecânica, Íazemos dos ame'
rióanos uma ideia como se para eles não hoüwsse impossí-
veis. Coisa parecida se Pas§a com muitog relativamente -aos
Hindus ou.industânicos, quando se trata''de Teosofia, l{":
gia Negra, Hipnotismo e ienômenos afins. Desde que l{ú
dame Blavatsky pôs em voga os Mahatmas cercando-o§ de
uma aura pretéráatural; deúe que os Gurus nos Íalam dos
Devas, do Kamaloka, do Devakan e dos mistérios do Raial
Yoga,'úma porção de Babilônios, com- as grandes bocas
abe"rtas e o pequeno encéfalo comprimido pelo p'eso -99 t*
melhantes pàavras, não podem deixar de ver nos Hindus
uma raça muito súperior em matérias teosóficas, I -sgbre'"
tudo no domínio dãs forças ocultas da Naturezal Màs o

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üi;
Ê-:.
Às Fratdes rEsirrfcs c os Frgâalews, Netapsiqaicos
t.
mal e$á em quc não'só os Babilônios por nasdmenso ou
por edrcaçãe, porém muitas outras peslxras, como vlaiaates
i#eligentes e zelosss missionários, que "ouviram" contâr
o que os Faquires fazen na lnclia, ou quiçá pessoas,.como
Jacolliot, que virom os prodÍgios desses seres misteriosos,
_.i . têm feito suar os prelos com as suas maravilhosas e nunca
ouvidas descrições de fenômenos incompreensíveis que, por
este ,simples fato, eles classificaram entre os fenômenos Es-
pídtas. Se temos de dizer a verdade, não vemos como a
i.' .
maiorio dos "fenômenos extraordinários" dos Faquires po§,
sam ser considerados como fenômenos psíquicos por qual-
qüer pesso4 que entenda da natureza destes; e, todavia,
quase todos os nossos autores que recentemente escreveram
Iivros sobre o Espiritismo dedicam páginas e até capítulos
ao estudo de ditos "fenômenos", com o que ainda mais
complicam a einaranhada série de fenômenos "Espíritas".
No curiosíssimo capítulo do seu livro "Hypnotism and
Spiritism", antes citado, o excelente doutor Lapponi, sob a iâ
,.d
epígrafe "Fenômenos próprios do Espiritismo" faz-nos a ,-+l

rnais detalhada descrição do que "ele imagina" ser uma .:l


,i{
sessão espírita, como se a tiVesse visto com os próprios
olhos. No número três desse capítulo dá-nos ele conta da ifl
famosa "dança das folhas" dos Faquires, que parece ter
particular poder para attair a atenção de vários dos nos-
sos autores sobre o Espiritismo, pois quase todos eles a
citam, e o mesmo sucede com o fenômeno do "prodigioso
crescimento de uma planta €m poucas horas". Mas nenhum
outro fenômeno dos Faquires é por esses autores conside-
rado de maior importância do que a morte aparente, tanto
pelo extraordinário do caqo, como pelo bem comprovado
que está dito fenômeno.2
Conquanto este não se possa considerar como um fe-
íônÊno Íeàlmente psíquico, queremos aqui tratar dele, pelo
fato de ,dele tratarem geralmente os nossos autores.
O caso é verdadeiramente curioso, e contá-lo-emos em
poucas palavras. Há na Indla "alguns" Faquires que "em
certas ocasiões" se têm deixado enterrar vivos, depois de
serem hipnotizados. Passados vários dias (em alguns casos
2) Veja-§e Fr. Lanslotg O. S. 8., livro citado, ús. 8f. cap.
VIII: "The Fakir of India"; e "O EsDlritismo Mõdêri'-o". do P.
Uga{e de Ercilla, pág. 43E e eeguintds, cap. X, "As máravilhae
dol Faquires".

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4S Cailos'ÀfÊr*!'-de lftr:dfg.,, § i/. ,. I

âté trm'ilrês, e em'rüíssitrdr.s alê &z rnesôs), licando de'


b'a#re & terra, voltardm à vida, ou, meltrcr dizutdo, acoi-
daram do seu prolongado letargo ao screm desenterre&c.
O fenômeno é surpreendente, corno diz o P. Ugart€, €, Ço-
mo acÍescienta o P. Lanslots, "pareceria incrível se rÉo fgs-
se relativamente frequente e testemunhado por pessoas to-
talmente dignas de confiança". Atém do oÍicial lfrglês
Osborne citado tanto pelo P. Lanslots como pelo P. Ugarte,
que dá conta desse extraordinário fenômeno, guerernos ci-
tar o prof. S. S. Baldwin, que por haver exercido a ma:
gia na India era chamado o Mahatma Branco e respeitado
pelos próprios Mahatmas. Seu relato coincide com os an-
teriores, apenas ,acrescentando um ponto sumarnente im-
portante, que encerrâ outro fenômeno não menos notável,
do qual .náo lazem menção os autores citados.
Certos Faquires, depois de passarem anos e anos fa-
zendo exercícios de respiração pausada, procurando suster
o, fôlego pelo maior tempo possível, chegam a um grau em
que quase não necessitam de oxigênio PaÍa a respiração
quando se acham num estado hipnótko especial muito pa-
íecido com a catalepsia. Por outra parte, praticam' também
abstinências muito prolongadas, comendo a princípio muito
pouco e só de vinte e quatro em vinte e quatro horas. Vão
alargando este período.ao passo que diminuem o alimento,
chegando a ficar muitos dias sem provar .coisa alguma, a
não ser um pouco de água. Quando, por anos de práticà
em ambos os exercícios combinaós, adquirem uma resis-
tência incrível, deixam-sê hipnotizar por outros faquires
ou a si mesmos se hipnotizam fitando o olhar durante ho-
ras inteiras na sua própria regráp umbelical. Este processo
de auto-hipnotismo não é novo, pois iá em tempos anti-
gos se conheceu umà seita cujos adeptos se hipnotizavam
dessB modo. A postura forçada, junto com a fixidez nudr
só ponto, em razáo da distorsão dos nervos ópticos, vem
a provocar um estado hipnótico muito parecido com a ca-
talepsia. Passam eles assim horas, em breve dias e final-'
'mente semanas, custodiados constantemente pelos ouhos
faquires. Quando uÍn Conselho destes consideta tiue Àe
pode levar a efeito a experiêrtcia, enterram o faquir num
sepulcro formado de lousas muito grandes, o que dá maior
volume de oxigênio ao enterrado. Se o resultado é satisÍa-
tôrio, permite-se-lhe repetir a experiência diairtti dos estran-

,i$J

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r la'
rE}

.;.:r.'S0:dor carninhss Ínüi6 ftequentadoq, r»de fazem'suas di-


ii' 'rsüEs sortes em phna luz, sob os raisc de um sol abra-
ii;',",:,.gü&; Qüando erícolrttarn algum víaJaàte que quer rêmu-
,..,:r,,l*rírr übm oi seus scrviços e têm'entre eles alguns desse§
,'" Crpetirrerrtados faquires, levam a efeito, corn prêcações
.li 'stfraordinárlas, o .enterro do faquir. Não .se sreia, porêin,
1,... qrüe-,lsro fazern 'todos?' oe façrires, nem com muita fre-
r- quência, mas sd alguni e rarss vetes, quando aspelos condições
'.: do tlmpo e de lugar, sempre levadas ern conta ment-
,: -tà'vfrttà
'Sro§.'do Conselfio, lhes parecem favoráveis. Entiio çêvam
. do viaiante uma co-va de seis pés de profundidade
e suficientemente Íolgada: para porem nela o faquir. Efl-
1. quanto"uils faquires dirigfin a abertura da.cova, sob o sol
í,,,1. aüra3ador da India, o víajante presencia nô "bungatow" o
:. pÍoaessoque da hipnotização do faquir, que demora al[um tem-
_* Fo, atê a rigidez cataléptica se faz notar de maneira
,B inuito acentuada.-A esta altura, e nromentos antes de con-
'l duzi-lo à cova, um dos faquirqs recita certos ensalmos in-.
:' cofipreensíveis e põe uma espécic de mastique nos ocrrUos
' do.lhfcliz, para, segundo {izem, impedir que se lhe escape
i, a atàia.,Uma vez terminados todos os preparativos e poúa
it' eui ordem a. cova, coloeam nela o taqüir'e, cobrindo.cui-
dadosarnente eoÍn uma grande pedra ou com tábuas mui-
to grocoas a caüdade onde ele deseansa, iognm terra sn
.i: cima e calcam-na com os pés, de sorte que não possa pe-
i-,'l' netrar nein ar neih água. dentro do sepulcro. Quaado o
. viaiante quer que o Íaquir enterrado, dure por largo tempo;.
u, oenleia-se trigo ou qualquer outro cereal sobre o sepulcro;
Êf,a.':qu€ o crescim€nto do mesÍÍro demonstre não haver
rnit4 ctrca de ararne erh forma de laula, o que- não deixa
Iugar e uma fraudulenta intervenção .exterior.
De ordinárb, os viaiãntes ricos que.querem eatar se-
guÍos de não ftdver nisso trapaçe algumâ colocâm guar-
das curopcus de'dia e de noite. Cade manhã o obrerüador
vai inspeclonar minuciosarnente e .@rca,de arame e o con.
tornú do sepulcro t parÍa ver se descobre, qi,bre a terra húmi-
.der'que é regada üodas as noitee, alguns sinals de haver
Frrudcr BsplÍttas
- 4

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§0
r ' .i'
e rffiidr;, Nadq,êsmíttm*t" Eíds.,le,-ci@Í& Pmr,:" ,
s& t'ttüpo trEfira&,'dc tete, ctorzêr,vinte:+.l6ti Sr
rtris diaq, à vónte&,do.viriante, pÚds'se à:extstl0çlo .':i
do faquir. Às vezes deve-* aguardar algo meiar, poie ,ôr.
ouhos Íaquires, com o intuito de afastar çalquer euspeita,
retiraram-se para longe, e é mister enYiar-lhec'úma nÍear
sagêm com três ou quatro'dias de antecedência, .FinalnÊnüG: '-':
chegam, e diante de tgdos tira-se f, cercq acltando'o.tÍi: .
go crescido sobre o sepulcro sem o menor sinal'& haver .,
si& removida a terra em qualquer ponto. Um dos faquires
manda retirar a terra, dirigindo pessoalmente essa ddicada l
emprese, enquanto os outros Íezam as suas orações ou êtl- ;
salmos, chamando os espíritos protetores do Íaquir enter'n
rado para lhes obter o aúxiüo Por fim deseobre-se a lousa.
:.j
oq as tábuas, que, com cuidado extraordináriq são tiradac,
pelos ouhos fuquires, e à vista do viaiante e dot seus atô- i
titos acompanhantes apaÍece o Í4uir enterrado, "que mais
parece. uma múmia. Retiram-no com muito cuidadQ, e entre r.i,:
v*rios o lerram ao "bungabw" mais prÓximo, onde se pro- ;
cede ao lentÍseimo processo da desipnotização. Ao cabo de
elgum tempo o faquir cor.n€ça a mover os lêtárgicos mÊIlt1
.brãs, abre os olhos caverno§o§ que Parecem olhar o vácuo
Fazern-no beber algumas gotas dq um líquido cspecíal le- ,,,
vado pelos outros faquires, e, depois de lhe fazerqm FPs r,:.
eepéciê d,e massagem, ele se põe m É, e com-a cara€te., ,":
riótica zumbaia oriental faz ao viaiante um prdun{o qrm:
primento. E' reconhccido mêdicamente; o pulso está.muito ::
iraeo, porém normal, e, depois dc r-ecebq a be$ ganha- re- .ii
muneiáção, retiram-se os faquires, levando quary em triur
lo o seu herói e üeixando o üaiErte sern sabêr Gomo ex--
plicar tão estrairho funômeno, sobre cuia auterÉieidade não.
têm dúüda
O fato é inegável; teríamos' de reieitar o testemrld.o,; , ',3';
humano como um dos'critérios de" ver&de se aqásseqile'
o ido.Isto úo é possível
-está se se pretende iulgar- com prc1
iUiáaAe. A questão em expliur esse fato. I*qqs slt=r
tores.irrclinám-se a yer nete oilefeitos da iítervenção:dfae
bôlica, como o cr&m alguns missionárioE que presenciarm
o lato ou o ouviram referir por teslemunhg oculqrcs. Ou+;
tros,. oç espÍritas, não duvidam de que di se mostra a in:
-8., Aos espíritos desencarnados' O P,
tewâ'rçao L-a,nsto§
O. S. ao. termiãar a narração que etê copia,' de' Mírvitlq

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I
"e os.lFffÊü,aa§
lliffi.rís.s llgÍaptlqúr'co§ tl

": dlaiece todos os fatos... Um exame destes, meslno su-


.. máÍio, pÍoÍa de maneira deÍinitiva que a sua causa deve
rl, .*t preternatuml" (pâgs. 96, 97, 170). Não estamos com-
r fletimente
;l, acordo tom o sábio beneditino, iá que o F.
detemente de acordo'êom
Ugarte diz, com justíssima nzâo (o. c., PáB: 446), que "são
:i 4e notar várias coisas que excluem o milagre: a pimeira
é que o Faqulr não morre, e assim -vital não ressuscita; não
morre poÍque sai da cova com -calor conservado na
cabei:a, e porque ele mesmo declaróu ter estado sonhando
coisas prazenteilas", e isto nos parece uma grandíssima ver-
«tade. A dificuldade está em esclarecer como dura tanto tem-
po o letargo, e esta é a questão espinhosa que a si mesrno
prgpõe o P. Ugarte, e responde: "Difícil é explicá-lo; mas
:, a-concentração do pensamento pode ter ajudado o letar-
grfdo. Braid e Carpenter, que estudorom o.suaesso, são-de'
: farecer que a prolóngada iuspensão da atividade útal nos
i. Faquires provém do esforço feito para fixar a atenção no
# seu pensamento, como acohtece aos hipnotizados e aos ex-
f = qfegs naturais". E depois disto continua fazendo uma Íe-
I ' s?drâ dos variados exercÍcio§ que os Faquires fazem para
1.r adquirir essa insensibilidade que tem chamado tanto d
atenção de muitos 'autores estudiosos do fenômeno. Mas,
para nós, com perdão do P. Ugarte, isso não basta. Sem
dúvida, deve haver dguttu coisu mai$, que ao observador
se oculta. Que uma pessoa possa viver meses sem comer,
yimo-lo reçentemente no ruidosíssimo caso de Mc Sweeny,
1,,. o alcaide irlandês de Cqrk, que esteve sem comer mais de
i'-r, , f$.
dias, até expirar. Mas, pelo menos, bebia água. Talvez
l:"' àre,go estado-hipnótico seia possível Íicar sém nenhum
:'-, alúoeritg'por tempo ainda mais-largo. Ficando,se perfeita-
. mênte imóvel em estado cataléptico, não há perda de ener-
;: gía, ou gsta é quase imperceptível, e a única coisa que se
req$ef ,é algo que conseÍve vivos os tecidos. E' bem sabido,
por óutro lado, o poder reparador do sono, o que talvez pu-
desse bastai paÍa conservá-los. Isto_ pelo que diz respeito
à falta de alimento. Mas, e a respiração? Nos catalépticos
-,. .a resplração "sensível" é nula. Isto não obstante, deve exis-
'.i.

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:'!i'k:
*. .'
úà êtrrài,rffi# * natAA;,S.*Ê.ir,'.iii
ur {$trnâ inaneira de abcdrçãp de oxigênio, reidlàtiàrres cou
tecidoc,.,çryno nas plantaq seja diretamente por .meio da
boca e das narinas, como é o comum, posto que de'n@
imperceptível Bar3 o obseivadoÍ e em quantidades por c{rÍr-
seguinte pequeníssimas. Not€:sê .que sempre se.p.Íocgra qq,Ç
a sepulhrra seia folgada, o.que podê ser tenhe pgr o!r:
ieto dar maior volüme de oxigênio ao enterrado. Por três,
quatro ou cinco dias, talvez essa quantidade.pudesse bar
tar, tendo mr conta o que havemoç indicado; mas por um,
dois ou dez meses, parece quase impossível. Não sabêrnos
se o leitor terá reparado no que dissemos ryil -acima, isto
-os "rnomentos ante§" de enterrarem o Faqúir, enchem.
é., que,
lhe ouvidos com certa màsa de composição deseonlieci;
da. Frgora perguítamos: não seiá possível quB dita subs-
'tllncia contenha egr sqa composição, supoúamos, algumas
ervas carregadas de potassa misturada com outros ingre'
dienües, a'qual, "absorvendo o anídrido carbônicii't qüe o
Íaquir elimina poderia rnanter respirável por um lernpo mais
largo a pequena quantidade de ar encerrada nti ataúde?
De maneira semelhante rião se procede piua a purifíçação
dQ ar nos submarinos? Se isso losse certo, terÍamos efpJi-
cados os dois fatores necessários para a conseÍvaçãa ,da
vida: o sono reparador hipnótico e a purificação do ar ç.a.ra
que o sepultado possa respirar. E será esta .a ve$á$ffi',.iiin
solução? , .
Rellcxões Psíco,lógicas- 'r
"
'
A moderna crítica histórica assentou coino 'princípio -
que 'rpara.escrever históri,a_não_basta o $vei li{o afguns
duantós livros sobre a matéria de que se trata e §enteÍ-§e
iã-g, encher laudas"l é nectssário emPregar targal hoqs :r
"
em- biblíotecas
u.I. srY..v.v e arquiüos, rebulcando
-'--:-
áocúmentos
----- z-:-. del
qug -;,1:. 'lt{
..;
vem pa§sar-se depois pelo crivo de uma rigorosa crítlcê jj
DisUp'guir ctararnente o lendário, o provável e o certo. Eiii. .#
ifi;;;, uatiát ànos rivenoo e corrigindo um manuscrito ,ri,
antes de dá-lo à irnpressão. Porém muitos escritores sotr
,i
o Espiritismo têm tiúo até agora o-privilégio Sg abalânçi.I: ri
se a publicar livros sobre esta matéria só c-onr haverem lido
i+
uns ôuantps livros semelhantes ao do Dr. lapponi, dei- :
xando o resto encommdado à fecmdidade da miáginaçao e :
àõ brilhântismo das suas bem aparàdas penas.
" '"

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Cápltulo VII.

,'k' Po&r'íOusdpico" dos Faquiree'

, Por ocasião do sepultamento dq faquir, o Prof' S' S'


: . Balôvln, conhecido peio nome de Mahatma Branco, que
.r. paíà 'diitiirgui-lo' dos'outros MahatrfÍas-lhe'menos
davam
9t Ht:l-
': . &;. pôde ãbserúar outro fenômeno Íâo extraoidl-
nárío;t que podíamos chamar de "penetração da matéria"'
'tntrigad'o s6m o probiema da ressurreição {o faquir e- de'
. seiarido ver outros fenômenos para analisá-los, como já 'o
fiita com qúase todos os fenôi'nenos.oroduzidos pelos fa-
i . -áe.rrpi"s
quÍies,- indicbu a' estes que lhes daria uma boa quantÍa
,:' se levassein a cãbo outro portento tanto- ou 11§
admiiável dô que o que ele. acabavâ de presenciar. Esti-
nÍúlados, os faquires decidham Íazer a Prova com o mes-
jindiúduo,que antes haviam enterrado. Abrese uma nova
àà
l'l': s@rlturâ' nôütro lugar e nela enterram de novo o faquir,
':.' tsmando o 'professot precauções extraordinárias pãra não
seÍ enganado. Ainda estavam deitando têrra sobre a cova,
quando o Mahatrna Branco sentiu que alguérn lhe tocava no
l- ombro. Virou a cabeça e com assombro extraordinário en-
" controu-se nada menos do que com orfaquir que supunha
enterrado a seus pés. Os outros lhe explicaram que aquilo
era efeito da sutileza a que chega a matéria depois- de lar-
.. til§,Mitações e penitências, prcdsrdo o corpo huma[o, sem
trtnde dificuldade; Penetrar e ser penetrado por outros côr-
, FS, Não tornava o ProÍes§or 4 sl do sel assombro, ,m&§,
s,: ' iêilçú.do..um togro, mandou que,logo gbrissem a sepultura.-
l',. Âüriram, esta, com efeito, levantáram a pedra que cobria o
Í4qui1, mas este iá lá não estava.:, 9E pouquíssimos ins-
1'
' tani,es tinha penetrado a terra ainda frouxa da sepultura e
ssído à superticie sêm a menor dificuldade, em aparêricia.
. , O ,ProÍeseor Balôris era um precfidigitedor amerha-
se que Íoi à India. corn o intuito de eetudar os famor@

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Íenômenos produzidos pelot ÍaquiÍes e vcr cc ne realiilrde
eram cxheo-rdinárioa ou apenas-arülc daquelec Hindug. rtor
poucos foi ganhando a conÍiança de várbs gnrpos de fa'.
$rir€ aos quais maravilhava com $rim sorteq "lncomprc«r-
eíveis para eles". A troco de ensimr-lher elguuras dcstar,
mes principalmente dando.ltes uma boa quantidade de
I
roplas, conseguiu Mr. Baldurín ir descobriodo um um og
ardis de que ós faquirec sc rra[.m pra deEar.-teu& "u-
haordinárlos fenômenor", e, & volta aoa Eiúdos Uniibs,
publlcou efl 1885 um livro charüa(o "The Secreb of
Iltahatma Land Explainedil ("Os segredos Ca. terre dos
Mahatnas expllcaddsr). Nele ôonta e ãxptka à crecçlmento
de plantas em muito poucls horas, a dença das Íolhas e
outror Íenômenos que, na Europa e na Américq tanto de-
ram que persar 4 não poucos escritoÍes,. atribriindô-se ee.
úr 'fenômenos" a forçr oçultas oupostas conhotâdas pe-
lds íaquirett
Vendo o professor Beldwin que, em mettos de cinco
minutos o Íaquir saíra do cepulcro, pensou, primeiro quc
tdvez o tiversem hipnotizado ou distreído para não ver
quaído aquele homem Ec escapasse da sepulfura. Mas,,sua
§PoB, que estava no !'bungalonr" vizinho; onde hahitavmrr-
segulra todoc' ss movimentos doc oltroc fquir,eo e.nãg'
rptara nada de anormal. ÂÍartada, pors, a ideja.,de *,h,
ver o faquir escapado do ceputcro ântcs & rer reel4lq$,
enterrado, És-sc o ProÍesror a penoeÍ, como iá Í?ier,a tffi"'
tas vezes, de que maneira poderia produzir o mesmo te.
nômeno, pois estava: seguro de que este, como todos.os
restâotcs, era simplesmente uma burla de natureza tão óbvia,
qne 'fiustamente:por isso" aão lher ocorria.a. $lução aos
euroPeus.
Contam que-umâ profeutora peryuntava ã urn íqrk*rÍ
Vamos a ver, loãozinho, se de dole. se tiram dois, quarttdl
Ílcam? Mas o pequerc não respon'deú. Procurando expl.É
car-lÍe a pergunta'cbm um exemplo, disse-lhe a proÍesro-,
ra: Olhe, Joãozinho,. suponha'que eu lhe dou cinco-centavàs
9 você os deixa rio bolso; chega a casa e não os encontrái
pode dizér:-Íde 4gorâ gue é .Que você tem'rro htso?"b
menino chupou ci cledo e respondeu muito sérío:''tenho urh
utiacd'; À'fgtnia':cb-isa
'disüo deye {er ocorrido'.iio Múatma
Btânoo, e, .dêpôis de distribuir boas ruptas àntre õd,fài;,

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i , r'l'.i-..
tti rrr*ao':'g*rtros 4:rt;iç6ftiúabs rrkrqPs!íacos ü5

.üflG!,'ü6ttaado-itice"rs §uat tuiÍFiüar, vdo a dcncoôrir ô


+E você üPõc, leltor rnrável, e ql& eu lhe vou -ryÍ9rF'
i:-,,',:g aqui-.flcaq cnterndas todà! as teolias, hlpótesa'
: açodçOei e êrplhâÉer mais ou menos cientÍficas que voóê,
'. Êilori''hu no caPítulo uterior.
, ' 'A" mals de unl leltor cremo§ terá cati§feito a expllca'
ção "dentílict" inventada Fgr nós parq explicar 9om.o
o
irqnft po& durar tanto teimpo enterq'S' -Fkmo'lo'bert
aç'proiOstto, para que, poÍ experttncia p6pda, Ylssco. os
leitores quão fàcilmente, mesmo Pe§ooa§ lrtetigeltlg e jns-
sum
truídas, ioO., ser enganadas qúandô,, pàra elplhar
.desses'úômenos", §e ÍecoÍÍe a argumentoq AcsrUtbol. Se
' se anatlsar o conto do menino e do "buaco", daramente 8e
verá a maneira bem diferente 'cost que trabelha rSIr en-
tudimento ltustrado e um simples. Só a um pG(FrGIlo, ou
t&ez a um labrego, teria ocurrido a resposta do "buaco',
mas nu[ca à mestre rem a qualquer ouha pessoa que ti-
ttüsc üÔ r mente.'fircde nâ ideia científicr da questão'
ütto falat-tmos noirtro lugar, mac não qricrcnror deixar
Ptill. a oportunidade sem-ctrmar sobre isto a etenção do
idtor, ao inomento em qug tenha -fittce e dcdlurÍo çe
rcír'ffiIún the ceur{á a Eo clqples coflio hpqcrada so-
l$!o dnU dab fen0ms-roacxtragrdbáÍios dt recsurre§ão do
fqdr e üa penehaçto da matêria.
'lCom eÍcito, o preâmbulo mental,gara o estudo,& pr1
melro Íenômeno nãô pode-do ter mais "ôientíÍico".
A ideia do
poder autoüipnótico faquir adquirida Por- uma prática
prolongada; à preparação de não comer e de resplrar o
inenos-possÍvel, ievãda a efeito durante longos anos; a subs-
tâncla funota com que sáo enchidos os ouvidos do Íaquir.. '
dlsp6em- o leitor cientÍfico euÍoPeu Para cÍer que o Hingu
u*i Oe um poder extraordinário, ao qual chamamos poder
'l,oüscóplco'1, para lhe dar também um nome cient[fico;- poic
ne,rçalidade o-que o! Íaquires fazem é "ver o ouvido'! aos
úaiantes quando lhes permitem PÍesenciar os seu§ maravi-
lhosos Íenômenos.
Em torno de um baobá secular e oco costuma haver
vários "bungalows". Os. faquires praücaram túneis em di-
ferentes direçôes, convergindo todos, como centro, Para a
parte interior da árvore oca. Abre-se a sepultura no final
r;'De Ous, ouvido, c de scopeo, ver, ou ceja "ver o ouvldo*.

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de un .drres trheis, scn qtts o vieienE .c 1tr!.nh ry


se pÍEsrpc com ir ueÍ corm é -quc oe HieAri,lcurm .r
cabo clse opereçIo debdro de um rol abnrdor. qerndo
'trdo éstá prcparado' e enqtuilo no ...bú[gdo1rr,, . otna.
IyeÍalt o üaiante oom r hipnotização & fequir, lcuain.ee
à rcpultura.." Ainda b€m não o cqbrem com i.joure ou

á.
..t

Podàf oarcóptco dor Fiqoklr dIIndtr


com as tábuas, um compaúeiro tira a pedra que dá en.
tradÀ para o túnel e, arrastando-se, encaminham-se amboe
para a áwore, de onde saem geralmente pela noite para ir
dormir trarquilanrente na sua pocilga, enquanto or solda&s
inghses guardam a.covat... Na noite antes do dia combi*
nado para a exumação, depois. de tomar rmra.boa purg+
etü., etc., vai o noríso faquir ao baobá, mete-se nele.acom.
panhedo de outro dé seus irmãoq e depois de acomodar.rxi
bem no seu leito mortuário, deita a dormir à eryera do mtÊ
Ínento sgle,ne da exumação..; O ompanhelro quloca co;
vrnientemente a pedra que @Ínunica com o túml, e depois
de tapar aonr. teÉa qualquer fenda auspeita, rc bem que
detxando um'conduto pequeno para entrar o ar sufichnte.
pge a respiração de eeu amigo, sai pela árvorê e yaÍ *r

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Àl Pr@. eplrdÍàq e ds'Feaôaicnos'ileie4qaicos 57

.i1,lurnadas testêmünhab do "fenôlnênd'. Se isto, têíúor, iào e


i!oü*opid', nãd eei como lhe chaniar.
i No caso da "penetração da matéria", sucedeü t1te ::a
i':ilçoüiçr Íompeu o §eco'!, porquanto, para ganhaÍ€m umalt
j ,'llnias mais, os faquires se expuseÍam a ver, como viram,
i:. : :úxrcoberles es suas trapeças pelo Mahatina Branco. Se se
;., 'tivegsem conlentado sô com o enterro do faquir, talvez a
, :'êstas horas estivésEemos às escuraq so!.re a 'tgrigem mis-
.,. ierbsa de'tfo extraordinário fehüm*ro'-
No livro antes citado podem-se ver uÍna a uma ⧠€x-
. pliC{ções de "tados" os "ienôm€nos ockaordinários"'ope-
rados pelos misteriosoc Íaquires.
Quando, pois, leitor amigo, encontrar nos liwos a[.
.'gt4ts 'desses fenômenos chamados inexplicáveis (?), 'leva-
Co§-,:a efeito pelos maravilhosos faquires da India, não se
eqpeça de que esses Ínagos possueq!.,um poder oüsaípim
,extraqdináriq.

:..-
. Reflexões Psicológicas.
:

'' - 'A'ünica'reflexão que nos ocorre é a'de ctipial:de


'O,
norib
as p,alavyas, trixtuaís do Padre P. Lanslots, S. ?-., na
sua'cituir'brbra'sobre o pspiritismo, e gue se ieferêm ao
' êítêÍro dô Iàquir. Diz eh asiim (pág. 'S): "Qs latos men-
cionados (do enterro e ressurreição do faquir) são prova
suÍiciente de que o Espiritismo ainda tem 'muito que andar
para alcançàr e çompetir com o Hindu. . . A sã razão com-
peh-nos a aceitar a explicação que esclarece todos os fa-
Íos.. . Um exame màmo sumáÍfo destes prova de moteira
.Aefinitiw Eue a sud causa deve ser preteribturall' . .???. .lll
O Dr. Lapponi não teria feiüo retlexão psícológica mais
. pi0funda e acertada do 'que a do Reverendo Lanstots.. .

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Crdtrlo. Vllt,

Aosüü se Erereve a' Híeüória" '


I

DepoiE de tidos com atenção os pasrr&c capltuloc;


cremos que o leitor sensato não ertranhará ürtmtrs'as con- ':
clutões reguintes:
l) IVcsÍa ctrcisÉ dc fcaômenos, é *rnamente i*cil quc
tutort3, alilts mui dignor de respeito pela tua vacta inEhu-
ção e reconhecida integrldede, posam ser engasedqg, &
duzindo de fatos considerldos coúro autênticog, cõfidüsõG§

"ttt?ft§* Tll1l"o"", mas até meomo pretenoenao i"- -.i


que "tais tenômrnos" selam coneiderador ** ,.r6"6gi- ; iii
ioa, iustamente peta autoridade de que eles gozam, contri- .',
buindo, contla a sqà vontade, para que os lei-tore+. dqÊ01
crédito, e crédito rnuito grande, ios mal chamados fu§16-91-;,
nos EspÍrltas. . ",:.'l
Note-rc bem que, ao falar dos livros de ditoa attt5 ::
res, çonsideramo-loi'"üaicanu4te sob s poLt/o de )rsÍa cÍJ:';i
tko e clentlfico", e não sob o ponto de vista moral e rel!'-
glq$. Nem nos passou iamais pela mente duvidar, ury s6 ,
instantc, da honradez acrisolada e da ciência bem cgnhecll .'
da dos que tais tivros escrevem. Mas, por isto mesmo, ao .
ver estampado em suas obras o relato de tão inauditos po{-'.,
, tentos, poi eles considerados como autênticos, o povo *i{qo-
é induzido a erÍo, argumentando de modo análogo ao.db,.l.i;
Estalafadeiro respondendo ao Cura (no "Dom Quixote"), ;
que queria dissuadi-lo da leitura perniciosa dos livros de. -':
cavalaria. f'Ora vá pregar esse sermão a outra Íre§uetiâ';:.,
respondeu o estalajadeiro. "Como se eu não soubesse a
qtuentas ando e aonde tenho a cabeça! Suponho que vossa .i
mercê quer meter-me a papinha na boca; pols fiQue sa1 ,;.,
bendo que iá não sou tão criança, e.gge, graças a Deus,,,r''-{
não tenho nada de néscio. Não é má essa! Pretender vog§â ;-.:

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.,4à
b Fràlilc*.' EtffiÉ e. os,fãtú*tLnot* ltldúafdÍsicoç B
.ffiut'dlr-me ü'GlrteúÔÍ que tudo'qu$tro dizenr ettês bffiE
É,for .tfo dhparãtu à mentlrar, cthndo ftnpeseor' rym{f
cGrçt doe $nirorec ô CotnGlho Rcal, §üno se ertcc Íorsrt
',3búte,'plra ddrar prblicar.tanta mentita lunta, t!trtas hr
mfr' ê tantos ''cnGüttamentos, que fazem' perder o iuÍzol"
(DoE QtÍl*ote, parte primeira, capítttb XXXII, trad. do
V c.'de BeaalcanÍor).
ximos dlto e pelo que adiante Yeremos, é multÍreimo mais
df,clt do que se pode imrglnar obter, não iá certeza, mas
orna prgbrbilldaüe raciond sobt.e a autenticidade dausa
éEsse "úc futômenos. Por esta razão, entre outras, nós oc
çe talc'arruntos escrevemos devemos ter extremo cuidado
pbra que não re cumpÍa em nós e nos que lêíam os nossos
slcrítor rquele "Cc,cl sunt ct daces cecorum: c@cut au-
tem sl ceco ducotum prestet ofibo in fovcam codrnf i
-tít{t
15, 14). Por lnÍelicldade, tem havido e M muitos es-
àüo,reo cátólicoc a que paÍGce não haver nada mais. fácil
tb p ercÍeveÍ sobre Espiritismo. Tendo à mão uns tan-
. b+ tlçrot que tratem da.matéria, rluitos se abalançam a
Glcrever ooplando... e assim sai essa beleza.
Contam que certa vez um frade teve uma visão na
grat lhe pàreceu estar no Paraíso, onde se encontrou com
Elh§. O Ptofeta estava rodeado de inúmeros livros, per-
gamlnho*, jornais e manuscritos de toda sorte, tomando no-
ta!, comlrarando fatos e finalmente escrevendo um discur-
ro. Perguntoü-lhe o frade o qúe estâva fazendg, e Elias rer
pondeu-lhe que estava atareÍadÍssimo, preparando, havia iá
muitas centenas de anos, o sermão que ti'nha de pregar no
fim do mundo. O frade sorriu ao veÍ os trabalhos que o
bom do Profeta estava toman& paÍa escrever o seu ser-
I Bâo;-,e lhe disse: "Tanto trabalho para um só sermão?
Slrr*r diese Elias, escrevi estas poucas páginas e ainda te-
-
.Et$o de' revisá.las, pois não estou satisfeito com elas. -
o,Íra& acrescentou: Não vejo para que tanto trabalho;
nó meu,mosteiro o guardião manda qualquer frade pregar,
serÀ preparação alguma, quandp .lhe pedem um sermão, e
ele vai e prega..." Elias Íicou olhando Para o frade por'
qrÍna"dog ócUlos e respondeu-lhe. estas únicas palavras: "E
..:
.. . il ';'Cegoc úo e condutores de cegos; maq se um cego guia
ifrftro ccgo, ambos rêm' a cair no fosso".

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e .::: &-W,4*,td0, Iícr!ditr.ScJ*,,-"..5 i "-i .!'
":^.:, -.
ücün d ,eru,bcleE ', El ,futo o flG- tffidG .coír. ild&t
([le ÇtcÍw@ toDre o E$iÍitiutroí l'e emi6-r*d-rrr.,br,lÊh?i
E,gra SE o leitor nío dgarg+ fdamol de,pe$&ie +r,?
.mot tomrr cooo exenflo um.Hvro endderado p..,rffi
clrm um dor ruclhorerleecritos,tobrr cstrE netéÍrt1 '1q.*fr,,.
notim e o Eryiritismof', & Dr. Lapponi. e&.-Évre,.,jt
antes cita&r Que ânda nas mãos de multoc, ofu', sô m3re+
oeú a honra de ,várias ediçõeq, mas foi üaürzido esr di-
venas línguas.
Ao falar deste e dos outroa livros sobre o Es1úrltirmo,
rqetimos.que não nos rÇÍerimos â sua pçrte;1rp.orel.e. rs.
lislosâ mas táo-§ôÍnente o analisamos sob o. po6o de {+h
da sã crÍtica e pelo prisma científico. E não {úemop iste
por outro motivp.senão para aleihr os que tais:tivros lêcnt
já que o.livro antes mencionado ê considerado e.çitado por
nlio poucos como autoriáade na maté1ia :..,
' Do ponto de ústa crÍÍico e cicntífbo,1o liyto do ;Dn . !
Lapponi, na parte quê se,refere ao Espiritismo, demgu§traÍ .
l) que o qedulidade do autor é excessiva; 2) que, embora i
homern de ciência no que se tefere à medicinar,ltéo.larc,,a :

mcnor experiência no que.se'refére aos mal charnadss.fe .,


nomenos Espíritas,
nômenos Esptnras, não'podendo,
nao poüenoo, por conseglrinte,
consegqinÇ do pon-'- 4
do,p_on- ,.it
to de vista crítico e cienüfico ser considerado autosíO*, *
/sev rB:Yi'T.,;,,§ s)i

matéria. ,t#
O capítulo terceiro intitula-o ele "Phenomena prCpçG-S
Spiritism" (cito sempre a tradução inglesa da segunda e6,
ção itdiana, puhlica{a por Longmans, Green and Cq" .
Loldon, reeditada em l9l0 e em l9l5), e só deste ca$tgle
vado-no§ ocuPar egoÍe.
No número marginat l, começa eb dizendo: liPara fori
maÍ uma idaa sulicientemente clara dos lenômenos eEe ,t
constiirem o fundamentro do espiritismo, ascÀÉarnos com t
irmginaçÃo a uma sess6o dada por um dos m4ibres e qr&
estirnados médiuns. Seiam homens. ou mulhss, eles têm
geralmente uma lparência agradável, maneiras larcinadoraí
e oomportürcntg gcntil. Inteligpntes e cultocr os médiuur
cativam fàcilmente os. que .deles. se acercant"., .
' Pata pod,er oompeÍer, ouçaÍlos egora o gle'Mme. Pao;:
la Carrara (filha de Lombroso) nos diz de Euápia Path-
dino, a médium mais notável dos tempos modernêç 'Nâsccu
Eurápia na pequtina vila de Mireoo-Murge,nq,pitiptncia, &. '

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ás Fruulcs'eqdÍüür c os Fafi;cn& üaqfdqúicos Cl

lS$oles, de pals c@neoe§: Na.sua iweütude.,Íoi rcr-


rÊálc"c'vendcdoia amôulente. Me.srno hsic em dia rúo pcr-
li- il;;d;;; e iutgaridodc ci,rto
';Àú::à;àr-ddra7;
'-'':'htto,dlminqído txlrD o traüo das pessoas educadas "e poli.
: 'Hda. A sua personalidade não é
-. Ss cum qdem ela nada
. etraente. Et, displicente, enjoada e maliciosa,'.mostrando-se
,, ''#
rt'::. Ve!êS.OrgUlnOSa. Não
'âl vezes-.orgulhosa. NaO recebeu eqUCeçaO alguma, ç pre-
rECeDeU educação Pre-
:.,,, sêiltcm€nte mal sabe ler e escrever o próprio 4ome" ('Bb-
.l' g;ephy of E. Palladino"). Compare-se esta descrição com
:, â.que dos médiuns faz o Dr. Lapponi, e ver-se-á a dife-
., cÍemos que jamais lhe teria ocorrido fazer, de memória,
lr" decrição semelhante.
i. Cumpre ter presente que, para realizarr na atualidade
, süpeiências'psíquicas que possam ter' algum valor científi-
cq têm os,experimentadores que aju§tar-se às condições im.
postas pelos médiuns,. no tocante à luz, posição dos es-
'Pc+{rdares, gabinete, etc. Se alguém quiser persuadir-se dis-
iq pde consultar os livros seguintes: "Phenomew oÍ
Mcriolisatiorf', by Barorl Von Schrenck Notzing. Dutton
and Co., N. Y.,, l92O; "Modern Psychical Phenomerd', by
:,i, H. Carrington. Dodd, Mead and Co., N. Y., 1919, e todoi
qs modersos que tratam das condições requeridas pera a'
lt -tr9úSõo
,
r & ditos funômenos.
-,i .,:Todoô.:@ncordâm em que a escuridão "favoÍece" o
deeenvolvimento do {enômeno psíquico; e pelo menos se
requer a luz vermetha ou uma luz muito fraca; o que se
dá .com a fotografia (pois sabemos que não se pode re
]1
velar uma chapa em plena luz, mas que se precisa da es-
.

it curidão ou, de luz yermelha), dá-se com o desenvolvimen-


to não ú dos fenômenos psíquicoc luminosos, como dos
qs @tação e de quase todos os chamados fÍsicos. Eusápia
P.Alledino, quando havia mais luz do que a que convinha,
ffitg ;!Êmpre gritando: "Troppo luce", (t'luz demais"),
r çoqrg çgqsta,em toda§ as rninutas de suas sessões. O uso
do geHncte é condição universalmente requerida por todos
os médunr como indispensável pala o OésOoUrarierrto dos
teus poderer psíquicrs (verdadeir_os ou fàlsos, não vem
aqui ao caso). De ordinário, o gabinete está Íormado num
' +
".1
r) Uaamos frequentemente a palawa "tEaliza/, no rcntl& de
G4úftr-sg da, gue não eatá no dicionário da Aca&mie (eas.-
lhola), da mesma sorte que no sentido de "tevar a cabo,,.

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j .i
:' 1,. ]

GtrIe*.freÍ i4+ ü .H ac(fi ,, §-n f.r i,11',i.;,, 1.

reernto.do quarte, poÍ cqdlnas êssütes qu3.scFfiaÍn o.Aá..


dium da oomunicação com o ob*rvldor, 3ntet'g cqm.'ÍFg!
quQBcia, também durante as sessões. No t'ReporÍ;94ú {eriâs
of sittiags.' with Euupia,Paltadino'', ("Relatórftl',pplre 6ra,r
série'de sessões com Erísápia Palladino"), publicado eia
1909 nos Proceedings of the Socicty Psychied Rçsearcli , & :

Londres, pode o leitor ver a,fotografia do gabinete de Eu. '

sápia, as§im como.a mesa qug eÉ usava nas 8ua8 seerõe8.. \


Vejamos agora o que nos conta o bonr Dr.. Lap'potti. I
"A médium recebe as visitas geralmente em cast. O olho maie

E o visitairte'podá inspecionar com.liberdade_õe móYels; ae ".


próprias roupãs da médium, etc. As operações, cfefuam-se .
gerãtmente ía penumbra, mas, se o opeÍador o deeejar, a . ,

médium nõo tem diliculfude em oqemr em plern tai ds:' '

soÍ (!tt), ou com tuz aúiticial de qualqtler espécie"


" . Isto, com perdão do bom Dr., é.. . um qxagÊÍ9 pelq
meno§. Mas vamos adiante. No número 2, tretâ ele"de' êa.- )

dendo togo uma espécie de terremoto no qual as meslt- So : .


levantadis por mãos inüsÍveis, as cadeiras dançam, os ban- .":§
cos sobem-pelas costas dos espectadores (como po0erir ,ir
Iazê-lo um [ato), ou fazem mesúras às senhoras Bràmúftê',:.§
Outras cadeíras'lazem equilíbrios primeiro nEiln irdfuigi.ll É
nos .demais, tem que poi isso se- entreclbqircm;r: gàffiqüài ;
sempÍe airosas dos 'seus exercÍcios acrobáticos, contra':or
dac'as leis do equilÍbrio. Mas isso ê só o princípio, pois oa , i
iarros de üdro e de porcelana, o§ candelabrog os c!üs&s,
ás poltronas e os demais móveis aomeçam a dançar de mr' ,

neiia singular. Empurram-sC uns aos outros; misturam-se ."!',


eilke sí õm confusão extiaordinária, sem quê PoÍ isss'sb ,

çebreni ou; soÍrâm qualquer outro dóatÍahiÔ. Et s- -qÜ, ',:i


ràôveis sobre os quaii esiao' colocados os ve,sls de vi§$fl;'ii
ou de porcelana, ôs candelabros, etc., pendem muito p*t ,ti
um ladô ou dão §alÍos mortaís no aÍ, os obietos $Íe ertãô . :
em cima não caêm hem se mexeÍh, como §e e*tivessem prê- i
gados. O reiOgio de cima da mesa deixâ .tranquitamerte j
õ seu lugar para vir câir no colo de uma scrthoÍa aFsut_' ,:i
tada, e uá" ó"ç"tola de bronze, depois de mover-se em vá- ':
rias-direç{es por entre o.s obletos de cristal, 'sem qucÊÍáÉ. ' :i

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1 :.j

Ás Êrcndcq,Egdnffic.6'os'Fcaaln!f,a, iUffdpslflricos G}.,

lqc; agÍre pebc rscantor do quarto ou persegue ün &s cs".


i!.r, retadores. Aa polhonas grandes e pesadas tamHnr tomar
l;, nr{e qessa. $anCa ,L.:ht" juntamente gom os
-armárloc
-e
,rndas que há na reaidência, subindo pelo ar, chegando às
ve.rei até a tocar o teto, no qual Ticam suspensos Wr um
quarto de horall!
i,- . .âmado leitor, não crelo que Dom Quixote tivesse visto
': coisar mais assombroms na Caverna de Montesinos!
' No Íinal do número 2 e em todo o número 3, qsque-
ce-se o bom Dr. de que está numa tsessão tw Europa, e
L..' Í6e-§e a contar a história do yaso animado e a dança das
.g lolhosi dos loquires ila lndia. Ao começar o número 4, vê-se
i . ter ele notado que divagava, e começa dizendo: "Mas vol-
temos ao nosso médium". Neste número, fala de como, en-
: quanto uns obietos perdem o peso até o ponto de poder
:,. ltilra criança levantá-los sem dificuldade, outros sumamentre
Ieves adquirem tal densidade que nenÍ os homens mais for-
I çt;dos poOem mor,ê-los, duranào este prodigioso Íenômeno
1.., todo o tempo que aprdz ao imperturbável médium. Ao che-
i: pois número 5, a sessão alegra-se com música espírita,
gar ao
os. instrumentos musicais que há no quarto põem-se
a tocar sem que ninguém'possa ver as mãos invisíveis que
i,' o8 manejam. As teclas do piano movem-se por sl sós, e os
,,, pândeiros dançam pelos ares; mais ainda: se por casuali-
:.. ,da4e não há instrumentos musicais no quarto, nem por isto
!r' os 'cavalheirescos espíritos deixam sem uma serenata as
i.. peçasdamas presentes, pois nos ares ressoam.acordes melodiosoe,
ii,, sérias e frívolas, música ctássica e tangos, à vontade
ü do médium. Mas a música cessa de repente, conta-nos o
bom Dr. no número 6, e então principiam as aparições Iu-
minosas dos espÍritos, depoís de'uma espécie de terremoto
rll- que Ípz vacitardn as parçdes e ondular o úão. Depois disto
a.mêdium se alarga até adquirir as proporções de um gi-
.:lgarte degcrmunal... (CaifeiÍos em pessoa), e logo se en-
,' .@lhe, se encolhe, até assumir as diminutas proporções de
um pigmeu (agora Gulliver). Uma aurora luminosa circun-
, da a cabeça ou toda a pessoa do médium, que se levanta
i:.pelos ares até chegar ao teto, iuntamente com a cadeira
i":..erir que está sentado e a mesa onde escreve. Assim fica por
:,11.: oito ou dez minutos, e logo, suave ou violentamente, é

,ri
'trasladado
no ar por uma força invisível e levado à ja-

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rpta.'Estl rE aÜ,re sem q$B,rún$ÍéÍtt â,@re (SsÉej §Ú- *
canml).,-c, ündo.lhc pasagem, de úâi Ífutemdo'pelü',iesi -,
paFt, &pois do que volta e, ao"aproximaFi* dE otltra tc-
Eêla,,csta se eb(e'tembétn espontânearilente pera làe'üar 1

enhada (tl). Todos os iresentes vêeÍn o prtdí$o,-qlíu sê


repete várias vezes.
Enquanto a assistência está pasma ante tais prodígiost
as luzes, que estavam apagadas, acendÊm-se" &, repeÉte
por si mesmas, e começa a sentir-se um vento, gra quepte,
ora gelado. Uma espécie de brisa penetra pelas.toupas dos
preséntês, enfunando-lhes as mangas, as meias (!) e a ca-
misa. Umas mãos invisíveis e desrespeitosas conegam a
puxar as roupas dos espectadores, a tirar-lhes.objetos üog,
bolsos, a puxãr-lhes os cabelos e os bigodes, epquanto lá-
biôs invisíveis distribuem beiios aos presentes!!!... :

Um dos espectadores rogg que ceisem aÍiaal gssaô ma-


nifestações, e pede que. os esplritos.falem...

A inelhor reflexão Que nos ocorre, no úesentç caso do


Dr. Lapponi, é a que ocorreu a. Sancho Pança quando Dotn
Quixote lhe coútou o que vira na Caverna de Montesinos
tm Quixote", pârte II, 9ap. 23). "Eu nã9,ciei9 g$,.ii
senhor minta
-respondeu Sancho. . ' , ... .'',1
Então que acreditas tu? :
perguntou-lhe'Dom Qui:' l

e com quem conversou lá em bàxo, the gnç.asquetaram n3


cacüola'ou na memória todá es§a tr4palhada que por aí
aoq.esteve a coatai, etudo o trlis q(e Pü aiilar lhe ficdl,,

.1-;,,*i1.i;

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Capítulo lK

mi,o*& fu Liwos Sobre o Espiritismo.


Uin dos caracteres distintivos dos nossos escritores so-
bre o
Ãa
Espiritismo é a confusão constante dos Fatos com
as IBonaS.
"O Sol airarece no Oriente e desaparece no Ocidente;
Í,na§a terra não se move: logo o Sol dá voltas ao redor
da terra"- Tal loi o argumentõ Aquiles dos ptolomeu§, por
prolongadas centúrias, com o qual provavam que era o §ol
e não a \eyç que se movia. E foi preciso séculos para se-
p:dÍaÍ d higó'tcsc do fdo com que vinha sendo confundida
na mênte não só do vulgo, como também dos sábios. O
faÍo incontestárrel era que "o Sol aparecia, como até agora
apaÍece, no Oriente e desaparecia no'Ocidente,,; fatolue
É evidelte_ para,todo aquele-que não esteja cego. Á hipótàsc
erb: "O Sol move-se ao redor da terra,i. E 7 fundamento
dessa hipólese_era que a terra não se movia, asierção que,
dada a relatividade do moümento, comproi,ava o testemu-
riho dos sentidos. E, contudo, se move. E e a terra que dá
voltas, e não o Sol que gira em redor dela.
"Dão-se muitos fatos de natureza desconhecida nos
quais parece intervir uma mente independente; mas essa
-espíritos
mente indêpendente só pode ser a do§ (desencar-
nados ou não encarnados); logo, sdo os ispíritos que pro-
duzcm semellnntes fenômenos: e logo o Espiritismô 1s{am
as almas dos defuntos, sejarn os demônios) e um faio-in-
controverso, e ai de quem negue istotll E, iodavia... tam-
bém a menor deste silogismo está por demonstrar. Mas,
para as prygo?s que não sabem 'üsÍinguir utre um
fen6_
metw e.o hipótese ideada gra cxfiiui esse fenômeao, as
tluas coisas são uma só e mesma; logo, ,.os fenômenos es-
pírita1 (!l) não se podem negar sem ,.temeridade"..., (l)
.. -'O bo-m Dr. Lapponi, e como ele não poucos escritores,
tinha perfeitamente incrustada na mente à teoria e os fe-
Frrudcr BsptÍlta§ 5
-

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nômenos, e em todo á caP.'3, de que Íazemos menção, sem'
pre Íala de que os espíritos fazem e o espírüos loqam a
Íazer, quando narra qualquer das coisas inverossím-eis qre
"copiottl' de outros livros e que teve'cnmo verdadeirc e
inegÍveis, pêla razão assaz cândida de as haver lido em
livós escriios Por pessoas que tinham estudado a matêria.
. Outro dos caracteres também comun§" naqueles Que
sobre estas matérias escrevem é citarem pro$qqÜammte
como 'icompiovados" Ímômenos que não o são, ou dar-
lhes um caiáter maravilhoso que não têm. Para amostra,
õitarêmos o menc-ionado Dr. Lapponi, que, no número I
'seu
dó livro, continuando a famosa "seance" (sessão) de
a dar conta aos nosso§ leitores nos capí-
que começamos 'continua
tulos pasiados, de§crevendo as coisas, 4ais por-
tentosâs que 'iele ima-gina" §e passam "de orünário'l nas
' i'sgances". Assim diz ele,
Pois:
"Entre os espec-tadores, algum pede ao ,médium que
pare coÍn tanto trànstorno e procure eptrar mellror €Ír cott-
hrsaçag oom os Espíritos. É o médium, corretís§imo, â@-
de-lhã aos deseios. A pedido -dele a baraÍunda cesse e o8
presentes escolhem umã mesa como instruore,nlg de_c-o1.1-
'nlc'ação entre, os viventes e a cotena de espititos qü€ vie* .
:

ram'à sesMob. (Logo diz'.ele como eles se entendern ryE- .,


meio de pancadaà, eTç., e'prossegue). "A conversação pqiirÊ
cipia e continua, recebendo-se respostas adequadas- às .;
qúestões mais rorus e dificeis-propostas ao espírito guc e${ ' '
iãrotando com os vivenies. Pó-r .ésses. meios -vem*t" P'f9: ''
particulares, acontecimentos misteriosos, encontro de pe'
soas que desapareceram, artigos roubados e coisas perdi'
das; fazem-se'diagnósticos irÚernos de doençàs eomplexas
e eipecificam-se oé rernédios que devem u§ar-§e" (!).
Segundo essa tão curiosa descrição- dg F - Dr; iá
fica sobrando a Polícia, não há necessid4Êe da :ImPÍsFü
nem mesmo de médicos, pois "os Eçpíritos" se eRcaÍregar.
de desempenhar maravilhosamente essas funções. l
Volta o bom Dr. a meter-se com os faquirs, esqu€-
cendo-se da sua famosa "seance", e logo prossegue: "§à
sucede que o médium presente é da classe do§, "Pitõe§"
(porque são ventríloquol, e este é um dos sí§nificados de
eitao), os Espíritos falarão pela boca dele sobre q1a§tter

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,i,- As Fiaflde§.,&plfu * os Flltlârrettd§'.$$apslqaicos §Z

,Eltéria abatrirsa em quatger língua antiga ou Í@der$â


;-' p- mois diÍícil que.leia, .clássica ou vulgar, ainda que. i4:
".r
... teioinente desconhecidas para Q médium que trabalha' Se
o mé-dium é "clnirvoyaqt" (elarividente), Por intermédio
dele muito se pode oprcnder dos Espíritos que apresentanr.
ffitre os olhos visões de fatos passados há muito, coisas que
: ,estão sucedendo ou que sucedeÍam em partes distanteà cen-
tenas ou milhares de milhas, as quais depois se Provam ser
absolutamenÍe correta§".
Segundo isto, iá se não precisa de tradutores, pois
com Íecorrer aos Espíritos tudo está arranjado, iá que eles
entendem e falam as línguas mais difíceis; nem se precisa
rnais de arquivos, porquanto, pelo mesmo conduto, podemo-
nos inteirar dos mais ocultos suces§os passados, e a tele-
grafia e a telefonia sem fio também Pa§sam a sobrar.
No número lO, continua o Dr.: "Se algum dos pre-
'escrito, não há dificulda-
sentes quer receber respostas por
de em satisfazê-los. O médium ou olgum dos presentes
toáa uma pena ou um lápis e pr€Para uma lolha de pa-
I p.tl'para escrever; logo os espectadores ver-lhe-ão a mão
agitar-se convulsivamente e'escÍever ràpidamente palavra*
.,' e palawas, que formam respostas adequadas às perguntas,
e disçussões mais ou menos racionais sobre os argumentos
,:. propostos... escrevendo com rapidez e corretamedte, numa

variatdoJhe a escrita conlorme os diferentes espíritos que


ditam as respostas. Se os espíritos são os de pesso3s mor-
tas conhecidas, fica:se suÍPreso ao reconhecer a escrita de-
las". Para evitar a Íraude, roga-se ao Espírito que e§creva
sem intermediário. i'E o espírito,condescende com esta tão
inoccrúe quão legítima proposta". .

Ea pena escrevc-sàzinlu, atada- a uma corda ou ao


pé de umá mesa, etc., etc., etc. Logo o bom Dr. conta mais
outtas.. . histórias de como os espíritos escrevem em pou-
cos -segundos em papêis guardados' dentro de uma escri-
vaninha, em quadros negros, etc., narração que havemos por
bem omitir aos leitores sensatos. Mas não deixaremos de
pôr algo muito notável. Depois de contar as liberdades que
os espíritos tomam com aqueles que religiosamente os in-
. vqcarn, e como misturam 'palavras ou sentenças aparente-
mente iocoerentes, mas que logo, iuntas com as escritas
5t

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6B Cütd'ttAr ac Eqcúa) *.,. ' :-

pr oütsor n& em dífererrtes pârter do. mrtndo,"tinü


sentiô caüât, con'ta o bom Dr. que: "Depds de dsw dtar
o eryíríh recebe uma certa peb"oncio, oom o omcüpofi-
dentç selo, e escrita-com os, mesmos carac{eres e oom a
mesma tinta, dando adernais o nonte do eccritor, tdrct mor-
to há meb século, e o lugar onde esH eposihdo algum
manuscrito ori$nal seu, Íeiüo enquanto vivia; e-roga ao
espírita que o pÍocure e veriÍique a autenticidade-da escÍlta.
E tudo isto sucede e.xatamente como o espírito dissê"...
( !?? !)
No número ll, o Dr. e os que o aomp;mhaflr na "se§-
são" ouvem vozes que saem ora das paredes, ora do teto,
etc., em breve cantos; irnitando os espíritos as vozes dos
presentes e parodiando de maneira blasÍema as orações que
alguns deles rezaram. Aqui os espiritos deseÍnHam a dil
zer grosserias, palavrõçs e obscenidades de to& gênero,
o'qu€, "segundo os médiuns, depende do fato de outros es-
píritos (de baixa condição) se haverem misturado oom os
que foram invocados, ou de assumir algum espírito frau-
dulento a personalidade do espírito com guem se quer con-
veÍsar..."
"PaÍa completar a esfupefação dos que assistem à
sessão, continua o Dr. no número 12: "Só falta'uma misa;
é ver e tocar os espíritos com quem a pessoa fala, atrma
palawa, conseguir-lhe a materializaçáo". "No meio d* sos-
são, de repente, vêem-se no,aÍ, debaixo das cadeiras, nrs
mesas e por entre os móveis, membros humanos, br3Çoe,
ürãos, pés e pernas, às vezes muito pequenos, ৠveze§ gi-
gantescos, ora muito delicados e oÍa grosseiros, gor.dos e
Ílácidos, brancos ou pretos, §uaves ou ásperos e. peludos.
Esses membros possuem vida e movimento, juntamente com
grande Íorça. Às vezes são frios e srem vida, e outras vezes
patpitam e queimam como sê tivessem febre. Os que se
atrevem a e:rperimeatar o vigor dessas mãoe sentep que
elas os agarÍam tenazmente, causando-lhes dor e deixEndq
sinais indeléveis por vários dias" (ll).
E aqui damos por terminada a Íamooa sessão "imagi.
nàda pelo bom Dr.".
Parece incrível que um homem de são iuÍzo e de cri-
tério sequer meüocre-pudesse ter estampado ern'tiío Poucas
páginas tantos desatinos, tendo-qs oomo "fatss coclPÍôvs-

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'As Fráúcs.ãphü*'c os Fcn@ W@*iw d,
i'.; {§s'r. Âo torner ã hr,a dcccriçlo da,ga {s{§GEDr,'9,'S6rs
a-- BÍ. derrc ter p6ado grc os hi{ores, por nric o€&loq
I çe Íots.fii; deviam tcr algmar dúvidas soüre a auffií.
:j:, .d*Ée de, sra nrrraflo,. € pan rebater o cÍeuo di:-nc .o
rçginte m drffio l7 do @tulo-cita&:
i-,-;- ' .' 'Ao tcr o $rmáÍio tle todu er matavlthas cspÍrúfos'que
',-i-
c*fêíro8,'ürlvez etgufur pctr3Ê ter diante de si um ca-
pÍffi & rcmmce fantástico ou ao fienos uma novela mais
oü menm,mgenhocamente escita. Mas que tão eingulares
aoatecimentoo por mim relatados, timdos dia obros cita-
:t: de§, e as lídis e emtas mnqões dqueles,que eeârdaram
a matérta, sãa verdadeiros, está comprovado por um nú-
,,. m€Ío quas€ infinito (?) de testemunhas"... !!!
: Parece incrÍvêl que um homern em seu iuízo perfeito
Enha estampado em letras de fôrma asserção semelhante.. .
=-.
i. E o livro do Dr. Lappo*i é, para.muitog uma autoridade
r, ênl matéria de espiritismo!
.'.. . Veiamos, porém, quais são "os autores' que ele con-
1:- cr{tou;
i' rezaPara'provar seus diversos assertos e demonstrar a pü-
:t- das fontes onde bebeu, Lapponi cita "jornais" como
:. o -lGiornate d'Italia" e o dcoráôre delle. Pú$iez; cita a
i:, ttuvcb, de Flammarion, "Urenia"; Cícero, "De Diünatio-
neà; uma carta de Petrarca de 1324; Appolonio de Tian4
$E noÍreu, ao gu€ ele diz, no ano 96 da nossa Era; Teo-
doro Agrippa d'Aubigné, que na sua história universal im-
i- priessa em t6l6 conta o qüe se passou com o Cardeal de
Lorena em 1574; e ouhos .autores tlio mó{ernos como o§
a,, citados, acrescentando as obras de Kant, as Memórias de
ii Dqnas Filho, e outras de diversos emritores tão autoriza-
doc em Espiritismo eomo os iá mencionados.. .
Mas no número 17 o Dr. mostra-se à altura da si-
;. tnaçãq citando a estatística, segundo a qual diz ele poder-
§e Éqn bastante segurança concluir que o número dos es-
piiitlstas em t89l era de pelo menos seÍs milâões, reiei-
tando ctm severidade de crÍtico a cifra de quinze milhões
a'que chega o cômputo do rnagazine "Il Vescillo Spirita"
de Julho & l8gl, uma das suas fonÍes de informação. Ora;
çgundo a Íonte oficial, "The American Census for lg(X)",
o total de ecpiritistas amtricanos nos Eatadoe Unidm era
i:,. de 45.(m, quarenta e cinco rrfl e trinta; e o anuádo, mui

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e
fidedigno, "Th€ tntern*tional Year Btiok', & lglg- óâ ,
para o ano de lEgB um total, em núrneros redon@ de
6000m; seiscentos mil eqpírÍfcs em todo o msnd{r'Nlo
&ixarearos' de lazer notar, imparclaknente,- qref i s'The
National Spiritualist Àsmciation"r'.doo Estadtis Unidini.-dtz
qüe no ano de l9l0 contava 75.m0 Ítembros, coú''ads-
rentes que chegavafli a quase-dois. milhões, número ne qual,
segundo observa cordatamente J. McCabe-(em'eu ÍffintÊ
livto "Spiritualism, a popular history from l*l'l, Publi-
cado por Dôdd, Mead & Co., N. Y., em lgã));-,pgr ltgses'
"eoastitaeacÍ', ou aderentes no sentklo lato da,palavra, de-
rcm entender-s "Íodos aqtelcs q.ae atguma vez: ffi vida
penffiram no espiritisrm". De todo modo, entre et seÀr ru'-
lhõss de Lapponi em l89l e os seiscentos mil dss estatÍsti-
cas oÍiciais em 1918,. já vai diferença.
-Creio que com o anteriormente dito'Íica proVafu o meu
primeiro asserto: "Que no seu livro o Dr. Lapponi aparece
como excessivamente crédulo".
Pelo que toca ao segundo, isto é, "que o autor aáo
teve a men-or experiência no que se-reÍere aos mal cüarna-
dos fenômenos espíritas", é coisa fácil de Provar, deuido-.à
sinceridade e honradez do Dr. Lapponi, o qual, no nútilero
18 do capítulo tantas vezes citado, diz: "Várias-vezss Íio,s:
têm perguntado se tivemos experiência pessoal da reeli.
dade e verdade dos maravilhosos fenômerios que havçrnge
descrito. Amando a verdade, yem(Fnos obrigados a req
ponder negativamenÍe; tem-nos faltado oportuniúde e fan'
çitidade para examinar sêriamente os fen&menos do espiri'
tismo com o cuidado necessário, com a independência iadis'
pansável, com os aparelhos requeridos e'com o auxílio con-
veniente". Esta confissão honra muitíssimo o. D+. .LaPponi,
mas isto não impede que, com sua autoridade, nascida pre-
cisamenle da sua honorabilidade, tenha ele contribuído, in-
vsluntàriamente, para que muitos escritores sérios e muitos
es,critorezinhog usando do seu livro como de autoridade no-
qus se refere à parte crítico e científiu, tenham propagado
como verdadeiros muitíssimos fatos falso§ ou deqmedida-
mente exagerados, contribuindo desta sorte. Rão.'Para a re'
futação, t ws Wa o cimentoção dos eÍros espíritas entre
os catôlicos, dando-lhes uma publicidade e eredíbilidade que
não merecem. Ainda mais: alguns escritorezinhos eifàÉúados

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.r
.,.'co*o'ã-üuro {g D" -r-epponi ua Ttriloy-1ft1t-,ild.
:"t. 'to+-p*
ltj,, autores-."tOtrc* q*' ,.o t*.lrt:,l- p::n
:::i::,,:
;ffiÍÍr;r;;;üêtiam
-iátiÁ a sorte qu,e P§.mãos do cura tive-
Cavalaria de Dom Quixote'
i.*esos livros de
livros o qu€ §e 'dá com as novelas
,.
" Dâse oom e§§es Baseando-ie nun§ tantos fatos mal:
úamadas histórlcas.
pe-
povados e num ou dois certos, o norrelista toria uma
parte, reais e parte
fuin" história com peͧonagens .tdirr
é incapaz. de distin-
[otos,.e como m"úti" dos- leitores
" do fictício,
gtit .o verdadeiro como certo, ou Pelo
-engole
ffir,n* como provável, o que-não-passa de uma criação da
i*t"ri". pará o histoiiadôr, a novela histórha é uma ver-
àioãit. "caiamidade", ma§ Para o vulgo ignorante é 'lhis-
tdria autêntica".
Isto nos lembra o que não há muito se passou entre
da
nÕs e um senhor espanhôl, com quem falávamos acerca
,ú-a.l Dom Pedrô o Cruel, recentemente publicada.ern
ingiàt por Edward Storer. Cirando a convêrsação em tor-
oo" Or"'Oi"ersas Pessoas que influíram na vida daquele
mo-
narba, citamos Dom Diegb Garcia de Padilla, Albuquerqup
e Dom luan Tenorio, Pe-rsonagem este último o realmente
' histórico, e não o da iicção. Mal nomeamos este, a fisio-
Romia do nosso interlocutor pareceu iluminar-se, porque'
enquanto os outros personagens lhe eram totaldrente des-
ioritreciOos, a grande figura te "Dom Juan- Tenorio" (o de
Zorrilla) era-!À'e em extiemo tamiliar' ' ' Ele sabia na pon-
ia aa língua aquele "Mármore em que Dona Inês" ' Não
é -verdadã, pomba minha. . . etc.", e não poucos desses
u.rtot fopui"r.t de Dom Juan Tenorio em cujo drama
õ;;;dd;'; históriaa de dito per§onagem (!!)' storer.nada
tihha a lhe ensinar respeito desse Dom Juan, que ele co-
nhecia "a fundo" desde a infância.
Esta é a psicologia da maior parte dos livros Espíri-
taq: ."iábgrt'de inú"meros embusfes Para -os homens de
:ciência, e ãe verdades histórica§ para o vulgo'

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ráf '
i* f-T-:*{,-=ffi
.
t; :.
- .-" --Ê- ,., .1:l
.ts.'-
futas líprie de 'rí?rd4,-A-i, ,
.--: . ..
Rdbxfics pdcet{gieea'_ ...- .. . 1,,

§c tc r,hatser, teitor amável, na bfuffoteca


do'DÍ. Lapponi, ou na de outroa aor nossou escrfrms i $'
Dr-e g €spiÍithífio,- e visses neras os rivros'
to-
$re lher tlÍàram
o iuízo, cnemos que togo te acudiria e menie-"o;*;ãd"
e. rcTgo ef,ame que o Cura e o barbeiro
nl. g eogeohoso fida[o de la Manúà,. Â histórianãdolú"_
fizeran
Es_
piritisqo de }Ialen. H*rãinge, eqbora o primeiro
s1 e d, qral todos os demais tomaram prú.fpio-" *iS*, Ut. eÉ
1ão te liwaria da fogueir4 clmo os quatro de Amdz de
C1a11h: por rião ter nátr*rnâ aa, qu"tiã"d""
qu" á b;rb"i;;
afrihÍa a esteu últiÍnos.
Tmrariam irrernissirrermente o caminho do terreiro
os
nunerosos dê AIIan Kardec e os de Sir Arthur
e segui-los-iam "O Espiritismo,, de Franco e muitos dyh, a*;;
ou_
II_9r,:l-:-_.gT0o
qo qte autor, com a mermr:inúiao
mru«) toÍem causa de têre4 as lendas cavaleitesch;
!li-r*. dizer espiritistas, Íeito entre nO, f.rn"nfr" .fãj
tul8.

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ó"prt n X.

Psiologia do Obcer:va&r Científim.


Para formar uma ideia cabal da natureza dos mal ctra-
mados fenômenos Espíritas, precisamos estudar detidamen-
te a psicologia de três eleme.ntos indispenúveis: t) Do
. obseruador, especialmente o cíentífico; á) do médium; e
3) da sessão.
Não poucas rrezes se.tem rçpetido que "a Ciência está
a'farmr do Espiritismo". Mas o que isto quer dizer é difí-
cil de determinar. Certamente não significa que a Ciência,
rryresentada pelas grandes Univer§dades e Academías te-
,dtl admitido como um lato a hipótese espirita; antes, o
' que se passou foi inteiramente o contrário. Nem tampouco
significa que grande número de verdadeiros "homens de
ciência" se tenham declarado em favor dessa crença. O
que,. quando muito, pode signiÍicar é que alguns hômens
ciçntÍficos ge deram o trabalho de examinar essa ctasse de
fenômenos, e que, à míngua de melhor erplicação, alguns
deleó se deôlarariun em Íavor da Hipótesc EspÍrita, como
pdiam ,tazê-la em favor da teoria de Einstein] Por outras
palavras, pode-se dizer que. urn grande quínico, poÍ exem-
plo, ou um grande físico examinou esses fenômenos e de-
clara gue eles realmente existem, e, na opinião deles, são
digttos de estudo, segundo o seu critério, § gue, entre as
hipúteses imaginadas para -explicá-hs a hipôtese Espírita
é a mais adqrissível. Mas, por que razão a autoridade que
esses têm como físicos ou químicos deva estender-se, fora
da sua esfera, aos fenômenos metaprÍquicos com tendên-
cias religiosas, não é coisa clara, porquantq por saber
muita grímica, não há de ser um homem igualmente bom
lry em matérias históricas, por exemplo; e, pelo fato de
trl ou qual hmem perito en ÍÍsica dar sua opinÍão sobre
9r fen6menos metapsíquicoc, poder-se dizer qúe a Ciência

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.Ê*ei
<,:
14 Csrtos Nír:ia de lteredia, §. I
êsH r favor do Espiritismo, é Í[ar,s do que pdemos-mm:
preen&r.
Estamos 'na idade da Ciência", € d€ onde ineoe se
p€nsa salta "um sábio". Basta que um pdagogo púlique
um tivro, para que algum de seus companheiros de leto-
gios mútuos" lhe chame em letras de fôrnia "nooso sábio
companheiro, o ProfessoÍ X", c?m o que o ProÍessor X:iá
lica inscrito no número dos sábiôs. :
' Qualquer
\aualquçl um hoie çlll
fltll III,JE dia é "homem
em Ul4 g laqalvlrl de lrvrlvlc,
w ciêncÍâ"i ev Y

precisamentg l'esses quaisquer homens de ciência" slo ot :


qqê se dectararam em favor do Espirltismo, assegurando-nos. ,.
soÚ-sua pàlavra qÍre a hipótese espírita iá é um fatq. (t!). a
É' claro que o vuigo dos leitores àcrediti nisso; com,o que -.-
já temos -como axioma haver-se 'a eiência. declarado
Íavor do Espiritismo". "t11 =i
Um desses "quaisquer homens de ciênciah.é o fa*o*
escritor espírita americano rHlnlop, em melhôres tempgs.
profesgor ,& lógica na UniverCioadp .de Columb!, _N. Y. C,
No seu lfuro "eontact with the Other World' ('€ogtaflo
com o butro mundo"), entre outras muita§ falsidadei no-§l
assegura (gág. 462l Que "a teoria de Copérnico estabeleqh
a fa'isidadé de um. dôs principais dogínas da !greia-,. §
para prtivaÍ a sua asserção, acrescenta que "essa n-oJa ?§-
- r ------ -, deu
trohomia, de Galileu e de-Copérnico, imptt{'
-- -- um novo :+'::- ): .
à curiosidade que levou Colombo a estabelecer á sua t€:ofiá:, '1

da existência de um contínente do outro üáí0" o.uaio.'..;'"i


de maneira qúe o descobrinrento do Noro Mundo foi mero ''
resultado da concepção inicial de Copérnico e de Gati:
leu..." (pág. 463).
:-ã
Parece incrível que ainda haia quem creia em Hysl-opr
'=
depois dé lei tao piràãiJríãtpãiãtJ. ÉÀ que-fo-i qui cô'
péinico e Galileu, com suas teorias,. aiudaram Colombo nos
ieus descobrirnentos!!?? Se no ano de [492, em que Co-
lombo descobriu o Novo Mundo, Copérnio era um eshr-
dante obscuro, de 19 anos de idade, e faltavam nada me'
nos que 72 anos p.o quu nascbsse Galiteu, pois Copéraieo'
nascú em 1473 e Galileu em l5Ô4. Tal argumentação em'
"um professor de lógica" demonstra simflerneRte ou_a sua
má fê ou a sua ignorância supina- E o prufessor Hyslop,
qre com tão pasmma destaçatez adultera os Íatos. históri;
cbq foi, até à morte, utn dos grandes luminares,-.espírito-

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Êir*.,,. * ..r+ . r-*
..":: - l
ás.Fr@s:E§@dc' e,'os fcndàiaoi,'..@ggdqclicos ?5
'_ i"
.

Éi,,.üc*tÍfigos nos Estâdôü'Unidos (tl). Desde iá, pds,-faze-


'Gl *ho*
l:t Ary notáf que, qqan& usaíros a pâtravre 'sábio"
ffi ê
I,':' tiência", nb'noi referimos, Êm mínima peÍte 9e,
ffi"
iri., a haubns &rse pailrío, Ítrâs a pessoas honradas que,
5:1, sqf,o §ir W; Crooke, por €xemÉo,.à força de estudo, de.
,
r'.:, Acaçfo e verdadeiro iáentq coiquistaràm no mundo lien-
: #fieo um elevedo posto e são verdadeiras autoridades; pelo
.'uenm num dos ramos do saber humano. Quando Sir W.
It Crookes fala de Química, é prciso ser um Berthelot para
+. -contradizê-lo; mas quando nos fala de matérias mõrais ou
i',',, religiosasr a sifuação é diferert€. A sua notável precisão,
a sla sbra cslossal em Química e a sua reputaçfo comô
verdadeiro sábio demandãm que the piestJmos' atençáà,
'por.êm .de modo algum que, fora do qeu terreno, lhe de-
mos çrédito a pés juntos. De haver ele sido um Quírnico
:-':, ad$irável não se segue ter sido um Psicólogo competente.
.. : §êus conhecimentos e experiência num ramo do saber hu-
ar mano tornam-no muito apto para o estudo de outro; o seu
.' domlnlo dos métodos científicos, a sua observação exata
.-. Aot fenômenos e o seu correto modo de discorrerj são uma
;, excelente preparação para o estudo de outros fenômenos
.1 .
q+,élogos. E, sem embargo, ainda que isto pareça parado-
i1':. ral, essa própria preparação muitÍssimas veies é uma das
': causas pelas quais homens de verdadeirà ciência são fàcil-
:: mente .enganados quando se trata dos mal chamados fç-
. nômenos Espíritas. No estudo destes fenômenos, mais do
.. . que de rruita ciência necessita-se é de muito Eenso comum
i;-. etradenamuito conhecimeúo d_o "elemento humano" que en-
equação. A razáo disto, aparentemente paradoxal,
dá:la-emos mais adiante.
: Já deixamos explicado que as teoria§ não são fatos,
mas girn explicações destes. Ora, muitos homens de ciência
tão 'meros experimentadores e registadores de fatos; e
mtrlüo poucos são os que podem Íormular hipóteses plau-
síveh, e pouquíssimos. os que podem idear' e desenvolver
urna verdadeira teoria. Na.construção do edifício científieo
são muitos os trabalhadores que carregam materiais, em
m€nor número os pedreiros que os juntam levantando com
eles as paredes, e apenas um ou dois os arquitetos que
ideiam o plano geral e determinam os detalhes que hão de
lazer da obra um ediÍício s6lido, duradouro e artístico.

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Ér:i
.: i:. tt=.r
=:=': :.-.,,, r...:",1ffi
Cqlos Wia dc. Hcredioi §,,I.

euúpre tçr prcsentes duas coisqs: 4le há,ttt$c td


-que. podem obaerter. baü, rmt muito polcoe 8ão lpre 's
@on.explhar corretamente o observrdo; 2,", qre{#
nl€strlí,s qre poem fonnular hiÉhes âdmisúÍt§ie,âc-h
ecnvolucr borias razoáveis no tqrreto ci€afifiço'que.lH ê
Íarniliar, mtumam com frequência excogitar hipótetec- as
mais dicparatadas qrmdo sé metem em seere allreia. Ve-
jamos, poís, agora por que é que, em se tratande "degtl
clagse de fenômeno§", um homem de ciência honra& e*u
mais facilidade é dewiado da verdade
Três são as razões principais disso: 1.o O homém de
ciütcia está acostumado a Íeis fixas e a u§ar aparelhos'
precisos e sguros que, postos nas condiç6es devidàs, dl[o
§empÍe resultados exatos; ou, por outras palavras, 'êstá
acostumado a fiar-se nos seus instrumentos. Nas 'suas in'
vestigações cimtíficas o elemento humano não entra, e as-
sim, enquanto observador científico, ele não está nem tem
qre estar. acostumado a tratar.com a malícia e Íalácia dos
homens. Daqui serem müitos sábios verdadeiras cr{enças
quando se trata dos negócios comurs da vida, nos quais
sem difictldade são enganados. O homem de dência 3co8'
turnado à fidelidade dos'seus aparellios é geralqre4te rnuÍb
potlco desconÍiado. 2.' O observador científico, :para Pro-'
duzir um fenômeno determinado, está acostumado â e§te',
belecer sempÍe as mesmai causas nas me§mas condiç@
pors sabe que só assim pode ter o mesmo resultado. Em sc
tratando dos fenômenos psÍquicos, não há nada disto, poit
a vontade do meio é suprema, se se quiser oHer algurn
eÍêito; ou, por outras palavras, enquanto nas sue§ exp€r
riências cientiticas o sábio tem certas regras a que se ater,
em se tratando dos mal chamados fenômenos Esplritm não
há regra determinada que lhe sirva de ponto de aryto. 3J
O hoúem de c!ência está sempre inclinado a admitir tais
ou quais condições quando se lhe dá uma razão cientiÍicr
ou que aparênta sê-lo.
. Tomemos, poÍ eremplo, paÍa a nossa análise não um3
sessão 'lideada", ú!Íilo a do Dr. Lapponi, ma§ ume sssls
verdadeira, oade o ob,servador se dedicou a estudar esses
fenômenos.
 médium é uma mulher. Desde logo vemos que tão
M aparelhos nem coisa que se lhes assemelhe. O apre-

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.rls Frmdcs. EW*lEr c os 'Faúlttctw:'lídralrtqaicos Tl
r hD, e de "grende sensibilidade', é a médium. Vai nr corn-
,;,r, Émhlâ dela outra rnúlher que não só detre servir-lhe de
pioteção, estando a médium entre homens e devendo ser
e*aminada, como também para hipnotizá-la. Não pode o
oüservatlior cíentífico opor-se a esta condição, que lhe pa-
,',, dEce tão cavalheiresca como justa. Vários médicos exami-
:"'
-' nàm a médium de um modo científico. O quarto.e o ga-
binete onde a médium deve operar não são examinados,
Íi por estarem na mesma casa do O. C.1, QU€' pessoalmente
::'
- dispôs as cortinas do gabinete. Cada qual se senta no lugar
cientllicamente prefixado. A médium vestida de malha ne-
grâ-cientlficamente examinada, entra no gabinete e corre as
cortinas. A pedido da médium, a lruz é vermelha e conve-
.nientemente colocada. Não são este§ também os requisitos
para se poder revelar uma chapa fotográfica? Pois, do
mesmo modo, o ectoplasma náo pode desenvolver-se senão
na penumbra.. . A razáo é científica, e o O, C. submete-
§e. sem dificuldade a esta condição. Ademais, a luz intensa
pode produzir efeitos'fatais à médium, que durante o tran-
se se supõe estar num estado de hiperestesia extraordinário.
:. ' Junto
J-- -- da luz vermelha, o secretário periôdicamente
; toma notas das circunstâncias, mesmo as mais triviais. Eis
aqui algumas das suas anotações:
"Às I p. m. A médium entra no gabinete e pede aos
presentes que cantem a meia voz. 8,05, o cànto conti-
nua. * 8,07, cessa o canto e percebe-se- com toda clareza
1i. a respiração fatigada da médium. 8,10, esta chama a
companheira para hipnotizá-la, ê ã- companheira entra no
gabinete. 8J3, esta sai do gabinete. . A respiração da
médium é-menos fadigosa. a própria médium des-
cerÍa as cortinas do gabinete - 8,15,
e fica sentada e imóvel.
8116, sobre a cabeça da médium vê-se aparecer uma espé- -
çte de neblina. que toma' a forma de uma cara.
: E P, a um sinal - 8,18,
convencionado da companheira, o O. C.
prodqa o relâmpago de magnésio para impressionar qua-
tro chapas das câmaras colocadas de antemão em dife-
rentes pontos do quarto. 8,21, a m&ium chama ur-
gentemente a companheira, -pois a luz produziu-lhe grande
efeito. 8,25, o O. C. termina de tirar as chapas, tendo
colocado - outras novas. 8,28, a companheira está ao lado
-
i) O. C. ObseÍvador CientÍfico.
-

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78 .'Cdrros ltarfu dc Hue@, E.'./.,.., .-: -i
da médium, gugl paÍcce deefal&, Atana.a som e h,lçô;
+ 8,3Q, saem- ambaa do gabinete, gue é rigorosaiiriente ^;
examinado; resultado negativo, 8,40, a m&ium:é & l
novo examinada cientificamente.- Resultado ,negativo. *
8,50, a sessão terminou. Revelam-se as chapa§ e errcsntrar
se, sobre a cabeça da médium, ttma caÍa, que parece de
mulher, no meio de dobras de ectoplasma...?
A experiência foi inteiramente científica. Tomaram-se
tddas as precauções pos§íveis. Não há, por consegpinte, se*
não uma solução: a médium materializou o ectoplasma em
forma de rosto. Ali estão as chapas. A existência do ecto- -:l
plasrnaé a únicaexplicação. AprovaécientífÍcae aex- ,
periência decisiva. j
E, todavia, com perdão do O. C., passou-se alguma
coisa muitoi diversa que éIe não observou.
- A companheirà está de ligação com a médium e é o
seu principal auxílio.
'; I médiuà teva dois pentes de travessa em cuja parte
superior, que é oca, pode esconder meio metro de musse- ;
lipa finissima, com que se simula o ectoplasma. Como lsto :,
não basta, quando a companheira entra no gabinete a pÍe-.
texto de hipnotizar a médium leva na mão um lenço, 'g .-,
=:

embrulhado nele vai "o resto" do material requerido para


a "materializaçáo". Quando se supõe "cientlficamente".qlle .,;l
ela está hipnotizando a médiuffi, 9 que na realidade elâ +
está fazendo é dar-lhe o materia[ e aiudá-la a penduràr
o fantasma na cortina preta do fundo e ver "o efeito':
Sai do gabinete, e é então que, já estando hipnotizada,
descerra "por si mesma" as cortinas e o Íantasma aparà '
ce... (!!). Depois de tirar a fotografia e enquanüo o O.C.r '
está mudando chapas, a companheira vai ao gabinete para
"auxiliar" a médium ou, o que é o mesmo, pEÍâ 'tecolheÉ .

o material ectoplásmico" (!?) que ela tem escondido nas


vestes, ficando a médium em disposição !e ser examinadâ ,j
"cientlficamente". Quando o O. C. entra para examiná-lar. ,:Í
já "a materiàlizaçlao" desapareceu, como nãô?
O nosso O. C. está satisfeito, e escreve üm vesto aÍ- ':
tigo sobre a experiêneia, e ilustra-o com as Íotografiry -!-
radas. Por vários anos foi considerado como notável bió--
logo e, por conieguinte, seu trabalho é apreciadq tanto
mãis quãnto ete .próprio não admite a hipótese Espírita.

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-,§gOavis, não faltcm muiúos'que se riam e se mostrm_-in-
úÉdulos; mas eh rçponde mostrando-lhes as fotogrrilias.
'.,..-:

1,; .*li está o ectoplasma. Cotitinua, pois, impertérrito nas'Euas


. srperiências corn a me$tra médium, que ele já consídera
eomo genuína, e ao cabo de quatro anos publica um vG-
. lrmroso livro cheio de fotografias tão autênticas como as
:: pdmeiras. Todo o vo-lume respira "ciência", e grande nú-
;' lmero de pessoas, em especial os homens de ciência vul-
gaÍes de que havemos falado, consideram-no como a úl-
tima palawa na matéria e dão-lhe um vator científico in-
cortestável. Fazem-se várias ediç6es e ele é traduzido em
vários idiomas. Muiúos autores probos, que nunca viram
de perto um médium, citam essa obra, iá famosa entre a
gente vulgar, e acrescentam-lhe autoridade emprestando-lhe
algo da sua. O nome da médium é pronunciado com res-
pelto pelos espiritistas, já que ela é considerada genuíúa,
por ter passado tão vitoriosamente no exame científico de
wn afamado sábio. Os fenômenos foram cientiÍicamente ob-
servadoà e registados, e ai de quem os puser em dúvida!
§ucede, porém, que dentro em pouco tempo se des-
1- cebre que a tal médium é umâ grandissíssima embusteira;
; ' gue a sua companheira é outra que tal; que a primeira,
, numa nação distante e com nome diverso, foi colhida fa-
-: z€ndo trapaças "vários anos antes" de havê-la observado
., o nosso Observador Científico, e que ela mesma declarou
;i . Írancamente ter sido trapaça tudo o que Íez então.
í-' Ainda mais: na mesma obra "científica" do nosso ob-
sérvador, nas suas próprias Íotografias, descobre-se não só
' que as famoqas materializações de rostos são estampas de
papel, mas que ainda se pode ler com clareza o tÍtulo da
revista de que a tal materializaçâo foi recortada. Mostram-
se ao O. C. as dobras do papel, indica-se-lhe que tal ou
qtld cara não passa de um retrato de um peÍsonagem co-
. nheç'ido que a médium desfigurou pintando-lhe um absurdo
bigode. Prova-se-lhe até à evidência que, em vários casos,
a rnaterializaÇão'não é senão a ptópria médium, que pôs
um véu na cara; que o que o Observador.Científico de-
- clarou ser uma "terceira mão" não pessam dos dedos de
um dos pés da médium. Mostram-se-lhe os buracos das
meias poi onde ela fez pàssar os dedos. EnÍim, prova-se-
- lhe.até à saciedade que, pelo menos em ditos casos, a mé-
- - üuin e stra astuta companheira,o enganaram. Acredita, lei-

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t Cartes Jlcria ie Hucúa, g ,. - ,.-'-
tor, que ch admite isso? Qüal! oomo há de admlür?.nerr
'Ê{erttÍffcâ nem flnanceiramente" lte eonvénr uúessar, wr
htimildade e probidade, güê, ao menoa em tal ou'qual easo,
evidentemente ele fol enganado. Não, senhor; ainda:qrre re
veja obrigado a admitir "os fatos', iá gue suas póprias fo-
tograÍias os'tornam patentes, §empre tem alguma explica-
ção para eles, e, quando o caso é de todo eüdente, ele sat*
ta dizendo: "Não acho neste caso como orplicar o fato
misterioso". E isto que aqui temos dito não é imaginação,
pois nos reÍerimos ao livro "Phenomena of Materialization"
publicado ültimamente pelo Dr. Von Schrenck Notzlfrg. Re-
fgrimo-nos a Eva C. (aliás Marta Bertaud) e à eua inse-
parável companheira Mme. Bison, mais grosseira do que
a própria médium. Se o Dr. Notzing tivesse chamado para
examinâr tanto a médium como a companheira uma ma-
trona ríis que registam mulheres contrãbandistas nas al-
fândegas, ter-se-ia convencido de que uma ou outra ou
arnbas ocultavam em suas pessoas "o maÍerial" das tais
materializações. '

Durante os anos de 1900 e 1914,'os liwos sobre o


espiritismo já eram numerosos; mas, desde que se iniciou
a Guerra e se despertou uma fome insaciável de escritos
espíritas, esses livros científicos (!) multiplicaram-se de .

modo incrível. E, assim como em tempos de fome e de ca-


restia o povo devora o que primeiro acha, assim também
nestes tempos de "fome Espírita" inúmeras pessoas t&n
devorado toda sorte de escritos, saciando com eles süâE fâ- ,
mélicas mentes. Os escritores espíritas, científicos'ou não. ,

científicos, têm tirado seu proveito, como seu proveito ti-:


raram mil jornais publicando, no tempo'da Cuerra, toda
sorte de notícias, verdadeiras ou falsas. Muitos desses es-
critores,quesecitamcomoautoridades,..vivem.depubli-
car livros espíritas", e como fez Léon Taxil, naturalmente '.
aglomeram quanto fato, fábula ou balela lhes vem às mãos, ,'rl
e, dando-lhe uma tintura científica, publicam livros que, i
cimtlficamente falando, não t&n valor algum, se bem gug
paÍa seus autores seiam verdadeiras minas. Nós, temos ce.
nhecido e tratado com mais de um escritor científico (?)
dessa classe, e sabemos o que dizemos. Havemos presen-
ciado suas experiências, e temos visto, antes da sua pu-
blicação, o material que etes iam fazer o @Jico engolit, :

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,'"I

§ Fraud* EiÉilfrs e os Felôryltiae detàpstquias gl


iii", Não se vá crer, pelo que fica diüo, que consideramos
I; ' todos os fenômenos metapsíquiàos como risíveis ou fàcll-
;': mente explicáveis. Não somos dos que aÍirmam qúe tudo
g artifício. Bem sabemos que há certoi fenômenos qire apie-
i I " sa sentam um aspecto tão. novo como interessante, e cuja cau-
é muito difícil de averiguar. O que quisemos fazer foi
?..;.- pr0cttrar dar o seu verdadeiro valor à tão surrada frase: .,4
'. : Ciênqa já admitiu a existência de fenômenos espíritas,,.
i:l:j,-'. eÍitra'Quisemos repisar que "nesta classe de expLriências"
ur.n fator novo, "o médium",, o qual náo é ufi râpâ-
,.,, , r-elho cümo os usadós noutras ciêíçiasi e que, sendo ele
.r' ' "humano", e muito humano, deve.se andar com um cuida-
§ . , -1e",.quer
do-. extraordinário para que "dito elemento não nos enga-
F:. sejamos observadores científicos, quer não. O ier
humano é diferente de uma lente ou de uma fórmula ma-
, ' temática. Tem uma alma espiritual e livre, e o estudo dos
;' poderes ocultos e estranhos'que ele porrúi tuua-nàr-à um
terreno desconhecido e escorregadio, em razão da fascina-
ção que, como veremos, causa no rnédium o fato de poder
r. €nganar especialmente os homens de ciência.
. Nem se creia que ridicularizanlos'toda especie de ob-
servações científicas neste novo terreno; não. Muito pelo
:fntr_ário; pois cremos que só uma verdadeira observáção
'cientÍfica em que se tenha muito presente
e controlado ,,o
elemento humano" que entra na produção dos fenômenos
psÍquicos, é o único meio para póAer encontrar a verdade
ou a falsidade que neles haja.
E' necessário que os observadores científicos, âlém de
possuírem- uma grande experiência como experimentadores,
muito conhecimento prático do ,,elemento hnmano,', e mui_
tÍssimo senso comum, sejam homens verdadeirameíte ,,hu-
mildes e sinceros" que não tenham dificuldade em ,dizer
"euganei-me ou me enganaram,, quando, depois de traba-
tharern conscienciosamente, venham a descobrir qr" s.r, i"-
bores os conduziram a um soreníssimo fracasso. Nisto está
a grande dificuldade, pois os verdadeiros homens de ciência
não querem meter-se nesse cipoal, com a perspectiva, mais
do_ que provável, de, após mii experiênciag sairern
.ã,
mãos na cabeça. ",
Antes de emitir teorias é preciso juntar fatos verdadei-
Ío-s sirvam de fundamentó sOtiOo para sobre etes es_
-gue
tabelecer o edifício de uma nova ciência.
Frrudct Esplrltao 6
-

http://www.obrascatolicas.com .t
É
. ..(
' ' : ;:'
82 earlos le*?a * Huetlia, 8,J: .: '''"
Rcttcrões Psi$Mgtlrls.

Ao úatar do Observador CientlÍho, aem por um mo-


nrento nos passou pela mente falar de homens como o Dr,
Richet. .Tivêmos píeàentes sômente observàdores dâ ctasse
de Von Notzing, que, depois de ver ctaramente, na Íoto-
gtalia obtida, o leúeiro "Le Miroir" (na sessão de 27 de
Novembro de l9l2 com e médium Eva C.), diz ctlndida:
mente: "l cannot form any opinion on this curious re§ult",
"Não posso formar nenhuma opinião sobre este-ctrioso re:
sultadó" ("Phenomena of materiafization", by Baron Von
Schrenck Notzing, London, 19ã), pág. 2I3). A nossa in-
tênção não foi ptr a ridiculo os verdadeiros observadore.i
cieítíficos como Richet, que, aPesaÍ de imensas difiçuldtl-
des, levam a efeito interessantíssimas experiências; . m-as
sim homens como Von Notzing, que só tratam de especular
com o público, revestindo seus escritos de aparato cientíÍico.

