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Psicologia
JANEIRO-2022
essdmaterialdidatico@policiamilitar.sp.gov.br
2º CICLO DE ENSINO
Sumário
Aula 1 e 2 - O que é Psicologia (senso comum/ciência) e a importância dessa ciência para a atividade
Policial Militar. Psicologia na PM (CAPS/NAPS). ...................................................................................... 2
Aula 5 e 6 - Percepção humana e sua relação com o conhecimento do objeto. Relações interpessoais e
formação de valores no individuo. .............................................................................................................. 15
Aula 13 e 14 – Violência humana e suas modalidades (na família, na escola, nas ruas, nas drogas e na
criminalidade). ............................................................................................................................................ 50
Aula 1 e 2 - O que é Psicologia (senso comum/ciência) e a importância dessa ciência para a atividade
Policial Militar. Psicologia na PM (CAPS/NAPS).
Introdução
O conjunto de disciplinas do Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar do Estado de São
Paulo abrange uma gama de conteúdos que devem contribuir para a formação do indivíduo em termos
pessoais e profissionais.
As funções desempenhadas pelo Soldado PM estão diretamente ligadas à análise dos indivíduos
enquanto seres sociais, sujeitos de direitos e obrigações, sendo que, quanto melhor for o estudo do
comportamento associado ao equilíbrio emocional satisfatório, maior eficácia terá no desenvolvimento
das mais diferentes atividades operacionais realizadas pela Corporação.
O que é Psicologia?
Que é a Psicologia?
A Psicologia é uma ciência que se originou da Filosofia. O termo “Filosofia” tem o significado de
“amigo da sabedoria”.
O termo Psicologia vem do grego e tem como significado ''o estudo da alma ou da mente'', porém, com
o crescimento e desenvolvimento da matéria o termo passou a ser utilizado como estudo do
comportamento humano, em suas mais variadas nuances.
Inúmeras são as definições do que é Psicologia, de acordo com a corrente teórica que se ocupa do
estudo do comportamento humano. Para fins de nossos estudos, adotaremos o conceito de que, a
Psicologia é a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais, e tem por objeto de estudo
o comportamento, os processos internos e os fenômenos psicológicos.
Ciência é um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade obtidos por meio de
metodologia científica. Em outras palavras, Ciência é um conceito abstrato, o que se conhece,
concretamente, são os cientistas e os resultados dos seus trabalhos.
Quando buscamos definir, descrever e prever comportamentos estamos fazendo ciência. O cientista do
comportamento (a Psicologia) não deve se contentar com conceitos generalizados e rotulados
(complexado, louco, “nasceu assim”) sem compromisso e apenas baseados em “achismos” e
observações superficiais. Ele quer observações sistematizadas, conhecimento metodológico,
experimentado, testado, comprovado.
Quando fazemos ciência, baseamo-nos na realidade cotidiana e pensamos sobre ela. Quando bem
utilizada, a ciência permite que o saber seja transmitido, verificado, corrigido, utilizado e constante
aprimorado.
Psicologia é ciência porque ela considera seu objeto de estudo (o Homem e seus comportamentos) em
sua totalidade, como ser biopsicossocial, acreditando que o desenvolvimento psicológico humano
consiste na formação gradativa das sínteses mentais.
Enquanto o senso-comum explica determinado comportamento humano como “pau que nasce torto não
se endireita”, ou “filho de peixe, peixinho é”, tudo com base na cultura, tradição e julgamentos
pessoais, a ciência olha atentamente para todas as estruturas que consiste o ser humano, e para o
conhecimento científico que já foi adquirido sobre determinado assunto, para confirma-lo, corrigi-lo
e/ou aprimorá-lo.
A Psicologia nas Unidades Policiais Militares
Em 2002 foi publicado em anexo ao Boletim Geral Nº 084/02, o Regimento Interno do Sistema de
Saúde Mental da Policia Militar - RI 25 PM- regulamentando o SISMEN, criado pela Lei 9628 de
06 de maio de 1997, em conformidade com o Decreto 40.039 de 23Ago2001, que tem por finalidade a
prevenção, o tratamento e o restabelecimento da saúde mental do policial militar. Este Sistema,
quando implantado totalmente será um grande avanço na manutenção da saúde mental das pessoas que
compõem a Instituição policial militar. Com a criação do SISMEN verificou a necessidade de expandir
o atendimento psicológico, sendo criado posterior os NÚCLEOS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
(NAPS) que veremos a seguir o seu funcionamento:
A Psicologia também está presente em diversas áreas da Policia Militar, são elas:
A Psicologia é praticada por psicólogos em trabalho conjunto com o setor de Psiquiatria, se utilizando
das instalações físicas do Centro Médico. É realizado o atendimento aos policiais em situação de
enfermo ou com a saúde mental debilitada. O psicólogo tem papel fundamental em diversas situações,
uma delas é quando profissional da saúde necessita dar a notícia de um diagnóstico grave a um
policial, por exemplo, ou de falecimento, sendo esse atendimento estendido aos familiares presentes no
hospital. É realizado um trabalho em conjunto com toda equipe do Centro Médico.
Apesar de pouco divulgada, a Psicologia Forense, ou Jurídica, está presente na Instituição, sendo que a
Unidade que mais utiliza esta área é o Presídio Militar Romão Gomes, na elaboração de laudos para
progressão de pena dos policiais militares que estão na condição de internos naquela OPM.
Também tem aumentado a solicitação para psicólogos atuarem como peritos na elaboração de laudos
em outros procedimentos jurídicos/administrativos, tais como PAD, CD, etc.
Considerando que não existe um quadro de psicólogos na Instituição, existem publicações em Boletim
Geral contendo relações de policiais militares com formação em Psicologia que podem atuar como
peritos.
É o órgão da Instituição responsável pela Seleção de Pessoal. Esta seleção pode ser interna ou externa.
Para desenvolver suas atividades os componentes desta Unidade, que atuam na área de Psicologia,
utilizam-se de instrumentos científicos aceitos pela comunidade da área da Psicologia. Dentre os
processos seletivos destacamos: Soldado PM 2ª Classe, Aluno oficial, Oficiais dos Quadros de Saúde
(Médico, Dentista, Farmacêutico e Veterinário), Capelão, Pilotos e tripulantes para o Grupamento
Aéreo, Analista de Sistemas etc. Também se desenvolve outras atividades típicas da área
organizacional, tais como:
Elaboração de perfis psicológicos para os cargos e funções acima.
Reavaliação de Sd PM 2ª Classe durante o Estágio Probatório.
Apoios aos alunos dos diversos cursos da PM, na elaboração de monografias e outros trabalhos que
envolvam temam relacionados à Psicologia.
A área clínica da psicologia é uma área de grande importância para a Polícia Militar, pois desenvolve
o atendimento clínico psicoterápico a todos os policiais militares ativos e inativos, sendo realizados
todos os tipos de atendimentos, entre eles: conflito familiar, conjugal, financeiro, profissional, uso
abusivo de álcool e outras drogas, entre diversas queixas que são apresentadas, e ainda desenvolve
vários programas destinados à saúde dos policiais militares, que serão listados abaixo:
Destinado a avaliar a estabilidade emocional a todos policiais militares da ativa, que de folga ou de
serviço, situações que impliquem em risco a sua integridade física e psíquica;
Promover a prevenção, atendimento, tratamento e reintegração profissional dos policiais militares que
apresentarem comportamentos suicidas.
