Você está na página 1de 29

PROGRAMA ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR (EaD)

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS PARA TRABALHOS ACADEMICOS E


TRABALHO FINAL DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR

BELÉM
2014
2

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ....................................................................................................... 3

APONTAMENTOS SOBRE A CONSTRUÇÃO DE TEXTOS ACADÊMICOS ............. 4

A CONSTRUÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA .................................................... 11

CONSTRUINDO SEU ARTIGO CIENTÍFICO ........................................................... 18

OUTROS TRABALHOS ACADÊMICOS ................................................................... 25

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 29
3

APRESENTAÇÃO

Caro/a Cursista

O ingresso neste curso lhe provoca a observar e refletir sobre o mundo


escolar em que atua, sua experiência como gestor/a, os problemas que enfrenta e
possíveis soluções para eles, “a fim de munir-se dos instrumentos mais adequados à
sua ação e intervir no seu mundo” (CHIZZOTTI, p. 11, 2009).

É necessário perguntar-se então, como nos coloca Garcia (p.25, 2011):

Pesquisamos para a academia [...] ou para as escolas onde a complexidade


da realidade desafia a cada dia [...]?

Com que projeto de sociedade nossas pesquisas estão comprometidas e a


que projeto de sociedade nossas pesquisas se opõem, ou, simplesmente,
nos pretendemos neutros?

São questões para você pensar durante o desenvolvimento de seu projeto de


pesquisa que será fundamental para a elaboração de seu artigo científico (trabalho
final) para obtenção do título de Especialização em Gestão Escolar (EaD), no Curso
promovido pela Faculdade de Educação, do Instituto de Ciências da Educação da
Universidade Federal do Pará (FAED/ICED/UFPA).

É importante destacar que sua pesquisa advém de um contexto escolar único


e diversificado, e que a proposta de intervenção é para mudar algo discutido e
acordado com o coletivo da escola, a partir do seu Projeto Político Pedagógico,
como iremos ver na sala de Projeto Vivencial.

Apresentamos nesta cartilha, um coletivo de orientações elaboradas com


base nas regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) por docentes
deste curso, que podem contribuir na escrita, no entendimento do roteiro de
elaboração do projeto de pesquisa e da estruturação e padronização dos trabalhos
acadêmicos e artigo final.

Esperamos que este material possa contribuir para a qualidade de seu


trabalho. Sucesso e bom trabalho!

Equipe Executiva de Coordenação do Curso de Especialização


em Gestão Escolar.
4

APONTAMENTOS SOBRE A CONSTRUÇÃO DE TEXTOS


ACADÊMICOS1

Textos acadêmicos didáticos ou científicos são produtos de estudos ou


pesquisa científica, podendo ser apresentados sob diferentes formas: Artigo, Paper,
Resumo, Resenha Crítica, Nota Prévia, Fichamento, Comunicação científica,
Relatório de pesquisa, Monografia, Dissertação, Tese, Ensaio.

TRABALHO DIDÁTICO  Pode ser um pequeno texto solicitado nos cursos de


graduação ou na pós-graduação sobre estudos realizados pelos alunos ou pelos
professores com o objetivo de induzir e fixar o aprendizado.

ARTIGO  Pequenos textos (no máximo 25 páginas) que tratam de uma questão
científica como resultado de estudos ou pesquisas, denominados de científicos.
Podem ser também a discussão de ideias, métodos, técnicas, processos e
resultados nas diversas áreas do conhecimento, destinados à divulgação, através de
periódicos.

PAPER  Breve artigo científico, texto elaborado sobre determinado tema ou


resultados de um projeto de pesquisa para comunicações em eventos científicos,
sujeitos à avaliação, ou seja, é um texto para discussão.

RESUMO Texto sucinto claro e objetivo contendo pontos mais importantes sobre o
assunto tratado, seja resultante de investigação científica ou de estudos teóricos.

RESENHA CRÍTICA  Exposição sobre o conteúdo de uma obra com avaliação


crítica: deve conter necessariamente a ideia ou tese central defendida pelo autor,
seus argumentos, conceitos ou categorias de análise e suas conclusões. Quando
fizer citações registrar o nº da pagina. Há necessidade de posicionar-se.

NOTA PRÉVIA  texto de reduzida dimensão e conteúdo, contendo informações


científicas novas, geralmente produto de pesquisas em andamento ou por medida
de segurança do trabalho.

COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA  É a informação apresentada em eventos


científicos, como: Congresso, Simpósio, Seminário, onde se expõem os resultados
de um estudo ou pesquisa.

RELATÓRIO DE PESQUISA  Documento que apresenta os resultados de uma


pesquisa a partir de todos os itens contidos no projeto ou que descreve a situação
de um problema técnico-científico.(seguir modelo da UFPA), que contém: Título,
período de execução, equipe do projeto, principais objetivos, principais etapas
visando o alcance dos objetivos, universo da pesquisa, procedimentos
metodológicos, apresentação dos resultados obtidos inclusive os seus produtos em

1
Profa. Dra. Terezinha Fátima Andrade Monteiro dos Santos – PPGED/UFPA. Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/9502681594591950
5

termos de publicações, material de apoio ou outros. Entrevistas realizadas com


caracterização dos informantes e referências.

MONOGRAFIA  Como o próprio nome indica é um trabalho exaustivo e


aprofundado sobre um determinado tema. É um estudo científico, com tratamento
escrito individual, de um tema bem determinado e limitado, ou seja, específico. A
monografia consiste em um trabalho original, que pode ser uma revisão crítica da
literatura, um relato de experiência ou projeto de intervenção, ou ainda uma
pesquisa. Uma revisão crítica de literatura (pesquisa bibliográfica) deverá
apresentar: a) uma organização e integração de material já publicado, avaliando o
progresso da pesquisa atual em direção à elucidação de um problema e
posicionando-se criticamente em relação ao tema proposto e os estudos citados; b)
uma análise do problema-objeto com base na coleta de dados e o material
publicado; c) articulação entre os autores, por exemplo, identificando semelhanças e
diferenças, consenso/ controvérsias nos conceitos teóricos ou resultados de
pesquisas, posicionando-se.

DISSERTAÇÃO  Trabalho sistematizado, ordenado e interpretativo de dados com


metodologia própria, como fruto de reflexão, análise e discussão com rigor científico,
apresentado ao final de um curso de Mestrado.

TESE  É um tipo de trabalho inédito que apresenta, enfatiza e responde a


problemas, a partir de argumentos, de dados coletados empiricamente e se destina
à conclusão do Curso de Doutorado.

ENSAIO  É um estudo ou dissertação sobre determinado assunto menos formal


do que um trabalho científico representa uma opinião pessoal, um exercício
intelectual.

FICHAMENTO  Pode ser considerado um texto didático. É um auxílio para quem


está fazendo um estudo ou pesquisa, daí precisar ser bem elaborado para poder
servir de ajuda. Indicar a fonte da leitura, de acordo com as normas da ABNT. Deve
destacar a idéia central ou tese defendida na obra, seus principais argumentos,
conceitos ou categorias e a conclusão, registrando o nº da página, para facilitar a
localização, registrando comentários críticos, baseando-se ou não em outros autores
e outras obras.

ELEMENTOS COMPONENTES DE UM TEXTO CIENTÍFICO  Introdução (cerca


de 20%), desenvolvimento (apresentação do objeto do trabalho cerca de 60%) e
Conclusão (20%).

