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LÍDERES
E-BOOK
Temporada III
Comunicação e
Liderança
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Sumário
Comunicação e Liderança
Fundamentos da comunicação
para a liderança ................... 4 - 5
Conexão, confiança e persuasão
na comunicação .......................... 6 - 8
Elementos da comunicação em
contextos digitais .............. 9 - 11
Estratégias para uma comunicação
assertiva ........... 11 - 15
Comunicação para desenvolvimento
de pessoas e gestão de conflitos......... 16 - 18
INTRODUÇÃO
Segundo levantamento global realizado pelo LinkedIn em 2020, a comunicação
é a primeira dentre as dez habilidades mais valorizadas por empregadores. O
estudo também revelou que as competências comportamentais ganham cada
vais mais destaque, diante das tendências de futuro do trabalho frente ao mundo
digital. Milton Beck, diretor geral do LinkedIn América-Latina, aponta que diante
das mudanças tecnológicas essas habilidades humanas ou “soft skills” ganham
ainda mais importância por serem mais difíceis de serem reproduzidas por
máquinas, processo o qual foi acelerado durante a pandemia.
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Fundamentos da
comunicação para a liderança
Diante do papel e responsabilidade da liderança, em direcionar e extrair o melhor
da equipe, ter uma comunicação clara é imprescindível. Para isso, é preciso alinhar
todos os elementos envolvidos no processo de comunicação, tendo em vista o
objetivo da mensagem. Nesse processo, tudo que não contribui ou atrapalha a
construção do entendimento por parte de quem recebe a mensagem (receptor,
interlocutor ou decodificador) pode ser considerado um ruido. Sendo assim, uma
comunicação clara é uma comunicação com o mínimo de ruido possível.
CONTEXTO
CANAL
RUÍDO
(Feedback)
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Emissor – Quem comunica, responsável nesse momento pelo processo de
comunicação. A partir de um objetivo pretendido (intensão) o emissor deve
levar em conta todos os componentes envolvidos no processo de comunicação
para ajustar a mensagem (código), de forma que o receptor seja capaz de
compreendê-la (decodificá-la).
Canal – Meio pelo qual a mensagem é transmitida. Seja ele físico (presencial)
ou virtual (digital) - WhatsApp, e-mail, telefonema, plataforma virtual etc. A
depender do meio, a forma como transmitimos a mensagem precisa ser ajustada,
a exemplo dos canais digitais.
Escuta ativa - a escuta com atenção e presença, só desse lugar é possível exercer
empatia e entender o universo do outro. Quando realizamos essa forma de
escuta, transmitimos uma postura de real atenção, as pessoas se sentem vistas.
Isso porque a escuta ativa vai além do que podemos simplesmente ouvir, abrange
toda a leitura que consegue fazer de tudo o que transmitido pelo emissor da
mensagem, ou seja inclui a linguagem não verbal.
Elogios – São uma forma de validação, mas atenção, não é “falar por falar” ou
“puxar saco”. Trata-se de identificar o que te chama atenção de forma positiva
em um determinado aspecto, fuja da superficialidade e dos cliches, precisa ser
genuino – desse lugar vem os melhores elogios.
Chamar pelo nome – O nome o som mais especial aos ouvidos de uma pessoa,
faz sentir-se “visto”, reconhecido. Mas, atenção o nome aqui refere-se a forma
como a pessoa gosta de ser chamada, no caso de nome composto, apelido, ou
qualquer dúvida nessa direção vale perguntar: “Como prefere que eu te chame?”.
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Além de estabelecer rapport, grande parte da literatura moderna em psicologia
sugere esses três elementos como alicerces da confiança na liderança:
autenticidade - as pessoa tendem a confiar em você quando elas percebem
estar interagindo com o você real, empatia - quando elas acreditam que você
se importa com elas e com seu sucesso, e lógica - quando elas acreditam na
sua capacidade de raciocínio e discernimento são sólidos. Nos tópicos anteriores
tratamos de autenticidade (verdade) e empatia, a respeito da percepção de lógica
um fator importante é a utilização de estratégias de comunicação assertiva.
