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BEM-VINDO/ BEM-VINDA À DISCIPLINA DE

COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

Apresentação da professora

Olá, aprendizes, tudo bem com vocês?


Eu sou a professora Isabella Lopes de Souza e irei acompanhá-los durante o
percurso desta disciplina. Sou mestra em Linguística, especialista em Revisão Textual e
graduada em Letras. Atualmente, sou redatora e revisora da Assembleia Legislativa de
Rondônia. É um prazer tê-los aqui.

Apresentação da disciplina

Seja bem-vindo/bem-vinda à disciplina de Comunicação Empresarial. Antes de


iniciarmos e eu apresentar para vocês as unidades curriculares, quero fazer uma breve
explanação sobre a comunicação humana.
Comunicar-se faz parte da natureza humana. Não importa como ela venha a
acontecer, ela acontece, e é isso que diferencia o ser humano dos demais seres. O bebê,
ao nascer, precisa chorar para “informar” a todos que está bem; e, por muito tempo, é o
choro sua principal forma de comunicação. Durante o processo de crescimento, em

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contato com outras pessoas, geralmente seus pais, a criança aprende a utilizar o código
verbal, ou seja, aprende a falar. E, mais tarde, ingressa na escola para adquirir outras
habilidades comunicativas. É nesse último processo, de aquisição de saberes formais
relacionados à língua, que entra a nossa disciplina, Comunicação Empresarial.
Partimos, prezados aprendizes, do entendimento de que vocês são pessoas com
conhecimentos e habilidades comunicativas prévias, que estão aqui para adquirir novos
saberes, saberes relacionados à língua culta e às técnicas de produção de texto.
A disciplina Comunicação Empresarial é dividida em Unidade I e Unidade II,
que se subdividem em:
1. A comunicação
2. Elementos da comunicação
3. Expressão oral e escrita
4. Qualidade da comunicação
5. Problemas na comunicação
6. Parônimos
7. Tipos textuais
8. Textos diversos: resenha e resumo
9. Textos diversos: atestado e declarações
10. Textos diversos: ofício
11. Textos diversos: ata
12. Textos diversos: bilhete e e-mail

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Unidade I

Nesta unidade, estudaremos sobre a importância da comunicação e sobre os


elementos presentes nela. Além disso, estudaremos a diferença entre comunicação oral e
escrita, e sobre a importância de procurar mecanismos para a boa escrita dos textos a
fim de que se consiga produzir textos com qualidade.
Ao final desta unidade, você deverá:
1. Ser capaz de reconhecer o processo de comunicação;
2. Diferenciar comunicação oral de escrita e texto verbal de não verbal;
3. Reconhecer os principais problemas que podem ocorrer na produção de
textos;
4. Saber sobre o que é necessário para ter qualidade nas comunicações.

1.1 A comunicação

Você consegue imaginar alguma atividade humana que não exija comunicação,
seja verbal ou não verbal? A comunicação é essencial em todos os setores de nossas
vidas pessoal e profissional. Isso porque é por meio dela que transmitimos o que
queremos (ou não), passamos informações essenciais, mantemos o vínculo com outras
pessoas, demonstramos nossos sentimentos etc. Por isso, compreender a relevância da
comunicação e o que é preciso para que ela alcance a qualidade é muito importante para
todas as pessoas.
A comunicação empresarial diz respeito a se estabelecer comunicação em
ambientes organizacionais, sobretudo por meio de papéis, com integrantes internos ou

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pessoas externas (clientes e fornecedores, por exemplo). A comunicação é vista como
uma prioridade estratégica e recebe destaque nas organizações consideradas bem-
sucedidas. Portanto, comunicar-se bem com os clientes, ou com os clientes em
potencial, é primordial para o sucesso do negócio.

Você já pensou nisso? Quantas vezes você já desistiu de comprar algo em


alguma empresa por conta de uma comunicação ruim?

Dica de leitura: ZIRHUT, Emídio. A comunicação nas organizações sociais. Disponível em:
https://www.opet.com.br/faculdade/revista-cc-adm/pdf/n1/A-COMUNICACAO-NAS-
ORGANIZACOES-SOCIAIS.pdf. Acesso em: 25 jul. 2023.

