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II- Metodologias de ensino/ aprendizagem

da Educação Ambiental Sumário

1-Metas da educação ambiental/ para o desenvolvimento sustentável

2- EA/ EpS e construtivismo: uma visão histórica crítica às


metodologias de ensino

Teresa Vilaça 3- EA/ EpS e construtivismo: trabalho de projecto e educação


Instituto de Educação ambiental e para a saúde orientado para a acção e participação

Teresa Vilaça Teresa Vilaça

METAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Meio ambiente: é o conjunto num determinado momento dos


aspectos físicos, químicos e biológicos e dos factores sociais e
económicos susceptíveis de ter um efeito directo ou indirecto,
imediato ou a longo prazo, sobre os seres vivos e as actividades
humanas.

Finalidade da educação ambiental: “é o desenvolvimento de uma


1- METAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL/ PARA O tomada de consciência relativa ao meio ambiente” (UNESCO-
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PNUA) e … “a Educação Ambiental deve… facilitar uma tomada
de consciência da interdependência económica, política e
ecológica do mundo moderno, de forma que estimule o sentido
da responsabilidade e da solidariedade entre as nações. Isso é
prévio às possíveis soluções dos graves problemas ambientais
que se apresentam a nível mundial”. (relatório Final da
Conferência de Tbilissi, 1977).

In Giordan, Souchon, 1997, p.7-16


Teresa Vilaça Teresa Vilaça

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METAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL METAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Educação Ambiental: é uma forma de educação em que os temas Educação Ambiental: caracteriza-se pelos seus objectivos. Trata-
que se abordam se relacionam com os problemas do meio se fundamentalmente de modificar as atitudes e
ambiente (contaminação, ruído, erosão dos solos, perda de comportamentos e estabelecer um compromisso.
património genético, da paisagem e inclusivé da cultura.
Também deve tratar de problemas de utilização e gestão de
recursos. (…)
Educação no ambiente/
para o ambiente/
A Educação Ambiental deveria estar baseada em… deveria ser
uma verdadeira educação ”económica”. educação ambiental?
A Educação Ambiental caracteriza-se antes de tudo pelos seus
objectivos (carta de Bergrado): Educação Ambiental, porque tem subjacente a ideia de
1. Consciência compromisso, preocupação pela defesa e pela utilização
2. Conhecimento concreta do meio ambiente.
3. Atitudes É uma verdadeira Educação Cívica, Educação para a
4. Competências Responsabilidade
5. Participação
In Giordan, Souchon, 1997, p. 7-16 In Giordan, Souchon, 1997, p. 7-16
Teresa Vilaça Teresa Vilaça

Componentes básicas da EA e objectivos em termos de Componentes básicas da EA e objectivos em termos de


capacidades capacidades (continuação)
APTIDÕES
A MUDANÇA OS EFEITOS A espécie humana é uma espécie entre muitas outras dentro do ecossistema terrestre. O
Os seres vivos e o meio encontram-se De cada modificação resulta uma nova seu comportamento cultural é uma das suas características específicas, as suas
num processo de mudança permanente espécie ou um novo meio aptidões e os seus valores culturais condicionam as inter-relações entre o Homem
e o seu meio. Podemos dividir as aptidões básicas em quatro categorias principais:
1) APTIDÕES DE AQUISIÇÃO
O TEMPO -observação -organização -manipulação
Em cada transformação há factores -percepção -abstracção -comunicação
determinantes: tempo - velocidade 2) APTIDÕES SOCIAIS
-compreensão da natureza e da função do comportamento humano
-estabelecimento de valores e sua análise
-desenvolvimento e manutenção da sensibilidade com respeito a outros indivíduos,
grupos ou outras formas de vida
INTERACÇÃO INTERDEPENDENCIA -comunicação das sensações, das crenças e dos factos.
As interacções das formas de vida Os seres vivos são interdependentes 3) APTIDÕES POLÍTICAS
entre elas e com o meio comportam uns dos outros e do seu meio -evidenciar as necessidades dos processos políticos e responder a elas
transformações e efeitos que -transformar as aptidões e comportamentos de outras pessoas
determinam a natureza dos organismos -modificar as instituições socio-políticas
e das populações, assim como o 4) APTIDÕES ECONÓMICAS
sentido das transformações -assegurar-se da obtenção das matérias primas necessárias e dos meios para
satisfazer as necessidades e aspirações do homem com um mínimo de
In Giordan, Souchon, 1997, p. 7-16
Teresa Vilaça impacto sobre o ecossistema. Teresa Vilaça In Giordan, Souchon, 1997