Promover tratamento e ações preventivas frente ao abuso de álcool e uso de outras drogas, visando
reduzir o uso problemático assim como identificar, avaliar e minimizar tão precocemente quanto
possível, fatores que possam levar os policiais militares a prejuízos decorrentes do abuso e
dependência de álcool e outras drogas;
Programa destinado aos policiais militares (Oficiais e Praças), que esteja num período de até 12 meses
antecedentes à data de sua inatividade;
Proporcionar ao policial militar que se aproxima da inatividade, com o seu reingresso na vida civil,
uma reformulação de ideais e atitudes que possam auxiliá-lo à nova condição de vida, bem como,
oferecer recursos que lhe permita lidar com as crises específicas dessa fase, no âmbito da saúde
biopsicossocial;
Observação: O Policial Militar que desejar fazer uso dos serviços prestados pelo CAPS/NAPS,
não necessita de apresentação formal.
Basta procurar uma unidade que possui NAPS, na falta desse procurar o CAPS ou agendar via
telefone, para dar início ao acompanhamento psicoterápico, que atualmente também está sendo
feito de forma on-line.
A arte da comunicação está na assertividade, em ser proativo, de dizer o que deve ser dito na
hora que deve ser dita e com as palavras e gestos adequados à compreensão do interlocutor. A
linguagem há que ser clara e as palavras utilizadas serem compreendida por aquele a quem nos
dirigimos. Agir assim significa que, a priori, compreendemos, estamos atentos, ouvimos e observamos
às expectativas do receptor, a quem estamos enviando a mensagem.
Emissor - é aquele que pretende comunicar. Ele formula, codifica transmite a mensagem.
Receptor: é o destinatário da mensagem. É aquele que através de sua percepção, recebe e interpreta a
mensagem transmitida pelo emissor.
Canal: é o meio pelo qual a mensagem é transmitida. Está ligado aos sentidos (visão audição, tato,
etc.) através dos qual a mensagem atingirá seu destino.
Feedback: Informação que o emissor consegue obter e pela qual sabe se sua mensagem foi captada
pelo receptor.
Veja abaixo o fluxograma resumido do sistema da Comunicação e tente identificar a posição de cada
elemento que vimos acima:
TIPOS DE COMUNICAÇÃO
Comunicação Verbal: Ocorre através da fala, das palavras, das relações face a face.
Comunicação Não-Verbal
- Expressão facial
- Movimento dos olhos
- Trejeitos e movimentos de cabeça
- Postura e movimento do corpo
- Componentes não-verbais da voz
- Aparência pessoal.
A comunicação é à base do relacionamento humano, portanto, ela só se inicia quando o outro começa a
perceber e cada pessoa percebe o que quer perceber, ouve o que quer ouvir, sente o que quer sentir, em
função de seu ângulo de visão e pontos de vistas. Portanto, para que ocorra uma comunicação, é
necessário mais do que ouvir, é importante escutar o que o outro nos fala.
Assim, ouvir é a capacidade física de captar sons, enquanto que escutar pressupõe interpretação e
compreensão.
ESCUTAR :Tornar-se ou estar atento para ouvir. Aplicar o ouvido com atenção para perceber ou
ouvir.
Para conseguirmos a comunicação plena, é importante lembrar que ela decorre de uma percepção
seletiva, que é a tendência das pessoas para ouvir e registrar apenas aquilo que lhes interessa, ou para
aquilo que construiu como Modelos Mentais possíveis, deixando de lado o que considera irrelevante.
BARREIRAS DA COMUNICAÇÃO
O receptor tem uma capacidade, capacidade essa relativa ao seu grau cultural, aos seus
interesses e ao seu modo de ver o mundo.
Distração
Muitas informações são perdidas porque o orador pressupõe que o receptor já saiba o significado
do termo que lhe vai comunicar. Nesse caso, deve-se considerar a ignorância do receptor e não a
sua predisposição.
Apresentação confusa
Representação mental
Ouvinte não é uma estátua. Ao mesmo tempo em que ele recebe os dados, ele
vai formando uma imagem afetiva do que está sendo comunicado. Observe
quanto o carisma de um emissor consegue que sua mensagem seja recebida.
Uma voz melodiosa, como a dos radialistas, também chama a atenção do
ouvinte. Por outro lado, pense naquela pessoa que tem fama de faladora. Mal
começa a falar, o seu discurso parece que não tem mais fim.
Credibilidade
Como algumas pessoas contam com mais credibilidade que as outras, temos a
tendência de acreditar nessas pessoas e descontar as informações recebidas de
outros. A autoridade e o status têm um peso muito grande.
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Defensidade
Distância física
Tensão ambiental
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Tensão Interna (subjetiva) São fatores internos a pessoa como a insônia, saúde precária, efeitos
de drogas, medicamentos, privação sensorial, variações no estado de espírito.
Estímulo competidor
Tem o poder de desviar atenção do receptor o suficiente para que ele
deixe de acompanhar a comunicação. Quanto maior a similaridade
entre o estímulo competidor e o principal, maior o seu poder de
interferência;
O policial militar, como representante do Estado, deve possuir uma comunicação eficiente,
sob pena de sua mensagem não ser entendida ou acatada pelo cidadão, como no caso de uma
ordem de trânsito ou em uma ocorrência de desinteligência. Além do que, muitas vezes, a
comunicação vai envolver vidas, como em uma abordagem ou em uma ocorrência com reféns. A
boa comunicação também vai ser o fator decisivo em um cerco policial. Quando as barreiras
conseguem ser superadas, ou minimizadas, o resultado é a eficiência no trabalho, o
reconhecimento por conta da assertividade e menor desgaste visto que, o policial militar acaba
por empregar menos energia para conseguir alcançar seus objetivos operacionais, por intermédio
dessa comunicação.
Usar linguagem apropriada e direta: a percepção por parte de seu interlocutor será mais clara,
objetiva e compreensível. É a linguagem dele. Na comunicação entre dois médicos a linguagem
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médica é a mais simples. Um repertório amplo na maneira de se comunicar possibilita adaptar o
padrão de comunicação para a realidade e o público no qual se quer transmitir a mensagem.
Fornecer informações claras e completas: verifique o que o outro entendeu, faça perguntas
para certificar-se se a mensagem chegou como você gostaria que chegasse ou houve o
entendimento que quis passar. Feedback é fundamental e estabelece diálogo
Escuta ativa: não permitamos que os oradores falem para nós, participemos ativamente da
comunicação, crie o envolvimento através da ativação de sua memória afetiva ao escutar, assim,
transmitimos confiança e credibilidade.
Usar canais múltiplos: para estimular os vários sentidos do receptor, tais como a visão e a
audição, tenha bons diálogos e nunca transforme seus pontos de vistas em verdade ou dogma. A
comunicação verbal, quando combinada com a não verbal (gestual) potencializa a possibilidade
de se fazer entender.
Comunicação face a face: observe que os políticos, em época de eleição, falam da campanha
corpo a corpo.
Percepção
Percepção “é o processo pelo qual as pessoas tomam conhecimento de si, dos outros e do mundo
à sua volta”.
O processo perceptivo é uma ferramenta fundamental nos relacionamentos, uma vez que aguça a
interpretação de sinais interiores e exteriores e ainda provoca reflexões críticas gerando nas
pessoas a necessidade de reavaliarem suas próprias crenças como mecanismo de preservação da
qualidade de vida e da sua identidade humana.
Um caminho para explicar o processo da percepção, que em Psicologia pode ser usado, é o de
Modelo Mental. Inúmeras são as definições sobre Modelos Mentais, contudo, podemos sintetizar
seu conceito como uma maneira de fazer previsões ou explicar o funcionamento de um sistema,
onde cada pessoa simula, mentalmente, uma estrutura simbólica de componentes interligados.
