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CURSO SUPERIOR DE TÉCNICO DE POLÍCIA

OSTENSIVA E PRESERVAÇÃO DA ORDEM


PÚBLICA

Psicologia
JUNHO-2020
essdmaterialdidatico@policiamilitar.sp.gov.br

Atualização: CB PM EMERSON PUCHE BUENO, do CPI-10.

2º CICLO DE ENSINO
Sumário

Aula 1 e 2 - O que é Psicologia (senso comum/ciência) e a importância dessa ciência para a atividade
Policial Militar. Psicologia na PM (CAPS/NAPS). ...................................................................................... 3

Aula 3 e 4 – Comunicação Humana e suas barreiras .................................................................................... 8

Aula 5 e 6 - Percepção humana e sua relação com o conhecimento do objeto. Relações interpessoais e
formação de valores no individuo. .............................................................................................................. 15

Aula 7 e 8 - Inteligência emocional, liderança e mediação de conflitos. .................................................... 23

Aula 9 e 10 - Estresse (distresse, eustresse e síndrome de Burnout) - causas, prejuízo, correção e


prevenção. Emotividade, temperamento, agressividade e impulsividade. .................................................. 33

Aula 11 e 12 - Motivação humana e pirâmide das necessidades - Abraham H. Maslow............................ 47

Aula 13 e 14 – Violência humana e suas modalidades (na família, na escola, nas ruas, nas drogas e na
criminalidade). ............................................................................................................................................ 50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................ 71


Aula 1 e 2 - O que é Psicologia (senso comum/ciência) e a importância dessa ciência para a atividade
Policial Militar. Psicologia na PM (CAPS/NAPS).

Introdução

O conjunto de disciplinas do Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar do Estado de São


Paulo abrange uma gama de conteúdos que devem contribuir para a formação do indivíduo em termos
pessoais e profissionais.

No caso específico da Psicologia, o conhecimento científico deve permitir ao estudante refletir


sobre o mundo em que vive a partir do conhecimento mais profundo sobre o ser humano, auxiliando-o
na estruturação de sua identidade. Conhecer-se é situar-se no mundo, é compreender a si próprio,
enquanto um ser pleno de possibilidades: Alguém que sonha, deseja, fantasia, ama, odeia, agride,
angustia-se, confunde-se e faz opções. Alguém se movimentando no mundo, com características
únicas, carregado com suas limitações e potencialidades.

As funções desempenhadas pelo Soldado PM estão diretamente ligadas à análise dos indivíduos
enquanto seres sociais, sujeitos de direitos e obrigações, sendo que, quanto melhor for o estudo do
comportamento associado ao equilíbrio emocional satisfatório, maior eficácia terá no desenvolvimento
das mais diferentes atividades operacionais realizadas pela Corporação.

Em outras palavras, o sucesso no desfecho das ações policiais-militares estão condicionadas à


compreensão das diversidades dos comportamentos humanos. Quanto maior o conhecimento do
funcionamento das estruturas psicológicas que movem as ações das pessoas, maior será o repertório do
policial militar para solucionar os problemas instalados, servir e proteger com eficácia a população que
depende de suas ações!

O que é Psicologia?

Para o principiante em Psicologia, as perguntas mais naturais do mundo são:

Que é a Psicologia?

Que fazem os Psicólogos?

A Psicologia é uma ciência que se originou da Filosofia. O termo “Filosofia” tem o significado de
“amigo da sabedoria”.
O termo Psicologia vem do grego e tem como significado ''o estudo da alma ou da mente'', porém, com
o crescimento e desenvolvimento da matéria o termo passou a ser utilizado como estudo do
comportamento humano, em suas mais variadas nuances.

Inúmeras são as definições do que é Psicologia, de acordo com a corrente teórica que se ocupa do
estudo do comportamento humano. Para fins de nossos estudos, adotaremos o conceito de que, a
Psicologia é a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais, e tem por objeto de estudo
o comportamento, os processos internos e os fenômenos psicológicos.

A Psicologia no senso comum e como ciência

O conhecimento do senso comum é intuitivo, espontâneo, de tentativas e erros. É importante porque


sem ele a nossa vida no dia-a-dia seria muito complicada. O senso comum percorre um caminho que
vai do hábito à tradição, que passa de geração para geração. Em contrapartida, não existe treinamento
científico sem base no senso comum. A especialização consiste nas formas e sequências que devem ser
dobrados os papéis.

O senso comum e a ciência partem do mesmo princípio: A necessidade do homem de compreender o


mundo e a si mesmo. É preciso compreender que sendo a ciência um refinamento do senso comum,
devemos então respeitá-lo e não desprezá-lo, já que esse serve de ponto de partida para aquela.

Ciência é um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade obtidos por meio de
metodologia científica. Em outras palavras, Ciência é um conceito abstrato, o que se conhece,
concretamente, são os cientistas e os resultados dos seus trabalhos.

Quando buscamos definir, descrever e prever comportamentos estamos fazendo ciência. O cientista do
comportamento (a Psicologia) não deve se contentar com conceitos generalizados e rotulados
(complexado, louco, “nasceu assim”) sem compromisso e apenas baseados em “achismos” e
observações superficiais. Ele quer observações sistematizadas, conhecimento metodológico,
experimentado, testado, comprovado.

Quando fazemos ciência, baseamo-nos na realidade cotidiana e pensamos sobre ela. Quando bem
utilizada, a ciência permite que o saber seja transmitido, verificado, corrigido, utilizado e constante
aprimorado.
Então, por que a Psicologia é ciência?

Porque o psicólogo contribui para a produção do conhecimento científico da Psicologia através da


observação, descrição e análise dos processos comportamentais.

Psicologia é ciência porque ela considera seu objeto de estudo (o Homem e seus comportamentos) em
sua totalidade, como ser biopsicossocial, acreditando que o desenvolvimento psicológico humano
consiste na formação gradativa das sínteses mentais.

Enquanto o senso-comum explica determinado comportamento humano como “pau que nasce torto não
se endireita”, ou “filho de peixe, peixinho é”, tudo com base na cultura, tradição e julgamentos
pessoais, a ciência olha atentamente para todas as estruturas que consiste o ser humano, e para o
conhecimento científico que já foi adquirido sobre determinado assunto, para confirma-lo, corrigi-lo
e/ou aprimorá-lo.

Importância da Psicologia para a atividade Policial Militar

SISMEN – Sistema de Saúde Mental da Polícia Militar

Em 2002 foi publicado em anexo ao Boletim Geral Nº 084/02, o Regimento Interno do Sistema de
Saúde Mental da Policia Militar - RI 25 PM- regulamentando o SISMEN, criado pela Lei 9628 de
06 de maio de 1997, em conformidade com o Decreto 40.039 de 23Ago2001, que tem por finalidade a
prevenção, o tratamento e o restabelecimento da saúde mental do policial militar. Este Sistema,
quando implantado totalmente será um grande avanço na manutenção da saúde mental das pessoas que
compõem a Instituição policial militar.

NÚCLEOS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (NAPS)


Têm como objetivo regionalizar o atendimento psicológico e de serviço social, destinado a valorização
do Policial Militar;

Várias OPM possuem o NAPS tais como: CPI-1, CP-2, CPI-3, CPI- 5,CPI-8, CPI-9, CPI-10 , 9º
BPM/I, 16º BPM/I/, 25º BPM/I, CPA/M3, CPA/4, CPA/M5, CPA/7, CPA/12, 30º BPM/M, 40º
BPM/M, CRPM, APMBB, CMED, COPOM CENTRAL.

A Psicologia nas Unidades Policiais Militares

Psicologia Hospitalar – Centro Médico - CMed

A Psicologia é praticada por psicólogos em trabalho conjunto com o setor de Psiquiatria, se utilizando
das instalações físicas do Centro Médico. Funciona à base de triagem, haja vista que muitos setores
internos da organização (UIS, Pronto Socorro, Unidades, etc) encaminham o PM com inúmeras
características de problemas. Nesta triagem se verifica a necessidade de tratamento com psicólogo ou
psiquiatra, fazendo encaminhamento, inclusive, para outras organizações fora da Instituição. São
realizados alguns atendimentos a pacientes e familiares.

Psicologia Jurídica – Presídio Militar Romão Gomes - PMRG

Apesar de pouco divulgada, a Psicologia Forense, ou Jurídica, está presente na Instituição, sendo que a
Unidade que mais utiliza esta área é o Presídio Militar Romão Gomes, na elaboração de laudos para
progressão de pena dos policiais militares que estão na condição de internos naquela OPM.

Também tem aumentado a solicitação para psicólogos atuarem como peritos na elaboração de laudos
em outros procedimentos jurídicos/administrativos, tais como PAD, CD, etc.

Considerando que não existe um quadro de psicólogos na Instituição, existem publicações em Boletim
Geral contendo relações de policiais militares com formação em Psicologia que podem atuar como
peritos.
Psicologia Organizacional - Div. de Seleção e Alistamento - DSA/DP, antigo CSAEP.

É o órgão da Instituição responsável pela Seleção de Pessoal. Esta seleção pode ser
interna ou externa. Para desenvolver suas atividades os componentes desta Unidade, que
atuam na área de Psicologia, utilizam-se de instrumentos científicos aceitos pela
comunidade da área da Psicologia. Dentre os processos seletivos destacamos: Soldado
PM 2ª Classe, Aluno oficial, Oficiais dos Quadros de Saúde (Médico, Dentista,
Farmacêutico e Veterinário), Capelão, Pilotos e tripulantes para o Grupamento Aéreo,
Analista de Sistemas etc.
Também se desenvolve outras atividades típicas da área organizacional, tais como:

Elaboração de perfis psicológicos para os cargos e funções acima.

Entrevistas de saída, que tem o objetivo de colher informações daqueles que estão saindo da
Instituição. Estas informações sofrem uma análise e são encaminhadas para o Alto Comando.

Reavaliação de Sd PM 2ª Classe durante o Estágio Probatório.

Apoios aos alunos dos diversos cursos da PM, na elaboração de monografias e outros trabalhos que
envolvam temam relacionados à Psicologia.

Psicologia Clínica – Centro de Assistência Psicológica e Social - CAPS

A área clínica da Psicologia é uma área de grande importância para a Polícia Militar, pois desenvolve
o atendimento Clínico Psicoterápico e, ainda, desenvolve vários programas destinados à saúde dos
policiais militares.

PROGRAMAS DESENVOLVIDOS PELO CAPS

PAAPM - Programa de Apoio e Acompanhamento a Policiais Militares, que é o antigo PROAR.

Destinado a avaliar a estabilidade emocional a todos policiais militares da ativa, que de folga ou de
serviço, situações que impliquem em risco a sua integridade física e psíquica;

Estabelecer medidas visando o seu restabelecimento psicoemocional e seu retorno às atividades


profissionais.

PPMS - Programa de Prevenção em Manifestações Suicidas.

Destinado a todos policiais militares (ativos e inativos);


Promover a prevenção, atendimento, tratamento e reintegração profissional dos policiais militares que
apresentarem comportamentos suicidas.

PPAD - Programa de Prevenção ao uso Abusivo de Álcool e outras Drogas e OUTRAS


DROGAS

Destinado a todos policiais militares (ativos e inativos);

Promover tratamento e ações preventivas frente ao abuso de álcool e uso de outras drogas, visando
reduzir o uso problemático assim como identificar, avaliar e minimizar tão precocemente quanto
possível, fatores que possam levar os policiais militares a prejuízos decorrentes do abuso e
dependência de álcool e outras drogas;

PROSEN – Programa de Sensibilização para o Encerramento da Carreira Policial Militar.

Programa destinado aos policiais militares (Oficiais e Praças), que esteja num período de até 12 meses
antecedentes à data de sua inatividade;

Proporcionar ao policial militar que se aproxima da inatividade, com o seu reingresso na vida civil,
uma reformulação de ideais e atitudes que possam auxiliá-lo à nova condição de vida, bem como,
oferecer recursos que lhe permita lidar com as crises específicas dessa fase, no âmbito da saúde
biopsicossocial;

Observação: O Policial Militar que desejar fazer uso dos serviços prestados pelo CAS, não
precisa de apresentação formal.

Basta procurar a Unidade e passar por triagem para iniciar o acompanhamento psicoterápico.

Aula 3 e 4 – Comunicação Humana e suas barreiras

A arte da comunicação está na assertividade, em ser proativo, de dizer o que deve ser dito na
hora que deve ser dita e com as palavras e gestos adequados à compreensão do interlocutor. A
linguagem há que ser clara e as palavras utilizadas serem compreendida por aquele a quem nos
dirigimos. Agir assim significa que, a priori, compreendemos, estamos atentos, ouvimos e observamos
às expectativas do receptor, a quem estamos enviando a mensagem.

A forma de falar, o tom e a modulação de voz, os movimentos do corpo são componentes


importantes a serem trabalhados.
Conhecer os obstáculos, as resistências e objeções naturais das pessoas a qualquer tipo de
informação são fundamentais, para que se possa ao entendê-las e compreendê- las, conseguir contorná-
las e criar argumentos positivos e pró-ativos que concretizem a comunicação.

ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO:

Emissor - é aquele que pretende comunicar. Ele formula, codifica transmite a mensagem.

Receptor: é o destinatário da mensagem. É aquele que através de sua percepção, recebe e interpreta a
mensagem transmitida pelo emissor.

Mensagem - é aquilo que se pretende transmitir. É o núcleo do esforço de comunicação. As mensagens


podem ser classificadas em três tipos: escritas, verbais e visuais.

Canal: é o meio pelo qual a mensagem é transmitida. Está ligado aos sentidos (visão audição, tato,
etc.) através dos qual a mensagem atingirá seu destino.

Codificação: Reunir ou transformar em código conhecido a intenção da mensagem.


Decodificação: Decifrar a mensagem.

Feedback: Informação que o emissor consegue obter e pela qual sabe se sua mensagem foi captada
pelo receptor.

Veja abaixo o fluxograma resumido do sistema da Comunicação e tente identificar a posição de cada
elemento que vimos acima:

TIPOS DE COMUNICAÇÃO

Comunicação Verbal: Ocorre através da fala, das palavras, das relações face a face.

Comunicação Não-Verbal

- Expressão facial
- Movimento dos olhos
- Trejeitos e movimentos de cabeça
- Postura e movimento do corpo
- Componentes não-verbais da voz
- Aparência pessoal.

Quando mencionamos a linguagem corporal, observar e detectar a harmonia ou desarmonia é


fundamental. Uma vez que todos nós temos condições de avaliar se determinada comunicação chega
de modo coerente ou não. Por outro lado, se estivermos confiantes demais no nosso conhecimento
intelectual, podemos prestar mais atenção no conteúdo da fala e perdemos a riqueza da expressão facial
e corporal que acontece simultaneamente.