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Capítulo Xl.

.t
Psicolosia do Medium.

.Nas nações latinas, as chamadás em inglds "Fortune


, tclleis" são geralmente conüecidas pelo nomie francês de
Cbimoyntes, porquanto, embora á ,'Ctarividência,, seja
;tilo-sômente uma das manifestações da mediumnidade,
éla
que,de ordinário atrai maior número de crédulos que, de-
sejando conhecer. o futuro, pagam bom dinheiro para serem
enganados. Não,tratamos aqui delas.nem das ciganas, mas
, ,siq. de outras pessoas que, "supondo terem poder para.nos
: pôr em contacto com as almas desencarúaáas doi defun-
!os", pretendem dar-nos mensagens das pessoas que nos
Íoram caras, entrando, não poucas vezes, no escuro-terreno
. do porvir. Essas pessoas, conheciüs sob o nome de mê.
diuns, dividem-se em duas classes, mais ou menos cl,ara-
rnente deterrninâdas.
- _ Pertencem à primeira os médiuns públicos ou comeÍ-
r ciais, que "fazem profissão e negócio dos seus supostos
poderes", ao passo que à segundã pertencem os mêdiuns
particularesr QU€ sr. supôe não trabalhem por dinheiro, em-
bora recebam paga ou outras recompensai pelos seus tra-
balhos.
Os Médiuns Comerciais são pràticamente os únic«is
c.orr quem a maioria das pessoas OaOas ao espiritismo es-
' tão em contacto, pois os cônsiderados como veidadeiros
Ç são muito raros mal são declarados ..genuínos,, são -
-
contratàdos _pelas Sociedades de Investigações- psíquicas
como Iáe Society ol Psychical Resmrch de Londies e
-
só os sócios dessas corporações têm oportunidade de pôr--
se em contacto com eles.
Os Médiuns Comerciais, pelo Ínenos na Inglaterra e
nos_ Estados Unidos, estão muito bem organizados, tendô
correspondentes, iornais de propaganda e escotas de for_
6.

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't
84 Carlos tloda de Huedia, §. !. . '.

mação "mediúmnica" (?). Ternos diante de nós um anún-


cio que corre só entre pes§oas do grêmio de uma
- Mediúmntca de Nova York. Diz assim: -
'Escola
Alfrd Bmzon. Modern Sphitrulistic Pâmometu

. Complete
Course

. Initiation Fee... ... Sl,0o.m (mil dólares)


' CmrSiets of ths Íollou'ing elÍects:
Slate Writtins $350,m Cabinet Seance $25089
ffilmr"'m:::lff;ffi B?',íl1I*3':ln1 :#',ü
Para assegurar-se de que o. "neófito" guardará .9,*-
gredg, exigem-ie-lhe .nada menos do que $t'000 (mil dO;
íar.if adia"ntados pelô direito de inicialão, te1-{o de pagar
a aírendizasem dôs restantes "fenômenos" (?) em sppa-
i"Já . t.rnfrr" adiantado, segundo a tabela indicada' De-
poir a. desômbolsar mil dólaíes pela iniciação er olltros lil
quatrocentos e vinte e cinco pelo resto das manifestações
espíritrt, é quase certo que -o novo iniciado ,nao d1.r{ P.a-
tavina. Quem- queÍ que dàseie, e tenha dinheiro suficiente,
pãá.-goi"r'do
-que
benàticio dessa elevadíssima llgd.uc.aeão"..
bUro há muitos médiuns que, não -te19o dinheiro, "se I
contentam com Pouco, nos princípios, trabalhando por coÊ
ta própria, mas sempre guárdando o segredo que bern po-
demos chamar l'proÍissional"!
Quando um'médium depende do público para viver, é
coisa óbvia que o caminho mais aproptildg- paÍa. prospe-
rar é "agradàr ao público". Isto não será lá muito moral
de dizerãos, mas 'ibusiness Ís áusinesC', negócio é negó-
cio. Suponhamos, só Por suPor, que o tal médium tem real-
mente este ou aquele'poder-que parece extraordinário. uma
ôàisa e eerta nesia elásse de lenômenos, e é que,:'g médiuut
i,áo ot pode controlar", e umes vezes eles d,ão' certo ê
ÀUtr"r oü não dão ou resulta sair o tiro pela crilatra. Nlsto
* Àeairnt, quando trabalham honradamente,modo são muito
r.rn.if,*t.t'ao OttenOorff, pois respondem de §9m9:
ihante. "Tem você o meu guarda-chuva?" diz Ollendorff'
á i.spono.: "Não, mas tenÍo a camisa do meu vizinho"'
ôo ,ri.t*o mo& pedimos a'Carlosum médium que nos comuni-
que com nosso avô, e vef Magno"' Que requlta
tate Que, sabendo o médium que pode solrer um fiasso,

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:
.:. l

As Fraa:des Blpbitds e os Fenômerlrls Metapsiqulcos 8tt

-,dado que reatmente tenha algum poder, como havembs'fu-


' poto, e não querardo exPor-se e precisando acreditar-sc
püa ganhar dinheiro, não .tem mais remédio senão Íingir
j - à memagem, o que, dada a credulidade humana e os meiix
de inÍormação de que os médiuns dispõem, é a coisa mais
,,1'.. elmples do mundo; além de ser isto sumamente divertido
:, para o médium, que não pode deixar de gozar ao ver a
:: facilidade com que faz iolos os Babilônio§. Bons fiorn€Ít-
t. . los ôs que os sacerdotes de Bel terão passado ao comerem
- os saborosos maniares'que o Rei e todos
',,' trailqúilamente
oi seus inocentes súditos colocavam.no altar do deus de
,pedra, e as vezes qüe terão tido de conter o riso ao veÍem
o pasmo dos seus clientes entrando pela manhã no templo
' , e verificando que os presentes gastronômicos do dia an-
.terior haviam desaparecido!... E' isto o que se.passa com
, os médiuns ao notarem o pasmo dos modêrnos Babilônios.
Até certo ponto, e com as devidas restrições, podunos
i,:; I sÊr testemunha disso, pois em nossas conferências, ao pro-
duzirmos os mais "portentosos. fenômenos" (?), temos-po-
dido observar, coú não pouca hilaridade, as caras pasmâ1
das dos espectadores que, naqueles momentos pelo menos,
l, estão certos de que verdadeiramente possuímos poderes
§,;t',''imediúmnicos" (l).
il' Mas os médiuns comerciais, que são os coÍn quem or-
'os
ir dinàriamente tratamos,_ raríssimas ,er"r produzem fenô-
ir.. Ínenos espíritas, a aáô ser por fraudê. Com a fraude eles
:-,,, ' lucram certâmente, e, sendo o lucro o seu único intuito,
í:': . muito tolos deüeriam ser para usar de outros meios em
que eles próprios absolutamente não confiam.
:i,. , Com não pouca frequência, ademais, esses médiuns são
pessoas sem consciência e de moralidade muito duvidosa,
que usam dos 'seus poderes... de unf modo que não é
. FarS- narrar. Elons testemunhos dlsto são, entre outros, as
lrmãs Fox, que, nas páginas 50 e 5l do tivro citado, "Death
. Blow to Spiritism", nos dão conta do que etas mesmas
presenciaram e que aqui não podemos reproduzir...
Há muitos médiuàs que começaram só paÍa se diver-
tirem e de maneira inocente até certo ponto, fazendo uso
de ardis muito primitivos, apesar do que chamavam a aten-
.' duziram seus
ção.dos amigos de modo extraordinário. primeiro pro-
-raspando
um.§ pancadas secas com o pé o pê ãe

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66 Carlu Llorie de Hend*+ í l. .,

umâ,mesa; depoio fizeram epareceÍ luzee Íosiorescentec. qp


procediam de ume caixa de fósÍorop; .mais tarde ptoúrzir
rem a levltação da mesa no escuro, metendo a cabeça.pot
baixo, enquanto dois dos comensâis lhes Íirmavarn=as mãos
fortemente.. .
Disso resultava'declarar sinceramente a roda de ànri-
gos que o operador era.um grande médium. Este, já não
tendo valor suficiente para confessar a verdade qqp levara
encobrindo por vários di4s, e tendo, por vergonha, & B,to-
dar Íorçado segredo, ao veÍ-se comprometido a contiouar
as sessões que tanto pasmo causavam a seus amigos via-
se obrigado a levar por diante a Íarsa. E vendo que, afi- -
nal, era estp um rnodo de ganhar dinheiro sem demasiado
trabalho, decidia-se finalniente a declarar-se médium e a
entrar em cheio no negócio. Esta é a origem da mediumni-
dade (!) de muitíssimos espíritas, filhos legítimos das ir-
mãs Fox, que desta sorte, como vimos, começaram, e con-
tinuaram pôr quarenta anos, a sua tucrativa carrelià.
Ora, para nos cailacitarmos do crêdito que os homens
de ciência devem dat aos Médiuns Comerciais e eos fenô-
menos por eles produzldos, ouçamos o que,nos diz um psi-
quista inglês, Ú U. Crawford ("The Rmlity oÍ Psychttat
Phenometd', lglg, pá5. 4): "Apenas preciso diper que, te
a principal ambição do médium é o dinheiro, pràticamette
não se pode levar a eÍeito nenhum trabalho experiinentel
verdadeiro. E' questão de experiência, de mrhha própria Élrel
periência pelo menos, que desde o momento êm.qüe o Ítré-
dium ou os que com ele trabalham são guiados pela avâr
reza ot, pelo lucro, os fenômenos são poucg fidedignos e
de autenticidade irrcerta".
Este testemunho e outros muitíssimos que citar pode-
ríamos; as razões aduzidas e as inúmeras confissões de
médiuns que, ou estlontâneamente declaraÍam a verdade dos ,
Íatos, ou, vendo-se forçados, confessaram seus embustes,
trazern-nos diretamente a esta conclusão: "E' mais dificil
para um médium, mesmo daqueles que realmente se supõe
terem alguns poderes extraordinários, nunce enganar o oh-
servador, do que, tendo-o enganado duas ou três vezes, de-
sistir da prática do engano sempre que aúe ocasião pro-
pícia". Esta é a psicologia do Illédium Comercial. Passe-
mos a estudar a dos médiuns particulares ou 'verdadeiros
médiuns. :

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"''.q3g.r<l-
', ás Faàtúcc,BpÍrilgs c os Fenôr,cnos Metqoslqücos' frí

.r Este cle$e de nédlung, que forma um grupo eêprre-


{o,supõe-se ter rcalmente poderes não comtms. SuiÚe'tc
hmbém-que eles 'não traüalham por dinheiro", isto é, qge
tllão cohram entrada", Mas, não havendo razão especlal
peÍ8 lhes exigir que ocuPem o seu tempo e talvez elpo'
Úam sua saúde só por amor à ciência, não sendo nenhum
ddcs rico altruísta, rdzoável é supor que "recebam uma
rcgompensa conveniente" pelo seu trabalho. A esta classe
pcrtencrm a, famosa Mrs. Piper, Eusápia Palladino e Eva
C. (orjo verdadeiro nome é Marta Beraud) !
Por definiçáo espírita, um médium é uma pessoa que
, *.supõe ser um traço de união entre os vivos e o§ mortos,
oü, melhor dizendo (sem incluir a hipótese espírita), é
. üÍra pessoa que tem a Íaculdade de produzir certos fenô.
menotr de origem desconhecida, nos quais aparece o tra-
belho de um ser inteligente dilerente do próprio médium.
Quando estudamos os casos'destes médiuns particula-
. Íes, o ,resultado 6 muito pouco diverso do dos médiuns de
' paga. Eusápia, por exemplo, antes de ser descoberta nas
suas trapaças, eÍa coneiderada como uma médium extra-
ordináriá e genuína S.ir Willlam Barret, na sua obra"On
thê Threshold oÍ the Unseen", ("No Limiar do Inúsível"),
págs. 67, 68, diz-nos 'que ". . . embora Euúpia pareça ter
poderes supranormais, é um médium de tipo mgral muito
baixo, convencida de impostura tanto na Inglaterra como
nos Estados Unidos, pelo que cu não quis ter com ela ses-
são alguma. E, se a cito aqui, é tão-sômente pela sua no-
toriedade e pelas considerações pslcológicas e morais que
sua carreira nos sugere".- E, sem embargo, segundo a opi-
nião comum de muitos, quase não se pode duvidar de que
Eusápia tenha tido alguns poderes desusados.
Essa combinação de fraude e de poder real explica-se
fàcilmente, iá que uma pessoa com desusados poderes
mediúmnicos é senslvelmente anormal, eÍn regra geral. Áde-
. . mais, as manifestações desses poderes, por exemplo a le-
vitação de mesas, etc., ou a produção de determinados fe-
nômenos num transe verdadeiro, não são produzíveis à von-
tade. Se o médium não está de veia, se não se acha nas
disposições requeridas, os fenômenos não podem seÍ pro-
duzidos legitimamente. Ou não há resultados, ou estes são
muito pobres. Algumas vezes o médium, como se conta do

ir] http://www.obrascatolicas.com
Êr&=i
Íemom E, D. Home, confessa tÍrncàmertüe'a $la foqbtÊn;
da frlas ne múbÍià dos casos não so dá' isto.'Supo* o
{Fe, paÍa fazerem certas inveatigaçõee; várbe sábbs sc:.ÍrEh/
uniram em sessão corn o rnédiurn,. e espeíam pacienfrmente
a produção dos fmômenos. Passaf,r-se horas e'ahores,som ''
riritaaó algum. Voltam outro dia à sessão; fama do r 1j
médium tern de sofrer se não se.produzirem alguas fenô-
menos; mas estes não podem ser genuíiros, porqü€ as cir.
cunstâncias não são favoráveis. Que fazer? O médium vê
claramente que um resultado verdadeiro e apr€ciável não
pode ser produzido naqueles momentos, e,.deseiando agra-
dar' aos sábios observadores, mas não podendo,fazê-lo de
modo genuíno, vê-ee numa entaladela, e, claro, a saiCa
é. . . produzir o fenômeno fraudulentamente.. . Os otrser-
vadorês, que não repararam na fraude, ficam ,saüsfeitos, g
o médium respira mais desafogadamente. Achou o meio de
sair da enrascada, e sempre qúe se acha em cirôunstâncias
análogas, mesmo com risco de ser descotÉrto, torna a fin-
gir o fenômeno.
Dissemos que, embora esta especie de médiuns não tta* j I

balhe por.dinheiro, recebe todavia dinheiro pelo seu ttóa- ..i


Iho. As sociedades de investigações psíquicas pagam:lhes ,-
targamente;3xigindo que o meaíum tiabàhe sOineíte ,plÇ. ,.:j
elas. Há, pois, compromisso. Noutras ocasiões, como .slltcÊl
dia com Eúsiápia, a médium é convidada por perspnagenr
da nobreza, quiçá'pelos reis, que têm para com ela tqü ,:r
sorte de deferências. Estas obrigam o médium a quete ,:
agradar-lhes. Mais: pelos seus serviços espera ele' não §ó
honras como tambérn algo mais substancial em ióias ou, t
dinhelro. O contrato é tácito, mas â obrigação lá está. Tal- .,i
vez, como se supõe no caso de Eva C., vá de permeio "à
sua.reputação científica e a de sua comPanheira, a Bisson". ;
Vários sábios de diversas partes do mundo vierarn Pre6en.
ciar e estudar os fenômenos Por ela produzidoi. Que lazot -'
se as circtnstâncias não são favoráveis? Deixar logra&c. ,

Sir Conan Doyle, o Dr. Von Notzing e outros "sábios'!


desse jaez?... Isso não é possível; e,.como o fenômeno ge' 't
é o que.ee supõe
nuíno não pode produzir-se
a fraude sé impOe. O Íenômeno - isto - .',iilI
fraudulento é produtido
com êxito e... o caminho da médium está traçado para
o futuro... quando menos em' ca§q de necesiidade. Este

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'Ê' *
l|s Frdà,ilec.EipürJrcs e ob Fcarilrànos lf&pdqurcos @
.'+r ,'
âlltu&, ainda qrc não muito moral, qu€ tligâmoai 6 der.
".r,
.'{l- tmente muito humana...
'i , 'gâo qr..causa
Se ao que foi dfto se acrescentar a veÍdadelra fascinr
"enganir um hômem de ciêacia" naquilo que
ele consitlera o seu prqprio terreno, ver-se-á que não há
rarla tão tentador para o médium, mormente em caso de
, neessidadê, como recorrer' à fraude. O médium eiperi-
.menta uma sensação muito
farecida com a do prestidigi-
tador que laz crer ao seu auditório gue a moça que ele
pobriu oom um lençol, diante de todos, desapareceu instan-
tânmmente do cenário para voai invislvel à galeria. Seu
Orgulho e satisfação é o do artista drâmático que, ao ,e-
prcentar um papel, o faz tâo vfuamente, que o público cho-
ra comovido como se na realidade se. tivesse passado o
Que ele tão hàbilmente declamou. E' incrível, repetiqros, a
lascinação que causa por experiência própria,
çomo havemos indicado, - sabemo-lo
tendo-se diante de si um au-
dttório seleto de homens -verdadeiramente intelectuais, ávi-
, dos de observar "algo de extraordinário", mas "cienilfica-
mente" preçavidos contra o possível logro, ver como aos
poucos eles vão caindo nas redes da irópria ilusão. Ver
alguns com os olhos abertos até formarem as órbitas ver-
dadeiros círculos, enquanto que no rosto dos outros apa-
Íecem sinais inequívocos de terror. E ao ler claramente, na
_ expressão entre admirada e perplexa dos restantes, a prova
evidente de que "naquele momento" eles crêem na realidade
dos seus poderes extraordinários, que no caso que supomos
n![o passam de grosseiríssima burla, o médium experimenta
uma satisfação indescritível, vendo a inteli§ência subjugada
pelo logro.
Cremos que Eva C., ao ver enganados pela sua astúcia
"rnediúmnica" homens de fama científica europeia, não se
trocaria por Sara Bernhardt, nem deixaria seú "gabinete"
. pelo'cenário da Comédia Francesa. Que bons momentos os
que Eva C. e la Bisson terão passado "rindo-se" da "sa-
bedoria" dos homens! Parece-nos que suas conversas par-
ticulares, se fossem publicadas, as tornariam muito mais fa-
mosás do que o são na atualidade. Quando vemos esses
"sábios moderno§" encantados "cientlficamente" ante o ma-
terializado mamulengo produzido por Eva C. em com-
panhia da Bisson, não podemos deixar de - pensar no
-

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S Gertrps MqÍia] de H*ediai §: f.":r.'. :

pobre Rsi Sdomào. E cremos que a setisÍeção de ,Eva ,e


de sua companheira deve ter sído muito parecida €mbora
muito mais deliciosa com a que experimentavam- aE con-
cubinas do Rei Sábio - vendo-o adorar os ídglor Íormadgs
pôr suas mãos.
E aqui vem a propósito Íazer uma observação acetêa
do temperamento erótico dessas Médiuns Científicas, do
qual elas se valem para fazer veÍ aos observàdores cienti-
{icos... tudg quanto elas gostam
De Eva C. iá nos diz o Dr. Von Notzing que "tert
uma imaginação erótica muito viva",'e bem sabe pô-la em
p$tica, segundo as últintas notícias que nos chegam dCs

De Eusápia consta igualmente ter tido um tempera-


rnento erótico supra-sensível, e o mesmo se teú dito de
maior parte dos médiuns Íemininos até o ilresente.
Esse "tempeÍamento" deve ser levado em, conta, pois
.exeÍce não pouca influência no observadoÍ, por rnais cien-
tÍfico que seja.
A conclusão,'pois, que do acima dito devemos ürar é
esta: não negamos que haja médiuns que conkibuam com
certa classe de fenômenos, pois alguns deles temos por cer-
to que os hão produzido, embora, poÍ enquanto, nada di-.
:Silmo§ da tatureza do (lluso que os gera. O que em todo
este capÍtulo procuramos'foi fixar na mente dô leitor quo
seja o médium público ou particular, com reputaÇão grande
ou p«luena, a presunção está sempre contra ele e conha
a genuinidade dos fenômenos por ele produzidos.
Eis aqui urnas palavras de Sir William Barret que PÍo-
jetam não poucarluz sobre a matéria: "Revisando as várias
iessões quó tive durante 15 anos com diferentes médiuns
públicos ã particulares, verifico que a quese toialidade dos
resultados obtidos não tem valor evidencial algum em fa-,
vor do Espiritismo. Pela condição de total escüridão. não
pude tirar conclusões dignas de lé, e os resultados não fo-'
ram mais brilhantes do que os que fàcilmente podem ser
obtidos por um pelotiqueiro. Poucos casos, contudq, pbdem
considerar-se como exceções" ("On the Threshold of the
IJnseen", pág. 36).

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" :. n

As Fruades Esplritas ç os Fenâmenos hletapsíquicos 9l

:. Reflcxões Psioológicas.

. A diferença essonciat entre as ciênqias físicas e a me-


. taptíquice consiste em que, enquanto aquelas usam de apa-
. relüos para súas exper{ências, estas têm por principal "apa-
Ítlho" um ser vivo, inteligente e llvre: o médium. Os apa-
relhc podem controlar-se, o médium é "pràticamente mui-
. to diÍícil de controlar". E mesmo supondo se pudesse con-
. trolar perÍeitamente um médium, ainda fica larguíssima
maÍgem para a ilusão oriunda da mente inconsciente do
:,: lllg8lll0.
Os médiuns, mesmo oi mais poderosos, nem sempre
podem, à vontade, produzir os fertômenos que o experi-
mentador deseja. Umas vezes os produzem e outras ou não
' Fodem produzi-los ou produzem outros distintos. Daí vem
. gu€, desejoso de agradar ou de surpreender o seu auditó-
Íio, não podendo produzir o fenômeno que se lhe pede re-
corÍa o médium à fraude para agradar ou admirar os que
o cercam. E, como dissemos ante§, "é mais fácil que um
- médium nunca ,engane, do que, tendo praticado a Íraude
:-'. te favorável",
algumas vezes,'não a use sempre que a ocasião se apresen-

http://www.obrascatolicas.com *
CaPítulo Xtl.

As Coincidências.
*'
, Quem queÍ que se haja dedicado um pouco a colecio-
nar-"fenômenos e'spíritas" ('?) e ob tenha examinado com
alguma detenção, terá notado que grande maioria deles são
meres coincidências, às vezes sumamente notáveis. Em
quantas ocasiões os ruídos misteriosos que se ouvem em
algumas casas durante as noites tempestuosas e que se
atribuem às almas do outro mundo, quando investigados por
alguma pessoa menos medrosa verifica-se terem sido pro-
duzidos por uma lâmina de metal solta ou açoitada pelo
vento!! Ou o fantasma branco que se move misteriosamente
por entre as árvores e que se vê faze, contorsões à luz dos
relâmpagos descobre-se ser algum farrapo pendente de um
ramo!
Esses "fenômenos espíritas" são bastante frequentes, E ir.
cada um de nós tem alguns no seu repertório.
Em outras ocasiões, a coincidência é mais rara, e, sôt ;.
não se chega a descobrir e evidenciar devidamente "o fenô- '
meno", estã fica comprovado de maneira definitiva e 'tran-
chante", tanto para o "vulgo vulgald como para os homens
de ciência simples e crédulos, da escola de Lapponi.
Quando, na mocidade, o nosso falecido amigo Harry
Houdini andava com sua esposa como "saltimbangui", ga-
nhando a vida como melhoi podia, vendo o grande ne§ó-
cio que faziam os "médiuns espíritas'f, resolveu explorar
tão lucrativa profissão. E eis que, da noite para o db,
"Hawy e Beatriz" começaram a dar "sessões". Da vida de
Houdini, escrita por sua esposa, tiramos as anedotas se-
guintes, que vêm coínprovar admiràvelmente o nosso as-
serto, de como "as coincidências" úo causa frequentg dos
"Íenômenos espíritas". (Vide: Houdine, "His Life-Story",
N. Y., Harcourt, Brace and Co., págs. l0l e seguintes).

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l, As Frudes Esfiritas e os Fmâmenos MetapdEaicos Sl
"
ir "Quando pelo ano de 1897 os Houdini trabalhavam
, . , ol companhia de saltimbancos do Dr. Hill, indo os neg6-
.','= cios de-mal a pior, o Dr., meio desesperado, teve a ideia
tl-!-

i.'.''de empregar Houdini e sua*sPos_a como "espiritistas". Os


' ' anúnciôs -nos cartazes diziam: "Harry e B&s, os celebér-
rimos Psicômetras e Clarividentes, que, quando as condi-
ç6es são favoráveis, podem fazer as mesas flutuarem
pelo
ar, tocar diversos instrurnentos com mãos invisíveis, fazer
aparecerem caras e mãos em plena luz, etc.".
* "O anúncio trouxe uma concoÍrência extraordinária ao
teatrin[ro, e, se bem que naquela noite "as m€sas não flu-
tuassem", pois as condições não devem ter sido favoráveis
(?), todavia "as mensagens" que os "espíritos" mandaram
por intermédio de Beatriz encheram de admiração e de en-
" tusiasmo o auditório.
:' Logo o narrador conta "o modo" como Houdini che-
. . gou, em tão pouco tempo, a informar-se de todas as mi-
; núçras do povoado, o qtre deixamos de lado, Por ora.
.. Vendo como iãm bem com'esse "negócio", continua-
râm-no os esposos Houdini Por sua conta uma curta tem-
porada, com muito bons resultados "artísticos e pecuniá-
i- - rlos". Numa das "sessões" que deram naquela época, re-
gisüou-se o engraçado caso que com gosto transcrevemos.
A Sra. Beatriz Houdini tinha visto naquele dia num
: mostruário um bonito chapéu e propôs-se comprá-lo. Cus-
. tava cinco dólares e, sem embargo, para os escassíssimos
fundos da empresa, isso era um capital, e o Sr. floudini
negou-se redondamente a fazer esse gasto extraordinário.
Más Beatriz estava encantada com o chapéu e "propusera-
. sê consegui-1o". Chegou, pois, a 'sessão" à noite. Houdini
,. tinha "hipnotizado" a esposa, pondo-a em estado de tran-
,. se (?) para que os espíritos pudessem comunicar-se por
i. úêdiação dela. Enquanto a hipnotizava, dizia-lhe o que ela
' hàvíà -de responder à próxima pergunta que ele lhe ia fazer,
rnas Éeatriz nessa ocasião só pensava no chapéu e no modo
de coúsêgui-lo. Quando chegou o momento de fazer as per-
gunta§, Hoqdini disse ao ouvido da esposa: "Bess (dimi-
nutivo de Beatriz), já vamos começar". "Afinal você me
compia o chapéu?" respondeu a hipnotizada (?). "Não
posso, ê muito dinheiro. . . não se esqueça, está aqui a Sra.
Hank e seu falecido marido chama-se Henrique". "Se não

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% 'Carlos filariü 'ile Hercüô, §,
J. : , :r .i
há chàÉu, não dou mensagem", replicou Bess. "Os espí-
ritos- não queremvir esta noitê", diSe Houdini em voz alta, 6
explicando ao auditório o adiamento da mensagem. 'Você
me compra o chapéu?" contiruou repetindo "a rnédlum,'.
Finalmente, suâhdo em bica poi causa da situação, Houdini
respondeu-lhe: "Com mil diabos, compro". Os olhos da mé-
dium cerraram-se incontinenti, Íingindo entrar por firn errl
transe, e ela começou a dar as mensagens que o espogo
lhe sugeria ao ouvido (!).
Uma'das pessoas do auditório perguntou: Onde está ü
meu irmão João, de quem nada sei há quase dezenove anos?
e assinava Mary Murphy.
. A tais perguntas,'conta a Sra. Iloudini, eu costumava
geralmente responder com Íespostas gerais e evasivas co- "
mo: "Dentro de um mês terá notícias dele", ou então: "'Vejo
que ele lhe está escrevendo uma carta que não tardará mul-
to a receber..." Nessa ocasião, contudo, a minha resposta
foi tttuito concreta. Eu tinha conhecido em Nova York, não
muito longe de onde morávamos, um tal John Murphy que
tinha uma sorveteria no E§te da rua 72. Estando nós na
Íronteira do Canadá, muito tonge de Nova Yoú, pareceü-
me bastante seguro responder, como o fiz, que "seu irmão_
João tinha ume sorveteria no Este da nta 72", Houdini fi-
cou surpreso com a minha resposta, e quando depoís da
"s€ss!o" me perguntou porque eu tinha feito isso, resfondi:
Ihe que enquanto Mary Murphy escrevessé a Nova Yorlr ti- .:
recebesse a resposta desiludindo-a de ser aquele Murphy [r- ,

mão dela, já nós estaríamos noutra povoação distante, ante


o que Houdiní se mostrou satisfeito com a minha audácia
e ambos nos rimos a bom rir. Porém Mary MurphS que
estava muito desejosa de verificar a minha mensagem, te-
legrafou naquela .mesma noite, e no dia seguinte, à tarile,
coÍn surpresâ e sobressalto meu, apresentou-ge com um te- .

legrama na mão. Logo me refiz da minha inquietação, poÍ:i.


que a boa mulher comêçou por me abraçar e, mostrando-
me o telegrama, me disse: "A Sra. é uma médium admi-'
rável, meu irmão João respondeu-me e diz que me espeÊa
em Nova York desde já e me paga a viagem.' Sigo esta
noite mesmo. Não sabe quanto lhe agradeço a suâ tnen-
sagem". Estive a pique de dizer-lhe, para desiludi-la, que
aquilo era uma mera coirreidência, mas Houdini, que estavá

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;^ I
\
As Fruritcs Espbitas e os Fenôhanos ltlctapslquicos 9S
ru.,.
1:r* -no quarto vizinho e saiu em meu auxílio, indicou-me .q[e
delxasse'as coisas como estavam, porquaüto, por mais que
t:$ eu quisesse persuadir a Ínulherzinha, nãg conseguiria, e ele
' tiúa Íxzeo. Anos
, depois, quando Houdini se dedicou a des-
'' mascaÍar "médiuns", apresentou-se-nos um dia na nossa
ií casa da rua I 13 uma mulher que disse chamar-se Mary
Murphy. Sendo tão comum este nome, fui recebê-la tranqui-
' Iamente. Mal ela me viu, recanheceu-me imediatamente e
me disse: "Eu sou Mary Murphy e moro aqui em Nova
*York com meu irmão João já há muitos anos, e Íoi a Sra.
'quem,
num transe, me disse onde ele estava. Não sei por
que agora seu marido anda perseguindo os médiuns, quan-

,r ' monte na comunicação com os espíritos". Afortunadamente


: 'Houdini estava em casa e chamei-o no ato, para que me
t tirasse dô apuro. Procurou ele, pois, dissuadi-la dandb-lhe,
toda sorte de explicações e dizendo-lhe que aquilo tinha

Eequcma d! crsa e dor gurÍtos

sido uma mera "coincidência", mas foi tudo inútil. Infeliz-


.íntulte À{ary Murphy era uma Babilônia de "puro sangud',
e impossÍvel foi convencê-la, ficandp ela, antes, màis con-
rrencida do que nunca das comunicações "espíritas".
A este caso poderíamos acrescentar müitos outros pa-
r€cidot, mas o-seguinte bastará para confirmar a nossa as-
serção, e é múito curioso e instrutivo.
Numa casa situada em Long Island (N. Y:) morava
uma senhora que alugava quartos. Quatro destes eÍam no,
segundo andar, um no primeiro e outro no terceiro e último.
No primeiro andar, na frente da casa, achava-se a sala de

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96 Cwlàs Matia de. nàrcdia, §. ,.
jantar e junio dela estava o quarto onde se passaÍâm os
fenô,menos que vamos narrar. Não havia comunicação en-
tre uma e outrol No §egundo andar, por cima do quarto em i"il
questão, havia uma espécie de despensa, ou quarto de tras-
" tes inúteis. Por cima da sala de jantar, e ocupando o mes-
mo espaço que esta, havia uma sala ou ."paÍlor" (sala de
conversa ou locutório). Por cima deste estava o terceiro
andar formado pelo sótão ou "atic", num de cujos ângu-
los, opostos ao quarto antes mencionado, haüa um peque-
no quarto ocupado, havia tempo, por um honrado velhinho.
Os ôutros quártos,- ocupados iloi'trOspeAes transitórios, es- s
"

tavam no segundo andar. Para maior facilidade chamare-


mos quarto número um o do primeiro andar; dois, três, qua-
tro'e ciàco os do segúndo, e seis o do terceirc. Fazia al- :
gum tempo que o quarto número um estava vago, por ter
morrido nele um hóspede que -se suicidara. Havendo-o a
senhoria pintado, alugou-o de novo. Alguns dias depois. ' t:
chegou um hóspede e foi alojado nesse quarto.
Pouco tempo depois do suicídio do hóspede do quarto
número um, começaram-se a ouvir ruídos suspeitos todas
as noites; mas, como,até então ninguém tivesse dormido
nesse quarto, não se tinha dado grande importância a esses i
ruídos. A primeira noite que o novo hóspede passou no :r
quarto, por ocasião de ir dormir, assim pelas onze da noiüei :
ouviu de repente, com toda clareza, umas pancadas seceg
ou "raps" nesta forma: tac, tac, tac... tac, tac, tac... tae,
tac, taê. . . Depois não ouviu mais e ficou dormindo. Não . .,,,1
voltou a ocupar-se dos "raps" nem a falar deles; mad nà :l
noite seguinte, quase à mesma hora, ouviu de novo as pan-
'mesma
cadas exatamente da forma que na noite anterior.
Na terceira noite repetiram-se os "raps", e então ele notou
. que era numa pequena preteleira colocada imediatamente
por cima da cabeceira da sua cama que os ruÍdos se ma-
niÍestavam. Passou-se outra noite e o fenômeno tornou a
repetir-se, e, já um tanto preocupado,.depois de cear con:
tou o hóspede a seus companheiros de hospedagem o que
se passava. Informou-o então um destes, com grande de
sagrado da proprietári4 da morte ocorrida naquele quarto.
Bastou isto para que o hóspede número um..não pudesse
dormir aquela noite, pensando ser a alma do suicida que, (
por uma razáo ou por outra, voltava toda noite a bater na
cabeccira do seu antigo leito. Como as pancadas continuas-

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:,.,

᧠f 9í
o tróspede torÍtou a:rcsolução de raspa-se ddí noJim
*t':,.,ti,rtàtt,
;,.-:de uma semana, corno realmen§ fez. dias'dffc;
f.,. -Poucos
no quarto :mb
--
..1 cBou üm novo ftóryhde, que foi aloiado
:t: ' tsiorc, e, tendo ouvido,'cs '"Íeps", inteirado da morte do
: -. sulcida e do que com sêu antecessor se passara, "deu o
.: forall no firn da semana. Durante'a semana próxima, ocupou
.--. o;:r[Êsrrto quarto outro hóspede, que, sendo doente do co-
ração, sofreu; na terceira noite, um ataque tão forte, ao ou-
t, Coúto vir- as pancadas, que foi necessário levá-lo paÍa o hospital,
i, - a todos os outros hóspedes que continuavam ocupan-
-. do o fatídico quarto sucedla a mesma coisa, e a casa co-
t
::., *eçal1 a ganhar fama de 3al-asyqbrada;, a proprietária,
Sra MurphS tomou a resolução de ir expor o'caio a um
11. pots sqcerdote da paróquia. O conselho que este lhe deu, de-
de ouvido o relato, foi o seguinte: "O Padre Herédia,
.. que é perito em coisas de espíritos, vem breve fazer uma
' eonferência em Brooklyn, vá procurá-lo e consufte-o sobre
o caso".
Acostumado-como estou a receber sempre qma quan-
- tidade de consultas "espíritas" a1ús
-aa as minhas conferências,
.''não.me causou espécie a visita Sra. Murphy. Expôs-me
. ela o caso, não como o relatei, mas cercado de muitos ou-
: tros incidentes mais; como, por exemplo, que desde que
- prinffaÍamque os ruÍdos tinha perdido vários objetos, dinhei-
{i etc., o antes nunca sucedera; que um espelho se
' desprendera do prego sem que ninguém o tocasse, e caíra
no chãs fazendo-se em pedaços; finalmente, {üÊ no espaço
de uma semana se.lhe haviam entornado dois saleiros, es-
parramando-se o conteúdo, etc.. . . Vinha com a Sra.
t lÍhrrphy um moço dos que se hospedavam na casa dela,' e
r pedi a ele ficasse uns morlentos comigo, quando â boa ir-
, Iandesa se fosse embora; o que ela só fez depois de ter
obti$ a- pÍomessa de que eu iria à sua casa para esfirdar
"no terrcno" as manifestações que tanto a aftigiam. Pelo
r moÇo goube eu, pois, que a doni da casa fÕra, fuo menos
duas nezes, consultar uma "fortune teller" (cartomante), a
. ÍFa! Ihe assegurara que as pancadas provinham de'que
a alma do suicida ou pedia sufrágios ou andava em busca
de algum dinheiro qui antes delmorrer, devia ter €scon-
dido nalgrune perte do quarto... Tomei tamMm algumas
lnformações sobre os hóspedes, das quais resultou que tan:
FÍludci EsplÍltrs ?
-

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j i.
s ,:r,,cgÍros t[afia de àeaa, § J. , "" ]

tc q mop. G(I[I(I: os q.ue habitavam os qtartioc 3i 4 e 5-


tif,!âni dryado à casa depois de começados oc füíd6, e
que horyedado.ali "desde o princípb das maniiestaçües"
só estivera um velhinho que habitava o quarto número 6,
gue, conrc diisemos, estava no último andar. :
Encarreguei; pois, Pat, que tal era o nome do moço,
de fazer determinadas observações dentro e fora da casa,
antes, durante e depois da hora em que se ouüam as par
cadas; encarregando-o de vir buscar-me no dofiingo. se--
guinte pouco depois de meicrdia. Chegamos, com efeito,
quando os hóspedes tinham acabado de almoçar e e§tavaÍi'
em palestra amigável, pois era domingo. Conversei com
cada um sobre diferentes âssuntos, PaÍa lhes sondar os ca-
racteres, e nada pude observaÍ que me fizesse desconfiar
de ser algum deles, "intencionalmente", o autor dos ruídos
misteriosos. Entrei nos diversos quartos, úservândo-lhes'
a diaposição, estudei a casa por dentro e por fora, e, em-
bora não de maneira certa e definitiva, persuadi-me de
que os "Íaps" eram de origem 'lpuramente ,"1u16['1, re-
servando minha opinião até serem pràticadas certas dili-,
gências que deixei encomendadas ao jovem Pat. 'Â primeira'
era à que deixei indicada anteriormente: vigiar a easa por
fora à hora dos ruÍdos. Tendo obtido resultado'negativo"
isto é, que não. haüa ninguém que pudesse produztlos. ds
exterior, incumbi Pat de, seúl ser notado por ninguém, t§
car à porta do quarto número 6, ocupado pelo velhínhq
por volta das onze da noite. No dia seguinte, veio o moçsi
dar-me conta do que sucedera. ConÍorme eu previra,.a essa .
rnesma hora o meu agente ouvira no quarto. do velhinho*
com toda clarcz4 as pancadas, se bem qüe, havendo eu,'
perguntado a este se tinha ouvido alguma coisa, ole ti..
vesse dito com a maior ingenuidade nada ter ouvido. En-,
tlio encarreguei Pat de, por uma fresta da pgrt4, §em ser
sentido, observar g $rc fazia o velhinho aquela noite. Na
manhã seguinê muito eedo, relatava-me o iorrem.o suce-:
dido, sem lhe ser possível conter o riso.
Sabe, Padre, disse-me ele, quem era que produ-. '
-
zia os ruídos? i
Creio que sim,' respondi-lhe;'não era o velhinho?
- Ele mesmo, respondeu o jovem muito su4xeendi-
-
do. E sabe o Sr. o que lazra ele?

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As $aaáis:Eiplrliàt e os Fcnltrenoc NelapsÍquicos 9S
.'' 81tr, depois dê Íumar, baüer com o câchlnib0, ptrÍá
-
@â-tq na gÍende wige que vai do quarto dele ao núrneto
um (fjg. la.), não ê aosim?'
O Sr. é bruxo, Padre, respondeu Pat cada vez mais
t ádmkado; era isso mesmo o que se passava, mas como
pode o Sr. adiünhá-lo? .

Por uma série de observações e deduções, respon-


di. E- em seguida dei-lhe a explicação seguinte: Como na
Cata não havia mais pessoas a não ser a dona e o§ hós-
pedes, excluindo aquela na produção de um fenômeno que
não só não lhe agradava, mas lhe lesava os interesses, de-
duzi que ninguém produzia as pancadas pelo lado
' - iá ser um
de fora hóspedes quem as produzia. Mas,
- e os que dos
como você moravam nos quartos 3, 4 e 5 tinham
, vindo moraÍ naquela casa "depois" de haverem começado
a produzir.se os ruídog deduzi que o único a quem estes
. podiem atríbuir-se era o velhinho do número 6. Ao obser-
.do
val a casa por fora, notei que quarto núrnero seis ao
rrtnero um baixava diagonalmente uma grande viga de
, madeira, pela qual podiam muito bern transmitir-se os "mis-
teriosos ruídos". Por outro lado, notei nessa viga, imedia-
-'' tamente ao lado direito da cama do velhinho (figura 3a.),
uma série de marcas curvas e por baixo grande quanti-
tbde de cinzas e fumo. De onde deduzi que o velhinho,
antes de dormir e depois de fumar o último cachimbo, ba-
tia com este na Viga repetidaS vezes, como fazem geral-
mente os fumantes. Daí as pancadas tac, tac.. . tac, tac;
tac, tac... tac, tac, tac..., às quais se seguia uma in-
temrpção devida' ao fato de esgravatar o fumante o ca-
' úimbo com o canivete, logo tornando a sacudi-lo, donde
resultavêm os dois tac, tac.. . finais.. Não é-assim, Pat?
Pois bem, diga à Sra. Murphy que mude a cama
- do velhinho para o outro lado, e assim o pobre velho po-
derá sacudir o cachimbo todas as noite§ sem que "a alma
do pobre 'suicida" volte a pedir orações ou a buscar o
dinheiro que não deixou êscondido.
Coisa singular: embora se averiguasse evidentemente
que era essa a causa dos "raps" e estes cessassem desde
, aquela mesma noite, a gente do bairro continuou dizendo
que aquela casa era mal-assombrada, e a tanto chegou a
7.

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lO0 . CoJes ã4aria dà H*eúa, & l. ü '''
força deesa balela que a Sra. Murphy teve -de mudar-se
parâ outra parte,'e pouco tempo depois aquell cavreúe
ioi derrubada, para dar lugar a um belo chalé. z

R etlexõ es Psicológicas.

' Eis aqui um exemplo como há inúmeros dê um


- -
"fenômeno- espírita" dévido ünicamente a uma casualída-
de, a que se iuntaram outras, como a d,r môrte do suicida
e a do ataque do doente do coração. As pancadas -come-
çaÍam depois da morte do primeiro (quan-do casualmente
ó vehinhô veio ocupar o quarto número 6) I 'logo", era
a elma do defunto que produzia os gólpes. Veio agravãr
a situação outra coincidência; o ataque do eue egtay-a
doeqte, L tudo isso foi piorado com as afirmações. da f'a{i-
vinhà'; de ser a alma ão defunto que vinha buscar ô di-
nheiro que não tinha escondido. Se não fosse a nossa in-
tervençãô, mui provàvelmente esse ca§o teria tomado, pro-
porções iais, qúe o teriarn considerado como autênticô e
indiicutível alguns desses que eecrevem livros sobre as ca-
sas de duendes.

http://www.obrascatolicas.com
tt

Capíüdo Xlll.

Donde Menoe se Espera. ..


Quando se examinam dêtidamente os "fenômenos es-
píritas]' e se Presume que, "poÍ §ua honorabilidade, Por
ãua poshão social ou então pela sua pouca idade" nenhum
dos presentes é capaz de atrever-se a enganar quem -qu-er
que ie;a e muito meno§ Pessoas respeitáveis, "a conclu§ão
o'trrigaiotia é de que as causa§ que provocam esse§ fenôme-
nos -Isão necessàriameRfe os espíritos, ou não encarnados ou
desencarnados". E, sem embargo... donde meno§ §e espe-
ra salta um traPaceiio.
A experiênõia ltos ensina que numa infinidade de oca-
siões as pessQas de quem menos se desconfia são as cau-
sadoras ãos "Íenômenos espíritas" mais extraordinários'
Citaremos alguns exemplos, Jobretudo de "casas infestadas
-pelosOesPíritos".
Real Palácio de Woodstock, na Inglaterra,
:
cons-
truífu segtmdo as ideias correntes na Idade Média, foi ocu=
pado peÍos Agentes revolucionários : durante o Long
- ã deinocrática§, os Íepresentantes do povo
Paytiament tg de Outubro de 1649. Como sucede em
todas as revoluções
tomaram posse das antigas habitações feais, convertendo-
as em cozinhas e copas, e o grande "hall" em estrebarias,
ocupando eles es salões e peças que lhes pareceram -mais
-convenientes. O seu espÍrito democrático Íê-los destruir ou
encher de lama as insígnias reais que de algum modo lhes
pudessem lembrar o oáiado C.arlos Stuart, decapitado -rei
'«los
Íngleses. Nessa faina "democrática" distinguia-se- sobre
todos úm tat Cil Sharp, secretário da comissão, o qual man-
dou derrubar e converter em lenha um magnífico carvalho,
eó por trazer o nome de "Carvalho do Rei". DLrante os
' prinreiros dias começaram os Comissários a ouvir ruídos
' 'ettrantros logo que se retiravam para dormir, mas não lhes

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lg2, ' ' I '"..
Carlos Mbria dc Hereüa,t S, !. -
{e1am maior importância. Na [erce-ira noite, *àt do, não
deixaram de glarmar-sg guando uni deles, no meio d; p*
numbra, vislumbrou debaixo da cama um vutto
{uu
gania como um cachorro e que lhe tirou as cobertas,
"rorme de.
saparecendo logo que acenderam uma vela. Na noite se-
guinte as mesas e cadeiras da câmara onde dormia outro
dos Agentes começaÍam 4 dançar na escuridão, fazendo urn
barulho espantoso, e quando os companheiros vieram corn
luzes acharam todos os móveis. em desordeq-ou .e o infeliz
Agente afogando-se debaixo de um ronúã ;"à;i;;
Na..noite seguinte meteram-se os duendes pois já não
-
podia haver a menor dúvida de serem duendes''- óm as
panelas, jarros, frigideiras e demais instrumentos culiná,
rios, fazendo um barulho infernal, que acordou os Agentes
já dormidos- profundamente. Na noite seguinte flzerãm os
duendes a festa na sala de jantar, atirãndo.ao chão os
pratos e vasos da antiga baixela real, a qual, sendo .de
prata,-não se quebrou, mas desapareceu comô por encanto,
pols durante essa "farândula diaMlica', a8 matiças poftâ;
da sala de jantar tinham ficado fechadas e seladas ôm o
selo dos Agentes.
Convencidos como estavam de que tudo aquilo se ope-,
rava por intervenção do diabo, chamaram um minlsho orc-
testante para que, recitando alguns trechos da Bíbtia,'ex-
pulsasse do castelo os espíritos malignos. Oh poder da ora-
ção protestante! por duas noites não se sentíu o menor
ruído. Passada, porém, a eficácia daquetes exorcismos; os
liabo1 voltararn secretamente à noite e, enquanto os Agentes
dormiam, roubaram as calças e bs sapatos de todos istes;
g não'se contentando os espíritos malignos com essa brin-
cadeira tão pesada, na noite seguinte investiram a pedra-
das, pauladas e tijoladns contra os Agentes, gr€, bCm es-
carmentados, voltaram para Londres, contando, de cabelos
4rrepiados, as manifestações diabólicas do Real palác.io de
rrVoodstock. Por longos anos continuaram essas
tropelias dos
Espíritos, Diabos ou Duendes naquele castelo encantado,
até que, restabelecido de novo o poder Real na Inglaterra,
aqs poucos foram cessando aquelas manifestações espíri-
tâs,. . Então veio-se a descobrir que Gil Sharp, em vei de
ser um furibundo revolucionário, como se mosirara, era um
furibundo reálista. Construído, segundo dissemos, de mn-

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Ifrplrfu a or Fàôdiimr ilEfapdqstcos !03
Ê '.-
. lfussdade mn 'L idsiaÊ dâ IdaúE' Méüa, o rrstÉd .de
'*Iooôtock tinha 'ppagens octltas, corredores' subbitâi
.gue,
EoB, portas dissimündas, bem conhecidas'como eram
de Süàrp pois ele'wscora po castdo, eram poÍ dc
- -
usdrs com o fim de eÍugentar os revohcionários e con-
st+vtr o patácio no mdhor estado posslvel, até à votta dos
E&; rcui antigos e legítimos possuidores. Logrou Sharp o -
seu objeüvo, rtâs nem por isso a gente dos arredores dei-
xou de crer Íirmemente, por muitíssimos ano§, que o an-
ügo Castelo de lVoodstoclç era infestado pelos espíritos ma-
lisqos. O verdadeiro Rome de Oil Sharp era José.Collins,
que, aco{npanhado de outros quatro realistas oomo ele, pro-
duziram todos aqueles distúrbios 'preternaturais" que a
lenda e a história nos conselaram com grandes Pormenores.
O fato que vamos narÍaÍ e que se encontra em Garinet,
!'Histoire de ta Magie en Françe" (pá9. 75), demonstra-nos
que, qüando se mete de permeio o interesse, até pessoas
recpeitáveis costumam cometer ações bem ruins. E como
Os )'Tenômenos espíritas" se prestam muito fàcilmente a
tramóias, não é de estranhar que deles se valham Para 3a-
tisfazer sua cobiça mesmo pessas por outro lado honra-
dasl "o cobiçoto e o velhaco são primos irmãos", diz um
adágio.
. Doou S. LuÍs, rei de França, uma casa de campo em
'seis
Chanttlly a monges cartuxos, Para quB ali estabele'
oesstÍn um mosteiro. Desse lugar descgrtinava-se o antigo
e .desabitado palácio de Vauvert, construldo pelo rei Ro'
berto para residência real. O lugar que os mongês habi-
tavam era pequeno e rodeado do ülório, ao passo quê'
Vauvert estáva no centro de um bosqui frondoso e cerca-
do de terrenos culüváveis. Os monges sentlram deseios de
adquirir aquele castelo, mas não ousaram pedi-lo ao .bon-
doso S. Luís. Sucedeu, pois, que, Passando o tempo, come-.
çàraril a espalhar-se pela comarca Íumores de que Vauvert
era rnal'assombrado e de que à noite se ouviam queixumes
como'de almas penadas, gemidos que saíam das ianelas
do castelo. Pouco a pouco esses rumores foram tomando
corpo, pois vários aldeões afirmavam ter visto fantasmas
brancos passearem pelos terraços do edifício às altas horas
da noite, e-nquanto vários vízinhos asseveravam que na noi-
te.de sexta-feira para sábado se viam luzes vennélhas e

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10+ OsrÍos- Uiin a, àcrea*i; i, ,,.,-;'
rrer@.1p:arecerêm: ê deeaparecerem por urr,d.s l*uo.oo
cartdki, Erann os diúoe ácompanheúc,de-6nuaí e tirurc :
qn vinharn ao rabá. A essas maniÍetações pacíÍieas hem
dcpressa se juntaram outras agresivas,'poil as pemos§
9!e por desgraça pessayam por perto" do castelo @oi§
da oração da noite eram apedreiadas por mãos invisí.vei+
havendo saído feridos não poucos dos que por fuanido
ou curiosidade se haviam aproximado do'hgàr sinisho.
Bem depressa chegaram esses rumores aos ouvidos do
Rei, que nãô se surpreêndeu pouco com eles, pois Vauvert
nunca tivera fama de ser habitada por espíritos m4lign'os,
Bernardo de Ia Tour, superior dos-mongés e.homem- tão
bom como crédulo, nem um momento duvidou em atríbuir
tudo aquilo a manifestações diabólicas, e, considerands-se
com forças suficientes para medir-se com toda umá legião
inÍernal, pediu ao bom Rei lhe permitisse, a ele e aos seus
companheiros, transferir sua.habitação para o antigo palá-
cio, a fim de lutar corpo a coÍpo com o espírito das tre-
vas. O Rei concedeu-lhe benignamente essi perrnissão, e
no dia seguinte Bernardo e seus companheiros, seguidos
de alguns criados, encaminharam-se paÍa o paláeio e es-
peraram a chegada das sombras tenebrosas. Estava Ber-
nardo sôzinho no salão principal e passeava na escuridlio
recitando salmos, quando de repentê caiu sobre ele uina'
chuva de pedras. Colhido sübitamente pela presença do'
"sobrenatural", ele correu para fora, mas, uma vez acal- '

novo no salão, desafiando o maligno a manifestar-se. Sem 'i

dúvida o espírito ,das trevas fugia da luz, pois .por bom


espaço de tempo tudo ficou em silêncio. De repente, e
quando Bernardo menos esperava, uma mão petuda apa- i
gou-lhe a vela e depois lha arrancou das mãos, o que fez i
o bom monge sair de novo espavorido e ir buscar a com-
panhia de seus irmãos, que ansiosos o esperavam. Clreio '..
de pavor contou-lhes seus encontros com o {tlau e, resta;
betecida a sua valentia pelo acompanhamento, decidiu que
todos juntos se encaminhassem ao salão recitando exorcis*
mos. Logo se ouviu um ruído espantoso e espalhou-se pela
estância um .cheiro de ênxofre. A comunidade compuúa-se
de seis membros, e só havia cinco reuai&s. Onde estaria
o lpão Batista, o mais simplório de todos? Talvez es.

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&pirt'ttst cior tuúífuü,iietapcgttctos l0lt

ücfi na oorinha,fuce o Innão Bernardo, yiatwlt pcurá;
l*. Conr efeito, Iá-EE @2fuúa, debaixo. de um moffio.&
Inla encontrava-sc qpo,bre irmão cozinheiro, vÍtima da
Feeguições do Mau. -*
FoÍ essa, todavia, a úttima meniÍestação diabólica em
.íanvert Os monges continraram ali vivendq e não se tor-
Qrrun a ouvir ruÍdos nem á ver fantasmas no antigo pa-
lácio, que desde então 'ficou ,convertido em mosteiro, as-
dnrndo o Rei a doação aos Ínqnges em 1259. O bom Ir-
mão Bernardo ficou convencido a vida toda de que de-
vi& às orações dos seus monges o Mau abandonara para
sempre o castelo. Quando haverià o bom monge de imagi-
qar que , o "inocente e simples" Irmão Batista, de acordo
eom. dois sobrinhos seus que viviam no povpado, fore a
causa daquelas manifestações ."diabólicas", Que tinham o
piêdoso fim de fazer que, persüadido de ser o castelo in-
Íesta{g de diabos, o Rei o cedesse aos monges'(que tão
ardentemente desejavam paÍa mosteiro aquele magnífico
lugar), já que devido às orações deles o Mau Iora afu-
gdntado para sempre daqueles sítios? Segundo atestava
com toda seriedade o lrmão Bernardo, o diabo que habi-
tava aquele castelo fora sepultado para sempre no Mar Ver-
melho, sendo deste parecer os outros monges, exceto o
."inocente e simples" Irmão Batista, que sorria sensamente
quando suas Paternidades falaüam de Asmodeu.-
. Ora, para que não se diga que "essas coisas" só se
passavam em tempos de "obscurantismo e superstiçãoi', va-
mos naÍrar o que se passou há poucos anos na cultíssima
. cidade de Boston, E.U.A., em plena luz, por espaço de
três semanas e perante muitos milhares de pessoas.
Há três anos e meio, estàndo eu em Nova York, recebi
a visita do gerente geral do Circuito.'de Keith, o qual, en-
tregando-me umas cartas, rogou-me me inteirasse do con-
teü& delas. O gerente do antigo teatro Keith de Boston
participava-lhe'sucintamente qug por espaço de nove dias,
tanto na função da tarde como na da noite, tinham estado
caindo em diferentes partes do teatro pedaços de ferro de
uÍna a três polegadas de largura, causando vários feri-
mentos nas pessoas do auditório. A polícia de Boston, tan-
to a pública como a secreta, fizera tudo quanto estava ao
- eár alcance paÍa ver quem atirava esses projetis; maE, ao

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f06 f,;ar/ot Mar:ia de Hcccüt, §. /. ,:: ' '
. :
etrbo, & üma ceme[a de obgcrvação coqúantàl- dava-se gm
yoncida Sugerla que, "poden& aquilo ser.@ise dos es.
píritoo d dos cqriritlstae", por alvitre de alguns memüÍog
da Polícia Secreta talvez o Pe. Herédie, venado nà8 coi-
sa§ dos espítitos, pudesse decifrar o mistério. Pcdia-lhe,
pois, que em nome dele me convidasse a ir a Bi»ton para
tirá-los daquele aperto. Naquela mesma noite segui para
Boston, onde cheguei no dia seguinte. O gerente recebeu:
me com toda atençâo e imediatamente'me levoir ao teatro
paÍa que, "in loco", me desse conta _do assunto.
O caso era o seguinte: Há-nove dias, disse-mê ele, caiu
um pedaço dé chave aqui, nas poltronas. O caso não úa-
mou a atenção de ninguém, a náo ser por ter batido .na
cabeça de um dos 'tagalumes" (acomodadores). À noite
caíram quatro pedaços de ferro pequenos, em diÍerentes
partes, como o Sr. poderá ver neste plano do teatro, assi.
nalados os lugares com uma cruz vermelha. No dia se-
guinte, os projetis Íeriram quatro pessoas à tarde e cinco
à noite, fazendo já um total de catorze. Olhe o Sr. o pta-
no'seguinte. Imediatamerite demos parte à polícia e pedi-
Ínos a todos os jornais que não dessem alarme, pois do
contrário teríamos de fechar o teatro para evitar desgraças.
 polÍcia tomou a peito o assunto com todo empenho. Co-
locaram-se detectives em trinta partes diferentes. Nesse dia
caíram 22 projetis e houve três feridos, um deles um. po-
licial. Aqui está o plano. Assim continuamos nos seis dias
seguintes, havendo umas vezes mais proietis à noite, ou-
tras mais à tarde, porém não faltando senão num só dia,
na quinta-Íeira. Nesse dia não houve nenhum. Temos dei-
xado a luz'acesa todo o-tempo, mesmo quando pomos a
película costumada, e nada se tem podido conseguir. Ago-
ra, Padre, acrescentou ele, faça-me o favor de vir comigo
ao meu novo "museu" para ver os projetis. Fomos a um
quarto grande, e ali, em cima de duas largas mesas, estava
uma porção de papéis brancos sobre os quaís 'havia um
ou mais pedaços de Íerro fundido e outros projetis diver-
sos, e em cada um se achava cuidadosamente anotada a
data e a hora em que havia caído ou tinha sido encontra-
do. Fiquei espantado ao olhar âguela coleção, que então
constava de mais de cento e trinta projetis, quase todos
de ferro Íundido, excedendo muitos deles do peso de meia

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'': .ls Fruadrs Espbitos c os F nóaflos ltl*tapstquicos lgt
-'Srr. E, lpctr .&sa rrcrdedeira "baragem", pcrgunEii
.- ri&:,pâde,o Sr. utn4uem at{rara ÊEEcs enotmes pc@n?
'§..* ne reepondan:,,!'Mtis de trinta pessas, entre poli-
dab ! empregefu, úúcadag, como lhe disse em outras
.útrs.partes diversas ds teatro, absolutamente não pude-
Íün. vcr nada. Muitos virtm os projetis no. aÍ, maE Rin'
g$n pOde observar de onde saíam. Parece que procedem
- de pontos diversos".
paÍeceu-me tão curioso como difícil .de
I problema
tesolver, mas decidi aceitar o demfio dos "espíritos". Por
' quatro tardes e quatro noites seguidas estive no teatro ob-
servando constantemente de distintos pontos: dos camaro-
tes, ds galeria, das poltronas; e não pude descobrir "o es-
, Srito" que arremessava oB proietis; mas vi estes muito
bem Numa noite caíram "vinte e cinco pedaços de ferro",
$mtro deles enormes, no próprio cenário, enquanto os ato-
Íes Íepresentavam. Nada; não pude ver quem os dispara-
va. Subi até o sótão, desci aos porões, e Íiz várias obser-
vsçõcs importantes, porém nada descobri. Sem úbargo, no
..., . ffitrto dia dei por terminadas minhas investigações e pÍes-
"=, tei minha inÍormação.
"Do couro saem as correias", disse eu ao gerente. "Um
,: dos .seus empr€gados é sem dúvida quem atira os proie-
tisf'. O gerente sorriu ao ouvir a minha explicação, e, ti-
rando de uma gaveta um papel, entregou:mo. Era a lista
:i dos empregados e a sua folha de serviços no teatro. O
que tinha menos tempo servia havia sete anos no teatro,
e o mais. antigo 23. "Percorremos um por um, disse ele,
todos eles; fi-los observar pelos policiais, e estamos ple-
namente certos de que nenhum é capaz de semelhante aten-
tado. Por outro lado, acrescentou, a nenhum deles convi-
nha esse procedimento. Nossos empregados são mais bem
remunerados do que os de qualquer outro teatro de Boston.
Tratásro-los com muitas considerações, e, melhor'que nin-
Su-&n; eles vêem o perigo de ir para o xadrez poi vários
anos se forem descobertos. Não creio, Padre, seja essa a
exflieação". Essa resposta não me fez titubear, e repli-
{uei: Qual dos empiegados faltou nos dias em que não
r cairam
caíram projetis? Esta observação fez impressão no gerente,
,,:
' e este logo mandou que lhe trouxessem um livro onde cons-
tavarn os dias de saída de cada empregatlo. Depois de
ler, sorriu e me disse: "Padrg creio que isto também não

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itá a solução. Os dois que etiwÍam ausentÉ re pÍiÍnciGr
qulnhr,feira são os mais antigos no teatro e pesscr'inEür.
ramente honêstas; Na semana seguintc os dois bÍnâra6
a saiÍ tanrbêrr na quinta-feira, dia êm que não caÍ1am pro-
ietis". "Está bem", respondi-lhe, e, tirando um dot- proie*it
de ferro, disse-lhe: "Sabe o Sr. se em alguma parte &
teatro há alguma grade de ferro de onde pudessem ter
tirado êste pedaço?" "Não sei, Padre, mas poderia averi-
güâÍ-sê". 'Não há necessidade, pois iá o fiz; em tal parte, ,i
disse-lhe eu, encontrará uma grade antiga da qual teúo a
certeza plena de haverem sido tirados este e outros pe-
daços'1. Ele ficou pensâtivo por alguin tempo e logo acres-
ceÍntou: "Mas, Padre, com que instrumento pode alguém;
sem ser visto, lançar a quinze ou vinte metros de distância
esses proietis, tão distintos, em forma, uns dos outros?"
"Com isto", respondi-{he.. E tomando de cima da mesa
dele um dos programas comuns em forma de caderno, dos
que se distribuem em cada função,.fazendo com ele um
rolo, meti dentro o pedaço de ferro e lhe disse: "Acompa-
nhe-me". Saímos para um corredor e ali, fazendo um siin-
ples movimento, isto é, movendo o cilindro num ângulo dé
fr) graus, o projetil saiu disparado e foi bater na parede
oposta, a mais de doze metros de distância. O gerente Íi.
cou surpreendidq ao presenciar essa simples experiência ê -
me disbe: "Padre, vou acreditando que o Sr. pode ter ra-
záo". "Eu creio que a tenho",-respondi; "não sou polieial -
e nünca andei à caça de bandidos, mas estou seguro de-,
que.deixo em suas mãos a chave do mistério. A juízo meu,
é um dos empregados que saeú às quinta-feiras. Não sé
esqueça do provérbio: "Do couÍo saem as Correias". Esse
indivíduo faz provisão de projetis principalmente no quâr-
to onde está a grade de ferro, e atira-os valendo-se de um
dos próprios'programas dos que os Srs. distribuem".
Voltei para Nova York naquela mesma noite. Seis dias
depois recebi uma carta do gerente do teatro Keith .de -:
Boston, dizendo-me: "PadÍe, o Sr. é um Sherlock l|olnes.
Segui seus conselhos e afinal pegamos o delinquen'te. Êra
um dos empregados mais velhos, de quem ninguém des.
confiava, um dos que saíam todas as quintas-feiras. Se- ,i
gundo a sua própria confissão, usou elõ várias vezes de
'-Ê

pedaços de grade, da medma que o Sr. descobriu; e finaL

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Ás Frsailüs Esfiritas e os Fenâmmos lüctaq@cos 109

i:i".'q1*t" atirava os pioietis valendo-se de um Programa. APro'


'--. ,tçnto-lhe mil agradecimentos e rogo-lhe aceitar essa pÊ-
qrcna lembrança (um cheque) das -suas exD€riências com
os "espíritos encarna@s", como o Sr. diz. Embora o de-
tinffierite assegure que fazia- isso levado por uina "obses-
são', sem poder-se conter, receio tenha sido por dinheiro
Eue lhe dêram para desacreditar o nosso teatro; mas isto
ágora é questão dq juiz, que o fará "cantar".

Reflexões .Psicotó gicas.

.' - Com isto terminou a histólia das pedradas do teatro


Kefth, em Boston. Trinta detectives não puderam v€r 'ios
ÇspÍritos" que lánçavam os proietis "em plena luz" e.no
nneio de um avultado auditório. Fiem-se vocês em pedradas
na escuridãô... Cuidado com os "espíritos encarnados":
esses são os mais temíveis.

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õapftulo XIV.

A Brincadeira Também Ajuda.

A história do Espiritismo nos ensina que muitos dos


que se dedicaram a exercer o ofício lucrativg de. "médiuns"
começaram a produzír os "Fenômenos Espíritas" por pura
brincadeira, como sucedeu às'irmãs Fox. Brincando; conoe-
ça-se por produzir, suponhamos, algum ruído rnisteriosô
que alarma e ao mesmo tempo intriga as moças de uma.
reunião em que nos achamos. Vendo o bom resultado que
deu a "primeira brincadeira", toÍnamos a repeti-la na noíte
seguinte, com êxito crescente; todos ficam assustados e fa-
zem comentários e exageram os fatos de modo incrível;
porém a maioria está de acordo em que por ali anda de
permeio algum "espírito". A oportunidade não pode sel
mais propícia e, conluiados com outro companheiro, plafle-
jamos algo em ponto maioÍ para a reunião próxima. O
êxito continua coroando as nossas brincadeiras sem que,
nos custe trabalho particular. Um dos concorrentes mais
"ilustrados" persuade os restantes de que "aquelas mani-
festações espíritas" são causadas pelos poderes mediúmni-
cos de alguns dos presentes. Fazem-se experiêneias e.. .
afinal se descobre que nós somos verdadeiros médiuns,.sem
que o soubéssemos (!). Tratam-nos com todas as consi-
derações de entes privilegiados, e eis-noí "embarcados na
lancha mediúmnica do mar Espírita" contrà â fiossâ von-
tade e já sem poderrtros voltar atrás... Uma cbnfissão sin-
cera das nossas brincadeiras desacreditar-nos-ia Por com-
pleto entre os nossos amigos, que não estão dispostos a
admitir do pé para a mãô que os considerem Búilônios
de "puro sãngúe", nascidos no minuto crítico. Ninguém
quer ser declarado "oticialmente Babitônio". Não há, pois,
mais remédio senão seguir adiante, aproveitando-§e da cÍe-
dulidade dos ouvintes. E como pecuniàriamente essa "brin-

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i, As Fr@cs',Esplritas c os Fenômenos Hetapslqücos lll
a"
'i;a&ira"
' dá muild' @ resultados, continua-se coln eta ttê
_que úega a formar .um hábito, uma necessidadÊ.
Vamos contar dois casos de "brincadeiías', uma mal
' e ottra bem inüerpretads. A.primeira esteve a ponto de ser
câtl§â da publicação de um livro, no estilo do de Lapponi;
ao passo que a segunda Íoi causa de uma carta que mui-
to nos acreditou perante o púbtico.

peitável, que tinha sido professor de Filosofia e Teologia,


escritor de renome e que desempenhara na Ordem a que
pertencia os cargos mais etevadoi. Esse religioso, formado
na escsla do P. Franco e. do Dr. Lapponi, tinha por de-
monstrado que todos aqueles f-enômenos que ele, ou ou-
tros como ele, não podiam explicar eram necessàriamente
de, origem diabóllca. Assim o publicara nos seus escritos
repetidas vezes, e' disso estava intimamente convicto. Su-
cedeu, pois, que na cidade onde ele morava realizou-se
uma grande exposição em que, pelo extraordinário e ecer-
tado de suas respostas, fazia-se notar uma fámosa adivi-
:, nha. Não só ela respondia às perguntas que lhe eram fei-
tas no seu consultório, como também respondia pelo coÍ-
reio às cartas de consulta, desde que se incluísse um dólar
qry o correio e pelo trabalho de'"interrogar os espírito§,,.
Todo dia o bom religioso se inteirava, pela imprensa, das
rcspostas extraordinárias da adivinha, e, tanto por isso co-
mo pelos inÍormes partiorlares que de pessoas amigas re-
c€bera, já formara o seu critério acErca dos fenômenos ope
rados por aquela nmlher extarordinária. Uma das duas
dizia ele: ou tais fatos só existiam na imaginação dos-
-
concorrentes,. ou, a ser aquilo rigorosamente certo, infali-
velmente era diaMlico. Não podia ser'de outro modol ele,
pclo menos, não podia achar explicação alguma para tais
Íenômenos. O que de todo o ponto se tornava necessário era
atreriguar a autenticidade daqueles Íatos. Ir ele ver aquela
it rnulher, era impossÍvel; não havia outro .remédio senão fa-
zeÍ a prove poÍ escrito. A tirá-lo do atoleiro vieram dois
iovars colegiais, Propuseram-lhe que escrevesse à.mão ou
. à máquina a_ pergunta que bem lhe parecesse, assinando
? com nome supo*to e pedindo dirigir a resposta à casa de
f,. um deles. Efetivamente, assirn se Íez. A resposta, rigoro-'
siunente exata, demorou três diaõ e foi a seguinte: "ô H-
=

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t
ll2 . . , Carlos- Maila de ltraadiÚ,, §. ,.

vro qrc o.SL tem.'diante de si é urna Bíblia em inglês,


ediçãô de Bcnziger Brothers, de Nova York. Egtá abedo
na página 678, e o versículo que o Sr. eq§olheu, e qqe .;
é o- 19 do capítulo VI do livro {e Tobias, assim reza: r
"And on that night lay the liver of the fish on the tre:
and the devil shall be driven away'?, que, traduzido, quer
dizer: "Naquela mesma noite, queime ele o Ílgado do pei- j
xe, e o demônio será afugentado". O bom continuava '.
a carta é que o Si. não tem o fígado desse - peixe para
- ah, ah, ah!!!" E estava assinada: "Asmodeu". ,i:
afugentar-me,
A surpresa que o bom do Padre teve ao ler a resposta da '
adivinha, que em.tudo conêordava com as suas perguntas; :

não é para descrever-se. . . ; tinha ele ali nas mãos uma


autêntica comunicação diabólica. Ninguém, a náo ser ele,
sabia que o livro era üma Bíblia, e a adivinha dava-lhe
outros dois detalhes não pedidos: que era escrita em i.[- ,i
glês e que a edição.era de Benziger, A página também era :,
a mesma; o versículo o escolhido, e o que tornava ainda ' :'
mais misterioso o assunto era não assinar a carta a adivi-
nh4 mas sim "Asmodeu" em Pessoa, o diabo perseguidor aI
dos sete primeiros maridos de Sara. Os companheiros Aq :-ij
bom do Padre, a quem ele consultou sobre o caso, ficaram l..;
igualmente adrnirados e perplexos ante tal evidência. I[4, ,.-]
cômo não faltasse algum Tomé que duvidas§e, para cQq- -.;r
vencê-lo e seguindo o conselho dos iovens estudantes o-P-,e...: - 5
dre escreveu à adivinha uma §egunda carta que encerrava -::§
as perguntas seguintes: l) Em -que lugar nasci e como.üÊ , -':
chamam mors pais? 2) Que rráb acãto de escrever? 3),'*
Que coisa há no canto noroeste do meu quarto? 4) Qne ,.:
documento importante tenho guardado na niinha mala?
Quando escreüa esta última frase, o rosário do Padre, que
ort" tinha em cima da mesa, caiu ao chão, sun que se vir- j
§e qrem o havia jogado, o que alarmou algum tanto a .
consciência do Padre, pois ele Pensou que aquilo era um -
sinal de reprovação ao que estava fazendo. Esteve a ptque
de rasgar a carta, mas afinal, a rogos dos iovens_e§tu'
dantes.que estavarn com ele, decidiu-se a mandâla. CoÍtsi-
go, entrãtanto, Íez o propósito de não escreveÍ mais, fosse
. {ual fosse o resultado. Temia estar cooperando Para uma
comunicaç![o diaMlica, se bem que a intenção e o fim com
que escÍevia aquelas cartas lhe desculpavam, ao meno§, o

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:,!
s
As Fraades.flíPlrfu e os Fciúiwros' Mdapslqaicos tl3,
pgocedimento. Pa§§ar'ânr-se alguns dlas e não chegava le.
ihnnra resposta, o que o Padre atribuiu ao fato de hryÉr-
sG esquecido de pôr na carta o dólar exigido Para a re§:
posta e, como estivesse muito intrigado com o assunto, fez
com que um dos seus iovens amigos pusesse outra carta
para á adivinha incluindo-the os honorários. Santo rem6'
dig, a resposta chegou no terceiro dia. Mal começou a lê-
la, o Padre ficou desfigurado. Sempre e§crevera com nome
supôsto, e agora a adivinha o chamava pelo seu próprio
nome. "Reverendo Padre X, dizia ela, não creia que
-
o fato de lhe não haver -respondido antes - tenha sido pelo
esqúeCimento do dólar, mas sim pelo trabalho extraordiná-
rio que tenho tido para'obter resposta às suas perguntas.
O'"Espírito" parecia terrlvelmente excitado, e fui objeto de
trataméntos os mais cruéis da. parte dele. Junto vai a res-
posta, escrita sob a influência dele. As respostas vão it1-
completas porque, ao chegar à quarta, o Espírito foi ço-
lhido por um terror indizível, devido à presença de algum
obieto religioso que sem dúvida V. Revma. tinha perto de
si ao escrever aque[a pergunta. Rogo-lhe que não torne
mais a fazer-me perguntas, pois o Espírito está furioso co- '

migo e ameaçou-me repetidas vezes se eu voltar a interro-


gá-lo em nome de V. Reverendíssima". Assim concluía a
árt. O" adivinha, porém o mais curioso era o'papel que
vinha iunto: estava todo chamuscado em diversas qartes,
e a letia de vários tamanhos era de forma estranha. À pri-
meira pergunta respondia ela exatamente dando o lugar
do nascimento do Padre e os nomes de seus progenitores.
A frase que o Padre tinha escrito era: "Por seus frutos os
conhecereis"; e o que havia no recanto citado do quarto
era a cama. Tudo estava de acordo com a verdade. Mas,
ao chegar à quarta pergunta, o papel aparecia rasgado com
fúria, e na extremidade üam-se, meio queimadas, estas pa-
_tavrs: "Não reqponderei mais, o rosário me impede.. .";
-e
no final havia uma espécie de'estrela de cinco pontas...
A impressão que o Padre recebeu foi tal, que o Pa-
pel lhe caiu das mãos como se lhas houvesse queimado.
Já lhe não ficou a menor' dúvida de ser aquela uma co-
municação diábólica, e com toda a probidade do seu ca-
ráter simples começou,a escreyer um artigo intitulado "Mi-
nhas experiências com um médium famoso", artigo que
Freudcr Erglrltea
- I

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t-

Ll,l Carlos llada dc Hcredio, §. ,.


peasiile mândar a uma das mais conhecidss r€vhtas eúro-
peias, onde anos atÍás o bom do P. Fr3nco também pu-
bliçara seus artigos. Sucedeu, porém, que, poÍ certas de-
confianças, o P. Reitor do Colégio veio a inteirarse do que
se pa$ara, e, §em'dizer nada ao inteÍe8§ado, mandou uma
carta ao editor da rerrista rogando-lhe que, PoÍ motivm
:iá-
g.i. "Íf,uito poderosos", não publicasse o artigo que o Padre
i:-i. .
eúviara. E, com efeito, as razões eram poderosíssimàs. iá
;=;. que tudo tinha sido uma brincadeira. Conhecendo o Íraco
!-i..
:-; -
:ai
q,..
.
dô bom Padre, os iovens estudantes não só lhe sugeriram
f escrever à adivinha, como também se encarregaram de for-
,8.".,
necer a ela todos os dados para que pudesse responder
acertadamente às perguntas do sacerdote. Mas, como não
pudessem averiguar qual era o documento que o Padre ti-
*::.. nha guardado na mala, lançaram a culpa para o rosário
itê..s
que manhosamente um deles tez cair ao chão no momento
em que viu a dificuldade de dar à quarta PQBU1tta uma
$-:: resposta aceitável. O lugar do nascimento do Padre e o
'
nome dos pais, tiraram-nos os iovens do passaporte que o
li1
!-r--
á_
;=.1 .
iF-- -
Padre tinha muito à mão na mesa. O mais, eles mesmos
t<-
viam quando o Padre o escrevia, e anotavam-no çuidado-
samentl diante do próprio Padre,'gue não repaÍava no gue
.:+J._-.
Éi- -

$!,:. eles faziam. Como a brincadeira tinha sido pesada demais,


i.",_.
eles nunca se atreveram a contá-la ao Padre, que morÍeu
-
L':'-
Fi;.' anos depois com a convicção de que a adivinha tinha pacto
com o diabe, e assim o deixou escrito num livro que não
chegou a publicar-se.
Osegurido caso passou-se do modo seguinte: fazii
, eu uma conferência em Washingtori e foram dizer-me que
o §r. Delegado Apostólico queria assistir a ela, pelo que
logo lhe mandei umas entradas, para ele e'para §eus se'
cretários. Embora o teatro estivesse à cunha, làcilmente
pude localizar S. Excia., e, ao "produzir os fenômenosf',
tinha eu muito em contâ o lugar que ele ocupava, patd.
que pudesse inteirar-se sem dificuldade do que sucedia.
Terminqu a função, que "durou três horas, e, estando e$
ainda nos bastidores, anunciaram-me que o secretário de
S.. Excia. deseiava'falar-me. Logo o recebi, e ele me ma-
nifestou que o Sr. Delegado me convidaya a ir no dia.se-
guinte almoçar com ele.

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ià.]1
*;-!
j As Frwdes bptritas e os Fmhmànos Màtapsíquicas tt5
'Efetivemente, no dia seguinte almocei com S. .Excic.,
que me encheu'de perguntes a que só respondí com ery*
sfuás; pols, como lhe disse mui corretamente, ainda não
tfuiln pensado em revelar "meus .segredos"! Então ete mé
-pediu quisesse eu fazer ali, na Dêlegação, uma conferência
paÍe es pessoas que ele desejava convidar, ao que acedi
con gosto. Chegada a noite e disposto o satão da De-
legação com as cortinas pretas que formam o .,gabinete,,
espírita, iniciei minha -conferência .como de ordinárío cos-
tumo fazêlo, quer dizer, manifestando ao auditório que não
tenho poderes sobrenaturais de espécie algum4 nem trato
com os espÍritos, nem pacto com o diabo, e que tudo o
que vou fazei é pura trapaça. Que meu propósito é aluci-
ná-los com a reprodução dos fenômenos espíritas, e que
poÍ con-seguinte tudo o que eu lhes disser, desde que o
pano subir, será "pura mentira". Que, por conseguinte, não
creiam nem uma só palavra do que eu lhes disser, pois tudo
vai dirigido a enganá.los. Terminada a minha peroração e
cgm a promessa formal de que não me haveriam de crer,
iniciei a reprodução dos fenômenos espíritas, perante uma
concorrência de mais de cem pessoas. Havia ali vários Srs.
Bispos, não poucos Monsenhores, muitos doutores da Uni-
versidade Católica, membros do corpo diplomático, médi-
cos, advogados e homens de negócios. A assistência não
podia ser mais seleta Não teriam passado cinco minutos,
e já, nos surpreendidos rostG de S. Excia. e dos demais
membros da assistência, podia eu observar geral-
mente costuma suceder-me com ouhos auditóríos - como menos
ilushes qu€ a acreditar no que eu lhes
dizia, como- se eles'começavam
realmente fossem verdades, e que não. po-
diam explicaÍ-se por que meios se verificavam aqueles fe-
nôÍRenos. Numa palavra: .Sua Excelência e seus convida-
doa tinham caído no laço! A admiração cÍesceu de ponto
quando, segurando-me as mãos S. Excia. de um lado
e um Sr. Bispo do outro, sentadas - várias pessoas ao redor
de uma mesa, em menos de dois segundos que durou a
esturidão vieram os "espíritos", desabotoatam a batina de
um, atiraram o barrete de outro a vários metros de distân-
cia e, quando a sala voltou a iluminar-se, S. Excia. andava
muito atrapalhado procurando o seu ..zuccheto,' ou solidéu,
p^ois os espíritos lho haviam levado e colocado na cabeça
8.

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ll6 Carlos Maria.de Heredia, S.' l.
de'um dodtor da Universidade, que ocuPava tmt asento a
. bastante distância. Mas a surPresa subiu de ponto quando,
ern plma luz, rodeando uma pesada mesa S. Excia.; trps
Bispos e dois doutores, e tendo posto sobre ela as mãós,
sem que dela me aproximasse eu, a -mqa :9meçou a.le-
vantar-se rio ar a uma altura de mais de 20 centímetros
acima do solo! A .impressão que então receberam os assis-
tentes foi tão intensa que instintivamente vários fizeram o
sinal da Cruz.
. Mas o que deixou estupefato o Sr. Delegado e lhe
fez crer, como ele me disse depois, que o que eu fazia eta
por intervenção diabólica, foi o seguinte: pedi-lhe que fos'
ie ao seu gabinete e escrevesse num papel uma pergunta
sem que ninguém visse. Feito isto, pusesse o papel numa
sobrecarta e a fechasse, guardando-a na carteira Para que
niriguém tivesse a menor notícia do que ela continha. Feito
is@ voltou S. Excia. ao'salão e, sem mostrar a ninguém
o escrito, numas lousas que ele mesmo harria limpado e
marcado com letras Para que constasse não haver nada es-
crito nelas, e estando estas perfeitamente amarradas com
umas fitas, ao abri-las de novo achou escrita numa delas
a seguinte resposta: "Quando for nomeado'Cardeal", que
iorrespondia à pergunta por ele feita secretamente e que
ele trázia escrita no envelope que tinha na carteira. Dizia
*
a pergunta: "Quando voltarei a Roma?" E, efetivammte,
asiimlucedeu anos itepois. .Hém disso, revelei-lhe particu-
larmente duas coisas perfeitamente smretas e que ele eta
o único a saber. Ele Íicou tão inquieto depois deste último'
'fenômeno (?), que de maneira alguma podia explicar "na-
turahtente", gu€, interrompendo a conferência, me chp
mou eÍn particular para pedir-me explicações, porquanto, §e-
gundo dizia, não podia deixar que aquilo tosse adiante sem
úm protesto, pois estava persuadido de que o que eu lazia
era com aiuda preternatural. Por mais de um quarto de
hora neguei-me redondamente a dar-lhe qualquer explica-
ção, mostrando-me disposto a ir-me embora e a interrom-
per a conferência; mas como isto, segundo ele, podia ser
ocasiãô de .maior escândalo, rogou-me e suplicou-me lhe
, dissesse Írancamente se o que eu fazia era PtrÍamente por
meios naturais. Quando' já o vi maduro e depois de the
.ter Íeito várias evasivas, exigindo-lhe ó segredo, expliquei-

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,ls ridià-s Esptritas e os Fcnômenos Metapsiquicos Il?
lr lhe- como havia prô&zido aqueles fenômeno§ (?) tão ex-
-baordinários. A princípio ele ficou tão impressiona& ,gte
I; qlo queria cÍer-me, nas poÍ fim, clnvencido pela evide-
çia dos meus argumentos, acreditou-o e soltou uma. §onoÍa
gargalhada... E me disse: "Padre, confesso-lhe ingênua-
mente que eu náo teria ido deitar-me esta noite com boa
qgnsciência, e iá estava. meditando como interromper, de
óra em diante, as conferências de V. Revma., pois chegriei
a persuadir-me de que' ao menos em parte, isso era pro-
duto da intervenção demoníaca". "E agora, disse-lhe eu,
V. Excia.,está satisfeito?" "Amânhã V. Revma. saberá de-
tinitivamente a minha opinião", respondeu-me ele com um
sorriso enigmático. Quem não passou bem aquela noite fui
eu, pois temia, e fundadamente, ainda não estivesse o Sr-
údgaAo convencido e fosse dar um passo definitivo con-
tra mim. Pelo meio da manhã o secretário telefonou-me di-
zendo.me que S. Excia. queria falar-me. Cheguei à Dele-
gação bastante inquieto: Na porta esperava-me S. Excia.,
qug por todo cumprimento me estendeu uma carta, dizen-
do: 'jFaça o favor de lê-!a". Abri o envelope com mão trê-
mula. ','Está-se vendo que o Sr. não é adivinho", disse rin-
do o Sr. Delegado. Com efeito: em vez de uma suspensão
"a divinis", ou algo semelhante, encontrei-me com uma caÍ-
ta que vai à frente do meu livro em inglês "Spiritism and
Common Sense",'a qual me tem servido de escudo en-r não
pouces ocasiões.l
r) Unidos da América.
lSll
Delecacão Aooetólica.
Biltmô;e'St. - Estados
Washington, D. C.28 de Norrembro de 1920. -
-
Revercndfusimo Padrt: Tendó a'ssistido a duas confurências que
V. Revma. com tanta habilidade fez nesta cidade, tenho o pÍarcÍ
de Íelicitá-to. Estou encantado e ao mesmo tempo agradecido, não
só pelo prazer gus V. Revma. nos proporcionou, aos espectadores
-ainda
e a rnini como pelo bem que scm dúvida alguma hã.o de
produzlr'essas conferências. Procuremos abrir cada vez rnais os
ôttroa 0o público, eàpeciatmente do público. católico, para que veja
c,leralren*: os perigos do espiritismo, capacitando-se de que a
rraior parte doó fenômenos atribuídos a forças ocultas são cau-
sados por hábeis trapaças. Aceite, pois, V. Revma. novamente os
sentimtlrte da minha admiração. Abençoando a V. Rewta. no Se-
nhor, compraz(Htre em firma,r a presento de próprio punho.
R. P.- C. M. de Hertdia, S. J.
Holy Crocs Coltege.
worcester' Mass'
De V. Revma. Servo em Cristo,
Arcebispo * çlsffil#, HrÊ::; Âpoaórico.

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tt8 Cailos Naria.de Hcrcdia, §. !.

R filcxões Psicolôgicas.

, Fen0menos Espíritas originados por brincadelras são


inúmeros. E, sem embargo, não vendo a conexão eütÍe à
crusa e o eÍeito, muitac pegsoas das tirtes por sensetas,
irão podendo explicá-los, afribuem-nos sem UtüUeâr a .uma
causa preternatural". Muitos dos fenômenos de que nos Ía-
lam escritores da escota de Lapponi são simpter brincadei.
ras tomadas a sério por pessoas respeitáveis que não lma-
ginam poderem ser obieto de uma pilhéria. E, contudo, o
são. E, enquanto outros se riem dà simplicidade delas, eles,
em tom magistral e de maneira "tranchante", declaram gue
"aqueles fenômenô9" que não podem explicar-se naturãl-
mente (teia&: que oi brincalhões não lÊes q$seram ex-
plicar) são produzidos pelos espíritos dâs trevas.

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C;aPÍtulo XV.
:
Em AuxíIio da Polícia.
Para no.s darmos exata conta das diversas fases da
Íreude EspÍrita e das suas "v4riadas aplicações", vamos
nariar- um caso muito curioso no qual a polícia se valeu
de um médium para pegar um criminoso. Esta prática, ent
certas ocasiões sumamente eficaz, tem sido causa de dar
aos médiuns grande reputação, porquanto, conhecendo o
'Erecanismo" tão-sômente osnnteressados, e não lhes con-
vh& divulgaÍ seus métodos, todo o prestÍgio resulta em
favor do Espiritismo, cujos médiuns aparecem, assim, co-
mo instrumentos providenciais e benéIicos para a socieda&.
Cometeu-se um crime sensacional nume pequena vila
do sul dos Estados Unidos, orjo autor permanecêra oculto
àe mais minueiosas investigações da polícia. Deixara o cri-
minoso apenas pôquenos rastros da sua personalidade, pois
a única coisa que dele se saHa era que "era alüo e de
bigode ruivo". Sendo naquelir época muito comum-o uEo
do bigode, e havendo tantos homens altos e ruivos nos
Estados Unidos, os sinais mencionados davam pouquíssima
luz no assunto. Contudo, o culpado deixara na casa do
crime uma mala com roupa, mas sem marcar, sendo a
úniça ooisa notável de toda aquela indumentária três gra-
vatas de cor vermelha muito viva com estrelinhas, círcllos
ou meias luas brancas e azuis. Um detective moço, de
Chícago, tomara a peito o assunto com particular empe-
nho; mas, depois de ir à vila on.de o crime tora cometido
e de indagar por toda par-te, passados seis meses não ti-
nha derícoberto nenhum Íio que o levasse a decifrar o
enigma. Contudo, mal via um Àcimem dto e de bigode rui-
vo, seguia-o e averiguava-lhe o passado, especialmente se
alguma vez tinha estado no Sul ou quiçá no lugareio do
assassinato. Já desesperava dê dar com o çriminoso, Qr1an-
do a Proüdência lhe vein em auxílio, de modo inespeiado.

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ln Cartac Núio dc Haeüa, t. !.
Âlmoçava ele nrm pequÊno reetaurente, çando viu senta@
e uma mesa e comeado um homem de bigode ruivo. Desi-
ludldo-como iá estava do iaso, teria deixado tranquilo aque-
le indivíduo se não tivesse notado que ele trazia uma gra-
vata de cor vermelha muito viva. Palpitou-lhe forte o co-
taçáo, e ele exclamou: "Já encontrei o meu homem". Suas
suspeitas tomaram incremento quando, depois de comer, o
suieito, que era alto, pois passava dos seis.pés, levantou-se.
Ali tinha ele um homem alto e de bigode ruivo, com uma
gravata parecida com as que tiúam sido encontradas na
mala na casa do crime. Dentro em poucos dias o detective
era ínümo amigo do presumido criminoso, e cosfumevem
almoçar iuntos todos os dias. O detective fizera-se passar
por um caixeiro-viajante, e assim em nada surpreendeu o
seu novo amigo quando lhe disse que ia empreender uma
viagem a Boston. Separaram-se ne estação os dois amigos
e quinze dias mais tarde tornaram a encontrar-sê no Íêt-
taurante, estando o "caixeiro" de volta da sua e5pedíção.
Era tempo de inverno, e o detective lwava um" agasalho
em volta do pescoço. Sentados um em freute do outro, ao
começar a almoçar o detective descobriu-se com toda na-
turalidade e, tirando o "cache-col", deixou ver uma gra-
vata vermelha com meias luas brancas. bonita gra-
vata! disse o.presumido réu; eu tinha, - háQue
algum tempo,
uma exatamente igual, mas perdi-a numa de minhas via-
gens, pois roubaram-ma da minha maleta.
numa.§a de Boston,'íêllicou o "caixeiro", sem- Comprei-â
dar, apr
rentemente, àquela declaração importância alguma.
Ao terminar o almoço os dois se separaram como de
costume, e o detective foi diretamente ao próximo posto
policial, pedindo ali uma ordem de prisão para o seu "ami-
go", pgis estava seguro de ser ele o criminoso. Mas o Co-
missário não foi da mesma opinião, iá que podia muito
bem ser certa a explicação dada com tanta naturalidade
pelo inculpado, do roubo de sua gravala. E assirn o nos-
so detective teve de aguçar o engenho para conseguir eü-
dência suÍiciente, a Íim de -convencer o Comissário.
Havia naqueles dias na cidade de X uma médium fa-
mosa que estava dando que falar, pois parecia ter comu-
'nicação direta coÍn os espíritos 'desencarnados" dos de-
funtos, os quais a informaram com grande exatidão de mui-

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Ás Eàpliltas e,os .FerúmÉnos Metapsiquicos lZt

tee ooisar ocult&r:, Resohreu, poi§" .ür detective co$dft*da.


