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Funções Gerenciais

Apresentação
Você sabe qual a função de um gerente e como as funções gerenciais podem influenciar o alcance
das metas de uma organização? Diante do cenário em que as empresas vivem hoje, com a alta
competitividade, empresas encerrando suas atividades devido a um plano de negócio não
estruturado, pessoas sem capacitação para liderar, entre outros fatores, as funções dos gestores
tornam-se cada vez mais importantes para o alcance dos objetivos organizacionais.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá como a administração, a partir dos processos
gerenciais, pode auxiliar na execução nas atividades de uma instituição, estabelecendo que cada
colaborador, independente de seu nível hierárquico, desempenhe suas atividades na busca da
realização dos objetivos. Você identificará que o processo gerencial também influencia o
comportamento humano, alinhando processos e metas na busca do alcance dos objetivos da
organização.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar quais são as funções gerenciais e como elas podem ser percebidas nas empresas.
• Relacionar as funções gerenciais com a possibilidade de alcance dos objetivos empresariais.
• Analisar como as funções gerenciais se relacionam entre si, de forma interativa.
Desafio
A empresa familiar SENSATO Ltda., líder no mercado de maquinários agrícolas, atua com cerca de
10.000 funcionários distribuídos por todo o país. Com clientes fidelizados, a empresa atua dentro
dos parâmetros tradicionais, titulados pelos administradores da empresa (filhos e netos dos
fundadores). Nos últimos cinco anos, a equipe de frente (carro chefe) que atua na venda e
prospecção de novos clientes, liderou o ranking de vendas do mercado.

Entretanto, nos últimos dois anos a equipe de gestores viu suas vendas caírem significativamente.
Junto com essa queda, receberam muitas ouvidorias relatando falta de trato e falta de
conhecimento do mercado por parte de seus vendedores.

Você, gestor de RH, é solicitado para auxiliar na identificação desse problema e sugerir uma
possibilidade de mudança.

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Considerando seus estudos sobre as funções gerenciais, estabeleça um plano de ação para
identificar as causas desse problema e, em segundo momento, um plano para tentar reverter a
situação.
Infográfico
Com as constantes mudanças do mercado, hoje, as organizações precisam ser resilientes e estar
preparadas para as mudanças. As empresas que adotam essa experiência, acreditam que a troca de
informações e as informações geradas pelas pessoas são extremamente valiosas. São experiências
próprias da organização, pois a cultura da organização deve enfatizar a gestão de conhecimento,
tornando a relação do capital humano e organização em uma constante evolução.

No Infográfico a seguir, você verá a importância da gestão do conhecimento nas empresas.


Acompanhe!
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Conteúdo do livro
Diante de um cenário competitivo para as organizações, as funções dos gestores tornam-se cada
vez mais importantes, uma vez que possibilitam melhorar o planejamento, a execução e o controle
das ações de uma organização.

Acompanhe a leitura do capítulo Funções gerenciais, da obra Teoria Geral da Administração I, para
saber mais sobre a importância do processo gerencial para o sucesso das empresas. Boa leitura!
TEORIA GERAL DA
ADMINISTRAÇÃO I

Clarisse Dias
Funções gerenciais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Identificar quais são as funções gerenciais e como elas podem ser


percebidas nas empresas.
„„ Relacionar as funções gerenciais com a possibilidade de alcance dos
objetivos empresariais.
„„ Analisar como as funções gerenciais se relacionam entre si, de forma
interativa.

Introdução
Neste capítulo, você vai perceber que, diante do cenário em que as em-
presas vivem hoje – com alta competitividade ou fechando suas portas
devido a um plano de negócio mal estruturado, com pessoas incapazes
de liderar –, as funções dos gestores se tornam cada vez mais importantes
para a conclusão dos objetivos organizacionais.
Com isso, a Administração, em seu conceito de processos gerenciais,
visa a auxiliar na execução dessas atividades, estabelecendo que cada
colaborador, independentemente de seu nível hierárquico, desempenhe
suas atividades na busca da realização dos objetivos. Podemos afirmar que
o processo gerencial influencia o comportamento humano, alinhando
as metas no cumprimento dos objetivos da organização.

