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DE
)CABULOS BRAZILEIROS
PELO TENENTE-GENERAL
RIO DE JANEIRO
I:IY-LPREN8.A.. N .A..OION.A..L
1889
1b56- ,
ASUA MAGESTAlJE IMPERIAL
. D. C.
CORRIGENl1J\.. -No artig-o •.J'oh,ô, lin. 2, em vez (le Cl'ytU"uS, leia- e Orl/ptw·us.
DICClüNARlü
DE
V'OCABULOS BRAZILEIROS
ABACATE ABICflORNÁDO
Abacàte~ s. m. fructa do Aba- ponto menor (Alberto). li Etym. E' vo-
cateiro, arvore do genero Pe.rsea ( P. cabulo da lingua yorúba (Neves Leão).
gra.tissima) da familia das Lauraceas, Abarbarádo, adj. (R. 01'. de,
oriunrla do Mexico e de outras parte' S.) temerario.
da America, geralmente cultivada, não Aberêxn., s. m. (Bahiç" R. de
só no Brazil c mo em todos os paizes fan.) bolo feito de massa de milho 01}.
comprehendidos na zona intertropical. de arroz moído em pedra, ordinaria-
II Etym. Corruptela do mexicano AgWJ.- mente um tauto fermentado) envolto
cáte. em muitas folhas de bananeira, dentro
Abacaxí, s. m. primorosa va- das quaes é cozido a vapor e se conserva
riedade do Ananaz, da qual se contam (Alberto). II Etym. E'vocabuloda lingua.
dil'ersa qualidades, geralmente culti- yorliba (Neves Leão).
vadas no Brazil. D'antes essa cultura Abestruz, s. m. (R. ,ar. do ~,)
limitava-se ao Para. e Maranhão j mas v. Ema.
nos primeiros annos deste seculo o Abichornádo, a, adj. (R.
naturalista Arruda, em su',s excursões Gr. do S.) acobardado, acabru.nhado,
botanicas, trouxe do Maranhão para desanimado, aborrecido, envergonhag,0l
Pernambuco muda;:; de ta planta, e vexado: Com a fallencia daquella (\aSa.
d'ahi se propagou a outras provincias. commercial, onde se acbava a maior
n Etym. Em relação a este assumpto, parte da minha fortuna, fiquei a.bichor-
farei apenas observar que ha um af- nado. Ochefe tratou tão desabrJdamente
fluente do Amazonas chamado rio Aba- o seu ajudante, que o deixou abichor-
caxis. Não sei se desta circumstltncia nado. n Etym. E' vocabulo deriva.do de
deveremos inferir que flS margens castelhano abochornado, havendo tam-
daquelle rio são a patria desta fructa. bem ne ta lingua o verbo abgchof'JUlr,
Abajêrú, s. m. nome primitivo que, além de outras significaÇÕés, tepl,
do Guajêrli. no sentido figurado, a de fazer corar
A bará, s. m. (Bahia, R. de .Jan.) de vergonha, irritar, estimular; e mais
comida feita da ma sa de feijão cozida o adj. bochorhoso, com a accepçãQ de
el? azeite de dendê. ~ temperada com vergonhoso, que causa vergonJia e vi·
Plmenta da Costa e Pl.1erecum. Dão-lhe tupario (Valdez). O voe. bochorno, que
a fôrma de bolas e são envoltas em é tanto portugl,lez como castelhano, é
folhas de bananeira, do mesmo modo e certamente o ;radical de todos esses
com a consistencia do Ac!\.ssá, mas ,em termos.
ABÍO 2 ACOLHERAR
quer artificio com que se procura en- os naufrag·os. 1111' de úuúlJ,ia; lltLVegar
g-anar a outrem; Fulano fez-me uma no sentido da. corrente de um l'io on ti,L
Branquinha, de que o não julgava capaz maré; Fomos ele úllútliel dUI'ante duas
(Meira). horas. II Etym. E' vocabulo do origem
BUBUIAR . 21 BURASSANGA
Em verdade,do Minho v m muita gente tenho sido caipdl'a no ,jogo. 1/ Obs, Se-
no Brazil, e del1o, não pouco inilivi- gundo Morno ',Caipóra é o «lume fatuo»
duo, depois de ter adquirido pelo tra·' que apparece nas mattas, e o vulgo
lJUlhu uma talou qual fortuna, re- diz que são almas de cal.Joucos (sic)
gre am para ua província, Durante mortos m bapti mo. Não duvido que
o' lon~'o tempos que habitaram entre a sim s ja em alguma parte do Bruzil;
nós, íamiliari 'aram-se com certos vo- mas eu nada tenho ouvido que .i usti-
clbulos, e é natural que, já re ti- tique essa. a erção. II Etym. Caip(h'a ê
tuidos ii. patria, li em delles machinal- eyiclentemente a corruptelade cadpóra,
men te em suas couversaçõe , e de ta termo ela lingua tupi, que significa mo-
SOl' to os natUl'ali3em no eu paiz ainda ,'ador do matto,
quo alterados om sua significação pri- Caiporjslll.o~ s. m. má sorte,
mitiva, como aliás acontece 110 Brazil mau fado, infelicidade; estado d'<"lquelle
a 1'0 'peito de muitas palavras portu- que é con tantemente contrariado em
guezn que tóm aqui um entido mui uas a pirações: E talo meu caipo-
tliír rento tio que lh dão em Portugal. rismo que n'aquella emergancia, em
Oaipiráda s. f. acto de caipi- quo me era tão necessaria a protecção
ra' ru ticidado. II Grupo de Caipira. dos meus amigos, achavam-se todos au-
fi Gonornlidade dos Caipiras: A Cai- sentes.
pirácla mani fostou-se toda contra o Cairí~ s. m. (Bahia) o'uisado de
novo imposto. q'allinha temperado com n.zeite de den-
Caipirislll.o~ s. m. o mesmo Clê, pimenta e pevide de abóbora..
que Caipirn.da, no entido de a to de Caissára~ s. f. (Pern.) es-
Caipira: Aquelle individuo commetteu pecie de cerca morta, i to é, d'aquella
um verdadoiro Caipí"ismo, em não acei- que é formada de forquilhas e garran-
tar o convite, ou lhe foi tão graciosa- cho . II E pecie de armadilha para. at-
mente feito pelà dona da ca a. trallir o peL'(e, a. qual con iste em ra-
Caipóra~ s. m. e f. nome de marrens que se lançam ao fundo da
certo ente phallta tico, que, segundo a arrua, quer soltas se a. agua é estaO'-
c!'entlic 11eculíar a cada região do Bra- nada, quer presas a moirões, se a
zll, é ropresentado, ora como uma mu- agua é corrente. O peixe pl'ocura esse
lher umpedo, que anda aos saltos; ora e couderijo, e, reunido em c<wdume
como um,t criança de cabeça. enorme, e mais ou menos numero~o, milito faci-
ora como um caboclinho encantado. lita a pesca ao anzol. T3.mbem póde
O Caipdm ou a Caipdra habita as fi;)- ervir para a pesca á. rede. N'e-te ca o,
re tas ermas, donde sahe á. lloute a lançam-se o ramos soltos ao fundo da.
percorrer as estrada , Infeliz d'aquelle ao'ua, e quando se pre ume que a cais-
que se encontra com asso ell te sobre- sara está. bem povoada, cercam-a com
nalural. Ne e dia tudo 1he sahe mal, a rede, que se arra ta para a praia,
e ou tro tnn to lhe acontecerit nos lias depois de retirados os mmo . lIl\Ion-
sub equente , emquanto estivor sob a, toya, no al'tig:o Cad, traz Caaiçá com a
impres&'i.o do terror que lhe C<'LUSOU o sio'niticação Cle cerc<'l. de ramas e ra-
oncontro silli troo fi FjO'., I?essoa cuja mada , com que ,ão recolhendo o peixe
presença ou in tervenção pode in11 uÍl' como com rede. O Dicc. POI·t. Bra:;.
de UI11 modo nocivo om negocias alheio: escreve Cayçara, qu traduz por trin-
Aquelle homem tem sido amou Caipd- cheim; e Gabriel Soare falia em cerca
ra. II E' tambem Caipdm o indi'-iduo ele caiçd, que os seI vagens construiam,
maltil.dado, aqu lIe que, apezar de su,~ pam. se pôrem ao abrigo do inimigo.
mOI'alidade, ele suas boas intenções e Caissúlll.a~ S. f. (Valle do Ama:;.)
do desejo ele molhomr de po 'içi1.o, se v ó O tucupi engro sado com fitrinba,
const:1lltemente con trariado om sua C:Ll'~~ ou OUtl'O qUD.lquer tuherculo (J.
aspira çõe : Sou um Caipóm. 'e to Veri imo).
sentido corresponde aos termos portu- Caititú (lO), S, m. nome vulO'ar
guezes lwnba e callisto. II Adj. in feli z, du Dicotyles targuatos, mammifero da
oesaCortunado ; Durante tacto este jUez 0\'4erq dos ~fI,chicjerjUes, e inelige!la da
CAITlTÚ 28' C LUNGUEIRA
puxado ordinariamente por muares. " tou.:.tS as mais accepções a pall1 ra,
Etym, Corruptela do fril,ncez Camion. ca.mpo tem geralmente no Brazil as
OaD1peão~ s. m. (Cea;'li) cavallo me mas jO"oitlcações que em Portugl1l.
do vaqueiro, quando este sah em pro- Call1ucinl.~ s. m. (Campos) es-
cura e tmtamento do gaclo (J. GaIeno). pecie de boiú'o feito de bl1rro preto.
I Com a significação de comba,tent , é "Etym. De C'amuci, nome tupi de
termo. portuguez usual em todo o qUl1lquel' pote. (Voc. Bl·a-;;.)
Brazil. CaD1u~nbeD1be~ s. 111.. (Pem.)
CaD1pea.r~v. tr. andar :lo cavallo vadio, mondigo, individuo quo pertonce
pelo campo em procura, e tratamento a relé do povo (J. Alfredo).
elo gado, Tambem se usa. muito de te CaD1undon~;o~ s. m. (R. de
verbo na accepção de procurar qual- Ja/l. S. Paulo) rato de especie p'-
quer cou a:-Vou ao m rcado campea;' quona. NI1 Bahia lbe cbamam CJalung(t
uvas, Por mais que call1peasse, não pude (3"), e em Peru. Catita. II Etym. E'
encontrar uma ::;ó J(ü'anja em todo o vocabulo dl1 lingua bunLla. Em Angola
pomar. tl1mbem lhe chaml1m illttlldongo (C111 ello
Ca.D1peiro~ s. m. (R. Gl', elo S.) e Iven ').
homem adestrado no trabalho do campo, Call1u.rilD.~ s. m. (Pem. e outras
em relação ao tratamento dos gados. do N.) nome vulgar ela 'ciaena
Pl'OI1S.
O bom Campeiro é um empregado mui lmdecimalis, e peeie de peixe 11 que nas
util nas fazendas de criação j elle tem provs. do S. chamam Robalo (Martiu ').
a seu cargo procurar e arrebanhar as CanariD1~ s.m. (Pará) homem
rezes perdidas, rennil-as nos ;'odeios, magro de peroa comprida (C. de Al-
etc. II O Campeil'o do R. Gr. do S. é o buquerque). E' o que em Portugal ~
mesmo que o Vaqueiro das provincias tambem no Brl1zil cbl1mam figurada-
do Norte. II Jidj. que tem relação com o mente Espicho, "Segundo Moraes,
campo: Freio cctmpeiro é <> que tem ceeta Cmlw-im é o aldeão do" contornos de
forma mais apropriada ao serviço do GÓa. Auiete nã o menciona.
campo. Veado campeil'o, especie do Cancha~ s. m. (a. Gr. elo S.)
genero CervHs que "Vive habitualmente logar nas charqueada oude illl1tarn o
no campo (C. campestl"is). bOlo I Appliclllll o mesm Dome ao la-
CaD1pn~ s. 'ln. nome que dão aos gar onde um parelheil'o está I1CO tumado
descl1mpados mais ou menos acciden- a carl' r. Estar llft sua Cancha Ó estar
tados, formando extensas pastagens em loga.r conhecido, onde é maL forte,
apropriadas á criação de gado ' A Sua etc. (uoruja). I Etyl1'1. E' tormo qui-
vegetação consiste em gramineas r.1S- cllUa usual no Cbile, com [1. me ml1
teil'Us e outras plantas herbace~s. 'ignificação que tem 1111 nos a pl'ovincht
I Corresponde ao que em portuguez (Zorob. H,odrigues),
chamam Campina (AuIete). 110 campo OaneI 'l.a~ adj. (Per"., Pa?·. e R. (1'1'.
contrapõe-se sempre á malta: Pretiro do N.) ca quilho, elegante, bonito, não
caçar perdizes no campo, do que ma- só em relação a pessoas, como a cou-
cucos na marta. A minha fazenda eom- sas: Uma moça cCt?ulíJa; uma s;tla can-
põe-se de mattas, donde tiro LJoas ma- dect. II Etym. No dialecto gua.rani. can-
deiras. de construcçüo j e tIe campos ded, synonymo de catupi1'J, se traduz em
. onde crio o meu gado. I Campo clol))'ado CI1 telhano rior b~teno, hermoso, galall
Ó aquelle que se desenvolve em terreuo (Montoya). "No vocabularios que te-
ondulado j campo cobel'to Ó aquelle que, nho podido consultar relativos ao dia-
oITerecentIo pasLagens para os ""adas, lecto tupi, naUI1 encontrei a semelhante
esta entretanto entremeado de arvoredo respeito j fodavia, i aLtenderm05 11 que
escas o. A esta especie no Paraná e o Lupea Sebac notavel por SUI1 formo-
R. Gr. do S. chamam {ochina ou {aclti- sura, tem, tanto no R, de Jan., como
naZ. Ainda ha o campo natural O o na B.l1hil1, o nome vulgar de Si1'Í-cand8a,
Campo arti/lcictl; .l1quelle Ó o c<'\mpo pri- devemos pen ar que o nosso vocabulo,
mitivo j e te o que so forma depoi' 5:tlvo a prouuDcil1, era commum tanto
da del'rulJadl1 de uml1 ml1tti1. II Obs. Em aos Gmtl"l.I]is do Paraguay, como aOB
'A~DlE[lW 31 CANGU 'SD
das mesmas fontes em que tem 3. sua lhe Can'whyba, e em M, tto-Gros o Ca-
origem aquella ribeim. A' margem 1'Undd (Flor. Bra:;.). U Etym. E' voc.
della, proximo ao mar, existia em 1557 de origem tupi, que se decompõe em
uma aldea de aborigene. ejamo o Carami-yba. .
que diz Léry sobre a ignificação de sa Carnahyba, s. m. (sertão da
palavra que elie, como francez, ortho- Bahia) o me mo que Cal·nahitba.
grapha a seu modo: «Km·iauh. En ce Carne de vento. V. Chal·que.
village ainsi dit ou nommé, qui e. t Carne do Oeará. V. Charque.
le nom d'vne petite riuiere dont le Oarne do sertã.o. V. CIta/,-
village prend le nõ, à raison qu'i! est qtle.
assis pras & est interpreté la maison Carne do sol. V. C/tarque.
des Karios, composé de ce mot Karios Carne- ecca. V. Cha1·que.
& d'auq, qui signifle maison, & en Oarneação, s. f. (Rio (Jr.
nstant os, & y adioustãt attq fera ao S.) acto de carnear.
Kariauh». Em relação ao as umpto, Carnear,1J. tI'. (Rio G1'. doS.)
não nós dá este auctor a significação da matar a rez, acondicionando-lhe l\
palavra Karios,. mas no proseguimento carne, couro, etc. (Coruja). U alrlez
da sua narrativa e enumeração das menciona e te verbo como oriundo da.
tribus selva:gens de que tinba noticia, America hespanhola. Aulete o define
faUa nos Karios como de gen te ba- ma.l. Càl"11eal'nUnca foi, como elle o diz,
bitando além dos Touaiaires (Toba- yn. de eharquear.
jaras ?) para RS bandas do rio da CarÔna, s. f. (Pro1Js. met'ids.)
