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TÓPICO 3

ARTIGO DE PESQUISA E RELATÓRIO DE AULAS EXPERIMENTAIS

Introdução

Por que focalizamos o relatório de atividade experimental? Porque ele constitui um gênero acadêmico
que você deverá produzir logo no início do curso de Engenharia, notadamente os relatórios das aulas
1
experimentais. Assim, aqui, damos primazia ao relatório porque provavelmente será o gênero que você mais
produzirá nos anos iniciais da graduação. No entanto, é oportuno também apontar, ainda que superficialmente,
os outros tipos de relatório que também poderão ser objeto de elaboração.

O que é um relatório? Como a própria designação indica, é um relato de uma atividade prática, no
nosso caso, uma prática acadêmico-científica. A NBR 10719 da ABNT aborda especificamente o relatório
técnico/científico, conceituando-o como o gênero que descreve formalmente o progresso ou o resultado de
pesquisa técnica e/ou científica. (ABNT, 2011)

• Modalidades de relatório

De acordo com o objetivo e a atividade realizada, o relatório assume diversas modalidades. Trazemos
aqui alguns tipos que também poderão fazer parte da sua vida acadêmica na EEL.

• Relatório de visita técnica

Algumas disciplinas incluem em suas atividades as visitas técnicas para integrar teoria e prática
relativas ao conhecimento adquirido, colocando o aluno em contato com um ambiente profissional e
possibilitando-lhe experienciar in loco o que foi objeto de estudo em ambiente acadêmico.
Estrutura textual do relatório de visita técnica (sugestão)

o Introdução: local da visita (localização e breve caracterização), objetivo da atividade e a


disciplina/professor envolvidos;
o Descrição do processo da visita
o Avaliação da atividade
o Contribuição para a formação profissional
o Observações e sugestões

• Relatório de palestra

Durante o curso, haverá várias oportunidades para a elaboração de relatório de palestra solicitado por
algum professor, como, por exemplo, palestras apresentadas nos eventos científicos – como as Semanas -
promovidos pelos diversos cursos.
Nesse tipo de relatório, registram-se as principais informações da palestra em duas ou três páginas.
Estrutura textual do relatório de palestra (sugestão adaptada de BRASILEIRO, 2021, p. 220)

INFORMAÇÕES SOBRE A PALESTRA, AUTOR E DISCIPLINA ENVOLVIDA


o Nome do aluno/Turma
o Tema da palestra/evento
o Palestrante(s)
o Data da palestra: ___/___/______ Local:
o Disciplina/Professor envolvido
o Instituição/Curso
o Horário de início e término

DADOS DA PALESTRA
o Objetivo da palestra e principais informações
o Argumentos de maior relevância

1
As disciplinas experimentais não estão no 1º período da grade de todos os cursos da EEL.
o Pontos mais importantes do evento
o Conclusão(ões) do(s) palestrante(s)
o Avaliação do conteúdo exposto pelo(s) palestrante(s)

• Relatório de estágio

Nesse tipo de relatório, o estudante expõe as suas atividades e experiências no estágio, que é
obrigatório conforme a grade curricular. Basicamente, nele consta o relato das atividades realizadas e do
aprendizado alcançado. Como a EEL-USP adota algumas diretrizes para a elaboração do relatório de estágio,
remeto o estudante para o seguinte endereço: http://www.alunos.eel.usp.br/arquivos/
PROCEDIM_RELAT_ESTAGIO.pdf

Modalidades de artigos

• Artigo original
O pesquisador buscar a solução de um problema. Para isso, parte da pesquisa bibliográfica para a
pesquisa de campo, a firma de elaborar uma publicação que apresente temas ou abordagens
oginais.

• Artigo de revisão
Esse tipo de artigo resume, analise e discute informações já publicadas. O autor faz um recorte do
assunto e dialoga com os autores tomados como referência na produção do conhecimento sobre o
tema. Segundo Brasileiro (2021) o pesquisador apresenta, confirma, refuta, sintetiza o que os
outros autores já publicaram.

3.1 ORGANIZAÇÃO DO ARTIGO CIENTÍFICO/RELATÓRIO

Por que abordamos o artigo de pesquisa e o relatório em conjunto? Porque consideramos o relatório de
aulas experimentais a versão pedagógica de um artigo de pesquisa, que aqui é tomado como referência de
relato de pesquisa e escrita acadêmica para os estudantes de engenharia.
Antes de iniciarmos a abordagem desse tópico, é preciso atentar para alguns fatores que auxiliam a
preparação e redação do relatório de aulas experimentais. Trata-se de fatores importantes para a redação
2
acadêmica desse tipo de texto.

A) TÓPICO
O tópico a ser desenvolvido em seu relatório já é bastante conhecido do seu professor e da comunidade
científica. Afinal, o problema que você investiga no laboratório, durante uma aula prática, nada tem de original.
Ele destina-se à sua formação inicial como aluno de engenharia, que deve dominar conceitos e procedimentos
básicos nas aulas experimentais de Química ou Física, por exemplo. Desse modo, todos os assuntos dessas
aulas são definidos não por você, mas por seus professores, que levam em conta as disciplinas da grade
curricular e a articulação entre elas com o objetivo de formar o futuro engenheiro.
No entanto, assim como qualquer pesquisador, você deve buscar as referências relevantes do assunto
em estudo. Nesse início de sua formação universitária, provavelmente você recorrerá com mais frequência a
livros didáticos impressos ou digitais, dada a relativa simplicidade do trabalho desenvolvido nas aulas
experimentais.
De qualquer modo, a seleção dessa literatura deve ser criteriosa e pautada na qualidade da fonte
consultada (pesquisam-se especialistas reconhecidos pela comunidade pedagógica e/ou científica), na
importância dos autores na área e na recência de seus trabalhos.