Funções gerenciais dentro das organizações


O conceito de Administração é amplo, pois são diversas as características que
compõem as nuances das funções administrativas. Utilizando os conceitos
de Fayol, as funções gerenciais são definidas como os papéis de um gerente,
embora elas ocorram nos diversos níveis e setores da organização. Pois se
estes processos não se realizam em conjunto, seria impossível imaginar que
se concluam com êxito.
2 Funções gerenciais

As funções gerenciais determinam primeiramente:

„„ planejar, organizar, dirigir e controlar;


„„ gerir com eficiência e eficácia;
„„ estabelecer os processos organizacionais em prol de seus objetivos;
„„ compor outras funções em conjunto com as coordenações de produção,
financeiro e segurança.

Segundo Amorim e Fischer (2013), no artigo A aprendizagem orga-


nizacional e suas bases econômicas, podemos apresentar as seguintes
definições:
Planejamento: caracteriza-se pela forma com a qual as pessoas e as em-
presas se relacionam com o futuro. Defendido por alguns autores como uma
tomada de decisão precavida, é utilizado para planejar o que se espera do
futuro. Para as organizações, o planejamento é fundamental, pois estabelece
uma relação que pode acontecer, fazendo com que a empresa faça uma simu-
lação de seu futuro.
O planejamento consiste em três etapas que se subdividem em outras:

1. Estabelecer os objetivos: é neste momento em que os objetivos devem


mostram os pontos desejados a alcançar.
2. Tomar decisões, que podemos subdividir em quatro processos:
a)  experiências anteriores: estudar o passado e construir o futuro;
b)  experimentação: estudar alternativas;
c)  árvore de decisões: serve para tomar decisões e definir qual vai contribuir
com mais resultados e menos possibilidades de erro;
d)  pesquisa operacional: utiliza a matemática, auxiliando na relação das
escolhas organizacionais.
3. Elaborar planos: o plano resulta do planejamento e possui correlação
entre o processo e a implementação, e subdivide-se em:
a)  programas (programação);
b)  procedimentos (métodos);
c)  orçamento (recursos financeiros);
d)  regras (mudança de comportamentos).

Aplica-se ao planejamento:

„„ definição dos objetivos;


„„ flexibilidade do planejamento (correlação).
Funções gerenciais 3

Para Drucker (1981), é possível montar o plano teórico com a primeira


função, assim completando o planejamento, e iniciando a próxima etapa, que
é a organização, conforme apresentamos:

1. Organização: podemos definir como os requisitos externos. Podemos


citar como exemplo quando uma organização compra equipamen-
tos, aumenta sua estrutura ou contrata pessoas, preparando-se e se
planejando.

Observamos que as empresas possuem duas funções determinantes: in-


corporar recursos (trazer recursos externos) e distribui-los, como recursos
materiais, financeiros e tecnológicos. Concluímos, assim, que a organização
tem a responsabilidade de montar sua estrutura organizacional.

2. Controle: é a função que determina que os demais recursos e valores


funcionem dentro de limites estabelecidos. Esta função também é ava-
liada, comparada e medida por seu desempenho, visto se tratar de ações
de correção. Podemos definir como funções básicas do controle:
a)  a legitimidade do negócio (ética);
b)  controle: centralizado (aprovação de decisões não rotineiras por gesto-
res) e descentralizado (aprovação de decisões não rotineiras por níveis
hierárquicos médios e baixos).
3. Direção: a função da direção é ativar as pessoas através de procedi-
mentos, tais como ordem, comunicação, motivação, coordenação e
liderança. Dinamizar o processo é ativar as pessoas ao processo de
desenvolvimento, satisfazendo o colaborador e a organização em busca
da realização de seus objetivos.

O Quadro 1 resume as atribuições em cada etapa.

