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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

FACULDADE DE CIÊNCIAIS SOCIAIS


DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

TRABALHO DE PSICOLOGIA POLICIAL

PERSONALIDADE DO POLICIA

Especialidade: Psicologia Criminal


Grupo:02
3º Ano
Turno: Diurno

Docente
______________________
Lic. Pashur Zaqueu Lote

Luanda/2024
UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO
FACULDADE DE CIÊNCIAIS SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

TRABALHO DE PSICOLOGIA POLICIAL

PERSONALIDADE DO POLICIA

Albertina Do Amaral Pereira


António M. C Sebastião
Caetano Tanilson Filipe
Joana Sebastião Paulo
Jonice Celestino Filipe
Maria Benjamim Armando
Maria Fernandes

Docente
______________________
Lic. Pashur Zaqueu Lote
Índice
RESUMO ..................................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 5
1 TRABALHO POLICIAL ...................................................................................................... 6
2 PERSONALIDADE .............................................................................................................. 6
3 TRAÇO DE PERSONALIDADE ......................................................................................... 7
4 PERSONALIDADE DE POLÍCIA ....................................................................................... 7
CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 10
RESUMO
Polícia garante ordem tem por objetivo a defesa da segurança e tranquilidade
públicas, o asseguram mento e proteção das instituições, dos cidadãos e respectivos
bens e dos seus direitos e liberdades fundamentais, contra a criminalidade violenta ou
organizada e outro tipo de ameaças e riscos, no estrito respeito pela Constituição, pelas
leis e pelas convenções internacionais de que Angola seja parte. A organização e o
funcionamento dos órgãos que asseguram a ordem pública são estabelecidos por lei. Em
Brasil artigo 209.º A (Garantia da ordem) profissão de Polícia e os padrões de
personalidade dos elementos policiais da Polícia de Segurança Pública, constitui
desgaste que atividade policial acarreta, bem como explicar alguma vulnerabilidade ao
stress e como o mesmo pode influenciar o desempenho dos polícias no seu dia-a-dia. Os
traços de personalidade como desgaste profissional, depressão, Transtornos stress pós-
traumáticos surgem como traços associados a profissões de risco como a Polícia, mas
por outro lado também podem ser protetores de estados de desgaste físico ou emocional
e de algum nível de stress que os polícias possam manifestar.

Palavras-Chaves: Personalidade; Traços de personalidade; Trabalho Policial.

ABSTRACT

The purpose of the police guarantees order is to defend public security and tranquility,
to ensure and protect institutions, citizens and their property and their fundamental
rights and freedoms, against violent or organized crime and other types of threats and
risks, in strict respect for the Constitution, laws and international conventions to which
Angola is a party. The organization and functioning of bodies that ensure public order
are established by law. In Brazil, article 209.º The (Guarantee of order) profession of
Police and the personality patterns of the police elements of the Public Security Police,
constitute wear and tear that police activity entails, as well as explaining some
vulnerability to stress and how it can influence the performance of police officers in
their daily lives. Personality traits such as professional exhaustion, depression, post-
traumatic stress disorders appear as traits associated with risky professions such as the
Police, but on the other hand they can also be protective against states of physical or
emotional exhaustion and some level of stress that police can demonstrate.

Keywords: Personality; Personality traits; Police Work.


INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo de compreender a personalidade do
polícia no exercício do seu trabalho e desempenho das suas funções se gera qual traço
de personalidade. O fato de o policiamento ser a forma mais visível e presente no
trabalho policial, o mesmo também revela ser uma ocupação altamente estressante pelo
fato de envolver um constante e permanente contato com a criminalidade e outros atos
ilícitos, mas também por ser realizado por turnos. As estratégias e técnicas criadas pelos
agentes policiais como forma de “combater” esse desgaste e cansaço, por vezes são
insatisfatórias, provocando mesmo emoções negativas e falta de adaptação aos horários.

