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* Manutenção de Ambiente Seguro

Gestão de Multidões

Objetivo do módulo:
Módulo: ARD03 Explicar ao assistente os conhecimentos básicos sobre o controlo de

Manutenção de Ambiente espetadores, identificação dos potenciais riscos e as formas de resposta

Seguro atempada para prevenir ou reduzir o impacto de quaisquer incidentes

Gestão de Multidões

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Gestão de Multidões Gestão de Multidões

1. Princípios de gestão de multidões

2. Psicologia básica do controlo de multidões
Multidão é qualquer agrupamento humano com um elevado
3. Dinâmicas de multidões, densidades, tensões e sobrelotações
numero de indivíduos que atuam ao mesmo tempo, não
4. Resposta a incidentes
necessariamente em comum, dentro de um ambiente
5. Técnicas de comunicação
sociocultural, político, económico e/ou financeiro.
6. Técnicas de controlo de acessos

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*Todo o elemento ligado aos problemas de segurança deve ter um conhecimento Uma multidão tem umas características e psicologia especial que

básico, do distinto e complicado espírito da multidão que reage, quase sempre, convém conhecer, para que a intervenção seja apropriada às

com atitudes inesperadas. individualidades que a compõem, e não corramos o risco de ser
demasiado rigorosos ou demasiado flexíveis.
*Uma multidão pode ser organizada ou não organizada, pode também ter ou não
Na mesma multidão há que distinguir a parte passiva, que constitui a
ter características em comum, com outras definições e formas de agrupamento
população que assiste, e a parte ativa que participa como
humano como publico, população e massas.
manifestante, podemos considerar num espetáculo o espetador
*Além do mencionado uma multidão possui ainda características como o
anonimato, comportamento comum e proximidade física entre seus comum e o espetador fanático.
membros.
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Multidões Passivas ou não organizadas Multidões Psicológicas ou organizadas

São simples reuniões acidentais de indivíduos, que se reúnem para um qualquer
Uma multidão passiva pode transformar-se rapidamente numa multidão psicoló
acontecimento, que pode ser artístico, desportivo ou outro, são multidões sem um
gica, quando ganham liderança, através de um orador ou guia que emite reivindica
fim determinado, sempre calmos e fáceis de dirigir, e os únicos problemas que
ções comuns, relativas ao qualquer aspeto da vida social, politico ou desportivo.
podem criar são a sua própria circulação em massa.
Esta multidão deixa de ter atitudes e personalidades individuais para passar a ter
No entanto devemos ter sempre em consideração os indivíduos que a constituem,
uma “alma” coletiva, que faz sentir, pensar e agir cada membro duma maneira
isto é, se é constituída por indivíduos de idade mais avançada ou por indivíduos de
totalmente diferente daquele que agiria se estivesse isolado.
um escalão etário mais baixo, até aos 25/30 anos.

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DINÂMICAS DE MULTIDÕES, DENSIDADES, TENSÕES E SOBRELOTAÇÕES

No seio de uma multidão, a sensação do número dá a cada um, o sentimento do
anonimato e da irresponsabilidade. O indivíduo torna-se inconsciente dos seus atos, o
Sentimento de força
homem cultivado e correto “desce” vários degraus
Esta sensação de massa, dá igualmente a cada componente um sentimento de
potência muito ampliada, irresistível, que aumenta de proporção com o número.
na escala social e transforma-se por vezes num
Em princípio a sensação atrás mencionada aplica-se em maior grau aos membros indivíduo feroz, violento e que atua com
da segurança, senão vejamos o seguinte exemplo: impetuosidade.

Um elemento da segurança isolado na presença de 5 indivíduos sente uma

forte inferioridade
Dez elementos da segurança, perante 50 indivíduos, sentem-se seguros
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Características de uma multidão

a)Impulsiva e volúvel d) Intolerante e autoritária
Incapaz de reflexão, de premeditação e de vontade duradoira
Não admite a contradição nem a discussão.
b) Irritável
Transforma-se em tribunal, mata e absolve com a mesma facilidade,
Tem um sentimento de força irresistível, admite o impossível e todo o
pois é guiada por sentimentos simplistas e exagerados
obstáculo, seja qual for, é removido.
e) Respeita a força mas não a bondade
c) Crédula
Porque a bondade ou a compreensão são entendidos como uma
Não tem espírito crítico, o acontecimento mais insignificante, amplia-se
fraqueza
e transforma-se de uma forma prodigiosa.

