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Manual de

Trabalho de Curso
Educação Física
Sumário
APRESENTAÇÃO............................................................................................................................. 3

1. ORIENTAÇÕES PARA OS ALUNOS........................................................................................ 4

2. ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES DOS ALUNOS...................................................... 4

3. ORIENTAÇÕES GERAIS............................................................................................................ 6

4. COMO SE ORGANIZA UM TC?.............................................................................................. 7

5. A LINGUAGEM DA MONOGRAFIA....................................................................................... 29

6. ELABORAÇÃO FINAL DO TRABALHO DE CURSO............................................................. 31

7. REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 33
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APRESENTAÇÃO

Como já visto no semestre anterior, o Trabalho de Curso (TC), proporciona a vivência do


estudante no que diz respeito à evolução da ciência, atividade que está, intrinsecamente,
ligada ao desenvolvimento acadêmico do aluno de graduação.
É sabido que a disciplina que acompanha o desenvolvimento do TC está dividida em
duas partes, sendo a primeira o Projeto Técnico Científico Interdisciplinar, na qual o aluno
começa a desenvolver o seu tema, a delimitação do tema, os objetivos, o problema de
pesquisa, a hipótese, a metodologia e os demais elementos que caracterizam uma proposta
de trabalho científica. Toda essa construção é realizada sob a orientação de um docente.
A segunda etapa do desenvolvimento do TC, será acompanhada pela disciplina Produção
Técnico Científica Interdisciplinar e se refere à continuidade da elaboração do tema proposto
na 1º etapa, e, também, será acompanhada por um professor orientador.
O presente Manual irá revisar os aspectos formais da elaboração do trabalho final.

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Manual de Estágio

REGULAMENTO COM DEFINIÇÃO DAS FORMAS DE


ACOMPANHAMENTO/ORIENTAÇÃO

1. ORIENTAÇÕES PARA OS ALUNOS

Após a primeira postagem, o trabalho será encaminhado a um dos orientadores


designados pelo curso, envolvido, diretamente, com a disciplina à qual se relaciona e que
exercerá o papel de orientador do trabalho. A coordenação do curso, junto aos professores,
poderá, também, sugerir orientadores para os trabalhos.
Orientadores e alunos se comunicarão por meio das orientações para as postagens
realizadas no sistema nas suas diversas fases. A frequência e a regularidade dessas postagens,
serão controladas pelo professor orientador e todos os alunos deverão tomar ciência das
tarefas a serem cumpridas, no período que transcorrerá entre uma postagem e outra. O TC
poderá ser realizado em grupos de, até, cinco alunos.
O TC deve ser, exclusivamente, uma pesquisa bibliográfica, não havendo a possibilidade
de se realizar uma pesquisa de campo. Portanto, no capítulo de método, teremos o
levantamento bibliográfico e serão discutidos os resultados obtidos do levantamento
bibliográfico realizado.

2. ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES DOS ALUNOS

Durante o tempo previsto para pesquisa e elaboração do texto do TC, muitas atividades
serão desenvolvidas pelos participantes. Essas atividades vão desde as práticas, de cunho
organizacional (por exemplo, decidir sobre quem/quando os dados serão coletados, quando/
como serão transcritos, caso seja necessário), àquelas voltadas à construção de novos
conhecimentos, envolvendo momentos de estudo e realização de tarefas relacionadas
à cognição. É fundamental, portanto, que cada aluno escolha diferentes maneiras para
estudar. Assim, é importante pensar em tipos de atividades a serem realizadas, a exemplo
de:

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ƒ leitura e fichamento dos textos;


ƒ buscas na internet;
ƒ elaboração de pequenos trechos do referencial teórico, com o propósito de discutir
o estilo do texto de cada um, reescrever e estabelecer características para o texto final
do seu trabalho.

Espera-se que, ao longo do desenvolvimento do relatório, o aluno desenvolva estratégias


de aprendizagem que possam colaborar para o resultado final do trabalho.
Além disso, ao longo do período destinado à elaboração do relatório, o aluno deverá
cumprir as seguintes etapas/diretrizes:
ƒ comunicação regular com o orientador via sistema indicado pela Universidade;
ƒ entrega de partes do relatório, de acordo com as solicitações do professor orientador
e do professor coordenador do curso, atendendo ao cronograma de postagens;
ƒ respeitar o número mínimo de postagens.
Para os alunos regulares e para alunos em dependência, no mínimo, três (3) postagens.
Vale ressaltar que o aluno deverá efetuar, no mínimo, três postagens.
Desse modo, o estudante deve estar ciente de que se efetuar apenas a postagem final, o
seu trabalho será, automaticamente, reprovado por falta de orientação, independentemente
do que, ali, for apresentado.
A pesquisa é importante para a sua formação profissional e acadêmica. No entanto, ao
utilizar um conteúdo pesquisado, é importante transcrevê-lo com as suas próprias palavras
e citá-lo nas referências. Trabalhos considerados como plágio obterão a nota ZERO!

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Manual de Estágio

Em qualquer uma das postagens, caso o plágio seja caracterizado, o seu trabalho
pode ser reprovado.
ƒ Postagens devem ser realizadas obedecendo o cronograma divulgado no AVA,
inclusive a postagem da versão final.
Número de páginas a serem entregues
A etapa final do TC, desenvolvida por meio da disciplina Produção Técnico Científica
Interdisciplinar, deverá ter, entre 20 e 30 páginas.

Em seção posterior, as normas para a confecção do trabalho serão abordadas.

