Você está na página 1de 18

Escola Superior de Governação

________________________
Curso de Licenciatura em Administração Pública
2º Ano 1º Semestre
Pós-Laboral
Cadeira: Métodos de Pesquisa em Ciências Sociais

Elementos dos Trabalhos Académicos

Discente: Docente:
Gabriela José Bata Prof. Doutor Alberto Togarepe

Maputo, Março de 2023


Índice
1. Introdução ................................................................................................................................... 1

1.1. Objectivos do Trabalho ........................................................................................................ 1

1.1.1. Objectivo Geral.............................................................................................................. 1

1.1.2. Objectivos Específicos .................................................................................................. 1

1.2. Metodologia de Trabalho ..................................................................................................... 1

1.2.1. Classificação e Caracterização da Pesquisa................................................................... 2

2. Elementos dos Trabalhos Académicos ....................................................................................... 3

2.1. Elementos Pré-Textuais........................................................................................................ 5

2.2. Elementos Textuais .............................................................................................................. 9

2.3. Elementos Pós-Textuais ..................................................................................................... 13

3. Conclusão.................................................................................................................................. 14

4. Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 16


1. Introdução

O trabalho em alusão é parte integrante das exigências da cadeira de Métodos de Pesquisa em


Ciências Sociais como um dos requisitos exigíveis para a obtenção da classificação de pesquisas
académicas e tem como tema: Elementos dos Trabalhos Académicos. Nesse sentido, os trabalhos
académicos possuem uma estrutura padronizada, que abrange elementos pré-textuais (que
consistem em aspectos de apresentação e ordenação dos conteúdos do trabalho), textuais (o
corpo do trabalho propriamente dito) e pós-textuais (elementos de fechamento do trabalho,
considerados importantes para a compreensão dos mesmos).

Nesta senda, através da metodologia do trabalho, procura-se identificar os elementos pré-


textuais; identificar os elementos textuais e identificar os elementos pós-textuais. A partir dos
objectivos específicos, foram feitas pesquisas cujo teor encontra-se no desenvolvimento deste
trabalho.

1.1. Objectivos do Trabalho

1.1.1. Objectivo Geral

 Debruçar em torno dos elementos dos trabalhos académicos

1.1.2. Objectivos Específicos

 Identificar os elementos pré-textuais;


 Identificar os elementos textuais;
 Identificar os elementos pós-textuais.

1.2. Metodologia de Trabalho

Todo o processo de pesquisa científica deve conter métodos para assegurar que os seus
resultados sejam fiáveis e válidos. Para que haja pesquisa científica Marconi e Lakatos (2007),
afirmam que é preciso o emprego de métodos científicos. Assim, “pode-se definir método como
caminho para se chegar a um determinado fim. E método científico como o conjunto de
procedimentos intelectuais e técnicas adoptadas para se atingir o conhecimento” (Gil, 1995:27).

Existe outro conceito intrinsecamente ligado ao de método, o de metodologia - que pode ser
considerado como o estudo do método - ou seja, é a “ordem a que se deve impor aos diferentes

1
processos necessários para atingir um fim dado. É o caminho a seguir para chegar à verdade nas
ciências” (Marconi & Lakatos, 2009:45). Na mesma senda, Zanella (2009:61), define
metodologia como o estudo de caminhos a serem percorridos para se realizar uma pesquisa, o
caminho que o pesquisador percorre em busca da compreensão da realidade de um facto ou
fenómeno.

1.2.1. Classificação e Caracterização da Pesquisa

Quanto aos procedimentos técnicos a presente pesquisa é bibliográfica. É pesquisa bibliográfica,


pois foi elaborada a partir de material já publicado, fontes secundárias, constituído,
principalmente, por livros, artigos de jornais científicos e artigos publicados em portais da
internet (Lundin, 2016:121-122). Esta pesquisa permitiu fazer o uso de manuais no intuito de
colher ideias e conhecimentos credíveis e fiáveis sobre o tema em pesquisa, assim como para
aspectos metodológicos e teóricos relacionados com este trabalho.

