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O Big Five, em conjunto ou separadamente, têm sido relacionados com os mais diversos
aspetos na vida organizacional. É impossível resumir a extensa literatura sobre os Big Five,
refere-se apenas uma pequena amostra de trabalhos com consequências obvias para a estão
do comportamento organizacional:
Alguns estudos sugerem que os indivíduos mais conscienciosos tendem adotar mais
fortemente comportamentos de cidadania
Indivíduos com nível elevado de afetividade negativa tendem a sentir o seu ambiente de
trabalho como indutor de níveis mais elevados de stress
A presença de indivíduos extrovertidos, tende a ser favorável de equipas autogeridas.
Quantidades muito baixas ou elevadas podem extrovertidos pode prejudicar a equipa,
distrair o foco no trabalho.
Outras caraterísticas da personalidade
Outras caraterísticas de personalidade têm sido descritas como relevante do ponto de vista
organizacional. Com base em George e Jones, consideram-se as seguintes: locus de controlo,
auto-monitorização, autoestima, tipos de personalidade A e B, necessidades de sucesso,
afiliação e poder; e ainda, autoeficácia.
Locus de controlo
As pessoas podem ser distinguidas com base no grau em que acreditam que os
acontecimentos que vivenciam são por elas controláveis ou não. Há pessoas que consideram
que aquilo que lhes acontece é fortemente marcado por acontecimentos que lhes são
exteriores e que escapam ao seu controlo. Parece-lhes haver uma fraca relação entre as suas
ações e aquilo que lhes acontece. Essas pessoas são referidas como tendo um locus de
controlo externo.
Outras pessoas, pelo contrário, acreditam existir um nexo entre aquilo que fazem e aquilo que
lhes acontece. Tendem a atribuir os resultados a si próprias, e não a fatores externos como a
sorte/ azar ou a má vontade da chefia ou do professor. Por exemplo:
a) são mais motiváveis porque consideram que controlam o seu comportamento;
b) não têm que ser constantemente vigiados, pois acreditam existir uma relação entre, por
um lado, os seus comportamentos, e, por outro, os resultados e as recompensas
alcançados;
c) Hoffi-Hofstetter e Mannheim mostraram como, em momentos de reconversão
empresarial após declínio, eles adotavam mais CCO do que os caraterizados pode levado
locus de controlo externo;
d) têm normalmente hábitos de vida mais saudáveis, menos absentismo, maior propensão
para ocupar cargos de gestão e melhor desempenho em tarefas complexas.
Em suma, os internos procuram respostas e orientação em si mesmo, enquanto os
externos os procuram nos outros ou em fatores fora do seu controlo.
Auto-monitorização
Refere-se ao grau em que as pessoas procuram controlar a forma como se apresentam aos
outros. Indivíduos bem cotados nestas caraterísticas atribuem maior importância ao
contexto e prestam-lhe mais atenção, tentando ajustar o seu comportamento às
convenções próprias da situação. Por outras palavras, procuram atuar de acordo com as
situações. Mehra, Kilduff e Brass caraterizam estas pessoas como “camaleónicas”.
Os indivíduos com baixa auto-monitorização tendem, pelo contrário, a revelar-se menos
sensíveis às pistas situacionais. Deixam prevalecer mais as suas próprias caraterísticas e
recorrem menos à gestão de impressões. Por exemplo, numa reunião com um cliente,
podem mostrar-se aborrecidas se considerarem que a reunião está a ser enfadonha.
Pessoas com elevada auto-monitorização são adaptáveis a lugar onde a interpretação de
pistas externas e a datação a essas pistas é requisito importante, como nos casos das
vendas e consultoria. Indivíduos com baixa auto-monitorização tendem, em contraste, a
ajustar-se bem a situações que exigem feedback rigoroso e capacidade de expressar a
opinião próprias, independentemente das caraterísticas do contexto.
