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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você

Resumo
Michael Gallahan é um advogado, mas também é um dos membros da “Clavijo
Investigações”, o dia que aceitou ajudar sua velha amiga Márcia Leyton mudou sua vida. Joyce
Collins não é uma criatura impressionante, mas uma frágil jovem com cabelos castanhos curtos e
olhos dourados. Ela só espera sair da prisão. Ele tenta ajudá-la, apenas para, sem saber, colocá-la
em um perigo muito maior. Existem muitas pessoas influentes por trás dessa misteriosa morte.
Joy esta como coberta de espinhos, não confia em ninguém, nem sequer no homem bonito
que a olha embasbacado. O que pode oferecer alguém que não sabe ler e é acusada de um crime
que não cometeu?

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Pesquisa: Gr e Cia.
Rev. Inicial: Rosa Inocente
Rev. Final: Ellie
Leitura Final: Lena
Formatação/Arte: Déia

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Comentário Rev. Rosa Inocente

A série fica cada vez melhor! Esse livro envolve uma


mocinha que nunca conheceu o amor e um Were desejoso
de encontrar a sua companheira depois de ver isso
acontecer com um amigo próximo e com outros
Weremindful, aqueles que já conhecemos nos livros
anteriores da série e se você não leu está super-
recomendado! Joy tem dificuldade de leitura e por isso é apaixonada por livros, por isso é muito legal
ver as referências ao livro "O pequeno príncipe". Michael é tudo de bom! Mas qual desses
weremindful não é? Tem cenas hot, de ação, de carinho e ternura extremos... Um livro super-
recomendado! Podem acreditar!

Comentário Rev. Ellie

Simplesmente fascinante a história. Mike


faz com que o mundo de Joy mude para a
melhor e consecutivamente faz com que o nosso
mundo saia de órbita. Os terremotos são
sentidos até mesmo dentro da casa de quem lê
a história, cenas quentes e de puro amor é o que não falta nessa história. Super-recomendo o livro, ele
é quente, romântico, com um quê policial e com um ar sobrenatural, simplesmente apaixonante!

Comentário Rev. Lena

Bem, sou outra que é fã desta série, esta realmente ficou


mais “fofa” , mais melosa, não vou contar..., mas não faltaram
doses de pimenta e suspense... Nota 9.
Boa leitura!

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Capítulo 01
- Para que servem os espinhos?
O pequeno príncipe não me permitia nunca deixar sem resposta as perguntas formuladas
por ele. Irritado pela resistência que me opunha o pequeno infante, lhe respondi a primeira coisa
que me ocorreu:
- Os espinhos não servem de nada, são pura maldade das flores.
- Oh!
E depois de um silêncio, me disse com uma espécie de rancor:
- Não acredito! As flores são frágeis. São ingênuas. Defendem-se como podem. Acreditam
que são terríveis com seus espinhos...
Antoine de Saint Exupéry. “O pequeno príncipe.”

Michael Gallahan entrou no centro comunitário de sua velha amiga, Márcia Leyton. Cinco
anos antes, no mesmo dia em que um dos seus protegidos havia enfiado sua mão em seu bolso
para pegar sua carteira, havia conhecido Márcia e ela por sua vez o convenceu que o garoto só
necessitava de ajuda, não ir para a prisão. Márcia Leyton era uma mulher especial e muito
persuasiva. Naquela época tinham se tornado bons amigos. Cada vez que precisava de ajuda legal,
Márcia sabia que podia recorrer a ele. A admiração entre eles era mútua. O trabalho de Márcia
com os órfãos e desamparados era digno de admiração, ajudá-la com os casos legais era uma
maneira honrar sua amizade e de pagar em parte o muito que tinha.
Ele também havia sido um órfão. Se não tivesse sido pelos pais de Carter Wolff, quem sabe
onde ele estaria, ou o que teria sido dele.
Michael Gallahan não era um homem comum. Era um weremindful. Era o macho beta de
uma alcateia assentada no deserto de Sonora, mais exatamente em Clavijo, um pequeno povoado
localizado a uns 72 quilômetros de Yuma, acima dos bancos de areia do rio Colorado, nos Estados
Unidos.

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Os weremindful eram homens com habilidades de lobo e lobos com a inteligência do
homem. As lendas sobre homens lobos esgotavam a ideia de que o lobo dominava o homem, que
buscava sua debilidade, para sair à luz. Em seu povo, era o contrário. O homem domina o lobo que
tem dentro de si. Controlavam sua visão, sua audição, inclusive quando e como queriam que ele
aparecesse.
Fazer surgir o lobo requeria um grande domínio corporal e mental, levava muito tempo aos
meninos de sua raça para poder fazê-lo, e alguns nunca conseguiam.
Quando a transformação estava completa o homem lobo resultante poderia converter- se
em um magnífico lobo. Mas também podia mudar sem se transformar em um quadrúpede. Um
homem em dois pés com todos os sentidos do lobo, unido a uma força descomunal. Nesta forma,
além do aumento considerável do pelo em seu corpo e alguma barba, adquiriam garras com
afiadas unhas, visão, audição e olfato hiper desenvolvidos, junto a incisivos e longos caninos.
A mulher de cabelo branco, recolhido em um amplo coque em sua cabeça, saiu de seu
escritório e sorriu ao vê-lo.
- Meu anjo da guarda chegou. - Disse.
- Márcia, como está meu tesouro? - Respondeu abraçando-a e levantando-a com cuidado.
Não era uma mulher frágil, mas tinha muitos anos.
Márcia riu sonoramente e com gosto. Sabia que não era uma mulher magra e sem esforço
nenhum Michael a levantava como se pesasse igual a uma mariposa.
Michael era a sua debilidade, por que não? - Aos 72 anos, ser abraçada e levantada por um
homem como esse era uma benção.
- Acreditava que você viria ao meio dia. – Disse enquanto beijava a sua fronte. Márcia
Leyton media apenas um metro e meio.
- Minha secretária me disse que era urgente. – Disse deixando-a passar para seu pequeno
escritório e seguiu atrás dos vacilantes passos com bengala de Márcia.
- E é. Necessito que... Quer um café?
Michael negou e a ajudou a sentar na cadeira de seu escritório.
Michael Gallahan media um metro e noventa e sete. Alto, como todos os weremindful, de
cabelo escuro e olhos azuis. As mechas brancas somente havia o feito mais interessante. Não
havia nada pequeno nele, tinha um grosso físico de estivador1 e se ela não o conhecesse sequer
lhe dirigiria a palavra. Seu aspecto, ainda que vestindo um caríssimo Armani, que costumava
vestir, era intimidante. Se tivesse cinquenta anos a menos, esse homem não lhe escaparia. Mas

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Carregador, trabalhador que arruma ou tira as cargas dos navios.
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pelo que parecia, as mulheres de hoje em dia eram tontas, se guiavam pela aparência e não pelo
que esse homem tinham para dar. E seu aspecto dizia bem alto: Afastem- se!
- Bem. – Disse Márcia. – Preciso que ajude uma de minhas garotas.
- O que ela fez? –Perguntou enquanto sentava em frente a ela na pequena e débil cadeira.
Os grunhidos que fazia sempre lhe davam a impressão que não resistiria a seu peso. Mas até agora
sempre o havia sustentado.
- Joy negou, mas a acusaram de assassinato e posse de narcóticos.
- Vamos lá, não é o que eu costumo defender, não é?
- Não.
Márcia recordou a longa lista de delitos que Michael costumava defender: roubos
menores, agressões físicas, fugas, posse ou venda de drogas, nunca assassinato.
- Conheço a Joy desde que tinha cinco anos. – Disse Márcia. - A encontraram vagando no
cais e a trouxeram para mim. Parece que seus pais morreram intoxicados e ninguém se deu conta.
Passou por uma série de lares adotivos e ficou comigo até que completou dezoito anos. Desde que
nos deixou temos nos falado de vez em quando. Agora me chamou. Necessita ajuda. Ela me disse
que é inocente.
“Todos dizem”, pensou Michael.
- E eu acredito essa garota nunca mentiu em sua vida. Nunca! Até mesmo quando a sua
vida seria mais fácil se mentisse. Ela é inocente Michael, pode ajudá-la? – O tom de Márcia era
suplicante.
- Claro que sim Márcia, quando me neguei em ajuda-la, preciosa?
Márcia suspirou aliviada.
Michael compreendeu o quão aflita ela estava.

Michael estava na sala da detenção esperando que trouxessem Joyce Collins. Tinha lido sua
ficha e não tinha muito que fazer. Haviam-na identificado graças às impressões digitais
encontradas na faca ao lado do cadáver de Vincent Spider, a chamada que avisou a polícia tinha
sido feita do seu telefone e em sua casa acharam um tijolo de cocaína quase puro.

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Ajudaria somente porque Márcia pedia. Nada mais. Não havia muito que fazer contra
tantas provas.
Quando ouviu que davam passagem à guarda e à detenta, levantou os olhos dos papeis na
frente dele.
A guarda, uma mulher muito alta e corpulenta, abriu a porta e deixou passar quem vinha
atrás dela. Michael Gallahan sempre lembraria o dia e o segundo em que ela lhe deixou ver sua
mulher. Porque não podia ser de outra maneira. Seu lobo havia se soltado no instante em que a
viu.
E isso o surpreendeu.
Ninguém em Clavijo se mostrava em público, às vezes os lobos caçavam juntos, saiam para
correr pelo deserto, mais como para não esquecer o que eram do que para demonstrar algo. E
nunca trocavam diante dos outros, somente apareciam como lobos, quando o Alfa convocava a
alcateia, e somente aqueles que podiam controlar a troca.
Somente podia realizar a troca quem aprendia a se concentrar, a controlar sua respiração,
as batidas de seu coração, somente era possível se chegasse ao estado de meditação, quando o
cérebro alcançava o Estado Alfa. A mente de um weremindful podia passar por cada um dos
estados de meditação em questão de segundos, inclusive o delta.
Joyce Collins não era uma criatura assombrosa, mas uma delgada e frágil jovenzinha de
cabelos castanhos, curtos e olhos dourados. Tinha sardas espalhadas pelo seu pequeno nariz, que
era um pouco mais fino na ponta. Seus lábios eram grossos e volumosos, talvez o mais chamativo
em seu rosto depois desses rasos olhos dourados. Não parecia sequer chegar a um metro e
sessenta e vestida com o uniforme alaranjado da prisão não se podia ver seu corpo direito.
Ela quase não levantou a vista para olhá-lo. E Michael agradeceu profundamente. Seu lobo
havia surgido com força. Suas mãos tinham longas e duras unhas encurvadas, seu rosto se
apresentava com uma barba de vários dias e sabia que seria difícil falar com suas presas para fora
em sua boca. Michael estava tão surpreendido quanto tonto.
Ela? Essa coisinha minúscula na sua frente era sua mulher? Sua mulher! A surpresa lhe doía
como um golpe em seu estomago. Seu coração havia começado a bater com força. Podia sentir
em seus ouvidos. Sua mulher! Sim, havia sido uma surpresa o surgimento do lobo, e o era também
pensar em uma pessoa com quem nunca tinha falado como “sua”. Assim era isso o que tinha
falado um de seus amigos de Clavijo, Shaun Newman, sobre a perda de controle do lobo somente
porque tinha na sua frente a sua mulher predestinada, a sua companheira. Aprender a deixar sair

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o lobo era um processo longo, podia levar anos de intensa meditação e ainda assim nesses últimos
anos tinham sido poucos os weremindful que haviam conseguido.
Em seus trinta e três anos de vida jamais havia esperado encontrar e nem sequer havia
acreditado completamente no que Shaun havia contado sobre Thalie, sua mulher. Bom, se queria
provas, agora as tinha. Ele era a prova viva. Deu-se conta que estava completamente tenso. Esta
pequenina mulher era sua. De pronto lhe faltou ar, respirou e a cheirou, seus sentidos se
encheram com seu cheiro, ela despendia o suave cheiro das flores de laranjeiras, algo suave, sutil,
forte e frágil por sua vez.
- Sente-se, por favor. Disse tentando esconder suas presas e a viu levantar sua cabeça para
olhá-lo por um instante. Não podia seguir parado olhando-a e tratando de que seu cérebro
embotado2 compreendesse o que estava acontecendo. E se fosse sua imaginação? E se fosse
somente a enorme necessidade de não estar mais sozinho? E se tudo o que Shaun tinha lhe
contado havia ficado gravado nele e por isso estava vendo e sentindo coisas que não estavam
realmente ai. Mas... Vamos lá, o lobo estava ali sim. Não o havia convocado e ele estava ali, com
ele, olhando- a, cheirando- a, desejando- a... Queria ver seus olhos, queria ouvir sua voz...
Sua voz surpreendeu a Joy: educada, com um tom escuro e rouco... Imediatamente foi
impelida a olhá-lo. Não pode evitar. Ela levantou seus olhos e procurou os dele atraída pela
suavidade de sua voz. O homem tinha olhos profundamente azuis e barba cerrada. Ela teve a
impressão que ele tinha o cabelo mais curto, mas tinha se enganado. Nunca tinha visto ninguém
desse tamanho e altura. Teve que levantar seus olhos para olhá-lo. O homem era...
Impressionante! Altíssimo, devia medir uns dois metros, era enorme, o traje caro que usava não
deixava dúvidas de seu tamanho. Seu peito, pescoço, todo ele era grande. Se esse homem a
golpeasse ela não sobreviveria. Ao pensá-lo sua respiração mudou, um leve e visível tremor a
percorreu.
O homem a olhou, Joy decidiu se sentar, assim poderia se sentir menos vulnerável,
necessitava sentar para recuperar um pouco a sanidade. De onde Márcia tinha tirado esse
advogado? Pelo seu aspecto bem que poderia ter sido um dos garotos.
- De onde Márcia tirou você? - Perguntou.
Sua pergunta o surpreendeu. Por um segundo imaginou que ela tinha medo dele, mas seu
tom refletia apenas curiosidade. Ela parecia tranquila e calma.
“Acaso está sorrindo?” Se perguntou Joy, “Santa Rita”, o homem que lhe sorria não parecia
nem um pouco com o homem duro que esperava encontrar.

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Tirar a energia. Perder a sensibilidade, o viço, o brilho. Alguma coisa enfraquecida. Tristeza, Dor aparente.
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- De Chicago. - Respondeu e se sentou quando viu que ela fez mesmo. – Sou Michael
Gallahan, serei seu advogado de defesa a pedido de Márcia.
- Sim, ela me disse. - O que não havia me dito era que o homem que iria mandar seria tão
intimidante e ela sabia o que achava de homens desse tamanho. O primeiro de sua longa lista de
pais adotivos havia decidido que ela seria uma boa bolsa para prática com seus punhos como um
ginásio. Desse modo, os homens grandes não estavam em sua lista de preferidos. Suspirou. Talvez
Márcia não tenha tido muitas outras opções...
- Lara Joyce Collins? - Ele perguntou.
Joy afirmou com a cabeça.
Para Mike era difícil falar com as presas do lobo presente.
- Dezenove anos? - “Dezesseis anos, tenho dezesseis anos a mais do que ela”. Mike estava
atordoado. Saber que ela existia o havia sacudido tanto como compreender em que encrenca ela
estava envolvida. Acusada de assassinato. As-sas-si-na-to. Repetiu mentalmente. Sacudiu a
cabeça.
- Faço no final do mês. - Respondeu com sua voz jovem de garota.
Se Garret estivesse aqui ele poderia lê-la e saber a verdade, mas ele não estava, assim que
teria que se guiar por seus instintos.
- Joyce. - Disse tirando a pasta com vários papeis para um lado. – Conte-me o que
aconteceu.
Ela suspirou. “Por onde começar este pesadelo em que estava metida?”
- Desde que completei dezoito anos trabalho de garçonete. Estou economizando para...
Isso não importa... Naquela noite sai do trabalho muito tarde. O Chicago havia ganhado e todo
mundo decidiu festejar. Joe me pediu que deixasse tudo limpo, quando sai não havia ninguém na
rua. Havíamos combinado que eu deixaria a chave pela janela de sua casa, ele vive a um bloco dali,
então sai e comecei a caminhar. Estava... Escuro, as chaves caíram e eu não podia vê-las... Tinha as
ouvido rodarem, assim comecei a procurar. Não estava encontrando. Havia umas caixas muito
pesadas, não pude movê-las, estava muito escuro e eu... Estava tão cansada. Mas não podia deixá-
las. Na cafeteria havia uma lanterna, mas eu estava sem a chave para poder voltar e pegá-la... De
repente apareceu um carro. A porta de trás se abriu e tiraram um cadáver de dentro...
- Sabia o que era?
Ela negou.
- Tiraram algo, primeiro pensei que era um cachorro, mas era muito grande. O carro se foi
e eu me aproximei. Era um... Homem. – Os olhos de Joy se encheram de lagrimas. – Eu o virei e vi

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que ele tinha uma faca cravada em seu peito, tentei tirá-la, sou... Forte... Eu sou, mas não pude.
Assim corri, sai dali e quando cheguei ao meu quarto ainda duvidando... Liguei para a polícia...
- Por que não os esperou?
- Não... Havia ninguém... Ninguém mais. E uma vez que me prenderam...
- Você viu quem estava no carro? - Perguntou Mike.
- Sim, mas não me lembro de bem como eram. Somente vi um deles, por um segundo,
quando abriram a porta do carro... Para jogar o cadáver. A luz do carro o iluminou. Nem sequer
recordo como eram.
- Posso averiguar isso. - Disse. Ela estava muito angustiada, todo o tempo ficou retorcendo
um pano que tinha entre as mãos, podia ouvir como seu coração batia. Garreth podia ajudá-la a se
lembrar do homem. “E a droga?”- E a droga?
- Não sei, eu juro que não sei. A polícia me deteve e quando fizeram uma busca em minha
casa encontraram o pacote. Moro ali há um ano e nunca o vi. Não uso drogas. Não sei como
chegaram ali.
- Alguém poderia tê-las levado?
Ela negou com a cabeça.
- Tem certeza?
- Sim, nunca levei ninguém ao meu apartamento.
- Ninguém, nem amigos, namorados ou amigas... – Acrescentou, sentindo o lobo sacudir-se
com força.
- Ninguém. Acredito... Que alguém a pôs ali. Mas não sei quando e nem o porquê. Eu não
matei esse homem e essa droga não é minha.
Mike a olhou e cheirou seu medo. Por um segundo somente desejou levá-la para seu colo e
abraçá-la, dando-lhe consolo.
- Tentarei tirar você daqui.
- Se... – Disse em um sussurro. – Joe é muito bom, mas... Não sei se manterá meu...
Emprego e... Eu... Não tenho... Dinheiro... E...
- Espera! Daremos um passo de cada vez. Calma... Vou tirar você daqui e depois
resolveremos isso.
- Eu... Eu tenho antecedente, eu... Não matei esse homem... Não o fiz e...
Mike apertou suas mãos com força quando ela começou a chorar. Queria abraçá-la, queria
consolá-la e maldita seja, não podia com essas guardas femininas do outro lado. Era tão pequena e
frágil... Demônios! Tinha que tirá-la dali.

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- Tranquila Joyce, vou tirá-la daqui. Olhe- me...
Quando ela levantou os olhos para ele, ele passou um papel.
- Assine aqui. Este papel diz que agora represento você. Vou tirar você daqui, eu lhe
prometo. “Seja como for, vou te tirar daqui bebê.”
Joy pegou a caneta um pouco insegura ainda, mas assinou seu nome no papel e se pôs de
pé. Saiu da pequena sala sem se dar a volta. Estava envergonhada de ter chorado do jeito que fez
na frente desse homem.
Ela nunca chorava.
Chorar não servia de nada, absolutamente nada.

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Capítulo 02
- Fale-me de Joyce. - Pediu Mike para Márcia.
Márcia estava fumando e o fazia com uma longa piteira. Uma das coisas que a tornavam
tão especial.
- Joy Collins, a conheci aos cinco anos quando me trouxeram, ela era uma coisinha
pequenina.
- O segue sendo...
- Sim, o segue sendo. Seus pais morreram envenenados, a pequena se salvou porque ao
que parece não lhe deram o que comer naquela noite. Não eram o que se poderia chamar de pais
modelos: bêbados, sem emprego, vivendo da caridade alheia. Digamos que Joy tem padecido por
toda sua vida. Ela é forte. Muito forte ou não teria sobrevivido.
A mente de Mike se encheu com a imagem da mulher chorando agarrada a um mísero
pedaço de pano.
- O Estado a pôs em três casas adotivas até que fez dezoito anos. Na primeira terminou no
hospital, o bastardo desgraçado a golpeou tanto que ela quase morreu. Ao menos isso a tirou dali.
Na segunda a encontrei mendigando no porto. Santo Deus tinha somente oito anos, era... –
Márcia assinalou uma distância muito pequena do chão com a palma da mão. – Tão pequenina,
mas sempre forte. Quando completou os onze anos uma mulher a adotou e a devolveu depois de
três meses, disse que Joy havia tentado seduzir seu marido. Onze anos! Quando chegou seu rosto
estava marcado, havia marcas também em seus braços, em suas pernas, havia se defendido como
uma leoa.
- A violou?
- Não. Eu disse que ela é muito forte. Uma menina de onze anos, uma coisinha pequena
não deixou que aquele bastardo a violasse. Desde então ficou comigo. É calada, tranquila e tem se
esforçado muito para superar a sua dislexia. Pode se dizer que aprendeu a ler aos quinze anos.
Desde então somente tira a cabeça dos livros para ir trabalhar. Aos quinze anos começou a
trabalhar como garçonete, sem sequer pedir permissão. Sabia que está economizando para

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comprar uma casa? Márcia recordou sorrindo, imediatamente seus olhos encheram de lágrimas. –
Tire-a dali Michael, ela não é uma assassina.
- O farei Márcia, a tirarei dali, eu prometo. Se tudo der certo como estou esperando
amanhã a tiro dali.

Quando Michael entrou no Bar do Joe, um jovenzinho lavava os copos. Aproximou-se e


perguntou:
- Joe?
O garoto apenas assinalou para um homem barbudo e desdentado que lia um jornal
debaixo do único raio de sol que entrava no deprimente salão.
O homem viu Michael se aproximando e fechou o jornal.
Michael Gallahan não era um homem ao qual qualquer um ignoraria. Vestido com um
caríssimo traje azul de impecável aparência se aproximou do dono do bar e estendeu sua mão.
O homem o estreitou com algo de força e lhe ofereceu com um gesto o assento a sua
frente.
- Sou o advogado de Joyce Collins, Michael Gallahan.
- Ah sim, a garota.
- Sim. – Repetiu Michael. – A garota. O que recorda dessa noite?
- Esse dia foi uma loucura de tanta gente, o Chicago tinha vencido. Trabalhamos até às
quatro da manhã. Eu estava cansadíssimo e lhe pedi para fechar tudo e me levar às chaves. Nunca
apareceu. No outro dia encontrei o cadáver e me disseram que ela o havia apunhalado.
- E o que você pensou sobre isso?
- Bom, ela tinha seu caráter, durante um ano soube manter afastadas de sua bunda as
mãos de todo mundo, se o tipo tentou aproveitar-se dela, bom... Mas logo disseram que ela
vendia drogas. Que haviam a encontrado com um pacote em sua casa.
- E vendia?
- Vender? Não sei nunca a flagrei fazendo isso. E não, não acredito. A garota não é dessas,
ela só fazia o seu trabalho e nada mais.
- Encontrou suas chaves? As recuperou?

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- As chaves?
- Sim, as que Joyce tinha que lhe entregar depois de limpar.
- Não. Tive que fazer um novo jogo.
- O homem estava lá atrás não?
- Sim, no beco lá atrás.
- Bem, se importa se eu der uma olhada?
- Não, claro que não. Não há nada. Os policias já viram tudo.
- Obrigado. Disse e saiu para o beco.
Como weremindful tinha o melhor das duas raças: lobo e homem. Ainda ficaram no chão,
rastros pintados do local e a posição em que o corpo foi encontrado. Ao olhá-lo Michael
compreendeu que tinha de averiguar quanto media o individuo, parecia que passava de um metro
e oitenta. Poderia uma garota pequena que não passava de um metro e cinquenta e sete, cravar
uma faca em um tipo, de pé, que media mais de um metro e oitenta?
“E onde estavam as chaves?”
Michael olhou ao redor, um beco pequeno cheio de caixões de lixo sem uma só fonte de
luz. Por um segundo imaginou a sua pequena caminhando às cinco da manhã, esgotada depois de
um longo dia de trabalho. Seus dedos estariam tão endurecidos que as chaves deslizaram de seus
dedos. Para onde? Onde cairiam? Olhou para baixo, evidentemente se notava um desnível.
Quantas chaves seriam? Muitas ou poucas? Se caíram... Rodaram... Estariam... Provavelmente,
debaixo de um desses pesados caixotes de lixo. Joy era muito pequena para movê-los, já ele não
era.
Michael empurrou o pesado caixote como se fosse uma pluma, teve que empurrar três
para poder encontrá-las. E o alivio o cobriu. Não havia mentido. “Essa menina jamais mentiu,
nunca.” Havia dito Márcia. Sim. Tinha razão. Bom, agora tinha que tirá-la daquele lugar e falar com
Garret.

O homem estava lendo o jornal. Não havia nenhuma noticia. Um sorriso de satisfação
curvou seus lábios sombreados por um delgado e cuidado bigode.

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Era um bastardo afortunado. Um empresário de sucesso, jovem, atlético, podia se dizer
que tinha tudo o que queria. Somente ele sabia que não havia sido fácil levantar-se da miséria na
qual tinha nascido e ser o que era atualmente. Era um homem popular, sem ser ator de cinema, as
mulheres morriam por ele e as chamadas revistas do coração estavam sempre tirando fotos suas.
Havia sido nomeado o Empresário do ano e era considerado um mecenas3 das artes.
Sim. Era muito afortunado. E quando a notícia no jornal de que haviam encontrado o
cadáver de Spider e de que haviam detido a sua assassina, soube que tudo estava do jeito que
devia. Ninguém o associava a morte e nada o deteria. Se converteria no Senhor de Chicago e
ninguém o deteria.
Vinte dias depois o jornal já nem sequer mencionava o Spider, nem a sua assassina. No
início tinha se assustado, mas Tómas, seu chofer, garantiu que ninguém os tinha visto, o beco era
uma boa boca de lobo, recordava isso, ninguém podia tê-lo visto. Quando se passaram os dias e
ninguém se aproximou para perguntar-lhe se sentiu estúpido por ter estado preparando um álibi
para aquela noite.
O que mais lhe agradava nessa situação é que todos que deviam saber que tinha sido ele,
conheciam perfeitamente o que havia acontecido ao maldito traidor do Spider e pensariam duas
vezes antes de sequer pensar que poderiam enganá-lo. Havia trabalhado muito duro para chegar
até onde chegou e a subida havia sido muito dura para que um morto de fome sem nenhuma luz
tivesse a ilusão de que poderia meter a mão em seus bolsos e, ele não ia deixar.
O melhor de tudo é que havia se encarregado do maldito e ninguém o havia relacionado à
morte. Sim, era um maldito bastardo de sorte.
Não, não sorte, inteligência. Isso era o melhor, “sou um maldito bastardo inteligente”,
pensou e sorriu.