2
2. Elementos dos Trabalhos Académicos

Segundo Guambe (2011:33), os trabalhos académicos possuem uma estrutura padronizada, que
abrange elementos pré-textuais1 (que consistem em aspectos de apresentação e ordenação dos
conteúdos do trabalho), textuais2 (o corpo do trabalho propriamente dito) e pós-textuais3
(elementos de fechamento do trabalho, considerados importantes para a compreensão dos
mesmos).

Os trabalhos académicos, dessa maneira, são apresentados de modo a permitir um contacto


inicial com seu conteúdo, que pode despertar ou não no leitor o interesse em prosseguir a leitura,
sendo fechados com elementos que (à excepção das referências bibliográficas), embora
importantes, podem ser dispensados em uma leitura rápida (Idem.).

Antes de apresentar os elementos do trabalho científico, é conveniente mencionar os padrões


para a formatação dos documentos, de acordo com o estilo APA. O papel a ser utilizado para a
digitação ou dactilografia do texto é o A4. Recomenda-se usar fonte de tamanho 12 para o texto,
e tamanho 10 para citações longas (destacadas no texto conforme será visto abaixo) e notas de
rodapé. Não existe uma fonte recomendada, mas a Arial e a Times New Roman vêm se
popularizando; o importante é que a fonte seja de fácil visualização. As margens das páginas
obedecem ao seguinte padrão:

 Superior: 3 cm;
 Inferior: 2 cm;
 Esquerda: 3 cm;
 Direita: 2 cm.

Quanto à entrelinha, ela deve ser 1,5 para o corpo do texto, à excepção dos resumos, notas de
rodapé, indicações de título e fonte das figuras e das citações longas, destacadas do texto, em que
se deve usar a entrelinha simples. Títulos e subtítulos de secção devem ser separados do texto
precedente e do sucedente por duas entrelinhas de 1,5 (Idem.).

1
Ou seja, os elementos pré-textuais que são os que antecedem o corpo do trabalho propriamente dito, com
informações que ajudam na identificação e utilização do trabalho (Fonseca, et al., 2005:14).
2
Ou seja, os elementos textuais que compõe o corpo do trabalho, isto é, a parte onde está a exposição da matéria e
que deve ter, fundamentalmente três partes: a Introdução, o Desenvolvimento e a Conclusão (Idem.).
3
Ou seja, os elementos pós-textuais são aqueles que complementam o trabalho e aparecem após o corpo
propriamente dito (Idem.).

3
A paginação do documento segue uma regra simples: todas as páginas, a partir da folha de rosto,
devem ser contadas para a numeração em algarismos arábicos. Vale à pena observar que não se
exige mais que os elementos pré-textuais sejam numerados independentemente dos textuais em
algarismos romanos, em conformidade com Harvard Standards. O cuidado que deve ser tomado
é que os elementos pré-textuais não devem apresentar os números de páginas, portanto, estes só
serão apresentados no documento a partir da primeira página dos elementos textuais (a primeira
página da Introdução). Os números de página devem ser colocados no canto superior direito da
folha, a 2 cm da borda direita do papel e a 2 cm da borda superior. Quando há a apresentação de
anexos e/ou apêndices, sua numeração deve ser sequenciada em relação à dos elementos textuais
e, na hipótese de o trabalho abranger mais de um volume, deve-se manter a sequência da
numeração nos volumes subsequentes (Guambe, 2011:33).

Títulos indicativos de secção devem ser numerados progressivamente (por exemplo, 1 para
introdução, 1.1 para contextualização do tema, 1.1.1 para justificativa), separando-se o título da
numeração por intermédio de um espaço. As secções primárias devem iniciar uma nova página e
o número desta página deve ficar aculto. O alinhamento do título segue a margem esquerda. Os
títulos de secção que não recebem numeração, como o resumo, o sumário, as listas de ilustrações
e as referências bibliográficas, devem ser centralizados; todos os demais devem estar alinhados
com a margem esquerda. Quanto ao destaque dos títulos, usa-se maiúscula e negrito para
identificar um título principal (como os capítulos), maiúscula para a secção e maiúsculas e
minúsculas para as subsecções (Ibid.:34).

