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ELABORAÇÃO DE PLANOS
DE CONTINGÊNCIA
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vulnerabilidades, na minimização de danos e prejuízos e também na segurança
das comunidades.
Conforme a Defesa Civil do Estado do Paraná (2021), os principais
objetivos do Plano de Contingência são:
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acontece, o plano se torna um elemento essencial da etapa de resposta da Gestão
de Desastres (Ferentz; Garcias, 2020).
Destaca-se ainda que os Planos de Contingência consideram em seu
escopo a delimitação de áreas de atenção. Diferentemente das áreas de risco, as
áreas de atenção são pequenas regiões em que a ocorrência de desastres foi
mais frequente ao longo do tempo ou que resultou em grandes danos e prejuízos
locais. Segundo Pinheiro (2016, p. 87), uma área de atenção é:
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uma perspectiva sistêmica das ações pertencentes à Gestão de Riscos e
Desastres.
A fim de contribuir nos processos de planejamento, coordenação e
implementação desses programas e ações, a Proteção e Defesa Civil é
organizada pelo Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC). O
SINPDEC é formado pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil,
Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil e Coordenadoria Municipal
de Proteção e Defesa Civil. A Política Nacional de Proteção e Defesa Civil ainda
define, em seu art. 11, a estruturação do SINPDEC, conforme apresentado no
Quadro 1. Com a integração desses órgãos, a redução de riscos se apresenta
como uma estratégia muito mais eficaz.
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Como uma medida de integrar todo o sistema e acompanhar o andamento
dos municípios, em nível Federal foi criado o Sistema Integrado de Informações
sobre Desastres (S2ID), o qual possui uma parte específica para registro dos
planos de contingência. Além disso, a União e os Estados devem apoiar os
municípios quanto à execução desses planos. Conforme a Política Nacional de
Proteção e Defesa Civil, é responsabilidade dos municípios elaborar, atualizar e
executar o Plano de Contingência.
Para a execução dessas responsabilidades no âmbito municipal, os
municípios contam com a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil
(COMPDEC). A COMPDEC é o primeiro organismo a atender à população em
uma situação de desastre, visando ao salvamento de vidas e à minimização de
perdas e prejuízos. Para isso, tem como responsabilidade a preparação dos
gestores locais, comunidades e demais partes interessadas.
A composição da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil não
segue um padrão obrigatório, porém, pode ser formada por uma equipe com
Coordenação, Conselhos e Setores. Suas principais atribuições variam entre
(Oliveira et al., 2013, p. 83-84):
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V - definição das responsabilidades respectivas do poder público e dos
setores privados em casos de acidentes com produtos químicos
perigosos, e dos compromissos a serem assumidos pelas partes de
proteger o meio ambiente e a saúde da população;
VI - desenvolvimento e implementação de sistemas de geração e
compilação de informações essenciais à execução eficaz do P2R2,
integrando as ações de controle (licenciamento e fiscalização) e de
atendimento a emergências, com as atividades de produção,
armazenamento, transporte e manipulação de produtos químicos
perigosos, bem como assegurando ao cidadão o acesso à informação
sobre os riscos de acidentes com produtos químicos perigosos;
VII - mobilização de recursos humanos e financeiros apropriados e
suficientes para assegurar os níveis de desempenho estabelecidos pelo
P2R2;
VIII - fortalecimento da capacidade de gestão ambiental integrada dos
órgãos e instituições públicas no âmbito federal, distrital, estadual e
municipal, para o desenvolvimento de planos de ações conjuntas, no
atendimento a situações emergenciais envolvendo produtos químicos
perigosos, estabelecendo seus níveis de competência e otimizando a
suficiência de recursos financeiros, humanos ou materiais, no sentido de
ampliar a capacidade de resposta; e
IX - aperfeiçoamento contínuo do P2R2 por meio de processo
sistemático de auditoria e avaliação do desempenho e da revisão
periódica das diretrizes, dos objetivos e das metas. (Brasil, 2004)
ETAPAS DESCRIÇÃO
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a. Acionamento dos órgãos de atendimento estaduais, Instituto
8. Acionamento Ambiental, Companhia de Saneamento, Secretaria de Saúde, pela
complementar de Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil.
órgãos de resposta e
apoio b. Acionamento das empresas responsáveis pelo transporte,
transportadoras, expedidora e destinatário.
13. Cadastramento
a. Preenchimento da Ficha de Informações do Desastre da ocorrência
de dados no Sistema
na base de dados do Sistema de Defesa Civil.
de Defesa Civil
Fonte: CEP2R2, 2016.
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TEMA 4 – PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA DESASTRES DE ORIGEM
NATURAL
Local;
Detalhamento do desastre;
Dados Básicos
Coordenadas;
Bacia hidrográfica.
Residências;
Prédios públicos;
Infraestruturas;
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Quanto mais preparado o município estiver para o atendimento das áreas
de atenção, maiores serão as chances de sucesso. Por isso, é importante que os
gestores locais dediquem tempo e recursos para a definição e caracterização de
todas as áreas de seus municípios. Com essas informações, é possível criar uma
rede interna para alertar as comunidades quanto aos riscos, capacitar as pessoas
em situação de vulnerabilidade e definir estratégias que auxiliem os agentes de
proteção e defesa civil na melhoria continua de suas ações. Não obstante, essa
caracterização também é ideal para ajudar a priorizar as áreas que necessitarão
de atendimento imediato.
Por fim, cabe lembrar que a definição das ameaças também reflete
diretamente na efetividade dessas ações. De modo geral, os Planos de
Contingência podem apresentar a caracterização das áreas de atenção para
riscos de alagamento, deslizamento, enxurrada, granizo, inundação, tempestades
e vendaval. Entretanto, cabe ressaltar que o mais comum será encontrar medidas
de prevenção, mitigação e preparação frente a alagamentos, inundações,
enxurradas e deslizamentos. Isso se dá pela delimitação das áreas em que essas
ameaças podem ocorrer. Se pensarmos em situações de chuvas intensas,
vendavais e granizo, por exemplo, esses tipos de eventos podem alcançar o
município inteiro, ou variar as áreas afetadas a cada ocorrência. Percebe-se a
complexidade para antecipação das medidas nesses casos, resultando em uma
preparação com foco nos danos e prejuízos que os desastres podem causar.
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IV - organização do sistema de atendimento emergencial à população,
incluindo-se a localização das rotas de deslocamento e dos pontos
seguros no momento do desastre, bem como dos pontos de abrigo após
a ocorrência de desastre;
V - definição das ações de atendimento médico-hospitalar e psicológico
aos atingidos por desastre;
VI - cadastramento das equipes técnicas e de voluntários para atuarem
em circunstâncias de desastres;
VII - localização dos centros de recebimento e organização da estratégia
de distribuição de doações e suprimentos.
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são uma oportunidade para o envolvimento das comunidades nas medidas de
gestão dos riscos.
Além disso, outras informações que não podem faltar na estruturação são
a definição dos sistemas de monitoramento, alerta e alarme; as rotas de
evacuação; ações de socorro e de assistência às vítimas; ações de
restabelecimento dos serviços essenciais; e a instalação de um Sistema de
Comando de Incidentes (SCI). Essas informações podem ser subdivididas em 11
capítulos principais, conforme apresenta a Figura 1.
Destaca-se que o SCI é uma ferramenta gerencial utilizada para a
padronização de incidentes. Essa padronização permite uma maior organização
dos usuários quanto à integração das medidas e ações a serem tomadas,
apresentando três objetivos principais (Souza, 2018, p.10-11): “A segurança dos
respondedores do incidente, bem como de todas as pessoas envolvidas ou
atingidas pelo evento; O cumprimento dos objetivos táticos definidos para o
desenvolvimento das ações relacionadas ao incidente; O uso eficiente dos
recursos disponibilizados”.
Introdução
• Documento de aprovação
• Página de assinaturas
• Instruções para o uso e manutenção
Finalidade
• Pressupostos do planejamento
Caracterização do Cenário
• Áreas de alagamento
• Áreas de deslizamento
• Áreas de inundação
Cadastro de Abrigos
• Quando ativar o abrigo
Cadastro de Recursos
Ativação do Plano
• Autoridade para ativação, critérios e procedimentos
Desmobilização do Plano
• Critérios, autoridade e procedimentos para a desmobilização
Ações Operacionais
• Monitoramento
• Prioridades na gestão da ocorrência
Ações de Resposta
Instalação do SCI
• Organograma do SCI
Atribuições Gerais
Fonte: Pinheiro, 2016.
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Percebe-se que essa estruturação visa preparar todos os profissionais,
voluntários, organizações e comunidades envolvidas com as situações
emergenciais para um reposta eficaz. Desse modo, todo o planejamento e a
preparação devem ser muito bem pensados, a fim de alcançar a predefinição dos
elementos essenciais para o enfrentamento dos desastres: gerenciamento e
logística de recursos, processos institucionais, materiais e equipamentos
necessários, sistemas de comunicação e preparação técnica para a resposta.
