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CURSO TÉCNICO EM

TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

DISCIPLINAS

Disciplina 1: Português e Redação Empresarial


Disciplina 2: Direito e Legislação
Disciplina 3:Operações imobiliárias
Disciplina 4:Desenho Arquitetônico
Disciplina 5:Relações Humanas, Ética e Cidadania
Disciplina 6: Economia e Marcado
Disciplina 7: Organização e técnicas comerciais
Disciplina 8:Matemática Financeira
ÍNDICE

PORTUGUES

UNIDADE 2 12
Texto e leitura

UNIDADE 3 13
Textos técnicos
UNIDADE 4 19
Relatórios administrativos

UNIDADE 5
Revisão gramatical

DIREITO E LEGISLAÇÃO

Unidade 1 39
As Fontes e a Divisão do Direito
Unidade2 55
A Lei do Inquilinato

Unidade 4 72
A Legislação e os Registros

OPERAÇÕES IMOBILIÁRIAS

Unidade 1 91
O Corretor de Imóveis 91
Unidade 2 97
Unidade 3 105
A Comercialização do Imóvel
Unidade 4 117
As Transações Imobiliárias
Unidade 5 127
A Administração Imobiliária
DESENHO ARQUITETÕNICO

Unidade 1 171
O Desenho Técnico
Unidade 2 175
Unidade 3 183
A Construção Civil 183
RELAÇÕES HUMANAS E ÉTICA

MATEMÁTICA FINANCEIRA

Unidade 1 289
Capital e Juros

Unidade 2 291
Capitalização Simples
Unidade 3 292
Capitalização Composta
Unidade 4 294
Descontos
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

PORTUGUÊS E REDAÇÃO
EMPRESARIAL

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

INTRODUÇÃO

A disciplina Português e Redação Empresarial tem como principais objetivos: aguçar a capacidade de co-

municação, expressão e leitura; aprimorar a produção de textos, principalmente textos técnicos e relatórios

administrativos; revisar conteúdo gramatical de nível médio. Alcançar esses objetivos signica estar apto a

desenvolver sua capacidade de comunicação de maneira signicativa.

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2. Falta de experiência;
UNIDADE 1 3. Falta de imaginação;
4. Ausência de atenção (distração);
5. Falta de disposição para entender.
Comunicação e expressão Para obter melhores resultados na comunicação das em-
presas, é necessário desenvolver algumas habilidades téc-
1.1. O processo de comunicação nicas e atitudes que auxiliam no processo de compreen-
Sons, gestos, imagens, palavras cercam a vida do homem são entre as partes envolvidas. Essas habilidades técnicas
moderno, compondo mensagens de toda ordem, trans- envolvem respostas para tais perguntas:
mitidas pelos mais diferentes canais como a televisão, o
cinema, a imprensa, o rádio, o telefone, o telégrafo, os Como transmitir informações?
cartazes de propaganda, os desenhos, a música e tantos Como instruir?
outros. Em todos esses meios de comunicação, a língua
desempenha um papel preponderante, em sua forma oral Para fazer com que Como ser breve e claro?
a comunicação seja ecaz, também
ou através de seu código substitutivo escrito. E, através devemos analisar alguns pontos, como:
dela, o contato com o mundo que nos cerca é perman- Com quem você vai se comunicar?
entemente atualizado e a comunicação é incessante. Eti- O que você irá dizer?
mologicamente, comunicação signica tornar comum, Como você está transmitindo as infor-
compartilhar opiniões, fazer saber, então, implica intera- mações?
ção e troca de mensagens. Portanto, é um processo de Como você se certica de que conseguiu
participação de experiências que modica a disposição convencer o receptor?
das partes envolvidas. Prestando atenção nesses pontos, podemos conseguir
Toda empresa precisa desenvolver canais de comunicação bons resultados em nossa comunicação e, em conseqüên-
que proporcionem relacionamento agradável e ecaz de cia disso, a relação entre os participantes da organização,
seus integrantes entre si e com a comunidade. Por isso, da empresa, pode trazer mais benefícios à mesma.
as comunicações administrativas formam um sistema de
informação estabelecido para favorecer os participantes 1.3. Clareza de expressão
da organização. São muitos os momentos em que se vemos pessoas que
As relações de trabalho exigem linguagem compreen- não se entendem, mesmo falando a mesma língua. O que
sível para que se estabeleça o entendimento comum. A impede estas de emitir a sua mensagem com clareza, fa-
própria denição de comunicação envolve participação, zendo-se entender?
transmissão e troca de conhecimentos. Desse modo, o A comunicação, por mais fácil que possa parecer, é algo
desempenho de uma empresa depende da ecácia da co- difícil de executar com a ecácia devida. Pense bem:
municação de seus participantes. quantas vezes hoje você explicou algo para uma pessoa e
esta não entendeu, mesmo após você repetir o que disse?
1.2. Problemas de comunicação nas em- Mesmo dentro do mesmo idioma, há maneiras de se ex-
presas pressar incompreensíveis fora de seu contexto. Para que
Segundo Medeiros (2007), existem vários fatores que im- se possa expressar o que se deseja de uma maneira plau-
pedem a ecácia de uma mensagem. Da parte do emissor sível a maioria das pessoas de um determinado grupo, de-
pode-se considerar: vemos expandir nossa capacidade de comunicação.
1. Incapacidade verbal, oral ou escrita para Um exemplo é o caso das gírias. Todos nós
expor o próprio pensamento; podemos falar gírias, mas para que pessoas alheias a elas
2. Falta de coerência entre as partes de sua entendam-nos quando falamos, deveríamos saber explicar
idéia, frase ou pensamento; com outras palavras cada gíria que falamos, assim como
3. Intromissão de opiniões, juízos e valores substituí-las por palavras que tenham cabimento naquele
quando
fatório; somente os fatos podem gerar um resultado satis- contexto.
Outra coisa que, por mais que achemos que não, aumen-
4. Uso de termos técnicos desconhecid do ta o nosso poder comunicativo, é a leitura, ou melhor,
receptor; a aquisição de informações. Não só as que lhe cabem,
5. Imprecisão vocabular; mas também informações gerais. É dessa maneira então
6. Ausência de espontaneidade; que, com uma variedade de assuntos para fabricar opin-
7. Acúmulo de detalhes irrelevantes; iões sobre eles para que até o relacionamento dentro de
8. Excesso de adjetivos, frases feitas, cli- sua empresa melhore. Com uma comunicação ecaz, nós
chês. Já da parte do receptor são empecilhos à comunica- conseguimos abrir portas e criar novos laços e contatos,
ção: dando-nos uma grande gama de oportunidades. Anal,
1. Nível de conhecimento insuciente para a com- a sociedade se baseia na comunicação. E nos expres-
preensão da mensagem;

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sando bem, podemos destacar-nos nesta, da maneira que também escolher, selecionar e ordenar os signos.
convir-nos. A comunicação escrita também exige muito b) Decodicar signica traduzir o código e dar-lhe um
de nós e tem outros obstáculos. Por exemplo, como não sentido.
podemos explicar tudo o que há por trás do texto que es- Há, também, outros códigos que não se submetem à
crevemos, devemos contar com a capacidade de interpre- linguagem verbal e que não precisam recorrer a ela para
tação de nosso receptor e sobre isso não temos controle. serem compreendidos: a musica, os sinais de trânsito, a
Por isso, devemos escrever de maneira clara, simples e pintura, etc.
precisa para que o texto seja compreensível ao maior
número de leitores.
Há fatores que favorecem a efetividade da comunicação, 1.4.4. Mensagem
sendo eles: Toda forma codicada, isto é, toda combinação de signos
destinada a transmitir uma informação especíca consti-

Ter um objetivo emsucientes


informações mente; sobre o tui umaque
sagem mensagem
nós nos ecomunicamos.
é por meio daUma
transmissão
série deda men-
mensa-
fato; gens intercambiadas é uma interação, sendo necessárias
Planejar a estrutura da comunicação a pelo menos duas pessoas – o emissor e o receptor – para
ser feita; que ela ocorra.
Conhecer o signicado de todas as pala- Mensagem é uma informação transmitida.
vras necessárias e escolhê-las adequadamente;
Tratar do assunto com propriedade; 1.4.5. Canal / Meio / Veículo
Ser preciso. Para a mensagem chegar até o emissor, é necessário
um veículo, um contato ou um canal que a transporte.
1.4. Elementos da comunicação Quando a mensagem é escrita, o canal, o veículo que a
transporta são os raios luminosos que chegam à retina,
Em todo ato de comunicação estão envolvidos um emis- permitindo a leitura. No caso das mensagens irradiadas,
sor, um código, um canal, uma mensagem, um contexto o canal são as ondas hertzianas; na mensagem television-
e um receptor. Vejamos cada um deles separadamente, a ada, há dois canais; os raios luminosos para a visão e o ar
m de que possamos entender como estão interligados e para a audição; já na mensagem em Braile, o canal são as
como interagem entre si. papilas dos dedos, o tato, as mãos.
Pelos exemplos, percebe-se que o canal pode ser:
1.4.1. Emissor,comunicadoroucodicador
É o que fala ou escreve, é a fonte da informação. Ocupa, O meio de expressão da mensagem,
em relação ao receptor, um dos extremos do circuito da como as próprias capacidades e os sentidos do homem: a
comunicação. audição, a fala, o tato;
O meio pelo qual a mensagem é trans-
1.4.2. Receptor,recebedoroudecodicador mitida, como o ar, na propagação de ondas sonoras;
É o que ouve ou lê; é o destinatário da informação. Ocu- O veículo pelo qual a mensagem é trans-
pa, em relação ao emissor, o extremo oposto do circuito mitida, como a televisão, o rádio ou o papel escrito em
da comunicação. Braile. Canal é, então, o veículo que transporta o texto ou
A transmissão de informação supõe, então, a existência a mensagem. Ele funciona no circuito da comunicação,
de dois pólos: o que emite a informação é chamado emis- como o elemento comum ao codicador e ao decodica-
sor (locutor ou escritor); e o destinatário, de receptor dor.
(ouvinte ou leitor).
Conforme o tipo de comunicação, ora um pólo é exclu- 1.4.6. Contexto
sivamente emissor e o outro é receptor, ora os papéis de A produção e a recepção de mensagens estão condiciona-
emissor e de receptor são intercambiáveis. das à situação
sagem (circunstância)
sem contexto pode nãoou
serà entendida
ambientação. A men-
ou pode ser
1.4.3. Código compreendida de modo diferente da que o emissor pre-
O emissor e o receptor devem dispor de um código que tende. Assim, não há texto sem contexto. Para o contexto
seja comum a ambos, isto é, de um sistema de signos con- português, chamar uma garota de rapariga é elogioso. Já
vencionais que permita dar a informação uma forma per- para o contexto nordestino brasileiro, chamar uma garota
ceptível. Quando falamos ou escrevemos, por exemplo, de rapariga pode ser ofensa grave.
valemo-nos de um código que compõe a língua que uti-
lizamos. Da mesma forma, quem nos ouve ou lê deve dis-
por do mesmo código a m de que possa nos entender.
a) Codicar não signica apenas adotar um código, mas 1.5. Funções da linguagem

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“Meu sonho, eu te perdi, tornei-me um homem. O verso


1.5.1. Função Referencial, Informativa ou Denota- que mergulha o fundo de minha alma é simples e fatal,
tiva mas não traz carícia...
Vinícius de Moraes
Quando a intenção do emissor é apenas transmitir a men-
sagem, de modo claro e objetivo, sem admitir mais de uma 1.5.3. Função Conativa ou Apelativa
interpretação, com a nalidade de espelhar a realidade, Haverá predominância da função conativa ou apelativa
empregando palavras no sentido denotativo, a linguagem quando, na linguagem houver o desejo do emissor em
assume uma de suas funções mais importantes: a função atuar sobre o receptor, levando-o a uma mudança de
referencial, informativa ou denotativa. Esta função tem o comportamento. E isto pode acontecer por meio de uma
predomínio do contexto, ou seja, a intenção de informar ordem, um apelo, uma sugestão, uma súplica.
o conteúdo, o assunto, as idéias, os argumentos de uma Trata-se, portanto, de uma linguagem usada para atrair a
mensagem.
em textos deAjornais,
funçãorevistas
referencial é sempre livros
informativas, predominante
técnicos atenção doneste
Observe, receptor e inuenciá-lo
exemplo, a receberou
a função conativa a mensagem.
apelativa:
e didáticos. Exemplo: Pelo amor de Deus, me ajude aqui! Rápido!!!
Sarah! Venha aqui!
1.5.2. Função Emotiva ou Expressiva
Observe os textos a seguir:
1.5.4. Função Metalingüística
Eu nasci além dos mares, É o próprio código lingüístico discutido e posto em de-
Os meus lares, staque. Diz respeito às mensagens relativas ao conjunto
Meus amores cam lá! de sinais usados na comunicação – o código. O dicionário
- Onde canta nos retiros é um exemplo de metalinguagem, pois ele utiliza a língua
Seus suspiros, para falar dela mesma.
Suspeiros o sabiá
1.5.5. Função Fática
Casimiro de Abreu Põe o CANAL em destaque, vericando se
o contato entre o emissor e o receptor continua sendo
“Houve um tempo em que a minha janela se mantido.
abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alar- Ex.: Expressões como: ALÔ, BOM dia, COM licença,
gava sua copa redonda. À sobra da árvore, numa esteira, Câmbio, Pois não, Está me ouvindo? Está me entenden-
passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada do?
de crianças, e contava histórias. Eu não a podia ouvir, da
altura da janela; e mesmo que a ouvisse, não a entenderia, 1.5.6. Função Poética
porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as A mensagem é posta em destaque. O emissor
crianças tinham tal expressão no rosto, e às vezes faziam tem uma preocupação especial na escolha das palavras,
com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu, que realçando sons que sugerem signicados diversos, para
participava do auditório, imaginava os assuntos e suas expressar ou enfatizar mensagem.
peripécias e me sentia completamente feliz”.

Cecília Meireles 1.5.7. Resumo das Funções da Linguagem

Em ambos os textos, tanto no de Casimiro de Abreu


como no de Cecília Meireles, há predominância da função
emotiva ou expressiva da linguagem. Os textos mostram 2. Referencial – enfatiza o contexto;
escritores (emissores)
seus próprios voltados
sentimentos, para si omesmos,
revelando estado para os
interior 3.
terior doEmotiva
emissor);– enfatiza o emissor (revela o estado in-
de cada um. Nota-se, por isso, a presença de verbos e 4. Apelativa – enfatiza o receptor (é essencialmente
pronomes em 1ª pessoa e de pontos de exclamação, re- a linguagem publicitária – persuade o receptor);
iterando os aspectos emocionais da linguagem dos em- 5. Metalingüística – enfatiza o código;
issores.Quando há predominância dessas características, 6. Fática – põe em destaque o canal;
pondo o emissor e seus sentimentos em destaque, pode- 7. Poética – põe em destaque a mensagem.
se armar que, prevalece a função emotiva ou expressiva
da linguagem.
A função emotiva ocorre com maior freqüência em tex-
tos poéticos, onde o aspecto subjetivo predomina:

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UNIDADE 2 que é tomada pelos usuários da língua (falante, escritor/


ouvinte, leitor), em uma situação de interação comuni-
cativa especíca, como uma unidade de sentido e como
Texto e leitura preenchendo uma função comunicativa reconhecível
e reconhecida, independentemente da sua extensão.”
2.1. Noção de texto (TRAVAGLIA, Luiz Carlos.Gramática e interação: uma
proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. São
Para falar de texto é necessário denir o que é um texto. Paulo: Cortez, 1997.p.67.)
Podemos abraçar um conceito amplo, lato, de texto. Neste Desse modo, podemos nalizar com o seguinte conceito:
caso, incluiremos como texto, produções nas mais diver- texto é um tecido verbal estruturado de tal modo que as
sas linguagens. Seriam tratadas como textos as produções idéias formam um todo coeso, uno, coerente. Suas partes
feitas comas linguagens das artes plásticas, da música, da devem estar interligadas e manifestar um direcionamento
arquitetura,
que do cinema,
se enquadram nessedocaso
teatro,
são:entre outras. Denições único.
tos nãoAssim, umconsiderado
pode ser fragmento que trata
texto. Dademesma
diversos assun-
forma, se
lhe falta coerência, se as idéias são contraditórias, também
“A palavra texto provém do latim textum, que signica não se constitui texto.
tecido, entrelaçamento. (...) O texto resulta de um trab-
alho de tecer, de entrelaçar várias partes menores a m de 2.2. As possibilidades de leitura
se obter um todo inter-relacionado. Daí poder falar em A leitura de um texto não está nos devaneios interpreta-
textura ou tessitura de um texto: é a rede de relações que tivos do leitor, mas está inscrita como possibilidade no
garantem sua coesão, sua unidade”. (INFANTE, Ulisses. texto.
Do texto ao texto. Curso prático de leitura e redação. Edi- Lido de maneira fragmentária, um texto pode dar a im-
tora Scipione: São Paulo, 1991) pressão de um aglomerado de noções desconexas, ao que
“...em um sistema semiótico bem organizado, o leitor pode atribuir o sentido que quiser. Desse modo,
um signo já é um texto virtual, e, num processo de comu- há várias possibilidades de interpretar um texto, mas há
nicação, um texto nada mais é que a expansão da virtuali- limites.
dade de um sistema de signo.” (ECO, Umberto. Conceito Determinadas interpretações se tornarão inaceitáveis
de texto. São Paulo : T.A. Queiroz, 1984. p.4.) se levarmos em conta a conexão, a coerência entre seus
Nesse sentido podemos entender a “leitura do mundo” vários elementos. Essa coerência é garantida pela reitera-
de que fala Paulo Freire. É preciso ler o mundo, com- ção entre esses elementos, tais como: a reiteração, a re-
preender as diversas manifestações das muitas linguagens dundância, a repetição e a recorrência a traços semânticos
com as quaistemos contato o tempo todo. ao longo do discurso.
Esse conceito lato de texto, apesar de aceito por muitos Para perceber as reiterações, o leitor deve tentar agrupar
teóricos e de ser interessante por se tratar deuma aborda- os elementos signicativos que se somam ou se conr-
gem geral da compreensão (uma vez que essa depende da mam num mesmo plano do signicado. Deve percorrer o
conjugação de várias linguagens) é adequado a algumas texto inteiro, tentando localizar todas as recorrências, ou
situações, e ineciente em outros casos. Se consideramos seja, todas as guras e temas que conduzem a um mesmo
um conceito amplo de letramento, queremos que os sujei- bloco de signicação. Essa recorrência determina o plano
tos sejam capazes de “ler” os mais diversos “textos” nas de leitura do texto.
mais diversas linguagens. Há textos que permitem mais de uma leitura. As mes-
Aqui, vale a pena adotar a acepção de que “tudo é texto”. mas guras podem ser interpretadas segundo mais de um
No entanto, para se fazer um estudo da leitura e da es- plano de leitura.
crita, por exemplo, é preciso delimitar um pouco esse Quando se agrupam as guras a partir de um el-
conceito. Se tudo é texto, lemos o quê? Tudo? Estudare- emento signicativo, estamos perto de depreender o tema
mos o quê? Tudo? O professor que vai alfabetizar tem de do texto. Dizer que um texto pode permitir várias leituras
ensinar tudo? Se pensarmos que tudo é texto, poderemos não
reta implica
nem queadmitir quepossa
o leitor qualquer interpretação
dar ao seja cor-
texto o sentido que
cair em um conceito errôneo.
Se buscamos um objeto de estudo para fazermos ciência, lhe for conveniente. O texto que admite várias leituras
a ampliação do conceito é extremamente perigosa e inde- contém em si indicadores dessas varias possibilidades. No
sejada. Se tudo que vemos e ouvimos pode ser um texto, seu interior aparecem guras ou temas que têm mais de
tudo pode ser texto, e o conceito se transforma em nada, um signicado e que apontam para mais de um plano de
pois é intratável, indenível e, portanto, não nos serve. leitura. Há outros termos que não se integram a um certo
Nesse caso, a melhor denição de texto devem ser estas: plano de leitura proposto e por isso são desencadeadores
de outro plano. Portanto, devemos ter consciência de que
“O texto será entendido como uma unidade mesmo que um texto não tenha apenas uma possibilidade
lingüística concreta (pesceptível pela visão ou audição), de leitura, não devemos delirar em sua interpretação. A

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leitura de um texto deve se dar dentro de seus limites depende do que foi dito anteriormente. Se não há ordem,
semânticos e esse limite é imposto pelo texto como um o leitor se sente perdido e pode não reconhecer o objetivo
todo e pelas escolhas feitas por quem o produziu. do autor. Já quando falamos de inter-relação queremos
falar da relação que é estabelecida entre os fatos, as idé-
2.3. Textos publicitários ias. É necessário que haja ligação entre o que é dito para
Segundo Citelli (1985, p. 6) “o elemento per- haver coerência.
suasivo está colado ao discurso como a pele ao corpo”.
Partindo dessa idéia podemos armar que nenhum texto
é neutro, pois cada comunicação tem uma intenção e quer
convencer o interlocutor sobre algo. Os textos que mais
UNIDADE 3
explicitamente tem intenção de convencer o receptor é o
publicitário, isto é, a propaganda. Textos técnicos
suposto Ade técnica publicitária
que quanto mais umparece basear-se
anúncio viola asnoregaras
pres-
de comunicação, mais atrai a atenção do espectador. En-
tretanto, a mensagem publicitária se vale de soluções já 3.1. Cartas comerciais
codicadas. Nesse sentido, a publicidade não tem valor
informativo, mas somente valor ideológico. Isto signica A carta comercial é um canal de comunicação muito usa-
que uma propaganda tem a intenção de persuadir impon- do no comércio e na indústria. A linguagem deste tipo de
do a ideologia do que anuncia. carta deve ser clara, simples, objetiva, formal e correta. O
A propaganda repassa os valores da ideologia tratamento mais comum é V.Sª (Vossa Senhoria).
dominante, aqueles em que a sociedade acredita e mostra A carta comercial segue as seguintes normas estéticas e
uma maneira de ver o mundo. Assim, é comum perceber- formais:
mos nos textos publicitários idéias como: valorização do • Papel de 21,0 x 29,7 cm (A-4);
sucesso, da beleza, do status, etc. Dessa forma, o signo • Impressão de um lado apenas do papel;
persuasivo, o da propaganda, tem a intenção de alterar • 20 a 25 linhas por página;
comportamentos ou maneiras de ver as coisas. A ver- • 60 a 70 toques por linha;
dade da propaganda visa tornar-se a verdade de todos, • Margens: direita (3 cm); esquerda (3
impondo alguma idéia como a mais correta, ou a que trará cm); superior (3 cm); inferior (3 cm);
sucesso, beleza, dinheiro, etc. • Usam-se espaços duplos;
• O vocativo de uma carta tem depois de
2.4. Coesão e coerência si dois pontos;
O parágrafo é uma unidade do discurso que tem em vista • Antes da invocação, pode-se colocar um
atingir um objetivo e não se limita a determinar pausas. resumo da carta: ref.: (referência).
Sua nalidade não está limitada ao que é de ordem estru- Vejamos modelos de cartas comerciais:
tural, mas estende-se à qualidade das idéias. Desse modo,
idéias novas constituem parágrafos diversos. Conforme São Paulo, 12 de janeiro de 2008.
a estrutura do parágrafo, todo texto escrito pressupõe Senhor Diretor:
uma organização diferente do texto falado. A sua forma
e estruturação são essenciais para a clareza da comunica- Estamos iniciando a comercialização de cartões
ção da mensagem, entretanto, outros elementos, como a de visita confeccionados pelas crianças carentes
coesão e a coerência, também contribuem para que esse da comunidade Serro Azul. Tal iniciativa tem a
discurso seja bem sucedido. A Coesão é a manifestação intenção de incentivar a criatividade dos menores
lingüística da coerência e vem do modo como os concei- que ali moram e que agora fazem parte do projeto
tos e relações subjacentes são expressos na superfície tex- social que iniciamos nesta semana.
tual. Responsável
constrói-se peladeunidade
através formal do
mecanismos texto, a coesão
gramaticais (pro- Convidamos
tando apreciarV.S.ª a participar
nossos cartões edesse
assim,projeto, acei-
se desejar,
nomes anafóricos, conjunções, etc.). Portanto, a coesão contratar os serviços do projeto.
revela-se na escolha desses mecanismos. Agradecemos, antecipadamente, em nome dos
A coerência, por sua vez, encontra-se nas partes que não menores, a preferência que V.S.ª nos dará.
são contraditórias, ou seja, as partes de um texto devem
concordar entre si no que diz respeito às informações Atenciosamente,
para que o mesmo seja coerente. Daí a necessidade de
ordem e inter-relação. Quando falamos na necessidade Maria Beatriz Tramandeli
de ordem, falamos que é preciso narrar fatos sequencial- Diretora social
mente, pois o desenvolvimento de um “acontecimento” Projeto Serro Azul
MBT/HT

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a) Ata
Em assembléias gerais ou em reuniões é lavrado um
TIMBRE documento que contém o resumo escrito dos fatos e res-
5 espaços oluções, que se denomina ATA.
DE 357/09 As atas são escritas em livro especial, cujas páginas são
3 espaços numeradas e rubricadas. Atualmente, está bastante difun-
São Paulo, XX de xxxxxx de XXXX. dido o uso de atas datilografadas, mas as normas são as
5 espaços mesmas.Não se diz “redigir uma ata” e sim “lavrar uma
Ref.: solicitação de liberação de funcionários ata”.A pessoa encarregada de numerar e rubricar as pági-
3 espaços nas do livro de atas terá que redigir o termo de abertura:
Sr. Astrogildo: “este livro contém XX páginas por mim numeradas e ru-
3 espaços bricadas e se destina ao registro de atas da Firma X”.
Informamos V.S.ª de que no dia 21 de janeiro de 2009
o Centro de Educação Nacional oferecerá um curso de Na assuntos
de ata não sediferentes.
empregamAtualmente,
parágrafos, porém,
embora jánela
se se trate
encon-
aperfeiçoamento. Portanto, solicitamos a liberação dos tram exemplos de atas com parágrafos.
funcionários para que possam assistir ao curso. Espera- Não se admitem rasuras ou riscos. Em caso de engano
mos resposta ocial sobre a liberação dos funcionários. usam-se as expressões corretivas “aliás”, “digo” e, logo a
3 espaços seguir, deve-se escrever a palavra certa.
Atenciosamente, Toda ata deve conter início, desenvolvimento e conclusão.
3 espaços Coloca-se, primeiramente, o número da ata e a natureza
Genésio Amaral Ribeiro da reunião (reunião de diretoria, assembléia ordinária, ex-
3 espaços
traordinária, etc...). Ainda no início da ata, faz-se referên-
Anexo: Paneto do curso
cia à hora, ao dia, mês e ano, escritos por extenso. Outro
3 espaços
item que constitui o início da ata é o local de reunião e das
GAR/TF (iniciais do redator/iniciais do digitador)
demais pessoas presentes.
3 espaços
O desenvolvimento é a 2ª parte da ata. Aí se resumem, or-
c/c: Gerência de Recursos Humanos
denadamente, todos os fatos e decisões da reunião. A 3ª
e última parte de que se compõe a ata é o encerramento,
fecho ou conclusão, geralmente uma forma padronizada
a) Introduções mais comuns em cartas comerciais que conclui (ou encerra) a ata.
• Participamos-lhe que... No caso da ata datilografada, no decurso da reunião,
• Desejamos cienticá-los de que... as anotações necessárias são feitas em escrita manual e,
• Atendendo às solicitações da carta... concluídos os trabalhos, a ata será datilografada em sua
• Com relação aos termos de sua carta... forma nal. As atas datilografadas terão todas as linhas
• Informamos V.S.ª de que... numeradas e o espaço que sobra à margem direita, preen-
• Em vista do anúncio publicado no... chido com pontilhado.
em... Em resumo, a ata é um registro no qual se relata det-
alhadamente o que ocorreu em uma reunião, assembléia
b) Fechos de cortesia ou convenção. São elementos básicos de uma ata: data e
• Atenciosamente – para pessoas cargo hora da reunião, local, relação e identicação das pessoas
semelhante ao do redator; presentes, declaração do presidente e secretário, ordem
• Respeitosamente – para pessoas com do dia, fecho.
cargos importantes;
• Com elevada consideração, abraça-o seu Modelo
amigo – para pessoas intimas; EMPRESA DA UVA
CGC.ME.........../.........................
amigas. • Cordiais saudações – para pessoas muito ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EX-
TRAORDINÁRIA
Realizada em ....de...........................de ........
c) Fechos que devemos evitar Hora/data/local: realizada às .......(horário por extenso)
• Aguardando suas notícias, aqui vai meu horas do dia ...de...........de............, na Avenida Deodoro,
abraço; nº 19, São Paulo, Estado de São Paulo. EDITAL DE
• Sem mais para o momento; CONVOCAÇÃO: Publicado nos jornais Diário O-
• Subscrevo-me. cial do Estado e Folha da Avenida, dos dias .......... e
................. de ..............................de .................................
3.2. Modelos de documentos
QUORUM DE INSTALAÇÃO: presentes acioni-
stas

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representando mais de um terço do capital social


com direito a voto, conforme “livro de presença”. Modelo
PRESIDÊNCIA/SECRETARIA: presidida, nos
termos do ar. 21, do Estatuto Social, por Terên- CIRCULAR
cio Bertoldo Neves e secretariada por Gertrudes
Helena Soares. DELIBERAÇÕES: os senhores Senhores,
acionistas, por unanimidade de votos, deliberam: O diretor de nossa escola gostaria de informar só
aprovar a candidatura de Carminda de Abreu Silva aceitará matrículas acompanhadas de cópias auten-
à presidência da empresa. APROVAÇÃO: após ticadas dos seguintes documentos do aluno: Car-
sua leitura aos presentes, foi esta ata por todos eles teira de Identidade, CPF, comprovante de endereço
aprovada e assinada. São Paulo, .....de .................. e comprovante de escolaridade.
de................, Terêncio Bertoldo Neves, Presidente; Além disso, as cópias deverão ser grampeadas ao
Gertrudes Helena Soares, Secretária; demais acioni- requerimento de matrícula para que não haja ne-
stas. A presente é cópia el do srcinal transcrito nhum problema relativo à perda de documentos.
no livro de atas de assembléia acionista da empresa. Fulano de tal
Gertrudes Helena Soares – secretária. cargo

SECRETARIA DO COMERCIO DE UVAS DO


ESTADO. d) Contrato
Certico o registro sob o número.....em... Contrato é um documento resultante de um acordo en-
-..............-................... Maraísa Costa, tre duas ou mais partes em relação a algo. Os contratos
Secretária Geral. podem ser:
Unilateral: uma parte promete e a outra
a) Atestado aceita.
Atestado é uma declaração rmada por uma autoridade Bilateral: as partes transferem mutua-
em favor de alguém ou algum fato de que se tenha con- mente alguns direitos e reciprocamente os aceitam.
hecimento. Cumulativo: a coisa que cada uma das
partes se obriga a dar ou fazer equivale à que tem de rece-
ber.
Modelo Aleatório: o lucro que se há de receber
ATESTADO DE FREQUÊNCIA do contrato é unicamente provável e incerto.
Atestamos para os devidos ns que ........................., Social: acordo tático ou expresso entre o
brasileiro, portador do RG......................., está ma- governante e os governados.
triculado no Colégio Assis sob o número de in-
scrição................. e) Convocação
Local e data Convocação é uma forma de comunicação escrita na qual
Assinatura da autoridade se convoca alguém para determinada reunião.
Cargo
MODELO

ASSOCIAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA


EDUCAÇÃO
b) Aviso ASSEMBLEIA GERALL ORDINÁRIA
O aviso caracteriza-se pela informação ou comunicado a CONVOCAÇÃO
alguém. É empregado no comércio, na indústria, no ser- A Diretoria da APE, no exercício de suas atri-
viço público. A forma mais comum de aviso é aquele em buições, convoca a assembléia geral da APE para
que o empregador notica a rescisão de contrato ao em- reunir-se, em caráter ordinário, na rua dos tecidos,
pregado: aviso prévio. nº 01, a 21 de janeiro de 200X, às 20 horas, para
deliberarem sobre a seguinte pauta:
c) Circular 1 discutir sobre as aulas de fevereiro;
A circular caracteriza-se como uma comunicação que é 2 apreciar e aprovar o calendário letivo;
dirigida a várias pessoas ou a um órgão. Tem intuito de 3 decidir sobre outros assuntos relevantes.
transmitir avisos, ordens, instruções, etc. São Paulo, ....../....../.........
Fulano de tal
Presidente

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

h) Estatuto
f) Declaração Estatuto é o regimento que determina as normas de uma
determinada organização, empresa, escola, fundação, etc.
Declaração é um documento em que se explica, manifesta
Modelo
opinião, depõe a favor de alguém.

Modelo ESTATUTO SOCIAL DA (colocar a denomina-


DECLARAÇÃO ção social da associação)

ADEMIR DE PADUA, portador da Cédula de ARTIGO 1º - DENOMINAÇÃO, SEDE, FI-


Identidade nº 1.356.567, residente na cidade de NALIDADE E DURAÇÃO
Santos, à Av. Deodoro da Fonseca, 248, apto 602, (colocar a denominação social da associação), neste
declara que o Sr. PEDRO DA SILVA, lho de estatuto designada, simplesmente, como Associa-
João da Silva e de Maria do Socorro, residente à Av. ção (ou pela sigla se houver), fundada em data de
XV de novembro, 684, apto 701, é pessoa idônea, (colocar datada), com sede e foro nesta capital,
nada conhecendo de desabonador em sua conduta na (colocar endereço completo, inclusive CEP) do
pessoal. Estado de São Paulo, é uma associação de direito
privado, constituída por tempo indeterminado,
Local e data sem ns econômicos, de caráter organizacional,
Assinatura lantrópico, assistencial, promocional, recreativo
e educacional, sem cunho político ou partidário,
com a nalidade de atender a todos que a ela se
g) Edital
dirigirem, independente de classe social, nacionali-
É um ato de que se vale pessoa ou entidade para ns de
dade, sexo, raça, cor ou crença religiosa.
comunicação, convocação, citação, abertura de concor-
rência, intimação, resultado de concursos, etc..., publica-
ARTIGO 2º - SÃO PRERROGATIVAS DA AS-
do em órgão da imprensa. O edital deve orientar o mais
SOCIAÇÃO:
possível, os interessados no assunto.
No desenvolvimento de suas atividades, a Associa-
ção observará
alidade, os princípios
moralidade, da legalidade,
publicidade, impesso-e
economicidade
CONDOMÍNIO DO EDIFÍCIO “MERIDIO- da eciência, com as seguintes prerrogativas:
NAL”
ASSEMBLÉIA-GERAL EXTRAORDINÁRIA I. Acrescentar neste inciso todas as nalidades da
Associação.
EDITAL Parágrafo Único - Para cumprir suas nalidades
Pelo presente, cam convocados os senhores sociais, a Associação se organizará em tantas uni-
condôminos para uma Assembléia-Geral Ex- dades quantas se zerem necessárias, em todo o
traordinária a ser realizada no dia 20 de julho, às território nacional, as quais funcionarão mediante
20:30 horas, em primeira convocação e, às 21:00 delegação expressa da matriz, e se regerão pelas
horas, em segunda convocação, no salão de fes- disposições contidas neste estatuto e, ainda, por
tas do condomínio, a m de deliberarem sobre a um regimento interno aprovado pela Assembléia
seguinte Ordem do Dia: Geral.

1. Leitura, discussão e aprovação da ata da ARTIGO 3º - DOS COMPROMISSOS DA AS-


última assembléia; SOCIAÇÃO
2. Obras: valores recebidos até esta data. Va- A Associação se dedicara às suas atividades através
lores pagos. Contratos rmados e valores a pagar. de seus administradores e associados, e adotará
Saldo existente. Cota extra necessária ao término práticas de gestão administrativa, sucientes a coi-
das obras. Previsão par o término; bir a obtenção, de forma individual ou coletiva,
3. Solarium. Manutenção e reformas. de benefícios ou vantagens, lícitas ou ilícitas, de
4. Assuntos gerais. qualquer forma, em decorrência da participação
nos processos decisórios, e suas rendas serão inte-
Data gralmente aplicadas em território nacional, na con-
Assinatura do síndico secução e no desenvolvimento de seus objetivos
sociais.

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ARTIGO 4º – DA ASSEMBLÉIA GERAL II. Respeitar e cumprir as decisões da Assembléia


A Assembléia Geral Deliberativa é o órgão máximo Geral;
e soberano da Associação, e será constituída pelos III. Zelar pelo bom nome da Associação;
seus associados em pleno gozo de seus direitos. IV. Defender o patrimônio e os interesses da As-
Reunir-se-á na segunda quinzena de janeiro, para sociação;
tomar conhecimento das ações da Diretoria Exec- V. Cumprir e fazer cumprir o regimento interno;
utiva e, extraordinariamente, quando devidamente VI. Comparecer por ocasião das eleições;
convocada. Constituirá em primeira convocação VII. Votar por ocasião das eleições;
com a maioria absoluta dos associados e, em se- VIII. Denunciar qualquer irregularidade vericada
gunda convocação, meia hora após a primeira, com dentro da Associação, para que a Assembléia Geral
qualquer número, deliberando pela maioria simples tome providências.
dos votos dos presentes, salvo nos casos previsto Parágrafo Único - É dever do associado contri-
neste estatuto, tendo as seguintes prerrogativas. buinte honrar pontualmente com as contribuições
I. Fiscalizar os membros da Associação, na con- associativas.
secução de seus objetivos; .........................................................................................
II. Eleger e destituir os administradores; ....................................
III. Deliberar sobre a previsão orçamentária e a ARTIGO 11 – DA APLICAÇÃO DAS PENAS
prestação de contas; As penas serão aplicadas pela Diretoria Executiva e
IV. Estabelecer o valor das mensalidades dos as- poderão constituir-se em:
sociados; I. Advertência por escrito;
V. Deliberar quanto à compra e venda de imóveis II. Suspensão de 30 (trinta) dias até 01 (um) ano;
da Associação; III. Eliminação do quadro social.
VI. Aprovar o regimento interno, que disciplinará
os vários setores de atividades da Associação; ARTIGO 12 - DOS ORGÃOS ADMINISTRA-
VII. Alterar, no todo ou em parte, o presente es- TIVOS DA INSTITUIÇÃO
tatuto social; São órgãos da Associação:
VIII. Deliberar quanto à dissolução da Associação; I. Diretoria Executiva;
IX. Decidir, em ultima instância, sobre todo e II. Conselho Fiscal.
qualquer assunto
bre os casos de interesse
omissos social,
no presente bem como so-
estatuto. ........................................................................................
......................................
Parágrafo Primeiro - As assembléias gerais poderão ARTIGO 29 - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
ser ordinárias ou extraordinárias, e serão convoca- A Associação não distribui lucros, bonicações ou
das, pelo Presidente ou por 1/5 dos associados, vantagens a qualquer título, para dirigentes, asso-
mediante edital xado na sede social da Associa- ciados ou mantenedores, sob nenhuma forma ou
ção, com antecedência mínima de 10 (dez) dias de pretexto, devendo suas rendas ser aplicadas, exclu-
sua realização, onde constará: local, dia, mês, ano, sivamente, no território nacional.
hora da primeira e segunda chamada, ordem do dia,
e o nome de quem a convocou; ARTIGO 30 - DAS OMISSÕES
Parágrafo Segundo - Quando a assembléia geral Os casos omissos no presente Estatuto serão re-
for convocada pelos associados, deverá o Presiden- solvidos pela Diretoria Executiva, “ad referendum”
te convocá-la no prazo de 3 (três) dias, contados da Assembléia Geral.
da data entrega do requerimento, que deverá ser São Paulo, (mesma data de sua aprovação)
encaminhado ao presidente através de noticação
extrajudicial. Se o Presidente não convocar a as- ______________________________________
sembléia, aqueles que deliberam por sua realização, __
farão a convocação; Presidente
Parágrafo Terceiro - Serão tomadas por escrutínio
secreto as deliberações que envolvam eleições da ______________________________________
diretoria e conselho scal e o julgamento dos atos __
da diretoria quanto à aplicação de penalidades. Advogado
Nome:
......................................................................................... OAB nº
....................................
ARTIGO 7º - SÃO DEVERES DOS ASSOCIA-
DOS
I. Cumprir e fazer cumprir o presente estatuto;

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92, para o m especíco de representar-me na re-


i) Memorando
união de condomínio do Edifício solar das Palmei-
É um documento muito simples usado na correspondên-
ras, com poderes para votar e assinar documentos
cia interna de uma empresa. Traz impresso, abaixo do
timbre, a expressão “Memorando” ou “Memorando In- necessários ao bom e el cumprimento deste man-
terno”. Logo abaixo, ao lado direito, há, também impres- dato.
so, nº e “Em / / “, que você utiliza, respec-
tivamente para, numerar e datar o memorando. Para maior clareza e ns de direito, rmo o pre-
Na linha precedida de “DE”, você especica o cargo de sente.
quem o envia, na linha precedida de “PARA”, o cargo de
Assinatura com rma reconhecida
quem o recebe, e na linha precedida de “ASSUNTO”, um
título para o assunto em questão.
O memorando
ta, deve apenas
isto é, usando-se ser desenvolvido
as palavrasdeindispensáveis
maneira sucin-à
clareza do assunto tratado. As expressões formais, muito
usadas no encerramento da correspondência comercial, l) Protocolo
são dispensáveis no memorando, bastando a assinatura É o registro dos atos públicos ou registro das audiências
de quem o envia. Entretanto, algumas organizações ado- nos tribunais. Comercialmente, é como denominamos os
tam para seus memorandos uma forma de encerramento registros de correspondência de uma empresa, ou regis-
bastante simples: quando o memorando for dirigido a um tros de entrada e saída de materiais ou documentos.
superior hierárquico, o encerramento será feito através da
palavra “Respeitosamente”. “Grato” e o encerramento Modelo
usado no memorando em que é feita uma solicitação.
Quando o memorando é trocado entre funcionários da Destinatário data
mesma hierarquia, “Saudações” é a forma de encerra- Nome: ............................................................................
mento usada. .....................................
End.: ..............................................................................
j) Nota promissória .....................................
É uma promessa de pagamento feita pelo devedor ao cre- Cidade: .............................................................. esta-
dor. São requisitos essenciais da nota promissória: do:.................................
• Denominação “Nota Promissória”; Conteúdo: ....................................................................
• Importância a ser paga também por extenso; ....................................
• Nome da pessoa a quem a importância deve ser Recebido em ........./................/.............
paga (credor); Carimbo e assinatura
• Assinatura do emitente (devedor).
m) Recibo
k) Procuração
È um documento que autoriza uma pessoa a realizar Recibo é um documento em que se declara o recebimento
negócios em nome de outra. Imagine a seguinte situação: de algo.
você tem que viajar e não pode participar da reunião de
condomínio. A solução é autorizar alguém a fazer isto no RECIBO
seu lugar. Você poderia redigir a seguinte procuração (ob-
serve atentamente as informações necessárias). Recebemos da MARCO INCORPORAÇÕES a
Modelo importância de R$ 10.000,00 (oitenta mil reais),
como pagamento de comissões referente a venda
PROCURAÇÃO de um apartamento situado à Av. Professor Urias,
742, Fazendinha – SP.
Por este instrumento particular de procuração, eu São Paulo, 10 de fevereiro de 200X.
JOÃO JOSE, brasileiro, economista, casado, resi- ____________________________________
dente e domiciliado nesta cidade, à Rua do Principe Assinatura
nº 133, aptº 301 portador da Cédula de Identidade
RG nº 1.220.945 e do CNPF nº 022.368.689-87, Testemunhas:
nomeio PEDRO SEBASTIÃO, brasileiro, casado, 1 ........................................
engenheiro, residente e domiciliado nesta capital, à 2.........................................
Rua Anhaia nº 134, portador da Cédula de Identi-
dade RG nº 9.238.568 e do CNPF nº 018.359.577-

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sobre o relatório pode gerar uma resposta positiva. Por-


n) E-mail tanto, a habilidade do redator não deve girar em torno
Atualmente, as mensagens eletrônicas tem sido usadas apenas da capacidade de analisar situações, mas de inferir
com muita freqüência. Esse tipo de mensagem, o popular delas as reais necessidades do administrador da empresa.
e-mail, é como qualquer outra mensagem escrita, pois re-
quer os mesmos cuidados: clareza, simplicidade, coerên-
cia devem estar presentes também na correspondência
eletrônica.
UNIDADE 5
Estruturalmente, o e-mail é semelhante à carta pessoal. O
texto deve ter um vocativo (saudação inicial), a mensagem Revisão gramatical
(texto), uma despedida (atenciosamente, cordialmente,
respeitosamente) e assinatura. 5.1. CONCORDÂNCIA COM VERBOS SER/
HAVER/FAZER
O verbo ser, em geral¸ concorda com o sujeito.
UNIDADE 4 Exemplo:

Relatórios administrativos A or é perfumosa.


Mariana é a alegria da família.
4.1. Noção de Relatório Administrativo Mariana é as alegrias da família.
Relatórios administrativos são comunicações elaboradas O verbo ser concordará com o nome da pessoa.
pelos membros de uma empresa. Geralmente são reque-
ridas pelos administradores, gerentes, diretores. A im- a) Horas – datas – distâncias: quando indica horas,
portância desses textos não consiste em sua forma, mas datas, distâncias, o verbo SER, sendo impessoal (não tem
sim em sua utilidade porque tem como objetivo prestar sujeito), concorda com o predicativo, ou seja, com a pala-
informações sobre a situação dos ocorrido dentro da em- vra que indica horas, datas, distância.
presa, como projetos, operações, etc. Portanto, o relatório
administrativo é um recurso que facilita e organiza os tra- Exemplos:
balhos de uma empresa.
Que hora é?
4.2. Estrutura do relatório Que horas são?
As estruturas mais comuns de relatório são: É uma hora.
• Apresentação de solução de problemas; Hoje são 25 de março.
• Enumeração de fatos; São quinze quilômetros.
• Exposição temporal: cronologia dos fa- Hoje é 1º de abril.
tos;
• Argumentação. b) Haver = existir ou acontecer é impossível (sem
O esquema da apresentação que segue exposição cro- sujeito): verbo ca sempre na 3ª pessoa do singular.
nológica dos fatos expõe o problema, depois as causas e
efeitos e concluindo, a solução. Exemplos:

4.3. Técnicas para redação de relatórios Na sala, existiam vinte lugares.


Aprender a elaborar relatórios requer treino, exercício Na sala, devia haver vinte lugares.
contínuo. A primeira providência a ser tomada para fazer
um bom relatório é um plano ou esquema, pois será útil OBS.: Existir concordará sempre com o sujeito já que
para a precisão
ltrarão e a qualidade
as informações parado relatório.
que o texto Esses esquemas
nal não tenha tem sujeito.
dados irrelevantes. Exemplo:
Para que os relatórios sejam preparados com mais eciên-
cia, deve-se considerar o tema, as circunstancias, o recep- Na sala, existem vinte lugares.
tor e reunir todas as informações relevantes antes de
começar a escrevê-los. É preciso também escolher bem c) Fazer = é impessoal quando tempo transcorrido
as palavras a serem utilizadas pensando no que seria mais ou a transcorrer: verbo ca no singular.
agradável ao receptor.
Considerando que comunicação será ecaz se produzir Exemplo:
a resposta desejada, é necessário poupar o receptor de
informações inoportunas porque uma impressão positiva Ontem fez dois meses que ele se formou.

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5.2. Acentuação – principais regras de acordo com o


novo acordo ortográco da Língua Portuguesa Exemplos:

5.2.1. TREMA tuiuiú, tuiuiús, Piauí;

Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u 2) se o i ou o u forem precedidos de ditongo crescente, o
para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, acento permanece.
gui, que, qui. Exceto para palavras de srcem estrangeira,
como Müller. Exemplos:

5.2.2. Principais regras guaíba, Guaíra.

Mudanças nas regras


1. Não se usade acentuação
mais o acento dos ditongos abertos 3. Não
êem se usa mais o acento das palavras terminadas em
e ôo(s).
éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento
tônico na penúltima sílaba). O CORRETO

O CORRETO abençoo
alcaloide creem
alcateia deem
androide enjoo
(verbo apoiar) apoia leem
(verbo apoiar) apoio perdoo
asteroide
boia 4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares
celuloide pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/
claraboia polo(s) e pêra/pera.
colmeia
Atenção!
Atenção: essa regra é válida somente para palavras par-
oxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras • Permanece o acento diferencial em pôde/pode.
oxítonas e os monossílabos tônicos Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito per-
Terminados em éis e ói(s). feito do indicativo), na 3.ª pessoa do singular. Pode é a
forma do presente do indicativo, na 3.ª pessoa do singu-
Exemplos: lar.

papéis, herói, heróis, dói (verbo doer), sóis etc. Exemplo:

2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.
acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um
ditongo decrescente. • Permanece o acento diferencial em pôr/por.
Pôr é verbo. Por é preposição.
O CORRETO Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por
Baiuca mim.
bocaiuva* • Permanecem os acentos que diferenciam o sin-
cauila**
feiura gular do plural
derivados dos verbos
(manter, ter e vir,
deter, reter, assimconvir,
conter, como intervir,
de seus
* bocaiuva = certo tipo de palmeira advir etc.).
**cauila = avarento
Exemplos:
Atenção:
Ele tem dois carros. / Eles têm duas casas.
1) se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Rondônia.
posição nal (ou seguidos de s), o acento permanece. Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estu-
dantes.

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

• É facultativo o uso do acento circunexo para Vossa Excelência (V. Ex.ª): para Membros do
diferenciar as palavras forma/ fôrma. Em alguns casos, o Ministério Público (Procuradores da República, Procura-
uso do acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: dores do Trabalho, Procuradores do Ministério Público
Qual é a forma da fôrma do bolo? Militar ou Promotores de Justiça).

5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das for- Executivo e Legislativo
mas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do
indicativo do verbo arguir. O mesmo vale para o seu com- Vossa Excelência (V. Ex.ª): para chefes do Execu-
posto redarguir. tivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos),
Ministros de Estado e Secretários Estaduais e Municipais,
6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados para Integrantes do Poder Legislativo (Senadores, Depu-
em guar, quar
desaguar, e quir,obliquar,
enxaguar, como aguar, averiguar,
delinquir apaziguar,
etc. Esses verbos tados Federais,
istros Deputados
do Tribunal Estaduais
de Contas da Uniãoe Vereadores), Min-
e para Conselhei-
admitem duas pronúncias em algumas formas do presen- ros dos Tribunais de Contas Estaduais.
te do indicativo, do presente do subjuntivo e também do
imperativo. Veja: Militares

a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas for- Vossa Excelência (V. Ex.ª): para ocias generais -
mas devem ser acentuadas. (Almirantes-de-Esquadra, Generais-de-Exército e Tenen-
Exemplos: tes-Brigadeiros; Vice-Almirantes, Generais-de-Divisão
e Majores-Brigadeiros; Contra-Almirantes, Generais-
• verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, de-Brigada e Brigadeiros e Coronéis Comandantes das
enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem. Forças Auxiliares dos Estados e DF (Polícias Militares e
Bombeiros Militares).
• verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, Vossa Senhoria (V. S.ª): para demais patentes e
delínquem; delínqua, delínquas, delínquam. graduações militares.

b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas de- Autoridades eclesiásticas


ixam de ser acentuadas. Exemplos (a vogal sublinhada é
tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que Vossa Santidade (V. S.): para líderes religiosos su-
as outras): premos (o papa, o patriarca ecumênico, o Dalai Lama,
etc.)
• verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, Vossa Eminência (V. Em.ª): para cardeais
enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem. Vossa Beatitude: para os patriarcas das igrejas sui
juris orientais
• verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delin- Vossa Excelência Reverendíssima (V. Ex.ª Rev-
quem; delinqua, delinquas, delinquam. ma): para arcebispos e bispos.
Vossa Reverendíssima (V. Revma): para abades,
superiores de conventos, monsenhores, outras autori-
5.3. Pronomes de tratamento dades eclesiásticas e sacerdotes em geral.
Padre (Pe.): para padres.
Autoridades de Estado
Autoridades monárquicas ou imperiais
Vossa Excelência (V. Ex.ª): Para o presidente da
República, senadores
governadores, da República,
deputados federais eministros
estaduais,deprefeitos,
Estado, Vossa Majestade
para monarcas Real títulos
que detenham & Imperial (V. M. R. e&reiI.):
de imperador
embaixadores, vereadores, cônsules, chefes das Casas Ci- ao mesmo tempo.
vis e Militares. Somente o presidente da república usa o Vossa Majestade Imperial (V. M. I.): para impera-
pronome de tratamento por extenso, nunca abreviado. dores e imperatrizes
Vossa Magnicência (V. Mag.ª): Para reitores de Vossa Majestade (V. M.): para reis e rainhas.
Universidade, pró-reitores e vice-reitores. Vossa Alteza Real & Imperial (V. A. R. & I.): para
Vossa Senhoria (V. S.ª): Para diretores de autar- príncipes de casas reais e imperiais.
quias federais, estaduais e municipais. Judiciárias e do Vossa Alteza Imperial (V. A. I.): para príncipes de
Ministério Público casas imperiais.
Meritíssimo Juiz (M. Juiz): para juízes de Direito. Vossa Alteza Real (V. A. R.): para príncipes e in-

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fantes de casas reais. apelo. (e não vos digneis)


Vossa Alteza Sereníssima (V. A. S.): para prínci-
pes monarcas e Arquiduques. 5.4. Uso do hífen
Vossa Alteza (V. A.): para duques.
Vossa Excelência (V. Ex.ª): para Duques com Uso do hífen com compostos
Grandeza, na Espanha.
Vossa Graça (V. G.): para Duques e Condes. 5.4.1. Usa-se o hífen nas palavras compostas que não
Vossa Alteza Ilustríssima (V. A. Ilmª.): para no- apresentam elementos de ligação.
bres mediatizados, como Condes, na Alemanha.
O Mui Honorável (M. Hon.): para marqueses, na Exemplos:
Grã-Bretanha.
O Honorável (Hon.): para condes (The Right guarda-chuva, arco-íris, boa-fé, segunda-feira, mesa-
Hon.), viscondes,
condes barões e lhos de duques, marqueses e
na Grã-Bretanha. redonda, pão-duro,
bandeira, vaga-lume,bate-boca
joão-ninguém, porta-malas, porta-

Outros títulos * Exceções: Não se usa o hífen em certas pala-


vras que perderam a noção de composição, como:
Senhor (Sr.): para homens em geral, quando não girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas,
existe intimidade paraquedista, paraquedismo.
Senhora (Sr.ª): para mulheres casadas ou mais
velhas (no Brasil) ou mulheres em geral (em Portugal). 5.4.2. Usa-se o hífen em compostos que têm palavras
Senhorita (Srt.ª): para moças solteiras, quando iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação.
não existe intimidade (no Brasil).
Vossa Senhoria (V. S.ª): para autoridades em ger- Exemplos:
al, como secretários da prefeitura ou diretores de empre-
sas reco-reco, blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico, tique-taque,
Ilustríssimo (Il.mo): para pessoas comuns, no cri-cri, glu-glu, rom-rom, pingue-pongue, zigue-zague,
mesmo sentido de Senhoria, delegados, diretores de al- esconde-esconde, pega-pega, corre-corre
guma autarquia.
Doutor (Dr.): para empregado a quem possui 5.4.3. Não se usa o hífen em compostos que apresen-
doutorado. Modernamente é usado para tratar qualquer tam elementos de ligação.
pessoa com um curso superior, erroneamente, princi-
palmente médico e advogado que muitos se apresentam Exemplos:
desta forma. O correto seria Ilmo Sr (ª) Advº(ª), Ilmo Sr
Medº(ª), … pé de moleque, pé de vento, pai de todos, dia a dia, m
Arquitecto (Arq.º(ª)): para arquitetos (em Portu- de semana, cor de vinho, ponto e vírgula, camisa de força,
gal). cara de pau, olho de sogra
Engenheiro (Eng.º(ª)): para engenheiros (em
Portugal). Incluem-se nesse caso os compostos de base oracional.
Comendador (Com.º(ª)): para comendadores
Professor (Prof.º(ª)): para professores. Exemplos:
Desembargador (Des.dor): para desembarga-
dores maria vai com as outras, leva e traz, diz que diz que, Deus
Pastor (Pr.º): para pastores de igrejas protestan- me livre, Deus nos acuda, cor de burro quando foge, bi-
tes. cho de sete cabeças, faz de conta

* Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa,


OBS.: mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-
roupa.
Embora os pronomes de tratamento sejam expressos na
segunda pessoa (singular ou plural), a concordância ver- 5.4.4. Usa-se o hífen nos compostos entre cujos el-
bal será feita na terceira pessoa (singular ou plural). ementos há o emprego do apóstrofo. Exemplos:

Exemplo: gota-d’água, pé-d’água

Peço que Vossa Senhoria se digne responder ao meu 5.4.5. Usa-se o hífen nas palavras compostas derivadas

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
de topônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem
elementos de ligação. Exemplos: Exemplos:

Belo Horizonte — belo-horizontino micro-ondas


Porto Alegre — porto-alegrense anti-inacionário
Mato Grosso do Sul — mato-grossense-do-sul sub-bibliotecário
Rio Grande do Norte — rio-grandense-do-norte inter-regional
África do Sul — sul-africano
3.Nãoseusaohífenseoprexoterminarcomletra
5.4.6. Usa-se o hífen nos compostos que designam es- diferente daquela com que se inicia a outra palavra.
pécies animais e botânicas
(nomes de plantas, ores, frutos, raízes, sementes), ten- Exemplos:
ham ou não elementos de ligação. autoescola
Exemplos: antiaéreo
intermunicipal
bem-te-vi, peixe-espada, peixe-do-paraíso, mico-leão- supersônico
dourado, andorinha-da-serra, lebre-da-patagônia, erva- superinteressante
doce, ervilha-de-cheiro, pimenta-do-reino, peroba-do- agroindustrial
campo, cravo-da-índia aeroespacial
semicírculo
Obs.: não se usa o hífen, quando os compostos que desig-
nam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora * Se o prexo terminar por vogal e a outra palavra
de seu sentido srcinal. Observe a começar por r ou s, dobram-se essas letras.
diferença de sentido entre os pares:
Exemplos:
a) bico-de-papagaio (espécie de planta ornamen-
tal) - bico de papagaio (deformação nas vértebras). minissaia
b) olho-de-boi (espécie de peixe) - olho de boi antirracismo
(espécie de selo postal). ultrassom
semirreta
Uso do hífen com prexos
Casos particulares
As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em
palavras formadas por prexos (anti, super, ultra, sub etc.) 1.Comosprexossubesob,usa-seohífentambém
ou por elementos que podem funcionar como prexos diante de palavra iniciada por r.
(aero, agro, auto, eletro, geo, hidro, macro, micro, mini,
multi, neo etc.). Exemplos:

Casos gerais sub-região


sub-reitor
1. Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h. sub-regional
sob-roda
Exemplos:
2.Comosprexoscircumepan,usa-seohífendi -
anti-higiênico
anti-histórico ante de palavra iniciada por m, n e vogal.
macro-história Exemplos:
mini-hotel
proto-história circum-murado
sobre-humano circum-navegação
super-homem pan-americano
ultra-humano
3. Usa-se o hífen com os prexos ex, sem, além,
2. Usa-seohífenseoprexoterminarcomamesma aquém, recém, pós, pré, pró, vice.
letra com que se inicia a outra palavra.

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Exemplos: Outros casos do uso do hífen

além-mar 1. Não se usa o hífen na formação de palavras com não


além-túmulo e quase.
aquém-mar Exemplos:
ex-aluno (acordo de) não agressão
ex-diretor (isto é um) quase delito
ex-hospedeiro
ex-prefeito 2. Com mal*, usa-se o hífen quando a palavra seguinte
ex-presidente começar por vogal, h ou l. Exemplos:
pós-graduação mal-entendido
pré-história
pré-vestibular mal-estar
mal-humorado
pró-europeu mal-limpo
recém-casado
recém-nascido * Quando mal signica doença, usa-se o hífen se não hou-
sem-terra ver elemento de ligação. Exemplo: mal-francês. Se houver
vice-rei elemento de ligação, escreve-se sem o hífen. Exemplos:
mal de lázaro, mal de sete dias.
4. O prexo cojunta- secom o segundo elemento,
mesmo quando este se inicia por o ou h. Neste último 3. Usa-se o hífen com suxos de srcem tupi-guarani que
caso, corta-se o h. Se a palavra seguinte começar com r ou representam formas adjetivas, como açu, guaçu, mirim.
s, dobram-se essas letras. Exemplos:

Exemplos: capim-açu
amoré-guaçu
coobrigação anajá-mirim
coedição
coeducar 4. Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que oca-
cofundador sionalmente se combinam, formando não propriamente
coabitação vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos:
coerdeiro
corréu ponte Rio-Niterói
corresponsável eixo Rio-São Paulo
cosseno
5. Para clareza gráca, se no nal da linha a partição de
5.Comosprexospreere,nãoseusaohífen,mes- uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o
mo diante de palavras começadas por e. hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos:

Exemplos: Na cidade, conta-se que ele foi viajar.

preexistente O diretor foi receber os ex-alunos.


preelaborar
reescrever 5.5. Concordância verbal e nominal
reedição CONCORDÂNCIA NOMINAL
6. Na formação de palavras com ab, ob e ad, usa-se o
hífen diante de palavra começada por b, d ou r. CONCORDÂNCIA

Exemplos: Concordância é, então, a harmonia de exão de uma fra-


se. Há dois tipos de concordâncias: nominal e verbal.
ad-digital
ad-renal a. Concordância nominal: um adjetivo
ob-rogar ou termo com valor de adjetivo (nome, numeral, artigo,
ab-rogar particípio) concorda em gênero e número com o substan-

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
tivo que o acompanha. cesa.
Exemplo: Curvas traiçoeiras transformam os motoristas
em pilotos de rali. CONCORDÂNCIA DO NUMERAL COM O SUBSTAN-
TIVO
b. Concordância verbal: o verbo concorda em a) Os numerais cardinais (um, dois ou três...) con-
número e pessoa com seu sujeito. cordam com o substantivo a que se referem.
Exemplo: Obras mal executadas criam armadilhas.
Exemplo: Havia, na reunião, duas mulheres.
REGRAS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA Apenas uma funcionária falou.
NOMINAL
b) Mais de um numeralse refere a um mesmo substan-
a.1) Adjetivo anteposto: adjetivo antes de dois ou mais tivo:
substantivos, concordará com o mais próximo. numerais• forem precedidos
substantivodenoartigo.
singular ou plural se os
Exemplo: Sentia, descompassado o coração e a
alma. Exemplo: O primeiro e o segundo andar do ed-
ifício.
ou Sentia, descompassada a alma e o coração. ou O primeiro e o segundo andares do edifício

a.2) Adjetivo prosposto: quando o adjetivo (ou a palavra substantivo plural sem a repetição do ar-
com função de adjetivo) vier depois de dois ou mais sub- tigo para o segundo elemento.
stantivos, teremos as concordâncias:
Com o substantivo mais próximo: Exemplo: O primeiro e segundo andares...

Exemplo: E as coisas, e os homens todos silen- substantivo plural se antes dos numerais.
ciosos.
Exemplo: Os andares primeiro e segundo.
Ou E os homens, e as coisas todas silenciosas.

O adjetivo pode ir para o plural no mes- OUTROS CASOS DE CONCORDÂNCIA NOMI-


mo gênero dos substantivos, se estes tiverem o mesmo NAL
gênero:
a) É preciso – É necessário – É proibido – É bom:
Exemplo: Flores, e folhas despedaçadas estavam
ali. São invariáveis se o sujeito não estiver
determinado.
Se os substantivos zerem gêneros dife- Exemplos: É preciso muita pesquisa.
rentes: plural no gênero masculino. É bom plantação de erva-cidreira para afugentar formi-
gas.
Exemplo: Quadros e cortinas despedaçados es- É proibido entrada de estranhos.
tavam ali.
São variáveis e concordam com o sujeito
a.3) Dois adjetivos para um substantivo, determi- em gênero e número, se o sujeito estiver determinado.
nados pelo artigo:
Exemplos: É boa a plantação de erva-cidreira
Substantivo no singular: para afugentar
É proibida formigas.
a entrada de estranhos.
Exemplo: Emilia estuda a língua alemã e a ingle-
sa. b) Concordância do adjetivo (em função predica-
tiva) com o sujeito:
Nós analisamos um produto nacional e um
importado. Predicativo e sujeito simples: o predica-
O substantivo ca no plural e sem artigo tivo concorda com o sujeito simples.
para o segundo adjetivo:
Exemplo: Os meus olhos, permaneciam emba-
Exemplo: Emilia estuda as línguas alemã e fran- çados pela névoa.

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

• Predicativo e sujeito composto: São invariáveis


com predicativo após o sujeito: sujeito composto, mesmo
gênero. Exemplos: Na classe há menos moços que rapazes.
c) Mesmo – Próprio – Incluso – Anexo – Obrigado Trata-se de pseudo-especialista.
– Quite O dinheiro desapareceu a olhos vistos.
g) Possível
Essas palavras concordam, geralmente com o nome a que Invariável com artigo no singular (ex-
se referem: presso superlativo):

Exemplos: Os alunos mesmos organizaram o Exemplo: O candidato tentou obter o maior


texto. número de votos possível.
Elas próprias
Declaro decidiram
ter recebido a questão.
inclusa a escritura do imóvel. Variável com artigo no plural:
Estou quite com as minhas dívidas. Exemplo: As notícias que trouxe são as melhores
Muito obrigado – disse ele. possíveis.
Muito obrigada – disse ela.
h) Substantivos ligados por ou
d) Bastante – Meio O adjetivo cará no plural masculino:
Exemplo: É necessário o uso de camisa ou vestidos bran-
Se apresentarem como advérbio cam cos.
invariáveis: O adjetivo concorda com o mais próxi-
mo:
Exemplos: Perguntaram bastante sobre você.
A melancia estava meio estragada. Exemplo: É necessário o uso de camisa ou ves-
tido branco.

Variam com valor de adjetivo ou numer- CONCORDÂNCIA VERBAL


al fracionário:
O verbo concorda com o sujeito, portanto, para efetuar
Exemplos: Faziam bastantes perguntas sobre a concordância corretamente, é necessário reconhecer o
você. sujeito da oração.
Meia melancia estava estragada. Tendo em vista que existem diversos tipos de sujeito: sim-
ples, composto, oculto, indeterminado, inexistente, e que
OBS.: o mesmo ocorre com muito, pouco, longe, caro. o sujeito pode vir antes ou depois do verbo, constituindo
diversas expressões diferentes. Existem várias regras de
Exemplos: Os carros custaram caro. concordância do verbo, conforme for o tipo de sujeito.
Os carros caros são melhores. Por isso, a partir de agora, veremos estas regras de con-
Moram longe daqui. cordância.
Andamos por longes terras.

e) Só – A sós CONCORDÂNCIA DO VERBO COM O SUJEITO


como advérbio (somente): é invariável SIMPLES

Exemplos: Todos concordam, só eles não. Quando se trata do sujeito simples, antes ou depois do
como adjetivo (sozinho): variável verbo: se o sujeito simples for singular, o verbo
Exemplos: As crianças permaneciam sós. ca no singular;
se o sujeito simples for plural, o verbo
OBS.: A locução adverbial é invariável. ca no plural.

Exemplo: Os noivos cam a sós. Exemplos: O disco voador apareceu.


A noiva cou a sós em seu Apareceu o disco voador.
quarto. Os astronautas desceram
Desceram os astronautas.
f) Menos – Alerta – Pseudo – A olhos vistos Eu vi a nave.

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Nós vimos a nave.
Exemplo: A casa caiu ontem.
CONCORDÂNCIA DO VERBO COM O SUJEITO
COMPOSTO b) Predicado: é o termo que contém o VERBO e
informa algo sobre o sujeito.
Quando se trata do sujeito composto antes do
verbo, o verbo deve car no plural. Exemplo: A casa caiu ontem.
Exemplo: A lua e as estrelas surgiram Observe:

• o verbo ca no plural ou concorda com Como “achar” o sujeito? Toma-se o verbo e a ele se faz a
o mais próximo. pergunta: Quem? Ou O que?
Exemplo: Surgiram a lua e as estrelas. O que caiu? A casa (sujeito)

• Concordando com o sujeito mais próx- c) Classicação do sujeito


imo (se o mais próximo for plural, o verbo será apenas c.1) Simples: apresentará um só núcleo (núcleo é qualquer
plural): substantivo, pronome ou palavra substantivada).
Exemplo: Surgiram as estrelas e a lua.
Exemplo: O lápis
Concordância do Verbo com o Sujeito Composto por
Pronomes Pessoais c.2) Composto: apresentara dois ou mais núcleos.

• eu , tu e ele → verbo correspondente Exemplo: O lápis e a caneta sumiram


→ nós
Exemplo: Eu, tu e ele falamos.
• Ela, tu e eu → verbo correspondente → c.3) Oculto ou Elíptico ou Desinencial: quando se trata
nós dos pronomes eu, tu, ele, nós, vós e não aparecem na
Exemplo: Ela, tu e eu falamos. oração.
• tu e eu → verbo correspondente → nós
Exemplo: Tu e eu falamos. Exemplo: Vendi casas. (o sujeito oculto: eu)
• tu e ele ou ela → verbo correspondente
→ vós (vocês → exceção) c.4) Oração sem sujeito ou sujeito inexistente: verbos
Exemplo: Tu e Marli ireis adiante (ou irão). que indicam fenômenos da natureza (chover) ventar, etc),
Tu e ele falais (ou falam). verbo haver no sentido de existir, verbo fazer, ser e estar
• Ele e ela → verbo correspondente sempre indicando tempo.
Exemplo: Ele e ela saíram.
Exemplo: Choveu hoje.
Havia janelas.
5.6. TERMOS DA ORAÇÃO Faz frio.(fazer)
É cedo. (ser)
a) Essenciais: sujeito Esta quente (estar)
predicado
c.5) Indeterminado: quando o verbo está na 3ª pessoa do
b) Acessórios: objeto (direto e indireto) plural e não aparece o sujeito nem antes nem depois do
complemento nominal verbo.
agente da passiva
adjuntos
Aposto (adnominais e adverbiais) Exemplo:
VenderamBateram à porta.
os terrenos da praia azul.
Portanto, temos aí os termos da oração. É raro acontecer
uma oração em que ocorram todos os termos. Porém, c.6) Paciente: recebe ou sofre a ação do verbo.
o sujeito e o predicado sempre aparecem, por isso são
chamados termos essenciais. Exemplo: A montanha é removida pela fé. (não
faz a ação de remover, recebe a ação da fé).
Termos Essenciais da Oração
Obs.: O sujeito simples ou composto também pode ser
a) Sujeito: é o termo sobre o qual o restante da ora- chamado de sujeito agente.
ção diz algo.

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

c.7) Vive-se bem aqui Os símbolos são empregados, em geral, para expressar
índice de indeterminação do sujeito unidades de medida. Não levam ponto e, na maioria dos
casos, são escritos com letras minúsculas e sem “S” para
5.7. ABREVIATURAS – SÍMBOLOS - SIGLAS indicar plural, cuja forma é igual à do singular.
Exemplos:
O dinamismo da vida moderna exige que o máximo de • medidas lineares: mm (milímetro); cm
informações sejam fornecidas com um mínimo de pa- (centímetro); m (metro); km (quilômetro) etc.
lavras. É o que a teoria da comunicação convencionou 1m
chamar de ECONOMIA DE SIGNO. 250 m
• unidades de superfície: mm² (milímet-
Exemplos: ro quadrado); cm² (centímetro quadrado); m² (metro
quadrado), km² (quilômetro quadrado); ha (hectare) etc.
SÁBADO
DOMINGO Sab.
Dom. 1 km²
SEM NÚMERO s/n 170 km²
AVENIDA Av.
• unidades de volume: mm³ (milímetro
Essas expressões são denominadas abreviaturas, siglas ou cúbico); cm³ (centímetro cúbico); m³ (metro cúbico) etc.
símbolos, recursos lingüísticos que visam aproveitamento 1 cm³
do espaço e do tempo na comunicação oral e escrita. 80 cm³
• unidades de massa: mg (miligrama); g
(grama); kg (quilograma); t (tonelada) etc.
Abreviaturas 1 kg
60 kg
Forma reduzida ou abreviada de certas palavras ou ex- • tempo: h (hora); min (minuto); s (segun-
pressões. do).
Exemplos: a.C. signica antes de Cristo. 10 h 15 min
R. signica rua
OBSERVAÇÕES
OBSERVAÇÕES
Quando os símbolos têm srcem em nomes de pessoas
a) Não se deve confundir abreviatura com abrevia- (geralmente cientistas), vêm em maiúsculas, sem ponto e
ção. Abreviação é a redução de uma palavra e não a sua sem s para indicar plural. Mas virão em letra minúscula, se
representação através de letras. escritos por extenso e com s, se estiverem no plural. Veja:
watt(s) = W joule(s) = J
Exemplos: quilo = quilograma ampère(s) = A newton(s) = N
foto = fotograa.

b) Certas abreviaturas apresentam o plural com as Siglas


letras maiúsculas dobradas.
Sigla é o nome dado ao conjunto de letras iniciais de um
Exemplo: AA = autores vocábulo (a qual, não raro, pode se transformar numa pa-
lavra toda), que compõem o nome de uma organização,
c) Às vezes, letras maiúsculas dobradas represen- uma instituição, um programa, um tratado etc.
tam grau superlativo. Veja algumas particularidades das siglas:

Exemplo: DD = digníssimo a) Siglas próprias ou puras: quando todas as letras


iniciais que compõem o nome são escritas com letras
d) Algumas abreviaturas aparecem em casos de uso maiúsculas:
estritamente pessoal ou no âmbito interno de uma em- PUC = Pontifícia Universidade Católica
presa, indústria ou repartição. Por isso, muitas vezes, po- FAB = Força Aérea Brasileira
dem fugir aos padrões convencionais.
b) Siglas impróprias ou impuras: quando são for-
madas não só pelas letras iniciais, mas também por outras
Símbolos não-iniciais ou quando palavras componentes do nome
são omitidas da sigla. Apenas a primeira é escrita com

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
maiúscula, a não ser que toda a sigla tenha menos de
quatro letras:
Abigraf = Associação Brasileira da Indústria Gráca
DSV = Departamento de Operações do Sistema Viário
• Siglas impronunciáveis: quando as le-
tras não formam uma palavra, sendo pronunciadas uma a
uma. São escritas com maiúsculas:
BNDE = Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico.
CEE = Comunidade Econômica Européia.
BNH = Banco Nacional da Habitação.
SFH = Sistema Financeiro da Habitação

FGTS = Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.


• Siglas pronunciáveis: quando as letras
formam palavras, pronunciando-se a sigla inteira. Se cada
letra da sigla corresponder a uma palavra, usam-se letras
maiúsculas:
OPEP = Organização dos Paises Exportadores de
Petróleo
PIS = Programa de Integração Social

BIBLIOGRAFIA

BELTRÃO, Odacir; BELTRÃO,Mariúsa. Correspondên-


cia – linguagem & comunicação. São Paulo: Atlas, 1988.
MEDEIROS, João Bosco. Redação empresarial. São Pau-
lo: Atlas, 1997.
.Correspondência – técnicas de redação
criativa. São Paulo: Atlas, 1997
.Português instrumental.São Paulo: Atlas,
2000.
José de: INFANTE Ulisses. Gramática contemporânea
da língua portuguesa. São Paulo: Scipione, 1997.
PEREIRA, Gil. C. A palavra: expressão e criatividade.São
Paulo: Moderna, 1997.
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa.
28.ed. São Paulo: Nacional, 1983.

DOUGLAS, Tufano. Estudos da Língua Portuguesa.


2.ed. São Paulo: Moderna, 1990.

PASCHOALIN & SPEDOTO. Gramática, Teoria e Ex-


ercícios. São Paulo: FTD, 1989.

LIMA, Rocha; NETO, Barbadinho. Manual de Redação.


Rio de Janeiro: MEC-FAE, 1984.

CHAMDOIRA, João Batista N.; RAMADAN, Maria


Ivoneti B. Língua Portuguesa: Pensando e Escrevendo.
São Paulo: Atual, 1994.
INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto. Curso prático de
leitura e redação. Editora Scipione: São Paulo, 1991.
ECO, Umberto. Conceito de texto. São Paulo : T.A.
Queiroz, 1984. p.4.

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EXERCÍCIOS
Português

1. Em relação ao processo de comunicação é correto armar:

a) Sons, gestos e palavras não fazem parte do processo comunicação.


b)
c) É através
O da línguafalam
que as pessoas que onão
contato comdoo processo
faz parte mundo é de
atualizado e a comunicação se torna constante.
comunicação.
d) No contato com o mundo, as palavras são irrelevantes à compreensão do que nos rodeia.

2. Etimologicamente, comunicação signica:


a) Tornar comum, compartilhar opiniões, fazer saber, então, implica interação e troca de mensagens.
b) Fazer com que as pessoas se entendam.
c) Ser entendido com facilidade.
d) Tornar comum o que as pessoas falam.

3. No que diz respeito à comunicação, assinale o que seria um empecilho ao receptor da mensagem:
a) A capacidade de receber uma mensagem.
b) Nível de conhecimento insuciente para a compreensão da mensagem.
c) Nível de conhecimento suciente para entender o que o emissor diz.
d) Nível de estudo superior ao do emissor.

4. “Alô”, “Bom Dia”, “Com Licença”: temos a linguagem:

a) Fática
b) Referencial
c) Emotiva
d) Metalingüística

5. Em todo o ato de comunicação estão envolvidos vários elementos, dentre os quais podemos citar o “Canal”
que é:

a) O destinatário da comunicação
b) O código comum a ambos
c) A forma codicada da comunicação
d) O suporte material que veicula a mensagem

6. Denominamos Código:

a) O conjunto de sinais estruturados, utilizados para a transmissão de sinais


b) Ao envio da escrita
c) Um tipo de informação
d) Normas de comunicação

7. Em relação à carta comercial, podemos dizer que:


a) É uma correspondência sempre informal.
b) É um tipo de correspondência não mais usado entre empresas.
c) É um canal de comunicação muito usado no comércio e na indústria.
d) É uma correspondência entre amigos.

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8. Ata corresponde a:

a) Documento lavrado por médicos.


b) Documento lavrado em reuniões ou em assembléias gerais.
c) Documento escrito por trabalhadores de uma empresa.
d) Documento escrito em somente em reuniões que decidem o futuro de funcionários de uma empresa.

9. Relatórios administrativos são:

a) Cartas escritas aos administradores.


b)
c) Correspondências
Atas trocadas entre empresas.
lavradas em reuniões.
d) comunicações elaboradas pelos membros de uma empresa.

10. Conforme o mais recente acordo ortográco da Língua Portuguesa, é correto armar que:

a) Não se usa mais tremas em palavras da Língua Portuguesa.


b) Não se usa mais acentos circunexos.
c) Não se usa mais acentos graves.
d) Se usa acento somente em oxítonas,

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DIREITO E LEGISLAÇÃO

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

INTRODUÇÃO

Caro aluno, seja bem-vindo à disciplina de Direito e Legislação. O objetivo principal da disciplina é que você

adquira conhecimentos básicos do Direito Comercial, do Direito Civil e do Direito do Consumidor. Estas

áreas serão palco de seu trabalho diário como Corretor de Imóveis, necessitando que sejam bem compreen-

didas para que você tenha tranqüilidade e sucesso na carreira escolhida. Em cada unidade desta disciplina

você conhecerá conceitos e exemplos que lhe darão fundamentos para entender como acontecem as transa-

ções imobiliárias e quais obrigações estão previstas em lei, para que você possa orientar corretamente os

seus clientes.

Sucesso e bom estudo!

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• 36
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

que não faz parte da legislação. É criada espontaneamente


pela sociedade, sendo produzida por uma prática geral,
UNIDADE 1 constante e prolongada. O costume, porém, não poderá
ser aplicado se for contrário a uma determinação expressa
em lei.
As Fontes e a Divisão do Direito 4ª) Princípios gerais do direito – São regras não impos-
tas, mas que historicamente são tidas como matrizes da
elaboração das leis (regras “mãe”).
SEÇÃO 1
EXEMPLO: A jurisprudência.
As Fontes do Direito
5ª) Doutrina – São textos, teses, e demais escritos e es-
tudos sobre os variados ramos do Direito. Sua principal
Noauxílio,
de sentidopara
jurídico, fontes
formular são os elementos
e esclarecer normassubsidiários,
e regras. característica é o estudo cientíco e sistematizado, das leis
Você já estudou que o Direito surgiu a partir das neces- e dos costumes realizado por especialistas, criando um
sidades humanas e sociais, que mudam constantemente, arcabouço teórico auxiliar na conformação do Direito.
com isso pode-se concluir que o direito é dinâmico, sendo A doutrina é o produto da reexão e do estudo que os
revisto e atualizado conforme mudam estas necessidades. grandes juristas desenvolvem sobre o Direito.
6ª) Jurisprudência – São as decisões tomadas por juízes
O que são as Fontes do Direito? em cada caso concreto, que servem para auxiliar os de-
Fontes do Direito são todas aquelas que criam ou inspi- mais operadores do direito em casos similares.
ram a aplicação das regras do “mundo do dever ser” no
“mundo do ser”.
Elas estão dispostas de modo hierárquico da seguinte EXEMPLO:
forma: A jurisprudência forma-se a partir das soluções adotadas pelos
- FONTES FORMAIS: Lei ; Analogia; Costumes; órgãos judiciais ao julgar casos jurídicos semelhantes.
Princípios Gerais do Direito.
- FONTES INFORMAIS: Doutrina; Jurisprudência.

Quais são os princípios básicos do Direito?


QualosignicadodecadaumadasFontes
do Direito? Ninguém pode descumprir a lei alegando que não a
1ª) Lei – É a fonte primordial do Direito, é a norma im- conhece.
posta pelo Estado de observância obrigatória, assumindo Não existindo lei especíca para dirimir uma situação
uma forma coativa, devendo ser editada por um poder real, o juiz deve recorrer à analogia1, aos costumes2 e
competente. aos princípios gerais do direito (como a jurisprudência3).
Portanto, além da lei, os juizes poderão utilizar, para pro-
EXEMPLO: ferir um julgamento, as demais fontes do direito, só não
A Lei 8.073 de 11/09/1990 é o Código de Defesa do Consumi- podem deixar de decidir a demanda.
dor, que rege as normas e procedimentos da relação entre os Na aplicação da Lei o Juiz atenderá aos ns sociais a
consumidores e os fornecedores. que ela se dirige e às exigências do bem comum.
A lei não pode prejudicar o ato jurídico4 perfeito, o
2ª) Analogia – É o procedimento mediante o qual se su- direito adquirido5 e a coisa julgada6.
prem as omissões da lei (falta de regulamentação), apli-
cando outra regra não especíca, mas similar (aplicação Quais os ramos que se divide o Direito?
de regras de casos similares por inexistência de regra
própria). Agora que você já sabe, em cima de que bases o Direito
se sustenta e se estrutura, cabe-nos saber como o Direito
EXEMPLO: se divide mais especicamente, ou seja, quais os seus di-
A aplicação da Lei referente a empresa jornalística a uma rma versos ramos.
dedicada à edição de livros e revistas. Os tribunais brasileiros A divisão do Direito em ramos, pela dinâmica da socie-
aplicaram a analogia para estender aos transportes rodoviários dade que evolui e se desenvolve, não é xa. Conforme
coletivos o conceito de culpa presumida criado pelo Decreto nº
2.681, de 7/12/1912, que regulou a responsabilidade civil das
a evolução da sociedade, os ramos do Direito também
estradas de ferro. evoluíram.
Para ilustrar esta evolução basta lembrar que somente em
3ª) Costume – O costume jurídico é a norma jurídica 1990, é que o Brasil passou a contar com uma Lei que
regula as relações entre consumidores e fornecedores, o

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Código de Defesa do Consumidor. Até então estas rela- o verdadeiro conhecimento e a possibilidade que a socie-
ções eram reguladas por outras leis inseridas entre outros dade gostaria.
ramos.
Há portanto muitas formas de classicar o Direito em Exemplo
ramos, mas para seu melhor entendimento, nesta unidade Uma pessoa poderia querer comprar um terreno para construir
será apresentada uma classicação do Direito mais sim- um estabelecimento industrial e outra gostaria de vender uma
ples e genérica. área. Essa relação só será possível se a sociedade aceitar a con-
strução desse empreendimento nessa área, manifestando sua
vontade através do zoneamento do solo feito pelo Estado. As-
sim, o prossional do ramo imobiliário se confrontará com di-
versos ramos do Direito e a forma mais simples de iniciar esse
1 Analogia - Quando o direito moderno civil omitir sobre determinada situação
o juiz se valerá de outras normas que se apliquem a situações similares para estudo é através do Direito Civil.
dizer o direito.
2 Costumes - Na falta de outras normas, portanto sem situações análogas, o
juiz buscará decidir o direito conforme os costumes da região. O Direito
soais, Civil tratajurídicos
dos negócios das pessoas em geral,
realizados dos transação,
numa bens pes-
3 Jurisprudência é uma decisão já proferida por um tribunal em face de matéria
de direito assemelhada. sobre as posses e propriedades, bem como sobre as ob-
4 Ato jurídico é todo ato lícito que tenha por m imediato adquirir, resguardar,
transferir, modicar ou extinguir direitos.
rigações e demais direitos das pessoas.
5 Direito adquirido consiste na faculdade de continuar a extraírem-se efeitos
de um ato contrário aos previstos pela lei atualmente em vigor, ou, se preferir- As Instituições e as Sociedades, no estudo
mos, continuar-se a gozar dos efeitos de uma lei pretérita mesmo depois de ter
ela sido revogada. Portanto, o direito adquirido envolve sempre um dimensão do Direito, são denominadas pessoas?
prospectiva, vale dizer, voltada para o futuro. Se se trata de ato já praticado no Antes de você responder esta pergunta, é necessário ter
passado, tendo aí produzido todos os seus efeitos, é ato na verdade consumado, conhecimento que, sob o ponto de vista jurídico, existem
que não coloca nenhum problema de direito adquirido.
6 Coisa julgada material é a ecácia, que torna imutável e indiscutível a sen- dois tipos de pessoas:
tença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário 1. PESSOA FÍSICA
2. PESSOA JURÍDICA

Quais são as divisões do Direito? À quem se denomina a Pessoa Física?

O direito se divide em Direito Público e Direito Privado. A pessoa física é o ser humano que por lei tem direitos e
obrigações na ordem civil: direito à herança, direito de ter
a) DIREITO PÚBLICO: regula as relações entre dife- patrimônio, de ter um nome etc.
rentes órgãos do Estado ou entre Estados e refere-se ao É sujeito de direitos e obrigações, ou seja, pessoa física,
Direito do grupo, e os interesses da sociedade. Diz res- toda pessoa que nasce com vida. Enquanto não nascer
peito às coisas do Estado. O Direito Público engloba o com vida a pessoa (feto) tem expectativa de direito e não
Direito Constitucional; o Direito Administrativo; o Di- direito adquirido.
reito Penal; o Direito Tributário; o Direito Processual e o Quando se emprega a palavra homem, há referência a
Direito Internacional (quando relaciona as relações entre toda pessoa humana (homem ou mulher). É a pessoa nat-
Estados). ural, o indivíduo em si, o ser humano nascido com vida.
Basta nascer com vida para que exista como pessoa. An-
b) DIREITO PRIVADO: diz respeito às relações entre tes, porém, de nascer com vida, não há personalidade: o
os cidadãos e entre os cidadãos e o Estado, refere-se ao que existe é apenas o feto, que não tem personalidade e
direito do individuo. Compõe o Direito Privado: o Di- que recebe o nome especíco de nascituro.
reito Civil; o Direito Comercial; o Direito do Trabalho; Por nascituro, portanto, entende-se o feto já concebido
o Direito Internacional (quando relaciona as ações dos e que se encontra no ventre materno. Do ponto de vista
cidadãos no seu âmbito privado). jurídico, não é uma pessoa. Levando-se em consideração,
todavia, a expectativa de que nasça com vida, o legislador
resguarda os seus eventuais direitos, porque, se passar a
SEÇÃO 2 ser pessoa, receberá ou transmitirá direito.
A existência da pessoa física ou natural termina com a
O Direito Civil morte.

Para o Corretor de Imóveis o ramo do Direito mais im- O que vem a ser, no Direito, a capacidade de
portante é sem duvida nenhuma o Direito Civil porque uma pessoa física?
esse regula as relações jurídicas entre as pessoas.
Outros ramos do Direito também são importantes, pois Nascida com vida, a pessoa física passa a ter personali-
as relações entre as pessoas podem estar sendo feitas sem dade e, conseqüentemente, capacidade. Por capacidade há

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de se entender a medida da personalidade. A personali- Pela colação de grau cientico em curso de


dade pode ser de fato e de direito. ensino superior.
Todos os seres humanos nascidos com vida têm capaci- Pelo estabelecimento civil ou de comércio, que
dade de direito, isto é, podem obter e gozar de direitos. proporcione ao maior de 16 anos, economia própria.
Todavia, na prática, nem todos os seres nascidos com
vida têm capacidade de fato, isto é, podem exercer estes Como acontece o m da personalidade de
direitos. Um exemplo é o recém nascido, que pode ser uma pessoa?
dono de um terreno, possuir capacidade de direito, mas
não pode vendê-lo, por não possuir capacidade de fato. Assim como um dia passou a existir, a personalidade um
A capacidade de fato está divida em três grupos, quais dia deixa de existir, ocorrendo o chamado m da person-
sejam: os incapazes (sem capacidade de fato alguma), os alidade, que se dá através das 03 (três) espécies jurídicas
relativamente incapazes (com certas capacidades de fato) de morte.
e os acapazes
Veja (que
seguir em possuem
detalhes cadaplena capacidade de fato).
um deles. -AMorte
personalidade
real: mtermina
da vidapela:
física que se prova através de
atestado de óbito.
Quais pessoas são consideradas Incapazes? - Morte civil: embora a viva a pessoa é considerada morta
para certos atos.
Pessoa incapaz é aquela que não é portadora da capaci- - Morte presumida: quando não se sabe com certeza se a
dade de exercício (de fato). Há dois tipos de incapazes: pessoa esta viva ou morta, mas pelo tempo de seu desa-
- Absolutamente Incapazes (sem capacidade alguma) e parecimento ou pelos fatos em que se encontrava quando
- Relativamente Incapazes (com certas doses de capa- da sua última notícia leva-se a crer pela sua morte.
cidade).

a) Pessoas Absolutamente Incapazes O que é o Domicílio Civil de uma pessoa?


Aquele que é absolutamente incapaz não pode compa- Considera-se o domicílio civil da pessoa natural o lugar
recer pessoalmente para praticar os atos da vida civil. Se o onde ela estabelece sua residência com ânimo denitivo,
zer, tal ato será nulo, ou seja, não produz nenhum efeito. ou qualquer uma das residências se a pessoa tiver mais
O Código Civil de 2002 (que é a fonte formal (lei) do di- de uma.
reito Civil) enumera as pessoas absolutamente incapazes:
Exemplo:
Menores de 16 anos. Ânimo denitivo signica que a intenção da pessoa é que este
Os que por enfermidade ou deciência mental endereço seja denitivo, ou seja, que ela não se mude tão logo.
não tiverem o necessário discernimento para praticar tais É onde você mora.
Pode ser considerado domicílio comercial o lugar onde a pes-
atos (sem discernimento algum).
soa exerce a prossão.
Os que não puderem exprimir a sua vontade,
mesmo por causas transitórias.
Exemplo:
b) Pessoas Relativamente Incapazes O domicílio comercial normalmente é onde você trabalha
O Código Civil também relaciona os relativamente inca- , regularmente.
pazes: A pessoa sem residência xa pode ser considerada domi-
Maiores de 16 e menores de 18 anos. ciliada onde quer que seja encontrada.
Os ébrios habituais (alcoólatras) e viciados em Exemplo:
tóxicos, e os que por deciência mental tenham seu dis- Se você fosse lho de casal separado e morasse um pouco com
cernimento reduzido (com certas doses de discernimen- a mãe e um pouco com o pai.
to).

completo. Os excepcionais sem desenvolvimento mental À quem se denomina a Pessoa Jurídica?


Pessoas jurídicas são entidades que a lei empresta a per-
Os pródigos. sonalidade, outorgando-lhe a capacidade de ser sujeito de
direitos e obrigações como se fosse uma pessoa natural,
A incapacidade pode cessar? mas com regras próprias.
A pessoa jurídica tem personalidade distinta dos seus
Sim, a incapacidade pode cessar através de: membros, podendo ser formada pelo conjunto de pes-
Pela maioridade (18 anos completos). soas, ou de pessoas e bens.
Pela emancipação.
Pelo casamento.
Pelo emprego em serviço publico efetivo.

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membros (convencional),
Exemplos: quando a lei determina (legal),
São Pessoas Jurídicas de direito público: a União os Estados, quando acaba a autorização de sua existência (ad-
os municípios, as autarquias (CRECI, COFECI, etc) e demais ministrativa),
entidades de caráter público criadas por lei, ou por estas autor- pela morte de seus sócios (natural), ou
izadas.
As pessoas jurídicas são instituições que possuem vida própria por decisão judicial (judicial).
independente de quem as criou.
As pessoas jurídicas possuem normas jurídicas especícas.

Exemplo: O que é considerado o domicílio de uma


A existência de um contrato social ou estatuto, que designe a pessoa jurídica?
responsabilidade de cada integrante. O patrimônio das pessoas
jurídicas não secomponente
tes, mas cada confunde com o patrimônio
irá se dos seus
responsabilizar pelaintegran-
sua par- oOlugar
domicílio
ondeda pessoa Jurídica
funcionarem as é
ticipação na mesma. respectivas diretorias e adminis-
trações, ou onde elegerem domi-
O início da existência da pessoa jurídica de direito priva- cílio especial no seu estatuto ou
do se dá com a inscrição de seus contratos, registros, atas atos constitutivos. Pode ainda ser considerado domicílio
etc. ou qualquer formal legal de formalização junto à so- o local onde esteja instalada a lial, se o negócio foi r-
ciedade e ao mundo do direito. mado diretamente com esta.
Sendo multinacional estrangeira, o domicílio será o local
onde haja instalações da mesma no país.
Uma característica fundamental das pessoas ju Exemplo:
rídicas é sua capacidade de assumir direitos e ob A Dell Computer é uma empresa multinacional, fabricante de
rigações. Sua existência deve-se ao fato de que as computadores, com fábricas em todos os cantos do mundo.
pessoas necessitavam separar sua vida particular Aqui no Brasil, o seu domicílio será no endereço de sua fábrica,
da sua existência enquanto instituição. localizada na cidade de Guaíba, Estado do Rio Grande do Sul

SEÇÃO 3
Como são estabelecidas as Pessoas Jurídi-
cas? Os Bens

Bem é todo valor material ou imaterial que serve de


As pessoas jurídicas podem ser estabe- objeto a uma relação jurídica suscetível de apropriação
lecidas em forma de corporações (con- econômica pelo homem. Juridicamente bens e coisas são
junto de pessoas) ou de fundações sinônimos. Os bens são de várias espécies. Estão assim
(conjunto de bens). As corporações se classicados:
dividem em associações e sociedades.
a) Bens Corpóreos e Bens Incorpóreos
- Bens corpóreos são aqueles que têm existência material
e podem ser vistos e tocados.
- Bens incorpóreos são os bens que não têm existência
física, somente podem ser concebidos pela inteligência,
Exemplos:
- De sociedade simples: dois médicos constituem um con- como é o caso da moral.
sultório médico; dois dentistas constituem um consultório
odontológico. b) Bens Móveis e Bens Imóveis
- De sociedade empresária: Siderúrgica Gerdau. - Bens móveis: são os suscetíveis de movimento próprio,
- De associação: Clube de Regatas do Flamengo. ou de remoção por força alheia, sem alteração da sub-
- De fundação: Fundação Roberto Marinho stância ou da destinação econômico-social. São aqueles
que podem ser removidos de um lugar para o outro sem
Como se dá a extinção de uma pessoa jurídi- destruição.
ca?
Exemplo: Televisor.
A extinção das pessoas jurídicas acontece: As coisas de movimento próprio também são
por conta de sua dissolução deliberada entre seus consideradas bens móveis. O cavalo, por

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exemplo, é um ser movente (denominado juridicamente de
“semovente”). g) Bens Principais e Acessórios
- Bens principais são os que têm existência concreta,
- Bens imóveis: são os que não podem ser removidos de sem depender da existência de outro.
um local ao outro sem destruição integral ou parcial, bem
como aqueles considerados imóveis por lei. Exemplo: Um carro

Exemplo: Um terreno. - Bens acessórios são aqueles cuja existência depende


do principal.
c) Bens Divisíveis e Indivisíveis
- Bens divisíveis são as coisas que podem ser partidas Exemplo: O pneu de um carro.
em porções reais e distintas, formando cada qual um todo
perfeito. h) Bens Públicos e Particulares
- Bens públicos são os de domínio nacional pertencen-
Exemplo: 1Kg de farinha. tes às pessoas jurídicas de direito público interno. Os bens
públicos podem ser de uso comum do povo, podendo
- Bens indivisíveis são as coisas que não possibilitam ser utilizados por qualquer pessoa. São bens de uso espe-
fracionamento; se vierem a ser divididas, o todo perde a cial, utilizados para realização dos serviços públicos. Bens
sua utilidade. dominicais, que pertencem ao patrimônio disponível, que
podem ser vendidos.
Exemplo: um livro, uma mesa.
Exemplo: um orelhão, uma máquina escavadeira, um
d) Bens Singulares e Coletivos terreno sem utilização.
- Bens singulares são os que, embora reunidos, se con-
sideram de per si, independentemente dos demais. - Bens particulares são todos os outros bens, seja qual
for a pessoa, à que pertencerem.
Exemplo: Uma casa, um relógio.

- Bens coletivos são aqueles vistos como uma unidade, SEÇÃO 4:


mas seus
estão elementos
ligados entre si.componentes
São também(coisas singulares)
chamados não
universali- Os Fatos Jurídicos
dade.
Todo acontecimento humano ou natural que cause reper-
Exemplo: um rebanho, um estabelecimento comer- cussão no mundo jurídico é considerado fato jurídico.
cial, uma biblioteca etc.
O que pode ser considerado um Ato Jurídi-
e) Bens Fungíveis e Infungíveis co?
- Fungíveis são os bens que pode ser trocados por out-
ros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Quando o ato é oriundo de ação humana lícita este é de-
nominado de ato jurídico, quando a ação é ilícita é de-
nominado de ato ilícito.
Exemplo: 1 Kg de laranja comum É uma espécie do gênero fato jurídico, porque é um acon-
.
tecimento que, além de ocasionar repercussão na esfera
do Direito, faz nascer, modicar ou extinguir direitos.
- Infungíveis são os bens insubstituíveis:

Exemplo: Quadro da Monalisa.


f) Bens Consumíveis e Inconsumíveis Ação Lícita:
- Consumíveis são aqueles que o uso implica imediata É o que está conforme
destruição de sua substância. a Lei, permitido pelo
Direito. Aquilo que é
Exemplo: Chocolate. permitido, aquilo que
é justo.
- Inconsumíveis são os que seu uso não implica a di-
minuição ou destruição de sua substância.

Exemplo: Uma régua.

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Como pode ser dividido o Ato Jurídico? - Anulável, se praticado pessoalmente por um relativa-
mente incapaz sem estar assistido pelo seu representante
O ato jurídico pode ser dividido em: legal.
Ato Jurídico (propriamente dito): é aquele que
cria modica ou extingue uma relação, com manifestação Exemplo: menor de 16 anos que compra um carro.
de vontade não intencional, ou seja, se pratica o ato, mas
não com o m especíco. - Inexistente, se praticado em nome de um ser não hu-
mano.
Exemplo: Uma criança que sga um peixe em rio pú-
blico passa a ser proprietário deste, embora sua vontade não Exemplo: contrato rmado em nome de um cachor-
tenha sido de passar a ser proprietário do peixe (não intencio- ro.
nal);
b) OBJETO LÍCITO, POSSÍVEL E DETERMI-
Negócio Jurídico: é aquele que cria, modica NADO
ou extingue uma relação, com manifestação de vontade - Lícito é o que está de acordo com o direito, valendo
qualicada. dizer que o direito não garante transações contrárias aos
princípios.
Exemplo: A venda de uma casa em que as partes têm
a intenção direcionada e certa de alienar o Bem. Exemplo: ilícito é o ato de compra e venda de um
pulmão humano.

Alienação: - Possível é o objeto que é suscetível de apropriação hu-


É a transferência mana.
para outro do
domínio de algo. Exemplo: é impossível a compra e venda de um ter-
reno na lua.
Quais são os elementos essenciais do Negó-
cio Jurídico? - Determinado ou determinável é a indicação precisa
do objeto ou sua descrição mínima de reconhecimento.
Para um negócio jurídico ser perfeito e válido, é preciso
que reúna quatro requisitos essenciais: Exemplo: é indeterminado o negócio que vende um
terreno no Texas sem expor qual seja a área.
Agente capaz.
Objeto lícito; possível, determinado ou determinável. C) A FORMA DO ATO JURÍDICO
Forma prescrita (estabelecida) ou não defesa em lei. Como regra, o negócio jurídico não depende de forma es-
Manifestação de vontade não viciada. pecial, mas a lei estabelece uma forma, a sua inobservân-
cia implica nulidade do ato, isto é, sem tal forma o ato
não se realiza.
Veja a seguir mais detalhes sobre cada um deles.
Quais são os Elementos Acidentais do negó-
a) AGENTE CAPAZ cio jurídico?
Negócio jurídico é uma manifestação livre da vontade. Os Além dos elementos essenciais, o negócio jurídico pode
incapazes, principalmente os absolutamente incapazes, conter elementos acidentais, que são a condição, o termo
não tem discernimento suciente para manifestar livre- e o encargo.
mente a sua vontade.
Por isso, o agente tem de ter capacidade do exercício (de a) A CONDIÇÃO
fato) para praticá-lo, sob pena de o ato ser nulo, anulável É a subordinação do negócio a evento futuro e incerto.
ou inexistente. Pode ser resolutiva ou suspensiva.
- Resolutiva é a condição que depois de acontecida re-
Quando um ato pode ser anulado? solve (põe m) ao negócio jurídico.
Um ato poderá ser anulado, nos seguintes casos:
- Nulo de Pleno Direito, se praticado pessoalmente por
absolutamente incapazes. Exemplo: Se Maria se casar um
dia eu não mais lhe pagarei a pensão. Assim, o casamento de
Exemplo: compra de um terreno por um jovem de Maria é um evento futuro e incerto que se acontecer põe m ao
10 anos. negócio jurídico, o pagamento da pensão.

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- Suspensiva é a condição que depois de ocorrida passa a sado realmente a sua vontade, o ato é anulável.
dar validade ao negócio jurídico.
1. O ERRO
Exemplo: Se Maria se casar eu lhe dou um car- Erro é falsa idéia espontânea sobre um negócio jurídico.
ro. Assim, o casamento de Maria é um evento futuro e Pode ser também a ignorância, no sentido de desconhe-
incerto que se acontecer dá início ao negócio jurídico, a cimento, do negócio. O erro não acontece somente em
alienação. relação à pessoa. Pode dizer respeito também a objetos
São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à do negócio jurídico e a própria disposição legal.
lei, à ordem pública ou aos bons costumes, sendo ilícitas O erro para anular o ato tem de ser substancial (sobre as-
as que sujeitarem o negócio ao puro arbítrio de uma das pectos relevantes do negócio), escusável (justicável, des-
partes. culpável) e real (efetivo causador de verdadeiro prejuízo).
b) O TERMO
Exemplo
É a subordinação
Pode do negócio (termo
também ser suspensivo a um evento
inicial)futuro e certo.
ou resolutivo mulher em razão de: Se
suaogravidez
cônjuge evarão
vem contrai núpcias
a descobrir com a
posterior-
(termo nal) mente que o lho, na realidade, pertence a terceiro, ca con-
Novamente inicial, é o evento futuro e certo que, ocor- gurado o erro essencial quanto à pessoa do outro, investido
rido, passa a dar validade ao negócio. de força suciente à anulação do casamento.

Exemplo: Quando Maria zer 21 anos eu lhe darei 2. O DOLO CIVIL


um carro, enquanto nal é o evento futuro e certo que ocorrido Dolo é o erro provocado por terceiro, isto é, alguém in-
resolve o negócio. Quando Maria completar 21 anos ela não duz outra pessoa ao erro. Somente anula-se o negócio por
mais poderá morar de graça na minha casa. dolo quando este alterar a essência do negócio (dolo prin-
Salvo disposição legal ou convencional em contrário, compu- cipal), pois, se mesmo não ocorrendo o dolo o negócio se
tam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do realizaria, não há vício (dolo acidental).
vencimento. Da mesma forma somente o dolo com intenção de preju-
dicar (dolo “mau”) pode ser anulado, sendo que o dolo
c) O ENCARGO sem intenção de lesar (dolo “bom”) não gera vício.
É a cláusula que não subordina o negócio ante sua ocor-
rência, mas que cria um ônus ou obrigação pela realização Exemplo: Num contrato de trabalho, o empregador
do negócio. apresenta cifras falsasa dos
dato ao empregado crer seus negócios
em uma para induzir
remuneração o candi-
incerta, por
Exemplo: Darei este imóvel a Maria, mas ela terá de meio de participação nos lucros, por exemplo. Por parte do
cuidar da minha mulher. empregado, ocorre quando apresenta credenciais falsas de sua
habilitação ou competência prossional, com o to de obter a
colocação que almeja.
O que são Defeitos do negócio jurídico?
Os negócios jurídicos, como já dito, necessitam de agente 3. A COAÇÃO CIVIL
capaz, objeto lícito possível e determinado, bem como A coação civil pode ser entendida como sendo:
manifestação de vontade. “... um estado de espírito em que o agente, perdendo a
Ocorre, que este negócio pode apresentar vícios ou defei- energia moral e a espontaneidade do querer, realiza o ato,
tos, que geram a sua anulação. O ato é anulável, a requeri- que lhe é exigido.”
mento das partes, podendo ser raticado e assim produz- A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal
indo todos os efeitos, ou, produzindo efeitos tão somente que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e
até quando é reconhecida sua anulação. considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Isto signica que, sendo detectado a presença de um de- Todas as táticas de coação usadas causam danos psi-
feito e este for desconsiderado pelas partes envolvidas, ele cológicos. Algumas são consideradas crimes.
continuará a produzir os efeitos danosos esperados.
Defeituoso pode ser o negócio por presença de : Exemplo: A agressão física, sexual, ameaça, se-
- Vício no consentimento qüestro, incêndios criminosos) enquanto outras agressões não
são ilegais (por exemplo: insultar, xingar, interrogar os lhos).
Exemplo: erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão.
- Vício Social 4. O ESTADO DE PERIGO
Ocorre estado de perigo quando alguém na intenção de
Exemplo: a simulação e a fraude contra credores. se salvar ou salvar alguém de sua família contrai uma ob-
A vontade é, pois, a base do ato, e para que esta exista validam- rigação excessivamente onerosa.
ente, é indispensável que a manifestação da vontade seja livre.
Caso o agente, ao realizar o negócio jurídico, não tenha expres-

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que ambos os negócios tinham por objetivo simular uma


situação que fugisse ao disposto no artigo 496 do novo
Exemplo: O Jornal Código Civil:
“O Globo”, edição do dia 19 “É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se
de agosto de 2003, relata o os outros descendentes e o cônjuge do alienante expres-
caso da Jornalista Juliana samente houverem consentido”.
Figueira, que se encontrava em
casa à noite com duas amigas, 7. A FRAUDE CONTRA CREDORES
quando começou a sentir uma fdor na altura do baço. Em Fraude é o ato pelo qual o devedor sem bens sucientes
poucos segundos, mal conseguia car de pé. Telefonou para responder por suas dívidas (insolvente), transmite
para o médico e foi imediatamente para a emergde um gratuitamente bem de seu patrimônio ou perdoa dívidas
hospital particular no Rio de Janeiro. de terceiros, prejudicando os seus credores que diminuem
Preencheu
um chequea caução
documentação exigidao eatendimento.
para garantir teve que entregar
Uma suas chances
Ocorre de receber
também o crédito.
a fraude quando o devedor ca insol-
pessoa nessas condições não tem como argumentar ou vente após a transmissão gratuita ou a remissão.
discutir o valor a ser pago pelo atendimento. Imagina o
exemplo de uma pessoa vítima de um enfarto que com- Exemplo: Várias pessoas adquirem um automóv-
parece à emergência de um hospital. Fica totalmente à el (bem indivisível) e dentre elas está um relativamente
mercê do estabelecimento. incapaz que não foi assistido pelo seu representante legal.
Decretada judicialmente a nulidade do negócio a pedido
5. A LESÃO deste, necessariamente a sentença atingirá os demais ad-
Lesão existe quando uma pessoa com muitas neces- quirentes.
sidades, ou por inexperiência rma negócio jurídico de-
sproporcional, isto é, com muitas vantagens para a parte O que caracteriza um Ato Ilícito?
adversa e poucas vantagens para si. Isto acontecendo de Ato Ilícito é aquele que, por ação ou omissão voluntária,
acordo com as situações cotidianas existentes no momen- negligência ou imprudência, violar o direito e causar dano
to da celebração do negócio. a terceiro, ainda que exclusivamente moral.
Podemos observar quatro tipos de atos ilícitos. Veja a
Exemplo: É o caso de alguém que, para pagar seguir a diferença entre eles.
uma cirurgia urgente de pessoa da família, vende seu car-
ro ou sua casa por preço vil. Essa venda pode ser anulada 4. AÇÃO OU OMISSÃO
porque foi celebrada quando o vendedor encontrava-se
em “estado de perigo”. Conceituando a lesão, ocorrida Para a conguração do ato ilícito necessário se faz a pre-
“sob premente necessidade, ou por inexperiência”, pre- sença de uma ação contrária à lei ou uma omissão quando
screve, objetivamente, que se aprecia “a desproporção das presente o dever de agir.
prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que
foi celebrado o negócio jurídico”. Exemplo: A ação ou omissão pode apresentar-se sob
A Lei também prevê dois tipos de defeito do ato, que em- as formas mais diversas, sendo freqüentemente difícil determi-
bora não atingindo diretamente a vontade na sua forma- nar até onde vão as obrigações internacionais do Estado. Entre
ção, conduzem a idênticos resultados, anulando o negó- elas, por exemplo, questões relativas às concessões ou contratos
cio jurídico. do Estado, às dívidas públicas, às prisões ilegais ou injustas e a
Estes atos são denominados vícios sociais, por afetarem da falta da proteção devida aos estrangeiros.
diretamente a sociedade ou por prejudicarem terceiros:
5. CULPABILIDADE
O segundo elemento é a culpabilidade que é uma das re-

6. A SIMULAÇÃO
Toda situação que tem por m ocultar ou disfarçar in- sponsáveis
que pela xação
ponto houve da indenização,
a intenção pois, reete até
do agente causador.
tencionalmente a verdade, dando o negócio jurídico uma A Culpabilidade pode ser representada como:
aparência não condizente com a realidade, sobre tudo ob- a) Dolo: quando agente age no intuito de cometer um ato
jetivando enganar terceiros, chama-se simulação e pode ilícito.
ser anulado.
Exemplo: venda de um terreno sem ser dono apenas
Exemplo: Assim, é nulo o contrato de compra para obter vantagem.
e venda de imóvel quando o comprador, na seqüência,
transfere, por doação (ou mesmo por contrato de compra
e venda), o bem para o lho do vendedor, provando-se

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b) Negligência: quando o agente ignore a possibilidade do de água nos alicerces do imóvel vizinho. No entanto, se
ato ilícito ocorrer. provado que essa inltração somente ocorreu por neg -
ligência de Pedro, ou seja, por uma causa remota mas com
Exemplo: adquirir um terreno sem consultar o es- nexo entre o fato e o dano, caberá a Pedro indenizar os
tado tributário do mesmo. prejuízos causados.
c) Imprudência: quando o agente age em desconformi-
dade com as regras existentes para o caso concreto. O que vem a ser a Responsabilidade Civil?
Exemplo: falta de outorga uxória para venda de um A responsabilidade civil gira em torno de duas teorias: a
imóvel. subjetiva e a objetiva.
d) Imperícia: quando o agente age como se tivesse (mas
não tem) aptidão técnica para o caso. to básico.AEteoria subjetiva
claro que tem na
só existirá culpa
culpa seu fundamen-
se dela resulta um
prejuízo. Todavia, esta teoria não responsabiliza aquela
Exemplo: agir como se fosse médico sem haver
pessoa que se portou de maneira irrepreensível, distante
cursado medicina.
de qualquer censura, mesmo que tenha causado um dano.
A teoria objetiva da responsabilidade tem no
risco sua viga mestra. O responsável pelo dano indenizará
ATENÇÃO! simplesmente por existir um prejuízo, não se cogitando
da existência de sua culpabilidade, bastando a causalidade
Cabe ainda expor que certos casos previstos em lei ex- entre o ato e o dano para obrigar a reparar.
cluem a necessidade de se provar a culpabilidade, sendo
conhecidos como de Responsabilidade Objetiva. Assim Exemplo: A responsabilidade civil do médico sem-
basta a presença da ação ou omissão, do nexo e do dano pre provocou varias controvérsias. É claro que o médico, ao
para que se tenha um ato ilícito. (ex. relações de consumo, exercer suas atividades junto ao paciente, sua intenção é ben-
atos praticados pela administração pública, etc). eciá-lo. Mesmo assim o dano pode surgir. Isso o obriga, pela
teoria objetiva da responsabilidade, a reparar o prejuízo, pois
6. DANO uma vontade honesta e a mais cuidadosa das atenções não ex-

Não basta que o ato tenha sido efetuado por ação ou imemtempo
gum o direito de outrem.
somente O certo éaque
caracterizavam os tribunais até
responsabilidade a al-
médica
omissão e tenha havido uma das formas da culpabilidade, diante de um erro grosseiro ou de uma forma indiscutível de
há ainda que existir um dano (efetivo prejuízo a parte negligência. Hoje a tendência é outra: apenas a inexistência de
nexo de causalidade, de força maior, de atos de terceiros ou de
lesada) para que haja o ressarcimento. culpa do próprio paciente isentariam o médico da responsabi-
lidade. Infelizmente, a inclinação desses tribunais é retirar dos
Exemplo: Quando um cidadão tem seu veículo au- médicos uma série de privilégios seculares, mesmo sabendo-se
tomotor danicado em decorrência de um buraco ou de um que as regras abstratas da justiça nem sempre são de fácil apli-
defeito no asfalto, ou mesmo por um serviço público efetuado cação nos complexos e intricados momentos do exercício da
incorretamente, deve procurar o Poder Público e solicitar o res- Medicina. O médico passa a ser, a cada dia que passa, uma peça
sarcimento do dano. A reparação do dano está amparada no a mais, igual às outras, do organismo social.
Novo Código Civil, que em vários artigos trata do assunto.

7. NEXO Qual o valor da indenização?


O valor da indenização é xado pelo juiz que busca veri-
O nexo se caracteriza como sendo o elo de ligação entre car o tamanho da participação de cada parte na ocor-
o dano, a culpabilidade e, a ação ou omissão. rência do ato ilícito, bem como a intenção das mesmas
e a extensão da lesão, sempre atento a que o valor da in-
O nexo
tado representa
danoso uma
e a ação querelação necessária
o produziu, entreque
de modo o resul-
esta, denização não pode enriquecer uma parte, mas deve ser
ou seja, a ação, é considerada como sua causa. suciente para punir à outra.
Repare-se que a ação ou omissão poderá ser a causa ime-
diata do prejuízo, mas, se provado que foi a causa indireta,
também será devida a indenização pelos danos causados. SEÇÃO 5:

Exemplo: Ao realizar uma reforma em sua residên-


O Direito das Obrigações e das Coisas
cia, Pedro provoca o rompimento de um cano de água que, por
sua vez, causa inltração no imóvel do vizinho. Posteriormente, Direito das Obrigações, compreende o conjunto de nor-
ocorre queda parcial do imóvel do vizinho de Pedro, em razão mas que tratam das relações jurídicas entre duas ou mais
da inltração de água, a causa imediata do dano foi a inltração pessoas, relacionado aos direitos e obrigações que estas

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pessoas pactuam entre si.


1) Simples, em que existe apenas um credor, um devedor
Como se classicam as obrigações quanto e um objeto.
ao seu Objeto?
As obrigações quanto ao seu objeto podem ser classica- Exemplo: A empresa Alfa Ltda (devedor) emite uma
das de três formas: nota promissória a favor da empresa Beta Ltda (credor). Ob-
rigou-se a pagar a importância constante naquele título (ob-
De dar coisa certa ou incerta; jeto). O favorecido terá o direito de exigir o pagamento daquele
De fazer; valor.
De não fazer.
2) Compostas, em que um dos elementos (credor, deve-
1ª) De dar coisa certa ou incerta, em que, de dor e objeto) seja mais do que um. A obrigação compos-
ta, também conhecida com complexa, pode se subdividir
modoou
certo geral, umaSe
incerto. pessoa
o bemsefor
obriga
certoa (determinado)
dar a outra umobem
cre- em:
dor não está obrigado a aceitar bem diverso, podendo
aceitá-lo por liberalidade pedindo abatimento no preço, a) Quanto ao objeto:
ou não aceitá-lo requerendo perdas e danos. Sendo in- - Cumulativa, em que o objeto é mais de um. Marcada
certa a coisa e não especicado no contrato a quem cabe a pela preposição “e”, isto é, pela soma de objetos.
escolha, este deve ser feita pelo devedor. Serve para coisa
incerta a mesma regra das coisas certas. Exemplo: O proprietário de uma galeria comer-
cial (credor) aluga a loja 03 e a loja 25 (objetos) para o Sr.
Exemplo: O devedor se obriga a celebrar um con- Waldomiro (devedor).
trato de locação; o credor se obriga a dar a quitação ao devedor;
alguém se obriga a ser ador, etc. - Alternativa, em que o objeto é mais de um, mas para es-
colha, ou seja, embora sejam dois ou mais objetos apenas
2ª) De fazer, que, de um modo geral consiste na um será realmente absorvido pela obrigação. Marcada
obrigação de uma parte fazer algo para a outra. Se a ob- pela preposição “ou”.
rigação de fazer for personalíssima, o credor pode exigir
que o devedor a faça, não sendo obrigado a aceitar a real- Exemplo: O contrato de seguro ança para a locação
ização efetivada por terceiro, podendo, no entanto aceitar de uma
dado loja garantia,
como na galeriapoderá
comercial,
ser odetermina
automóvelque o bemano
Santana que1997
será
que terceiro a realize com abatimento no preço, ou recla-
mar perdas e danos. O devedor não realizando a obriga- ou uma sala na rua Antenor Lemes n.° 75.
ção não personalíssima enseja o direito de co-credor fazer
a mesma as custas do devedor. b) Quanto ao credor ou devedor:
- Divisível: quando a obrigação pode ser divida entre vári-
Exemplo: A construtora tem de fazer a entrega os credores e/ou devedores.
das chaves do apartamento (obrigação de fazer).
Exemplo: a obrigação do pagamento do consumo de
água de um prédio de apartamentos será dividida entre os mo-
3ª) De não fazer, que refere-se a obrigação que radores do prédio eqüitativamente.
alguém tem de não praticar determinado ato. Basta a - Indivisível: quando existe a obrigação a ser cumprida apenas
prática do ato pelo devedor para que surja o direito do por um devedor ou exigida por apenas um credor.
credor reclamar perdas e danos. Se o ato for praticado por
terceiro, não pode o credor reclamar perdas e danos do Exemplo: a obrigação do pagamento do consumo
devedor, da mesma forma que este não ca desobrigado de água do apartamento de cobertura, que possui uma piscina
pelo fato de alguém já ter feito o que não podia, ou seja, privativa, será cumprida apenas pelo morador deste apartamen-
to.
persiste
esta a obrigação
tenha de não
sido realizada porfazer
outraaopessoa.
devedor mesmo que
- Solidárias: quando existem vários credores que podem
Exemplo: A motorista do automóvel está proibida de exigir uns pelos outros a obrigação, ou vários devedores
estacionar o seu veículo em locais onde houver a placa indica- que podem uns pelos outros cumprir a obrigação.
tiva correspondente. Ela portanto está obrigada a não praticar,
ou a não fazer tal ato, perante o poder público. Exemplo: a obrigação do pagamento da anuidade de
uma cooperativa pode ser exigida pelos vários cooperativados
Como se classicam as obrigações quanto aos aos diversos cooperativados.
seus Elementos?
Quanto aos seus elementos a obrigação pode ser classi- Comopodemaindaserclassicadasasob -
cada em: rigações?

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As obrigações ainda podem ser de meio ou de resultado. rigações do devedor. Pela assunção de dívida esta é pas-
São de meio quando o devedor se obriga a re- sada para outra pessoa que se compromete a cumpri-la. A
alizar determinada obrigação, mas não se responsabiliza assunção de dívida precisa da autorização do devedor.
pelo resultado.
Exemplo: Se uma empresa se funde com outra, for-
Exemplo: a obrigação da prefeitura de repassar os re- mando nova empresa, as dívidas de ambas são assumidas pela
cursos advindos do Governo Federal às famílias cadastradas no nova; houve portanto transmissão de débitos e substituição do
Bolsa-Família, sem a certeza de que as crianças estão realmente devedor, sendo pois a assunção da dívida.
freqüentando a escola.
Como ocorrem os efeitos das obrigações?
São de resultado, quando o devedor assume o
risco pelo objeto nal. Uma vez nascida a obrigação, esta cria para o devedor o
encargo de realizá-la e para o credor o direito de exigi-la,
Exemplo: a obrigação de ter de reparar o dano ao no tempo e modo pactuados. Estes são os seus principais
patrimônio público, causado por pichação. efeitos.
Outro importante efeito da relação jurídica obrigacional
Ocorre ainda a classicação quanto às obrigações civis, é o fato de a morte do devedor não fazer desaparecer a
que são srcinadas pela lei e pelo acordo de vontades, obrigação assumida, transferindo-se o seu cumprimento
pelas quais existe o dever de cumprir e o direito de exigir. para os herdeiros.
Ou naturais em que prevalece a liberalidade, isto é, ao
credor não assiste o direito de exigir e ao devedor a ob- Exemplo: A empresa Alfa S/A possui dívidas com o
rigação de fazer ou não fazer, por falta de contratação ou INSS e o diretor-presidente desta empresa vem a falecer. Neste
previsão da lei. caso, a obrigação de pagamento desta dívida passa a ser dos
Podem, as obrigações também serem classicadas como, herdeiros (mulher e lhos) deste executivo.
de execução instantânea, diferida ou periódica.

Instantânea é a obrigação que se realiza em um


só ato. Como se dá a extinção das obrigações?

Exemplo: pagamento de uma só vez, da pensão ali-


mentícia devida aos lhos, que caram com a sua ex-mulher. A extinção das obrigações pode acontecer de dois modos:
1) Pelo cumprimento da prestação: tem-se o
Diferida, também é obrigação que se realiza em pagamento. Se o devedor executar a prestação assumida,
um só ato, entretanto ato futuro. extingue-se a obrigação.