MÉTODO PARA CONSTRUÇÃO DE UM TEXTO:

Qualquer método serve, mas ousamos oferecer algumas pistas que poderão
contribuir para o desabrochar do prazer de escrever:
1. Escolha a temática a ser explorada no texto;
2. Selecione uma bibliografia básica;
3. Leia cuidadosamente a bibliografia elaborando fichamento das categorias de
análise e ideias básicas exploradas pelos autores;
6

4. Planeje seu trabalho a partir de um esquema, organizando todo o material


disponível para compor o texto;
5. Elabore um ESQUEMA/ RASCUNHO;
6. Comece a escrever seu texto com parágrafos curtos, sem censura, livre, sem
preocupação com normalização ou forma gramatical e com o outro e até onde for
sua vontade, imaginação, conteúdo internalizado e seu tempo. Guarde-o!
7. Relei-a o seu texto e modifique-o no que achar necessário e o aumente mais;
8. Agora comece a fazer a edição de seu texto, distribuindo as ideias entre as suas
principais partes: Introdução = I, Desenvolvimento = D e Conclusão = C. Pode
utilizar números para ordenar as ideias: I1, I2; D1, D2; C1, C2 etc.
9. Elimine as partes ou ideias que não o/a agradam e acrescente outras. Construa
as frases intercalando parágrafos curtos e longos para não cansar o leitor e evitar
cometer mais erros de Português. Guarde o texto;
10. Neste momento dê vida material as suas ideias (conteúdo), ancorando-as em
teóricos que já trabalharam o seu assunto-objeto, que já devem estar
selecionados de maneira objetiva e construtiva.
11. Dê uma forma na apresentação do texto, utilizando os recursos para uma boa
transmissão de ideias. Organize-o dentro das normas da ABNT vigentes.
12. Lembre-se que produzir um texto é expor-se; ele precisa ser auto-referente.
13. Os autores utilizados para embasar seus argumentos devem ser colocados a
nosso serviço, para fazermos o diálogo com eles e não só para confirmar o que
apresentou ou dar-lhe força.

Interlocutores para construção da pesquisa e exposição das idéias:

1. Internet
2. Dicionários
3. Manuais
4. Revistas Científicas (onde se encontra o mais atualizado sobre a temática)
5. Comentadores de clássicos
6. Os clássicos sobre as temáticas
7. Acadêmicos (Monografias, dissertações, teses, ensaios, revisões bibliográficas
etc), de nossa área.
8. Apontamento ou anotações de aulas.

OBSERVAÇÕES:
a) Cada vez que parafrasear ou fizer citação de alguém, cite-o logo no corpo do
texto e nas referências, para evitar esquecimento ao final do trabalho;

b) Na introdução devemos tentar despertar o interesse do leitor, conduzindo-o a


viajar pelo seu texto, daí a necessidade de apresentar a ideia central do texto de
forma clara, coerente e agradável;
c) No desenvolvimento é bom apresentarmos argumentos novos, explicarmos e
fazermos a discussão do problema a partir do que já existe e está disponível;
d) Na conclusão, é recomendável que se utilizem expressões que encerram o
pensamento a respeito do que foi tratado no texto, resumindo as ideias e dando
ênfases aos pontos principais, que justificam a pesquisa. Pode-se concluir com
7

novas perguntas ou responder a todas que foram feitas no início do trabalho. É o


seu texto!

EXERCÍCIO 1:
ELABORE UM TEXTO, SEGUINDO O ESQUEMA ABAIXO:
 TEMÁTICA: “A Política educacional pública no Brasil nos dias atuais”
 INTRODUÇÃO: Defina a política pública/exponha a situação;
 DESENVOLVIMENTO: Fale sobre a concepção de política
educacional/origem/principais políticas públicas que você conhece/ fale o que quiser
que envolva discussão sobre o assunto.
 CONCLUSÃO: Tente dar uma saída ou seu posicionamento para o problema com
suas palavras e ideias.

EXERCÍCIO 2:
CONSTRUA UM TEXTO DISSERTATIVO SOBRE A ESCOLA PÚBLICA
PARAENSE. Indique com I, D, C as alternativas:
a) Como se encontra a escola pública paraense? ( )
b) Elas estão diferentes do que eram no passado? ( )
c) Quem são os responsáveis pelo estado atual? ( )
d) Como a comunidade escolar interna poderia ajudar? ( )
e) Como a família e a sociedade poderiam ajudar? ( )
f) Qual sua perspectiva para a mudança? ( )
g) O que deveria ser feito para melhorá-la? ( )

LEMBRETES IMPORTANTES SOBRE ALGUNS TERMOS USADOS:

A nível: Galicismo muito utilizado, empregado para referir-se a âmbito, uma esfera.
O certo seria “em nível” ou “no nível”. Só se justifica quando se pretende indicar
movimento (ex: a violência aumentou a níveis intoleráveis);

A cerca: artigo e substantivo, cercado.

Acerca: locução prepositiva – a respeito de, relativamente; 3ª pessoa singular do


presente do indicativo do verbo “acercar” ou advérbio – perto, vizinho ou próximo.

A princípio: no começo.

Em princípio: em geral, em tese

Colocar/colocação significa pôr, introduzir e não afirmar, propor, daí ser errado
dizer-se “estas colocações de Otávio”. “Neste momento quero fazer uma colocação”.

Em termos de: é dispensável, pois nada diz.

Haver/ter: Significando existir só se usa na terceira pessoa do singular. Houve


situações...
8

Através de: Expressão só deve ser utilizada em frases que indicam atravessamento
de algo num meio. A luz veio através da fresta. Noutros casos, utiliza-se “por meio
de”, “por intermédio de”.

Ao encontro de = Transmite a idéia de concordância, aceitação, favorecimento. Ex:


O estudante foi ao encontro de seu sonho. Este trabalho vai ao encontro do que
você pensa.

De encontro a = Transmite uma idéia oposta, uma contradição. Ex: Seus projetos
vão de encontro as nossas propostas.

Arrear = É pôr arreios. Diferente de arriar = que significa abaixar, descer algo. Por
exemplo: Ela arriou seu braço. Arria aqui, por favor!

Tampouco = Significa “também não”, “nem”. Por exemplo: Não elaborou o texto,
tampouco fez um rascunho.

Tão pouco = Significa muito pouco. Ex: Há tão pouco a considerar sobre suas
palavras.

Mais = Transmite a idéia de soma, adição, superioridade. Compramos mais três


livros.

Mas = Indica uma adversão, idéia de contrário. Ex: Eu não estudei, mas fiz a
exposição.

SEGUIMENTO = Continuação; seqüência.

SEGMENTO = Significa cada uma das partes de um todo, seção.

SERRAR = Cortar com serra, conseguir

CERRAR = Fechar, unir, juntar, encobrir, tapar

TAPAR = Fechar, vedar, encobrir;

TAMPAR = Fechar com tampa ou peça similar.

Evite utilizar expressões vulgares, chavões e gírias ou expressar sentimentos, como


lamentavelmente, fiquei feliz, é um absurdo. Utilize as normas cultas da Língua.
Evite a repetição de palavras no mesmo parágrafo e expressões estrangeiras. Estas
últimas só devem ser usadas quando for estritamente necessário e ficar entre aspas,
grifadas ou em fonte diferente.