Planejar Organizar Dirigir Controlar

Objetivos Recursos Liderança Definir

Planos Responsabilidades Fluxos Corrigir

Atividades   Direção Realizar


4 Funções gerenciais

Entretanto, para o gerenciamento destes processos, é necessário ser


criado um alinhamento organizacional, onde se prevejam que as metas
pessoais dos colaboradores estejam em conjunto com as da organização.
Assim, estabelecemos a relação de eficiência e eficácia nos processos.
Entendemos que uma empresa bem organizada é aquela em que cada
colaborador desempenha seu papel com suas atribuições em busca de
atender os objetivos propostos. Embora saibamos que não existe uma
receita pronta para realizarmos um plano, o objetivo é a busca constante
pelo alinhamento destes processos.
O cuidado que deve ser adotado dentro das organizações serve ao gestor
como uma forma de não se transformar em um “resolvedor” de problemas,
e sim o gestor que prevê e cria processos na resolução e na busca do sucesso
da organização.
Dentro deste alinhamento organizacional, evidenciamos fatores e forças
que influenciam nesses processos. Iniciamos relatando duas forças principais
citadas na obra de Amorim e Fischer (2013): fatores externos e fatores internos.

Fatores externos
Podemos denominar como “normas” que a sociedade exige, ou regras, fatores.
Estes fatores variam de acordo com cada região. Na maioria das vezes, quando
uma empresa se estabelece em uma cidade, faz um estudo para verificar em
que nível se encontram estes fatores, como clima, número de habitantes,
idade, entre outros.

Fatores internos
Denominamos como “cultura da empresa”. São suas crenças, seus propósitos
e sua missão propriamente dita. A cultura de uma empresa define quem ela é,
diferenciando-a das demais. Embora apresentem as mesmas condições físicas,
a cultura é algo que se constrói individualmente dentro de cada organização,
com a ajuda das pessoas que a compõem.
Algumas práticas tornam-se rituais, mantendo a cultura de uma empresa
intacta por anos, a ponto de serem executadas automaticamente. Sabemos
também que a cultura das empresas é influenciada pelo nível hierárquico de
gestores mais antigos. Havendo sindicalização, a cultura cria mais força ainda,
fazendo com que as tratativas de alteração se confrontem na busca de mudanças.
Funções gerenciais 5

Para aprofundar seus conhecimentos, leia o artigo “Competências e funções gerenciais”


(UCHÔA, 2012).

Administração por objetivos


Em qualquer área de nossa vida, seja no trabalho, na família, ou em um grupo
social, estamos vinculados a metas e planos para concretizá-los. Referindo-se
ao mundo empresarial, existem ferramentas que auxiliam gestores e organi-
zações na luta pela concretização destes objetivos, através de ferramentas,
indicadores de desempenho, dentre outros.
Em um primeiro momento, pode parecer redundante falar da importância
de objetivos em uma organização. Entretanto, ressaltamos que, na grande
maioria das organizações, a questão referente aos objetivos não é clara, gerando
impactos gigantescos no momento da tomada de decisão.
Ao falarmos do alcance de objetivos nas funções gerenciais, não podemos
deixar de citar Drucker (1981), autor que nos apresenta as primeiras ideias
sobre administração por objetivos.
Drucker (1981) afirma que o gestor pode ter o controle de suas próprias
atividades, realizando um trabalho em conjunto com o seu superior, atrelado
ao conhecimento que ele possui no trabalho direto com a equipe. A ideia é
fazer com que o gestor se torne mais independente, não sendo necessário
requisitar seu superior a cada realização de atividade. Entretanto, o objetivo
geral nesta situação não é tirar o poder do superior, mas fazer com que seja
um trabalho mais independente, tornando-o superior, um ponto chave dentro
da organização, e não o resolvedor de problemas simples do dia a dia. Os
gerentes podem ser melhor desenvolvidos ao perceberem que são avaliados
de acordo com as atribuições de seu cargo.
O crucial é focarmos nos objetivos como algo primordial para o sucesso
da organização. Devemos ter o cuidado para que os objetivos pessoais do
profissional não ultrapassem a linha tênue dos objetivos da organização. Nos
dias de hoje, cada vez mais os funcionários questionam a finalidade e o sentido
de seu trabalho. Cabe aos administradores e gestores dizerem que é possível
sim trabalhar em conjunto na realização deste objetivo, garantindo o sucesso
da organização e o sucesso profissional do trabalhador.
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Toda mudança enfrenta algum tipo de resistência, ainda mais dentro de uma organiza-
ção onde transitam várias pessoas, cada uma com sua personalidade, identificando e
vivenciando o que poderia ser melhor diante da situação apresentada. Podemos definir
dois tipos clássicos de pessoas: as que não aderem a mudanças por entenderem que
é algo simples que não gera retorno imediato, e as que não as aceitam, pois gostam
de trabalhar com o improviso e vão tomando decisões na medida em que as coisas
vão acontecendo.