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1 TRABALHO POLICIAL

O conceito de trabalho policial dos elementos policiais da Polícia e todas as


circunstâncias e complexidades que o mesmo acarreta diariamente. Estando ciente que
este tipo de trabalho é dos mais analisados e contestados pela população, sendo ao
mesmo tempo constantemente avaliado também pela própria instituição, torna-se
importante conhecer as vicissitudes do mesmo e da cultura policial em si, para
compreender a personalidade dos seus elementos (PRETO 2012).

O trabalho da polícia é muito diversificado, abrangente e imprevisível, mas ao


mesmo tempo, é na atividade de policiamento que se encontra o símbolo mais visível da
Polícia, o patrulheiro. A atividade do patrulheiro constitui a base do sistema operacional
das forças de segurança, pois é o agente que lida com mais ocorrências, anda de forma
mais visível no terreno e constitui a primeira forma de prevenção da atividade criminal,
atuando também como uma garantia de segurança para as pessoas e prevenção de atos
ilícitos (Mendes, 2005 CITADO PRETO, 2012).

2 PERSONALIDADE

KAPLAN E SADOCK (1993, P. 556 CITADO FIORELLI & MANGINI, 2015)


conceituam personalidade como:

“Totalidade relativamente estável e previsível dos traços emocionais e


comportamentais que caracterizam a pessoa na vida cotidiana, sob condições”.

GORDON ALLPORT CITADO FIORELLI & MANGINI, 2015:

“Personalidade é a organização dinâmica, dentro do indivíduo, daqueles sistemas


psicofísicos que determinam seus ajustamentos únicos ao ambiente”.

A personalidade se deixa mais facilmente definir de forma ampla como “a


qualidade ou condição de ser uma pessoa” ou como o “conjunto de qualidades que
define a individualidade de uma pessoa”. A personalidade pressupõe a possibilidade de
um indivíduo se diferenciar e ao mesmo tempo ser reconhecido pela comunidade onde
vive em meio a aspectos culturais, educacionais, religiosos, hábitos, crenças e heranças
biológicas etc. A estruturação da personalidade está relacionada a vivências concretas
das pessoas no meio em que vivem, sendo influenciada por todas as especificidades
deste (PINHEIRO, 2019).

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3 TRAÇO DE PERSONALIDADE

ALLPORT (1973 CITADO PETRO, 2019), os traços são referidos como as


unidades básicas da personalidade, facultando estabilidade à personalidade do
indivíduo, conferindo-lhe individualidade e singularidade, e podem ser definidos de
acordo com três propriedades: frequência, intensidade e variedade de situações.

Segundo BUSS (2009 CITADO PETRO, 2019) podem existir traços de


personalidade que podem facilitar a adaptação ao meio onde o indivíduo está inserido e
ter influência no comportamento exibido. Desta forma, os traços de personalidade
teriam um impacto constante no tipo de comportamento evidenciado pelo sujeito, bem
como nas suas respostas, existindo uma interação em traços e comportamento (BUSS,
1989 CITADO PETRO, 2019).

4 PERSONALIDADE DE POLÍCIA

Ao longo das últimas décadas tem sido evidente a importância do estudo da


atividade profissional dos elementos da Polícia de Segurança Pública (P.S.P.), bem
como do comportamento do elemento policial durante a realização do seu trabalho
diário (DURÃO 2006 CITADO, PETRO, 2019).

No que se refere à existência de traços de personalidade específicos à profissão


de polícia, GOLDSTEIN (1968), foi um dos primeiros autores a defender que é possível
identificar valores, atitudes e traços de personalidade comuns a muitos agentes das
forças de segurança e que, em última análise, permitem compreender como as
organizações policiais funcionam. O mesmo foi referido por Lester e colegas (1980),
num estudo realizado para identificar traços de personalidade idênticos entre polícias
ingleses e americanos, tendo sido encontrados traços como a autonomia, a resistência, o
controle e a mudança, como comuns entre os elementos das duas forças policiais
(IDEM).