Autoestima
Refere-se ao grau em que as pessoas tem orgulho em si mesmas e confiam nas suas
capacidades. Os indivíduos com elevada autoestima tendem a confiar nas suas
capacidades, e a enfrentar situações diversas de modo otimista. Os que possuem baixa
autoestima, pelo contrário, podem duvidar das suas capacidades e questionar a
possibilidade de lidarem corretamente com as situações que se lhes deparam.
A autoestima pode influenciar a vida organizacional na medida em que as pessoas com
elevada autoestima tendem a escolher funções e carreiras mais desafiantes do que as
pessoas com baixa autoestimas. Há que notar, no entanto, que pessoas com baixa
autoestimas podem ser tao capazes como as pessoas com elevada autoestima.
Autoeficácia
Foi Bandura quem introduziu na psicologia o termo autoeficácia. Ela refere-se à estimação
pela pessoa da probabilidade em que determinado comportamento conduzirá a
determinado resultado, ou à convicção de se ser capaz de executar o comportamento
necessário para obter determinado tipo de resultado.
As expetativas de resultado e de eficácia devem ser distinguidas, na medida em que um
indivíduo pode acreditar que determinado comportamento conduz a um cero resultado,
mas duvidar da sua capacidade para executar tal comportamento. O conceito de
autoeficácia ilustra emblematicamente como o comportamento organizacional pode ser
afetado pelas expetativas das pessoas.
Elevadas expetativas de sucesso podem conduzir ao sucesso porque predispõem as pessoas
para serem mais persistentes, para se esforçarem mais e para se sujeitarem a experiências
mais aversivas. Expetativas de eficácia elevadas conduzem a esforços mais ativos, a uma
maior disponibilidade para aprender-fazendo, a um evitamento das rotinas defensivas e a
uma maior confiança nas capacidades pessoais.
Segundo Bandura, as expetativas de autoeficácia decorrem de quatro fontes de
informação: sucessos anteriores, experiência vicariante (aprender vendo o comportamento
dos outros), persuasão verbal (por sugestão, em particular de chefias e pares respeitados,
os indivíduos podem ser induzidos a acreditar nas suas capacidades) e estimulação
emocional (os estados emocionais informam a pessoas sobre a sua capacidade para
enfrentar a situação.
Alguma investigação empírica sugere que a perceção global de autoeficácia pode ser
tomada como um preditor do desempenho numa grande diversidade de situações e
períodos temporais.
Tipos de personalidade A e B
Uma distinção corrente é a que separa as pessoas nos tipos de personalidade A e B. as
primeiras têm um intenso desejo de realização, mostram-se competitivas, são impacientes.
Tendem a falar e a caminhar rapidamente e sentem-se normalmente pressionadas pelo
tempo.
As pessoas do tipo B, pelo contrário, são mais calmas e tranquilas. Não se sentem tao
pressionadas pelo tempo, comem mais devagar, conseguem relaxar mais facilmente. Em
organizações de alta velocidade, é provável que os empregadores do tipo A sejam mais
relevantes.
Convém, todavia, notar que os detentores de personalidade tipo B podem revelar
vantagens em tarefas com elevada componente de interação pessoal (por serem mais
pacientes e tolerantes), em tarefas com horizontes de longo prazo, ou em funções onde
devem ser evitados os conflitos.
Na verdade, e exemplificando, existe evidencia empírica denotando que chefes do tipo A
geram maior conflitualidade com os seus subordinados. Necessidades de sucesso, afiliação
e poder. Os motivos, ou necessidades, de sucesso, afiliação e poder são caraterizados no
C6.
Cabe apenas referir o seguinte:
Eles ajudam a explicar variáveis como os estilos preferenciais de gestão do conflito, a
liderança organizacional, a liderança política, o desempenho académico de
estudantes, o desenvolvimento económico das nações, o empreendorismo, a
progressão nas carreiras, a ocupação profissional escolhida.
A elevada necessidade de sucesso, se não for cruzada por forte motivo de poder,
induz os líderes a procurarem sobretudo o sucesso pessoal, descurando o sucesso do
grupo ou organização.