Autenticidade
Confiança
Lógica Empatia
55% 38% 7%
Os ambientes virtuais, pelos quais nos comunicamos com cada vez mais
frequência, tem suas peculiaridades. Cada canal possui suas características
e limitações, apesar de serem importantes viabilizadores como meio de
comunicação, não conseguem captar a integralidade de todos os sinais que
emitimos e, em geral, pedem uma variabilidade de estímulos elevada para
retenção da atenção do interlocutor.
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Vamos entender melhor cada um desses elementos:
Não verbal puro – Todos os elementos que podem ser captados visualmente.
Contempla postura, gestos, expressões faciais, movimentos, imagem pessoal,
vestuário.
A pausa tem muitas finalidades no discurso, ela pode vir indicando transição
entre temas, tempo para que o outro processar a informação, destaque para o
que foi dito anteriormente, entre outros. Um problema comumente associado
a falta de utilização de pausas são os vícios de linguagem ou cacoetes sonoros
(né, aí, tipo ou ééé, ãããh...). No lugar deles, em geral caberia uma pausa. Você
não precisa preenchercom som todos os espaços, as pausas são importantes, é
o momento em que você respira e sua audiência também.
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IMPORTAR-SE COM O OUTRO
EMPATIA
“DESASTROSA “ EMPATIA
RECEIO ASSERTIVA
(PASSIVIDADE)
OMISSÃO
(NÃO POSICIONAR -SE) POSICIONAMENTO
INSINCERIDADE AGRESSIVIDADE
MANIPULAÇÃO OFENSIVA
(PASSIVO - AGRESSIVIDADE)
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IMPORTAR-SE COM O OUTRO
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QUE RESPOSTA EU ESPERO
DA OUTRA PARTE?
O que eu espero que a outra pessoa pense, sinta ou faça? Isso irá guiar quais
informações você deverá trazer para ele(a).
Assertivo – “Oi Carina. Tudo bem? Estou montando um manual de boas práticas
para os processos da área que tem muita conexão com o trabalho que você
desenvolve no seu departamento! Lembra que falamos sobre a um tempo atrás?
Você havia me pedido para te avisar quando começasse, para que pudéssemos
pensar numa parceria. Como está sua agenda nesta semana? Se puder me passar
2 opções de horário, já marcamos! Abraços” (fazer)
Uma boa estratégia para aumentar seu poder de síntese e fazer com que o objetivo
da mensagem seja rapidamente identificado pelo interlocutor é informar (sua
necessidade, proposta, pedido) no início e ratificar no final:
Informar no início
ESTRATÉGIA PARA
ASSERTIVIDADE
Ratificar no fim
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Exemplos:
Não assertivo – “Oi Carina. Tudo bem? Não vai acreditar!!! Sabe aquele último
fornecedor que está com prazo de entrega para o final desse mês? Eles me
ligaram hoje e disseram que tiveram uma série de problemas internos, e acabou
que eles acreditam que não vão conseguir entregar mais o material na data,
estimam uns 10 dias de atraso. Aí corre o risco de atrasar o projeto todo. Vamos
ter que parar para alinhar como iremos seguir”
Assertivo – “Oi Carina, tudo bem? Não consegui contato por telefone, preciso de
meia contigo hoje, antes das 18h, me avisa o melhor horário? O fornecedor X me
ligou e informou uma estimativa de atraso de 10 dias para entrega do material
que estava para dia 30 desse mês. Acredito que vamos precisar encontrar algum
outro fornecedor que atenda essa demanda ou renegociar o prazo com cliente.
Estou disponível toda a tarde, assim que puder me retorna. Abraço!
Vale destacar que para uma reunião ser assertiva é fundamental que quem puxa
o encontro saiba com clareza qual o objetivo daquela agenda. Você pode se
perguntar: O que eu quero tirar dessa reunião? Como defino que essa reunião
foi um sucesso? Uma vez que esteja claro para você, deve-se comunicar a todos
os participantes previamente: qual o objetivo da reunião, o porquê estão ali –
seu papel, pauta, duração e local do encontro.
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Comunicação para desenvolvimento
de pessoas e gestão de conflitos
Como conduzir times para a alta produtividade e performance? Um dos estudos
mais importantes já conduzidos pelo do Google, denominado Projeto Aristóteles,
aponta a segurança psicológica como fator chave para a resposta.