3
O termo mecenas, nos países de línguas neolatinas, indica uma pessoa dotada de poder ou dinheiro que fomenta
concretamente a produção de certos literatos e artistas. Num sentido mais amplo, fala- se de mecenato para designar
o incentivo financeiro de atividades culturais, como exposições de arte, feiras de livros, peças de teatro, produções
cinematográficas, restauro de obras de arte e monumentos.
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Capítulo 03
- Collins, você vai sair, alguém pagou sua fiança.
- Minha fiança? – Perguntou Joy surpreendida.
- Assim é garota e pelo que sei, cobraram bem alto para você poder ser solta. Prepare- se,
te esperam lá fora.
Joy a seguiu até a sala onde entregaram seus pertences que haviam sido guardados há
quase vinte dias. Não tinha muito. Um relógio velho que já não funcionava direito. Suas velhas
calças jeans e uma camisa de manga longa que havia passado a muito tempo do seu esplendor. O
que faria agora? O que? Iria para sua casa, procuraria o Joe, talvez a aceitasse de novo, falaria com
Márcia, ela a ajudaria. Desde que tinha uso da sua razão Márcia havia sido a única pessoa que
havia se preocupado com ela em toda a sua vida.
Quando terminou de se vestir saiu. A chefa das guardas estava esperando.
- Vamos! - Disse a mulher.
Joy a seguiu. Carregava seus poucos pertences em uma bolsa de supermercado de papel.
Seu estomago era um nó. E havia sido assim desde o dia em que a polícia tinha batido em sua
porta e a deteve por assassinato. Tinha vivido ao redor dos delitos toda a sua vida, como pôde ser
tão tola para agarrar a faca? Como pôde ser tão estúpida? Havia tantas provas contra ela, tantas,
ninguém acreditaria nela. Porque o fariam? Não a conheciam, tinha antecedentes. Tinha passado
de uma casa adotiva a outra. Quase não sabia ler. Qualquer juiz que lesse seus antecedentes diria
que já era o esperado. Pelo menos Márcia havia acreditado nela.
A mulher policial se deteve e disse:
- Até aqui, chegou Joy.
De pronto Joy compreendeu que estava na porta da cadeia, podia ouvir o trânsito do outro
lado da porta e seu coração bombeou com força.
“Pra onde vou?”
Perguntou-se enquanto tapava seus olhos com suas mãos para evitar o sol fulgurante que a
esperava quando abriu a pesada porta de ferro. Quando seus olhos se acostumaram com a

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luminosidade baixou sua mão. Levava o braço dobrado com a pequena bolsa de papel marrom
com seus escassos pertences.
E essa imagem impactou Michael. Parecia tão desolada. Seu pequeno bebê... Se pudesse
teria ido até ela, teria a levantado e a colocado dentro do bolso do seu elegante terno cinza.
O olhar de Joy percorreu o lugar e ela viu um Mercedes de cor verde esmeralda parado do
outro da rua, quase não reconheceu o enorme homem encostado no carro. Levava uma profusa4
barba não muito crescida, tinha grossos bíceps, que nem sequer o traje podia ocultar, cruzados de
baixo do peito, e a olhava. Joy fechou os olhos. Sabia que Márcia o havia mandado, mas teria
preferido que ele não estivesse ali. Ele a intimidava.
Quando o viu caminhar até ela se sentiu tremer. E isso a assustou. Sempre havia
enfrentado a vida de frente, com força, não era frágil e nem medrosa, mas esse homem... Tirava
sua parte mais débil de dentro dela. Quando o via a única coisa que queria fazer era correr para
seus braços, isso foi o que quis fazer na sala de interrogatório, correr para ele e deixar que a
abraçasse. Quando havia chegado a sua cela se encostou à parede chorando. Saber que o único
desejo que tinha querido era correr para os braços daquele estranho, tinha a surpreendido tanto
quanto agora. De algo tinha certeza, neles se sentiria protegida. E a sensação era tão forte que a
assustou ainda mais. Era um homem, um homem grande, elegante, sofisticado, educado...
- Oi Joy, você está bem? - Ele perguntou com sua voz profunda.
Joy somente afirmou com sua cabeça, nem sequer podia falar. Porque se o fizesse sabia
que terminaria chorando e não queria fazer isso diante dele.
Michael mordeu o lábio. Parecia tão desolada... Estirou sua mão e tentou pegar a pequena
bolsa que papel que ela levava.
O homem não a tocou, simplesmente tentou tirar a bolsa de sua mão e ela o impediu. Ali
só levava uma muda de roupa intima, nada mais, não a daria para ele levar.
- Vem te darei uma carona.
Joy pensou em negar, mas não tinha dinheiro para o transporte, teria que falar com Joe,
ele lhe devia dez dias de trabalho, pelo menos teria o que comer na próxima manhã.
Michael não insistiu em pegar sua bolsa, caminhou diminuindo seus longos passos para não
deixá-la para trás. Abriu a porta do luxuoso e moderno Mercedes.
A cabeça de Joy era um caos tão grande que nem sequer se deu conta de que era a
primeira vez que entrava em um carro tão luxuoso. “Para onde iriam?”
- Para onde vai me levar? - Perguntou em um fio de voz.

4
Abundante.
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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Para o seu apartamento.
“Sim, onde mais a levaria.”
- Obrigada. – Disse com sua delicada voz.
De pronto olhou pela janela e viu a enorme prisão que tinha acabado de deixar. Seus olhos
se encheram de lágrimas. Talvez essa fosse a sua casa pelas próximas décadas. Fechou seus olhos
com força e se ordenou a não começar a chorar. Seus dedos apertaram sem misericórdia a borda
da bolsa de papel.
Michael dirigia e olhava pelo canto de olho. Queria parar, deter- se a beira do caminho e
dizer- lhe que tudo passaria que não deixaria que mais nada a machucasse, e mordia os próprios
lábios até sangrar, para não fazer exatamente isso. Não podia fazer isso, não podia assustá-la
mais. Estava vivendo um pesadelo e saber quem ele era, o que ele era a assustaria mais ainda. Por
um segundo a imagem de Esmeralda, a esposa de Shaun morta sacudiu com tanta claridade sua
mente que apertou o volante com mais força.
Nenhum dos dois falou nada pelos próximos vinte minutos e depois chegaram ao
apartamento de Joy.
Quando Michael parou o carro e tentou descer para abrir a porta para Joy, ela já tinha
descido e começado a subir os cinco degraus da habitação na qual vivia, a umas dez quadras do
bar do Joe.
Podia sentir as fortes pisadas de Michael atrás dela. Quando se aproximou percebeu que a
porta não estava fechada, simplesmente empurrou com suavidade e o desastre a fez conter a
respiração.
Michael ia dois degraus atrás dela e a sentiu inspirar com força e viu a porta se abrir
suavemente. Quando a porta tocou a parede já estava perto dela, bem as suas costas.
O apartamento estava um caos, nada havia ficado em pé... Nem inteiro. Joy se obrigou a
entrar e olhar ao redor. Seu pé se enredou em algo, baixou seu olhar e levantou uma das suas
camisas, a haviam convertido em amplas e regulares tiras. Sem soltá-la, arrastando a prenda
destroçada deu mais dois passos dentro do pequeno apartamento. A cama estava quebrada,
haviam levantado e jogado para um lado, a única poltrona que tinha era um amontoado de
madeira ao lado do quarto... Seus livros! Seus amados livros! A dor de ver seus únicos livros, feito
picadinho a derrubou. Caiu de joelhos pegando as destroçadas folhas contra seu peito e começou
a chorar. Não gritos, somente desesperados e roucos soluços.
- Meus livros... – Repetiu abraçando as folhas rasgadas e queimadas.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
O coração de Michael se rompeu. Caminhou até ela, se abaixou no chão ao seu lado e a
levou para seu colo.
Joy escondeu seu rosto em seu peito e chorou.
- Shhhh... Não chore bebê, eu te compro livros novos, todos eles, eu compro pra você, não
chore mais por eles...
Suas mãos, mais garras do que mãos começaram a acariciar suas costas tentando dar- lhe
consolo. Não sabia o que fazer, nem lhe dizer, só queria que deixasse de chorar de forma tão
desoladora. Começou a balançar com ela em seus braços e a acariciá-la: sua cabeça, seu curto
cabelo castanho, suas costas, enquanto dizia coisas sem sentido, coisas que a aliviariam.
- Já verá bebê, vou te comprar todos os livros que quiser, todos seus lindos livros, já verá...
Isto será somente uma má lembrança... Já verá minha pequena... Shhhh bebê, shhhhh, se acalme.
A ninou até que ela parou de chorar e seguiu fazendo- o quando ela se calou. Parecia que
tinha adormecido em seus braços. Não sabia quanto tempo passou ninando-a. Deslizou a pequena
franja de sua frente e a beijou. O primeiro beijo que lhe dava. Parecia que estava dormindo.
Esgotada. Não eram somente seus livros, suas coisas, era tudo. Michael sabia.
Levantou-se do chão com ela em seus braços e saiu do apartamento. A levou até o carro,
abriu a porta do passageiro e a deixou sentada, ajustou o cinto de segurança e deslizou a sua
franja de novo da sua fronte. A beijou e seu lobo irrompeu com força, mas o chamou de volta para
dentro. Não podia acrescentar mais um horror a ela agora.
Fechou a porta e deu a volta no carro para sentar- se no banco do motorista. Ela
necessitava de companhia e sabia onde ela ficaria bem.
Arrancou e seguiu até o rancho de Shaun e Thalie.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você

Capítulo 04
Quando seu carro parou em frente à porta de entrada um dos irmãos gêmeos de Thalie
entrou na casa enquanto o outro se aproximava do carro. Michael havia descido do carro e pego
Joy que ainda dormia em seu colo. Quando a levantou no colo se sentiu enorme. Fez um sinal de
silêncio com o dedo para Tommy e levantou seus olhos. Viu Will aparecer acompanhado de Thalie
e Shaun. Thalie viu seu gesto de silêncio para Tommy, assim simplesmente fez um sinal para que
ele se adiantasse e girou lhe dando passagem.
Thalie indicou o caminho para o quarto de Michael na casa e tirou a colcha da cama.
Michael depositou Joy nela e tirou suas sapatilhas e a cobriu. Shaun estava na porta abraçando
Thalie. Michael tirou a franja de Joy e saiu do quarto, deixando a porta semiaberta. Seus agudos
ouvidos de lobo lhe avisariam quando ela despertasse. Seguiu atrás de Shaun e Thalie para a sala,
os gêmeos estavam ali assistindo televisão, quando o viram entrar lhe sorriram:
- Olá Michael. - Disseram em dueto.
- Quem é ela? - Perguntou Willy.
- Joy Collins, minha mulher. - Acrescentou com um sorriso olhando para onde Thalie e
Shaun haviam se sentado.
Thalie sorriu feliz, se pôs de pé e o beijou na bochecha.
- Felicitações! - Lhe disse, despenteando seus cabelos, assim como fazia com seus irmãos.
Shaun não se moveu de onde estava, mas sorria de orelha a orelha.
- O que aconteceu com ela? - Perguntou Tommy.
- Acabou de sair da prisão. - Disse Michael.
Os gêmeos atraídos como um imã, deixaram a televisão e deram toda a sua atenção a ele
agora.
- O que fez?
- Essa não é a pergunta correta Tommy. - Disse Shaun. – Pergunte de que a acusam.
Tommy emitiu um “sinto muito” entre os dentes e Will foi quem fez a pergunta:
- De que a acusam?
- Assassinato. - Respondeu Michael olhando para Shaun e Thalie.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Ohhh! - Exclamaram em dueto os gêmeos.
- Sim, ohh. - Respondeu Michael. – Necessito a ajuda de Garreth, quando chega?
- Amanhã à tarde.
- Acredita que ela mente? - Perguntou Thalie.
- Não. Quero que a ajude se lembrar do rosto do assassino.
- Uau. Isso é super legal! - Exclamou Tommy.
E Michael sorriu. Os jovenzinhos lhe caiam muito bem, eram educados, inteligentes e
entusiastas. A conversa declinou até o que sabia sobre Joy.

Quando Joy acordou se encontrou olhando para uma jovem muito bonita. Parecia uma
dessas bonecas Barbie, loira, perfeita, de longos cabelos dourados e profundos olhos azuis. A
jovem a olhava com um sorriso.
- Olá Joy, sou Thalie. - Disse a mulher com delicadeza.
Joy tentou sentar- se e se deu conta que estava deitada em uma enorme e confortável
cama. Pôs os pés desnudos no chão e a olhou.
- Olá. - Respondeu. Via- se surpreendida. “Michael”. – Michael?
- Disse que tinha algumas coisas que fazer e logo iria a Clavijo, assim me pediu que me
ocupasse de você até ele voltar.
- Ocupar-se? Não é necessário, eu...
- Sim, é e você é bem vinda em nossa casa. Trouxe algumas roupas, mas acho que vão ficar
um pouco grande, mas servirá até você ter as suas próprias... Michael nos contou que alguém
vandalizou seu apartamento.
Thalie estremeceu e continuou, se sentando na mesma cama onde estava Joy e perdendo
seu olhar enquanto seus dedos acariciavam a suave colcha de seda negra.
- Eu também passei por algo assim. Uma asquerosa rara colocou uma bomba em nossa
casa... Pelo menos sobrevivemos para poder contar. Foi... Espantoso ver a casa onde vivemos toda
a nossa vida convertida em um enorme vulto de fumaça negra... Por isso sinta- se em sua casa Joy,
todo o tempo que queira...

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Obri... Obrigada. - Disse Joy um pouco emocionada. Estava se convertendo em uma
chorona. Secou suas lágrimas com as mãos e tentou sorrir.
- Não se preocupe Joy. Michael irá lhe tirar dessa armadilha e quando menos esperar será
apenas uma má lembrança. E troquemos de tema, sei que é tarde, mas que tal um bom
sanduíche? Vem comigo?
Joy pisou no tapete e procurou ao redor pelas suas sapatilhas.
Thalie a olhou e apontou para a pequena mesinha.
– Ali. Disse. – Venha conhecer o resto da família.
Ao sair do quarto Joy ia observando a ampla galeria cheia de pequenos detalhes, quadros,
plantas penduradas. Podia ouvir o som de cristais de toque ao compasso do ar exterior. À medida
que iam passando Thalie ia mencionando:
- O quarto de Tommy e Will, ainda não chegaram a fase de quererem dormir separados,
são gêmeos. O quarto de Garret, quando vem, o quarto de Dereck, quando vem também. Garret e
Dereck são sócios de Michael na agência.
- Agência?
- Sim, Clavijo.
- Clavijo? - Perguntou Joy descendo os três degraus que assinalavam o ingresso no setor
central da casa.
- A agência de investigações que eles têm.
- Não é advogado?
- Ele é, mas ele é também sócio em uma agência de investigação junto com Shaun, meu
marido, você o conhecerá nesse instante, e Blue. Blue também tem um quarto nessa casa. Verá
que ter outra mulher na casa para variar, me encanta. Estou rodeada de muita testosterona e isso
é perturbador.
Na cozinha havia uma mesa preparada, café, leite, alguns sanduíches, coisas doces e um
pequeno vaso de flores com rosas.
Joy as acariciou com suavidade e aproximou seu nariz para cheirar a delicada fragrância.
Seu rosto mostrou seu gozo ante esse detalhe.
E Thalie o notou. Um enorme sorriso iluminou seu rosto.
- Exato. - Disse a uma surpreendida Joy que parecia não entender sua reação. – Os homens
quase nunca percebem os pequenos detalhes.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Isso não é certo. – Contestou uma voz profunda atrás delas. O enorme homem avançou e
se colocou atrás de Thalie, beijando o topo de sua cabeça. Thalie se apoiou em seu grande corpo e
levantou uma mão para acariciar o rosto de seu esposo. – Percebo os pequenos detalhes.
- Joy, quero que conheça o meu marido. Shaun Newman.
Joy olhou ao homem até em cima. Os homens grandes lhe punham nervosa, Shaun
estendeu sua mão por cima de Thalie. Joy estirou a sua e ele a tomou.
- Muito prazer Joy, sente-se. Bonequinha. - Disse olhando a Thalie. – Estou saindo, te
deixarei em boa companhia. Levarei os garotos, eles têm um encontro com Blue.
O gigante a beijou na boca e Joy baixou a cabeça para não olhá-los e tomou ao suco de
laranja.
- Cuide-se lobinho. - Disse Thalie quando a soltou.
- Nos vemos no jantar. - Olhou-as com um sorriso e saiu.
Thalie o observou caminhar até a porta com a cabeça inclina e um olhar agradecido e
apreciativo. Quando girou para Joy percebeu que ela tinha acompanhado todo o movimento de
sua cabeça e então as duas caíram na gargalhada.
Fazia tanto tempo que Joy não ria que o som de sua risada lhe soava estranho e distante.
Logo a risada encheu seus olhos de lágrimas.
Ambas se calaram e Thalie se sentou a mesa junto a ela.
– Tem sido muito duro não é? - Perguntou a Joy.
Joy somente confirmou com a cabeça.
– Sim, encontrar minhas... – “... coisas destruídas” – Tinha sido. Obrigada por me oferecer a
sua casa.
- Esqueça. Já te disse, é um prazer ter uma garota por essas bandas.
- Eu... Vou precisar de um trabalho... - Joy se encontrou pensando em voz alta.
- Bom, não enquanto você está conosco e não acredito que Michael lhe permita.
- Me permita? Bom, não acredito que ele pague minhas contas, assim não acredito que
caiba a ele decidir.
Thalie sorriu, “se ela soubesse...”
- E diga-me, em que trabalha?
- Limpo um bar.
- Limpa? Ah, vamos lá, suponho que não seja nada glamoroso. Como também não o é a
criação de cavalos.
- É isso que faz?

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Fazia até me casar.
- Morava em um rancho?
- Sim. No Colorado.
- Nunca subi em um cavalo.
- Pois isso solucionaremos muito em breve.
Joy voltou a sorrir.
- Nunca estive ao redor de animais, nem cavalos, nem mesmo gatos ou cachorros. A
verdade é que nem sei se me animaria.
- O fará... Já verá... E quanto aos cachorros... Terminará se acostumando. Michael, Shaun e
os outros são um bando muito persistente.
Joy riu.
- Bom, não acredito que... – Outra vez a onda de tristeza cobriu seus olhos “... não acredito
que tenha tempo nem sequer de ser livre.” Deixa de autocompaixão Joy, só precisava trocar de
tema. – E quanto tempo faz que você mora aqui, é uma casa muito linda.
- Obrigada, quer vê-la inteira?
- Eu adoraria.
- Então vamos, termine o seu café da manhã e completemos a nossa visita. O rancho é
lindo.
Estavam a ponto de sair quando soou a campainha da porta. Joy se aproximou e observou
pelo olho mágico da pesada porta da entrada.
- Sim? Perguntou de onde estava.
- Entrega especial do senhor Michael Gallahan para a senhorita Joy Collins.
Thalie abriu a porta e recebeu a enorme caixa dourada com um impressionante laço
vermelho.
Thalie a olhou e sorriu. Girou e se dirigiu até Joy e sem lhe dizer uma só palavra lhe
entregou o pacote. Joy ficou paralisada. Nunca em toda sua vida havia recebido um presente e
muito menos em uma caixa tão linda. O dourado era brilhante e o laço de um vermelho intenso.
Pegou-o e se dirigiu aos degraus pequenos de uma das duas alas que desembocavam na sala
central. Sentou-se e apoiou a caixa em seus joelhos. Olhou para Thalie com surpresa.
O coração de Thalie saltou, se tivesse uma câmara de fotos na mão teria registrado esse
momento. Seu rosto resplandecia.
- Para mim? É para mim?

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Isso é o que diz o cartão. - Disse Thalie assinalando com o dedo a cartão. - Vamos abre
logo, quero ver o que ele te mandou.
Joy desprendeu o laço com a mesma minúcia de um cirurgião durante o momento de
escalpelar em uma operação cerebral. Não queria machucar a caixa. Quando a abriu e viu o que
havia dentro chorou.
Sobre um suave acolchoado de seda vermelha a linda capa encadernada do livro “O
pequeno príncipe”, seu livro preferido e que havia sido destruído em sua casa. O tirou como se
fosse do mais frágil cristal. O livro de capa dura tinha as letras em dourado e a conhecida imagem
do Pequeno Príncipe. Joy delineou a delicada figura com os dedos enquanto seu pranto molhava
suas bochechas.
- Oh Deus, olhe isso. - Disse Thalie e levantou uma delicada camisola de seda vermelha, que
tinha finas tiras e um corte baixo no busto. Thalie levantou as finas alças e o expôs de frente a ela,
Joy deixou o livro em seus joelhos e olhou ao suave tecido.
- Eu... Devia... Ficar... – Procurou o jeito certo de dizer que queria ficar um pouco só. Já
havia chorado bastante em frente de Michael, não queria fazê-lo diante dela, não queria que nem
sequer imaginasse que esse era o primeiro presente que ganhou em sua vida.
A campainha do telefone evitou que tivesse que lhe dar uma desculpa. Thalie se pôs de pé,
colocou o presente dentro da caixa e saiu em direção à cozinha.
Joy pegou a delicada prenda na caixa dourada, a levantou e a apoio contra seus lábios.
Suave, a coisa mais suave que jamais tocou. Pôs-se de pé e entrou no quarto.
Thalie no telefone ouviu quando ela fechou a porta.
Dentro do quarto ficou parada uns segundos apertando contra o peito a caixa dourada e
depois seguiu até a cama sentando no chão, colocou a caixa do seu lado e pegou o livro
delineando o título dourado. Acariciou as folhas também enfeitadas de douradas e abriu uma
página ao azar.

“- Então você também vem do céu? De que planeta você é?


Divisei uma luz no mistério do seu aparecimento e lhe perguntei bruscamente:
- Então veio você de outro planeta?”

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Leu em silêncio as palavras que eram tão difíceis para ela. Durante muito tempo pensou
que ela era tonta, até que alguém diagnosticou que tinha uma severa dislexia. Havia trabalhado
muito para compreender as letras e entender como podia as ler. E ainda continuava lidando com
isso. Fechou o livro e o abraçou. “De que planeta era Michael Gallahan?”
Nunca ninguém tinha se preocupado com ela, exceto Márcia. Tinha que lhe agradecer por
lhe ter enviado o advogado. Limpou as lágrimas de seu rosto, se pôs de pé e colocou o livro como
se fosse um tesouro na caixa e a fechou, colocou o laço no lugar e saiu para procurar Thalie.
A encontrou mordiscando um lápis. Quando a viu levantou a cabeça e lhe sorriu. Não lhe
perguntou nada sobre o que tinha lhe acontecido, simplesmente lhe disse:
- Está pronta para o nosso passeio?
Joy confirmou. Thalie se pôs de pé e a abraçou pelos ombros. – Vamos amiga, lhe mostrarei
o meu lar.

Quando voltou ao rancho de Shaun e Thalie já estava entardecendo, tinha passado o dia
trabalhando com Blue, conversando com os policiais que a haviam detido. Algo não se encaixava.
Os policiais haviam recebido uma chamada anônima, masculina, dizendo que Joyce Collins, a
garota empregada no bar do Joe havia matado um traficante atrás do bar.
O homem havia sido achado nas primeiras horas da manhã, jogado sobre um banho de
sangue com uma faca cravada em seu estômago. As digitais eram visíveis e evidentes, se ninguém
tivesse ligado a teriam encontrado do mesmo jeito. Tinha entrado e saído de casas de adoção
desde que cumpriu os cinco anos. Já tinha um antecedente por roubo aos doze anos, havia
ocorrido em um verdureiro, apesar de ninguém ter especificado o que foi roubado o dono fez a
denúncia e ela foi detida. Márcia respondeu por ela e desde então se manteve afastada dos
delitos pelo que parecia.
“Como haviam chegado as suas digitais a faca?” Essa era uma das tantas perguntas que
tinha em sua lista para ela. E não deixaria que passasse o dia de hoje sem obter as suas respostas.
Não havia podido deixar de pensar nela durante o dia inteiro.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Havia regressado ao quarto e ela continuava dormindo. Havia cravado as unhas nas palmas
da mão. O lobo só queria saber de ir por ela, de fodê-la, abraçá-la, beijá-la... Queria que o olhasse
com esses suaves olhos castanhos.
Sair do quarto não havia sido nada fácil.
Quando subiu no seu carro para ir a Clavijo, recordou o seu rosto banhado em lágrimas ao
ver seus livros rasgados e destruídos. Saiu da autopista e regressou ao pequeno quarto de Joy.
Blue e Dereck estavam ali, mais cedo tinha ligado aos dois e pedido que eles fizessem uma
pequena investigação e tentassem achar as digitais de quem havia destruído o seu apartamento.
Quando Blue o viu entrar lhe saudou com a mão tocando a sua testa.
- Ei amigo, acreditei que iria à policia.
- O farei, mas antes queria... – Olhou ao redor, a desordem era intensa. Pegou uma das
páginas destroçadas as quais Joy tinha se aferrado com tanta força e conseguiu ler:

“Então apareceu a raposa:


- Bom dia! – Disse a raposa.
- Bom dia! – Respondeu cortesmente o principezinho que deu a volta, mas não viu nada.
- Estou aqui, embaixo dessa macieira. – Disse a voz.
- Quem é você? – Perguntou o principezinho. – É tão bonito.
- Sou uma raposa. – Disse a raposa.”

Sorriu ao ler. Sabia que livro era, assim como sabia que não queria mais vê-la com aquela
profunda tristeza em seu olhar. Guardou o pequeno papel no bolso de seu impecável traje e olhou
a Dereck se aproximando a ele e sentando- se ao seu lado.
Dereck Tompson não podia negar sua linhagem e não deixava que ninguém o fizesse.
Levava o longo cabelo negro partido ao meio, solto, fazendo honra a seu sangue sioux. Sua pele
bronzeada escura destacava com força o verde intenso dos seus olhos, herança de seu pai
weremindful. Se alguém poderia encontrar o bastardo, esse era Dereck.
- Nunca houve drogas aqui Mike, posso jurá-lo. – Disse Dereck olhando-o para cima.
- Mas o informe da polícia disse que a acharam. Respondeu abaixando-se para ficar na
altura dos seus olhos.
- O informe mentiu então.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- O que acredita então?
- Acredito que devemos investigar, entraram pelo menos três homens para destroçar o
quarto.
- Muitos. Disse Blue do outro lado do quarto onde estava recolhendo digitais da única
cadeira do local. – Considerando o tamanho do quarto. Não há sinais de drogas, nenhum. Três
homens para destruir um lugar tão pequeno? É muito não parece, acredito que o fizeram por pura
raiva.
- Estavam procurando por ela? Perguntou Michael.
- Isso, acredito que sim.
- Merda! – Olhou seu relógio e se pôs de pé. – Tenho de ir, tenho uma reunião com a
polícia. Lerei o arquivo com Grenoble, talvez ele possa me elucidar alguns pontos que estão
obscuros. Preciso que Garret fale com Joy, ele pode ajudá-la a se lembrar da cara do homem que
estava no carro que jogou o corpo.
- Se me pergunta Mike. Disse Dereck. – Acredito que temos vários pontos obscuros aqui.
Garreth chega amanhã.
- Excelente. – Girou seu corpo e olhou para Blue concentrado em seu trabalho. – Blue
quando você acredita que terá algo daqui para mim?
Blue o olhou e pensou por um momento.
- Se os merdas forem conhecidos, pouco. O que me leva a colocar as digitais no sistema.
Senão... Já sabe, um pouco mais.
Se alguém podia fazer falar uma máquina esse era Blue.
- Os vejo depois. Disse e saiu do quarto.
Tinha que comprar um presente para sua mulher. Apertou o pedaço de papel em seu bolso
e recordou sua roupa feito tiras. Sorriu, sabia perfeitamente o que poderia comprar para ela.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você

Capítulo 05
A reunião com Grenoble levou mais tempo do que tinha pensado. Haviam feito uma
profunda e minuciosa análise do expediente de Joy. Tinha muitos pontos negros. Grenoble havia
cravado seus dentes nesse caso, não o fechara e supunha que tinha algo grande por trás.
Para começar era evidente, para ambos, o excesso de informação da chamada telefônica
anônima que enviou Joy a prisão. Quem era esse bom samaritano tão bem informado? Como
sabia que já havia sido encontrado o corpo de Glenn Spider, considerando que nem a polícia sabia
ainda seu nome? Em um segundo haviam obtido: nome da vítima e do culpado, causa do crime e a
direção do assassino. Tudo muito redondo. Para Grenoble atrás de Spider havia alguém com
muito poder e dinheiro. Não se envia três tipos para destruir um quarto pequeno e humilde,
principalmente se é um problema de pouca importância. E logo tinha a questão da droga
encontrada ou “presumidamente encontrada” no quarto de Joy. Quase pura, uma fortuna. Se
podiam implantar uma quantidade dessas para incriminar alguém... É porque tinha muito mais...
Se Dereck tinha razão, e jamais se equivocava. Essa droga nunca esteve em seu apartamento. Isso
levava à trama a outra esfera. Quem tinha matado Spider tinha amigos na polícia. Os relatórios
não mostravam quem encontrou a droga, somente o nome de quatro homens: Hegan, Robins,
OKeefe e Hawking, como os que haviam estado na revista onde tinham encontrado o bloco de
cocaína em seu máximo estado de pureza. “Se pode abandonar um bloco, quantos têm?” Foi à
pergunta que Grenoble se fez em voz alta. Agora, se nunca esteve no quarto, de onde saiu?
Grenoble se ocuparia disso e logo conversariam.
Quando viu a entrada do Rancho de Shaun sorriu. Havia estado todo o dia fora e não havia
deixado um só momento durante o dia de pensar nela. Seu sorriso se ampliou.
- Sim amigo, você está apaixonada por essa coisinha pequena. Disse para si em voz alta.
Quando entrou, a casa parecia dormir. Quando havia esse silêncio queria dizer que os
gêmeos estavam fora ou estudando. Olhou ao relógio, eram oito horas e meia da noite.
“Estudando”.
Encontrou Thalie na cozinha colocando uma carne no forno.
- Olá Michael, Shaun veio com você?