Exemplo: a obrigação de ter que arcar com as futuras Pagamento: é o cumprimento da prestação por
despesas de ensino superior de seu lho, hoje menor de idade, parte do devedor. Com o pagamento, vale dizer, com a
que vive com sua ex-mulher. realização da prestação assumida, extingue-se a obrigação.
Periódica é aquela que vai se realizando no Exemplo: a empresa Alfa S/A devia ao INSS e qui-
decorrer do tempo. tou a dívida através de pagamento.

Exemplo: a obrigação de ter que arcar com o 2) Pela anulação ou substituição por outra: tem-
pagamento de 1 salário mínimo, até a criança se tornar se a novação, a compensação, a confusão e a remissão.
maior de idade, para a ex-mulher.
Novação: é a criação de uma nova obrigação
Como ocorre a transmissão das obrigações? com a nalidade de extinguir a primeira, isto é, extingue-
se uma obrigação pela criação de uma obrigação nova,
As obrigações tanto do devedor, como os direitos do cre- destinada a substituí-la.
dor podem ser transferidos.
Exemplo: a empresa Alfa S/A pediu revisão do cál-
Cessão de crédito: quando se transferem os di- culo da dívida com o INSS e obteve resultado: sua dívida foi
reitos do credor. Pela cessão de crédito a terceira pessoa reduzida. Extinta a primeira foi substituída pela segunda, de
passa a ser credor no lugar de quem era anteriormente. menor valor.
De regra a cessão de crédito não precisa de autorização
do devedor. Compensação: é a extinção total ou parcial de
Assunção de dívida: quando se transferem as ob- duas obrigações em virtude de serem duas pessoas ao

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mesmo tempo credora e devedora uma da outra. o cumprimento da obrigação acrescida de juros, correção
monetária, honorários advocatícios e multa contratual,
Exemplo: A empresa Alfa S/A possui uma dívida esta última se estipulada em contrato (cláusula penal).
com o INSS porém, também é fornecedora de equipamentos
de informática ao mesmo instituto. Como o valor é muito pare- Exemplo: Uma empresa varejista no ramo de
cido, foi efetuado um acordo de extinção através da compensa- confecções compra de uma indústria roupas de lã para as
ção de dívidas. vendas de inverno, que deveriam ser entregues até o mês
de junho. Entretanto, a fornecedora só entrega a merca-
Confusão: caso o credor se tornar herdeiro do doria em outubro, quando o inverno já passou. Essa mora
devedor ou vice-versa, ou se um terceiro se torna herd- não diminuiu o patrimônio da empresa varejista, mas im-
eiro do credor e do devedor, surgirá a gura da confusão pediu que ela vendesse a mercadoria que comprara, com
que tem por m eliminar a divida existente, devido à im- os lucros previstos. Deixou de ganhar dinheiro numa
possibilidade de o credor agir contra ele próprio.
época propícia.
Exemplo: O lho do proprietário da empresa Beta
se casa com a lha do proprietário da empresa Alfa, a dívida se
extingue.
SEÇÃO 6:

Remissão: é o perdão da divida por parte do cre- O Contrato


dor, que renuncia a seu direito. É um ato de liberalidade
por parte do credor que espontaneamente libera a divida. Como nasce um Contrato?

Exemplo: A empresa Alfa deve à empresa Beta um


Entende-se por contrato o acordo de vontade de duas
determinado valor. A empresa Beta resolve perdoar a dívida ou mais pessoas com a nalidade de adquirir, resguardar,
espontaneamente. modicar ou extinguir direitos (negócio jurídico).
Forma-se o contrato pela conjunção de duas declarações
de vontades concordantes.
E se a obrigação for descumprida? Dois são os atos distintos necessários à formação de um
contrato:
Proposta – uma das partes expressa a sua von-
Quem
de descumpre uma obrigação no prazo se dá o nome
inadimplente. tade, dirigindo-se à pessoa com a qual deseja contratar. É
Para que uma pessoa se torne inadimplente, quando não o momento inicial da formação do contrato; representa
há uma data certa para cumprimento das obrigações, é uma promessa dirigida à pessoa com a qual se contrata.
necessário fazer a sua constituição em mora, que nada Quem faz a proposta denomina-se proponente
mais é do que a noticação judicial ou extrajudicial de que
a pessoa não cumpriu com a obrigação na data aprazada.
Aceitação – esta outra pessoa deve manifestar-
Exemplo: a empresa Alfa S/A deve à empresa Beta se no sentido de concordar ou sentido de concordar ou
pelo fornecimento de materiais de escritório. O contrato não não com a oferta. Quem aceita a proposta
estipulava data de vencimento desta dívida, por isto a empresa é o aceitante. Se a declaração emitida e a
credora decidiu constituir a dívida em mora, gerando uma noti- declaração anteriormente expedida
cação judicial contra a empresa Alfa S/A, sendo considerada coincidem, ocorre o nascimento do
inadimplente. contrato.
Caso a obrigação tenha data certa para cumprimento não No caso da recusa da parte contrária, o contrato nao se
se faz necessária a constituição em mora para gerar a in- forma.
adimplência, bastando
prazo certo para que se que
cria aa obrigação não se cumpra
gura do inadimplente no
(des- A proposta e aceitação
indispensáveis são, pordoconseguinte,
para a formação contrato. elementos
cumpridor da obrigação). É preciso saber se o proponente e o aceitante estão em
lugares diferentes no momento em que houve a proposta
Exemplo: A empresa Alfa S/A deve à empresa Beta ou se estão comunicando-se pessoalmente. No primeiro
pelo fornecimento de materiais de escritório. Caso a empresa caso, o contrato se diz entre ausentes; no segundo, entre
Alfa não honre os pagamentos na data determinada pelo con-
presentes.
trato, ela será considerada inadimplente.
 Comoo sco ntratoss ecl assicamqu antoa
A parte lesada pelo atraso da outra pode reclamar per- localização?
das e danos pelos prejuízos absorvidos e pela perda de
lucratividade (lucros cessantes), sendo ainda lícito exigir

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1) Contrato entre Presentes: se entre presentes, prindo a sua prestação, mas qual será a prestação do vendedor?
ou seja, se o proponente e o aceitante estão comunican- Não sabe o vendedor quanto terá de pagar, ou se terá de pagar,
do-se pessoalmente por ocasião da proposta, mesmo que enquanto o comprador não sabe o quanto irá receber ou se
isso ocorra por telefone, a proposta obriga o proponente receberá.
a realizar o prometido, nas condições e no modo em que
foi formulada, caso tenha sido imediatamente aceita. Caso - Paritários e de adesão: paritários são aqueles em que
contrário, o proponente não é obrigado a mantê-la. O ambas a partes de comum acordo xam as regras do con-
proponente, se conceder à parte contrária um prazo para trato, sendo que de adesão são aqueles em que as cláusu-
a resposta, não poderá retirá-la enquanto não transcorrer las são xadas unilateralmente por um dos contratantes
o prazo, sob pena de responder por perdas e danos. e aceitas em massa pelo outro, que nada destas pode rec-
lamar.
Exemplo: No caso de um proprietário de um es-
tabelecimento comercial alugar para um lojista. O contrato é Exemplo: Paritários: um contrato de prestação de
fechado entre os dois, estando presentes em cartório. serviços de manutenção em um condomínio / Adesão: um
contrato de abertura de conta em um banco, onde já vem im-
presso e o cliente nem o gerente do banco tem o poder de
2) Contrato entre Ausentes: As partes alterá-lo.
contratantes, caso não estejam uma em presença da out-
ra, devem comunicar-se através de correspondência para - De execução instantânea, diferida ou de trato suces-
o aperfeiçoamento do contrato. Haverá, então, uma de- sivo: instantâneos são aqueles que se consumam em ap-
mora, tanto para a proposta chegar ao conhecimento do enas um ato, assemelhado ao diferido, só que o ato neste
aceitante como para a aceitação chegar ao endereço do é futuro, já o de trato sucessivo é aquele que vai se reali-
proponente. Portanto, tanto a proposta como a aceitação zando em partes.
ocorre em momentos distintos e sucessivos para a efetiva
formação do contrato Exemplo: compra e venda à vista / prestação de ser-
viços e compra e venda à prazo.
Exemplo: Uma empresa envia catálogo de produtos
ao cliente e esta faz o pedido por correio eletrônico.
- Personalíssimos e impessoais: personalíssimos são
ComopodemserclassicadososContratos? aqueles contratos realizados em atenção ao estado de cer-

ta pessoa,
vivos por isso
ou causa não podem
morte. ser cedidos
Impessoais por ato
são aqueles queentre
não
Os contratos podem ser classicados de variadas formas:
levam em conta exclusivamente o estado pessoal de certo
Unilaterais e bilaterais: unilateral é o que cria obrigação contratante.
a apenas uma das partes, enquanto bilaterais criam ob-
rigações para ambas às partes. Exemplo: culturais, prossionais, artísticos / entre
empresas.
Exemplo: Unilateral: a doação simples, o comodato;
Bilateral:compra e venda, um transfere a propriedade da coisa e - Individuais e coletivos: individual é o que diz respeito
outro paga o preço. ao interesse de apenas uma pessoa, enquanto coletivo
representa um gama de pessoas, uma coletividade.
- Gratuitos e onerosos: gratuitos são aqueles que em
que apenas uma das partes aufere benefícios ou vanta- Exemplo: Na compra e venda, pode uma pessoa
contratar com outra ou com um grupo de pessoas / as conven-
gens, ao tempo que oneroso é o contrato em que ambas ções coletivas de classe de trabalhadores.
as partes auferem benefícios e vantagens.
- Principais e acessórios: os principais têm existência
Exemplo:
Oneroso: a compra eGratuito:
venda deaum
doação, sem nenhum encargo;
imóvel. própria
istirem. e os acessórios dependem dos primeiros para ex-
- Comutativos e aleatórios: os primeiros são de presta- Exemplo: compra e venda; locação / cláusula penal,
ção certa e determinada enquanto aleatórios são aqueles ança, etc.
que estão ligados a sorte, ao risco, ao acaso.
- Solenes e não solenes: estes não obedecem a qualquer
Exemplo: Comutativo: numa compra e venda, o forma legal, enquanto aqueles possuem forma a ser res-
comprador sabe o valor da coisa que receber e o preço que peitada.
terá de pagar, enquanto o vendedor já sabe o valor da coisa que
vendeu e o preço que vai receber por ela; Aleatório: a compra
de um bilhete de loteria: o comprador paga o preço certo, cum- Exemplo: escritura pública na alienação de imóvel,
testamento, etc. / contratos de locação e comodato.

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- Consensuais e reais: consensuais são aqueles que se


perfazem com o consentimento, ao tempo que reais se Ação Edilícia:
aperfeiçoam com a tradição. No caso de garantia por vícios
redibitórios, as ações cabíveis são
as edilícias, quais sejam:
Exemplo: compra de bens móveis / os depósitos e o
a) a redibitória, em que se tem a
comodato. entrega por parte do vendedor do
recebido, mais perdas e danos; e
- Nominados, inominados, mistos e coligados: nomi- b) a estimatória, em que se tem o
nados são aqueles previstos em lei; inominados os que valor do objeto contratual reavali-
não possuem previsão legal, exige uma minuciosa espe- ado a m de que o valor do bem
cicação dos direitos e obrigações de cada parte, por não que compatível com a qualidade
terem uma disciplina legal; mistos são os contratos resul- do mesmo perdida, sem culpa do
adquirente.
tantes da inominado;
contrato união de vários contratos
coligados são osformando
contratosum
quenovo
sur-
gem da união de outros, mas que mantém as característi-
cas de seus srcinadores. O que é Evicção?

Exemplo: Nominados: contratos de compra e venda, Evicção é a perda do bem em virtude de decisão judicial,
de doação, e de locação – Inominados: são os que resultam ou seja, as partes podem ajustar a garantia de que o vend-
de um acordo de vontades, não tendo, porém, as sua carac- edor garanta ao comprador todos os direitos de posse ou
terísticas e requisitos denidos e regulados na lei – Coligados: propriedade contra decisões judiciais que possam atribuir
o contrato celebrado pelas distribuidoras de petróleo com os a posse ou a propriedade a terceira pessoa.
exploradores de postos de gasolina, que engloba, em geral, var-
ias avenças interligadas, como fornecimento de combustíveis,
A garantia contra evicção existe pela lei, não precisando
arrendamento das bombas, locação de prédios e nanciamento, de disposição contratual para tanto. As partes podem as
etc. partes ampliar, diminuir ou até excluir o direito de garan-
tia contra evicção mediante cláusula no contrato.
O que são Vícios Redibitórios?
Os objetos dos contratos comutativos podem apresen- Exemplo: A empresa Alfa Ltda adquire um veículo
tar defeitos ou vícios ocultos que as partes desconhecem, de Beta Ltda, por um contrato de compra e venda regularmente
tornando impróprio o bem para uso ou diminuindo seu estipulado; pagou o preço e registrou o veículo em seu nome,
no órgão competente. Todavia, alguns meses depois, aparece
valor. um Ocial de Justiça com a polícia e apreende aquele veícu -
lo, levando-o das mãos da compradora. O Ocial de Justiça
Nestes casos o adquirente pode rejeitar o objeto e re- apreendeu aquele veículo, em cumprimento de um mandato
solver pôr m ao contrato, ou requerer diminuição do judicial; a justiça dera uma sentença, declarando como propri-
preço, através das conhecidas ações edilícias, que podem etária dele uma outra pessoa, a Gama Ltda. Sem que Alfa Ltda
ser redibitórias, quando a parte deseja rescindir o con- soubesse, Gama Ltda entrara na justiça, reclamando a posse e a
trato, ou estimatória, quando a parte deseja o abatimento propriedade do veículo, e obteve para si a procedência da ação.
no preço do bem adquirido. Alfa Ltda foi obrigada a entregar o veículo, pois era uma de-
terminação judicial, embora fosse um adquirente de boa-fé.
Acontece, porém, que a vendedora do veículo, a Beta Ltda
Exemplo: na aquisição de um apartamento, o com-
não poderia ter vendido aquele veículo. Alfa Ltda foi vítima de
prador descobre que as paredes estão apresentando rachaduras
evicção, pela qual ela perdeu a posse de uma coisa que adquiriu,
que podem comprometer a integridade da construção.
mas a justiça decidiu que a legítima proprietária dessa coisa era
a Gama Ltda.
A ação redibitória vai exigir a substituição do bem ad-
quirido por outro (ou devolução do valor pago), no caso Como ocorre a extinção de um Contrato?
de não haver possibilidade de reparação; ou a ação será
estimatória, no caso de ser possível a reparação, porém Execução: é a forma normal de extinção de um con-
com a redução do preço anteriormente acertado no con- trato, também chamada de solução. Observa-se quando
trato. todas as partes cumprem as obrigações decorrentes do
O prazo para propositura das referidas ações que visam contrato.
discutir os vícios redibitórios é de trinta dias para os bens
móveis e um ano para os imóveis, a contar da transmissão Exemplo: Contrato de compra e venda em que um
do bem. fumante compra um maço de cigarros e paga o preço dele: o
vendedor entregou a mercadoria e o comprador pagou o preço.
Se as duas partes cumpriram sua prestação, o contrato deixou
de existir, extinguiu-se. É a natural solução do contrato; atingiu

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seu objetivo. Preempção ou preferência: direito do condômino


Resolução: srcinada pela inadimplência. ter preferência em adquirir o imóvel locado. Ex.: no caso
de venda um imóvel onde reside, o condômino passa da
Exemplo: quando um comprador vai a uma loja condição de proprietário à de locatário. A preempção as-
adquirir um fogão e assume várias prestações futuras. Se este segura à este o direito de readquirir a coisa que foi sua,
comprador não cumprir o contrato e não pagar as prestações, o caso o atual proprietário pretenda vendê-la.
contrato pode ser extinto e o bem ser devolvido à loja. - Reserva de domínio: cláusula que dispõe que enquanto
não for pago todo o preço ajustado pelo bem a proprie-
Resilição: srcinada pelo interesse das partes em por dade é do vendedor, podendo este reaver o bem em caso
m ao contrato. de inadimplência. Este caso é muito comum nos parcela-
mentos do pagamento.
Exemplo: no contrato de trabalho, em que é chama-
da erroneamente de rescisão. O empregador não pretende mais
manter a relação contratual trabalhista com seu empregado e 2) CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
lhe dá aviso de sua decisão.
É o contrato mediante o qual uma parte se obriga a pre-
star determinado serviço em troca de retribuição. É um
Morte do contratante: quando o contrato é person- contrato bilateral, oneroso e consensual.
alíssimo.
Exemplo: Contrato entre duas empresas de forma
Exemplo: o contrato judicial de casamento é extinto que uma delas prestará serviço de limpeza e portaria à outra.
com a morte de um dos consortes.
3) CONTRATO DE MANDATO
Quais são os tipos de Contratos existentes?
Mandato, por sua vez, é o contrato segundo o qual uma
Inúmeras são as espécies de contratos típicos previstos na pessoa se obriga a praticar atos ou a administrar interesses
lei. Entretanto você vai estudar aquelas que mais condi- em nome e por conta de outrem. O traço característico
zem com a prossão do corretor de imóveis. do mandato é a representação, isto é, alguém, não po-
dendo ou não querendo realizar determinado ato jurídico,
1) CONTRATO DE COMPRA E VENDA outorga poderes á outra pessoa para representá-lo.
O contrato de compra e venda é um só, apesar de de- Quem confere os poderes para a prática dos atos tem o
nome de mandante; aquele à quem os poderes são con-
nominar-se compra e venda. Uma compra sempre pres- feridos chama-se mandatário ou procurador. Procurador
supõe uma venda e vice-versa. É aquele segundo o qual é aquele que se utiliza da procuração, instrumento repre-
o vendedor se obriga a transferir o domínio de uma coisa sentativo do mandato que confere poderes a uma pessoa
ao comprador, mediante o pagamento, por este, de certo para que ela possa agir segundo o mandante.
preço em dinheiro.
Exemplo: Nomeação de um procurador para gerir os
Para o aperfeiçoamento do contrato basta a presença do seus bens, em outra localidade, conferindo-lhe poderes especí-
acordo de vontades do comprador e do vendedor sobre cos para este m.
um objeto (a coisa negociada) e a existência do preço. Mas
o contrato não signica a transferência da propriedade da 4) COMISSÃO
coisa, isto porque o contrato de compra e venda, por si
só, não transfere a propriedade das coisas. Ele cria apenas É o contrato no qual uma das partes se obriga a realizar
uma obrigação (promessa) de transferir a propriedade. negócio em favor da outra, segundo instruções daquela,
mas em seu nome. Este contrato é bilateral, consensual,
Para a transferência da propriedade da coisa é preciso,
após realização do contrato, a efetiva entrega da coisa, no oneroso
Por regraeosolene.
comissário (quem se obriga em nome próprio
caso de bens móveis, ou registro da escritura no cartório por terceiros) não responde pela insolvência da pessoa
no caso dos imóveis. com a qual contratou a gosto do comitente (aquele que
da as regras para o comissário realizar negócio em nome
próprio para si), salvo estipulação em contrário no con-
A compra e venda podem conter algumas cláu- trato, que pode outorgar responsabilidade pela insolvên-
sulas que lhe atribui características especiais, a saber: cia ao comissário.
Retrovenda: quando o vendedor assegura o direito de Exemplo: O contrato de empréstimo para con-
ter preferência na aquisição do bem quando o comprador strução de um estabelecimento comercial entre o empresário e
resolver aliená-lo. o órgão nanciador é intermediado por um banco denido por

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
este. Este banco passa a ser o comissário e o tipo de contrato é va, religiosa, cientíca, artística, literária etc.
chamado de Contrato de Comissão. O ato que dá srcem a uma sociedade recebe o nome
especíco de contrato social.
5) CONTRATO DE CORRETAGEM O contrato social é a peça jurídica principal utilizada para
a constituição da sociedade. Nele são estabelecidas as
Contrato pelo qual uma pessoa não ligada à outra em vir- cláusulas e condições sob as quais a sociedade será regida,
tude de mandato, de prestação de serviços ou comissão, representando as regras básicas de conduta e convivência
obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios, entre os sócios.
conforme as instruções recebidas.
O corretor aproxima pessoas interessadas na realização de Exemplo: O contrato social da empresa de turismo
determinado negócio, fazendo jus a uma retribuição caso CTC S/A.
este se concretizar. A remuneração será devida quando o

negócio
A se realizar
corretagem por fruto
é contrato da aproximação
bilateral, realizada.
consensual, acessório,
oneroso, aleatório e não solene. RESUMO

Exemplo: É o contrato estabelecido entre o vend- Com o objetivo de tornar possível a vida em sociedade, o
edor e o Corretor de Imóveis, com a nalidade de comercial- Estado impõe uma série de normas jurídicas.
ização de seu bem imóvel. A palavra Direito vem do latim directum, do verbo di-
rigere, que signica, etimologicamente, o que é reto, o que
6) ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA não se desvia, que segue em uma só direção, ou seja, tudo
aquilo que é conforme a razão, à justiça, e à equidade;
A alienação duciária é uma garantia numa operação de signica, objetivamente, um complexo de normas de agir
nanciamento para aquisição de bem móvel durável ou constituído pela soma de preceitos, regras e leis, com as
até mesmo imóvel; concomitantemente aliena-se esse respectivas sanções que regem as relações do homem em
bem ao nanciador, como garantia do pagamento da sociedade.
divida contraída. A pessoa que recebe o nanciamento Direito é a ciência que estuda as regras obrigatórias que
e aliena o bem em garantia ao credor é denominada (- regulam as relações dos homens em sociedade, cuja carac-
duciante); o nanciador é o (duciário). Este é o credor, terística predominante está na coação social utilizada pela
aquele que adquire o bem em garantia, embora o bem própria sociedade,para fazer respeitar os seus deveres ju-
que em poder do duciante (vendedor), que será, por rídicos, a m de manter a harmonia dos interesses gerais
isso, o seu depositário. e assegurar a ordem jurídica.
Domicílio é a sede da atividade de uma pessoa, o lugar em
Exemplo: Para obtenção de nanciamento para am- que mantém o seu estabelecimento ou xa a sua residên-
pliação de sua fábrica, a empresa Kamarada S/A forneceu ao cia. O domicílio desempenha importante papel nos siste-
banco que emprestará o montante, um galpão, de sua proprie- mas jurídicos, pois determina o foro competente para as
dade, que cará alienado duciariamente ao banco, como ga- ações fundadas em direito pessoal e em direito real sobre
rantia do pagamento. bens imóveis.
O contrato é a intervenção de duas ou mais pessoas que
7) CONTRATO FIANÇA acordam sobre determinada coisa. O requisito essencial
do contrato é a manifestação da vontade dos interessados.
A ança é um contrato através do qual uma pessoa se ob- Qualquer que seja a sua forma, gera obrigações.
riga por outra a satisfazer uma obrigação, caso o devedor Os contratos podem ser unilaterais ou bilaterais; título
não a cumpra. A pessoa que assume a ança tem o nome gratuito ou título oneroso; nominados e inominados;
de ador; aquele a quem o ador garante é o aançado. consensuais e formais; principais e acessórios; de adesão
Exemplo: A Srª Regina Alves vai alugar uma sala co- e reais.
mercial e lhe foi solicitado um ador para o fechamento do Os elementos dos contratos são: a capacidade dos
contrato de locação. contratantes, o objeto lícito de apreciação econômica e
o aspecto legal.
8) CONTRATO SOCIAL As principais modalidades de contrato são: compra e ven-
da, troca, doação, locação, comodato, mútuo, mandato.
A sociedade oriunda de um contrato caracteriza-se pela
comunhão de interesses de cada sócio, que, com recursos
ou atividades, visam a alcançar um o comum. Tal m
pode ter caráter ideal ou econômico, ou seja, os sócios
podem visar a lucros ou a interesses de natureza esporti-

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

privado ou público, para prestar serviços em localidades


diversas daquela do início do contrato, e se noticar, por
UNIDADE 2 escrito, o locador com prazo de, no mínimo, 30 (trinta)
dias de antecedência da transferência.
A Lei do Inquilinato
Quais as outras formas de ser desfeita uma locação?

SEÇÃO 1: A locação poderá ser desfeita por vários motivos, quais


sejam:
Noções gerais da locação de imóveis Quando houver acordo mútuo.
Quando houver prática de infração legal ou contratual.

ATENÇÃO! Exemplo: eseo no


bindo a sublocação contrato
locatário houverouma
sublocar cláusula
imóvel, proi-
o locador
pode desfazer a locação.
A locação de imóvel urbano está regulamentada na Lei nº
8.245/91, mais conhecida como Lei do Inquilinato. Quando houver da falta de pagamento do aluguel e
Muitos imóveis não são regulados por esta Lei, sendo que demais encargos.
o Código Civil e as leis especiais são os responsáveis por
esses imóveis. Exemplo: quando o locatário sustar o pagamen-
to, sem justicativa ou aviso, o locador pode desfazer a
O Código Civil regula as seguintes categorias: locação.

a) Imóveis de propriedade da União, dos Es- Quando for necessária a realização de reparações ur-
tados e dos Municípios, de suas autarquias e fundações gentes determinadas pelo Poder Público, que não possam
públicas. ser normalmente executadas com a permanência do loca-
tário no imóvel ou, caso possa, ele se recuse a consenti-
b) Vagas autônomas de garagem ou de espaços las.
para estacionamento de veículos.
c) Espaços destinados à publicidade. Exemplo: no caso de um prédio com sérios prob-
d) Apart-hotéis, hotéis-residência ou equipara- lemas estruturais, o locador pode desfazer a locação para efetu-
ar os reparos necessários.
dos.
e) O arrendamento mercantil, em qualquer de
suas modalidades. É permitida a sublocação do imóvel?

Arrendamento: A sublocação é o ato de dar a terceiro em nova locação no


Contrato pelo qual uma pessoa todo ou em parte, o imóvel do qual se é locatário.
cede a outra, por prazo certo e A cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do
preço convencionado, o uso e imóvel, total ou parcialmente pelo locatário dependem
gozo de bens imóveis ou con-
siderados imóveis, e de certos do consentimento prévio e escrito do locador.
móveis: prédios rústicos ou ur- Na sublocação, é livre a convenção do aluguel, vedada a
banos, estradas de ferro, navios, sua estipulação em moeda estrangeira e a sua vinculação à
aviões, minas, pedreiras, au- variação cambial ou ao salário mínimo.
tomóveis, caminhões, etc. O aluguel da sublocação não poderá exceder o da loca-
ção, nas habitações coletivas multifamiliares, a soma dos

Qual o prazo permitido para locação de um aluguéis não poderá ser superior ao dobro do valor da
locação.
imóvel urbano?
O descumprimento autoriza o sublocatário a reduzir o
A locação de imóvel urbano pode ser xada por qualquer aluguel ate os limites nele estabelecidos.
prazo, não podendo o locador exigir o imóvel antes do
Exemplo: A Informe S/A, escola de informática,
prazo xado e nem o locatário devolvê-lo antes, salvo pa-
alugou um prédio para instalar a sua escola. Porém, algumas
gando a multa contratualmente prevista. salas de aula caram ociosas e, por esta razão, ela decidiu alugar
uma destas salas, que cava localizada no térreo do prédio, para
? um empreendedor montar uma livraria de livros usados. Isto se
O locatário pode devolver o imóvel antes do prazo
O locatário cará dispensado da multa se a devolução do caracteriza como sublocação.
imóvel decorrer de transferência, pelo seu empregador,

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

processo e até ser prolatada a sentença de primeira instân-


Como é efetuado o reajuste do aluguel? cia, devendo o autor promoveos depósitos nos respec-
tivos vencimentos.
É licito às partes xar, de comum acordo, novo valor
para o aluguel, bem como inserir ou modicar cláusula
de reajuste. É possível se promover a revisão do valor do
Não havendo acordo, o locador ou o locatário, após três aluguel?
anos de vigência do contrato ou do acordo anteriormente
realizado, tanto locador quanto locatário poderão pedir O locador e o locatório podem promover uma ação de
revisão judicial do aluguel, a m de ajustá-lo ao preço do revisar o aluguel seja para aumentar ou diminuir a quantia
mercado. contratada. Não caberá ação revisional na pendência de
Salvo as hipóteses da locação para temporada e nos de- prazo para desocupação do imóvel.
mais casos previstos
pagamento antecipadoemdo
lei,aluguel.
o locador não poderá exigir o
A ação de
intuito revisional
que lhepermite ao locatário
seja concedido, entrardeemprorrogar
o direito juízo no
(renovar) o prazo de locação, desde que preenchidos os
Quando e como é efetuada a Ação de Despejo? requisitos legais.

Seja qual for o fundamento do término da locação, a ação A ação revisional consiste em revisar o valor do aluguel
do locador para reaver o imóvel é a de despejo. e ação renovatória é o processo para renovar o contrato
Imissão: de aluguel, mesmo após ter nalizado o prazo contratual,
Ato ou efeito de imitir, de fazer são dois conceitos completamente diferentes.
entrar, de colocar ou estabel-
ecer na posse de alguma coisa Exemplo:Ação renovatória consiste no locatário en-
ou do direito. Imissão de posse: trar em juízo para que lhe seja concedido o direito de prorrogar
Investidura na posse de alguma (renovar) o prazo de locação, desde que preenchidos os requisi-
coisa. tos legais.
Salvo quando a locação ter-
mina em decorrência de desa-
propriação, com a imissão da SEÇÃO 2:
. posse do imóvel

Exemplo:Quando o locatário abandona o imóvel, Deveres do Locador e do Locatário


efetua-se a imissão de posse, ou seja, a restituição do imóvel ao
seu proprietário. Quais são os deveres do Locador?

O despejo é também a desocupação compulsória (ob-


rigatória) por decisão judicial de um imóvel alugado. É o O locador é obrigado a:
direito do locador de exigir a desocupação ou restituição I. Entregar ao locatário o imóvel
nos casos preestabelecidos pela lei. alugado em estado de servir ao uso
O locatário poderá denunciar a locação por prazo inde- a que se destina.
terminado (devolver o imóvel) mediante aviso por escrito II. Garantir, durante o tempo da locação, o uso pacíco
ao locador, com antecedência mínima de 30 (trinta dias). do imóvel locado.
III. Manter, durante a locação, a forma e o destino do
Na ausência do aviso, o locador poderá exigir quantia cor- imóvel.
respondente a um mês de aluguel e encargos, vigentes IV. Responder pelos vícios ou defeitos anteriores a loca-
quando da rescisão de contrato. ção.

Em casos
cio ou de separação
dissolução de fato, separação
da sociedade judicial,
concubinária, divór-
a locação V. Fornecer
nuciosa ao locatário,
do estado casoquando
do imóvel, este solicite,
de suadescrição mi-
entrega, com
prosseguirá automaticamente com o cônjuge ou compan- expressa referência aos eventuais defeitos existentes.
heiro que permanecer no imóvel. VI. Fornecer ao locatário recibo discriminado das im-
portâncias por este pagas, vedada a quitação genérica.
O locador pode efetuar depósito judicial? VII. Pagar as taxas de administração imobiliária, se hou-
ver, e de intermediações, nestas compreendidas as despe-
O locador pode efetura o depósito quando o credor in- sas necessárias à aferição da idoneidade do pretendente
justamente recusar o recebimento, ou na impossibilidade ou de seu ador.
de fazê-lo, proceder ao depósito judicial das quantias dev- VIII. Pagar os impostos e taxas, e ainda o prêmio de se-
idas. O depósito envolverá a quitação das obrigações que guro complementar contra fogo, que incidam ou venham
vencerem durante a tramitação do a incidir sobre o imóvel, salvo disposição expressa em

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contrário no contrato. mandatário, mediante combinação prévia de dia e hora,


IX. Exibir ao locatário, quando solicitado, os comprov- bem como admitir que seja o mesmo visitado e exami-
antes relativos às parcelas que estejam sendo exigidas. nado por terceiros, na hipótese prevista no art. 27.
X. Pagar as despesas extraordinárias de condomínio. Por X. Cumprir integralmente a convenção de condomínio e
despesas extraordinárias de condomínio se entendem os regulamentos internos.
aquelas que não se reram aos gastos rotineiros de ma- XI. Pagar o prêmio do seguro de ança.
nutenção do edifício, especialmente: XII. Pagar as despesas ordinárias de condomínio.
- Obras de reformas ou acréscimos que interes-
sem a estrutura integral do imóvel. O que são Despesas
Ordinárias de Condomínio?
- Pintura das fachadas, empenas, poços de aera-
ção e iluminação, bem como das esquadrias externas. Por despesas ordinárias de condomínio se entendem as
- Obras destinadas a repor as condições de hab- necessárias à administração respectiva, especialmente:
itabilidade do edifício. trabalhistas e previdenciárias pela
- Indenizações a) Salários,
previdenciárias encargos
e sociais trabalhistas,docontribuições
dos empregados condomínio.
dispensa de empregados ocorridas em data anterior ao b) Consumo de água e esgoto, gás, luz e força
início da locação. das áreas de uso comum.
- Instalação de equipamentos de segurança e de c) Limpeza, conservação e pintura das instala-
incêndio, de telefonia, de intercomunicação, de esporte e ções e dependências de uso comum.
de lazer. d) Manutenção e conservação das instalações e
- Despesas de decoração e paisagismo nas partes equipamentos hidráulicos, elétricos, mecânicos e de segu-
de uso comum. rança, de uso comum.
- Constituição de fundo de reserva. e) Manutenção e conservação das instalações e
equipamentos de uso comum destinados a pratica de es-
Quais são os deveres do Locatário? portes e lazer.
f) Manutenção e conservação de elevadores, por-
O locatário é obrigado a: teiro eletrônico e antenas coletivas.
g) Pequenos reparos nas dependências e instala-
I. Pagar pontualmente o aluguel legal ções elétricas e hidráulicas de uso comum.
e os encargos da locação contratualmente h) Rateios de saldo devedor, salvo se referentes a
exigíveis, no prazo estipulado ou, em sua período anterior ao início da locação.
falta, até o sexto dia útil do mês seguinte i) Reposição do fundo de reserva, total ou par-
ao vencido, no imóvel locado, quando outro local não ti- cialmente utilizado no custeio ou complementação das
ver sido indicado no contrato. despesas referidas nas alíneas anteriores, salvo se referen-
II. Servir-se do imóvel para uso convencionado ou pre- tes a período anterior ao inicio da locação.
sumido, compatível com a natureza deste e com o m a
que se destina, devendo tratá-lo com o mesmo cuidado
como se fosse seu. ATENÇÃO!
III. Restituir o imóvel, nda a locação, no estado em que
o recebeu, salvo as deteriorações decorrentes do seu uso
normal. Atribuída ao locatário a responsabilidade pelo pagamen-
IV. Levar imediatamente ao conhecimento do locador o to dos tributos, encargos e despesas ordinárias de con-
surgimento de qualquer dano ou defeito cuja reparação domínio, o locador poderá cobrar tais verbas juntamente
a este incumba, bem como as eventuais perturbações de com o aluguel do mês a que se reram. Se o locador an -
terceiros. tecipar os pagamentos, a ele pertencerão as vantagens daí
V. Realizar a imediata reparação dos danos vericados no advindas, salvo se o locatário reembolsá-lo integralmente.
imóvel, ou nasfamiliares,
dependentes, suas instalações,
visitantesprovocados por si, seus
ou prepostos. Necessitando
ção incumba aoo locador,
imóvel deo locatário
reparos urgentes, cuja
é obrigado realiza-
a consen-
VI. Não modicar a forma interna ou externa do imóvel ti-los. Se os reparos durarem mais de dez dias, o locatário
sem o consentimento prévio ou por escrito do locador. terá direito ao abatimento do aluguel, proporcional ao
VII. Entregar imediatamente ao locador os documentos período excedente; se mais de trinta dias, poderá rescindir
de cobrança de tributos e encargos condominiais, bem o contrato.
como qualquer intimação, multa ou exigência de autori-
dade publica, ainda que dirigida ao locatário. Quais as garantias que o locador pode exigir?
VIII. Pagar as despesas de telefone e de consumo de luz No contrato de locação, pode o locador exigir do loca-
e gás, água e esgoto. tário as seguintes modalidades de garantia:
IX. Permitir a vistoria do imóvel pelo locador ou por seu I. Caução.

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Exemplo.: depósito em caderneta de poupança, ab- O locador pode exigir


novo fiador ou nova garantia?
erta para este m, igual a três meses de aluguel.
O locador poderá exigir novo ador ou a substituição da
II. Fiança. modalidade de garantia, nos seguintes casos:
I. Morte do ador.
Exemplo: responsabilidade ou garantia assumida por II. Ausência, interdição, falência ou insolvência do ador,
terceira pessoa, que se responsabiliza, total ou parcialmente, declaradas judicialmente.
pelo cumprimento da obrigação do devedor, caso este não a III. Alienação ou gravação de todos os bens imóveis do
cumpra. ador ou sua mudança de residência sem comunicação
ao locador.
III.Segurodeançalocatícia.
IV. Exoneração do ador.
Exemplo: seguro cedido por uma seguradora que
se responsabiliza total ou parcialmente, pelo cumprimento da
V. Prorrogação
do da locação
a ança ajustada por certo.
por prazo prazo indeterminado, sen-
obrigação do devedor caso este não cumpra, mediante o paga- VI. Desaparecimento dos bens móveis. Ex.: se o ador
mento do prêmio do seguro. sofreu um arrombamento em sua casa e foram levados
os seus bens (jóias, eletro-eletrônicos, computador, au-
É vedada, sob pena de nulidade, mais de uma das modali- tomóvel, etc.), o locador tem o direito de solicitar a sub-
dades de garantia num mesmo contrato de locação. stituição do ador por outro.
VII. Desapropriação ou alienação do imóvel.
Quais as formas de Caução?

A caução poderá ser em bens móveis ou imóveis, din- ATENÇÃO!


heiro ou títulos.
a) A caução em bens móveis deverá ser registrada em
Cartório de Títulos e Documentos. O seguro de ança locatícia abrangerá a totalidade das
Averbação: obrigações do locatário.
Nota aposta à margem de um registro público, menciona- Não estando a locação garantida por qualquer das mo-
ndo as ocorrências que o alteram ou anulam em relação a dalidades, o locador poderá exigir do locatário o paga-
pessoas ou coisas: averbação da extinção da hipoteca, da mento do aluguel e encargos até o sexto dia útil do mês
sentença de separação do dote, etc. vincendo.
b) A caução em bens imóveis deverá ser averbada a mar-
gem da respectiva matrícula.
SEÇÃO 3:
Exemplo: quando o locatário dá um imóvel seu,
como caução, ele deverá ir ao Cartório de Registro de Imóveis e Locação Residencial
solicitar a averbação desta sua decisão no registro de seu imóv-
el. Nas locações ajustadas por escrito e por prazo igual ou
superior a 30 (trinta) meses, a resolução do contrato ocor-
c) A caução em dinheiro, que não poderá exceder o rerá ndo o prazo estipulado, independentemente de no-
equivalente a três meses de aluguel, será depositada em ticação ou aviso.
caderneta de poupança, autorizada pelo Poder Público e Findo o prazo ajustado, se o locatário continuar na posse
por ele regulamentada, revertendo em benefício do loca- do imóvel alugado por mais de trinta dias sem oposição
tário todas as vantagens dela decorrentes por ocasião do do locador, presume-se prorrogada a locação por prazo
levantamento da soma respectiva. indeterminado, mantidas as demais cláusulas e condições
d) A caução
prazo emdias,
de trinta títulos
eme caso
açõesdedeverá ser substituída,
concordata, no
falência ou do contrato.
Neste caso o imóvel somente poderá ser retomado nos
liquidação das sociedades emissoras. seguintes casos:
I. Por mútuo acordo.
Exemplo: se for dada como caução títulos ou ações II. Em decorrência da prática de infração legal
de uma empresa e se esta empresa falir ou pedir concordata, o ou contratual.
locatário deverá substituir estas ações ou títulos por os de outra III. Em decorrência da falta de pagamento do
empresa. aluguel e demais encargos.
Salvo disposição contratual em contrário, qualquer das IV. Para a realização de reparações urgentes de-
garantias da locação se estende ate a efetiva devolução terminadas pelo Poder Público, que não possam ser nor-
do imóvel. malmente executadas com a permanência do locatário no

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imóvel ou, podendo, ele se recuse a consenti-las.


V. Em decorrência de extinção do contrato de Em que outros casos o proprietário pode pe-
trabalho, se a ocupação do imóvel pelo locatário estiver dir a retomada do imóvel?
relacionada com o seu emprego.
VI. Se for pedido para uso próprio, de seu côn- O proprietário pode também pedir a retomada do imóvel,
juge ou companheiro, ou para uso residencial de ascen- por meio da Justiça, com uma ação ordinária de despejo,
dente ou descendente que não disponha, assim como seu nos seguintes casos:
cônjuge ou companheiro, de imóvel residencial próprio. falta de pagamento do aluguel;
VII. Se for pedido para demolição e edicação infração legal ou contratual;
licenciada ou para a realização de obras aprovadas pelo recusa em permitir reforma determinada pelo
Poder Público, que aumentem a área construída em, no poder público;
mínimo,vinte por cento ou, se o imóvel for destinado a alienação, cessão ou venda do imóvel.
exploração de hotel
VIII. ou pensão,
Se a vigência em cinqüenta
ininterrupta por cento.
da locação ultra-
passar cinco anos. SEÇÃO 4:

Locação Não Residencial


ATENÇÃO!
Considera-se locação não residencial quando o locatário
for pessoa jurídica e o imóvel destinar-se ao uso de seus
Na hipótese dos itens VI, a necessidade deverá ser judi- titulares, diretores, sócios, gerentes, executivos ou em-
cialmente demonstrada, se: pregados.
a) O readquirente, alegando necessidade de usar o imóvel,
estiver ocupando, com a mesma nalidade, outro de sua Exemplos
propriedade situado na mesma localidade ou, residindo O imóvel locado para utilização de uma empresa qualquer
ou utilizando imóvel alheio, já tiver retomado o imóvel é considerado não residencial.
anteriormente;
b) O ascendente ou descendente, beneciário da reto- Em que condições o locatário terá direito à
mada, residir em imóvel próprio. renovação do contrato?
Nas hipóteses dos itens VI e VI, o retomante deverá
comprovar ser proprietário, promissário-comprador ou Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o loca-
promissário cessionário, em caráter irrevogável, com tário terá direito à renovação do contrato, por igual prazo,
imissão na posse do imóvel e título registrado junto à desde que, cumulativamente:
matrícula do mesmo.
Ocorrendo a prorrogação do contrato, o locador poderá I. O contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e
denunciar o contrato a qualquer tempo, concedido o pra- com prazo determinado.
zo de trinta dias para desocupação. II. O prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma
dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de 5
Em que consiste a Denúncia Vazia? (cinco) anos.
III. O locatário esteja explorando seu comércio, no mes-
A denúncia vazia consiste na retomada do imóvel pelo mo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de 3 (três)
proprietário. Como diz o nome, o m de um contrato anos.
sem justicativa expressa. Essa gura jurídica havia sido a) O direito assegurado neste caso poderá ser ex-
abolida na antiga Lei do Inquilinato e foi revalidada pela ercido pelos cessionários (pessoa a quem se transfere um
lei nº 8.245. direito ou obrigação) ou sucessores (Aquele que herda;
A retomada
seguintes do imóvel sem motivo pode ser aplicada nos
casos: herdeiro.
qüente) daNatural
locação;que
no segue
caso deimediatamente a outro;
sublocação total se-
do imóv-
el, o direito a renovação somente poderá ser exercido
contratos assinados após 20 de dezembro de 1991 com pelo sublocatário.
prazo igual ou superior a 30 meses; b) Quando o contrato autorizar que o locatário
contratos de menos de 30 meses, se o inquilino perman- utilize o imóvel para as atividades de sociedade de que
ecer no imóvel por ao menos cinco anos ininterruptos. faca parte e que a esta passe a pertencer o fundo de co-
Aceita a ação de denúncia vazia pela Justiça, o inquilino mércio, o direito a renovação poderá ser exercido pelo
tem de 15 a 30 dias para desocupar o imóvel. Se não zer locatário ou pela sociedade.
isso, poderá ser obrigado a sair à força.

• 57
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Nos demais casos de locação não residencial, o contrato


O que é o direito de preferência na locação? por prazo determinado cessa, de pleno direito, ndo o
prazo estipulado, independentemente de noticação ou
Dissolvida a sociedade comercial por morte de um dos aviso.
sócios, o sócio sobrevivente ca sub-rogado no direito a Findo o prazo estipulado, se o locatário permanecer no
renovação, desde que continue no mesmo ramo. imóvel por mais de 30 (trinta) dias sem oposição do lo-
cador, presumir-se-á prorrogada a locação nas condições
ajustadas, mas sem prazo determinado.
ATENÇÃO! O contrato de locação por prazo indeterminado pode ser
denunciado por escrito, pelo locador, concedidos ao loca-
tário 30 (trinta) dias para a desocupação.
O direito a renovação do contrato estende-se às locações
celebradas
crativo, por indústrias
regularmente e sociedades
constituídas, civis
desde quecom m lu-
ocorrentes Como são julgados os casos na justiça?
os pressupostos previstos neste artigo. Ressalvados os casos previstos e regulados pelo Código
Do direito à renovação decai aquele que não propuser a Civil, nas ações de despejo, consignação em pagamento
ação no intervalo de um ano, no máximo, até 6 (seis) me- de aluguel e acessório da locação, revisionais de aluguel e
ses, no mínimo, anteriores a data da nalização do prazo renovatórias de locação, observar-se-á o seguinte:
do contrato em vigor.
I. Os processos tramitam durante as férias forenses e não
Em que condições o locador não estará ob- se suspendem pela superveniência delas.
rigado a renovar o contrato? II. É competente para conhecer e julgar tais ações o foro
do lugar da situação do imóvel, salvo se outro houver sido
O locador não estará obrigado a renovar o contrato se: eleito no contrato.
III. O valor da causa corresponderá a 12 (doze) meses de
I. Por determinação do Poder Público, tiver que realizar aluguel ou, na hipótese de extinção do contrato de trab-
no imóvel obras que importarem na sua radical transfor- alho, se ocupação do imóvel pelo locatário estiver relacio-
mação; ou para fazer modicação de tal natureza que au- nada com o seu emprego, a 3 (três) salários vigentes por
mente o valor do negócio ou da propriedade. ocasião do ajuizamento.
II. O imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para IV. Desde que autorizado no contrato, a citação, intima-
transferência de fundo de comércio existente há mais de ção ou noticação far-se-á mediante correspondência
um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, com aviso de recebimento, ou, tratando-se de pessoa ju-
seu cônjuge, ascendente ou descendente. rídica ou rma individual, também mediante telex ou fac-
a) Nesta hipótese, o imóvel não poderá ser des- símile, ou, ainda, sendo necessário, pelas demais formas
tinado ao uso do mesmo ramo do locatário, salvo se a previstas no Código de Processo Civil.
locação também envolvia o fundo de comércio, com as V. Os recursos interpostos contra as sentenças terão efei-
instalações e pertences. to somente devolutivo.
b) Nas locações de espaços em shopping center,
o locador não poderá recusar a renovação do contrato Quais os casos que o Código Civil regulamenta?
com este fundamento.
c) O locatário terá direito a indenização para res- 1. Imóveis de propriedade da União, dos Estados
sarcimento dos prejuízos e dos lucros cessantes que tiver dos Municípios, de suas autarquias e fundações públicas.
que arcar com a mudança, perda do lugar e desvaloriza- 2. Vagas autônomas de garagem ou de espaços
ção do fundo de comércio, se a renovação não ocorrer em para estacionamento de veículos;
razão de proposta de terceiro, em melhores condições, 3. Espaços destinados à publicidade.
ou se o não
imóvel, locador,
der o no prazoalegado
destino de trêsoumeses da entrega
não iniciar do
as obras 4. Apart-hotéis,
dos, assim considerados hotéis-residência ou equipara-
aqueles que prestam serviços
determinadas pelo Poder Público ou que declarou pre- regulares a seus usuários e como tais sejam autorizados a
tender realizar. funcionar.

Como é o contrato entre lojistashopping


e center? Em que consiste a locação por temporada?

Nas relações entre lojistas e empreendedores de shop- A locação de imóvel para ocupação temporária no perío-
ping center prevalecerão as condições livremente pactua- do das férias ou nos feriados prolongados, algumas vezes
das nos contratos de locação respectivos e as disposições se transforma em dor de cabeça, pelo desconhecimento
procedimentais previstas na lei do Inquilinato. da legislação e da operação prática dessa modalidade de

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

aluguel. Mas isso não ocorre por falta de regras, pois elas
são muito bem denidas na Lei do Inquilinato: Exemplo: A empresa Folks S/A, montadora de au-
tomóveis, adquiriu da empresa Tirelli Ltda, fabricante de pneus,
DICAS: um lote de 200 pneus para utilizar em seus automóveis. Neste
caso a empresa Folks é o consumidor e a empresa Tirelli é o
Veja a seguir alguns cuidados que você deve tomar nestes fornecedor. Quando a empresa Folks comercializar os seus
automóveis para a sua rede de revendedores, cada revendedor
casos.
será o consumidor e a empresa Folks será o fornecedor.
Em imóvel mobiliado, como é o caso em geral
nesse tipo de locação, é importante que o locador e o
locatário façam duas vistorias, uma na entrada e outra na QualosignicadodeProduto?
saída, para fazer constar no contrato não apenas o estado Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou
de conservação do imóvel, mas também o dos móveis, imaterial, enquanto serviço é qualquer atividade forne-
cida no mercado de consumo, mediante remuneração,
equipamentos
sua permanênciae utensílios.
no imóvel,Seoalgo for danicado
inquilino durante
terá de arcar com inclusive as de natureza bancária, nanceira, de crédito
o prejuízo. e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
O ideal é que o inquilino faça um contrato, por trabalhista.
meio de imobiliária ou direto com o proprietário, com Exemplo: Seguindo o exemplo anterior, a empresa o
todas as cláusulas correspondentes ao que foi tratado ver- produto da empresa Tirelli é o pneu e o produto da empresa
balmente, discriminando a data de entrada e saída, nome Folks é o automóvel.
e endereço do locador, preço e forma de pagamento, local
de retirada das chaves, tipo e número de cômodos, gara- Quais as principais garantias para o consumidor?
gem, etc. Dentre as garantias trazidas pelo código pode-se citar a
Na locação por temporada é costume o propri- facilitação da defesa do consumidor em juízo, com a in-
etário receber antecipadamente o aluguel e encargos, o versão do ônus da prova, ou seja, cabendo ao fornecedor
que é permitido por lei, embora não seja obrigatório. a prova da existência ou não de determinados fatos.
Da mesma forma as cláusulas que não forem ilegais ou
PONTO CHAVE: abusivas devem ser interpretadas em favor do consumi-
dor.
Um aluguel para temporada não signica apenas a locação
para férias. A diferença em relação a uma locação comum Exemplo: A empresa Folks vericou que um pneu
não está na localização do imóvel ou no motivo pelo qual comprado da Tirelli estava defeituoso. Quem deve provar que é
está alugado. O que deve ser observado é o prazo con- inocente é a empresa Tirelli, pois ela é a empresa fornecedora.
tratual, não podendo ultrapassar 90 dias. Após esse prazo
o contrato passa a ser por tempo indeterminado. O que são cláusulas ilegais ou abusivas?

São as abusivas, além de outras, as cláusulas que:


SEÇÃO 5: I. Impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabili-
dade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos
O Código de Defesa do Consumidor produtos e serviços.
II. Subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da
Tendo em vista o poder que os fornecedores de produtos quantia já paga em caso de rescisão contratual, deduzido
e serviços tinham sobre os consumidores, o legislador re- da multa (ou arras) se a culpa for do consumidor.
solveu criar uma lei (código) que visasse proteger o con- III. Transram responsabilidades a terceiros.
sumidor, dando srcem assim ao conhecido Código de IV. Estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusiv-
Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90). as, que coloquem o consumidor em desvantagem exager-
Qual a diferença entre Consumidor e Fornece- ada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade.
V. Imponham representante para concluir ou realizar
dor, perante a Lei? outro negócio jurídico pelo consumidor.
Consumidor é todo aquele que adquire e utiliza produ- VI. Deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o
to e/ou serviço como destinatário. contrato, embora obrigando o consumidor.
Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou VII. Permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente,
privada nacional ou estrangeira, bem como os entes des- variação do preço de maneira unilateral.
personalizados, que desenvolvem atividades de produção, VIII. Autorizem o fornecedor a cancelar o contrato uni-
montagem, criação, construção, transformação, impor- lateralmente, sem que igual direito seja conferido ao con-
tação, exportação, distribuição ou comercialização de sumidor.
produtos ou prestação de serviços. IX. Obriguem o consumidor a ressarcir os custos de co-

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

brança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja


conferido contra o fornecedor.
X. Autorizem o fornecedor a modicar unilateralmente RESUMO DOS PRAZOS DE GARANTIA
o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celeb- APLICÁVEIS À CONSTRUÇÃO CIVIL
ração.
PRAZOS CONTADOS A PARTIR DA ENTREGA
Exemplos: Para saber mais sobre as Cláusulas abu-
sivas existentes nos contratos de locação de shopping centers, Descrição Período Regulamentação
consulte o site: http://www.lojistas.net e leia o artigo do prof. Vícios ou defeitos Prescrevem em 90 Art. 26 do CDC;
Mário Cerveira Filho. aparentes ou de dias, se for relação interpretações dos
fácil constatação de consumo; no ato dois parágrafos do
da entrega, se não art. 614 e art. 6157
Quais os principais direitos do consumidor? for relação de con- do NCC
sumo
Como direitos básicos do consumidor pode-se enumerar, Vícios ocultos redi- Prescrevem em um Art. 4458 do NCC
além de outros: bitórios (permitem ano
anulação do contra-
I. A proteção da vida, saúde e segurança. to ou pedido de aba-
timento de preço)
II. A educação e divulgação sobre o consumo adequado
dos produtos e serviços. Falhas que afetam a Prazo de garantia Art. 6189 do NCC e
solidez e segurança de 5 anos, mas, sob seu parágrafo único
III. A informação adequada e clara sobre os diferentes da edifcação, ou pena de decadência,
produtos e serviços. outras equivalentes, devem ser reclama-
IV. A proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, muito graves dos pelo dono da
métodos comerciais coercitivos ou desleais. obra no máximo
V. A modicação das cláusulas contratuais que esta- em seis meses da
data de seu apareci-
beleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em mento
razão de fatos supervenientes que as tornem excessiva- Prazo de prescrição Dez anos Art. 20510 do NCC
mente onerosas. máximo para quais-
VI. A efetiva prevenção e reparação de danos patrimoni- quer casos não ex-
ais e morais, individuais, coletivos e difusos. plicitados no novo

VII. O acesso facilitado aos órgãos judiciários e admin- Código Civil


istrativos.
VIII. A facilitação da defesa de seus direitos.

Dano Difuso:
é um dano onde ocorre um prejuízo de um número
indeterminável de pessoas, pois foi afetado um bem
que é de todos e de cada um ao mesmo tempo, mas
que não pode ser apropriado por ninguém. O que se
está protegendo, em última instância, é o interesse
público. Não se trata da soma de interesses privados,
particularizados, fracionados, pois cada pessoa é titu-
lar de todo o bem, sem que possa se opor ao gozo por
parte dos demais titulares do mesmo direito.
7 Art. 615. Concluída a obra de acordo com o ajuste, ou o costume do lugar,
o dono é obrigado a recebê-la. Poderá, porém, rejeitá-la, se o empreiteiro se
afastou das instruções recebidas e dos planos dados, ou das regras técnicas em
trabalhos de tal natureza.
Qual o prazo de garantia para produtos e 8 Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no
serviços? preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel,
contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação,
reduzido à metade.
Como prazo de validade dos produtos e serviços o có- 9 Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções
digo estabelece 90 (noventa) dias para os produtos e ser- consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o
prazo irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em
viços duráveis e 30 (trinta) para os não duráveis, sendo razão dos materiais, como do solo. Decairá do direito assegurado neste artigo o
que maior prazo pode ser oferecido mediante termo de dono da obra que não propuser a ação contra o empreiteiro, nos cento e oitenta
garantia, nunca podendo ser diminuído. dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.
10 Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja xado
prazo menor.

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

PRAZOS CONTADOS A PARTIR DE SEU APARE-


CIMENTO
ATENÇÃO!
PRAZOS CONTADOS A PARTIR DE SEU APARECIMENTO
Descrição Período Regulamentação
Durante o prazo de garantia da construção civil, geral-
Vícios ocultos, do Um ano (Ressalva: Art. 445 do NCC, mente interpretado como sendo de 5 anos, cabe aos com-
tipo que aparecem não corre dentro do com ressalva de seu
mais tarde (não con- prazo de garantia, parágrafo único pradores fazerem as manutenções – previstas nos Manu-
statáveis quando da mas o defeito deve ais do Proprietário e do Síndico – inclusive dos materiais
entrega, portanto ser denunciado em cuja vida útil não atinge os 5 anos.
não redibitórios), 30 dias do seu apa-
fora das relações de recimento) Após os 5 anos contados da data da entrega, todas as
consumo
Vícios ocultos, do Noventa dias, desde Art. 26, parágrafo 3. despesas
dores, de manutenção
exceto correm por
para os problemas conta dos solidez
envolvendo compra-e
tipo que aparecem que surjam dentro do CDC segurança, que possam ser comprovadamente atribuídos
mais tarde (não red- do prazo de garantia
ibitórios), nas rela- da construção civil à construtora, para os quais o prazo prescricional pode
ções de consumo (5 anos ?) atingir 15 anos, na eventualidade limite de serem constat-
Falhas graves en- Devem ser reclama- Art. 618 do NCC e ados no último dia dos 5 anos de garantia, e desde que
volvendo prob- dos no máximo seu parágrafo único tenham sido noticados no prazo máximo de 6 meses da
lemas de solidez e em seis meses da Prazo máximo de data da constatação, cf. §único do art. 618.
segurança data de seu apare- prescrição de 10
cimento, sob pena anos, conforme
de decadência. Até art. 205 do NCC, Como se procede no caso de defeitos?
5 anos da entrega combinado com a
presume-se a culpa Súmula 194 do STJ
da construtora; A responsabilidade no código de defesa do consumidor
após ela deve ser é objetiva, isto é, não depende da prova da culpabilidade.
provada. Em caso de defeito ou vício o consumidor pode devolver
Prazo máximo de Três anos Art. 20 611 pa rá- o produto e pleitear perdas e danos em caso da ocorrên-
prescrição para grafo 3. do NCC
manifestar a preten- cia de prejuízos; pode exigir a substituição do produto
são a reparação civil por um novo, ou ainda, pode aceitar o produto e exigir a
Prazo de prescrição Dez anos Art. 205 do NCC redução do preço.
máximo para quais- Nas compras feitas fora do estabelecimento comercial,
quer casos não ex- em que não haja contato pessoal (telefone, e-mail, carta,
plicitados no novo
Código Civil etc.) o consumidor pode desistir do contrato no prazo de
sete dias.

SAIBA MAIS

Você pode fazer download do Código do Consumidor e


11 Art. 206. Prescreve em três anos: da Lei do Inquilinato no Ambiente Virtual de Aprendiza-
I. a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
II. a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vi- gem do curso!
talícias; Novo Código Civil: http://www.presidencia.gov.br/cciv-
III. a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, il_03/LEIS/2002/L10406.htm
pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;
IV. a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V. a pretensão de reparação civil;
VI. a pretensão
correndo o prazodedarestituição
data em quedosfoilucros ou dividendos
deliberada recebidos de má-fé,
a distribuição;
VII. a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou RESUMO
do estatuto, contado o prazo: Chamamos de locação predial quando um imóvel car à
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anôn- disposição de alguém, mediante contrato de locação e em
ima;
b) para os administradores, ou scais, da apresentação, aos sócios, do balanço
troca de uma remuneração ajustada e de acordo com a Lei
referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou do Inquilinato.
assembléia geral que dela deva tomar conhecimento; A locação predial urbana é regulada por Lei especial – a
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação;
VIII. a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do Lei do Inquilinato n.º 8.245, de 18 de outubro de 1991 e
vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial; tem como responsáveis o locador (o proprietário ou re-
IX. a pretensão do beneciário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, sponsável do imóvel) e o locatário (a pessoa que aluga).
no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório. Compete ao locador: entregar o imóvel alugado em bom

• 61
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

estado; garantir o uso pacíco do imóvel durante a loca- Unidade 3


ção; manter no decorrer da locação a forma e o destino
do imóvel; responder pelos vícios ou defeitos anteriores à
locação; fornecer documentos e recibos pedidos; pagar as A Tributação e os Financiamentos
taxas de administração imobiliária (se houver) e as despe-
sas extras de condomínio.
Compete ao locatário: pagar pontualmente o aluguel e SEÇÃO 1:
os encargos da locação; servir-se do imóvel e os encar-
gos da locação; servir-se do imóvel para o uso conven- Legislação sobre Tributação de Imóveis
cionado; restituir o imóvel no m do contrato em bom
estado; levar ao conhecimento do locador o surgimento OquesignicaTributação?
de qualquer dano ou defeito; realizar reparação dos danos
Tributar é o ato de impor tributos ou impostos a alguém
apresentados
ou externa dopelo imóvel;
imóvel; não modicar
entregar ao locadora forma interna
os documen- (pessoa física ou jurídica), é o mesmo que taxar.
tos e recibos pedidos; pagar as despesas de telefone, luz, Segundo o art. 156 da Constituição Federal, compete aos
água, esgoto, gás; manter instalações e áreas em comum e Municípios instituírem impostos sobre:
repor o fundo de reserva caso seja necessário.
Juridicamente, prédio urbano quer dizer qualquer imóvel I. Propriedade predial e territorial urbana.
destinado à residência ou à atividade de comércio ou in- II. Transmissão inter vivos, a qualquer título, por
dústria. ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão
física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de ga-
A destinação do prédio e a sua localização é que fazem rantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição.
a diferença entre o prédio urbano (dirigido pela Lei do III. Vendas a varejo de combustíveis líquidos e
Inquilinato) e o prédio rústico (ou rural). gasosos, exceto óleo diesel.
A locação predial urbana pode ser residencial ou não resi- IV. Serviços de qualquer natureza, exceto os
dencial (comércio). compreendidos em operações relativas à circulação de
A atual Lei do Inquilinato trata, também, da locação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte
temporada: aluguel não superior a 90 (noventa) dias, pa- interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda
gos de uma só vez e adiantado. que as operações e as prestações se iniciem no exterior.
Apesar de ser livre a convenção do aluguel, a lei faz re- Inter vivos:
strições quanto à moeda do contrato (proíbe a moeda É um tipo de imposto municipal
estrangeira) e quanto ao pagamento antecipado do valor aplicado quando ocorre a trans-
locativo. missão de bens imóveis entre
O aluguel e os seus reajustes observarão os critérios pre- duas pessoas, ou seja, entre vi-
vistos em legislação especíca, mas não havendo acordo, vos. Chamado também de ITBI
o locador ou o locatário poderá recorrer à justiça. – Imposto de Transmissão de
A Lei do Inquilinato estabelece as seguintes garantias lo- Bens Imóveis.
catícias para o locador, entre outras: caução, ança, se-
guro de ança locatícia.
No caso de venda, promessa de compra e venda, o loca-
tário tem preferência para adquirir o imóvel locado em
igualdade de condições com terceiros.
Estando o imóvel sublocado em sua totalidade, caberá
a preferência ao sublocatário e, em seguida ao locatário. ATENÇÃO!
O direito de preferência não alcança os casos de perda
da propriedade
doação, etc. ou venda por decisão judicial, permuta, O imposto previsto no item I poderá ser progressivo,
Quanto às benfeitorias, a lei diz o seguinte: se elas forem nos termos de lei municipal, de forma a assegurar o cum-
necessárias, serão indenizadas pelo locador; se forem vo- primento da função social da propriedade.
luptuárias, não serão indenizadas e poderão ser retiradas, O imposto previsto no item II:
nda a locação, desde que não afete a estrutura do imóvel.
a) Não incide sobre a transmissão de bens ou
direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica
em realização de capital, nem sobre a transmissão de
bens ou direitos, decorrente de fusão, incorporação, cisão
ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a
atividade preponderante do adquirente for a compra e a

• 62
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.
arrendamento mercantil.
b) Compete ao Município da situação do bem. PONTO CHAVE:
O imposto previsto no item III não exclui a incidência do
imposto estadual em operações relativas à circulação de A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urban-
mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte izáveis ou de expansão urbana constantes de loteamentos
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda aprovados pelos órgãos competentes, destinados à hab-
que as operações e as prestações se iniciem no exterior. itação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados
Cabe a lei complementar: fora das zonas denidas anteriormente.
a) Fixar as alíquotas máximas dos impostos pre-
vistos nos itens III e IV. Qual a base de cálculo para o valor do IPTU?
b) Excluir da incidência do imposto previsto no

item IV exportações de serviços para o exterior. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel.
Na determinação da base de cálculo, não se considera o
SEÇÃO 2: valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente
ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização,
Os impostos sobre a Propriedade exploração, ornamentação ou comodidade.

Impostos sobre a propriedade são os tributos, ou taxas, Valor Venal:


que incidem sobre os bens imóveis rurais ou urbanos, O que é relativo à venda; o valor nor-
pertencentes à pessoa física ou jurídica. mal ou comercial da coisa, para efeito
1) IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITO- de venda. Valor provável, ou realizável,
RIAL URBANA – IPTU de um imóvel lançado na repartição
Este tributo é de competência dos municípios, tendo arrecadadora competente, de acordo
como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a com o preço provado da aquisição ou
posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, que lhe foi atribuído por avaliação s-
cal. Valor estimado da venda de um
como denido na lei civil, localizado na zona urbana do imóvel.
Município.
Tal imposto poderá ser progressivo, de modo a assegurar
o cumprimento da função social da propriedade.
Quem é considerado o contribuinte do imposto?
Fato Gerador: Fato, ou o conjunto de fatos, ou o estado
de fato, a que o legislador vincula o nascimento de ob- Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o
rigações jurídicas de pagar tributo determinado. titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer
título.
Progressividade do Imposto: Característica dos im-
postos diretos. Um imposto é progressivo quando seu
crescimento é mais do que proporcional ao incremento 2) IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRI-
da propriedade ou do rendimento taxado, isto é, quandoTORIAL RURAL – IPTR
as alíquotas do tributo aumentam em razão do cresci- O imposto, de competência da União, sobre a proprie-
mento do valor do objeto tributado. dade territorial rural tem como fato gerador a proprie-
dade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza,
O que éconsiderado Zona Urbana para o IPTU?como denido na lei civil, localizado fora da zona urbana
do Município.
Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona ur-
bana
mínimo a denida em lei de
da existência municipal, observado
melhoramentos o requisito
indicados em 3)
O IMPOSTO TERRITORIAL
Imposto Territorial Rural – ITRRURAL – ITR
é o tributo, ou taxa,
pelo menos dois dos itens seguintes, construídos ou man- arrecadado pela União, atingindo todos os imóveis que
tidos pelo Poder Público: não se encontram em áreas urbanas, não importando a
I. Meio-o ou calçamento, com canalização de águas plu- forma jurídica que esteja integrado ao patrimônio do con-
viais. tribuinte.
II. Abastecimento de água. O Imposto Territorial Rural segue os seguintes princípios:
III. Sistema de esgotos sanitários.
IV. Rede de iluminação pública, com ou sem posteamen- I. A União poderá atribuir, por convênio, aos
to para distribuição domiciliar. Estados e Municípios, o lançamento, tendo por base os
V. Escola primária ou posto de saúde a uma distância levantamentos cadastrais executados e periodicamente

• 63
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

atualizados. rais de um mesmo proprietário no país.


II. A União também poderá atribuir, por con- a) Os fatores mencionados neste artigo, exceção
vênio, aos Municípios, a arrecadação, cando a eles ga- feita dos indicados no item III, serão declarados pelo pro-
rantida a utilização da importância arrecadada. prietário ou obtidos em levantamento cadastral.
III. Quando a arrecadação for atribuída, por b) Todos os proprietários rurais cam obriga-
convênio, ao Município, à União caberá o controle da co- dos, para os ns previstos nesta Lei, a fazer declaração
brança. de propriedade, nos prazos e segundo normas xadas na
IV. As épocas de cobrança deverão ser xadas regulamentação desta Lei.
em regulamento, de tal forma que, em cada região, se c) As declarações dos proprietários, para for-
ajustem, o mais possível, aos períodos normais de comer- necimento de dados destinados à inscrição cadastral, são
cialização da produção. feitas sob sua inteira responsabilidade e, no caso de dolo
V. O imposto arrecadado será contabilizado ou má-fé, os obrigarão ao pagamento em dobro dos trib-
diariamenteacomo
Município, depósito àe ordem,
que pertencer exclusivamente,
a ele entregue do
diretamente utos realmente
despesas com asdevidos, alémnecessárias.
vericações das multas decorrentes das
pelas repartições arrecadadoras, no último dia útil de cada
mês. Como é calculado o valor do ITR?
VI. O imposto não incidirá sobre sítios de área
não excedente a vinte hectares, quando os cultive só ou
O valor básico do imposto será determinado em alíquota
com sua família, o proprietário que não possua outro de %102 (dois décimos por cento) sobre o valor real da
imóvel. terra nua, declarada pelo proprietário e não impugnado
pelo órgão competente, ou resultante da avaliação cadas-
QuaisasnormasgeraisparaaxaçãodoITR? tral.

Regressividade do Imposto em Relação à Exemplo: O Sr. Adamastor de Andrade possui 10


Renda: Diz-se que um imposto é regressivo hectares de terra, recebidos como herança de seu pai, quando
em relação a renda do contribuinte quando este faleceu. O valor declarado no inventário e aprovado pelo
a relação entre o imposto a pagar e a renda juiz do processo foi de R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil
decresce com o aumento do nível de renda. reais).
É uma característica dos impostos indiretos Portanto o valor básico do ITR será:
os quais
pelo são cobrados
mesmo de todos os indivíduos
valor independentemente dos 2/10% de
150.000 150.000
= 0,002 ou seja oude 0,2% de 150.000 = 0,2/100 x
x 150.000
níveis de renda individuais. Portanto, o valor do ITR será de R$ 300,00 (trezentos reais).

O produto da multiplicação do valor básico pelo coe-


ciente previsto anteriormente será multiplicado por um
As normas gerais para a xação do imposto territorial coeciente de localização que aumente o imposto em
obedecerão a critérios de progressividade e regressivi- função da proximidade aos centros de consumo deni-
dade, levando-se em conta os seguintes fatores: dos no item III acima descrito e das distâncias, condições
I. Os valores da terra e das benfeitorias do imóvel. e natureza de vias de acesso aos referidos centros.
II. A área e dimensões do imóvel e das glebas (área de Tal coeciente, variando no território nacional de um a
terra não urbanizada. Terreno próprio para cultura; leiva, um e seis décimos, será xado por tabela a ser baixada
torrão) de diferentes usos. por decreto do Presidente da República, para cada região
III. A situação do imóvel em relação à natureza e às considerada no zoneamento previsto no artigo.
condições das vias de acesso e respectivas distâncias dos O valor obtido será multiplicado por um coeciente que
centros demográcos mais próximos com população: aumente ou diminua aquele valor, segundo a natureza da
a) Até 5.000 habitantes. posse e as condições dos contratos de trabalho, na forma
b) Entre 20.000
c) Entre 5.000 ee10.000
50.000habitantes.
habitantes. seguinte:
a) Segundo o grau de alheamento do proprie-
d) Entre 50.000 e 100.000 habitantes. tário na administração e nas responsabilidades de explo-
e) Superior a 100.000 habitantes. ração do imóvel rural, segundo a forma e natureza dos
IV. As condições técnicas e econômicas de exploração contratos de arrendamento e parceria, e à falta de aten-
agroindustrial. dimento em condições condignas de conforto doméstico
V. A natureza da posse e as condições de contratos de ar- e de higiene aos arrendatários, parceiros e assalariados -
rendatários, parceiros e assalariados. coecientes que aumentem aquele valor, variando de um
VI. A classicação das terras e suas rmas de uso e rent- a um e seis décimos, na forma a ser estabelecida na regu-
abilidade. lamentação desta Lei.
VII. A área total agricultável do conjunto de imóveis ru-

• 64
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Se o imposto territorial rural lançado for superior ao do


Condições da exploração e do uso da terra, indicando: exercício anterior, mesmo que a área agricultável explora-
- As percentagens da superfície total em cerrados, matas, da do imóvel rural seja inferior ao mínimo necessário para
pastagens, glebas de cultivo(especicadamente em explora- classicá-lo como empresa rural, considerando o concei-
ção e inexplorados) e em áreas inaproveitáveis.
- Os tipos de cultivo e de criação, as formas de proteção e to de empresa rural, será permitido ao seu proprietário
comercialização dos produtos. requerer redução de até 50% (cinqüenta por cento) do
- Os sistemas de contrato de trabalho, com discriminação imposto lançado, desde que, em função das características
de arrendatários, parceiros e trabalhadores rurais. ecológicas da zona onde se localize o referido imóvel, ela-
- As práticas conservacionistas empregadas e o grau de me- bore projeto de ampliação da área explorada e o mesmo
canização.
- Os volumes e os índices médios relativos à produção ob- seja considerado satisfatório pelo Instituto Brasileiro de
tida. Reforma Agrária.
- As condições para o beneciamento dos produtos agro-
pecuários.
Empresa Rural
b) Segundo o grau de dependência e de partici- É o empreendimento de pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, que explore econômica e
pação do proprietário nos frutos, na administração e nas racionalmente imóvel rural, dentro de condição de
responsabilidades da exploração do imóvel rural; em fun- rendimento econômico da região em que se situe
ção das facilidades concedidas para habilitação, educação e que explore área mínima agricultável do imóvel
e saúde dos assalariados - coecientes que diminuam o segundopadrõesfxados,públicaepreviamente,
valor do imposto de um a três décimos, na forma a ser pelo Poder Executivo.
estabelecida na regulamentação desta Lei. Paraessefm,equiparam-seàsáreascultivadas,as
Uma vez obtidos os elementos cadastrais descritos e xa- pastagens,asmatasnaturaiseartifciaiseasáreas
dos nos índices previstos acima, o valor obtido pela apli- ocupadas com benfeitorias
cação do disposto no parágrafo anterior será multiplicado
por um coeciente que aumente ou diminua aquele valor,
segundo as condições técnico-econômicas de exploração,
na forma seguinte: As orestas ou matas, as áreas de reorestamento e as
por elas ocupadas, cuja conservação for necessária, nos
termos da legislação orestal, não podem ser tributadas.
Na proporção em que a exploração se faça com rent- No caso de propriedade em condomínio, os critérios de
abilidade inferior aos limites mínimos xados na forma progressividade referidos anteriormente, serão aplicados
descrita e com base no tipo, condições de cultivo e nível calculando-se a média ponderada em que os coecientes,
tecnológico de exploração - coecientes que aumentem o da tabela, correspondentes à situação de cada condômino,
valor do imposto, variando de um a um e meio, na forma são multiplicados pela sua área ideal e, ao nal, somados e
a ser estabelecida na regulamentação desta Lei. dividida a soma pela área total da propriedade.
Na proporção em que a exploração se faça com rent-
abilidade superior ao mínimo referido na alínea anterior, Exemplo: Imaginemos uma área de 10 hectares de
e segundo o grau de atendimento à vocação econômica terra entregue, pelo governo, a um grupo de agricultores sem
da terra, emprego de práticas de cultivo ou de criação terra, formando uma cooperativa. Cada agricultor teria a re-
adequados, e processos de beneciamento ou industrial- sponsabilidade por um pedaço da terra (2,5 hectares), onde
ização dos produtos agropecuários - coecientes que di- plantaria culturas e criaria animais.
minuam o valor do imposto, variando eles de um a quatro No caso de cálculo do ITR, o valor será um só, pois a proprie-
dade é coletiva. Os critérios de cálculo deverão ser diferentes
décimos, na forma a ser estabelecida pela regulamentação pois cada agricultor organizou, produziu e desenvolveu a sua
desta Lei área de acordo com a sua competência.
Neste caso o órgão arrecadador vericará a característica de
Dados para caracterização dos imóveis rurais com in-
dicação: cada lote, de acordo com as características individuais encon-
a) Do proprietário e de sua família. tradas.
b) Dos títulos de domínio, da natureza da posse e da
forma de administração.
c) Da localização geográca.
d) Da área com descrição das linhas de divisas e nome
dos respectivos confrontantes.
e) Das dimensões das testadas para vias públicas.
f) Do valor das terras, das benfeitorias, dos equipamen-
tos e das instalações existentes discriminadamente.

• 65
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

O ITBI é um tributo desvinculado de qualquer atividade


estatal especíca.
AGRICUL- EXTEN- COEFICI- RESUL- Apesar de ser denominado, imposto sobre transmissão, a
TOR SÃO DE ENTES TADO lei permite a cobrança tanto na cessão quanto na trans-
TERRA missão.
1 2,5hectares 2 5,0
2 2,5hectares 3 7,5 PONTO CHAVE:
3 2,5hectares 6 15,0
Para que se possa fazer o registro de um imóvel adquirido,
4 2,5hectares 2 5,0 é obrigatório que antes se pague o ITBI.
Soma: 32,5 A transmissão por ato oneroso envolve gastos pecuniári-
os.
A seguir, a soma será dividida pelo número de lotes:
32,5/4= 8,13 este será o índice que a União levará em consid- É diferente
tário (o queda doação,aem
receberá que não
doação). há gastos
Inter para o dona-
vivos signica que
eração para o cálculo do ITR.
não pode ser cobrado ITBI se a transmissão for refer-
ente à herança (causa mortis) ou quando for decorrente
de doação.
SEÇÃO 3: Nesses casos será cobrado ITCD pela Fazenda Pública
Estadual.
O Imposto sobre a Transmissão
Que tipo de fato gerador se aplica ao ITBI?
A transmissão é um ato pelo qual se transfere a outrem:
- um direito real (transmissão de propriedade); Antes de mais nada, é importante você entender que fato
- um direito constituído, ou patrimonial, ou um con- gerador é a situação (fato) descrita em lei que, se ocorrida,
trato (transmissão de herança, transmissão do título de propiciará a cobrança de determinado imposto.
domínio, transmissão da locação); No caso do ITBI, o fato gerador pode ser:
- o exercício de uma função, de uma situação jurídica
ou de um estado de fato (transmissão de cargo, trans- Transmissão.
missão do poder, transmissão da posse). Cessão.
Em que casos o ITBI é aplicado?
A aplicação do ITBI abrange os seguintes atos:
ATENÇÃO! Compra e venda pura ou condicional.
Adjudicação, quando não decorrente de sucessão he-
reditária.
Segundo o nosso Código Civil, a transmissão da proprie- Os compromissos ou promessas de compra e venda de
dade se opera, quanto a móveis, pela tradição, e a imóveis, imóveis, sem cláusula de arrependimento, ou a cessão de
pela transcrição no respectivo registro (art. 530). direitos deles decorrentes.
Dação em pagamento.
Quais as características do ITBI? Arrematação.
Mandato com poderes para transmissão ou cessão de
O Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) é direitos à aquisição de imóveis e seu substabelecimento
de competência do município, relacionado à transmissão quando estes congurarem transação.
por ato oneroso (inter vivos, entre duas pessoas) de bens Instituição ou venda de usufruto.
imóveis, bem como à cessão de direitos a eles relativos. Reposições que ocorram na divisão para extinção de
condomínios de imóvel, quando for recebida por qualquer
Exemplo: Casa, Apartamento, Sala, Loja, Galpão, condômino cota-parte material, cujo valor seja maior que
Barracão, etc. o valor de sua quota ideal, incidindo sobre a diferença.
Ato oneroso:
Permuta de bens imóveis e direitos a eles relativos.
É aquilo que impõe ou acarreta ônus, encargo ou Quaisquer outros atos e contratos onerosos, que trans-
despesa. Não gratuito. ram a propriedade de bens imóveis ou de direitos a eles
Cessão: relativos, sujeitos a transcrição na forma da lei.
um ato inter vivos oneroso ou gratuito, pelo qual
uma pessoa, o cedente, transfere a outrem, o Quem deve pagar o ITBI?
cessionário, o crédito ou direito pessoal de que é
titular. O contribuinte do imposto será:
Ex.: cessão de direito de posse de um imóvel - Quem adquire o imóvel (quem compra).
urbano.

• 66
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

- Quem permuta o imóvel (quem troca cada um deles, de Quais os contratantes.


forma solidária). O imóvel objeto de venda.
As datas e os valores da operação.
Quem é o responsável pelo não pagamento do ITBI? O valor da comissão.
2) Relativamente à intermediação de aluguel:
Se o adquirente não pagar o ITBI, poderá ser cobrado o
imposto (respondem solidariamente): Quais os contratantes.
- Quem transmite o imóvel (vendedor); O imóvel locado.
- Do cedente (vendedor, na cessão); As datas e os valores recebidos pelo locador.
- Dos ociais do Cartório, se tiver havido irregu- O valor da comissão recebida.
laridade ao ser lavrada Escritura ou por ocasião do Regis-
tro, sem prejuízo do disposto no art 7°, IV, letras b, e, j da Em que consiste a Instrução Normativa SRF n.°
lei 7378/97 (descumprimento de obrigação acessória). 316 de 03/04/2003?
Esta Instrução Normativa aprova o programa e as in-
SEÇÃO 4: struções para preenchimento da Declaração de Informa-
ções sobre Atividades Imobiliárias (DIMOB).
A Declaração sobre as Atividades Imobiliárias A DIMOB deverá ser apresentada até o último dia útil
do mês de março, em relação ao ano-calendário imediata-
O programa DIMOB – Declaração de mente anterior, por intermédio da Internet, utilizando-se
Informação sobre Atividades Imobiliárias o Programa Receitanet (http://www.receita.fazenda.gov.
– possibilita o preenchimento e a gravação br), que está disponível no endereço referido.
das declarações relativas aos anos-calendá- Na ocorrência de eventos de extinção, fusão, cisão ou in-
rio de 2002 em diante, a serem entregues à corporação da pessoa jurídica declarante, esta deverá in-
Secretaria da Receita Federal pelas pessoas formar, no prazo de 30 dias, as operações realizadas até a
jurídicas: data do evento.
-construtoras ou incorporadoras, que comerciali-
zem unidades imobiliárias por conta própria e Exemplo:Se a imobiliária Brilha Sol Ltda extinguiu
-imobiliárias e administradoras de imóveis, que as suas operações, não mais efetuando transações imobiliárias,
realizem intermediação de venda ou aluguel de imóveis. ela deve informar à Receita Federal, no máximo 30 dias após
a sua extinção, quais as operações que realizou naquele último
período, até a data do evento.
A DIMOB é uma declaração que todas as imobiliárias A pessoa jurídica que deixar de apresentar a DIMOB no prazo
deverão entregar a Receita Federal, todo o mês de março, estabelecido no artigo anterior, ou que apresentá-la com incor-
referente às transações imobiliárias do ano anterior. Com reções ou omissões, sujeitar-se-á às seguintes multas:
isto a Receita passa a ter maior controle sobre as ope- I. R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mês-calendário,
rações comerciais realizadas nas imobiliárias, tais como no caso de falta de entrega da Declaração ou de entrega após o
venda de imóveis, alugueis e também sobre as comissões prazo;
recebidas pelos Corretores de Imóveis. II. 5% (cinco por cento), não inferior a R$ 100,00
(cem reais), do valor das transações comerciais, no caso de in-
O que as construtoras ou incorporadoras de- formação omitida, inexata ou incompleta.
vem informar?

As construtoras ou incorporadoras deverão informar, SEÇÃO 5:


por intermédio da DIMOB:
Quais os adquirentes. Os Sistemas de Financiamento
As
As unidades
datas e osimobiliárias comercializadas
valores recebidos no ano. A aquisição de um imóvel próprio é um dos grandes obje-
O valor total da operação. tivos da maioria das pessoas. Nem sempre é fácil alcançar
este objetivo, porém o mais importante é você program-
O que as imobiliárias e as administradoras ar-se desde cedo para realizar este negócio.
devem informar? O mercado oferece uma grande variedade de nancia-
mentos, de acordo com a sua renda familiar, prazo e valor
As imobiliárias e administradoras de imóveis, deverão in- desejado. Você tem a opção de nanciar parcial ou total-
formar, por intermédio da DIMOB, as seguintes infor- mente um imóvel.
mações.
1) Relativamente à intermediação de venda: Quais as formas de nanciamento imobiliário
disponíveis no mercado?

• 67
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

1) SISTEMA FINANCEIRO DA HABITA- Qual o requisito básico para a concessão de


ÇÃO (SFH) nanciamento?
Teve sua criação articulada junto à reforma do Estado em
1964, objetivando reordenar a forma de captação de re- A concessão de nanciamento nas condições do SFH é
cursos para concessão de empréstimos à setores de con- exclusiva para construção e aquisição de imóveis residen-
strução habitacional, urbanização e saneamento básico, ciais novos ou usados.
frente ao enorme fenômeno da migração do campo para
as cidades. PONTO CHAVE:
O SFH, com a extinção do BNH, limitou-se às institu-
ições que faziam parte do SBPE, quando de sua criação, Os nanciamentos para aquisição, construção, reforma
que eram: as SCI’s, APE’s – Associações de Poupança e ou ampliação de imóveis comerciais novos, usados ou em
Empréstimo, das carteiras imobiliárias das CEE’s e CEF construção são operações realizadas à taxas de mercado.
e mais dos bancos
Atualmente, múltiplos.
o Banco Central do Brasil sucedeu ao BNH - Desde normativa
tureza 24/6/98, não existe mais
ao número de qualquer limitação depelo
imóveis nanciados na-
Banco Nacional da Habitação, tornando-se o scalizador SFH que uma pessoa pode ter.
das atividades do Sistema Financeiro da Habitação. Além das demais condições estabelecidas na legislação
Hoje, o que viabiliza os programas habitacionais do SFH em vigor, as operações no âmbito do SFH deverão obe-
provém das captações das cadernetas de poupança e do decer ao seguinte:
FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. -Valores unitários dos nanciamentos, com-
preendendo principal e despesas acessórias não superi-
Como são distribuídos os recursos captados? ores a R$ 150.000,00.
-Limite máximo do valor de avaliação do imóvel
Os recursos captados em depósitos de poupança pelas nanciado de R$ 300.000,00.
instituições nanceiras do Sistema Brasileiro de Poupança
e Empréstimo (SBPE) observam a seguinte distribuição: Quais os prazos e as taxas de financiamento aplicados?
65% (sessenta e cinco por cento), no mínimo, em
operações de nanciamentos imobiliários, sendo: Atualmente, os prazos dos nanciamentos são livremente
o 80% (oitenta por cento), no mínimo, do percentual aci- estabelecidos entre as partes.
ma, correspondendo, no mínimo, 52% da base de cálculo, Sobre o nanciamento podem incidir juros, comissões e
em operações de nanciamento habitacional no SFH. outros encargos. A remuneração efetiva máxima para o
o O restante em operações a taxas de mercado, desde que mutuário nal, incluindo juros, comissões e outros encar-
a metade, no mínimo, em operações de nanciamento gos nanceiros, é de 12% a.a., acrescidos dos custos de
habitacional. seguros e, nos casos dos planos de equivalência salarial,
15% (quinze por cento) em encaixe obrigatório do Coeciente de Equiparação Salarial (CES).
no Banco Central do Brasil. Os saldos devedores dos contratos de nanciamento,
Recursos remanescentes em disponibilidades empréstimo, renanciamento e repasse concedidos por
nanceiras e operações da faixa livre. São operações de entidades integrantes do SFH são reajustados pela remu-
natureza comercial, nanciadas com recursos captados da neração básica dos depósitos de poupança, efetuados na
poupança, a taxas praticadas no mercado nanceiro, de mesma data e com a periodicidade contratualmente es-
modo a criar um excedente, que viabilize, no conjunto, o tipulada para o pagamento das prestações, aplicando-se o
nanciamento do sistema habitacional. critério de proporcionalidade do índice (pro rata die) para
eventos que não coincidam com aquela data.
Exemplo: aquisição de conjuntos, terrenos, lojas e Desde 24/6/98 é permitida, aos agentes nanceiros do
garagens ou empréstimos hipotecários SFH, a contratação de nanciamentos onde a cobertura
SBPE - Sistema Brasileiro de Poupança e Em-
securitária pode se dar em apólice oferecida pelo mercado
préstimo segurador,
tura relativadesde que seja
aos riscos prevista,
de morte no mínimo,
e invalidez a cober-
permanente
Entidade que congrega as instituições nan-
ceiras fontes de captação de recursos para - do mutuário.
nanciar a compra da casa própria. É composto
pela Caixa Econômica Federal, pelas Caixas O que é o FCVS?
Econômicas Estaduais, Sociedades de Crédito
Imobiliário e Associações de Poupança e Em- O Fundo de Compensação de Variações Salariais - FCVS,
préstimo. foi criado com a nalidade garantir o limite de prazo para
amortização das dívidas dos nanciamentos habitacio-
nais contraídas pelos mutuários do Sistema Financeiro da
Habitação - SFH.

• 68
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

O mutuário pode usar seu FGTS nos nanciamentos do


Qual o procedimento no caso de transferên- SFI, tanto como entrada quanto para amortizar, ou quitar,
cia de mutuário? o saldo devedor

As transferências mediante simples substituição do de- Alienação duciária


É a transferência do devedor para o credor do
vedor de contratos que contenham cláusula de cobertura domínio de um bem, em garantia de pagamento. O
pelo Fundo de Compensação de Variações Salariais – credor conserva o domínio do bem alienado (posse
FCVS devem observar: indireta) somente até a liquidação da dívida garantida.
a) Devem ser mantidas para o novo mutuário as mesmas Após a quitação do pagamento, o comprador adquire
condições e obrigações do contrato srcinal, desde que se o direito de propriedade do imóve
trate de nanciamento destinado à casa própria, obser-
vando-se os requisitos legais e regulamentares, inclusive
a demonstração
mutuário da capacidade
em relação ao valor do de pagamento
novo do novo
encargo mensal. RESUMO
b) O valor da mensalidade para o novo mutuário será Direito Tributário é o ramo do Direito que regula a ativi-
atualizado proporcionalmente (pro rata die), a contar da dade nanceira do Poder Público, junto a particulares,
data do último reajustamento até a data da formalização para arrecadar receitas destinadas a custear os serviços
da transferência, acrescida da quinta parte do valor atual- públicos.
izado do encargo. As normas do Direito Tributário encontram-se no Có-
c) O recolhimento pelo novo mutuário de contribuição digo Tributário Nacional (CTN), cuja competência tribu-
de 2% do saldo devedor atualizado. tária vem discriminada na Constituição Federal.
Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal, con-
Pro rata (de pro rata parte = para a
parte xada, calculada) – Em propor- correntemente, legislar sobre Direito Tributário.
ção, de forma proporcional (segundo Os Municípios podem suplementar a legislação federal e
a parte contada a cada um): o cálculo estadual, inclusive no campo do Direito Tributário.
considera a variação diária, segundo a Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em
parte individual acordada. moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
As demais transferências de contratos com cobertura do mediante atividade administrativa plenamente vinculada
FCVS, a partir de 12/6/98, podem ser efetuadas quando (ART. 3° do Código Tributário Nacional).
o novo mutuário assumir o montante equivalente a 70% Competem à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
do saldo devedor contábil da operação, atualizado pelo aos Municípios os seguintes tributos: impostos, taxas e
critério de proporcionalidade do índice (pro rata die) da contribuições de melhoria.
data do último reajuste até a data da transferência, ob- O imposto é uma contribuição em dinheiro que os re-
servados os requisitos legais e regulamentares da casa sponsáveis (poder Público) exigem coativamente de
própria. quantos lhes estão sujeitos e tem capacidade contributiva
sem assegurar-lhes qualquer compromisso de retribuição
2) SISTEMA DE FINANCIAMENTO IMOBIL- desse pagamento.
IÁRIO (SFI) Taxa é o tributo cobrado de alguém que utiliza o serviço
público especial e divisível, de caráter administrativo e ju-
O SFI (Sistema de Financiamento Imobiliário) é uma risdicional.
modalidade de nanciamento recentemente criada (1997) A contribuição de melhoria é um tributo cobrado em fun-
que contrasta como alternativa ao SFH (Sistema Finan- ção da valorização do imóvel do contribuinte decorrente
ceiro da Habitação) e à Carteira Hipotecária, que dá aos de um serviço público.
agentes nanceiros credores uma maior proteção contra O empréstimo compulsório poderá ser instituído pela
aIsso
inadimplência.
vêm a acontecer porque nesse sistema é adotada a União nos seguintes
traordinárias e no casocasos: para atender
de investimento a despesas
público ex-
de caráter
alienação duciária, que permite que o agente credor de- urgente e nacional.
tenha a propriedade do bem imóvel nanciado até o mo- O imposto direto recai direta e imediatamente sobre o
mento da quitação total da dívida pelo mutuário. contribuinte.
l. O imposto indireto é de caráter impessoal e recai sobre os
A principal vantagem do SFI sobre os outros sistemas é produtos consumidos.
a fonte de recursos utilizados para o nanciamento. Para Isenção tributária é a exclusão de certos casos ou pessoas
reunir os fundos de nanciamento, os agentes nanceiros ou bens por motivo de política scal ou lei ordinária.
emitem títulos com lastro imobiliário. Estes títulos são Compete aos Municípios instituir impostos sobre pro-
vendidos para investidores no Brasil ou no exterior. priedade predial e territorial urbana. Tem como fato

• 69
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem claração, feita no livro, pelo ocial, do número de ordem,
imóvel por natureza ou acessão física. da data da apresentação e da espécie do ato constitutivo,
Compete à União instituir impostos sobre propriedade com as seguintes indicações:
rural. Tem como fato gerador a transmissão da proprie- A denominação, o fundo social, quando houver,
dade ou domínio útil de imóveis, direitos reais sobre os ns e a sede da associação ou fundação, bem como o
imóveis e cessão de direitos à sua aquisição. tempo de sua duração.
O imposto sobre a transmissão “inter vivos”, a qualquer O modo porque se administra e representa socie-
título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou dade, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente.
acessão física, e de direitos reais sobre imóveis e cessão Se o estatuto, o contrato ou compromisso é re-
de direitos à sua aquisição compete aos municípios. Tem formável, no tocante à administração, e de que modo
como fato gerador a transferência do domínio. Se os membros respondem ou não subsidiari-
amente, pelas obrigações sociais.

UNIDADE 4 Asocondições
nesse caso destino dode
seuextinção da pessoa jurídica e
patrimônio.
Os nomes dos fundadores ou instituidores e dos
A Legislação e os Registros membros da diretoria, provisória ou denitiva, com in-
dicação da nacionalidade, estado civil e prossão de cada
um, bem com o nome e residência do apresentante dos
SEÇÃO 1: exemplares.
Os Registros Públicos Para o registro serão apresentadas duas vias do estatuto,
compromisso ou contrato pelas quais far-se-á o registro
1) O REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS JURÍDI- mediante petição do representante legal da sociedade,
CAS lançando oocial, nas duas vias, a competente certidão de
No Registro Civil de Pessoas Jurídicas são inscritos: registro, com respectivo número de ordem, livro e folha.
Uma das vias será entregue ao representante e a outra ar-
Os contratos. quivada em cartório, rubricando o ocial as folhas em que
Os atos constitutivos. estiver impresso o contrato, compromisso ou estatuto
O estatuto ou compromissos das sociedades ci-
vis, religiosas, pias, morais, cientícas ou literárias, bem 2) O REGISTRO DE TÍTULOS E DOCUMEN-
como o das fundações e das associações de utilidade TOS.
pública. Cabe salientar que é grande a diversidade de documen-
tos a serem inscritos no Registro de Títulos Títulos e
Documentos, logo citemos alguns destes, bem como as
ATENÇÃO! providências necessárias ao registro dos mesmos.

Não poderão ser registrados os atos constitutivos de pes- Quais documentos serão de responsabili-
soas jurídicas, quando o seu objeto ou circunstâncias rel- dade do Registro de Títulos e Documentos?
evantes indiquem destino ou atividades ilícitos, ou con-
trários, nocivos ou perigosos ao bem público, à moral e Conforme dispõe o artigo 27 da lei 6015/73 Lei do Re
aos bons costumes; gistros públicos caberá ao Registro de Títulos e Docu-
Ocorrendo qualquer dos motivos previstos neste arti- mentos:
go, o ocial de registro, de ofício ou por provocação de
qualquer autoridade, sobrestará no processo de registro e
suscitará dúvida para o juiz, que a decidirá. a) Dos instrumentos particulares
-os instrumentos particulares serão registrados
para constituírem provas de obrigações convencionais de
A existência legal das pessoas jurídicas só começa com o qualquer valor;
registro de seus atos constitutivos. -os documentos deverão ser analisados quanto a
Quando o funcionamento da sociedade depender de forma e conteúdo
aprovação da autoridade, sem esta não poderá ser feito -deverá ser observado se estes estão devidam-
o registro. ente assinados e datados.
 Qual o procedimento para o registro de pessoas jurídi- b) do penhor comum sobre coisas móveis:
cas? tem esse registro o m de gravar ou onerar o bem dado
O registro das sociedades e fundações consistirá na de-

• 70
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

em garantia, logo este deverá ser previamente examinado acompanhado do anterior (já ndo) bem como de re-
eis que deverá estar perfeito quanto a forma e conteúdo. querimento, assinado por representante da Empresa com
Neste tipo de contrato em que há garantia real, devemos rma, reconhecida, solicitando o registro.
observar a presença de alguns requisitos legais: - O livro será examinado quanto ao seu conteú-
-se o devedor for pessoa jurídica e o valor do do, ou seja, deverá ser observado se contém o número de
bem for superior a R$ 15.994.18, este deverá vir acom- folhas indicado em seus termos.
panhado de certidão negativa de INSS e da receita fed- - Os termos deverão estar assinados pelo repre-
eral. sentante legal da Empresa.
- se o credor for banco ocial ou estatal far-se-à
necessário juntar a certidão negativa expedida pela receita g) Atas:
federal, independente do valor do bem. - Somente poderão ser registradas neste Serviço
atas daquelas entidades cujos atos constitutivos estejam
c) Contratos de parceria agrícola ou pecuária: registrados
- Asnoatas
RCPJ.
poderão ser apresentadas tanto em fol-
-como todos os contratos estes devem ser anali- has soltas quanto em livro próprio.
sados quanto à forma e conteúdo. - Se apresentadas em livro próprio deverá ser
-deverá ser obervado se estão devidamente data- observado se este está formalmente correto, ou seja, se
dos e assinados. contém os devidos termos de abertura e encerramento
- ao Registrador não caberá a exigibilidade do re- respectivamente, assinados e rubricados em todas as fol-
conhecimento de rmas nos documentos apresentados has pelo representante legal daquela entidade.
para registro (salvo exigência legal), muito embora pareça
de “bom alvitre” a sugestão aos requerentes, no sentido h) Declarações e Cartas:
do reconhecimento de rmas. - Estes documentos serão examinados previa-
mente quanto a sua forma e conteúdo eis que os mes-
d) Dos Registros para mera conservação e publici- mos não poderão ser atentatórios à moral e aos bons cos-
dade: tumes.
-Alguns documentos por possuírem competên-
cia diversa ao Registro de Títulos e Documentos somente i) Termos de Responsabilidade:
poderão ser registrados mediante provocação, ou seja, - O procedimento quanto ao exame destes docu-
acompanhados por requerimento solicitando o registro mentos será o mesmo usado nas declarações, muito em-
para m de mera conservação e publicidade. bora nos termos seja solicitado ao requerente o reconhe-
-Exemplo: projetos e eventos, promessas de cimento da rma.
compra e venda de bens imóveis, atas de condomínios,
poemas, letras de música e outros. j) Cartas de Anuência:
-Após o exame e considerados aptos ao registro - Estes documentos serão analisados tanto em
os documentos serão protocolizados, registrados, micro- relação à sua forma bem como quanto à obrigação que
lmados e concluído o processo deregistro serão entreg - esteja sendo anuindo.
ues ao requerente mediante devolução do protocolo. - Será exigido o reconhecimento de rmas
daquele que anui, se pessoa jurídica a exigência far-se-á
e) Documentos pessoais: em relação ao reconhecimento de rma da pessoa jurídi-
-Dentre estes podemos arrolar alguns passíveis ca.
de registro: célular de identidade, título eleitoral, cadas- - Depois de examinados e considerados aptos ao
tro de pessoas físicas, carteira de Trabalho e Previdência registro os documentos serão protocolizados, registrados,
Social, certidão de Nascimento, certidões comprobatórias microlmados e entregues ao requerente mediante apre-
do estado civil, passaporte, carteira de habilitação sentação de protocolo.

soal basta-Para registrar todo


a apresentação do emesmo
qualquer documento
neste pes-
Serviço, uma Quais documentos ganham o status de “erga
vez que dispensam análise prévia. omnes”?

f) Termos de abertura e encerramento de livros con- Erga omnes signica


tábeis: “contra todos”. No Di-
- Somente poderão ser registrados neste serviço, reito algo que tem efeito
Termo de Abertura e Encerramento de livros contábeis “erga omnes”, será im-
posto a todos
daquelas entidades cujos atos constitutivos estejam regis-
trados no RCPJ.
-Todo livro contábil apresentado deverá ser

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

.A Lei 6015/73 em seu artigo 29 elenca documentos cuja - o objeto deverá estar bem qualicado, identicado;
inscrição é obrigatória, para que os mesmos adquiram - todos os envolvidos no documento deverão assinar,
qualidade “erga omnes”, vejamos alguns deles bem como sugere-se o reconhecimento de rmas.
as providências necessárias ao registro dos mesmos: - uma vez examinados e achando-se conformes com to-
das as exigências, os documentos serão protocolizados,
a) Contratos de Locação registrados, microlmados e ndo o processo serão en-
Outorga uxória é autorização, consentimento, per- tregues ao requerente mediante apresentação do proto-
missão, concessão ou licença, relativa à mulher casada. colo.

Estes contratos deverão ser analisados quanto à sua for- g)Noticações


ma, quanto a assinaturas das partes, bem como dos ad- - Caberá ao Registro de Títulos e Documentos a execução
ores e, em sendo o ador casado, observar a presença da das Noticações extrajudiciais.
outorga
Este uxória. deverá conter reconhecimento das r-
documento - A cartaempara
sempre noticação
número de viasserá apresentada
sucientes para registro
aos destinatários,
mas, local e data, valor e prazo da obrigação de forma a mais uma via que cará no Serviço aguardando sua ex-
não suscitar dúvidas. ecução e não será permitida a anexação de objetos ou
documentos srcinais, para entrega ao destinatário.
b) Cartas de Fiança - O documento será protocolizado, registrado e micro-
Independente do compromisso por elas abonados, as lmado. As vias endereçadas aos destinatários serão en-
Cartas de ança deverão ser analisadas quanto à forma, tregues aos noticadores, os quais sairão a procura dos
ou seja, deverá ser observado assinatura, local e data. destinatários em seus respectivos endereços.
Estes documentos deverão trazer as rmas reconhecidas - A entrega da noticação é pessoal, logo só se considera
de todos aqueles que aançam a obrigação, bem como de cumprida quando o próprio destinatário recebê-la apon-
seus cônjuges. do sua assinatura e data em recibo próprio.
- O cumprimento ou não da noticação será certicado à
c) Contratos de Compra e Venda parcelados margem do livro, bem como naquela via deixada no Ser-
Os contratos de compra e venda parcelados de bens viço e esta será entregue ao requerente mediante apresen-
móveis em prestações, com reserva de domínio, as tação do protocolo.
promessas de compra e venda, qualquer que seja a forma
de que se revistam: os supra citados documentos deverão
ser observados quanto à forma, conteúdo, objeto, local e SEÇÃO 2
data e assinatura.
O Registro Imobiliário
d) Contratos de Alienação Fiduciária:
Este tipo de contrato requer uma juntada especial de doc- Para compreender o ato do Registrador
umentos no sentido de efetivar o registro; sobre os títulos submetidos ao registro,
Conforme Instrução Normativa da SRF n.° 93 de deve-se analisar os princípios que
26/11/93 e Ordem de serviço n.° 207 de 08/04/99, regem o Direito de Registro de Imóveis,
quando for o devedor pessoa jurídica deverá ser obser- sendo necessária, também, uma intro-
vado o valor do bem dado em alienação duciária eis que, dução sobre a função do Registrador e
se maior que R$ 15.904,18, far-se-á necessária a juntada o objetivo da atividade de registro.
das certidões da Receita Federal e INSS.
Em não sendo possível a referida juntada, exigir-se-á de- A Lei Federal nº 8935/94, Lei de Notários e dos Regis-
claração sob as penas da lei, que o bem dado em garantia tradores, que regulamenta o art. 236 da Constituição Fed-
não incorpora o ativo permanente da pessoa jurídica bem eral, regulamenta este tipo de registro.
como estano
produção nãoexterior.
possui empregados, nem comercializa sua Quais os objetivos dos serviços notariais e de
registros?
e) Documentos procedentes do estrangeiro
Estes documentos para serem registrados deverão vir Os serviços notariais e de registros são os de organização
acompanhados da respectiva tradução, feita por tradutor técnica e administrativa destinados a garantir a publici-
juramentado, sob pena de não serem registrados. dade, autenticidade, segurança e ecácia dos atos jurídi-
cos. O Registro de Imóveis, assim como os demais Regis-
f) Quitações, recibos e contratos de compra e venda tros Públicos, são instituições permanentes, que têm por
de veículos objetivo dar segurança, publicidade, autenticidade, ecá-
- serão estes observados em sua forma e conteúdo; cia e validade a certos atos jurídicos.

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

A publicidade dos atos notariais e registrais, armada por


Quem pode exercer as atividades de registro lei, gera oponibilidade a todos, é formal e garantidora de
público? direitos, não há que se confundir com o termo propagan-
da, que se destina à simples divulgação de determinado bem,
A atividade de registro é trabalho técnico, desenvolvido provido de liberdade criativa, facilitador do tráfego negocial.
sob as ordens de prossional do direito, que tem a sua
função delegada pelo Poder Público, dotado de fé publi- Como se obtém segurança e autenticidade nos
ca, para exclusivo cumprimento das atividades registrais, registros?
atuando com independência, mas sujeito à scalização do
Poder Judiciário. A autenticidade dos atos de registro é obtida pela conr-
mação, destes atos ou fatos jurídicos feita pela autoridade,
Quando e por que foi criado o Registro Geral no caso o Tabelião ou Registrador, agente delegado do
de Imóveis? Poder
dá Público. É a qualidade dos registradores que lhes
autenticidade.
O Registro Geral de Imóveis, instituído O instrumento tem autenticidade, porém, o fato em si
no Brasil em 1864, pela Lei nº 1.237 pode ser contestado. Presumem-se verdadeiros os atos,
e regulamentado pelos Decretos nº 3.458 documentos ou declarações registradas, mas a presunção
e nº 3.471, ambos de 1865, foi criado é relativa, tendo em vista que não dão autenticidade sub-
para ns de publicidade formal. Os registros dos imóveis, stancial ao negócio causal ou ao fato jurídico de que se
até então, não eram considerados como prova de proprie- srcinam.
dade de algum bem.
Dava, tão somente, conhecimento à todos da transferên- A segurança é a certeza quanto ao ato e quanto
cia de domínio e da constituição de ônus reais, principal- a sua ecácia e a de que o prejudicado eventual terá o seu
mente hipotecas, sobre os imóveis do proprietário apar- patrimônio recomposto, na ocorrência de prejuízo srci-
ente. Nessa época, os títulos judiciais não tinham acesso nado pelo ato praticado.
ao registro de imóveis. A segurança dos assentos conduz à ecácia, que é a ap-
O Código Civil de 1916 institucionalizou a tradição tidão de produzir efeitos jurídicos. Essa ecácia tem uma
solene, tornando obrigatório o registro dos títulos no ação positiva e uma ação restritiva. A primeira ação pro-
cartório fundiário para todas as transferências de imóveis duz o efeito direto de o titular ter, o seu direito juridica-
e para as inscrições dos direitos reais, que sobre eles re- mente protegido e a segunda ação tem o efeito de impedir
caíssem. ou inibir que terceiros ofendam o seu interesse.
Persistia, no entanto, à época, discussão sobre a neces- A publicidade e segurança são máximas inafastáveis dos
sidade do registro dos títulos judiciais no sistema regis- atos que implicam em mutações jurídico-patrimoniais
trário, em face da consideração de suciência publicitária relativas a imóveis. O ato de registro perfectibiliza a mu-
decorrente do processo . tação.
Passou o registro, de nalidade apenas de publicidade
formal, a produzir efeito constitutivo, com a inscrição dos O Registro de Imóveis é documental por nature-
títulos aptos a criar, modicar ou extinguir direitos reais, za, não admitindo como nos Registros Civis declarações
não perdendo, no entanto, seu efeito publicitário. verbais. Todos os atos praticados, no registro imobiliário,
têm suporte em documentos públicos ou particulares.
QualosignicadoeaimportânciadaPubli-
cidade Registral? O que são os Títulos?

A publicidade registral tem, no Direito Brasileiro, o duplo No Direito Registral Imobiliário, conceitua-se título como
efeito de constituir direito real e de anunciá-lo a terceiros, todo documento apresentado ao Registro de Imóveis, que
como no caso
da escritura deda tradição
compra formalno
e venda feita atravésdedoImóveis.
Registro registro instrumenta o direitosuporte
É fonte do registro, real. material do ato negocial en-
A tradição da doutrina romana foi substituída pela publi- tre as partes, da ordem ou ato judiciário, devendo estar
cidade registral. previsto em lei o seu ingresso no registro imobiliário.
A publicidade pode ser necessária, quando há obrigato- A Lei Federal nº 6.015/73, a Lei dos Registros Públicos,
riedade do registro para que este produza os efeitos pre- elenca, no artigo 167, os direitos registráveis, entendidos
tendidos e não necessária, quando facultativos os regis- como direitos aptos ao registro. É uma enumeração taxa-
tros dos atos, declarações ou fatos jurídicos. tiva, deixando de fora os omitidos.
A publicidade necessária compreende duas categorias: a Em sentido amplo, todo documento lançado no Livro de
constitutiva, sem a qual o ato não existe e a declarativa, Protocolo, vale dizer prenotado, é considerado título sob
sem a qual o ato não vale. a ótica registral, inclusive um simples requerimento.

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Em sentido estrito, o artigo 221, da Lei dos Registros Pú- por isso o termo individuado, enquanto destacado da uni-
blicos, indica os títulos que são admitidos ao registro. versalidade dos demais imóveis.
Os títulos, quando transportados para o sistema regis- Todas as pessoas participantes do registro devem estar
trário, exteriorizam a sua ecácia e tanto melhor será a perfeitamente qualicadas e identicadas, para que não
ecácia, quanto mais coerente e preciso o sistema do reg- paire dúvida quanto à coincidência do alienante atual com
istro. o adquirente anterior. A pessoa adquirente, no registro
Nesse sentido, atuam os princípios norteadores do Regis- anterior, deve ser a mesma que está onerando ou alien-
tro Imobiliário, dando a qualicação registrária do título, ando o imóvel no registro posterior.
tornando-o apto ao registro ou não. Vale ressaltar, a importância da especialização da hipo-
teca, que propicia ao proprietário a utilização plena da ca-
pacidade garantidora do imóvel sobre mais de um débito,
SEÇÃO 3 permitindo constituir e registrar hipotecas sobre o mes-

Os Princípios de Direito Material mo bem em graus sucessivos.


d) Princípio da Continuidade
a) Princípio da Inscrição Deve existir uma cadeia de titularidades, como uma cadeia
É pelo registro do título que os direitos pessoais, ob- ininterrupta de assentos onde nenhum elo translativo de
rigacionais, srcinários do contrato, se transformam em direitos poderá faltar, e só se fará o registro de um direito,
direito real. O direito pessoal, se transforma em direito se o outorgante dele aparecer no registro pré-existente
sobre a coisa, direito real. como seu titular.
A aquisição da propriedade é um ato complexo, que se Não estão sujeitos ao princípio da continuidade os títulos
inicia com a lavratura do título e se encerra com o reg- oriundos das aquisições de particulares ao Estado, que
istro. O título, enquanto não levado a registro, gera so- tem o domínio srcinal do território. Derivam esses títu-
mente obrigação pessoal, não se opondo a terceiros. los da fonte pura.

e) Princípio de Legalidade
PONTO CHAVE: O princípio visa a assegurar a estabilidade dos negócios
imobiliários, em face do exame prévio da legalidade dos
O direito real resulta, portanto, da união de dois elemen- títulos, que estabelece a correspondência entre a situação
tos: o título causal e o registro. Os direitos registrados jurídica e a situação registral, objetivando a conança do
gozam da presunção de pertencer aos sujeitos do direito e público no conteúdo do registro.
só podem ser anulados por ação contenciosa e ordinária. Encontra-se, o princípio da legalidade, expresso no art.
É presunção relativa. 1496, do Código Civil, na seção especíca do registro da
O ônus da prova recai sobre a parte que quer cancelar ou hipoteca, e inferida na Lei nº 6015/73, no art. 198, que
desconstituir o direito real registrado. dispõe sobre a exigência do registrador e o processo de
dúvida.
b) Princípio da Prioridade O título tem tanto o sentido causal, como o sentido docu-
A prioridade é obtida pela precedência na apresentação mental, recaindo o exame da legalidade sobre o aspecto
do título no registro de imóveis. da sua aptidão para mudar o direito real e sobre o aspecto
A primazia aparece não só para os direitos de proprie- de idoneidade da sua forma.
dade, como, também, para os direitos reais limitados.
A prioridade é exclusiva, quando versa sobre direitos f) Princípio da Instância
incompatíveis, contraditórios, em que o registro de um O Registrador para a prática dos atos de seu ocio de-
exclui o do outro, como no caso de dois proprietários pende de requisição previa feita pelo interessado.
sobre um mesmo imóvel. É gradual, quando compatíveis É princípio comum a todos os registros e encontra-se ex-
os direitos, como nas hipotecas registradas em graus su-
cessivos. presso no artigo 13º, da Lei dos Registros Públicos.
O princípio da prioridade estabelecerá o direito que g) Princípio da Concentração e a Matrícula
preferirá ao outro, premiando a parte diligente e punindo É princípio novo no direito registral imobiliário, con-
o retardatário. seqüência da Lei nº 6015/73, instituidora da técnica do
fólio real, que organiza a publicidade imobiliária a partir
c) Princípio da Especialidade da unidade predial e sua respectiva matriz, denominada
O princípio da especialidade signica que toda inscrição de matrícula pela Lei.
deve recair sobre um objeto precisamente individuado. Esse lançamento de atos relativos ao imóvel na sua
É necessário identicar o imóvel, que está sendo objeto matrícula deu srcem ao princípio da concentração,
de registro, separando-o dos demais imóveis existentes, que obriga a convergência dos atos a uma determinada

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

matrícula, em seqüência numérica de atos. na prática, inclusive contratos assumindo uma responsab-
A alteração efetuada no Código de Processo Civil, que ilidade prossional que não é sua, e que às vezes poderá
introduziu no processo de execução, através do § 4º, do levá-lo a responder civil e criminalmente por este ato.
art. 659, o dispositivo que torna obrigatório o registro da
penhora de imóvel na respectiva matrícula, enfatizou o
princípio da concentração. ATENÇÃO!

SEÇÃO 4 A assessoria e a confecção de contratos imobiliários são


privativas do advogado. Ao corretor de imóveis que não
O Estatuto da Cidade é advogado a sua função está em conhecer a documen-
tação, e apresentar as partes, promovendo a venda e in-
Constitui-se
cial o Estatutoquedatem
sem precedentes Cidade
por (EC) num avanço
nalidade so-
e objetivo, termediação destadevenda.
responsabilidade A parte
advogado. documental
Quando no texto será de
arma-
promover o planejamento urbano de forma sustentável, mos que o corretor de imóveis ao examinar documen-
tendo como meta principal à qualidade de vida das pes- tações e elaborar contratos poderá ser responsabilizado
soas que moram em aglomerados urbanos e em cidades civilmente, dizemos que poderá responder pelo prejuízo
com mais de 20.000 habitantes. causado a alguém, e criminalmente pelo exercício ilegal
Outra nalidade do Estatuto da Cidade é a busca e a pro- da prossão.
teção ambiental como forma de melhorar esta qualidade
de vida. Os aglomerados urbanos irregulares têm no Es- O que muda com o Estatuto da Cidade?
tatuto da Cidade uma forma legal de regularização.
Com o Estatuto da Cidade, Lei 10.257/01, as exigências
PONTO CHAVE: para o exercício da atividade de corretor de imóveis -
caram maiores. Tudo o que consta no Estatuto da Cidade
O Estatuto da Cidade entra na fase derradeira de sua im- como instrumentos de política urbana deverá estar vincu-
plantação. De acordo com o seu art. 50, os administra- lado ao Plano Diretor das cidades.
dores terão o prazo de 5 anos, contados de 2001, para Assim, os Corretores de Imóveis a partir de agora de-
proceder na adequação dos Planos Diretores as regras do verão ter como instrumento de trabalho o Plano Diretor
Estatuto da Cidade. das cidades que atuam, isto porque, na hipótese de inci-
Ao administrador público lhe é facultado, pelos instru- dir sobre determinada área alguns destes instrumentos de
mentos que lhe foram outorgados pela lei, a implemen- política urbana, o valor do imóvel reduzirá em mais de
tar em sua cidade um planejamento urbano sustentável 50%.
buscando dar as propriedades ociosas uma função social
compulsória, acabando com os vazios urbanos e a espe- Exemplos: Numa área em que o município in-
culação imobiliária. dicou no Plano Diretor como área para Parcelamento
A implantação e o conhecimento do Estatuto da Cidade, Compulsório do Solo, o proprietário terá, a partir da noti-
interessa sobremaneira, tanto ao administrador público cação, o prazo de 1 (um) ano para apresentar o projeto.
como ao investidor, pois, haverá um conseqüente novo Mesmo que proceda na venda durante este ano, o prazo
mercado imobiliário a partir de sua implantação. não deixa de correr. Se o proprietário não apresentar o
projeto, a área passa a ser tributada com o IPTU progres-
Qual o prossional liberal que está mais sivo, que pode alcançar até 15% do valor do imóvel ao
ligado à área imobiliária? ano.
Outro exemplo é o chamado direito de preempção,
Esta pergunta não é tão difícil de ser respondida. O Cor- que vem a ser a preferência igual a do locatário ou do
retor
noite. de Imóveis é a pessoa
O empreendedor, que vive
o vendedor e oocomprador
mercado diasem-e condômino.
imóvel em queSeváaexercer
Prefeitura incluir
o direito no Plano na
de preferência Diretor
com-
pre procuram um Corretor de Imóveis para ter uma aval- pra contra terceiros, este imóvel sem dúvida alguma so-
iação do mercado, qual o tipo de imóvel que esta venden- frerá uma desvalorização tamanha, que é capaz de sequer
do, qual o valor que o mercado está absorvendo, como ter comprador para ele.
são as propostas para compra, se parcelada, se à vista, se Antes da vigência do Estatuto da Cidade bastava buscar
na troca, enm toda a série de modalidade de negociações a viabilidade no Município, ou então consultar sobre o
que envolvem uma transação imobiliária. índice e a vocação do local para construção, se comercial,
Por cautela e por ofício o Corretor de Imóveis conhece misto ou residencial.
o suciente a documentação do imóvel que vende, é um Agora se incorpora na vida do corretor de imóveis uma
conhecimento que empresta a seus clientes formulando rotina maior, que é o dia-a-dia com o Plano Diretor para

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

cumprir elmente o seu trabalho de intermediação imo- com os limites da sustentabilidade ambiental, social e
biliária. econômica do Município e do território sob sua área de
De resto deverá o Corretor de Imóvel car atento à im- inuência.
plantação do Estatuto da Cidade e participar das audiên- IX. Justa distribuição dos benefícios e ônus
cias públicas, conferências e palestras que o Poder Pú- decorrentes do processo de urbanização.
blico está obrigado por lei a promover para completar o X. Adequação dos instrumentos de política
processo legislativo. econômica, tributária e nanceira e dos gastos públicos
aos objetivos do desenvolvimento urbano, de modo a
Quaisasdiretrizesdapolíticaurbanadeni- privilegiar os investimentos geradores de bem-estar geral
da pelo Estatuto das Cidades? e a fruição dos bens pelos diferentes segmentos sociais.
XI. Recuperação dos investimentos do Poder
I. Garantia do direito a cidades sustentáveis, Público de que tenha resultado a valorização de imóveis
entendido como
saneamento o direito
ambiental, à terra urbana,
à infra-estrutura à moradia,
urbana, ao
ao trans- urbanos.XII. Proteção, preservação e recuperação do
porte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para meio ambiente natural e construído, do patrimônio cul-
as presentes e futuras gerações. tural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico.
II. Gestão democrática por meio da participação XIII. Audiência do Poder
da população e de associações representativas dos vári- Público municipal e da população
os segmentos da comunidade na formulação, execução interessada nos processos de
e acompanhamento de planos, programas e projetos de implantação de empreendimentos
desenvolvimento urbano. ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre
III. Cooperação entre os governos, a iniciativa o meio ambiente natural ou construído, o conforto ou a
privada e os demais setores da sociedade no processo de segurança da população.
urbanização, em atendimento ao interesse social. XIV. Regularização fundiária e urbanização de
IV. Planejamento do desenvolvimento das ci- áreas ocupadas por população de baixa renda mediante o
dades, da distribuição espacial da população e das ativi- estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso
dades econômicas do Município e do território sob sua e ocupação do solo e edicação, consideradas a situação
área de inuência, de modo a evitar e corrigir as distor- socioeconômica da população e as normas ambientais.
ções do crescimento urbano e seus efeitos negativos so- XV. Simplicação da legislação de parcelamento,
bre o meio ambiente. uso e ocupação do solo e das normas edilícias, com vistas
V. Oferta de equipamentos urbanos e comuni- a permitir a redução dos custos e o aumento da oferta dos
tários, transporte e serviços públicos adequados aos in- lotes e unidades habitacionais.
teresses e necessidades da população e às características XVI. Isonomia de condições para os agentes
locais. públicos e privados na promoção de empreendimentos e
VI. Ordenação e controle do uso do solo, de atividades relativos ao processo de urbanização, atendido
forma a evitar: o interesse social.

a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos; Quais as competências do Poder Federal?


b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconveni-
entes; Compete à União, entre outras atribuições de interesse da
c) o parcelamento do solo, a edicação ou o uso exces- política urbana:
sivos ou inadequados em relação à infra-estrutura urbana;
d) a instalação de empreendimentos ou atividades que I. Legislar sobre normas gerais de direito ur-
possam funcionar como pólos geradores de tráfego, sem banístico.
a previsão da infra-estrutura correspondente; II. Legislar sobre normas para a cooperação
e)
na asua
retenção especulativa
subutilização ou nãodeutilização;
imóvel urbano, que resulte entre a União,
nicípios os Estados,
em relação o Distrito
à política urbana, Federal
tendo eme os Mu-
vista o
f) a deterioração das áreas urbanizadas; equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito
g) a poluição e a degradação ambiental. nacional.
III. Promover, por iniciativa própria e em con-
VII. Integração e complementaridade entre as junto com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
atividades urbanas e rurais, tendo em vista o desenvolvi- programas de construção de moradias e a melhoria das
mento socioeconômico do Município e do território sob condições habitacionais e de saneamento básico.
sua área de inuência. IV. Instituir diretrizes para o desenvolvimento
VIII. Adoção de padrões de produção e consu- urbano, inclusive habitação, saneamento básico e trans-
mo de bens e serviços e de expansão urbana compatíveis portes urbanos.