Para haver o processo de comunicação adequado, é necessário que as pessoas se compreendam


mutuamente. Para tanto, é preciso que o receptor deseje receber a mensagem e se torne um receptor
atento. A comunicação eficaz passa pelo mais importante ato da natureza humana: O diálogo.

A comunicação é à base do relacionamento humano, portanto, ela só se inicia quando o outro começa a
perceber e cada pessoa percebe o que quer perceber, ouve o que quer ouvir, sente o que quer sentir, em
função de seu ângulo de visão e pontos de vistas. Portanto, para que ocorra uma comunicação, é
necessário mais do que ouvir, é importante escutar o que o outro nos fala.

Assim, ouvir é a capacidade física de captar sons, enquanto que escutar pressupõe interpretação e
compreensão.

Segundo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, temos:

OUVIR : Perceber, entender os sons pelo sentido da audição.

ESCUTAR :Tornar-se ou estar atento para ouvir. Aplicar o ouvido com atenção para perceber ou
ouvir.

Para conseguirmos a comunicação plena, é importante lembrar que ela decorre de uma percepção
seletiva, que é a tendência das pessoas para ouvir e registrar apenas aquilo que lhes interessa, ou para
aquilo que construiu como Modelos Mentais possíveis, deixando de lado o que considera irrelevante.

BARREIRAS DA COMUNICAÇÃO

O receptor tem uma capacidade, capacidade essa relativa ao seu grau cultural,
aos seus interesses e ao seu modo de ver o mundo.

Distração

São todos os fatores extrínsecos que interferem na recepção da


mensagem. Fatores extrínsecos são aqueles que não se relacionam com o
significado nem com a interpretação do tema, tais como: clarão
ofuscante, telefonema inesperado, conversa sobre o mesmo tema de que
o receptor está tentando seguir.

Presunção não enunciada


Muitas informações são perdidas porque o orador pressupõe que o receptor já saiba o significado
do termo que lhe vai comunicar. Nesse caso, deve-se considerar a ignorância do receptor e não a
sua predisposição.

Apresentação confusa

A comunicação de assuntos, sem uma ordem lógica e coerente, dificulta a formação de


imagens na cabeça do receptor. Não a tendo de imediato, começa a focar outras imagens,
que nada têm a ver com o tema em questão. Nesse caso, o receptor opõe-se, tanto
afetivamente quanto inconscientemente, ao teor da mensagem do emissor.

Representação mental

Ouvinte não é uma estátua. Ao mesmo tempo em que ele recebe os dados, ele vai
formando uma imagem afetiva do que está sendo comunicado. Observe quanto o
carisma de um emissor consegue que sua mensagem seja recebida. Uma voz
melodiosa, como a dos radialistas, também chama a atenção do ouvinte. Por outro
lado, pense naquela pessoa que tem fama de faladora. Mal começa a falar, o seu
discurso parece que não tem mais fim.

Credibilidade

Como algumas pessoas contam com mais credibilidade que as outras, temos a
tendência de acreditar nessas pessoas e descontar as informações recebidas de
outros. A autoridade e o status têm um peso muito grande.

Defensidade

Quando os ouvintes têm um conceito já formado de algum orador, eles acabam se


colocando na defensiva, impedindo que os seus ouvidos participem da comunicação
interpessoal.

Distância física

Resultados de pesquisas têm sugerido que a probabilidade de duas pessoas se


comunicarem decresce proporcionalmente ao quadrado da distância entre elas.
Ausência de canais de comunicação

Ocorre especialmente na comunicação institucional, na Administração Pública e no


relacionamento típico entre superior e subordinado, quando faltam meios para se
colocarem em contato emissores e receptores em potencial. A principal causa disso
provém da impessoalidade na comunicação, deixando sempre certa dúvida quanto
ao entendimento, posto que isso dificulte o processo de feedback. Para a atividade
policial, no serviço operacional, essa barreira não se aplica, pois o canal empregado
é a comunicação verbal, no contato pessoal.

Tensão ambiental

São fatores que tem a ver com a temperatura


ambiente, umidade do local, com a ventilação,
vibração, ruído e ofuscação; e de forma pessoal
com a insônia, que pode tornar a saúde
precária, uso de drogas cujo efeito repercute
em privação sensorial.

Tensão Interna (subjetiva) São fatores internos a pessoa como a insônia, saúde precária, efeitos de
drogas, medicamentos, privação sensorial, variações no estado de espírito.

Estímulo competidor

Tem o poder de desviar atenção do receptor o suficiente para que ele deixe
de acompanhar a comunicação. Quanto maior a similaridade entre o
estímulo competidor e o principal, maior o seu poder de interferência;
Consequências das barreiras da comunicação na atividade do policial

O policial militar, como representante do Estado, deve possuir uma comunicação eficiente, sob
pena de sua mensagem não ser entendida ou acatada pelo cidadão, como no caso de uma ordem de
trânsito ou em uma ocorrência de desinteligência. Além do que, muitas vezes, a comunicação vai
envolver vidas, como em uma abordagem ou em uma ocorrência com reféns. A boa comunicação
também vai ser o fator decisivo em um cerco policial. Quando as barreiras conseguem ser superadas,
ou minimizadas, o resultado é a eficiência no trabalho, o reconhecimento por conta da assertividade e
menor desgaste visto que, o policial militar acaba por empregar menos energia para conseguir alcançar
seus objetivos operacionais, por intermédio dessa comunicação.

Como minimizar as barreiras na comunicação?

Usar linguagem apropriada e direta: a percepção por parte de seu interlocutor será mais clara,
objetiva e compreensível. É a linguagem dele. Na comunicação entre dois médicos a linguagem médica
é a mais simples. Um repertório amplo na maneira de se comunicar possibilita adaptar o padrão de
comunicação para a realidade e o público no qual se quer transmitir a mensagem.

Fornecer informações claras e completas: verifique o que o outro entendeu, faça perguntas para
certificar-se se a mensagem chegou como você gostaria que chegasse ou houve o entendimento que
quis passar. Feedback é fundamental e estabelece diálogo

Empatia: colocar-se na posição ou situação da outra pessoa, num esforço de entendê- la, é
fundamental estar na pele do outro para estar o mais perto do sentir do outro.

Escuta ativa: não permitamos que os oradores falem para nós, participemos ativamente da
comunicação, crie o envolvimento através da ativação de sua memória afetiva ao escutar, assim,
transmitimos confiança e credibilidade.

Usar canais múltiplos: para estimular os vários sentidos do receptor, tais como a visão e a audição,
tenha bons diálogos e nunca transforme seus pontos de vistas em verdade ou dogma. A comunicação
verbal, quando combinada com a não verbal (gestual) potencializa a possibilidade de se fazer entender.
Comunicação face a face: observe que os políticos, em época de eleição, falam da campanha corpo a
corpo.

A fluência com que os indivíduos falam ou discursam, bem como a articulação, a modulação, o
ritmo ou o timbre que emprestam à sua voz não escapam à observação social e cultural, também são
indicadores pessoais que expressam não só a personalidade como também o caráter e o meio social de
origem do comunicador.
Aula 5 e 6 - Percepção humana e sua relação com o conhecimento do objeto. Relações
interpessoais e formação de valores no individuo.

Percepção

Percepção “é o processo pelo qual as pessoas tomam conhecimento de si, dos outros e do mundo à sua
volta”.

O processo perceptivo é uma ferramenta fundamental nos relacionamentos, uma vez que aguça a
interpretação de sinais interiores e exteriores e ainda provoca reflexões críticas gerando nas pessoas a
necessidade de reavaliarem suas próprias crenças como mecanismo de preservação da qualidade de vida e
da sua identidade humana.

Em Psicologia, neurociência e ciências cognitivas, a percepção é a função cerebral que atribui


significado a estímulos sensoriais, a partir de histórico de experiências passadas. Através da percepção
um indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir significado ao seu meio.

A percepção consiste na aquisição, interpretação, seleção e organização das informações obtidas


pelos sentidos e pode ser estudada do ponto de vista estritamente biológico ou fisiológico, envolvendo
estímulos elétricos evocados pelos estímulos nos órgãos dos sentidos.

Do ponto de vista psicológico ou cognitivo, a percepção envolve também os processos mentais, a


memória e outros aspectos que podem influenciar na interpretação dos dados percebidos.

Para a Psicologia a percepção é o processo ou resultado de se tornar consciente de objetos,


relacionamentos e eventos por meio dos sentidos, que inclui atividades como reconhecer, observar e
discriminar. Essas atividades permitem que os organismos se organizem e interpretem os estímulos
recebidos em conhecimento significativo.

Na Psicologia, o estudo da percepção é de extrema importância porque o comportamento das


pessoas é baseado na interpretação que fazem da realidade e não na realidade em si. Por este motivo,
a percepção do mundo é diferente para cada um de nós, cada pessoa percebe um objeto ou uma
situação de acordo com os aspectos que têm especial importância para si própria.

Um caminho para explicar o processo da percepção, que em Psicologia pode ser usado, é o de
Modelo Mental. Inúmeras são as definições sobre Modelos Mentais, contudo, podemos sintetizar seu
conceito como uma maneira de fazer previsões ou explicar o funcionamento de um sistema, onde cada
pessoa simula, mentalmente, uma estrutura simbólica de componentes interligados.
O animal da figura pode ser um coelho ou um
pato. Um exemplo de percepção mutável.

Muitos estudiosos (psicólogos cognitivos e filósofos) sustentam a tese de que, ao habitar este
mundo, as pessoas criam um modelo mental de como o mundo funciona. Ou seja, elas sentem o
mundo real, mas o mapa sensorial que isso provoca na mente é provisório. À medida que adquirem
novas informações, essa percepção se altera.

Assim do mesmo modo que um objeto pode dar margem a múltiplas percepções, também
pode ocorrer de um objeto não gerar percepção nenhuma. Se o objeto percebido não tem
embasamento na realidade de uma pessoa, ela pode, literalmente, não percebe- lo.

Teorias cognitivas da percepção assumem que há uma pobreza de estímulos. Isto significa que as
sensações, sozinhas, não são capazes de prover uma descrição única do mundo. As sensações
necessitam de enriquecimento, que é papel do modelo mental.

FATORES QUE INFLUENCIAM NA PERCEPÇÃO:

Os olhos são os órgãos responsáveis pela visão,


um dos sentidos que fazem parte da percepção do
mundo.
O processo de percepção tem início com
processo de observação seletiva. Este processo faz
com que possamos perceber alguns elementos em desfavor de outros. Assim os fatores
que influenciam a atenção e que se encontram agrupados em duas categorias são:
fatores externos (próprios do meio ambiente) e fatores internos (próprios do nosso
organismo).

Intensidade:

Os fatores externos mais importantes da atenção são a intensidade, uma vez que a atenção é
despertada por estímulos que se apresentam com grande intensidade. Exemplo disto são as sirenes das
ambulâncias, elas possuem um som insistente e alto.
Contraste:

Há também o contraste, pois a atenção será mais despertada quanto mais contraste existir entre os
estímulos, tal como acontece com os sinais de trânsito pintados em cores vivas e contrastantes.

Movimento:

Outro fator é o movimento que constitui um elemento principal no despertar da atenção, por exemplo,
as crianças e os gatos reagem mais facilmente a brinquedos que se movem do que estando parados.

Incongruência:

Incongruência, ou seja, prestamos mais atenção às coisas absurdas e bizarras do que ao que é normal.
Exemplo disto é, na praia num dia verão, prestamos mais atenção a uma pessoa que apanhe sol usando
um cachecol do que a uma pessoa usando um traje de banho.

FATORES INTERNOS:

Os fatores internos que mais influenciam a atenção são:

Motivação:

Prestamos mais atenção a tudo que nos motiva e nos dá prazer do que às coisas que não nos interessam.

Experiência Passada:

A experiência anterior ou a força do hábito faz com que prestemos mais atenção ao que já
conhecemos e entendemos. O fenômeno social que explica a nossa natureza social faz com
que pessoas de contextos sociais diferentes não prestem igual atenção aos mesmos objetos. A
aprendizagem anterior pode fazer com que o sujeito antecipe o significado de futuras
situações de estímulos. Tais antecipações podem ser corretas ou incorretas.
FENÔMENOS PSICOLÓGICOS QUE INFLUEM NO PROCESSO PERCEPTIVO

Seletividade perceptiva:

Nossos órgãos sensoriais são simultaneamente atingidos por uma variedade de estímulos, não obstante,
só percebemos um subconjunto destes estímulos. A esta concentração numa proporção apenas da
estimulação sensorial denomina-se seletividade perceptiva. Exemplo: Ao conversarmos com uma
pessoa, nos concentramos apenas nos estímulos que partem dela, embora nossos órgãos sensoriais
estejam sendo atingidos por várias outras estimulações auditivas, visuais, táteis, etc.

Experiência prévia e consequente disposição para responder:

As experiências passadas facilitam a percepção de estímulos com os quais tenhamos, anteriormente,


entrado em contato.

Condicionamento:

Os comportamentos (respostas) aprendidos através de reforços


serão mais facilmente percebidos ou emitidos em situações
diversas, ou seja, a experiência reforçada influi no processo
perceptivo.

Fatores contemporâneos ao fenômeno perceptivo:

Assim como as experiências passadas influem no processo perceptivo, os fatores presentes,


situacionais, também são capazes de predispor a pessoa a determinadas percepções. Estados de fome,
sede, pobreza, depressão, cansaço, etc., podem influir na percepção do estímulo sensorial. Desta forma,
o empregado ansioso e com medo de ser despedido, pode perceber em um comportamento irrelevante
do seu patrão sinais de descontentamento e indícios de demissão; a visita a um supermercado próximo
a horários de refeições, quando ainda estamos com fome, leva-nos a perceber e comprar muito mais
gêneros alimentícios do que outros produtos (higiene pessoal, limpeza, etc.).

RELAÇÕES INTERPESSOAIS

As relações pessoais se dividem em dois tipos: a relação intrapessoal que é a relação que o
indivíduo tem com ele mesmo e a relação interpessoal, que é a relação que o indivíduo estabelece
com as outras pessoas.

A qualidade de uma boa relação interpessoal está na mesma medida da relação intrapessoal, ou
seja, quanto mais a pessoa consegue lidar consigo mesma de modo satisfatório, mais facilmente
conseguirá lidar bem com os outros.

Isto nos remete a uma questão crucial: para que uma pessoa se dê bem com o outro, ela própria
tem que estar bem. Todos já tivemos a experiência de termos o nosso dia estragado por alguém que
não estava bem e, nós também, já tivemos a experiência de estragar o dia de alguém porque nós não
estávamos bem, embora, nenhum de nós tenha esse direito.

