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TÉCNICAS DE EXPRESSÃO

By: Daniel Bento Luís, Advogado e


Formador em Oratória.
 «Existem quatro maneiras, e apenas quatro, de
contactarmos com o mundo. Somos avaliados e
classificados por estas quatro maneiras de
contactar: aquilo que fazemos, como parecemos, o
que dizemos e como o dizemos».
DALE CARNEGIE
OBJECTIVOS
 A formação destina-se aos operadores do Direito e
outros profissionais interessados em melhorar a sua
forma de comunicação;
 Esta visa capacitar os formandos a fim de ter uma
visão geral e especifica sobre as técnicas de
expressão no contexto da comunicação;
 É pela comunicação que o homem manifesta ou
exprime as suas ideias, pensamentos, emoções e
sentimentos;
PONTO PRÉVIO
 A formação visa adquirir habilidades ou
competências e instrumentos que facilitem a
comunicação escrita e oral,
 Por via do treinamento e da prática permanentes;
 Praticar, treinar e exercitar sempre as expressões
que requerem o modo conjuntivo;
 A comunicação excelente é a chave para o sucesso
profissional.
SUMÁRIO
 1- A TÉCNICA NA COMUNICAÇÃO.
 2- QUE LINGUAGEM A UTILIZAR NA
ACTIVIDADE PROFISSIONAL
 3- O DOMÍNIO DOS VERBOS PARA A UMA
EXPRESSIVIDADE ADEQUADA.
 4- EXPRESSÕES USUAIS QUE PEDEM O
CONJUNTIVO
 CONCLUSÃO.
PONTO PRÉVIO
 Todos os profissionais que ligados à comunicação devem saber e
dominar com segurança, as técnicas adequadas para responder de forma
positiva, objectiva, coerente e precisa à demanda profissional.
 Não basta que saibamos o Direito, Economia, Recursos Humanos,
contabilidade, fiscalidade, Higiene e Segurança no Trabalho (leis,
costumes, jurisprudência, princípios gerais, etc); é preciso saber as
formas ou meios de como podemos transmitir a nossa mensagem com
segurança, confiança e força para que o destinatário(clientes) entenda.
 O importante não é comunicar. Mas como o destinatário da mensagem
entende o que comunicamos. Comunicar exige o sentido da alteridade,
ou seja, como o outro entende o que transmitimos.
cont,.
 Saber falar ou comunicar, não é usar frequentemente
as expressões latinas para impressionar o destinatário.
Comunicar é conexão, é interação; é ser entendido.
 Muitos juristas gabam-se de forma orgulhosa com uso
exagerado de expressões que grande e profundamente
maculam a sua linguagem.( V. G: no que tange,
portanto, tendo em conta, partindo do pressuposto, o
direito abre muitas janelas para o entendimento da
realidade, o meu ponto de vista é também atendível,
etc).
1. CONCEITO DE TÉCNICA
 A técnica é a arte ou conjunto de meios que nos
proporciona a obter um determinado fim.
 O profissional da Comunicação usa a palavra como
instrumento de trabalho. Para tal, é preciso usá-la
com cuidado e rigor para melhor passar a
mensagem com vista a persuadir e convencer o
público.
Cont.
 A Comunicação enquanto meio ou técnica é um bem
essencial à sobrevivência humana.
 Todos nós nascemos a comunicar; mas comunicar
bem é um desafio pessoal e faz toda a diferença na
vida e na actividade profissional.
 O jurista é essencialmente um profissional de
comunicação. O bom orador será aquele que não diz
mais do que deve dizer e tudo diz com precisão. Como
quem bem fala, bem escreve, o jurista deve ter uma
retórica irrepreensível (Albano Pedro).
Cont.
 O sucesso do profissional não depende única e simplesmente
do domínio das matérias específicas(jurídicas, económicas,
filosóficas, contabilísticas, etc.), mas pelas qualidades
comunicativas que muitos ostentam. A tua área específica