O desempenho dos gerentes apresenta características que se mostram além


de suas vontades, tais como (CHIAVENATO, 2000):

„„ economia do país;
„„ legislação;
„„ matérias-primas, como produtos importados, safras;
„„ financiamento bancário;
„„ poder aquisitivo.

Lembramos que estes fatores também resultam em regras fixas para a


organização: quanto mais um gerente estiver preparado, conhecendo as pes-
quisas de mercado que influenciaram em sua organização, melhor será seu
desempenho.
Não há como sermos específicos ao falarmos das funções do gerente.
Quanto mais baixo for seu nível de atividade dentro da organização, mais
quantificado será o seu trabalho. Um trabalhador operacional terá seus rendi-
mentos medidos pelo nível de produção, já o funcionário com cargo elevado
terá seu desempenho medido por diferentes fatores, como a tomada de decisão
e a visão sistêmica.
A realidade dos acontecimentos dos objetivos se dá no momento em que
são idealizados e no momento em que ocorrem, devendo apresentar uma
crucial importância.
Quando se estabelecem níveis de desempenho, pode-se correr o risco de
que estes sejam inatingíveis, ou cômodos. Cabe ao gerente definir um nível
“intermediário” a ser adotado para se conquistar determinado objetivo, não
desanimando a equipe, mas tampouco deixando-os acomodados. É fundamental
que os objetivos estejam em comunhão com a proposta da organização.
Funções gerenciais 7

Quando todo trabalho está alinhado para atingir determinadas condições


quanto à qualidade e quantidade, podemos dizer que está de acordo com o
princípio da Administração por Objetivos, alinhado ao plano de negócios.
O esforço do gestor em dirigir, estipular e estimular ideias inovadoras deve
ser medido por sua eficiência e eficácia nas ações. Segundo Drucker (1981),
autor precursor da Administração de Objetivos, a ideia central é ser a união
entre uma administração visionária com a cultura da organização.
Uma das principais vantagens de se administrar com foco nos objetivos
é possuir o controle de sua própria empresa. O controle é focado nos objeti-
vos a atingir e baseado no desempenho do gestor conforme os objetivos da
organização.
A administração por objetivos e controle pode e deve ser considerada
um estudo da administração, pois a mesma defende o bom desempenho do
administrador na ânsia dos objetivos e necessidades pessoais. Isto é liberdade
aliada à legalidade da administração. Remetendo este processo aos dias atuais,
esta visão de administração por objetivos carrega uma nova esperança aos
gestores, resultando no processo determinante do que realmente é importante
para alcançar os objetivos da organização.
Nos últimos anos, as organizações vêm centralizando informações para
agir de uma forma clara nesta relação de objetivos versus organização versus
tarefas. Para isso, é necessária a implementação de alguns documentos. Em
um primeiro momento, é importante que os gestores desenhem a descrição
de funções de acordo com os objetivos, as normas e a cultura da organização
(Quadro 2). Esta descrição pode e deve ser atualizada e renovada a qualquer
momento, desde que haja uma comunicação da organização.

Quadro 2. Exemplo de quadro para organização das tarefas conforme objetivos, normas
e cultura da empresa.

Objetivos
Tarefa esperados Prazo Controle
8 Funções gerenciais

Alves, Brennand e Soares (2016), no artigo Conectando inteligências


múltiplas através de aplicações interativas na formação de gestores nos
apontam que podemos definir alguns requisitos básicos que devem constar
na elaboração dos objetivos organizacionais, ressaltando que, hoje, uma das
maiores preocupações dentro da organização é para que este objetivo não seja
vago. Os requisitos básicos podem ser os seguintes:

„„ estipular metas para as áreas que abrange (respeitando as particularida-


des de cada área e objetivos individuais em conjunto com a organização/
plano anual);
„„ ser pertinente ao que se pretende atingir (difícil, não impossível);
„„ ser específico (na questão de quanto, quando e como);
„„ mensurar os resultados esperados (uma ideia clara do que se espera).