Prat~t. Estes KaJ-'ios não eram pois certa peça dos arreio , que consiste em
senão os Cal,ijós, que oecupavam a uma ~ola ou couro quadrado, ordinR-
parte do littoral comprebendicla entre riamente composto de dlla partes
a Cananéa. e Santa Catharina (Gabriel igllaes cosidas entre i, a qua I se ])õe
Soares). Mas sendo os Carijós ini roigos por baixo ~ lombilho, e cujas abus
dos Tupinambas ou Tamoyos do R.. são mais comprida que a deste (Co-
de Jan., como admittir que houvesse ruja). n (Par. e outms prol1s. do N.)
aqui uma colonia deUes? Ha materia Especie de capa estofada que e põe
para estudo. por cima da ella (Meira). II Etym. E'
Oaritó, s. m. (Pem.) casinhola, vocabulo de orig-em ca telhaua. \ al-
habitação de gente pobre. II (Alagôas) dez traduz Carôna por suadúuro. o
Quarto ou compartimento acanhado Brazil, porém, e em Portugal, o ua-
nas casas de ha.lJitação (B. de Maceió). douro é cousa difrerente, sendo a peça
U (Par., R. (}r. do N., Ceará) can- dos arreio. que assenta immediata-
toneira. U (Fernando de Noronha) es- mente obre o lombo do animal.
pecie de gaiola em que se prendem e Carpa, .~. f. (Pamná, S. Paulo,
se exportam os afamados CaranguE'ijos M i,1as .Ge,'aés, Goya:r, Matto-Grossp) o
daquella ilha. mesmo que capina, no sentido de
Oarlinga, s. (. (Cearei.) tabo- sacha.
leta com furos em baixo do banco da Oarpína, S.?n. o mesmo que
vela de uma jang-ada e na qllftl se carapina.
prende o pé do mastro, mudando-se de Carpinteiro, s. ?no operario
um furo para outro, conforme a con- que se emprega na con~trucção e con-
veniencia da (lceasião (J. Galeno). II certos do casco e ma treação dos na-
Etym. E' termo nautico portuguez, vios, bem como no fabrico do:s escaleres,
significando grossa peça de madeira lanchas, etc. (Diee. Ma.. Brm.). II ~
fixa na sobre-quilha, tendo na face isto se chamava dantes no Brazil cal'-
superior uma abertura por onde entra pinteiro da "ibeit'a, para o distinguir do
a mecha do ma tI'O (Die. Mar. Breu.) utifice em madeira que se occupa da
Oarna,húba, s. m. (Pern., construcção de casas, carros, etc., ao
Par., R. Gr. do N., Ceará, Piauhy) qual dão ho,je o Dome de campina.
Palmeira'do genero Copernieia (C. ee- Cumpre, entretanto, fazer observar
rifem). Nos sertões da Bahia ehamam- que o voe. carpinteiro, em sua accepção
CARPIR 39 CARURÚ
eifes é summamente fragil e semellJan- mas não e tau longe de preferir a se-
te ::l. grandes chapeus, tle que deri va o gunda, que é com etreito a mais ge-
nom.e (Dicc. Mar. Bras.). ralmente seguida entra nós.
Chapelina, s. f. (Ceara,) especie Charqueação, s. f. (R. Gr.
de chapeu usado pelas mulheres do do S.) acção de preparar o charque.
sertão (J. Galeno). Charqueáda, s. /. (R. Gr.
Chapetão, s. m. (R. Gr. do S.) elo S.) grande estabelecimento em que
sonso, tolo, que se deixa enganar (Ce- se prepara o charque (Coruja).
simbra). II Etym. De Chape, voz al'auca- Charqueador, s. m. (R. Gr.
na (Zorob. ·Rodrigues). do S.) pl'C'prietario de uma char-
Chape-tonáda, s. (. (R. Gr. queada. 1/ Fabricante de charque.
do S.) engano. Pagar ch'.lpetonada é Charquear, 'V. tr. e intr. (R.
sahir-se de modo contrario ao que se Gr. do S.) preparar a carne d<ll rez e
esperava (Cesimbra). della fa.zer charque (Coruja).
Charque, s. tl1o. carne de vacca Charsqueiro, adj. (R. Gr.
salgada, di posta em mantas, qual a. do S.) ql1alificativo do trote largo e
l)reparam, não só na provinr.ia 110 Rio incommodo. Trote chasqueit'o é o que
Gr. do S., como nas republicas plati- no Rio ele Jan. chamam Trote it1glel
nas, e é objecto de avultado commE'r- (Coruja).
cio de exportação e de multo consumo Chá ta, s. f. embarcação de duas
na maior parte das nossas provincias proas, fortemente construida, de fundo
do littoral. Além do Charque salgado, chato e pequeno calatlo. Na guerra
ha tambem O Chm'que ele 'Ve'1to ou antes entre o Brazil e o Paraguay, foram
ca'rne de vento, que é ordinariamente usadas estas embarcações como baterias
preparado com carne de vitella, ou fluctuantes (Dicc. Mat'. Bra;;;.). Ü
de 'vacca propriamente dita., e cujas Etym. E' vocabulo castelhano, cor-
mantas mais delgadas recebem pouco respondendo ao que:em Lisboa cllamaOl
sal, são seccas a sombra, e, sendo de Bateira.
pouca duração, não são expol'tatlos Chicha, s. f. o me3moque Cauim.
( Coruja). Et1lm. Do araucano Chm'qui, Chico-da-ronda, s. m. (R.
e mais originariamente do quichua Gl'. elo S.) nOlDe de uma das variedades
C7Jtarque, signiticando tassalho e ta.m- desses bailes campestres a que cha-
bem secco (Zorob. Rodrigues). II Bem' mamos geralmente Fandango.
que este vocabulo seja geralmepte Chico-puxado, s. m. (R.
conhecido no Brazil, todavia o nome Gr. do S.) nome de uma das varieda~es
do producto varia muito de uma a desses bailes campestres a que chaml1l11
outra região. ~o Rio de Jan. e provs. geralmente Fandango.
adjacentes, assim como no Para, lhe Chiéu, I. 1Ji. V. Xieu.
chamam Ca1'ne-secca; na Bahia Otrfle Chilêna, $. (. (R. Gl·. do S., S.
do se,·tão; em Pern. Can1e do Oem'a ; Pauto, Paranli) espora grande, de haste
Estes tlous ultimos nome3 são tradicio- virada e grandes rosetas, de que usam
naes, desde o tempo em que a Bahia oS cavulleiros. II E/ym. O nome pa--
recebia do sertão, e Pepo. do Ceal'a, a rece indicar que o modelo desta eSl'lecie
carne salgada; que foi mais tarde sub- no' veiu do' Chile.
stituida pelo Chat'que do Rio Gr. do Chi:lnarrão, aelj. (R. Gr. do S.)
S. e Rio da Prata. No Jittoral, ao norte nome que dão ao g'aelo bovino que foge
da Babi~ e em Sergipe, lhe dão mais o para os mattos e nelles vive fóra de
nome de Jabd. O Chewque fabricado no toda a sujeição. Em algumas provín-
interior da Bahia e d'ahi até o Mara- cias do norte chamam-lhe barbatãO. ~
nhão é chamado Can'ne do sol, e é in- Etllm. Corruptela dR cimaron, voca-
comparavelmente mais saboroso que o bulo ela America. hespanhola, com o
importado do sul, mas quasi que o não qua,l se desig'nam não só os escravos fu-
destinam senão'ao consumo local. II Es- gidos, como tambem as plantas silves-
crevendo Charqtle e não Xarqtle, adoptei tres (Valdez). E' certamente no sen-
a orthographia seguida por Coruja; tido de cousa rustica que chamam de
CHIMB~ 47 eICA
eb.imal"l·ão ao mate sem assucar. ~ Nas Ohiripá~ s. m. (R. Gr. cio S.)
colonias francezas se diz man'on tn,nto baéta encarnada que os peães costu-
em relação ao e"crn,vo, como a qualquer mam trazel' ao redol' da cintura (Co-
ani mal dome Uco que foge para o ma,tto ruja). Correspont!.e na fórma à tanga
(00 tn. e Sà), dos africanos, e ájulata dos Guaicuras
Chil:n.bé~ aclj. (R. G1'. do S.) de Matto-Grosso. Devo, porém, fazer
cliz-se do n,uimal que tem o focinho observar que os l)eães do Rio Grande
chato, com o dogues. II Em S. Paulo usam do chiripá sobre as calças; en-
dão o nome de chi/l1,béva à, pe soa que tretanto que os Africanos, os Guai-
tem o nariz p queno e acbatado ii, se- curas e outros aborigen de Matto-
moI hança, daq uelles cães. ~ Ety m. Chim- Gros o set'vem-se aquelles da tanga e
bd é de origem guarani, e Chimbeva e te da}ulata como unica roupa. II
vem do tupi. Este vocabuJo são a Etym. E' voc(l,bulo da Americ(l, hes-
corruptela de Timbe e Timbdba. A mu- panhola (Valdez).
clnnça do eh ou ro em t e ob erva mui- . Oboça - de - cai"titt1, I. I.
tas vezes ne tes dialectos. Em guarani (Ceal"tl) casinLala onde os lavradores
e diz inITerentemente clzipá e'tipa: pobres manipulam a farinha de man-
e eu ouvi mais de uma "Vez no sertão dioca (Aral'ipe Junior).
dizer al'aroicil por al'atieú. ChopiJ:n.~ s. m., passara d0 ge-
OhiJnbéva, adj. (S, Pa1,tlo) o nero Cassic~'s (C. ictel'onotus) notavel
mesmo que chimbe. por seu canto. Varia muito de nome
r
Ohina, s. (R. GI', do S.) mu- vulgar: Chopim no Pa.rana, CI~ico-pl'CtO
lher de raça ahol'ig-ene. I[ (S. Pauto) no Piauhy, Cm'aúna em Pernambuco,
e pllcie de raça bovina onunda talvez Vim-bosta no !-<.io de Janeiro,
da China (B. Homem de Mello). Ohoradinho~ s. m. especie
Ohininha, s, (. m. GJ'. do de toada musical ao som da qual se
S.) joven cabocla, caboclinha a que t!.ança o lunda. E' tambem a nome de
tambem chamam Chindca e Pigtlancha uma das variedades desses bailados
(Oesimbra). Ao. do sexo masr.ulino dão a que chamam samba.
o nome de Pia. Ohucro~ adj. (R. Gl·. do S.)
Ohinóea, S. r (R. G,·. do S.) a bravio, selvagem; [allando dos an!-
mesmo que Chininha. maes. II Fig., bravio, selvagem, in-
Ch.iqueirá, .. m. (E. de Jan.) sociavel. aspero, inurbnllo; fallando
o mesmo que Cltiqu,eil"ad01". dos homens e das crianças estranha-
Ohiqueirador, S. m, (Pl"OVS. nas. " Quanto aos animaes, é quasi
a" N.) especie de chicote campo to de o mesmo que chimarrao. II Etym. E'
um cacete com uma tirade couro torcida contt'acção de chúcaro, palavra de ori-
ou chata, em uma de suas extl'emida- gem peruanro, geralmente usada em
llos. ~ E' o que no Rio de .1an. chamam tod~t <t America Meridional hespa-
Chique irá. nhola (Valdez).
Ohiqueiro, S. m. (Pel·n., ..." )a'I·., Obl.1.rrasco~ s. m. (R. Gr. do
do N., R. Gl·. do N.) o segundo dos S .) pedaco de carn assada nas bra-
compartimentos de um curral de pes- zns" " Etym. E' da America hespa-
caria, d'onde não póde mais sahir o nhola (Valdez). ~ apello e Ivens
peixe Ç]ue lá entrou. ~ Tapagem que se e crevem Cltumsco, e usam delle como
faz em um riacho para impedir que de um termo vulgar na Africa.
Qor eUe desça o I eixe tinguijado. II (Rio Ohl.1.rrasquear~ v. intl". (R.
Gl". elo S., e tambem nas prov. do N., Gr. do S.) Preparar o churrasco e
onde se C~tlti'l)a a industria pecual'ia) pe- comeI-o. II Por extensão se applica o
queno curral para bezerros, geral- verbo chw'rasquear a qualquer comid8. :
mente construido ao lado do das vac- Vamos churra quear (Cesimbra).
cas, Serve tambem para ovelhas e ca- Oica, s. f. (R. de Jan.) especie
bras. II Com a significação portugueza de adstringencia particular a certa.s
de possilg'a, é termo geralmente em- .fructas, e em geral áquellas que não
pregado no Brazil, estão perfeitamente maduras, d'onde
CICicA 48 CIPOAL
Cipoar, ll. tI". açoutar com cipó. E' ,ocabulo e trangeiro, talvez afri-
Ciscar, v. intr. (par. do N., R. cano ou asiatico.
Gr. do rv., CeaI"Ci) e torcer-se no chão, Côco (2°), s. m. especie de vasilba
apoí\ um gol pe, ou na vasca da feita. do endocarpo do Cóco da Ba,hia, no
morte. II (Alagoa) arredar, revolver o qual e embebe, perto da bocca, um
ci co e palhal-o, como o fazem as cabo torneado. erve para tirar agua
gallinh IS, principalmente as que têm d03 potes. Por exteu ão, dá- e o mes-
pinto", com o fim de de cobrirem in- mo nome a va ilhas analogas feitas de
ectos e vermes. Outro tanto se diz do metlü ou de outra qualquer materia :
certa cobras que limpam o ter'reno m Coco de pr::tta, de cobre, de folha
para deporem o tilho em local de em- de Flandres, de madeira, etc.
baraçado (B. de 1uceió). II Mames men- Côco-de-ca.-tar:rho, s. ?no
ciona cisem', v. tl"., como termo de ( R. de Jan.) o mesmo que llIacahuba.
aO'ricultura significando« alimpar a Côco-inchádo, s. m. (Cea1"ci)
terra, que se vai arar, do::> gL'aveto e nome de uma certa dança popular.
ramos qne o fogo não queimou » e figu- vocoróte, S. m. 0.1,1'010, panca-
radamente « cisem' a. terra de ladl'óes- dinha que se dá na o.'tbeça ele alguem
zinhos » j e mai aindet ci cW'-se, v. pr., com o nó dos dedo. II Etym. Como
termo chulo, «fugir orrateiralUente, e3sa pancadinha. se dá ordinariamente
furtar-se, escapulir- e.» ~obre o cocoruto ela cabeça, nascerá
Cisqueiro, s. m. ciscalhagemj dahi talvez o no so vocabulo.
Jogar onde e accumula o cisco. Cocu~bi, s. m. (provs. merid.)
aI i na., s. {. (R. Gr·. elo S.) crina. e. pecie de dança festival propria dos
II E vocltlJulo castelhano; ma tal11- Africano . II Tambem se diz Cucwnbi.
b m assim o pronunciavam an tigoa- Oodório, S. m. góle de vinho
lTI'3n to 0111 Portugü.l. ou de aguardente: De quando em quan-
Coandú. V. QHOHdil. do toma meu criado o, eu codório. II
Coberta, s. f'. (Para) embar- E/ym. Do latim Qtlod 01'e.
cação de dua tolda' de madeira, urna Côfo, S. m. especie de cesto oblongo
avante e outra a ré. Armam-as a de bocc.a e treita, onde os pescadores ar-
hiate e htmbem a escuna. r8::'adam o peb::e, camarõe e outros ma-
Cóbócó, s. ?no (BaAia) o me mo riscos. E' o Ulesmo ou quasi o mesmo
que Cóvóco. que o Sambtu"d, pelo meno quanto à.
Cocáda S. f. doce secco divi- serventia. I No Rio.de Jan. dão tambem
dido em talhada, feito de coco ra- o nome de cOto ao tipiti comprido.
lado e a sucar branco. II Coctida pua;a Cog;otUho, s. m. (R. GI'. do
(Bahia) é a J11esma COCMa preparada, S.) nome que dão ás crinas do cavallo
porém, com as ucar mascava ou tosadas, de maneira que, nas cruzes e
melnço, e LIa consi tencia da alféloa. entre as orelhas, ficam mais curtas que
Côcho, S. m. especie de vasilha no meio, pal'a anele se vão elevando
oblonga feita ordinariamente de uma regularmente de um e.. outro lado.
só peça ele madeira e tambem de ta- A sim to adas as crinas, de ordinario
boa', onde se põe agua ou comida se deixam j un to às cruzes algumas
para o gado. E' o que em Portugal compridas para segurança do caval-
chamam gamêllo. II Em l\1atto-Grosso leiro. II Etym. Deriva-se de Cogóte (Co-
é nma e'pecie de viola grosseira (Fer- ruja).
reiro. Moutinho). Coidarú, s. m. (pa?'d) o mesmo
Côco (10), s. ?n., nome com que que Cuidaru.
se designa geralmente a fructa de qual- Coi-té, s. m. (2"'01/S. do N.) o
quer especie de Palmeira, quer indí- mesmo que Cuitli.
gena, quer exotico., acompanhando-o Ooh'ára, s. f. lilha. de ra-
empre de um epitbeto especifico: magens a que se põe fogo nos roçados,
Coco da Bahia (Cocos nUCirel"a); Coco jJara desembaraçar o terreno e emeal-o.
de dendê (Elaeis .tJuineerlSis); Coco de Um roçado consto. sempre de numerosa's
catarrho (Acl'ocomia sp .), etc. II Etym. coi varas, e estas se fazem em seg'uida
DICC. DE Voe. 4
COIVARAR 50 COPIAR
mais vulgar. Em ambos elles, nota-se negocio, fazendo, porém, crer aos inte-
a existencia de dou radicaes do dia- res aelos que se procura activar a ter-
lecto tupi do Amazonas; a saber: minação elelle (Coruja). II Etym. E'
membú, gaita; e iaa;ió chorar (Seixas). voe. C<'t telhano, significado caçoar,
EJDbiá... a~ s. f. (Valle do Amaz.) gracejar a custa de algu.;m, e tam-
a presa, o que se colheu na caça, na nem i1ludir com palavra e trapaças.
pesca ou na guerra. " Etym. E' a (Valdez).
fôrma vulgar de mbidra, vo . tupi EJD.bruacádo~ adj. mettido
(Anchieta). Em guarani, tembidra tem em Bruaca: Tenho todo o feijão em-
a mesma ümificação (;\10ntoya). brllaeddo.