Divisão das relações pessoais

O jeito de cada um

Viver com os outros nem sempre é coisa fácil. Em qualquer ambiente profissional existem
colegas de trabalho para todos os gostos. Tem o que vive fingindo que trabalha, o chato que ninguém
suporta, o que só reclama, o que inventa um monte de desculpas, o que acha que tudo vai dar errado, e
assim por diante. Como não dá para ficar escolhendo com quem a gente quer passar as horas do dia,
cinco dias por semana, o jeito é aprender a conviver com todos eles.

Cada um reage a seu modo à pressão e tem diferentes expectativas na vida. Às vezes, achamos
penoso lidar com alguém que tem valores diferentes dos nossos. Ao compreendermos melhor a nós
mesmos e às outras pessoas, podemos aprender a não julgá-las pelas diferenças, a não tentar mudá-las
e, em vez disso, valorizar o que elas tem para apresentar.
Conheça os seus colegas

Nada como conhecê-los para compreendê-los e ser mais tolerante quando, um dia ou outro, se
mostram diferentes do costume. Nunca devemos esquecer que a vida dos nossos colegas, como a nossa
também, não se limita só ao trabalho. Estamos influenciados na conduta diária pelos parentes, pela
esposa ou marido, pelas crianças, pela temperatura, pela nossa saúde, pelos nossos problemas
econômicos, etc. Muitas pessoas quando encontram um colega mal humorado quase sempre pensam
que foram à causa desse mau humor mas, na realidade, não tiveram nenhuma relação com esse estado
de espírito. E quantas inimizades se formam assim?

Conheça a si mesmo

Antes de culparmos os outros, numa situação conflitiva,


é recomendável analisar-se com o cuidado necessário, a
fim de verificar se a causa do atrito não provém do nosso
próprio temperamento ou da nossa formação. O mais
difícil é justamente conhecer-se a si mesmo; para isto é
necessária muita sinceridade, pois temos a tendência a só

procurar nossas qualidades e estarmos convencidos de que os outros é que erram;


quantas vezes vemos a palha no olho do vizinho, mas não enxergamos o tijolo que está
no nosso.

Dicas para um bom relacionamento interpessoal

Respeitar o próximo como ser humano. É chamada “Regra


de Ouro” das relações humanas. É tão importante e tão
abrangente que se entendida em sua plenitude, nada mais do
que a partir de agora vai se dizer poderia lhe suplantar.
Evitar cortar a palavra de quem fala. Esperar a sua vez.
Além de ser um sinal de educação, representa para
quem é ouvido o sinal de sua importância para o grupo;

Controlar as suas reações agressivas, evitando ser indelicado ou mesmo irônico. A ironia é
o veneno dos relacionamentos, pois sempre coloca alguém em situação inferior ou ridícula;
Evitar tomar a responsabilidade atribuída a outro, a não ser a pedido deste ou em caso de
emergência. Todo o indivíduo é capaz de falar por si e de assumir suas decisões e é só assim que ele
consegue descobrir suas potencialidades e desenvolver sua autonomia;

Procurar a causa de suas antipatias, a fim de vencê-las. Quando a antipatia toma o lugar do
respeito, as pessoas desperdiçam tempo e humor valiosos para o crescimento de si mesmo e do grupo;

Procurar definir bem o sentido das palavras. No caso de discussões em grupo, para evitar mal-
entendidos. A comunicação interpessoal é o meio pelo qual as relações humanas se estabelecem e se
desenvolvem. Muitos problemas do grupo seriam bem menores se as pessoas se esforçassem mais para
compreender e para serem compreendidas.

MELHORANDO A MANEIRA DE COMO SE INTER-RELACIONAR COM AS PESSOAS

(Carl Rogers)

Nós, sem exceções, possuímos potenciais inatos, que nasceram conosco, para evoluirmos
sentido ao aperfeiçoamento, enquanto seres humanos. Cada pessoa é única e esse processo de evolução
é muito íntimo a cada um. Determinada corrente de estudos na Psicologia assinala que, para esse
processo de aperfeiçoamento ser pleno, ele necessita ser facilitado por outras pessoas. Cada um de nós
podemos, de certa maneira, ser o facilitador do processo de aperfeiçoamento do próximo. Como
consequência disto, segundo a teoria, quando nós possibilitamos um tratamento mais humanizado aos
que estão à nossa volta, um dos resultados é a melhora substancial nas relações entre as pessoas,
considerando os sentimentos de empatia, aceitação e confiança que se estabelece.

Nunca é demais lembrar que todo esforço à construção e à manutenção de um bom clima
de convivência grupal redunda no desenvolvimento de relações humanas mais satisfatórias.

Pessoas que se sentem mais respeitadas e importantes, costumam ser mais solidárias e
participativas dentro do grupo, além de desenvolverem um grau maior de maturidade e
responsabilidade.

Como posso ser um facilitador do aperfeiçoamento do outro e criar uma boa relação
interpessoal? (Três atitudes essenciais para se “centrar” na outra pessoa)

Empatia: Nem sempre é fácil a tarefa de sair da nossa zona de conforto e experimentar
olhar o mundo, as pessoas e as situações através do olhar de outrem, contudo, a empatia é uma virtude
que pode ser praticada, desenvolvida, oportunizada. Quando olhamos os contextos pelo ponto de vista
dos nossos interlocutores, fica mais fácil compreender as motivações alheias, auxiliar naquilo que nos
cabe, e melhorar o relacionamento com aquelas pessoas que dependem da nossa atuação na vida delas.

Aceitação: Quando nos possibilitamos ser empáticos, olhar as situações sob a perspectiva
do outro, fica mais simples aceita-lo da maneira que ele é, com suas limitações e potencialidades, sem
julgamentos. Essa atuação aproxima as pessoas e enfraquece as tensões e resistências existentes entre
elas.

Congruência: Seja congruente! Quando se sujeitar a ser o facilitador do aperfeiçoamento


de outrem, procure adotar uma postura de coerência entre aquilo que fala e faz. Quando se está com
fome, não é coerente que você durma, ao invés de comer. Quando se está com sono, o congruente é
que você durma, e não outra coisa. Tenha exatidão entre aquilo que diz e suas atitudes práticas, isso
gera o sentimento de confiança para que as pessoas se sintam mais seguras na sua presença.

Lidando com pessoas difíceis

Ao se relacionar com pessoas de difícil trato, alguns comportamentos podem nos ajudar a
obter sucesso nestes relacionamentos:

 Evite confrontos
 Seja educado e formal
 Evite gestos e atitudes agressivas
 Tenha objetivos
Aula 7 e 8 - Inteligência emocional, liderança e mediação de conflitos.

LIDERANÇA:

Liderança: é a capacidade de influenciar e obter das pessoas maior cooperação e menor, ou


nenhuma, oposição. Além disso, é uma função do líder, do liderado e da situação;

Líder: pessoa a quem o grupo atribui a tarefa de indicar os objetivos e os caminhos. Ele por sua
vez influencia nas idéias e, através dela, move os atos das pessoas;

Devido suas características de personalidade, conquista cativa, doutrina e desenvolve


automotivação nas pessoas.

O grupo pode ter um ou vários. Eles podem alternar-se em função de sua maior ou menor
aptidão diante das necessidades atuais do grupo. O líder pode ser definido como qualquer pessoa que
graças à sua personalidade dirige um grupo social com a participação espontânea dos seus membros;

Diferença entre chefe e líder

CHEFE LÍDER

é fazer com que as pessoas façam o


que é "preciso".
“é alguém que exerce
“É um processo pelo qual se conduz
o poder de mando em
um grupo humano ao atendimento
virtude de uma
de determinados objetivos,
autoridade oficial ou
motivando, para tanto, os indivíduos,
oficiosa”
e fazendo a operação, adaptação e
(apud Tourinho, 1982)
manutenção dos sistemas materiais
e administrativos à sua disposição”.
LÍDER LIDERAR

“pessoa que vai a frente para guiar ou mostrar o


L
caminho, ou que precede ou dirige qualquer ação,
Í “é fazer com que as pessoas
Dopinião ou movimento”
queiram fazer o que é preciso”.
E
“é uma pessoa que, graças a própria personalidade
R
e não a qualquer injunção administrativa dirige
um grupo com a colaboração
dos seus membros” (idem).

Figuras que influenciam o grupo:

Um grupo em funcionamento está constantemente sujeito a mudanças, sejam elas derivadas do


ambiente ou das pessoas que o compõe.

Assim a dinâmica dos grupos sofre influência direta e permanente de três figuras, cuja
importância, ao contrário da impressão inicial, é equivalente:

Pessoa a quem o grupo atribui a tarefa de indicar os


objetivos e os caminhos. Ele por sua vez influencia nas
idéias e, através dela, move os atos das pessoas; Devido
suas características de personalidade, conquista, cativa,
doutrina e desenvolve automotivação nas pessoas.
O grupo pode ter um ou vários. Eles podem alternar-se
em função de sua maior ou menor aptidão diante das
necessidades atuais do grupo. O líder pode ser definido
como qualquer pessoa que graças à sua personalidade
dirige um grupo social com a participação espontânea
dos seus membros.
Cada ser humano com sua individualidade, maturidade,
habilidade técnica, nível cultural, motivação e tudo o
mais que o componha.

É o conjunto de variáveis que se interpõe sobre o grupo


podendo ser caracterizada como normal ou emergencial,
de rotina ou de desafio, de ensaio ou real e outras mais.
A capacidade do grupo em avaliá-la precisamente é o
que garante a sua estabilidade e o seu desenvolvimento
satisfatório.

Fluxograma do percurso da Liderança e seus resultados:


Estilos de liderança

São as teorias que estudam a liderança em termos de


estilos de comportamento do líder em relação aos
seus subordinados, isto é, maneiras pelas quais o
líder orienta sua conduta. Enquanto a abordagem dos
traços se refere aquilo que o líder é, a abordagem de
liderança se refere aquilo que o líder faz, ou seja, seu
estilo de comportamento para liderar. A teoria mais conhecida que explica a liderança
por meio de estilos de comportamento, sem se preocupar com as características pessoais
de personalidade se refere a três estilos de liderança:

Liderança autocrática (autoritária):

O líder centraliza as decisões e impõem ao grupo o


comando da sua vontade, o que somente se justifica em
determinadas situações excepcionais, de emergência. A
liderança autocrática cria uma atmosfera tensa, com a
divisão do grupo e reações contraditórias, de conformismo
apático e de agressividade destrutiva. Tende a valorizar as
relações hierárquicas, com submissão aos superiores e
imposição aos subalternos. Apresenta valores rígidos e
conservadores e são diretivos e rígidos na maneira de
pensar e agir. As avaliações que fazem do trabalho e dos
demais profissionais são pessoais. Se um trabalho for bem
executado, quem o fez é uma 'boa pessoa', mas pode
deixar de sê-lo se falhar na próxima vez.

Liderança liberal ("laissez-faire"):

O líder limita-se a executar passivamente aquilo que o grupo


almeja, delega totalmente as decisões ao grupo e deixa-o
totalmente a vontade e sem controle algum. A liderança liberal
pode fomentar uma atmosfera anárquica, descompromissada
com o processo e com as pessoas. Procura deixar que as pessoas
se organizem por si mesmas, não oferecendo diretrizes, não
dando ordens e nem participando do processo.
Fica alheio ao que está ocorrendo e demonstra falta de interesse ou conhecimento.
Geralmente não sabe como desenvolver um projeto, ou tem pouco interesse no que está
realizando; por outro lado pode carecer de autoconfiança, por isso, evita assumir a
responsabilidade de liderar a equipe, defendendo-se dos possíveis fracassos.

Liderança democrática:

O líder conduz e orienta o grupo e incentiva a participação


democrática das pessoas, identifica-se com o grupo,
sentindo-lhe as necessidades e interpretando-lhe os anseios
para proceder de acordo com a opinião geral, ou pelo menos
da maioria que consulta frequentemente, sem abster-se de
esclarecer e orientar. Procura desenvolver os seus
colaboradores e acredita que o desenvolvimento de cada um da equipe será o
desenvolvimento de todo o grupo e de si mesmo. É não padece dúvida, a melhor forma
de liderança, e se completa com o respeito à minoria divergente.

Liderança situacional:

A liderança situacional ocorre quando os líderes estudam a situação em que estão


inseridos com suas equipes. O líder situacional, após analisar a situação em que está
inserido, e vivenciando com sua equipe, escolherá o estilo de liderança necessário para
colocar em prática.
Um estilo de liderança não é adequado a todas as situações; por
isso, um tipo não é necessariamente melhor que outro. Embora,
como regra geral, o estilo democrático, participativo e de
soluções em equipe seja, nos dias atuais, mais eficazes que a
chefia autocrática, isto não é norma válida para todas as
situações de trabalho. Dependendo das circunstâncias do setor e
da natureza das atividades, pode-se recomendar uma chefia mais

autocrática (Freitas, 1988).

MEDIAÇÃO DE CONFLITOS:

Conflito pode ser definido como: desentendimento entre duas ou mais pessoas sobre um tema
de interesse comum.

As pessoas, comumente confundem conflito com discussões, brigas e violência, pois muitas
situações conflituosas têm seu fim como um ato violento.

Mudança é toda e qualquer modificação da realidade vivenciada naquele momento. Não há


conflito sem mudança. A mudança, ou a perspectiva dela, conduz ao conflito, ainda que nem toda
mudança ocasione um conflito.

A mudança é a causa-raiz de todos os conflitos, sejam familiares, organizacionais, societários,


comunitários, comerciais, internacionais, etc. Quando algo ou alguém intervém em um sistema surge
uma mudança e em consequência dela algum tipo de conflito.

Conflito e comunicação

Comunicação e emoção encontram-se intrinsecamente interligadas. A

emoção delimita, restringe ou amplia a intenção do comunicador e a compreensão do receptor.

Assim é que quando existe um conflito, seja ele latente ou manifesto, o fluxo natural do diálogo é
interrompido. Tal fato acarreta falhas de comunicação, que muitas vezes resultam em interpretações
equivocadas ou intenções atribuídas que levam a mais conflitos manifestos. Todo e qualquer tipo de
conflito envolve um elemento importante na vida das pessoas, o poder.
Todo e qualquer tipo de conflito envolve um elemento importante na vida das pessoas, o poder:

 Poder da mudança.
 Poder de fazer as coisas evoluírem sob sua própria ótica.
 Poder de influenciar pessoas e o de ser influenciado por elas.

Psicossomática e conflito

A psicossomática explica que se o conflito não for elaborado psiquicamente, ele


precisará de um canal de escoamento, e o corpo tem função de “receber” o conflito mediante a
resolução possível, isto é, em um sintoma, e em estágio mais avançado, pela instalação da doença ou
patologia.
Funções do mediador

O mediador desempenha numerosas funções no processo de mediação:

Acolher os mediados e os advogados do processo, quando houver.