Notas de rodapé são numeradas sequencialmente, podendo ter numeração independente, ou seja,
cada novo capítulo “zera” a numeração das notas, ou usando uma única numeração ao longo de
todo o texto. Elas devem ser digitadas ou datilografadas dentro das margens, em fonte de
tamanho menor (10 é o recomendável), em entrelinha simples, e com um filete de 3 cm a partir
da margem esquerda separando-as do texto (Idem.).

As ilustrações de quaisquer tipos devem ser numeradas sequencialmente em algarismos arábicos,


com o título precedido pela palavra Figura e sua respectiva numeração, legenda (se necessário) e
indicação da fonte (quando necessário, ou seja, quando não se trata de figura elaborada pelo
autor), sendo esses elementos (título, legenda e fonte) colocados imediatamente abaixo da figura,
com entrelinhas simples. A Harvard Standards recomenda que todo o tipo de ilustração deve ser

4
colocado o mais próximo possível do texto a que se refere, ficando a critério do autor o projecto
gráfico; isso significa, entre outras coisas, que não há uma exigência em termos de separação da
figura do resto do texto (Guambe, 2011:33).

2.1. Elementos Pré-Textuais

Os elementos pré-textuais antecedem o texto apresentando informações que permitem a


identificação e a utilização do trabalho. O primeiro desses elementos é a capa.

 Capa

A capa é obrigatória em qualquer trabalho académico, ao identificar o trabalho, seu autor, o local
em que ele foi ou será apresentado, bem como o ano em que ele foi elaborado, além de servir de
protecção para o mesmo. Os elementos da capa são os seguintes:

 Nome do autor;
 Título;
 Subtítulo (caso exista);
 Número do volume (caso o trabalho esteja dividido em volumes);
 Cidade (local onde a instituição está situada);
 Ano da entrega do trabalho (Ibid.:35).

Por sua vez, Fonseca, et al. (2005:15), sustentam que a capa é a cobertura externa confeccionada
de material flexível (brochura) ou rígido (capa dura ou cartonada), impressa em papel, cartolina,
couro ou outro material que envolva as folhas que constituem o trabalho. O projecto gráfico da
capa deve ser configurado nas seguintes cores básicas: azul para Monografias de graduação e
especialização; verde para Dissertações de Mestrado e vermelho para Teses de Doutorado, e
conter as seguintes informações, na ordem indicada: a) o nome da instituição; b) o nome da
unidade acadêmica; c) o nome do curso; d) o nome do autor; e) o título; f) o número do volume
(se houver); g) a nota indicando a natureza acadêmica (grau, área e/ou disciplina); h) o nome
do(s) orientador(es); i) o local; e j) o ano.

5
 Declaração de Autoria

A declaração4 de autoria regista-se em página única, a seguir à página de capa, devendo o autor
após a sua assinatura:

“Eu, Gabriela José Bata, declaro, por minha honra, que o presente trabalho
é da minha autoria e que nunca foi anteriormente apresentado para avaliação
em alguma Instituição de Ensino Superior, Nacional ou de outro País”.

 Termo de Responsabilização do Candidato e do Supervisor

Na página relactiva ao termo de responsabilização5 do candidato e do supervisor escreve-se:

“Trabalho a ser submetido à Escola Superior de Governação da Universidade


Joaquim Chissano (UJC), como cumprimento parcial dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de licenciatura em Administração Pública”.

 Índice

O quarto elemento pré-textual é obrigatório: o índice. O índice é a enumeração das principais


divisões, secções e subsecções do trabalho, na mesma ordem e grafia em que são apresentadas,
acompanhadas do devido número de página. No caso de haver mais de um volume, em cada um
deve ser apresentado o sumário completo. As regras para a apresentação do índice são as
seguintes:

 A expressão índice é usada como título e escrita em letras maiúsculas negritadas,


centralizada na primeira linha do texto;
 O título é separado dos elementos com duas entrelinhas em branco (escrevendo na
terceira);
 As letras e entrelinhas são as mesmas utilizadas no texto;
 Os primeiros elementos apresentados são os pré-textuais (listas de figuras, de tabelas, de
siglas e resumos), sem indicação numérica, escritas em maiúsculas negritadas, e com uma
linha pontilhada ligando os títulos aos números da página inicial, que devem ser
alinhados com a margem direita;