ElDbígo - de - :f'reira~ s. m. ED:lbruacar~ v. tr. arrecadar
(Bcihia) especie de biscoutas doces que cou a em Brudea: Mandei embí'uacar o
se servem ao chá. milho. .
EJD.bíra~ s. f. nome commum a EJDbuáva~ S. m. e {. (. . Paulo,
todas as fibras vegetae que pôdem Paranà, J1linas-Geraes, Goyaz, ltIatto-
servir de liame, quer provenham das Grosso) alcun1Jacom que e de3ignao na-
camadas corticaes, como acontece a tural de Portugal, a qual, porém, nada
diversas especies de malvaceas e ou- tem de in.iuriosa, e é o re ultado de
tms, quer provenham de folhas como tradições historicas, desde os tempos
as de caraguaLá, de certas palmeiras, coloniaes.
pandanus, etc. II Etym. Do tupi ybyí'a, EJD.buça]ar~ v. ti', (R. Gr, do
nome que se extende a qualquer es- S.) pôr o buçal no nnimal. II Enganar:
pecie de estopa (Voe. Braz.). II A Quizeram embuçalar-me; mas não o
muitas arvores' do Brazil que oil'e- conseguiram (Coruja).
recem materia prima para cordas e ED:ll>acadôr, adj. diz-se do ca-
estopa se dá o nome de Embim, taes valia ou burro que tem por habito em-
s110 a EmbiTa-bj'anca, a Embira-veí'- pacar. E' o que os francezes chamam
meZha, a Embií'êtê, a Embií'iba, o Em, chevaZ i'dar II Etym. O termo Empa-
birussú, etc. II Tem-se escripto tam- con, com a significação ue contumaz,
bem Envira, e a sim o fazem Gab. é da Allferica Meridional he ·panhola. •
Soares e Baena; porém o mais gemi é (Valdez). Sem dnviela o recebemos dos
Embira, "Fig, Estar na embiras, se nossos visinhos do Rio da Prata.
diz de quem se acha em difficuldades EJD.pacar~ v. intr. emperrar o
pecUlliarias. Corresponde ao portuguez cavallo ou burro; parar firmando ma-
estar na e pinha. . nha 'amente as patas, sem que possa
EJDbíra-branca, s. r omes- o C<'1.valleiro obrigal-o a pro egUlr na
mo que Jangadeira. viagem. " Etym. Do V. pron. caste-
EJD.biriba ~ s. f. (AZagoas) o lhano empacarse, com a iO'nifiC<'tção de
mesmo que Biriba. obstinar-se. E' usual neste sen tido,
EJD.'Hjrussú~ s. m. (Bahia, em relação ao cavallo t imo o, em toda
Pern.) e pecie de Bombacea ou Lecythi- a America he p:mhola (Zorob. Ro-
doo, ele cUJa ca C<1. se extrahe embira. drigues). ti Ea, tanto em portuguez
En'lbondo~ s. m. (R. de Jan.) como em castelhano, o homonymo em-
difficuldade, embaraço: Com a uaixa pacar, no seutido de empacotar, en-
do cambio, acha- e o commercio em um fal'deln.l', encaixotar, etc. II as nos-
embondo. A tua candidatul'a ao lagar sas provincias do norte, em lagar de
de deputado me colloca em um em- empaCaí' o cavallo ou burro, servem-se
bondo, petrque já eu havia promettido do verbo portuguez acuar (Mei1'l1).
meu voto a outro. Elnpaiolar~ 'V. tí·. (Pl·OVS. me-
EJD.broJD.adôr~ s. m. (provs. rid.) arrecadar cousas em um paiôl. "
merid.) o que embroma, trapaceiro, Este verbo, aliás muito usado en'LL'e
enganador. " Etym. E' voc. cas.telhano, nó , não o encoutl'o em nenhum elos
syn. de Bi'omista (Valdez).· . 'nossos lexicographos, hem que seja
EJDbroD:lar~ 'Íl. intr, (pí'OVS. mui expressivo e de origem portu-
mericz') demorar a, solução de qualquer gueza.
EMPALAMÁDO 59 ENGAMBELAR
para n.ttrn.hir n. confiança ele n.l guem. II EngraD1bela:r~ 1,). tI'. (Pa'"d)
No Pari~ dizem engmmbelaJ' (B. de o mesmo que enÇ/ambelm",
Jn.ry). Enlaçar~ v, Ir. (R. Gr. do S.)
Engalllbêlo~ s, ?no embeleco, O me mo que laça,',
Ellg'aDg'or:rádo~ aelj. (Piau- Entabular~ 'lJ. tI'. (R, 01'. do S.)
hy) preso a uma. ga'ligol'l'a (2°) (J o.:ié acol>tumar Ulll g'aranhão n. certo nu-
Coriolano). . mero de eguas, paeu. fOI'mar a manada:
EngaDjento~ adj. (Bahia) o Entabular uma manada (Coruja).
mesmo que G~njento. EDtaipáva~ s. r: (Ama;;.) o
Engarapar~ 'lJ. t1', (Pern.) dar mesmo que Itaipú a (Castelnau).
garapa a. " Fig. fazer a bocca doce a Entjjucádo~ a, adj. :ujo de
alguem para o reduzir úquillo que lJ.ue- barro 011 lama a lue vulgarmente cha.-
remos ( 10mes, Aulete). mam 1'ij~tco. II Tambem dizem entujtt-
Engenheiro~ s. m, (S. Paulo, elido.
Paraná e lJIauo-Grosso) proprietario Entijucar~ 'lJ. t,'. enlamear. II
de um engenho de assucn.r ; senhor ele pron., enlamear-se.
'lJ. II Tambemdizem
engenho, II Este vocabulo tem o incon- entuducar·.
veniente de confundir cousas que são Entrepeládo~ aad. (R. Gr, do
bem di tinctas entre si. Por engenheiro S.j que tem pêlo de trcs cóee , preto,
se entende em toda a parte n.quelle que branco e vermelbo; quasi rosaceo;
professa a Engenha'"ia, sciencia. que e diz-se do ca,vallo (Coruja). II Etym. R'
di vü.le em va.rios ramos, donde resultn. vocabulo castelhano, que se traduz em
que lia engenheiros 'geographos, hy- portuO'uez por interpolado (Valdez).
draulicos, mIlitares, civis, machir.ist.ls, Ent,reverar~ 'lJ. intr. (R. Gr,
etc, Um senha," de e'~genho não tem n:ldn. do S.) entremettee, mistumr. I to e
disto. E' simplesmente o proprietario diz ua guerra, qua.ndo dous corpos de
de um engenho ele moer C<'tnna para n. pa.rtidos lliIIerentes se atacam com tal
fabricação de assucar, ou ele moer n. ímpeto que se mi tnram no furor cio
congonha para a. preparaçã.o do mate. comba.te e continuam ao peleja, üa qual
A respeito do mais póde ser completa- resulta sempre gl'ande mortandade.
mente ignorante. Recordo-me que uma II Etym. E' vocabulo puramente cas-
vez na. camara dos deputados, em uma telhano,
di cu são que interessavn. n. lavonra, . Entrevêro~ S. m. (R. Gl', do
um representante çla. Nação servia-se S.) recontro de dous corpos de caval-
repetidamente da vocabulo engenhei- laria em acção de combate, de tal sorte
"0, em lagar de senhor de engenho. que ficam mi tnrados. II Etym. R' ter-
Seu discnrso foi um verdadeiro des- mo da America Meridional hespanltola.
tampntorio; ninguem sn.1Jia o que que- (Valclez) ,
ria. elle dizer. Seria. a. desejar que Entrosar, 'lJ. intr. (Cea"á) im-
as pessoas bem educadas não sanccio- pór: Ent"osm' de valentão; querer fi-
nassem com ima auctoridade esse erro gurar com impostura, parecer o que
vulgnr, nrLo é (J. Galeno), II lIa em portuguez
EDgellho~ s. ?no estabelecimento o verbo enlr'osar no senticlo transi-
agricola de tinado à cultura. da cannn. tivo de en{]l'anzar, metter os dentos
e à fabricação do assuca.r. Na provin- da roua nos vãos .lo entroz ou car-
cia do Parana, onde llão ha por om. rete; m tter por entre o dentes de nm
engenhos 'de a!\Sucar, dão esse nome eixo dentado os dentes de outro, para
aos estabelecimento. dotados ue ma.-' lhe communicar o movimento, No sen-
chinas e appu,relbos proprios para moer tido intransitivo, eng,"an:;a1', metter os
a congollhn. com que se fabrica o mate. dentes de um eixo por entre o' do
Engenhóca~ S. f. pequeuo en- outro para o mover e, flgurad,tmonte,
genho qnel. sendo destinado principal- ordenar bem cousus complicadas (An-
mente :i. !fabricação de aguarden le, lete).
serve tambem para a de assucar e ra.- Entujl.l.cádo, adj, o mesmo que
paduras. entijuccielo,
ENTUJUCAR 61 ESPOCAR
coto de páu com que se dá volta ao de origem latina, nãoo encontro em dic-
laço posto no pescoço, po,ra estrangu- cionario alg-um da nossa lingua. Aulete
lar, não pMe ser a origem do nos'o menciona Ga~ldio com a significação de
vocabulo. aleg-I'io, rego'ijo, folia e brinquedo.
Garroteádo, a, cuJj. (R. Generôso, S. m. (R. Gr. do S.)
Gr. do S.) diz-se do couro que, con- ente phanta tico que, segundo a cren-
venientemente sovado e batido, torna- dice popular, era o terror das famílias
se nimiamente macio: Couro garrotearlo no territorio das Missões. Entrava in-
(Col'uja). visivelmente nas ca as, fazia barulho
Garrotear, '!l. tr. (R, Gr. elo pelos quarto, tocava instrumentos mu-
S.) sovar e bater o couro, até ama- sic..'l.e', qual a viola, e nas noutes de
ciai-o bem. fi Etym. E' "erbo antiqu'l- boile, no calor da dança, sentiam-lhe
do da língua castelhana, significando a" pisltd:ls, e aproximando-se <10 tocador
da.r arroclladas, pauladas, bastonada da viola C!lntava, esta quadl'inlta:
(Corllj~).
Garrucha s.f. pistola de gran- Eu me chamo Generoso,
de dimensão. ~ Tanto em POI'tug'uez, Morador em Pirapó ;
como' em ca telhano, aquillo a que Gosto muito de dançar
chamam gmTucha é cousa mui dill.'e- Com as moças de paletot (Cesimbra).
rente. II No R. Gr. do S. a gar?"ucha Genipápo, S. m. V. J,mipâJ1o.
é o bacamarte de bocca ele sino; e figu- Geraes (lo), s. m. lJl. diz-'e que
radamente dão esse nome à índia ve- alguem esta nos seus gemes, quando
lha (Cesimbra). vi ve satisfeito com a po ição que occnpa.
Garúa, s. f. o mesmo que Garôa. Equivale a não caber em si de con-
Garuar, '!l. in!?". o mesmo que tente: Aquelle sujeito, que tanto dese-
Gal·oal". java um emprego pulJlico, e tá nos
Gassába, s. f. o mesmo que seus geraes, depois que o nomeat'am
Igassdba. in pectol' das escolas mUllicipaes.
Gáteádo, adj. (R. GI·. do S.) Geraes (2°), s. m. pl. (Cearã,
diz-se do ca.vallo baio com as crinas Piatl.h!J) luga.res longinquos, ermos e
côr de flexa (Coruja). II Segundo Ce- invios, onde não co tuma penetrar
simbra, é o cavallo de pêlo amarello- gente: Perdi-me naquelles Gel'aes, sem
avermelha.do. . maL" poder atinar com a direcção que
Gato do D1atto, S. m. o mes- me cumpria, eguir (J. Galeno).
mo que Maracajá. Geral, S. m. (Pm". do N., R.
Gal.'Í.cháda, .~. r. (R. (1'1". do Gr. elo N.) 10g'or coberto de matto:
S.) acção própria de gaúcho 0; astucia, AquelIa. parte da provincia é um .l'Jeral.
ardil (Valdez). Meu roçado, dantes tão bem cultivado
Gaúchar, '!l. int?·. (R. Gr. do S.) é boje um geml (Meira).
pratica.r o gaucho os seus co tumes, aLI Geralista, s. m. e f. (pI"O'!ls.
Imitai-os um estranho (Valdez). mericl.) nome que muitas vezes dão ao
Gaúchíto, s. m. (R. GI·. do S.) natural cl... provincia de ~1ina '-Gerl1es,
dim. de gaúcho, gaüchinho, pequeno om lugar de Uinei?"o.
gaucho ':Cesimbra). Gerebíta. V. le?·eblta.
Gaúcho, s. ?no (R. Gr. do S.) Gia. V. Ji't.
habitante do campo, oriuudo, pela maiol' Gibão, s. m. (iJrovs. do N.) OS-
parte, de indigena, portuguezes e pecie de veste de couro, de que usalll
lIe panhóefl. São naturaes não só das os vaqueiro.', no exercicio de sua pro-
republicas p latinas como tio R. Gr. do fissão. II Et!JlI1. E' voc. portuguez, salvo
Sul. Dão-::;e á criação do gado vaccum e a applicação que l!le dão no Brazil.
cavalIar, e· são notaveis por sell v:l.lor Giboia, s. f. V. Jibóia.
e agilidade. Giló, s. m. V. liló.
Gaudério, a, adj. pamsita, Ghn.bo, s. m. V. limbo.
amiO'o de vivar à custa alheia. II Et!Jm. Ginetáço, s. ?no (R. 01'. elo S.)
Ailla,t que pilreça. ser te1'lllO pol'tug'uez giuete que Ctt alo',L bem e com garbo
GRUMIXÁ
por entre rochedos, nos quaes se en- Guácho, s. m. (R. Gr. do S.)
contra certa e:lpecie de coral mui fragil, cavallinho ou bezerro criado em casa.
de cOr escura, com que as mulheres dos Equivale a eogeitado, por não ser ali-
Botocud08 costumam enfeitar a cabeça, meotado pela propria mãe (Coruja). ~
pescoço, braços e pernas (Cesar Mar- E' usual em todos os Estados da Ame-
ques). Não duvido nada que as palll.vras rica Mer·idiooa!. No Peru e Bolivia.
Grumiroà e Crubiroà, se diíferenceem dizem guacha. II Etym. Tem a sua ori-
apenas pela pronuncia, e sejam ambas gem em Huaccha, da lingua quichua,
a corruptpla de Cunibiroá. Poucas le- significando orpbão, pobre. Em ai-
guas ao norte da villa do Prado, na mara, huajcha tambem significa orphão.
prov . da Bahia, ha uma enseada de- Em araucano huach~, se traduz por
nominada Curwmuroat))ba por uns, e filho illegitimo, e animaes mansos e
Ounlburoat))ba por outros, havendo até domesticêl,dos (Zorob. Rodriguez). II Em
quem lhe chame Orumuroat))ba. Tudo guarani guachã é o equivalente de me-
isso parece indicar que são todos a nina, empregado no vocativo (Mon-
córruptela de um radical commum, e toya). •
que esse radical é o termn Otwubi. Guaj erú, s. m. arbusto fiucti-
Tanto mais o creio assim, que Cesar fero do g-enero Chl"ysobalanus (C. [caco)
Marques menciona tambem, no seu da familia da 110saceas. Tambem lhe
Dicc. hist. geogr. e estat. da prov. do chamam Guajurú, e no Pa.rá Uajurú.
Esp.-Sa'Ylto, um ribeiro comia nome de E' o Abajerit de Gab: Soa,res. Vegeta
Ounlbia:à-mü·im. nos areaes do littoraI. II Etym. E' voc.
Gruxnixaxn.a, f. f. fructa da de origem tupi.
Grumixameira, arvoreta do genero Guaj urú, s. m. o mesmo que
Eugenia (E. brasiliensis) da f" mUia das Guajerú.