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REFERÊNCIAS
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AULA 2
ELABORAÇÃO DE PLANOS
DE CONTINGÊNCIA
Elementos prévios
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inicia-se o seu processo de classificação. Nesse sentido, cabe determinar a sua
frequência e magnitude ao longo do tempo.
Conforme visto anteriormente, as principais ameaças presentes nos planos
de contingência do país são: alagamentos, inundações e movimentações de
massa (deslizamentos). Entretanto, caso os municípios não possuam esses tipos
de riscos, os gestores podem e devem determinar quais são as ameaças que
assolam suas comunidades. Com essas definições, a identificação das
vulnerabilidades pode ser realizada mediante cadastramento de informações-
chave como: caracterização dos moradores que habitam áreas de risco (com
nome, sexo, idade, grau de instrução, medicamentos utilizados, presença de
animais de estimação etc.); e caracterização dos empreendimentos essenciais
mais vulneráveis (escolas, hospitais, postos de saúde, centros comunitários etc.)
(Calheiros; Castro; Dantas, 2007).
Nesse contexto, os municípios precisam de um órgão responsável para a
organização e coordenação das atividades, como a Coordenadoria Municipal de
Proteção e Defesa Civil (Compdec). É esse órgão que irá comandar as ações de
identificação das ameaças e vulnerabilidades municipais, a fim de elaborar planos
específicos que auxiliarão as comunidades quanto à prevenção, mitigação e
preparação para os municípios e seus habitantes lidarem com essas ameaças e
vulnerabilidades. Com base nesse conhecimento, é possível se preparar para o
enfrentamento dos riscos. A elaboração dos planos estabelecerá “[...] o que fazer,
quem faz, como fazer, e quando deve ser feito” (Calheiros; Castro; Dantas, 2007,
p. 3).
Com as ameaças e vulnerabilidades locais bem definidas, é possível iniciar
a associação dos riscos do município, como citam Calheiros, Castro e Dantas
(2007, p. 42), mediante consideração dos:
Elementos
Exemplos
essenciais
• Estação de tratamento de água (ETA)
• Estação de tratamento de esgoto (ETE)
Infraestrutura
• Gás
• Energia elétrica
• Pontes
• Aeroportos
Transporte
• Ferrovias
• Vias e rodovias principais
Empreendimentos • Escolas
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Essenciais • Asilos
• Prefeitura e órgãos públicos
• Hospitais
• Postos de saúde
• Sistema penitenciário
• Bancos
• Obras de contenção
• Telefones
Comunicação
• Internet
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como um conjunto de elementos que compõe a probabilidade da ocorrência de
impactos negativos decorrentes de um evento, em uma determinada região. Os
principais fatores que contribuem para o aumento do risco nos municípios são:
ameaças, vulnerabilidades, incapacidade de enfrentamento de eventos e
indisponibilidade de recursos. Esse conjunto de elementos se conectam entre si,
definindo o cenário de risco. Cabe destacar que uma mesma região pode ter mais
de um cenário, alternando os riscos em decorrência dos tipos de ameaça que
assolam o município.
Para a elaboração do plano de contingência, devem ser considerados os
cenários de desastres que ocorrem com maior frequência e daqueles que
resultam nos maiores danos e prejuízos. Essas duas situações são muito
utilizadas para o planejamento da gestão de riscos e desastres no mundo todo.
Um exemplo disso são as diretrizes da Estratégia Internacional das Nações
Unidas para a Redução de Desastres (UNDRR, 2020) na campanha Construindo
Cidades Resilientes, em que cada município participante deve definir seus
cenários mais frequentes e mais impactantes. Com base nessa definição é que
se inicia o processo de planejamento para o alcance da resiliência local.
Com o detalhamento de cada cenário, é possível compreender a realidade
local por meio de análises específicas (Quadro 2). O conhecimento das ameaças,
vulnerabilidades e das capacidades e recursos existentes possibilita construir os
cenários de riscos locais, desde os mais simples até os mais complexos. Além
disso, é possível proceder a outras classificações, como de percepção sobre o
risco e sua temporalidade (Narváez; Lavell; Ortega, 2009). Só após esse
entendimento será possível definir medidas e estratégias eficazes para
preparação e resposta aos desastres.
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• Diagnósticos socioambientais (das Secretarias de Meio Ambiente,
Saúde, Economia, Assistência Social, Educação, Planejamento)
• Relatórios de equipes de saúde da família (sobre grupos
vulneráveis, por exemplo)
• Cadastro da população situada no cenário de risco contendo
peculiaridades de: idosos, crianças e adolescentes, ressaltando a
presença de recém-nascidos; pessoas com necessidade de
entendimento especial; hospitais locais e regionais; e demais
equipamentos sociais etc.
• Planos de emergências das agências de resposta
• Estrutura e equipe da prefeitura municipal
Capacidades e • Equipamentos sociais com capacidade de suporte (hospitais locais e
recursos regionais de infraestrutura, de transporte, abrigos, ginásios, entre
outros)
• Lideranças comunitárias
Fonte: elaborado com base em Brasil, 2017, p. 34.
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Esse conjunto de informações auxiliará os gestores na compreensão dos
cenários de risco para a elaboração do plano de contingência. O importante é
sempre ter em mente que os planos devem ser elaborados conforme a realidade
dos municípios. Quanto mais próximas da realidade local, mais eficientes serão
as medidas de prevenção, mitigação e preparação para desastres. Nesse sentido,
todas as análises deverão resultar na descrição completa das informações
pertinentes sobre as regiões abrangidas no plano de contingência, tais como a
quantidade de pessoas afetadas; quais serão as áreas prioritárias para
atendimento, durante uma ocorrência; qual o acesso para as áreas de risco; como
realizar a logística de materiais e pessoas; quais serviços essenciais podem ser
afetados; e quem serão os agentes envolvidos na resposta aos eventos (Quadro
3).
Capacidades e
Ameaça Vulnerabilidades Riscos
recursos
• Infraestrutura deficiente • O rio inunda afetando
• Treinamento
• Sistema de drenagem casas da vizinhança
• Pessoas
falho • Casas são alagadas no
capacitadas
• Sistema de saneamento nível do chão
• Locais para
Inundação falho • Aparelhos domésticos
estocagem dos
• Condição das edificações são danificados
aparelhos
precária • Mortes entre os grupos
domésticos
• Grupos sociais mais vulneráveis
• Plano de fuga
vulneráveis (idosos e crianças)
Fonte: elaborado com base em Brasil, 2017, p. 35.
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[...]
III - incorporar as ações de proteção e defesa civil no planejamento
municipal;
IV - identificar e mapear as áreas de risco de desastres;
V - promover a fiscalização das áreas de risco de desastre e vedar novas
ocupações nessas áreas;
VI - declarar situação de emergência e estado de calamidade pública;
VII - vistoriar edificações e áreas de risco e promover, quando for o caso,
a intervenção preventiva e a evacuação da população das áreas de alto
risco ou das edificações vulneráveis;
VIII - organizar e administrar abrigos provisórios para assistência à
população em situação de desastre, em condições adequadas de
higiene e segurança;
IX - manter a população informada sobre áreas de risco e ocorrência de
eventos extremos, bem como sobre protocolos de prevenção e alerta e
sobre as ações emergenciais em circunstâncias de desastres;
X - mobilizar e capacitar os radioamadores para atuação na ocorrência
de desastre;
XI - realizar regularmente exercícios simulados, conforme Plano de
Contingência de Proteção e Defesa Civil;
XII - promover a coleta, a distribuição e o controle de suprimentos em
situações de desastre;
XIII - proceder à avaliação de danos e prejuízos das áreas atingidas por
desastres;
XIV - manter a União e o Estado informados sobre a ocorrência de
desastres e as atividades de proteção civil no Município;
XV - estimular a participação de entidades privadas, associações de
voluntários, clubes de serviços, organizações não governamentais e
associações de classe e comunitárias nas ações do SINPDEC e
promover o treinamento de associações de voluntários para atuação
conjunta com as comunidades apoiadas; e
XVI - prover solução de moradia temporária às famílias atingidas por
desastres. (Brasil, 2012)
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a) O que vai ser feito e em qual período, respondendo as seguintes
perguntas: quais são os aspectos? Quais os problemas prioritários?
b) Quando deve ser realizada cada atividade, ou seja, o tempo que deve
ser utilizado para cada uma delas;
c) Como vai ser feito? Ou seja, a metodologia e tecnologia adequadas a
serem aplicadas, com facilidade de execução;
d) Quem são os executores? Quais os recursos a serem utilizados e
mobilizados – capacitação, treinamento e apoio previsto?
e) Como será feita a avaliação do andamento e da qualidade de cada
tipo de atividades;
f) Qual a frequência da avaliação e revisão desse plano de trabalho?