3. ORIENTAÇÕES GERAIS

As “dicas” a seguir podem ser úteis para a elaboração do relatório:


ƒ elaboração do relatório pelo aluno, contendo os aspectos apresentados nas aulas
gravadas ou em mensagens enviadas pelo professor;
ƒ manutenção de um arquivo ou caderno para registro de todas as possíveis
citações consideradas relevantes para o trabalho, assim como a referência bibliográfica
correspondente;
ƒ elaboração de diários de leitura de todos os textos lidos e considerados relevantes
para o embasamento teórico do projeto;
ƒ trabalhar sempre com a versão corrigida do trabalho e a nova versão, dando, tanto
ao orientador quanto ao próprio aluno, a possibilidade de relembrar os comentários já
feitos em etapa e orientação anteriores.

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4. COMO SE ORGANIZA UM TC?

O TC se organiza a partir das seguintes partes:


ƒ capa;
ƒ elementos pré-textuais ou preliminares;
ƒ elementos textuais;
ƒ elementos pós-textuais.

Elementos que compõem o TC


Capa
Folha de rosto
Folha de dedicatória
Elementos pré-textuais Folha de agradecimentos
ou Folha de epígrafe
Sumário
Preliminares Lista de tabelas e gráficos
Resumo
Abstract

Escolha do tema
Justificativa da escolha do tema
Formulação do problema
Hipótese levantada para o problema formulado
Introdução Objetivos gerais e específicos
Conceituação e relevância
Principais autores que embasarão a pesquisa
Método utilizado para realizar a pesquisa
Indicação da estrutura do trabalho

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Exposição do tema
Fundamentação teórica, desenvolvimento
Elementos textuais Metodologia do trabalho*
Argumentação e discussão

Considerações finais
Referências bibliográficas
Elementos pós-textuais Anexos
Apêndices
Índices

Descreveremos a seguir cada uma das partes citadas, possibilitando aos autores do TC
o exercício de rascunhar e refletir sobre os objetivos de cada u ma delas.

1. Capa
ƒ Alto da página: nome da instituição/departamento.
ƒ Centro da página: título do trabalho.
ƒ À direita, abaixo do título: disciplina, professor, autores.
ƒ Rodapé da página: local/data.
ƒ Exemplo: como colocar o(s) nome(s) do(s) autor(es) do trabalho?

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Em ordem alfabética do sobrenome:


ALBUQUERQUE, Sebastiana.
ANDRÉ, Luciana Souza.
ANGIULIANO, Andréa
SILVA, Adriana Aparecida

ƒ Margens: superior – 3 cm; inferior – 2 cm; esquerda – 3 cm; dir eita – 2,5 cm.
ƒ Obs.: as linhas pontilhadas são demonstrativo da distância a ser feita, elas não
devem estar no trabalho.

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Manual de Estágio

2. Elementos pré-textuais
Esses são os elementos que antecedem a introdução do trabalho e são constituídos por
tudo aquilo que identifica o trabalho e orienta o leitor.

FOLHA DE ROSTO
Segue os mesmos procedimentos da capa em relação às margens e à distribuição dotexto,
com pequenas modificações.
ƒ Alto da página: nome(s) do(s) autor(es).
ƒ Centro da página: título do trabalho.
ƒ À direita, abaixo do título: explicação sobre a natureza do tra balho.
ƒ Rodapé da página: instituição/local/data.
ƒ Margens: superior – 3 cm; inferior – 2 cm; esquerda – 3 cm; dir eita – 2,5 cm.
ƒ Verso da página: ficha catalográfica (a ser elaborada pelo aluno no AVA, em
“Biblioteca”).

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FICHA CATALOGRÁFICA
Buscar no AVA avisos de onde e como confeccioná-la.

FOLHA DE DEDICATÓRIA E FOLHA DE AGRADECIMENTOS


Nessas páginas, que são opcionais, o autor apresenta mensagens pessoais. Na folha
de dedicatória, o autor deverá elaborar um texto curto, dedicando o trabalho a alguém.
Não há uma regra para a utilização da página, no entanto, é comum encontrarmos a
dedicatória à direita, da metade da folha para baixo. Normalmente, escolhe-se para
dedicar o trabalho alguém que tenha tido uma relação direta com o autor durante a
elaboração do trabalho: um familiar, um professor etc. Já na folha de agradecimentos,
o autor agradecerá àqueles que efetivamente contribuíram para a elaboração da
monografia, por exemplo, o professor orientador, professores envolvidos com o trabalho,
agências financiadoras.

Agradecimento

Quero agradecer...

A dedicatória e o agradecimento devem ficar em páginas diferentes. Na


dedicatória, o autor oferece o trabalho a uma ou mais pessoas importantes; enquanto
no agradecimento, o autor expressa sua gratidão pelo auxílio recebido para que o
trabalho tenha sido realizado.

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Manual de Estágio

FOLHA DE EPÍGRAFE
Essa também é uma folha opcional. Nela, o autor da monografia apresentará um
excerto de um texto de sua escolha (frase ou verso), cujo conteúdo tenha relação com
o tema desenvolvido na monografia. Poderão ser escolhidas epígrafes para cada um dos
capítulos da monografia, se for da preferência do autor.

SUMÁRIO
Aqui, o autor informa aos leitores o conteúdo que será tratado na monografia. A
palavra sumário deverá aparecer no topo da página, em letras maiúsculas, sendo seguida,
dois ou três parágrafos abaixo, de todos os intertítulos contidos no trabalho. A estética da
página do sumário deverá ser observada de forma que os títulos e os subtítulos apareçam
destacados de forma padronizada e obedecendo aos recuos da margem esquerda, também
padronizados.

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De acordo com a ABNT, a numeração em algarismos arábicos deverá ter início somente
na página em que se iniciar o texto propriamente dito, porém leva-se em consideração
as páginas que o antecedem. Tal numeração deverá aparecer no topo da página, do lado
direito. Alguns autores optam por numerar com algarismos romanos as páginas a partir
do sumário até o abstract. Assim, caso o trabalho apresente todas as folhas indicadas
(da folha de rosto até a folha de epígrafe), a página do sumário deverá ser numerada
com o algarismo romano vi (letras minúsculas) e a página que contiver a introdução do
trabalho dará início à numeração em algarismos arábicos, porém, sem esquecer que as
páginas anteriores participaram da contagem, portanto, não se começará pelo número 1,
e sim pela continuação do que foi contado (5, 6, 7...).

LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS


Nessa página o autor apresentará uma relação das ilustrações ou explicações
(abreviaturas, siglas), na ordem em que aparecem no texto, indicando a(s) página(s) de
sua localização.

RESUMO
Essa é uma página importante do trabalho monográfico e obrigatória. É ela que,
em um primeiro momento, convida o leitor a mergulhar no texto apresentado. Deve
ser um texto conciso, de 150 a 500 palavras, uma média de 300 palavras, no qual o
autor apresenta uma síntese do conteúdo do trabalho, destacando os aspectos mais
relevantes, a metodologia e a fundamentação teórica que deu sustentação às discussões
apresentadas. O resumo visa a fornecer ao leitor elementos que permitam a ele decidir
sobre ler ou não tal trabalho, em função da relevância para seu próprio contexto.
O resumo deve ser escrito na língua em que está redigido o trabalho, sem parágrafo
e nunca em tópicos.
Entre o título e o texto devem conter 2 espaços e após o texto do resumo deverão
aparecer as palavras-chave sugeridas pelo autor, como referência do trabalho em meio
eletrônico. Segue um exemplo de resumo monográfico:

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RESUMO
1
Com o apogeu da mídia como produtora de sentidos, o trabalho de educadores de
diferentes segmentos da escolaridade vem sofrendo transformações e seu interesse tem
se modificado em relação às atividades didáticas desenvolvidas em sala de aula no que diz
respeito à língua portuguesa e à análise do discurso. A mídia televisiva brasileira mantém
com o telespectador uma relação de poder, produz e reproduz valores, transmitindo textos
persuasivos de alta qualidade, legitimando verdades, saberes, discursos e cristalizando,
no imaginário coletivo, sem (quase) nenhum questionamento em relação à veracidade
discursiva. Em se tratando do sistema educacional brasileiro, há um grande abismo e muita
resistência em considerar as práticas discursivas da mídia televisiva como possíveis eventos
pedagógicos favoráveis a uma formação mais crítica do futuro profissional. // 2 Assim sendo,
este trabalho procura analisar o universo imaginário dos alunos de ensino médio de uma
escola da rede pública, focalizando questões concernentes à linguagem midiática. // 3 Os
passos metodológicos iniciaram-se com o levantamento do hábito televisual dos alunos,
seguidos de audiência, discussões, análise e debate sobre o funcionamento discursivo da
novela “Malhação” – Rede Globo de Televisão, de forma a oportunizar reflexões à luz da
Análise do Discurso e da Análise da Conversação, evidenciando as relações entre sujeito,
discurso, saber e poder. // 4 Os resultados das análises são apresentados neste trabalho,
que se divide nas seguintes seções: Introdução – onde a problemática e os objetivos são
apresentados; O Dizer e o Poder: relações discursivas – onde são apresentadas as referências
teóricas sobre Análise do Discurso e Análise da Conversação; A Caminhada – seção que
apresenta a metodologia do trabalho: procedimentos relacionados à escolha dos dados
e encaminhamentos para a análise; Baixando o véu do discurso – seção que apresenta a
análise de trechos transcritos da novela “Malhação”, discutidos à luz do referencial teórico;
e Algumas Considerações – seção que encerra o trabalho, apresentando algumas conclusões
e possíveis encaminhamentos, com o intuito de desencadear nos leitores o desejo de novas
e mais aprofundadas pesquisas sobre o mesmo tema.
PALAVRAS-CHAVE: discurso, conversação, mídia, linguagem midiática

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Observe, no resumo apresentado, os trechos destacados e separados com “//”. Eles


mostram a organização do resumo: trecho 1 – contextualização do tema discutido na
monografia; trecho 2 – propósito do trabalho; trecho 3 – metodologia utilizada no
processo de pesquisa; trecho 4 – organização do documento monog ráfico.

ABSTRACT
Nessa página, esteticamente igual à página do resumo, deverá aparecer uma tradução
para a língua inglesa do resumo do trabalho, seguida das palavr as-chave.

3. ELEMENTOS TEXTUAIS
Esses são os elementos que compõem o corpo do trabalho monográfico propriamente
dito, podendo ser chamados de elementos nucleares, pois sem eles e sem a articulação
entre eles, o texto monográfico perde a vida. Cada um dos elementos tem características
próprias, porém se complementam, dando ao leitor a noção exata do caminho trilhado
pelos pesquisadores sobre o tema desenvolvido.

INTRODUÇÃO
A introdução da monografia merece atenção especial dos autores. Muitas vezes, ela
é considerada como de pouca importância, mas é exatamente nessa seção que todo o
conteúdo do trabalho é apresentado ao leitor. Duas ou três páginas deverão ser reservadas
para a introdução da monografia, é na introdução que o autor delimitará o assunto sobre
o qual versará o trabalho e o justificará.
Segundo Machado (2001), é preciso compreender que apresentar justificativas para
um determinado trabalho de pesquisa não é simplesmente dizer o que o motivou, do
ponto de vista pessoal, a fazê-lo, isto é, por que fez o trabalho (porque gostou do tema,
porque viveu a experiência etc.), mas sim dizer para que serve o trabalho, qual é a sua
relevância, tendo em vista a problemática maior em que se insere, os estudos que já
foram feitos a respeito, as lacunas que esses estudos ainda dei xaram etc.