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Não, eu não o vi quase que o dia todo.
- Ah, então deve chegar daqui a alguns momentos.
Seu olhar percorreu a cozinha.
- Está em seu quarto, lendo.
Ele sorriu e começou a caminhar para sair da cozinha.
- Michael. – Lhe deteve Thalie. – Não poderia ter enviado um presente melhor. Foi
maravilhoso.
Ele se deteve e a olhou.
- Gostou?
- Gostou? O amou. Me dá arrepios na pele só de me lembrar da cara que fez quando viu
seu presente. Sabia que ela nunca havia recebido um presente antes? Michael se você estivesse
por perto naquele momento eu teria te beijado.
- Beijado? Escutei que minha mulher anda desejando beijar a outro que não seja eu?
Thalie sorriu para seu marido e confirmou com a cabeça.
- Beijaria qualquer homem que houvesse enviado a Joy um presente perfeito. Disse
jogando- se em seus braços e beijando-o. – Tinha que ver seu rosto Shaun, teria ficado comovido.
Acrescentou pendurando-se em seu pescoço.
- E os garotos? – Perguntou olhando ao redor.
Michael começou a andar para fora da cozinha. – Nos vemos depois. Disse e desapareceu.
- Estudando. - Disse Thalie enquanto se deixava levantar por Shaun, que girava para
encaminhar- se ao quarto.
- Espera, espera, espera! - Gritou Thalie. – A cozinha! - Acrescentou e assinalou Shaun a
levou até ali. Ela se agachou e desligou o forno. – Se queimar a comida mais uma vez os garotos
me matam.
- Por cima do meu cadáver! - Disse Shaun com sua preciosa carga em seus braços rumo ao
dormitório.
- Tommy disse que desde que me casei com você me tornei a pior cozinheira do mundo.
Shaun sorriu. Que culpa tinha se só podia ter sua esposa sem mais impedimentos apenas
das oito às dez da noite.

Grupo Romances e Cia. Página | 30


Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você

Michael duvidou se devia bater na porta do seu quarto ou entrar. Se deteve por um
segundo ali, parado com o punho fechado a ponto de bater quando a ouviu. Joy estava lendo e sua
leitura era extremamente vacilante.
“- Ve-nha-brin-car-co-mi-go-lhe-pro-pos-o-prin-ci-pe-zi-nho-es-tou-tão-tris-te!
- Não-pos-so-brin-car-com-vo-cê-dis-se-a-ra-po-sa-não-es-tou-do-mês-ti-ca-da.”
Michael abriu a porta suavemente e entrou. Ficou de pé na porta olhando-a. Estava
sentada no chão, apoiada na lateral da cama. Tinha o livro em suas mãos. O segurava com força
muito próximo aos seus olhos. De onde estava podia ver suas pernas nuas, estava vestindo a
camisola vermelha que tinha lhe comprado.
Havia visto enquanto procurava uma livraria no centro comercial, em uma vitrine. Quando
pôs os olhos nela soube que tinha que comprar-lhe. Tinha finíssimas alças e um pequeno coração
dourado bordado à mão. Soube que seria perfeito para ela.
A vendedora lhe mostrou o menor tamanho que tinha e soube que lhe serviria.
Estava completamente concentrada na leitura.
“- Ah-per-dão!.”
De pronto o sentiu. Levantou sua cabeça do livro e seus enormes olhos dourados o
olharam. Ela lhe sorriu e o coração de Mike se inchou até os confins do universo. O lobo se agitou
nele. O sentiu, ali, justo a flor da pele. Comovido como ele por sua beleza.
Joy lhe fez um sinal com a mão. “Vem!”
Se aproximou dela tirando a gravata celeste, a jogou em cima da cama e se sentou junto a
ela sobre o tapete do quarto.
Joy sorriu e lhe disse com voz entrecortada. – Obri... Obrigada!
Mike a olhou. Estava tão bela, o vermelho acentuava o dourado da sua pele e as pequenas
e finas tiras deixavam ver seus suaves peitos. Não eram grandes, mas tão pouco eram pequenos e
pelo que podia ver através da tela insinuante seus mamilos estavam erguidos em botões, grandes,
duros e longos. O lobo se moveu e suas unhas se alongaram. Seu pênis também se fez notar.
Pegou o livro das suas mãos enquanto ela o olhava com firmeza. Michael soube que ela estava
olhando os rastros do lobo nele. Esperou tenso. Esmeralda era uma dura recordação para cada um
dos seus amigos. Ela jamais pode se recuperar de ver Shaun convertendo em lobo. Poderia uma
coisinha tão pequena fazê-lo?
- Quer ler para mim? - Perguntou.
Michael não esperava por essa pergunta e lhe sorriu. O lobo voltou a seu interior.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Desde aqui. - Mostrou Joy com o dedo indicador.
Michael pegou o livro e com sua linda voz de barítono começou a ler.

“- Vem brincar comigo. – Lhe propôs o principezinho. – Estou muito triste!


- Não posso brincar com você. – Disse a raposa. – Não sou domesticada.”

De repente, o mais inusitado do mundo aconteceu. Ela se moveu de onde estava sentada.
Primeiro Mike pensou que estava se levantando, parou a leitura e a viu avançar até ele, a viu
levantar a mão que sustentava o livro e se colocar entre suas pernas, logo girou e sentou- se em
seu colo. Havia se apoiado de lado, de modo que suas longas pernas ficaram a um lado enquanto
ela se acomodava como se sempre houvesse feito isso, como se soubesse de memória como pôr-
se cômoda. Apoio à cabeça em seu amplo peito e lhe pediu:
- Por favor, continue lendo!
O coração de Michael começou a bater com mais força, como se fosse um tambor, para
seus agudos ouvidos weremindful suas próprias batidas do coração pareciam ensurdecedoras.
Tentou encontrar dentro de si a força para conter o lobo. Ia continuar a leitura quando ela
levantou sua mão e a apoio exatamente ali onde batia como louco seu coração. “Demônios, isso
não irá dar certo!” pensou. Começou a ler com uma voz vacilante.

“- Ah, perdão! – Disse o principezinho.


Mas depois de uma breve reflexão, questionou:
- O que significa domesticar?
- Você não é daqui. – Disse a raposa. – O que procura?
- Procuro os homens. – Lhe respondeu o principezinho. – O que significa domesticar?
- Os homens. – Disse a raposa. – Têm escopetas e caçam. É muito incômodo! Mas também
criam galinhas. É o único que lhes interessa. Você está procurando as galinhas?”

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Sua voz estava enrouquecida. Suas unhas começaram a engrossar- se e sabia que seu rosto
mostrava sinais de uma barba de vários dias. Pelos demônios, ela estava em seu colo, apoiando a
sua cabecinha sobre seu peito. O ar estava faltando no quarto.

“- Não. – Disse o principezinho. – Procuro amigos. O que significa domesticar? - Voltou a


perguntar o principezinho.”

Joy não havia se movido, mas fez algo mais aventureiro: meteu suas mãos entre os botões
fechados da camisa de Michael e seus dedinhos começaram a acariciar suavemente seu peito.
Evidentemente o ar era escasso no quarto.

“- É uma coisa já esquecida. – Disse a raposa. – É criar vínculos...


- Criar vínculos?"

Sua pequena mão começou a mover- se suavemente, em um leve ondear deslizando- se


indolentemente sobre sua pele, o que cortou sua respiração. E já não podia continuar. Suas longas
presas já haviam tomado conta da sua boca. Sua respiração era mais pesada e Joy levantou seu
rosto para olhá-lo.
Michael sabia exatamente o que via: uma barba que não estava ali antes, o cuidado cabelo
muito mais longo e uns longos incisivos em sua boca. Ela se separou de seu corpo e Michael
esperou pelo pior, a maldição de Esmeralda lhe chegou como uma patada.
Joy afastou seu rosto do seu peito e olhou. Viu seu rosto trocando, olhou as mãos que
sustentavam seu amado livro, tinha longas unhas curvadas. Grossas. Seus dedos tinham se
enchido de um pelo que não tinha antes. Olhou de volta a seu rosto e viu seus dentes, levantou
sua mão e sem dizer uma só palavra colocou um dedo em sua boca e tocou timidamente a afiada
presa. Logo percorreu suas bochechas cobertas por um espesso pelo, a pequena barba que antes
não estava ali, as prováveis sobrancelhas. Percorreu todo seu rosto como se estivesse em câmera
lenta. Logo seu olhar desceu para o seu pescoço e peito, começou a soltar os botões de sua camisa
e a abriu completamente deixando ver seu peito completamente coberto, passou sua mão

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
roçando por toda a extensão de pelos; olhou suas mãos e desprendeu os punhos de sua camisa,
levantou as mangas quase até o cotovelo, ali também estava coberto de uma espessa pelagem.
Pegou uma de suas mãos na sua e acariciou as longas unhas, percorreu suas bordas, lhe deu a
volta na palma e sentiu a pele dura e fofa.
Michael tinha contido a respiração.
- O que você é? – Lhe perguntou levantando os olhos e procurando seus olhos.
- Um... Homem e um... Lobo. Sou weremindful.
Ela baixou a cabeça e novamente percorreu suas mãos, tocou um dos seus dedos, como se
estivesse tentando aprender sua textura, procurando se certificando do que seus olhos lhe
mostravam e mais uma vez percorreu suas unhas sem lhe dizer uma palavra. Suas mãos se
detiveram sobre o livro que Michael continuava segurando com uma de suas mãos e acariciou o
papel. Logo o olhou de novo.
- Está domesticado? - Perguntou.
E Michael deixou de respirar, a pegou por debaixo dos braços, a levantou e a colocou em
seu colo de frente para ele. Sobre ele. Ela se assustou com o movimento rápido. E inspirou com
força. Michael não se moveu. Somente a deixou recuperar o ar olhando-a, deixou fluir o lobo
controlando a sua forma de homem, levantou seus joelhos e ela se apoio neles enquanto se
encostava para trás nas pernas encolhidas de Michael.
Não gritou, não desmaiou, não saiu fugindo para não vê-lo nunca mais, simplesmente o
olhou e isso foi o suficiente para ver em seus olhos a aceitação do que ele era. De quem ele era. O
coração de Michael transbordou de felicidade. Sim, ela tinha aceitado a eles, ambos, o homem e o
lobo. “Deus bendito!”
Michael levantou suas mãos e acariciou amorosamente a suave franja de Joy, percorreu
seu curto cabelo até deixa-lo preso atrás das suas orelhas, enquanto a olhava. Olhou sua boca, as
sardas espalhadas pelo seu nariz.
- Não. – Lhe disse por fim. – Mas se me domesticar, será para mim a única no mundo.5 –
Sua voz era uma mescla de homem, lobo, desejo, amor, ternura, pura necessidade. E fome...
Muita fome pela linda mulher recostada em suas pernas.
- Sim, somente se conhece bem as coisas que se domesticam. - Respondeu Joy com um
sorriso leve em seu rosto.
E Michael baixou sua cabeça e procurou sua boca. Quando os lábios a tocaram, ela inspirou
levemente e logo soltou o ar, pode sentir o calor de seu hálito no seu rosto. Ficou quieta,

5
Uma adaptação de um trecho do livro “Pequeno Príncipe”
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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
esperando... Surpreendeu-lhe a louca ideia de que nunca a haviam beijado, por isso reagiu assim.
Em sua mente, Michael sorriu. Um sorriso lupino de pura territorialidade, com o imenso prazer de
saber que ela era sua e somente sua... Seu toque foi terno, somente apoio seus lábios nos de Joy,
um suave contato esperando sua reação. Não queria assustá-la. Mas ela ficou quieta, esperando
seu toque, aceitando o seu toque. Michael retirou sua mão e procurou pelos seus olhos.
- Meu lindo bebê. - Disse e voltou a beijá-la. Mas dessa vez sua língua abriu passo em sua
doçura. Foi como tocar o céu, seu sabor se imprimiu em sua língua, em sua boca, em seus
sentidos. Seu pênis se moveu inquieto percebendo seu corpo nu? Ela não estava usando nada por
baixo de sua camisola de seda? De repente enredou sua língua na dela e a atraiu para seu corpo. A
abraçou com força e com cuidado. Era tão pequena e frágil.
As mãos de Joy como reconhecendo um mandato primitivo se levantaram até sua nuca e
se apertou com força contra ele. Podia sentir as enormes mãos de Michael percorrendo as suas
costas, eram tão grandes que pareciam cobri-la por completo. Sobre a seda vermelha, as longas e
afiadas unhas de sua mão eriçavam sua pele. E sua língua, “Oh, Deus!”, sua língua parecia querer
se fundir com a dela. Seu calor, sua pele, seu cheiro a encheram, a deixaram tonta e quando tudo
começou a girar, ele a soltou para poderem procurar ar.
Michael a olhou, respirava com dificuldade, seu rosto estava ruborizado e sua pequena
boca entreaberta era uma viva provocação.
- Não...- Se queixou sua pequena quando ele se separou e a viu procurar mais uma vez sua
boca. Enquanto se uniam mais uma vez, seus delgados braços o atraíram procurando estampar- se
em seu peito.
As mãos de Mike subiram até seus ombros e cortaram as finas alças de sua camisola. O
lobo dentro dele rugiu. Seu pênis preso dentro de suas calças batia com tanta força, fazendo- o
profundamente consciente dela.
Quando a camisola caiu amontoada em sua cintura, Joy inalou buscando ar. Nunca deixou
ninguém vê-la nua ou a tocar intimamente. Também queria vê-lo, queria comprovar como reagiria
um homem como ele diante dela. Inclinou-se para trás, recostando- se em seus joelhos e se
mostrou diante de Michael.
E soube: “somente com o coração se pode ver bem; o essencial é invisível para os olhos.”.
Aqui estavam.
Os profundos olhos azuis de Michael haviam se convertido em dois fogos escuros. Já quase
não tinha nada de humano em seu rosto. Uma espessa capa de fino pelo o cobria, suas

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
sobrancelhas tinham aumentado, seus incisivos tinham crescido e se sobressaíam em seus lábios.
Homem e lobo, lobo e homem.
Joy estava o esperando. Havia se despido e se vestido para ele. Porque não? Michael
Gallahan era o sonho de qualquer mulher. Ainda mesmo de uma desafortunada como ela. Um
homem alto, lindo, culto. Ainda sabendo que alguém como ele nunca se fixaria em alguém como
ela, um mulher simples, sem ninguém, uma simples empregada de limpeza que quase não sabia
ler. Se arriscaria. Arriscaria seu coração, se embrulharia no próprio presente que ele lhe tinha
enviado e esperaria com todas as suas ilusões que ele a valorizaria tanto quanto ela o valorizava.
Mas se não fosse assim... Ao menos ficaria isso. Saber como seria fazer amor em seus braços,
encher- se de recordações, guardar dentro do coração todo e cada um dos seus gestos, de seus
olhares, de seu cheiro, de seu sabor e...
“Oh, Deus!”
A áspera língua havia se enredado em seu mamilo jogando com ele. Chupando-o,
molhando-o... Nunca em toda sua vida havia sido tão consciente de sua feminilidade. “Oh, Deus,
ele...”.
Mike se sentia no limite que separava o homem do lobo. Soltou o requintado mamilo e
procurou seus olhos. Sua voz era escura e profunda:
-... Quero... Eu quero fazer amor com você Joy, eu preciso, preciso... ter você.
Joy se adiantou, pegou ambos os lados da camisa dele e as tirou de seu corpo. Se o homem
era enorme o lobo era mais ainda. Joy não se reconhecia, não entendia porque não estava dando
gritos histéricos. Tinha fugido dos homens por toda a sua vida, sabia muito bem a força que
tinham, a violência, as tinha experimentado na própria carne e havia prometido a si mesma que
jamais ninguém lhe faria semelhante dano. Michael Gallahan era um dos maiores homens que
tinha conhecido e sem dúvida nenhuma, o que mais queria era meter- se em seus peitos e deixar
que ele a abraçasse. Mas sabia por que o fazia. Toda a sua vida esteve sozinha, ela era como o
principezinho em um pequeno planeta procurando amigos, mas também uma flor cheia de
espinhos, uma raposa querendo ser domesticada... Ninguém a havia domesticado e ela nunca
tinha domesticado ninguém. Mas agora o faria e talvez terminasse como a raposa, chorando, mas
não importava. Seu coração o via. Homem ou lobo, não importava. Ambos haviam lhe dado o que
nunca havia tido: a oportunidade de amar e sentir- se amada, era isso que sentia nesse momento;
olhando aos olhos escuros de Michael se sentia linda, amada e desejada.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Quando a camisa saiu com dificuldade dos seus grossos braços, Michael a pegou por
debaixo dos braços novamente, baixou suas pernas e a colocou mais para trás em cima do tapete.
A depositou ali e a imagem que viu o deixou louco.
Seu corpo dourado tinha a vermelha peça de dormir enredada na cintura, suas pernas
estavam levemente abertas e podia ver sua rosada boceta. Sim, estava nua, lobo e homem
rugiram juntos. Suas mãos com dificuldade procuraram a camisola e ela o ajudou a tira-la
levantando seus quadris. Michael a passou por suas pernas, ainda sentado, apoiado contra a
cama. Quando a camisola saiu de seu corpo a deixou cair de um lado. Joy abriu um pouco mais
suas pernas e lhe deixou ver sua molhada boceta. Seus brilhantes olhos somente o olhavam.
Esperava por ele.
Michael se pôs de pé, tirou sua calça e se agachou para levantá-la do tapete. Ela se abraçou
nele enquanto a movia para a cama. Colocou-a suavemente e subiu atrás dela. Procurou sua boca
e a beijou. Enquanto ela se aferrava a seu pescoço. Ele meteu sua mão entre suas pernas e
acariciou seu sexo. Sua grande mão a cobria quase que completamente. Moveu sua mão para
frente e para trás, uma suave caricia, tinha medo de machucá-la com suas grossas unhas e seu
lobo não queria voltar para seu interior. Ele a necessitava tanto quanto o homem. Seu grosso dedo
procurou e investigou entre as suas dobras, molhou seu dedo e a percorreu de trás até a frente,
até que chegou ao pequeno botão do seu clitóris, o pegou entre os dedos e o apertou apenas o
suficiente para fazê-la gemer entre seus lábios. Sua boca não havia a deixado nem um segundo,
sua língua a havia percorrido, sugado. Mordia seus lábios e logo o chupava suavemente para
depois voltar a aprofundar o beijo.
Se seu gemido não tivesse lhe indicado o quanto gostava de seu toque, seu rosto
embelezado o haveria feito. Michael soltou sua boca e começou um caminho descendo e beijando
toda a sua pele, desceu por sua barriga e quando chegou ao seu vértice sustentou as mãos de Joy
com a sua, com força. A olhou e a viu apoiada contra a cama com seus olhos cerrados desfrutando
do seu toque. Então seus sentidos se concentraram em seu perfume, meteu seu nariz em sua
vagina e cheirou, gravando seu cheiro em cada célula de seu corpo. Sua longa língua começou a
lambê-la, suave e persistentemente.
Michael tentava ser suave, paciente, não queria assustá-la, queria lhe dar tanto prazer
quanto ela lhe dava. Mas seu sabor o deixava louco. Logo sua língua seguiu o mesmo caminho do
seu dedo indicador e encontrou seu centro, ambos gemeram, podia ouvir seus gemidos. Sentir o
corpo de Joy mover-se querendo mais. Assim seguiu lambendo-a, sua saliva a aliviaria. E assim foi.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
De repente ela parecia ter entrado em combustão. Seu pequeno corpo sobre a colcha se moveu e
o lobo se impôs.
Michael a segurou pela cintura e a colocou de barriga para baixo. Pegou um travesseiro e
colocou embaixo de sua pélvis como se ela fosse uma pluma, logo se aproximou de seu ouvido e
lhe disse enquanto colocava as duas mãos dela para frente.
- Segure-se bebê!
Joy obedeceu e se agarrou as grossas barras que formavam a enorme cabeceira da cama.
Ao mesmo tempo em que ela se segurava sentiu a molhada cabeça do pênis dele tocá-la. De
repente o sentiu empurrar-se suavemente dentro dela, empurrou e logo saiu. Suas enormes mãos
separaram um pouco mais as pernas de Joy, necessitava de mais espaço para poder penetrá-la e
logo acomodou o travesseiro e voltou a empurrar-se esta vez com mais energia. A suave e
molhada passagem de Joy lhe deu as boas vindas. Lentamente, muito lentamente, dando-lhe
tempo para acostumar- se a seu tamanho e foi a penetrando. Um pouco mais a cada empurrão,
cada vez mais e mais profundamente, podia ouvir seus gemidos, podia ver como os nós dos seus
dedos ficavam brancos enquanto segurava com força a cama. Suas mãos se apoiaram abaixo dos
seios dela e a ajudavam a se sustentar. Deus, ela era tão pequena e estava tão apertada. Michael
apertava seus dentes rezando para não gozar, precisava enterrar- se por completo nela... Um forte
empurrão a mais e o levou onde ele queria, havia pensado que quando chegasse ali seria só
continuar empurrando- se e gozaria, mas estava enganado, logo a sentiu convulsionar e soube que
ela tinha gozado, saber isso e estar tão próximo a sua matriz com seu último empurrão o subjugou
e ele gozou junto com ela.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você

Capítulo 06
De repente algo aconteceu. Não sabia se em Joy ou se nele, uma vibrante energia começou
a percorrer sua espinha, o lobo afastou mais ainda o homem, de repente não era sua mão
sustentando- a e sim a pata do lobo, a energia elevou os cabelos do seu pescoço, mas também o
curto cabelo de Joy. Pode ver ele se elevando como se fosse um halo. A boceta de Joy começou a
apertá-lo como se.... Como se... Não era sua boceta, era ele! Estava se engatando nela!
Engatando! A energia que os rodeava parecia estender-se mais além de seus corpos, logo as coisas
que estavam sobre a mesinha de cabeceira começou a vibrar e mover-se, no início como se o
quarto estivesse tremendo. Seu pênis continuava jorrando dentro dela em longos e potentes jatos.
A energia o golpeou quase o deixando tonto. As coisas começaram a elevar-se e cair.
E ele soube.
Compreendeu o que Shaun lhe havia dito: “Quando encontrar a sua companheira, o saberá
Mike, saberá o que realmente é, o que significa realmente ser um Weremindful.”
E estava sabendo, sua pequena mulher gemia, enquanto ele crescia dentro dela
engatando-se e a energia os rodeando como um manto protetor, ao mesmo tempo descobria algo
que uma vez imaginou um mito: ele e seu lobo eram um, um com a mulher que amavam. Por fim.
Amava esta preciosa criatura estremecendo- se embaixo dele. A amava!
O instinto se apoderou dele e a mordeu. Cravou seus dentes em seu ombro e ela gritou.
Joy gritou enquanto a energia golpeava com força as paredes, enquanto movia a cama e
tudo que estava no quarto, enquanto sentia Michael ejaculado sem parar dentro dela, e podia
sentir sua semente escorrer pelas suas coxas.
Joy gritou.
Michael gritou.
E ambos perderam a consciência.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Em outra ala da grande casa, Thalie sentia o enorme pênis de Shaun engatada nela
enquanto sua semente a enchia. Tudo ao seu redor se movia enquanto seu lobo a cobria.
Ambos estavam nus, Thalie tinha se ajoelhado no chão apoiando seus grandes peitos na
cama enquanto Shaun ajoelhado atrás dela a penetrava com força. Era a posição predileta dos
dois. A Thalie lhe permitia apoiar-se com segurança enquanto Shaun a penetrava, e Shaun sabia
que podia liberar seu lobo com força sem medo de que lhe faria dano.
Sua paixão sempre criava energia no quarto, mas jamais foi nessa magnitude, Shaun
parecia não acabar nunca mais. Seguia derramando-se dentro dela enquanto a cama começou a
mover- se para cima. Shaun a pegou nos braços e deixou que a cama se movesse. A afastou um
pouco dela. Ainda dentro dela fortemente engatado. Se colocou um pouco de lado e ambos
caíram no felpudo tapete. Esgotados. Thalie chorava e gemia. Enquanto Shaun percebia que não
tinha força nem para movê-la.
Assim ficaram os dois, um sobre o outro no meio do quarto sobre o tapete.
Quando recuperou a sanidade Thalie perguntou:
- Santa mãe de Deus! Nós fizemos isso?
Shaun sorriu feliz. – Acredito que uma parte. - Lhe disse respirando com dificuldade.
- Uma... Parte? Como assim?
- Acredito que Mike esteja tão preso a sua companheira quanto eu.
Thalie sorriu feliz e levantou uma mão para acariciar a mão de Shaun que sustentava um
dos seus seios.

Joy despertou quando ouviu a tranca da porta. Abriu seus olhos e percebeu a figura de
Michael aproximando-se dela, assim que lhe sorriu.
- Acordou meu bebê? - Perguntou sentando-se na cama a seu lado.
Joy estendeu seus braços e ele diretamente a levantou para seu colo.
“Estou nua” pensou. – Estou nua! - Disse em um suave e rouco tom de alguém que acabará
de despertar.
- Sim, sou muito afortunado.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Ela havia aberto seus braços e havia rodeado o pescoço dele procurando elevar-se para
beijá-lo. Michael abaixou sua cabeça e fundiu sua boca na dela. De repente soube que o lobo
também estava ali, junto com ele, com sua língua enredada na de Joy. Suas mãos deixaram crescer
as unhas e percorreram as suas costas até chagar a sua bunda, a levantou um pouco mais sem
cortar seu beijo e a colocou montada em seu colo.
Joy se mexeu em seu pênis, procurando apertar-se contra ele e quando o fez, gemeu.
Michael a soltou preocupado. – Muito sensível?
Joy mordiscou o lábio inferior antes de responder-lhe. – Huhum.
- Quer que o lobo a cure? Verdade? - Perguntou e somente a pergunta parecia mais do que
desejo, parecia ser uma ordem, isso fez Joy sorrir.
- Pode?
- Bom, podemos nos curar mais rápido na forma de lobo. - Logo a deixou com suavidade
sobre a cama de novo, descendo-a de seu corpo. - Deixe-me fazê-lo, por favor. - Pediu com a voz
rouca. – Não tenha medo, bebê, confia em mim?
- Confiar em você ou não ter medo? Medo de que?
- Das coisas.
Joy somente confirmou.
- Somente lembre bebê.
Michael estava de pé tirando suas roupas no segundo seguinte. Estava vestindo apenas
uma calça jeans e uma camiseta de algodão negra e mangas curtas, quando a passou por sobre
sua cabeça, Joy tragou saliva, era... Espetacular! Um abdômen que era puros ângulos e planos
cobertos de poderosos músculos. Seu abdômen deixava ver perfeitamente seis pacotes bem
marcados duros e bronzeados, o viu abaixar- se e ajoelhar- se no chão.
- Não tenha medo Joy, sou eu. Este homem que tem a sua frente agora só que com outra
forma. Penso, sinto e sou um homem. Sempre. Um homem com as habilidades de um lobo e um
lobo com as habilidades de um homem. Não tenha medo. – Fixou seus olhar intensamente azul e
logo se abaixou apoiando-se em suas mãos e joelhos, procurou o lobo que estava justo ali,
próximo à superfície pronto para tomar o comando e fazer uma festa.

“Inspirar, respirar, flutuar, deixar o corpo leve, não pesa... não tem pés... não tem pernas...
não tem mãos... flutua... seu corpo não pesa... flutua no ar... somente ar... é um lobo... somente
lobo.”