1.2 Elementos da comunicação

Imagine que você, em seu ambiente de trabalho, deverá produzir uma


comunicação para o seu superior. Você se sente confiante para fazer isso? Quais
habilidades você acredita que precisará despertar para tal atividade?
Para o pleno sucesso da comunicação, é importante analisar os elementos
presentes na comunicação. São eles:
Emissor: aquele quem emite/produz a mensagem.
Mensagem: texto produzido sobre algo.
Receptor: quem recebe a mensagem.
Canal: veículo utilizado para passar a mensagem.

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Código: linguagem utilizada para a produção da mensagem (língua portuguesa,
símbolos etc.).
Referente: assunto tratado no texto.
Outros dois elementos importantes são:
Ruídos: são situações ou barreiras que atrapalham a chegada da informação de
forma completa. Exemplo: diferenças culturais, dificuldade de entendimento da
linguagem etc.
Feedback: é o retorno dado ao emissor pelo receptor.

Figura 1 – Elementos da comunicação

Fonte: elaboração da autora (2023).

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Assim, conforme quadro sinótico acima, o emissor envia uma mensagem sobre
determinado assunto (referente) para o receptor, por meio de um código, utilizando um
canal comunicativo; e o receptor entende a mensagem ao decodificar o código. Mas é
importante compreender que o receptor não é mero decodificador desse código, ele é
também um produtor de sentidos – e que, em alguns momentos, há a troca: o emissor se
torna receptor e vice-versa. Ruídos podem ocorrer, causando dificuldades no
entendimento da mensagem. Dessa forma, o feedback (retorno) é importante para saber
se a mensagem foi compreendida de forma completa.
Em uma organização, a comunicação pode vir de várias direções. Segundo
Robbins (2005), ela pode ser ascendente, descendente ou lateral.
Ascendente: dos níveis mais baixos para os mais altos. Exemplo: um relatório.
Descendente: dos níveis mais altos para os mais baixos. Exemplo: uma
instrução normativa.
Lateral: ocorre entre membros de um mesmo grupo, de níveis iguais.

VAMOS PENSAR NA PRÁTICA?


Você, caro aluno, quando estiver trabalhando em uma empresa (ou
administrando a sua própria empresa), comunicar-se-á (emissor) com várias pessoas –
receptores - (chefe, clientes etc.). Precisará, assim, atentar-se à forma como irá se
expressar a fim de que a sua mensagem chegue da melhor forma possível ao receptor,
sem ruídos. Por isso, é necessário pensar em qual código será utilizado, por qual canal
será transmitida a mensagem e se a comunicação é ascendente, descendente ou lateral.

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Além disso, é essencial pensar na qualidade de seu texto. Afinal, essa é a sua imagem
sendo passada para as outras pessoas. Certo?!

1.3 Comunicação oral e escrita

Os membros de uma organizacional podem se comunicar de forma oral, escrita


ou não verbal.
A comunicação oral geralmente acontece “cara a cara”, é mais “fluida” e
dinâmica, ou seja, ela não é planejada e os participante formulam naquele momento os
diálogos, o que facilita a ocorrência de desvios gramaticais. Mas nem sempre é assim:
existem comunicações orais planejadas – por exemplo, seminários, palestras,
telejornais. Na oralidade, o feedback (retorno) comumente é imediato, o que facilita a
comunicação e diminui a probabilidade de haver ruídos.
A comunicação escrita é a que exige mais cuidado, pois o produtor deposita
mais tempo na produção de textos escritos; assim, os desvios gramaticais são menos
frequentes. São exemplos: relatórios, memorandos, resenhas, resumos, e-mails, cartas
etc. Nela, o feedback é demorado, o que pode aumentar a probabilidade de haver ruídos
(não entendimento da mensagem).
A comunicação não verbal ocorre por meio de linguagem corporal (gestos,
expressões faciais, entonação da voz etc.). Ela geralmente está atrelada à comunicação
oral e a complementa.

