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DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
CURSO DE PSICOLOGIA
PSICOLOGIA JURÍDICA
São Luís
2023
CARLA MILLENA CARVALHO DO NASCIMENTO
ELLEN DOS SANTOS DE SOUSA SILVA
FELIPE SEVERIANO PINTO
PAULO VICTOR MARQUES MULLER
São Luís
2023
SUMÁRIO
1 Introdução ……………………………………………………..…………….……………. 4
2 Psicologia Forense e o Papel do Psicólogo ..……………………….………………….…. 5
3 Casos Inimputáveis ……………………………………..…………...……………………. 6
4 Perícia Psicológica e Instrumentos de Avaliação ………………………………….……. 8
5 Aspectos Éticos ………………………………………..…………………………..…..…. 10
Referências …….………………………………………………..…………….……………. 12
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1 Introdução
Machado & Gonçalves (2011) destacam que, compreendida para além de um campo
exclusivo do conhecimento psicológico, a psicologia forense pode e deve ser entendida como
um campo interdisciplinar, contribuindo, assim, através de sua ligação entre os saberes da
Psicologia e do Direito, em prol da melhor e mais justa decisão judicial.
No que refere-se aos objetivos primordiais do psicólogo forense, tem-se o auxílio para
toda a comunidade de profissionais do Direito como um dos pontos centrais a partir de
subsídios psicossociais e culturais relativos ao comportamento humano. Assim, faz-se
necessário conhecimentos adicionais na sua formação profissional a fim de possibilitar sua
aplicação nas demandas do sistema legal (Bonvicini, Júnior & Souza, 2020).
Dessa forma, cabe avaliar o papel e as devidas adaptações do profissional psicólogo
perante o seu espaço de atuação e o objetivo pertinente ao âmbito judicial. Com base nisso, é
importante frisar a importância do domínio teorético e das perspectivas práticas dos conceitos
e normas referentes tanto ao campo básico da psicologia - conhecimentos da psicologia do
desenvolvimento e psicopatologia - como ao sistema judiciário em que serão realizadas as
devidas intervenções (Androvandi et al, 2007).
Além das práticas psicológicas que estão relacionadas aos processos forenses e aos
serviços de perícia, a psicologia forense tratará juntamente das decisões e dos assuntos
inseridos nos contextos dos tribunais e julgamentos. Conhecimentos pertinentes à saúde
mental, aspectos sócio-jurídicos e crimes, além da avaliação da personalidade dos indivíduos
envolvidos, serão outros fatores inseridos que poderão estar no leque de aplicações do
trabalho do profissional forense (Bonvicini, Júnior & Souza, 2020).
Concernente as avaliações fornecidas pelos psicólogos forenses, estas podem ter sua
utilização tanto pelos advogados, cortes, quanto pelas próprias instituições de detenção, sendo
de demasiada importância, também, no que consiste uma maior segurança na diferenciação
entre traumas psicológicos de cunho verdadeiro ou simulados, tendo em vista que desordens
mentais graves autênticas podem favorecer a execução de determinado delito involuntário
(Freitas, 2013).
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3 Casos Inimputáveis
Tendo em vista que a inimputabilidade diz respeito à não atribuição de culpa a alguém,
devido a um sofrimento psíquico ou doença mental no ato infracional, que leva a incapacidade
de compreensão, é necessário entender quais os critérios e casos adotados pelo sistema penal
brasileiro para a determinação dos inimputáveis.
Diante disso, existem três critérios principais: biológico, psicológico e biopsicológico
os quais Rodrigues (2022) desenvolve em seu texto. No primeiro critério, leva-se em
consideração o diagnóstico daquele que está sendo julgado, ou seja, ele pode ser considerado
como doente mental ou pode possuir algum desenvolvimento mental incompleto (falta de
maturidade psicológica) ou retardado (nunca alcançará a maturidade). Já o critério
psicológico, considera somente o momento instante do crime, analisando se na dada situação
o indivíduo possuía ou não capacidade de compreensão e autodeterminação. Com o
biopsicológico como terceiro critério, busca-se relacionar os dois critérios, avaliando as
condições no momento da conduta, tanto em questões de vulnerabilidade mental já
apresentadas anteriormente, quanto pelo agravamento dessas condições no dado momento da
prática infracional.
Nessas condições, o Código Penal prevê hipóteses de inimputabilidade. No caso do
critério biológico, tem-se que menores de 18 (dezoito) anos são incapazes de estabelecer
compreensão dos seus atos devido ao aspecto cronológico da idade, sendo considerados
inimputáveis, visto que se enquadram no quesito de maturidade psicológica, e ficam sujeitos
à legislação especial (Lima, 2019). Consideram-se também inimputáveis aqueles que,
oriundos de caso fortuito ou força maior, estiverem em estado de embriaguez completa.