 Presta os esclarecimentos necessários de forma clara, objetiva e correta a respeito dos


procedimentos e dos objetivos da mediação;
 Administra a participação de todos os envolvidos, assegurando o bom andamento dos trabalhos,
a manutenção da ordem, o respeito à integridade física e emocional dos envolvidos, a livre
expressão e outras afins;
 Formula perguntas de modo empático, construtivo e agregador;
 Assegura o equilíbrio de poder entre os mediados;
 É agente de realidade;
 Neutraliza comportamentos repetitivos;
 Facilita a comunicação;
 Orienta oportunamente para o futuro com base no presente tendo respeito pelo passado;
 Busca a clareza de todas as ideias;
 Cria contextos alternativos;
 Focaliza interesses comuns;
 Atribui a decisão aos protagonistas; e
 Assegura as condições do cumprimento da solução, quando alcançada.

Deveres do mediador

São seus deveres, que se constituem em valores pessoais, portanto irrenunciáveis e nunca negociáveis.

Imparcialidade: entendida como a inexistência de qualquer conflito de interesses ou relacionamento


capaz de afetar o processo de mediação, devendo
compreender a realidade dos mediados, sem que nenhum paradigma, preconceito ou valores pessoais
venham a interferir em sua intervenção.

Independência: compreendida no sentido de salvaguardar as partes de qualquer


informação que possa levá-las a desconfiar de sua conduta em face do processo, atitude que deve ser
mantida ao longo de toda a mediação.

Competência: capacidade para efetivamente mediar o conflito,

devendo aceitar a investidura de mediá-lo, quando efetivamente tiver os requisitos mínimos e as


qualificações necessárias para coordenar o processo.

Confidencialidade: significa que fatos, situações, documentos, informações e


propostas, expostos durante a mediação, sejam mantidos sob o necessário

sigilo; atitude semelhante devem manter, obrigatoriamente, aqueles que participaram do processo, em
relação a todo o conteúdo a ele referente, não podendo ser, eventualmente, chamados para testemunhar
em situações ou em processos futuros, respeitando o princípio da autonomia da vontade das partes, nos
termos por elas convencionados, desde que a ordem pública não esteja sendo contrariada.

Diligência: refere-se ao cuidado e à prudência na observância da regularidade, assegurando a


qualidade do processo e cuidando ativamente de todos os seus princípios fundamentais.
OS BENEFÍCIOS DOS CONFLITOS:

É justamente a não aceitação dos conflitos que provocam a violência. Busca


resolver o conflito, negando o outro. Todavia, quando se aprende a lidar com o conflito de forma
não-violenta, ele deixa de ser encarado como o oposto da paz e passa a ser visto como um dos modos
de existir em sociedade.

Os conflitos podem trazer os seguintes benefícios:

 Estimular o pensamento crítico e criativo;


 Melhorar a capacidade de tomar decisões;
 Reforçar a consciência da possibilidade de opção;
 Incentivar diferentes formas de encarar problemas e situações;
 Melhorar relacionamentos e a apreciação das diferenças; e,
 Promover a autocompreensão.

Sugestões para solucionar conflitos

Colocar-se no lugar do outro, ser sensível em relação aos sentimentos e aos pensamentos
das outras pessoas;

Pensar em soluções equilibradas quando estiver em situações conflituosas;

Ser capaz de cooperar para encontrar uma solução adequada para o impasse;

Posicionar-se assertivamente durante as divergências, dialogando sobre o que está acontecendo e como
se sente a respeito;

Concentrar a sua atenção no outro, com quem ocorre o conflito, e procurar ouvir atenciosamente o que
tem a dizer;
Dicas para lidar com os conflitos:

Utilizar a resolução conjunta para decidir e entender que pode haver a opinião de
um terceiro que pode ajudar;

Usar de flexibilidade para compreender os pontos de vista que são divergentes;

Entender que os conflitos são às vezes inevitáveis, porque as pessoas têm diferentes percepções,
opiniões, diferenças individuais que são naturais;

Manter o foco no problema e não nas pessoas. Isto é fundamental para administrar o conflito;

E finalmente, manter o autocontrole diante de um constrangimento causado por um conflito.

Aula 9 e 10 - Estresse (distresse, eustresse e síndrome de Burnout) - causas, prejuízo, correção e


prevenção. Emotividade, temperamento, agressividade e impulsividade.

Estresse:

O uso do termo estresse tem se popularizado e é utilizado para definir diversas situações.
Porém, tecnicamente estresse é definido por Marilda E. Novaes Lipp (Psicóloga Ph.D, Pós Doutorada
em stress Social), não é uma doença e pode ser definido como uma reação do organismo, com
componentes físicos e/ou psicológicos, causada pelas alterações que ocorrem quando a pessoa se
confronta com uma situação que, de um modo ou de outro, a irrite, amedronte, excite ou confunda, ou
mesmo que a faça imensamente feliz.

Em outras palavras, o Stress pode ser entendido como uma situação onde se ocorre um
rompimento do equilíbrio interno (homeostase), gerando um estado de tensão, exigindo uma conduta
adaptativa frente ao agente estressor.

Assim temos que todas as situações que gerem adaptação do ser humano, irá provocar uma
reação física e/ou psicológica denominada estresse.
Esta reação surge em virtude do rompimento do equilíbrio interno. Diferentemente do que se
pensa, o estresse pode ser ocasionado por situações consideradas como “boas” ou “agradáveis”. Se
estas situações levarem ao rompimento do equilíbrio interno, teremos uma reação de estresse.

Uma reação saudável de stress é chamada de Eustress. Ela é definida por uma reação de
alarme normal que após a fase de excitação retorna a sua homeostase. O Eustress é uma situação de
stress que proporciona uma sensação agradável embora seja decorrente de um estado de excitação, por
exemplo, um beijo apaixonado, a vitória do time, uma promoção profissional, ganhar na loteria, passar
no vestibular, tirar nota máxima na prova, ter uma relação sexual satisfatória.

Uma reação de stress prejudicial ao organismo é chamada de Distress (mau stress). As


consequências deste tipo de adaptação traduzem-se em tragédia para o próprio organismo. Se a
adaptação ocorrer distressantemente haverá um gasto de energia prematuro e excessivo causando um
colapso no organismo, desenvolvendo a patologia.

Para entendermos melhor o stress vamos ver os tipos de reações e suas fases.

Modelo Quadrifásico do Estresse:

Fase do alerta:

Primeira fase: considerada a fase positiva do stress, o ser humano se energiza através da
produção da adrenalina; a sobrevivência é preservada e uma sensação de plenitude é frequentemente
alcançada.

Fase de Resistência:

Na segunda fase, a “fase da resistência”, a pessoa automaticamente tenta lidar com os seus
estressores de modo a manter sua homeostase interna. Se os fatores estressantes persistirem em
frequência ou intensidade, há uma quebra na resistência da pessoa e ela passa a “fase de quase-
exaustão”.

Fase de Quase Exaustão:

Nesta fase, o processo de adoecimento se inicia e os órgãos que possuírem uma maior
vulnerabilidade genética ou adquirida passam a mostrar sinais de deterioração.

Em não havendo alivio para o stress através da remoção dos estressores ou através do uso de
estratégias de enfrentamento, o stress atinge a sua fase final, a “fase da exaustão”.
Fase de Exaustão:

Fase em que doenças graves podem ocorrer nos órgãos mais vulneráveis, como enfarte, úlceras e
psoríase, dentre outros. A depressão passa a fazer parte do quadro de sintomas do stress na “fase de
quase-exaustão” e se prolonga na “fase de exaustão” Fonte: http://www.estresse.com.br/publicacoes/o-
modelo-quadrifasico-do-stress/

Sintomas Físicos e Psicológicos presentes em cada fase de estresse:

Fase de Alarme:
Sintomas físicos: taquicardia, ansiedade, tensão muscular, aumento da sudorese,
diarréia passageira, tensão estomacal, mãos e pés frios, boca seca.

Sintomas psicológicos: aumento súbito de motivação, insônia situacional, desempenho irregular,


perfeccionismo.

Fase intermediária e Resistência:

Sintomas Físicos: Desgaste físico constante, Hipertensão arterial súbita e passageira, gastrite,
tonturas, dores musculares, (tensão), mal estar generalizado sem causa específica, formigamentos,
problemas dermatológicos esporádico, mudança de apetite, excessos de gases.

Sintomas psicológicos: Problemas de atenção, de memória, sensação de flutuação,


Hipersensibilidade emotiva, dúvida quanto à si próprio, irritabilidade excessiva e problemas de
relacionamento, diminuição da libido, alienação, desempenho profissional diminuído, perda do senso
de humor.

Fase de exaustão do stress:

Sintomas físicos:

Hipertensão arterial contínua, diarreia frequente, náuseas, problemas dermatológicos sérios,


úlcera, enfarte, mudança constante de apetite, tonturas constantes.

Sintomas psicológicos:

Dificuldades sexuais, insônia constante, vontade de fugir de tudo, impossibilidade de trabalhar,


pesadelos, agressividade alta, apatia ou depressão.

********SE VOCÊ SENTE ESSES SINTOMAS CUIDE-SE!********


Algumas dicas de como lidar com o estresse:

Pratique exercícios físicos, de preferência não competitivos, 3 vezes por semana, o mais comum
é a caminhada.

Alimente-se de forma regular e adequada, evite pular refeição. Aprenda e pratique relaxamento,
se possível diariamente.

Reserve um tempo para amigos, familiares e laser.

Elabore uma lista de prioridades e faça uma coisa de cada vez.

Controle seu perfeccionismo e exigências exageradas, consigo mesmo e com os outros.

Controle a sua ansiedade e irritabilidade. Perceba as situações de forma positiva.

Assuma responsabilidade pela sua vida e pelos seus atos. Delegue funções e tarefas que lhe
sobrecarregam.

Seja assertivo. Nunca diga sim quando a vontade for dizer não. Reavalie seus objetivos de vida.

Controle sua ansiedade.

Estresse na Polícia Militar

No contexto do stress policial torna-se válido mencionar um tipo específico de stress, o


Burnout, é a expressão inglesa para designar aquilo que deixou de funcionar por exaustão de energia.

Burnout é uma síndrome caracterizada por sintomas e sinais de exaustão física, psíquica e
emocional, em decorrência da má adaptação do indivíduo a um trabalho prolongado, altamente
estressante e com grande carga tensional. Acompanha-se também de um sentimento de frustração em
relação a si e ao trabalho. Sendo assim, a falta de habilidade de um indivíduo em lidar com o stress em
situações interpessoais profissionalmente, pode levá-lo a um Burnout.

Outra fonte para consulta:

http://www.scielosp.org/pdf/rpsp/v21n4/04.pdf?origin=publication_detail
Tipos de agentes estressores

Estressores Internos

Está ligado a como cada indivíduo vê e entende o mundo em que está inserido. Assim uma
mesma escala de serviço pode causar um grande estresse a um PM e ao outro ser recebido como algo
normal da atividade policial militar.

Estressores Externos

Está ligado ao meio ambiente: ruído, tecnologia, temperatura, violência, tempo(horário), trânsito
Para que tenha uma melhor compreensão do estresse, devemos ter em mente que situações que nos
confunda, emocione, irrite ou nos cause medo irá desencadear uma reação de estresse.

Outros agentes estressores:

A privação de sono, a utilização de equipamentos e mobiliários inadequados e a alimentação


inadequada, dentre outros. O estresse pode também ser considerado como contagioso, pois uma pessoa
estressada pode estressar todo o ambiente profissional e familiar.

Para controlar os efeitos do estresse podemos:

-Identificar os agentes estressores e adotar -Pratique relaxamento;


medidas para evitá-los ou aprender a conviver -Adote prática de respiração correta;
com os mesmos; -Aprenda delegar funções;

-Adotar táticas de enfrentamentos, por exemplo -Evite o perfeccionismo;


mudar hábitos; -Reestruturação de aspectos emocionais;
-Desenvolver estratégias de enfrentamento;
-Adotar medidas que propiciem melhor
-Valorize sua férias e horários folgas;
qualidade de vida, tais como: prática de
-Estabeleça limites;
atividade física com regularidade, alimentação
-Procure a companhia de pessoas agradáveis;
saudável, lazer, prática da

religiosidade, valorização dos momentos de

folga, controle das emoções, etc.


Emotividade:

O que é a emotividade? Qual o seu valor na vida humana? Quais os seus mecanismos de defesa?
A emotividade representa o terreno de recepção das impressões provenientes do mundo exterior e do
mundo interior e, poderíamos dizer, sua caixa de ressonância. Certo grau de emotividade, ou seja, de
resposta emotiva aos estímulos existe em todos os indivíduos, mas varia muito de caso para caso. Há
pessoas pouco ou nada emotivas, e outras que são em grau extremo. A estas últimas chamaríamos de

“hiperemotivas‟; todavia, na linguagem corrente o termo „tipo emotivo‟ implica a idéia de u m


“plus‟, de um excesso dessa qualidade.

A emotividade, contida nos limites fisiológicos, é componente temperamental essencial. Ela age
como o motor que coloca em funcionamento as forças biológicas e aumenta o interesse pela ação a ser
executada, à qual fornece a necessária motivação.

Também a inteligência, sobretudo a intuitiva, e a capacidade de concentração beneficiam-se de


certo nível emotivo. Acrescente-se outro indubitável mérito: a emotividade confere calor e cor à vida e,
portanto, é fonte de contínuas gratificações. Na nossa sociedade, podemos perceber a tendência a se
desencorajar a expressão emotiva em geral. A esse propósito, assim escreveu Eric Fromm: “A gama de
emoções espontâneas que são suprimidas e substituídas por pseudo-sentimentos é bastante ampla.
Embora, sem dúvida, o pensamento criativo – como qualquer atividade criativa - esteja ligado a
emoções, tornou-se um ideal pensar e viver sem emoções. Pessoa „emotiva‟ tornou-se sinônimo de
pessoa instável e desequilibrada. Ao aceitar essa regra, o indivíduo enfraquece-se sobremaneira e seu
pensamento empobrece.

No âmbito da normalidade contrapõem-se dois tipos temperamentais: o de tendência emotiva É


rico em sentimentos, mas é instável e um tanto volúvel, alterna entusiasmo e abatimento; é cordial e
expansivo, mas também impulsivo e intolerante. E o de tendência não-emotiva (este podendo ser
chamado também de temperamento frio).

É o tipo “frio‟ é de humor mais constante, coerente, senhor de si, calmo, prudente, mas
pouco expansivo, às vezes até retraído; não raramente experimenta o sentimento de solidão e de vazio.