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

V. Elaborar e executar planos nacionais e re- Considera-se subutilizado o imóvel cujo aproveitamento
gionais de ordenação do território e de desenvolvimento seja inferior ao mínimo denido no plano diretor ou em
econômico e social. legislação dele decorrente.

Quais os instrumentos da política urbano O que é o usucapião de um imóvel urbano?


que serão utilizados?
Aquele que possuir como sua área
I. Planos nacionais, regionais e estaduais de or- ou edicação urbana de até duzentos
denação do território e de desenvolvimento econômico e e cinqüenta anos, ininterruptamente
social. e sem oposição, utilizando-a para
II. Planejamento das regiões metropolitanas, sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio,
aglomerações urbanas e micro regiões. desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano
III. Planejamento municipal, em especial: ou rural.
As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta met-
a) plano diretor; ros quadrados, ocupadas por população de baixa renda
b) disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e
solo; sem oposição, onde não for possível identicar os terre-
c) zoneamento ambiental; nos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de ser-
d) plano plurianual; em usucapidas coletivamente, desde que os possuidores
e) diretrizes orçamentárias e orçamento anual; não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.
f) gestão orçamentária participativa;
g) planos, programas e projetos setoriais; Em que consiste o Direito de Preempção?
h) planos de desenvolvimento econômico e social;
IV. Institutos tributários e nanceiros: O direito de preempção confere ao Poder Público munic-
ipal preferência para aquisição de imóvel urbano objeto
a) imposto sobre a propriedade predial e territorial ur- de alienação onerosa entre particulares.
bana - IPTU;
b) contribuição de melhoria; A Lei municipal, baseada no plano diretor, delimitará as
c) incentivos e benefícios scais e nanceiros; áreas em que incidirá o direito de preempção e xará pra-
V. Institutos jurídicos e políticos: zo de vigência, não superior a cinco anos, renovável a par-
tir de um ano após o decurso do prazo inicial de vigência.
a) desapropriação; O direito de preempção ca assegurado durante o prazo
b) servidão administrativa; de vigência xado na forma acima, independentemente
c) limitações administrativas; do número de alienações referentes ao mesmo imóvel.
d) tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano; O direito de preempção será exercido sempre que o Pod-
e) instituição de unidades de conservação; er Público necessitar de áreas para:
f) instituição de zonas especiais de interesse social; I. Regularização fundiária.
g) concessão de direito real de uso; II. Execução de programas e projetos habitacionais de
h) concessão de uso especial para ns de moradia; interesse social.
i) parcelamento, edicação ou utilização compulsórios; III. Constituição de reserva fundiária.
j) usucapião especial de imóvel urbano; IV. Ordenamento e direcionamento da expansão urbana.
k) direito de superfície; V. Implantação de equipamentos urbanos e comunitários.
l) direito de preempção; VI. Criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes.
m) outorga onerosa do direito de construir e de alteração VII. Criação de unidades de conservação ou proteção de
de uso; outras áreas de interesse ambiental.
n
o)) transferência do direito
operações urbanas de construir;
consorciadas; VIII. Proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou
paisagístico.
p) regularização fundiária;
q) assistência técnica e jurídica gratuita para as comuni- Quais as condições do direito de construir?
dades menos favorecidas;
r) referendo popular e plebiscito; O plano diretor poderá xar áreas nas quais o direito de
VI. Estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e construir poderá ser exercido acima do coeciente de
estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV). aproveitamento básico adotado, mediante contrapartida
a ser prestada pelo beneciário.
Quando se considera um imóvel subutiliza- Para os efeitos desta Lei, coeciente de aproveitamento é
do? a relação entre a área edicável e a área do terreno.

• 77
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

O plano diretor poderá xar coeciente de aproveitamen-


to básico único para toda a zona urbana ou diferenciado Qual a importância do Plano Diretor?
para áreas especícas dentro da zona urbana.
O plano diretor denirá os limites máximos a serem A propriedade urbana cumpre sua função social quando
atingidos pelos coecientes de aproveitamento, conside- atende às exigências fundamentais de ordenação da ci-
rando a proporcionalidade entre a infra-estrutura exis- dade expressas no plano diretor, assegurando o atendi-
tente e o aumento de densidade esperado em cada área. mento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade
O plano diretor poderá xar áreas nas quais poderá ser de vida, à justiça social e ao desenvolvimento das ativi-
permitida alteração de uso do solo, mediante contrapar- dades econômicas.
tida a ser prestada pelo beneciário. O plano diretor, aprovado por lei municipal, é o instru-
mento básico da política de desenvolvimento e expansão
Qual a possibilidade de transferência do di- urbana.
reito de construir? O plano diretor
jamento é parte
municipal, integrante
devendo do processo
o plano de as
plurianual, plane-
dir-
A Lei municipal, baseada no plano diretor, poderá autori- etrizes orçamentárias e o orçamento anual incorporar as
zar o proprietário de imóvel urbano, privado ou público, diretrizes e as prioridades nele contidas.
a exercer em outro local, ou alienar, mediante escritura O plano diretor deverá englobar o território do Município
pública, o direito de construir previsto no plano diretor como um todo.
ou em legislação urbanística dele decorrente, quando o O plano diretor é obrigatório para cidades:
referido imóvel for considerado necessário para ns de: I. Com mais de vinte mil habitantes.
I. Implantação de equipamentos urbanos e co- II. Integrantes de regiões metropolitanas e
munitários. aglomerações urbanas.
II. Preservação, quando o imóvel for considera- III. Integrantes de áreas de especial interesse
do de interesse histórico, ambiental, paisagístico, social ou turístico.
cultural. IV. Inseridas na área de inuência de empreendi-
III. Servir a programas de regularização mentos ou atividades com signicativo impacto ambien-
fundiária, urbanização de áreas ocupadas por população tal de âmbito regional ou nacional.
de baixa renda e habitação de interesse social.
A mesma faculdade poderá ser concedida ao proprietário O plano diretor deverá conter no mínimo:
que doar ao Poder Público seu imóvel, ou parte dele, para I. A delimitação das áreas urbanas onde poderá
os ns previstos nos incisos I a III. ser aplicado o parcelamento, edicação ou utilização
compulsórios, considerando a existência de infra-estrutu-
O que a Lei estabelece sobre o impacto de ra e de demanda para utilização, na forma do art. 5o desta
vizinhança? Lei.
II. Sistema de acompanhamento e controle.
A Lei municipal denirá os empreendimentos e atividades
privadas ou públicas em área urbanas que dependerão de Como se instaura a gestão democrática
elaboração de estudo prévio de impacto de vizinhança numa cidade?
(EIV) para obter as licenças ou autorizações de con-
strução, ampliação ou funcionamento a cargo do Poder Para garantir a gestão democrática da cidade, deverão ser
Público municipal. utilizados, entre outros, os seguintes instrumentos:
O EIV será executado de forma a contemplar os efeitos I. Órgãos colegiados de política urbana, nos
positivos e negativos do empreendimento ou atividade níveis nacional, estadual e municipal.
quanto à qualidade de vida da população residente na área II. Debates, audiências e consultas públicas.
e suas proximidades, incluindo a análise, no mínimo, das III. Conferências sobre assuntos de interesse ur-
seguintesI.questões:
Adensamento populacional. bano, nosIV.níveis nacional,
Iniciativa estadual
popular e municipal.
de projeto de lei e de pla-
II. Equipamentos urbanos e comunitários. nos, programas e projetos de desenvolvimento urbano.
III. Uso e ocupação do solo. No âmbito municipal, a gestão orçamentária participativa
IV. Valorização imobiliária. incluirá a realização de debates, audiências e consultas
V. Geração de tráfego e demanda por transporte públicas sobre as propostas do plano plurianual, da lei
público. de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual, como
VI. Ventilação e iluminação. condição obrigatória para sua aprovação pela Câmara
VII. Paisagem urbana e patrimônio natural e cul- Municipal.
tural. Os organismos gestores das regiões metropolitanas e
aglomerações urbanas incluirão obrigatória e signicativa

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
participação da população e de associações representa- Em 2 de agosto de 2004, foi sancionada a Lei nº 10.931,
tivas dos vários segmentos da comunidade, de modo a que dispôs sobre o patrimônio de afetação de incorpo-
garantir o controle direto de suas atividades e o pleno rações imobiliárias, Letra de Crédito Imobiliário, Cédula
exercício da cidadania. de Crédito Imobiliário, Cédula de Crédito Bancário, bem
como alterou o Decreto-Lei no 911/69, as Leis números
RESUMO 4.591/64, 4.728/65, 10.406/02, 6.015/73 e deu outras
providências.
Os serviços Notariais e de Registro existem em nosso Houve alteração nos artigos 212 ao 214, da Lei dos Regis-
País desde o século XIX, com a nalidade de dar publici- tros Públicos LRP (Lei nº 6.015/73), no que se refere ao
dade, autenticidade, segurança e ecácia aos atos que são procedimento de RETIFICAÇÃO no Registro Imobil-
levados a registro, assegurando aos usuários a Paz Jurídica iário, até então burocrático, moroso e dispendioso, pois,
almejada por todos, uma vez que o Notário e o Registra- via de regra, o procedimento era judicial.
dor trabalham
Magistrado atuananaprevenção
ruptura dadeordem
litígios, ao passo
jurídica, que o
buscando Segundo
bação foroomissa,
caput do artigo 212,
imprecisa “se exprimir
ou não o registroa ou a aver-a
verdade,
o seu restabelecimento. reticação será feita pelo Ocial do Registro de Imóveis
Os serviços Notariais e de Registro são descentralizados e competente, a requerimento do interessado, por meio do
exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Pú- procedimento administrativo previsto no art. 213, fac-
blico, mediante concurso de provas e títulos, promovido ultado ao interessado requerer a reticação por meio de
pelo Poder Judiciário, que scaliza os atos nos termos da procedimento judicial”. Já o parágrafo único estabelece
lei. que “a opção pelo procedimento administrativo previsto
Essas atividades pertencem ao Estado, no Brasil e no no art. 213 não exclui a prestação jurisdicional, a requeri-
Mundo. Porém, no que se refere ao Registro de Imóveis, mento da parte prejudicada”.
alguns Países preferem não exercer diretamente a ativi- Dos referidos enunciados conclui-se o seguinte:
dade - como por exemplo no Brasil, no Chile e no Equa- que a reticação poderá ser tanto de registro, quanto de
dor aqui na América e na Espanha e parte da Itália, no averbação e ainda de matrícula;
continente europeu -, delegando a uma pessoa natural, deverão ser observados os princípios da territorialidade e
prossional do Direito, via de regra, a qual responde civil, da rogação, em alguns casos; e,
administrativa e criminal pelos danos causados a terceiros. a jurisdicionalização passou a ser uma faculdade do in-
O Registrador Imobiliário é independente no exercício teressado e da parte prejudicada, não mais compulsória.
das suas atribuições, em função do que dispõe o artigo O artigo 214 da LRP traz a possibilidade de o juiz de-
236, da Constituição Federal de 198812, cuja regulamen- terminar o bloqueio da matrícula quando uma demanda
tação se deu com a Lei nº 8.935/94, modicando e for- anulatória de registro/averbação ensejar possíveis danos
talecendo o regime jurídico dessas relevantes atividades e, de difícil reparação, impossibilitando o lançamento de
assim, consolidando sua independência funcional. qualquer ato registral.
Os Registradores e Notários não precisam se submeter Assim, analisando a Lei nº 10.931/04 e sabendo que o
corriqueiramente seus atos ao controle do Poder Judi- Registrador Imobiliário é um prossional do Direito dot-
ciário, a exemplo da homologação da contratação de fun- ado de fé pública, entende-se que ele poderá realizar reti-
cionários, abertura de livros etc., hoje apropriadamente cações desde que esteja convencido das provas apresen-
abolidas. tadas, independentemente da participação do digno órgão
do Ministério Público e do excelso Poder Judiciário. To-
davia, havendo impugnação, remeterá o processo ao juiz
competente que o decidirá.
Diante do exposto, havendo consenso entre as partes, to-
das as hipóteses de reticações constantes do artigo 213
da LRP poderão ensejar a averbação de reticação pelo
12 Art.
em 236.privado,
caráter Os serviços notariais do
por delegação e dePoder
registro são exercidos
Público. próprio Ocial,
registral face aclamando
à nova realidadeuma verdadeira
jurídica autonomia
outorgada ao Reg-
§ 1º - Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade istrador de Imóveis. Porém, pode-se armar que em não
civil e criminal dos notários, dos ociais de registro e de seus
prepostos, e denirá a scalização de seus atos pelo Poder Ju-
havendo acordo ou havendo prejuízo ao confrontante,
diciário. caberá ao Judiciário decidir.
§ 2º - Lei federal estabelecerá normas gerais para xação de
emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços no-
tariais e de registro.
§ 3º - O ingresso na atividade notarial e de registro depende de
concurso público de provas e títulos, não se permitindo que
qualquer serventia que vaga, sem abertura de concurso de
provimento ou de remoção, por mais de seis meses.

• 79
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

REFERÊNCIAS

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO BRASIL. São Paulo: Edi-


pro, 2000.
NOVO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO. São Paulo: Ed. Re-
vista dos Tribunais, 2003.
FILHO, Pedro Paulo. As Ações na Locação Imobiliária Urba-
na. Rio de Janeiro: Ed. LED, 1999.
JUNQUEIRA, Gabriel José Pereira. Aspectos Jurídicos dos
Negócios Imobiliários. Rio de Janeiro: Ed. LED, 2003.
JUNQUEIRA, Gabriel José Pereira. Teoria e Prática do Direito
Imobiliário. Rio de Janeiro: Ed. LED, 2002.
AGIARIAN, Hercules. Curso de Direito Imobiliário. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2000.
98 Direito e Legislação
Centro de Educação Tecnológica República
ALMEIDA, Maria Cecília Ladeira. Reticação de Áreas no
Registro Imobiliário. São Paulo: Jurícia Brasileira, 1999.
BERSONI, Darcy. Direitos Reais. São Paulo: Saraiva, 1999.
CARVALHO, Afrânio. Registro de Imóveis. Rio de Janeiro:
Forense, 1998.
LIMA, Frederico Henrique Viegas. Da Alienação Fi-
duciária em Garantia da Coisa Imóvel. Paraná: Juruá,
1999.
ORLANDI NETO, Narciso. Raticação do Registro de
Imóveis. São Paulo: Oliveira Mendes, 1999.
PEREIRA. Caio Mario da Silva. Condomínios e Incorpo-
rações. Rio de Janeiro: Forense, 1996.
PEREIRA. Lafayete Rodrigues. Direito das coisas. Rio de
Janeiro: Freitas Bastos, 1995.
RIOS. Arthur. Manual de Direito Imobiliário. Paraná: Ju-
ruá, 1999.
TEPEDINO. Gustavo. Multipropriedade Imobiliária.
São Paulo: Saraiva, 2000.

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

EXERCÍCIOS
Direito

1 – Como podemos denir o dano difuso?

a) Com uma avaliação do preço de maneira unilateral


b) Quando um imóvel locado para utilização de uma empresa qualquer é considerado não residencial
c) Como sendo uma recusa em permitir reforma determinada pelo poder público
d) Pela renúncia do imóvel
e) Quando ocorre um prejuízo de um número indeterminado de pessoas

2 – O DIMOB é uma (a):

a) Imposto arrecadado pelo governo federal


b) Imposto arrecadado pelo governo estadual
c) Departamento estadual de regulamentação de imóveis
d) Declaração sobre as atividades imobiliárias
e) Todas as alternativas acima estão corretas

3 – A locação temporária de imóvel no período de férias ou feriados prolongados, algumas vezes pode se transformar
em um grande problema. Que cuidados se deve tomar para que isto não aconteça?

a) Ler atentamente as regras bem denidas na lei do inquilinato


b) Seguir normas claras contidas no Código Civil Brasileiro
c) Ler as normas previstas no Código de Processo Civil
d) Seguir o Código de Defesa do Consumidor
e) Somente por determinação do poder público através de uma ação jurídica

4 – O ITBI é um imposto arrecadado:

a) Pelo cartório de Registro Civil


b) Pelo Governo Estadual
c) Pelo Governo Federal
d) Pela Prefeitura Municipal
e) Nenhuma das alternativas acima estão corretas

5 – O registro geral de imóveis foi instituído no Brasil em 1864 com o objetivo de:

a) Registrar os bens adquiridos


b) Publicidade formal
c)
d) Cobrar impostos
Controlar advindos
a emissão da aquisição de bens
escrituras
e) Nenhuma das alternativas acima estão corretas

6 – Em que consiste a denúncia vazia?

a) O retomante alegando necessidade de usar o imóvel, se estiver ocupado


b) Na retomada do imóvel pelo proprietário sem justicativa expressa
c) Num mútuo acordo
d) Em uma responsabilidade ou garantia assumida por terceira pessoa
e) No pagamento do prêmio do seguro, cedido por uma seguradora

• 81
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

7 – No contrato de locação. Pode o locador exigir do locatário as seguintes modalidades de garantia:

a) Seguro de ança locatícia


b) Pagamento de salários, encargos trabalhistas, contribuições previdenciárias e sociais dos empregados do con-
domínio
c) Manutenção e constituição de fundo de reserva
d) Imposto e taxas de administração imobiliária
e) Caução, ança e seguro de ança locatícia

8 – Nas locações residenciais ajustadas por escrito e por prazo igual ao superior a 30 meses, o imóvel poderá ser reto-
mado no seguinte caso:
a) Em decorrência da falta de pagamento do aluguel e de mais encargos
b) Morte do ador
c) Exoneração do ador
d) Alienação de imóvel
e) Ausência, interdição, falência ou insolvência do ador

9 – A existência legal da pessoa jurídica só começa com o registro de seus atos constituintes. Estes registros são feitos:

a) Na junta comercial do estado


b) No conselho dos contribuintes
c) Na prefeitura municipal
d) No cartório de registro de imóveis
e) Nenhuma das alternativas acima estão corretas

10 – O sistema nanceiro de habitação é formado por recursos do:

a) BNH, órgãos federais, estaduais, municipais


b) Órgãos federais, estaduais, municipais e sistema nanceiro
c) Cadernetas de poupança e FGTS
d) Órgãos federais e sistema nanceiro
e) FAT e INSS

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

OPERAÇÕES IMOBILIÁRIAS

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

• 84
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

INTRODUÇÃO

A disciplina de Operações Imobiliárias talvez seja a que mais interesse vai despertar em você. Obviamente
ela éo centro das atenções de todo prossional que deseja um dia ser u m Corretor de Imóveis reconhecido
e valorizado pelo mercado. Este prossional, devidamente especializado e habilitado atuará como mediador
nas diversas transações imobiliárias existentes. Ele informará aos interessados as condições e vantagens do
mercado, promovendo o acordo de vontades para a celebração de um negócio, através de um contrato. To-
dos estes procedimentos, os cuidados necessários, a legislação em vigor e o Código de Ética do prossional,
serão estudados nesta disciplina. Portanto, tenho certeza de que você aproveitará muito todos os conteúdos
aquiapresentados.

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

• 86
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

namento dos órgãos de scalização.


UNIDADE 1 Vocêsabequempodeexerceraprossãode
corretor de imóveis?
O Corretor de Imóveis Somente nos casos descritos a seguir é permitido atuar
como corretor de imóveis:
SEÇÃO 1 I. Ao possuidor do título de Técnico em Trans-
ações Imobiliárias, inscrito no Conselho Regional de
O Corretor de Imóveis Imóveis da jurisdição;
II. Ao Corretor de Imóveis inscrito nos ter-
mos da Lei 4.116 de 27 de agosto de 1962, desde que
requeira
existe a revalidação
a Resolução de sua inscrição.
do Conselho Além
Federal de desta Lei,
Corretores de
Você sabia que o corretor de imóveis é um prossional Imóveis (Cofeci) N° 695/2001, que considera equiparado
liberal, com atividade prossional regulamentada por Lei ao título de Técnico em Transações Imobiliárias, para ns
Federal, subordinada à scalização pelo Conselho Re- de inscrição nos Conselhos Regionais de Corretores de
gional de Corretores de Imóveis – CRECI? Imóveis:
III. Ao possuidor dos Diplomas conferidos
ATENÇÃO! a concluintes de Cursos de Graduação de Bacharel em
Ciências Imobiliárias e de Cursos Superiores Seqüenciais
Sua prossão é reconhecida pela Lei 6.530 e regulamen- de Ciências Imobiliárias ou de Gestão de Negócios Imo-
tada pelo decreto 81.871 de 29/06/1978. biliários.
O corretor de imóveis pode exercer sua prossão como
autônomo, acertando sua remuneração através de seus Como é o processo de inscrição no Conselho
contratos particulares com seus clientes, respeitando a ta- Regional?
bela homologada pelas entidades da classe.
Você poderá também ser dono de imobiliária ou trab- A inscrição do Corretor de Imóveis e da pessoa jurídica
alhar em uma, como prossional autônomo, dividindo será efetuada no Conselho Regional da jurisdição. As pes-
com esta os frutos de seu trabalho, uma vez que a mesma soas jurídicas inscritas no Conselho Regional de Corre-
deverá dar todo o suporte para o pleno exercício pros- tores de Imóveis sujeitam-se aos mesmos deveres e têm
sional. Você poderá trabalhar como Incorporador Imo- os mesmos direitos das pessoas físicas nele inscritas. Es-
biliário e também como Administrador de Condomínios tas deverão ter como sócio-gerente ou diretor, um corre-
Residenciais e Imóveis de terceiros. tor de imóveis, individualmente inscrito. Ao Corretor de
No Código Civil, as funções do Corretor aparecem assim Imóveis inscrito será fornecida a Carteira de Identidade
descritas: Prossional, numerada em cada Conselho Regional.
Art. 722:
“Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não Quais os direitos do Corretor de Imóveis na
ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de sua atividade?
serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-
se a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme a) Exercício legal da prossão.
as instruções recebidas” b) Receber comissão sobre as transações imobiliárias
efetuadas.
Qual a primeira Lei que regulamentou a pro- c) Associar-se a Sindicato de categoria prossional.
ssãodoCorretordeImóveis?

A primeira Lei que regulamentou a prossão de Corre- Quais os direitos do Corretor de Imóveis
quanto ao Creci?
tor de Imóveis foi a Lei 4.116/62 de 1962. Esta lei foi
promulgada por esforço de associações prossionais, mas a) Recebimento de Carteira de Identidade Prossional.
só em 1978, com a nova lei, é que os Conselhos Regional b) Votar e ser votado para o Conselho Regional e Federal
e Federal foram criados e com isto a prossão ganhou da categoria.
maior controle e regulamentação.
Quais os deveres do Corretor de Imóveis na
Qual a Lei que vigora atualmente? sua atividade?
O Decreto 81.871/78 regulamenta a Lei 6.530, disci- a) Zelar sobre a Ética nas Transações Imobiliárias.
plinando a prossão de Corretor de Imóveis e o funcio-

• 87
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
b) Denunciar ao Conselho Regional de Corretores de VII. violar o sigilo prossional.
Imóveis, o exercício ilegal da prossão. VIII. negar aos interessados, prestação de contas
c) Zelar e proteger as informações dos clientes conadas ou recibos de quantia ou documento que lhe tenham sido
em sigilo a sua pessoa. entregues a qualquer título.
d) Zelar e prestigiar as entidades de classe, contribuindo IX. violar obrigação legal concernente ao exercí-
e participando das mesmas. cio da prossão.
e) Conhecer todas a Legislação que rege as Transações X. praticar, no exercício da atividade prossional,
Imobiliárias. ato que a lei dena como crime de contravenção.
f) Fornecer toda a documentação do imóvel ao adquir- XI. deixar de pagar contribuições ao Conselho
ente para que este examine antes de ser lavrada à escritura. Regional.
g) Examinar toda a documentação do imóvel, bem como XII. recusar ou facilitar a terceiros, transações
apresentá-la aos possíveis adquirentes. ilícitas ou que por qualquer forma prejudiquem interesses
h)Proceder
i) Combinarà avaliação
o preço edo
as condições devendido.
imóvel a ser venda. de terceiros.
XIII. recusar a apresentação da Carteira de Iden-
j) Firmar contrato relativo à sua prestação de serviço. tidade Prossional, quando couber.
k) Encaminhar ao vendedor as propostas oferecidas pe-
los candidatos à compra. Quais as sanções disciplinares que o Corre-
l) Emitir recibo de sinal ou de princípio de pagamento tor de Imóveis está sujeito?

Quais os deveres do Corretor de Imóveis A sanção disciplinar aplicável será decidida pelo Consel-
quanto ao Creci? ho, orientado pelas circunstâncias de cada caso, de modo
a considerar leve ou grave a falta. A reincidência na mes-
a) O número da inscrição do Corretor de Imóveis ou da ma falta determinará a agravação da penalidade.
pessoa jurídica deverá constar obrigatoriamente de toda A multa poderá ser acumulada com outra penalidade, e na
propaganda, bem como de qualquer impresso relativo à hipótese de reincidência, aplicar-se á em dobro. A pena de
atividade prossional. suspensão será anotada na Carteira Prossional de Cor-
b) Somente poderá anunciar publicamente, o Corretor de retor de Imóveis ou responsável pela pessoa jurídica e se
Imóveis, pessoa física ou jurídica, que tiver contrato este não apresentar para que seja consignada a penalidade,
escrito de mediação ou autorização escrita para alienação o Conselho Regional poderá convertê-la em cancelamen-
do imóvel anunciado. to de registro.
c) O pagamento da anuidade ao Conselho Regional con- Os tipos de sanções disciplinares são os seguintes:
stitui condição para o exercício da prossão de Corretor I. Advertência verbal.
de Imóveis e da pessoa jurídica. II Censura.
III.Multa.
Quais as proibições e as penalidades a que IV.Suspensão da inscrição, até 90 (noventa) dias.
está sujeito o Corretor de Imóveis? V.Cancelamento da inscrição, com apreensão da
carteira prossional.
a) Multa correspondente ao valor da anuidade, será apli-
cada ao Corretor de Imóveis ou pessoa jurídica, que
deixar de votar sem causa justicada. SEÇÃO 2
b) Sanção disciplinar xada pelo Conselho Federal, será
aplicada ao Corretor de Imóveis ou pessoa jurídica, nos Os Órgãos de Classe
seguintes casos de infração disciplinar:
I. transgredir normas de ética prossional. Você já sabe que a prossão de Corretores de Imóveis é
II. prejudicar, por dolo ou culpa, os interesses regulamentada por Lei Federal, normalizada e scalizada
que lhes III.
forem conados.
exercer a prossão quando impedido de pelo
COFECIConselho
e pelosFederal de Regionais
Conselhos Corretores– de Imóveis
CRECI. Estas-
fazê-lo ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos entidades são autarquias, subordinadas ao Ministério do
não inscritos ou impedidos. Trabalho e ao Tribunal de Contas da União. Há também
IV. anunciar publicamente proposta de transação as representações prossionais, tais como associações,
a que não esteja autorizado através de documento escrito. sindicatos e também as câmaras setoriais.
IV. fazer anúncio ou impresso relativo á atividade
prossional sem mencionar o número de inscrição. Qual a função e como atua o COFECI ?
VI. anunciar imóvel loteado ou em condomínio
sem mencionar o número do registro do loteamento ou O COFECI é um órgão que disciplina e scaliza a pro-
da incorporação no Registro de Imóveis. ssão e o exercício das atividades dos Corretores de

• 88
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Imóveis. É uma pessoa jurídica, na forma de autarquia, hos regionais.


portanto de direito público, e vinculada ao Ministério do XIII. Elaborar o regimento padrão dos consel-
Trabalho e de acordo com a Lei 6530/78, tem autonomia hos regionais
administrativa, operacional e nanceira. Por ter atuação XIV. Homologar o regimento dos conselhos re-
a nível federal, sua sede e foro são no Distrito Federal, gionais.
sendo composto por dois representantes, efetivos e su- XV. Aprovar o relatório anual, o balanço e as
plentes, de cada Conselho Regional. Dentre as principais contas dos conselhos regionais.
atividades do COFECI estão: XVI. Credenciar representantes junto aos con-
a) Criar e extinguir Conselhos Regionais e sub-regiões, selhos regionais, para vericação de irregularidades e
xando-lhes a pendências acaso existentes.
sede e a jurisdição. XVII. Intervir, temporariamente nos conselhos
b) Baixar normas de ética prossional. regionais, nomeando diretoria provisória, até que seja
c) Elaborar contratos padrão para as atividades de cor-
retagem. regularizada
rmino a situação
do mandato, ou, comprovada
se for se isso não ocorrer, até o té-
irregularidade na
d) Fixar multas e anuidades. administração ou se tiver havido atraso injusticado no
recolhimento das contribuições.
SAIBA MAIS: XVIII.Destituir diretor do conselho regional,
por ato de improbidade no exercício de suas funções.
Pesquise maiores informações sobre legislação direta- XIX. Promover diligências, inquéritos ou veri-
mente no Site do COFECI:www.cofeci.gov.br cações sobre o funcionamento dos conselhos regionais e
adotar medidas para sua eciência e regularidade.
Quais as competências do COFECI ? XX.Deliberar sobre casos omissos.
XXI. Representar em juízo ou fora dele, em todo
O Conselho Federal de Corretores de Imóveis tem por território nacional, os legítimos interessados da categoria
nalidade orientar, supervisionar e disciplinar o exercício prossional.
da prossão de Corretor de Imóveis, em todo território
nacional. Compete ao Conselho Federal: Como atua o Conselho Regional de Corretor
I. Eleger sua diretoria. de Imóveis?
II. Elaborar e alterar seu regimento.
III. Exercer função normativa, baixar resoluções O CRECI é o órgão de scalização e controle a nível es-
e adotar providências à realização dos objetivos institu- tadual e regional. É uma autarquia (órgão de direito pú-
cionais. blico, prestando contas ao Tribunal de Contas da União),
Autarquia: e subordinado ao COFECI e ao Ministério do Trabalho.
Entidade com relativa Sua diretoria é composta por vinte e sete membros efeti-
autonomia de um ramo da vos, eleitos por votação dos Corretores de Imóveis.
administração pública que Sua principal função é scalizar o exercício prossional e
atua sem interferência do zelar pela Ética nas negociações imobiliárias, protegendo
governo. a sociedade. Suas principais atividades são:
IV. Instituir o modelo das carteiras de identidade a) Decidir sobre os pedidos de inscrição de corretor de
prossional e dos certicados de inscrição. imóveis e de pessoas jurídicas.
V. Autorizar a sua diretoria e adquirir e onerar b) Organizar e manter o registro prossional e de pessoas
bens imóveis. físicas e jurídicas inscritas.
VI Aprovar o relatório anual, o balanço e as con- c) Expedir carteiras prossionais e certicados de in-
tas de sua diretoria, bem como elaborar a previsão orça- scrição.
mentária para o exercício seguinte. d) Impor sanções previstas na lei.
VII Criar e extinguir
regiões, xando-lhes conselhos regionais e sub –
sede e jurisdição. e) Baixar sanções no âmbito de sua competência.
VIII. Baixar normas de ética prossional. Quais as competências do CRECI ?
IX. Elaborar contrato padrão para os serviços de
corretagem de imóveis de observância obrigatória pelos Os Conselhos Regionais de Corretores de Imóveis tem
inscritos. por nalidade, scalizar o exercício prossional na área
X. Fixar multas, anuidades e emolumentos devi- de sua jurisdição, sob supervisão do Conselho Federal.
dos aos conselhos regionais. Eles terão sede e foro na Capital do Estado, ou de um dos
XI. Decidir as dúvidas suscitadas pelos consel- Estados, a critério do Conselho Federal. Os Conselhos
hos regionais. Regionais serão compostos por 27 (vinte e sete) mem-
XII. Julgar os recursos das decisões dos consel- bros, efetivos e suplentes eleitos: 2/3 (dois terços) elei-

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
tos por votação secreta em Assembléia Geral, especica- Segundo a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho),
mente convocada para esse m. Compete ao Conselho todo o prossional tem direito à livre sindicalização. O
Regional: Sindicato dos Corretores de Imóveis é o Sindimóveis.
I. Eleger sua Diretoria. Normalmente os Sindimóveis funcionam a nível estadual,
II. Aprovar seu regimento, de acordo com o Reg- mas podem ser de nível municipal ou a nível regional.
imento padrão elaborado pelo Conselho Federal. O Sindicato representa a classe de corretores em suas
III. Fiscalizar o exercício prossional na área de demandas junto à sociedade, município, estado, sindica-
sua jurisdição tos patronais e organismos reguladores da prossão, tais
IV. Cumprir e fazer cumprir as resoluções do como o CRECI e o COFECI. O Sindimóveis tem eleição
Conselho Federal. a cada 03 (três) anos e todos os associados podem votar e
V. Arrecadar anuidades, multas e emolumentos e serem votados conforme o estatuto da entidade.
adotar as medidas destinadas à efetivação da sua receita e

a do Conselho Federal.
VI. Aprovar o relatório anual, o balanço e as con- Associação
A Associaçãodos
dosCorretores
CorretoresdedeImóveis
Imóveis é composta,
tas de sua Diretoria, bem como a previsão orçamentária normalmente, por agremiações municipais, onde os cor-
para o exercício seguinte, submetendo essa matéria à con- retores se reúnem para fortalecer sua prossão e ganhar
sideração do Conselho Federal. representatividade junto aos órgãos municipais, cartórios,
VII. Propor a criação de sub-regiões,em divisões sindicato e conselhos regionais.
territoriais que tenham um número mínimo de Corre-
tores de Imóveis, xado pelo Conselho Federal. Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação
VIII. Homologar, obedecidas às peculiaridades e Administração de Imóveis Comerciais e Residen-
locais, tabelas de preços de serviços de corretagem para ciais – SECOVI
uso dos inscritos, elaboradas e aprovadas pelos sindicatos É Sindicato das Empresas Imobiliárias e Condomínios
respectivos. Residenciais, sua função é organizar a classe para ter maior
IX. Decidir sobre os pedidos de inscrição de representatividade na sociedade, atuando de forma con-
Corretores de Imóveis e de pessoas jurídicas. junta, prestando assistência jurídica, representação políti-
X. Organizar e manter e registro prossional das ca, promovendo estudos de mercado, ciclo de palestras e
pessoas físicas e jurídicas inscritas; outros eventos.
XI. Expedir carteiras de Identidade Prossional
e Certicado de Inscrição. Sindicato da Construção Civil – SINDUSCON
XII. Impor as sanções previstas pelo regulamen- É o Sindicato patronal das empresas de Construção Civil,
to. representa empresas do setor, voltadas à construção de
XIII. Baixar resoluções, no âmbito de sua com- imóveis residenciais, comerciais, industriais, de habitação
petência. popular e de obras públicas. Realiza trabalho institucional
XIV. Representar em juízo ou fora dele, na área junto ao governo, em busca de melhores condições para
de sua jurisdição, os legítimos interesses da categoria pro- o desenvolvimento da atividade de suas empresas associa-
ssional. das e para o segmento.
XV Eleger, dentre seus membros, representantes,
efetivos e suplentes, que comporão o Conselho Federal. Câmara do Mercado Imobiliário – CMI
XVI. Promover, perante juízo competente, co- As câmaras do mercado imobiliário são associações de
brança das importâncias correspondentes a anuidades, empresários do ramo imobiliário, englobando os segmen-
multas e emolumentos, esgotados meios de cobrança tos de administração de imóveis, corretagem, construção,
amigável. incorporação e loteamento. As câmaras promovem as
mais diversas atividades de apoio e pesquisa do mercado
Que outros órgãos representativos do Corre- imobiliário, propiciando aos seus associados uma serie de
tor de Imóveis existem? informações
cisões. e estudos, auxiliando-os na tomada de de-
Federação Nacional dos Corretores de Imóveis –
FENACI
É o órgão onde estão congregados todos os Sindicatos de SEÇÃO 3
Corretores de Imóveis do Brasil. A FENACI
desenvolve políticas de atuação conjunta em nível federal, O Trabalho do Corretor de Imóveis
visando valorizar a prossão de Corretor de Imóveis.
O Compete ao Corretor de Imóveis exercem a interme-
Sindicato dos Corretores de Imóveis – SIN- diação na compra, venda, permuta e locação de imóveis e
DIMÓVEIS opina quanto à comercialização imobiliária. No Código

• 90
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Civil Brasileiro o trabalho, é assim descrito:


Art. 723: “O corretor é obrigado a executar a me- 3) ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS
diação com a diligência e prudência que o negócio requer, A administração de imóveis consiste na execução de ativi-
prestando ao cliente, espontaneamente, todas as informa- dades de interesse do cliente como pagamento de taxas,
ções sobre o andamento dos negócios; deve, ainda, sob impostos, obrigações legais, etc. Compete à administração
pena de responder por perdas e danos, prestar ao cliente do imóvel o correto recolhimento e depósito do valor do
todos os esclarecimentos que estiverem ao seu alcance, aluguel, se houver. Cuidam da seleção de possíveis pre-
acerca da segurança ou risco do negócio, das alterações tendentes a se tornarem locatários e dos adores. Cabe
de valores e do mais que possa inuir nos resultados da ainda à administração a manutenção do imóvel, procu-
incumbência”. rando oferecer produtos e serviços de qualidade sem que
As atribuições de um Corretor de Imóveis poderão tam- o proprietário tenha que se envolver com os prestadores
bém ser exercidas por pessoas jurídicas, devidamente in- de serviço.
scritas
da no Conselho Regional de Corretores de Imóveis
jurisdição. 4) ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS

PONTO CHAVE:

O atendimento ao público interessado na compra, ven-


da, permuta ou locação de imóvel, cuja transação esteja
sendo patrocinada por pessoa jurídica, somente poderá
ser feito por Corretor de Imóveis inscrito no Conselho Poderá ser o síndico do condomínio. Consistem na Gestão
Regional da jurisdição. das rotinas do condomínio, administração de materiais,
pessoas, conservação e prestação de contas. O Corretor
Quais as principais atribuições de um Corre- poderá também ser o administrador, reunindo em um es-
tor de Imóveis? critório especializado prossionais da área contábil.
Dentre as principais atividades do administrador do con-
1) AGENCIAMENTO DE IMÓVEIS domínio, destacamse:
a) Convocar a assembléia dos condôminos.
b) Representar, ativa e passivamente, o condomínio, prat-
icando, em juízo ou fora dele, os atos necessários à defesa
dos interesses comuns.
c) Dar imediato conhecimento à assembléia da existência
de procedimento judicial ou administrativo, de interesse
O agenciamento de imóveis caracteriza-se por captação do condomínio.
de imóveis de terceiros ou clientes potenciais. Tal cap- d) Cumprir e fazer cumprir a convenção, o regimento in-
tação pode dar-se por pesquisa de campo, onde o Cor- terno as determinações da assembléia.
retor de Imóveis busca possíveis clientes, contatando,
diretamente nos prédios, junto aos porteiros, síndicos e 5) MEDIAÇÃO DE COMPRA E VENDA
também por anúncios de jornais, indicação de clientes O encontro entre as partes que buscam realizar um negó-
antigos, e contato com os clientes antigos da carteira de cio nem sempre é fácil, chegando muitas vezes a ser
clientes da imobiliária, entre outras. impossível de sua realização sem um agente que faça a
mediação. O Corretor de Imóveis é o prossional que
2) AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS pode avaliar qual a dimensão real de cada interesse e en-
A avaliação de imóveis consiste na determinação técni- contrar o resultado que mais se aproxime do consenso.
ca do valor de mercado dos bens ou direitos sobre eles. Na mediação de compra e venda o Corretor deve avaliar
Existem procedimentos
análises de adequados
valor e as atividades para a realização
de avaliações das
de imóveis todos os aspectos
conduzi-la que buscando
com Ética, estão envolvidos
a melhornasolução
negociação,
para oe
urbanos formam um extenso campo prossional, legal- cliente.
mente reservado aos engenheiros civis e arquitetos. Os
objetos de uma avaliação podem ser terrenos para habita- 6) GESTÃO DE LOJA IMOBILIÁRIA
ção ou comércio, glebas urbanizáveis, casas, apartamen- A gestão de loja imobiliária requer um perl de pros-
tos, salas comerciais ou prédios industriais. sional com conhecimento do mercado imobiliário, ad-
Para que seja feita uma boa avaliação, o prossional deve ministração de negócios e gerenciamento de pessoas.
conhecer não só as ferramentas matemáticas envolvidas Por esta razão o Corretor de Imóveis pode atuar como
no cálculo, mas também o funcionamento do mercado Gerente de Imobiliária, atuando na gestão dos negócios
onde se situa o imóvel. a serem efetuados, na organização dos documentos ne-

• 91
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
cessários, no atendimento a clientes e na gestão dos pro- tentes, as infrações de que tiver ciência.
ssionais envolvidos. Relacionar-se com os colegas, dentro dos
princípios de consideração, respeito e solidariedade, em
7) INCORPORAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS consonância com os preceitos de harmonia da classe.
IMOBILIÁRIOS Colocar-se a par da legislação vigente e procurar
A incorporação imobiliária é a atividade exercida com o difundi-la, a m de que seja prestigiado e denido o legí-
intuito de promover e realizar a construção, para alien- timo exercício da prossão.
ação parcial ou total, de edicações ou conjunto de edi-
cações compostas de unidades autônomas. O corretor, O Corretor de Imóveis e o Cliente
em face de seu conhecimento e a legislação, pode ser o Inteirar-se de todas as circunstâncias do negócio,
incorporador do negócio imobiliário. antes de oferecê-lo,
Apresentar, ao oferecer um negócio, dados rig-

SEÇÃO 4 orosamente
ciem, certos, onunca
informando omitindo
cliente detalhes
dos riscos que ocircun-
e demais depre-
stâncias que possam comprometer o negócio.
O Código de Ética Recusar a transação que saiba ilegal, injusta ou
imoral.
O Código de Ética Prossional determina a forma pela Comunicar, imediatamente, ao cliente o recebi-
qual o Corretor de Imóveis deve se conduzir, durante o mento de valores ou documentos a ele destinados.
exercício prossional. Os deveres do Corretor de Imóveis Prestar ao cliente, quando este as solicite ou logo
compreendem, além da defesa do interesse que lhe é con- que concluído o negócio, contas pormenorizadas.
ado, o zelo do prestígio de sua classe e o aperfeiçoamen- • Zelar pela sua competência exclusiva na orien-
to da técnica das transações imobiliárias. tação técnica do negócio, reservando ao cliente a decisão
do que lhe interessar pessoalmente.
O Corretor de Imóveis e a Prossão • Restituir ao cliente os papéis de que não mais
necessite.
• Dar recibo das quantias que o cliente lhe pague
ou entregue a qualquer título.
• Contratar, por escrito e previamente, a presta-
ção dos serviços prossionais.
• Receber, somente de uma única parte, comissões
Considerar a prossão como alto título de honra ou compensações pelo mesmo serviço prestado, salvo se,
e não praticar nem permitir a prática de atos que compro- para proceder de modo diverso, tiver havido consenti-
metam a sua dignidade. mento de todos os interessados, ou for praxe usual na
Prestigiar as entidades de classe, contribuindo jurisdição.
sempre que solicitado, para o sucesso de suas iniciativas
em proveito da prossão, dos prossionais e da PONTO CHAVE:
coletividade.
Manter constante contato com o Conselho Re- Conforme o Novo Código Civil, o Corretor de Imóveis
gional respectivo, procurando aprimorar o trabalho desse responde civil e penalmente por atos prossionais dano-
órgão. sos ao cliente, a que tenha dado causa por imperícia, im-
Zelar pela existência, ns e prestígio dos Consel- prudência, negligência ou infrações éticas.
hos Federal e Regional. Ao Corretor de Imóveis é proibido:
Aceitar mandatos e encargos que lhes forem • Aceitar tarefas para as quais não esteja pre-
conados, cooperando com os que forem escolhidos em parado ou que não se ajustem às disposições vigentes, ou
tais mandatos e encargos.
Exercer a prossão com zelo, discrição, lealdade ainda, que possamsociedade
• Manter prestar-seprossional
a fraude. fora das normas
e probidade, observando as prescrições legais e regula- e preceitos estabelecidos em lei e em Resoluções.
mentares. • Promover a intermediação com cobrança de
Defender os direitos e prerrogativas prossion- “over-price”.
ais e a reputação da classe. • Locupletar-se, por qualquer forma, a custa do
Zelar pela própria reputação mesmo fora do ex- cliente.
ercício prossional. • Receber comissões em desacordo com a Tabela
Auxiliar a scalização do exercício prossional, aprovada ou vantagens que não correspondam a serviços
cuidando do cumprimento deste Código, comunicando, efetiva e licitamente prestados.
com discrição e fundamentalmente, aos órgãos compe- • Angariar, direta ou indiretamente, serviços de

• 92
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

qualquer natureza, com prejuízo moral ou material, ou Regional dos Corretores de Imóveis) deve constar em
desprestígio para outro prossional ou para a classe. documentos, mídias e impressos pertinentes.
• Desviar, por qualquer modo, cliente de outro Estudou sobre as competências do corretor de imóveis,
Corretor de Imóveis. na intermediação da compra, venda, permuta e locação
• Deixar de atender às noticações para esclare- de imóveis e no aconselhamento quanto à comercializa-
cimento à scalização ou intimações para instrução de ção imobiliária. O Conselho Federal dos Corretores de
processos. Imóveis – COFECI – é o órgão responsável pela orien-
• Acumpliciar-se, por qualquer forma, com os tação, supervisão e disciplinamento do exercício da pro-
que exercem ilegalmente atividades de transações imobil- ssão do corretor. O COFECI deve ter sede e foro na
iárias. Capital da República e sua jurisdição estende-se a todo o
• Praticar quaisquer atos de concorrência desleal território nacional. Os Conselhos Regionais de Corretores
aos colegas; de Imóveis visam à scalização do exercício prossional
• Promover
posição literal da lei. transações imobiliárias contra dis- na área
Eles de sua
devem ter jurisdição,
sede e forosob
na supervisão do COFECI.
capital do Estado ou de
• Abandonar os negócios conados a seus cuida- um dos Estados. As inscrições dos corretores de imóveis
dos, sem motivo justo e prévia ciência do cliente. e das pessoas jurídicas devem ser feitas no Conselho Re-
• Solicitar ou receber do cliente qualquer favor gional – CRECI.
em troca de concessões ilícitas; Após você aprender sobre a legislação e os órgãos com-
• Deixar de cumprir, no prazo estabelecido, de- petentes nesta unidade, vamos passar à próxima e saber
terminação emanada do órgão ou autoridade dos Consel- quais os instrumentos que o Corretor de Imóveis deve
hos, em matéria de competência destes. possuir para a sua perfeita atuação.
• Aceitar incumbência de transação que esteja
entregue a outro Corretor de Imóveis, sem dar-lhe prévio
conhecimento, por escrito. REFERÊNCIAS
• Aceitar incumbência de transação sem contratar
com o Corretor de Imóveis, com que tenha de colaborar RAPOSO, Alexandre. Situações Jurídicas da Prossão de
ou substituir. Corretor de Imóveis. 2ed. São Paulo: Imobiliária Ltda,
• Anunciar capciosamente. 1995.
• Reter em suas mãos negócio, quando não tiver . Manual Jurídico do Corretor de Imóveis. 5ed. São Paulo:
probabilidade de realizá-lo. Colibrie, 1995. TRAVASSO, Ari. Compra e
• Utilizar sua posição para obtenção de vanta- Venda de Imóveis. Rio de Janeiro: Iel Nórdica, 1991. . É
gens pessoais, quando no exercício de cargo ou função Assim Que Se Faz... Compra e Venda de Imóveis. Rio de
em órgão ou entidades de classe. Janeiro: Iel Nórdica, 1994.
• Receber sinal nos negócios que lhe forem con- REZENDE, José Machado. Operações Imobiliárias.
ados caso não esteja expressamente autorizado para Goiânia: Ed. AB, 2001.
tanto. ZADIR, Ângelo e outros, Manual do Técnico em Transa-
ções Imobiliárias, v.1. 11ed. Goiânia: Ed. AB, 1989.
VOCÊ SABIA? Lei 6530 de 12/05/78 – Lei da Criação da Prossão de
Corretor de Imóveis.
Conforme a Lei das Contravenções Penais (Decreto-Lei Decreto 81.871 de 29/06/78 – decreto que regulamentou
3.688),: a Lei 6530 e a prossão de Corretor de Imóveis.
Art. 47: “Exercer prossão ou atividade Lei 10.406/2004 – Lei do Novo código Civil Brasileiro.
econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as Resolução COFECI n.o 26/92
condições a que por lei está subordinado o seu exercício, – Código de Ética Prossional . Legislação do Corretor
está sujeito a uma pena de prisão simples, de quinze dias de Imóveis, Editado pelo COFECI. Maia Neto, Fran-
a três meses, ou multa pecuniária”. cisco. Negócios Imobiliários. Belo Horizonte: Del Rey
Editora,1987.

RESUMO

Nesta unidade você estudou que a prossão do corretor


Unidade 2
de imóveis foi regulamentada pela Lei n° 4.116, de 27 de
agosto de 1962, recebendo nova regulamentação por O Imóvel e o Direito das Coisas
meio da Lei n° 6.530, de 12 de maio de 1878 e do De-
creto n° 81.871, de 29 de junho de 1978. Você cou sa-
bendo que o número da inscrição no CRECI (Conselho SEÇÃO 1

• 93
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
O Imóvel e o Direito das Coisas ergia hidráulica e os monumentos arqueológicos.
Propriedade (ou domínio) é plena quando todos os seus
Você saberia conceituar o que é um Imóvel? direitos elementares e os direitos de usar, gozar e dispor
estão reunidos em mãos de um só titular. Sendo tais el-
Conforme o Dicionário Imobiliário de Raimundo e Al- ementos autônomos, nem sempre são detidos por um só
meida (2002, p.178): indivíduo.
“Imóvel é toda coisa que se acha xada num O proprietário do solo tem o direito de explorar
lugar, donde não pode ser removida sem fragmentar-se os recursos minerais de emprego imediato na construção
ou perder a sua forma ou substância. O mesmo que bens civil, desde que não submetidos à transformação indus-
de raiz”. trial.
De acordo com sua destinação, os imóveis classicam-se Qual a diferença entre propriedade e posse?
em comerciais e residenciais e, conforme a sua localiza-

ção,
podem ser urbanos ou rurais. O Código Civil (Art. 43) É comumdistingue-se
priedade confundirmos propriedade
da posse, porque:com posse. A pro-
estabelece a seguinte classicação para os imóveis: A propriedade é a relação entre uma determinada pes-
1) Imóveis por natureza: bens físicos que não podem soa e uma coisa especíca. Ela está alicerçada na vontade
ser removidos em função de sua natureza: objetiva da lei, implicando um poder jurídico, e criando
uma relação de direito. O proprietário pode usar, gozar e
EXEMPLO: dispor da coisa e usar meios jurídicos para retomá-la de
Solo, subsolo, águas em superfície, árvores em pé. quem injustamente a possua ou detenha.
A posse consiste numa relação de pessoas e coisa, funda-
2)Imóveisporacessãofísic aarticial: bens que não da na vontade do possuidor, criando mera relação de fato.
podem ser removidos e que foram colocados em deter-
minado local, articialmente, pelo homem. Quais as características da posse de um
imóvel?
EXEMPLO:
Construções diversas, sementes lançadas ao solo. A posse é uma situação de fato, em que uma pessoa, in-
dependente ou não de ser proprietária, exerce sobre esta
3) Imóveis por acessão intelectual: bens permanentes, coisa poderes ostensivos, conservando-a e defendendo-a.
que visam facilitar ou melhorar o desenvolvimento das Adquire-se a posse desde o momento em que se torna
atividades. Estes bens são resultado de atividades intelec- possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos
tuais. poderes inerentes à propriedade. Posse é o exercício de
um dos direitos inerentes à propriedade, o modo pelo
EXEMPLO: qual esta se manifesta. A posse é distinta do domínio e
Manual ou máquina empregada em propriedade agrícola. tem vida autônoma, independente. Pode existir isolada-
mente ou coexistir com ele.
4) Imóveis por disposição da lei: direitos tais como A posse pode ser adquirida pela própria pessoa que a pre-
hipoteca, penhor e usufruto. tende ou por seu representante; e por terceiro sem man-
Na sua atividade como Corretor de Imóveis, você con- dato, dependendo de raticação.
viverá com quase todas estas categorias.
Dependendo da região em que você trabalhará, irá tratar Quais são os efeitos da posse?
com imóveis rurais ou urbanos, prédios, terrenos etc.
Portanto vamos estudar mais detalhadamente cada uma O direito ao uso dos interditos.
delas. A primeira idéia que se tem quando falamos sobre A percepção dos frutos.
imóveis é no conceito de propriedade. É a partir dela que O direito da retenção por benfeitorias.
tudo acontece: a compra, a venda, a locação, etc. A
A responsabilidade
posse conduz ao pelas deteriorações.
usucapião.
Comovocêdeniriaoconceitodeproprie - Se o direito do possuidor é contestado, o ônus da prova
dade? compete ao adversário, pois a posse estabelece-se pelo
A propriedade do solo abrange o espaço aéreo e o sub- fato. O possuidor goza da posição mais favorável em
solo, correspondentes em altura e profundidade à sua atenção à propriedade.
utilização. O proprietário não poderá opor-se às ativi-
dades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou Quais os tipos de ações para defesa da pos-
profundidade tais, que ele não tenha motivo legítimo em se?
impedi-las. A propriedade do solo não abrange as jazidas,
as minas e demais recursos minerais, os potenciais de en- O Direito Brasileiro estabelece seis modalidades de ações

• 94
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

para defesa da posse: garantidos em contratos, normalmente onerosos preven-


1) Ação de manutenção da posse. do uma contrapartida. Os direitos reais limitados, inci-
2) Ação de integração de posse. dentes sobre coisa alheia, têm por objeto a propriedade
3) Interdito proibitório. limitada. São direitos que implicam em restrições à pro-
4) Ação de imissão de posse. priedade alheia, em benefício do titular:
5) Embargos de terceiros senhor e possuidor. Direitos reais de gozo ou fruição: superfície, ser-
6) Ação de nunciação de obra nova. vidões, usufruto, uso, habitação, renda, constituídos sobre
imóveis.
Como se perde a posse? Direitos reais de garantia: penhor, anticrese, hipoteca e
Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade alienação duciária em garantia.
do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o Direitos reais de aquisição: o direito do promitente
Código Civil: comprador do imóvel.
Art. tem
que 1.196:
de fato o“Considera-se
exercício, plenopossuidor
ou não, detodo
algumaquele
dos
poderes inerentes à propriedade”. SEÇÃO 2
A posse também perde-se por:
- Alienação; Os Direitos Reais de Gozo ou Fruição
- Renúncia;
- Abandono; Conforme citados anteriormente, os direitos reais de
- Perecimento da coisa; gozo ou fruição podem ser o usufruto, a servidão, o uso,
- Desapropriação. a habitação, a superfície e a renda. Veremos os principais:
1) USUFRUTO
SAIBA MAIS O usufruto constitui o direito real de fruir (gozo, posse,
usufruto) a utilidade e frutos de uma coisa, enquanto
Para agregar mais informações, sugiro a leitura do texto: temporariamente destacada da propriedade. A função
“A Legitimação de Posse” de Patrícia Fortes Lopes Don- econômica do usufruto é assegurar meios para a sub-
zele (Advogada, Mestre em Direito pela UFG e Professo- sistência de certos proprietários quando se institui a al-
ra universitária em Catalão-GO), disponível no seguinte guém determinado imóvel. O Novo Código Civil estab-
endereço da Internet: elece que:
http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=5101 . Art. 1.390: “O usufruto pode recair em um ou mais
bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou
Qual o conceito do Direito? parte deste, abrangendo-lhe o todo ou em parte, os frutos
e utilidades”.
Seja o imóvel de propriedade ou de posse, ele é estudado O usufrutuário, ou usufruidor é aquele a quem foi conce-
pela ciência do Direito. A ciência do Direito determina, dido os direitos, posse, uso e gozo da coisa.
aplicando as leis, como devem ser efetuadas as transações,
quais os direitos e quais os deveres dos integrantes Como ocorre a extinção do usufruto?
do processo.
“O direito é a realização da lei. Subjetivamente
O usufruto se extingue quando cancelado o registro no
considerado, é o interesse protegido pela ordem jurídicaCartório de Registro de Imóveis, através de:
que cada um tem de agir, praticar, ou não, livremente um • Renúncia ou morte do usufrutuário.
ato lícito, ou exigir que outrem o pratique ou se abstenha • Termo de sua duração.
de o praticar”. (RAIMUNDO e ALMEIDA, 2002, p.130). • Extinção da pessoa jurídica em favor de quem,
o usufruto, foi constituído, ou se ela perdurar, pelo de-
 Como se classicam os tipos de direitos curso de trinta anos da data em que se começou a exercer.
reais? •• Cessação
Destruiçãododamotivo
coisa. de que se srcina.
Os direitos reais classicam-se, genericamente, em duas • Consolidação.
categorias: • Culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora,
1) Direitos sobre a coisa própria: a propriedade. ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo os reparos
Direitos de uso, gozo fruição e disposição da mesma. O de conservação.
direito real pleno, ou seja, a propriedade, tem por obje- • Não uso, ou não fruição, da coisa em que o
to a coisa móvel ou imóvel, corpórea ou incorpórea, do usufruto recai.
próprio titular.
2) USO
2) Direitos sobre a coisa alheia: os direitos estão O Novo Código Civil assim nos dá o conceito de Uso:

• 95
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
“O usuário usará da coisa e perceberá os seus sua moradia ou de sua família. Não ser proprietário de
frutos, quanto o exigirem as necessidades suas e de sua outro imóvel urbano ou rural. Em áreas maiores de 250
família”. metros quadrados, ocupadas por população de baixa ren-
“Avaliar-se-ão as necessidades pessoais do da para sua moradia, por mais de cinco anos, ininterrup-
usuário conforme a sua condição social e o lugar onde tamente e sem oposição, onde não for possível identicar
viver”. os terrenos ocupados por cada possuidor, existe a pos-
Ou seja, é como uma restrição ao usufruto, pois se dá em sibilidade de serem usucapidas coletivamente, desde que
relação à detenção temporária da coisa alheia para dela os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel
tirar as utilidades, para si ou sua família em coisas móveis urbano e rural.
e imóveis. O uso difere na sua extensão e duração. O uso O condomínio especial constituído é indivisível,
é personalíssimo e não pode ser cedido a outro. não sendo passível de extinção, salvo deliberação favoráv-
Conforme o Novo Código Civil: el tomada por, no mínimo, dois terços dos condôminos,

preendem“As
as denecessidades
seu cônjuge,da família do usuário com- no caso
ição de execução de urbanização posterior à constitu-
do condomínio.
dos lhos solteiros e das pessoas de seu serviço domésti-
co”. 5) SERVIDÃO
“São aplicáveis ao uso, no que não for contrária à A servidão é um direito real sobre coisa alheia de caráter
sua natureza, a disposição relativa ao usufruto”. acessório, perpétuo e indivisível. Uma vez criada a ser-
vidão e inscrito o ato que a institui, a servidão se incor-
3) HABITAÇÃO pora ao prédio dominante. Este direito real se transmite a
Assim dispõe o Código Civil: quem quer que seja o proprietário do prédio dominante,
Art 1.414: “Quando o uso consistir no direito de e onera o prédio serviente, seja quem for seu dono. A
habitar gratuitamente casa alheia, o titular deste direito servidão é perpétua, no sentido de que é irresgatável sem
não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente anuência do proprietário do prédio dominante. É o di-
ocupá-la com sua família”. reito real constituído em favor de um prédio (o domi-
Por sua vez, é uma forma de uso regida pelas disposições nante), sobre outro prédio (o serviente), pertencente a
do usufruto. Não pode ser dividida nem cedida, só pode dono diverso. A servidão tem por m aumentar a utili-
ser exercida pessoalmente e confere ao usuário direitos e dade do prédio dominante e implica restrições trazidas ao
deveres. prédio serviente.

Quais os direitos do usuário? Quais os tipos de Servidão?

Fruir a utilidade da coisa. Servidão de Passagem: o proprietário de um imóvel as-


Perceber frutos que bastem às suas necessidades segura a prerrogativa de transitar pelo imóvel de outrem.
e de sua família. Servidão de Iluminação ou Ventilação: ca o dono do
Administrar a coisa. prédio serviente impedido de construir em determinada
área de seu terreno, para não prejudicar acesso de luz ou
Quais os deveres do usuário? de ar ao prédio dominante.
Servidão de Aqueduto ou de Gasoduto: o
Conservar a coisa. proprietário de um prédio (ou terreno) tem a prerroga-
Não dicultar o exercício dos direitos do proprietário. tiva de fazer com que a água (ou o gás) a este necessária
Restituir a coisa. Assim como o uso, a habitação extingue- atravesse pelo prédio (ou terreno) serviente.
se pelos mesmos modos como se acaba o usufruto. Servidão de Pastagens: adquire um criador o
direito de fazer com que o seu gado se alimente nos pas-
4) USUCAPIÃO tos do imóvel serviente.
Usucapião é aquisiçãoede
pela posse prolongada sempropriedade
interrupção,móvel ou oimóvel
durante prazo SAIBA MAIS
legal estabelecido para a prescrição aquisitiva.
Como exemplo de servidão de gasoduto, sugerimos a lei-
Quais as exigências que precisam ser atendi- tura de um texto disponível na Internet, que mostra os
das para a legalização do usucapião? cuidados que se deve ter em relação a tubulação aparente
de Gás Natural de Petróleo (GNP) pela Transportadora
Para obter legalmente o domínio, a situação da posse ne- Brasileira do Gasoduto Brasil-Bolívia (TBG). Esta car-
cessita atender algumas características: Possuir área, ur- tilha está disponível no site:
bana ou rural, de até 250 metros quadrados por 05 (cinco) http://www .tbg.com.br /site/cgi/cgilua.exe/sys/start.
anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando para htm?sid=23

• 96
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

de o registro, as garantias reais estabelecidas por quem


O que caracteriza a indivisibilidade das ser- não era dono”.
vidões? “A coisa comum a dois ou mais proprietários não
pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o
A servidão não pode ser instituída em favor de parte ideal consentimento de todos; mas cada um pode individual-
do prédio dominante, nem pode incidir sobre parte ideal mente dar em garantia real a parte que tiver”.
do prédio serviente. Se o proprietário do imóvel domi-
nante se torna condômino do serviente, ou vice-versa, 1) PENHOR
mantém-se a servidão. Defendida a servidão por um dos Direito real que submete coisa móvel ou mobilizável ao
condôminos do prédio dominante, a todos aproveita a pagamento de uma dívida, assim, este cará como garan-
ação. Ela subsiste, no caso de partilha, em benefício de tia ao pagamento de uma obrigação assumida ou determi-
cada um dos quinhões do prédio dominante, e continua a nada legalmente. Geralmente é objeto de coisas móveis,
gravar cada um dos quinhões do prédio serviente. maspenhor
do também pode recair
agrícola sobre as imóveis, como no caso
e pecuário.
Como se dá a extinção das servidões?
O que pode ser objeto de penhor?
Pelo cancelamento de sua transcrição no Registro de
Imóveis. O cancelamento da servidão deve ser deferido As coisas móveis.
por ato judicial e a pedido do dono do prédio serviente, Os imóveis por acessão.
mesmo com impugnação do dono do prédio dominante: Os direitos.
Quando o titular houver renunciado a sua ser- Os títulos de crédito.
vidão.
Quando a servidão for de passagem, que tenha Quais as principais características do pen-
cessado pela abertura de estrada hor?
pública acessível ao prédio dominante. É de natureza indivisível.
Quando o dono do prédio serviente resgatar a Pressupõe a existência da dívida, como garantia
servidão. de pagamento de uma dívida.
Pela reunião de dois prédios no domínio da mesma pes- Deve pertencer ao próprio devedor, a coisa ofer-
soa. ecida em garantia.
Pela sucessão das respectivas obras por efeito do O credor não pode, sem mais formalidades, car
contrato, ou de outro título expresso. com o objeto da garantia.
Pelo não-uso, durante dez anos contínuos. É um direito de certa duração e não pode ex-
ceder a um certo prazo. A tradição efetiva a entrega da
SEÇÃO 3 coisa ao credor, que também é inerente ao penhor.

Os Direitos Reais de Garantia da Propriedade Como acontece a extinção do penhor?


Extinguindo-se a obrigação.
São exemplos de direitos reais de garantia da propriedade Perecendo a coisa.
o penhor, a hipoteca e a anticrese. Sendo que estes dife- Renunciando o credor. Presume-se a renúncia do
rem dos direitos reais de gozo como a enteuse, o usu- credor quando consentir na venda particular do penhor
fruto, o uso, a habitação e as servidões. Enquanto o titular sem reserva de preço, quando restituir a sua posse ao
de direitos reais de gozo pode usar e fruir o objeto de devedor, ou quando anuir à sua substituição por outra
posse, o titular de direitos reais de garantia pode, por sua garantia. Confundindo-se na mesma pessoa as qualidades
iniciativa, obter a satisfação da dívida garantida pela coisa. de credor e de dono da coisa. Dando-se a concessão judi-
Dispõe o Novo Código Civil que: cial, a remissão ou a venda da coisa empenhada, feita pelo

Enteuse: direito real em contrato perpétuo, alienável e credor ou por ele autorizada.
transmissível para os herdeiros, pelo qual o proprietário 2) ANTICRESE
atribui a outrem o domínio útil de imóvel, contra o paga- Diferentemente do penhor comum, a anticrese recai em
mento de uma pensão anual certa e invariável; aforamen- bem imóvel e constitui-se do direito real de perceber os
to frutos sobre um imóvel alheio. Estabelece o novo Código
“Só aquele que pode alienar poderá empenhar, Civil:
hipotecar ou dar em anticrese. Só os bens que se podem Art. 1.506: “Pode o devedor ou outrem por ele,
alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipo- com a entrega do imóvel ao credor, ceder-lhe o direito de
teca”. perceber, em compensação da dívida, os frutos e rendi-
“A propriedade superveniente torna ecaz, des- mentos. É permitido estipular que os frutos e rendimen-

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
tos do imóvel sejam percebidos pelo credor à conta de Judicial: quando decorre da sentença.
juros, mas se o seu valor ultrapassar a taxa máxima permi-
tida em lei para as operações nanceiras, o remanescente Quais os casos aplicados à Hipoteca Legal?
será imputado ao capital. Quando a anticrese recair sobre Às pessoas de direito público interno, sobre os imóveis
bem imóvel, este poderá ser hipotecado pelo devedor ao pertencentes aos encarregados da cobrança, guarda ou
credor anticrético, ou a terceiros, assim como o imóvel administração dos respectivos fundos e rendas.
hipotecado poderá ser dado em anticrese”. Aos lhos, sobre os imóveis do pai ou da mãe que passar
a outras núpcias, antes de fazer o inventário do casal ante-
Como se dá a extinção da anticrese? rior. Ao ofendido, ou aos seus herdeiros, sobre os imóveis
do delinqüente, para satisfação do dano causado pelo
A extinção se dá com o real pagamento da dívida, ou com delito e pagamento das despesas judiciais. Ao co-herdeiro,
o perecimento da coisa dada em garantia, ou ainda pela para garantia do seu quinhão ou torna da partilha, sobre
desapropriação. o imóvel
credor adjudicado
sobre o imóvelaoarrematado,
herdeiro que fezgarantia
para a reposição. Ao
do paga-
3) HIPOTECA mento do restante do preço da arrematação.

É um direito real de garantia onde o devedor confere ao Em que consiste a remissão de hipoteca?
credor um imóvel de sua propriedade para possível res-
gate de dívida, estabelecida para assegurar o pagamento e A remissão de hipoteca é a liberação do imóvel hipoteca-
fortalecer o crédito. A hipoteca surge com a sua inscrição do mediante o pagamento feito ao credor, ou da totali-
e se extingue com a averbação de sua causa extinta no dade da dívida ou do valor do imóvel. Em outras palavras
Registro Imobiliário. é o perdão da dívida que pode ser expressa e tácita.

Quais os princípios que regem a hipoteca? Quem tem o direito de resgatar o imóvel
hipotecado?
- O princípio da especialização: que consiste na deter-
minação precisa e pormenorizada dos bens dados em - O próprio devedor: a este se concede a prer-
garantia, com suas características e caracterizações, bem rogativa de resgatá-la dentro do processo de execução,
como o montante da dívida, prazo, taxas de juros, etc. - O depois da primeira praça e antes da assinatura do auto
princípio da publicidade: que se faz por meio de registro de arrematação, depositando o montante da dívida ou o
no Cartório de Imóveis para dar ciência a todos os inter- valor oferecido naquela praça.
essados que o imóvel está sujeito ao ônus hipotecário. A - O credor da segunda hipoteca: se houver mais
validade da hipoteca depende que o devedor seja o pro- de uma hipoteca onerando o imóvel, o credor da segunda
prietário do imóvel dado em garantia. hipoteca só terá como garantia daquilo que sobrar, após o
pagamento do primeiro credor.
Quais os Bens que podem ser objeto de - O adquirente do Imóvel Hipotecado: a lei con-
hipoteca? fere ao adquirente do imóvel hipotecado o direito de res-
S Os imóveis e os acessórios dos imóveis conjun- gatálo. Segundo o Código Civil:
tamente com eles. S Art. 1.481: “...dentro de 30 dias subseqüen-
S As estradas de ferro. tes à transcrição do título aquisitivo, ao adquirente pode
S Os recursos naturais, independentemente do citar os credores hipotecários, propondo importância não
solo onde se acham. inferior ao preço por que o adquiriu.”
S Os navios e as aeronaves.
Como se dá a extinção da hipoteca?
 Qualaclassicaçãodashipotecasquantoà
sua srcem? Arrematação:
bens, feita em É a compra
leilão de quaisquer
público.
Convencional: quando se srcina de um contrato. Aquela Pela extinção da obrigação principal. Adjudicação: Ato
que deriva do livre consentimento das partes em que o pelo qual os bens
devedor oferece em garantia, assegurando desta forma, a Pelo perecimento da coisa.
execução de uma obrigação. Na escritura devem constar: Pela resolução da propriedade.
os totais da dívida; o prazo xado para pagamento; a taxa Pela renúncia do credor.
de juros, se houver; a descrição pormenorizada da coisa Pela remição.
dada em garantia. Pela arrematação ou adjudicação. penhorados ao devedor,
Legal: quando emana da lei. É a que não se srcina de um e levados à leilão, são transmitidos ao credor, por preço
contrato, mas a que é imposta pela lei. igual ao da avaliação, ou pelo valor de maior lanço, quan-

• 98
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

do arrematados por terceiro. ou não loteado).


Este tipo de Contrato Preliminar de Compra e Venda não
é passível de utilizar-se no caso de um bem que não seja
SEÇÃO 4 um imóvel, como um automóvel, um caminhão, etc.
Preço: seja este pago á vista ou dividido em prestações,
Os Direitos Reais de Dispor em Venda ou Aquisição neste tipo de contrato, sempre deve ser descrito o valor
do negócio acordado entre as partes.
O proprietário tem o direito de dispor o seu imóvel para Inscrição: o ponto importante desse direito real é a in-
venda e poderá fazê-lo caso não haja nenhum impedi- scrição no registro imobiliário. Antes do registro existem
mento, tais como: hipoteca, concordância do cônjuge, apenas direitos meramente obrigacionais. É obrigatória a
alienação, desapropriação, etc. inscrição no Cartório de Registros de Imóveis deste Con-
Quando o imóvel não tem nenhum impedimento legal de trato, para que tenha a devida validade.
venda as
todas e ocláusulas
proprietário
são assina uma promessa
cumpridas pela outradeparte,
vendaesta
e Outorga
seja uxória:
o regime não pode de
de comunhão serbens,
dispensada;
o maridoqualquer que
não pode
promessa é irrevogável. Na promessa de compra e venda, gravar nem alienar de ônus reais as coisas imóveis, sem o
o titular não tem os atributos do domínio sobre a coisa. consentimento da mulher. Nem a mulher nem o marido,
Tanto por suas características como por suas nalidades, podem vender o imóvel, adquirido após o casamento,
consideramos como um direito real novo. Distingue-se sem o consentimento do outro.
dos direitos reais de gozo e diferencia-se dos direitos reais
de garantia. Quais as outras formas de aquisição de um
imóvel?
PONTO CHAVE:
1. Aluvião: Diz respeito a um terreno sedimentar que se
Não devemos confundir o Contrato Preliminar de Com- acrescenta lentamente além dos de marinha, que se forma
pra e Venda com o direito real respectivo: o primeiro é o à margem de um rio navegável, oriundo de depósitos ou
ato causal do segundo. O Contrato Preliminar de Compra aterros naturais ou de desvio do curso de suas águas. É
e Venda pode tornar-se a causa geradora do direito real. uma forma de acessão de propriedade imóvel.
“Os acréscimos formados, sucessiva e impercep-
A Promessa de Compra e Venda é um pré-contrato que tivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das
tem por objetivo a celebração de outro, que será o con- margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas,
trato denitivo. Vejamos alguns requisitos da Lei no Có- pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indeni-
digo Civil: zação”.
“Mediante promessa de compra e venda, em que
se não pactuou arrependimento, celebrada por instru- 2. Formação de ilhas: É a formação de ilhas pelo desvio
mento público ou particular, e registrada no Cartório de da corrente. As ilhas que se formarem em correntes co-
Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador di- muns ou particulares pertencem aos proprietários ribeir-
reito real à aquisição do imóvel”. inhos fronteiros, observadas as regras seguintes:
“O promitente comprador, titular de direito real, - As que se formarem no meio do rio consid-
pode exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a eram-se acréscimos sobrevindos aos terrenos ribeirinhos
quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escri- fronteiros de ambas as margens, na proporção de suas
tura denitiva de compra e venda, conforme o disposto testadas, até a linha que dividir o álveo em duas partes
no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer iguais.
ao juiz a adjudicação do imóvel”. - As que se formarem entre a referida linha e uma
das margens consideram-se acréscimos aos terrenos ri-
Quais os principais requisitos de um Con- beirinhos fronteiros desse mesmo lado.
trato Preliminarpara
de Compra e Venda?
Irretratabilidade: que a promessa de venda inicie um um novo- braço
As que doserioformarem
continuampelo desdobramento
a pertencer de
aos propri-
direito real, é necessário que não exista cláusula de ar- etários dos terrenos à custa dos quais se constituíram.
rependimento. A irretratabilidade signica que este con-
trato não pode ser desfeito ou revogado pela vontade de 3. Avulsão: É o modo de aquisição da propriedade imóv-
uma das partes. Ele é a garantia real que o negócio será el pela superposição ou adjunção de uma porção de terra
efetuado. arrancada de seu lugar srcinário por força maior da na-
No caso de um Contrato Preliminar de Compra tureza.
e Venda de um apartamento. “Quando, por força natural violenta, uma porção
Imóvel: não existe o direito real na promessa de venda de de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o
coisa móvel. Somente imóvel e qualquer imóvel (loteado dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se in-

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
denizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em consiste na liberdade de decidir como utilizar o imóvel,
um ano, ninguém houver reclamado”. desde que respeitadas as eventuais restrições locais. O di-
reito de gozar consiste em usufruir do imóvel. O direito
4. Abandono de Álveo: É a mudança do curso do rio, de dispor consiste na liberdade de decidir como e quando
quando este era o limítrofe da propriedade, então há per- dispor do imóvel.
da de propriedade para uma parte e ganho para a outra, Os direitos do proprietário têm limites em nor-
sem necessidade de indenização. mas federais ou locais que estabelecem parâmetros a
“O álveo abandonado de corrente pertence aos serem observados quanto a loteamentos, gabaritos de
proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que construção, natureza do imóvel por localização, terre-
tenham indenização os donos dos terrenos por onde as nos especiais (marinhos e de fronteira), exploração do
águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios subsolo, desapropriação, etc. O Código Civil estabelece
marginais se estendem até o meio do álveo”. as formas de aquisição e perda do imóvel. São formas
de aquisição
capião, direitodohereditário.
imóvel: registro do do
Registro imóvel, acessão,
imóvel é o atousu-
o-
SEÇÃO 5 cial e solene de transferência do imóvel que se dá pela
transcrição do título de transferência da propriedade do
As Formas de Perda de um Imóvel Registro de Imóveis.
Acessão é o aumento do Bem do proprietário
A propriedade imóvel se perde quando ocorrer: por processos naturais.
- Alienação: quando da venda do imóvel. Usucapião é a aquisição do direito de proprie-
- Renúncia: que é o abandono manifestado ex- dade pela sua posse prolongada sem o conhecimento e
pressamente pelo titular do domínio que assim se desfaz consentimento do proprietário srcinal. São formas de
dos seus direitos sobre o imóvel. perda do imóvel: renuncia alienação, abandono, desapro-
- Abandono: quando o proprietário deixa de usar priação e consco. Renúncia é a desistência expressa e
o imóvel de forma denitiva, porém, sem denitiva da posse do imóvel. Alienação é a transferência
manifestação expressa. do imóvel para outra pessoa voluntária ou involuntari-
- Perecimento: quando o imóvel, por fenômeno amente. É o caso mais comum da perda do direito de pos-
natural ou provocado pelo homem, desaparece. se. Abandono ocorre quando o proprietário não utiliza o
- Desapropriação: que é um ato de força do Esta- imóvel sem, contudo manifestar expressamente a sua
do que, para atender ao interesse público da comunidade, intenção de não mais usá-lo.
tira, o domínio da propriedade através de uma indeniza- Desapropriação é a transferência da propriedade
ção. do imóvel para o Estado, mediante indenização e inde-
- Consco: um imóvel pode ser conscado quan- pendente da vontade ou interesse do proprietário.
do foi adquirido através de crimes contra a administração Consco é a tomada, pelo Estado, da proprie-
publica, por danos ambientais, traco de drogas, corrup- dade como penalidade imposta ao proprietário por trans-
ção, crimes contra a Receita Federal, INSS, outros. gressões legais graves, não cabendo qualquer tipo de in-
denização.
PONTO CHAVE:
REFERÊNCIAS
Tanto a venda, quanto a renúncia, por serem atos for-
mais, somente produzem efeitos depois que os títulos NOVO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO. São Paulo: Ed.
houverem sido registrados no Registro de Imóveis. Revista dos Tribunais. 2003. JUNQUEIRA, Gabriel J.
Pereira.
Aspectos Jurídicos dos Negócios Imobiliários.Rio de Ja-
RESUMO neiro: Ed. LED. 2003.

Bem imóvel é todo aquele que, por sua natureza ou des- .Ed.
Teoria
LED. e Prática do Direito Imobiliário.
2002. AGIARIAN, Rio dedeJaneiro:
Hercules. Curso Direito
tino, não pode ser removido de um lugar para outro sem Imobiliário. Rio de Janeiro: Lumen Júris. 2000.
perda de sua forma e/ou substância. Os imóveis podem ALMEIDA, Maria C. Ladeira. Reticação de Áreas no
ser classicados em comerciais e residenciais conforme a Registro Imobiliário. São aulo: Jurícia Brasileira. 1999.
sua destinação; em urbanos e rurais conforme a sua local- BERSONI, Darcy. Direitos Reais. São Paulo: Saraiva.
ização; ou, ainda, conforme o Código Civil, em imóveis 1999.
por natureza, imóveis por acessão física articial, imóveis CARVALHO, Afrânio. Registro de Imóveis. Rio de Ja-
por acessão intelectual e imóveis por disposição da lei. neiro: Forense. 1998.
Os proprietários têm asseguradas por lei três classes de LIMA, Frederico H. Viegas. Da Alienação Fiduciária em
direito: de usar, de gozar e de dispor. O direito de usar Garantia da Coisa

• 100
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Imóvel. Paraná: Juruá. 1999. tre si uma relação de direito. O mesmo que convenção.
ORLANDI NETO, Narciso. Raticação do Registro de Meio empregado na conjugação de vontades para reali-
Imóveis. São Paulo: Oliveira Mendes. 1999. zar o negócio jurídico. Instrumento que deste faz prova”.
PEREIRA, Lafayete Rodrigues. Direito das Coisas. Rio (RAIMUNDO et ALMEIDA, 2002,p.106).
de Janeiro: Freitas. 1995. RIOS, Arthur. Manual de Di- Nas transações imobiliárias, você vai se deparar com o
reito Imobiliário. Paraná: Juruá. 1999. uso de diversos tipos de contratos, que serão utilizados
conforme a conveniência e o tipo de negócio a ser real-
izado. Veja quais são os mais utilizados na comercializa-
ção de imóveis:
Unidade 3 1) CONTRATO DE MEDIAÇÃO
O Contrato de Mediação é o documento em que o dono
A Comercialização do Imóvel
do imóvel autoriza
documento deve sero corretor
feito em aduas
promover
vias e aassinado
venda. Este
por
ambos. Ao assinar, o vendedor deve ser alertado, quan-
SEÇÃO 1 to ao valor e condições de venda, além da percentagem
ajustada e ao estabelecimento do prazo para que o corre-
Os Contratos nas Transações Imobiliárias tor complete a mediação.
Contrato, do latim “contractus”, convenção, ajuste, pacto.
Os romanos conceituavam contrato como sendo, “...o PONTO CHAVE:
mútuo consenso de duas ou mais pessoas sobre o mesmo
objeto”. O anúncio público de um imóvel, só poderá ser realizado,
Um contrato é a combinação de interesses de pessoas so- por Corretor de Imóveis, pessoa física ou jurídica, que
bre determinada coisa. É o acordo de vontades que tem tiver contrato escrito de mediação ou autorização escrita
por m criar, modicar ou extinguir um direito. para alienação do imóvel anunciado.
PARA REFLETIR: 2) CONTRATO DE OPÇÃO DE VENDA
É a autorização do cliente para ofertar e vender o seu
Além das condições para sua validade o contrato possui imóvel no mercado. Este documento é exigido pelo CRE-
três princípios básicos: CI e garante o recebimento da comissão do cliente em
O princípio da autonomia, signicando, aí, a caso de contestação judicial.
liberdade das partes na estipulação do que melhor lhes
convenha; 3) CONTRATO DE OPÇÃO DE COMPRA
O princípio da supremacia da ordem pública É a proposta do comprador ao imóvel anunciado, que
ou seja a vontade das partes tem como limite os termos deverá ser datada e assinada, descrevendo a forma de
da legislação pertinente à matéria, aos princípios da moral pagamento.
e da ordem pública.
O princípio da obrigatoriedade, onde as par- 4) COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA
tes fazem suas leis e regras em comum e num pacto de É um contrato rmado entre as partes, descrevendo as
concordância cada um compromete-se a respeitar. Um condições do negócio. Costuma ser efetuado quando há
contrato se caracteriza, efetivamente, como o negócio ju- parcelamento de valores ou demora no trâmite de algum
rídico bilateral que tem por nalidade gerar obrigações documento. Não é passível de ser anulado, revogado ou
entre as partes. alterado por ato posterior.
Atenção! 5) CONTRATO DE LOCAÇÃO
A legislação relativa aos contratos está contida nos arti- É
ao feito entre obrigações
primeiro, o locador edoo segundo,
locatário, com
visando assegurar
respeito à re-
gos 1079 a 1504 do Código Civil. É oportuno ressaltar muneração, prazos e garantias de um imóvel, bem como
que a lei brasileira não conceitua contrato. Convenção, resguardar ao locatário os direitos previstos em lei.
pacto, convênio, ajuste, são expressões sinônimas no Di-
reito Civil, pois têm a mesma idéia como fundamento e SAIBA MAIS:
o mesmo conteúdo jurídico. O contrato pressupõe a in-
tervenção de duas ou mais pessoas que acordam sobre No decorrer de uma transação imobiliária, outros docu-
determinada coisa. A manifestação da vontade ou con- mentos também fazem parte instrumental do processo,
sentimento recíproco é requisito essencial dos contratos. são eles:
“Contrato é um acordo de vontades de duas Termo de Vistoria: normalmente quando se inicia e
ou mais pessoas, para criar, modicar, ou extinguir en-

• 101
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

quando se naliza um contrato de locação, este termo é Permuta-Nas permutas, os honorários serão pagos so-
efetuado. Nele são descritos as condições detalhadas do bre todas as propriedades negociadas pelos respectivos,
imóvel e de seus móveis e utensílios. Este termo é um observadas as mesmas percentagens do item I. Vendas.
aditivo ao contrato. Os dois termos serão confrontados,
o último com o primeiro. Ele deverá ser assinado por am- III.
bas as partes. Corretor de Imóveis que %
Memorial Descritivo: normalmente é utilizado como atua junto às Imobil-
aditivo de contratos de compra e venda de imóveis na iárias
planta. Este termo descreve todas as condições de a)Pelo agenciamento da 10%
acabamento, móveis e outros que terá no futuro o imóvel comissão auferida
comprado. pela empresa
Termo de Visita: quem assina este termo é o cliente que

visita o imóvel.
assegura Este termo
o pagamento é importante,
da comissão pois se o visi-
ao Corretor b)Pela corretagem da 40%
comissão auferida pela
tante fechar o negócio direto com o vendedor. A comissão
empresa
é devida caso o Corretor tiver opção de venda válida. Este
termo é que complementa as garantias do Corretor, com
a Opção de Venda.
Arras ou Sinal: garante, a indenização da parte desistente IV.
do negocio a outra parte, caso não haja no contrato clau- Locação %
sula de arrependimento (art.420), ou seja, a devolução em a)Para intermediação da . 60% do valor locatício
dobro do sinal recebido, em caso da desistência do ne- locação, a ser cobrado do contratado
gocio por quem recebeu ou simplesmente a retenção do Locador
sinal por parte de quem recebe em caso da desistência da b)Na avaliação para loca- 10% do preço xado.
outra parte. O Sinal ou Arras, em contrato visa indenizar ção R$ 30,00 (trinta reais)
a parte inocente em caso de arrependimento, podendo ai- para valores xados
nda fazer parte da indenização se o prejuízo for provado em locações até R$ 300,00
maior pelo arrependimento da outra parte. (trezentos reais). Acima
desse valor,

SEÇÃO 2
V.
Os Honorários
Honorários de Administ- %
Uma remuneração ao Corretor de Imóveis é devida ração de Locação
quando da conclusão da intermediação. Essa retribuição Será cobrado sobre o valor 12% (doze por cento),
é devida ao Corretor com percentual combinado com o mensal do aluguel, a cargo quando do seu repasse.
proprietário sobre o preço da transação. Cada região do do locador, no máximo
país tem uma variação com respeito às comissões, que são
xadas pelos Sindicatos da Categoria, e homologadas pe-
los conselhos regionais.
Tabela de Honorários de Serviços Prossionais para Sta VI.
Catarina*
I. Honorários de Locação de %
Temporada
Venda %
a)Imóveis avulsos, com edicações, situados 6% Será
cento)cobrado do locador,
e no máximo, 20% no mínimo 15% (quinze por
no perímetro urbano ou suburbano (vinte porcento) sobre os valoresrecebidos da locação
b)Imóveis avulsos, s/ edicações, situados 8%
em regiões urbanas ou suburbanas
VII.
c)Imóveis avulsos, situados em zona rural de 10%
extensão suburbana ou fora do município ou Valor de Comercialização %
sede de atividade do Corretor de Imóveis Parecer escrito quanto ao 0,5%
d)Loteamentos 10% “Valor de Comercializa-
ção” de um imóvel

II.

• 102
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Valor mínimo a ser cob- R$ 100,00 (cem reais) ciedade civil se acha formalizada diante do Cartório de
rado quanto ao “Valor de Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
Comercialização” Certidão comprovando e regularizando a rma
comercial ou sociedade anônima perante o Registro do
* Tabela homologada pelo CRECI-SC, 1999.
Comércio.
Documento legal, se o imóvel estiver alugado,
provando a desistência do inquilino quanto á preferência
de aquisição.
Atenção!
Atenção!
É de caráter obrigatório a contratação dos serviços pro-
ssionais por escrito (art. 20, item III da Lei 6.530 e art. Antes de se lavrar o instrumento, deve-se vericar da ne-
1° da Resolução Cofeci n° 458/95).
cessidade- Averbação
ou não, de: da construção ou da demolição;
- Averbação da alteração do nome da rua, do
SEÇÃO 3 número e demolição do imóvel;
- Averbação da reconstrução;
A Documentação - Averbação de desmembramento;
- Averbação de alteração do nome do vendedor e
Quais os documentos que devem ser exigi- ou de seu cônjuge;
dos para que um negócio seja seguro? - Averbação do estado civil do vendedor e/ou de
seu cônjuge;
Título de propriedade devidamente registrado e - Reconhecer as rmas dos vendedores e teste-
regularizado. munha em títulos de instrumento particular.
Certidão de liação de domínio pelo prazo de 20
(vinte) anos. Quais os documentos exigidos pelo Cartório?
Certidão negativa de ônus pelo prazo de 20
(vinte) anos, repetindo os nomes dos proprietários, da Normalmente os negócios são mais simplicados e o
mesma forma que na certidão de liação de domínio. cartório exige apenas os seguintes documentos, para efet-
Certidãopelo
reipersecutórias negativa
prazo dede10ações reais em
(dez) anos, e nome
pessoais
do uar a transferência de propriedade:
a) RG e CPMF de ambas as partes.
proprietário atual e de seus antecessores compreendidos b) Escritura anterior.
nesse período. c) Certidão de Nascimento ou Casamento (o cônjuge de-
Certidão negativa de protestos de títulos pelo verá assinar caso tenha
prazo de 5 (cinco) anos, em nome do atual proprietário união estável).
ou de seus antecessores dentro deste período. d) Carnê de IPTU.
Certidão negativa de ações scais pelo prazo de 5
(cinco) anos em nome do atual proprietário ou de seus Atenção!
antecessores dentro deste período.
Certidão negativa de registro de títulos e docu- Aconselhamos que você seja mais cauteloso e exija as
mentos pelo prazo de 10 (dez) anos, sob a responsabi- seguintes certidões para dar segurança a seu cliente:
lidade do atual proprietário e/ou dos antecessores neste
mesmo período. - Certidão de Débitos na Prefeitura.
Certidões negativas de impostos e taxas expedi- - Certidão de Débitos na Exatoria Estadual.
das pelas repartições Federal, Estadual e Municipal, em - Certidão de Ônus no Cartório de Registro de
nome do atual proprietário.
Certidão negativa expedida pela Secretária Mu- Imóveis,-onde está Negativa
Certidão localizadodeo processos
imóvel. no Cartório de
nicipal de Obras e Serviços Públicos, atestando se o Distribuição na Comarca onde está localizado o
imóvel está ou não sujeito á área de recuo ou investidura imóvel.
ou se está sujeito á zona de inuência do metrô. - Cartório de Distribuição da Justiça Federal, caso
Certidão de ações penais referentes ao crime o proprietário for empresa solicitar Negativa de Débitos e
contra o Patrimônio e contra a Administração Pública, Processos (INSS – Receita Federal e outros).
pelo prazo de 10 (dez) anos.
Certidão de quitação expedida pela repartição
providenciaria, para os casos a que se obrigam as pessoas
físicas e jurídicas.
Certidão comprovando que a associação ou so-

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SEÇÃO 4 3) REGISTRO
Ato de registrar ou transcrever em livro especial, feita em
Os Registros de Imóveis instituição, órgãos e cartório, para dar autenticidade e
publicidade a atos, resguardando direitos contra terceiros.
O registro de imóveis é um ato de caráter público, que
tem por nalidade dar publicidade da alteração da pro- PONTO CHAVE:
priedade e da instituição de nus reais sobre imóveis. É a
garantia real do comprador com respeito ao direito sobre Para assegurar o domínio da propriedade, a lei dá ao ato
a coisa. É no Cartório de Registro de Imóveis, que a jurídico da matrícula,que compreende o registro ou tran-
Escritura torna-se pública. scrição, o que se chama de publicidade. Assim, o imóvel
ca constituído em direito real erga omnes, ou seja,
Você sabe qual a principal atribuição do oponível contra todos. Para o adquirente ter assegurado
Registro de Imóveis? o direitode
cartório à sua aquisição
Registro ele deve para
de Imóveis, registrar o mesmo noà
dar publicidade
A atribuição do Registro de Imóveis é a de se constituir troca de proprietário. Compete ao Ocial de Registro de
no repositório el da propriedade imóvel e dos negócios Imóveis, os seguintes atos:
jurídicos a ela referentes. Vamos descrever a seguir quais Averbação
os tipos de registros de imóveis mais utilizados durante a Matrícula
comercialização de um imóvel. Registro
Os atos do Registro de Imóveis produzem efeitos impor-
1) MATRÍCULA tantes como:
A matrícula de um imóvel é a caracterização e individu- Forma de aquisição de um imóvel com o registro do tí-
alização, diferenciando um do outro. A matricula é única, tulo de transferência, operando sempre a validade contra
e trata-se um número e letras que combinadas, individu- terceiros. O modo de se constituírem e transferirem os
alizam imóvel. reais direitos, quer os de gozo como os de garantia, sobre
imóveis alheios.
PONTO CHAVE: Com a averbação na folha de matrícula ou com-
petente registro, determinando a extinção do respectivo
A matrícula é o ato jurídico mais importante que existe direito real. Finalmente, este registro garante a existência
no direito imobiliário brasileiro, porque, através dela, cada dos direitos reais e do domínio sobre o imóvel, ressalvan-
imóvel ca perfeitamente caracterizado, o que dá ao seu do-se os direitos de terceiros.
proprietário direito real contra terceiros, assegurando, as-
sim, o domínio pleno da propriedade. Em razão disso, a 4) CERTIDÕES NEGATIVAS
lei assegura ao proprietário o direito de usar, gozar e dis- A certidão negativa isenta o comprador de qualquer re-
por de seus bens, e de reavê-los do poder de quem quer sponsabilidade, além de desonerar o imóvel.
que injustamente os possua (artigo 524 do Código Civil Portanto, é sempre necessário que, em toda escritura de
Brasileiro). transferência de imóveis serem transcritas as certidões de
quitação de impostos com a fazenda, federal, estadual e
2) AVERBAÇÃO municipal.
A Lei de Registros Públicos determina em seu artigo A certidão extrajudicial referente aos ônus em hipoteca,
172 que no registro de imóveis sejam feitos o registro e a penhora, servidão, etc, obedecerão ao mesmo critério que
averbação, dependendo do caso, dos títulos ou atos con- as certidões judiciais, emitidas por distribuidores dos ta-
stitutivos, declaratórios, translativos (em que há transfer- beliães e no registro geral de imóveis.
ência ou transmissão) e extintos de direitos reais sobre os As demais certidões serão extraídas nos Distribuidores de
imóveis, reconhecidos em lei, inter vivos ou causa mortis, Títulos e Documentos ou Protestos de Letras.
quer
a suapara a sua validadeAverbação
disponibilidade. em relaçãoé ao terceiros,
lançamentoquerdepara
to- Atenção!
das as ocorrências que, por qualquer modo, alterem ou
anulem a relação entre pessoas ou coisas, alterando ou É conveniente vericar a existência de atos pendentes
criando registro, em cartório ou repartição pública. relativos a processos em juízo, quitação de dívidas, con-
tratos sociais, alvarás, procurações, hipotecas e renuncias
EXEMPLO: de parte de bens. Se houver alguma pendência neste sen-
Criação, transferência ou anulação de hipoteca, averbação tido, deverá ser solicitada certidão que esclareça melhor a
de loteamento, averbação de incorporação, separação de situação, evitando, dessa forma, problemas futuros.
casal, etc. Além das certidões negativas acima citadas, existem ou
ras que podem ser solicitadas:

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Registro Civil de Pessoas Naturais: certidão do que São contratos normalmente efetuados sem a transfer-
constar em nome do atual proprietário sobre interdição, ência dos imóveis no Cartório, por impedimento de -
emancipação e ausência. nanciamentos, escritura de posse, entre outros. As partes
Repartição da Fazenda Pública: certidão de que o não podem registrar em denitivo suas aquisições e nem
imóvel não está sujeito a recuo ou desapropriação. transferir o nanciamento.
Prefeitura Municipal: certidão de auto de vistoria, de- Estes contratos são Promessas de Compra e Venda e
nominado “habite-se”. registrados no Cartório de Títulos e Documentos, nor-
Departamento de Saúde do Estado: certidão que con- malmente irretratáveis, e tornam-se garantia de aquisição.
star sobre multas e infrações legais. Normalmente muitas transações comerciais onde não há
Departamento de Urbanismo da Prefeitura: certidão possibilidade de transferência imediata, o mesmo passa
de que o imóvel não está sujeito às restrições para con- por um Contrato de Gaveta, procurando resguardar os
strução. direitos das partes, seja, por terrenos de posse, nancia-
Secretaria
imóvel, da Fazenda:
na Diretoria certidãoede
de Impostos localização
Taxas do
sobre a Riqueza. mentos, arrendamentos entre outros.

5) ESCRITURA PÚBLICA SEÇÃO 5


É o instrumento público no qual se transfere a proprie-
dade de uma pessoa para outra. Neste documento está A Avaliação do Imóvel
colocada a localização exata do imóvel, vizinhos de con-
frontações, logradouro, número, matricula, averbação, A avaliação de imóveis é a determinação técnica do valor
etc. de um imóvel ou de um direito sobre ele, sendo emprega-
da em uma variedade de situações, dentro ou fora do âm-
 Vocêsa bequ alos ignicado legalde um a bito judicial.
Escritura?
A Escritura é o documento máximo do imóvel. Neste EXEMPLO:
documento está todo o histórico do imóvel, quem com- Os Inventários, dissolução de sociedade, operações de
prou, quem vendeu, confrontações, matricula, etc. compra e venda, aluguel, cobrança de tributos, seguros,
A Escritura é lavrada no Cartório de Notas, e torna-se hipotecas, estudos de dinâmica imobiliária etc.
pública, quando é registrada no Cartório de Registro de
Imóveis, ou seja, a transação comercial de compra e ven- Quais os objetos que podem ser avaliados?
da de imóveis, teve a devida publicidade, para resguardar Os objetos de uma avaliação podem ser terrenos para
direitos dos adquirentes. habitação ou comércio, casas, apartamentos, salas comer-
ciais ou prédios industriais.
Atenção! Pode ser uma avaliação para venda, uma avaliação judicial
e ainda uma avaliação técnica da estrutura do imóvel, jun-
Os imóveis só podem ser escriturados se preencherem tamente com um engenheiro.
alguns requisitos, tais como: Para que seja feita uma boa avaliação, o prossional deve
conhecer não só as ferramentas matemáticas envolvidas
- loteamento legalizado, no cálculo, mas também a dinâmica do mercado imobil-
- tamanho mínimo previsto em plano diretor, iário onde se situa o imóvel.
- incorporação legalizada,
- quitação de encargos sociais. Qual o objetivo de uma avaliação?
A função principal de uma avaliação é obter uma estimati-
6) ESCRITURA DE POSSE va do valor de um imóvel, sob um determinado conjunto
de condições. Existem vários métodos para se encontrar
A Escritura
transfere de Posse
a outrem os édireitos
o documento
de um pelo qual
imóvel queselhe
cede ou o valor de mercado de uma propriedade.
pertencem, sendo assim possível a alienação e a trans- Qual o método mais utilizado para a avaliação?
missão entre vivos. Esta escritura é muito comum, no Existem diversas formas de obter-se o valor de um imóv-
litoral e em ilhas, onde as terras são (eram) da marinha e el. A escolha do método depende das informações dis-
tem uma série de diculdades para legalizar em denitivo. poníveis e do nível de rigor desejado. Acompanhe a seguir
A Escritura de Posse não pode ser registrada no Cartório um breve resumo de como funciona cada método de
de Registro de Imóveis. No entanto pode ser registrada avaliação:
Cartório de Títulos e Documentos.
1) COMPARATIVO DE DADOS DE MERCADO
7) CONTRATOS DE GAVETA A forma de avaliação através da comparação com imóveis

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semelhantes é o método conhecido como “Comparativo arbitrários, baseados na decisão subjetiva do avaliador.
de Dados de Mercado”. Os clientes valorizam os imóveis por razões diferentes,
É um método prático, mas depende da existência de de modo geral, os preços de cada característica ou serviço
transações do mesmo tipo de imóvel, na mesma época e da habitação tendem a variar diretamente com a oferta
localização espacial, e em quantidade suciente para pos- dos mesmos.
sibilitar a análise dos valores, o que nem sempre é pos- b) Homogeneização de Valores
sível, devido à necessidade desse conjunto de variáveis. A homogeneização é um procedimento que consiste na
Os valores de transações com imóveis semelhantes são coleta de dados de mercado para a avaliação. Sempre en-
a maior evidência de mercado para um imóvel. Havendo volve imóveis diferentes, distintos daquele que está sendo
dados, é preciso obter um valor médio. É sempre uma avaliado. Em função disto, o avaliador necessita trans-
média ponderada, visto que os imóveis são sempre dife- formar (homogeneizar) os valores, para poder comparar
rentes uns dos outros a singularidade é uma característica estes imóveis. Por este modo, os dados da amostra são
básica. aalterados
torná-lospor fatores
mais ou coecientes corretivos, de modo
semelhantes.
PONTO CHAVE: Após, são empregadas fórmulas de matemática
nanceira e medidas estatísticas simples e atribui-se um
A desvantagem do método comparativo: valor ao imóvel avaliando. Assim, há coecientes para
Não se pode armar que o comportamento do mercado forma de pagamento, dimensões e forma do terreno,
de uma região seja igual em outras regiões. Ao contrário, posição no quarteirão, topograa, localização, disponibi-
tudo leva a crer que existem diferenças substanciais de um lidade de serviços públicos, proximidade de supermerca-
local para outro, tais como diversidade sócio-econômica, dos, existência de calçamento da via e para quaisquer out-
cultural, costumes etc. Estes métodos por comparação só ras características julgadas “importantes”. Os dados são
tornam-se conáveis, se existe uma boa amostra de dados tratados com média aritmética e desvio-padrão (conceito
do mercado. Este método é o mais usado pelos corretores estatístico). Dados muito diferentes ou discrepantes são
e consiste em fazer uma comparação dos preços pagos desprezados, sendo removidos da consideração calculan-
no mercado para propriedades similares, quando existem do-se nova média geral.
substitutos razoavelmente semelhantes e ocorrem transa- c) Inferência Estatística.
ções com uma certa freqüência, obtendo evidências para A técnica estatística é um procedimento cientíco obje-
o valor do imóvel em estudo. É largamente empregado tivo e que permite a obtenção de parâmetros de qualica-
para propriedades residenciais, nas quais existe normal- ção do trabalho.
mente mais similaridade entre diferentes unidades. De acordo com a norma de avaliações (NBR
As principais diculdades do uso deste método estão 5676), cada um destes processos de ponderação está en-
associadas à impossibilidade de encontrar propriedades quadrado em um dos níveis de rigor.
idênticas: há diferenças na área construída, acabamento, Na busca do valor para o imóvel a ser avaliado, usando a
estado de conservação, etc. Além do mais, os preços Comparação de Dados, é preciso antes se obter uma
variam consideravelmente em espaços de tempo relativa- amostra do mercado que se deseja estudar (composta de
mente curtos. O método é baseado na análise de infor- imóveis semelhantes, transacionados na mesma época e
mações sobre preços de propriedades comparáveis com a local).
que está sendo avaliada. Os avaliadores precisam conferir De posse destes dados, pode-se compilar um modelo do
as condições em que são feitas as transações (motivos dos comportamento do mercado, utilizando um programa de
compradores e vendedores), para vericar se os preços estatística. O trabalho manual é difícil, entretanto, e deve
são típicos de mercado ou se existem algum fator inu- ser limitado aos casos de regressão simples.
indo no preço do imóvel. A análise de regressão adapta-se bem ao estudo de mod-
Para se obter o valor de um imóvel por este método, é elos com dados diversos, pois o resultado calculado pela
preciso que existam dados de transações com imóveis equação é uma média, ponderada pelas várias característi-
semelhantes, em número
permitir a obtenção e especicação
de resultados razoáveis, para
com conabilidade. cas dos imóveis.
A partir da amostra do mercado, três procedimentos po- PONTO CHAVE:
dem ser adotados:
a) Expedito Os valores das transações é, possivelmente, a informação
A ponderação expedita é aquela baseada apenas no senti- mais importante nas avaliações de imóveis. Contudo, os
mento do avaliador. As análises baseadas na experiência, valores são justamente a informação mais difícil de ser
usando também modelos microeconômicos, geralmente obtida e sobre a qual pairam mais dúvidas. Nem tanto
baseados na análise de dados, permitem a obtenção de nas locações de imóveis, mas especialmente nas vendas.
valores para imóveis especícos, ou de indicadores do Todas as fontes de informação têm limitações.
funcionamento do segmento pesquisado. Adota pesos

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

MÉTODO DA RENDA Mas você deve estar se perguntando: quando


Este método baseia-se na hipótese de que o imóvel é val- este método é utilizado?
orizado pela renda que pode proporcionar ao seu
proprietário. Um imóvel de maior valor de mercado de- Este método é utilizado nos casos em que não há da-
verá gerar maiores aluguéis, portanto. Desta forma, o dos de transações de imóveis semelhantes. Se o imóvel
montante de renda que o imóvel pode gerar durante sua em avaliação é um terreno urbano, realiza-se um estudo
vida útil é entendido como uma evidência de seu valor. para sua edicação, considerando as despesas necessárias
Naturalmente, o proprietário aceitará uma razoável taxa para produzir os melhores tipo de empreendimento, in-
de desconto para receber antecipadamente esta renda, ou cluindo todos os custos e o lucro do promotor. O valor
seja, é a relação entre uma receita fracionada ao longo de do terreno é a diferença entre o preço de mercado das
décadas (aluguel líquido a ser recebido por toda a vida unidades construídas (avaliado pela comparação com
útil restante) e uma receita atual (venda no mercado). A imóveis semelhantes) e este total de despesas. Sendo um

aquestão na aplicação
antecipação desteUma
de receitas. método é a taxa
pequena de juros
variação para
nominal terreno dos
preços urbano, verica
terrenos são adeterminados
alternativa depor
loteamento. Os
comparação
implica em grandes variações no resultado, por causa da de dados de mercado. Deve ser preparado um projeto de
quantidade de parcelas. loteamento, obtendo-se o número de lotes, no tamanho
padrão adotado na região, e vericando-se as despesas a
EXEMPLO: serem realizadas. O valor do terreno é a diferença entre o
A renda de um imóvel é o aluguel ou a receita que pode montante das vendas destes lotes e o custo para obtê-los,
gerar. No caso de depósitos, hotéis, hospitais, estradas descontados também a administração do negócio,
(pedágios) etc., trata-se da quantia média arrecadada nos e o desconto sob o prazo de venda e valor nominal pro-
últimos períodos de uso (12/24 meses, por exemplo). jetado – Matemática Financeira.

MÉTODO RESIDUAL 8) MÉTODO DO CUSTO DE REPRODUÇÃO


Se for necessário avaliar um terreno situado em área ex- Este método baseia-se na hipótese de que um compra-
tremamente urbanizada e não há informações sucientes dor, bem informado, não pagará por um imóvel mais do
de vendas de terrenos livres, mas existem vendas de terre- que o custo para construir outro igual. Nestas condições,
nos com construções, este método é útil. O valor do ter- o valordas construções pode ser avaliado através de um
reno é obtido a partir do valor total do imóvel, subtraindo- orçamento, para reprodução do imóvel, descontado a de-
se deste os valores das construções existentes, que podem preciação do imóvel já construído.
ter seus valores determinados por outros métodos, como A vantagem comparativa do imóvel já pronto em
o custo de reprodução. Também é empregado na nali- relação àquele em projeto é considerada pela renda que
dade da apuração do valor das construções, que pode ser o mesmo pode auferir no dia seguinte a compra, como
feita então pela subtração do valor do terreno, do valor fundo de comercio, ou “vantagem da coisa feita”.
total do imóvel, nos mesmos moldes. Este método é uti-
lizado nos casos em que não há dados de transações de Quando este método é utilizado?
imóveis semelhantes. Este método é utilizado nos casos em que não há dados
de transações de imóveis semelhantes. É empregado nor-
MÉTODO INVOLUTIVO malmente para residências, prédios comerciais, hospitais
(Método do Máximo Aproveitamento Eciente) e hotéis. Eventualmente, pode ser usado para avaliar bens
A avaliação de uma gleba ou de um terreno pode ser real- públicos, assim como estradas, pontes, viadutos e praças.
izada em função do seu aproveitamento potencial. O mé- Também pode ser empregado para avaliar parte de
todo do máximo aproveitamento eciente busca identi- imóveis, como em casos de divisão apenas das benfeito-
car os melhores usos, em qualidade e quantidade. Todos rias, de construções inacabadas, ou em caso de separações
os tipos de utilizações possíveis devem ser investigados. de casais ou de sociedades comerciais.
O avaliador realiza
construção, levandoumemanteprojeto do loteamento
conta as utilizações ou da
permitidas
pelos planos diretores e os usos tradicionais e a demanda SEÇÃO 6
recente na região. Denida a utilização, a análise segue-
se com a execução de orçamentos, pesquisa de dados de A Intermediação Imobiliária
mercado para imóveis que devem ser construídos (lotes
ou unidades construídas), segue-se na vericação da via- Considera-se Intermediação Imobiliária todo o trabalho
bilidade, das receitas e das despesas esperadas (aluguéis, desenvolvido pelo Corretor de imóveis, no que tange as
lucros na venda, taxas, custos de publicidade e correta- rotinas para compra e venda de imóveis, a locação, a ad-
gem, etc). ministração de imóveis e condomínios etc.
Veja, a seguir, quais são os principais:

• 107
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

só uma das partes se obriga em face da outra. Nestes,


1. CONTRATOS DE COMPRA E VENDA um dos contratantes é exclusivamente credor, enquanto
Conforme o exposto na Lei nº 6.766/79: o outro é devedor. É o que ocorre na doação pura, no
Art. 25: “os compromissos de compra e venda são irretra- depósito e no comodato.
táveis, bem como cessões e promessas, os que atribuam
direito e a adjudicação compulsória e, estando registra- Onerosos e Gratuitos:
dos, conram direito real oponível a terceiros.” Os autores diversicam suas opiniões no tocante à dis-
criminação: quais são os contratos a título gratuito e quais
O que deve constar num Contrato de Com- os contratos a título oneroso? Objetivando a identica-
pra e Venda? ção, norteia-se pela utilidade proporcionada pelos contra-
tos, enquanto outros fundam no ônus a respectiva dife-
Nos Termos de um Contrato de Compra e Venda, de- renciação. São aspectos da doutrina, que não trarei aqui à
verão constar
Nome,asregistro
seguintes indicações:
civil, cadastro scal no Ministério colação.vantagens
trazem Os onerosos
parasão aqueles
ambos osque por serempois
contraentes, bilaterais
estes
da Fazenda, nacionalidade, estado civil e residência dos sofrem um sacrifício patrimonial correspondente a um
contratantes. proveito almejado, como por exemplo, na locação em que
Denominação do loteamento, número e data da o locatário paga o aluguel para usar e gozar do bem e o
inscrição. locador entrega o que lhe pertence para receber o paga-
Descrição do lote ou dos lotes que forem objeto mento.
de compromisso, confrontações, áreas e outras Os gratuitos, ou benécos, são aqueles em que só uma
características. das partes obtém um proveito, podendo este, por vezes,
Preço e prazo, forma e local de pagamento, e ser obtido por terceira pessoa, quando há espitulação
valor do sinal quando acertado. Taxa de juros incidentes neste sentido, como na doação pura e simples.
sobre o débito em aberto e sobre as prestações vencidas
e não pagas, bem como a cláusula penal, nunca excedente Comutativos e Aleatórios:
a 10% do débito e só exigível nos casos de intervenção O comutativo é o tipo em que uma das partes, além de
judicial ou de mora superior a três meses. receber da outra prestação equivalente a sua, pode apreci-
Indicação sobre a quem incumbe o pagamento ar imediatamente essa equivalência. No momento dafor-
dos impostos e taxas incidentes sobre o lote compromis- mação ambas as prestações geradas pelo contrato estão
sado. denidas, como na compra e venda.
Declaração das restrições urbanísticas conven- O Aleatório é o contrato em que as partes se arriscam
cionais do loteamento, supletivas da legislação pertinente. a uma contraprestação inexistente ou desproporcional,
como no contrato de seguro e no contrato de aquisição
Quais os procedimentos na compra e venda de coisas futuras, cujo risco de elas não assumem o ad-
por Contrato? quirente.

Todo contrato deverá ser rmado em três vias, uma Consensuais ou Reais:
para cada parte, sendo a terceira para arquivamento do Consensuais são os que se consideram formados pela
Cartório de Registro de Imóveis, isto após registro e simples proposta e aceitação. Reais são os que só se for-
devidas anotações. Será obrigatório o arquivamento da mam com a entrega efetiva da coisa, como no mútuo, no
procuração, se o contrato for rmado por procuração de depósito ou no penhor. A entrega, aí, não é cumprimento
qualquer das partes. do contrato, mas detalhe anterior, da própria celebração
do contrato. Observe-se que a doutrina moderna critica o
 ComoosContratospodemserclassicados? conceito de contrato real, mas a espécie ainda é inafas-
tável diante do nosso direito positivo vigente.
Os contratos podem ser classicados em: Os contratos
se limitam reais são comumente
à obrigação de restituir aunilaterais posto Ex-
coisa entregue. que
a) Contratos Bilaterais e Unilaterais: cepcionalmente, podem ser bilaterais, como acontece no
Nos bilaterais nascem obrigações recíprocas; os contrato de depósito remunerado: a importância prática
contratantes são simultaneamente credores e devedores está em que, enquanto não entregue a coisa, não há ob-
do outro, pois produz direitos e obrigações, para ambos. rigação gerada.
Na compra e venda, por exemplo, o vendedor está ob-
rigado a entregar o bem, assim que recebe o preço ajusta- Contratos Nominados e Inominados:
do. Ressalte-se que nesta espécie de contrato à vista, não Os nominados, também chamados típicos, são espécies
pode um dos contratantes, antes de cumprir a sua obriga- contratuais que possuem denominação e são regulamen-
ção, exigir o cumprimento da do outro. Nos unilaterais, tados pela legislação. Os inominados ou atípicos são os

• 108
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

que resultam da consensualidade, não havendo requisitos no entanto, apresentaremos algumas características usuais
denidos na lei, bastando para sua validade que as partes que compõe todos os contratos de modo que o Técnico
sejam capazes (livres), o objeto contrato seja lícito, pos- em Transações Imobiliárias possa identicar de relance
sível e suscetível de apreciação econômica. essa estrutura e saber quais as informações que podem
ser retiradas de cada parte e qual sua importância, assim,
Solenes e não Solenes: um contrato normalmente apresenta a seguinte estrutura
Anote-se aqui que a classicação se preocupou com a com as características:
forma pela qual se dá o consentimento das partes.
Os solenes, também chamados formais, são contratos a) Partes envolvidas
que só se aperfeiçoam quando o consentimento das par- Nesse tópico são caracterizadas as partes envolvidas no
tes está perfeitamente adequado pela forma prescrita na contrato, identicando o nome, CPF, número da iden -
lei, objetivando conceder segurança a algumas relações tidade, estado civil, etc. ou seja, as informações pessoais
jurídicas. De ou
documentos regra, a solenidade
instrumentos se exigepúblico,
(contrato) na lavratura de
lavrado mais relevantes
gundo de quem primeiro
esta sendodecontratado.
quem esta contratando e se-
nos serviços notariais (cartório de notas), como na es- b) Objeto do contrato
critura de venda e compra de imóvel que é, inclusive Toda a relação jurídica se dá entre duas ou mais pessoas e
pressuposto para que o ato seja considerado válido. Os essa relação é normalmente sobre um objeto. Nessa parte
não-solenes, ou consensuais, são os que se perfazem pela do contrato ca caracterizado o objeto com o qual as pes-
simples anuência das partes. O ordenamento legal não soas estão se relacionando, normalmente é informado o
exige forma especial para que seja celebrado, como no endereço completo e outra informações relevantes que as
contrato de transporte aéreo. partes julgarem necessárias.
c)Característicasespecícas
Principais e Acessórios: Nessa parte são caracterizadas as especicidade do con-
Os principais são os que existem por si, exercendo sua trato em questão, tais como valores, prazos, condições
função e nalidade independentemente da existência de de pagamentos, prazos de vencimento das parcelas e do
outro. contrato, as despesas, os tributos, reajustes, seguros, etc.
Os acessórios (ou dependentes) são aqueles que só ex- d)Asdisposiçõesnais
istem porque subordinados ou dependentes de outro, ou Nesse tópico são rmadas as últimas questões do contra-
para garantir o cumprimento de determinada obrigação to tais como foro ou arbitragem, denidas as formas de
dos contratos principais, como a caução e a ança. negociação em caso de litígio e apresentam-se as teste-
munhas do contrato com suas informações gerais (nome
Paritários e por Adesão: CPF, etc.).
Os paritários são contratos em que as partes estão em
situação de igualdade no que permite ao princípio da 2. CONTRATOS DE INTERMEDIAÇÃO IMO-
autonomia de vontade; discutem os termos do ato do BILIÁRIA
negócio e livremente se vinculam xando cláusulas e Nesse sentido, a primeira mensagem a ser passada é bas-
condições que regulam as relações contratuais. tante direta: o Corretor de Imóveis é obrigado a celebrar
Os contratos por adesão se caracterizam pela inexistência contrato para realizar qualquer intermediação imobiliária.
da liberdade de convenção, porque excluem a Importante ressaltar que essa armação é fruto de uma
possibilidade de debate ou discussão sobre os seus ter- determinação do Cofeci (Conselho Federal de Corretores
mos; um dos contratantes se limita a aceitar as cláusulas e de Resolução – Cofeci nº 5, de 09/09/1979:
condições previamente redigidas pelo outro, aderindo a “Art. 1º - Toda e qualquer intermediação imobil-
uma situação contratual que já está previamente denida. iária será contratada, obrigatoriamente, por instrumento
Ressalte-se tratar de um clichê contratual, segundo nor- escrito”.
mas de rigorosas, que alguém adere, aceitando os termos Perceba que o Cofeci, em sua Resolução, não deixou
como postos,
spectivo não podendo
cumprimento. Nosfugir, posteriormente
contratos de adesão, do re-
even- qualquer
Contrato dúvida em relaçãoImobiliária.
de Intermediação ao caráter Portanto,
obrigatório do
como
tuais dúvidas oriundas das cláusulas se interpretam em dito anteriormente, o Corretor de Imóveis somente pode
favor de quem adere ao contrato (aderente). O Código de intermediar uma transação imobiliária se tiver celebrado
Defesa do Consumidor, em seu artigo 54, oferece o con- contrato com o seu cliente.
ceito e dispõe sobre a admissão de cláusula resolutória. Além das questões jurídicas, trabalhar sem que exista o
São espécies deste tipo de contrato, o seguro, o contrato Contrato de Intermediação é, acima de tudo, um desres-
de consórcio e o de transporte. peito à valorização da prossão de Corretor de Imóveis,
colocando-nos na mera condição de vendedores. Vamos
Qual a estrutura básica de um Contrato? então estudar os tipos de contratos de intermediação
Cada tipo de contrato tem suas características próprias, mais utilizados:

• 109
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

a) Proposta de Compra e Venda Na locação, é praxe no mercado a comissão entre 10 a 12


Trata-se da proposta, onde estão identicadas as partes, % do valor transacionado, em imóveis em contratos de
descrito o objeto, o ônus, condições de pagamentos longa duração e até 20% em aluguéis de temporada.
e prazos. Esta proposta é derivada da opção de venda que Já na gestão de investimentos imobiliários de compra e
o corretor possuído imóvel e será levada assinada ao pro- venda os valores são acertados sobre a rentabilidade dos
prietário para apreciação. Aceitando a proposta deverá as- negócios efetuados. O Corretor de Imóveis pode também
sinar autorizando a seqüência da documentação. se especializar em contratos de administração de con-
b) Contrato de Corretagem domínios, e esta se constitui de uma nova área de atuação.
Também chamada de Opção de Venda. Neste contrato g) Procuração
está descrito minuciosamente o imóvel, as condições ex- É o ato de fazer-se representar, por outrem por instru-
igidas pelo vendedor, o prazo de vigência e também nor- mento público, onde poderá assinar documentos, contra-
malmente acertado a comissão do corretor. tos, assumir compromissos em nome do outorgante de
O Corretor
buscar de Imóveis
um imóvel paratambém pode ser
o comprador contratado
e assina com para
este poderes, como
procurador. Paraseque
o mesmo presente estivesse,
este documento sendo seu
tenha validade nas
um contrato a parte, bem como uma consultoria, estab- transações imobiliárias o mesmo deverá ser uma procu-
elecido também um valor pelo serviço. S “Art. 722: Pelo ração publica, quando um tabelião emite a mesma no
contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada a outra cartório, que é assinada pelo outorgante.
em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por
qualquer relação de dependência, obriga-se a obter para
a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções SEÇÃO 7
recebidas.”
c) Promessa de Compra e Venda A Compra e a Venda do Imóvel
Quando há um acordo sobre o preço do imóvel e
condições de pagamento as partes podem concretizar A compra e a venda de imóveis são os atos mais lucra-
o negócio. Quando o negócio é a vista e a documenta- tivos das Transações Imobiliárias, no qual o corretor de
ção está desembaraçada, a transferência é imediata no imóveis faz jus à comissão de intermediação. A venda de
cartório. um imóvel é o processo nal do trabalho de uma equipe
Já, quando o pagamento é a prazo, ou quando o imóvel ou de um prossional no qual passa por diversas fases, a
esta sendo construído, ou mesmo quando está faltando saber.
algum documento, espólio etc, é praxe fazer um contrato
compromissório de compra e venda de forma irretratável. Quais as fases da venda de um Imóvel?
O comprador pode dispor do imóvel imediatamente, en-
quanto espera a transferência denitiva e o registro no a) O agenciamento do Imóvel
Cartório de Registro de Imóveis. O agenciamento do imóvel de terceiro, dá-se através do
d) Locação jornal, indicação, ou captação direta. O Corretor agencia-
É uma relação jurídica onerosa entre o locador e o loca- dor para poder oferecer o imóvel do cliente deve ter uma
tário, em que um objeto, ou imóvel é cedido ao segundo, autorização de venda do mesmo, chamada opção venda.
por prazo determinado. No mercado imobiliário as loca- b) As certidões Negativas
ções são regidas pela Lei do Inquilinato que visa garantir Deverá ser exigida do cliente vendedor, certidão negativa
os direitos e dos deveres das partes envolvidas. de ônus do imóvel, junto aos cartórios de distribuição,
O contrato de Locação pode ser feito diretamente entre receita municipal, dependendo do caso, Receita Federal,
as partes ou através de um Corretor de Imóveis especial- Estadual, e do Inss.
izado, que fará jus a uma comissão mensal para adminis- c) Consulta de Viabilidade
trar este contrato. È interessante ter em mãos uma consulta de viabilidade
e) Incorporação Imobiliária de construção emitida pelo órgão municipal, para poder
Qualquer
desde que pessoa pode
disponha ser terreno
de um um incorporador imobiliário,
e aprove um empreen- avaliar
d) Laudosuasdereais condições de valor de mercado.
Avaliação
dimento imobiliário no mesmo e disponha-se a imple- O Laudo de Avaliação emitido por prossional compe-
mentá-lo. As incorporações são regidas por lei especiais. tente dá segurança quanto ao valor do mercado, pois pon-
Os contratos de Incorporações Imobiliárias são feitos en- dera diversas variáveis. De posse do Laudo o Corretor
tre as partes envolvidas, desde o dono do terreno alienado poderá fazer algumas estratégias de venda, no mercado,
na incorporação, e os compradores das frações ideais. ponderando o valor do imóvel com taxas do mercado -
f) Administração nanceiro e com isto, calcular um coeciente para forçar a
Na administração de um imóvel, o corretor ou a imobil- venda, baixando o preço do imóvel, para eventualmente
iária, recebe o imóvel para locação, ou gestão de investi- aplicar no mercado nanceiro.
mento e faz jus a uma comissão para tal feito.

