METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

Módulo 3

Autora: Eleandra Aparecida Lelli

NOTA SOBRE O AUTOR:

Eleandra Aparecida Lelli: Mestre em Letras pela USP. Especialista

em Literatura Brasileira pela Unimarco. Graduada em Letras pela
Unimarco e em Pedagogia pela Unicid. Professora do Centro
Universitário São Camilo desde 2017, nas disciplinas de Metodologia
da Pesquisa Científica, Metodologia do Trabalho Científico, Linguagem
e Comunicação em diversos cursos. Professora do Curso de Pedagogia,
em diferentes Unidades Educacionais. Atua também como tutora
do curso de Pedagogia do Centro Universitário São Camilo desde 2016.

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 SUMÁRIO

Módulo 3: Normas Técnicas e Especificidades do Gênero Acadêmico Científico������4

3.1. Especificidades do gênero acadêmico-científico - Redação���������������������6

3.2. Documentação – fichamento, resumo, resenha, relatório����������������������8

3.3. Normas Técnicas���������������������������������������������������������������������������������������� 11

3.4. Evitando o Plágio���������������������������������������������������������������������������������������� 14

Bibliografia�������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 15

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Módulo 3: Normas Técnicas e Especificidades
do Gênero Acadêmico Científico

OBJETIVOS
• Preparar para a adequada elaboração de gêneros acadêmico-científicos;
• Instrumentalizar para a utilização de normas para citações e referências;
• Conscientizar sobre a ética e originalidade na produção textual.

CONTEÚDO DO MÓDULO
1. Especificidades do gênero acadêmico-científico - Redação:
a) Adequação vocabular;
b) Coerência;

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 c) Coesão;
d) Concisão;
e) Correção gramatical.
2. Documentação:
a) Fichamento;
b) Resumo;
c) Resenha;
d) Relatório.
3. Normas Técnicas (ABNT):
a) Citação direta;
b) Citação indireta;
c) Referências.
4. Evitando o plágio.

MATERIAL DISPONÍVEL
Guia de estudos (Módulo 3).

ATIVIDADES PREVISTAS
1. Leitura dos materiais do Módulo;
2. Sugestão de materiais complementares;
3. Resolução de atividades no Ambiente Virtual.

SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Nesta unidade, vamos abordar as características gerais e a redação do gênero
acadêmico-científico. Apresentaremos os gêneros resumo, relatório, fichamento
e relatório e suas especificidades.
Vamos tratar sobre as normas técnicas e sobre a utilização dos tipos de citação.
Vamos apresentar ainda as normas para referências, ou seja, os cuidados para
a indicação das fontes.
Para que você possa cumprir satisfatoriamente os objetivos e as propostas deste
Módulo, orientamos que:
1. Realize uma leitura cuidadosa do Guia de Estudos da Unidade e concentre-se
nos conceitos importantes de cada assunto;
2. Em seguida, desenvolva as atividades do módulo para aprimorar seu aprendizado;
3. Utilize a sala virtual para comentar e discutir com os colegas de curso
as leituras, exercícios e atividades, contribuir com assuntos e casos pertinentes
relacionados ao conteúdo abordado no módulo.

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 3.1. Especificidades do gênero
acadêmico-científico - Redação

Neste módulo 3, trataremos sobre características específicas de gêneros textuais

do universo acadêmico e científico. Diferentemente de gêneros literários, por
exemplo, em que observamos maior flexibilidade na composição e na linguagem,
os gêneros acadêmico-científicos possuem critérios de produção mais rigorosos
quanto à estrutura e uma linguagem mais formal.
Não se trata de que os gêneros acadêmico-científico, ou trabalhos científicos devam
se apresentar de maneira mais complexa e com uma linguagem menos acessível,
porém devem seguir regras e normas pré-estabelecidas comuns ao ambiente
acadêmico, assim como seguir um certo rigor para dar maior credibilidade ao
gênero, uma vez que fazem parte de um universo mais objetivo, científico e formal.
Alguns exemplos de gêneros textuais frequentes na área acadêmica são os artigos
científicos, trabalhos de conclusão de curso, monografias, ensaios, projetos

