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AUTORIDADE NACIONAL
DE EMERGÊNCIA E PROTEÇÃO CIVIL
2023
2 Cadernos Técnicos PROCIV #31
ÍNDICE
1. O QUE É A PROTEÇÃO CIVIL? 4
2. QUAL É O ENQUADRAMENTO LEGAL DA PROTEÇÃO CIVIL? 6
3. COMO SE ENCONTRA ESTRUTURADA A PROTEÇÃO CIVIL? 7
4. QUAL O PAPEL DAS JUNTAS DE FREGUESIA? 11
5. QUE AÇÕES PODEM SER EXECUTADAS PELAS JUNTAS DE FREGUESIA? 12
6. QUE EXEMPLOS EXISTEM DE AÇÕES DESENVOLVIDAS FACE AOS
DIFERENTES RISCOS? 16
7. COMO PODE SER CRIADA UMA UNIDADE LOCAL DE PROTEÇÃO CIVIL? 19
A QUEM INTERESSA?
A Lei de Bases da Proteção Civil (LBPC)1 define “proteção civil” como a “atividade
desenvolvida pelo Estado, Regiões Autónomas e autarquias locais, pelos cidadãos
e por todas as entidades públicas e privadas com a finalidade de prevenir riscos
coletivos inerentes a situações de acidente grave ou catástrofe, de atenuar os
seus efeitos e proteger e socorrer as pessoas e bens em perigo quando aquelas
situações ocorram2 ”. Trata-se, pois, de um conceito abrangente e transversal,
assente num ciclo permanente entre a prevenção e a resposta, tendo por fim
último a atenuação de consequências para as populações, bens e ambiente.
1 – Aprovada pela Lei n.º 27/2006, de 3 de julho, e alterada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de
novembro, e pela Lei n.º 80/2015, de 3 de agosto, que a republicou.
2 – Nos termos do n.º 1 do artigo 1.º e do n.º 1 do artigo 4.º da LBPC.
3 – Nos termos do n.º 2 do artigo 4.º da LBPC.
4 – Nos termos do artigo 5.º da LBPC.
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Para além deste, outros se revelam de particular interesse para o patamar local
da proteção civil, por habilitarem um conjunto de ações de proximidade que se
revelam de extrema importância no contexto da prevenção e mitigação do risco,
designadamente:
5 – Alterada pelo Decreto-Lei n.º 114/2011, de 30 de novembro, e pelo Decreto-Lei n.º 44/2019, de
1 de abril, que o republicou. Define o enquadramento institucional e operacional da proteção civil no
âmbito municipal.
6 – Instituído pelo Decreto-Lei n.º 90-A/2022, de 30 de dezembro.
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ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO
No território de Portugal Continental, os órgãos de execução da atividade de
proteção civil são:
14 – Nos termos dos artigos 21.º-A, 22.º-A e 23.º-A do Decreto-Lei n.º 45/2019, de 1 de outubro, na
redação dada pelo Decreto-Lei n.º 90-A/2022, de 30 de dezembro.
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Tal Lei concretiza ainda que em função dos riscos existentes na respetiva área
geográfica, as Juntas de Freguesia, mediante parecer favorável da Comissão
Municipal de Proteção Civil, poderão determinar a existência de Unidades Locais
de Proteção Civil, fixando a respetiva constituição e tarefas. As ULPC serão
obrigatoriamente presididas pelo presidente da Junta de Freguesia e apoiarão as
Freguesias no cumprimento das suas ações em matéria de proteção civil20.
15 – Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, com alterações sucessivas, a última das quais concretizada
pela Lei n.º 24-A/2022, de 23 de dezembro.
16 – Nos termos do artigo 7.º do RJAL.
17 – Nos termos da alínea y) do n.º 1 do artigo 16.º do RJAL.
18 – Nos termos da alínea m) do n.º 1 do artigo 18.º do RJAL.
19 – Nos termos do artigo 7.º do enquadramento institucional e operacional da proteção civil no
âmbito municipal.
20 – Nos termos do artigo 8.º do enquadramento institucional e operacional da proteção civil no
âmbito municipal.
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Ao nível da preparação
Ao nível da resposta
De notar que as ações acima indicadas não deverão ser assumidas como um
catálogo idêntico para todas as comunidades, antes carecendo de adaptação à
dimensão, características, vulnerabilidades e potencialidades de cada freguesia
em concreto.
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Assim, quanto à ação das freguesias face aos incêndios rurais, destaca-se o seu
papel ativo ao nível da prevenção estrutural, da preparação, da sensibilização e da
informação pública das comunidades, nomeadamente através de:
Para outros riscos específicos, estão identificadas também outras ações que se
constituem como boas práticas ao nível das freguesias:
Constituição da ULPC
As ULPC devem ser constituídas preferencialmente por população fortemente
motivada residente na freguesia ou conhecedora do seu território. A dimensão é
variável, mas geralmente as ULPC têm um número restrito de elementos (entre 3 e
10), assegurando um caráter intergeracional e natureza multidisciplinar (diferentes
formações de base e/ou conhecimentos adquiridos).
Competências da ULPC
Algumas das ULPC existentes dispõem de um regulamento específico de
funcionamento que baliza as suas missões, de acordo com o fixado pela CMPC.
Outras assentam num contrato ou protocolo firmado com a Câmara Municipal, no
qual se definem as ações a desenvolver.
Financiamento
O modo de financiamento da ULPC deverá ser avaliado localmente. Da
experiência existente, algumas ULPC dispõem de financiamento da Câmara
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Formação e treino
O sucesso do funcionamento das ULPC assenta numa formação permanente
que visa dotar os elementos que a constituem de conhecimentos gerais e
específicos em relação ao reconhecimento das vulnerabilidades na respetiva área
geográfica de intervenção e ao modo de intervenção em caso de acidente grave
ou catástrofe.
Simbologia
Nos termos da Portaria n.º 321/2021, de 28 de dezembro, o símbolo de proteção
civil é constituído pelo símbolo internacional de proteção civil (um triângulo
equilátero azul sobre fundo circular cor de laranja) sobreposto a um círculo azul,
com a legenda superior «PROTEÇÃO CIVIL» e a legenda inferior «PORTUGAL»,
sobreposto a um círculo branco com elementos gráficos azuis, verdes e cor de
laranja, contornado por um anel circular cinzento.
No caso das ULPC estas utilizam uma versão adaptada do símbolo da proteção
civil procedendo à alteração da legenda inferior, através da substituição da
designação «PORTUGAL» pela designação do respetivo município.
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Recursos materiais
Os recursos materiais que cada ULPC terá dependerão da natureza concreta
do território em que se insere, dos riscos existentes e das missões que irá
desempenhar. Da experiência existente, é conhecido que algumas ULPC dispõem
de equipamento de proteção individual e/ou de viaturas 4x4 dotadas de kits de 1ª
intervenção para incêndios rurais.
Uniforme
Face à ausência de normas regulamentares específicas, o uniforme a adotar pela
ULPC deverá ser avaliado localmente. Da experiência existente, os elementos das
ULPC possuem, em regra, fardamento básico, de modo a serem mais facilmente
identificados pela população e a contribuírem para a sua motivação. Na maioria dos
casos, o fardamento compreende apenas um colete refletor contendo a simbologia
internacional da proteção civil e a menção “Unidade Local de Proteção Civil”;
contudo, algumas ULPC apresentam fardamento mais completo.
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ESTRATÉGIA NACIONAL
PROTEÇÃO CIVIL
PREVENTIVA 2030