(Rodrigues, 2022)
Em casos de doenças mentais e/ou sofrimento e os níveis de desenvolvimento mental,
é necessário compreender qual delas afeta o indivíduo no momento da prática do fato, sendo
que em certos casos alguns indivíduos podem ser afetados por mais de uma. Almeida (2008)
cita algumas delas:
A doença mental, um dos pressupostos biológicos da inimputabilidade, dentre outras,
abrange psicoses (orgânicas, tóxicas e funcionais, como demência senil, sífilis
cerebral, psicose traumática, alcoolismo, psicose maníaco-depressiva…),
esquizofrenia, loucura, histeria, paranóia etc. [...] Por fim, a última causa,
desenvolvimento mental retardado, caso dos oligofrênicos (idiotas, imbecis e débeis
mentais) e dos surdos-mudos (de acordo com as circunstâncias). (p. 28)
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porque a objetividade facilita que a pessoa simule traços, sintomas e características que não
possui (Androvandi et al, 2007; Martins, 2016). A simulação é o ato voluntário e consciente
da pessoa apresentar um sintoma que não tem, geralmente com o objetivo de obter algo,
enquanto a dissimulação é a negação voluntária de sinais e sintomas psicopatológicos
(Dalgalarrondo, 2019).
Ainda relacionado a testagem, ressalta-se que os testes projetivos se mostram mais
apropriados no que se refere a obtenção de dados sobre a personalidade do sujeito, uma vez
que são menos suscetíveis a simulação e dissimulação do que os testes objetivos (Jung, 2014
apud Martins, 2016). Além disso, a observação atenta se faz necessária, especialmente quando
se avaliam características antissociais e psicopatas, já que são altamente manipuladores
(Martins, 2016).
Assim, o psicólogo forense deve estar atento a essa possibilidade, tanto nos resultados
dos testes, quanto em entrevistas e observações. Dessa forma, existem alguns indicadores
elencados por Rogers que podem ser úteis na identificação de simulações, como a
dramatização, o exagero, comportamento cauteloso e planejado, variabilidade do diagnóstico
psiquiátrico e do discurso e a refutação de sintomas claros (Rovinski, 2020 apud Martins,
2016).
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5 Aspectos Éticos
Como em qualquer atuação, o profissional deve seguir o princípio ético mais geral: o
respeito à dignidade humana. Ademais, cada uma das profissões exercem aspectos específicos
quanto ao desempenho de suas funções. Com isso, nota-se que o psicólogo forense necessita
conhecer seu próprio código ético, para que seu trabalho possa ser desenvolvido de maneira
coerente com a construção de uma boa atuação profissional na área jurídica, dando relatórios
técnicos que sejam compatíveis com o que fora solicitado, sempre de maneira responsável,
objetiva, imparcial e respeitosa.
Como a psicologia forense está integrada em diversos contextos, tanto da área jurídica,
como na área psicológica, faz-se necessária eticamente uma boa formação. Bartemeus (2022)
ressalta essa necessidade ao expor que o psicólogo deve aperfeiçoar continuamente a sua
prática profissional (atentando para evitar qualquer tipo de questão pessoal), elevando seus
níveis de competência, devido a importância dessa atuação em decisões de caráter jurídico e
as consequências que as conclusões periciais podem levar. O autor ainda discute sobre a
objetividade e imparcialidade do exame pericial, já que se trata da elaboração de um
documento científico.
Ainda nesse contexto, recomenda-se ao profissional a correta produção dos relatórios
periciais que respeitem eticamente a sua atuação e a situação de quem é avaliado. Reis et. al
(2021) destacam a distinção entre esse tipo de relatório e os demais relatórios elaborados em
outros contextos dentro da psicologia. Isso se deve ao fato de que o relatório pericial carece de
um detalhamento maior e consequentemente possui um grau de complexidade elevado. Os
autores ainda apresentam quais elementos podem compor esse tipo de relatório, que, segundo
eles, pode ter duas partes: a primeira contendo dados gerais, metodologias e outros aspectos
que interfiram no processo; a segunda parte que vai integrar todas as informações recolhidas;
um tópico sobre discussão de todas as informações do relatório e por último a conclusão, que
deve ser feita de forma técnica e coerente ao que foi solicitado ao psicólogo forense.
Outro ponto de extrema importância aos aspectos éticos da atuação do profissional
forense, que é necessário ser destacado, diz respeito a não garantia de confidencialidade. Visto
que se trata da apresentação de um relatório para a área jurídica, ou seja, tudo o que for falado
pelo avaliado, pode constar no relatório pericial. (Reis et al, 2021) Portanto, é válido ressaltar
que o profissional não tenha envolvimento com o avaliado, ou seja, a relação não deve ser de
caráter terapêutico, excluindo também a hiper-empatia e o hiper-envolvimento destacados por
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Referências
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inimputabilidade, irresponsabilidade, periculosidade e medida de segurança. História,
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Reis, B., Relva, I., Martins, J. S., Simões, M. Proposta de modelo estrutural de perícias em
casos de homicídio. Intervenções Multidisciplinares em Psicologia Jurídica -
(Cadernos de Psicologia Jurídica ; v. 6), 89-117.
Simões, M.R., Sousa, L.B, Marques-Costa, C., & Almiro, P.A. (2017). Avaliação
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