Assim do mesmo modo que um objeto pode dar margem a múltiplas percepções,
também pode ocorrer de um objeto não gerar percepção nenhuma. Se o objeto percebido
não tem embasamento na realidade de uma pessoa, ela pode, literalmente, não percebe- lo.
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Teorias cognitivas da percepção assumem que há uma pobreza de estímulos. Isto significa
que as sensações, sozinhas, não são capazes de prover uma descrição única do mundo. As
sensações necessitam de enriquecimento, que é papel do modelo mental.
Intensidade:
Os fatores externos mais importantes da atenção são a intensidade, uma vez que a atenção
é despertada por estímulos que se apresentam com grande intensidade. Exemplo disto são as
sirenes das ambulâncias, elas possuem um som insistente e alto.
Contraste:
Há também o contraste, pois a atenção será mais despertada quanto mais contraste existir entre
os estímulos, tal como acontece com os sinais de trânsito pintados em cores vivas e contrastantes.
Movimento:
Outro fator é o movimento que constitui um elemento principal no despertar da atenção, por
exemplo, as crianças e os gatos reagem mais facilmente a brinquedos que se movem do que
estando parados.
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Incongruência:
Incongruência, ou seja, prestamos mais atenção às coisas absurdas e bizarras do que ao que é
normal. Exemplo disto é, na praia num dia verão, prestamos mais atenção a uma pessoa que
apanhe sol usando um cachecol do que a uma pessoa usando um traje de banho.
FATORES INTERNOS:
Motivação:
Prestamos mais atenção a tudo que nos motiva e nos dá prazer do que às coisas que não nos
interessam.
Experiência Passada:
A experiência anterior ou a força do hábito faz com que prestemos mais atenção ao que já
conhecemos e entendemos. O fenômeno social que explica a nossa natureza social faz com que
pessoas de contextos sociais diferentes não prestem igual atenção aos mesmos objetos. A
aprendizagem anterior pode fazer com que o sujeito antecipe o significado de futuras situações
de estímulos. Tais antecipações podem ser corretas ou incorretas.
FENÔMENOS PSICOLÓGICOS QUE INFLUEM NO PROCESSO PERCEPTIVO
Seletividade perceptiva:
Nossos órgãos sensoriais são simultaneamente atingidos por uma variedade de estímulos, não
obstante, só percebemos um subconjunto destes estímulos. A esta concentração numa proporção
apenas da estimulação sensorial denomina-se seletividade perceptiva. Exemplo: Ao
conversarmos com uma pessoa, nos concentramos apenas nos estímulos que partem dela, embora
nossos órgãos sensoriais estejam sendo atingidos por várias outras estimulações auditivas,
visuais, táteis, etc.
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Experiência prévia e consequente disposição para responder:
Condicionamento:
RELAÇÕES INTERPESSOAIS
As relações pessoais se dividem em dois tipos: a relação intrapessoal que é a relação que
o indivíduo tem com ele mesmo e a relação interpessoal, que é a relação que o indivíduo
estabelece com as outras pessoas.
Isto nos remete a uma questão crucial: para que uma pessoa se dê bem com o outro, ela
própria tem que estar bem. Todos já tivemos a experiência de termos o nosso dia estragado por
alguém que não estava bem e, nós também, já tivemos a experiência de estragar o dia de alguém
porque nós não estávamos bem, embora, nenhum de nós tenha esse direito.
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Divisão das relações pessoais
O jeito de cada um
Viver com os outros nem sempre é coisa fácil. Em qualquer ambiente profissional
existem colegas de trabalho para todos os gostos. Tem o que vive fingindo que trabalha, o chato
que ninguém suporta, o que só reclama, o que inventa um monte de desculpas, o que acha que
tudo vai dar errado, e assim por diante. Como não dá para ficar escolhendo com quem a gente
quer passar as horas do dia, cinco dias por semana, o jeito é aprender a conviver com todos eles.
Cada um reage a seu modo à pressão e tem diferentes expectativas na vida. Às vezes,
achamos penoso lidar com alguém que tem valores diferentes dos nossos. Ao compreendermos
melhor a nós mesmos e às outras pessoas, podemos aprender a não julgá-las pelas diferenças, a
não tentar mudá-las e, em vez disso, valorizar o que elas tem para apresentar.
Nada como conhecê-los para compreendê-los e ser mais tolerante quando, um dia ou
outro, se mostram diferentes do costume. Nunca devemos esquecer que a vida dos nossos
colegas, como a nossa também, não se limita só ao trabalho. Estamos influenciados na conduta
diária pelos parentes, pela esposa ou marido, pelas crianças, pela temperatura, pela nossa saúde,
pelos nossos problemas econômicos, etc. Muitas pessoas quando encontram um colega mal
humorado quase sempre pensam que foram à causa desse mau humor mas, na realidade, não
tiveram nenhuma relação com esse estado de espírito. E quantas inimizades se formam assim?
Conheça a si mesmo
Antes de culparmos os outros, numa situação conflitiva, é recomendável analisar-se com o cuidado
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necessário, a fim de verificar se a causa do atrito não provém do nosso próprio temperamento
ou da nossa formação. O mais difícil é justamente conhecer-se a si mesmo; para isto é
necessária muita sinceridade, pois temos a tendência a só procurar nossas qualidades e estarmos
convencidos de que os outros é que erram; quantas vezes vemos a palha no olho do vizinho,
mas não enxergamos o tijolo que está no nosso.
Controlar as suas reações agressivas, evitando ser indelicado ou mesmo irônico. A ironia é
o veneno dos relacionamentos, pois sempre coloca alguém em situação inferior ou ridícula;
Evitar tomar a responsabilidade atribuída a outro, a não ser a pedido deste ou em caso de
emergência. Todo o indivíduo é capaz de falar por si e de assumir suas decisões e é só assim que
ele
Procurar a causa de suas antipatias, a fim de vencê-las. Quando a antipatia toma o lugar do
grupo;
Procurar definir bem o sentido das palavras. No caso de discussões em grupo, para evitar
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mais para compreender e para serem compreendidas.
(Carl Rogers)
Nós, sem exceções, possuímos potenciais inatos, que nasceram conosco, para
evoluirmos sentido ao aperfeiçoamento, enquanto seres humanos. Cada pessoa é única e esse
processo de evolução é muito íntimo a cada um. Determinada corrente de estudos na Psicologia
assinala que, para esse processo de aperfeiçoamento ser pleno, ele necessita ser facilitado por
outras pessoas. Cada um de nós podemos, de certa maneira, ser o facilitador do processo de
aperfeiçoamento do próximo. Como consequência disto, segundo a teoria, quando nós
possibilitamos um tratamento mais humanizado aos que estão à nossa volta, um dos resultados é
a melhora substancial nas relações entre as pessoas, considerando os sentimentos de empatia,
aceitação e confiança que se estabelece.
Pessoas que se sentem mais respeitadas e importantes, costumam ser mais solidárias
e participativas dentro do grupo, além de desenvolverem um grau maior de maturidade e
responsabilidade.
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potencialidades, sem julgamentos. Essa atuação aproxima as pessoas e enfraquece as tensões e
resistências existentes entre elas.