• 110
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Opção de Compra, onde estão descritos as condições do


EXEMPLO: negócio ofertado, datado e assinado deverá ser entregue
Se um imóvel vale R$ 100.000 e leva 02 meses para ser ao proprietário, com prazo para manifestação. Aceita a
vendido por este valor, considerando oportunidade de proposta, poderá ser lavrada à escritura diretamente ou
investimento no mercado nanceiro de 2 % ao mês, poderá ser feito um contrato de Sinal ou ARRAS.
equivale então a vender o imóvel hoje por R$ 96.117,00, j) Contrato de Sinal ou ARRAS
o que equivale a R$ 100.000 daqui a 02 meses. Conhecer Neste contrato o comprador dá um sinal manifestando a
opções de investimento e ter uma sólida formação, con- compra do imóvel. Caso venha a desistir perderá o valor
hecimento do mercado e laudos conáveis pode ser uma dado em sinal e caso o vendedor desistir de vender após
poderosa ferramenta de vendas. aceito a venda, deverá devolver a quantia recebida mais
sua forma equivalente (dobro). Art. 418 a 420 do Código
e) Opção de venda: Civil. Poderá ainda, a parte inocente requerer na justiça
A Opção
ser mantidodearquivado
venda é um
no documento
escritório doobrigatório, e deve
corretor, para vis- indenizaçãoaosuplementar
desistência, mesmo, caso se não
provar
haja prejuízo maior
cláusula de pela
arrepen-
toria dos órgãos competentes. Este documento consiste dimento no contrato.
da identicação do cliente e do imóvel, onde o mesmo k) Contrato de Compra e Venda
está descrito detalhadamente, com autorização de venda O Contrato é um acordo de vontades, oneroso, entre 02
por determinado preço, condições e prazo de validade da ou mais pessoas, onde uma das partes compromete-se a
proposta. passar direitos reais de posse, domínio e uso a outra parte
f) O Plano de Marketing diante de pagamento de quantia certa, estipulado no con-
De posse da autorização de venda o Corretor traça uma trato, segundo condições acordadas, no mesmo.
estratégia para comercializar este imóvel no mercado. No O contrato de compra e venda cria uma relação
plano de comercialização poderão ser utilizados diversos entre o vendedor e o comprador, especica o negócio a
veículos, tais como : ser realizado, quais as condições, garantias, prazos etc. No
contrato devem estar todas as informações necessárias ao
a) Anúncios em jornal enquadramento das pessoas e dos negócios.
b) anúncios em Portal de Imóveis na Internet
c) Feiras, Exposições, Plantões Quais os passos para elaboração do Contrato
d) Panetos de Compra e Venda?
e) Agenda
g) O Cliente interessado a) A identicação completa das partes envolvidas no ne-
gocio, documentação, naturalidade, estado civil, endereço,
Quando o Cliente contata o Corretor de Imóveis, deve ser prossão etc.
entrevistado amigavelmente para que saiba quais as suas b) A natureza do negócio, a tipicação do objeto transa-
particularidades, para encontrar o imóvel, exatamente cionado (compra e venda).
dentro de suas necessidades e possibilidades e nanceiras. c) Informações que indiquem precisamente o imóvel em
Encontrado o imóvel ideal o Corretor deverá mostrar-se questão (localização, metragem, confrontações,
conhecedor do imóvel, com respeito ao tipo de materiais matrícula e outras características, como garagem, área
utilizados, padrão, destinação, localização, vizinhança, privativa, memorial descritivo, etc).
acessos, comodidades, avaliação, retorno de investimento d) A garantia de que o imóvel pertence àquele propri-
e sobretudo mostrar a situação de legalidade do mesmo, etário.
garantindo segurança no negócio. Encontrado e estudado e) O valor da parcela de entrada (o sinal ou arras) ou a
o imóvel e a região, marca-se uma visita, onde o cliente forma de pagamento inicial escolhida, que garante ao
deverá assinar um Termo de Visita, pois só assim o Cor- comprador primazia na compra do imóvel, e a data em
retor de Imóveis terá cobertura jurídica, com respeito aos que esse valor será pago.
seus honorários.
h) Termo de Visita ao Imóvel f) Um prazo razoável para a apresentação de toda a docu-
mentação.
Neste termo está identicado o visitante, o corretor, o g) O valor da prestação ou das prestações posteriores e
imóvel e o dono do imóvel. Este termo tem validade, suas respectivas datas de pagamento, com eventuais cor-
mesmo depois de vencido a Opção de Venda. O Corretor reções acertadas entre as partes.
ainda fará jus a comissão, caso o negócio seja fechado, h) Em caso de nanciamento do restante a ser pago, o
com cliente apresentado pelo mesmo ao vendedor, em prazo exeqüível para que toda a documentação seja provi-
prazo previsto em lei. denciada e analisada pela instituição que concederá o em-
i) Opção de Compra préstimo.
O cliente tendo gostado do imóvel, visto sua documen- i) Cláusulas de arrependimento, quando houver, Arras (o
tação manifestará seu interesse de comprá-lo através da comprador perde a quantia ou o bem dado como sinal se

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

desistir da compra). A legislação determina que o Corretor de


j) O vendedor paga ao comprador o sinal em dobro, ou Imóveis só inicie uma transação imobiliária de posse de
determinado valor acertado, se desistir da venda. um documento em que o proprietário do imóvel o autor-
k) A entrega ao comprador de documento de quitação da ize, expressamente, a agir em seu nome. Este documento
compra do imóvel após os devidos pagamentos. é uma garantia para que o corretor receba o pagamento
l) A denominação do foro contratual (um tribunal de pelos serviços prestados. A remuneração do corretor ou
justiça) escolhido para julgar problemas decorrentes desse seus honorários obedecem a uma tabela local editada
negócio. pelo CRECI da região. O contrato de compra e venda de
Para que o negócio transcorra em segurança, é necessário imóvel é uma transação comum de transferência da pro-
que o vendedor apresente uma serie de certidões negati- priedade de um imóvel o que encerra operações de im-
vas de ônus, junto a receita governamental (federal, es- portância econômica e nanceira e resguarda os direitos
tadual, municipal), cartório de distribuição protestos etc. e deveres dos interessados. Os pressupostos jurídicos que
Normalmente
30 dias. estas certidões têm o prazo de validade de devem ser
compra averiguados
e venda antessão:
de imóveis da celebração dopropriedade
o direito de contrato de
do vendedor; a inexistência de fraude contra credores e
O que é necessário para que um contrato de ônus judicial ou extrajudicial.
seja lícito ou sem vícios? Quanto ao direito de propriedade, deve-se averiguar o
seguinte: a capacidade do vendedor; a legalidade do imóv-
1) Que os agentes tenham maioridade. el e a comprovação de propriedade do imóvel.
2) Que os agentes sejam capazes perante da lei: A escritura de compra e venda de imóvel é um ato lavrado
a) Que não sejam pródigos por tabelião e assinado pelos contratantes mais duas teste-
b) Que não sejam ébrios habituais ou viciados munhas. Esta contém o preço e condições de pagamento,
em tóxicos bem como as características do imóvel objeto da venda.
c) Que não sejam decientes mentais Torna-se um título de propriedade após a sua transcrição
d) Que por enfermidade não consigam exprimir no Registro de Imóveis.
sua vontade

3) Que os contratantes não tenham impedimentos legais. REFERÊNCIAS


4) Que o objeto seja lícito.
5) Que o contrato seja lícito. ALVINO, José. Avaliação de Imóveis. Laguna SC: paper
35 s, 1999.
AYRES, Antonio. Como avaliar imóveis... sem mistérios.
RESUMO São Paulo: Imobiliária, 1996.
BUENO, A Márcio A. O corretor de imóveis e as regras
A prossão de corretor de imóveis foi regulamentada no das locações residenciais. São Paulo: Imobiliária, 1996.
Brasil em 27 de agosto de 1962. Esta lei foi anulada e a RAPOSO, Alexandre. Situações jurídicas da prossão de
situação só foi resolvido pela edição da Lei nº 6530 de 12 corretor de imóveis. 2.ed. São Paulo: Imobiliária Ltda,
de maio de 1978. A primeira obrigação do corretor é o da 1995. . Manual jurídico do corretor de imóveis. 5.ed. São
necessidade para registro ocial no CRECI, que obtenha Paulo: Colibrie, 1995. TRAVASSO, Ari. Compra e
o título de Técnico em Transações Imobiliárias. venda de imóveis. Rio de Janeiro: Iel Nórdica, 1991. . É
Quem não possui registro no CRECI Conselho Regional assim que se faz... compra e venda de imóveis. Rio
de Corretores de Imóveis não pode trabalhar com de Janeiro: Iel Nórdica, 1994.
intermediações imobiliárias. O Corretor de Imóveis é o REZENDE, José Machado. Operações Imobiliárias:
prossional que aproxima duas partes em torno de um Goiânia: Ed. AB, , 2001
objetivo comum, que é o imóvel. Assim podemos denir ZADIR, Ângelo e outros. Manual Do Técnico Em Trans-
oa Intermediação
seu trabalho, do ponto de Pela
Imobiliária. vistaleitécnico,
6530/78como
é desendo
com- ações Imobiliárias, Vol 1 -11a. Ed. Goiânia: Ed. AB.
petência legal e exclusiva do Corretor de Imóveis servir
de intermediário na compra, venda, locação e permuta de
imóveis, podendo, ainda, opinar quanto à comercializa-
ção imobiliária. O objetivo da intermediação imobiliária é
promover a aproximação entre as partes em processos de
compra, venda, locação, permuta ou cessão de imóveis.
O Corretor de Imóveis é o único prossional legalmente
habilitado para intermediar as transações imobiliárias, nos
seus mais variados tipos.

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

tros.
UNIDADE 4 d Projeto de construção devidamente aprovado pelas au-
toridades competentes
e) Todas as informações pertinentes ao imóvel.
As Transações Imobiliárias A Lei N.º 4.864, de 29/11/1965, impõe uma série de de-
veres ao incorporador em todas as fases da incorporação,
apresentaremos aqui sua descrição sucinta pois, nas pági-
SEÇÃO 1 nas seguintes estará seu detalhamento.
A Incorporação Imobiliária Atenção!
Incorporação imobiliária é uma atividade voltada para a São deveres do Incorporador:
construção de edicações ou conjunto delas, composta
de unidades autônomas para sua alienação total ou par- - A obrigatoriedade de apresentar e formalizar
um contrato.
cial. - A obrigação de informar aos clientes sobre o
A lei não limita o direito de construir, salvo o direito de andamento e o estado da obra.
vizinhança e os regulamentos administrativos como o có- - Responder civilmente pela execução da incor-
digo de obras do município, por exemplo. Pode-se en- poração.
tender a incorporação também como um contrato para - O compromisso em manter o projeto srcinal,
a construção de um edifício, prédio, etc. na forma de bem como não alterar o preço e as condições de paga-
condomínio em que possa começar a se vender imedi- mento, salvo se forem aprovadas por unanimidade dos
atamente, inclusive em prestações. Diz-se que o incorpo- adquirentes ou provierem de exigência legal.
rador é aquele que promove a incorporação de prédios,
casas, lojas, etc., em condomínios. O que caracteriza o início de uma incorpora-
ção?
Quem pode ser incorporador? Caracteriza o início da incorporação, a venda, a promessa
de venda, cessão ou promessa de cessão de cota ideal de
A Lei nº 4.591 de 16 de dezembro de 1964, possibilita a terreno, vinculada a projeto de construção ou o contrato
incorporação a três pessoas: de construção assinado pelo incorporador, ou por adqui-
Art. 31: rente. Para efeito desta lei considera-se incorporação imo-
a) “Pode ser incorporador o proprietário do ter- biliária a atividade exercida com o intuito de promover e
reno, a ele equiparado: o promitente-comprador, o ces- realizar a construção, para alienação total ou parcial de
sionário deste ou promitente-cessionário. edicações ou conjunto de edicações compostas de uni-
b) Pode ser o construtor. Não uma pessoa dades autônomas.
qualquer, que se inculque nessa condição, mas sim aquela
que faça da edicação uma atividade disciplinada e que, Quem é considerado o incorporador?
devidamente licenciada. Considera-se incorporador, as pessoas físicas ou jurídicas,
c) Pode ser o Corretor de Imóveis, devidamente comerciantes ou não, que embora não efetuando a con-
inscrito no Conselho Regional de Corretores de Imóveis strução, compromisse ou efetive a venda de frações ideais
– CRECI.” de terreno.
Quais os procedimentos para o início de Qual a documentação necessária?
uma incorporação? O incorporador somente poderá negociar sobre unidades
autônomas após ter arquivado, no cartório competente de
Para iniciar uma incorporação deve-se apresentar uma sé- registro de imóveis, os seguintes documentos:
rie de documentos
Imóveis que cam
da região, dentre arquivados
os mais no Cartório
importantes destacam-de Titulo de
sa, irrevogável propriedadededecompra
e irretratável, terreno,eouvenda
de promes-
ou de
se: cessão de direitos ou de permuta, do qual conste cláusula
a) Título de propriedade do terreno ou promessa ir- de imissão na posse do imóvel, não haja estipulações im-
revogável e irretratável de compra e venda, ou de cessão peditivas de sua alienação em frações ideais e inclua con-
de direitos ou de permuta. sentimento para demolição e construção, devidamente
b) Certidões negativas de impostos federais, estaduais e registradas.
municipais, e protestos de títulos, de ações cíveis e crimi- Certidões negativas de impostos federais, estad-
nais e de ônus reais, relacionadas ao imóvel, aos alienantes uais e municipais, de protesto de títulos, de ações cíveis e
do terreno e o incorporador. criminais e de ônus reais relativamente ao imóvel, aos
c) Histórico da propriedade, abrangendo os últimos vinte alienantes do terreno e ao incorporador.
anos, acompanhados de certidão dos respectivos regis-

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Histórico dos títulos de propriedade do imóvel, baixas do mercado); e a correção das prestações é feita
abrangendo os últimos vinte anos, acompanhados de cer- pelo índice que corrige também a caderneta de poupança.
tidão dos respectivos registros. Atualmente, esse índice é aTaxa Referencial (TR). No
Projeto de construção devidamente aprovado SFH só são aceitos nanciamentos de até R$ 150 mil para
pelas autoridades competentes. imóveis com valor máximo de R$ 300 mil.
Cálculo das áreas das edicações, discriminan- Na Carteira Hipotecária (CH), as taxas de juros
do, além da global, a das partes comuns e indicando, para são livres. A correção das prestações também é feita pela
cada tipo de unidade, a respectiva metragem de área con- TR. Não há limite para o valor máximo do imóvel a ser
struída. nanciado, mas, nesse caso, os bancos costumam nan-
Certidão negativa de débito para com a previ- ciar - em média - entre 30% e 60% do valor do imóvel.
dência social, quando o titular de direitos sobre o terreno Já o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) dá aos bancos
for responsável pela arrecadação das respectivas contri- uma proteção maior contra inadimplência já que, por esse
buições. Memorial descritivo das especicações da obra sistema, aAtravés
duciária. instituição
dela,adota comonanciado
o imóvel garantia a continua
alienaçãoem
-
projetada. Avaliação do custo global da obra, atualizada a nome do banco e o mutuário apenas desfruta do uso da
data do arquivamento, calculada com base nos custos uni- casa ou apartamento. No caso de inadimplência, o banco
tários, discriminando-se também, o custo de construção recebe o imóvel de volta em até 90 dias.
de cada unidade, devidamente autenticada pelo pros- Nas linhas de nanciamento imobiliário, a ga-
sional responsável pela obra. rantia do pagamento é o próprio imóvel. Vale lembrar
Discriminação das frações ideais de terreno com também que a correção pela TR dá a esse nanciamento
as unidades autônomas que a elas corresponderão. Minu- um caráter de imprevisibilidade, porque a Taxa Referen-
ta da fatura convenção de condomínio que regerá a edi- cial embute juros, além de inação. Por isso, para quem
cação ou o conjunto de edicações. Declaração em que se pretende entrar num nanciamento imobiliário, a reco-
dena a parcela do preço. mendação dos especialistas é que se planeje os gastos e se
Certidão do instrumento público de mandato. comprometa apenas com 20% da renda com a prestação.
Declaração expressa em que se xe, se houver, o Isso dá uma margem de manobra para o comprador, no
prazo de carência. caso de queda na renda ou vaivens abruptos da economia.
Atestado de idoneidade nanceira, fornecido por
estabelecimento de crédito que opere no país, há mais de DICA:
cinco anos.
Declaração, acompanhada de plantas elucidati- Pesquise bastante, planeje e faça suas contas, antes de op-
vas, sobre o numero de veículos que a garagem comporta tar por uma instituição. Com certeza, será possível encon-
e os locais destinados à guarda dos mesmos. trar uma opção que caiba no seu bolso.

A) SFH – SISTEMA FINANCEIRO DA HABITA-


SEÇÃO 2 ÇÃO
Teve sua criação articulada junto à reforma do Estado
Os Sistemas de Financiamento Imobiliário em 1964, objetivando reordenara forma de captação de
recursos para concessão de empréstimos à setores decon-
Difícil encontrar quem não sonhe com a casa própria. strução habitacional, urbanização e saneamento básico,
Ter o seu canto costuma ser o grande objetivo na vida frente ao enorme fenômeno da migração do campo para
das pessoas. Para realizar esse sonho, porém, é preciso ter as cidades. A alta inação naquela época constituiu tam-
uma considerável quantia de dinheiro à mão para pagar bém um forte elemento desagregador do sistema, pois os
uma casa à vista ou em algumas parcelas. Caso isso não mutuários premiados pagavam suas prestações em moeda
seja possível, será preciso recorrer ao nanciamento imo- desvalorizada, provocando uma acelerada e irrecuperável
biliário. Atualmente, existem três modalidades básicas de
nanciamento: descapitalização
Como as taxas reaisdas instituições nanciadoras
de juros estavam do sistema.
extremamente neg-
Sistema Financeiro da Habitação (SFH), Carteira Hipo- ativas, os tradicionais poupadores, voluntários, afastavam-
tecária (CH) e Sistema Financeiro Imobiliário (SFI). se deste mercado, da mesma forma que as instituições
Os nanciamentos imobiliários feitos pelo Sistema Finan- públicas existentes naquela época. O resultado da falta de
ceiro da Habitação (SFH) contam com regras estipuladas investimentos maciços no setor agravou cada vez mais o
pelo governo e atividades scalizadas pelo Banco Central. décit habitacional.
Por esse sistema, os recursos da caderneta de poupança e A resposta do governo a essa situação, na busca
do FGTS são emprestados para aqueles que vão adquirir do estabelecimento de condições econômico-nanceiras
imóveis. A intermediação é feita pelos bancos. No SFH, no intuito de corrigir as distorções, foi a instituição da
as taxas de juros são tabeladas (12% ao ano, uma das mais correção monetária nos nanciamentos habitacionais,

• 114
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

através da criação da UPC - Unidade Padrão de Capital;


da criação das Cadernetas de Poupança, principal instru-  Emquecasoséobtidaaconcessãodenan-
mento de captação das poupanças populares; da criação ciamentos?
do Banco Nacional da Habitação - BNH; da criação do
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS e da A concessão de nanciamento nas condições do SFH é
organização do Sistema Brasileiro de Poupança e Em- exclusiva para construção e aquisição de imóveis residen-
préstimo - SBPE. ciais novos ou usados.
Os integrantes do SFH foram: BNH; órgãos Os nanciamentos para aquisição, construção, reforma
federais, estaduais e municipais, inclusive sociedades de ou ampliação de imóveis comerciais novos, usados ou em
economia mista em que havia participação majoritária do construção são operações realizadas à taxas de mercado.
poder público, tais como as Caixas Econômicas Estaduais Desde 24/06/1998, não existe mais qualquer limitação
(CEE’s) e Federal (CEF) e as COHAB’s, que operaram de natureza normativa ao número de imóveis nanciados
emhabitações
de conformidade com
e obras a Lei n°
conexas; 9.389 node
sociedades nanciamento
crédito imo- pelo SFHAlém
que uma pessoacondições
das demais pode ter. estabelecidas na leg-
biliário (SCI’s); fundações; cooperativas e outras formas islação em vigor, as operações no âmbito do SFH deverão
associativas para construção ou aquisição de casa própria, obedecer ao seguinte:
sem nalidade de lucro, tais como Cooperativas Habita- Valor unitário dos nanciamentos, compreen-
cionais e Institutos de Previdência Social. dendo principal e despesas acessórias não superiores a R$
O BNH foi criado entre 1964 e 1965 com a nalidade de 150 mil;
orientar e controlar o SFH; em 14 de novembro de 1971 Limite máximo do valor de avaliação do imóvel
foi transformado em empresa pública pela lei n° 5762, nanciado de R$ 300 mil.
tornando-se vinculado ao Ministério do Interior, passan-
do a representar o principal instrumento de execução da
política habitacional do governo federal. Quais os prazos e os encargos estabelecidos?
Por diversos motivos que não caberia aqui trans-
mitir, o BNH foi extinto pelo DL 2291 de 21de novem- Atualmente, os prazos dos nanciamentos são livremente
bro de 1986, tendo sido incorporado à CEF, que assumiu estabelecidos entre as partes. Sobre o nanciamento po-
o compromisso de manter seu conjunto de atribuições. dem incidir juros, comissões e outros encargos. A remu-
Por seu turno, o SFH, com a extinção do BNH, limitou- neração efetiva máxima para o mutuário nal, incluindo
se às instituições que faziam parte do SBPE quando de juros, comissões e outros encargos nanceiros, é de 12%
sua criação, que eram as SCI’s, APE’s - Associações de a.a., acrescidos dos custos de seguros e, nos casos dos
Poupança e Empréstimo, das carteiras imobiliárias das planos de equivalência salarial, do Coeciente de Equi-
CEE’s e CEF e mais dos bancos múltiplos. paração Salarial (CES). Os saldos devedores dos con-
Atualmente, o Banco Central do Brasil sucedeu tratos de nanciamento, empréstimo, renanciamento e
ao BNH - Banco Nacional da Habitação, tornando-se o repasses concedidos por entidades integrantes do SFH
scalizador das atividades do Sistema. Hoje, o que viabi- são reajustados pela remuneração básica dos depósitos
liza os programas habitacionais do SFH provém das cap- de poupança, efetuados na mesma data e com a perio-
tações das cadernetas de poupança e dicidade contratualmente estipulada para o pagamento
do FGTS. das prestações, aplicando-se o critério de proporcionali-
dade do índice (pro rata die) para eventos que não coin-
Como são distribuídos os recursos captados? cidam com aquela data. Desde 24/06/1998 é permitida,
aos agentes nanceiros do SFH, a contratação de nan-
Os recursos captados em depósitos de poupança pelas ciamentos onde a cobertura securitária pode se dar em
instituições nanceiras do Sistema Brasileiro de Poupança apólice oferecida pelo mercado segurador, desde que seja
e Empréstimo (SBPE) observam a seguinte distribuição: prevista, no mínimo, a cobertura relativa aos riscos de
65% (sessenta
ções de e cinco por
nanciamentos cento), nosendo:
imobiliários, mínimo, em opera- morte e invalidez permanente do mutuário.
80% (oitenta por cento), no mínimo, do percentual acima, O que é o FCVS?
correspondendo, no mínimo, 52% da base de cálculo, em
operações de nanciamento habitacional no SFH; O Fundo de Compensação de Variações Salariais - FCVS,
O restante em operações a taxas de mercado, desde que a foi criado com a nalidade garantir o limite de prazo para
metade, no mínimo, em operações de nanciamento hab- amortização das dívidas dos nanciamentos
itacional. 15% (quinze por cento) em encaixe obrigatório habitacionais contraídas pelos mutuários do Sistema Fi-
no Banco Central do Brasil; nanceiro da Habitação - SFH.
Recursos remanescentes em disponibilidades - As transferências mediante simples substituição do de-
nanceiras e operações da faixa livre. vedor de contratos quecontenham cláusula de cobertura

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

pelo Fundo de Compensação de Variações reunir os fundos de nanciamento, os agentes nanceiros


Salariais – FCVS devem observar: emitem títulos com lastro imobiliário. Estes títulos são
1) Foram mantidas para o novo mutuário as mes- vendidos para investidores no Brasil ou no exterior. O
mas condições e obrigações do contrato srcinal, desde SFI se distingue dos demais produtos pela fonte dos re-
que se trate de nanciamento destinado à casa própria, cursos utilizados para o nanciamento.
observando-se os requisitos legais e regulamentares, in-
clusive a demonstração da capacidade de pagamento do O mutuário pode utilizar o seu FGTS neste
novo mutuário em relação ao valor do novo encargo tipodenanciamento?
mensal.
2) O valor da mensalidade para o novo mutuário O mutuário pode usar seu FGTS (Fundo de Garantia
será atualizado proporcionalmente (pro rata die), a contar por Tempo de Serviço) nos nanciamentos do SFI, tanto
da data do último reajustamento até a data da formaliza- como entrada quanto para amortizar, ou quitar, o saldo
ção da transferência,
atualizado do encargo.acrescido da quinta parte do valor devedor.
partes Se então
estão o mutuário
livres resolver não utilizar
para estipular de juroso FGTS, as
e valores.
3) O recolhimento pelo novo mutuário de con-
tribuição de 2 % do saldo devedor atualizado. Nestas
transferências, as instituições nanceiras cam dispensa- SEÇÃO 3
das da observância das seguintes exigências: Pro rata:em
proporção, de forma proporcional (segundo a parte O Planejamento das Cidades

a) O limite máximo de nanciamento, desde que não haja O planejamento das cidades é uma das questões mais im-
desembolso adicional de recursos. portantes hoje, e tem ganhado força ano após ano, com o
b) O limite máximo de preço de venda ou de avaliação avanço da legislação. Por força de Lei a União, os Estados
do imóvel objeto da transferência. contada a cada um): o e todos os Municípios deverão apresentar Planos Pluri-
cálculo considera a variação diária, segundo a parte indi- anuais - PPA, onde deverão estar norteadas todas as ações
vidual acordada. dos governos em prazos de 4, 5, 10 e 15 anos.
c) A localização do imóvel deve ser no domicílio do Agregado a isto há o Estatuto da cidade, que também in-
comprador. As demais transferências de contratos com stitui a exigência de Planos Diretores para cidades acima
cobertura do FCVS, a partir de 12/6/98, podem ser efet- de 20.000 habitantes.
uadas mediante assunção pelo novo mutuário de mon- 1) OS PLANOS PLURIANUAIS - PPA
tante equivalente a 70% do saldo devedor contábil da O Plano Plurianual (PPA), é um instrumento das admin-
operação, atualizado pelo critério de proporcionalidade istrações públicas que visa apontar os rumos dos
do índice (pro rata die) da data do último reajuste até a investimentos dos governos, normalmente para o período
data da transferência, observados os requisitos legais e de quatro anos. Ele pode ser utilizado para planejar ações
regulamentares da casa própria. à longo prazo, no que tange a administração pública, nas
esferas Federal, Estadual e Municipal. São obrigatórios e
B) SFI – SISTEMA DE FINANCIAMENTO IMO- regidos por Lei Federal. O administrador público que não
BILIÁRIO o zer esta sujeito às punições da Lei das Responsabili-
O SFI (Sistema de Financiamento Imobiliário) é uma dades Fiscais.
modalidade de nanciamento recentemente criada (1997) Os governos têm a possibilidade de construir
que contrasta como alternativa ao SFH (Sistema Finan- o PPA junto com a comunidade e ao levar o PPA para
ceiro da Habitação) e à Carteira Hipotecária, que dá aos consulta pública, o governo conrma o seu compromisso
agentes nanceiros credores uma maior proteção contra com a participação social nas grandes decisões e democ-
a inadimplência. Isso vem a acontecer porque nesse siste- ratiza o processo que vai estabelecer diretrizes, objetivos e
ma é adotada a Alienação Fiduciária, que permite que o metas. Estes planos são abrangentes e versam sobre tudo
agente credor
nanciado até odetenha
momento a propriedade do bem
da quitação total imóvelpelo
da dívida - odasque dizadministrador.
pelo respeito à destinação das verbas públicas geri-
mutuário. Essa novidade ajudará a alavancar a construção
de novas residências, resolvendo parte da maior questão Quais os objetivos do PPA?
existente hoje no setor: a falta de verba para nanciamen-
to, conseqüência da inadimplência em massa. O PPA busca respostas para questões fundamentais,
como:
Quais as fontes de recursos do SFI? Quais as políticas mais adequadas para estimular
os diversos setores da produção?
A principal vantagem do SFI sobre os outros sistemas é Quais as melhores políticas para gerar mais e
a fonte de recursos utilizados para o nanciamento. Para melhores empregos?

• 116
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Quais são as ações para reduzir as desigualdades


regionais? O Estatuto da Cidade trata da gestão
Quais são os projetos de infra-estrutura que vão democrática?
receber mais atenção e recursos?
Quais são os ramos da pesquisa cientíca e tec- A gestão democrática estabelecida no Estatuto da Cidade
nológica fundamentais para o crescimento do país? é a chave dos novos instrumentos de direito urbanístico e
Quais são os programas sociais necessários para política urbana. Essa realização do processo democrático
o desenvolvimento humano da população, a inclusão so- na gestão das cidades é a razão da própria existência do
cial e a melhor distribuição da renda? Estatuto. Na verdade, a realização da gestão democrática é
Quais serão as políticas norteadoras do desen- a única garantia de que os instrumentos de política urbana
volvimento urbano e social a serem adotadas? como o direito de preempção (preferência), o direito de
construir, as operações consorciadas, etc, não serão meras
2) Estatuto
O O ESTATUTOda CidadeDA CIDADE
surgiu – LEI 10.257/2001
com a pretensão de pôr m ferramentas
sim a serviço
verdadeiros de concepções
instrumentos tecnocráticas,
de promoção de direitomas
à
ao prolongado caos em que ainda vive o direito urbanísti- cidade para todos, sem exclusões.
co brasileiro. Por outro lado, será preciso que, pelo Plano A gestão democrática remete a idéia de um novo
diretor formulado pelo município, formule-se o planeja- pacto territorial, em que o Direito não se distancie da
mento, tomando necessariamente as decisões relaciona- Justiça, mas garanta que a cidade seja espaço de convivên-
das a vários dos instrumentos urbanísticos previstos pelo cia de todos os seus habitantes, onde cada um possa de-
Estatuto da Cidade. senvolver plenamente suas potencialidades.
Com o Estatuto da Cidade, o Ministério Público ganhou
poderes para frear a ocupação desordenada do espaço ur- 3) O PLANO DIRETOR
bano, a destruição do meio ambiente e criou a função O Plano Diretor é uma lei que organiza o crescimento e o
social da propriedade urbana. Institui a necessidade de funcionamento da cidade. É no Plano Diretor que está o
planejamento a cidades com mais de 20.000 habitantes, projeto da cidade. Ele diz quais são os objetivos a serem
através de Planos Diretores, que serão os norteadores de- alcançados em cada área da cidade e, para viabiliza-los
sta ocupação. identica instrumentos urbanísticos e ações estratégicas
O Estatuto da Cidade estabelece algumas nalidades e que devem ser implementadas. Ele orienta as prioridades
objetivos comuns que, em princípio, deverão orientar as de investimentos, e organiza a ocupação do solo urbano,
políticas urbanas de todos os Municípios. São nalidades legislando sobre arruamentos, gabaritos, e indica as obras
comuns que deverão orientar a interpretação e aplicação estruturais que devem ser realizadas.
das normas especícas, o bem coletivo, a segurança e o
bem- estar dos cidadãos e o equilíbrio ambiental. Quais os temas em que o Plano Diretor se
É um objetivo a ser atingido por meio da utilização dos ocupa?
instrumentos acima referidos o pleno desenvolvimento
das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, O Plano Diretor se ocupa de temas da cidade e do meio
conforme o extenso rol de diretrizes gerais. O Estatuto rural, incluindo suas relações com municípios vizinhos,
das Cidades pode servir como instrumento jurídico ou procurando um ambiente físico e social adequado. Dentre
tributário para forçar o proprietário a urbanizar, lotear ou eles, podemos citar:
edicar o seu terreno. Visa coibir a especulação imobil- a) A integração dos diferentes lugares que con-
iária. Instituiu a possibilidade do imóvel ser desapropria- stituem a cidade (bairros, centros, praças, parques, mor-
do caso haja interesse público ou social. ros, etc.), valorizando os existentes e propondo novos.
O usucapião especial é uma das modalidades de b) A organização do transporte coletivo e indi-
usucapião, e essa se dá em imóvel que assegure a sub- vidual de passageiros e cargas, assim como as vias públi-
sistência do proprietário e sua família, ou em razão da cas, estacionamentos e espaços para pedestres.
função
e boa-fé(moradia),
desde que independentemente de justo etítulo
este esteja de posse contínua sem c) A intervenção
à manutenção no espaçodos
e o enriquecimento municipal
costumesvisando
e das
oposição durante cinco anos ininterruptos. Pode ser do paisagens urbanas e rurais, ampliando a atuação da popu-
tipo individual ou coletivo. lação na proteção e incremento do patrimônio natural e
As regras para usucapião ganharam novo vigor, reduz- cultural.
indo para 5 (cinco) anos o tempo exigido para o ganho d) A democratização do acesso a todos os ser-
do titulo denitivo do terreno urbano. Assim, nada im- viços que a cidade presta.
pede que grupos de favelados, moradores de loteamentos e) As regras para as novas construções, em rela-
irregulares e de imóveis particulares reclamem a titulari- ção ao uso e a forma dos prédios e os tipos de divisão da
dade do bem. terra que podem ser feitos na cidade.
f) A regularização daquelas áreas urbanas que

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

não correm riscos naturais. ecutar a Política Nacional do Meio Ambiente e da preser-
g) As medidas de saneamento, transporte e distri- vação, conservação e uso racional, scalização, controle
buição dos equipamentos para evitar deslocamentos e fomento dos recursos naturais renováveis. Criado em
desnecessários e otimizar o consumo de materiais, ener- 16 de outubro de 1992, o Ministério do Meio Ambiente -
gia e água. MMA é o órgão de hierarquia superior, com o objetivo de
h) As medidas para evitar as poluições sonoras, estruturar a política do meio ambiente no Brasil.
atmosféricas e das águas, e o bom manejo dos solos.
i) A desburocratização do planejamento e a inte- Quais são objetivos do IBAMA e sua missão
gração dos saberes e interesses comunitários na tomada institucional?
de decisões sobre inovações urbanas.
a) Reduzir os efeitos prejudiciais e prevenir acidentes
De que forma o Código de Obras está inseri- decorrentes da utilização de agentes e produtos agrotóxi-
do no Plano Diretor? cos,Promover
b) seus componentes
a adoçãoe ans, bem comodeseus
de medidas resíduos;
controle de
O Código de Obras é parte do Plano Diretor, suas atri- produção, utilização, comercialização, movimentação e
buições são orientar, xando normas para as construções, destinação de substâncias químicas e resíduos potencial-
tais como arruamento, recuos, gabaritos, questões sani- mente perigosos;
tárias e ambientais. Toda cidade deve ter um, juntamente c) Executar o controle e a scalização ambiental nos âm-
com o Plano Diretor, de acordo com a Lei. bitos regional e nacional;
d) Intervir nos processos de desenvolvimento geradores
de signicativo impacto ambiental, nos âmbitos regional e
nacional;
e) Monitorar as transformações do meio ambiente e dos
recursos naturais;
SEÇÃO 4 f) Executar ações de gestão, proteção e controle da quali-
dade dos recursos hídricos;
A Legislação Ambiental g) Manter a integridade das áreas de preservação perman-
entes e das reservas legais;
A Legislação brasileira sobre crimes ambientais é h) Ordenar o uso dos recursos pesqueiros em águas sob
abrangente e complexa. Encontra-se regulamentada na domínio da união;
Constituição Federal (capítulo VI), nas Constituições Es- i) Ordenar o uso dos recursos orestais nacionais;
taduais, no Código Florestal (federal), nas Leis de Pesca j) Monitorar o status da conservação dos ecossistemas,
(federal), em decretos e resoluções especiais Os docu- das espécies e do patrimônio genético natural, visando à
mentos primários que desencadeiam todo um conjunto ampliação da representação ecológica;
de ações, visando à salvaguarda da natureza para preser- k) Executar ações de proteção e de manejo de espécies da
var o interesse público, correspondem em graus crescen- fauna e da ora brasileiras;
tes de complexidade, aos laudos periciais, aos RIMA’s e l) Promover a pesquisa, a difusão e o desenvolvimento
aos EIA’s (Estudo de Impacto Ambiental). técnico-cientíco voltados para a gestão ambiental;
Cada esfera em nível federal, estadual e municipal tem m) Promover o acesso e o uso sustentado dos recursos
órgãos que tem por objetivo defender e preservar o Meio naturais;
Ambiente, tais como o Ibama e as Procuradorias da Ci- n) Desenvolver estudos analíticos, prospectivos e situa-
dadania. cionais vericando as tendências e cenários, com vistas ao
planejamento ambiental.
1) IBAMA
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recur- 2) PROCURADORIAS DA COLETIVIDADE
sos Naturais
7.735, Renováveis
de 22 de - IBAMA,
fevereiro de 1989. Foifoiformado
criado pela
pelaLei nº
fusão São órgãos
respeito aosdedireitos
defesa edogarantias
cidadão coletivas.
e sua função é zelar pelo
Normalmente
de quatro entidades brasileiras que trabalhavam na área os crimes ambientais são considerados crimes federais,
ambiental: Secretaria do Meio Ambiente - SEMA; Super- podendo então os responsáveis responder pela destruição
intendência da Borracha - SUDHEVEA; Superintendên- de áreas de preservação, dano ambiental, morte de ani-
cia da Pesca – SUDEPE, e o Instituto Brasileiro de De- mais silvestres, em foros federais. Qualquer procurador
senvolvimento Florestal - IBDF. Em 1990, foi criada a da República, ou do Estado poderá apresentar denúncia
Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República de crime ambiental, trazendo os responsáveis à justiça por
– SEMAM, ligada à Presidência da República, que tinha tratar-se o meio ambiente com interesse coletivo.
no IBAMA seu órgão gerenciador da questão ambiental,
responsável por formular, coordenar, executar e fazer ex- 3) O IMPACTO AMBIENTAL

• 118
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

O Impacto Ambiental é a alteração no meio ou em algum


de seus componentes por determinada ação ou atividade. O RIMA - Relatório de Impacto Ambiental é o relatório
Estas alterações precisam ser quanticadas pois apresen- que reete todas as conclusões apresentadas no Estudo
tam variações relativas, podendo ser positivas ou negati- de Impacto Ambiental (EIA).
vas, grandes ou pequenas. Deve ser elaborado de forma objetiva e possível
O objetivo de se estudar os impactos ambientais é, princi- de se compreender, ilustrado por mapas, quadros, grá-
palmente, o de avaliar as conseqüências de algumas ações, cos, enm, por todos os recursos de comunicação visual.
para que possa haver a prevenção da qualidade de Curso Deve também respeitar o sigilo industrial (se este for so-
Técnico em Transações Imobiliárias determinado ambi- licitado) e pode ser acessível ao público. Para isso, deve
ente que poderá sofrer a execução de certos projetos ou constar no relatório:
ações, ou logo após a implementação dos mesmos. Antes a) Objetivos e justicativas do projeto e sua rela-
de se colocar em prática um projeto, seja ele público ou ção com políticas setoriais e planos governamentais.
privado,
onde tal precisamos
projeto seráantes saber mais aconhecer
implementado, respeito do local
melhor b) Descrição
jeto (matéria e alternativas
prima, fontes tecnológicas
de energia, do pro-
resíduos etc.).
o que cada área possui de ambiente natural (atmosfera, c) Síntese dos diagnósticos ambientais da área de
hidrosfera, litosfera e biosfera) e ambiente social (infra- inuência do projeto.
estrutura material constituída pelo homem e sistemas so- d) Descrição dos prováveis impactos ambientais
ciais criados). da implantação da atividade e dos métodos, técnicas e cri-
O estudo para a avaliação de impacto permite que térios usados para sua identicação.
uma certa questão seja compreendida: proteção e preser- e) Caracterizar a futura qualidade ambiental da
vação do ambiente e o crescimento e desenvolvimento área, comparando as diferentes situações da implementa-
econômico. Muitas vezes podemos encontrar grandes ção do projeto, bem como a possibilidade da não realiza-
áreas impactadas, ou até mesmo países e estados, devido ção do mesmo.
ao rápido desenvolvimento econômico, sem o controle e f) Descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras
manutenção dos recursos naturais. A conseqüência pode em relação aos impactos negativos e o grau de alteração
ser poluição, uso incontrolado de recursos como água e esperado.
energia etc. E também podemos encontrar áreas impacta- g) Programa de acompanhamento e monitoramento dos
das por causa do subdesenvolvimento, que traz como impactos.
conseqüência a ocupação urbana indevida em áreas pro-
tegidas e falta de saneamento básico. Avaliar para planejar
permite que desenvolvimento econômico e qualidade de SEÇÃO 5
vida possam estar caminhando juntas. Depois do ambi-
ente, pode-se realizar um planejamento melhor do uso e Loteamentos Rurais e Urbanos
manutenção dos recursos utilizados.
Depois de várias legislações sobre parcelamento do solo
O que vem a ser o Estudo de Impacto Ambi- nas quais dava-se ênfase na relação comercial entre par-
ental? ticulares sobre terra, reduzindo-a a simples mercadoria,
a Lei Federal 6.766/79, entre outras contribuições para a
O EIA – Estudo de Impacto Ambiental é um estudo que qualidade de vida nas cidades, se preocupou com o meio
deverá ser apresentado aos órgãos competentes, cada vez ambiente, tanto com o físico como com o construído.
que qualquer projeto ou ação que altere o meio ambi- Houve, assim, uma preocupação de regular a expansão
ente for desenvolvido. Foi criada resolução do Conama da cidade através do parcelamento do solo, determinando
(Conselho Nacional do Meio Ambiente) n.º 001/86, de critérios gerais para salvaguardar adequadas condições
23/01/1986. As atividades em que se utilizam os recur- ambientais, respeitando-se as zonas urbanas e de expan-
sos ambientais consideradas de signicativo potencial de são denidas pelos municípios, como se poderá vericar
degradação
de Impacto ou poluição(EIA)
Ambiental dependerão do Estudo
e respectivo Prévio
Relatório de a83seguir:
Impacto Ambiental (RIMA) para seu licenciamento am-
biental. Neste caso o licenciamento ambiental apresenta O PARCELAMENTO DO SOLO
uma série de procedimentos especícos, inclusive realiza-
ção de audiência pública, e envolve diversos segmentos da Conforme dispõe o Art. 2° da lei n° 6.766, de 19/12/79,
população interessada ou afetada pelo empreendimento. o parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante
O EIA e o RIMA cam à disposição do público que se loteamento ou desmembramento, observadas as dis-
interessar. posições desta lei e as legislações estaduais e municipais
pertinentes.
O que vem a ser o RIMA?

• 119
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

harmonizando-se com a topograa local.


Qual a diferença entre loteamento e des-
membramento? PONTO CHAVE:

Considera-se loteamento a subdivisão da gleba em lotes A percentagem de áreas públicas previstas no item “a”,
destinados a edicação, com abertura de novas vias de não poderá ser inferior a 35% da gleba nos loteamentos
circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, destinados ao uso industrial, cujos lotes forem maiores
modicação ou ampliação das vias existentes. Por outro do que 15.000 m², caso em que a percentagem poderá ser
lado, desmembramento é a subdivisão da gleba em lotes reduzida.
destinados a edicação, com aproveitamento do sistema
viário existente, desde que não implique de novas vias e Quais as exigências para um projeto de lote-
logradouros públicos, nem do prolongamento, modica- amento?

ção ou ampliação dos já existentes. Antes da elaboração do projeto de loteamento, o interes-


Quais as condições para se constituir um sado deverá solicitar à Prefeitura Municipal, que dena as
parcelamento? diretrizes para o uso do solo, traçado dos lotes, do sistema
viário, dos espaços livres e das áreas reservadas para o
Somente será admitido o parcelamento do solo para ns equipamento urbano e comunitário. Apresentando o Re-
urbanos em zonas urbanas ou de expansão urbana, assim querimento e Planta do Imóvel contendo pelo menos:
denida, por lei municipal. A lei n° 6.766/79, não permite As divisas da gleba a ser loteada.
o parcelamento do solo em: As curvas de nível á distância adequada, quando exigidas
a) Em terrenos alagadiços e sujeitos a inunda- por lei estadual ou municipal.
ções, antes de tomadas às providências para assegurar o A localização dos cursos de água, bosques e construções
escoamento das águas; existentes.
b) Em terreno que tenham sido aterrados com A indicação dos arruamentos contíguos a todo o perímet-
material nocivo à saúde pública, sem que previamente sa- ro, a localização das vias de comunicação, das áreas livres,
neados; dos equipamentos urbanos e comunitários existentes ou
c) Em terrenos com declividade igual ou superior em suas adjacências, com as respectivas distâncias da área
a 30%, salvo se atendida exigência especíca das autori- a ser loteada. O tipo de uso predominante a que o lote-
dades competentes; amento se destina. As características, dimensões e local-
d) Em terrenos onde as condições geológicas ização das zonas de uso contíguas.
não aconselham a edicação;
e) Em áreas de preservação ecológica e naquelas Quais as exigências para um projeto de des-
onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, membramento?
até a sua correção.
Para que o Projeto de Desmembramento seja aprovado, o
Quais os requisitos urbanísticos que os lote- interessado fará um requerimento á Prefeitura Municipal
amentos deverão atender? ou Distrito Federal e, em anexo, título da propriedade e
a planta do imóvel a ser desmembrado devendo conter:
a) As áreas destinadas a sistema de circulação a Indicação das vias existentes e loteamentos próx-
implantação de equipamentos urbano e comunitário, bem imos. Indicação do tipo de uso predominante no local.
como a espaços livres de uso público, serão proporcionais Indicação da divisão de lotes pretendida na área.
á densidade de ocupação prevista para a gleba;
b) Os lotes terão área mínima de 125 m² e frente Quais as condições para aprovação deste
mínima de 5 (cinco) metros, salvo a legislação estadual ou projeto?
municipal
loteamentodeterminar
se destinar maiores exigências,
à urbanização ou quando
especíca ou edi-o O exame e a anuência para aprovação cabem ao estado,
cação de conjuntos habitacionais de interesse social, pre- pelos municípios, nas seguintes condições:
viamente aprovados pelos órgãos públicos competentes; a) Quando localizados em área de interesse es-
c) Ao longo das águas correntes e dormentes e pecial, tais com as de proteção aos mananciais ou pat-
das taxas de domínio público das rodovias, ferrovias e du- rimônio cultural, histórico, paisagístico e arqueológico,
tos, será obrigatória a reserva de uma faixa não edicável assim denidas por legislação estadual ou federal.
de 15 metros de cada lado, salvo exigências da legislação b) Quando o loteamento ou desmembramento
especíca. localizar-se área limítrofe do município, ou que pertença
d) As vias de loteamento deverão articular-se a mais de um município, nas regiões metropolitanas ou
com as vias adjacentes ociais, existentes ou projetadas, e em aglomerações urbanas, denidas em lei estadual ou

• 120
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

federal. O que diz a Lei sobre a tributação de lote-


c) Quando o loteamento abrange área superior a amentos?
1.000.000 metros quadrados.
O Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Ur-
Como se procede para o registro, após a bana, citado no Código Tributário Nacional, estabelece
aprovação? que:
O imposto, de competência dos Municípios, so-
Depois de aprovado o projeto de loteamento ou de des- bre a propriedade predial e territorial urbana tem como
membramento, o interessado (loteador), dentro do prazo fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse
de 180 dias, deverá submetê-lo ao Registro Imobiliário, de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como
acompanhado dos documentos abaixo: denido na lei civil, localizado na zona urbana do Mu-
nicípio.
a) Titulo
b) de Proprietário
Histórico dos títulos dedopropriedade
Imóvel. do imóvel. Paraaos
zona urbana efeitosem
denida deste imposto, entende-se
lei municipal; observado ocomo
req-
c) Certidões negativas: uisito mínimo da existência de melhoramentos indicados
d) Tributos federais, estaduais e municipais incidentes so- em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos
bre o imóvel. ou mantidos pelo Poder Público:
e) Ações reais referentes ao imóvel, pelo período de 10
(dez) anos. a) Meio-o ou calçamento, com canalização de águas plu-
f) Ações penais com respeito ao crime contra o pat- viais;
rimônio e contra a administração pública. b) Abastecimento de água;
g) Certidões: c) Sistema de esgotos sanitários;
h) Cartório de protestos e de títulos, em nome do lote- d) Rede de iluminação pública, com ou sem posteamento
ador, pelo período de 10 (dez) anos. para distribuição domiciliar;
i) Ações pessoais ao loteador, pelo período de 10 (dez) e) Escola primária ou posto de saúde a uma distância
anos. máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.
j) Ônus reais relativos ao imóvel. A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urban-
k) Ações penais contra o loteador, pelo período de 10 izáveis, ou de expansão urbanas, constantes de loteamen-
(dez) anos. tos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à
l) Cópia do ato de aprovação do loteamento e comprov- habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que local-
ante do termo de vericação pela prefeitura da execução izados fora das zonas denidas nos termos do parágrafo
das obras exigidas por legislação municipal, que inclu- anterior.
irão, no mínimo, a execução das vias de circulação do
loteamento, demarcação dos lotes, quadras e logradou- O que é considerado crime contra a adminis-
ros e das obras de escoamento das águas pluviais ou por tração pública?
aprovação de cronograma, com a duração máxima de
dois anos acompanhado de competente instrumento de Considera-se crime contra a administração pública, de
garantia, para execução das obras. acordo com o art. 50 da Lei nº 6.766/79:
m) Exemplar do contrato padrão de promessa de venda, Dar início, de qualquer modo, ou efetuar lote-
ou de cessão ou promessa de cessão. amento ou desmembramento do solo para m urbano,
n) Declaração do cônjuge de que consente no registro de sem autorização do órgão público competente, ou em de-
loteamento. sacordo com as disposições desta lei ou das pertinentes
do Distrito federal, Estado ou Municípios.
Em que condições poderá ser cancelado o Dar início, de qualquer modo, ou efetuar lote-
Registro de Loteamento? amento ou desmembramento do solo para ns urbanos

Só poderá ser cancelado o Registro de Loteamento: sem observância


ministrativo das determinações constantes do ato ad-
de licença.
Fazer ou veicular proposta, contrato, protesto
a) Por decisão judicial. ou comunicação ao público ou a interessados, armação
b) Por requerimento do loteador, com anuência da Prefei- falsa sobre a legalidade de loteamento do solo para ns
tura ou do Distrito Federal, quando for o caso, urbanos, ou ocultar fraudulentamente fato a ele relativo.
enquanto nenhum lote houver sido objeto de contrato.
c) Por requerimento conjunto do loteador e de todos os
adquirentes de lotes, com anuência da Prefeitura e do RESUMO
Estado.
Veja a seguir os principais assuntos que você estudou nes-

• 121
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

ta unidade. A incorporação imobiliária é a atividade exer- co e social adequado. A intervenção no espaço municipal
cida com o intuito de promover e realizar a construção visando à manutenção e o enriquecimento dos costumes
total ou parcial, de edicações ou conjunto de edica- e das paisagens urbanas e rurais, ampliando a atuação da
ções, compostas de unidades autônomas. Na incorpora- população na proteção e incremento do patrimônio natu-
ção, cada unidade imobiliária é comercializada individual- ral e cultural.
mente. O técnico em transações imobiliárias atua na fase O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
de comercialização da incorporação, desde o terreno até Recursos Naturais Renováveis - IBAMA foi criado pela
as construções. Por exemplo, quando loteamentos, edifí- Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989. Foi formado pela
cios, condomínios, etc. são lançados, as unidades são co- fusão de quatro entidades brasileiras que trabalhavam na
mercializadas individualmente. área ambiental: Secretaria do Meio Ambiente - SEMA;
O nanciamento imobiliário pode ser uma boa Superintendência da Borracha - SUDHEVEA; Superin-
opção para quem deseja realizar o sonho da casa própria e tendência da Pesca – SUDEPE, e o Instituto Brasileiro de

onão tem ofornece


banco dinheiro em mãosnecessário
o dinheiro para comprá-la à vista. Nele,
para aquisição do Desenvolvimento
Secretaria do MeioFlorestal
Ambiente- IBDF. Em 1990,dafoi
da Presidência criada a
República
imóvel e o mutuário faz o pagamento sob a forma de – SEMAM, ligada à Presidência da República, que tinha
prestações mensais até quitação do bem. no IBAMA seu órgão gerenciador da questão ambiental,
Existem no mercado três formas básicas de - responsável por formular, coordenar, executar e fazer ex-
nanciamento imobiliário. O Sistema Financeiro da Hab- ecutar a Política Nacional do Meio Ambiente e da preser-
itação (SFH), a Carteira Hipotecária (CH) e o Sistema vação, conservação e uso racional, scalização, controle e
Financeiro Imobiliário (SFI). O Sistema Financeiro da fomento dos recursos naturais renováveis.
Habitação (SFH) - conta com regras estipuladas pelo gov- Criado em 16 de outubro de 1992, o Ministério
erno e atividades scalizadas pelo Banco Central. Neste do Meio Ambiente - MMA é o órgão de hierarquia su-
sistema, os bancos emprestam os recursos da caderneta perior, com o objetivo de estruturar a política do meio
de poupança e do FGTS para aqueles que querem com- ambiente no Brasil. As atividades em que utilizam os re-
prar o imóvel. As taxas de juros são tabeladas e a correção cursos ambientais consideradas de signicativo potencial
é feita pela Taxa Referencial (TR). No SFH só são aceitos de degradação ou poluição dependerão do Estudo Prévio
nanciamentos de até R$ 150 mil para imóveis com valor de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de
máximo de R$ 300 mil. Impacto Ambiental (RIMA) para seu licenciamento am-
A Carteira Hipotecária - as taxas de juros são biental. A preocupação de regular a expansão da cidade
livres, a correção das prestações é feita pela TR e não há através do parcelamento do solo, determinando critérios
limite para o valor do imóvel a ser nanciado. Porém os gerais para salvaguardar adequadas condições ambientais,
bancos costumam nanciar entre 30% a 60% do valor do respeitando-se as zonas urbanas e de expansão denidas
imóvel. pelos municípios.
O Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) - ofer- Conforme dispõe o Art. 2° da lei n° 6.766, de 19/12/79,
ece mais proteção aos bancos contra a inadimplência. O o parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante
imóvel nanciado ca em nome do banco até a quitação loteamento ou desmembramento, observadas as dis-
do bem. O planejamento das cidades é uma das questões posições desta lei e as legislações estaduais e municipais
mais importantes hoje, e tem ganhado força ano após pertinentes.
ano, com o avanço da legislação. Antes da elaboração do projeto de loteamento,
O Plano Plurianual (PPA), é um instrumento das o interessado deverá solicitar à Prefeitura Municipal ou
administrações públicas que visa apontar os rumos dos ao Distrito Federal, quando for o caso, que dena as di-
investimentos dos governos, normalmente para o perío- retrizes para o uso do solo, traçado dos lotes, do sistema
do de quatro anos. viário, dos espaços livres e das áreas reservadas para o
O Estatuto da Cidade estabelece algumas - equipamento urbano e comunitário.
nalidades e objetivos comuns que, em princípio, deverão
orientar as políticasestabelecida
gestão democrática urbanas de no
todos os Municípios.
Estatuto da CidadeAé REFERÊNCIAS
a chave dos novos instrumentos de direito urbanístico e
política urbana. Essa realização do processo democrático ALVINO, José. Avaliação de Imóveis. Laguna SC: paper
na gestão das cidades é a razão da própria existência do 35 s, 1999.
Estatuto. AYRES, Antonio. Como avaliar imóveis... sem mistérios.
O Plano Diretor é uma lei que organiza o cresci- São Paulo: Imobiliária, 1996.
mento e o funcionamento da cidade. É no Plano Diretor BUENO, A Márcio A. O corretor de imóveis e as regras
que está o projeto da cidade O Plano Diretor se ocupa de das locações residenciais. São Paulo: Imobiliária, 1996.
temas da cidade e do meio rural, incluindo suas relações RAPOSO, Alexandre. Situações jurídicas da prossão de
com municípios vizinhos, procurando um ambiente físi- corretor de imóveis. 2.ed. São Paulo: Imobiliária Ltda,

• 122
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

1995. . Manual jurídico do corretor de imóveis. 5.ed. São pacíco do imóvel locado;
Paulo: Colibrie, 1995. c) Manter, durante o contrato de locação, a for-
TRAVASSO, Ari. Compra e venda de imóveis. Rio de Ja- ma e o destino do imóvel alugado;
neiro: Iel Nórdica, 1991. d) Responder pelos vícios ou defeitos anteriores
. É assim que se faz... compra e venda de imóveis. Rio de à locação;
Janeiro: Iel e) Fornecer ao locatário, caso este solicite, de-
Nórdica, 1994. scrição minuciosa do estado do imóvel, quando de sua
REZENDE, José Machado. Operações Imobiliárias: entrega, com expressa referência aos eventuais defeitos
Goiânia: Ed. AB, , 2001 existentes;
ZADIR, Ângelo e outros. Manual Do Técnico Em Trans- f) Fornecer ao locatário recibo discriminado das
ações Imobiliárias, Vol 1 11a. Ed. Goiânia: Ed. AB. importâncias por este pagas, vedada a quitação genérica;
g) Pagar as taxas de administração imobiliária,
se houver,necessárias
despesas e de intermediações,
à aferição danestas compreendidas
idoneidade as
do pretend-
ente à locação ou de seu ador;
UNIDADE 5 h) Pagar os impostos e taxas, e ainda prêmio de seguro
complementar contra fogo, que incidam ou venham a in-
cidir sobre o imóvel locado, salvo disposição expressa em
A Administração Imobiliária contrário no contrato;
i) Exibir ao locatário, quando solicitado, os comprovantes
SEÇÃO 1 relativos às parcelas que estejam sendo exigidas;
j) Pagar as despesas extraordinárias de condomínio.
Locação Predial Urbana
Quais os deveres do Locatário e os direitos
O contrato de locação em geral é bilateral, oneroso, co- do Locador?
municativo, típico, geralmente consensual, não formal e
de trato sucessivo. Agora vamos ver quais os deveres do Locatário:
É bilateral porque dele se srcinam obrigações para am- a) Pagar pontualmente o aluguel e os encargos
bas as partes. Este contrato se contrapõe ao unilateral, da locação, legal ou contratualmente exigíveis, no prazo
aquele que em sua formação só gera obrigações para uma estipulado, ou, em sua falta, até o sexto dia útil do mês
das partes, como ocorre na doação. O donatário não tem seguinte ao vencido, no imóvel locado, quando outro lo-
obrigações para uma das partes, como ocorre na doação. cal não tiver sido indicado no contrato;
Já na locação, desde a srcem do trato, existem obrigações b) Servir-se do imóvel para o uso convencionado
para locador e locatário. No contrato bilateral, portanto, ou presumido, compatível com a natureza deste e com
existe a característica da dependência recíproca de obriga- m a que se destina, devendo tratá-lo com o mesmo cui-
ções. O contrato de locação é bilateral por sua própria dado como se fosse seu;
natureza, não podendo a vontade das partes alterar essa c) Restituir o imóvel, nda a locação, no estado
característica. em que o recebeu, salvo as deteriorações decorrentes do
seu uso norma ;
Quais os deveres do Locador e os direitos do d) Levar imediatamente ao conhecimento do
Locatário? locador o surgimento de qualquer dano ou defeito cuja
Antes de iniciar o estudo é sempre bom relembrar a dife- reparação a este incumba, bem como as eventuais turba-
rença entre quem é o Locador e quem é o Locatário. Lo- ções de terceiros;
cador: é o dono de prédio urbano ou rústico, que o dá de e) Realizar a imediata reparação dos danos veri-
aluguel ou arrendamento ao inquilino ou agricultor. cados no imóvel, ou nas suas instalações, provocados por
Locatário: aquele que toma
imóvel, especialmente de aluguel a coisa móvel ou
uma casa. si, seus dependentes, familiares,
f) Não modicar a formavisitantes
internaeou
prepostos;
externa do
Voltemos, então, à nossa pergunta: Quais os deveres do imóvel sem o consentimento prévio e por escrito do lo-
Locador e quais os direitos do Locatário? Sim, pois todo cador;
o contrato de locação requer direitos e deveres de ambas g) Entregar imediatamente ao locador os docu-
as partes. mentos de cobrança de tributos e encargos condominiais,
Os deveres do Locador: bem como qualquer intimação, multa ou exigência de au-
a) Entregar ao locatário o imóvel alugado, com toridade pública, ainda que dirigida a ele, locatário;
seus pertences, em estado de servir ao uso a que se des- h) Pagar as despesas de telefone e de consumo de
tina, e a mantê-lo nesse estado, pelo tempo de contrato, força, luz e gás, água e esgoto;
salvo cláusula expressa em contrário; i) Permitir a vistoria do imóvel pelo locador, ou
b) Garantir, durante o tempo da locação, o uso

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

por seu mandatário, mediante combinação prévia de dia e superior a noventa dias, esteja ou não mobiliado o imóvel.
hora, bem como admitir que seja o mesmo visitado e ex- No caso de a locação envolver imóvel mobiliado, constará
aminado por terceiros, autorizados por ele; do contrato, obrigatoriamente, a descrição dos móveis e
j) Cumprir integralmente a convenção de con- utensílios que o guarnecem, bem como o estado em que
domínio e os regulamentos internos; se encontram.
k) Pagar o prêmio do seguro de ança;
l) Pagar as despesas ordinárias de condomínio. O que são as benfeitorias numa locação?

Quais as características da Locação Resi- São obras ou despesas feitas na coisa, para o m de con-
dencial? servá-la, melhorá-la ou embelezá-la. São obras, produtos
do trabalho do homem. Excluem-se de sua noção os
Nas locações ajustadas por escrito e com prazo igual ou acréscimos naturais que pode sofrer a coisa. O locatário
superior
ndo a trintaestipulado,
o prazo meses, a resolução do contrato ocorrerá
independentemente de noti- que necessárias
rias está de boaeféúteis
temdesde
direito
queà retenção pelas benfeito-
não prejudique o imóvel
cação ou aviso. Findo o prazo ajustado, se o locatário (sua estrutura e substância).
continuar na posse do imóvel por mais de trinta dias sem
oposição do locados, presumir-se-á prorrogada a locação Quais os tipos de sucessão num contrato de
por prazo indeterminado, mantidas as demais cláusulas e locação?
condições do contrato. Ocorrendo a prorrogação, o lo-
cador poderá denunciar o contrato a qualquer tempo, 1) sucessão na locação na morte do locador
concedido o prazo de trinta dias para desocupação. Pela O vínculo locatício permanece mesmo com o faleci-
legislação em vigor, todo contrato de locação res dencial, mento do locador, sendo respeitado o prazo determinado
por mais que reze diferente o contrato, tem ou indeterminado do contrato. Os direitos e deveres são
o prazo legal, arbitrado em 30 meses. transmitidos aos herdeiros, os quais quando mais de uma
pessoa, serão eles considerados locadores solidários. En-
Quais as características da Locação não Res- quanto não tiver sido feita a partilha, poderá também o
idencial? espólio ser visto como locador. Neste caso quem respon-
de pelo espólio é o inventariante. Na dúvida a quem pagar
Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o loca- o aluguel, deve o locatário promover ação de consignação
tário terá direito à renovação do contrato, por igual prazo, em pagamento.
desde que, cumulativamente: 2) sucessão na locação na morte do locatário
a) O contrato a renovar tenha sido celebrado por No caso de locação residencial, o cônjuge ou compan-
escrito e com prazo determinado; heiro, e os herdeiros, carão sub- rogados nos direitos e
b) o prazo mínimo do contrato a renovar ou a deveres do falecido. No caso de locação com nalidade
soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja comercial, carão com os direitos e obrigações o espólio
de cinco ou então, seu sucessor no negócio.
anos;
c) o locatário esteja explorando seu comércio, no Quem tem o direito de preferência de com-
mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três pra num imóvel locado?
anos.
Tem direito a preferência de compra do imóvel, o inqui-
Em que consiste a sublocação? lino do imóvel locado. Quando no caso da locação, hav-
endo interesse de vários condôminos na locação do bem
A sublocação é um contrato derivado. Existe um contrato será feita uma licitação entre eles.
derivado ou subcontrato quando sua existência decorre A preempção, ou preferência, impõe ao com-
exclusivamente de outro contrato.
também um contrato-base Nesse
ou contrato negóciodoexiste
principal, qual prador a obvender,
aquele vai rigaçãoou
dedar
oferecer ao vendedor
em pagamento, a coisa
para que
que este
emerge o contrato derivado. use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto.
O prazo para exercer o direito de preferência não poderá
O que é locação de temporada? exceder a cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a
dois anos, se imóvel.
Considera-se locação para temporada aquela destinada à
residência temporária do locatário, para prática de lazer, Quais os procedimentos no caso de despejo?
realização de cursos, tratamento de saúde, feitura de ob-
ras em seu imóvel, e outros fatos que decorram tão so- Estes procedimentos processuais, dizem respeito aos
mente de determinado tempo, e contratada por prazo não casos de ações de despejo, consignação em pagamento

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

de aluguel e acessório da locação, revisional de aluguel e damente por prazo indeterminado. Nestes casos, não
renovatórias de locação. Cabem a eles: há necessidade de noticação prévia, salvo a hipótese da
Que os processos tramitam durante as férias fo- vigência ininterrupta da locação ultrapassar cinco anos.
renses e não se suspendem pela superveniência delas;
O local competente para conhecer e julgar tais Como se procede a Ação de Despejo?
ações é o foro do lugar da situação do imóvel, salvo se A ação de despejo consiste no ato do locador despejar o
outro houver sido eleito no contrato; inquilino. Será concedido, liminar para desocupação em
O valor da causa corresponderá a doze meses de quinze dias, independentemente da audiência da parte
aluguel, ou na hipótese da extinção do contrato de contrária e desde que prestada a caução no valor equiva-
trabalho, os três salários vigentes por ocasião de ajuiza- lente a três meses de aluguel, nas ações que tiverem por
mento; fundamento exclusivo:
Desde que autorizado no contrato, a citação, in-
timação
cia ou noticação
com aviso far-se-áou,
de recebimento, mediante correspondên-
tratando-se de pessoa O descumprimento
do por escrito do partes
e assinado pelas mútuoeacordo, celebra-
por duas teste-
jurídica ou rma individual, mediante telex ou fac-símile, munhas, no qual tenha sido ajustado o prazo mínimo de
ou, ainda, sendo necessário, pelas demais formas previs- seis meses para desocupação, contado da assinatura do
tas no código de processo civil; instrumento;
Os recursos interpostos contra as sentenças terão so- Havendo prova escrita da rescisão do contrato de
mente efeito devolutivo. trabalho ou sendo ela demonstrada em audiência prévia;
O término do prazo de locação para temporada,
Quais as penalidades aplicadas? tendo sido proposta a ação de despejo em até trinta dias
após o vencimento do contrato;
As penalidades mais comuns para os inquilinos são A morte do locatário sem deixar sucessor legí-
multas, despejo e indenização. E para o locador multa e timo na locação, permanecendo no imóvel pessoas não
indenização. Incorre de pleno direito o devedor na cláu- autorizadas por lei;
sula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a A permanência do sublocatário no imóvel, ex-
obrigação ou se constitua em mora. tinta a locação, celebrada com o locatário;
Para exigir a pena convencional, não é necessário que o Segundo qualquer que seja o fundamento da
credor alegue prejuízo. Ainda que o prejuízo exceda ao ação dar-se-á ciência do pedido aos sublocatários, que
previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir in- poderão intervir no processo como assistentes.
denização suplementar se assim não foi convencionado. O prazo para desocupação voluntária conta-se da respec-
Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, tiva noticação e não do trânsito em julgado da sentença
competindo ao credor provar o prejuízo excedente. que acolheu o despejo. Escoado o prazo da noticação,
mediante o requerimento do autor, se expede o mandato
Em que consiste a Denúncia Vazia? de despejo, autorizando o magistrado, o uso da força e o
arrombamento do imóvel se necessário.
Denúncia vazia é o dispositivo legal a que tem o locador,
de pedir despejo, independente de qualquer motivação. Em que consiste a Ação Revisional do Alu-
Para isso, o locador noticará o locatário dentro do pra- guel?
zo de 30 (trinta) dias, ndo o contrato de locação. Cabe A ação revisional de aluguel é aquela que autoriza o
denúncia vazia apenas no caso de imóvel não residencial, reajuste do aluguel sem que exista questionamento da
depois de transcorrido o prazo de 30 (trinta) meses da própria relação jurídica expressa no contrato de locação.
assinatura do contrato de locação. Após ndo o prazo de Na ação revisional de aluguel, se observará:
trinta meses, sendo à vontade de ambas as partes de pror- A petição inicial deverá indicar o valor do aluguel
rogar o contrato, mesmo que por igual período, a denún- cuja xação é pretendida.
cia vazia
desse novotornar-se-á
contrato. possível com o decurso do prazo to, o juiz,Aosedesignar
houver apedido
audiência de instrução
e com base nose elementos
julgamen-
fornecidos pelo autor ou nos que indicar, xará aluguel
Em que consiste a Denúncia Cheia? provisório, não excedente a 80% do pedido, que será dev-
ido desde a citação.
A denúncia cheia, também conhecida por denuncia mo- Sem prejuízo da constatação e até audiência, o
tivada, é o dispositivo legal que possibilita a retomada, réu poderá pedir seja revisto o aluguel provisório, forne-
quando tem o retomante real necessidade, do imóvel. cendo os elementos para tanto.
Na sistemática revogada, procuravam os locadores a mo- Na audiência de instrução e julgamento, apresen-
tivação para o despejo a m de minorar o prejuízo de uma tada a contestação, que deverá conter contraproposta se
locação gravosa e inconveniente, reconduzida indeni- houver discordância quanto ao valor pretendido, o juiz

• 125
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

tentará a conciliação e, não sendo esta possível, suspend- Chama-se de aluguel a cessão do direito de uso e gozo de
erá o ato para realização de perícia, se necessária, desig- prédio urbano, ou rústico, ou de coisa móvel, por preço
nado, desde logo, audiência em continuação. convencionado e tempo determinado.
Não caberá ação revisional na pendência de pra-
zo para desocupação do imóvel, ou quando tenha sido Quais as características do Contrato de Lo-
este estipulado amigável ou judicialmente. cação?
A ação revisional pode ser proposta ainda que
em curso ação de despejo. Mesmo nessa hipótese nada A locação é feita através de um contrato que possui den-
está a dispensar o inquilino de pagar o justo valor de mer- tre suas características ser bilateral; oneroso; mutativo;
cado. típico. Além disso, é necessário que esse contrato seja
consensual, embora não formal, mas de trato sucessivo,
 Quandoc onguraaC onsignaçãod ePaga- visto a ser contratado a prazo determinado ou indeter-
mento? minadoseja
objeto e, que haja capacidade dos contratantes e que o
lícito.
A consignação de pagamento está à disposição do loca- Quais os casos que continuam regulados
tário, quando o locador não quer receber o valor do alu- pelo Código Civil e por leis especiais?
guel por algum motivo ou interpretação diversa do con-
trato, onde o primeiro poderá depositar o valor juízo, Continuam regulados pelo Código Civil e pelas leis es-
enquanto discute em juízo. peciais:

Quando ocorre a Ação Renovatória? a) As locações:


. de imóveis de propriedade da União, dos Es-
É a ação pertinente, quando da expiração do contrato de tados e dos Municípios, de suas autarquias e fundações
locação e a manutenção do interesse do locatário em con- públicas;
tinuar no imóvel, contrario a vontade do locador, se já por . de vagas autônomas de garagem ou de espaços
fundo de comercio, benfeitorias, comodidade ou outro para estacionamento de veículos;
interesse particular. É através desta ação que se busca a . de espaços destinados à publicidade;
renovação do contrato. . em apart-hotéis, hotéis-residência ou equipa-
Garantia Locatícia é uma proteção para o locador, que rados, assim considerados aqueles que prestam serviços-
cede seu imóvel em contrato para uma terceira pessoa, regulares a seus usuários e como tais sejam autorizados a
garantindo sua renda ou retomada. As garantias Locatí- funcionar.
cias podem ser de acordo com a Lei do Inquilinato:
a) Caução: são valores depositados como garan- b) o arrendamento mercantil, em qualquer de suas mo-
tia nanceira do contrato. dalidades.
b) Fiador: esta garantia constitui-se de pessoas
com renda e bens imóveis que garantam e avaliem o con- Qual o prazo limite que um Contrato de Lo-
trato. cação pode ser ajustado?
c) Carta ança ou Seguro de Fiança Locatícia: é
contratada em banco ou seguradora pelo locatário e O contrato de locação pode ser ajustado por qualquer
avalizará seu contrato, dando como garantia ao locador o prazo, dependendo de vênia conjugal, se igual ou supe-
recebimento dos valores. rior a dez anos. Ausente a vênia conjugal, o cônjuge não
estará obrigado a observar o prazo excedente. Durante o
prazo estipulado para a duração do contrato, não poderá
SEÇÃO 2 o locador reaver o imóvel alugado. O locatário, todavia,
poderá devolvê-lo, pagando a multa pactuada, segundo a
A Lei do Inquilinato proporção
falta, a que prevista no art. 913
for judicialmente do Código Civil e, na sua
estipulada.
Pela deciência de imóveis próprios, pouca poupança O locatário cará dispensado da multa se a devolução do
para nanciamento e também pelas migrações, o merca- imóvel decorrer de transferência, pelo seu empregador,
do de locações no Brasil é bastante aquecido, sendo que privado ou publico, para prestar serviços em localidades
muitas pessoas têm a locação como uma fonte de renda diversas daquela do início do contrato, e se noticar, por
extra no aluguel de imóveis. A lei que rege estas relações escrito, o locador com prazo de, no mínimo, trinta dias
entre inquilinos e proprietários é a Lei do Inquilinato. de antecedência.

Qual o conceito de Aluguel? Em que caso se aplica a Ação de Despejo?

• 126
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Seja qual for o fundamento do término da locação, a ação brevivente ou o companheiro e, sucessivamente, os
do locador para reaver o imóvel é a de despejo. Isto não herdeiros necessários e as pessoas que viviam na de-
se aplica se a locação termina em decorrência de desa- pendência econômica do “de cujus”, desde que residen-
propriação, com a imissão do expropriante na posse do tes no
imóvel. imóvel;
O locatário poderá denunciar a locação por prazo inde- b. nas locações com nalidade não residencial, o espólio
terminado mediante aviso por escrito ao locador, com e, se for o caso, seu sucessor no negócio.
antecedência mínima de trinta dias.
Na ausência do aviso, o locador poderá exigir quantia cor- O que acontece nos casos de separação ou
respondente a um mês de aluguel e encargos, vigentes divórcio?
quando da resilição. Nos casos de extinção de usufruto ou
de deicomisso, a locação celebrada pelo usufrutuário ou Em casos de separação de fato, separação judicial divór-
duciária
dias para apoderá ser denunciada,
desocupação, com havido
salvo se tiver o prazoaquiescên-
de trinta cio ou dissolução
prosseguirá da sociedade
automaticamente comconcubinária,
o cônjuge ouacompan-
locação
cia escrita do nuproprietário ou do deicomissário, ou se heiro que permanecer no imóvel.
a propriedade estiver consolidada em mãos do usufru- Nestas hipóteses, a sub-rogação será comunicada
tuário ou do duciário. por escrito ao locador, o qual terá o direito de exigir, no
A denúncia deverá ser exercitada no prazo de prazo de trinta dias, a substituição do ador ou o ofereci-
noventa dias contados da extinção do deicomisso ou da mento de qualquer das garantias previstas nesta Lei.
averbação da extinção do usufruto, presumindo-se, após
esse prazo, a concordância na manutenção da locação. Quais as condições para a sublocação ou
empréstimo do imóvel?
E se o imóvel for alienado durante a locação?
A cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do
Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente imóvel, total ou parcialmente, dependem do consenti-
poderá denunciar o contrato, com o prazo de noventa mento prévio e escrito do locador.
dias para a desocupação, salvo se a locação for por tempo Não se presume o consentimento pela simples demora
determinado e o contrato contiver cláusula de vigência do locador em manifestar formalmente a sua oposição.
em caso de alienação e estiver averbado junto a matrícula Aplicam-se às sublocações, no que couber, as disposições
do imóvel. Idêntico direito terá o promissário-comprador relativas às locações. Rescindida ou nda a locação,
e o promissário-cessionário, em caráter irrevogável, com qualquer que seja sua causa, resolvem-se às sublocações,
imissão na posse do imóvel e título registrado junto à assegurado o direito de indenização do sublocatário con-
matrícula do mesmo. tra o sublocador. O sublocatário responde subsidiari-
A denúncia deverá ser exercitada no prazo de noventa amente ao locador pela importância que dever ao sublo-
dias contados do registro da venda ou do compromisso, cador, quando este for demandado.
presumindo-se, após esse prazo, a concordância na ma-
nutenção da locação. SEÇÃO 3
A locação também poderá ser desfeita:
a) por mútuo acordo; Tributos, Impostos e Contribuições de Melhoria
b) em decorrência da prática de infração legal ou
contratual; Os Tributos e Impostos são recolhidos em todas as Trans-
c) em decorrência da falta de pagamento do alu- ações Imobiliárias, e também são incidentes sobre a coi-
guel e demais encargos; sa. Já contribuição de melhoria é devida quando há uma
d) para a realização de reparações urgentes de- despesa extraordinária visando melhorar a coisa pública.
terminadas pelo Poder Público, que não possam ser nor- Para tratarmos destes itens deveremos, antes de qualquer
malmente
imóvel ou,executadas com
podendo, ele se arecuse
permanência do locatário no
a consenti-las. coisa,
muito conceituarmos
utilizados nestealguns termos
conteúdo, sãojurídicos
eles: que serão

O que acontece no caso da morte do locador O que é considerado Sujeito Ativo?


e do locatário?
Sujeito ativo são os Municípios, Estados não divididos
a) Morrendo o locador, a locação transmite-se em municípios, Distrito Federal e União, nos territórios
aos herdeiros. federais não divididos em municípios.
b) Morrendo o locatário, carão sub-rogados
nos seus direitos e obrigações: O que é considerado Sujeito Passivo?
a. nas locações com nalidade residencial, o cônjuge so-

• 127
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Sujeito passivo é o contribuinte, o proprietário do imóv- Pode ser por lei, lei ordinária do sujeito ativo (que é o
el, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a mais freqüente), ou pela União, através de lei complemen-
qualquer título. É o responsável quando, sem revestir a tar, atendendo a relevante interesse social ou econômico
condição de contribuinte, sua obrigação decorra de dis- nacional, uma das limitações constitucionais do poder de
posição expressa em lei. tributar.

O que são Bens Imóveis por natureza ou QualosignicadodeBasedeCálculo?


acessão física?
Base de cálculo é o valor do imóvel. São excluídos os va-
É o solo com a superfície, os seus acessórios e adjacentes lores dos bens móveis mantidos em caráter permanente
naturais, compreendendo as árvores e os frutos penden- ou temporário, para efeito de utilização, exploração, afor-
tes, o espaço aéreo e o subsolo. Tudo quanto o homem moseamento ou comodidade. Para o imposto territorial
incorporare construções,
edifícios ao solo, comodeamodo
semente
quelançada a terra,
não possa os
retirar urbano a base
periódica é oacréscimo
e esse valor venal,
nãoque dependemajoração
constitui de avaliação
do
sem destruição, modicação, fratura ou dano.(Cód Civil tributo. A alíquota é xada por lei, conforme o princípio
art. 79). da legalidade, uma das limitações constitucionais do pod-
er de tributação.
O que é Zona Urbana?
É denida em lei municipal, observando o requisito míni- O que é o Imposto sobre Transmissão de
mo da existência de 2 (dois) dos seguintes melhoramen- Bens Imóveis?
tos, construídos ou mantidos pelo Poder Público, a saber:
Meioocomcanalizaçãodeáguaspluviais; O imposto sobre transmissão de Bens Imóveis
Abastecimentodeágua; ou Intervivos é o imposto devido sobre todas as trans-
Sistema de esgotos sanitários, ações imobiliárias, onde a causa da transferência não é
Rede de iluminação pública, com ou sem loteamen- “causa mortis”.
toparadistribuiçãodomiciliar;
Escolaprimária; O que diz o Código Tributário Nacional so-
Posto de saúde a uma distancia mínima de três quilô- bre os impostos?
metros do imóvel considerado.
O imposto, de competência, sobre a transmissão de bens
O que é considerado Área Urbanizável ou de imóveis e de direitos a eles relativos tem como fato gera-
Expansão Urbana? dor:

A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urban- a) A transmissão a qualquer título, da propriedade ou do
izáveis ou de expansão urbana, constante de loteamentos domínio útil de bens imóveis, por natureza ou por
aprovados pelos órgãos competentes destinados à habita- acessão física, como denidos na lei civil.
ção, à industria ou ao comércio, mesmo que localizados b) A transmissão, a qualquer título de direitos reais sobre
fora das zonas denidas nos termos anteriores. imóveis, exceto os direitos reais de garantia.
c) A cessão de direitos relativos às transmissões referidas
O que é considerado Área Urbana por Equi- nos itens “a” e “b”.
paração?
É o caso de “sítio de recreio” e no qual a eventual Atenção!
produção não se destine ao comércio.
Nas transações “causa mortis” ocorrem tantos fatos gera-
Quando um imóvel é considerado com Imu- dores distintos quantos sejam os herdeiros ou legatários.
nidade perante a tributação? Quais os cuidados que devemos ter antes de
É decorrente da imunidade tributária do patrimônio da fazer uma operação imobiliária?
União, dos Estados, Distrito Federal e dos outros mu-
nicípios e suas autarquias: Devemos ter um cuidado especial, antes de se fazer
Templos de qualquer culto; qualquer operação imobiliária, vericando se o imóvel
Partido políticos; (objeto de transação) está realmente livre de qualquer
Instituições de educação e assistência social. ônus.
Antes de ser dado o sinal, será exigido provar que este
Quando um imóvel é considerado Isento de imóvel, indiscutivelmente, está livre de ônus. Em caso
tributação? de ser dado sinal, poderá haver cláusula de devolução da

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

respectiva importância, dentro de 48 horas, se compro- pois o legislador municipal, pode fazer política urbana
vada a existência de tal. Podemos citar como ônus mais usando de progressividade de carga tributaria, para for-
comuns: çar o proprietário do imóvel a dar utilização eciente ao
mesmo, fazendo que o imóvel cumpra sua função social.
a) Hipoteca Utilizando-se os elementos da relação tributária, o impos-
b) Penhoras to sobre propriedade predial e territorial urbana pode ser
c) Servidão estudado nos seguintes aspectos:
d)
e) C ondomínio 1) Quanto aos Elementos:
Execução por dividas e tributos referentes a impostos, a) Propriedade, posse, domínio útil.
taxas, contribuições de melhoria etc. b) Bem imóvel por natureza, por acessão física.
c) Zona urbana, áreas urbanizáveis, áreas de expansão ur-
Quem
tração de tem a obrigação da despesa com a ex-
documentos? bana.
d) Zona urbana por equiparação (sítio de recreio).
2) Quanto à Imunidade:
Quem tem a obrigação de assegurar ao comprador a plena a) União, Estados, Distrito Federal, Municípios e Autar-
e total “propriedade da coisa”, com os respectivos títulos quias.
e regularização da situação, é o proprietário, cando a seu b) Templos de qualquer culto.
encargo todas e quaisquer despesas para, se obter títulos e c) Partidos políticos e instituições de educação e assistên-
certidões necessárias. Esses serão apresentados ao com- cia social.
prador, que verica a regularidade do imóvel, que é objeto
da transação. O que pode ser considerado um imóvel ru-
Imóvel Rural é o prédio, de área continua qualquer que ral?
seja a sua localização, que se destine à exploração extra-
tiva, agrícola, pecuária ou agro-industrial, quer através de Base de cálculo: valor venal (valor de venda)
planos públicos de valorização, quer através da iniciativa
privada.  Qual o signicado da progressividade do
O Imposto Territorial Rural (ITR) é de competência da IPTU?
união, porém, o produto desta arrecadação pertence ao
município onde esteja situado o imóvel. O IPTU, com o Estatuto da Cidade e Emenda Consti-
tucional, ganhou progressividade no tempo, visando
Em que condições os imóveis estão imunes a subutilização do imóvel, promovendo o adequado
ao ITR? aproveitamento, ou seja, poderá o poder público sobre
taxar imóveis, forçando os proprietários a construírem
Consideram-se imunes desse imposto, os sítios com áreas com o máximo de aproveitamento.
que não excedam a 25 hectares e quando os cultive, só ou
com a família, desde que o proprietário não tenha outro Quem são os responsáveis pelos encargos
imóvel. Previdenciários?
A base de cálculo do imposto é o valor fundiário, isto é,
o valor do solo nu, sem qualquer intervenção humana. O A consolidação das Leis da Previdência Social estabelece
imposto, de competência da união, sobre a propriedade que o proprietário, o dono da obra, o condomínio de uma
territorial rural tem como fato gerador à propriedade, o unidade imobiliária, seja qual for a forma de contrato de
domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como execução de obra de construção, acréscimo ou reforma
denido na lei civil, localizado fora da zona urbana do do imóvel, são igualmente responsáveis (solidários) com
município. o construtor para o cumprimento das obrigações, que

O que é o Imposto Predial Territorial Urba- nela constam,


alguma a menos
retenção que tenha para
de importância, havido, por parte
garantia deles,
dessas ob-
no? ras até a expedição de Certicado de Quitação. Quando a
prestação de serviços for feita por “tarefa” ou “sob emp-
O IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano – é o reitada”, estarão isentos, proprietário e construtor, dessas
imposto que incide sobre a propriedade de casas, aparta- obrigações, desde que obriguem o sub-empreiteiro a re-
mentos, lotes, terrenos, prédios desde que estejam na área colher previamente, xado pelo INSS como contribuição
urbana do município. A Constituição Federal explicita previdenciária, inclusive o seguro de acidentes de trab-
que são de competência dos Municípios os impostos so- alho. Não será dividida a contribuição previdenciária, se a
bre a propriedade predial e territorial urbana. construção for feita em regime de “mutirão”, ou seja, sem
Com o Estatuto da cidade o IPTU, ganhou “novo status”, mão-de-obra assalariada.

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Em que consiste a Contribuição de Melho- As funções administrativas podem ser delegadas a uma
ria? pessoa de conança do síndico, e sob sua inteira respon-
A contribuição de Melhoria é um instrumento de política sabilidade, mediante aprovação da assembléia geral.
urbana. Trata-se de um tributo que incide sobre o sujeito O sistema, administrador(a) ou administração indireta é o
passivo, para a realização de obras públicas que acabam mais conhecido ou pelo menos o mais adotado na admin-
decorrendo em valorização imobiliária. No entanto face istração de condomínios. Nesse sistema, a administração
à realidade brasileira, ca difícil aplicar mais este tributo, é realizada por empresa especializada, geralmente é escol-
tendo o mesmo então pouca utilidade prática. No entan- hida pelo síndico.
to o Estatuto da Cidade visa incentivar a aplicação desta Logo, as atribuições desta administração indireta
como forma de tributo para recuperar o investimento pú- são:
blico, antes feito a fundo perdido, para áreas que tenham a) Representar, ativa e passivamente o condomínio, em
valorização
A imobiliária
contribuição face às
de melhoria melhorias
é um tributoefetuadas.
eminentemente juízo comuns
esses ou fora dela, e praticar
a todos os atos dedentro
os condôminos, defesados
doslimites
nter-
social, uma vez que se aplica sobre o proprietário que teve previstos em lei ou na convenção de condomínio.
o seu imóvel valorizado e este retorna valores aos cofres b) Exercer a administração do condomínio, no que diz
públicos em benecio da coletividade. respeito à sua vigilância, à moralidade, à segurança e a
serviços gerais.
c) Praticar outros atos estabelecidos em lei ou na própria
SEÇÃO 4 convenção de condomínio: dentre esses atos incluem-se
o de convocar assembléias gerais de condomínios, arreca-
Administração Imobiliária dar as contribuições, cobrar multas, etc.
d) Impor as multas previstas na lei, na convenção ou no
O que se considera um condomínio? regimento interno.
e) Cumprir e fazer cumprir a convenção e o regimento in-
Denomina-se condomínio a situação srcinada do direito terno (referente aos direitos e deveres dos condôminos),
de domínio exercido por várias pessoas sobre o mesmo bem como executar e fazer executar as deliberações da as-
objeto. No sentido literal mais puro, tem-se o condomínio sembléia, tais como as que dizem respeito ao aumento do
como a propriedade em comum, ainda em estado de indi- valor das contribuições, ao rateio de despesas extras, à
visão, na qual o direito de cada condômino não incide so- pintura do prédio, à instalação de extintores de incêndio,
bre uma parte determinada ou denida, mas tão somente etc.
sobre um quinhão ou fração ideal. f) Prestar contas à assembléia dos condôminos: deve o
No que se refere especicamente a prédios constituídos síndico prover a prestação de contas em duas
por diversas unidades autônomas, cada qual com área oportunidades.
perfeitamente determinada, entende-se por condomínio
o conjunto de apartamentos ou de salas (quando se tratar Quais os deveres dos Condôminos?
de prédios com ns não-residenciais), corredores, eleva-
dores e outras áreas de uso comum, pertencentes a diver- Condômino é o dono, com outro(s), da mesma proprie-
sos proprietários. dade móvel ou imóvel em comum. O proprietário do
apartamento não sofre limitações em seu direito real. Ap-
Quem é o Síndico? enas esse seu direito se acha regulamentado pela Lei n.º
4.591, de 16/12/1964, que trata da organização da vida
O Síndico é o administrador do prédio de dois ou mais em comum no edifício. A convenção é um instrumento
pavimentos, eleitos pelos condôminos, de forma pre- que exterioriza os direitos e os deveres fundamentais dos
vista na convenção. Seu mandato é de no máximo 02 condôminos. É através da convenção que o condômino
(dois) anos, permitida
Os condôminos a reeleição,
respondem sem limite
pelas faltas de vezes.
do síndico, mas se vale parafunciona
convenção invocar seus
comodireitos,
norma em juízodoe condomínio.
interna fora dele. A
cabe-lhes o direito regressivo contra o mesmo. Por im- Além da convenção, o próprio Código Civil esclarece so-
posição de lei, todo o condomínio, independentemente bre os direitos e os deveres dos condôminos.
do número de unidades autônomas que tiver, deverá ter a) Pagar, mensalmente, ao síndico, os valores relativos à
um síndico, que será o seu administrador. cota-parte que lhe couber nas despesas ordinárias do con-
domínio.
b) Pagar, sempre que for necessário e exigido, a sua cota-
parte nas despesas relativas às obras que interessarem à
Quais as atribuições do Administrador de estrutura integral e a conservação do prédio.
Condomínio? c) Contribuir para a constituição do Fundo de Reserva.

• 130
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

d) Instalar, em sua unidade autônoma, medidor de água Condomínio?


ou aparelho de registro, para a mensuração da quantidade Os proprietários promitentes-compradores, cessionários
de água consumida pelo condômino. ou promitentes - cessionários dos direitos pertinentes à
e) Permitir o ingresso, em sua unidade autônoma, do aquisição de unidades autônomas, em edicações a serem
síndico e empregados do condomínio, quando indispen- construídas, em construção ou já construídas, elaborarão,
sável à realização de serviços que visem a segurança da es- por escrito, a Convenção de Condomínio, e deverão, tam-
trutura do prédio ou necessários à instalação e reparos de bém, por contrato ou por deliberação, em assembléia,
tubulações, nas unidades vizinhas, e para possibilitar a lei- aprovar o Regimento Interno da edicação ou conjunto
tura de medidores de consumo de água. de edicações.
f) Contribuir para as despesas do condomínio, na propor-
ção de suas frações ideais. Quando é considerada aprovada a Conven-
g) Não realizar obras que comprometam a segurança da ção do Condomínio?

edicação.
h) Não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e Considera-se
os de unidades,aprovada, e obrigatória
promitentes- para os
compradores, proprietári-e
cessionários
esquadrias externas. promitentes - cessionários, atuais e futuros, como para
i) Dar às suas partes a mesma destinação que tem a edi- qualquer ocupante, a Convenção que reúna as assinaturas
cação, e não as utilizar de maneira prejudicial de titulares de direitos que representem, no mínimo, 2/3
ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou (dois terços) das frações ideais que compõem o con-
aos bons costumes. Dentre outros, constituem-se direitos domínio.
dos condôminos:
a) usar e usufruir, com exclusividade, sua unidade autôno- Quais os direitos dos Condôminos?
ma, segundo seus próprios interesses, desde que tal uso
não implique em prejuízo dos demais condôminos; Quais os principais itens que deve conter a Conven-
b) usar as áreas e partes comuns do condomínio (cor- ção do Condomínio?
redores, escadas, elevadores, salão de festas, jardins) de Além de outras normas aprovadas pelos interessados, a
forma convencional, ou seja, sem causar danos, incômo- Convenção deverá conter:
do ou embaraço aos demais condôminos; a discriminação das partes de propriedade exclusiva, e as
c) comparecer às assembléias gerais, discutir, votar e ser de condomínio, com especicações das diferentes
votado, desde que se encontre quite em relação às taxas áreas;
e quotas condominiais; o destino das diferentes partes;
d) manter em seu poder as chaves da porta de acesso ao o modo de usar as coisas e serviços comuns;
prédio e do portão da garagem; Encargos, forma e proporção das contribuições
e) solicitar e obter esclarecimento do síndico sobre dos condôminos para as despesas de custeio e para as
questões que considere relevante e inerente ao seu direito extraordinárias;
de condomínio; o modo de escolher o síndico, e o Conselho
f) denunciar ao síndico as irregularidades que observar no Consultivo;
âmbito do condomínio; as atribuições do síndico, além das legais;
g) recorrer à assembléia geral dos atos ou decisões do a denição da natureza gratuita ou remunerada de suas
síndico que venham em seu prejuízo ou em prejuízo do funções;
condomínio; o modo e o prazo de convocação das assemblé-
h) usar, fruir e livremente dispor das suas unidades; ias gerais dos condôminos;
i) usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e o quorum para os diversos tipos de votações;
contanto que não exclua a utilização dos demais compos- a forma de contribuição para constituição de
suidores; fundo de reserva;
j) votar nas deliberações da assembléia e delas participar, a forma e o quorum para as alterações de con-
estando quite. venção; a forma e o quorum para a aprovação do Regi-
O que é a Convenção do Condomínio? mento Interno quando não incluídos na própria Conven-
ção. no caso de conjunto de edicações, xará os direitos
A Convenção do Condomínio é a Lei máxima dentro do e as relações de propriedade entre os condôminos das
mesmo, desde que não conite com direitos da Constitu- várias edicações, podendo estipular formas pelas quais
ição Federal e do Código Civil se possam desmembrar e alienar porções do terreno,
É a norma com poder imperativo que vai ordenar e regu- inclusive as edicadas.
lamentar as ações dentro do condomínio.
Quais as proibições aos condôminos?
A quem cabe a elaboração da Convenção do

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

A Lei n.º 4.591/64, atendendo ao princípio de ordem para o uso convencionado; restituir o imóvel ao m do
pública, para proteger a propriedade particular, estabel- contrato, em bom estado; levar ao conhecimento do lo-
eceu de forma enfática: cador o surgimento de qualquer dano ou defeito; realizar
Art. 10º: “É proibido a qualquer condômino: reparação dos danos apresentados pelo imóvel; entregar
a) alterar a forma externa da fachada; ao locador os documentos e recibos pedidos; pagar as
b) decorar as partes e esquadrias externas com tonali- despesas de telefone, luz, água, esgoto, gás; manter insta-
dades ou cores diversas das empregadas no conjunto da lações e áreas em comum e repor o fundo de reserva caso
edicação; seja necessário. Compete ao administrador imobiliário:
c) destinar a unidade à utilização diversa da nalidade do alugar o imóvel, receber o aluguel, recolher os impostos
prédio, ou usá-la de forma nociva ou perigosa ao ou taxas, representa o
sossego, à salubridade e à segurança dos demais condômi- condômino perante as assembléias e pagar as despesas,
nos; dentre outros atos.
d) embaraçar o uso das partes comuns”. pessoas Condomínio
detém sobre oé mesmo
o direitoobjeto.
simultâneo que várias
Constitui-se por
convenção
onde são descritas e caracterizadas as partes de pro-
PONTO CHAVE: priedade comum, exclusiva; os deveres e direitos dos
condôminos; as assembléias gerais; a administração do
O transgressor cará sujeito ao pagamento de multa pre- condomínio por um síndico; o Conselho Fiscal; o orça-
vista na convenção ou no regulamento do condomínio, mento; as penalidades; as despesas condominiais, etc.
além de ser compelido a desfazer a obra ou abster-se da Fazem parte dos deveres dos condôminos; observância
prática do ato, cabendo, ao síndico, com autorização ju- das condições estéticas comuns do edifício; despesas e
dicial, mandar desmanchá-la, à custa do transgressor, se obras de interesse geral; participação nas despesas; res-
este não a deszer no prazo que lhe for estipulado. sarcimento de cert5os prejuízos; aplicação de sanções;
preceitos atinentes à boa vizinhança.
 Comoc adi vididaat ributaçãonu mCo n- Quanto aos direitos dos condôminos, encontramos: a
domínio? liberdade de trânsito pelas partes comuns; a faculdade de
utilizar as áreas de serviço ou de acesso a qualquer parte
Para efeitos tributários, cada unidade autônoma será do edifício; a propriedade exclusiva da propriedade que
tratada como prédio isolado, contribuindo o respectivo lhe cabe; o direito de participar das reuniões e assembléias
condômino, diretamente, com as importâncias relativas e de denunciar qualquer irregularidade da administração
aos impostos e taxas federais, estaduais e municipais, na do prédio, etc.
forma dos respectivos lançamentos.

. REFERÊNCIAS
RESUMO
ALVINO, José. Avaliação de Imóveis. Laguna SC: paper
Veja a seguir os principais assuntos que você estudou nes- 35 s, 1999.
ta unidade. Chamamos de locação predial o fato de um AYRES, Antonio. Como avaliar imóveis... sem mistérios.
imóvel ser posto à disposição de alguém, mediante con- São Paulo: Imobiliária,1996.
trato de locação e em troca de uma remuneração ajustada BUENO, A Márcio A. O corretor de imóveis e as regras
e de acordo com a Lei do Inquilinato. As três disposições das locações residenciais. São Paulo: Imobiliária,
essenciais do contrato de locação são: o imóvel descrito, 1996.
o preço e o acordo de vontades. A locação predial urbana RAPOSO, Alexandre. Situações jurídicas da prossão de
é regulada por lei especial – a Lei do Inquilinato n° 8.245, corretor de imóveis. 2.ed. São Paulo: Imobiliária Ltda,
de 18 de(ooutubro
locador de 1941
proprietário e tem como
ou responsável do responsáveis
imóvel) e o lo-o 1995.
. Manual jurídico do corretor de imóveis. 5.ed. São Paulo:
catário (a pessoa que aluga). Compete ao locado: entregar Colibrie, 1995. TRAVASSO, Ari. Compra e
ao locatário o imóvel alugado em bom estado; garantir venda de imóveis. Rio de Janeiro: Iel Nórdica, 1991.
o uso pacíco do imóvel durante a locação; manter du- . É assim que se faz... compra e venda de imóveis. Rio de
rante a locação a forma e o destino do imóvel; responder Janeiro: Iel
pelos vícios ou defeitos anteriores à locação; fornecer Nórdica, 1994.
documentos e recibos pedidos; pagar as taxas de admin- REZENDE, José Machado. Operações Imobiliárias:
istração imobiliária (se houver) e as despesas extras de Goiânia: Ed. AB, , 2001
condomínios. Compete ao locatário: pagar pontualmente ZADIR, Ângelo e outros. Manual Do Técnico Em Trans-
o aluguel e os encargos da locação; servir-se do imóvel ações Imobiliárias, Vol 1 11a. Ed. Goiânia: Ed. AB.

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

EXERCÍCIOS
Operações imobiliárias

1 – Como principais atividades do COFECI, podemos destacar:

a) Criar e extinguir Sindicato de Corretores de Imóveis, xando-lhes a jurisdição


b) Indicar o presidente do COFECI
c) Baixar normas de ética prossional e scalizar a prossão de corretor de imóveis
d) Elaborar contratos para atividades de locação de imóveis para o mercado imobiliário
e) Eleger representantes para Câmara Federal de Deputados
2 – O corretor de imóveis pode legalmente desenvolver atividades como:

a) Administrador de condomínios
b) Síndico
c) Incorporador de negócios imobiliários
d) Venda de imóveis de terceiros
e) Todas as alternativas anteriores estão corretas

3 – São impedimentos para a venda de um imóvel:

a) Hipoteca
b) Alienação
c) Desapropriação
d) Todas as alternativas anteriores estão corretas
e) Nenhumas das alternativas estão corretas

4 – A garantia locatária é uma proteção para o locador que cede ser imóvel em contrato para uma terceira pessoa. Ela
é representada por:

a) Caução
b) Fiador
c) Carta e Seguro
d) Fiança
e) Todas as alternativas estão corretas

5 – Como um imóvel pode ser conscado?

a) Quando se encontra em estado de abandono


b) Quando é adquirido por meios ilícitos
c) Quando é proveniente de crimes
d) As alternativas B e C estão corretas
e) Nada dene a restituição do imóvel
6 – Os proprietários de um imóvel têm assegurado por lei os direitos de:

a) Usar, perder e dispor


b) Usar, gozar e dispor
c) Dispor, alienar e desapropriar
d) Usar e dispor
e) Somente dispor do imóvel

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

7 – Quais os direitos do Corretor de Imóveis quanto ao CRECI?

a) Recebimento da Carteira de Identidade Prossional


b) Votar e ser votado para o Conselho Regional e Federal da categoria
c) Elaborar contrato padrão para os serviços de corretagem de imóveis de observância obrigatória pelos inscritos
d) Destituir o Diretor de Conselho Regional
e) As alternativas A e B estão corretas

8 – Como sanção disciplinar o corretor de imóveis está sujeito?

a)
b) Advertência
A anúncio ouverbal, censura,
impresso multa
relativo e apreensão
à sua da carteira prossional
atividade prossional
c) Violação de seu sigilo prossional e bancário
d) Prejuízo dos interesses que lhe foram conados
e) Recusa e facilitação de terceiros em suas transações imobiliárias caso não pague em dia sua contribuição ao
Conselho Regional.

9 – A denúncia vazia é o dispositivo legal que tem o locador, de pedir despejo independente de qualquer motivação,
Cabe apenas no caso de imóvel:

a) Residencial
b) Não Residencial
c) Público
d) Particulares
e) Estatais e Federais

10 – O sindicato dos corretores de imóveis é o (a):


a) SINDIMOVEIS
b) SECOVI
c) SINDUSCON
d) CRECI
e) FAESC

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

MARKETING IMOBILIÁRIO

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

• 136
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

sucesso nos seus empreendimentos se levassem em con-


UNIDADE 1 sideração as necessidades do cliente.
O conceito de MARKETING é, portanto, iden-
Marketing-Tradução, conceituação e ticar as necessidades do cliente e a partir daí buscar sat-
desenvolvimento isfazêlas de modo que o lucro seja uma decorrência dessa
atitude. Enm, são as empresas que giram em torno do
cliente e não ao contrário. Na área empresarial, os em-
presários do setor devem estar sintonizados com o con-
ceito de MARKETING, isto é, identicar as necessidades
• Construir seu próprio conceito de Marketing. do cliente para atendê–las, buscando a otimização dos re-
• Constatar a evolução do Marketing através do sultados dos seus empreendimentos.
tempo A palavra Marketing tem sua tradução mais próx-
• Identicar as fases evolutivas de Marketing
ima como sendo:
Ação exercida no Mercado = Marketing

Tradução DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO

Diversos autores ao escreverem sobre MARKETING O primeiro homem de marke-


propuseram uma tradução para essa palavra inglesa: ting da história não pass ava de um
comercialização, mercadologia, mercadização, mercada- vendedor de anzóis da Idade do Ferro,
gem, mercadotécnica e mercatística foram algumas das até ocorrer uma grande catástrofe.
tentativas. Nenhuma dessas expressões conseguiu êxito, O lago mais próximo secou e com ele
pois não signicam exatamente o mesmo que o vocábulo o mercado de anzóis. Enquanto lamentava
inglês. Efetivamente, se fôssemos decompor a palavra sua breve carreira de vendedor, que parecia
MARKETING, veríamos que se trata do substantivo ter se esvaído com o lago, ele descobriu uma nova neces-
MARKET, expressão inglesa que designa mercado, e da sidade do cliente: jóias! Reagiu prontamente transforman-
qual deriva o verbo “to market” (mercar), que seguido do do seu estoque de anzóis em colares. Ele vendeu o lote
suxo inglês –ING, que designa o ato de. Literalmente, e estava prevendo um bom ano de vendas com sua nova
linha de produto, quando uma nova catástrofe o abateu
a tradução
tretanto, poderia
é hoje ser mercadizar.
um vocábulo MARKETING,
globalmente aceito. en- pela segunda vez. Os colares improvisados começaram a
se quebrar. Quase instantaneamente surgiu a pressão dos
Conceituação consumidores e os clientes começaram a exigir satisfação.
Num outro momento o homem abandonou a
“MARKETING é a atividade humana dirigida atividade nômade e passou a se xar em lugares denidos,
para a satisfação das necessidades e desejos, e a repartição e troca dos excedentes passou a ser uma
através dos processos de troca”. atividade comum. Assim, os nossos antepassados troca-
Philip Kotler. vam, por exemplo, as armas que confeccionavam (arco e
echa) por excedentes produzidos (grãos de cereais) de
Na denição apresentada, o MARKETING tem pôr - outros grupos ou tribos.
nalidade satisfazer as necessidades do cliente através do A moeda veio facilitar essas trocas. Os babilônios,
produto ou serviço. O cliente é o objeto e o ponto focal fenícios, egípcios e gregos já possuíam desenvolvidossiste-
da administração do MARKETING. mas de trocas e de mercados. Os egípcios sobressaíram-se
As instituições sejam elas públicas ou privadas, como grandes comerciantes, mas foram os fenícios que
grandes ou pequenas, voltadas a comercializar produtos se destacaram na arte comercial. Durante o Império Ro-
ou mano, o comércio desenvolveu-se muito, possibilitando
serviços, cada vez mais vêm adotando o conceito de ligações entre a Europa,
No século VIII,aface
África e a Ásia.e dominação is-
à invasão
MARKETING para administrar suas atividades.
Antes da Segunda Guerra Mundial as instituições lâmica, os europeus voltaram-se para a agricultura, per-
atribuíam pouca importância ao cliente do ponto de vista dendo-se os mercados externos.
da comercialização. A empresa fabricava seus produtos, No século X, a atividade comercial é desenvolvi-
os quais eram entregues à força de venda para colocá-los da por pessoas “desclassicadas”, que são párias, ou mar-
no mercado. A ênfase era dada ao produto e à empresa e ginais, desrespeitados pelo clero, pela sociedade. Os co-
não voltada para as necessidades e expectativas do merciantes dessa época consideravam válidos quaisquer
comprador. expedientes que levassem ao lucro. A partir do século XII
Atualmente os fabricantes e empresários, de um começa a aparecer uma nova camada social – a classe mé-
modo geral, constataram que somente poderiam obter dia – que dedicava suas atividades ao artesanato.

• 137
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
Os séculos XV e XVI são caracterizados por processos de Vendas Maior oferta
produção com altos-fornos, pelo encontro de novas rotas Menor demanda
para mercados do Oriente, pela descoberta da América e
Marketing propriamente Conquista do mercado
pelo alargamento dos serviços postais.
dito (preocupação em
O mercantilismo, isto é, a doutrina econômica
identicar e suprir neces-
que defendia o enriquecimento nacional por acúmulo de
sidades do cliente)
metais preciosos, marcou os séculos XVII e XVIII.
Busca de delidade
Em 1776, Adam Smith lança seu livro A Riqueza das Na-
ções, obra fundamental do pensamento econômico.
A segunda metade do século XVIII cou caracterizada
pelo surgimento da denominada “Revolução Industrial”. UNIDADE 2
A partir dessa época a atividade fabril substituiu o arte-

sanato.
giu comConsidera-se
a Revoluçãoque o moderno
Industrial MARKETING
e o conseqüente sur-
advento
da máquina, pois a partir daí começa a ocorrer um dese- Aspectos psicológicos do marketing
quilíbrio entre os bens produzidos e o consumo. Antes
da Revolução Industrial, um artesão confeccionador de Ao estudar este texto você poderá:
• Explicar a importância e a diculdade de entender o
calçados fazia seus produtos por encomenda Com o sur- comportamento do consumidor.
gimento da máquina os produtos passaram a ser fabrica- • Identicar diversas teorias de análise psicológica do
comportamento e seus fundamentos.
dos em série, ocorrendo um excesso de bens produzidos, • Explicar fatores básicos que inuem no comportamento
para os quais não havia consumo. do consumidor.
• Perceber como os conceitos de auto-imagem e imagem
Podemos dizer que o MARKETING, no seu de
processo evolutivo, passou por três fases: a fase da marca afetam o comportamento do consumidor.
produção, a fase de vendas, e a fase do MARKETING
propriamente dito. O Marketing utiliza conhecimentos de Econo-
mia, Psicologia, Sociologia, Antropologia, Estatística,
Matemática, Contabilidade, Administração, etc. Mas é na
Psicologia que encontra seus fundamentos básicos.
Produção Através da propaganda e da promoção de vendas o Mar-
Vendas keting
desejosinui no consumo,
ou criar pois procura
hábitos novos, gerandodespertar
necessidades que
Marketing
A fase da produção abrange alguns anos antes e precisam ser satisfeitas, induzindo à procura dos
depois da Revolução Industrial, quando as empresas pre- produtos e, em conseqüência, exigindo um aumento cres-
ocupavam-se apenas em produzir. Nesta fase a demanda cente da produtividade Desse modo, amplia as riquezas
era maior que a oferta, ou seja, a procura por bens de con- da nação, dilata o mercado de trabalho, eleva o padrão de
sumo era maior que a oferta desses bens. Com o passar do vida dos povos e melhora o bem-estar geral.
tempo começaram a surgir os primeiros sinais de excesso Sem as atividades de Marketing a economia dos tempos
de oferta. Os produtos se acumulavam nas prateleiras, de- modernos não se desenvolveria. Ou, mesmo,
pois nos estoques. A oferta passou a superar a demanda. entraria em colapso.
Algumas empresas começaram então, a utilizar técnicas Assim, é preciso primeiro explicar alguns conceitos fun-
de venda mais agressivas, e a ênfase da comercialização damentais de marketing.
será dirigida às vendas. É a fase de vendas.
Modernamente, os empresários passaram a per- Necessidades, desejos e demandas
ceber que as vendas a qualquer custo não eram constan-
tes. Há uma preocupação em conquistar e manter o cli- O conceito mais básico e inerente ao marketing é o de
necessidades humanas. Uma necessidade humana é
ente, buscandodito.
propriamente sua delidade. É a fase do Marketing um estado em que se percebe alguma privação. Os seres
Percebe-se uma relação constante entre consumo e humanos têm muitas necessidades complexas, que
produção. incluem necessidades físicas básicas de alimento, ves-
Isso nos leva a concluir que: tuário, calor, e segurança; necessidades sociais de inclusão
e
afeição; necessidades individuais de conhecimento e au-
Processo de Evolução do Marketing to-realização. Quando uma necessidade não é satisfeita, o
Fases Características indivíduo procura um objeto que satisfaça, ou tenta re-
Produção Maiordemanda duzi-la de alguma forma.
Maior demanda O desejo humano consiste de necessidades humanas
Menor oferta moldadas pela cultura e pelas características

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

individuais. Uma pessoa faminta nos EUA talvez deseje nanceiras, contatos sociais, e uma gama de
um hamburguer, batata fritas e refrigerante, enquanto no comprometimentos futuros. Por outro lado, o comprador
Brasil, pode ser feijão, arroz, bife e batata frita. Os desejos concede outro conjunto de promessas com relação ao seu
são descritos em termos de objetos que satisfaçam comprometimento nessa relação. Depois, as promessas
necessidades. À medida que uma sociedade evolui, au- têm que ser mantidas por ambas as partes, se quiserem
mentam os desejos de seus membros. que o relacionamento perdure e se desenvolva ainda para
Demanda são desejos de produtos especícos apoiados benefício mútuo das partes envolvidas.
na habilidade e vontade de comprá-los. As promessas podem ser tanto explícitas - “Compromis-
Desejos tornam-se demanda quando são respaldados so Big do menor preço”, “Sears – Satisfação garantida
pelo poder de compra. ou seu dinheiro de volta”-, quanto implícitas - a VASP foi
Ao estudar este texto você poderá: considerada nos anos 96 e 97 a empresa aérea mais
• Explicar a importância e a diculdade de en- pontual do Brasil, tendo divulgado largamente este resul-
tender o •comportamento do consumidor.
Identicar diversas tadoconsumidor
teorias de análise psicológi-
O Depois criouimediatamente
o serviço de entregas
associarápidas
aquelaVASPEX.
pontuali-
ca do comportamento e seus fundamentos. dade a este serviço, sendo que estas são mais problemáti-
• Explicar fatores básicos que inuem no com- cas para o prossional de Marketing administrar, na me-
portamentodo consumidor. dida em que envolvem, em maior grau, as percepções
• Perceber como os conceitos de auto-imagem e individuais.
imagem de marca afetam o comportamento do consumi- Percepção é o processo pelo qual as pessoas se-
dor. lecionam, organizam, e interpretam estímulos e
informações. Depende não apenas dos estímulos físicos,
NECESSIDADE: Fome mas também da relação entre os estímulos e a situação
DESEJO: Hamburguer em que ocorre, bem como das condições individuais.
DEMANDA: BigMac Cada pessoa tende a organizar e interpretar estímulos de
Marketing de acordo com suas necessidades e experiên-
Certamente não. Os prossionais de Marketing não criam cias especícas, e a perceber até que ponto cada estímulo
necessidades elas já existem. Os prossionais é consistente com outras informações aprendidas ao lon-
apenas inuenciam os desejos, ou seja, sugerem aos con- go dos anos. Marketing cria necessidades ? Obriga as pes-
sumidores que um determinado produto poderá satis- soas comprarem o que não querem?
fazer O processo de percepção gera um conjunto de
as necessidades de status de uma pessoa Tentam inuen- informações que serão utilizadas, no caso especíco do
ciar a demanda, tornando o produto atraente, acessível e consumidor, para avaliar o produto – denominado expec-
fácil de ser encontrado. Ex: Você já imaginou a Vera tativas. As organizações obtêm sucesso satisfazendo ou
Fischer comprando e usando um aparelho tipo Presto- superando as expectativas do cliente. O conceito de
barba? promessa e o conceito de troca são elementos igualmente
importantes no relacionamento com o cliente. Promessas
PRODUTOS sobre trocas que irão ocorrer são dadas mutuamente no
relacionamento, e essas promessas são realizadas e cum-
Um produto é qualquer coisa que possa ser oferecida a pridas, ou não, nos vários tipos de trocas que ocorrem.
um mercado para satisfazer uma necessidade ou A ação de compra precisa ser explicada, para que os ex-
desejo. O conceito de produto não está limitado a objetos ecutivos de Marketing conheçam os motivos que provo-
físicos. Qualquer coisa capaz de satisfazer uma caram a decisão do consumidor de adquirir determinado
necessidade pode ser denominada produto. Além de bens produto.
e serviços, produtos incluem pessoas, lugares, A área mercadológica precisa conhecer, avaliar
organizações, atividades e idéias. Um consumidor decide e equacionar o comportamento do consumidor, ou seja,
qual veículo comprar,
de televisão que verá, aquais
aula os
de ginástica,
lugares emosque
programas deve
irá passar conhecer
e tornar as suasosatitudes,
compatíveis produtos reações,
a seremcomportamentos
colocados no
suas férias, para quais organizações assistenciais mercado com interesses, desejos e necessidades de quem
contribuirá, e quais idéias apoiará – para o consumidor, os compram.
todas estas coisas são produtos. Para analisar qualitativamente o comportamento
dos consumidores, o Marketing se vale da psicologia, da
PROMESSAS, PERCEPÇÕES E EXPECTATIVAS sociologia e da antropologia porque fornecem o referen-
cial teórico-científico que fundamenta a execução das
Ao estabelecer e manter relacionamentos com o cliente, a análises comportamentais. Esta base teórica é indispen-
organização vendedora concede uma série de sável ao administrador mercadológico, porque a maior
promessas com relação aos produtos, serviços, soluções parte das compras efetuadas pelo consumidor costuma

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
ser inuenciada por fatores de ordem psicológica ou so- dade, todo vendedor deve procurar encontrar traços de
ciológica. comportamentos semelhantes que permeiam os diversos
Motivos econômicos e demográcos não são su- segmentos de um mercado, de modo a poder atingir um
cientes para explicar as variações do comportamento público mais amplo com um único plano de Marketing.
individual. Para elaborar um plano de Marketing adequa- Existem diversos métodos e teorias que se ocupam da
do, a empresa deve ter conhecimento do maior número análise comportamental. Mas não existe ainda uma teoria
possível de informações sobre os consumidores, no que que possa, isoladamente, explicar comportamentos do in-
diz respeito a motivos, atitudes, interesses e personali- divíduo como consumidor. A área mercadológica utiliza-
dade, etc. Analisar qualitativamente o mercado é deter- se de uma ou mais teorias, para melhor estudar e obter
minar o porquê das compras em certo lugar; a aquisição resultados sobre os comportamentos de compra.
de um produto em detrimento de outro; e porque certos Serão apresentadas, a seguir, algumas teorias de análise do
estilos ou cores são comprados por um consumidor. comportamento.
Para identicar
basta a técnica comportamentos
da observação. Quase semprenem sempre
deverá Com estas considerações
haver fatores econômicos isolados não pode-se
podem concluir
justicarque os
todas
uma colaboração do consumidor, pois sua atitude de as ações de compra. Mesmo assim, não se pode esquecer
compra poderá orientar as ações mercadológicas. que esta teoria é de grande utilidade para o Marketing,
No entanto, é comum acontecer que o consumidor não quando utilizada com outras teorias.
tenha noção dos seus reais motivos de compra. Pode
também ocorrer que o comprador saiba as razões da sua TEORIAS PSICOLÓGICAS
ação, mas não queira expor os motivos a outra pessoa.
Para área mercadológica, ideal é a situação em que o con- Os métodos psicológicos, longe de estarem con-
sumidor está ciente das razões que o moveram a cordes em seus conceitos, fornecem explicações dentro
comprar, e está disposto a expor os motivos. deseus vários enfoques a respeito do comportamento do
São raras as ocasiões em que a compra é resultante de um consumidor como indivíduo, considerando as ações que
único motivo. executa para satisfazer seus desejos e necessidades. A
É reconhecível a diculdade de efetuar a análise seguir, algumas teorias psicológicas:
qualitativa do comportamento do consumidor, mas, as-
sim mesmo, estas ações devem ser tentadas porque aux- Teoria da Aprendizagem
iliam a execução de todas as atividades mercadológicas.
São constantes as iniciativas da área mercadológica, no Alguns psicólogos, como PAVLOV, SKINNER
sentido de elaborar generalizações a respeito de fatores e HULL armam que o aprendizado ou conscientização
individuais e coletivos, que levam à identicação de in- ocorre à medida que a pessoa ou animal reage a determi-
uências nas atitudes do consumidor. nado estímulo, e é recompensada (reforçada) pela satis-
“O comportamento do consumidor pode ser fação de uma necessidade pela reação correta, ou punida
denido como o processo sistemático por meio do qual o por uma reação errada. A aplicação desta teoria no Mar-
indivíduo se relaciona com o ambiente que o cerca na keting orienta a idéia de que ao repetir os mesmos es-
tomada de decisões a respeito dos produtos que lhe são tímulos, seguidamente, poder-se-á alcançar o objetivo de
oferecidos”. provocar reações de compra.
Este processo decisório consiste nas seguintes Outros fatores considerados nesta teoria são o
atitudes: condicionamento e o esquema de relação. O condiciona-
• Identicação da necessidade; mento é uma forma através da qual um estímulo pode de-
• Busca de informações a respeito do que foi re- senvolver uma resposta, pela insistência com que ele apa-
conhecido como necessário; rece. O esquema de relação representa um fator eciente
• Avaliação das informações coletadas; na aprendizagem, uma vez que o produto é apresentado
• Decisão de compra com base na melhor alternativa;
para ser conhecido pelo consumidor, mediante demonst-
• Aferição da decisão apóscompra
a ou uso do produto;ração emOs condições adequadas.
fundamentos desta teoria para efeito da
Uma ação de compra pode ser inuenciada por fatores análise do comportamento do consumidor são, segundo
internos, tais como: necessidades, motivos, críticas, simplistas, porque seu comportamento é afetado
percepções, reações, personalidade, atitudes, etc. também por percepções, atitudes e experiências. A teoria
Os fatores externos, como os que decorrem da behaviorista da aprendizagem descreve a motivação do
vida em família, dos grupos sociais, cultura e inuências consumidor como um processo meramente mecânico.
empresariais, também exercem efeitos. Fatores básicos que inuem no aprendizado se-
O conhecimento das ações de compra é de ex- gundo CUNDIFF:
trema importância para o sucesso de um plano mercad- • Motivação;
ológico. Em face de toda essa individualidade e complexi- • Percepção;

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

• Repetição; Percepção
• Condicionamento; É o signicado, o conceito que é atribuído a alguma coisa
• Relacionamento e organização. com base em experiências anteriores.
Um mesmo produto pode ser visto de forma totalmente
Motivação diferente por diferentes consumidores.
É uma necessidade estimulada que o indivíduo procura
satisfazer. Os anseios e desejos latentes não servirão Repetição
como elemento gerador de comportamento, enquanto “A repetição é necessária para a progressiva motivação
não forem estimulados. das reações psicológicas e deve ser acompanhada
As necessidades (motivos) são forças que acionam o de atenção,interesses e de um objetivo
, para que alcance xêito”.
comportamento do consumidor. Segundo MASLOW as
necessidades são hierarquizadas em cinco níveis, sendo Condicionamento

que, teoricamente,
outro um indivíduo
nível quanto estiverem somente
satisfeitas passa para
as necessidades É outra
nado forma pela
estímulo podequal uma nova resposta a um determi-
ser desencadeada.
do nível no qual se encontra. O próprio MASLOW ad- A reação condicionada deve ser constantemente refor-
mite certa exibilidade nesta armação, quando entende çada para não perder o seu efeito.
ser possível dedicar-se ao atendimento de diversas neces-
sidades, em diversos níveis, ao mesmo tempo. Relacionamento e Organização
Além das cinco categorias inicialmente estab- A eciência do processo de aprendizado é aumentada
elecidas, MASLOW completa com mais duas. quando o objeto a ser adquirido é apresentado em
A hierarquia das necessidades assim é apresentada: condições ambientais favoráveis.
Por isso, as demonstrações de produtos são utilizadas
Necessidades - Estado em que se percebe algu- para facilitar as decisões do consumidor.
ma privação
Teoria Cognitiva

A abordagem cognitiva esclarece que o compor-


AUTO-REALIZAÇÃO
tamento é inuenciado por fatores, tais como, atitudes e
convicções e experiências anteriores, que agem sobre a
ESTIMAstatus)
(auto-estima, predisposição do comportamento. Segundo esta teoria, os
processos mentais e o sistema nervoso de um indivíduo
SOCIAIS são muito importantes na formação dos padrões de seu
(amor, senso de grupo)
comportamento. Nessa teoria, os psicólogos “não deter-
SEGURANÇA minam diretamente o comportamento, antes eles guiam,
FISIOLÓGICAS modicam, condicionam e talham o comportamento em
(alimentação, abrigo) relação aos alvos visados, às expectativas, à solução de
problemas e às situações particulares”.
Sob este enfoque é importante destacar, que
Necessidades tendem a quando alguém tem que tomar uma decisão ocorre quase
se manifestar de
forma hierárquica,
sempre uma inquietação e dissonância. Isto porque o in-
quando as outras divíduo sabe que toda decisão pode envolver riscos, com
estão, ao menos vantagens e desvantagens. Por isso, a ansiedade pré e pós-
parcialmente, compra.
atendidas. Abraham Maslow “A dissonância cognitiva é um estado mental que
leva o indivíduo a tentar reduzir qualquer carência ou de-

Necessidades siológicas (fome, sede, sexo e abrigo); ciência


nições”. Aque estabeleçarepresenta
dissonância uma analogia associadadeàs“com-
a ocorrência cog -
Necessidades de segurança (integridade física, ordem, es- portamento que não se ajusta às relações cognitivas”. Por
tabilidade familiar): cognição se entende o conhecimento, as opiniões, o posi-
Necessidades de associação e de amor (afeição); cionamento do indivíduo em seu ambiente interno.
Necessidades de estima (auto-respeito, reputação, prestí- O Marketing deve tentar reduzir essa tensão, que
gio, status); pode afetar o consumidor, através do fornecimento do-
Necessidades de realização (auto-realização): maior número e formas possíveis de informações sobre o
Necessidades de saber e entender: produto. Isso pode ser realizado através do fornecimento
Necessidades de satisfação estética (beleza). de material informativo, manuais, catálogos, folhetos
Também por meio da ação pessoal dos revendedores com

• 141
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
explicações e demonstrações, de forma a diminuir a in- tos. O Marketing está convicto de que a personalidade
certeza do consumidor na tomada de decisão. inui nas decisões de compra.
Outro fator inuente que deve ser considerado
Teoria Gestáltica na análise do comportamento do consumidor, sob o en-
foque psicológico, é o da imagem. É importante, por ex-
Os psicólogos armam que o estudo e o com- emplo, o conceito de auto-imagem, que “é uma forma de
portamento têm que ser interpretados como um processo a pessoa se ver a si própria e, ao mesmo tempo, é o jeito
global. É bastante semelhante ao método de estudo cog- de imaginar como os outros a vêem”.
nitivo, quando considera a percepção, as experiências an- Estudos têm indicado que as pessoas dão preferência
teriores e a orientação à meta como elementos básicos de a marcas e produtos compatíveis com a sua imagem pessoal.
análise do comportamento. Dene-se percepção “como Outro tipo de imagem a ser considerado é o que
a importância que damos, segundo nossas experiências envolve impressões do consumidor em relação à determi-
anteriores, aos estímulos recebidos através dos cinco sen-
tidos”. nadaexperiência
pela marca de produto. Estarelação
pessoal em imagem pode do
à marca ser produto,
formada
Segundo a teoria gestáltica o indivíduo percebe e por informações de pessoas que já tenham tido experiên-
reage a estímulos com base em suas experiências. A teoria cias e que as tenham repassado, ou pela própria atuação
de campo é um renamento da teoria gestáltica. Arma do esforço promocional da organização. A imagem é,
que é o campo psíquico o responsável pelo comporta- portanto, um conjunto de percepções que se tem sobre
mento de uma pessoa em um dado momento. um produto ou organização.
Por campo, considera o ambiente que cerca o
indivíduo e os fatos no momento em que seu comporta- FATORES SÓCIO-CULTURAIS QUE INFLUEM
mento ocorrer. Um exemplo de como funciona a análise NO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
do comportamento com base nesta teoria, é aquele que
envolve um comercial de televisão no qual um homem Os prossionais de Marketing,
muito elegante, de branco, anuncia em tom sério um re- além de considerar fatores
médio contra dores. Muitos espectadores poderão asso- psicológicos e econômicos,
ciar a sua imagem a de um médico e a sua mensagem a um recorrem às ciências sociais
certicado de que o produto é bom, porque é assim que para, através da análise das questões culturais e de relações
são vistos na cena, em função de experiências passadas. inter-pessoais, ampliar o conhecimento do consumidor.
O ponto básico da análise sócio-cultural é que as
Teoria Psicanalítica atitudes e o comportamento do indivíduo sofrem inuên-
cias da cultura, classe social e grupos de referência. Estas
Esta teoria parte do princípio de que os indivídu- Comsãoo estudo
inuências destee texto
constantes podemvocê
ou poderá:
não ser reconhe-
os não conhecem seu próprio subconsciente e este cias conscientemente pelo consumidor.
desconhecimento justica a sua incapacidade de articular
com clareza, porque adquirem ou não determinados Cultura
produtos e/ ou serviços. Iniciada por Freud a teoria en-
volve aspectos da personalidade. Segundo ela, se algum Grande parte do comportamento humano é determinada
trauma ou xação ocorre em qualquer estágio da forma- pela cultura. Aliás, são as inuências culturais as
ção da personalidade, a própria personalidade do indi- que têm maior duração.
víduo pode ser afetada e o seu comportamento futuro Cultura pode ser denida como sendo um complexo de
também. símbolos e dispositivos criados pelo homem e
Segundo a teoria psicanalítica o indivíduo ad- transferidos de geração em geração, como fatores deter-
quire características associadas à xação em cada estágio minantes do comportamento humano, numa determinada
de sua personalidade. Os psicanalistas vêem a personali- sociedade. Os símbolos podem ser impalpáveis (atitudes,
dade como o resultadoénal
A psicanálise das forças
considerada umaqueteoria
atuambastante
dentro idéias, crenças,
palpáveis valores, linguagem,
(ferramentas, habitação,língua, religião),
produtos, ou de
obras
sosticada para análise do comportamento do consumi- artes). Os padrões culturais mudam com o tempo e os
dor e da difícil obtenção de resultados. A utilidade desta antigos dão lugar a novas inuências culturais.
teoria é que leva os prossionais de Marketing a com- “O homem tende a assimilar os costumes de sua
preensão de “que devem” proporcionar ao comprador cultura e a acreditar em sua correção absoluta até que
uma racionalização socialmente aceitável no ato de com- apareçam elementos divergentes dentro de sua própria
prar. No entanto, também podem apelar para seus son- cultura ou até que ele se defronte com membros de uma
hos, anseios, esperanças e temores. Sem dúvida, a person- outra cultura”.
alidade do indivíduo é a composição de traços internos e A área mercadológica deve estar alerta para os
externos que determinam suas reações de comportamen- padrões culturais em evolução, de forma a constante-

• 142
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

mente adaptar seus planos para acompanhar as mudanças convenientes possíveis;


culturais e, quando possível, antecipar-se a elas. EMBALAGENS - Deve ser fácil de identicar e facilitar
Algumas mudanças culturais têm repercutido sua manipulação;
consideravelmente no Marketing moderno, segundo COMBINAÇÃO - Devem ser oferecidos produtos
STANTON: combinados;
AUTOMATIZAÇÃO - A tecnologia deve ser aplicada
O Novo Papel das Mulheres às ações comerciais;
Em proporção maior nos países desenvolvidos, as novas CRÉDITO - O consumidor deseja a popularização do
posições assumidas pela mulher na sociedade represen- crédito, porque deseja cada vez mais comprar no
tam desaos para o Marketing. A participação crescente presente e pagar com renda futura;
da mulher no mercado de trabalho, e a fuga dos padrões ESCOLHA - Os produtos devem ser ofertados a preços
estereotipados das funções do homem e da mulher têm convenientes, variedade de cores e materiais;
motivado mudanças
sociedades modernas.no comportamento de compra nas FACILIDADE
produtos - Osde consumidores
sejam fáceis consumir ou usar; exigem que os
GOSTOS APURADOS E O DESEJO DE SER ELEGANTE
Compra por Impulso - O renamento cultural e o apuro nos hábitos de compra
Com o passar dos anos as compras realizadas sem plane- têm sua base no aumento da renda e nas forças sociais
jamento têm aumentado. Isto não se deve apenas ao au- (educação e inuências dos meios de comunicação).
mento de renda (o que em alguns países é verdadeiro), PREOCUPAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE -
como também são fundamentadas no método de compra Uma inuência signicativa exercida sobre o Marketing
“self-service” - auto serviço no varejo. é a preocupação crescente que as sociedades passam a ter
com a natureza e, por conseqüência, com a qualidade de
Desejo de Conformismo vida.
Convém substituir o termo desejo usado por STAN- CLASSES SOCIAIS
TON, por tendências. É mais apropriado para indicar que A classe social é outro fator sócio-cultural que é determi-
os consumidores tendem a não ser tão individualistas nante de certos comportamentos do consumidor.
como em tempos passados. Hoje existe uma forte ori- O comportamento de uma pessoa, às vezes, é
entação das pessoas em aceitar o consumo de produtos mais inuenciado pela classe a que pertence do que pela
idênticos aos adquiridos por outros consumidores. sua renda. Existem diferenças substanciais entre as class-
es quanto aos seus hábitos de compra e de poupança,
Mais Tempo de Lazer as lojas que freqüentam, os produtos que adquirem e as
Antiga aspiração trabalhista, a redução da jornada de marcas que preferem. Existem também diferenças psi-
trabalho trará considerável inuência ao consumo. Mais cológicas de largo alcance entre as classes, pois não têm
tempo livre implica em alterações do QUE, COMO, e a mesma mentalidade e reagem de modo diverso a certas
ONDE as pessoas compram. estratégias mercadológicas.
O conceito de classe social é útil na interpretação
A Importância do Tempo do comportamento, quando são bem entendidas as suas
A vida acelerada nas áreas urbanas traz consideráveis mu- limitações. Para STATON, a classe social só é relevante
danças nos padrões de compra e abre amplas possibili- para o Marketing até o ponto em que está relacionada às
dades para a prestação de serviços. É grande a tendência questões de renda familiar.
do consumo de produtos descartáveis ede rápido preparo. GRUPO DE REFERÊNCIA
É representado por determinado número de pessoas que
Desejo de Comodidade inuenciam as atitudes, opiniões e valores do
A importância cada vez mais signicativa dada ao tempo, indivíduo. As normas de comportamento de um grupo
e a conseqüência de um maior poder de compra do de referência servem de diretrizes ou “estruturas de refer-
consumidor, têm conduzido
idade que STANTON apontaa diferentes
como sendo:tipos de comod- ência” ao indivíduo.
Estas normas são bastante padronizadas e isto facilita a
ação do Marketing, porque sendo semelhantes às atitudes
FORMA - Os produtos devem ser ofertados em grande e hábitos, permite um ajustamento melhor dos produtos/
variedade de formas; serviços aos grupos de referência.
QUANTIDADE DE UNIDADES - Os produtos de- O conceito de grupo de referência pode ser este-
vem ser produzidos em diversos tamanhos e quantidades; ndido aEvolução
todo tipododeMarketing
inuência social, mas é do pequeno
TEMPO - Os produtos devem ser colocados à dis- grupo que o indivíduo recebe inuência mais direta no
posição do consumidor na hora em que são exigidos; seu comportamento de compra. São exemplos de grupos
LOCAL - Os consumidores devem ter oportunidades de de referência: a família, os amigos, os colegas de trabalho,
realizar suas compras em locais os mais e o clube social ou esportivo, entre outros.