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de pesquisa, resenhas, relatórios, dissertações de mestrado, teses de doutorado,
dentre outros. Para todos eles devem ser observadas técnicas de redação, para
que o texto produzido apresente adequação vocabular, coerência, coesão, concisão
e correção gramatical.
Vale ressaltar que para um trabalho acadêmico bem escrito é preciso observar
as características de uma escrita de qualidade expostas a seguir.
a) Adequação vocabular: o texto precisa apresentar vocabulário técnico, formal,
condizente com a área a que se refere o estudo;
b) Coerência: é preciso evitar quebras de sentido;
c) Coesão: conexão entre frases, parágrafos e itens;
d) Concisão: um texto de qualidade atualmente não deve se utilizar de mais
palavras do que o necessário, deve-se evitar a prolixidade;
e) Correção gramatical: é importante que o texto esteja respeitando normas
de concordância, regência, ortografia, pontuação, acentuação etc.

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 3.2. Documentação – fichamento,
resumo, resenha, relatório

Conforme já tratamos, a habilidade escrita depende também de leitura, pois

quanto mais lemos e nos ambientamos com variados gêneros textuais, mais
habilidades para a escrita adquirimos. Na realidade, as práticas de leitura e escrita
devem ser frequentes na vida social, profissional e acadêmica. Em sua graduação,
independentemente da área, é essencial que você pesquise, leia tudo o que
for possível e escreva. Uma forma de desenvolver a escrita é também a prática
da documentação.

a) Fichamento
A documentação de que estamos tratando aqui se refere a uma técnica de estudo.
Sobre a importância da documentação, Antônio Joaquim Severino ressalta que:

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 Não traz resultados positivos para o estudo ouvir aulas, por mais
brilhantes que sejam, nem adianta ler livros clássicos e célebres.
Isso só tem algum valor à medida que se traduzir em documentação
pessoal, ou seja, à medida que esses elementos puderem estar à
disposição do estudante,a qualquer momento de sua vida intelectual.

SEVERINO, 2016, P. 71/72.

Dentre as formas de documentação a que o estudante pode recorrer desde o início
de sua formação e, em especial, no momento em que estiver na etapa de revisão
de literatura de seu projeto de pesquisa ou TCC estão os fichamentos. As fichas
têm o objetivo de organizar informações colhidas de livros e outras fontes e para
que esse trabalho seja realmente eficaz é preciso anotar cuidadosamente os dados
dessas fontes: referências completas, com o número das páginas e endereços
eletrônicos, quando for o caso.
De acordo com Juliana Fransceschini Pereira:

O conteúdo da ficha de leitura pode variar de acordo

com o texto lido ou com as preferências do aluno. Pode ser cópia
literal de uma parte do texto (neste caso elas devem ser colocadas
entre aspas para lembrarmos depois que as informações fichadas
foram copiadas do texto original), um resumo do conteúdo, um
esquema com as ideias centrais, uma anotação das ideias
que surgiram a partir da leitura daquele material.

PEREIRA, 2016a, p.11.

Essa documentação em fichas pode ser feita em papel ou anotações eletrônicas,
conforme ensinam Marconi e Lakatos, pois as fichas permitem: “a) Identificar
obras. b) Conhecer o conteúdo. c) Fazer citações. d) Analisar o material. e) Elaborar
críticas.” (MARCONI, LAKATOS, 2017, p. 40)

b) Resumo
O resumo é um trabalho acadêmico bastante solicitado no decorrer dos cursos
de graduação e podem ser considerados também como forma de documentação,
uma vez que ele contemple as ideias essenciais de livros ou outros objetos
de estudo que façam parte da sua área de interesse e que possam ser consultado
a qualquer momento na elaboração de seu projeto de pesquisa ou trabalho
de conclusão de curso.
De acordo com Severino (2016), resumo não é exatamente um trabalho
de elaboração, mas sim de extração de ideias. No resumo ou síntese devem constar
as ideias principais do objeto de estudo, é preciso capturar o essencial e as ideias
ali apresentadas serem reproduzidas com as palavras de quem o está resumindo.

c) Resenha
Tal como o resumo, a resenha também é bastante solicitada e pode ser um meio
de documentação do estudante. Há quem confunda resumo com resenha, tendo
em vista que ambos apresentam sínteses, porém na resenha temos outras
informações sobre a obra resenhada, tais como informações sobre a autoria, sobre

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a publicação, metodologias e outros aspectos, enquanto o resumo apresenta
apenas as ideias contidas nessa obra.
A resenha pode ser apenas descritiva, apresentando os aspectos mencionados,
ou crítica, quando apresenta também as considerações e posicionamentos
do resenhista acerca das ideais e outros aspectos da obra. Segundo Severino:

As resenhas têm papel importante na vida científica de qualquer

estudante e dos especialistas, pois é através delas que se toma
conhecimento prévio do conteúdo e do valor de um livro
que acaba de ser publicado.

