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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO IPOJUCA - UNIFAVIP

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA


COORDENAÇÃO DE PSICOLOGIA

KHERLLA WALLERYA DE LIMA VALENÇA

ATIVIDADES PROPOSTAS PARA DISCIPLINA DE ESTUDO DIRIGIDO

Caruaru/PE
2023
KHERLLA WALLERYA DE LIMA VALENÇA

ATIVIDADES PROPOSTAS PARA DISCIPLINA DE ESTUDO DIRIGIDO

Atividade acadêmica apresentada à


Coordenação do Curso de Psicologia da
Universidade do Vale do Ipojuca – UNIFAVIP /
WYDEN, como requisito parcial para obtenção
aprovação em Disciplina de estudo dirigido de
Psicologia Jurídica (Prática Simulada Penal)
Professor(a) Orientador (a): Natália Gonçalves

Caruaru/PE
2023
1- O psicólogo jurídico atua no campo interseccional da Psicologia e do Direito,
oferecendo suporte em questões legais e judiciais. Sua atuação abrange diversas áreas, como
avaliação psicológica de partes envolvidas em processos judiciais, auxílio na mediação de
conflitos, avaliação de credibilidade de testemunhas, elaboração de laudos periciais,
acompanhamento de vítimas de crimes, suporte em processos de guarda e visitação de
crianças, entre outras situações que demandam compreensão psicológica para fins jurídicos.
Seu papel é promover entendimento sobre o comportamento humano, auxiliando juízes,
advogados e outras partes envolvidas no sistema legal a tomar decisões mais informadas e
justas. No Brasil, a atuação do psicólogo jurídico tem ganhado importância ao longo dos
anos, principalmente em áreas como avaliação psicológica forense, atendimento a vítimas de
violência, acompanhamento em processos de guarda de menores, mediação de conflitos, entre
outras.

Profissionais dessa área podem trabalhar em diversos contextos, como tribunais,


penitenciárias, delegacias especializadas, órgãos de proteção à infância e juventude, além de
consultorias e escritórios de advocacia. A demanda por especialistas nesse campo tem
crescido, devido à necessidade de compreensão mais aprofundada do comportamento
humano e suas implicações legais.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ)


estabelecem diretrizes e normativas para a atuação do psicólogo no âmbito jurídico,
oferecendo orientações sobre as práticas éticas e técnicas para esse campo de atuação.

A Psicologia Jurídica surgiu da intersecção entre a Psicologia e o Direito, visando


aplicar conceitos psicológicos no contexto legal. Sua origem remonta ao final do século XIX,
quando Psicologia e Direito começaram a se conectar, explorando estudos sobre testemunhos,
teoria da mente, avaliação de testemunhas e criminologia.

Durante o século XX, avanços significativos na pesquisa e prática psicológica


fortaleceram a aplicação da Psicologia nos tribunais. Isso se refletiu em áreas jurídicas como
avaliações periciais, mediação de conflitos, suporte a vítimas e delinquentes, demandando
conhecimento psicológico.
A evolução da Psicologia Jurídica buscou proporcionar apoio e compreensão mais
profunda do comportamento humano e suas interações com o sistema legal. Assim, tornou-se
vital em processos judiciais, mediação, avaliações forenses e em assuntos ligados à justiça e
direitos humanos.

2- A avaliação psicológica no contexto jurídico é uma área de extrema


responsabilidade, envolvendo uma série de desafios e complexidades éticas. Os psicólogos
que atuam nesse campo devem seguir rigorosamente as diretrizes do código de ética para
garantir a integridade, precisão e imparcialidade de suas avaliações.

Um ponto crítico envolve a necessidade de manter a neutralidade e objetividade ao


conduzir avaliações psicológicas. Os profissionais devem evitar qualquer viés pessoal,
garantindo que suas conclusões sejam baseadas em evidências sólidas, evitando influências
externas que possam comprometer a imparcialidade.

Além disso, a confidencialidade e o respeito pelos direitos individuais são cruciais no


âmbito jurídico. Os psicólogos devem proteger as informações confidenciais dos avaliados,
divulgando apenas o estritamente necessário para o caso em questão, conforme os parâmetros
estabelecidos pelo código de ética.

A garantia de competência e atualização constante também é vital. Os psicólogos


jurídicos devem estar familiarizados com as últimas pesquisas e práticas no campo da
psicologia forense, aprimorando continuamente suas habilidades e conhecimentos para
fornecer avaliações precisas e confiáveis.

Por fim, a reflexão crítica sobre o próprio papel do psicólogo no sistema jurídico é
essencial. Isso envolve constantemente revisar e analisar o impacto de suas avaliações no
processo legal, considerando a relevância, a pertinência e as possíveis consequências éticas
de suas conclusões para as partes envolvidas.

Em suma, a avaliação psicológica no âmbito jurídico exige um equilíbrio cuidadoso


entre a aplicação de conhecimentos especializados e o cumprimento estrito das diretrizes
éticas, visando sempre à justiça, à imparcialidade e ao respeito pelos direitos individuais.