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
A família é o grupo de referência que maior grau A venda converte sua atenção para a necessidades do
de inuência exerce sobre o indivíduo em suas decisões vendedor, o MARKETING para as necessidades do
de compra. É inegável também a inuência dos amigos comprador, o conceito de vendas utiliza os produtos da
em decisões de consumo e preferência por marcas. empresa na busca do lucro, o conceito do MARKETING
A teoria do grupo de referência diz respeito à planeja um conjunto ordenado de atividades, tais como,
psicologia da imitação. O comportamento de uma pessoa promoção de vendas, pesquisa de mercado, publicidade e
pode ter grande parcela de imitação. Cada grupo estab- propaganda, técnica de vendas e chega ao lucro através
elece seu próprio conjunto de atitudes e convicções que da satisfação das necessidades do cliente. Modernamente,
servem de normas para o comportamento de seus inte- com os mercados cada vez mais competitivos, não basta
grantes. Os componentes seguem uma mesma escala de apenas identicar e satisfazer necessidades; é importante
valores e costumam pautar manter os clientes permanentemente satisfeitos.
suas ações pelos padrões normativos do grupo.

É importante
entre e dentro destacar
dos diversos o uxo
grupos de informações
de referência. Os con- CONCEITO DE VENDAS
Produto Vendas Obtenção de lu-
selhos e opiniões informais, transferidos pessoalmente, cro através
são extremamente inuentes no comportamento de com- do volume de
pra do consumidor. vendas.
Por isso, cabe ao Marketing a difícil tarefa de
identicar e comunicar-se com os consumidores inova-
CONCEITO DE MARKETING
dores (os que compram de imediato) e os consumidores
inuentes (os líderes de opinião), que inuem nas de- Necessidades Marketing obtenção de lu-
cisões do grupo a que pertencem. do cliente cro através da
Também o Marketing deve dirigir ações especí- satisfação das
cas aos consumidores que protelam suas compras, que necessidades do
geralmente são bastante cautelosos, adotando a idéia do cliente.
consumo de determinado produto para atender a uma
necessidade bem delineada ou por pressão do grupo de
referência. Você precisa conhecer também quem está comprando o
Não deve descuidar, igualmente, de conhecer os seu produto ou, mais importante ainda, quem
consumidores retardatários, que são os últimos a adota- poderia comprá-los.
existentes, Os primeiros
e os segundos, são chamados clientes
clientes potenciais.
ruma novidade. Por serem extremamente tradicionalis-
tas desconam das inovações e quando adotam o novo O conhecimento dos clientes é o passo inicial para obter a
produto pode já ter sido abandonado pelos consumidores delidade. Todos querem ter clientes éis. Mas é
inovadore preciso trabalhar muito para desenvolver e manter essa
delidade.
As oportunidades de marketing são abundantes
não apenas no mercado cliente, mas também em outros
UNIDADE 3 três grandes mercados: Produtor ou Industrial, Revend-
edor ou Comercial e Prestador de Serviços.
Marketing x Vendas
DEMANDA, POTENCIAL DE MERCADO E
Após a leitura deste texto é importante que você PREVISÃO DE VENDAS
consiga:
• Diferenciar Marketing de Vendas; Como o objetivo maior de um administrador
• Identicar as fases do Marketing. de marketing ou de vendas é maximizar as

éoportunidades de mercado,
identicar e estimar o grande desao
a sua demanda, calcular
o potencial e, por m, prever as vendaspossíveis sob de-
Como já vimos no capítulo anterior, o MARKETING, na terminado esforço de marketing. Enquanto a demanda de
sua evolução, passou por três fases: a fase da produção, mercado denida como “o volume total de um produto
a fase de vendas e a fase de MARKETING propria- que pode ser comprado por um grupo denido de con-
mente dito. Isso não quer dizer que todas as empresas sumidores”, o potencial de mercado é denido como “a
dos nossos dias se encontrem na última fase. Ainda há quantia máxima de vendas que pode ser avaliada para to-
quem lance produtos no mercado sem antes ter consul- das as empresas de um setor de atividades durante certo
tado os clientes e identicado suas necessidades, e mesmo período de tempo”.
há quem tente vender pura e simplesmente, às vezes en- Isto signica que a demanda jamais atinge o
ganosamente, sem pensar em manter uma clientela cativa. volume máximo projetado para o potencial de mercado

• 144
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

e, apenas teoricamente, a curva de demanda encontra Esta organização enquanto áreas foi proposta pela
potencial de mercado no innito. A demanda para um primeira vez pelo autor americano McCarthy e é
produto ou serviço é o objetivo do esforço de marketing, conhecida como a estratégia dos quatro pês: Product,
uma vez que o marketing não cria demanda, mas apenas a Price, Place, Promotion.
estimula a partir de necessidades latentes, identicadas Alguns autores brasileiros propuseram a tradução dos
nos consumidores-alvo. O potencial de mercado, ao con- termos, mantendo em português os quatro pês:
trário da demanda, considera não apenas as pessoas que Produto, Preço, Praça e Promoção. Porém, distribuição é
efetivamente consomem determinado produto ou ser- um termo mais abrangente, que engloba não somente o
viço, mas todos os compradores potenciais existentes, ponto de vendas ou praça, mas também o transporte e o
independentemente de estarem ou não consumindo armazenamento dos produtos; assim como comunicação
naquele momento o produto ou o serviço. tem um signicado mais amplo que apenas promoção.
Embora seja uma diferença sutil, ela existe e é Destacamos então:
fundamental
Na para
prática, as a compreensão
pessoas das duas
acabam por conceituações.
confundir os dois •senvolvimento
Pesquisa do do
Produto; Testes e De-
Produto;
conceitos. Há diversos métodos para se calcular o poten- Qualidade; Serviços; Padronização;
cial de mercado. A primeira diferenciação básica é entre Marca; Embalagem;
produtos industriais e produtos de consumo. O potencial Garantia; Assistência Técnica.
de mercado para produtos de consumo é baseado no tripé PRODUTO
• Política de Preços; Formação de
gente (consumidores existentes), com renda (dinheiro) e PREÇO preços; Descontos e
disposição para gastar (para efetivamente consumirem o DISTRIBUIÇÃO Reduções, Condições e Formas de
COMUNICA- Pagamento.
produto) Há métodos que levam em conta o censo, dados • Canais de Distribuição; Transporte;
setoriais e levantamentos.O potencial de mercado para ÇÃO
Armazenamento; Ponto de
produtos industriais é baseado nos métodos de registros Vendas; Zona de Vendas; Níveis de
estatísticos da empresa e em métodos dos dados setoriais, Estoque.
relativos aos segmentos de mercado em que a empresa • Propaganda; Publicidade; Promoções
atua. de Vendas;
Merchandising; Relações Públicas.

O Produto
De um ponto de vista amplo, produto é tudo aquilo que a
empresa cria, desenvolve e comercializa.
Dentro de uma visão geral, produto é o bem ou serviço
utilizado para a satisfação da necessidade de um cliente,
mediante processo de troca.

Produtos e serviços são apenas veículos, in-


strumentos para satisfazer
as necessidades e desejos dos consumidores.
UNIDADE 4
O produto pode ser tangível, concreto, como uma cane-
O composto de marketing ta, automóvel, geladeira, computador, ou intangível, em
forma de prestação de serviços: Educação, consultoria,
seguro, transportes aéreos, bancos, etc. Todo produto
+ Com a leitura deste texto você poderá: tem características especícas que o personalizam: o de-
•Marketing.
Identicar os quatro elementos do Composto de sign
var oxa seu estilo;
produto, a embalagem
mas, sobretudo, pode conter
identica-o. e conser-
O rótulo, que
• Conceituar cada um deles. faz parte da embalagem, fornece informações tais como
composição e utilização. Também identicam o produto:
a cor – que diferencia e atrai a atenção para o produto; a
marca – que apresenta o produto; e o logotipo – que é a
São “ingredientes” do Composto de representação gráca da marca.
Marketing (também chamado Portanto:
Marketing-Mix) o Produto, o Preço, a Nos produtos tangíveis, o impacto visual de-
Praça e a Propaganda. sempenha
um dos principais fatores promocionais.

• 145
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO PRODUTO Cursos Técnicas, habili- Ganhos nan-


dades ceiros, diferen-
Design ciais
Embalagem
Rótulo Broca Metal,bitola Furo, rapidez,
Cor precisão
Marca
Logotipo
Logomarca.
LEMBRE-SE:
Do ponto de vista mercadológico você não vende produ- Todas as estratégias de marketing devem ser desenvolvi-
tos. Você vende benefícios Você incorpora à venda das com base nos benefícios, que é o que o cliente quer!
de produtos, a satisfação dos desejos e necessidades dos
clientes, sejam eles indústrias ou indivíduos. O Produto Ampliado - é o conjunto dos benefícios bási-
Assim distinguimos mais dois pontos importantes asso- cos e periféricos, ou seja, é a totalidade dos benefícios
ciados aos produtos: que o comprador recebe ou que uma empresa oferece.
Benefícios Básicos - associados à característica Exemplo: Máquina fotográca - temos o registro nítido
intrínseca do produto, ou à sua nalidade primordial. do momento, a cor, a beleza, o prazer, a saudade, a imor-
Exemplo: automóvel - benefício básico, transporte. talidade, o hobby.
Benefícios Periféricos - associados ao compos-
to de produto ou às suas características adicionais. Fique atento ao serviço do produto, ou serviço do
Exemplo: automóvel - benefícios periféricos: status, es- serviço, isto é, oque mais o cliente espera do produto
tilo, velocidade, sensação de dirigir, liberdade, conforto. ou serviço além dosbenefícios ?

Enquanto o fabricante prende a sua atenção e A Importância da Marca


esforçosnosbenefíciosbásicos,oprossionalde A marca é o nome ou denominação de um produto e/ou
marketing centrará sua inteligência e criatividade de uma empresa, que os distingue dos demais. A
nos benefícios periféricos. escolha da marca ou mudança desta é uma estratégia das

Assim, produto tem ou é atributo, é alguma coi- mais importantes


ou produto pois éconhecidos
se tornam através da marca que a empresa
no mercado, e, mais
sa, mas o consumidor busca benefícios, ele quer o que o importante ainda,
produto pode dar ou fazer para ele. O Produto tem ou é
atributo como: tamanho, peso, gosto, consistência, habili- É através da marca que se chega ao
dade, etc. posicionamento na mente dos clientes.
Nos produtos intangíveis, a abordagem mercad-
ológica é muito mais ligada O Produto dá ou faz bene- Logomarca
fícios como: prazer, conveniência, status, saúde, poder, Logomarca é aquele “desenho” que acompanha a marca,
esperança, facilidade, rapidez, higiene, praticidade, deli- ou é a própria marca. No caso da Ford, a logomarca é a
dade, sonhos, comprometimento própria marca. Já a Mercedes Benz tem a sua marca em
O “marketeiro” deve se guiar pelos benefícios design característico e uma logomarca que é a famosa es-
que o seu produto dá ou faz para os seus clientes. Os trela. Pesquise: Rede Globo, Unibanco, Ford, Mercedes
atributos são assunto para o pessoal interno da empresa. Benz.
O que importa são os benefícios.
Gimik
EXEMPLO
Casa Atributos
Localização, ta- Benefícios
Conforto, status, Um
comogimik é umuma
se fosse personagem
logomarcaque está associado à marca,
humanizada.
manho, estilo, segurança Exemplo: o boneco da Colcci, o Peru da Sadia, o Variguin-
ano de con- ho da Varig, O papa-léguas da SEDEX.
strução
Cosmético Química, vol- Beleza, esper- Logotipo
ume, desing ança Símbolo que utiliza tipograa
Automóveis Potência, desing, Status, poder, Exemplo: Mesbla, Hering, Dimas, C&A
tecnologia agilidade
Slogan
Crie um slogan para a sua marca. Ele vai ajudar o cliente
a se lembrar do que você faz, ou como você faz, ou dos

• 146
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

benefícios que ele espera. Procure o auxílio de uma Agên-


cia de Propaganda para criação do slogan. Convém salientar que, dentro das organizações, a
A expressão de marca também pode ter registro decisão de abandonar um produto é sempre muito
de marca. Exemplos de expressões de marca: difícil e dolorosa.
VARIG – Acima de tudo, você. Normalmente o cliente quer: assistência técnica, entre-
BRADESCO – No dia-a-dia do Brasil tem Bradesco. ga, crédito, instalação, serviços pós-venda, segurança e
AMERICAN EXPRESS – Não saia de casa sem ele. estacionamento, higiene, limpeza, iluminação, prazo de
ANTÁRTICA – Uma paixão nacional. validade, data de fabricação, inspeção dos órgãos sani-
BRASTEMP – Não tem comparação. tários, etc. O conceito atual de Marketing é o da venda
TECHNOS – O melhor a cada segundo. de sistemas. O produto carrega consigo todo um sistema
SUN DOWN – O sol na medida certa. ou composto mercadológico que deverá se adequar ao
FIAT – Seu lugar–éAndando
CHEVROLET aqui. na frente. sistma doChamamos
compradoraou cliente.para o fato de que estes
atenção
FOLHA DE S. PAULO - Não dá para não ler conceitos são extremamente importantes para se montar,
SKOL – a cerveja que desce redondo. o brieng promocional do produto ou estabelecer a ad-
equada argumentação de vendas. dentro das organizações
Ciclo de Vida dos Produtos dentro das organizações.
Todo produto ao ser lançado no mercado tem uma “vida” Assim, podemos associar ao produto: a embala-
característica que pode ser decomposta em fases gem, o preço, a propaganda, os serviços de assistência
bem distintas: técnica, o nanciamento, enm um conjunto de “coisas”
que as pessoas reputam como valor e que, nas condições
FASES CARACTERÍSTICAS atuais de concorrência, atuam como parâmetros funda-
INTRODUÇÃO Fase de investimentos, de consolida- mentais de diferenciação. Existem hoje mercados tão
ção, as vendas são avançados que o produto tangível ou seu benefício bási-
crescentes, mas não existem lucros. co tornaram-se secundários frente ao sistema oferecido.
CRESCIMENTO As vendas continuam crescentes e a Exemplo: Isqueiro - produz fogo! Benefício básico. Mas,
empresa começa a apresentar lucro, oferece status, beleza, embalagem própria para o
as inclinações das curvas dependem bolso, disponibilidade de acessórios, marca de tradição,
do ambiente de enm, um sistema irresistível de apelo ao cliente, onde o
negócios e ou da estratégia da em-
presa.
fato de produzir fogo cou totalmente em segundo plano.
MATURIDADE Algum crescimento de vendas e
Preço
crescimento de lucros seguidos
de estabilização das curvas; os custos A determinação de preço de um produto leva em conta
da manutenção do produto no não somente o custo de sua produção, mas também a
mercado, a atuação da concorrên- demanda, o preço da concorrência, a política vigente, até
cia, os custos de distribuição e a mesmo o status que se quer dar a ele.
abrangência do negócio tendem a É a valorização aplicada a determinado bem ou serviço,
exercer pressão baixista sobre os tendo como retaguarda para a sua constituição
lucros. algumas variáveis, abaixo assinaladas:
DECLÍNIO Decréscimo das vendas e dos lucros;
os compradores em
potencial e os “ líderes de opinião”
não mais adquirem o produto;
caracteriza a fase de obsolescência. Custo de produção
Comissões de força de vendas
Concorrência
Eventual controle de preços
governamental
Fretes
Margem de lucro
Poder aquisitivo de clientes
Situação econômica do país.

• 147
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
Preço Psicológico
Valor ímpar traz a idéia de que o produto é barato. Os preços trazem conseqüências muito importantes para
Exemplo: de 500,00 por 499,00. A diminuição de dígi- as operações de comercialização. Portanto, a função de
tos proporciona a mesma idéia (ser um item acessível ou determinar preço é bastante complexa, com característi-
barato). Exemplo: utilizar 999,00 a 1.000,00. Preço Limite cas distintas. Os critérios e objetivos determinantes do
ou com Base no Valor Percebido Um cliente que se dirige preço decorrem da estratégia mercadológica da empresa
a uma loja com o valor do produto que deseja comprar e dos critérios de pressão que deseja adotar.
em sua mente (valor máximo de aceitação). Caso encon-
tre o tal produto com preço superior, a venda poderá não Praça
ser efetivada. Como já vimos, a praça/distribuição é algo mais que
Como é um conceito sobre preço, apresentado o ponto de venda. Desde a produção até a chegada do
daquele que compra para aquele que vende (sentido in- produto ao cliente, várias etapas são percorridas. Um
verso),
de a este último
negociação, as quaissãoprocuram
muitas vezes exigidas
satisfazer margens
clientes, sem iogurte, pôr
mercado ondeexemplo, é produzido,
será exposto transportado
em prateleiras até oe
refrigeradas
haver prejuízo na operação comercial. só então é vendido.
Os produtos em geral também recebem esse tratamento.
Preço Promocional Cuidados com o tipo de transporte e sua maior ecácia,
São os chamados preços incentivados. armazenamento e exposição de produtos são levados em
Exemplo: Leve 3 e pague 1, três pagamentos sem juros, consideração. As decisões logísticas referem-se às anális-
De 50,00 por apenas 30,00. es de custos e organizações de distribuição. A logística
reúne itens, como: transporte, estocagem, movimento de
Preço de Venda materiais, localização de fábricas, depósitos e decisões de
É o valor estipulado para um produto, considerando para comunicação.
sua constituição o citado anteriormente.
Exemplo: De 50,00 por 30,00. Tipos de Distribuição:
TIPO OBJETIVO EXEMPLOS
Preço Legal MASSIVA Objetiva o maior Rede de farmá-
É aquele estabelecido através de tabelamento e controles número de pon- cias
governamentais, através de agentes especializados como
o CIP (Comissão Interministerial de Preços). tos de atingindo
venda, “Catarinense”;
Banco BESC.
Exemplo: Remédios grande número
Podemos, então, apontar como fatores que determinam o de clientes.
preço de um produto:
EXCLUSIVA Objetiva a xa- Revenda de au-
ção de um tomóveis
OTIMIZAR CUSTOS: O negócio é gastar menos e mel-
produto ou “Ford”;
hor, evitando-se empresa no mer- Rede de lancho-
desperdícios, atrasos, paradas, quebras desnecessárias, cado. netes
baixa produtividade, “Bobs”.
desânimo, etc. SELETIVA Objetiva sele- “Portobello” re-
“Você pode tosquiar um carneiro por muitos anos, mas só cionar os distri- vestimento
poderá esfolálo buidores. cerâmicos
uma vez” John Sewel, dono de concessionária de veículos.
.
Com as novas tecnologias de comunicação estão surgin-

do Novostelefone
televisão, Canais de Distribuição,
e correios. tais como:
A indústria internet,e
vai vender
PREÇO entregar diretamente para o cliente seus produtos, com
Oferta
uma velocidade incrível. Ao mesmo tempo em que esses
novos canais são uma ameaça ao varejo, apresentam em
Status contrapartida, oportunidades de negócio imensas.
pretendido Procura Poder
Aquisitivo
Procure maiores informações sobre essas tecnologias;
Conecte-se à Internet, crie um site (página na Internet)
Custos de Preço da
Margem
para você e sua empresa; Entre todas as decisões de mar-
produção Comunicação Concorrência keting, contudo, o da xação dos preços é a mais forte-
de Lucro
mente condicionada pelas relações competitivas.

• 148
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Promocional ou de Vendas
Desenvolva programas de tele-marketing para se manter O escopo é acelerar imediatamente as vendas.
em contato direto e constante com seus clientes. O mer- Exemplo: “Adquira já o seu Dodge no Dimas”.A pro-
cado precisa conhecer o seu produto ou serviço, e deve paganda promocional é agressiva e atua em alta pressão,
ser persuadido à buscar mais informações dele no ponto para provocar a demanda imediata de um produto.
de venda. É preciso chamar a atenção. E quanto melhor
for o seu merchandising, ou seja, quanto mais adaptado Mídia
estiver o seu produto às necessidades e desejos do mer- É o setor da propaganda que se destina ao estudo dos
cado, mais atenção do cliente a sua comunicação terá. veículos, funcionando para orientar e recomendar a mel-
hor utilização da inserção.
PROPAGANDA/COMUNICAÇÃO
Tipos de Mídia:
“Quem não se comunica, se trumbica”,
já dizia o Velho Guereiro. Mídia Eletrônica
Veiculação em televisão e rádio
O conceito de comunicação se baseia em três fatores: o Mídia Impressa
emissor, o receptor e a mensagem. Em MARKETING Veiculação em jornais, revistas, folders e outros impressos
isso não é diferente. Os lançamentos da empresa pre- MídiaGráca-
cisam ser comunicados aos seus diversos públicos. Visual ou ao Ar Livre
A empresa representa o papel de emissor e seus públi- Representa os “out-doors” e “in doors” :
cos são as fontes receptoras do processo, e ecácia aqui o Painel
signica mostrar produtos e serviços despertando o in- o Mural
teresse de clientes em potencial. A mensagem, aqui, é de o Cartaz
suma importância. o Banner
Podemos comunicar fazendo propaganda, publicidade, o Letreiro: luminosos, iluminados, com ou sem movi-
promoção de vendas, vendas em geral e relações públicas. mento, de base de acrílico ou de neon, para serem xados
Seja qual for a nossa escolha, a mensagem deve receber em pontos de vendas, interna ou externamente.
toda nossa atenção, buscando a ecácia. Segundo Rober- o Placa - para ser colocada em postes, paredes, camihões,
to Simões, “Propaganda é qualquer forma paga de apre- ônibus.
sentação e promoção não-pessoal de idéias, produtos ou Mídia em Trânsito
serviços efetuada pôr um patrocinador identicado”. Refere-se a mensagens veiculadas em ônibus (Car Card),
“Publicidade é toda e qualquer comunicação transmitida metrô.
ao público, a respeito de uma empresa ou de um produto, Mala Direta
feita pôr terceiros, sem ônus e sem controle pôr parte da Principal agente é o correio.
empresa referida”. Cinema
“Promoção de vendas consiste em incentivos a curto Filmes, Slides, Spots, Jingle.
prazo que visam estimular a compra ou venda de um Telemarketing
produto ou serviço”. É um sistema de ação comercial telefônica.
“Relações pública é a criação de relacionamento com Internet
vários públicos da empresa através da obtenção de publi- É um sistema de ação comercial via computador-telefone.
cidade favorável, construção de uma boa imagem corpo-
rativa e controle ou afastamento de rumores, histórias e Outras Mídias
eventos desfavoráveis”. Door-to-door – de porta em porta.
Display - material de ponto de venda para exibir prodtos.
Tipos de Propaganda Contasdetelefone,água,luz;embalagens;

Institucional Volantesdeloterias;
A própria venda pessoal ou tambémtelevendas;
Em geral para divulgar imagem de empresas, marcas de Indicativosderuaseavenidas;
produtos e sem intenção, direta de estimular Brindes em geral.
vendas. Exemplo: “Beba água mineral, o refrigerante cri-
ado por Deus”.
Tem sentido educativo, habituando o “prospect” com
certo produto, familiarizando cerca marca. Opera a mé-
dio e a longo prazo; estabelece o prestígio através da
repetição, utilizando como fundamento o provérbio-
americano “reputação é repetição”.

• 149
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

UNIDADE 5 Podemos então colocar:

O ambiente de marketing variáves


controláveis e variáveis incontroláveis. • Produto
• Preço
• Distribuição
A leitura deste texto dará a você condições de: Iden- Ambiente • Comunicação
Controla
ticar as variáveis mercadológicas; Mostrar quais são
as variáveis controladas pela empresa e quais as que
não são.
Empresa
Não controla • Legislação
Religião
• Cultura
• Clima
Toda empresa é um sistema que inuencia o ambiente • Ecologia
Ambiente • Social
onde opera e também sofre inuência desse mesmo am- • Econômico
biente. Essas “inuências” exercidas e sofridas provo- • Demográco
* • Político
cam signicativas alterações no mercado e são chamadas
variáveis. *
Algumas variáveis são controladas pela empresa.
São elas: os elementos do Composto de Marketing, já vis-
tos por nós (produto, preço, distribuição e comunicação). * MARKETING MIX
Outras variáveis não podem ser controladas, mas de-
vem ser avaliadas e consideradas na tomada de decisões É o processo de adaptação das variáveis internas (con-
pela empresa. São elas, dentre outras: a legislação vi- troláveis) às variáveis externas (incontroláveis).
gente, aspectos religiosos, culturais, climáticos, sociais e
econômicos. Estas variáveis incontroláveis interferem no * Variáveis externas: algumas são previsíveis, outras mais
processo de venda, na medida em que o cliente recebe ou menos e, algumas, pouco.
seu impacto. Assim, determinadas religiões impedem que Ambiente
seus seguidores se vistam de determinada maneira (calças
compridas para mulheres), consumam certos alimentos
(carnes, por exemplo) ou mesmo assistam a certos lmes
e peças teatrais. A empresa deve conhecer o ambiente
UNIDADE 6
onde opera, evitando insucessos.
A atividade comercial e industrial é facilmente Sim-Sistema de Informação de Mar-
impactada por variáveis incontroláveis. A legislação keting
brasileira (federal, estadual ou municipal) impõe formas
de atuação, algumas vezes severas, como na lei que regula Os executivos de Marketing dependem de um uxo con-
as importações ou exportações, juros, taxas cambiais, pat- tínuo de informações com a nalidade de tomarem de-
entes, encargos sociais, etc. cisões. A informação reduz o nível de incerteza e procura
otimizar o processo decisório. O SIM deve gerar infor-
Ambiente de Marketing mações que possibilitem análises a respeito do desem-
penho inteiro e da atuação externa da empresa.
As informações necessárias podem ser conseguidas por
meio de registros internos da própria empresa ou por
meio de consultas ou pesquisas ao ambiente externo.
Empresa Microambiente Macro Ambiente O SIM deve estar integrado a um banco de dados atual-
Finanças (Mercado) Economia izado periodicamente, contendo as vendas efetuadas aos
Marketing Produção Cliente Tecnologia
Rec.Humanos Concorrente Legislação
clientes, os efeitos das promoções, os informes sobre os
Produto
Preço Suprimentos Fornecedor Cultura clientes, os dados sobre o ambiente da empresa e sua con-
Praça Política corrência.
Propaganda Social
Nesse sentido, podemos denir Sistema de In-
formações de Marketing como um complexo de relações
estruturadas, onde intervêm homens, máquinas e proced-
imentos, e que tem pôr objetivo gera um uxo ordenado

• 150
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

de informações pertinentes, provenientes de forças inter- correntes de êxito e procurar identicar o que zeram e o
nas e externas à empresa, destinadas a servir de base às que fazem para obter sucesso, de acordo com as caracter-
decisões de Marketing. ísticas de cada negócio, como exemplo:
Foco no negócio; Ponto comercial; Composição do mix
SIM de produtos; Seleção e treinamento de pessoal; Higiene
e limpeza; Disponibilidade de crédito; Rapidez na imple-
mentação das decisões Política de crédito; etc.
P
D R Homem
E O Máquina
C
C
E UNIDADE 7
I D
S I Homem Máquina
à M Pesquisa de Mercado
O E
T Homem Máquina
O
S O estudo deste texto dará a você a possibilidade de:
• Compreender a importância da pesquisa de mercado
no Sistema de Informações de Marketing - SIM.

Exemplo de utilização do SIM:


Nós já vimos que um sistema de informações de Market-
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DE VENDAS ing é importante na empresa. Mas como podemos obter
• Comparar as vendas em diversos períodos; esses dados ?
• Comparar as vendas por região; A princípio dentro da própria empresa. As es-
• Comparar as vendas da empresa com as vendas tatísticas de venda e as contábeis são importantes no
globais do ramo; âmbito interno. Externamente essas informações são
• Comparar as vendas realizadas com as previtas; buscadas em consultas a um determinado número de pes-
• Vericar o comportamento das vendas durante soas. Assim, se quisermos que nossos possíveis clientes
os períodos de esforço promocionais. nos digam quais suas necessidades, devemos perguntar a
eles.
ESTUDO DOS CLIENTES A pesquisa de mercado é, portanto, um me-
• Clientes atuais; canismo de Feedback entre clientes e a administração da
• Clientes éis; empresa. O feeedback melhora sem sem dúvida as opor-
• Clientes novos; tunidades de sucesso na comercialização de produtos e
• Clientes inativos; serviços, e na identicação de públicos-alvos que futura-
• Clientes potenciais. mente poderão ser clientes cativos da empresa. A eciên-
cia das técnicas de amostragem pode ser conrmada por
exemplos simples, como o exame de sangue, no qual o
DECISÕES médico coleta alguns centímetros cúbicos e projeta o re-
VENDAS CLIENTES
sultado para todo o sangue do organismo. Também a coz-
inheira, ao preparar uma sopa, por exemplo, experimenta
uma única colher e sabe se todo o conteúdo da panela
Promo- Previstas Inativos Novos
cionais tem bom sabor. O questionário deve ser elaborado ob-
Período Realizadas Atuais Potenciais jetivando as informações que se quer ter, e a coleta pode
ser realizada na forma de uma entrevista pessoal, por
Região Fiéis telefone ou pelo correio. Após o lançamento, ou mesmo
outras depois da venda, pesquisas devem ser realizadas com o
objetivo de medir o grau de satisfação do comprador com
o produto ou serviço adquirido. Com isto o administra-
Na atividade comercial e industrial o SIM se reveste de dor pode planejar melhor novos lançamentos, corrigindo
muita importância, na medida em que as informações eventuais incorreções ou valorizando os aspectos que
a respeito das vendas e do perl dos clientes podem ser foram plenamente satisfeitos.
rapidamente acessadas, permitindo decisões mais Podemos armar que a pesquisa de mercado é
ecazes. um termômetro capaz de reagir às variações do compor-
tamento de mercado e nos propiciar meios de comunica-
Benchmark ção com este mercado sincronizado, de forma a permitir
Benchmark nada mais é do que estudar a fundo os con- uma ação racional do processo de marketing.

• 151
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
A Pesquisa de Mercado é a maneira mais adequada de
ouvir dos clientes suas opiniões a respeito de um lança-
mento empresarial e das satisfações e insatisfações de
UNIDADE 8
seus clientes.
Segmentação de mercado
Pesquisa Exploratória
Após ler, atentamente, este texto, você poderá:
Busca obter dados preliminares para se conhecer melhor • Conceituar mercado e segmentação de mercado;
a natureza do problema e sugerir possíveis, soluções, no- • Identicar a sua importância e utilização.
vas idéias, ou denir com mais precisão o problema (ex-
emplo: exame de literatura pertinente, contato com pes-
soas experientes com o assunto, análise de casos exemplos Mercado

relevantes). É o conjunto de empresas/ pessoas que ofertam/ de-


mandam um determinado bem ou serviço.
Pesquisa Descritiva Os mercados são arenas competitivas onde se desen-
volvem os processos de troca.
Existe algum conhecimento prévio acerca do fenôme- Observando o comportamento do mercado cliente, per-
no, mas ainda há incerteza quanto às circunstâncias que cebemos que seus compradores têm preferências
ocorre, ou há necessidade de se fazer prognósticos espe- distintas pôr modelos, cores, tamanhos, status, etc.
cícos a seu respeito (exemplo: quantas pessoas fariam
uma ligação telefônica dentro de um avião por R$ 30 por Segmento de Mercado
chamada). SEGMENTO DO MERCADO –
TM É uma parte homogênea.
TM MERCADO –
Pesquisa Causal É o todo, representa 100%

Busca identicar relações de causa-efeito entre variáveis, A Segmentação de Mercado é o processo de identicar
e se possível a força dessas inter-relações (exemplo: será compradores com diferentes desejos ou necessidades e
que os passageiros fariam mais ligações se o telefone es- agrupá-los de acordo com a nalidade que têm entre si. É
tivesse próximo de sua poltrona, ao invés de estar no cor- a divisão do mercado em segmentos compostos de clien-
redor, perto do banheiro?). tes com características homogêneas.
Conjunto homogêneo de clientes em um dado
mercado, especicado a partir de critério preestabelecido.
Pesquisa de Painel Não só no mercado de carros, mas todo e qualquer mer-
cado geral se divide em submercados menores, mais ho-
Existe um método simples, barato e muito ecaz de pes- mogêneos e distintos entre si, chamamos segmentos. Um
quisa de mercado que é a pesquisa de painel, batizada de segmento de mercado é um grupo de indivíduos com car-
“comitê de clientes”. Escolha um local agradável, com acterísticas comuns como clientes.
água, chá, cafezinho e bolacha. Convide um grupo de Escolher um segmento, num dado mercado, signica de-
clientes do seu produto ou empresa para se reunirem e terminar qual parcela se pretende atingir e que critérios
conversarem sobre o produto, seus atributos, benefícios, serão utilizados para chegarmos aos seus clientes. Sele-
atendimento, etc. Conduza a reunião de acordo com o cionar um segmento como nosso mercado-alvo por dois
andamento, estimule os clientes a participarem, e oriente motivos principalmente: maior eciência, pois num mer-
a participação destes para a obtenção de respostas para a cado homogêneo temos mais facilidade de comunicação,
empresa.
clientes, éAo
umnal do encontro
estímulo para queofereça
voltemumou brinde para os
recomendem efeita
custos menores.
de acordo comA critérios
segmentação de mercado
geográcos, pode ser
psicográcos,
outros para participar. Grave ou lme o encontro e, de- demográcos.
pois, faça uma reunião com o seu pessoal para discutirem
sobre as colocações e as sugestões pertinentes dos clien- SegmentaçãoGeográca
tes, para dar consistência e credibilidade ao comitê.
Verica-se a enorme importância da pesquisa Este tipo de segmentação leva em consideração: região,
mercadológica no fornecimento de dados essenciais à estado, município, tamanho da cidade, densidade de ocu-
preparação de estratégias mercadológicas. pação do solo, clima, litoral x interior, zona rural x zona
urbana, etc.

• 152
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

SegmentaçãoPsicográca o cliente, no qual o principal agente é o correio. É, em


síntese, o envio de correspondência a clientes previa-
Esta segmentação diz respeito a: estilo de vida, personalidade,
mente selecionados, oferecendo produtos e serviços. O
status. É aqui que as Marcas são valorizadas. *E exemplo: texto tem que ser direto, explicativo e convencer o cliente
Mercado de tênis, no qual a marca tem cada vez mais a comprar, emocionando Seu sucesso depende de dois
peso, não importando o preço do produto. fatores: um texto bem preparado e uma listagem consti-
tuída pôr clientes potenciais.
SegmentaçãoDemográca
Telemarketing
Nesta segmentação são consideradas: classes sócio-
econômicas, sexo, idade, renda, prossão, instrução, re- Telemarketing é um sistema de ação comercial telefônica.
ligião, nacionalidade. No mercado empresarial é impor- Através do uso padronizado da ação telefônica, vende-

otante
casalconhecer o ciclo de
é recémcasado, vida das
quantos famílias,
lhos o casaloupossui,
seja, see mos produtos,
marketing podeserviços, e a imagem
ser receptivo, quandodarecebemos
empresa. ligações
O Tele-
a idade deles. Conhecendo o ciclo de vida das famílias, dos clientes ou transmissivo, quando fazemos ligações. A
podemos fazer campanhas publicitárias especícas, que base do Telemarketing é a elaboração de um script, ou
sensibilizem um ou vários segmentos do nosso mercado. seja, de um guia de conversação telefônica, que preveja
Quando você segmenta o seu mercado, está se especiali- as possíveis objeções dos clientes e modos de superá-las.
zando em atender certos tipos de clientes. A conversa deixa de ser um improviso e dá ao vendedor
a preparação adequada para a venda. O sucesso desta téc-
nica, como a da mala direta, também depende de uma
PENSE NISSO boa listagem. O script é fundamental e deve conter todas
as objeções e saídas, orientando para o fechamento da
venda.
“Uma empresa deve segmentar seu mercado, pois a seg-
mentação atinge com mais ecácia os objetivos de mar- Internet
keting propostos – a atenção à satisfação do cliente não
é pulverizada”. Internet é uma rede mundial de computadores, os quais
se comunicam (acesso a dados) através de protocolos-
padrão.
UNIDADE 9 Home page: página inicial de um site em que você dis-
ponibiliza seus produtos e serviços por meio de seu
escritório virtual. Certamente, ao ler este texto, você terá
Marketing Direto-Mala Direta, Tele- maiores conhecimentos sobre:
marketing e internet • Os motivos que levaram as empresas a utiliza-
rem técnicas de Marketing Direto;
Uma propaganda de TV atinge um número de pessoas • A importância do telemarketing e da internet
muito maior do que os nossos clientes potenciais. Por nas vendas.
exemplo, de todas as pessoas que assistem a comerciais, A utilização das três técnicas leva à formação de um ban-
apenas um grupo pode e quer comprar um móvel. Se di- co de dados, com informações detalhadas sobre os
rigirmos nossa comunicação exatamente para o segmento clientes (sexo, idade, classe, ocupação etc.), para que se
especíco de clientes potenciais, iremos gastar menos, e possa desenvolver programas de relacionamento com
com uma ecácia maior. Essa comunicação dirigida a um clientela, cujo objetivo nal é tornar o cliente el à marca.
determinado segmento de mercado se opõe ao Marketing Na atividade empresarial, ações de Marketing Direto são
de massa, reduzindo a dispersão. fundamentais para criar um database, isto é, um
Chama-se Marketing Direto e para fazermos uso arquivo contendo
clientes em termos informações a respeito do local
de classe sócio-econômica, perldados
dele, contamos com o correio - Mala Direta - ou com o
telefone, Telemarketing, ou ainda com o computador, residência, hobby, faixa etária etc. É fácil perceber o valor
Internet. O Marketing Direto tem como intenção gerar de um arquivo contendo esses dados - quando a
uma interação, um diálogo entre o cliente e a empresa. empresa vai lançar um empreendimento imobiliário pode,
Apoiado na tecnologia (correio, informática, telefonia) através da mala direta ou de ligações telefônicas, se
busca a interatividade. aproximar melhor do público objetivado.

Mala Direta

Mala Direta é o processo de comunicação direto com

• 153
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

volvidas no ponto de venda com o objetivo de estimular


as vendas de um produto ou serviço.
GLOSSÁRIO Mídia – Adaptação em português do inglês Media, sig-
nicando os meios de comunicação.
Mix (ingl.) – Composto.
Brieng (ingl.) – Resumo. Trata geralmente de um re- Outdoor (ingl.) –Propaganda ao ar livre. Cartaz de pro-
sumo dos fatos relativos à elaboração de uma campanha paganda para uso externo.
de propaganda, fornecidos pelo cliente à agência. Percepção – O ato, efeito ou faculdade de perceber.
Broadside (ingl.) – Tipo particular de folheto, utilizado Pesquisa – A coleta e análise interpretativa de fatos rela-
pelos vendedores para mostrar, ilustrando, todos os pon- tivos a um determinado fenômeno.
tos e argumentos de venda referente a um produto ou a Portfólio – Álbum de apresentação dos serviços de uma
uma linha de produtos ou serviços. empresa para seus clientes.
Case (ingl.)
Ciclo – Fato
de vida acontecido
– Todo produtoquetem
serve paraciclo
o seu exemplo.
de vida. Produto
ponto genérico
de vista – O produto
da necessidade visto aestritamente
especíca do
que se destina.
Como se fosse uma criatura humana, nasce, cresce, envel- Produto intangível – Produto que não pode ser tocado,
hece e morre. que não é concreto. Assim, são às vezes, designados os
Design (ingl.) – No contexto, muito mais do que simples serviços.
desenho de um produto, mas a sua concepção global em Produto tangível – Aquele produto que pode ser tocado,
termos de formas e praticidade, dentro de uma ótica do que é concreto.
usuário. Script (ingl.) – Escrito. Termo geralmente utilizado para
Display (ingl.) – Mostruário. Material de ponto de venda o texto de um programa de rádio, televisão ou lme cin-
para exibir produtos. ematográco.
Elite – Em marketing, diz-se do segmento social dos Slogan (ingl.) – Frase curta, de efeito, de fácil memoriza-
consumidores mais exigentes, ou daqueles que têm o ção, que se identica com o produto anunciado..
poder aquisitivo maior. Status (lat.) – signica a posição num sistema social ou
Empatia – Em psicologia, é a tendência para sentir o que ainda a posição no que diz respeito à distribuição de
sentiria a outra pessoa, como se estivéssemos vivendo a prestígio dentro do sistema social.
sua situação e circunstâncias. Target (ingl.) – Alvo. Muito utilizado em marketing e
Enquete – O mesmo que pesquisa ou estudo (de opinião propaganda para designar aquele segmento de mercado
ou de mercado). que é o objetivo principal do anunciante ou da empresa
Estratégia – Aplicação dos meios ou recursos dis- atingir.
poníveis visando à execução de objetivos. Tática – Originalmente, é a arte de manobrar tropas. O
Estraticação – Termo utilizado em pesquisa de merca- termo pode ser empregado de forma gurada para des-
do para se obter uma amostra representativa dos diversos ignar os meios que se coloca em prática para atingir um
setores ou segmentos que se pretende pesquisar. objetivo ou para sair-se bem de alguma coisa.
Feedback (ingl.) – Processo de controle pelo qual o re-
sultado do desempenho de um sistema é programado
para atuar sobre o impulso alimentador do mesmo siste-
ma, permitindo estabelecer correções a partir dos erros
vericados.
Fidelidade – Diz-se do comportamento de determinado
segmento de consumidores que adquirem sempre um de-
terminado produto ou serviço da mesma marca.
Folder (ingl.) – Peça promocional em papel dobrável Hi-
erarquia das Necessidades – Modelo criado pelo psicólo-
go americano
arquizar, Abraham
ou atribuir MASLOW,
valores na vários
relativos aos tentativa de hier-
estímulos
de ordem psicológica ou social, que levam as pessoas a se
comportarem de determinadas maneiras.
Marke-Share (ingl.) – O mesmo que Share, Share of
Market, e participação no Mercado.
Marketing-Mix (ingl.) – Livremente traduzido como
“composto de marketing”. Conjunto de recursos internos
da área de marketing de uma organização que são mobili-
zados na sua estratégia de marketing.
Merchandising (ingl.) – Conjunto de atividades desen-

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMORIM, Luiz. Por que os vendedores não vendem


mais? Casa da Qualidade. 2001.
COBRA, Marcos. Administração de marketing. São Pau-
lo: Atlas.
COBRA, Marcos. Como estimular e controlar vendas.
São Paulo: Cobra Editora.2000.
COBRA, Marcos. Marketing: magia e sedução. São Pau-
lo: Áurea, 200.
COSTA, Jane Iara Pereira da. Marketing: noções básicas.
Imprensa Universitária da UFSC, Santa Catarina,
1987.
ERVILHA, Antonio de Jesus Limão. Habilidades de ne-
gociação: as técnicas e a arte de seduzir nas
vendas. Nobel. 2001.
FARBER, Barry J. Supersegredos de vendas. Rio de Ja-
neiro: Qualitymark. 2001.
HIAM, Alexander. Marketing: o jeito divertido de apren-
der. Campus, Rio de Janeiro, 1999.
HOFFMANN, K. Douglas. Princípios de marketing de
serviços: conceitos, estratégias e casos. São Paulo:
PioneiraThomson Learning, 2003.
KOTLER, Philip & ARMSTRONG, Gary. Princípios de
Marketing. Prentice-Hal do Brasil, Rio de Janeiro, 1998.
KOTLER, Philip. Administração de Marketing: análise,
planejamento, implementação e controle. Atlas, São
Paulo, 1999.
LEIBFRIED, Kanthleen H.J. Benchmarking: uma ferra-
menta para a melhoria contínua. Campus, Rio de Janeiro,
1994.
LOBATO, David Menezes. Administração Estratégica –
uma visão orientada para a busca de vantagens competiti-
vas. P & C de Botafogo, 1997.
REGIS, Mckenna. Marketing de Relacionamento: estra-
tégias bem-sucedidas para a era do cliente. Campus, Rio
de Janeiro.
ROCHA, Angela da & CHRISTENSEN, Carl. Mar-
keting: Teoria e Prática no Brasil. Atlas, São Paulo, 1998.
ROMERO, Rubens Ramon. Marketing: para pequenas e
médias empresas. Érica, 1998.

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

• 156
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

EXERCÍCIOS
Marketing imobiliário

1. Nos dias de hoje, qual o principal objetivo do marketing?

a) é conhecer bem o produto


b) é conhecer e compreender muito bem o cliente
c) é desenvolver habilidades de venda
d) é oferecer o produto

2) Há uma conhecida expressão na língua portuguesa que pode se aplicar ao marketing. Identique-a:
a) Quem avisa amigo é
b) Deus ajuda quem cedo madruga.
c) A propaganda é a alma do negócio.
d) Tempo é dinheiro.

3. O que é considerado importante na análise do comportamento de vendas?

a) Comparar as vendas somente num determinado período


b) Não analisar as vendas durante as promoções
c) Fazer apenas o que os concorrentes fazem
d) Comparar as vendas da empresa com as vendas dos concorrentes

4. O termo inglês, marketing-mix, que signica o conjunto de recursos internos mobilizados por uma organização na
sua estratégia de marketing, é conhecido pela seguinte tradução livre em português:

a) segmentação de mercado
b) venda promocional
c) marketing direto
d) composto de marketing

5. Quais são os três recursos mais importantes do “marketing direto”?

a) correio, lme e internet


b) correio, cinema, lobby
c) mala direta, telemarketing e internet
d) mala direta, jingle, cinema

6. O conceito de marketing implica:

a) o lucro e satisfação do cliente


b) o lucro sem interesse pelo cliente
c) o cliente acima de tudo
d) a privilegiar a situação econômica cliente

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
7. Ao longo de sua história o MARKETING passou por três fases importantes. Pela ordem, quais seriam essas fases?

a) vendas, lobby e produção


b) marketing, marketing-mix e vendas
c) mercado, vendas e negócios
d) produção, vendas e marketing

8. No mundo do marketing o que signica a sigla SIM?

a) Sistema Integrado Nacional


b) Sistema do Mercado Mundial
c) Sistema de Informações de Marketing
d) Sistema de Promoções do Mercado

9. Como se reconhece que um produto está em declínio?

a) quando ocorre o decréscimo das vendas e dos lucros


b) quando o produto demora a ser entregue
c) quando o cliente compra, mas reclama da qualidade
d) quando o lucro ca estável

10. Por que a escolha da marca é uma estratégia importante?

a) porque a marca distingue os funcionários da empresa


b) porque a marca distingue a empresa, mas não o produto
c) porque a marca distingue os compradores
d) porque a marca distingue o produto e/ou a empresa dos demais

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

DESENHO ARQUITETÔNICO

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

• 160
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

INTRODUÇÃO

Caro aluno, vamos agora iniciar o estudo do desenho arquitetônico e das técnicas de construção civil. Na

prossão de Corretor de Imóveis você, muitas vezes, deverá ter em mãos uma planta baixa de algum projeto

arquitetônico, onde deverá mostrar ao cliente os detalhes e os diferenciais deste imóvel.Você certamente

também irá visitar alguma obra ou aconselhar o seu cliente sobre algum detalhe do projeto deum imóvel. Para

tudo isto, você deverá ter noções de um projeto arquitetônico e de como se procede numa construção civil.

Nesta disciplina você aprenderá tudo isto, fazendo um bom trabalho perante o cliente e ganhando a sua

conança.

Bom estudo!

• 161
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

• 162
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

e atividades correlatas, no mundo, com o objetivo de fa-


cilitar as trocas internacionais de bens e serviços e desen-
UNIDADE 1 volver a cooperação nos campos da atividade intelectual,
cientíca, tecnológica e econômica.O trabalho técnico
O Desenho Técnico da ISO consiste no desenvolvimento de acordos inter-
. nacionais, através de processo consensual, para aplicação
SEÇÃO 1 voluntária. Estes acordos são publicados como Normas
Internacionais, das quais a ISO elaborou, até o presente,
O Desenho Técnico um número superior a dez mil normas.

Você já ouviu falar ou leu alguma Você sabe o que é normalização?


coisa sobre desenho técnico?

Procure, com suas próprias palavras, escrever o que você Segundo


ece, a ABNT,
em relação normalização
a problemas é a atividade
existentes que estabel-
ou potenciais, pre-
sabe sobre o assunto nas linhas abaixo: scrições destinadas à utilização comum e repetitiva com
No seu contexto mais geral, o desenho técnico engloba vistas à obtenção do grau ótimo de ordem em um dado
um conjunto de metodologias e procedimentos necessári- contexto.
os ao desenvolvimento e comunicação de projetos, con- Os objetivos da normalização, conforme a ABNT, são:
ceitos e idéias e, no seu contexto mais restrito, refere-se à
especicação técnica de produtos e sistemas. Não é de Economia Proporcionar a redução da crescente variedade
estranhar que com o desenvolvimento das tecnologias da de produtos e procedimentos.
informática e dos sistemas de informação a que se assistiu
nas duas últimas décadas, os processos e métodos de Comunicação Proporcionar meios mais ecientes na tro-
representação gráca, utilizados pelo desenho técnico, ca de informação entre o fabricante e o cliente, melhoran-
tenham também visto uma profunda mudança. Passou-se do a conabilidade das relações comerciais e de serviços.
rapidamente da régua T e esquadro às máquinas de de-
senhar, aos softwares de desenho 2D (desenho em duas Segurança Proteger a vida humana e a saúde.
dimensões, ou seja, com visão plana, sem a idéia de pro-
fundidade), e mais recentemente a uma tendência para a Proteção do Consumidor Prover a sociedade de meios
utilização generalizada de sistemas de modelação geomé- ecazes para aferir a qualidade dos produtos.
trica 3D (desenho em três dimensões, ou seja, com uma
representação que dá idéia de profundidade). Eliminação de Barreiras Evitar a existência de regula-
Atualmente, os projetos, na sua grande maioria, são elab- Técnicas e Comerciais men tos conitantes sobre
orados em programas de computadores, citamos aqui os produtos e serviços em diferentes países, facilitando as-
programas conhecidos como CAD, entre eles, um dos sim, o intercâmbio comercial.
mais utilizados e conhecidos é o AutoCAD.

Na prática, a Normalização está presente na fabricação


SEÇÃO 2 dos produtos, na transferência de tecnologia, na melhoria
da qualidade de vida através de normas relativas à saúde,
A Normalização à segurança e à preservação do meio ambiente. Você con-
Na elaboração de projetos nas áreas de Engenharia, Ar- segue imaginar se não existissem normas regulamentadas?
quitetura e ans, precisamos obedecer e seguir um padrão Não existiriam tijolos de mesmo padrão, as tomadas elé-
de representações grácas que estejam de acordo com as tricas não se encaixariam, pois cada fabricante faria um
normas brasileiras. tipo diferente. As instalações hidráulicas seriam diferen-
A Associação Brasileira de Normas Técnicas – tes para cada
verdadeiro fornecedor,
caos e assim
não é mesmo? Por por
isto diante...
que a ABNTSeria está
um
ABNT, é o órgão responsável pela normalização e certi-
cação de produtos e serviços. A ABNT é a representante constantemente scalizando e regulamentando produtos
ocial do Brasil da ISO - International Organization for e procedimentos, para que a nossa vida seja mais tran-
Standardization, desde a sua criação, em 1947. qüila.

SAIBA MAIS EXEMPLO:


Blocos de concreto
ISO, é uma federação mundial de organismos de normal- Blocos de concreto são componentes de grande aceitação
ização nacionais de, aproximadamente, 120 países. Sua na atualidade. São versáteis, tendo aplicação na execução
missão é promover o desenvolvimento da normalização, de muros divisórios, alvenarias estruturais e de vedação,

• 163
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
execução de piscinas, etc. Não é difícil encontrar precisamos utilizar o desenho com escalas.
estes componentes nas lojas que comercializam materiais
para construção. Como são chamadas as escalas que reduzem
No entanto, adquirir blocos de concreto de qualidade... o desenho ?
Bem, aí começa a complicar. Com a proliferação de eq-
uipamentos utilizados na fabricação de artefatos de con- Existem alguns tipos de escalas que você poderá utilizar
creto, surgiu no mercado uma linha de “fabricantes” que para reduzir o tamanho real. São chamadas
produzem blocos de qualidade inaceitável, sem a mínima
observância às normas técnicas pertinentes ao assunto, e ESCALAS DE REDUÇÃO.
não raras vezes, sem a presença de um prossional técni-
co na etapa de produção. Controle tecnológico, dosagem Algumas plantas utilizam este tipo de escala:
adequada e processos de cura simplesmente não existem. 6 Planta Baixa;
Apesar
er disto, estesnopseudo
seus produtos fabricantes
mercado, conseguem vend-
devido principalmente ao 6 Planta de Situação;
Elevação.
preço mais baixo e à falta de conhecimento técnico por
parte de quem compra. Este procedimento congura em Como chamamos as escalas que ampliam algum objeto?
uma falta de respeito com o consumidor nal, e ainda Além das escalas de redução você também pode usar
gera uma concorrência desleal perante aqueles fabricantes ESCALAS DE AMPLIAÇÃO, estas são usadas quando
que se preocupam em oferecer ao mercado produtos de queremos desenhar um objeto de dimensões ampliadas
qualidade, e dentro do que estabelecem as normas técni- em relação ao objeto real. Geralmente é usada para rep-
cas da ABNT. resentações de detalhes construtivos ou de peças muito
Para estimular a conformidade e contribuir para pequenas.
a melhoria na qualidade dos sistemas construtivos, à base
de cimento, a Associação Brasileira de Cimento Port- Portanto, a escala é a relação entre cada medida de de-
land - ABCP está conferindo o Selo de Qualidade para senho e a sua dimensão real no objeto.
os fabricantes que aderirem ao programa. Artefatos de
concreto que estão recebendo o selo de qualidade: blocos a) ESCALAS DE REDUÇÃO: são escritas com nu-
vazados de concreto simples para alvenaria sem função merador igual à unidade.
estrutural – NBR 7173/82; blocos vazados de concreto 1:2,5 – 1:5 – 1:10 – 1: 20 – 1: 25 – 1: 50 – 1: 100 – 1:200 -
simples para alvenaria estrutural – NBR 6136/94; peças 1:500 – 1:1000.
de concreto para pavimentação - NBR 9781/87. Usando
blocos certicados pela ABCP, você tem a certeza de es- EXEMPLO:
tar adquirindo produtos de qualidade, com resistência ad- Se quisermos representar o desenho de uma casa, em que
equada à aplicação, dimensões regulares, boa aparência e cada medida do desenho corresponde a cinco vezes me-
durabilidade. nos que a medida real, representaremos por 1:5.
1:5 corresponde à
1=D
SEÇÃO 3 R
onde, D é a medida do desenho e R é a medida real.
Os Tipos de Escalas
Nesta mesma casa, imaginemos a altura de uma parede
Para que você possa representar o projeto de uma obra no ter 2,5m.
tamanho de uma folha de papel, utiliza-se o que chama- Para representarmos no desenho, teremos que dividir a
mos de escala. As escalas são muito utilizadas em projetos medida por cinco, ou seja:
porque são elas que permitem que façamos uma redução 2,5= 0,50 m
dos
andodesenhos
todas as que precisamos
medidas ter em nossas
proporcionais plantas
ao objeto real. deix- Isto signica que, a cada 50 5cm do desenho, corresponde
a 2,5 m da realidade da obra.
EXEMPLO Pode-se dizer, também, que a medida desenhada é cinco
Planta é um desenho vezes menor que o tamanho real.
que representa todas as b) ESCALAS DE AMPLIAÇÃO: são escritas com nu-
particularidades de uma meradores variados, conforme a ampliação desejada.
construção, projetadas 2:1 - 5:1 - 10:1 - 20:1 - 100:1 - etc.
numa superfície horizontal. Estas escalas são assim escritas, de acordo com as
Para uma casa poder ser desenhada em um papel de ta- NB-13R, normas brasileiras de desenhos técnicos de má-
manho obviamente muito menor às dimensões reais, quinas e de estruturas metálicas.

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

preensão ou na confecção de um projeto


EXEMPLO: arquitetônico.
Se quisermos representar o detalhe de uma fechadura, 1) ÂNGULOS
por exemplo, de 3cm, ampliando 5 vezes o tamanho real, Ângulo é a gura formada por duas semi-retas distintas
utilizaremos a escala 5:1 , a mesma apareceria no desenho de mesma srcem.
com o tamanho de,
EXEMPLO:
5 × R = D onde, D é a medida do desenho e R é a medida O ângulo de 45º, ao lado, é formado
real: por duas semi-retas de mesma srcem.
5 × 3 = 15 cm
Neste caso, como queremos ampliar a representação, a) Elementos de um Ângulo:
devemos multiplicar. Portanto, a fechadura do exemplo

acima
15 cm.deverá aparecer no desenho com um tamanho de VÉRTICE: é o ponto de srcem das semi-retas
Pode-se dizer, também, que a medida desenhada é 5 vezes que formam o ângulo.
maior que o tamanho real. As escalas de redução e de am- LADOS: são as semi-retas que formam o ângulo.
pliação são chamadas numéricas ou métricas. As escalas ABERTURA: é o afastamento entre os lados, a
devem ser lidas, 1:50 (um por cinqüenta) , 1:10 (um por partir do vértice.
dez), 1:25 (um por vinte e cinco), 10:1 (dez por um), etc.
É importante ressaltar que só podem ser utiliza- b) Região Angular
das as escalas permitidas pela NB-13R. Nunca utilizar um Região angular é a região do plano, denida e limitada
valor numérico aleatório. pela parte interna de um ângulo, inclusive seus lados.
Um ângulo divide o plano que contém em duas regiões:
c) ESCALA GRÁFICA: é a representação da escala região externa e região interna.
numérica, seccionando um segmento de reta em várias
partes iguais e obedecendo a um plano de desenho pre- c)IdenticaçãodeÂngulo
viamente estabelecido. Os ângulos também podem ser identicados com acen-
tos circunexos em letras minúsculas do alfabeto
EXEMPLO: grego ou em letras maiúsculas do nosso alfabeto
Na escala gráca correspondente a 1:50 cada metro é rep-
resentado por segmentos iguais a 2cm, pois: Ângulo  ou
1 m ÷ 50 = 0,02 m = 2 cm

d) Ângulo Reto
Duas retas são perpendiculares
quando se interceptam, formando Ângulo Reto
quatro ângulos de mesma medida.
Já nas escalas de ampliação devemos proceder exatamente Cada um dos ângulos formados recebe o nome de ângulo
ao contrário, isto é, devemos multiplicar. reto.
Assim, se escolhermos a escala 10:1, teremos um objeto
cujo tamanho real seja 1cm (um centímetro) será O grau, simbolizado por “º”, resulta da divisão do ângulo
desenhado com o tamanho de dez centímetros. reto em 90 partes congruentes (iguais). Submúltiplos do
Na escala gráca teremos: grau:
Cada grau (1º) em 60 minutos
Cada minuto (1’) tem 60 segundos

PONTO CHAVE:

1º = 60’ (1 grau é igual a 60 minutos)


SEÇÃO 4 1’= 60” (1 minuto é igual a 60 segundos)
1º = 60’= 3600”
Geometria Plana
Nesta seção você vai estudar as principais guras geomé- e)ClassicaçãodeÂngulos
tricas e como se realizam os seus respectivos cálculos de Os ângulos são classicados de acordo com as aberturas
área, pois você sentirá necessidade de utilizá-las na com- que representam:

• 165
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Ângulo Características Triângulo escaleno: possui os três lados com medidas


Gráco diferentes.
Agudo É um ângulo cuja medida é maior do
que 0o e menor do que Dicas:
90o. Ao lado temos um ângulo de 45o.
Reto Um ângulo reto é um ângulo cuja me- Todos os triângulos possuem três ângulos internos, sendo
dida é exatamente 90o. Assim os seus a soma desses ângulos sempre igual a 180°.
lados estão localizados em retas per- Quando um destes ângulos tem 90°, em um de seus vér-
pendiculares.
tices, dizemos que ele é um triângulo retângulo.
Obtuso É um ângulo cuja medida está entre
90 graus e 180 graus. Na Ceter – Instituto do Corretor
gura ao lado temos o exemplo de um Desenho Arquitetônico e Noções de Construção Civil 11
ângulo obtuso de 135 Para calcularmos a área de um triângulo basta multiplicar-
graus
Raso É um ângulo cuja medida é exata- mose adividirmos
(h) medida dapor
sua2,base (b)apela
anote medida da sua altura
fórmula:
mente 180o, os seus lados
são semi-retas opostas. Neste caso os
seus lados estão A =(b × h)
localizados sobre uma mesma reta. 2

4) RETÂNGULO
2) POSIÇÃO RELATIVA ENTRE RETAS O retângulo é uma gura composta por 4 lados perpen-
Posições relativas entre retas são posições que duas ou diculares entre si, porém não possuem as mesmas
mais retas relacionadas entre si ocupam no espaço: medidas, pois sua altura tem dimensões diferentes da sua
Retas Paralelas: são retas que não possuem nenhum base. O cálculo de sua área é dado por:
ponto em comum. Mesmo se prolongando até o innito, A=b×h
nunca se encontram e mantêm sempre a mesma distância
entre elas.
Retas Coincidentes: são aquelas que possuem todos os Altura (h)
pontos em comum.
Retas Concorrentes: são retas que possuem apenas um Base (b)
ponto em comum. Podem ser perpendiculares ou 5) QUADRADO
oblíquas: Esta gura é formada por quatro lados (quadrilátero =
gura plana de quatro lados) e todos devem possuir
a) Retas Concorrentes Perpendiculares b necessariamente as mesmas medidas e também devem ser
São retas concorrentes que formam um p
a compostos por ângulos internos iguais a 90°.
ângulo reto (90°) entre si. O princípio do cálculo de sua área é bem simples, como
no retângulo, basta multiplicarmos a sua base pela sua
b) Reta concorrente oblíqua altura. Como a medida de seus lados é sempre igual, o
São retas que se interceptam, formando valor da base é igual ao valor da sua altura, que
ângulos diferentes de 90º. chamaremos de lados (L) do quadrado. Logo, o cálculo de
sua área é dado por:
3) TRIÂNGULO L A = L2
O triângulo é a gura geométrica que possui três lados.
Quanto às dimensões de seus lados, os triângulos podem
ser do tipo Eqüilátero, Isósceles ou Escaleno: L
Lado L
6) LOSANGO
Vértice O losango também é um polígono (gura plana formada
por uma linha, com vários ângulos, fechada) de 4 lados
iguais, mas ao contrário do quadrado, deve possuir ângu-
Triângulo eqüilátero: é aquele que possui os 3 lados ex- los internos diferentes de 90°.
atamente com as mesmas medidas. Assim, possuirão duas diagonais de medidas diferentes e
Triângulo isósceles: é aquele que possui apenas dois de aqui representadas por D e d.
seus lados com a mesma medida. O cálculo de sua área é dado por:

• 166
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Você também cou sabendo que o órgão responsável


A = (D × d ) pela normalização técnica, no Brasil, é a ABNT, que rep-
2 resenta a ISO (International Organization for Standard-
ization), organização que reúne normas de cerca de 120
países. Na seção 2, você aprendeu que as escalas numéri-
cas podem ser de redução, ampliação e real. A escala de
redução signica que o desenho é menor que o objeto
desenhado. É usada quando o objeto é muito grande e
7) PARALELOGRAMO não temos como representá-lo gracamente. A escala de
Semelhante ao losango, também é um polígono formado ampliação signica que o desenho é maior que o objeto
por quatro lados paralelos dois a dois, porém possuem desenhado. É usada quando o objeto é muito pequeno e
duas medidas diferentes para cada par de lados. sua representação não será nítida. As escalas numéricas
O cálculo
de sua basedepela
sua sua
áreaaltura,
é simples e dadofórmula
conforme pela multiplicação
a seguir: são seja,
ou assimo representadas: de redução:
desenho é a metade 1:2 desenhado;
do objeto (um por dois),
de
A=b×h ampliação: 2:1 (dois por um), isto é, o desenho é duas
vezes maior que o objeto desenhado; real: 1:1 (um por
um), ou seja, o desenho é igual ao objeto desenhado. Você
também relembrou as principais guras geométricas e a
fórmula para cálculo de suas áreas, que serão muito uti-
8) TRAPÉZIO lizadas nos projetos de construção civil.
Esta gura é formada por quatro lados, sendo dois de Agora que você já possui os fundamentos, vamos entrar
seus lados, paralelos e de medidas diferentes, lados estes no estudo dos projetos arquitetônicos, nesta próxima uni-
que chamamos de base maior e base menor. Representa- dade.
mos a base maior por B, a base menor por b e a altura por
h. O cálculo da área de um trapézio é dado pela seguinte REFERÊNCIAS
fórmula:
CARDÃO, Celso. Técnicas de Construções I e II. Belo
Horizonte: Arquitetura e Engenharia, 1969.
A = (B + b) ×h LELLI, Marcelo & IMENES, Luiz Márcio. Matemática
2 para Todos. São Paulo:
Scipione. 2002.
NEIZEL, L. Desenho Técnico para a Construção Civil.
São Paulo: E.P.U. 1979. OBERG, Lamartine. Desenho
Arquitetônico. 21ª ed. Rio de Janeiro: ao Livro Técnico.
1976.
9) CIRCUNFERÊNCIA RIBEIRO, Benedito. Manual do Técnico em Transações
Imobiliárias. Goiânia: Ed. AB. 1987.
Toda circunferência possui um determinado Raio ou SILVA, Eurico de Oliveira e ALBIERO, Evando. Desen-
Diâmetro pelo qual podemos calcular sua área. A relação ho Técnico Fundamental. São Paulo: Editora Pedagógica
entre Raio e Diâmetro é de 1:2, ou seja, o Raio (R) tem e Universitária. 1977.
exatamente a metade da medida do Diâmetro
(D).
A área da circunferência é dada por:
2
A = p × R2 ou
UNIDADE 2
A=p×D
4 O Projeto Arquitetônico
RESUMO
SEÇÃO 1
Nesta unidade você aprendeu que as normas técnicas
são um processo de simplicação e padronização de pro- O Projeto Arquitetônico
cedimentos e produtos. Que as normas xam padrões de
qualidade; padronizam produtos, processos e procedi- Em qualquer edicação, de maior ou menor complexi-
mentos; consolidam difundem e estabelecem parâmetros dade, é imprescindível obedecer a um trabalho prelimi-
consensuais entre produtores, consumidores e especialis- nar, antes mesmo de se assentar o primeiro tijolo na obra.
tas; e regulam as relações de compra e venda. Esta etapa que precede o início real da obra denomina-se
fase de programa, ou seja, é a fase do seu planejamento,

• 167
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
que tem início com os contatos do prossional respon- ter. As diferentes dependências devem ter suas áreas pro-
sável pelo projeto para captar os desejos do cliente e de- porcionais de tal forma que atendam aos objetivos do cli-
terminar diretrizes para o início de seus trabalhos. Plane- ente e que o acréscimo de área em uma dependência não
jar, em Arquitetura tem o signicado de programar, isto implique o sacrifício na funcionalidade de outra. As in-
é, denir o tipo de espaço da obra, condicionados a diver- úmeras possibilidades existentes na ordenação dos espa-
sos fatores. Em uma residência os espaços são denidos ços e suas interdependências são exploradas pelo projetis-
pelo número de quartos, banheiros, vagas para carros na ta, de forma simples e consciente, na elaboração de vários
garagem, quartos de empregada, salas, etc. Conforme o croquis (Primeiro esboço de um projeto arquitetônico)
arquiteto e urbanista Siegbert Zanettini, premiado pelo que propiciem o aprimoramento de soluções na concep-
Centro Universitário São Camilo com o título de arquite- ção arquitetônica e nas aspirações do proprietário. A fase
to do ano: “A arquitetura é denida como o resultado seguinte, o anteprojeto, destina-se a dar maior consistên-
físico e espacial do encontro equilibrado e harmônico do cia ao estudo preliminar. Neste, a preocupação é com as

émundo racional
o encontro doe conhecimento
o mundo sensível. Ou seja,
sensível coma arquitetura
o conheci- edimensões,
áreas, queassão
proporções e as interrelações
uma constante em todas asdos espaços
fases deste
mento racional.” processo criador. Nesta etapa devem-se ter a denição
Ele salienta que o principal erro cometido na elaboração do sistema estrutural e de instalações, além de todos os
do projeto arquitetônico é a questão funcional. outros fatores já determinados anteriormente como, ori-
entação solar, vento, acesso, topograa, custos, etc.
Programa é o conjunto das neces-
sidades funcionais e sociais dos mo- Nesta fase, a comunicação
radores que serve de orientação ao entre o projetista e o cliente
arquiteto para a elaboração do projeto. deve ser constante, pois é o
momento em que serão de-
De posse da denição destes espaços e associando-se a nitivamente cristalizados as
outros solicitados pelo cliente (como por exemplo, área aspirações e os desejos do
desejada, recursos disponíveis, número de pavimentos) e, proprietário na forma de um
levando-se em conta fatores como clima, aeração, insola- projeto.
ção (quantidade de energia térmica proveniente dos raios
solares, recebida por uma construção.), estilo e topogra- EXEMPLO:
a, o projetista inicia o trabalho da transformação do A modernização dos hospitais e sua relação com a quali-
programa na ordenação dos espaços, inter-relacionando- dade dos serviços, e os investimentos das instituições de
os em suas diferentes funções. Concluída esta etapa, o saúde na melhoria do espaço são temas extremamente
projetista, através de informações do cliente, capta as ne- atuais com os intensos investimentos públicos e privados
cessidades comuns e os desejos individuais divergentes, na área da saúde.
além das condições socioeconômicas e culturais daquela Uma boa parte da rede privada estava desatualizada. As
família, e passa às etapas seguintes. atividades clínicas e toda a comunicação interna, controle
Topograa é a análise e representação de infecções e segurança passou a ter uma evolução muito
gráca detalhada de um terreno que grande e os edifícios não acompanharam essa evolução.
direciona toda a implantação da con- Muitos deles mantinham ainda a visão de pavilhões, com
strução; é a reprodução gráca de um vários leitos e um sanitário geral, que eram as antigas en-
terreno, incluindo aclives, declives e ir- fermarias. Os hospitais, quando tiveram toda essa trans-
regularidades. formação na demanda e serviços de melhor qualidade,
começaram a investir no edifício.
Superada a etapa denominada de programa, passemos à Em meados da década de 90, em que novas estruturas e
fase seguinte, o estudo preliminar (quando se verica a soluções surgiram, os hospitais que se adiantaram nesse
viabilidade de uma solução que dá diretrizes ou orienta- processo e tiveram uma visão mais progressista investiram
ções
ser naaoordenação
ante-projeto), em que as preocupações passam a
das proporções em hotelaria,
a ganhar infra-
espaço e terestrutura, diagnósticos,
um retorno disso. e começaram
e suas medidas. Os que até então nada tinham feito perderam
Ante-projeto são as primeiras linhas clientela, não pelo serviço médico que poderiam prestar,
traçadas pelo arquiteto em busca de mas pelo espaço oferecido. Se um quarto é mal resolvido,
uma idéia ou concepção para desen- o banheiro precário, sem equipamentos, ar condiciona-
volver um do, frigobar, televisão, o paciente acaba de certa maneira
identicando a qualidade do atendimento com a do es-
Quais são estas preocupações? paço. A partir daí começou uma transformação marcante,
e isso se estendeu para as demais áreas do hospital. A
Ordenar proporções é o cuidado que todo projetista deve medida em que se melhora o padrão para o paciente, for-

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

çosamente tem que melhorar o padrão para o pessoal que na frente. A fachada é a exteriorização do projeto, é a
trabalha: enfermeiras, médicos, corpo clínico. Existem forma que a obra adquire. Fachada ou vista frontal é a
hospitais que não possuem nem lugar para os médicos se vista ortográca da face da edicação em relação ao lo-
reunirem para tomar um café, depois de uma cirurgia lon- gradouro, onde está situado o observador.
ga ou um procedimento cansativo. Essa intervenção que
começou a inuenciar positivamente pacientes e acom-
panhantes, se estendeu também para todo o corpo clínico.
As áreas de estar, de atendimento, de permanência, re-
feitórios começaram ganhar expressão. A evolução no es-
paço interno trouxe recentemente uma preocupação com
a área externa, que também era obsoleta.
A imagem de um hospital tem uma importância

muito
dos grande.
tiveram Osaceitação
uma que foram revitalizados
muito grande doe hospital
moderniza-
pe-
los clientes. A qualidade deixa de estar embutida e passa No momento em que a fachada é imaginada, a posição do
a car expressa, com outra perspectiva que antigamente observador (projetista) é aquela em que ela é idealizada
não se tinha. Bem, agora que você já sabe quais as etapas em um único plano, como uma forma achatada.
anteriores a um projeto propriamente dito, vamos ao Pro- A fachada principal é obrigatoriamente apresentada no
jeto Arquitetônico, está preparado? projeto arquitetônico, porém, caso o projetista considerar
necessário, poderá apresentar fachadas laterais ou de fun-
do que são também chamadas de fachadas secundárias.
SEÇÃO 2 As fachadas são desenhadas na mesma escala do desenho
e não possuem dimensões especicadas. Os elementos
Os Tipos de Desenhos de um Projeto usualmente apresentados nas fachadas são:
Portas e Janelas.
Quais os tipos de desenhos que acompan- Gradil.
ham um Projeto Arquitetônico? Revestimentos decorativos.
Cobertura e Tipo de Telha.
Os tipos de desenhos que, obrigatoriamente, devem Varandas.
acompanhar um projeto arquitetônico são:
SAIBA MAIS:
Fachada Principal.
Planta Baixa. Gradil: Grade ornamental separatória ou de proteção,
Corte Transversal. geralmente de barras verticais paralelas.
Corte Longitudinal. Revestimento: Designação genérica dos materiais que
Planta de Cobertura. são aplicados sobre as superfícies toscas e que são
Planta de Situação. responsáveis pelo acabamento.
Cobertura: Conjunto de madeiramentos e de telhas que
Fachada: Cada uma das faces de qualquer construção, serve de proteção à casa. Varanda Alpendre grande e pro-
a de frente é denominada fachada principal, e as demais: fundo. Sala da frente nas casas rústicas.
fachada posterior ou fachada lateral.
Planta: Representação gráca de uma construção onde 2) PLANTA BAIXA
cada ambiente é visto de cima, sem o telhado. Essa se des-
tina a representar os diversos compartimentos do imóvel,
suas dimensões e suas diversas aberturas (esquadrias). Planta (baixa) é a
Corte:
paredesDesenho
externas, que apresenta
deixando uma construção
à mostra semdet-
uma série de as representação
ca de uma con-grá-
alhes como: pé-direito, divisões internas, comprimentos, strução onde cada
escadas, etc. Caso haja necessidade de mais algum corte ambiente é visto de
ou planta, deverão constar outros desenhos para um per- cima, sem o telhado.
feito detalhamento mais especíco do projeto. Ela serve para rep-
resentar as diversas
SAIBA MAIS: peças do imóvel,
suas dimensões e
1) FACHADA PRINCIPAL suas diversas aber-
Fachada é, como o próprio nome sugere, aquilo que está turas (esquadrias).

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
São necessárias tantas plantas quanto forem o número de 6 Os elementos da construção (fundações - Con-
pavimentos de um edifício. Estas plantas são geralmente junto de estacas e sapatas responsável pela sustentação da
apresentadas em escala 1:100 (1 centímetro no desenho obra; pilares, vigas, etc).
equivale a 1 metro na edicação). Também é utilizada a 6 Os materiais (concreto, madeira, telhas, piso,
escala 1:50 para apresentação e melhor denição de det- etc).
alhes técnicos. Andar: Conjunto de dependên-
cias de um edifício situadas num 4) PLANTA DE COBERTURA
mesmo nível. A planta de cobertura é a vista superior da edicação so-
bre um plano horizontal de projeção. Além de ser uma
Podemos armar que a planta baixa é o principal instru- parte importante na proteção das edicações, a cobertura
mento de representação gráca de um projeto, devido ao assume importante papel arquitetônico decorativo.
grande número de informações que contém. Assim

sendo, é de vital
Imobiliárias, saberimportância
interpretar ao
de Técnico em Transações
forma correta os desen-
hos arquitetônicos.
Entre outras, as principais informações constantes da
planta baixa são as seguintes:
Divisão interior dos cômodos (aposento de uma
casa, quarto) e suas medidas através das cotas (toda e
qualquer medida expressa em plantas arquitetônicas).
Tipos, tamanhos e local das portas e janelas;
Vãos (abertura ou rasgo numa parede para a co- É composta de armação ou estrutura (geralmente de ma-
locação de janelas ou portas). deira ou ferro), revestimento (telhas), e coletores de água
Espessura das paredes; (calhas).
Cotas e tipos de pisos; Pode ser constituída de uma ou mais superfícies, planas
Disposição física do imóvel no terreno; ou curvas, denominadas água. Quanto à forma, as cober-
Área de lazer. turas se classicam pelo número de água, e podem ser da
forma que mostra o desenho acima. As setas nas plantas
3) CORTES dos telhados indicam o sentido da queda da água.

Como você já estudou anteriormente, os cortes transver-


sal e longitudinal são obrigatórios na apresentação de um
projeto. Estes cortes são resultados de uma vista de uma
das partes da edicação seccionada por um plano vertical.

5) PLANTA DE SITUAÇÃO

Também conhecida por Planta de Ocupação tem por -


nalidade demonstrar o conjunto contendo a edicação, o
terreno, o logradouro de acesso e os logradouros das es-
quinas mais próximas.
A seção é arbitrada pelo projetista visando fornecer o A Planta de situação deverá indicar:
maior
strução.número de detalhes
A nalidade e informação
dos cortes contidas
é representar na con-
e cotar os 66 A
O projeção
contornodasdo edicações
terreno. dentro do lote.
seguintes elementos: 6 A dimensão do lote e os afastamentos frontais,
6 Pé-direito (altura entre o piso e o teto) dos laterais e fundos.
compartimentos. Nível de Referência ou Nível 6 A numeração do lote e vizinhos.
6 Níveis Relativos. 6 A orientação verdadeira (Norte Magnético).
6 As alturas das vergas e peitorais. 6 As áreas da construção.
6 A altura dos vãos. 6 A taxa de ocupação da construção no lote:
6 A altura real da edicação.
6 Os revestimentos de parede (azulejos, fórmi- área construída
cas, etc). área do lote

• 170
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

moldes que são entregues aos canteiros (homens que tra-


balham em cantaria). Aparelho é o nome das dimensões,
SEÇÃO 3 disposições e ajustamentos das pedras. A face aparente é
o parâmetro e a face oposta ao parâmetro, preparada com
Os Materiais de Construção Civil menos cuidado, é o tardoz.
A resistência de alguns tipos de pedras é a seguinte (com-
Assim são denominados todos os diferentes materiais que preensão em Kg/cm2):
compõe a construção de qualquer edifício – residencial,
comercial, industrial, de lazer ou misto. Todos eles devem CALCÁRIO, TRAVERTINO, TUFO VULCÂNICO............................200
estar em conformidade com as normas técnicas em vigor ARENITO MOLE (AGLOMERANTE ARGILOSO).........................300
e as regulamentações ociais que regem o assunto. CALCÁRIO,DURO, MÁRMORE
, DOLOMITA,LAVA BASÁLTICA...... .........500
Ao usuário da edicação deve car garantida a estabi- ARENITO (AGLOMERANTESILICOSOOUQUARTZO).... . . . . . . . . . . 800
GRANITO, DIORITE, SIENITE, DIÁBASE, METÁFIRO,ETC................1200
lidade, a esegurança,
térmico a higiene,
acústico através a salubridade,
da aplicação corretao dos
conforto
dife-
rentes materiais de construção. DICAS:
As municipalidades deverão e poderão impedir o emprego
de material, instalação e equipamentos inadequados ou A ardósia, em placas, medindo 15 x 30 a 20 x 40 cm é
com defeito, que possam comprometer as condições. Veja a opção mais barata Os granitos e mármores alcançam
a seguir os principais materiais utilizados na construção preços mais elevados. Em pisos externos são também
civil. usados paralelepípedos graníticos, principalmente em pá-
tios de manobras de veículos.
1) PEDRAS NATURAIS E ARTIFICIAIS As pedras de pirenópolis (arenitos) são usadas em reves-
timento de pisos e paredes, aparelhadas, polidas ou não.
As pedras são usadas em alicerces, em pisos, revestimen- Também são usadas em revestimentos externos. O már-
tos internos e externos e em decorações diversas. Em more é aplicado em piso de alto luxo. A forma mais usada
alicerces usam-se as pedras em dimensões mínimas de é a retangular. Suas dimensões nunca devem ser inferior a
30 centímetros e via de regra argamassas. O uso sem ar- 40 cm. A granita usada em lajes, quadrada ou retangular,
gamassa não é recomendado pela técnica das construções, é bastante resistente, por isso, usada em pisos. Sua espes-
salvo em casos especiais. sura varia de 12 a 15 mm. É considerado piso nobre.
Argamassa: Mistura de materiais in- Tanto os mármores como os granitos apresentam o grave
ertes (areia) com materiais aglomeran- inconveniente de serem escorregadios quando polidos e
tes (cimento e/ ou cal) e água, usada encerados. Em lugares de muito movimento não se usa o
para unir ou revestir pedras, tijolos ou mármore e sim o granito por sua grande dureza.
blocos, que forma conjuntos de alve-
naria. SAIBA MAIS:

VOCÊ SABIA? Em virtude do alto preço das pedras


naturais , passou-se a usar as pedras
articiais. Entre elas temos:
A construção das alvenarias de pedra deve ser procedida
com cuidados especiais, para que se garanta a estabilidade o Ladrilho de cimento: encontrado no mercado de vári-
da obra. As pedras devem ser molhadas previamente, an- os tamanhos e formas, as mais usuais são as quadradas 15
tes de serem colocadas nas argamassas, além de calçadas x 15 cm e as hexagonais regulares.
com lascas duras, com dimensões adequadas, para com- o Terracota: é um excelente material para revestimento
por um bom pavimento sem vazios ou interstícios. de pisos, que cam conhecidos como ladrilhos marselhe-
Quando a alvenaria
arrimo, deverá dispordedepedra tiverdevidamente
drenos a função dedimensio-
muro de ses ou ladrilhões
se sob as formas cerâmicos.
e dimensõesEsses ladrilhos
as mais apresentam-
diversas. As mais
nados e perfeitamente distribuídos. Quando a alvenaria comuns são 5 x 10 e 7,5 x 15 cm e a hexagonal 10 x 10
de pedra for cortada e aparelhada, forma o que denomi- x 10 cm.
namos de cantaria. o Grês cerâmica: também são ótimas para pisos. Resis-
A cantaria teve sua aplicação em grandes épocas da Ar- tentes e duráveis, pois são obtidos com o cozimento de
quitetura, antes do uso do concreto armado. As pedras até 1300ºC. Consiste de uma mistura de argila, feldspato e
são ajustadas umas sobre as outras com perfeita nor- corantes. O desgaste é praticamente nulo. o Pastilhas: são
malidade. Isto se consegue desenhando Épuras (repre- ladrilhos de grês cerâmica ou de vidro de dimensão re-
sentação geométrica, no plano, de uma gura no espaço, duzida.Seus formatos são hexagonal, circular, quadrado e
mediante projeções) em tamanho natural e cortando os retangular. Apesar de as pastilhas apresentarem cores uni-
formes podem obter, combinados os elementos de várias

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
cores, desenhos variados e interessantes. São fornecidos Os agregados devem obedecer às especicações brasilei-
em folhas, colocadas pelo parâmetro, em papel grosso, de ras EB-4 da Associação Brasileira de Normas Técnicas
30 a 35 cm de largura e 40 a 45 cm de comprimento. (ABNT).

Relativo, é adotado na obra, chamado RN. É uma cota b) Aglomerados:


determinada a que todos os projetos tomam como refer- São misturas de cimento comum ou branco, diversos ma-
ência evitando erro de nível. teriais e substâncias corantes, com os agregados. Geral-
mente os aglomerados são feitos para imitar os mármores
e granitos, pois são mais baratos e de fácil aplicação.
Dentre os principais aglomerados destacamos os cacos
de mármore e as granitinas ou granilites. As granitinas
contêm pedaços regulares ou irregulares de mármore de
tamanhobastante
aspecto variadosdecorativo.
que dão aoElas
piso,têm
depois do polimento,
os seus custos re-
duzidos e são usadas principalmente em pátios, escadas e
pisos de sanitários. A granilite já zemos comentários a
Granilite: material de fabricação “in situ”. Sob a camada respeito anteriormente.
de argamassa de cimento e areia, traço 1:3, já com as in-
clinações devidas, destinadas ao escoamento das águas, c) Argamassas:
espalha-se uma camada muito na de pasta de cimento São misturas de um material aglutinante com o agregado
branco onde estão adicionados cacos de pedras ou már- miúdo (areia). Esse material aglutinante tanto pode ser a
more e corante, denominadas granas, com dimensões cal como o cimento ou ambos quando se tratar de ar-
máximas de 5 mm. Esta camada é separada por lâminas gamassa mista.
de latão ou vidro com altura variada de 1,5 cm, formando As argamassas se destinam ao assentamento dos tijolos,
xadrez, que evitam a formação posterior de trincas mo- das pedras, dos azulejos das pastilhas etc. Para cada tipo,
tivadas pelas diferentes dilatações térmicas entre as duas usa-se uma determinada argamassa em que haja um de-
camadas. Dois dias depois da aplicação pode-se aplicar terminado aglutinante. Conforme seu uso estabelece-se
o primeiro polimento que pode ser a mão ou a máquina uma determinada proporção entre os materiais compo-
havendo falhas – nota-se após a lavagem do piso – fazem- nentes de mistura.
se os reparos devidos e, após nova secagem, procede-se
o polimento nal. A seguir aplicar-se óleo de linhaça para EXEMPLO:
protegê-lo contra sujeiras. A limpeza do piso deve ser Mistura de aglutinante, areia e areia traço 1:3, quer dizer:
feita pouco antes da entrega da obra para evitar danos, Na composição da argamassa serão usados um volume
causados pelos operários distraídos, no piso. de cimento e três volumes de areia. Pode-se usar no traço
volume e peso. O aglutinante será sempre usado em vol-
2) AGREGADOS, AGLOMERADOS, ARGAMAS- ume.
SA E CONCRETO
PONTO CHAVE:
a) Agregados: A água, nas argamassas, serve para reagir quimicamente
São materiais que se adicionam nas argamassas e nos con- com o aglutinante. Portanto, ela não pode ser pouca nem
cretos para obtermos efeitos diversos como economia, muita. Isto é, sua quantidade deve ser racional. Usando-
decoração, durabilidade, etc. Eles se dividem em agrega- se pouca água o processo químico não se realizará por
dos miúdos e agregados graúdos. completo prejudicando, em muito, a mistura, além de di-
• Os miúdos são as areias e os corantes; cultar o trabalho a ser realizado. Se a água for muita, cairá
• Os graúdos são as britas e as granas. As britas bastante a resistência da argamassa e esse excesso de água
são vendidas
“Pedra sob denominação
3”, ”Pedra de “Pedra
4”. A proporção 1”, “Pedra
de agregado, 2”,
do aglu- irá
ras,prejudicar futuros ser
que não poderão serviços, como
realizados noexcesso
pelo caso dasdepintu-
umi-
tinante e da água, que se denomina dosagem, é a caracter- dade das paredes. A argamassa de cal e areia é bastante
ística fundamental das argamassas e dos concretos, e se usada para assentamento de tijolos e pedras. A argamassa
denomina traço. de cimento e areia é usada para todo e qualquer serviço
que requeira argamassa.
EXEMPLO:
EXEMPLO:
- Argamassa traço 1:4. Há casos onde se necessita maior economia ou melhoria
- Concreto 1:3. de determinadas características de argamassa. Nesse caso,
passase

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

a usar a argamassa mista. Esta nada mais é do que a ar- 3) PINTURA, VIDRO E MADEIRA – tijolos e telhas
gamassa de cal e areia com certa dosagem de cimento
exemplo: a) Pintura:
Argamassa mista 1:4 com 50 kg de cimento/m³, será: O acabamento das edicações é, geralmente, feito com a
pintura. Esta pode ser de
Para 1 m3 de argamassa: varias maneiras, podemos agrupá-la em:
Cimento....................... 50 kg Pintura á base de cal
Cal em pasta............... 0,270 m³ Pintura a óleo
Areia............................ 1,160 m³ Pintura á base de tinta polivinil (Látex PVA)

DICA: Dicas:

O saibro, principalmente
sentamento, nas argamassas
é usado pela economia mistas
resultante. de uso
O seu as- As paredes
quando e ospor
novas, tetos,
issoviadeve-se
de regra, apresentam
deixá-las secar umidade,
antes de
nas argamassas de revestimento resulta no aparecimento iniciar a pintura. Tendo pressa, podemos fazer a pintura
de trincas nas paredes porque, geralmente, o saibro usa- em cal e depois de algum tempo efetuar a pintura deni-
do tem excesso de argila. Essas argamassas mistas, com tiva. Com esse artifício, evitamos o inconveniente de umi-
saibro, devem ser usadas, preferivelmente, no revestimen- dade das partes a serem pintadas. Os tetos são pintados,
to grosso, denominado emboço. geralmente, à base de cal. Hoje em dia já se prefere pin-
O saibro não substitui o cimento, porém melhora de- tá-los com tinta látex, lavável. Porém, nada justica essa
terminadas características da cal, tendo, portanto, certa preferência sob o ponto de vista técnico. As esquadrias
aceitação. de madeira são pintadas à base de óleo, embora possam
ser usadas, nos acabamentos mais baratos, as tintas látex.
d) Concreto: As esquadrias metálicas exigem uma proteção
É uma mistura dosada de cimento (aglutinate), água, areia contra a ferrugem. Essa proteção é feita com zarcão em
(agregado moído) e brita (agregado graúdo). A areia e a uma ou duas demãos. Posteriormente aplica-se o grate,
brita também são conhecidas como material inerte. Em que garante uma melhor proteção á esquadria. A tinta a
presença da água o cimento hidroliza-se e, posterior- óleo para esquadria é indicada pelo acabamento que pro-
mente, solidica-se fazendo com que a mistura que um duz. O óleo é aplicado logo depois do zarcão.
bloco compacto e resistente. As esquadrias internas, conforme as necessidades
de conservação podem receber os seguintes acabamen-
PONTO CHAVE: tos:
- a óleo simples;
A resistência dos concretos é função da quantidade de - a meio-esmalte;
cimento, do fator água/ cimento e do tempo decorrido da - a esmalte polido (fosco, meio-brilhante e brilhante);
mistura. O fator água/ cimento é a relação entre a água, - a verniz;
em m³, que entra na composição do concreto e a quanti- - a cera.
dade de cimento, em kg. A pintura deve ser a última fase da obra. Concluída a pin-
As tabelas PINI usam na composição o fator 0,60. tura, somente deverão entrar os encarregados da limpeza
Os concretos poderão ainda, em alguns casos, conter adi- geral da obra. Após a limpeza, é feita a entrega do imóvel
tivos. Estes são produtos ou agentes que atuam sobre os aos proprietários.
concretos por vias físicas ou químicas, para melhorar
determinadas qualidades, facilitar o manuseio, acelerar a b) Vidros
pega, etc. Pega é o inicio da cura dos concretos. Os con- Os vidros em edicações são de dois tipos fundamentais:
cretos podem ser preparados manual ou mecanicamente. vidros lisos (transparentes)
O preparo
deira, manualonde
se possível, deve ser
nãorealizado em estrados
haja possibilidade de de ma-e
fuga Os vidrosvidro
lisos,fantasia
também (translúcidos)
conhecidos como “vidro sim-
nem perda dos diferentes materiais usados. Misturam- ples”, tem a espessura de 2 e 3 milímetros, sendo que este
se os materiais inertes e depois se acrescenta o cimento último é denominado “vidro duplo”. Ainda são usados os
continuando-se a mistura. Depois de concluída a mistura de 4,5 e 6 mm de espessura, tipo Blindex.
nal, acrescenta-se água aos poucos, evitando-se perdas, Os vidros fantasia são os granitos, martelados, granulados
ate a colocação nal da água prevista. etc. e ainda os canelados, quadriculados etc., mais cores.
No preparo mecânico usam-se as betoneiras. O Estes são usados em quartos, quartos de banho, cozinha,
procedimento é o mesmo que o anterior na questão do ou ainda nos cômodos que não devem ser devassados.
adicionamento dos materiais. A xação do vidro, nos caixilhos, é feita com massa de
vidraceiro (base de gesso e óleo de linhaça) normalmente

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
com apenas uma camada externa. Se, porém, a chapa de
vidro for muito grande, deve-se usar duas camadas de Comosãoclassicadosostijolos?
massa sendo uma externa outra interna, para dar maior Os tijolos apresentam a seguinte classicação, segundo a
proteção ao vidro. ABNT:

c) Madeira:
Dentre os materiais de grande importância nas con-
struções destacamos as madeiras. Elas são conhecidas, via
de regra, pelo nome vulgar. Porem existe as classicações a. Adobes – também conhecidos como tijolos crus, são
botânicas para a sua identicação. secos ao ar livre ou ao sol. Neste caso, não há cozimento.
São elaborados geralmente com argilas ordinárias (co-
Quais as vantagens do uso da madeira? muns) ou barros. São empregados em construções rústi-

- resistência a todas as solicitações, enquanto o ferro e o casTijolos


b. e onde comuns
haja bastante argila. – são feitos de argila co-
(ordinários)
concreto só resistem a algumas; mum, porém
- facilidade de trabalhar; no transporte, no manuseio; no sofrem cozedura. Geralmente são os mais usados nas
corte, etc. construções.
- custo relativamente baixo com pequeno custo de c. Tijolos refratários – são confeccionados com argi-
produção e beneciamento; las quase puras (tipos apropriados) e tem a propriedade
- ótimas qualidades técnicas, sendo que nula sua sensibili- de resistir a altas temperaturas, sem se deformarem. São
dade ás variações térmicas. usados em pisos de residências, fornos, pisos industriais
e fornalhas.
Quais as suas desvantagens? d. Tijolos especiais – apresentam como características
principais as suas formas e dimensões, que são as mais
- não é uniforme, ocorrendo variações de pedaço a peda- variadas possíveis, conforme suas aplicações.
ço, quando é cortada; e) Telhas: Telhas cerâmicas são materiais de construção
- fácil deterioração; que tem por nalidade precípua a cobertura das edi-
- é combustível; cações e são executadas com material cerâmico (argila),
- duração menor alvenarias e concretos. apresentando formas e dimensões características que de-
pendem das diferentes aplicações.
d) Tijolos:
São pedras articiais, confeccionadas com argila previa-  Comopodemserclassicadasastelhas?
mente moldadas e cozidas, apresentando determinadas
formas e dimensões. a. Telhas planas – têm geralmente a forma retangular.
São divididas em:
Quais as fases de fabricação dos tijolos? telhas de escama ou planas propriamente ditas;
telhas francesas ou Marselha – Dimensões: Lar-
1ª) Extração da argila: existem dois processos, ambos gura 220 mm Espaçamento entre ripas 330 mm
a céu aberto.
- processo manual, onde são utilizadas pás, picaretas, b. Telhas curvas – o próprio nome indica o formato
enxadas, etc curvo que apresenta, geralmente de um tronco de cone
- processo mecânico, onde são utilizados equipamentos oco,
pesados, como pás- carregadeiras, cortado por um plano paralelo ao eixo. Existem 3 tipos
escavadeiras, tratores, etc. principais: telhas coiva, tipo colonial, e ainda da capa e
2ª) Preparo da matéria-prima: seleção e controle de canal.
laboratório
preparação para
podeconfecção
ser feita dedos produtos
duas cerâmicos.
maneiras, ou seja: Esta OComo é o processo
processo é idênticodeàfabricação
fabricaçãodas
dostelhas?
tijolos. Devemos
- preparação manual, onde o barro, depois de extraído, é tomar cuidado na formação da pasta, procurando fazer
depositado em montes feitos para a retirada das com que esta seja bem na, nem muito gorda, nem muito
impurezas. Em seguida, a argila é jogada em tanques espe- magra e homogênea.
ciais, agregando a água na massa. Neste tanque, a
massa é batida até tornar-se homogênea e de boa con-
sistência.
- preparação mecânica, feita por meio de desagregadores,
cilindros e misturadores.

• 174
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

RESUMO REFERÊNCIAS
O instinto de conservação levou o homem a buscar abri-
gos seguros que se foram modicando com o passar dos CARDÃO, Celso. Técnicas de Construções I e II. Belo
tempos. Com a evolução do homem, as construções, Horizonte: Arquitetura e Engenharia, 1969.
além de locais de refúgio, passaram a ser, também, locais NEIZEL, L. Desenho Técnico para a Construção Civil.
agradáveis e belos. Das construções utilitárias da pré- São Paulo: E.P.U. 1979.
história, passamos por diversos estilos até a arquitetura NEUFERT, Ernest. Arte de Projetar em Arquitetura.
contemporânea. A Arquitetura é a arte de edicar, uma São Paulo: GG, 1998. OBERG, Lamartine. Desenho
ciência dinâmica e ilimitada em sua capacidade criadora. Arquitetônico. 21ª ed. Rio de Janeiro: ao Livro Técnico.
A Arquitetura aliou as necessidades fundamentais do 1976.
homem: físicas, emocionais e estéticas. Toda obra exige RIBEIRO, Benedito. Manual do Técnico em Transações
um contatos,
ros planejamento que vai desde
que chamamos o momento
de fase de programadosda
primei-
obra, Imobiliárias.
SILVA, EuricoGoiânia: Ed. AB.
de Oliveira 1987.
e ALBIERO, Evando. Desen-
até a sua concretização. O objetivo deste planejamento é ho Técnico Fundamental. São Paulo: Editora Pedagógica
o obter maior lucro, com o menor dispêndio de tempo e Universitária. 1977.
e trabalho. Os espaços da obra são denidos levando-se
em consideração fatores como clima, aeração, insolação,
estilo e topograa.Um programa bem simples de uma
UNIDADE 3
residência abrange as seguintes áreas:
- íntima: quartos, banheiros, sala íntima; A Construção Civil
- social: sala, varanda, lavabo, piscina, escritório, garagem;
- serviço: área de serviço, cozinha, copa, quarto de em-
pregada e despensa. SEÇÃO 1
Superada a etapa de programa da obra, passa-se
a outras preocupações conhecidas como estudo prelimi- Instalações
nar que cuida da ordenação das proporções e medidas
do projeto. Ordenar proporções, propiciar para que as A construção de uma casa ou de um prédio não se re-
diferentes dependências de um projeto tenham suas áreas sume ao levantamento de paredes e à colocação do piso
proporcionais. A fase seguinte, a do anteprojeto, destina- e de um telhado. No interior destas paredes, tetos e pisos
se a dar maior consistência aos estudos já feitos, sendo está escondida uma innidade de dutos, canalizações e ca-
fundamental, nesta fase, a comunicação com o propri- bos elétricos por onde circulam a energia elétrica, a água
etário, pois desta sairá o perl completo do projeto. O potável, a linha telefônica, o cabeamento da TV e água
projeto em si é a nalização das fases que o antecedem. utilizada na cozinha e nos banheiros. A esse emaranhado
São elementos constantes de um projeto: situação, loca- de linhas, dá-se o nome de Instalações.
ção, cobertura, planta baixa, corte e fachada. Denominamos, portanto, instalações de uma
Situação é o estudo da edicação no contexto da cidade, obra na construção civil, uma determinada série de dife-
do bairro e da rua. rentes componentes que são agregados às edicações
Locação é o estudo do terreno propriamente dito. com nalidades diversas, principalmente a de dar maior
Cobertura é a parte da projeção que protege a edicação comodidade aos usuários.
das intempéries climáticas e que, para cumprir tal nali-
dade, deve ter as propriedades de estanqueidade, isola- Quais os principais tipos de instalações na
mento térmico e ainda ser indeformável, resistente, construção civil?
leve, não absorver peso, permitir fácil escoamento com
secagem rápida. Dentre as diferentes instalações que existem, destacamos:
Planta baixaou
informações, é oseja,
desenho queas recebe
contém a maior
dimensões carga de
em tamanho Instalação elétrica.
Instalação hidráulica.
real, obedecendo às escalas do projeto. Instalação sanitária.
Corte é a secção feita na obra para se obter uma visão
diferente do projeto. A escolha da secção é aleatória, 1) INSTALAÇÃO ELÉTRICA
destacando o que se deseja mostrar e sem limite quan- É a instalação constituída por componentes destinados
to ao número de cortes. Recomendam-se, para melhor a garantir o fornecimento e a distribuição da energia elé-
compreensão de um projeto, no mínimo, dois cortes: um trica nas edicações. Abrange a entrada geral, quadro
transversal e outro longitudinal. geral, distribuição de luz e força, com seus respectivos
Fachada é a visão externa do projeto, é a forma que a quadros de comando, circuitos de sinalização e controle,
obra adquire. iluminação em geral, instalação de pára-raios, instalação
de antena de televisão, instalação de bombas de recalques

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
e as instalações telefônicas. Inúmeros são os termos uti-
lizados:
6 Chaves - são dispositivos para ligação ou inter- SEÇÃO 2
rupção de circuitos.
6 Circuitos alimentados – são circuitos que Projetos e Serviços de Engenharia
atendem unicamente a centros ou circuitos de distri-
buição. 1) PROJETO DE FUNDAÇÕES
6 Conduto – canalizações destinadas a conter
exclusivamente os condutores de energia elétrica. Nas obras de edicações, torna-se necessário que ten-
6 Eletroduto – tubos, metálicos ou de plástico hamos uma base de sustentação que mantenha estável a
(PVC) que contêm, exclusivamente, condutores elétricos. estrutura da edicação. Também conhecida como alicerce
As instalações elétricas prediais são regidas pela NBR- de uma obra, a fundação carece de um eciente projeto

a5.410, que é aplicável


determinação a instalações
da potência de baixa teremos
de alimentação tensão. Para
que que irá determinar
adequados quais ospara
a serem usados elementos estruturais
os devidos tipos de mais
solo
consultar a NBR-5413 para cargas de iluminação, e para e em conformidade a atender características individuais
as tomadas teremos que prever as potências nominais dos de cada empreendimento. Este projeto toma como base
vários aparelhos a serem alimentados. principalmente a dimensão das cargas que atuarão na es-
trutura, para que assim, estas sejam transferidas da ma-
2) INSTALAÇÃO HIDRÁULICA neira mais adequada ao terreno. Este projeto deve conter
os seguintes itens:
São as instalações que se desti- Locação dos elementos da fundação, como: sa-
nam a fornecer e distribuir água patas, blocos, radiers, estacas, tubulões, etc.
fria e água quente, nos diversos Especicações dos materiais usados em cada el-
cômodos de um prédio. As tubu- emento estrutural, como: aço, cimento, agregados e aditi-
lações podem ser embutidas ou vos.
aparentes e na maioria dos casos Detalhamento dos elementos.
são a ferros galvanizados. Planilhas de cálculos quando exigidas.
Modernamente já se usa o plástico, tipo PVC rígido ou
exível (Cloreto de Polivinil). Na entrada d’água do pré- 2) PROJETO ESTRUTURAL
dio são colocados aparelhos de medição denominados hi-
drômetros, que servem para medir o volume d’água gasto É o projeto estrutural que
em 30 dias, que é o período em que as leituras são realiza- denirá a quantidade, lo-
das. Quando não há o hidrômetro, são instaladas apenas cação, dimensão e mate-
d’água, que limitam o consumo mensal, tendo em vista o riais constituintes dos el-
número de pontos de abastecimento d’água existente no ementos estruturais como:
prédio. As instalações de água quente devem ser protegi- vigas, pilares e lajes.
das com asbesto ou outros materiais isolantes térmicas. É um projeto importante para visualizarmos a locação de
Isolam o calor e evitam as trincas nas paredes por atenu- pilares dentro de uma área de garagem, por exemplo. Pois
arem as dilatações térmicas das tubulações. é o projetista estrutural quem poderá melhor adequálos
de modo a otimizar o uso da mesma.
3) INSTALAÇÃO SANITÁRIA
3) PROJETO ELÉTRICO
São as que se destinam à coleta de águas servidas e ma-
teriais fecais. Elas devem ser de ferro fundido, cimento- O projeto elétrico torna-se muito importante para as es-
Ceter amianto, plásticos PVC ou manilhas de barro vi- pecicações de cargas elétricas que o empreendimento
drado, tudo de conformidade
e das concessionárias com aspúblicos.
desses serviços normas da ABNT
Entre elas estará
pontosapto a receber.
de luz, Também
interruptores, fornece
tomadas a locação
comuns dos
e tomadas
estão também incluídas as instalações de água pluvial. especiais para chuveiros, motores ou máquinas que exi-
Embora não seja permitido o despejo dessas águas na tu- jam maior potência da rede elétrica. O projetista elétrico
bulação de esgoto sanitário e sim diretamente na sarjeta também deve especicar os materiais a serem usados,
das vias públicas. A declividade mínima das redes de es- numa planilha em que consta cada material e a quantidade
goto deve ser de 3%. Em todas as mudanças de direção e necessária para atender a demanda da obra.
de nível devem ser usadas caixas de passagem construídas
em alvenaria de tijolo ou em concreto com dimensões 4) PROJETO TELEFÔNICO
apropriadas. Os fundos das caixas devem ser abaulados Loca e especica os dutos e condutos de telefonia, inclu-
(curvados) para facilitar o escoamento. sive de interfones, antenas, e cabos de bra ótica usados

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

para Internet e canais de televisão. 6 Os detalhes referentes à pavimentação adotada.


6 Detalhes de ajardinamento (gramado, arboriza-
5) PROJETO HIDRÁULICO ção, etc).

É o projeto que especica e loca 8) PROJETO DE LOTEAMENTO


os dutos da rede hidráulica e to-
dos os elementos ligados Um projeto de loteamento tem a nalidade de dividir
a ela como caixa d’água e regis- uma área ou mais lotes. Deverão constar neste projeto, os
tros. seguintes itens:
Este projeto divide-se em duas modalidades: 6 Perímetro da Área da Gleba a ser Loteada
hidráulico de água fria; 6 Orientação Verdadeira
hidráulico de água quente (inclusive com o devi- 6 Curvas de Nível de metro em metro, dando a
do sistema de aquecimento). exata noção da topograa
6 Edicação da áreamuros, cercas, rios, pe-
existente,
6) PROJETO SANITÁRIO dreiras, nascentes, marco de rumo, grandes árvores, etc
6 Nome dos confrontantes
É também conhecido como projeto de esgoto. Ele é di- 6 Arruamentos projetados e os existentes nos
mensionado e especicado conforme a classicação da loteamentos vizinhos
edicação, levando-se em conta principalmente o número 6 Áreas destinadas ao uso público
de habitantes que o domicílio deve atender. Se o esgoto 6 A numeração das quadras e dos lotes por
for ligado à rede pública, entre a edicação e a rede haverá quadra, em séries numéricas
apenas uma caixa de passagem que recebe os dejetos do 6 Todas as dimensões e áreas dos lotes destina-
edifício e os transfere à rede pública. das ao público
Não tendo a rede pública, o esgoto será lançado num 6 Faixas e/ou áreas sem edicações
sumidouro ou fossa negra, passando antes por uma fossa 6 Afastamentos projetados para as futuras edi-
séptica que deverá, em conjunto com o sumidouro, serem cações
calculados de acordo com a demanda da edicação, clas- Em todo parcelamento de terreno, todos os lotes criados
sicadas por função, e atender às normas, resoluções e devem ter acesso por logradouros públicos e serem servi-
atos normativos de cada órgão regional. dos de infra-estrutura urbana.

7) PROJETO DE ARRUAMENTO 9) PROJETO DE DESMEMBRAMENTO

É o projeto que dene os logradouros públicos e suas É o projeto destinado a dividir um lote de terreno em dois
características, que são regulamentadas pelo Código de ou mais lotes, cada qual com a possibilidade de existência
Obras dos Municípios. Cada Município dene o per- legal. Neste caso, os lotes têm acesso por um logradouro
centual de área que será cedida ao Município para a im- público já existente, não havendo, portanto, necessidade
plantação de logradouros, escolas, postos de saúde, áreas dos projetos de arruamento e de loteamento. A prancha
verdes, etc. Em um loteamento podemos considerar um deverá ser composta pelos itens do projeto de loteamen-
percentual aproximado de 40% como áreas de aproveita- to, além de:
mento público. Um projeto de arruamento deve conter 6 indicação
os seguintes dados: 6 área inicial do terreno e a área de cada lote des-
6 Perímetro da Área da Gleba a ser Loteada. membrado
6 Orientação Verdadeira. 6 numeração dos novos lotes utilizando-se letras
6 Curvas de Nível de metro em metro, dando a logo após o número do lote objeto de
exata noção da topograa da área. desmembramento.
6 Edicações
dreiras, nascentes, existentes,
m arco de rumo,muros, cercas,
grandes rios,etc.
árvores, pe- 10) PROJETO DE REMEMBRAMENTO
6 Nome dos Confrontantes.
6 Arruamentos projetados e os existentes nos O projeto de remembramento é aquele destinado à jun-
loteamentos vizinhos. ção de dois ou mais lotes de terrenos já existentes e que
6 Áreas destinadas ao uso público. sejam confrontantes, em um único lote cuja área será a
6 Seções transversais das ruas e praças com to- soma das áreas dos lotes remembrados. É um projeto que
dos os detalhes cotados. deve ser apresentado com as especicações semelhantes
6 Os pers das ruas e praças a serem abertas. ao citado no projeto de desmembramento.
6 Os projetos das redes coletoras de esgotos,
águas pluviais e água potável.

