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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Faculdade de Filosofia
Departamento de Graduação

Erickson Sembua
Júlio Manjate
Manuel Honwana
Renato Vieira
Saquina Hobjane
Vânia Gangane
Vicente Inácio

Elementos textuais de um trabalho científico

(Licenciatura em Filosofia)

Maputo
Junho de 2022
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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE


Faculdade de Filosofia
Departamento de Graduação

Erickson Sembua
Júlio Manjate
Manuel Honwana
Renato Vieira
Saquina Hobjane
Vânia Gangane
Vicente Inácio

Elementos textuais de um trabalho científico

Trabalho de investigação científica


apresentado à Unidade Curricular de
Metodologia de Investigação Científica na
Faculdade de Filosofia da UEM como
requisito parcial de avaliação.

Docente:
Mestre Pedro Cebola Mazi

Maputo
Junho de 2022
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ÍNDICE

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 4

1. Elementos textuais de um trabalho científico ......................................................................... 6

1.1. Conceito de introdução ........................................................................................................ 6

1.2. Conceito de desenvolvimento .............................................................................................. 7

1.3. Conceito de conclusão ......................................................................................................... 7

CONCLUSÃO ............................................................................................................................ 9

BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 10
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INTRODUÇÃO

Este trabalho trata dos Elementos textuais de um trabalho científico, abordando as suas
principais características, regras de disposição e técnicas de elaboração. Face à vastidão de tipos
de trabalhos científicos, pretende-se abordar, de forma particular, os elementos textuais
correspondentes à monografia científica ou Trabalho de conclusão de curso, considerando os
ensaios feitos durante as unidades curriculares académicas.

O grau de complexidade do padrão de escrita científica constitui desafio para os estudantes, de


modo particular, recém-admitidos à academia, propiciando uma série de dificuldades que
contribuem para o questionamento da validade científica dos trabalhos realizados. Assim,
torna-se indispensável uma boa aplicação das metodologias e técnicas inerentes ao trabalho
científico, em particular, os elementos que o compõem. Deste modo, o presente exercício
académico, está fundado sobre a seguinte questão: de que forma deverão ser estruturados e
apresentados os elementos textuais de um trabalho científico?

A observância coerente e organizada dos processos metodológicos estabelecidos é um dos


aspectos que conferem cientificidade a um trabalho. Independentemente das possíveis
variações ligadas às áreas de estudo, os trabalhos de carácter científico apresentam sua estrutura
básica, composta por elementos cuja elaboração exige a aplicação de regras e características
apropriadas, as quais este trabalho se propõe abordar. Estes elementos fazem parte da rotina de
desenvolvimento académico dos estudantes como imprescindíveis e usuais objectos de
avaliação e, de certa forma, meios de comunicação entre estudantes, docentes e pesquisadores,
uma vez que estes devem expressar-se de forma padronizada.

A realização deste trabalho tem como objectivo geral: conhecer a estrutura, características e
particularidades dos elementos textuais de um trabalho científico. Para atingir tal intuito, foram
definidos como objectivos específicos: a) caracterizar os elementos textuais de um trabalho
científico; b) mostrar o pensamento de autores consultados sobre as características dos
elementos textuais de um trabalho científico; c) demonstrar, através de exemplos, como deverão
ser aplicadas as características da sua elaboração.

O trabalho socorre-se de escritos de autores que têm a tendência quase unânime em considerar
três (3) elementos textuais de um trabalho: introdução, desenvolvimento e conclusão. Estes, de
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modo particular Fachin (2005: 172), destacam a importância da valorização de mecanismos de


coerência narrativa e argumentativa de forma lógica e, esta ideia, permeia o decorrer deste
exercício académico e é fundamentada nos escritos de Bastos e Keller (1999: 64), ao denominar
os elementos textuais de “estruturação lógica do texto”.

Para responder aos objectivos propostos para este trabalho, foi aplicado o método de pesquisa
bibliográfica, procurando, de forma crítica, analisar e interpretar os escritos de variados autores,
citados ou não no decorrer do trabalho.

O trabalho está dividido em três partes fundamentais, buscando cada uma delas conceitualizar
e caracterizar os elementos textuais, de forma breve, contudo, envidando esforços para evitar
uma eventual superficialidade. Assim, a primeira parte trata do conceito e das características da
Introdução, e as partes seguintes abordam da mesma forma o desenvolvimento e a conclusão.
A introdução e a conclusão deste trabalho em si constituem aquilo que o grupo considera
exemplos de como devem ser elaborados estes elementos.
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1. Elementos textuais de um trabalho científico


Os Elementos textuais são o conteúdo do trabalho propriamente dito, ou seja, a parte do trabalho
onde o tema proposto é abordado na íntegra. Apresenta três (3) partes fundamentais: a
introdução, o desenvolvimento e a conclusão.