Evite confrontos
Seja educado e formal
Evite gestos e atitudes agressivas
Tenha objetivos
LIDERANÇA:
Líder: pessoa a quem o grupo atribui a tarefa de indicar os objetivos e os caminhos. Ele
por sua vez influencia nas idéias e, através dela, move os atos das pessoas;
O grupo pode ter um ou vários. Eles podem alternar-se em função de sua maior ou menor
aptidão diante das necessidades atuais do grupo. O líder pode ser definido como qualquer pessoa
que graças à sua personalidade dirige um grupo social com a participação espontânea dos seus
membros;
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Diferença entre chefe e líder
CHEFE LÍDER
LÍDER LIDERAR
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Figuras que influenciam o grupo:
Assim a dinâmica dos grupos sofre influência direta e permanente de três figuras, cuja
importância, ao contrário da impressão inicial, é equivalente:
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Fluxograma do percurso da Liderança e seus resultados:
Estilos de liderança
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Liderança autocrática (autoritária):
Liderança democrática:
Liderança situacional:
A liderança situacional ocorre quando os líderes estudam a situação em que estão inseridos
com suas equipes. O líder situacional, após analisar a situação em que está inserido, e
vivenciando com sua equipe, escolherá o estilo de liderança necessário para colocar em
prática.
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS:
Conflito pode ser definido como: desentendimento entre duas ou mais pessoas sobre um
tema de interesse comum.
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As pessoas, comumente confundem conflito com discussões, brigas e violência, pois
muitas situações conflituosas têm seu fim como um ato violento.
Conflito e comunicação
Assim é que quando existe um conflito, seja ele latente ou manifesto, o fluxo natural do
diálogo é interrompido. Tal fato acarreta falhas de comunicação, que muitas vezes resultam em
interpretações equivocadas ou intenções atribuídas que levam a mais conflitos manifestos. Todo
e qualquer tipo de conflito envolve um elemento importante na vida das pessoas, o poder.
Todo e qualquer tipo de conflito envolve um elemento importante na vida das pessoas, o poder:
Poder da mudança.
Poder de fazer as coisas evoluírem sob sua própria ótica.
Poder de influenciar pessoas e o de ser influenciado por elas.
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Psicossomática e conflito
Funções do mediador
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Focaliza interesses comuns;
Atribui a decisão aos protagonistas; e
Assegura as condições do cumprimento da solução, quando alcançada.
Deveres do mediador
São seus deveres, que se constituem em valores pessoais, portanto irrenunciáveis e nunca
negociáveis.
compreender a realidade dos mediados, sem que nenhum paradigma, preconceito ou valores
pessoais venham a interferir em sua intervenção.
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autonomia da vontade das partes, nos termos por elas convencionados, desde que a ordem
pública não esteja sendo contrariada.
Ser capaz de cooperar para encontrar uma solução adequada para o impasse;
Concentrar a sua atenção no outro, com quem ocorre o conflito, e procurar ouvir atenciosamente
o que tem a dizer;
Entender que os conflitos são às vezes inevitáveis, porque as pessoas têm diferentes
percepções, opiniões, diferenças individuais que são naturais;
Manter o foco no problema e não nas pessoas. Isto é fundamental para administrar o
conflito;
Estresse:
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Em outras palavras, o Stress pode ser entendido como uma situação onde se ocorre um
rompimento do equilíbrio interno (homeostase), gerando um estado de tensão, exigindo uma
conduta adaptativa frente ao agente estressor.
Assim temos que todas as situações que gerem adaptação do ser humano, irá provocar uma
reação física e/ou psicológica denominada estresse.
Uma reação saudável de stress é chamada de Eustress. Ela é definida por uma reação
de alarme normal que após a fase de excitação retorna a sua homeostase. O Eustress é uma
situação de stress que proporciona uma sensação agradável embora seja decorrente de um estado
de excitação, por exemplo, um beijo apaixonado, a vitória do time, uma promoção profissional,
ganhar na loteria, passar no vestibular, tirar nota máxima na prova, ter uma relação sexual
satisfatória.
Para entendermos melhor o stress vamos ver os tipos de reações e suas fases.
Fase do alerta:
Primeira fase: considerada a fase positiva do stress, o ser humano se energiza através da
produção da adrenalina; a sobrevivência é preservada e uma sensação de plenitude é
frequentemente alcançada.
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Fase de Resistência:
Nesta fase, o processo de adoecimento se inicia e os órgãos que possuírem uma maior
vulnerabilidade genética ou adquirida passam a mostrar sinais de deterioração.
Em não havendo alivio para o stress através da remoção dos estressores ou através do uso
de estratégias de enfrentamento, o stress atinge a sua fase final, a “fase da exaustão”.
Fase de Exaustão:
Fase em que doenças graves podem ocorrer nos órgãos mais vulneráveis, como enfarte,
úlceras e psoríase, dentre outros. A depressão passa a fazer parte do quadro de sintomas do stress
na “fase de quase-exaustão” e se prolonga na “fase de exaustão” Fonte:
http://www.estresse.com.br/publicacoes/o-modelo-quadrifasico-do-stress/
Fase de Alarme:
Sintomas físicos: taquicardia, ansiedade, tensão muscular, aumento da sudorese, diarréia
passageira, tensão estomacal, mãos e pés frios, boca seca.
Sintomas físicos:
Sintomas psicológicos:
Pratique exercícios físicos, de preferência não competitivos, 3 vezes por semana, o mais
comum é a caminhada.
Assuma responsabilidade pela sua vida e pelos seus atos. Delegue funções e tarefas que lhe
sobrecarregam.
Seja assertivo. Nunca diga sim quando a vontade for dizer não. Reavalie seus objetivos de
vida.
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Estresse na Polícia Militar
Burnout é uma síndrome caracterizada por sintomas e sinais de exaustão física, psíquica
e emocional, em decorrência da má adaptação do indivíduo a um trabalho prolongado, altamente
estressante e com grande carga tensional. Acompanha-se também de um sentimento de
frustração em relação a si e ao trabalho. Sendo assim, a falta de habilidade de um indivíduo em
lidar com o stress em situações interpessoais profissionalmente, pode levá-lo a um Burnout.
http://www.scielosp.org/pdf/rpsp/v21n4/04.pdf?origin=publication_detail
Estressores Internos
Está ligado a como cada indivíduo vê e entende o mundo em que está inserido. Assim uma
mesma escala de serviço pode causar um grande estresse a um PM e ao outro ser recebido como
algo normal da atividade policial militar.
Estressores Externos
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Para controlar os efeitos do estresse podemos:
Emotividade:
O que é a emotividade? Qual o seu valor na vida humana? Quais os seus mecanismos de
defesa? A emotividade representa o terreno de recepção das impressões provenientes do mundo
exterior e do mundo interior e, poderíamos dizer, sua caixa de ressonância. Certo grau de
emotividade, ou seja, de resposta emotiva aos estímulos existe em todos os indivíduos, mas varia
muito de caso para caso. Há pessoas pouco ou nada emotivas, e outras que são em grau extremo.
A estas últimas chamaríamos de “hiperemotivas‟; todavia, na linguagem corrente o termo „tipo
emotivo‟ implica a idéia de um “plus‟, de um excesso dessa qualidade.
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Pessoa „emotiva‟ tornou-se sinônimo de pessoa instável e desequilibrada. Ao aceitar essa regra,
o indivíduo enfraquece-se sobremaneira e seu pensamento empobrece.
É o tipo “frio‟ é de humor mais constante, coerente, senhor de si, calmo, prudente,
mas pouco expansivo, às vezes até retraído; não raramente experimenta o sentimento de solidão
e de vazio.
Tem por objetivo a percepção de um perigo iminente, diante do qual nos sentimos
indefesos;
Essa sensação pode oscilar de um estado de expectativa, com leve tensão a um estado de
verdadeiro pânico ou terror.