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você

Quando Michael fechou olhos, o lobo negro apareceu justo ali, em seu lugar. Joy, que
estava sentada, pôs uma mão onde seu coração começava a bater com mais força. Por um
segundo procurou por ar dentro de seus pulmões e logo se aproximou a cama e olhou aquele lobo
que tinha apoiado seu corpo sobre suas patas traseiras.
O lobo era enorme e igualmente espetacular que o homem que o levava. Negro,
completamente negro, tinha quase sobre as orelhas uma linha suave de cinza e seus olhos eram
intensamente azuis. Joy o contemplou por um longo momento, olhou sua boca, seu focinho, seus
longos dentes. O lobo estava imóvel, como esperando algo. Quando esta ideia tomou conta de seu
cérebro o assombro e a impressão do que estava vendo, entendeu as palavras que ele havia lhe
dito. Este lobo era Michael. “É Michael...”
O lobo estava quieto, imóvel, parecia analisar sua reação e esperar algo... Joy
compreendeu de repente o que Michael queria e sorriu para ele. Deixou cair seu corpo para trás,
abriu suas pernas e esperou.
O lobo avançou e pôs suas patas dianteiras sobre a cama quase sobre Joy.
Joy sentiu o colchão mover-se quando o lobo subiu, não o olhava, somente respirava
apressadamente. De repente o sentiu, sua longa e úmida língua de lobo começou a lamber sua
boceta. E Joy teve que estender seus braços e se agarrar as cobertas desordenadas da cama,
apertando com seus punhos, e suas pernas se moveram sem sequer notar disso, levantando- se
mais, dando espaço para a voraz língua do lobo lambê-la, e lambê-la e lambê-la... Enquanto Joy
começava a soluçar. Quando a língua do lobo se enredou em seu clitóris Joy gozou, seus sucos se
derramaram profusamente e o lobo os recolheu sorvendo ruidosamente de sua boceta.
Quando suas mãos deslizaram suavemente sua franja pela sua testa Joy compreendeu que
Michael estava ao seu lado recostado na cama quase sobre ela. Podia sentir seu duro pênis roçar
suas pernas. Olhou e sorriu para ele.
- Venha aqui. Disse abrindo suas pernas para ele.
Mas Michael não fez o que esperava. Se separou e começou a vestir-se.
Joy se sentia tão satisfeita que parecia que se fechasse os olhos dormiria. – Mike. –
Chamou. – Vem aqui...
- Como me chamou? – Perguntou Mike enquanto vestia sua camiseta de novo.
- Mike, vem aqui, está...

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Duro. – Completou Michael. – Infernalmente duro. Eu gosto que me chame de Mike, na
verdade eu gosto de tudo sobre você, mas... Está muito sensível e lá embaixo está Garreth te
esperando. Assim bebê, vista-se e desça.
- Quem é Garreth? - Perguntou sonolenta enquanto o via se afastar até a porta.
- Aquele que vai te ajudar a se lembrar do rosto do homem que estava no carro. –
Respondeu Michael abrindo a porta. Sabia que se desse a volta a veria nua e lânguida em sua
cama, acabaria retornando pelo que queria. Por isso abriu e depois fechou a porta do dormitório
negando- se a vê-la. Do lado de fora gritou: - Te vejo na cozinha.
Lembrar-se de Spider a trouxe de volta para a realidade. Michael, o... Lobo... A acusação, a
destruição do seu pequeno quarto... Joy se sentou e tentou levantar. Suas pernas cederam e ela
caiu no macio tapete. Por um segundo se surpreendeu. Tinha fome, não tinha jantado, e Michael a
tinha... Um terno sorriso iluminou seu rosto, pôs suas mãos na borda da cama e levantou-se. Um
pouco tremula se encaminhou para o banheiro. Se o tal Garreth podia ajudá-la a se lembrar do
homem do carro talvez tivesse uma chance, e nunca quis uma oportunidade como agora. Tinha
que ser livre.
Quando entrou no banheiro, se olhou no espelho, nem sequer se reconhecia, nunca tinha
visto a mulher que a olhava do outro lado espelho. Ela resplandecia, havia uma luz em seus olhos
que jamais havia estado ali. E soube que essa luz tinha um nome e sobrenome: Michael Gallahan...
Pelo tempo que seja! Disse para si mesma e um triste sorriso nublou a luz.
“O que posso oferecer a ele?” Se perguntou, não era ninguém, ninguém. Uma órfã a mais
no mundo. Logo a deixaria. Era lógico. Esse homem era culto, tão lindo e... E se não fosse assim?
Havia-lhe mostrado o que realmente era, um homem... Lobo. Um homem lobo! E ninguém que é
um homem lobo anda por ai dizendo a qualquer um: “Ei, eu sou um homem lobo!”. Se ele havia a
mostrado poderia significar algo, não é? Poderia significar que talvez ela fosse algo mais que uma
mulher com problemas e disposta a ir a sua cama?
Quando a água quente da ducha golpeou seu corpo tomou uma decisão, uma que refletia
quem ela era na realidade: “Bem Joy, viva esse dia, logo veremos como fica, afinal de contas foi
domesticada, como o principezinho.”.
- Minha vida está cheia de sol! - Disse, lembrando-se das palavras do livro. – Não... Minha
vida está cheia de Michael Gallahan... Até que se ponha o sol. – Não queria ser pessimista, mas
também não queria ser otimista. Queria que o pesadelo passasse e que Michael fosse seu.
- Joy?
Escutou do lado de fora.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Sim, Thalie estou aqui.
- Vou te deixar umas roupas que chegaram esta manhã. Michael as pediu para você. Se
precisar de algo é só pedir.
“Para mim?”
– Sim, obrigada. – Disse debaixo d’água. “Mike me comprou roupas?” Um suave sorriso
apareceu em seu rosto. “Sim, esta me domesticando.” - Mas será que fiz o mesmo? – A água do
chuveiro fez eco as suas dúvidas.

Garreth Thompson tinha uns extraordinários e raros olhos celestes. Seu olhar era intenso,
quando entrou na cozinha a mesa estava cheia de homens, Shaun, Michael, dois pares de
jovenzinhos iguais, Tommy e Will, que se puseram de pé para saudá-la, Thalie e um homem loiro
de olhos azuis, que quando a viu se pôs de pé e a abraçou com um grande sorriso e dois sonoros
beijos em cada bochecha, sem sequer apresentar- se.
- Vê Shaun, Michael não se põe ciumento porque beijo a sua mulher, isso é um homem
seguro?
Shaun grunhiu em resposta e todos riram.
Duas palavras começaram a deixar Joy nauseada: “sua mulher, sua mulher, disse sua
mulher? Sou sua mulher?”. Olhou para Michael e ele sorriu, estirou seu braço e a tirou dos braços
do loiro para atraí-la para si mesmo.
- Blue, me alegra que aprove minha mulher, mas te direi o mesmo que Shaun: mantenha
suas patas para si mesmo se você quer conservá-las.
- Pensei que me conheciam bem.
- Exato. – Disse Shaun. – Por isso lhe dizemos, segue assim e morrerá jovem.
Joy havia ficado sentada no colo de Michael. “Minha mulher”, ele havia dito “minha
mulher”, se sentia maravilhosa. De repente se sentiu feliz, inesperadamente feliz, olhou a seu
redor, todos conversavam e interagiam, parecia uma família. Ela nunca havia feito parte de uma
eles o pareciam ser uma.
- Está melhor? Michael sussurrou apenas para seus ouvidos. – Segue dolorida?

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
As cores subiram abruptamente para seu rosto e olhou aos que a rodeava e ninguém
parecia ter escutado sua pergunta. Vermelha de vergonha somente confirmou com a cabeça.
- Acredito que necessitará outra cura mais tarde. Sussurrou de novo. – Eu sim.
Esta vez os olhos de Joy se arregalaram e ela o golpeou com o cotovelo.
- Auchh! – Disse Blue e logo sorriu e a olhou. – Vejo que sabe como tratá-lo. Olá Joy, sou
Blue Ocean. – Estendeu sua mão. – E este cavalheiro que a olha tão intensamente é Garreth
Thompson.
Joy os olhou e sorriu timidamente, os saudou estendendo a mão para Garreth. Ainda
estava ruborizada...
- Joy. Disse Garreth. – Gostaria de lhe fazer umas perguntas, posso?
Joy olhou para Michael e ele afirmou com sua cabeça. – Sim. – Respondeu.
Garreth moveu uma cadeira e sentou bem em frente a ela.
Joy o olhava sem saber o que fazer. – Calma. Disse Michael.
Era raro, mas ali sentada no colo de Michael e rodeada pelos seus braços se sentia bem,
protegida. E a sensação era estonteante. Nunca havia tido uns braços para apoiar-se. Não estava
nervosa, não tinha medo de Garreth. Michael estava cuidando dela.
Garreth a olhou nos olhos com um cálido sorriso parecia saber o que ela pensava. Sua linda
voz de barítono lhe disse:
- Joy, pequena, pensa na noite em que encontrou com Spider? Pode me contar o que
aconteceu?
- Sai do trabalho muito tarde, estava escuro, derrubei as chaves do bar do Joe e quando
estava as procurando um carro entrou no beco e abriu a porta de trás, jogaram o que parecia um
pacote. – Se estremeceu e Michael acariciou seu braço. – Mas era um homem, quando o carro se
foi me aproximei do corpo e o homem ainda respirava. Tinha... Tinha uma faca cravada no peito...
Custou-me muito virá-lo, era muito... Pesa... Pesado. Mas consegui, de sua garganta saia um ruído,
pensei que... Pensei que se tirasse a faca ele respiraria melhor, mas não consegui, estava... Tão
presa. Quando o homem morreu... O vi morrer... Sai dali correndo e quando cheguei ao meu
quarto chamei... Chamei a policia.
Joy se encontrou apertando a mão de Mike. Enquanto ele beijava a sua ao mesmo tempo.
- O carro abriu a porta de trás e você viu ao homem, sabe quem é ele? Perguntou Garreth
sem tirar os olhos dela nem um segundo.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Joy se concentrou nos olhos de Garreth, “que estranho, tinha pensado que eram celestes”,
agora eram escuros, quase negros, enormes, como se não tivessem pupilas. Um poço negro,
escuro, insondável.
Logo viu ao homem como se estivesse no rosto de Garreth, o viu claramente, recordou e
olhou as linhas do seu rosto. Era jovem, poderia considerá-lo elegante, tinha cabelo abundante,
mas não conseguia se lembrar da cor, as sombras no beco não lhe deixavam ver muita coisa, mas
sabia que o homem era branco e não muito forte.
- Vê o homem Joy? Perguntou Garreth.
- Sim, eu vejo. Todos respiraram quando ela disse.
- Bem pequena, olha-o bem porque precisamos encontrá-lo. Blue vai desenhá-lo. Somente
o descreva para ele. Garreth olhou para Blue e este assentiu. Estava apoiado na mesa e se
aproximou pondo-se justo em frente de onde Mike e Joy sentados.
- Começa preciosa. - Disse com um sorriso. E começou a desenhar o que Joy dizia.
Dez minutos depois o rosto do homem no beco estava em cima da mesa.

- Este é o homem que estava no carro? Perguntou Blue e lhe passou o desenho que
acabara de completar.
Joy o recebeu através da mesa e o levou até seus olhos. Aproximou o papel e o olhou. Logo
desviou seu olhar para Michael.
- É ele. Este é o homem! Girou sua cabeça para Blue que sorria orgulhoso. – Como o fez?
É... Incrível.
- Bem, é outro dos meus talentos, preciosa.
O retrato falado passou de mão em mão entre todos e Blue o tirou da mão de Mike.
- Vamos cachorro, me dá isso. Deve estar na minha base de dados porque esse rosto não
me é estranho, na verdade ele é imensamente familiar. Irei imediatamente procurar. Se estiver no
sistema o teremos em breve.
- E se não estiver?
- Levará mais tempo encanto, mas o encontraremos. Respondeu. – Vamos? Perguntou a
Michael.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Michael desceu Joy de seu colo e a pôs de pé a seu lado. Logo a levantou até seus lábios,
beijou saboreando sua língua e voltou a acomodá-la na cadeira.
Shaun havia demorado um pouco mais fazendo o mesmo com Thalie enquanto os demais
iam saindo da cozinha.
- Escutaram o terremoto? Perguntou Tommy a Garreth.
- Não. Disse Garreth.
- Não?! Exclamaram em dueto Tommy e Will. – Mas ele foi fortíssimo.
Joy os viu partir e logo olhou para Thalie, que sorria de orelha a orelha.
- Bem, sentiu o terremoto Joy? – Perguntou de onde estava sentada quase na ponta da
longa mesa da cozinha.
Joy não soube o que responder. Por acaso Thalie os havia sentido? Não sabia o que havia
acontecido, mas sim, havia sentido a energia expandindo- se deles, mas aquilo tinha sido o
terremoto?
- Ah, pois... Não sei.
- Bem, Joy. Michael te falou do Nehann?
Joy negou com a cabeça sem entender aonde ela ia com essas perguntas.
- Então, deixe- me te falar sobre o Nehann6 dos weremindful e de Clavijo.

Robert Grenoble havia feito algo que nunca tinha feito antes: visitar a agência de
investigações Clavijo, em pessoa. Até agora seus encontros se haviam reduzido a um ou dois dos
sócios, enquanto estavam na investigação de algum caso. Haviam construído uma relação
amistosa desde a primeira vez que se viram. Grenoble era um homem incorruptível, astuto e
inteligente. Deviam-lhe alguns favores e isto era mútuo.
Blue, Shaun, Mike e Grenoble estavam conversando animadamente enquanto os
modernos computadores de última geração da agência investigavam milhares de arquivos, desde
multas de trânsitos até graves crimes, procurando alguém parecido com o retrato falado ditado
por Joy. Até agora não haviam conseguido nenhum resultado.
6
Em uma grande parte da região oriental, o nirvana quer dizer que cessou todo o sofrimento, um estado que resulta
da extinção dos desejos, que se alcança através da meditação. Sem dúvida, a autora o usa como para indicar um
estado em que cessa toda a atividade mental corrente e que por sua vez significa a liberação espiritual e sexual.
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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Para os quatro as coisas envolvidas nesse caso não eram simples. Grenoble tinha quase
certeza que por trás do assassinato de Spider havia muito dinheiro e que isto era relacionado com
o tráfico de drogas e não lhe agradava a sensação, tinha quase certeza de que alguns policiais
estavam envolvidos. Não havia outra explicação para a presença da droga no quarto de Joy. Um
deles havia levado e plantado a evidência. Quem? Havia conseguido os nomes dos que revistaram
o apartamento, agora estava investigando seus parentes, pois a conta de nenhum deles
apresentou mais dinheiro do que o esperado. Inclusive dois deles nem sequer tinham cartão de
crédito e muito menos uma conta engrossada em dinheiro.
Outro problema era o morto. Spider não era um peixe grande, nem sequer esteve preso
alguma vez. Quem o havia matado e por quê? A resposta apontava ao tráfico. Mike Spider tinha
tentado comer em mesa alheia e isso lhe tinha custado à vida.
- O problema aqui é saber na mesa de quem. Apontou Grenoble. – A lista dos suspeitos é
limitada: Cooper Burton e James Gandolfi. Um dos dois, mas as minhas fontes afirmam que
nenhum dos dois está envolvido.
- Isso nos leva a alguém mais. Disse Blue golpeando com um lápis a borda da mesa
enquanto olhava seus amigos.
- Sim. - Apontou Grenoble. – E se tivéssemos um novo narcotraficante na cidade logo
teremos uma guerra de cartéis. Uma torta dividida em dois é o ideal, mas um novo chupa-sangue
na cidade será um problema. Bom, vou levar uma cópia para ver o que consigo. Me avisa se
encontrar alguma coisa Blue?
- Te ligo sim. - Respondeu Blue deixando cair o lápis com o qual estava brincando sobre a
mesa.
Depois que o viram sair os três se olharam, Shaun tinha o cenho franzido:
- O que vai acontecer se descobrimos quem matou Spider?
- Isso eu não sei, mas sei de algo: Não deixarei ninguém me tirar Joy.
Blue sorriu.
- Te pegou forte, não foi?
- Já será a sua vez, amigo.
- Não se pode evitar, não é? - Respondeu Blue vendo como Mike e Shaun se punham de pé.
– Aonde vão?
Shaun aproximou a cadeira da mesa e logo se pôs de pé.
- Vou ver Thalie e os garotos, se matricularam em uma escola.
- Pobre escola, com a energia que tem esses dois... - Riu Blue.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Verei a casa de Spider que Grenoble me deu o endereço. Talvez... O lobo possa descobrir
algo mais.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você

Capítulo 07
O lobo descobriu algo mais. O pequeno apartamento de Spider cheirava saturado de
drogas, apesar de não ter achado nenhuma grama dela.
Mike se sentou em uma cadeira frágil e olhou ao seu redor. O cheiro era forte e
persistente. Havia droga, mas onde? Onde? Perguntava- se enquanto olhava ao seu redor.
O apartamento de Spider não demonstrava um golpe de sorte, paupérrimo, quase
miserável. Uma pequena sala com uma mesinha que parecia ter perdido o seu tempo de glória há
muito, se é que teve, duas portas, uma que dava em uma pequena cozinha cheia de restos de
comida. Ao que parecia Spider só pedia comida, os restos de caixas se amontoavam em um cesto
usado como lixeiro. A outra porta dava a um quarto, que havia sido destruído, o pouco que havia
dentro: uma cama de taboas e os restos esfarrapados de um colchão que demonstravam que
alguém esteve ali procurando por algo, haviam grandes rasgões feitos por faca. O quarto estava
cheio de espuma e dos restos do colchão. Uma mesinha de cabeceira com nada mais que uma
bíblia roubada do hotel Sunset e um quadro torcido ao lado de um espelho redondo pendurado na
parede justo na frente da cama.
Algo não estava bem. Mike se levantou e começou a percorrer o quarto, olhando as quinas
das paredes, a má pintura, as manchas de umidade, golpeando a parede, procurava por alguma
coisa em um quarto que não tinha nenhum armário. Seus sentidos de lobo se expandiram, seu
olfato não lhe enganava, havia droga nesse quarto... Mas onde? Seus passos ressoavam sobre o
assoalho. “Ressoavam?”
Mike regressou para onde veio e passou de novo pelo mesmo lugar. Sim, o piso. “Um piso
falso? Podia ser...”.
Mike se abaixou e rastreou o quarto de onde estava. O piso parecia ser uniforme e sem
desníveis. Mas uma delgada linha cruzava justamente ali onde estava a mesinha velha. Percorreu
e passou um dedo com suavidade por ela. Podia sentir a suave brisa emanando debaixo. “Como a
abria Spider, como você fazia?”

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Mike olhou a disposição da frágil cadeira, da mesinha de cabeceira e da chave que ligava a
passagem de gás. “Mas isso não devia estar na cozinha?”. Foi até ela e a moveu, logo, exatamente
no lugar onde ficava a mesinha de cabeceira o piso se abriu para baixo e Mike sorriu.
Aproximou-se e encontrou uma escada. Desceu e tocou o interruptor para acender a luz e
o quarto se iluminou.
Embaixo a casa era muito diferente. Um espesso tapete, um sofá reclinável em frente a
uma televisão de plasma que ocupava metade de uma parede. Uma cama com um luxuoso
acolchoado, uma pequena geladeira, um equipamento de som que ocupava metade uma parede,
toneladas de roupas penduradas em um armário e “drogas”.
Levantou a cabeça e cheirou o lugar, seu olfato o levou até o armário. Deslizou os trajes de
seda das cores mais absurdas. Era evidente que a ideia de um homem elegante para Spider
passava por tons pasteis e estridentes. Atrás da roupa havia uma porta. Moveu a maçaneta e
abriu. Dentro havia outro armário e este estava cheio com pacotes de cocaínas ordenados um em
cima do outro. Mike saiu do pequeno quarto e subiu as escadas até o quarto. Grenoble tinha que
ver isso.
Apenas tinha colocado o pé no último degrau da escada e seu celular tocou. Chegou à
parte de cima e abriu o telefone. O identificador dizia Grenoble. “Transmissão de pensamento”,
disse enquanto levava o aparelho até sua orelha.
- Grenoble, estava a ponto de te ligar.
- Bem, tenho notícias interessantes para você: é sobre James Gandolfi.

James Gandolfi observava a magnífica recepção de sua filha mais velha. Com este
casamento Theresa Gandolfi entrava para a alta sociedade da cidade de Chicago. Sabia disso muito
bem, havia pagado uma pequena fortuna a Templeton Kurtis–Meyer. Mas fosse qual fosse a cifra,
teria pagado para consegui-lo. Para um jovem nascido em família empobrecida, essa boda era
toda uma revanche. Tinha dinheiro suficiente para comprar o melhor marido da cidade para sua
filha. O que sempre tinha desejado. Ninguém o considerava mais um João Ninguém, um novo
ricaço. Imbecis! Bem que lhes agradava comer e beber as suas custas!

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Sua filha Theresa resplandecia. O orgulho o encheu. Era muito afortunado, havia saído
linda igual a sua esposa e inteligente como ele. Já havia demonstrado que poderia comandar
certos negócios e fazê-los produzir. Os legais, é claro!
Quando viu que um dos seguranças se dirigia até ele com um pacote em suas mãos ele
estranhou, os presentes já haviam sido entregues com vários dias de antecedência e já estavam
em exposição. O homem se aproximou e lhe disse algo, mas teve que lhe fazer um sinal de que
não ouvia, a música do baile quase não o deixava ouvir o que dizia. O segurança se aproximou e
gritou perto do seu ouvido.
- Senhor, chegou um presente pros noivos, mas deveria vê-lo primeiro.
- Vê-lo? Por quê? - James quase gritou para se fazer ouvir.
- Disseram que é em honra da amizade que mantêm por tantos anos.
- O que é? – Perguntou incomodado, mas curioso.
O homem da segurança lhe entregou o pacote, dentro vinha um simples e elegante cartão
que dizia: “Por tudo vivido e tudo que nos aguarda viver.”.
James olhou a chave de um carro e o chaveiro dizia: “Mercedes”. Quem lhe daria um
presente como esse? Sorrindo ele disse:
- Vejamos esse presente então.
À medida que ia saindo do brilhante salão, ia saudando as pessoas que encontrava no seu
caminho. Uma palmada nas costas, um comprimento de duplo sentido, um elogio a uma bela
mulher, James Gandolfi fazia honra a sua descendência Italiana. Tranquilo e sedutor, nessa noite
se sentia um ganhador. Por que não? Estava coroando seus sonhos com esse casamento.
Quando saíram do enorme espaço da entrada do hotel cinco estrelas onde se realizava a
recepção da festa, justo em frente à saída, um belíssimo e último modelo do Mercedes mais caro
do momento o esperava. De cor negra e reluzente, soube que era o presente por causa do grande
laço vermelho que o rodeava ostensivamente.
James começou a rir a gargalhadas.
– Madonna Mia, que carro! Com a chave na mão se aproximou e olhou rodeando-o. Era
lindo, um carro soberbo, não sabia quem havia lhe enviado, mas lhe devia uma boa. Enquanto
dava a volta no carro ia passando a mão na carroceria. Ao chegar ao lado do motorista, apertou o
botão na chave que tinha na mão, o alarme apitou abrindo as portas e tirando as dúvidas de que
era aquele carro mesmo, abriu a porta do condutor e com um sorriso esplendido James Gandolfi
se acomodou no luxuoso assento do reluzente carro negro, palmeou o volante e pôs a chave na
ignição. Essa foi à última vez em sua vida que subiu em um carro.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
A explosão calou por um segundo as vozes dentro da recepção do casamento para logo se
iniciar um histérico e ensurdecedor correr e procurar por um lugar seguro entre os convidados.

Mike se aproximou de Grenoble e quando este o percebeu olhou-o de costas. Estava


olhando um fumegante automóvel ou o que sobrou dele, localizado bem no centro da gigantesca
praça de recepção do hotel Regency. De um lado um grupo de bombeiros apagava as últimas
chamas enquanto três membros da equipe de criminologia tiravam fotos e recolhiam amostras.
- E Gandolfi? - Perguntou a Grenoble.
- Dentro. - Respondeu Grenoble com um simpático gesto movendo a cabeça para assinalar
para frente.
- No hotel? - Perguntou Mike.
- Não, no carro.
- Merda!
- Isso foi o que eu disse.
- Isso significa que Burton será o novo rei das drogas ou...
- Ou... ? - Perguntou Rober.
- É a quem perseguimos. - Respondeu Mike.
- Bom, por isso te chamei. Inclino-me pela segunda opção, mas já veremos. Acompanha-me
em uma conversa com Cooper?
- É claro.

A impecável empregada vestida em uniforme preto e branco tinha ido até os enormes
portões da mansão para verificar a identificação do homem que estava a sua frente nesse
momento, o pegou da mão de Grenoble, aproximou aos olhos e depois a devolveu dizendo:
- O senhor Burton não se encontra presente.
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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- E onde poderia encontrá-lo? - Perguntou Grenoble.
- Não sei senhor, mas recebeu um convite para assistir aos festejos do novo alcaide: a
apresentação do plano de governo no edifício Browme e o baile do novo alcaide que acontecerá
amanhã a noite.
- Poderia entregar-lhe meu cartão? - Perguntou passando-o.
A mulher o pegou em seus dedos enluvados e lhe sorriu enquanto afirmava com a cabeça.
Grenoble baixou sua mão e girou. Mais atrás Michael Gallahan esperava apoiado em seu
veículo.
- Não estava! - Afirmou Michael esperando Grenoble se aproximar do carro.
- Não, mas estará no Edifício Browme quando apresentarem o plano de governo de David
Blater.
- Quem é ele?
- Logo se vê que você não se interessa por política. É o novo deputado.
- Ahh!! - Era verdade, nem sequer lia as notícias políticas.
Grenoble havia dado a volta no carro de Michael, aberto a porta do passageiro e entrado
enquanto conversavam sobre o veículo.
- O que fará agora? - Perguntou Michael.
- Informarei ao capitão Harris. Mas não acredita que seria uma boa ideia se você pudesse
dar uma volta pelo evento amanhã? Poderia dar um passeio e olhar com quem se relaciona
Burton.
Michael pensou em sua pequena e sorriu. Ela aceitaria ir?
- Se não puder ir, enviarei Blue, se vai haver mulheres ele estará mais do que disposto a ir.
Grenoble sorriu.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você

Capítulo 08
Joy havia passado a tarde conversando com Thalie. Poderia dizer agora que sabia
exatamente quem era Michael. Estava surpreendida e maravilhada. Thalie havia sido clara: ela era
sua companheira. “Sua” companheira. Não devia gastar energias em pensar se Michael a
conservaria ou não, se a amava ou não, Michael Gallahan era seu. E a sensação dessa certeza a
faziam se sentir poderosa. Um enorme sorriso iluminou o seu rosto. Jamais imaginou que poderia
ser possuidora de uma boa sorte como essa.
Tinha em suas mãos o livro do “Pequeno Prínicipe”. Se continuasse acariciando-o iria gastar
suas folhas. Ainda a emocionava até as lágrimas por causa do precioso presente recebido. “O que
poderia dar-lhe?”. Algo especial. Quando ouviu o carro estacionar lá na frente se lembrou das
palavras de Thalie.

- Haverá algumas mudanças físicas.