Passemos agora a considerar a patologia da emotividade. Uma condição de constante e elevado


nível emotivo (hiperemotividade) constitui elemento de perturbação na conduta do indivíduo. Ela
restringe o campo perceptivo da consciência, dificulta a objetividade do julgamento e da crítica,
diminui a capacidade de síntese e abstração.

A hiperemotividade está na origem de estados psíquicos negativos como a cólera, o ódio, a raiva,
a inveja, a dor destrutiva. F. Caprio, para definir esses estados de espírito, usou a expressão
“intoxicação emocional”.
Relação entre emotividade e ansiedade:

Os dois conceitos – emoção e ansiedade – muitas vezes são confundidos na linguagem comum.
Na verdade, trata-se de categoria bem diferentes e nem sempre relacionadas entre si: a pessoa ansiosa
em geral tem forte emotividade, mas a pessoa emotiva nem sempre é ansiosa.

A ansiedade é a tendência da pessoa se preocupar com a dimensão temporal futura. A ansiedade


é um atributo da existência humana;

Tem por objetivo a percepção de um perigo iminente, diante do qual nos sentimos indefesos;

Essa sensação pode oscilar de um estado de expectativa, com leve tensão a um estado de
verdadeiro pânico ou terror.

Diferenças entre emotividade e ansiedade:

No ansioso, condiciona-se um estado de mal-estar-psíquico quase permanente em que o mesmo


apresenta um quadro duradouro e mais ligado a fatores internos.

O ansioso mostra um característico “automatismo‟ ou seja, não sabe por que é assim. Por
exemplo: “Tenho tudo para ser feliz, não tenho preocupações, e, no entanto estou sempre com medo,
sem motivo. É como se esse medo me corroesse”.

O comportamento do indivíduo emotivo e do indivíduo ansioso, quando postos diante do perigo


são opostos. O emotivo diante de uma situação ameaçadora ou foge ou, se não tem saída, enfrenta o
obstáculo cheio de apreensão e hesitação.

O ansioso comporta-se de maneira totalmente diferente: enfrenta o perigo com entusiasmo, quase
com prazer, e isso porque tem a certeza de que essa sua determinação arranca-o dos tormentos da
dúvida.

Enquanto o emotivo está como que “bloqueado” pelo medo, o ansioso atinge o seu auge de
sofrimento na espera; para ele, o perigo tem efeito libertador.

Diferença entre ansiedade e medo:

No livro “Inibição, sintoma e angústia” (1926), S. Freud enfatizou o significado a se atribuir à


ansiedade no âmbito da sua doutrina. O medo é a reação do Eu diante do perigo representado por algo
real, concreto e externo. A ansiedade, ao invés, é a reação a um perigo que não é concreto e está
situado no interior do individuo: “é um medo sem objeto consciente”.
Ora, esse perigo, segundo Freud, pode ter dupla origem. Pode derivar de exigências instintivas,
sentidas como muito fortes e ameaçadoras, ou pode derivar de exigências do tipo moralista, quando
teme algum tipo de punição.

IMPULSIVIDADE

Estímulo que possui força para levar o indivíduo a fazer determinada ação. Qualquer estímulo
pode vir a ser um impulso, desde que tenha uma intensidade que provoque a ação. O impulso leva o
indivíduo a ter determinado comportamento ou a reagir de determinada maneira, até que o estimulo
venha a ser reduzido ou eliminado, graças à ação provocada. Para Freud, a única fonte de toda energia
psicológica (libido) é o id, energia essa que se apresenta como instinto a impulsionar o organismo.

No dizer de Freud, os impulsos do id são exigências “primitivas, cegas, irracionais, brutais”, que
procuram a satisfação imediata. Daí a existência do ego e do superego, os sistemas de forças que
controlam e censuram os impulsos básicos. Há impulsos primários (ou básicos) e secundários (ou
adquiridos). Os primários estão ligados ao processo fisiológico, e sua redução ou eliminação é
necessária para a sobrevivência. Consideram-se impulsos básicos a fome, a sede, a respiração, o sexo
(para alguns psicólogos, porém, não inclui o sexo como impulso básico para a sobrevivência).

Os impulsos secundários são derivados dos básicos, ou adquiridos durante a vida e a


aprendizagem que nela ocorre. O medo, por exemplo, é em geral, aprendido.

Agressividade

É um instinto fundamental nos animais, mais acentuado nos machos do que as fêmeas, que
assegura a sobrevivência na luta pela vida;

É a força propulsora que leva o indivíduo a uma atitude de afirmação e domínio pessoal perante
qualquer situação.

Essa autoafirmação e domínio pessoal esta relacionada com o espírito de concorrência e de


competição, presente no jogo.

Agressão é a intenção de ferir ou de trazer prejuízo a outrem;


Comportamento agressivo intencional e representa uma violação à norma que rege uma situação
na qual é produzido;

AGRESSIVIDADE é um impulso destrutivo que pode voltar-se


para fora (HETEROAGRESSÃO); Ou para dentro do próprio indivíduo (AUTO-AGRESSÃO);

A agressividade sempre está relacionada com atividades ligadas: pensamento; imaginação; ação
verbal ou não verbal;

Enfim, a agressividade é uma predisposição natural e necessária à sobrevivência e pode ser


entendida como a tendência de se enfrentar e superar obstáculos que dificultam a satisfação das
necessidades humanas. Um baixo nível de agressividade torna o indivíduo apático e submisso às
imposições do meio ambiente, ao passo que uma agressividade exacerbada pode levar a uma
interpretação errônea dos estímulos, julgando-os indiscriminadamente como ameaçadores. O policial
militar deve ter tenacidade e avaliar o modo mais apropriado de vencer as dificuldades.

VISÃO SOCIAL E AGRESSÃO

As fontes que produzem, alimentam e mantém as diferentes formas de comportamentos


agressivos estão intrínsecas a própria sociedade de classe, principalmente nos países subdesenvolvidos.

A violência do homem não é um fenômeno individual, mas sim social, e como tal, origina-se do
sistema e não do indivíduo.

CONDIÇÕES BÁSICAS IDENTIFICADAS NAS RELAÇÕES SOCIAIS E NA


SOCIEDADE:

 Distribuição da riqueza de forma não homogênea;


 Uso de controle aversivo pelas classes dominantes;
 A legitimidade da agressão ou violência como forma de apropriação da riqueza pelas
classes dominantes.
Determinantes da agressão:

Provocação direta por outros:

Evidências sugerem que o abuso físico ou provocação verbal por outras pessoas frequentemente
servem como poderosos aliciadores de ações agressivas. Uma vez que a agressão comece,
frequentemente mostra um padrão de inquietante escalada; como resultado disso mesmo leves insultos
verbais ou olhares indiretos podem iniciar um processo no qual são trocadas provocações cada vez
mais intensas.

Exposição a modelos agressivos:

Tem-se observado uma ligação entre a agressão e a exposição à violência televisionada, por
exemplo. Quanto mais violências as crianças assistem pela televisão, maior será o seu nível de
agressividade em relação aos outros. A intensidade desta relação parece crescer como o tempo,
apontando para o impacto cumulativo da violência pela mídia.

Efeitos da superpopulação:

Alguns estudiosos sugerem que a superpopulação pode produzir elevados níveis de agressão;
outras investigações não conseguiram demonstrar evidências para tal ligação. Em situações onde as
reações típicas são negativas (por exemplo, aborrecimentos, irritação, frustração), a superpopulação ou
alta concentração de pessoas pode aumentar a possibilidade de ataques agressivos.
Determinantes situacionais:

Dor:

A dor física pode servir para dar vazão ao impulso agressivo, como motivo para ferir ou magoar
outras pessoas. Tal impulso, por sua vez, pode encontrar expressão em qualquer alvo disponível,
incluindo aqueles sem qualquer conexão ou responsabilidade pelo desconforto do agressor. Esta
hipótese pode explicar porque as pessoas expostas à agressão podem agir agressivamente, com relação
a outros.

Drogas e outras substâncias:

Pequenas doses de álcool inibem a agressão e grandes quantidades facilitam o seu aparecimento;
os efeitos dos barbitúricos assemelham-se aos do álcool; os efeitos (agudos) dos aerossóis e solventes
comerciais também se assemelham aos efeitos do álcool; os ansiolíticos geralmente inibem a
agressividade, mas uma agressão paradoxal, às vezes, é observada; a dependência de opiáceos (mas
não a intoxicação por eles) está associada com aumento da agressividade, assim como o uso de
estimulantes, cocaína, alucinógenos e, em alguns casos, doses variadas de maconha.

Drogas e agressividade

Muito se tem discutido sobre a questão das drogas e violência, como tendo uma relação real.
Autores afirmam que é preciso distinguir três tipos de efeitos:

Efeitos farmacológicos e fisiológicos que variam de pessoa para pessoa;

Efeitos comportamentais que podem variar em função das diferentes experiências de vida;

Efeitos sociais que dependem do grau e das condições concretas de ingestão.

Por exemplo, a maconha produz efeitos agradáveis e eufóricos, sendo relacionado com a
agressão, além de produzir poucos efeitos fisiológicos nocivos, assim como o LSD, que produz
geralmente fraqueza, e às vezes medo.
As anfetaminas e o álcool são drogas muito mais perigosas como aliciadores da agressão, pois
seu efeito inicial pode desinibir a violência.

É possível, também que grande parte do comportamento agressivo esteja relacionado mais com a
obtenção da droga, do que com seu efeito propriamente dito. Os viciados, principalmente com
dependência física além da psíquica, de nível sócio- econômico mais baixo, podem envolver-se no
crime em função da obtenção de recursos para a compra da droga.

Prevenção e controle da agressividade:

A prevenção da morte e da incapacitação física que resultam da conduta agressiva, violenta ou


homicida, começa em um nível individual. Por exemplo, a violência dentro de uma família (por
exemplo, abuso sexual e físico de crianças, espancamento ao cônjuge, comportamento autodestrutivo)
frequentemente é revelada

através do questionamento cauteloso e uma alta suspeita por parte do médico, psicólogo e até
mesmo do policial. As intervenções preventivas incluem encaminhamento psiquiátrico, notificação às
autoridades legais ou outras autoridades apropriadas (obrigatória, em casos como abuso infantil e
ameaças especificas de ferir outras pessoas) e aconselhamento por pessoas apropriadamente treinadas.

Punição:

A punição é, às vezes, uma forma eficaz de deter uma agressão declarada. As descobertas de
pesquisas sugerem que a frequência ou intensidade de tal comportamento poder ser frequentemente
muito reduzida, até por formas suaves de punição, como a desaprovação social, mas parecem existir
fortes razões para que se duvide que a punição produza sempre, ou mesmo geralmente, tais efeitos. Os
receptores da punição frequentemente a interpretam
como um ataque dirigido contra si. Neste caso, estes indivíduos podem responder ainda mais
agressivamente. As punições fortes tendem mais a provocar desejos de vingança e retribuição do que a
instilar limites permanentes contra a violência do individuo.

As pessoas que administram a punição podem servir de modelos agressivos para aqueles que a
recebem, e, como foi observado anteriormente, a exposição a tais modelos pode gerar atos de
violência. Existem algumas indicações de que a punição, em razão das condições sob as quais
geralmente é administrada (muito tempo depois de a agressão ter sido cometida), somente reduz
temporariamente a intensidade ou frequência do comportamento agressivo. Interrompida a punição, os
atos agressivos reaparecem rapidamente. Por estas razões, parece razoável que a punição direta
frequentemente não funciona ou, na verdade, incrementa, em vez de inibir, as ações perigosas que se
destina a evitar.

Treinamento para habilidades sociais:

Uma das principais razões pelas quais muitas pessoas envolvem-se em repetidos encontros
agressivos é que lhes faltam habilidades sociais básicas. Elas não sabem se comunicar efetivamente, de
modo que adotam um estilo abrasivo de auto expressão. Sua inépcia na realização de tarefas básicas
como fazer pedidos, realizar negociações e apresentar queixas frequentemente irrita os amigos,
conhecidos e estranhos. Estas severas deficiências sociais parecem assegurar-lhes repetidas frustrações
e, frequentemente, a ira daqueles com quem tem contato direto. Umas das técnicas para reduzir a
frequência destes comportamentos podem envolver o ensino das habilidades sociais que fazem falta a
estas pessoas.

O treinamento de habilidades sociais tem sido aplicada a diversos grupos de pessoas, incluindo
adolescentes altamente agressivos, policiais, e até pais violentos com seus filhos. Em muitos casos,
tem-se produzido mudanças radicais nos comportamentos-alvo (por exemplo, melhor comunicação
interpessoal, maior capacidade para lidar com a rejeição e a tensão), observando reduções na conduta
agressiva, relacionadas a estas mudanças. Estes resultados são encorajadores e sugerem que o
treinamento de habilidades sociais apropriadas pode oferecer uma abordagem promissora para a
redução da violência humana.

O problema atual da criminalidade

A quase totalidade de pesquisas de opinião pública demonstra que o grande problema que afeta a
maioria dos indivíduos é a segurança, portanto, o atual aumento da criminalidade.
Como resolver esse problema?

É necessário que se comece a perceber o problema dentro do contexto socioeconômico em que se


insere, pois o fato do comportamento agressivo ser cometido por pessoas, não significa que seja um
problema individual, ao contrário, os dados apresentados demonstram que a agressão é muito mais a
externalização de fenômeno essencialmente social, ou seja, é fruto de condições socioeconômicas e,
como tal, deve ser analisado e enfrentado.
Aula 11 e 12 - Motivação humana e pirâmide das necessidades - Abraham H. Maslow.

Motivação: provém do conceito de motivo que é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a
agir de determinada maneira ou, pelo menos, dá origem a uma propensão a ação.

Esse impulso ao comportamento pode ser provocado por um estímulo externo, provindo do
ambiente, ou por conta dos processos de raciocínio o indivíduo ou por conta de comportamentos
relacionados com o cumprimento de objetivos.

Necessidade: O ciclo motivacional começa com o surgimento de uma necessidade. A


necessidade é uma força dinâmica e persistente que provoca comportamento. Toda vez que surge
uma necessidade, é rompido o estado de equilíbrio do organismo causando tensão, insatisfação,
desconforto e desequilíbrio.

Comportamento: é a ação iniciada a partir da percepção do estado de desequilíbrio.


Através do comportamento, o indivíduo tentará descarregar a tensão percebida ou livrar-se do
desconforto, recuperando assim o estado de equilíbrio.