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O ansioso mostra um característico “automatismo‟ ou seja, não sabe por que é assim. Por
exemplo: “Tenho tudo para ser feliz, não tenho preocupações, e, no entanto estou sempre com
medo, sem motivo. É como se esse medo me corroesse”.
Enquanto o emotivo está como que “bloqueado” pelo medo, o ansioso atinge o seu auge de
sofrimento na espera; para ele, o perigo tem efeito libertador.
Ora, esse perigo, segundo Freud, pode ter dupla origem. Pode derivar de exigências
instintivas, sentidas como muito fortes e ameaçadoras, ou pode derivar de exigências do tipo
moralista, quando teme algum tipo de punição.
IMPULSIVIDADE
Estímulo que possui força para levar o indivíduo a fazer determinada ação. Qualquer
estímulo pode vir a ser um impulso, desde que tenha uma intensidade que provoque a ação. O
impulso leva o indivíduo a ter determinado comportamento ou a reagir de determinada maneira,
até que o estimulo venha a ser reduzido ou eliminado, graças à ação provocada. Para Freud, a
única fonte de toda energia psicológica (libido) é o id, energia essa que se apresenta como
instinto a impulsionar o organismo.
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secundários (ou adquiridos). Os primários estão ligados ao processo fisiológico, e sua redução ou
eliminação é necessária para a sobrevivência. Consideram-se impulsos básicos a fome, a sede, a
respiração, o sexo (para alguns psicólogos, porém, não inclui o sexo como impulso básico para a
sobrevivência).
Agressividade
É um instinto fundamental nos animais, mais acentuado nos machos do que as fêmeas, que
assegura a sobrevivência na luta pela vida;
É a força propulsora que leva o indivíduo a uma atitude de afirmação e domínio pessoal
perante qualquer situação.
Comportamento agressivo intencional e representa uma violação à norma que rege uma
situação na qual é produzido;
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interpretação errônea dos estímulos, julgando-os indiscriminadamente como ameaçadores. O
policial militar deve ter tenacidade e avaliar o modo mais apropriado de vencer as dificuldades.
A violência do homem não é um fenômeno individual, mas sim social, e como tal, origina-
se do sistema e não do indivíduo.
Determinantes da agressão:
Evidências sugerem que o abuso físico ou provocação verbal por outras pessoas
frequentemente servem como poderosos aliciadores de ações agressivas. Uma vez que a agressão
comece, frequentemente mostra um padrão de inquietante escalada; como resultado disso
mesmo leves insultos verbais ou olhares indiretos podem iniciar um processo no qual são
trocadas provocações cada vez mais intensas.
42
Exposição a modelos agressivos:
Efeitos da superpopulação:
Determinantes situacionais:
Dor:
A dor física pode servir para dar vazão ao impulso agressivo, como motivo para ferir ou
magoar outras pessoas. Tal impulso, por sua vez, pode encontrar expressão em qualquer alvo
disponível, incluindo aqueles sem qualquer conexão ou responsabilidade pelo desconforto do
agressor. Esta hipótese pode explicar porque as pessoas expostas à agressão podem agir
agressivamente, com relação a outros.
43
Drogas e outras substâncias:
Drogas e agressividade
Muito se tem discutido sobre a questão das drogas e violência, como tendo uma relação
real. Autores afirmam que é preciso distinguir três tipos de efeitos:
Efeitos comportamentais que podem variar em função das diferentes experiências de vida;
Por exemplo, a maconha produz efeitos agradáveis e eufóricos, sendo relacionado com a
agressão, além de produzir poucos efeitos fisiológicos nocivos, assim como o LSD, que produz
geralmente fraqueza, e às vezes medo.
As anfetaminas e o álcool são drogas muito mais perigosas como aliciadores da agressão,
pois seu efeito inicial pode desinibir a violência.
É possível, também que grande parte do comportamento agressivo esteja relacionado mais
com a obtenção da droga, do que com seu efeito propriamente dito. Os viciados, principalmente
com dependência física além da psíquica, de nível sócio- econômico mais baixo, podem
envolver-se no crime em função da obtenção de recursos para a compra da droga.
44
Prevenção e controle da agressividade:
através do questionamento cauteloso e uma alta suspeita por parte do médico, psicólogo e
até mesmo do policial. As intervenções preventivas incluem encaminhamento psiquiátrico,
notificação às autoridades legais ou outras autoridades apropriadas (obrigatória, em casos como
abuso infantil e ameaças especificas de ferir outras pessoas) e aconselhamento por pessoas
apropriadamente treinadas.
Punição:
A punição é, às vezes, uma forma eficaz de deter uma agressão declarada. As descobertas
de pesquisas sugerem que a frequência ou intensidade de tal comportamento poder ser
frequentemente muito reduzida, até por formas suaves de punição, como a desaprovação social,
mas parecem existir fortes razões para que se duvide que a punição produza sempre, ou mesmo
geralmente, tais efeitos. Os receptores da punição frequentemente a interpretam
como um ataque dirigido contra si. Neste caso, estes indivíduos podem responder ainda mais
agressivamente. As punições fortes tendem mais a provocar desejos de vingança e retribuição do
que a instilar limites permanentes contra a violência do individuo.
45
As pessoas que administram a punição podem servir de modelos agressivos para aqueles
que a recebem, e, como foi observado anteriormente, a exposição a tais modelos pode gerar atos
de violência. Existem algumas indicações de que a punição, em razão das condições sob as quais
geralmente é administrada (muito tempo depois de a agressão ter sido cometida), somente reduz
temporariamente a intensidade ou frequência do comportamento agressivo. Interrompida a
punição, os atos agressivos reaparecem rapidamente. Por estas razões, parece razoável que a
punição direta frequentemente não funciona ou, na verdade, incrementa, em vez de inibir, as
ações perigosas que se destina a evitar.
Uma das principais razões pelas quais muitas pessoas envolvem-se em repetidos encontros
agressivos é que lhes faltam habilidades sociais básicas. Elas não sabem se comunicar
efetivamente, de modo que adotam um estilo abrasivo de auto expressão. Sua inépcia na
realização de tarefas básicas como fazer pedidos, realizar negociações e apresentar queixas
frequentemente irrita os amigos, conhecidos e estranhos. Estas severas deficiências sociais
parecem assegurar-lhes repetidas frustrações e, frequentemente, a ira daqueles com quem tem
contato direto. Umas das técnicas para reduzir a frequência destes comportamentos podem
envolver o ensino das habilidades sociais que fazem falta a estas pessoas.
A quase totalidade de pesquisas de opinião pública demonstra que o grande problema que
afeta a maioria dos indivíduos é a segurança, portanto, o atual aumento da criminalidade.
46
Como resolver esse problema?
Motivação: provém do conceito de motivo que é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a
agir de determinada maneira ou, pelo menos, dá origem a uma propensão a ação.
Esse impulso ao comportamento pode ser provocado por um estímulo externo, provindo do
ambiente, ou por conta dos processos de raciocínio o indivíduo ou por conta de comportamentos
relacionados com o cumprimento de objetivos.
47
Baseado no fato de que o ser humano expande suas necessidades no decorrer de sua vida,
Maslow formulou seu conceito de Hierarquia das Necessidades. Em suma, postula que à medida
que o homem satisfaz suas necessidades básicas outras mais elevadas tornam-se predominantes.
Pode-se ter uma visão mais clara dessa teoria a partir do seguinte gráfico. Maslow classifica as
cinco categorias de necessidades humanas em dois grandes grupos:
Necessidades Primárias:
Necessidades secundárias:
Necessidades mais elevadas têm ativação dominante. É possível, por exemplo, à uma
pessoa continuar buscando a realização plena de seus talentos individuais por muitos anos,
mesmo que nunca venha a completar o ciclo motivacional.