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

11) VISTORIA DE UMA ÁREA / LOTE EXEMPLO:

Vistoria consiste em obter informações do terreno por O zoneamento pode permitir somente uma utilidade, tal
observação in-loco para posterior transcrição sob a for- como edicações residenciais, ou pode permitir o uso
ma de cadastro. Os principais elementos a serem iden- múltiplo, tais como comércio, residência ou também uso
ticados, ao vistoriar-se uma área para o loteamento ou industrial.
lote são: Assim, este é o primeiro item a ser vericado pelo pro-
6 Vericar as condições da área, no que se refere jetista que deve ter em mente os desejos dos clientes. Os
à limpeza, benfeitorias existentes, condições dos limites clientes podem desejar ter um escritório em casa, mas
do terreno. este pode não ser permitido em uma área denida como
6 Identicar o tipo do terreno, ou seja, se é uma residencial. O zoneamento afeta de muitas maneiras
área plana
uma ou inclinada,
área alagadiça etc. o tipo de relevo, se é um morro, qualquer
mente obra que
contém se pretenda
exigências quantoconstruir,
a: já que normal-
6 Identicar elementos que caracterizam a área, localização da construção em relação às ruas e as
tais como: rios, nascentes etc. divisas de lote (que denem o
6 Identicar a existência de abastecimento de afastamento dessas divisas que uma edicação pode ser
água, luz elétrica, rede telefônica, rede de esgoto sanitário construída),
etc. Na ausência de alguns desses elementos, vericar a área de estacionamento necessária,
que distância ca a área mais próxima servida pelos mes- tamanho mínimo da edicação ao controle da
mos. fachada da edicação pela exigência de
6 Vericar quais os logradouros que cercam a uso de determinados materiais, à exigência de que as con-
área, assim como as características do local onde se situa. struções propostas baseiamCeter se no tipo de projeto
exterior em vigor, tratamento paisagístico, etc. Os efeitos
12) CADASTRAMENTO DE UMA ÁREA / LOTE do zoneamento no projeto proposto devem ser consid-
erados antes que a propriedade seja comprada. As leis de
Cadastrar uma área é fazer um levantamento completo da zoneamento podem ser emendadas, mas é importante
mesma, objetivando: Determinar as medidas do terreno, determinar se são reticadas por uma comissão de zonea-
ou seja, perímetro, área, ângulos, etc. Quando o terreno é mento ou por um plebiscito entre habitantes. Cada cidade
regular e apresenta a forma de um quadrilátero ou triân- usa uma terminologia para denir as diversas zonas em
gulo, é fácil determinar seu perímetro ou sua área. Ex- que dividem. De forma sucinta, basicamente as zonas são
istem, porém terrenos com formatos irregulares e, para divididas em:
calcular suas áreas necessitam-se de um conhecimento - Zonas Residenciais.
maior de geometria. Obter o levantamento topográco - Zonas Mistas.
do terreno e identicar a orientação magnética (Norte - Zonas Comerciais.
Magnético) - Zonas Industriais.
Descrever os lotes e logradouros confrontantes, - Zonas de Mananciais e Reserva Ecológica.
localizando o lote ou a área a ser cadastrada em relação
a eles, especicando a dimensão da testada, a lateral e os Existem exigências municipais quanto ao
fundos que fazem divisas com os mesmos. Analisar um aproveitamento dos terrenos?
objeto físico arquitetônico é dar-lhe uma denição quan-
to a sua forma, sua área, seu perímetro, seu volume e o O aproveitamento de um terreno tem também suas nor-
espaço físico em que se encontra. mas e exigências xadas no Código de Obras do Mu-
nicípio e cabe à Prefeitura do Município o controle dos
processos de parcelamento ou aproveitamento de terre-
SEÇÃO 3 nos.
digo É
dede extrema
Obras importância
do Município queo você
onde obtenha
projeto o Có-
ou obra está
O Zoneamento sendo executado, pois todas as normas e regulamentos a
serem seguidos estarão contidos neste código.
Dentro da Prefeitura de cada município existe um depar-
tamento responsável sobre zoneamento das áreas. Este Quais os principais cuidados para a escolha
departamento faz as leis de zoneamento, e encaminha de um terreno?
para a câmara de vereadores votar, estas são leis locais que
regulam a utilização de terrenos e edicações numa dada É impossível projetar uma obra para alguém sem primei-
área. ro selecionar um terreno ou, se um terreno já houver sido
adquirido, sem um exame completo deste terreno. A vasta

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

maioria das pessoas que querem uma casa projetada já - Planimétrico: quando representa somente as
tem adquirido o terreno. O restante se limita à seleção divisas, seus ângulos internos, construções e árvores exis-
do terreno a poucas opções e então procura assessoria. tentes, sem, no entanto, retratar seu relevo.
Freqüentemente, o interessado compra um lote que não - Altimétrico: quando faz menção apenas ao rel-
será adequado para o tipo ou estilo de casa que gostaria evo de uma área, ou parte dela.
de viver. Cada terreno possui certas características que in- - Planialtimétrico: quando retrata a área em sua
uirão no tipo de casa que ele melhor se adaptará e será planimetria e altimetria.
a mais econômica.
Antes mesmo de começar a procurar o terreno, certas DICAS:
coisas devem ser averiguadas a respeito dos clientes:
6 como vivem? Terrenos planos ou poucos acidentados oferecem
6 quais as preferências que têm quanto aos esti- condições mais propicias para a construção de uma casa.
los de casas?
6 qual é o seu orçamento total para terreno e Terrenosuma
águas e oferecem em melhor
aclive facilitam o escoamento
vista, mas das
expõe o imóvel
construção? ao ruído da rua.
6 como o dinheiro deve ser dividido entre ter- Terrenos em declive oferecem isolamento
reno e construção? acústico e visual.
6 quais seus interesses individuais e familiares? Terrenos em baixadas geralmente são úmidos
6 os adultos trabalham ou são aposentados? e necessitam de fundações maiores e impermeabilizações
6 quanto espaço necessitam? melhores.
6 que importância dão à proximidade de comér-
cio, escolas e locais para cultos religiosos? Qual a importância da Orientação Geográ-
O projetista que se compromete a auxiliar na seleção do ca?
terreno deve estar ciente de todas as áreas comunitárias
utilizáveis e dos serviços, tamanhos de lotes, restrições A orientação verdadeira ou geográca é obrigatória em
faixas de preços e tipos de pessoas na comunidade. Os qualquer tipo de projeto ou levantamento topográco. A
tipos de comunidades devem ser discutidos com os clien- posição de um lote, a chamada orientação verdadeira em
tes para se determinar qual a ideal. O tipo de informação virtude da incidência do sol, inuencia no valor do lote.
da qual o projetista irá necessitar é encontrado, em parte, Os lotes de face Norte são mais valorizados.
pela observação e estudo da comunidade e, em parte,
através daqueles que vendem a propriedade. Os corre- Que considerações devo fazer em relação à
tores imobiliários podem manter o projetista informado vizinhança?
dos locais disponíveis e de seus preços. Proporcionarão a
atualização dos locais disponíveis e a variação de preços.
Faça um estudo cuidadoso da vizinhança, percorrendo
todas as ruas da cercania. Preste atenção em coisas como
Em que consiste o Levantamento Topográ- estradas de ferro, montes de lixo, atoleiros, movimento
co? em cruzamento e vias, cães, área de lazer e pistas de
Curva de Nível motocicletas. Verique se a área e bem conservada. O es-
Representa o relevo do terreno e é tilo de outras casas na vizinhança também deve ser veri-
denida pela união dos pontos do ter- cado. Se todas as residências forem contemporâneas, os
reno situados a uma mesma altura ref- clientes devem projetar algo semelhante ou que combine
erencial. Ao olharmos as curvas de uma com a região.
área podemos identicar a inclinação do
terreno. As curvas de nível normalmente Qual a importância dos serviços públicos no
são desenhadas de metro em metro, e um bairro?
relevo é tanto mais inclinado quanto Os serviços públicos (água, gás, eletricidade, telefone, TV
mais estiverem as linhas.
juntas a cabo, etc) em uma provável área devem ser cuidadosa-
mente vericados. A instalação de qualquer serviço pode
É a representação do terreno, contendo suas curvas de ser dispendiosa. Se a rede de abastecimento de água não
terreno e nível, indicação dos principais acidentes geográ- atingir o lote, será necessário escavar um poço, instalar
cos, árvores, pers que sejam necessários, etc. Deve uma bomba e um reservatório e a qualidade da água terá
conter ainda, o comprimento dos lados perimetrais, os de ser continuamente examinada.
ângulos internos e a orientação verdadeira. Um poço deve ter profundidade suciente para
Os levantamentos topográcos podem ser de 3 (três) fornecer suprimentos adequados de água mesmo durante
tpos: os períodos quentes, secos, quando o nível de água cai.

• 179
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
Se a rede de esgotos não puder ser atingida, um sistema
séptico privado deve ser providenciado, e isto requer
sondagem do solo para se certicar que o solo pode ab- SEÇÃO 4
sorver os dejetos.
A eletricidade pode ser levada a quase todo local, mas se Tecnologia da Construção Civil
nada houver no momento, deve ser feito um exame dos
prováveis custos para o proprietário e em quanto tempo Como é controlada a qualidade no setor da
poder-se-ia obtê-la. Um estudo similar deve ser feito com construção civil?
relação aos serviços de telefone e gás encanado.
O Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade na
O que vem a ser o “Habite-se”, após a con- Construção e do Habitat (PBQP-H) está estruturado na
clusão da obra? forma de projetos que pretendem atingir um problema

Habite-se é a autorização emitida pela Prefeitura para que especíco na área da qualidade. Em
(www.cidades.gov.br/pbqp-h/) suas ações,
estabeleceu umo PBQP
objetivo
um imóvel recém-construído ou reformado possa ser geral que é:
ocupado. Para que o documento possa ser emitido é “Apoiar o esforço brasileiro de modernidade
preciso uma vistoria de regularidade para ver se a obra pela promoção da qualidade e produtividade do setor da
foi executada conforme o projeto inicial e é necessário construção habitacional, com vistas a aumentar a com-
preencher diversos requisitos legais (parecer da compan- petitividade de bens e serviços por ele produzidos, es-
hia de luz, do corpo de bombeiros, da companhia de gás, timulando projetos que melhorem a qualidade do setor”.
entre outros). O imóvel só pode ser ocupado depois da Esta meta está baseada na característica principal
concessão do Habite-se. do PBQP-H que é o combater a não- conformidade in-
tencional às normas técnicas de produtos, praticada por
 Quaisosprincipaistiposdeedicaçõesexis- fornecedores e/ou construtores. Seus objetivos especí-
tentes? cos são:
estimular o inter-relacionamento entre agentes
6 Edicação Unifamiliar: abriga somente uma do setor;
unidade residencial, logo, uma única família (casas); promover a articulação internacional com ên-
6 Edifício Pluri ou Multifamiliar: uma única edi- fase no cone sul;
cação destinada a várias unidades residenciais (prédios coletar e disponibilizar informações do setor e
de apartamentos, conjuntos horizontais); do PBQP-H;
6 Edicação Contígua: edicação que apresenta fomentar a garantia de qualidade de materiais,
uma ou mais paredes encostadas em paredes de outra edi- componentes e sistemas construtivos;
cação; fomentar o desenvolvimento e a implantação
6 Edícula: edicação complementar e isolada da de instrumentos e mecanismos de garantia de qualidade
edicação principal. de projetos e obras;
estruturar e animar a criação de programas es-
Quais os tipos de projetos que necessitam de pecícos visando a formação e a requalicação de mão-
aprovação? deobra em todos os níveis;
promover o aperfeiçoamento da estrutura de
6 Construção: conjunto de obras necessárias elaboração e difusão de normas técnicas, códigos de
para o surgimento de uma nova edicação práticas e códigos de edicações;
6 Modicação: conjunto de obras que tem por combater a não conformidade intencional de
nalidade alterar paredes internas e externas, deslocar, materiais, componentes e sistemas construtivos;
abrir, aumentar, reduzir ou suprimir vãos, sem que haja apoiar a introdução de inovações tecnológicas;
acréscimo
6 da área construída.
Reforma: É todo serviço executado visando promover
diversas formas a melhoria
de projetos da qualidade
e obras de gestão nas
habitacionais.
melhora de uma edicação sem alterar interna ou exter-
namente as suas características. OquesignicaaTerraplenagem?
6 Acréscimo da Área: aumento de área ocupada
por uma edicação sem que haja demolição de grande Apesar de muitas pessoas confundirem, o termo correto é
porte. terraplenagem e não terraplanagem, como muito se ouve
no dia-a-dia. Muitos fazem esta confusão por acharem
que a palavra deriva de planagem, ou seja, deixar o ter-
reno plano. Porém, o termo correto vem de plenagem, ou
seja, completar, deixá-lo pleno.

• 180
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

A terraplenagem é uma das etapas de uma obra e que 6 As pré-moldadas, ou seja, elas são pré-fabri-
consiste em 3 fases distintas: cadas para posteriormente ocuparem sua devida posição
numa edicação. Essa pré-fabricação pode ainda ser total
1ª)aescavação; ou parcial.
2ª)otransporte;
3ª) o aterro. 2)VIGAS

Esta etapa da obra é aplicada para o preparo do terreno As vigas são elementos estruturais
para que nele sejam executadas as edicações. Além do que possuem uma das três dimen-
uso comum como preparo do terreno para receber uma sões muito maior que as outras
edicação, a terraplenagem também é muito conhecida e duas, ou seja, possui uma das di-
usada em obras de estradas e barragens. Nestas obras o mensões mais comprida em relação

movimento
simples de terraEste
edicação. é muito mais amplo
movimento querefere-se
de terra o de umaao às outras
Essa dimensão maior, mais comprida estará sempre na
transporte, ou seja, diz respeito à entrada e saída de terra posição horizontal, pois caso esteja na posição vertical,
do canteiro de obras. seria um pilar ao invés de viga. As vigas servem para sus-
Os tipos de terraplenagem podem ser os seguintes: tentar as lajes e/ou a cobertura ou outras cargas como
6 Manual: dizemos que o movimento de terra é paredes, sendo que está sustentação também está apoiada
manual quando executado pelo homem através das fer- nos pilares. Assim, as vigas transferem os esforços que
ramentas: pá, enxada e carrinho de mão. chegam nela (peso da laje, das paredes, etc) para os pi-
6 Motorizado: quando são usados para o trans- lares. Existem diversos tipos e formatos de vigas, sendo
porte, caminhão ou basculante, sendo que o desmonte ou que o formato mais econômico é o de seção quadrada,
a escavação poderá ser feita manualmente ou por máqui- pois teremos a melhor simetria para a distribuição das ar-
nas. maduras e usarmos formas de mesmo tamanho.
6 Mecanizado: quando a escavação, carregamen- Além desse formato, podemos ter seções com
to e transporte é efetuado pela própria máquina. diversos outros formatos, porém a maior preocupação
6 Hidráulico: quando o veículo transportador de quanto à escolha do formato, seria para executarmos es-
terra é a água. Por exemplo, dragagem. O movimento de tas peças e o custo que também se torna mais alto devido
terra mecanizado é utilizado em obras industriais de de- às formas que devem ser utilizadas. Em relação aos tipos,
senvolvimento horizontal. também podem ser divididas conforme sua fabricação:
6 pré-moldadas
Quais os elementos que constituem a estru- 6 moldadas in loco
tura da obra? Podemos também classicá-las conforme a sua função,
as vigas Baldrame por exemplo, são aquelas que são usa-
Conforme você já estudou no conceito de Projeto Es- das na base da edicação, servindo para a sustentação das
trutural, a estrutura de uma obra é composta por três el- paredes que são executadas sobre a mesma.
ementos – lajes, vigas e pilares – sendo construídos de
modo a se interligarem. Podemos resumir suas funções 3) PILARES
como sendo a de manter o equilíbrio de uma edicação, Como citamos anteriormente, os pilares são muito semel-
porém, analisaremos as funções de cada um desses três hantes às vigas, porém, estes encontram-se na posição
elementos: vertical e recebem os esforços que chegam das vigas. As-
sim continuam com o processo de transferência de es-
1) LAJES forços passando-os agora para a fundação da obra. Os
As lajes são áreas planas limitando os andares e supor- tipos de pilares são análogos aos tipos de vigas e assim,
tando os revestimentos de pisos. Suas duas principais fun- classicam-se como tal. Fundação ou Alicerce. Conjunto
ções
Funçãosão:de resistência, pois suportam seu peso próprio de estacas e sapatas responsável pela sustentação da obra.
e as sobrecargas que poderão ser aplicadas nela; VOCÊ SABIA?
Função isolação, pois as lajes isolam térmica e acustica-
mente os diferentes andares. Os elementos estruturais que você aprendeu (lajes, vi-
gas e pilares) são armados estruturalmente com seções
Quanto aos tipos de lajes, podemos classi- de aço. Ou seja, no interior dessas peças, geralmente de
cá-lasemdoisgrandesgrupos: concreto, devemos implantar barras de aço por questões
6 As tradicionais, ou moldadas in loco, que são estruturais, pois o concreto é um material bastante resis-
aquelas que feitas na obra e na devida posição onde per- tente à compressão, porém, pouco resistente à tração. É
manecerão após o término da obra. aí que entram as barras de aço, pois estas possuem ótima

• 181
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
resistência à tração. Além disso, também encontramos / cm 2
estruturas, principalmente como vigas e pilares, feitas de Área
outros materiais, como madeira ou somente aço. 0 cm 2

São possíveis apenas três tipos de Tensões:


O que se entende por Resistência dos Mate- TENSÃODETRAÇÃO;
riais ? TENSÃODECOMPRESSÃO;
TENSÃO DE CISALHAMENTO.
A resistência dos materiais é o ponto mais importante a
se levar em consideração na construção e na estrutura de PARA REFLETIR:
uma obra. Vários requisitos de resistência também in-
uem na escolha dos materiais de construção de outros A força ou a tensão de cisalhamento tende a cortar o ma-
componentes da edicação. terial, como
chapa acontece
metálica. quando
O esforço se punciona
de torção um furo
é o exercido pornuma
uma
EXEMPLO: chave de parafusos ou uma chave inglesa. A resistência
Um piso não pode deformar-se sob ação de cargas e o dos materiais ao cisalhamento é menor que sua resistência
material o telhado não pode envergar. Os materiais pre- à tração ou à compressão, para a maioria dos materiais, es-
cisam agüentar os esforços impostos pela ocupação nor- pecialmente para materiais quebradiços como o concreto.
mal do prédio. De outros materiais da obra, pode ser ex- Para a maioria dos materiais – especialmente para materi-
igida durabilidade, em lugar de resistência: ais quebradiços como o concreto – a resistência à tração
6 O material do telhado deve poder se acomodar é menor do que à compressão. Acompanhando qualquer
aos movimentos do prédio. tensão há sempre alguma deformação (variação de di-
6 Um vedante deve poder se dilatar e contrair, mensão) do elemento carregado.
para manter obturada a junta que ele veda. Os materiais podem se deformar por esforços que não
6 Um adesivo deve acompanhar os movimentos sejam de tensão. Se o material sofrer uma
térmicos dos materiais que ele liga. elevação de temperatura, ele se dilatará. Essa deformação
Para qualquer material de construção, portanto, devem térmica é supostamente reversível, anulando-se quando
ser conhecidas as características de tensão e deformação, a temperatura volta ao nível srcinal. Mas isso nem sem-
pre acontece.
incluindo
do quaisquer
à ação do tempo alterações queàsvenham
e a exposição a sofrer devi-
intempéries. Quando se retira a tensão de um material, são
possíveis dois tipos de comportamento para a deforma-
EXEMPLO: ção:
Se uma amostra de um certo material apresentar um limite ELASTICIDADE: quando o material pode
de resistência à tração igual a 4.500 Kg/cm2, o projetista voltar à sua dimensão e forma srcinais. A deformação
deverá admitir que todas as remessas desse tipo de ma- desaparece quando cessa a tensão. Os materiais que-
terial apresentarão, no mínimo, essa resistência à tração. bradiços são necessariamente elásticos.
Essa previsibilidade é certamente assegurada para mate-
riais industrializados, tais como os metais e os plásticos. EXEMPLO:
Mas é menos segura no que se refere à madeira – a não São materiais elásticos típicos: o vidro a baquelite e as
ser que esta seja cuidadosamente selecionada e classi- borrachas.
cada – e muito incerta no que diz respeito à pedra, cuja
qualidade pode variar de acordo com as diversas áreas de PLASTICIDADE: o material pode permanecer
uma pedreira, dependendo também da profundidade da deformado permanentemente, após o desaparecimento
qual a pedra é extraída. Embora na linguagem comum as da tensão.
palavras tensão e deformação sejam freqüentemente con-
fundidas, cada uma delas tem seu signicado especíco. EXEMPLO:
Próprio na argila úmida, no concreto antes do endureci-
EXEMPLO: mento e na película de polietileno.
Consideremos o caso de um pontalete de madeira, de
seção de 10 x 10 cm e comprimento de 2,5 m suportando Como se chama a capacidade de deforma-
uma carga de compressão igual a 180 quilos. ção de um material ?
A tensão no pontalete é igual à carga dividida pela seção
transversal sobre a qual a carga se distribui: Chamamos de Ductilidade, a capacidade que o material
Tensão C arg a 180 Kgf tem de se deformar, que se pode estirar ou comprimir
1,80 Kgf sem se romper ou quebrar; elástico, exível, moldável.
Muitos materiais são elásticos sob condições de baixa

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

tensão, mas plásticos em níveis de tensão mais elevados. ordinária, geralmente de seção retangular.
Revólver: Tipo de pistola, utilizada na construção
EXEMPLO: civil, para injetar algum tipo de material líquido.
A película de polietileno é dúctil, mas o vidro não o é. Na impermeabilização a água, pode ser utilizada, como
na construção civil, para injetar reforço, de 3 a 4 man-
Como podemos explicar a impermeabiliza- tas de bras de vidro em condições de elevada pressão
ção ? de água subterrânea. algum tipo de material líquido. Im-
permeabilizantes transparentes, feitos à base de silicone
Entende-se por impermeabilização a operação pela qual e empregados na impermeabilização de alvenarias, não
se aplica material impermeabilizante em uma superfície, mudam a aparência das paredes.
para evitar a inltração de água na mesma.
O que podemos entender por Dilatação ?

Qual
abilizantes a diferença
e materiais entre materiais imperme-
vedantes? A dilatação é o aumento do volume dos corpos, principal-
mente a partir da ação do calor. A resultante da dilatação é
6 Impermeabilizantes: são compostos destina- o aumento de dimensão.Os projetos de engenharia e ar-
dos a impermeabilizar as superfícies dos materiais contra quitetura trabalham com previsões de dilatação dos ma-
a penetração de água. teriais e dos elementos envolvidos numa estrutura de
6 Vedantes: são materiais usados para obturar construção. As variações de temperatura são causadoras
juntas de edifícios ou de pavimentações, e que se dilatam da dilatação e contração dos materiais de construção. Isso
ou contraem com o movimento da junta.Essas juntas nem sempre é grave, exceto quando há uma dilatação
poderão ser de dilatação, juntas entre vidros e respectivos diferencial resultante das diferenças entre os coecientes
caixilhos e as juntas de paredes de vedação (paredes que de dilatação térmica dos materiais.
suportam somente o próprio peso). Coeciente: Número ou letra que, co-
Caixilhos: Molduras feitas nas locado à esquerda de uma quantidade,
janelas e portas, para colocação indica quantas vezes esta entra como
vidros; parte de vidros numa parcela; multiplicador algébrico.
guarnecida de janela ou porta.
EXEMPLO:
Os materiais para calafetagem são menos extensíveis que
os vedantes, sendo usados em aplicações menos críticas. A tampa de alumínio de um ar condicionado está xada a
Os vedantes usados em vidraças são, fundamentalmente, uma lâmina de pedra. Dicilmente se encontrariam dois
materiais amortecedores que retém os vidros nos caixil- materiais com coecientes de dilatação tão diversos um
hos, de forma que o movimento destes não seja transmit- do outro (a relação entre eles é de 5:1). Daí decorre a de-
ido àqueles. Usualmente consideramos como imperme- formação do alumínio, cujo coeciente térmico é maior.
abilizante um material líquido que adere a uma superfície Analogamente, as lâminas de alumínio para proteção dos
para protegê-la contra a penetração de umidade. terraços de cobertura dilatam-se mais do que o asfalto, e
Camadas de misturas asfálticas são largamente emprega- no projeto de cobertura é necessário que se leve em conta
das como impermeabilizantes em edicações, postes e essa diferença.
docas, para protegê-los da água e do apodrecimento. A lista abaixo fornece a dilatação térmica de alguns mate-
riais, em mm/m de comprimento, para uma variação de
O que é a impermeabilização contra a umi- temperatura de 38°C:
dade? Tijolo 0,30
Impermeabilização contra a umidade signica aplicação Aço 0,60
de asfalto sem reforço a uma superfície de concreto ou de Vidro 0,45
alvenaria, geralmente
posta à ação da água. abaixo do nível do solo e pouco ex- Concreto
Alumínio 0,55
1,22
Vinil 3,00
E a impermeabilização contra a água? Deve-se observar a semelhança entre as dilatações té-
rmicas do aço e do concreto. O concreto armado com
Impermeabilização a água é a aplicação, em tais super- alumínio seria viável somente se as variações de tempera-
fícies, de asfalto misturado com bras, para prevenir a tura fossem insignicantes e, naturalmente, se o concreto
penetração de umidade sob condições de pressão acima não corroesse o alumínio.
da atmosférica. Os impermeabilizantes asfálticos para tais
ns são aplicados com brocha ou revólver.  Como podemos explicar o signicado de
Brocha: Tipo de pincel grande para caiar ou para pintura Conforto Ambiental ?

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
A construção civil vem buscando a melhoria contínua dos - clima, habitação e vestuário;
ambientes construídos no que se refere ao conforto - saúde nutrição e atividade.
humano. Nos ambientes de uma edicação, tem-se nota- A energia mínima consumida pelo organismo humano
do uma evolução em basicamente quatro áreas referentes por m² de superfície do corpo, a qual é obtida quando o
ao conforto ambiental: indivíduo está em jejum de 12h, em repouso absoluto,
conforto térmico; deitado, normalmente vestido (sem agasalhos), em ambi-
acústico; ente a uma temperatura tal que não sinta frio nem calor,
lumínico; recebe o nome de metabolismo básico (ou basal). O me-
ergonômico. tabolismo humano varia com a idade, durante a digestão,
Assim, na elaboração de um projeto, o projetista deve ter nos estados patológicos, em condições ambientes adver-
em mente: a importância da orientação solar; o dimens- sas (tanto de frio como de calor) e com a atividade.
ionamento adequado das aberturas de ventilação e ilumi- Animais de temperatura constante (homeotérmi-
nação;cada
para a escolha
região dos materiais,
ou lugar levando-se
especíco, temosemumconta que,
determi- cos), como
peratura do os mamíferos,
corpo as aves,
é bastante maisetc., nos do
elevada quais
quea tem-
a do
nado tipo de clima. meio ambiente e independe de suas variações, necessitam
A escolha da opção correta para cada um destes itens, manter a sua temperatura do corpo em, por exemplo, no
contribuirá para a melhoria do conforto ambiental e con- homem, 37°C, aproximadamente.
seqüentemente para a racionalização no uso de equipa- Nestas condições, as trocas de calor efetuadas
mentos de climatização destes ambientes, na redução do pelo corpo humano não podem ser feitas exclusivamente
consumo energético, enm, na preservação dos recursos na forma de calor sensível.
naturais. Quanto mais elevada for a temperatura exterior,
maior será a parcela de calor liberada na forma latente e
maiores capacidades de evaporação do ambiente se tor-
SAIBA MAIS nam necessárias a m de que o equilíbrio homeotérmico
possa ser atingido.
NOÇÕES DE CONFORTO TÉRMICO - ENER- A zona de conforto, determinada para o Brasil tem como
GIA E VIDA limites de temperaturas efetivas, de 22°C a 26°C. Num
projeto arquitetônico completo não podemos esquecer
Na natureza, os vegetais transformam a energia solar em de atingir o mais próximo destes valores ideais de con-
energia química através da fotossíntese, sendo esta facil- forto térmico, através de aberturas bem localizadas e di-
mente assimilada pelos animais. A matéria viva animal é, mensionadas; localização em relação à incidência solar ou
portanto, um reservatório de energia química que é lib- mesmo através da instalação de um sistema de acondic-
erada sob a forma de energia cinética (mecânica, calorí- ionamento de ar.
ca ou mesmo elétrica e luminosa), vericando-se nesse
processo a perfeita equivalência entre a energia química RESUMO
consumida e a soma das energias libertadas.
Desta forma, a vida vegetal e a vida animal se completam, Nesta unidade você estudou sobre as instalações num
estabelecendo-se entre a matéria viva e o mundo externo projeto arquitetônico, os diversos tipos de projetos e ser-
uma verdadeira circulação de energia solar, responsável viços de Engenharia, as formas de zoneamento e a tec-
por toda atividade terrestre. nologia utilizada na Construção Civil. Vamos rever um
Seja qual for o modo pelo quais os organismos animais resumo dos principais tópicos:
transformam a energia química dos alimentos, o que sa- O combate à não-conformidade intencional às
bemos ao certo é que tudo se passa como se houvesse normas técnicas na fabricação de materiais e componen-
simplesmente a combustão das substâncias ingeridas e tes para a construção civil é um dos principais eixos do
que o resultado nal é a excreção dos produtos da oxi- PBQP.
dação
balho ee,calor.
energeticamente falando, uma produção de tra- Um Projeto
mo, os seguintes itens:de Fundações deve conter, no míni-
Resulta daí que os organismos animais são verda- - Locação dos elementos da fundação, como: sa-
deiras fontes de calor, necessitando, para desenvolverem patas, blocos, radiers, estacas, tubulões, etc.
sua atividade vital, um desnível térmico em relação ao - Especicações dos materiais usados em cada
meio externo. A energia produzida pelo organismo hu- elemento estrutural, como: aço, cimento, agregados e adi-
mano na unidade de tempo, a qual pode ser avaliada facil- tivos.
mente em função do oxigênio consumido na respiração, - Detalhamento dos elementos.
depende de diversos fatores: É o projeto estrutural que denirá a quantidade, locação,
- natureza, constituição, raça, sexo, idade, peso, dimensão e materiais constituintes dos elementos estrut-
altura; urais como: vigas, pilares e lajes.

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Um projeto de arruamento deve conter os seguintes da- OBERG, Lamartine. Desenho Arquitetônico. 21ª ed. Rio
dos: de Janeiro: ao Livro Técnico. 1976.
- Perímetro da Área da Gleba a ser Loteada. PATTON, W.J. Materiais de Construção para Engenharia
- Curvas de Nível de metro em metro, dando a Civil. São Paulo: EDUSO, 1978.
exata noção da topograa da área. Os principais elemen- RAIMUNDO, Celso & ALMEIDA, W.C. Dicionário
tos a serem identicados, ao vistoriar-se uma área para o Imobiliário. Florianópolis: Ed. Imobiliária, 2002.
loteamento ou lote são: vericar as condições da área, no RIBEIRO, Benedito. Manual do Técnico em Transações
que se refere à limpeza, benfeitorias existentes, condições Imobiliárias. Goiânia: Ed. AB. 1987.
dos limites do terreno. SILVA, Eurico de Oliveira e ALBIERO, Evando. Desen-
Os efeitos do zoneamento no projeto proposto ho Técnico Fundamental. São Paulo: Editora Pedagógica
devem ser considerados antes que a propriedade seja e Universitária. 1977.
comprada. O aproveitamento de um terreno tem também

suas normase ecabe


Município exigências xadasdonoMunicípio
à Prefeitura Código deoObras do
controle ANEXOS:
1) Projeto Elétrico:
dos processos de parcelamento ou aproveitamento de 2) Projeto Hidráulico:
terrenos. A posição de um lote, a chamada orientação Ceter – Instituto do Corretor
verdadeira em virtude da incidência do sol, inuencia no Desenho Arquitetônico e Noções de Construção Civil 65
valor do lote. 3) Projeto Sanitário:
O imóvel só pode ser ocupado depois da con- Ceter – Instituto do Corretor
cessão do Habite-se. Desenho Arquitetônico e Noções de 66 Construção Civil
A terraplenagem é a etapa da obra que prepara o
terreno para que nele sejam executadas as edicações. GLOSSÁRIO:
Além do uso comum como preparo do terreno para rece-
ber uma edicação, a terraplenagem também é muito ABÓBADA – Cobertura encurvada, geralmente con-
conhecida e usada em obras de estradas e barragens. A struída com pedras, concreta ou tijolos que se apóiam uns
resistência dos materiais é o ponto mais importante a se nos outros, de modo a suportar o seu próprio peso e as
levar em consideração na construção e na estrutura de cargas externas utuantes. Todo teto côncavo pode ser
uma obra. Os materiais precisam agüentar os esforços chamado de abóbada. Cobertura encurvada.
impostos pela ocupação normal do prédio. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
De outros materiais da obra, pode ser exigida durabi- ACLIVE – Quando o terreno se apresenta em subida em
lidade, em lugar de resistência. O material do telhado relação à rua; ladeira, vista de baixo para cima.
deve poder se acomodar aos movimentos do prédio. A AFASTAMENTO – Distância entre bloco construído e
resistência dos materiais ao cisalhamento é menor que os limites de lote. O mesmo que recuo.
sua resistência à tração ou à compressão, e para a maioria AGRIMENSURA – Medição de superfície dos terrenos
dos materiais – especialmente para materiais quebradiços na qual o arquiteto se baseia para executar seu trabalho.
como o concreto – a resistência à tração ou à compressão, ÁGUA DE TELHADO – Cada uma das superfícies em
e para a maioria dos materiais – especialmente para mate- plano inclinado da cobertura.
riais quebradiços como o concreto – a resistência à tração ALICERCE – Fundação ou base de alvenaria enterrada
é menor do que à compressão. A palavra Ductilidade im- que sustenta a obra.
plica na capacidade do material se deformar. A dilatação é ALVENARIA - É o conjunto dos elementos aplicados na
o aumento do volume dos corpos, principalmente a partir composição de muros, paredes ou alicerces: alvenaria de
da ação do calor. Os projetos de engenharia e arquitetura tijolo, de pedra, etc.
trabalham com previsões de dilatação dos materiais e dos ARCADA – Local com arcos ao longo.
elementos envolvidos numa estrutura de construção.As ARGAMASSA - Mistura proporcional de cimento, areia e
variações de temperatura são causadoras da dilatação e cal, usada para assentar tijolos e revestir alvenaria.
contração dos materiais de construção. AREIA – Partículas
apresentam em grãosdemaisrocha
ou em desagregação
menos nos, nas que se
praias,
leito de rios, desertos, etc. Parte constituinte dos solos
REFERÊNCIAS cujas partículas têm diâmetros compreendidos, aproxi-
madamente, entre 0,02 mm e 2 mm. Agregado miúdo
CARDÃO, Celso. Técnicas de Construções I e II. Belo que entra na composição dos concretos e argamassas, na
Horizonte: Arquitetura e Engenharia, 1969. regularização ou nivelamento de terrenos.
COSTA, Enio Cruz da. Física Aplicada à Construção – A.R.T. – Anotação de Responsabilidade Técnica.
Conforto Térmico. São Paulo: Ed. Edgar Blucher, 1974. BALAÚSTRE - Pequena coluna ou pilar em metal, ma-
NEIZEL, L. Desenho Técnico para a Construção Civil. deira, pedra ou alvenaria que, alinhada lado a lado, forma
São Paulo: E.P.U. 1979. a balaustrada - estrutura de sustentação de corrimões e

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
guarda-corpos. CORTE – Desenho que apresenta uma construção sem
BALDRAME – Designação genérica dos alicerces de al- as paredes externas, deixando à mostra uma série de det-
venaria. Conjunto de vigas de concreto armado que corre alhes como: pé-direito, divisões internas, comprimentos,
sobre qualquer tipo de fundação. Peças de madeira que se escadas, etc.
apóiam nos alicerces de alvenaria e que recebem o viga- COTA – Toda e qualquer medida expressa em plantas
mento do assoalho. arquitetônicas.
BASCULANTE - Nome de portas ou janelas dotadas de CREA – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura
um eixo horizontal sobre o qual giram até atingirem a e Agronomia.
posição perpendicular em relação ao batente ou à esquad- CUMEEIRA – Arremate ou nalização do encontro das
ria. telhas nos vértices da cobertura; parte mais alta do tel-
BAY -WINDOW – Janela de três faces, instalada no nível hado onde acontece o encontro das superfícies inclinadas
térreo, projetada para fora do prumo da construção. (águas).
BEIRAL
parede – Prolongamento
externa, do ação
protegendo-a da telhado para além
das chuvas. da
As tel- DECK –ouPiso
piscinas em madeira ripada, ideal para circundar
banheiras.
has dos beirais podem ser sustentadas por mãos france- DECLIVE – Quando o terreno se apresenta em descida
sas. em relação à rua; ladeira vista de cima para baixo.
BOLEADO – Acabamento abaulado no contorno da su- DEMÃO - Cada uma das camadas de tinta ou qualquer
perfície de madeira, pedra, plástico ou metal. outro líquido sobre uma superfície.
BRITA – Pedra fragmentada. DESATERRO - Local de onde se retirou um volume de
CAIBRO – Peça de madeira com secção quadrada que terra; desterro.
sustenta ripas de telhados ou tábuas de assoalhos. DILATAÇÃO – aumento de dimensão. Aumento do vol-
CAIXA DE ESCADA - Nas construções, o espaço verti- ume dos corpos, principalmente a partir da ação do calor.
cal destinado à escada. Os projetos de engenharia e arquitetura trabalham com
CAIXILHO - Parte da esquadria que sustenta e guarnece previsões de dilatação dos materiais e dos elementos en-
o vidro. volvidos numa estrutura de construção.
CAL – Material indispensável ao preparo das argamas- DRENO – Sistema de tubos ou dutos subterrâneos que
sas. É obtida a partir do aquecimento da pedra calcárea escoam a água de terrenos alagadiços.
a temperaturas próximas a 1000°C, processo que resulta EDÍCULA – Construção complementar à principal,
no aparecimento do monóxido de cálcio (CaO) e ganha o onde, geralmente, cam instalados a área de serviços, as
nome de cal virgem. dependências de empregados ou o lazer.
CALEFAÇÃO – Qualquer sistema de aquecimento para ELEVAÇÃO – Representação gráca de uma fachada
interiores. em plano ortogonal, sem profundidade ou perspectiva.
CEPO – Tronco de madeira. EMBOÇO – Primeira camada de argamassa nas paredes.
CIMENTO – Substância em forma de pó no, obtida da Feito com areia grossa, não peneirada.
moagem, após a coeção no forno a uns 1000°C, de rochas ESCALA – É a relação que permite transformar uma dis-
calcáreas com 30% a 40% de argila; elemento de união tância medida no terreno em sua homóloga no desenho
ou aglomerante; alicerce. Substância que une ou liga os e vice-versa. Linha graduada, dividida em partes iguais,
diversos componentes de uma rocha clástica. que indica a relação das dimensões ou distâncias, marca-
CLAPBOARD SIDING – Um tipo de revestimento ex- das sobre um plano com as dimensões ou distâncias reais.
terno para paredes, feito com tábuas sobrepostas de ma- ESPELHO D’ÁGUA – Pequeno tanque dentro ou fora
deira, característico do Early American, estilo dos coloni- de casa, onde a água reete o que estiver a sua volta.
zadores dos EUA. ESPIGÃO – Cumeeira; pedras, tijolos ou telhas inclina-
CLARABÓIAS – Abertura no alto da construção fechada dos que coroam a parte superior do telhado; linha de cu-
por vidro ou outro material transparente, criada para levar meeiras; divisor das águas mestras do telhado; peça de
iluminação e/ou ventilação naturais aos ambientes sem madeira que sai do encontro dos fechais no ângulo ou
janelas.
COLUNA – Elemento estrutural de sustentação, de canto de um edifício.
FACHADA – Nome de cada face de uma construção. A
secção cilíndrica, que pode apresentar diversas formas e de frente é denominada fachada principal, e as demais:
ser feito de pedra, alvenaria, madeira ou metal. fachada posterior ou fachada lateral.
CONCRETO – Mistura proporcional de cimento, areias, FERRAGEM – Certa quantidade de ferro, pronto ou
pedra e água utilizada em estruturas aparentes ou não. preparado, para uso na construção de uma edicação.
CONCRETO ARMADO – É a associação do concreto Conjunto de peças de ferro necessário a uma construção:
às armações de ferro. fechaduras, dobradiças, cremonas, puxadores, etc., para
CONTRAPISO – Camada de 4 a 6 cm de cimento e areia janelas, portas e portões.
aplicada para nivelar o piso antes de receber o acabamen- FIADA – Fileira horizontal de pedras ou de tijolos de
to. mesma altura, que entram na formação de uma parede.

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

FISSURA – Trinca supercial no concreto ou na alve- largura de um tijolo assentado pelo comprimento.
naria. MEZANINO – Piso intermediário que interliga dois
FUNDAÇÃO – O mesmo que alicerce. pavimentos; piso superior que ocupa uma parte da con-
GABARITO – Marcação feita com os nos limites da strução e se volta para o nível inferior com o pé-direito
construção antes que a obra tenha início; o encontro duplo.
desses os assinala onde carão os pilares. MOSAICO – Trabalho executado com caquinhos de vi-
GRANILITE – Revestimento contínuo para pisos e pare- dro ou pequenos pedaços de pedras e de cerâmicas en-
des, executando in loco, à base de argamassa de cimento e gastadas em base de argamassa, estuque ou cola.
pó ou fragmentos de mármore. A cor do cimento (natu- NICHO – É uma cavidade ou reentrância nas paredes,
ral, branco ou pigmentado) dene a cor do granilite. destinada a abrigar um armário ou prateleiras. É comum
GRANZER – Madeira embutida no contrapiso sobre o na composição de bares ou na exposição de obras de arte.
qual são axados os tacos ou tábuas corridas. PAISAGISMO – Estudo da preparação e da composição
GUARDA-CORPO
usadas – Grade
em sacadas, balões, ou balaustrada
escadas, deect.
mezaninos, proteção de espécies SOLTEIRA
PAREDE vegetais em complemento
– Parede queà arquitetura.
não chega até o
HABITE-SE – Documento emitido pela prefeitura para forro.
permitir que uma casa seja habitada. PARAPEITO – Proteção que chega até a altura do peito
IMPERMEABILIZAÇÃO – A aplicação de recursos que em terraços, sacadas, mezaninos. Diferencia –se do
impedem a inltração de água nas partes de uma con- guarda-corpo por se tratar de elemento inteiro, sem
strução. grades ou balaústres.
INCHAMENTO – Aumento de volume sofrido pela PASSEIO – Parte de um logradouro destinada ao trânsito
areia quando molhada. ou à circulação de pedestres.
INSOLAÇÃO – Quantidade de calor solar recebida por PÁTINA – Oxidação natural ou articial que confere um
uma construção. aspecto envelhecido aos objetos e superfícies.
JIRAU – Estrado ou laje em piso à meia altura que per- PBQP-H – Sigla do Programa Brasileiro de Qualidade e
mite a circulação de pessoas sobre ele e abaixo dele. Não Produtividade na Habitação.
confundir com mezanino ou meio-piso. PÉ-DIREITO – Altura de um ambiente medida do piso
LADRÃO – Cano ou orifício de escoamento, situado na ao teto.
parte superior de pias ou reservatórios de água, que evita PERFIL – Representação gráca do corte transversal ou
o transbordamento de excesso. horizontal de uma construção.
LAJOTA – Pequena laje de concreto, de cerâmica ou de PERSPECTIVA – Representação gráca tridimensional
pedra usadas na pavimentação de pisos de jardim, pas- de fachadas e ambiente.
seios, etc. PILAR – Elemento estrutural vertical de seção quadrada
LENÇOL FREÁTICO – Ponto onde se acumulam as ou poligonal, feito em concreto, madeira ou alvenaria.
águas subterrâneas. PILASTRA – Pilar de quatro faces onde, uma delas está
LONGARINA – Viga de sustentação disposta segundo anexada ao bloco construtivo.
o comprimento de uma estrutura. Nela se apóiam os de- PLANO INCLINADO – Rampa, elemento vertical de
graus de escadas, pisos elevados, etc. circulação.
MANILHA – Tubo de barro, de grandes dimensões, in- PLANTA BAIXA – Representação gráca de uma con-
stalado no subterrâneopara conduzir águas servidas. strução, onde cada ambiente é visto de cima, sem telhado.
MÃO FRANCESA – Elemento estrutural inclinado que PLATIBANDA – Mureta de alvenaria maciça ou vazada
liga um componente em balanço à parede, diminuindo o ou de concreto, que contorna a coberta, para esconder a
vão livre no pavimento inferior; numa série de tesouras, calha, parte do telhado ou servir de ornamento à fachada
os suportes oblíquos que ligam as extremidades inferiores de uma edicação.
com a cumeeira; escora. PREFEITURA – Edifício sede da autoridade municipal.
MARCO – peça que compõe a janela ou a porta, em que PRUMO – Barbante com um peso usado na marcação de
se xa no vão
dobradiças. para guarnecê-la,
Elemento de concretoe no
quequal se prendem
se xa as
no solo, em linhas ondedeixar
nica não pilares
queserão erguidos.saiam
as estruturas Manter
da overticalidade
prumo sig-
local protegido, no qual se grava ou coloca a cota de marcada pelo prumo, evitar que se entortem.
referência de um determinado levantamento topográco. QUIOSQUE – Pequeno elemento em madeira, ger-
Sinal de demarcação de terras. almente com cobertura em bras naturais, ideal para a
MEIA-ÁGUA – Telhado com apenas uma água, um só composição de jardins e áreas de lazer.
plano inclinado. REBARBA – Excesso de massa que escapa ao se com-
MEIA-PAREDE – Atualmente refere-se às paredes baix- primir os tijolos durante o assentamento; aspereza numa
as usadas como divisórias ou efeitos trabalhados na parte superfície qualquer depois de desbastada.
inferior as paredes; parede feita com meio tijolo. REBOCO – Massa utilizada no revestimento de paredes.
MEIO-TIJOLO – Parede de espessura correspondente à Quando feita com areia não peneirada recebe o nome de

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
emboço; se feita com areia na é denominada massa na. do-a áspera, crespa.
REJUNTE – Fechar com argamassa, plástico, metal, ma- TOPOGRAFIA – Análise detalhada e reprodução gráca
deira, etc. as juntas da alvenaria ou as frestas entre os ma- de um terreno, incluindo aclives, declives e irregularidade,
teriais de acabamento. para direcionar a implantação.
RESPIRO – Pequena abertura que favorece a ventilação TÚNEL – Galeria subterrânea construída para dar pas-
em armários, depósitos, tubulações, etc. sagem a uma via de comunicação.
REVESTIMENTO – Camada de espessura diversa com UM TIJOLO – Parede de espessura correspondente ao
que se recobre ou protege uma superfície qualquer de comprimento de um tijolo assentado no sentido da lar-
uma construção, podendo ser de cimento, madeira, ladril- gura. Usado normalmente em paredes externas.
hos cerâmicos ou hidráulicos, asfalto e azulejo. Designa- VERGA – Peça colocada, superior e horizontalmente,
ção genérica dos materiais que são aplicados sobre as su- em um vão de porta ou janela, apoiando-se sobre as om-
perfícies toscas e que são responsáveis pelo acabamento. breiras em suas extremidades.
RODAPÉ
paredes, – Faixa
junto de Os
ao piso. proteção
rodapésaopodem
longoser
dasdebases das
madeira, VIGA – Elemento
executado estrutural
em madeira, ferro oue concreto
horizontalarmado.
que pode ser
cerâmica, pedra, mármore, etc. ZARCÃO – Óxido salino de chumbo. É usado como
RUFO – Elemento que guarnece os pontos de encontro primeira demão na pintura de peças metálicas a m de
entre telhados e paredes, evitando inltração de água protegê-las.
pluvial na construção.
SAIBRO – Solo arenoso de cor avermelhada ou amarelo-
escura. Pode ser usada na composição de argamassas.
SANCA – Moldura, normalmente em gesso, instalada no
encontro entre as paredes e o teto. Pode ter diversos for-
matos e ainda embutir ou não a iluminação.
SAPATA – Num alicerce, a parte inferior a mais larga;
peça de madeira disposta sobre o pilar e que recebe todo
o peso sobre si; peça em ferro colocada sobre a estaca,
facilitando sua cravação.
SEIXO ROLADO – Pedra arredondada, encontrada no
leito de rios, muito usada em arquitetura e decoração.
SHINGLE – Cobertura feita com telhas de madeira, típi-
ca dos Estados Unidos no século XIX.
SOLEIRA – A parte inferior do vão da porta no solo.
Também designa arremate na mudança de acabamento
de pisos, mantendo o mesmo nível, e nas portas externas,
formando um degrau na parte de fora.
SONDAGEM – Perfuração no terreno para vericação
de sua natureza geológica, de lençóis de água, de jazidas,
etc.
TALUDE – Rampa, escarpa. Volume inclinado de terra,
coberto por grama, que atua como muro de arrimo, im-
pedindo o desmoronamento do solo.
TERÇA – Viga em madeira cuja função é sustentar os
caibros do telhado.
TERRAÇO – Cobertura plana de uma casa ou edifício;
ambiente descoberto anexo a uma construção em
qualquer um de seus– Preencher
TERRAPLENAR pavimentos.um espaço com terra até
que atinja o nível desejado.
TESOURA – Armação do telhado em formato triangular
que vence grandes vãos, sem o auxílio de paredes.
TESTADA – Linha que coincide com o alinhamento do
logradouro e destinada a separá-lo da propriedade par-
ticular; parte da rua ou estrada que está à frente de uma
edicação; testeira.
TEXTURA – Efeito plástico. Massa, tinta ou qualquer
material empregado para revestir uma superfície, deixa

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

EXERCÍCIOS
Desenho arquitetonico

1 – A planta é um desenho que representa todas as particularidades de uma construção, projetadas numa superfície
horizontal. Algumas que utilizam este tipo de escala é (são):

a) Redutora
b) Planta baixa, de situação
c) Representação
d)
e) Dimensional
Nenhuma das respostas anteriores

2 – A nalidade dos cortes é representar e cotar:

a) Pé-direito dos compartimentos


b) As alturas das vergas e peitorais
c) Níveis relativos
d) A altura real da edicação
e) Todas as alternativas acima estão corretas

3 – A representação gráca de uma construção onde cada ambiente é visto de cima sem o telhado chama-se:

a) Planta baixa
b) Fachada
c) Projeto arquitetônico
d) Topograa
e) Nenhuma das alternativas acima estão corretas
4 – Escalas Numéricas

a) São escalas de ampliação, as recomendadas são: 2:1, 5:1, 10:1, 20:1, 100:1.
b) Podem ser de redução e de ampliação e são chamadas de numéricas ou métricas
c) Composta somente escala de redução para representação na planta
d) É uma regulamentação do COFECI para as plantas de Imóveis
e) Nenhuma das alternativas acima estão corretas

5 – Correlacione a coluna 1 com a aluna 2:

1 – Pé direito ( ) Pequena abertura que favorece a ventilação em geral


2 – Viga ( ) Rampa, escarpa
3 – Talude ( ) Pilar de quatro faces
4 – Pilastra ( ) Elemento estrutural e horizontal
5 – Respiro ( ) A altura de um ambiente do piso ao teto
a) 5-3-4-2-1 b) 1-2-4-3-5 c) 3-4-1-2-5 d) 5-3-2-4-1 e) 2-4-3-5-1

6 – Dentre os materiais de grande importância nas construções destacamos a madeira, da qual, como vantagens
podemos citar:

a) Boa resistência ao tempo


b) Facilidade ao trabalhar, transporte, manuseio e corte
c) Custo relativamente baixo de produção e beneciamento
d) Ótima qualidade técnica, sendo que nula sua sensibilidade à variações térmicas

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
e) Todas as alternativas acima estão corretas

7 – Os ângulos são classicados de acordo com as aberturas que representam:

a) Ângulo “raso” ou “meia-volta”: é formado por duas semi-retas opostas


b) Ângulo “agudo”: qualquer ângulo com medidor menos que a do ângulo reto é agudo
c) Ângulo obtuso: qualquer ângulo maior que 90° e menos que 180°
d) Todas as alternativas acima estão corretas
e) Nenhuma das alternativas acima estão corretas

8 – Topograa:

a)
b) É aum processo
técnica de representação
de representar da estrutura
em papel, de umadeedicação
a conguração um área de terras com todas as suas características
c) É um sistema de informações do projeto arquitetônico
d) É a representação do comprimento dos lados perietrais do terreno a ser edicado
e) Nenhuma das alternativas acima estão corretas

9 – Habite-se é um (a):

a) Autorização emitida pelo Estado para que um imóvel recém-construído ou reformado possa ser ocupado
b) Certicado emitido pela Vigilância Sanitária em relação aos aspectos de higiene
c) Diploma emitido ao proprietário do imóvel pela conclusão da obra
d) Autorização emitida pelo Município para que um imóvel recém-constituído ou reformado possa ser ocupado
e) Nenhuma das alternativas acima estão corretas

10 – Triângulos...

a) Quanto às dimensões e ângulos de seus lados podem ser do tipo: eqüilátero, isósceles ou escaleno
b) Eqüiláteros são aqueles que possuem apenas 2 de seus lados com a mesma medidas
c) Isósceles são aqueles que possuem os 3 lados exatamente com as mesmas medidas
d) São guras geométricas que tem todos os lados com a mesma medida
e) Nenhuma das alternativas acima estão corretas

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

RELAÇÕES HUMANAS
ÉTICA E CIDADANIA

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

• 192
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

INTRODUÇÃO

Bem-vindo à disciplina de Relações Humanas, Ética e Cidadania que faz parte do Módulo I - Qualicação

Técnica de Assistente Administrativo.Ela tem como principal objetivo fornecer-lhe conhecimentos teóricos

e práticos sobre Relações Humanas,Ética e Cidadania, contribuindo, de forma eciente e ecaz na tomada

de decisão das atividades administrativas.Este material didático foi elaborado especialmente para esse curso,

levando-se em consideração o seuperl e as necessidades da sua formação. A melhoria contínua é meu obje-

tivo, pedimos que você encaminhe suas sugestões via professor tutor oumonitor, sempre que achar interes-

sante e oportuno.Espero que você tenha sucesso nesta caminhada e quebusque sempre pesquisar e conhecer

mais sobreeste assunto tão vasto e importante para as organizações e para a sociedade.Uma dica importante
é realizar todas as atividades sugeridas nesta disciplina e acessar com freqüência oambiente virtual de apren-

dizagem para trocar informações e interagir com seus colegas e tutores.

Lembre-se sempre: você não está sozinho nos seus estudos, conte com o sistema tutorial da nossa

instituição sempre que precisar de ajuda ou alguma orientação.

Bons estudos!

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

era bastante setorizada. Havia vários ramos industriais. A


UNIDADE 1 divisão de tarefas e a especialização pela atividade desen-
volvida, eram de extrema importância para srcinar uma
produtividade mais acelerada.
SEÇÃO 1 : Do artesão de “fundo de quintal” que desenvol-
via as etapas para a confecção do seu produto, passou-se
Comoamodernizaçãoeateconologiainuenciam a subdivisões de tarefas onde cada funcionário desem-
nas relações humanas? penhava uma atividade especíca de uma das etapas da
confecção. A agilidade era cobrada pelos donos das fábri-
cas, o homem começou a ser apenas uma das “engrena-
Para início de conversa gens de uma máquina” (DECCA, 1991).
MARK1 (1960, citado por DECCA,1991) pensador do
A Revolução Industrial tornou as organizações maiores sistema capitalista,
artesanato, observou
na manufatura o processo
e na de trabalho
grande indústria. no
Notou
e mais complexas, trazendo consigo avanço tecnológico
e uma visão focada para a lucratividade e produtividade, que no artesanato e na manufatura “o trabalhador se ser-
onde seres humanos já não se identicam com o produto via de sua ferramenta, enquanto na fábrica ele passava a
de seu trabalho. Cada vez mais percebemos em nossos servir à máquina”. Se o trabalhador detinha antes o con-
lares e local de trabalho, as amarras da tecnologia bito- trole sobre o processo e as condições de trabalho, com
lando fortemente o ser humano, individualizando-o, di- a mecanização da produção, no sistema de fábrica, esse
cultando seu contato e relacionamento com os demais, controle escapou de suas mãos. Na verdade, o trabalha-
mutilando indiretamente a criatividade, a imaginação, a dor foi submetido e dominado por suas condições de tra-
percepção e a espontaneidade. Estamos sujeitos à consid- balho.
erável manipulação e ajustamento, e é bem possível que
muitas das escolhas que nos são apresentadas, são mais Pense e Anote
aparentes do que reais. O ser humano vai deixando de
lado sua capacidade criadora para tornar-se a “engrena- O que DECCA (1991), no texto acima notou em relação
gem de uma máquina”. Parece que o ritmo das máquinas ao trabalhador?
impõe um novo ritmo e um novo tempo para o ser hu- ___________________________________________
___________________________________________
mano. Nas décadas nais do século XIX no Brasil, ____________________________________________
transformações econômicas e sociais propiciaram as- ___________________________________________
condições necessárias para a industrialização (processo ___________________________________________
social em que a fábrica ocupa o lugar central) e para um ____________________________________________
desenvolvimento urbano acelerado. Pequenos núcleos ur- ____________________________________________
banos e cidades se expandiram, enquanto novos centros Com a fábrica houve dependência crescente do trabalho
urbanos se formaram; as chaminés de fábricas e conjun- diante do capital, o qual passou a desempenhar cada vez
tos industriais os povoaram, modicando-lhes a feição mais funções de coerção e disciplina. É o ponto de partida
pacata e imprimindo-lhes outro ritmo de atividades. No- para um sistema de vida associativa que exige condições
vas formas de vida surgiram ao lado de formas de viv- psicológicas novas e compreensão do sentido da socie-
er do mundo agrário, existentes desde há muito tempo dade para o resultado comum.
(DECCA, 1991). A velocidade das técnicas leva a uma unicação
O domínio das forças naturais pelos novos processos téc- do espaço, fazendo com que os lugares se globalizem.
nicos exigiu esforço coletivo e conjugado de numerosas Cada local, não importa onde se encontre, revela o mun-
equipes de trabalhadores, e, essas equipes estavam sempre do, já que os pontos desta malha abrangente são suscep-
em função de um equipamento, umas máquinas. O trabal- tíveis de intercomunicação.
ho urbano era bastante heterogêneo; operários industriais Exemplo: McDonald’s, Coca-Cola,
e urbanos, trabalhadores assalariados ou independentes,
cosméticos Revlon, calças jeans Ellus,
operários de grandes e pequenas indústrias, de ocinas televisores Toshiba, chocolate Nestlé, tênis
de tamanho médio ou de “fundo de quintal” (DECCA, Reebok.... Familiaridade que se realiza no anonimato de uma
1991). civilização (ORTIZ, 1994).
A atividade industrial, sempre crescente, era conduzida
fundamentalmente no interior de empresas de pequeno
e médio porte, ainda que as grandes fábricas existentes Qual a questão mais vital para as empresas hoje?
concentrassem o maior número de operários e a maior
quantidade de capital, sendo responsáveis também pela Capital? Estratégia? Produtos Inovadores? Tecnologia de
maior parte da produção industrial. Nossa indústria Ponta?
1 Karl Marx, El capital, tomo I, p. 406

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Todos os itens acima são poderosos. Mas subitamente


perdem a intensidade e a força quando confrontados O que se torna óbvio à medida que a au-
com outro tópico: o talento humano. Nada é tão vital na tomação se impõe?
agenda das empresas hoje como o talento humano. O
movimento de valorização das relações humanas no tra- À medida que a automação se impõe, torna-se óbvio
balho surgiu da constatação da necessidade de considerar que “informação” é a mercadoria fundamental, e que os
a relevância dos fatores psicológicos e sociais na produ- produtos sólidos são puros incidentes no movimento de
tividade. informação (FIORE, 1969). O processo de tecnologia
de nosso tempo está remodelando e reestruturando pa-
Você sabia? drões de interdependência social e todos os aspectos de
nossa vida pessoal. Por ele somos forçados a reconsiderar
Que as bases desses movimentos foram dadas pelos es- e reavaliar, praticamente todos os pensamentos, todas as
tudos Seu
1949) desenvolvidos
estudo veiopelo psicólogo
demonstrar Elton Mayo
a inuência (1890-
de fatores ações e todas as instituições. Tudo está mudando dramati-
camente.
psicológicos e sociais no produto nal do trabalho. Como
conseqüência passou-se a valorizar as relações humanas Mas o que fazer para adaptar os funcionários
no trabalho. Mas até que ponto essa valorização é efe- aoperlexigidopelasatuaissoluçõestecnológicas
tivada? implantadas pelas empresas?
“... mesmo hoje, quando se pratica a Gestão de
Pessoas, ainda temos empresas que utilizam Gestão de Será que está havendo tempo, em meio a corrida acel-
Recursos Sub-Humanos, com funcionários sujeitos a erada para a obtenção de lucro, de preocupar-se com o
mais de 10 horas de trabalho diário e péssimas condições ser humano?
de trabalho (DI LASCIO, 2001, P.11). Segundo FIORE (1969), os sistemas de circuitos
O fator humano está sendo deixado em segunda, terceira elétricos derrubam o regime de “tempo” e “espaço” e
ou quarta opção; para algumas empresas poderse-ia ar- despejam sobre todos nós instantaneamente e continu-
mar que é visto sob uma perspectiva de engrenagem, em adamente as preocupações, todos os padrões de trabalho
outras palavras comparadas como uma máquina. fragmentado tendem a combinar-se mais uma vez em
Segundo DI LASCIO (2001), O Psicólogo do “papéis” ou formas de trabalho comprometidos e exigen-
Trabalho e Organizacional vêm se preocupando com tes. A fragmentação das atividades, nosso hábito de pen-
estas questões, pois o volume de pessoas com estresse sar em pedaços e partes – a “especialização” – reetiram,
ou outros problemas como depressão, causados por essa passo a passo, processo de departamentalização linear
pressão contínua e excessiva, está aumentando assusta- inerente à tecnologia do alfabeto. A modernização e tec-
doramente. Na psicologia encontram-se muitas infor- nologia entrelaçam os seres humanos uns com os outros.
mações, técnicas e instrumentos que podem melhorar as As informações despencam sobre nós, instantaneamente
relações e o ambiente de trabalho do indivíduo seja em e continuadamente. Tão pronto se adquire um novo
seu relacionamento interpessoal ou nas atividades de gru- conhecimento, este é rapidamente substituído por infor-
pos de trabalho, pois acredito e quero que o indivíduo mação ainda mais recente. Nesse mundo, eletricamente
venha a ser mais produtivo mas de forma natural e cria- congurado, forçounos a abandonar o hábito de dados
tiva. classicados para usar o sistema de identicação de pa-
Queremos que o trabalho se transforme em fon- drões. SCHWEITZER2 (1948, citado por MESQUITA,
te de prazer e bem estar e não de pesadelo. Ser humano 1978) arma que as anidades com o nosso próximo de-
trabalhador, sempre terá para nós muito mais valor que a sapareceram. Estamos a caminho franco da desumaniza-
tecnologia, a máquina ou o computador, já que não existe ção. Onde a idéia de que a pessoa como pessoa nos deva
nada que o substitua, por mais que tentem (DI LASCIO, interessar periclita; periclitam também com ela a cultura
2001, p.11). e a moral. Daí, para a desumanização completa da vida
O condicionamento
tecnologia. A rede seseestende,
desdobra através do tempo
a descentralização e da
alastra- pouco vai: é questão
Nossa apenas
cultura ocialdesetempo.
esforça para abrigar os
se geogracamente, abrange nações e vai ocupando os novos meios a fazerem o trabalho dos antigos. Atraves-
continentes. O ser humano passa pela massicação anôn- samos tempos difíceis, pois somos testemunhas de um
ima para a atomização solidária através dos meios. Há choque de proporções cataclísmicas entre duas grandes
velocidade em tudo, a internet, o fax, o telefone, o avião, tecnologias. Abordamos o novo com o condicionamento
o jato... vão derrubando fronteiras nacionais e tornando psicológico e as reações sensoriais antigos. Esse choque
obsoletas as organizações locais. A roda, a bicicleta e o sempre se produz em períodos de transição. À medida
avião, fases iniciais de universalização. que novas tecnologias entram em uso, as pessoas cam
cada vez menos convencidas da importância da auto-ex-
pressão.
2 Albert Schuweitzer. Decadência e Regeneração da Cultura. São Paulo: Edição
Melhoramentos, 1948

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
Antigamente, o problema era inventar novas formas de Segundo DIMITRIUS e MAZZARELLA (2000), esta-
economizar trabalho. Hoje o problema inverteu-se. Ag- mos em contato com as pessoas do outro lado da cidade,
ora temos que nos ajustar e não mais inventar. O trabal- do outro lado do país, ou até mesmo do outro lado do
hador individualmente está fragmentado, sendo executor mundo. Mas nosso contato normalmente não é pessoal.
de uma tarefa simples e rotineira. A mecanização da Os mesmos avanços tecnológicos que nos permitem um
produção reduziu o trabalho a um ciclo de movimentos acesso tão extraordinário aos outros cobraram um preço
repetitivos. – zeram com que as conversas cara a cara passassem a
ser relativamente raras.
Será que as pessoas estão preparadas para
absorver a quantidade e a qualidade de tecnologia Por que se reunir pessoalmente com um cli-
que estão sendo geradas atualmente? Quem trabalha ente se você pode ligar para ele, enviar um e-mail, um
com essa tecnologia está devidamente integrado a fax, deixar recado na secretária eletrônica...? Qual é

aelautilização
ou tem uma visãodessas
parcial limitada, queferramentas?
novas permite apenas
Ou a diferença desde que a mensagem seja transmitida?
serão apenas acionadores de um botão? Tudo está baseado na palavra estéril e gerada eletronica-
mente, sem o benecio de ver a pessoa ou de falar com
Segundo STAREPRAVO (s/d), no mundo atual, ironi- ela. As pessoas que vivem nas grandes cidades são ensina-
camente protestamos contra o desperdício de recursos das desde crianças a desconar dos estranhos, como ca
naturais. Gastam-se milhões para proteger ou preservar então o relacionamento pessoal?
estas riquezas, sem se levar em conta o próprio desperdí-
cio humano. Desperdício de capacidade, habilidade e tal- Você sabia?
entos, o grande desperdício de nossos próprios recursos
pessoais. Cada indivíduo é uma fonte inesgotável destes Que com efeito de alguns trabalhos, mais particular-
recursos, e para que eles funcionem, nos ajudando a con- mente do psicólogo Abraham Maslow, colocam em rel-
quistar novas metas, é suciente reconhecê-los, e decidir evo a importância dos valores superiores na vida humana,
usá-los através do esforço individual. no trabalho, no lar, na amizade ou mesmo nas relações
A maioria dos psicólogos é de opinião que a do homem consigo mesmo. Assim sendo, o trabalho
maior parte das pessoas se subestima, e tem um conceito humano e a vida interior, quando realmente bem suce-
pobre de si mesma e é este conceito negativo sobre si didos, assumem um caráter trans-pessoal. Acima dos pa-
mesmo, que restringe sua percepção, castra seus ideais e péis sociais aprendidos, acima dos condicionamentos que
as impede de ver o que lhes foi destinado. Na verdade, moldaram o nosso comportamento, existe um encontro
somos possuidores de uma enorme quantidade de atribu- da essência dos seres.
tos, capacidades, habilidades e talentos que jazem inati- Se olharmos todos os setores da vida moderna,
vos no mais profundo do nosso ser. Vivemos hoje, numa vericaremos que o homem já não pode trabalhar soz-
dinâmica, numa concorrência muito grande, a tal ponto inho. A divisão do trabalho e a especialização cada vez
que: “quem correr será alcançado. Quem parar será atro- maior, o tornam dia a dia mais dependente de seu grupo,
pelado e esmagado pelo choque do futuro”. Só quem de- e conseqüentemente dos indivíduos que o compõem.
senvolver altíssimas velocidades conseguirá distanciar-se Certos empreendimentos fracassam, apesar de
dos limites (STAREPRAVO, s/d). disporem de instalações materiais ideais, da mais perfeita
De acordo com DIMITRIUS e MAZZARELLA maquinaria, porque a equipe falhou, embora inicialmente,
(2000), na vida moderna a deterioração tanto da relação- trabalhassem com entusiasmo, é que foi ocasionado, à me-
quanto dos valores humanos é nítida. Cresce continua- dida que surgiam diculdades de ordem pessoal, desen-
mente a solidão nas grandes cidades, tornando-se motivo tendimentos, falta de disciplina e ciúmes. É mera ilusão
de sofrimento para muita gente. De outro lado, os grandes pensar que a vida em grupo consiste simplesmente, em
valores eternos da humanidade: a beleza, a verdade, o juntar indivíduos com a nalidade de atingir um objetivo
amor...., estão
gia e frieza de sendo eliminados,
uma certa oprimidos pelanum
ciência fundamentada tecnolo-
car- comum.
tesianismo já quase obsoleto. Exemplos: Há alguns anos grande grupo industrial
resolveu instalar uma fábrica. Mandou comprar maquinaria das
Pense e Anote mais modernas, instalando-a um prédio planejado pelos mel-
hores arquitetos. Hoje, esta indústria está em fase de desagrega-
ção, os seus dirigentes perderam o controle da situação. O que
Quais são os grandes valores eternos da humanidade se-
aconteceu foi o esquecimento total, por parte dos dirigentes,
gundo DIMITRIUS e MAZZARELLA (2000) no de que a indústria é dirigida, mantida e controlada por homens.
texto acima? Esqueceram que ao lado do fator maquinaria e instalação existe
____________________________________________ o fator humano (WEIL, 1982, p.21).
____________________________________________

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Por muito tempo acreditou-se, que o maquinismo e a pode comprar entusiasmo, iniciativa, lealdade, devoção
economia resolveriam o problema da produtividade. A de corações, de espíritos.... Essas virtudes você deve con-
experiência mostrou que isto não é verdade. A multiplica- quistá-las”. (psicólogo americano desconhecido)
ção dos acidentes de trabalho, o aparecimento de doenças
prossionais, os fracassos de indivíduos inaptos, os prob- A psicologia organizacional busca enfatizar e
lemas de relações humanas (atritos, rivalidades, ciúmes, abordar este ser humano, este homem que por muitas
incapacidade de dirigir) levaram empreendimentos prom- vezes está esquecido e sufocado atrás da tão falada tec-
issores a fracassos totais. Além disso, por conseqüência nologia e que na verdade é o principal fator para qualquer
da divisão do trabalho, o ser humano já não sente mais avanço, lucratividade, expansão. Pensa-se que o trabalho
a mesma razão de trabalhar que antigamente era a satis- e o ato de trabalhar precisam caminhar juntos, rumo ao
fação de admirar obras criadas pelas próprias mãos utili- objetivo de satisfazer tanto as necessidades da empresa
zando sua criatividade. quanto às necessidades do ser humano, tendo um signi-

tímulo deOhoje,
estímulo
diantededaoutrora não pode
monotonia de seuser mais osem
trabalho es- cado e um
O sentido
estudo para ambos.
do fator humano e a resolução dos
objetivo aparente, o homem está se tornando cada vez problemas atinentes a este, não podem mais car ausentes
mais, peça de uma engrenagem, autômato, escravo, téc- da organização moderna, as funções estreitamente deni-
nico. das devem ceder lugar a uma série contínua de processos
que aborde como as pessoas ingressam na organização,
Você sabia? como evoluem dentro dela, como seu desempenho pode
ser maximizado e por m como deixam a organização
Que de acordo com WEIL (1976), o estudo do fator hu- (WEIL, 1982).
mano nas organizações pode ser dividido em três partes
principais. Em que Era estamos realmente inseridos?

1) Adaptação do homem ao trabalho Estamos inseridos na era da modernização,


É possível, hoje, com relativa facilidade, por meio de do avanço, da conquista, do lucro, da
exames psicológicos, classicar as pessoas em função informação, da máquina, da velocidade,
das suas aptidões, gostos, interesses e personalidade. Co- onde as deman das tecnológicas eeconômicas
locando “cada macaco no seu galho”, como diz a gíria, pressionam a indústria, necessariamente,
consegue-se tornar o ser humano mais feliz e a orga- à emergência de novos instrumentos, novas técnicas e no-
nização mais produtiva. De outro lado, a promoção e vos sistemas. Elas exigem, também uma novanecessidade
oaperfeiçoamento do pessoal em exercício constituem de estruturas racionalizadas e outras inovações organiza-
excelente estímulo para todos que queiram progredir na cionais. Tanto o controle mais estreito feito por técnicas e
vida. sistemas mais sosticados, como a expansão do tamanho
2) Adaptação do trabalho ao homem O ambiente das empresas tendem a conduzir a uma maior desperson-
físico de trabalho, a maquinaria, as instalações em geral, alização de nossas vidas (FIORE, 1969).
têm de ser adaptadas ao homem. Sabese hoje, por exem- As pessoas acabam por buscar no carreirismo as
plo, que a produção aumenta com paredes pintadas de condições para o crescimento prossional, estressam-se e
cor verde ou amarela. A cor cinza ou escura, ao contrário, se esquecem de valorizar o ser humano. Muita gente nem
deprime e provoca diminuição do rendimento. A cor ver- cumprimenta o outro no trabalho para ser mais produtivo
melha é mais estimulante que a primeira, porém, provoca, ou, ao dar um bom dia consegue apenas um “bão” de
ao longo do tempo, cansaço e irritação. volta (LIEVORE, 2000, p. 33).
3) Adaptação do homem ao homem O ambiente
de trabalho deve ter conança mútua e respeito humano. Você sabia?
Sabe-se hoje que uma pessoa que faz uma coisa ciente da
importância
produz muitodomais
seu do
trabalho e dopessoa
que uma seu respectivo
da qual sevalor,
pedeQue no mundo
costantemente e odanovo
velocidade, as coisasjá se
ao apresentar-se renovam-se
encontra
simplesmente obediência. velho. Nada ca, tudo é efêmero, dura apenas o brilho
de um dia. Não nos reconhecemos, pois temos que nos
Você sabia? renovar a cada instante. A clonagem e a possibilidade de
construímos máquinas inteligentes prometem até mesmo
Que uma redenição do que signica ser humano. Na medida
“Você pode comprar o tempo de um homem; em que será possível desenhar geneticamente um indi-
você pode comprar a presença física de um homem em víduo ou modicar a sua capacidade mental por meio de
determinado lugar; você pode igualmente comprar certa implantes eletrônicos, onde cará a linha divisória entre homem
atividade muscular, pagando-a por hora, mas você não e máquina, entre o vivo e o robotizado (FIORE, 1969)?

• 198
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

WEIL, P. Relações Humanas na Família e no Trabalho.


Será que o ser humano moderno tem a sensa- Rio de Janeiro, Vozes, 30ª ed., 1976.
ção constante de sempre estar sendo ultrapassado e
sempre perdendo algo? Será que essa incompletude Saiba Mais
faz crescer a necessidade de renovar nossos conhe-
cimentos, nossos valores, pontos de vista e nossos Elton Mayo (1880 – 1949) Sociólogo australiano que
corpos? deu srcem as teorias das rela
ções humanas. Pesquisou os
Embora programados para a eternidade, poderemos fatores interligados à desuman
morrer, sim, não de infarto ou câncer, mas de pânico, té- ização, desenvolveu um grande
dio ou vazio existencial, sem heroísmo algum, em meio trabalho na fábrica de Wester
ao espetáculo cotidiano. Não nos permitimos o ócio, o Electric Company (empresa
tempo
de cadade
umparar e reetir
de nós. e entender
Estamos qual o ritmo
condicionados próprio
a produzir. O de telefonia– com
pregados) 10.000
Chicago em
– bairro
mundo se tornou complexo demais, veloz demais, tenso de Hawthorne (1927-1932),
demais. É difícil não se perder. Sabemos que talvez não onde buscou estabelecer as
possamos encontrar o que buscamos, nem restabelecer o relações existentes entre a produtividade e melhorias nas
lugar das coisas e a seqüência dos acontecimentos (FIO- condições de trabalho.Mayo concluiu que o trabalho é
RE, 1969, p.395). uma atividade tipicamente grupal e quanto mais os seres
humanos estiverem integrados, maior será a motivação
para produzir. Mayo vai além, ao concluir que o com-
Glossário portamento do indivíduo se apóia no grupo e que o in-
divíduo é motivado essencialmente pela necessidade de
Auto-expressão –Ato de exprimir, gesto Estéril – Que estar em equipe, de ser reconhecido e de ser devidamente
não produz, incapaz de procriar, árido, inútil Transpes- informado, ou seja, esta pesquisa concluiu a importância
soal – Para além dos limites do pessoal, tudo que está ao e a inuência dos fatores psicológicos sobre as ações hu-
mesmo tempo entre, através, e além do pessoal, do nosso manas.
ego de transformar e uniformizar comportamentos At-
omização solidária – Reução de um corpo a partículas, a Abrahan Harold Maslow (1908 – 1970)
gotículas de reduzidas dimensões, dispersão.
Para Abrahan Maslow, os mo
Referências tivos pelos quais agimos estão
organizados em uma hierarquia
AGOSTI, H. Massicação anônima –transformar um de necessidades que vão desde
grupo de indivíduos numa massa anônima, inuenciar os os inferiores até os superiores.
indivíduos no sentido P. Condições Atuais do Human- Essa hierarquia é composta
ismo. Rio de Janeiro, Paz e Terra S. A., 1970. das seguintes necessidades:
DECCA, M. A. G. Indústria, Trabalho e Cotidiano. São siológicas (fome, sede, sono e
Paulo, Atual Editora Ltda. 13ª ed. 1991. re-pouso), de segurança (esta-
DI LASCIO, C. H. R. A Psicologia no Trabalho. Revista bilidade, ordem), de amor (família, amizade e outras) de
Contato – CRP 08, ano 23/ nº 113, p.11, Curitiba, 2001. estima (auto-respeito, aprovação), de auto-realização (de-
DIMITRIUS, J. E. & MAZZARELLA, M. Decifrar Pes- senvolvimento de capacidade).
soas. São Paulo, Alegro, 17ª ed., 2000. Livro - Maslow No Gerenciamento
FIORE, M. M .L. Q. O meio são as Massa-gens. Rio de Autor: Maslow, Abraham Harold
Janeiro, Record, 1969. Editora: Qualitymark
LIEVORE,
3º ed , 2000.J. A. Marketing Pessoal. Londrina, Grafmark. 1ª Edição, 2000 o impacto duradouro dos princípios
Examina
MC CULLOUGH, W. Ambiente do Trabalho. Rio de Ja- revolucionários de Maslow, este livroilustra como estes
neiro, Fórum Editora Ltda, 1973. princípios sobreviveram à prova do tempo e se tornaram
MCLUHAN, M. Os meios de comunicação como exten- parte integrante de práticas gerenciais da atualidade, como
sões do homem. São Paulo, Cultrix, 2000. melhorias contínuas, Teoria X e “empowerment”. Ofer-
MESQUITA, E. A Técnica, o homem e a vida social. São ecendo idéias sobre como utilizar estas e outras ferramen-
Paulo, Artes Grácas, 1978. tas para lidar ecazmente com as situações empresariais
ORTIZ, R. Mundialização e Cultura. São Paulo, Brasil- de nossos dias, desde o aumento da competitividade até a
iense 2ª ed., 1996. globalização e as tecnologias emergentes, este livro cobre
STAREPRAVO, B. Segredos da Realização. S/D uma

• 199
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

enorme gama de tópicos eternos, entre eles a Auto-real- 4- Não busque um chefe para dirigir suas ativi-
ização, a Sinergia, a Política de gerenciamento esclarecido. dades. Dê importância às regras de cooperação.
“Se você se contentar com menos do que 5- Transmita ao grupo sua experiência e colabore
você pode, será infeliz pelo resto da vida”. com sua inteligência. O grupo precisa de você.
Maslow 6- Não seja prolixo – diga muito com poucas pa-
lavras. Quem sabe com clareza verbaliza com rapidez.
7- A participação leva à responsabilidade. Sinta-
SEÇÃO 2: se responsável pelo grupo.
8- Abandone fra]ses feitas e provérbios.
Como podemos utilizar boas práticas de relações huma- 9- Não crie barreiras psicológicas contra idéias,
nas para melhorar a qualidade de nosso relacionamento? procure modicar o grupo e se deixe modicar pelo gru-
po. Ninguém avança sozinho, mas pode car sozinho.
Desaosnaprática! posições.10- Reexamine constantemente suas idéias e
Estes desaos referem-se a aplicação das regras e normas Até agora você já conheceu as regras básicas de
das relações humanas no seu dia-a-dia. Leia com muita um grupo de trabalho, suas atitudes e comportamentos
atenção as regras, normas, princípios e procure colocar que você deve ter como membro participantes de um
em prática e você verá o quanto melhorará a qualidade do grupo.
seu relacionamento. Agora possivelmente, você vai se tornar especial-
ista em comunicação de grupo conhecendo e utilizando
Regra básicas para um grupo de trabalho: as seguintes normas:

Para que você tenha sucesso no seu grupo de trabalho use 1) Dê preferência pela formação de círculo, pois é um
as seguintes regras: símbolo de equilíbrio.
2) Diga sempre nós e nunca vocês ou eu.
1- Haja com método. 3) Não forme “panelinhas”. Não se sente junto aos ínti-
2- Busque constantemente a melhoria do pro- mos. Procure car junto de quem você conhece
cesso. menos.
3- Distribua o trabalho de acordo com aptidões e 4) Mantenha-se atento. Espere, com tranqüilidade, sua
conhecimentos de cada um. vez de falar.
4- Exerça autonomia de trabalho. 5) Não fale baixo com o companheiro ao lado.
5- Gaste o mínimo de tempo com detalhes irrel- 6) Não diga não concordo. Veja se compreendeu bem o
evantes. ponto de vista do outro antes de argumentar.
6- Mostre alto grau de comunicabilidade e leve 7) Evite dizer eu acho. Quem trabalha com dados diz com
todos a participar. certeza e convicção. Quando quiser dizer eu
7- Permita ampla liberdade de expressão de pon- acho, procure outra fórmula, do tipo não posso provar o
tos de vista e os respeita. que vou armar.
8- Progrida com ecácia em direção ao objetivo.
9- Trabalhe com fatos e supere subjetivismos. Todas as normas acima são de grande importân-
cia para o andamento de um grupo de trabalho. Se obser-
Dicas vadas e respeitadas, o grupo caminhará como um grande
time, marcará muitos golos e festejará muitas vitórias.
Para facilitar sua participação, num grupo de trabalho, E lembre-se: você faz parte desse time. Agora você vai
você deve conhecer algumas normas bastante valiosas melhorar a qualidade do seu relacionamento usando
que são: várias “ferramentas” de comunicação:
1- Jamais
participantes dê a impressão
do grupo. Você nãode quenoderrotou
está um dos
grupo para O Cumprimento
vencer, mas para cooperar.
2-Não use expressões como é obvio, você não 1- Você deve sempre cumprimentar as pessoas.
entendeu, etc. Lembre-se sempre: a obrigação de ser 2- O cumprimento deve ser interpretado como
claro é sua. Diga não consegui ser claro. um gesto espontâneo que tem a nalidade de fortalecer
3- Todos são responsáveis pelo sucesso do gru- os
po. Não procure carregar o grupo nas costas ou trabalhar laços de amizade entre as pessoas.
isoladamente. Pense nos raios de uma roda ou nos cor- 3- No cumprimento você deve evitar a “pose”.
donéis de uma lona: a união e o trabalho Os gestos simples, um sorriso, são sucientes para um
conjunto fortalecem o grupo. cumprimento elegante e distinto.

• 200
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
4- Entre um homem e uma senhora, cabe ao demonstra um caráter rme e leal, mas sem o intuito de
homem a iniciativa da saudação. demonstrar força física.
5- Se o homem estiver sentado, deve levantar-se 2- Não se deve estender a mão com moleza, pois
antes de cumprimentar uma senhora. é sinal de desatenção e falta de cortesia.
6- Entre pessoas do mesmo sexo, e quando não 3- Estender a mão dura como um pedaço de
há grande diferença de idade ou posição, a iniciativa tábua, faz do aperto de mão um gesto unilateral sem ne-
deve partir daquele que se julgar mais educado. nhum
7- O homem cumprimenta uma senhora e espera signicado, o aperto de mão é, simbolicamente, um pacto
que ela lhe estenda a mão, para, então, apertá-la. de paz e amizade.
4- Fingir ignorar a mão que se estende é, um ges-
As apresentações to altamente indelicado.
5- Os mais velhos devem oferecer a mão aos

honra de1apresentar...”,
-Você deve evitar
É coma expressão como: que
muita satisfação “Tenho
apre-a maisanovos. Da mesma forma um homem deve esperar
que
sento...”. dama lhe estenda a mão, para, então, apertá-la.
2- Entre pessoas de posição social ou hierarquia 6- Um superior deve oferecer a mão ao inferior.
diferente, apresenta-se o inferior ao superior. Entretanto,
quando não se pretende fazer diferenças, a apresentação Cortesia
se faz simultaneamente.
3- Os homens devem ser apresentados às sen- 1- Nunca se deve falar ao ouvido de alguém sem
horas. Da mesma forma uma pessoa mais nova deve ser pedir licença aos demais presentes.
apresentada a uma mais velha. 2- Quem ri muito alto e por coisa sem importân-
4 Na apresentação entre duas pessoas, compete à cia, ou é tolo ou tem intenção de zombar de alguém.
mais velha a iniciativa do “Prazer em conhecê-lo”. 3- Não se deve folhear livros, escrever, trocar
5 Nunca se deve apresentar uma pessoa a outra sinais, rir ou consultar o relógio, enquanto uma pessoa
pessoa, quando se sabe que não deseja conhecê-lo. fala.
6 Nunca fazer apresentações no interior de el- 4- Um objeto, cigarro, isqueiro, que deva ser pas-
evadores e escadas. sado a outra pessoa, deve ser feito por detrás e nunca
7 Deve se fazer um esforço no sentido de se estendendo o braço pela frente dos outros.
guardar os nomes das pessoas que lhes são apresentadas. 5- Quando te levantares da cadeira, em presença
Pode-se até pedir às pessoas para repetirem o sobrenome, de outras pessoas não te espreguices com demonstração
quando você não ouvir bem nas apresentações. de cansaço.
6- Não se deve zombar dos defeitos físicos ou
O cartão de visita morais dos outros.
7- Não se deve usar apelidos pejorativos para
1- É o meio mais prático de você se fazer con- chamar os outros.
hecer, principalmente, quando você quer ser introduzido 8- Use sempre uma boa linguagem, mesmo
no escritório ou residência de alguém. quando zangado.
2- As pessoas recém-apresentadas trocam cartões 9- Numa escada, o homem deve ser sempre o
de visitas entre si. primeiro a subir e o último a descer, quando se tem uma
3- Usa-se o cartão de visita para recomendar al- senhora acompanhando.
guém a outra pessoa. 10- Não se deve fazer apresentações nem travar
4- Para felicitar pessoas por promoções, nomea- conversação no meio de uma escada.
ções e etc. 11- Na rua deve-se evitar as gargalhadas, voz alta,
5- Para agradecer presentes ou pequenos favores assobio, assim como apontar as pessoas.
recebidos.
6- Deve ser enviado para externar nosso pesar, 12-educação
não só boa Quem é afável e agradável com todos revela
como inteligência.
por ocasião da morte de pessoa cara aos seus amigos. 13- Quem vive em companhias dos outros deve
7- O homem casado não deve oferecer o seu estar sempre atento para não ser impertinente e incomo-
cartão pessoal a uma senhora casada. dativo.
8- Dobrar uma das pontas o cartão, signica ap- 14- Não se deve dar conselhos a quem não os
enas: “VIM PESSOALMENTE”. pede.
15- Procure controlar os bocejos, soluços e es-
O aperto de mão pirros diante dos outros.
16- Quando de pé, evite descansar o corpo sobre
1- A mão deve ser estendida sem hesitação, o que uma das pernas, o que nos dá uma aparência grotesca.

• 201
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

17- É preciso evitar as atitudes arrogantes ou ex- UNIDADE 2


cessivamente humildes.
18- Não se deve vestir-se negligentemente, pois SEÇÃO 1:
isso é falta de atenção para com os outros. A correção no
vestir é mais importante que o luxo.
19- Não abuse dos superlativos. Qual a importância da ética nas nossas
20- Uma pessoa ponderada não faz uso excessivo relações?
de palavras como: perfeito, horrível, magníco, formidáv -
el. Desde a antiga Grécia a Ética é tema de bastante dis-
21 -As pessoas educadas não fumam diante de cussão e indispensável para a compreensão do comporta-
superiores hierárquicos ou ambientes fechados. mento humano em sociedade.

Você sabia?
Resumo
No estudo desta unidade de Relações Humanas você Que nos tempos pré-históricos já havia uma necessidade
estudou sobre como a modernização e tecnologia inu- de grupos humanos organizarem a vida e suas relações,
enciam as relações humanas e como você pode usar as surgindo formas de agir e de se comportar de acordo com
regras e normas para melhorar a qualidade do seu relacio- a natureza daquele povo; essas formas expressam a cul-
namento e comunicação. tura, os valores, o conhecimento e suas crenças que eram
Você viu também que o trabalhador detinha antes o con- ditas sob comunicação verbal: as grandes oratórias. No
trole sobre o processo e as condições de trabalho, com entanto, foi surgindo a necessidade de registrar os mod-
a mecanização da produção, no sistema de fábrica, esse elos de comportamento como os códigos morais. Entre
controle escapou de suas mãos. Na verdade, o trabalha- 1792 e 1750 a.C. surge o código de Hammourabi, na
dor foi submetido e dominado por suas condições de tra- Babilônia, que designava o rei como formulador de leis e
balho. preservador da boa justiça. Os livros de Manu surgem dez
Que o fator humano está sendo deixado em se- séculos a.C., e apresentava os preceitos da vida política,
gunda, terceira ou quarta opção; para algumas empresas social e religiosa da losoa budista (Caggiano, 2002).
poder-se-ia armar que é visto sob uma perspectiva de “Esta moralidade primitiva surgia pragmatica-
engrenagem, em outras palavras, comparado como uma mente como fruto da necessidade de organização social,
máquina. O trabalho deve se transformar em fonte de por m impostos sobre a população na forma de leis por
prazer e bem estar, não de pesadelo. Que na vida mod- parte de um soberano ou uma aristocracia, e como fruto
erna a deterioração tanto da relação quanto dos valores de crendices e especulações religiosas. Não havia, por-
humanos é nítida. Cresce continuamente a solidão nas tanto, nenhum esforço concreto no sentido de pensar ab-
grandes cidades, tornando-se motivo de sofrimento para strata e racionalmente o comportamento dos indivíduos
muita gente. De outro lado, os grandes valores eternos e as relações sociopolíticas” (Govêa, 2002, p.14)
da humanidade: a beleza, a verdade, o amor, o respeito, a
gentileza...., estão sendo eliminados, oprimidos pela tec- Os códigos foram tornando-se realidade nos mais varia-
nologia e frieza de uma certa ciência fundamentada num dos povos da civilização grega, como na China, Egito e
cartesianismo já quase obsoleto. Israel; e todos esses escritos estavam intrinsicamente uni-
O mundo se tornou complexo demais, veloz demais, ten- dos com as crenças e práticas culturais e religiosas.
so demais. É difícil não se perder. Como a utilização de Por outro lado, deve-se à Ética contemporânea a srcem
ferramentas de comunicação e relacionamento pode mel- do pensamento grego, com Sócrates, Platão, Aristóteles
horar a qualidade de sua comunicação e relacionamento e e seus discípulos. O olhar sobre o ser humano é ênfase
amenizar um pouco o sofrimento. primordial neste momento da história. Compreender o
homem, suas inquietações e seus sentimentos são fortes
bandeiras
sica. de reexão e diálogo. É a era da Filosoa Clás-

Pense e anote

Deve-se à Ética contemporânea a srcem do pensamento


grego com:
___________________________________________
___________________________________________
____________________________________________
____________________________________________

• 202
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
Segundo Gouvêa (2002), o “pai” da Ética deveria ser Liste os três fundamentos da Ética:
Platão. Justica dizendo que todas as religiões são basea- 1º _________________________________________
das no “platonismo”, e dá primazia a idéias do bem como ____________________________________________
fonte de todo o pensamento humano.Além de Platão, a 2º _________________________________________
base da reexão ética ocidental está na losoa de Aris- ____________________________________________
tóteles que contempla a virtude como a “perfeição da 3º _________________________________________
condição humana”. ____________________________________________

Quais as considerações essenciais para a Ética?Ainda para estes autores a Ética se fundamenta em
primeiro lugar, na percepção dos conitos, ou seja, ter
Na losoa de Aristóteles, Gouvêa (2002, p.15) apresenta consciência deles; Segundo, na autonomia, a condição de
as considerações essenciais para a Ética: posicionar-se entre a emoção e a razão; Em terceiro, a
“O comportamento
(....) eticamente
do aperfeiçoamento adequado
intelectual e feliz é fruto
do indivíduo, e as coerência.
Consciência, autonomia e coerência são para os autores,
principais virtudes advindas deste desenvolvimento são pressupostos básicos para realização de julgamentos
justiça, a prudência, a coragem e a moderação”. éticos. A diferença entre Moral e Ética é que, enquanto
Acompanhando este processo, o conhecimento da Ética, para que a primeira funcione ela é imposta e para a Ética,
encontra-se o pensamento cristão como fonte basilar da deve ser percebida. Quais os pressupostos básicos para
conduta do homem na história. A reexão Cristã também realização de julgamentos éticos?
é norteada pela cultura greco-romana e lhe é atribuído “(....) ser ético é poder percorrer o caminho entre a
os fundamentos divinos, a noção de pecado e a idéias de emoção e a razão, posicionando-se, de modo
amor sacricial. Além das três virtudes trazidas no Novo autônomo, (....) na busca de uma posição integrada, com-
Testamento, que são a fé, a esperança e o amor. O con- patível com a prática na vida” (Cohen & Marcolino, 1995,
texto da religião é associado ao caminho da Ética; os seus p.51)
fundamentos são semelhantes e srcinam da pessoa, da Complementando este raciocínio, Silva (1998) dizia que a
relação (amor) e do comportamento (mandamento, fé). A Ética é o domínio dos juízos de valor. Ferreira (1993, p.
ética cristã consiste na prática das virtudes. Para Hossne 322) deniu juízo “o ato de julgar, adquirir opinião”; assim
citado por Alves (2001, p. 30) “ética é o conjunto de va- também é possível entender Ética como o domínio dos
lores do próprio indivíduo, que envolve patrimônio gené- julgamentos individuais com base nos valores aos quais
tico, processo educacional, valores morais, sentimentos, cada um adquire e acredita. Silva (1998, p. 87) acrescentou
construção de personalidade e que vem de dentro para que esses juízos de valor também se remetem à generali-
fora (...)”. Serrão (2001)* armou que a Ética faz parte dade, ou seja: “Devemos agir como se o critério de nossa
do exercício intelectual, sendo particular do pensamento ação devesse estender-se universalmente. Qualquer ato
humano. Esta denominação suscita sua aproximação com que não seja susceptível de universalização se autocontra-
a Moral, que é também preconizada pelo pensamento hu- diz em termos morais”. Quais os papéis que se vinculam
mano. Porém, dá-se a Ética uma extensão de ação que ao homem para conviver em sociedade?
a particulariza de forma signicativamente distinta no Da antiguidade à modernidade vinculam-se pa-
campo do comportamento humano. A Ética nas diversas péis ao homem para conviver em sociedade; a liberdade, o
áreas da personalidade humana. respeito e fazer o bem fazem parte da natureza huma-
Para Cohen & Segre (1995, p. 13 e 22) o sen- na até hoje, na atualidade. No tempo moderno surgem
tido da Ética é reservado como fundamental o respeito vários pensadores que contribuem para a reexão ética;
humano.Assim também se congura numa categoria de dentre eles, destacam-se Kant e Hegel. A losoa de
valor “A pessoa não nasce ética, sua estruturação ética vai Kant apresenta uma proposta ética inteiramente racional
ocorrendo juntamente com o seu desenvolvimento (....) A onde o que é primordial e a livre escolha (Cohen & Segre,
humanização traz a ética no seu bojo”. 1995); este é ainda um modelo hegemônico na atualidade.
A partir de
processo queOs
Ético? pressuposto é possível ocompreender
autores desenvolvem tema partindoo Pense e anote
do pressuposto que é possível compreender o processo
Ético a partir da observação da instituição famíliar. O in- Quais os dois pensadores que contribuem para a reexão
divíduo não nasce com o conceito de família constituído, ética nos tempos modernos?
ele irá construir este conceito através das suas percep- ____________________________________________
ções e vivência do contexto sócio-familiar ao qual está São vários os interlocutores da construção de uma “nova
inserido. E assim é o mesmo processo com os conceitos Ética”. Em cada momento caracterizam-se elementos de
de Valor, Moral e Ética. identidade de um povo, de uma sociedade, de uma cul-
* Daniel Serrão, palestra sobre Fundamentos da Biotécnica, Seminário tura; e por que não dizer, da dignidade humana. Este pa-
de Ética em Pesquisa com Seres Humanos realizado na FOUSP nos rece ser o preceito fundamental de Ética.
dias 4 e 5 de dezembro de 2001.

• 203
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

1993, p. 558).
Você sabia?
Para Cohen & Segre (1995) valor é a subjetividade criada
Que etimologicamente, a palavra Ética srcina-se do por uma cultura e sociedade. Entende-se que valor é algo
grego êthos e tem dois sentidos: o que signica MORA- que preconiza o sujeito, no sentido de ser próprio do ser
DA, onde alguns autores relatam ser a Ética “ a morada humano.
do ser”; e o segundo sentido quer dizer CARÁTER ou
seja, “modo de ser adquirido” (Marcos, 1999, p.76). Como é arquivado o conhecimento na con-
O espaço da ética na vida humana é naturalmente local- sciência em formas de valores?
izado no campo dos valores. Encontra-se na Filosoa a
matéria mestra para a compreensão e estudo da Ética, Serrão (2001)* comentou que todo o conhecimento é ar-
Moral e dos valores. “Ser ético é coisa de lósofo!”. Esta quivado na consciência em forma de valores, ou
armação,
verdade muitas
a partir dovezes repetida,
momento pode
que se ser uma
mostra “meia”
a história da seja, aquilo
volvido comque se conhece
o valor que lheestá determinadamente
é atribuído en-
por cada indi-
ética na humanidade. É do ser humano a característica víduo; daí compreende-se as representações dos valores,
inata de questionar os fatos, as razões e os sentimentos; ou seja, aquilo que é bom, mau, belo, feio e outras ex-
e quem é que não elabora questões acerca do mundo, da tensões valorativas que o homem vai arquivando como
vida, da sociedade? Além do Filósofo, todas as pessoas; idéia para si próprio. Falar do ser humano é falar de rela-
portanto, como diz Hossne(2001a, p.3), “se todos nós ção. Todos os seres humanos são seres em relação, são
somos lósofos. A Ética é de fato “coisa de todos nós, responsáveis uns pelos outros e a responsabilidade da
lósofos”. sociabilidade humana é respeitar o outro. Nesse sentido,
Ao longo do tempo a sociedade tem conduzido à encontra-se um valor. O valor do respeito ao ser humano.
elaboração de respostas relativamente simples e, às vezes, “(....)Somente através de um real envolvimento humano
unânimes. Porém, com a aceleração do progresso cientí- será possível repensar os próprios valores e descobrir
co questões éticas têm levado todos a se colocarem fr- outros” (Alves, 2001, p.128).
ente a novas reexões, as quais não são mais unânimes,
mas amplamente discutidas, suscitando deliberações de O que distingue fortemente o universo hu-
conceitos e paradigmas relativamente diversicados e até mano do mundo natural?
angustiantes; no entanto, obrigam o indivíduo a se posi-
cionar frente ao dilema ético e seus próprios códigos dePara Silva (1998) o que distingue assim tão fortemente o
valores. universo humano do mundo natural é o valor. O percurso
da história do ser humano é um processo de construção
PorqueGelbierarmamquehánecessidade dos valores. Valor para Heller (1993, p. 8) signica “(....)
urgente da revisão de atitudes e conhecimento? aquilo que produz diretamente a explicitação da essência
humana ou é condição de tal explicitação”. Enquanto
Gelbier et al. (2001b) armam que há necessidade ur- para Weil (1993, p.47) Valor “(...) é uma variável da mente
gente necessidade da revisão de atitudes, pois o que faz com que o ser humano decida ou escolha se com-
conhecimento e as expectativas da sociedade em relação portar numa determinada direção e dentro de determi-
aos prossionais de modo geral são alteradas de acordo nada importância”.
com o tempo e contexto histórico. Todo ser humano
nasce no interior de um contexto sócio-cultural que de-
terminará como “Ser Social” a partir das opções que lhe * Daniel Serrão, palestra sobre Fundamentos da Bioética, Seminário
são apresentadas e das escolhas que faz; e estas estão de Ética em Pesquisa com Seres Humanos realizado na
diretamente ligadas aos seus valores, Moral e Ética em FOUSP nos dias 4 e 5 de dezembro de 2001.
confronto aos encontrados na sociedade em que vive. Tal
discussão
pontuadosaponta a necessidade
na literatura de distinguir
sobre Valor, Moral, os conceitos
Ética e De- Qual o direito primeiro e o valor primeiro da
ontologia. pessoa?

SEÇÃO 2: “O princípio da defesa da vida física sanciona o valor


fundamental da vida e sua inviolabilidade, sendo a vida o
Qual a importância do valor em relação a ética? direito primeiro e o valor primeiro da pessoa, sem a vida
todos os outros valores não poderiam ser manifestados”.
VALOR (Alves & Ramos, p. 60).
A palavra valor signica qualidade que faz estimável alguém
ou algo, valia; importância de determinada coisa. (Ferreira,

• 204
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

SEÇÃO 3: Você sabia?

Qual a importância da moral na consolidação da Que a palavra Ética é derivada do Grego e a palavra Mor-
ética? al do latim, porém sinalizam que seus signicados são
semelhantes. Gelbier et al. (2001a)
MORAL

O signicado da palavra Moral quer dizer: “conjunto de SEÇÃO 4:


conduta ou hábitos julgados válidos, quer de modo abso-
luto, quer para grupo ou pessoa determinada”. (Ferreira, Qualaimportânciadadeontologianaéticapros -

1993,dos
vem p. 371). Segundo
costumes; Vieira morais
os valores & Hossne (1998),
foram a Moral
consagrados sional?
pela sociedade pelo uso e costume eleitos como valores DEOTOLOGIA
que devem ser respeitados. A Moral então, vem ao encon-
tro do Homem, ou seja, é um processo de externo para o Segundo Ferreira (1995, p. 201) a palavra Deontologia
interno. Já Passos (1994, p. 107) enfatiza que desde quan- signica “o estudo dos princípios, fundamentos e siste-
do os homens resolveram superar as relações instintivas mas de moral; tratado dos deveres”. O termo é habitual-
(do processo natural de humanização) e passaram a con- mente utilizado para expressar os códigos éticos pros-
viver em sociedade é que surge a real necessidade de ori- sionais, limita a signicação da palavra área das pr ssões.
entação de conduta humana, também reconhecidas como Para compreensão da base Ética se faz necessário o con-
normas morais. Essas condutas foram criadas pelos hecimento da gama de setores em que ela está inserida,
próprios homens para garantir a convivência e a possibi- sendo que um deles pode ser a Ética Prossional. Assim,
lidade de continuidade da vida humana. Assim, a moral, considera-se favorável o esclarecimento racional do que
nesta ótica é norteadora dos padrões de comportamento é “Deontologia” no aparato das diversas áreas do saber.
da sociedade em cada momento histórico. Araújo (1999)
considerou Moral como a ciência das leis ideais que dirige O que sugere a palavra Deontologia?
as ações humanas; ou seja, em sua concepção é também
a necessidade de viver em sociedade que a Moral se esta- Deontologia signica DEVER, enquanto Logus quer
belece na prática da vida. É visível a presença dos dife- dizer ESTUDO, ou seja a palavra “Deontologia” sugere
rentes conceitos do que é Moral nas diversas correntes de o ESTUDO DOS DEVERES.
pensamento. O signicado desta diversidade é o elemento De acordo com Segre (1995, p. 27) o exercício pros-
plural do conhecimento cientíco que vislumbra possibi- sional “ (....) será uma questão de “dever ser”; e não de
lidade de encontros e desencontros teóricos losócos. “ser”, de acordo com o que denimos, e defendemos,
O ponto de partida parece ser o homem, como essência para a postura ética individual, internamente assumida e
de uma relação, a relação com o universo humano. progressivamente amadurecida”.
Dentre os diferentes conceitos de Moral apresentados, Quando se fala em “dever ser” entende-se que é a forma
qual o que você mais se identica? pela qual uma pessoa ou um grupo, no caso, prossionais,
decidem genericamente sobre a melhor conduta ética que
____________________________________________ deve exercer enquanto prossional de determinada área.
____________________________________________ Esta conduta associativa às regras e normas éticas de sua
____________________________________________ prossão é caminho que deve ser seguido e respeitado
____________________________________________ para que não ocorra uma infração ética. Para Durand
(1995, p.15) “ (....) é a pesquisa das exigências éticas lig
“A ética
apostar na moraldaautoritária e ranzinae da
responsabilidade faliu. É hora de
discussão(....) das ao exercício de uma prossão (....) “códigos de deon-
tologia””.
sem excluir uma reexão crítica e rigorosa” (Josaphat,
capa).  Porq uetodaprossãor egulamentadap os-
sui seu código de ética prossional?

A palavra Ética signica “estudo dos juízos de apreciação Todas as prossões regulamentadas possuem seus própri-
referente à conduta humana, do ponto de vista do bem e os códigos de ética prossional onde estão contidas as
do mal” segundo Ferreira (1993, p.235). condutas necessárias que o indivíduo deve tornar em seu
exercício de trabalho. Essas condutas são regidas por el-
ementos de orientação que norteiam o fazer do pros-

• 205
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

sional e dizem respeito aos deveres e direitos. Os atos


éticos precisam ser conscientes, o que implica que cada Deveres
um deve fazer do ato de seguir as regras do grupo, um ato
voluntário. Dessa forma, nossas ações devem estar orien- Estar apto para o exercício da prossão -
tadas por uma postura de caráter, de um “bem viver”, de Qualquer pessoa deve ter capacidade prossional coer-
acordo com o grupo em que vivemos. E, ao agir, temos ente com o exercício prossional a que se destina.
que estar conscientes de nossas ações, tornando-nos re-
sponsáveis por elas. Ser responsável e leal - O prossional deve
desempenhar suas tarefas com responsabilidade, sendo,
Dicas assíduo, a m de não gerar diculdades para os seus cli-
entes, comprometendo os relacionamentos interpessoais
Podemos dizer que é ético: que deveriam ter um clima de cooperação, colaboração e

Agir com consciência, autonomia e coerência; amabilidade.


Respeitaraprópriaprossãoeosoutrospro-
Assumir com dignidade os erros; ssionais - É vetado o desrespeito ou descrédito no seu
próprio exercício prossional. Ridicularizar ou meno-
Antes de agir, distinguir, dentre as várias ações, sprezar sua prossão signica se auto-atacar.
aquela que seja mais oportuna. Ética Prossional é um
conjunto de normas admitidas como ideais, para o exercí- Respeitar o público - É preciso respeitar o
cio de uma determinadaprossão, visando sempre o fun- outro, oferecendo serviços de qualidade, sendo vetada a
cionamento seguro e produtivo das instituições. Produzir, uma organização usar de má-fé e tirar clientes de outra
vender mais, alcançar funções superiores, tudo isso só faz organização parceira.
sentido se o prossional é ético, ou seja, se realizou tais
ações dentro dos padrões morais prescritos pelo grupo. Preservarosigiloprossional- Embora algu-
mas prossões exijam mais sigilo do que outras, em todas
devemos atentar para o dever de ser discreto e reservado,
Dicas abstendo-se de revelar qualquer dado que possa identi-
car ou prejudicar o cliente nas suas relações sociais e
Lembre-se dos princípios éticos da: comerciais.
Lealdade; Direitos
Honestidade;
Transparência; Uma justa remuneração por seu trabalho -
Sigilo; Isso signica que ninguém possui o direito de explorar o
Tratamento Técnico e outro em benefício próprio.
Respeito Mútuo.
Ser tratado com justiça e igualdade - Todos
Princípios éticos gerais devem ter oportunidades de acesso igual aos outros.

Cada pessoa é responsável pela dignidade de Possibilidade de se defender - Cada um deve


suaprossão - em qualquer prossão, é preciso exercê-la ser responsável por seus atos, e a todos deve ser dada a
com dignidade, cumprindo leis, respeitando deveres, pro- oportunidade de defesa, antes de qualquer punição.
curando sempre promover o bem-estar da coletividade.
Defesa de sua saúde - A todos os prossionais
Lembre-se
comportamento : O seu
de um comportamento
prossional e de umarepresenta
classe pro-o ésaúde.
reservado o direito de preservação ou tratamento de
ssional; é preciso zelar pela sua prossão e pela imagem
de sua organização. Resumo

Nãoháprossionaissuperioreseinferiores Nesta seção você estudou que a Ética é um tema bastante


- segundo o Código Ético, todas as prossões são úteis discutido e indispensável para a compreensão do com-
e servem ao bem-estar coletivo, não havendo, pois, nen- portamento humano e social. Deve-se a época contem-
huma separação entre as funções. Determinadas pessoas porânea a srcem do pensamento grego com Sócrates,
que, para se engrandecer, subestimam os demais, distan- Platão, Aristóteles e seus discípulos. Dentre os pensadores
ciam-se do Código Ético. que surgiram no tempo moderno para uma reexão ética

• 206
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
destacam-se Kant e Hegel. O que distingue fortemente o Para se ter uma idéia de como o novo código valorizou
universo humano do mundo natural é o Valor. É visível a matéria, basta vericar que a expressão boa-fé foi nele
a presença dos diferentes conceitos do que é Moral nas citada 55 vezes, contra 30 vezes em que era citada pelo
diversas correntes de pensamento. repositório antigo, revogado.
Para diversos autores a Ética se fundamenta na O principal dispositivo do novo Código Civil a
consciência, autonomia e na coerência. A Deontologia respeito do assunto é o que estabelece que os contratantes
esta ligada diretamente ao dever prossional. Os atos sejam obrigados a observar a boa-fé tanto na celebração
éticos precisam ser conscientes, o que implica que cada quanto no cumprimento dos contratos (artigo 422). E o
um deve fazer do ato de seguir as regras do grupo, um ato código acrescenta também o dever da probidade, assim
voluntário. entendida a honestidade, ou seja, a prática de não lesar a
outrem e, em conseqüência atribuir a cada um o que lhe é
Saiba mais devido.

Para aprofundar as questões abordadas nesta unidade re- Outros


aspecto ético e adispositivos importantes
boa-fé no novo código que
são:valorizam
(a) os con-o
alize pesquisa nos: tratos devem ser interpretados de acordo com a boa-fé e
SITES os usos do lugar em que forem celebrados (artigo 113).
www.eticaempresarial.com.br/teste Esse dispositivo deve ser sempre aplicado em conjunto
Faça o teste elaborado pelo advogado Joaquim Manhães com o que determina que se deve atentar mais para a von-
Moreira, autor do livro A Ética Empresarial no Brasil tade das partes do que para a literalidade das palavras com
(Ed. Pioneira). que elas a expressam (artigo 112); (b) no caso de simula-
LIVRO ção de negócio jurídico, cam ressalvados os direitos dos
Arruda, Cecília Coutinho. Fundamentos da ética empre- terceiros de boa-fé em face dos contraentes (artigo 167);
sarial e econômica. São Paulo: Atlas, 2001. (c) o titular de direito legítimo que ao exercê-lo excede os
ARTIGO limites dos seus ns econômicos e sociais ou da boa-fé
“Ser ético nas relações contratuais deixou de ser comete ato ilícito (artigo 187); (d) o devedor que paga
uma opção sob o novo Código Civil” O novo Código a alguém julgando ser este último o credor, baseado em
Civil tem sido elogiado pela incorporação de preceitos fundadas razões, libera-se da obrigação, mesmo que que
éticos ao seu texto. Tais dispositivos são dirigidos aos provado que faltava ao recebedor a legitimidade (artigo
praticantes de atos jurídicos, principalmente as partes dos 309).
contratos. Muitos contratos são celebrados por pessoas Há muitos outros dispositivos que requerem a
naturais. Outros são estabelecidos entre pessoas jurídicas, prática da boa-fé nas diversas relações civis. Alguns deles
ou entre essas e as pessoas naturais. já existiam nas relações de consumo e já eram vedadas
O novo Código Civil dirige-se sempre às pessoas, pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC). Foram
inclusive àquelas que agem na representação de sociedade eles agora incorporados às demais relações civis e com-
(geralmente organizada sob a forma de empresa), associa- erciais mantidas pelas empresas, alcançando aquelas que
ção ou fundação. Sabemos que a ética empresarial, em sua não estão protegidas pelo Código do Consumidor.
essência, é a determinação às pessoas que integram uma Com tais provisões, o novo código certamente
organização, de agir sempre em conformidade com os va- desestimula as ações antiéticas, como, por exemplo: (a) a
lores da honestidade, verdade e justiça, em todas as ativi- empresa compradora de bens ou contratante de serviços
dades nas quais representem essas entidades jurídicas: nas que atrasa o pagamento do fornecedor porque o contrato
compras, nas vendas, nos empréstimos, nas relações com não prevê multa, ou quando prevê o valor desta é menor
empregados, com a concorrência, com o governo e com do que os juros pagos pelo mercado nanceiro pelo in-
a comunidade, e em quaisquer outras. vestimento do montante durante o período de atraso; (b)
A prática dos valores acima implica em agir sem- a empresa fornecedora que entrega produto anunciado
pre em boa-fé, consistente na prática de cada ato sem com características diferentes daquelas que de fato pos-
dolo
outra eparte
sem eincorrer em afraude,
agindo sob revelando
convicção de estara verdade
protegidoa sui
ção eadquirente;
com as quais
(c) osedevedor
comprometeu perante
que assume a organiza-
dívida que sabe
pela lei, tomando também como verdadeiras e justas as não poder honrar, ou quando de antemão não pretender
declarações e exigências do outro contratante. A boa-fé pagar.
signica também somente assumir obrigações com a pos- As penalidades pelo descumprimento dos de-
sibilidade e a intenção verdadeiras de cumpri-las no prazo veres éticos são as previstas para a violação das obriga-
acordado. Portanto, agir em boa-fé signica acima de ções contratuais. Em qualquer caso, a empresa que agir
tudo agir com ética. Ser ético nas relações obrigacionais com má-fé, deixando de proceder de conformidade com
(contratuais) deixou de ser uma opção sob o novo Código os princípios éticos, como regra geral ca sujeita ao paga-
Civil. Passou a ser um dever cuja violação acarretará re- mento de perdas e danos, mais correção monetária e juros
sponsabilidades para a parte infratora. (artigos 389/395). As perdas e danos compreenderão

• 207
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

os valores que à parte prejudicada tenha perdido mais pleto, na herança social e levar a vida de um ser civilizado
aqueles que razoavelmente tenha deixado de ganhar (arti- de acordo com os padrões que prevalecem na sociedade.
gos 402/405). No caso de descumprimento de obrigações O que procura garantir ao indivíduo a satisfação de suas
de pagamento em dinheiro, se não houver no contrato necessidades? O exercício desses direitos procura garantir
previsão de multa o juiz poderá arbitrar juros a serem cal- ao indivíduo a satisfação de suas necessidades, que são
culados por taxa que reita a perda real do prejudicado, representadas sob três aspectos: material, cultural e social.
ou seja, aquelas praticadas pelo mercado nanceiro. Ou, dito de outra forma, a integração de uma pessoa na
sociedade e na natureza é mediada por três esferas de ex-
istência, que se complementam e se relacionam:
UNIDADE 3 · a material, que permite ao indivíduo a sua so-
brevivência física. São os bens materiais que nos possibili-
tam alimentação, moradia, vestimenta, etc.
SEÇÃO 1: · a cultural,
suas crenças, quededápensar,
sua maneira ao indivíduo seus valores,
agir e interpretar o
mundo;
Porque ser um cidadão consciente e participativo? · a social, referindo-se às relações que se estab-
elecem entre as pessoas, que são também relações de
Nas unidades anteriores você estudou sobre relações hu- poder, seja de igualdade, opressão ou exploração.
manas e ética. Nesta unidade você vai estudar sobre Ci-
dadania. A cidadania é aqui compreendida como o direito
Preparado? de compartilhar dessas três esferas de existência, ou seja,
o compartilhar dos bens materiais; dos bens culturais, e
Para início de conversa dos bens sociais. Acima de tudo isso, cidadão é o sujeito
que possui uma consciência crítica a respeito da vida em
A srcem da palavra cidadania vem do latim “civitas”, que sociedade. Assim sendo, devemos compreender e nos ap-
quer dizer cidade. A palavra cidadania foi usada na Roma ropriar dessas três esferas de existência considerando que
antiga para indicar a situação política de uma pessoa e os elas se dão dentro de um contexto social. Cada grupo tem
direitos que essa pessoa tinha ou podia exercer. Segundo suas necessidades materiais, culturais, sociais e políticas
Dalmo Dallari: que dependem de sua srcem étnica, cultural, social, reli-
“A cidadania expressa um conjunto de direitos giosa, da sociedade na qual está inserido.
que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente O conceito de cidadania surge dentro de cada grupo
da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidada- quando este reete sobre suas ações cotidianas e
nia está marginalizado ou excluído da vida social e da to- busca compreender sua história, procurando entender as
mada de decisões, cando numa posição de inferioridade relações que se estabelecem dentro do grupo, entre o
dentro do grupo social”. (DALLARI, Direitos Humanos grupo e a comunidade e entre a comunidade e o mundo.
e Cidadania. São Paulo: Moderna, 1998. p.14) “São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à ma-
ternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na
Você sabia? forma da Constituição Brasileira no seu artigo 6º.