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Noção holística Saúde Características diferenciais da EA/ EpS
de saúde e ambiente
1- Fazer com que a criança e depois o adulto aprenda, conheça e analise o seu meio
Física Psicológica
2- EA/ EpS deve permitir que a pessoa actue sobre o seu meio para resolver problemas
Estilo de vida Condições de vida ambientais/de saúde

3- Ensino pluridisciplinar da EA/EpS


•Fumar •Poluição
•Álcool •Economia 4- EA/EpS fundamenta-se numa metodologia de análise do meio, no estudo de temas
que se relacionem de forma concreta com o aluno: é a condição necessária para
•Dieta •Cultura que surjam a tomada de consciência e vontade de agir
•Exercício •Casa
5- EA/EpS passa pela análise crítica de situações e confronto de pontos de vista para
•Sexualidade •Comida disponível clarificar juízos de valor (abrir a escola ao meio), para que o aluno se sinta
responsável e capaz de actuar sobre os problemas ambientais/de saúde a nível
• • individual e colectivo.

Acções
•Colectivas
•Individuais
Teresa Vilaça Jensen, Grabrielsen, (1991) Teresa Vilaça In Giordan, Souchon, 1997

Obstáculos à EA/ EpS Perspectivas de desenvolvimento da EA/ EpS

1- existência de estruturas escolares rígidas 1- Tomada de uma posição clara pelo governo

2- possível resistência face à inovação por parte dos professores 2- Adesão das correntes de opinião (formar os políticos, público, etc.) para que admitam
as inovações pedagógicas ligadas à EA/EpS
3- necessidade de formação dos professores
3- utilização das estruturas escolares já existentes: adaptação de disciplinas que já
4-perigo de querer criar uma nova disciplina faziam EAEpS (Biologia, Ciencias Sociais…) e utilização de novas áreas
curriculares (Formação Cívica, Área Projecto, Educação para a Cidadania, Projecto
5-risco de dar prioridade a iniciativas isoladas de Turma, Projecto de Escola…)
4- Início da transformação de estruturas existentes, com a formação de professores

5- abandono da compartimentação entre disciplinas

6- Difusão das metodologias mais adaptadas à EA/EpS, elaboração de material


pedagógico adequado

Teresa Vilaça In Giordan, Souchon, 1997 Teresa Vilaça In Giordan, Souchon, 1997

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Conceitos integradores de uma EA/ EpS? Conceitos integradores de uma EA/ EpS e processos

interacção • Conceptograma dos conceitos integradores está intimamente ligado com as


tempo população atitudes, comportamentos e os processos (métodos de trabalho):

matéria energia Ser vivo equilíbrio


espaço - métodos de investigação
Sistema
fluxo
Ecossistema
sociossistema - Métodos quantificadores (de medida)

gestão produção - Processos lógicos e experimentais, sobretudo o processo sistémico


Ameaças
Poluição
consumo ordenamento - Modelização e simulação
doenças

Biosfera - Métodos de tomada de decisão

Teresa Vilaça In Giordan, Souchon, 1997 Teresa Vilaça In Giordan, Souchon, 1997

EA/ EpS e construtivismo: uma visão histórica crítica às


metodologias de ensino

Quando eu ouço, eu esqueço.

Quando eu ouço e vejo, eu relembro um pouco.

Quando eu ouço, vejo e faço questões ou discuto com alguém,


2- EA/ EpS e construtivismo:
eu começo a compreender.
uma visão histórica crítica às metodologias de ensino
Quando eu ouço, vejo, discuto e faço, eu adquiro conhecimento e
destrezas.

Quando eu ensino a outro, eu conheço a fundo.

In Silberman, 1998, p. 2
Teresa Vilaça Teresa Vilaça

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EA/EpS e construtivismo: uma visão histórica crítica às MODERNIDADE SIMPLES
metodologias de ensino Estudante = O conhecimento
Correspondência Ciência =
Página branco transmite-se
CAPACIDADE DE RETENÇÃO DE VÁRIOS elaborado Ciência-realidade Corpo fechado
MÉTODOS EDUCATIVOS
Conferência 5% psicológico epistemológico
FUNDAMENTOS
Leitura 10%
Audiovisuais 20% MODELO DE
Demonstração 30% TRANSMISSÃO- RECEPÇÃO
Discussão 50%
Praticar fazendo 75% PRINCÍPIOS SINTAXE SISTEMA SOCIAL SISTEMA DE APOIO
Ensinar os outros 90%
Aprender Ensinar • Aulas • Professor • Material de
magistrais Instrução =
Ciência = Ciências como transmissor,
= • Currículo = • Professor = Livro de texto
Assimilar Expor Lista de fonte de autoridade
In Silberman, 1998, p. 2 conteúdos conteúdos conteúdos
In Aleixandre, 1996, p. 128
Teresa Vilaça
Teresa Vilaça