- Mudanças físicas? - Se refere ao meu corpo
- Sim, a ele. Não se preocupe, é estranho pensá-lo, mas na prática é muito simples, somente
implica uma maior sensibilidade ao todo. Será mais forte, mais sensível, mais veloz, ouvirá melhor,
verá no escuro como se fosse dia...
- Espera, ei, espera ai. Está me dizendo que isso me acontecerá?
- Assim é. Shaun me disse que Jane, a esposa de Ty Brunet, acredita que isso é o nosso
corpo se preparando para a concepção.
A cara de Joy refletia a sua perplexidade, se encontrava de boca aberta.
- Sim. - Lhe disse Thalie com um sorriso pícaro. – Imagine-o, significa que estamos prontas
para uns quantos cachorrinhos.
A cara de Joy fez Thalie soltar uma alta gargalhada. – Perdoa, é uma boba, não está
imaginando-se dando luz a um filhote de lobo... Isso não vai acontecer. Lembra... Eles são...
- Weremindful. Lobos conscientes e necessitam exercitar sua psique para conseguir a
mudança.
Thalie sorriu.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- É uma excelente aluna. Oh Deus, olha a hora que é. Tenho que me preparar me
convidaram para jantar, os garotos foram acampar com Dereck e você terá a casa toda só para
vocês, assim que... - Lhe deu um pequeno sussurro da porta. – Poderá fazer o seu próprio
terremoto sem se preocupar!
Joy a viu sair correndo e sorriu. Sabia que estava ruborizada, mas se sentiu feliz! Tinha um
homem só para ela... E uma amiga. Somente tinha que sair do pesadelo que estava para estar
realmente no paraíso.
De repente Thalie voltou a aparecer na porta, estava enrola em uma enorme toalha, pelo
que parecia tinha acabado de sair do chuveiro.
- Joy, quase me esqueci, esse vestido vai lhe deixar muito satisfeita. Ah, antes que eu
esqueça, fiz um prato especial para você e Michael, somente tem que por a mesa e nada mais, está
no forno.
Joy nem pode lhe agradecer e ela já havia desaparecido, assim se lembrou do que ela havia
lhe dito: “ouvimos melhor”, então falou não muito alto:
- Obrigada.
- De nada. - Foi à resposta.

Isso a fez sorrir novamente.


Quando ouviu o automóvel estacionar em frente a casa já tinha tudo pronto.
Sobre sua cama Thalie tinha deixado um belíssimo vestido. Nunca tinha usado nada tão
lindo. Era justo e curto. Thalie tinha lhe dito que era o vestido preferido de Shaun pelas mesmas
razões, “muito justo, muito curto”. Ambas haviam rido. Quando se olhou no espelho nem sequer
se reconheceu. Não era o seu rosto, essa que lhe olhava no espelho, tão feliz, parecia ser uma
desconhecida. Toda ela havia mudado. O vestido era de uma renda suave e flexível, toda dourada,
que se ajustou a sua cintura desavergonhadamente. Por ser mais baixa que Thalie o vestido lhe
alcançava a dez centímetros dos joelhos, mas marcava por completo suas curvas.

- Oh Deus! - Havia dito a Thalie olhando-se no espelho.


- Sim, oh Deus! Agora entende porque Shaun ama esse vestido. Marca até suas sardas. -
Disse dando uma alta gargalhada que também a fez rir.
Havia rido mais nesse dia que em toda a sua vida.
- Use-o sem roupa íntima. - Ante sua cara de total horror, Thalie acrescentou. – Exato,
posso lhe assegurar que o seu sacrifício valerá a pena... Pode acreditar.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
O riso de Thalie ainda ressoava em seus ouvidos.
Michael entrou deixando cair às chaves de seu carro sobre a mesa e levantou seus olhos. O
suave perfume de Joy inundou suas narinas, logo o lobo irrompeu com força, levantou sua cabeça
e a viu.
Um sonho dourado.
A mulher mais linda do mundo em pé, bem a sua frente.
Sorrindo.
Estava parada embaixo do arco da porta que ligava o salão central a ala dos dormitórios.
Usava um sapato de salto alto e estava recostada languidamente sobre o marco da porta. Uma de
suas mãos apoiadas em seu quadril e a outra caída até a borda do pequeno vestido que estava
usando. Parecia uma pequena modelo de alta costura, pura curvas, curvas contundentes e
ondulantes. O vestido às acentuava deliciosamente e assim como mostrava
desavergonhadamente as duras pontas dos seus mamilos, Mike poderia jurar que podia ver a
fenda da sua doce boceta por baixo desse vestido.
Tentou mover-se e ela levantou sua mão aberta o detendo. Ele, obediente, ficou de pé
olhando-a. Ela tentou caminhar com esses altíssimos saltos, mas no segundo passo se inclinou
perigosamente e antes que Mike corresse a sustentá-la ela lhe disse:
- Não, espere aí.
A sala de Thalie era enorme, um amplo espaço, cheio de cômodos sofás e cadeiras,
algumas pequenas mesas com plantas e um bar de madeira escura com altos bancos.
Mike sorriu e ficou ali. Suas mãos começaram, com dificuldade por causa das unhas do
lobo, a tirar o blazer do traje e logo a gravata que jogou em cima do sofá mais perto. Enquanto via
Joy tirar os seus sapatos altos e andar sensualmente para ele e descalça.
Ela tinha arrumado o cabelo para trás preso com fixador e o resultado foi que acentuou seu
rosto, dando-lhe um ar muito requintado, uma verdadeira obra de arte. Tinha pintado seus lábios
com um batom de tom rosado e tinha umas mechas rebeldes de sua franja que tentavam voltar ao
lugar. O vestido dourado fazia seus olhos parecer ouro líquido. Quando chegou até ele Joy olhou
para cima sorrindo, e logo se ajoelhou diante dele.
A imagem que passou pela cabeça de Mike o fez gemer. Joy não o tinha nem tocado ainda
e ele já estava gemendo.
Joy se sentiu a mulher mais poderosa do mundo. Seus pequenos dedos se puseram na
fivela do seu cinto e começaram a abri-lo. Quando Mike esperava que ela fosse abrir sua calça foi
surpreendido, ela acariciou o grande vulto por cima de sua calça. Mike voltou a gemer e Joy soltou

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
uma gargalhada que surpreendeu mais uma vez Michael. Não havia a ouvido rir dessa maneira
ainda. Parecia mais ousada, atrevida, confiante e feliz. O amor por essa preciosa mulher a sua
frente o inundou.
- Se continuar me tocando assim vai conseguir que eu goze.
- Não, não pode gozar... Ainda. Tenho planos para você.
- Planos, verdade? Por isso vestiu essa coisinha dourada? - Disse Mike tocando com
suavidade a borda de uma das alças finas em seu ombro. Com um decote redondo muito, muito
baixo, as finas alças seguiam até suas costas e deixando-as livres somente com a renda que
segurava e moldava seu corpo deixando entrever seus peitos firmes e erguidos que se mexiam
livremente enquanto a renda se aderia aos botões endurecidos que empurravam para frente
chamando sua atenção.
- Não é uma coisinha, é um legítimo Armani. Isso me disse Thalie.
- Thalie? Ela lhe deu isso?
- Uhum, disse que você iria gostar. Você gosta? – Perguntou enquanto baixava suavemente
o zíper de sua calça, não tão rápido como ele gostaria.
- Oh Deus bebê, não est... tá... Jogando... Limpo.
- Jogando? – Lhe disse enquanto suas mãos abriam a calça dele.
Sua verga grossa e zangada havia estado pulsando para sair de sua prisão desde que ele
havia entrado em casa. Suas carícias não tinham feito nada mais que excitá-lo até levá-lo a um
estado onde, até um simples roce como o qual ela tinha feito, acariciando-o suavemente em um
longo e lento movimento desde a cabeça até a raiz, tão somente com a gema do dedo, havia
conseguido tirá-lo completamente do controle.
Quando viu seus dedos tomar em suas mãos o seu membro, inalou buscando ar. Como
sempre quando estava por perto dela parecia que não havia suficiente ar por perto. As mãos de
Joy tomaram seu pênis entre seus dedos, como se fosse um enorme sanduíche a comer, faminta,
o levou a sua boca. Apenas entrava nela.
Quando Mike viu seus esforços por metê-lo inteiro dentro de sua boca, quando a viu
provar movendo a cabecinha de um lado e logo para o outro quase sem êxito, seu pênis se moveu
e uma pérola de sêmen na ponta manchou seu lábio superior. Sem ar, Mike respirou fascinado
pela pequena pérola branca justo sobre a comissura direita de sua boca e quando ela tirou a
língua para lambê-la não pode se conter.
- Oh Deus! – Disse quase sem voz, rouco e soltando o ar longamente contido.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Joy não se deu por vencida, abriu toda a boca e engoliu a ponta. Mike sentiu suas pernas
dobrar-se.
Joy jamais havia feito isso, assim deixou seus instintos a guiarem. Sentiu o enorme corpo
de Michael acomodar-se melhor, abriu um pouco mais as pernas e manteve-se firme. Havia
percebido com claridade quando suas pernas pareceram ceder. Eufórica por haver conseguido
meter toda aquela carne dentro de sua boca, bom, não toda, na verdade só a cabecinha. Tentou
chupá-la, mas era muito grande e ocupava todo o espaço possível dentro de sua boca, assim
compreendeu que não poderia e que se queria de verdade chupá-lo teria que procurar outro
meio. Então moveu sua cabeça até atrás e o movimento lhe permitiu usar sua língua e chupou
apertando sua verga entre seus lábios.
Foi uma experiência muito instrutiva, compreendeu que enquanto a sacava, mais forte
podia sugá-lo. O seguinte foi por em prática sua aprendizagem: o deixava entrar tudo o que podia
na sua pequena boca e logo movia sua cabeça para trás, arrastando seus lábios por ela enquanto o
chupava.
Deveria ser uma boa técnica a julgar pelos grunhidos de Mike e o leve tremor de seu corpo.
Isso a encorajou. De repente tirou completamente o pênis de sua boca, brilhava com sua saliva e
se via completamente ereto, podia ver as grossas veias desenhadas nele, vermelhas e grossas,
então uma imagem a fez sorrir e simplesmente a repetiu: pegou o longo pênis, o levantou com
suas mãos e começou a lambê-lo como se fosse um gostoso picolé. Longas lambidas que a
obrigaram a levantar o pescoço para alcançar a ponta, ali estava seu prêmio: Mike tinha começado
a deixar escapar pequenos fios de sêmen que ela tomava gulosa. Logo mudou: o lambia por inteiro
e quando chegava à ponta metia tudo o que podia dentro de sua boca para poder chupá-lo
enquanto Mike começava a mover os quadris procurando desafogar- se.
Quando tentou soltá-lo para começar uma nova ronda de lamber, chupar, lamber... Mike
se agachou e a pegou pelas axilas, a levantou sobre seu corpo, já coberto de um espesso pelo e
procurou seus olhos dourados.
- Não pode seguir brincando. - Disse em um tom escuro, rouco. Com ela em seus braços,
rodeando seu pescoço com seus bracinhos caminhou até seu quarto. Joy encostou a cabeça em
seu ombro sorrindo feliz. Sua língua saboreava o gosto de seu homem.
Mike entrou em seu quarto, fechou a porta com o pé e colocou sua carga dourada sobre a
cama, a deixou ai e começou a despir-se, olhando em seus olhos dourados. Não podia acreditar
que algo tão pequeno podia deixá-lo completamente irracional. E quando a viu fazer o mesmo que
ele, colocando suas mãos ao redor da borda o vestido e levantando-o até a cabeça, sua respiração

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
acelerou. O lobo dentro dele grunhiu. Joy tirou o vestido e o jogou no chão ao lado da cama. Ela o
havia feito devagar, esperando por ele. Mike tinha mais roupa para tirar e por isso foi tirando o
vestido lentamente, muito lentamente, esperando que Mike a alcançasse, assim ambos
terminaram juntos. Quando Mike confirmou que ela não levava nada por debaixo daquele vestido,
com a voz do lobo perguntou:
- Sem calcinha bebê? Isso também foi ideia de Thalie?
Sua gargalhada o surpreendeu. Parecia tão feliz, não era nem a sombra da diminuta mulher
que nem sequer conseguia olhá-lo nos olhos quando o conheceu.
- Sim. – Respondeu a ele.
- Espero que essa mulher saiba que te quero assim só para mim!
Outra gargalhada o fez rir. A ternura o inundou. Jogou a última peça de roupa do chão e a
atraiu para seus braços. Joy enredou seus braços em seu pescoço enquanto procurava sua boca.
Quando o longo beijo o deixou sem sanidade a deixou. Procurou seus olhos e lhe disse: -
Eu te amo Lara Joyce Collins.
Os olhos de Joy se encheram de lágrimas: - E eu a você Mike Gallahan.
Mike a apoiou na cama de onde a tinha levantado e a beijou e se empurrou com ela para
cima da cama. Quando estavam completamente encostados lhe pediu:
- Deixe-me te amar bebê, apoie-se em seus joelhos.
Joy obedeceu e se pôs de quatro sobre a cama. Mike a tomou pela cintura com suas duas
mãos e Joy compreendeu que eram as garras do lobo que a tomavam agora. Sentia-se molhada e
pronta para ele.
Mike olhou a pequena bunda da sua mulher, uma perfeita maça na frente dos seus olhos,
firme e dura, suave e aço e tão dourada como sua pele. Seu pênis se moveu enquanto o lobo
tomava o comando. Tinha estado ali o tempo todo, batendo a flor da pele enquanto via sua
mulher caminhar descalça até ele. Tinha estado agonizando quando sua pequena boquinha estava
se banqueteando com seu pênis. Tinha estado olhando seus olhos enquanto declarava seu amor.
Já não podia esperar mais. Seu duro pênis gotejava por ela, assim foi para ela. Apoiou sua vara no
centro dela e fechou seus olhos para introduzir-se até a raiz. A sentiu soprar. Sabia que era muito
grande para ela, mas seu sopro tinha sido como um gemido de prazer. Ficou quieto dentro dela e
soube que logo perderia o controle. Ela o apertava, queimando- o, estrangulando seu pau. Tão
quente e tão apertada... Quando a sentiu dilatar-se, inspirou com força e o cheiro de Joy o
inundou. Já não havia nada que pudesse impedir de se empurrar uma e outra vez com força
dentro dela. Podia sentir seus gemidos e a ouvia balbuciar:

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Si... Sim... Sim... Mi... ke... Mike!
Seus fortes movimentos derrubaram-na sobre a cama, se acomodou sobre ela
sustentando-a enquanto a elevava de novo e se empurrava nela. Um de seus braços a sustentava
pela cintura e o outro se apoiava sobre seu ombro.
Ali se apoiou Joy, uma de suas mãos rodeou seu braço e se prendeu nele. Quando Mike
sentiu que ela poderia se apoiar, seus empurrões iniciaram um ritmo mais e mais forte... Joy
deixou de respirar e balbuciar para começar a soluçar. Mike se surpreendeu pelas palavras que ela
cantarolava:
- Te... A... Mo... Te... A... Mo... – Não podia dizer nada mais, seu mundo havia se reduzido a
empurrar- se com força dentro dela. De repente sentiu a mudança em Joy, soube o exato
momento em que ela sentiu a energia do Nehann fazer a sua magia. Brotou do seu centro e se
estendeu por seu corpo até ele.
Joy podia sentir o Nehann percorrer todas as células do seu corpo e uni-la ao homem que
amava. Homem e lobo, somente um, dentro dela.
Enquanto Mike se empurrava dentro dela tudo ao seu redor começou a mover- se. A cama,
a cadeira, a pequena mesa que sustentava um abajur Thiffany. O abajur caiu e tudo que estava no
quarto começou a acompanhá-lo. Joy estava tão perdida em seu prazer que nem sequer dedicou
um segundo a pensar sobre o que estava acontecendo ao seu redor. Sua boceta o apertava com
força e Joy compreendeu que o pênis de Mike havia inchado de uma maneira quase impossível
dentro dela e quando em um brusco movimento Mike tocou em uma zona específica dentro dela,
ela gozou.
Mike respirava e grunhia, quando a sentiu apertá-lo sem piedade cravou seus dentes com
fúria em seu ombro, seu sangue inundou seus lábios, levantou sua cabeça e uivou. O som do seu
próprio uivo o surpreendeu enquanto gozava com força dentro dela. De repente sentiu que
morreria apertado em sua cavidade, ela estava o estrangulando. Enquanto procurava inspirar um
pouco de ar necessário para viver, percebeu duas coisas: não era ela que estava o apertando,
senão ele que tinha crescido ainda mais, até engatar-se nela e que tudo ao seu redor estava
caindo no chão, enquanto a cama se elevava e baixava no ritmo de seus empurrões em Joy.
Fechou os olhos, tentou seguir empurrando-se em Joy, mas estava engatado nela e a energia do
Nehann tornara-se mais forte que por um segundo ele pensou que os devoraria. Logo caiu de lado
levando consigo o pequeno corpo de Joy. O movimento o fez gozar. Foi como se um dique se
rompesse e seus quentes jorros inundaram Joy, uma e outra vez. Parecia que nunca deixaria de

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
ejacular enquanto seus corpos tremiam com violência em cada orgasmo compartilhado, uma e
outra vez.
Não percebeu o exato momento em que os múltiplos orgasmos cessaram. Ambos estavam
tão esgotados que adormeceram. Mike tinha abraçado Joy, colocando-a em um casulo cálido de
seu corpo. Ambos estavam com os corpos molhados, seus cabelos estavam úmidos, Joy sentiu um
fino fio de suor deslizar por entre seus seios. Podia sentir o sêmen de Mike descendo e molhando
suas pernas entrelaçadas. Seu último pensamento consciente foi:
“O Nehann.”

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você

Capítulo 09
Quando Joy acordou ainda estava presa a Mike. Ele parecia dormir placidamente. Podia
sentir seus suaves roncos em seu ouvido. Isso a fez sorrir. Nem sequer se moveu. A felicidade
sempre era tão breve. Joy fechou seus olhos e guardou na memória a sensação dos braços cálidos
de Mike sustentando-a apertada contra seu corpo. Seu cheiro, seu ronco suave, o suave
movimento de seu peito empurrando- se nas suas costas, seu pênis fortemente apertado dentro
dela. Queria prender o som, o calor, o cheiro, o tato, porque talvez estas recordações fôssemos as
únicas felizes que poderia evocar em sua vida.
Logo a colocariam na prisão e ela... As lágrimas afloraram em seus olhos e o leve
movimento de seu corpo despertou Mike.
Quase sem mover-se sua boca procurou o lóbulo da orelha de Joy e a apertou entre seus
lábios começando a chupá-lo com suavidade. Enquanto suas mãos se moviam para procurar e
apoiar seus seios, começando a amassa-los com a mesma suavidade com que chupava seu lóbulo.
Isso a fez sorrir. De repente abriu seus olhos e olhou ao quarto. Em frente a ela estava a mesinha
com o seu precioso presente: “O pequeno Príncipe”. Estava precariamente apoiado, na borda
exata da mesinha. Isso a surpreendeu e encheu sua mente de recordações.
- Mike... Nós fizemos isso? – Perguntou em sussurro.
- O que bebê? – Perguntou Mike sonolento, deixando seu lóbulo.
Joy estendeu seu braço e assinalou para fora da cama. – Isso?
Mike levantou sua cabeça e sorriu. Tinha sentido a energia do Nehann, seria difícil explicar
a Joy o que era ainda mais quando nem ele mesmo entendia direito o que era.
- Isso é o Nehann? – Perguntou Joy tentando dar- se a volta.
- O Nehann? Thalie lhe falou dele?
- Sim, mas ela não me disse que seria assim.
- Intenso?
- Lindo.
- Por Deus bebê, é a coisa mais linda, incrível e assombrosa.
- Por que diz isso?

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Por quê? Deveria estar aterrorizada. Sou...
- Um weremindful, eu sei. Um homem lobo. Um homem maravilhoso. Belisque-me!
- O que?
- Me belisque. Preciso saber que não estou sonhando.
- Bom, farei algo melhor! – Lhe disse procurando sua boca para beijá-la. Logo começou a
descer para seus peitos até chegar a um duro mamilo expectante. Quando o meteu na boca e o
chupou ruidosamente, sentiu Joy rir uma vez mais. Levantou os olhos e encontrou os dela. Logo
soltou seus mamilo e continuou descendo.
Imediatamente sentiu Joy tremer. O prazer começou a estender- se pelo seu corpo como
em ondas crescendo e crescendo... Mike percorria seu abdômen com completo abandono,
beijando, lambendo, acariciando- a com seu nariz, enquanto seu corpo se enchia de um grosso
pelo.
- Mi... Mike me mostre, por favor, me mostre o lobo.
- Por acaso quer brincar com ele de doutor? – Perguntou sorrindo brincalhão.
Joy voltou a soltar uma gargalhada, lembrando como a longa língua do lobo havia aliviado a
sua boceta. – Sim.
- Sabe... As visitas do doutor não são de graça bebê?
- Não?
- Não.
- E ele vai me cobrar? – Lhe perguntou em um tom de mal-estar que fez sorrir amplamente
Michael.
- Aham, estou certo disso.
- Mas não tenho dinheiro.
- Huuumm, sim, não vejo bolsos. – Disse olhando seu corpo nu debaixo dele. Os olhos de
Joy brilharam de felicidade. Se fosse por decisão de Michael jamais sairia dessa cama. Ela parecia
feliz, confiante e linda. – Ainda que os bons lobos trabalhem com as trocas tradicionais.
- De verdade? E o que posso dar-lhe em troca?
- Não sei... Mas talvez ele aceitasse a visita domiciliar se terminar o que começou na... Sala.
Joy o surpreendeu se levantando com força e o empurrando. - Mova-se! Ordenou séria o
empurrando para trás e caindo sobre ele.
Mike a deixou movê-lo sorrindo.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Joy primeiro subiu em seu amplo peito e buscou pelos seus olhos, logo desceu sua boca e
se fundiu nela em um longo beijo. Joy brincou com seus lábios inferiores enquanto o atraia para a
sua boca e o mordiscava.
- Acredita que o doutor vai gostar disso? – Disse ronronando e descendo até o peito,
chupando- o com força. O corpo de Mike ondeou, o lobo veio com força e depois retornou, se
atenuando suas características e depois voltava a aparecer sobre tudo quando ela fazia coisas que
o surpreendia como o que estava fazendo nesse momento. Depois de chupar seus mamilos
começou a descer pelo seu corpo. O duro pênis de Mike estava avermelhado, recostado sobre a
dobra de sua virilha; gordo e longo chegava quase até a sua cintura e já podia ver na sua cabeça
uma gota esbranquiçada de sêmen. Joy não o tocou com suas mãos, simplesmente tirou sua
língua e o percorreu da raiz até a gotinha que descansava na avermelhada glande. Ali o rodeou e o
chupou para logo concentrar na fina linha de sua glande, tentando conseguir mais. Ao senti-la
Mike saltou sobre a cama. Deus! Era incrível como alguém tão pequenina podia manejá-lo até
quase a loucura somente com sua língua rosada. Joy começou a jogar com seu sulco, movia sua
cabeça e chupava primeiro de um lado de sua linha e depois do outro lado, enquanto Mike
começava a respirar fatigosamente. Quando Joy ficou consciente de sua reação, soltou seu prêmio
e lhe disse sorrindo:
- Acredita que o doutor aceitará a troca?
Mike não respondeu logo, simplesmente desceu suas mãos e pegou a cabeça de Joy
baixando-a até seu pênis. – Estou seguro que aceitará.
Joy riu enquanto metia toda a cabeça da glande em sua boca e punha em prática seus
últimos conhecimentos.
Um prazer tão selvagem e furioso como correr por uma pradaria nu subiu por Mike. Sua
pequena coisinha estava o destruindo para sempre, jamais pensaria em outra mulher, estava
completamente perdido pela linda mulher que o estava levando à glória sem transbordos. Quando
gozou em sua boca, seus olhos eram pequenas fendas olhando sua mulher chupando-o até secá-
lo. Gemia e respirava com tanta dificuldade que podia ouvir as batidas do seu coração golpeando
com força em suas orelhas. Quando recobrou o ar perdido, Joy seguia brincando com seu pênis. O
havia tomado em suas mãos e o sustentava enquanto seguia amamentando a sua grande e rosada
glande.
Não soube em que segundo caiu adormecido, nu, com sua mulher entre suas pernas,
plenamente saciado.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você

Quando Mike apareceu na sala já eram quase dez horas da manhã. Havia despertado
sozinho e com um grande sorriso no rosto. Agora entendia porque Shaun sorria perdido, com
certeza estava relembrando seus momentos. Thalie havia decidido mudar os quadros das paredes
de lugar pelo que estava vendo.
- Redecorando? Bom dia Thalie.
- Redecorando? Ahh, não. - Thalie lançou uma sonora gargalhada. – Somente estou os
pondo no lugar, ao que parece ontem a noite houve... Um forte... Terremoto. Bom dia senhor
madrugador. Olhou o relógio sem dissimular. – Quase dez da manhã, o sol já está se pondo.
Mike enrubesceu. – Sim. Disse enquanto colocava suas mãos dentro dos bolsos do
impecável traje azul escuro que usava. – Parece que os terremotos estão... “aumentando” desde
que Joy chegou por aqui.
Desta vez foi Thalie quem soltou uma gargalhada e enrubesceu. Mike começou a girar
enquanto dizia:
- Joy está na cozinha?
- Não, saiu.
Isso o deteve em seco. E girou mais uma vez para olhá-la pendurando outro quadro. –
Saiu? Para onde?
- Me disse que... Não poderia lhe dizer, são coisas de garotas... Sinto muito.
- Thalie. – Disse Mike sério. – Joy não está segura lá fora. Foi testemunha de um crime.
A cara de Thalie empalideceu. “Santa mãe de Deus!”
- Oh meu Deus, a deixei sair sozinha, nem sequer me dei conta... Oh Mike e se algo
acontecer com ela...
- Onde ela foi? - Cortou Mike.
- Disse que iria procurar um presente para você.
- Onde?
- Não sei. - Thalie se sentou sustentando uma almofada sobre seus joelhos estava muito
pálida. – Oh, por Deus, se algo lhe acontece Mike...
“Onde iria? Não tinha dinheiro.” Se queria lhe comprar algo somente pediria a ... Mike
pegou o telefone e digitou um número.
- Márcia? É Michael...

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Meu anjo de guarda. Como está você garoto? E Joy?
- Não a viu?
Logo depois de um longo silêncio Márcia trocou o tom de sua voz por um de preocupação.
– Não a vi. Ligou-me essa manhã, a notei muito feliz e não me disse nada. O que está
acontecendo?
- Saiu sem dinheiro e não disse aonde ia.
- Mike não se preocupe. Joy nunca teve que dizer a ninguém aonde ia ou deixava de ir. Ela
voltará... Deixe-a fazer o que tem que fazer e ela voltará. Se me ligar ou vier aqui eu te ligo
imediatamente. Está bem?
- Sim, te agradecerei.
- E como anda seu assunto legal? Perguntou Márcia.
- Grenoble disse... O conhece?
- Robert, se o conheço, um homem excelente, se tivesse uns quarenta anos a menos ele
não me escaparia. Esse homem é muito solitário.
- Márcia, por Deus, não se cansa de dizer-me que eu sou o homem da sua vida. E quando
me dou conta paquera com qualquer um.
Márcia riu.
- Sou uma coquete sem remédio. Sim, conheço Grenoble, o que diz ele de Joy?
- Considera que tem algumas coisas que não estão bem e está se ocupando de descobrir.
- Me alegra muito isso, cuida bem da minha garota, Michael.
O farei e quando colocar minhas mãos em cima dela, aprenderá que já não pode sair sem
avisar aonde vai. Assegurar-me-ei que isso não voltará a acontecer. Disse isso mais para si mesmo
que para Márcia. – Obrigada Márcia!
- Mike... Se acontecer algo... Você me avisará verdade? A preocupação em sua voz foi um
claro indício que as brincadeiras não afastaram muito o medo por Joy.
- Eu prometo.
- Bem, estarei bem aqui...
Quando Márcia desligou, Mike golpeou o telefone contra a mesa, em um toque suave, mas
nervoso. Levantou a vista e encontrou os olhos azuis de Thalie. Thalie o olhou sem dizer nada, mas
mordeu seus lábios.
- Esperaremos! - Disse Mike.
Thalie somente confirmou com a cabeça. Logo se pôs de pé. Terminarei de... Limpar! –
Quando começou a mover-se girou para olhá-lo. – O que fará?

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Irei falar com Grenoble, nos reuniremos para falar com Burton. Qualquer coisa me chame
no celular.
- Eu farei isso sim e quando Joy chegar, aviso você imediatamente!
- Bem, não se preocupe Thalie, ela estará bem!
“Tem que estar!”.
Thalie não o contestou, simplesmente baixou seus olhos. Mike viu as lágrimas começarem
a encher seus olhos e saiu de casa. “Tem que estar bem, meu amor, porque quando voltar vou
deixar sua linda bundinha vermelha!”