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Quadro 4 – Integração da Pnpdec às políticas públicas
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TEMA 5 – CADASTRAMENTO DE RECURSOS
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organização, é importante seguir uma padronização na hora desse
cadastramento, facilitando para que os responsáveis encontrem as informações
de que precisem rapidamente. Com a ocorrência de desastres e a necessidade
de utilização dos recursos, eles são separados em três fases principais: recurso
disponível – quando ele está pronto para ser utilizado; recurso designado –
quando ele está em uso durante e após a ocorrência de eventos; e recurso
desmobilizado – quando ele já não é mais necessário (Oliveira, 2009).
De modo geral, o modelo utilizado no Brasil para o cadastramento de
recursos nos planos de contingência os categoriza em quatro tipos principais:
veículos, materiais, recursos humanos e instituições voluntárias. Em cada uma
das categorias é possível armazenar informações sobre a quantidade de recursos
disponível, quem são os responsáveis pelo armazenamento e distribuição dos
recursos e seus meios de contato (Quadro 5). As descrições e exemplos de
recursos possíveis para cada uma das categorias são:
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eventos extremos. Exemplos: igrejas e locais de culto, associações
comunitárias, organizações não governamentais (ONGs), entre outras.
Telefone
E-
Tipo Quantidade Responsáveis Instituição de
mail
contato
VEÍCULOS
MATERIAIS
Estruturais
Assistência
humanitária
RECURSOS
HUMANOS
INSTITUIÇÕES
VOLUNTÁRIAS
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REFERÊNCIAS
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UNDRR – Estratégia Internacional das Nações Unidas para a Redução de
Desastres. Making Cities Resilient 2030 (MCR2030): Networking Event.
Genebra, 2020.
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AULA 3
ELABORAÇÃO DE PLANOS
DE CONTINGÊNCIA
• Busca e salvamento;
• Ciência e Tecnologia;
• Comunicações;
• Controle de custo e avaliação de bens;
• Corpos de Bombeiros e polícias civil e militar;
• Educação;
• empresas, organizações não governamentais, instituições locais;
• Engenharia e evacuação;
• Entidades de classe;
• guardas municipais;
• Habitação e abrigos;
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• Lideranças comunitárias e moradores de áreas de risco;
• Meio ambiente;
• Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil;
• ONGs com atuação humanitária;
• Saúde e saneamento;
• Segurança aérea e marinha;
• Serviços de emergência médica, como o Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (Samu);
• Socorro e emergência (comida, água, vestuário).
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• estrutura e organização da Compdec;
• atuação e funcionamento;
• identificação dos membros;
• informações sobre os principais desastres do município;
• problemas e dificuldades existentes ou tidas anteriormente;
• informações sobre:
− estudos das ameaças e vulnerabilidades;
− sistemas de monitoramento de riscos, alerta e alarme;
− plano de atuação em situação de emergência e desastres;
− atividades não concluídas;
− atividades sobre capacitação e treinamento de pessoal e voluntário;
• recursos humanos, equipamentos e materiais;
• atividades desenvolvidas pela Compdec;
• comunidades parceiras.
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Com base no exposto, percebe-se como a atuação de um grupo de trabalho
multidisciplinar, que também seja composto pelos diferentes setores da
sociedade, pode influenciar diretamente na eficácia do atendimento e da
preparação das comunidades em risco. “O importante é garantir a presença de
representantes que tenham, de um lado, poder decisório, e de outro,
conhecimento efetivo” (Brasil, 2017, p. 33). Com essas definições, os grupos
responsáveis devem realizar reuniões constantes para dar início ao planejamento
das atividades do Plano de Contingência. Entre as fases iniciais, estão a
caracterização local e coleta de dados, a fim de determinar os cenários de risco e
as áreas prioritárias. Além disso, durante o planejamento, também devem ser
considerados os procedimentos e prazos de avaliação e revisão dos planos.
6
reconstrução; caso contrário, pode-se verificar se já houve alguma participação
de trabalho com a Compdec; as ações desenvolvidas em prol das comunidades;
e sugestões de estratégias que possam ser adotadas para aumentar a integração.
Posteriormente às ocorrências, a academia também tem forte participação
para medidas preventivas e mitigatórias. Os pesquisadores podem fazer utilização
dos bancos de dados disponíveis nos sistemas de defesa civil, Centro Nacional
de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), Companhia de
Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), Centro Nacional de Gerenciamento de
Riscos e Desastres (Cenad) etc. a fim de avaliar as medidas tomadas em
comparação às ocorrências e respectivos impactos. Desse modo, é possível
realizar contribuições para novas estratégias que ampliem a preparação local. Por
exemplo: “refinamento dos limiares para geração de alertas mais precisos;
compreensão e retroanálise do evento de movimento de massa ocorrido, se as
ações de contingência internas e externas da defesa civil municipal foram efetivas
ou precisam ser revisadas” (Fernandes, 2018, p. 35).
7
ocupação do solo, movimentos demográficos etc. (Freitas; Netto, 2016,
p. 168-169):
8
O envolvimento da sociedade civil apresenta diversos benefícios para os
agentes de Proteção e Defesa Civil municipais, entre os quais podem ser citados
(Brasil, 2017, p. 24):
9
(Quadro 1 – conclusão)
TEMA 4 – ATRIBUIÇÕES
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medidas e estratégias para a gestão de riscos (prevenção, mitigação e
preparação); compartilhamento de informações sobre desastres; previsão de
recursos orçamentários para resposta e reconstrução; e elaboração de Planos de
Contingência (Pinheiro et al., 2013). Além disso, dentro de sua própria
estruturação, cabe destacar as atribuições por área setorial (Furtado et al., 2013,
p. 84):
11
Quadro 2 – Resumo de apresentação dos recursos, responsáveis e atribuições
12
órgãos, seguindo uma estrutura básica de ação, procedimento, recursos
necessários, responsáveis e atribuições” (Brasil, 2017, p. 37).
Não obstante, é importante também citar as atribuições correlacionadas
com a sociedade civil (Freitas; Netto, 2017):
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(prevenção, mitigação e preparação) e após a ocorrência dos eventos (resposta
e reconstrução). Destaca-se que, aqueles que não se estabelecerem, se
prepararem e se fortificarem nas etapas prévias aos eventos extremos, não
estarão aptos a agirem durante as situações de anormalidade. As etapas da
gestão de riscos compreendem as ações que buscam pela redução dos impactos
negativos causados pelos desastres, preparando os gestores e as comunidades.
Já as etapas de gestão de desastres, quando a anormalidade se estabelece,
perpassam por ações de alerta, socorro, assistência e reabilitação.
Para a organização desses processos e implementação de medidas
práticas, os agentes de coordenação e operação podem contar com sistemas de
comando. Por exemplo, tem-se o Sistema de Comando de Incidentes (SCI) e o
Sistema de Comando Operacional (SCO), os quais são ferramentas de gestão
unificadas para auxiliar os envolvidos com as situações emergenciais em uma
resposta efetiva. Ambos os sistemas se baseiam no Incident Command System
(ICS) dos Estados Unidos, tendo como objetivo a determinação de estruturas
organizacionais mais integradas.
Esses sistemas podem ser utilizados nos planos de contingência para
estruturar as medidas e ações de resposta. De modo geral, muitos municípios já
utilizam esses modelos para ajudar nas definições de coordenação. Esses
sistemas de comando serão apresentados de maneira mais detalhada em
momento futuro. Entretanto, cabe destacar que podem adotar seus próprios
modelos organizacionais mesmo aqueles que não têm estrutura e capacitação
necessárias para a utilização dessas ferramentas. O importante é que se tenha
em mente que todas as estratégias adotadas para preparação das comunidades,
devem ser colocadas em prática conforme o planejamento (Fernandes, 2018).
Outra forma de manter o controle dos riscos é realizando o monitoramento
in loco. Quando o risco da ocorrência de um desastre aumenta, deve-se realizar
vistorias nos lugares com maiores índices de vulnerabilidade. Geralmente esses
locais são caracterizados como prioritários pelos cenários de risco. Essas vistorias
têm o objetivo de verificar se, com a materialização da ameaça, outros indícios
podem provocar desastres. Considerando inundações ou deslizamentos, por
exemplo, pode-se observar: índices de chuva e o nível atual do rio em comparação
com os municípios a montante; trincas em terrenos ou nas construções; inclinação
de estruturas ou de árvores etc. Todos esses elementos se referem à instabilidade
14
dos terrenos, auxiliando os agentes na ativação do Plano de Contingência, a fim
de evacuar as comunidades em tempo hábil (Fernandes, 2018).
Para a realização dessas vistorias, as equipes devem receber um
treinamento contínuo, tendo em vista os riscos a que estarão submetidas. A
caracterização de áreas, rotas de fuga e principais perigos da região devem estar
muito claros antes do início das atividades. Não obstante, a capacitação técnica é
essencial nesses casos para a efetividade das ações, já que será necessário o
conhecimento específico daquilo que se deseja analisar.
Considerando que as vistorias são realizadas quando a probabilidade de
um desastre ocorrer já é alta, é importante trabalhar com elementos sonoros para
que tanto os técnicos quanto a população estejam preparados para saírem das
áreas de risco rapidamente. Nessas condições, os gestores precisarão determinar
os procedimentos para encerramentos das atividades de vistoria, podendo ser por
avisos no rádio ou por padrões previamente estipulados nos sistemas de alarme.