Infelizmente, evidenciamos casos em que há uma divergência de propó-


sitos dentro de uma mesma organização, como a de pessoal e legal. Cabe aos
gestores alinharem esses processos junto a todas as áreas para que a visão
desses gestores possa precaver situações antes do acontecimento.

Fixação de objetivos
Para Silva et al. (2016), a política de objetivos é classificada em três níveis
básicos, descritos a seguir.
Política geral: é determinada com o intuito de estabelecer um processo de
alinhamento de todos os objetivos da organização. Compreende-se que cada
área tenha objetivos especificamente particulares, entretanto, ressalta-se a
importância de estes estarem alinhados em prol da realização e da concretização
dos mesmos, visando a atender às expectativas da organização.
Política em nível de divisão: nesse nível, os objetivos são verificados
após a aprovação dos gestores e dos diretores definidos para cada equipe,
determinando o que se refere a cada divisão de área, alocando-os no calendário
anual da organização, e avaliando o desempenho de cada divisão.
Política em nível de departamento: nesse momento, cada gerente trabalha
junto a sua equipe. O gerente pode utilizar recursos de planejamento interno
para sua área (relacionados com os objetivos da organização).
Considerando os objetivos individuais em quantitativo e qualitativo, estes
devem conter uma linguagem simples, porém específica, para que atenda à
compreensão de todas as áreas da organização.
Funções gerenciais 9

Cada modelo de objetivos, plano anual e demais definições de processos


gerenciais de uma organização podem ser utilizados por gerentes, gestores e
demais colaboradores. Assim que estes forem alterados, todos os envolvidos
devem ser sinalizados. Entretanto, mesmo respeitando a possibilidade de
alteração, deve-se considerar o envolvimento de todas as partes.

Gerenciamento versus concretização de


objetivos
Conforme Amorim e Fischer (2013), em todas as atividades humanas é im-
prescindível citarmos o capital humano. É ele que move todas as ações sociais
e organizacionais. Os ativos envolventes, como tecnologia da informação e
conhecimento, são determinantes do ambiente externo. Tratam-se de ferra-
mentas que necessitam do bem mais precioso de uma organização, o capital
humano. Uma organização que possui um alinhamento entre profissionais e
tecnologia, terá sucesso certo em seu desenvolvimento.
Nos dias atuais, ainda vemos empresas que optam por seguir uma linha
de mão única: conhecimento ou tecnologia. É comum identificarmos casos
de empresas que detêm o conhecimento apenas em uma pessoa, e quando
esta não faz mais parte da equipe, a empresa se vê no prejuízo, tanto para ela
quanto para seus clientes. O foco, então, deve ser um trabalho em conjunto
de pessoas que buscam atingir um determinado fim.
Na construção, na qualificação e no desenvolvimento das competências
do profissional dentro das organizações, utilizam-se tecnologias educacio-
nais para auxiliar na interpretação do processo educativo corporativo. Tais
tecnologias podem ser:

„„ Instrução: estruturação dos processos de aprendizagem de forma


simples. Compõem, nesta etapa, objetos e processos que definirão o
andamento do curso/atividade, podendo até serem autoinstrucionais.
„„ Treinamento: são eventos que atendem às necessidades organizacionais
em um momento determinado, talvez específico. Um programa que
também pode englobar, na prática, a vivência de determinada situação,
capacitando o colaborador e tornando-o multiplicador do conhecimento
adquirido. Para a realização de um treinamento é necessária uma pro-
gramação efetiva, evidenciando os pontos a serem trabalhados.
„„ Desenvolvimento: trata-se do grau de aprendizado colaborador/aluno
que, através dos processos de aprendizagem, irá nivelar o grau de conhe-
10 Funções gerenciais

cimento adquirido por parte das atividades realizadas do multiplicador


e de seus colegas.
„„ Educação: programas de ação continuada de longa ou curta duração que
visam atender um objetivo estabelecido pela organização, disseminar o
conhecimento em diversos níveis, profissionalizante, técnico, graduação,
pós-graduação, mestrado e doutorado.