2
Os tópicos da Introdução são baseados nas orientações que Motta-Roth e Hendges (2010) apresentam para a
elaboração de um artigo de pesquisa.
É IMPORTANTE LER COM ATENÇÃO OS TEXTOS QUE VOCÊ ESCOLHE COMO REFERÊNCIA TEÓRICA DO
TRABALHO. A QUALIDADE DESSA LEITURA ESTÁ NAS ANOTAÇÕES E NO RESUMO DE TRECHOS, QUE PODERÃO
E/OU DEVERÃO CONSTAR DA INTRODUÇÃO DO SEU RELATÓRIO.

B) LEITOR DO TEXTO

Assim como para todos os outros gêneros, o relatório científico contém um leitor constitutivo, que possui
um determinado perfil. Qual seria esse perfil? Podemos caracterizá-lo como um especialista interessado em
ciência, especificamente na área e no tópico do seu relatório. Dessa forma, ele seria um leitor "virtual". Mas,
além dele, quando redige um texto como esse, você se dirige a um leitor real, o professor da disciplina; por isso,
você deve ter em mente que escreve para um especialista, que conhece o assunto e buscará verificar se o que
você comunicou está de acordo com a prática realizada na sala de aula e com o estilo e estrutura composicional
do gênero ‘relatório’. E certamente ele também terá um objetivo pedagógico: verificar se você aprendeu o
conteúdo e os procedimentos desenvolvidos na aula.

C) ORGANIZAÇÃO
Motta-Roth e Hendges afirmam que “a estrutura textual clara facilita a leitura de informações, uma vez
que o leitor pode antecipar padrões de organização textual comumente encontrados em textos do mesmo
gênero”. (MOTTA-ROTH; HENDGES, 2010, p. 19) Essa estrutura normalmente é marcada por subtítulos, que
orientam o leitor na antecipação do tipo de informação presente no texto. Os tópicos que organizam o relatório
de pesquisa serão detalhados mais abaixo.
D) ESTILO
O estilo do relatório de pesquisa, direcionado ao leitor acima caracterizado, é mais formal. Esse
formalismo é alcançado por meio de certas estratégias, como por exemplo, a escolha lexical. Tende-se a
escolher palavras mais precisas e formais. Outro exemplo é o uso da variante padrão (registro culto da língua),
que observa as normas gramaticais. Uma abordagem das qualidades de linguagem do texto acadêmico-científico
será feita no Tópico 4.

• Condições de produção de relatório de aulas experimentais e artigo original

RELATÓRIO ARTIGO

Quem escreve? Aluno Especialista (pesquisador)

Para quem se Professor Leitor especializado


escreve?

Objetivo Relatar o experimento realizado no Comunicar à comunidade científica


laboratório resultados de pesquisa original

Onde circula? Espaço escolar Revistas científicas


(principalmente)

Um artigo e relatório (de aula experimental) completo apresentam geralmente as seguintes seções:

Introdução
Material e Método
Resultados e Discussão
Conclusão
3
Referências

3
Esses subtítulos NÃO são seguidos de dois pontos!
NO CASO DOS ARTIGOS, ESSA ORGANIZAÇÃO VARIA DE ACORDO COM O TIPO DE PESQUISA OU A REVISTA EM
QUE ELE É PUBLICADO.

Além dessas informações, ele deve apresentar um TÍTULO e um RESUMO (acadêmico), redigido de
acordo com o que vimos no Tópico 1 deste curso, e a identificação dos autores.
A identificação dos autores, inserida logo após o título, deslocada para a direita, esquerda ou
centralizada, apresenta o nome completo dos autores (o prenome pode ser abreviado) e a instituição a que estão
4
vinculados. Essa vinculação confere autoridade àquele que comunica o seu trabalho .

INTRODUÇÃO
No relatório, a Introdução serve para expor as principais informações a respeito do tema em estudo
(conceitos, descrição de processos, implicações para o entendimento de outros tópicos, entre outros). É nesse
ponto do trabalho que você vai recorrer a autoridades na área para fundamentar a prática laboratorial, usando as
técnicas de resumo que abordamos no Tópico 1, quando estudamos a CONSTRUÇÃO DO MARCO TEÓRICO e
a REVISÃO DA LITERATURA. Como vimos, é preciso fazer a citação de acordo com a ABNT NBR 10520,
atribuindo o conteúdo declarado ao seu autor.
A introdução do relatório técnico deve ser escrita numa linguagem simples e concisa.
Sugerimos que a Introdução apresente as seguintes informações:
a) o tópico do texto (o que ele aborda) e o problema (se pertinente);
b) justificativa, se couber;
c) as informações teóricas sobre o tópico (aquilo que é pertinente para o seu entendimento);
d) o(s) objetivo(s) do experimento.

