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Perícias e Laudos Psicológicos

Disciplina : Psicologia Juridica


Professora Mestre Silvia Ferrão

PROFª MESTRE SILVIA FERRÃO


Definição

O Código de Processo Civil Brasileiro indica em seu art. 145 que o juiz será
auxiliado por um perito, quando as provas dependerem de conhecimento
especifico e especializado de determinada área.

Ex: questões psíquicas – Psicólogo/psiquiatra

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Objetivos e contribuições aos operadores de Direito
Na área judicial, a perícia é tida como um meio de prova, que permite incluir dentro
do processo dados técnicos que, não raro, o juiz desconhece por ir além dos seus
conhecimentos técnico-jurídicos. (ROVINSKI, 2007). 
 Trazer aos autos processuais a subjetividade das partes no que diz respeito à
questão legal.
 A competência do perito estaria na capacidade de traduzir os dados psicológicos
levantados no processo avaliativo de forma a fazerem sentido para a questão legal.

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Avaliação clinica e judicial
Existem diferenças que devem ser consideradas entre um exame
psicológico (psicodiagnóstico) e uma pericia técnica judicial.
Obs: Psicodiagnóstico refere-se ao processo inicial de um acompanhamento psicológico
avaliação)que indicará a necessidade ou não de tratamento.
Na avaliação clínica as pessoas buscam o atendimento por motivação
própria ou orientadas, em muitas situações ocorrem resistências,
porém existe o conhecimento de uma necessidade de apoio.
Na Pericia técnica é determinado que a(s) pessoa (s),sejam
avaliadas , isto gera maior possibilidade de encontrar pessoas não
cooperativas, resistentes .
O avaliador ocupa um lugar mais distante e atua de forma mais
incisiva. Há limites na confidencialidade.
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No psicodiagnóstico clinico, a subjetividade é valorizada, ou seja, a
maneira como os acontecimentos foram vividos é mais relevante do que
realmente aconteceu. No laudo judicial, além do subjetivo, importa
investigar como é a realidade objetiva e como os fatos ocorreram, ou
seja, a perícia abarca também os dados reais.
A perícia tem um alcance social mais amplo, pois contribui na formulação
da sentença do juiz.
A escrita do laudo também é diferente, no caso pericial a gama de
detalhes é maior e a escrita deve ser clara para profissionais como juízes,
advogados e promotores.

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Elaboração e ética profissional
É vedado ao psicólogo ser perito, avaliador ou parecerista nas situações
em que seus vínculos pessoais ou profissionais (atuais ou anteriores)
possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos
resultados da avaliação.

O sigilo é uma das características principais na atuação do


psicologo,portanto o código de ética em seu artigo 23,ressalta que nos casos
de pericia o psicólogo deve relatar somente o necessário para o
esclarecimento do caso.

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Objetivos de acordo com os processos
Nas Varas de Infância e Juventude- casos de adoção, abrigos, internação e
desinternação (EVANGELISTA, 2000)
Nas Varas de Família e Sucessões- guardas de filhos, regulamentação de
visitas,interdição,destituição de poder familiar e anulação de casamento
(CASTRO,2003)
Justiça Cível, o psicólogo subsidia decisões e relacionadas a casos de:
Suprimento de idade e capacidade para consentir;Interdição e
desinterdição;Retificação de assento;

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Segundo Garcia (2003),o perito atuando no caso de julgamento de um réu
comprometido mentalmente, funciona como um tradutor da linguagem
clínica para a jurídica, harmonizando as incongruências entre as categorias
legais e a realidade clínica.

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O psicólogo poderá participar de audiências, trazendo esclarecimentos para
a promotoria, juízes e partes referindo-se ao seu próprio laudo ou sobre
transtornos psíquicos.

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ETAPAS DO PROCESSO PERICIAL
Leitura dos autos do processo;
Entrevistas periciais;
Aplicação de testes;
Análise e interpretação do material coletado;
Elaboração do laudo ou parecer judicial;

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QUEBRA DO SIGILO
 pelo próprio consentimento;
 dever legal, a fim de evitar a propagação de moléstias;
 em risco de suicídio;
 em justas causas, cujo significado pratico versa sobre situações em que o
sigilo deve ser sacrificado em beneficio de outro direito como por exemplo,
a vida ou a saúde de outra pessoa ou da sociedade.
 
O texto apresentado no laudo deve se limitar às questões pertinentes a
pergunta formulada pelo juiz ou pelos advogados.
 
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É consenso que o laudo psicológico é o relatório que descreve o resultado da
avaliação psicológica (Silva & Alquieri 2011), superado esse entendimento
deve se considerar as determinações contidas na Resolução 007/2003 do CFP,
que instaura como alicerce na confecção do laudo os princípios éticos,
técnicos e científicos da profissão (p. 3). Portanto não há que se considerar
como laudo psicológico se o documento não estiver adstrito a esse
princípios, bem como a própria avaliação psicológica. Devendo o laudo
obrigatoriamente ser documento escrito “consubstanciado em referencial
técnico-filosófico e científico adotado pelo psicólogo e nele obrigatoriamente
deve constar, pelo menos 5 (cinco) itens: Identificação, descrição da
demanda, procedimento, análise e conclusão. 
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A elaboração de relatórios e/ou laudos pressupõe o estudo do caso e o
planejamento das intervenções necessárias à resolução da problemática
apresentada. Deve, portanto:

"apresentar os procedimentos e conclusões gerados pelo processo de


avaliação psicológica, relatando sobre o encaminhamento, as
intervenções, o diagnóstico, o prognóstico e evolução do caso, orientação e
sugestão de projeto terapêutico, bem como, caso necessário, solicitação de
acompanhamento psicológico, limitando-se a fornecer somente as
informações necessárias relacionadas à demanda, solicitação ou petição."

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Os relatórios psicológicos, embora destinados a assessorar o magistrado para
decisões judiciais, são também peças de registro da história dos sujeitos, que podem
ter acesso aos documentos em diferentes momentos de sua vida. Assim, por exemplo,
um jovem pode requerer o desarquivamento do processo judicial referente a sua
adoção, buscando conhecer suas origens não reveladas em seu registro de nascimento.

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