SEVERINO, 2016, p. 217.

d) Relatório
O relatório é um instrumento importante para a exposição de atividades realizadas,
fatos observados em diversas situações, conforme Pereira: em “aulas práticas,
visitas técnicas, intercâmbios, eventos científicos, monitorias, pesquisas científicas,
entre outras” (2016a, p. 21).
Sua estrutura pode variar, porém é importante que tenha uma introdução
com a apresentação do que será exposto, um desenvolvimento com os fatos em si,
com o que foi observado e/ou realizado e a conclusão, apresentando uma síntese
crítica sobre o que se observou.

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 3.3. Normas Técnicas

Neste momento, vamos tratar sobre as normas que devem ser respeitadas
por todos que estejam produzindo trabalhos acadêmicos e científicos, para que
o estudo tenha credibilidade e validação no meio acadêmico. A Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT) é responsável pela elaboração das normas no Brasil.
No Centro Universitário São Camilo, nós temos o Manual de Normalização
de Trabalhos Acadêmicos, que dentre os seus objetivos estão os de padronizar
suas publicações acadêmico-científicas e auxiliar sua comunidade acadêmica
no processo de escrita desses materiais. Além das normas da ABNT, o nosso Manual
de Normalização de Trabalhos Acadêmicos também apresenta as normas
no formato Vancouver, mais utilizado na área da saúde.

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 IMPORTANTE
Acesse o Manual de Normalização de Trabalhos Acadêmicos no site da nossa
biblioteca Sistema Integrado de Bibliotecas Pe. Inocente Radrizzani, conforme
indicado em Materiais complementares.
Veremos a seguir algumas normas importantes para a apresentação de citações
e referências de seu trabalho acadêmico-científico, selecionamos tratar das citações
e referências, mas antes no que se refere à apresentação do trabalho, selecione
as seguintes medidas:
• quanto às margens: a superior e a esquerda deve ter 3 cm; inferior e direita: 2
cm;
• quanto à fonte e tamanho: Arial e Times New Roman, 12;
• quanto ao espaçamento entre linhas: 1,5;
• o texto deve ter alinhamento justificado.
Na redação de qualquer trabalho acadêmico haverá as nossas ideias e palavras
e, para validar certos argumentos, devemos recorrer às fontes de nossas pesquisas,
cujos autores são nossas referências. Seguimos, então, apresentando os tipos
de citação.

a) Citação direta
As citações diretas são transcrições feitas diretamente da fonte consultada,
se tiver até três linhas pode vir no corpo do texto, destacada entre aspas; com mais
de três linhas deve vir destacada em um parágrafo com recuo de 4 cm, a partir
da margem; fonte menor: tamanho 10 ou 11 e espaço entre linhas deve ser simples.
As citações devem apresentar sistemas de chamada: autor-data, o mais comum,
ou numérico. Observe os exemplos:

Citações diretas com até três linhas:

Sobre a obra de George Orwell, 1984, Marilena Chaui, em seu livro Convite à filosofia,
ensina que “O romance (escrito em 1948, data invertida para 1984) descreve uma
sociedade totalitária na qual todos são permanentemente vigiados por câmeras
de televisão. Ao infringirem alguma regra ou lei, são presos e torturados” (CHAUI,
2005, p. 297).

Citações diretas com mais de três linhas:

Há analogias entre o que acontece no livro, 1984, de George Orwell, a programas
de televisão como o Big Brother, por exemplo. Destacamos uma passagem
de Marilena Chaui:

As pessoas não convivem umas com as outras, mas sentem solidão

e necessidade de se comunicarem. Para isso, todos os dias e várias
vezes por dia “conversam” com uma tela de televisão na qual há um
rosto bondoso, o Big Brother, o Grande Irmão, que os vigia e lhes
fala, sem na verdade dizer-lhes nada, a não ser dar-lhes ordens.