COGNITIVISMO
Estudante O conhecimento Indutivismo Ciência Rejeita a máxima behaviourista:
aprende constrói-se
Caracterizada “Não se pode especular sobre os mecanismos internos da mente”
melhor o que mediante a
descobre actividade pelo método
JEAN PIAGET (1929 A 1976) Teoria do Desenvolvimento Psicológico
A actividade organizadora do sujeito é tão importante como os
psicológico epistemológico estímulos exteriores.
FUNDAMENTOS
 O sujeito só se torna sensível aos estímulos se forem assimiláveis às
MODELO DE estruturas já construídas.
DESCOBERTA As estruturas já construídas modificam e enriquecem em função das
novas assimilações.
PRINCIPIOS SINTAXE SISTEMA SOCIAL SISTEMA DE APOIO O mecanismo básico do desenvolvimento psicológico é a “assimilação”:
“Toda a ligação nova se integra numa estrutura anterior”.
Partir do Professor Recursos A aquisição intelectual é dinâmica:
Aprender Ensinar
interesse dos como variados à S  (Og)  R
Ciências é Ciências = alunos
Coordenar coordenador disposição dos
dominar estudantes O desenvolvimento intelectual e de construção da inteligência:
processos actividades Currículo =
Interacção entre ”Equilibração” (auto-regulação).
do método experimen Destrezas
científico cognitivas e estudantes “Equilibração”  “Assimilações”/ “acomodações”.
tais Teresa Vilaça
processos In Aleixandre, 1996, p. 128
Teresa Vilaça

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AUSUBEL- Etapas do desenvolvimento cognitivo AUSUBEL- Desenvolvimento Cognitivo
1ª ETAPA pré-operacional (2-7 anos): 1. “Formação de conceitos”, ou seja, a aquisição
HÁ AQUISIÇÃO
O aluno adquire conceitos primários (por formação indutiva e espontânea a indutiva e espontânea de ideias genéricas
DE CONCEITOS
partir da experiência concreta e empírica), tornando-se capaz de os manipular (“casa”, “cachorro”), por crianças pré-escolares
e relacionar, com o fim de resolver problemas. a partir da experiência empírico-concreta.

2. “Assimilação de conceitos”, ou seja,


2ª ETAPA operacional- concreta (idade da escola elementar, 7-11 anos?): aprendizagem dos significados conceptuais na
O aluno adquire conceitos secundários (pelo processo de assimilação, sem idade escolar e adulta, a partir dos atributos
contacto directo com a experiência empírico- concreta), compreende e essenciais dos conceitos relacionando-os, de
manipula abstracções secundárias e a relação entre elas, com recurso a forma significativa, com ideias pré-existentes.
poios empírico-concretos (que podem ser só verbais);
FAZ-SE POR “Assimilar um conceito”, é relacionar esse conceito
ASSIMILAÇÃO com outros pré-existentes na estrutura cognitiva.
3ª ETAPA lógico-abstracta:
O aluno assimila conceitos secundários (sem recurso a qualquer apoio Mudanças quantitativas ou contínuas
OCORREM
empírico-concreto) e é capaz de compreender e manipular conceitos
e mudanças qualitativas ou descontínuas.
(altamente generalizáveis e abstractos) e relaciona-os na ausência de apoios
concretos, podendo estabelecer pensamentos hipotético-dedutivos. DIMENSÃO “CONCRETO a) “Status evolutivo
ABSTRACTO” geral”;
Teresa Vilaça b) Áreas específicas. Teresa Vilaça

AUSUBEL- Teoria de Assimilação AUSUBEL- Aprendizagem Significativa

1º A nova aprendizagem de conceitos ou a resolução de problemas


é limitada, em primeiro lugar, pela quantidade e qualidade de
conceitos relevantes e estruturas proposicionais, que estão  Predisposição do indivíduo para aprender.
primariamente ligadas com a idade de um modo experimental.