§ fçes não foi coir*' ascim tão fácil lwar o preswnido rêu
'3 @nsultai a médfum; e, por outro lado, esta dissera ao
'detectÍve que "a prcrcnça da pessoa" era requisito indi+
peaúvel quando se tiatava de algum assunto pessoal.
i:' Por duas ou. três vezes durante o tempo do alm'oço,
lpe :êÍ4 quando os dois "amigos" se reuniam, trouxe o
&tective â conversa sobre a nÉdium; mas o outro só tinha
palavraÉ de desprezo para o Espiritismo e suas sacerdo-
tisas. "Tudo isso é pura conversa, dizia ele, tudo são ardis
estúpidos para enganal gente vulgar. Já fui várias vezes
a e$ias "sessões', e cada vez saí. mais persuadido da es-
tupjdez dos espíritas e dos seus adeptos".
Assim passaram-se os dias e as coisas continuavam
omo antes; por mais que o detective pedisse a ordem de
prisão, o Comissário negava-se a dá-la, e com idstiça, até
quê houvesse novas e mais convincentes provas.
Um domingo à tarde, ao regressarem de uú passeio "o
caixeiro e seu amigo", acompanhados ambos de duas se-
nhoritas a quem haviam convidado, urna destas, ao passar
pela rua oirde a famosa médium tinha o seu consultório,
manifestou desejos . de entrar para consultá-la sobre um
assunto amoroso que a preocupava. T.anto a sua compa-
nheira como o detective aprovaram-lhe o desejo, mas o pre-
sumido réu opôs-se terminantemente. Tinham saído para di-
vertir-se e não para consultar charlatães. As moças insisti-
ram e, não houve remédio, entraram.
Quando após um mómento chegaram a reunir-se doze
p€ssoas, começou a sessão. Dois ou três dos concorrentes
lizeram perguntas que a médium, em estado de transe, res-
pondeu satisfatôriamente. Uma das moças perguntou pelo
falecido noivo, e este não só respondeu como disse que ma-
terializaria uma das mãos se se apagasse a luz. Muito eÍno-
cionada, a moça pediu a materialização, e uma mão fria,
fria, veio a tocá-la...
. Em breve a médium, muito agitada, disse que ali es-
tava uma alma descoúecida que desejava falar eom um
dos presentes, Ínas gue, paÍa adquirir mais força, eÍa ne-
cessáriô que se formasse a cadeia, segurando-se todos pe-
las mãoo. O detective segurou a mão do seu cornpanheiro
antes que este pudesse impedi-lo, e uma das sqrhoritas,

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'-:, i
. .a'.'

ln Carto*-tlsb dc tteicúia, §. l, ..,

qqe e$qla do orho lrdo, tomotlhe e mtre rãs..Um *i:


lêocio azrÍento reinou por alguns instantcr. Depoic a mê .
dium oomeçou a Íalar, sendo a sua Uoz entrecortrd&'pcl€
sofrrços:
'Eu era feliz. ". até que o conheci... eh Glr§ânoü.rne
e fez-me acompanhá-lo até o povoado de X... (a rnlo &
presumido culpado tremia). . . E ali me apunhalou, mcten-
do-me depois o coÍpo numa mala... (a-emoção fu eulpado
ia crescendo)... Abondonou o povoado sem que ninguém
o visse e veio paÍa... Está aqui o culpado.., sinto a
pÍesença dele... está áqui... está aqui..."
A impressão recebida pelo culpado foi tão forte que
ele quase desmaiou. Mas a voz da médium prosseguiu:
"... Não, não, enganei-me, não é ele... (um surpiro de
consolo escapou-se-lhe do peito). . . Não, não é ele; . . ele
ainda está no sul. . . cnuito longe daqui. .: vou à procura
dele. . . "
Com isto terminou a sessão, pois todos se achavam
muito excitados e a médr'um estava exausta. Levanteram-re
o detective e seus companheiros, desejosos de aspirar o ar
fresco da noite.
Deu-nos um mau momento esse espírito, disse o de-
lective, eu pensava que eleie referia a úim. Comigo
se deu o mesmo, disse o companheiro... mas enfim tudo
já passou. Vamos deixar as senhoritas em cira, e logo me -
&spedirei de vmês, pois estou-me eentinô mal.
Efetivamente, encaminhaÍaÍn-se todos para a habitação
de uma das senhoritas; mas, ao passarem iunto a utt pos:
to policial que havia na rua aníerior, saíám quatro poti-
ciais e prenderam todos, ficando logo todos incomunicáveis.: ,
Naquela mesma noite, apertado pelas perguntas do.
Comissário, o culpado confessou todo o seu crirne; Fôra ele,
com àfeito, quem o cometera.
As outras três pessoas, quer dizer, o detective e as
duas senhoritas foram logo soltos, pois os três pertenciam
à polícia secreta. 6

Não vendo o detective outro modo de comprovaÍ "a


sua teoria" senão fazendo o presumido culpado concorÍer
à sessão espírita, e xendo que este se recusaya, ideou com-
prometêlo por meio das moças também policgh,
e já vimos'o resultado. Por outro-lado, prêviamente ele -se

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ás E6rdes Elpírfrcr e ot Fcgrüwrcs lüdapdqaicos tãt
., &ra a GonhGcÊr. à médium coúo dctethg.q sncssedo-a
.. & metê{a no n&ez poÍ exercer a Íraude & çe de
rnestno querh - fim (l) obrigou-e a rcprer
ü!âÍ peÍâ.§eu
-
tenteÍ toda aquelâ benr foriada pantomina. Insbuiu-a p-
bre o que devia dizer primeiro à moça e depois ao cri-
ninooo; mas, tenrcndo que e presa se lhe escapacse as-
rnçtada pela clareza da revelaçáo, fez, com que io espí-
. tilo da assassinada" se dosdissesce, afirmando que se equi-
YeceÍa e,gue o matador estava muito longe.
Os iornais falaram do caso, embora sem dar'o nome
'da médium nem o lugar onde se realirara a sessão, com o
que a Íama "da eficácia dos espíriüos' creceu grandemen-
te" pois o público não chegou a saber que tudo aquilo f0ra
' um ardil é acreditou-o "Íenômeno autêntico". O detective
Íoi promovidq e, se bem que a médium não fosse mohs-
tada pela polícia conforme lhe fôra prometido, con-
tudo ela mesma, -por prudência, transferiu-se para - outra
cidede diqtante, para contirruâr exercendo a sua enganosa
arte, pois'teve medo de que alguns espiritistas bonrados
@assem a informar-se do caso e pudessem expô-la como
falsificadora de Íenômenos espírital, gom menoscabo da
"9uâ honra mediúmnica" e da sua, ctidtteh. '

Rcflexõ es Psicolôgicas.

Este caso lemb'ra-nos o da Pitonisa de Endor. Não


achando outro tneio de inteirar-se do futuro que o aguar-
dava, §aul vai, disfarsado, consultá-la, depois de haver an-
teriormente mandado matàr muitas Pitonisas. A de Endor
resiste a "pitoni§ar", teneÍdo ser aquilo um ardil, Mas, re-
conhecendo Saul e vendo-o verdadeiramente aflito, resolve
atendê-lo, profetizando-lhe a sua derrota, fingindo ver a
sombra de Samuel, a quem faz dizer o que iá era coisa
@rrente em Israel, isto g que Saul seria destronado por
David, qre de Íato iá começara a reinar, porque Deus, em
castigo da sua desobediência, tlnha tirado o reino ao pri-
meiro.
Esta explicação "é uma das tr€s dadas pelos Santos.
Padree, teólogos e exegetas" (vide Hummelauer, in Libro
Samuelis, I Reg., 28, l-25, págs. 248, 252), para explicar
esse passo da Sagrada Escritura.

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Capítulo XVl.

Psicologia de uma Sessão Espírita.


Poucas emoioes são tão contagiosas como o medo'
De dia, em plena luz, geralmente ninguém sente especial
relutância em atrarressar uma floresta ou em ir a um ce
mitério. Mas Íazer o mesmo de noite e às escuras iá é
-{
sutra coisa. E, se. nos acomPanha uma Pessoa medrosa,
por mais que ariteriormente não tenhamgs sentido temor,
mal o nos§o companheiro começa -a manifestar medo co-
meçamos pouco a Pouco a perturbar-nos e, se não conse-
guimos iniundirJhe a nossa valentia, é quase certo que ele
nos contagiará com seu medo.
Chegamoç ao rancho de um amigo.'E' de noite, en-
quanto Iá for-a o vento sibila, lá dentro ainda estão à mesa,
tãlanao de mal-assombrados e contando histórias de apa-
rições. Em virtude do mau tempo, convidam-nos a ficar
pára dormir e aceitamos. Continuam as histórias. Assegu-
iam que naquela fazenda -morreram vários homens impeni-
tentes. Contam que, durante a revolução, naquela mesma
casa foi assassinada uma mulher. Os vizinhos aÍirmam que
várias noites, especialmente quando o- vento era frio, viram
fantasmas. No quarto ciue nos é designado para dormir, e
que de ordinário ninguém ócupa, contam-nos que apare-
ceu, anos atrás, um dos homens que ali haviam morrido-
Chega a hora de nos retirarmos, ficamos sós.. . Mesmo o
mais- valente revolve, sêm remédio, no pensamento a fatí-
dica história do que ali morreu. Talvez não acreditemo§
em assombrações, mas, pelo sim ou pelo não, colocamos a
pistola ao lado, pensando que talvez sejam fantasmas de
ôa.n. e osso. Deitamo-nos, aPagamos a luz. . . e, embora
estejamos acostumados a dormir, ao pousar a cabeça no
travãsseiro, desta vez damos, pelo menos, umas voltas' à
cabeça, dizendo para animar-nos: "Toliceq! contos da ca-
rochínha!... âpaÍeçam-me, e veremos!..." - Mas o nos-

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a*er.-
j' As Fraudes EspÍrlÍas e os Fenômenos' Metopslquicos lZ7

. §o §ono não é tão pmfundo como de costume... De re-


. pente acordamos... Sim, é um ruído... pâncadas sâcas,
, oorlo as que nos asseveraraÍn se ouviam às vezes naquelê
..g.Iarto-.. O nosso primeiro rnovimento é empunhar a pis-
tola. Três ou quatro vezes os ruídos tornarn a despertar-
nos. Quando amanhece sentimo-nos, peto menos, mà dor-
mi&s, e fazemos o propósito de ali não ficar outra noite.
Não- será nada, assim o cremos, mas, por via das dúíidas,

'*
;:tff.T;-nos à experiência dos reitores. medo ê o
contagioso. Se ao estranho de algum acontecimento se mis-
tuna a superstição ou_ alguma explicação preternaturat, en-
.5.ít,' ' tão é muiüo difícil deixarmos de emocionar-nos. euando nos
Fr,l::
i,' asseguram que ali diante de nós se acha, invisível ou semi-
r+l:],, invisível, a, alma desencarnada de algum defunto, não po-
.S**. demos deixar de emocionar;nos. Taívez, a princípio, não
àr'
nôs sintamos tão emocionados, mas, se a peisoa que está
junio de nós começa a hemer e afirma qire vju luzes ou
sombras ou ouviu ruídos, dentro em poucos momentos es-
taremos contagiados e ficaremos tão nêrvosos como os nos-
sos companheiros.
Não sabemos se o leitor terá assistido a uma sessão
espírita; se assistiu, cremos não esquecerá fàcitmente a im-
pressão que recebeu a vez primeira em que lhe disseram
que lhe estava falando a alma de um parànte seu. Recor-
dará bem quando, na escuridão, sentiu que uma mão fria
lhe iazia carinhos, ou viu o. espectro de uma pessoa que
lhe pareceu ser de sua família. . . Não. dizemoj que tenha
tido. medo,. ÍTas estamos certos de que a impressão que
recebeu foi das mais desagradáveis.
. Ora, as proviilt.da autenticídade dos mal chamados fe-
' nômenos espíritas têm que vir-nos necessàriamente das Ses-
sêee Mediúmnicas, quer estas sejam cieutíficas, quer não..
Menos de três por cenüo dos fenômenos que deparàmos nos
Iivros espíritas são o que provém das sessões i.científicas',,
ficando os 97 por cento dos fatos testificados a oédito das
sessões espíritas. "não científicas,,, quer públicas quer par-
ticulares. Devemos, pois, conceder especial atençã'o à psi-
cologiS dessas sessões, onde foram e continuam sendo ob_
servados, a grande maioria dos fenômenos considerados co_
mo 'rEspíritas". Nessas'sessões eumpre considerar três ete_

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7? Carlás *laria de llercüa, E. l. _

nrento§: t) O médium do qlÍÍtá falanios largamente;


2) As condições do- lugar; 3) O estafu especial dâ§
-pessoas que assistem.
O Dr. W. J. Crawford, um dos psiquistas ingleses ma[s
conhecidos, na sua obra "Hitrts and Observations for Those
Investigating the Phenomena of Spiritualism" ("§ugestfu. e
ObservãçõeJ para os Investi§adores dos Fenômenos do Es-
piritualismo"), pá8. 82, diz-nos claramente: '"E' um {ato
comprovado que os fenômengs p.síquicos avançados não se
podem obter senão com luz tenuíssimd'. E todos os au-
tores modernos, como o Dr. Carrington, Sir William Barret,
etc.,
vrr., estão
vsrsv perfeitamente de acordo em que só na escuri- F
dão ou, quando menos com uma luz vermelha tênue, pode
produzir-se essa classe de fenômenos. A escuridão, ou semi-
escuridão, é pois uma das condições requeridas no aposen-
to onde deve ter lugar a sessão espírita.
Note-se que não tratamos aqui da "Ouija-Board" ou
"planchette", da e§crita automática ou coisas semelhantes;
nêm das reuniões "religioso-espíritas" em que o médium
responde com espíritigramas do outro mundo às perguntas
que os assistentes lhe fazem; perguntas que lhe são entre- '-.
gues e,m sobrecartas fechadas; pois claro que, para isso, o r
médium neeessita de lqz e dô "'muita luz';, pois de outra
maneira nem ele Rem seu assistente podem ler as peÍgun' - -,
tas. Referimo-nos, pois, às sessões em que se produzem fo-
nômenos tais como materializações, movimentos de obietos, s
etc., e outros mais, ordinàriamente considerados como ge- ::
nuínos. . j
Quase tedos os médiuns requerem, além da semi-ês- .1;
curidão, um lugar especial a eles destinado, que se chama
. "gabiqete", e que.geralmente é formado por cortinas, num
dos ângulos da habitação. Ali o médium desenvolve seus
poderes e produz os fenômenos, como a chapa que, Parà ..
ser revelada, precisa da câmara escura. Isto não quer di- ':-,:
zer que neces§àriamente o médium esteia sempre dentro do li
gabinete, pois muitas vezes está fora, em cbntacto com o§
assistentes.
Entre os médiuns comerciais a decoração do quarto no
estilo oriental,.as caçoilas com perfumes, as ,figuras caba-
lísticas e coisás semelhantes, são de suma importância. Mas
nós nos contentamos só com as condiçõe§ a que chamaría-

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I .l , -'; ,-*
r
!-

.,
As Fraudç Espkitas e o§ Fenôfierros,lietapsiquicos ln
.Elo§, "científiàs". A mesa de que o médium dispõe par4
"§ua§ operaçõe§ é de madeiÍà, breve vereúos
- comopratos,
, tem verniz. Uma guitarra, um pandeiJo, campainhas-
. ou
guizos, com que os espíritos costumam dar testemunho
'da sua presença encontram-se perto do gabinete ou dentro
dele, como costumava tazer Eusápia. Uns omitem esses
acessórios, trazendo, em troca, o que julgam necessário
pqra a manifestação dos seus fenômênos, enquanto outros
não trazem absolutamentê nada.
Isto é no que se relaciona com o lugar. No tocante
às 'pessoas que assistem às sessões espíritas, podemos di-
vidi-las em três classes: l) Os Espíritas confirmados; 2)
Os que, admitindo certa classe de fenômenos, procuram
avqiguar-lhes a causa, não estando certos de que sejain
os Espíritos; 3) Os cépticos "de boa vontade,,, gue ,tão
ver o que se passa". Dgsde logo excluímos os cépticos ,,de
má vontade",- gle vão decididos ,,a pegar o fantaima,,,. pois
ou não os admitem ou os expulsam dãs sessões assiú que
lazem a primeira tratantada;.estes não contam!'
Desde logo vemos que os primeiros ,,iá vâo inüma-
mente persuadidos" de que o que se vai passar na sessão
.é .+.r" manifestação espírita; para estes, cada fenômeno
{verdadeiro ou fingido)- é uma -prova a mais d.e .que os
médiuns têm faculdade de comuniôar-nos êom os trabitàtes
do Além-túmulo. E, se alguma vez ele faz uma maroteira
e se descobre que é o próprio médium o fantasma ou está
Íazendo trapaças, todos atribuem isso aos ..Maus Espíri-
tos", que qúiseram pregar uma peça ao ,.inocente médüm,'
para desacreditá-lo. Para estes, tanto um médium verda-
deiro'como urn fingido são genuínos. r

À segunda classe pertencem os que, acreditando .que


. úrealmênte existem fenômenos psíquicos", querem presen-
ciá-los para tratar de averiguar qual a causa deles e, se
bem qúe tenham o Espiritismo como uma hipótese; ainda
lhe coúcedem probabilidade maíor ou menoÍ conforme seus
conhecimentos ou expe-riências, Estes vão dispostos a ,.ver
fenômeáos psíquicos"'que, dadas as circun§tâncias, bem
podem trapsformar-se em. Espíritas.
À última classe pertencem aqueles que não crêem nem
, nos fenômenos psíquicos nem na sua :explicação por
meio
.da hipótese Espírita,, mas "querem ver por si mesúos o
FÍrudcs EspÍrltts
- I

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130 Carlos Mafia ile Heredia, S. l,

que se passal'; e assim vão dispostos a ver "aigo de extra-


'
ordináiio", seia fenômeno real ou Íraudulento.
Como se vê, nestas três c[asses de espectadores há um
fundamento comum: "A expectação de algo de extraordiná-
?io",, e a diferença está em que, enquanto os terceirô§ vão
sem saber em que consiste o extraordinário do caso, nem
qual é a sua causa, os segundos vão com a conücção da
verdadeira existência do fenbmeno, mas sem certeza. sobre
a origem dele, ao piutso que os primeiros crêem firmemente
no fato extraordinário e na sua explicação pela intervenção
Espírita. Pode-se, pois, dizer que, em geral, todas as pes-
soas que assistem a uma sessão espfuita "esperam algo de .+l
maravilhoso". Esta expectação do extraordinário, que é um .',.J:

dos elementos do encanto do misterioso, causa geralmente


as mais curiosas alucinações, singulares ou coletivas, ven-
do ou ouvindo cada um dos presentes aquilo que "espera"
(embora seu deseio nem sempÍe seja consciente), e que
mais de perto toca aos seus interesses.
Aqui, antes de com o leitor presenciarmos uma seseão '
espírita, devemos fazer notar que há duas classes de alu-
cinaçOes: as positivas, e as tniOl1gs a que, embora cien-
tificamente nâo o seiam, chamaremos negativos. Quase
seÍnpre, ao dizer "alucinação" entende-se alucinação "po§i-
tiva", isto é, que uma Pessoa "vê, ou acredita ver, o que
,

não existe". A alucinação "negativa"' consiste çm "não


vermos o que temos diante dos olhos", ou "não reparar- !
mosneleaindaqueovejamos,,.Quantasvezesandamog
procurando alguma coisa que perdemm,. e estamos com ela r
diante de nós! Esta é uma alucinação "negativa".
Consequênçia da alucinação é que, ao fazermos a des-
crição do que se Passou numa sessão espÍritq não rele-
tamos o que vimos, "scnão a imptessão" que o que ali se
passou causou em nós. Suponhamos que é "8ó um fantas-
ma" o que apaÍece na sessão. Pois beml 'enquanto uma
mulher vê nele "o filhinho", a pe§soa que está iunto dela
reconhece "o avô", e assim, ao sair da sessão, uma âs-
segura que viu o espírito do filhinho e o outro iura que
the apareceu o avô! E o que realmente ambos viram foi
uns'mdscara dà mulher, suponhamos, que na penumbra o
médium fez aparecer no gabinete.

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As Fraades Esplritas e os Fcnlmcno* àletopslqaicos . lÍlt
Ora, quando observarnos um fato extraordinário e no§
. .4 é'desconhecida a causa que o produz, surpreendemo-Ros, e
;' impressão subjetiva de admirável, de pavoroso e de pre-
ternafural que recebemos "naquele momento" é exatamente
' . a mes[na, quer a causa obietiva seja uma Íraude, quer seia
ur4'fenômeno preternatural. E a razáo é precisamente "por
não conhecermos a causa".
A história de um Capitão lrglês que, dizem, se pâssou
na India, é bem cohhecida. Contavam que em certa,casa
Iaüa mal-assombrados. O Capitão ofereceu-se para ir dor-
mir no quarto onde os fantasmas apareciam, decidido a
. meter uma bala no primeiro atrevido que em nome das
almas do.outro mundô viesse perturbar-ihe o sono.
Foi-se, pois, tranquilamente a dormir, deixando a pis-
tola preparada ao alcance da mão. Â meia-noite ouúe iuí-
doi acende a luz e nos pés da cama vê um fantasma en-
volto num sudário branco. O Capitão sorri, pega da pis" -
tola e adverte o fantasma de qúe, se não sê ieürar, ele
dicpara; o fantasma faz um inovimento desdenhoso e fica
no 8eu posto. Desfecha-lhe o Capitão um tiro. . .; o Ían-
tssma peÍmanece imóvel, sômente levanta a mão e atira a
'bth. na cama. A mão do Capitão treme...; com voz in-
seguÍa, adverter que vai disparar de. novo.. .; igual res-
posta do fantasma. .O Capitão atira pela segunda vez, e
pela segunda vez o fantasma joga a bala nos lençóis. O
Capitão está aterrado e, sem novo aviso, torna a dispa-
rar. . .; a terceira .bala cai de novo na cama. . .; o fan-
,tasma qryda incólume. O Capitão cai desmaiado, em apa-
rência. O fantasma, que outÍo não era senão outro oficiat
inglês (que prêviamente tirara as balas à pistola do Ca;
pitão) corÍe a socorr&!o.. . mas tudo em vão; o Capitão
moÍrera de terror.
. Para esse irtfeliz, que não conhecia "a causâ pela qual
as balas não feriam o fantasmat', a Êxperiência foi tão fa-
tal êomo se derreras uma alma the houvesse aparecido.
, Quando não conhecemos a'causo de um fenômeno, a
impressão que recebemos d c mesmo, seia qual for a,cau-
t" oH,r"."lJltXr"
na sessão que foi presenciada por nós.
Sentamo-nos em círculo formando cadeia com as mãos
agarradas. O médium, que é uma mulher, está de costas

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132 Cartos Msio de Hercdia, §. l.
para o gabinete distante deta dois metros. Dcntro 9o g"-
Linete há uma guitarra e uma pandeireta em cima- de uma .'
cadeira. E' impóssível à médium, estando sentada no Cír-
cuto, alcançar com a mão quaisquer daqueles objetos. No
centro do Círculo e à distância de uns cinquenta centíme-
tros da médium, há uma mesa simples de madeira. ,
O diretor aPaga as luzes, o quarto fica alumiado por
uma luzinha vernielha voltada contra a parede; apenÍrs' com
grande dificuldade, podem-se distinguir conÍusaúenüe as pe-
ias de roupa branóa e as'cara§ dos assistentes' Entoa-se
úm hino têligiqso "para evocar os espíritos". Depois de
alguns minutõs de cánto, guardalse silêncio; e o diretor da
seõsão pergunta aos espíritos: "Caros amigos, aqui estais?
Já sabeis:-três' pancadas significam -"-si(', uma pancada
i'não" e duas pancadas "duiidoso". Já chegastes?. "" Si-
lêncio e expeitação. Ele repete a pergunta.'-' Ouvem-se
três pancadãs muito tênues que PaÍecem sair da mesa--que
.riá ãi"nt. da médium. "As condições estão propícias?" ' ' '
ÚÀ, o"n."da, igualmente. tênue. - "flsxss a cadeia não
Uãrn formadã? Devemos mudar de posição?" "§im"'
"-*UAr apalpadelas, o diretor faz as mudanças -que iqlga
-oportunai, ficando sempre a médium entre "duas .pe-q§gqs'
*d, intrirr' confiançd'. - "Estão bem agora as condiçÇes?"
í;il;;".áJ"J urttante claras dão ã entender que tudo '
está em àrdem. "pgvsslos cantar outro hino? Nãq'
-
Quem é o "controlador" esta noite? El Feda? - Sinil -
Boa noite, Feda, temos aqui vários convidados -
que pro-
-meteram guardar todas as condições como cavalheiros. -
Ésta-às u."nOoa Está satisfeita? - Sim' - Tem alguma
mensagem a nos comunicar?^--§lr. Para o Sr' Ra-
Não. Para o Sr. Valeta? - Não' Para
mirez?"
- - - -
toaninha? - Sim".
Joaninha é uma moça que pe1d9u o noivo.
e qu.e há
algurir tempo frequenta círculos espíritas- Os dois senhores
qu"e estão a seu iado segurando-lhe as mãos Valéra e
dtiranda
-
sentem que ã Íhoça e§tÍemece e se agita' Um
-
deles, Miranda, sorri na escuridão; o outro participa da
emoção da lovem.
(nome do def.u-n-
"E' uma.mensagem de Alberto?
io noivo). - Sim. - Ete está alegre ou triste? Ale-
gre? Não! : Triste? Sit.- E Por quê?"'- Pea-
- -

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i':,'i
'As Frwdes. Esplritas e os feúmenos llletapslquicos 133'

:,pará que Duas paneadar dÉo'a


Juaninha o esqueceu?"
" entender a dúvida do e.spírito. -
I . A infeliz moça trelne. Seu companheiro iá não ri;,por-
. qug ficou com pena da írwm.
sessões espíritas para falar com Albert6!" Duas pan-
cades. rompe o círculo para -
puxar do lenço
- Joaninha
e corrryrimir os soluços tapando a boca.

' "'Pensa ele acaso qúe ela está namorando outro?" -


Três pancadas enérgicás. A infeliz moça quase des-
. -
Ínaia; mas reanima-se e fala. : "Não, Alberto, diz ela,
não; o que se pas'sou esta tarde foi só por necessidade.
Não compreende?" Duas pancadas. O que antes se
- -
ria, e a quem chamamos Miranda, está ressabiado, ao ver
que Albeito tinha razáo
"BomD, diz Joaninha, "amanhã você verá o que §e
pasa e então me dirá se está satisfeito. Está bem assim?
Sim!"
- Tornam a cantar. Prossegue a'mesma obscuridade, Pos-
. to se comecem a distinguir os vultos.
:
:, 'Feda: -"Há alguma outra mensagem? Não.
.' Como? Vai despedir-se de nós já tão cedo? Nã9,
,, --Estilo mal as'cóndições?.- Sim.
-
Menos tuz? -
Sim"-
i, , t - -
Para ela deixar-se de histórias, o diretor apaga a luz-
Começa de novo o canto.
-'íTeremos
§
J.'
I alguma maferialização esta noite? 'Sim.
-
õantando? Sim".
': -'Continuarnos -
De pronto: l'Vejam, veiam", diz uma senhora que per-
;
deu o filho e que responde pelo nome de Luísa.
perguntam dgúns. gabinete". - Onde?
Todos.voltal
conjeturam está- o gabinete e vêem
.
i,, ' ro§lo para o lugar onde
-.:'1r1e 9

' urira claiidade confusa.'- "Ai! é meu filho! Sim, é An.


tônio; estou vendo ele! estou vendo gls!" Miranda, ,que
-
tern segqra uma mão de Luísa, sente calafJig5. "p'
você, Antôrtio?" diz a mãe. Três pancadas suaves- res-
pondem. "§f,q pensava -encontrá-lo aqui! Estou-o es-
. tranhàndo- tanto! A Sra. viu-me vir?'- Sim. E por
isto'é que veio? - Foi. Tem àtguma coisa a -dizer-me?
- -
Que ainda me quer muito? sim, sim".
-
Tenho.
- - Sim,
De prônto desaparece a visâo. Miranda, o céptico, sua
frio.

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lY Carlos Maria ae ncreú, 8. l, .

O canto começa de novo para qu€ as 'vibraiõed' se-


jam uníssonas, confonte indica o diretor,
.Sente-se uma espécie de vento ao redor do cíiculô. --
"Já está aqui?" diz um velho que perdeu a miÍe há anoE.
continua ele, "iá sei que a Sra. está aqui. lá
-senti"§i6",
sua mão. Não foi a Sra., màmãe,.que me acariblou,
a barba como fazia quando estava neste mundo?
"§im" suave responde. "Está-me vendo? - Um
Estou.
Vê que eu não a esqueço? - Vejo, veio". - -
-
Nesse momento Miranda sente que alguém lhe tocou
suavemente o rosto. .,euem é?" diz perturbado.
-
"Não se diz assim, meu amigo", sugere o diretor. "Se
o Sr. loi tbcado, diga "Obrigado", 'e depois per§unte.
"Não sei o que perguntar. Ai! tocou-me de novo!
Obrigado! -
E' que alguém .quer'falar com o Sr. Eu lhe
-
perguntarei. E' âlguma pessoa que quer falar com o Sr.
Miranda? p'. Homem ou mulher? Mulher? Sim.
-
Quer soletrar o- nome? Sim. - F..
A, B, C, D, E, .
M? Sim. A? -
Sim. A, B, C... T? Sim.
- - B, C...
- I? - Sim. B, C...- L? -
-Sim.Sim. -A, A,B, C... D? - Sim. -.A,
A, B, C... E?
Sim. - Matilde? - - -
-
Miranda está perturbado. Matilde quer falar com elá;'
Mas quem é .Matilde? "Não me lembro;, diz ele, "de ne-
nhuma pessoa com esse nome". Voltam as soletrações
e resulta esta palavra: "Veracrud'.- sà lhe escapa
um "Ai!" - Quase
Çsp efeito, ele conheceu há muitos anos uma
-
moça Matilde em Veracruz, mas iá quase se liavià esque-
cido disso. Logo Miranda começa a tremer; deram-lhe
um beiio...- e ele sentiu um perfums. 'rCoslo de açu-
cenas?" diz o diretor. "Sim, sim, -de açucenas", res-
-
isto?" diz Mi-
Soam seis pancadas.
randa. - "Queo significa
"f!ea noite", responde diretor. Os espíritos iá
- mais, acabou-se-lhes a força. Sem dúvida ti-
não falaráo.
veÍam de vencer grandes dificuldades. Poucas vezês eles
inaterializam perfumes, e agora todo o quarto está cheio
.de um cheiro de açucenas...
.t
O diretor acende a luz, vermelha, em pouco tira-a de
debaixo da pantalha, e finalmente acende a luz branca

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ác'§lgrudes Esptrtlas e.,-os'Fen6meaoq Ssta4slquicos 135

Acúou-se a sessão. Miranda' deryede-se pensativo.


ê Chega a casa, e, ao .vê-lo tão cabisbaixo, sua irmã jútia
,.il* pergunta-lhe: Que é que tem, Raimundo? Nada. -
'tã' Como nada? Alguma çoisa houve com você. Bom,
r.: contar-lhe-ei o - que se passou; mas não se ria de -mim.
.:i' Não. - Fui a uma sessão espírita. . . - Você, â ütÍlâ sês-
-
' são espírita?... e você acredita nisso? - Não acredita-
.:j, va.. . mas agora. . . J Valera me convidou. Ele 'crê nos
..' espíritos e eu, para lhe dar §osto, acompanhei-o. Ninguém
me conhecia na casa, exceto Valera. A setsão principiou.
, Eu estava sentado entre uma moça a quem chamavam Joa-
ninha e uma senhora... creio qup se chama Luísa. Apa:
. garam as luzes. Começou o canto. No meu íntimo eu es-
tava-me rindo de toda aquela farsa, mas a moça começou
a tremer. Depressa se ouviram umas pancadas, e apareceu
. Alberto, que era o noivo de Joaninha; e a moça diz: "Sim,
'.aqui está ele". Alberto diz a ela que está muito desçon-
tente com ela, porque naquela mesma tarde ela tinha es-
'tado falando com outro e estava-se esquecendo dele. Joani-
. nha admitiu que isso era verdade e prometeu-lhe que anla-
. nhã despacharia aquele importuno. Logo uma senhgra vê o
'iÍ - filhinho. Eu também o vi. A pobre mulher, que estava do
l'- meu outro lado, tremia de emoção. Um velho diz então que
ali está a mãe dele que o afaga. Os espíritos dizem que
querem falar comigo e vem o espírito de uma moça.. . Ma-
tilde, que conheci em Veracruz... e que gostou muito de
mim... mas eu... não fiz caso dela. Ela me beija e sinto
it um perfume de açucenas... já não sei o que se Passou
mais, Ah! sim, com isso terminou a sessão. Pobre Matilde!
Bem me lembro dela, mas não sabia que tivesse morrido.
i:' Não. me resta dúvida, eÍa ela. Senti-a junto a mim como
numa tarde em que... já não quero dizer maisl não me,
sinto com forças. Digam o que quiserêqr, os mortos vol-
tam. Ninguém me conhecia naquelâ casa, nem eu mesmo
me. lembrava de Matilde; tinha-me esquecido dela.. . e
agora não posso pensar senão nela.
Mas, pergunta-lhe a irmã, tudo isso não será uma
- sua?
ilusão Que ilusão nem meia ilusão! Foi o espírito
de Matilde, -não me resta dúvida. De onde havia a mé-
. dium ds saber. que eu me tinha encontrado com llatilde em
Veracruz, quando eu mesmo estava esquecido disso?

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., 1. -:- -- '' 1 : '.:'
r36 Corlos hlaria de Heiedia,'§. J. . *
Mas, Sc faria e médium nesse ínterim?. Que,diabo
mê importa a mim a nrédium? E não sei -o que ela fe
ou deixou de fazer. Tudo estava às escuras, e, além dicsol
eu não tornei a me lembrar dela. Não estava para obser-
var. Bastante em que pensar deu-me primeiro ó tat AlUer-
to... e depois Matilde. Não me resta dúvida, os mortos
voltam e se comunicam conosco. Você ri? Pois, se quiser,
lerro-a amanhã, e você verá por si mesma. Isso não é coi-
sa de ri§o".
Caro leitor, vamos pedir-lhe que "analise primeiro suas
próprias emoções ao ler as páginas anteriores,,. Estamos
certos de que "você também" se ernocionou com o reloto
da sessão. Enquanto lia a descrição, diga-nos, pensou um
só momento na médium, no diretor, nos concorrqntes? .Cre-
mos qlrc não. Pois d mesmo se passou com os assisientes;
cada um estava demasiado ocupado ,,com sua§ .próprias
emoções" para andar reparando em outras coisas... Se
agora você compaÍa a nafiação que fizemos da sessão com
o Qu9 Miranda contou à irmã, verá que ,,há alguma dife-
rençâ", Miranda contou-lhe, não o que realmenie se pas-
sou, mas sim a impressão que ele recebeu dufante a ies-
são, o que são coisas benl distintas. E estou em que Mi-
randa era "incrédulo" .e a princípio esteve ..sorrindo,, dâ.,
queles cantos, etc. Se; em lugar de Miranda, ouvirmos a,
descrição que Valera, espírita confirmado, Íaz da mesma
sessãq não nos poderá restar a menor dúvida da verdade
dos fatos ali ocorridos e da autenticidade dos fenômenos'
(!) E, se a isto se acrescentar o testemunho de Luísa, que
"viu" o filho, e do velho, a quem a mãe acariciou a bar6a,
já teremos quatrotestemunhas, todas elas honestas, que dão
testemunho de que pelo menos "alguns defuhtos,,'se comu-
nicaram-com as pessoas a quem amavam, dando provas .,in-
contestáveis" da süa personalidade. Assim nos asseguram
Luísa, que viu o filho, o velho que sentiu as iaríciàs da
mãe, a pobre Joaninha censurada pelo noivo, e o cépti'co
Miranda, que, sem esperar, foi beijado por Matilde, que ele
conheceu em Viracruz e de quem se esqueceÍa por com-
pleto. Não há, pois, razáo para que escritores como' Lap-
polri creiam na realidade dos fenômenos espíritas?
Mas, passemos adiante e esfudemos a "pSicologia da
sessão". Desde o rhomento em que ficamos qugse às ts-

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ás Frôades Êspmtas' e os Fenômenos llftetapsiguicos 137
I

ituras, a tensão prinêÍpia. Já indicarnos que rião'é a ntêCarC


§iÉ:@i§e atravessâr uma floresta de dia ou de noite. Ereve;
sâdmitindo como um fato" que os m'ortos se comunicarn
r&
f::!$= conosco, o diretor oomeça dizendo: "Caros amigos (às "al-
defuntos"),.estais aqui?'.-.S,ó,-""h * é
at:"êPt: 9os para que
'ba§tante :t_119
até mesmo os incrÇdülos que assistem
,:rsç achem numa disposição favordvel para àtribuir o que
''§e Yài passar, seja o que for, às almâs desencarnadas.
Criada a teoria, os fatos "vêm a comprová-la, @nvençam
r' ou rião convençam". A formação do círculo, em especiâl,
quando os concoÍrentes têm as mãos BeguÍas, contribui mui-
tíssimo para a "comunicação" da§ irnpressões. A cadeia ê
como - um circuito elétrico, pelo qual passa a corrente da
emoção de uns a outros. Logo vem o canto, não um canto
qualquer, mas um canto "religioso" relacionado com os de-
fimtos, ou em que se pede a Deus que os deixe comunicar-se
ii conosco. Continua, pois, a sugestão da "hipótese espírita",
e a müsica ajuda a "abrandaÍ" a nossa sensibilidade, dan-
' do ao ato um caráter religioso. O diretor faz suas pergun-
.,
11. 1at em meio ao silêncio expectante do auditório, dando aos
i.":"espÍritos" a chave ou meio de se fazerem entender. Três
i:'pancadas significam "Sim"; uma "Não"; e duas "Duvido-
: to". .Em breve "vamos ouvir" pancadas, e essas pancadas
',..:, são dadas pelos espíritos em reslosta às nossas pergun-
i- tas. As primeiras pancadas são "tênues":_os Espíritos,
pois -já é um fato quó são eles, não encontrairdo '!s con-
, dições propícias", não podem manifestar-se devidamente.
Daqui a pergunta: "Estão propícias as côndições?" Não.
Se temos um circuito e as ligações da pilha -com os
-fios condutores não estão bem feitas, claro é que ou não
há corrente ou a corrente é fraca. Esta é uma iazão cien-
tíÍica que está ao alcance de qualquer pessoa que tenha
tido dê regular as pilhas de uma campainha elétrica. Por
cohsê§qlnte, "é perfeitamente iusto" que a médium esteja
entre "duas pessoas que creiom lirmemente nas comunica-
ções espíritas, e, dado o caso de'ser aigum céptico quem
". segure as mãos da médium, deve efetuar-se a mudança.
Todos estão de acordo, nahrralmente, e "as condições" se
' mudam. Vem depois a luz. Para revelar uma chapa, como
. havemos indicado, necessita-se da escuridão ou da luz ver-
melha; o mesmo ocorre em se tratando dos poderes me-

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13S. Carlu Matia de Hercilia; 8.'1. ,i*,. a ' :'i

diúmnicos; se há luz, não M maniÍestaÉes; mas todos ''


querem presenciar as rnanifestações, ainda qrç não veiam
I

correlatímente; as luzes ee dirninuern ou então se apegam


por completo. Todos estãq ou têm que estar .de acordo.
Agora, com atl condições propícias, começam "as pergun-
tas". "Quem é o controlador" esta noite? Mais . gqges-
tão, se bem que de outra "teoria", isto é: -
que os deÍuntos
necessitam, como nós, de "um médiüm no outro mundo",
pois nem todas as olmas desenmrrwdas têm poder para
cornunicar-se com o médium, senão sômentê 4quelas que
no outro. mundo têm poderes especiais. Essas almas-médiuns
são aquelas a que se deu o nome de "controladoras ou co-
municadoras". O controle é, de ordinário, "bem conhecidof'
para ,os que frequentdm as sessões, e Feda que é uma
moça da India que morreu aos catorze anos- é tão po-
pular entre os "controladores" como Eusápia -entre os'mé-
diuns. Às vezes "o controlador fala por boca do méüumf',
e neste caso pode-se logo reconhecê-lo pela voz. Da:
mos-lhe as boas noites, pois claramente é um espírito que
vem falar conosco, e tratamo-lo com a mesma educação
com que a um ser vivo; por outro lado, é mister mantê--lo
propício. A isto se séguem as perguntas; porque o contro-
lador é quem tem de fato "o controle" da sessão, e tetn,Ífffi,,,.
seguir à risca as suas instruções. í'fgg1 mensagens?".
-
"Sim".': Começa-se a dar os nomes dos concorrentes.e, -,.
ao chegar ao'da pessoa com quem o espít'ito quer falar
por meio do controlador, ouvem-se as três pancadas que,
significam "Sim".. Segue depois a conversqção "com o esf' .,
pírito" que já está ali, não porque o esíprito 1"1s
menos no caso presente
- Fleto
mas porque o diretor "lhe di-
rige perguntas" às quais - o. espírito responde "Sim" ou
"Não" por meio de pancadas. Aqui vem o caso de Joa-
ninha. -
Como os assistentes começam a acostumâr-se cgÍn, a
"escuridão" e podern ver menos mal, o controlador pede
màis escuridão e esta se 'faz cqmpleta. Então, depois
-
de p diretor "sugerir", com sua pergunta, que vai produ-
zir-se uma materialização, isto é, que os a§Eistentes "vão'
.ver" alguma coisa, em meio a renovados cantos aParece
para o lado do gabinete uma espécie de claridade na qual
u-iha das senhoras presentes imagina ver o ro§to .do filho"",

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As Frgudes'Esplrites e os Fenômeeos llletapsíquicos 139
'i

"iuger€""à assistênda "ser seu filho a luz que


i, A
;'l senhora
todôs vêem", e para conÍirmação deste "fato" faz-lhe'per-
.guntas e por goipes de 'Sirn" ou "Não" obtém as resposJ
i' ir "sslte que sopram" e que alguém lhe toca a, barba. Não
;. Iac. eo A-esapãrecer a visão, continua o canto. Um velho

lhe.rcsta dúvida: "é o espírito de sua mãe", na reali-


dade e, segundo a teoria, deveria ser quando -muito o es-
;'sugere" a ideia, e
:i,- ,' plrito de F;eda, -- di-lo em voz alta,
. os concorrentes "crêem" sobre a palavra do velho que a
deste está ali, o que'"se confirma" com as respostas
' mãe
dadas, por meio de pancadas, às perguntas.
Segue depois o caso de Matilde. O céptico Miranda
smtt que "alguémt' o tocou, mas não tem ideia de quem
possa sei. Repete-se o alfabeto e "por golpes" vem "o con-
trolador" a soletrar o nome de Matilde e a dar, como de-
talhe de que conhece Miranda, a palavra Veracruz. Com
isto, Miranda se lembra de ter conhecido em Veracruz uma
moça com esse nome, g co..mo ninguém o conhece a ele
exceto Varela não lhe resta dúvida de que é "essa Ma--
-
tilde", que lhe fala, e sente que Matilde deveria ser o
controlador Feda lhe dá um beijo. * - Sente um per-
-
Íume. O diretor "sugere a ideia de ser de açucenas". Mi-
randa o céptico não vê nada claro, pois está às escuras,
mas, ainda quando não estivesse às escuras, "teria visto
muito pouco ou, melhor, não teria reparádo em muitas coi-
sÍul que-ao redor de si se passavam"
- alucinação
or inibição devida ao estado de superexcitação
negativa-
em que ele
se acha. A irmã lhe pergunta: "E a médium, que fazia
-
nesse ínterim"? "Que me importa a mim a médium?", res-
pogde ele, "que sei eu? Não via, e, oinda quando tivesse
visto, não teria reparado". A história de Alberto a princí-
pio, e depois a de Matilde, mantinham-no completamente
emocionado. Se se tiver presente a psicologia "das multi-
dües", ver-se-á elaramente que Mirdnda náo estava nem
po{ia estar em conCições de observar, mesmo quando não
se achasse pessoalmente emocionado.
' Rogamos aos leitores que me acompanhem a üma "tou-
Íada". A praça, ao sol., está repteta de gente baixa e sem
educação, ao passo que à sombia está uma multidão de
pessoas decentes e educadas; advogados, médicos, enge-
nheircs, enfim a multidão de intelectuáis, entre os quais en-

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,,j

lô Cübs Maria de Hueüa, S. !.


contraàos um Magistrado, pessoa de grande autoridade, um
advogado muito sério que tem uma das bancas mais frc-
quentadas, um médico dos mais respeitáveis, e um homem
de 'negúcios o mais formal. . . quando estão cada u,m em
seus misteres... O toureiro vai matar.'Todos se catam,
como se alguém lhes houvesse mandado isso. Pode-se ou-
vir voar uma mosca. O toureiro mata o bruüo coÍll uma
soberba estocada. Sol e sombra, como um só homem, le-
vantam-se dos assentos no paroxismo do enfusiasmo, gri-
tam, gesticulam... atiram à arena os chapéus... entre .os
quais "esteirinhas" grosseiros e finos panamás, gorros ba-
ratos e "lebres" custosas. O advogado muito sério, o res-
peitável doutor, o homem de negócios formal e o autdriza-
do Magistrado também atiraram os chapéus à arena. . . e
gesticulam e gritam como qualquer um, Foram presas do
mesmo entusiasmo. . . não puderam livrar-se da influência
da multidão. . . .a lei das massas Íê-los 'descer ao nível dos
homens do povo.'Formam parte da multidão e esquecéram-
se de si mesmos.
Para formar "multidão", seis ou oito pessoas bastam.
Assim, pois, numa sessão espírita íodos os assistentes
"acham-se no mesmo'nível", e, como a maioria "crê" tla
Hipótese Espírita como num fato, todos os presentes, quef
sejam intelectuais quer não, acham-se sob a influência da.
multidão. Nestas condições, não podem observar, e suas ob-
servações "não têm valor científico algum". Sob a influên-
cia da "multidão" a alucinação exerce em cada' um dos
membros, como em toda a massa, uma influência inegável.,
Os gatunos sabem-no muito bem, por experiência, e ne§-
ses momentos podem funcionar folgadamente. Na excitação .
do momento, um gatuno pode roubar um relógio ao per-
sonagem que tem a seu lado, como a maior facilidade do
mundo. A excitação faz com que a vítima não veja nem
sinta quando o gatuno lhe tira o relógio do bolso.
Esta foi uma das causas por qu€ Miranda, pergun-
tado sobre se tinha visto o que a médium tazia na sessão,
respondeu que "Não'í, porquanto, mesmo quurdo nãrí tives-
se havido êscuridão, "não estava para observar".
Ora, nãô tendo observado do modo devido o que na'
sessão se passava, como pôde dar testemunho da verdade
dos fotos? E, contudq o dd, mas não do que observou ou

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As Fíaides Esplritas e os Fenômenos Metapstqaicos r41

{eixou de observar, e sim da impressão que os ldos .pro-


dtriram nele sob. a influência tanto da multidão cofu das
atrc próprias emoçõci. Ou, o que é o mesmo, "seufpste-
munho entendido na ordem objetiva da "sessão" q{ tem
-ncm. pode ter valor científico dô espécie alguma".
! mas,
rc dissermos isto a Miranda, ele ."se enfadará cdnosco",
porlue não acreditamos no seu testemunho. "Ele estâ per-
smdido de que Matilde lhe falou e -lhe deu um beijo", e
'haveÉ
, não esforço humario que lhe tire da cabeçã esta
convicção.
Pois bem: suponhamos como de fato sucedeu nessa
sessdo -
que tudo tenlru sido burla; que era a médium
-
quem "descaradamente", na escuridão, dava pancadas num
dos pés da mesa para produzir os "misteriosbs raps"l que
"o (liretor" foi quem, com um leque, andou ao redor fa-
zendo vento sobre as cabeças dos concorrentes; que foi ele
quem puxou as barbas ao pobre velho; que foi ele quem,
tirando do-bolso uma gaze "com pintura luminosa", fez "a
famosa materialização" em que Luísa "viu o rosto do Íi-
-lho"; que elé mesmo foi quem deu beijo
o em Miranda,
e foi quem, havendo prêviamente obtido informes acerca
da amizade de Miranda com uma certa Matilde em Vera-
cnrz, lhe deu a mensagem batendo. com um lápis no espal-
dar de uma cadeira, e quem, finalmente, derramou umas
gotas de essência, sugerindo ser "cheiro de açücenas". Mi-
randa, que não estava, e nem poderia fàcilmente ter esta-
do, a par de todas essas cfticcncs, recebeu com elas o mes-
ma impràssão que teria recebido se a alma desencarnada
de Matilde o tivesse beijado. Mas, oh desilusão! quando,
voltando ao México, tratou de informar-se em Veracruz so-
bre oquela mulher, soube que "ebtavo perfeitomente bem
de wúde, cosada e com quotro filhos". Então Miranda veio
'a cairComo
do cavalo!. . .
este são Ç7 por cento dos casos que achamos
colecionados nos livros de "Cavalaria", quer dizer, sobre o
Esplritismo, porquanto, mesmo supondo que ,,realmente,' se
passe em algumas sessões algo de verdadeiro, como breve
veremos, o que a quase totalidade dessas narrações nos re-
ferem qãq.são os latos tois como ocorremm, mas sim as
impressões recebidos pelas pessoos que os presenciaiam, o
qu. coisa muito diferente. Para o pobre Capitão inglês, a
Í

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142 Carlos Morio, de Heredia, S. !,

impressão Íài tatal, apesaÍ de não ter sido nenhum espírito


do outro mundo que se lhe apresentou embrulhado no len-
çol, mas sim um de seus companheiros, que teve a preca[-
ção qç lhe tirar as balas, deixando sÔmente na pistola o8
cartucps com pólvora. O enterro do Faquir é igualmmte
um fatb inegável, mas não é o Hipnotismo, neú são os
EspÍritos quõ causam "o fenômeno", mas sim.ô túnel pelo
qual se escapa o Faquir, indo dormir em casa ntui confor-
tàvelmente, enquanto o "observador" passa a rrbite, muito
sério, cuidando da sepultura. . .

Reflexões Psicológicas.

Nas sessões espíritas, a influência da 'mültid io", a


escuridão, as alucinações e as emoções pessoais fazem que
seia dificílimo "observar"; mais difícil ainda é, porém, que
g observadoÍ separe no seu relato o que rcalmente viu, da
intpressão. que aquilo que ele "viu" lhe produziu no emo-
cionado espírito.
Por outras palavras, os relatos que ordinàriamente Pro-
cedem dessa classe de sessões espíritas, que são a maioria,
ainda que narrem com toda fidelidade e precisão as im.-
pressões subjctivos da testemunha,'náo têm nenhum valor
científico. para provaÍ a existêncio objetíva do fenômeno, e
muito menos a verdade do teoria espírita.

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ôapítulo XVII.

Resumo e Conclusões.
i Tendo tido os capítulos deste primeiro livro, dizia-nos
, uÍna pessoa tão inteligente como ilustrada: "Creiô que, de-
.f.'.' pois de ler todas as razões e documentos acumulados para
.
: provar a fraude, não ficará um só leitor sensato que não
, esteja de acordo em que noventâ por cento dos fenômenos
' espÍritas que nos contam sejam devidos a côincidências,
ii . sôãs, artiiícios e grosseriai". Ao que respondemos: !!u- Faz
:, muito bem em dizer "leitor sensato", pois grande parte dos
ii u que lerem este livro, "nascidos no minuto psicológico", não
:. deixarão de atacar-nos com todo encarniçamento, como os
*i Babil6nios de antigamente, seus venerandos .antecessores,
li, .atacàram o'Profeta Daniel por ter descoberto a fraude dos
, . sacerdotes de Bel. Haverá outros - e nãO poucos - guê,
embora de acordo com os "noventa por cento" (pois esta
já chegou a ser uma frase consagrada), quando se lhes
apresente.algum casó, sem dúvida o incluirão desde logo
nos dez por cento restantes, pretendendo que, embora ou-
tros casos sejam fraudulentos, aquele que lhes relatam, e"
: que eles não podem explicar, por este fato tem de ser ver-
i.'' dadeiro, Qü€r dizer, produzido pelos espÍritos não encarna-.
dos ou
i., almas dos defuntos.
diabos, ou então pelos espíritos desencarnados ou
il , Da análise dos dez por Cento dos fe-
[iiu nômenos restantes ocupar-nos-emos na segunda parte deste
livro.
Aos leitores 'lsensatos', e -Ílão aos Babilônios, é que
nos dirigimos. Como resumo desta primeira parte do nosso
i'. livro,
ttvfu, tiramõs
ufarll(,§ a§
as çonçtusoes
conclusões segumtes:
seguintes:
l ) O principal Íundamentor "subjetivo" dos mal cha-
mados "fenômenos espíritas" encerra-se neste antigo re--
fuáo: "O mundo quer ser engotwdo"; isto é, gosta ãe ser
"mistificado". A todos nós agrada o misterioso, e ainda
mais se se mistura com assuntos da outra vida, do atém--

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744 Carlos Maria de Herctlia, S. l.
túmuto. Há, em geral, uma disposição ou inclinação para
crer ná ihtervenção frequente de causas ocultas, malignas'
ou benéficas, na nossa vida comum.
2) O segundo fundamento "subietivo" do êxito dos
"fenômenos esBíritas" é a infinidade de Babilônios que nas-
cem no minuto psicológico e não só participam da disposição
universal dos demais mortais, de "serem propensos à misti-
ficação", como também juntam a esta qualidade "negativa" ..i
outra perfeitamente positiva: "prestam-se de maneira espe-
cial a ser enganados, pela sua excessiva credulidade". São
"lompos" que têm a boca constantemente aberta para en-
golir tudo.
3) O terceiro fundamento "subjetivo" está em que as
próprias pessoas ild§tradas usam pràtlcamente do seguinte
critério: "Aquilo que eu não posso explicar, depois de um
exame sério do fenômeno tem necessàriamente uflut ao,uso
preternatural". Lembremo-nos das palavras textuàis do P.
Lanslots, que citamos no cap. VII a propósito do enterro
do faquir.
4) O quarto fundamento "subjetivo" está na presun-
lhe não thamar pedantismo de-muita gente
ção
- para
ilustrada "noutras matérias", que as faz- crer-se imunes a
todo engano, porque estudaram ou ensinaram filosofia ou
teologia. Acreditam que ou ninguém as pode enganar em
nenhuma outra matéria, ou que, para enganá-las, é preciso
"muita coisa"... São "demasiado" inteligentes e instruídas. :'
5) O quinto fundamento "subjetivo" está em que, mes- '
mo antes de examinar o fenômeno, muitas pessoas' já têm ,

uma teoria preconcebida paÍe explicá-lo, quer seja a da in-


tervenção diabólica, quer seja a da intervenção das almas
dos defuntos. Não vendo, ou não conhecendo imediatamen-
te, a causa que produz esses fenômenos, logo se inclinam, ...
pelo menos,' a atribuir o fenômeno aos espfritos, não en-
carnados ou desencarnados.
6) O sexto fundamento "subietivo" consiste em quê os
que sobre isto escrevem não tiveram "experiência pessoal" 'I
neste assunto, mas se fiam "no que os outros dizem". t, 'i,
gerat, tem-se um coúecimento meramente especulativo, e
não prático, desta classe de manifestações. Isto foi o quq
o Uom doutor Lapponi confessou francamente: "nunca ter - .,irri

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ás. Fr«idç*tifspritas c oi" fintnaoi tlíetap$çar"o, "145

: 'yi:lg nenhum O9sqq fenômenog,', qüe ele cântü.damente ad-


4itia como verdadeiros pelo testemunho alheio..
7) O sétimo fundamento ,,subietivo', consiste em dar
!íao testemunho humaao um volor qie
ete ndo tem,'. O tes-
i t"qTnho humano é uitério de verclade quando aquele que
; .i'
i g Oa
q dá neo
não so-mente o .que
sômente diz o que pense
pen§e ser vãrdade, ,n", quan_
verdade, mas quáo-
:-:.; «lo 9 que ele pensa ser verdade corresponde rmtmeite à
i:jt. üÍ(ade obietlva. Se uma pessoa
i confunde -
persuadida de ser ver-
";,dade "a
imptessão que recebeu,, ao* o qua
realment-e se passou, sendo isto ôoisa diversa, seu tesiã-
muhho de nada vale. Como já dissemos, se uma pessoa uá
-qtmlquer
tru escuridão uma mdscara pintada com pintura
ly4inosa, e a impressão que recebe (pela sugestão'ào ma-
nipulador) é q.ue rulmente viu a ca,fu ao ã,A, e assim o
atesta sob juramento, seu têstemunho é inválido, seja essa
pssoa a mais respeitável que se queira. porquanto, ainda
-dizendo
que;'subjetivamente. acredite estar a verdaáe,,, na
realidade não a diz, porque de fato não há aí conformi-
I dade entre o entendinrento e a própria coisa.
: A estas causas subietivas de erro que são as prin-
clpais juntam-se outros adminículos -externos, qr"nd'o se
-
trata desta espécie de fenômenos, que, nos induzôm a dar ,
como verdadeiros fatos que não o são, ou a ahibuir a pro-
dução de ditos Íenômenos a uma causa que não é a ver-
dadeira.'
a) Sendo estes fenômenós .,fráudulentos,,
dos produzidos por fraude tratamos nesta primeira - pois só
parte,
- têm por
chamado
base "obietiva" principal aquilo a que havemos
(pslcologia
da decepção,'. Pbr exemplo, vemos na
escuridão uma forma luminosa que semelha uma cara. O
Ígto é verdâdeiro: uma cara tumlnosa. Devido à .,sugestão;i
ÍigÍramo-nos que dita cara se pàrece com a de nos:so avô.
Este fato poderá ou não ser verdadeiro. O médium ,,asse-
gura-nos" que aquela cara é a de um 'senhor que moÍÍeu
de pneumonia aos oitenta e três anos, a 25 de Agosto de
1880, e que se chamàva Antônio. Como nosso avô se cha-
mava Antônio e morreu de pneumonia aos oitenta e três
anos, a 25 de Agosto de 1889 (tudo isto é ccrto), conclul-
mos que aquela cara lumlnosq é 4 dê noçso avô. E ,assiql
asseveramos, depois, sob iuramenlo, termos vistô"o -rosto',
Fresdcr Eipliltrs
- l0

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14ô . :
Cartos Moda dc Hocaia, S.'
'..t .. r '
l. ' É
,'
mgteriglirÃdo de nosso avô, quando M realidgde o que vi-
mos foi uma mriscato pitúodo com Pintura luminosa.
b) A coincidência vem muitas vezes auxiliar a de-
cepçãó. A senhora Murphy pergunta onde está o irmão a
quem não vê há anos. A médium lembra que, próximq à sta
casa, há um sorveteiro por nome João Murphy, e dá a
direção deste. A serihora Murptry telegrafa, e "resulta pura-
coincidência" ser aquete João Murphy realmente o irmão t.;
., ela procurava. Às meras coincidências devemog acres- ,
que
centar "as conieturas prováveis" que os médiuns fazem com ê
freguência. E' um domingo à noite. A senhora Martinez, ,.i
pessoa já avúçada em anos, pergunta: Onde está a estas :ii
Loras miu filho Pedro? A médium faz esta co'nietura: "Do- lt.i
mingo à noite provàvelmente ele estará no cinema", e diz: ri
"Est-á no cineria com uma senhora". A senhora Martinez ,.i
averigua no dia seguinte e sabe que efeüvamente na noite ::''
anhriôr seu filho Pedro foi ao cinàma com sua mulher. Eis
qui uma coincidência devida a uma conietura. Nesta clas- ..
se de conjeturas mtá principalmente baseada "a clêncie"
das cartomantes.
c) Como deixamos apontado quando tratamos da psi-
cohgia de uma "sessão", tem uma influência decisiva oeÉ
bre ã "espêctador" -aquilo a que se chama psicologia üà
muttidiío. Três categorias de pessoas coetumam assistir á
uma sessão espírita: os que crêem firmemente na interven-
ção dos espíritos e para os quais qualquer manifestação ê, 'i
verdadeira. Estes são ou a tofalidade ou pelo menos a ,.i
maioria. Os gue, embora não creiam, estão porém dispoqtos :i
a cÍer,. sempre que os fenômenos os convençarç Estes pre- '.,i
cisam de pouca coisa para co[v€Ílc€r-sê. Finalmente, 08 ':1
que não ciêem em nadâ, mas que, sem etntaÍgor $peram -]
vlr algo de extraordinário. Com um auditório desta classe, :;
e'se a lei das multidõçs é verdadeira, qualquer um quq.
entre na sessão tem necessàriamente de "caiÍ" e pen§aÍ 'i§
como os demais, pelo menos durante a própria sessão. E .i
estes são as testémunhas que, depois, no.'"tteguram da -:!
reatidade e autenticidade dos fenômenos espíritasll! ',t
d)Vêmemseguidaos..escritoressobreoEspiritis.
mel a. rebitar o çravo do engano, embora às vezes com a . .rl

mehor intenção do mundo, como Lapponi e os da sua es;


ctla Como eles têm a ideia "preconcebida" de Qlre 'lreal-

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l-. :. -

aAs Frdfldes Esptritus e os Fenâmenos Müapstquicoç l4?"


'rÍÊíte" nas sessões espíritas se passam "coisas extraordi-
náliau'', não ogsardo assistir a elas para investigar de pet-
to os fenômenos que atÍibuem à influência dos espíritos
malignos, colham seus inÍormes nos livros que lhes vêm
.às.mãoe, ou então "de pessoas que consideram fidedignas".
.Os liwos de onde "copiam" são dos espíritas ou de pes-
, soaE crédulas, aos quais eles dão fé, e contentam-se ape-
'nat com mudar a causq atribuindo ao diabo aquilo que os
-emboia
orifios atribuem aos espíritos dos defuntos. E em
"teoria" digam que 90 por cento dos fenômenos são cau-
sados pela fraude, de fato atribuem esses 90 por cento à
intervcnção de Satanás, como o que iá se iulgam muito
ortodoxos. As pesso,as que eles consideram "fidedignas"
são, ern geral, indivíduos 'timoratos e crédulos em exhe-
mo4, os quais, quando muito, contam' "as impressões que
receberam", conÍundindo estas com o que realmente suce-
.eu; ou então contam "com toda religiôsidade,, haver-lhes
a esposa contado que sua irmã lhe dissera, que uma ami§'a
. sua lhe havia dito... as coisas mais extraordinárias!!! bem
' o creiq coisas inauditas. Mas como essa pessoa é piedosa
' eE tímida... naturalmente o seu testemuntio é verdàdeiro!!
assim dão lugar em seus livros a essas .,patotas,,, que
outra coisa não são muitos desses ,,fatos,, (?) relatados pe-
los nossos escritores. Não nos esqueçamos daquele fibúfo
e teólogo a quem enganaÍam. com o caso da adivinha, e
que escreveu um artigo intitulado: "Minhas experiências
oom uma médium famosa", artigo que, graças a Deus, não
foi publicado.
Cremos Íirmemente que ninguém tem conhibuÍdo tan-
to para 'lcredenciar a patranha espírita como os nossos es-
critores sobre o Espiritismo'?.
. e) Finalmente, a fonte de todos esses eÍTos .,são os
médiuns", que, para divertir-ee, patà tazer negócio ou paÍa
ouhos fins, se dedicam a enganar os infelizes Babilônios
dos nossos tempos, dispostos como os antigos a engolir
quantos embelecos-so lhes apresentem nas "sessões,,, como
se fossem verdadeiros Íenômenos produzidos pelas almas
dos defuntss.
Com este Íesumo deveríamos dar por terminada esta
primeira parte, na qual só tratamos das lroudes espíritost
Se com isto conseguirmos que "os leitores sensatos,, apren-
lo.

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.i

.1,18 Carlos llaila de Hercüa, §. ,. t


dam a duvidàr sempre quê se lhes fale desta çlase de
Íenômenos, acreditaremos ter praticado uma boa obra. Mas
§e, além dlsto, tivéssemos conseguido que "os futuros e§-
critores sobre espiritismo" deixassem a credulidade babilô-
nica de seus predecessores e a substituÍssem por um-crité-
rio sensato, selecionando com madureza suas citaçõ€s e
exemplos, julgarÍamos ter conseguido mais em favor da cau-
sa da verdade do que o que Cervantes conseguiu em favor
da literatura, com o seu imortal "Dom Quixote". Todavia,
não nos fazemos ilusões, pois não basta desÍruir, é neces-
sário também construir, quer dizer, procuraÍ dar uma ex-
plicação racional que elucide, pelo menos de maneira pro-
vável, a origem de certos fenômenos (a que chamamos me-
tapsíquicos, e nib espíritas), nos quais parece intervir, co-
mo causa eficiente, uma mente ocllta. Ou, por outras pa-
lavras, resta-nos esfudar "esses famosos dez por cento" de
lenômenos estranhos que, caso existam, não são devidos à
fraude. Destes trataremos na segunda parte.
Mas, antes de concluir, pareceu-nos convenienle. for-
mular alguns esclarecimentos, para tirar escrúpulos e dúvi-
das, antes de empreendermos a nosSa nova tarefa.
eÍtexõcs Psioló§cas.

Concluímos este primeiro livro com as mesmas rctle-


xões com que o começamo§: "Já que, como muito bem diz
o Eclesiastes, "infinito é o número dos néscios"; iá que,
como disse Petrônio, "o mundo quer ser enganado, pois
que o seja"; não devemos estranhar que tantas pessoas
creiam na "autenticidade" das fraudes espiritistas, toman-
do-as como fenômenos verdadeiros, quando o engano se
cobre com a aparência da verdede".
Contudo, ao terminarmos esta primeira parte espera-
mos que os leitores sensatos apliquem ao Espiritismo o dk-
tico de Marcial:
. "Decipies allos rreÍbie vuttuque benigno,
I{,am mihi iam notrs discimulator eris".
"A outroo.engan*rás com tuu palawa.r c 'rosto prazenteirc;
mas, quanto a mim, bern sei qre éa um erganado/'.

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-,,JÉ
Capítnlo XVlll.

Esclarecimento§.
. Todos nós católicos somos espirifualistás, mas não es-
plritas. Cremos na existência,de espÍritos; mas não em que
estes se comuniquem conosco sensivelmenta, de um modo
cbmum,.e à vontade.de certas pessoas chamadas médiuns.
Cremos em Deus, que é espírito puro; nos anios, bons
,e mau§, que também são espíritos e não têm corpo; na atma,
que, s€ bem esteia unida ao corpo'enquanto vivemos, sendo
espírito sobrevive à matéria, da qual fica separada pela
morte.
Nób católicos sabÊmos oo certo, pela Sagrada Escri-
tura, que em determinadas ocasiões, por motivos gravês,
Deus tem permitido aos espíritos angélicos, bons ou maus,
comunicar-sê cem os homens de mqneira sensível. Tal é o
caso da aparição do Arcanjo S. Rafaet a Tobias e a do
diabo quando tentou Nosso Senhor no deserto.
Igualmente sabemos oo certo, pelo Evangelho, que Deus
deu permissão a algumas almas de defuntos para apaÍece-
rem; tal é o caso da apariião de Moisés.no dia da Trans-
figuração.
Também sabemos ao certo que Deus deu permissão
ao demOnio para atormentar lisimmente os corpos de al-
gumas'pessoas de quem lemos no Evangelho que estqyam
possessos de Satanás
ttto é o q.uc sabemos oo certo pela Sagrada Escritura
e o que nenhum.católico pode negar.
Ora, que desde o tempo da mor'te do úttimo apóstolo
até agora haiem de lato aprêcido anjos, almas de defantos,
oa o dlobo tcalm possuldo dgumas pessods certamente, ndo
é coiw de Í!; poÍfu, consoante o sentir comum da lgreja,
tais coisas também dc lato ocorrerom.
Por isto, o Íato de esro ou aquela opariçdo ser wr.da-
deirq ou de tal ou quat pessoo estor poss?ssa, pode ser ne-

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,150 Curlw {taria de Hercüa, E. tt t
gado por qualquer um, se considerar que as plovos'dazt,
das ndo são sulicientes pra torrpr isso crivel.
Em se tratando de aparições de santos, a Igreja umas
vezes aprova a piedosa crençs, outras apen:rs a tolem, e
na maioria dos casos rejeito<. Até agor4 a lgreja nunca
obrigou seus filhos r'a ctircm" ern tal õu qual apariçao par-
tictlar, por mais respeitáveis que sejam as provas que e
fundamentem.
Todos nós católicos cremos ra possibilidade dos mila-
gres, e em que de loto Deus os tem operado. Também cre-
mos que a mão de Deus não se encurtou e continua ope-
rando milagres e os continuará operando até o fim do mun-
do. Mas declarar qae tol ou qual Íato, por mais admirável
que nos pareça, "é qm milagre"l isto por direito próprio
reservou-o a si a Santa lgreja, que todo ono rejeita ínrú-
meros latos considerados como milagrosos.
Para que o leitor veja o sumo cuidado que a Igreja tem
neste ponto, diremos aqui que, consoante os docuinentos
autênticos mandados colher por Pio X em lgl4, dos mi-
lhares de casos reportados em Lourdes durante cinquenta
anos, sd trintq e Írês foram pela lgreja declarados autênti.
camente "milagrosos".
Inúmeros são os casos apresentados à lgreja por oÇa-
sião da canonização dos santos; pouquíssimos'são, porém,
relativamente, os que ela a&nite como milagrqsos. Em regra
geral, tanto em Lourdes como nos casos de curas reporta-
dos para a canonização dos santos, Roma rejeita sistenrà-
ticarnente todos aqueles que se relacionam diretamente com
o sistema nervoso, pela facilidade que há de ser têl efeítq
considerado pelo vulgo como extraordinário, um mero fe-
nômeno neryoso, por mais admirável que se queir4 mas pu-
ramente natural. Isto no que se relaciona com os milagres.
Se destes passarmos paÍa as "revelações e aparições"r v€.
rificamos que a lgreia é ainda muito mais estrita. E, em
caso de "aprovação'l, que é muito raro, apenas louva "a
piedosa crença", sem lhe dar um formal róconhecimento de
ser sobrenatural, como cucede nos casos de curas milagro-
sas; e muiúas das aparições e revela@s que alguns crêem
terem sido "aprovadas" pele lgreia, apenas são'itoleradas"
e nada mais.
Pois bem: embora a lgreja admita não só a "possibi-
lidade" da possessão diabólica, mas também a sus p1ofu.,.

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o Ás FrU1rdcs Bspbitas e os Fcnâmetu.s ll{efupsíqulcos' l5l ''t:1_;4
:l ::+

billdade, aomô o pÍova o ter uma Ordem chamada Exorcista


e a fórmula dos ÊxoÍciulotr no ritual, todavia na advertên-
i, cia Que precede ditos exorcismos ela admoesta com toda
: seriedade ao exorc{süa "que não creia com facilidade esteja
uma pessoa possuída do demônio, confundindo a possessão
com alguma doença'. I
Nú tristOrias eclesiásticas e nas vidas dos santos, te-
mos muitíssimos exemplos de casos de pessoas cohsiderã-
das como possessas, ma§, apesar disto, "nem em um só
caso sabemos tenha a lgreja pronunciado sutoritàriamente
que tal ou qual pessoa esteja verdadeiramente possuída do
demônio".
Urna coisa é a admissão "geral" da intervenção dia-
Mlica, moral ou física, e outra é a admissão de um fato
concreto de iniervenção física do diabo.

R{texõ* Psicológicas.

Poderá muito bem uma pessoa vir dizer-nos que lhe


apareceu a alma de seu irmão, pedindo orações para sair
do purgatório. Isso será ou não será certo; mas bem pode
alguém crê-lo se quiser, pois nada impede a infinita mise-
ricórdia de Deus de usar desse meio para livrar de suas
penas uma alma que lhe é muito cara. Mas, se essa mesma
pessoa vem e nos diz que pode comunicar-se "quando lhe
apraz" com a alma de seu irmão defunto, pondo aq mãos
numa Ínesa, à qual "vem o espírito" e lhe escreve recados,
versos ou coisas sérias, conforme o humor que gasta; se
nos assevera que Napoleão em pessoo (que tão mau gênio
tinha) vem, poÍ meio de saltos das mgsas, falar com um
beócio gwlquer, pedimos aos leitores tenham a bondade de
desculpar-nos se não cremos em semelhantes histórias, que
deixamos para os Babilônios de puro sangue.
Se queres ser enganado,
como o dissera Petrônio,
e iulgas o Esp.iritiuno,
por provas muitas, idôneo,
. náo te d$gostes, leitor,
se ,te chamam Babilônio.
Mas, se aos EspÍritas dizes
o que disse Marcial:
"lâ náo creio, é pura Íraude
a Yossa ciência asttal',
mostÍarás que oáo nascesb
em o minuio fatal.

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.,§

r'r

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LIVRO II.

os FENôMENOS METAPSÍQUI@S.

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':i:
:..,:l

Não nog derrcmos abalançar a formar hipóteses antes de es.


tarmos bem *guros dos fatos.
Aúnitir os fatos ( uma coisa, e dar como veriÍicada lma hi-
pótese é coisa rnuito distinta. Sir Oliver Lodge.
-

Os homens prudentes aprefld€m Ínesmo dos tolos; mas os tolos


não aprendem de ninguém. CatÍlo o Censor.
-

Criai uma teoria, e não vos faltarão fatos tom que pretendais
corroborá-la; porém lnal a teoria «)mece a vacilar, os Íatos &aa-
parecerão automàticamente. X.
-

Antes de explicar os fatos é necessário comprová-loa; evita-le,


&ste modo, o ridículo de achar a caüsa daquilo que náo exisüe.
Fontenelle. -

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CapÍtulo I.

&tado da Questiio.
A Mitologia foi um verdadeiro tratado de Física dos
tempos prirnitivos; nos quais, não tmdo a mais remota ideia
das causas naturais que produeiam certos Íenômenos do
Universo, os homens as atribuíam
. rais dos deuses. Nesse Trotado deaos
poderes preternafu-
Física-poétiia admitia-
se gue "os raios, forjados por Vulcano, eram arrojados so-
bre os mortais por Júpiter em pessoa,,. Esta teoiia era a
do "Theus ex mecanes,' de Menendro, vertido em Iatim por
Horácio: "Deus ex machina,', Que podíamos muito bem üa-
-_ duzir livremente em nossa líúgua por: ,.Os deuses metidos
a trapaceiro§". A Mitologia era verdadeiramente uma ex-
plicação dos fenômenss naturais pof meio da intervenião
dos deuses. Explicação simples, muito adaptada às menües
í'piimitivas". Consoante o testemunho
de Aristófanes, a chu-
va era explicada, embora de maneira bastante vulgar, pela
intervenção imediata de.Júpiter e de outras divindãdes.
O Espiritismo moderno é, do mesmo modo, um sistema
em que certos fenômenos de origem desconhecida se expli-
gamr com a maior facilidade do. mundo, pela intervenção
imediata dos "Espíritos não encarnados ou diabos, ,u àos
.defuntos,,. Neste
. Espíritos desencarnados ou almas dos sen-
tido o livro de Lapponi (e outros muitos selnelhantes a ele)
podíamos chamá-lo de "Tratado completo de Metapsíquica-
Poética".
Com efeito, que de mais simples do que explicar todos
os fenômenos (verdadeiros ou falsos) quà têm uma causa
. desconhecidâ, por meio da intervenção áireta dos espíritgs
não encarnados ou desencarnadôs? eue maior unídodà pode
haver neste sistema de fenômenoq' se todos têm a ,ôsrn"
clusa- os Espíritos? Que fenômeno, por mais,raro e com-
plicado que seia, não se poderá explicar sem a rnenor di-
ficuldade pela intervenção- dos espirttose verdadeiramente,

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156 Ctrlos Maria de Heredia, S. ,.
é coisa triste que os homens de ciência andem çeimando
as pestanas paia averiguar a caüsa dos fenômenos lumino- :.,i
sos ou eleçtro-magnéticos, quando têÍn à mão a solução !
simplíssima
- ús Espíritoslll
Que são os eléctrons? ,Espíritos pequeníssimos (os mi-
cróbios do mundo espírita) revestidos de éter ou corPos
astrais" Que coisa é a afinidade química? A amizade ínti-
ma entre os micróbios do mundo espírita. A que é que §e
deve o movimentó dos astros? À força descomunal dos es-
pÍritos maiores que, aplicando "activa passivis'1, andam ar-
riando os corpos celestes para os espaços interplanetários. L

Realmente a óiência moderna tem-se lransviado procurando '


averiguar'e causa dos fenômenos físicos, tendo à mão uma :
expliiação tão simples: os Espíritos!!!
' Com esta teoria de espírítos maiores, menore§ e 'mííi- I
mos que andam regulando o Universo, o Transformismo e -:;
a origem da vida são coisas simplíssimas de êxplica.r. Por
que não hão de ser os espíritos os agentes de todos esses
fenômenos inexplicáveis? Quem haverá que pos§a provar
de maneira evidente não serem eles? Não têm os espiritos .:.
maiores poder para tudo isto e muito mais? Não sabem ..r
porvehtuia comó aplicar "activa passivis"? Não têm Po9": ,;i
ies e inteligências- muito superiores aos do homem? Em- I
que é que empregam seu temPo?...
Esta maneira de argumentar, que não pode deixar de
parecer ridícula a qualqqer pessoa sensata í'da época atual",
esteve em voga em épocas não distantes de hós, e no prc'
sente é a moneira de discorrer dos espíritns e seus congê'
neres. Que no gabinete de um médium se ouçam tocar, por
mãos invisíveis, pandeiros e guitarras, isto nâda tem de
estranho: são espíritos desencarnados "caipira§" que vêm do-'
outro mundo recordar seus bons tempos. auem pode pro-
var o conhário? Que as mesas comecem a dançar e a fazer
piruetas sem que ninguém veia as mãos que as põem em
moümento, são os espíritos de dançarinos e titereilos q!3
continuam pondo em prática a§ §uas habilidades. Que di-
reito temos de lhes negar es§e espairecimento? Que uma , ri
pessoa ignorante tome um lápis e comece a €scrê-vêr ver-
ios,.o qúe antes nunca tinha feito, é o espírito de Byron
que quei continuar â sua obra mundana. Quefl poderá ne-
seja ele, quando o espirito lle põe a Íirma?
- que
§ar
A isto respondem os esplritas: A diferença €nm o§

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'n4eúcc.
Ás Esplritas e:bs'Fedônmos lfida$tqalcos Iú?

'fQaômenos fíricos; químicos, etc., e es fenômenos metapsí-


i::. qqigos é sumamente grande. Nestes úlümos vê-se a inter-
:r',: vcnÉo "de uma mente, de um espírito, de uma causa in-
telectual", perfeitamente deÍinida, ao passo que nos outros
Íenômenos naturais não se observa esta influência. Daí que,
ge é ridÍculo atribuir o movimento dos astros, ou a'afini-
dade das substâncias, à intervenção dos espíritos, não seja
ridículo o caso do fenômeno espírita, quando de maneira
. misteriosa se receba umà mensagem que pressupõe a ação
'- de uma mente inteligente. O caso é completamente diver-
so. Daí não existir a paridade. A isto respondemos distin-
guindo: "Não há paridade,entre os fenômenos lísicos do
espiritismo e os fenômenos naturais da física, química, etc.
Negamos isto, porque há, sim, paridade..Que não haja pa-
rldade entre os fenômenos mentais do espiritismo e os fe-
nômçnos físicos da química, étc., concedemo-lo. Ora, como
paÍa'os espíritas e ieus congêneres os espÍriüos, não en-
carnados ou desencarnados, são a causa tanto dos fenô-
'menos físicos como dos fenômenos mentais do chamado
. esplritismo, se eles não distinguem, não somos nós quem
tem obrigação de distinguir. PaÍa eles, os mesmos espíritos
que movem as mesas e tocom instrumentos são os que dão
mcnsageis. Por isso havemos atribuído aos espíritos maio-
Íes ou menores a ealrsalidade da afinidade e o movimento
dos astros. No dia em que os espíritas deixarem de atri-
buir aos espíritos a paie físrico ãos mal chamados'fenô-
menos espíritas, nesse dia não teremos direito de atribuir
aos espíritos a causalidade dos fenômenos naturais. En-
quanto eles não retirarem a sua explicação, nós temos o di-
reito de sustentar a nossa, por mais úsurda que pareça.
Por outro tado, continúam os espÍritas, dàsde o mo-
meÍlto em que os adversários dizem que "podem se produ-
nzir qualquer dos fenômenos espíritas", é porque os fenô-
menos espírltos existem rcalmente, pois se não existissem
aão poderiam reproduzir-sç.
Com efeito, a reprodução exige "algo que repÍoduzir",
mas isto não prova que "o reproduzidol' seja necessària-
mente "um fenômeno verdadeiro"; pode-se muito bem re-
produzir um ardil. Porém, mesmo supondo que o fenômeno
Íosse verdadeirq a sua reprodução não implica que a cau-
sa que o produz seja necessàriamente um espírito desencar-
nado ou não. Para "reproduzir" um quadro de Rubens,é

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I58r ' Cailss Matia de Heredia; §, I.. :-1. . .

necessátio que o Qüadro pintado por Rubens- exista; mas


essa reprodução não quer dizer que Rubens teniu pintailo
seu q.uadro ajudodo pelo diabo. Suponhamos, por um m(F
mento, que os "raps", ou pancadas secas por -contacto, se-
jam um fenômeno autêntico que se pode reproduzir. por
fraude; isso não implica que os "iaps" sejam pro-
duzidos necessàriamente pelos espiritos; podem ser produ-
zidos por outra causa física até agoÍa desconhecida.
Argumentam de ncivo os espíritas dizendo: Nossos ad-
versários admitem que, embora haia muita fraude nos'fe.
nômenos espíritas, o que também nós outros admiürnos,
há, sem embargo, uns dez por cento de fenômenos verda-
deiros. Logo, alguns fenômenos espíritas, pelo menos,
existem.
Respondemos: Que a grande maioria dos esciitores ca-
tólicos digam que pelo menos uns dez por cento dos fenô-
menos espíritas não são devidos à fraude, infelizmente é
um fato. A famosa Írase dos dez por cento fez fortuna en-.
tre os nossos autores, que assim pensam sair de dificulda.
des. Nós não cremos nos dez por cento. Contudo, ôonce-
dendo o antecedente, negamos o consequente e a conse-
quência. E a nzáo é que o fato de haver uns dez por
cento de fenômenos inexplicáveis para muitos não argui qiie
ditos fenômenos seiam necessàriamente produzidos pelos
espíritos, o que é a conclusão-errôneâ dos espíritas e seus
congêneres. A conclusão seria: Logo, há certos Íenômmos
(nos quais aparece a intervenção di umá mente inteligente,
pois só destes tratamos) cuia cauia não é a Íraudé; no.
que estamos conformes.
Como se vê claramente por tudo o que havemos dito
tanto no livro anteri<rr como no capítulo presente, nesta
matéria hâ,uma'grandc conlusão de ideias [1ue nos'obriga
a estabelecer de maneira .clara e definitiva o estado da r
questão. E' necessário sabermos de que é que tratamos e'
de que é que não tratamos nesta segunda parte.
I ) Antes de tudo, repisamos aqui que distinguimos
duas classes de fenômenos: os fenômenos esponrdneos e os
Íenômenos provocados
Trotaremos sàmente. dos lenômenos provo«/aos,
2) Distinguimos com toda clareza entre os faÍos e
as tcorias.

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..;--:*i;-*
.4s Frasdes Esptritas e os Fànômeàos Mttapstqúr'ioÇ
, tlp
3) Trataremos, primeiro, de averiguar se os tc/ros
ffi:i;," existem-
iff.':r,. 4\ Para o quê, é nêcessário saber de que fatos se
,' trata, dando para
F",.i' a .definição dos
.isto lenômenos meto-
i,; psiquicos.
,,, 5) Uma vez determinados quais são os fenômenos
r,,
metopsiquicas (não espíritas) que vamos estudar, investi-
,' garemos a parte lisicc de ditos fenômenos, estudando c
Íorça que os produz, quer dizer, se o causa ordindria e'con§-
tade que os produz é de origem, "puramente nqturaf,.
Por outra parte, se descobrirmos a'natureza da causa
ordimfuia e canstante dos fenômenos provocados, por ana-
logra e de um modo geral poderemos deduzir que a causa
ordindria e constante dos fenômenos espontâneós deve ser
. de igual natureza, sem necessidade de anatisarmos um a
um esses fenômenos.
6). Teiminado este estudo, dedicar-nos-emos a in-
.vestigar se o' cousa intelectuol, ordiruirio e constante que em
. tais fenômenos interrrém é natqral ou preternatural. Porou-
tras pala'vras, estud'aremos a parte môtapsíquica desses fe-
nômenos contida na hlensogem.
I 11 Uma vez estudadà a Forfa e a Mensogem, es-
tudaremos as três classes de teorias excogitadas para ex-
plicar os fenômenos metapsíquicos:
a) A teoria diabólica,
b) A teoria espírit4 e
c) As principais teorias naturais.
8) Finalmente
'Íoi dito no presentefaremos um resumo de tudo o que
livro, tirando .as conclusões que nos
pareçam mais fundadas.
. Dos fenômenos espontâneos não trataremos aqui dire-
tamente, não porque rejeitemos a existência de.alguns, mas
' . porque o ectudo deles requer uÍna seleção escrupulosíssima
dos fatos, os quais só nos é dado conhecer de um modo'
- histórico. Quer dizer, os fenômenos espontâneos conhece-
mo-los pelo testemunho das pessoas qúe os presenciaram,
' e não por experÍmentação; e na imensa maioria dos casos,
supondo de boa fé as testemunhas, a observação por elas
levada a efeito é incompleto, ou então suas narrações são,
não dos fatos cómo succderam, mas das impressões que ;;
-ànteriormãnte.
, las bausaram ditos fatos, como dissemos
:'

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Capitulo II.

Fatos e Teoria.
Quando dizemos: "lsto é um fato", para logo'enten-
demos que o que se 4firrpa não é uma suposiçõo, mas al-
guma coisa considerada como realmente existente. For isso,
o-s que afirmam que "o Espiritismo é um fatd' querem dar
a entender que !'a comunicação entre os vivos e os'defun-
tos, por condutó dos médiuns", é algo que realmente existe .

e não uma suposição. E, todavia, o Espiritismo não é urn


fdo, mas uma Hipótese pera explicar dbterminados fatos,
como breve veremos.
Os que aÍirmam que "os fcnômenos espkítas'são am
faÍo" querem dar-nos a entender que tais fenômenos 'real-
mente exlstem". E, como por "fenômenos espÍritas"'enten'
dem eles os que, de uma maneira ou de outra, supõem a'
comunicação oom as almas desencarnadas dos defuntos por
conduto dos médiuns, resulta que'esúa comunimção em que
se baseia o Espiritismo é um lato incontroverso, o que não
é certo, e não uma Hipótese ou suposição para explicar
certos fenômenos em que Wrecem intervir 'as almas dos
defuntos.
Desta confusão entre Fatos e Teorias têm nascido mui-
tíssimos erros sustentados como verdades inconcussas pelos
próprios opositores do Espiritismo. Convém, pois, antes de
passermos adiante, esclarecer as ideias sobre ponto tão1"
importante.
Antes de tudo definamos o que é um fenômeno. Eiú
gera"l dá-se o nome de "fenômeno" a toda aparência ou'
manifestação assím da ordem material como da ordem'eg-
piritual; tal é a deÍinição que nos dão os dicionários auto-
rizados. Porém mais-concretamente dá-se o nome de fenô-'
meno a tudo aquilo que é obieto de obseÍvação ou expe-
riência, cnqtlornto dlstinto do uusa tfle o prôduz. E, final-
mente, no scntido cientíIlco, que é o em qúe aquÍ o toma-

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As Frotldies Ecplrttos e osrEcúwroc ltldaptíquicos tôl
m6, um Íenômeno |'um
fato regularmenV obserwdo cm
ê,
ccrtas oczsiões cspeclals, enq.uanto é disfinto tado da cou-
. sa q.ue o produz e dos lcis à q.ue estd suieito, como da ex-
.
' plicoção ou explimções admittdas pra' lhe esclarecer a
origcnf'.
\.
s" Estas explicações acerca da origem dos fenômenos,
l.
isto é, as conjeturas formadas sobre as causas que os pro-
duzem, são o que, em linguagem científica, se chama ái-
t.: pótese, Por outras palavras, dá-se o nome de hipótese a uma
explicação lou suposição temporária que fazemos, procuran-
-servir
do explicar a causa de um fenômeno, para nos de
guia e auxílio nas observações subsequentes. E' uma con-.
jetura provistiria sobre a causa de um fenômeno ou de fe-
nômenos conhecidos, que se usa como base para sua re-
gulação ou classificação, ou como ponto de partida para a
'investigação
e experimentação. §e pela manhà chegamos ao
nosso escritório e encontramos nossos papéis e cartas re-
volüdos ou espalhados pelo chão, a piimeira hipótese ou
coajctura que fazemos para explicar esse faÍo não costu-
mado é ter alguém deixado aberta a janela e ter o vento
revolvido tudo. Esta é a primeira hipótese provisória; mas,
se veÍnos que a janela está perfeitamente fechada com trin-
cos, désprezamos esta primeira conjetura e fazemos outra:
sem dúvida a empregada, que é muito descuidada, ao fazer
a limpeza tirou todos os papéis e, tendo sido chàada para
outro fim, deixou tudo desarrumado para vir arrumar mais
tar'de. Esta segunda hipótese cai por terra quando nos in-
teiramos de que a empregada está doente e não entrou no
quarto. Então, quem poderá ter sido? Fazêmos outras con-
jeturas (hipóteses), mas todas falham. No dia seguinte pas-
sa-se o mesmo, e o mesmo ocorre no outro dia, sem que
possamos dar com "o autoF do fenômeno,,. Se somos espí-
ritas, a conjetura ou^hipótese de serem os espíritos logo
nos acode à mente. Claro que os espíritos podem tudo,-e
poÍ que não hão de ser eles? Mas outra pessoa de nossa
família, que tem mais senso comum e obseiva mais, desco-
bre afinal-Que todas as nossas hipótescs são falsas, pois o
autor do fenômeno tem sido. .. o gdo, que entra de noite
' e se deita entre os papéis da noúa esórivaninha!!! pois
1:t'
bem, estas hipóteses sãb meras conjeturas para explicar um
.-i
- ll
Frrudcr Esplrltls
.'.

