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Aqui, você terá acesso a itens essenciais que precisam ser pensados por você
para escrever um bom texto, que antecedem propriamente o estudo das regras da língua
portuguesa:
os constituintes da comunicação e
a função da linguagem.
Diante disso, te faço a seguinte pergunta:
Preciso escrever, e agora?
Alguns processos por qual passamos quando estudantes parecem fáceis, mas,
quando chega a hora de praticar, ficamos perdidos, sem saber por onde começar. Talvez,
uma dessas ações se refere à produção de texto. Quantas vezes você se pegou olhando a
tela do notebook sem saber como iniciar um parágrafo?
Por isso, o primeiro passo para entender como escrever um texto se dá na
compreensão dos constituintes da comunicação.
Constituintes da comunicação
Funções da linguagem
As funções da linguagem referem-se aos objetivos comunicativos que uma
mensagem pode ter. Elas foram inicialmente propostas pelo linguista Roman Jakobson e
são divididas em seis funções principais:
Função Metalinguística:
A linguagem é utilizada para explicar ou esclarecer seu próprio significado. Dicionários,
glossários e definições são exemplos disso.
Exemplo: Na frase 'o gato está no telhado', 'telhado' refere-se à parte superior da casa.
Função Fática:
O foco é no canal de comunicação em si, garantindo que a mensagem tenha sido
compreendida e mantendo o canal aberto. Saudações e confirmações de recebimento são
exemplos.
Exemplo: Você está me ouvindo?
Função Poética:
A linguagem é usada de maneira artística e estilizada, muitas vezes com ênfase na forma
e na expressão. Poesia e literatura são exemplos.
Exemplo: Versos dançam na página, como rios de tinta fluindo.
É importante notar que, muitas vezes, uma comunicação pode servir a várias
funções simultaneamente. Além disso, a ênfase em uma função específica pode variar
dependendo do contexto e das intenções do comunicador.
Assim, na academia, a adoção de uma função de linguagem específica depende
do contexto da comunicação. No entanto, o uso da linguagem escrita em assuntos
técnicos ou científicos enfatiza a função referencial (ou denotativa).
Essa função coloca ênfase na transmissão de informações de maneira objetiva e
clara. Na comunicação acadêmica, a busca pela precisão e clareza na expressão é
fundamental para garantir que as ideias sejam comunicadas de maneira compreensível e
sem ambiguidades.
A função referencial é particularmente proeminente em gêneros textuais
acadêmicos como artigos científicos, relatórios de pesquisa, teses e dissertações. Nesses
contextos, os acadêmicos se esforçam para comunicar os resultados de suas pesquisas
de maneira precisa, utilizando uma linguagem técnica e seguindo normas específicas de
formatação. A ênfase está na transmissão eficaz de conhecimento, na apresentação de
argumentos baseados em evidências e na contribuição para o corpo existente de
conhecimento na respectiva disciplina.
No entanto, ressalta-se que, mesmo na academia, outras funções da linguagem
podem estar presentes dependendo do contexto específico. Por exemplo, em aulas,
apresentações e discussões acadêmicas, a função conativa (apelativa) pode ser utilizada
para persuadir ou influenciar os ouvintes. Além disso, a função metalinguística é
comum ao explicar termos específicos, conceitos ou metodologias.
Em resumo, enquanto a função referencial é dominante na comunicação
acadêmica, outras funções da linguagem também podem desempenhar papéis
importantes, dependendo do contexto e das intenções do comunicador acadêmico.
Além de pensar nos constituintes de comunicação e nas funções da linguagem,
não se pode esquecer que é preciso escrever de forma objetiva, não havendo e, mesmo
diante da diversidade de gêneros textuais que envolvem a escrita acadêmica, o que não
se permite é o abandono da necessária correção gramatical.
Assim, estabelecemos aqui três principais regras que permitem que seu texto
seja recebido por uma pessoa e consiga ser decodificado:
● CLAREZA – As ideias devem ser expressas de tal forma que não deixem margem a
dúvidas.
● CONCISÃO – Dir-se-á exatamente o que se quer transmitir, evitando minucias
desnecessárias.
● PRECISÃO – Empregar palavras que tenham sentido exato.
Para saber mais, leia o capítulo 10 do livro Português básico: gramática, redação, texto.
ALMEIDA, Antonio Fernando de A.; ALMEIDA, Valéria Silva Rosa de. Português
básico: gramática, redação, texto. 5 ed. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2003.
E-book. ISBN 9788522466009. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522466009/. Acesso em: 30 jan.
2024.