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você

Capítulo 10
Joy havia olhado Mike dormir como um bebê. O havia feito por uma longa hora. Não podia
acreditar que esse lindo homem fosse seu. Homem ou lobo, isso nem lhe importava.
“Te amo, Mike Gallahan e te amarei para sempre.”.
Esse pensamento a fez sorrir. Nunca nos seus anos de vida havia pensado em encontrar o
amor, e menos ainda teve um pensamento tão ridiculamente sentimental. Bom, a frase podia ser
sentimental, mas não os seus sentimentos. Esses eram fortes. Moveu-se com muito cuidado para
não despertá-lo. Aproximou-se a borda da cama e se apoiou com delicadeza sobre seus pés, a
última vez tinha caído, assim que se pôs com muita precaução dessa vez. Suas pernas se sentiam
trêmulas, mas a sustentaram. Quando chegou ao banheiro se olhou no imenso espelho que
tomava toda uma parede. Sim, a mulher que a olhava de volta no espelho agora era a mesma
mulher desconhecida que tinha despertado nos braços de um príncipe somente há dois dias.
Porque Mike Gallahan era seu príncipe... E seu lobo... E seu homem... Logo recordou de seu
presente e o sorriso se fez mais amplo.
“Com o que poderia presenteá-lo? Com o que?”.
Não tinha nem um centavo. Lembrou-se de Joe. Ele lhe devia dinheiro. E se passasse pelo
bar para cobrar? Estava certa que com esse dinheiro poderia comprar um presente para Mike.
Com essa ideia saiu vestida do banheiro. Mike seguia dormindo quando se aproximou a
porta do quarto e a abriu, havia atirado de onde estava, um beijo a Mike e saiu suavemente.
Na cozinha Thalie levantava coisas do chão.
- O que aconteceu aqui? - Perguntou Joy olhando a desordem de algumas coisas no piso.
- Joy, bom dia... - Olhou ao seu redor e sorriu. – Suponho que tenha sido um terremoto. –
Acrescentou fazendo um beicinho.
- Terremoto? Você esta falando serio?
Thalie soltou uma gargalhada. Era uma mulher tão incrivelmente linda, com razão seu
marido lhe chamava de bonequinha.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Não. Não digo a sério. Acredito que foi o Nehann na realidade que se fez notar mais do
que nunca e... – De repente cheirou, levantou sua cabeça e moveu as abas do seu nariz se
aproximando mais.
- O que está fazendo? – Perguntou Joy tentando descobrir o que ela estava cheirando
também, tinha acabado de tomar banho.
- Cheira... Diferente.
- O xampu de Mike. – Disse sorrindo, gostava de saber que cheirava igual a Mike.
Nesse momento entrou Shaun com Will logo atrás dele.
- Por favor, Shaun, seremos invisíveis.
- Invisíveis? Já estou até vendo... Levantou seu nariz e olhou as duas mulheres juntas. – Oi
Joy. – Levantou seu nariz mais uma vez e a cheirou. – O que está usando?
- É o seu xampu. - Disse Thalie.
- Olá Shaun. - Disse timidamente Joy.
- Olá Joy, quer vir com a gente? Shaun vai nos levar para voar.
- Eu não disse que os levaria. – Cortou Shaun.
- Não? Oh, Shaun, por favor, nos disse que ia levar agente lá. - Disse Tommy entrando na
cozinha.
- Sim, na segunda- feira. E eu os levarei.
- Sim, mas se formos agora...
- Eu não irei levar vocês agora, perguntem a Blue.
- O que é que vão me perguntar? - Disse Blue vestido em calças jeans e camisa da Denim7.
Seus olhos se iluminaram ao ver as garotas. - Olá belezas. Onde querem que eu as leve?
- Elas, a lugar nenhum se quiser seguir voando ou vivendo... - Respondeu Shaun seco. –
Tommy e Will querem ir ao aeródromo.
Thalie olhou a Joy e lhe disse em voz muito baixa. – Não é um verdadeiro lindo cavernícola?
Joy sorriu vendo Shaun aproximar-se a Thalie e dar-lhe uma palmada. – Não, eu não sou.
Joy não se deixe influenciar por essa bonequinha. Às vezes ela é muito má.
- Vamos lá lobinho feroz, não exagere...
- E esse cheiro? - Perguntou Blue.
- O xampu de Joy. - Respondeu Shaun pegando uma coxa de galinha de cima da mesa. –
Bem cavalheiros... Aqueles que vão praticar voo com Blue subam na caminhonete.

7
Marca de jeans
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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Como um só homem, Tommy e Will varreram a mesa do café da manhã, limpando- a
completamente enquanto corriam atrás de Shaun até sua caminhonete.
Blue passou por Thalie, a beijou na bochecha e logo fez o mesmo com Joy. – Xampu. - Blue
a cheirou desavergonhadamente. – Ummm, não sei não. Adeus belezas, não me esqueçam.
Quando todos saíram Thalie olhou a Joy e simplesmente levantou seus ombros. – Homens!
- Disse. – Eles saem para voar e nós ficamos em casa!
- Tenho que sair, Thalie. Quero comprar um presente para Mike e deve ser muito especial.
- Precisa de algo?
- Me chama um táxi e me empres...
- Táxi? Sabe dirigir?
- Sim. – Confirmou Joy. – Mas...
- Excelente. - Respondeu Thalie tirando de um chaveiro pendurado na parede ao lado da
geladeira um divertido e chamativo chaveiro com uma única chave. – Leve meu carro.
- Obrigada.

Enquanto ia dirigindo se sentia feliz, a única coisa que lhe preocupava era o Spider. Mas
sabia que se alguém podia tirá-la desse problema esse era Mike. Sua confiança nele era absoluta.
Não podia deixar de pensar em todo que tinha acontecido. Ao menos algo maravilhoso, havia
saído desse pesadelo.
Quando chegou ao bar de Joe estacionou a duas quadras. Não havia espaço na frente e
nem nas proximidades do bar. Quando entrou, como sempre há essa hora, havia muita pouca luz e
alguns frequentadores habituais. Ao vê-la a saudaram efusivamente.
- Joy, garota, que bom te ver!
- Como está senhor Trends, como anda seu reumatismo?
Os três homens sentados no balcão a saudaram.
- Olá Spike, senhor Gray.
Os homens a beijaram na bochecha enquanto Joe atrás do balcão a olhava com um sorriso.
Joy observou os frequentadores novos sentados na ponta do salão, um deles se levantou e saiu,

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
ela se agachou e passou por debaixo do balcão e tomou o pano de prato que Joe tinha na mão e o
copo que ele tinha na outra e começou a limpá-lo.
- É um prazer te ver menina! Pensei que não te veria de novo.
- Vamos lá Joe, você sabe que não há tanto trabalho por ai.
- O que você está fazendo por aqui? – Lhe perguntou Joe.
- Eu... Somente vim te cobrar os dias que me deve. É possível?
- É claro que sim. Termina aqui para mim. Lhe disse e lhe mostrou uma bandeja de copos
sujos. E saiu até a parte traseira do bar.
Joy respirou aliviada.
Logo se pôs a limpar até que Joe voltou. Trazia em sua mão um pacote e o pôs em cima do
balcão do bar. Joy lhe sorriu e seguiu limpando até terminar. Como sempre Joe ajudou na tarefa.
- Está bem garota? Como vai você?
- Vou bem, Mike vai me tirar desse problema, estou certa disso.
- Mike? Olha só... Já o chamamos Mike? - Joe sorriu recordando ao elegante e altíssimo
homem.
- Ele me disse que tudo sairá bem.
- Eu espero Lara Joy.
Quando terminaram Joy secou as mãos e olhou ao pacote
- Obrigada Joe, muito obrigada! Pegou o pacote e o guardou no bolso da jaqueta que Thalie
lhe emprestou de um dos meninos. – Tenho que ir...
- Tenho que te lembrar de que se necessitar de me ligar?
- Obrigada Joe. - Lhe disse levantando-se sobre as pontas dos dedos dos pés para lhe dar
um beijo em sua bochecha. Os homens no balcão gritaram todos ao mesmo tempo.
- Eiiiiiii!
Joy riu e balançou a cabeça.
- Não se preocupe por mim Joe, tenho um bom... Advogado.
- Tem certeza que ele é bom?
- Tenho. – Disse, pensando no extraordinário homem que Michel Gallahan era. Em todo
sentido.
- Mas vale que seja mesmo pequena, obrigado por me ajudar.
- Obrigada a você Joe. – Logo virou e saiu do bar. Somente haviam ficado os clientes de
sempre. Enquanto se dirigia a saída já ia imaginando qual seria o melhor presente para dar a Mike.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Quando estirou a mão para introduzir a chave na porta do carro alguém tapou sua boca.
Tudo escureceu.
As chaves deslizaram para o cimento caindo com um som tilintando.
Ninguém na rua observou o que aconteceu.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você

Capítulo 11
Joy despertou.
Sua cabeça parecia pesar pelo menos uma tonelada e a luz machucava seus olhos. Mas se
obrigou a abri-los. Não podia mover-se, ou estava drogada ou... “Atada”. Sim, a haviam amarrado.
Suas pernas estavam livres, mas seus braços não. Uma grossa corda apertavam suas mãos. Onde
estava? A habitação parecia coberta por mantas de cama. “Janelas”. Com certeza havia janelas. O
quarto estava na penumbra, exceto uma pequena fresta de luz que passava por debaixo da porta.
Essa luz estava justo na borda da sua visão. Tentou levantar a cabeça ou talvez somente levantar
seus olhos, não sabia ao certo, tudo dava voltas e mais voltas ao seu redor, mas conseguiu ver
uma lamparina pendurada. A luz também tinha vida, se expandia e contraia sem alivio
machucando seus olhos. Tudo parecia mover-se se alargando e contraindo-se ao seu redor.
“Me drogaram...”, pensou. Tinha que se levantar, mas não se sentia com forças para se
mover nem um centímetro. Quando conseguiu enfocar algo se deu conta que estava encostada a
um lado de parede. Podia ver ondular a sua frente um par de sofás maltrapilhos e uma mesa
redonda. Não podia ver mais nada acima porque a posição no chão em que a haviam deixado só
permitia que ela visse as patas, pelo menos ela achava que o que estava vendo eram patas, tudo
parecia se mover. Fechou os olhos procurando um ponto de apoio e não o achou.
As vozes chegaram até ela. Não havia compreendido até esse momento que esse som que
ouvia era vozes. Fechou os olhos e procurou escutá-las, aos poucos foi compreendendo as
palavras:
- Robins foi claro, tem que jogá-la no lago.
- Demônios, poderíamos enterrá-la aqui nos fundos!
- Não. Disse para jogarmos no lago e assim faremos.
- O que poderá acontecer? Não tem ninguém, nem sequer uma família. Ninguém notará a
sua ausência.
- Cumpriremos a ordem Grinson, não quero problemas com Robins e não os terei por sua
culpa. O que te preocupa? Com a quantidade de drogas que lhe ministramos ela não acordará
dentro de dez dias.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
“Errou, imbecil, estou ouvindo e estou desperta. E tenho Mike, ele vai lhe comer por isso.”
Podia sentir como seu cérebro começava a despertar. O mundo já começava a deter seus
giros.

Grenoble e Michael deixaram o carro estacionado uma vez mais em frente ao portão,
tocaram a campainha da mansão de Cooper Burton e esperaram debaixo do comunicador. A
última vez não tinham tido o êxito esperado.
- Sim? – Disse uma voz feminina do lado de dentro.
- Bom dia, sou o inspetor Grenoble. Necessito falar com o senhor Burton.
Faltavam pelo menos duas horas para o início oficial da recepção das novas incorporações
ao governo, haviam esperado que ele ainda não houvesse saído.
- Bom dia inspetor Grenoble, o senhor Burton já saiu para a recepção ao prefeito que ele
está dando no edifício Browne.
- Oh, bem, muito obrigado.
Grenoble se virou e olhou a Gallahan que já estava se dirigindo ao carro.
- Amigo do prefeito, eh? – Disse Mike e ambos sorriram.
O edifício Browne era uma moderna construção, apenas haviam chegado quando duas
mulheres muito atraentes se aproximaram e os saudaram.
- Bem vindos, estão aqui a convite do prefeito?
- Não. – Disse Grenoble pegando e mostrando sua carteira de policial. – Mas procuramos
um dos convidados em sua festa.
As mulheres o olharam um pouco incômodas e uma delas lhes disse: - Por aqui, por favor.
– E os dirigiram ao elevador.
Uma vez que entraram apertou o andar vinte e sete. Quando as portas se abriram
Grenoble e Michael, se surpreenderam com a quantidade de gente presente. O lugar tinha a
melhor vista da cidade, com uma imensa parede de vidro, o que fazia desse salão um lugar muito
solicitado. Era um perfeito mirador, não era o mais alto da cidade, mas o suficiente como para que
permitisse ver o lago e os bosques circundantes. Havia tanta gente que nem parecia que estavam
no meio do dia. A música permitia que houvesse conversações, todos bebiam e comiam.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Quando o elevador fechou atrás deles Grenoble disse:
- Não sei se o encontraremos no meio de tanta gente.
- Olhemos desse lado. – Disse e Michael começou a circular.
Quando voltaram a se encontrar dez minutos depois nenhum dos dois tinha tido sorte.
Mike esticou o braço e pegou um copo dizendo saúde para Grenoble, este sorriu e seguiu
procurando com seu olhar.
De repente uma agitação lhe chamou a atenção.
Mike conseguiu ver um corpo cair, as amplas janelas do salão não ocultou a queda livre do
corpo.
- Temo que seja o nosso amigo Burton. – Disse Mike.
Grenoble já estava chamando pelo telefone. – Vamos!
E ambos se apressaram a descer.
Na calçada uma multidão já se aglomerava ao redor do corpo atravessado sobre um
automóvel estacionado no acostamento. Um policial de trânsito tentava afastar as pessoas, assim
que Grenoble e Michael abriram passo pelo meio da multidão. Roberto Grenoble mostrou sua
identificação e disse: - Abram caminho, é a polícia!
Grenoble subiu no carro e procurou a carteira, sem dúvida Aston Cooper Burton era o
corpo sem vida sobre o automóvel.
Olhou para Mike abaixo: - É Burton!

Alguém havia empurrado Burton do último andar do Browme.


- Já não ficam dúvidas, tudo isto tem haver com as drogas. – Disse Grenoble.
- Mas porque envolver Joy em tudo isso?
- Sigo acreditando que foi um acidente. Ela viu o assassino de Spader e isso a converteu
agora na única debilidade de um bom plano. Seria bom que você e ela saíssem da cidade por
algum tempo.
- Sim, o faremos. – Mike percebeu duas coisas ao mesmo tempo: a primeira era que Joy
andava sozinha pela cidade, só Deus sabe onde e se esses fatos estavam unidos de alguma
forma... E se alguém pensasse que entrar no rancho de Shaun não era tão difícil como se pensava.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Rapidamente percebeu que a única coisa segura era que o seu lobo não permitiria que tocassem
em sua mulher. E se aferrou a ideia de que ninguém entraria sem ser detectado no rancho de
Shaun. Era uma fortaleza. Necessitavam encontrar ao assassino, disso dependia a liberdade de Joy,
podiam estar felizes de como as coisas estavam acontecendo, mas a lei não deixaria Joy livre
somente porque Grenoble acreditava nela. Necessitava achar esse maldito assassino, o rosto do
homem já estava nos meios certos e colocaram uma recompensa, era somente questão de tempo,
precisavam apenas se sentar e esperar.
Quando chegou de volta ao rancho de Shaun esperava ver Joy. Estava desesperado para
vê-la. A preocupação não lhe abandonou nem um segundo, somente sabendo que ela estava
segura poderia respirar de novo. Havia estacionado na enorme garagem e ouviu atrás de si uma
caminhonete. Desceram Thalie, Will e Tommy. Os garotos, como sempre, desceram e o abraçaram
para saudá-lo e subiram correndo.
Thalie desceu com uma bolsa em sua mão e vários pacotes no outro braço.
- Me ajuda? Pediu ao Mike.
Comprou metade de uma loja como vejo. Lhe disse esticando o braço para poder ajudá-la.
Thalie lhe passou feliz os pacotes.
- Não são para mim.
- Não?
- Não. Os comprei para Joy.
Mike se deteve no ato. – Para Joy?
- Sim, esta manhã tive que lhe emprestar uma jaqueta dos garotos, então decidi que seria
bom ela ter alguma coisa de seu tamanho.
- Não lhe acompanhou? – As campainhas de alarme retiniram na cabeça de Mike. – Não
voltou desde que saiu? Onde está Joy?
- Não sei, me disse que iria somente comprar um presente para você, mas já deveria ter
chegado. – Com os pacotes na sala de entrada de Thalie simplesmente começou a gritar. – Joy? Já
chegou?
Mike não disse uma palavra. Quando o silêncio lhe respondeu olhou a Thalie e lhe disse: -
Verifique se estacionou seu carro, vou olhar no quarto.
Thalie deixou os pacotes nos cômodos sofás da sala e saiu apressadamente.
Quando voltou Mike estava voltando para a sala com o telefone nas mãos.
- Márcia, oi, Joy ligou em algum momento hoje?
A resposta não o agradou. – Obrigado, ligo assim que souber de algo. – Disse e desligou.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Onde poderia ter ido? – Perguntou Thalie. – Disse que iria apenas comprar um presente
para você.
- Um presente? Lhe emprestou dinheiro? – Perguntou de improviso Mike.
- Não. Não falamos sobre dinheiro, pensei que você tivesse se ocupado disso.
- Não, não o fiz. – “Onde ela poderia conseguir dinheiro.” Não tinha ninguém, ninguém mais
que seu chefe. Joe.
- Irei até o bar do Joe, pode ser que tenha passado por lá.
Nem sequer esperou uma resposta de Thalie e saiu. Apenas subiu no carro e arrancou,
marcou o número de Shaun.
O telefone demorou uns segundos em responder.
- Shaun, é Mike, acredito que Joy esteja desaparecida.
- O que?! Tem certeza?
- Não, mas não está no rancho e disse a Thalie que sairia para comprar um presente esta
manhã e desde então já se passaram mais de dez horas.
- Bom... Isso não significa nada, pode ser que...
- Alguém matou Burton faz umas três horas. – Cortou Mike.
O silêncio se estendeu por um longo minuto. – Isso muda as coisas. O que quer que eu
faça?
- Chama Grenoble e dê-lhe os dados do carro de Thalie. Se o achamos é possível que a
encontremos.
- O farei e você o que vai fazer?
- Agora? Estou seguindo para o bar do Joe, talvez ele a tenha visto, disse que compraria um
presente e para tanto precisaria de dinheiro... Talvez tenha ido lá para receber seu pagamento.
Não sei. Que demônios!
Shaun ouviu um golpe, com certeza Mike acabará de bater no volante do carro. Shaun
desligou para ligar a Grenoble.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você

Capítulo 12
Quando Mike entrou no bar de Joe, o homem estava secando os copos e olhando uma tela
de televisão atrás dele. Um jogo de futebol americano...
- Joe. - Disse Mike assustando-o. – Boa noite. Estou procurando a Joy, você a viu hoje? –
Na realidade podia sentir a essência de Joy, o cheiro e algo mais, algo que não compreendeu.
“Pode ser o fumo e o álcool que havia no local”, pensou.
Joe se deu a volta. – Ah, sim. Como vai?
- Bem, estou apenas procurando Joy.
Joe olhou de cima abaixo esse homem. Vestia um impecável traje em cor negra com uma
camisa rosa e gravata combinando. Nunca tinha visto ninguém tão bem vestido assim.
- Olha só é raro ver um homem tão bem vestido por aqui...
- Onde está a Joy?- Perguntou Mike. Não tinha tempo para conversas amigáveis.
- Joy? Esteve aqui pela manhã. Veio me cobrar o que devia, mas já se foi.
- Disse aonde ia?
- Não. Saiu muito rápido. Parecia muito contente.
“Sim”, pensou Mike, “ela estava”. – Obrigado, se a ver ou souber algo dela pode me ligar?
O comentário alarmou ao homem. – Aconteceu alguma coisa com a garota?
“Não, não pode lhe acontecer nada.”
– Não. - Respondeu entregando um cartão.
Joe olhou ao cartão e depois olhou ao homem.
– Eu... Gosto muito da garota, me dirá se... Ela precisar de alguma coisa, não?
- Sim, é claro que direi. Obrigado.
Mike saiu do bar, levantou sua cabeça e deixou os sentidos do lobo o ajudarem, ainda
podia sentir a essência de Joy e isso poderia levá-lo a ela. Fechou os olhos e puxou com força o
cheiro dela. Os abriu e começou a caminhar perseguindo- o.
Dois quarteirões mais abaixo encontrou o carro de Thalie e o terror se apoderou dele.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Aproximou- se do carro e estava fechado com chave. Abaixou-se na parte de trás e tirou
uma chave de reposição. Shaun sempre mantinha uma e ali estava. Abriu o carro e se sentou
sentindo o cheiro de Joy e de Thalie.
Nem sequer pensou, o carro era pequeno, mas tinha espaço suficiente para tirar sua roupa.
O lugar era bem ermo e estava escurecendo, olhou se vinha alguém e procurou dentro de si
mesmo o seu lobo.

“Inspirar, respirar, flutuar, deixar o corpo leve, não pesa... não tem pés... não tem pernas...
não tem mãos... flutua... seu corpo não pesa... flutua no ar... somente ar... é um lobo... somente
lobo.”

Quando o lobo negro surgiu, empurrou a porta com o focinho e saiu. Se iria procurar pela
Joy, seria melhor ir como lobo. Assim, começou a seguir o rastro, era débil, mas ele estava ali. O
homem agradecia aos céus que o tempo estava bom, sem vento e sem chuva, isso o ajudaria a
encontrá-la.
Seguindo o rastro, movendo-se nas sombras, o cérebro do homem dentro do lobo ia
rezando. “Que esteja bem, que nada tenha lhe acontecido. Que esteja bem!”.

Joy podia sentir como lentamente as nuvens em seu cérebro iam de dissipando. Sabia que
seja lá o que tivessem lhe injetado estava sendo absorvido pelo seu organismo. Podia ouvi-los
falando e estavam tratando de armar o quebra-cabeça no qual a haviam colocado. Havia escutado
que um tal de Robins havia insistido em que a jogassem no lago. Não conhecia ninguém com esse
nome, mas pelo que podia entender devia ser um dos homens responsáveis pela morte daquele
homem do carro.
Esses dois não pareciam muito inteligentes, mas sim obedientes. Parecia estranho que
pudesse enxergar no escuro, mas Thalie havia lhe dito que seria assim, seu corpo mudaria, bom, já
estava pronta para ser a mulher maravilha. Podia ver no escuro, quando contasse a Mike ele se
surpreenderia. “Mike”. Por Deus, estava demorando muito. Sentia seus membros intumescidos,
não podia se mover e nem movê-los, havia tentado dar-se a volta e somente havia conseguido

Grupo Romances e Cia. Página | 80


Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
ficar olhando para cima. Seguia com os olhos fechados escutando os dois malditos que a haviam
trazido até aqui para jogar cartas e esperar anoitecer. O plano era simples, a meia noite a jogariam
no lago e adeus problema para Robins, quem quer que fosse.
Se Mike não se apressasse não a acharia. “Acharia? Mas como?”. Por Deus, estava ficando
louca, era impossível que Mike a achasse, nem sequer lhe tinha deixado uma nota de onde iria. O
mais provável é que estivesse desesperado esperando-a na casa de Thalie. “Oh Santo Deus! Não
estava preparada para perdê-lo.”. Não, não estava preparada para tocar o céu com as mãos e
perdê-lo assim. Não era justo. Nunca tinha tido nada seu, nunca. E agora que havia conseguido,
que por fim o havia encontrado, o perderia. Já devia imaginar que assim seria... Era muito boa
sorte a sua. Não era ninguém, Mike necessitava uma mulher como ele, elegante, brilhante, “por
Deus”, ela nem sequer sabia ler. “Mike, oh Mike, procure-me ou morrerei”. – Seus olhos se
encheram de grossas lágrimas. – “Morrerei! Nunca saberá de mim, nunca saberá o quanto o amo.
O quanto representa para mim.”.
Um forte ruído e algo caindo a tirou de seus pensamentos tempestuosos.
- Maldito trapaceiro Isso não estava aí.
- Trapaceiro? Estúpido, isso é saber jogar!
- Jogar? Não volto a jogar com você Zack, nunca mais. Agora vamos.
- Vamos aonde?
- Tiremos essa mulher de cima. Já não suporto mais esperar.
“Deus meu, morrerei.” A imagem de Mike dormindo em sua cama a cobriu. “Nunca lhe
disse adeus, nunca... Deus, não pode ser. Não, não é justo. Não posso me dar por vencida, devo
esperar, devo lutar se quero ficar com Mike, não posso me esconder como sempre tenho feito,
abaixar a cabeça e esperar que os golpes parem. Eu o amo e ele me ama, isso é suficiente para
lutar. Posso ver no escuro, verdade? Bem, eles não...”
- Levante-a. - Disse uma voz meio embriagada ao seu lado.
E duas mãos a levantaram por debaixo de seus braços, enquanto outras duas a pegaram
pelas pernas.
- Não pesa nada. Disse a outra voz.
De repente se sentiu içada em cima do ombro de alguém. Quando a moveram algo golpeou
sua cabeça, o golpe a deixou tonta. Logo percebeu que a colocavam dentro de um carro.
“Vamos Joy, pense em um plano. Oh, por Deus, pensa! O que havia dito Thalie? Será mais
forte, mais sensível, mais veloz, ouvirá melhor, verá escuro como se fosse dia. Santo Deus, Thalie
não esteja equivocada, não esteja, minha vida depende disso.”

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
A viagem não foi longa ou isso pareceu. Logo alguém a tirou, a subiu como uma bolsa de
batatas e caminhou com ela. Seu estômago estava um nó. Se a jogavam na água teria de segurar a
respiração antes de alcançar a superfície. Tentaria se desatar e subir. “Não. Tinha que subir.
Tinha!”
Logo sentiu que a jogavam, procurou encher os pulmões de ar. Amarrada como estava seu
corpo começou a descer. Tentou se soltar se moveu querendo desatar os nós, mexendo-se de um
lado para o outro, tirando, retorcendo-se, como se estivesse as friccionando. “Por Mike”, se dizia
“Por Mike”, sem atrever-se a pensar que não conseguiria ou se afogaria.
“Por Mike”.
Logo sentiu como seus pés se pousaram sobre o barro do fundo, pode sentir como seu
peso a afundava levemente, apesar de ser muito leve compreendeu que na verdade seus pés
estavam de qualquer forma afundando e que seus pulmões estavam a ponto de explodir.
Empurrou com força as suas correias a as sentiu afrouxar, a surpresa encheu seu nariz de água,
sabia que ainda teria que subir, negando-se a deixar que o terror de morrer afogada a
atrapalhasse; deslizou suas mãos e percebeu que junto com as cordas estava tirando também um
pouco da pele dos seus pulsos. Quando conseguiu liberar uma mão, simplesmente abriu os olhos e
começou a dar braçadas para poder subir, tirar seus pés do fundo do barro levou alguns segundos,
tão longo que pensou que já não conseguiria... “sim, sim, sim, sobe, sobe, sobe” se dizia enquanto
se empurrava para cima.

O lobo viu a casa, sabia que Joy tinha estado ali.