A pesar de terem sido encontrados traços de personalidade idênticos entre os


polícias, para BIGGAM E POWER (1996), o polícia não é diferente da população geral
em relação ao seu estado emocional, apesar de reconhecerem que existem diferenças
dentro do “grupo” polícia. Segundo estes autores, estas diferenças podem ser
provenientes da questão demográfica, das características ocupacionais do seu trabalho,

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do sexo, estado conjugal, da função atribuída ao polícia, cargo que ocupa, do local do
seu trabalho e da satisfação geral em relação ao seu trabalho. Os traços típicos da
personalidade do polícia seriam completados com o treino policial e com a modelagem
a uma subcultura específica, (SHEPTYCHI, 1998) que resulta da especificidade do
trabalho policial, das imposições do sistema organizacional das forças policiais e, de
todo um conjunto de regras pelo qual o agente da polícia tem que se orientar (PETRO,
2019, p. 10).

O conjunto de circunstâncias e características que determinam e influenciam a


atividade profissional dos polícias, leva por vezes a que o polícia seja visto como sendo
autoritário, dogmático, suspeito, racista, hostil, inseguro e cínico (RICHARDSEN,
BURKE & MARTINUSSEN, 2006, PETRO, 2019).

A este propósito, BANNISH E RUIZ (2003) referem que no caso de elementos


policiais com traços muito vincados de autoritarismo, cinismo, desconfiança,
impulsividade e agressividade, e sofrendo também de uma influência da própria
subcultura da polícia, nomeadamente nos aspectos ligados à apologia do heroísmo, do
sincretismo e da autonomia, podem surgir ou exacerbar eventuais perturbações de
personalidade antissociais. Na opinião destes autores, o fato de estes elementos
evidenciarem estes traços pode ser uma das explicações para certos casos de desvio das
normas de determinados polícias, como comportamentos agressivos, uso excessivo da
força, atos ilícitos e até corrupção (IDEM).

Pela constante exposição ao perigo, pela necessidade de usar a força e autoridade


para reduzir situações ameaçadoras, ter que lidar com condições adversas por vezes,
com a ansiedade e com o stress (SIEGEL, 2010), a personalidade do polícia vai sendo
afetada por todos estes fatores. Assim, o desenvolvimento de atitudes negativas pelos
polícias pode ter um efeito prejudicial no seu desempenho profissional e os próprios
polícias revelam serem extremamente sensíveis às avaliações das outras pessoas,
mantendo mesmo uma posição defensiva relativamente as críticas públicas. Apesar de
os polícias desenvolverem traços de personalidade únicos que os podem distinguir do
cidadão comum, levando a que exista uma personalidade típica do polícia (SIEGEL,
2010), também existem diferenças entre eles quer no desempenho do seu trabalho, quer
na resolução de conflitos relacionados com a sua atividade profissional
(ABRAHAMSEN & STRYPE, 2010 CITADO PETRO, 2019).

8
CONCLUSÃO

Contudo, a personalidade dos elementos policiais, assim como o seu sistema de


valores influenciam igualmente, e de forma determinante, o estilo de funcionamento
organizacional da própria instituição policial. Assim, espera-se também que o elemento
policial, para além de uma solida formação legal, ética, profissional e técnica, possua
traços de personalidade que lhe proporcionem a ponderação, o bom senso e a
humanidade para exercer adequadamente as suas funções.

9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FIORELLI, JOSÉ OSMIR & MANGINI, ROSANA C. R, Psicologia Jurídica, 6ª ed.


Atlas, São Paulo, 2015.

PINHEIRO, CARLA, Manual de psicologia jurídica, 5. ed. – São Paulo: Saraiva


Educação, 2019.

PRETO, NUNO MIGUEL MARCOS, Traços De Personalidade Em Polícias:

Procura De Sensações E Impulsividade, Porto, 2012.

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