De modo geral, são essas técnicas e medidas que darão suporte às ações
de resposta. As ações de resposta abrangem questões como socorro, assistência
às vítimas e reabilitação de cenários. Para cada um dos cenários identificados em
que as emergências se materializarem, será necessário consultar os responsáveis
pelas medidas estratégicas de resposta. Destaca-se que, para cada ação,
também é necessário apresentar as pessoas e instituições responsáveis, assim
como telefones e e-mails de contato.
15
REFERÊNCIAS
FREITAS, L. E.; NETTO, A. L. C. Reger Córrego Dantas: uma ação coletiva para
enfrentamento de ameaças naturais e redução de desastres socioambientais.
Ciência & Tropico, Rio de Janeiro, v. 40, p. 165-190, 2016.
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AULA 4
ELABORAÇÃO DE PLANOS
DE CONTINGÊNCIA
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Quadro 1 – Conceituação de Monitoramento, Alerta e Alarme.
3
pesquisas em diversas áreas de conhecimento, como meteorologia, geologia e
hidrologia. Neste âmbito o órgão tem a função, entre outras, de desenvolver
modelos matemáticos, ferramentas de alerta de previsão de inundação, cheias e
enxurradas em áreas urbanas e rurais. O monitoramento é realizado em 959
regiões do país (CEMADEN, 2021).
Além do CEMADEN, que monitora os eventos geohidrológicos
(Inundações, enxurradas e deslizamentos), outras agências têm papel importante
nos processos de monitoramento, alerta e alarme (Brasil, 2017):
4
TEMA 2 – CAMINHOS DE FUGA E EVACUAÇÃO
6
As placas devem ser instaladas a cada mudança de direção ou em
linha reta e, dentro do limite do alcance visual. Ou seja, estando em
uma placa, deve-se enxergar a outra;
As placas devem ser confeccionadas em material durável e pintadas
em cores vivas utilizando tintas ou adesivos refletivos, facilitando sua
visualização quando da utilização de lanternas durante períodos de
pouca luz solar.
Iluminar os Quando as condições permitirem, é desejável que haja iluminação
caminhos de fuga artificial ao longo das rotas de fuga.
Definir moradores
Definir, entre a própria população residente dessas áreas de risco,
responsáveis pela
equipe responsável por conduzir os moradores vulneráveis pelas
mobilização da sua
rotas de fuga de forma adequada durante a evacuação.
própria comunidade
Fonte: GIDES, 2018, p. 25-26.
9
de urgência” (Brasil, 2017, p.36). Além disso, é importante ressaltar que uma área
da saúde ainda pouco considerada nos processos de planejamento a desastres,
é a psicológica.
O profissional da psicologia atua de forma multidisciplinar, devendo ter
conhecimento sobre os principais impactos que as situações de desastres podem
resultar na vida das pessoas. Desta forma, com suas responsabilidades
integradas à Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, a psicologia tem um
elevado grau de importância na identificação dos efeitos colaterais das
comunidades, em curto e principalmente, em longo prazo (Stringari et al., 2019).
Diante das crises, os profissionais têm a capacidade de compreender a força da
população para a sua recuperação e reconstrução. Nesse sentido, pode-se definir
a psicologia em desastres como:
10
Quadro 3 – Psicologia e a GRD.
11
transtornos pós-traumáticos e na identificação dos melhores tratamentos
disponíveis para atender os afetados (Vieira; Neto, 2017).
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A Política Nacional de Assistência Social incluiu o gerenciamento de
Participação de abrigos na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais,
assistentes sociais cabendo ao Assistente Social a responsabilidade de gerenciar os
abrigos provisórios em calamidades públicas emergenciais
O planejamento das ações de abrigo deve essencialmente garantir o
provimento de água, alimentação, boas condições de higiene, saúde e
Planejamento dos
segurança, além de elementos mínimos que garantam o respeito e a
abrigos e das
dignidade humana.
condições de
Em uma situação de abrigamentos, é de fundamental importância a
entorno
garantia da segurança nas áreas evacuadas e interditadas por parte do
Poder Público
Os abrigos ou locais de abrigamentos têm que prever ações de
preparação para o processo de evacuação, antes mesmo do desastre
se concretizar.
Preparação de
A depender das proporções e da complexidade do cenário, esta ação
evacuação das
pode ser subdividida em outras ações menores, como a mobilização da
áreas de risco
equipe responsável pelo abrigo, preparação do local para recebimento
da população, abertura do abrigo e até mesmo a finalização das
atividades do abrigo, após o desastre e do retorno à normalidade
13
O reconhecimento e o detalhamento dessas informações darão suporte
para o momento em que seja necessário realizar a ativação dos abrigos. Com a
ocorrência dos eventos extremos e a emissão de alertas para as comunidades
localizadas em áreas de risco, deve-se avisar os responsáveis cadastrados para
realizar a ativação do Plano. Dependendo da intensidade dos eventos e da
probabilidade de pessoas terem de ser removidas das áreas de atenção, os
responsáveis também deverão realizar a ativação dos abrigos. A ativação dos
abrigos deve ser realizada prioritariamente, antes dos desastres se efetivarem,
dando tempo de alocar as pessoas de maneira segura.
14
Quadro 5 – Principais ações de preparação para evacuação com a emissão de
alertas em nível Alto e Muito Alto.
15
REFERÊNCIAS
16
VIEIRA, C. M. S.; NETO, O. V. Curso de extensão em Psicologia das
Emergências. Alto da Boa Vista: Núcleo Foccus, 2019.
ZHENG, X.; ZHONG, T.; LIU, M. Modelling Crowd Evacuation of a Building Based
on Seven Methodological Approaches. Building and Environment, v. 44, n. 3, p.
437-445, 2009.
17
AULA 5
ELABORAÇÃO DE PLANOS
DE CONTINGÊNCIA
Tipo Descrição
Por meio de recursos como mapas das áreas de risco e veículos de
brinquedo dispostos em uma grande mesa, por exemplo, as equipes de
resposta selecionadas treinam aspectos específicos do plano de
Simulados de
contingência, como deslocamentos e os posicionamentos de segurança,
mesa
rotas de fuga, recursos necessários etc. Esta modalidade permite uma
visão sistêmica de toda operação de resposta, com a percepção da
ocupação de cenários de risco e requisitos de segurança para as equipes.
São os exercícios e treinamentos que executam apenas a parte do plano
de contingência referente à mobilização das equipes de resposta. Servem
Simulados de
para avaliar os tempos de acionamento, a informação correta e atualizada
acionamento
de contatos, o conhecimento do plano de contingência de quem está sendo
acionado etc. Nesta modalidade, não há deslocamentos reais de recursos.
São os exercícios que não envolvem a população, mas apenas as equipes
de resposta. Neste caso, é preciso escolher o cenário de risco e
Simulados
desenvolver detalhes sobre a evolução desse cenário, de modo a avaliar a
internos
organização das informações, o desenvolvimento do plano de ação, a
organização estrutural e de controle de recursos da operação etc.
Neste caso, após a definição do cenário e dos detalhes sobre sua
evolução, será preciso mobilizar, além das equipes de resposta, a própria
comunidade afetada pelo cenário que está sendo avaliado. São treinados
Simulados
aspectos como sistemas de alerta e alarme, fuga, deslocamento das
externos
equipes de resposta, gestão do desastre como um todo etc. O mais
importante nesse simulado é a avaliação do tempo de resposta de equipes
de resposta e procedimentos, além do envolvimento da população.
Fonte: elaborado com base em Brasil, 2017.
2
De modo geral, a organização de simulados pode ser resumida em nove
etapas principais (Brasil, 2017). As quatro primeiras serão apresentados nesse
tema, e representam as ações de planejamento e organização.
A primeira delas se refere ao processo de decisão para colocar os
exercícios em prática. Assim, é importante que os grupos de trabalho estejam bem
definidos no plano de contingência, a fim de iniciar o planejamento das ações.
Cabe destacar que esse planejamento deve ser o mais detalhado possível,
contendo informações sobre a periodicidade dos treinamentos, as
responsabilidades dos indivíduos participantes, além do cronograma completo
das etapas até o encerramento do processo.
Com essas definições realizadas, o grupo de trabalho deverá analisar
cenários e áreas de risco instituídos no plano de contingência. Tais cenários
condizem com as principais ameaças a que os municípios estão sujeitos. Por isso,
os responsáveis deverão buscar por critérios que ajudem a determinar quais são
os piores cenários identificados e as áreas mais vulneráveis. Dessa forma, o
planejamento das ações será específico para cada localidade. Durante o
detalhamento das etapas, será necessário considerar também grupos especiais,
como crianças, idosos, pessoas com problemas de acessibilidade etc. (Quadro 2).