1.4 Qualidade da comunicação

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Para uma eficiente comunicação, seja na vida pessoal ou profissional, é
necessário atenção a algumas características. Todo texto deve ser produzido de forma
clara, simples e objetiva:
Clareza e precisão: possibilita ao leitor compreender o que o texto quer
informar. Deve-se escrever apenas o que é necessário, escrever frases curtas, simples e
em ordem direta (sujeito – verbo – complemento).
Objetividade: capacidade do texto que vai direto ao assunto, aborda aquilo que
quer abordar, sem fazer rodeios, sem excesso de palavras.
Concisão: capacidade do texto que transmite o máximo de informações com o
mínimo de palavras. Não se deve escrever palavras inúteis nem redundâncias.
Coerência: organização do texto a fim de que se tenha um único sentido,
contribuindo para a harmonia de sentido.
Formalidade e padronização: as comunicações que circulam em ambiente
organizacional, por meio de canais formais, devem sempre ser formais e padronizadas.
Por isso, deve-se atentar às regras gramaticais, formas de tratamentos e convenções de
escrita.
Para a produção de comunicações administrativas relacionadas às organizações
públicas, deve-se ter grande atenção à impessoalidade e aos pronomes de tratamento.
Impessoalidade: a redação oficial é escrita sempre em nome do serviço público,
então, não é pessoal. Ela é elaborada de forma a não favorecer ou desfavorecer
ninguém. O foco dela é o interesse público. Não se deve, portanto, colocar impressões
pessoais, marcas de sentimento etc.
Pronomes de tratamento: os pronomes de tratamento se referem ao
destinatário. Abaixo, um quadro sinótico para apreciação:

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Quadro 1 – Pronomes de tratamento

Fonte: Manual da Presidência da República (2018).

A escrita correta de datas e horas

i) Data

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a) Há três maneiras para abreviar a escrita de datas:
• Com traço: 12-10-1967;
• Com barra: 20/12/2004;
• Com ponto: 19.11.2005.
b) Os números devem ser escritos sem ponto ou espaço entre a centena e o milhar:
1997 (e não 1.997); 2009 (e não 2.009).
c) O ano deve ser escrito com os dois últimos números: 19/12/05.
d) O primeiro dia do mês pode ser escrito lº, e não 1. Veja: lº/04/05.
e) Empregar o zero antes do dia ou do mês não é regra; porém, inseri-lo é
recomendado para evitar fraude. Pode-se escrever assim: 04/03/97, ou assim:
4/3/97.

ii) Horas:
a) A hora pode ser escrita de duas maneiras:
• A palavra hora sem abreviatura: 7 horas, 10 horas etc.;
• A palavra com abreviatura: 7h, 10h (sem “s” e sem ponto depois de “h”).
b) Hora fracionada: 7h20min (sem dar espaços entre os elementos e sem usar ponto
depois de “h” e “min”).
c) A grafia com dois pontos é empregada em áreas específicas, como o horário de
passagens, competições entre outros: 07:00; 06:00; 12:45; e 15:10.

iii) Dias, horas e a crase:


a) Você deve escrever os dias da semana assim: de terça a sexta-feira; de
segunda a sexta-feira – ou assim: da terça à sexta-feira; da segunda à sexta-feira.

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b) Você não deve escrever assim: de terça à sexta-feira, de segunda à sexta-feira.
c) Escreva as horas assim: de 8h a 12h; de 9h45min a 12h20min; das 8h às 12h;
ou das 9h45min às 12h20min.
d) Não escreva assim: 8h às 12h; 9h45min às 12h20min.

1.5 Problemas na comunicação

Ao elaborar um texto, é importante ter atenção às seguintes questões, pois elas


podem ser um empecilho à boa comunicação:
Vícios de linguagem e chavões: procure evitar expressões como agradar a
gregos e troianos, cartada decisiva, cada dia que passa, abrir com chave de ouro, de mão
beijada, divisor de águas etc., pois demonstram pobreza vocabular e falta de
originalidade.
Ambiguidade: procure evitá-la, pois confunde o leitor. Exemplos: “Temos
roupas para mulheres pretas e ternos para os homens”. Melhor seria: “Temos roupas
pretas para mulheres e ternos para os homens”. Portanto, cuidado com a posição das
palavras e com o uso de pronomes possessivos.
Gerundismo: é o uso frequente e equivocado do verbo no gerúndio. Observe as
adequações abaixo.
Vou estar enviando Vou enviar
Estava lendo Lia
Estou enviando os arquivos Envio os arquivos
Vou estar ligando Ligarei/ Vou ligar

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Observação: o gerúndio é uma forma verbal e pode ser utilizado nas seguintes
situações:
i) Para indicar uma atividade continuada: “Estava lavando o carro naquele
momento”; “Estava bebendo água neste momento”.
ii) Ação simultânea a outra: “Vou estar estudando quando ele estiver
trabalhando”; “Ele entrou chorando na igreja”.
Então, nada impede que se use o gerúndio, mas atenção à forma correta, certo?!