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Na introdução da monografia, o autor deve apresentar:


ƒ o tema do trabalho, em linhas gerais, oferecendo ao leitor não somente a
possibilidade de estabelecer relações entre esse estudo e outros de seu
conhecimento, mas também a opção pela leitura do trabalho em relação aos seus
interesses e contexto de atuação;
ƒ a delimitação do assunto, isto é, a extensão e a profundidade com que o trabalho
tratará o assunto escolhido;
ƒ os objetivos do trabalho: gerais (relacionados ao tema – contexto macro) e
específicos (relacionados ao assunto escolhido – contexto micro) ;
ƒ a justificativa da escolha do tema, evidenciando sua importância para o
contexto no qual se encontra inserido; vale lembrar que justificar a escolha de um tema
não significa dar a ele importância incomensurável e enaltecer sua complexidade de
forma exagerada, mas sim apontar como esse estudo pode ser um fator contribuinte
para o desenvolvimento da área em que se encontra inserido, ainda que não se
proponha a ser conclusivo;
ƒ conceituação e relevância, explicitando ao leitor a fundamentação teórica que
apoiará as discussões, seguida de breves enunciados sobre os conceitos fundamentais
discutidos e sua relevância para o estudo realizado; reserva-se a esse item, ainda, a
necessidade de apresentar um resumo de obras e/ou pesquisas cujo tema se
relaciona diretamente com o estudado, estabelecendo comparações a fim de possibilitar
a discussão das lacunas que os demais trabalhos ainda não preench eram;
ƒ procedimentos adotados para a realização do trabalho de pesquisa e para a
elaboração do texto monográfico, isto é, sua organização em seçõ es;
ƒ principais autores que darão base teórica à pesquisa.

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Uma discussão relevante para a elaboração do texto monográfico diz respeito à escolha
da pessoa do discurso. Embora haja práticas legitimadas sobre esse aspecto, cada vez mais
os textos da introdução de trabalhos monográficos e das seções de desenvolvimento vêm
sendo escritos em primeira pessoa (eu/nós). É importante, no entanto, que tal aspecto
seja discutido com o orientador do trabalho.

Vale lembrar que, caso a opção seja pela linguagem científica, o autor deve redigir o
texto na voz passiva – foi observado, foi elaborado –, na terceira pessoa do singular com
o pronome se ou por meio de expressões como o presente estudo, a presente pesquisa.
Há, ainda, a opção de desenvolver o texto em primeira pessoa do plural, considerando-se
que o trabalho tenha sido desenvolvido pelo aluno (no caso de um aluno, apenas) e por
seu orientador.
Ao desenvolver o texto em primeira pessoa do singular, o autor não necessariamente
deve prescindir de fazer referência a outros estudos ou de posicionar-se como pertencente
a um grupo com determinadas convicções e posicionamentos teóricos.
Carmo-Neto (1996) nos oferece algumas pistas para construirmos as justificativas de
nosso trabalho:
ƒ Por que mais um trabalho sobre esse tema?
ƒ Em que este trabalho é diferente dos outros?
ƒ Por que tal diferença é relevante?
ƒ O que meu trabalho muda no conjunto de textos sobre o mesmo ass unto?
ƒ Por que ele deve ser lido? Por quem?
ƒ O que o leitor vai encontrar de interessante, de substancial e atrativo em meu
trabalho?

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Manual de Estágio

Outro lembrete importante em relação ao desenvolvimento da monografia diz respeito


à apresentação do objetivo do trabalho no decorrer do texto. Muitas vezes, o autor opta
por retomar o objetivo em muitos momentos do desenvolvimento do texto, correndo o
risco de apresentá-lo de diferentes maneiras e, inclusive, de cair em contradições. Para
que isso não ocorra, sugerimos que sempre que o objetivo do trabalho for explicitado
no texto, seja destacado ou indicado a partir de uma marca gráfica, possibilitando,
no momento de revisão final, comparar tais enunciados e corrigir inadequações e/ou
contradições.

DESENVOLVIMENTO
Essa é a parte mais extensa de um trabalho monográfico e também a mais importante.
Estará subdividida em capítulos (que, por sua vez, dividem-se em subseções), sendo que
cada capítulo deverá abrir uma página nova do trabalho.
Os capítulos deverão ser indicados por algarismos romanos, sendo o título do
capítulo escrito em letras maiúsculas; as subseções deverão ser indicadas por algarismos
arábicos, sendo os títulos escritos com maiúscula apenas nas letras iniciais das principais
palavras. Há diferentes formas de identificação para as partes de uma monografia,
apresentadas por diferentes autores. O que importa na verdade é que, uma vez utilizado
um estilo, ele deverá ser padronizado no desenvolvimento de tod o o trabalho.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Um dos itens apresentados no desenvolvimento da monografia refere-se ao arcabouço
teórico, ou seja, toda a teoria na qual o trabalho está apoiado. Tal capítulo deverá ser
desenvolvido em linguagem própria do autor, porém sustentada por citações de autores
que já discutiram o mesmo assunto e elaboraram teorias sobre ele.

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Todos os autores citados no decorrer do texto monográfico estão compondo, ao final


do trabalho, o que denominamos referências bibliográficas. Em seção posterior serão
apresentadas as orientações para a elaboração delas.

É importante lembrar que, nos capítulos de desenvolvimento, o autor deverá explicitar,


sempre que possível, a relação entre o que está sendo dito e o objetivo do trabalho.
Assim, é comum retomar o tema discutido, principalmente no desenvolvimento da
seção de fundamentação teórica, pelo simples fato de que a teoria ali apresentada só
é significativa na medida em que se relaciona diretamente com o objetivo proposto na
pesquisa.