Que a cidadania é constituída por três direitos: Pense e Anote


Civil Anote aqui seus direitos sociais, conforme Artigo 6º da
Político Constituição Brasileira:
Social ____________________________________________
____________________________________________
O direito civil é composto dos direitos necessários à ____________________________________________
liberdade individual - liberdade de ir e vir, liberdade de ____________________________________________
imprensa, pensamento e fé, o direito à propriedade e de ____________________________________________
concluir contratos válidos e o direito à justiça. ____________________________________________
O direito político é o direito de participar no exercício
do poder político, como um membro de um organismo Exercer a cidadania é também estar preocupado com a
investido da autoridade política ou como um eleitor dos preservação do ambiente, com os direitos das minorias
membros de tal organismo. O direito social refere-se a e do menor carente e aceitar pressupostos como a liber-
tudo o que vai desde o direito a um mínimo de bem-estar dade de credos religiosos.
econômico e segurança ao direito de participar, por com-

• 208
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

DOAR SANGUE
De que consciência o Brasil está necessitan-
do?
Qualquer pessoa saudável,
Mas é preciso muito mais. O Planeta Terra quer a nossa com idade entre 18 e 60 anos e
ajuda. O Brasil necessita da consciência peso a partir de 50 quilos é
ecológica, e nós temos o dever de levantar esta “Bandei- um doador em potencial.
ra”. A preocupação com os direitos humanos começa a O candidato deve comparecer
se fortalecer com as revoluções no Novo (Independência ao hemocentro bem alimentado e munido do documento
dos Estados Unidos) e Velho Mundo (Revolução France- de Identidade. Após preencher cadastro, o possível doa-
sa) e a tomar impulso com o desenvolvimento industrial. dor passa por uma triagem clínica para saber se o can-
A Declaração
princípios Universaldados
são srcinários DireitosFrancesa
Revolução Humanos, cujos
(1789), didato éa apto
efetiva ou de
doação nãosangue
para doar
e fazsangue. Se aprovado,
um lanche para reporele
as
passa a ser adotada somente em 10 de Dezembro de proteínas.
1948, pela Assembléia Geral da Organização das Nações Doar sangue não dói, não vicia e nem faz mal à saúde. A
Unidas. quantidade de sangue retirada é pequena e reposta rap-
idamente pelo organismo. Com a doação, a pessoa faz
Como o regime democrático propicia o exer- exames para HIV, HTLV I e II, Sílis, Doença de Cha-
cício da cidadania? gas, Hepatites, além da tipagem sanguínea. O resultado
é enviado para a residência do doador num prazo de até
O regime democrático propicia diversas formas de ex- 30 dias.
ercer a cidadania. Uma delas é o direito que o povo tem
de eleger seus representantes. Ele também é seu a partir TÍTULO DE ELEITOR
dos 16 anos de idade. Mas a democracia não se pratica
apenas no período eleitoral. A participação deve ser con-
stante. Na sua escola, na sua família e no seu trabalho ex- O título eleitoral é obrigatório
iste algum lugar onde você possa discutir assuntos como para quem tem mais de 18
à segurança pública ou a questão da moradia, da educação anos, mas facultativo para maiores
ou do emprego? Crie um espaço democrático de debate, de 65 anos e para jovens de 16
participe das atividades, incentive seus colegas, peça ori- e 17 anos. O eleitor deve solicitá-lo
entação a seus professores e pratique o saudável hábito à Zona Eleitoral de seu bairro,
de discutir as questões que dizem respeito à sociedade apresentando os seguintes documentos:
em geral. Cuidar do corpo é uma tarefa importante. Os · carteira de identidade ou carteira com RG, des-
jovens, hoje, sabem disso, já que estão mais bem informa- de que emitida por órgãos criados por lei federal, contro-
dos e cuidadosos. Mas é preciso muito mais. Cuidar do ladores do exercício prossional;
corpo não é só malhar horas em uma academia, caminhar, · certidão de quitação do Serviço Militar;
andar de bicicleta, passar cremes no corpo e no rosto, · certidão de nascimento ou casamento, extraída
usar protetor solar. Tudo isso é ótimo e tem que ser feito. do Registro Civil;
Mas cuidar do corpo vai além. Passa pela boa alimenta- · instrumento público do qual se arma, por di-
ção, rica em proteínas e carboidratos e com pouca gor- reito, ter o requerente a idade mínima de 16 anos, e do
dura, frituras e açúcar. qual constem, também, os demais elementos necessários
Cuidar da saúde é sinal de inteligência e mente à sua qualicação;
aberta, sem drogas, para enfrentar a realidade e olhar para · documento no qual se consta a nacionalidade
frente. Por aí também passa a sexualidade, as descobertas, brasileira do requerente Exército-Marinho-Aeronáutica
adoenças
afetividade. E, nestetransmissíveis
sexualmente ponto, todo oestão
cuidado
aí, e,é junto
pouco.com
As A seleção
tério de alistamento
da Defesa. militarsão
Os candidatos foiselecionados
unicada pelo
porMinis-
uma
elas, a Aids. comissão de seleção formada por militares das três forças
armadas.
Documentos:
Desaosnaprática! comprovante de residência, certidão de nascimento e 2
fotos 3 x 4.
Você pode exercer uma cidadania responsável, sendo
solidário com as principais causas sociais, tendo em dia
sua documentação de cidadão e orientando seus colegas e
familiares para a importância da mesma.:

• 209
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

sua carteira de identicação ocial com


CPF foto (identidade, passaporte, carteira de trabalho ou cer-
ticado de reservista), CPF e comprovante de residência
(com CEP).
1ª Via Após o pagamento das taxas da clínica, o con-
Além das pessoas físicas residentes dutor já pode fazer os exames médico e psicotécnico Se
no país, são obrigados a se inscrever aprovado na clínica, procure logo um Centro de Forma-
no Cadastro de Pessoa Física (CPF) ção de Condutores (CFC-A)- Teórico para realizar um
as não residentes no país que recebem rendimentos de total de 30 horas-aula assim distribuídas:
fonte situada no Brasil e possua, no país, bens móveis, · Proteção ao Meio Ambiente e Cidadania (4
conta-corrente, outros bens e direitos, cujo valor total seja horas)
superior a cem mil reais. · Noções de Primeiros Socorros (6 horas)
O pedido
soa Físicaé (FCPF),
feito através do Formulário
acompanhado dos Cadastral
seguintesdedocu-
Pes- Legislação
· Direção de Trânsito
Defensiva (10 horas)
(8 horas)
mentos: · Noções sobre Mecânica Básica (2 horas).
1- Residentes no país: carteira de identidade e tí- Ao concluir o curso, você recebe o certicado teórico.
tulo de eleitor. Junte ao certicado sua carteira de identidade, CPF (srci -
2- Não residentes no país: passaporte ou docu- nais), o comprovante do exame médico e psicotécnico e
mento que o substitua e cópia do documento de identi- procure o posto do DETRAN.
dade. Para tirar a carteira na categoria AB (carro e moto) você
O FCPF está disponível em qualquer Empresa de Cor- pagará a taxa e depois faça o exame de legislação. Sete
reios e Telégrafos. (7) pontos é o mínimo que você deverá alcançar para ser
aprovado. Após a aprovação, receba a Licença de Apre-
2ª Via ndizagem e sua foto será digitalizada gratuitamente. Não
Também é feito através do FCPF, à disposição nas agên- há necessidade da antiga 3 x 4. Com a licença você já
cias dos Correios. No caso de pessoas não residentes no poderá fazer 15 horas-aula (carro) em um CFC tipo B/
país, o pedido de 2ª Via só pode ser feito em uma das Prático e mais 15 horas (moto), em caso de habilitação na
unidades da Secretaria da Receita Federal. O Cartão CPF categoria AB. Após receber o certicado das aulas práti-
será emitido eletronicamente pela SRF e enviado para o cas (srcinal), você deve retornar à sede do Detran para
endereço da pessoa física cadastrada. agendar o exame prático. Se aprovado, sua primeira car-
teira de motorista (provisória) chegará pelos Correios em
Regularização do CPF no máximo dez (10) dias.
As pessoas inscritas no CPF que estão em situação cadas-
tral pendente de regularização ou canceladas 2ª Via da Carteira de Habilitação
em decorrência da omissão na entrega, no(s) último(s) Procure o Detran-sede ou qualquer um dos postos do
exercício(s) da Declaração de Isento, devem apresentar o Detran no interior do Estado, levando os documentos
pedido de Regularização da Situação Cadastral. srcinais da Carteira de identicação ocial com foto (
O Pedido de Regularização deve ser entregue das identidade, passaporte, carteira de trabalho ou certicado
seguintes formas: de reservista) e CPF.
a) Residentes no país: nas agências próprias ou Nesse caso, é necessário o Boletim de Ocorrência poli-
franqueadas dos Correios; nas agências do Banco do cial registrando o extravio ou o roubo do documento. Sua
Brasil ou da Caixa Econômica Federal. foto é digitalizada gratuitamente. O usuário terá opção de
b) Residentes no exterior: através do Receitafone receber a carteira de habilitação no próprio DETRAN ou
( 0300-78-0300) para ligações provenientes do exterior. em até 10 dias úteis na suaresidência, pelos Correios.
A entrega do Pedido de Regularização é feita nas agências
dos Correios,Federal.
Econômica Banco A dotarifa
Brasilaplicável
ou da Caixa
às chamadas inter- CARTEIRA DE IDENTIDADE
nacionais é cobrada nas ligações efetuadas do exterior. 1ª VIA
Documentos: Certidão de Nascimento ou Casamento
CARTEIRA DE MOTORISTA (srcinal) e 2 (duas) fotos 3x4. Taxa: Isento.
2ª VIA
1ª Habilitação Documentos: Certidão de Nascimento ou Casamento
(srcinal) e 2 (duas) fotos 3x4. Taxa (pagamento em agên-
O condutor deverá procurar uma cia dos Correios).
clínica médica credenciada no 3ª VIA
DETRAN, levando os srcinais de Documentos: Certidão de Nascimento ou Casamento

• 210
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
(srcinal) e 2 (duas) fotos 3x4. Taxa (pagamento em :: Articular-se com órgãos públicos a nível fed-
agência dos Correios) Lembre-se: está isento da taxa de eral, estadual e municipal visando a integração dessas
segunda via o usuário que tiver tirado sua primeira via até políticas no âmbito do Município.
maio de 1984. :: Executar a política municipal de assistência so-
cial abrangendo o planejamento, estudos e programas.
ATESTADO DE ANTECEDENTES CRIMINAIS :: Elaborar seu plano anual de trabalho.
:: Elaborar sua proposta orçamentária anual.
O solicitante deve levar xerox da carteira de identidade :: Elaborar o plano municipal de assistência so-
e pagar uma taxa nos correios. O recebimento do docu- cial.
mento acontece em 24 horas, das oito da manhã ao meio :: Planejar e executar programas de atendimento
dia. à criança de 0 a 6 anos, em creches / pré-escolas.
:: Planejar e executar programas complementares
PASSAPORTE que visem
família, a integração
escola e sociedade.da criança e do adolescente na
O passaporte é um documento :: Desenvolver programas especiais direcionados
necessário para viagens internacionais ao idoso, mulher e deciente.
. Deve ser solicitado em qualquer :: Realizar, em parceria com outras entidades,
unidade da Polícia Federal e onde não tem delegacias da programas de qualicação e requalicação de mão-de-
Polícia Federal pode ser feito nos postos de atendimento obra, de forma que capacite o trabalhador para o ingresso
da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, onde se no mercado de trabalho.
recebe informações sobre o kit para remessas de docu- :: Criar estratégias de ação preventiva para atender
mentos. É importante saber que o passaporte só pode as populações que vivem em áreas de risco, assistindo-as
ser requerido e retirado pela própria pessoa e se não for em situações emergenciais.
retirado em 90 dias, será cancelado. :: Assistir segmentos da população em situação de risco
nutricional, com programas de combate à fome.
Documentos necessários: :: Promover o desenvolvimento comunitário as-
· Carteira de identidade para os maiores de 18 sistindo as associações de bairro e outras formas de or-
anos, certidão de nascimento para os menores de 18 e ganização comprometidas com a melhoria das condições
certidão de casamento, junto com a carteira de identidade de vida da população de baixa renda, orientando-as na
para as mulheres casadas; gestão e organização das comunidades.
· Título de eleitor e comprovante de votação da :: Desenvolver programas habitacionais de baixo
última eleição; custo para as populações sem moradias, ou que habitem
· Certicado de reservista para os homens entre em condições precárias.
18 e 45 anos; :: Executar convênios que visem o desenvolvim-
· CPF ento de atividades sócio-econômicas para a melhoria das
· 2 fotos 5x7 recentes coloridas e datadas condições de vida da população de baixa renda.
· Formulário de requerimento de passaporte :: Promover o contínuo aperfeiçoamento do seu
modelo 219 à venda em papelarias, preenchido à máquina quadro funcional.
ou letra de forma, preenchido com caneta esferográca Desempenhar outras atividades ans, sempre com o ob-
azul jetivo de buscar a melhoria da qualidade de vida da
· Comprovante de pagamento da taxa, recolhida população de baixa renda.
somente no Banco do Brasil, com a guia Gar/FNAPOL.
DIREITOS HUMANOS

SETRAPS A preocupação com os direitos humanos começa a se for-


Secretaria do Trabalho e promoção social talecer
Estadoscom as revoluções
Unidos) no Novo
e Velho Mundo (Independência
(Revolução dose
Francesa)
a tomar impulso com o desenvolvimento industrial.
Funções e Objetivos A Declaração Universal dos Direitos Humanos www.
justica.sp.gov.br, cujos princípios são srcinários da Rev-
:: Coordenar as ações da política social do mu- olução Francesa (1789), passa a ser adotada somente em
nicípio no que diz respeito à promoção social, aos direitos 10 de Dezembro de 1948, pela Assembléia Geral da Or-
da criança e do adolescente, ao apoio a pessoa idosa, ao ganização das Nações Unidas. Em São Paulo, o Governo
trabalhador e ao desenvolvimento comunitário. do Estado lançou, em 1997, o Programa Estadual de Di-
:: Assessorar o Prefeito Municipal na elaboração reitos Humanos (PEDH)
das políticas de assistência social. www.justica.sp.gov.br, pioneiro no País no que diz res-

• 211
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

peito a uma orientação para as políticas públicas. www. do que há alguns anos. Nas escolas, o assunto, que antes
ambiente.sp.gov.br/ - agenda21/apresentação.htm era exclusividade de rodinhas de alunos, ganhou as salas
de aula e virou disciplina regular em muitas delas. A mí-
CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA dia, incluindo os meios de comunicação eletrônicos, abre
novos horizontes. www.saude.sp.gov.br Isso favorece
Em 1992, a Agenda 21 (mais conhecida como Rio 92), para que tenhamos muito mais informações. É nosso di-
aprovada por centenas de países na Conferência das Na- reito e obrigação saber como nos precaver contra doen-
ções Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento ças sexualmente transmissíveis, sobretudo contra a Aids,
www.orestal.sp.gov.br, lançava a idéia do Desenvolvim- e ter uma relação com mais prazer e responsabilidade.
ento Sustentável, ou seja, de que o desenvolvimento mate-
rial deveria se dar pensando na sustentabilidade das ativi- DROGAS
dades humanas, para alcançar a melhoria da qualidade de

ovida para
meio as atuaisé também
ambiente e futurasuma
gerações.
formaPortanto, preservar
de garantir o exer- A questão
dentes do da proliferação
momento. Estádas
nadrogas é uma
boca de dasemais
todos can-
também
cício da cidadania. Qualquer ato do ser humano contra a está sendo discutida em um número cada vez maior de
natureza terá implicações em relação ao desenvolvimento lugares. Fique por dentro dos locais da rede onde esse
e à qualidade de vida das pessoas. São cada vez mais nu- assunto está sendo debatido com freqüência e também
merosas as entidades que lutam pela preservação ecológi- sobre as providências que os órgãos públicos estaduais
ca. O poder público, as organizações não-governamentais e municipais estão tomando para elevar a consciência de
(ONGs) e as organizações internacionais, como a ONU jovens e adultos a respeito. Drogas e seus efeitos -
www.onu.org, também discutem e promovem iniciativas www.grea.org.br
em favor da conscientização da sociedade sobre essas
questões. AIDS

SAÚDE Síndrome da Imunodeciência Adquirida, ou Aids, se


tornou um capítulo à parte na área da Saúde. A cura para
Cuidar do corpo é uma tarefa importante. Os jovens, esse mal que vitima milhões de pessoas no mundo inteiro,
hoje, sabem disso, já que estão mais bem informados e incluindo o Brasil, que é o segundo país em números ab-
cuidadosos. Mas é preciso muito mais. Cuidar do corpo solutos de casos, infelizmente ainda não foi encontrada.
não é só malhar horas em uma academia, caminhar, an- Entretanto, muito se tem avançado, não apenas em ter-
dar de bicicleta, passar cremes no corpo e no rosto, usar mos de campanhas de prevenção, mas também em rela-
protetor solar. Tudo isso é ótimo e tem que ser feito. Mas ção ao desenvolvimento da medicina, dando novo alento
cuidar do corpo vai além. Passa pela boa alimentação, rica aos portadores do vírus da Aids.
em proteínas e carboidratos e com pouca gordura, fritu- A Secretaria do Estado da Saúde tem informações não só
ras e açúcar. sobre a Aids, mas também sobre sexualidade, gravidez,
Cuidar da saúde é sinal de inteligência e mente corpo e muitos outros temas que todo jovem necessita
aberta, sem drogas, para enfrentar a realidade e olhar para saber. O mais legal é que o site incentiva a reexão em
frente. Por aí também passa a sexualidade, as descobertas, grupo sobre esses temas. www.saude.sp.gov.br
a afetividade. E, neste ponto, todo o cuidado é pouco. As
doenças sexualmente transmissíveis estão aí, e, junto com ALIMENTAÇÃO
elas, a Aids. Camisinha já e com um corpo bem cuidado.
O que comer - dicas dos alimentos mais nutritivos, dietas
ECOLOGIA especiais e outras informações. Bons hábitos de alimenta-
ção podem evitar várias doenças. Comece desde cedo a se
Praias, matas, orestas. Viver no Brasil é um privilégio. alimentar bem. Clique aqui
Morar em encantador,
um litoral Florianópolis, uma grande
o interior cheiosorte. O Estadocom
de surpresas, tem www.saude.sp.gov.br para ver.
matas, cavernas, cachoeiras, reservas ecológicas e muito SOMOS TODOS RESPONSÁVEIS
mais. Mas é preciso muito mais. O Planeta Terra quer a
nossa ajuda. O Brasil necessita da consciência ecológica, e Chegou a hora de nos perguntarmos o que estamos ofer-
nós, temos o dever de levantar esta “Bandeira”. ecendo aos meninos e meninas que vagam pelas ruas por
Milú Villela. A morte do jornalista Tim Lopes, da Rede
Globo, pelas mãos de tracantes dos morros cariocas,
SEXUALIDADE em mais um dos aterrorizantes episódios de violência de
nosso cotidiano, já se transformou num marco para a so-
Hoje em dia há muito mais informação sobre sexualidade ciedade

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
brasileira. O país clama pelo m da brutalidade e por um
controle efetivo por parte da polícia sobre o crime orga- SECÃO 2:
nizado e o crime de varejo, que põem cidadãos e gover-
nos em estado de tensão permanente. Mas o momento Porque responsabilidade social?
também é de reexão. A morte de Tim Lopes nos obriga
a lançar luzes sobre o problema em suas raízes mais pro- Esta seção proporciona o aluno conhecer as matizes do
fundas. A violência que está tomando conta das cidades conceito de responsabilidade social corporativa e sua
brasileiras é multiplicada, em última análise, pela miséria e relação com a ética nos negócios, proporcionando uma
pela falta de horizonte a que está submetido os milhares base conceitual para sua aplicação e discussão nas orga-
de jovens das classes marginalizadas. nizações. Segundo Patrícia (2003), o mundo empresarial
Sem expectativa de um futuro melhor, um exército de vê, na responsabilidade social, uma nova estratégia para
adolescentes e garotos que mal saíram da infância acaba aumentar seu lucro e potencializar seu desenvolvimento.
aceitando
el hoje
para suas o crime
vidas. comoaaque
As cenas única alternativa
assistimos disponív-
estupefatos, Essa tendência
sumidor decorre daprocura
e conseqüente maior conscientização do con-
por produtos e práticas
recentemente, nas emissoras de televisão, com adolescen- que gerem melhoria para o meio ambiente ou comu-
tes ostentando armamentos pesados em plena luz do dia, nidade, valorizando aspectos éticos ligados à cidadania.
vendendo drogas em feiras abertas ao público, sem con- Além disso, essas profundas transformações mostram-
strangimento nenhum, vão continuar se a sociedade não nos que o crescimento econômico será possível se estiver
atuar para efetivamente mudar o rumo das coisas. alicerçado em bases sólidas. Deve haver um desenvolvi-
Chegou a hora de darmos um basta à perturba- mento de estratégias empresariais competitivas por meio
dora realidade que nos cerca. Chegou a hora de dinamizar de soluções socialmente corretas, ambientalmente susten-
o que o Brasil tem de melhor, o seu capital humano. Che- táveis e economicamente viáveis.
gou, enm, a hora de nos perguntarmos que perspectivas
estamos oferecendo aos meninos e meninas que vagam
pelas ruas das grandes metrópoles, vivendo de biscates e Você sabia?
de grandes e pequenos delitos.
Que futuro estamos abrindo para os jovens que
sonham com uma prossão, mas que não têm onde bus- Que na última metade dos anos 1990, o número de
car orientação e trabalho? Que ações estamos desencade- aquisições de empresas brasileiras por empresas es-
ando para resgatar o contingente de excluídos que vivem trangeiras cresceu 196,25%. Segundo a Pricewaterhouse
sem presente e sem futuro em todo o país? Transformar & Coopers, 772 empresas brasileiras, sem incluir incor-
essa realidade e responder a essas indagações é tarefa para porações, acordos e associações foram adquiridas pelo
todos nós. Empresas, organizações não-governamentais, capital estrangeirosEsse processo de entrada do capital
trabalhadores, estudantes, donas-de-casa, todos, enm, internacional atingiu quase todos os setores da economia.
podemos fazer algo para construir um futuro melhor para Segundo dados da consultoria KPMG, alimentos, bebidas
o Brasil. e fumo lideraram o ranking de investimentos estrangeiros
Pequenos gestos, como doar algumas horas de em número de aquisições nos últimos anos, seguidos pela
nossa semana para o trabalho voluntário numa escola área nanceira, química e petroquímica e de telecomuni-
pública próxima à nossa casa, ou dar apoio a um projeto cações.
que busque mudar a realidade de uma região carente da
cidade, são essenciais para regenerar o nosso tecido so- Anal,oqueéresponsabilidadesocial?
cial. Mais do que nunca, a solidariedade deve pautar nos-
sas condutas e nossas ações. A expressão “responsabilidade social” suscita uma série
O episódio do assassinato do repórter da Globo de interpretações. Para alguns, representa a idéia de re-
soa, neste momento, como um convite adicional à mo- sponsabilidade ou obrigação legal; para outros, é um de-
bilização.
empresas emA união
torno da
da sociedade civil, dosocial
responsabilidade governo
é um edos
das ver duciário, que impõe
de comportamento que osàsdoempresas
cidadãopadrões
médio. Hámaisosaltos
que
caminhos mais ecazes de que dispomos para pôr m às traduzem, de acordo com o avanço das discussões, como
causas da violência. Temos a obrigação moral de sonhar prática social, papel social e função social. Outros a vêem
e dar continuidade à luta que tirou a vida de Tim Lopes. associada ao comportamento eticamente responsável ou
Milú Villela, 55, empresária, é presidente do Faça parte - a uma contribuição caridosa. Há ainda os que acham que
Instituto Brasil Voluntário, do Museu de Arte Moderna seu signicado transmitido é ser responsável por ou so-
de São Paulo e do Instituto Itaú Cultural. cialmente consciente e os que a associam a um simples
(Artigo publicado no jornal Folha de São Paulo no dia 24 sinônimo de legitimidade ou a um antônimo de social-
de junho de 2002 na seção Tendências e Debates). mente irresponsável ou não responsável4.
Nota-se, contudo, uma crescente conscientização no sen-
3 MORREIRA, Assis; REBOUÇAS, Lúcia; HÁFEZ, Andréa. Investimento migra para
serviços, diz a UNCTAD. GazetaMercantil, 28/9/1999, p.A-6. 4 ( SANTOS, Chico. Saldo
de investimentos cresce 172%. Folha de S. Paulo, 3/10/99, p. I-II.).
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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

tido de que as organizações podem e devem assumir um questionamentos e das críticas que as empresas
papel mais amplo dentro da sociedade. A responsabili- receberam, nas últimas décadas, no campo social, ético e
dade social leva, no âmbito interno da empresa, à consti- econômico por adotarem uma política baseada
tuição de uma cidadania organizacional e, no âmbito ex- estritamente na economia de mercado8. Mesmo assim,
terno, à implementação de direitos sociais5. ainda é alvo de polêmicas por suas fortes conotações
políticas e ideológicas.

Você sabia? Pense e Anote

Que segundo Patrícia (2003), responsabilidade social


pode ser denida como o compromisso que uma orga- Qual a melhor denição de responsabilidade social no seu
nização deve ter com a sociedade, expresso por meio de entendimento?
atos ou
plo, e atitudes
alguma que afetam positivamente,
comunidade, de modo
de modo especíco, am-
agindo ____________________________________________
pró-ativamente e coerentemente no que tange a seu papel ____________________________________________
especíco na sociedade e a sua prestação de contas para ___________________________________________
com ela. ___________________________________________
Para Votaw6: “responsabilidade social signica algo, mas ____________________________________________
sempre a mesma coisa, para todos”. Para alguns, ela rep- ____________________________________________
resenta a idéias de responsabilidade ou obrigação legal; ____________________________________________
para outros signica um comportamento responsável no ____________________________________________
sentido ético; Muitos, simplesmente, equiparam-na pelo
sentido de socialmente consciente6.
Para Jaramillo e Ángel: Responsabilidade social pode Pare e pense
ser o compromisso que a empresa tem com o desenvolvi-
mento, bem-estar e melhoramento da qualidade de vida Responsabilidade Social para quem?
dos empregados, suas famílias e comunidade em geral7. Segundo os autores clássicos da área, como Howard
Para Villela (1998:2), O termo responsabilidade social Bowen9 , há cinco tipos de público beneciados com a
nada mais é que o comprometimento do empresário com responsabilidade social:
adoção de um padrão ético de comportamento, contri-
buindo para o desenvolvimento econômico – uma es- 1 Funcionários
tratégia que não só melhora a qualidade de vida de seus 2 Clientes
funcionários, mas multiplica por meio de suas famílias, da 3 Fornecedores
comunidade e da sociedade. É a empresa atuando como 4 Competidores
agente social no processo de desenvolvimento. 5 Outros com os quais a empresa mantenha transações
comerciais.

Segundo Almeida (1999), responsabilidade social corpo- Peter Blau e W. Richard Scott ressaltaram que, dentre to-
rativa é o comprometimento permanente dos empresári- das essas categorias, a empresa deveria escolher apenas
os em adotar um comportamento ético e contribuir para uma como a principal, que seria a razão para a existência
o desenvolvimento econômico, melhorando, simultanea- da organização, enquanto as outras representariam apenas
mente, a qualidade de vida de seus empregados e de suas despesas 10. Para autores contemporâneos 11, a responsabi-
famílias, da comunidade local e da sociedade como um lidade social assume outras características, englobando o
todo. Já para Carrol (1989:29), a responsabilidade social público interno e externo, além do investimento na
diz respeito às expectativas econômicas, legais, éticas e preservação ambiental, mas não necessariamente privil
sociais que a sociedade
num determinado espera
período de que as empresas
tempo. atendam,
Percebe-se que as giando uma categoria em particular.
realidades econômica e social estão sempre juntas em
qualquer conceituação sobre responsabilidade social, Exemplos
mesmo que a tônica do discurso não seja de cunho es-
tritamente social. Isso signica que estas duas realidades, RESPONSABILIDADE SOCIAL NA PRÁTICA
mais a realidade ambiental, nunca podem ser tratadas sep-
aradamente quando o assunto é crescimento sustentável. A Gessy Lever, em parceria com o governo do Estado do
Qualquer fragmentação nesse sentido desequilibra até Paraná, montou o Centro Rexona de Excelência no Vôlei,
mesmo o conceito de responsabilidade social empresarial. com um investimento da ordem de R$ 4 milhões por ano.
Além disso, a responsabilidade social é resultado dos Os dois lados ganham: o comercial e o social. De um
4 DUARTE e DIAS, 1986, p.36. 8 TEXEIRA, 1984, p. 187.
5 SROUR, 1998, p.294-5. 9 BOWEN, 1957, apud OLIVEIRA, 1984, p.205.
6 WOTAW, 1975, apud DUARTE e DIAS, 1986, p.55.
7 JARAMILLO, e ÁNGEL, 1996, p.60.
• 214
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
lado, a empresa proporciona à marca Rexona uma ima- vestimento sociais com parceiros – os mais citados foram
gem inovadora, jovem e moderna, condizente com seu as instituições sociais 24% e as escolas 21,2%. PATRI-
público-alvo; de outro, investe no social, proporcionando CIA (2003, p. 12)
assistência social e esportiva a milhares de crianças, e con-
tribui para desenvolver talentos para o vôlei 12.
Independente do porte da empresa nota-se que a respon- Resumo
sabilidade social é considerada cada vez mais como uma
das principais estratégias para alavancar seu crescimento. Nesta seção você aprendeu que a cidadania expressa um
Nesse sentido, o Instituto Ethos arma que empresas so- conjunto de direitos que dá a pessoa à possibilidade de
cialmente responsáveis são: participar ativamente da vida e do governo do seu povo.
1 Agentes de nova cultura empresarial e de mu- O exercício dos direitos procura garantir ao indivíduo a
dança social; satisfação de suas necessidades materiais, culturais e so-

acionistas2 eProdutora de valor para todos – colaboradores,


comunidade; ciais. Os direitos
Brasileira sociais6º.estão
no seu artigo Vocêescritos
estudounaa Constituição
importância
3 Diferenciadas e de maior potencial de sucesso do exercício da responsabilidade social, que vem sendo
e longevidade. visto como um indicador de competitividade empresarial.
A Usina Central Olho D’Água aboliu, há mais de trinta A assimilação do conceito e o engajamento em program-
anos, o emprego de mão de obra infantil em sua força as sociais, não se dão igualmente nos diversos setores
de trabalho. Por essa conduta, ganhou o selo Abrinq de empresariais e regiões do país. Por outro lado, a sua par-
Empresa Amiga da Criança, junto com outras usinas de ticipação não expressa a forma como a empresa interfere
Pernambuco, como a Petribu e a São José. nos problemas da sociedade. Um dado animador é que
A Microsoft vem doando dinheiro e softwares para o quase metade das empresas armam ter planos para criar
projeto Comitê pela Democracia da Informática, que dis- ou expandir as ações no campo social, o que pode ser
tribui equipamento e instrução em informática a comuni- reexo de um maior entendimento de que a responsabili-
dades carentes no Brasil. (Veja, 19/07/2000) dade social, como atuação contínua e comprometida dos
negócios, começa a representar um compromisso estra-
O barato sai caro! tégico de negócio, extrapolando o caráter amadorístico.
Segundo Patrícia (2003, P. 38), a Nike, marca líder do A empresa, por natureza, antes de qualquer coisa, é um
mercado de tênis em todo mundo, viu suas ações ente social, um ente que nasce com uma necessidade so-
despencarem após denúncia de exploração de trabalho cial para servir à sociedade; um ente que morre no mo-
infantil por fornecedores asiáticos. mento em que não cumprir esse requisito. É dependente
São notórios os abusos de determinadas empresas, que e serviçal da sociedade, desde a srcem até o m, na qual
para aumentarem seus lucros não levam em consideração nasce e à qual serve.
os interesses dos operários e da comunidade, praticam ou A colocação de Basagoiti mostra claramente o quanto a
aceitam contrabando, fraude no faturamento, manipula- empresa é parte importante da sociedade. Portanto, preci-
ção de balanços e sonegação de impostos. Tais compor- sa dar respostas não somente de caráter econômico, mas
tamentos antiéticos não afetam apenas a empresa que os também de caráter social, visando o seu pleno desenvolvi-
pratica: reetem-se em suas congêneres e, de certo modo, mento. Nesse âmbito, a empresa pode participar de dive
contribuem para aumentar a desconança em relação ao sas formas. Muitas delas, principalmente as mais capital-
sistema de livre-empresa, favorecendo ideologias con- izadas e de maior porte, criam as suas próprias fundações
trárias a ele. ( DUARTE & DIAS, 1986, p.39) ou institutos voltados para atividades de cunho social e
ambiental. Outras preferem praticar o velho e conhecido
assistencialismo, doando recursos nanceiros ou materi-
Você sabia? ais às entidades sociais.

Que de acordo com estudos realizados pelo Serviço Na- Referências


cional do Comércio (Senac) de São Paulo as razões mais
apontadas para a realização de investimentos sociais es-
tavam: ALVES, EGR. Relacionamento cirurgião-dentista e paci-
· Consciência e cidadania empresarial – 26,6% ente. Odont e Socied. 2000.
· Visão e missão – 26% CAGGIANO, MHS. Direitos humanos e aprendizado
· Sentimento de que a empresa é uma extensão cooperativo. In: Liberal MMC.(Org.) Ética e cidadania.
da comunidade, sendo responsável por sua qualidade de São Paulo: Mackenzie, 2002. (p.95-113)
vida – 23,5% COHEN, C, Marcolino JAM. Relação médico-paciente:
· Quase metade das empresas - 43% - realiza in- autonomia & paternalismo. In: Segre M, Cohen C.
10 1977, apud OLIVEIRA, 1984, p.205.
11 MELO NETO e FORTES, 1999, p. 104.
12 MELO NETO e FORTES, 1999, p. 104.
• 215
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

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Se você tem acesso à internet, LEMBRE-SE de acessar N.º 1, Ed. 679, p. 68. São Paulo.
com freqüência o Ambiente Virtual de Aprendizagem, ZADEK, Simon (2000). Responsabilidade social começa
pois as possibilidades de interação com os tutores e seus em casa. Revista Carta de Educação Comunitária, Ano
colegas são maiores! Para aprofundar o conteúdo abor- V, N.º 26, p. 8, São Paulo: Senac.
dado nesta seção realize pesquisa:
SITES
BAGGIO, Rodrigo (2000). Consumidor quer mais que Resumo Final
produto. www.ethos.org.br.
ELIZONDO, Adam (1999). A empresa, realidade No estudo da unidade de Relações Humanas você es-
econômica e humana. www.des.org.br. tudou sobre como a modernização e tecnologias inu-
Instituto Ethos de Responsabilidade Social Empresarial. enciam as relações humanas e como você pode usar as
Indicadores ethos de responsabilidade social empresarial regras e normas para melhorar a qualidade do seu relacio-
(2000). São Paulo. Junho, Versão 2000, www.ethos.org.br namento e comunicação.
MILLOT, Michele (1999). Balanço do balanço social. Você percebeu também que o trabalhador detinha antes
www.des.org.br. o controle sobre o processo e as condições de trabalho,
ARRUDA, Maria Cecília Coutinho de (1999). O momen- com a mecanização da produção, no sistema de fábrica,

• 216
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
esse controle escapou de suas mãos. Na verdade, o trab- prometida dos negócios, começa a representar um com-
alhador foi submetido e dominado por suas condições de promisso estratégico de negócio, extrapolando o caráter
trabalho. amadorístico.
Que o fator humano está sendo deixado em se- A empresa, por natureza, antes de mais nada, é
gunda, terceira ou quarta opção; para algumas empresas um ente social, um ente que nasce com uma necessidade
poder-se-ia armar que é visto sob uma perspectiva de social para servir à sociedade; um ente que morre no mo-
engrenagem, em outras palavras comparado como uma mento em que não cumprir esse requisito. É dependente
máquina. O trabalho deve se transformar em fonte de e serviçal da sociedade, desde a srcem até o m, na qual
prazer e bem estar, não de pesadelo. Que na vida mod- nasce e à qual serve. A empresa é parte importante da
erna a deterioração tanto da relação quanto dos valores sociedade. Portanto, precisa dar respostas não somente
humanos é nítida. Cresce continuamente a solidão nas de caráter econômico, mas também de caráter social,
grandes cidades, tornando-se motivo de sofrimento para visando o seu pleno desenvolvimento. Nesse âmbito, a
muita
da gente. Deaoutro
humanidade: beleza,lado, os grandes
a verdade, valores
o amor, eternosa
o respeito, empresa pode participar
principalmente de diversas formas.
as mais capitalizadas Muitas
e de maior delas,
porte, cri-
gentileza...., estão sendo eliminados, oprimidos pela tec- am as suas próprias fundações ou institutos voltados para
nologia e frieza de uma certa ciência fundamentada num atividades de cunho social e ambiental. Outras preferem
cartesianismo já quase obsoleto. praticar o velho e conhecido assistencialismo, doando re-
O mundo se tornou complexo demais, veloz de- cursos nanceiros ou materiais às entidades sociais.
mais, tenso demais. É difícil não se perder. Como a uti- Nas outras disciplinas que você estudará durante
lização de ferramentas de comunicação e relacionamento o curso com certeza ocorrerá a relação dos conteúdos
pode melhorar a qualidade de sua comunicação e relacio- com a minha disciplina de Introdução ao Marketing, a-
namento e amenizar um pouco o sofrimento. nal, marketing é uma das ferramentas tecnológicas das
Na unidade 2, você aprendeu que a Ética é um tema organizações. Tudo o que zemos ou deixamos de fazer,
bastante discutido e indispensável para a compreensão gira em torno do marketing. Bons estudos e muito suces-
do comportamento humano e social. Devem-se a épo- so na sua formação prossional. Que em cada disciplina
ca contemporânea à srcem do pensamento grego com você aprenda mais e mais para se tornar um prossional
Sócrates, Platão, Aristóteles e seus discípulos. de sucesso.
Dentre os pensadores que surgiram no tempo moderno Boa Sorte!
para uma reexão ética destacam-se Kant e Hegel.
O que distingue fortemente o universo humano do mun-
do natural é o Valor. É visível a presença dos diferentes Glossário
conceitos do que é Moral nas diversas correntes de pensa-
mento. Para diversos autores a Ética se fundamenta na
consciência, autonomia e na coerência. Autoconceito – Complexo de imagens mentais que as
A Deontologia esta ligada diretamente ao dever pessoas têm de si mesmas. Auto-estima – estima de si
prossional. Os atos éticos precisam ser conscientes, o mesmo, amor próprio. Crença – Idéia ou pensamento de-
que implica que cada um deve fazer do ato de seguir as re- scritivo que faz com que uma pessoa acredite em algo.
gras do grupo, um ato voluntário. Na unidade 3, aprendeu Dinâmica de Grupo – Técnica de interação entre par-
que a cidadania expressa um conjunto de direitos que dá ticipantes de um grupo de trabalho, que pode levar a
a pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e mudanças de atitude, conduta e relações resultantes dessa
do governo do seu povo. interação.
O exercício dos direitos procura garantir ao indivíduo a Ecácia - Capacidade de fazer o trabalho atribuído.
satisfação de suas necessidades materiais, culturais e so- Eciência - Capacidade de fazer bem um trabalho.
ciais. Os direitos sociais estão escritos na Constituição Feeling – Percepção; visão própria sobre certo assunto
Brasileira no seu artigo 6º. Você estudou ainda sobre a com base na experiência ou no conhecimento de certos
importância do exercício
vem sendo visto como umdaindicador
responsabilidade social, que
de competitividade fatos que podem
Empatia inuenciaré sua
– Em psicologia, evolução.
a tendência para sentir o que
empresarial. A assimilação do conceito e o engajamento sentiria a outra pessoa, como se estivéssemos vivendo a
em programas sociais, não se dão igualmente nos diversos sua situação e circunstâncias.
setores empresariais e regiões do país. Por outro lado, a Hierarquia das Necessidades – Modelo criado pelo
sua participação não expressa a forma como a empresa psicólogo americano Abraham MASLOW, na tentativa de
interfere nos problemas da sociedade. Um dado anima- hierarquizar ou atribuir valores relativos aos vários es-
dor é que quase metades das empresas armam ter pla- tímulos de ordem psicológica ou social que levam as pes-
nos para criar ou expandir as ações no campo social, o soasa se comportarem de determinadas maneiras.
que pode ser reexo de um maior entendimento de que Hipótese – Suposição a ser comprovada para explicar
a responsabilidade social, como atuação contínua e com- um fato, teoria ou processo.

• 217
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Melhoria contínua – Compromisso de fazer as coisas


constantemente melhores.
Objeção – Ato ou efeito de objetar, réplica, contestação.
Objeção, obstáculo.
Percepção – O ato, efeito ou faculdade de perceber.
Status – signica a posição num sistema social ou ainda
a posição no que diz respeito à distribuição de prestígio
dentro do sistema social.
Tática – Originalmente, é a arte de manobrar tropas.
Pode ser empregado de forma gurada para designar os
meios que se coloca em prática para atingir um objetivo
ou sair-se bem de alguma coisa.

Referências

COUTINHO, M. Cecília. Fundamentos de ética empre-


sarial e econômica. São Paulo: Atlas, 2001.
AGOSTI, H. P. Condições Atuais do Humanismo. Rio de
Janeiro, Paz e Terra S. A., 1970.
DECCA, M. A. G. Indústria, Trabalho e Cotidiano. São
Paulo, Atual Editora Ltda. 13ª ed. 1991.
DI LASCIO, C. H. R. A Psicologia no Trabalho. Revista
Contato – CRP 08, ano 23/ nº 113, p.11, Curitiba, 2001
DIMITRIUS, J. E. & MAZZARELLA, M. Decifrar Pes-
soas. São Paulo, Alegro, 17ª ed., 2000.
FIORE, M. M .L. Q. O meio são as Massa-gens. Rio de
Janeiro, Record, 1969.
LIEVORE, J. A. Marketing Pessoal. Londrina, Grafmark.
3º ed , 2000
MC CULLOUGH, W. Ambiente do Trabalho. Rio de Ja-
neiro, Fórum Editora Ltda, 1973
MCLUHAN, M. Os meios de comunicação como exten-
sões do homem. São Paulo, Cultrix, 2000.

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MESQUITA, E. A Técnica, o homem e a vida social. São


Paulo, Artes Grácas, 1978.
ORTIZ, R. 1996.
iense 2ª ed., Mundialização e Cultura. São Paulo, Brasil-
STAREPRAVO, B. Segredos da Realização. S/D
WEIL, P. Relações Humanas na Família e no Trabalho.
Rio de Janeiro, Vozes, 30ª ed., 1976.
Anexos
Boas Práticas de Relações Humanas
Leia com atenção e faça a comparação com suas respos-
tas:

• 218
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

EXERCÍCIOS
Relações Humanas e ética

1. Assinale a alternativa que completa a frase corretamente.


O sociólogo australiano Elton Mayo que deu srcem às teorias das relações humanas, conclui que...
a) ( ) fatores psicológicos inuenciam as ações humanas e que quanto mais os seres humanos estiverem integra-
dos no âmbito do trabalho, maior será a capacidade de produzir.
b) () fatores psicológicos inuenciam na capacidade de produção dos seres humanos, mas são importantes no
ambiente de trabalho.
c)
d) não inuenciam
() fatores psicológicos inuenciam no trabalhodedos
na capacidade seres humanos.
administrar equipes de pessoas.
2. Assinale a alternativa que não contem uma regra básica para um grupo de trabalho.
a) () agir com método
b) () buscar a melhoria do processo
c) () exercer o trabalho com autonomia
d) () exercer o trabalho com base em detalhes irrelevantes.

3. Segundo o entendimento ético, o que signica valor?


a) É o dinheiro que se ganha durante a vida.
b) É uma variável da mente que faz com que o ser humano descida ou escolha se comportar numa determinada
direção e dentro de determinada importância.
c) É a educação que se recebe na escola.
d) É uma variável da mente que faz as pessoas escolherem só o que lhes interessa.

4. A palavra Deontologia signica: “o estudo dos princípios, fundamentos e sistemas de moral, tratado dos de-
veres”. O termo é habitualmente utilizado para expressar:

a) Os códigos dos Conselhos Regionais


b) Os códigos éticos prossionais
c) Os códigos civis
d) Os códigos tributários

5. Ética signica:

a) É o domínio dos juízos de valor.


b) É a educação que recebemos durante a vida.
c) É a educação que se dá aos lhos.
d) É o cuidado que se tem com as palavras inconvenientes.

6. Dois pensadores contribuem para a reexão ética nos tempos modernos. Assinale a resposta correta:

a) Kant – Hegel
b) Einstein – Sócrates
c) Focaulp – Marx
d) Aristoteles – Marx

7. Um dos princípios fundamentais da existência ética é “fazer o bem evitar o mal”.


Neste contexto, podemos dizer que o “bem” é:
a) Tudo aquilo que está em perfeita harmonia com a natureza em geral e especialmente com o ser humano
b) Preocupar-se somente com seu bem-estar
c) A maior preocupação da humanidade visando o seu patrimônio

• 219
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

8. Sendo a ética prossional um conjunto de normas admitidas como ideais, para o exercício de uma determinada
prossão, podemos dizer que é ético:
a) Ter uma postura de caráter “bem viver”
b) Produzir, vender mais e alcançar funções superiores como meta única
c) Zelar pela sua pessoa e seus interesses em detrimento a prossão
d) Agir com consciência, autonomia, coerência, assumindo com dignidade os erros distinguindo dentre várias, a
ação que seja mais oportuna

9. Qual a característica predominante marcante das relações humanas atuais?


a) Coletivismo.

b)
c) Individualismo.
Parcerias.
d) Objetos comuns.

10. O signica da palavra moral é:


a) Conjunto de condutas ou hábitos julgados válidos de modo absoluto, para um grupo ou para uma determi-
nada pessoa.
b) Conjunto de hábitos julgados válidos pelos governantes.
c) Conjunto de atitudes tomadas pelo ser humano.
d) Hábitos julgados inúteis para a sociedade.

• 220
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

ECONOMIA E MERCADO

• 221
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

• 222
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

INTRODUÇÃO

Esta disciplina foi desenvolvida visando aspectos básicos da Economia. Você deve estar acostumado a dis-

cutir problemas de economia brasileira em termos concretos ao nível de macroeconomia, numa visão mais

geral do que acontece conosco, consumidores e cidadãos. Este trabalho estando voltado ao estudo da micr

economia, lhe dará condições para um entendimento mais especíco das causas dos fenômenos econômi-

cos que afetam a sociedade brasileira. Muita gente pensa que é na macroeconomia que se localiza a ação,

os problemas realmente empolgantes. Muitos dos problemas políticos e sociais de hoje e de amanhã não

estão na área da macroanálise e sim da microanálise. Como exemplo podemos citar: a solução da pobreza,

o menor abandonado, o auxílio às cidades, a distribuição de renda,os sindicatos e as empresas, o transporte

urbano – todos estes problemas são tratados pela microeconomia. Assim, você certamente vai gostar deste

aprendizado, pois envolve o cotidiano de nossas vidas.

• 223
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

• 224
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
A oferta e a demanda são as funções primordiais do siste-
ma econômico. Quando elas se encontram, estabelecemse
UNIDADE 1 o que se chama de mercado, situação em que as pessoas
que querem comprar se encontram com aquelas que que-
Introdução à Economia rem vender. É importante notar que o termo “mercado”
não signica obrigatoriamente lugar físico ou contíguo.
Sua acepção é mais genérica, e signica realização de to-
SEÇÃO 1 das as compras e vendas de um bem ou conjunto de bens.

O Fluxo Econômico Exemplo: O mercado imobiliário de uma cidade é


constituído de todas as empresas imobiliárias e seus vend-
A economia pode ser analisada como um uxo de trocas edores, de todas as pessoas que querem vender, das que
de bens e mercadorias e o correspondente em moeda. querem comprar e dos imóveis a serem transacionados.
Esse modelo,
entender apesar de decorrentes
os problemas sua simplicação, ajuda muito
da distribuição dosa As empresas
(terra, trabalho, capital)empregam os fatores
para a fabricação de produção
de bens e presta-
fatores de produção numa sociedade, bem como fornece ção de serviços que serão adquiridos pelas famílias (uxo
uma visão do funcionamento de uma economia capital- real). Com a remuneração paga pela venda dos fatores
ista. Nesse modelo as empresas ofertam mercadorias e as de produção (aluguéis, salários, juros e lucros), as famílias
famílias ofertam seus serviços. As empresas demandam podem comprar os bens e serviços das empresas.
esses serviços e pagam como valores monetários na for- As empresas, por sua vez,
ma de salários, rendas e juros. As famílias recebem essas com a venda dos bens e serviços
rendas e demandam as mercadorias das empresas que para as famílias, se capitalizam
recebem esse uxo monetário na forma de receita. para adquirir novos fatores
À medida que acontecem as atividades de de produção e dar início a
produção, dois uxos ocorrem simultaneamente: mais um ciclo produtivo
• o uxo real ou de bens e serviços; (uxo monetário). O Governo
• o uxo monetário, também chamado uxo nominal ou é também um importante agente
renda; econômico e transaciona com as famílias e as empresas.
Das famílias e empresas recebe os impostos in-
Fatores de Produção: diretos, quando incidem sobre bens e serviços e, diretos,
quando incidem sobre a renda das pessoas ou empresas.
São os elementos necessários e básicos para que haja Com esses recursos, o Governo pode transferir renda à
produção de bens: população ou às empresas. Nesse caso, ocorre uma tribu-
tação às avessas, são os impostos negativos, mais conheci-
Recursos naturais: são os recursos obtidos na natureza dos como subsídios ou incentivos scais porque ao invés
e que vão ser transformados através da indústria de cobrar, o Governo dá recursos às empresas para que o
como o ferro, madeira, petróleo e terras. custo de produção de determinados bens ou serviços seja
reduzido.
Trabalho: é a colaboração da energia humana, manual ou Por m, as famílias, as empresas e o Governo
intelectual, no processo de produção. transacionam com agentes que estão fora do país. Nesse
caso, os agentes do país doméstico importam bens e ser-
Capital: é tudo aquilo que é fruto de poupança e que vai viços do resto do mundo e exportam bens e serviços para
aumentar a produção. o resto do mundo.
• uxo de bens e serviços é decorrente da Com o processo de globalização dos mercados, o
produção e, conseqüente, da compra desses bens e ser- agente econômico externo tende a aumentar expressiva-
viços por parte dos consumidores. Ele é formado pelos mente de importância, exercendo um papel de destaque
bens e serviços
nomia, ou seja, produzidos, constituindo
todos os bens a oferta
e serviços que estãodaà eco-
dis- cada vez maior nas economias domésticas.
posição dos consumidores.
• O uxo monetário ocorre quando, ao exercer- SEÇÃO 2
em suas atividades, as unidades produtoras remuneram os
fatores de produção empregados, juros de capital tomado O Inter-Relacionamento da Economia
como empréstimo junto aos bancos, aluguel pelas instala-
ções que ocupam, e distribuem lucros a seus proprietários Diante dos problemas que a economia se defronta usa-
ou acionistas. São estas remunerações que permitem aos se várias outras ciências de apoio para que a tomada de
donos dos fatores de produção comprarem os bens e ser- decisões seja a que obtenha o melhor resultado possível.
viços de que necessitam.

• 225
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

• 226
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

A seguir as principais relações que a economia mantém: dados históricos, deveria ser aplicado à Economia, assim
a) Economia e Política criou-se a Economia Aplicada. A ligação entre história
e economia permite que muitas experiências do passado
No mundo grego, a Economia, a Política e a moral eram possam ser aproveitadas de maneira que os erros não se
uma única ciência. No mundo romano ela subordinou-se repitam e as experiências positivas sejam aproveitadas.
inteiramente à Política. Em uma economia estável, a
Política está inter-relacionada com a economia, e as crises g) Economia e Antropologia
políticas tendem a mostrar que a recíproca é sempre ver-
dadeira, e, por conseqüência, srcinarão fatalmente, crises A Antropologia Cultural estuda as crenças e os costumes
econômicas. Na fronteira do estudo da ciência econômica e a inuência desta cultura na estrutura social. Dessa for-
começam a aparecer estudos sobre os ciclos políticos, que ma evidencia-se a velocidade das mudanças nas estruturas
evidenciam a inuência da Política na economia. produtivas que a sociedade está disposta a realizar.

b) Economia e Sociologia
SEÇÃO 3
A Sociologia se preocupa em analisar como as relações
sociais inuenciam a economia e como por sua vez, a A Divisão da Economia
economia condiciona a sociedade. Um dos maiores pen-
sadores da historia disse: O Sistema Econômico é a reunião dos diversos elemen-
“A ordem econômica harmônica é fator impor- tos participantes da produção de bens e serviços que sat-
tante para que haja ordem social” (Confúcio). Na Idade isfazem as necessidades da sociedade, organizadas não
Média as lutas entre classes eram conseqüências de inter- só sob o ponto de vista econômico, mas também social,
esses econômicos conitantes. jurídico etc. A economia se divide em duas grandes áreas
de estudo: a Microeconomia e a Macroeconomia.
c) Economia e Psicologia Social
1) MICROECONOMIA
A Psicologia Social estuda o comportamento do homem, A microeconomia trata dos problemas do indivíduo e
portanto, liga-se à Economia que estuda a luta empreen- da empresa dentro do Sistema Econômico. A microeco-
dida pelo homem para satisfazer as suas necessidades (il- nomia é conhecida como o ramo da Ciência Econômica
imitadas), utilizando recursos escassos. voltada ao estudo do comportamento das unidades de
A Psicologia Industrial surgiu no início do século XX consumo representadas pelos indivíduos e/ou pelas famí-
como resultado da junção dessas ciências.Busca analisar o lias, ao estudo das empresas, suas respectivas produções
comportamento dos agentes econômicos vinculados à in- e custos e ao estudo da produção e preços dos diversos
dústria de transformação. bens, serviços e fatores produtivos. Preocupa-se em es-
tudar o consumidor individual que se dirige ao mercado
d) Economia e Direito com uma determinada renda para adquirir bens e ser-
viços, e, também, a maneira como a empresa emprega os
É marcante o conito permanente entre os agentes da fatores de produção para obter o maior lucro possível.
ação econômica em face de seus interesses serem contra-
ditórios. Apelou-se, portanto, para a Ciência Jurídica na 2) MACROECONOMIA
solução dos litígios constantes causados pelo que chama- Estuda o conjunto dos consumidores de uma sociedade,
mos de Racionalismo Econômico. assim como o conjunto de empresas desta mesma so-
ciedade. Seu interesse é determinar os fatores que inu-
e) Racionalismo Econômico enciam o nível total de Renda e do Produto do Sistema
Econômico. A macroeconomia se interessa pelo estudo
Comportamento das lucros
maximização de seus empresas de um lado, desejando
e o comportamento dos con-a dos agregados como
o desemprego a produção,
e a renda o consumo,
da população o emprego,
como um todo. A
sumidores do outro, buscando obter a maior quantidade macroeconomia surgiu com o objetivo de viabilizar anális-
de bens com o mínimo de dispêndio. Esse racionalismo es das variáveis que afetam todos os agentes econômicos,
encontra sua melhor solução quando o mercado (local onde o comportamento de todos é inuenciado pelas
onde se encontram produtores e consumidores) está em mudanças. Nesses indicadores, chamados “variáveis mac-
harmonia perfeita e as informações estão à disposição de roeconômicas”, destacam-se a inação, a taxa de juros, o
todos. nível de renda, o nível de consumo, a
taxa de juros, etc.
f) Economia e a História
Na compreensão do economista historiador, o estudo dos

• 227
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

• Fisiológicas: são as necessidades básicas da


PONTO CHAVE: vida como água, comida, abrigo, ar, vestuário, descanso,
etc. É a manutenção siológica;
A microeconomia apresenta uma visão microscópica dos • Segurança: as pessoas desejam estar, na me-
fenômenos econômicos, e a macroeconomia, uma visão dida do possível, seguras de que no futuro não lhes fal-
telescópica, isto é, esta última possui uma amplitude mui- tarão meios de satisfazer suas necessidades básicas. É a
to maior, apreciando o funcionamento da economia no proteção e a estabilidade;
seu global. Se fosse considerada uma oresta, a microeco- • Sociais: consistem no desejo, que todos sen-
nomia estudaria as espécies vegetais que compõem indi- tem, de participar de vários grupos e de serem aceitos
vidualmente, ou seja, estudaria a composição dos itens da por eles. Alguns desses grupos são o familiar, o escolar,
oresta; enquanto a macroeconomia preocupar-se-ia com companheiros de trabalho, de lazer;
o produto oresta como um todo. •Estima: o indivíduo deseja ser mais do que um

membro
tima, doamor,
afeto, seu grupo. Todoeindivíduo
valorização necessita de es-
reconhecimento;
SEÇÃO 4  •Auto-realização: está ligada ao sentimento do
ser humano de desenvolver e usar sua capacidade, suas
As Necessidades Humanas aptidões e habilidades, bem como de realizar seus planos.
É o sentimento de vitória, desenvolvimento e sucesso.
Necessidade, no sentido econômico, é o sentido de priva-
ção de um bem externo que se tende a possuir. Podem Necessidade
de auto-realização
ser individuais ou coletivas.
Necessidade de
Individuais: precisam ser satisfeitas para garantir a sobre- estima

vivência dos indivíduos. Necessidades


sociais

Necessidades de
segurança
EXEMPLO:
Necessidades
fsiológica.
Alimentação, habitação, higiene etc.
Coletivas: são decorrentes da vida Pensando e observando a vida das pessoas, per-
do indivíduo em sociedade. cebemos facilmente que as necessidades humanas são il-
imitadas quanto ao número. Logo que alguém consegue
EXEMPLO: dinheiro para saciar sua fome e para vestir-se, já pensa
em adquirir sua casa própria. Quando já tem casa, quer
Educação, transporte coletivo, segurança etc. Devido a es- decorá-la da melhor maneira possível. Depois, surge a ne-
sas necessidades coletivas ou sociais exigirem um volume cessidade de convidar os amigos para conhecer a casa e
de recursos muito elevado, cabe ao Estado encarregar-se ouvir os últimos CDs adquiridos. À medida que vamos
de satisfazê-las, através dos serviços públicos, que podem satisfazendo as necessidades, outras vão surgindo: carros,
ser de duas espécies: Serviços públicos gerais: aqueles viagens, cursos, roupas da moda, emprego melhor, e as-
prestados para uso global pela população. sim por diante.

Como atender as necessidades ilimitadas se


EXEMPLO: os recursos são limitados?

Serviço policial e saúde pública. Serviços públicos especi- A ciência econômica procura resolver este problema atri-
ais: os consumidos individualmente pelo cidadão. buindo um grau de importância a cada necessidade e su-
gerindo a canalização
necessidades dos recursos
mais urgentes. para a deve
Um indivíduo satisfação das
satisfazer
EXEMPLO: suas necessidades. Porém, o alimento cotidiano e o lazer
Transporte ferroviário. não têm a mesma importância. De que adianta o indi-
víduo andar vestido de acordo com a última moda, se tem
diculdade em se alimentar? Também não tem a mesma
Qual a teoria das Necessidades Humanas? importância a necessidade de pagar a educação dos lhos
e o desejo de comprar um carro.
Segundo o pensador Maslow, as necessidades são de- O dinheiro que um indivíduo dispõe serve para
ciências siológicas ou psicológicas que uma pessoa sente muita coisa quando é abundante. Como, em geral, o din-
ou se vê compelida a satisfazer, e podemos classicá-las heiro é escasso, é preciso utilizá-lo muito bem, para que
assim:

• 228
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

seja suciente para o mais importante, ao mesmo tempo


em que se procura melhorar a situação. Os mercados funcionam ao agrupar muitos vendedores
Um país também tem muitas necessidades: estradas, interessados e ao facilitar que os compradores potenci-
represas, hospitais, escolas, fábricas, etc. Diante da elevada ais os encontrem. Uma economia que depende primari-
quantidade de necessidades, o governo, geralmente, sente amente das interações entre compradores e
a falta de recursos disponíveis.

SEÇÃO 1

O Funcionamento do Mercado

RESUMO  OquesignicaaRiqueza?

A ciência econômica pode ser entendida como o estudo


da distribuição eciente dos recursos escassos. O uxo de A palavra riqueza lembra uma
bens e serviços é decorrente da produção e, conseqüente, grande quantidade de bens
da compra desses bens e serviços por parte dos consumi- econômicos ou dinheiro.
dores. Ele é formado pelos bens e serviços produzidos, Adam Smith (1723-1790),
constituindo a oferta da economia, ou seja, todos os bens economista inglês, escreveu
e serviços que estão à disposição dos consumidores. A que: “riqueza é o conjunto
oferta e a demanda são as funções primordiais do sistema de bens de que o homem
econômico. As empresas, com a venda dos bens e ser- efetivamente e realmente pode
viços para as famílias, se capitalizam para adquirir novos dispor para ns econômicos”.
fatores de produção e dar início a mais um ciclo produ- Em Economia, qualquer bem útil, acessível e limitado
tivo (uxo monetário). recebe o nome de riqueza.
O governo recebe das famílias e empresas os im-
postos indiretos, quando incidem sobre bens e serviços Qual o conceito de Utilidade de um bem?
e, diretos, quando incidem sobre a renda das pessoas ou
empresas. No mundo grego, a Economia, a Política e a Utilidade é a qualidade que possuem os bens econômicos
moral eram uma única ciência. Na fronteira do estudo da de satisfazer as necessidades humanas. O bem, porém, só
ciência econômica começam a aparecer estudos sobre os é útil quando desejado pelo homem. Utilidade econômica
ciclos políticos, que evidenciam a inuência da Política na é a qualidade que têm os bens de corresponderem, às ne-
economia. A Sociologia se preocupa em analisar como as cessidades dos indivíduos, de forma que:
relações sociais inuenciam a economia e como por sua
vez, a economia condiciona a sociedade. a. Possuam as qualidades físicas necessárias (uti-
A Psicologia Social estuda o comportamento do homem, lidade de forma).
portanto, liga-se à Economia que estuda a luta empreen- b. Estejam no lugar onde são necessários (utili-
dida pelo homem para satisfazer as suas necessidades (il- dade de lugar).
imitadas), utilizando recursos escassos. A microeconomia c. Estejam disponíveis enquanto for preciso (uti-
é conhecida como o ramo da Ciência Econômica voltada lidade de tempo).
ao estudo do comportamento das unidades de consumo d. Estejam na posse da pessoa que necessita (uti-
representadas pelos indivíduos e/ou pelas famílias, ao es- lidade de posse).
tudo das empresas, suas respectivas produções e custos e Utilidade, portanto, é um conceito mais subjetivo
ao estudo da produção e preços dos diversos bens, ser- do que objetivo. O grau de utilidade de um bem depende
viços e fatores produtivos. danecessidade de cada indivíduo. Um bem pode ser útil
A de
sumidores macroeconomia
uma sociedade,estuda
assimocomo
conjunto dos con-
o conjunto de para alguém e não o ser para outra pessoa.
empresas desta mesma sociedade. Seu interesse é deter- Qual a importância da noção de Valor?
minar os fatores que inuenciam o nível total de Renda e
do Produto do Sistema Econômico. A noção de valor é de grande importância na economia.
A utilidade é o elemento fundamental do valor. Existem
varias formas de entender o conceito de valor:
UNIDADE 2 O Valor de uso de um bem é capacidade que
ele tem de satisfazer as necessidades de cada um. É muito
comum confundir-se o conceito de valor de uso com o
O Sistema Econômico conceito de utilidade.

• 229
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
O Valor de troca é a capacidade do bem de
poder ser trocado por outro. O valor pode ser medido O que são os Fatores de Produção?
como sendo o produto entre preço e quantidade.
Fator de produção é a agregação das unidades básicas –
A Lei da Oferta e da Procura: trabalho, recursos naturais, capitais e tecnologias – utiliza
das para a confecção de um bem econômico:
É a lei que estabelece a relação entre a demanda de um • Trabalho: medida do esforço humano na
produto, ou a procura de um produto, e a quantidade que produção.
pode ser oferecida, ou que o produtor deseja oferecer. • Recursos Naturais: tudo que economicamente
Em períodos que temos grande oferta de um determina- pode ser aproveitado da natureza.
do produto, o seu preço cai. No entanto se há uma grande • Capital: reunião de bens (equipamentos, ferra-
demanda por um determinado bem, os preços tendem a mentas e máquinas) de um sistema. Alguns economistas
subir.aDe
com tal modo
chegada que concorrência.
de uma esse preço só voltará aos padrões consideram
presarial também
como fatoresadeTecnologia
produção,epois
a Capacidade
são elas queEm-
de-
A lei da oferta e da procura ou da demanda descreve o cidem qual a melhor combinação para utilização destes
comportamento preponderante dos consumidores na fatores.
aquisição de bens e serviços em determinados períodos,
quantidades e preços. PONTO CHAVE:
Ao usar um raciocínio rápido, podemos chegar à con-
clusão de que quanto menor o preço de um determinado Capacidade empresarial é um dos fatores de produção
serviço, maior a quantidade procurada e vendida. Sendo o mais difícil de mensuração, mas que é de fácil compreen-
inverso também aplicável: quanto maior o preço, menor são quando se verica a importância dos empresários na
a quantidade procurada. Mas ao contrário do que pode condução das empresas.
parecer a princípio, esse comportamento não é sempre
inuenciado apenas pelos preços. O valor de um produto SAIBA MAIS
pode ser um estímulo positivo ou negativo para que os
consumidores adquiram os serviços que necessitam, mas A Origem da Teoria Econômica Para melhor com-
não é o único. Existem outros elementos a serem consid- preender as implicações históricas sobre a economia e
erados nesta equação, entre eles: como esses fatos determinaram as conclusões dos analis-
- Os desejos e necessidades das pessoas; tas e estudiosos, é necessário você relembrar alguns fatos
- O poder de compra; da história recente:
- A disponibilidade dos serviços; Após a 1ª Guerra Mundial, vários países europeus re-
- A capacidade das empresas de produzirem de- começaram suas atividades industriais, ocasionando para
terminadas mercadorias com o nível tecnológico dese- os Estados Unidos um excedente de produção. Caracter-
jado. iza-se como excedente, o produto da economia de um
Da mesma forma que a oferta exerce uma in- país que não consegue ser absorvido inteiramente. Uma
uência sobre a procura dos consumidores, a freqüên- solução imediata seria a redução brusca dos níveis de
cia com que as pessoas buscam determinados produtos atividade produtiva, acarretando crise econômica e social
também pode aumentar e diminuir os preços dos bens e em curto prazo, reduzindo a lucratividade das empresas e
serviços. conseqüentemente gerando desemprego. Nesta época, os
Estados Unidos passaram a emprestar capitais exceden-
Qual o conceito de Preço? tes a países carentes, para que pudessem comprar seus
produtos. Ocorre que estes países começaram a adquirir
O preço é o valor dos bens e serviços expresso em moe- máquinas e acessórios com vistas ao re- equipamento de
da. Existem diversos tipos de preço e que reetem a seu parque industrial. Com relação à produção agrícola
capacidade
preço segundoou não
seus deinteresses.
um determinado agente
A Flutuação de xar
preçoso americana, esta juntos
dos fazendeiros cou estocada, criando
aos agentes grandes
nanceiros. Nadívidas
segun-
é aquela produzida pela Lei da Oferta e da Procura. O da metade de 1929, houve uma queda sensível nas expor-
preço pode ser determinado de várias formas: tações americanas, acentuadas pela volta da Inglaterra e
 •Convencional: determinado pela vontade dos da França ao mercado internacional.
contratantes. Como conseqüência destes fatos, fazendas passaram a ser
• De concorrência: Quando cam xados pelas propriedade dos bancos, a redução da produção industrial
alternativas da Oferta e da Procura. aumentou o nível de desemprego, generalizando-se séria
• Legal: estabelecido por lei. crise econômico-social.
• Natural: produção, incluindo o lucro natural. O reexo na Bolsa de Valores foi imediato: quinta-feira,
Pode ser considerado corrente ou vulgar. dia 24 de outubro de 1929, foram colocados à venda 13

• 230
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

milhões de ações. No dia 29 de outubro, deu-se o famoso


“Crack de Wall Street”. Desempregados: É a parte da população eco-
Após análise desta cronologia de fatos, chegamos a con- nomicamente ativa que não tem lugar no mercado de tra-
clusão anunciada, na época da queda da Bolsa de Nova balho.
York, com muita precisão pelo economista, psicólogo e
matemático John Maynard Keynes: População ocupada: É a parcela da população
“o pleno emprego não é necessariamente o nível de equilí- total que, realmente, produz para o sistema, ou seja, parte
brio da economia”. Em outras palavras, não há forças au- da população economicamente ativa que está trabalhan-
tomáticas existentes para salvar a economia da depressão do.
e restaurar o pleno emprego, como se acreditava na teoria
clássica, pensamento dominante até então.
Dessa forma, para complementar sua teoria SEÇÃO 2

Keynes propõe
economia. Comaadivisão
divisãodadaeconomia
economiaem
emmacro e micro-o
duas partes, O Sistema Econômico
processo produtivo numa visão macroeconômica, passou
a ser analisado através de três setores: O sistema econômico é a reunião de diversos elementos
- Primário: responsável pela extração, ligado à que entram na produção de bens e serviços para satis-
terra ou à natureza (matérias-primas). fazer as necessidades da sociedade. Como já vimos, os
- Secundário: responsável pela transformação fatores de produção são os elementos mais genéricos
(indústrias). que compõem a produção. Eles se encontram em todas
- Terciário: responsável pela distribuição de as mercadorias ou serviços diretamente ou indiretamente
bens e serviços (comércio em geral). Cada um desses (trabalho, recursos naturais, capital, tecnologia e capaci-
setores isoladamente forma uma agregação de fatores da dade empresarial). Estes fatores devem ser organizados
produção, daí srcinando o aparelho produtivo. de tal maneira que sua combinação resulte na formação
Qual a diferença entre um Valor Agregado e um Valor de um Bem ou Serviço. As instituições onde se dão estas
Bruto da Produção? Valor agregado é o valor adicionado combinações são conhecidas como: Unidades Produto-
à economia, em cada estágio da produção, ou seja, é a ras.
remuneração paga pelo uso dos fatores de produção que
deverá equivaler à renda da economia. O Valor bruto da Como pode ser classicada a Produção
produção é a soma do valor agregado das diferentes fases Econômica?
do processo produtivo.
A produção econômica pode ser classicada em três cat-
Qual o conceito de População, na Economia? egorias:
a) Bens e Serviços de Consumo: aqueles que sat-
Entende-se por população o total de habitantes de deter- isfazem as necessidades das pessoas quando são consum-
minado território nacional e de estrangeiros. Uma impor- idos no estado em que se encontram.
tante divisão é quanto à capacidade de um país dispor de
sua população para a produção. EXEMPLO:
Conceitualmente: Alimentos, roupas cinema, sapatos, serviços diversos, etc.

População dependente: é aquela que não tem b) Bens e Serviços Intermediários: são aqueles
condições de oferecer força de trabalho e está compreen- que sofrem transformação para atingir sua forma
dida entre 0-14 anos e acima dos 60. denitiva.

População produtiva: é a parcela da população EXEMPLO:


total
entreque está59em
15 ou idade
anos. de trabalhar,
A população ou seja, está
produtiva inserida
subdivide-se Trigo, petróleo, ferro, etc
em: c) Bens de Capital: destina-se a aumentar a
População inativa: É a parcela da produção eciência do trabalho humano no processo produtivo.
produtiva que, embora esteja em idade de trabalhar, não o
faz, por exercer uma outra atividade não remunerada. EXEMPLO:
Torno mecânico, estradas, máquinas, etc.
População economicamente ativa: É a parte
da população produtiva que, embora tenha qualicação Como se compõe o Sistema Econômico?
prossional e idade de trabalhar, pode estar ou não trab-
alhando. O sistema econômico compõe-se de três setores funda-

• 231
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
mentais: é que, no longo prazo, serão ofertadas pelos produtores.
SETOR PRIMÁRIO: onde acontecem todas as ativi- Pagando um preço mais alto, os consumidores podem
dades de extração. Pode ser de srcem animal, induzir os produtores a aumentar a quantidade de merca-
vegetal ou mineral. doria ofertada em qualquer período de tempo. Por outro
SETOR SECUNDÁRIO: responsável pela transforma- lado, uma redução de preço resultará em uma redução na
ção. Neste setor, utiliza-se em maior quantidade ofertada.
quantidade, o fator de produção capital, combinado com
o trabalho. Na Economia Mista:
SETOR TERCIÁRIO: distribuição de tudo o que foi Há interferência do governo (por intermédio de impos-
produzido na economia. Basicamente são tos, subsídios, suas próprias despesas etc), modica e,
representados pelos estabelecimentos comerciais, bancos, em alguns casos substitui a operação do mecanismo de
escolas, serviços em geral etc. preços como um meio de determinar o que deve ser pro-

Como se caracteriza o Sistema Capitalista? duzido.


Preço:
Em um sistema Capitalista, a Em economia e negócios, o preço é o valor
maioria dos meios de produção monetário expresso numericamente associado a
é possuída de modo privado uma mercadoria, serviço ou patrimônio.
por indivíduos e por organizações, O conceito de preço é central para a microeco-
não pelo governo. Os indivíduos nomia. É uma das variáveis mais importantes na
têm liberdade para vender seus teoria de alocação de recursos (também chama-
recursos em quantidades que da de teoria dos preços).
julgarem adequadas e pelo mais
alto preço que puderem obter.
Eles também têm liberdade para gastar sua renda a m
de comprarem bens e serviços que maximizem sua satis- SEÇÃO 3
fação. A concorrência pura ou perfeita supõe a existência
no Mercado de muitos vendedores e compradores, cada A Microeconomia
qual muito pequeno para inuir no preço dos bens e ser-
viços. As funções do governo são estritamente limitadas A microeconomia é dividida em:
à posição para a defesa de alguns serviços básicos e à im- Teoria do Consumidor, que estuda o comportamento
posição de regras gerais para protegerem as liberdades das pessoas quando compram bens e serviços. Na Teo-
econômicas e políticas. ria Elementar da Demanda ou Teoria do Consumidor, o
consumidor é o agente econômico que necessita de bens
Quais as características das Economias e serviços para satisfazer as suas necessidades e o em-
Modernas? presário é aquele que produz estes bens ou serviços.
Teoria da Empresa, que estuda o comportamento do
Nas Economias Modernas há aspectos importantes: empresário ao produzir os bens e serviços que vendidos
grande desenvolvimento tecnológico: aos consumidores.
Uso de mão-de-obra especializada, uma grande quan-
tidade de equipamento de capital e tecnologia avançada O que dizia a Teoria Cardinal?
para produzir bens e serviços com um mínimo de trein-
amento. Esta Teoria armava que a utilidade podia ser medida car-
grande divisão do trabalho e especialização dinalmente, em “utis” e que a utilidade de um bem não
na produção:Isto permite grandes aumentos em produ- era inuenciada pelo consumo de outros bens. A utili-
tividade.mercadonanceirodesenvolvido:Acesso fácil dade total de
utilidades da cada
cestabem.
de mercadorias seria igual à soma das
ao crédito e nanciamentos.
O que diz a Teoria Ordinal?
Como se comportam os preços nos diferen-
tes tipos de Economia? Conhecida como Teoria Ordinal do Comportamento do
Consumidor, considera que a utilidade é decorrente do
Na Economia de Livre Empresa: consumo combinado e não individual dos bens. Além
Somente as mercadorias pelas quais os consumidores es- disso, a utilidade não é medida, mas sim, ordenada. Os
tão dispostos a pagar um preço unitário sucientemente economistas Edgewoth, Antonelli, Fischer e Pareto, que
alto para cobrir, pelo menos, o custo total da produção deram forma à teoria Ordinal, ao reconhecer que o con-

• 232
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

sumidor prefere alguns bens e serviços a outros, assimila-


ram que existe uma ordem de preferência ou prioridade,  QualosignicadodeElasticidadeemEco-
para qualicar a utilidade. nomia?

O que vem a ser a Curva da Demanda? Em Economia a Elasticidade Preço é a forma


de medir o impacto na variação relativa ou
A escala de demanda de um indivíduo mostra as quanti- percentual das quantidades procuradas, pelos
dades de uma mercadoria que ele está disposto a comprar consumidores, de um bem, sempre que ocorrer
e pode comprar, em dado período de tempo, a vários uma variação, relativa ou percentual, no rendi-
preços alternativos. (ver mais na página 15). mento disponível para gastos.
A Lei da Procura (Demanda) nos diz que: Normalmente existe uma relação direta entre o rendi-
“Quanto maior for o preço de um bem, menor será a mento e a quantidade procurada, ou seja, o valor da Elas-
quantidade
quanto procurada
menor o preço,desse
maiorbem, contrariamente,
a quantidade procurada.” ticidade Preço
normais. é positivo. Neste
Excepcionalmente, existecaso
umafalamos
relaçãodeinversa
bens
entre o rendimento e a quantidade procurada, ou seja, o
PONTO CHAVE: valor da Elasticidade Preço é negativo. Neste caso fala-
mos de bens inferiores.
Assim sendo, pode-se dizer que um bem tem mais utili- A Elasticidade Preço estabelece qual a reação dos con-
dade do que outro, mas não se estabelece a quantidade de sumidores em relação a um aumento ocorrido no preço
utilidade correspondente a cada um. Além da utilidade, de determinado bem. Sob o ponto de vista da Elasticid-
deve-se ressaltar como elementos determinantes na pro- ade Preço, a demanda por ser classicada como:
cura de um bem, a renda das pessoas e os preços dos Demanda Elástica: bens cuja Elasticidade
bens. Preço da demanda é maior do que 1.
Demanda com Elasticidade Unitária: bens
PONTO CHAVE: cuja Elasticidade Preço da demanda é igual a 1.
Demanda inelástica: bens cuja Elasticidade
Isto signica que existe uma relação inversa entre o preço Preço da demanda é menor do que 1.
de um bem e a quantidade procurada desse bem.
Como são classicados os bens, do ponto de
GRÁFICO DA CURVA DA DEMANDA vista do consumidor?
- Substitutos são aqueles que, do ponto de vista
do consumidor, podem ser trocados no momento do
consumo, proporcionando igual satisfação, ou satisfação
semelhante.

EXEMPLO:
Café substituído pelo chá, carne de vaca por carne de
porco, etc.

- Complementares quando dois ou mais bens


são considerados do ponto de vista do consumidor, quan-
do precisam ser consumidos juntos, para que a satisfação
do consumidor seja máxima.

EXEMPLO:
Pão com manteiga, arroz e feijão etc.
Observa-se no gráco a representação de uma curva de
Demanda típica. No eixo das abscissas encontra-se o SEÇÃO 4
preço (P) e no eixo das ordenadas encontram-se a quan-
tidade (Q). Observe que quando o preço cai, aumenta a A Produção
quantidade demandada. Ou, em sentido inverso, para
a quantidade demandada aumentar é necessário que o Produção é o ato de produzir coisas para colocar ao mer-
preço caia. cado. A Teoria da Produção preocupa-se com o lado da
oferta do mercado, com os produtores que vão oferecer
aos consumidores os bens e serviços por eles produzidos.

• 233
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
A Produção pode ser denida como o processo que com-
bina e transforma os fatores de produção adquiridos pela Oferta Inelástica: é a curva de oferta de bens,
empresa, visando a criar bens e serviços que serão ofe- cuja resposta em termos de produção, é proporcional-
recidos ao mercado. Ela é constituída por um bem mente menor do que a variação do preço do bem, sendo
econômico e todas as operações que lhe agreguem valor. a elasticidade-preço menor do que 1.
É a relação técnica entre as quantidades empregadas dos Oferta Elástica: é a curva de oferta de bens,
fatores de produção e as quantidades produzidas do bem cuja resposta em termos de produção, é proporcional-
ou de serviço. mente maior do que a variação do preço do bem, sendo a
elasticidade-preço maior do que 1.
O que são os Custos da Produção?
GRÁFICO DA CURVA DA OFERTA
Na produção, o empresário ao adquirir os fatores de

produção,
mento efetua
destes despesas
fatores. para remuneração
Os custos de produção ou
são paga-
apu-
rados pelo cálculo dos gastos dos empresários com os
fatores de produção.

O que é a Receita da Produção?

É a quantidade produzida, multiplicada pelo preço de


mercado do bem. A receita mensal de uma empresa é o
valor total recebido de clientes pelas vendas efetuadas de
produção própria ou de mercadorias para revenda ou pe- Observe que a curva de oferta é positivamente inclinada,
los serviços prestados, no mês de referência, sem descon- demonstrando que uma variação positiva nos preços (P)
tar as despesas relativas ao desenvolvimento da atividade. elevam as quantidades (Q) ofertadas. Por analogia, uma
queda nos preços resulta numa redução da oferta desse
 QualosignicadodoLucro? produto.

Elemento que estimula a atividade empresarial, é a dife-


rença entre os custos de produção e a receita do em- RESUMO
presário.
A utilidade é o elemento fundamental do valor.
O que vem a ser a Curva da Oferta? O Valor de troca é a capacidade do bem de poder ser tro-
cado por outro. A Flutuação de preços é aquela produzida
Os economistas, quando estabelecem uma relação entre pela Lei da Oferta e da Procura. Valor agregado é o valor
a quantidade ofertada de um bem e o seu preço de mer- adicionado à economia, em cada estágio da produção,
cado, obtém a Curva Oferta. A Lei da Oferta nos diz que: ou seja, é a remuneração paga pelo uso dos fatores de
produção que deverá equivaler à renda da economia. O
PONTO CHAVE: Valor bruto da produção é a soma do valor agregado das
diferentes fases do processo produtivo. População ocupa-
“Quanto maior for o preço de um bem, maior da é a parcela da população total que, realmente, produz
será a quantidade ofertada desse bem” para o sistema, ou seja, parte da população economica-
Isto signica que existe uma relação direta entre o preço mente ativa que está trabalhando. O sistema econômico é
de um bem e a quantidade procurada desse bem. a reunião de diversos elementos que entram na produção
de bens e serviços para satisfazer as necessidades da so-
Como se comporta a Elasticidade Preço pe-
rante a Oferta? ciedade. Bens de Capital: destina-se a aumentar a eciên-
cia do trabalho humano no processo produtivo. Na Teo-
A elasticidade-preço neste caso mede a reação dos em- ria Elementar da Demanda ou Teoria do Consumidor, o
presários às variações de preço de um determinado bem. consumidor é o agente econômico que necessita de bens
Sob o ponto de vista da Elasticidade Preço, a oferta por e serviços para satisfazer as suas necessidades e o em-
ser classicada como: presário é aquele que produz estes bens ou serviços.
Oferta com Elasticidade Unitária: é a curva Substitutos são aqueles que, do ponto de vista
de oferta de bens, cuja resposta em termos de produção, do consumidor, podem ser trocados no momento do
é proporcional à variação do preço do bem, sendo a elas- consumo, proporcionando igual satisfação, ou satisfação
ticidade-preço da oferta igual a 1. semelhante. A Teoria da Produção preocupa-se com o

• 234
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

lado da oferta do mercado, com os produtores que vão EXEMPLO:


oferecer aos consumidores os bens e serviços por eles Indústria automobilística.
produzidos. Na produção, o empresário ao adquirir os
fatores de produção, efetua despesas para remuneração O que é o Preço de Equilíbrio?
ou pagamento destes fatores. Os custos de produção são
apurados pelo cálculo dos gastos dos empresários com os Preço de Equilíbrio é o preço onde se igualam as quan-
fatores de produção. tidades ofertadas e demandadas no mercado. Preço de
Equilíbrio ou de Mercado é aquele cujo valor é igual tanto
para a oferta como para a procura. As curvas represen-
UNIDADE 3 tativas da oferta e da procura de um mercado expressam
uma relação entre preços e quantidades.
Apesar disso, ao estudar isoladamente cada uma das cur-
O Mercado
vas, não
qual cadasebem
podeserá
determinar
compradoa quantidade
e vendido. e o preço pelo
SEÇÃO 1 GRÁFICO DO MERCADO
Os Tipos de Mercado

OquesignicaoMercado?

O termo mercado refere-se a todas as compras e vendas


realizadas no Sistema Econômico, tanto de bens de con-
sumo, intermediários e de capital, bem como de serviços.
A oferta e a procura são as duas funções mais impor-
tantes de um sistema econômico, elas formam o Mercado,
lugar onde se realizam as trocas. Mercado é o encontro da
Oferta com a Procura.
Nesse mercado o equilíbrio (E) acontece com o preço de
 ComopodemosclassicaroMercado? mercado (Pe), representado por 3 e a quantidade de
mercadorias transacionadas (Qe), representada por 7.
Existem diversas maneiras de se classicar o mercado,
uma dessas maneiras é quanto à concorrência. O mer- O que é o Mercado de Fatores de Produção?
cado pode ser assim classicado quanto à concorrência: O mercado de fatores de produção é o conjunto de toda a
a) Concorrência Perfeita ou Pura: exige um oferta e demanda de mão-de-obra, capital, recursos nan-
número grande de vendedores e compradores. O produto ceiros, etc, com o objetivo de se produzir alguma merca-
oferecido neste mercado é homogêneo. doria ou serviço em uma economia. Esse mercado possui
muitas peculiaridades, podendo ser entendido com segue:
EXEMPLO:
Feira-livre. 1. MERCADO DE TRABALHO
O mercado de trabalho é composto
b) Monopólio: apenas uma empresa vende um pelas pessoas que estão procurando
produto, para o qual não existem bons substitutos. Quan- emprego e pelos agentes que estão
do se tem apenas um comprador, chama-se Monopsônio. contratando essas pessoas. O mercado
de trabalho é dinâmico, pois as pessoas
Serviços EXEMPLO:
exclusivos do governo como abastecimento de estão sempre
melhores e osàempregadores
procura de empregos
procuram empregados mais
água, eletricidade, etc produtivos. A oferta de mão-de-obra depende de muitos
fatores. A renda das famílias é um desses fatores.
c) Oligopólio: onde existe um pequeno número
de produtores. Os produtores bens produzidos, apesar de EXEMPLO:
perfeitamente substituíveis entre si, são diferenciados, Se a pessoa que sustenta a família possuir uma boa renda,
permitindo ao consumidor saber exatamente que em- haverá um retardo da
presa o produziu. Quando existem poucos compradores entrada de mão-de-obra, pois a subsistência da família es-
chama-se Oligopsônio. tará assegurada. Porém, se a
renda é baixa a oferta de mão-de-obra tende a aumentar.
A oferta potencial também varia em função da renda, mas

• 235
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
em sentido oposto. Com o aumento da renda, as famílias e, é o quanto o tomador desse recurso está disposto a
acreditam que pode aumentar seu tamanho, o que con- pagar por ele. O equilíbrio do mercado monetário é dado
gura um aumento da oferta potencial da mão-de-obra. pela taxa de juros. A taxa de juros é a remuneração da
A remuneração da mão-de-obra é o salário. moeda. As instituições cobram um percentual pela in-
A demanda de mão-de-obra também possui suas pecu- termediação, pela distribuição dos recursos entre os que
liaridades. É obvio que os compradores desses serviços procuram e que ofertam moeda.
preferem aumentos da oferta desse serviço, pois pela lei Em uma economia onde o governo possui um papel mui-
da oferta e demanda podem pagar menos caracterizando to forte (como o caso do Brasil) a taxa de juros é inuen-
uma economia nos seus custos. Porém não basta apenas ciada pelo governo. E isso se deve a necessidade do gov-
quantidade nesse mercado. erno de tomar recursos para fazer investimento quando
as suas receitas não são sucientes e também para pagar
EXEMPLO: dívidas antigas. E o governo acaba criando uma divida
Para muitas
muito empresas
importante, a qualidade
de modo da mão-de-obra
que, as empresas estão con-é aque
taxapode se tornar
de juros muitopraticada
que seria grande enaacabar inuenciando
economia gerando
stantemente pressionando a população para que esta se taxas muito elevadas. O efeito é que pode haver um deslo-
qualique. Para os trabalhadores isso signica mais ren- camento desses recursos que iriam para atividade produti-
dimento na medida em que sua produtividade aumenta. va e acabam sendo utilizados nos títulos da dívida pública.
Para os empresários as economias e os ganhos de produ-
tividade mais que superam os custos de salários mais al- 3. MERCADO IMOBILIÁRIO
tos.
O mercado imobiliário tem a função
2. MERCADO MONETÁRIO de ajustar a oferta e a demanda por
localizações, ou por empreendimentos
O mercado monetário compreende todas as formas de imobiliários tanto para empresas quanto
captação de recursos desde a moeda até as captações via para famílias. A observação do movimento
ações, passando pelo sistema de crédito bancário. de preços dos interessadospermite que
O mercado monetário se caracteriza pela existência de esse mercado vença a barreira da limitação
pessoas que possuem valores monetários que não estão de terras. Essa limitação causa o que se convencionou
sendo utilizados e por pessoas que necessitam de recur- chamar de especulação imobiliária. Essa especulação é
sos para aplicarem nas suas atividades. em função da diculdade dos agentes econômicos con-
Existem muitas formas de captar os recursos do mercado seguirem avaliar corretamente o valor de um imóvel. Ao
nanceiro. As empresas podem “abrir seu capital social”, longo da historia vários exemplos de desastres ocorreram
ou seja, colocar ações no mercado nanceiro que possi- nas economias por conta dessa diculdade.
bilitem a elas arrecadarem esses recursos. Outras formas Nos momentos de crise existe uma busca por
são também bastante comuns, destacando-se os emprés- ativos reais e os bens imóveis estão entre os mais procu-
timos e os nanciamentos que são muito diversos na eco- rados, porque oferecem uma maior garantia contra a des-
nomia. valorização, em oposição aos papéis. Pelo seu alto valor
sua liquidez (capacidade de venda rápida ou lenta) é baixa,
 QualamelhordeniçãodeMoeda? mostrando que os investimentos nesse mercado tendem a
Moeda é todo o instrumento que seve para se intermediar ser mais estáveis.
uma troca. A moeda surgiu com a necessidade de facilitar
e incrementar as trocas. Muitos produtos já serviram de
moeda como, por exemplo, o sal e o couro, porém essas SEÇÃO 2
formas foram sendo abandonadas na medida em que au-
mentou a necessidade de um sistema mais fracionário e A Contabilidade Nacional e o Governo
mais durável. As funções da moeda são: A Contabilidade Nacional é um sistema contábil que per-
o reserva de valor; mite a avaliação da atividade econômica. Nesse sistema
o meio de troca; surgiram as chamadas Contas das Atividades Econômicas
o unidade de conta. e as Contas dos Setores Institucionais, que são subdividi-
das em:
Conta de Bens e Serviços
O que representa a Taxa de Juros? Contas de Produção, Renda e Capital
Conta das Transações do Resto do Mundo
A Taxa de Juros é o preço do dinheiro, é o quanto um A Contabilidade Nacional é de suma importância porque
poupador ou investidor exige para emprestar o dinheiro permite que uma nação possa acompanhar o desenvolvi-

• 236
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

mento da economia e da distribuição da riqueza e da ren- econômica.


da nacional, permitindo que o governo realize Todo investimento deve vir de maneira planejada para
medidas econômicas voltadas para os setores onde apre- que haja desenvolvimento econômico, e que estes investi-
sentam problemas. As contas nacionais ou sociais são de mentos desfaçam os empecilhos que mantêm a economia
extrema importância na análise da economia. Pode-se estagnada. O investimento tem um papel crucial para o
dizer que elas reetem a saúde da economia de um país. desenvolvimento da economia, quando o investimento
cresce, a economia cresce. Mas uma importante questão é
Como podemos caracterizar o Consumo? como esse investimento está sendo distribuído ao longo
da cadeia produtiva e como esse investimento esta sendo
O consumo pode ser considerado como a fase nal do nanciado
processo econômico. O consumo é a parte da renda da Cadeia Produtiva:
economia que é efetivamente gasta com produtos e ser- São todos os integrantes do processo produ-
tivo, deste a extração da matéria prima até a comer-
viços, parte
utiliza ou seja, ocorre
do seu quando
dinheiro uma pessoa
gastando-o. ou empresa
Portanto, o con- cialização do produto nal ao último consumidor.
sumo varia positivamente em relação à renda, isto é, o No caso da construção civil, os primeiros elos são os
fornecedores de madeira e agregados, os fabricantes
consumo aumenta quando a renda aumenta. Existem al-
de cimento, aço, PVC, alumínio e os clientes nais os
gumas diferenças entre o consumo dos agentes econômi- compradores dos imóveis. Suas inter- relações são
cos: chamadas de elos da cadeia, ou seja, onde um inte-
Consumo pessoal: consumo para a satisfação das neces- grante interage com outro. Desta forma, os elos vão
sidades dos consumidores, tanto por parte dos indivíduos se interligando, formando a cadeia
como do governo.
Consumo Empresarial: (privado e governamental) é .
caracterizado pela não utilização direta dos bens, mas
pelo aproveitamento das matérias-primas pela empresas  ComopodeserdenidoCapital?
industriais privadas ou estatais.
É todo investimento em máquinas, equipamentos e
ATENÇÃO! contratação de pessoal que são utilizados na produção.
As variáveis que inuenciam no nível de investimento
O consumo empresarial privado ou governamental é são: liquidez, ou facilidade de se obter dinheiro; rentabili-
também chamado de Consumo Reprodutivo ou Insumo. dade, ou oportunidades atrativas; propensão ao consumo,
ou disponibilidade que as pessoas têm para consumir.
Qual o conceito e a importância da Poup-
ança? O que se entende por Padrão de Vida?

A parte da renda não consumida tem o nome de poupan- É o grau de conforto em que vive uma classe de pessoas,
ça. Uma das mais importantes discussões da economia e em dado momento, em determinado local. Esse conforto
quanto ao papel das poupanças. A discussão principal é pode ser medido pela soma de utilidades econômicas e
se as poupanças vêm antes do crescimento da economia serviços à disposição das pessoas, necessários a sua sub-
e desempenham o papel incentivador do crescimento ou sistência e bem-estar. Se houver um aumento na produção,
se elas são resultado do crescimento da economia e, por- proporcionalmente maior do que o aumento da popula-
tanto, seria mais um reexo do que uma fonte de cresci- ção, a renda per capita também será maior, implicando
mento. A existência de poupança reete uma capacidade num padrão de vida melhor. Isto se acompanhada de uma
maior de investimento distribuição de renda mais igualitária, é claro.
Renda per capita:
Qual o papel dos investimentos? A renda per capita é um indicador
queum
de ajuda,
paísaesaber, o grau
consiste de desenvolvimento
na divisão da renda na-
São os gastos realizados para aumentar a capacidade cional (produto interno bruto - PIB menos
produtiva do sistema econômico. Trata-se da aplicação os gastos de depreciação do capital e os im-
das empresas ou do governo, na aquisição de novas capa- postos indiretos) pela sua população. É um
cidades de produção ou capital. índice muito útil, contudo, por se tratar de
Os investimentos realizados por pessoas físicas, podem uma média, esconde várias disparidades na
distribuição de renda. Por exemplo, um país
ser classicados como imobiliários (casas, apartamen- pode ter uma boa renda per capita, mas um
tos, terrenos) ou mobiliários (ações, títulos etc). O in- alto índice de concentração de renda e grande
vestimento realizado pelo governo é, normalmente, em desigualdade social. Também é possível que
infra-estrutura. Esse tipo de investimento atinge todos os um país tenha uma baixa renda per capita mas
setores da economia, sendo portanto uma ação macro- não haja muita concentração de renda, não ex-
istindo assim grande desigualdade entre ricos
e pobres.

• 237
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

quedanarendadotrabalhador;
concentraçãodarenda;
QualamelhordeniçãoparaRenda? diminuiçãodopoderdecompra;

Renda é toda a remuneração que a economia gera num Efeito sobre a Balança Comercial:
determinado período. Compreende:
ossalários; 1. os preços dos produtos cam
osjuros; mais caros e diculta as exportações;
oslucros; 2. as importações cam mais baratas;
receitas diversas. Diminuição de investimento pelas empresas, reduzindo a
capacidade produtiva do sistema econômico: Devido ao
 OquesignicaoCustodeVida? aumento dos preços e a incerteza quanto o futuro.
Conseqüência àdopopulação.
indispensáveis nível dosNo
preços dosum
caso de bens e serviços
aumento gen-  Quandoo correachamadaInaçãodeD e-
eralizado de preços, sem um aumento proporcional nos manda?
salários, existirá fatalmente uma queda no poder aquisi-
Balança Comercial ou Balança de pagamentos é
tivo das pessoas, resultando em queda do Padrão de Vida.
um instrumento da contabilidade social referente à de-
Assim sendo, o Padrão de Vida e o Custo de Vida depen-
scrição das relações comerciais de um país com o resto
dem um do outro. O Custo de Vida está condicionado a
do mundo. Ela registra o total de dinheiro que entra e sai
vários fatores, sendo o mais importante a Inação. Assim,
de um país, na forma de importações e exportações de
um menor padrão de vida acontece quando se gasta uma
produtos, serviços, capital nanceiro, bem como trans-
maior parcela da renda com o custo de vida.
ferências
comerciais. O resultado da diferença entre o volume de
recursos que entra menos o volume de recursos que sai
SEÇÃO 3
de um país é o chamado saldo da balança comercial.
(Este saldo pode ser positivo ou negativo.)
AInação

QualadeniçãoeamedidadaInação?

A inação é denida como uma situação em que há um


aumento contínuo e generalizado de preços. A inação
vem sendo medida através de diversos métodos. No Bra-
sil, são muito utilizados os seguintes números índices, que
são formulas matemáticas indicadoras do porcentual de
aumento nos preços dos bens e serviços, num determi-
nado período de tempo:
1) Índice do Custo de Vida (ICV): mede a
evolução dos gastos de família, com renda até 5 salários
mínimos, com as despesas realizadas para que ela supra Ocorre quando a produção não consegue acompanhar o
suas necessidades básicas; aumento de renda da população. Uma das causas pode
2) Índice de Preço por Atacado (IPA):considera ser pelo crescimento dos meios de pagamentos (aumento
a evolução dos preços ao nível de comercialização no de moeda em circulação na economia) que não é acom-
atacado. panhado pelo crescimento do produto. Como a demanda
3) Índice da Construção Civil (ICC): acom- é exercida através da moeda, pois é com o dinheiro que
panha a evolução dos
e da mão-de-obra preços dosnamateriais,
empregados construçãoequipamentos
civil; as pessoas
pode realizam suas
ser entendida comocompras, a inação
excesso de dinheirodenademanda
econo-
4) Índice Geral de Preços – Mercados (IGP- mia. Entretanto, para que a inação possa ser identicada
M): média ponderada dos índices anteriores, sendo que o como de demanda é necessário que a economia esteja
IPA tem peso 6, o ICVpeso 3 e o ICC peso 1. É a medida próxima do pleno emprego. Para combater este tipo de
ocial da inação no Brasil. inação, o Governo pode adotar medidas restritivas do
consumo:
QuaisasconseqüênciasdaInação? a) Política Monetária que se resume em medidas que
visam a reduzir quantidade de moeda em circulação na
Dentre as principais conseqüências, podemos destacar: economia.
Efeito sobre a distribuição de renda: b) Política Fiscal que consiste em medidas que objeti-

• 238
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

vam diminuir a demanda através da carga tributária.

QuandoocorreachamadaInaçãodeCustos? SEÇÃO 4

É o Processo gerado (ou acelerado) pela elevação dos O Poder Público


custos de produção, especialmente das taxas de juros, de
câmbio, de salários ou dos preços das importações Esta Quais as principais funções do Poder Público?
tem suas causas nas condições de oferta de bens e de
serviços da economia, assim, a demanda permanece in- São muitas e complexas as funções que o Estado mod-
alterada, enquanto aumentam os custos de produção, erno desempenha. No que tange ao aspecto econômico
que são repassados para os preços das mercadorias. Os social, a atuação do Poder Público desenvolve três grandes
oligopólios e monopólios estão associados à inação de campos de ação:
custos.
este tipoAde
política
inaçãoeconômica maisde
é o controle adotada
preços.para combater açãoorganizadoraenormativa;
prestaçãodeserviçosdeformadiretaàcoletividade;
-Oligpólio: Na economia, oligopólio é uma forma evoluí- distribuição da renda social.
da de monopólio, no qual um grupo de empresas pro- As atividades que são desenvolvidas pelo sistema
move o domínio de determinada oferta de produtos e / econômico podem ser divididas em duas áreas de atu-
ou serviços. Existem quatro formas básicas de oligopólio: ação: pública e privada.
- Cartéis: é uma forma de oligopólio em que empresas É da responsabilidade do Poder Público traçar e pôr em
legalmente independentes, geralmente atuantes do mes- ação normas que orientem as decisões e o comporta-
mo setor, promovem acordos entre si para promover o mento dos indivíduos, das empresas, enm, da economia
domínio de determinada oferta de produtos e/ou ser- privada, além de organizar a sua atividade própria. Tam-
viços. bém é papel do governo, traçar e denir o grau de relacio-
- Trustes: é uma forma de oligopólio na qual as empresas namento entre a ação da atividade privada com atividade
envolvidas abrem mão de sua independência legal para pública.
constituir uma única organização, com o intuito de domi-
nar determinada oferta de produtos e/ou serviços. Pode- Quais as características de um Governo In-
se denir truste também como uma organização empre- tervencionista?
sarial de grande poder de pressão no mercado.
- Conglomerado: é uma forma de oligopólio na qual O governo participa investindo e norteando o desen-
várias empresas que atuam em setores diversos se unem volvimento da economia. Praticamente, após a II Guerra
para tentar dominar determinada oferta de produtos e/ Mundial todas as economias, em maior ou menor grau,
ou serviços, sendo em geral administradas por uma tiveram uma intervenção forte do estado na Economia.
hol ing. Seja através do protecionismo das empresas que cam
- Holding: Uma holding ou sociedade gestora de par- isoladas do resto da concorrência pelos estabelecimentos
ticipações sociais é uma forma de oligopólio no qual é de cotas de importação, seja por barreiras sanitárias, ou
criada uma empresa para administrar um grupo delas que pelos subsídios.
se uniu com o intuito de promover o domínio de deter- O Brasil pode-se dizer que tem um governo interven-
minada oferta de produtos e /ou serviços. Na holding, cionista e controlador da economia, seja pela política
essa empresa criada para administrar possui a maioria das econômica, seja pela participação do estado em empresas,
ações das empresas componentes de determinado gru- as Estatais. Assim o governo através das estatais, possuiu
po. Essa forma de administração é muito praticada pelas recursos naturais, tem capital próprio, contrata e fornece
grandes corporações serviços, investe, produz bens e serviços da dinâmica
do aparelho produtivo, contribui para a formação do
 Quandooc orreac hamadaIn açãoEs tru- produto nacional e da renda nacional, consome e gasta,
tural? enm, participa de toda a dinâmica do sistema econômi-
co. Outro exemplo de economias intervencionistas são as
É o processo gerado por desajustes na economia em to- economias socialistas e comunistas, como Cuba, China e
dos os setores, e segmentos, cada um contribuindo para a Rússia. Subsídios governamentais fornecidos a empresas
sensação de insegurança fazendo com que os agentes (comércio e indústrias) possuem o intuito de abaixar o
econômicos reajustem preços visando proteger-se ou ai- preço nal dos produtos vendidos por tais companhias,
nda para compensar gastos excessivos por desajuste de para que estes produtos possam competir com produtos
um segmento como infra-estrutura, setor industrial, setor produzidos em outros países que produzem estes mes-
nanceiro, setor externo, obsolescência, endividamento. mos produtos a preços menores (entre outras razões, por
causa dos menores custos de mão-de-obra e de diferenças
de taxas cambiais).

• 239
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Defendeu o m das regulações mercantis e feudais, dos


grandes monopólios estatais ou similares e é encarado
O que podemos chamar de um Governo Lib- como o defensor do principio do “laissez-faire” - o gov-
eral? erno não deveria tomar posição no funcionamento livre
do mercado.
O governo, teoricamente, não participa da economia, e Adam Smith desenvolveu uma teoria de motiva-
deve deixar que as próprias forças do mercado encontrem ção pela qual tentou conciliar o interesse egoísta individual
e resolvam seus problemas. São governos que têm como com a desordem social. O seu famoso trabalho, a Riqueza
orientação o Liberalismo Econômico pregado por Adam das Nações (1776), tentou explicar como o mercado com
Smith. Na prática estes governos não existem, pois todos certas precondições naturalmente se auto-regularia por
os paises que têm este discurso, EUA e Inglaterra, são intermédio da agregação das decisões individuais e pro-
intervencionistas em sua própria economia e pregam o duziria mais ecientemente do que os pesados mercados

liberalismo
alizante, no para os outros,
entanto poisferrenhamente
protegem têm um discurso
seus liber-
mer- regulados
issas eramque
a deeram
queaonorma
papel no
doseu tempo.não
governo As deveria
suas prem-
ter
cados com políticas protecionistas. Teoricamente, uma uma intervenção em áreas onde o lucro não poderia ser a
economia sem gastos de governo, pode ser assim repre- motivação, e prevenir que os indivíduos usassem da força
sentada: ou fraude para alterarem a livre competição, comercio e
produção. Defendia que os governos deveriam apenas in-
[Y = C + I] tervir scalmente em áreas onde as mesmas não tivessem
Onde: Y= Renda impacto nos custos econômicos, argumentando que era a
C= Consumo produção de capital e não o total de ouro que represen-
I = Investimento tava a “riqueza” de uma nação.

Ou seja, a renda é igual à soma dos consumos mais o Quais as principais ações públicas do Governo?
investimento.
Entretanto, se acrescentarmos à equação anterior os dis- • manter a segurança;
pêndios do governo, teremos: • construir escolas, estradas, edifícios
públicos, infra-estrutura;
[Y = C + I + G] • educar a população;
Onde: Y= Renda • organizar a saúde pública, o sistema
C= Consumo de abastecimento, o sistema de comuni-
I = Investimento cação;
G= Governo • organizar empresas públicas e de eco-
nomia mista e;
Conseqüentemente, o nível de renda é igual ao consumo, • equilibrar a conjuntura econômico-
acrescido do investimento e dos gastos governamentais. social, tanto na área privada, quanto na própria pública.
O Estado moderno realiza um bom nível de gastos, razão
pela qual a sua atividade inui bastante no comportamen- Quais as normas de ação do Poder Público?
to da economia global do sistema econômico. O Setor
Público produz, também, bens e serviços, possuidor que A ação normativa do Poder Público é expressa a partir da
é de uma força-trabalho, de um estoque de capital e de lei da Constituição Brasileira, das leis em geral, dos de-
recursos naturais. cretos, das normas etc. O Conselho Monetário Nacional,
quando deseja corrigir ou orientar certas tendências do
Liberalismo: sistema monetário nanceiro, baixa normas de ação. A
O liberalismo defende uma sociedade caracterizada ação normativa do governo se estende a todos os elemen-
pela livre iniciativa
Tal contexto integrada
geralmente inclui num contextode denido.
um sistema governo tos da estrutura sócio- econômica-cultural do país.
democrático, o primado da lei, a liberdade de expressão e EXEMPLO:
a livre concorrência econômica. Educação, transporte, saúde, mercado, investimento,
Adam Smith é considerado como o mais famoso produção nacional, exportação, distribuição da renda so-
dos pensadores liberais. O escocês expôs a teoria de que cial, segurança, etc.
os indivíduos poderiam estruturar a sua vida econômica e
moral sem se restringirem às intenções do Estado, e pelo Via de regra, a ação normativa do governo atua no sen-
contrário, de que as nações seriam tanto mais fortes e tido de estimular ou desestimular o comportamento de
prósperas quanto mais permitissem que os indivíduos certos elementos da conjuntura econômica. Pretendendo,
pudessem viver de acordo com a sua própria iniciativa. com isso, orientar e conduzir a economia nacional e man-

• 240
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

ter à mesma em equilíbrio.


Quem são os responsáveis pela produção de
EXEMPLO: bens e serviços?
Os incentivos scais, o PIS, o PASEP, o FGTS, a maior
ou menor pressão tributária, a criação da taxa sobre o tur- Já foi visto anteriormente que o Poder Público, com
ismo internacional, etc. Toda ação normativa do governo igualdade de condições à iniciativa privada, é um agente
é institucionalizada. No caso brasileiro ela emana dos Po- produtor de bens e serviços e proprietário de inúmeros
deres Legislativo Federal, Estadual e Municipal, e Órgãos fatores.
com delegação de competência, tais como SUNAB,
CMN, CACEX, Banco Central do Brasil, etc. EXEMPLO:
Bens produzidos pelo Poder Público: estradas, escolas,
O que é o Programa Plurianual - PPA? edifícios públicos, viadutos, produtos de consumo inter-

A economia é planejada tendo em vista o desenvolvim- mediáriosegurança,


ensino, e nal. Serviços
justiça,produzidos pelode
abastecimento Poder
água,Público:
sanea-
ento econômico, e para atingir tal objetivo, os governos mento, saúde.
lançam planos estratégicos de desenvolvimento, basea- Desta maneira o Poder Público participa decisivamente
dos em ações organizadas macroeconômicas visando na produção do PIB e da Renda Nacional, bem como da
antecipar necessidades futuras e criar o bem estar social Oferta Global.
juntamente com o desenvolvimento econômico. O Pro-
grama Plurianual (PPA) é responsável pelo diagnóstico, Quem são os agentes consumidores de bens
pela análise, pelo planejamento, pela implementação de e serviços?
programas de ação e pelo controle da execução da ativi-
dade sistêmica de uma nação. O Poder Público é um grande consumidor de bens e ser-
É a ação organizadora que dá o feitio, o estilo e, viços, produzidos por si mesmo ou adquiridos da inicia-
até mesmo, cria o modelo de economia nacional. Abrange tiva privada. Fácil se torna entender que, sendo o governo
a sistematização de atividades, tanto do Poder Privado, um agente produtor, necessita de insumos, de serviços,
quanto do próprio Poder Público. Você pode ler o PPA enm, de fatores de produção. Com isso, ele está con-
no site: http://www.planobrasil.gov.br/PL_revisado.htm sumindo e participando da demanda Nacional. Além
disso, para cumprir com seus encargos sociais e econômi-
ATENÇÃO! cos, ele necessita consumir, daí porque ele se torna agente
consumidor de bens e serviço.
O Programa de Metas, o Plano Trienal, o PAEG, o Plano
Decenal, o PED, e o I e II Plano Nacional de Desenvolvi- Como são representadas as despesas gover-
mento são documentos representativos da ação organiza- namentais?
dora da atividade conjuntural brasileira.
Para atender a todos esses encargos, o Poder Público re-
Quais são os agentes distribuidores da renda aliza despesas, que são chamadas Despesas Governamen-
social? tais. As despesas representam os gastos do governo, ou
ainda, os dispêndios do governo, para que ele possa pagar
Entende-se por distribuidor da renda social o empenho, o seu consumo e fazer o seu investimento. As despesas
despendido pelo Poder Público e pela iniciativa privada, de consumo estão relacionadas com o custeio de serviços
no sentido de distribuir de forma mais eqüitativa possível e a formação bruta de capital com novas obras, aquisição
a renda nacional àqueles que participaram direta ou indi- de equipamentos e com a conservação e reposição de am-
retamente na sua formação. No momento, o Brasil está bos.
fortemente empenhado em solucionar este sério prob-  OquesignicaCargaTributária?
lema,
algunsque,
paísesenvolve
em fasetodos os países subdesenvolvidos e
de desenvolvimento. O Poder Público, para poder pagar os seus dispêndios,
A distribuição da renda social pode se dar: exerce uma certa Pressão Tributária, também chamada
- de forma direta, através de salário, 13º salário, por Carga Tributária, sobre o Poder Privado, e, com isso,
abono familiar, férias remuneradas, bônus sobre obtém a renda (parte da renda nacional) necessária a esse
produção, etc. custeio. Em outras palavras, o Poder Público participa
- de forma indireta, através do PIS, PASEP, compulsoriamente da renda nacional, tributando direta e
FGTS, INPS, bolsa de educação, bolsa família, distri- indiretamente a economia privada. - Os tributos diretos
buição de cestas básicas, etc. Como se vê, é uma tarefa de são os que incidem sobre rendas da propriedade, orde-
alto signicado social e econômico. nados e salários, no momento em que os mesmos são
percebidos pelas pessoas físicas e jurídicas.

• 241
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
Ex.: imposto de renda. deres se transferem para os produtos duráveis de con-
- Os impostos indiretos (tributos) incidem sobre as mer- sumo e de serviços. A renda real por pessoa aumentou
cadorias transacionadas. Ex.: imposto sobre circulação de a tal ponto que um maior número de pessoas conseguiu
mercadorias. As taxas são os pagamentos por serviços como consumidores, ultrapassar as necessidades mínimas
prestados pelo Estado. e básicas: modicou-se a estrutura da força-de-trabalho.
Ex.: taxa do correio, taxa do telégrafo, taxa de água etc. É alto o grau de bem-estar social. É bom o grau de dis-
tribuição da renda social. Há grandes transformações tec-
nológicas. As taxas de crescimento dos principais setores
SEÇÃO 5 são elevadas.

O Desenvolvimento Econômico Quais os objetivos do desenvolvimento?

Desenvolvimento
políticas Econômico
do Governo através deé oseus
resultado
órgãos das
e deações
seus O homem eAssim
volvimento. a sociedade
é que oconstituem a meta do desen-
processo desenvolvimento
Planos Plurianuais. São três as causas próximas do desen- busca:
volvimento econômico: aelevaçãodopadrãodevida;
a atividade econômica, obem-estarsocial;
a acumulação do conhecimento o crescimento racional da conjuntura econômico-
o aumento de capital. social;
Dene-se crescimento (ou desenvolvimento) econômico a estabilidade econômico-político-administrativa da
como um acréscimo, ao longo do tempo, da produção per nação.
capita de bens materiais. Pode-se dizer também que o
progresso econômico pode ser denido como uma mel- Quais as coordenadas sociológicas do de-
horia de bem-estar econômico. senvolvimento?
Há três coordenadas fundamentais, a saber : Transfor-
Quais as etapas do desenvolvimento? maçãoecológico-prossional, entendendo-se por um
processo cumulativo e acelerado de urbanização e por
São cinco as etapas do desenvolvimento: uma redistribuição prossional (transformação de ambi-
1ª) Etapa: A Sociedade Tradicional. Trata-se de uma ente de trabalho, estraticação social, mobilidade social).
economia que não evolui, não cresce. Não há mudanças Transformaçõesdemográco-familiares, envolvendo
estruturais na economia, na cultura, na política, na socio- a trajetória do fator demográco e dos grupos familiares
logia da nação. É uma sociedade que não reage economi- através dos tempos, face ás modicações estruturais e so-
camente. ciais.
2ª) Etapa: As pré-condições para o arranco. A sociedade Transformações ideológico-culturais, onde são anali-
tradicional serve de ponto de partida e a partir dela, ini- sadas as variáveis: ideologia, sociologia e cultura no decor-
ciam-se os primeiros movimentos para a mudança, que rer da história.
tem entre outras, as seguintes características; cresce a
infra-estrutura, há gestão e mobilização de consciências,
são criados mercados regionais, a conjuntura inicia vib- GLOSSÁRIO
rando intensamente.
3ª) Etapa: Arranco (take-off). É a fase do crescimento
normal, onde a sociedade arranca para o desenvolvim- Depreciação: é o valor de mercado, do capital consumi-
ento. Vejamos algumas das características da fase: posição do na obtenção de um produto corrente.
de arranco, decolagem desenvolvimentista, industrializa- Investimento Bruto (IB): soma de todo o dispêndio do
ção intensa, diversicação econômica, consolida-se o me- setor privado em novas instalações, máquinas e
canismo do desenvolvimento,
ismo, iniciam-se desenvolve-seháo associativ-
as relações internacionais, uma forte adições ao estoque
Investimento durante
Líquido (ILum ano. do dispêndio bruto
): soma
política educacional. do setor privado, conforme acima, menos a depreciação.
4ª) Etapa: A marcha para a maturidade. Nesta altura Padrão Ouro: sistema monetário no qual a unidade
do processo, o país já está interessando na maturidade monetária de cada país está lastreada em ouro. Foi encer-
econômica. É capaz de produzir e consumir em massa. rado em 1973.
Há o orescimento tecnológico e o amadurecimento Produto Nacional Bruto (PNB): valor total de mer-
global da economia. A população ativa, a renda per capita, cado de todos os bens nais e de serviços produzidos em
o produto nacional bruto (PNB), enm, todos os elemen- uma economia durante um ano.
tos da conjuntura se realizam em níveis “ótimos”. Produto Nacional Líquido (PNL): valor de mercado
5ª) Etapa: A era do consumo em massa. Os setores lí- de todos os bens nais e serviços produzidos em uma

• 242
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

economia durante um ano, ao alcance da sociedade para presas ou do governo, na aquisição de novas capacidades
seu consumo ou adição ao estoque de capital. de produção ou capital. O investimento tem um papel
Produto Real: nas contas da renda nacional é a produção crucial para o desenvolvimento da economia, quando o
agregada medida em unidade monetária constantes. investimento cresce, a economia cresce. Conseqüência
Renda Nacional: soma da renda dos (ou pagamentos do nível dos preços dos bens e serviços indispensáveis à
aos) fatores de produção. Mede o custo, para economia, população. Índice da Construção Civil (ICC): acompanha
de obter o produto nal durante um ano. a evolução dos preços dos materiais, equipamentos e da
Renda Pessoal Disponível: nas contas da renda nacio- mão-de-obra empregados na construção civil;
nal é a soma da renda que as famílias têm para dispender, O governo participa investindo e norteando o
depois do pagamento dos impostos pessoais. desenvolvimento da economia. O Brasil pode-se dizer
Renda Pessoal: nas contas da renda nacional, é a soma que tem um governo intervencionista e controlador da
da renda recebida pelas famílias durante um ano, antes do economia, seja pela política econômica, seja pela partici-
pagamento
Sistema dedos
Taxaimpostos pessoais.
de Câmbio Fixa:sistema em que as pação
O do estado
Estado em realiza
moderno empresas, as Estatais.
um bom nível de gastos, razão
moedas domésticas e estrangeiras são xadas. pela qual a sua atividade inui bastante no comporta-
Sistema de Taxa de Câmbio Flexível: a taxa de câmbio mento da economia global do sistema econômico. A ação
utua livremente para encontrar seu nível de equilíbrio na normativa do Poder Público é expressa a partir da lei da
intersecção das curvas de demanda e de oferta do mer- Constituição Brasileira, das leis em geral, dos decretos,
cado de divisas. das normas etc.
Sistema Monetário Internacional: conjunto de regras O Conselho Monetário Nacional, quando deseja
que denem o padrão dos pagamentos internacionais. corrigir ou orientar certas tendências do sistema mone-
Tarifa de Importação: imposto sobre importações. tário nanceiro, baixa normas de ação. A ação normativa
Taxa de Câmbio: preço em moeda doméstica de uma do governo se estende a todos os elementos da estrutura
unidade de moeda estrangeira. sócio- econômica-cultural do país.
Termos de Troca: razão de intercâmbio comercial ou a O Poder Público participa compulsoriamente da
taxa à qual uma mercadoria é trocada por outra. renda nacional, tributando direta e indiretamente a eco-
Vantagem Comparativa: capacidade de uma nação de nomia privada. Desenvolvimento Econômico é o resulta-
produzir uma mercadoria a um custo relativamente baixo do das ações políticas do Governo através de seus órgãos
ou a um custo de oportunidade mais baixo que o de uma e de seus Planos Plurianuais. São três as causas próximas
outra nação. do desenvolvimento econômico:
- a atividade econômica,
- a acumulação do conhecimento
RESUMO - o aumento de capital.
Dene-se crescimento (ou desenvolvimento) econômico
Existe Economia de livre mercado, economia de mercado como um acréscimo, ao longo do tempo, da produção per
ou sistema de livre iniciativa quando os agentes capita de bens materiais.
econômicos agem de forma livre, sem a intervenção dos
Governos. O mercado livre é defendido pelos proponen-
tes do liberalismo econômico. Mercado é o encontro da REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Oferta com a Procura. A Contabilidade Nacional é de
suma importância porque permite que uma nação possa
acompanhar o desenvolvimento da economia e da dis- FRANKENBERB, Louis. Seu futuro nanceiro. 3.ed.
tribuição da riqueza e da renda nacional, permitindo que Rio de Janeiro: Campus, 1999. JORGE, Fauzi Tímaco;
o governo realize medidas econômicas voltadas para os CAMPOS, José Otávio de. Economia: notas introdutórias.
setores onde apresentam problemas. São Paulo: Atlas, 1989.
As
cia contas nacionais
na análise ou sociais
da economia. são de extrema
O consumo importân-
pode ser consid- MANKIW, N. Gregory.
princípios de micro Introdução
e macro economia. à Janeiro:
Rio de economia:
erado como a fase nal do processo econômico. Uma das Campus, 1999.
mais importantes discussões da economia e quanto ao pa- ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia.
pel das poupanças. A discussão principal é se as poupan- 17.ed. São Paulo: Atlas, 1997. VICECONTI, Paulo
ças vêm antes do crescimento da economia e desempen- Eduardo Vilchez. Introdução à economia. 2.ed. São Pau-
ham o papel incentivador do crescimento ou se elas são o lo: Frase Editora, 1996.
resultado do crescimento da economia e, portanto, seria
mais um reexo do que uma fonte de crescimento. São
os gastos realizados para aumentar a capacidade produ-
tiva do sistema econômico. Trata-se da aplicação das em-

• 243
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

EXERCÍCIOS
Economia e mercados

1 – A Teoria de Produção preocupa-se com o lado da oferta do mercado e com os produtores que vão oferecer aos
consumidores os bens e serviços por eles produzidos.
Por função entende-se:

a) A relação técnica entre as quantidades empregadas dos fatores de produção e as quantidades do bem ou de
serviço
b)
c) A quantidade
Elemento queproduzida, multiplicada
estimula a atividade pelo preço de mercado do bem
empresarial
d) A diferença entre os custos de produção e a receita do empresário
e) Uma relação direta entre o preço de um bem e quantidade ofertada desse bem

2 – O que é renda?

a) São gastos realizados para aumentar a produtividade


b) É a fase nal do processo econômico
c) É a remuneração gerada pela economia
d) É o mesmo que o investimento
e) Todas as alternativas estão corretas

3 – A economia pode ser analisada como um uxo de caixa de trocas de bens e mercadorias. O seu correspondente
neste modelo, podemos citar em:

a) Produto
b) Moeda
c) Trabalho
d) Conhecimento
e) Serviços

4 –São objetivos do desenvolvimento econômico:

a) Elevar o padrão de vida dos indivíduos


b) Realizar os aumentos das taxas de câmbio
c) Promover o bem-estar social
d) Estabilizar a economia
e) As alternativas A, C e D estão corretas

5desses
– Na fatores.
produção,
Ao oque
empresário ao os
se referem, adquirir
custososdafatores de produção, efetua despesas para remuneração ou pagamentos
produção?

a) Aos valores inerentes a mão-de-obra


b) Aos cálculos dos gastos dos empresários com os fatores de produção
c) A quantidade produzida, multiplicada pelo preço de marca do bem
d) A diferença entre os custos de produção e a receita do empresário
e) A quantidade ofertada de um bem e o seu preço de mercado

• 244
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

6 – É uma conseqüência da inação:

a) O aumento do preço dos produtos


b) A queda do poder aquisitivo
c) A queda dos investimentos feitos pelas empresas
d) Todas as alternativas estão corretas
e) Nenhuma das respostas anteriores

7 – O sistema econômico é a reunião dos diversos elementos participantes da produção de bens e serviços, que satis-
fazem as necessidades da sociedade. Ele se divide em duas grandes áreas de estudos:

a) Bens de consumo e bens de produção


b) Economia e política – economia e sociologia
c) Bens complementares e substitutos
d) Micro economia e macroeconomia
e) Bens materiais e bens imateriais

8 – A Teoria Ordinal do Comportamento do Consumidor, considera que a utilidade é decorrente do consumo com-
binado e não individual dos bens. Deve-se também ressaltar como elementos determinantes na procura de um bem:

a) A renda das pessoas e os preços dos bens


b) A cesta de mercadorias
c) A utilidade de um bem ou serviço
d) A dinamicidade do produto
e) E a reação dos consumidores em relação à quantidade

d) O senso espiritual, estético e biológico da sociedade como um todo

9 – Caracterizam-se os bens produzidos pelo poder público:

a) Escolas
b) Segurança
c) Viadutos
d) As alternativas A e B estão corretas
e) As alternativas A e C estão corretas

10 –A carga tributária presta-se a:

a) Aumentar a renda do trabalhador


b) Custear as despesas do poder público
c) Realizar investimentos junto às empresas
d) Promover o equilíbrio entre a oferta e a procura
e) Ajustar a oferta e a demanda

• 245
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

ORGANI Z AÇÃO
COMERCIAL TÉCNICA

• 246
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

• 247
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
1. AS EMPRESAS Atualmente as decisões ocorridas no mercado, seja no
âmbito político, econômico ou legal, afetam repentina-
mente as organizações e suas estratégias administrativas.
1.1 Noções Gerais As mudanças quando ocorrem num contexto globalizado
podem acontecer em qualquer lugar do mundo e reetir
na pequena mercearia do bairro. Mais do que nunca os
Empresa administradores precisam estar atentos a essas mudanças
e pensar estrategicamente para prever e responder a tais
As empresas são entidades autônomas que realizam op- forças externas que afetam sua empresa.
erações de forma planejada, organizada e sistemática “Se conhecemos o inimigo (ambiente externo) e
visando atingir seus objetivos. As empresas são as uni- a nós mesmos (ambiente interno), não precisamos temer
dades de produção básicas na economia. Uma empresa uma centena de combates. Se nos conhecemos, mas não
possui uma série de características que condicionam e ao inimigo, para cada vitória sofreremos uma derrota.
regulam seu funcionamento. Mais exatamente a palavra
Empresa signica associação organizada ou em preen- Se não
das nos conhecemos
as batalhas”. nem ao inimigo, perderemos to-
( Sun Tzu).
dimento, na forma de pessoa jurídica, que explora uma
determinada atividade e com objetivo de lucro. Empresas Organização de recursos
são instituições sociais e, por força desse caráter institu-
cional acabam se moldando e se transformando ao longo Uma empresa se caracteriza também pela organização
dos anos. Assim, as empresas de ontem são diferentes das dos recursos disponíveis, buscando a alocação eciente
empresas de hoje e se serão, certamente, diferentes das desses recursos, de maneira que se obtenha o melhor re-
empresas de amanhã. As empresas têm uma diversidade sultado diante das possibilidades que a empresa dispõe.
muito ampla, o que diculta ainda mais sua dinâmica. Portanto, o aspecto operacional, os recursos materiais e
Variam conforme sua tecnologia, seu ramo, sua logística, de pessoas, a capacidade empresarial e o ambiente que
mercados, tamanhos, etc. Empresa também é uma orga- a empresa se encontra são aspectos que condicionam e
nização de pessoas e de bens que combinam elementos determinam o funcionamento de uma empresa.
diversos, tais como os fatores de produção. Por alocação eciente, entende-se a melhor combinação
dos fatores de produção que geram o maior lucro.
Planejamento Isso se consegue diminuindo os custos e aumentando-se
as receitas de modo que a qualidade permaneça
Uma questão fundamental de uma empresa é o planeja- constante.
mento. O planejamento é uma determinação antecipada
do que deve ser feito para alcançar os resultados espe- 1.2 Princípios da Administração
rados, limitados pelos meios que a empresa dispõe. O Não se pode imaginar o funcionamento adequado de
planejamento se compõe de decisões tomadas pelos ad- uma empresa sem a utilização dos princípios da admin-
ministradores da empresa que buscam os objetivos dos istração que foram aperfeiçoado com o estudo cientíco.
acionistas (proprietários), ou seja, o lucro. As decisões Em função do desenvolvimento da economia surgiu a
tomadas no planejamento são distribuídas ao longo do necessidade desse estudo cientíco da administração. A
tempo o que se convencionou chamar de planejamento administração existe sempre e em qualquer empresa, in-
de curto, médio e longo prazo. As decisões que envolvem dependente do seu tamanho, ramo, etc. Genericamente,
até um ano são consideradas de curto prazo; quando o pode-se entender a administração como sendo a ori-
planejamento ultrapassa esse período e se estende até três entação e o controle dos esforços dos indivíduos que
anos, temos um planejamento de médio prazo e, todos compõe a empresa. O estudo cientíco de princípios e
os projetos, decisões e planejamentos que se referem os técnicas administrativas é bastante recente. Nesse sentido,
períodos superiores a esses são classicados como de uma análise dos principais estudos é suciente para cap-
longo prazo. Existe alguma exibilidade quanto a esses tar o funcionamento da administração de uma empresa.
prazos,
que principalmente
a empresa irá atuar. quanto ao ramo de atividade em As funções mais correntes das empresas são: previsão;
planejamento; organização; comando; coordenação; e
controle;
Ambiente das Empresas
1.2.1 Roteiro histórico das Ciências Administrativas
As empresas funcionavam como um sistema fechado, as AGestãoCientíca (1900-1920)
quais não tinham interferência no meio em que atuavam. Taylor inventa a organização cientíca do trabalho. In-
Contudo, percebeu-se que as empresas funcionam como spira Henry Ford e inuencia todo o século. Mary Parker
sistemas e estão inseridas em um ambiente externo que é Follett prega doutrinas mais humanistas. Em 1908, ano
mutável e exível, onde variações interferem diretamente de lançamento do modelo T da Ford, a montagem do au-
e indiretamente no desempenho das organizações.