Todo do time tem seu papel nesse processo, com destaque para o líder que
possui ainda mais relevância e responsabilidade por seu poder de influência no
grupo, sendo determinante na construção da segurança psicológica.
Diante disso, é preciso ter em mente que o foco de qualquer avaliação ou
feedback sempre deve ser o fato, comportamento observável, e seus impactos.
Nunca um julgamento que afete o senso de valor da pessoa que executa a ação.
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Após esclarecido, situação, comportamento e impacto é possível seguir por dois
caminhos:
Ou
Exemplo: “Ontem, na reunião com o cliente X, percebi que o material que usou
para apresentação estava bastante desatualizado. Fiquei preocupado porque
isso afeta nossa credibilidade e atrasa a negociação. Não entendi, por que não
atualizou o material?”
No mundo inteiro uma das metodologias mais reconhecidas e aplicadas para
mediar disputas e conflitos em todos os níveis é a CNV - Comunicação Não
Violenta.
A CNV fomenta uma postura de autorresponsabilidade e empatia, quanto a
nossos sentimentos e necessidades e os do outro.
A CNV é estruturada em quatro componentes:
• Observação – Perceber as ações concretas e específicas que observamos que
afetam nosso bem-estar (situação e comportamento observável). Cuidado para
não confundir observação com julgamento, avaliação, ou inferência do que o
outro está querendo, quando cometemos esse deslise o outro tende a entrar na
defensiva ou resistir ao que dizemos.
• Sentimento – Identificar e expressar como nos sentimos com relação as ações
que observamos. Em geral os sentimentos servem como termômetro com relação
ao atendimento de nossas necessidades, quando estas nossas necessidades
estão sendo atendidas experienciamos sentimentos positivos, do contrário
experimentamos uma variedade de sentimentos negativos. Cuidado para não
confundir o sentir com o pensar, em geral quando na frase é possível substituir
o sentir por penso, creio ou acho não estamos conseguindo identificar o real
estado emocional.
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• Necessidade – Identificar as necessidades, valores, desejos, etc que estão ou
não sendo atendidas e que estão gerando nossos sentimentos. As necessidades
estão por trás de nossos sentimentos. O que outros fazem ou falam podem ser
estímulos, mas jamais a causa de nossos sentimentos. Vale se perguntar: “por
qual razão estou me sentindo assim?” ou “O que eu preciso para parar de me
sentir assim?”.
Exemplos:
Sem CNV – “Você é muito grosseiro, nunca respeita o tempo de fala do outros,
acaba atrapalhando toda a reunião.”
Com CNV - Hoje de manhã, na reunião das 10:00, você me interrompeu duas
vezes. Fico frustrado quando isso acontece. Perco toda a linha de raciocínio,
preciso que respeite meu tempo de fala. Eu sei que não concordamos com tudo,
mas você pode esperar que eu feche o ponto para debatermos na sequência?
Sem CNV - “Poxa, você não tá nem aí, Clara!”.
Com CNV - “Clara, fico triste quando vejo você no celular durante as reuniões,
preciso da sua atenção e participação. Você costuma trazer contribuições muito
pertinentes. Por favor, você pode responder as mensagens em outro momento?”
Referências
Como fazer amigos e influenciar pessoas, Dale Carnegie. Companhia Editora Nacional. 2012.
O poder da presença: Como a linguagem corporal pode ajudar você a aumentar sua autoconfiança, Amy Cuddy.
Sextante. 2016.
Unleashed: The unapologetic leader’s guide to empowering everyone around you. Frances Frei e Anne Morriss.
Harvard Business Review Press. 2020.
Persuasão: Como usar a retórica e a comunicação persuasiva na sua vida pessoal e profissional, Maytê Carvalho.
Buzz. 2020.
Empatia Assertiva: como ser um líder incisivo sem perder a humanidade. Kim Scott. Alta Books Editora. 2009.
Comunicação Não Violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais, Marshall B.
Rosenberg. Editora Agora. 2006.
Sites:
Use SBI (Situation-Behavior-Impact) to Understand Intent | CCL
The Most Effective Types of Feedback | Center for Creative Leadership (ccl.org)
Pesquisa do Google mostra o principal fator dos times de alta performance | Exame
Estudo do Google revela os segredos do bom trabalho em equipe | Google Discovery 18
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