a) Tópico do texto. Uma sugestão: inicie a Introdução apresentando do que o texto trata. Por exemplo: a
aula tratou de densidade. Você poderia iniciar apresentado esse tópico por meio de uma definição e/ou
da importância que assume no campo da física ou da química, entre outras possibilidades:

Define-se a densidade absoluta de uma substância como sendo a razão entre sua massa e seu
volume. Matematicamente a fórmula da densidade é

ρ = m/v
em que
ρ = a densidade
m = a massa da substância
v = o volume

A densidade absoluta é também uma propriedade específica; cada substância pura tem uma
densidade própria, que a identifica e a diferencia das outras substâncias.
0
A densidade relativa de um material (d = ρ/ρ ) é a relação entre a sua densidade absoluta e a
densidade absoluta de uma substância estabelecida como padrão. No cálculo da densidade relativa de sólidos
e líquidos, o padrão usualmente escolhido é a densidade absoluta da água, que é igual a 1,000 kg dm-3
(equivalente a 1,000 g cm-3) a 4°C. (CÉSAR; PAOLI; ANDRADE, 2004)
Em laboratórios, a determinação da massa específica pode ser feita com grande precisão, por meio de
aparelhos simples. Essa medida é de grande importância na física e na química modernas, pois com ela pode-
se chegar a valores aproximados dos pesos moleculares dos gases e dos pesos atômicos e moleculares de
substâncias sob a forma de cristal. Seu estudo é importante subsídio na análise da constituição de soluções
líquidas e gasosas, bem como na determinação de constantes físicas como a tensão superficial e a
viscosidade. (CÉSAR; PAOLI; ANDRADE, 2004)

A sugestão acima foi constituída de dois tipos de informação (necessárias e comuns nas pesquisas
científicas): a) informação teórica (definição/explicação de densidade absoluta e relativa) e b) justificativa para

4
Dificilmente se produz pesquisa científica fora de instituições de ensino e/ou pesquisa.
realizar o estudo sobre a densidade. Perceba que a informação teórica é devidamente atribuída aos autores
5
de onde foi extraída.

b) Marco teórico
Em artigos científicos, além do marco teórico (teorias e princípios de acordo com os quais a pesquisa
é realizada), é usual apresentar uma “revisão da literatura”, porque esse tipo de texto apresenta pesquisa
original, situada em relação a uma série de estudos prévios que servirão como ponto de partida. A relação da
pesquisa com esses estudos pode ser de concordância, discordância ou complementação.
Mas o seu relatório não apresenta pesquisa original. Então, na Introdução, você vai trazer tudo o que
for pertinente teoricamente para o tópico que está sendo investigado. É aqui que você apresenta os conceitos, as
descrições de processo e outros aspectos pertinentes que fundamentam a prática e funcionarão como parâmetro
para você avaliar seus resultados; em outras palavras, você fornece informações de ordem geral, sem fazer
menção ao seu próprio experimento, para depois retomá-las na seção RESULTADOS E DISCUSSÃO quando
fizer a interpretação dos dados obtidos. Trata-se, assim, de buscar os fundamentos teóricos que fornecem o
quadro de acordo com o qual o seu experimento será conduzido e interpretado.
Observações:

1. Ao inserir na Introdução as ideias/informações apropriadas de outros textos (com autores), você deve
articulá-las, mostrando ao seu leitor como elas se inter-relacionam. Assim, você evita fazer da sua
introdução uma espécie de "lista de supermercado", em que fazemos um rol de itens soltos, como
alertam Motta-Roth e Hendges (2010, p. 92). Esse aspecto foi abordado no Tópico 1 – Resumo.

2. Há informações que são consensuais. Por exemplo, dizer que a poluição é um problema mundial, ou
que o desenvolvimento sustentável é uma exigência do mundo moderno para resolver os problemas
relacionados à degradação ambiental é enunciar "verdades por consenso". Nesse caso, você não
precisará atribuí-la a nenhum autor.
3. Se for usado o sistema autor-data para as citações integradas à frase, você deverá usar os chamados
de verbos de citação, que variam dos mais neutros (dizer, por exemplo) até os que indicam modalização
ou avaliação (sugerir, supor, por exemplo). Além disso, tenha cuidado para não atribuir palavras ou
intenções ao autor citado, que não são autorizadas pelo texto.
Ressaltamos que os livros didáticos oferecem pouca oportunidade para o uso de verbos de modalização
ou avaliação, dado que o conhecimento apresentado nesses manuais normalmente já está estabilizado e é
adotado por consenso, não estando em "disputa" ou discussão. Assim, os verbos que seguem parecem ser
bastante adequados para a redação do seu relatório.

Atenção: trata-se apenas de alguns verbos, cada um com um significado específico, o que impede que eles sejam usados
aleatoriamente.

apresentar, afirmar, citar, descrever, mencionar, denominar, analisar, apontar, indicar, mostrar, definir

c) Objetivo do trabalho (específico do experimento)

O objetivo do experimento ou da pesquisa aparece normalmente no final da Introdução. No caso


dos relatórios de disciplina experimental, ele já está definido no material instrucional para a realização do
experimento. No caso do artigo acadêmico, é o autor que o elabora.

Atenção: NÃO se trata de objetivo pedagógico, que, em última instância, diz respeito à aprendizagem do aluno.