1.6 Parônimos

São palavras com grafia parecida, mas com significado diferente. Atente-se:
1) Absolver x Absorver
 Absolver: inocentar, perdoar
 Absorver: consumir, esgotar
2) Acender x Ascender
 Acender: pôr fogo, alumiar
 Ascender: subir, elevar
3) Acento x Assento
 Acento: tom de voz, sinal gráfico
 Assento: lugar para sentar, cadeira, banco
4) Acerca de x Cerca de x Há cerca de
 Acerca de: relativo a, a respeito de
 Cerca de: aproximadamente
 Há cerca de: faz aproximadamente

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5) Aferir x Auferir
 Aferir: verificar, conferir
 Auferir: colher, alcançar
6) Afim de x A fim de
 Afim de: semelhante a
A fim de: com propósito de
7) Amoral x Imoral
 Amoral: indiferente à moral
 Imoral: contra a moral, libertino
8) Aonde x Onde
 Aonde: usado com verbos de movimento, como ir, vir, levar
 Onde: usado com verbos que não dão ideia de movimento
9) Aprender x Apreender
 Aprender: instruir-se
 Apreender: assimilar
10) Caçar x Cassar
 Caçar: perseguir, apanhar animais
 Cassar: invalidar, anular
11) Calção x Caução
 Calção: calças curtas, sunga
 Caução: fiança, garantia
12) Cavaleiro x Cavalheiro
 Cavaleiro: aquele que monta o cavalo
 Cavalheiro: homem educado, gentil

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13) Cela x Sela
 Cela: prisão
 Sela: arreio de cavalo
14) Censo x Senso
 Censo: levantamento estatístico, contagem da população
 Senso: qualidade do sensato (bom senso)
15) Cerração x Serração
 Cerração: nevoeiro denso
 Serração: ato de cortar, serrar
16) Cerrar x Serrar
 Cerrar: fechar
 Serrar: cortar
17) Cervo x Servo
 Cervo: espécie de veado
 Servo: empregado, serviçal
18) Cessão x Sessão x Seção
 Cessão: ato de ceder, transferência
 Sessão: evento, reunião
 Seção: departamento, repartição
19) Chá x Xá
 Chá: bebida quente
 Xá: título do antigo imperador do Irã
20) Cheque x Xeque
 Cheque: ordem de pagamento

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 Xeque: lance do xadrez, perigo
21) Comprimento x Cumprimento
 Comprimento: extensão
 Cumprimento: saudação, execução
22) Concertar x Consertar
 Concertar: organizar, harmonizar
 Consertar: arrumar, reparar
23) Coser x Cozer
 Coser: costurar
 Cozer: cozinhar
24) Deferir x Diferir
 Deferir: atender, conceder
 Diferir: divergir, distinguir
25) Descrição x Discrição
 Descrição: ato de descrever, expor
 Discrição: ato de ser discreto, reservado
26) Descriminar x Discriminar
 Descriminar: inocentar, tirar o crime
 Discriminar: diferenciar, distinguir
27) Despensa x Dispensa
 Despensa: lugar de guardar mantimentos
 Dispensa: ato de dispensar, isentar
28) Despercebido x Desapercebido
 Despercebido: sem ser notado

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 Desapercebido: sem preparo, desaparelhado
29) Docente x Discente
 Docente: relativo ao professor
 Discente: relativo ao estudante
30) Emergir x Imergir
 Emergir: vir à tona, subir
 Imergir: mergulhar, afundar
31) Emigrante x Imigrante
 Emigrante: que sai do país de origem
 Imigrante: que entra em país estrangeiro
32) Eminente x Iminente
 Eminente: notável, digno, célebre
 Iminente: imediato, prestes a acontecer

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Unidade II

Nesta unidade, estudaremos os tipos textuais e alguns gêneros textuais que


circulam em ambiente empresarial.
Ao final desta unidade, você deverá:
1. Ser capaz de reconhecer e diferenciar os tipos textuais;
2. Expressar habilidade redacional para produzir textos técnicos;
3. Reconhecer a finalidade de diversos gêneros textuais.