Palavras ou expressões latinas utilizadas em textos acadêmicos

Ad hoc: designado para executar determinada tarefa (diz-se de pessoa). Ex:


consultor ad hoc

Ad aeternum: para sempre; eternamente


9

Ad exemplum: por exemplo, para exemplificar

Apud: Significa "citado por". Nas citações é utilizada para informar que o que foi
transcrito de uma obra ou texto de um determinado autor na verdade pertence a um
outro.
Ex.: (MARX apud NETTO) ou seja, Marx "citado por" Neto

Et al. (et alli): Significa "e outros". Utilizado quando a obra foi elaborada por muitos
autores.
Ex.: Numa obra escrita por SANTOS, Terezinha ARAÚJO, Ronaldo e ARAÚJO,
Maria Auxiliadora escreve-se: SANTOS, Terezinha, ARAÚJO, Ronaldo et al.

Ibid ou ibdem: Significa "na mesma obra".

Idem ou id: Significa "igual a anterior".

In: Significa "em".

Ipsis litteris: Significa "pelas mesmas letras", "literalmente". Utiliza-se para


expressar que o texto foi transcrito com fidelidade, mesmo que possa parecer
estranho ou esteja reconhecidamente escrita com erros de linguagem.

Ipsis verbis: Significa "pelas mesmas palavras", "textualmente". Utiliza-se da


mesma forma que ipsis litteris ou sic.

Modus faciendi modo de fazer ou de proceder

Modus operandi: do mesmo modo, modo pelo qual um indivíduo ou uma


organização desenvolve suas atividades ou opera.
Modus vivendi: modo de viver, de conviver, sobreviver

Opus citatum ou op.cit.: Significa "obra citada"

Passim: Significa "aqui e ali". É utilizada quando a citação se repete em mais de um


trecho da obra.

Sic: Significa "assim". Utiliza-se da mesma forma que ipsis litteris ou ipsis verbis.

Supra: Significa "acima", referindo-se a nota imediatamente anterior.

REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT - NBR 6024:1989 – Numeração progressiva
das seções de um documento. Procedimento.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT - NBR 6027: 1989 – Sumário: Procedimentos.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT - NBR 6028: 1990 - Resumos:


Procedimentos.
10

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT - NBR 6023: 2000 – Informação e


documentação. Referências: Elaboração.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 14724:2001 – Informação e


documentação – Trabalhos Acadêmicos – Apresentação.

BARRASS, Robert. Os cientistas precisam escrever. Guia de redação para cientistas, engenheiros e
estudantes. 2ª ed. São Paulo: T. A Queiroz, 1986.

BASTOS, Cleverson Leirte. KELLER, Vicente. Aprendendo a aprender: introdução à metodologia


científica. 7ª ed. Petrópolis: Vozes, 1996.

BIANCHETTI, Lucídio, MACHADO, Ana Maria Netto (orgs.). A bússola do escrever: desafios e
estratégias na orientação de teses e dissertaçSão Paulo: Cortez Editora; Editora da UFSC, 2002.

CLAVER, Ronald. Escrever com prazer: Oficina de produção de textos. Belo Horizonte: Editora Dimensão,
1999.

ECO, Umberto. Como se faz uma tese. São Paulo: Perspectiva, 1991.

GRION, Laurinda. Como redigir relatórios e monografias com sucesso. São Paulo: Editora Érica Ltda, 2002

HOUAISS. Dicionário eletrônico Houaiss de língua portuguesa. Editora Objetiva, CD-Rom dez 2001.

LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Martina de Andrade. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo:
Atlas, 1992.

MINAYO, M. C. – Pesquisa social.. Petrópolis-RJ: Vozes, 1995.

OLIVEIRA, R. A. Escreva bem agora. São Paulo: Edicta, 2001.

RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. Petrópolis-RJ: Vozes, 1978.

SANTOS, Terezinha F.Andrade Monteiro dos. Apontamentos sobre produção de textos científicos. Belém:
UFPA, digitado, 2003.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho científico. 22ª Ed. Ampliada. São Paulo:
Cortez, 2002.

ZANOTELLO, Simone. Redação: reflexão e uso. São Paulo: Arte & Ciência, 1999.
11

A CONSTRUÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA2

1. CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Este é o conhecimento produzido pela ciência, que tem como alicerce a


articulação entre teoria e método. A Ciência se diferencia do Senso Comum, da
Teologia e da Filosofia, pois estas se constituem como conhecimentos
especulativos, ou seja, dizem respeito a objetos inacessíveis à experiência (pode-se
afirmar algo, mas não se pode provar que esse algo dito é real ou concreto).
A realização das várias etapas de um trabalho científico (relatórios de
pesquisa, monografia, dissertação, tese, artigo, etc.) pressupõe, naturalmente, certo
amadurecimento. Esse amadurecimento é fruto de uma experiência de vida
intelectual, de vida científica, construída quer mediante a realização de estudos,
quer através de participação em grupos de pesquisas. Mas, para a construção desse
trabalho é preciso estar de posse de algumas diretrizes norteadoras, ou seja, ter em
mente o que se pretende fazer, pelo menos em suas grandes linhas (SEVERINO,
2000).
A pesquisa científica precisa ser planejada. Não há produção do
conhecimento científico sem planejamento, pois este orienta o pesquisador a
responder perguntas como: O que quero investigar? Por que quero investigar? Qual
a importância da minha investigação? É possível investigar? Nesse sentido, fazer
um projeto de pesquisa é elaborar um caminho prévio de desenvolvimento das
atividades. É um trabalho de apresentação que tem por finalidade guiar os passos e
demonstrar em linhas gerais o que se pretende fazer.

2. ESTRUTURA DE UM PROJETO DE PESQUISA

A apresentação gráfica do projeto de pesquisa é de responsabilidade do autor


e deverá obedecer as normas estabelecidas pela ABNT - Associação Brasileira de
Normas Técnicas.

2.1. ESTRUTURA FÍSICA: Os trabalhos acadêmicos, para efeito de normalização,


são divididos nas seguintes partes: elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais.
Eles devem ser apresentados na seguinte ordem:

a) Elementos Pré-Textuais:
Capa: nome da instituição, nome do autor, título do projeto, local, ano. (ABNT
15287)
Folha de rosto: nome do autor, título do projeto, tipo de projeto e nome da
entidade, local, ano.(ABNT 15287)

2
Elaborado por Profª. Msc. Adriane Nascimento e Profª. Msc. Aliny Karla Freitas, com algumas
adaptações e inserções com base na ABNT 2003 pela Profª Msc. Dayana Souza.
12

b) Elementos Textuais: é a ESTRUTURA LÓGICA do texto.

Introdução: onde se coloca tema, problema, hipótese, objetivo e justificativa.


Referencial Teórico
Metodologia
Recursos Necessários
Cronograma: no cronograma deve ser indicada cada uma das etapas do
desenvolvimento da pesquisa, no tempo disponível para sua execução.

c) Elementos Pós-Textuais:

Referências: a relação de todas as referencias citadas no corpo do projeto de


pesquisa.
Apêndices: é um texto ou documento (questionários, roteiros de observação
e etc.) elaborado pelo próprio autor para colaboração na pesquisa.