2º Há uma diferenciação de conceitos que ocorre para ligar os  O material tem que ter significado.
novos conceitos, de um modo não arbitrário, à estrutura cognitiva
(Hierarquização de conceitos).
 A estrutura cognitiva do aluno tem que
possuir ideias inclusoras.
3º Há uma reconciliação integradora de conceitos, quando os
conjuntos de conceitos se organizam formando novas relações
(elaboração de um mapa conceptual mental).

4º Por vezes, surge uma aprendizagem supraordenada que produz


uma mais profunda diferenciação conceptual, pois resulta de uma
reconciliação integradora significativa de estruturas e conceitos
subordinados. Teresa Vilaça
Teresa Vilaça

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Aprendizagem Significativa AUSUBEL- Metaconhecimento e meta-aprendizagem
 Incorporação dos novos conhecimentos na estrutura cognitiva de
modo não arbitrário, substantivo e não literal. Aprendizagem Clarificação Instrução Investigação científica
Esforço deliberado para ligar os novos conhecimentos a conceitos de significativa de relações audiotutorial bem Nova música ou
nível superior, mais inclusivos, na estrutura cognitiva. entre concebida Nova arquitectura
Aprendizagem relacionada com experiências com acontecimentos ou conceitos
objectos.
Compromisso afectivo para relacionar os novos conhecimentos com a Palestras ou A maior parte da
aprendizagem prévia. a maioria das “pesquisa” ou
apresentaçõe produção intelectual
Aprendizagem Memorística s dos livros Trabalho no rotineira
Incorporação dos novos conhecimentos na estrutura cognitiva de de texto laboratório escolar
modo arbitrário, não substantivo e literal.
Aprendizagem
Nenhum esforço para integrar os novos conhecimentos com
memorística Tabelas de Aplicar fórmulas para
os já existentes na estrutura cognitiva.
Aprendizagem relacionada com experiências com acontecimentos ou multiplicar resolver problemas Soluções de “puzzles”
objectos. por tentativa e erro
 Nenhum compromisso afectivo para relacionar os novos Aprendizagem Aprendizagem por Aprendizagem por
conhecimentos com a aprendizagem prévia. receptiva descoberta guiada descoberta autónoma
Teresa Vilaça Teresa Vilaça

Aprendizagem
Ciência =
AUSUBEL- Objectivos do ensino- aprendizagem significativa
relacionada Ideias Interpretação
Ensino de generalizações (ou regras) e conceitos específicos. com Construção distintas o mundo
Observação
conhecimentos pessoal do da ciencia mediante
Transmissão de conjuntos sistematizados de conteúdos carregada de
prévios. conh. escolar modelos
teoria
programáticos.
empírico
Salientar as relações entre conteúdos. psicológico epistemológico
FUNDAMENTOS

MODELO DE
AUSUBEL- Planificação
CONSTRUTIVISTA
1º Conhecer as estruturas cognitivas do aluno sobre o assunto em
estudo. PRINCIPIOS SINTAXE SISTEMA SOCIAL SISTEMA DE APOIO

2º Preparar um organizador prévio. Ensinar -partir das


Aprender Professor -recursos
Ciências = ideias do
Profissional variados.
3º Estruturar hierarquicamente os conteúdos. Ciências= Mediar a aluno.
reflexivo -aprend
Aprendiz. -currículo:
Reconstruir cooperativa
E organizar Programa de
conh. - clima diálogo.
Teresa Vilaça
actividades actividades (Aleixandre, 1996, p.128)

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JEAN PIAGET- Tradição MODERNIDADE COMPLEXA
CONSTRUTIVISMO
Orientação
RELAÇÃO ENTRE A APRENDIZAGEM E O AMBIENTE SOCIAL Pré- Deus Destino Responsabi Destrezas
• Distinção entre consciência (cognição, emoções, sentimentos, Modernidade modernidade lidade
etc.), linguagem e comunicação. Simples existencial
•Acoplamento estrutural. Modernidade Homem Razão Responsabi Escola
lidade
 AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTO colectiva
• Adaptação
Modernidade Altamente Comple Auto- Responsabi Tu próprio
• Selectividade
Complexa diferenciada xidade referência lidade
... Actividade intencional (selecção e própria
contingência)
 MODERNIDADE COMPLEXA
• Construtivismo Radical
• Construtivismo Operativo
Rasmussen (2001, comunicação oral)

Teresa Vilaça Teresa Vilaça

MATURANA- Auto- Referência: MATURANA- Auto- Referência:


As bases biológicas do conhecimento humano As bases biológicas do conhecimento humano

In Maturana, Varela, 1990, p. 64 In Maturana, Varela, 1990, p. 64


Teresa Vilaça Teresa Vilaça

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Sistema autopoiético: está organizado como uma rede de
processos de produção de componentes que, continuamente, pelas
suas interacções, regeneram a rede que as produziu e que
constituem o sistema como uma unidade concreta no espaço onde
ela existe, especificando o domínio topológico onde ela se
materializa como rede.