2.1 Tipos e gêneros textuais

Passaremos, agora, ao estudo dos tipos e dos gêneros textuais. Os tipos se


referem à estrutura do texto. Os gêneros referem-se aos mais diversos textos que
circulam em sociedade, que têm uma forma relativamente padronizada de escrita, de
organização e de circulação. Sabemos a quantidade de tipos textuais: são cinco. Porém,
porém, é impossível contabilizar os gêneros, pois, além de ser difícil controlá-los, novos
gêneros podem surgir a cada dia, inclusive por processo de mutação – como ocorreu
com o e-mail, que derivou da carta.
Vamos conhecer mais sobre os tipos textuais? Como dito anteriormente, eles são
cinco: narração, descrição, injunção, dissertação expositiva e dissertação argumentativa.
Vamos ver mais detalhadamente cada um deles?
Narração: o tipo textual narrativo constitui-se de sequências de frases que
apresentam verbos geralmente no passado. Na narração, temos uma história contada por

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um narrador num determinado espaço (lugar), num determinado tempo e com
personagens.
Leia a seguir o primeiro parágrafo do conto O espelho, de autoria de Machado
de Assis:
Quatro ou cinco cavalheiros debatiam, uma noite, várias questões de alta
transcendência, sem que a disparidade dos votos trouxesse a menor alteração aos
espíritos. A casa ficava no morro de Santa Teresa, a sala era pequena, alumiada a velas,
cuja luz fundia-se misteriosamente com o luar que vinha de fora. Entre a cidade, com as
suas agitações e aventuras, e o céu, em que as estrelas pestanejavam, através de uma
atmosfera límpida e sossegada, estavam os nossos quatro ou cinco investigadores de
coisas metafísicas, resolvendo amigavelmente os mais árduos problemas do universo.
Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br /download/texto/bv000240.pdf.

Você conseguiu localizar todos os elementos da narração no trecho? Faça esse


exercício: procure o fato narrado, os personagens, o tempo, o lugar.
E, então, foi fácil? Vamos seguir para o próximo tipo textual?
Descrição: o tipo textual descritivo constitui-se por sequências de adjetivos, ou
seja, é a tipologia textual responsável pela apresentação de características que podem
ser dadas a objetos, pessoas ou sentimentos. Voltemos ao texto anterior. Você
conseguiu localizar nele as partes descritivas? É muito comum a descrição estar inserida
em outras tipologias, principalmente na narrativa.
(...) a sala era pequena, alumiada a velas, cuja luz fundia-se misteriosamente
com o luar que vinha de fora.

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Injunção: o tipo textual injuntivo caracteriza-se por apresentar frases que
contenham verbos conjugados no modo imperativo, ou seja, aqueles que transmitem
ideia de ordem, pedido, apelo ou conselho. Os textos formados por trechos em que um
locutor se dirige ao público dando-lhe conselhos ou indicando uma forma de agir são
chamados injuntivos ou também instrucionais. Assim, receitas culinárias, bulas de
remédio, manuais de instrução são textos instrucionais, pois orientam (ensinam) as
pessoas a fazer algo. Algumas propagandas e peças publicitárias também podem ser
injuntivas.
Dissertação expositiva: a prioridade é tratar o assunto de maneira objetiva, ou
seja, não há espaço para demonstrações de sentimento ou impressões pessoais. A
linguagem utilizada nos textos dissertativos deve seguir a norma padrão da língua, isto
é, devemos obedecer às regras da gramática. Não se deve abreviar palavras, usar gírias
ou expressões populares. Deve-se evitar o uso da primeira pessoa (eu), o mais adequado
é utilizar a terceira pessoa do plural (eles). A tipologia expositiva é comum em verbetes
de enciclopédia, artigos científicos, trabalhos de conclusão de curso, resenhas, resumos
e monografias. Observe o exemplo a seguir:
 [O relatório] criou o conceito de desenvolvimento sustentável, ou seja, “o
atendimento das necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de
as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades”. [Desenvolvimento
sustentável] é um processo de transformação no qual a exploração dos recursos,
a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a
mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a
fim de atender às necessidades e às aspirações humanas.

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Dissertação argumentativa: para esse tipo textual, deve-se considerar tudo que
foi exposto na tipologia anterior (expositiva), mas deve-se entender que a dissertação
argumentativa tem o objetivo de convencer o leitor sobre determinada ideia a partir de
argumentos.