Pirâmides das Necessidades – Abraham H. Maslow

Baseado no fato de que o ser humano expande suas necessidades no decorrer de sua vida,
Maslow formulou seu conceito de Hierarquia das Necessidades. Em suma, postula que à medida
que o homem satisfaz suas necessidades básicas outras mais elevadas tornam-se predominantes.
Pode-se ter uma visão mais clara dessa teoria a partir do seguinte gráfico. Maslow classifica as
cinco categorias de necessidades humanas em dois grandes grupos:

47
Necessidades Primárias:

Fisiológicas: ar, água, Segurança: proteção contra


alimento,relações perigo ou privação.
sexuais, repouso;

Necessidades secundárias:

Sociais: amizade, Estima: reconhecimento, Auto-Realização:


inclusão em grupos; reputação, auto-respeito, realização do
amor; potencial, utilização
plena dos talentos
individuais.

Principais conclusões do autor

Resolução ou relativo controle de uma categoria de necessidades ativa o nível


seguinte. Não é necessário que o indivíduo esteja plenamente satisfeito com o nível inferior para
iniciar a resolução das necessidades superiores, mas é importante que haja pelo menos a
expectativa de resolução no futuro próximo.

Necessidades mais elevadas têm ativação dominante. É possível, por exemplo, à uma
pessoa continuar buscando a realização plena de seus talentos individuais por muitos anos,
mesmo que nunca venha a completar o ciclo motivacional.

As necessidades mais baixas têm ciclos motivacionais comparativamente mais curtos, em


relação às superiores. Uma pessoa consegue passar muito tempo sem ter amigos, porém muito
menos tempo sem se alimentar ou tomar água.

A privação de necessidade inferior, por muito tempo, torna-a imperativa, anulando o efeito
motivacional das necessidades superiores, até que se obtenha a sua resolução.

Necessidade satisfeita não é mais motivadora de comportamento. Por outro lado, tal
satisfação libera o indivíduo para buscar outras ordens de necessidades.

48
Apesar das de todas as variáveis que interferem no estabelecimento das necessidades para
cada indivíduo (pessoais, sociais e temporais) e a consequente motivação para agir, é possível
estabelecer certas premissas:

O Comportamento é causado por estímulos internos ou externos, sob influência da


hereditariedade e do meio ambiente;

O Comportamento é motivado, ou seja, há uma finalidade em toda a ação;

O Comportamento é orientado para objetivos. Para todo o comportamento há uma (ou


mais) necessidade subjacente.

Modos de Resolução das necessidades:

Satisfação: é o modo esperado, pois a necessidade é satisfeita e o indivíduo retorna ao


estado de equilíbrio. À medida que o ciclo se repete, com a aprendizagem e a repetição (reforço),
os comportamentos tornam-se gradativamente mais eficazes na satisfação de certas necessidades.
Uma vez satisfeita, a necessidade deixa de ser motivadora de comportamento, já que não causa
tensão ou desconforto;

Frustração: ocorre quando a tensão provocada pelo surgimento da necessidade encontra


uma barreira ou um obstáculo para sua liberação. Não encontrando saída normal, a tensão
represada no organismo procura um meio indireto de saída, por via psicológica (agressividade,
descontentamento, apatia, indiferença) ou por via fisiológica (insônia, repercussões somáticas
como problemas de pele, cardíacos ou gástricos);

Compensação: quando a necessidade não é satisfeita, nem frustrada, mas transferida ou


compensada. Acontece quando a satisfação de uma outra necessidade reduz ou aplaca a
intensidade de uma necessidade que não pode ser satisfeita.

A satisfação de algumas necessidades é temporal, ou seja, a motivação humana é cíclica: o


comportamento é quase um processo contínuo de resolução de problemas e de satisfação de
necessidades.

49
Ciclo da motivação humana

Aula 13 e 14 – Violência humana e suas modalidades (na família, na escola, nas ruas,
nas drogas e na criminalidade).

Violência humana

A violência, no mundo de hoje, parece tão entranhada em nosso dia a dia que
pensar em agir em função dela deixou de ser um ato circunstancial, para se transformar numa
forma de modo de viver o mundo do homem.

Especialmente do homem que vive nas grandes cidades – esse aglomerado de humanos que
tornam o caldo de cultura de todos os tipos de violência.

Quando falamos de violência a primeira que vem a cabeça é a agressão física que atinge o
homem quanto naquilo que possui, seu corpo, seus bens, quanto naquilo que mais ama, seus
amigos e sua família.

50
A violência, qualquer que seja sua intensidade, está presente em todas as classes sociais e
na paisagem que nos rodeia a arquitetura hoje esta mais preocupada em projetar um ambiente
mais seguro e não mais bonito como vemos nas construções antigas.

Não havendo uma solução para violência da vida cotidiana, o remédio é integrá-la como
um componente normal das relações entre os homens.

O problema do menor abandonado e da delinquência também é uma questão de violência.


Estamos convencidos de que esse é um problema da nossa sociedade e, quero crer que, estamos
conscientes de que a nossa sociedade – tal com ela é hoje – teria condições e meios de tentar,
senão resolver, pelo menos, encaminhar uma solução a curto e médio prazo. A violência

poderá ser vencida quando as desigualdades entre os homens for cada vez menos sensível,
lógico que esse é um longo caminho a ser percorrido.

Violência está em tudo que é capaz de imprimir sofrimento destruição ao corpo do homem,
bem como o que pode degradar ou causar transtornos à sua integridade psíquica. Violentar o
homem é arrancá-lo da sua dignidade física e mental.

Agressão física que atinge diretamente o homem tanto naquilo que possui seu corpo, seus
bens, quanto naquilo que mais ama seus amigos, sua família.

Essa violência, qualquer que seja sua intensidade, está presente nos bairros sofisticado e
nas favelas, nos bairros da classe média e nos pardieiros, nos campos de futebol da várzea ou no
estádio do Morumbi. Ela se estende do centro à periferia da cidade e seus longos braços a tudo e
a todos envolvem, criando o que se poderia chamar ironicamente de uma democracia da
violência.

Pode-se perceber-se as consequências dessa violência na paisagem urbana. Hoje, a


arquitetura perde seu sabor pela vida exterior, interioriza-se, e o que se busca, desesperadamente,
é a segurança e a defesa. Defendemo-nos de tudo. Os espaços são fechados, a casa é projetada
para dentro de si mesma, o exterior é abandonado, pois é o

perigo a ser evitada, não a beleza a ser conquistada. A arquitetura do espaço aberto cede
seu lugar a uma arquitetura de defesa e proteção.

No Brasil colonial, para que o índio pudesse ser considerado um ser humano houve a
necessidade de uma bula papal, declarando ser ele possuidor de uma alma. E que os negros até
1888 foram considerados como coisas que podiam ser compradas, vendidas, trocadas,
permutadas, gastas de acordo com a vontade soberana do seu senhor.

51
O problema do menor abandonado e da delinquência também é uma questão de violência.
Estamos convencidos de que esse é um problema grave da nossa sociedade e, quero crer, que
estamos conscientes de que nossa sociedade – tal como ela é hoje – teria condições e meios de
tentar, senão resolver, pelo menos, encaminhar uma solução a curto e médio prazo. A violência
nos impede não apenas ser o que gostaríamos de ser, mas fundamentalmente de nos realizar
como homens.

A violência, hoje, é meio de ataque, mas também de defesa. Ela exprime um


inconformismo radical em relação às imperfeições da sociedade.

A violência mais cega, aparentemente a mais gratuita – a violência contra a pessoa – é um


grito de desespero e de censura. Quando um homem, uma mulher, uma criança, são assassinados,
para ser roubados – muitas vezes, uns miseráveis reais – quem mata e que morre são indivíduos,
quem é julgada é a sociedade.

As consequências da violência são variadas e dependem:

 Da idade da pessoa agredida e da que agride;


 Do tipo de relação entre eles;
 Da personalidade da vítima;
 Da duração e da frequência da agressão;
 Do tipo e da gravidade do ato;
 Da reação do ambiente.

Modalidades de Violência:

Violência na família

Três entre dez crianças de zero a doze anos sofrem, diariamente, algum tipo de
violência, violência essa que muitas vezes não é identificada nem por quem está próximo,
tampouco pelos profissionais como médicos, professores e etc. Essas crianças são afetadas pelo
poder da submissão do mais fraco pelo mais forte e se vêem numa situação de renuncia ao
próprio desejo, pois são, em muitos casos, obrigadas a sofrerem caladas. Essa situação causa
diversos danos ao desenvolvimento físico como emocional da criança o que pode gerar
52
indivíduos com graves dificuldades de vinculação. Além disso, como consequência surgem
sequelas imediatas e tardias, traduzidas em sintomas como dificuldades escolares, de
relacionamento social, distúrbios psicossomáticos, até invalidez ou a morte por homicídio ou
suicídio.

Aqueles que são responsáveis por educar e assistir a criança justificam seus atos de
violência como forma de “bem educar”.

Segundo pesquisa elaborada pela equipe do Centro de Referência às Vitimas de Violência,


a mãe biológica é a principal pessoa que exerce a agressão física. Este dado é compreensível
tendo em vista que a mãe é a responsável pela educação dos filhos. Já nos casos de abuso sexual
o pai biológico é o responsável por cometer tal abuso na maioria dos casos.

Nos casos de abusos sexuais as estatísticas mostram que as meninas são as maiores vitimas
pois os meninos por se desenvolverem fisicamente mais rápido tem maiores condições de se
defenderem.

As estatísticas mostram que tanto meninas quanto meninos são vitimizados física e
sexualmente desde a mais tenra idade. Aumento dos abusos sexuais nas meninas no início da
adolescência; Os índices são elevados nas faixas etárias entre cinco e sete e entre dez e treze
anos.

Após esse período inicial da adolescência, a menina continua com alto índice de abusos
sexuais, decrescendo com relação aos meninos até a idade de dezoito anos. Na verdade, a partir
dos catorze anos os meninos em geral já apresentaram desenvolvimento físico muito próximo ao
do adulto, podendo defender-se e/ou reproduzir as agressividades recebidas.

Vivem um drama que afeta o seu desenvolvimento tanto físico como emocional, o que
pode gerar indivíduos com graves dificuldades de vinculação.

Alem disso, como consequência surgem sequelas imediatas e tardias, físicas e emocionais,
traduzidas em sintomas como dificuldades escolares, de relacionamento social, distúrbios
psicossomáticos, até a invalidez ou a morte por homicídio ou suicídio.

Violência física:

Violência física representa concretamente a utilização de força física excessiva e


inapropriada e que negligencia/abandono físico significa o fracasso dos pais/responsáveis na
53
realização adequada dos seus deveres como pais, ou seja, no suprimento das necessidades
básicas da criança ou adolescente.

As condutas da violência físicas podem ser em forma de atitudes que aterrorizam a criança,
podem ser em forma de privação social, quando se impede que a criança estabeleça relações
sociais ou ate mesmo levar a criança a atitudes de delinquência, produção pornográfica ou
exploração (por exemplo: mendicância).

-Negligencia/abandono/psicológico/emocional definem-se tanto pela ausência de uma


atenção positiva, de uma disponibilidade emocional, de interesse dos pais/responsáveis pela
criança/adolescente, como por:

-Atitudes de aterrorizar a criança (como ameaçar matá-la, machucá-la ou abandoná-la, se


ela não se comportar de acordo com as demandas do responsável;

-Comportamentos de isolamento social (privando-a de estabelecer relações sociais com


castigos constantes e/ou mesmo prendendo-a, acorrentando ou trancando-a em casa);

-Atitudes de corrupção (estimular ou levar a criança a práticas delinquências, produção de


pornografia);

-Posturas de exploração (trabalhos domésticos que a impeçam de ir à escola, de realizar


tarefas escolares ou satisfazer suas necessidades sociais, trabalho infantil forçado como
mendicância).

Violência sexual:

A violência sexual contra crianças e adolescentes é o envolvimento destes em atividades


sexuais com um adulto, ou com qualquer pessoa um pouco mais velha ou maior, nas quais haja
uma diferença de idade, de tamanho ou de poder, em que a criança é usada como objeto sexual
para gratificação das necessidades ou dos desejos do adulto, sendo ela incapaz de dar um
consentimento consciente por causa do desequilíbrio no poder ou de qualquer incapacidade
mental ou física. Crianças e adolescentes não estão preparados física, cognitiva, emocional ou
socialmente para enfrentar uma situação de violência sexual. A relação sexualmente abusiva é
uma relação de poder entre o adulto que vitima e a criança que é vitimizada.

Violência sexual na infância/adolescência significa, para vários autores, os contatos entre


crianças/adolescentes e um adulto (familiar ou não) nos quais se utiliza a criança e o adolescente

54
como objeto gratificante para as necessidades ou desejos sexuais do adulto causando dano
àqueles.

Essa experiência poderá interferir em seu desenvolvimento, considerando que a criança e o


adolescente não têm ainda independência emocional e/ou maturidade plena para dar seu
consentimento informado, o que nos leva a crer que sua participação foi obtida mediante coerção
física ou psicológica, violando os tabus sociais ou os papéis familiares.

O tema violência sexual contra crianças e adolescentes é considerado pela literatura um


fenômeno sempre presente na sociedade, embora de forma bastante velada. Inclui ocorrências
intra e extra familiares, com atos classificáveis em três grupos:

Não envolvendo contatofísico: abuso verbal, telefonemas obscenos,


vídeos/filmes obscenos, voyeurismo.

Envolvendo contato físico: atos físico-genitais que incluem „passar a mão‟, coito (ou
tentativa de), manipulação de genitais, contato oral-genital e uso sexual do anus; pornografia,
prostituição infantil (ou seja, exploração sexual da criança para fins econômicos) e incesto
(enquanto atividade sexual entre uma criança e seus parentes mais próximos, tanto de sangue
quanto de afinidade).

Envolvendo contato físico com violência: estupro, brutalização e assassinato (crianças


emasculadas) – no qual estão presentes a força, ameaça ou intimidação.

Consequências da violência sexual na criança e no adolescente:


Efeitos físicos mais frequentes:
 Alto nível de ansiedade;
 Tristeza profunda;
 Agressividade;
 Instabilidade emocional;
 Mudanças de hábitos alimentares;
 Medo ou pavor da figura agressora;
 Confusão de sentimentos em relação à figura agressora (amor e ódio);
 Pensamentos suicidas;
 Exacerbação da sexualidade;
 Isolamento social;
 Regressão no desenvolvimento escolar;
 Drogadicção e/ou dependência do álcool;
 Desenvolvimento de condutas antissociais;
 Distúrbios do sono;
 Aversão ao próprio corpo ou a pessoas do sexo do agressor;
 Sintomas somáticos;
 Gravidez precoce e indesejada;
 Doenças sexualmente transmissíveis (DST).
55
Efeitos psicológicos mais habituais:

 Medo;
 Hostilidade diante do sexo do agressor;
 Culpa;
 Depressão;
 Baixa autoestima;
 Conduta sexual anormal – masturbação compulsiva, exibicionismo;
 Angústia, agressões, condutas antissociais;
 Sentimento de estigmatização;

Efeitos sociais mais comuns:

 Dificuldades escolares;
 Discussões familiares frequentes;
 Fuga;
 Delinquência, prostituição.