A terceira etapa está diretamente relacionada aos procedimentos e ações
previstos no plano de contingência. Com a definição dos cenários de risco e dos
tipos de desastres que serão trabalhados, deve-se determinar as atividades
prioritárias que serão testadas durante os exercícios. Dentre elas, estão: sistemas
de alerta e alarme entre os órgãos e as comunidades; atendimento dos moradores
com necessidades especiais; ações de busca e primeiros socorros; atuação dos
voluntários; evacuação das áreas de risco; gerenciamento de abrigos e doações
etc. Para cada uma dessas atividades, deve-se definir os responsáveis pelas
ações; a descrição das medidas a serem adotadas; o tempo necessário para a
realização das atividades; e a definição das datas em que as atividades serão
encerradas.
Observa-se que, com a definição dos procedimentos a serem adotados, os
responsáveis já devem ser definidos. Desse modo, na quarta etapa é feita a
distribuição de tarefas. Existem três equipes principais necessárias para a
efetividade dos exercícios: treinamento; observação e avaliação; equipe de
suporte. A equipe de treinamento é composta pelos responsáveis por ações de
3
resposta e moradores das comunidades em risco, tendo em vista que os
exercícios práticos de prospecção dos cenários futuros são realizados com eles.
Itens Descrição
Inserir data, horário de início e fim da atividade,
Data, horário e município além de nome do município em que irá ocorrer o
exercício.
Endereço da área de risco e noma da comunidade
Local de execução do simulado
que irá participar do simulado.
Número de residências na área de risco;
População da área de risco;
Tempo de ocupação da área de risco;
Infraestrutura existente na área de realização do
Descrição do cenário de risco em que simulado;
irá acontecer a atividade Locais públicos existentes na área de realização do
simulado;
Tipo predominante de construções;
Perfil da população com as suas respectivas
necessidades especiais.
Principais ocorrências, as mais recentes, as mais
relevantes;
Definição do risco
Indicar período de ocorrência, magnitude e
abrangência.
Critérios para acionamento de alerta Quais são os sistemas de alerta e alarme
e alarme existentes; quando, como e quem irá acioná-los.
Número de pessoas que participará
População prevista que participará do simulado.
do simulado
Órgãos envolvidos na organização e Indicar os órgãos estaduais e municipais que
execução do simulado participarão do simulado.
Previsão de início e término da
Tempo estimado de execução da atividade.
atividade
Local do simulado;
Posto de comando;
Área de espera/pontos de encontro, de apoio ou de
Organização da área que irá segurança;
acontecer o simulado Áreas de evacuação;
Rotas de fuga;
Abrigo;
Sinalização.
Atividades lúdicas a serem Desenvolvimento de atividades voltadas para
desenvolvidas com crianças crianças no abrigo temporário.
Articulação com centros de zoonoses;
Tratamento de animais
Utilização de bichos de pelúcia para o simulado.
Todos devem participar e apresentar suas
considerações sobre o evento;
Avaliação do Simulado e do Plano de
Tudo correu como previsto (tempo e recursos), ou
Contingência
se há necessidade de ajustes;
Ajustes no plano de contingência, se necessário.
Fonte: elaborado com base em Brasil, 2017.
4
necessário algum tipo de alteração. Por fim, a equipe de suporte é composta pelos
responsáveis de organização. Nesse caso, as equipes cuidam da logística de
materiais, das filmagens e materiais fotográficos, da identificação dos
participantes, das reuniões de início e fim das atividades, da distribuição de
material efetivo, dentre outros aspectos.
5
ações. No terceiro caso, a avaliação também consiste na organização de
materiais e equipamentos, com eficácia em logística e agilidade dos
respondentes.
Ações Descrição
Cada órgão envolvido no simulado deve receber uma
comunicação oficial que descreva, pelo menos, o objetivo do
Comunicação oficial aos simulado, a data e horário de realização, as responsabilidades do
órgãos de resposta órgão e a agenda de mobilização. Além da comunicação oficial,
é possível promover reuniões específicas com um ou mais
órgãos e convidá-los para as reuniões comunitárias.
A depender da modalidade de simulado selecionada e do
tamanho da comunidade que será treinada será preciso fazer
reuniões para explicar o passo a passo do simulado e esclarecer
qualquer dúvida que moradores, empresas e demais envolvidos
Reuniões comunitárias
na área a ser trabalhada venham a ter. Nesses espaços, é
importante que os representantes comunitários que integram o
grupo de trabalho estejam presentes para validar as decisões
tomadas durante o planejamento.
Algumas vezes, os exercícios simulados mudam a rotina, não
apenas daqueles que fazem parte diretamente do treinamento,
mas de toda a região. Isso porque o fluxo de veículos oficiais
pode aumentar, algumas vias podem ser interditadas, poderá
haver deslocamento de grande número de pessoas, etc. Por isso,
Ampla divulgação
é importante garantir ampla divulgação sobre a realização do
simulado, de maneira a evitar qualquer transtorno. A divulgação
pode ser feita com o apoio de redes sociais; imprensa; agentes
comunitários de saúde e de assistência social; rádio comunitária;
panfletagem; instituições religiosas; faixas de sinalização etc.
É importante que informações sobre local, data, horário e roteiro
do simulado sejam organizadas em um material de orientação.
Se houver a possibilidade, é também interessante elaborar um
Produção de material de material mais completo, que contenha mapas, croquis, para que
orientação seja possível divulgar, inclusive, o conteúdo do plano de
contingência. Esse material pode ser utilizado como apoio na
mobilização com órgãos oficiais, comunidades, via redes sociais
e para a imprensa.
Fonte: elaborado com base em Brasil, 2017.
6
colocadas em prática. Para isso, podemos organizar as atividades em três grupos
principais. Primeiramente, a reunião de abertura para as apresentações oficiais e
formalidades. Nessa reunião, também devem ser apresentados os roteiros e as
equipes, além da distribuição de materiais e formulários para a avaliação do
treinamento. Após a reunião, é realizado um treinamento de resposta à
ocorrência. Nessa fase, todos os passos de sinalização, rotas de fuga, pontos de
encontro etc. são avaliados. Para concluir o simulado, é possível realizar a reunião
de encerramento. Nessa última reunião, os avaliadores podem expor suas
opiniões a partir do exercício realizado. Além disso, também é importante coletar
as assinaturas dos envolvidos para controle e acompanhamento futuro.
7
Para avaliar essas questões, é essencial que o município adote um padrão
a ser utilizado nos exercícios de simulado. Formulários padronizados podem
ajudar os gestores locais a comparar os resultados entre diferentes comunidades.
Essa estratégia pode ser usada para melhorar performances e medidas adotadas
em diferentes regiões, monitorar os avanços das comunidades, definir novas
ações no plano de contingência, entre outras possibilidades. Dois exemplos de
formulários podem ser observados a seguir.
8
Foram elaborados planos de ação complementares (animais, crianças
sozinhas, entre outros)
Fonte: elaborado com base em Brasil, 2017.
Por fim, a última etapa desse processo de simulados se refere aos registros
e à atualização do plano de contingência. Como pode ser observado, a etapa
nove está relacionada com a reunião de encerramento, citada no sétimo passo.
Após o desenvolvimento das atividades e a avaliação dos técnicos, a reunião final
pode ser agendada para a discussão dos itens apresentados. Dentre os
documentos a serem produzidos com a elaboração dos simulados, estão: (1)
Registro de treinamento – deve conter registro fotográfico, depoimentos dos
participantes e descrição das atividades realizadas; (2) Registros de avaliação –
deve conter principais pontos identificados pelos avaliadores e discussões
realizadas na reunião de encerramento; e (3) Atualização e revisão do plano de
contingência – com todos os registros realizados, deve-se identificar quais
medidas serão alteradas.
As etapas devem funcionar como um ciclo. Ou seja, após a atualização do
plano, ele deve ser novamente validado por meio de simulados, que irão gerar
novas avaliações e revisões. Esse sistema deve se manter com os processos de
melhoria contínua.
9
aplicações, canalização de radiofrequências para estações repetidoras de fonia e
canalização de radiofrequências para estações IVG do Serviço de Radioamador.
A partir dessas regulamentações, entende-se que, em casos de eventos
extremos, o sistema tem a finalidade de permitir a comunicação entre os diferentes
órgãos governamentais. Nesse sentido, a atividade pode ajudar os agentes locais
na promoção da segurança das comunidades durante o atendimento às
emergências. No Art. 39 da Resolução n. 449 de 2006, por exemplo, é
mencionado que as estações de radioamadores podem ser utilizadas até para a
transmissão de comunicados internacionais em situações emergenciais.
Tendo em vista a alta frequência de desastres que tem atingido as cidades
nos últimos anos, cada vez mais é possível encontrar cursos e treinamentos
oferecidos pelas Proteções e Defesa Civis Estaduais e pela Anatel. A partir do
momento em que os gestores municipais de Defesa Civil e os voluntários são
capacitados, eles se tornam peças-chave para a comunicação local. A certificação
de radioamador permite que, mesmo com a interrupção dos serviços, as
comunidades ainda tenham um meio para se comunicar. Destaca-se que os
profissionais podem fazer toda a diferença durante a resposta de emergências,
principalmente quando se trata do salvamento de vidas.