O foco dentro das organizações são as mudanças, e as pessoas entrelaçam


elos com a organização. Isso ocorre no momento em que o indivíduo se iden-
tifica com a cultura da organização, referindo-se aqui aos valores, caráter, o
que popularmente podemos dizer do “cara que veste a camiseta”.
Essas particularidades remetem aos colaboradores a motivação, dedi-
cação, segurança e a autorrealização, itens que compõem a pirâmide das
necessidades, segundo Maslow. Considerando a complexidade deste processo,
citamos que a visão estratégica que um gestor deve ter compõe o processo
de tomadas de decisões em ação conjunta para que essas particularidades
se concretizem.
A competitividade dos dias atuais exige das organizações uma pre-
paração além do presente. O uso da tecnologia e de ferramentas técnicas
possuem, hoje em dia, inúmeros recursos para satisfazer essa necessidade
na organização.
A eficiência de um equipamento já não traz tantos resultados a uma
organização, senão em comum parceria de profissionais capacitados. Tam-
bém ressaltamos que o fácil acesso e as opções ilimitadas a alternativas
alinham-se a vantagens e desvantagens. As empresas devem investir na
sua capacidade de inovação para liderar o mercado onde atuam, visto que a
concorrência é cada vez mais acirrada. Porém, isso deve ser responsabilidade
de todos dentro da organização. Este processo pode ocorrer em um trabalho
em conjunto com todas as áreas, através de estratégias, evidenciando as
mudanças organizacionais.
Em cada organização, as formas de comando variam, tornando-se bem-
-sucedidas ou não. Com isso, definimos que os estilos pessoais interferem no
comando, na cultura e no andamento das atividades da empresa.
Tanto as organizações quanto as economias nacionais enfrentam dificul-
dades no momento da mensuração dos ativos tangíveis e intangíveis. Com
isso, fazem uso de ferramentas ligadas às tecnologias da informação (TICs)
(Figura 1). Com estes parâmetros de mensuração, é possível verificarmos se
os indicadores estão ocorrendo com eficiência e eficácia junto aos objetivos
da organização.
Funções gerenciais 11

Figura 1. As TICs colaboram sobremaneira no controle dos indicadores da


organização.
Fonte: Black Jack/Shutterstock.com

A inovação impulsiona os processos da organização para com a concor-


rência. O conhecimento, ou seja, o capital humano da organização, aliado às
novas tecnologias, são ferramentas básicas para o desenvolvimento da empresa.
A inovação dentro das organizações voltada à política deve estar relacio-
nada ao conhecimento das pessoas. O objetivo deve ser o foco geral em todos
os lugares para as funções, processos e desenvolvimento da organização. O
aprendizado e a mudança são faces de uma mesma moeda. A sobrevivência de
uma organização está aliada ao controle de reter o conhecimento e desenvolver
competências, em uma contínua melhoria nos processos.
As perspectivas da aprendizagem organizacional estão atreladas aos es-
tudos e às pesquisas realizadas no assunto, caracterizando a aproximação
destes. Os fatores aqui citados são apresentados por Silva et al. (2016) como
determinantes do aprendizado organizacional:

„„ aquisição de conhecimento;
„„ distribuição de conhecimento;
„„ interpretação da informação;
„„ memória organizacional.
12 Funções gerenciais

Entretanto, há autores que defendem a aprendizagem organizacional com


outros fatores, tais como:

„„ experiência institucional;
„„ fenômeno de adaptação;
„„ processo de mudança de pressupostos compartilhados;
„„ processo de relações resultantes de ações e conhecimentos desenvolvidos.

Com isso, dizemos que existe um enorme número de estudos voltados à


pesquisa do tema aprendizagem organizacional. Apesar disto, identificamos
carência de compreensão do mesmo nas organizações. No entanto, em meio
a diversos paradigmas sobre o assunto, neste trabalho, a aprendizagem orga-
nizacional é tratada com base em três conceitos.
Desta forma, concluímos que aprendizagem organizacional envolve manipu-
lação e combinação de conhecimentos, sendo que quando não há engajamento
por parte dos membros, torna-se trabalhosa a aprendizagem. Ressaltamos
também a importância do ambiente externo no processo das mudanças dentro
das organizações, tendo em vista que o mercado se baseia nas adaptações que
surgem do ambiente externo. A criatividade para a organização dos processos
deve ser liderada, em alguns momentos, de forma paralela (em conjunto) e,
em outros, individualmente (entre as áreas).