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

• 249
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
tomóvel demorava doze horas e vinte minutos. Na década 1.2.2 O Triunfo da Organização (1920-1950)
de 20, a montagem deste modelo demorava apenas 01:20 Procura-se sempre mais ecácia. Fala-se de marketing e
hs. O modelo era um produto de massa, barato, e ven- de relações humanas. O taylorismo ainda
deu 15 milhões de unidades. Ford provou que é possível impera. Cadeias de produção desenvolvem-se na aeronáu-
especializar as tarefas e decompor o trabalho em gestos tica, indústria ferroviária, construção elétrica, setor ali-
elementares, racionalizando a produção e aumentando o mentar. Em 1926, Paris sedia o Congresso Internacional
rendimento. da Organização Cientíca do Trabalho.
Seus passos foram: Pela primeira vez, de fato, as funções da sede são separa-
a) O operário deixou de girar em torno do automóvel que das das funções dos departamentos:
estava a ser montado. 1- A direção xa os objetivos, coordena e serve
b) Quem passou a deslar face ao posto de trabalho foi a de árbitro;
cadeia de produção e o trabalhador azia rotinas bem 2- As unidades assumem a responsabilidade op-
especicas.
“Ford cadenciou os movimentos e padronizou as eracional3-e O
gozam de certa
marketing autonomia.
ganha importância e passa a criar
rotinas, e costumava armar que os veículos deveriam ser necessidades no consumidor, criando uma revolução.
idênticos «como dois alnetes saídos da mesma fábrica”. 4- A fabricação, distruibuição, preços, publici-
Henry Ford foi um precursor, mas retira a sua inspira- dade adaptam-se na estratégia voltada ao cliente, e o carro
ção de Frederick Winslow Taylor, um apaixonado do es- preto e uniforme ca fora de moda. No início dos anos
tudo do trabalho humano e grande maníaco do cronô- 30, o processo de produção no seu todo começa a ser
metro. Em 1911 Taylor, que era engenheiro, e intentou contestado. A cadeia favorece a produtividade, mas não é
uma «organização cientíca do trabalho», que aumentou exível, e, sobretudo, ignora o homem. Nasce a sociedade
a produtividade reduziu o «ócio» dos operários. Estava de consumo favorecida pelos princípios da organização
convencido de que uma «cooperação amigável» entre o da cadeia produtiva.
patrão e os trabalhadores para aumentar a mais-valia per-
mitiria acelerar simultaneamente os benefícios de um e os  Datasquezeramhistória
ganhos do outro. Um objetivo muito afastado da imagem
negativa que hoje tem o taylorismo. 1929. 19 de Outubro, segunda-feira negra. Dá-se o crash
Na prática, a realidade foi menos lírica. Muitos na Bolsa de Nova Iorque, que arrastará as bolsas e as eco-
empresários aproveitaram só um sentido da doutrina que nomias de todo o mundo. É a Grande Depressão. 1936.
levou muitas vezes à desumanização do trabalho. A exal- Greve na General Motors abre uma nova era do sindical-
tação da produtividade e do rigor arrastou, nesta época, ismo. A 18 de Julho começa a Guerra Civil em Espanha.
uma certa cegueira. Nasceram os grandes preceitos da 1939. 1 de Setembro. Hitler invade a Polônia, provocando
organização. A utopia, por assim dizer, da gestão de ho- a II Guerra Mundial, que termina em 1945.
mens chave na mão. Em 1916, Henri Fayol identica 14 1941. A 1 de Julho a NBC e a CBS inauguram as emissões
Princípios Gerais da Administração Industrial («Produzir televisivas comerciais. 1945. John Mauchly e J. Presper
mais é a prioridade»). Taylor e Fayol complementam-se, Eckert apresentam o ENIAC, o primeiro computador
apesar de divergirem em pontos essenciais como a uni- eletrônico.
dade de comando, da qual Fayol não abdica. 1947. Lança-se o plano Marshall para ajudar a recon-
A norte-americana Mary Parker Follett argumenta, contra strução européia.
o pensamento de Fayol, que o interesse do indivíduo não
pode desaparecer perante o do grupo. E defende também 1.2.3 A chegada do pai da gestão (1950-1960)
a lógica da responsabilidade face à da obediência.
Na maior parte dos países europeus,
Produzir mais é a prioridade o Estado assume o controle. As
1911.PrincípiosCientícosdeAdministração é um empresas administram-se, mais do
verdadeiro manifesto
dos processos, visandorevolucionário sobre o redesenho
aumentos espetaculares da produ- que
comseuma
gerem.
novaVem
voz:então
PeteraDrucker,
América
tividade. Com ele Taylor lançou os fundamentos da gestão o pai da gestão. A França, como o
cientíca, hoje encarada com desprezo mas cujo legado Reino Unido, passam a construir
está vivo em muitas empresas. carros, barragens, produzem aço, Taylor, falecido há mais
1916. Em Princípios Gerais da Administração Indus- de 30 anos, continua inuenciando todo o sistema de
trial, o francês Henri Fayol identicou as áreas funcionais produção da indústria, instalam-se comissões de produ-
de uma empresa e diferenciou a gestão, colocando-a no tividade, a produção é cronometrada.
centro da organização: «Gerir é prever e planejar, organi- Ensina-se a colaboração entre funcionários há investi-
zar, comandar, coordenar e controlar.» mentos em instrução, relações de trabalho, simplicação
das tarefas, segurança. Novos produtos invadem o lar dos

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

americanos e europeus desenvolvendo a indústria de bens Marketing, de Philip Kotler, é a verdadeira bíblia do mar-
duráveis. keting como disciplina. 1969. A Idade da Descontinui-
Os dirigentes aprendem a administrar, para o dade, de Peter Drucker, debruça-se sobre as descontinui-
mercado, xam objetivos especícos às pessoas, que de- dades da explosão de novas tecnologias, globalização,
vem prestar contas do seu desempenho no m de um realidades sócio-políticas e educação de massas. É a an-
período, na produção e implantam-se o princípio ao nível tecipação da sociedade do saber e da gestão participativa.
dos departamentos, divisões, etc. A gestão por objetivos,
explica Peter Drucker, «garante o rendimento, transfor- Datasquezeramhistória
mando necessidades objetivas em ambições pessoais.
Uma década marcada pela escola de relações humanas 1960. Cria-se a EFTA. Portugal adere ao Fundo Mon-
1954. O livro do psicólogo comportamental, Abraham etário Internacional e ao Banco Mundial.
Maslow, dá uma contribuição fundamental para a com- 1961. A guerra fria sobe ao rubro, levando à construção

preensão da natureza
organizações e lança o econceito
psicologia humana nodasseio
da hierarquia das
neces- do muro
1962 de Berlim,
. Os Beatles que dividiu
editam a Alemanha
o seu primeiro disco.em duas.
sidades. Segundo ele, há uma escala ascendente de neces- 1963. J. F. Kennedy é assassinado em Dallas.
sidades que devem ser satisfeitas, sob pena de as pessoas 1964 . Inicia-se a guerra no Vietnam. 1967.
não se motivarem. Tem como base às siológicas (abrigo, No Oriente Médio trava-se a Guerra dos
alimentação, calor) e como cume às de autorealização. Seis Dias, e o Estado Judeu amplia seus
Satisfeitas as primeiras deve-se criar outras para que as territórios anexando partes do Egito, Síria e Palestina.
pessoas continuem motivadas. 1968. As greves e os movimentos estudantis agitam a Eu-
1955. Peter Drucker prevê em “Práticas de Administra- ropa.
ção”, que esta será uma ciência dominante do mundo oci- 1969. O homem pisa pela primeira vez na Lua. Realiza-se
dental e diz que só há um objetivo no negócio: criar um o Festival de Woodstock.
cliente. 1972. A Polaroid revoluciona a fotograa, com fotos in-
stantâneas (quebrou no nal dos anos 90).
 Datasquezeramhistória
O Marketing é alçado a seu posto máximo dentro da
organização e de lá não desceu mais. Gestão de marcas,
1950. Frank X. McNamara apresenta publicidade, estudos de mercado, tornaram-se ferramen-
o Diner’s Club, o primeiro cartão de tas básicas das empresas. Gurus do marketing colocam
crédito. Nasce a era do dinheiro de plástico. o cliente em 1º plano e dizem que a preocupação central
1955. Ray Croc funda a McDonald’s. A IBM instala o seu da empresa deve ser a satisfação dos clientes. E criam a
primeiro mainframe, o 702, na sede da gigante química máxima:
Monsanto. “As boas empresas vão ao encontro das neces-
1957. Assina-se o Tratado de Roma, que cria o Mercado sidades; as ótimas empresas criarão mercado”.
Comum Europeu. 1959. A Mattel dá a luz a Barbie, uma
boneca condenada a ser clonada aos milhões. 1.2.5 Japão inova com qualidade (1973-1980)
1960. Kennedy entra para a Casa Branca. Começam os O Japão afastou deixou de ser um imitador a baixo custo,
anos Golden Sixtie. e se impôs pela qualidade. Kaizen, kanban, just-in-time,
Movimento pelas relações humanas círculos de qualidade — suas estratégias de fabricação
Estudando as atitudes e comportamentos dos seus trabal- são copiadas no Ocidente. Muitas teorias caem por terra
hadores, descobriu-se que, a produção melhora e novos paradigmas são criados, O Japão inova com o
quando os trabalhadores acreditam que os gestores se just-in-time “produção à medida das necessidades”, as-
preocupam com o seu bem-estar. sociado aos diversos zeros (estoque zero, prazo zero,
defeitos zero, etc.). O objetivo? Destruir a fábrica que
1.2.4
TodosAqueriam
Obsessãover do Planejamento
o futuro em primeiro(1960-1973)
lugar. As empre- produz avarias, acidentes, greves, desperdícios e poluição.
Implantam também o kanban (cartões que acompanham
sas contratam consultores e jovens quadros. Os departa- os produtos com as encomendas do cliente), o jidoka,
mentos de planejamento crescem. Os anos de trabalho ou auto-ativação da produção (a linha pára em caso de
deram o gosto do consumo aos europeus. Estudos de anomalia).
mercado, sondagens de opinião e pesquisas operacionais, Estes conceitos foram rapidamente adaptados
passam a fazer parte do cotidiano das empresas. Chegam ao ocidente, exibilizados, homogeneizados e mesmo
então, em ondas sucessivas, o planejamento de empresa, o esquecidos. Os constrangimentos do funcionamento,
planejamento estratégico, a gestão estratégica, a prospec- muitas vezes caótico, da empresa ergueram um obstáculo
tiva estratégica. Pela primeira vez fala-se em estratégia de à uidez indispensável ao modelo. Pelo menos a moda
negócio, sinergia e competências. 1967. Administração de nipônica (que durou até ao nal dos anos 80) pôs os es-

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
píritos em movimento, preparando-os para a norma ISO formas de relação:
9000. Atualmente muitas empresas visam esta certica- a) Ligações horizontais,
ção, não tanto pela qualidade, mas mais com ns comer- b) achatamento dos níveis hierárquicos,
ciais. Mania das aparências. c) avaliação recíproca dos colaboradores,
d) responsabilidade de decisão para o que está
1.2.5 Da excelência à reengenharia (1980 –1993) melhor colocado,
Pretende-se conduzir as empresas rumo a excelência. Mas e) condução e orientação das competências.
muitos modelos, citados no best-seller de Peters e Water- Ascensão, queda e renascimento da estratégia
man em breve se tornam maus exemplos. Vem à recessão 1994. O Ascenção e a Queda do Planejamento Estraté-
e com ela a reengenharia! Michael Porter, professor de gico, de Henry Mintzberg, assinam a certidão de óbito do
Harvard, inventa a teoria das vantagens competitivas. planejamento estratégico.
Trata-se de um método de análise setorial que abrange 1994. Níveis de Estratégia em Empresas, de Michael

fornecedores,
mas clientes,
que esquece produtos
os aspectos de substituição,
nanceiros etc. —
e humanos da Goold,
os Andrew
gestores Campbell
a articular e MarcusdeAlexander,
a estratégia grupo comensinam
a das
empresa. Em Buscando a Excelência, Peters e Waterman várias unidades de negócio.
identicam oito fatores de excelência nas organizações: 1994. Competindo pelo Futuro, de Gary Hamel e C. K.
a) inclinação para a ação, Prahalad, contém um alerta para os gestores: gastando o
b) proximidade do cliente, tempo a resolver problemas urgentes, não se dedicam ao
c) autonomia individual, que é realmente importante, preparar o futuro. Qualquer
d) aposta nas pessoas, empresa pode inuenciar a evolução do setor. Basta que
e) criação de valores, os líderes guardem tempo para delinear a estratégia ad-
f) manter-se no que domina, equada.
g) simplicidade formal 1994. Em Construindo para o Futuro, James Collins e
h) rigidez e exibilidade. Jerry Porras explicam que as empresas de sucesso privi-
legiam valores e objetivos a longo prazo e não os lucros
 Datasquezeramhistória imediatos.
1995. Ser Digital, de Nicho las Negroponte, tornou-
1980. Ted Turner lança a CNN que 11 o numa gura de culto da era digital e um símbolo da
anos depois cará célebre pela cobertura cibercultura. Neste livro explica porque passamos de um
da Guerra do Golfo, em 1991 e ganha o mundo de átomos para um mundo de bits.
mundo. 1996. No livro Somente os Loucos Sobrevivem, de An-
1981. A IBM lança o seu primeiro PC. drew Grove, oferece uma visão profunda dos meandros
1987. Novo crash em Wall Street assola as bolsas mun- da grande Intel. Explica como é que as empresas podem
diais. aproveitar o ponto de inexão estratégica (quando tudo
1989. Dá-se a queda do muro de Berlim, reunicando-se muda e as probabilidades são adversas) para conquistar
as duas Alemanhas e propiciando a derrocada de todo o mercado e ainda saírem fortalecidas.
bloco de Leste.
1991. O Tratado de Maastricht lança a União Européia e
a moeda única.
2 PRINCÍPIOS E FUNÇÕES AD-
MINISTRATIVAS
1.2.7 De Detroit a Silicon Valley (1993 –1998)
Acabou a velha estrutura piramidal. Em rede, movediça, Em seu livro “Os Princípios da Administração Cientí-
a nova organização quer relacionar-se com clientes, par- ca”, publicado em 1911, Taylor arma a necessidade de
ceiros, acionistas. executar o trabalho administrativo em bases cientícas
As novas tecnologias de informação mudaram tudo. Val- e objetivas. Pode-se dizer que a sua grande contribuição
or é uma
criá-lo empalavra na moda,ojácliente,
várias direções: que qualquer empresa
o acionista, deve
o pessoal teórica reside nasindustrial
ção do trabalho diretrizese na
quedivisão
xou de
para a racionaliza-
autoridade e su-
ou a sociedade inteira. O mais vital é sem dúvida o «valor pervisão ao nível de linha. São os seguintes os principais
para o cliente». Se restar uma pirâmide, ela deve ser der- pontos de sua teoria:
rubada, colocando-se o cliente no topo, como ensinaram a) Princípios cientícos em substituição ao em-
os japoneses. A informática, que suplantou a indústria pirismo – objetivando uma prática administrativa cientí-
automóvel como fonte de inovação, coloca as bases de ca, baseada em princípios e não no processo de tentativa
dados ao serviço deste culto crescente do cliente. Ouvir, sob risco;
antecipar, medir: conceitos novinhos em folha chegam às b) Divisão do trabalho – determinado, através
escolas de gestão. das regras básicas, a divisão em diferentes etapas das di-
O impulso tecnológico desfaz estruturas, e cria outras versas atividades;
c) Divisão de autoridade e responsabilidade – dis-

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

tinguindo as tarefas de planejamento e direção daquelas subordinados recebe e acata ordens de um único supe-
de execução do trabalho. rior;
d) Treinamento e seleção do trabalhador - per- e) Unidade de direção – um certo número de
mitindo a qualicação do trabalhador mediante seleção e atividades obedece à supervisão de um único superior;
aperfeiçoamento técnico; f) Subordinação do interesse individual ao cole-
e) Coordenação entre as atividades – articulando tivo – o interesse de um indivíduo não deve prevalecer
a atuação dos trabalhadores com a dos supervisores e contra o interesse coletivo;
administradores. g) Remuneração – salários justos do ponto de
Entre Taylor e Fayol não existe divergência ou oposição, vista da empresa e do trabalhador;
mas diferentes âmbito e pontos de vista, os quais podem, h) Centralização – concentrado a maior soma de
até certo ponto, serem complementares. O fundamento direção possível nas mãos de um único controle ou di-
da teoria de Fayol está num conjunto de seis funções bási- reção;
cas existentes
seguinte dentro da empresa, estabelecidas por ele da
forma: estruturai)deCadeias hierárquicas
autoridade – denindo uma rigorosa
e responsabilidade;
1. Função Técnica – corresponde à atividade j) Ordem – a perfeita ordenação humana e mate-
produtiva da empresa; rial;
2. Função Comercial – abrange as tarefas de k) Eqüidade – garantindo a conciliação mais jus-
compra de mercadorias (matéria-prima, materiais de con- ta entre os interesses empresariais e trabalhistas;
sumo, etc.) necessárias ao desenvolvimento das atividades l) Habilidade – contra a rotatividade da mão-de-
da empresa, assim como a venda dos bens ou serviços obra, julgando mais eciente sua permanência;
por ela produzidos; m) Criativa – abrangendo o dinamismo desde o
3. Função Financeira – refere-se à atividade de principal executivo até os mais baixos níveis de autori-
obtenção e gerência dos recursos nanceiros, em termos dade;
de dinheiro ou crédito; n) Operação – estimulando o espírito de equipe e
4. Função Contábil – corresponde à tarefa de a conjugação dos esforços para a meta nal.
classicação e registros dos fatos econômico-nanceiros Como se pode perceber as empresas acabam se dividindo
ocorridos na empresa, com a nalidade de apurar seus em funções mais ou menos distintas, existe muito rela-
bens, direitos e obrigações, lucros ou prejuízos. cionamento entre as funções, pois muitos deles são es-
5. Função de Segurança – diz respeito ao controle senciais para que outros funcionem e todos colaboram
de um conjunto de normas e materiais, visando à pro- para atingir o objetivo da empresa que é obter lucro no
teção humana (salubridade dos trabalhadores, condições ramo de atividade escolhido. O princípio que orienta essa
de iluminação, temperatura e prevenção de acidentes) e a divisão ou departamentalização é a divisão do trabalho.
proteção material (segurança de equipamentos, instala-
ções e construções). Divisão do Trabalho
6. Função Administrativa – refere-se ao trabalho A divisão do trabalho (já destacada por Fayol) propicia
de gerência, direção e controle das atividades para que a uma série de vantagens para a empresa. Destacamse
empresa possa atingir racionalmente seus objetivos. as economias relacionadas ao menor tempo de troca de
instrumentos de trabalho, a especialização dos
3. DEPARTAMENTALIZAÇÃO trabalhadores, a simplicação do trabalho gerando uma
produtividade maior, a simplicação das atividades, o
DA EMPRESA aumento da destreza do trabalhador, a maior concentra-
ção nas atividades, etc.
3.1 Divisão Trabalho
Além de estabelecer essas seis funções essenciais da em- 3.2 Trabalho em Equipe
presa, Fayol enumera catorze princípios administrativos Mas todas essas divisões de nada adiantam se elas não
que o administrador,
realidade ao aplicá-los, deve levar em conta a
de cada empresa: estiverem
outras de em
modoperfeita
que harmonia
o trabalhoumas com as ganhe uma
em equipe
a) Divisão de trabalho – tanto no tempo como importância para que as atividades não quem descoladas
no espaço, isto é, abrangendo fases e etapas de um mes- do processo produtivo. É preciso planejamento, compro-
mo trabalho e os diversos trabalhos de um mesmo con- metimento, organização, coordenação, etc. entre todos os
junto; funcionários da empresa. As estruturas de organização e
b) Autoridade e responsabilidade – tanto do as divisões hierárquicas podem ser de diversos tipos que
ponto de vista da posição da empresa, como pessoal, ou variam de acordo com o ramo de atividade econômica
seja, moral e em termos de qualicação; a que se dedica a empresa, seu porte, sua expansão no
c) Disciplina – mediante regras de subordinação espaço geográco e econômico etc.
aos superiores;
d) Unidade de comando – um certo número de

• 253
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

4. ORGANIZAÇÃO E ESTRUTU- vem prestar contas de seu trabalho. Esta rede de relações
de autoridade e responsabilidade denomina-se hierarquia.
RAS ORGANIZACIONAIS As relações de autoridade podem ainda se dar em dois
níveis: a autoridade vertical, quando exercida diretamente
Organização do superior ao subordinado, e a autoridade horizontal,
quando exercida apenas indiretamente. Atualmente muito
Organização é a função administrativa de agrupar as di- se tem debatido a respeito da melhor forma de conduzir
versas atividades necessárias à realização dos planos e que a política de autoridade de uma empresa: autoridade X
compõe as unidades administrativas. Numa analogia à autonomia; verticalização X horizontalização; centraliza-
biologia, organização pode ser entendida como a criação ção X descentralização; controle X liberdade. Esse é um
de organismos. Quando se cria um organismo precisa-se debate muito amplo e a solução encontrada pela maioria
pautar pela racionalização, ou seja, é preciso ter uma ação dos administradores tem sido no sentido de aproveitar a
reformadora que vise substituir os processos rotineiros
e ultrapassados por métodos baseados num raciocínio capacidade
os vínculosdos trabalhadores e desde
de responsabilidade que sejam mantidos
e cooperatividade. Essa
sistemático. questão é polêmica e a solução mais adequada será muito
Um dos melhores resultados obtidos nesse sentido foi o inuenciada pelas características da empresa ou do setor
surgimento da Organização & Métodos (O&M). A O&M de atividade em que ela atua. Os tipos mais usuais de or-
engloba um conjunto de idéias, princípios e práticas resul- ganização hierárquicas são:
tantes da intelectualização dos esforços humanos a m de
obter a melhor eciência. 4.1.1 Organização Linear ou Militar:
A organização das empresas passou por duas grandes É a mais antiga de todas e seu tipo é adotado com maior
fases que são bem distintas. Essa divisão se deve às aplicação pelas Forças Armadas. Quando aplicada a uma
grandes mudanças na economia mundial durante a Rev- empresa, a autoridade é única, cabendo a ela todas as
olução Industrial. São elas: ordens e instruções (comando). A autoridade segue em
a) Economia Rudimentar: consumo reduzido; linha reta desde o mais alto ao mais baixo escalão. Como
baixa produtividade; produção artesanal ou doméstica; característica verica-se a centralização das decisões,
pouca ou nenhuma organização. forte hierarquização e, tem como principal vantagem a
b) Economia Evoluída: aumento do consumo; explícita delimitação das funções e responsabilidades de
desenvolvimento da produção; produção empresarial; cada funcionário. Como principais desvantagens podem-
desenvolvimento da organização.
e militar não sofreram essa divisão,Aspois
instituições religiosa
sempre foram no se destacar a excessiva rigidez, a alta importância e de-
pendência dos cargos mais elevados e a concentração das
âmbito preocupadas com sua organização. Alguns méto- responsabilidades.
dos de organização surgiram dessas instituições tais como
a Pesquisa Operacional (P.O.) e o “PERT”, sigla em inglês
que signica Program Evaluation and Review Technique
PRESIDENTE
– Avaliação de Programa e Técnica de Revisão.

Estrutura DIRETOR

Uma empresa consiste em uma estrutura de diversos


órgãos que a compõem, das atividades desenvolvidas DIRETOR
nesses órgãos e da rede de relações de autoridade. Esta
estrutura determina posições diferentes ocupadas pelos SUPERVISOR
indivíduos no desempenho de suas funções, gerando rela-
ções de comando e subordinação, de direitos e deveres.

4.1 Relações de Autoridade e Responsabilidades EXECUTOR EXECUTOR EXECUTOR EXECUTOR


Sinteticamente, pode-se dizer que o quadro de fun- 4.1.2 Funcional:
cionários de uma empresa, do primeiro administrador até Pode ser chamada de organização cientica do trabalho.
os últimos escalões, compõe um conjunto de relações de Possui grande mobilidade, permitindo que os chefes pos-
autoridade e responsabilidade. As relações de autoridade sam receber várias atribuições. Ainda permanece uma
conguram a situação de um elemento em face de todos grande estrutura rígida nos mais altos escalões, mas per-
aqueles que lhes são subordinados, isto é, trabalham sob mite uma exibilidade nos níveis mais baixos. As atri-
sua direção suas ordens e instruções. Por outro lado, a buições de chea podem ser distribuídas entre várias pes-
relação de responsabilidade marca a posição dos subor- soas.
dinados diante daqueles que ocupam posições superiores,
de quem devem receber ordens e orientações e a quem de-

• 254
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

b) Fator Humano: refere-se ao preparo e à ad-


PRESIDENTE equação do emprego às funções outorgadas.
c) Fator Racional: refere-se à adequação ou não
DIRETOR
do método de trabalho.

5.2 Produtividade
GERENTE
É a maior ou menor produção com os mesmos fatores,
isto é, natureza (matéria-prima), trabalho e capital. Produ-
tividade= Unidades Produzidas Fatores de Produção
SUPERVISOR SUPERVISOR SUPERVISOR
6 PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS

EXECUTOR EXECUTOR EXECUTOR Os princípios são elementos, regras ou pensamentos que


caracterizam um comportamento, através de razões ou de
4.1.3 Estado-Maior ou “STAFF”: lógica. Na organização empresarial existem várias corren-
Nela os diretores de empresa administram pessoas espe- tes de pensamentos, que traduzem linhas de conduta ad-
cializadas ou técnicas para as funções de ministrativa das mais variadas. Modernamente a Central-
conselheiros ou de estado-maior. É um tipo de organiza- ização só pode ocorrer na pequena empresa, sob a pena
ção adequado para as empresas cujos diretores e chefes de falência ou desastres administrativos.
têm problemas com o conhecimento especializado. Surge A Estabilidade Funcional faz-se somente pelo trabalho e
basicamente com o crescimento e a complexidade das produtividade dos agentes de produção. A Ordem e a Hi-
atividades e tarefas dentro das empresas. As assessorias erarquia são elementos indispensáveis em qualquer orga-
são o ponto chave dessa organização, pois permitem uma nização, desde que bem dosados. A Unidade de Direção
grande capacidade de absorção e utilização de conheci- e de Comando dependem da existência de uma losoa
mentos técnicos elevados. empresarial.

7 DIREÇÃO EMPRESARIAL
PRESIDENTE
Direção é um conjunto de processos reguladores e
DIRETOR
sistemáticos voltados a determinado objetivo, que varia
de acordo com a natureza e com os interesses da empresa.
ASSESSORIA Dirigir
GERENTE
Dirigir uma empresa é somar conhecimentos, experiên-
cias e atributos pessoais, voltados aos pontos básicos
SUPERVISOR SUP
ERVISOR SUPERVISOR
que a empresa deve alcançar diariamente.

7.1 Objetivos de um Dirigente Empresarial


• Uso adequado do capital;
EXECUTOR EXECUTOR EXECUTOR • Trabalho em equipe;
• Relacionamento ideal com os dirigentes;
• Trabalho Racional.
5 PRODUÇÃO E PRODUTIVIDADE
5.1 Produção 7.2 Características de um Bom Dirigente
Produzir •• Responsabilidade;
Energia e vitalidade;
Produzir é o ato de transformar recursos materiais em • Cooperação;
bens de consumo pela atividade comercial. Desperdício • Motivação;
Desperdício é a perda de materiais por negligência, im- • Lealdade;
perícia ou imprudência do agente administrativo. Quando • Dinamismo;
o trabalho é metodizado, ele aumenta a qualidade e quan- • Humanismo;
tidade da produção, evitando, assim, o desperdício. • Mente Ativa;
• Diplomacia;
Razões ou Origens do Desperdício • Perseverança.
a) Fator Material: refere-se aos equipamentos, 7.3 Responsabilidade na Direção de um Negócio
aos instrumentos, aos utensílios e às máquinas.

• 255
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
As empresas devem ter na pessoa de seus dirigentes, pes- várias unidades a uma direção regional ou mesmo inter-
quisadores de mercado, a m de avaliar, constantemente, nacional, caso típico das empresas multinacionais.
as condições de ingresso ou não de um novo produto. d) departamento por área de consumo – tendo
em vista o mercado consumidor diferenciado, uma em-
7.4 Outros aspectos a serem considerados presa pode seguir este critério como, por exemplo, uma
• Novos Recursos Financeiros; grande casa de comércio que separa o atacado e o varejo
• Instalações e equipamentos adequados; em departamentos especícos.
• Melhores condições de investimento; As empresas podem empregar ainda formas de departa-
• Organograma e uxograma completos; mentalização combinadas, utilizando mais de um
• Controle efetivo nas áreas nanceiras, técnica e critério de divisão departamental. Uma empresa com de-
pessoal. partamentalização territorial, exemplo, pode adotar uma
divisão departamental por função para cada unidade re-
7.5 Princípios Básicos
• Estabelecer da Direção
objetivos e meios para alcançá-los; gional.
• Racionalizar e planicar o trabalho; 8.2 O Grau de Padronização
• Programar, coordenar e controlar todas as op- A produção de uma grande quantidade de um único ar-
erações da empresa. tigo facilita a redução do custo de cada unidade e no vol-
ume de tempo que exige sua produção. Uma produção
8 FUNCIONAMENTO DE UMA EMPRESA: veloz e em grande escala é mais fácil de conseguir quando
fabricados artigos idênticos, sem interrupção. Por exem-
8.1 Departamentalização plo, o fabricante de móveis que possa produzir centenas
O departamento é um órgão ou uma divisão da em- ou milhares de cadeiras exatamente iguais utiliza todas
presa, encarregado de um conjunto especíco de tarefas as vantagens da especialização de trabalho e do equipa-
ou atividades. A característica fundamental do tipo lin- mento. Se cada cadeira que produz tem que ser diferente
ear departamental é a divisão de trabalho e direção num das demais, tanto à maquinaria quanto os homens serão
certo número de departamentos, num mesmo nível de menos ecientes e os custos serão mais altos. Este tipo de
autoridade. Estes departamentos, por sua vez, compor- padronização do produto tem sido uma das característi-
tam supervisões em setores e seções, repetindo-se a car- cas próprias da produção em massa.
acterística do mesmo nível de autoridade nos escalões Apesar de suas vantagens apreciáveis, o princípio
sucessivamente inferiores, cada um com suas atribuições de padronização não pode ser aplicado a todos os artigos
especícas. manufaturados. Por exemplo, a maioria das mulheres
Este tipo de organização também atende aos princípios prefere que seus chapéus sejam diferentes dos de qualquer
de unidade de comando e direção porque, embora haja outra. Em conseqüência, poderia ser prejudicial que um
vários departamentos com o mesmo nível de autoridade, fabricante zesse milhares de chapéus femininos idênti-
dentro de cada departamento a estrutura é linear e não cos, a não ser que seu mercado fosse tão amplo que so-
há interferência entre departamentos, setores ou seções mente alguns fossem vendidos na mesma cidade. É claro,
do mesmo nível. Os departamentos do mesmo nível de portanto, que a seleção de um método de produção es-
autoridade estão também sob uma única autoridade dire- tará inuenciada pelo grau até o qual possa ser útil a pa-
cional. Dependendo do tipo de atividade econômica de- dronização. Com isso, a personalização dos produtos tem
senvolvida pela empresa e do porte dela pode haver várias criado um diferencial às empresas, onde as necessidades
formas de divisão departamental: e especicidades de cada consumidor são decisivas na
a) departamentalização por função – quando hora de denir o público-alvo que a organização pretende
os grupos de atividades ou funções de uma empresa são atingir.
reunidos em departamentos distintos, cada um sob uma
direção administrativa. Ex.: departamento de produção, 8.3 Formulários
de
tipocompras, de vendas,
mais comum de tesouraria,
em empresa de médiode porte.
pessoal, etc. É o
b) departamentalização por produto - é o caso de
empresa cuja produção é amplamente diversicada, divi- Os formulários são instrumentos elementares no sen-
dida em torno de produtos ou grupo de produtos. Por ex- tido que a administração por mais simplicada e menos
emplo, uma grande indústria de produtos químicos com complexa que seja não pode dispensá-los. Qualquer setor,
divisão em cosméticos, divisão em produtos farmacêuti- órgão ou serviço utiliza os formulários, pois neles são
cos, etc. registradas as informações iniciais necessárias às rotinas
c) departamentalização territorial - também do trabalho a serem executados, o andamento dado ao
chamada geográca ou por área, utilizada pelas empresas assunto e em seguida a seu registro e o destino nal de
territorialmente muito espalhadas, coando-se uma ou providências tomadas. Entende-se por formulário todo

• 256
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

documento padronizado e impresso, destinado a colher Os princípios básicos de arquivamento são a classicação
informações e a codicação. Todo arquivo tem seu tempo determinado
datilografadas ou manuscritas, em um espaço em branco de existência, justicado pela necessidade de manipulação
previamente determinado. São exemplos de formulários: e consulta scalização, auditoria, etc. Passado esse tempo,
Requisição ou Pedido de Compra, Ficha de Controle de deve ser destruído ou incluído no arquivo morto. O Ar-
Estoque, Ficha Cadastral, Recibo e Folha de Pagamento, quivo Morto consiste em um local onde são guardados os
Guias Fiscais, etc. Os formulários atendem antes de tudo documentos que embora não estejam sendo utilizados no
ao princípio da padronização, isto é, um único tipo de momento, poderão ser futuramente, necessários para ns
formulário deve ser usado para um mesmo assunto ou de consulta ou comprovação de fatos já ocorridos. Os
rotina de trabalho. Deverão ser igualmente padronizados métodos de classicação e codicação podem ser alfabé-
entre os diversos setores que os utilizem e também no ticos ou numéricos, isto é, através de letras ou números.
que diz respeito a tamanho, formato, número de cópias e, Assim, os documentos podem ser classicados e codi-
quando for
mínimo de oinformações
caso, a cor. necessárias
Um perfeitodispostas
formulário
na inclui
mesmao cadosoupor
datas nomesnuméricos.
códigos de pessoas, cidade,numérico
Método assuntoséou por
o mé-
ordem de apresentação que sua fonte srcinal. Assim, todo onde se classicam e codicam-se os documentos,
uma Ficha de Registros Patrimoniais de máquinas e bens atribuindo-se a cada um deles um número. Um exemplo
móveis apresenta-se com a mesma seqüência de dados da utilização deste método é o arquivamento das cópias
que a Nota Fiscal de compra correspondente, de onde de duplicatas emitidas pelo setor de crédito e cobrança da
serão extraídos os dados para preenchimento. Os diversos empresa. Estas são arquivadas de acordo com o número
formulários de uma empresa devem seguir o padrão de de ordem que recebem na emissão.
tamanho mais simplicado possível, de preferência disp-
ostos numa forma adaptada, para serem mais facilmente 8.5 Instruções e Regulamentos
compilados, ou para se adaptarem as impressoras utiliza- Os manuais de instruções constituem importantes instru-
das no processamento por computador. Alguns formu- mentos de implantação e divulgação de diretrizes,
lários são numerados, a m de facilitar seu arquivamento tanto para o conjunto da empresa como para cada setor
e eventuais consultas, tanto nos setores especícos como ou órgão em particular. Para os chefes, supervisores ou
nos arquivos centralizados, como a contabilidade, por ex- responsáveis, os manuais são importantes para xar os
emplo. Quando for preciso preencher um formulário em limites de sua autoridade e responsabilidade e, para
várias cópias, estas deverão ter cores diferentes para cada articular seu trabalho com o de outros chefes ou respon-
via. Alguns jogos de formulários se apresentam em três, sáveis. Para os subordinados, as instruções não só
quatro ou mais vias em cores diferentes e entremeadas de determinam as linhas de seu trabalho dentro da unidade
papel-carbono, a m de poupar tempo de preenchimento. especíca, como permitem situar melhor sua posição em
As Fichas de Cadastro (de funcionário, fornecedores, cli- termos de direitos e deveres perante a empresa.
entes e compradores, bens móveis, material de consumo) Os regulamentos são bastante similares aos manuais de
são um exemplo clássico de formulário. Geralmente são instruções, às vezes confundindo-se com eles. A dife-
elas arquivadas por nome, em ordem alfabética, separada rença reside em que os regulamentos servem para apre-
pela inicial do sobrenome do cliente, do empregado ou sentar disposições gerais da empresa, seu organograma e
pela marca de fabricação do equipamento. Caso diverso as linhas de política que segue em termos de objetivos e
é o dos formulários arquivados por números de ordem metas de produção, suas nalidades, seu relacionamento
ou por data. É o caso das Notas Fiscais de compras, No- com funcionários, sua política salarial, etc. Os manuais de
tas Fiscais de vendas, Requisições de Mercadorias, entre instruções são elaborados a partir das unidades ou dos
outros. órgãos especícos a que se referem. Os regulamentos
geralmente são de iniciativa mais centralizada, isto é, são
8.4 Arquivo emitidos por fontes mais próximas á administração cen-
tral.

car comoHá instrumentos


vários outros àprocessos quedas
disposição se diferentes
podem identi-
téc-
Entende-se por arquivo tanto o local onde se guarda a nicas administrativas, organizativas e comerciais. Dentre
documentação da empresa como a massa de dados e in- os destacados, pode-se dizer que os formulários e arqui-
formações contidas nesta documentação. Os arquivos vos constituem instrumental de técnicas tanto adminis-
funcionam como a memória da empresa, sendo que o trativas quanto organizativas e comerciais. Já os manuais
responsável pelo arquivo é um prossional fundamental de instruções atendem as nalidades predominantemente
a qualquer unidade da empresa, por menor e mais simpli- administrativas e secundariamente organizativas, ocor-
cado que seja o arquivo dessa empresa. rendo o inverso quanto aos regulamentos.

Técnicas de Arquivamento 8.6Osgrácos

• 257
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
A palavra se srcina de graphos, que signica escrever, viço responsáveis pelas operações, conforme descrição.
traçar através de penas ou estilos a representação visual A atuação desses setores e encarregados será esclarecida
de um fato, um fenômeno ou um processo no tempo e no pela leitura e interpretação dos símbolos
espaço. A srcem dos grácos prende-se à matemática, constantes dos quadrinhos. Do lado direito (ou esquerdo
particularmente à geometria, onde os grácos são em- em alguns casos) são descritas sucintamente as operações
pregados para a representação do espaço, com seus pon- que serão lidas na horizontal, na coluna correspondente
tos, planos e linhas, e para a construção de guras geo- ao setor ou encarregado responsável por eles.
métricas. As demais ciências também utilizam os grácos. Os símbolos utilizados são parcialmente consa-
A Economia, para representar modelos econômicos, de grados, em termos de uso internacional, podendo, toda-
mercados e de produção, demonstrando, por exemplo, via, ser alterados, enriquecidos ou aumentados em função
comportamento de preços, demanda e oferta de produ- das necessidades especícas das rotinas ou procedimen-
tos. A Sociologia utiliza os grácos para ilustrar movi- tos que se pretende representar.
mentos
etc. populacionais,
No que se refere às desequilíbrios sociais,
práticas e técnicas estatísticos,
administrativas,
os grácos são utilizados para representar a estrutura or-  Ouxograma
ganizativa e o uxo de trabalho num determinado setor.

Harmonograma
Organograma Quando o uxograma contém indicações do elemento
tempo, gasto na realização de um determinado serviço
é denominado harmonograma por alguns autores. Tanto
Como o próprio nome indica, organograma é a repre- o uxograma como o organograma deve respeitar uma
sentação gráca da estrutura organizacional da empresa, série de condições e exigências:
com seus departamentos, setores e seções, do inter-rela- - devem ser claros, podendo ser interpretados
cionamento existente entre elas e das implicações de au- por qualquer pessoa de razoável discernimento;
toridade e responsabilidade daí decorrentes. Nos organo- - devem evitar a identicação de operações,
gramas representam-se as funções ou órgãos existentes funções ou rotinas desnecessárias, buscando apresentar
numa empresa através de retângulos com seus nomes. apenas o que é essencial para a avaliação dos administra-
Os retângulos estão unidos entre si por linhas cheias que dores;
demonstram as relações de autoridade e responsabilidade, - devem ser precisos, retratando elmente a reali-
e a hierarquia existente entre os diversos órgãos ou fun- dade que eles se propõem a representar;
ções. Para as relações de assessoria, comissonamento ou - devem assumir sua verdadeira natureza de um
de autoridade horizontal, costuma-se utilizar linhas pon- meio para a avaliação e a tomada de decisão e não de um
tilhadas para diferenciá-las das relações de linha ou auto- m em si, com obra de arte ou prova de gênio do técnico
ridade vertical. que o preparou.
Os uxogramas e organogramas são preciosos auxiliares
nas técnicas de controle e planejamentos, na avaliação de
Fluxograma pessoas e de setores ou departamentos, na identicação
de ponto de estrangulamento de serviço, no planejamen-
to de rotinas e procedimento por partes dos responsáveis
É um gráco destinado a representar uxos ou movi- de cada órgão ou setor e no trabalho de racionalização de
mentos e rotinas de um serviço, um setor ou um departa- serviço.
mento, indicando as diversas operações através de quem
faz, o que faz, como faz, e a quem transfere o procedi- 8.7 Serviço de Pessoal
mento para que a tarefa ou rotina tenha prosseguimen- Os serviços podem ser assim classicados:
to. O uxograma
formas, dependendopodedo ser de diversos
gênero tipos eque
de atividades dedeverá
várias 1. Registro e encargos
2. Elaboração dade
das folhas legislação trabalhista;
pagamento.
ilustrar e representar. O tipo mais comum de uxograma Preliminarmente, cumpre ao serviço de pessoal atender
é o chamado uxograma de trabalho, geralmente desti- às solicitações para preenchimento de cargos, para o que
nado a cobrir as diversas etapas de trabalho de um único providenciará a procura e seleção de pessoal, exigindo
departamento da organização. dos candidatos os dados referentes à identicação, refer-
Os uxogramas de trabalho se apresentam numa ências e capacidade. Esses dados são fornecidos pelos
folha quadriculada ou dividida em colunas, cujas casas candidatos ao preencherem o formulário de solicitação
quadriculares assinalarão as diferentes etapas, mediante de emprego. No tocante ao registro e encargos da Leg-
um código preestabelecido. Na parte superior estão iden- islação Trabalhista, compete ao serviço de pessoal à ex-
ticados os setores, as seções ou os encarregados de ser- ecução dos seguintes serviços:

• 258
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

1. Promover o registro dos empregados na re- Distinguem-se duas espécies de entrada, de acordo com
spectiva cha (ou livro) de registros de empregados, con- a sua srcem:
forme modelo ocial; a) Entrada de materiais por compra;
2. Manter o controle do vencimento das férias; b) Entrada de materiais por devolução.
3. Emitir, em época oportuna, o Aviso de Férias, Todo material comprado transitará, obrigatoriamente,
com o respectivo Recibo de Férias, devendo a primeira pelo Almoxarifado, dando ensejo aos seguintes
via de aquele ser encaminhada ao empregado e o recibo serviços:
enviado à caixa, para pagamento; 1. Conferência da quantidade e da qualidade do
4. Executar outros serviços relacionados com: material, preços, condições e cálculos;
4.1 Seleção e administração; 2. Da nota por meio do confronto do Pedido
4.2 Licença e demissões; com a nota scal do fornecedor;
4.3 Acidentes; 3. Emissão, em três vias, da Nota de Entrada de
4.4 Contencioso
4.5 Vários (outras(em que há contenda
incumbências ou litígio)
que lhe dizem Materiais;4. Lançamento, na Ficha de Estoque, da quanti-
respeito em vista das exigências da Legislação Trabalhista: dade recebida.
Previdência Social, Fundo de Garantia do Tempo de Saída de materiais:
Serviço – FGTS, Programa de Integração Social – PIS e A saída de qualquer material do Almoxarifado é feita con-
Legislação do Imposto de Renda, inclusive esclarecendo tra apresentação da Requisição do Almoxarifado, emitida,
dúvidas, orientando o pessoal quanto aos direitos e ob- em três vias, pelas seções requisitantes, com o visto dos
rigações e acompanhando as eventuais alterações da Leg- respectivos chefes, obedecendo aos seguintes destinos:
islação Social). 1ª via – Almoxarifado (estoque);
Quanto à segunda qualicação, compete ao Ser- 2ª via – Contadoria;
viço de Pessoal a elaboração das Folhas de Pagamento, 3ª via – Seção Requisitante.
em face do registro de salários, controle das horas de tra- As Requisições ao Almoxarifado, em qualquer circunstân-
balho, descontos obrigatórios, vale de adiantamentos etc. cia, devem sempre se referir à determinada ordem
O preparo das Folhas de Pagamento obedece às seguintes de serviço, quando houver, e a determinada seção a que
fases: o material se destina. As saídas de materiais do Almoxari-
1. Controle do ponto; fado srcinam os seguintes serviços:
2. Controle dos descontos. 1. Devolução da terceira via da requisição;
O controle do ponto é feito por meio de cartões do reló- 2. Lançamento na Ficha de Estoque das quanti-
gio-ponto, os quais servirão de base para o cálculo do dades saídas;
salário a receber. O controle dos descontos diz respeito 3. Encaminhamento à Contabilidade as vias das
às contribuições obrigatórias ao Instituto Nacional de Se- Requisições ao Almoxarifado;
guridade Social – INSS -, Contribuição Sindical, além dos 4. Arquivamento das primeiras vias das Requi-
descontos a cargo dos empregados, provenientes de adi- sições ao Almoxarifado.
antamento, e outros de srcens diversas. A preparação das
Folhas de Pagamento deve estar concluída até os primei- Controle de Estoques
ros dias do mês subseqüente, devendo ser encaminhada à O controle do estoque será mantido pelo Almoxarifado
Caixa que efetuará os respectivos pagamentos. Compete por meio da Ficha de Estoque, sendo uma cha para cada
ainda ao Serviço de Pessoal a elaboração do Resumo das material. Estas chas serão colecionadas em ordem al-
Folhas de Pagamento, o qual compreende a inserção dos fabética e arquivadas em chário especial.
salários brutos das várias seções e o cálculo das contri-
buições obrigatórias da empresa ao Instituto Nacional de 9.CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS
Seguridade Social – INSS, para efeito de lançamento na
contabilidade da empresa. O Serviço de Pessoal encamin- As empresas podem ser classicadas segundo o ramo de
hará à Contadoria
resumo, uma viaosdaslançamentos
para comprovar Folhas de Pagamento e do
feitos na cont- atividade
de que se econômica
revestem. a que se dedicam, e a forma jurídica
abilidade.
9.1Classicaçãoeconômica:
8.8 Almoxarifado O conjunto de atividades de produção e distribuição de
riquezas de uma sociedade, isto é, sua economia,
Almoxarifado é órgão incumbido do recebimento, guar- pode ser dividida em três setores:
da e distribuição dos materiais em geral. Os serviços de 1. O setor primário – compreende a agricultura,
registro e controle do Almoxarifado distribuem-se da a pecuária e a exploração de recursos naturais: minerais,
seguinte maneira: vegetais e animais;
Entrada de materiais: 2. O setor secundário – abrangendo a indústria

• 259
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
de transformação de bens e mercadorias; jam constituídas pela associação de duas ou mais pessoas,
3. O setor terciário – compreendendo os ser- são consideradas pessoas jurídicas, para ns tributários.
viços, isto é, o comércio, as atividades nanceiras, as No Brasil as várias formas de sociedades comerciais ex-
atividades de transporte, de comunicação, de ensino, de istentes são:
atendimento médico e hospitalar, etc.
Estando necessariamente incluídas num dos três Sociedadeporrmaounomecoletivo – Trata-se da
setores básicos, pode-se apresentar a seguinte classica- associação de duas ou mais pessoas, operando sob nome
ção das empresas, do ponto de vista de suas nalidades ou rma em comum, comercialmente, industrialmente
empresariais e dos ramos de atividade econômica aos etc., respondendo todos os sócios para com os direitos e
quais se dedicam: deveres da rma sem qualquer limite.

a) Empresas extrativistas: extraem e coletam os recur- Sociedade de capital e indústria – São empresas em

sos naturais,
ercializa esse sejam minerais,
produto in naturavegetais
(a caça,oua pesca,
animais e com-
a minera- que háisto
sáveis, doisé, tipos de sócios:
que entram com os solidariamente
capital respon-
e respondem pelos
ção, etc.). direitos e deveres da rma, e os que entram apenas com o
b) Empresa agropecuária, compreendendo: trabalho, isentando-se da responsabilidade solidária para
b.1) agrícola – plantam, cultivam e colhem os di- com tais direitos e deveres.
versos produtos agrícolas.
b.2) pecuária – criam, reproduzem e exploram os Sociedade por quotas de responsabilidades limitadas
derivados de animais bovinos, eqüinos, suínos, etc. Neste caso, a responsabilidade dos sócios para com as ob-
c) Empresas industriais: realizam a transformação de rigações sociais, os direitos e deveres, é limitada ao valor
bens, dando-lhes novas formas. do capital apontado em seu contrato social, podendo fun-
d) Empresas de serviços, compreendendo: cionar sob o nome de algum dos sócios ou adotar
d.1) comerciais – lojas, bares, magazines, feiras,
armazéns, farmácias, etc. Sociedade anônima
d.2) nanceiras – bancos, companhias de segu- É a famosa S. A., onde o capital social é constituído á base
ros, nanceiras, etc. de subscrições, isto é, dividido em ações de um mesmo
d.3) transportes – aéreos, marítimos, rodoviários valor nominal, geralmente variando as quantidades em
e ferroviários. que são possuídas pelos diversos acionistas. Os direitos e
d.4) comunicações – rádio, televisão, imprensa, deveres da sociedade e as obrigações sociais são assumi-
telégrafo, etc. dos pelos acionistas, em função de ações cujo poder de-
d.5) diversos – hospitais, casas de saúde, hote- têm.
laria, turismo, serviços públicos, etc.
As atividades comerciais, em termos econômicos, são Sociedade em comandita simples
consideradas serviços, pois são intermediárias entre Neste caso, o capital social é formado pelas contribuições
produtor e consumidor, realizando, assim, a distribuição de duas classes de sócios: os comanditários, que entram
dos bens. com certa quantidade de capital, limitando seus direitos
e deveres a esta importância e em sua proporção, sem
9.2ClassicaçãoJurídica que tenha na sociedade outra forma de atuação que esta
Para desenvolver suas atividades, as empresas neces- participação no capital, e os comanditados, que são soli-
sitam estar legalmente constituídas. As leis brasileiras dariamente responsáveis pelas obrigações sociais, que
distinguem as pessoas físicas das pessoas jurídicas da empenham seu patrimônio, seu trabalho, participam na
seguinte forma: administração etc. É uma forma dos empresários obter-
Pessoa física – é o indivíduo perante o Estado, em capital, vinculando seus prestatários ao limite de risco
no que diz respeito aos seus direitos e obrigações. proporcional à importância com que participam. Socie-

de duas ouPessoa
maisjurídica
pessoas– numa
peranteentidade,
o Estadocom
é a associação
direitos e dade em comandita
duas classes de sócios,por ações Apresenta
comanditários igualmentecuja
e comandados, as
deveres próprios e, portanto, distintos daqueles indivídu- participação, entretanto, se através da posse ou subscrição
os que a compõem. O patrimônio dos indivíduos não se de ações, com a mesma divisão de direitos e deveres da
confunde com o patrimônio da empresa. As empresas sociedade em comandita simples. No Brasil este tipo de
podem tomar forma de rma individual, quando repre- sociedade é raro e seu caso é comumente preenchido
sentadas por um único empresário (proprietário) que re- pelas sociedades anônimas.
sponda pelos seus negócios, e de sociedade, quando duas
ou mais pessoas se associam e constituem uma entidade Sociedade cooperativa
com personalidade jurídica, distinta daquela dos indivídu- A nalidade precípua da sociedade cooperativa é suprir as
os que a compõem. As rmas individuais, embora não se- necessidades de seus associados, sejam essas necessidades

• 260
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

de consumo, de produção de trabalho etc. O capital so- a) Empresas privadas – o capital social que as
cial não é xo, variando conforme aumenta ou diminui o constitui é de srcem privada ou particular.
número de associados. O capital é formado por quotas Conseqüentemente, assim será sua administração e gerên-
– partes e não pode ser transferido a terceiros. Os as- cia, arcando estes particulares com seus direitos e deveres.
sociados participam das deliberações tomadas em assem- As empresas privadas, como vêm, podem aparecer sob a
bléias gerais, através de voto. O número de associados é forma de rma individual ou de sociedades. No caso de
limitado, não sendo permitida a subscrição de quotas – sociedades, podem assumir quaisquer dos tipos mencio-
partes por pessoas estranhas ao meio social que tem por nados;
nalidade amparar. b) Empresas públicas – São empresas que
exploram um ramo de atividade que, por conveniência,
Sociedade por cota de participação segurança ou interesse social, está conado ao poder pú-
Conforme dispõe o Código Comercial Brasileiro, esta blico municipal, estadual ou federal, provindo do gov-
sociedade
ao ocorre
menos uma quando duas
comerciante, ou maissem
se reúnem pessoas, sendo
rma social, erno as verbas
gerência para seu funcionamento, assim como sua
e administração;
para lucro comum, em uma ou duas operações de co- c) Empresa de economia mista – São socie-
mércio, determinadas trabalhando um, alguns ou todos, dades por ações de participação pública e privada, com a
em seu nome individual para o m social. Esta sociedade diferença de que a União, o Estado ou o Município será
não está sujeita às formalidades prescritas para a forma- o sócio majoritário, detendo a maioria das ações e, por-
ção de outras sociedades. Na sociedade por conta de par- tanto, o controle administrativo. Estas empresas, em ger-
ticipação existem dois tipos de sócios: o ostensivo, que é al, executam serviços de utilidade pública. As empresas
o único que se obriga para com terceiros, e o oculto, que também podem ser classicadas, quanto ao volume de
ca unicamente obrigado para com o mesmo sócio por capital aplicado em microempresas, pequenas, médias e
todos os resultados das transações e obrigações sociais grandes empresas, e multinacionais. A categoria de micro-
empreendidas nos termos precisos do contrato. empresas, bastante recente no Brasil, goza da isenção de
alguns tributos (impostos e taxas) e requer menos buro-
9.3 A Legalização das Empresas cracia para operar. As microempresas exercem um papel
Para que possam operar legalmente, as empresas neces- fundamental no mercado de trabalho, seja na formação
sitam realizar seus registros em alguns órgãos de mão–de–obra, seja na quantidade de empregos que
governamentais, conforme estabelece a legislação. oferecem.
a) Junta Comercial
Neste órgão, as empresas são registradas para que se tor- 9.5 Formas de Concentração de Empresa:
nem legalmente constituídas. Se não estiverem inscritas Um dos conceitos mais conhecidos da ciência econômica
na Junta Comercial, as empresas não podem ter livros é a chamada lei da oferta e da procura (ou demanda). Esta
legalizados, não podem requerer falência de eventuais de- lei indica que, quando num certo mercado a procura por
vedores ou propor concordatas preventivas com os seus um determinado bem é maior do que sua oferta (quanti-
credores, obter empréstimos bancários, confeccionar dade que está disponível para compra), o preço deste bem
talões de nota scal, etc. tende a subir. Inversamente, quando a oferta de um bem
O registro na Junta Comercial é realizado através é superior à sua procura, seu preço tende a cair. Assim,
da apresentação dos seguintes documentos: num regime de livre concorrência, os preços dos bens são
1. Contrato Social determinados exclusivamente por sua oferta, por parte de
2. Prova de Identidade produtores e vendedores, e por sua procura, por parte
3. Declaração dos compradores. Ocorre que, por diversos interesses
4. Ficha de Cadastro Nacional de Empresas de produção e comercialização, raramente se encontrará
5. Guia de Recolhimento hoje em dia um exemplo de mercado que trabalhe sob
6. Requerimento o regime de livre concorrência. Isto porque as empresas
Contrato é o ato visando
ou mais pessoas, jurídico adquirir,
que se estabelece
conservar,entre duas
transferir, se associam
maior de várias
inuência formas,melhor
no mercado, com o colocar
objetivoseus
de exercer
produ-
modicar ou extinguir direitos. E o Contrato Social é o tos e controlar seus preços. Basicamente, existem três for-
contrato que estabelece as características de uma empresa. mas de concentração das empresas:
Concentração horizontal – quando se associam
9.4Classicaçãoquantoàpropriedade: duas ou mais empresas do mesmo ramo de produção ou
Há, ainda, um outro ângulo pelo qual podemos classi- atividade econômica, formando uma nova empresa ou
car as empresas. Trata-se do grau de propriedade, isto é, sendo absorvida pela mais forte delas.
da srcem social do capital e dos participantes que con- Integração vertical – é a união em uma só em-
stituem a empresa. Nesse sentido, podemos distinguir presa de estabelecimentos ou empresas industriais, per-
três espécies de empresas quanto ao grau de propriedade: tencentes a um mesmo ramo de produção, mas nos seus

• 261
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
diferentes e sucessivos estágios ou etapas. Embora o cartel seja uma das formas mais bran-
Integração Diagonal – quando empresas de di- das de controle do mercado, apresenta a característica de-
versos ramos de produção, áreas ou atividades econômi- ser uma das mais seguras, porque, sendo uma forma mais
cas são absorvidas por uma empresa que necessita ar- difícil de se identicar como agrupamento (dado que as
ticular serviços auxiliares com a sua atividade econômica empresas componentes mantêm sua autonomia), escapa
principal. mais facilmente das legislações contra o abuso de poder
econômico.
9.5.1 Monopólio e Oligopólio
Entende-se por monopólio completo ou “puro” o con- Holding Company
trole da venda de um produto por uma única empresa. A expressão inglesa holding company signica compan-
Quando este controle é exercido por um grupo redu- hia proprietária ou detentora da maioria das ações de um
zido de empresas, temos o oligopólio. As vantagens do dado empreendimento. Esta forma de domínio de mer-
monopólio
sas e do oligopólio
que as formam: sãoosinúmeras
controlam preços depara as empre-
determinados cados se anônimas.
ciedades dá através Ocorre
da posse de ações,
quando umaportanto nas so-
empresa adquire
bens, mediante acordos; impedem a entrada de novos a maioria das ações de diversas empresas produtoras de
concorrentes no mercado, baixando temporariamente os uma mesma área de produção, ou mesmo de outras áreas,
preços a um nível que a nova empresa não possa suportar obtendo o controle acionário sobre cada uma dessas em-
a competição; auferem taxas de lucro muito mais elevadas presas. Embora a empresa que funciona como holding
do que sob o regime de livre concorrência, entre outras não se identique com nenhuma daquelas de que detém
vantagens. as ações, as empresas controladas não podem assumir
qualquer atitude industrial ou comercial que vá contra os
9.5.2 Trustes, Cartéis e Holding Companies interesses do holding que as controla. Como se pode ver;
tal gênero de agrupamento não passa de uma forma de
Truste truste, uma vez que se trata de uma empresa que controla
O truste consiste num acordo entre diversas empresas outras diretamente. Porém, é uma forma de truste disfar-
que passam a ser administradas por uma nova empresa çada, visto que se dá através do controle acionário majori-
ou grupo nanceiro diferente de qualquer uma delas. Esta tário. Aliás, na prática, este controle nem mesmo precisa
nova empresa passa a ter o controle absoluto sobre as em- necessariamente ser majoritário, dado que freqüentemente
presas anteriores, que perdem sua independência e parte 30 ou 35% das ações são o suciente para fazer frente aos
de sua autonomia administrativa. Dessa forma, o truste demais acionistas da sociedade. As legislações nacionais
passa a ser o único produtor e vendedor de um determi- muito fazem para impedir as formas de abuso do poder
nado bem no mercado, eliminando progressivamente os econômico, contudo dicilmente se conseguirá, nos dias
demais concorrentes, absorvendo-os ou incorporando-os de hoje, eliminar completamente o controle monopolista
e, assim, controlando totalmente o preço do bem ou bens ou oligopolista dos mercados nas economias capitalistas.
que produz. Embora o Estado imponha severas leis no
sentido de impedir a formação de trustes, eles continuam 10 TÉCNICAS COMERCIAIS
operando e se expandindo através de várias manobras.
10.1 A Atividade de Compra e Venda
Cartel, “um acordo de cavalheiros” A técnica comercial estuda todos os processos utilizados
Uma outra forma de associação monopolista é o chamado pelos agentes econômicos para a realização do comércio.
cartel (proveniente da palavra alemã kartell, que signica O comércio tem sido um dos principais aglutinadores
acordo, contrato). Ao contrário do truste, que represen- da sociedade humana. A necessidade de se relacionar le-
ta uma forma de concentração vertical, o cartel é uma vou os homens a trocarem produtos e serviços. Muitos
concentração horizontal. No cartel, as diversas empresas fatores inuenciaram e estimularam o desenvolvimento
produtoras de um mesmo ramo fazem um acordo, sem do comércio. Verica-se que os processos evoluíram tan-
perderem
Cada uma suadas autonomia de operação
empresas continua e administração.
fabricando o produto, to em relação
quanto à capacidade
em intensidade de mensuração
desses dos valores
processos. Basta pegar
mas passa a seguir uma única orientação no que diz res- como exemplo o período em que as trocas eram real-
peito à política de preços, características e qualidades do izadas via escambo (troca de mercadorias sem o auxílio
produto, bem como do seu volume de produção. de dinheiro) e como evoluiu para o comércio via papel
As empresas reunidas no cartel, além de não fazerem moeda e cartões de crédito. Outra mudança signicativa
concorrência entre si - uma vez que lançam produtos com é quanto à intensidade do comércio na vida das pessoas
as mesmas características, com os mesmos preços e idên- como foi levantado acima. Até bem pouco tempo muitas
ticas taxas de lucros – concorrem com grande vantagem pessoas eram quase auto-sucientes e praticamente não
com as empresas fora do cartel, chegando mesmo a impe- comercializavam nada. Hoje em dia, principalmente nos
dir a entrada de novos produtores no mercado. grandes centros urbanos é muito difícil manter esse pa-

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

drão de comportamento. O comércio se tornou vital para Tarifa é o preço que se paga à empresa de trans-
a atual sociedade na medida em que os países e as pessoas portes por unidade de tráfego.
acabaram por se especializarem e se tornarem cada vez Taxa é o preço xado para execução de determi-
mais interligadas e interdependentes. nados serviços.

10.2 Estrutura do comércio Comunicação


Mercado é um conjunto de forças e elementos voltados
para a produção, a distribuição e o consumo de riquezas Para que ocorra o comércio é imprescindível que os
ou bens de uma sociedade, dentro de um processo social agentes econômicos saibam que existem compradores/
de trocas. Comércio se refere à realização das atividades vendedores. Esse é o papel da comunicação. Com o de-
de distribuição das riquezas no mercado. O Comércio In- senvolvimento da comunicação via aparelhos eletrônicos,
terno diz respeito às compras e vendas realizadas dentro a comunicação se tornou muito rápida e muito eciente,
de um país,
erciantes entre produtores
e consumidores e/ou intermediários
nacionais. com-
Quando o comér- possibilitando que
conseqüência, as distancias
ampliando fossem encurtadas
o mercado. e, por
A padronização
cio ultrapassa as fronteiras nacionais, entre vendedores e de muitas medidas e conceitos favoreceu o comércio na
compradores de países diferentes é chamado de Comér- medida em que reduziu signicativamente as barreiras
cio Externo. impostas pelos diferentes idiomas. A comunicação via
No Comércio Externo as vendas de um produto internet criou um espaço (denominado virtual) que abre
de um país para outro se denominam Exportações. Por muitas oportunidades de comércio tanto entre empresas
outro lado as compras de mercadorias feitas por um país quanto entre países.
junto a vendedores e produtores de outros países são de-
nominadas Importações. O comércio também pode ser Condições de Crédito
classicado em Atacado e Varejo. No Atacado temos a
venda de mercadorias em grande escala, isto é, em grandes Uma das maiores questões quanto ao desenvolvimento
quantidades, geralmente em embalagens fechadas e em da economia é o aperfeiçoamento do sistema de crédi-
série, quase sempre de um produtor para um comerciante to. Para que uma economia funcione perfeitamente ex-
ou revendedor. No Varejo as vendas são pequenas, isto iste a necessidade de crédito, pois ele se congura numa
é, em quantidades mínimas, porque, em geral, são feitas capacidade de antecipação do poder de compra que os
diretamente ao consumidor nal. empresários ainda não possuem. Se essa capacidade está
O comércio funciona tanto entre pessoas que limitada, as possibilidades de investimento se reduzem e
permutam seus pertences tanto quanto entre empresas e, encarecem os custos de produção. Um sistema de crédito
muito comumente entre pessoas e empresas. Para que permite que a alocação de recursos seja determinada pelo
haja comércio é necessário que haja o encontro de quem mercado e conseqüentemente se obtenha o melhor resul-
deseja vender e de quem deseja comprar. A esse encontro tado para a economia. Por outro lado, não basta apenas
denomina-se mercado. Existem muitas questões a respei- criar um sistema de crédito desenvolvido se a economia
to dos mercados, mas esse não é o objetivo desse manual. não possui capacidade de absorção desses recursos. Um
Mas para que esse encontro possa ocorrer é necessário equilíbrio e uma decisão calcada em análises mais det-
que uma série de estruturas esteja funcionando perfeita- alhadas permitem que o sistema de crédito cumpra sua
mente. função.

Transporte 10.3 Atividades Departamento Comercial


Numa empresa, o Departamento Comercial é um dos
Uma das estruturas mais importantes no comércio são os órgãos mais importantes, porque se encarrega da circu-
transportes. A grande maioria dos agentes econômicos lação de mercadorias, produtos e bens para dentro da
utiliza-se dos transportes para levar suas mercadorias ao empresa e dela para fora; portanto, das compras e das
mercado.
não utilizeNão há praticamente
os transportes nenhuma
de maneira diretamercadoria
ou indireta.que
O vendas que ela faz.como
várias nalidades, Umainsumos,
empresa isto
compra produtos com
é, matérias-primas
transporte impacta de maneira decisiva para as empresas ou peças para a fabricação de um produto nal; merca-
congurando-se num custo muito importante a ser admi- dorias para serem revendidas; produtos para serem usa-
nistrado. Um bom funcionamento dos transportes con- dos como instrumentos ou ferramentas de trabalho; ma-
tribui imensamente para que o comércio funcione dentro terial de escritórios e de instalações etc. De uma forma
das expectativas dos agentes econômicos. Devem-se es- geral, o órgão do Departamento Comercial encarregado
clarecer alguns termos utilizados na economia de trans- da aquisição de todos estes materiais é o Setor de Com-
portes: Frete é a importância que se paga às empresas pras.
transportadoras pelos serviços prestados nos despachos
de mercadorias. 10.4 O Setor de Vendas

• 263
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
As atividades de vendas da empresa se destinam, espe- abordagem que é universal e pode ser aplicada a qualquer
cicamente, à colocação no mercado, dos produtos e ser- empresa e qualquer produto, são estes os 8 processos
viços por ela obtidos, a m de serem consumidos por universais de marketing:
outras empresas ou pelo consumidor nal. O conjunto 1. Busca e análise ambiental;
dessas informações denomina-se marketing. 2. Pesquisa e análise de marketing;
3. Segmentação, seleção de grupo-alvo e posicio-
O marketing vem recebendo a cada dia que passa uma namento;
atenção maior dos empresários. Em todos os níveis a pre- 4. Desenvolvimento de produto e diferenciação;
sença do marketing se torna corriqueira e seus mistérios 5. Determinação de valor e preços;
são dissolvidos. A palavra “marketing” é srcinária do 6. Gerenciamento de canais e da cadeia de valor;
idioma inglês e signica mercado. Por ser um verbo, essa 7. Comunicação integrada de marketing;
palavra adquiri uma característica de ação. E essa ação 8. Construção de relacionamentos.
corresponde
assumir e comoa todas as dimensões
a empresa que o com
se confronta mercado
essaspode
pos- Marketing
entes é a ciênciarelacionamentos
e desenvolver e a arte de conquistar e manter
lucrativos cli-
com ele.
sibilidades. Marketing é, portanto, o estudo minucioso Numa organização, é a área responsável pelo elo entre o
do mercado e as oportunidades da empresa em recriar as produto e o cliente, que se utiliza de arte, ciência, lógica,
condições que prevalecem em seu favor. análise e criatividade. Para obter um estilo de Marketing
De acordo com KOTLER (1980, p.33), “um mercado é agressivo: “necessita-se de uma análise judiciosa como
uma arena para trocas potenciais... onde quer que exista capacidade de julgamento maduro”. O marketing é a es-
um potencial para o comércio, existe um mercado”. sência do negócio. As boas empresas vão ao encontro das
O marketing, para seu melhor entendimento, foi dividido necessidades; as ótimas empresas criam mercados. Muitas
em três dimensões. A dimensão losóca do marketing são as ferramentas do marketing. As mais conhecidas são
arma que, a venda se concentra nas necessidades do a propaganda e publicidade; estudo de mercado; pesqui-
vendedor e o marketing nas necessidades do comprador. sas mercadológicas; redenição de focos e metas; entre
A venda se preocupa com a necessidade de o vendedor outras. O conjunto dessas ferramentas gera um efeito es-
converter seu produto em dinheiro, o marketing com a clarecedor na empresa e como ela se posiciona dentro do
idéia de satisfazer as necessidades do cliente por meio do mercado, re-alocando seus fatores de produção ou sinali-
produto e de todo o conjunto de coisas ligadas à sua fab- zando ao mercado das reais capacidades da empresa. Uma
ricação, à sua entrega, nalmente, ao seu consumo. boa campanha de marketing permite que o consumidor
O marketing, em sua dimensão funcional diz re- reconheça o real valor dos produtos e tome sua decisão
speito à troca. Trabalha como uma relação de troca entre em bases mais sólidas e que permitirão a continuidade
empresa e clientes no sentido do ganha X ganha. Nessa desse consumo. Cada vez mais as metas do marketing vol-
dimensão o marketing representa uma atividade que es- tam para o esclarecimento, a honestidade, criatividade e
timula e promove trocas, e para realizá-las baseia a sua responsabilidade social.
atuação em três pontos fundamentais. O primeiro é que
toda a operação da empresa deve voltar-se para a satis- 10.4.1 Propaganda e Publicidade
fação das necessidades dos consumidores/clientes; se- Publicar é diferente de propagar. Os conceitos não são
gundo, que um faturamento lucrativo deve ser a meta da iguais. A publicidade trata da divulgação de idéias insti-
empresa; e, terceiro, que todas as atividades e setores da tucionais, de teorias políticas e de doutrinas, de forma
empresa, em todos os níveis organizacionais, devem es- não-paga, e a propaganda trata de divulgar mensagens
tar integradas, coordenadas e direcionadas para atingir os impessoais, comerciais, de interesse particular, feitas por
dois pontos anteriores. patrocinador identicado. Quando falamos em propagan-
Na dimensão operacional diz respeito ao que da, a imagem imediata é a da mídia de massa (televisão,
precisa ser feito em termos de administração para pro- imprensa e rádio). É preciso, contudo, entender que estes
mover as trocas que visam a satisfação das necessidades meios dizem respeito à comunicação em larga escala, em
emitirão
dos desejos dos atingir
à empresa consumidores e que, de
seus objetivos se permanência,
realizar, per- termos de distância,
lavra “massa” pessoas
refere-se e produtos
ao volume, envolvidos.
escala A pa-
ou velocidade
lucro e crescimento. Aqui, o conceito de Marketing en- do sistema, dos produtos e da audiência, assim como da
fatiza a importância do planejamento e controle das áreas repetição das mensagens. O principal traço da comunica-
estratégicas de marketing no sentido de tornar lucrativas ção de massa, quando comparada com outras categorias,
as oportunidades existentes no mercado. Sob essa dimen- é que ela opera em uma larga escala.
são, marketing é conceituado como o processo de plane- Em nosso caso, sobre o mercado imobiliário, o recurso
jamento e controle das variáveis: produto, preço, praça e aos MCM (meios de comunicação em massa), como
promoção. veículos para a comunicação de vendas é bastante acen-
O marketing evoluiu dos 4 P´s srcinais (produ- tuado no interior do Brasil, onde os custos são menores e
to, preço, praça e promoção) para construir uma nova mais facilmente incorporados ao preço nal. Nas grandes

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

capitais, com geração nacional, a opção principal é pelos marketing de bens, serviços e idéias, e ao marketing como
jornais, de maior taxa de leitura que nas cidades menores. área de conhecimento da administração. Essa função que
O pouco uso da TV se dá por seu alto custo. E o uso dela liga o consumidor, o cliente e o público ao marketing
torna-se inviável quando os empreendimentos não supor- através da informação - informação usada para identicar
tam o repasse aos consumidores, dadas as suas dimensões e avaliar a ação de marketing; monitorar o desempenho
e os valores totais dos negócios. de marketing, e aperfeiçoar o entendimento de marketing
A propaganda caracteriza-se pela identicação do pa- como um processo. Pesquisa de marketing especica a in-
trocinador que paga certa importância monetária pela formação necessária destinada a estes ns; projeta o mé-
apresentação de idéias, mercadorias ou serviços. A publi- todo para coletar informações; gerencia e implementa o
cidade compreende toda divulgação de notícias ou infor- processo de coleta de dados; analisa e comunica os acha-
mações comerciais (sobre mercadorias, serviços, pessoas, dos e suas implicações.
etc.) sem qualquer pagamento por parte do patrocinador. Pesquisa de Marketing deveria ser mudado para
Os processos de propaganda
1. Propaganda Diretapodem ser divididos
(Quando em:
o patrocinador “informaçãosituações
identique de negócio”, poisinformações
e traga possibilita que
paraa empresa
o desen-
torna contato direto com o consumidor); volvimento de todas as partes da empresa. As denomina-
2. Propaganda Indireta (Quando a propaganda é ções de pesquisa de mercado e pesquisa de marketing são,
realizada por meio de veículos especializados). freqüentemente e erroneamente, usadas como sinônimos.
Em segundo lugar a propaganda pode ser dividida em: Enquanto a primeira restringe o seu foco ao mercado da
1. Propaganda escrita; empresa ou de um produto seu, a segunda compreende a
2. Propaganda falada ou oral; pesquisa de todo o tipo de dado que diz respeito à ativi-
3. Propaganda pelo objeto; dade de marketing da empresa, incluindo os elementos
4. Propaganda especial – distribuição de prêmios. abrangidos pela pesquisa de mercado, como: levantamen-
Por último, deve-se salientar que, nem todas as empresas tos de mercado, previsão da demanda e de vendas, pes-
recorrem às agências de propaganda para divulgação de quisas da imagem da empresa e de seus produtos etc.
seus produtos ou serviços. Muitas possuem seus produ- A pesquisa de mercado só funcionará se houver funda-
tos serviços de propaganda. As exposições e as feiras mentação e execução planejada. No mercado imobil-
nasceram com o desenvolvimento do comércio e em con- iário, esta providência preliminar deveria ser realmente
seqüência da necessidade que sentem os compradores e a primeira das tarefas, uma vez que em regra qualquer
vendedores de se encontrarem. As feiras podem ser assim proposta neste mercado é de alto valor.
classicadas: Optar por construir um novo condomínio em
1. Feiras Locais ou Feiras Livres; algum lugar de qualquer cidade, somente porque se con-
2. Feiras Regionais; seguiu comprar o terreno a um preço atraente, é atalho
3. Feiras de Amostras; para o fracasso, assunção de um grande risco de prejuízo.
1.1 Comercial; Se pesquisar, o empreendedor poderá descobrir que a
1.2 Exposição; economia na compra do terreno teria muito mais lucro
1.3 Salão. se aplicada na mesma obra, ou em outro local de maior
São estas as principais características das feiras livres: preferência e aceitação do seu público-alvo. Mesmo uma
1. Exposição ao ar livre; única residência ou um imóvel comercial, contratado para
2. Instalações improvisadas; intermediação de venda, carece de pesquisas. Identicar
3. Comércio e varejo de produtos de pequena o público-alvo, buscando-se encontrar os clientes poten-
durabilidade; ciais, e vericar preços na região são procedimentos que
4. Servem aos moradores do bairro; podem caracterizar uma breve pesquisa de mercado.
5. Impostos reduzidos. É fundamental dispor de um Sistema de Infor-
As feiras regionais apresentam as seguintes características: mações de Marketing-SIM, cuja estrutura deve ser con-
a) Exposição ao ar livre; tínua a m de promover a interação das pessoas, equipa-
b) Instalaçõespor
c) Comércio improvisadas
atacado de eprodutos
permanentes;
de grande mentos
distribuire procedimentos para juntar,oportunas
informações pertinentes, classicar,e avaliar
precisase
durabilidade; para o uso de tomadores de decisão de Marketing com o
d) Servem aos compradores e vendedores de de- to de melhorar o planejamento, a execução e o controle.
terminadas regiões. No mercado imobiliário, é comum que esta estrutura es-
teja representada pelas entidades de classe (Sinduscom,
10.4.2 Pesquisa de Marketing Secovis, Crecis, Sindimóveis, CBIC etc.), que funcionam
A pesquisa de marketing é a investigação sistemática, disponibilizando principalmente informações a respeito
controlada, empírica e crítica de dados com o objetivo do mercado e da política para seus associados. As infor-
de descobrir e (ou) descrever fatos ou de vericar a ex- mações que alimentam o SIM podem ser:
istência de relações presumidas entre fatos referentes ao Fontes Internas- Registros e estatísticas de vendas,

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias
relatórios de atendimento, negócios conhecidos da con- negociação pessoal é quase sempre um resultado “ganha-
corrência, dados contábeis, orçamentos executados etc. ); ganha”, chamado dessa forma porque faz com que todos
Fontes Externas- Órgãos do governo, veículos de co- sintam que conquistaram o melhor acordo possível. Um
municação, associações de classe, estudos resultado “ganha-ganha” é desejável, porque preserva,
especializados, institutos prossionais de pesquisa, con- até mesmo melhora as relações. Se uma das partes (ou
sultorias, entre outras. A internet é a “campeã” neste pro- ambas) sentir que de alguma forma foi trapaceada nesse
cesso de informações para pesquisa, dada sua velocidade e resultado, a negociação é chamada de “ganha-perde” ou
dimensão de informações. Para qualquer empresa, acessar “perde-perde” e isso leva a uma falta de credibilidade
a rede global deve ser atividade rotineira e indispensável. tendo em vista negociações futuras. A boa negociação é
A pesquisa de marketing compreende quatro etapas: re- aquela na qual as duas partes levam vantagens e cam sat-
conhecimento de um problema, planejamento, execução isfeitas. Deixar o outro lado satisfeito não signica, obrig -
(coleta de dados, processamento, análise e interpretação) atoriamente, que você seja prejudicado. Você pode ceder
e comunicação dos resultados. em algo
que que nãoimportante
seja muito tenha muita
paraimportância para
a outra parte você,con-
e assim mas
10.4.3 Segmentação de Mercado cretizar um bom negócio. O importante é que ambas as
partes atinjam seus objetivos e conseqüentemente reali-
Conforme Dolabela (1999), segmentação de mercado é o zem negociações futuras.
processo mediante o qual uma empresa divide o mercado Negociação por Telefone– A iniciativa das negociações
em parcelas mais homogêneas possíveis, com o objetivo por telefone normalmente é atribuída ao que executa a
de formular suas estratégias de marketing. A segmentação chamada telefônica, visto que ele (ou ela) conhece a razão
de mercado de acordo com Kotler (1998, p. 225) consiste pela qual está estabelecendo a conversação, não ocor-
em “identicar e classicar grupos distintos de compra- rendo o mesmo para o receptor. Esteja atento para não
dores que podem exigir produtos e/ou compostos de ser surpreendido em momento não vigilante e sem prep-
marketing separados”. A segmentação de mercados de aro – disponha-se a reconsiderar a proposta e retomar
consumidores se fundamenta em duas bases: as carac- sua decisão. O telefone tende a compelir a uma conclusão
terísticas dos consumidores e as respostas dos consumi- – existe o sentimento de que algum resultado denitivo
dores sendo que as principais variáveis de segmentação é exigido antes do encerramento da chamada telefônica,
para o mercado dos consumidores são: geográcas, de- o que poderá induzir as decisões precipitadas. Faça uso
mográcas, psicográcas (estilo de vida e personalidade) disto se corresponde aos seus desejos e, em caso con-
e comportamentais. trário, evite-o.
A empresa deve fazer uma pesquisa com os con- Embora a negociação por telefone constitua uma
sumidores para identicar onde eles estão localizados, dentre as mais arriscadas negociações para as quais se faz
qual o estilo de vida, suas preferências quanto a preço ou participante, em muitos casos ela é necessária e existem
características do produto e vericar qual o meio mais dois pontos positivos. Por exemplo, telefonar para um
adequado de fornecer os produtos a eles. Mas o mais cliente com o propósito de informá-lo sobre o aumento
importante é pesquisar aquele cliente que não conhece o de preço, antes da negociação efetiva, poderá auxiliar a
serviço e descobrir quais motivos podem levá-lo a se tor- predispô-lo a aceitar, se não inteiramente, ao menos em
nar um consumidor potencial, que segundo Kotler (1998, parte. Informações prévias permitem que as emoções se
p.242) são: clientes que ainda não conhecem os serviços acalmem. Na hipótese de uma negociação por telefone
da empresa. Desejam usufruir serviços prestados por se encontrar repleta de problemas e até mesmo risco, que
uma empresa que conheça seu negócio, saiba orientá-los passos poderiam ser dados no sentido de evitá-los ou
e seja digno de conança. minimizá-los?
A avaliação de diferentes segmentos de mercado 1) O elemento surpresa pode ser reduzido através
deve ser baseada em dois fatores: a atratividade global do da utilização de uma secretária como um pára-choque –
segmento (tamanho, crescimento, rentabilidade, econo- alguém que “veta” as chamadas antes que você as receba,
mia de escala,
recursos risco baixo,
da empresa. Apósentre outros)
a análise dose diferentes
os objetivos
seg-e proporcionando-lhe
disponível. tempo para se preparar ou estar in-
mentos a empresa deve decidir quais visar, focalizando 2) Conhecer a pessoa para a qual você está tele-
seus esforços nos segmentos escolhidos. fonando. Em casos onde existe a probabilidade de ne-
gociações freqüentes por telefone, tente descobrir o
10.4.4 Negociação momento mais apropriado para entrar em contato com
Processo, em que duas ou mais partes, com interesses co- a outra parte e o modo pelo qual ela poderá ser mais facil-
muns e antagônicos, se reúnem para confrontar e discutir mente encontrada – se possível, um número signicativo
propostas explícitas com o objetivo de alcançarem um de alternativas. Pode ser igualmente proveitoso determi-
acordo. É um processo de comunicação bilateral, com o nar quem “mantém” seu contato normal no momento
objetivo de se chegar a uma decisão conjunta. O alvo da em que eles se encontram ausentes – você poderá econo-

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

mizar uma chamada. Lembre-se: o telefone é caro! 10.5 Aspectos Financeiros


3) Saiba por que você está estabelecendo a
chamada. Existe a tendência de recorrer ao telefone e ao Além do crédito, alguns outros aspectos nanceiros são
dia antes mesmo de você ter reetido sobre o propósito importantes nas técnicas comerciais. Como são nancia-
da chamada – o que você pretende com a mesma. Uma das as compradas e as vendas das empresas são questões
vez que você tenha alcançado isto, desligue o telefone de da mais alta importância. O sistema nanceiro é o meio
forma polida – não proporcione tempo para reconsidera- pelo qual as transações são efetuadas, mesmo as transa-
ções. Em geral, as questões a serem negociadas ao tele- ções à vista têm um componente do sistema nanceiro,
fone deverão ser simples e claras – negociações compli- pois o dinheiro que é usado para a compra é oriundo do
cadas não podem ser manipuladas satisfatoriamente por Banco Central que é uma instituição nanceira. Pode-se
telefone. entender o sistema nanceiro como sendo o conjunto
4) Organize os fatos – empregue questões “com- de instituições que realizam as operações de crédito e
pactadas”, que exijam um simples “sim/não” como res-
posta. débito e viabilizam
institições nanceirasasno
relações comerciais. As principais
Brasil são:
5) Verique as suposições. Onde forem elabora- a) Banco Central do Brasil;
das, elas deverão ser descritas e elucidadas. A menos que b) Banco do Brasil;
você as descreva, existe um risco considerável de negli- c) Banco Nacional de Desenvolvimento
genciar algo, podendo ocorrer uma chamada posterior Econômico e Social –BNDES;
com o intuito de vericação, o que resultará na reabertura d) Caixa Econômica;
de toda a negociação. e) Bancos Comerciais;
6) Escute – o que é armado e o que não é. Isto f) Bancos de investimento;
se torna mais fácil por telefone, em virtude da impossibi- g) Fundos Mútuos de Investimentos;
lidade de assimilação dos sinais não verbais; no entanto, a h) Companhia de Crédito, Financiamento e In-
hesitação sempre denota que a outra parte está vacilando, vestimento;
ainda que você tenha de trabalhar mais para atingir o ob- i) Agências de fomento;
jetivo. j) Sociedade distribuidora de Valores;
7) Esteja atento aos sinais variáveis, questões k) Bolsas de Valores;
como, “O que é...”/”Quanto poderia...”/”Se estivés- l) Fundos de investimentos.
semos...?”. A escolha do meio nanceiro de realização dos negócios
8) Conclua de forma positiva – resumo sucinto é de fundamental importância e deve ser tratado segundo
do que foi decidido, quem o fará, como e quando. o princípio de liquidez. Segundo esse princípio, os me-
9) Objetivo elevado. Nível elevado de aspiração canismos de compensação têm períodos de efetivação
é positivamente tão importante com relação a uma nego- diferentes e essa velocidade de realização dos negócios
ciação por telefone como a realizada frente a frente. chama-se de liquidez. Quanto mais rápido o negócio se
10) Conrmar por escrito um acordo negociado transforma em dinheiro, mais líquida é a transação. Um
por telefone constitui uma prática idônea. Isto deve ser pagamento em dinheiro é mais líquido (o mais líquido na
realizado de modo viável, o mais breve possível. verdade) do que um pagamento feito através de um con-
Como foi armado, a negociação por telefone deve, se trato de nanciamento com um banco, por exemplo. As
possível, ser evitada. Quando isto não for possível, exam- empresas procuram sempre receber na forma mais líqui-
ine atentamente os pontos delineados acima. É possível da possível e tentam pagar na forma menos líquida para
que este apresente espaço para as respostas obtidas, o que que esse hiato temporal possa gerar um uxo de caixa
torna o resumo mais rápido, simplicando quaisquer con- que pode ser usado para funcionar como capital de giro
rmações subseqüentes por escrito. de uma empresa.
Logo abaixo, passos para construir uma negocia- Uma alternativa para as empresas é a abertura do
ção bem sucedida: seu capital social. Essa operação é mais conhecida como
a) Ter bem
ou da empresa claro
ao qual quais são os objetivos pessoais
representa; ode“lançamento de ser
abertura e pode ações”.
dividaE em
essavarias
é, nasituações.
verdade, De
a forma
mais
b) Saber quais são os objetivos e expectativas da imediato basta ressaltar que a empresa capta esses recur-
outra parte; sos do mercado nanceiro (poupança das pessoas) que,
c) Conhecer os pontos fortes e fracos de ambas por sua vez investem nas empresas com a expectativa de
as partes; receberem lucros ou dividendos que são distribuídos no
d) Saber até quando pode ceder; nal de cada ano conforme a especicação do contrato
e) Procurar estabelecer um modelo de negocia- social de cada empresa. A legislação vigente determina
ção “ganha-ganha”; que, no mínimo, 20% dos lucros do exercício sejam dis-
f) Agir sempre de forma transparente e ética. tribuídos na forma de lucro aos seus acionistas (propri-
etários das ações).

• 267
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

do risco total.
10.6 Seguro Patrimonial Resseguro – signica segurar de novo ou tornar
Seguro é uma operação, onde o contratante tem uma ga- a segurar.
rantia de indenização, frente ao pagamento de um prêmio Aceitação – é o seguro aceito, no valor total,
mensal ou anual, caso sofra algum prejuízo ou sinistro. emitindo a respectiva apólice.
Este é um dos aspectos nanceiros mais importantes, Retenção – é a parte do seguro que permanece sob a
pois garante uma continuidade sem perda de renda ou responsabilidade da companhia seguradora.
patrimônio. Outro aspecto nanceiro importante é o Cessão – é a parte da responsabilidade no seguro.
seguro. Os seguros têm por nalidade garantir os dan-
os, as perdas ou prejuízos a que todos estamos sujeitos.
Considera-se contrato de seguro aquele no qual uma das
partes se obriga para com outra, mediante o pagamento

de um prêmio,
futuros, a indenizar
previstos o prejuízo resultante de riscos
no contrato.
As operações de seguros dividem-se em dois grupos:
a) Seguros de Ramos Elementares – garantem as
perdas e danos ou responsabilidades provenientes de ris-
cos de fogo, transporte, acidentes pessoas e outros even-
tos que possam ocorrer afetando pessoas ou coisas;
b) Seguros de Vida – tem base na duração da vida
humana. Os seguros podem ser classicados segundo a
natureza da seguinte forma:
1. Seguro de Coisas;
2. Seguro de Pessoas.
Os seguros ainda podem ser divididos em:
a) Seguros Sociais - seguros obrigatórios e visam
proteger os trabalhadores.
b) Seguros Privados – são quase sempre faculta-
tivos, exceção dos seguros contra incêndios e transportes.
Quanto à forma, os seguros podem ser assim classica-
dos:
1. Seguro Mútuo - vários indivíduos se associam
para, em comum suportarem o prejuízo de um ou alguns
segurados;
2. Seguro a prêmio – organizado por um terceiro
que cuida da mutualidade de todos os segurados, obtendo
no negócio receita para fazer face às despesas de opera-
ções;
3. Seguro Mútuo a Prêmio – a lei obriga à co-
tização por parte dos mutuários no caso de falta de fun-
dos para cobertura dos prejuízos; Denomina-se apólice, o
contrato de seguro. São condições essenciais da apólice:
1. O nome do segurador;
2. O nome do segurado;
3. O valor da coisa segurada;
4.
5. Natureza
Natureza da
do coisa;
risco;
6. Prazo do seguro;
7. Prêmio.

Alguns conceitos relacionados a seguros:


Seguro Simples – é o contrato feito por uma
única seguradora que se responsabiliza pela importância
total segurada.
Co-Seguro – é o seguro feito com várias com-
panhias mediante acordo entre elas no sentido da divisão

• 268
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

EXERCÍCIOS
Organização e Técnicas comerciais

1 – Dentro de uma dimensão losóca o MARKETING é conceituado como:

a) Meio de converter o produto em dinheiro

b)
c) Satisfazercomo
Recurso às necessidades do cliente por meio do produto
veículo de comunicação
d) Alternativa segura da propaganda
e) Nenhuma das alternativas acima estão corretas

2 – Quando falamos em PROPAGANDA, a imagem imediata que nos vem é a da mídia de massa. É preciso contudo,
entender que esses meios dizem respeito a:

a) Mensagens pessoais
b) Internet
c) Comunicação em larga escala, com pessoas e produtos envolvidos, no processo
d) Escala ou velocidade do sistema, dos produtos e da audiência
e) Repetição de mensagens

3 – Em relação às empresas privadas pode-se dizer que:

a) Atuam somente no setor primário e secundário


b) São todas microempresas que trabalham no comércio e na indústria, portanto mistas
c) O capital social que as constitui é de srcem particular ou privada
d) São sociedades abertas, conhecidas como anônimas, com participação acionária do governo
e) São sociedades controladas pelo governo municipal, estadual ou Federal

4 – Quando o comércio ultrapassa as fronteiras nacionais entre vendedores e compradores de países diferentes é
chamado de:

a) Mercosul
b) Mercado interno
c) Mercado comum
d) Mercado externo
e) Atacado e varejo

5 – Entende-se pó OLIGOPÓLIO todo o controle de venda:

a) Um reduzido número de empresas atuando no mesmo mercado


b) Novos concorrentes no mercado
c) De um produto por uma única empresa
d) Inúmeras empresas concorrendo entre si no mercado
e) Todas as alternativas estão corretas

• 269
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

6 – Podemos dizer que TAXA é:

a) Preço que se paga à empresa de transportes


b) Importância que se paga às empresas transportadoras
c) Preços combinados pelas empresas
d) Preços únicos cobrados pelas empresas e entre elas
e) É o preço, ou porcentagem xado para execução de determinados serviços

7 – – Em um mercado competitivo, podemos armar que:

a)
b) É um
Há umamercado dominado
predominância depelos cartéis
oligopólios
c) Há um oligopsonio
d) Há diversas empresas concorrendo de igual para igual
e) Há forte intervenção do governo para resguardar interesses empresariais

8 – Numa empresa o DEPARTAMENTO COMERCIAL é um dos órgãos mais importantes, por que:

a) É o órgão que trabalha com compradores e vendedores


b) Vende mercadoria em larga escala
c) Fixa o preço para a execução de determinados serviços
d) Se encarregada circulação de mercadorias, produtos e bens para dentro e fora dela
e) Todas as alternativas estão corretas

9 – O “truste” consiste em um acordo entre diversas empresas que:

a) Passa a ser administradas por uma nova empresa ou grupo nanceiro diferente de qualquer uma delas
b) Administram entre si seus próprios recursos
c) Nomeando uma terceira, possa repassar seus recursos no mercado
d) Em situação difícil precisam de insumos advindos de outra empresa
e) Todas as alternativas estão corretas

10 -Dentro da estrutura do comércio, conceituamos MERCADO como:

a) Realização das atividades de distribuição das riquezas


b) Forças e elementos voltados para a produção, distribuição e o consumo de riquezas, ou bens dentro de um
processo social de trocas
c) Controle majoritário de ações envolvendo produtos para determinado comércio
d) Companhia proprietária ou detentora da maioria das ações de um dado empreendimento
e) Nenhuma das alternativas anteriores

• 270
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

MATEMÁTICA FINANCEIRA

• 271
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

• 272
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

INTRODUÇÃO

A disciplina de Matemática Financeira lhe será muito útil para analisar algumas alternativas de investimentos

ou nanciamentos de bens de consumo. No decorrer desta disciplina você vai perceber como esta simples e

poderosa ferramenta de analise de investimento pode lhe ser extremamente útil nas suas decisões nanceiras.

Leia com muita atenção os conceitos e enunciados apresentados nesta apostila e pratique, fazendo todos os

exercícios propostos.

Bom estudo e bons investimentos!

• 273
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

• 274
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

80 % 20%
UNIDADE 1
Capital e Juros
SEÇÃO 1

Porcentagem

As três guras acima são magnitudes ou valores diferen-


tes, porém as proporções são idênticas. Isso signica que
Você sabe o que são números proporcionais?
Quando dois números estão relacionados sob a forma de a área sombreada
porém é diferente
suas proporções em valorpois
são idênticas, emàscada gura,
partes de-
uma fração, tem-se uma proporção ou um número pro- stacadas representam, nos dois grácos, 80% do total. Se
porcional, também chamado de número fracionário. esses grácos fossem as comissões recebidas por um cor-
retor em dois meses diferentes, claramente verica-se o
EXEMPLO: valor das comissões seria diferente, mas as proporções
4/5, (lê-se quatro quintos ou quatro está para cinco) sig- são idênticas. Para calcular a porcentagem de um valor
nica que quatro e cinco estão relacionados sob a forma qualquer basta utilizar uma regra de três, igualando-se a
de uma fração e pode-se denir uma proporção usando proporções.
essa relação, no exemplo, “quatro partes do total de cin-
co”, onde quatro é o numerador e cinco é o denominador. EXEMPLOS:
Uma outra forma de escrever esse exemplo é fazendo a) Qual é valor de uma comissão de 6% se as vendas
a operação matemática “divisão” e pode-se dizer que foram de R$ 252.000,00?
quatro quintos são exatamente iguais a 0,8. Esta é a forma 6 = x
decimal de um número fracionário. 100 252.000
Você sabe o que é Porcentagem? 100 % esta para 252.000
Porcentagem é a maneira de representar um número fra- 6% esta para X
cionário onde o denominador é igual a 100 (cem). O sím- 100. X = 6. 252000
bolo da porcentagem é % e lê-se por cento.
“Por cento” signica uma quantia determinada em cada X = 1512.000
volume de cem. 100
X = 15.120

Logo, a comissão é de R$ 15.120,00.


EXEMPLO: 80%= 80 = 0,8
100 Obs.: observe o “X” é a proporção equivalente a 6% do
Uma visualização do que é percentual pode ser obtida total das vendas realizadas.
através dos grácos abaixo. Quando se escreve uma por-
centagem deni-se uma proporção e essa relação permite b) Se uma garrafa contém 660 ml, quantos por cento rep-
a comparação entre duas medidas diferentes: resentam 132 ml?

x = 132
100 660
Na gura acima, podemos dizer que as partes azuis são as 660. X = 132. 100
“quatro partes de um total de cinco”: ou 4 = 0,8 ou ainda X = 13.200
80%. 5 660
X= 20 %
divide por 100 = 0,20 x 660 ml = 132 ml
Na gura acima, podemos dizer que as partes azuissão: Logo, 132 ml equivalem a 20% de uma garrafa que con-
“oito partes de um total de dez”, tém 660 ml.
ou = 0,8 ou 80%.
10

• 275
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

360% ao ano e assim por diante.


SEÇÃO 2 Não é comum utilizar este sistema nas operações co-
merciais, mas, a análise desse tema, como introdução à
Capital e Juro Matemática Financeira, é muito importante para a com-
preensão dos princípios básicos desta disciplina.
O que você entende por Capital?
QualosignicadoparaoJuroComposto?
Quando está se tratando da palavra “capital”, inúmeras
situações podem ocorrer causando alguma confusão. Na É o popular juro sobre juro, ocorre quando o valor do
matemática nanceira capital é sempre o dinheiro sobre capital é acrescido do juro do período anterior e sobre
o qual se determina o juro. O Capital é o valor aplicado esse novo valor se calcula o juro do período seguinte.
através de alguma operação nanceira. Nesse caso, o capital sob o qual se calcula o juro estará
Ele também
Valor Presenteé ou
conhecido como: Principal,
Valor Aplicado. Em inglêsValor
usa-seAtual,
Pres- sendo
ao aumentado
capital e ossim
inicial, mas juros não são mais
aumentam a cadaproporcionais
período em
ent Value (indicado pela tecla PV nas calculadoras nan- função da correção do capital. Pode-se dizer que é o juro
ceiras). sobre juro, ou seja, o valor dos juros de hoje rendem juros
no mês seguinte.

 VocêtemidéiadoquesignicaJuro?  Vocêpo deimaginaroq uesi gnicaaT axa


de Juros?
Juro é uma fração proporcional a um capital calculado
por um período de tempo determinado. Juro também é
a remuneração do capital, é o preço do dinheiro, isto é,
quanto custa tomar emprestado ou emprestar determina-
do volume de capital por um período. O juro surge quan- O juro é determinado através de um coeciente referido
do um agente econômico (empresa, pessoa, etc) entrega o a unidade de tempo. Tal coeciente corresponde à remu-
poder de compra que possui, na forma de dinheiro, a um neração da unidade de capital empregado por um prazo
outro agente econômico, em troca de uma remuneração. igual aquele dado na unidade do coeciente. Assim, a taxa
Por estar permitindo que outro usufrua o direito de com- de juros é o coeciente que vai remunerar o capital.
prar que o dinheiro permite, este exige um prêmio tam- Para caracterizar uma taxa de juros necessita-se de duas
bém na forma de dinheiro, ou seja, exige o pagamento de características: o coeciente e a unidade de tempo.
um juro após o período acordado. O juro existe sob duas
formas: o juro simples e o juro composto. EXEMPLO:
12% a.a. (lê-se doze por cento ao ano) “doze por cento”
Quando utilizo o Juro Simples? é o coeciente e, “ao ano” é a unidade de tempo em que
o juro vai ser acumulado. Quando vai se calcular o valor
É quando o valor sob o qual se calcula o juro não al- do juro utilizasse a taxa unitária que, nada mais é do que
tera durante o tempo, ele é constante. Calcula-se o juro o valor da taxa dividido por 100, ou seja, a forma decimal
sempre em relação ao mesmo capital inicial, portanto, os dessa taxa sem a unidade de tempo, no exemplo acima se
juros são sempre proporcionais ao capital. utilizaria 0,12.
O regime de juros simples, é aquele no qual os juros in-
cidem sempre sobre o capital inicial. A taxa1, portanto, é PONTO CHAVE:
chamada de proporcional, uma vez que varia linearmente
ao longo do tempo. Para diferenciar as taxas unitária e porcentual utiliza-se a
Considere o capital inicial C aplicado a juros simples de seguinte representação:
taxa i porsimples
os juros período, durantesempre
incidem n períodos.
sobre Lembrando que
o capital inicial, •• TAXA
TAXA PORCENTUAL:
UNITÁRIA: indica-se pela pela
indica-se letra letra
i r
podemos escrever a seguinte fórmula: Mediante a regra de três simples, obtém-se a relação entre
as duas taxas: i = r ou r = 100.i
J=C.i.n 100
Quando utilizamos a Taxa Equivalente?
Onde: J = juros produzidos depois de n períodos, do cap-
ital C aplicado a uma taxa de juros por período igual a i. Pode-se modicar o período em que uma taxa de juros
está relacionada. A esta mudança que não altera o resul-
EXEMPLO: tado do juro calculado chama-se taxa equivalente.
1% ao dia é igual a 30% ao mês, que por sua vez é igual a A unidade de referência de tempo chama-se período de
1 Taxa de juros: É a taxa cobrada para empréstimos de dinheiro e seu
valor expressa o custo do dinheiro no mercado. É um ganho para o em-
prestador e uma despesa para o tomador do empréstimo.
• 276
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

capitalização e pode ser o ano, o semestre, o trimestre, o


mês, o dia, etc. Para o calculo de taxa de juros equivalente UNIDADE 2
num sistema de juros simples, basta dividir ou multipli-
car o período em que a taxa se encontra pelo número de
períodos desejados. Capitalização Simples
EXEMPLO:
Se um taxa de juros é de 12% a.a., qual sua taxa equiva- SEÇÃO 1
lente em meses?
Sabe-se que um ano possui 12 meses, Capitalização Simples
logo a taxa de juros mensal equivalente é igual a 1% a.m.
VocêsaberiadeniraCapitalizaçãoSimples?
PONTO CHAVE É uma juros
incide formasimples
de rendimento
ou jurosdo capital
sobre umaplicado, no qual
mesmo volume
Esse cálculo dividindo-se a taxa pelo número de perío- (inicial) de capital.
dos só é valido para o cálculo de juros simples! Quando
se tratar de juros compostos o cálculo da taxa efetiva é O que devemos considerar num cálculo de
diferente. E na hora adequada será apresentada sua forma Capitalização Simples?
de cálculo.
No regime de capitalização simples utiliza-se juros sim-
Qual a diferença entre Juro Exato e Juro Co- ples, que é o capital aplicado a uma taxa de juros por um
mercial? período denido. A formula, que você já conhece, é:
Há uma diferença técnica quando se está falando em juro J = C.i.n
exato e juro comercial. Essa diferença é devido ao calen- Onde: J = total de juro
dário comercial que possui algumas peculiaridades. C = capital ou principal
Para o cálculo do juro comercial considera-se o ano como i = taxa de juro unitário
tendo 360 (trezentos e sessenta) dias e o mês como tendo n = número de períodos de capitalização
30 (trinta) dias. Essa diferença surge devido à necessidade
da contabilidade das empresas padronizarem os períodos
de cobrança e pagamento. Dessa forma é que surgiu o EXEMPLO:
“ano comercial”. Essa diferença é signicativa mesmo
que, numa primeira análise poderia se desconsiderar 1) Quanto receberei de juro se aplicar um capital de R$
essa questão. Pquando se calcular a taxa efetiva comer- 20.000,00 a uma taxa de 8% a.a. por um período de 4
cial utiliza-se ovalores acima e quando se tratar de juro anos?
exato utiliza-se o ano com 365 dias e o mês conforme seu
número de dias. C = 20.000,00
i = 8% a.a. = 8/100 = 0,08 por ano
n = 4 anos
EXEMPLO: J = ? Matemática Financeira e Estatística 13
Ceter Virtual
Juro exato: taxa de juros diários equivalentes a 300% a.a. J = C.i.n
J = 20.000 x 0,08 x 4
i = 300% = 0, 8219% ad J = 6.400,00
365 Resposta: R$ 6.400,00

Juro comercial: → taxa de juros diários equivalentes a Obs.:esse valor encontrado é o total de juro que o capital
300% a.a. . rendeu nessas condições e observe que nesse exemplo a
i = 300% = 0, 8333% ad taxa de juros e o período de aplicação (capitalização) es-
360 tão na mesma unidade de tempo = anos.

2) Qual o valor do capital que aplicado à taxa de 18% am


rendeu R$ 9.000,00 ao nal de 5 meses?

J = 9.000,00
i = 18% a.m = 18/100 = 0,18 ao mês

• 277
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

n = 5 meses
C=? DICA:
J = C.i.n 00,000.10518,000,000.9==xC Ao utilizar as fórmulas acima, verique se há coerência
Resposta: R$ 10.000,00 entre a unidade de tempo da taxa de juro e a do período
de capitalização.
Obs.: Nesse exercício houve a necessidade de operar com
a fórmula. Novamente a taxa de juros e o período de capi- EXEMPLO:
talização são iguais. 1) Um capital de R$ 10.000,00 é aplicado por 4 anos a
uma taxa de 8% aa. Qual foi o montante produzido?
3) Durante quanto tempo deverá o capital de R$
200.000,00 car aplicado à taxa de 6% ao trimestre para C = 10.000,00
render juro de R$ 60.000,00? n = 4 anos

J = 60.000,00 i ==8%
M ? a.a.= 8/100 = 0,08 ao ano
i = 6% a.t = 6/100 = 0,06 ao trimestre , M = C (1+in)
C = 200.000,00 M = 10.000 (1+ 0,08 x 4)
n=? M = 10.000 x 1,32
J = C.i.n ICJn.= = 506,000,000.20000,000.60=x M = 13.200,00
Resposta: 5 trimestres. Resposta: O montante é de R$ 13.200,00

SEÇÃO 2 Unidade 3
Montante
Capitalização Composta
O que chamamos de Montante?

Chamamos de montante, relativo a uma aplicação nan- SEÇÃO 1


ceira, a soma do valor do capital com o juro computado
sobre esse mesmo capital, durante o período considerado. Fluxo de Caixa de uma Aplicação Financeira
Independentemente se foram utilizados juros simples ou
juros compostos. Montante é o capital inicial acrescido Uma ferramenta importante na análise de aplicações -
dos juros. nanceiras é o uxo de caixa. Neste uxo de caixa repre-
Após ter calculado os juros que rende um capital, pode-se senta-se toda a entrada e saída de capital, bem como os
calcular o valor do montante. rendimentos e descontos propiciados pelas taxas de juros.
Neste sistema dene-se como montante (M) o resultado Convenciona-se utilizar as setas apontadas para baixo
de um volume de capital (C) acrescido dos juros (J) que como saídas de capital e as setas apontadas para cima
incidem sobre esse capital, onde os juros são calculados como entradas de capital.
de forma “simples”, tem-se que: Abaixo está representado um uxo de caixa simples, onde
se verica apenas uma saída de capital e uma entrada no
M=C+J nal do período correspondendo ao montante dessa apli-
cação nanceira.
Onde: M = montante ou valor futuro
C = capital ou principal ( r) J M
J = total do juro
Operando com
ples, pode-se a formula
escrever do montante
a fórmula e dosdejuros
do montante umasim-
ma-
neira a se calcular o montante diretamente sem precisar 0 1 2 3 4 5
fazer a operação de soma dos juros com o capital, tem-se C
que:
A operação de capitalização representada gracamente
M=C+J acima mostra o uxo de caixa de aplicação nanceira de
M = C + C.i.n um capital C (valor atual) a uma taxa de juro r produzindo
M = C (1+ i.n) um total de juro J, que somado ao capital transforma-se
no montante M (valor futuro).

• 278
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

mês. Na capitalização composta a cada período (mês, ano,


SEÇÃO 2 etc.) corresponde a um novo montante (M) que se trans-
forma no novo capital (C), de modo que a fórmula ca
Capitalização Composta assim representada.

 ComopodemosdeniraCapitalizaçãoCom- M = C (1 + i)n
posta? Onde: M = Montante
C = Capital (Principal)
Capitalização composta é o regime de capitalização onde i = Taxa de Juro
o juro de cada período nanceiro é incorporado ao mon- n = Duração (nº de períodos)
tante do período anterior.
Neste regime o capital é aumentado pelo juro do período EXEMPLO:

anterior.
dor Justica-se
(aquele esse regime
que empresta) não na medida
recebe em que
o esse juro,opor-
cre- Calcular
de o montante
R$ 50.000,00 produzido
à taxa de juro depela
2%aplicação
ao mês, do capitalo
durante
tanto esse poder de compra (dinheiro) pode ser usado prazo de 2 meses no regime de capitalização composta.
pelo devedor (aquele que tomou emprestado) e, portanto
esse volume de recursos deve render um volume de juro. 1) Cálculo do montante no m do 1º período de capital -
Popularmente, diz-se “juro sobre juro” o que faz algum ização:
sentido. No regime de capitalização simples calcula-se o M1 = C. (1+ i.n) n=1
juro de cada período relacionando a um mesmo volume M1 = 50.000,00 (1 + 0,02 .1) C = 50.000,00
de capital, assim em cada período o valor do juro é o M1 = 51.000,00 i = 2/100 => 0,02
mesmo, pois o valor do capital não se altera.
Na capitalização composta o valor do juro em cada perío- 2) Cálculo do montante no m do 2º período de capital -
do é diferente, pois se acrescenta o juro do período ante- ização:
rior ao capital que será usado no período seguinte. M2 = C1. (1 + i)
Para ilustrar essa diferença observe nas duas tabelas M2 = 51.000,00 (1+ 0,02)
abaixo, o mesmo capital de R$ 50.000,00, a mesma dura- M2 = 52.020,00
ção n = 5 meses e a mesma taxa de 2% ao mês:
Observe que a duração n desaparece, pois cada período
CAPITALIZAÇÃO SIMPLES (duração) apresenta um novo montante, uma nova mul-
N CAPITAL JUROS MON- tiplicação da expressão (1+ i) sobre o montante anterior.
TANTE M2 = C. (1+ i) (1+ i)
M2 = C. (1+ I)2 = 50.000,00 (1 + 0,02) 2
1 50.000,00 1.000,00 51.000,00
M2 = 50.000,00 . 1,0404
2 50.000,00 1.000,00 51.000,00 M2 = 52.020,00
3 50.000,00 1.000,00 51.000,00
4 50.000,00 1.000,00 51.000,00 DICA:
5 50.000,00 1.000,00 51.000,00
Quando for necessário expressar o número de períodos n
CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA de uma capitalização composta, em função do montante
M e da taxa de aplicação i por período, você vai utilizar o
N CAPITAL JUROS MON-
seguinte raciocínio matemático:
TANTE
Temos M = C(1+i)n Logo, CM = (1+i)n Se você se recor-
1 50.000,00 1.000,00 51.000,00 dar do seu conhecimento de logaritmos, poderá escrever:
2 51.000,00 1.020,00 52.020,00
3 52.020,00 1.040,40 53.060,40
4 53.060,40 1.061,21 54.121,61
5 54.121,61 1.082,43 55.204,04 Portanto, usando logaritmo decimal (base 10), vem:

PONTO CHAVE

CAPITALIZAÇÃO SIMPLES:
A taxa de juro incide sobre o capital inicial repetidamente. Temos também da expressão acima que:
CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA:
A taxa de juro incide sobre o capital atualizado, a cada

• 279
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

DESCONTO:
Esta fórmula vai auxiliar você em inúmeros problemas, É a diferença entre o valor nominal (VF) e o valor atual
caso você não possua uma calculadora nanceira. Porém, (VA).
vai exigir de você possuir uma calculadora cientíca. DESCONTO = VF - VA

EXEMPLO:
Um capital é aplicado em regime de juros compostos a PONTO CHAVE
uma taxa mensal de 2% a.m. Depois de quanto tempo
este capital estará duplicado? O desconto consiste então, no abatimento que deve sofr-
Sabemos que M = C (1 + i)n . er um instrumento de crédito cobrado antes do seu venci-
Quando o capital inicial estiver duplicado, teremos mento. Costuma-se dizer que o desconto é uma operação
M = 2C. inversa ao cálculo do juro.
Substituindo,
2C vem:[Obs: 0,02 = 2/100 = 2%]
= C(1+0,02)n De quais maneiras os descontos podem ser
Simplicando, ca: classicados?
2 = 1,02n , que é uma equação exponencial simples.
Teremos então: Há dois tipos de descontos a considerar:
n = log1,022 = log2 /log1,02 = 0,30103 / 0,00860 = 35 • Desconto Racional (por dentro)
• Desconto Comercial (por fora)

RESUMO DESCONTO RACIONAL:


É o desconto equivalente ao juro simples, produzido pelo
Para um número “n” qualquer de período de capitaliza- valor atual, no período correspondente à taxa xada. É
ção composta, pode-se escrever a expressão: dado pela fórmula:
M = C (1+ i)n
Deve-se notar que a parte mais trabalhosa do cálculo de Dr = Va . i . n
juro quando se trabalha com capitalização composta é ex- Onde: Dr = desconto racional
atamente aquela em que a soma (1+ i) tem que ser elevada Va = valor atual
ao expoente “n”. i = taxa em percentual
n = período
EXEMPLOS
UNIDADE 4 1) Qual o valor do desconto racional de uma dívida de R$
38.000,00 hoje, com taxa de 1% a. m. e prazo de 7 meses?
Descontos Dr = Va . i . n
Dr = ?
SEÇÃO 1 Va = R$ 38.000,00
i = 1/100 = 0,01
Descontos n = 7 meses
Dr = 38.000x 0,01 x 7
Na impossibilidade de efetuar a vista o pagamento de Dr = 2.660,00
compra de mercadorias, existe o acordo de fazê-lo em Resposta: O desconto é de R$ 2.660,00
épocas determinadas, sendo o devedor denominado de
comprador e o vendedor é denominado o credor. Os 2) Calcule o valor do desconto racional para um emprés-
compromissos liquidados antes de época estipulada terão timo com valor atual de R$ 250.000,00, prazo de 6 meses
valores menores do
Vamos aprender que conceitos:
alguns os expressos no título. com
Dr =taxa
Va .de
i . juros
n de 8%?
Dr = 250.000 x 0,08 x 6
VALOR NOMINAL: Dr = 120.000
Denomina-se valor nominal à importância declarado a Resposta: O desconto é de R$ 120.000,00
que deve ser para em data determinada. É um valor fu-
turo (VF). DESCONTO COMERCIAL:
É o desconto equivalente ao juro simples produzido pelo
VALOR ATUAL: valor nominal no período correspondente, à taxa xada.
O valor atual é o valor por ele adquirido na data anterior Dc = Vn . i . n
ao seu vencimento (VA). Onde: Dr = desconto comercial

• 280
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

Vn = valor nominal cada período.


i = taxa em percentual 2. SISTEMA PRICE OU FRANCÊS (PRICE): Os
n = período pagamentos (prestações) são iguais.
3. SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTO (SAM):
DESCONTO RACIONAL COMPOSTO: Os pagamentos são as médias dos sistemas SAC e Price.
O Desconto Racional Composto segue a mesma analogia Em todos os sistemas de amortização, cada pagamento é
que deu srcem a idéia de desconto simples. Essa forma a soma do valor amortizado com os juros do saldo deve-
de desconto não é muito usual, embora muitos analistas dor, isto é:
acreditem que se o regime utilizado para a capitalização
foi o de juros compostos o desconto desse titulo também PAGAMENTO = AMORTIZAÇÃO + JUROS
deveria ser realizado via desconto composto para que o
efeito do desconto seja proporcional ao rendimento ob- Em todas as nossas análises, utilizaremos um nancia-
tido. Por
volve se tratarcom
a operação de cálculos maisutiliza-se
logaritmos complexos, onde
tabelas en-
nan- mento
de hipotético
5 meses à taxa de R$ 300.000,00
mensal de 4%. que será pago ao nal
ceiras para se obter o coeciente de desconto. Na seqüência, será essencial o uso de tabelas consolida-
das com os dados de cada problema e com informações
EXEMPLO: essenciais sobre o sistema de amortização. Em todas as
Um título de R$ 30.000,00 foi descontado 3 meses an- análises, utilizaremos a mesma tabela básica que está in-
tes de seu vencimento a taxa de 3,5% a.m., segundo o dicada abaixo, com os elementos indicados:
critério de desconto racional composto. Qual o valor do
desconto? 1. SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE
Vn = 30.000,00 O devedor paga o Principal em n=5 pagamentos sendo
i = 3,5% a.m. que as amortizações são sempre constantes e iguais.
n = 3 meses Uso comum: Sistema Financeiro da Habitação

* de posse desses dados procura-se nas tabelas nanceiras SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE
encontra-se o coeciente de desconto que nesse caso é (SAC)
0,09806. N Juros A m o r t i z a - Pagamento Saldo deve-
ção do Saldo dor
D = Vn . coef.(da tabela nanceira) devedor
D = 30.000 x 0,09806 0 0 0 0 300.000000
D = 2941,8 1 12.000,00 60.000,00 72.000,00 240.000,00
Resposta: o valor do desconto é de R$ 2.941,80.
2 9.600,00 60.000,00 69.600,00 180.000,00
3 7.200,00 60.000,00 67.200,00 120.000,00
SEÇÃO 2 4 4.800,00 60.000,00 64.800,00 60.000,00
5 2.400,00 60.000,00 62.400,00 0
Sistemas de Amortização totais 36.000,00 300.000,00 336.000,00

Amortização é um processo de extinção de uma dívida


através de pagamentos periódicos, que são realizados em 2. SISTEMA PRICE OU FRANCÊS
função de um planejamento, de modo que cada presta-
ção corresponde à soma do reembolso do Capital ou do Todas as prestações (pagamentos) são iguais.
pagamento dos juros do saldo devedor, podendo ser o Uso comum: Financiamentos em geral de bens de con-
reembolso de ambos, sendo que, sumo.
PONTO CHAVE: Cálculo: O cálculo da prestação P é o produto do valor
nanciado Vf=300.000,00 pelo coeciente K dado pela
fórmula:
JUROS SÃO SEMPRE CALCULADOS SOBRE O
SALDO DEVEDOR!

Você sabe quais os principais sistemas de


amortização? Onde: i = taxa ao período
Os principais sistemas de amortização são: n =número de períodos.
1. SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE Para esta tabela, o cálculo fornece:
(SAC): A amortização da dívida é constante e igual em P = K × Vf = 67.388,13

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

SISTEMA PRICE (OU SISTEMA FRANCÊS)


N Juros A m o r t i z a - Pagamento Saldo deve-
ção do Saldo dor
devedor REFERÊNCIAS
0 0 0 0 300.000000
Vieira Sobrinho, José Dutra - Matemática Financeira -
1 12.000,00 55.388,13 67.388,13 244.611,87
Ed. Atlas - 1997
2 9.784,47 57.603,66 67.388,13 187.008,21 Faria, Rogério Gomes de - Matemática Comercial e Fi-
3 7.480,32 59.907,81 67.388,13 127.100,40 nanceira - 5ª ed. - Ed. Makron Books - 2000
4 5.084,01 62.304,12 67.388,13 64.796,28 Mathias, Washington F. & Gomes, José M. - Matemática
5 2597,85 64.769,28 67.388,13 0 Financeira - Ed. Atlas, 1995
totais 36.940,65 300.000,00 336.940,65 Assaf Neto, Alexandre - Matemática Financeira e suas
aplicações Carlos
Samanez, - 5ª ed.P.- Ed. Atlas - 2000Financeira: aplicações
- Matemática
3. SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTO à Análise de Investimentos - 3ª ed. - Ed. Makron Books
Cada prestação (pagamento) é a média aritmética das - 2002
prestações respectivas nos Sistemas Price e no Sistema de Matemática Financeira e Estatística 33
Amortização Constante (SAC).
Uso: Financiamentos do Sistema Financeiro da Habita-
ção.
Cálculo:

n PSAC PPrice PSAM


1 72.000,00 67.388,13 69.694,06
2 69.600,00 67.388,13 68.494,07

34 67.200,00
64.800,00 67.388,13
67.388,13 67.294,07
66.094,07
5 62.400,00 67.388,13 64.894,07

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTO (SAM)


N Juros Amortiza- Pagamento Saldo deve-
ção do Sal- dor
do devedor
0 0 0 0 300.000000
1 12.000,00 57.694,06 69.694,06 242.305,94

2 9.692,24 58.801,83 68.494,07 183.504,11


3 7.340,16 59.953,91 67.294,07 123.550,20
4 4.942,01 61.152,06 66.094,17 62.398,14
5 2.495,93 62.398,14 64.894,07 0
to- 36.470,34 300.000,00 336.470,94
tais

• 282
Curso Técnico em Transações Imobiliárias

EXERCÍCIOS
Matemática nanceira

1 – O juro simples difere do composto:

a) Dependendo da instituição nanceira


b)
c) Pelo maneira
Pela tempo deque
aplicação
o juro édo capital
aplicado
d) Todas as alternativas estão corretas
e) Nenhuma das alternativas estão corretas

2 – Calcule o valor do capital no regime de capitalização composta que, aplicado à taxa de 0,75% ao dia, durante o
período de 7 dias, produz um montante de R$ 12.544.78:

a) R$ 10.125,25
b) R$ 9.025,00
c) R$ 11.905,50
d) R$ 11.510,00
e) R$ 12.000,50

3 – Calcule o valor da capital no regime de capitalização composta que aplicado à taxa de 20% ao semestre, produz ao
nal de 3 semestres o montante de R$ 30.000,00:

a) R$ 17.361,00
b) R$ 25.540,00
c) R$ 29.672,00
d) R$ 19.621,00
e) R$ 22.925,00

4 – Calcular o montante produzido pela aplicação, no regime de capitalização composta à taxa de 0,5% ao dia, durante
o prazo de 21 dias, de um capital de R$ 20.000,00:

a) R$ 35.521,00
b) R$ 28.619,20
c) R$ 40.918,50
d) R$ 22.208,40
e) R$ 23.730,20

5 – Durante quanto tempo deverá permanecer, aplicado à taxa de 10% ao mês, o capital de R$ 5.200,00 para produzir
um montante de R$ 16.319,84?
a) 8 meses
b) 7 meses
c) 3 anos
d) 2 anos
e) 1 ano

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Curso Técnico em Transações Imobiliárias

6 – Durante quanto tempo deverá permanecer um capital de R$ 5.200,00 aplicado à taxa de 50% ao ano para produzir
um montante de R$ 133.270,33?

a) 8 anos
b) 8 meses
c) 5 anos e 3 meses
d) 4 anos
e) Nenhuma das respostas anteriores

7 – Calcular o valor do montante produzido pela aplicação de um capital de R$ 135.000,00, à taxa de 3,5% ao mês
durante o prazo de 24 meses, no regime de capitalização composta:

a) R$ 147.523,75
b) R$ 308.249,55
c) R$ 271.392,00
d) R$ 181.918,27
e) Nenhumas das respostas anteriores

8 – Qual o valor do desconto racional de uma dívida de R$ 38.000,00 hoje, com taxa de 1% ao mês e prazo de 7 meses?

a) R$ 1.500,00
b) R$ 2.620,00
c) R$ 2.660,00
d) R$ 785,27
e) Nenhuma das respostas anteriores

9 – Calcular o desconto comercial de um compromisso no valor nominal de R$ 7.500,00, considerando a taxa de juros
de 28,8% ao ano e o prazo de antecipação do resgate como sendo de 50 dias:

a) R$ 225,00
b) R$ 105,27
c) R$ 382,00
d) R$ 300,00
e) Nenhuma das respostas anteriores

10 – Calcule o desconto comercial para pagamento antecipado, com taxa de 1,5% ao mês e prazo de 9 meses, valendo
R$ 7.800,00 a parcela das chaves de um imóvel:

a) R$ 2.500,00
b) R$ 792,00
c) R$ 1.251,00
d)
e) R$ 1.500,00das respostas anteriores
Nenhuma

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