Efeitos da violência sexual a longo prazo:

 Fobias, pânico, personalidade anti-social;


 Depressão com idéias de suicídio, tentativa ou suicídio levado a cabo;
 Cronificação dos sentimentos de estigmatização;
 Isolamento;
 Ansiedade, tensão e dificuldades alimentares;
 Dificuldades de relacionamento com pessoas do sexo do agressor (amigos, pais,
filhos, companheiros);
 Reedição da violência, revitimização;
 Distúrbios sexuais;
 Drogadição e alcoolismo.

56
Violência na escola:

A violência na escola é ação ou omissão prejudicial que é exercida entre os membros de


uma comunidade educativa (seja entre alunos, pais, professores ou pessoal não

docente) e que pode ocorrer quer nas instalações escolares, quer noutros espaços
diretamente relacionados com a escola.

Nas manchetes de jornais estão estampadas, quase diariamente, histórias de incêndios,


tráfico de drogas, agressões a professores e alunos, roubos e até assassinatos. Histórias, enfim,
que nos mostram que jamais a escola foi alvo e local de tanta violência como nos últimos anos.
O crescimento do fenômeno provocou a réplica: a polícia entrou nas escolas e estas se armam
contra a violência – experiências de vitimização se vinculam ao fantasma da insegurança. Cria-se
com este sentimento novo e brutal desorganizações‟, como forma de enfrentamento do
problema. É preciso, principalmente, examinar essa brusca escalada da violência na escola.
Colocamo-la como uma febre ardente, ou como sinal de uma doença profunda até aqui pouco
conhecida?

A novidade do fenômeno implica uma nostalgia de uma paz escolar anterior e nos faz
desejar o retorno à ordem, apelo a uma repressão mais forte. Por que não?

É importante ressaltar que não se trata de negar os fatos, de condenar o atual sentimento de
insegurança, de levar as vítimas à categoria de delirantes, que a priori de negar a eficácia da
repressão. É preciso, sim, partir de uma definição do que é a violência. Para uma reflexão e
interpretação mais estruturada do que se percebe, seria interessante responder às seguintes
questões:

A violência na escola é tão nova como porventura acreditamos? Assinala uma decadência
global de nosso sistema educativo?

A violência na escola existia quanto ela era mais fechada, mais autoritária, mais segura de
si e de seus valores e mais repressiva?

Parece-nos que os historiadores da educação foram mais sensíveis à violência dos


professores do que à dos alunos. Os estudos sobre a punição, os capítulos referentes aos castigos
corporais são inúmeros.
57
Geralmente é ponto pacífico a brutalidade importante que reinava dantes na escola. Por trás
de tais posturas estava, segundo os historiadores, a idéia arraigada no pensamento ocidental de
que a infância era uma fase de selvageria, de irracionalidade, de impulsividade da qual a
educação era, de irracionalidade, de impulsividade da qual a educação era, a princípio, a
possibilidade de correção.

NOTA DE INSTRUÇÃO Nº PM3-002/03/14

REFERÊNCIAS

Lei Estadual nº 9.628, de 06MAI97, que institui o Sistema de Saúde Mental da Polícia
Militar (SisMen);

Decreto Estadual nº 46.039, de 23AGO01, que cria e regulamenta o Sistema de Saúde


Mental da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dá providências correlatas;

Regimento Interno do Sistema de Saúde Mental da PMESP (RI-25-PM), publicado anexo


ao Bol G PM nº 084, de 03MAI02;

Bol G PM nº 070, de 15ABR10 (item 49), que cria os Núcleos de Atenção Psicossocial
(NAPS);

Instrução do Sistema Integrado de Treinamento Policial Militar (I-22-PM), publicada


anexa ao Bol G PM nº 039, de 28FEV12, que estabeleceu princípios e normas para o treinamento
policial-militar, por meio do Programa de Atualização Profissional (ProAP).

FINALIDADE

Regular o Programa de Acompanhamento e Apoio ao Policial Militar, que se destina a


avaliar as condições psicoemocionais do policial militar envolvido em situações que impliquem
em risco à sua integridade física e psíquica e adotar medidas visando preservar e ou restabelecer
o correspondente equilíbrio, propiciando o adequado retorno às suas atividades profissionais.

SITUAÇÃO

O exercício das atribuições constitucionais, por meio das ações de Polícia Ostensiva e de
Preservação da Ordem Pública, bem como as intervenções típicas de Bombeiros, face à própria
natureza dos atendimentos prestados para a sociedade, envolvem situações (eventos críticos) que
58
implicam risco à integridade física e psíquica do ser humano e, por conseguinte, dos
profissionais interventores, independente de suas condições de envolvimento;

Recentes achados científicos concluem que a vivência de eventos críticos (estressores) ou


mesmo a exposição prolongada a situações de risco iminente podem impactar a saúde emocional,
influenciando com isso a manifestação de comportamentos desadaptativos;

No mesmo sentido, sabe-se que as reações de estresse podem também decorrer da


exposição involuntária a um evento crítico - dito potencialmente traumático-, uma vez que as
respostas emergenciais envolvem aspectos que superam a capacidade de elaboração (o psiquismo
do agente), acarretando consequências físicas, emocionais ou ambas; podendo, assim, favorecer
a configuração do chamado Transtorno de Estresse Pós-Traumático;

Do ponto de vista psicológico, a palavra “trauma” (lesão causada por agente externo), é
entendida, por analogia, como a transgressão às defesas psíquicas naturais e resulta da exposição
aos chamados eventos potencialmente traumáticos;

Não obstante, entende-se por “evento potencialmente traumático” todo acontecimento que,
a despeito de sua natureza, venha provocar ou mesmo representar perigo face à sua
personalíssima interpretação;

Sabe-se que o modo particular como cada ser humano interpreta os acontecimentos ao seu
redor é determinante para uma eventual configuração do trauma;

Os “eventos críticos” são aqueles relativos ao gerenciamento de uma crise e que, aliados a
fatores como compressão de tempo para articulação e tomada de decisão e imprevisibilidade,
podem desencadear consequências graves e indesejáveis;

As “circunstâncias trágicas”, por sua vez, são situações vinculadas a uma tragédia e trazem
no seu conteúdo aspectos sinistros e funestos. Todos eles caracterizam ocorrências graves e
causam ao agente interventor (policial militar) estresse com diretas decorrências orgânicas e
emocionais, que podem interferir casualmente no resultado das ocorrências;

O profissional de polícia militar, ao realizar suas intervenções, constantemente defronta-se


com o resultado morte, que se traduz em vivências de extremo impacto no campo
psicoemocional;

Diante de tais circunstâncias e, por conceber que o eventual resultado morte em


decorrência da atividade laboral, muito embora possível, não é desejado ou mesmo buscado
59
pelos profissionais interventores, a Polícia Militar adota uma postura proativa, quer seja
ministrando instruções e treinamentos especificamente voltados para o uso de técnicas de menor
potencial ofensivo, como ainda, investindo em ferramentas de atenção à saúde e melhoria da
qualidade de vida de todos os seus integrantes;

Em contínuo aperfeiçoamento, o trabalho atualmente desenvolvido no PAAPM, face aos


significativos avanços de ordem técnico-operacional, requer alinhar-se às modernas abordagens
de atenção à saúde psicoemocional;

Tal perspectiva de atenção se ampara nas normas preconizadas para o Sistema de Saúde
Metal da Polícia Militar (SisMen), criado pela Lei Estadual nº 9.628, de 06MAI97,
regulamentado em conformidade com o Decreto Estadual nº 46.039, de 23AGO01, e o
Regimento Interno do SisMen (RI-25-PM), de 15ABR02;

Muito embora as atividades curriculares do Programa busquem contemplar o ser humano,


profissional de polícia militar, em sua complexa diversidade, há de se salientar que as práticas
afetas à ciência psicológica, nos moldes aplicados, têm como proposta despertar o profissional
para a importância dos cuidados relacionados à sua saúde emocional; recorre- se, para tanto, ao
uso de técnicas psicoeducativas;

Reconhecidamente, as abordagens psicoeducativas objetivam, em combinação com


algumas estratégias cognitivo-comportamentais e interpessoais, diminuir sintomas e superar as
limitações sociais e ocupacionais, uma vez que, a maneira com que cada indivíduo processa o
evento estressante, ao experienciá-lo, é determinante para uma eventual configuração do trauma;

Dessa forma, o PAAPM almeja constituir-se em uma importante ferramenta de suporte à


saúde mental dos policiais militares, agindo, preventivamente, em favor do desenvolvimento
psicoemocional.

OBJETIVO

Consolidar medidas administrativas visando à proteção do policial militar, no aspecto da


preservação e restabelecimento de sua saúde mental.

MISSÃO

A Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) deverá adotar medidas administrativas
que visem à proteção do policial militar e seu restabelecimento psicoemocional, quando de seu
envolvimento em situações de risco à sua integridade física e psíquica.

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EXECUÇÃO

Aplicabilidade e abrangência:

O PAAPM destina-se a todos os policiais militares do serviço ativo que, de folga ou de


serviço, tenham sua integridade física e psíquica expostas a situações de risco decorrência de:

Atendimento de ocorrências típicas de resgate e salvamento de vítimas de acidentes graves


proporções, circunstâncias trágicas e ou calamidades públicas;

E envolvimento em acidente de trânsito com vítima fatal, seja na própria equipe ou em


atendimento a terceiros;

Manifestarem qualquer tipo de comportamento, associado com um quadro emocional


instável ou mudança nos padrões habituais de desempenho funcional; hipótese que também
admitirá a eventual procura espontânea ao profissional da área de saúde da Instituição mais
próximo de sua residência;

Envolvimento em intervenção policial com resultado morte, quando de folga;

Sofrerem agressão direta ou indireta, inclusive a seus familiares, relacionada à sua


condição de policial militar;

Participação direta em evento com resultado morte decorrente de intervenção policial,


quando de serviço.

Coordenação do Programa:

A coordenação geral cabe à Diretoria de Pessoal (DP), que o gerenciará no âmbito da


Polícia Militar, disseminando a doutrina do Comando-Geral para toda a Instituição,
padronizando e realinhando os procedimentos firmados;

A coordenação executiva compete ao Centro de Apoio Social (CAS), que deverá adotar
providências para a organização, gestão e auditoria das ações voltadas ao atendimento dos
policiais militares, bem como o controle de pessoal dos PM atendidos pelo Programa;

A coordenação regional compete ao Comando de Policiamento Metropolitano (CPM) e


aos Comandos de Policiamento do Interior (CPI), que em consonância aos procedimentos
determinados pela coordenação executiva atenderão, por meio dos seus NAPS habilitados, todo
o efetivo sediado territorialmente em suas respectivas Regiões, obedecendo aos padrões
estabelecidos pelo Coordenador Geral;

61
O atendimento do efetivo será realizado por profissional da área de saúde mental
designado pelo CAS na seguinte conformidade:

No âmbito do CPC, e demais Órgãos sediados na sua circunscrição, será realizado pelo
próprio CAS ou em NAPS designado a critério daquele Centro;

No âmbito do CPM, CPI, e demais Órgãos sediados nas suas circunscrições, será realizado
pelos NAPS credenciados pelo CAS para os fins determinados nesta norma, observando-se,
sempre que possível, o local da residência do atendido.

Comissão de Estudo de Caso

A Comissão de Estudo de Caso, doravante identificada apenas por Comissão, terá a


seguinte composição:

No âmbito das OPM sediadas na circunscrição do CPC e do CPM:

Presidente: Cmt Pol Área;

Membros: um Ten Cel PM, um Maj PM, um Oficial de Justiça e Disciplina e um Oficial
PM da Agência Regional (AR) ou das Agências de Área (AA). Os Oficiais deverão pertencer à
sede do CPA/M, ou a uma das OPM subordinadas, e serão designados pelo Presidente.

No âmbito das OPM sediadas na circunscrição dos CPI, a Comissão será presidida pelo
Cmt Pol Int respectivo, sendo composta pelos membros equivalentes à descrição do subitem
anterior;

Nas atividades envolvendo efetivo do CPChq, a Comissão será presidida pelo Cmt Pol
Chq, sendo composta pelos membros equivalentes à descrição do subitem “6.3.1.1.2.”.

O Presidente da Comissão poderá autorizar a participação de outros membros, com base no


interesse institucional, na condição de observador;

As Comissões, conforme o local do evento, analisarão todos os casos em suas respectivas


regiões territoriais, inclusive integrantes dos Órgãos de Direção, Apoio, demais Órgãos de
Execução e Especiais de Execução, exceto quando envolver integrantes do CPChq, que tem
Comissão própria;

Nas intervenções policiais com resultado morte, a Comissão de Estudo de Caso, com base
no critério da territorialidade, deverá ser integrada, adicionalmente, pelos seguintes
representantes:

O Comandante de Batalhão (Cmt Btl);


62
O Oficial Superior de Sobreaviso, ou equivalente, que compareceu ao local da ocorrência;

O Oficial Supervisor Regional (Sup Reg), ou equivalente, que compareceu ao local da


ocorrência;

O Oficial do Plantão de Polícia Judiciária Militar (PPJM), ou correspondente, que atendeu


e registrou o evento;

O Comandante de Companhia Policial-Militar (Cmt Cia PM);

O Comandante de Força Patrulha (Cmt F Ptr), Comandante de Força Tática (Cmt FT),
Comando de Pelotão (Cmt Pel) ou equivalente;

O Comandante de Grupo de Patrulha (CGP), Comandante de Equipe de Força Tática,


Comandante de Grupo Policial-Militar Territorial (Cmt Gp PM Terr), ou equivalente;

Os Policiais Militares envolvidos na ocorrência.

Das Fases – o programa está estruturado em 5 (cinco) fases, a saber:

1ª fase - Avaliação Psicológica Inicial, realizada no CAS ou NAPS respectivo, pelo


profissional da área de saúde mental, com vistas à avaliação do quadro psicoemocional do
policial militar atendido;

2ª fase – análise acerca do grau comprometimento do PM no evento que ensejou a sua


submissão ao programa, por parte da Comissão de Estudo de Caso, que se reunirá somente para
os casos previstos no subitem “6.1.1.6.”, sendo que, esta fase, sempre ocorrerá antes do início da
3ª Fase;

3ª fase – matrícula e frequência do policial ao EEP - Desenvolvimento Psicoemocional,


sob responsabilidade do CAS/NAPS, nas indicações decorrentes da 1ª fase;

4ª fase - matrícula e frequência do policial ao EEP – Procedimentos de Menor Potencial


Ofensivo, desenvolvido pelo Centro de Capacitação Profissional- Escola de Educação Física
(CeCaP - EEF), somente para os casos previstos no subitem “6.1.1.6.” indicados pela Comissão;

5ª fase – reavaliação psicológica do PM no CAS/NAPS, destinada ao acompanhamento


do policial militar que obteve, na 1ª fase ou ao final da 3ª fase, algum nível de prescrição que
exija supervisão.