O lobo procurou o homem dentro dele e o deixou sair. Sua mente simplesmente desenhou
seu corpo e em um leve ondear da matéria ele apareceu. Abriu a porta e caminhou nu. O cheiro de
Joy era forte. E isso o tranquilizou. Duas vezes pensou que a perderia, mas mesmo débil ela esteve
ali, havia conseguido segui-los até essa casa nos arredores de Chicago.
Quando se deu conta de que já não estava ai chamou ao seu lobo de volta e saiu atrás de
seu perfume.
Uns cinco quilômetros mais a frente pode ver os faróis de um carro saindo do lago e
passando ao seu lado. Supôs que nesse carro ia Joy, assim o seguiu de volta a casa. Porque a

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
levariam de volta? A dúvida o deteve por um momento, mas logo seu lobo voltou a seguir atrás do
carro. Quando chegou, sua longa língua estava para fora, viu descer dois homens e o terror o
golpeou quando percebeu que Joy não estava no carro.
Avançou com sua boca aberta, seu lombo eriçado o havia convertido em um lobo
impressionantemente grande. Seu grunhido atraiu a atenção dos homens e os fez girar
violentamente surpreendidos procurando- o.
O lobo avançou até eles e os homens retrocederam assustados. Logo já não havia ali um
lobo, mas sim um homem, um homem altíssimo e nu, que os olhava com os olhos injetados de
sangue. Ambos encostaram-se à parede em seu desespero de se afastar. O homem avançou até
eles. Um deles escapou na escuridão que rodeava a velha casa, Mike ouvia não só seus passos
iniciando uma carreira enlouquecida senão também seu coração de homem bombeando com
força devido ao medo. O outro homem tentou correr, mas Mike o pegou pelo braço com a mão
enquanto colocava a outra por debaixo de seu pescoço. Aproximou- se do homem e desenhou em
sua mente seu rosto se alongando com o focinho de um lobo, cheia de dentes afiados. A
transformação cobriu seu rosto de um espesso pêlo e se afinou para frente de uma maneira
grotesca mostrando uma feroz mandíbula. Seus dentes e sua longa língua grunhiram contra o
homem arrojando seu fôlego sobre ele. Mike pode sentir como o homem se urinava. Mike, sem
compaixão, cravou seus dentes em seu ombro e arrancou um pedaço de carne, com uma tira de
sua camisa que deixou um buraco em seu lado.
Logo fez ressurgir o homem e lhe perguntou:
- Onde está a mulher?
- O que?!
O lobo surgiu de novo e mordeu exatamente no mesmo lugar, esburacando um pouco mais
a carne. O sangue banhou seu focinho e manchou seu peito, o terror do homem se via em seus
olhos.
- Onde? – Perguntou de novo Mike.
- No lago! – Gritou. – Está no lago. A atiramos no lago.
Mike cravou seus dentes com força arrancando pelo meio o pescoço do homem e logo
soltou, deixou cair ao chão o corpo banhado em sangue e girou. Na primeira arrancada se
estendeu em um enorme salto convertendo- se em lobo sem sequer apoiar os pés sobre a terra.
“No lago... Oh Deus! Somente espero que possa chegar a tempo.”

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você

Capítulo 13
O lobo parecia voar, seu coração havia deixado de bater. Quando estava chegando ao lago,
no lugar de onde havia visto o carro partir, viu uma figura negra emergir da água.
“Joy”.
Joy estava saindo quase sem forças, havia lutado muito para emergir e o havia conseguido.
Lentamente arrastava suas cansadas pernas no escasso meio metro que a separa da margem do
lago. Via na profunda noite como se fosse pleno dia. O primeiro que notou foi o pesado e enorme
animal que vinha na direção dela. E sorriu.
“Mike”.
Sorriu. Esgotada, suja, coberta de barro. Sorriu ao lobo.
Ambos se olharam.
O lobo deu lugar ao homem, se aproximou dela. Se agachou e a levantou em seu braços
até sua boca.
Joy fechou seus olhos e se pendurou no pescoço dele. Quando Mike a soltou de seu beijo
procurou seus dourados olhos, enquanto uma de suas mãos tiravam os ramos sujos que cobriam
seu cabelo embaraçado e cheio de barro que pingava água.
- O fiz. – Disse Joy começando a tremer. – O fiz Mike, me soltei e sai.
- Sim meu amor, meu pequeno bebê, o fez... Deus! Se tivesse te perdi...
Joy o interrompeu para beijá-lo de novo. Apesar do barro, da águia fria, dos seus corpos
congelados, o calor de seus sentimentos aquecia suas almas.
- Sabia que viria por mim, eu sabia. Por isso lutei. Você merece uma lutadora, não uma
mulherzinha medrosa. – Joy tremia com força.
- Vamos, temos que voltar para casa. – Lhe disse Mike. Se moveu e passou os braços
embaixo de suas pernas e a levantou para logo começar a caminhar os cinco quilômetros que os
separavam da casa dos sequestradores.
Os dentes de Joy tilintavam.
- Mike...
- Sim meu amor...?

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Te amo.
- E eu a ti bebê. Nunca duvide disso. É a minha companheira.
- Sim, sou sua companheira. Eu sou.
O resto do caminho foi feito em silêncio. Quando chegaram à casa, Mike a pôs de pé junto
ao carro dos sequestradores.
- Espera aqui. Vou procurar um telefone ou a chave do carro. – Lhe disse.
Joy abraçou a si mesmo congelada até os ossos e esperou quieta.
Quando Mike regressou trazia um chaveiro na mão. Foi quando percebeu que o que
manchava o peito dele era sangue.
- Você está bem?
- Sim, bebê estou bem. Vem. – Voltou a levantá-la e a colocou no carro. Quando subiu, Joy
se aproximou a seu corpo e Mike a colocou em seu colo, com ela apertada com força em seu peito
pôs em marcha o carro e se dirigiu até onde tinha deixado sua roupa.

Mike a havia levado até onde tinham deixado o carro de Thalie.


- Vamos lá bebê, já falta pouco! – Lhe disse e a deslizou no assento do acompanhante para
dar a volta e abrir a porta para tirá-la. A colocou no carro do Thalie e a sentou. Joy o olhou
procurar a elegante calça de seu traje e vesti-la. Nem sequer se calçou, deu a volta e setou ao
volante.
Joy seguia tremendo. Assim que se aproximou ao seu corpo procurando seu calor.
Mike ainda sentia a adrenalina correr por seu corpo. A angustia vivida nesses cinco
quilômetros até o lago pensando que Joy não estava viva o havia deixado na borda de um colapso.
Logo percebeu que estava apertando ao volante e o afrouxou.
- Mike...
- Diga- me, se sente bem?
- Sim, só estou com frio. Mas esses homens...
- O que têm eles?
- Disseram que Robins ordenou me atirar ao lago.
- Robins? Tem certeza?

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Sim, tenho. Disseram isso várias vezes.
“Robins, Hegan, Okeefe e Hawking”, os policiais que revistaram a casa de Joy.
Joy se moveu até seu corpo e lhe disse:
- Me abrace. – Lhe pediu.
Mike controlou o carro com sua mão esquerda e levantou a direita para que ela pudesse
subiu em seu colo.
- Tem muito frio?
- Sim. – Os dentes de Joy estavam batendo.
Mike cobriu seu corpo de um espesso pelo e sorriu ao senti-la suspirar. Seu sorriso se
ampliou quando Joy se encaixou no oco do seu pescoço, metendo os dedos de suas mãos embaixo
do espesso pelo do seu corpo.
Joy deixou escapar um som de borbulhante regozijo.
Imediatamente o corpo de Mike começou a se excitar.

Mike estava chegando a casa e Shaun, Blue, Thalie e os meninos já estavam na porta. Mike
estacionou e Thalie se aproximou a janela do carro, abriu a porta e esticou a mão para tocar Joy,
enquanto via Mike descer descalço e rodear o carro. Joy estendeu sua mão e tocou a de Thalie.
- Está bem?
- Sim. - Disse Joy.
Quando Mike apareceu Thalie se colocou de lado e ele levantou Joy em seus braços.
Shaun e Blue os olharam em silêncio.
- O que aconteceu? - Um curioso Tommy perguntou a Joy.
- Dois homens me sequestraram e me jogaram ao lago, mas eu consegui escapar. – Disse
Joy.
Shaun procurou os olhos de Mike. – Dois? O que aconteceu com eles? Perguntou.
- Um escapou. – Respondeu Mike.
Nem Shaun, nem Blue duvidaram do que havia acontecido, se um deles escapou, o outro
estava morto.
- Preparei um banho. – Disse Thalie e ingressou correndo na casa.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Mike olhou aos homens e fez um sinal imperceptível. “Mais tarde”. Necessitava banhar sua
mulher e sentir que não era um sonho, que ela estava ao seu lado.
Passou por entre os garotos curiosos e se dirigiu para dentro de casa justo atrás de Thalie
para o banheiro. Quando chegou ali, ela havia separado uma bata e aberto a jacuzzi. Ao vê-los
entrar, sorriu a ambos e saiu fechando a porta atrás de si.
Mike apoiou Joy sobre a tampa do vaso sanitário e começou a despi-la. Seus lábios estavam
cinzas de frio. Mike lhe tirou a camisa que estava vestindo, quando passou por seus punhos viu os
machucados das cordas, sua carne havia se rasgado. Olhou seus olhos e continuou, desprendeu
seu sutiã. Seus peitos mostravam seus mamilos duros como pedras. Começou a tirar suas calças.
Vagarosamente Joy levantou uma perna e logo a outra, Mike desceu as calças e a calcinha de uma
vez só.
Joy tinha frio, mas não era isso que ocupava sua mente agora. Sua euforia por ter
conseguido desatar-se e não ter cedido ao pânico, por empenhar-se para se manter viva e
consegui-lo. Ver seu homem parado a olhando, esperando por ela, tendo ido a procura dela, lhe
havia dado absoluta certeza de que Mike a amava. E ela o amava também.
- Venha aqui! Disse tomando-a por suas axilas e colocando-a na jacuzzi quase cheia.
Quando a pôs de pé na água a soltou, Joy se deixou cair com um gemido de prazer até que a água
chegou a seu pescoço. Fechou os olhos para abri-los em seguida ao sentir Mike ao seu lado. A
jacuzzi era grande o suficiente para receber pelo menos umas cinco pessoas, a água subiu um
pouco quando Mike procurou sentar-se de frente para Joy, quando o fez a colocou em seu colo.
Mike começou lavando seu rosto, enquanto Joy deixava pequenos beijos sobre suas mãos,
logo passou a lavar a sua cabeleira. Colocou um pouco de xampu e esfregou seu couro cabeludo.
Joy fechou os olhos e se apoio confiadamente em Mike enquanto a lavava, suas orelhas seu
pescoço, massageou seus ombros, logo desceu por seus braços até seus pulsos feridos, os lavou
com infinito cuidado. Joy sorriu com doçura, deixando- o fazer do jeito que queria. Quando viu que
já não ficava nenhum resquício de suas feridas sem tocar se soltou e subiu sobre ele.
- Faça amor comigo Mike. - Pediu enquanto se levantava sobre seu colo e abria suas
pernas.
Quando sua boceta esteve sobre seu pênis se mexeu suavemente sobre ele.
Primeiro Mike sorriu e logo seu sorriso desapareceu de sua cara. Levantou-a colocando
suas mãos em seus lados levantando-a para encaixar em seu pênis duro e ereto. Joy desceu uma
de suas mãos e tomou sua vara entre elas e logo começou a descer. Seus olhos não se separaram
nem um segundo. Joy se parou sobre sua cabeça e pediu:

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Desça-me. - Sua voz era um rouca e sedutora som de pura luxuria.
A cabeça de seu pênis era enorme, uma grossa seta que quase não entrava. Joy apoiou
seus pés sobre o fundo da jacuzzi e se empurrou para baixo novamente sobre ela. Quando sentiu
que entrava sorriu.
Mike lhe respondeu com um sorriso igual.
- Vamos bebê, ainda ficou muito para entrar.
O corpo de Mike tinha dado lugar ao grosso pelo do lobo. Joy pôs suas mãos sobre os
amplos ombros e se deixou descer. Ela subia e descia suavemente. Joy podia ver em seu pescoço
as veias marcadas com o esforço que fazia para poder deixá-la tomar seu tempo, para poder o
deixar ingressar em sua estreita boceta, suavemente. Seus dedos deixaram aflorar suas unhas e
sua boca desceu buscando um de seus mamilos.
Mike apenas deixou escapar um som contido. A necessidade de colocá-la de quatro, de
montá-la como lobo era tão intensa que se não houvesse aberto os olhos para olhá-la o teria feito.
O rosto de Joy era de embevecimento puro. E Mike morreria antes de tirar essa expressão
de seu rosto. Joy escondeu o seu rosto no seu pescoço dele, embaixo da espessa barba e Mike
começou a sentir a magia.
- Mike! – Disse já soluçando Joy.
- Sim, sim, estou sentindo, o sinto!
Começou ali, onde a intensa fricção os estava deixando loucos, e se estendeu por seu corpo
percorrendo sua espinha. Imediatamente tudo começou a cair no banheiro enquanto Joy deixava
escapar pequenos gritos enquanto repetia seu nome.
- Mike... Mi... ke... Mike!
O Nehan explodiu nos dois, dando-lhes um orgasmo que pareceu estender- se e estender-
se enquanto o duro pênis de Mike se engatava em Joy, crescendo e crescendo...
As sensações provocaram o início de uma série violenta de orgasmos múltiplos que se
repetiam uma e outra vez por seu corpo, enquanto Mike derramava jorros e mais jorros de sua
potente semente que parecia não acabar. Parecia que nunca iria parar de ejacular enquanto seu
pênis estirava as paredes apertadas da boceta de Joy.
Joy gemia com a cabeça apoiada no oco do ombro de Mike, enquanto seu homem
procurava por ar suficiente para respirar. Os orgasmos pareciam aumentar de intensidade.
Abraçados e esgotados, esperaram que seu pênis se afrouxasse em Joy. Ela tinha apoiado
sua cabeça em seu ombro e olhava a quantidade de água que tinha caído da jacuzzi. E sorriu.
Mike percebeu seu sorriso.

Grupo Romances e Cia. Página | 88


Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- O que foi? – Lhe perguntou.
- Temo que estejamos sobre uma zona sísmica.
Mike riu.
- Sim, meu lindo bebê, acredito que você e eu estamos destinados a viver para sempre em
uma zona sísmica e que.. Nossos amigos... Nos aguarde.
- “Nossos amigos”, é tão bom ouvir isso, nunca fiz parte de nada. É maravilhoso e tudo isso
devo a você. Nunca deixarei te agradecer por isso.
Mike levantou seu rosto.
– Me agradecer? Eu sou o agradecido. - Disse retirando o cabelo úmido de seu rosto. –
Poderia ter passado toda a minha vida na solidão senão houvesse encontrado você. Sabia que os
lobos só tem uma companheira para toda a vida?
- E eu sou a sua.
- É sim, você é.
- Não quero me mexer. – Lhe disse se aninhando mais contra seu corpo. Ainda podia sentir
os pequenos tremores dos orgasmos compartilhados percorrendo- a.
- Nem eu, mas...
- Eu sei, devem estar nos esperando...
- Vejamos se eu já me desengatei. - Disse Mike e a levantou levemente. Debaixo d’água seu
pênis se deslizou de sua boceta suavemente.
- Não...! - Se queixou.
- Falaremos com eles e depois retornaremos de onde paramos.
- Me promete principezinho?
- É claro, sou responsável por aquele que domestiquei. - Mike deslizou por trás de Joy e
tentou se colocar de pé. – Me deixou esgotado meu amor. Disse tentando sustentar-se e manter-
se de pé. Quando sentiu que conseguia controlar suas pernas, saiu da jacuzzi.
Joy o olhou. Nunca tinha tomado um momento para olhá-lo. Ficou impressionado com o
tamanho do seu pênis, balançando entre suas pernas. O havia tido dentro de sua boca, tinha
jogado com ele e nunca tinha parado para analisar o quão largo e grosso ele era. Estirou sua mão e
o tomou entre elas. Mike que estava se secando a olhou.
- Não joga limpo Joy.
Ela simplesmente deslizou sua mão apertada por toda a longitude dele, fez água na boca e
quando se aproximou para metê-lo... Mike agarrou sua mão, retrocedeu e a levantou até tirá-la da
jacuzzi.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Joy se deixou tirar da jacuzzi, quando a pôs de pé suas pernas cederam e se Mike não
estivesse a sustentando teria caído de joelhos. Olhou para Mike e disse:
- Me sinto deliciosamente débil.
Mike sorriu para ela e começou a secá-la.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você

Capítulo 14
Estavam reunidos na sala, os meninos tinham ido para a sua aula de voo com Dereck e logo
voltariam. Shaun tinha Thalie em seu colo sentados no sofá duplo e enfrente a eles sentado em
uma poltrona estava Mike vestido em um suéter azul, calças negras e descalço, seu cabelo estava
molhado, assim como o de Joy. Ela também estava sentada no colo de seu homem, ela estava
perdidamente aninhada em seu peito vestida em uma felpuda blusa de Mike. Ele não a havia
deixado vestir-se, a havia secado e vestido com a ampla blusa e sem lhe dizer uma única palavra
desceu para a sala. Ali estavam seus amigos, junto com Blue.
A expressão de horror de Thalie contrastava notavelmente com o rosto risonho de Joy, ela
se sentia extremamente feliz de ter conseguido liberar- se.
- Acreditei que morreria, mas... - Olhou Mike.
- Está aqui. - Disse Mike, apertando- a com força contra seu peito.
- Sim, com você.
- Bem, pombinhos... Ao que parece voltamos ao ponto importante da nossa conversa. O
que faremos agora? - Perguntou Blue impaciente.
- Esperaremos o que Grenoble descobre sobre Robins... - Acrescentou Shaun.
Joy estremeceu ao ouvir esse nome, esse homem havia decidido que ela deveria morrer.
- Segundo ele, é somente um sicário8, o está vigiando e aposta que logo, logo nos levará ao
novo ás das drogas. Posso jurar que tudo o que lhe aconteceu é obra dele. Disse Shaun. – Mas de
qualquer forma, Garreth lhe fará uma visita.
Os homens presentes sorriram. Ninguém conseguia resistir a Garreth, bastava ele enfocar-
se sobre a pessoa e lhe diria tudo o que queria saber.
- Quando? - Quis saber Blue.
- Depois de amanhã. Chega de viagem bem cedo de Dallas.
- E o homem que escapou? - Perguntou Thalie que acariciava como sempre, de forma
inconsciente as longas unhas de Shaun enquanto falava, enredando seus dedos nelas.

8
Assassino contratado para cometer qualquer espécie de crime. Cruel, sanguinário.
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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- O encontrarei, pode apostar que o encontrarei Thalie. - Disse Mike apertando Joy e logo
beijando a sua testa. – Se atreveu a machucar minha mulher. Eu o encontrarei. Bem amigos...
Levarei minha pequena para dormir...
Nesse momento Dereck e os meninos entraram na casa. Como sempre quando os garotos
voltavam das suas aulas de voo estavam com a adrenalina a mil, pareciam um furacão arrasando
tudo pela frente, falavam juntos, saudavam juntos, comentavam sobre a lição com Blue enquanto
Dereck se aproximava de Joy e se agachava para saudá-la.
- Dereck esta é Lara Joy Collins. - Apresentou Mike. Dereck era o único de Clavijo que ainda
não a conhecia.
- É um prazer te conhecer Joy, estamos muito felizes de que esteja bem. - Igual a todos os
homens, a cheirou.
E isso fez Joy sorrir.
- Cheira a... – Disse Dereck pegando uma de suas mãos e beijando-a.
- Ao xampu de Mike. – Disseram Blue e Thalie em dueto.
- Xampu? - Dereck riu e se levantou movendo a cabeça de um lado ao outro. – Não amigos,
isso não é xampu.
Dereck olhou a Joy, seu rosto demonstrava surpresa. Desde antes do pesadelo todo mundo
a tinha cheirado e dito o mesmo. Acabava de sair da ducha, cheirava igual ao Mike.
Dereck olhou ao Mike.
Mike devolveu seu olhar, mas não havia nele nenhuma compreensão.
- Não entenderam mesmo, verdade? - Perguntou Dereck sorrindo.
- O que não entendemos? - Perguntou Mike olhando- o.
- Felicidades... Papais! - Disse Dereck.
Todos fizeram silêncio. Joy não entendia, olhou ao Mike e o viu colocar uma de suas mãos
sobre seu ventre, abrindo passagem entre as abas da enorme blusa, fechou os olhos e inspirou.
Joy o olhou, concentrada no que ele estava fazendo. O silêncio inundou a sala. Ninguém parecia
respirar. Joy olhou ao redor e viu todos os homens fazendo o mesmo, elevando seus narizes e
cheirando. Olhou a Thalie e ela moveu seus ombros enquanto fazia um gesto de completo
desconhecimento, regressou seu olhar a Mike e o viu abrir seus olhos azuis. Quando ele desceu
seu olhar para os seus lhe sorriu.
Olhou ao Dereck e lhe disse. – Obrigado!
- Não há de que! Imagino que seja obra sua. - Respondeu e se pôs de pé. – Bem garotos... -
Disse olhando aos meninos. – E o sanduíche prometido?

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Quando os três saíram da sala, Thalie olhou a Shaun que estava sorrindo, na verdade Blue e
Mike também estavam sorrindo.
- O que está acontecendo?
- Devo... Conversar com minha mulher! - Disse Mike e levantou com Joy nos braços e sem a
descer saiu da sala.

Thalie os viu sair e olhou a Shaun. – Shaun?


- Melhor eu ir. - Disse Blue com um enorme sorriso em seu rosto e saiu pela porta da
frente.
- O que está acontecendo? - Perguntou Thalie mais uma vez.
- O que acontece bonequinha é que Joy está esperando um filhotinho.
O rosto de Thalie refletiu a sua surpresa e logo seus olhos se encheram de lágrimas. – Que
lindo!
- Sim bonequinha! Muito lindo e quer saber de uma coisa, vamos ter que praticar mais se
queremos um filhotinho nosso também!
Thalie soltou uma gargalhada. Praticar mais? Quer dizer que já não poderemos mais sair da
cama? Que assim seja, apoio essa iniciativa. Quando Thalie o olhou notou uma melancolia no
rosto de Shaun.
- Teria preferido ter um bebê de Esmeralda?
- Não! Não meu amor, eu te amo, é minha companheira, mas em toda sua vida sempre
esteve cuidando dos outros, seu pai, seus irmãos. Assim pensei que quero sim um filhotinho meu,
mas também quero te mimar, quero te dar tempo para...
Thalie pôs um dedo em sua boca para silenciá-lo.
- Quando for o momento, Shaun Newman, você e eu teremos um filhotinho e esse será um
dos dias mais felizes de nossas vidas. Quando chegar. Enquanto isso... Pensa no bem que
passaremos tentando tê-lo.
Aproximou-se a sua boca e o beijou.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você

- O que está acontecendo Mike?


Mike depositou sua carga no cômodo sofá que havia em seu quarto, se ajoelhou em frente
à Joy e pegou suas mãos entre as dele.
- O que disse Dereck?
- Disse algo que nunca imaginei esperar, algo que me encheu de felicidade, mas... Deus! É
tão jovem, tão pequena...
- “Felicidades papais”, isso disse. O que significa? Acaso que...?
- Sim Joy, exatamente isso. O que todos cheiramos em ti e não sabíamos o que era, é o
nosso filhotinho crescendo em seu ventre.
- Fala sério?! Conhecemo-nos somente a alguns... Dias? Não devem passar meses até que
se possa ter um bebê? – Joy levou uma mão a seu ventre. Sim. Sabia que era verdade, somente
tinha fechado seus olhos e expandido seus sentidos e pode perceber ali em seu ventre, pôde
percebê-lo. Sim, era débil, mas podia sentir o movimento de seu filho...
- Cada vez que me engato em você, Joy, é meu lobo que busca deixar sua semente
enraizada em seu ventre. Deus, meu amor, você preferia que não tivesse acontecido?
Joy começou a chorar desconcertando Mike, se jogou em seus braços e Mike a recebeu
colocando- a em seu colo no chão.
- Oh Deus bebê... Não... Não o quer? - Perguntou com voz estrangulada Mike.
- O que? Não, não, o amo, é somente que... Sempre estive sozinha, sempre... E nunca
imaginei que... - Seu pranto descontrolado molhou o peito de Mike... Mike a deixou chorar até que
suas lágrimas cessaram. – É maravilhoso Mike, é maravilhoso! Nunca mais estarei sozinha,
Nunca...
- Nunca mais Lara Joy, isso posso te jurar. - Lhe disse com um fio de voz, para logo passar a
usar um tom de voz mais firme. – Assim como não voltará a sair sem a companhia de alguém até
que isso termine. Não. Melhor não. É melhor não voltar a sair até que saibamos quem é o chefe de
Robins e se puna o seu cartel.
Joy levantou seu rosto e o olhou com um sorriso banhado em lágrimas.
- O que você disser... Oh, por Santa Rita! E se... E se não pudermos demonstrar a minha
inocência, e se devo... Voltar... A...

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Não. O faremos, confie em mim, cofie nos outros. Pode ser que Grenoble não consiga
averiguar nada, mas o fará Garreth, ele tem um... Dom especial pode conseguir com que ninguém
minta para ele. Garreth chegará amanhã e procuraremos Robins, ele nos dirá o que sabe. Confie
bebê, nunca mais voltará para a prisão. Amanhã tudo isso irá acabar e o nosso filhotinho irá
nascer... Deus, iremos precisar de nossa própria casa! Tenho um apartamento em Chicago, mas
não acredito que seja o melhor lugar para um garoto...
- Garoto? Não é um pouco cedo para afirmar isso? E se tivermos uma menina?
- Não é uma menina meu amor, há algo que deve saber, os Weremindful só engendram
varões.
- Somente varões?
- Bom, temos meninas, mas são cada vez menos, em minha geração nasceram apenas
duas. Por isso digo que será um menino.
Joy sorriu. – Será uma menina e lhe chamaremos Rose.
- Rose?
- Sim, nossa rosa.
Mike se lembrou do principezinho e sorriu. Baixou sua cabeça e a beijou.
– Se você o diz meu amor, teremos nossa Rose.

- O quê?! Por acaso você está drogado?


- Não... Não, posso te jurar que não. Um enorme animal que se converteu em um homem
diante dos nossos olhos. – Dizia o homem aos soluços enquanto caminhava de um lado ao outro
todo desajeitado no quarto onde se encontravam.
Robins avançou sobre o choroso homem e o levantou pelo colarinho de seu traje
enrugado.
- Se Martton sequer imaginar que você anda se drogando pode começar a se despedir de
seus amigos. - Empurrou o homem contra a parede e saiu do quarto.
Samuel Robins era um agente da narcóticos cansado de não ganhar quase nada e dever
muito. Tinha conhecido Martton em uma ronda e o homem tinha lhe oferecido muito dinheiro

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
para deixá-lo livre. A quantidade de notas o fez esquecer de sua consciência, se alguma vez a teve
e desde então o havia contratado inúmera vezes para um grande número de tarefas.
Ajudá-lo a tirar de cima o tal de Spider tinha sido seu último serviço. Nunca imaginou que o
seu plano não sairia como o esperado.

- Acredito que Spider está me roubando. Quero que me confirme isso e se assim for... Que
se livre dele.
- Acredito Martton, que fui muito claro, eu não mato, somente resolvo suas sujeiras.
- E eu te pago por isso. Não se esqueça.
- Eu sei, resolva seu assunto com Spider e logo te ajudo a limpar a confusão, mas não
espere que eu o faça. Não era tão imbecil. Era inteligente, muito inteligente e sabia como cuidar
das suas costas, não deixaria um morto atrás de si, pois isso significaria cadeira elétrica no final do
caminho se alguém se metia no assunto.
O muito imbecil tinha encontrado Spider em seu escritório, primeiro erro! Ninguém
encontra um comparsa de forma legal e por cima disso não tinha conseguido se controlar e lhe
meteu uma faca ali mesmo, em seu escritório.
Quando o chamou estava no meio de uma operação de translado de drogas. Ficou furioso,
Martton cada vez mais e mais parecia depender dele e isso era ruim... E não tão mal. Talvez fosse
tempo de começar a pensar em ascender a... Chefe.
Quando chegou a seu escritório, Spider estava em um banho de sangue, dois idiotas a
serviço do Martton o olharam como se dissessem que nunca tinham feito aquilo e agora o que
fariam? Isso o deixou mais furioso e se lançou a dar ordens.
- Tirem o tapete, o levem daqui e o queimem, entenderam? - Samuel olhou o cadáver e
logo a Martton que estava tomando um uísque. – Tinha que fazê-lo aqui? Aproximou-se do bar
localizado ao lado, serviu de um copo de uísque e ficou calado. Cinco minutos depois de um longo
silêncio onde nenhum dos presentes disse nada. - É isso que faremos, o colocaremos no carro e o
deixaremos próximo da Avenida Rosmon, ali conheço um beco onde a cada três dias, pelo menos
dois, encontramos um corpo indigente. Ali o deixaremos. Se tivermos sorte ninguém o encontrará
em dias.
- Tira a faca Spencer. - Ordenou Martton.
Antes que Spencer se movesse, Robins gritou. - Não, nem pense nisto. Deixa assim. Logo se
levantou e pegou um pouco do uísque e derramou em um pano com o qual começou a limpar o
cabo da faca.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Martton sorriu. Sim, Robins valia o que lhe pagava. Sabia como limpar a bagunça.
- O carro senhor Martton. - Disse o homem que apareceu na porta.
- Bem, vamos, levante-o com o tapete. - Robins se pôs de pé e ficou de lado e esperou que
tirassem o corpo. - Não há ninguém no edifício?
- Já te disse que não, saíram todos às seis da tarde.
Não foi fácil tirar Spider envolto no tapete, uma vez no estacionamento do subsolo, Robins
se pôs no volante, Martton no banco do acompanhante e Spencer acompanhou o cadáver atrás.
Robins nunca esperou que tivessem uma testemunha. Quando chegou nessa mesma noite
na delegacia se inteirou que alguém tinha chamado o 911* avisando que tinham jogado um corpo
de um carro, assim se pôs em marcha. Averiguou quem fez a chamada, conseguiu ficar no caso e
acompanhar a revista e colocou um pacote inteiro de drogas em seu apartamento.