Estrutura dos textos

O que estudamos anteriormente é muito importante para compreender os textos


e as suas estruturas. Independentemente do tipo textual, o texto precisa ser bem
organizado. Isso significa, basicamente, que ele precisa ter, pelo menos, três partes:
Introdução: a primeira parte do texto, na qual é apresentada sua intenção.
Desenvolvimento: a parte em que são aprofundados os dados, as informações e
os argumentos que foram apresentados na introdução.
Conclusão: é o fechamento do texto, local em que se inserem as considerações
finais, encerramento do assunto.
Qualquer texto que você for construir precisa ter, basicamente, essas três
partes bem delimitadas. Tudo bem?!
A partir de agora, veremos alguns dos principais gêneros que circulam no
ambiente organizacional.

2.2 Resenha e resumo

Resenha e resumo são gêneros parecidos, mas cada um tem a sua


particularidade. Observe.

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O resumo é um texto condensado, ou seja, curto, com informações essenciais.
Portanto, não há espaço nele para excessos, exageros. É um texto construído a partir da
leitura de um texto principal. Assim, ele é escrito em terceira pessoa (ele, o autor) com
as ideias do autor daquele texto lido. Mas atenção: resumo não é cópia, ou seja, você
deve escrever com as suas palavras as ideias apresentadas em determinado texto objeto
do resumo. Certo?
A resenha é um texto que contém resumo, mas também contém a opinião do
resenhista sobre o objeto resenhado. A resenha pode ser feita para um livro, um filme,
uma peça teatral, um evento, um show, uma exposição ou qualquer outro tipo de evento.
Você já elaborou uma resenha ou um resumo? Se nunca fez, pode tentar.
Que tal escolher um livro ou um filme e esboçar uma resenha dele? Vamos lá!
Você consegue!

2.3 Atestado e declaração

Atestado é “um documento emitido por uma pessoa ou entidade em favor de


alguém, declarando algo sobre essa pessoa” (FERREIRA, 1996, p. 190).
O atestado pode ser emitido por pessoas e por empresas públicas ou privadas.
Ele tem por finalidade a emissão de um comprovante a quem possa interessar. Algumas
normas para o atestado:
i) Deve-se utilizar linguagem impessoal;
ii) O papel, caso seja um atestado emitido por empresa, deve ser timbrado;
iii) Papel ofício.

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E a declaração? Ela é bem parecida com o atestado; a diferença, basicamente,
está no título e no verbo utilizado. Na redação da DECLARAÇÃO, emprega-se o verbo
“declarar”, conjugado na 1ª pessoa do singular: “declaro”. Para a emissão de um

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ATESTADO, usa-se o verbo “atestar” conjugado também na 1ª pessoa do singular:
“atesto”. Observe o exemplo:

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2.4 Ofício

O ofício é um gênero textual utilizado para comunicação oficial na


administração pública. Ele é produzido entre órgãos públicos e de órgãos públicos para
outras empresas e pessoas; atualmente, é utilizado tanto para comunicação externa
como interna. Trata, sempre, de assunto oficial pertinente ao órgão emitente.
Segundo Ferreira (1996), o ofício é empregado para diversas funções, tais como:
comunicar decisões; solicitar esclarecimentos e informações; justificar e/ou defender
determinados atos ou decisões; comunicar a superiores hierárquicos a ocorrência de
fatos na repartição pela qual o emissor é responsável; solicitar e/ou encaminhar
orçamentos; solicitar realização de serviços e obras de quaisquer espécies;
cumprimentar o destinatário por alguma ocorrência importante em sua vida profissional
e convidar o destinatário para solenidades públicas.
No ofício, devem constar:
i) Cabeçalho ou timbre;
ii) Número do ofício;
iii) Data;
iv) Vocativo;
v) Introdução;
vi) Explanação;
vii) Fecho (despedida e assinatura);
viii) Anexo;
ix) Destinatário.

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2.5 Ata

A ata é um gênero textual que pode estar presente em qualquer ambiente, seja
em repartições públicas ou privadas. O objetivo dela é fazer o registro dos
acontecimentos de uma reunião. Na definição de Peixoto (2001, p. 5), a ata:

é um documento que tem por finalidade relatar todas as ocorrências, tais


como discussões, propostas, votações e deliberações verificadas numa sessão,
reunião, assembleia, convenção, congresso ou eventos do gênero, tanto na
administração pública, quanto na área privada.