5
Segue a referência do artigo:
CÉSAR, Janaína; PAOLI, Marco-Aurélio de; ANDRADE, João Carlos de. A determinação da densidade de
sólidos e líquidos. Chemkeys, 2004. Disponível em http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/
bitstream/handle/mec/11544/articleI.pdf?sequence=3 Data de acesso: 30 jul. 2019.
MATERIAL E MÉTODO (OU PROCEDIMENTOS)
Terminada a Introdução, deve-se passar ao relato da experiência propriamente dita. Essa seção deve
apresentar a sequência de ações (em ordem temporal) realizadas que levaram à obtenção dos resultados.
Devem ser dados detalhes suficientes sobre o material e os métodos utilizados de forma que outros possam
repetir a experiência e obter resultados comparáveis.
Você deve relatar as ações que tenham implicações nos resultados. Em outras palavras, a importância
de uma ação é avaliada em relação aos resultados; portanto, não relate ações irrelevantes.
Você deve indicar as ações, usando verbos no passado (pretérito perfeito), relacionados à atividade
desenvolvida no laboratório, como "coletou-se/coletaram-se, foi coletado/foram coletados", analisou-
se/analisaram-se, foi analisado/foram analisados", "examinou-se/examinaram-se, foi examinado/foram
examinados" e expressões que demarcam a ordenação temporal dessas ações (por exemplo, advérbios como
"primeiramente", "em seguida", "por fim"). No entanto, não use esses elementos em demasia. A própria
sequência das frases permite que o leitor infira a ordenação temporal.

[...] Para a realização deste experimento, primeiramente cultivaram-se plantas da espécie L. perenne.
Duzentas sementes foram selecionadas para cada vaso e foram plantadas com terra previamente
esterilizada. Estas foram mantidas em estufa a 25-30 ºC por 15 dias para crescimento. Após o período
estabelecido para crescimento (15 dias), as plantas de L. perenne foram selecionadas por tamanho similar e
foram borrifadas soluções dos compostos (150 e 300 µM). A alíquota de cada composto foi solubilizada em
uma solução de Tween-20 (0,05%). O grupo de plantas controle foi borrifado com Tween e DMSO. Foram
efetuadas as medidas de emissão da fluorescência da Chl a in vivo com auxílio de um Hansatech Handy PEA
(Plant Effiecient Analyzer), nos períodos de 24, 48 e 72 h. Antes de cada medida, as plantas eram deixadas
em repouso, no escuro, por 30 min.18 Para as medidas de fluorescência e para o processamento dos dados
utilizou-se o Biolyzer_HP3 e os mesmos parâmetros fotossintéticos foram avaliados. Todas as medidas
foram realizadas em triplicata e todas as determinações foram estabelecidas por comparação ao controle.
Para o preparo das soluções foi utilizada água destilada. [...]
SAMPAIO, Olívia Moreira; SILVA, Maria Fátima das Graças Fernandes da. Avaliação de furanocumarinas como inibidores da
fotossíntese através de ensaios de fluorescência da clorofila. Quim. Nova, v. 35, n. 11, 2115-2118, 2012.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na seção normalmente denominada "Resultados e Discussão", devem ser expostos os dados obtidos
no experimento, seguidos de sua interpretação.
Exposição dos dados

Terminado o relato, devem ser expostos, numa seção específica, os resultados da experiência, o que
realmente se apurou. Os resultados devem constituir uma decorrência das ações relatadas na seção "MATERIAL
E MÉTODO"; assim, não se pode apresentar um dado que não esteja apoiado nas ações realizadas, assim como
não pode haver uma ação importante na metodologia que não gere um resultado.
Apresenta-se a sumarização dos dados coletados e o seu tratamento estatístico. Devem-se incluir
apenas os dados relevantes e detalhes suficientes para justificar a conclusão. Devem ser usadas figuras
(gráficos, fotos, fluxogramas, por exemplo), tabelas e quadros quando forem necessários para a clareza e
concisão. Nessa parte, também é usual o emprego do verbo no pretérito perfeito. Pode-se fazer breve referência
a experimentos malsucedidos e tentativas infrutíferas.

Exemplos de figura, tabela e quadro


As Figuras – desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas, plantas, etc. –
devem ser identificados na parte superior, precedidas da palavra Figura, seguida de seu número de
ordem de ocorrência no texto, em algarismos arábicos, e de seu título ou legenda explicativa; na parte
inferior, deve ser informada a fonte.
Figura 1 – Partes da chama do bico de Bunsen

Fonte: Brady e Humiston (1995)

As Tabelas devem ser apresentadas sem bordas laterais, com designação, número e título acima e
fonte abaixo. Não se usam linhas verticais; as horizontais são usadas apenas para limitar a tabela e
isolar os cabeçalhos das colunas. Uma tabela normalmente apresenta resultados quantitativos.
Exemplo:
Tabela 1 - Produção de carne de frango no Brasil – Série Histórica (1989-2001)

