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Módulo 1 – Contextos e Áreas de Intervenção do Psicólogo Forense

Psicologia Forense
Manual de Formação

Psicologia Forense

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Módulo 1 – Contextos e Áreas de Intervenção do Psicólogo Forense

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Módulo 1 – Contextos e Áreas de Intervenção do Psicólogo Forense

FICHA TÉCNICA

Curso Psicologia Forense

Módulo Contextos e Áreas de Intervenção do Psicólogo Forense

Objetivo geral • Definir a Psicologia Forense;

• Identificar o percurso académico do psicólogo forense;


• Compreender o perfil do psicólogo forense;

• Nomear as funções exercidas pelo psicólogo forense;

• Especificar os diferentes contextos e áreas de


intervenção na Psicologia Forense.

Conteúdos gerais 1. O que é a Psicologia Forense?

2. O perfil do Psicólogo Forense;

3. Funções do Psicólogo Forense;

4. Contextos e Áreas de Intervenção na Psicologia Forense

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ÍNDICE

Introdução _____________________________________________________________________________ 5

O que é a Psicologia Forense __________________________________________________________ 6

O Perfil do Psicólogo Forense _________________________________________________________ 7

As Funções do Psicólogo Forense _____________________________________________________ 9

Os Contextos e Áreas de Intervenção na Psicologia Forense _________________________ 11

Referências Bibliográficas ____________________________________________________________ 12

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INTRODUÇÃO

Segundo o Bureau of Labor Statistics, o emprego de psicólogos deve aumentar

em 14 por cento, de 2018 para 2028, muito mais rápido que a média de todas as outras

ocupações. Desta forma, é importante que o indivíduo tenha conhecimento sobre a

profissão e as diferentes áreas dentro do ramo da Psicologia, para poder tomar uma

decisão informada antes de se iniciar na área e de forma a aumentar a sua confiança e

eficiência no exercício da mesma. Como tal, ao longo deste módulo, explora-se a

definição de Psicologia Forense, o perfil ideal de um psicólogo forense, as funções que

poderá desempenhar nesta área, assim como os diferentes contextos e áreas de

intervenção.

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1. O que é a Psicologia Forense?

A Psicologia Forense é um campo da psicologia que pretende dar respostas aos

desafios referentes ao Sistema de Justiça. Trata-se de um campo interdisciplinar, no

qual é estabelecida a ligação entre a psicologia e o direito. A psicologia forense

desempenha um papel significativo no estudo de comportamentos, punição, e

prevenção de crimes. O estudo inerente à área da Psicologia Forense preocupa-se em

providenciar informação às pessoas, agências e sistemas envolvidos diretamente, e

algumas vezes indiretamente, na implementação da justiça.

Esta é uma área cada vez mais solicitada por abranger variadas atividades

relevantes neste campo para resolver os inúmeros desafios que surgem no Sistema de

Justiça. Assim, tem existido um avanço gradual no reconhecimento da necessidade e

importância dos serviços oferecidos pela Psicologia Forense.

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2. O Perfil do Psicólogo Forense

Pode-se dizer, de uma forma resumida, que os psicólogos forenses são

profissionais que praticam psicologia no sistema de justiça criminal.

De forma a exercer a profissão, o profissional deve pertencer à Ordem dos

Psicólogos e deve apresentar competências para desempenhar eficazmente as funções

que aproximam o campo da Psicologia ao do Direito. Por norma, um Psicólogo Forense

terá um mestrado ou especialização nesta área, porém os caminhos educacionais ou

etapas para receber este título são frequentemente variados entre os profissionais.

No final da sua especialização em Psicologia Forense, o profissional terá

atingido os seguintes objetivos frequentemente propostos: identificação de aspetos

teóricos/explicativos do comportamento desviante e criminal; identificação das

diversas áreas e contextos de aplicação da Psicologia Forense; análise e aplicação de

modelos e metodologias de investigação científica em Psicologia Forense;

caraterização do papel do Psicólogo Forense; avaliação de crianças, adolescentes e

adultos; desenvolver programas de intervenção em populações forenses; desenvolver

programas de apoio a grupos de trabalho do sistema de justiça;

investigação/desenvolvimento de provas de avaliação psicológica forense;

competências na avaliação pericial; elaboração de relatórios de avaliação; testemunho

do psicólogo em tribunal; competências que permitam a resolução de questões éticas

e deontológicas associadas ao trabalho do Psicólogo Forense.

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No entanto, o Psicólogo Forense deve ter outras competências que vão além

das suas qualificações académicas, assim como: competências de assertividade e de

comunicação; compaixão; resiliência; pensamento crítico; atenção aos detalhes.