Além dos radioamadores locais, os gestores precisam ter consciência da
necessidade de manter uma rede de contato regional ou estadual, muito útil em
situações críticas. Diversos estados brasileiros já instituíram grupos oficiais de
radioamadores em seu sistema de Defesa Civil. No estado do Paraná, por
exemplo, foi criada a Rede Estadual de Emergência de Radioamadores (REER).
A REER está diretamente vinculada à Coordenadoria Estadual de Proteção e
Defesa Civil do estado (CEPDEC), tendo como objetivo prestar apoio aos agentes
durante a ocorrência de desastres, a fim de reestabelecer a comunicação local.
No Paraná, a Rede Estadual de Emergência de Radioamadores apresenta
uma frente de ação estratégica, subdividida em nível organizacional (coordenação
e operação estadual), nível regional e nível municipal (Figura 1).
10
Para o funcionamento do sistema radioamador, o estado conta com duas
tecnológicas centrais: o Echolink e o Automatic Position Reporting System
(APRS). O Echolink utiliza a tecnologia Voice over Internet Protocol (VoIP),
diretamente na internet, possibilitando a comunicação entre diversos operadores.
Já o APRS é um software que interliga o rádio com o sistema de posicionamento
geográfico (GPS), permitindo contato a longas distâncias (Lambaret, 2018).
11
para outras equipes. Desse modo, observamos a importância de manter um
sistema integrado com o poder público, o setor privado, comunidades etc.
De modo geral, o Sistema de Comando de Incidentes pode ser subdividido
em dois grupos principais: Comando e Equipe de Comando. O Comando é
responsável por toda a operação, sendo formado por três grupos principais:
Ligação, Segurança e Informações ao Público (Figura 2). Dentre as suas
atividades, está a instalação do SCI, a avaliação de campo, a escolha de melhores
instalações e áreas para o desenvolvimento das atividades, a estruturação dos
organogramas de responsabilidades, a definição dos objetivos e prioridades de
ação, o desenvolvimento do plano estratégico, e a coordenação das atividades
administrativas e gerenciais (Defesa Civil ES, 2018).
COMANDO
INFORMAÇÕES
LIGAÇÃO SEGURANÇA AO PÚBLICO
Comando Funções
É o responsável por avaliar e monitorar, constantemente, condições inseguras
de trabalho no local da operação. Ou seja, tem a função de vigilância e
Segurança
avaliação de situações perigosas e inseguras, assim como de
desenvolvimento de medidas para a segurança do pessoal.
É o responsável pela formulação e divulgação de informações sobre a
situação crítica e a operação para a mídia, além das comunidades afetadas
pelo evento. Ou seja, responsável pelo contato com os meios de comunicação
Informação ou outras organizações que buscam informação direta sobre o incidente.
Pública Ainda que todos os órgãos que estejam respondendo ao incidente possam
designar membros de seu pessoal como oficiais de Informação Pública,
durante o evento haverá somente um “Porta-Voz”. Os demais atuarão como
auxiliares. Toda a informação deverá ser aprovada pelo Comando.
É o responsável pelo enlace (contatos externos) com os representantes dos
organismos que cooperam com a operação, especialmente aqueles que não
estão no posto de comando e autoridades políticas. Ou seja, é responsável
Ligação
pela integração das instituições que estejam trabalhando no incidente, ou que
possam ser convocadas. Inclui organismos de primeira resposta, saúde, obras
públicas ou outras organizações.
Fonte: elaborado com base em Defesa Civil ES, 2018; Souza, 2012.
12
Por outro lado, a Equipe de Comando é responsável por atividades
diretamente ligadas ao Comando, sendo formada por quatro grupos principais:
Planejamento, Operações, Logística, Administração e Finanças (Figura 3). Cada
um desses grupos tem responsabilidades específicas durante a ocorrência dos
eventos. Cabe destacar que as atribuições a serem desempenhadas pela equipe
são definidas pelo Comando conforme a necessidade. Quanto maior a intensidade
e a magnitude dos eventos, mais postos de equipe são ativados (Defesa Civil ES,
2018).
GERAL
PLANEJAMENTO OPERAÇÕES
Operações
Situação Recursos Área de Espera
Aéreas
Concentração
Documentação Desmobilização Socorro
de Vítimas
Assistência Reabilitação
ADMINISTRAÇÃO
LOGÍSTICA
E FINANÇAS
Médica Comunicações
Comando Funções
O Coordenador de Operações conduz as atividades operacionais no nível
tático, executando o plano de ação do comando.
Operações Sob sua responsabilidade, encontram-se o Encarregado da Área de Espera
e os Chefes das Seções Operacionais (bombeiro, polícia, saúde, defesa
civil, operações aéreas etc.) que se fizerem necessários.
O Coordenador de Planejamento prepara e documenta o plano de ação
para alcançar os objetivos e as prioridades estabelecidos pelo comando;
coleta e avalia informações; e mantém um registro dos recursos e da
emergência ou situação crítica como um todo.
Unidades da Coordenação de Planejamento:
• Situação: acompanha a evolução do evento, analisando o seu
Planejamento desenvolvimento;
• Recursos: documenta e monitora os recursos envolvidos na operação;
• Documentação: registra e protege todos os documentos relevantes para o
evento e a operação;
• Desmobilização: determina os procedimentos para a desmobilização dos
recursos empenhados na operação de forma gradual, ordenada e segura.
O Coordenador de Logística fornece suporte, recursos e outros serviços
necessários ao alcance dos objetivos e prioridades da operação como um
todo. Sob sua responsabilidade encontram-se os líderes das unidades de
suporte (normalmente atuam com suprimentos e instalações) e serviços
(comunicações, alimentação, serviços médicos) que se fizerem necessários.
Unidades da Coordenação de Logística:
• Comunicação: fornece e controla os meios de comunicação eletrônica na
operação, integrando a comunicação dos diversos órgãos, agências e
jurisdições envolvidos. Coordena as redes de comunicação;
Logística
• Médica: faz o acompanhamento preventivo das condições de saúde, bem
como o atendimento do pessoal envolvido na operação;
• Alimentação: providencia o fornecimento de alimentação para o pessoal
envolvido na operação;
• Suprimentos de Materiais: fornece os materiais necessários para que os
recursos permaneçam em condição operacional, incluindo combustível,
peças, reposição de itens etc.;
• Instalações: organiza e coordena instalações para o pessoal e
equipamentos empregados na operação.
O Coordenador de Administração controla e monitora os custos
relacionados à operação como um todo, providenciando o controle de
emprego de pessoal, horas trabalhadas para fins de indenização, compras
(orçamentos, contratos, pagamentos) e custos.
Unidades da Coordenação de Administração:
Administração
• Emprego/Recursos: controla as horas de trabalho do pessoal empregado
e Finanças
na operação para fins de pagamento, hora extra e adicional noturno, além de
diárias no caso de deslocamento;
• Compras: realiza os procedimentos legais e operacionais para a compra
de bens e serviços, seja para o pessoal empregado na operação, seja para a
população afetada pelo evento;
14
• Custos: controla os gastos com a operação, a fim de determinar o custo da
mesma e identificar a necessidade de recursos financeiros adicionais.
Fonte: elaborado com base em Defesa Civil ES, 2018.
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REFERÊNCIAS
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AULA 5
ELABORAÇÃO DE PLANOS
DE CONTINGÊNCIA
Tipo Descrição
Por meio de recursos como mapas das áreas de risco e veículos de
brinquedo dispostos em uma grande mesa, por exemplo, as equipes de
resposta selecionadas treinam aspectos específicos do plano de
Simulados de
contingência, como deslocamentos e os posicionamentos de segurança,
mesa
rotas de fuga, recursos necessários etc. Esta modalidade permite uma
visão sistêmica de toda operação de resposta, com a percepção da
ocupação de cenários de risco e requisitos de segurança para as equipes.
São os exercícios e treinamentos que executam apenas a parte do plano
de contingência referente à mobilização das equipes de resposta. Servem
Simulados de
para avaliar os tempos de acionamento, a informação correta e atualizada
acionamento
de contatos, o conhecimento do plano de contingência de quem está sendo
acionado etc. Nesta modalidade, não há deslocamentos reais de recursos.
São os exercícios que não envolvem a população, mas apenas as equipes
de resposta. Neste caso, é preciso escolher o cenário de risco e
Simulados
desenvolver detalhes sobre a evolução desse cenário, de modo a avaliar a
internos
organização das informações, o desenvolvimento do plano de ação, a
organização estrutural e de controle de recursos da operação etc.
Neste caso, após a definição do cenário e dos detalhes sobre sua
evolução, será preciso mobilizar, além das equipes de resposta, a própria
comunidade afetada pelo cenário que está sendo avaliado. São treinados
Simulados
aspectos como sistemas de alerta e alarme, fuga, deslocamento das
externos
equipes de resposta, gestão do desastre como um todo etc. O mais
importante nesse simulado é a avaliação do tempo de resposta de equipes
de resposta e procedimentos, além do envolvimento da população.