3. ETAPAS DE UM PROJETO DE PESQUISA

3.1. ESCOLHA DO TEMA E DO TÍTULO:

É o momento onde se defini o assunto que se pretende desenvolver na


pesquisa acadêmico-científica. O tema parte, preferencialmente, da realidade
circundante do pesquisador, como, por exemplo, de seu contexto social, profissional
ou cultural. O título parte do tema e é o “cartão de apresentação” do projeto de
pesquisa. Ele expressa a delimitação e a abrangência temporal e espacial do que se
pretende pesquisar.
A escolha deve considerar: conhecimento sobre o assunto, importância da
investigação, disponibilidade de material, de tempo e custos.
Ex: Avaliação da aprendizagem

3.2. DELIMITAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO:

É o foco, o eixo central da investigação, não é o assunto, mas o que dentro de


um assunto geralmente vasto vai ser estudado de forma mais pontual
(afunilamento). Para delimitar o objeto de estudo deve-se responder em relação à
pesquisa: O que? Onde? Quando?
Ex: A avaliação do rendimento escolar nas creches municipais de Belém no
período do projeto escola cabana.

3.3. SITUAÇÃO PROBLEMA/PROBLEMATIZAÇÃO:

Sem problema não há pesquisa, mas, segundo Soares (2010), para formular
um problema de pesquisa, é necessário fazer algumas considerações pertinentes no
sentido de evitar equívocos. Em primeiro lugar é preciso fazer uma distinção entre o
problema de pesquisa e os problemas do acadêmico. O desconhecimento, a
desinformação, a dúvida do pesquisador em relação a um assunto e/ou tema não
constitui um problema de pesquisa. Essas lacunas podem ser resolvidas com uma
leitura seletiva e aprofundada, dispensando, portanto, um projeto de pesquisa. Em
13

segundo lugar, não confundir tema com problema. O tema é o assunto geral que é
abordado na pesquisa e tem caráter amplo. O problema focaliza o que vai ser
investigado dentro do tema da pesquisa.
O problema não surge do nada, mas é fruto de leitura e/ou observação do que
se deseja pesquisar. Nesse sentido, o aluno deve fazer leituras de obras que tratem
do tema no qual está situada a pesquisa, bem como observar – direta ou
indiretamente – o fenômeno (fato, sujeitos) que se pretende pesquisar para,
posteriormente, formular questões significativas sobre o problema.
A formulação do problema é uma interrogação que o pesquisador faz a
realidade.
Ex: Qual a concepção de avaliação da aprendizagem adotada pelas
professoras das creches municipais de Belém no período do projeto escola cabana?

Para a escolha de um problema de forma objetiva, deve-se responder às


seguintes indagações:

a) este problema pode realmente ser resolvido pelo


processo de pesquisa científica?
b) o problema é suficientemente relevante a ponto de
justificar que a pesquisa seja feita (se não é tão relevante,
existe com certeza, outros problemas mais importantes que
estão esperando pesquisas para serem resolvidos)?

c) trata-se realmente de um problema original?


d) a pesquisa é factível?
e) ainda que seja “bom” o problema é adequado para mim?
f) pode se chegar a uma conclusão valiosa?
g) tenho condições para planejar e executar um estudo desse tipo?
h) os dados que a pesquisa exige, podem realmente ser obtidos?

i) há recursos financeiros disponíveis para a realização da pesquisa?


j) terei tempo de terminar o projeto?
A problematização refere-se à contextualização do problema, devendo ser
bem anunciada. Nesta etapa de elaboração, deve-se apresentar o que se sabe
sobre o tema da pesquisa, sobre o objeto de estudo e as questões que ainda não se
têm respostas sobre o objeto, estas se constituirão em questões norteadoras da
pesquisa, que se pretende responder com a investigação proposta.

3.4. OBJETIVOS:

Nessa parte o aluno formula as suas pretensões com a pesquisa. Ele define,
esclarece e revela os focos de interesse da pesquisa. Os objetivos dividem-se em
geral e específicos.
14

3.4.1 Objetivo Geral

O objetivo geral relaciona-se diretamente ao problema. Ele esclarece e


direciona o foco central da pesquisa de maneira ampla. Normalmente é redigido em
uma frase, utilizando o verbo no infinitivo.
Ex: Analisar a concepção de avaliação da aprendizagem adotada pelas
professoras das creches municipais de Belém no período do projeto escola cabana.

3.4.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos definem os diferentes pontos a serem abordados,


visando confirmar as hipóteses e concretizar o objetivo geral. Assim como o objetivo
geral, os verbos devem ser utilizados no infinitivo.
Alguns dos verbos utilizados na redação dos objetivos costumam ser:
ANALISAR AVALIAR COMPREENDER CONSTATAR DEMONSTRAR
DESCREVER ELABORAR ENTENDER ESTUDAR EXAMINAR EXPLICAR
IDENTIFICAR INFERIR MENSURAR VERIFICAR

3.5. JUSTIFICATIVA:

A justificativa constitui uma parte fundamental do projeto de pesquisa. É


nessa etapa que se convence o leitor (professor, examinador, diretor e demais
interessados no assunto) de que seu projeto deve ser feito. Para tanto, ela deve
evidenciar qual a contribuição pessoal (aprofundamento e continuidade de estudos
sobre o tema; revisão teórica para melhorar a prática educativa ou profissional; etc.),
científica (contribuição do projeto para o avanço do conhecimento científico, etc.) e
social (relevância da pesquisa para subsidiar a sociedade de maneira geral ou
específica; para a avaliação de política e práticas; proposição de críticas, etc.) que
os resultados da pesquisa proporcionarão.
É importante que a viabilidade da realização do Projeto, tempo disponível e
outros elementos que demonstrarão a sua capacidade e o seu conhecimento sobre
o assunto, apareçam na Justificativa.

3.6. REFERENCIAL TEÓRICO/ REVISÃO DA LITERATURA:

Nessa etapa, como o próprio nome indica, analisam-se as mais recentes


obras científicas disponíveis que tratem do assunto ou que dêem embasamento
teórico e metodológico para o desenvolvimento do projeto de pesquisa. É aqui
também que são explicitados os principais conceitos e termos técnicos a serem
utilizados na pesquisa.
Também chamada de “estado da arte”, a revisão da literatura demonstra que
o pesquisador está atualizado nas últimas discussões no campo de conhecimento
em investigação. Além de artigos em periódicos nacionais e internacionais e livros já
publicados, as monografias, dissertações e teses constituem excelentes fontes de
consulta.
Para atingir os objetivos propostos, é preciso revisar a literatura, consultar o
conteúdo teórico, visto ao longo do curso, apresentando um trabalho apoiado em
bases sólidas de conhecimento e práticas reconhecidas.
15

3.7. METODOLOGIA / PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:

A pesquisa é a aplicação dos conceitos teóricos apreendidos. No projeto é o


momento de demonstrá-los, de maneira metódica, de caracterizar o método
escolhido e a metodologia a serem utilizadas para a realização da pesquisa, que
tem como finalidade encontrar o melhor caminho para atingir os objetivos propostos.
A metodologia trata de procedimentos, passos e técnicas de pesquisa,
orientada por um método, um caminho a ser seguido na pesquisa. O método trata
das formas gerais de pensamento, enquanto que a metodologia trata das formas
particulares: dos tipos de pesquisas; de coleta de dados; de sistematização,
organização e análise dos dados obtidos (FILHO; GAMBOA, 1995).
Nesta etapa de elaboração do projeto, portanto, é preciso definir o método de
abordagem da realidade que se refere ao paradigma adotado para a realização da
pesquisa. O método é uma forma de apreensão da realidade, de compreender e
interpretar um fenômeno. Implica uma filosofia: uma concepção de mundo, de
sociedade e de homem. Dentre as abordagens mais utilizadas nas pesquisas
científicas estão: abordagem quantitativa; qualitativa e quanti-qualitativa.