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. ti, +S
,:'-€i
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l6a . Csrlos Mwia de Heréüa,'8. l. :

Íato, muito úulgar no no8§o ca8o, mà8 que nos Íez discor-
Íer'e mesmo penser na intervenção dos Espíritm'.
Ora, quando não é só um Íato ou um fenômtno, porém
vários coordenados, que se explicam'por meio dessas con-
jeturas, suposições ou hipóteses (que tudo quer.dizer a
mesma coiia, pois conjetura se diz em grego hipótese)' e
quando ditas iuposições alcançaram certa estabilidade nos
círculos cieÍrtíficos, então costuma-se dar-lhes o nome de
t:eorios, que não são senão suposições um Pouco mais de-
senvolvidas ou fundadas, porém no Íim de contas §empre
"suposições". Teoda vem de uma palavra grega que signi-
fica "especulação". Uma teoria é a explicação de um ou
de vários fenômenos que no-los Íaz de tal modo comPreen-
der, que (cóm mais ou menos probabilidades) parece ser
a verdadeire causa daquele efeito. Também se dá o nome
de Teoria ao coÍpo de princípios e leis fundametitais que
são a base de uma ciência ou de sua aplicação. Nós aquÍ
tornamos Teorio como sinônimo de hipótese mais fundada.
Para não incorrer em mais confusões, devemos também
ter presente o que significa a palavra Lei, que tem duas
acepções distintas.
t ) Considerada em sua primeira acepção, a Lei ê:
um prcceilo ditodo pela autortdade competente, no qual se
mando ou proíbe algunn coisa. Os dez .mandamentos e a
coÍlstituição de um país são leis neste sentido da palawa.
2) Cientificamente fatàndo,a Lei é:umo nonna
conitante que regula a produção dos mesmos .fenômenos
quando se àstabeíecem fls mesnurs cou§os em idênticos cott-
diçAes. As leis naturais pertencem a esta segunda classe, e
neste sentido (e não no primeiro) tomamos aqui a palawa
lei.
Neste sentido dizemos seÍ uÍna lei da nalureza o'fato
'

de um pedaço de gelo derreter-se quando submetido, por


algüm tômpo a umá temperatura^aciq1 de zero-graub-cenj'
tífrados, i pressão normal de 758 milímetros. Não existem
nem existirám iamais leis naturais que se possam tomar
como preaeiÍos ou decrctos da natureza.
Ora, segundo o Pouco que conhecemos, o curso da na-
tureza é ordinàriamente o me§mo, donde se segue que os
Íenômenos do mundo sensível se no§ apresentem aos olhos
de maneira invariável. Mas este conhecimento das leis na-

"n
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.. , {.L{
'As
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Fraudes Esplritas e os Fcnômynos *lelapslquicos t63
turais está fundado na nossa "atual experÍência", gue é
muito limitada, e guer cg crescer, pode obrigar-nos a in-
troduzir modificações nas nossas ideiâs presentes, ou, o que
é o mesmo, pode induzir-nos a modificar a fórmula de al-
gumas leis.
E, se isto é certo em se tratando dessas leis que nos
parecem imutáveis dadas as mesmas circunstâncias, nada
digámos das hipóteses e das teorias que "para explicar os
fenômenos" se têm ídeado e continuam a inventar-se cons-
tantemente. Poucas, pouquíssimas teorias têm atingido cem
anos de vida, pois a maioria delas morÍem. Iançadas por
terra por outras novas. A grande maioria, pouco depois de
nascidas, ou cambaleiam ante as arremetidas dos adversá-
rios, ou moÍrem por fim, ficando sepultas em prudente ol-
vido. Outras são modificadas constantemente, até ficar ape-
nas um pequeno rastro da ideia primitiva. Por natureza as
hipóteses são instáveis. São os instrumentos de que os sá-
i,.,:.. bios se valem para ir perfurando o misterioso muro da ciên-
cia. Quando os instrumentos se gastam, ou não servem para
l:---i. o ciaso, são atirados para muito longe sem reúorso algum,
e substituídos por outros destinados talvez a suportar igrral
:§!;':'
sorte.
ÊÉ'..
'sí.' Pois, se as teorias que até o presente pareciam mais
§]- - bem fundadas já vacilam, que será das outra§ que têm pou-
s:l quÍssimo ou nenhum fundamento? E isto é porque a pró-
F,. pria natureza da teoria é incerta, já que não-pasia de uma
§df!
.:-*r\ suposição, mais ou menos fundada, que pode dar maior ou
§r-i"i menor probabilidade em suas explicações, fiâs ttunca cêr-
ir: '
teza, porquanto, se certa fôra, deixaria de ser teoria e pas-
-s'l
saria à categoria de verdade demonstrada.
;*:,
&*' As hipóteses e as teorias, como indicamos, têm sido
5'.'
,::§:,
ideadas para explicar fatos certos produzidos por causas
t:s-'
ê'Í -
cuja natureza ainda não havemos penetrado. Se tomamos
.:.. em nossas n1,flos uma mesa e a movemos de um lugar para
s!.'
::i j
outro, a ninguém, se for sensato, ocorrerá inventar uma ,:§
teoria para explicar este fato, pois toda gente vê que é e
i'1
a-.i
ti,:
' a nossa força muscular aplicada à mesa que a faz mudar ..§
de lugar; isto é evidente. Mas, se procuramos averiguar a :jj
-:
,;:tj
j'.i natureza desta própria força muscular, caso nos seja des-
conhecida, teremos que recorreÍ a uma suposição, isto é,
formularemos uma hipótese.
:,i:l.'
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16{ Cailos Marfa ic Hcrcdia, S. l.
fodos sabemos que um corpo abandonado a si mermo
cai. Isto'é um fato que já não necrssita comprovação. Mae,
re pÍ@urarmos averiguar por que é que eh cai, preciaare- ,

mos recorrer a uma supoaição, a ume hipótese. A priimeira


"hipótese" que ocorreu aos antigos para explicar esse fe-
nômeno foi: "Os corpos -caem porque são pesados", e dis- '
tinguiam entre corpos q.ue pes@am, como o ferro, e cor-
pos que ndo pesovam, como o ar, a fumaça, etc. E, segun-
do esta teoria, a fumaça subia porque não pcsava e o fer-
ro caía porque pesaia. Nós, que sabemos que todos os cor-
pos pesam, não podemos admitir essa explicação. Contam
o Qtt€ Newton disse: Por que é que uma maçã cai e a Lua
não me cai em cima, quando ambas pesam? Fez várias
"conieturás", quer dizer, formulou várias hipóteses, e a que
lhe pareceu melhor foi a que atualmente admitimos: "Os
corpos caeÍn como se a terra os aÍraísse", e daí veio a
hipótese da gravitação. Dois séculos antes de Newton ou
qualquer outro falar da atração, e aPesar de se não falar.
disso, os corpos caíam exatamente do mesmo modo. E1
que "â atração é uma hipótese, quer dizer, uma conietura".
Pois, se é bem certo que essa hipótese mereceu as honras '-ll

da Teoria, todavia não deixa de ser uma conietura, pÍo- '#"


vável quanto §e quiser, mas conjetura. Porque, s-e é verda-
de que agora explicamos a queáa dos corpos dizendo que
a Térra õs atrai, também não se pode negar que se pode
explicar esses fenômenos dizendo que os corPos caem Por-
çã sofrem uma impulsão de cima para baixo, ou então
que não são os corPos que caem, mas é a Terra'que sobe
e lhes dá um encontrão. E esta última hipótese, que nos
paÍece risível, talvez ganhe forças denho do relativismo,
ã os homens de ciência do ano dois mil venhâm a tê-la por
mais bem comprovada do que a que agoru sustentamos.
Nós não temos nada .contra a teoria newtoniana nem em
Íavor da de Einstein; citamos este exemplo tão-sÔmente para
que se veia como um mesmo fenômeno pode múito bem ser
explicado por meio de teorias diversas, até que uma delas
chegue (se chegar) à categoria de verdade demonstrada.
. Desde o princípio do mundo existiram os fenômenos
do trovão e dó raio. Ninguém pode negar a existência das
' tempestades. Eis aqui um fato. Mas qual é a causa do tro-
!
vão e do raio? Aqui é onde entram as conjeturas, onde têrn :-.,]
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Ás Fraudes E§pÍzÍas e os Fenâmeno§ MetaPslquicos 165

seu tugar as hipóteses.,A esta pergunta os antigos ÍesPoF-


diam: "E' Júpihr quem envia à terra os raios Íorjados por
Vulcano"., Noutras épocas acreditava-se serem os Cênios
oü os pspíritos os autores das tempestades; duas hipóteses
da Física-Poética das idades mitológicas. Rejeitadas estas
hipóteses pueris, uns diziam que o raio era uma pedra que
baixava do céu; mas, em vista de depois da queda do raio
não aparecêr pedra alguma, eles tiveram de reieitar esta hi-
pótese, sübsfituindo-a pela de um fogo "muito sutil" que
caÍa do empíreo. Esta hipótese durou até vir Franklin e,
com seu papagaio, demonstrar que. "a causa do raio era a
eletric-idade atmosférica". Desde então todos nós admitimos
co,mo verdode çomprovoda (não como teoria) que a causa
ordiruiria e constante do raio é a eletricidode. Já não há,
pois, teoria alguma para explicar a causa deste meteoro:
sabe-se ao certo que essa causa é a eletricidade. Se enten-
demos a distinção enke fatos e teorias, é preciso ser muito
Babilônio para admitir, como admitem os espÍritas, que o
espiritismo é um fato comprovado. Não o é, é tão-sÔmente
uma hipótcse, e mal fundado.
Já indicamos que antes de formar hipóteses é neces-
sário estar seguro de que os fotos existem verdadeirgmente.
Há muitos exemplos na história das ciências modernas, na
quat temos visto sábios eminentes lançar-se ao campo das
teorias quando os Íatos fundamentais que se tratava de ex-
plicar ainda não estavàm suficientemerÉe comprovados, pelo
que tiveram eles depois que aguentar com uma solene zom-
bari4 quando se demonstrou que os fatos que lhes haviam
servido de fundamento eram completamente falsos ou de na-
tureza essencialmente distinta da que supunham. Haviam
ediÍicado sobre areia, e veio-ltÍes abaixo todo o edifício.
Tal sucedeu ao eminente sábio.Huxley.com o seu famosís-
simo "Bathybius Haeckelii", que ele supôs ser uma massa
difusa de protoplasma vivo que representava o tipo pri-
mordial da vida. . . e, afinal, resultou seÍ um composto quí-
mico e nada mais. Mas sobre isto tanto Huxley como
Haeckel fizeram grandíssimos castelos no ar, emitindo hi-
póteses luminosas que ruíram ao descobriÍ-se a verdade do
fato.
'Esta incerteza ne demonstração dos "faio§" é o que
tem impedído muitos sábios de verdadeira nota de dedicar-,

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166 C:arl1s Maria de Heredia, S. !.

se'ao 'estudo dos fenômenos metapsíquicos, mal chamados


espíritas. E esta é uma das maiores dificuldades que se
apresentam a quem quer que procure tomar a sério seme-
lhante estudo. Qs que não viram -de perto os fenômenos
metapsíquicos c,onsiderados como reais, e as süas falsifi-
cações, nío fqLem,ideia da dificuldade que há em discer:
nir nesta cla*e de fenômenos o verdadeiro ,do falso. Dá-se
com eles o que si dá com o púbtico quando vê uma pelí-
cula cinematográfica em que há ineêndios, naufrágios, tem-
pestades ou coisas semelhantes. Chegou-se.a tal perleição
para reproduzir 'íno estúdio" essas cenas, que é muito di-
fícil dizer com certeza que vistas foram tiradas do natural
e que outras foram reproduzidos no estúdio. Houdini, cujas
películas elam extraordinárias, devido à sua assoinbrosa.ha-
bilidade, .queixava-se de que o público as acreditava todas
"fingidas", quando na realidade eram tiradas do natural,
e isso porque havia muitas outras de outros atores que
eram fingidas.
E' isto o que se dá com os Íenômenos metapsíquicos:
Alguém perguntará: por que é que a esses fenômenos;
ou o que sejam, produziãos pelos médiuns, lhes têm chal
mado constantemente espíritas? A razáo é que, desde o
princípio, se têm confundido esses fénôtnenos) verdadeiros
ou falsos, com o hiprítcse espírita. Por esta razão as pes-
soas dizem qüe o Espiritismo é um fato.
Desde o princípio do mundo o Sol aparece diàriamen-
te no oriente, chega.ao zênite e se esconde no ocidente.
Isto é um fato inegável. Mas qual é a causa deste fenôme-
no? Os antigos respondiam sem vacilar: "En porque o Sol
§ira ao redor da Terra". E pareciam ter sobeja razão, pois
viam que "a Terra não se movia", ao passo que o Sol mu-
dava constantemente de posição; logo, era o Sol que gi-'
rava âo redor da Teria. E, sem embargo, segundo cremos
atualmente, assim dão é; a Terra é que se move ao redor
do seu eixo, produzindo o Íenômeno dos dias e das noites.
Isto é o que sustentamos, seguindo Copérnico e Galileu.
Pois bem: apesar de estarmos persuadidos, nós, de que
não é o Sol que se move, mas sim"a Terra que gira, esta
teoria ficou tãô embebida na nossa linguagem familiar, que
até o presente dizemos, e. Çontinuaremos a dizet:."O Sol
já saiu; iá está-se pondo; já percorreu metade rda qra car-

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As Frsudes Esfiritas e os Fenâmenas Metapslquicos 16'Í

Íeira", etc., frases e§tas todas opostas à explicação que


'atualmente admitimos, mas conformes com a antiga que
perdurou por tantos séculos. Tanto assim. é que o próprio
.
Calileu, defensor da explicação atual, dizia: Vamos Para
casa que il sole tromonta.
E' isto precisamente o que se tem dado com os fenô-
'menos de que tratamos. Desde o princípio "a hipótese es-
pírita" de tal maneira se apoderou da imaginação das pes-
soas, que todos os fenômenos, verdadeiros ou falsos, cuia
causa misteriosa elas não compreendiam acreditavam-nos
'causados pelos Espíritos não encarnados ou desencarnados,
de onde se lhes haver dado o nome, que ainda perdura,
de fenômenos Espíritas, unindo aos.fatos (?) a teoria ex-
cogitaila para explicá-los. Fenômênos espíritas não está
, provado que existam; há certa classe de Íenômenos nos
quais§parece operar uma mente inteligente desconhecida.
À estes fenômenos chamamos metapsíquicos, havendo, co-
mo veremos, três classes de teorias para explicá-los.
A existência da hipótese espírita é um fato; mas não
é um fato a existência de fenímenos espíritas. O Espiritis-
mo é apenas uma hipótese para a explicação de certos fe-
nômenos aos quais se dá o nome de lenômenos meta-
psíquicos.
Uma coisa são os fatos e outra são as teorias excogi-
tadas para êxplicá-los. Não nos esqueçamos desta distin-
ção, que é inidspensável se quisermos ter ideias claras nes-
te assurlto. .

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Capítulo lll.

Inveetigações Metappílguicas.
Poucas pessoas terá hávido no mundo, desde tempos'
imemorlais, que não tenham ouvido Íalar, ou quiçá tido al-
guma ocoÍrência com trasgos, fantasmas, bruxas e duen-
des. As histórias dos fantasmas conservam-se por tradição
e diàriamente aumentam com novos exemplos em todas as
nações do antigo e do novo continentes. As catas mal-as- '
sombradas, com ruídos e pedradas, têm existido desde a
época mais remota, e a prática da adivinhação perde-se na
escuridão dos tempos. Os áugures e as pitonisas fizeram
grande aegócÍo na idade antiga, como os bruxos e bruxas
nos séculos passados. E desde meados do século XIX o§
médiuns têm continuado a produzir os mais extraordinários
fenômenos (?) até os nossos dias, como vimos no livro an-
terior. A fraude tem estado sempÍe em moda desde que o
mundo é mundo.
' Ora,
no meio desse imenso cúmulo de embustes não
terá havido, não haverá naturalmente alguma coisa de cer-
to que dê fundamento à crença tão antiga como universal
de que "os mortos se comunicam conosco por meio de cer-
tas pessoas que têm a faculdade de poder chamar a atenção
dos habitantes do além-túmulo"? A esta pergunta respon-
demos não haver dúvida de que desde tempos imemoriais
têm existido "alguns fenômenos verdadeiros, de origem des-
conhecida", que o povo tem tomado como comunicações dos
defuntos, embora não o sejam, flurs o Wreçam. Como parcce
que o Sol gira em redor da Terra, embora de fato assim
não seja, e a Terra gire em torno do seu eixo, embora ndo
o sinlamos nem disso nos demos conta.
Entrê o imenso cipoal de tendas, contos e histórias
acumulados por várias centúrias, descobrem-se certos fatos
de natureza eqpecial, diptintos dos outros fenômenos, nos
quais parece intervir de algum modo "ume mente inteligen-

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As Fruúes'. e*pmas e os Fcnômenos hletcpstquicu l@


tc" mas desconhecida, o que tem dado lugar a que sé atri-
buam esses Íenômenos ao diabo ou às atiras doi deÍuntos.
Os fenômênos oÍa chamados tetepdticos são um exemplo ao
alcance de todoe, do mesmo modo que os pressentimentos,
as alucinações e os sonhos.
A existência dos "sonhos" não se pode negar; todos
ot temos tido. Pois bem: este Íenômeno notural Homero,
na Odisseia, ahibuía-o à intervenção direta dos deuses in-
'fernais; e Duns Scott, Tycho Brahe, Bacon e Kepler, à in-
-
.fluência dos astros. As alucinações diurnar, pai" muitos
são "verdadeiras aparições dos defuntos". Os piessentimen-
tos, de qualquer sorte que sejam, são quase sempre atribuí-
dos a um agente preternatural.
Ora, pal,z não fazermos confusão, diüdiremos em duas
classes estes fenômenos de nalureza desconhecida:
Uns fenômenos são espontâneos, e outros são provo-
cados.
Os espontâneos são aquetes que se produzem sem in-
tervenção direta de nossa parte; que vêm, por assim dizer,
"de fora para dentro".
Em compensação, os provocados são.aqueles em que
intervimos, direta ou indiretamente, para conseguir a sua
produção. Tais seriam os Íenômenos-produzidos-petos mé-
diuns.. Aq.ai só nos ocuryremos dos lenômenos provocados.
Por outro lado, os fenômenos podem ler uttu musa
ordindria e constante, ou uma ou mais causas extroordí.
ruirias.
Ao estudarmos estes fenômenos, sd nos ocupremos do
couw ordhuiria c donstante que os produz, deixando de lado
as causas extraoidinárias, de que nos não ocuparemos.
|{as, antes de estudar os fenômenos a que chamamos
'lmetapsíquicos", primeiramente é indispensável saber "se
realmeate eles existem", pois é perÍeitarnente inútil, como já
insinuamos, "formglar teorias para explicar fenômenos ima-
ginários".
Até quarenta anos atrás, a maior parte desses "fatos
,.i. i".::
misteriosos" que parecem, por isto, ter uma causa preter-
natural, não haviam sido colecionados, nem devidamente au-
::,-r'r.
tenticados. Os diversos autores mencionavam-nos em suas
obras gstr os harrcrem submetido prêviamente a uma crí-
tica mesmo rudimentar.

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Carlos Maria de Hereúia, §. l.
A multiplicação crescente dos fenômenos mal apelida-
dos Espíritas começou a chamar a atenção de um grupo de
homens ilustrados e sinceros que se Propuseram averiguar
"o que havia de verdade acerca desses fenômenos de que
tanto se falava", e ver se tudo era fraude ou havia neles
alguma coisa de certo, para depois estudá-los e tratar de
averiguar as causas que os produziam. Com este obietivo
estabeleceu-se em Londres, em 1884, uma sociedade cha-
rnada de Investigações Psíquicas. O seu título oficial é "The
Socicty of Psychical Research". Começaram, pois, a juntar-
se, ordenar-se e estudar-se toda classe de fenômenos "ra-
ros", publicando esses homens periôdicamente os informes
que recebiam, dando conta da origem de cada documento.
Como esta, estabeleceram-se outras sociçdades semelhantes
na França, nos Estados Unidos, na ltália e na Alemanha,
dando isto origem ao que se há chamado "Psychical
Research", isto é, Investigações Psíquicas.
Presentemente, entende-se por "investigação psíquica"
o "estu.do das faculdades (reais ou supostas) supranormais
da personalidade humana", entendendo-se por "faculdades
supranoÍmais" as que ainda não ,estão reconhecidas pelos
cientistas, por não estarem inteiramente provadas. De'modo
algum significa nem sobrenatural nem preternatural. O fim
desta investigação é "colecionar a evidência obtida pró ou
.contra ditas faculdades, para ver se se podem estas admi-
tir cientlficamente ou se se devem relegar para o esque-
cimento".
. Os fatos principalmente colecionados com o objetivo
de estudá-los são os que se relacionam com o automatismo,
o transe, as alucinações, a telepatia, clarividência, clariau-
diência, hiperestesia, pressentimentos, etc. A estas se jun-
tam a telequinese ou movimento de objetos à distância, as
luzes, as pancadas secas ou "Íaps", com ou sem'contacto,
a escrita direta, a penetração da matéria, os aportes, as
materializações, o ectoplasma, a levitação dos corpos; a fo-
tografia psíquica, a escrita em pedras, a imunidade ao fogo
e outras.
Como logo se pode ver examinando a lista anterior, há
fenômenos de natureza principalmente física, como a tele-
quinese, as luzes, os aportes e outros semelhantes, ao piut§o
que M outros em que a Pàrte mental predomina, como são
as mensagens obtidas no transe, a telepatia, etc.

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, Ás Fraud,es EàpÍritw e os Fenômenos Mctapslquicos l7l

Daqui a divisão destes Íenômenos em Físiços, Mentais


e Mistos.
A primeira coisa ciue se pergunta é: "Existem real-
mente estes fenômenos?" Ao que se responde: As provas
da existência dos fenômenos Flsicos são- sumamente duvi-
dosas se se excetuam os "raps" por contacto. Não quer
isto dizer que se negue redondamente "a probabilidade da
existência" de ditos fenômenos. Existirão ou não; o que se
aflrma é ciue até o presente a sua existência ntto esid .su-
ficlentemente co mprovada
Em compensação, alguirs fenômenos mentais, por ex.,
a Telepatia, já são geralmente admitidos; isto é, estão su-
ficiêntemente comprovados para credenciar um estudo cien-
tífico deles, sem receio razoável de um fiasco.
A razão principal pela qual não se'podem admitir co-
mo comprovados a maioria dos fenômenos Físicos é que,
Para a produção deles, os médiuns geralmente exigem a
escuríddoi na qual é quase impossível observar cientifica-
mente, embora se use luz üermelha muito tênue. Por outra
parte, como sucede com o famoso ectoplasma, por exemi
plo, além de produzir-se na escuridão, atribuem-se-lhe qua-
lidades ditíceis de coordenar. Umas vezes, asseguram-nos,
ele pesa tanto que faz baixar desmedidamente a balança, ao
passo que outras vezes se eleva pelos ares como se fora
fumaça. Umas vezes não se lhe pode. tocar, e outras ve-
zeg ele Íorma alalrancas poderosíssimas que elevam mesas
e cadeiras, como se fosse matéria sólida. Enfim, diz-se que
é uma matéria "etérea" transparente, produzindo apesar dis-
to sombras próprias de uú corpo impenetrável à luz, como
o mostra a fotografia.
Os fenômenos mistos participam da incerteza dos fí-
sicos, e por isto a sua existência não se pode dar por su-
ficientemente demonstrada.
Dos fenômenos mentais, o mais beh demonstrado é
a Telepatia, como é comumente chamada a transmissão
mental, se bem que a parte. de "Clarividêncie" que este fe-
nômeno às vezes encerra, tomado na sua acepção geral,
não esteja admitida'como perfeitamente demonstrada.
.{i.1.
Esta resenha geral que fizemos daquilo a que presen-
temente se chama "investigação psíquica" pode dar-nos uma
:i:1
ideia do estado em que se acha o estudo destes fenôme-
É-l

iiÀ. :

. !i--ir ',
...'*.
..dl -
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lT2 Cailos itlarta de Hucüa, 8. l.
noc. Muito se tem publicado e csntinua a pubticar-se sobre
este assunto. Uns se riem desta classe de fenômenos c ou-.
troo, como Conan Doyle, os tomam não só a sério, mas até
como coisa divina iá que, em hgar de cingir-se a uma in-
vestigação.científica, quiseram fazer deles o Íundamento de
uma noya religião. Eis aqui o que Sir Artur Conan Doyle
diz na sua dissertação "The Psychic Question as I see it",
no livro recentemente publicado pela Universidade de Clark,
em. Worcester, sob o título 'lThe Case for and against
Psychical Research": "Considero este trabalho de investi-
gação psíquica experimental, embora muito necessário e útil,
como uma espécie de semi-materialismo, que pode aproxi-
mar-se mas que não chega ao próprio âmago do assunto.
Este ômago, ru minho opinião, é exclusivamcnte rellgioso",
Nós, neste livro, não cottsíderamos o aspecto religloso
do espiritisrrlo, mas apenas nos circunscrevemos ao. aspecto
científico desta questão: Está cientificamente demonstrÊdo
que existe realmente uma comunicação entre ós vivos e os
defuntos por conduto do§ médiuns? Se demonstrarmos que
tal comunicação não existe, por ser ne sua maior parte
Íraude ou porque os fenômenos restantes "provocados pe-
los médiuns" têm uma explicação natural, sem que em na§a
intervenham as almas, dos defuntos, teremos lançado por
terra o fundamento da Religião Espírita e aberto ufl cârll:
po de investigação verdadeiramente científica aos que de-
sejam estudar a causa ordinária e constante dos fenômenoe
metapsíquicos.

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Capítulo IV.

Que se Entende por Fenômenos


Metapeíquicos.

Analisamos detidarrente a origem ou gênese dos mal


chamados fenômenos espíritas e, do que iicou dito, po-
ddmos concluir que o edifício espírita está edificado sobre
um montão de escombros. Deixando de parte as teorias
para explicar esses fenômenos, que de ora em diante cha-
maremos metapsfquicos, vejarnos antes de tudo se esses fe-
nômenos existem.
Se diante das ruínas de um incêndlo perguntarmos a
um arquiteto: "Crê o Sr. que no meio de tántos escombros
haverá material bom para construir um edifício sólido e du-
redouÍo?", todo arquitetô sensato nos dirá: "Antes de tudo
é preciso saber o que é que o Sr. entende por "material
bom para.a construção de um edifício sólido'e durailouro,,.
gra lyez entendido isto, teria eu .de ir por entre os ,es-
combros vendo em que co4dições esülo tijolo por tijolo e
pedra por pedra, para responder se realmente são bons
pdra a construção que se pretende". Claro está que, de um
modo geral, nos poderia ele responder ser muito provável
que, no meio de tanto cascalho, ainda se encontrassem al-
guns materiais em bom estado para edificar, mas, para po-
der dar uma resposta concreto, é necessário um exame par-
ticular de cada tijolo ou pedra dos que jazem amontoados
êntre escombros fumegantes.
i.
Tal é o caso dos fenômenos metapsíquicos. De modo
geral pode-se dizer que, no meio de tantos casos acumu-
lados por anos e anos, é mais do que provável que se achem
alguns verdadeiros; mas, para dizer que ,.este ou aquele
fenômeno é realmente metapsíquico,,, precisa-se primeiro
f saber "que é que se entende por Íenôrneno metap§íquico,,,
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114 Carlas Maria de Heredia, S. l.
e logo estudar um a um cada grupo de ienômenos, paÍa
separar a§§im o verdadeiro do falso.
Não entra no plano de presente obra "estudar e anali-
sar em particular, é um por um, os fenômenos considerados
como m-etapsíquicos". Por ora, contentar-nos-emo§ tão-sÔ-
mente com definir com claÍeza o que é um fenômeno meta-
psíquico, para desde logo nos podermos descartar de mui-
tíssimos que o não são. Breve daremos a conhecer diver-
sas classes de fenômenos "que muito se lhes parecem', para
que na busca nãó nos eqüivoquemos, confúndindo o r'eal
com o Íictício e o que é "metapsíquico" com o que "Íeal-
mente não o é".
No muito que havemos lido sobre o assunto, sempÍe
nos chamou a áteniao o fato de os diversos autores, ca-
tólicos ou espíritas, científicos ou náo, embora falando
constantemente de fenômenos metapsíquicos, nunca se te-
rem preocupado, ao que sabemos, oom dar uma deÍinição
clara '"desta classe de fenômenos". Em geral, a todos os
fenômenos "desusados ou extraordinários" uns têm dado em
chamar-lhes "Espíritas", outros "diabólicos", e "metap§í-
quicos" os restantes. Temos, por exemplo, o famo§o en-
terro do Faquir, por nós rememorado; conquanto nada te-
nha de metapsíqúico, até agoÍa este tem sido con§iderado
como td. Se uma mesa se move quando se forma a cadeia
ao Íedor, sem que tenha lugar .outra manifestação inteli-
gente, tambétn se chama a isso metapsíquico. Numa pala-
vra, todo fenômeno cuia causa não é conhecida e que tem
um caráter raio, ê, catalogado entre esses fenômenos. Da-
qui inúmeras confusões e discussões inúteis. Por esta ra-
zão, usando do senso comum, paÍeceu-nos conveniente, an-
tes de entrar em discussões não só sobre as teorias como
também sobÍe "os próprios fatos", sobre sua autenticidade
e verdadeiro valor, Pareceu-nos conveniente dar uma defi.
nição deles, para os leitores saberem a que se ater e pods'
rem entender os nossos futuros raciocínios.
' Não dizemos que a presente definição seja "perfeita",
Ínas cÍemos que poderá servir suficientemente Para o nosso
intuito. Ei-la: um fenômeno metapsiquico éz
"Effectus sensibilis a medio tamquam cau§a instrumen''
tali provocotus, et viribus oliqwndo .incognitis, ab agente
intcllectuali occulto, tamquam a causa principali productusl"
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A! Frauaes'EspÍtttos e os Fenômenos 'lftetopstquicos 17í

"Um eÍeito senEível provocado por u.m médium como


causa instrumental, e prodüzido por um agente intelectual
oculto como causa princiPal, Por meio de 'forças algumas.
vezes desconhecidas".
Uma vez que tenhamos .presente esta definição, desa-
paÍece a grande maioria das dificuldades do problema es-
pírita.
Muitos dos ataques contra' o Espiritismo, no campo
científico, que é só o de que âgora tratamos, não acertam.
Principia-se, desde logo, por admitir o fenômeno como pro-
duzido pelos Espíritos, misturando a teoria com o fato, e.
logo se põe em discussão: Que classe de esptritos os pro-
duziram? E, enquanto uns clamam serem os Espíritos De-
sencarnados, outros pleiteiam em favor dos Espíritos Não-
encarnados. E o certo é que, dos tais fenômenos produzi-
dos nas sessões espíritas, a "quase totalidade" nada tem
qqe ver com os espíritos. Uns clamam que "tudo é fraude".
Outros o negam. Mas, se em determinados casos ambas as.
partes os admitem como legítimos, ainda que o não sejam
em realidade, toda a discussão versa sobre se são causa-
'i' dos pelas almas dos defuntos ou pelo Diabo. Vamos, pois,
procuÍar explicar a nossa definição, para termos um ponto
:.1'i de partida.
j;
*." Um fenômeno metapsíquico é "um efeito sensÍvel, isto
',§'.-.
é, um fenômeno perceptível pelos sentidos". Este fenômeno
ou efeito sensível é provocado pelo médium, e "provocodo
significa incitado, inàuzido". Pór médium se entênde uma
pessoa que tem a faculdade de, em circunstâncias especiais,
ceusar certa espécie de fenômenos nos quais aparece a ação
diretiva de um agente exterior, inteligente. Desde o mo-
mento em que se considera uma pessoa com poderes me-
diúmnicos, supõe-se que os fenômenos operados por meio
dela são direta ou indiretamente provocados, de um modo
afual ou habitual. O médium é como que o receptor de um
aparelho radiotelegráfico adaptado para receber as ondas,
de certa extensão. Em dado momento, o receptor regista-
rá ou não uma mensagem, mas está pronto para recebê-la
quando forem interceptadas pela antena ondas de determi-
nada extensão.
Este efeito sensível é provocado pelo médium, que é
apenas causa insÍrumental, ists é: a causa que proúrz o,

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tr,'.
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,176 Carlos lloila dc Hadb, 8.,1, ;

efeito rob a inÍiuência da causa principal. O rnédiurn não


é a causa principal eÍiciente, mas apenas um instrumento.
C.au instrumentalis est que producit cffectum, prout suÍl*
dltur vírtuti couse principalis.
Quando o médium é a ,causa principal eficiente do fe-
nômeno, este deixa de ser "metapsíquico".
Dizemos que o efeito sensível é incitado pelo médium
(que é um mero instrumenfo) e produzido por um agente
intelectual oeulto (que é a causa principal) por meio de
Íorças "algumas vezes" desconhecidas, das quais ÍalaremoS
depois. Por "agente intelcctual' entendemos um ser inteli-
gente, semelhante ao médium por ter .inteligência, mas dis-
tinto dele. Por oculto entendemos o que não é imediatamen-
te, cognoscível nem fácil de descobrir, mas de certo modo
escondido. Com isto, excluímos da nossa definição os Íe-
nômenos hipnóticos, nos quais a outra mente, quer dizer
a do hipnotizador, é conhecida, sendo esta uma das prin-
cipais diferenças entre os fenômenos hipnóticos e os meta-
psíquicos. Essa "mente ocultd' é a "cause principal efi-
ciente" do fenômeno. "Causa principal" é aquela que por
sua própria virtude produz o efeito. (Couso principalis est
que, ex propria virtute, eflectum producit). Tal seria, no
exemplo antes mencionado, o "operador" que manda "a
mensagem" radiotelegráfica interceptada pelo aparelho re-
ceptor. O'operador radiotelegráfico, que está, suponhamos,
em Paris, é "o agente intelectual oculto".
Deve-se ter presente que, nesta definição, excluímos
do campo metapsíquico todas as atividades subjetivas da
mente do médium, embora Pareçam maravilhosas, pois neste
caso seria "a mente do médium a causa principal do fe-
nô,meno", e não apenas o instrumento da mente oculta, dis-
tinta da do médium, que supomos ser a causa principal.
Por esta razão as mensagens, as visões, etc., cuja origern
se pode rastrear até à própria mente do rnédium, conscien-
te ou inconsciente, ficam excluídas do grupo de fenômenos
metapsíquicos, reduzindo-se estes ünicamente aos que são
produzidos pela "outra mente oculta" e para os quais o
'médium serve apenas de instrumento: por isso se chama
mêdium.
Por "Forças algumas vezes desconhecidas".

ij
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.i'i,. §--.'rI
-l"n' l,-i.

Ás FrUdcs Bnplfioc c'os Fdrlriiittas Xcúepd@cos ln


,-s
'No edudo dop Íenômenos psíquleos dcvciros ttlrtiriguir
&as colsas: l) a lorye dwt que prodriz o efdtô; e'2)
t ncntc por trás dcssa força e a dirige. Scguindo a
que. está
nossa comparação do aparelho radlotelegráÍico, teremos que,
sendo "o ttceptor" o. médium, a Íorça Ípte o move é a de-,
tricidade, e o agente que regula esta força é o operador
que manda a memagem . de Paris, suponhamos, a Nova
York.
O Íato de não se distinguir claramente entre a lorça
que produz o fenômeno e a mente oculto que dirige esta
lor.ça tem sido causa de não pouca confusão.
Para que se entenda o. que quêremos dizer, proporemos
dois tipos distintos de fenômenos metapsíquicos.
l) Escrita automiitica. O médium toma um lápio entre
os dedos e, deixando braço e mão em inteira tlbeidade de
opeÍAr, e sem dirigi-lo conscientemente, o lápis cpmeça a
9ryÍever sobre o papel, com os caracteres de letra próprios
do médium, ou com outros inteiramente diversos, uma àrer
sagem que contém informeção que excede o conhecimento

2) Panudas ou percussões ("rap§'). Por meio de pan-


cadas secas produzidas numa mesa'em presença do médium,
recebe-se a própria mensagem.
No primeiro exemplo temos:
A. A força fiuscular que move a mão do médiú in-
dependentemente da.sua vontade; e
B. A mente que dirige essa força musorlar e transmite
â mensagem
E' õbvio que, neste caso, a Íorça conhecida é a Íorça
musculaÍ do médium. Mas a mente. d,irçtriz oçulta é des-
conhecido. Pois, segundo a hipótese, . não, é a, mente sub-
consciente do médium.que dirige a,mÊnssgeÍn, já qüe esta
está fora do seu conhecimento e experlêncla. .i
No segundo caso, temos igualmente:
' A. As percussões, produzidas por ,uma forço desm-
nlucido.
B. A mente diretr| dessa Íorça, que é iguaknorte.des.
cvnhecida. ' -

, No primeiro easo, trcÍnos, pois, que a lorça é conheci-


da: a força muscular do médium, sendo desonhecida a
mente dlretriz. No segundo caso, tanto a lorg como a men-
Frardcr Erplrltar 12
-

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178 . Cailar- Itoliti dc Hcndia, S. l. :

te düstriz são &sconlecidas. Por esta razão pmemos na


nossa defini,ção:,-"por meio de forças algumas vezes .dcr-
coRhecidas".
Atttes de passar adiante, queremos fazer notar que,
neste livro, núo trdanps disso o que sc tem ddo cnf cfu-
npr ciência mctapslquica e que Rictret define:
"A metapsíquica éa ciência que tem por obieto o§
fenômenos mecânicos e psíquicos, devidos a forças que pa-
recem inteligentes ou a potências desconhecidas latmtes na
inteligência humana".
Ésta'definição, que a nosso ver claudica por iários la-
dos e que não é propósito nosso analisar detidamentê ago-
ra, refere-se a utut ciêncid (quer exista quer não) e não
aos próprios fenômenos, que é o que ünicamente nos ocupe.
A nossa definfuão (a única gue saibamos exista) re-
Íere-se única e exclusivàmente aos fenômcnos nwtapsíquicos.
Se, com o GorÍer do tempo, estes se clmprovarem de ma-
neira satisfatória, e se, ioordenados e sistematizados, che-
geÍem a Íormar um conjunto de fenômenos regldos por leis
determinadas, então poder-se-á pensaÍ em €levar a meta-
psíquha à categoria de ciência e enconhar-lhe o lugar que
eütÍe âs ciências lhe corresponda.
Nós aqui tratamos ünicamente de verificar a existêncie
de uns fenôhenos de natureza desconhecida até o presente,
nos quais paÍece intervir a'ação de um agente intellgen§
diÍerente da do médium. No intuito de não incorrer no de-
feito, que criticamos em.outro capítulo, de confundir os fa-' .
tos com as teorias, a estes deixamos o campo aberto na
nossa definição, que tanto pode servir ao espiritista que
crê que -o agente intelectual octlto (causa eflclente do fe-
nômeno) é-a alma de algum defunto, mente desàncarnada,
oomo ao que sustenta que e§te agmte ou agentes são os
demônios ou mentes não-encartudlas, como ainda ao que .
pÍopugna que é uma mente encartuda ou Eer vivo, que de .
modo inconsciente intervém na produção deesel fenômenos.
E ainda.fica lugar paÍa a hipótese.de Richet, esboçada
na sua definição, de que a causa dos Íenômenos psÍquicos
seia uma litrça inteligcnÍe, cuia natweza a ele compete ex-
plicar-nos.
Com a nossa definição, tendo constantemente pÍesm-
te a distinção entre a forço que produz o êfeito sensÍvel e

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, á" Frudes Esplrttas e, os Fenô,menos llletapttqaicos 179

a mente direhiz desta Íorça, vamos tratar de distinguir os


yerdadeiros Íenômenos metapsíquicos, separando-os dos fal.
§os, no meio desse montão de escombros conhecidos- pelo
nome de fenômenos espíritas. Armados da nossa definição,
como'Diógenes da sua lâmpada, vamos lançar-nos por es-
sea mundos de Deus em busca de fenômqnos metapsíquicos.
Ante este empremdimento colossal parece-nos que o do Fi-
lósofo Cínico foi uma simples ninharia.,

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Capítulo V.

Varrendo para Fora.


Como dissemos repetidas vezes, é trabalho perdido o
de começar a formulai hipóteses
-dos antes de estar seguro da
existênciá e autenticidade fenômenos metapsíquicos. Já
tendo definido o que por tais fenômenos entendemos, deve
a nossa seteção cóme{ar reieitando todos aqueles qüe não
teúam a nota característica que na definição lhes have-
mos atribuÍdo. O que distingue o fenômeno metapsíquico
de todos os outros Íenômenos está "na intervenção de um
agente intelectual oculto que é a causa principal do efeito
s;nsível provocado pelo médium como causa instrumental,
pela intCrvenção de forças queÍ conhecidas quer desci>
nhecidas'.
Não importa que o Íenômeno -seja -maravilhoso,. nem
"'quu p"r.ça -inexplióávet, para catalogá-lo como metapsÍ-
{uico; de todo o:ponto é indispehsável que se maniÍeste de
álgum modo a intêrvenção do agente.intelectuat oculto. Por
eú razão excluímos desde logo: o enterro do faquir, o cres'
cimento rapidíssimo de uma planta, a dança das folhas e
outros Íenômenos (??) atribuídos aos faquires, mesmo to '
us de não sercm produzidos por fraude, e quanto mais
o sendo, como deixamos evidenciado.
Outro fenômeno. (?) que desde logo excluímos, e que
a muitos maravilhou por largos anos e ainda continua ma-
ravilhando a não poucos, consiste no fato de o médiuíI, Per-
Íeitamente amarrádo e encerrado em seu gabinete, fazer que
se movam os obietos colocados ao redor, embora não ao
alcance de suas mãos (?). Este fenômeno (?) foi o que
tornou famosos os irmãos Davenport e é o que agora pro-
duzem na Inglaterra os irmãos Thomas, com Pasmo e aprg-
vação de SiiArtur Conan Doyle. Mesmo supondo fosse ele
"aútêntico", nada tem de metapsíquicor pois nele não se
manifesta a intervenção do agente intelectual oculto, embora

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. .,,'.- ]'
As Fraudes F*ptritu e os Fenúmetrrls Nàtapdgico§ l8l
bern pudedse seÍ proáuido "por üma Íorça decconhedüa', ;.,$
. tn ürso de ser verfudeiro. O fato de exhtir uma força 'dcs- .i
conhecida'r que produza esses efeitos não laz com que o l-':
, fmômeno seja metapsíquico, canquanto bem possam chamá- _ i:
lo espírita os que dissd gostarem.'Nós só tratamos de fenô- 'iii
menos metapsíquicos, e não de fenômenos "espíritas" (?), !:'

gue, estes, não admitimos pelas razões iá ditas. Desde logo, ::.
digam dos fenômenos (?) produzidos pglos irmãos ril
Davenport o qu€ quiserem autores crédulos da escola de t,

Lapponi, como o Rev. P. J. S. KicheS O. Cist. (Summula '.


P[tilosophie Scholasticre, págs. nl,.202 e na nota), Íodos .'
oç Íenômenos desta closw produzidos pelos supraditos ir-
miios outra coisa não lorom senão um sortilégio engenho:.
síssimo, pura prcstidigitaçdÍó. Quem duvidar disto que leia ;
o çapítulo II do livro "A Magician among the Spirits" es- ,

críto por meu bom amigo Harry Houdini 1 pub[ôado pou- '
çosano§antesdesua'mortepor.Harper&Brothers,deNova
York.IraErastusDavenportloúltiúosobreviventedosdois
innãos, não só confessôu francamente a Houdini que todos r
os Íenômenos (?) por eles produzidos de pés e mãos ata- f

das, e que por tantos anos foram atribuídos aos Espíritos,


eram pura questão de agilidade, mas ainda lhe ensÍnou a
firuneira de fazê-los. Em minhas conferências uso desse mes- ' .,i
mo processo, com grandíssima admiração dos espectadores. .ii
Os irmãos Thomas seguem um processo parecido e, .

sem ernbargo, Conan Doyle acreditava que esse truque era


uma manifestação indiscutível dos Espíritos, como poderá
vê-lo o leitor curioso no prólogo do livro de S. A. Moseley
intitulado: "An arnazing seance and an exposure", London,
Sampson Low, Marston & Co., 1919.
O fenômeno (?) dos movimentos de objetos, estando
o médium de mãos atadas, fico, pois, varrido pra fora. Nío
o congideramos meÍapsíquico, mesmo no caso de ser au-
tênticq que o não é.
Igualmente excluímos da nossa presente investigação o
Íenômeno (?) chamado aporte. Consiste no fato de, ope-
rando à distância e tornando as paredes e portas penetrá-
veis, fazer o médium com que sübitamente apareçam no
quarto onde se faz a sessão flores, pombos e outros obje-
to3, rem gu€ os presentes possam explicar-se como forâm
introduzidss, estan& as portas e janelas perfeitamente fe-

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' t l;;:':
l§ Carlas lúaria 'de Herdia, §; /. ', -
chaüasr'e sefti se sabeÍ de ofld€ possail ter vindo. Ests:Írría;
mufto usida por alguns médiuns, nada tern de metaps@io, .

metmo no caso de ser um fenômeno verdadeiro, o que até


o pr.esente não sedemonstrou : -

Fica igualmente excluído, para i presente diserssãq o


Íenômeno (?) da produção de odorcs, sem que se possa êx-
pücar como é que o médium çnche o local da sessão com
perfumes de violetas e ,outros parecidos. Mesmo que,Íosse
autêntirn, o que nem remotâmente está comprovado, nllo é
este'um fenômeno metapsíquico.. Vamos narrar uma expe-
riência muita curiosa que fizemos ao ouvir um senhor mui-
üo ilustrado eontar um Íato desta nafurezd, peÍa ele, inex-
plicável. Um prestidigitador amigo nosso eRsiÍrou.nos o
"modüs operandi", e na primeira aasião que tivemos puse-
mo-to em prática com êxito verdadeiramente extraordinário.
Estando numa Íeunião, -(?) pediram-nos que reprodrtzísseraos
um de tantos fenômenos espíritas dos que dizem que
se passem nas sessões dos médiuns. Querendo dar-llie ume
Íorma misteriosa, fizemos com que vários dos presentes ec-
crevesreÍn, em papéis separados, um dos fenômenos (?)
que desejavam reproduzíssemos, e depois um menino tiroü
um. dos papéis do úapéu em que bs havíamos depositado.
O papd dizia: "Produzam-nos os.espíritos um pouco de
essência de Patchulí'. Ficamos um tanto surpresos ao ler a
proposta, porque a deiacreditada ess&lcia, de antiguidade
reeonhecida, era difícil de achar, e isto fizemos notar aos
assistentes,'pois o que os Espíritos lazem é conseguir o
obieto pedido (no nosso caso o Patchuli) e trazê-lo ao lu-
gar da sessãó. Se não há Patchuli no lugari como hão de
trazê-lo os Espíritos? dissemos- "Pois que o vão buscar
aonde o haia, que a eles não custa trabalho algum', acre§-
centou rindo um dos presentes. Mas haverá alguém que se
lcrnbre do cheiro do Patchuli? insistimos. Há, lembro-me
muito bem desse cheiro, respondeu uma scnhora já muito
velha. Pois apsim sendo, vamos a ver se é possível aôs
Espíritos materializar:flos üÍÍl pouco dessa essência. Contu-
do, é precico epagaÍ as luzes, para que "a Íorça etérea" (?)
seia mais jntensa. E, sem mais esperaÍ, um insofrido apa.
gou a luz êlétrica, deixando-nos ém perfeita escuridão. "For-
mGÍnos a cadeia ÍRlsüca", dissemos, "segurando-nos pelas
mãoan'. Assim se fez, e dentro'em 1nuéos momentos um

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ás FrgiÍde§ EsfúÉecr e os 'fenúminôc- Nctapdquicos l&, .ü
i,
otor mr$o epecial sc'€spelhou pela estâneia,, 'Êatc{tqli,
patcluli!!" gritor Er[ito nervosa a velha reconhecendo.o
ôbeito da essência qüe usava na sua môcidade. 'tE' y€riia-
,9, deiro Patchuli", acrescentor outro senhor iguaknente avaü-
: :'çade em ano§. "Acendam as luzes", mandamog e, uma vez
". '.',feito istq os assistentes notaram com surpresa que muitos
detea cheiravam a Patchuli, como se na escuridão alguérn
üs üvesse borrifado com esaê essência. Havíamos repro-
duzido o fenômeno (a) pedidu, com surpresa não pequo*a
-dos nossos amigos. Porém o
.mais notável foi que o fenô-
meno (?) não terminou com isso. Um dos presentes que
êna dos que mais troçavam dos espíritas e dizia que todos
elm eram uns Babilônios de puro.sangue, mas que ele,não
Ihes engolia as tramóias, levõu consigã naquela noite uma
suÍPÍesa que o fez mudar de opinião, No dia stlguinte veio
pÍo.curar-nos e com toda formalidàde nos falou desta ma-
neira: "O fenômeno que o Sr. produziu esta noite pareceu-
me desde logo um. ar§il, mas como me explica o Sr. o
qu€ se passou comigo depois?" "Que se passou com o §r.?"
perguntamos sorrindo. "Não se'ria, .não se ria, poh lhe as-
§eguro que, com todo o conhecimento que o Sr. tem das
tretas espíritas, como o Sr. lhes chama, não poderá expli-
car-Íne este fenômeno'r. "Pois então, que foi que se pa$ou
coÍn o Sr.?" "O Sr. iá se tinha ido embora e por isso não
viu que eu me retirei, com minha senhora, várias horas de-
pois, por volta de uma hora da manhã, quando já não res-
iava nem vestígio do cheiro de paichuli que o Sr. disse
que tinha produzido por meio de Íraude". "É então?' "tá
ia eu dirigi.ndo o meu automóvel, quando de repente, no
próprio automóvel, espalhou-se sübitamente um cheiro mui-
to forüe de patchuli'. "Será possível?", exclamamos, pro-
curando conleÍ uma gargalhada. "E' como lhe digo. Minha
etÍx)§a e eu ficamos admirados. Íamos os dois sós e eu ia
troçando dos Espíritos'. "Foi só isso?" "Não, senhor, ain-
da frlta relatar o mais curioso. Um pouco preocupado, devo
. confessá-lo, eu ia meter-me na camar' quando de novo se
espalhou pela minha alceva um cheiro muito forte de pat-
chuli, deixando-me extraordidàriarnente intrigado. Dcitei-me
benzendo.me, pois na verdade pensei, e ainda peRso, gue
algum espírito me persegula materhlizando o patchuli, para
ooÍnprovaÍ-me a Bua exigtência". "O caso, na verdade, é

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digm de"eefudol'. "Tgmbém creio quc rim; deiqnc con iii
tinuar, e iulgará'. "Esta manhã, estando minha erpou se ':
vestindo no 8€u gabinete, começou a gritar assuEtada Âdi .lÊ
logo, e, ao entrir, perccbi logo o chêiro de paüchulil o QuG ,-.1
me-explicou a ceusa da excitação de minha senhora Dirsê- -, !
lhe eú: E' precieo:ires logo ier cotn o Padre.Herédia e liij
contar-lhe o que s€ pilssou conosco, pois estg sim, é um .*
caso verdadeiramente extraordinário.. . Ainda 4em tornei . ".1
café; o Sr. vê que ainda é muito cedo. Subi ao auto para :

vir, e o cheiro de patchuli tornou a sentir-se cam toda for-


çe dentro do automóvel... Que diz o'Sr. disso, Padre?l' :
Eu ia responder-lhe, quando anunciaram que o Sr. II4., ou- .t
tro dos concorrentes à farsa da noite anterior, deseiava ' '..i
falar-me urgentemente. "Padre, disse-me ele ao entrar, des- ,,.
oilpe que eu veúa incomodá-lo tão cedo, mas sucedeu-me ::
umacoisaêxtraordinária.Aosubiraonossoautomóvelde
noite, quando ia a caminho de casa com minha ,mulher e
minhas filhas, de repente sentimos,um cheiro muito pro-
nunciado de patchuli... e agora mesmo, ao ür ter com o
Sr., suceÇeu o mesmo". "A mesma coisa se passou comjgo,
interrompeu o outro senhoi, e'vim dar conta ao Padre do .::
ocorrido. .Creio firmemente que esÍe sim é um verdadeiro ,,ii
fenômeno'espírita, Padre, com perdão seu". Disse-lhes en-
tão eu: "Será preciso ver se esse mesmo fenômeno sucç- ,',
deu a outros.dos concorrentes, pois neste caso o testemunho ,;'i
de pessoàs tão respeitáveis como os Srs. pode aiudar=nos
a confirmar a l'autenticidade" de um verdadeiro fenôme. :l
'no (?). Ocorre-me que os Srs. telefortem a fulano e a
sicrano, que também estiveram à noite conosco, para ver
se com eles sucedeq êlgo parecido". Levei um dos dois se-
nhores ao lugar onde estava o telefone e, deixando-o lá, ,.$
voltei ao quú9 com o outro companheiro. Poucos minutos .j:1
depois voltou ô nosso amigo e, muito nervoso, nos disse: ".ii
"Tanto a Íulano como a sicrano sucedeu a mesma coiea ' ,;
em seus automóveis, e a sicrano também na sala de jantar , .::
de casa, ao lâ chegar esta noite.. . e a mirn acaba de :;
suceder o mesme enquanto eu falava ao telefone..." EÍe-
tivamente, percebia-ge um teye aroma de patchuli,. .
'

Este fenôrqeno, que coin êxito tão colossal reproduzi, l


levei-o a efeito em ,Kaneas City, Mo., náo taz mnito tempo. 'r

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'-rl',:'rr :-' t-
:ar .l+il..j-.iii.:.it:
.ilj
i': .Íi.F--\.: :ii:: *]::> ',:il;'É:i,rti,l):
r_.i l

áe Fr@-d,rs' EspÍrüÍug b' (is' Fcnintcnoo",ffàrcpdgeicos IS5

aprcsenÇreo" Íogo-lhe, leitor, me perdoe sê ffiô lltc dlgo


eomo foi qüe o produzi, poÍque talvez que, com o correr do
I teinpo, tenha oportunldade de fazê-li» em sua prcsénça, com
r!. to09 o srs. srv Esplrita. Então fc.
v aparato y vÉ o
talvez v explique,
!^r.rysv, para
yer e quÊ'
ilsL
'com
':.você veja como é fácil enganar o próximo esta ctasse
de fenômenos.
Passemos adiante na exclusão de fenômenos (?), por;
.que, enquanto não encontrarmor .ao menos um veidadàiro,
t$o podemos abalançar-nos a fórmular hipóteses.
Fica, portanto,. varrido para fóra o Íenômeno da pro-
dução de olores, primeiro porque a sua existência não está
sulicientemente comprovada, e segundo porque, mesmo no
cirso de realmente existir, ele nada tein de metapsíquico
desde o momento que nele não se manifesta a intervenção
de uma mente inteligente, distinta da do médium.
Passemos ao famosís,simo ectoplasma. Segundo os ex-
pedmentos de Richet, Cetey, Von Notzing e õutros, certos
médiuns têm a faculdade de expelir peta boca, pelas nari-
nas e mesmo pelos ouüdos, celta súbstância dê natureza
especial, muito comumentê de forma vermicular, que pa-
rece ter movimentos como se estivesse viva. Dessa subs-
tância, batizada com o nome de ectoplasma, foÍmam-se às
vezes rostos, mãos e pés, que eventualmente são Çapazes
de ser moldados. Está substância, segundo eles, estâ tão
lntimamelte unida com o médium, qie não'se lhe poile
tocar sem produzir neste acidentes graves (??). Em álgu-
mas ocasiõ,es contam-nos que tem podido ser pesada, e ra-
ríssimas vezes tem sido tocada por alguns, com extraordi-
nárias precauções. Embora se produza na escuridão, tem
podido ser fotografada com a luz intensissima do clarão de
magnésio, e Von Notzing encheu o seu volumoso livro com
uma quantidade de fotografiâs do ectoplasma em diversas
formas. Que há de certo em tudo isto? A nosso juízo, é
perfeitamente certo o fato de alguns médluns, como Marta
Beraud, fazerem apaÍecer uma coisa branca que parecem
regurgitar , do estômago.
Também é certo que tazem aparecer rostos e mãos que
di2em serem formados por essa §ubstância, embora o exa-
me das fotografias nos tenha demonstrado serem caras im-
pÍessas em papel, pedaços de gaze ou de algum tecido de
n h̀ua animal. Mesmo admitindo que deveras exista o

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l8O Cartos lfiaria de'Hcrcdio, S. ,. '

Íamoso ectoplaama, o que não está irwado, pqprá este


Íenômeno ser considerado como fisiológico, se sê quiser,
m6 de modo algum pode ser catalogado entre os meta-
psíquicos, porque não demonstra a intervenção de uma mà-
te inteligente, distinta da do médium.
Nós não dizemos que o ectoplosma não exista; po-
. derá existir ou náo; o que nos deixa sem cuidado; o que,
sim, afirmamos é que até o prcsentc a cxistêncía dessa suás-
tÔncia (verdadeir4 e não trapos de pano, etc.'), não estd
suficíentemente demonstrada para poder-sc cameçar.,a for-
mutar hipótcses sobrc o sua natureza c ativid@es,. e Que,
'estivessem
lnesmo q.uando sua existência e autenticidade
comprovados, não scria este um fànômeno metapsíquico no
sentido cm que o tomamos.
Esta substância é a que, consoante os predltos auto-
res, forma a base das materlaliznçôes, que, como indica-
mos, repregentam caras, mãos, pés e até mesmo corpos
mais ou menos completos. Muito se tem falado deste fenô-
meno (?), e sobre o Ectoplasma ou a Ectoplásmia, corno
lhe chama M. H.' Borroso na sua tradução de Geley, há
livros muito volumosos como o do famoso Von Notzing e
o anteriormente citado de Geley, nos quais pretendem eles
ter realizado notáveis investigações científicas (?) sobre
esta matéria. Para que se yeia, pois, que não pretendemos
ser acreditado sob nossa palavra, vamos dizer algo sobre
o fundamento científíco (?) da existência desta substância.
' Vamo-nos referir ünicamente a experiências de Von
Notzing e de'Celey e Richet, pois nãô hâ lugar para mai§,
e para amostra ba§ta um botão; quanto mais dois botões!
O médium ectoplásmico usado principalmente pelo Dr.
alemão era Eva C., como ele lhe chama, ou Marta Beraud,
como parece ser o seu verdadeiro nome, a qual, em todas
as suas sessões retentes, era constantemênte auxiliada por
Julieta Bisson, que lhe servia de hipnotizadora e dama-de
companhia (?).
As credeniiais desta médium não são nada limpas.
Baste citar as patavras de Houdini no capítulo X do seu '
Íamoso livro "A Magician among the Spirits", a[teriormen-
te citado. Diz ele assim:
lAbsolutamente não fiquei convencido com a demons-
tração que presenciei., Creio que o que Eva faz é proúrto

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As Frotdes Espirilas e os Fcnôdenos fiúetapsiquios IC,

simplesrne-nte de regurgitação. E, no caso de não sêr'6§te


i::r?:: o s€u proc6so, é simpleimente um 'tnside iob' (isto é, um
truque levado a eÍeito por um parceiro ou parceira). Sinto
dizer que não creio tenha sua companheira Mme. Bidsdl
{a clean bill of health" (isto é, uma fé de ofício limpa).. .
!. Penso que é uma companheíru astuta e hábil de Eva, e não
t..".
.t.. i creio seia honrada. Pelo contrário, não duvido um momento
ern aflrmar que as duas simplesmente se aproveitaram da
+-
eedulidade e hónestidade das pessoas com quem tratavam"
(pâg. 172). E prossegue: "Nesta conclusão não estou só;
lâ Mrs. Heuze, tratando das sessões de Villa Carmen, asse-
gura, como publicou no "London Telegraph" de 4 de Se-
tembro de 1922, que: Os espírítos que se supunham vir do
outro mundo ndo eram senão um véu branco que a médium
(Ew) gwrdova enrolado na bold'. E Eva assim o confes-
sod, se bem que o n€gasse depois. "Neste caso, prosse-
:.+: gue Mr. Heuze, - Mar-
M. Carbonell, M. Coulon, Maltre
-
sault, Mâitre Journan, Dr. Denis, Mella, Mare M. Verdier,
Cochet, Portal, Mme. Portal e outros devem ter todos men-
tido unânimemente para acusar Mlle. Eva". Houdini men-
ciona em seguida o testemunho dos doutores da Sorbona,
que omitimos por brevidade e que o leitor curioso pode ver
no lugar citado.
' Pelo que toca à "habilidade", para não dizer nada da
honestidade de Von Notzing, o famoso experimentador ec-
toplásmico que publicou em seu livro "Phenomena of Ma-
terialization" muitas Íotografias dos fenômenos (?) de Eva;
basta rever o seu volumoso livro para se convencer de que
as materializações (?) são pedaços de gaze, desenhos mui-
to mal feitos a lápis, e até retratos tirados do jornal fran-
cês "Le Miroir", como as próprias fotografias testificam.
Embora não tenhamos presenciado nenhuma das ses-
sões com Eva, que, aÍortunadamente paru a ciência, iá se
casou e se retirou à vida privada, estudando com. atenção
as fotogr4fias do livro de Von Notzing pudemos fazer um
descobrimento muito importante de um dos modos como
Eva octltava o farnoso ectoplasma (???). . . Eis aqui o
resultado do nosso estudo.
. Além do que, com grandíssimo fundamento, acreditava
Hodini do auxílio ectoplásmico da Bisson, que nunca foi

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I ':
tS Carlos MEta de lficrcdr,, §. [ : . r]
I

exrminada, e deixando de parte a msleiÍe indecorom co-


mo Eva ocultava grandes quaoüdedes de ecüoplasma,B[m
dedo oco que, materializado (???), aperece na obra do Dr.
alanão, fizemos um descobrimento que surprcendeg um
pouco Mr. Dingwall, secretário da Society of Psychicat Re,
search de Londres, quando lho dissemos. Observando aten-
tamente as diversas fotografias de Eva que apareoem na
obra citada, notamos que, embora aparecesse em malha ne-.
gra, depois de exaniinada ela, e não a Bisson,. ainda usâva
tiês pentes de travessa de tamanho mais do que mediano,
Como então se usava o cabelo comprido, não era nada de
estranhar que, para prendê-lo, a médium necessitasse de um
pente de travesga; m?s serem três e tão grandes, pareceu-
nos algo suspeitoso. Meditando sobre isto, ocorreu-nos uma
ideia: fomos a uma "loja ameriêana" e procuramos umas
travessas de barra ôca, com elas voltando triunfantes para
casa Abrimos cuidadosamente as duas extremidades da bar-
Ía e começamos a i4troduzir gaze muito fina (aliáq ecto-
, plasma), ficando surpreendidos com a grande quantidade
que dessa matéria se podia esconder na barra oca de umâ
travessa (pente de cocó) pequeru. Mais de um metro de
gaze de quatro centímetros de largura. Logo tomamos umá
estampa impressa em papel de seda de 20X30 centímetros,
e, depois de enrolá-la cuidadosamente, introduzimo-la, sem
dificuldade, na barra de outra das travessas, e na terceira
pusemos mais ectoplasma, quer dizer, mais gaze. Fizemoo
algumas experiênCias, e o resultado foi maravilhoso. Vale-
mo-nos de um grampo para introduzir a gaze, e em me-
nos de dez segundos conseguimos fazer desapàrecer o ecto-
plasma (?). Ali estava, pois, um dos segredos de Eva para
"materializar caras e ectoplasmas" sem grande dificuldade.
Como o indicamos.antes, Mr. Dingwall ficou muito sur'
preso ao ver a facilidade desta materialização (?) com tra-
vessas Pêquenas. Quanto mais ectoplasma não podia êscoll.
der Eva com travessas de barra larga e comprida fabri.
cadas para esse fiml
Este fenômeno de materialização e desmaterialização
(?) produzimo-lo,' de ordinário, nas nossas conferências,
com grande surpresa do auditório
Pare terminar este assunto das materializações de EvA
em presença de Von Notzing, citaremos as palavras de l.

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, Ar Frruúes 8spínlis e os Peeümtaos Metapdquico§ l&
Cc.Cabe na sua história do Espíritismo publicada na In-
glaterra e que nos dá a çonhecer o que tanto ali como na
, Alemanha se pensa da "habilidade" de Von Notzing corno
'l'ri l : Erperimentador ectoplásmico. "Nour, even in Germany and
1: l-1 . Austria, Baron Schrenck-Notzing is the laughing-stock of
ii., . . his medical colleagues": "AgoÍa, mesmo na Alemanha e na
Áustria o Barão Schrenck-Notzing é o objeto de riso dos
,- À ' sem colegas médicos". , '
E'baste isto no que se refere ao ectoplasma de Eva.
Das experiências.sobre esta matéria, verificadas por Richet
e Geley, falaremos no capÍtulo seguinte.

, -*-

É.::'..
1f.

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.-i

Capitulo VI.

O Ectoplasma.

Quando no ano de 1923 o famoso novelista inglês cria-


dor de Sherlock Holmes,' Sir Artur Conan Doyle, conveÍ-
tido em apóstolo, veio aos Estados Unidos paÍa pregar o
Espiritismo, os dois argumentos mais poderosos de que usou
em favor da intercômunicação dos vivos com os mortos fo-
Íam a Fotografia Espírita e as materializações e desmate-
rializações do ectoplasma, absolutamente (?) demonstridas,
estas últimas, coni os experimentos científicos de Geley e
de Richet. Consistiam estes na produção de mãos feitas de
parafina, pela intervenção do médium Kluski no Instituto
Metapsiquico de Richet, em Paris, em 192í. O argumento
dc que usava Doyle era o mesmo formulado por Richet no
seu livro "Tratado de Metapsíquica", pág. 627, corn a úni-
ca diferença de que, enquanto Richet dizia sÕnlente que os
experimentos levados a efeito com Kluski eram uma prova
inoncusm da existência dos fenômenos de materialização
e desmaterializaçilo do ectoplasma do médium, Sir Artur la
muito mais além, tomando esses fenômenos como prova se-
gura da existência dos Espíritos, coisa a que nlio chegara
Richet.
O argumerto de Richet é o seguinte:
. Em condições que absolutamente excluem a fraudg
Kluski produziu várias mãos ou luvas de paraÍina
Ora, ditas mãos ou lwas não puderam ser produzidas
de outro modo senão pela materializaçâo e desmaterializa-
ção de uma mão ectoplásmica ou fluídica.
hgo, existe a materializaçâo e desmaterializaçáo de
uma mão ec{oplásmica ou fluídica.
Logo, existe a materializaçáo e desmaterializaçâo *-
toplásmica.
Vamos transcrever as próprias palavras do doutor fran-
cês que encerram este argumento:

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As Fraades EsptrÍtei e os Fenflmenos iilctapdquicos tgl

"Pude estudar..i um mêdium polaco,'Kluski, que apre-


ll- ..
sentou esses feRôrnenos de maneira notabilíssima.
"Geley e eu tomamos'a precaução, ignorada dos as-
§l'stentes, de introduzir no banho líquido de parafina, colo-'
cado diante do médium durante a sessão, pequena quanü-
dade de uma substância de fácil reconhecimento. Escolhe-
mos 'a colesterina, que pode dissolver-se na parafina sem
eolori-la, mas que, por adição de ácido sulfúrico, toma ume
cor violácea-escura. Desta maneiÍa podíamos saber com
4bsoluta certeza se a modelagem obtida o fôra com a
,rossa parafina especial ou com outra qualquer. O resul-
tado foi termo-nqs podido convencer de que a oppração foí
Ievada a cabo com a nossa parefina. Por conseguinte, tive
mos a prova de que não foi uma modelagem prepaÍada an-
tecipadamentg mas sim produzida durante a sessão. Por
este lado a cetteza foi absoluta.
"Durante a sessãb as mãos do médium foram perfei-
tamente subiugadas por Geley e eu, à direita e à esquerda,
de sorte que ele não pôde soltar nenhuma delas.
'A modelagem obtida primeiramente foi de uma mão
de criança; a segunda vez, também-de duas mãos de crian-
ça, direita e esquerda; a terceira, uma modelagem de um
pé de criança. Estavam visíveis nele as pregas da pele e
das veias.
"Como consequência da estreiteza do punho, esta mo-
delagem não podia ser ohida poÍ uma mão viva, porque
seria pre.eiso retirar a mão e os dedos pela estreita aber-
tura daquele. Os moldadores profissionais não chegam a
este resultado senão dividindo com um barbante ou um aÍa-
me delgado o gesso das modelageno palmar e outro,
dorsal - umpeças.
colaàdo depois de noyo as duas
- nada de parecido. Há de ser, pois,Neste
não sucede
caso
uma ma-
terialização acompanhada de uma desmaterialização. Esta,
com toda certeza, há de ser necessáúa pa:,a que a modela-
gem. da mão com os dedos possa ser posta em prática.
"A experiêrrcia que nos propomoô evidentêmente re-.
atar, lorque tem bastante ir4portândia para merecer ser fei-
ta de novo, arrasta pois a piwa absoluta de uma materiá-
lizaçáo seguida de uma deómateriallzaçlao. Não poderia o.
médlum efetuar esta operação, ainda mesmo supondo se lhe
dessem por isso todas as faciÍidades. Desafiamos os Íundi-
dores e moldadores em geral, por mais hábeis que sejam,

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, .-
lUz Cartos Mafià dc Haedia, S. l.
a conseguirem este resultado sem'empÍegaÍ o sistema dos
segmentos (conchae, em gíria técnica) separados por -um
berbante e tornados a colar depois.
"Por @nseguinte, assiste-nos. o direito de afirmar ter
havido materialização e desmaterialização subsequente de
uma mão ectoplásmica ou fluídica, e estamos seguros de'
ser esta a primeira vez que se puderam reuniÍ condições
de experimentação tão rigorosa.
"Em todo caso, bastante se tem conseguido para que
a materialização experimental, ectoplásmica, tome lugar de-
finitivamente na ciência".
Até aqui o professor Richet.
Pára a maioria dos leitores, sobretudb Para os nasci-
dc no minuto crítico, esta argumentação Par€ce irresistível.
Como tal a considerava Conan Doyle quando mostrava pü-
blicamente, em Nova York, as fotografias daquelas mãos de
parafina obtidas por Oeley e Richet. Sucpdeu; pois, que
vários repórteres vieram procurar-me e me perguntaram
minha,opinião sobre este ponto. E eu lhes disse:
"senhores, Conan Doyle, Richet e Geley têm comple-
ta nzloz não há mão humana.que possa produzir lovas de
parafina. O diâmetro do punho é muito reduzido para dei-
xar sair a mão sem que se -rompa toda a luva. Por outro,
lado, ainda mesmo admitindo esta possibilidade, não era-
' posslvel que a mão de um homem como Kluski pudesse
produzir a mão de uma criança e muito menos um pé. Isto
é impossível para mão humana. Ademais, g Processo usado
pelos Íundidores é inadmissível neste caso. Que resta en-
tlio?" Um dos repórteres disse solenemente: "Não resta se-
n{o admitir com Conan Doyle, Celey e Richet que essas
luvas de parafina foram produzidas pela materialização e
desmaterializaçâo da mão ou do pé ectoplásmico do mé:
dium!" "Ma§, se a mão e o p€ eram de criança!"; obser-
vou judiciosamente outro dos repórteres, ao que o primei-'
ro não soube o que resPonder.
'lSe os Srs. têm tempo disponível, vamos fazer a ex-.
periência. Talvez eu possa rgproduzi-1o", disse-lhes eu.."Â8
vezes tenho poderes mediúmnicos bastante grandes. Já te-
nho a parafiàa, falta só Iundi-la para levar a efeito o ex-
perimento". .Com grande regoziio dos repórteres começa-
mos os prepatativos. Ao cabo de meia hora a parafina es-

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,:, As Froades.- Edpk&'as'ero$,Faxüürn& ffil§quicos lbB'

tara Íunüdr e püsemo-la num partde váso de crlst,àB co


r-. locardo iunüo outro c{refo de água com gelo.
"Tenhâm a üondaúe de segurar-me al mãos', digse-
lhes eu. "Agota, âpaguem-$ as luzes, pois para desenúol-
ueÍ oohvenientemenê os ÍtodeÍes astrais é nêcessária a es-
ctrÍiüo". Uma vez apagedas as luzes, pedi-lhes enüoassem
um hino rtligioso: "Nearer My God to Thee". Assim fize-
' r&l eles. Aó cabo de cinco.minutos,'um pouco excitado
exclamei: !'Sentiram alguma coisa?" Um disse que o haviam
tocado no rosto e outro disse que lhe haviam puxado o ca-
belo. "Têm os Srs. .bem seguras minhas mãos?" peÍguntei.
Osdois responderam que as tiltham bem segutas. "Então
aeendam-se as luzes". Não se pôde explicar a estupefação
dot repórteres qua[do, ao fazer-ge a luz, viram sobre a mesa
üj
uma mão de parafina...
!..
Uma vez convencidos de que eu tinha poderes me-
diísnnieos extraordinárlos, e quando iá se despediam para
ir ccimunicar aos seus respectivos iornals o resultado da sua
entrevista comigo, disse-lhes eü: "Senhores, tudo foi uma
farsa". E, como com uÍn sorriso eles mostrassetn não da"
rem crédito às minhas palavras, tirei do bolso uma luva
de borracha, das que se.vendem nas drogarias,'e lhes dis-
se: 'lNão há mão humana que possa produzir esta mão de
parafina, e nisto tem razão Conan Doyle; maü em com-
pensação, pode-se .muito fàcilmente produzi-la com o au-
xílio de uma luva de borraCha". "Veiam os Srs. como se
fauc'. E, metendo a luva dentro do vaso de água, enchi-a
deste líquido, e depois, metendo a luva assim cheía dentro
do vaso com a parafina fundida, meti-a e tirei-a três ve-
zes, já se havtndo formado em torno da luva uma camada
delgada, prém resistente, de parafina. Esvaziei a água da
luva e, ficando esta murcha, a paralina saiu sem dificul-
dade do molde, deixando a mão pronta.
"Ma§, como pôde o Sr. fazer tudo isto quando meu
compaúeiro.e eu lhe mantÍnhamos segurás as mãos?", F€Í-
guntou urprcendidíssimo um deles. "Apenas soltando uma
das mãos", disse-lhe eu rindo, "e era justamente a que o
Sr. segurava". "Pois eu poderia lurar que todo o tempo
tive sujeita.sua mão e não a soltei nem por um msmento'.
"Isso é a mesma coisa que assegura Richef', reepondi sol-
tando uma gargalhada. "Mas será' possívet? como Íez, o
Sr.. isso?" "lsto, Eim, já lhe não direi, pois é segredo pro-
FnudorEptÍlt.r-13

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194 . Cutos llailo de Haedia, §. !,
fissiot1lr/f', "Mas, como pô& fazer fudo isso com uma mão
só?" "Fi-lo com as duas". "Com a§ duas? Isso não é crí-
vel". t'Pois é muito simples", repliquei, "fiz com que os Srs.
dois agarrassem suas respectivas mãos supondo cada um
que segurava a minha, e assim, perfeitamente desafogado,
pude habalhar com ambas, até que, terminada a operàção,
tqrnei a segurar as mãos dos Srs., passarido assim uns mi-
nutos para deixá-los persuadidos de que todo o tempo ti-
nham tido minhas mãos entre as suas. Os Srs. hão imagi-
nam o que se pode fazer na escuridão... com um pou-
quinho de prática".
Esta cena que acabo de referir foi causa de que me
viessem convidai mais tarde a repetir essa experiência no
, Keith Theatre, sito em Broadway, perante umà magnífica
concorrência de mais de duas mil pessoas escolhidas entre
o mais ilustre da cidade de Nova York.
Mas venhamos ao silogismo que deixamos apontado

"Em condições que absolutamente excluem a fraude,


Kluski produziu várias mãos de parafina".
Richet diz isto perque tinha posto colesterina na pa-
rafina, temendo que o médium levasse no bolso outras mãos.
Esta precaução, como desde logo se vê, era completamente
inútil, já que o que o médium levava eram os moldes em
borracha de duas mãos e de um pé de criança. Richet tam-
\:r.r bém acreditava que, tendo ele de um lado e Geley do ou-
it::
tro segurado as mãos do médium, este não tinha podido
d:, soltar-selt! Parece incrível, mas com um pouco de prá-
tica não há- coisa mais fácil do que -esta manobra, como
demonstrei pràticarnente aos repórteres. Concedendo, pois,
que Kluski tenha produzido as mãos de parafina, o que
foi um fato, negamos o tivesse feito em condições que ex-
cluíam em absoluto a fraude, como supse ingênuamente
Richet. Porém, mesmo supondo que naquela ocasião não a
tivesse haüdo, razões tão Íortes há para temer o contrário,
que a proposição de inteiromente certa resulta apenas pro-
vdvel. Passemos, porém,3 menor:
Ora, ditas mãos ndo puderam ser produzidas de ou-
tro nodo sendo pela materialização.e desmoteriotização de
unw mão ectopkismico. ..
Aqui falha inteiramente o bom do doutor Richet, e ain-
da que eu não seja nem fundidor nem modetador, posso

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As Fraades EspÍritas e os Fenômenos Metapslquicos 195

aceitar-lhe o desafio e produzir-lhe todas as mãos que quei-


Ía, na§ posturas mais variadas, e pés de todos os tama-
nhos e carnaduras, sem necessidade de r€correr à divisão
dos dois segmentos por meio de um barbante ou arame fino
de latão. Bastam luvas de borracha.
O nosso argumento contra "a prova absoluta" da exis-
iência do ectoplasma sustentada por C. Richet, Geley e
Conan Doyle é este:
Essa prova das mãos de parafina seria concludente (se-
gundo eles) se não houvesse modos de pod,er o médium pro-
duzir esta operoção, .mesmo supndo se lhe dessem .para
ísso Íodos as faêitídodes, senão por obro e arte da mote-
rializaçdo e desmaterialização do ectoplasma.
Ora, sucede haver, além do ectoplasma, a luva dê bor-
racha que pode produzi-lo, sem ter que-recoÍreÍ ao pÍoces-
so dos fundidores.
Logo, esta prova absoluto da materializaçáo e desma-
terialização do ectoplasma não vale um ceitil.
Ficam, pois, o ectoplasma e suas manifestdções "var-
ridos para foÍa" na nossa atual investigação, até haver me-
lhores argumentos que lhe provem a existência mesmo pre-
cária.

ir

3...::.
r,:.''. t3.

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ffi:

Capítulo VlI.

Fotogfrafias dos Espíritos.

'Nenhum dos fenômenos espíritas tem sido tiío çriti-


càdo nestes últimos tempos como a fotografia dos espíri-
tos", diz Fred Barlow no capítulo VIII do. livro "The Case
for Spirit Photography", publicado em 1923 por Sir Artur
Conan Doyle. E a verdade é que, depois do que §e pa§-
sou com o Baronet inglês na última viagem aos Estados
Unidos, pode-se bem dizer que as tais fotograÍias loram
tão criticâdas, e. de tal modo ridicularizadas e tlesacredita-
das em revistas e jornais, que a sua obra de "ApóstÔlo do
Espiritismo", baseada principalmente nessas fotografias, ti-
cou feita em pedaços. A nós tocou não Pequena part'e na
obra de desprestígiq das fotograÍias espíritas de Conan
Doyle. Quem disto quiser certificar-se pode recorrer-às co-
leçóes de lornais e revistas dos Estados Unidos de Abril.
a Setembro de 1923. Citaremos sÔmente parte de um aÍ-
tigo, de três cotunas e com duas grandes fotografias, que foi
públicado em "The Evening World", de Nova York, na se-
gunda-teira 9 de Abril de 1923. Diz assim:
"E' prôvável que não haia pessoa alguma nos Estados
Unidos que mais se tenha interessado pelo desmascaramen-
to e explicação das fotografias espíritas de Sir Artur Conan
Doyle, desde a sua chegada aos Estados Unidos a semana
paisada, do que o R. P. Carlos M. de Heredia, S. J.; Que
ãesde a luventude se dedicou ao estudo das manifestações
espíritas, na Cidade do México.
"O Padre Heredia estava indignado com a exibição
de fotografias de espíritos, apresentadas perante um gran-
de auditório Por Sir Artur. . .
"Veio, pois, ao "Evening World" para dar uma de-
monstração de como se podem produzir essas fotografias

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i Ás Fruudcs EspÍrifas e oi Fenfifirenos iüetdpslqaicos tg7

Íraudulentas "uúder test conditions" (em condições à prova


de Íraude), o que fez perante três membros da nossa Íe-
úação no laboratôrio fotográfico do "Evening World".
"Uma dessas testemunhas era um artista que, tendo
::i
i".
'.;.1
visto várias vezes o Padre Heredia, nas suas conferências,
'
i:r!
reproduzir perante grandes auditórios toda casta de fenô-
i.::- menos espíritas, estava seguro de que o Padre sairia triun-
fante no seu experimento. Outra das testemunhas era um
ii: : iepórter com vinte e cinco anos de experiência, grande ad-
.|,.,..'. ,r inirador de Sir Conan Doyle, o qual se inclinava a crer
que o que o Padre ia lazer era um ardil fácil de ser des-
' coberto por quaiquer um, quanto mais por um repórter com
a sua experiência!
. 'A terceira era o fotógrafo oficial do nosso diário, com
mais de vinte anos de experiência fotográfica, e que tinha
feito uma quantidade de fotogralias espíritas, pelo que es-
tava.seguro de que lhe não escaparia o processo do Pa-
dre, por mais oculto que fosse.
"Por proposta do Padre, troüxe o fotógrafo uma de
suas próprios chapas iá colocada no "chassis". Entraram
os quatro na câmara escura e, a pedido do Padre Heredia,
o artista e o repórter marcaram-a chapa com suas iniciais.
O fotógrafo colocou de novo a chapa no "chassis", sem que
o Padre se aproximasse dela, e, saindo fora, tirou uma fo-
tografia do artistâ e do repórter sentados, tendo.em pé por
trás deles o Padre. O fotógrafo levou a chapa à câmara
escura e, ao revelá-la ele próprio, viu que ne meio do gru-
po aparêcia uma cara, a do Almirante inglês Beatty.
"O artista, o repórter e o fotógrafo repetiram três ve-
zes o mesmo experimento, observando constantemente to-
dos os,movimentos do Padre Heredia, sem poderem desco-
brir trapaça alguma, e obtendo nas três vezes outras tantas
silhuetas de espíritos, representando uma um soldado apre-
Ttí.,
sentando armas, outra um "pau-d'água", € â terceira o pró-
prio retrato de Sir Artur Conen Doyle. . .
"Intrigado o fotógrafo e admiradÍssimos os outros dois,
perguntou o fot§grafo ao P. Heredia: O Sr. usa fósforo?
Meu caro amigo, disse o Padre, o fósforo não produz
-re,Eatos; quando muito, produziria manchas brancas a $te

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198 Carlos Maria de Herédia, §. .r,.

os espíritas chamariam ectoplâsma. por vencido?


disse.o Padre ao fotógrafo. - Dá-se
À resposta afirmativa deste,
o Padre levou-o a um canto, - e ali lhe revelou o "modus
operandi", recomendando:lhe segredo. Vá'agora o Sr.
-
e engafle seus companheiros, disse o sacerdote ao fotógra-
fo. E assim, enquanto o Padre, sentado no quarto obser-
vava os movimentos do fotógrafo, este, com toda habili-
dade reproduzindo o processo que acabava de aprendÊr, fa,,
zia aparecer um espírito entre as figuras de'seus dois ad-
mirados companheiros. Quantlo a fotografia apareceu, o
Padre Heredia soltou uma alegre gargalhada, enquanto o
repórter procurava reprimir com toda energia as palavras
que lhe vinham à boca e que não deviam ser pronupciadas
em presença de'um servo de Deus".
Até aqui parte do artigo do "Evening World", que cau-
sou uma sensação extraordinária na Cidade Imperial, com
não pouco desgosto de Sir Artur, ao ver que "os espíritos
pândegos" lhe haviam pregado uma boa peça, materiàlizan-.
outro mundo.
Se fizemos menção deste incidente, princípio da nossa
campanha contra o espiritista Conan Doyle, que tanto ruído.
fez no mundo inteiro, foi para demonstrar que, ao tratar-
mos das iotografias dos espíritos, o fazemoJ com conheci-
mento de causa e não falamos. de oitiva, como fazem não
poucos dos Que sobre estas m4térias escrevem.
Prossigamos a nossa discussão. São as fotografiaí dos
espíritos um fenômeno comprovado? e, no caso de o serem,
pode este fenômeno ser considerado como metapsíquico?
Categôricamente.respondemos que: as fotogr4fias es-
píritos não são um fenômeno compÍovado, embora se pos-
sa admitir que certas foto§rafias em que aparecem como
"extras" nebulosidades e mesmo alguma coisa assim como
caras, talvez sejam autênticas, isto é, não d.evid.as a fraude,
conquanto seja perfeitamente natural a causa que as pro-
duz. Explicaremos isto um pouco mais adiante.
As fotografias dos espíritos, como a própria fotografia,
são de origem moderna. Não nos cabe fazer aqui a his-
tória dessas fotografiasl contudo, diremos que o primeiro .

que as "produziu" foi um tal Mumler, fotógrafo de Bosüon

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As'Fraudei EspírÍÍas e os Fenômenos'Mctapsíquicos lgg

em 1862, o qual enganou por largo tempo um tal doutor


Gadntir, espiriüsta, até que este o pilhou, fazendo úma "dú-
pla exposição". O primeiro fotógrafo desta classe na Fran-
ça foi um tal Buguet, de Paris, que em 1874 se fez notar
.pelas suas fotografias de espíritos tanto na França como
na Inglaterra, oride, com esta nova indústria, lez bom di-
nheiro..Foi preso pelo Governo francês e, apertado, con-
Íessou o seu truque (dupla exposição), apesar do que, co-
mo bons Babilônios, os espiritistas franceses e ingleses o
defenderam, dizendo que sua confissão não era espontânea,
mas sim que os jesuítos é que o haviam obrigado a fazê-
ta.. . Faremos notar, de passagem, uma coisa curiosa que
aconteceu com.este e outros fenômenos (?) espíritas (lem-
bremo-nos das irmãs Fox); começdm certomeÀte por frau-
de.. . e acabom por ser fenômenos verdadeiros!!!
Todo aquelê que já manejou uma "Kodak" tem tido,
§em dúvida, experiência do que é uma dupla exposição. Al-
guém se esquece de enrolar a película, exposta de urn quar-
to interior, suponhamos, e logo tira, sobre a mesma pelí-
cula, a fotografia de uma vaca pastando no campo.. Ao re-
velar, resultar-lhe-á uma vaca metida na sala. Estas duplas
exposições são o principal fundamento da lotogrolia espí-
tital Para enganar a gente simptes, este processo basta e
sobra; mas, quando se trata de gente um pouco mais des-
confiada, deve-se recorrer a outros manejos, com o fim de
obter a dupla exposição de um modo dissimulado. Vou con-
tar um caso de "um médium fotográfico" que conheci e cuja
fraude,'descoberta por mim, usei também em duas ocasiões
com êxito extraordinário. Havia esse médium escolhido
para seu gabinete uns quartos situados na mesma rua onde
um aniigo seu tinha um loia de artigos de fotografia. Quan-
do os clíentes iam ter com o médiurn para obter a foto-
grafia de algum de seus amigos ou parentes defuntos, o
médium,-com toda honestidade (?), exigia que eles mesmos
levassem uma caixa de chapas novas, comprada por eles
mesmos, com o que ficavam seguros de não haver fraude.
Não levando consigo as chapas, saíam eles a comprá-las,
e naturalmente iam à loia próxipna, onde o amigo lhes ven.
dia uma caixa de chapas jd expostas, com mois ou menos

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cspi;ilos, corrÍorme.9 seu'associado lhe,indFeve Fdo teh, '
foqe particular que fora instalado entre a Íotogratia + ,r
loja de utensilios Íotográficos. §
Claro que eles chegavam airosos com a sua caÍra de
.chapas. O fotógrafo metia no guarto escuro um dos irÉe-
ressados para que pessoalmente colocasse a sua própria
chapa no "chassis", fazendo-o marcar a chapa, para maior
segurança de não ter havido substituição. O fotógrafo ti-
. Íava a fotografia, e ao ir revelá-la levava o interessâdo; ürüe
cuios olhos assombrados aparecia, além do seu retr'ato, o
de um ou mais espíritos, que com facilidade ele identificava
como algum de seus amigos ou parentes falecidos. Com fre-
quência sucedeu gue os espíritos saíam de cabeça para bai.
xo, por não ter sido a chapa colocada no sentido devido;
mas este ligeiro inconveniente o fotógrafo solttcionou-o co-
locando antes nas chapas vários "extras" em diversas po-
sições, uns de cabeça para cima e outros de cabeça para
baixo... A fotografia era sempre declarada âutêntica, já
que fora tiràda "under test conditions", isto é, em condi.
ções que excluíam "absolutamente" toda possível fraude!!
Como disse, usei este método em algumas ocasiões,
quando ia a aÍguma cidade pequena fazer ume conferên-
cia. Levava minha caixa de chapa§ já impressionadas, en:
tregava-a ao negociante que no lugarejo vtndia artigos fo-
tográficos, com a incumbência de vendê-las a fulano e a'
sicrano, quando de rninha parte as viessem comprar. Claro
que, se oles mesmos colocavam suas chapas, pois com pe-
lículas de rolo não se pode fazer isto assim tão fàcilmen-
te, e eles mesmos tiravam a fbtografia e a revelavam por
sua conta, ao verem aparecer os "extras" ficavam profun-
dissimamente impr'essionados. . . A fotografia espírita era
absolutamente autêntica (?).
Vou citar outro processo que é muito mgenhoso e pode
aplicar-se quando alguém usa o seu prôprio "chassi§", €m-
bora'as chapas sejam levadas pelo cliente. Eu também o
usei, e deu-me magníficos resultados. Tirtha, fois, prepa-
rado um "chassis" cuia divisão interior apreçntava bura-
cos numa ou em várias partes. Nesses burms an tinha pre-
gado "positivo§" de retratos feitoe em pelÍcuh. Ao dar-me
o cliente a sua chapa própria e marcada, eu a introdwir no

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,ls Êiuaaps Erffiüac a os FGtrünt€ ne*.ííràlepdquicos gBt
.
,rúa "drssis- preparado; Ao levá-lo peÍa Ê.lo na máqui-
na, eu ab'ria um.pouco a tampa oposta onde estava a chepa
::t ii:;:,
verdadEira. A luz eatrava, passava pelo buraco onde estava
o retrato 'tpositivo" sobre película, produzindo na chapa
umâ caÍa "negativa", que era o n'extÍa" ou espírito desa-
ca,rnado qué aparecia junüo ao cliente. Este processo, bem
exeortado, deu-me sempÍe resu,ltados surpreendentes. O pro-
cesso que usei no "Evening WorldP e que uso com mais
frequência é inteiramente diferente dos mencionados, visto
não se basear na dupla exposição. E' um rcgredo que não
reveb, pôis poderi a fazer muitissimo mal, iá que não pou-
cos médiuns, ao saberem dele, o por.iam em prática, en-
ganando irremissivelmente os seus infelizes clientes,
Com'estas noções gerais de fotografia dos espíritos,
vej.amos o que Conan Doyle e outros nos dizem, para re-
. solvermos a questão de se a fotografia do espÍritos é um
'tenômeno comprovado ou não.
Sir Artur Conan Doyle tern dois livros em que resume
tSdos os progressos modernos da Fotografia Espírita. Um,
já citado, "The Case for Spirit Photography", e outÍo ver
dadeiramente notável "Tàe Coming of the Fairie§', isto é,
"O Advento dos Fados, Duendes e Trasgot', já que a pa-
lawa fairy, cujo plural em inglês é fairies, tem todos es-
tes significados no nosso idioma, além de que as fotogra-
fias que este livro encerra nos mostram não sômente Fadas
como também Gnomos de pqtas curtas, cabeçorras.e bar-
rigudos.
.Quando esse livro chegou pela vez primeira às nossas
mãos e vimos na capa a gravura . de uma mocinha sentada
na grama, brincando familiarmente com um Gnomo, e de-
poís de lermos o título, pensamos que o ilustre criador de
Sherlock Holmes se tivesse dedicado à literatura infantit,
escrevsrdo "Contos de'Fadas", que deviam ser muito inte-
ressantes, apesaÍ do pueril da matéria, dado o renome li-
terário, iustamente merecido, de Sir Artur. Conan Doyle.
Julguo-se a no$a surpr€sa, e ,menor não será a do leitor
sensato, m {olhearmos o livro e.verificarmos não ser um
conto de Fadas, mas rm tivro cientilicot poto provar i4-
diccttitcltiuÍúe a erlstênclo ieal de Fadas, Atnmos e ou-
úras scras Japisryeb ou furlrnar sab-huma4las, como lhes cfta-
ma Sir Artur.. .

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N2 : "
Carlos Maria de Heredia, S, !,
No eapítulo primeiro deçse livro, Sir Artur começa do
modo seguinte;
"A série de incidentes que publicamos neste .vohlme,
ou são a mais bem elaboroda e engenhosa mistificação de
que jamais tenha sido vítima o público, ou, a ser verdade,
constitui um evento que, em razáo da sua natureza, tará
necessàriamente época na história". Refere-se o autor à
"provo, indiscutível da existêncio reol das Fsdas e Gnamos,
etc., proporcionoda pela lotografia direta desses seres Ín-
visíveis oo olho humano, porém MWes de ser lotografados
sem dificuldade por uma "Roda?'.
Depois de o ilustre "novelista" nos contar como é coi-
sa comum e corrente verem as crianças com frequência as ,
verdadeiras Fadas, Duendes e Gnomos, especialmente nos
bosques, e brincarêm fàmiliarmente com elés, faz uma pe-
quena dissertação- científica. Nela demonstra a possibilidade
da existência de outros seres inferiores ao homem, os quais
habitam neste mundo em verdadeiras manadas, sem quã os
possamos ver, geralmente, já que seus corpos, formados
como são de uma matéria especial que emite ondas diver-
sas das luminosas, são por isto inüsíveis ao olho humano.
Contudo, pode-se vê-los quando a retina se acha num es-
tado especial que poderia comparar-se ao que produziria
o uso de "óculos psíquicos" (sic), da'maneira como uma
Iuneta poderosa é capaz'de aumentar o poder da nossa
visão até fazer-nos ver palpàvelmente os canais de Mar-
te (?) invisíveis a olho nu. Os olhos das crianças muitas
vezes são sensíveis a essas vibrações especiais, de vez que,
como é bem sabido, as crianças têm poderes psíquicos de
que não gozam as pessoas maiores! Quem poderá negar a
Conan Doyle a imaginação florida de um grande novelista?
E, sem embargo, Elsie, a menina que obteve essas foto-
grafias que formam a única base do livro de Doyle, não
só sabe desenhar e, consoante o testemunho de sua mãe,
"tinha pintado muitas Fadas", como também esteve empre-
gada uns mesês num fotógrafo de Manningham Lane,
Bradford, e quando obteve as maravilhosas fotografias ti-
nha a curtíssima idade de dezesseis anosll Apesar disto,
Doyle assegura que a menininha (?) não sabia manejar uma
máquina fotográfical! :

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I Ás Fraule$ §splriÍas e os Fenômenos Metapslqücos 2(B
Vejamos, porém,'g argumento Aquiles em que se ba-
seia o novelista inglês para dar como fato indiscutÍvel a
existência das fadas.
A Ínenina Elsie Wright,.estando só com outra menina
mais pequena, e usando pela primeira vez uma máquina
fotográÍica que o pai lhe ensinara a manejar, tirou duas
Íotografias no lugar chamado Cottingley, e levou as chapas
para que d pai as revelasse. Com surpresa do papai q com
olegria ertroordiruirio de Elsie, iunto com o retrato da pró-
pria Elsie apareceu numa das Íotografias um Gnomo bÂn-
cando com ela, e noutra uma Fada voando. Ora bem; se-
gundo o testemunho dos fotógrafos que examinaram as cha-
pas, não há dupla exposição;. logo, tanto o Onomo como
a Fada existem realmente, e a sua presença no bosque, à
hora de tirat a menina a fotografia foi que causou a im-
pressão, na chapa; dos seus etéreos coÍpos, os quais, em-
bora invisíveis ao.vibrações
olho humano (sem óculos psíquicos), em
ürtude das suas especiais puderam fázer-se fo-
tografar.
A propósito deste caso diz mui sensatamente o Maior
Hall-Edwards no "Birmingan Weekly Post", Inglaterra:
"Sir Artur Conan Doyle toma como demonstrado que es-
sas fotografias são realmente Íotografias de Fadas, apesar
de não mnstar como foram tirados. Quem quer que viu
uma película cinematográfica entenderá os prodígios que
podem fazer-se em fotograiia...
' "As fotografias em questão podem muito bem ter sido
tiradas, ou pondo a pintura da Fada, colada num cartão,
pendurada ao ramo que se vê por detrás dela, e assim a
Íotografia Íoi direta, tanto da menina como da Fada, ou
então. por dupla exposição comum e corrente"
Não insistimos mais neste argumento "infantil" de
Conan Doyle, deixando ao leitor curioso examinar as gra-
vuras anexas, reproduzidas da obra citada e publicadas an-
tes pelo "Strand Magazin", e por si mesmo decidir da for-
ça do argumento do Baronet inglês. Este não deve ter
estado muito seguro da validez do seu argumento quando,
no fim do prólogo do livro citado, acrescenta:
"Acrescentarei que todo este assunto .da existência ob-.
ietiva de uma forma de vida sub-humana (as Fadas, Cno-

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'r' ' J'lr i:
'
;
M Carlos Msia de ÉIerrldtu, §. !.
mos, etc.) rudo tem q.ue vcr com a grdnde e npb,vitat
questão do Espiritiismo. Muito eentirla que meus argümeF
tos em favor do Espiritismo fossem enfraquecer-se pela ex-
posição (e defesa) deste epis6dio estranho, que nlb tem
relação com a sobrevivência de nossas atmas".
Com efeito, os Duendes nada têm que ver com a imor-
talidade da alma, nus a credulidade pueril d.e Corun Doyle,
ao odmitir como demonstrada a existôncis dos Fadds, por
meio do fotogrofio, tem, sim, muitíssimo que ver com a swl'
rmneira de' raciocirmr oo odmitir como absolutamente rrrt-
têntius as fotogralios espiritas de que trata no seu pÍÊ.
citado livro "The C-ape lor Spirit Photographf'.
A decadência da mente de Doyle, que se manifesta no
seu livro sobre as Fadas escrito em 1922, muito - mais se
conlirma no seu ,livro sobre a Fotografia Espírita, escrito
em 1923.
Esta matéria, interessante como é, voltaremos a tratá-
la no capítulo seguinte.

L-
E http://www.obrascatolicas.com
E*.
Capltulo VIll.

Fotografias dos Eipíritos.


(Continuação).

Urn dos fenômenos Espíritas que mais consolam os


adeptos é, sem dúvida, o de receberem, Por conduto de mé-
diuns especialistas, retratos Íotográficos de parentes e ami-
gos defuntos. E natural é que alguns ri,édiuns se tenham'
aproveitado dessa oportunidade para tirar seu partido "pro-
duzindo" fotografias dos Íinados a Preços módicos (?), ex-
plorando iniquamente o sentimentalismo e a credulidade dos
seus infelizes clientes. Remetemos o leitor curioso a um dos
apêndices deste livro intitulado "Babilônios Parisiense§",
para que se divirta lendo a história do fotógrafo Buguet,
anteriormente citado, e se convença de até onde pode che-
gar a credulidade humana mesmo na época atual. Em mui-
tas ocasiões, basta mostrar a um desses Babilônios uma
fotografia borrada, circundada por uma espécie de véu
branco, para que imediatamente ele reconheça nela a fisio-
nornia de um dos seus parentes detuntos. E corn frequên-
cia se dá o caso de ser a mesma 'limagem" identificada por
um como sendo a de seu pai e por outra pessoa como sen-
do a de seu irmão, não sendo de nenhum dos dois o ori-
ginal de onde Íoi tirada, mas sim de outra pessoa, não re-
lacionada em coisíssima alguma com qualquer deles.
P,or outra parte, em certas ocasiões a casualidade vem
a reforçar admiràvelmente a crença de que umas manchas
combinadas Íortuitamente são a imagem verdadeira de al-
gum defunto da família, iá que, visto de certa"distância,
tem o conjunto semelhança não pequena com o desapare-
cido. A totograÍia anexa é uma prova evidente da nossa
afirmação.
Eis aqui a história desta fotografia, como nos foi re-
Íesida pela interessada, pessoa tão respeitável como boa,

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206 Carlos Mdria de Hereüa, S. !.
que gentilmente nos ofertou o negativo que se acha em
nosso poder. Para honra da mesma dama, cumpre fazer
constar que os espiritistas de Washington, onde ocorreu
o sucesso, lhe ofereceram boa soma pela fotografia, haven-
do-se ela negado redondamente a este "n€gócio", já que
não acredita nem pouco nem muito nas manifestações dos
espíritos.
"Meu falecido esposo e eu", disse-nos ela, "fomos t $Ít-
ças a Deus, muito felizes no nosso casamento, por espaço
de cinquenta anos. Afinal, morreu ele santamente, ficando
eu tristíssima, conquanto .cristãmente resignada, na espe-
rança de unir-me a ele algum dia no céu. Durante a vida
de meu esposo costumávamos ir aos domingos ao c&mpo,
com toda a Íamilia, no verão, que, como sabe, é muito
quente em Washington. Sete meses eram passados da mor-
te de meu marido; fazia um calor insuportável, e um do-
mingo meus filhos me pediram afetuosamente os acompa-
nhasse ao campo, como em tempos melhores. Para não des-,
gostá-los, acedi, embora com grande repugnância; era a
primeira vez que eu ia-ao campo sem meu marido, pelo
que aquele dia foi para mim sumamente triste. 'Todo o
tempo estive pensando nele.
"Os rapazes, como de costume, tinham levado as suas
"Kodaks", e depois do almoço um deles quis tirar um gru-
po de todos, como fez. Nada de particular ocorreu nesse
dial mas, quando durante a semana meu fllho nos trouxe
as fotografias do grupo, um de meus netiúos, ao vê-lo, ex-,
clamou: Vovó, olha meu avôzinho,'e mostrava na Íotogra-
fia um lugar junto à minha cabeça. Todos Íeparamos en-'
tão, e Íicamos muito surplesos ao ver que, efetivamentê, €Il-
tre o véu que me pendia do ombro, abaixo do chapéu e ao
lado direito de meu rosto, via-se outro rosto pequenino, em
tudo parecido com o de meu falecido esposo. Aqui tem o
Sr. a fotografia, Padre, e aqui tem o retrato de meu ma-
rido; pode comparar".'- E, ao dizer isto, mostrava-me um
quadro que pendia da parede. Com verdadeira surpresa no-
tei que, não'havia dúvida, ali estava um rostinho em tudo
semelhante ao retrato! Pode o leitor vê-lo na gravura res-
pectiva. Após um momento de minuciosa observação com
uma lente que me forneceram, disse-lhe eu: "E por acaso
não teria a Sra. guardado o negativo?" A velha senhora le-
vantou-se, foi ao quarto contíguo e voltou, momentos de-

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.: il f i.:,::':- .'.' -=n...,rr'.