Myrtaceas. II Etym. Do tupi Ybàmixl2na Guaxnpa, s. f. (R. Gr. do S.,
(Voe. B,·az.). Paraná, S. Paulo) nome que no campo
Guabijú, s. m. (R. Gr. do S.) dão geralme.,te ao chifre do boi; e
fiucta do Guabijueiro, arvoreta do ge- mais particularmente quando o pre-
nero Eugenia (E. Guabijú), da familia param a guiza de copo para beber
das Myrtaceas. I Etym. E' voc. tupí. agua em viagem. II Etym. Este Dome
Guabirába, s. f. fructa da nos veiu por intermedio das republicas
Guabirabeira, nome .commum a duas platinas, onde é usua.l. No Ohile dizem
especies de Myrtaceas, pertencentes 'ao Guà?npa1'o (Zorob. Rodriguez); mas este
gerrero AbbeviUa e Eugenia, sendo esta auctor nada diz a respeito de sua
natural do Ceara, e a outra da Bahia e origem.
Pernambuco. II Etym. E' voc. tupi. Guando, s. m. (Rio de JaYl.)
Guabir6ba, s. f. fructa da fructa do Gualldeiro (CytiS~lS cajanus),
Guabirobeira, nome commum a diversas arbusto da familia das Leguminosas.
especies de Myrtaceas nertencentes aos Come-se-Ihe a semente a guiza de er-
generos Psidium e Eugenia. II Etym. vilhas. Em Pernambuco lhe chamam
E' nome tupi. Guandü, e na Bahia Andil. E' planta
Guabirú, s. m. (Pern. e outras exotica e provavelmente introduzida
provs. do N.I nome vulgar do Rato de da Africa.
casa, de g-rande especie (Mus tecto- Guandú, s. m. (Pel'n.) o mesmo
rum ~). II Etym. E' voc. túpi. II Houve. que GuaYl.clo.
em Pernambuco um partido politico ao Guapéba, s. (. nome commum
qual seus adversarias, os Praieiros, a diversas especies da plantas fructi-
deram por mofa o nome de Guabirit. feras pertencentes a familia da Sapo-
Guacá, s. m. (S. Paulo, Rio de taceas. Tambem dizem Guapêva.
Jan.) nome vulgar de duas espécies de Guapetão, adj. m. (R. Gr. do
Sapotaceas fructiferas. II Etym. E' voc. S.) allgmentativo de guapo, valentão
tupi. (Cesimora) .
Guachíto, s.m. (R. Gr. doS.) Guapéva, s. f. o mesmo que
diminutivo de Guacho (Cesimbra). Guapêba.
GUAPI'I'O 71 GUAXE
Ité, adj. (8. Paulo) insipido, insul- Na Bahia e outras provi>. do N., lhes
so, sem go'to: Uma comida iII!. Uma chamam Tittil·O:./. e em Ma.tto-Grosso
fructa iII!. Urumbamba. 1Il!;tym. Todos 'se syn-
Itupáva, s. f. (8. Paulo) corre- ouymos são provavelmente de origem
deira, encachoeiramento nos rios (B. tupi.
Homem de Mello). J acú, s. m. nome com mum a di-
Ixe! ínt. ironica (8. Paulo e R. de versas aves do genero Penelope, da or-
Jun.) Pois n11o! Essa é boa! ~ Em dem das Gallinaceas: Jucit-linga, Jacú-
Montaya ha yche ou nic1uJ com a igni- cáca, Jacit-pemba, Jact't-assú, etc.
flcação de certamente, parecendo porém JacÚba,s. f. e pecie de alimento
ser no sentido serio. ra.lo feito de fariuha ele mandioca, que
Jabá, S. m. (Bahia, erg.) o mes- se deita em agu'\' fria. o Pará e Ma-
mo que Cha,·que. ranhão, tambem lhe chamam tiquára e
Jabutí, S. m. nome commum a a;ibe. Usam della os viajantes do inte-
diversas especies de tartarugas terres- rior para applacar a fome, emquanto
tres. II Etym. E' voe. tLlpí. não ha outro meio de a satisfazer.
Ja.buticába, s. f. fructo da Ja- Quando as circumstancias o permittem,
buticabeira, de que ha varias especies, addicionam-Ihe as ucar e summo de
arvores, arvoretas e arbustos perlen- limão, o que a torna um refresco mui
centes ao genera Myrcia"ia, da famliia agradavel. ~ Etym. Jecuacúba, em tupi,
das Myrtaceas. 111 o Paraguay e em e Jecoacú, em guarani, ignificam jejum.
Bolívia lhe chamam Gttapurunga, nome Não duvido qUJ d'ahi provenha o voca-
que no Brazil pertence a outra especie bulojacúba, attendendo a que, em falta
de Myrt<.'l.cea. II E/ym. E' voe. de ori- de pão de trigo, é provavel que os je-
gem tupt. suitas sujeitüssem seus penitente:>,
Jacá, s. m. especie de cesto de em elhsdejejum, ao uso da farinha de
fÓT'ma varilJ.vel, feito de taquara ou mandioca molhada em agua fria. J. Ve-
cipó,para conduzir,ás costas de animaes, rissirno l?ensa, porém, que é voe. de ori-
carnes salgada, peixe,toucinho, queijos, gem afl'llÃ.'l.n 'lo
etc. II Etym. E' corruptela de Aiacá Jaculllân, s. m. (valle do
vocabulo tanto tupi, como guarani. Amaz.) pôpa da canóa e por extensão o
JacallliJu, S. ?il.(valle do Amaz.) leme, que o selvagem não couhecia. II
nome commum a diversas e"pecies de O homem elo jacuméZl'I, o :1['l'aes. II No
aves ribeirinhas, do' g'enero Psophia, Para não se da ao leme o nome de jacu-
todas notaveis pela faCilidade CO!'!l que mlln, e simplesmente se emprega e. te
se domesticam. II Elym. E' voe. tu pi. termo, em reln.ção fi, perjuenas canôas
(montarias e pequenos igarités) que o
Jacaré, s'. m. nome commulll a não tem e são governadas pOl' diver-
diversas especies de Crocoditus que vi- so" movimentos que dá ao remo o su-
vem nos rios. II Etym. E' voe. tupí. jeito sentado á pópa. A expres ão usa-
Jacatirão, S. m.. (R. de Jan., da é pegaI' o jacumlln: Este curumim
8. Paulo) arvore do gen. Miconia (111'. já sabe pegar o Jac~mléZn, isto é, e3te
Candoleana Trian'l) da familia das Me- rap,\'zinho já sabe governar uma canóa
lastomaceas (Glaziou). Como madeira (J. Verissimo). " Os Tupinambas ela
de construcçt1u, serve para caibros. Em co ta. do Rio de Janeiro davam o nome
S. Paulo extrahem d'ella. uma resina . de jacwnan ou nhacuman á ba lisa de-
que empregam como verniz. pescaria ou a umas varas a que se atavn.
Jacatupé, s .. m. planta trepa- a embarcação, emquaoto se pescava
deira do genera Pachirl'hislls CP. angu- (Voe. Eraz.).
latus) da familia das Papiliouaceils, e Jaculllaúba, S, m. (Pal·á) pi-
cuja raiz tubero~'l. é comestivel. 11 Etym. loto de uma c::\oô,\'. II Ely1l'l. E' voe. tupí.
E' provavelmente de origem tupi. . O Dic. Port. Braz. e creve ja cu-
Jacitára, s. r (Pará) nome mayba. Segundo Montoya, igar'opttá
commum a di versas plantas cIo genera coc4ra, em gual'ani, é a traclucção de
Desmoncus, da familin. das Palmeiras. piloto. Diz J. Verissimo que o termo
.1.\.C 'Tli\G-A 77 JANUAUA
tupi Juq!'itaia, significando sal ardente. ouvir durante a noute. 'erá. talvez o
fi ~' o que em Portugal chamam sal- lnambú-hôhô dos Guaranis, e o 1nambú-
pimenta. tord do Pará. fi Esta ave pertence tam-
Jiráu, s. m. e,.pecie de grade de bem á Fauna tio 1exico ; mas ignoro
varas sobre esteios fixados no chão, e o nome vulgar que aLli tem.
mais ou menos elevados, segundo o Jongar, '1). intr. (Rio de )all.,
mister a que se deve prestar. Ora, é Minas-Gemes, S. Paulo) dançar o
destinado a leito do dormir nas casas jong-o ( 13. Homem de Melta ).
pobres; ora serve de grelha para mo- Jongo, s. m. ( Rio ele Jan., Mi-
quear a carne ou peixe, ora para nelle nas-Geraes, S. Paulo) especie de dan-
expor ao sol. objectos quaesquer. ça, de que em seu folguetlos usam os
Tambem dizem Juráu. fi Em algumas negros nas fa.zenda·. E' acompanhado
provincias do Norte, appLicam igual- por seus rudes instrumentos musicaes,
mente o nome de Ji,'úU a uma e teira como a puita, o tambor, etc. (B. Ho-
su pensa e presa ao tecto da casa por mem de Mello). II E' analogo ao can-
quatro ou mais cordas, e serve para dombe, que se pratica nas mesmas pro-
nelLa se guardarem queijos e outros vincias, e ao lJlaracatu de Pernambuco.
generos, que ficam desta sorte ao J uá, s. m. (Bahia e outras provs.
abrigo dos ratos e demnis alimarias do N. ) ['mcta do J u>\,zeiro, arvore do
damninhas (Meira). II Etym. E' voc. da genel'o Zizypht's (Z. j!'a::eiro) da
lingua tupi, e parece corruptela de familia das R,lmmnaceas. II Tem o
Juráu. Tem-se escripto Gil'do e Giniu mesmo nome nas provs. do Sul di vel'sas
(Mol'fles, Aulete). fI'uctas da familia, das Solanea .
JirÍlnú, s. m. nome que, sobre- Júba, adj. ?no e f. vocabulo
tudo nas provincias do Norte, dã.o ti, tupi significa,ndo amarello. E'te adje-
abobora amarelia, especie de cucurbi- cli vo não se manifesta sellão em nomes
tacea de que eJristem muitas varie- compostos, cujf1 etymologia bem pouca:!
dades. 11 Etym. E' voc, de origem tup], pessoas conhecem, taes como Jw'!!-
que se pronuncia diversamente segundo júba, Gum'ájitba, Piracanj!!ba e ou-
as localidades: Jirimu, Jil'imum, J'l- tros. II No dialecto amazoniense, em vez
nm.ú, Jtwumum. Gabriel Soares, tra- de júba diziam taguá (Dicc. Pm·t. Bm::).
tando das variedades 'indi,:renas de-ta II V. Tauá.
planta, a chama Gerwnú. E' essa 'em Juláta, s. f. (Malto-Grosso)
duvida a origem do Giromon dos Fran- "eO;1 de panno em que se envolvem os
ceze , embora Larousse a vá procurar lndios e [ndias em lalta do outra qual-
no Japão. quer roupa. Corresponrle ii. Tanga dos
JirilD.ulD., s. m. (pem. Alagôas) Africanos. II Etym. Parece-me ser vo-
o mesmo l'Jue Jil'imi,. ca.bulo guaÍl.:LlrLi.
Jissára, ô.
Assahi.
r o mesmo que Jll.ndiá, s. m. nome commum a
diversas especies de peixes d'agua doce,
J oão-Cong'o, ô. m. o me3mo e enü'e eUes o P,atystoma Spatula.
que Guaxe. Tam1Jem lhe dão o nomo POl'tuguez de
João-Fernandes, s. m. (R. Bagre. II Etym. E' voe dm[o tupt.
Gl'. do S.) nQme de uma das variedades Jupatí, S. m. (VaLte do Ama-
des es bailes campestres a que chamam . zonas) palmeira do g-enero Rhaphia
geralmente Fandan.rJo. (R. /}inifera ) de que ha uma sub-es-
João-Galamarte,s.111. (Par. pecie ou variedade com o nome botanico
do N., R. Gr. do 1\l., Cear'i) O mesmo de R. taedigera (Flor. Bras.). II Et!ln1.
que Gang01Ta (10), . E' voc. tupi.
J ohô, s.' m. (Goyaz, ltIalto,G,'osso) Jupiá, S. 'in. remoinho nmfaguas
ave do genero Ol"yturus (C. nocti/}agus) de um rio, aspecie de voragem, que o
da famiLia das Perdiceas. Em outl'as pro- navegador deve evita.r pa'!'a se não ex-
vlncias lhe chamam Zabêlê, 11 Etym. E' pór a grande pel'igo. A respeito deste
vocabulo onomatopaico, que se deriva accidente flUVJal, Silva Braga, na suo.
do canto desta ave, que mais e faz memoria.t bemeleira do Allfwngiidl'a a
JüQUIÁ 81 LÁÇO
Brazil, os quaes eram com eíl'eito mui vez em outras províncias do norte, se
accusados de insubordinação, e foi por chama Beijú, com a unica diJrerença de
isso que lhes consagraram aquelle ser a massa simplesmente temperada
nome historico. II Tambem se diz 111"a- com sal e se chama Beijú paga.o, e as
malúco. nNo Parà, o 1I1amelúco pro- vezes mi turada com cóco ralado, sem
vém da mistura do sangue branco nenhum outro tempero, e é' isto o Beijú
como Ouribóca(J. Verissimo). de côco.
MaD1parras~s. f. pl. subterfu- Manangüêra~ aaj. m. e f.
gios, evasivas: Executa as minhas or- (S. Paulo) magro, fanado. Diz-se do
dens, e deixa-te de 1I1ampa?··ras. homem e da mulher. II Elym. Parece
MaD1ulengos~ s. m. pl. (Pe?·n.) ser alteração de Manen-cuem; e tem
especie de divertimento popular, que muita analogia com Mandingiiêl'a, bem
consiste em representações dramati- que este se applique especialmente aos
cas, por meio de bonecos, em um pe- leitões que nascem aca,nhados.
queno palco alguma cousa elevado. Manapussá~ s. m. (Ceará) ar-
Por detraz de uma empannada, escon- vore fructifera, talvez do gerrero l11f1U-
de-se uma ou duas pessoas adestradas, riria, da família das Melastomaceaso
e fazem que os bonecos se exhibam l\J:anauê, So m. especie de bolo
com movimento e faUa. A esses dra- feito de rabá de milho, mel e outros
mas servem ao mesmo tempo de as- ingredientes. Dão o mesmo nome à
sumpto scenas biblicas e da actuali- Pamorlha de mandioca-ptlba. Em Per-
dade. Tem lagar por occasião das fes- nambuco e Alagôas lhe chamam Pri de
tividades de 19-reja, principalmente moleque.
nos arrabaldes. O povo applaude e Mancuêba~ s. m. (S. Paulo)
se deleita com eSsa distracção, recom- o mesmo que Cttba.
pensando seus auctores com pequenas Mandacarú~ s. mo nome com-
dadivas pecuniarias. Os Mamulengos mum a diversas plantas do genero Ca-
entre nós são, mais ou menos, o que os ctus da familia das Cactaceas. Segundo
Francezes chamam )J1arionette ou Poli- o Voc. Bra::;., seu nome tu pi era Nha-
chinelle. Em outras provincias, como mandacarÍt. 'o Pará lhe chamam Jara-
no Ceara e Piauhy, dão a esse diverti- macarú.
mento a denominação ele Presepe de l\'Iandingüéra~S. m. (S. Pau-
calun.qas de sombra. Ahi os bonecos lo) nome com que, em relação ao gado
sãó representados por sombras, e re- suino, se de igoam os leitõe inho que
montam-se ii. historia da creação do nascem acanhados, e que por isso o
mundo (J. A. de Freitas). Na Bahia bons criadores supprimem desrIe lagoa
dão aos mamulengos o nome ele Pre- para vingarem melhor os outros mai
sepe, e representam grotescamente as robusto.> (B. I'L de Mello).
passagens mais salientes do Genesis. Mandióca, s. f· planta do Re-
Manáda, s. f. (R. Gl·. elo S.) nero l1fanoihot (iii[. utilissima) da. familia
magote de eguas ou de burras (trinta das Euphorbiaceas, da qual ha muitas
a quarenta) domi nadas por um gara- especies. II Etym. E' voe. de origem
nhão. ~ Etym. E' vocabulo portuguez, tupl, hoje universalmente adoptado,
com a significação ele rebanho de gado ainda quo variando de fórma de uma.
grosso. Nas provincias do norte, em para outra lingua européa; em francez
lagar de l1i[anàda de ~guas, dizem Lote e inglez m.anioc, em italiano manioca;
de eguas. O nespanhoes lhe chamam, porém,
ManaD1pansa~ s. f. (R. ele Jan.) yuca, nome que não se deve con-
especie de beijú espe so feito da massa fundir com o do genero yucca, da ra-
da mandioca, temperado com assucar e milia das Liliaceas.
herva doce, o qual se coUoca entre ro- Mandiocal~ s. mo terreno plan-
ll)as de bananeira e se põe a tostar no tadQ de mandioca. "Em Pern. lhe dão
forno da farinha de mandioca. Tam- especialmente o nome de ?"oça o
bem se diz Malampansa. E' isto o que, Mandubí~ S.?n. nome tupl do
em Pernambuco, Alagôas, Pará e tal- Al'achis hypogcea, planta da tribu das
MANDURÉBA 87 MANGUE
Africanos elas folhas desta planta Ú, cur o; furo que commllllica entre si
guisa do tabaco de fumo, para cachim- dou5 rios, oa as aguas de um mesmo
barem ; mas, sendo eS56 uso pernicioso rio, no meio do qual se atravessam
it saude, é prohibido. pelas posturas mu- ilhas. II Etym. Do tupi Pamnà, rio,
nicipaes da cidade do Rio de Janeiro, a e mil'im, pequeno. Começa a aggluti-
venaa desse producto no mercado. Em nar- e em pamn~i = pal'anan (J. Veris-
lingua bunda tambem lhe chamam simo) .