a) Abordagem quantitativa: preocupação em medir ou quantificar os dados


coletados.
b) Abordagem qualitativa: preocupação com a compreensão ou
interpretação dos fenômenos sociais.
c) Abordagem quanti-qualitativa: considera quantidade e qualidade como
propriedades interdependentes de um fenômeno.
d) Abordagem dialética: preocupação em entender o processo histórico em
seu dinamismo, provisoriedade e transformação. Busca apreender a
prática social empírica dos indivíduos em sociedade e realizar a crítica das
ideologias, considerando sujeito e objeto como históricos e comprometidos
com os interesses e as lutas sociais de seu tempo

Definida a abordagem de pesquisa, é preciso também definir o tipo de


pesquisa, as técnicas de coleta e análise dos dados e as etapas a serem realizadas.
Não se pode perder de vista que o objeto e as questões norteadoras da pesquisa é
que indicarão a metodologia necessária para se responder as questões e alcançar
os objetivos propostos. Nesse sentido, deve ter o cuidado de sempre retornar às
suas questões e objetivos para justificar a escolha da metodologia ou passos
metodológicos.

Os tipos de pesquisa mais freqüentes são:


a) Pesquisa bibliográfica;
b) Pesquisa documental;
c) Pesquisa de campo;
d) Pesquisa etnográfica;
e) Pesquisa participante;
f) Pesquisa-Ação;
g) Pesquisa histórica.

As técnicas de coleta de dados mais freqüentes são:


a) Revisão bibliográfica;
b) Levantamento documental;
16

c) Observação (participante ou não participante);


d) Questionário (instrumento de coleta de dados que dispensa a presença do
pesquisador);
e) Formulário (instrumento de coleta de dados com a presença do
pesquisador);
f) Entrevista (estruturada, semi-estruturada ou não estruturada).

As técnicas de análise dos dados mais freqüentes são:


a) Análise documental
b) Análise do conteúdo
c) Análise do discurso
d) Análise estatística

Nessa parte, além do que já foi dito, também devem ser indicados o local, os
sujeitos da pesquisa, as etapas de execução, enfim, tudo aquilo que detalhe o
caminho que você trilhará para concretizar a pesquisa.

3.8. CRONOGRAMA

No cronograma você dimensiona cada uma das etapas do desenvolvimento


da pesquisa, no tempo disponível para sua execução. Geralmente os cronogramas
são divididos em meses, mas é possível ocorrer execução simultânea de etapas, as
quais podem ser semanais ou mensais.
O número de etapas do cronograma deve estar de acordo com o que foi
proposto no projeto, especialmente na parte da metodologia. O cronograma fica
muito mais fácil de ser visualizado se estiver em uma tabela.

3.9. REFERÊNCIAS

As referências utilizadas para a elaboração do projeto e as fontes


documentais previamente identificadas, que serão necessárias à pesquisa, devem
ser indicadas em ordem alfabética e dentro das normas técnicas da ABNT –
Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR 6023, 2002).
Ex: SOBRENOME, Nome. Título. Edição. Cidade: Editora, ano.

Existem diferenças entre referências, referências bibliográficas e bibliografia.


A palavra referências indica as obras efetivamente citadas no trabalho em questão.
Quando usada sozinha, pode indicar diferentes tipos de obras, como livros,
periódicos ou documentos, sejam manuscritos, impressos ou em meio eletrônico.
Quando o trabalho apresentar somente citações de obras publicadas em papel,
utiliza-se o termo referências bibliográficas. Já a palavra bibliografia indica todas
as leituras feitas pelo pesquisador durante o processo de pesquisa (inclui leitura
complementar sugerida pelo pesquisador)

REFERÊNCIAS
SANTOS FILHO, J. C. dos; GAMBOA, S. S. Pesquisa educacional: quantidade-qualidade. São
Paulo: Cortez, 1995.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2000.
SOARES, José Joaquim. Orientações para elaboração do projeto de pesquisa. Disponível em
<http//www.jjsoares.com> Acesso em novembro de 2010.
17

BIBLIOGRAFIA
CHIZZOTTI, Antônio. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 6ª Ed. São Paulo: Cortez, 2003.
ECO, Umberto. Como se faz uma tese. 22ª Ed. São Paulo: Perspectiva, 2009.
FAZENDA, Ivani (Org.). Metodologia da pesquisa educacional. 11 Ed. São Paulo: Cortez, 2008.
GATTI, Bernadete. A construção da pesquisa em educação no Brasil. Brasília: Plano Editora,
2002.
GHEDIN, Evandro; FRANCO, M. Amélia Santoro. Questões de método na construção da pesquisa
em educação. São Paulo: Cortez, 2008.
GONÇALVES. Hortência de Abreu. Manual de metodologia da pesquisa científica. São Paulo:
Avercamp, 2005.
KOSIK, K. Dialética do concreto. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos,
pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 4ª Ed. São Paulo: Atlas,
1992.
LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em
ciências humanas. Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul Ltda; Belo Horizonte: Editora UFMG,
1999.
MINAYO, M. C. S. Pesquisa Social: teoria, métodos e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.
_____________. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 11 ed. São Paulo:
Hucitec, 2008
PÁDUA, Elizabeth M. M. Metodologia da pesquisa: abordagem teórico-prática. Campinas: Papirus,
1997.
RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 36ª Ed. Petrópolis, RJ: Vozes,
2009.
SALOMÃO, Silvana T. Projeto de pesquisa. Disponível em <http//silvanatsal.blogspot.com> Acesso
em 2008.
SANFELICE, J. L. Dialética e pesquisa em educação. In: LOMBARDI, J.C. & SAVIANI, D. (orgs).
Marxismo e educação: debates contemporâneos. Campinas/SP: Autores Associados: HISTEDBR,
2005, pp. 69-95.
SANTOS, Boaventura de Souza. Um discurso sobre as ciências. 2ª Ed. São Paulo: Cortez, 2004.
SILVA, José Bittencourt. Guia de normalização. Belém: texto digital, 2007.
TRIVIÑOS, Augusto N. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em
educação – o positivismo, a fenomenologia, o marxismo. São Paulo: Atlas, 1990.
18

CONSTRUINDO SEU ARTIGO CIENTÍFICO

Após as etapas de elaboração de Projeto Vivencial e


pesquisa, você terá bases para a construção de seu artigo
científico, que é o trabalho final para obtenção do título de
especialista em gestão escolar, e que apresentará para a
comunidade acadêmica e demais interessados, sua análise
acerca dos dados coletados na pesquisa ação realizada na
sua escola.
E para que seu trabalho seja estruturado de forma adequada com os padrões
da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Pará é preciso que seja
seguida a seguinte estrutura:

a) Título e subtítulo do artigo devem ter no máximo 75 caracteres, incluindo os


espaços;

b) Resumo e palavras-chave: resumo e abstract (entre 550 e 750 caracteres,


incluindo os espaços) e palavras-chave que identificam o conteúdo do artigo,
devem ser de no mínimo três (03) e no máximo cinco (05) em português. Para a
redação e estilo do resumo, observar as orientações da NBR-6028/2003, da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

c) Corpo do texto, ao longo do qual não deve haver identificação autoral. Deve
conter: Introdução: apontar o objeto e propósito do estudo, descrever os avanços
alcançados com a pesquisa. Apresentar a contextualização do problema por meio de
revisão bibliográfica. Metodologia: apresentar a trajetória teórico metodológica que
norteia a pesquisa. Referenciar as técnicas padronizadas. Desenvolvimento,
Análise e discussão: Interpretar os dados fazendo relação com a teoria e
apresentar os resultados relacionados aos conhecimentos existentes. Conclusão
ou considerações finais: Trata-se do fechamento do texto indicando os resultados
finais. Referências: Somente as citações que figuram no texto devem ser
referenciadas.