Na ata, devem constar:


i) Dia, mês, ano e hora da reunião (por extenso);
ii) Local da reunião;
iii) Pessoas presentes, devidamente qualificadas (conselheiros, professores,
delegados, etc.);
iv) Presidente e secretário dos trabalhos;
v) Ordem do dia (discussões, votações, deliberações etc.);
vi) Fecho.

Na escrita da ata, os seguintes pontos devem ser observados (Peixoto, 2001):


i) A ata deve ser redigida em linguagem corrida, sem parágrafos e espaços
vazios, a fim de impedir que sejam introduzidas modificações indevidas;
ii) Não deve apresentar rasuras nem emendas;

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iii) Em caso de erro ou omissão percebidos, no momento em que está sendo
redigida, emprega-se a palavra “digo”, seguida da forma correta;
iv) Quando, porém, as falhas só forem percebidas após a redação da ATA, utiliza-
se a expressão “Em tempo”, seguida da competente redação;
v) Abreviaturas não devem ser utilizadas.

Exemplo de ata:
Ata nº 107

Assembleia Geral Ordinária da Faculdade de Filosofia

Aos vinte dias do mês de novembro de dois mil e nove, às quinze horas, na sede da empresa, na
Rua do Manganês, trezentos e quarenta, reunimo-nos para uma Assembleia Geral Ordinária da
Faculdade de Filosofia. O presidente verificou a lista de presentes e, observando o quórum,
iniciou a reunião. O presidente da reunião, Senhor Lima e Silva, executou os trabalhos com o
objetivo de aprovar o calendário letivo de dois mil e dez. Inicialmente, solicitou que todos
analisassem o calendário para aprovação por aclamação. Após a análise, o calendário foi
aprovado por unanimidade e sem ressalvas. Nada mais havendo para tratar, encerraram-se os
trabalhos dos quais, eu, Lauro Fernandes, lavrei a presente ata, que, por sua vez, foi assinada
pelos professores João Manuel Ferreira, Luiz Silveira, Manoela Ferraz, Feliciano Borges.

ASSINATURA DOS PRESENTES

2.6 Bilhete e e-mail

Bilhete é um gênero textual de tamanho curto com finalidade de comunicação


breve e urgente. É importante haver nele o destinatário e o remetente. Pode ser
encaminhado a um único destinatário ou a um grupo. Mensagem reduzida ao conteúdo

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essencial, sem excessos. O gênero SMS (short message service) e as mensagens de
WhatsApp derivaram do bilhete.

E-mail é um gênero textual de muita importância na atualidade. Ele surgiu a


partir do gênero textual carta, e o tem substituído quase que completamente. Seu baixo
custo e ampla circulação são fatores favoráveis para seu uso. O e-mail não tem estrutura
muito rígida e é flexível, mas deve-se prestar atenção à norma culta da língua
portuguesa.
O campo “assunto” deve ser preenchido sempre, com o objetivo de facilitar a
organização documental, seja do destinatário, seja do remetente.

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Palavras finais
Querido(a) aluno(a), parabéns por ter chegado até o fim deste curso. Espero que
ele agregue conhecimentos e que possa fazer diferença em sua vida na prática da escrita
de textos, seja na vida pessoal ou no ambiente organizacional. Escrever e ler são hábitos
que devem ser cultivados a fim de que se alcance a excelência. Você está no caminho
certo!
Abraço! Até mais!

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REFERÊNCIAS

ADLER, Ronald B.; RODMAN, George. Comunicação humana. Rio de Janeiro: LTC,
1982.

BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, Mikhail. Estética da


criação verbal. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

BEAUGRANDE, Robert-Alain de. New foundations for a science of text and


discourse: cognition, communication, and the freedom of access do knowledge and
society. Norwood: Ablex Publishing Corporation, 1997.

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de janeiro: Nova
fronteira, 2009.

BRASIL. Presidência da República. Manual de Redação da Presidência da


República. 3. ed. 2018. Disponível em:
http://www.mds.gov.br/suas/manualredpr2aed.doc/view. Acesso em: 20 jul.2023.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual de gêneros e compreensão. São


Paulo: Parábola Editorial, 2008.

KOCH, Ingedore Villaça. Ler e compreender os sentidos do texto. .3 ed. São Paulo:
Contexto, 2011.

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