48
A privação de necessidade inferior, por muito tempo, torna-a imperativa, anulando o efeito
motivacional das necessidades superiores, até que se obtenha a sua resolução.
Necessidade satisfeita não é mais motivadora de comportamento. Por outro lado, tal
satisfação libera o indivíduo para buscar outras ordens de necessidades.
Apesar das de todas as variáveis que interferem no estabelecimento das necessidades para
cada indivíduo (pessoais, sociais e temporais) e a consequente motivação para agir, é possível
estabelecer certas premissas:
49
A satisfação de algumas necessidades é temporal, ou seja, a motivação humana é cíclica: o
comportamento é quase um processo contínuo de resolução de problemas e de satisfação de
necessidades.
Aula 13 e 14 – Violência humana e suas modalidades (na família, na escola, nas ruas,
nas drogas e na criminalidade).
Violência humana
A violência, no mundo de hoje, parece tão entranhada em nosso dia a dia que
pensar em agir em função dela deixou de ser um ato circunstancial, para se transformar numa
forma de modo de viver o mundo do homem.
Especialmente do homem que vive nas grandes cidades – esse aglomerado de humanos que
tornam o caldo de cultura de todos os tipos de violência.
50
Quando falamos de violência a primeira que vem a cabeça é a agressão física que atinge o
homem quanto naquilo que possui, seu corpo, seus bens, quanto naquilo que mais ama, seus
amigos e sua família.
A violência, qualquer que seja sua intensidade, está presente em todas as classes sociais e
na paisagem que nos rodeia a arquitetura hoje esta mais preocupada em projetar um ambiente
mais seguro e não mais bonito como vemos nas construções antigas.
Não havendo uma solução para violência da vida cotidiana, o remédio é integrá-la como
um componente normal das relações entre os homens.
No Brasil colonial, para que o índio pudesse ser considerado um ser humano houve a
necessidade de uma bula papal, declarando ser ele possuidor de uma alma. E que os negros até
1888 foram considerados como coisas que podiam ser compradas, vendidas, trocadas,
permutadas, gastas de acordo com a vontade soberana do seu senhor.
Modalidades de Violência:
Violência na família
Três entre dez crianças de zero a doze anos sofrem, diariamente, algum tipo de
violência, violência essa que muitas vezes não é identificada nem por quem está próximo,
tampouco pelos profissionais como médicos, professores e etc. Essas crianças são afetadas pelo
poder da submissão do mais fraco pelo mais forte e se vêem numa situação de renuncia ao
próprio desejo, pois são, em muitos casos, obrigadas a sofrerem caladas. Essa situação causa
diversos danos ao desenvolvimento físico como emocional da criança o que pode gerar
indivíduos com graves dificuldades de vinculação. Além disso, como consequência surgem
sequelas imediatas e tardias, traduzidas em sintomas como dificuldades escolares, de
relacionamento social, distúrbios psicossomáticos, até invalidez ou a morte por homicídio ou
suicídio.
Aqueles que são responsáveis por educar e assistir a criança justificam seus atos de
violência como forma de “bem educar”.
Nos casos de abusos sexuais as estatísticas mostram que as meninas são as maiores vitimas
pois os meninos por se desenvolverem fisicamente mais rápido tem maiores condições de se
defenderem.
As estatísticas mostram que tanto meninas quanto meninos são vitimizados física e
sexualmente desde a mais tenra idade. Aumento dos abusos sexuais nas meninas no início da
adolescência; Os índices são elevados nas faixas etárias entre cinco e sete e entre dez e treze
anos.
Após esse período inicial da adolescência, a menina continua com alto índice de abusos
sexuais, decrescendo com relação aos meninos até a idade de dezoito anos. Na verdade, a partir
dos catorze anos os meninos em geral já apresentaram desenvolvimento físico muito próximo ao
do adulto, podendo defender-se e/ou reproduzir as agressividades recebidas.
Vivem um drama que afeta o seu desenvolvimento tanto físico como emocional, o que
pode gerar indivíduos com graves dificuldades de vinculação.
Alem disso, como consequência surgem sequelas imediatas e tardias, físicas e emocionais,
traduzidas em sintomas como dificuldades escolares, de relacionamento social, distúrbios
psicossomáticos, até a invalidez ou a morte por homicídio ou suicídio.
Violência física:
As condutas da violência físicas podem ser em forma de atitudes que aterrorizam a criança,
podem ser em forma de privação social, quando se impede que a criança estabeleça relações
sociais ou ate mesmo levar a criança a atitudes de delinquência, produção pornográfica ou
exploração (por exemplo: mendicância).
53
-Negligencia/abandono/psicológico/emocional definem-se tanto pela ausência de uma
atenção positiva, de uma disponibilidade emocional, de interesse dos pais/responsáveis pela
criança/adolescente, como por:
Violência sexual:
54
O tema violência sexual contra crianças e adolescentes é considerado pela literatura um
fenômeno sempre presente na sociedade, embora de forma bastante velada. Inclui ocorrências
intra e extra familiares, com atos classificáveis em três grupos:
Envolvendo contato físico: atos físico-genitais que incluem „passar a mão‟, coito (ou
tentativa de), manipulação de genitais, contato oral-genital e uso sexual do anus; pornografia,
prostituição infantil (ou seja, exploração sexual da criança para fins econômicos) e incesto
(enquanto atividade sexual entre uma criança e seus parentes mais próximos, tanto de sangue
quanto de afinidade).
55
Efeitos psicológicos mais habituais:
Medo;
Hostilidade diante do sexo do agressor;
Culpa;
Depressão;
Baixa autoestima;
Conduta sexual anormal – masturbação compulsiva, exibicionismo;
Angústia, agressões, condutas antissociais;
Sentimento de estigmatização;
Dificuldades escolares;
Discussões familiares frequentes;
Fuga;
Delinquência, prostituição.
Violência na escola:
56
A violência na escola é ação ou omissão prejudicial que é exercida entre os membros de
uma comunidade educativa (seja entre alunos, pais, professores ou pessoal não docente) e que
pode ocorrer quer nas instalações escolares, quer noutros espaços diretamente relacionados com
a escola.
A novidade do fenômeno implica uma nostalgia de uma paz escolar anterior e nos faz
desejar o retorno à ordem, apelo a uma repressão mais forte. Por que não?
É importante ressaltar que não se trata de negar os fatos, de condenar o atual sentimento de
insegurança, de levar as vítimas à categoria de delirantes, que a priori de negar a eficácia da
repressão. É preciso, sim, partir de uma definição do que é a violência. Para uma reflexão e
interpretação mais estruturada do que se percebe, seria interessante responder às seguintes
questões:
A violência na escola é tão nova como porventura acreditamos? Assinala uma decadência
global de nosso sistema educativo?
A violência na escola existia quanto ela era mais fechada, mais autoritária, mais segura de
si e de seus valores e mais repressiva?
Geralmente é ponto pacífico a brutalidade importante que reinava dantes na escola. Por trás
de tais posturas estava, segundo os historiadores, a idéia arraigada no pensamento ocidental de
que a infância era uma fase de selvageria, de irracionalidade, de impulsividade da qual a
57
educação era, de irracionalidade, de impulsividade da qual a educação era, a princípio, a
possibilidade de correção.