As Fr,a4des Espiritas e os Fenflmenos iletapsiquicois NI


trazendo-me o celulóide. Observei-o com tôdo cgidado;
' .pois,
claramente,ali não havia retoque de espécie alguma, nem
dupla exposição, nem nada parecido. Muito intrigado com
o caso, pensei que talvez eu estivesse de posse de uma ver-
, . dadeira fotografia psíquica, pois espírita nem um momento
me passou pela imaginação que fosse. Considerava eu as
circunstâncias. O estado mental , da senhora, m_uito triste,
. q-ue-estivera pensando no esposo. Não se.poderia explicar
aquele rosto como produzidó por Çertas vibrações cere-
brais? Aquele rosto branco não seria produzido por algu-
ma luz invisível, emanada do cérebro-da viúva?- por {ue
havia ele aparecido justamente junto à cabeça da senhóra
na abertura deixada pelo véu preto que caía do chapéu?
-
Levando comigo uma fotogr afia- positiia do grupo, fui para
casa, e não pude dormir a noite toda, fazendo conjeturas
paÍ4 me explicar o fenômeno. Afinal formei a minhá reso-
lução e, no dia seguinte, voltei a visitar a senhora e lhe
pedi que me emprestasse o negativo para mand ar fazer
'uma
ampliação direta. Foi então que ela me dissej que os
espíritas tinham procurado comprar-lhe o negativo, aô que
ela se havia negado. "Eu não creio nessas coisas, padre,
e embora não saiba como se explicará isso, creio que, de
um modo ou de outro, Deus o permitiu para me consolar,,.
E. pondo o negativo num envelope, entregou-mo dizendo:
"Faço-lhe presente, dele, Padre, e pode fãzer com ele o
que quiser". Com'o agradecimento que imaginar-se pode,
aceitei o presente, não sem,, por cortesia, formular algumas
escusas. paru náo recebê-lo. Já dera de andar, quandõ, re-.
parando no retrato do velho que pendia da parede, disse
à senhora: "Não tem a Sra* uma cópia deise retrato?,,
"Não, Padre, mas tenho um àtrato pequenino, tirado tam-
bém com uma "Kodak", no qual estâmàs ele e eu,,, e, di-
zendo isto, entrou no quarto e voltou com o retrato pro_
metido, que igualmente reproduzimos na gravura ,especiiua.
Dali fui diretamente a uma fotografia e mandei fazer
uma ampliaçào. Quando, denko e, !or"o, Aias, ma en-
treg-aram,_ pude por fim descobrir o segredo daquela foto_
grafia psíquica (?). Como o leitor pode observàr na am-
pliação anexa, a maior parte do rosio do ancião está for_
T"d9 pelo cabelo branco da senhora. Forma primeiro a
frente, e, ao dividir-se, um pouco mais abaixo, deixa uma
abertura que corresponde aó olho. O nariz está formado

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l

,j

208 Cslos llada de Heredia, 8. l.


pele orelha, enquanto a boca é Íorrnada poÍ um vazio q§q
há enke o cabelo branco e a gola da blusa da senhor+
gola qrrc v€m a completar a "pera", um tanto mais escuÍai
do venerando aneião.
Creio que a custo se poderá dar uma semelhança me-
lhor do velÉinho, se s€ comParar com o retrato. E, todavia,
aquela não é um.a fotografia psíquica, como mo fe4 creÍ a
minha imaginação antes de estudar a ampliação, nem rnuito
menos uma Fotografia Espírita (?), mas apenas uma §e-
melhança de rosto, formada pelas mechas soltas de cabelo
branco, pela orelha e pela gola da blusa da excelente viúva.
Se se comParar essa fotografia (ainda que , formada
ao acaso) com qualquer das que Conan Doyle no§ aBrs'
senta e que, para recreação dos leitores, reproduzimos na§
nossas gravuras, ver-se-á uma diferença enorme. Estas fo-
ram obtldas por obra da "mediumnidade" do Crew Circle,
na Inglaterra. À frente desse Círculo de Fotógrafos- Espí-
ritas éstá um fotógrafo chamado William HoPe. Este se-
nhor, que não concede audiências senão a Pessoa§ de "toda
confiança" como Sir Artur, trabalha no seu próprlo gabi-
ietc, com seu próprio "c/tassís" e sw próprio mdquítw,
bastante velha e cuja lente não tem tampa. Dado o caso
de algum mortál não espiritista ser afinal admitido no seu.
laboratório ao cabo de dias e mesmo de meses de espera'
a única coisa que se lhe concede é levar suas próprias cha-
pas, que devem ser de determinada marca. Essas chaPas
ãevern ser enviadas a Hope com vdrios dias de ontecedêw
cio, para. que, encerradas na sua'caixa selada, Possam ser
submetidas
'à "influência do médium"; como se ,dissésse-
mos para que as "choquem" os Espíritos. Depois deste tra-
tamento psíquico (que o leitor iá deve supor que objetivo
tem), à hora marcada chega o dono das chapas, abre a
caixa na câmara escura, Hope coloca a chapa no §eu.ve-
lho "chassis" e vão ao gabinete tirar'a fotografia. Voltam,
à câmara escura e ali, diante do interessado, revelam-se as
chapas, nas quais'costumam aparecer "extras"_-como .o§
que o leitor pode ver nas gravura§ respectivas. Mas, antes
dt tirar a fótografia, a SÍa. Buxton, companhtiira e co-
médium de Hope, põe-se a cantar o conhecido hino "Nearer
My Cod to Thee", que Parece ter força especial para 9fa-
lnaÍ os espíritos. Em minhas conferências eu uso deste hino
de preÍerência a todos os demais, com êxito muito reco-

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I
ameqaavêi-:,$üranle g e4posição da chap3n gue costuma d.u-
''rar vários segundos, tanto HoS comô a Buxton colocal4-se
,.por detrás da máquina e cobrem-se ambos religlosaEente
r com o pano peto, cobrindo a lente com a outra ponta des-
te, pois, como diisemos, a-lente não tem tampa.
Todo este processo, que a mente decadente de Sir Ar-
.l:'_-:t . tur Conan Doyle considera como perfeitrmente 'â prova de
-.i, - f6uds", é necessário para a prodqção das Íotografias ador-
i': ' nadas' de "eÍtras". Esse círculo chegou a ter grande re-
Íl nome na Inglaterra (quer dizer, eqtré os espiritistas ingle-
ses capitaneados por Sir Artur), e é considerado como o
mair eficiente e digno de confianç a para a produção dessas
fotografias. Sir Artur dedicou-lhe todo um livro,'"The Cose
' Íoi Spirit Photography"; que repetidas vezes temos citado.
Graças a Deus, na Inglaterra há, muitas pessoas que
não nasceram no "minuto crítico". Um desses é Mr. Harry
.Prlce,'membro da Society for Psychical Research, que, de-
pois de muitos trabalhos para ser admitido no Crew Circle
dirigido por Hope, pôde observar este a curta distância e
convencer-se de que não sômente ele "abiia os pacotes de
'
úqpasi' durante os dias em que estes ficavam todos na
"incubadora espírita" para "tratar as chapas", mas que tam-
,bém, confo(me o caso, trocava estas, mesmo diante dos in-
teressados, na câmara escura, substituindo as do cliente pe-
las suas (de Hope) iá "incubadas" e prontas para produ-
zir "extras". Tudo isto e outras'coisas mais muito interês-
sAntes pode o leitor curioso ver no opúsculo de Mr. Price
!'CIoC I ight on Spiritualistic Phenomena", publiqado em
Londres por Kegan Paul, Trench, Trubner and Co. em 1922.
Sendo esse Hope o médium mais eminente na produçflo
de Íotografias espíritas na opinião de Sir Artur Conan Doylé,
já decadente, iulgamos desnecessário continuar estudando
outros de muito menor reputação. Para o nosso proiósito
baste o que'Íica dito. Se alguém qúiser mais detalhes, pode
Ier o capítulo VIII da obra de Houdini "A Magician among
the §pirits".
Depois do que fica dito nestes dois capitutos, cremos
estar suficientemente autorizados'para
'dos dizer que:
Até o presente a Íotogralia espíritos não, é' um
fenômeno suÍicientemente comprovado, nem muito menos,
paÍa merecer um estudo sério. Nem pode ser considerado
como Íenõmeno metapsíquico, de vez que não se descobre
FÍaudcs EtplÍltü. 14
- &.:,

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;'.üt+:liii,,ti:lt.

210.i Cslos Maria de Heredia, S. l,


meúo no caso de ser autêntico, a intervenção de uma
nele,
mente oculta que possa tomar-se como a cãusi prinêípat,
do fenômeno.
Note-se bem que n6s não negomos a possibitidadc da
fotogrolia do invisível, pois estariros perbuadidos de que a
existência desta pode muito bem chegar a comprovar-se- ál-
gum dia, como breve veremos. O que, sim, olirmamos é
que a lotogralia espírita, como a entendem Conan DoyJe
e os seus, nem estd demonstrada nem é fenünctto nteta-
pslquico.
Ao dizermos "fotografia do invisível", de modo algum
gueremos significar fotõgrafia de espíritos. Quem quer que
saiba um pouco de física conhece a existência de raios que,
embora invisíveis para os nossos olhos, podem muito.bem
impressionar as chapas fotográÍicas. Ora, não será possível
que do coqpo humano emanem certos raios capaze§ de im-
pressionar as chapas embora não os vejamos? A isto res-
fônde Mr. Walter J. Kilner, de Londres, no seu recente li-
vro "The Human Aura", que o corpo humano, assim como
produz um cheiro especial perfeitamente discernÍvel. por al-
guns animais como o cão, também produz üma luz espe-
cial, "a Aura", que circunda todo o corpo, e que não é vi-
sível diretamente. Pode, contudo, tornar-se visível, e ele o'
conseguiu por meio de uma solução de "dicianino" colo.
cada entre dols cristais, por trás dos quais, colocando-se un
corpo humano ou parte'delê, se nota ao redor uma zona
lumínosa dupla, quê ele denominou 'l{ure". Sendo lsto as-
sim, nada teria de estranho vir algum dia essa "Aura" a
poder fotografar-se, mesmo sem ser üsta pelo olho huma-
nb. Também parece muito provável que dita aura possa ser
visível em ciromstâncias fisiológicas especiais, formando
um nimbo, ou então à maneira de prolongâmEntos luminó-
sos em forma de raios. Remetemos o leitor curioso a esse'
interessante livro, que pode aclarar não poucos ^pontop so-'
bre a pos§ibilidade da fotografia do ízvisÍu?l, mas não do
Íotogtolio dos esplritos. Esta, como provamos; Íica 'tarri-
da para fora" no presente estudo que fazemos dos Íenô-
menos metapslquicos, segundo os havemos deJinido.
Pode igualmente consultar-se, com as devidas reser-
vas, o livro de Raoul Montaudon "Les Radiations Humai-
des", Paris, Librairie Felix Alcan, 1927. O capítulo III tra-'
ta de "A Luz Viva".

; http://www.obrascatolicas.com
Capítulo IX.

Fenômenos Espíritae de Vaudeville.


', ,' Damos o nome de Fenômenos EspÍritas de Vaudeville
àqueleq efeitos marávithosos produzidós nos teatros pelos
:' pr-estidigitadores, ou preticados amiúde pelos médiuns pro-
-agi-
flssionais, os quais são notôriamente pioduzidos por
lídade de mãos, embora para o público que os observa pa-
rsam iir.explicáveis. Não nos rêferimos aos prôpriamúte
. chamados "passes de prestidig[tação", como a extração .de
um coelho do bolso de um dos espectadores ou coisas se-
: [rethantes, mas àqueles como'"a' dirpla visão", a leitura de
.í' màrsagpns encerràdas em envelbpe§, a escrita em pedras,
, eto,outros parecidos, nos qyais Wece operar uma menic ocul-
alnda que realmente sejam. uma mistificação bem apre-
sentada, e nada mais.
. . . Enhe. estes fenômenos (?) colôcamos em lugar préfe-
rencial o de operar com as mãos atadas, à maneiia dôs ir-
rnãos Davenport, de'que falamos e que poÍ conseguinte aqui
não citaremos de novo.
O fenômeno (?) "escrita em pedras" é, nesta linhq dos
mais notáveis. "O efeito" (como dizem os prestidigitadores
,gqando se trata de passe) é o seguinte. O "paciente" tqma
un par de lousas'ou uma lousa só, conforme "o métodol'
.qge.flev.em usar os Espíritos. Limpa'perfeitamente a lousa
'oH .t9usas com uma esponia, e iá satisÍeito com isso colo-
cgr.as dgbaixo da mesa e as sustenta crm uma das n1ãos,
q4quantq o médium as sustenta do outro lado. Ao cabo de
alguns minutos, empregados em caútar lrinos ou noutra
ocupação semelhante, o "paciente" toma a pedra e acha
neJa escrila .urla mensagem, às vezes muito longa e com
letra nutrlda, às vezes breve, de ump ou duas palaÍras Este
é-, mais ou menos, com curtas diferenças, o fenômeno (?)
d1 esc.rita espírita em pedras. Por outras palavras, o ie-
nOmeno consiste em escreverem os espíritos (?) alguma
l,l'

http://www.obrascatolicas.com §r:
Ccrfas

cclisa numâ ou mais pedras sem que o êliente veia como "
se fez essa operação, pelo que, com- verdàdeiro espírito Ba-
bilônico, o atribui à intervenção das almas dos defuntos-
Muitíssimas são as maneiras '"de operar" este fenôme-
no. Mencionaremos aqui umas quantàs. t) Com uma lou-
sa. Com uma das mãos o cliente sustenta a lousa, de um
Iado, por baixo de uma mesa, enquanto do outro lado o
médium sustenta igualmente a pedra com uma das mãos,
unindo-se por cima da mesa as mãos desocupadas de clien-
te e médium. Isto pode fazer-se em plena luz, sempre que
não haja testemunhas importunas em torno, ou então na
escuridão. O cliente tem a segurança de que o médium não
teÍn modos de escrever na pedra por ambos sustentada por
baixo da mesa. Sem embargo, dentro em Poucos segundos
o cliente ouve com toda clartza que os Espíritos estão es-
crevendo alguma coisa na pedra, e finalmente, ao pôr esta
sobre a mesa, descobre escrita nela umâ ou duas palavras'!!!
Muitíssimas vezes são "sim" ou "náo", como resposta a
atguma pergunta que o cliente Íez mental ou oralmente. Ati
nãb houve intervenção de terceiia pessoa nem troca de Pe-
dras:'logo, foram os' espíritos!!!
2) Com duas pedras. O cliente limpa'duas pedras
que são amarradas pelo -
médium com uma.fita-de cor, pe-
§adas as extremidades desta com lacre e seladas com um
íelo do médium, per{eitamente distinguível. Ninguém pgde
coisa dgüma dentro das pedras sem desatar a fita,
' escrever
rompendo o selo. O médium toma com a esquerda as mãos
do êliente sentado diante de uma mesa e de costas para
a parede. Com a mão direita coloca e sustenta as pedrac
amarradas sobre a cobeça do cliente. Este, por insinuação
do médiumr pênsa intensamente no assunto sobre o qlal
quer consuíta? os espíritos e de que !á deu antes notícia
áo médium. Este canta a meia voz um hino, e dentro em
poucos segundos entrega ao cliente as mesmas pedras lmar-
iadas e s-eladas que õonstantemente conservou na cabeça:'
O cliente desamaria-as rompendo o selo, até então intacto;
e com surpresa indizível enconka uma longa mensag-erà,
escrita com letra miúda, na qual os Espíritos aconselham
ao cliente o que deve fazer.
Bastem estes dois exemplos; o leitor curioso poderá
' ver outros métodos no livro' de Houdini, anteriormente ci-
tado, capítulos Vl e VII.

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As Fraudes EsplriÍoo e os Fenâmenos Mclapslquico* Z-lt
r:
O "modus oprandi"-nos casos citados é cpmo §egue:
^, t) O médium coloca um dedal no dedo indicador, que ele
conserva na parte inferior da pedra, que está por baixo da
mesa. Esse dedal tem aderido um pedacinho de "crayon",
'I com o qual o médium, que nisto iá tem grande prática,
gscÍeve as palavras "sim" ou "nâou ou alguma outra pa-
recida, atribuindo a escrita aos espÍritos. 2) Neste caso
, -
usa-se o método de substituição. O.cliente propôs ao médium
,. o negócio sobre que deseja consultar os espíritos. Esta con-
,' vérsa foi escutada pelo ajudante do médium, que está no
quayto vizinho, o qual esçreve ràpidamente numa pedra in-
teiramente igual à que o cliente deve usar, uma longa men-
§agem dando-lhe os conselhos que lhe parecem oportunos,
e depois disso amarra as pedras com uma fita igual à do
cliente, une as pontas desta com lacre, e sela este eom o
: selo do médium, cuia, duplicata Íica em seu poder. Desta
sorte as pedras do ajudante e as do cliente, que são iguais,
aperecem amarradas e lacradas da mesma maneira. Falta
ünicamente substituir umas por outras, o que se faz sem
nenhuma dificuldade, visto que o assistente entrega suas
, pedras ao rnédium, tomando simultâneamente as do cliente.
Tudo isto se passa por sobre a cábeça do "paciente", sem
que ele se espante com isso.
Como se vê, este "fenômenol' (?) não é nem meta-
psíquico nem coisa que se lhe pareça.
Falemos agoÍa do fenômeno (?) da duplo vkão, que
sempre causa, e com razâo, impressão profundíssima no au-
ditório, qualquer que seja este, se o ato for bem repre-
sentado e se os discípulos de Lapponi e de Franco o ti-
verem sempre atribuído à intervenção diabólica.- Vou re-
Iatar um fato de minha vida, especialmente interessante, re-
Iacionado com este "fenômeno", pois foi a primeira vez gue
me apresentei em público para "reproduzir fenômenos es-
píritas".
Contava eu dezoito anos e estudava filosofia no Se-
minário de São Luís de Potosi, México. Por aqueles dias
chegou àquele lugar um famoso prestidigitador chamado
Balabrega, que tinha no seu repertório o ato da dupla vi-
são, e que o executava com singular habilidade, auxiliado
pela esposa. Os grandes cartazes com que ele anunciava
suas funções, como sempre cosfumam fazer os de sua pro-
fissão,.estavam cheios de graciosos diabinhos de cor ver-

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Zt+ Caa^ Naria dc Hcredia, §. ,. - ''- :''
melho-viva, os quais, falando-lhe ao ouvido, pareciam des-
cobrir-lhe o's segredo§ 'mais ocultos,'enquanto outros trans-
poqlavam pelos ares as pombas, og coelhos e outros ob
ietos que, sem saber. como, apareciam nos chapéus e bolsos

.' Ensinava entiÍo filosoÍia no dito Sêminário o Padre


Q., afamado filósofo. Por desgraça, no que tocava aô Es-
piritismo havia-se ele formado na escola de Franco, digno
predecessor. de Lapponi, e estava persuadido de que todos
aqueles fenômenos que ele ndo podia explicar eiam devi-
dos à intervenção, dissimulada, sim, inas efetivà, do Es-
pírito das Trevas.
Os simpáücos e ilustrados potosinos assistiam go$o-
síssimos às sessões de prestidigitação de Balablega, pro-
curando explicar, embora sem consegui-lo, o ato da dupla
visdo, que lhes chamava extraordinàriamente a atenção.
Nunca faltam, em toda parte, espíritos timoratos e ra-
tos e ratas de sácristia que se escandalizam com tudo e'
trazem e levam mexericos, o que panece ser-lhes a ocupa-
ção favorita. Alguns destes seres molestos foram consultar
o Padre Íilósofo sobre o difícil caso de consciência de "se
podiam continuar assistindo às funções de Balabrega, iá
que este fazia coisas aparentemente diabólicas, sem ter "ó
menor embaraço em lhes atribuir o poder oculto aos diâ:
bos, como manifestavam os seüs cartazes". O bom do fi.
lósofo respondeu-lhes que "a mágica dos copos de jogar"
era puramente natural, pois a tinha visto fazer na sua ci-
dade natal, na Espanha" (sic); mas, quanto à dupta visiio,
não lhe parccia pudesse fazer-se nafuralmente, üras que se
inform'aria e resolveria o caso depois de maduramente con-
siderado. E a solugão terminante foi que: "não podendo
explicar-se de maneira natural o da dupla visiio, aquilo ti- .

nha de ser operado por intervenção diabólica, e assim não


se podia em boa consciência assistir às sessões de Bala-
brega". Não pôde o prestidigitador ter melhor reclame, e
na sua próxima função teve o gosto de ver o teatro cheio.
Toda gente queria ir ver como o diabo trabalhava! Os pri-
meiros assentos, como é de supor, foram ocupados pelos
ratos e ratas de sacristia, que, ao verem as maniÍestações
diabóliças do inofensivo e hábil Balatrega, se benziam pre-
cipitadamente.

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a'' As Frütdrr Espfuttas c os Feaômenos frlctapslquicos 215
I
Tendo üdo notÍcia do acontecido, e querendo desiludir
o filósofq organizarnos uma sessão na qual, entre outres
tnágicas, reproduzísçemos o ato da dupla visiio, no estilo
Balabreg4 e um mês mais tarde, pois nos tomou tçmpo
' laTer os preparativos, com a aSsistência de todo o colé§b
e de muitos senhores convidados demos princípio à nossa
memorável sessão.
:, ., Depois de algumas mágieas de cartas, ,lenços ê illo€-
1;, . {al, fizernos "o mdgica dos capos de iogaf', a qual agra-
'. .dou não pouco ao filósoÍo, Que "meio inlógnito"-nos À'on-
,: ráua com §ua presença. Por fim chegou sua vez à dupta
ii . .yMp, com grande expectação da assístência Vendados os
§,',,
olhos, sentei-me de costas para a assistência, de sorte que
; eu nada pudesse $er, mesmo que não estivesse vendado.
;...
:'.
Cora toda arte o meu ajudante pronuncibu um pequeno dis-
curso acerca dos poderes "ocultos" qu€ eu possuía no esta-
i,: do hipnótico, e, descendq Co tablado ao pavimento ocupado
pela ãssistência, começou a peilir aos ássistçntes divôrsos
..: gpjetos, como lenços, anéis, relógios, carteiras, etc., que
çonservaya escondidos na mãq paÍa que eu de modo al-
.§um pudesse vê-los. Com precisãb extràordinária eu ia res-
pondendo às perguntas que ele me fazia, dizendo: O que
a. você tem na mão é um lenço, um anel, uma r,noeda, eic,,
:' com crescente admiração dos espectadores. Aproximando-se
., en!ão do Sr. A., pessoa tão respeitável como conhecida na
cidade, o meu ajudante pediu-lhe que lhe desse algum ob-
jeto. O Sr. A. deu-lhe o relógio. Um relógio, disse eu ime-
diatamente, e, pondo-me de pé, assim vendado como esta-
va, escrevi num quadro negro adrede'preparado uma série
i de números. O ajudante pediu ao Sr. A. que abrisse ele
mçsmo o seu relógio e üsse se esses algarismos correspon-
diarn aos números que o relógio tinha gravados no maqui-
nismo. Ele o abriu e, admiradíssimo, foi lendo os números,
que eÍn 'tudo eorrespondiam aos' que eu tinha escrito. Um
i;t' '. aplauso geral ecoou no salão. Mas a admiração do público
i, e em especiat do Sr. A. chegou ao auge quándo eu disse:
"O Sr. A. tem outro relógio de cobre na algibeira,,, e tof-
nei a escrever outra série de números que correspondiam
exatamente aos impressos no maquinismo do segundo re-
lógio, de cobre, que, com não pouco embaraço e a&rriqa-
gão o Sr. A. tirou da algibeira.

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fl fur4ão teria terminado aqui se o Padre tilOsbfo, uíf '

tanto estimulado e querendo-nos pôr em.widência, não sê


houvesse levantado dizendo: "Aposto que não podem ler o
número do meu relógio, que sempre trago comigo". Como o
leitor deve supor, ainda que fosse isso o que ansiosamente.
esperávamos, pretendemos qrc "aquilo era diÍicílimo'1, dada
a santidade do Padre, cam quem os espíritos malignos não
podiam tratar, nem de quem ainda menos podiam aproxi-
mar-se a curta distância. "Pois leiam os númeÍos de longe",
replicou o Padre, seguÍo de nos ter metido em apuros. En-
tão'se me aÍÍepiaram os cabelos, e pus-me num estado de
frenesi, Íingindo estar possuído pelo Mau, e com números
colossais minha mão trêrlula escreveu uma série destes,
acrescentando o número de rubis que o relógio tinha. Com
grandíssima dificuldade êle abriu o relógio, que a ninguém
tinha deixado manejar. Meu ajudante acendeu um fósforo
para lhe fazer melhor luz, dizendo: Faça favor, Padre, &
ler os númeràs em voz alta. Apesar da sua repugnância,
viu-se ele obrigado a fazê-lo assim, e os números escritos
por mim coincidiram exatamente com os do maquinismo do
relógio do assombrado Padre. O número de rubis era, igual-
mente, exato.
É^t*" no dia seguinte não tivesse faltado algum me-
xeriqueiro que dissesse ao Padre filósofo como tínhamos
conseguido informar-nos, sêm que ele desconfiasse, do nú-
mero do seu'relógio, vehdo que aquilo não era diabólico,
mas apenas uma trapaça bem urdida, a lição surtiu efeito,
e desde então o bom do Padre não tornou a dizer quelos
prestidigitadores tinham pacto com o diabo, apesar de as-
sim o anunciarem nos seus cartazes.
Vamos explhar como fizemos esse "ato de dupla vi-
sdo", pois servirá ao nosso propósito, fazendo ver que, poÍ
mais maravilhosa,que pareça, quer seja feita do. modo
como a fizemos, quer seja. feita de outro modo, a dupla ui-
são e atos análogos são sÔmente "fenômenos Espiritas de
Vaudeville", e não fenômenos metapsíquicos, de modo
algum.
O "modus operandi" foi o seguinte, que é usado por
muitos prestidigitadores e médiuns profissionais.
Meu aiudante e eu fizemos uma lista dê perguntas qltP

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As Fraudes Esptritas e os Fenômenos Metapslquicos ' 217
l
correspondem .a outros tantos objetos, formando assim uma
"chave". Exemplo:
Pergunto iignilicoao
Que é que eu tenho na mão? Um lápis.
Tenho alguma coisa na mão? Um relógio.
Diga o que eu tenho na mão. Uma carteira.
Faça favor de dizer, etc. Um lenço.
Que foi que este Sr. aqui me deu? Uma moeda.
ri ' Desta sorte fizemos um largo catáfogo de perguntas
i' correspondentes a nomes, númeõs, cores, etc., õhaíe em
que ríos exercitamos por bastante tempo, chegando a eri-
tender-nos com suma facilidade.
Claro é que os números dos relógios os tínhamos ave-
riguado com muita antecedência e sem causar ,suspeitas,
. que foi o caso com o relógio do bom do Padre. Pelo que
. fóca. ao númgro do relógio do Sr. 4., averiguamo-lo pelo
.,, telefone com a senhora dele, que nos disse também o nú-
, mero do relógio de cobre que seu marido trazia na algi-
beira, e que tanta surpresa causou ao interessado.
Há outras maneiras de "se entenderem" hipnotizador e
hipnotizado (?) por meio de chaves diversas para designar
obietos, embora o prestidigitador não fale. Numa das gra-
vuras anexas pomos o esquema de um aparelho telegráfi-
co operado por um ajudante "que vê" nos bastidores os ob-
jetos que o prestidigitador mostra em silêncio e que a hip-
, notizada não pode ver por estar bem vendada e, além dis-
' sor de costas voltadas paÍa o público. Por meio do apa-
rêllro telegráfico o ajudante telegrafa o nome do objeto
e a hipnotizada recebe o telegrama no banco onde está
sentada, tradu-lo e diz o nome do objeto mostrado.
Eu produzo.este "fenômeqo" (?) em minhas conferên-
cias por um meio muitíssimol mais simples, mas que não
há necessidade de explicar qgora. O leitor curioso pode
aprender vários métodos da {upla visão no livro "Second
§ight MisteÍ!", b! Marry Herfmon, Boston, Mass.

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Capítulo X.

Telequinese e Levita@o.
Telequinese quer dizer: movimento à distância. Este
fenômeno de movimento de corpos, com intervenção de um
médium, é conhecido desde há muitos séculos. Das.mesas
giratórias já nos fala Tertuliano.
O ,movimento de mesas, especialmente quando sobre
elas se aplicam as mãos, ou, o que, é a mesma coisa, "por
contecto", é coisa comum e corrente. Claro que em mui-
tíssimas ocasiões esses movimentos são "fraudulentos", m3s
aqui nos referimos aos que não o .são.
Pois bem, esses movimentos não têm "signiÍicação at-
guÍna", ou são de tal natureza que, por meio deles sistema-
tizados, se pode receber "uma mensagem". Dos movimentos
de objetos "que não têm significação alguma)', como o fe-
nômeno (?) das pedradas que, segundo contam vários au:
tores, tem lugar nas casas "mal-assombrada§", é que üni-
camente nos ocupamos presentemente. O leitor recbrdará. o
caso reférido no livro anterior, do teatro de Keith, em Boston.
: Os movimentos de mesas "por contacto" são efetivos,
mas podem muito bem explicar-se pelas contrações muscula-
res inconscientes da pessoa ou pessoas que sobre a mesa
põem as mãos. Este fenômeno, embora realmente existente,
1'se não tem significáção alguma", como supomos, podtrá
ser um fenômeho físico, fisiológico ou o que se queira, mas
não fenômeno metapsiquico no sentido em que o tornamos.
Mais adiante estudaremos os fenômenos mistos, nos quais,
além de uma força desconhecida, intervém claramente "urn
agente intelectual oculto".
Os movimentos de objetos í'seni contacto", os queis
são produzidos na escuridão ou semi-escuridão, tenham ou
não significado, ndo estão sulicientemente comprovados
(pela razão capital de serem produzidos na escuridão ou
na penumbra) para que sobre eles possamos com toda se-

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As'Frmdes Espkitas e os Fentmenos ltlctaptqaicos 2lg

gurança abalançar-nos a formular hipótesês acerca da na-


úreza da Íorça ou forças que os produzem. Para os qué
a-dmitem como dogma a intervenção dos EspÍritos, não en-
úniados ou desencarúados, esses rhovimentos, com ori sem
Lontaôto,'são produzidos pela intervenção direta dos Espí-
rltos. Nós outrog afirmamos que os movimentos de obietos
"sem contacto", verificados na escuridão ou na penumbra,
nõo estão sulicientemente comprovados para podermos ad-
laiü-los como realmcnte existentes. Se têm "significado.",
'elrtt
razáo deste, e não da força que os produz, consideramo-
los como místos, e então os estudaremos noutro lugar, isto
êr'noutro lugar veremos se "a mensagem" produzida desse
iúodo pode ser considerada como autêntica ou não.
Estes movimentos, "maravilhosos" para muitos, e não
sem razão, de fato são'produzidos, uma infinidade de vezes,
fio-r meio de fraude. Em minhas conferências uma cadeira
dança e laz toda sorte de movimentos sem que se possa
üàscobrir fàcilmente a Íraude. Numa das foto§ravuras cor-
respondentes pode-se ver "estê fenômeno" (?) com uma
údeira pesada, das que servem aos estenógrafos. E este
deÍeito" é produzido com Íuz suÍiciente para ser visto cla-
ramente por' todos os assistentes num teatro grande. Na
escuridão, é claro, podem-se produzir fenômenes (?) mui-

O fato de reproduzirmos esse efeito não é argumento


contra o próprio fenômetn, dodo que rmlmcnte exr:sÍa,' dele
fazemos menção tão-sômente para que se veja como é di-
fícil provor o autenticidade de um fenômeno, como este,
produzido na penumbra, e quanto mais tw escuridão!
Muito relacionado com a Telequinese é o fenômeno cha-
mado "Levitação", iá que esta é um meÍo caso particular
daquela.
Levitar patavra que não figura no dicionário
vem de tornar -
- leve ou ligeira alguma coisa. No nosso caso,
Levitação significa a elevação de algum obieto pesado, co-
mo uma mesa, e mais em particular do corpo humano, seni
que essa elevação seja devida à intervenção de alguma for-
ça, mecânica, electro-magnética ou qualqúer outra conheci-
da. Parece que o corpo se levanta por se haver tornado
mais leve que o ar, cofno poderia fazê-lo um globo cheio
com hidrogênio ou hélió.

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2n Carlos Maria cte Hereüa, S, !. '-:

O fenômeno da levitação das úesas, oom ou sem @í-


tacto, tem muitos defegeore, e ao mesmo tempo muitós a&
versários que negem o fato. Várias vezes temos presencie-
do a leütação, "por oontacto', da mesinha em Íorma de
coração que se usã com a Ouiia Board ou com a Planchette.
Esga mesinha, de superfície não maior de seis polegadas
quadrados, em muitas ocasiões "adere aos dedos dos ope-
radoÍes" sem que isto seja devido a colagem alguma, e Íica
' aderida por alguns segundos, caindo logo. Esta lêvitação,
que bem pudera comparar-se à adesão de pedacinhos de
papel ao âmbar eletrizado, é por contacto.
A levitação de uma mesa, em presença de Eusápia Pal-
ladino, pode ver-se'nas obras de Flammarion, pois foi fo-
tografada.
Nós nos inclinamos a crer que esta levitação de ob-
ietos insensíveis, como mesas, existe sim. Temos no nosso
arquivo um caso curiosíssimo .desta classe de levitação, tes-
temunhado por pessoas de integridade indiscutível. Sem em-
bârgo, não nos atreüemos a fazer-nos. fiadores da sua au-
tenticidade, e por isto nâo o reproduzimos aqui.
Mas o fenômeno prôpriamente chamado 'íleyitxçfls'r:6i
Íere-se ao co{po humano, como a que foi levada a efeito
pelo médium "Home"r. segundo contam uns sábios que I
presenciaram na escuridão
Como o havemos indicado repetidas vezes, aqui só nos
ocurymos do estudo dos fenômenos provoudos pelos'mé-
d,iuns, e não dos fenômenos espontâneos que possam pro-
duzir-se sem a intervençdo destes.
Referimo-nos, pois, sômente às levitações levadas a
efeito pelos médiuns, que se supõe provocam este fenômeno.
No seu tratado de Metapsíquica (pág. 631), Riúgt
diz que, "embora as levitaçõei não poiiaã figuiar ainda
entre as verdades demonstradas, merecem, não obstante, um
sério estudo". Nós, conquanto nos inclinemos a admitir "co-
mo provável" a existência deste fenômeno, estamos perfei-
tamente de acordo corq o doutor parisiense "ern que.o fe-
nômeno da levitação do corpo humano, por intervenção dos
médiuns, não está nem de longe compÍovado", e assim o
excluÍmos do nosso presente estudo. Há outra razão maíst
e é que, "mesmo sendo ele autênticamente demonstradd, nele
não aparece a ação de um "agente intelectual oculto", re-

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EE&i
:w[ff:HWFi,? Q.r,.i

i' quisito'lndtrynsávol parz o podermos catalogar cntre os


: fenOmenos metapsíquicor.
Por via ilustração citamos aqui parte de um artiso
' publicado node"Spriúgfield Republican"; no dia seguinte a
" uma de nossas conferênclas, em que, com surpresa extra-
;. oidinária de um numerosíssimo auditório, produzimos o fe-
, 'nômeno (?) da nossa própria levitação. Diz assim: "Sem
dscussão alguma, a mais notável óas ilusões com que o
,'. Saccrdote entreteve e admirou o auditório Íoi a levitação de
, Seu próprio corpo. Iluminado o teatro com luz vermelha,
podia-se vislumbrar de todas as partes o corpo do Padre,
' no fundo escuro do gabinete, elevar-se pouco a pouco em
poaição vertical, tomaãdo logo a horizonü|, elevando-se as-
r slm até à altura de seis pés. Pouco a pouco cqmeçou a
, descer, tomando gradualmente a posição vertical, na qual
:r veio a pousar no chão. Durante esse tempo dois fotógra-
l,',, fos, usando o clarão de magnésio, tiraram a fotogiaÍia que
.r reprodüzimos. Durante todo o tempo dois médicos do lugar
,1' esliveram no cenário a uma distância de cinio pes do ga-
i.l ,binete onde se efetuava a levitação, sem terem fodido des-
ctbrir trapaça alguma. Mas o Padre Heredia terminou a
sua levitaçãô, com voz trêmula convidou todas as pesloas
do auditório que o deseiassem a subir imediatamente e exa-
minar o palco e ver se descobriam alguma tramóia. Várias
pessoás e nós aproveitamos a oportunidade, porém, por
mais que examinássemos todo o ceriário, não pudemos des-
cobrir vestígio algum de espelhos ou mecanismo de outra
espécie qualquer".
Com isto terminamos a nossa primeira "varredura",
excluindo da nossa investigação todos aqueles fenômenos
(?) cuja existência não está suficientemente comprovada
ou que, em razão da sua nahfieza, mesmo quando fossem
declarados *utênticos, não podem ser catalogados êntre os
fenômenos metapsíquicos, por não aparecer na produção de-
i les a'igtervenção de um agente intelectual oculto, causa
principal do fenômeno.
Repetimos que não estamos escrevendo um tratado de
Metapsiquica, no sentido em que o fez o Prof. Richet. Es-
tamos selecionando fenômenos, excluindo aqueles cuja exis-
tência não está Àuficientemente demonstrada. Não estuda-
1, mos aqui fenômenos que, embora curiosíssimos, pertencem
ao campo da física, da fisiologia ou da psicologia experi-

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..í . ..q=. .,.,.-.,,..' j ','.',. '. . | : -;';,.... "ll;it;:r-. .;;;:Ji-:
22, Carlos fiIaria d;e Heredio, $, !. , ,..,

mental; ínvêsügamos os fenôniedos em que apaÍece a eçâo


de um agênte intelectual oc-nlto, e vamos em buscar nlo das
ceusas êitraordináriâs desses fenônienos, mas sim da causa
ordiruiria e constantr qle oi produz.
Excluindo os fenômenos anteriores, já reduiimos mui-
to o campo de nossa§ investigações. Ainda temos que ÍF
duzi-lo mais. Vamos a ver agora alguns fenômenos 'rêaisl,
é nãci produzidos por fraudg cuia ixistência está compÍo-
vada, mas q.ue perteicem cloromenÍe à Psicologia'êxperi:
mental, à fiiiclogia ou a outras ciências perÍeitamente de-
termínadas; mas que, em razáo da sua anormalidade'ou
do pouco conhecimento que deles tem a gente míúda e os
discÍpulos de Lappoài, frequentemente são confundidos com
os fenômenos por eles çhamados Espíritas, embora nem de
longe teàham que v€r com os espíritos desencarnados ou os
não'Estes
encarnados.
lenômenos iap principalmente as AlucinaçQes e o
Automaüsmo, os quais, em ocasiões frequentes, Íormam a
parte ÍÍsica do fenômeno metapsíquico, quando o agente
que "os controla' é a mente oculta, diferente da do médiuú,
tantas vezes citada.

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Capítulo XI.

Alucinações.
.*'. i
Basta abrir qualquer {ratado dq Psicologia Experimen-
' ta1 para encontrar logo um ou mais capítulos dedicados ao
fenômeno da alucinação, perfeitamente conhecido, ainda que
para explicá-lo se teriham formulado muitas teorias. E, se
dos psicólogbs passarmos aos alienistas, encontraremos vo-
lumes inteiros que tratam desta matéria. Repetimos que dito
'fenômeno
é perfeitamente conhecido da gente verdadeira-
mente ilustrada, apesar do que os Espíritas; por um lado,
e os disclpulos de Lapponi, por outro, se esforçam por de-
:,, - Íender que as alucinações compns e correntes são obra dos
ii,. defuntos ou do diabo.
Em geral, dá-se o nome de aluciinação a "uma falga
percepção, de intensidade sensória, suscitada sem o estí-
'mulo da impressão sensória correspondente".. Os sonlrco,
a por exemplo, são uma espécie de alucinação, porque, em-
hora neles vejamos imagens e ouçamos sons, estes não são
:" produzidos pol um objeto exterior. Pois bem, assim ctmo
. vemos ou ouvimos durante o sonho, assim também, ocasio-
: nalmente, podemos acordados ter alucinações, sem que ex-
teriormente haja nenhum obieto que provoque em nós essas
).-: sensações visuais ou auditivas. A alucinação distingue-se da
: "ilusão" no fato de consistir esta última na representação
i: Íalsa de um obieto realmente percebido, ao passo que na-
. ' qu.ela úo se percebe-obieto algum real. As alucinações po-
:I dem provir do estado mórbido do paciente, ou ser provo-
cadas por . meio do álcool, das drogas e do "haschisch",
,' que outra coisa irão é senão a "mârihuana" Canabis
-
. ções quando se respiram em determinada quantidade.
Deodoro de Silícia conta que, no lugar onde mais tar-
de se edificou o famosíssimo templo de Apolo, haüa. uma
Íurna de onde saíam gases que causavam efeitos curiosíssi-

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'lr-
ao pa*arem por aquele lugar,*se punhartr a brincar, e a
pu!ár de um modo estranho. Aproximando:se do precipíeÍo
€ Íespirando aqueles gases, começou o Pastor a Yef vi§õe§
€ encheu-se de um entusiasmo extraordinário, espécie de
frenesi, úrrante o qual principiou a lazer versos, coisa que
nunca tizen antes, e a revelar sucessos longínquos. Foi
esta, segundo o autor citadb, a origem da Pitoniça ou §i-
bila de Delfos, a qual assentou sua Trípode à beira daquele
manancial de gases estranhos, aspirados os quais, num ace§-
so de histeria, começava a versejar e a descobrir coisas
ocultas e remotas. Este fenômeno foi desde logo atribuído
à intervenção dos deuses infernais, que tomavam conta da
Pitonisa e por cuja boca Íalavam.
' Es.se efeito dà influência de certos gases Para produzir
alucinações da vista e do ouvido, eu, mesmo pude .experi-
mentá-lo no caeo curioso que passo a referir.
Um jovem amigo meu veio visitar-me uma tarde e me
disse: "Padre, o Sr. crê'em assombrações?" Creio sim,
respondi rindo; se, ao dobrar uma esquina, -me assaltasse
um indivíduo com um revótver na mão e me dÍsses§e: e
bolsa ou â vida, o susto que me pregaria seria maiúsculo. . .
"§[s, Padre; refiro-me às aparições, aos ruídos, que
-às vezes se ouvem ern algumas casas" Não tenho'i'.
menoÍ dificuldade em admitir que em algumas'ocasiões e.
- "ps sorte
gente veja ou ouça coisas semelhantes. qúbr
o Sr. crê nos espíritosp" Devagar, amiguinho, responü-
lhe; uma coisa é eu crer -que a gente possa ver fantasma§
ou ouvir ruídos, e outra é a'tribuir eu essas coisas âos €§-
píritos. se üão são os espíritos, quem pode serT'
- "psis
Há muitas causâs que podem produzir semelhantes eféi-
-tos, "Bem, Padre; o Sr. gostaria de presenc{ar um des:'
-
ses fenômenos?" Tenho visto muitos, mas sempre Íne
-
acho disposto a observar essas coisas; aprende-se semprei
experimentando, pessoalmente. 'r§g assim é, rogo-lhe ve-
-
nha est noite á- mlnha câsa, e oxalá não' se vá espantar
tanto como me sucedeu a mim a primeira vez que ouü uns-
passos que iam 'e vinham a pouca distância de onde eu
estava sentado estudando". Interessou-me o assunto e
- tirando a limpo o sêguinte:
comecei a fazer-lhe perguntas,

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?c":1q;,n6t' àefnpdgor.* zN
.r fl' sss1 àch travia u* ffiu
à noite mar mrgo sd
|ry$* ?Íud?I: de,atglg^tempo ou ai.!d-sq.
Depois.
§$i1_,,n{nente lá pelas onàe hotas,.íübitamente, sem qrie eie-se
ii:., -ffi',:Tllj':',:J:' :tr:.IL'.rT.!"" L ouúr uns
i1.1.i, ry1qs iguaJs e lentos, como. üe atguém que estivesse pàs-
,J,,,,
à;,,,,:
tFando ao
tPqo sótão. A pfincíplo
áo largo do sôtão. pincípio
pensou ser alguérn
pen§ou atguénr
ii.., 'th
9E passeava na parte
Superior; mas depois se convenceu
,,:,,., nâo ser lsso possível, por'haver vários quartos separados
ii..-."nr:ao' ;rõ; ;;;;ã;r'ã; ffi;; .ã';;r$1,,. poff;ã:
i;-, vir
iij,..
w.ur tgd.
'il Sp iu-Lrí vtarÉLa Ju[ru a ete
clar.eza junto- eíe o ruloo àor'p"r*s
ruiOo OOS p:l§sOs eu
i;.. . :êEui-bs. A princípio acreditara que tudo aquilo era uma
â!i.:: ,.brirrcadeira,
- mas_ depois convenceu-se
----. --:..-.:--- de Yse
sL uv quô §rc
era srrl
um fe-
:-I-'-
:;, ':. r§meno tão verdadeiro quarito inexplicável. teuando
contou .

,. ,.!o dgno da; casa o qüe se passava, este sorriu e lhe disse:
:t NEo é o Sr. o primóiro com quem srcede isso. Eü vi uns
- Iantasmâs, ê- ouiras pessoas uiram a mesma coiú-qui eg. :;:
-; . aquela declaração, meu amigo verio ter
1.:,' ' .4st11ffi.*..r
Í,...
. -,.
conn-go
:- .--
para pàdir-me lhe explicasse o fenômeio e 'focse
v .wgt
j ctrir ele, caso duvidasse do fatd. com estes antecedentes Íui
com meu amigo, e depois de observar detidamente a po_
,.-'. síção dos quartos supefiores e inspecionar o sótão, tendo
'' j::

;' fechadocom cuidadosamente janelas e portas, sentei-me'a con-


meu gigo, à espera dôs duendes, Eu já tinha
l-'j

§,' lersar_.
fgrmulado a minha
'€jj
:-:r.

:, leo{a, pensando num caso Lnálogo


em Boston-.._Seriam grto meia da noite quanáo
I .:.1

i,,i, . Tgrjq íos fççhamos no sótão, e coisa de _e


uma hora depoii meu
::. l
--i:-
a,

r ii. mula ,mlgo.'r.epentiriamente mudou


,'Já estão aqui,,.
de fisionoràia e com'voz ire-
ye {iseea euem?, perguntei-the
i sorrindg. *Os passos.. . -os passos, nao dstfouvindo,
-
: Padre?" Esartei com atençãq mas não ôuvi nada. _
'l )'Lá, vêm-elee, - não- está ouvindo, Éadre?,, Não, tittlo,-nao
r ouço nada. - "Agora -vão- gm direção à- janeta... ágor"
voltam, pass_qp entre nós dois...,:- peiiOidamente,'não
f' qqç, ory,o nada. Mas, bem rÍão havia eu dito pd;as, eis
i ,: Ia penumbra 9m gle-nos.aúavámos, "rt".
pois-nos alumia-
;. de "g uma lâmpada elétrica pequena, vi-â poucos pà*,
pirrl uma espécie de nuvem branca, que, ieguindo a di_
.;, t-reção,, dos passos lndicada por meu amigà, ia tãmanão uma
forma .corpórea, ainda-quó vaga. Nao-pouco
tgmando mgu amigo peto hraço]disse-lhoeu: Não esta venj
fiõril,
;.
'.
parsos".
- Pois eu estou vendo aquí; môúnAálra
' Frerdo EagtÍltr. "ãoi"
- t5

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?26 '§, /.
gm direção à porta, uma ôdi!ffiraqcq como se.,,alguénn
êstivesse envolto num lençol. "Nãq vejo nadd'," rSttiu
ele tremendq. O temor que se-apossara do meu amigo.pa:
receu causar-me uma reação, pois em vez de continuar per-
túibado recuperei meu sangue frio e, certo já do. que era
aquilo,. fui à ianela próxima, abri-a de par em par, e, di-
zendo a meu amigo: 'Respire fortemente, fiz outro. tanto,_
Nesse instante deixei de ver a forma branca e meu amigo
deixou de ouvir os passos. Soltei uma gârgalhada, que ale-
grou o meu companheiro, e disse-lhe: Como tinha peusado,
aqui tem você os efeitos do óxido de carbono, respirado
ém pequeníssima quantidade. Com efeitb, havia no sótão
uns, dois barris onde se fermentava o suco da uva.pâra
Íabricar o vinho. Sem dúvida, acÍescentei, a Íermentação
ploduz, além do anídrido carbônico, uma quantidade'pe-
qúeníssima de óxido de carbono sumamente deletério, que,
4spirado em quantidadês infinitesimais, pode'produzir alu-
cinaçrües. Ademais, como observei depois, havia no sótã.o
corrtíguo uma máquina morrida a "gás pobre". Em 'vscê
lrôduziu uma alucinação do ouvido e em mim da vista.
Énquanto você ouvia os passos, eu via o fantasma, que você
não percebia como eu não percebia os Pa§sos. Ao respir413'
mos o ar fresco, o envenenamento desapareceu. Aconselho.
Ihe que não continue estudando neste lugar, pâÍâ não. sir-
ceder que os gases aumentem e o envenenem deveras; oq.
pelo menos, tenhà cuidado de que o sótão esteja contta[.
temente ventilâdo. O caso de Boston haüa-úe sugerído e
possibilidade de. uma alucinação devida a algum gás. Ao
vef, os barris, pensei desde logo estar ali a causai ffiiil*'
n4 verdade, não esperava ver fantasmas. Julgava que tam;
bém ouviria os passos como meu companheiro. Não há,
pois, que admirar-se de que a aparição do fantasma ÍüÊ
-
tenha emocionado a princípio, mais do que eu esperava.
. E aqui'temos um caso duplo de alucinação por meio
de-um gás que, influindo no sistema nervoso dê ambos, pro.'.
duzia ú meu companheiro uma alucináção dô oúvido, en
quanto que em mim afetava sômente os centroi visuais. Estê
fenômeno, que meu companheiro para logo batizou como
espírita, clmo o teriam feito muítos sábios vulgares, para
não citar o vulgo ordinário, -nada tem que ver com os e§-
píritos, é um }enômeno fisiológico, devido a umê intoxica-

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' l*:Fru$dés e,rpfrífrC" enos lüet4p$qaicas W
çáo. Nossa explicaçao ,ãú dar a chave de outror fenô-

Fica, pois, comprovado que a alucinação provocada


bj.,pertence à psicologia experimental ou à Patologia, e que
:,f:i, eonsiderada em, si mesma não é gm fenômeno metapsíqui-
-tomamos.
c9
,,:'.'u;,, "Y
i,,i:rli,,
no
uv sentido
§çrrrruu em
çlll qúe
rlut "Ilu§
-nós U Os IUUI;U§
o l,UIllaUlIU§. \,rU loucos PaUççCIII
padecem
ii. alucinações frequentes, sobretudo do ouvido; como ós ébrios
i$;it. cgm i'delirium tremegs" e os çarúqirnos sofierir alucina-
: i. ções tremendas da vista.
i: :, . Isto, não impede que, em alguns casos, se manifeste
: na alucinação o Íenômeno metapsíquico, ou, o que é o mes-
i,trr. Lo:, !T.-''rp.1:ç1 nel+ a. influênc-ia.direhiz de um agegte
-uma
:t: , , i4tllgcJual oculto", islo é, que a alúcinação encerre
;,". vêfdadeira mensagem inteiramente índependente da mente
,' ,, Ao mêdium, qr. i apenas a causa insirumental do fenô-
,' meno. Tal seria, por exemplo, a Clarividência (no caso de
ii1"- ester.-dem91strad4 a sua óxistência), a qual se supõe ser
urna 'faculdade "supra-normal" qué-peráite ao .,üdente"
ver pessoas e sucessos "à disiância,,r'quer no espaço quer
no tempo, sucessos e pessoas dos quais'o médium'náo poO.
ter conheclmento pelo conduto normal dos sentidos.
Os sonhos que, como dissemos, são uma forma de alu-
ci4ação, em muitos caso§ podem ser "o velculo" da mente
iqteleçtual oculta, pata a produção do ferÍômeno em questão.
§q$Énto nãô "encerrem" uma verdadeira mensagem (como
aüante explicaremos), "os sonhos" perfencem ao domÍnio
da'psiçologia, ou ao da Patologia se são mórbidos, e de
r.nodo algum podem considerar-ie como Íenômenos meta-
psíquicos no nosso sentido.
No capítulo seguinte tra.taremos de outra série de fe-
4ômenos, bem çonhecidos por psicólogos e êüenistas, que em
§i: não são fenômenos metapsíquicos, mas que em muitíssi-
mog casos estão intimamenle ielacionado* torn a manifes-
tação destes fenômenos.

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-,-.',.,-,-*-.^,-..-a; ----i
. a:*1ii.-.

CapÍtulo Xll,

Automatiomo.

Por açãp automática se entende, em geral, a-qt.q3'' ry{P


oue não é o resultado da vontade consciente. As frnções
da vida orgânica são considerada§ "automáticas". A cir-
"sangue,
úlaçao do por exemplo, é uma açlio automátiga,
visto não ser resultado da intervenção da vontade Pnqie{g'
Estes movimentos caem diretamente sob o domÍnio'da Fi:
siologia.
'perfeitamente consciehle. a princí-
êuandq uma ação
Dio, pouco a poucú, pela repetiçfu dos atos, úega a for-
inai irm hábitô e se e-xecuta com facilidade §em que iá re;
paremos no que Íazemos, também-se lhe chama au.to9á{c+
Esta espécie-de automatismo é bem conhecida- de -tqqo.§1
Uma pessoa
-as coqleça a maneiar um automóvel. A princíp{
todas suas ações úo conscientes; porép, quanto tnqi$
ela se exetcita, nota que já executa muitas delas sern re-- .,
paraÍ, até que enÍim maneia de maneira automática. O íɧ,-''
ino rã dá ;a ão fiáno, de-uà idiorna'êft*
"pr"nal-z"ltiÃ
Éstas ações' dizem-se "automáticas". Geralmente, toüos Rü§
andamos "automàticamente"l mas, quando o solo está, poÍ
exemplo, muito escorregadio e témos medo de cair, pomos
nossá atenção no lugar onde pisamos, o que Íaz com que
o nosso andar iá nâo seja automático, como a princÍpio.
Passando um pouco mais além, quando -vemos que al'
gumas pessoas, estando perfeitamente ador.npEidas, não sÔ-
mente falam, mas também, como os sonâ@los, andam f
-

chegam mesmo a escrever, sem se darem ebnta do que fa--


zem, diZemos que procedem automàücamente
Todas estas ações, do mesmo mo& que as que PrA-
tica um pessoa em estado hipnótico ou eÍn trense, chamaú:
se automáticas e são fenômenos naturais muito conhecidoe
dos que se dedicam ao ôstudo da Psicologia Experiment{,
do Hipnotismo, etc.

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, - -- -- - --*,.- .***.JÊ-i+§§tlH

:i;iF_ilif1':,.:'

Ás.f 'rucdes'
ErfrrttuE c os Fchümriit fíerqpdíürroc gl
Os Psquisfà§; q1e de meneira espociat se hão dedi-
cado ao estudo'.do automatismo, dividem este eÍÍr "EGNó"
rlo" e "motof'. Quan&.por rneio de uma esfera de crhtal
-s.*provoca" mrm indivÍduo uma alucirração da üsta, ou
por. meio de um búzio se provoca uma alucinação do ou-
vido, clramam a este fenômeno "autotnatismo sensório".
O automatiEmo "motof', Begundo eles, consiste not
,I,.,,' tnovimentos (não reÍlexo$ dq um mrtscuto ordinàriamente
:,-''' ü.i$do pela vontade, executados em estado de vigília, mas
não controlados pela vontade conscie[te, como de ordinário.
rtilsím, pois, quando por exemplo uma pessoa tomâ um lá-
.'p§,*tru
os dedos b-deixa a mão e o-braço sem csntrole
?lgrm, apesar disso o lápise gqiado pelo mão, éscreve
e
atguma coisa, diz-se que essa escrita é "automática', e este
fenômeno, perfeitamente natural, é catalogado entre os do
"automatismo motor'.
Em casos pais especiais o "autômato' não. só escreve
mas desenha, .embora de ordinário nunca tenha aprendido
a desenhar; mas, se esse autômato,pÍocura desenhar cons-
chnternente, não pode consegui-lo, ou os seus desenhos são
rnuitíssimo mais imperfeitos que os que ele faria automàti-
-desenho
camente. Um exemplo deste automático poderá' o
leitor vê-lo na gravura respectiva feita por Mrs. I. com
uràa das.mãos, enquanto com a outra-desÍiavâ as contas do
rosário que rezava com toda doroção, sern atentar no que
ssa mão desenhava.
-'Outro fenômeno paralelo a este é o da "fala autom&
tica" produzifu em estado de transe. A quem quiser estu-
dar estes fenômenos recomendames'ler a obra famosÍssima
do Professor Flournqy intitulada "From Indian to Planet
Mà1s". Este grande PsicQl.gio teve ocasião de estudar og
. difrsoq aspectos do sonunbulisrno de Miss Helen Smith,
escrevendb depois o l.ivro citado.
' O automátismo não só se produz em estado de iranse,
como também, com muita Írequência, em estado de "vigí-
lia', e nota-se de modo especiat em diversóB estados mór-
bidos como o da Histério-Epilepsia.
O automatiEmo usa-.Ec na atualidrde (scm recurro aos
GlplÍitos) paÍâ o cstudo elperimeahl de inveetigagão do

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a@ CWl46,Haria de Heredía,'§;:./.:,,:i

;-., Na .Éraieiria'do8 .casoE, o :quê s antômatô.escrwe eão


lçmbranças de coisas coÍnpl€tamerrtc. esquecidas, trecho§' de
poedias, palavras e frases & língurs' desconhecidas, paro
ele, mas que na realidade são Íragmentm que iazun es"
quecidos na meÍrte inconsciente do aufflmato.
Para aclarar este ponto mencionaremos um cato que
nos sucedeg coin uma menina de dez anos, a qual sofrera
uma fratura do crânio por causa de uma queda.
Veio ter conosco urna mulher muito aflita, ternendo (1u-e
a filhinha estivesse possessa do diabo, "pois falava em çhi-
nês", língua que nunca tinha aprendido. Fomos ver a, rtÊ
nina, e efetivamente por momentos ela se punha a Íalar
numa língua pare nós desconhecida. Como souberam vs-
cêç que ela Íala em chinês? perguntamos.- "Padrg . é
porque um chinê§ que lava a nossa roupa a -ouviu. Íalar e
chamem-me o chinês.
disse que era chinês.
tro em pouco chegaram - Pois
dois chineses, à falta. de-,Qen-
um.
Vocês ouviram estâ menina falar? perguntei-lhÇs. Um-
dos chineses fez com a cabeça um aceno afirmativo. : -
Bem, reptiquei, perguntem-lhe em chinês quais são as ilq-
res da CaliÍórnia de que ela mais gosta. Um dos chl-
neses Íez a pergunta, e a menina desatou -a Íalar com um
desembaraço extraordinário. A prineípio os chinesds'dfu
meçaram a sorrir, mas depois - puseram-se muito sérios. ;
Que foi que ela disse? perguntei. UÍn dos úineses dig-
se: "Duas toalhas de mesa, três- fronhas, seis pares.de'
meias, sete lenços. . .," e Íicou calado. Porém não d[sse
mais nada? insisti. Um dos chineses-não quis responder,'
mas o outro, ao üer - que eu tirava o meu poita.níqueis co-
mo que para recompensá-los se tne dissessertl.tudo, acres- ' lr
centou: "Disse ôutras coisas m.uito feias, que não me atre-
vo a repetir". Essas eram, sem dúvida, as flores da Cali-
-do menina gostava. Ela tinha vivido mui- ;
Íórnia dê que a pobre
to tempo !êrto bairro chiiês, e ali, sem se dar contà,
a pobre criatura aprendera as palavras que,'sem saber ô
que dizia, repetia automàticamente desde que sofreu a le-
são'cerebral de que falamos acima.
r'

A Ouija Board e a Planctrette, tão conhdc,idas e usa-


das por muitos, e que e tahtm têm deixado presa de terror;
por não. podercni explicer o fenômeno seEão por ihtervenção
preteÍnâtutal, aão são s€não mra forma. de escÍita'atstomá-
tica. SÕmente que o. caso da Ouija.(das :palawar tnaeta

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' Á§' Fruúes' Esptritas e.os Feaôtiànos' früapslqúcos mi
'Otii, sim, e alemã
Ja, sim; isto é, Sim, sim) a mão não
i eicreve, mas por moümentos automáticos leva de um lugar
4;outro uma meslnha de três pés em forma Ée coração,. so-
tetrando as palavras. A princÍpio, enquanto o operador não
;'" ,:$ - conhece pràticamente o lugar que cada letra ocupa na mesa
gs,.;,"
i;ii-\". principal,
PnnüPal, trabalha qrIICUIIO§amentg, mas
traDalna dificultosamente, ma§ quando já aPr
quanqo Ja apren-'
,:'.. :
*:!:: :..':q11* 39i'!1?.§ g'-': Í1,::T T. Tl:
..'' á!-pianistas); escreve, isto é, move-se com crescente faci-
- lldade. A Planchette, que tem um lápls na extremidade de
: . üma platâformazinha móvel, é umâ fonía mais clara de es-
. çrita automática, visto que o lápis escreve diretamente, não
',; colocado entre os dedos como usualmente, mas aderido à
' ftesinha sobre a qual se cotocam as mãos, de modo que,
,,. tfioJendo:se estas automàticamente, fazem com que o lápis
.
Glcrreva.
Apesar de serem os sonhos um fenômeno tão comum,
não Íalta quem em determinadas circunstâncias os atribua
aoE espíritos. Os 'sonhos, como noutro lugar dissemos, são
verdadeiras alucinações. Podem ser normais, anorma'is e pa-
:' tológicos. Entre os sonhos anormais há não poucos ern que
o sonhador se sente "outra pessoa" diversa, por'ex. o rei
da lngliaterra, ou o Papa. Esta "mudança de personalidade"
é o que se observa com tanta frequência nos dementes; sô-
mente que estes pobres coitados não sonham isso à noítp
enquanto dormem, porém, "alucinádos" completamente e sem
poderem corrigir esse erro, crêem Íirmemente serem "o Rei
ou o Papa", e agem como se Íoram tais. Este fenômeno
observa-se também entre os hipnotizados. Não é, pois, de
admirar que "em estado de transe[ se produza este mesmo
fenômeno de maneira mais deÍinida e persistente, daqdo
origem à formação de uma novs personalidade fictícia, que
nIõ só se define com toda clareza, mas que persiste nos
. traúses subsequentes. Este fenômeno, perfeitamente natural,
foi o que deu origem aos espiritistas crerem que o tal per-
sonàgern é "um espírito desencarnado" que, tomando.posse
da mente do médium, a controla: donde lhe haverem dado
o nome de "coàtrole" ou controlador. Os bons senhores não
refletem em que, assim como nov toucos "perdura a pseudo-
perdura a ôesordem cerebral, assim
PéÍsonàEdade enquanto'(propensos
tfiibérn' nos médiuns ao desequltíbrio inrental)

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.
2& Gcrlos Nsrjà ac Haufia,'s.. I. ,'_.
pode
.egndpÍeÍI peÍsonalidade seflndária semt Í€ güe te .

enconhàm enr estado.de transe, que & um niodo ou Og


girtro lhes causa uma pertrirbaia,i cçiór"r,- .ãmitnáii T
dos dems'ntes, apenas seúdo parcial e:durando üniça$cntí
enquanto dura o-tÍanse".
Transe é um estads especial, ainda não bem dotioidà,
em que o indivíduo, enrboia aparentemente insemÍtel, r
acüa conürdo num estado de grande atividade..mqúd, efu
ta& esse diferente do sono profundo, do estado de,e0m$
da catdepsia e da intoxicação. Não é, pois, hipnose; trÇEl
catalepsia, nem sonambulismo, nem @ma, nem embri4ggggy
nem sono normal.
O tianse mediúmnico, de que ünicamente nos ocupflÍro§,-
aqui, é caracterizado seralmente por um sono proÍundo, di;
minuição das pulsações e diminuição ou dempareci+nentô
dos reflexos. Eventualmente a respiração é menos rápida
que de côstume, e noutias é muito fatigante. Às vezes as'
extremidades ficam completamente relaxadas e em eettdo
létárgico, quando não estão atuando, aomo sucpderno caro
ü escrita automática. Em compensação, a atividade men-
tal é muito gtande e manifestà-se pelas descr4Oes feites
pela pessoa que se acha nesse estado, do que "vê, oüvÉ
ou sente". Um dos caracteres mais noHveis deste estado, É-
uma suscetiHlidade extraordinária à sugestão conscierit€ oU
inconsciente. Na maioria dos, casos o médlum, aô torner .

a si, não se lembra do que viu ou disse no transe; mal


quando este é apenas utn semi-kanse, então sim, lembra,' .
se de não pouco do que viu ou disse.
Neste fe4ômeno, conquanto em si mesmo produzido pór
causas naturais e que na mor parte das vezes só dá a
conhecer o que a mente inconsciente do rnédium encerra, é
todavia oRde se observa com mais clareza o verdadeiro fe-
nômeqo mêtapsíquico, quando este realmente tem lugar, cq.
mo adiante v€Í€nro§;
Com isto havemos terminado a primeira parte da nos.
sa investigação, dando a conhecer a parte física do Íenô-
metto metapsÍquico, quando este se manifesta por niêio de
"Íorçes conhecidag". Resta:nos falar ainda da !'força" guafl-
do ttão é conhecido, o quÊ faremos no capÍtulo eeguiqte.
Uma yez que tenhàrnos edudado ecta 'forçq fuconh§-
cida" e determinado se, apésar da sua origem desconhccida,

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ás* Frmdcs Esf,rilas e as Fenâmcaos.ltctapdqgicoE 83
é.ela uma força purarrente natural ou não,'poaeremos pqli
3ar a eshrdar 'b Menpagem", na qual o fenôméno radca
a natureza metapsÍquica, coÍÍlo inúmeras vezes temos ig;
.petido. _
: Resumindo. Temos "varrido para fora" todos, os fen&
;,,.1i n *ot (?) Íraudulentos, relacionados com "a parte física
,: ,.;l: do fenômêno metapsíquico". Procuramos explicar como mui-
l-,.'". h fenômenos realmente exhtertes e não produzidos pela
t:.r", "rÍraude, embo-ra sumamente- curioso-s e interessantes, twda
'se
iil'.rrtêm gue ver com os espíritos, bem que a gente igno-
rütte e não pouca da que se oonsidera ilustrada creiam
serem eles produzidos por uma'força preternatural. E igual-
urente pro€uramos explicar como ditos Íenômenos geral-
i: f,rcnte não são mctapsíquicos; por cafeceÍem da caiacüerís-
üca, isto é, da intervtnção de um agente intelectual oculto,
ilr,, Que é a causa eficiente. Em compensação, procuramos tor-
;,i';' nar patente que tais.fenômenos ordinàriamente pertencem'ao
l:: caqpo da Psicologia experimental, da Fisiologia, da Pa-
:l:r , tologia, etç., deixando a porte atrerta para estudá-los quan-
jti Oo estiverem ligados com "a Mensâgem", pois neste caso,
se essa mensagem provier de um agente intelectual oculto,
.,: distinto do mêdium, aqueles fenômenos mistos serão verda-
deiramçnte metapsíquicos, em razáo da mensag€m, e não
pgla parte física dos mesmos.

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Crpltulo XIII.

ttRap§t'.

Ao darmos a definição do fenômeno metapsíquie{i, dis-


§emos Que o Ínesmo é produzido por forças "alguma§ ve-
zes desconhecidas", Explicamos então a distinç{o que fa-
zíamos entre "a força" por meio da qual o fenômeno se
manifesta afualmente e a mente .desconhecida qüe dirige
essg força. I

Para esclarecer, daremos um exemplo: Num telegra-


"a'força" que faz funcionar o aparelho é a eletricida: l
Írtre,
de, mas o agente intelectual que faz atuar dita força .de
modo -a produzir uma mensagem é 9 operador óu telegra-
fista que a envia fazendo funcionar o telégrafo. Este gr(em-. ,'l
pto indica-nos claramente a diferença entre a força que o-pe-
Ía,e a mente que dirige a força. No fenômeno metapsíq*i: .r .:.i!l
co, em muitas ocasiões a força que opera é conhecida. a*, ,,
exemplo, uin médium nos dá uma mensagem (que supo- ""
mop verdadeira) por meio da esuita autotrltitica. Neste Caeo ,,:it
teremos de distinguir, conforme havemos indicado, entre ,i a
força que move a mão do médium e a mente que, dirigindo
a mão, nos envia a mensagem. No caso citado, "a Íorça"
que dirige a mão do médium nos é conhecida, é a força mus- :,
cular, posto que "a mente" que faz uso dessa força not r:

seja desconhecida. Ora.bem: se em lugar de recebermos a


mensagem por meio da escrita automática a recebemos po{ ":
meio dos "raps" ou pancadas secas que se produzem nüma
mesa de madeira, aó contacto das mãos do médium, não "i
sômente nos será desconhecida "a mente" diretora, como
também a própria fôrça, pelo controle, da qual ela nos di-
rige a mensagem. Suponhamos,'por um momento, que vi-
vemos no século.XVl e que algum de nós tem na América
uma estaçáo radiotelegráfica transmissora e nâ Espanha
uma estação receptora, conhecida ünicamente por nosso§
amigos mais íntimos, gue guardam a respeito'disso abso-

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..:,!r-* *.r,a,.I I
b--.Yt.ir".tT-i\§..4r
,.+- - Í-t,rJ- . :. -

. ,. 1; -.

ls Fraud*'Espldias c os Fcaôrr.eacs JttcÍcpsl6deo'r Aá

,egredo. Suponhamos que uma em Madrid re-


-snôntma'vinda -Pe§soa p(r
uáa carta na Nau das Índias e'
s qüe'o tente, não pode descobrir qugm é o autor da
rSsivà. Por outro lado, por uma noite tempestuosa, es-
Índo em seu próprio quartÔ, ouve, a desoras, uÍne voz es-
mtórea que áiz vir do outro mundo e que lhe dá men-
sageúr idêntica à da carta recebida.
' Pera a Pessoa que recebe a carta, "o meio de comu-
,nicâção", istó é, o correio de então, é perfeitamente çonhe-
,l : . cido; erbo.a lhe seja desconhecida a pessoa que, usando
'-. , do correio, the enviõu aquela mensagem. Mas, quando ela
.,1.' : 'r-ecebe essa mesma mensa§em por. meio da voz estentórea
t'i l, 1rádio) vinda do outro mirndo, não sÓ lhe é desconhecido
ô,'autor da mensagem, como também "o meio" pelo qual
ir,.,:'lfor
., i' foi ela transmitida.
' ,' : E este o'trosso caso.quando recebemos a mensagem,
. $ão por meio da escrita automática (fenômeno para nós
. iâ conhecido); mas Por meio dos "raps" ou pancadas'secas
,1.i .proOuzidas na madeira, ao contacto das mãos do métlium,
:.i:'".Lo6rano cuja natureza ainda não conhecemos.
Í{,:,1,, "
I Dos fenômenos "físicos" conexos com os metapsíqui-
;i:'!.$s, o único cuja "honrâdal' existência está sufícientemente
, ;:'. &úonstrada
à..:':l,i;: Iia:à^-olçaáa par,a
nara podermos
nnrlermna proceder a^ estudo
nrnncrlo.. ao esfltdo dele sem
sem
.' iààb*vçl temor de sairmos logrados, é o dos "raps" Pan- ou
. ' caaal secas produzidas na madeira ao contacto das mãos
i,. do. méüum. Por esta razão dedicar-lhe-emos um capítulo
g", especial, com o objetivo de averiguar se tais "raps" §ão
' produzidos por uma força puramente nafural ou Por uma
rl" força de origem "preternatural", quer dizer, incognoscível e
incontrolável para nós os mortais.
. ' A natureza das'Íorças físicaq como a eletricidade, o
etc., por mais que o homgr1r tenha querido
i. aprofundá-la, até agora nos é desconhecida, se bem que tais
mg$etismo,

Íorças sejam "controláveis" por nós. Há outras forças que,


ernbora incontroladas, e quiçá incontroláveis, são de tal na-
tureza.que não só pudernos descobrir algumas das leis que
.as regem,.como também, baseados nestaq podemos predi-
zer. com toda certeza como e quando se verificarão alguns
I doc Íenômenos por essas forças produzidos. Tal é o caso
;: da Orrvitação. Esta força náo é controlável por nós, mas,

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ãF : .-.-íClcÍroc $s*c dc t*r&1.§jtl. ,, , r

ryberto
lnqo8eÍá, dgumas g"r ara lbis, podenros p,.
(trlar poÍ ex., a.haietória,de uÀ pÍoieüL
Pois bem, pr lorços tdurols,entendemos aqui aoi,.
que de um modo ou doutro caim debaixo ao ,iosso .c,,
trole,.ou rntão eujas leis, pelo menos em parte, já forar
descobeitas, conquanto não as possâmos cônrúai direti;
mente.
-rltas, antés de passarmos adiante, digamos em que ..-.:
consiste o fenômeno dos ,,rap§,,. Falamos ..üiicamente" áos .,t
ÍdW por contacto.
Quando um médium põe as mãos sobre uma mesa dc
'j
madeira seca, deixani-se oúvir com atguma Írequência (nem
sempre), e ao cabo de bom lapso de-tempo'uns ruído§ se- ,'
melhantes a pancadas s€cas que parecem ier origem no in-
teriorda'madeiradamesa.Emcçrtasocasiõeseúes.,rapso
aumentarn consideràvelmente de intensidade e pares'eru riru- .
dar de qgsição, movendo-se de um ponto a óutro. Esta é
a parte física do fenômeno, que é só a de que nos ocupa-
remo§. presentemenfe. Cumpre, porém, advertir gue, se noe
damo§ o trabalho de estudá-lô, é porque este fânômenq ..
frequentemente está unido .com a,a À,iensàgem,, isto é,
1nr. ,-.
meío desses-golggs re tecete, mensagens"de caráter ír,iitú ':,
especial. Há vários meios ou chaves- para receber essaB
mensegens. por exempto: uma pàsso"'ui i.p"iino, ãã,,,.".
voz alta as-letras do atfabeto, â,6, c, d... e aó chegarrid,.i
'd" ouve-sê uma pancad" r.ôa.'cómâça-se ãuúá ,llã"# ,i
fabeto, e, b, c, dr e... outro "rap,'. Repetlção do atfaüetô;
a, b, c, d. . . novo golpe. Outra repetição.. . "d,. A pa-
lavra será dedo. Outras vezes combina-se dar valor núé.
rico às letras: ('a" vale uml "b,' vale dois; ..c,' três; etc. ;,
Ouvem-se os golpes: 6-17-9.14, e isto é /rio.
Gom estes antecedentes, procedamos à dieflssão do
calo, dando algumas prenoções que'esclareçam o eltaü ,.
da questlto :
Neste fenôÍneno, o mais bem comprovado de quantoo
fenômenos fÍpico-mctapsfquicos existem, conslderaremôs pri-
melremente a natureze da força que o p,roduz. perguit+.
mos: Â forçr que produz os "raps,' é úma Íorça n-ahrmt
ou prtternatural? Em termos mair expilcitos: A Íorça que
i.
prodnz oc'"rap,r'r é originada poÍ ú agenfu aão encir-
nado (o,dhbo), por um agente daencarnado (a atna &

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.:i
i,
' i ir' :"': --,-j. r':. I -1r '. .. ' :

À'Fludcsi'Eiiphrtcr e os Far&lncna» Ialqpsüfg'Êeú Bl


r,. um deÍunto),,oü é a maniÍeshção de uma lorçq ügaros,
.i. cüno a eletriciüede, o magnetismo ou 'ouha qualquer, mrs
. !9 origem pura6çnte natural? Antes de responder a esta.
ii§.gqrgunta, .Íazcmos notar que: l) tratarnos únha e exclu-
:'i;S, rivamente,da força, e não da mente que dá a mensagem;
;*r, '.2) tratamos única e exclusivamente dos "raps'l por con-
i I':-duzir; trcto, e não doa que sem esse contacto se possam pro-
- 3) tratamoa de averiguaÍ'a causa ordinária e cons-
,::: , .tante desse fenôrneno, §em nos metermos a averiguar se
L{r,. ' 116 ou não outras ."úr". extraorOinarias ou variávãis que
i.,'-
.::- posqàm produzi-lo. Para me explicar melhor, suponhamos
:lr .t'_::
irj:, .que se trata de investigaÍ Ba causa
r :a-' vF-e ordinárla e constante
,:.1i.,L do raio. Esta causa constante e ordinária é a eletricidade,
: sem que discutamos poder o raio ser produzido por umá
-intervçnção
ir',: càuse extraordinária, corno serla pela de um
;,1.'.- agente preternatural. Assente isto,'propomos aqui a ft)ssa
tese.
"A causa ordinária e constante que pÍoduz os "repd'
'";, por contacto é uma Íorça de origem puramente natural".
$':,-§erernEsta tese, que tem por adversárlos os que sustentam
tais "raps" produzidos pela intervenção do dlabo ou
It'..t
-.,_
das almas dos defuntos, susténtamo-la:como probabilÍssi-
, ma pelo.menos, em vista das anexas provas.
l) Primelra prova. Os "raps" por contacto .(não
, .' falamos - até o presente não se pro-
aqui de movimentos)
-. duzem em objetos de metal, etc., mas sim em obietos de
i. madeira, comq mesas, cadeiras, etc.
r,.:. Ora, se fossem produzidos por uma causa preternatu--
l', ral, deveriam produzir-se indisiintamente, em ób;etos de
i:' . qualquer substância.
iu*'" .Logo,_não restando outra explicação, os ,,raps,' por
-natuial,
:.,
. *lt""to -são
produzidos por uma Íorça puramente
ii' tj* qqA Íor a naJureza desta, coisa que não iratamos de
r'i' - drcutir.
dores das teorias dos agentes não encainados ou desen-
carnados; polsi se esses espíritos podem operar numa suba-
tllncia, não se vê por que razão não possam operar nouha
aaáloga. E se, por exemplo, não podem operar sobre o
atumlnlo do mesmo modo que qperâm,sobre a'madeira, a
d6 lá compete dernonghar o porquÊ.desta diferença.

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238 , Oqrlos Moria de Hercdig, §i, J. ;L:,rr

' A maior Gstá,coÍnprovada pela experiência, coÉo o iÍl:


dicaremos nos experimentos que temos realizado e'qüe meni
cionaremos mais adiante. '(

2) Prova segunda. pela experiência q[e, €[-


- Consta
quanto os "Í?ps" por contacto se produzem quando erte é
::

direto, quer dizer, quando as .mãos do médium tomm.dl' I


retamente a madeira da mesa, os mesmos cessam logo quc
se interpõe entre as mãos do médium e a mesa'um pard,
uma
-sem
placa de vidro, uma lâmina metálica, etc. Ora, se fos-
os espíritos não encarnados ou desencarnados os auJ
tores dos "rap§", estes continuariam, embora não houvesse .

contacto imediato. Logo, os "rapsr são produzidos por mu


força natpral, que em certas condições opera.e em outrgt i
não.
3) Prova terceira.
- A inversa
pelos "t"p{' está em razão
intensidade do som produzido
da densiddde da ma-
deira de que é feita a mesa. Isto é, em menor densidade
da madeira "raps''mais fortes, e em maior densidade 'lrafusr.
mais fracos. Ora. . . Logo.. .
4) Quarta prova. A intensidade dos "raps" está em
razâo üreta da sequidão - da madeira da mesa, Isto é, Çu$r;
to mais seca estiver a.madeira, de tanto maior intensidadq
se produzem o§ "Íaps", diminuindo essa intensidade coÍE
a humidade, até.o ponto de desaparecer por cornpleto qua++
do a madeira está muito húmida. Ora... Logo... ri':,
As experiências que a seguir mencionamos- e que fotar*
praticadas em condições que excluíam a fraude, podem rei
produzir-se paÍa se adquirir cefieza da sua veracidade. Fa-
zemos notar que médiuns que produzam "raps" por contacto.
não são comuns. Os que produzem movimentos de mesas
(dos quais aqui não tratamos), são os mais comuns. Essas
experiências foram realizadas com três. médiuns distinto§;
todos pessoas de inteira confiança
O experimentador, para evitar qualquer complicação
mesmo ínconsciente, nurrca dava conta ao médium da ex-
periência que pretendia Íazer, nem de se fÕra satisfatóriq,
ôu não o iesuitado, resguardando-se de tirai"em Presetrça
dete qualquer conclusão. As condições de luz foram seÍnPÍe.
perfeitamente aceitáveis: quer dizer, trabalhava:se numa,
peça iluminada por.urna lâmpada elétrica, como as Que EG;
usam nas sa[as, velada por um quebra:luz de seda tranr.

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. :, it - . i'
As tuaadec" Eplrltas e os Fenôniinor..l|írÍapsl4aicos &
i:.parente; de nrodo que tgdos os assistentes se podiam yer' '
:, Berfeitamente, O oprador .não tinha assento fixo com og
:. que'se sentavam ao redor da mesa, os quais ordinàriamen-
.te.eram quatÍo: dois hornens € duas senhoras, sentados al-
,' tprqadamente. O observador ficava inteiramente livre para
,i1eriÍicar, a qualquer- momento -d-ado, -não haver. fraude al-
{i.$trma, para o que tinha uma lâmpada elétrica que usava
', pata inspecionar a parte inferior da mesa. O que vamos
,, dar e "úm resumo" de muitas experiências v'erificadas no,
"iàpaço de mais de seis anos. Nessas experiências mudou-
'qe de mêdiuns, de mesas, de quartos e de assistentes, ob-
:,
t$ndo-se constantemente os resultados indicados, sempre.
.qüe se apresegtavam os f'raps". Porque importa lazer no-
. ter que este fenômeno não se apresenta sempre que se de-

.qgia, não só por isso a que poderíamos chamar "falta de


poder no médiurn,r poÍQuê, como disseÍnos, nem todos po--
danr produzi-los, como também por outras causas inteira-.
'Ítteile ignoradas paÍa o observador. Uma coisa podemos-
a§segurar, e é que, quando os "taps'! se apresentam, eetão
sufeitos às variações de que falamos anterioÍmente, isto é:
l) Ao passo que se obtêm "raps" em mesas de madeira,
não se êm podido conseguir que se apresentem em mesa§,
metálicas, ou dê madeira cobertas por uma lâmina de már-
, moÍe, de vidro, etc.
sfiade quando aumenta - a2)densidade
Os "raps' diminuem de inten-
da madeira de que a
rnesa é feita. 3) O estado higrométrico da madeirà in-.
- dos "raps", diminuindo, estes, até extin--
flui na produção
gyir-se, à medida que é maior a humidade da madeira da-
mesa.
Série de experiências. Mesa de madeira branca, isto é,.
medeiÍa de pinho comum e corrente, sem verniz. Dimen--
s6es da Eesa: 40 polegadas de comprimento, 20 de largura
e'30 de altura, figura retangular. Quatro operadores, õon-.
tando a médium, que tinha dois homens, um em cada lado,
e utrla senhora em frente, ocupando com amplitude os qua-
tro"lados da mesa. Chão de madeira. Luz: uma lâmpada
etéhica no ânguto oposto. Visibilidade: perfeita. Tempo: de,
oito às onze horas da noite. "
Numa ,série de 200 sessões nas circunstâncias indica-.
. das, obtiveram-se com o m&ium W.'em cinco sessões mo--
vimêntos da mesa (dos quais aqui não tratamgs), de in-,

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N1
! _l
'ôüütHS muito Bt{üdc, mas não sc irHivlmm "rap#y,.&.i l:
n$o rpmas em úrer úês6es. Os "ÍâpB"'foraa ÍrsOs.dEI..',
pral. Ao inteqpoÍ-se uma lâmina de cúre eutre a maa- '!
ã es mãos do rnédium, os "rap8? derapareceram po,Í urr
pleto, tôrnando e aperecet, embora mais tênueú 'do qtç*' . .
antes, quando se tirou a placa e se voltou ao cohtacto ê.i .
rcto. Em nenhum caso hóuve contacto entre as mãos doi '
presentes e as do mêdium.
. Com o médium R., em dez sessões, em circunstànciCI
análogas, obtiveram-se "raps" em todas as sessôe§, se bem
que fosse preciso a§uardar mais de uma hora Para que :
e-les começãssem ãp"t.a.t. Os "raps" iam ,au*entan-do *-
"
de intensidade conforme passava o tempo, chegaado to sÇU :
máximo por volta das dez e meia ou onze horaa,'cessando ,

de repente, sem que pudessem tornar a..PÍovocaÍ-§ê neEsa


mesma sersão. Operou-se primeir.o sobre uma mem de pi+
Rho nas c-ondições,indicadas, e logo se Passou Ê uÍna mc§a
circular de nogueira, ligeirlssimamente envernizada, e su§.
tentada por uma coluna muito sólida, que descan§ava so- ''
bre quatro pés. Enquanto sobre a mese de pinho o§ "1m8"' .
chegiam, âm seís sessões, a uma intensidãde tão gralrft; 1
como se se batesse com um martelo Ítâ fi€sâ; na de, no"" :.i
gueirá eÍam apenas audíveis a princípio, chegando em trêr' .;
'ós'"rap;" produzi{e1 '.
sessões a uma intensidade mediana.
ne mgsa de pinho, megmo nos inomentos de qaior iÉens:..i§
'sitlade, desapâreceram ao colocar-se entre as mãos dos qpGtjr:;
radorec e a mesa um tapete Ce pano verde. Igual resulfado : .t
se obteve interpondo uma lâtnina de vidro. Não çe pudF'-Ti
rasl obter "raps" de nenhurra espécie numa. mesá com co- '.:
berta de mármore e Ss de bronze. Igualmente foram inú-.
tçis os esforços para produzir "raps" numa levíssima. mes8
de alumínio. Em duas sessões, havendo o ohiervadtr,fo-.
troduzido
svsúrw na mesa de pinho sem que disto
vários pregos ..e....esr -.-"- ü1-.;.
:Tl; ',.,._:'

vesse notícia nenhum dos circunstantes, o som dos "rap§?.,.'.!


diminuiu colrsideràvelmente, ao passo que noutra mesa ,,i
igual, mas sem pregos, eles se produziram com força extra- -

ordinári4 durante à mesma sessâo. Em duas sessões o ob-


servador pôs uma cinta de cobre; ,de uma po^ltgada de lar- :
gúra, em volta da perte interbr da mesa de pdnho, e no-
tsu-be uma diminuição notatúlírsima na intensidade doô
'!ÍaPg", ao passo que continuãvam noÍmais cm outrà m€8e

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Ás. Fraudes Espiritas e os Fenômênos llletapsíquicos Ul
semelhante de pinho, mas sem a cinta de cobre. Numa ses-
são, tendo sido usada durante o dia, na cozinha, a mesa
de pinho, e estando por causa disto bastante húmida, não
se puderam conseguir "raps", ao passo que na sua com-
panheira eles se produziam com intensidade pouco comum.
f. Os "raps" obtidos pelo mesmo médium nas mesmas ses-
§6es, sobre uma mesa de nogueira e sobre outra de acaju,
resultaram muito menos intensos do que na de pinho. A
interposição de um lenço, de um pano, de uma lâmina de
cristal, de lata ou de cobre entre as mãos e a mesa dava
fim instantâneamente à produção dos "raps,,.
Com o médium S. cinco sessões. Os movimentos pro-
duzidos por este médium numa mesa de jantar grande, de
I seis pés, foram verdadeiramente extraordinários (se bem
que agora não nos ocupemos de movimentos). Nessa mesma
mesa produziram;se, em duas sessões, "raps" sumamente
Í' fortes, tanto que se podiam ouvir a grande distância. Estes
"raps" cessâram no momento em que entre as mãos do
médium, que operava sôzinho, e a mesa, se interpôs um
tL.i guardanapo, tornando os "raps" a aparecer quando o con-
[i tacto foi imediato. Esta sessão teve lugar na sala de jantar
ür,'.
trs.
de uma casa estranha -ao médium e com a luz comum. O
;tr:{
§ri médium, como dissemos, operava sôzinho, para dar ao ob-
servador e a dois companheiros seus, únicas pessoas pre-
,'i.
ili:. sentes à sessão, oportunidade de observarem o fenômeno,
cada um por um lado distinto. Tendo-se colocado sobre a
& mesa grande da sala de jantar , uma mesinha de madeita,
$r
de um pé de altura, e pondo o médium as mãos sobre esta,
*i começaram a ouvir-se "Íaps" tão fortes na'mesa pequena,
s. que esta parecia ir fazer-se em pedaços. Um lenço de seda
§"'.
r.t: inte?posto entre as mãos do médium e a mesinha pôs ter-
..', mo aos "raps", que tornaram a aparecer ao renovar-se o
I co,ntacto direto. Trocada esta mesinha por outra igual, mas
r, perfeitamente humedecida na sua parte interior, os "raps"
apareceram muito fracos e logo desapareceram por completo.
.: Com as experiências mencionadas cremos ficarem pro-
ii-
vadas as maiores dos nossos quatro silogismos, e assim
.:;i
]J
damos por demonstrada a nossa tese, em que sustentamos,
como opinião probabillssima pelo menos (contra os que
i.{
sustentam que é o diabo ou são as almas dos defuntos),
Freudo E.ôlrltr! 16
ir..' -
j-:r.

t*
;: 'r'
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2A2 Cailos Marp (e Hacdis, §. ,.
que a causa ordinâria e constante que produz os "raps"
por contacto é uma força de origem puramente natural.
Se algum químico anuncia ter descoberto o meio de
fabricar o ouro sintético, o públko bem pode rir-se, pois
não o há de crer sob sua palavra.i Ínâs, se juntamente ele
publicà o processo para obter sintêticamente o precioso me-
tal, de sorte que quando queira possa. reproduzir a expe-
riência, ninguém tem direito de troçar do químico1 ênsuân-
to não tiver reproduzido cuidadosamente todo o processo
sem obter o resultado anunciado. De maneira análoga, ha-
vendo nós dado uma relação circunstanciada de como os
"raps" por contacto aparecem ou desaparecem, aumentam
ou diminuem segundo as circunstâncias, e sendo este ex-
perimento reproduzível, não se tem nenhum direito de ne-
gar os fatos aqui anunciados enquanto não se tiver ope-
rado por si mesmo repetidas vezes com as devidas preceu-
ções,'sem obter o resultado indicado. Para concluir esta
primeira parte do nosso estudo, vamos aduzir algumas ob-
servações que fizemos durante os experimentos.
Os "raps" por contacto não conseguimos que se PÍo-
duzam durante o dia, embora o qüarto de operações esteiã
perfeitamente escuro.'Durante o eclipse total do sol veriÍi-
cado em 1924 fizeruÍn-se expeÍiências para obter "raps"-
no território onde se verificou o eclipse, mas sem'resultado
algum, a não ser numa chapa fotográfica de uma máquina
colocada no quarto perfeitamente escuro onde se veriÍicava
o experimento ter apaÍecido a cabeça do médium rodeada
de um nimbo. Mas, não sendo agoÍa este fenômeno obieto '
de nosso estudo, dele não fazemos conta alguma. Os "Íaps"
não se produziram. Portanto, a noite "paÍece" auxiliar a
produção deste Íenômeno, gue se obtém perfeitamente com
luz artificial. Não deve isto estranhar-nos, desde o momen-
to que se trata de um fenômeno puramente natural, quando
sabemos que na propagação das ondas do rádio se ob-
servam anomalias semelhantes. Quanto mais tarde §e oPe-
ra, tanto.mais fáceis de obter "parece" que são os Íenô-"
menos, sobretudo se se esteve trabalhando antecipadamente.
Os "raps" aparecem mais fàcilmente "quando se aqu-ece -a
mesa", quer'dizer, quando se leva operando sobre ela al-
gum ternpo. Fenômeno semelhante costuma também obser-
var-se nas válvulas do rádio, que trabalham melhor depois
de se terem aquecido por algum tempo. Para a.produção

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ás Fraades Esplritas e os Fenàmenos Metapslqaicos 243

deste e de outros fenônienos análogos, tem,se notado in-


fluir muito que o médium esteja "num estado de ânimo es-
pecial", num "mood", como ilizem em inglês. Estado de
ânimo que se cria ou se fomenta por meio da penumbra, de
pensamentos tristes, de música monótona e de outras coisas
Ei:' .. gue tais. Também temos notado que, assim como "antes
I )
de principiar" a manifestação destes fenômenos a escuridão
.:ii
ajuda muito, uma vez que ele começa a desenvolver-se in-
flui pouco a luz artificial, de qualquer gênero que seja.l
Com isto damos fim à primeira parte deste estudo, ten-
do demonstrado, na medida em que no-lo permite a altura
i"r. dos nossos conhecimentos na atualidade, qúe a parte física
dos "raps" pqr contacto é devida à intervenção de uma for-
k,
à.': ça puramente natural. Resta-nos ainda por discutir e estu-
:\ day a parte mais difícil e importante dós fenômenos ineta-
psíquicos, a JVlensagem, que pressupõe a intervenção de
uma mente, distinta da do médium, sendo a primeira a ver-
dadeira causa eficiente do fenômeno, ao passo que a mente
inconsciente do médium é apenas a causa instrumental.
.nesta- questão doc ".rap8" ou gotpes secosr
l) Colg.uaSto
to
havido úruitíssiÍla frau&.
muitíseima frau&, comecando
começando oe[aspeÍas Fox.-.túavia-
tmha
corno iã-
Fox.-,toãaviá- cãfiá- ha-
vemos indicado, o femômeno Nem ce ;ulgus pêtendermo§
-existe.-
oóe que a Íor{a quê os produz seja coisa ruinüíerrtã- niiiÉiiõã
qÍryaÍ. de..parccê-1o..-.Se -o |glt_or se der o trabatho de ler o noasí
ün€sitna, prcduzia qSses
t*to. Como ela explica muito bôri, eles são o 'raps" iror'too-
-
reíuitaáo tnÉ
meaos em alguns casos) da insenslvêt dilatação da madeira. à'evi-
da ao _calor das lnãos e à prcseão inconscimte destas óbÍ€ a
qesa. Se ce lhe adrnitir a exílicaçáo, náo restará OriUaa e ãu€
(peüo rncnoe) algune 'tapd'!o: ionlacto t€'m oris,em totalmdüc
natural, embora inconsciente. Vêut, assirr, a rcduzirãe a uma Íor-
ma, poeto quc cstranha, da escri.ta autoiná,tica.