Liamba e Riamba. Paratí (lO), s. m. nome vulgar
PantiJn, s. m. (Par. do N.) de urna especie de peixe menor, porém
boato, ou noticia que póde incutir temor. mui semelhante á nossa tainha (1I1tlgiE
ill!'azer par/tim: ser novidadeiro (San- bra ilieltsis). Não tenho podido saber se
tiago). o PaI-ati é apenas o filhote da tainha
Papag-aio, s. m. (Rio de Jan.) ou e é e5pecie distinbta do mesmo ge-
nome que dão, nas secretarias de estado nero. O que é certo é que os Tnpi-
e outras repartições, a uma tIra ele papel namba chamavam Pal"ati ao peixe a
contendo uma ordem, uma recommell- que hoje chamamo tainha (Dicc. P01'-
dação ou uma perg'ullta dirigida a Braz., G. Som'es). Actualmente só
algum empregado do estabelocimento, damos o nome de Pamti, ao peixinho
o qual a devolve com a sua respo ta. semelhante ou congenere da tainha.
Pápa-lD.el, s. 1n. o mesmo que J. de Lery tam bem íillla do Pal"ati,
lrrira. como especie de Mu"'em.
Papocar, v. tr. e inI1·. (Ceal-à) Paratí (2°), s. m. aguardente de
o me mo que pipocar. canna de primorosa qualidade, fabri-
Papôco, s. m. (Cean'lj o mesmo . cada no municipio deste nome.
que pipôco. Parelheiro, s. m. e adj. (R.
Papúco, s. m. (Bahia) o mesmo (h. do .) diz-se do cavallo aco tu-
que BatI/era. . mado a correr parelhas, e para isso
Faqueiro, s. e adj. m. diz-se ensinado (Coruja).
do cão adestrado na caçada, tia paca. Parí, s. m. nome de certa arma-
Paquete, s. m. (de Alagôas ate dilha que fazem nos riachos, para
o Ceara) jangada com tolda, especial- apanhar peixe. Consiste em uma cerca
mente de tillada ao trall porte de pas- transver aI a corrente do riacl:lO, com
sageiros. uma abertura no meio, a qual se adapta
Paráense, s. m. e f. natural do ladá inferior um extenso cesto. O
da província do Pará. II adj. que é re- peixe impellido pela correnteza da
lativo ao Pará: A industria paraense agua, precipita-se por e sa abertura e
consiste principalmente na extracção fica em secco no ce to. l!'azem-se pes-
da gomma elastica e outros productos carias immensas por esse modo, tendo
vegetaes. porém o inconveniente de apanhar,
Parahybâno, a,s. natural da com o peixe grande q ue se utilisa,
provo da Parahyb:.t do Norte: Dizia o grande quantidade do pequeno,. de que
general Labatut que os Parahybanos ningnem se aproveita. II o Para, é o
eram os melhores soldadús de infan- Pari uma esteIra feita de marajá, com
taria que elie conhecêm. II adj., que é ,1 qual se intercepta o riacho, atando-a
relativo á Parahyba do Norte: A in- em varas cravadas a que chamam
dustria parahybana con i te na cultura Pal'ità (Baena). ~ Elym. E' vOC. tupi e
da canila de a sucar, e na criação de gua.rani. Montoya o define -:arzo en que
gados. cae eE pescado.
Paranaense, s. m. e (. na- Paricá, s. m. (PaJ'd) arvore do
tural da prov. do Parana. II adj. rela- genero Mimosa (M. acacioides, Bth.),
tivo á mesma província. da familia das Leguminosas, e de cuja
ParanalD.irilD., S. m. (valle fructa torrada e triturada usam 0.-
do Amaz.) rio pequeno; braço de rio; selvagen a guisa de tabaco em pó.
porção e treita de um grande rio for- Pariparóba, S. (. (Rio de Jem.)
mada e apertarIa entre ilhas durante o o mesmo que Capéba.
PARITÁ 106 PATETEAR
mão dos recur os mais aproprinclo para Laguna. Taml em lhe chamam Mulato-
e'i"ltnr o naufragio. II Ha em rol'tllgue7. Velho.
o verbo patetar com a ,igniticação de Paturéba (2°), S. e adj. ?no e f.
estar pateta.; dizer 011 fU7.er' patetice' diz- e da pe SO<l, sem pI'estimo tola,etc.
(Aulete). Pa'turi~ '. m. (provs. do N.)nome
1:>a·tí~ ". 'ln. pu I meira do genero vnlg-ar do m<ll'l'eco domestico (Qtler-
Syagl"US ( . Botryophot'a, Mart.). II q!ledula cI'ecca ?). i Etym. Tera a' sua
Etym. I{' voc. t I pi. ol'igem no voc liJ ,lo Pato, ou, como me
Pati:Ce~ s. e ad,j. m. e f. (8. Pauto) purece mai- PI"'V<Lvel. râ alteração
pessoa debiJ, frara, timitln e neste cn- de Potery (Dicc. Port.Bra;) ,Potiri (Voe.
tido nada tem d inj urio o e.'te 1'0- Braz.) ou Ptlliri (Seixas), nomes e tes
cabulo; todavin no "'el',\ I o termo C]ll em linguagem tupi ignitlc 1m Mar-
patife importa um in nlto <1rIUelle a reca, Adem ou Ganço?
quem é dir·igido. Pau-a-piq~e~s. m. (provs. me-
Patig'uá~ S, m. o mesmo flue rid.) pared/;: COIl truirla rle ri pas ou
patud. ·vara , umas verticae· e outras horizon-
Patót,a, s. f. pl'ollllnc ia brni- tae , pre~ns en tre si por meio de cipós
lei ra do termo portuglle7. batota,. e ou prego, e tudo isto emboçado com
outro tanto e ob el'va em patoteiro barr'o. A parede de pau-a-pique é o
pOI' batoteiro. que em Portugal ch1mam parede de
Patuá~ S. m. nf'me commum a di- ~ebe ou taipa de eb. a Bahia e
ver-a e-pecie de recertMulo~ movf'i.,. outras provinc:ins do norte lhe cha-
onde se ilrrf'Carlam e tran poetam mnm p'lrede de ta.ipa, o que é diJJe-
objecto, flua squel'. 1/ Em alguma pl'O- rente da tllipet usada em S. Paulo. fi
vincias do norte, é uma bOi-a de couro, Em Pern. e ou tras provincias do norte
de que se sel'YÜlll o; S 'I'tnn ,jos 1);1['1 o chamnm c.erca de pall-a-1Jique a que é
tl'an porte d.' favos de mel. II No Pará, feita de paus verticalmente collocac1os
é uma e pecie de ce to on bfll[lio, e dão (Meira),
paT'tir.ularmente o Dome d , Patuá-balaio Paulicéa~ s. f. nome poetico da
n uma caixa com repal'timento parle pI'ovincÍ<l de . Paulo: Pura a Pau-
comida, louça, vidro.' talhere, le que licea ['ai 11m ponto de honra a extincção
e usa nn ving-en- Onvi'le- (B. de do lemen to ervil,
Jnl'Y)· 1/ Especie dr. ;Imuleto flue con- Paulis'ta~ s. m. e f. mttural da
,i te em um aquin ho de couro,colltendo provincÍ;\, de S. Paulo: A' intrepidez
cabeças de cobrils e ontras cou as l~ que dos f"'ltigo Pa1~listas dAvemos nós a
attribuem virtudes milagl'o flS, e que acq llisição de -es tel'ritorio , r[ue for-
os credulos trazem JJendurllllo ao j)e - mnm hOjA algumas das no ··as mais
coço, pal'aos liV1'ur emaleficios(Abreu va ta pl'oviocia . fi aelj., que é relativo
e Lima). fi En tre 0- Jndio.> iln I'egitio a proYincia rle S. Pllulo: A indu tria
amazonica ig-nifica iJahti,caixa(~eixa,). paulista con i te pri.ncipalmente na cul-
II Em 8. Jorge do IIhéo " na provin- tura do café.
ch da Babin, é umn caixa com tampa Pau'teação~ S. f. conversnção fu-
de forma elJiptica feita de pulha de til: Em vez de executarem o trabalho
Ealmeira; m, s alli lhe dão o Dome rle qlle llIe havia encommendado, gas-
Patigud (Ennes de SOUZll). II Etym, Pa- tamm todo o tempo em pauteação. fi Em
ttla e Patigud são pronuncia difTerl'ntes Matto-Grosso dizem, no me, mo sentido,
do mesmo vo " pertencente á lingna maniação.
tupi. ~o dialecto rio Amazonl l " se pro- Pau'tear~ v. intl'. enlreter- e por
nuncia Palita ( eixa ). Uf tu pi fIo Bra- mero passa-tempo,em conversação fo til:
zil meridional davam á C,1nastra o nome A chuva me impediu de ir ao trabalho,
de Patuguá (Voe. Braz.). e levei tOdil a mH nhã a pautear com
Patuguá~ S.?n. o mesmo que Pa- meu compaclre. II Em Matto-Gro o di-
tudo zem, no mesmo sentido, mapia/·. 1/
Paturéba (1°), S. f. (Rio de Jan.) Não descubro estes dous voc. em diccio-
nome que dão ao bagre salgado de nario algum da lingua portugueza e
PAXIUBA 108 PELOTA
devo pensar que não pertencem a Por- Pé-de-Uloléque (2°), s. ?n.
tugal. (Pem., Alag6us) o mesmo que Manalle,
Paxiúba, s. f. (Padt) palmeira ou Pamonlla de mandioca puba.
do genero I rial·tea (I. exorJ"hi"a). II Péga, s. m. rCem·ti) modo de dE!-
Etym. E' voc. de origem tupi. signar o I'ecrutamen to forçado: Tem
Payauarú, s. m. (Pard) especie havido um pega extra.ordinario. Ne-
de bebiua feibL do sumo ele fructas, de nbum rapaz escapa dopega. I No Para
mistura com o beijti, e da qual usam os dizem, no mesmo 'entido, pega-péga
selvagens (Baenn.). (B. de Jary). ~ Etym. Do verbo pegal'.
Peão, s. m. (R. Gr. do S.) homem Pég,-a-fôg,-o, s. m. (R. G'r. elo S.)
ajustado para fazer o serviço do campo, nome de uma da$ val'iedades desses
nas fazendas de criação ou estancias, baile cumpestt'es, a que chamam ge-
denominação que se estendia aos pro- ralmente F'a 1ldango.
]Jrios escrJ.vos exclusivamente occupa- Peg'atnen to, s. m. (Rio ele Jan.)
dos nesse mister. II Em outras provin- especie de renda estt'eita sem recortes,
cias do Brn.zil, o Peão é o aman 'ador de a que chamam em Pol'tuguez entre-
cavallos. II Etym. No sentido em que o meio.
empregamos, é o yocabulo Peüo, se- Péga-péga, s. m. (Pa1"fi) o mes-
gundo Valdez, oriundo da America me- me que Pega.
ridional hespanbola. Nós o recebemos Peitíca, s. f. (de Perl!. ao Ceal'á)
dos nossos vizinhos. Nos mais casos, especie de ave, cujo canto se a~semelha
tanto em cu telhano como em por- a esse nome. II Termo familiar com que
tuguez, Peon e Peüo se refeeem a quem se de~igna a pessoa impertinente. Tam-
anela a pé. bem cbamam assim ao duende que n05
Pecêta, s. m. (R. G,·. do S.) ca- pet'sog"ue dia e nOllte (Araripe Junior).
vallo de mau commoelo, lerdo, feio, in- Insistencia incommoda (S. Roméro).
ferior (Coruja). fi Fig. Homem mali- Peito-largo, s. m. (Bahia) o
cioso, velhaco, trataute. Neste sentido mesmo que (4panga (2°).
é o mesmo que Pe;eta das outras pro- Pej erecUUl, s. m. o mesmo que
víncias. II Elym. Segundo Valde?, Pe- Pijp.recum.
seta, applicn.do ao homem, é voc. da. Pelechar, "v. intr. (R. G?·. elo S.)
Americu. Merielional. E' eSSl1 a origem mudar o animal o pêlo; e quando isto
do nosso Pecêta. II Em Portugal, Peeeta acontece, dizem que esta pctechalldo. II
significa Peça pequena" Etym. Oocastelbano 2Jelecha?- (Col'uja).
Pechácla, s. f. (R. Gr. do S.) :I ellêgo, s. m. (R. Gl·. do S.)
acção de se encontrarem impetuosa- peUe de cal'lleiro, quadrada e com làn.
mente ou esbarrarem dous cavalleiros Para gente pobre, substitue o coxo-
vindo de lados oppostos. II Elym. E' nillto. O uso mai ordinario é 1'01-0
voc. americano, significando golpe ou sobre o lombo do c:1Vallo, quando se
encontrão dado no peito (Valelez). monta em pêlo, isto é, sem arreios.
Peconha, s. f. (wille do Amaz.) Quando se diz que uma cousa/em petlego,
ligas de embira que mettem nos pés isso corresponde à phrase portugueza
:Iquelles que querem subir as arvores tem elente de coelho, isto é, cousa dif-
sem galhos, como palmeiras e outras. fici!. II Et!lm. Do caste1l1ll.nO pellejo,
(J. Verissimo). II E/ym. B' de origem couro, pelle de animal (Coruja).
tnpi. II No dialecto amazonico, dizem Pêlo-a-pêlo, loco aJv. (R. Gr.
PecunJuz (Seixas). Em gnarani Ptc6~ ou elo S.) viajar de pêlo-a'pêlo é fazer
Mbtc6~ significa trabas de los pies pam uma viagem sem mudar de animal
subi?' alguYl arbol (Montoyn~. O Voe. (Coruja) .
BI·az. menciona P'[jcõya com a signi- Pelóta, s. f. (R. GI·. do S.) es-
ficação de Peia que se'rue para trepar. pecie de vaso em fórma de cesto, feito
Pé-de-Uloléque (l°), s. m. (R. de um couro inteiriço de boi, e serve
de lan., S. Paulo) especie de doce secco de barquinho na passagem dos rios,
e acbatado feito de rapadura e men- em f,tlta de outro qualquet' meio de
duDI torrado. conducção. Este barquinho é levado a
PENC"A 109 PERERECAR
reboque por um nadador, que segura mente não se toma pé, e é do ma.ior
com os dentes a extremidade da corda perigo para a pes oas que, não sabendo
que o prende, e desta sorte garante nadur, se precipitam nel1e; A infeliz
da agua sua roupa, armas, etc. Póde senhoru. cahiu no Perau e morreu afo-
tambem a Peldtct tlar passagem a gente, gada. II Etym. E' corruptela de Apeirào,
e tlr rebocada por om cava lIa montado vocabulo portuguez que cahiu em tal
por um conductor. Direi, par,~ terminar, de u o que o não menciona diccionario
que a Peldta não é dos barquinho o algum da nossa lingua, nem mesmo
menos sujeito a sossobrar. II EtY11.l. A o Elueidwoio de FI'. Joaquim de Santa
nossa Peldta, não tendo a menor ana- Rosa de Viterbo. Tive a felicidade de
logia com as diversas cousas a que em deparar com elle no Voe. Bra::::., com
Portugal dão aquelle nome, é natural a significação tupi de T.~P!J apJ)ababa,
o peu ar quó seja outra a sua origem. cuja. trad ucção litteral é descida do
'Creio que seu radical é pelte, e por- fttndo, o que dá uma idéa bem clara
tanto, a 'eguir a orthographia etymo- deste accidente hydrographico. Tanto
logica, deveriamo escrever Peltota. 1\1oraes, como Lacerda, Aulete e ont!'os
Penca~ s. f. nome que tlão a cada lexicogra,pllo definem pe simamente o
um dos grupos l"ructifero , de que se Pel'àu, dizendo que é uma poça pro-
compõe um ca.cho rle bananas. Cada funda. de agua.; e ainda mais erram os
penca consta de duas orden de ba- dous primeiros dando ao voc. uma.
nanas, dispostas á semelhança dos de- origem franceza.
dos da mão. Peréba~ s. fo erupções cutaneas
Pendenga~ s. (. peudencia, no pu tulosas. Em alguns logares é o de-
sentido de rixa, contenda, briga, luta, signativo da sarna. II Etym. E' voc.
couilicto: Tiveram os dous oldados tupi. Em guarani signitica signal ou
uma pendenga, da qual resul tou serem manchas de sarnus (Montoya). No dilO.-
aOlbo presos. Para evitar pe1Ulengas, lecto amazoniensedizem pe?'eua (Seixa )
accedi a tudo quanto me propoz o vi- ou mereua(B. de Jary). Nollio Grande
zinho. Sirvamo-nos de meios sua orio , do Sul dizem pereva, para designar
pu'a. e vi tal' pendengas. II E ty ln. T a I vez certa ferida ca cuda, que ataca tanto os
seja corruptela de pender/cia. animaes como fi, gente.