ATENÇÃO: Quando se está escrevendo um texto científico, este deve seguir o


rigor da escrita formal e impessoal, portanto, dê preferência a 3ª pessoa. Não use
frases coloquiais, gírias. Evite parágrafos longos, com ideias confusas e/ou
inconclusas; que não contribuem. Revise seu texto lendo em voz alta, isso pode lhe
ajudar a perceber se ele está coerente ou não.
d) Digitação e Formatação do Artigo: O artigo deve ser organizado conforme
instruções abaixo:
 Fonte: Arial, tamanho 12;
 Papel tamanho A4;
 Margens:
Superior: 3,0 cm. da borda superior da folha
Esquerda: 3,0 cm da borda esquerda da folha.
Direita: 2,0 cm. da borda direita da folha;
Inferior: 2,0 cm. da borda inferior da folha.
19

 Espaçamento entre linhas: 1,5 cm;


 Espaçamento entre parágrafos: nenhum;
 Alinhamento: Justificado;
 Páginas numeradas a partir da segunda (no alto, à direita); mínimo de doze
(20), máximo de quinze (25 páginas);
 Título em maiúsculo/negrito com alinhamento centralizado.

e) Referências bibliográficas – Devem obedecer a NBR-6023/2002, da Associação


Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), sendo ordenadas alfabeticamente pelo
sobrenome do primeiro autor. Nas referências bibliográficas de até três autores,
todos poderão ser citados, separados por ponto e vírgula. Nas referências com mais
de três autores, citar somente o primeiro autor, seguido da expressão et al. A
exatidão das referências constantes na listagem e a correta citação de seus dados
no texto são de responsabilidade do(s) autor(es) dos trabalhos.

f) Notas: quando existirem, devem ser numeradas seqüencialmente e colocadas no


final do artigo. Não é permitido o uso de notas bibliográficas. Para isso, deve-se
utilizar as citações no texto: a identificação das referências no corpo do trabalho
deve ser feita com a indicação do(s) nome(s) do(s) autor(es), ano de publicação e
paginação. Ex: (Nunes, 1995, p. 225).

g) Tabelas e figuras – As tabelas deverão ser numeradas, consecutivamente, com


algarismos arábicos, na ordem em que foram incluídas no texto e encabeçadas por
seu título, evitando-se a não repetição dos mesmos dados em gráficos. Na
montagem das tabelas, recomenda-se seguir as “Normas de apresentação tabular”,
publicadas pelo IBGE. Quadros são identificados como tabelas, seguindo uma única
numeração em todo o texto. As ilustrações (fotografias, desenhos, gráficos etc.)
serão consideradas figuras. Estes elementos devem ser produzidos em preto e
branco, apresentando, sempre que possível, qualidade de resolução (a partir de 200
dpis) para sua reprodução direta.

Um exemplo de padronização de artigo pode ser visto na página a seguir.


3 cm 20

ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE ARTIGO CIENTÍFICO 3


Inserir nota de rodapé no Word
Título do Artigo, letra arial 2 Esp 1,5
Bloco de 80 corpo 14, Maiúsculas,
palavras, letra
centralizado, negrito.
Ricardo Aureliano de Barros Correia4
Arial, corpo 12,
2 Esp 1,5 Nome do autor, letra Arial, corpo 12,
espaçamento
Maiúsculas e Minúsculas, sem negrito
entre linhas 1,0,
sem negrito, RESUMO
justificado nas
margens. 2 Esp 1,5
Trata da elaboração de artigos científicos para a disciplina Metodologia Científica no
Curso de Direito da Faculdade Integrada de Pernambuco. Define regras para
elaboração, estrutura básica de um artigo, quantidade de páginas, espaçamento
entre linhas, margens, dentre outras, que serão objeto de avaliação da disciplina no
curso. Constitui-se em ferramenta essencial para a elaboração de artigos e tomou-
se por base a NBR 6022 da ABNT. A construção deste texto obedece à norma
citada inclusive na estética e tamanho de letras. 1 Esp 1,0
Palavras-chave: Metodologia Científica. Elaboração de artigos. Regras.
2 Esp 1,5
INTRODUÇÃO
2 Esp 1,5

A elaboração de um artigo científico por um estudante de curso superior


3 cm 2 cm
representa uma tarefa que requer cuidado específico, pois difere das demais
redações a que está acostumado na preparação para vestibulares.
Agora o caráter dissertativo se apresenta como condição essencial, além de
ter que recorrer às citações e referências bibliográficas de cada autor consultado
para elaboração de seu artigo. Executar tal tarefa representa, portanto, certo grau de
dificuldade, mas nada que seja impossível de cumpri-la. Se alguém já fez antes,
então quem se dedica também será capaz de fazê-la.
Estas instruções têm como objetivo auxiliar na preparação de artigos
científicos exigidos por ocasião de avaliação na disciplina Metodologia Científica.
Não deve ser alterado o tipo nem tampouco o tamanho das fontes ou o
espaçamento entre linhas para adicionar mais texto ao número limitado de páginas.
Também não deve ser alterado o tamanho da folha, nem as margens desse modelo.
Tomou-se por base a NBR 6022 da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT, 2010), que trata de artigos para publicação em periódicos. Os artigos devem
ser digitados no formato (.doc) utilizando-se processador de texto Word ou similar,
Mini
currículo
do autor
3
com seu Material encontrado no site www.aureliano.com.br/downloads/orienta_artigo.doc . Acessado em 25.03.2014.
4
E-Mail. Mestre em Ciências Jurídicas pela Universidade Federal da Paraíba; Professor de Metodologia Científica no
Curso de Direito da Faculdade Integrada de Pernambuco. E-Mail : tcaureli@yahoo.com.br

2 cm
21

mas nunca em formato PDF. Devem ter um mínimo de 15 e um máximo de 25


páginas (incluindo os elementos pré-textuais, os textuais, e os pós-textuais). No ato
da entrega o autor deverá fazê-lo no formato impresso e em arquivo eletrônico
gravado em CD-ROM, ou outro meio acordado previamente com o docente. 5

1 ESTRUTURA DO ARTIGO

Segundo a NBR 6022, com última atualização em 2003 (ABNT,2010) a


estrutura de um artigo é constituída dos seguintes elementos:
5.1 Elementos pré-textuais
Os elementos pré-textuais são constituídos de: Note que a citação usa o
a) título, e subtítulo (se houver);
b) nome(s) do(s) autor(es); sistema (AUTOR,DATA)
c) resumo na língua do texto;
d) palavras-chave na língua do texto.
5.2 Elementos textuais
Os elementos textuais constituem-se de:
a) introdução;
Citação Textual b) desenvolvimento;
c) conclusão.
Recuo de 4 cm 5.3 Elementos pós-textuais
Os elementos pós-textuais são constituídos de:
a) título, e subtítulo (se houver) em língua estrangeira;
b) resumo em língua estrangeira;
c) palavras-chave em língua estrangeira;
d) nota(s) explicativa(s);
e) referências;
f) glossário;
g) apêndice(s);
h) anexo(s).