Fonte: elaborado com base em Brasil, 2017.
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De modo geral, a organização de simulados pode ser resumida em nove
etapas principais (Brasil, 2017). As quatro primeiras serão apresentados nesse
tema, e representam as ações de planejamento e organização.
A primeira delas se refere ao processo de decisão para colocar os
exercícios em prática. Assim, é importante que os grupos de trabalho estejam bem
definidos no plano de contingência, a fim de iniciar o planejamento das ações.
Cabe destacar que esse planejamento deve ser o mais detalhado possível,
contendo informações sobre a periodicidade dos treinamentos, as
responsabilidades dos indivíduos participantes, além do cronograma completo
das etapas até o encerramento do processo.
Com essas definições realizadas, o grupo de trabalho deverá analisar
cenários e áreas de risco instituídos no plano de contingência. Tais cenários
condizem com as principais ameaças a que os municípios estão sujeitos. Por isso,
os responsáveis deverão buscar por critérios que ajudem a determinar quais são
os piores cenários identificados e as áreas mais vulneráveis. Dessa forma, o
planejamento das ações será específico para cada localidade. Durante o
detalhamento das etapas, será necessário considerar também grupos especiais,
como crianças, idosos, pessoas com problemas de acessibilidade etc. (Quadro 2).
A terceira etapa está diretamente relacionada aos procedimentos e ações
previstos no plano de contingência. Com a definição dos cenários de risco e dos
tipos de desastres que serão trabalhados, deve-se determinar as atividades
prioritárias que serão testadas durante os exercícios. Dentre elas, estão: sistemas
de alerta e alarme entre os órgãos e as comunidades; atendimento dos moradores
com necessidades especiais; ações de busca e primeiros socorros; atuação dos
voluntários; evacuação das áreas de risco; gerenciamento de abrigos e doações
etc. Para cada uma dessas atividades, deve-se definir os responsáveis pelas
ações; a descrição das medidas a serem adotadas; o tempo necessário para a
realização das atividades; e a definição das datas em que as atividades serão
encerradas.
Observa-se que, com a definição dos procedimentos a serem adotados, os
responsáveis já devem ser definidos. Desse modo, na quarta etapa é feita a
distribuição de tarefas. Existem três equipes principais necessárias para a
efetividade dos exercícios: treinamento; observação e avaliação; equipe de
suporte. A equipe de treinamento é composta pelos responsáveis por ações de
3
resposta e moradores das comunidades em risco, tendo em vista que os
exercícios práticos de prospecção dos cenários futuros são realizados com eles.
Itens Descrição
Inserir data, horário de início e fim da atividade,
Data, horário e município além de nome do município em que irá ocorrer o
exercício.
Endereço da área de risco e noma da comunidade
Local de execução do simulado
que irá participar do simulado.
Número de residências na área de risco;
População da área de risco;
Tempo de ocupação da área de risco;
Infraestrutura existente na área de realização do
Descrição do cenário de risco em que simulado;
irá acontecer a atividade Locais públicos existentes na área de realização do
simulado;
Tipo predominante de construções;
Perfil da população com as suas respectivas
necessidades especiais.
Principais ocorrências, as mais recentes, as mais
relevantes;
Definição do risco
Indicar período de ocorrência, magnitude e
abrangência.
Critérios para acionamento de alerta Quais são os sistemas de alerta e alarme
e alarme existentes; quando, como e quem irá acioná-los.
Número de pessoas que participará
População prevista que participará do simulado.
do simulado
Órgãos envolvidos na organização e Indicar os órgãos estaduais e municipais que
execução do simulado participarão do simulado.
Previsão de início e término da
Tempo estimado de execução da atividade.
atividade
Local do simulado;
Posto de comando;
Área de espera/pontos de encontro, de apoio ou de
Organização da área que irá segurança;
acontecer o simulado Áreas de evacuação;
Rotas de fuga;
Abrigo;
Sinalização.
Atividades lúdicas a serem Desenvolvimento de atividades voltadas para
desenvolvidas com crianças crianças no abrigo temporário.
Articulação com centros de zoonoses;
Tratamento de animais
Utilização de bichos de pelúcia para o simulado.
Todos devem participar e apresentar suas
considerações sobre o evento;
Avaliação do Simulado e do Plano de
Tudo correu como previsto (tempo e recursos), ou
Contingência
se há necessidade de ajustes;
Ajustes no plano de contingência, se necessário.
Fonte: elaborado com base em Brasil, 2017.
4
necessário algum tipo de alteração. Por fim, a equipe de suporte é composta pelos
responsáveis de organização. Nesse caso, as equipes cuidam da logística de
materiais, das filmagens e materiais fotográficos, da identificação dos
participantes, das reuniões de início e fim das atividades, da distribuição de
material efetivo, dentre outros aspectos.
5
ações. No terceiro caso, a avaliação também consiste na organização de
materiais e equipamentos, com eficácia em logística e agilidade dos
respondentes.
Ações Descrição
Cada órgão envolvido no simulado deve receber uma
comunicação oficial que descreva, pelo menos, o objetivo do
Comunicação oficial aos simulado, a data e horário de realização, as responsabilidades do
órgãos de resposta órgão e a agenda de mobilização. Além da comunicação oficial,
é possível promover reuniões específicas com um ou mais
órgãos e convidá-los para as reuniões comunitárias.
A depender da modalidade de simulado selecionada e do
tamanho da comunidade que será treinada será preciso fazer
reuniões para explicar o passo a passo do simulado e esclarecer
qualquer dúvida que moradores, empresas e demais envolvidos
Reuniões comunitárias
na área a ser trabalhada venham a ter. Nesses espaços, é
importante que os representantes comunitários que integram o
grupo de trabalho estejam presentes para validar as decisões
tomadas durante o planejamento.
Algumas vezes, os exercícios simulados mudam a rotina, não
apenas daqueles que fazem parte diretamente do treinamento,
mas de toda a região. Isso porque o fluxo de veículos oficiais
pode aumentar, algumas vias podem ser interditadas, poderá
haver deslocamento de grande número de pessoas, etc. Por isso,
Ampla divulgação
é importante garantir ampla divulgação sobre a realização do
simulado, de maneira a evitar qualquer transtorno. A divulgação
pode ser feita com o apoio de redes sociais; imprensa; agentes
comunitários de saúde e de assistência social; rádio comunitária;
panfletagem; instituições religiosas; faixas de sinalização etc.
É importante que informações sobre local, data, horário e roteiro
do simulado sejam organizadas em um material de orientação.
Se houver a possibilidade, é também interessante elaborar um
Produção de material de material mais completo, que contenha mapas, croquis, para que
orientação seja possível divulgar, inclusive, o conteúdo do plano de
contingência. Esse material pode ser utilizado como apoio na
mobilização com órgãos oficiais, comunidades, via redes sociais
e para a imprensa.
Fonte: elaborado com base em Brasil, 2017.
6
colocadas em prática. Para isso, podemos organizar as atividades em três grupos
principais. Primeiramente, a reunião de abertura para as apresentações oficiais e
formalidades. Nessa reunião, também devem ser apresentados os roteiros e as
equipes, além da distribuição de materiais e formulários para a avaliação do
treinamento. Após a reunião, é realizado um treinamento de resposta à
ocorrência. Nessa fase, todos os passos de sinalização, rotas de fuga, pontos de
encontro etc. são avaliados. Para concluir o simulado, é possível realizar a reunião
de encerramento. Nessa última reunião, os avaliadores podem expor suas
opiniões a partir do exercício realizado. Além disso, também é importante coletar
as assinaturas dos envolvidos para controle e acompanhamento futuro.
7
Para avaliar essas questões, é essencial que o município adote um padrão
a ser utilizado nos exercícios de simulado. Formulários padronizados podem
ajudar os gestores locais a comparar os resultados entre diferentes comunidades.
Essa estratégia pode ser usada para melhorar performances e medidas adotadas
em diferentes regiões, monitorar os avanços das comunidades, definir novas
ações no plano de contingência, entre outras possibilidades. Dois exemplos de
formulários podem ser observados a seguir.
8
Foram elaborados planos de ação complementares (animais, crianças
sozinhas, entre outros)
Fonte: elaborado com base em Brasil, 2017.
Por fim, a última etapa desse processo de simulados se refere aos registros
e à atualização do plano de contingência. Como pode ser observado, a etapa
nove está relacionada com a reunião de encerramento, citada no sétimo passo.
Após o desenvolvimento das atividades e a avaliação dos técnicos, a reunião final
pode ser agendada para a discussão dos itens apresentados. Dentre os
documentos a serem produzidos com a elaboração dos simulados, estão: (1)
Registro de treinamento – deve conter registro fotográfico, depoimentos dos
participantes e descrição das atividades realizadas; (2) Registros de avaliação –
deve conter principais pontos identificados pelos avaliadores e discussões
realizadas na reunião de encerramento; e (3) Atualização e revisão do plano de
contingência – com todos os registros realizados, deve-se identificar quais
medidas serão alteradas.