Geralmente, devem ter competências de comunicação bem desenvolvidas, uma vez

que passam grande parte do tempo ouvindo e conversando com os pacientes,

formulando e discutindo casos, e até para a escrita de relatórios periciais. Os Psicólogos

Forenses devem ajustar o seu estilo de comunicação atendendo ao contexto e à

população (e.g. juízes; reclusos; vítimas de crimes; advogados). A resiliência nesta

profissão é fundamental dado que frequentemente têm contato direto com ambientes

adversos (e.g. estabelecimentos prisionais), relatos de abuso sexual, indivíduos em

estados emocionais extremos, entre outros. Por outro lado, a compaixão ajuda os

psicólogos forenses a trazerem um elemento humano para o sistema governamental,

porém mantendo a objetividade. Os psicólogos forenses devem ser capazes de

observar e analisar criticamente as várias partes envolvidas, interpretar dados, e tomar

decisões oportunas, informadas e lógicas. O trabalho de um psicólogo forense baseia-

se em princípios psicológicos, como observação e análise de fatores como o

comportamento não-verbal. Portanto, o profissional deve estar constantemente atento

aos detalhes que, muitas vezes, requerem uma interpretação mais profunda dos

eventos e a aplicação dos conhecimentos adquiridos na área da psicologia forense (e.g.

Psicologia do Testemunho).

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3. As Funções do Psicólogo Forense

Regra geral, as funções exercidas pelo psicólogo forense requerem uma

compreensão de certos comportamentos, dos fatores envolvidos, e de estratégias de

prevenção e de intervenção sobre esses mesmos comportamentos. Isto é, os psicólogos

forenses aplicam o seu conhecimento dos princípios psicológicos no sistema de justiça.

Basicamente, o seu conhecimento e explicação de certos aspetos da saúde psicológica

podem servir de auxílio nos casos legais, informar entidades envolvidas (e.g. juiz,

advogados) e, ainda, determinar as motivações de um determinado comportamento

criminoso.

Resumindo, os deveres e funções do psicólogo forense incluem os seguintes:

• Serviços de perfil criminal;

• Investigação científica;

• Consultoria/ pareceres relativos a problemas surgidos em diversos momentos do

processo judicial;

• Avaliações de custódia;

• Investigação de denúncias de abuso infantil;

• Avaliação de suspeitos quanto à competência mental e capacidade de julgamento;

• Avaliação psicológica de agressores (para o desenvolvimento de planos de

reabilitação);

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• Testemunha especializada / testemunho em tribunal sobre questões psicológicas

(com apresentação de relatório pericial);

• Avaliação de testemunhas, como crianças, para verificar a veracidade e / ou a

capacidade de lembrar eventos importantes;

• Dar formação a profissionais que integrem o Sistema de Justiça (e.g. polícias);

• Avaliação psicológica de candidatos a ofertas de emprego no Sistema de Justiça;

• Avaliação e intervenção psicológica forense (e.g. vítimas, agressores, testemunhas)

• Desenvolvimento e avaliação de programas de reabilitação (e.g. programas para

toxicodependentes), programas de intervenção com vítimas ou com agressores, e

programas de prevenção de crime.

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4. Os Contextos e Áreas de Intervenção na Psicologia

Forense

Apesar da relação direta com o Tribunal, muito do trabalho levado a cabo pelos

psicólogos forenses dá-se em variados contextos, instituições ou locais, que vão desde

centros de tratamento ou de reeducação para delinquentes, unidades de investigação

do Ministério da Justiça, serviços de apoio à criança e à vítima, universidades, institutos,

estabelecimentos de saúde mental, estabelecimentos prisionais ou outros.

Os psicólogos forenses integram instituições do Sistema de Justiça, organismos

do campo da prevenção e apoio a vítimas de crime e instituições responsáveis pela

reinserção de grupos excluídos socialmente.

Adicionalmente, o profissional poderá ainda fazer parte de equipas tutelares

(justiça juvenil), equipas penais (e.g. penas suspensas) e/ou associações de apoio à

reinserção social (e.g. reinserção social de ex-reclusos).

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Referências Bibliográficas

Adler, J. R. & Gray, J. M. (Eds.) (2010). Forensic Psychology, Concepts, Debates and Practice (2nd

Edition). Cullompton: Willan.

Bartol, C. R. & Bartol, A. B. (2019). Introduction to Forensic Psychology: Research and Application.
(5th Ed). London: SAGE

Brown, J. M. & Campbell, E. A. (2010). The Cambridge Handbook of Forensic Psychology.

Cambridge, Cambridge University Press.

Carson, D., Milne, R., Pakes, F., Shalev, K. & Shawyer, A. (Eds.) (2007). Applying Psychology to

Criminal Justice. Chichester: Wiley.

Kapardis, A. (2009). Psychology and Law: A critical Introduction (3rd Ed). Cambridge: Cambridge
University Press.

Towl, G. & Crighton, D.A. (2010). Forensic Psychology. Chichester: BPS Blackwell.

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