pode representar 20% ou 30% do conhecimento que o
profissional de sucesso usa. A outra percentagem apreende
na História, Sociologia, Religião, Tecnologia de Informação
e comunicação, teatro, etc. O profissional de sucesso é
versátil em matérias linguísticas (língua inglesa, francesa,
alemã, mandarim, etc), que agregam algum now-how na sua
vida profissional.
IMPORTANTE
 Somos todos convidados a observar as orientações pedagógicas
de Maria Helena, Professora de Língua Portuguesa na
Universidade Católica de Angola, que abaixo se reproduzem:
 Sempre que falar, deve sempre observar:
 1. TER O QUE DIZER, evitando a improvisão;
 2. SABER DIZER, evitando expressões equívocas ou palavras
inadequadas
 - VOCABULÁRIO – adequado e preciso, adquirido através da
leitura;
 -FLUIDEZ VERBAL, adquirida através da participação em
debates, workshops, seminários, etc.
Cont.
 3. PREPARAR UM GUIÃO , com ideias fundamentais
para se orientar durante a exposição;
 4. SABER COMO ESTAR, evitando nervosismo, mãos
nos bolsos, olhar fixo, rapidez e repetições inúteis.
 5. COMO DIZER, obedecendo aos seguintes recursos:
a)ordem e clareza – ideias claras e ordem lógica; b)
entoação – com naturalidade, sem artifícios retóricos; c)
gestos – naturais; d) voz- muito clara e persuasiva
 Evitar vocabulário muito erudito ou expressões latinas
que dificultem a compreensão;
2. LINGUAGEM A UTILIZAR
 A linguagem é a capacidade comunicativa que têm os seres
humanos (e outros seres) de usar qualquer sistema de sinais
significativos, para expressar seus pensamentos, sentimentos e
experiências.
 Os profissionais da Comunicação usam uma linguagem própria,
isto é, a linguagem técnica (jurídica) que consiste no domínio de
termos técnicos ou jurídicos usados ou aplicados de forma clara,
objectiva, precisa e concisa para o fim a que se pretende. O
Direito ou outra área do saber são ciências exigentes que
pressupõem muita leitura diversificada, assistir aos filmes
específicos, dramáticos, épicos, líricos, poéticos e não só e ter
uma capacidade afinada de ouvir ou escutar o outro. (escutatória).
Cont.
 Hoje, o profissional é chamado a usar termos que
facilitem a compreensão do cidadão/cliente. Falar
bem, não é usar termos difíceis. Falar bem é ser
percebido pelo outro. O profissional que quiser ser
excelente deverá abdicar-se da linguagem difícil ou
complicada sob pena de afugentar a clientela. As
vezes, os profissionais (juristas) falam para os
outros, o que nem eles próprios entendem.
Professores que elaboram provas que eles próprios
não conseguem fazer ou resolver.
3. O DOMÍNIO DOS VERBOS
 O verbo é a base da gramática. É o motor da linguagem
verbal.
 Os profissionais não precisam dominar toda a gramática,
mas é necessário ter um conhecimento profundo dos
verbos e sobretudo os modos e tempos. Todo e qualquer
profissional bom a nível da comunicação investiu
profundamente nos verbos. Muitos profissionais
(juristas) que não sabem distinguir souber e saber, puder
e poder, sabemos e soubemos, for e fora, vir e vier ou
ver, seja, esteja, haja, houve ou houvesse, etc.
Cont.
 Caros juristas, tenham cuidado com as formas
verbas dos seguintes verbos: Dar, ver, vir, trazer,
por, querer, dizer, fazer
 1ª pessoa do plural do Presente do Indicativo e 1ª
Pessoa do Plural do P. Perfeito Indicativo.
 Ex: Nós damos –nós demos.
 Dar- Nós dizemos – nós dissemos
 Fazer- Nós fazemos – nós fizemos
 Pôr - Nós pomos – nós pusemos
Cont.
 Querer - Nós queremos – nós quisemos
 Trazer - Nós trazemos – nós trouxemos