1. REFERÊNCIAS
1.1. Lei Estadual nº 9.628, de 06MAI97, que institui o Sistema de Saúde Mental da Polícia
Militar (SisMen);
1.2. Decreto Estadual nº 46.039, de 23AGO01, que cria e regulamenta o Sistema de Saúde
Mental da Polícia Militar do Estado de São Paulo;
1.3. Regimento Interno do Sistema de Saúde Mental da PMESP (RI-25-PM), publicado anexo ao
Bol G PM nº 084, de 03MAI02;
1.4. Bol G PM nº 070, de 15ABR10 (item 49), que cria os Núcleos de Atenção Psicossocial
(NAPS);
1.5. Lei federal nº 12.257, de 18NOV11, que regula o acesso a informações previsto no inciso
XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal,
altera a Lei nº 8.112, de 11DEZ90, revoga a Lei nº 11.111, de 05MAI05, e dispositivos da Lei nº
8.159, de 08JAN91, e dá outras providências;
1.6. Decreto estadual n° 58.052, de 16MAI12, que regulamenta a Lei federal nº 12.527, de
18NOV11, que regula o acesso a informações, e dá providências correlatas.
2. FINALIDADE
58
correspondente equilíbrio, propiciando o adequado retorno do policial militar às suas atividades
profissionais.
3. SITUAÇÃO
3.1. o exercício das atribuições constitucionais, por meio das ações de Polícia Ostensiva e de
Preservação da Ordem Pública, bem como as intervenções típicas de Bombeiros, em face
www.policiamilitar.sp.gov.br 3empm@policiamilitar.sp.gov.br fl. 2 da própria natureza dos
atendimentos prestados à sociedade, envolvem situações (eventos críticos) que implicam risco à
integridade física e psíquica dos profissionais interventores, independentemente de suas
condições de envolvimento;
3.2. achados científicos concluem que a vivência de eventos críticos (estressores) ou mesmo a
exposição prolongada a situações de risco iminente podem impactar a saúde emocional,
influenciando com isso a manifestação de comportamentos desadaptativos;
3.3. no mesmo sentido, sabe-se que as reações de estresse podem também decorrer da exposição
involuntária a um evento crítico – dito potencialmente traumático –, uma vez que as respostas
emergenciais envolvem aspectos que superam a capacidade de elaboração (o psiquismo do
agente), acarretando consequências físicas, emocionais ou ambas, podendo, assim, favorecer a
configuração do chamado Transtorno de Estresse PósTraumático;
3.4. do ponto de vista psicológico, a palavra “trauma” (lesão causada por agente externo), é
entendida, por analogia, como a transgressão às defesas psíquicas naturais e resulta da exposição
aos chamados eventos potencialmente traumáticos;
3.5. não obstante, entende-se por “evento potencialmente traumático” todo acontecimento que, a
despeito de sua natureza, venha a provocar ou mesmo representar perigo face à sua
personalíssima interpretação;
3.6. os “eventos críticos” são aqueles relativos ao gerenciamento de uma crise e que, aliados a
fatores como compressão de tempo para articulação e tomada de decisão e imprevisibilidade,
podem desencadear consequências graves e indesejáveis;
3.7. as “circunstâncias trágicas”, por sua vez, são situações vinculadas a um acontecimento não
esperado e com resultado negativo. Estes aspectos caracterizam ocorrências graves e causam ao
agente interventor (policial militar) estresse com diretas decorrências orgânicas e emocionais,
que podem interferir casualmente no resultado das ocorrências;
59
3.8. o profissional de polícia militar, ao realizar suas intervenções, constantemente defronta-se
com o resultado morte, que se traduz em vivências de extremo impacto no campo
psicoemocional;
3.9. diante de tais circunstâncias e por conceber que o eventual resultado morte em decorrência
da atividade laboral, muito embora possível, não é desejado ou mesmo buscado pelos
profissionais interventores, a Polícia Militar adota uma postura proativa, quer ministrando
instruções e treinamentos especificamente voltados para o uso de técnicas de menor potencial
ofensivo, quer investindo em ferramentas de atenção à saúde e melhoria da qualidade de vida de
todos os seus integrantes;
3.11. tal perspectiva de atenção se ampara nas normas preconizadas para o Sistema de Saúde
Mental da Polícia Militar (SisMen), criado pela Lei Estadual nº 9.628, de 06MAI97,
regulamentado pelo Decreto Estadual nº 46.039, de 23AGO01, e pelo Regimento Interno do
SisMen (RI-25-PM), de 15ABR02;
3.12. muito embora as atividades curriculares do Programa busquem contemplar o ser humano,
profissional de polícia militar, em sua complexa diversidade, há de se salientar que as práticas
afetas à ciência psicológica, nos moldes aplicados, têm como proposta despertar o profissional
para a importância dos cuidados relacionados à sua saúde emocional. Recorrese, para tanto, ao
uso de técnicas psicoeducativas;
3.14. dessa forma, o PAAPM constitui-se em uma importante ferramenta de suporte à saúde
mental dos policiais militares, agindo, preventivamente, em favor do desenvolvimento
psicoemocional.
4. OBJETIVO
60
5. MISSÃO
A Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) deverá adotar medidas administrativas que
objetivem a proteção do policial militar e seu restabelecimento psicoemocional quando do
envolvimento em situações de risco à sua integridade física e psíquica.
6. EXECUÇÃO
6.1.1. o PAAPM destina-se a todos os policiais militares do serviço ativo que, de folga ou de
serviço, tenham sua integridade física e psíquica expostas a situações de risco em decorrência de:
6.1.1.2. acidente de trânsito grave com vítima (exemplos: abalroamentos, colisões, choques,
atropelamentos e capotamentos) em atendimento a terceiros ou sofridos pela própria equipe;
6.1.1.3. participação direta em intervenção policial com resultado morte;
61
atendimento dos policiais militares, bem como o controle de pessoal dos profissionais atendidos
pelo Programa;
6.2.4. a coordenação regional compete aos Comandos de Policiamento do Interior (CPI) e aos
Comandos de Policiamento de Área (com NAPS estruturados), que, em consonância aos
procedimentos determinados pela coordenação executiva, atenderão, por meio dos seus NAPS
habilitados, todo o efetivo sediado territorialmente em suas respectivas regiões, obedecendo aos
padrões estabelecidos pelo Coordenador-Geral;
6.2.5. o atendimento do efetivo será realizado por profissional da área de saúde mental designado
pelo CAPS na seguinte conformidade: fl. 5
6.2.5.1. no âmbito do CPC, e demais Órgãos sediados na sua circunscrição, será realizado pelo
próprio CAPS ou em NAPS designado a critério daquele Centro;
6.2.5.2. no âmbito do CPM e CPI, e demais Órgãos sediados nas suas circunscrições, será
realizado pelos NAPS credenciados pelo CAPS para os fins determinados nesta norma,
observando-se, sempre que possível, o local da residência do atendido.
62
ACOMPANHAMENTO Funções administrativas e operacionais.
NÍVEL III
Observação: por funções administrativas entendam-se as territoriais básicas e territoriais peculiares previstas nas
Matrizes Organizacionais.