As etapas devem funcionar como um ciclo. Ou seja, após a atualização do
plano, ele deve ser novamente validado por meio de simulados, que irão gerar
novas avaliações e revisões. Esse sistema deve se manter com os processos de
melhoria contínua.
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aplicações, canalização de radiofrequências para estações repetidoras de fonia e
canalização de radiofrequências para estações IVG do Serviço de Radioamador.
A partir dessas regulamentações, entende-se que, em casos de eventos
extremos, o sistema tem a finalidade de permitir a comunicação entre os diferentes
órgãos governamentais. Nesse sentido, a atividade pode ajudar os agentes locais
na promoção da segurança das comunidades durante o atendimento às
emergências. No Art. 39 da Resolução n. 449 de 2006, por exemplo, é
mencionado que as estações de radioamadores podem ser utilizadas até para a
transmissão de comunicados internacionais em situações emergenciais.
Tendo em vista a alta frequência de desastres que tem atingido as cidades
nos últimos anos, cada vez mais é possível encontrar cursos e treinamentos
oferecidos pelas Proteções e Defesa Civis Estaduais e pela Anatel. A partir do
momento em que os gestores municipais de Defesa Civil e os voluntários são
capacitados, eles se tornam peças-chave para a comunicação local. A certificação
de radioamador permite que, mesmo com a interrupção dos serviços, as
comunidades ainda tenham um meio para se comunicar. Destaca-se que os
profissionais podem fazer toda a diferença durante a resposta de emergências,
principalmente quando se trata do salvamento de vidas.
Além dos radioamadores locais, os gestores precisam ter consciência da
necessidade de manter uma rede de contato regional ou estadual, muito útil em
situações críticas. Diversos estados brasileiros já instituíram grupos oficiais de
radioamadores em seu sistema de Defesa Civil. No estado do Paraná, por
exemplo, foi criada a Rede Estadual de Emergência de Radioamadores (REER).
A REER está diretamente vinculada à Coordenadoria Estadual de Proteção e
Defesa Civil do estado (CEPDEC), tendo como objetivo prestar apoio aos agentes
durante a ocorrência de desastres, a fim de reestabelecer a comunicação local.
No Paraná, a Rede Estadual de Emergência de Radioamadores apresenta
uma frente de ação estratégica, subdividida em nível organizacional (coordenação
e operação estadual), nível regional e nível municipal (Figura 1).
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Para o funcionamento do sistema radioamador, o estado conta com duas
tecnológicas centrais: o Echolink e o Automatic Position Reporting System
(APRS). O Echolink utiliza a tecnologia Voice over Internet Protocol (VoIP),
diretamente na internet, possibilitando a comunicação entre diversos operadores.
Já o APRS é um software que interliga o rádio com o sistema de posicionamento
geográfico (GPS), permitindo contato a longas distâncias (Lambaret, 2018).
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para outras equipes. Desse modo, observamos a importância de manter um
sistema integrado com o poder público, o setor privado, comunidades etc.
De modo geral, o Sistema de Comando de Incidentes pode ser subdividido
em dois grupos principais: Comando e Equipe de Comando. O Comando é
responsável por toda a operação, sendo formado por três grupos principais:
Ligação, Segurança e Informações ao Público (Figura 2). Dentre as suas
atividades, está a instalação do SCI, a avaliação de campo, a escolha de melhores
instalações e áreas para o desenvolvimento das atividades, a estruturação dos
organogramas de responsabilidades, a definição dos objetivos e prioridades de
ação, o desenvolvimento do plano estratégico, e a coordenação das atividades
administrativas e gerenciais (Defesa Civil ES, 2018).
COMANDO
INFORMAÇÕES
LIGAÇÃO SEGURANÇA AO PÚBLICO
Comando Funções
É o responsável por avaliar e monitorar, constantemente, condições inseguras
de trabalho no local da operação. Ou seja, tem a função de vigilância e
Segurança
avaliação de situações perigosas e inseguras, assim como de
desenvolvimento de medidas para a segurança do pessoal.
É o responsável pela formulação e divulgação de informações sobre a
situação crítica e a operação para a mídia, além das comunidades afetadas
pelo evento. Ou seja, responsável pelo contato com os meios de comunicação
Informação ou outras organizações que buscam informação direta sobre o incidente.
Pública Ainda que todos os órgãos que estejam respondendo ao incidente possam
designar membros de seu pessoal como oficiais de Informação Pública,
durante o evento haverá somente um “Porta-Voz”. Os demais atuarão como
auxiliares. Toda a informação deverá ser aprovada pelo Comando.
É o responsável pelo enlace (contatos externos) com os representantes dos
organismos que cooperam com a operação, especialmente aqueles que não
estão no posto de comando e autoridades políticas. Ou seja, é responsável
Ligação
pela integração das instituições que estejam trabalhando no incidente, ou que
possam ser convocadas. Inclui organismos de primeira resposta, saúde, obras
públicas ou outras organizações.
Fonte: elaborado com base em Defesa Civil ES, 2018; Souza, 2012.
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Por outro lado, a Equipe de Comando é responsável por atividades
diretamente ligadas ao Comando, sendo formada por quatro grupos principais:
Planejamento, Operações, Logística, Administração e Finanças (Figura 3). Cada
um desses grupos tem responsabilidades específicas durante a ocorrência dos
eventos. Cabe destacar que as atribuições a serem desempenhadas pela equipe
são definidas pelo Comando conforme a necessidade. Quanto maior a intensidade
e a magnitude dos eventos, mais postos de equipe são ativados (Defesa Civil ES,
2018).
GERAL
PLANEJAMENTO OPERAÇÕES
Operações
Situação Recursos Área de Espera
Aéreas
Concentração
Documentação Desmobilização Socorro
de Vítimas
Assistência Reabilitação
ADMINISTRAÇÃO
LOGÍSTICA
E FINANÇAS
Médica Comunicações
Comando Funções
O Coordenador de Operações conduz as atividades operacionais no nível
tático, executando o plano de ação do comando.
Operações Sob sua responsabilidade, encontram-se o Encarregado da Área de Espera
e os Chefes das Seções Operacionais (bombeiro, polícia, saúde, defesa
civil, operações aéreas etc.) que se fizerem necessários.
O Coordenador de Planejamento prepara e documenta o plano de ação
para alcançar os objetivos e as prioridades estabelecidos pelo comando;
coleta e avalia informações; e mantém um registro dos recursos e da
emergência ou situação crítica como um todo.
Unidades da Coordenação de Planejamento:
• Situação: acompanha a evolução do evento, analisando o seu
Planejamento desenvolvimento;
• Recursos: documenta e monitora os recursos envolvidos na operação;
• Documentação: registra e protege todos os documentos relevantes para o
evento e a operação;
• Desmobilização: determina os procedimentos para a desmobilização dos
recursos empenhados na operação de forma gradual, ordenada e segura.
O Coordenador de Logística fornece suporte, recursos e outros serviços
necessários ao alcance dos objetivos e prioridades da operação como um
todo. Sob sua responsabilidade encontram-se os líderes das unidades de
suporte (normalmente atuam com suprimentos e instalações) e serviços
(comunicações, alimentação, serviços médicos) que se fizerem necessários.
Unidades da Coordenação de Logística:
• Comunicação: fornece e controla os meios de comunicação eletrônica na
operação, integrando a comunicação dos diversos órgãos, agências e
jurisdições envolvidos. Coordena as redes de comunicação;
Logística
• Médica: faz o acompanhamento preventivo das condições de saúde, bem
como o atendimento do pessoal envolvido na operação;
• Alimentação: providencia o fornecimento de alimentação para o pessoal
envolvido na operação;
• Suprimentos de Materiais: fornece os materiais necessários para que os
recursos permaneçam em condição operacional, incluindo combustível,
peças, reposição de itens etc.;
• Instalações: organiza e coordena instalações para o pessoal e
equipamentos empregados na operação.
O Coordenador de Administração controla e monitora os custos
relacionados à operação como um todo, providenciando o controle de
emprego de pessoal, horas trabalhadas para fins de indenização, compras
(orçamentos, contratos, pagamentos) e custos.
Unidades da Coordenação de Administração:
Administração
• Emprego/Recursos: controla as horas de trabalho do pessoal empregado
e Finanças
na operação para fins de pagamento, hora extra e adicional noturno, além de
diárias no caso de deslocamento;
• Compras: realiza os procedimentos legais e operacionais para a compra
de bens e serviços, seja para o pessoal empregado na operação, seja para a
população afetada pelo evento;
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• Custos: controla os gastos com a operação, a fim de determinar o custo da
mesma e identificar a necessidade de recursos financeiros adicionais.
Fonte: elaborado com base em Defesa Civil ES, 2018.
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REFERÊNCIAS
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