3- Nessa área, há vários trabalhos de intervenção que incluem muitas atividades de


assistência psicológica no contexto legal. Alguns exemplos a seguir:
3.1. Apoio Psicológico a Vítimas e Testemunhas:Oferecer suporte emocional e
psicológico para vítimas de crimes, testemunhas de eventos traumáticos ou envolvidos em
processos judiciais, ajudando a lidar com o estresse e o impacto psicológico do evento.

3.2. Mediação e Resolução de Conflitos:Ajudar na resolução de disputas, utilizando


técnicas de mediação para facilitar a comunicação entre as partes envolvidas em conflitos
legais, como divórcios, disputas de custódia, entre outros.

3.3. Aconselhamento Legal:Oferecer aconselhamento e suporte psicológico para


indivíduos envolvidos em processos judiciais, auxiliando-os na tomada de decisões e na
compreensão dos processos legais.

3.4. Orientação Jurídica: Esclarecer e informar sobre aspectos legais, explicando


procedimentos e direitos legais, de modo a facilitar a compreensão das questões legais pelos
envolvidos.

3.5. Encaminhamento para Tratamento e Recursos: Identificar e encaminhar para


recursos e tratamentos psicológicos e legais adequados, quando necessário, buscando apoio
adicional para questões que excedam a capacidade de intervenção direta do psicólogo.

3.6. Prevenção e Intervenção em Delinquência Juvenil: Desenvolver programas


preventivos e de intervenção para jovens em risco de delinquência, buscando abordagens que
evitem o envolvimento em comportamentos criminais.

Essas intervenções visam promover o bem-estar emocional, facilitar a comunicação,


fornecer apoio e orientação, além de auxiliar na compreensão dos processos legais, atuando
na interseção entre a psicologia e a prática jurídica.

4-A utilização de avaliações psicológicas no contexto judicial é uma prática delicada e


complexa, exigindo uma abordagem ética e cuidadosa. É importante considerar que a
psicologia forense busca fornecer informações relevantes para apoiar decisões judiciais de
maneira imparcial e objetiva.

Ao realizar avaliações psicológicas para subsidiar decisões judiciais e pareceres do


Ministério Público, é crucial seguir princípios éticos e metodológicos rigorosos. A
confiabilidade e validade dos instrumentos utilizados devem ser asseguradas, garantindo que
as conclusões sejam respaldadas por evidências sólidas.
Além disso, é fundamental considerar as limitações da psicologia forense,
reconhecendo que as avaliações psicológicas não são oniscientes e que suas conclusões
podem variar com base em diversos fatores, como o contexto da avaliação, a cooperação do
avaliado e a complexidade do caso.

A transparência na comunicação dos resultados é essencial. Os relatórios psicológicos


devem ser redigidos de maneira clara e acessível, evitando linguagem técnica excessiva. Os
profissionais envolvidos devem estar disponíveis para esclarecer dúvidas e fornecer
informações adicionais, se necessário.

A aplicação de avaliações psicológicas para fins judiciais ou pareceres do Ministério


Público é uma prática delicada. Algumas avaliações psicológicas que podem subsidiar
decisões judiciais, sempre aplicadas por psicólogos especializados, incluem:

1. Avaliação Forense: Realizada para fornecer informações psicológicas relevantes em


casos criminais, fornecendo detalhes sobre o comportamento do acusado, avaliando a
competência para julgamento, a responsabilidade penal, entre outros.

2. Avaliação de Credibilidade de Testemunhas: Visa determinar a credibilidade de


testemunhas, examinando sua capacidade de percepção e memória em relação aos eventos em
questão.

3. Avaliação de Guarda e Visitas: Feita em processos de divórcio para determinar a


guarda de crianças, avaliando o ambiente mais adequado para o desenvolvimento saudável do
menor.

4. Avaliação de Danos Psicológicos: Usada em casos de indenização, como acidentes


ou traumas, para avaliar e documentar os danos psicológicos e emocionais sofridos pela
vítima.

É importante ressaltar que tais avaliações devem ser conduzidas por profissionais
éticos e qualificados, mantendo a imparcialidade, a objetividade e utilizando metodologias e
ferramentas confiáveis. Além disso, o psicólogo deve ser transparente sobre os limites da
avaliação e a incerteza inerente a certos aspectos do processo.
REFERÊNCIAS

Pavon, F. M. (1997). Etapas históricas de la psicologia jurídica.

In F. M. Pavon. Psicologia jurídica (pp.15-21). Quito, Equador: Artes Gráficas CQ.


Souza, F. J. (1998). O campo de trabalho da psicologia jurídica. Aletheia, 7, 5-8.

Kolker, T. (2004). A atuação dos psicólogos no sistema penal. In H. S. Gonçalves &


E. P. Brandão. Psicologia juri-dica no Brasil (pp.157-204). Rio de Janeiro: NAU Editora.

ARANTES, E. M. M. (2004). Pensando a Psicologia aplicada à Justiça. In:


Gonçalves, H. S. & Brandão, E. P. Psicologia Jurídica no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Nau.

Brito, L. M. T. (2005). Reflexões em torno da psicologia jurídica. In R. M. Cruz, S. K.


Maciel & D. C Ramirez. O trabalho do psicólogo no campo jurídico (pp.9-17). São Paulo:
Casa do Psicólogo.

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