CHAUI, 2005, p. 297.

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b) Citação indireta
Nas citações indiretas expõem-se as ideias do autor da fonte consultada, porém
com as palavras do redator do trabalho, faz-se uma paráfrase. As citações indiretas
devem ser apresentadas no corpo do texto e sem destaques. Como podemos
verificar a seguir:
Há muitos aspectos de nossa sociedade que nos remetem ao livro 1984, há também
analogias que podem ser estabelecidas entre ele e alguns programas de televisão
em que as pessoas são vigiadas por câmeras e têm suas vidas compartilhadas
com milhares de telespectadores. (CHAUI, 2005).
Observe que ao final de cada exemplo de citação existem modelos de chamada
autor-data com número da página, para o caso das citações diretas, mas sem
número de página para citações indiretas.
Outro sistema de chamada é o numérico, as notas de rodapé, segundo Gil: “As
notas devem ser digitadas dentro das margens, ficando separadas do texto por
um espaço simples e por filete de 3 cm, a partir da margem esquerda. Devem ser
utilizadas apenas quando indispensáveis” (GIL, 2017, p.165).

c) Referências
Assim como as citações, as normas e exemplos das mais variadas referências podem
ser consultadas no já citado Manual de Normalização de Trabalhos Acadêmicos
do Centro Universitário São Camilo. A ABNT normaliza “as condições pelas quais
devem ser referenciadas as publicações mencionadas em livros, artigos científicos,
dissertações de mestrado, teses de doutorado, resenhas e outros” (MEDEIROS,
2019, p.223).
Quando as referências dizem respeito a materiais impressos são chamadas
de bibliográficas, quando se referem a materiais acessados via internet
são chamadas de eletrônicas. Tendo em vista que boa parte do material consultado
é via internet, convencionou-se chamar apenas de Referências a parte do trabalho
em que elas são relacionadas.
Atualmente são vários os sites criados para auxiliar na elaboração das referências.
Segundo PEREIRA: “O MORE é uma ferramenta gratuita que produz citações
e referências de acordo com as normas da ABNT. Ele pode ser acessado a partir
do site da biblioteca do Centro Universitário São Camilo” (PEREIRA, 2016b, p.12).
Veja a lista de fontes gratuitas de gerenciamento de citações e referências:
• Facilis;
• Mendeley;
• Bibster;
• Citeulike;
• JabRef;
• RefBase;
• RefWorks;
• Zotero.

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 3.4. Evitando o Plágio

Antes de terminar esta etapa de estudos em que tratamos da importância

das normas técnicas e dos tipos de citação, vamos abordar o plágio, isto é,
a transcrição parcial ou integral das palavras e ideias de outrem sem lhe atribuir
os devidos créditos.
O plágio pode anular trabalhos inteiros por não apresentar devidamente citações
e referências e, muitas vezes, isso acaba ocorrendo mais por distração do que por
falta de atitude ética.
Acreditamos ser o plágio o contrário da ética acadêmica, uma vez que se constitui
por se apropriar de um conteúdo que foi idealizado, planejado e materializado pela
escrita ou por imagem por outra pessoa.
Saber citar e referenciar são essenciais para que não se caracterize cópia, plágio, desta
forma ratificamos a importância da postura ética no universo da escrita acadêmica.

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 Bibliografia

CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. 13. ed., São Paulo: Ática, 2005. 424 p.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6.ed., São Paulo: Atlas.
2017. 173 p.
HENRIQUES, Antonio. Metodologia científica da pesquisa jurídica. 9. ed., Rio de
Janeiro: Atlas, 2017 1 recurso online
MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica: prática de fichamentos, resumos,
resenhas. 13 ed., São Paulo: Atlas, 2019. 356 p.
PEREIRA, Juliana Franceschini. Metodologia do trabalho científico: Módulo 2. São
Paulo: Centro Universitário São Camilo, 2016a. 24 p. Recurso online.
PEREIRA, Juliana Franceschini. Metodologia do trabalho científico: Módulo 3. São
Paulo: Centro Universitário São Camilo, 2016b. 24 p. Recurso online.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 24.ed., São
Paulo: Cortez. 2016.317 p.

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