ALVES, R.; BRENNAND, E.; SOARES, I. Conectando inteligências múltiplas através de


aplicações interativas na formação de gestores. Gestão & Aprendizagem, João Pessoa,
v. 4, n. 2, p. 11-33, 2015. Disponível em: <http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/
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AMORIM, W. A. C.; FISCHER, A. L. A aprendizagem organizacional e suas bases
econômicas. Nova Economia, Belo Horizonte, v. 23, n. 2, p. 329-366, maio/ago.
2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi
d=S0103-63512013000200004>. Acesso em: 28 nov. 2017.
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed. Rio de Janeiro: Cam-
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DRUCKER, P. F. Fator humano e desempenho. São Paulo: Pioneira, 1981.
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SILVA, M. D. L. et al. Gestão da produção: estudo sobre a gestão da manutenção na


geração de energia e vapor utilizando caldeiras de uma indústria. In: ENCONTRO
PARAENSE DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 7., 2016, Belém. Anais... Belém: [s.n.], 2016.
UCHÔA, M. Competências e funções gerenciais. Administradores, 17 maio 2012. Dis-
ponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/competencias-
-e-funcoes-gerenciais/63553/>. Acesso em: 28 nov. 2017.

Leituras recomendadas
ANTHONY, R. N.; GOVINDARAJAN, V. Sistemas de controle gerencial. 12. ed. Porto Alegre:
McGraw-Hill, 2008.
BETIM, L. M.; RESENDE, L. M. M. Aprendizado interativo influenciando no processo
de geração da inovação: estudo em um aglomerado produtivo de empresas. Revista
Gestão Industrial, Ponta Grossa, v. 6, n. 3, p. 188-202, 2010. Disponível em: <https://
periodicos.utfpr.edu.br/revistagi/article/view/694/539>. Acesso em: 28 nov. 2017.
ENDEAVOR BRASIL. PDCA: a prática levando sua gestão à perfeição. [S.l.]: Endeavor
Brasil, 2015. Disponível em: <https://endeavor.org.br/pdca/>. Acesso em: 04 nov. 2016.
JACOBS, F. R.; CHASE, R. B. Administração da produção e de operações: o essencial. Porto
Alegre: Bookman, 2009.
PEQUENO, C. N.; CARVALHO, M. G. F.; FONTES, V. M. Redução do consumo de produto
químico utilizado em uma linha de produção de uma indústria de pneus. 2015. Trabalho
de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de Produção) – Universidade do
Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015.
REY, B. Como fazer um brainstorming eficiente. Exame Carreira, 26 jul. 2013. Disponível
em: <http://exame.abril.com.br/carreira/como-fazer-um-brainstorming-eficiente/>.
Acesso em: 04 nov. 2016.
RODRIGUES, S. Crise: perigo, oportunidade e… papo furado. Sobre palavras. Veja.
com, 18 set. 2013. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/
lendo-a-lenda/crise-perigo-oportunidade-e-papo-furado/>. Acesso em: 04 nov. 2016.
Conteúdo:
Dica do professor
Qual o papel do gerente em uma organização? As funções gerenciais surgem para desenvolver,
tanto a organização, quanto os colaboradores.

No vídeo a seguir, você saberá mais sobre as funções gerenciais para o sucesso da organização.

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Exercícios

1) O papel do gerente dentro das organizações, pode ser visto de várias formas por meio de
suas funções, papéis e níveis hierárquicos. Assinale a alternativa que define as funções
gerenciais segundo Fayol.

A) O gerente deve planejar e exercer suas funções, organizar e controlar recursos, bem como
dar o direcionamento em acordo com a estratégia.

B) Cabe ao gerente exercer as funções de supervisor e os papéis de planejar e controlar,


negociar as situações, valorizando as habilidades cognitivas e de relações, envolvendo
comunicação e liderança.

C) O gerente deve exercer funções de comando e controle: monitor, portador da voz e


administrador de conflitos e negociados.