1.1. Conceito de introdução


Introdução é a apresentação inicial dos tópicos a abordar no trabalho de pesquisa. Trata-se de
um texto claro e breve cujo propósito é expor ao leitor o conteúdo que poderá encontrar no
decorrer do trabalho. É uma pré-visualização do conteúdo de um trabalho e sua qualidade, daí
que deve ser elaborada com o máximo de atenção para que a mesma sirva de uma espécie de
convite ao leitor. Por outras palavras, a qualidade e a riqueza da introdução deve ser
directamente proporcional à qualidade e à riqueza do trabalho em si.

Para Rover (2006: 81) é indispensável que a introdução exponha de forma precisa o que foi
escrito a respeito dos tópicos abordados e a importância dos mesmos no âmbito individual,
social e científico; identifique o problema e a sua delimitação; aponte os propósitos do trabalho;
indique as possíveis respostas ao problema levantado e a metodologia aplicada para o alcance
de tais propósitos.

No entanto, ao redigir uma introdução, para não se desviar das suas características próprias,
torna-se necessária uma profunda e detalhada reflexão com vista a considerar de forma
sistemática alguns pressupostos como os que se seguem:
- Levantamento do estado geral da questão, ou seja, o que já foi escrito a respeito.
- Relevância ou interesse do assunto, sem apontar conclusões.
- Objetivos do trabalho e intenção do autor.
- Apresentação das teses discutidas, dos problemas específicos, dos procedimentos
adotados no transcorrer da pesquisa
- Evita-se: históricos longos, apresentação precipitada de resultados.
- Obviamente, pela exigência de seu conteúdo, a introdução é a última parte do
trabalho a ser redigida. (BASTOS; KELLER, 1999: 65)

É importante referir que tais pressupostos supracitados e propostos por Bastos e Keller têm de
estar enquadrados na moldura da conclusão em intrínseca correspondência a cada elemento
próprio da introdução e, por conseguinte, os elementos constituintes da introdução devem estar
estritamente dispostos em uma sequência lógica. Podemos, assim, considerar que são elementos
da introdução: o tema e sua delimitação, o problema de pesquisa, a justificativa, os objectivos
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(geral e específicos), o referencial teórico, a metodologia aplicada para realização do trabalho


e a estrutura do trabalho.

1.2. Conceito de desenvolvimento


O desenvolvimento é a parte do trabalho onde se desenrola toda a problemática do mesmo, ou
seja, as ideias são expostas e desenvolvidas de forma detalhada, coerente e concisa. Deve ser
organizada e dividida em partes e/ou capítulos de forma lógica, que variam em função da
abordagem do tema e do método aplicado, facilitando assim ao leitor uma compreensão
evolutiva do conteúdo do trabalho. “Os capítulos ou partes devem ser divididos em uma
ordenação lógica das ideias, ou seja, os capítulos são um ajuste sequencial das ideias, de forma
que todo o texto fique claro e compreensível” (FACHIN, 2005: 173). É, deste modo,
indispensável que seja feita um processamento e divisão do tema em tópicos relacionados.

Para Lakatos; Marconi (1992: 46), o desenvolvimento deve obedecer três (3) fases: a
explicação, que consiste em clarificar a ideia do tema e os conceitos básicos para o mesmo; a
discussão, onde se argumenta e fundamenta o tema, buscando as teorias de base; e a
demonstração, fase de dedução lógica do trabalho e consolidação do raciocínio.

A divisão e subdivisão em partes do desenvolvimento deriva estritamente da exposição do tema


e da sua delimitação. A partir do tema, que é um conceito mais extenso, criam-se títulos próprios
que o delimitam para certas áreas do conhecimento, para uma moldura temporal ou ainda para
um enquadramento propriamente espacial. A partir dos títulos, criam-se subtítulos, que tratam
de forma mais pormenorizada a delimitação consequente. Todas estas divisões e subdivisões
do desenvolvimento devem constituir capítulos lógicos ou portadores de sentido, cujo teor tem
de estar em realce ou estritamente grifado.