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CLASSIFICAÇÃO DAS MULTIDÕES

As multidões serão pacíficas ou violentas, segundo quem seja Homogéneas

o “condutor” que as controla e dirige levando-as decididamente São formadas por indivíduos da mesma procedência, constituindo seitas,

ao fim proposto ou escolhido. classes e castas com identidade de crenças, educação e maneira de viver
Heterogéneas
São constituídas por indivíduos díspares e cujo laço de união, se é que existe,
há que procura-lo somente na raça, nacionalidade ou na submissão a um social,
politico, desportivo ou outro determinado.
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Temos de aceitar que os recintos desportivos não poderão ser nunca
inteiramente seguros, porque o Homem é imprevisível, inseguro e falível
principalmente quando agrupado em grandes multidões.
Por tudo o que foi dito e por todas as variantes envolvidas podemos afirmar que
num recinto desportivo é possível irromper os mais variados tipos de incidente:
Incêndio, mais ou menos grave com necessidade de evacuação
Possível apelo antissocial feito, que transforma uma multidão pacífica em
violenta,
Suspeita de engenho explosivo ou outra qualquer situação inopinada.
Sempre que uma situação de emergência acontece o plano de contingência
deve ser posto em funcionamento e todos os intervenientes devem segui-lo de
forma correta evitando a improvisação.
Deve ter-se em consideração que os planos são apenas um guião para
determinados procedimentos técnicos, porque na sua execução deve ter-se
sempre em linha de conta que existem situações que não podem ser previstas,
como por exemplo a melhor ou pior reação dos espetadores

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A comunicação em relação à forma pode ser feita a dois níveis:

No primeiro nível a comunicação realiza-se ao “mesmo nível” entre o emissor e
o recetor, como no exemplo que se segue:
... “É importante que retire o seu carro deste local para não impedir a
passagem”
No segundo nível verifica-se uma “autoridade forte” do emissor em relação ao
recetor, como no exemplo que se segue:
No entanto, esta premissa não significa que quando numa
situação de necessidade para o serviço ou numa situação de
emergência o ARD não exerça uma comunicação mais
determinada ou autoritária, mas sempre em sentido
construtivo

... “Retire imediatamente daí o carro, senão chamo o reboque”

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TÉCNICAS DE CONTROLO DE ACESSOS
Todos os Assistentes de Recinto Desportivo devem ter em mente que
a segurança nos recintos desportivos começa nos seus acessos, pelo
que as entradas e saídas assumem uma importância vital.
A presença dos ARD nos pontos estratégicos do recinto:
Garante todo o processo de controlo de entradas e saídas
Garante a mobilidade necessária e uma permanência em
segurança
Garante com a revista de segurança a prevenção da ocorrência de
situações de maior risco no interior do recinto.
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Verificar se todos os espetadores que se apresentam nas entradas
estão na posse do titulo de ingresso para o espetáculo;
Tomar as medidas adequadas a evitar a entrada de pessoas não
autorizadas, não obstante alegarem ter uma atividade no recinto;
Definir e preparar uma ou mais portas para entradas dos veículos
com acesso ao interior do perímetro, como: - ambulâncias, viaturas da
polícia, da organização, da proteção civil.
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SETORES DESTINADOS AOS ESPETADORES
Acompanhar de perto o comportamento do espetador e informar,
imediatamente, o seu superior hierárquico ou a Sala de Controlo,
sobre qualquer incidente ou conduta que infrinja a legislação ou o
regulamento do espetáculo;
Impedir a circulação do espetador em setores proibidos;
Receber instruções dos responsáveis e transmiti-las ao
espetador em geral;
Orientar os espetadores em todas as situações de emergência,
em especial nas evacuações do recinto ou parte dele;
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PORTAS DE ACESSO EXISTENTES NO PERÍMETRO DO RECINTO
Manter o dispositivo físico, através de grades ou outro tipo de
barreiras, para que os espetadores formem tantas filas quantas as
pretendidas pelo Diretor de Segurança, possibilitando o aumento ou
redução do fluxo do publico, face ao número de entradas;
Utilizar recipientes para a recolha de possíveis objetos não
permitidos no interior do perímetro;
Conjugar com PSP/GNR, o destino de objetos proibidos;
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TODA A EXTENSÃO DO PRÓPRIO PERÍMETRO DO RECINTO
Colocar-se ao longo do perímetro de acordo com a barreira física e
suas possíveis fragilidades;
Acompanhar até ao exterior, as pessoas que forem encontradas
dentro do perímetro de segurança, sem título de ingresso, e informar as
Forças de Segurança Pública presentes, no caso de recusa;
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PARQUES DE ESTACIONAMENTO DO RECINTO
Impedir a entrada nos parques, sob a responsabilidade do
organizador, de pessoas e viaturas não autorizadas;
Auxiliar no parqueamento as viaturas que estejam devidamente
autorizadas.
Evitar furtos ou danos nos veículos;
Evitar que os seus utentes sejam abordados ou incomodados por
terceiros;
Permanecer nos parques até ao final do serviço e colaborar na
saída de viaturas;
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ZONA DE BARES DE APOIO