Para maior detalhamento consulte a norma citada. Este modelo está seguindo
a mesma estrutura, por isso, para não se tornar tão repetitivo, o detalhamento é
apresentado através de exemplificações utilizadas. Complementa-se ainda este
artigo com algumas orientações resumidas em forma de “dicas”. (Vide APÊNDICE A)

Título de seção primária, letra Arial, corpo 12,


2 O DESENVOLVIMENTO DO ARTIGO maiúsculas, negrito, alinhado a esquerda e numerada.

O desenvolvimento do artigo pode ser dividido em seções primárias,


secundárias, terciárias, etc. Não se aconselha a ir além desse terceiro nível, para
não correr o risco de ficar parecido com bula de remédio.

5
No caso o/a orientador/a de seu trabalho e docente do curso.
Numeração no canto superior 22
direito

Observe que no desenvolvimento dessas instruções na forma de artigo, já se


está utilizando a subdivisão segundo a NBR 6022 na sua última edição de 2003.
(ABNT, 2010)

Título de seção secundária, letra arial, corpo 12, maiúsculas e


2.1 Cuidados na linguagem minúsculas, negrito, alinhado a esquerda e numerada. Um título ou
subtítulo jamais deve ficar isolado. Deve ser sempre acompanhado de
texto. Cuidado no final de páginas.

As sessões do trabalho não devem ser estanques, devendo haver ligação,


seqüência e coerência entre as partes. A linguagem deve ser clara, concisa, precisa
e objetiva. O discurso deve ser impessoal, sem juízo de valor e na terceira pessoa
do singular, normalmente utilizando-se a partícula apassivadora “se”. Não utilize as
expressões em latim (ibid., idem, id., op. cit, outros) para substituir as referências.
·
Título de seção terciária, letra arial, corpo 12,
2.1.1 Uso de dicionários e corretores maiúsculas e minúsculas, sem negrito, alinhado a
esquerda e numerada.

O uso de dicionários de língua portuguesa pode ajudar às correções


necessárias. Hoje em dia, dicionários estão incorporados à diversos processadores
de texto, mas é um recurso mecânico, um bom professor de Língua Portuguesa para
revisar ainda é a melhor opção. Não se utilizarão, por enquanto, as novas regras
ortográficas.

2.2 Cuidados na Estética

Apesar da normatização, a estética é sempre de responsabilidade do autor do


texto a ser desenvolvido, entretanto cabem algumas recomendações julgadas úteis
nessa fase. Toda seção deve vir seguida de um texto. Não utilize muitas citações
diretas, dê preferência às citações indiretas, interpretando as idéias dos autores
pesquisados. O uso de notas de rodapé ficará restrito a notas explicativas se
necessário, mas não abuse desse recurso.
O papel padrão a ser utilizado é o de tamanho A4 (210 x 297 mm), branco,
com gramatura 75g. As margens são definidas como: 3 cm para a superior e
esquerda; e 2cm para a direita e inferior.
A numeração é colocada, a partir da segunda folha em algarismos arábicos,
DICA: Utilize o recurso de controle de linhas órfãs na formatação
2 cm do parágrafo para manter a margem inferior de 2 cm
23

no canto superior direito da folha, a 2 cm da borda superior, ficando o último


algarismo a 2 cm da borda direita da folha. Note que conta a partir da primeira folha,
mas a numeração somente aparece apenas na segunda folha em diante.
Se houver apêndice(s) e anexo(s), as folhas destes devem ser numeradas
continuamente e a paginação conta na seqüência do texto principal.

3 A ESCOLHA DO TEMA

Para escrever um artigo científico não basta saber as regras da ABNT. Uma
das maiores preocupações e dúvidas entre os que se propõem a realizar tal tarefa
consiste na definição do que se vai escrever. A definição de um tema não é tarefa
fácil e não pode ser feita aleatoriamente. Não se escreve um artigo científico da
mesma forma como se escreve um romance ou um ensaio para publicação em um
jornal.
Artigo científico é fruto da realização de pesquisa científica, e para receber
essa classificação deve necessariamente ter utilizado o método científico para a
obtenção de resposta a uma dúvida cientificamente formulada. Artigo científico,
portanto nada mais é que um comunicado sobre os “achados” de uma pesquisa
realizada.
Aconselha-se que se utilize de procedimentos bibliográficos, como fase
exploratória de alguma pesquisa que se esteja realizando, seja descritiva ou
explicativa (GIL, 2006), sobre um tema escolhido segundo a inquietação que levou o
pesquisador desencadear esse processo.
Artigos científicos são sempre muito bem-vindos à comunidade acadêmica e
a FACIPE realiza anualmente Encontros de Iniciação Científica, onde os autores
podem apresentar seus trabalhos.

CONCLUSÃO

Tratou o presente texto de apresentar de forma prática, regras e definições


para elaboração de artigos científicos por alunos submetidos ao processo de ensino
aprendizagem na disciplina Metodologia Científica.
Certamente não se esgotou o assunto, que é mais detalhadamente descrito
24

no conjunto de normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas, mas espera-


se ter cumprido a finalidade na medida em que evita-se o personalismo na condução
de uma disciplina cheia de detalhes e que poderia ser confundida com gostos
pessoais ou exigências fora das normas.
Na medida em que os próprios sujeitos do processo de aprendizagem forem
identificando lacunas nos procedimentos, como dúvidas de interpretação das
normas, ou pontos que necessitem de maior intervenção pedagógica pelo professor,
então novas edições serão processadas para aperfeiçoamento deste artigo.

REFERÊNCIAS

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: Informação e


documentação - Artigo em publicação periódica científica impressa - Apresentação. Rio de Janeiro,
2003. Disponível em: <http://www.aureliano.com.br>. Acesso em: 01 maio 2011.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2009.
25

OUTROS TRABALHOS ACADÊMICOS6


Cursista, você já aprendeu como se estrutura um projeto de pesquisa e como
deverá ser padronizado seu artigo científico para conclusão do curso. Mas ainda é
preciso conhecer como “arrumar” outros trabalhos acadêmicos que você produzirá
durante a realização deste curso e de outros futuramente.
São trabalhos que você já conheceu na graduação, como o resumo. Porém é
sempre importante relembrar, não é mesmo?

De acordo com a ABNT (2003) o resumo pode ser classificado como:


1. Resumo: Apresentação concisa dos pontos relevantes de um documento.
2. Resumo Crítico: Resumo redigido por especialistas com análise crítica de
um documento. Também chamado de resenha. Quando analisa apenas uma
determinada edição entre várias, denomina-se recensão.
3. Resumo indicativo: Indica apenas os pontos principais do documento, não
apresentando dados qualitativos, quantitativos etc. De modo geral, não
dispensa a consulta ao original.
4. Resumo informativo: Informa ao leitor finalidades, metodologia, resultados e
conclusões do documento, de tal forma que este possa, inclusive, dispensar a
consulta ao original (que é o que apresentamos em artigo científico, por
exemplo).

Quanto à apresentação destes:

 O resumo deve ressaltar o objetivo, o método,


os resultados e as conclusões do documento. A
ordem e a extensão destes itens dependem do
tipo de resumo (informativo ou indicativo) e do
tratamento que cada item recebe no documento
original.