63
Dos Procedimentos:

1ª fase - Avaliação Psicológica Inicial – deverá ocorrer nas situações constantes dos
subitens “6.1.1.1.” a “6.1.1.6.”, de forma que, a partir da apresentação do PM pelo Cmt/Ch/Dir,
haja a emissão de parecer do profissional da área de saúde mental do CAS/NAPS e
prosseguimento nas demais fases, conforme o caso:

A apresentação do PM no CAS/NAPS para a 1ª fase (Avaliação Psicológica Inicial) deverá


ser feita em até 3 (três) dias úteis, posteriores ao fato, juntamente com o parecer do Cmt de Cia
ou equivalente (Anexo VI). A apresentação deverá ser feita sempre às 07h30, exceção feita aos
NAPS, cujo horário deverá ser adequado à agenda do respectivo Núcleo, observando-se,
obrigatoriamente, o prazo definido;

A Avaliação Psicológica Inicial (1ª fase) poderá ter uma das prescrições correspondentes
aos níveis de “I” a “IV” (subitem “6.5.8.”), o que resultará em:

Nos níveis I, II e III: indicação para frequência no EEP - Desenvolvimento Psicoemocional


(3ª fase);

No nível IV: reagendamento para reavaliação no CAS /NAPS no prazo de 3 (três) meses
(5ª fase);

Independente do nível de prescrição atribuído, quando a recomendação técnica assim o


indicar, a frequência na 3ª fase poderá ser substituída pelo atendimento clínico- psicológico
quando, após, realizar-se-á a 5ª fase;

A reapresentação à OPM de origem dar-se-á no início do expediente seguinte à data da


referida avaliação, excetuando-se as vésperas dos finais de semana e feriados, ocasiões em que
essa se dará na mesma data;

Nos casos em que o Policial Militar avaliado estiver respondendo a procedimento regular
de natureza exoneratória, o atendimento prosseguirá conforme o estabelecido no subitem
“6.5.1.2.3.”;

Enquanto aguarda o início das atividades do EEP-Desenvolvimento Psicoemocional (3ª


fase), o policial militar poderá ser empregado em atividade que esteja em consonância com o
nível de prescrição atribuída pelo profissional de saúde mental.

2ª fase – aplica-se somente aos casos previstos no subitem “6.1.1.6.”, no qual o evento será
submetido à Comissão de Estudo de Caso, que emitirá parecer inicial acerca dos procedimentos
operacionais adotados e deliberará pela participação, ou não, dos policiais na 4ª fase:
64
A dinâmica da reunião da Comissão deverá observar à seguinte sequência:

Identificar os policiais militares autores dos disparos e informá-los que serão submetidos à
entrevista individual;

As entrevistas serão conduzidas pelo Oficial designado pelo Presidente da Comissão, que
ouvirá primeiramente o(s) policial(ais) militar(es) que efetuou(aram) os disparos ou por aquele(s)
que os tenha testemunhado. Os demais policiais militares envolvidos no evento serão conduzidos
a local distinto, onde possam aguardar sua vez;

Em pé, diante da projeção da imagem do local dos fatos, o(s) policial(ais) militar(es)
será(ao) questionado(s), conforme roteiro previsto no Anexo “II”;

Encerrada a narrativa, o entrevistado permanecerá na sala, chamando-se o seguinte, e,


assim, sucessivamente, até que todos os participantes da ocorrência se pronunciem;

A Comissão fará um diagnóstico da situação para identificar a presença de eventuais não


conformidades, que tenham relação direta ou relevante com a ação, visando a mitigá-las,
sugerindo medidas de ordem procedimental, bem como saneadoras, inclusive a eventual
movimentação do(s) policial(ais) militar(es) envolvido(s), tudo amplamente fundamentado;

A cada três meses serão designados novos membros, dentre os relacionados no subitem
“6.3.1.1.2.”, para integrarem as Comissões de Estudo de Caso de suas respectivas circunscrições,
permanecendo como presidentes o Cmt Pol Int, Cmt Pol Área ou Cmt Pol Chq.

A Comissão terá o prazo de 5 (cinco) dias úteis, contados do fato, para fazer a reunião e,
ao seu final, elaborar relatório, nos moldes das I-25-PM - no qual deverão ser anexados o(s)
Relatório(s) Individual(ais) de Procedimento [RIP (anexo I)] – que deverá ser enviado ao Subcmt
PM, via CAS;

O CAS/NAPs informará o CeCaP – EEF sobre os pareceres contidos no relatório e no(s)


RIP formulado(s) pela Comissão, indicando quem são os policiais militares que deverão
eventualmente prosseguir na 4ª fase, além de adotarem outras medidas decorrentes das propostas
insertas nestes relatórios.

3ª fase: apresentação pelo Cmt/Ch/Dir do(s) PM que deva(m) frequentar o EEP -


Desenvolvimento Psicoemocional, conforme convocação do CAS/NAPS:

Durante a frequência no estágio, o(s) policial(ais) militar(es) ficará(ão) à disposição da


OPM responsável pelo desenvolvimento desta fase;
65
Ao final da 3ª fase, a OPM responsável pelo desenvolvimento do Estágio fará a
reapresentação do(s) policial(ais) militar(es) às suas Unidades de origem indicando o nível de
prescrição conforme disposto nesta norma;

Nos casos em que houver a indicação para frequência no EEP – Procedimento de Menor
Potencial Ofensivo, caberá a Unidade de origem, em contato com o CeCaP – EEF, providenciar a
apresentação do avaliado para a realização da 4ª fase.

4ª fase – realizada somente nos casos abrangidos pelo subitem .

A apresentação do PM no CeCaP – EEF, para a realização da 4ª fase (EEP - Procedimento


de Menor Potencial Ofensivo), deverá ocorrer na data e horário indicados por aquele Centro;

Concluídos os módulos desta fase, o PM será apresentado pelo CeCaP – EEF à sua
Unidade de origem, que deverá observar as prescrições indicadas pelo profissional de saúde
mental e, para os casos em que houver necessidade, providenciar à reapresentação no
CAS/NAPS para reavaliação.

5ª fase – consiste na reavaliação psicológica, aplicada pelo profissional de saúde mental


do CAS/NAPS, ao(s) policial(ais) militar(es):

Submetido(s) à Avaliação Psicológica Inicial (1ª fase) e que obtive(ram) como resultados a
prescrição nível IV;

Que concluiu(iram) o EEP - Desenvolvimento Psicoemocional (3ª fase) e obteve(ram)


como resultado uma das prescrições insertas nos níveis de “I” a “IV”;

Que mesmo tendo sido submetido(s) à reavaliação psicológica, não obteve(ram) o nível V
[liberado(s)] e que, portanto, deverá(ão) ser submetido(s) a nova avaliação, no prazo de 3 (três)
meses, até que obtenha(m) o nível “V”;

Caberá ao Cmt/Dir/Ch realizar as apresentações para a reavaliação psicológica no


CAS/NAPS, conforme agendado;

Realizada a reavaliação, o CAS/NAPS reapresentará o policial(ais) militar(es) à OPM de


origem, na mesma data, e encaminhará o resultado em 6 (seis) dias úteis.

O CAS/NAPS decidirá sobre as prescrições necessárias ao policial militar, dentro dos


seguintes níveis:

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PRESCRIÇÃO MODALIDADE PERMITIDA
NÍVEL V Liberado para todas as modalidades de atuação.
SUPERVISÃO Todas as modalidades de atuação, porém, com agendamento para reavaliação do
CAS/NAPS.
NÍVEL IV
Qualquer modalidade de atuação motorizada, excetuando-se os Programas: Força
SUPERVISÃO
Tática/atuação equivalente; Radiopatrulhamento com emprego de motocicleta (RPM);
NÍVEL III
ROCAM; patrulhamento de ROTA ou atividade operacional de Bombeiros, com
agendamento para reavaliação do CAS/NAPS.

SUPERVISÃO Somente modalidade de atuação não motorizada. Podendo ser: BCS, PPM, BCM e
a pé, com agendamento para reavaliação do CAS/NAPS.
NÍVEL II
SUPERVISÃO Apenas atividades administrativas, com agendamento para reavaliação do
CAS/NAPS.
NÍVEL I

As prescrições serão definidas com o intuito de preservar o profissional do exercício de


atividades que, por sua natureza, favoreçam elevada exposição ao risco;

Em havendo reincidência nos casos previstos no subitem “6.1.1.6.”, o Subcmt PM


analisará, caso a caso, e deliberará sobre a necessidade de nova submissão à 3ª e ou 4ª
fases.
Atribuições Particulares:
Compete à DP:

Coordenar o funcionamento geral deste Programa, por meio do respectivo Diretor


(Coordenador Geral);
Estabelecer, por meio do CAS, os procedimentos administrativos (PAP) pertinentes
ao funcionamento de todo o Programa;
Determinar e implementar as políticas e estratégias necessárias à absorção da
demanda institucional, seja através do CAS ou dos NAPS, de tal forma que os objetivos
do Programa sejam plenamente atingidos, causando o mínimo impacto às atividades
ordinárias;
Designar Comissões de Auditoria para a verificação das atividades desenvolvidas
pelos NAPS, em conformidade com a normatização vigente;
Ajustar parâmetros para o adequado funcionamento deste Programa, com o CAS e
NAPS habilitados;
Promover estudos periódicos para a melhoria contínua, incluindo-se eventuais
realinhamentos e adequações em quaisquer das fases deste Programa;
Promover reuniões periódicas com o Coordenador Executivo e respectivos
Coordenadores Regionais;
67
Estar apto a informar o Ch EM/PM sobre a evolução dos trabalhos e seus resultados.
Compete ao CComSoc:

Prestar esclarecimentos sobre o Programa junto à mídia;

Desenvolver programas de divulgação para o público interno.

Compete à CeCaP - EEF:

Designar professores para o desencadeamento das atividades, quando solicitado pela


Coordenação;

Propor alterações na estrutura da OPM para melhor atender à demanda deste Programa;

Propor inovações na dinâmica de capacitação física dos policiais militares;

Propor atualização dos procedimentos e normas que regulam o uso dos equipamentos de
menor potencial ofensivo.

Compete ao CAS:

Monitorar e supervisionar o funcionamento da 1ª, 3ª e 5ª fases, no âmbito de toda a


Instituição, atribuição essa de competência direta do Chefe do Centro, que também será o
Coordenador Executivo;
Realizar, periodicamente, e por determinação do Diretor de Pessoal (Coordenador Geral),
auditorias técnicas;

Promover ações de melhoria continua que garantam o atendimento eficiente e eficaz dos
policiais militares nos campos psicológico e social;

Adequar as instalações físicas, com apoio das Diretorias competentes;

Designar professores para o desenvolvimento da 3ª fase, quando o EEP funcionar na sede


do CAS;

Solicitar os recursos humanos e materiais necessários para o adequado desencadeamento


dos trabalhos e atendimento à demanda do Programa;

Manter todo o controle administrativo, inclusive arquivos e registros estatísticos, do


Programa;

Elaborar e propor o contínuo aperfeiçoamento da grade curricular do EEP


Desenvolvimento Psicoemocional, bem como das rotinas decorrentes à sua execução;

Ajustar as atividades complementares com as OPM afins e Instituições colaboradoras;

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Manter estreita ligação com os Coordenadores Regionais, para o perfeito desenvolvimento
das atividades do Programa, buscando a otimização dos padrões de qualidade na prestação de
serviços em todo o Estado;

Organizar, gerir e auditar as ações voltadas ao atendimento dos policiais militares no


âmbito da saúde mental;

Encaminhar ao Subcmt PM, até o 5º dia útil de cada mês, uma relação quantitativa, por
fase e por nível de prescrição.

Compete à Corregedoria PM (Correg PM) disponibilizar, diariamente, ao CAS, relação


dos policiais militares envolvidos nas ocorrências policiais que se enquadrem nas condições
expressas no subitem .

Compete ao Centro de Inteligência da Polícia Militar (CIPM) prover o


encaminhamento e ou disponibilizar, diariamente, o Informativo de Ocorrências, envolvendo o
público interno, ao CAS e aos NAPS habilitados.

Compete aos Cmt/Ch/Dir:

Apresentar no CAS/NAPS o(s) policial(ais) militar(es) que se envolver(em) nos eventos


previstos no subitem , independentemente de eventual convocação, conforme subitem ,
respeitando-se o horário regulamentar de descanso previsto na Portaria nº PM1 003/02/13, e suas
alterações;

A correta abordagem e divulgação do Programa, principalmente junto ao público interno,


de modo a deixar patente que a preocupação da Instituição reside no fortalecimento da saúde
psicoemocional de seus integrantes, para preservá-los de eventuais danos a si próprios, aos seus
familiares e à sociedade, para quem são voltadas as ações de preservação da ordem pública.

Prescrições Diversas:

Comissão Superior de Auditoria (CSA):

É presidida pelo Subcmt PM e composta pelos seguintes membros: Coordenador


Operacional (Coord Op PM); Corregedor PM (Correg PM); Diretor de Pessoal (Dir Pes); Cmt
Pol Metropol; Cmt Pol Cap; Cmt Pol Chq e Ch do CAS (Secretário), incumbindo- lhe a
avaliação da sistemática do Programa, bem como a adoção de medidas necessárias ao seu
aperfeiçoamento;

69
Fica autorizado o estabelecimento de parcerias - em consonância com o Decreto nº 46.039,
de 23AGO01 e o RI-25-PM -, especialmente com estabelecimentos de ensino superior, no
sentido de suprir a carência interna de profissionais para execução do programa;

Fica liberado o Canal Técnico entre os Órgãos envolvidos no Programa;

Os casos não tratados nesta NI serão submetidos à apreciação do Diretor de Pessoal,


Coordenador Geral do Programa, para a conveniente deliberação;

Esta norma deve ser amplamente divulgada em todos os escalões e os Cmt/Ch/Dir, em


todos os níveis, devem se empenhar para que sejam cumpridas fielmente;

As Unidades que receberem esta NI, conforme lista de distribuição, deverão redistribuí-la
às suas OPM subordinadas;

Eventuais sugestões ou críticas deverão ser submetidas, inicialmente, à avaliação da


Coordenação Geral (DP) e, após minuciosa análise e instrução, remetidas ao Ch EM/PM;

Os efeitos desta NI entram em vigor a partir de sua publicação na Intranet PM, revogando-
se as normas e disposições em contrário, em especial a Nota de Instrução nº PM3-005/03/13, de
11NOV13.

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