4
Regulamento de Avaliação do Trabalho de Conclusão de Licenciatura e da Dissertação de Mestrado.
5
Idem.

6
 Os títulos das secções primárias e suas subdivisões são apresentados na ordem em que
surgem no texto, com indicativo numérico (quando houver) alinhado à esquerda, títulos
separados do indicativo por um espaço e com uma linha pontilhada ligando o título ao
número da página inicial, esta alinhada com a margem direita;
 Os últimos elementos apresentados no índice são os pós-textuais, apresentados sem
indicação numérica acompanhando o título, alinhados à margem esquerda, escritos em
maiúsculas negritadas e ligados ao número inicial de página (alinhado com a margem
direita) por uma linha pontilhada;
 Os títulos principais (capítulos) são grafados em maiúsculas e negrito, os subtítulos
(secções), em maiúsculas, e as subsecções, em maiúsculas e minúsculas. Cada número de
capítulo, secção ou subsecção deve ser separado do respectivo título por dois espaços,
não sendo recomendável usar pontos ou parênteses como elementos separadores no
índice (Iskandar, 2003).

 Agradecimentos

Segundo Fonseca, et al. (2005:15), os agradecimentos (opcional) são menções que o autor faz a
pessoas e/ou instituições dos quais tenha recebido apoio e que concorreram, de maneira
relevante, para o desenvolvimento do trabalho. No mesmo diapasão, Guambe (2011:37), defende
que os agradecimentos, também é opcional, e consiste na listagem de pessoas e instituições que
porventura tenham contribuído de alguma forma para a realização do trabalho.

 Dedicatória

O sexto elemento é opcional: trata-se da dedicatória, segundo Fonseca, et al. (2005:16) a


dedicatória é a menção em que o autor presta homenagem ou dedica o trabalho a alguém. Já para
Guambe (2011:37), a dedicatória consiste numa homenagem feita pelo autor a qualquer pessoa
ou instituição de sua escolha.

 Epígrafe

O sétimo elemento é a epígrafe, também é opcional; esta consiste numa citação, com seu autor
devidamente identificado, que está relacionada com a matéria tratada pelo trabalho. Se o autor do

7
trabalho desejar, também poderá apresentar epígrafes nas folhas de abertura de novas secções ou
capítulos do trabalho (Guambe, 2011:37).

Por seu turno, de acordo com Fonseca, et al. (2005:23), a dedicatória é a inscrição de um trecho
em prosa ou composição poética que, de certa forma, embasou a construção do trabalho, seguida
da indicação de autoria.

 Lista de Abreviaturas, Acrónimos e Siglas

É a relação alfabética de abreviaturas, acrónimos e siglas empregados no trabalho, com o


significado correspondente (Ibid.:27). Isto é, a lista de abreviaturas, acrónimos e siglas relaciona
alfabeticamente as abreviaturas, os acrónimos e siglas usadas no texto, seguidas de suas
respectivas explicações, grafadas por extenso, sendo recomendado fazer uma lista para cada tipo
(Guambe, 2011:38).

 Lista de Figuras, Tabelas e Gráficos

Segundo Fonseca, et al. (2005:15), a lista de ilustrações é a relação de desenhos, esquemas,


fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos e outros,
constantes em um trabalho6. A lista deve ser elaborada de acordo com a ordem de apresentação
no texto, com cada item designado por seu nome específico, acompanhado no respectivo número
da página.

No texto, todas as ilustrações podem ser referidas como figuras, ou denominadas


especificamente como gráfico, mapa, planta, etc. As listas devem:

 Ser apresentadas em folha distinta, após o Sumário;


 Apresentar cada ilustração com os seguintes dados: (i) tipo de ilustração e indicativo
numérico; (iii) título e (iii) número da folha que contém a ilustração, ligada ao título por
uma linha ponteada (Idem.).