ZONA DE IMPRENSA
Manter uma atitude de aprumo e educação, em todas as abordagens

Manter uma atitude de aprumo e educação, em todas as abordagens Garantir a segurança do espaço e das pessoas.

Impedir a presença de pessoas não autorizadas a aceder a estas áreas; Informar o seu superior hierárquico ou Sala de Controlo, de qualquer

Garantir a segurança do espaço e das pessoas.
Informar o seu superior hierárquico ou Sala de Controlo, de qualquer
incidente ou situação mais delicada com que se depare;
incidente ou situação mais delicada com que se depare;
ZONA DAS INSTALAÇÕES SANITÁRIAS
Controlar a área e prestar o auxílio possível aos espetadores
Evitar atritos ou incidentes entre espetadores naquele espaço;

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INSPEÇÕES ÀS INSTALAÇÕES ANTES DO ESPETÁCULO
Percorrer todos os locais do recinto;
Verificar se existem objetos perigosos nestes locais e, em caso positivo,
retirá-los procedendo de igual forma com os objetos proibidos legalmente ou
pelo regulamento dos espetáculos
Remover os objetos que obstruam o acesso e livre circulação do
espetador, dentro do recinto de espetáculo;
Verificar as condições de segurança, incluindo limpeza, de todo o recinto;
Verificar se o sistema de iluminação de emergência está em condições
de funcionamento;
Verificar se todas as instalações destinadas ao público estão abertas e
em boas condições de utilização;
Certificar de que todos os meios de transmissão de informação ao
público estão a funcionar;
Verificar se as estruturas físicas de segurança, vedações, varões de
suporte metálicos e outros estão em boas condições;

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REVISTAS DE SEGURANÇA A revista de segurança e feita de forma a garantir que os seguintes

Quando consideradas necessárias terão de ser autorizadas e executadas
procedimentos:
conforme o prescrito no no 2 do artigo 19o da Lei 34/2013 de 16 de Maio.
Tendo como base o atrás mencionado, o ARD para efetivação da revista de Quando o espetador se aproxima o assistente pede para o mesmo
segurança deve ter o seguinte procedimento:
parar e solicita autorização para proceder à revista de segurança;
a) A revista de segurança, deve ser executada afastada 3/5 metros da
entrada do recinto, para evitar um grande fluxo de espetadores na porta Pede para abrir o casaco ou blusão, quando aplicável;
de entrada.
Pede para abrir a mala, saco ou mochila, quando aplicável;
b) A revista de segurança tem como objetivo detetar objetos que possam
pôr em perigo a integridade física de todos os utentes do espaço e o Pede para afastar os braços e as pernas.
normal funcionamento do evento.

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De seguida, o assistente revista as zonas corporais diretamente

Em caso de suspeita séria o ARD pode solicitar uma revista
acessíveis e que são suscetíveis de esconder uma arma ou
mais pormenorizada à Força de Segurança Pública que se
objeto perigoso, e que são:
encontra no local
Cintura abdominal;
É fundamental para a segurança de todos que não haja
Costas junto à cintura;
negligência na revista de segurança, que seja coordenada e
Axilas;
executada de forma criteriosa.
Membros superiores - antebraço/pulsos
Membros inferiores - pernas/tornozelos

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A revista de segurança tem como objetivo detetar objetos que não podem
entrar no recinto desportivo, tais como:
No caso de se encontrar algum destes objetos, é solicitado ao
Armas de fogo e armas brancas;
portador que o deixe em local próprio o efeito.
Engenhos explosivos
Como nota final, o ARD deve ter em conta que o tempo necessário
Garrafas de vidro
para efetuar a revista de segurança nos espetáculos, varia em
Buzinas alimentadas a bateria, corrente elétrica ou de ar e com sons
função do número de espetadores e do grau de risco do evento
estridentes;
Objetos contundentes como esferas metálicas, pedras, bastões e outros.
Faixas com dizeres insultuosos, com referências racistas, xenófilas, outras.
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brunomarciano.avsec@gmail.com 35