:'.ij'


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t
n
;..,' tG'
i._': ,
j
',:

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j.

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}{..
r:§:r
ti'i l
Capítulo XIV.

Em Plena Idade Mfiia.


A cena passa-se há vários séculos em OxÍord, Ingla-
terra.
E'uma sala abobadada, larga e sombria, em cujo fun-
do se alça uma enorme chaminé onde ardem grandes tron-
cos de árvores cujas chamas, avermelhadas e azuladas, a
um tempo meio aquecem e meio iluminam os vários SIupo§
de alquimistas, filósofos e teólogos que ali se acham re-
unidos, discutindo acaloradarnente,
No meio do quarto, sobre as frias laies'do pavimento,
acha-se o corPo de delito ou, por melhor dizer, o objeto
da disctssão. E' uma caixa de madeira de pé e meiq dê
attura, um tanto alongada e estreita.. No seu interior con-
tém sete'botelhas das quais sai uma luz Íuliginosa que ilu-
mina uns carretéis de arame colocados em torno delas. Nl
parte iíferior há uma espécie de caixas de flandres ligadt§
ümas a outras com arames. A tampa, quÇ §e âbre em sen-'
tido vertical; contém igualmente um grande aro de aratne
enrolado. Uma roseta móvel onde há vários números, dê
um a cem, gira à vontade, produzindo os efuitos maravi-
lhosos que são o objeto da discussão. Daquela caixa saem
sons mulicais de admirável harmonia; porém, o que mais é,
sai dali a voz humana, vozes de pessoas que falam em lín-
guas diversas. Seus discursos, sobre temas filosóficos, teo-
lógicos e científicos, são verdadeiramente surpreendentês.
Este é o fato inegável, cuia explicaçdo mantém justamente'
perplexos aqueles homens, entre os quais se encontram al-
guns dos mais sábios de sua época.
"Como é possível explicar que desta caix4 na qual só
há umas botelhas de vidro e uns carretéis de arame, pos-
sam sair sons coordenados, verdadeiros discursos? Como é
possivel explicar que só com dar volta a uma roseta, no
número 35 se ouça música instrumental, e no número 37 se

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ás Fraudes Esptrilas e os Fenômcnas llctapslqaicos 215

' ouça uma pe$oa que está Íalando em Paris, contorme ela
aÍirma? Não, não há proporção entre umas botelhas
' mesma
de vidro e uns arames e a produção coordenada de um dis-
cuÍso ou de uma cantiga. Por outro lado, é indubitável'que
' aqui há um ser inteligente que dirige tudo isto; e, como,
&i\:'
. "aplicando activa passivis", o diabo pode produzir este e
.:!-,' outros efeitos maravilhosos, não há dúvida, repito, que tudo
isto é uma trama diabólica". Assim falava um dos sábios
mais autorizados daquela reunião.
"Conquanto vossa opinião seia muito provável e digna
dê respeito pela autoridade de quem a sustenta, parece-me
t.--., que no caso presente há'outra explicação, tão proúável
pelo menos como essa". Assim Íalava outro sábio, cuja ves-
te negra ponteada de estrelas fazia que ele se perdesse por
ii,'
entre as sombras, destacando-se sÔmente os pontos bri-
' Ihantes da sua túnica, as longas e finas mãos e a cabeça
circundada por um nimbo de branquíssimos cabelos.
E qual é essa outra hipótese que o Mestre em Artes
. tem como tão provável? replicou o Doutor em Teologia.
Faz um momento, acabamos de ouvir sair dessa caixa
uma voz cheia de unção rêcitando uma das melhores ho-
. mílias do grande Padre Santo Agostinho. Também não
será provável que Deus tenha permitido que esse egrégio
Mestre nos desse pessoalmente tão esplêndida lição? res-
pondeu o Mestre em Artes.
Não'é nosso intuilo tazer que o leitor_ presencie a
acaloradíssima discussão originada pela diversidade de opi-
niões dos dois grupos, uns defendendo a teoria diabólica
e outros a espiritista. Deixemo-los disputando, segundo o
Costume das Aulas, e repareÍnos noutro grupo que se for-
mou em torno da "caixinha falante", São sômente três as
pÊssoas que ousaram acercar-se da "caixinha". Um deles,
o'rnais afoito, está de joelhos no chão e move de um lado
para outro a roseta misteriosa. Este frade, em cujo olhar
invectigador brilha a chama do gênio, veste o hábito escuro
de S. Francisco e chama-se Rogério Bacon. A seu lado,
da pé, seguindo com sumo interesse todos os movimentos
do iranciséano, está um prelado cuias purpúreas vestes de-
monstram a dignidade cardinalícia de que se acha investido;
chama-se Guy le Oros de Foulques. O terceiro é um obs-
curo leigo Íranciscano, companheiro de Rogério, o qual,

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. .r ,- r, ".

246, Carlos lllaria de Heredia, S. !.

com grande curiosidade, embora a uma respeitável dis-


tância, segue as manipulações do ousado frade. "Ouça §ua
Eminência, ouça, esta é a voz de Frei Pedro Pereglino de
Maricourt, que está explicando Teologia ern Paris", dizia
Rogério: "Esta é d voz dele, rÉo se pode duvidar. Ouça
Sua Eminência; um dos discípulos está fazendo a ele uma
pergunta. Frei Pedro responde-lhe agora... Este apaÍe-
lho é maravilhoso, verdadeiramente maravilhoso".
"Eminência, isto não é obra do diabo", afirmou Ro-
gério com grande convicção; "por mais extraordinária que
peÍeça, esta é obra do engenho humano; não foi em vão
que, ao formar Deus o homem, "creayit illum ad imaginem
et similitudinem suam". . .
Enquanto isto se passava em torno da "caixinha fa-
lante", os outros sábios tinham chegado a uma determina-
ção cornum: "Seia o diabo, o que é certo,
toda auúoridade o Doutor em Teologia, - dilia
seiam
com
as almas
dos defuntos, ajudadas pelo diabo, como - quer o Mestre,
que manejam esta caixa endiabrada, deve ela ser destruí-
da, e assim terminará a diabólica trama".
Ao ouvir esta sentença, Rogério olhou para o Cardeal
como que pedindo auxílio. Este, compreendendo-o bem,
com a autoridade de que está investido, diz: "Fique. Frei
Rogério incumbido da destruiÇão dessa máquina infernal, iá
que é o único que se atreve a tocá-Ia". Rogério não perl
deu tempo; lançou sobre a caixinha a sua capa como que
para livrar-se do contacto maléfico, e, auxiliado pelo te-
meroso leigo, carregou-a para sua cela. Pouco depois ou-
via-se um ruído estranho como que de obietos de vidro e
de madeira que caÍam do alto e se faziam em pedaços.
Rogério tinha atirado pela janela da sua cela. .. outra cai-
xa, ficando ocultamente com a verdadeira.
À noite, iá alta noite ouvia-se música que saía do quar-
to de Rogério, e outras vezes ouviam-se vozes desconheci-
das que falavam e cantavam... O que, embora atemorizas-
se os úbios, não lhes charnava a atenção, pois era voz co-
mum que Frei Rogério tinha pacto com o diabo.. . E o
que ele tinha era um aparelho de "rádio".
Cómo ô leitor compreenderá, o que havemos referido
não é uma história, mas sim "uma parábola", com a qual
pretendemos explicar "o efeito" que teria causado hos ho-

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Ás _Fraudes EspÍrltas e os Fenfimeflos fllletopsíquicos 2{l
mens mals ilustrados dos passados seculos uma exPeriên-
cia de "rádio", inteiramente desconhecido como era paÍa
eles esse aparelho. Manifestando esta experiência a inter-
venção de um "agente intelectual oculto", e não tendo meios
para conhecer a causa que tão maravilhosos efeitos produ-
zia, naturalmente as hipóteses devem ter sido três, iá que
só há três classes de agentes intelectuais. Uns são os es-
píritos angélicos, bons ou maus, aos quais se pode chamar
*espíritos não encarnados"; outros são as almas dos ds-
funtos ou espíritos desencarnados; e finalmente'o ser hu-
mano composto de alma e corpo, ao qual chamamos espí-
rito encarnado ou atualmente vivente no corpo.
':t:{n E' coisa muito simples rir-se da "credulidade" dos nos-
gos antepassados; de nós rirão também os das gerações vin-
douras ao saberem que, "vendo nós uma mesa sobre a
qual se punham as mãos" dar inensagens perfeitamente co-
ordenadas, por meio de pancadas secas, atribuíamos este fe-
nômeno ao diabo ou às almas dos defuntos. A parábola
da "caixinha falante" repete-se presentemente entre nós.
Pelo que toca a essa classe de fenômenos, estamos ainda
em plena Idade Media.
Estudamos a parte "física" que acompanha o fenô-
meno metapsíquico e vimos que em muitos casos esta for-
ça nos é desconhecida, apesar do que procuramos provar
ser uÍna força "puramente natural". Agora vamos estudar,
não já a força, porém "a mensagem" que por meio dessa
Íorça (conhecida ou desconhecida) nos'envia "o agente
intelectual oculto", causa principal do fenômeno meta-
psíquico.
Suponhamos como perfeitamente autenticada, com o
fim de discuti-la, a seguinte mensagem que pressupomos
sei verdadeira.
Antônio vai'perguntar a um médium e este lhe diz:
"Quando o Sr. tinha sete anos, roubou um anel de
sua tia.
'iEsta descobriu-o afinal, e perdoou ao Sr. depois que
o Sr. lhe restituiu o objeto roubado. Desse fato ninguém
teve conhecimento senão o Sr. e sua tia".
Eis aí a mensagem que pressupomos perfeitamente au-
têntica, com o fim de discuti-la.

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W Cmtos Naria de Heredia,
,5,. !. ;
,,- Neste momento não nos importa
;i1".:g_T
U.,^9jg dos "rape' ,':
tenha sido dada por meio da escrita.automática,
ou de outro processo qualquer, já que não vamos estudar
a força pela qual obtivegnbs a'mensagem, mas sim a pró-
pria mensagem.
Como se vê, essa mensagem pressupõe "um agente in-
telectual" que a tenha dado. Pergunta-se pois: Qual é o
agente intelectual que deu esta mensagem?
Como iá estamos escarmentados com tanta burla como
temos visto fazer nesta classe de fenômenos, a primeira
coisa que pensamos é: "lsso foi feito com burla". Será
disto, portanto, que primeiro trataremos.
I ) Que dizer, dos meios e modos que têm os mé-
diuns de enganar o próximo com mensagens, e de como
se informam. Uma vez afastada esta hipótese no caso pre-
sente, que supomos "não ter sido produzido fraudulenta-
mentê", pàssaremos ao segundo ponto.
2) "Foi a meate inconsciente do médium, na qual
se achava essa notícia". Falaremos, pois, em seguida das
mensagens provenientes da mente inconsciente do médium.
Uma vez que tenhamos comprovado não provir a mensa-
gem da mente inconsciente do médium, como o havemos i
posfulado, entraremos de cheio a considerar as três teorias,

l) Ou um espírito não cncarnado; teoria diabólica; ou


2) Um espírito desencarrmdo,' teoria espírita; ou
3) Um espírito encarnado; teorias naturais.

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Capítulo XV.
§, '
+. Investigações Metapsíquicas.
'i", .
AMencagem.-AFraude.
.:.r:,.
,:"i "' Embora, à primeira vista, pareça termos chegado à
diseussão definitiva que deverá esclarecer, na medida do
possível, a origem do agente intelectual oculto, causa ver-
dadeira da mensagem, ainda nos resta algum trecho por
'andar.
A fraude, a inevitável fraude, que como. sombra segue
por toda parte o fenômeno metapsíquko, apresenta-se-nos
imprevistamente no nosso caminho.
Suponhafuos, no caso que vamos analisando, que An-
tônio, encontrando em certa ocasião "o anel" que em me-
nino roubara à tia, tivesse contado a sua esposa Antônia
a história do seu roubo infantil. Havendo esta pessoa, além
do interessado e de sua tia, tido conhecimento do roubo
do anel, há grandes probabilidades de já ter sido esse in-
cidente conhecido por várias outras pessoas, porquanto se-
gredo que passa de dois já não é segredo. E há tantos
meios para chegar ao conhecimento de detalhes como esse,
aparentemente insignificantes,, que mui justamente se pode
recear não tenha a tal mensagem nada de metapsíquico,
antes seja o resultado de um' truque comum e corrente.
Atente-se em que não dizemos tenha sido atualmente frau-
dulenta (pois, por suposição, não o é.) a mensagem de que
tratamos, mas tão-sômente alertamos o experimentador para
que não se vá deixar enganaÍ no caso de Antônio, sem se
Iembrar de ter contado à esposa a história do anet. Assim
9_endo,
a proposição que supusemos verdadeira, isto é, que
"isso só era sabido por Antônio e sua faiecida tia", não é
verdadeira desde o momento que outra pessoa também o
sabe.
As razões para desconfiar, quando três ou mais pes-
soas.sabem do mesmo incidente, embora este pareça intci-

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2fi Cdrlos Maria, de Heredio, S. l.
ramente oculto, poderá o leitor sensAto ponderá-las ao Ítr*
teirar-se das muitas e sagazes maneiras que os médiuas
têm para obter seus ínformes, como vamos manifestar em
seguida. §

Antes de tudo, cumpre ter bem presente que "o efeito


de surpresa extraordinária produzido por uma mensagem
versante sobre alguma coisa que consideramos perfeitamente
secreta, sempre q.ue se ignira a causa de que ele procedc'.r,
é exatamente o mesmo quer seia produzido por um agente
preternatural, quer por uÍn meio natural ou por umr treta
grosseira.
Enquanto só virmos o efeito sem conhecer a causa, a
sensação de surpresa, dê admiração ou de espanto é sempre
a mesÍna. Entre os muitos "fenômenos" (?) que eu pro-
duzo em minhas conferências, um que geralmente causa
um efeito de surpresa e mesmo de espanto é o da levitação
de uma mesa em plena luz. Pois bem: embora os especta-
dores estejam prevenidos, sabendo que o que fazemos é
"pura treta", naquele mornento, não vendo a causa que pro-
duz tão estranho fenômeno, muitos espectadores se benzem
apressadamente, temendo a intervenção diabólica. E a ta-,
záo é a que deixamos apontada: é que a conexão entre
aquele efeito e a causa que o produz lhes é ínteiramente
desconhecida naquele momento.
Como consequência deduzimos que "não devemos jul-
gar do extraordinário de uma mensagem pelo eleito ime-
diato quc em nós produl'. E' mister deixar passar a itn-
pressão primeira, ou, como diz.a lrase vulgar, "impende con-
sultar o negócio com os próprios travesseiros". Doutra sor-
te, estando profundamente impressionados peta.mensagem,
que à primeira vista contém algo impossível de ser conhe-
cido por meios naturais, ficamos por tal forma sagestiotu-
dos em Íavor de uma. causa preternatural, que, embora de.'
pois venhamos ao conhecimento da verdadeira causa, -i
fraude, por exemplo, pXo podemos Íàcilmente acabar de
-
persuadir-nos de que assim tenha sido, parecendo-nos ain:
da provável a intervenção preternatural. O nosso próprió
orgulho favorece a explicação preternatural, iâ que nos sen-
timos humilhados ao ver que fomos enganados com tanta
facilidade, por meirr de uma artimanha tão óbyia. Que o
diabo nos tenha enganádo, vá lá; mas que os homens nos
edganem como e um "trouxa", poÍ um processo infantil,

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' As Fraades Esprriras c os Fenâmenos lúdapsÍquicos 261

nãô podenlos engoli-lo, apesar da evidência. A muito custb


nos conformamos.
Vou referir sucintamente o que me passou com um
bom amigo na cidade de Nova Orléans. Joaquim, que as-
cim se chama o meu amigo, acabava de chegar a essa ci-
.f,
*!..i.
dade, de'onde devia partir naquela mesma noite. Estava
eu então lá e nôs encontramos. Tendo ouvido falar muito
dos fenômenos (?) que eu produzia em minhas conferên-
cias, ele empenhou-se muito por que eu fizesse alguns. A
isto respondiJhe que, "como eu fazia tudo por meio de
burlas, não estando preparado não podia satisfazê-lo no
que me pedia". Ele não ficou satisfeito com isto, mas eu
não lhe podia satisfazer os desejos, iá que necessitava pre-
t venir-me e não estava prevenido. Quis ele que eu o acom-
panhasse a ver a cidade, e efetivamente saí com ele a
passeio, apesar do tremendo calor que fazia; eram três ho-
.: ras da tarde. No nosso caminho passamos em frente à casa
de uma família conhecida, e, tendo que me despedir dela,
pois eu também ia deixar Nova prléans naquela noite, en-
tramos por um momento. Aqui Joaquim voltou a instar co-
migo para "fazeÍ alguma coisa, ao menos", e às suas ins;
tânciás juntaram-se as da família. Forçado pela insistência,
pedi um baralho, com a intenção de lhes fazer apenas
umas sortes, comuns e correntes. Com o pouco que lhes
Íiz, aguçou-se-lhes a todos a curiosidade, e eles continua-
ram insistindo, até trazerem-me ali uma mesa para ver se
se levantava ao contacto de nossas mãos. "Mas há müita
luz", diizia-lhes eu; "para isto precisa-se de um pouco de
€scuridão", repetia eu para dar alguma desculpa. "Fois en-
tão fecharei as persianas", disse em inglês um dos peque-
nos, que não sabia falar castelhano. E assim fizeram. Pu-
semo-nos em volta da mesa e, com surpresa de todos, a
rnesa se levantou mais de trinta.centímetros do solo. Joa-
quim e§tava espantado, como os demais presentes, porque,
emtrora as persianas estivessem semicerradas, havia múita
luz: O fenômeno repetiu-se outras duas vezes, uma delas
com as ianelas abertãs. Meu amigo estava arrependido (co-
mo_ me confessou ingênuamente depois), persuadido de que
tudo aquilo era por obra e arte de Satanás. Mas o prinreiro
passo estava dado, e a sessão prosseguiu em pléna luz.
Estava ali uma menina de uns 14 aàos, a qual me pareceu
1rcder eu hipnotizar Íàcilmente, e, com o prévio cônsenti-

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2A 'Carlos Mafia de Hcrcüa, S. !.

mento &s pais, em poucos minutos coloquei-a em estddo


de transe. Uma vez assim, coloquei-lhe um lápis entre os
dedos da mão e mandei-lhe que escrevesse. Cumpre ad-.
vertir que a menina não falava castelhano. A princÍpio a
mão dela traçou umas linhas irregulares, mas logo come-
çou a escrever.
"Joaquim X.. . caminho de Roma", foi a primeira
mensagem.
Meu amigo ficou muito admirado, pois na realidade ele
. ? Roma. Logo a menina escreveu outras mensagens eÍn
ia
inglês que se relacionâvam com alguns dos presentes. Sen-
tado defronte da menina, com a mão direita na barba, Joa-
,quim via-a escrever admirado. Mas a sua estupefação che-
gou ao auge quando a pequena escreveu a mensagem
seguinte:
"Tarahumara. . . roupa de dentro número 42".
A princípio Joaquim não se deu conta do que aquilo
significava; mas, quando entendeu a mensagem, deu um
pulo (sic), e me disse assustadíssimo: "Vamo-nos embora,
vamo-nos embora, não prossiga. Isto é obra do diabo". Per-
guntei-lhe o que significava a mensagem, e, excitadíssimo,
ele me disse: "O padre Z, que está na Tarahumara, incum-
biu-me de lhe comprar roupa de dentro número 42. . . E
é impossível que esta menina, ou qualquer das pessoas aqui
presentes, tenha sabido disso. Eu não tinha pensado nistti
desde que saí do México.. . Vamo-nos, vamo-nos, e aqui
termine a sessão".
Saímos, pois, para a Íua, e meu amigo olhava para
mim com verdadeiro horrorl embora não o dissesse, via'se
que a minha companhia lhe era odiosa; bem dúvida o dia-
bo era meu aliado. . .
Por fim soltei uma alegríssima gargalhada e lhe dis-
se: "Tudo isso é pura hapaçs,". "Não creio; não creio
em você nem patavisx". "Mas - lhe afirmo que tudo ê
, trapaça". "p6is ainda-quando me diga isso mil vezes,
-
não acreditg". "Bem", respondi com amabilidade, vendo
o efeito terrível-que aqueles ardis lhe haviam causado; "vou
expliêar-lhe tudo, tudo". E, com efeito, assim o fiz. Mas
ele insistia em que náo me havia de crer. "Pois repetlrei a
experiência de novo diante de você, Pera que veia tudo".
"§[e, não, não, já não quero mais ver coisas diabóli-t
-

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-. 't ':, :

As Fraudes'Esptritos e os Fenâmeaos Metapslquicos uÍ3

s63". AÍinat, tatto the exPliquel, dei-lhe pormenôÍes tão


-
c.onúincentes, que ele teve de ceder, por força, ante a evi-
dêncla. Mas então, ao ver como tinha sido enganado Por
pfoce§sos tão pueris, ao'ver que, acedendo às §uas in§tân-
cias eu o havia enganado cúmo a um Pascácio, excitou-se
tanto que por pouco me batia em plena Íua (sic).
s.ll
E saberá você, leitor amávet, que Joaquim X não é
üm ente imaginário; é um sujeito resPeitabilíssimo e suma-
' mente conhecido; é um homem de muito talento e muito
instruído. Talvez, um dia, se o procurar, você o encontre,
e ele lhe poderá dar fé da verdade e exatidão do meu
'r>-i:r
relato.
Agora me perguntará você, leitor amigo, como fiz eu
para produzir esse efeito tão maravilhoso. . . Pois respondo
'. t,:
.j.-.1 . .
que não lhe digo, por ser segrdo profissionall/ll Em tro-
ca lhe contarei como é que muitos médiuns tazem para ob-
q:'1 "
ter os inÍormes logo postos em forma de mensagens_, que
E.-,:
!':
servem para enganàr não sômente Babilônios, mas tainbém
,,}' pessoas que não tiveram a desdita de nascer no "minuto
psicológico".
. i.xl
t-slii.:
Entre os muitos livros que há escritos descobrindo os
--"Í .
-
ardis usados mais comumente pelos médiuns para enganar
iit-: e exploÍaÍ os inÍelizes que crêem nos "Espíritos", há um
i;.,. particularmente simpático pela Íinalidade com que foi es-
r..l '' crito, e, ademais, su[namente claro e breve. Intitula-se:
"Truth and Factó pertaining Spirituatism", publicado por
, uma médium arrependida, Miss J. Frances Reed. No seu
1l/.-.
jtç\
+-: prólogo diz ela que publica esse livrinho "para
;rí.'
'i.I
.

' brevíssimo
repdrai, de algum modo, o muito mal que fez, durante os
.*r--:
anes que praticou o Espiritismo, enganando a muitos in-
?jir. felizesl'. Nele revela os diversos métodos de que ela e ou-
§i' tros médiuns usavam para produzir os diterentes "fenôme-
' rios't (?) Espíritas. Só exfrairemos aqui o que se
.j

-i:s:r
: lj'r I refere
às 'iMensagens" e aos diversos processos de que usam or-
dinàrlamente os médiuns paÍa obter seus informes.
.;
. Todo médium profissional tê atentamente os jornais, '

anotando no seu "memorandum" os nomes e endereços das


..:,i:
pessoas cuja morte se anüncia diàriam«inte. Faz logo um
. estudo .especial das famílias que moram no seu bairro e
que acabam de perder algum ente querido.
1ti
Se há algum defunto cuiâ família é inclinada ao Es-

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?il Carlos Maria de Hercdia, §. /, .
piritismo, e disto ete sabe com facilidade nas reuniões es-
píritas, tor4a especial empenho em informar-se sobre a vida.
e milagres do defunto, seus negócios, doença de que mor-
reu, etc., e assiste aos funerais, onde recolhe muitos e mui
valiosos informes, que a seu tempo utilizará. Com efeito, se
se lhe apresenta no gabinete alguérn da família, já o en-
contra tão inteirado da vida do finado, que até pode pro-
duzir-lhe uma fotografia espírita, com o retrato não só do :
defunto como dos seus familiares igualmente falecidos.
Mas estudemos os processos usados pelos médiuns em
cidades pequenas, que isto nos aclara as ideias. Um médium
propõe-se estabelecer seu "consultório" na vila A, centro a
qué, em virtude dos seus negócios, concorre gentg de sete
ou oito lugarejos da redondeza.
. Sem que ninguém desconfie, o médium apresenta-se na-
quela região como vendedor ambulante de bugigangas, de
frutas ou algo semelhante. Naturalmente vai de casa em
casa procuraãdo vender sua mercadoria, às vezes a muito
bom preço. Isüo põe-no em contacto com todas as "coma-
dies"- da vizinhança, as quais sem difictldade nenhuma o
põem a par de todas as minúcias do povoado, que ele pa-
ciente e cuidadosamente vai anotando no seu "caÍnet". As
crianças, a quem faz festa dando-lhes doces e brinquedog
são-lhe um poderosíssimo aliado nas §uas investigações.
Faz-se amigo do empresfrio fúnebre, cuios livros folhcia e
dos quais tira dados importantes, o mesmo fazendo em trà-
tando com os diferentes "ministros" protestantes do Povoa-
do, e finalmente visitando os cemitérios, onde acaba de
completar, seus informes acerca dos Espíritos. . . ali en-
terrados.
Uma vez bem inteirado, deixa passar algum tenPo, que
ocupa em investigações semelhantes noutro distrito, e, ali;
nal, recomendado pelos espíritas de alguma cidade impor-
tante, monta seu consultório e começa a fazer dinheiro. Ung
espíritas trazem outros, e do mesmo modo "informaÍn" setn
nenhuma dificuldade o médium de tudo o que ele quer sa-
ber, sem perceberem como são usados esses iarformes.
Quando eu faço minhas conferências, bastam-me duas
horas do dia anterior paia informar-me de uma quantidade
de assuntos que não rne interessariam se não fosse por me
servirem admiràvelmente para dar mensagens surp'Íeen-
dentes.

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§ 'r
:
As Frardes Esp/riÍas e. os Fenàmcnos i4etapsiquicos 255

Um amigo meu, 1'que tinha praticado" pcir algum teÍn-


po, moürou-me o seu "carnet", do qual transcrevo uns tan:
tos parágrafos.
"Mrs. Michel Murphy. Viúva com cinco filhos vivos
e dois moÍtos, Joãozinho de 7 e Maria de 3 anos. O ma-
rido morreu a 5 de Julho de 1904 num acidente de es-
tiada de ferro, perto ãe Trenton, N. J.
O nome de batismo é Isabel-Betsy; nasceu em Corck,
Irlanda, e o pai tinha o sobrenome de Driscoll; pescador.
A mãe chamava-se Isabel Gleason e morreu aos' 88 anos
, na lrlanda.
Mrs. Murphy tem uma loia onde vende Í'Notions" (de
tudo, bazar). Sua filha Mary está namorando John Phelalt,
empregado no correio. O filho maior, Jack, está em Minesota
e trabalha numa chácara. Casou-se com Rosa Daly e tem
três meninos e uma menina.
Doenças da família: Embriaguez e tísica.
Tem uma grande inimiga, Mrs. Cook.
. Mrs. Murphy quer-se casar de novo com Joe lVlcCabe,
sapateiro.
'se
Pergunta cgm frequência sua vida mudará ou se
continuará .como até. agora.
Era católica, mas dedicou-se aos Espíritos desde que
Mr. Flinn a repreendeu um dia por haver-se embriagado
escandalosamente".
Como verá o leitor por este fragmento, com muito pou-
ca coi'§a pode-se ser um grande médium entre gente ig-
norante.
Há outros médiuns "de alto coturno" que "trabalham"
nas grandes populações e que usam de "processos" mai§
artísticos.
Quando um homem de negócios se dedica ao Espiri-
tistno e algum médium quer explorá-lo "com alta escola",
entra em conchavo com alguma das datllógrafas que tra-
balhaq no escritório dele, e por este meio obtém informa-
. çõe§ abundantes sobre, seus assuntos financeiros. Se quer
ter informações sobre "seus assuntos domésticos", o Ínoço
que serve no elevador da casa proporciona-os com grande
facilidade, iá que tem trato Íácil corn os outros empregal
dos, por meio dos quais adquire detalhes "personalíssimos?.
Um dos métodos usados em Nova YorÍí para obter in-

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256 Carlos Maria de Heredia, S. l.
Íormações de natureza "bastante íntima" é ter um aliado em
tal ou qual casa de banhos, frequentada pelo cliente.0 nies-
mo Íazem alguns médiuns com moças dos cabarés, aó quais
inforrnam por preços módicos. . .
Houdini, no seu livro "A Magician Among the Spirits",
traz todo um capítulo, o XIII, em que trata deste assunto
longamente: "How mediums obtain information", ao qual
remetemos o leitor curioso, se quiser mais dados.
. Antes de terminar, quero citar um caso curioso passa-
do com uma médium que desmascarei em Nova York, a
qual "por um pouquinho não mq dá pancada, e pancada
gÍossa". Pois bem, ela me revelou que no Lobby do Hotel
onde morava e onde iam consultá-la muitos homens de ne-
gócios, mantinha. uma mulher "suÍda que vendia cigarros".
Essa moça, que todos sabiam que não ouvlp, era uma !'Lip-
Íeader" maravilhosa. Entendia o que se falava "pelo mo-
vimento dos lábios". Cada dia lhe levava várias folhas ta-
quigrafadas, com dados sumamente interessantes das con-
versas por ela "lidas" nos lábios dos clientes de sua pa-
troa, enquanto âguardavam sua vez no "Lobby" do hotel.
Com o que fica dito cremos terá o leitor uma ideia
dos inúmeros processos que podem usar-se para obter in-
formes de assuntos mesmo os mais §ecretos, que depois os

Antes, pois, de abalançar-se a declarar que unia men-


sagem é efeito de um verdadeiro fenômeno metapsíquico'
' Numairinfinidade
é preciso com multo tento
de ocasiões a gente crê que "só um"
sabe tal ou qual coisa, e se engana, pois advertida ou
inadvertidamente "a gente mesmo" deu conta daquilo a ou-
tra ou outras pessoas,'o que torna possível ser fraudulenta
â mensagem.
Estou cansado de enganar o próximo por meio de men-
segens. Ninguém pode imaginar como as obtenho, e eÍtl
grãnde númeio de ocasiões o Processo é "infantil"
Ora bem, como "por suposição" a mensagem qqe An- ,;ill
tônio recebeu não foi efeito da fraude, sigamos adiante e
vejamos se quiçá essa noticia estava esquecida na "mente )
-3
inéonsciente do médium" e na realidade não provém de
um "agente intelectual oculto" distinto do médium, requi- !.ti
:i
sito inúspensáve-l para que o fenômeno seja realmente meta-
psíquico.
:
.,.1;i

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CapÍtulo XVI.

Investigagões Metapsíquic,as.

. A Meneagpm.
- A Meate Incoocdeüte.

Muitos {os fmômenos que sãs tidos por metapsÍqui-


cos, mesma por pessoas muito competentes, outra coisa não
sãu Qenão manifestações da mente inconsciente do médium.
Atendo.nos à nossa definição, "o médium é apenas o ins-
trumento pelo qual se processa o fenômeno metapsíquico".
Se, po!s, em ve.z de ser causa instrumental, for. o médium.
"causa principal", o fenômeno será todo o extraordínário,
todo o maravilhoso que se quiser, mas não será metapsíquico.
E com isto ficam descartados muiiíssimos dos feàôme-
nos realmente interessantes, extremamente curiosos e pouco
comunq, que por sua natureza pertencem à Psicologia Ex-
periri,rental, à Patologia ou à Psican{isê, tão em voga faz
poucos anos. por coriseguinte, tratando nói'ühicamente dos
fenômenob metapsíquicos,'não é dê nossa incumbência es-
tudar detidarnente esses outros fenômenos, conquanto seia
necessário dar uma ideia geral dos poderes úãravithosós
da mente ftumane não consciente, pelo;tato'de, neste estàdo
pe.culiar, relacionar-se lntimamente com os fenômenos meta-
psíquicos de que nos ocupamos.
Nós não admitimos senão uma só mente, mas-esta'pode'
trabalhar . consciente ou inconscientemente. Na linguagem
comüm diz-§e que, quando dormimos, quando sonhainos- ou
estamos sob .a influência de algum anestésico, achamo-nos
em estado inconsciente. E, sem embargo, neste estado a
nossa r$ente trabalha. Quando, num sonho, por exemplo, ve-
rnos alguma coisa, temos uma impressão subjetiva. Enquan-
to dormimos qão podqmos delerminar, .de maneira efetiva,
se essa impressão subjetiva corresponde ou não a um ob-
jetd' exteÍno que estimule'nossos sentidos. Numa alucinação
.trudcr Elplrltlr tz
-

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258, Carlos Maria de Heredia, S. J.

podemOs ver a mesma pessoa ou coisa que yemos drgante o


sonho, sendo a impressão tão viva que avançamos para to-.
cá-la com o fim de nos convencermos de que o objeto existe
realmente; mas, ao vermos que ele não é tangível e que se
desvanece ante nossos olhos, convencemo-nos de,que aquele
fantasma foi mera criação da nossa imaginação. No pri-
meiro caso "não»' podemos averiguar a nossa impressão,
ao passo que no segundo, "sim", podemos averiguá-la.
Chamamos, pois, esÍado conscienle àquele em que a
nossa mente pode comparar a evidência objetiva com a
apreensão subjetiva; ao passo que estado inconsciente é -
aquele em que a no§sa-mente não pode fazer esta compa-
ração. Esta definição basta-nos por ora. Faeemos notar, .

todavia, que muitas ações vulgarmente chamadas inconr


cientes podem efetuar-se enquanto o sujeito está em estado
consciente; exemplo comum disso é a escrita a máquina.
A mente humana, repetimos, é una, porém chamamos-
lhe consciente quando ela dirige os nossos atos conscientes,
e incunsciente quando dirige os nossos atos subconscientes.
E isto não significa que admitamos a dualidade da mente
humana, smão simplesmente que consideramos as suas ope-
rações de dois pontos de vista distintos.
Conquanto saibamos muito bem que para os psicólo-
gos, ou peto menos paia alguns deles, uma coisa é a'mente
suhconscienÍe e outra a mente inconsciente, queremos fazer
notar que, no presente estudo, não nos propomos fazer di;
ferença alguma entre uma e outra; por mente subconsciente'
ou inconsciente só queremos dar a entender'"esse estado
cognoscitivo em que nos não damos conta das nossas ações
ou impressões"; isto nos basta paÍa o nosso propósito, sem.
nos metermos em funduras nem em discussões.
Os gtandes blocos de gelo chamados "icebergs" são
massas imensas das quais só uma parte pequeníssima apa-
rece sobre a superfície do mar, ficando a parte maior se-
pultada debaixo das ondas. Assim sucede com os nossos
ôstados psíquicos.' E' só de uma parte pequeníssima das
nossas ações ou impressões que nos damos conta, ao passq
que a maior parte dessas impressões nos são desconhecidas.
A nossa mente pode ser comParada a um cinemató-

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As'Fràudis..Hptritas e os Fenômenos Metapdquicos 259

i::. graÍo que, opeÍando a velocidades ou com luzes distinfas,


i imprime fotograÍias umas cláÍas.e definidas e ouhas r{r
mamente Íracas e confusas. Âs claras e definidas são de-
pois projetadas com graÍde precisão na tela, enquanto que
í!..., . as optras quase não se podem distinguir. Contudo, estas
:.. fotografias fracas podem às vezes ser reforçadas por meio
],, de reativos especiais, ao passo que outras permanecem con-
., fusas e indefinidas apesar da química.
:- Dia e noite estamos recebendo constantemente impres-
,l quivadas.rõur por meio dos sentidos, e estas impressões ficam ar-
f Conforme a intensidade, podem as impressões seÍ
: ou não controladas pela vontade. Se são precisas e clarag,
... podem ser controladas à vontade; ao passó que, se são fra-
..: , cas ou indefinidas, não podem ser controladas diretamente
.., senão por meio de um processo mental, muitas vezes sub-
li eonsciente. Mas, se são sumamente fracas, parece que es-
:-. capam ao domínio da vontade, e só por meio de uà novo
-' estímulo, ou então em condições mentais anormais ou mór-
. bidas, são suscetíveis de um controle determinado. Isto
sucede com certas impressões qúe nos consta existirem em
nossa memória, mas que estão de tal modo esquecidas que
' nos é impossível recordá-làs, em estado normá!, por mais
' que façamos. Estas impressões não estão ,,sob o cuidado
irnediato da mente inconscieàte".
i E§tes três graus de controle perfeitamente definidos es-
clarecêlos-emos com um exemplo. Vamos escrever uma caÍ-
ta a determinada pessoa, o nome dela vem-nos imediata-
mente à memória quando o desejámos: Manuel Martins. No
coÍÍer da carta precisamos fazer menção do nome de um
médico conhecido; procuÍamos lembrá-lo, mas o nome nos
, escapa. Lutamos para lembraÍ-nos e o nome não vem. Re-
passütos as letras do alÍabeto para ver se alguma nos su-
geÍe e inicial do nome procurado: mas em vão. Recorda-
mos inütilmente os nomes de outros médicos que conhece-
mos. Chamamos em nosso auxÍlio outra pessoa, que tam-
pouco se lembra do nome procurado. "Ora bolas", dizemos,
"estou com ele na ponta da língua! estou certo de que co-
meça por J". Pois será Jerônimo, diz a pessoa. :- Qual
-
. Jerônimo nem meio Jerônimo! exctamamos nervosos.
tr. - Nir

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260 Cortos lúaria de Heredia, S. -1.

to, anuncianFnos que o senhor Campos nos queÍ falar. -


Qrre mtre. Principiamos a tros§a conversa. O recâtt,'
-
chegado Íala dos Boichevistas e depois de
-
Mussolini. A sua
conveÍBa nos interessa e seguimo-la àtentamente. Pas§amos
meia hora em agradável palestra. O nosso amigo despde-
se... e mal acabamos de falar com ele, de repente o nome
deseiado nos acode à mente, e exclamamos: Doutor Boa- '
vista! E' isto! Mas,Boavista não começa Por J, faz no-
-
tar a pessoa de antes. Não importa... Boavista, sim; .Boa-
vista é o nome do doutor que não pude lembrar...
Como vemos neste exemplo, énquanto Procuramos lem-
brar-nos do nome forçando a memória, não pudemos con-
segul-lo.
Mas, quando esquecendo-nos de prosseguir:o n9s§q-q-
quérito nos distraímoi ouvindo o Sr. Campos Íalar dos Bol-
chevistas e de Mussolini, que nada tinham a veÍ com o nome
deseiado, a nossa mente continuou trabalhando sem que re-
paráisemos, e, ao terminar o §eu Processo mental, deu-nos
inesperadamente o nome que buscávamos.
Suponhamos agora que, aPesar da interessante üsita
do Sr.'Campos, nãõ nos tivéssemqs lembrado do nome de
e que a nossa mente inconsciente não tivesse con- ' ,l
Boavista,'desenterrar
seguido esse nome apesar do processo inental, ,
Mãs dentro em Poucos dias, quando !á não pensamo§ q* , i
so, ao dobrar'mós uma esquiná vemos um cafiaz que diz: - -'
"Àvista do novdsortimento'que recebemos,'liquidamos coÍl- - '
vidativamente o antigo". Sem dúvida que, dando uma pal:
mada na testa, diríamos: "Boavista, .é claro, Boavista é o
nome do doutoi de que não me podia lembrar". Neste caso'
já não Íoi um ptoceiso mental que pôs o nome procurado 'r
sob o nosso co;trole, mas "um estímulo externo", as pala- l
vr4s d e vÍsÍa que lemos no cartaz.
Há ocasiõei em que nem processos nientais nem estí- '-
mulos exteriores são capazes de fazer reviver impressões
esquecidas, que sabemos existirem certamente'na nossa mF'
mória; e, contudo, podem elas reaparecer fàdlmente quan-
do nos achamos nalgum estado anormal ou mórbido. Con-
tinuemos o iosso siáite. Suponhamos, pois, que nem todo
o poder da nossa vontade consciente, nem PÍocesso mental
algum, nem os estímulos externos tivessem sido capazes de .

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,I reaüvar em nós a:mgnória daquele nome profiui&tnente es.
1..,., ççido. Mas, ao seríüos atacados Por uma febre'que noc
ou ao fdarmot durante o clorofórmio que noo"
- .,tar.'delirar,
\oi ministrado para soÍrermos rÍma operação, PoÍRo?nos-a
I ibútar o que em certa ocasião nds passou com o douto'r
havista, repetindo-lhe o nornt com frequência; coisa essa
& que outras pessoas nos dãir conta ao votvennos aos nos-
§os sentidos. Esse nome esquecido que eslava fora de con-
trole e de todo processo mental, estava controlado pela
msrte subconsciente em estado anormal. Isto é, nem -pais.
nem meno§, o que se passa com muita frequência quando
atguém se encontra em estado db transe ou similares. Uma
infinidade de impressões completamente esquecidas vêm à
tona e manifestam-se por meio da fala ou da escrita au-'
tomática. Este fenômeno constitui o fundamento da psi-
canálise.
Para esclarecer ainda mais estas operações curiosíssL
mas da nossa mente, valer-nos-emos de uma analogia.
, Suponhamos um advogado que tem três arquivos dis-
tintos.
O primeiro está no seu próprio escritório. Este é mais
usupl, se bem que o mais rêduzido.
Compõe-se de uns tantos "dossiers" perfeitamente clas:
sificados e ordenados. Basta-lhe estender a mão para ter
imediatamente o documento que necessita.
O segundo arquivo, ,uito mais numeroso, está no
quarto vizinho, ao cuidado de um secretário. Quando o a0-
vogado necessita de alguns desses documentos aüsa o em-
pregado, este procura o documento e, ao cabo de alguns
momentos, apresenta-lho.
Estes documentos, como se vê, tem que buscá-los um
subalterno a cuio imediato çuidado estão. Não os maneja
diretamente o advogado
- O terceiro arquivo está-nur4 porão, na parte inferior
do edifício. E' uma espécie de casa-forte sernelhante às dos
bancos, toda de ferro e com uma porta, igualmeute de ferro,
que só se pode abrir mediante uma combinação secreta.
Dentro dessa casa-forte há uma multidão de cai:cões que
contêm os ''idossiers" ordenados e ctassificados. Este arqui-

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- ' - ;. '. i:: .:. j-:.1-j:-r:<a:=,:j-§=a=
. .r - ..,..

m, Carlss à{aria de Heredb, §- I. .,

vo, emboÍt propÍiedede do advogado, não pode este {rsá-lo


à vontade, pois o enearregado de guardá-lo, a única.p€Bsoa
qüe- sabe a combinação para abrir a prta, é um indivíduo
muito especial, que não obedece a ninguém, mas que age
conforme lhe.parece conveniente. Entrega ou não os do-
cumentos pedidos conforme lhe dá na telha. Cuida muito
bem & arquivo isto si111 * e tem todos os docümentos
-
muito em ordem, e toda noitg depois de limp3r a casa-forte,
coloca no seu lug4t os novos "dossiers" que lhe foram en-
tregues. A única maneira de entrar na casa-{orte é embria-
gar o encarregado, sempre que'ele tiver deixado a porta
aberta.
0
primeiro arquivo corresponde às imprCIsões perfei-
tamente controláveis pela vontade.
O segundo arquivo representa as impressões que não
estão sob o domínio direto'da vontade, mas que podem
pôr-se sob controle por meio de um processo mental.
No terceiro arquivo encontramos toda§ as demais im-
pressões que não estão controladas, e que só vêm à tona
quando o estado da mente é anormal, hipnótico ou mórbi- .

do. Este arquivo, o maior de todos, contém milhões de do-


cumentos, isto é, as inúrneras impressões recebidas durante
a vida toda, quer nos tenhamos dado conta delas quer não,

Calcula-se que no cérebro há mais de dez bilhões de


células dispostas a receber as nossas impressões sensórias
durante toda a nossa vida. Essas células podemos compa-
rá-las às chapas fotográficas r, QUe, mal são impressiona-
das, passam a ocupar o lugar réspectivo no 'ldossier" que
lhes corresponde. Umas pouquíssimas, em comparação com
as restantes, representam o arquivo número um. Outras
mais, também em curto número, pertencgm ao arquive nú-
mero dois. As restantes, em número imeRso, formam o ter-
ceiro arquivo.
Do maior ou menor número de "chapas" que uma pes-
soa pode guardar no primeiro arquivo depende a extensâo
1) Fazemos notar que, embora sâibarod haver a teoria das
'c{upd paroatlo de moita eafir oe Íisiólogos, oem pot iato &ixa
qre ãos
*cooo 'ucta explictt o
de ser um sÍmih perfeitamente intelig{vel para
pÍopomoe, c pr hto usamo-{a oomparaçáo".

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ôc seus conhêõimentos imediatos e diretamente conho.
Uwis. ' :

Quer dizer que ecte arquivo de conhecimentos está na


razâo direta do número-de impressões que a vontade pode
controlar. Há pessoas qúê controlam admiràvelmente as im-
preslões "numéricas", poÍ exemplo; estas são os grandeó
calculistas e matemáticos. Em' cômpensação, essas .mesmas
pe8soas, por exemplo, a custo controlam, e mal, algumas
dEE "sensações musicaisl', sobre as quais têm grande do-
mínio os músicos.
Este exemplo servirá para esclarecer os demais.
Há outras pessoas cujo "primeiro arquivo" não é mui-
to completo, mas que têm um "segundo arquivo" bem sor-
tido. Dependendo o funciônamento deste segundo arquivo
. de um ou mais "procesos mentais", naturalmente estas pes-
soas costumam ser "vagarosas e descansadas", têm que dar
tcmpo ao tempo. Não dizemos'que seja esta "a única cau-
sa' da sua lentidão intelectual, mas sim que "pode ser qma
dB eausas".
Em compensação, "o terceiro arquivo", no que dÊ res-.
peito ao número de impressões, pràticamente pode conside-
rar-se mais ou mànos o mesmo entre pessoas da mesma
idade. Mas, no que diz respeito "à qualidade" dessas im-
pressões, cumpre levar em conta o meio ambiente em que
cada indívíduo vivê.'Na- épocâ à1üá1, um jovem qúe ter-
mina o curso de humanidades. tem em seu arquivo uma va-
riedade de impressões "muito mais sortidas" do que"as que
na idade madura pôde ter algum dos .sábios da antigui-
dade. Não se pode' duvidar de que um estudante de física
adiantado tem atualmente muito mais conhecimentos do que
Arquimedes. Que sabia este ilustre homem de gramofonàs,
telefones ou rádio? Não tratamos aqui do engenho, nem do -
entendimentq senão apenas das "impressões sensórias", e
não "do uso" que de tais impressões possa fazer cada in-
dividuo. Suponhamos dois irmãos gêmeos que sempre es-
tiveram iunlos, cursaÍam as mesÍnas escolas, tendo tido os
meEmos meslres. Foram sempre iuntos às mesmas diversões,
peÍc<xÍeÍaÍn viaiando os mesmos países, etc. Suponhamos
q.rrc 'um detes é muito intelígente, ao passo que o outro é
mulüo drto. Para logo vêmos que o "arquivo número umf'

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3q* . Cgrtot" Wia dc 'Ilcrcüa, §. /-.*-' ; '

do.prtmeirg é muito superior ao do irrUão; e ouho tanb


ocorrerá, ielativamente, com o arquivo número dois. Mas,
pelo que diz respeito ao "arquivo número .trêst', que é d
de. que presentemente tratamos, será quase'idêntico nos dois,
d4do o número de impressões reçebidas simultâneamente,
se se tirarem umas poucas em relação, gu€ o gêmeo ínte-
ligente tem em seus arquivos um e dois. Ora bem: se o
gêmeo número dois é submetido ao éter e Íala, nada terá
de. estranho que diga muitíssimas coisas das que iazem no
terceiro arquivo, e de cujas impressões não usa, de ordi-
nário, no estado normal. Isto é o que o que se passa com
os médiuns quando se acham em estado de transe, estado
no qual fica patente o arquivo número três. Os que não
têm presente este fenômeno ficam admirados "das coisas
que um médium diz em estado de transe", quando normal-
mente f'a sua inteligência é muito limitada". Uma experiên-
cia por todos conhecida é o.que se passa quando uma pes-
.soa está submetida ao éter ou ao clorofórmio e fala. Por
mais hqnrada, por mais bem educada que seia, uma pessoa
nesse estado diz as coisas mais atrozes. Por isto, médicos
e enfermeiros proíbem estritamente mencionar as coisas que
um paciente disse durante'a cloroformização. Este é um
fenômeno que,-com rnuita frequência, se observa na escrita
automática, e no uso da Ouija Board. Quase sempre, sobre-
tudo no princípio da experiência, a Ouija dispara a sotetrar
as coisas mais inconvenientes. . . Más palavras de todos o-g
matizeg obscenidades e blasfêmias, que os discípulos de
Lapponi atribuem ao diabo ou às almas inócuas dos de-
funtos.
Quanto mais piedosa e recatada é uma pessoa, tanto
mais se lhe .solta a língua quando se acha em estado in-
consciente, delirando .sob a ação do éter; "o arquivo nú-
mero três" solta todos os seus registos ,sem consideração
atguma.
Estep Íenôrnenos são paralelos aos do sonambulismg,
po qual a mente inconsciente assume o controle dos nossos
centrqs nervosos de tal sorte que a$mos, duraúte o sonho,
Gomo se esüvéssemos acordados. Isto mesmo se passa com
as pessoas em estado de transe; falam de m,uitas coiqas &
que em estado normal são incapazes de Íalar. E isto chúqa

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'bilto á ,atenção":4.s que não estudaram ditos Íatônien'os,
qÉ etes não vacit-m: em atribuir estes a um poder preter-
aatmal,
Com um amigo meu deu-se um caso curioso que re-
_fuirei para aclarár este ponto que vamos tratando.
' .Pediu ele a um amigo que assistisse à operação que um
qgurgião lhe ia Íazer. O amigo acedeu. Apenas o paeiente
-caiu sob a influência do éter, começou a faiar. Sum primei-
ras frases não tinham sentido. I,ogo começou a dizer in-
'conveniências, chegando a usar de uma linguagem muito
Íorte e até blasfema. Depois continuou a dizer versos que,
curiosos como eram, o amigo assistente anotou para recitá-
'los ao paciente terminada a operação. Sem ,embargo, por
uma razão ou por outra, não chegou a ler ao operado. os
-
, versos que este inconscientemente recitara. Cqrto dia, decor-
ridoe mais de seis meses, o jovem apresentou-se_ ao seu
amigo muito preocupado, dizendo: "Deu-se comigo uma
coisa estranha: eu estava com um amigo consultando a
Ouda, quando esta começou a soletrar muitas palavras Íelas
. e até blasfêmias. Assustado .com isso, eu não queria pros-

reguir, mas meu companheiro convenceu-me de continuar,


e assim o fiz. Não havíamos começado de novo, quando
a Ouija desatou a Íazer versos. Aqui os tenho".
Entregou os versos ao amigo e este, depois de os ler,
não pôde.,deixar de soltar uma gargalhada ao ver que a
Ouiia atribuía aqueles maus veÍsos castelhanos ao famoso
poeta inglês Robert Burns. Esses versos que a Ouija es-
creveu são seus, disse o amigo ao jovem.operado. Meus?
perguntou este surpreendido. - E, indo
E' o que lhe digo.
- os seus papéis os aponta-
:ro seu escritório procuÍou entre
mentos que tomara durante a operação e os entregou ao
conlpanheiro boquiaberto. Eram, com efeito, uns verso§, ,
por certo bastante mal Íeitos, mas em espanhol, e que nada
tinham que ver com a elegante poesia do escritor inglês.
"Você mesmo, dissê ele, os recitou durante a operação,
-enquanto estava adormecido pelo éter. E, de duas uma': ou
esses versos são originais seus, ou então, sejam de quem fo-
rem, você os tinha na mente inconsciente; e assim como
você os recitou sob a influência do éter, agoru os escreveu
automàticamente por meio da Ouija".

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ffi Carlos llaria de Hendia, S. l. -
O arquivo número três tinha c-umpÍido honradamente
a sua missilo, dando a conhecer, por meio da escrita auto-
mática, aqueles versos, bons ou maus, contidos entre os
seus papéis
O acima dito basta para o nosso intento. Há uma in-
finidade de manifestações (ccimúmente consideradas como
espíritas) que mesmo pessoas competentes tomam como ,qfg-
nômenos metapsíquicos" e que são ,mero resultado de re-
ações inconscientes provenientes'do próprio médium. E, tão
grande o caudal de irtrpressões contido ..no terceiro arqui-
,-91: d" qualquer indivíduo, inteligente ou tolo, que é.*rito
difícil poder-se desenredar de tamanho emlrulho, e muito
Íácil tomar como metapsíquico aquilo que não o é.
Antes, pois, de poder aÍirmar que ,,umá- mensagem,,
não provém da mente inconsciente do médium, mas de .ou-
tra mente dislinta", precisa-se de muitíssimo estudo, de
muita consideração.
Calcule-se, pois, o que valerão as decisões dessas pes-
soas que, sem saberem sequer que existe a mente incons-
ciente, declaram enfàticamente que "uma mensagem', é o
efeito de uma causa preternatural.

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Capítulo XVII.

fIá ou nâo há Fenômenos Metapsíquicos?

Depois de tudo o que dissemos, é muito natural a per-


§unta gue serve de título ao presente capítulo: Há ou não
há fenômenos metapsíquicos? A esta pergunta responde-
ÍeÍoos afirmativamente.
- Não é culpa nossa- que tenha havido e haia presente-
mente tanta fraude, que a custo se pode dar um Passo nes-
te caminho sem perigo de ser enganado. .Antes de começar
a leitura deste livro, muito provável é não imaginasse o lei-
tor a existência de tanta maroteira. Se, de hoje em diante,
estiver mais alerta e puser em tela de juízo a autenticidade
dos fenômenos que tenha de examinar, terá dado um gran-
de passo em favor de sua própria honr4 merecendo o qua-
lifiçativo de homem sensato, ao invés do de crédulo e de
Babilônio de pura Íaça.
Se, depois de ler atentamente os capítulos precedentes,
o leitor se tiver convencido de que muitíssimos dos efeitos
sensíveis que, seguindo Lapponi, havia tomado como fenô-
menos "espíritas" (?) são meros fenômenos naturais, per-
tencentes ao'domínio da Psicologia,experimental, da Fisio-
logia, da Patologia e da Psicanálise, terá dado um grande
passo em favor da sua própria.cultura, aprendendo algo ou
que não sabia ou de cujo conhecimento não se havia c4pa-
citado exatamente
E, §ê se tiver capacitado do que é "arquivo número
três" e das impressões inúmeras nele acumuladas seja qual
lor a capacidade intelectual do indivíduo, se tiver presente
que esse arquivo l'só furpona em condiçõeu anormaig", e
gue não é controlável pelà vontade, não só não se maravi-
lhaiá com os resultados extraordinários obtidos durante o
eetado de transe e similares, mas talvez até úegue a sus-
pdtar não }aver tais fenômenos metapsíquicos, mas seÍem

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2m Carlos Moria de Hercdía, S. l.
todos manifestações provenientes da mente inconsciente do
médium. E, todavia, há certos fenômenos em que se manl-.
festa a influência de um agente ihtelectual oculto. O fenô-
meno metapsíquho, embora raro, existe realmente.
Não nos cansaremos de repetir que o carácterístico do
fenômenometapsíquiconãoestáemqueele..semanifeste
flsicamente por meio de forças não conhecidas,, por exem-
plo por meio dgs "raps"; na nossa opinião, isto não tira
nem põe. De sorte que, para o nosso intento, a mensagem
de Antônio, que convencionamos ter como autêntica e ver-
dadeira, com o objetivo de discuti-la, tanto nos faz que te-
nha sido fransmitida por meio de "raps", por escrita au- :
tomática, pela voz humana, estando o médium .em estadô
de'transe ou de qualquer outro modo. Basta-nos saber que
essa mensagem é autêntica e verdadeira, e que de nenhum
modo proveio da mente inconsciente do médium, o que tudo
convencionalmente supomos assim ser.
Vamos em busca desse "agente intelectual oculto" que'
é a causa principal e característica do Íenômeno metapsíqui-
co; agente distinto do médium, sendo este apenas '!o ins- l
trumento" por cujo conduto nos damos conta do'fenômeno. :
Um exemplo nos servirá para definir e aclarar os nos-
,
Suponhamos que Antônio recebe pelo correig urlâ câÍ: .,.1

ta "anônima" dizendo o seguinte: "Quando você tinha sétê


anos roubou um anel de sua tia. Esta descobriu-o afinal, e -
Ihe perdoou depois de lhe haver você devolvido o objeto
roubado. Deste fato ninguém teve conhecimento a não sà l

você e sua tia".


Dentroempou.cosdiaschamamAntôniopelotelefone,
e uma voz'desconhecida lhe diz: "Quando você tinha sete .'
anos roubou. . . etc.", repetindo-lhe a mesma mensagem que
ele recebeu pelo correio
Noutra àcasião ele recebe um telegrama datado de Pa-
ris, dizendo: "Quando você tinha sete ãnos roubou. . . etc.'.
' Como se vê, Antônio recebeu a mesma mensagem pelo
correio, pelo telefone e pelo telégrafo, três vias conhecidas.
Pois bem, pode tâmbém suceder-lhe que, sem saber como,
encontre dentro dâ sua secretária, fechada a chave, um pa-
pel dizendo: "Quande você üáha sete anos.. . êtc.". Con-
quanto este último modo de comunicação não deixe de lhe
causar impressãq por não poder ele explicá-I,o, o çà prin-

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. As Fra*ks'Esphitas e os FenômeÍtos llldlapslquicos 2ffi

dpatmente interessa a Antônio naõ é "como' Íoi que lhe


gu§eram o papel' dentro da escrivaninha, mas quein ê a
pessoa quê lhe anda mandando esse recado'. Quem poderá
ser?
Faz várias conjeturas (hipóteses), procurando desco-
b,rir o autor da brincadeira e intelrar-se de "como" aquilo,
que ete acreditava manter tão secreio, chegou ao conheci-
mento do brincalhão. Naturalmente pensa naquelas pessoas
que o conhecem e que de-um modo ou doutro puderam
obter essa informação. Não' vendo como tudo possa ter
sucedido "naturalmente", formula outras hipóteses, nas quais
iá entram personagens "preternatrrais". Ocorrs-lhe ser "o
diabo", que comunicou_ essa notícia a determinada pess'oa,
e esta, obtidos os informes por essa via iirfernal, comuni-
cou-os a Antônio, primeiro por carta, depois por telefone
e finalmente pelo telégrato,'lâ de Paris.
Depois pensa que o rnais óbvio é que "sua tia", a úni-
ca pessoa que súia dessa particularidade de sua vida, o
tivesse cornunicado, do outro mundo, ao brincalhão, e de-
pois lhe üvesse este transmitido o recado por três vias.
, E, não obstante, supomos não ter sido assim, pois'
quem comunicou essa notícia ao brincalhão foi o próprio
Antônio. Antônio Íala dormindo. Numa de suas via-
- -
gens dormiu no mesmo quarto do hotel um amigo seu. Dor-
ràindo, Antônio contou a história do anel, a qual o compa-
nheiro ouviu e oportunamente fez chegar a Antônio pelo
correio, pelo telefone e pelo telégrafo. Quando é que An-
tônio havia de pensar ter sido ele mesmo quem, dormindo,
comunicara aquele segredo ao seu amigo brincalhão!
Este exemplo explicará ao leitor as três teorias for-
madas para explicar os Íenômenos metapsíquicos.
Não havendo. senão três classes de agentes intelectuais,
uma delas forçosamente tem de ser a causa do fenômeno'
metapsíquico. Assim, pois, como já indicamos, o agente in-
telectual oculto é:
'l) Ou "um espírito não entornado teoria diabólica.
2) Ou um espírito desenqrrudo - teorià espírita:
3) Ou um espírito encarnodo: -teoria natural.

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Capítulo XVIII.

A Teoria DiaMlicra.
Antes de começarmos a expor as razões que militam
contra esta teoria, indispensável se torna repetirmos elguns
esclarecimentos iá dados anteriormente, para evitar más in-
terpretações. O Espírito Santo o disse: "Infinito é o número
dos néscios"; e estes senhores invadem todos os graus da
escala social. E como "via stulti, recta in oculis ejus" (Prov
12-15), tudo o que não seia iulgar como eles, eles o crêem
não só torcido como "heterodoxo".
Antes de tudo, cremos, como,diz.Santo Agostinho; que
"sine Diabolo non est Christus", e .iustamente porque cÍe-
mos em Cristo cremos também no diabo. Mas uma coisa
é crer no espírito mau, inimigo do homem, e outra é crer
num ente hÍbrido, de chifres, cauda e barbas de bode. Umà
coisa é creÍmos na existência de Satanás e .outra é admi-
tirmos como verdade demonstrada "ser o diabo a causa
ordinária e constante dos fenômenos metapsíquicos verdí
deiros". Admitimos, pois, a existência do diabo, mas não
que ele seia a causa ordiruiria e constante de fenômenos
que não entendemos, mas nos quais se mostra a interven-
ção de um agente intelectual oculto.
Fazemos notar que não trotamos oqui de lenômenos
espontôneos. Já dissemos alhures que Deus pode muito bem;
quando- entender, Íazer que se nos apresente o diabo ou
um anjo. S. Cabriel apareceu a Nossa Senhora e o De-
mônio a Cristo no deserto. Mas, enquanto não no-lo pro-
vaÍem com evidência, não podemos admitir haja pessoas
(médiuns) que, por pacto expresso ou tácito com Satanás,
possam fazêlo vir tocar pandeiro, fazer dançarem cadei-
ras, levantaÍ mesas e dar recados jocosos ou sérios. Trata-
mos sômente dos fenômenos prbvocados, por via dos
médiuns.

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As Fraules Esptritas c os'Fenômendi Mctop§quicos m'
Nem andamos-em busca das causas -"exlraordináriasl"
, que possam produzir esses fenômenos provocadog ma&
apen€s tratamos de aúar a causa ordiruiria e coastante
dos mesmos.
' Por Teoria DiaMlica entendemos a hipótese que sus-
tenta ser o Diabo a.causa ordiruiria e constante dos fenô-
menos metapsíquicos provacadas por intervenção de um
médíum, Noutras palavras, que "a mente oculta que pro-.
duz ordinàriamente o fenômeno metapsíquico é o Diabo".
"O diabo, tomando posse do médium (obsessão ou posses--
são), é o autor da mensagem. Segundo esta teoria o diabo
é igualmente o autor da parte física de dito fenômeno. No
caso que estamos examinandor QU€tÍl mandou a mensagem
a Aútônio foi o diabo por conduto do médium. O diabo.
supõe-se que conhece muitos segredos, e naturalmente deve
ter conhecido o que se passou com Antônio e sua tia; não
houve, pois, dificuldade em que, sabendo-o, o diabo o co-.
municasse ao médium de uma maneira ou de outra".
Segundo isto, propomos a tese seguinte:
A sentença que sustenta ser o diabo a causa ordindria
e constonte de todos os fenômenos metapsíquicos verdadei-.
ros, quando provocados pelos médiuns, baseia-se eÍn ar-.
gumentos que não provam a tese, pelo que deve esta ser-
considerada como umo teoria cientilicamente inadmissível.
Para os sustentadores da sentença diaMtica, qualquer
fenôrneno Íaro que eles. não podem explicar naturalmente.
sem se darem grande trabalho para lhe estabelecer a au--
tenticidade, e na maioria dos casos só como referência, de-
claram-no genuíno. E, o que é pior, com suficiência aca--
dêmica pronunciam "apodlticamente" que, não sendo aqui--
Io possível (leia-se compreensível para eles) por meioà na-.
turais, o'auto; há de ser Satanás
_ Eles não distinguem, como nós insistimos em Íazê-lo^
enhe Íenônrenos "espontâneos" e "provocedos,,l nàm tam-
pouco entre a causa "ordiruiria e constantd, do fenômenoo
e as causas "extraordinárias" que também podem produzi-.
lo..Para eles tudo o que eles não compreendem sãó eieitoç
diabólicos. E, §e se. lhes argumenta que há forças .,natu-
rais" que podem -muito bem produzir ditos efeitos, há al--
'guns
que, com desprezo olímpieo, se riem das forças r.na-
, turais'f, como se todas e cada uma thes fossem perfeita*

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Zn Çdrtos ltlaria de Hercüa,'S. l. ; t;

mente conhecidas e familiarês, quando, pela sua ignorllncia .


cientÍfica, não.são tatvez capazes de explicar a'tmria, não'
já de um aparelho de "televisão", mas de um rádio, coÍFüm
e corrente.
Pois bem, esses defensores da teoria diabólica, que nos
seus livros se copiam. uns aos outros sem critério, estam- -
pam sem o menor rubor parágrafos como o seguinte que
traduzimos do latim, sem fazer comentários. :

"A maneira de consultar os espíritos é a seguinte:'


"Vás ter com a pitonisa (médium), à qual dizes o que
queres averiguar, as coisas completamãnte ocultas que pre
curas saber, sobretudo as que se relacionam com a outra
üda. Ele ou ela então interroga, na tua presença e ouvin-
do-o tu mesmo, algum espírito, uma alma qiralquer que
já tenha emigrado desta vida, por ex., a alma de teu pai;
de tua mãe, de teu iimão, etc. Pelas respostas que eles dão,- .
absolutamente não podes duvidar de teres falado.etetiva-
mente com um de teus parêntes caros, iá que muita's des-
sas coisas se referem a ti; mas ainda, que só de. ti sejam
conhecidas; sendo ignoradas por todos os restantes. Para
confirmar tudo, essãs respostâs são dadas em estilo pró-
priodosdefuntoscujasalmas.consultaste,,._§gistonão
é Espiritismo completo, não sei o que será, ,-l
O leitor que tiver percorrido as páginas deste livio
desde o princípio, não se mostrará surpreso ao saber que
um dos principais livros consultados pelo autor das linhas
precedentes (pessoa de muitíssima autoridade e muito me-
recedora noutras matérias) foi nada menos do que o fa-
mosíssimo "Hipnotismo e Espirithmo" do celebérrimo dou-
tor Lapponi...
Outros autores .vêm a dizer pouco màis ou meno§ o
mesmo em falaúdo de fenômenos "tão extraordinários como
inverossímeis" que eles, a pés juntos, tomam como fatos
comprovados. Eles nunca viram coisa alguma, mas os que
'i
antes deles escreveram sobre estas matérias dão corno fato - ''
o que nenhurn "rnetapsiquista" (não digo espiritista) a0-: - .l§
mité nem de longe como realmente comprovado, e eles o
corpiam, sem úaminar. se tais fenômenos existem ou não. À
E'a nzío é que, persuadidos como e§tão o" Itei-o.OiaUo a .{
causa ordinária-e constante de tais fmômenos (?), e Po- ,i
dendo o diabo, segrmdo eles, tudo ou quase tudo, eles não :l

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rÊem razão para'exarninar detidarirente os tais fénôríôrios,'
tlando-os como perfeitameíte autenticados. Citemos um
exçmpto tirado de H. Noldin (vol. II, pág. 185, n." 169, §
2). Entre os fenômenos, de origem diabólica está ctaro,
qte menciona como realniente existentes, diz ele: "Interdunl
etiam nulla lnterveniente persona visibili, in tabula vel char-
ta scriptura apparet". '(Algumas vezes, também, sem que
intervenha nenhuma pessoa visível, numa tábua ou num
papel aparece alguma coisa escrita". Pois bem, com per-
dão do P. Noldin, issb da escrita por mãos invisíveis não
é dos "fenômenos" (?) que Richet, ou Geley ou outro
dos "metapsiquistas" modernos de alguma autoridade to-
mam conio comprovados, nem muito menos. Richet, pág.
520, diz: "Entre as diversas classes de movimentos sem
csrtacto é preciso deixar um lugar à parte a um grupo
de fenôrnenos tão raros que é lícito duvidar defes: a es-
cdta diretd'. §6 que se refere à escrita em pedras, ope-
rada também -poÍ mãos invisíveis (!l!l????), está !ão de-
Sacreditada desde que Houdini desmascarou a famosíssimo
Slade, pub-licando a sua confissão expressa de fraude (!'A
-I,I{agician among the Spirits",. câp. VI, Dr. Slade and his
Spirit Slades), e deu a conhecer os diversos.modos corr
que os eopíritas enganam os crédulos por meio da "escrita
p-or mãos'invisíveis", que Richet se vê obrigado a escreveÍ
o.seguinte: "Os truques habilíssimos que qs prestidigita-
@_fes (médiuns) americanos têm inventado obrigam cada
vez mais à expressa desconfiança com que se deve olhar
a escrita dirctd' (1. c., pág. 222). Náo há, pois, direito al-
gum paÍa da( "como fatos certos" coisas que não o são.
Se+ dúvida o P. Noldin não deve tÊr ficado inteiramente
salisfeito com as afirmações de Schneider, Gutberlet e
Wieser (os Lapponis alemães), por ele citados como fon:
tes do que afirma, quando na página seguinte, em. letra
péquena, acrescenta: li§urú qúi phenomena spiritistica norr-
rtisi fabulosa commeota.essq dicant"l convindo em que em.
muitos caso8 esses ÍêÍtômenos são .produzidos por fraude,
embora haja outros que não o são;'quais? digam-no etes.
O primeiro Íundamento em .que se 6aseiam 'os defen-
sores da sentença diabólica é o seguinte:
. "Qs médiuns produzem ordinàriamenÍe todos esses Íe-
nôinenosl. movimentos de mesas, de cádeir4s, etc., com ou'
Freudes ErplÍltal l8
-

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Tl4 Csrlos tlafiq'de Heredia, §. /. ,;§
sem conüacto; transportes de objetos de uma-paÍte â.oü-
tra por mãos inüsíveÍs, passando através das paredes i a[z-
rições de luzes, de caras e até de corpos inteiros gu€ re'
presentam os de pessoas defuntas; escrevem automàtica-
mente, em estado de transe, mensagens de coisas ocultag
remotas e futsras; falam línguas. desconhecidas; por meio
de mãos invisíveis escÍevem em papéis e em lousas; etc.,
sf6.". Lapponi, loc. cit.
- Vide
Todos estes fenômenos e muitos outros mais, inclusive
ainda os fenômenos (?) produzidos pelos faquires da. Índia,
são sem a menoÍ dificutdade admitidos como auiênticos por
Lapponi te pela grande maioria dos católicos que têm es-
crito sobre o Espiritismo, inclusive moralistas como Noldin,
Lehmkuhl e Ferreres. Naturalmente, se todos essqs Íenôme-
nos são autênticos e produzidos em plena luz, como insiste
Lapponi; não é de estranhar que não haja uma explicação
satiefatória sobre a causa natural que os produz, nem quoÍ
tendo-os como tais, Lehmkuhl nos diga (vol. I, núm. 363
nota): "Hec sunt talia que humanas vires atque naturales
vires humanitatis applicatas plane excedunt". Estes são laie
que excedem completamente as forças humanas'e as forças
naturais da humanidade aplicadas. I
. Se as premissas são falsas, nahualmente falsa tem de
ser também a conclusão. Não é certo que os mêdiuns pro-
duzam, sem fraude, nem ordinária nem extraordinàriamente,
toda essa mixórdia de atrocidades que Lapponi e os Beud
r) A propóoito
-qué dísto vanroe .rtferir uma ancdota curioea de .

Houdini e se deu com ele na Universidade de São Luís, em


St Louis, Iiliesouri, E. U. Estava Houdini fazendo uma conferh
cia na qual pràticamente dernonstrara como é que os tspÍritae
Íazem múitas das BuEs tretas. Não contrente um dos proÍeaqotca
com esses argumentos práücog propôs a Houdini um caso muito
complicado (cono os de Lapponi), em que '@unha" ce terem
orsado tais ou qudis coisas durmte a secsáo €sDkit8. Acttdita o
§r., diese muito áüsfeito com a eua objeção o froferoor de Teo-
üogia, ,acredita o Sr. que isto ce pode lazrr pot meio de Íorças -ms
oãuraieZ Conr tôdo' reepeito Hôudini 'reapotiüeu: 'Se o Sr.
-
Dornite, Padre, responderJhe-ei de una mancire gráfica; mea rs-
celo fa,ttar ao resp*to ao Sr. e aog assiotenteg". - Responda co-
mo quiser, disaeÍam todos. Pois bem, para produzh eses fe
oômonoa que o Sr. imaginou, - uthe devil vill lwve the hell of a
timc". O que, traduzirlo, quer dizer: *Para fazer etaes Íenüne-
nos que o-Sr. propõe, ó diabo teria de tt am trabslho mdemo-
niadoi'; Tantas ê táie ôoisas "inaginam" os srrtêotaôres da teoria
diabólicra, que o próprio dernôniõ teÍia um trabalho endenroniado
para íazêlà1 apcsai de todos oe poderes quc se lho affiuem.

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r_.-'-

.:.' Ás Espfifx e os Fenômbnôs lüê,toiolqutcos itS


«irn tão supina ignorância'erêem firmemielte
te produzem sessões espÍÍitas. Quando Lehmkuhl diz:
"hec sunt talÍàfi, estes são tais, não diz quais são esÍes,
e naturalmente esÍcs srgnifica todos os que Lapponi e seus
,i:'.- congêneres sustentam como verdadeiros. E, quando alguém
; 'ocomo Noldin cita um caso concreto, acabamos de ver que
t neÍ,il tal fenômeno, em concreto, não é admitido co*o prorado
1: . mesmo por metapsiquistas como Richet.
1 Para que o aÍgumento tivesse força, devia dizer as-
: sim: Os fenômenos A, B e C, à prova de fraude e em con-
1 dições de observação perfeit a, ionin repetidas vezes pro-
:,
:-
duzidos diante de nós, Lehmkuhl, Noldin, Ferreres, Lappo-
ni, ou diante de outras testemunhas "omni exceptione ma-
:;' I ' jores", pelos médiuns X, Y
e Z.
.lr E' assim que, depois de consultar muitas pessoas que
ii entendem disto e de estudar Íodas as hipóteses naturais
;. qne se têm formulado para explicar esses fenôm€los, €otrs-
ta certamente (ou provàvelmente) excederem tais fenôme-
.l-,^ nos completamente as forças humanas e ag forças nafurãis
da humanidade aplicadas;llogg, consta certamente (ou pro-
'vàvelmente) que os fenômenos A, B e C, produzidos petos
médiuns X, Y 'e Z, excedem as Íorças humanas e as foÍ-
ças naturais da humanidade aplicadas.
Permita-se-fios um es]clarecimento.
Com toda intenção escothemos os moralistas que cita-
rnos, põr seÍem as suas obras tão vantalosamente estima-
das e tão amplamente conhecidas não só entre os esfudan-
tes, corno tambérn poÍ pessoas cujo saber, prudêrrcia e ou-
tras qualidades os levaram justamente aos mais altos pos-
tos. Estas têm à mão as obras deles, e frequentementô as
consultam.
'Poroutra partg, o s€Íem.ditos autores (exceto Lapp-
-da
tti),irmãos Írossos em Reli$ão, exime-Ros fàcitmente
nota de pareiais por motivo de escola. E se moratistas e
teólogos em matérias discrrtíveis sustentam opiniões diver-
s4s e, muitas vezes, opostas, não vemos por que razão nes-
ta maténla.dÍscutível não havernos de expor com toda fran-
[, quaga as nossas ideias, fruto de mais-de trinta. anos de
laborio"sos eshrdos.
Se homens da estrutura de Letrmkuhl, Noldin e Fúre-
res tivessem sido nomeados consuttores da Sacra Congre-

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g4ão.dos Ritos.para opinar sobre a Eegenui-.-.
.''.
ni&de dos casos tidos por milagroioo ,dità Con-'
gregação se examinam, estamos de--da a gua
prudência, iamais teriam vindo a declarar IIftT
ou mais casos com tão pouco ,fundame-nto como declaram
'idiabólico" o conglomerado indigesto dos fenômBnos atri-
buídos aos espíritos.
Com estas prenoções venhamos ao argumento tantas
vezes repetido:
Estes fenômenos ou são de Deus ou são do Diabo;
Ora, não sãq de Deus;
Logo, são do Diabo.
. Para que este aÍgumento, tão manuseado, provasse al'
guma coisa, devia dizer: i
- Estes Íenômenos ou são de Deus, ou são do Diabo, ou
são produzidos pelos espíritos, ou por uma cau§a natural,
ou,por fraude;
'Ora, eles não úo produzidos por Deus, nan pelos es-
píritos, nem pôr uma causa natural, nem Por fraude;
Logo, são produzidos pelo Diabo. ;

Já lhe damos trabalho em terem que Provar essa nre-


nor! Teriam de provar que nenhum desses Ienônlenos é
produzido por fráude; depois, que nenhum é causado poÍ'
iorça natural, e depois que nada têm a ver com eles os
espíritos dos defuntos.
":
Pelo que toca à fraude, creio que o leitor sensato iá,
terá visto à tremenda dificuldade que há ncsta espêie de
fenômqnos para separar os fraudulentoq dos verdâdeiros.
No tocante à questão da teoria ou teorias naturais para
explicá-los, topa-se de ordinário com a dificuldade de os
quê sobre estas matérias escrevem "não quererem.ouvir fa- .
tar de explicação natural nenhuma que se Pos§a dar à
produção do tenômgno metapsíquico verdadeiro"; para ele§, '
tudo o que eles não podem explicar é preternatural, e isto.
basüa: Farece que, como anteriormente dissemQs, eles têm
tão conhecidas Íodos os leis naturqis e sabem tão bem até
onde cstas alunçam, que não se lhes pode eusinar nada
de novo.
E, sem embargo, os fenômenos do "metâ[ fliüo", era
química, e da telegrafia sem fio, em eletrici&de, .estão - a
nos dizer bem alto que as forças naturais ainda nos sãs

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'_- -:- .'
.
ail#as â'bs: FenórfiiàÉÍIàaapitqabos : n'7
'csnheddas. Hâ, poit, "que csÍuÉrt
t$rlnrcntar;' ê ponderar bastante antes de Sa:'
'la;rçar-se a :.{sobretudo apoditiçamente), não iá que
tôdôs,'como ofiã LappÕnf m:§ que' tal ou qual Íenômeno
, determinado (entre os imprôpriamente úamados espíritas)
:' §&iepuia todas aa Íorças humanas e as fdrças naturais da
. humanidade aplicadas, como disse o outro.
' A história nos tem dado repetidas vezes a mesma li-
" ção. Quando algum descobrimento novo e extraordinário
:" v€t4 a alargar o campo do saber humano, não faltam pes-
,soas que, não o entendendo, o tenham por diabótico. Fa-
rece incrível' atualmente, mas a invenção da imprensa foi
motivo de acaloradas discussões sobre "se tal invento era

to remota, à atividade fÍsica de Satanás.


. Quanto a provar que os fenànenos metapsíquicos úo
, §âo produzidos pelas almas dos defuntos, os sustentadores
,- da teoria diabólica parece-nos que se metem num cipoal.
Os argumentos que costumam usar são meramente de con-
. . gruência: "Que Deus não pode dar licença às almas dss
''' defuntos para virem lazet' todo esse aranzel de atrocida-
&s. em gue os congêneres de Lapponi crêem, mas que, sirn,
. dá essa licença aos diabos't..- "Quis conciliarius ejus fuit?"
I-
-- -é üerdade;
Pare lsto podem-se aduzir argumentos de congruêhcia,
Ínas argumentos apodíticos, não, de modo al-
Bú8, e os aÍgumentos de congruência não podem dar mais
do qúe uma coíclusão prováVel, no máximo.
Outro argumento dos .sustentadores da teoria diabólÍ-
ca, ou se pode considerar inÍantil ou, se for tomado a sério,
é 1ma espada de dois gumes. O argumento é este: Quando
ao espírito que Íala, escreve ou soletra se lhe pergunta
qu€Ín é, ele muitas vezes responde: "Satand§'; logo, é Sa-
- tàás o autor do fenômeno, -argumentam os defeÀsores da
teoría diabólica.
Mas também sucede na maioria das vezes que,.quando
se pergunta ao eryírito quem é, ele responde: "§anto Agos-
tinho, Napoleão ou Francisco. I!', o que seria urna úoy"
muito grande em Íavor do Espfuitismo, já que, ssgundo,q
seu-próprio testemunho, ê a alma de um' deiunto due fala.
Este ar.gumento, que é o "Aquiles" dos espíritas, como
brêve Veremos, não tem valor científico nenhum, a não'ser

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.§*.* --ll..l.il+
278 :. . Cartç Molria dc H*edia,

pãra aqueles'que se empenham em o Diabo


ó agenie desta classe de fenômenos. Por
nos-dizem que o Diabo é muito. embusteiro? pois e4!áo
como vai alguém crer sob a palawa dele quando ele afir-
ma ser ele quem fala?
Além do que tica dito, há outros exemplos que desviL:
tuam, e não pouco, este argumento, iá que "o espírito",
ao ser interrogado sobre quem é, às 'vezes respondeu com
rtuita ênfase ser Don Quixotelll
Uma ocasião, vendo que. o espírito (?) tinha re§Pon-
dido que era Shertock Holmes (personagem fictÍcio grialo
por Cônan Doyle), e que os assistentes tinham ficado tão
iranquitos cün essa
i'üola", arraniamos as coisas de tal
úodó que, ao apresentar-se um novo espírito -c 1o -ser in-
terrogaào sobre quem era, respondeu: Dom Ambrósio; e,
interógado de novo Por seus sinais particulares, esclareceu
que eã "o da carabina", ficando igualmente satisfeito o
'
ilustre auditório.2
Resumindo. Se os defensores da teoria diabólica se-
guissem o exemplo que a lgreia nos dá quando se- trata do
õxame de sucesios tiAos põr milagrosos, a situação muda-
rta. Primeiramente, deveiiam estár moralmente certos. de
que tal ou qual fenômeno existe realmente, e não tornal
cbmo modelo o que é pura fraude. Isso de dizer-que 90fr
é fraude mas lOVo nãõ o é, é lalar por falar. E' preciso
definir em que consistem esse-s dez por cento tão alardsa:
dos. Deveriam dizer quais são reatmente os fenômenos qu€
existern e quais aqueies cuja existência não está provada,
paÍa se não exporem a um fiasco probabilíssimo.
E' isto o que vimos fazendo neste livro, como o terá
notado o leitor atento. Depois, tendo distinguido entre a
parte física do fenômeno e a parte moral ou "mens1g"*j',
àfilamos todos esres fenômenos que, embora rarg§, iá são
conhecidos como naturais e pertencem a ciências. deter'-
minadas.

-ser diga palavras.feiaq atrocidades


2) Que a Ouiia, por exemplo,
ou utâsffiies, istó háo prova o liabo-o autor desôas mensa-
;õlrJ.;à6-iió-áão é rúr siüal caracterlstico de Satanás, iá .que, .l
õói-HC-.úiiaoa
-ã- há uma infinidade de hunons de boca
de Deus,'lugar
ãuii utaJt ús. Noutro já indicamos como., qtando,. por
ex., tma pessra, ÍÊmro piêdosa,- se aú1 enr estado itcottgcienúE
úú óiúofOrmio'ou pdo'eter, diz unna infinidade de atrocidadee,
caÍdas do terceiro arquivo.

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,4 - ;.-.--i;S5i-â'-*
êdldÍcs e os Fenfimenos üctapetqfltcos ng

Quando, por exelusão, se tiver chegado a enconhar


itma classe de Íenômeàos em que se manifesta a inÍluêreia
de um agente intelectual oculto, e depois de experimentar
e de ver se as teorias naturais que se dão para explicâlo
não satisfazem "como teoÍias", então ter-se-á direito de re-
correr ao campo do preternatural, com as deüdas reservas.
E, nem pelo fato de em determinado caso chegar-se a
provâr ser Satanás a causa "eitraordinária" de dito fenô-
meno; tem-se o direito de dizer que Satanás é "a causa
ord,iruiria e constonte de todos os Íenômenos metapsíquicos
provocados".
Fica, pois,. dentonstrado que a sentença qtte sustenta
seÍ o Dtabo a' causa ordindria e constonte dos fenôfienos
metapsíquicos provocados pelos médiuns, nãô tem nenhum
valor científico.

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iL"rl";

Capítulo XIK

Teoria Espírita.
Podemos dizer que há três classes de pessoa-r com rê-
lação ao "Espiritismo". Umas nem sabem que ..tal coisa
exista, ou, se o sabêm, náo fazem dela o menor caso. Ou-
tros há que crêem na evocação dos mortos, e, seja por con-
'duto
da Ouija, da mesinha ou de algum médium, uma vez
por outra lhes ocorre pôr-se em comunicação com os de-
funtos (?). Há outros, por'último, que não sômente crêem
.e se valem dos processos indicados para procurar comu-
nicar-se com as almas do outro mundo, mas também fa-
zem disto uma. religião com seus dogmas e seus preceitos
morais baseados na intercornunicação dos mortais com os
espíritos já desencarnados, ou seja com os defuntos.
Aqui não vanrcs trotar do Espiritismo como retigilo;
isto faremos noutro livro à parte. Não espere, pois, o leitor
que ataquemos agora a religião espírita, nem estranhe não
o fazermos
Vamos considerar o Espiritismo do ponto de vista cien-
tífico, quer dizer, como uma teorio excogitada para expli-
car os fenômenos metapsíquicos provocados pelos médiuns.
'Mas,
como isto que para nós é uma teoria constitui para
os espiritistas o fundamento da sua religião, qué pressupõê
como um fato a comunicáção entre os vivos e os defuntos
por via dos médiuns, necessàriamente teremos de falar dela,
visto que forma o primeiro grau do Espiritismo, mas que,
neste período, ainda não está convertida no corpo de dou-
trina dogmático-moral que forma a religião espírita prô-
priamente dita; pois desta, como antes indicamoi, não tra-
taretnos no presente
Desde há séculos os homens de çiência têrn discutido
l) se pode haver,2) e se de fato há habitantes nos outÍo§
planetàs. Como se vê, são duas coisas distintas, uma a

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'- t:_. _

'.;':gilxis#lllidadc e êntre s Í4a de haver realmente hab*tiit'tbe


pf,ttos plaietas. Para,Sioder admitir a possibilidúe, bes.
i,. A süi ente demonstrar.que til ou tal planeta é habltáve.l;
i:,-. ictorê, que há nele uina attnosfera respirável, e que-6
; .ffidições do clima não tornam impossível a vida"humana
por um calor,ou pot um frio-que não possam ser suportà-
;: fu poÍ seres de organizaç-ao precido com a nossa. Por
::. esta razão ninguém admite habitantes no Sol, pelo menos
de organização semelhante à nossa, pois o calor ali é tão
grande
'descente
que os próprios metais se acham em estado incan-
[:. e g{soso, conforme sustentam os astrônomos. Por
s . I ,AIta de atmosfera respirável, segundo a opinião dos mes-
t - .mos, não admitern eles que haia habitantes na Lir.a. Mas,
guando se nos assegura gue no planeta Marte há atrnosfera
:, - e gue os climas Iá não são muito diversos dos nossos, a
base para admitir a possibilidade de haver lá seres vivos
de organismos scmellwntes íros que na Terra exístern é-nos
' subministrada pelos descobrimentos astronômicos.
Esta possibilidade está fundada na opinião dos astrô-
: ÍloÍnosi que às vezes dizem coisas sabendo que:
O mentir das estrelas
é um seguro mentir,
* pois ninguérn há de-ir
perguntar isso a elas.
Esta possibilidade, dizemos, é que tem dado vida aos
":habitantes de Marte". Existam eles ou não, há muitas- pes-
soas qu€, seguiudo os astrônomos-poetas como Flammarion,
crêem .que em. Marte há habitantes.
Esta cÍença, fundada numa vaga possibilidade, chegou
um dia a ser tlda por "um fato", quando alguns.astrôno-
- mos vierem dar-noi a notícia de quà em MarJe hávia 1'ca-
gais" feiÍos o mão. O que os telescópios mostravam ao olho
humâno não eram "carais", mas amó linhas retos que pa-
lecism cruzar-,§e em diversas direções sobre a superfície
de Marte. Este era o fato; mas a imaginação de alguns con-
' veiteu as linhas em "canais", ê ?É lhes puseram nomes:
'que maior piwA paia os Babilônios, de íraver canais sn
Marte, quando até nome tinham"! E, é claro, se havia ca-
- nais leitos à m6o. necessàriamente devia haver quem, à mão,
os tivesçe fdto,:e. daÍ a prova inconcussa de que em &larte
há húite$tes!!! Logo vieram os retratos dos Marcianos, de
.., . ertremidades curtas e cérebros monumentais, o que nos in-

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2.W,
-
. Çtrlos Maria de Hereáia, §. ,. , .-'': .

dicerra :a. superioridide da mentelidede maÍ,ciana' sÉre a


nffisa. Sendo muitíssimo mais intelig€flte gue nós, nada tem
de particular que estejam cientlficamente muito mais adian-
tados nos seus conhecimentos do que nós que habitamos
este Planeta, e daí que, ao "perceber-se no rádio" ctrtos
sinais determinados, Qüe se assegura não virern das esta-
ç6es radiotelegráficas terreskes, estes tenham sido consi-
derados como "sinais enviados à Terra pelos Marciano§".
Isto tudo não basta para ferir a imaginação popular e fa-
zer cÍeÍ ao vulgo ser um foto a ertsftncis dos habttaúcs
de Marte?
Pois isto é exatamente o meômo que tem sucedido com
a Teoria Espírita moderna. De uma possibilidade passou-
se a uma crença, e, desta, a admitir a intercomunicaÇão dos
vivos com os defuntos, como fato comprovado; pelo menos
para muitíssimos dos nascidos no "minuto crítico".
Eis aqui a gênese da Teoria Espírita moderna.
E' crença universal admitida por todos os .homens ci-
vilizados e por todas as religiões e seitas filosóficas (ex-
ceto os materialistas e seus congêneres) que o homem é
dotado de um espírito, o qual sobrevive à matéria. 'Si in
hoc erro"; dizia Cícero, "quod animos hominum immôrta--
les esse credam, libenter erro; nec mihi hunc errorem, quo .
ddector, dum vivo extorqueri volo" (De senectute, 23, 86).,. .

"Se erro crendo que a alma do homem é imortal, com gosto ^ r,


e livremente erro; nem quero que, enguanto eu viver, me .
ârranquem este erro em que me deleito". Esta convicção ',i
universal é uma firmíssima crença entre os cristãos; a cÍen- ,
ça numa vida futura é um dos dogmas fundamentais da
religião que.professamos: "Creio... na vida eterna".
Está aí o primeiro fundamento da "interçomunicação" .

entre vivos e mortos. Se não há habitantes eú Martg mat


podemos dizer que com eles temos comunicação. Se cost ,

a morte do corpo tudo termina, se não há alguma coi,sa


que perdura, em vão diremos que nos comunicamos com
os defuntos.
Mas, se -"non omnis morior", se a alma não morre, se
há outra vida e as almas dos detuntos sobrevivern à ma-
téria, 'já há, pelo menos, com quem nos podermos coínu-
nicar. no outro mundo".

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.'l::.:: - . +
Ái:ftflidcf-.êF&üÍ*s ê os Fcnüircapr,-'11í[crãpsÍ.qúcos . I
.. -Mes, âBsim. coÍno Bma coisa é haver fiatlitantes ern
&r,te capazes de 'comunicabilidade" com o resto ó msn-
do, e outra é "poderem eles comunicaÍ-se", coÍilo ainda ou-
tra ê l'çomunicarem-se de fato" assim tamMm umâ coisa
é havcr no oútro mundo almas câpazes de cornunicar-se co-
aoseo, outra haver algunn meio de comunicação e finalmen-
te oqtra funcionar de fato esse meio ordinàriamente e co-
municar-nos com os defuntos. Mas, -não obstante, bem pode
sueeder que os que estão em Marte tenham apenas um apa-
relho "receptor de rádio" e careçam do "transmissor", o
que, embora lhes possibilite receber as nossas mensagens,
iá que temos não só receptor como também transmissor,
não possamos receber deles comunicação radiotelegráfica
nenhuma. Isto também pode suceder no que se refere aos
deÍuntos, como a seu tempo explicaremos.
Mas ainda não temos todos os elementos requeridos
paru a formação da Teoria. Sabemos ünicamente que as
almas sobrevivem à matéria. Supomos (primeira hipótese)
que, assim como nós nos desejaríamos comunicar cirm elas,
assim também elas hão de querer comunicar-se conosco. Mas
haverá algum meio de comunicação? Não hâvendo "pior luta
do que aquela que se não traval', assim como a outros ocor-
reu a ideia de chamar o diabo, alguns tiveram a ideia de
'evocar os mortos", e que foi que sucedeu?... Sucederam
muitíssimas coisas (das quais falaremos'mais adiante). . .
e, dessas coisas que sucederam, os que as viram ou aque-
Iàs a quem elas foram narradas deduziram que "realmente
havia um meio de os vivos §e eomunicarem com os mortos".
A evocação dos mortos foi então posta em prática.. . Mas
as almas dos defuntos vêm realmente quando são empÍaza-
das pelos médiuns? Há quem diga que sim, e estes são os
espiritistas: Vejatnos o que tem sucedido nos tempos mo-
,dernos e qual foi a origem da "crença espírita". . . para uns,
e da Teoria Espírita para oqtros.
Embora a errocação das almas dos defuntos seja quase
tão antiga como o mundo, cingimo-nos ünicamente à crítica
dos fenâmeaos (?) espiritos modernos, isto é, desde as Ir-
mãs Fox-até nossos dias.
Vejamos, pois, como foi que nasceu a Teoria Espí-tita
Moderna.