Lista de tabelas7 deve ser elaborada de acordo com a ordem apresentada no texto, com cada item
designado por seu número e nome específicos acompanhado do número da página.

6
A lista de ilustrações (listagem ou listagens de elementos como quadros, gráficos, organogramas, desenhos,
gráficos apresentados no trabalho, seguidos dos respectivos números de páginas) (Guambe, 2011:38).
7
A lista de tabelas (que relaciona as tabelas incluídas no texto) (Idem.).

8
Tabelas são elementos sintéticos de demonstração de ideias ou conteúdos necessários para a
compreensão do trabalho. As informações nas tabelas são tratadas estatisticamente. A
apresentação das tabelas segue algumas regras:

 A numeração das tabelas é consecutiva;


 Cada tabela é precedida pela expressão Tabela, seu número de ordem, em algarismos
arábicos, e pelo título (exemplo: Tabela 1: Média do tempo de serviço na empresa, por
sector);
 Fontes citadas na construção da tabela e notas explicativas aparecem abaixo da mesma,
após o traço horizontal de fechamento;
 Tabelas retiradas de outros documentos devem trazer a menção do autor, devendo ser
obtida a autorização deste para sua apresentação;
 A tabela deve ser inserida o mais próximo possível do texto a que se refere;
 Na hipótese de a tabela não caber numa só folha, pode-se continuar a apresentação da
mesma em outra folha, tomando-se o cuidado de não colocar traço horizontal de
fechamento na primeira folha e repetindo-se o título e o cabeçalho na folha subsequente;
 Tabelas devem ter traços que separem títulos de colunas nos cabeçalhos, tanto horizontais
quanto verticais, mas não devem apresentar traços verticais separando as colunas nem
horizontais para separar as linhas (Guambe, 2011:35).

 Sumário Executivo

O nono elemento é obrigatório, consistindo no resumo em língua nacional (vernácula) e no


resumo em língua estrangeira. Esses resumos consistem numa apresentação sucinta do conteúdo
do trabalho, permitindo uma visão rápida, clara e geral desse conteúdo e das conclusões a que o
autor chegou ao realizá-lo; o resumo deve, portanto, permitir que o leitor decida sobre a
necessidade de consultar ou não o texto. O resumo não possui título, sendo simplesmente
indicado pela palavra Resumo, devidamente centralizado, pois ele não é contado na numeração
dos documentos (Ibid.:37).

Um bom resumo deve apresentar até 100 palavras para notas científicas e comunicações breves,
até 250 palavras nos casos de monografias e artigos e até 500 palavras para os relatórios,
dissertações e teses. O resumo não deve ser uma simples enumeração de tópicos, mas sim uma

9
sequência logicamente ordenada de frases (ou seja, trata-se de um “texto corrido”, redigido da
mesma forma que o texto do trabalho), redigidas na voz activa e na terceira pessoa do singular. A
primeira frase deve explicar o tema principal do documento e, em seguida, explicar a categoria
de tratamento (memória científica, estudo de caso, análise da situação, etc.). Alguns aspectos
devem ser relevados quando da apresentação do resumo, a saber:

 Deve-se identificar os métodos e técnicas pelos quais o problema tratado no trabalho foi
abordado, bem como as fontes e tratamentos dos dados;
 Ao se identificar os resultados das pesquisas, deve-se destacar o surgimento de factos
novos, descobertas, teorias anteriores, contradições, novas relações e efeitos verificados;
 Se for o caso, devem ser apresentados os valores numéricos observados, limites de
precisão e graus de validade;
 Deve-se evitar a redundância ao apresentar os resultados obtidos;
 Novos aspectos, como métodos aplicados, documentos e fontes de dados recém
descobertos devem ser indicados no resumo, mesmo que não tenham relação directa com
o tema tratado;
 O resumo não deve ser apresentado sob a forma de parágrafos, devendo também evitar
símbolos ou siglas que não sejam correntes e a apresentação de fórmulas ou diagramas, a
não ser que sejam imprescindíveis; neste caso, deve-se definir os elementos constantes
dos mesmos (Guambe, 2011:38).