 Unidade autopoiética de primeira ordem e de segunda ordem.

Acoplamento estrutural: é a história das mútuas


mudanças estruturais concordantes enquanto não se
desintegram.

Ontogenia: história das modificações individuais de um


sistema vivo sem perda da sua organização autopoiética.
(selecção) Filogenia: sucessão de formas orgânicas
aparentadas, ligadas por reprodução sequencial,
que constituem uma rede histórica. (evolução)
Maturana, Varela (1990)
Teresa Vilaça Teresa Vilaça In Maturana, Varela, 1990, p. 88-89

In Maturana, Varela, 1990, p. 154


Teresa Vilaça Teresa Vilaça In Maturana, Varela, 1990, p. 113

9
Conduta ou comportamento

É a descrição que faz um Inata Adquirida


observador das (filogénica) (ontogénica)
mudanças de estado de
um sistema em relação a
um meio para compensar
as perturbações que
recebe dele.
In Maturana, Varela, 1990, p. 139

(...) O sistema nervoso


opera com determinismo
estrutural, portanto, a
estrutura do meio não
pode especificar as suas
mudanças, apenas as
pode desencadear.
In Maturana, Varela, 1990, p. 112 In Maturana, Varela, 1990, p. 64
Teresa Vilaça Maturana, Varela, 1990 Teresa Vilaça

Aprendizagem

Tal como a diferenciação celular, não é um fenómeno de


3- EA/ EpS e construtivismo:
adaptação do organismo ao meio, é a consequência da
Trabalho de Projecto e educação ambiental orientada para a
epigénese do organismo com conservação da sua adaptação a
acção e participação
um meio particular em que a conservação da organização e a
adaptação foram as referências operacionais para o caminho
seguido pela mudança estrutural.

In Maturana, 1995, p. 48
Teresa Vilaça Teresa Vilaça

10
EA/ EpS e construtivismo: Trabalho de Projecto EA/ EpS e construtivismo: Trabalho de Projecto (cont.)
ANÁLISE DA SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA
1.Diferentes investigações / Clarificação dos valores em jogo ANÁLISE PROCURA
2. Procura de elementos - do sentido - de apoios
3. Comparação das relações - da intensidade - de agentes
4. Análise e juízo das causas (a curto e a longo prazo) - da duração - de meios
5. Estruturação - das consequências a curto e a longo prazo
6. Produção dos princípios de organização - Das consequências directas e indirectas
7. Transferência / reutilização de opções: quem decide? Em função de que
prioridade? Em nome de que valores?
PLANIFICAÇÃO

DADOS ACTUAIS
ACÇÃO SOBRE O MEIO
Natureza do problema Natureza das possíveis opções
Produção da informação
PROCURA DE SOLUÇÕES ALTERNATIVAS
Informação debates com os agentes sociais

PREVISÕES realização concreta

Teresa Vilaça In Giordan, Souchon, 1997, p.91-109 AVALIAÇÃOTeresa Vilaça In Giordan, Souchon, 1997, p.91-109

EA/ EpS e construtivismo: Trabalho de Projecto orientada para a EA e construtivismo: Trabalho de Projecto orientada para a acção e
acção e participação - Abordagem IVAM (Investigações, Visões, participação - Abordagem IVAM (Investigações, Visões, Acções &
Acções & Mudança Mudança

C: Acção e mudança
A: Investigação do tema
 que mudanças nos trazem para mais próximo das nossas
porque é importante para nós?
visões?Mudanças dentro de nós próprios, na turma e na
qual é o seu significado para nós/outros? – agora/ no futuro?
sociedade?
que influência têm os estilos de vida e as condições de vida?
 que possibilidades de acção existem para realizar estas
a que influencias estamos expostos e porquê?
mudanças?
Como eram as coisas antes e porque mudaram?
 que barreiras nos podem impedir de realizar essas acções?
 que barreiras podem impedir as acções de resultar em
mudanças?
B: Desenvolvimento de visões  que acções iremos iniciar?
 como vamos escolher avaliar essas acções?
que alternativas são imagináveis?
como são as condições nos outros países e culturas?
que alternativas preferimos e porquê?
Teresa Vilaça In Jensen, 1997, p.91-109 Teresa Vilaça In Jensen, 1994