Pendoar~ v. intl'. (Bahia) o Pereben-to~ a~ adj. e s. ata.-
mesmo qu e Apendoal'. cado de perdbas.
Peneirar~ '1). intr. chuvi-car Perendeng'uelS~ S. m. plUl·.
hrantlamente l como se a agna cahi se (Pen~., Pa?'à) penduricall10 que ser-
das malha ele uma peneira tina. Não vem de ornato ás mulheres. II Correntes
encontro este "erbo, a!iàs mui usual no ele relogio, como se u ava antigamente
BmziJ, em nenhum dos diccionarios (B. deJ'lrY).IIE', neste caso, o que,
portuguezes que tenho consultado. nem em linguao-em portugueza, e deno-
mesmo em Aulete, senão no 'entido de mina Berloques.
pa sal' pela peneira, separar o mais Perêréca~s. f. pequeno batracio
fino do mais gros o. Todavia, recordo- de cór verde, pertencente ao genero
me de o ter visto algures em Momes, Hyla (1). E' provavelmente ó mesmo'
com a ignificação que aqui lhe dou. animal de que fa.Ha Gabriel Soares com
Entretanto, Aulete menciona penei?'a o nome tu pi de Jtth-pere.Qa. II Fig., S.
com a significação de chuva miuda, com- m. e f. pessoa ou a.nimal de pequena
paravel ao pó que cahe de uma peneira. estatura, franzino, de mesquinho as-
Neste entido é tambem usado no pecto.
Brazil. Pererecar, 'O. intr. mover-se
Pepuíra~ s. f. (8. Pattlo) gal- vertiginosamente de um lado para
linha pouco desenvolvida. outro, ficar desnorteado: Com o usto
Peráu~ s. m. dilferença sl1bita, que tomou, o ca.vallo pere?'ecou de tal
para mai~, do fundo do mar, lago ou sorte que não foi pos i vel montai-o.
I'io, proximo as praias, de modo a Log'o que o puzeram no tanque, o peixe
formar uma cóva em que ordinaria.- entrou a pere"ecal' <lo procura ele uma
PEREVA 110 PETUME
(F. Denis), e delle se serviram o bo- Pialar, V. Ir. (R. Gr. do S.)
tanistas para de io-nar o genero Pe- laç'lr um aoimn.l pelas mãos indo elle
tunia, Ll,t tribu da icotianea. Eno-a- a cOt'rer, elo que lhe resulta cahir. II
llltlil-SO Le Maol1 t e Decaisoe, dizendo Fig. Enganar. II Etym, E' termo pro-
que o voe. Petull é de origem ca- vincial americ:loo,e em duvida o rece-
r'liba. I o dialecto tupi do Amazonas bemo das repnblicas do Rio da Prata.
lhe chamam PêtélllCL ( 'eixa ). Piálo, s. m, (R. Gr. do S.)
Pétún, s. m. o me mo qUI:) Pe- acçc'io de piala,., tiro de laço dirigido
ttime. à mãos do animal que se quer pren-
Pe·tYJDa, s. f. o mesmo que der: A,"ma;' o piálo é preparar o laço
Petume. par,t ,t operação; eleita,. o piálo é atirar
Pezêta, s, >no o mesmo que u laço, No piulo de cu ha?'ra, que é o
Pecêta. mais facil, atira. e o laço por baixo j no
Piá, g. m. (p,·ovs. meriel.) caiJlJ- piálo de sobrecostilhal", vai o laço so bre
clinho (l°) de f/uatol'ze anno' para a costella do animal, e tendendo-se
haixo. A cabocliobas chanlflrn no R., paJ'a diante até pt'ender a mãos; no
Gr, do S. Chininila, I Etym. g' termo piálo rZe sobrelombo, que é o mais en-
tanto tupí como gUlll'nni; significa co- genhoso, atira-se sol)['e o lombo do
ração, e erilO titulo amo)'.) o do paes c<lvallo o laço <tberto, o qual cahe a
para com eus tilhinhos (Anchieta, prend~r as mãos. pelo la~o opposto
Monto~·a). II e flS provincias o Piá ( CoruJa). Ha ai neLiI mal o Piálo
erve ol'dinariamente de ceiadinho. de ,·ebol·quidda. e te ca o, tem o
Piába, s. f. nome de uma ou laço armadilh'l maior, e é ar'remessado
nl,ti' esperies de peixe d'agua doce. pela cabeça do animal, cort'e-lhe pelo
Piág;a. Nome (]U , por ignoran· corpo, e quando esta nas patas é que
cia ai) 'oluta da lingllil tupi, tem sielo se lhe da o ti,.üo (Lima e Silva). I Fig.
empregado por <tlguns lit.terato no- engano: Leval' um pidlo, d.eixat'-se
o , e (]ue entretan to não é mai do enganai' (l:esim bra). "Etym. De piále,
(]ue o resultado de erro typorrr'aphico, voe. d,t America Merid. he paubola
como e obsel'vn. em certa cl1ro- (Valclez) .
nicas a respeito das cou as do Brazil. Piân, S. IlL nome que os Tupi-
Bapti tn. Cael ano, depois de t l' cen- namba e GU'lrani' cI,tn,m a essa mo-
surado o el'ro (]ue se commeWa com le tia <t que os Pot'tuguezes chamam
o nso dit palav!'a intlbia, que não é Boubas e os Hespan hóes Bubas. Este
mais do(]ueo e tropiamento ele mimbi, voe" completamente e-quecido na lin-
exprime- e do eo-uinte modo a re- gua'~em VUIO'fl.l' do Bmzil, nacionali-
peito de piâga: «No lUesmo ca o e tào zou- e em FI'ança, pelo intermec\io do
celebrado piâga, (]ue pecca pelo mesmo livro de Jean d1 Léry, que a descre-
motivo, e que 1)['0 urado n ~ escl'i pLores veu mi J] ucio~ltmen te, II O" aborígenes,
r1ntigos não se ach I. O feiticelro, o h\Dto do Brazr I, como cio Paraguay, lbe
curandeiro, o medico, as vezes com chamavam incliU'erentemente Pián ou
certa Cuocções 'tCerdotaes, pelo qll Miá».
consta laoto ele e criptas àcerca do Pa- Piassába, s. f. (Bahia) paI-
raguay como da chronica dos brasis, meit'a do genem Attalea (A. funifera,
era pa\ie (qtti dicet finem, litteralmen- Mo.1't.) , II (Valle do A mas.) palmeira
te), E te nome apparece e, cripto paye, do g'eneJ'o Leopoldinia (L. Piaçaba).
I,iaye e até piache e de ou tros modos; no II Etym. Do tupi lJiJassaba, que significa
segundo modo de e crever piaye, bastou teç:ume (Voe. Bm,:;), Dome dado certa-
que 1Jor erro de impres ão e Illudàsse mente a esta arvore por causa de
o y em 9 para tornar-s piage, donde o suas fibra, de que se fazem cordas,
piaga, cujo cantos tanto (]ne fazer têm amal'l'õ1 ,vaS'OUl'a e outr'lS cousas.
dado ao littera tos e romanci tas, » No Va lIe do Amaz. ha tambem uma
Pialadôr, s. rn. (R. Gr. do S.) palmeit'a elo gen. Orbi.onia (O. ?'acemosa)
nome CJue clão ao peão que é encuI'- com o nome vulga!' de Piaçaba ver-
regal10 ele pialal', dadeira (Fl. Bras.). No Piauhy dão o
PIAUHYENSE 112 PINnÓVA
II Etym.IE' voc. tupí composto de Pirá, significação. Não sendo, porém. Mara-
peixe, e acem, sabi1' (J. eris imo). pirt10 vocabulo da lingua portuguez' ,
Piracuí, s. m. (Pal'à) nome de parece -me autes corrup tela de Mbalpil'õ,
uma preparação de peixe, a qual con- u ual entre os guarani. II a Al'rica
si te em reduzil-o a pó, depoi de ecco, occidental é usual o termo Pircio ( Ca.-
e neste e tado serve de aUmen to, pello e lvens) j e em a lUenor duvid{\. o
II Etym. E' voc. tnpi, tambem men- houveram Lia Bl'azil.
cionado por 'lontoya em relação ao Piraquára, S. m. e (. (S.
Paraguay. Compõe-se de Pi"á, peixe, e Paulo) alcunha com que se de ioonam os
cui, pó ou farinha; significando p 1'- moradore~ d. s margens do Para,llyba do
tanto farinha ou pó de peixe. Sul, e cuja iodu trht 000 i te na pe ca
PiraM, s. m. (Minas-Gemes) azor- (8. Homem de 11ello). II Etym. 'o di.'1.-
ragLle de couro crúj o mesmo que Ba- lecto guar-.1Di, Piraquá io-nifica pello
calhatr. II Etym. Do rJ.dical Pira, signifi- durae figul'adamente e applicn. ao ho-
cando pelle. mem porfiado, pertinaz, ob tinado,
Piraj á, s. m. aguaceit·o acom- teimoso; qualidades ela' que cabem
panhado de vento, que se manifesta perfeitamente ao que se dedicam li. io-
frequentemente na parte da costa cio clustri da pe'ca.
Brazil compreheudida entre os Abro- Piraquéra, s. t: (Pará) certo
lhos e o cabo de Santo-Agostinho. Em meio dJ pe 'cal" que cou 'bte em ir de
geral, os aguaceiros se annunciam por noute, com 1'achos, arpoar o peixe que
nuvens densas de cór escura, <:Iue sobem a
dorme beira do rio. E ta espede de
rapidamente do horizonte. Na co ta do pe ca é u ual em outl'as partes do
Brazil, porém, o Pirqjà é apenas pre- Brazil. Na Bailio. lhe chamam pesca de
cedido por uma nuvem de singela appa- faJTQOOO. II Etym. Do tupi l'i?-ú, peixe,
rencia, que illude o marinheiro o mais e het·, clormiL'.
experimentado, e torna-se por isso pe- Pirarucú, S. m. (Valle do Amaz.)
rigo o (Dioc. Mar. Bmz.). nome vulgar (lo Vastris gigas, e. pecie de
Pirang'a, adj. o me mo que Pi- peixe grande, de que e ['uzem alga,
talt,ga (lO). e tem o sabor rIo bacalhau. II Ety-m.
Piranha, s. f. nome de uma ou E' vor.· tupí campo to de Pil'à, peixe, e
ma.is especies de peixes. notaveis pela Ul'UCÚ, nome VUlgar Lia Bia;a Orellana,
sua voracidade, e ão o terror dos na- de cujas sementes e extra,he uma tinta
dadores. Hahita o rios e lagos de al- vermelha.
gumas províncias do Brazil. Pirl.-..tiningâno, s. m. nome
Pirão, s. m. especie de ma -a com que se de iO'nava an ligameo te o
feita de farinha de mandioca cozida em natul'ill de S. Paulo, por e tal' esta ci-
panella ao lume, e serve a guisa de pão, dade ituada nos campo de Pii'iltiningn.
para se comer a carne, peixe e ma- Pirento, adj. (VaUe do Ama;.) o
riscos. Tambem lhe chamam Angú. O que soUre da pira, mole tia que ataca a
Pi,.ão d'agua é feilo com agua fria, do pelle dos animaes (J. \'eri' imo).
qual mais se u 'a com o carne ou peixe P irí, s. ?no (Pará) nome que dão a
salgados. PÜ'ão escaldado, ou simple - certo brejos em que se de envolve a
mente Escaldado, é aquelle que se faz vegetação d~1 herva Piri. II Jo !\Iara-
lançandu- e agua ou cuIdo fervente' nhão u.'am de te VOCllbulo no plural:
sobre a farin ha con tida em uma va il hu. Piri~es'.1I Etym. Pery, como e'creve
fi Etym. Metaplasmo de Mindypirõ, no- o Dicc. Porto Braz, ou Pid, como o
me que em tupi se dava as papas gros- faz Montoya, é o nome tupi de uma aLI
sas, em contraposição a Mingaú, que mais e pecies de j nuca, que cresce nos
significa papas rala (Figueira). Vas- alagadiço , e é aproveitado p 1'0. a fa-
concellos eSCl'eve Mindipiró, e Anc1tieta bricação de e teiras e oLlll'OS mi teres.
Mindipil'Ô no mesmo sentido. O Dicc. Piriantân, s. m. (Valle do AmCl.3'.)
PO?·t. B'l'az. menciona Marapü'cío como V. Pe,·iantan.
termo portu~uez, e o traduz em tup! Piriquitête, aclj. (pal'à, 1I1a-
por MCJtapiron, sem comtudo lhe dar a ranMo) diz-se de qualquer homem ou
PIRIRÍOA 115 PITIMBOIA
ora que, por gosto, se apresenta Pitanga (l°), adj. voe. tupi e
lido sem I uxo, mas com cuidado, de guarani, significando vermelho. Só
o a ser elogiado: Fulano compa- usamos delle em \laIavras compostas:
u periquitéte ao baile (B. de ,Tary). Pira-pitanga, Acara-pitanga. E' syn. de
~m Pero. e outros lugares dizem Piranga; e deste usamos nas mesmas
:quêtê (11'. Tavora). condiçõe5: Y -piranga, rio vermelho,
Piriríoa, adj. (Valle elo Amaz.) Cui-piranga, areia vermelha, etc.
1'0 como a lixa: Depois da febre o Pitanga (2°), s. f. frueta da Pi-
fica pit·il"Íca. II Ligeiro estreme- tangueira, planta de varias especies e
Dto provocado pelo peixe nadando dimen ões, pertencentes ao genero Ste-
baixio, na supertlcie da aguas. nocnlya;, da familia das ..Myrtaceas.
EtYln. Do tupi pirirí, tremer, estre- ~ Etym. E' contracção de Ybdpitanga,
161', tiritar (J. Veri simo). Secras vocabulo tupi significando fructa ver-
ciona Piri, u. tr., com a significação melha. .
arrepiar. PÍtang'a (3°), s. m. e f. voe. tupi
Piririoar, 1). in/t·. (Valle do e guarani significando menino. Usamos
a~.) causar um ligeiro estremeci- delle quando temos de desenganar a
oto na agua. Este verbo é quasi pessoa que nos pede algum favor: Nem
Imente usa lo no g-erundio: Esta que chores pitanga, não te posso servir.
'rical1do (J, Veri5simo). II Etym. Tal- Mas o que quer dizer chorar pitanga 1
tenha a mesma origem que pere- E' facil explicai-o, attendendo a que,
I', de que usam na provs. me- nesta pl1l'l.\se, està pitanga no vocativo,
'oones. com a sua antiga e primitiva signi-
Pirízes, s. m. plur. (Maranhcio) ficação de menino; e portanto o sen-
mesmo que pir'. tido syntactico desta oração é o se-
Piróoa, adj. (Vatle do Amaz.) guinte: Nem que chores, pitanga, isto é,
!llelo, cal'eca: Cabeça piróca, calva. nem que chores, menino, não alcan-
E/ym. E' voc. tupi. çarás o que pedes. Esta sentença, que
Pirooar, v. tr. (Valle elo Amaz.) se applica particularme,jte as crianças
~olar, descasc2r: Tratemos de pit'ocar teimosas, que choram para obter qual-
~z, e depois pas aremos a pit'ocar as quer cou a, extende-se a pessoas de
tas. II Etym. E' a fórma vulgar do qualquer idade, que nos aborrecem com
tupi pirdca (B, de Jary). suas lamurias.