METODOLOGIA
Nesse capítulo, o autor da monografia deverá descrever em detalhes os procedimentos
utilizados nas diversas fases da pesquisa e da elaboração do texto. Procedendo dessa forma,
dará oportunidade a outros pesquisadores e aos leitores do trabalho de acompanhar todos
os passos e os pensamentos do autor, entender sua lógica de pensamento em relação à
análise dos dados e até mesmo iniciar uma nova pesquisa com base no encaminhamento
apresentado. Quando o autor explicita claramente os procedimentos escolhidos para
a condução da pesquisa, no capítulo do método, o leitor – mesmo que não conheça a
teoria na qual o trabalho está sustentado – é capaz de compreender os resultados de sua
análise de dados. Pressupõe-se também que, quando o método é apresentado de maneira
clara, objetiva e detalhada, outros pesquisadores podem replica r o trabalho.
Um procedimento interessante para os pesquisadores é a manutenção de um diário de
pesquisa, anotando tudo o que estiver sendo feito para chegar aos resultados da pesquisa.
Frequentemente, fazemos muito mais coisas do que dizemos ter feito no capítulo de
metodologia. Por isso, notas do diário poderão ser muito úteis (MACHADO, 2001).

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Manual de Estágio

Aspectos essenciais no capítulo do método dizem respeito a:


ƒ contexto da pesquisa – descrição detalhada da situação (física/social) da pesquisa;
ƒ participantes – caso a pesquisa envolva pessoas e/ou gravação d e dados orais;
ƒ procedimentos/instrumentos de coleta de dados – meios por meio dos quais os
dados foram coletados, por exemplo: gravador, vídeo, coleta em jornal, filme etc.;
ƒ procedimentos de seleção de dados – critérios utilizados para escolher os dados a
serem analisados (por que esses dados e não outros?);
ƒ método(s) de análise e as categorias utilizadas.

O capítulo do método deverá conter a explicação de como foram elaborados a


pesquisa, os artigos, a dissertação, a teses, os livros... Como se organizou para realização
da pesquisa e qual critério de escolha do material de leitura (exclusão e inclusão de
textos). Não podemos esquecer que o nosso TC será exclusivamente um levantamento
bibliográfico, um trabalho de aprofundamento sobre o tema.

ARGUMENTAÇÃO E DISCUSSÃO
Nesse capítulo, o autor de um texto monográfico não só exercita sua capacidade de
argumentação como também trabalha com critérios de coerência e coesão na elaboração
do texto, aspectos muito importantes para dar validade científica ao trabalho apresentado.
Os dados, analisados à luz da teoria apresentada na fundamentação teórica, estarão
à mercê dos argumentos do autor. Para isso, ele recorrerá a explicações, análises,
esclarecimentos de ambiguidades, descrições etc., que ofereçam ao leitor condições de
compreender o encaminhamento do raciocínio na busca por comprovações do aspecto
pesquisado. É importante ressaltar que discussões com base nas posições teóricas
vão requerer sempre que o autor examine posições contrárias, estabeleça confrontos,
compare, fazendo uso de um processo dialógico na elaboração do texto.

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Serviço Social

As análises realizadas em um trabalho monográfico deverão ser rigorosamente


orientadas pelos professores orientadores, de acordo com sua área de saber metodológico
e acadêmico.
Severino (2002) nos faz lembrar que o capítulo de discussão dos resultados requer do
pesquisador a habilidade de tecer uma rede de significados que perpasse as informações,
os dados, as teorias apresentadas no decorrer da monografia. É o momento de assumir
posicionamentos e buscar a integração teoria/prática em direção ao objetivo proposto no
início do trabalho. Esse fator é o mais relevante em se tratando de aferir os resultados
da pesquisa e avaliar o seu significado para o crescimento do co nhecimento científico.
E mais: o capítulo de discussão é fundamentalmente um capítulo pautado em debates
e questionamentos. Assim, o pesquisador precisa estar preparado para responder aos
seus próprios porquês e apresentar essas respostas com clareza, pois serão elas, quando
bem fundamentadas, que farão emergir os resultados da pesquisa.

CONSIDERAÇÃO FINAL
A conclusão de uma monografia, embora seja a parte menos extensa, apresenta
importância fundamental, deve conter considerações e síntese a respeito das análises,
apresentando aspectos convergentes e/ou divergentes observados ao longo do
desenvolvimento do trabalho, além de comentários sobre sua aplicabilidade
didáticopedagógica e sobre a sua contribuição sob a perspectiva discursiva.
Para Guidin (2003), a conclusão (aqui denominada de considerações finais) é o
fechamento do trabalho que foi anunciado na introdução e desenvolvido ou retomado
no desenvolvimento: o trabalho desembocará inevitavelmente na conclusão. Portanto,
a conclusão não é um resumo ou algo que foi acrescentado no final do trabalho, sem
sentido. É nela que proporcionamos ao leitor a recapitulação dos passos significativos do
trabalho e, para isso, faz-se necessário retomar não somente o objetivo, mas também a
caminhada do trabalho. A conclusão situa o leitor em relação às partes do trabalho.

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Manual de Estágio

É o momento culminante da monografia, em que as experiências pessoais e novas


perspectivas dos autores podem vir à tona, de certo modo, resgatando os objetivos
propostos inicialmente e as lacunas suscitadas na introdução.
É interessante lembrar que, enquanto na introdução existe a preocupação
com a delimitação do tema; na conclusão, o sentido maior está em vislumbrar novas
possibilidades para o tratamento desse mesmo tema. Essas possibilidades podem ser
oferecidas ao leitor como sugestões para pesquisas posteriores, caracterizando, aliás, o
movimento da ciência: avançar em mares pouco desbravados.

Quanto às qualidades do texto da conclusão, é importante lembrar que suas


características são:
a) Brevidade – a conclusão deve ser breve e exata, concisa e convincente.
b) Objetividade – a conclusão é a síntese interpretativa dos elementos essenciais
discutidos e analisados no transcurso da monografia.
c) Personalidade – a conclusão deve apontar claramente o ponto de vista dos autores
por meio de marcas pessoais, não deixando de apresentar novas rotas para a continuidade
do trabalho.

4. ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
Os elementos pós-textuais, também denominados elementos referenciais, compreendem
as referências bibliográficas, os anexos e os apêndices, quando necessários. Esses são
elementos orientadores para os leitores, que a eles recorrem sempre que, no decorrer da
leitura do corpo do trabalho, houver indicações que lhes suscitem a curiosidade ou que
possam auxiliar na compreensão da caminhada do pesquisador.

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Serviço Social

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A exigência, não somente em relação às monografias, mas em qualquer publicação
científica, é que seja elaborada uma seção de referências bibliográficas. No entanto,
é importante que o autor conheça a diferença entre referências bibliográficas e
bibliografia. As referências bibliográficas referem-se às obras (livros, artigos impressos
ou presentes em fontes eletrônicas etc.) que foram citadas no corpo do trabalho. Isso
significa que, ao fazer uso das vozes de diferentes autores, quer textualmente, quer
parafraseando-os, o autor da monografia deve citá-los no corpo do trabalho e
referenciá-los na seção referências bibliográficas. Já a bibliografia, usada como referencial
em ementas de cursos ou em textos para uso didático, inclui todas as obras lidas e
estudadas pelo autor para a elaboração do texto em questão.
Como as citações estão diretamente relacionadas às referências bibliográficas,
apresentamos, a seguir, orientações para a elaboração de ambas.

Exemplo 1:
FREITAS, Maria Teresa; SOUZA, Solange J.; KRAMER, Sonia. (orgs.) Ciências humanas e
pesquisa: leituras de Mikhail Bakhtin. São Paulo: Editora Cortez, 2003 (Coleção Questões
da Nossa Época; v.107, p. 35-39).
MARSICK, Victória. Factors that affect the epistemology of group learning. Disponível
em: http://www.eds.educ.ubc.ca/aerc/1997/97marsick.htm. Acesso em: 13 mai. 13.
ORELLANA, M. F.; BOWMAN, P. Cultural diversity research on learning and development:
conceptual, methodological, and strategic considerations. In: American Educational
Research Association; v. 32, nº 5, June/July – 2003, p. 26-32.

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Manual de Estágio

Preste atenção: a obra pertencente à coleção deve estar entre parênteses, com
indicação de volume e páginas consultadas. As fontes eletrônicas devem indicar a data
da consulta, a indicação de autor cujo artigo ou capítulo esteja inserido em uma obra
organizada por outro autor ou em revista deve conter In seguido de dois pontos.

Exemplo 2:
FULLAN, Michael; HARGREAVES, Andy. 1996. A escola como organização aprendente:
buscando uma educação de qualidade. 2a ed. Trad. Regina Garcez. Porto Alegre: Artmed
Editora, 2000.
BEDNY, Gregory Z. et al. Activity theory: history, research and application. In: Theor.
Issues in Ergon. SCI. V.1, 2000, nº 2, p. 168-206.

Atente-se ao exemplo, com indicação de obra com dois ou três autores e indicação de
obra com mais de três autores.

CITAÇÕES
De acordo com a Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) na NBR 10520,
citação é uma informação retirada de uma obra tal qual ela se a presenta.

Exemplo 1:
Começaram trabalhando no litoral, no corte do pau-brasil e, posteriormente, no
trabalho nos engenhos de cana-de-açúcar. Depois, foram levados para o interior do
território e regiões longínquas para trabalhar na mineração, na criação de gado, no
cultivo de cacau, nas charqueadas, na exploração das “drogas do sertão”. Trabalhavam
também no serviço doméstico, nas construções públicas de todos os tipos e no comércio de
gêneros alimentícios (AMARAL, 2011, p. 12).

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Serviço Social

Exemplo 2:
Esclarece Pinsky (2000, p. 61): “Distante da imagem de mansidão e conformismo que
costumavam lhe atribuir, o negro resistiu e revoltou-se contra sua condição de escravo.
O jogo de capoeira era uma demonstração de resistência”.

A citação deve ser apresentada com o autor, ano e página utilizada; devendo haver
uma uniformidade na apresentação para melhor organização.
Precisamos agora entender as diferentes citações existentes – até três linhas e mais
de três linhas.
Quando estamos escrevendo um texto e citamos um trecho de um livro da mesma
forma como está escrito e este tiver mais de três linhas, ele terá que ficar abaixo do
texto, com recuo e fonte 11.

Exemplo 3:
Explica Amaral (2011) que o desembarque acontecia no Brasil, mais especificamente
nos portos de Recife, Salvador, Rio de Janeiro e São Vicente. Logo após a chegada, eles
eram distribuídos para várias regiões brasileiras e realizavam todo tipo de trabalho.

Começaram trabalhando no litoral, no corte do pau-brasil e,


posteriormente, no trabalho nos engenhos de cana-de-açúcar. Depois, foram
levados para o interior do território e regiões longínquas para trabalhar
na mineração, na criação de gado, no cultivo de cacau, nas charqueadas,
na exploração das “drogas do sertão”. Trabalhavam também no serviço
doméstico, nas construções públicas de todos os tipos e no comércio de
gêneros alimentícios (AMARAL, 2011, p. 12).

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Manual de Estágio

Quando o trecho do texto não ultrapassa três linhas, poderá fica r no corpo do texto.

Exemplo 1:
Relatam Almeida et al. (2005) que o projeto de atração de imigrantes, em razão
das novas condições políticas e econômicas, começou a vigorar após 1880. Conforme
Almeida et al. (2005, p. 35): “No plano internacional, restrições à entrada de estrangeiros
na Argentina e nos Estados Unidos e a estagnação econômica na Itália favoreceram o
projeto brasileiro”.

Repare que, quando no meio do texto, a citação vem entre aspas.

Quando a frase que irá utilizar estiver dentro de um texto grande e você não pretender
usá-la toda, e sim partes dela, é aconselhável utilizar [...] para designar que o texto foi
cortado.