O resumo em língua estrangeira deve ser a tradução do resumo em vernáculo, devendo ser
escolhido o idioma comumente utilizado para a divulgação de trabalhos científicos. Embora não
exista nenhum critério para a definição da língua estrangeira a ser usada para o resumo, as mais
comuns são o inglês (abstract), francês (résumé) e alemão (zusammenfassung); a critério do
autor, é possível apresentar mais de um resumo em língua estrangeira. Após cada resumo, deve-
se apresentar uma lista de palavras-chave (keywords em inglês), que permitem identificar quais
são os termos essenciais para a compreensão ou utilização dos trabalhos. Não existe norma que
regule quantos desses termos devem ser apresentados num trabalho, mas deve-se procurar
aquelas que sejam representativas ou significativas para o entendimento do texto, e não aquelas
que mais são utilizadas no mesmo. Palavras-chave são importantes para trabalhos indexados em

10
bases de dados, permitindo mais facilidade de acesso aos mesmos, portanto, devem ser
escolhidas com extremo cuidado.

2.2. Elementos Textuais

Os elementos textuais consistem no corpo do trabalho propriamente dito, no qual o autor


apresenta, desenvolve e conclui as ideias que constituem o trabalho académico apresentado. A
matéria do trabalho é, portanto, exposta pelo seu autor em três partes fundamentais: introdução;
desenvolvimento e conclusão.

Essas três partes estão logicamente encadeadas: na introdução, anuncia-se o que se pretende
fazer; no desenvolvimento, a ideia anunciada na introdução é trabalhada; na conclusão, resume-
se o que se alcançou e fecha-se o trabalho (Guambe, 2011:40).

 Introdução

A introdução visa contextualizar o trabalho académico (ou seja, que tipo de trabalho foi
realizado, qual é sua área do conhecimento e o tema abordado), apresentar o problema de
pesquisa cuja investigação e solução foram tratadas ao longo do mesmo, definir seus objectivos
(geral e específicos) e limitações (estas são opcionais), delinear o quadro teórico no qual o
trabalho foi desenvolvido, bem como apresentar uma indicação de sua importância ou
relevância; ou seja, em linhas gerais, a introdução pode ser considerada como uma espécie de
apresentação do trabalho. Não existe nenhum padrão em termos de número de páginas, devendo
a introdução ser elaborada de maneira equilibrada em relação ao conteúdo do trabalho (ou seja,
trabalhos muito curtos não devem ser antecedidos por uma introdução muito longa) (Idem.).

 Desenvolvimento

O desenvolvimento do trabalho é composto por tantos capítulos quanto se fizerem necessários


para a solução do problema de pesquisa. A grande maioria dos trabalhos académicos exigirá a
apresentação de um referencial teórico, ou seja, uma revisão da literatura a respeito do tema do
trabalho, podendo esta ser dividida em tantas secções quanto se fizerem necessárias (Guambe,
2011:40).

Outros capítulos que podem ser apresentados no desenvolvimento são a metodologia, na qual o
autor classifica o trabalho de acordo com critérios previamente definidos e apresenta os métodos

11
e técnicas utilizados para a recolha, análise e tratamento dos dados constantes do trabalho, a
caracterização da empresa, nos trabalhos como os relatórios de estágio e os estudos de caso ou
pesquisas em empresas, o diagnóstico da situação, sempre que for importante contextualizar o
problema de pesquisa dentro de uma compreensão global da realidade, análise e tratamento dos
dados, em que os dados obtidos na pesquisa são trabalhados de modo a proporcionarem
informações e conhecimentos ao pesquisador e aos leitores, e as recomendações, que constam
dos trabalhos em que há uma proposição de um curso de acção para uma organização ou grupo
social (recomendações podem ser apresentadas na conclusão do trabalho; de facto, alguns
autores sugerem que elas sejam colocadas nesta). Outros elementos podem ser agregados de
acordo com as necessidades do trabalho; nem todos os elementos aqui tratados farão parte de
todos os trabalhos (Guambe, 2011:40).