 O resumo deve ser precedido da referência do documento, com exceção do


resumo inserido no próprio documento.

 O resumo deve ser composto de uma seqüência de frases concisas,


afirmativas e não de enumeração de tópicos. Recomenda-se o uso de
parágrafo único.

 A primeira frase deve ser significativa, explicando o tema principal do


documento. A seguir, deve-se indicar a informação sobre a categoria do
tratamento (memória, estudo de caso, análise da situação etc.).

 Deve-se usar o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular.

 As palavras-chave devem figurar logo abaixo do resumo, antecedidas da


expressão Palavras-chave:, separadas entre si por ponto e finalizadas
também por ponto.

6
Seção elaborada com base na ABNT-NBR 6028/2003. Informação e documentação: Resumo –
Apresentação.
26

Devem-se evitar:

a) símbolos e contrações que não sejam de uso corrente;

b) fórmulas, equações, diagramas etc., que não seja m absolutamente necessários;


quando seu emprego for imprescindível, defini-los na primeira vez que aparecerem.

Quanto a sua extensão os resumos devem ter:

a) de 150 a 500 palavras os de trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e outros)


e relatórios técnico-cientifícos;
b) de 100 a 250 palavras os de artigos de periódicos;
c) de 50 a 100 palavras os destinados a indicações breves.

OBS: Os resumos críticos, por suas características especiais, não estão sujeitos a
limite de palavra

Exemplo de resumo:

PRADO, Melina Cristina Costa; FREIRE, Enes Carvalho ; RESENDE, Kellen Millene
Camargos Resende. Literatura em sala de aula: uma a valiação dos processos de
ensino. Revelli ̧ UEG-Inhumas, v.2, n.1, p. 101-120, março de 2010. Disponível em:
http://www.ueginhumas.com/revelli/revelli3/numero_2/Revelli.v2.n1.artigo08.pdf.
Acesso em 19 abr 2010.

Este trabalho objetivou analisar o modo como o ensino de Literatura é aplicado nas
escolas da rede pública em diferentes turmas do Ensino Fundamental e Médio
(objetivo). Buscou-se observar se a literatura é trabalhada como pretexto para o
ensino de gramática, preenchimento de fichas de leitura, ou para a formação efetiva
de leitores (método). Os resultados desta pesquisa trazem consigo análises de
dados mediante o método comparativo, com enfoque qualitativo e quantitativo
(resultados). Os resultados podem auxiliar professores e alunos a desenvolverem
uma concepção consciente da importância do estudo literário, mediante esta breve
reflexão bibliográfica e observação da realidade em sala de aula (conclusões).

Palavras-chave: Ensino de literatura. Leitura. Aluno. Professor.

O Resumo crítico ou Resenha é um texto que além de resumir o objeto


apresentado pelo autor, faz também uma avaliação sobre ele de forma crítica,
identificando tanto aspectos positivos como também os negativos. É, portanto, um
texto em que o resenhista expõe sua opinião.

Você pode visualizar um roteiro para elaboração de resenha na página a


seguir.
27

Modelo de Estrutura de Resenha Crítica7

BIBLIOGRAFIA: Colocar como se escreve nas referências

SOBRE O AUTOR: Quem é o autor? Sugiro recorrer ao Currículo Lattes

RESUMO:
De que trata a obra? O que diz?

Possui alguma característica especial?

Como foi abordado o assunto?

Exige conhecimentos prévios para entendê-Io?

DAS CATEGORIAS ANALÍTICAS UTILIZADAS


Quais os conceitos centrais adotados?

QUADRO DE REFERÊNCIAS DO AUTOR

Modelo teórico

Que teoria serviu de embasamento?

Qual o método utilizado?

CONCLUSÃO DO AUTOR

O autor faz conclusões? (ou não?)

Onde foram colocadas? (final do livro ou dos capítulos?)

Quais foram?

ESBOÇO DE AVALIAÇÃO CRÍTICA PELO RESENHISTA

Que avaliação você faz a respeito do trabalho examinado?

7
Estrutura para Formulação de Resenha Crítica utilizada como ferramenta didática na disciplina de
Seminário de Dissertação III ministrada pelo Prof. Dr. Paulo Almeida no Curso de Mestrado em
Educação do PPGED/UFPA no ano de 2010.
28

Outro exemplo8 de resenha:

Um gramático contra a gramática


Gilberto Scarton

Língua e Liberdade: por uma nova concepção da língua materna e seu ensino
(L&PM, 1995, 112 páginas) do gramático Celso Pedro Luft traz um conjunto de idéias que
subverte a ordem estabelecida no ensino da língua materna, por combater, veemente, o
ensino da gramática em sala de aula.

Nos 6 pequenos capítulos que integram a obra, o gramático bate, intencionalmente,


sempre na mesma tecla - uma variação sobre o mesmo tema: a maneira tradicional e errada
de ensinar a língua materna, as noções falsas de língua e gramática, a obsessão
gramaticalista, inutilidade do ensino da teoria gramatical, a visão distorcida de que se
ensinar a língua é se ensinar a escrever certo, o esquecimento a que se relega a prática
lingüística, a postura prescritiva, purista e alienada - tão comum nas "aulas de português".

O velho pesquisador apaixonado pelos problemas da língua, teórico de espírito lúcido e


de larga formação lingüística e professor de longa experiência leva o leitor a discernir com
rigor gramática e comunicação: gramática natural e gramática artificial; gramática tradicional
e lingüística; o relativismo e o absolutismo gramatical; o saber dos falantes e o saber dos
gramáticos, dos lingüistas, dos professores; o ensino útil, do ensino inútil; o essencial, do
irrelevante.

Essa fundamentação lingüística de que lança mão - traduzida de forma simples com fim
de difundir assunto tão especializado para o público em geral - sustenta a tese do Mestre, e
o leitor facilmente se convence de que aprender uma língua não é tão complicado como faz
ver o ensino gramaticalista tradicional. É, antes de tudo, um fato natural, imanente ao ser
humano; um processos espontâneo, automático, natural, inevitável, como crescer.
Consciente desse poder intrínseco, dessa propensão inata pela linguagem, liberto de
preconceitos e do artificialismo do ensino definitório, nomenclaturista e alienante, o aluno
poderá ter a palavra, para desenvolver seu espírito crítico e para falar por si.

Embora Língua e Liberdade do professor Celso Pedro Luft não seja tão original quanto
pareça ser para o grande público (pois as mesmas concepções aparecem em muitos
teóricos ao longo da história), tem o mérito de reunir, numa mesma obra, convincente
fundamentação que lhe sustenta a tese e atenua o choque que os leitores - vítimas do
ensino tradicional - e os professores de português - teóricos, gramatiqueiros, puristas - têm
ao se depararem com uma obra de um autor de gramáticas que escreve contra a gramática
na sala de aula.

8
Disponivel em http://www.pucrs.br/gpt/resenha.php Acesso em 24.03.14
29

REFERÊNCIAS
Associação Brasileira de Normas Técnicas. Informação e documentação: Resumo
– Apresentação. NBR 6028. Nov 2003.

GARCIA, Regina Leite (Org.). Para quem pesquisamos, para quem escrevemos:
o impasse dos intelectuais. 3ªed. São Paulo: Cortez, 2011.

PUC. Como elaborar uma resenha. Rio Grande do Sul: PUCRS. Disponível em
http://www.pucrs.br/gpt/resenha.php Acesso em 24.03.2014

Você também pode gostar