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. A smhora Fox acreditava na,exiàtência da alma e na
imorta[dade desla. Por esta razáo, ao ouvir certa noite; na
sua casinha de Hydesvitle, uns ruídos misÍeriosos, .cuja'ori-
gem não podia explicar, perguntou "aos ruídos" qual era
a idade de suas filhas. Esta pergunta obteve como resposta
uma serie de golpes. . . 8. . . 7.,. e 3, córrespondentes às
diversas idades de Margarida, Catarina e de uma menina
que morÍeÍa aos três anos de idade. Esta resposta, qüc ma.-
nifestava a intervenção de um agente intelectual oculto, de
tal maneira surpreendeu a senhora Fox, pela sua exatidão,
que ela (crendo na sobrevivência das almas) perguntou: E'
algum ser humano que responde às minhas perguntas? Con-
tudo, não ouviu resposta alguma, visto quê "o ser inteli-
gente" que dava as respostas não sabia dizer "sim" ba-
tendo. Então a rsenhora Fox, caindo em conta; acrescentôu:
"E' algum espírito? Se é, responda "sim" dando duas pan-.
cadas"; e instantâneamente àssas "duas pancadas", que har
viam de ressoar pelo mundo todo, foram escutadas no quar-
to- de Hydesvilte, hoje santuário do Espiritismo.
Esta foi a origem da Teorio Espírita Moderna.
Analisemos:
I ) A senhora Fox "acreditava" na imortalidade @
alma.
2) A senhora Fox "ouve uns ruídos" que não pode ex-,'
plicar, mas que manifestam "inteligência", iá que dizem'
ôorretamente á idade de suas filhinhas.
3) Nd'o hov'endo no quarto quem conhecesse esso idade
(afora ela, e as duas meninas que estavam na cama), ela
pensa que o autor dessas panca-das só pode ser um "es-
pírito".
4)Faz a prova perguntando se é um espírito; e, dan-
do-lhe a chave pare responder corretamente, a resposta
não se faz esperar. . . E' um espirito, ele 'mesmo assim
as§egura.
5) Consequência que tirou a senhora Fox: Logo, de
fato, os espíritos se comunieam com os vivos por meio de
pancadas secas (quando menos).
6) Logo, o Espiritismo é um fato comprovado.
Não lhe parece, leitor, que há grande semelhar4a entre
a teoria Espírita e a dos Marcianos?
Continuemos analisando.

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* .G'-:
,::..-.=.-._:.. t,:- ti.
ás Frarües:iEpiárs s'os Fezôrfenãi]:,ffàapsíqticos 2â§
' i;',. . Não resta a menor dúvida acerca doe fatos seguintes::
-' ' . A) A senhora Fox ouviu uns ruídos.
=' B) A senhora Fox perguntou a esses ruídos a idadc
filhas e obteve resposta exata.
' de'','suaE
C) A senhora Fox, ttão sabendo como explicar este
l
' fcnômetw, já que no quarto só estavam ela e suas filhas,
lormou a htpótese de que o que dava esses golpes podia
seÍ um espírito.
D) Pârgunta-lhe se é um espírito, e a resposta é cla-
ra: "Sim", é um espírito.
- Â conc-lusão se segue:
' Não havendo no quarto nada que produza esses gol-
pés, e interrogados os golpes sobre se era um espírito, res-
pondem afirmativamente.
.,'
Logo, a consequência se impõe: "são os espíritos".
- Ora bein, por infelicidade nem todas as proposições
auteriores são verdadehas, de vez que fiavia, sim, ,no quar-
to quem soubesse da idade das filhas da senhora Fox, e
€tafi « próprias filhas, que, por confissão própria, decla-
raram mais tarde terem sido elas que, estalandit os dedos
EÍQndes dos pés, tinham produzido'aqueles ruídos que tan-
.to:maravílharom a mamõe,' de modo que esta, nõo pdendo
imaginar qH€ suas própria,s filhas a estivessem enganando,
, atribuiu aqueles ruídos a !'um"espírito", o qual (as meninas)
, rBpondeu que o era realmente. E assim era a verdade, com
. €stê pequena diferenç a: não eto um, nus erom dois csplritos
, {ú das meninas), e o apírito nfro era des:encarnsdo, ntcls
ettcarnad.o:
' Eis aqui'todo o fundamento da Teoria Espírita:
t ) A imortalidade da alma (para os que crêep prê-

2) A possibilidade da intgrcomunicação por meio de


' c§ftos'fenôinenos produzidos por ?essoas chamadas m&iuns.
-.. 3l O testemunho dos espíritos de serem eles que, pe-
' los médiuns, se comunicam conosco.
:' Em resumo, tudo se baseia ao testemxnho dos próprios
espiritot, que afirmaÍn serem eles que pelos médiuns se
cornunica;n..§om :os vivos. Quanto pode 'valer este tes-
temuúo?
'v*tente, o valor da Teoria que vamos
analisaudo.

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+

Desde logo fazemos observar algo muito curioso. Para


que a seúora Fox e os primeiros espiritistas "cr€ssem" na
verdade da intercomunicação entre os üvbs e os defuntos
(base.do Espiritismo), não loi necessdrig a produção clc
um fenômeno verdader'ro. Bastou urp logro "idantit" para
a muitíssimas Fssoas lazer cret que "os mortos, de fatoj
se haviam comunicado com os vivos por meio daqueles gol-
pes estranhôs". Este fenômeno tem sua explicação naqúilo
qüe apontamos desde o princípio: "A cada minuto nasce
um... tolo", como disse Barnum.
Como era muito natural, os primeiros "embaidores",
como e Sra. Fish (a irmâ mais velha das Fox), que foi
a primeira "empresária" desse negócio, e os gEe, perce-
bendo a fraude, a imitaram enganando por sua'vez outros
Babilônios, não estando muito seguros do terreno ,em. que
se achavam, trataram de fortalecer-se recorÍendo à, Sagra:
da Escritura. E, se bem que as disposições do DeuterorÉ:
mio contra os embaidores daquele tempo, agoureiros, 'en-
cantadores, pitonisas e feiticeiros, não deixassem muito hem
parados, na opinião do público crente, os "médiunri'' trto. -
dernos, todavia alegavam estes em seu favor as apariçõe,
dos anjos bons e maus; confundindo os tenômercs cspon-.
tôneos coÍn os provocados. Estes nada têm que ver coql. i.
aqueles, porquanto, como temos repetido até à saciedd;
upa coisa é Deus, na sua Providência, permitir ou oÍdeíiari
essas manifestações, poÍ seus ocultqs e elevados fins, e oE:- i.
tra é lfi$er homens ou mulheres que tenlwrm o poder de
evocor o diobo ou as almas dos defuntos, fazendo-os vir '.
à vontade Wo Íozer donçar mesas, tocar pandeiros, ou dir' ..

recodos WÍ meio de pancodas ou de futimento de pés. Sil,o'


estes o§ fenômenos a que nos referimos, fenômenos (?) eB* .$
que os espíritas modernos crêem a pes iuntos. Estes for-
mam o tesouro mais precioso em que baseiam eles a w:- r;
firme crença na intercomunicação dos vivos com as almas i-i
dos defuntos.
Ora, se os espíritas baseassem suas cÍenças em alguns
fenômenos bem autenticados e devidamente comprova&s,
a sua teoria poderia tomar-se mais a sério; *si*n não é,
porém. Para o espírita, "qualquer manifestação quc se ve-
rifique em qualquer sessão, quer haia controle quer não haia,
em plena luz ou em perfeita escuridão, para ele é obra doi

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a
A§ FruiÉes'Esplrffer e os Fenônenfu tüd,apslquicos 8r
sÉri.tos desencarnados", como eles deram €m chamar as.
almas dos defuntos. Conan Doyle, que de modo aÍgurn @e
ser tachido de parcial contía o Espiritismo, ã2 '1The
weaker side of Spiritualism lies in the fãct that its adherents
have largely been drawn from the less educated part of the
communi§1". "O lado mais fraco do Espiritismo está no'
-
Íato.de a maior parte dos seus adeptos pertencerem à gente
. menos educada da sociedade". I Quer dizer, "a escória"
social é que proporciona os testemunhos mais numerosos
' da autenticidade d genuinidade dos fenômenos espiritas. E
ainda, à qualidade das testemunhas se acrescenta que estas
se empenham em fazer suas sessões às escuras... o que
naturalmente "torna os fenômenos maís genuínos"ll! "Again,
' a retinue of rogues", continua Sir Artur, "have been
attracted to the Mouvement by the fact that seances have
' been largely hetd in the dark..-. This has served as a screen
for villainy, and the effect has been increased occasionally
by the systematic use of conjuror's apparatus... But the
fault lies; to some extent, with the Spiritualists, as had they
insisted upon the use of at least a red light at their seances
these would have been less easy for rogues" ("Th.e Psychic
. I
Qu'êstion as see it", pág. .tÔ;. "Alem disso, ciiz iónan
Doylg uma súcia de tratantes tornaram-se Espiritas 2 atral-
'
-: doe pelo fato de serem as sessões geralmente às escuras...
Eêta escuridão tem servido de velame à vilania, e o mal
. tem crescitlo, algumas vezes, com o uso sistemático de apa-
, ratos de prestidigitaçi[o.... Disto, porém, têm.a culpa, até
' terto ponto, os Espíritas, \ue não têm feito questão .de que
,., se use pelo menos luz vermelha nas sessões, o que teria
diminuído aos tratantes as oportunidades de fazerem tra-
paças" (sic).
Pois bem, de todo esse mistifório colossal de sessões
i, . e8píritas sem controle algum é que poÍ espaço de mais de
cinquenta anos têm estado saindo os fenômenos autênti-
cos (??).e genuínos (??) que são a base, não só do Es-
,: piritismo, como dos livros de Lapponi e dos seus imitadores.
a.. Porque é preciso saber que toda essa história de "fenôme-

.. 1) Qge diria ele re tivesse vieto a gente que vai às sessões


"esplrita{ no México e na América do §ull
- ,) E Conan Doyle não chegou a coahecer os médiune esdritas
do México e da América do Sú. Que ,teria ele diüo ee ilhe ócacsÊ
cssa fortuna?

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iü.

ru @ittos Moria'de Hcr$iai S, l.


nos contrO{,ades'r-etc., não sômente é de data muit'o recmt€, , '-
como tarnbém se reduz a uma parte infinitesimàl .dos ls :
nômenos (?) espíritas registados.. Como acabamos de ver, ,

pelo .testemunho do Pontífice do Espiritismo Moderno, §ir


Arfur Conan Doylg os espiritistas prosseguem com sues
sessões às escuras, nas quais não é possível nenhum con-
trole verdadeiramente científico. Na maioria das sQssões es:-
píritas, com ou sem luz, não há controle nem §e pensa nele,
pois isto seria um ato de desconfiança que teria como re-
sultado não produzir o médium os fenômenos que dele se
€speÍam, por falta de uniformidade de sentimentos, condi-
ção indispensável paÍa a produção dos Íenômenos. E, cômo

entorpecer a açáo metapsíquica (?) do médium".


pelo insistir na distinção entrê Espiritistas -'
Aqui vem a -Estes
e Metapsiquistas. últimos sáo homens de intelectuali- '
d-adegiraímentesuperioràdal.turbam1lta,,espírita,os
quai§, havendo cursado algum Colégio ou Universidade, cos-'

iniciais que indiõam grau universitário ou a -sociedade ou '-


-a
sociedadôs científicas qr" pertencem. Quer dizer, são hot'l ..:
rnens dê certo padrão ou tipo cultural que o§ torna credorcs
de uma convúcional respeitabiliUade
' intelectual, .que' eleà'
podem aumêntar ou diminuir pelo'-seu ctxrlPortaménio cieÜ;}i'j
iífico subsequente. Estes, separadamente ou Llreunidos qft =
sociedades, dedicam-se a isso a que se há chemadÔ
-':s:
^L---JÀ .:
;e§.úi"rl Researc*r;', lnvesugaçoes Ésiqüicas, o ob-'''.;
Tr^
jetiío de catalogar e autenticár certa classe de fenômenos;' '?
i;;ãr itio"l ou*onttoaa a genuinidade deles, estudar '-l
e discutir as hipóteses ou teoriai que se têm excogitado' ' : =
para eiplicar a causa que o§ produz. Estes podern ou não ' '-
admitir a Teoria Espírita como tal; mas, desde o mornento
€m que a admitam "como fato comprovado", Passam a sef.
consíderados Espíritas. Foi isto o que §e deu com Conan
Doyle, que, Por causa disso, teve de renunciar à'categoríâ:
-memLro
.de âa Society of. Psychical Research de Londres
(como Dom Simptício à mão de Leonor).
'Os Espiritistas, em comPensação, admitem a "inter-
corinmicaçãó entre vivos e rnortos como foto'comprovado,.
como vcidade demonstradd'. Estando por esta rázão p«-'
\

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!
ás FrasdesrõI*rÍf&s:z os Fefrâàitlos §ctrípsÍquicli$ H
suddos de que os rnédiuns são como 'os telegiafistas" gue
os pôerg em comunicação com as aÍmas dos defuntos, pôu.:
, ct ou nada se preocupâm com a'honorabilidade daquetes;
se eles lhes dão uma mensagem ou produzem üm fenômeno
-
qualquer dos que .se atribueá à infÍuência-dos desencarna-
dos, embora o façam na escuridão, eles ficam'perfeitamenle
satisfeitos.
os Espiritistas (e não contra os Metapsiquistas)
-Contra
estabelecemos a seguinte tese:
"A sentença que sustenta ser um fato comprovado a
. exirtência da intercomunicação entre os vivos e as almas dos
defuntos por intervenção dos médiuns, ou, o que é o mesmo,
que,d musa ordindrio e constante dos fenômênos metapsí-
quicos provocados pelos médiuns sdo as almas dos deiun-
tos, aão estd cientilicamente demonstradd,
Para logo fazemos notar que não tratamos dos fetú-
mrys espontôneos, mas ünicomente dos provocados peÍos
mldiuns. Nem tratamos da cduw. ou cauú extraordiiártas
que podem produzi-los, mas sim da csuso ordindria e coas-
tonts a qye são devidos."
- O nosso argumentô proeede desta maneira:
,O úniço argumento que os Espíritas aduzem para ad-
.
mitir a intercomunicação entre os vivos e as atmal dos de-
.funtos é o próp1io testemunho dos espíritos.
Ora, este testemunho não está cienüficamente com-
provado.

. Logo, a sentença que sustenta haver intercomunicação


enke os vivos e as almas dos defuntos .não -está cientifi-
camente comprovada como um fato.
' A maior'é evidente
-. çrêem tanto seremeosadmitida
Elee
como tal pelos Espíritas.
espíritos que próduzem ôrdinà:
riamente o fenômeáo, quanto os esp'iritos dizcm que siio
elcs. O testemunho dos Espíritos é'para. eles indiscutível,
por muitas razões. Noutra parte verernos que esse testemu-
nho tem muitíssimo de discutível; mas, senáo esta tese con-
tra os Espíritas e admitindo eles 'a maior, damo-ta como
boa para'o nosso caso.
.Aggra a menoÍ:
- "Qui'nimis probat, nlhil probat,'. O que prova demais,
nada prova cientlficamente.
Freudcc ErplÍltrE
- l9

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290 Cg:tos lilario de Hereüa; S.'L'.
' Ora, o âÍgumento do testemunho dos espíritos (no. caso
de provar) pÍova demais: r
Logo, o-- argumento do testemunho dos espíritos nada
prova cientificamente.
A maior é admitida como um axioma.
A menor: "Se alguma coisa prova o testemunho dos
espíritos é que: todos os fenômenos (verdadeiros ou falsos)
que se verilicnm por intervenção dos médiuns são produzi-
dos pelas almos dos defunÍos".
Ora, isto é provar demais;
Logo, o argumento do testemunho dos Espíritos Prova
demais.
Comp ümos, paÍa os Espíritas, a começar pela Sra.
Fox, basta que os espíritos (?) digam serem eles, isto é,
basta que os 4rédiuns digam, escrevam ou soletrem que a
manifestação tal ou qual é produzida pelos espíritos, para
serem cridos indiscutlvelmente. Tantos e tão absurdos são
os fenômenos admitidos pelos Espíritas em virtude do tes-
temunho dos espíritos, que basta um pouquinho de senso co-
mum paÍa ver que entre' eles há uma infinidade que 1ão
têm outra origem senão a fraude. E, setn embêrgo, os Es-
píritas (não os Metapsiquistas) os admitem como verdadei-
ios, Íundando-se no testemunho dos espíritos, isto é, do
médium. ::

Nãonosesqueçamosdoquetemosrepetidováriasve.
zes: "Enquanto for desconhecida a causa que produz um. '
fenômeno misterioso, a impressão que,recebemot é a mes-
ma, quer este seia produzido por üma causa preternatural,
queÍ por fraude". Por outro lado, a causa do fenômeno pre-
ternatural ou fraudulento fica oculta ao espiritísta, peÍsua-
dido como está de que essa causa oculta "são os espíritos";
ele não tem muito que pe,nsaÍ, e toma incondicionalmente
como produzido pelos "espíritos" o que é grosseiro produto
de fraude.
Assim como os sustentadores da Teoria Diabólic?, h-
seando-se no fato de poder o Diabo tudo ou quase tudÔ,
exâminam pouco os fenômenos, dando-os Íàcilmente como
genuínos, ássim também os espíritas que crêem terem os
espíritos poderes estupendos não se metem a averiguar 3
gCnuinidade das manifestações,'dando-as sem difieuldade
como autênticas.

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:
As Fraudes C*ealfÍa. 'e os Fànilmrois naàpftqricos ml
''; Não se faz fàcilmente ideia do que é que os espÍritas
ci'êem pelo "testemunho dos espÍritos", até que alguém se
,proponha fazer um estüdo sobre isto. Então se descobre'um
ôonglomerado de coisas as mais absurdas, estranhas e in-
fantis.
Se o leitor quiser persua.dir-se disto, recomendamos-lhe
ler o capítulo XIV do livro de Houdini tantas vezes citado,
"A Magician among the Spirits". O capítulo intitula-se
'{What you must believe to be a Spirítualist". Mas, se não
tiVerem à mão este livro, e por casualidade tiver o "O
Hipnotismo e o Espiritismo", ão Dr. Lapponi, recomenda-
mos-lhe ler atentamente o capítulo III, e depois de lido fa-
zer-se esta pergunta: Se o bom do Dr. Lapponi crê -que
todos estes fenômenos existem, que coisas não hão de crer
os espíritas de puro sangue, quaúdo os espíritos o cer-
tificam?
Cremos que com isto Íica suficientemente demonstrado
que o argumento do "testemunho dos espíritos", segundo
o entendem o§ espíritas, prova demcis.
Não nos esqueçamos de que a nossa tese é contra os
espiritistas, e não contra os metapsiquistas, e qu€ o que
tratamos de demonstrar é que "a intercomunicação" entre
os vivos e as almas dos defuntos não é um loto comprovado
(como sustentam os espíritas).
Consideremos, pois, o Espiritismo como uma hipótese,
com o intuito de discutila. Desde logo advertimos ndo se
trdlar aqui da sobrevivência das almas, senão de se esÍas
olmds sobrevivgntes sdo ou rúo a causa principal dos fe-
nâmenos metopsiquicos provocados pclos médiuns. Assim,
pois, no caso de Antônio, que supusemos vetdadeiro, à per-
gunta: Quem foi que comunicou ao médium a notícia de
gue quando menino ele havia roubado um anel de sua tiá,
e que esta lhe perdoou ao lhe devolver ele o obieto rou-
bado?, os que sustentam a Teoria Espírita respondem: "Foi
o espÍrito desencarnado da tia de Antônio"! Como se vê,
imediatamente esta teoria tem visos de verdadeira, porquan-
to, se ninguém no mundo (isto é o suposto) tinha notícia
daquilo senão a tia e Antônio, e este diz: "Eu não o co-
muníquei ao médium", parece não restar outra iolução se-
não 'íter sido a tia defunta" (isto é, a alma dela desencar-
nada) quem o comunicpu ao médium.
l9t

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f,ste arg;umento, que parece achatantg sê-lo.ie- com
efeito, se não tivesse uma saída.. . e a tem,. como ve;e-
mos noutro lugar, Agora basta propor outro exemfio seme:
lhante que aclarará nossas ideias.
O fenômeno dos dias e das hoites é inegàvel. Qual é
a cáusa dele? Para os antigos não havia a menor -dúvida.
"E'que o Sol.gira em toúo da Terra".lA proua é evi-
{ente: Enquanto que o Sol muda de posição 'constafite-
mentg todos os dias, do oriente ao ocaso, .s Terra ftdo
se move em mínimo coisa, sendo-nos ambas as coisas pa-
tentes pelo testemunho dos nossos sentidos. Logo, se o Sol
muda de posição e a Terra não- se move, é porgue o Sol
gira em torno da Terra, produzindo assim o fenômeno ine-
gável dos dias e das noites...
E, contudo, é a Terra que se move ao redor do seu
eixo, embora não nos demos conto desse movimento, e não
é o Sol que se move em torno da Terra' produzindo o Íe-
nômeno em questão
Segundo isto, corno em seu lugar veremos, não foi a
tia queá enviou a mensagem ao médium, Qas Íoi Antfuio
quem "inconsciéntemertte" a mandou.
A não haver 'outras explicações racionais e fundadag
que assinalem outra mente como a causadora do Íenômêre
metapsíquico, a Teoria Espírita teria uma força inegável- '.
Entre as muitas dificuldades que §e apresentam contrâ
a Teoria Espírita há uma de mui difícit solução: "A coÍg;
provação da identidade do espÍrito*que se nos apresenta".
Como se há de comprovar que o espírito que comunicou
ao"médium o segredo de'Antônio foi o da tia? Para os
espíritas, isto 'nãõ tem dificuldade: "o testemuntro do ee-
pírito"; o espírito diz que é a alma desencarnada da üa
de Antônio, € o seu testemunho é verdadeiro. Mas para
os metapsiquistas o problema é muito complicado. Con-
soante a comParação do próprio Conan Doyle, quando os
espíritos se comunicam conosco por via dos médims, dá-
se algo parecido com o que sucederia quando Íalamos pelo
telefone sem poder estar seguros de quem ê que -nos está
Íatando do outro lado; Pois, segundo as teotial espÍritas,
as almas desencarna&s têm uma espécie de onisciência;
sabem de tudo, e asgim o segredo da tia de .Antônio era
do domÍnio comum, pdo meaos "no plano" em qus ela es^

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=_.
i:,.
' '1Bva quando seu sobrínlto recebeu a'mefisagim. Pôdà ésta
,-: , duito bem ter sido dada por um dos inúmeros espíritos que
andavam por ali, e não pela boa da tia. Conan Doyle, com
um4 ,ingenuidade lamentável, diz, referindo-se a €sse co-
, nhecimento das almas desencarnadas: "It may be remarked
in passing that these and other examples show cleerly
either that the spirits have.the use of an excêllent referenêe
ji-, librar.y or êlse thàt they have memories which produce
: something like omniscience". "Diremos de passagem que
', estes e outros exemplos manifestam claramente uma das duas
:. coisas: ou que os espíritos têm à'mão uma csplêndida bi-
blioteca de referênci4 que podem usar, ou então que. .têm
, meniórias que produzem uma espécie de onisciência"' (Tte
; New Revelation, pãg. 75). Esta explicação do grande es-
j... piritista não. requer comentários.
Muitos e mui. difíceis são os problemas que se apre-
sentâm aos metapsiquistas que admitem !'a hipóte-se Espí-
rita como uma hipótese a explorar", mas este da identida-
de dos espíritos é dos mais importantes. Assim o reconhe-
ceu o famoso F. W. H. Myers, que, tratando de resolver
este problema e juntamente demonstrar a intercomunicação
dos vivos com as almas dos defuntos, teve uma ideia ori-
ginal, depois seguida por muitos. No ano de 1891, enceÍrou
com todo cuidado num envelope duplo uÍR manuscrito cujo
conteúdo só ele conhecia, e entregou-o fechado e selado à
Sociedade de Investigações Psíquicas de Londres, com ins-
iruções para riue somente depois de sua morte fosse aberto,
quando algum médium de confiança asseguÍasse ter rece-
bido dele (Já morto) a comunicação do que o envelope con-
tinha. Myers propunha, de lá do outro mundo, fázer todo
o possíüel para comunicar-se com seus amigos deste, dan-
do como prova da sua identidade a mesma -mensagem con-
tida no envelope. Não resta dúvida que esta teria sido uma
bóa prova de existir comunicação entre este mundo e o ou-
tro, por conduto dos médiuns, se tivesse dado resultado.
Sucedeu, porém, que quatro anos depois da morte de
Myers, a 13 de Dezembro de 1904, havendo uma famosa
médium inglesa chamada Mrs. Verrall, assegurado que a
alma desencarnada de Myers lhe comunicaÍa a mensagem
secreta, abriu-se a sobrecarta e verificou-se güe... o que
o Myers deixara escrito ttoda tinlw que vcr com o que a

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M Carlos lllada de Hercüa, 8. l.
Verroll escrcveta.automàti«rmente. E o Pior do caso foi que,
ao ver esta discordância completa, o bom do Sir Oliver
Lodge deu como solução, nd.o q.ue a Verrall se equivocaia,
mas q.ue Myerc sç, esquecera do q.ue tinlw deixado cscrito
tw sobrecarta... Pois se as almas dos defuntos assim se
€squecem de documentos tão imlortantes que hão de ser'
vir como provq inconcussa da sobrevivência e da interco-
municação dos defuntos com os .vivos, que memória terão
para outras coisas de muitíssiÍno menoÍ importância?. . .
Se o leitor deseiaf estudar este caso, pode ler Clodd, "The
Question", págs. 220 e 2?1.
Para terminar daremos outro exemplo parecido que
mrito deu que falar aos. jornais americanôs, recentemente.
Antes de morÍer, Houdini tinha deixado a sua e§Po§a
"uma chave especial" que ele procuraria usar do outro mun-
do por via dos médiuns, no caso de lhe ser isto possível.
Doii anos depois de ríorto Houdini, alguns médíuns disse-
ram terem recebido comunicações autênticas da alma de-
sencarnada do grande perseguidor dos Espíritas. Esta no-
tícia não pôde deixar de causar grande sensação entre es-
tes, e de interessar não pouco ao público em geral. Os re-
pórteres assediaram a Sra. Houdini com perguntas, e esta
declarou repetidas vezes que "por mais que tivesse feito
paÍa se pôr em comunicação com seu falecido esposo, nadc
lnvia conseguido, e que os comunicados que os espiritistas
tinham atribuído o Houdlni eram comptetamente fot§eis'.
'
Com,isto damos firn a este já longo capítulo, concluin-
do que: tendo sempre presente tratarmos ünicamente da
caus ordindria e constante, e não de causa§ extraordiwirias,
O Espiritísmo não é um loto comprovado, e, conside'
raô comô teoria, não tem valor algum científico.

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Capítulo XX.

Prolegômeno§.

Uma coisa é destruir e outra é desarraigar. Pode-se


muito bem destruir em poucos minutos um campo de trigo;
'amas, se não se desarraigarem as máB ervas, estas tornarão
reverdecer quando as chuvas e o sol fecundarem de novo
o solo que oculta a ruiz nociva.
Desarraigar as falsas noções e os preconceitos da mdn-
te de uma geração que com tais ideias se criou e se edu-
cou, é obra de gigantes. Por isto, apesar de todos os- es-
forços que temos feito para procurar "desarraigar" as no-
ções falsas que sobre o Espiritismo e suas causas têm cir-
eulado, como coisa corrente, não só entre o vulgo espiri-
tista como t4qbém entre pessoas üdas, e com razáo, por
ilustradas, não esperamos outro resultado imediato senão o
que obteve o Proteta Daniel por haver reVelado aos Babi-
lônios o grosseiro embuste dos sacerdotes de Bel: A Cavo
dos Leões...
Nem se nos esconde a força tremenda da "autoridade",
admiràvelmente resumida .por Ceryantes naquele passo que
alhures citamos, i que, por vir aqui muito a pelo, tornare-
mos,a copiar (Dom Quixote, parte I, cap. 32).
"Ora, vá pregar esse sermão a outra freguesia, res-
pondeu o vendeiro. Como se eu não soubesse a quantas ando
e onde me aperta o sapàtot Não pense vossa mercê que
me põe a papinha na boca, porque por Deus que não sou
nada néscio. Esta é boal querer vossa Ínercê dar-me a'en-
tender que tudo aquilo que-esses bons livros dlzem seiam
disparateo.e mentiras, sendo impressos com licença dos se-
nhores .do Conselho Real, como se eles fossem gente capaz
- de deixar publicar tanta mentira
iunta, e tantas batalhas e
en€ântarreü.tos, que tiram o juízo!"

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r :::}
i:j-

2§ Carlos fiúaria úe lleredio" &'l-


Estanos .dlspostos a sair à arena se Íormos atacados,'
mas pa?a lutar conr "armas corteses e nobres". Procurarne-
*aiudar a descobrir a verdade, enquanto for possÍvel, e não
propugnar nossas opiniões com teimosia e impeli-las avantê
contra vento e maré.
Após vários anos de estudos e ter-rdo discutido muitas
e diversas teorias que se hão excogitado para a explicação
de fenômenos metapsiquicos; depois de nos havermos con-
vencido de que a §ranãe riraioriã deles são produzidos por
fraude; depois de termos lutado püblicamente contra esta;
em Conferências sempre muito bem aceitas, em 1922 publi-
camos em inglês o nosso primeiro livro "Spiritism and
Common Sense", que no curto espaço de seis meses teve
duas edições e antes de um ano fora traduzido par4 o ale-
mão, para o holandês e para o português. Nesse livro pu-
blicamos o nosso juíz-o sobre o que, sem nenhu.ln rebuço,
chamamos de Teoria Diúólica e Teoria Espírit4, dando
uma ligeira ideia das teorias naturais excogítadas para ex-
plicar "o verdadeiro fenômeno metapsíquico", de cuja exis-
tência já estávamos convencido. Desde então redobramos os
nossos estudos, consult-amos inúmeros autores e tratamos a
matéria com as pessoas que nos Estados Unidos com mais
empenho se têm dedicado ao estudo dos fenômenos rneta-
psíquicos, completando as nossas investigações com repeti-
das experiências, a nosso juízo bastante satisfatórias. Des-
de que apareceu o nosso primeiro livro em inglês, o. qual
foi honrado com uma carta muito laudatória que, em nome
de Sua Santidade o Papa Pio XI, teve a bondade de es-
cÍever-nos Sua Eminência o Çardeal Casparri, Secretário
de Estado Pontifício, muitas pessoa§ nos pediram que o
traduzíssemos em espanhol. Entretanto, a isso nos recus:l-
mos sistemàticamente, esperando, com o tempor publicar
um livro mais completo em nossa língua rnaterna. Por isso
demoramos oito anos até publicarÍnos o presente livro, no
qual o leitor eücontrará não*só um estudo mais acabado
no que se.refere à matéria em geral, como tamMm várias
das nossas experiências, iá s'ufkientemente maduras para
veÍem a luz púQlica. As doutrinas que neste livro ProPugna-
mos são bem conhecidas não só de mais de trezentas niil
pessoas que assistiram às seiscentas e ünte e quatrc con-
ferências que fizemos nos Estados Unidos, À{éxico e Amé-

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r.'ô-.
As Fraadee ÊFetúas e os Fenômertos'.i{ct4pstquicoo {gz
:a do Sul, como aindados leitores de muitíssirnos lonmis
revistas norte-americenât, os quais,
a --' , com
_---- aflauso,.-derdm
_r-----,
lftpr.em.suas colunas aos Rossos artigos óbre tão inte'
resmnte matéria.
. Quisemos abrir aqui este p:irêntme para os leitores've-
. rem'que nos não abalançamos a escrever sem preparação
prévia e conscienciosa, e que tratamos a matéria nãó a ten-
rio aprendido só em llvros, mas tarnbém na prática. O pre-
sente livro leva esta vantagem sobre outros anteriores, que
,,' só foram escritos "sob relerências". Nem quiseros i"iet
estas observações no Prefácio, a que parecem pertencer,
pelo reeio de não serem lidas, iá que é costume gtral de
-muitos leitores não lerem prefácios.

.' .Com estas advertências, passemos adiante.


Se nos tivéssemos contentado só com procurar desar-
, raig11 ideias que nor pareiiam falsas ou pr..rn.eitos que
considerávamos nocivos à verdade, a nos§a obra, embora
meritória, teria sido muito incompleta. Com sobela razãa
,.De acorito,
9! Ieitores sensatos'teriam dito: admitimos que
!tâ muita fraude; mas afinal há algo que é verdadeiro. pàis
'bein, se a causa ordinária e conltante desses fenômenos
'. verdadeiros ,não são as almas dos defuntos, e se não é o
diabo, qual é então?" Havia, pois, que responder a esta per-
. gunta, e não com indeterminações; por isio dedicámojnôs à
experimentação, com a resolução de não publicarmos o nos-
so livro se não achássemos uma respoita que dentro do
que nos propomos fazer nos capítutos seguintes.
Há u.m grande número de teorias naturais excogitadas
paÍa
- Tantoexplicar os fenômenos metapsíquicos; a razáo ióbvia.
- a Teoria Diabólica como a Espírita são muito sim-
ples, quero dizeç de manejo muito símples.
Trata-se, poi.exemplo, de uma mensagem sobre algu_
ma coisa que acontece num lugar.distanteJ para o dia-bo,
$' guem nos contam que anda por toda parte, não há di-
ficuldade alguma em sabê-ta e- comunicá-ra. outro tanto
sucede com as almas. dos defuntos, das quais nos dizern
- serem oniscientes ou, segundo Conan Doyle, terem uma
-
magnífica biblioteca de referências para õonsültar. Logo
_ averiguam tudo.
Trata-se do movimento de uma mesa, de aportes de

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-'.ffi -Carlos llada dc Heredia, -§, l.
otlptos diversôs; não há. diÍiqtldade, o diabo põe-se em-
rnovimento rylicàndo "activa passivis";.e; pelo que diz res-
peito às almas dos defuntos, elas verão.oomo o Íazcrt, Ínâ§
fazem dançar a mesa ou tocam pandeiro; também úe há
.dificuldade. E o mesmo se diz de todos os outros Içnôme-
flos, quer físicos, quer mentais. O diabo pode quase tudo,
,consoante os que sustentam esta teoria, e o mesúno crêem
'os espiritistas sobre o poder dos defuntos, âos quais atri-
ôuem esses fenômenos. Mas, quando se trata de dar uma
explicação natural, cada classe de fenômenos admite diver-
.sas teorias. Daí que, enqu-anto Crawford diz.que, se uma
{nesa se moyo, é porque sai do corpo do médium uma eB-
pecie de braço tubular formado de ectoplasma, que a le-
vanta, Crooks atribui o mesmo fenômeno a "fôrças psíqui-
cas invisíveis" que operam à distância.
A -teoria do "corpo astral" é muito favorecida. Esta
'teoria não é nova, pois desde tempos imemoriais alguns
acreditaram que a alma, ao sepaÍ:rÍ-se do corpo, leva con-
sigo uma espécie de envoltório que, sem ser matéria prÔ-
priamente dita, mas sim algo de etéreo, tem a P1óp1ia for-
ma do corpo material. Destes coÍPos fala amiúde Catarina
Emerick nás suas famosas'revelações; por esse§ corpos, a§-
segurava ela que sem diÍiculdade se podiam reconhecer as
pessoas defuntas.
Segundo Grasset ("L'Occultisme d'hier", cap. VI[]'
"da meima maneira que o carbonato de soda une duas coi-'
sas tão diferentes como o azeite e a água (sic), para pro-
duzir o sabão que é uma substâneia homogêne4 assim- o
corpo astral unà o azeitp espiritu4l corn a água material,
Íazàndo um sabão vital". Embora a química desse bom se-
nhor ande algo transtornada, quisemos citá-lo Para que se
entenda o quã elgs chamam "corpo astral'!. Pois bem, des-
se coÍpo astral saem radiações, às vezes luminosas, ,às ve-
zes escuras, quo pr-oduzem .o§ efeitos luminosos ou dinâ-
micos observados nos fenômenos metapsíquicos. E, quan-
do os corPos astrais de dois seres vivos, saindo Íora à
maneira de tentáculos, chegam a tocar:se, as §uas impres-
sões se comunicam como sl fosse por meio de arames' O
ectoplasma é a matéria de que se Íorma o corPo astral'
Por itÍso consideram tão importante o seu estudo os que se
dedicam- aos feoômenos mltapsíquicos. Quando invislvel-

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ás Frauda lBeÍ{tr4s c os Fca6n$aôs ü}etup$quicos Jg9

mente sai do. corpo htuta«) vivo, esse ectoplasma pode pôr-
F em comunicação não só com outro corpo vivo, como ain-
df, com um espírito desencarnado, o qual, apesar da de-
serrcarnação, ficou coÍn a sua coberta ectoplásmica.
O famosíssimo físico inglês Sir Oliver Lodge escreveu
um livro em que, a propósito das comunic.ações Q além-
túmulo feitas por seu filho Raimundo, nos Íala do corpo
astral, como o considêram no.outro mundo.
"Meu corpo", diz Raimundo, "é muitg semelhante ao
que eu tinha antes (de morre..r). Belisco-mq uma_s vezes a
lver so ê real, e o é sim, mas não me dói tanto como quan-
do eu beliscava meu corpo de carne".
"Tenho também pestanas e sobrancelhas e língua e
dentes. E acaba de sair-me um novo dente (Raimundo mor-
Íeu na guerra já taludinho), no lugar onde me caiu o ou-
tro (enquanto vivia)". (lsto é uma terceira dentição astral).
". . . quando na gueÍta algum corpo material é despe-
daçado (por uma bomba), custa muito trabalho ao coÍpo
astral iuntar de novo todas as suas partes para ficar com-
pleto. Para ajudar neste e noutros casos, como de queima-
duras, temos aqui "espíritos-enfermeiros" qpe ajudam..."!!!
(Raimundo, págs. 194, lS).
Como se vê, todas estas teorias são antes para pro-
curar explicar a prte /Ísdco dos fenômenos metapsíquicos.
A nós estes interessam sômente quando se relacionam com
a parte intelectual ou Mensagem, e por isto não insistimos
mais nestas explicações.
O que a nós Rqs importa é a Mensagem, e daÍ nos de-
dicarmos a estudar a única teoria natural quq parece ex-
plicar este fenômeno: A Telepdtica.
Ainda que os fenôrnenos que hoje -chamamos telepá-
ticos seiarr conhecidos desde tanpos imemoriais e sua exis-
tência tenha deixado um sulco muito assinalado na história
de quase todos os povos civilizados, todavia o seu batismo
com este nome, que agora nos é familiar, é de época mui
recente. Myers, q farmso psiquista inglês, um dos fundado-
res da "Society of Psyúical Research'i de Londres em 1884,
foi quem formou de duas raízes gÍegas a palavra teleptia,
isto é, sensação à disttlncia. Tinha ele observado uma por-
ção muito nuÍmÍosa de'fenômenos de transmissão mental
que não tinham um nome determinado, e, não achando ou-

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tfo:mêlhdrr :deu-lhe o citado, que twe sorte. Poucas pe§.
sbas entendem o que esta palavra significa cientificamente,
e, sem embargo, qualquer pe§soa de mediana ilustiação pa-
rece entender deSde logo o significado geral desse voeábulo.
Como diz muito bem Riclret: "Quase toda a metapsí-
quica subjetiva pode reduzir-se ao só Íenômeno que o§
magnetizadores de há urn século chamaram luéidez ou cla-
rividência (Hellsehen), denominado na atualidade, com âl-
gumas variantes no sentido, telepatia, e que eu propus cha-
mar oriptestesid' ("Tratado de Metapsíquica", cap. II,
No. l).
As provas da existência dos fenômenos vulgarmente
chamados telepáticos são tão numerosas e bem cqinprova-
das, que não há razão justificada para duvidar dela. Fa-
lamos da existêncio do fenômeno, e não das hipótescs co-
gitadas para explicá-lo, o que já é coisa muito diferente.
Há atguns anos "duvldava-se de que taii Íenômenos
existiçsem"; mas, devido ao labor pacientíssimo, ordenado
e científico da Sociedade de Investigações Psíquicas de Lon-
dres,'foi catalogado um número tão crescido de fenômenos
desta espécie, que já não é razoâvel duvidar da sua exis-
tência real. Basta peÍcorrer sumàriamente os iá numerosís-
'simos volumes dos "Proceedings" e o "Journal" publicados
por dita Sociedade desde 1884t pâta convencer-se do çie
indicamos. Outras sociedades similares fizeram a mesmà
coisa a exemplo da inglesa, aumentando assim as provAs
da existêncio dos fenômenos em questão;
+tA grande maioria desses fenômenos catalogados são de
caráter "epontâneo', embora não faltem muitos exemplos
de fenômenos "provocados'r para o estudo experimental dos
mesrnos. Esses experimentos têm sido levados a efeito cien-
tificamente com "percipientes" diversos, em condiçtões dis-
tintas e com resultados vários. De agora ern- diante chama-
Íesros percipientes (e não mfiiuns) os indivíduos de'gue
os psiquistas se servem paÍd a experimentação, com o in-
tuito de afastar a ideia dos espíritos, que náo taz senão
perturbar todo critério científico e a consciência delicadá
de alguns leiüores; além de, por outro lado, ser esse o nome
cientÍfico que atualmente se dá a tbssas pessoas por mêio
das quais se produzerm esses fenômenos,mfurais.
E' tão geral a produção do ftnômeno telepático, que

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. .: -: . -- :

Ás frairZd=üi@á; c .os Fenlmenos;áqoi$qateos Sl


:,, -=.glaçe"todos nós tenros..dguns que referir, seja.por expe-
'
i;.., *ryla própria, seia pelo testemunho de pessoas perfeita-
;1'' .. mçnte respeitáveis, que não só não mentem, mas que refe-
I.'. rem com exatidão a verdade dos fatos. Quantas vezes não
i: ' tqnos ouvido relatar casos çomo o seguinte: L-
j 'fMeu pai", dizia-rne um amigo meu, ."g13 muito rigq-
rolso @nosco, e nunca nos atrevíamos a desobedecer-lhe no
, mínimo que fosse. Um dia ele me chamou e me disse: "Re-
ebi
' necessário carta
uma do administradoi da nossa fazenda X, e é
que você vá imediatamente e não volte.enquanto
não tiver deixado completamente arraniado este assunto.
Você. terá.rque ficar na fazenda pelo menos uma semalra;
tome o dinheiro de que precisar e telegrafe logo para que
o
, esperem na estação". Parti naquela mesma noite, dei-
. ' .trando meu pai em perfeito estado de saúde. Ao chegar à
estaião, já me esperavam ali os Çavalos, e o.administrador
começou a informar-me do assunto. Não havíamos andado
duas léguas quando se apoderou de mim uma obsessão es-
trariha: "voltar quanto antes para iunto de mêu pai". An-
- &i mais um quarto de légua, porém foi-me impossível re-
pelir aquela obsessão. Puxando o relógio, vi.qué havia tem-
po suficiente para voltar à estação e to.mar o trem que des-
Gia. Apesar de estar persuadido de que minha volta repen-
tina $avia dê causar a meu pai um desgosto muito sério,
&çidi:me a -voltar, com pasmo do mordomo, a quep dei
minhas instruções para aguardar a minha volta. Enquanto
esperava o trem, passei um telégrama a um de meus ir-
mãos,para preparaÍ meu pai dizeridô-lhe que, por uma cau-
,, sa inesperada, eu tinha tido de voltar e em breve lhe ex-
..-,', pHcaria as minhas razões, pedindo a meu irmão que me
fosge qspeÍaÍ nL estação. Ao chegar a esta, não encontrei
ninguém, o que me fez recear. Cheguei à minha casa e en-
oontrei todos alarmados. Na noite anterior meu pai tinha
sofrido um ataque, e o médico não dava esperanças de vida,
wboi'a meu pai -esüvesse em seus sentidos perfeitos. Che-
guei ao quarto dele e ele me recebeu com um sorriso amá-
vel,. 'l6r1u"Íam a você?" disse ele. Respondi-lhe que .sirn,
r-' para dizer alguma coisa. Poucas horas depois meu pai mor-
ria em meus braços. Per-guntei se alguém me tinha passado
dgum telegrama, e responderam-me que não. Quem então
qe havia chamado?'f

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WZ . ':.' Carlos Moria de Heredio, §. ,.
Não darnos outros exemptos Por pareaer-hos inútil. §c
alguns'"c-ientistas" duvidam da Telepatia, estamos ürto§
de que a maioria dos nossos leitores a terão, como á temos
nôs, por um fato.
Embora em muitas ocasiões se dê o nome de Telepá-
ticos aos casos de Ctarividência; não se deve confundi-los,
tanto mais quanto estes não estão tão bem comprovados Éo;
mo aqueles. Há provas em bom número Para cÍer que a
Clarividência existe, mas não de tal sorte, pelo menos até
o presente, para se ter este fenômeno como suficientemente
comprovado.
Citaremos um exemplo gue nos fará entender a. dife-
rença entre os dois fenômenos.
Um percipicnte em estado de transe diz: "Eslou vendo
um quarto grande com uma clarabóia no teto; parece umr-
biblioteca. Na segunda estante, entrando à direita; e na
quarta prateleira dessa estante estou vendo um livro com
capa de pergaminho. Entre as páginas 123 e 124 hâ uma
grawra em aço que rePresenta o incêndio de Roma. Neio
está sobre um muro com a lira na mão. A traça comeu
várias partes dessa §ravura". Supõe-se que ninguérn saiba
da existência desse pergaminho nem muito meno§ se co-
nhece a gÍavura, etc. Pois bem, os que pÍocuram explicar
tal fenômãno pela Clarividência sustentam que o pe-rcipientc,
Vidente neste caso, tem a faculdade "§upranormal" de ver
à distôncia, no espaço e no tempo, coisa§ ou §ucesso§ serrÍ
que o objeto envíe emissão alguma. O vidente uê, através
da matéria, do espaço e do tempo. No caso da Telepatia
"supõe-se que o obieto emite radiações ou cnvia ondas' que
são- interceptadas pelo percipidnte e convertidas em sensa-
ções gerais (sentimento como no caso primeiro), auditivas
ou vi§uais. No caso de Telepatia que citamos, supõe-se que
o enfermo inconscientemente enviou uma série de oada§
que, interceptadas pelo filho, produziram neste a obses§iúo
de voltar qúanto antes para iunto do pai. Agora !íe mos
metemos a discttir nem üm nem ôutro caso, citamo-log aPe-
nas como exemplos para distinguir o que se entende por
Íenômeno tetepático e de clarividência. No priryreiro há um
agente'transmissor que envia alguma coisa. No segry&
não há transmissor, ienão que o Vidente vê, §em reebÉÊ-
influxo algum do obieto. Ambos os fenômenos supõem-se

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ás Fratües EupÍnTas e os Fenâmenos ltetapslqaicos flI3: '

produzidos sem o iaiemençdo dos sentidos normtds, mâ&,


sim por outro meio ainda desconhecido para'nós, ffias QU€;
certamente deve existir. Daqui definir Myers' a Telepatia:
"A transmissão extranormal de informação de uma mente.
a outÍa".'
Gurney, Myers e Podmore, depois de reunirem um nú-.
mero muito grande de casos telepáticos, sensórios, auditi-.
vos e visíveis, concluíram:
I ) Que ditos casos se verificam com tanta frequência,.
que não podem ser atribuídos à casualidade.
2) Que na maior parte dos casos a explicação inais:
provável era a transmissão de uma impressão de uma men-.
te a_outra que, por um processo especial, produzia no,
percipiente uma alucinação sensória, auditiva ou visual.
Com estes dados gerais já poderemos procéder à ex-.
ptanação da teoria que nos paÍece mais verossímil para ai
erplicação do verdadeiro fenômeno metapsíguico provocado._

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Capítulo XXI.

Ambiente Propício.
E' coisa bem sabida que os médiuns u§am em sua§
sessões de alguns acessórios que, segundo eles, são ou rte-
cessários'ou muito conveniente§ Para à produção do fenô-
meno. Tais são a escuridão, a ideia da morte, uma músicq
monótona de tom religioso, a passividade dos experimentà- '
dores, a uniformidade de opiniões dos presentes e outras
coisas desse gênero. Para muitos, tudo isto é pura fraud§ '
e muitíssimas vezes o é; mas, se se estudar o cam deti-
damente, pode-se chegar à conclusão de que, para a pro-
dução do fenômeno verdadeiro, se requer que tanto o mé-'
dium como os experimentadores se achem "num estado de
ânimo especial e num ambiente propício", para cuja forma-
ção auxiliam os acessórios que mencionamos.
. Cumpre ter presente que o fenômeno que procuramo§
provocaÍ não é físico, porém mental, e que está ou Parece. -
estar lntimamente ligado com a mente subconsciente do per- =-t
cipiente como com o terceiro arquivo dos expérimentadoreq
Pois bem, para que "o terceiro arquivo" funcione, Íequer-
se pelo menos certo estado de ânimo, "to bg in a mood";
como dizem em inglês, que disponha a mente subconsciente
para operar. Para melhor nos fazermos comPreender, rdire-
mos que o estado de ânimo mínimo que se requer Para
operaÍ favoràvelmente pode-se equiparar, em certo modo, a
isso a que se chama "inspiràção" poética, musical, artística,n
etc. Não basta ser poeta, músico ou artista, para produzh
obras originais, íequer-se "estar de veia", achar-se inspira-
do. Inspiração essa que é obra principal, senão'única, da
mente §ubconsciente.- Pois bem: esse estado de ânimo havia- .=ã,
se produzido até agora pelos métodos supra-indicados,' e
em especial pela ideia da morte, lntimamente unida com a
recordação'dos defuntos. Como veremo§ mais adiante, quan-
do o terceiro arquivo Parece resolver-se sob o influxo de

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Ír,:: :..-

.. : --1::..r:!!':-. :-. .1
, r--{:- * .

,; p7*4g3;5§iih{Íüs

#,,-Uertoq estímulos,unt pqrção de impress6eq- àsquêti&r -e


-
llf *TÍ1
r',, aUo com ry*. :: ÍlT.y:
ativiUade :*:t^T-
inusitada, procurando
- T-'r9i1 - l'HT
vir à tona. Basta
*::.','reüetir üm pouco sobre o que muitos leitores terão experi-
li
;Í:::-,. 1t**Odo por ocasião da morte de um ente queiido. Quan-
..'-. t4s recordações não nos vêm então à memória! Muitos fa-
;r. toe olvidados, alegres e tristes, que se retacionam com o
.' ftnádo, ágtam-se na nossa mente. Nessas' circunstâncias,
.. nesse estado de ânimo, qualquer úieto pertencente ao de-
,,1 . tunto, e
que noutras ocasiões nada tqria significado para
',1 nôs; faz reviver muitas recordações. Às vezes estas não são
..' tristes e carinhosas, senão antes bem sorúreados por so-
,' :- pitatios rancores. Se nestas cifcunstâncias, se neste e'tado
de ânimo uma pessoa vai consulter um médium, este, re-
cebendo do consulente a comunicação subconsdiente dessas
igrpressões que forcejam por sair à superfície, lhas devol-
.. verá em Íorma de mensagens envíadas pela alma do de-
,.' Íunto!Í! Porquanto, assim coÍRo nesse estado de ânimo pon-
:.-,, , do.s a sonhar e a falar, essa pessoa revelará muitas das
f.i:.. impressões que se hiío revolvido poÍ causa da morte da-
l;. quete ente querido; assim também, por um processo tele-
-.; 'Ínédium as mesmas impressões que este, por sJiI vez, tor-
:: ' nando-as conscientes, atribuirá à alma do finado. Estas im-
i..,. pressões que'fervilham ativamente durante deter'minado pe
' entu ríodo, excitadas pelo pesar que causou a perda daguele
,-' querido, pouco a pouco se vão retirando para os e§-
'r::' euÍos recessos de onde saíram, para ali ficarem olvidadas
-,: de novo Por causa disto, quantôs máis dias se passam e
::r,, ,qüando, devido ao retorno à vida ordinária, se vaj esque-
::-. çsndo o morto, tanto menor é o núnero de "comunicações"
. teoebidas pelos médiuns, até que, após algum tempo, elas -
paÍecem çressar quase por completo. Isto os espíritas atri-
bugl ao fato de a alrna do defunto ir-se distanciando de
nós, subindo a planos mais elevadosll
Mas havemo-nos adiantado indêbitamente.
Para achar-se em estado propício "para transmitir im-
.., pre*sões', balta gralquer excitação extraordinária da men-
,
.. . têi por exemplo, uma preocupação sobre assuntos financei-
,. Íos; sobre o estado de nossa saúde, etc.
ftedcr E.plrlt* - 20

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306,

. Um emryo meg que se achava +rn dificuldadea Pe. 'r-i.


cuniárias, poÍ causa de certos negócios que tiúa erÍPÍeen- : '.
dido, contàva-me como, tendo ids consultar um mêdium,
este lhe deu um conselho muito acertado que o salvou da
sua precária situação, atribuindo e§te conselho à deÍunta
avó do consulente. Tendo-lhe eu feito hàbilmente várias
perguntas, cheguei conhecimento de que esse. -conselho .-:;
-ao
que o médium atribuía à defunta avô era exotamefite o i,
mesflD que,a esposa do consulente lhe dera dois aflos antes
e de quà este sà esquecem por compleÍo. Quando o liz cair
n, conta deste fato, ele não pôde deixar dd rir-se e de ad-
mitir como provável a teoria de "poder ele mesmo, incons-
cientemente, havê-lo telcpatizado" (permita-se-no§ este ter-
mo em {avor da clarcza).
Noutra ocáião, contava-me uma senhora coíno se ha- ,

via curado de uma doença do estômago tomando um rerÉ-


dio aconsethado pela alma de uma sua tia defunta, evoca-
da a pedido dela.por um médium. Feitas as minhas inv*
-à como no caso anterior, resultou §er e§se remédio o
tigações,
qõe consulente dava sua mãe, quando ela era meíina,' e
oom o qual eta sempre melhorava. Fato que a spnhora tair=
bém havia esquecido
O' prodígios do "terceiro arquivo"! | ,
Deste e de muitos outros casos deduzimos que,_ qud-,' .

do menos par4 "facilitaÍ" a produção do Íenômeno, e131" ''':


preciso que t'o.transmissor" se àchas§e "prêviamente" qüm
estado de ânimo tal que, de um modo ou de outro, rom:,
pesse o equilíbrio em que iaziam as impressões Íicadas parâ'
trás no "mnemoarqueion" t, pãta que estas, ao saírem para
fora, pudessem ser mais fàcilmente interceptadas pelo apa- .-:i,
relho receptor do percipiente.
Supomos que, ao chegar a este Po4to, senãÔ antes, o..,
leitor terá desejos .de que lhe expliquemos cientlficamenle--
não só em que consiste o fenômeno §e que tanto falamqr, -
como também a teoria para explicá-lo. Cederemos, poiq aos
seus deseios.
Temos de um lado um diapenwr nental, e do.outrp
um ,p.erceptor. O diapensor irradia uma impressão,assinêi-'
1) AÍquivo da orcmória.

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;
. :}{i:.-:{:i::.:
;1::r1_;i!!i.:.
,---:'a-i+:_
-.,-
-'
,
: ''- - a
ás frariltiÊi$iàjnas c os Fat&Ítiltus-ttctapstqürrs. #t
ii.:l
.
. {gca. tpte o perceptoÍ .íntercepta, e, tornando-a siíêid*a;
i'-r'Eansmite-a aislêticamente ao diapensor.,
:' ." Com isto'fica expllcado cientlficamente tanto o Íenô-
1.- meno qímo a teoria. -
Por experiência sabemos que o perceptor é muito mals
r serlsÍv€l a influências externas (provenham estas de um es-
pírito quer não encarnado, quei- desenôarnado, quer encar-
' nado) quanrlo se acha num estado anormal ou semi-anormal
deuido à hipnose ou ao transe (completo ou incompleto).
- S$emos igualmente que, durante o fenômeno, sua áção é
assinéidaca, e não controlada pelo Eu consciente, de sorte
que, no que respeita ao perceptor, todo o fenôtneno é asSi-
néidaco,
Pelo que respeita ao diapensor, acabamos de ver que
ele irradia assinêidacamente com mais facilidade quando o
'Eu se açha num estado de ânimo que favorece o desequi-
Iíbrio das impressões que se encon[ram nos substratos Qa
mente subconsciente em estado de cóimesis.

i A esta pergunta, que nós mesÍRos nos fizemos. repetidas


,. :ve!€s e por longo tempo, respondemos agora oom o resul-
tado que nos deram as nossas experiênciai por meio de ex-
i::,eitantes microaromáticos.
Para aclarar as ideias, vamos estudar os diagramas
respectivos qu-e nos dão uma ideia de como é que ãs três
teorias: l) Diabólica, 2) Espíriüa, e 3) Tdepaiica, expli-
cam a transmissão da meqsagem a Antônio que tomamos
:)
- .. emPam Íacilitar aoa leitorrs a intelic€ncla desta definicáo
fcita trernros'tienttficoE', (leia-oe: com-óã-ir"iãs tiladas-ô-iÊ
sv órs-
g9),_dâta-anoa aqui em iernió-vruearcs-á injàii&ôCrw
- "Temoa de um lado a pssoa que (eupomoe) transmite mm_
talm#, e do ortro um peiceptor (que'ii'aaberíoJã--õ;-ét:-'ô
traneoksor qÊnBt. (errpomor) irradià' umâ lmpressão - iiimsííàníc
g tpraando-a con*imte,,por meío dos
9r,,9-!el_rgp!oÍ..inteÍcept:a,
sct tuos tnansmlte-a transmissoru.oo
Eeta é uma das vantagens dos teloros técnicos, tornar obmurae
vulgo as exprtceões nrab einples, dando.ltg um il-ciã;
ffiá.o
rygqge pes«la sê. a$usta quaado lhe asreguram que ,da
^-_
r@._o Ít(lenDo inÍlamado,,, meg leva um sügto déscoouúâ se o
.médco llrc diz que tem péritoiite.-..- quã
1-- signiíici;úúra"rôaõ-aõ
rtdmho". --c

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comô protólipo,-Pelo §uPosto, §ó dues.Pe§soAs tin[an e
nhecimento do fato a que a men§agellr se refere:'a üa'de
Antônio, morta, e Antônio, vivu, embora inteiramentg es-
quecido do sucedido, até que este lhe foi reaviva& na
memória pela mensagem recebida poÍ intermédio & Pet-
ceptor.

/.-
\
'r'Il
lhs .4

II
.TEORíA. E SI'{RITI§TA
T
l-§
/a

i]- ,-
IIIJ 'IüIPATICA.
Ic'

Dlrgrluro d.3 tttt tcoilr!

No primeiro diagrama temos oo quatlo geres intelectuais


que se supoe tomarãm parte no desdobranrento do fenô-
À*o. O frimeirq Antônioi temo-lo represertdo pda letra
A; o peóptor por P, o diabo Por D, e a tia de'Antônío,
defunta, por T.

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Is Frci&:t.p&iras a'os FeiúÉiaaes.lfrúapd@oc e
i-.. Funi'innammtoj O Dernônio, D, recebe da tia T a
:'-'irotlcia da mensagefl, t. (Também se pode supoÍ que rer
cebeu a mesma notÍcia de Antônio, A.) O Diabo, D, oPe-
Íando sobre a mente subconq$entq .I, do perceptor,..P, co-
.mr$ica-lhe a mmsagem M. Esta mensagem M passa'.da
tn€nte subconsciente I do percrcptor P para a mente cons-
'ciente do mesmo, C. Então o perceptor P comunica a men-
sagem M a Antônio A, por meio de um dos sentidos S, e
Antônio recebe na sua mente consciente C a mensagem M
- por üm de seus sentidop S. Enquanio isso, a mensa[em M
'conhecida, embora esquecida, por Antônio, permaneceu na
mente, subconsciente deste, I,
sem haver intervindo em nada
no fenômeno. Sômente depois de gecebida a mensagem M
é que Antônío se lembra do fato e o declara verdadeiro.
No segundo diagrama, temos a explicação do mesmo
Íenômeno segundo a Teoria Espírita. Este caso só difere
' do anterior em que o Diabo não entra nele em nada. O
espírito desencarnado da tia de Antônio, T, é que direta-
mente se põe em contacto com a mente subconsciente do
_ perceptor P por meio do corpo astral, significado pelo nim-
bo que rodeia T e P; e éste (como no caso anterior) co-
munica a mensagem a Antônio, seguindo o mesmo caminho.
;' No terceiro diágrama temos a explicação Telepática.
i: Nesta brilham pela ausência tanto o Diabo como a tia de-
: funta. O fenômeno verifica-se ünicamente "entre dois es-
píritos encarnados", o -de Antônio e o do perceptor, do
modo seguinte:
- Funcionamento: Da mente subconsciente de Antônio, I,
onde se acha, embora esquecida, a mensagem M, pela ação
de um estímulo determinado, sai em direção à mente sub-.
congciente de P I, sem que Antônío se dê conta desta cmis-
siÍo. Da mente-i[consciente de P M Passa, pelo mesmo pro-
ctsso que nos casos anteriores, à mente consciente de P C,
e deli, por intermédio dos sentidos S' e S de P e de An-.
tônio, é recebida na mente consciente deite "com grande
admiração", pois ele iurâ e torna a lurar que não teve
nada que veÍ oom esse assunto, iá que "não tiúa trtns.'
mitído nada" ao perceptor... A terra não se vê moveÍ, e
cotrto& se move. Das ações.subconscientes, quan& estas
o são estritamente, em absolüto não nos damos corta, .co-

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L.-

3tO 1. _ Csrtos fraria de Haeüa, §' ,.


mo üm sonâmbulo não se'dá conta do que fez durante o
sonho.
Destas teorias, po,is todas três são teorias, escolha o
le,itor a que melhor lhe convenha, apenal devendo ter pre-
sente que "o agente que escolhet" deverá ser considerado
a aauil ordindria e constante dos fenômenos desta es@cie
prowcados pelo perccptor,
Já vimos anteriormente os fundamentos das teorias -
Diúólica e Espírita, breve veremos os "fatos" que militam
em.favor da Hipótese Telepática.
Tenha o leitor pre§ente que propomos esta explicaçáo
nãa como um foto comprovado, mas como umo leoría, mais
ou menos provável, conforme convenham ao leitor os "fa-
tos" qqe p'ropoÍemos, tirados, não dos livros, mas da nossa
própria experiàrcia.

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CapÍtulo XXII.
..

' Conta Eckermann que um dia Coethe foi visitar


§chiller e, não o encontrando, entrou no gúigete dele e
sentou-se iunto à escrivaninha para escrever algo que lhe
havia ocorrido. Dentro em poucos minutos sentiu-se indis-
potto, e o mal-estar foi crescendo a tal ponto, que ele
.quase desmaiou. Não sabia
a que atribuir essg acidente,
para ele tão estranho, até que reparou num cheiro Insu-
portávcl que saÍa de uma das gavetas da escrivaniúh.
Abriu-a e ficou pasmo ao ver que estava cheia de maçãs
podres. Correu à janela para respirar o ar fresco, com'o
que bem depressa se restabeleceu. Nisto entrou a esposa
de Schiller, que informou a Ooethe ter sido ela guem pu-
serp ali aquelas maçãs, deixando-as apodrecer porque seu
, §pos, o grande Schiller, não podia escrever inspirada-
mente se não respirasse aqueÍe pestilento cheiro de maçãs
podrrs.
a Musa de Schiller deve ter sido Pomo-
Sem dúvida,
na... depois de morta. *{qui temos um exemplo de como
um cheiro (no caso presente, fétido) pôde provocar o es-
tro poético num homem da estatura de Schiller, ertquanto
que por pouco o mesmo fétido faz perder os sentidos a
um-homem do porte de Goethe. Em ambos os casos houve
uma perturbação mental, benéfica para o prirreiro, iá acos-
tumado a esse fétido, e daninha para o segundo, a ele não
acostumado e ainda mellos em tamanha quantidade. Su-
ponhamos que esse fétido tivesse sido pràticamente lim-
- perceptível". Nesse caso, não podendo produzir em Goethe
um desfalecimento, poderia ter-lhe causado um momeRto
de inspiração? Não sabemos; mas de.qualquer modo de-
. vrria terlhe produzido uma perturbação mental.proporcio-
.nadâ à imperceptível quantidade de ar infec{o aspirado,
que bem pode ter causado nô poeta uma reação favorável,

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312 . Cailos lilaria de Hereüo, S, !. :

:no €sülo horneopático. Enquanto uma quantidade mÍnima


de álcool é sgficiente para lazer veÍsejar um "pioibicionir
ta", de nada serviria-a um Fernandez y Gonzâlea que prÊ
cisava ingerir grandes quantidades-paÍa escrever suas n(>
velas.
"
Assistíamos um dia a uns experimentos de PsiçometÍia,
com um percipiente muito notável. "Psicometri a", diz o
nosso amigo Mr. Walter F., Prince, "é o nome, pouco feliz,
que se dá ao fenômeno, por cerfo ieduzido a número pe-
queníssimo de pessoas, consistente em que, ao contacto de,:
um obieto, o percipiente pode, durante esse contacto, Íazer
uma série de descrições concernentes à pessoa a quem peÍ-
tence o obieto, falando de Íatos que não têm relação al-
guma com o próprio objeto". Chamou-nos muito a atenção
este curioso Íenômeno, iá observado antes em Mrs. Piper, a
grande percipiente bostoniana, sobretudo ao yeÍ .que, apli-
cando ao nariz do percipiente um lenço inteiramente limpo,
embora iá usado por.uma pessoa que ali não estava pre-
sente, mas a quem conhecÍamos, começou a dizer coisac
muito particulares do dono do lenço, fatos conhecidos por
vários dos presentes.
Nessa ocasião ocorÍeu-nos' usar do sentido do olfato
para provocar o fenômeno metapsíquico, em vez de usar.
os meios comuns. Desta sorte eliminávamos de uma rrot =
tudo o que se referia aos defuntos, produzindo "o ambientç
propício" por meio dos odores, e desde' logo começamos _a
trabalhar neste sentido, esperando desterrar completamente
das nossas experiências toda ideia e pÍocesso espírita. Lon-
gos e infrutíferos foram os nossos expen'mentos, usando
neles de odores "fortes', recordando a Sibila de Delfos,
que aspirava os gases saídos da Íurna, para ,inspirar-se, e
a Tiburtina, gu€, para profetizat, aspirava a fumaça pro-
duzida ao qudmar as folhas secas do louro. Os casos que
a seguir reÍerimos deram-nos
i-j:-
- assim.o quase
ve do segredo.. Deviam-se usar'odores
cÍemos
- a cha-
imperceptí:
veis, para produzir devidamente o fenômmri telepático.
E' coisa muito conhecida a íntima relação entre a me-
mória e o olfato, Os odores, sobretudo fortes, produzem em
muitos çasos amnésia; isto é, perda da mernÔriq pelo me-
nos,transitôriamente;. ent compenfção, noútrog §ssog forta-
lecem a memóÍiâ. Seja conro for, uma coisa que a fils§a
própria:experiência nos ensina e não se pode'negar é ,a

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rls c os FcaüiacnÉ flcta4i$Íifrs 3t3
- t hÍhe*ia trtmendi Cm odores para reavivar tembranças
.,' etsreddas: Os odores'üqr força especial, muito superior às
,' ccnsaçües auditivas ou rrierais, para nos excitar a memória.
,.' E'olsa curiosa .é que as rrcordações que rnais geratmente
parecem ser reavivadas pelos odores "são as primeira'
i ' : Sle tais odores nos excitaram na mente, ou aqueles em que
. s'odor está ligado a algum Íato mais impressionante da
nossa vida. O aroma das gardêniae,.tão comumente usadas
. nas regiões tropicais para enÍeitar as sepultuÍa§, em forma
de coroas fúnebres, ou em fon1a de grinaldas para orna-
mentar as igrelas nos casamenbs, em lugar de excitar na
memória de um amigo nosso a lembrança de tantos casa-
mentos ou enterros a que havia assistido, Iembrâva-lhe sem-
pÍe uma. "tEige de galos", a primeira que viu em sua vida,
em Córdoba (México), onde também pela vez primeira o(F
, nhecera e sentira o aroma das gardênias.
O cheiro tão "característico" do queijo Linberg desper-
i_ tava tenazmente na memória de urna senhora, õonheêiaa
t'" nos§a, o dia da inauguração de uma grande fábrica de Íia-
- .ção e tecidos, no qual, a propósito desse queijo, sucedêu-
,. Ihe um contratempo muito interessante que ela contava com
: nfu pouca graça. Sabendo disto, em quatro ocasiões diÍe-
rentʧ, estando presente essa senhora e sem que ela o ío-
taqse, abrimos uma lata do tal queijo numa peça distante
de onde ela se achava. O efeito não se fez esperar, por-
quanto,, embora em três ocasiões-o cheiro não fosse per-
:l' ceptívêI, e apesar de'versar a conversa sobre tópicos úito
,,, diferentes, quatro vezes a senhora nos'contou a mesma his-
tória, com regozijo não pequeno dos experimentadores.
No caso que vamos nafiat,. e que nos ioi contado por
um doutor amigo nosso, a propósito.de uma conversa que
com ele tínhamos tido sobre o efeito dos odores, ver-se-á
que estes são capazes de excitar sonhos vivíssimos. Dizia-
nos ele: "Entre os meus pacientes eu tinha uma jovem gue
acabava de dar à luz uma criança, e tanto eta como a
criança aúavani-se em estado normal. Um dia, ao fazer
a minha crstumeira visita, a enfermeira nos disse que a !o-
yem se aúava muito nervosa poÍ causa de um sonho que
üúa tido Ea noiie anterior. Éncontramos a paciente nurn
vetda#ro. ataque de histeria,.detÉthada em .lágrimas,l Con-
toü-nos eIà que na noite precedente ünha vistõ en sonhos

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3l* ' Aailos lfuia de Herbdia, §- l. ,,

a rde, a qudm peÍdera aos catoze enos. E rne dizia* "Vi-e'. 1


como estava q;ando a amortalharaÍ, tendo aos Pé§ üma ,.:,1

gÍande coroa./Ée violetas. Odeio as violetas desde que mi: .1


.nha mãe morreu, pois sempre me trazem a lembrança dela'

tinüei a manhã toda; não posso controlar-me, e tenho es-


tado chorando, temendo que esse sonho seja ptesságio de ,
alguma desgraça". Procurei consolá-la e. rettitei.lhe umas '
colheradas'õatúantes. Ao voltar' à tarde, a doente não ti-
nha melhorado. Então ocorreu.me se por acaso não haveria .-
üoletas no quarto de algum dos sutros paclentes, e fui per.
guntá-lo à enfermeira. De feito, num dos quarbs vizinhos
haüa'um §ande ramo de violetas. Mandei que, coÍn Per- '
missão do dono, as retirassem pare o pátio, e quando voltei
à noite a jovem estava em estado normal".
No caso seguinte, que resumimos do livro "Aromátigos"
do famoso cirurgrãg escocês Dan Mackenzie, o odor foi cau-
sa de um sonho, senão de verdadeira alucinação.
"A smhora Jane acábava de chegar do teatro, onde víra
um drama retaciônado com a influê'ncia dos deiuntos sobre
os vivos. A senhora Jane perdera §eu esÍ)o§o James no ano
anterior, tendo sido os dois muito felizes durante o §eu !.
consórcio. Por causa do drama a que acabava de assistir, '
Jane foi presa de um deseio desusado de tornar a veÍ'o
ieu' faleciáo esposo, de ouvi-lo falar. . . Durantg a vida deh'
tinha ido com êle a uma ou duas sessões espíritas, nas qgals .
aprendeu uma toada pgnótona que inconscientemente co'
meçou então a modulàr. Ainda bem não havia .começado,
quando o relógio deu doze horas da noite. Ao mesmo tem-
po ela ouve que alguém Procura abrir com uma chave a
porta do "hall':. Esta se abre, e ela ouve ür8 pa§§o§;.. ,,,i1$
uma tosse... a do falecido esPoso. Logo.. . abre-se a por- 1,,§
ta da habitaçáo onde ela estava só. . .- e aParece James
güardando as chaves no bolso. "Por Deu§, Jane", di1 uqa
ioz táo conhecida como cara, "vai mudar esse vestido tão
ridículo; com que Pareces uma aldeã em dia de iesta. Vai .i
:,;rj
mudá-lo logo"; Reéonhecendo-o, ela estendeuilhe gs braços,
miul apenai pO* dizer-lhe: "James, Por que'chgiras !1nto ,.1
a.cebôla?" ':Não é cebola, respondeu d vo4 é alho"... ,::
e tudo desapareceu, ficando ünicamente no sPosento um :i
Íorte cheiro ãe aho... Na despensa havla un pÍáto com '-!
"alioti" lreparado pela cozinheira, que era catalãp.'

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Ás i§*pír{las e os Fenôaenas tr{rlapdguieos 3t§
"i:' 1 .

i:;r" ',, Quiwmos eitar'ste saso pop ter semelhamçâ com,o


l-:.":r$É yamos referir, pelo menos quanto ao cheiro de alho,
'. '1foSora muitíssimo inenor pronunciado. Este caso foi un*
; , .&s pfmeiros que nos indiqarqm o caminho e:«penmental
gue ternbs procurado seguir con o êxito que o leitor ateà-
to verá.
' O caso passou-se conosco em Boston. Um amigo pe-
,- diu:gos lhe penrtitíssemos assistir e umas experiências que
por.aquele tempo andávamos fazendo com um percípientg
a pirepósito da influência dos odores na. mente subcons-
eieÍtte. Acedcmos com ptürÉÍ, e ele nos convidou a ceaÍ,
Pata.o que fomos a um restaurante italiano de "Luigiii, que
{G efa conhecido. O nosqo amtgo não fàlava uma só pa.
lavra de inglês, Ceamos. Ao terminar, notando que nos ti-
úam servido uns pratos temperados com alho, dissemos ao
,Ipsso cor_npanheiro que, sendo coisa sumamente repugnante

bochúhos de listerina, até que o mau . cheiro tiveese. de-


'saparecido; o que fizemos com consciência. Com esta segu-
- raàça.encaminhamo-aos paÍa a casa onde, pelas nove Ío-
i ras, deúiam começar as experiências. O Peiceptor, de in-
teira confiança, produzia admiràvelmente desenhos automá-
ticos Dryois de algumas mensagens recetidas em inglês,
enguanto o Perceptor conversava com os presentes, dei:-
xando gem nenhum controle a mão esquerda, em que se-
: gqrava.'um lápis, começo'u a desefihar automàticamente um
il grupo que para nós nada tinha de interessante, de vez que
:- tÍghamos visto muitíssimos desenhos feitos do mesmo modo
F;. pelo percipiente. Mas o nosso amigo, guÊ por outro
- lado mesmo não entendia. o que falávamos em inglês, pôs-se a se-
: nova Srrt com todo cuidado os movimentos do Perceptor, coisa
para ele. Terminldos os- experimentos ngguela noite
!,. o nosso amigo, muito intrigado, pediu-nos peãnissão para
levat consigo um dos desenhqs Íeitos automàticamente pelo
Perceptor, desenho que representava um grupo de muthàres
vestidas em estilo furco e um homem atirado ao solo, sobre
:' . o qual uma das mulheres parecia desfechar golpes com um
chicote que tinha na mão. Sem.dificuldade alguma lho de-
:'.' . pois.para nós ele nãoisignificava absolut-amente nada.
mot,
i!' traeendoNo dia seguinte o nosso amigo chegou excitadíssimo,
um liwo juntamente com o desenho automático

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., :

. C-inlí§ lJlada de Hcrcüa, S. t. it

da noite imterior, e disse: 'OtlE, está perfeitament com-


prováda a sue toria dos odores'; e móhava-íos EilIa Yí. -:{
--=g
nheta que havia no livro, 'rnuito semelhante, em coniunto,
ao'desehho feito peh Perceptor. Respondi: !'Não veio couto ..,*
possa isso comprovar teoria alguma. O desenho e a vinhêta'
iim, são muito-parêcidos; mas- onde é que entram os odo- :':
,es?" "No alho;n, respondeu o nosso amigo cpm 'toda for- -,:
malidade. "No alho?t "OIhe", prosseguiu eh, lesta yilh{a ;
é das "Mil. e Uma Noites"l e esta história é "A hÍstória do .

homern sem pole§avss".


- "E então?' "Espere um pürco'
replicou ele impaciente; neósa história se conta que o e§- .;I
poso da dama favorita di Sultana Zobeidá assistiu a um . ;
grande banquete no qual puseram' entre outros-pratos, um l
freparado c-om alho. lulgándo-o saborbso, o recêm-casado ".i,
coÍneu boa quantidade dele, e,-ao terminar- o banquete, es- r
queceu-se de tavar as mãos e.enxàguar a boca, com o que .*
ficou cheirando a alho, ou fedendo. Ao ir ter com a es: ..
posa, esta quase desmaia coÍn o cheiro, e ent Yiúgq§a dee- ,

ia falta de educação e de pouco ásseio mandouJhe. cortar ',

os polegares depois de travé-to açoitado pessoalmante. Ett ,..:is


açoite e o que a gravura representa, termínou 9 m:u âf,ir ' -
gó".
- 'E que tem tudo isfo a ver com^a teoria dos.o&' i;
ies?" insisti.-- "simplesmente, que você a tem confirm+ -.:
da. Não se lembra de que esta nóite comemos urç guis{b- §
que tinha alho e fomos fazer bochechos para não !i..ry*
q1*F ;;+-,:
fedendo?" "§i6, lembro-me". - "pgig es§e cheiro
-
perceptívet" deve ter-me éxcitado na mêmória esquecida e*§â
e deso tersids .tl ''rlfi
j,.j
iristOiia que eu tinha lido anos atrás,
quem incõnscientemente a transmitiu por telepatia, conforme "

você me tem explicado. Esta noite, apesar dê ver o dese- !i


nho,nãomelembraYaondetinhavistoumdésenho§eme-
ma{ã, t
lhante, e per isso lhe pedi para levá-lo comigo. EOta
ao acordãr,üa Primeiia coisa que me veio à memória foi '
o conto do hortem sem pcitegares. Levantei-me, busquei en- '.j
tre um montão de livros que tinha amrmadÔs a§ "MiI e .:

Uma Noites"; procurei a história, e tive a PÍazeÍ ds en- ' ,i


contrar a virrheta que você agoÍa tem diante". - ,.'::
Com isto terminou a história do alho do homem smr . ,,'
polegares e do desenho automático, deixan-ST: qP..:* if

;;"i;td@.rrte impressio.nado. .Tinha eu' ali -não'por
ir*" O" revivescência de mernórias esqueddas, 6eb 'ql .

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tsr Fra4iÍút:, É,spúrltas e os Frlrlfucaos üaliffirdcos ll7
de micrósmatos, isto é, de odores infinite§lmais, coitio tam-
üêm.a produção eviderÉe do fenômeno de transmissão men-
H entre a mente inconsciente do meu amigo e a do Per-
çptor. Segundo parecia muito provável," o odor infinitesimal
do atho desequilibrou no í'mne[loarqueion" (terceiro arqui-
,yo) do nosso amigo a imagem esquecida da vinheta cor-
Í€spoÍdente à história do. homêm dos polegares perdidos
poí cheirar a alho. Então, de uma maneira telepática ele
a enüou ao Percrytor, que a interceptou e, tornando-a sen-
sÍvel, por meio do desenho automático a pôs em frente do
meu Cmigo, que não se pôde lembrar dela logo: Foi pre-
eiso um processo mental, operado durante o sono, Para que
no dia seguinte ele se lembrasse de onde tinha visto aque-
le deseÍho, o procurasse e felizmente o achasse.
Isto não eÍa uma prova decisiva, mas era certamente
urn fio digno de ser seguido t püa ver se se encontrava
alguma meada.
Um segundo caso que §e pa§sou conosco muito tempo
depois, veio a persuadir-nos de não andarmos seguindo
pista falsa.
Durante uma série de experimentos com outro Per-
ceptor, entre várias mensagens em inglês de bastante im-
portancia por diversas razõés, veio uma em castelhano. Não
havendo entre os presentes quem soubesse este idioma se-
não eu, entregara-m-ma, enquanto eu disàtia acalorada=
mente sobre outro fenômeno rnuito curioso que tínhamos
presenciado. Não fiz caso da mensagem senão após certo
lppso de tempo, terminada a discussão. Li'a então e pas-
mei; dizia assim:

A Águia de Ouro..- Luís G. Perezcono


. Estas palavras, que Para outros não teiiam tido sig-
riificação especial, para mim significavam muito; explicar-
me-ei. >
tlavia na cidade do México, minha pátria,'uma famo-
sa'casa de comestíveis chamada "A Águia de Ouro", nome
que dava' à galeria sob a qual se aúava. O dono dessa
casa, sumamente conhecido e populaÍ, era um senhor cha-
medo Luíg G. Perezcano. Morto.esse senhor, haüa já vá-
dot lnos, desapareceu também a casa, uÍÍla vez que' Para
ahÍgaÍ a rua, hoje avenida'16 de Setembro, foi preciso

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:jr-iffi

318 ,, Carloc Maria de Hereüa,.S- ,.

.botar aüàixo a galeria-A nova geração no Mérico não co-


nheceu nem a casa "A Águia de Ouro'! nem seu antigo !rro-
prietário; mas eu, sim, conheci-a em criança, pois de oito
em oito dias ia lá com meu pai compÍaÍ fiambres, presunto
estrernenho, pastéis de diversas espécies e um barrilzinho de
"azgitonas sevilhanas", tu-do aviado pessoalmente pelo Sr.
Perezcano. Entre os .presentes aos experimentos, tbdos
americanos, não havia nenhum que tivesse estado no Mé-
xico, que falasse castelhano e tivesse tido oportunidade de
conhecer direta ou indiretamente aquela antiga casa de co-
mcstíveis, nem o seu falecido proprietário. Não havia a me-
nor dúyida de que aquela mensagem "fora provocada por
mim"; foi esta a minha convicção desde o princÍpio, iá
que nunca me ocorreu que a alma do bom do §r. Perczcano
tivesse vindo do além=túmulo anunciar a sua casa, que iá
não existia. Fiquei, pois, sumamente intrigado, procurando
explicar aquele fenômeno. "Forçosamente devo ter sido eu'"
dizia comigo, "mas que impressão terei recebido que veio
a, causar-me um desequilíbrio na mente subconsciente, es.
citando aquelas antigas imagens iá completamente esqu€-
cidas?". . . Por mais que fizesse, não podia dar com üma
explicação razoável. . .
Ao terminar os experimentos, a dona da casa csnví-
dou-me a passar à sala de iantar para' tomar um.lanehp
que carinhosamenÍe nos tinha preparado.
Mal chegara eu à porta da sala de iantar, quando e
senhora disse:
"Tem o Sr. aqui azcitotus sevilhams. Realmente, disse-
me ela sorrindo, quisemos fazer-lhe uma suÍpÍesa, e meu
esposo comprou num aÍmazém espanhol em Perle Street
(isto se passava em Nova York), Spanish Olives.... aqui
estão", e mostrava-nos um barrilziúo em tudo parecido
com os que, no seu armazém "A,Águia de Ouro", vendia
antigamente na cidade do México don LuÍs G. Perezcano...
O .cheiro imperceptível, mas perfeitamente. caracterÍs-
tico, das azeitonas seülhanas, havia-me excitado na mê;
mória aquela antiga lembrança e, de um modo telepáticq,
eu a havia transmitido inconscientemente ao Percçptor, que
a tornou consciente por meío da escrita autômátiea.'A nos-'
sa teoria tiúa sido confirmada, inesperadamente, pela s€-
gunda vez. Pelo menos assirn o iulgamos, e pÍopugemo-Eotr

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-- -- .; _._ . . ..:. -.
As'Fraadla+.ErytiÍ&c c' os Ferúffi0* Illcttpstqaicos 3tS

I-az& uma experiêlreia direta para ver se essa teorie'€ra


Ott-do confirmada pela experimentação.
:.,*= Â.ocasião não se fez esperar. Sabendo prêviamente
gue devia asststir aos Rossos éxperimentos um velho cirur-
gião, com mais de cinquenta anos de prática, propusemo-
nos fazê-lo objeto do nosso experirnento. O nosso raciocÍnio
'. fgi g seguinte: "Se os micrósmatosn'isto é, odores pequs.
níssimos, têm a propriedade de excitar reminiscências olvi-
{adas, de sorte .a poderem estas ser transmitidas tetepàti-
camente ao Perceptor, que por sua vez pode torná-la cons-
ciente de um modo ou de outro, é muito provável que o
cheiro do éter ou dg clorofórmio excite alguma imprôssão
esquecida na mente inconsciente deste ciruigião, que por
tantos ânos necessàriamente tem tido de estal em cbnta-cto
' com esses olores dlrante o tempo das operações',.
,Derra-
m4mos, pois, airtecipadamente umas gotaí de éter e' cloro*
fórmio na peça onde deüam verificir-se os experimentos,
e esperamos o resultado, que foi o'seguinte:
. '9 Pe-rceptor, em estado de transe, começou a falar,
Íazendo- a desdrição de um quarto bastanie estreito, em cuio
:it centro havia uma
itj mesa sobre a qual colocavam dois ho-
rtens um doente gue se queixava. Como a tuz não fosse
1.. suÍicientg um dos assistentes que tinha na mão um ins-
.' lnrmento de cirurgla ordenou que mudassem a mesa, colo-
c3n{g;a mais perto de uma ianela alta e não muiio gran-
de. Uin jovem bastante pálido, dg bigode ruivo, põe óbre
j.: o rosto do enfermo um r---- e õomeça a deitar-the umas
---- pano
*,,..- gotas,-até que o paciente parece adormecido. O cirurgião,
a:.- taz ulira incisão abdominal, e o enfermo dá sinais de ãor.
Mais clorofórmioi diz o opêrador. O- jovem deriama mais.
líquido do que o devido. O doente paÍece asfixiar-se. O.
cirurgião deixa a o'peração e, tomando umas tenazes, in--
,. trodu-las na boca do paciente e lhe puxa a língua... Fora
r: . ouvem-se gritos noutra língua que não inglês, çhamando
i' Pierre. Vem um homem de idade e toma o lugar do ioveli*:
que ministrava o clorofórmio, pois este se acha nervósíssi-
!o çom o que se passou. Ao sair, diz que nunca mais dará
clorofórmio a ninguém. . .',
Antes de voltar a si o Perceptor, levei para fora do,
quarto meu bom amigo o cirurgião, que, apesar de estarmos
no inverno, suava. "lsto é admirável,,, disse-me ele lim-_

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- :_- .' .: -Í
3n Carles Mrrlíti de Hercüa, E. l.
pa$do o suor com o lenço. 'tg'Perceffor fez a &ocrição
exata do que me sucedeu em França, há mais de cinqtnta
ano§, a primeira e última vez que ministrei clorofórmio,
pois desde aquele dia, embora tenha feito milkares de ope-
rações, não tsrnei a dar clorofórmio a ninguénr- Esta im-
pressão foi tão terrível para mim, prosseguiu o cirurgião,
que durante muito ternpo eu não podia sentir cheiro de
clorofórmio Eem me lembrar daquela cena. Conttdo, iá ha-
via muitos anos não tornara a me lembrar dela; tinha-a
esquecido completamente.. . Não sei como o Perceptor pôde
fazer gma descrição tão minuciosa". Então contei-lhe o ca§o
das gotas de clorofórmio e éter que eu tinha deitado no
quarto antes de principiarem as experiências, com a e§pe-
rança de obter "algum resultado". "Pois lhe digg a você
que o "algum tesultado" é um resultado magnífico: "§oms
result(', como dizem eth gíria,americana"
Seguindo a mesme teoria, fizemos outra prova por
ocasião de assistir às experiências um especialista em l'dia-
betes". Deitamos antecipadamente, no quarlo onde devía-
mos experimentar, umas tantas gotas de acetona, e o re-
sultado toi surpreenderite. O Perceptor escreveu uma fór-
mula de remédio para os diabéticos que o especialista .ti-
nha usado -muitb§ anos atrás, embora sem resultado. A
Íórmula era conhecida só dele, 1»is era PreParação §ua, Ç
ele já a havia es{uecido completamente. E' sabido que oE
diabéticos em último grau emitem um hálito especial, pro-
duto do envenenamento pcr acetona.
Com estas e outras experiências análogas que, pof bre'
vidade, omitimos, ficamos persuadidos não sÔmente de que
por mêio dos micrósmatos, ao menos em algumas -cirçuns-
iâncias, se, podiam despertar' reminiscências olvidadas, ma§
também qué até certo pônto o fenômeiro telepático podia
ser provocado.
Os últimos experimentos que Yamos narÍar esperamos
acabem de. convencer o leitor de haver uma comunicação
da mente incpnsciente de um ser vivo com a mente incons:'
ciente de outro vivente; que dita comunicação é provocá-
vel, e que muito provàvelmente esta comunicação é a causa
ordinária e constante dos fenômenos metapsíquicos ver-
dadeiros.

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Capítrb'XXllL .

A Tese Final.
.,., O descobrimento e popplarização da rádio-telefonia
1. veio deÍnonstrar de maneira palpáve1 que, usando determi-
nüdos ,aparclhos, pdem os hqmens comuniCar-se uns com
i111"'ot.yjros.por..meio
de "algo'l que qo.é perceptÍvel. pelos
l,;i', sÉritiAos. Aquilo quê noutros tempos teria sido tomado por
iii. obra diabólica, considera-se âgpra coisa vulgar.
'.,.'i qge "não conhece e não sabe manejar um rádio? Quem
é
E' claro
l'. {Fe a maioria dos que o manejarn não entendem pataviàa
,'- de €Íno é que se produz aquele efeito, o que, coÍnum c§-
.: , mo,se tornou, deixou de ser maravilhoso para- o vulgo. E,
t.:truldas,
sê petguntássemos a,muitas pessoas que se têm por ins-
em que consiste a "válvula", aparelho engenhosÍssi-
mo base da .rádio-telefonia, é provável que nos não sou-
'-- beseem responder acertadamenté, mormente se forem pes-
soas de certa idade. Os jovens já começam a aprender nas
fi,": aqlas
ii dà Íísica ou de eletricidade os segredos- dessa ma-
ravilha que ainda perrnanecem ocultos para as pessoÍts
que receberam educaÇão em teryrpos passados. E, se pas-
qarmos adiante e pirguntarmos como é que as ondas sono-
-
tas, que só se propagam em meios sólidos, lÍquidos e ga-
Ssos: ,po$em ser transformadas e transportadas pelas on-
1, 4* Íertzianas para depois serem liltràdas nos ãparelhoa
i,,, explicar
{e.çe#toÍes, menos pessoas haverá ainda que nos. possam
;I este fenômeno perfeitamente natural, emboia ma-
ravilhoso.

telefonia feita a usl auditório que nunca tinha ouvido fun-


cionar um rádio. O conferencista explicava como, no pró-
, ., ptig
:"1-ão onde se realizava a cónierência, havia gràae
ili:,,. variedade de ondas elétricas provenlentes de Havaãa, de
ii,;
',: 1
. No1,a.York, de Londres, Paris"e H"yq apesar do que não
; IiodÍamos percebê-las por meio dos nossos sentidôs, en_
Frtldr Ergrltltü 2l
-

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'fóssem interceptadas pelo aparelhozinho .que
Quaato n![o
estava sobre a mesa. *
A'maioria do ,auditório, formado de pessoas ilustradas,
admitia sem dificuldade as 'explicações do Conferencísta;
mas
'dando não faltava um ou outro "velho esperto" que sorriâ,
a entender que não "ia na onda".
Para demonstrar a verdade do que afirmava, o con-
feqencista fez funcionar o apaÍelho, não obtendo a princí-
pio senão apitos de§àgradáveis e ruídos semelhantes às des-
cargas de metralhadoras. Blasonando de engraçado, um
dos "espertos" disse ao companheiro, ao oüvir as degcar-
gas: "Estão falando em holandês", com o que aêre$itou
ter'feito uma áfrica. O conferencista oxplicor; que os api-
tos eram deúdoq em parte, às correntes induzidat pela usi-
na de eletricidade que havia nas proximidades, e as des;
cargas_ à eletricidade atmosférica.
Após um lapso de tentativas infrutíferas, que serviÍsm
aos "espertos" para confirmar-se na sua opiniilo' de que. .

tudo aquilo era puro embuste científico, pôde o çtinferen:'


cista conseguir se 'ouqissem confusamente algumas trotâ§
de uma música longÍnqua: Nova York, disse e[e.
- Que
música harmoniosa gastam esses "yankees'!, úservou'ou-
tro dos espertos. Mas de repente, desaparecendo quase_
-
totalmente os efeitos da estática, ouviram-se com toda dá,:,i..r-.';,
Íeza os compassos de uma banda que tocava uma peça dê' ',:'
luz. --'lDenver', anunciou regoziiado o conferencistá. -;-
"Que Denver nem meio Denver", disse outro dos espertos,
"é que aí dentro está escondida uma ütrola". . .
O conferencista prosseguiu impávido, f42endo girar *
roseta "Nova Yôrk", tornou a- anunciar. Desta vez ouvia- :':
se claramente a voi de um homem que falava em inglê§.
"Que falem em cristão", interrompeu um dos engraçadB''- ,
-, ,,'j l

"inteligented'. O coúferencista deu- volta à roseJa e ouyiu- :.;:


se uma voz bem timbrada cantando "La Paloma". 'Hâ- il
vana", anunciou o manipulador.. . !á náo havia dúvida.
Veio depois Paris e logó Haya... ,,
Um velho que, sem dizer palawa, tinha estado obser.. l:
vando. todas aquelas manipulações ,çom verdadeiro terror, li
levantou-se espavorido e s"iu dó sdão b.r;;;d";...- Êa.ã ' ,$
ele aquilo era coisa do diabo.'. ':i
:

E a verdade nío é pare menos, dissemoE; repelin& ,li

) _ 1:: ''i

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.,,'itili
: .Ás f?audas"Esphifas c os Fenimenos'àiüÍtpdgui,cos 323

,. conqsco o que tantas veres. temos estampado neste fftrto:


'quàndo não se vê a conexão entre o efeit-o e a causa, tan-
:; to faz que esta seia natural como que seja o diabo; sem-
, ,pr€ assorubra e maravilha:'. E assim como nos causou
',',indi$ação a atitude dos "engraçados intetigentes,, que não
r,"@tenderam patavina das explicações, assim também nos
causon muita compaixão o pobre velho que, não podendo
erplicar-se aquele fenômeno apesdÍ das explicações-do con-
fereincista, só pôde ver em tudo aquilo a açáo imediata de
Satanás.
Temos procurado explicar que a causa ordinária e
eonstqúe do fenômeno metapsíquico provocado é puramen-
te. nafural. Todav.ia, não crenlos que- entre as pessoas que
.. iá têm suas convicções formadãs tenhamos - conseguído
trinnlg algum. E no dia em que ee lhes apresentar um-caso
'. parecido com o que havemos analisado, ôem dúvida elas o
atribtrirão ao diabo. Trataremos, contudo, de confirmar a
nós&a úBoria.
Antes de nós tern havido muitos que admitem a,teoria
," "telepática") se bem que, como Myers e Sir Oliver Lodge,
a estendam às almas dos defuntos, visto sustentarem que
dita comunicação é de natureza "puramente psíquica,,, iito
, é, espiritual. E' "o modo pelo qual utn ser espirifual se
' ,entende com outro", sejam estes seres encarnados olr de-
sencarnados.
Nós não admitimos a telepatia neste sentido, mas sô-
mente entre dois "espíritos encarnados,,. Entre duas men-
tes humanas, quef dizer, entre dois corpos atualmente en-
Íormados por suas almas.
. Só aeste 'caso admitimos a comunicaçáo que, sem ser
espiritüal no sentido estrito da yalavra, é efetuada de um
modo etpecíal sem o concurso ordindrio dos sentidos. Como?
Não o sabemos nem pretendemos explicá-lo agora. Sômenfe
sustentamos qrure, em vista das expeiiências ríatizadas, esta
comunimção cxiste muito provàvelmente. por outras pata-
i vras: tdmitimos esta comunicação cono uny, teoqia provdvel,
baseladta m cxperimentoção.
Nlto admitimos a telelntia entre um esplrito desencar-
@o e outro encarnado, poÍque não considerÍrmos cômo sa-
tisfúôriamente concludentes as provos-experimentais lcludos
211

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{,:';f,,,ti

q oÍâto p,ara úerr.oostrdJ.a, Ademais, isto ítttptica outra te-


' ria, a do Corpo Ashal, ainda não cimÍirmada.
O caso é paratelo ao de duas ettações de rádio Se
ambas são dotadas de aparelhos trânsmissores e rgePto: ,

res, poderá haver intercomunicação de radiogramas; ryq,


se ume estação tem sua bateria complêta e a outra tern
sômente tubós, não é .racional admitii Pos§a haver inter-
'
eomunieação entre ambàs, já que uma não tem bateria, mas l
sômente iubos. De maneira semelhante, dois seres vivog não
só têm a alma que os enforma (os tubos), mas têm uni cé-
rebro que pode produzir "ondas" (da natureza que se Quei'
ra, contanto que estas possam considerar-se materiais, su-
ponhamos electro-magnéticas), caPazes de sel intercepta-
das por outra meàte 'viva que tem igualmente'um cérebro ;r";
receptor; No caso do "espírito deserrcarnado", §ó !e$ Ía- ;1;i
áos, quer dizer espírito, mas carecerá da parte rnalerial para : j
verifiõar não sômente a transmissão, como também a re-
cepção de ondas "de algum modo materiai§", supeto ssrcíili
materiais as ondas.
Daqui a'necessidade imperiosa em qué se têm visto os
que tal intercomunicação admitem, de recorrer o outra tgo'
iio, a do Corpo Astral, que, segundo eles, acompanha':4 .,i
alma ao separàr-se do corpo'. Nesta suposição, os dois §":.; -iir
píritos, o encarnado e o áesencarnado, te, a sua Oate [X ' -',
àe raáio cornpleta, já que as bomunicações se veriÍicarn ',1
entre a mente viva aderida ao corpo astral (pois, segundo
eles, o corpo material em nada intervém nesta transmissão),
e a alma desencarnada, igualmente circundada do seu çor- .,,1.
po astral. Para isto têm eles primeiro que duhonstrar que
o tal corpo ostral existe em smbos os casos. Nâo basta qtre-
'
o, ectoplosma, ou matéria de que é formado es§Ê corpQ iur .,','+
tral, consoante outra teoria suplementar, coelri§ta csíl o
corpo vivo; é neçessário demonstrar que coexiste também .

com,a alma desencarnada.