Em relação à apresentação dos capítulos do desenvolvimento, é preciso lembrar que cada


capítulo inicia uma nova página (com o seu número oculto), e que os capítulos podem ser
divididos em secções. A numeração dos capítulos e secções é progressiva e utiliza algarismos
romanos ou arábicos, de acordo com o critério estabelecido pelo autor. A numeração dos títulos
deve ir até três algarismos (1.1.1, por exemplo), não sendo aconselhável ir além disso (Ibid.:41).

 Conclusão e Recomendações

Finalmente, as considerações finais consiste num fechamento do trabalho, em que os principais


aspectos abordados ao longo do trabalho são recapitulados resumidamente, e as recomendações
feitas são apresentadas sinteticamente (recomenda-se evitar apresentar recomendações que sejam
polémicas ou controversas, apresentando-se somente os aspectos que possam ser considerados
aceitáveis sem maiores discussões). As considerações finais do trabalho também pode apontar
possibilidades de estudos mais profundos ou outros problemas que possam vir a ser objecto de
análise pelo autor ou por outros pesquisadores, bem como as limitações do estudo desenvolvido,
caso não tenham sido apresentadas na introdução. É essencial que as considerações finais
permitam analisar até que ponto os objectivos definidos na introdução foram cumpridos pelo
autor do trabalho. Os aspectos referentes à importância, síntese, projecção, repercussão e
encaminhamentos futuros de trabalho podem ser considerados opcionais. Um aspecto que não
pode ser esquecido: nas considerações finais não é possível introduzir elementos novos no

12
trabalho. Mesmo que corram o risco de serem repetitivas, devem apenas trazer o que já foi
tratado no trabalho (Guambe, 2011:41).

Naturalmente, as dimensões dos elementos textuais num trabalho académico são muito variáveis.
Relatórios de estágio, por exemplo, devem ter dimensões bem maiores que trabalhos
apresentados para uma disciplina, pois trabalham com maior número de elementos. Os principais
cuidados devem ser tomados com a redacção do texto. Severino (2000) lembra que o autor de um
trabalho deve cuidar de sua linha de argumentação, redigindo parágrafos e construindo secções
em que os conteúdos sejam logicamente encadeados, permitindo ao leitor acompanhar o
raciocínio do autor.

Em trabalhos científicos, impõe-se um estilo sóbrio e preciso, importando mais a


clareza do que qualquer outra característica estilística. A terminologia técnica só
será usada quando necessária ou em trabalhos especializados, nível em que já se
tornou terminologia básica. De qualquer modo, é preciso que o leitor entenda o
raciocínio e asideias do autor sem ser impedido por uma linguagem hermética ou
esotérica. Igualmente evitem-se a pomposidade pretensiosa, o verbalismo vazio,
as fórmulas feitas e a linguagem sentimental. O estilo do texto será determinado
pela natureza do raciocínio específico às várias áreas do saber em que se situa o
trabalho (Ibid.: 84).
Esta passagem resume admiravelmente os cuidados que o autor de um trabalho académico deve
ter ao redigir seu trabalho: é preciso ter clareza, evitando duplas interpretações, utilizar
parcimoniosamente a linguagem técnica, e escrever tendo em mente o leitor do trabalho, pois é
este que, afinal, irá determinar a qualidade do mesmo.

2.3. Elementos Pós-Textuais

Os elementos pós-textuais são todos aqueles cuja apresentação é considerada, pelo autor, como
importante para a compreensão do trabalho, mas não tão fundamental que exijam sua colocação
ao longo do desenvolvimento do mesmo. São, na maior parte, elementos opcionais, que serão
utilizados com economia e cuidado pelo autor para ilustrar, aprofundar ou destacar temas e
assuntos tratados nos capítulos que formam o desenvolvimento (Guambe, 2011:42).

De entre os elementos pós-textuais, apenas um é obrigatório, e diz respeito às referências


bibliográficas; o título mais geral se deve ao facto de que hoje em dia existem muito mais opções
de obras que podem ser usadas como referências, não somente os livros e textos impressos. As
referências consistem numa listagem das obras consultadas e citadas ao longo do trabalho,

13
apresentadas de acordo com os padrões definidos pela APA, permitindo ao leitor identificar e
consultar as fontes originais sobre as quais se baseou o trabalho. É importante diferenciar
bibliografia de referências bibliográficas: aquela consiste numa lista de obras consultadas para a
realização de pesquisa, ao passo que estas apresentam somente as obras efectivamente citadas ao
longo do texto. Devido à importância deste assunto, ele será tratado em capítulo específico deste
trabalho (Guambe, 2011:42).

