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A Ética não é Contextual e Subjectiva.

A Ética é Objectiva e Universal

Segndo Tylor (1920:01), a cultura é um “complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral,
lei, costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro da
sociedade”.

Desta definição, resultam dois aspectos de maior relevância sobre a cultura. Primeiro: a cultura
é exterior ao indivíduo mas que é interiorizada com o tempo, ou seja, o homem adquire as
práticas culturais que lhes são transmitidas no contexto em que vive. Segundo: porque
aprendidas e interiorizadas, o indivíduo as aceita sem julgar e perpetua a sua prática transmitindo
a gerações seguintes. (Em poucas palavras, quer-se com esse paragráfo transmitir-se a ideia de
que a cultura é um conjunto de hábitos, crenças e costumes que caracterizam a convivência e o
comportamento de um determinado grupo na sociedade).

No grupo de práticas culturais, constam os ritos de iniciação, que para Geertz (1989:65), são
meios de estabelecer a identidade sexual e a posição de adulto. Os ritos de iniciação ensinam os
indivíduos a viver em comunidade, a conhecer e assumir os seus papéis e responsabilidades
como membros dessa mesma comunidade e de suas respectivas famílias. Os ritos de iniciação,
assim, como várias outras práticas culturais, por inerência do conceito de cultura, variam de
grupo para grupo, comunidade para comunidade, de etnia para etnia, etc. (Em poucas palavras,
quer-se com esse paragráfo transmitir-se a ideia de que os ritos de iniciação e as práticas
culturais variam de etnia para etnia).

Existe uma certa tendência de relacionar a Ética e a cultura no sentido de que esta é a fonte de
moralidade, ou seja, o moralmente correcto é o que um grupo cultural (ou a sua maioria)
considera válido e permite. A isto denomina-se relativismo cultural. A Ética, assim como
advogam outros estudiosos da área de Ciências Sociais, também comunga da ideia de que cada
cultura tem as suas particularidades e nenhuma cultura é superior a outra, havendo, portanto,
necessidade de respeito, não interferência e não julgamento dos constructos culturais de outros
povos ou grupos. Em poucas palavras, conforme refere Serrano (2010:17) a Ética constata o
relativismo cultural e o adopta como pressuposto. (Em poucas palavras, quer-se com esse
paragráfo transmitir-se a ideia de que a Ética converge com as Normas Culturais no sentido de
ambas defenderem o relativismo cultural, não havendo, por isso, uma cultura melhor que a
outra, cada cultura tem as suas particularidades, cabendo cada um de nós respeitar sem
intereferências e sem julgamentos).

Entretanto, este pressuposto encontra limites no contexto da Ética. Ou seja, pode haver
necessidade de interferir e julgar outras culturas sempre que as suas práticas minem a
dignidade humana ou ainda, sempre que imponham consequências a sociedade no seu todo
embora aceites pelos seus praticantes. São exemplos destas práticas, a mutilação genital
feminina em algumas partes de África, o feticídio feminino na Índia e os casamentos prematuros
em várias partes do mundo, incluindo Moçambique (Em poucas palavras, quer-se com esse
paragráfo transmitir-se a ideia de que a Ética diverge com as Normas Culturais sempre que esta
última pratique certos actos culturais que ferem a dignidade humana como é o caso da
mutilação genital feminina, o feticídio feminino e os casamentos prematros. O que não encontra
nenhum fundamento sob ponto de vista Ético, havendo, por isso, a nessecidade de interferência e
julgamento de outras culturas sempre que minem a dignidade humana ou sempre que imponham
danos à sociedade mesmo que aceites pelos seus participantes).

Em suma, reduzir a Ética a normas culturais não só seria o mesmo que aceitar que aquela é
contextual, subjectiva e varia de grupo para grupo (relativa), mas também seria aceitar
que certas práticas desumanas de alguns grupos têm um fundamento ético, o que está longe
de ser verdade dado que a Ética é objectiva e universal e prima pela dignidade humana. (Em
poucas palavras, quer-se com esse paragráfo transmitir-se a ideia de que a Ética não se confina
à normas culturais. Se assim fosse, seria aceitar que a Ética é contextual, subjectiva, que varia
de grupo para grupo e que certas práticas desumanas de alguns grupos têm um fundamento
ético, o que não constitui a verdade. A Ética é objectiva e universal).

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