Vemos, pois, que a teoria telepática, se Quiser aplicar-
se a um espírito encanmdo com outro desencarnodo, be' 'l
seia-se noutias teorias suplementares, que de qenhum modo .

foram comprovadas, nem mesmo no espírito errcarnâdo, e


muito meoos no desencarnado.
. A nossa teoria tem aplicaçáo sômente entre ot espírítos
eftmrtúos, isto é, entre aqueles que têm atualnrcnte tanto

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ás fraudcs, Espbitas e os Fenbmerus Mctap§qaicos S
;, o aparelho transmimor cono ó receptor: guer üizer, quando
r,.. 3m[ss têm a sua bateria conlpleta. E não recorremo§ a teg;

;'rias suplementars, iá que ambos têm alma e corpo, que é


- o. que basta para poder â,Ílossa teoria ser admitida cottto
, ::; provdvel, e .não pretendemos mais, dado o atual conheci-
,gqento gue temos de tais fenômenos.
: Cumpre também fazer observar, e nisto consiste a flF
. vidade dos nossos experimentos, que o fenômeno telepático
se verifica principalmente entre a mente subconsciente do
trgasmissor'e o mente subconscienie,do Perceptor. Nãà se
-eEqueça o leitor dos nossos diagramas.
Àté o presente, os experimentos de transmissão tele-
pática têm sido verificados entre o mente consciente do trans-
missor e a mente subconsciente do rdcspltr.
, 'r Um exemplo esclarecerá isso. Um experimentador pen-
sa numa palavra e .procura transmiti-la ao PerceptoÍ, QE,
suponharnos, a rêcebe telepàticamente e a escreve. Como se
vê, esta fransmissão seria entre a mente consciente do trans-
missor e a mente subconsciente do Perceptor. Pois bem;
'. sÊ estudarmos detidamente uma série de eiperimentos con-
duzidos deste modo, notaremos muitíssimos fracassos. Por
exemplo:
.transmissor
0 pensa numa carta do baralho: Seis de
osros. O Perceptor escreve: Seis de copas. O transmissor
torna e- pensar na mesma carta, e o Perceptor escreve:
Quatro de ouros. Como se vê, no primeiro caso a trans-
missão falhou no naipe, pois o número foi correto. No se-
gundo saso, falhou no número, pois o nalpe estava bem.
Só na terceira vez foi que a experiência resultou satis-
Íetória.
Se alguém toma uma série de experiências desta clas-
. se, das colecionadas por um experimentador cpmpetente,
e as. êstuda, notará que o número de falhas é graride de-
nrait para poder ele concluir algo de definitivo. O que, na
nossa opiaião, quer dizer que as provas da comunicação
telepática experimental entre a metúe ,consciente do trans.
missor e a mente subconsciede. do Perceptor deixam não
pouêo a .desejar. Sem excluir a corRunicação entre o cons-
ciente e o subconsciente (sem o auxíIio do,s sentidos, bem
entendido), cremos que a verdadeira comunicação teleprí-
dcâ se verifica entre dois snbconscienÍes, o do transmissor

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W Carlas Mdria de Hercdiq §, l, :;, .ffi
'll$
e o do Pcrceptor. E cremos que os no§sos op*rit*t*
hão de contribuir para elucidar esta questão. Tenha-oe pre-
sente que não procuramos excluir a transmissão entre o '.
àonsciente e o subconsciente, senão que, em vistar das no§-' . ,
sas experiências, nos inclinamos' a crer que a tranrmissão '.:;g
telepática se verifica, 'lpelo menos mais Íàcilmente, 'utre l..rd
dois subconscientes", pois nos experimentos antes mencio, *I
nados f"r..u qüu . *àunicação sô verifica entre l'doig *U-
conscientes", coÍho sucede nos casos.espontâneos. .l ,.",,,,,,,,,i

Como preparação para a nossa tese fiàal, vamos citar, i.i


a seguir, alguns dot experimentos que levamos - a efeito e ..0
que, parece-nos, provam o bastante para. dar à nossa teqe
uma proWilidade razoável.
As nossas experiências indicam duas coisas; l) a poó-
sibilidade de uma comunicação provocada entre .dois sub-
conscientes; 2) a necessidade, para conseguir esta comdnl-
cação experimentalmenÍg de recorÍer a um processo indi-
reto; pois, de outra maneira, a cornunicação resulteria son§-
ciente por parte do transmissor, já se não cumprindo o
posfulado que supõe ter ela lugar entre dois (ou mais) urb-
conscientes.
Não nos lembramos se foi em Richet ou'no "lournál
of S.-P. R.'i-que lemos uma experiência de transmissão:.-
mental parecida com a que vamos narrar.
O transmissor pensa em Maria, nome da pessoa g[É-.:'+'
lhe escreveu uma carta naquela manhã. Trata de transmiti- ,i::
lo telepàticamente pensandà nele com todo.afinco. O Per- ,*i§
ceptor escÍeve João.-- A experiência falha (entre consciente :,,r,,;*
e subconsciente). Poucas linhas mais abaixo, 9 experimen- . tl*
tador diz que tinha no bolso duas cartos recebidas ruqu& .;;; .
monhã, umo ite Maria e outra de loão. -t
A nossa dedução foi que "a experiência recultou muito r':i
satisfatória, mas fôi sômente entre os Ooir suUcontci.t t .; ii
o do transmissor e o do.Perceptor. Para nos fazermos en-
tender, usaremos de uma linguagem clara. Na nossa opi-
nião, o transmissor "tocou o,botiio: Carta Esta.Manhi[", '.'r
que comunicava por meio de dois arames com o seu cons-
ciente, no qual estaya Maria, e com o subconscfunte do mes:
rno, no qual estava João". Enquanto Maria 'é retifu,
-
,

João fica livre; sai, pois,


'ste e não aquela, atcctando a '

ornunkação entre dois subconscientes.

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t
As'Frwtles' E l/rru* i os Fenôniems" hlüapslqagos §t
'I
, 'Epta Íoi :a hlpótese que formamos e que nos pàreaiu
razoável, embora alnda não tivéssemos proviul que a con-
Ílrmassem.
Procurando nós levar a efeito uma experlência seme-
'lhante, perguntamos ao Perceptor: que cigarro sem mistura
àtqu'Íuntando? Pensávamos na marca do cigarro "Resti-
,f"', o Percgptor dá, por toda resposta, "ld'. Pensamos que
;à nobsa experiência tinha falhado. Mas, ao voltarmos para
àsa
-ô- e ao tomarmos outro cigarro. para fumar, notamos que
nome completo da marca en La Restitu. A nossa expe-
llência Íora feliz entre os dois subconscientes, ao passo que
Íàlhara entre o consciente e o subconsciente. Tínhamos [e-
dido o nome do cigarro pensando em Restiná, ao pasú
qlle o verdadeiro nome da marca era La Restina. "Ld' ti-
nha ficado no subconsciente e tinha sido transmitido, ao
passo que Restina, estando no consciente, não tinha pas-
eado. Esta experiência súgeriu-nos uma comparação que,
- embora vulgar, é muito eluçidativa,
Suponhamos estarmos num pátio onde há um cachorro
solto, enquanto que no corredor'tctnos outro cachorro preso,.
, Se dissermos em voz alla, de modo a sermos ouvidos pe-
los dois cachorros: "Siga-o, siga-o, siga-o", o cachoiro
prew não poderá Correr na direção indicada; ao passo que
o que está solÍo no pátio pode muito ber;r sair em busca da
,J,,
pÍesa. Assim nos explicávamos tanto a experiência das car-
tas como o do cigarro. A'teoria seria ou não verdadeira,
-mas ninguém negará que Êra digna de experimentação. As-
sim o fizemos, e o resultado iulgá-lo-á o leitor.
:Os diversos cigarros sem mistura Íabricados nos Esta-
&s Unidos têm gosto especial (flavour), conlorme a maÍ-
ç1, o que é devido a determinadas substâncias que são mis-
hr4d$ ao fumo, com o intuito de que o consumidor, "aces-
tumando-se a um sabor especial", não compre ôutros fu-
mos de. sabor diferente. Sabendo disto, ocorreu-nos fazer
a seguinte experiência:
Gornpramos cirrco espécies de cigarro§ de marcas dis-
. tiqtas que antes não havíamos furnado, e os fomos fuman-
do.um a um em diversas ocasi6es, repetindq ao nresmo tem-
po; o nome da marca, com o Íito de que o sabor e cheiro
e{mial de cada cigarro ficasse Ílxado na nossa ri,remória
iúnlemmte com o nonre da marca.

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'i--'.-+"'- -t I
ü
328 Cailds Motio de Hereilkti §. -r1 .

,, §& é o ,g1e sugede, de ordinário, «im a, rnmória -A


primeira vez qüe alguém come uma csmida d€§co4eçcie,
não se lembra fàcilmente do seu sâbor até que, pela rE
petição dos atos, isto é, comendo-a repetidas vezes, esse
xbor iá nos não esquece Jnaig se bêm que o noirc dd.
comida possa esquecer-nos. Mas, se ao comermes éssa co-
mida lhe repetirmos muitas vezes o nome, este nos Íicará
gravado na memória de tal modo que, ao comermos mais
tarde essa comida, diremos: isto é bacalhari e isto são sar-
dinhas. Oeralmente, todos nós podemos distinguir de olhos
fechados ô vinho do café; mas-há muitas peúas que não
podem distinguir um vinho tinto .da Cdif6rnia de um vi-
nho tinto francês; parece-thes o mesmo, embôra,pâra o co-
úecedor haja uma diferença enorÍne. Um catador de café
não só distingue imediatamente o "Moca" do "Porto-Rico',
como também distingue entre duas classes ou variedades
dos mesmos. Tem o olfato e o paladar perfeitamente exer-
citados.
Tendo presente isto, guardamos os cinco cigarros en-
voltos em papéis iguais e numerados, anotando o no'me de
cada mârca corÍespondente ao número do envoltório de
cada um.
Teriam passado uns três meses, e já nos havíamos es-
quecido dos cigarros, quando, encontrando-nos'com uni'
Perceptor notávê|, lembrôu.nos e quisemos realizar a ex-
periência. Tomamos, pois, o cigarro marcado com o número
três e começamos a Íumá-lo, não tendo a menor ideia do
nome da marca. Passou-se um bom lapso de tempo, e o
Perceptor não parecia receber comunicação alguma, o que
nos'mantinha um pouco neÍvosos. Mas, ao chegar à última
. parte do cigarro, restando uma pontinhâ, o Percepüor er
creveu com toda clareza: Roy Tan. Repetimos que não {í-
nhamos a menor ideia do nome da marça do cigarro que
estávamos fumando, e assim nscorreÍíos logo a9 memoÍan-
dum que tínhamos na carteira, e encontramos: Número três,
Roy Tan.. .
Não podta a experiência ter dado methor resultado. A
comunicação entre o nosso subconsciente e o.do Perceptor
paÍeceu;nos demonstrada.
Como. eita, levamos então a efeito repetidas experiên-
cias, quasê sempre côm rêsultados favoráveis. Mais .de 7p%

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..,: 'Ü i: '

ãs'&euaas gtpfrií+r'e os Feeâateao§' Ittetopslqücos 3Zg


resultado positivo, devendo-se em grande parte es
;sam
taeal à incapacidade do Perceptor.
'Ê. . . Queremos citar, por últimô,
uma experiência de natu_
r;ret1 diversa, favoràúnrente tevada , .r,iiiã ,à, pui..oto.
yconhecido.
,!., .O caso sucedeu em Nova Orléans, perante mais
t.l $e qT!+rEtas pe§soas que assistiam às nossas tonferências.
-ril-;õà
r"'
;^_Ji!91{ses antei tÍnhamo, ,fànl"áo
uma erva desconhecid" no.-!J"dos Unidos, ,,Bel_ "
Brr. 9g juntamente
§oe.Sd'., com a sua tradução orn ingrcs. Fá_
It[do dgs experimentos feitos por ús ânteriormen"te, ocor_ .
rêt:trgl fazer em público uma experiência a ver se eia bem
sücedi(ta, pois não tínhamos a. menor ideia de que entre
§;fsso3 do nosso auditório houvesse atgum perteptor,
gf *" indispensável para o êx!üo da proüa. Esquecàramo_o
nos, pr completo do nome iiglês desia erva,
i.Vamos
e sem no_
].naá-la, está ctaro, dissemos: a pensar em caste-
Itwa umo palovra; se alguma das pessbas do audiiórío
ing_tesa)
-sentir
aeseps: ã.
-.r.i.ü-"ú;
Í,:d11,-d. 111gr"
rna_ corsa, deixe a mão livre, segurando
-aã- dedos im
entre.os
|t§":-l os que o áCIe1ãram-i*.i.
]999: de papet ti*t,ii jãi
k.. _11tu um pedaço
-B::T-T:o: a-pj'nsar, em i^r;i;;;;';õ.;i#;;.tntao
paíavra Betdroega.
: P..assaymle aiguns minutos.
:;^... dizendo: Sern úber o que escrevia, escrevi
Áii;;i'üil;;;; ;-j;;:;
.casteth3ng, _na

ur.na pálavra
Ii, T: T:^:ol,h-.ço, e.entregou-r. á p"p.r, no quat, com tra-
ços niuito clarôs, vinha ãscrii"-.rtã õãilriã,
;:, "Purslond'.
!", De tat modo nos havíamos esquecido da traducão in-
rj glesa da patavra proposta, que tivemás d.;;;;iã"."r_
' teira para nos cer[ificarmos áe ser aquera a verdadeià
quçao. puxamos tra-
:, mado:
o papel e lemos perante o público pas_
t,t
i.r "Beldroega purstand,.
averiguamos que
- o jovem era per-
i,,. ce--_:"pnri
ptor.
um grande

 nossa teoria fora, de novo, confírmada.


Das experiências que fizemos pode-se deduzir:
- I ) Que existe uma comunicação, de natureza para nós
de-sconhecida, entre as mentes suúconscientes dos
serés in-
teligentes vivos.

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2) Que esta comunicação se veritica inon§ciGntemente
€ sem'o ooncurso clos sentidos coqporaisi taid quais oÚ en- .

tendemos presentemente. -
3) Qúe esta comunicação é provável, de uma manelra
ou de outra.
4) Que, de uma manelra oü de outra, a mensagem que'
se comunica deve existir na mente subconsciente'
5) Que esta comunicação expllca de maneira natural o
Íenômeno metapsíquico provocado.
6) Que, dado o paralelismo entre o fenômeno meta-
psíquióo irovocado e d fenômeno espontâneo, pode-se muito
üeni aeAúzir que este também é produzido do n\esmo Íflodo'
comumente'cha-
Dada a simelhança-osdesta transmissão,
mada telepática, com fenômenos da rádiotelegraÍia; PCIi
demos deâuzir, à maneira de corolário, que assiã como as :

ondas hertzianas, como vemos, podem acarietar ouhas on-


Oas que transmitam força, som ! Iuz, pràduzindo nos apa-
t.ótnsons ou fenômenos 'lumino-
relhoi receptores' movimentos,
sos, de mjneira analoga . as devidas reservas, dado
o conhecimento ainda incipiente da transmissáo inconsciente,
podemos admitir, como tãoria provável, que. a 9au.sa ordl'-
niria e constante do verdadeiro Íenômeno metapsíquico, quer
dizer, quando há a transmissão de uma mensâgem, seja e1!1, .,g
sonoÍa ou luminosa,
mecâniôa, §onoÍa
mecânica, lncoqt' ' I
comunlcação-inoiiü;'
luminosaí é esta comunÍcaçao
ciente que se verifica Por um meio não é o. dos
.seÊ- .
-que
-
tidos
: côrporais tais quais os entendemos piesentemente'
de.
oepóis destas prônoções, Parece-nos qúe, sem receio :
sermos iachados de imprudentes ou de audaciosos, podemos 'i
estabelecer a seguinte

Tese
' sentença que sustenta que a causa-ordindria e cons;' j
'.
A
tonte do lenômeno metapsíquico provocado é uma comuni- ;
cação utàptitica entre o mente subconsciente do transmhsor
e a mentà subconscienie do Perceptor, tem um lundamcnto
bastante razodvel Wra ser consideroda cofita--uma higótese
a exploror, digtu:de ser Posta à prova ciotú{lumente' ' '

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APÊNDICE I.

Confissão de um Méüum.
(-Eotr notável onfissáo de um rnédium é tirada do livro "Re.
.
",
rehçõ6 de um médirun qlpírita", publicado por um aubr dmo.
íàcc-i'do elrt 1891. Dizem qtã os órii'inais do iivro foram mais tar-
-cmro foram qrrcimadc pelos
;, _ dÊ 'ocnpr-ados e deshuHos, assim
1- . eplritas várias ceatenas di exemplarres deáse livrii aetei-órú- ãã
lir ,aeabar com a clrculaçáo do mesrlró1.
: No ano de 1871, era eu um iovem de dezesseis anos
e exêrcia um obscuÍo emprego na capital de um aós -És-
.:, tados do centro da União Americana. Erà materialista de
bila estirpe. Não cria em nada.
i, . ' Minha família, com exceção de meu pai, convertera-se
.':*' ao espiritismo, e erâm todos
assíduos assistentes das ses-
\ , sões de três ou quatro médiuns da localidade, e das reuniões
."r' dominicais organizadas pela sociedade Espírita dá cidade.
i
" Minlia família não se pÍeocupava comigo nem dizia
nada contra o meu modo de pensar.
Foi dó depois de quatro anos que eu tómei algum in-
, teresse pelo assunto e decidi investigar por minha iànta o
que era o espiritismo. Foi-me apresentada por meu irmão
.rtlra senhora de regular cultura e de tempelamento frio e
obsewador, 3 qual atuava como médiuú ôu presidia algu-
mas.vezÊs as sessões.
-: Â prlmeira sessão a que assisti Íoi feita por um mé-
dium mriito notável. Essa primeira pessão mudôu por com-
pleto mlolia ,vida, 'que até esse momento tinha óido irre-
preensível, lançando-me à carreira do logro e das aventu-
rag de que desdê então fiz verdadeira piofissão.
Deqle logo pus-me em contacto com médiuns profissio-
-
nais exclüsivameíte, e portanto minha nova carreira não
.plncipiou de manêira inircrta. Finalmmte cheguei à conclu-
.§ão de que, com o fito de conhecer absolutamente a'verda-

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332 :Cmtoa ltaria de\:Itegtlkt, 8. l. ' . . '.' f*'
':

de,. o meltroÍ ere desenvo.lver a minha própria *inediurn-


nidade".
Eu faria'tudo quanto estivesse ao meu alca4ce para
obter o dom da mediumnidade, e, no-caso de obtê-lo, terie
ganhoapartida;emcomPensação,sefracassasse,ficariana
mesma incerteza que antes de havê-lo tentado; portantq
não envolvia isso senâo um pouco de meu tempo, pois, mes-
mo fracassando, eu não perdia nada.
Depois de receber de alguns médiuns as instruções ne-
cessárias, e assegurândo-me eles que, se as seguisse ao pé
l

da letra, não tinha por que temer um fracasso, Íoi insta-


lado em minha casa um gabinete e iniciou-se minha carreira.
, Meu desenvolvimento mediúmnico começou servindo-Íne
mo o permitiam os bolsos de meus amigos, que não ad-' . ,,.i
mitiam nenhum gasto por minha conta. Eram seis os inte-
ressados, todos espíritas, que ,observavam o meu deservol- ;
Vimentg mêdiúmnico e seguiam com verdadeiro inÍeresse o§
progressos que eu fazia. O§ seis eram amigos de niinha fa-
mília e conseguiram que o meu trabalho de desenvdvimen-
to mediúmnico fosse para mim muito agradável.
- Os ensa.ios duraram três meses, no fim dos guais de- r,
rreriam começar as manifestações, mas estas ainda não üoti;r:
gavam, nem havia nada que me pudesse fazer crer estãÍ ",-::!
eu progredindo. Meus instrutores instaram comigo para ter '*
paciência, dizendo-me ser indispensá1rel esperar mais tem- .
po, a fim de bbter os resultados deseiados. l

Animado com isto, continuei por mais seis meses os


ensaios. Nada sucedia. ilavia apenás, no. médiurn e nos inc'. ,
trutores, a crençe de que as manifestações não se fariatn .',
esperar. Então comecei a inclinar-me a produztr algum fe.-
nômeno por minha próprio conts. Quanto mais pensava nis-
to, tanto mais se apo{erava de mim o deseio de fazer al-
guma trapaça, e depois de desiludir meus amigo§i deixar
ém paz o assunto. Havendo rebqlado muito esta ideia na
mente, resÕlvi aÍinal ,ver a impressão que causeva em meu§
amigos uma manifestação fraudulenta produzida por mim.
A coisa seria fáci!, dada a ilimitada cohlionça Sre elea ti-
I
nham em mim. Eu não sabia lá muito o que Pqde§ffe'Íazer
concretamÊnte, e finalmente,"decidi esPeraÍ. cheggs§G o. Íto-

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Ajkaus gúg

e dentro do gabinere ver o que pedil


m:r*.:saío

gos trataram de obter resposta a várias perguntas, mas sem


rêultado, pOis eu não queria ir tão longe no meu logro e,
ademais, não sabia o que havia de responder. Neúuma
outra coisa sucedeu, não obstante estarem todos os olhos
e ouvidos alerta para perceber qualquer manifestação. Es:
t3ndo os presentes sempÍe dispostos a atribuir qualquer. ruí-
do à intervenção dos espÍritós, convenci-me dL cômo era
fácil*enganá-los. Isto me confirmou a ideia de poder qud-
:l: quer médium trabalhar com suma facilidade quantlo se àcha
Ii,. ,, TIl gírcu_lo formado exclusivamente por espíritas. Se o
if : medlq, não pode de momento dar uma explicação a atgu-
, n:".Éor:l que ocorra, qualquer dos presenles ó fará,
t, vindo isto ao próprio àeAiüm para progredir no ,.u ser-
$;,,
o.-
.. gócio.
i'.,'' Quando bateram nove horas e eu saí do gabinete, pos- -
so qu€ me sentia inquieto. Estava certo de -que
-assegurar
cada um dos meus amigos, ao olhar-me em rosto,.não só
i-*; descobriria ser eu quem- tinha produzido os ,,rapó,', como
flr. !*T1n haver mentido depois cíe produâ-los. Vá'rias vezes
intentei denuhciar:me, maíoutras àntas , u"rgontir-r. i,"-
.Fq{3 de crmprir minha resolução, e acabei ]or oizei+ne
á'ÍÍ{itn mesmo que o faria depóid, procurandó o moments
oe €econtrar cada um em separado, rir_me do assunto e
rsr.ünciar a futuras sessões. -
- . Os presentes estavaÍn tão encantados e me Íelicitavam

)- de modo tão carinhoso, dando-me palmadinhas no ombro,


anirnando-me e apertando-me a maô de tal forma, que eu
,me sentia ehvergonhado. uma das senhoras disse eniàtica-
,,, Tgt",..ter"Estoy certa de que- mais y'ara adiante ninguém po-.
,;, *ií qualquer gênero de dúvida a respeito dãs mani-
f€§tações dos espíritos. o senhor x é absoiutamente insus-
1: ,peitável de fraude',.

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334 Cdrlos Maria de Haedia, S. l. .i
Ponha-se o leitor no meu'lugar e figure o que eú ; sen-
tiria ao considerar que aquela respeitável senhora depositava ,'.'l
em mim toda a Sua confiapça, quandg eu a estivera enga-
nando! Isto caiu sobre mim como uma duçha e creio que
qualquer um em meu lugar teria sentido o mesmo. ,i
Senti-me contente assim que os assistentes se forâm .i
I
embora, e pensei longamente na minha situaçãg, chegando' '.,
à cônclusão de não dever dizer naü a ninguêm, mas r8- l
solvido a não tomar parte em nenhuma outraêssão. A ima-
ginação trabalhou-mé contlnuamente entre uma sessão e ou- ,

íap^,aacharumadesculparazoávelesuspenderamiíha
carreira mediúmnica.
Chegou a noite fatal sem que eu achasse essa desculpa. I

Mal prin-ciphu a sessão, coméçaram os presentes a fazet '. i


perg[ntas insistentes, e senti vivos desejos de satisfazê-los,
desejos que aumentavam à medida que eles solicitavam fe-
nômànos-que não existiam. Então comecei de norro â Bro' ,.1
duzir os jã sabidos "Íaps". Desta vez tive de responder a :
perguntas relativas aôs progressos da.minha mediumnidade, '
iespondendo efirmativamente Çesta maneira: "O desenvolvi-
mento do médium Prossegue satisfatÔriamente e ele chegará
efetivamente a desenvolver suas forças psíqqicas".
Nessa sessão os "raps" foram os únicos fenômenos (?),. -r,..+g
qúe se produziram, ficando os assistentes muito satisfeitog't';. 'i,§i
de que esses "iaps" respondessem às sua§
.-
-^ -^--.--.-- Isto' ''' .i$lÍ
perguntas. l-l^
Íoi recebido comó um ProgÍesso a mais sobre-a sessão an-.
terior. Desta vez sentijmetmenos envergonhado com as fe-
licitações do gue na sessão precedente, e durante a semana
seguinte dediquei-me a ProcuÍar algÚnta coisa- que- pudesse
delpertar maii interesse do que os '!"PS-'..} úni:".:9i§a' ,1i
que- acfrei pudesse lazer foi.á produção de "luze§" (?)" o
{ue levei a efeito por meio de cabeças de fó$oros
O resultado foi satisfatório e os assistentes ficaram
As luzes e os "rap§" conünuaram a pro{uzir-se por
uma dúzia de sessões mais, pela raz-ao única de não. poder
'eu.intentar outra çoisa melhor. uma noite adormeci no meu
gabinete de trabalho, e ao despertar verifiquei terem os
T- .:
Íiz ' '"
iistentes tomado o meu sono Por um "transe", ê o que

estado em trange. os assistentes tomaram isto como urB ,r

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r .....: - .' -Á;-,',4-r=*- .'
" r-r. r,ir;i.ÉliÊrÊ!'r}idll-
a

A,pêndíces

l, anúncio de novos fenômenos (?). Sem embargo, não pro-


H;.iuzi
':ii:
nenhum novo, até que uma noite verifiquei ter sido es-
condida no meu gabinete uma corila de uns doze pés de.
,r*tqqrryirento, a qrlal estava enrolada e amarrada a úm dos
i:l*es da cadeira que eu ocupava. Eu não estava informado
*i.,.gos "fenômenos" de atadura, mas ocorreu-me que eu podia
i:i.'f.'azer alguma coisa de novo, amarrando-me eu-mesmo corr
..,.;aquela corda, o que fiz com todo êxito. Comecei por fazer
:,-.o,rleü primeiro ensaio de falar. sob o controle dos espí-
. ,ritos, e exclamei "aqui, -z---, aqui,
-a--, aqui",
-a--,
até os presentes ou-
;l{Slrr que os espíritos queriarn que eles examinassem as
ií, ..@ndiçOês eÍn que eu me achava. A admiração dos presentes
-.i,':,,,Orctdeu todo limite ao me encontrarem em aparência tão
l{'.t::,'itroà orrhirracÁi+ A
..beo subiugado, Â luz
trra mortiça
*n.}iaa não
oãn permitia
aami+ia repãrassem
-ôã-r^ôô^É eles
^t^-
;':,nOo nós fetsc com a arredta e o modo como eu estava
i,:àmgrado.-Contudo, eu tinha medo de que algum chegasse
-o
a iô-.xf,minar bem a corda e verificasse meu logro, mas.
,rl,:, respirei quan{o afinal o êxame terminou e todos os assis-
!:! tentes adrititiram "estar êu, efetivamente, per-feitâmente
-, amarrado e não poder ter feito aquilo sôàinho". Compreendi
então que a absoluta confiança que os assistentes deposita-
;yam na minha honorabilidade havia-se firmado de maneira
., dçfinitiva com o fénômeno que er acúava de produzir. Num.
!i i:sirftlo {e pessoas menos crédulas, a coisa teria sido di-
lúênte.
,1,i,. ' Nunca pensei poder granjear a reputação, que adquirÍ
de ser o médium que nos Estados Unidos produzia os fe-
nômenos mais satisfatórios. Menos ainda pude suspeitar che-.
.;.,§Qsse eu a repetir os fenÔmenos (?) produzid-os pelos mé-
i.,,üOs mais hábeis de então, e 4inda melhorá-los, conse
i:1iÊEfl!4o com isto embair centenas e centenas de incautos qug
ir , fudiânte a minha niediumnidade, creram infalivetmente nos
.- : @aos do Espiritismo modernot!
Este são os fatos.

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--

APÊNTXCE II.

Veia a SoluÉo Amanhfl.


Quando Ruma' folhinha de folhear encontr.arnos , untar.. il
charada, um logogrifo ou umá adivinhação qualquer, §e â "
§eguiÍ lemos esta§ Pilavras:'"vela a soluçao âüt8rlEâír poü+
seguirlemosestaspdavras:..Vejaasoluçãoamanhã2,pou- ,

qu-issimas pcssoas hA que resistam à curiosidáde até ,o di* .


s'{rrinte. A imensa maiària ou aÍÍanca a folhinha ou levai-, i'j
"

taã o suficiente para ler a solução. E quase §eÍnPrq depois - .


'de lida, dizem: "Oral que bobagem!", ê todavia não pude':,''l

Se neste livro .titéssemos explicado o "modus'qPeráIí* -


di" que usamos nai nossas conferências para prrodttzirios..,
estupêndos fenômenos (?) espíritas que tanto admiram'ot 'ti
congêneres de Lapponi, sem drfuida muitos :não nos acredi:' ,:L
tariam. Usamos de métodoe mesmo pueris, ,ma§ que pro* r."i
duzem um efeito tão maravilhoso como_ o _do 1'enlet{ :Êt
Faquir", que, depois de explicado, redunda numa
.bobagem, e contudo não poucos escritores têm Íeito suar
os pielos com seus livros, depois de suarem eles mesmos
para explicá-lq sem tê-lo conseguido.
Havíamo:nos proposto não dar a explicação de contgl,;*
prqduzimos em Kánsas City o fenôrneno'dos odores a q-14!:i,t
Íizemos referência no capítulo V da Segunda Parte,
temíarnos que
'"Ah!ao explicar o "modus operandi" os.leitors+.+:
dissessem: maà que bobagem!", ê .todavià esta*pq,';
certos de que nenhum deles deu com a coisâ. . -' I '.:
Sem embargg, guisemos fazer uma exceção neste caoo,
pois muitas pessoas no-lo pediram. Rogamos-lhg leitor, tê{:...11
presente que, embora seja uma bobagem, necessário se tot-'.',t
nou explicarrnos-lha.
Antes de irmos à sessão fomos a uma fannácia; aÍ pe- r,
dimos um vidro de uma essência Pouco conhecida, e deram=
nos um de patchuli. Pedimos tambem uma caixa de cápiu-'
las de gelatina bem pequeninas e delgadas, das que os fàr-

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{._ i- .,,#$n:i4§à
. Apendices 332

tnacêuticos usam para pós. Com um conta-gotas tomos


ençhendo de patchuli essas càpsulazinhas, e, prepârados
com isto, fomos à sessão. Sumarnente Iácil nos foi Íazer com
'..', que o público escolhesse iustamente essa essência, com a
,-.' qual, na escuridão, borrifamos, os presentes, e este foi o
f i primeiro fenômeno (?). Também, durante a escuridão, um
.:_ ', $udante nosso meteu algumas dessas càpsulazinhas nos
bolsos dos assistentes seú que estes, é claro, ÍepaÍassem
' nisso. Mandarnos o mesmo ajudante jogar duas ou irês das
'càpsulazinüas deritro de cadà um doi ãutomóveis. Natural-
: tttetrtê, ao entrarem as pesso:§ no automóvel e pisarem uma
dessas cápsulas amolecidas, êxalava-se o cheiro de patchuti.
. § quando alguns deles, ao chegarem a cas4 puxàram os
lqnços na sala de jantar ou antes de ir deitar-sê, deixaram
calÍ uma dessas cápsulas, cujo conteúdo, derramado, os fez
- crsr que algum espírito olenie os seguia, ficando corn isto
lntimamente .convencidos de serem os fenômenos espíritas
um fato comprovado
Que bobagem! não é verdade? Pois assim são a maior
parte
i;:: os dos fenômenos produzidos pelos médiuns. E fiem-se
§f,,. senhores em espíritos olentes!.. .

lreudcr ?reklfrr
- n

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APÊNDICE 'IIt.

-
Babilônios Parisiensrei§.
. Um Íato em que se vê claramente a força incrlvel que
a imaginação e o, carinho para com os defuntos põem .a
serviço das piores farsas, foi o que se publicou num pÍtr
cesso que a justiça de Paris teve de iulgar, aos 16 e 17
de Junho de l8?5: Depois viram-se vinte causas semelhan-
tes, mas poucas Íoram tão signiÍicativas. Eis aqui a história
tal como a encontramos numa coleção de.relatos deese gS
nero. Um senhor Le;rmarie, que sucedera a Allaá Kardec na
direção da "Revue Spirite", anexou ao seu pequeno comér-
cio de livraria uma indústria mais produtiva. Associado a
um fotógrafo chamado Buguet e a um médium americano
chamado Firmann, pretendia evocar as sombras das pes-
soas mortas e entregar a Íotografia delas por um preço de
vinte francos. O cliente eútrava na loia; pedia-se-lhe que-
pensasse fortemente na pessoa cuia imagem queria poszuir.
Firmann fazia uns passes magnéticos46bre a cabeça de
Buguet; Bugúet driçava os cabelos com aspecto inspirado,'
mandava colocar o cliente diante do aparelho, e uns mb-
mentos depois mostrava ao cliente maravilhado a sua prG
pria imagem, por trás da qual aparecial uma forma vaga e
indecisa, com a aparência de espec'tro +nvolto num sudá-
rio, e em que só se destacava a cabeça, mais ou menos
confusamente. O mais maravilhoso era que a maior parte
dos clientes reconheciam nesse espectro o irmão, o tio du
a av6, e lá se iam 'embora com a preciosa imagem, muito
convencidos da força evocadora do fotógraÍo. Alguns, cuias
indicações haviam sem dúvida carecido de preclsão fharam
muito assomD'rados quando, tendo querido'evocar a sombra
de uma tia, viram por trás da própria imagem a de um
bombeiro, e, menos crédulos que os demais, fareiaram uma
velhacada. A justiça interveio e Buguet confessoú de plano
e revetou todo o mistério. A evocaçilo dos espectros Íazia-se

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:'i,' j
Apêndices $g
poÍ meio de uns pedaçds de musseline, a modo de sudá-
,i1.-! rios; encerradog num cofre com uma porção de cabe4ai
rrr:i' ÍrecoÍtadas de fotografias velhas de crianças, jovens, velhos,
:;.i -::.'..
i-.i; hA-^--
homens. tbarbados,
^-L-J^- etc.,
^L^ --! - ^- r - ^ por categorias-
e^ colocadas em di-
;,§1.verso^s compartimentos. Quando se apresentavã um ctiente,
.$§ q- clxejra fazia-o prêviamepte falar e obtinha dele, com
::$,.fls9jmulaeio, as indicações suficientes para a evocação que
:+.,t:y:l de'-Íazer. Cor-ãtãnçao- dados . um iãi
"'usur
do cliente., tevgv-a o ctiché a um quarto
i,1 :ll,^9la.fotografia
r.', contÍguo, como que para submetê-lo às manipulações or-
çr. 911íri?r, mÍrs na realídade pala the juntar a'imagem,es-
l r: peckal conseguida por meio de um boneco a que"te jun_
i,,1 ,tava a cab_eça escolhida.
provou-se, ademais, que, em'di-
versas sessões de esfiritismo em gue se tinham buvido mú_
sicas misteriosas, visto mãos sobránaturais revotutearem so-
bre as cabeças e evocado as sombras de um jovem inca e
do imperador Maximiliano, tinha sido o próprio Firmann
.Io*,1á, i'iLnl*l,n
orstarçado. A óoisa não ela difÍcit. por exemplo, para
É-. Íe_
H: presentar ume.. inca ele se punha dê loelhos, coberto com um
quebrava ngze§;^ sem dizer patavra e revot_
l-
. ' vendo
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uns othos espantades.
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,,, §::*:i:3:l:i:to..somui" ô;,
"o.pto,inca. Esses adepüos,
,,.' *:d::ffi 1;;;;;;,t' H;#',ffi ':'il.I,l'i'.Íf,',1ffi
, 3Tlr":Tr::j.- lfr ter sido a patitafia de Buguet
e de seus consortes, depois '.*uJ."d,
oe ltres ÉI]il;].*";T;
cofre dos espíritos e expicado todo o mecanismo
i:.' Brafia da foto_
espectrat. Há passagens das d.;ú;"çà;;;*
.
il,.' cem ser conservadas, por ciriosidade: ;;r._
- O senhor conde de Bullet (quarenta e seis anos). _
Estive em casa de Buguet, .. r, i;ã;
que me entregaram
reconheci positívamenté o retrato
Oelnintra irmã; estou con_
vencido de ser a imagem dela.
O presidente. p-orém
' recortada com que:_se fez a mostrar4m
imagem.
ao senhor a cabeça
Á testemunha. pouco mJ importa.
A parecença
indiscutíver, e estou=_
conve;.il;"";;aridade do retraüo. é
..: --_-.O presidente. Mas no sumário fez_se a,operação
,1 sua pÍesença, e na-sua presença fez_se funcionar
ne
A testemunha. _ úao e o ru*io _cliúé,. o boneco,
.22.

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_::.;!t:i.. .{

3{0 Carlos llaria de Hercdia, S. l.

' ' O pr$idente. Que lazer p'àta oombster a §üa- c're-


:
-
dulidadá?:Está provado que os.Proces§oq nlo têm nada de:
sàbçenatural, que os médiuns sãq fraudulentos e que o §Ê-
nliror rntá enganado Por suas ilusões. Veia a cabeça com
que se fez o retrato de sua irmã-
' A testemunha. Nã0, essa não se PâÍece com -ela'
O presidente. -
Não fizeram âPeÍecer diante do se
-
nhor um príncipe indiano?
A testemunha. Não; um inca.
O presidente.
-
E o imperador Maximiliano?" tudo '
-
isto cuítou ao Sr. quatro ou cinco mil francos'
Maria de Veb (àezenove anos). Fui à casa de Buguet
por crrriosidade, pedi um fantasma e -
aPre§entaram-se doia
êspíritos; um amigo e meu tio.
O presidente. E a Sra.. os reconheceu?
A testemunha.- Perfeitamente'
O presidente.
- E, apegar- disso, Bugu:t':'ll$i
-
não é médium, mas aPenas fotógrafo' Náo terá havido
LY
llu-
são por Parte da.senhorita?
A testemunha. Não,.senhor; conheci-os perfeita'
mente.
' -'ô .
presidente. Tem a Sra' diante de si a glvet^a 9T
erpiritol ó"qti
-
se tiram eles, está vendo? e ainda insutê
em creÍ neles?
O senhor Veb, pai desta testemunha' explicl que,h'.*' '.:':'
'Buguet
uv vE6-f ! por.recomend?ç19-1o,^Btí1*:
filú-í'.át"
a rrura a Lar6 oe r-- - - 'r
I tódos nód,, disse - ::
acrescenta a teste-
ele. Todos nOs reconhecemos o. retrato, "i
uruu,.';*ü;;.
,iiir"ü-,raot "E' o no§so
si n
de ei
'iÍ
:
"*àrr"ram: sr' diante áo
tem o "t-"t':,t^t"-^
ora bem, o

*tt.:oã-ánJ.
:--- se tiram os espÍritos
A iestemunha - Acaso me Íizêram ür aqui
-i.
para m9"'
dlzerem que eu 8ou um imbecil?
slm para lhe dizer que es-
, O oresidente. - Não, masbolso'
1:] tevâÍtr o seu
*'-A átentando contraxuota
i"tt*onrr". - me pediram dinheiro'
^^É aâ sua
crlr generc-'
anÊnêÍ(l-'
\ ó presiaente- -'E' que §e contava com
ridpde, que foi grande'
'
*".,:,"ffi
$tâtÍo anosr.- ""Jil;'ffiü'di à à;deffiH.f
3YÊr'iTF#1.{i_H"li:fi
ritas, e Para aceDaÍ
Bugue! ,

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- 'i:+á;-Eij'JÀ-
L.,*§! ;:;'jir-==*':r
i

t
:Bl

' e enr duas ocesiões ele me deu provas muito má* ffilÊ
,,- içrüi ,-À.o descontentamento a yT otlo--,9^iP:L3'f-*
,{s,, ilã'u-;;.;ái.rà i", um médium mumo-Íorte. Então
-
; ijt *.ãi". "tb'i-.çL,1: !::^P:s::t-.9,;1e às
:+ *r. nossas"Jjll
.l§*
; ,n; o Sr. suas forças magnéticas l"t:*"'"* para
Cipião consentiú, e a prova foi das mais extra-
i i+ "-ó"""çàó.
..-{'' ^-,-r-:^^
ãrãirariãr. e !---a
r o-- drrala
iir"e., era dupla o qc rlrras
e às duas não se pareciam;
oareCiam:
l-::" nuãa aãi"t tiãna uml iaveira-sobre oó ioelhos' A se-
",
i11+,' mãir,*ça de minha mulhêr erà tal, que niinha prima'.que
. .. ;-:;;'iãt"-rãit.t, a.u um grito de surpresa ao ver a ima-
i gem. filhos exclamaÍam: "E' mamãe!"
- Oúeus presidente. Buguet o Sr' não empÍegou ne8§e
-
caso os seus PÍoce§so§ usuais?
,, 'Buguet (iorrindo). Se existia essa semelhança, Íoi
, , pt A caveira que este'senhor viu foi um efeito con-
: fuso"caô.de uma PÍega do véu.
Os n,meiosos adeptos presentes à audiência encolhiam
':''
' or orútot; afarentandô
-olhates tásíima, ao ver a gaveta dos espí-
il' ritgs, e seu§ pareciam cen§urar a Buguet o renegar
*.., *a'potência de que iam serviam
àedíum- Todos nos
"t':"q::1,1,t^hT
ao martÍrio' A
;;í-;6ãaturais enviados
' justiça ctntentou-se com metê-los na cadeia.

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ÍÉ4;L +-ts.--.
_-F

APÊNDICE IV.

A Maravilha de Geórga.
Precisamente em 1887, ao tempo em que as Fox em
Nova York taziam a sua retratação -pública, explicando co-
mo na sua meninice haviam produzido os famosos ,,rap§"
que tanto ruído haviam de fazer no mundo, notabilizava-se
nos Estados do Sul, Lulu Hurts, que se dizia tinha poderes
sobrenaturais, razão pela qual deiam em cúamer.h; .The
Oeogil Wonder", "A Maravilha de Oeórgia,,, seu Estado
natal. Os homens mais robustos pareciari' párAer toda a
sua energia diante daquela ,mehina de catorze anos, ficando
-completo nas experiências de força que eta l:
vencidos por
rcalizava. Todos os a viam e estudavam flõavain per- . ,j
a..-Á!l^- Á- -que
t --t-- r!-
suadidos de que
---- Lulu tinha um poder preternatural eitra-
ordinário, única explicação que pôdiam achar para os ma-
ravilhosos fenômenos que elá apresentava ao pUblico. - ,,,,. ir
- - Entre outros, prodqzia, com clareza e foiça extraordi- , ,..t
nárias, or famosíssimos "raps,,, sem, de modo algum, usar
do já conhecido si-stema das Fox, isto é, ,,eôtalanão os de-
dos grandes dos pés". Na produção do fenômeno não ha-
via trapaça alguma, e a piópria Lulu (como ela o conta
em lua! memórias) por muito tempo não pôde'dar-se con-
ta de "como" os próduzia, crendo ela meima serem efeita
de gm poder oculto que a dpminava. Começou a dar-se con!
ta da causa- que produzia esses ruídos surpreendentes quan-
do, apolando os pés descalços na madeirà do espaldai da
süa cama e apertagdo ,alternativamente primeiro um pé ê.
lepois o outro, produziam-se os ruídos. Pouco a poucô foi
descobrindo, que, colocando as mãos e o antebráço sobre
uma mesa de madeira, quandô esta se havia aquecldo pelo
contacto a mesa começava a ranger primeiro, e logo, mo-
vendo ligei4ssimamente as mãõs, dãixavam-se ouíii pan-
9la
cadas fracas. Conforme o tempo passava, os .,rap)sr' aumen-
tavam de intensidade, até chegarem algumas úezes à eer.

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.r, -.,,.-t !- Jl+*. *&;r-rlÉ::\ §:._.,\
Aptndices 343,

l.-...estrepitoso8;' "cqmo
sê a.mesa Í.osse batida. Po.l.rm mal-ho"'
Por muitíssimo tempo hãvia ela produzido "inconsciente-
rr mente" este efeito, com o qual ela própria se maravilhava;
e que com toda sinceridade tinha atribuÍdo "à intervenção
: ,dos
êspíritos". ..
Lulu iisiste em que,todos'o§. {raps" por contacto sobre
,[i madeira são produzidos deste modo, e assegura que com
'i: 'que
rbastaote prálica podem ser obtklos sem dificuldade, coisa
:.,.',i também nós havemos comprovado. A questão está, pois,
, r em expligar como é que esses "raps" obedecem à mente in-
.i:, @nsciente do operadoç ao Que, como indicamos nô texto
i,l' deste livro, respôndemos ser ãste *fenômeno" uma variante
,.:i, de Ouiia; no caso desta, as mãos dlrigem inconscientemente,
i,,.,os movimentos da mesinha que desliza, e no dos "raps" os
\.' inovimentos
i;,'(. ;x.,t-^-a^â :-^^--i^-.^^ i--
inconscientes das -ç^^ sobre a
mãos -^L-^ -. -^-- À-^J-----
mesa produzem
1:i as i4lrcadas secas. Em ambos os câsos é a mente incons-
clcnte que responde.

ri
._i'

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Epfloúo.

Assim como, por desmascarai os sacerdgtes de Bê1, o.


recompense o
Profeta Daniel obteve como natural recompen§a o'aer atl-
Ber alt-
rado hos leões, assim também melhor retribuição não espe.
Íamos nós pelo ngopo trabalho sobre .:As Fraudrís Espír,íg,s ,
e os Fenômenos Metapsíquicos". E a :.azáo é que o mqndo
moderno, como o lntibo, está ch,eio de Babilôdos: 'stulte i
rum infinitus est numerus". . ,.r
' Não se poderá dizer que não tenhamos reptido até'à .1i
saciedade havermos, nesta perquirição, procurado investigar :i
sàmentê a causo ordiruiria e constante dos vérdadeiros f+ r
nômenos MetapsÍquicos, e não as "cg[sos ertraorüaddôl!
que possam provocá-tgs, deixando assim campo aberto parye . i

que, num caso concreto, se possa dizer que determihado fe,. l':i
nômens tem uma cause preternaturat, se bmr que extra- ....1
ordinária. Apesar disto não faltarão alguns que, não que- ,,.:1)
rendo entender, nos acusem de não creÍmos no Diabo, pdq
fato de negarmos a este a causalidade ordiruiria e càrc- ..
$
ÍanÍe desses fenômenos. :
O que também dissemos e aqui tornamos a repetir é I :,

que nenhum escritor, por maior Qle lhe seja a autoridade / \i


noutras matérias, tem direito dc impor a quem quer que : :
seja a suo opinido e asseverar apoditicamente, sm coÍloê- i.:i
der aos contrários nem sequer o direito do protesto, que ,i.,,i:
"Hêc sunt talia que humanas vires atque naturala vlreg
humanitàtis applicatas plane excedunt", conio dlsse o outtp.'
Já declaramos com Santo Agostinho que: "Sem o Dla-
bo não há Cr!sto"; e justamente por crerÍnos em Cristo :
cremos no Diabo; mas isto não implica a obrigação de crer-
mos qne §atanás seia a cauea ordiruirio e constafie dos - r §
'oomo núnce foi'o Diabo ..n-','.'.!i
fcnúmems metopíqulcos,
" qm iii
sa ordinária e'ón§tante do raio, conÍorme criarn muitos
époçasj [ão,remotas.
§inceramente achamos'que esta questão & "qud *frt
a.cútsa ordinório e ctaststtC' doo Fenômenos MetapsQu$.
r.,l
:l:'. i
r-. I

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: Apêndices Agg

por meio de uns pedaçós de musseline, a modo ê gudá-


rios; encerrados num cofre com uma porção de eabe4a§
1r,. recortadas de fotografias velhas de crianças, jovçn§, velhos,
::;-::" ft911rrs barbados, etc., e colocadas por categorias em di-
iiili,.versos compartimentos. Quando se apresentava um cliente,
:,):". a arr.ira Íazia-o prêviamepte falar e obtinha dele, com
. 1 dissimulação, as indicações suficientes para a evocação que
:.,' havia de fazer. Com atenção a esses dados e uma vez
i ,. obtida a,fotografia do cliente, Ievava o cliché a um quarto
.: contíguo, como que paÍa submetê-lo às manipulações or-
!r,; dinárias, mas na realidade para lhe juntar a imagem , es-
ir ' pectral conseguida por meio de um boneco a que se jun-
.tava a cabeça escolhida. Provou-se, ademais, que, em di-
.::
r" '
versas sessões de espiritismo em que se tinham ouvido mú-
sicas misteriosas, visto mãos sobrenaturais revolutearem so-
1"1 bre as cabeças e evocado as sombras de um jovem inca e
do imperador Maximiliano, tinha sido o próprio Firmann
i,.. quern desempenhara esses papéis de espectro, perfeitamente
i-r disfarçado. A éoisa não ela difÍcit. Por exemplo, para re-
il, preeentar um inca ele se punha de joelhos, coberto com um
t- véu freto, e quebrava nozes; sem dizer palavra e revol-
" vendo uns olhos espantadgs. Os adeptos retiravam-se con-
i., ,grcrdo: de terem visto a sombra de um inca. Esses adeptos,
r'-' chamados como testemunhas, mostraram a mesma confiança
.' nrcsmo depois de lhes ter sido revelada a patifaúa de Buguet
: e de seus consortes, depois de lhes ter sido feito úer o
,. cofre dos espíritos e explicado todo o mecanismo da foto-
5;,.l grafia espectral. Há passagens das declarações que mere-
cem ser conservadas, por curiosidade:
0 senhor conde de Bullet (quarenta e seis anos).
Eslive em casa de Buguet, e na imagem que me entregaram -
reci»rüeci positivámente o retrato de minha irmã; estou con-
vencido de ser a imagem deta.
O presidente. Porém mostrar4m ao senhor a cabeça
' recortada com que- se fez a imagem.
A testemunha. Pouco me importa. A parecença é
indiscutível, e estou-convencido da realidade do retrato.
i; .O
presidente. Mas no sumário fez-se a operação na
: sue pÍesença, e na-sua presença fez-se funcionar o boneco.
A testemunha. Não é o mesmo "cliché,,.
-

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340 Carlos llaria de Haedia, S. !.
a
-.1.O presi.dente.Íazer plra mmtiater e otã cie-
-'Que
úrtidade? Está provado que ôs processos não têm nada de
sôbçenatural, quê os médiuns são Íraudulentos ê que o sF
nhor cstá enganado por sues ilusões. Veia a cabeça com
que se fez o retrato de sua irmã.
A testemunha. Não, essa não se paÍece com ela.
O presidente. -
.. Não Íizeram âPârecer diante do se.
nhor um príncipe indiano?
I A testemunha. Não; urn inca.
O presidente. - E o imperador Maximiliano?. .. tudo
isto custou ao Sr.-quatro ou cinco mil Írancos.
Maria de Veb (dezenove anos). : Fui à casa de fuguet
por orriosidade, pedi um fantasma e apresentaiam-se doia
espÍritos; um amigo e meu tio.
O presidente. E a Sra.. os reconheceu?
A - Perfeitamente.
testemunha.
O - E, apesar disso, Buguet' confessa que
presidente.
-
não é áédium, mas apenai Íotógrafo. Não terá hevido ilu:
são por parte da.senhorita?
A testemunha. Não, senhor; conheci-os ferfeita-
mente. ' r

O presidente. Tem a Sra. diante de si a gave!" d*


- Y'w' está vendo? e ainda ineiste. '
r"-r" etes,
espíritoi. Daqui se tiram
em crer neles? '11-11§
O senhor Veb, pai desta testemunh4 explica que levou '-
a filha à casa de Buguet PoÍ re@mendação' do prÍncipe
WittgensteiÍl,..umespíÍtacônvictocomotodosnóc,,,disse
ele. Todos nós reconhecemos o, retrato, acresçFnta a teste-'':: ,

munha; todos exclamaÍam: "E' o nosso Carlos!"


tem o Sr. diante de si o i
O presidente.
- Oraosbem,
coÍre de onde se tiram espíritos. .

A testemunha. Acaso me fizêram vir aqui para me


dizerem que eu sou- um imbecil?
O presidente. Não, mas sim para lhe dizer que es- .i
- o seu bolso.
tayem atentando contra
A testemunha. Nunca me pediram dinheiro.
O presidente.- 'E' que se contava com a sua genero-
sidade, Que foi grande.
Tiago Dessenon, comerciante de quadros (cinqrenta e - ri
quatro aoos). Eu não queria creÍ nas fotograÍias espí- :.i,
- com as dúvidas fui à casa de BugueÇ '
ritas, e para acabar

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..-.r..-.-,,.. ..'=rL,'.-.- . -,
....'-:-.-- *.,*ri4;Ê.-
À última ÍIora.
"Quando os espíritos'apareciam em minhas sessões, es-
tes não eram outros senão Nino Pecararo em pessoa. Nun-..
ca vi nenhum espírito nem creio que quiilquêr outra pessoá,,
os tenha visto; já estou cansâdo de enganar nas minhasr
sessões espíritas, quando outros é que tiram o proveitot'";
Tais são as palavras do famosíssimo úédium Nino Peca-'
--r----:------.::.:í
raro ao repórter do "New Ybrk Times" em fins de OOt;! 1.1
de 1931.
Pecararo adquiriu fama mundial como um dos mais r,,1;

poderosos médiuns da época atual, tendo enganado, entre ,,-


outros, a Sir Artur Conan Doyle, ora falecido. As dçlara- ':
ções de Nino Pecararo dizendo que não tinha nenhum p9.-,
der psíquico nem se havia jamais comunicado com os es- tt:i
'feito
oíritos, e que, tudo o que tinha em dez anos eram pu- i

ias trapaçãs, causon nôs Estados Unidos e na Europa uma l


sensação extraordinária. Para demonstrar sua tese, 'Peca- ,.ff
r.i}
raro, ãiante dá prestidigitaàoi losepr, ounninger, àÉ variàs
repórteres.e homens de ciência, repetiu seus fenômenos.es-
píritas; deixando a todos maraülhados pela sua habilidadê: ,;
Os espiritas de Filadélfia não estão confoÍmes Ê aúe.,:.
guram que, apesaÍ do que diz, Nino Pecararo é um mé- .,:,
dium exiraordinário. Não se querem dar por vencidos, ape:
sar da evidência. Assim sucede sempre com os espiritistas. ,

Por mais que se lhes pÍove a trapaça dos médiuns, eles


crêem firmemente terem esses médiuns poderes preternatu:
rais. (Veja-se o "Literary Digest" de 2 de Maio de lg3!, 1,
e "The Philadelphia Rêcord" de t2 de Abril de 1931, e o.r:'
"New Yorl« Tímes" de todo o mês de Abril do mesmo ano).:,,,

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ENoSo

éôs é uma q.ucstão opitwtiva, e por conseguinte os aÍgu-


.: Eentos -de cada um t&n valor enquanto provam, e nada mais.
-..; Sg epesaf das quatrocentas páginas deste liwo,. ainda hou--
,'r,'vtÍ algunb.que entendam ser o Diobo a caus'ordindrio e
Ii conskintà destes fenômenos, que Íaçam born proveito e Ía-
çàm' suar ãs prensas coÍn Íroy0s 'liwos.para defender sua
sentença; mas não tachem de temerários ou de heterodoxos
a úós os que como eles rtão opinamos, e muito menos tra-
i;..-, tem, de impor a outros es suas opiniões. Não.hà direito
$:' Í,eÍa-Entreisto. Nós não procuramos impór a ninguém as'no$as.
os leitores de idade provecta, assim como entre
.;,r-r'oú Doutores de Borla e Capelo, não poucos haverá que,
aú passaÍem as páginas deste livro, digam com seus bo-
:-:,r 'Eeg:
,:, "Isto cheira a chamusco'. Respeitamos rnuito.tão dis-
*'tio$- pessoas, mas lhes suplicamos busquem para suas
ii. qpiniiies argumentos que sejam verdadeiiamente convin-
1.,' ctnüês.
;. ' A maioria .dàs "jovens", estamos certos, lerão esté li-
_ vro com verdadeiro gosto, e sem dificuldade se colocarão
do
i ntri,-los lado,
nosso. pelo que lhes fiààmos gratos; mas adverti-
;t de que este liwo nãg é nenhum evangelho; ê um
1r' 1lrgo eftsoio, e, assim, terminamos dizendo com toda sin-
,. cerida&:
-Feci quod potui, laciont majora potentes.
"Fiz o que pude; façam mçntes mais poderosâs maio-
Í€§ §Oi§a§". :

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' -l
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Índice Aáalítico.
5

LrvRo L

AS FRAUDES ESPíRITAS.
,€apltulo
' l. Os Babilônios
.' O nrundo gü€r sÊÍ mganado. E intinlto o número
- tmsôe um lomw.
dd nésclos.
- A e.cada minuto
-
llittória dc Daniel dog eaerdotea de Bel, o deire.
distingrrc entre o fatô e a hipÚAte.
rfi)Bci.
- Daniel
saem as correia* da frau-
Do couro
-&. Da,niel recebe por prêmio - Descobrimento
sqr atirado abs leõ€s.
-
:.Reflexõeg pshológic.aa
rnhruto crltico. - Ob Babilônios nascidos no
ll. A Bruxontaüa . ... .. . '. 14
"Non ofluriE rnoÍiaÍ".
Cculos XV, XVl, XVII - eosXVlll.
Br'uxot e as Btuxas flos

lhee atribulam. O - Poderes que 8ê


famoalssiÍno caeo do doutor Fian,
-
Illaclrcnzie np seu lirrro 'Criminal L,aw'. Mateus
- espccta-
Hopkins Thc Witch-Finder4enerdl Os
doltc" -O procrsso da flutuatáo. -Hopkins e *u
pÍocecco- mo*al. i Diabo Familiar o- irnp. Na cul-
,tlcstna Inglaterra P,rotestante. - 6e cq
- - Em todaaeparte
zioha feijão, u ooa palsea protestacfte caldeirõet,
Fdam as cstatHicas. Na Alçsraoha. Crença fir-
- -
nos poderea peternaturaia -
das Bruxas.
,
4lrsina
daoGíto da Bruxomania- Q pgcto diaMlico. - Fun-A
literahrra de entáo. - MalleÍicarum. Deldo -
- Malleolua
o b aeu "Disquisitionum lllagharum". .- ul.a-Démono
dtanh des Sorciàreo". Fairlar. IVireus.
mro de diabos entáo- exbtentes -era de 7.,109.9ã. = O nú-
Refkrões psknlógicas. -
n
A igrrorância adulterada pela educação. Lilipntiahoa
da cletrhidade a.ünoaférica - Propagaçâo
-da Exitt&rcía
ronha e do carbúrculo. Áa Bruxas- 'tapiitonar'.
-
- ÂB Bruxas loucag ou auto-augutionadas
dar Bruxas c o Eeu pacto diabólico. - A teoria
O argumerto dar
-
t

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,..,
ssrr.úão pruporcloaada& Â licarho,pie : §'t§, .i,,*
-t
da Beiladma, do Edranônio dc outta errú; Fê ' -:

núenoe reaie explicadoc por rm! tcorta afe. - Bnr ,


xac aviadoras. ReÍlexões púIcológica&
-
-
Capítulo Fmdbmento e
lY. Priadpio :...... 2Íl '
FranUin, Pasteur e as Bruxas. O oovo G.boü,to da
Bruxomania: o Eepiritioaro. -
As,innãe Fox e a cua *,::
- veÍdadeira histôfia. tlrs. -Fox e a hipóÊse.êdÍiia. ' Ii i
-
- As maçãa. - 'Foi sntâo çre oomeçâÍarh 06 'rapa". \
:,j
elas groduzidoe Íoraar lemprc fraude. De8fr-
- 'TheTestcmu- ,:

Bloú to Spiritism", por R. B. Davenport.


nho daa Fox. * Quarcnta anos Oepois. - A ?í de
.-;i

do capitão-Ksim.
".r:':;
Sbtcmbro dc Iffi.
- A
'.i
noite de 2[ de Outubro- Adeviúva
1888 na Aúdenrla de J[úsica .i
dc Nova York. - "AnreBendi<ne quan& Sgrrci à . ,"i
rnaioridadc". : O4Neu York 'Wor{d" do die *$iirte. ,,,§
A corrfirilo prátiea da frr1rde. A comierfo &rdeu- ;: ',{
-tqrra Reflexões püisológicar" - Retrataçáo foçlAa Ce ',,,.:
- * Or Babilônios modernos.
Caturha. - O mrmúi ttm ' .,"i,
eido eenrpre de .um foitio eó. - :. ,.i1

Sociedadc Oeográfica de Pari* A base um


- & i, lo-
gÍb. Alnda ;reatam 'Babtlôiios que erêem em Taxif.
-
A deç€pçáo pode ser produzida de muitas rnaneirac. "-'.-.:r
- Análise prdcolúgicà de obra de Tàxil. A Imp,tler -. ."r
-
católlca -
Tcmplo Diabólico em Charlesto{r, E- U.
-
Tenrnrôto de Char,lebton. Q mais neÍandp Temptq' -
Satânho. -
Reflexões gehotóglcae üistuia.afináda
- -
9 net6dica de Íatos certos cont mentiras dlsknullrdaç-

e Íhurston e as Foi.
- A hgsftuHade
Oe mictértoc de Raja-Yoga
da. pomba.
-
d8
Íolhas.
Jacollbt
A lnotte aparc*te, - O Mahatma - Darça
Brânco.
O oterro -
- do Faquir. A catalepúa Co@6eç -de
- -
$mpo e de'lugar. Uma eepécie de mediquc.
Depois de 7, t4 2l ou mais <[ar' Finaknsnh r dec.-
aobre e lousa. O Faquir -
começa a uover+. O
- -

xõcl piçdógicas.:- O.lmdlrio, o grovável c o êaitt§. - ''


a):

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Vll.'& Pdcr a0drlcá1Éco'-
dos'Foquita......'..,er
' o profcam
::a. Cáp&tlo
ir":j q. §.- Baldwtn.
59
!_TF!*,,.g_g"lÍ*
PoOer eo i$t* ;- "The--Secrcb of llatatma Land
.d,
.*
-Explahrcd". :- O mcniao e o "bsaqo'!. tiçm g-
: ,.,- tctiâ&s todar. as túrtas.' Poder -.Aqui auto-hipnótico &
+: Fq{i. Poder "ohcóplco'.- A cobiça rcmps o saco,
- -
- ReÍlexões psicológicae.
Vttl. ássirt se Estcte a Htslória, 5E ,
: ,- Duas'cotrclu$'eE foipottsrüed' * O ponto de vista crttico
'GaÉtulo
".. pTer'rcoo
cienffÍics:-- Reópoeta do EstaldJadeiro aQ Cura.. -
sumamerte e*.or.regadio Um Írade e Elia*
E asin sai etoa bclcza A- credulklaft do autor
-é exessiva. EtasÍpi:i, Lapponi,e - a Íilha de Lotabroao.
-
; Cqndições impoq&s pelçú rnéüiuÍts, - { esoridão
lsvorece "Ttoppo luce'. - O Dr. Lapponi dirsçtç
- '!G6são".
ve-troú uma
- As'tad€lrac
cadeirari fazern equilfbrioa
dançam.
- Outraa
+ A Carrema de À{ontesino§.
dança das Íolhâs doa Íaquircs da lodia.
-dcaAe$ínita. As epa,rições iuíninoEa&
â[ú-
- lumi-
Aura
ooaa. - quo estavgr,apagadao =
As luzee acemdÊm<g de
- por
repe,nte si meeàas. ü.1ão§- iÀíisívets e decíeqei-
-
'toaaa
- Reftexões pgicológicas. - §anúo Pança e
Dom Quixote
-' Capítulo lX. Psicotogiq dos Livras Sobre o Espiritismo.,... 65
t-l'-t tIO Af.gUIIIGtrIO dos r'(ul(,lll€UJ.
Aquites !lo!
er.gumento ÍrqUIIG§ PtoloÍneus. Dão-se
l't'lu-lF dltlllll'§
mrd-toe
...'... .fatos de natüreza desconlreclda. - Logo,-- são os espíritos
:... que produzem s€melhantes feüôrnenos 1 Fenômenos que
*.i. nãopelo são fênôtnenos. Piroa*gue a sessáo ecpírita idea-
3:., da Dr. Lapponi.- a quect6es Íara8.
1' . - Respoctas
Acaba sobrando a polÍcia, e já não é ncceseáda a im- -
:. preàm. - Os "PitõêB". A pena crlcrerne sôzinha. -
.. Corryoridfuicia eepírita pelo - correio. Vozes que saefli
ora. das pa'redea, ora do 'teto. - capÍtulo de ro-
Um
-
-, {ance-Iantásüco. - Autrores,cg.neuttadoo por Lapponi.
-i$istiii-
EutatÍiÉkis espíritas; :' tippôni"rnunca -
a rima
"§eEsãor'. Cinrortação dos erros esplritas Gntre og ca-
tólic{t" -Eates livros e as movelas chamadas históricàs.
_., ; Don-Juan Tenório. - Reflexões paicológicas.
,'$qft!lo, X. Psicologia do Obsertador Cientifico. 73
"A Çiência eatá a favor dq,Espiritbmo'i. - Na idade
da'ciência.
lombo.
Hyslop.
- WÍ[arn
Sir - Calihu. Há
Croqts.
Copérnico.
- rnuitos que -.Ce
pôden
- -
obsÊrvar bem; poucoe sfo,.porün, os que podem ex-
plicar corretamente o oboewado. O homÊn de ciência
edá acoatutnado a leis fixa* -:UmA'tesão" cotn um
obaçn'ador oimtífico. -
A companheira cctá'&i tigação
com a médium. -
O.mabrid requcrklo paÍa a m&b-
elalizaçáo. -
Um leagB artlgo cobrç experiêrcia. r
-
TAdo o vokíüê rcef,ra ciência. rr- f, mÉdium é uma grar- -
áirbimr embucteiÍa Ao dobrâi do pepel. 'Não
- -
a

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-J

uos
l
t EmEb d. cü @ q,saú q Írto tu.irú'- -:
O Di. §úrrrú roa Notútg.--..IíIo @ {oú $rG 'tir
-úiman,*i ue ,tàpça, csfnato,túi,6;'-;
l

Reflerõce picológkra --O


Capltuto Xl. Pdcotogia do Méüum ... ...... . &}-
Oe ínédi'imE cotnGrtfuÍÀ - ÂtÍrcd Beorcn. :r:
ú6 ao OllsrdoÍff. - S rnédiuns comêÍciab -.Wor-
prôrfrirem .: -
oa fenôarems por Íraudc.
- tlluftos mfu .(p3 cD *.

íleçâÍafi eó para .dircrtk*. W. U. Ge@ 3-;. r l


Àhe Plper, Eus$a Pdlailino e- Eva C.
orr m6diuil cgrita: §iÍ - DçAt*#O.dc
ltvilliam BEIGü eleâh 4
.,.:

!Éç& de freuáe e de- poder rcd. D. D.-ffom,-- ,,..


,

-
ilédisns que não traballm por dinheiro reocü:m to-

ceú. cflgailtr un'homm de ciência - ft booa'rtro- ,'-',


meotos de Eva C.'c da tliEcoír.
- lmaghação êrú#.ca .
Falavfe de Slr Wiltiàrn Barret Rdhx6tü,pâi. -....:,
- -
Capítulo Xll. 4s Colaciünicías -. .....:....'....,-:. B.i
, Cpitr€ülências às y€zes suqa-mente oot*veis. Harry
A Sra. Beatriz Houdhi e eeu -úrpàr
G
Beatriz
-
' Uma àirrveteria no ErE da Rua 72. -
SukÍdio dó,-fu. .::
gedê. O ca'eo de Mrs. Mutphy.- Uma'f6fiffi'r,,,.'.i
teHe/'-(cartoma,ntê). Dehnninadacobcerrrçóer
- .;*
O quarto número'§eh. :- O' ralho e o clchinbo, *
Ref lerôec psicológice*
Cápltuh XIIL Dc Onde lteaos sc .Espera. . . . . i ...-...
De srdc'senoe B erpêra,ralta um vdhaco. O RcC
Peftlcio de Wooôtoda Gil Sharp. -
Fenômea cx-
,traordinárioa -
Farânduir diabólica- -: Podcr da ',
orí
ção protes*aotà. - Duendes aaquele CasHo cncÚr:tdo.
-
José Collirrs e a solução do nistério. Uara caaa
-
de campo em Chartifly. -
Rumrcs de que V,sg!êÍt eia
-
m,l-amurbmdo. -+ Os diabos acompanhadoi ô bnrxoa
e birnxea Bcrnerdo de la Tour. Dcúrfiatl&, o f,la;
ligno -
a nnniÍestar-se. - eryurOeo e rm
Um nrído
,

c{reiro de cnxofre- -
E corm ÍGolveu o pÉblema o
Irmão Batista ; O- Rei Íaz a doàção aoe nMgÊt eor , "
1259. O antigg teatro Keitt de 'Boctuo. j À, Po.
-
llcia Secrrta e o P. Herêdia. Pe{rada ê ]pÊúaçdq.
^

de ferro ern plene b* * Carua - dcacmhecfilr.


perimentor vàiiàdm" OÊ'êàplÍltos, -'Ex-
oDo coiiru^lrqn
aE cofltias".
- -
Um doa emprcgadoe aotigu. §olu"
-
ção do mitlérb. OB cspÍrttoa encarmdoa;- ReRê
-
xõee picolôgicae.. :

C,apítub xlV. t Brhcddro Taúéln Aiuda...-.......:... t


Uas cmrcçur "gilÉr*hodo". qncnqç ê.{Ê
- Nhguóm
ctrÍ€íl oficiatmeEe Brbil0ob. P-rofur dG ie@b
-
e ôirlpdo dc Lryonl,.c o apirifrrmo. PÍinúer &ú-
-

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.sÉr'

.: afrtt a t*iii caÉoaríte rO tivro qrrc o Sr. .tcn '

diante de d é runa. Blbliâ -"


em' inglH'. Ámrodeu.
Uma aegur*h cartq. Reryorlle a trêc- perSmtae - l}

frutoo oc - ':-'.Minhas -
\: com'PGIos
um médiuin famoo.
--
corhecerçia".
Ch joven*
expdÍiêncfus
eetudântêE
O Sr. Delegado Apostólicro em Waehingtor. .- Meus rÉ -
'. grtdos. conferência na Delegaçáo Apoatólica.
- Umatiram
Oo .ecplritoc o solidéu de S. Excelência. -
r Âdivlnhação do rscÍito. - "Quando for nomeado Car-
dêal". PcnueÜdo de que o oue. eu fazia era cÍrm
,:..* auxílb -preternatuà!. - E' forçoso'rewlar o segreilo para
:,:. acatmar a con*iência de S. Excelência. - 'Amanhá o
;o , Sr. saberá definittvamente a mfurha opinião".
Ee vendo que o Sr. náo é adivinho". - 'Êstd.
Carta grátu-
-
'. Iatória de S. Excel&rcia. - .Reflexóee psicológicas.
r§apltulo XY. Em Aaxllio da Pottcia. rt9
i Llm crime sensacional. Um jovem detective em Chi-
,. cago. - Homem alto e- de bigodc ruiyo. - "Já enco*r-
@ o meu homem". Que bonita gravatal
-. médium Íamosa. Um- Oolnlngo à taiae. Uma - Uma
i: -
fFa; fria... 7 Eetá aqui o culpado. -Confissáomão
do
i' delito. O detective foi prornovido. -Reflexõe psico-
lôgica*- - discutido.
O caso da Pitronisa de Endor
-
r Capítulo XYl.Psicotogia de uma Scssáo Esplrita. 126
.' Foucas emoções sáo táo contagiosas como o nedo.
-
- . Contos de fantaemas.
- ,No rancfio de um amigo.
-
il Ex.peniürclae dos leitores.
- A prirneira impreesão numa
§, oesáo espírita. A escuridão nas sessões. O Dr.
y\ W. J. Crawford.- - William
i BerÍet - O Dr.Móveis
O gabinetc.
Carrington e Sir
ã instÍumentoe üsa-
-Três ctãE8es. de pessoae
doo. - que assistem às ses6õcs.
-
- * Â expcctação de algo extraordinário. Alucinação po.
sitiva e negatlva. A hbtória de um Capitão inglêa
Uma cecsáo que - foi preserrciada por nós. -
de ecsúq. Dipporúção Íivorável. A -lei Psicologia
das mul-
- eatre os fatos e - a irpreesáo que
üdões.
- DiferorçaReil€xõrs
,. rlca produlem. poicológicà.
-
-'.Capltulo XVII. Resmo c Conctasões l4g
Dirrlgimo+roe a hitoros Bersqtos, e não a Babil&rioe.
O mutdo qrtcÍ *r enganado. 'O quê eu não posso -
explkar é pretematural". : -Pctsoas demasiado htcli-
ganles e inetruldas. preconcebidas.
dc experiência pessoal. - Teoriae-
O testéÍnunh humano-nral en-
Fal.ta
' qrdie. -
- Diferença entre o objeto e a imprrsão que
{9,nrodu_2. - À coincidência. I psicotogiá aa muiti
dlo. Os cscrítoÍGs aobre o E ÉiÍitisÍro: Oa aÉ
dhna- Compareçfo dectÊ liü"o çàm o ..Dom - eüixotc.
-
dr Ccrvurtcs.
- Rcflorõc priaotfiicas. ií;,i

..'

":
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-Jí!s;'
Cstos t.lwie.ae llcrcdfu; §. .f, I

.l I
'l'+

LIVRO II.
os 'FENôMENOS À{ETAPSIQUICO§,, , ,

-
Capítute l. Estado da Questdo .. . .. . .
A.Mitologia, tratado de ÍHca dos-tempor pritntfugs,
'Tratado «rmpleto de .If,ctepalquica Poética".
-
.ExPlir
-
cação doc fenômenm naturaie por rneio dos eeplritos.
AcsiÍn argumeúam oô cspiritista. T,Ol G4ilitbta
- há paridade. O argumento dr
rcrpondsm.
,rcploUuçeo. - Não
ft dez por'c€nto. - Giade conÍrt$o
de kleias. - Esta& da qu€stão. -
-
CapÍtulo lI. FaÍos e Teorias
Oe fenOmcnos €pfÍitm não úo um fato.
tirmo é uma teorla. - O Eq[ü.
Hhótese é uma conietura plttdt
sóÍia. O geto. - Teotia, siúnimo dc hlpótÊsê'itÍr*
'fimdada. - Duas -ctassea de leis. aaturai* J
-
Inatebilirlade daq teoriae - Lcis
A atraçáo, uila teoria. -:
.

O EspiÍitisíro é una hipótc - mal fimdrda. Hú qrie


compÍover oa fatm !f,tct + abalançer-se às- hipóte*q
O eot fiasoe, o col rc'pôê.
- DiÍerença êntÍe tatos
'

, -e .teorias.
Capltulo llL Invcstigações Meta$qar'ca§ . . .. . .. .. .. l6S
Trrsgos, fantasmm,,brurs e duolrdcs. FfiIdaÍrento
da crcrrça de que os mortos fahm. - -Eri*rn ceÉm
Íenômeúa vetdàdeiros. FenÊrnenog erpoo$nspe e fe'
nônreqc provocaldos. -Carna ordkrlria e comtant€. r
'The Schty oÍ Psychicrl - Rcarch". Fatoc'çolecio+
Fenômenor tleiete, mentais-e mbtot,
nado&
-
maioria dos fenôincnoc fÍsico.pslquicos não cctfo devi-
- A
d*ÍflÊnte comprovados, Difhuldade na obcewação des.
tes fenô'meílos. Do - fenônienoa mcntair o á'iâÍs, ÜctÍt
demonetrado é a - Telepatia. * Opinião de C,onm Doylç.
Nerte livro nâo cuncldeÍamoE o alpccto tetfiiooo do
-Espiritiemo
CapÍtulo lY. O que se Eatende por Fmômercs rUeÍ@$eca§
Até agon todo fearômqmo ectraoto Gta mqtlp'dgui§A.,iT
Cosfiiôc dclvidaE à lalte de una dcfüdção. - DetlÉ
Éo do fen@ro octefoÍquico. - §ut exdhryto n$r-
iartee: efeito oildvd, cauà irütflrmgltal-_e pdnqhü
iorsro conlrecldeg e deroonhecido.' - NIo fnffi.

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dkco a E sÊ. Em ds& cm chiltaÍ ciência mctapdqui;
cÀ Nhüa deíethão mftr+ce úniq e exclucivamÊÍtG
aoe -ieoômw metapdqüieu"
tec intel€cfuris. - Três clrosêt dê agen-
,çrpftuf" Y. Varrcndo para Fora 180
, g' üabalho perdido fonnular hipÓtes antsàfenôrneno* de êstar
,;,' . scguro da erldência da autenticidade dos
,,i "
:-Ficam excluídos os ÍÊÍôínenos dos Íaquire*
, ina[os Davenport e Eeus.-rortilégios. - Og irmãos - OE
Tlrmraa Os aporte§. Prodgçáo de odorts. : O
petchuli. - Em Kansas City, Mo.
-
Süa exbtêneia oão está comprpvada- Odevidamente.
ectopla§ína.
-
Erperiências ,de Von Nôtzing, O,eley e Riúet
-
credenciais de Eva C. .não táo nada limpas, segundo
- Ag
Houdínl, nem aE da Bifton. Villa Carmen. Von
Notzing. "I.Ê, Müroif.
-Houdini - ecto
e o auxílio
pláanico -da Bisson. - dedo oco.. Os pentes de
Eva. - deOVon
Illá reputaçáo. Notzing.-
-
Spítulo Yl. O Ectoptasma . ......i !90
' O argumento de Rhhet As provao de Richet e de
. Geley. Cartel de &salio - de Richet. Urna expe-
: riêocia -achataote cuntra ele. - repórteres.
dos
- DianteBastam
Segredo profiasional explicado. luvas de
fi.- -borracha. ESa prova absoluta -da rnaterialização e
i -
desÍnaterialização do ectoplasrna náo vale um ceitil.
,§qpÍtulo' VII. Fotogralias dos EspÍritos r96
i." "Tlre Case for Spirit Photogrãphy". 7 Conan Doyle.
r, - "The Evming World", de Nova York, em 9 de Abril
de 192:1. Herédh produz íotografiar'under test
- O P.
conditbng". As palawas que não deviam ser pronun-
ciadas diante- de urn *rvo de Deus Ao fotograÍias
-
dor eepíritoo sáo um Íenômeno comprovado? Muprter,
Íológrafo de Boaton. Buguet, de Paris. - Caso de
um médirun fotográfico.-' Seus proce{§os. - Outro pre
ceao muiüo engenhoto. - O adrcnto das- fadaq drcn-
ii,: des e trasgos, por Sir Artur- Conan Doyle. Suas pro-
yar - Wright.
ii...-' e modo de argumentar.
O Major Hal Edwards. - ADecadência
menina Elsie
mental de
-Gonan Doyle.
l. Capítulo Ylll. Fotogralias dos Esplritos (continuaçâo). ...". n5
i. Fotografias doa Íinados.
A casualidade.
Babilônios pa-risiensta
Higtória-de uma Íotografia tirada em
-. liladrington. - dEste é mcu avôzinho".
tivo. Uma- ampliação. - O rcga-O
Grande semelhança.
-
*Crew- Circte", na Inglaterra. Hopel -
Mr* Buxton.
. Sir Artur Conan Doyle. -"The Society
- of Prychlcal
-ReaeaÍch". -
Mr. Price "Cold Light and Spiritualic
- A fotografla dos csplÍitoC até o
BhGüotrlcma". pre-

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' '..àiaos:rlrtn.p,ir;ià , §:j'
áCilc;'lüb'.c ur Íeirüreno rofhhdrotute colt úi'
N& rdgãtrÉ a ÉmÍbilidade rlt'ft&gÍlÍh A invt-
-dvd. Mr. WalÉr I. Kihtrcr, dc LrixlÀ,'Én üÉü trr
oente -
limo 'Thc Human Aun". Â ftitogrdlls to ln-
vidrçl não é a fotwratia .dor --
eEplÍiio& _T*r Rar
daüons Humainee". -
Capltuto lX, Fcnômcrns Eafiritas de 'Vaadeyttt{. ..,. .,. . ...1
El€itos maraülhoaos óroduzidos noô hatroo.
ta em toúas..- Diltrtru mancirai de operar- -.1 GtcÍ|.
trma lousa. Con duas lousa& - Ctnr
O liwo dG Hoüdtii-
A dupla -yiaão. -vez gue rnc ry11reot,tl
- A primeira
em púUico para produzir fenômenoa csplritrq, O
passe tlos copoe de jogar. A düpla viúo ao dltÍh
BatabÊga - {rtóSió.
O Sr. A. c rêu
de cobre na- algibeira. O - CÍtro
Padre filósoÍo e o
relôiio-
n&nãm
'do seu ÍÊlóSio.
= Náo - maio pacto coún o diatn.
-
Explicaçáo da dupla üsáo.
tcfldeÍ{e. - orrbas áanelras & es.
TcleSuinesê quer dizer rnovimentro à disú&rcia..;- liovl-
mento de obietoe ran contasto. l-evihçlo. ilor
oontacto. Euságia Pal,ladino. -
Lcrritação dc JlonrE
- *
- -
Um artigo do "§prlngÍietd Republican". Tcrmhróira *.
noace primeira varredura. -
Burcarnos oc fenômeool ti[t'
-
guc apaÍ€oe a açâo üc um agcnte intelectual.
CapÍtulo Xl. Alacinações . ... .. . .: . ... . .. .. .. . .';
Paicdogos e alienistae Detkriçto da alucfutaç[o.
 ilnsãq. -
,As alucinaçõcs'po&m provir & ertado mór-
-
-
birlo do paciente. O {haschigsfl". Dcodoro de §i-
dlia e a Sibila dç-Delfos 'Paúe,-o Sr. asrdita eor
aseonbraçãoP - pro&zilas poÍ.!as&
Alucinações
Cudoro cam de - &pla aluctnação. A aorS"explicr -
Éo porle -
dar a .chave de outroe fcnôrnenos
-rur&ogoa
 aluchaÉo provocadà pertence à poioologir,erye+
-opatal ou à patologia. A clarividàrcia Oú sonhoc
aáo umr íorma .de -
duchação. . - l

.Açõea automáticas. Os sorúmbulog. Âutoinatismo


sensório e motor. -
O eutômato. -
Fele autôü{fice
O proÍetor Flounroy. -A hietêrio-epilepde - Fa-
-lava eor chinêr, :. -
Duar .toalhae de mcsa, trêf'fiontal, -
reb partc de' mei,aA sete lênçoG i
A Oüiir p
a Planchtte Oc rorhos, ^ Pcrronalidede'Bo*d fiddi
-
O tranrc mediúmtico. -
A Íory quüdo nlo ê ce.
-nheckl,a- -

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'' §fitendÊffi. rgui'úr Ío4rs rraturaii aqrrlas q*r de üar
modo, ou.dÊ outÍo ca€rri tob o aom oontrolê. OE
.. 6as
'Íaps" por co.útacto. hodução de "rap8". -Dirar-
à clacses.:; A - -
caqa ordiüáÍia e constútre que pro.
duz oa "reps- por contacto é uma força de origem pu- .
ramsrte natural. '
Objetos de rnadeira lnÍtu&rcia da
hümidade. A -d€tgküdc Aa rniOelra. - Djve'loc ex-
-
. primentoa que prove.m o assei'to. - Durante o eclipse
do rol- a 24 de Janeiro de 1925.
. Nota irnportante
robrc Lulu Hurst -
XlV. Em Plena ldade Méüa. 2M
Uma parábola. O efeito de um rádio na ldade It{á.
-
die. - E' coisa'mtdto sini@ ,rir+e-da cdüIi{tade dog
nolsos antepasadoa Um caso. pçopoeto pera dis"
cussão. Antônb e- sua falecide tia.'
-
XY. .Investigações Metapsl4uicas.. A Mrralsà§em.
A Fraade ..:.... Ug
.{ inevitável Íraude.Analisando o caso de Antônio.
-
O.,reultdo de tm truque,cottrum e corrente. RezõGs
-
para decconfiar. Cumprc ,ter rnuito prernte o efeito -
-
de surpresa extraordinánia que uma mensagem produz.'
devemos julgar do er.traordin&io de .uma rnm-
- Nãopelo
sagem efeito imediato que pÍoduz em oúe, = O
noeso prryrio orgulho favorece a explicaÉo prcternatu-
ral.
- O caeoroupa
Tarahunàra...
de D. Joaquim esr Nova Orléans.
de dentro número 42. -
Tudo.é
f,urê trspaça. Segredo pmfissional. -
"Truth and
Fact pertaining- to Sirirituatísm", Wt Miss
- J. Frances
Rçd. -. Para que seryem oo jornais? Em viagem dc
erploraçáo. Urna inÍormaçáo tlpica.- Ae datilógra-
faE I Métodoa- usadm om Nova York- Houdini, ,gro
rÊu ,livro 'A Magician among tte Spidts". - Uma
'lip+eade/t. -
XYl. hucstigoções ltlüúpdquieas. A Mensagcm. A
Mente Inconsciente . .. . .257
HaniÍestações da mente inconeciente do médium. A
frblogia experlmental. Uma única rrente- Es- -
tado'consaiente. Edado inoonociente. - Estado eub. -
- - pode sêr
«irscímte.
comparada'a
'Icbergs".
- urn - A flossa
cinematógrgÍo. Tru
m€nte
grauo de con-
trole. O Dr. Boaüsta. O-.Íuedamsnto da paica:
odise.- Ttêc arquivoe - O primciro arquivo €ontÍo-
- vontade. O- oegundo atquivo coiltrolado
llrel pda
por melo dc un procem - mentâ|. O terceirs arquivo
aó. Írmciona em estados anormaig. - Dez bilhõ6 de
célulm. Imprcoróes numénhas. - Como funciona o
- -

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\r.

' 'i. ";

- A te*.
qud 6f-i 'i..,til:;
Â-caipa ordinária e tonstante.
Gury Ferre,rea 1 Â peiia egcrwcndo - O tcgulüo-
sõzinha, r -':-"
Noún Opinito ds Richet Os Lryponb alffct , ..,
-
Argurtento - e rixnflanhia. Áü t'-,
de'Noldin, l,ehmkuhl
- -

"Quis concilirdru eiirs fuitT' - O espírito lrtpoilÕ


qrc é Satanás,. Os famococ noveota por mtro.
- .

Náo tratarnc do cspirithmo como religiáo. Os ht'


bitaftEs & Mart€. - Do
O sleatir des crtÍe16. -r
gorsibili@ pa&u-* - a üme cÍcnta : Gêrrcseuna dr
Eoria.esplrita moderna. Analirsnc. - A consequên'
-
cia inpõe..ê: oáo ó ctpldto& - ae Íürú1 qo
Titdo
tratenrunho dos própÍioô -
eogíritoa
- Englno':
O lado mais fram'do^ EspiÍitiâilno.
ktfanttl.
TettilnunÍto
- -
quieta. Teae contra oo eapÍritai. O iloffi aigç
rncntô, - -
'Qui nimia pobat lr*h§ probaP. -'Hôüdhi,
-'
A intercomunkação n{ó ê unr Ílto côÍmprcvado., O *
-
fenômeno doe dias e das noit€s. A idertitse doa'
eplritoa -
Blblioüeca de refer&rcia. Ê{ua-
- -'Türhe-te

Força da auúorirtads,ÍGsÊmida pc Cervaahc. ".-


(SFi.-
úifisr ald Commor Senae". C.arb do Ç,ar&el:&ü'' i ,1l

perÍi. - sobre outru. Têoriúl ,


deate liwo
- :Vrntagtm
A teoria do corpo artral. -
Gta*t.
naturaie
ecôoplamra. O -
Raimundo de §ir Otiver t odgê.
- O
-
 pdawa ,tsüepatia Lüoidez ou clarividêaciü -*
-
'Proçeodingt" e o "pum8l". PcÍciPieote& Ua
cnso de {elqpatia. Um exenplo- prra eitco&t- à di;
-
fercnga srtà tckpaüa e ctattuiô€ncia
Myem c Fodnorc. - Ooumcy,

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* Amüicnte prcpkio. Cor
''t'E"t do de âniuro upccid.
&çOes .para qrc o'teroeiro arquivo funciolre. - - Rccor-
para trarsrqi-
dações Uoo. Cet*tos.
- Eatâdo propício
curiosoa
r tii'lmprcssOes. - Dois oexemplos
d; üft.iã-àiquivo. diâpensor. - -Pmdlgioa
Dtifíniçeo cierü
- redenho. : -Modo
eo de produzir
tífíca.
- O oeiitôneo
artificiahdnte o de*quilÍbrio do terceiro arqlivo.
,, Explicação do dlagramà.
- Três teorias
a escolher'
XXII. EÍeitos Microsmdticos -. 3lr
Croettle -visita Schi[er. Pornona deqgis de rnorta-
Sêntido-do olfato. O aroma das gar- -
Psicomeiria.
dênias
-
O- queiio Linburg. - O aroma de violetáa'
C"so- citado- peio Dr. Macl«enzh. - As "Mil e 'Uma
-Noites". O cheiro de alho e a telepatia' - O caso
do
@ hsnem
n(xncm- 8ÊÍB
sern Polegares.
Polegarc§. A ÀÉsré de
,l . Águia vsrv'
uç Ouro.
iuÍs G. Ferezcaú e 1 cheiro das azei'tonas. - Efeitoe
do éter e do cloroÍórútio. - O diabetes e a acetona'
XXIII. Á Tese Ftutal 321
A ráóioteleÍonia. e um velho mtito espeio'
O rádio
- do diabo.
Áquito era coha
Lodgs estendem
- Myers^-g Sir Oliver
a teoria telepática. Objeção contra
6ta"extmsáo.
-
Uma teoria pfováwl- Cam paralelo
-
ao de duas eetacõcc de rádio. -
A horia do corpo
,astÍal. -
Corrunicaçáo ineonsciênte cqrtre o-'trarnmissor
iô -
úrceetor. Nóssa tese tem uma probabilklade ra-
àErÉ,t. -i Uma- expeniÊncia de Richet. : 'Ira Rc§tina"'
corn cigarroe
F- - Omistürá.
exemplo doe cães.
- Experipentro
Número- três: Roy-Tam' O caeo da
l. '
sem
-Confirmação da qosa teoria.- Tese fínal.
beldrdLga.
- - 33t
Primeiro. Confissiio de um Méüum.
SeCrrttdo. Veja a Solução Amanhã. ilt6
frI&
Quarto. A Muravílho [e GeÜrgia. y2
w'
348
§I
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