Toneladas
Ano Mercado interno Exportação Total
1989 1.811.396 243.891 2.055.287
1990 1.968.069 299.218 2.267.358
1991 2.200.211 321.700 2.521.911
1992 2.350.567 371.719 2.726.992
1993 2.709.500 433.498 3.142.998
1994 2.929.997 481.029 3.411.026
1995 3.616.705 428.988 4.050.449
1996 3.482.767 568.795 4.051.561
1997 3.811.569 649.357 4.460.925
1998 3.885.709 612.447 4.498.186
1999 4.755.492 770.551 5.526.044
2000 5.069.777 906.746 5.976.523
2001 5.486.408 1.249.288 6.735.696
Fonte: ABEF Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos, 2003
Os Quadros são formados por linhas horizontais e verticais, sendo, portanto, “fechados”. Eles são
usados preferencialmente para apresentar resultados qualitativos. Exemplo:

Quadro 1 – Cor da chama apresentada pelos cloretos

METAL COR DA CHAMA SEM VIDRO DE COBALTO COR DA CHAMA COM VIDRO DE COBALTO
Sódio amarelo forte Amarelo
Potássio Lilás Lilás
Cálcio laranja avermelhado laranja avermelhado
Estrôncio Vermelho Vermelho
Bário Verde Amarelo
Cobre Verde Azul
Fonte: Autor
Interpretação dos resultados ou discussão [dos resultados]

Interpretam-se os resultados em relação ao que se sabe sobre o assunto (que você deve ter
apresentado na Introdução), relacionando-os ao objetivo original da pesquisa. Devem ser apontadas as
implicações lógicas dos resultados e sugeridas aplicações ou estudos futuros, se justificáveis.
Motta-Roth e Hendges (2010, p. 126) afirmam que a discussão é mais do que um sumário dos
resultados, pois, se os dados obtidos se referem à descrição do que se apurou no experimento, a discussão diz
respeito aos pontos desses dados a serem interpretados. E acrescentam que a discussão dos resultados "é o
ponto do texto em que o autor muda de foco. Se na seção anterior, ele havia se concentrado na descrição da
metodologia, agora é o momento em que ele dá alguns passos para trás para ter uma visão geral dos dados e
colocá-los em perspectiva no estudo como um todo". (MOTTA-ROTH; HENDGES, 2010, p. 126-127). Na
discussão, os verbos apresentam-se preferencialmente no presente do indicativo.
As autoras apontam alguns verbos que são comuns na seção "Resultados e Discussão", com base em
Hawes (1994, apud MOTTA-ROTH; HENDGES, 2010, p. 142),:

Função Verbos

Apresentar resultados de modo mais objetivo obter, encontrar, descobrir, identificar, observar, notar

Discutir resultados de modo mais avaliativo revelar, mostrar, ilustrar, indicar, provar, comprovar,
apontar, denotar, demonstrar, sugerir

CONCLUSÃO
Em alguns artigos de pesquisa, a seção "CONCLUSÃO" integra a seção "RESULTADOS E
DISCUSSÃO", sem uma sinalização pelo subtópico específico; em outros, ela constitui uma seção independente.
Neste último caso, a conclusão pode apresentar algumas generalizações a partir do que foi relatado.
Essa parte depende do assunto e da natureza dos itens "MATERIAL E MÉTODO" e "RESULTADOS E
DISCUSSÃO". Pode-se dizer que a CONCLUSÃO consiste numa série de inferências feitas a partir dos fatos
apresentados, buscando-se uma generalização. A conclusão não deve repetir os pontos apresentados na
discussão. Ela deve ser baseada na evidência apresentada. Tenha cuidado para não concluir algo que não
possa ser fundamentado nas seções anteriores.
Como num relatório dificilmente há alguma generalização original, sugiro que você avalie o experimento
realizado (incluindo os resultados e discussão) à luz do princípio teórico básico que sustenta a prática. Na minha
visão, a atividade das disciplinas experimentais, além do objetivo pedagógico (= a aprendizagem, em última
instância), busca confirmar o que já se sabe.
Quando se trata de um relatório ou artigo de pesquisa original, tomando-se o problema levantado, a
hipótese testada (se houver) e os objetivos, a conclusão (alguns preferem “considerações finais”) pode
apresentar uma síntese das principaos descobertas, sugestões, questionamentos e pesquisas futuras
decorrentes do problema investigado.

REFERÊNCIAS
As referências de um trabalho constituem a relação das fontes de consulta (livros, revistas impressos ou
digitais, entre outras) que foram utilizadas e citadas no texto ABNT (NBR 6023).
Observações
1. Consulte o Item 6 do documento Diretrizes para apresentação de dissertações e tese da USP: parte
I (ABNT), disponível em http://www.livrosabertos.sibi.usp.br/portaldelivrosUSP/catalog/view/111/95/491-
1. (p. 68-93)
OU
2. Use o programa Mecanismo Online para Referências, disponível em http://novo.more.ufsc.br.
3.2 Quadro dos elementos estruturais do artigo/relatório (de pesquisa experimental)

ELEMENTOS ESTRUTURANTES DO RELATÓRIO/ARTIGO

Título* Apresenta o conteúdo global do trabalho. Deve apresentar item lexical que indica
procedimento (o que foi feito?) no caso dos trabalhos experimentais.

Autoria* Nome(s) do(s) autor(es) e vínculo institucional

Resumo acadêmico e Ver Tópico 1.


palavras-chave

Introdução Explicitação da pesquisa (tema), marco teórico e objetivo(s) do experimento.

Material e Método Informação sobre os procedimentos metodológicos, ou seja, a sequência de


ações realizadas.