Exemplo 2:
“As propostas de melhorias de processo e tecnologia são coletadas e analisadas [...]
com base nos resultados de projetos-piloto” (KOSCIANSKI; SOARES , 2007, p. 153).

Citação indireta
Caracteriza-se pelo resumo de uma obra ou trecho lido (parafrasear). Deve apresentar
o nome do autor com o ano da obra.

Exemplo:
De acordo com Teixeira (2009), as imagens e as representações que estão nos
livros didáticos são fundamentais para o desenvolvimento das crianças em período de
aprendizado.

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Serviço Social

Citação de citação
A citação de citação não é muito utilizada, pois se recomenda ler os livros na íntegra,
porém, se houver uma obra a que não se tem fácil acesso por ser de uma edição muito
antiga, pode ser apresentada conforme exemplo a seguir:

Segundo Van Dijk (1983), citado por Fagundes (2001, p. 53), “no texto jornalístico é
convencional apresentar-se um resumo do acontecimento abordado. Esse resumo pode
ser expresso por letras grandes separadas do resto do texto ou na introdução no ‘lead’”.

Quando a citação se referir à ideia de algum autor citado por outro, deve-se empregar
a expressão apud entre o nome do autor do qual você pretende utilizar a ideia e o autor
do livro que você leu. Veja o exemplo a seguir:

Exemplo 1:
Podemos ver claramente o que se pensava da criança na obra de Ariès (1981), ao apontar
que:
A ideia de infância está ligada à de dependência; só se sai da infância
ao sair dessa condição. A criança pequena era vista como um animalzinho,
fonte de diversão e entretenimento para os pais e habitantes do local. O
elevado número de mortes de crianças pequenas não era sentido como
perda, pois logo outra criança viria, em substituição. Não poderia haver,
portanto, preocupação quanto à educação infantil (apud FONTERRADA,
2008, p. 37).

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Manual de Estágio

Exemplo 2:
Sobre este período, Bauab (1960, apud ALMEIDA, 2007) também traz seu pensamento
ao considerar que este movimento [...].
ANEXOS E APÊNDICES
Anexos são documentos complementares à monografia, que esclarecem os conteúdos
nela tratados. Aos anexos pertencem, por exemplo, as transcrições (na íntegra) de dados
coletados, documentos, leis, pareceres etc. utilizados como suporte às discussões e que
prejudicariam a estética do trabalho caso fossem inseridos em seu corpo.
Anexos são necessários, na maioria das vezes, para que os leitores do trabalho busquem
a melhor compreensão das interpretações e das conclusões do autor. Em geral, são
ordenados a partir de um critério lógico, por exemplo, sequenciados por data de utilização
no trabalho e aparecem numerados ou são indicados por letras (Anexo 1 ou Anexo A).
Essas denominações permitem que, ao fazer referência ao seu conteúdo no corpo do
trabalho, o autor da monografia apresente a indicação de onde se encontra o trecho na
íntegra. Exemplificando: “Conforme comentado no capítulo anterior, os dados referentes
ao participante André (Anexo 5) foram coletados em seu ambiente de trabalho”.
anexos aparecem geralmente após as referências bibliográficas. No entanto, há
controvérsias a esse respeito e muitos autores preferem inserir anexos antes das referências
bibliográficas para que a numeração de suas páginas siga a numeração do próprio trabalho.
Já os apêndices caracterizam-se por serem materiais produzidos pelo próprio autor
da monografia. Fazem parte deles: questionários utilizados na coleta de dados, fichas e
materiais preparados para coletar dados em entrevistas, tabelas elaboradas para sustentar
discussões, trechos da análise dos dados.

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Serviço Social

APÊNDICES
Pouco utilizados nas monografias (que optam por apresentar, no início, um sumário
com as indicações de assuntos e páginas), os índices, quando utilizados ao final da obra,
têm objetivos diversos. Eles podem apresentar uma lista de assuntos (índice denominado
sistemático), lista de termos referidos (índice denominado remissivo), lista de todos os nomes
próprios presentes (índice denominado onomástico), lista de lugares (índice denominado
toponímico) e lista de citações bíblicas (índice denominado escriturário).

5. A LINGUAGEM DA MONOGRAFIA

Considerando-se as diferentes partes que compõem o texto monográfico, é importante


ressaltar que a linguagem se presentifica de diferentes e bem marcadas formas, influenciando
na qualidade e na validade do texto construído. É possível perceber que a linguagem
caminha entre diferentes tipos de discurso, com marcas ora expositivas, ora narrativas,
percorrendo a descrição, a análise e a crítica (BRANDÃO, 2001), caracterizando essas tais
partes da monografia.

Linguagem expositiva
A linguagem expositiva caracteriza-se, nas monografias, pelo discurso teórico presente
tanto na introdução quanto na fundamentação teórica. A exposição exige que o autor
seja objetivo, que apresente os conceitos teóricos relevantes ao trabalho, atribuindo a ele
próprio ou a outros autores a responsabilidade enunciativa. Segundo Brandão (2001, p. 30):

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Manual de Estágio

Essa função “objetiva” não impede, entretanto, que seja permeada


de elementos analíticos, argumentativos ou críticos. Em verdade, a
participação do pesquisador se concretiza – o que não é pouco – desde
a seleção do material, isto é, quando faz os recortes teóricos, criativos
ou críticos incorporados em seu texto e no modo como distingue esses
dados “objetivos” das suas próprias interpretações sobre eles. Embora,
rigorosamente falando, não exista em estado “puro”, podemos chamar
de “objetiva” aquela linguagem que procura apreender os fatos ou outra
linguagem em seus próprios elementos constitutivos, independentes de
interpretação do pesquisador e, “subjetiva”, aquela linguagem que expressa
reflexões pessoais, opiniões ou propostas do pesquisador, devidamente
fundamentadas e não confundidas com afirmações que apenas denunciam
reações afetivas de agrado ou desagrado.