6.5.1. a Avaliação Psicológica Inicial (1ª Fase) deverá ocorrer em todas as situações constantes
do subitem “6.1.1.” e divisões, sendo desencadeada pelo respectivo Cmt/Ch/Dir mediante
apresentação do policial militar ao CAPS/NAPS, ou decorrente da procura espontânea do
interessado, do que resultará a emissão de parecer elaborado por profissional da área de saúde
mental, nas prescrições Acompanhamento Nível I a III ou Liberado, conforme resultar a
correspondente avaliação do quadro psicoemocional do policial militar avaliado;
6.5.2. a apresentação do policial militar no CAPS/NAPS para a 1ª Fase deverá ser realizada em
até 3 dias úteis posteriores ao fato (exceção feita aos casos de comportamento instável – subitem
“6.1.1.5.”, cuja apresentação poderá ser realizada a qualquer tempo), juntamente com o Parecer
do Cmt/Ch/Dir, preferencialmente Cia PM, Ch de Seção ou equivalente (modelo anexo). A
apresentação deverá ser feita sempre às 07h30, exceto para os NAPS, cujo horário deverá ser
adequado à agenda do respectivo Núcleo, observando-se, obrigatoriamente, o prazo definido;
6.5.5. a apresentação pelo Cmt/Ch/Dir do policial militar que deva frequentar o EEP -
Desenvolvimento Psicoemocional dar-se-á conforme convocação do CAPS/NAPS;
6.5.6. durante a frequência ao estágio, o policial militar ficará à disposição da OPM responsável
por seu desenvolvimento;
63
6.5.7.1. aptidão plena para as atividades operacionais e administrativas, do que não mais será
atribuído ao policial militar qualquer Nível de Acompanhamento do PAAPM;
6.5.11. por conta das prescrições (Acompanhamento Nível I a III) anteriormente detalhadas,
obrigatoriamente o policial militar assistido pelo PAAPM será submetido à Reavaliação
Psicológica no CAPS/NAPS (3ª Fase). A única exceção refere-se à possibilidade de, ao final do
EEP – Desenvolvimento Psicoemocional (2ª fase), o policial militar, em razão de sua evolução
psicoemocional, obter como resultado a aptidão plena (Liberado) para exercer as atividades
operacionais e administrativas nos termos do subitem “6.5.7.1.”;
6.5.15. realizada a Reavaliação Psicológica, o CAPS/NAPS tem prazo de até 6 dias úteis para
encaminhar à OPM de origem do policial militar o respectivo resultado com prescrição de Nível
de Acompanhamento ou aptidão plena para atividades operacionais ou administrativas, conforme
o caso;
6.5.16. nos casos em que o policial militar avaliado estiver respondendo a processo
administrativo de natureza exoneratória [Processo Administrativo Disciplinar (PAD), Conselho
de Disciplina (CD), Conselho de Justificação (CJ) ou Procedimento Administrativo Exoneratório
(PAE)], se prescrito Nível de Acompanhamento pela equipe técnica do CAPS/NAPS, a
frequência à 2ª Fase será substituída, em consonância com o art. 112, das I-16-PM, pelo
atendimento clínico-psicológico quando, após, realizar-se-á a 3ª Fase. Exceção feita aos policiais
militares recolhidos ao Presídio Militar “Romão Gomes”, cuja rotina já inclui acompanhamento
de equipe multidisciplinar;
6.5.18. as prescrições de Níveis de Acompanhamento nas fases do PAAPM são definidas com o
intuito de preservar o profissional do exercício de atividades que, por sua natureza, favoreçam
elevada exposição ao risco;
6.5.20. de igual modo, não poderá ser empregado em Atividade Delegada ou DEJEM o policial
que estiver frequentando o EEP – Desenvolvimento Psicoemocional;
6.5.21. quando submetido a Acompanhamento Nível II, fica vedado o emprego do policial
militar em processo de policiamento motorizado3 . Nesse caso, caberá ao próprio policial militar
cientificar o responsável pela realização da atividade operacional acerca dessa condição, durante
a revista da tropa que antecede o início do cumprimento da escala.
65
6.6.1. DP
6.6.1.1. coordenar o funcionamento geral deste Programa, por meio do respectivo Diretor
(Coordenador-Geral);
6.6.1.4. designar Equipes de Auditoria para a verificação das atividades desenvolvidas pelos
NAPS, em conformidade com a normatização vigente;
6.6.1.7. promover reuniões periódicas, mediante deliberação do Subcmt PM, com os membros da
Comissão Superior de Auditoria;
6.6.1.8. estar apto a informar o Subcmt PM sobre a evolução dos trabalhos e seus resultados;
6.6.1.9.3. promover ações de melhoria contínua que garantam o atendimento eficiente e eficaz
dos policiais militares nos campos psicológico e social;
6.6.1.9.12. encaminhar ao Subcmt PM, por intermédio da Correg PM, até o 5º dia útil de cada
mês, relação quantitativa, por fase e por Nível de Acompanhamento.
6.6.2. Cmt/Ch/Dir
6.6.2.1. apresentar no CAPS/NAPS policial militar que se enquadre nas situações previstas no
subitem “6.1.1.” e divisões, independentemente de eventual convocação, conforme subitem
“6.5.2.”, respeitando-se os períodos de folga estabelecidos pela Portaria nº PM1-003/02/13, de
25JUL13, e suas alterações;
6.6.2.3. divulgar o PAAPM junto ao público interno, de modo a deixar patente que a
preocupação da Instituição reside no fortalecimento da saúde psicoemocional de seus integrantes,
67
para preservá-los de eventuais danos a si próprios, aos seus familiares e à sociedade, esta última
a quem se destinam as ações de polícia ostensiva e preservação da ordem pública.
6.7.2. o Dir Pes, mediante deliberação do Subcmt PM, deverá sugerir datas para reuniões
periódicas com os demais membros da Comissão Superior de Auditoria, de acordo com
necessidades atinentes a discussões sobre o desenvolvimento, avaliação e aprimoramento da
sistemática do PAAPM;
6.7.3. os G Cmdo, cujos municípios de atuação (Grande São Paulo e Interior do Estado) não
disponham de NAPS, deverão empenhar esforços para a apresentação de policial militar que se
enquadre nas circunstâncias previstas no subitem “6.1.1.” e divisões no CAPS ou em NAPS
limítrofe, ou próximo à região onde reside o avaliado, em especial quando da necessidade de
frequência ao EEP – Desenvolvimento Psicoemocional. Em qualquer circunstância, os prazos
para Avaliação Inicial, matrícula e frequência ao EEP e Reavaliação Psicológica deverão ser
respeitados; fl. 11
6.7.5. os casos não tratados nesta NI serão submetidos à apreciação do Dir Pes,
CoordenadorGeral do Programa, para a solução adequada;
6.7.6. esta norma deve ser amplamente divulgada em todos os escalões e os Cmt/Ch/Dir, em
todos os níveis, devem se empenhar para que sejam cumpridas fielmente;
6.7.8. os efeitos desta NI entram em vigor a partir de sua publicação na Intranet PM, revogando-
se normas e disposições em contrário, em especial a Nota de Instrução nº PM3-002/03/14, de
22JUL14.
Assinado no original
Cel PM Subcomandante
68
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São Paulo: Saraiva, 1999.
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1982.
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1998.
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ENGEL, George L. The need for a new medical model: a challenge for
biomedicine. Science, 1977;
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Atlas, 1997.
GRAY, Jeffrey. Tradução de Junéia Mallas; Maria Inez Lobo Vianna. A psicologia do medo e
do “stress”. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
69
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Artmed, 2006.
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KLEER, J.; BROWN, J.S. Mental model of physical mechanisms and their acquisition. In
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LIPP. Marilda E. N. (Org), - O stress está dentro de você. São Paulo: Contexto, 2000.
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SÃO PAULO (Estado). Polícia Militar do Estado de São Paulo. Diretriz nº PM3-001/03/98,
de 25 de fevereiro de 1998.
70
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EPU, v. 10-1. 1985.
SÃO PAULO. Polícia Militar do Estado de São Paulo. Nota de Instrução nº PM3-001/03/20,
PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO E APOIO AO POLICIAL MILITAR (PAAPM)
71