Resultados e Resultados: apresentação dos dados obtidos


Discussão
Discussão: interpretação dos dados à luz do que foi informado na base teórica e
do(s) objetivo(s).

Conclusão Confirmação da teoria de base e/ou outra(s) informações adicionais quanto à


realização pontual do experimento.

Referências Informações dos elementos descritivos dos textos dos autores citados.
*Não inserir as palavras “título” e “autoria” no texto.

Referências

ABNT. NBR 10719: Informação e documentação – Relatório técnico e/ou científico – Apresentação. 2.ed. Rio de
Janeiro, 2011.

BRASILEIRO, Ada Magaly Matias. Como produzir textos acadêmicos e científicos. São Paulo:
Contexto, 2021.
MOTTA-ROTH; Désirée; HENDGES; Graciela Rabuske. Produção textual na universidade. São Paulo:
Parábola Editorial, 2010.
EXERCÍCIOS DO TÓPICO 3
ARTIGO DE PESQUISA E RELATÓRIO DE AULAS EXPERIMENTAIS

As questões de 1 a 4 são referentes ao seguinte texto:


ANDRADE, Danilo Oliveira do Nascimento de; BRANCO, Natália Bruzamarello; GONÇALVES, Fábio Peres.
Tratamento de água com coagulante biodegradável: uma proposta de atividade experimental. Química Nova na
Escola, v. 38, n. 4, p. 375-382, nov. 2016. Disponível em <http://qnesc.sbq.org.br/online/ qnesc38_4/13-EEQ-
119-15.pdf>. Acesso em 23 mai. 2017.

1. Abaixo você tem uma sugestão de experimento a ser aplicado em aula de Química para analisar o uso de um
coagulante biodegradável no tratamento de água em substituição ao uso do sulfato de alumínio. Suponha
que ele tenha sido realizado por você e elabore a seção Material e Método do que seria o seu relatório.

Materiais e reagentes
a) 2 béqueres de aproximadamente 180 mL;
b) 1 funil de vidro;
c) 2 filtros de papel para café;
d) 1 pipeta de 1 mL;
e) 1 béquer de 50 mL (recipiente de plástico);
f) solução aquosa de Ca(OH)2 (0,02 mol L-1), preparada a partir de cal virgem;
g) solução de ácido tânico (20 g L-1). No preparo da solução, é indicado o valor de 2% de massa em 100%
de volume, ou seja, medir a massa de 2 g de ácido tânico para preparar 100 mL de solução; use um dos
béqueres de 180 mL;
h) carvão ativado;
i) algodão;
j) areia seca;
k) pequenos pedregulhos;
l) terra.

Procedimento experimental = MÉTODO


a) Construção do funil
1. coloque um pedaço de algodão bem amassado em toda a parte cilíndrica do funil de vidro; 2. sobre o
algodão, acrescente pequenos pedregulhos e, sobre os pedregulhos, uma camada de areia seca de
aproximadamente 2 cm de espessura; 3. acrescente um papel filtro de café e, dentro dele, acrescente
aproximadamente 2 g de carvão ativado.
b) misture 1 g de terra em 100 mL de água da torneira em um béquer; no béquer de 50 mL, separe 10 mL
para constituir a amostra inicial;
c) filtre a água barrenta a ser clarificada, utilizando um papel filtro de café;
d) com a pipeta, adicione 4 gotas de solução de ácido tânico ao filtrado e agite;
e) em seguida, acrescente 10 mL de solução Ca(OH)2;
f) agite brandamente e deixe em repouso, observando o sistema;
g) após cerca de 10 minutos, filtre o conteúdo no funil previamente construído e agite brandamente. Aguarde
a filtração total. Essa água será a amostra final;
h) compare a amostra inicial com a final a partir da análise dos seguintes parâmetros: pH, sólidos
suspensos, sólidos dissolvidos e sólidos totais..
Resíduos: O papel filtro de café (usado na primeira filtragem) e a terra excedente devem ser descartados
diretamente no lixo comum, pois não apresentam risco. Já o papel filtro utilizado na filtragem da solução com
carvão ativado deve ser reservado até sua total secagem, pois o carvão, os pedregulhos e a areia poderão ser
reutilizados. A água clarificada pode ser descartada na pia.
2. Suponha que você tenha realizado o experimento e chegado aos resultados abaixo. Elabore a seção
Resultados do relatório que seria apresentado.

pH da amostra inicial (água barrenta) = 5,75


pH da amostra final = 7,21
sólidos suspensos na amostra inicial = 569,0 mg L-1
sólidos dissolvidos na amostra inicial = 79,9 mg L-1
sólidos totais na amostra inicial = 648 mg L-1
sólidos suspensos na amostra final = não detectados
sólidos dissolvidos na amostra final = 300 mg L-1
sólidos totais na amostra final = 300 mg L-1

3. Leia o texto do quadro abaixo (retirado do mesmo texto). Considerando essas informações e as
questões anteriores, elabore uma introdução. Dessa seção, estarão ausentes as informações
teóricas, que não estão disponíveis nesta prova. Lembre-se: você estará elaborando uma
Introdução de relatório e não uma notícia de jornal.

Exames apontam excesso de alumínio na água em cinco pontos de Florianópolis

A água consumida por moradores de cinco regiões de Florianópolis está com uma quantidade de alumínio
superior ao permitido por lei. Os resultados das análises da Vigilância Sanitária do Estado foram divulgados
nesta terça-feira.