O elemento pós-textual seguinte é o glossário. De carácter opcional, o glossário apresenta


palavras e expressões técnicas de uso restrito ou de sentido obscuro, seguidas de suas definições.
As palavras devem ser apresentadas em ordem alfabética, não devendo ser numeradas.

Os demais elementos pós-textuais consistem em apêndices e anexos. Os apêndices são textos ou


documentos elaborados pelo próprio autor do trabalho, e complementam a argumentação
desenvolvida por este. São identificados pela expressão APÊNDICE (emmaiúsculas), por letras
maiúsculas consecutivas e por um travessão separando-os do título (na hipótese de existirem
mais elementos do que letras no alfabeto, usam-se letras dobradas: apêndice AA, por exemplo).
Observe-se os exemplos a seguir:

 APÊNDICE A: Classificação dos respondentes, por secção e tempo de serviço;


 APÊNDICE B: Nota metodológica sobre o questionário apresentado.

Os anexos, por sua vez, são documentos não elaborados pelo autor, e são usados para
fundamentar, comprovar ou ilustrar a argumentação deste. Seu sistema de identificação é
semelhante ao dos apêndices. Veja-se o exemplo:

 ANEXO A: O uso de entrevistas em levantamentos, de acordo com Fletcher (1999);


 ANEXO B: Delineamentos de pesquisa (Vergara, 2000).

Apêndices e anexos devem ser antecedidos por lista específica, na qual eles são devidamente
identificados. Na hipótese de serem apresentadas, como anexos, cópias de documentos, nas quais
não seja possível acrescentar um título, é conveniente antecedê-las por uma folha de
identificação. As páginas dos anexos são numeradas em sequência aos elementos textuais. No
índice, a página inicial das secções apêndices e anexos deve ser colocada de acordo com a regra
de apresentação do índice, já referida anteriormente (Guambe, 2011:43).

14
3. Conclusão

Depois das leituras feitas no contexto da realização do presente trabalho, conclui que os
elementos pré-textuais são os que antecedem o corpo do trabalho propriamente dito, com
informações que ajudam na identificação e utilização do trabalho, os elementos textuais
compõem o corpo do trabalho, isto é, a parte onde está a exposição da matéria e que deve ter,
fundamentalmente três partes: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão e, por fim, os
elementos pós-textuais que são aqueles que complementam o trabalho e aparecem após o corpo
propriamente dito.

15
4. Referências Bibliográficas

Fletcher, J. (s.d.). Como conduzir entrevistas eficazes. São Paulo: Clio.

Gil, A. (1995), Como Elaborar Projectos de Pesquisa. 4ª Edição, Atlas Editora: São Paulo.

Guambe, A. J. (2011), Metodologia de Pesquisa. Instituto Superior de Relações Internacionais.


Zimpeto – Maputo.

Iskandar, J. I. (2003). Normas da ABNT: Comentadas para trabalhos científicos. 2ª Ed. rev. E
ampl. Curitiba: Juruá.

Lundin, I. (2016), Metodologia de Pesquisa em Ciências Sociais. Escolar Editora: Maputo.

Marconi, M. & Lakatos, E. (2009), Fundamentos de Metodologia Científica. 5ª Edição, Atlas


Editora: São Paulo.

_______________________. (2007), Técnicas de pesquisa. 4ª Edição, Atlas Editora: São Paulo.

Severino, A. J. (2000). Metodologia do trabalho científico. 21ª Ed., rev. e ampl. São Paulo:
Cortez.

Vergara, S. C. (2000). Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3ª. Ed. São Paulo:
Atlas.

Zanella, L. (2009), Metodologia de Estudo e de Pesquisa em Administração, Capes: Brasil.

16

Você também pode gostar