Linguagem descritiva
A linguagem descritiva caracteriza-se, nas monografias, pelos relatos fortemente
presentes na metodologia. Nesse capítulo, o autor é convidado a detalhar os fatos
relacionados ao contexto de pesquisa e a todos os procedimentos que vão desde a escolha do
corpus para estudo e/ou coleta de dados aos critérios escolhidos para análise. A linguagem
descritiva pressupõe a ausência de julgamentos e juízos de valor por parte do autor.

Linguagem analítica
A linguagem analítica caracteriza-se, nas monografias, pelo uso da explicação e da
argumentação. Nesse sentido, faz uso de relações lógicas entre os elementos que se
encontram explícitos no texto e aqueles implícitos, mas provocadores de sentido em relação
ao objetivo da monografia.
É possível dizer que a linguagem analítica se presentifica com maior intensidade no
capítulo de discussão e argumentação, no qual são discutidos e sustentados os pontos de
vista do autor do trabalho à luz dos fundamentos teóricos selecionados.

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Serviço Social

Linguagem crítica
A linguagem crítica caracteriza-se, nas monografias, pela emissão de opiniões e conclusões
do autor após o exaustivo questionamento a que submeteram os dados coletados ou o
corpus de análise. Segundo Brandão (2001, p. 31):

É pela linguagem crítica que o estudioso pode efetivamente contribuir


para o avanço das idéias em relação a determinado campo do saber,
apresentando reflexões originais, nascidas seja de novos enquadramentos
a partir dos elementos já conhecidos, seja aprofundando ou ampliando os
referenciais de pesquisa para aspectos ou setores ainda não considerados.

6. ELABORAÇÃO FINAL DO TRABALHO DE CURSO

A produção do relatório final de TC, correspondente à disciplina Produção Técnico


Científica Interdisciplinar, para os alunos regularmente matriculados no 7º e 8º semestres
do curso de Graduação Plena em Educação Física, ou os alunos em regime de dependência,
visa a desenvolver, no acadêmico, a capacidade de um estudo teórico-reflexivo a partir de
atividades de pesquisa, da sua análise e dos seus procedimentos metodológicos, organizados
de forma técnica, adequada às normas de produção de um trabalho científico.

A produção científica objetiva oportunizar ao aluno dos cursos de graduação, na


modalidade bacharelado, uma ocasião de demonstrar o grau de habilitação adquirido,
o aprofundamento temático, o estímulo à produção teórica e à consulta de bibliografia
especializada, segundo as normas formais de metodologia científica, e o aprimoramento
da capacidade de interpretação e de análise de dados. Ainda, procura mostrar à sociedade
que o graduado pleno em Educação Física está habilitado a efetuar uma pesquisa científica,
bem como o seu relato.

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Manual de Estágio

O relatório deve ser elaborado de acordo com as normas, as fases e o cronograma


estabelecidos na disciplina que corresponderá a uma nota que gere a aprovação ou a
reprovação nesse componente curricular obrigatório.

A elaboração do relatório deverá adotar as regras da ABNT, conforme a indicação deste


Manual. Lembre-se das orientações recebidas nas disciplinas “Metodologia do Trabalho
Acadêmico” e “Métodos de Pesquisa” para a elaboração do trabalho final, ainda considerando
o que se estabeleceu no Manual do Projeto Técnico Científico Interdisciplinar, ao qual o
aluno já teve acesso.

Como já visto, o TC é desenvolvido por meio de duas disciplinas, sendo o Projeto Técnico
Científico Interdisciplinar desenvolvido no 6º e 7º semestres do curso, e a Produção Técnico
Científica Interdisciplinar desenvolvida no 7º e 8º semestres do curso. O trabalho é uma
continuidade, assim, o aluno deverá continuar a pesquisa já iniciada na etapa anterior.

Para a entrega final, todos os elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais obrigatórios


devem ser apresentados. Observe, atentamente, o cronograma de postagem, disponível em
seu AVA, para saber o que deverá ser entregue em cada uma das postagens, e não esqueça
de atender às solicitações do seu orientador.

Além disso, respeite o calendário previamente estabelecido para o atual semestre letivo,
lembrando que o aluno deverá efetuar as postagens parciais para que faça jus às orientações,
e finalize com a postagem de seu relatório completo em uma plataforma específica.

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Serviço Social

7. REFERÊNCIAS

BRANDÃO, R. de O. Elementos de metodologia em nível de pós-graduação: áreas de


Letras. São Paulo: Humanitas; FFLCH/USP, 2001.
CARMO-NETO, D. Metodologia científica para principiantes. 3. ed. Salvador: Ed.
Universitária Americana, 1996.
DIAS, R.; TRALDI, M. C. Monografia passo a passo. Campinas/São Paulo: Alínea, 1998.
D’ONOFRIO, S. Metodologia do trabalho intelectual. São Paulo: Atlas, 1999.
GUIDIN, M. L. di R. Manual de TCC – UNIP. 2003.
HUBNER, M. M. Guia para a elaboração de monografias, e projetos de dissertação de
mestrado e doutorado. São Paulo: Mackenzie, 1998.
LEFFA, V. J. Como produzir materiais para o ensino de línguas. Disponível em: http://
www.leffa.pro.br/textos/trabalhos/prod_mat.pdf. Acesso em: 28 jun. 2013.
MACHADO, A. R. (notas de aula). Gênero tese. São Paulo: LAEL – PUC-SP, 2001.
SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 1997.
VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas,
2010.
VICTORIANO, B. A. D.; GARCIA, C. C. Produzindo monografia. São Paulo: Publisher Brasil,
1999.
VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA. 2. ed. Rio de Janeiro: ABL/
Block/Imprensa Nacional, 1998.

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