Os exames foram feitos na segunda-feira, por determinação do Ministério Público, depois que moradores de
um condomínio no bairro Agronômica denunciaram o excesso de alumínio na água fornecida pela
Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan).
O limite da substância na água é de 0,20 mg por litro. Nas análises feitas pela Vigilância Sanitária, todos os
pontos apresentaram concentração maior que o permitido.

No bairro Saco Grande, foi registrado 0,42 mg por litro. Na Avenida Irineu Bornhausen, onde fica o
condomínio, 0,50. Na Rua João Pio Duarte Silva, no bairro Pantanal, foram encontrados 0,33 mg por litro.
Na Rua Deputado Antônio Edu Vieira, 0,40, e na Rua Visconde de Ouro Preto, na Trindade, 0,34.
Especialistas estudam relação entre alumínio e doenças neurodegenerativas.
Segundo a farmacêutica bioquímica e responsável pelo laboratório de Imunohistoquímica do Hospital
Universitário, Cláudia Figueiredo, além de problemas de gastrite, os pesquisadores estudam se existe
relação entre o consumo excessivo de alumínio e o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como
Parkinson e Alzheimer.
Os pacientes que têm doenças neurodegenerativas têm uma quantidade maior de alumínio nas células do
sistema nervoso que as pessoas que não tem este tipo de doença. Mas ainda não há uma comprovação de
que o teor elevado é provocado pelo consumo ou pelo próprio metabolismo das células.
- Já existem pesquisas tentando relacionar o excesso do consumo de alumínio a longo prazo, principalmente
na água, com a ocorrência desse tipo de doença neurodegenerativa.
Além de ingerido pela água, o alumínio também pode ser absorvido pelo corpo na alimentação e através da
pele, no banho. Também existem ambientes em que as pessoas trabalham mais expostos à substância.
Somando tudo isso, mais o consumo na água, poderia ser um fator predisponente ao desenvolvimento de
doenças.
Adaptado de: http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/noticia/2008/09/exames-apontam-excesso-de-aluminio-na-agua-
em-cinco-pontos-de-florianopolis-2170796.html

4. Com base nas questões anteriores, elabore um resumo acadêmico e um título.


As questões de 5 a 8 são referentes ao seguinte texto:

DIAS, Marcelo Vizeu; GUIMARÃES, Pedro Ivo C.; MERÇON, Fábio. Corantes naturais: extração e emprego
como indicadores de pH. Química Nova na Escola, n. 17, p.27-31, maio 2003. Disponível em:
<http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc17/a07.pdf>. Acesso em: 17 jul. 2018.

5. Uma leitura atenta do texto abaixo (a Introdução do artigo) permite identificar os elementos necessários a
uma pesquisa. Identifique e resuma no quadro da folha de respostas o problema que motivou a pesquisa, a
proposta para solucioná-lo e o objetivo da investigação.

Todo profissional ligado ao ensino de Química conhece as dificuldades de conciliar os conceitos


químicos expostos nas abordagens em sala de aula com a vivência cotidiana do aluno. Nem sempre se
consegue fazer essa ligação, principalmente diante da atual realidade da educação no Brasil, onde a maioria
das escolas, em especial as públicas, não possui laboratórios e materiais didáticos adequados para que o
professor possa desenvolver conceitos a partir da observação de fatos experimentais. Além disso, há uma
ampla carência de propostas e de práticas adequadas para tal ensino. Em muitos casos, esse problema
também é agravado pela falta de incentivo, oportunidade e, até mesmo, tempo para o professor montar e aplicar
aulas experimentais ou com um conteúdo mais elaborado.
A abordagem da Química, embora às vezes “maquiada” com uma aparência de modernidade, continua
com a mesma essência, pois a informação priorizada costuma ser totalmente “desligada” da realidade vivida
pelos alunos.
Esta preocupação ficou demonstrada nos Parâmetros Curriculares Nacionais (MEC, 1999), ao
constatar-se que o ensino de Química está reduzido à transmissão de informações, definições e leis isoladas,
sem qualquer relação com a vida do aluno, exigindo deste quase sempre a pura memorização. Além disso, os
professores procuram enfatizar muitos tipos de classificações – como tipos de reações, ácidos, soluções –, que,
na forma como são trabalhados, não representam aprendizagens significativas. Reduziu-se o conhecimento
químico a fórmulas matemáticas e à aplicação de “regrinhas”, que devem ser exaustivamente treinadas, o que
prioriza aprendizados mecânicos não dirigidos ao entendimento de determinada situação-problema.
Sem dúvida, uma situação ideal para o ensino da Química seria o desenvolvimento dos conceitos a
partir da observação e participação dos alunos em aulas experimentais, permitindo que eles compreendam as
transformações químicas que ocorrem no mundo físico de forma abrangente e integrada e, assim, possam ser
capazes de julgar com fundamentos as informações advindas da tradição cultural, da mídia e da própria escola
e de tomar decisões autônoma e responsavelmente, como indivíduos e cidadãos. Essa abordagem possibilita
ao aluno tanto a compreensão dos processos químicos em si, quanto a construção de um conhecimento
científico em estreita relação com suas aplicações tecnológicas e implicações ambientais, sociais, políticas e
econômicas.
A relação entre as substâncias químicas e suas cores para o ensino de alguns aspectos do conteúdo
de Química é um tema que vem sendo explorado por outros autores da área de ensino de Química em nosso
país. A proposta do GEPEQ (1995) inclui um estudo do uso do extrato de repolho roxo como indicador de pH,
elaborando uma escala de cores e testando o pH de materiais de uso doméstico. Lima et al. (1995) utilizaram o
extrato de repolho roxo para demonstrar o efeito tampão de comprimidos efervescentes. Cavalheiro et al. (1998)
apresentaram o uso de pigmentos extraídos de flores no ensino de Química. Já Gouveia-Matos (1999) realizou
um estudo que trata da mudança das cores de extratos de flores e do repolho roxo. Soares et al. (2001)
destacaram a aplicação de extratos brutos de flores e casca de feijão preto em aulas experimentais de
volumetria ácido-base. Recentemente, Terci e Rossi (2002) relataram as escalas de cores para diferentes pHs
dos extratos de amora, jabuticaba, jambolão e uva.
O presente trabalho busca aplicar uma metodologia alternativa para o ensino de Química na forma de
atividades experimentais para a obtenção de corantes naturais e seu emprego como indicadores de pH.