1.3. Conceito de conclusão


A conclusão compreende, de modo geral, a parte do trabalho científico em que se expõem as
últimas análises e decisivas avaliações de todos os tópicos introduzidos e desenvolvidos no
decurso da pesquisa. Todavia, torna-se indispensavelmente necessário levar em consideração
certos pressupostos próprios para a viabilidade de tal procedimento, pelo que a conclusão é,
também, compreendida como a parte final de um trabalho de pesquisa, mas não
necessariamente um fim.
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Em se tratar da fase consideravelmente derradeira do delineamento e sistematização do trabalho


científico, que se ocupa de explanar e evidenciar os resultados finais, consideravelmente
proveitosos, Marconi e Lakatos (2003:171) consideram que a conclusão tem de estar
intrinsecamente relacionada às diversas partes da investigação, cujo teor ou argumento foi
comprovado ou refutado e, para efeito o de tal correlação, urge considerar, pelo menos, os
seguintes factores: ser uma exposição sintética e factual em termos formais; ser uma exposição
parafraseada das ideias essenciais e dos principais resultados obtidos, explicitados com precisão
e clareza; aplicar conjunções e locuções conclusivas; apontar os problemas não solucionados
com o propósito de que sejam estudados futuramente; e não se restringir a simples conceitos
particulares, mas apresentar inferências sobre os resultados, evidenciando aspectos válidos e
aplicáveis a outros fenômenos, indo além dos objetivos imediatos.

De facto, sem a conclusão, o trabalho parece não estar terminado, pelo que a introdução e a
conclusão de qualquer trabalho científico, via de regra, são as últimas partes a serem redigidas.
Para ter uma nítida noção de como é a natureza de uma conclusão, urge observar a conclusão
deste trabalho de pesquisa, na página nove (9), que serve de exemplo e/ou demonstração.
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CONCLUSÃO
Os elementos textuais de um trabalho científico, em abordagem neste trabalho, permitiram que
se tornasse evidente, a partir dos tópicos examinados, a sua absolutamente indispensável
contribuição para os estudos científicos e, por conseguinte, para a comunidade científica no
geral. O conteúdo em abordagem e referência revela que a observação fiel dos processos
metodológicos encaminha a uma maturidade científica, e os elementos textuais são, por si,
responsáveis por permitir a viabilidade de uma investigação e conferir a qualidade e/ou o valor
ao mesmo processo. Ademais, a abordagem conceitual de tais elementos textuais revela-se tão
autoevidente que cada elemento se basta por si e para si como exemplo demonstrativo de si
mesmo.

Apesar de a investigação ser referencialmente favorável, mormente em relação aos recursos


disponíveis, é evidente que tais referências foram consideravelmente convenientes para a
progressão da parte do desenvolvimento. Permitiram, pois, em certa medida, reunir esforços e
facilitar o processo de concepção e consumação no que se refere ao prosseguimento da nossa
investigação, embora não se possa ignorar uma possível transgressão da ética académica
avaliada em Prodanov e Freitas, quando tornam suas, de forma ilegítima, as palavras de
Marconi e Lakatos aquando dos conceitos de Objectivos Gerais e Específicos.

Isto posto, por diversos factores derivados da exiguidade de fundos e/ou recursos, algo pode ter
ficado ainda por executar, principalmente no que diz respeito ao aprimoramento da metodologia
aplicada e ao acesso a materiais fundamentais para a investigação, sem ignorar que tais factores
desfavoráveis podem ter comprometido consideravelmente o valor da investigação para a
comunidade científica.

Desta maneira, os objectivos propostos — cujo alcance e materialização constituíam o ponto


mais alto dos fundamentos definidos —, podem não ter atingido satisfatoriamente o impacto
calculado. Entre as tais se destaca a não anteposição de fontes absolutamente foráneas, que
acarretou a impossibilidade do exercício investigativo, pelo que, por conseguinte, houve
necessidade de, pelo menos, aderir às fontes lusófonas e anglófonas. Portanto, a investigação
esgotou de forma consideravelmente satisfatória, com a viabilidade de poder ser aprimorada
ainda em exercícios futuros.
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BIBLIOGRAFIA
BASTOS, Cleverson L.; KELLER, Vicente. (1999). Aprendendo a aprender: introdução à
metodologia científica. 12. ed., Petrópolis: Vozes.
FACHIN, Odília. (2005). Fundamentos de metodologia. 5. ed., [s.l.]: Saraiva.
(1992a). Metodologia científica. 2. ed., São Paulo: Atlas.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. (1992). Metodologia do trabalho
científico. 4. ed., São Paulo: Atlas.
______. (2003). Fundamentos de metodologia científica. 5. ed., São Paulo: Atlas.
PRODANOV, Cleber C.; FREIRAS, Ernani C. (2013). Metodologia do trabalho científico:
métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho científico. 2. ed., Nova Hamburgo: Feevale.
ROVER, Ardinete.(coord). (2006). Metodologia científica: educação a distância. Joaçaba:
Unoesc.
VIEIRA, José G. Silva. (2010). Metodologia de Pesquisa científica na Prática. Curitiba: Fael.

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