 Ver- Nós vemos – nós vimos

 Vir- Nós vimos – nós viemos

V. G: Ontem nós trouxemos os livros, mas hoje não


os trazemos.
Hoje não queremos ficar aqui. Ontem quisemos
porque era feriado.
CONT.
 Existem muitos verbos regulares ou irregulares que
criam muita confusão na exposição oral que todos
nós devemos ter cuidado. Falar bem, não é, não foi
e nem será fácil. A todos nós é necessário exercício
permanente, leitura constante da gramática e de
livros linguísticos para que fique de forma
indelével na memória. Não substimemos a
gramática, se quisermos ser bons profissionais a
nível da comunicação verbal.
5. EXPRESSÕES USUAIS QUE EXIGEM O
CONJUNTIVO.

 As expressões abaixo descriminadas são


imperativamente usadas com o conjuntivo.
 É possível que; é impossível que; é provável que; é
aconselhável que; é importante que; é necessário
que; é melhor que; é difícil que; convém que; é
conveniente que; basta que; é suficiente que; para
que; a fim de que; a não ser que; até que; antes
que; embora, oxalá, talvéz.
 Assim, sempre que o jurista se deparar com elas, quer
na oralidade ou na escrita, deverá usar o conjuntivo.
CONT.
 EX: Prefiro que seja aqui em Luanda;
 Desejo que os profissionais de Luanda sejam oradores
excelentes;
 Espero que ponham em prática todas as dicas
partilhadas;
 Não acho que a gaguez seja um problema incontornável;
 Oxalá tenhamos juristas comunicativos;
 Tenho medo que os profissionais de Luanda enfraqueçam
nos compromissos laborais.
LINGUAGEM FORENSE
 LINGUAGEM FORENSE

 NAS CERTIDÕES, DESPACHOS, DECISÕES, SENTENÇAS, ACÓRDÃOS, BEM COMO NAS PETIÇÕES,
REQUERIMENTOS, ALEGAÇÕES, RECURSOS – ENFIM, EM TODAS AS PEÇAS DO PROCESSO – A
LINGUAGEM FORENSE DEVE SER:

 a) CLARA: “A CLAREZA É A MAIOR QUALIDADE DO ESTILO” ;

 B) CONCISA: LIMITAR-SE AO ESTRITAMENTE NECESSÁRIO;

 C) CORRETA: OBSERVÂNCIA DOS PRECEITOS GRAMATICAIS CONSAGRADOS PELA NORMA CULTA;

 D) SIMPLES: PALAVRAS CURTAS E SIMPLES, SEM ADJETIVOS E SEM COMENTÁRIOS; E) PRECISA:


TERMINOLOGIA ESPECÍFICA E COMPATÍVEL COM A NATUREZA DO ASSUNTO VERSADO;
CONCLUSÃO
 A técnica é arte de obter um determinado resultado
específico. Quem comunica deve dominar o
assunto, saber o seu destinatário e ter métodos
adequados para que obtenha os propalados
resultados.
 Os profissionais ligados ao Direito devem dominar
a gramática, mas com maior incidência os verbos
enquanto base e sustentáculo da linguagem verbal.
CONT
 Na exposição oral ou escrita exige-se a coesão, a
coerência, o domínio dos factos ou assuntos, ter
postura adequada, adquirir vocabulário por meio da
leitura e de outros meios didácticos e abster-se de
vícios de linguagem que roubam o prestígio a nível
da comunicação.
 Dominar expressões usuais na comunicação verbal
que exigem o conjuntivo, a crase, linguagem forense
é um desafio de todos nós. Pois, o processo de
aprendizagem é eterno.
PEQUENA BIBLIOGRAFIA
 Albano Pedro, Curso de Direito e profissões jurídicas, Mayamba, 2017.
 Daniel Goleman, a inteligencia emocional – a teoria revolucionária que redefine o
que é ser inteligente, Editora Obectiva, 2005.
 Dale Carnegie, Como falar em público e Encantar as Pessoas - Torne-se um
Orador e Comunicador Magistral, Companhia editora Nacional, 2012.
 Guilhermo Ballenato PRIETO, Falar em público – a arte e técnica de oratória,
Escolar Editora, Lisboa, 2014.
 Maria Helena Miguel e Maria Antónia Alves, convergências – manual universitário
de Portugues, 2ª edição, 2008
 Piero Calamandrei, Eles, os juízes, vistos por um Advogado, Martins fontes, 2017.
 Edmundo Dantès NASCIMENTO, linguagem forense: a língua portuguesa aplicada
à linguagem do foro, 10 a edição, São Paulo, Editora Saraiva, 1992.
 Gabriel CHALITA, a sedução no discurso : o poder da linguagem nos tribunais de
Júri, 4 ed São Paulo, Saraiva, 2007.
CONTACTOS
 Ler é a forma mais cómoda e económica de viajar. De conhecer o mundo,
de conhecer o homem, outras mentalidades, outras culturas, outras
civilizaçoes.
 TEMPOS DIFÍCEIS FAZEM HOMENS FORTES, HOMENS FORTES
FAZEM TEMPOS FÁCEIS, TEMPOS FÁCEIS FAZEM HOMENS
FRACOS E HOMENS FRACOS FAZEM TEMPOS DIFÍCEIS.
 DITADO POPULAR.
 Daniel Bento, Advogado e Formador em oratória e comunicaçao;
 Facebook: Daniel Bento Luís
 Página: oficinas de oratória
 Email: dbladvogados16@hotmail.com
 924983895/994778874

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