6. A Introdução apresenta ainda uma revisão da literatura.


6.1 O que é comum a todos os autores pesquisados?
6.2 Que tipos de citação são usados?
7. A seguir, você tem uma sugestão do experimento a ser aplicado em aula de Química (v. Ref.). Suponha que
ele tenha sido realizado e elabore a seção Material e Método de um relatório.

As atividades serão aplicadas em uma aula experimental para alunos da 2ª série do Ensino Médio e envolverão
os seguintes conteúdos de Química: característica polar e apolar de substâncias, solubilidade, funções
orgânicas, métodos de separação de misturas, equilíbrio ácido-base e indicadores de pH.
As atividades consistirão em dois grupos de experimentos para cada tipo de legume: extração do pigmento e
emprego desse pigmento como indicador de pH.

Material: LEGUMES: beterraba, cenoura, pimentão verde, pimentão vermelho, pimentão amarelo; SOLVENTES:
água, etanol, acetona (POLARES), dicloroetano (APOLAR), solução aquosa de HCl 5% (v/v), solução aquosa de
NaOH 5% (m/v), béqueres de 250 mL, funil analítico, papel de filtro, tubos de ensaio, bastão de vidro, balança
analítica e liquidificador.

Procedimentos

Para a extração dos pigmentos, cortar o legume em pequenos pedaços e pesar aproximadamente 25g, que
devem ser triturados em um liquidificador. Transferir o material para um béquer e, em seguida, adicionar 50 mL
do solvente. Agitar a mistura e aguardar 15 minutos para a extração dos corantes. A seguir, filtrar a mistura com
o papel de filtro no funil. Este procedimento deve ser repetido para cada legume (beterraba, cenoura e os
pimentões verde, vermelho e amarelo) nos diferentes solventes (água, etanol, acetona e dicloroetano).

Para o teste como indicador de pH, transferir 5 mL do extrato obtido (filtrado) para 3 tubos de ensaio. Adicionar 1
mL da solução aquosa de HCl no primeiro tubo de ensaio e 1 mL da solução aquosa de NaOH no segundo tubo
de ensaio. No terceiro tubo de ensaio, não adicionar qualquer reagente para facilitar a comparação. Esse
procedimento deve ser repetido para os extratos de todos os legumes.

8. Suponha que, realizado o experimento, você tenha chegado aos resultados abaixo. Elabore essa seção de
resultados

• Cores obtidas com a extração dos corantes nos diferentes solventes:


Beterraba: vermelha com água, etanol, acetona e sem coloração para dicloroetano
Cenoura: laranja escuro com água, amarela com etanol e acetona e laranja claro com dicloroetano
Pimentão verde: verde com água e acetona, verde claro com etanol e amarelo com dicloroetano
Pimentão amarelo: amarela com todos os solventes
Pimentão vermelho: laranja com todos os solventes
• Comportamento dos corantes em função do pH
a) Cenoura, pimentão verde, pimentão amarelo e pimentão vermelho: não houve alteração com a
adição do ácido ou da base
b) Beterraba: houve alteração na coloração quando em meio ácido ou básico, a saber:
Água: cor de vinho claro (meio ácido), vermelho (meio neutro) castanho claro (meio básico)
Etanol: cor de vinho escuro (meio ácido), vermelha (meio neutro) amarela (meio básico)
Acetona: cor de vinho (meio ácido) vermelha (meio neutro), amarela (meio básico)

9. Após a leitura da Introdução (questão 5) e a resolução da questão 7 e 8, elabore um resumo acadêmico.

10. Quanto ao título: você o manteria ou alteraria? Por quê?

Referências

ABNT. NBR 10719: Informação e documentação – Relatório técnico e/ou científico – Apresentação. 2.ed. Rio de
Janeiro, 2011.

BRASILEIRO, Ada Magaly Matias. Como produzir textos acadêmicos e científicos. São Paulo:
Contexto, 2021.
MOTTA-ROTH; Désirée; HENDGES; Graciela Rabuske. Produção textual na universidade. São Paulo:
Parábola Editorial, 2010.

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