Pirralho, s. ln. criança, crian- Pitar, 1). intr. cachimbar, fumar
~: AqueUe pirralho jã. pensa em se charutos e cigarros. II Etym. Do verbo
·ar. II Tambem dão o nome de pil'- tupi piter e do guarani pite, signifi-
'o a um homem de pequena estatura. cando chupar, sorver. II E' tambem
Etym. Este vocabulo será tal vez de usual em Bolivia, Chile, Republica-Ar-
"em portu "'ueza, mas não o men- g'entina e Estado-Oriental do Uruguay.
~a dicciouftrio algum da uos a lingua. PitiDl.bóia, s. f. (Alag6as) nome
Pirurúca, s. f. o me mo que de certo apparelho mui simples para
Üica (4°). auxiliar a pesca dos camarões, por meio
Pissandó, s. m. (Bahia) palmei- do Je1"e,-e. Consiste em um mólho de
do genero Diplothemium (D. cam· folhagens que o pescador lança na
ris, Mart.). agua, tendo-o preso por uma corda. Os
Pitáda, s. f. dóse de rapé ou de camarões mettem-se por entre a folha-
Iro qualquer tabaco em pó, que se gem e ahi ficam enredados de tal sorte
a entre as cabeças dos dous dedos que permittem ao pescador suspender
legar e indicador para o levar ao esse mólho, envolvendo-o no Jereré.
riz, e que por i so tambem chamam E' um modo facilimo de realizar em
rigada. \I Fig. Dóse minima de qual- pouco tempo uma ampla colheita desses
el' materia pulverulenta. II Etym. crustaceos. "Etym. Do tupi Pitiboâna
!m a mesma origem tupi e gUlllrani (Voc. Braz.) ou Pytybonçdre! (Dicc.
)verbo pitar; El está porfeitamente Porto Bra:..), com a sigsificação de aju-
tura.lizado na lingua portugueza. tlador, auxiliador.
PITING·,A lUi POMBEIRO
,leil'O, Alli dãú esse nome aos ch6- lin ba recta os seus tres tentos ganba a
do grupo de carregadore , com a. partida. E' um jogo muito cio gosto
roção de vigiar a sua gente e res- dos meninos.
fel' por eila, ante o chefe ela comi- Pon'ta, s. f. (R. Gr. do S.) pe-
j come e dorme com ella, e é emfim quena porção ele quaesquer objectos:
o(I'esquadra eh curavamt (Serpa, Uma ponta de gado. Uma ponta de pa-
o). No Bmzi l siio varias as funcções tacões. /I Quanto ao gado, se a porção
~QlIlbei?'o, Em algumas das nossas é grande, toma o nome de tropa.
iDeias septentrionaes, Pern., Par. e Pon'táço, s. m. (R. Gr. doS.)
Gr. elo N" o Pombeiro é verdadei- pontoada, golpe dado com a ponta de
ole um espião. Quando se trata, qualquer arma ou instrumento, e do
!xemplo, de prender um crimino'o qual resulte apenas contusão. Se o
! e occulto, a po Iicia bota-lhe pom- golpe produz ferida, dizem que o pacien-
,que llle vão 110 encalço (Meira). te ficou lastimado (Per. de Carvalho).
lio-Gr. do S., por um des.'es meta- Pon'tas, s. f, plt~r. (R. 01'. dI? S,)
nos mui frequentes, em que as extremidades superiores de um rio: As
JS P e B se sub::ltituem mutua- pontas do Guassupy. As pontas do Ar-
',o vocabulo Pombei?"o se trans- roio-Grande. Passei as pontas cio Guas-
a em Bombeil'o, sem quebra da supy, proximo ás nascentes. O general
'cação de espião. No Rio de Ja.n. Canabarro tomou posição nas pontas
iIIlbei?") é o atravessadol' dos ge- do Nhanduhy (B. Homem de Mello).
,alimenticios, productos da pe- Popocar, v, tr. e inf?·. (Pa?'lt) o
cultura: aves, ovo.', fructa.s, mesmo que pipocar.
liças, peixe, etc. No littoral de Poquéca, s. f. (Pa?'á) o mesmo
mbuco e ele on trn s provi ncias do que Moqudca.
" é elle especialmente o monopo- Poracá, s. m. (Rio de Jan,) es-
lo pescado, ]11ra o que vai á praia pecie de cesto grande, com destino á
ilar a occrlsião em quo regressam pescaria. " Etym? Cumpre fazer ob-
)"adas, que se empregam nes 'a in- ervar que este voe. faz recordar o
'a, compra-lhes o peixe, e o vende Pacal'á do Pará e Goyaz, que e tambem
lho. tl ma especie de cesto.
oncháda, s, r (Rio-GI', do s.) Porandúba, s. f. VOcablllo
le porçã,o ele qual q ner cousa, que tupi significando historia, noticia, re-
'a encher nm poncho: Uma pon- lação, etc. FI'. Francisco dos Prazeres,
,do dinheiro (Coruja). e~crevendo uma obra historica sobre o
encho, s. 1)1. (p?'ovs, ??Mj'id ,) Ma.ranhão, lhe deu o titulo de Poran-
e de capa de pll nno de lã, de elitba Mal·anhense. Os Tupinambás di-
mais uu menos quadrada, com zittm inditI'erentemente P01'andúba ou
abertura no meio, por ou de se 11lorandúba, e os Guaranís Po?"andú ou
a cabeça, Como vestidura ex- il1orandoie. No Maranhão é uSual o
par,t resguardar da chuva ou do termo corrupto Marandúva. .
é muito mai' commocht que o Poraquê, s. m. (Pa"á) nome
, mÓl'mente para quem a.ncla a vulgar do Gymnotus electl-icus, peixe
0.1/ Etym. D aruucano Pontho? d'agua doce, cujo contacto entorpece,
I. Rotlriguez), como acontece com o da Tremelga ou
nga, s, t. (P?·ovs. elo N.) es- 'Torpedo. 1/ Ety'm. Pertence, sem du.-
de jogo, o qua I consisto om um vidl1, ao dialecto tupi do Amazonas,
'!tltero ele Inadeira, cartão ou mas, não lhe conheço a signiiicação
no qna.1 s traçam duas diago- grammatical.
e duas perpendiculares, que se Porcellana, $. f. (Bahia) ti-
em um centro commum. São gela. "No Minho tem este voe. a
O) jogadores e cada um se serve mesma significação ( J. L. de Vascon-
tentos que se di. tinguem, pela c(1108). Moraes lhe dã. a significação de
pela fórma., dos cio adversario. almotia ou vaso de porcellana seme·
lo que primeiro consegue pôr em lhante a uma grande tigela..
PORCO-ESPINHO 118 PÚBA
Maranhão e Para, chamam farinha Etym. Parece ser uma diil'erença pro-
d'ag'ua, a u~-puba dos Tupinambás. II No sodica de porordca.
presidio do Morro de S. Paulo, ouviu o Pururúca (2°), s. t. (Miltas Ge-
Sr. Valle Cabral applicar o voc. puba a raes) o mesmo que ea,tjica(4°).
pessoR. que sente grande aLatimento rle Pururúca (30), s. f. (Matto-
forças: De doente e de cançado fiquei GI'OSSO, S. Paulo) nome de uma espe-
púba II Em R. Paulo dizem tia pessoa cie ele arvore de construcção. II Será
vestida com .primor que está na púba. talvez a mesma que no Paraná cha-
Não ei qual possa er n'este caso a mam Pdrd"oca ou Capordl·oca.
origem desta sign ificação. Pussá (10), s. m. como instru-
Pubar, 'li. tr. pór a curtir a mento de pescar camarões, é o mesmo
mandiàca nf\, lama ou na agua: Mandei que JB,"êl·é. Na Bahia ouvi dar o Dome
pubar um cesto de mandioca. de Pussà a um pequeno Jêrêré desti-
PuculDân, s. m. o mesmo que nado ii pesca do siri. I Etym. E' o
Pictlmâ:n. nome tupi da rêde de pescaria. II No
Puêra, s. f. (Pal"à) o mesmo que Pará lhe chamam Passá. Baena escreve
Ypueira. Pessá. II Em S. Paulo, o Ptlssà éuma
Puita, s. f. (Rio ele Jan.) especie renda larga que serve de guarnição a
de instrumento musir.al dos negros. II certas roupas. No Rio de Jan., a renda
Em Sergipe dão-lhe o nome de Vil de Pussà é a de malha:; largas.
(João Ribeiro). Pussá (2°), s. m, (piatlhy, Oearà)
Punaré, adj. (Serg.) amarellado: fructa do Pussá.zeiro, planta do genero
Oavallo de cara branca punm'é, signi- Mouriria (M. Puçá) , da familia das
fica que o animal tem a, cara bra,nca Melastomaceas.
an,arellada (S. Roméro).
Punga, adj. (Minas-Gemes, R. Pu'Urão, s. m. (S. Patllo) o mes·
Gr. do 1::3.) ruim, sem prestimo: Um mo que Muroirom.
homem ptmga. Um cavallo punga Pl.'ltirolD, S. m. (PaI'à) o mesmo
(Silva Pontes). que M~Ia;i,.om.
Pupunha, s. f. p lmeil'a do Putirlun, s. m. (PaI'à) o mesmo
~enero Guilielma (G. speciosa) cuja que Muroil"om.
rructa cozida é mui apreciada, e é Puxá, s. m. (Sergipe) o mesmo
cultivada em todo o valle do Amaz., que Puroddo (2°).
e em principio de cultura no R.io de Puxádo (lo), s. m. nome que
Janeiro. dão ao accl'escimo de uma casa para o
Puracé, s. m. (Valle do Amaz.) lado do quintal, e onde ordinariamente
especie de baile em que folgam os se estabelece a cozinha, dormitorio
Indios, depois da fe ta que celebram, para criados, etc.
por occasião da admissão dos man- Puxádo (20), s. ln. (provs. do
cebos ás filas dos guerreiros, festa N.) asthma. II Em Serg. dizem tam-
que consiste em se açoutarElm alter- bem Puroà (João R.ibeiro); e no Ma.·
nadamente com duros azorragues, por ran hão Pua;amento (E. de Souza).
espaço de oito dias, durante os quaes PuxaJD.ento, s. m. (Mal'anltão)
as mulheres preparam os licores e co- o mesmo que Puroà'.lo (2°).
midas (L, Amazonas). II Etym. E' voc. P1.~xa-púxa, s. f. melaço gros-
de origem tupi. No dialecto amazo- so a l)onto de ficar em pasta, e poder
niense puraçai signifioa danea. ser manipulado como a alfeloa, em
Purl.'lrÚca (l°), adj. Criavel, cuja operação aI veja, ainda que seja de
quobro.diço, facil de esmigalhar-se ou c6r e 'cura.
de ser reduzido a llà : Milho pururúca Puxeira, s. f. (Bahia) defluxo
é aquelle cujo grão se tritura com (E. de Souza).
pouco esforço. Cóco pururuca é aquelle Puxirão, s. m. (E. Gr. do S.)
cuja amendoa tem adquirido bastante o mesmo que Muooirom.
consistencia para ser ralado, antes do PuxirulD, s. m. (Parand, S.
que lhe chamam caco ele colhér. II Paulo, Parà) o mesmo que Mua;i7'Om.
PYTYMA 120 QUERENCIA
II Elym. E' voc. portuguez com outras quatro ou seis l'epasses, quer i to dizer
significações e todas ellas relativas á que j,\ tem sido montado pelo domador
nautica. quatro ou seis vezes. Tambem dizem
Regô, I. ?no (Sel·g.) pJnno en- l'epasso (Coruja).
rolado que trazem na cabeça como or- Repasso, s. m. (R. Gl'. elo S.)
nato as negras africanas (João Ribeiro). o mesmo que repasse.
Reiunar, \l. tI'. (R. GI'. elo SI.) Repêcho, s. ?11. (R. Gr. do S.)
cortar ao cavallo a ponta de uma das ladeira, subida ingreme. II Etym. E' vo-
orelhas, de ordinario a da orelha di- cabulo puramente. castelhano (Valdez).
reita. Este signal indica que o ca.vallo Repontar, 'Ii. tr. (R. G,'. do S)
pertence ao E tado (Coruja). enxotar o. animaes para um lado, ou
Reiúno, a, adj, (R. Gr. do S. e tambem para. a estrada quando, em
Pm'á) nome que se appJica a tudo viagem, clella e desviam (Corl1ja). Em
aquillo que pertence ao Estado, antiga- outros sentido o verbo ?'eponta,' é por-
mente ao rei. Equivale a realengo: tllguez, por exemplo, quando se diz
Campo l'eiuno. reponta?' a maré. Anlete define a ,im :
Rejeitar, 'Ii. ti'. (R. Gl·. do S.) « fazer conduzir ou refluir pal'a UlTI
cortar o rejeito ao boi, para o fazer certo pon to. »
cahir, e poder ser morto com mais faci- ResD1ele:ug'o, a, adj. rabu-
lidade (Coruja). gento, impertinente, teimoso, frenetico.
Rejeito, s. m. (a. GI'. do S. e Tem a mesma igoificação que )'es-
Pará) nervo ou tendão da pel'na do boi. lnttn.qc1o, e não duv:ido que seja es-a a
Cortado, elIe não póde mais caminhar. orig-em do nos o vocabulo.
Quando se trata do cavallo, o rejeito Res6ca, S. f. segundo brotamento
toma o nome de gal'rão (COI uja). II da canna de as ucar, depois de cortado
Etym" Pensa o Sr. Coruja que rejeito o primeiro a que chamam sóca. ~ Etym.
l'ejeital' são corruptelas do portuguez E' palavra hybrida. formada do prefixo
ialTetp. e jat'l'eta1' ou desjal'retal'. Não POI'tuguez re e do tu pi sóca.
j uvillo que assim sej a. Restinga, S. f. baixio de areia
Relancina, s. f. (R. GI'. elo SI.) ou de pedr.~ que, a partir da co ta, se
relance: De relallcina, de relance, de prolonga para o mar, quer seja constan-
~epente (Ce imbra). temente vi ivel, quer só se manifeste
Rendeng;ue, s. m, (Pal'á) parte na baixa-mar. No Brazil meridional e
lo corpo humano comprehendida entre extende e sa denominação não só á
l cintura e as virilhas (C. de \ lbu- porção de terra arena a comprehendida
[uerque) . entre uma lagóa e o mar, como a qual-
Reng'o (1°), add. nome que s quer planicie arenosa do littora1. No R.
l1Jplica indilJerentemente ao homem 0\1 Gr. do S. dão o nome de )'estinga á matta
la animal manco da perna, e que a mais ou menos e'trei ta que orla a
Irra ta quando ci1minha. 1\ Et!Jm. E' vo- margens de um rio j e no Paraná, além
abulo castelhano (Corujol). de3sa significação, tem tambem a de
Reng'o (2°), s. m. (Sel·.qipe) o l11atta estreita e comprida separando
nesmo que Ponga. dous campos de pastagem. II EtYl11,.
Reng'uear, 'Ii. intl'. (a. Gr. E' vocabulo de origem portugueza.
lo S.) arra tal' a perna quando se anda Retalhádo, adj. m. (R. Gt'.
Coruja). do S.) diz·se retalhado o cavallo pastor
Renhideiro, s. m. (a. Gl·. de eguas destinadas a propagação das
'o S.) e..pecie de circo, com destino a mulas. por cau a de uma operação que
,rig,), de gallo. II Etym Do verbo om'e a que chamam re,al1ut?"; mas
enhil'. que, não obstante, conserva reunidas as
Repasse, S. m. (a. Gl·. elo S.) eguas e as prepara para o hecbor ou
ame com que se designa o numero de garanhão etreituar a fecundação (Co-
ezes que um cavallo ou potro tem ru,ja).
do montado com o fim de o domar. Retalhar, 1). tr. (R. G,·. do S,)
uando e diz que um cavallo tem praticar certa operação no cava li o
ltETlRi\UA lUPAl'
ou T. de ?'n,bo molle, T. peba, T. bóla, moedas de cobre sobre uma faca fin-
Tatui; e tal vez outr·os. cad,t no chão dentro de um pequeno
Tatú (2°), s. 111. arVOl'e de coo- quadro. Se o jog,Ldor não aceeta, pas a
stI'Llcçào do geoero Va~ell (V. indUl'ata, a atir,\r o ad vel'ciario (Ce imbra). fi
F. A Ilem:i.o) LllL flLITli lilL r1,s Olacineas. Ety m. E' voc. c IsteLl1ano, e como tal se
Tatú (3°), s. m. (R. GI'. d~ S.) pr·()nllncia.
nome de ulna das varie latles desses Têjú, s. m. o mesmo que Têyú,
bailes cn,mpe tre,:, a que chamam ge- Te:Iubetára, S. f. o mesmo que
ralmente Fanrlang? (Coruja). ll1é1.~·a.