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JENSEN (1994, 2000)- Modelo S-IVAM Influência dos participantes em relação à definição de saúde/
METODOLOGIA ambiente
+ Saúde

*SELECÇÃO DO PROBLEMA Influência visando


desenvolver visões
* INVESTIGAÇÃO
+ Influência - Influência

*VISÃO
Influência só
*ACÇÃO como um meio

*MUDANÇA - Saúde

Teresa Vilaça Teresa Vilaça In Jensen, 2000, p. 223

PhD Course on Sustainable Development, Participation and Education From Johannesburg 2002 to Quatro dimensões do conhecimento orientado para a acção
Sweden 2004 2. Causas (natureza social, cultural e
económica)

(Conhecimento sobre como


SOCIAL controlar a nossa vida e como
Better learning takes contribuir para mudar as (Pré- requisito para desenvolver a
condições de vida em sociedade: competência de acção, ponto de
place when there is a natureza psicológica, política e partida para sentir vontade de
focus on actions that sociológica) agir: natureza científica)
take all three Problemas
3. Estratégias 1. Efeitos
ECONOMICAL dimensions into de saúde e
de mudança
consideration at the ambientais
same time.
ECOLOGICAL (Conhecimento sobre alternativas e
visões: procurar alternativas reais
para formar e desenvolver os nossos
próprios sonhos e ideias para o
futuro em relação à nossa própria 4. Visões
In Carl Lindberg (2004). Learning to Change our World – International Consultation on Education for Education for Sustainable Development, vida, da família e da sociedade) In Jensen, 2000, p.229
GÖTEBORG, Sweden Teresa Vilaça Teresa Vilaça

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Objectivo principal da Educação para a Saúde e Educação COMPETÊNCIA DE ACÇÃO
Ambiental
É o desenvolvimento da habilidade dos alunos para
influenciar a sua própria vida e a sua habilidade para
influenciar as suas condições de vida.

Desenvolver a habilidade dos alunos para agir e mudar. • Aumentar o conhecimento e insights
• Fortalecer o envolvimento
• Desenvolver visões
• Desenvolver experiências de acção
• Desenvolver o pensamento crítico
• Fortalecer a sua auto- confiança
• Contribuir para clarificar os seus valores
Teresa Vilaça Teresa Vilaça

O Conceito de Participação
Participação e aprendizagem

Participação - porque é importante?

• Razões éticas
Porque é que a participação é importante?
• A necessidade: os problemas de DS/A estão abertos às
• A realidade é complexa questões sociais
• Da “iniciativa” para o “diálogo” • Razões de eficácia da aprendizagem - “ownership”!
• Participação e/ou colaboração? - crescimento pessoal, auto-estima, esperança
• Questões importantes - competências sociais
- “educação para a democracia”
- saúde e bem-estar
• Razões de eficácia
- capital social
- melhorias ambientais
In Jensen, Junho de 2004 In Jensen, Junho de 2004
Teresa Vilaça Teresa Vilaça

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Participação - em relação a quê? Participação - diferentes formas

• Associar-se ao projecto?
• Seleccionar o tópico? • Participantes sugerem - decisões comuns
• Investigar o tópico? • Participantes sugerem - participantes decidem
• Desenvolver visões? • Facilitador sugere - decisões comuns
• Agir? • Facilitador sugere - “take it or leave it!”
• Avaliar?

In Jensen, Junho de 2004 In Jensen, Junho de 2004


Teresa Vilaça Teresa Vilaça

Participação em relação a Quê? E como? Actividade 2 Participação - diferentes formas


Tornar operacional a participação dos alunos

Proj. Tema/ Investi Visões Acções Avaliação


Prob. gações
•Sugestões dos Al.
• Participantes sugerem - decisões comuns
•Decisões comuns
• Participantes sugerem - participantes decidem
•Sugestões dos Al.
• Facilitador sugere - decisões comuns
•Decisões dos Al.
• Facilitador sugere - “take it or leave it!”
•Sugestões do Prof.
•Decisões comuns
•Professor informa
•Alunos aceitam
•Professor decide
•Al. São informados

In Jensen, 2000, p. 225 In Jensen, Junho de 2004


Teresa Vilaça Teresa Vilaça

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Bibliografia
Aleixandre, M. P. J. (1996). Dubidar para Aprender. Vigo: Edicións Xerais de Galicia.

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Teresa Vilaça Roger Hart

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