D) Exerce funções de planejamento, comunicação e liderança.

E) Exerce funções de organização e liderança.

2) Dentro dos aspectos abordados pela Administração por Objetivos, os gerentes têm a
preocupação de definir requisitos básicos quando elaboram os objetivos organizacionais. A
maior das apreensões é que o objetivo seja vago ou impreciso.

Conhecendo esta ansiedade dos gerentes, de que forma se apresentam os requisitos básicos
para a elaboração de objetivos?

A) Haver uma divergência de propósitos; serem específicos; capazes de mensurar os resultado


esperados, e estarem relacionados ao que se pretende atingir;

B) Atingir metas da área de recursos humanos; capazes de mensurar os resultado esperados;


estarem relacionados ao que se pretende atingir e serem específicos;

C) Serem específicos; capazes de mensurar os resultado esperados; estarem relacionados ao que


se pretende atingir e atingir metas da área legal;

D) Serem específicos; capazes de mensurar os resultado esperados, e estarem relacionados ao


que se pretende atingir;
E) Estimar metas para as áreas abrangidas; serem específicos; capazes de mensurar os resultado
esperados, e estarem relacionados ao que se pretende atingir;

3) Quanto às funções administrativas, considere as afirmativas a seguir:

I. A primeira função da administração é a de agir como uma base para as demais funções.
Trata-se de um modelo para determinar o futuro das ações.
II. A departamentalização pode ser definida por um agrupamento de atividades que visa
estruturar as lógicas da organização.
III. A função administrativa de controle é composta por tarefas, órgãos, pessoas e relações.
IV. Para que os objetivos estejam de acordo com o que esperamos da organização,
determinamos que eles estejam ligados pela função controle, a qual assegura que estejam o
mais próximos possível.

Qual é a afirmativa correta?

A) Apenas a alternativa II está correta.

B) Apenas as alternativas I e IV estão corretas.

C) Apenas as alternativas II e IV estão corretas.

D) Apenas as alternativas III e IV estão corretas.

E) Apenas as alternativas I, II e IV estão corretas.

4) As responsabilidades existentes em uma empresa definem a estrutura organizacional. Nos


padrões de estrutura se estabelecem as atividades realizadas e as estratégias executadas.
Com o objetivo de subsidiar e inovar as decisões a serem tomadas, podemos identificar, com
base no texto, uma ligação entre:

A) Inovação, mercado e mudanças organizacionais.

B) Estratégia, estrutura e sucesso.

C) Responsabilidade, execução e variações.

D) Pessoas, atividades e risco.

E) Objetivos, estrutura e responsabilização.


5) Consideramos que a administração é uma ciência relativamente nova, pois foi reconhecida
em 1965. Ela exerce papel fundamental dentro das organizações, porém ainda há inúmeras
dúvidas quanto ao seu papel, na busca constante da eficiência e eficácia. Podemos dizer que
o papel do administrador, resume-se em:

A) ser orientador, auxiliando nas decisões e ações da empresa, sem se envolver na rotina da
administração.

B) acompanhar as atividades realizadas para verificar se foram realizadas conforme o planejado.

C) acompanhar todos os processos da organização, verificando-os para definir quais os mais


produtivos.

D) acompanhar os processos administrativos, revisando todos os processos internos.

E) trabalhar para atingir, com excelência, os objetivos da organização, fazendo uso dos recursos
disponíveis e considerando o envolvimento do ambiente interno e externo.
Na prática
Entendendo que investir em treinamento dos colaboradores pode ser a melhor forma de melhorar a
qualidade dos serviços, uma empresa do ramo de fast food implementou sua universidade
corporativa. O objetivo é valorizar as competências de seus colaboradores e atender às
necessidades da organização, promovendo o capital humano dentro de sua organização.

Além de entender que a educação continuada pode transformar as interações de seus


colaboradores, a empresa acredita que a iniciativa será uma maneira de difundir o modelo de
gestão da rede.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Gerenciamento de operações e de processos: princípios e


práticas de impacto estratégico
Conheça uma abordagem crítica sobre o gerenciamento de operações e processos, com a leitura da
obra Gerenciamento de operações e de processos: princípios e práticas de impacto estratégico.

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