Tatll.râua, s. (. (S. Paul~) TeuJé 1"0, adJ. (Oeará) temerario
nOILle que Ilcl,O as larvas ou lngartas (J. 'inleno).
oUl'içarlas rle uma felpa que proeluz uma Telllpo-será, s. 1n. folguedo
eo aç[o elolor'osa fi quem a toca. II de Cl'llnyaci, que cousiste em coerel',
Etym. Tal vez sejft, corrnptela. ele Ta- S:1lta1' e cantar, rep ;tindo as palavras
tm'ana, compo ta de Talá folgo, e rana, tempo-set'á e de mitiocó. o Ceará tem
emel haute. MOI'ae m'Joci01UJ, este a me ma igoiricaçã,o que Manja (J, Ga-
aoimal com o oome de Ttttaurana e o lena). Em 8. Paulo, a criauç.l corre a
desceeve bem. Montoya tl'az T,itciul'ã, e cont!er-se e diz ao cltmar::tda: tempo-
com a sig'n iticação de gu.sano colorado. s~rà, se p!tder me pegai'. II Etym. Ta! vez
Tauá, s. ln. per'uxytlo el ferr'o. seja corl'uptela do tupi Jemoçarài,
E' nome commum a tOliil.S as pedl'as bl'incar (Di cc. Porto Bra'l:.), ou Anhemo-
argilosas, que tem a cóe d'~quelle com- çar"'I.Fol!!ar com criançaci (Voe. Brl1,z.).
posto chimico. II Et1lm. E' VOC, tupi Tentos, s. m. plul'. (R. Gr. do
si&'nific<lndo tambelll amal'ello e como S.) pequena tir'L8 de couro cru presas
tal é syo. de ,juba. II TilmlJem dil.em na parte postedo!' do lombilho de um e
Taguci. II Empregarn-o para culol'ir a outeo lallo, onde S" prende o laço, ou
100yLel b;1rr". outl'a qualfluer cousa que se queira
Tat1~ssú, s. m. (provs. do ?w?'te) trazer Il1'e a a g'arupa (Coruja).
pedl'a FUl'aua pl'e it a um LcOI'da, e aerve .... I:'erneiro, s. m. (R. Gr. do S.)
ele anCUl'lt às jaogalll\s (J. Galeno). [\, cria da vaCCi1 até á idade de um anuo;
II E/ym.. E' COOII'.ICÇ'í.O de itd-gullssit, é o me 1110 que BeZel'!'O (Coruja). II
tel'm Inpi signíticnnc!o perlra grlwde. Etym. Do ca telhaDO Temera. II Anti-
Táva, s. (. (R. G,.. do S.) jogo g-amen te se L1izi.1 em Portugal Tem'eil'O
ele flue US'Lm os gauch'p atirao'io com (Anlt>t ).
o g,wiz ao li l' até cahir em pé, gn- Têso, s. m. porção ele terreno que
nl1aniJo ou pel't1endo, s g'uodo calie pela fi zenL10 parte das va::;ta planicies 'u-
paete conCiLVa on pela convexa. II jeitas ás inunelaçõe' do inverno, fica
Etf/I'Y/,. Do castelhano Taba. 6ntretnnto acima do uiveI das agua; e
Tayá, s. m. nome tllpi de di- oITerel:e alJri8"0 no gado. II Em POl'tugal,
ver ,as e 'pec'ies ri Aroitleas. No Pará tem a sig-nil1cação de monte ou erro
lhA~ chn rnilm Ta,ji. alca,ntiln·lo (~nlete).
T J :.yó b "" s. (. Aroidel elo genero Têtêcuê['a, s. f. (S. Pa'tlo)
Colocasia (O. e.~ct6Ient'(), cn.iils follHls e DOnttl d ceetu::; depre::; 'õe~ de tereeno,
comem á guisa de espinaf'r'e, e cuja que sel'viram de leito ao rio Parahyba
l'ai7. tuber 1Sft, é tnmbern come tivel em do ui, e estão hoje cobe['t(\'8 devege-
fllgu01as variedndes. 1/ Et!fnt. Do tupi t"ç~o (8. Marcondes).
TU.1l'!-tihf1., a l'ourwgem do Tayci. Tetéia, s. (. nome infantil dos
Téb,..!õl, s. m. vulen1ão. briLwos d ,Ileninos. Ta llbem pOl' gea-
'1'eim.ósa., s. f. (Cecl1'd) o mesmo cejo o empregam e111 outras accel'ções ;
que M"ml./6reba. v. g. dr7.elll das pessoas cond coradas
Teité!, iM. (LJaI-d) expressão de qne tem peito cobel'to de teteias. "
com pndecllllou to, eflui vfl.1ente::L Coitado! Etym. Moraes o menciona como oriuDdo
II EI1/m. E' voc, tu pi (Dicc. Porto Bt·a:::;.). do Br'\zil.
Téjo, S. m. (R. Gr. do S.) especie Têyú, s. m. (p?·o'Vs. do N.).nome
de jogo que consiste em atirarem-se de uma ou mais especies de Lagartos do
THEATÍNO 138 TINGA
no rosto e outras pa.rtes do corpo. II E' frescos, mui produclivos. e que vão sen-
termo tupi. dOflllltivadns (T. POlllpêo).
Titío~ s. m. designaçij.o infantil Tornba-Ias-aguas, s. m.
de thio (Mai'al'lhüo) o mesmo qne Tramba-las
Tobatinga, s. r uome primi-
tivo da TabatinglL. II EIgm. Composição
agJl('s.
".I:'opetúdo, adj. valente, de te-
do suhstanti vo Toba, barro, e do adj. mido. II Et!lln. Tem pruvavelmente a
tin.qa, bran o. me ma origem que u, tle Ca1}m-topetudo.
Tobiâno, s. m. e adj. (8. Pat~lo) Tor'çal, S. m. (R. Gr. elo .) es-
cavn 110 de certa raç~. pecie de cabresLo, de q le serve o
Toca.dôr~ s. m. (JIinas-Ge"aes) cava.lleiro, conjuntamen te com a re-
almocreve en arregudo de tangoer um deas, para melhor conter o animae
lote de animfles de carga. Em São a.,r'Í5cos (Col'uja). II Em Portugal, TOI'-
Panlo lhe chamam Camarada eie lole. çal sigoitlca cordã de vario" tios de
Tocáia (lO), s. t. emboscada em seda, OUI'O, etc., sel'villio de adorno n03
que se occul ta alguem, com o de ignio de vesti,los antigos, e hoja de aca, ear ves-
matar a outrem. ~ No Pará dão tam- tidos (Moras,).
bem eS3e nome ao poleiro das gallinha.s Tord.ilh.o~ aad. (R. Gl'. do 8.
(B. de Jary). II E' vocabulo tupi com e S. Paulo) diz-se do c:tVallo cnjo pêlo
a significação rle choça, e tem por syn. é ai picado de Lr..Lnco e preto. Tordilho
lapyi.::. (Voc. Bra;.). ~ Em guarani. tocai ne,qro é aqnelle em que obl'esahe a cõr
tem a dupla signilicacão de cUl'ral e de e, cura; e TOl'dilho sn.bino Quando é ,11-
cerca que faz o caçador, para não ser picado de branco e vermel ho (Col'uja).
sentido da caça, e o andaime que ('az Em Portugal, o vocabulo TOt'dilho tem a,
para laçar ave'. E 1<"L segunda accepção me ma izui ricação que entl'e nó'.
cahe bem á rie embo carla. Torêna. s. m. (R. Gr. elo S.) ho-
T ucá ia (2°), s. f. de Tocáio. mem s'Icnrlido, guapo.
Tocl:"iar~ 11.11'. fazeI' espera a Tor6~ adj. (Maranhão) diz- e da
alguem COfll o tim de o matar traiçoei- pes'oa que perdeu a phalange de
rament . ~ Em bom entido se u e\' des- Dlgum delC' damüo: Antonio é t01'(;
te verbo na accepção de espl'eitar al- da mão direita (B. de ta to o). II Etym.
guem, por quem s~ espera em cl:rto e Pa r ce nM:cer do verl o torar.
uelerminiloo logar. Torroáda, s. f. (llfaranhão)
Tocáio~ a. . (R. Gl". do. S.) o nome que dão:i. rendas que app Irecem
meslllo qne xará. no terTellOS arO'ito ·os e alagadicos de-
Tôlrlo~ s. m. (Paraná) O mesmo poi' de s~cco , e que torl1.m clirTiceis e
que 'lldê,~ uu llfaldca. II Elyflt. E' tel'mo periO'o,os o c:lm;nhos. II Em portilO'nez,
da Amel'ica Meridional hespanhol'l, si- Torroacla ,in-nifica multidão de tor-
gnificando bal'raca, cuoça ambulante, rã. 1', pancfvbL com tOl'rãe (A ulet ).
que. erve de habitação aos lndio TalJto Tosse-coID.J>rida~ S. f. (São
bas1:1 p'l1'a rtlCon hecer- e que o vora- P,tulo) coquHiuclle. II No Pal'ú lhe ch 1-
bulo Tôldo com a ~ignific;)ção de aldêa, meLIU To'se-dl'-gllariba por llie acharem
no~ veill das republica l'lat;nns. uma cel'ta s'·melhfl.nc..'l. com as vozerias
Tom.badôr·~ s. m. (Bahia) en- cle~te rl'HH!r'l1meL110 (B. d,~ ,Ta.ry).
cost L ingl'eme de uma montanll" ; e Tosse~de~g'uaríba, f.
s.
l..mllem 1 deira empinada (Arilgão). (Pará) O InP mo que To,.e-comp,·ida.
II E/ym. Do verbo portuguz tombar, Tourear, V. ir. bt/l'lesco (R.
no entido de cauir pela montanha Gr. ctv 8.) namorar (Cul'uja).
alJaixo. Tourún<>, adj. m. (R. G,·.
Tom.badôrps. s. ?no pl. (Ceal'cio do 8.) roncolho; boi que por mal ca -
e outl'as Pj·011S. do ;Y.) terreno, desig'naes trado ainrhL procura. a vaccas. Outro
'escarpad03, cheio de b[\,I'I'oC s (J. Ga- tanlo tlizem do cf\.vallo{JtH se ach[\, nas
leno): O outro lado qo rio é c)m posto me,m IS Ci"ClllTIstal10Ü1S (C()I'llja).
de serras, ivlnUClrlO?'es e valll s, todos Tracajá~ S. m. (Valledo Ama:;.)
coberlo de matta , e mais ou meno especie de 011elonio tio genaro Emys. II
TRA:t\1BA-LAS-AGUAS 141 TROPEIlW
UIllbl1 (2·), s. ?no (parmui, S. Ca- fi' patrona do 'olrlnrlo. 1ío tambem
lharill" e R. Gt·. da .) :-,rande arvore li IlfleS no C"'nJ'a. ~ ElY/l!, E' "O . t Ipi
do gene!' Pircunifl (P. dioica. 11101.) Q Diec. I'ort.-Bra::.. o lt'aduz em Côfu.
da lumiliiL d \. Pltytolli1ccl'a' ('l1al.ioll). Urubú, s. m. ave tle l·aptn.• do
E 'ta arvoro vi\'e taml em no Pal'al!1l l Y genl:ll'<1 CuUI'lrb-s. lJu e I\linent;~ rl
e n I Repuhlica ,\rg-entIlJa' e, inl(ll'Op\ ia, c,,1'llp p,,,lre·. ria tambpm no me mo
paN qu t1qUf'l' obra, da toei, \'ia íntn, g-ene1'o o Urllbutill(J", mai' glr.oImente
nini rarJ'e:.rada de potils·a. No P.,raná 'hall1ado U,'uúu-rei. nut,lvel [leia ua
lhe rhilnl'lnl Í;llubem .Varia-,nolle. fo "111 III'fl .
Unlbuzáda, . (. o me::imo que U.·ucú, S. m. SUl) l:\ncÍit tincto-
Im/m:;nda. . ri I flue rev.· te a' ·enlenl". rio C1'ncll-
Ulla, arlj. 'oC. tupi, igni'icando zeil'Q, lll'bu to do gener I BiJ'a (B. Orl!l-
preto, e~cur'o, E' ,ó II aolO de cO'lIbina- {r"ln) di I'alllilia d.I' I?lc.lcour ti.leea'. ~
Cão com uu taoti\'c daqllf'lla lingua: E/lj'll. E' \'oC. til I/i.
Iiaima, pedra. preta; Pirrzünn, !,tlixe U "ucu rí, . m. (Vfltle do Aula.::.)
preto' ünina, hena pr'E'ta o t E'cura. palmeir I Jo gell )'0 Aaulell (.1. O.I;CI'l. a).
O I nctio' diziam inditrerentemente tina II H l tamhelll na i:lahia e Pe1'llôlmbuco,
'ou pi,cwV1.. COlll o me 'mo nom vulgar', oatm es-
Unheira, S. l' (R. Gr. do , .) peeie perte I~Pllte ao gellero roco (C.
matadu!'" illcuruvel ao 1,ldo do fio do co,·nl1alr~). II E:Y/I/· H;' vOC. tUi'i.
lombo dos cavalln, pl'OvOl\iente do UI·uUlualllbl.l. S. {. (.1JIttIO-
m" u uso dos lomuil h03, Na. cump loha O,·osso) pu I nll'im du gpnel'o Deslltultcus
chamam-lhe CltiJ1'a, e ao qua a te;n (D, mdcnlum), de IJ le ~O extr di pa-
Cuerittlo (Coruj;\). II Etym. Em lin- lhinha p'lt'a;j' r.adeir'iI.. ).. divC'l'sas
gu t portllguezll, Unheiro, S. m" é uma e~flec e t1.... ::,te I; nero dito, no "alie do
apo tema na rtliz da unhn, e ne te Amazona, o nome ele Jacitá,'a e na
sen tido é gerillmen te u ano no Braz'l, Bahia o d Ti 'rira.
Não me parece que po fi s r e"a a Urulllutulll, . m. (Valle do
oJ'ÍI!'Am do vocabulo J io-granrlen e. Ama:;.) a \'e do Keot'l'o nrna; (C. U ru-
Ura, '. f'. (Pal'à) nome do verme nlutum) c\ I ol'df'm do G.dlilt ce'l . II
que se cri.. na ferida do ani mae Et:/m. Uo eJônlecto tu pi do \mlzona.
I rva de uma especie de mo cu. II Ely m. Urupêllla, s. f. e~peLÍe de pe-
E' vocabulo tupí. neir a gl'O, ·I:lil·a leltn de taquara ou de
Urapú<'a, s. f. (VaUe do rlmaZ'.) ";lona ur,lva. II Ely"l. ~' vOC. tupi
o mE' mo que l1rapúca. (Voe. Bt·a •.). Na nle ma Iíngna, tu mbem
Urca,adj. (Serg.) granele, enorl.l1 : diziam GUTl'pêma (Oicc. pf)/'t, Bra~.)
m individuo ·U/·ca. Uma igl'eja l.lrCa e a, im lb chama oconeg-n F. 13el'nar-
(Jo1ío RibAiro). dino. Tnmbem c ouve ~Urllpell1ba e
Uricâna, s. f. (Balda) palmeira .4rupel1/ba, e e te p"'llnrlo nào é tnai
do l2'enE'I'O Geonoma. elo que a corruptela do primei!'o. II
Urso, S. m. (Bahia) mandvtario Além do erviço que podelll prl:dar
de IlS 'as ina to . como peneÍl'u , tombem a emp!' "':1 1t
Urú (lO), s. ,no ave uo genero gente pobre á gni • d po!'ta e .ianel-
OdontophorttS, familia lia Perdicea, e la .. corno o vi em Oein do Piauhy'
ordem das GaIlinacea , de que ha mai e outro tanto faziam cm S. Pu.ulo anti-
de uma. especie. No Rio de Jllneir'o ga mente na prox imidacle da, cidade
lhe chamflm Capueim (20 ). ~ E/ynt. e villas.
E' vocabulo tupi. Urupelllba, S. f. o me mo que
Urú (2 0 ), S. m. (algumas provs. do Unl.lJêma.
N.) especie de cabaz, ceslo ou uo] 'a Urllráu, S. 111. e pecie de grllo-
com tampa. Fazelll-atle fullras de [lal- de SI uI'io lI1ui 01'0.7., ql1e vi ve nO<i l'ios
meiJ'a ou cipà fino, e serve de malcl de e laglls, e são mui eonheciclos na pro~
viagem. Algumas ~ão grandes e podem vincl. do Rio de Janeir' , oncle t,llnbem
conter tanto como um Cassuà (Meira). lhe chamam Jacaré de papo am.aretlo. ~
No valia d.o Amazonas, trazem-as como Etym. Alteru.ção do tupi Uturd.
URC SAC'.\i.W.~ l-r; nlJ.\ DE C~l LOPB'