Até mais ou menos uma hora atrás o seu plano tinha sido perfeito: não somente estava
morto o traidor que os estava roubando como também tinham prendido a responsável pela sua
morte, uma empregadinha morta de fome. Agora as coisas não estavam tão bem. O que será que
aconteceu com o Spencer para que ficasse desse jeito? E Gilford? O que lhe aconteceu? Agora
tinha que limpar esse novo desastre. Martton como chefe era um desastre, tinha que ter atendido
ao pedido de Cooper Burton, deixá-lo com vida e passar para o seu lado. Maldição!

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você

Capítulo 15
- Posso caminhar, sabia?
- Eu sei Joy, mas me negaria o prazer de te carregar? - Mike sorriu entrando em seu quarto
com ela nos braços. A levou direto para a cama e a pôs sobre ela se ajoelhou a seu lado e começou
a abrir sua bata.
Deus, parecia tão frágil, mas era tão forte! Essa dualidade de sua personalidade o deixava
louco. Às vezes tinha medo de tocá-la, de machucá-la e em cada uma dessas vezes sem embaraço
ela lhe tinha respondido com luxúria e amor.
Quando lhe tirou a bata e desceu sua cabeça colocando um mamilo em sua boca, começou
a chupá-lo e pode ouvir os gemidos de prazer de Joy, o prazer era intenso. Primeiro foi por um e
quando o deixou como um duro botão passou ao outro. As mãos de Joy pousaram sobre seu
cabelo e sustentavam a sua cabeça. Sabia que já era mais lobo do que homem. Ainda lhe custava
acreditar que o lobo aparecesse tão facilmente, sem sequer convocá-lo. A pequena mulher em
seus braços tinha colocado o seu mundo de cabeça para baixo. Um filhote! Santo Deus, seria pai,
“Rose”, repetiu para si mesmo, “Rose”. A soltou e levou suas mãos ao ventre dela, depositou um
beijo e disse:
- Olá preciosa Rose, sou seu papai!
Os olhos de Joy se encheram de lágrimas. Mike voltou a soltá-la, tirou a roupa enquanto
Joy se metia na cama. Necessitava abraça-la, necessitava senti-las a ambas e essa necessidade era
tão forte quanto o amor que o inundava nesse momento.

Dormir em seus braços era uma delícia, acreditava que não conseguiria pregar os olhos
com toda a adrenalina dando voltas por ali, mas tinha sido o contrário, nem bem pôs a cabeça no
peito de Mike, e Joy tinha caído adormecida.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Quando despertou estava sozinha. Levantou e saiu em busca de Mike, a cozinha parecia
concentrar os sons da casa.
- Então, podemos ir com ele? - Perguntou Tommy.
- Já sabem a condição. - Disse Thalie esperando algumas torradas sair da máquina.
- Sim! - Gritou Tommy e girou, quase atropelando Joy ao sair.
- Joy! - Disse e a beijou na bochecha. – Felicidades, Thalie nos contou sobre o bebê.
- A bebê! - Esclareceu Joy.
- Que bom, nos vemos a noite. - Acrescentou Tommy e a soltou.
Joy olhou a Thalie e entrou na ampla cozinha.
- Me desculpe. - Disse Thalie levantando as duas mãos em sinal de rendição. - Não pude
me conter!
Joy lhe respondeu com um sorriso. – Não se preocupe!
- Como é essa história de uma bebê? - Thalie lhe passou uma xícara de café com leite e ela
a recebeu.
- Mike me disse que os Weremindful só fazem varões, mas tenho certeza de que dessa vez
ele se equivocou. Será uma menininha.
- Você fala sério Joy? Pode saber isso?
- Não tenho certeza. Acredito que sim, sinto que minha bebê é uma menina, mas não
posso lhe jurar isso. Estou tratando de racionalizar o que tenho vivido nos últimos dias. - Ficou
calada por um momento. – De estar totalmente sozinha e de repente ter a Mike e agora... - Tocou
seu ventre. – De ser livre e ser posta na prisão, e daí me jogarem atada em um lago gelado...
- Sim, é verdade, todos nós temos nossas provas. – Disse Thalie, recordando seus pais, a
sua casa voando pelos ares... Um estremecimento a percorreu. – É uma benção que esteja viva,
Shaun disse que nenhum Weremindful se recupera da perda de sua companheira... E gosto muito
de Mike para sequer imaginar o sofrimento que ele iria passar sem você... E você sabe aonde eles
foram?
- Não, ia justamente perguntar a você.
- Não, ninguém me disse nada, quando acordei Shaun já não estava. À noite... - Seu rosto
se ruborizou. - Estivemos...
- Vamos lá, com essas referências teremos muito para ver!

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você

Três horas depois tiraram as cabeças da frente da tela de plasma do computador no


escritório de Shaun... Haviam tomado notas, feito algumas ligações e decidiram começar o
almoço. Não tinham certeza de quantas pessoas teriam na mesa, assim que era sobre isso que
conversavam.
- Quando vir o quanto comem verá que um ou dois a mais não fará diferença nenhuma. –
Dizia Thalie. Ela tinha ligado à televisão enquanto olhavam os armários. – Joy que tal se fizermos
macarrão... Disse procurando seu olhar e se calando quando viu como Joy estava pálida olhando a
televisão. - O que está acontecendo? - Perguntou dirigindo seu olhar para a tela.
Joy levantou sua mão e assinalou a dois homens que apareciam na televisão sorrindo.
“Prefeito inaugura mandato com tragédia”, dizia a legenda.
- O que está acontecendo Joy?
- É ele... Oh meu Deus, Thalie, é ele...
- A morte de Burton? Lembra-se, Shaun e Mike...
- Não... Não, Thalie... O homem! O homem!
- O Prefeito? O que tem ele?
- Esse é o homem do carro.
- O que?
- Oh Deus, esse era o homem que estava no carro.
- Santa mãe de Deus, Joy! - Disse Thalie procurando se sentar da surpresa. – O novo
prefeito?
- O que fazemos? Ligamos para Mike?
- Claro que sim. Você tem certeza? - Voltou a perguntar.
Joy apenas confirmou.
- Bem, liguemos para os garotos. Quando souberem quem é... - Thalie se aproximou a
parede da geladeira e pegou o telefone, marcou um número de memória e esperou uns segundos.
– Albert?
- Sim Thalie, como está? Quer falar com Shaun?
- Sim, com ele ou com Mike, qualquer um dos dois que esteja próximo.
- Agora mesmo te passo para ele.
- Obrigada.
- Alô?
- Shaun? Sabemos quem é o homem do carro.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- O que? Refere-se ao homem do carro de Joy?
- Sim, a esse homem.
- Estão bem? Aconteceu algo ruim?
- Não... Tudo está bem, mas sabemos quem é o homem. Vem para casa e traga... Todos.
- Todos? Suponho que vamos receber uma surpresa, não pode me dizer quem é agora?
- Não. Venha e traga todos.
- Está tudo bem bonequinha? Ambas estão bem?
- Sim lobinho, estamos bem.
- Vou pegar o Mike e já estamos indo.
Quando desligou, Thalie olhou a Joy, parecia muito pálida. Estão a caminho. Disse.
- Mãe de Deus! O novo prefeito? Isso não é incrível?
- Oh Deus, me dói o estômago. - Disse Joy abraçando- se.
- Eu... Somente teremos que esperá-los... Eles saberão o que fazer. Tranquilize-se, pense no
bebê.
- Ela... É uma menina. Irá se chamar Rose.
- Ela. Certo. Rose? Que lindo nome. Parece Joy que seu mundo faz cada vez mais sentido.
Tem a sua raposa, é um lobo na verdade, mas não importa, terá sua rosa e seu próprio planeta.
- Sim, me custa a acreditar que tudo que alguma vez sonhei está ao alcance de minhas
mãos. Deus meu, Thalie! Quem acreditará em mim? É o prefeito!
- Não comece a se preocupar. Confie nos garotos, eles sabem como fazer as coisas.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você

Capítulo 16
Mike, Blue, Shaun, Garreth e Dereck, toda Clavijo estava entrando na cozinha. Joy se
levantou de um salto e correu para os braços de Mike, ele a levantou e abaixou a cabeça para lhe
dar um beijo.
- Está bem? - Lhe perguntou.
Joy afirmou com a cabeça.
Mike pegou sua mão e caminhou pela cozinha, se sentou e levou Joy para seu colo. Blue se
sentou e Shaun imitou Mike sentando- se e puxando Thalie para seu lado. Blue se dirigiu a
cafeteira e perguntou:
- Alguém vai querer?
- Não. Responderam em coro.
Blue se serviu e sentou a mesa.
- Estávamos começando a cozinhar e a televisão estava ligada. - Começou Thalie e olhou a
Joy. – Joy viu na tela o homem que estava no carro.
- Quem é? - Perguntou Shaun.
- Pôde reconhecê-lo? - Questionou Mike olhando Joy. Ela afirmou.
- Sabia quem era o homem, somente não sabia que... Que ele era o... Prefeito.
- O que? - Blue espirrou café com a surpresa. Moveu-se para pegar um guardanapo e
limpar seu amplo peito.
- O que disse? - Perguntou Dereck.
- O Prefeito. - Disse Thalie.
- Esta segura? - Perguntou Shaun.
Ambas responderam juntas: - Sim.
- Filho da puta, por isso subiu tão rápido. - Disse Blue.
- Blue. - Começou Mike. - Preciso que verifique os registros de impostos e bancários.
- Sim, me porei nisso agora mesmo.
- Shaun, falaremos com Grenoble. Disse Mike.
- Bom...

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Dereck...
- Tenho tarefa, estou seguindo o Robins.
Ao ouvir esse nome Joy estremeceu e Mike a abraçou com força.
- Bem, precisamos ver como o pegaremos. Todos têm suas tarefas, me ocuparei de
reconhecer os domínios do Prefeito.
Como um só homem, todos se puseram de pé. Thalie e Joy os olharam sair e logo uma para
a outra.
- E o almoço? - Gritou Thalie para as amplas costas dos homens. – Que se vão então! –
Acrescentou.
Joy soltou uma gargalhada, mas nenhum deles provavelmente lhe ouviu.
- Ok. Ficamos sozinhas de novo. O que lhe parece se pedirmos pizzas? - Afinal de contas é
massa também.
- Me parece uma excelente ideia.

Quatro horas depois o escritório da Clavijo estava cheio: Mike, Shaun, Dereck e Grenoble.
Haviam discutido toda a informação e ao que parecia o Prefeito tinha muito bons álibis e
financeiramente estava limpo.
- Bem, então vejamos o que suspeitamos. – Repetiu Mike. – David Martton, nosso novo
Prefeito é ao que parece o novo rei da droga da cidade, graças aos repentinos falecimentos de
Burton Cooper e James Gandolfi. Falecimentos que ocorreram justamente quando o famoso
Prefeito estava em suas festas; assistiu o casamento de Theresa Gadolfi e Burton Cooper figura em
sua lista de convidados com mais uns quantos centos de pessoas que jurariam que o viram no
momento. Martton não atua só, sabemos que Robins o ajuda...
- E pode haver mais. – Sugeriu Dereck.
O gesto de Grenoble foi de fastio.
- A única forma seria colocar uma armadilha. - Sugeriu Blue.
Mike procurou os olhos azuis de Blue e lhe disse. – Esse filho de uma cadela é muito
esperto.
- Cairá. - Acrescentou Shaun. – Se quem atirar o anzol for... Joy.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Não! Não meteremos Joy nisso. - Disse enfaticamente Mike.
- Mike, você sabe que ela é a única... - Insistiu Shaun.
- Não me peça isso Shaun. Não poderia colocar Joy em perigo de forma alguma, mesmo
que seja para colocar Martton na cadeia.
- Todos nós estaremos ali, Michael. - Acrescentou Grenoble. – Todos. Poderemos idealizar
alguma coisa que a envolva, mas a mantenha em segurança com o menor risco possível.
Mike se levantou e caminhou de um lado ao outro do grande salão de conferência de
Clavijo.
Dereck olhou ao Shaun e este afirmou com a cabeça. Sabia que Mike perceberia que não
havia outra alternativa.
Quando Mike analisou todas as probabilidades olhou a seus amigos e perguntou:
- Como o faríamos?
- Senhores. - Disse Grenoble. – Temos um plano a arquitetar.

- Podemos falar com o senhor Martton?


- Lamento senhorita, aqui fala é a sua secretária. O senhor Prefeito não pode falar ao
telefone agora, mas a senhorita pode deixar uma mensagem e eu garanto que a repasso para ele.
- Somente lhe diga que quem ligou foi a jovem que o viu no beco e nada mais.
- De onde? - Perguntou a secretária.
- No beco. E também que voltarei a ligar mais tarde.
Quando Joy desligou o telefone olhou todos que estavam ao seu redor e perguntou: -
Como fui?
Mike lhe sorriu com doçura: - Perfeito!
O fato de colocar sua mulher diretamente de frente ao perigo o deixava nervoso. Tinha
decidido que faria parte do plano ainda que Grenoble tivesse dito que era melhor não.
- Bem. Disse Shaun. – Esperaremos!
- Sabem algo de Robins? - Perguntou Thalie.
- Dereck e Blue andam atrás dele. Logo teremos novidades.
- Segue sem me agradar esse plano. - Disse Mike olhando a Joy.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Estaremos bem, você estará ao meu lado em todo momento. Tudo sairá bem. Temos que
terminar com isso Mike, e se o encontrar cara a cara é a única maneira de sair desse pesadelo, o
farei. Tenho muito pelo que lutar. Você, Rose... Quero retomar minha vida e deixar
definitivamente esse pesadelo para trás.
- Eu sei meu amor. Eu sei e por isso não me agrada que você e minha filha estejam
próximas dessa bagunça. Poderíamos ter...
- Mike! - O deteve Shaun. Eles sabiam muito bem como lidar com aqueles que
machucavam suas mulheres, mas não podiam correr esse risco com Grenoble não perto da
investigação.
- Seguiremos o plano Mike! Nada acontecerá a você Joy.
“Isso espero...” pensou Mike. “Isso espero...”.

David Martton havia deixado marcas na almofada. Ao seu lado Samuel Robins, havia
pegado uma navalha e se entretinha limpando suas unhas.
Quando o telefone soou, Marton correu para atendê-lo.
- Espera! - Disse Robins, apertando o botão para ligar o gravador e lhe fez sinal de já podia
levantar o auricular do telefone.
- Sim? - Disse Martton um pouco inseguro.
- Prefeito Martton? - Perguntou uma voz muito parecida a de uma menina.
- Sim, quem fala?
- Você sabe quem fala, não somente conhece meu nome e meu sobrenome, acredito que a
sua gente até entrou em meu apartamento. Sou... A garota que o viu jogar um corpo, o corpo do
Spider naquele beco.
- Senhorita Collins, não? Por acaso acredita a senhora que, mentir dessa maneira a livrará
da cadeia?
- Está equivocado. Acredito que me libertarei considerando o que vi.
- E não pode provar.
- Nisso... Se equivoca...
- O que? O que está falando?

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Que tenho as provas de que você matou Spider.
- Isso é impossível, não... Pode ter o que não existe. Chamarei a polícia senhorita Collins,
acredito que vale mais a palavra do prefeito recém-eleito, do que a de uma jovem em uma
tentativa muito desesperada de culpá-lo por um crime em que todas as provas apontam
diretamente para essa pessoa.
- Chamará... A polícia?
O tremor na voz da garota pôs um sorriso na boca de Martton. “Estúpida!”. Assim veremos
em quem acredita. O que opina Lara? Em quem a polícia acreditará? Pode sentir pelo telefone
como ela vacilava. “A quem pretendia extorquir a muito estúpida?”
- Bom. - Respondeu Joy. – Se quem você diz for o Robins... Acredito que acreditará em
mim. Você o que opina? Ele sabe tudo e trabalha para você, não?
Robins o olhou estupefato. A cadela sabia de tudo. Isso significava uma coisa só, tinha que
desaparecer. – Pergunte o que ela quer? - Sussurrou Robins.
- O que você quer?
- Vê-lo e... Dinheiro. Quero 100.000 dólares.
Robins afirmou com a cabeça.
- Bem, não sei o que pretende com essa vil mentira, mas aceitarei lhe encontrar
pessoalmente. Encontraremo-nos no...
- No parque em frente ao lago... O mesmo aonde os capangas de Robins me jogaram.
Pergunte a ele. A noite, lá pelas onze é uma boa hora.

Joy desligou e olhou Mike sentado em frente a ela. Soltou o telefone e se refugiou em seus
braços.
Blue tinha gravado a conversa.
- Bem feito senhorita Collins. - Disse Grenoble. – Agora só nos resta esperar a hora.
Joy se levantou e seguiu até a cozinha.
Abriu o refrigerador e pegou um copo com suco de laranja. Apenas o pegou e este
escorregou dos seus dedos caindo estrondosamente no chão. Nem sequer se moveu, ficou ali
olhando aos cacos de vidro espalhados aos seus pés. E começou a chorar.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você

Mike a tinha seguido e estava entrando na cozinha quando sentiu a explosão do copo de
vidro. Vê-la chorar dessa maneira o desarmou. A situação já era muito para ele, um homem
acostumado a esse tipo de ação, porque não a seria para uma jovenzinha solitária que nunca teve
ninguém para cuidar dela? Seus soluços o partiram em dois. Aproximou- se e a pegou pelas costas.
- Vem meu amor, não chore. - Disse.
Joy se deu a volta e esticou os braços até Mike. Ele a levantou e girou para se encontrar
com os brilhantes olhos de Thalie.
- Eu me ocupo de limpar tudo aqui! - Disse.
Mike saiu com sua pequena em direção ao quarto.
Quando entrou se sentou com ela em seu colo no amplo sofá que estava próximo a
enorme janela de vidro.
- Shhhh... Preocupará a Rose se segue chorando assim!
Isso a deteve. Tentou acalmar- se e deixar de chorar. – Sim, tem razão! - Disse entre
soluços.
- Sabe o que precisa? - Perguntou Mike.
- Que esse pesadelo termine?
- Não, que o lobo faça amor com você.
Joy levantou sua cabeça com seus enormes olhos. – O lobo?
- Sim, o lobo.
- Você... Você... Quis dizer... O lobo? Co... Como lobo?
Mike soltou uma forte gargalhada.
- Eu sou o lobo bebê, se lembra?
- Sim, eu sei que é um lobo e eu amo meu lobo, somente que...
- Somente que...?
Mike simplesmente começou a beijá-la. Procurou sua boca, se demorou nela. Jogou com
sua língua, mordeu seu lábio inferior e seguiu viagem até o lóbulo da sua orelha, deixando um
longo caminho de beijos em seu pescoço. Logo suas mãos começaram a procurar a magia,
desprendendo os botões de sua camisa e tirando as peças de roupa. Logo Joy estava nua em seus
braços, as grandes mãos de Mike rodearam seus peitos e os levantaram até sua boca. Joy deslizou
sua cabeça para trás para dar- lhe mais espaço enquanto parecia ronronar.
Quando Joy abriu seus olhos o lobo em Mike havia feito ato de sua presença, agora as
mãos que sustentavam seus peitos unindo-os para seu banquete tinha unhas longas e a língua que

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
se enroscava em seus mamilos, também era longa e conseguia pegar os dois mamilos de uma só
vez. Vê-lo e gemer foi um ato reflexo para Joy. Logo pode sentir os afiados caninos de Mike
raspando a sensível pele de seus mamilos e seu gemido se fez mais intenso. Joy sentiu como seus
sucos molhavam sua calcinha e somente conseguiu dizer:
- Mi... ke...
Mike se levantou do sofá e a levou até a cama. A sentou e a soltou para tirar sua própria
roupa.
- Apresse- se! - Disse.
E Mike sorriu. Sim, estava dando resultado, por um bom momento sua mulher somente
pensaria nele e não nessa noite que lhes esperava.
Quando se desnudou, tirou de Joy suas calças e calcinha, sua boceta molhada o fez sorrir
novamente.
- Meu bebê está muito necessitada, não? Posso ver minha doce boceta completamente
molhada. – Mike se ajoelhou ao lado da cama e atraiu com suas fortes mãos os quadris de Joy, a
aproximou de sua boca e tomou uma de suas pernas, enquanto a colocava em cima dos seus
ombros a beijava. Pequenos chupões que apenas a colocava mais e mais quente. Primeiro brincou
com uma perna e logo chegou o turno da outra perna. Quando terminou, Joy estava toda
empapada, gemendo por seu homem. Mike desceu sua cabeça e foi a longa língua do lobo que
começou a lamber e sugar.
Joy se surpreendeu com os altos sons que Mike fazia. Seu pequeno corpo parecia
convulsionar e sem sequer perceber se elevava seguindo o movimento. As mãos de Mike a
sustentava pelas nádegas. Suas pernas estavam penduradas nos ombros de seu homem, mais lobo
do que homem agora, que mantinha suas cabeça ali, no meio de suas pernas com sua boca metida
na sua boceta, sorvendo, chupando, lambendo, mordendo, introduzindo-se nela com força para
logo lambê-la com suavidade. Joy se sentia queimar. Já não dizia seu nome agora, somente gemia.
Mike sentia sua dura vara molhada com sua semente golpear a cama, quando sentiu Joy
corcovear em uma onda de prazer atrás da outra, a desceu ao chão, a pôs de costas e a fez apoiar
os peitos sobre a cama.
Joy apenas pode apoiar a cabeça na cama quando sentiu o grosso pênis de Mike abrir
espaço docemente dentro de sua boceta. Soube que quem a montava era o lobo, podia sentir sua
grossa e espessa pelagem raspando suas costas, suas mãos, quase patas pesadas pousadas na
cama a altura de seus ombros, sentiu que Mike acomodava melhor seu corpo levantando seu
pescoço e o sentiu penetrá-la selvagenmente. Seu grito foi um grito de prazer. Depois o tempo

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
deixou de existir, não soube quanto tempo passou o lobo entrando e saindo, entrando e saindo,
amando-a, forte, muito forte, quando as paredes de sua vagina convulsionaram e sentiu que
perdia os sentidos. Quando sentiu Mike gozar, sua boceta o apertou com força, ou talvez fosse
Mike se prendendo nela, crescendo e crescendo, fazendo-a se mover até acima, sustentando-a
com suas patas para seguir mantendo-o. A energia do Nehann bateu neles, envolvendo-os em
uma energia de prazer que nenhum dos dois podia sequer se manter conscientes por muito
tempo.
Podia sentir as fortes ejaculações de Mike unir- se aos seus sucos, podia sentir como nessa
posição corriam para baixo pelas suas débeis pernas. Sabia que ainda estava ajoelhada, mas
apenas se sustentava por causa dos poderosos músculos de Mike. Quando seu ventre deixou de
tremer com o forte orgasmo, se voltou para trás para apoiar-se completamente no forte corpo de
Mike.
Ele sabia que estava fortemente preso dentro dela, assim que a recebeu sem se mover.
Nunca devia ter feito isso, pois o menor dos movimentos buscando apoiar-se com Joy a levou a
uma nova contração de sua já estreitada boceta. Por um segundo pensou que morreria com seu
pau estrangulado e este respondeu com um novo jorro quente de semente. Se sua filha já não
estivesse no ventre de sua mãe, hoje estaria criando- a.
“Sua filha!”.
Santo Deus, nem sequer pensou que o sexo duro que acabaram de fazer poderia lhe fazer
dano.
- Es... Está bem? - Perguntou aturdido.
Não houve resposta, somente um pequeno e débil esboço de riso.
- Joy?
- Sim, estou morta, mas... Bem. - Disse entre suspiros. – Maravilhosamente bem.
Mike se sentiu bem, tão bem e grande quanto seu pênis que estava preso em sua mulher.
- Eu te amo! - Acrescentou Joy. – Te amo meu principezinho.
- “Mas você não deve esquecer” Parafraseou Mike a seu livro favorito. – “É responsável
para sempre por aquilo que domestica. É responsável pela minha Rose...”9.
- Sou responsável pela sua Rose. – repetiu Joy. - E por ti.
- Preciso de você para dar sentido a minha vida.
- Preciso do seu amor, para dar sentido a minha vida. - Repetiu Joy.
- Se casará comigo Lara Joy Collins?

9
Nova citação do livro “O Pequeno Príncipe”.
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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Joy sorriu. – Quando você quiser meu amor.

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Capítulo 17
David Martton tinha planejado com muito cuidado o encontro que teria com a mulher,
desconfiava que ela não fosse sozinha. Não seria muito estranho que a polícia a acompanhasse e
tudo fosse uma armadilha. Robins tinha sido muito claro:

- Ninguém sabe nada da Collins. Não houve nenhuma ordem, nem movimento de ninguém
que faça supor que ela terá ajuda alguma de efetivo encoberto. Meus superiores não sabem de
nada.
- Acredita que seja tão estúpida que sozinha queira o dinheiro? - Perguntou.
- Deve ser de fato é uma pobre infeliz, não pediu uns míseros cem mil dos grandes, quando
poderia ter pedido metade do que tem?
- Sim, suponho que cem dólares é muito para alguém que nunca teve nada.

Agora estava parado ao lado de um velho Chevrolet, não seria tão estúpido de vir em seu
novo e prateado Mercedes, também tinha trocado suas roupas para calças Jens e uma camiseta
com capuz, tinha acrescentado óculos. Sabia que não se parecia em nada ao arrumado e elegante
novo prefeito da cidade.
Sentia- se seguro e confiava que seus homens fizessem sua parte. Havia visto apenas um
grupo de cachorros grandes revolvendo o lixo próximo ali e a ninguém mais. Havia disposto Robins
e Majors com um rifle de mira telescópica, a uns cem metros, de onde estava não conseguia vê-
los, isso o fazia pressupor que estavam bem ocultos. Tinha um homem mais, metido na grande
cabine do Chevrolet, esperando suas ordens. E um carro com mais três homens aguardavam seu
chamado. Oito homens para pegar uma insignificante jovenzinha. Desesperador! Mas isso lhe
ensinava que não devia mandar garotos fazer trabalho de homens!
Spencer havia voltado completamente transtornado, desde o incidente onde deixou
escapar a mulher que tinha ficado trancado em seu quarto e não queria sair dali. No princípio
pensou que estava atuando. Que seu comportamento era uma atuação para ocultar que a mulher

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
tinha lhe escapado, mas ainda seguia trancado. Acabava de perder o trabalho de sua vida, o
maldito estúpido. E homens para fazer o trabalho sujo sobravam.
Tinha que acabar com isto, agora que havia conseguido o que queria não permitiria que
uma mulherzinha quase analfabeta arruinasse tudo o que conseguira com muito custo.
Seu olhar girava pelos arredores, não conseguia ver nada, os cachorros que tinham estado
ali tinham ido e não havia nada mais. Por isso quando a viu se surpreendeu. Vinha caminhando e
trazia ao seu lado um enorme cachorro. Por acaso seria aquele que mencionou Spencer? Poderia
ser. Bem, mesmo assim, não deixava de ser um cachorro, ainda que fosse bem grande.
Quando a jovenzinha chegou até ele, Martton riu. Deus santo! Estava tremendo em suas
bolas por causa dessa insignificante mulherzinha? Não acreditava que chegasse nem a seu ombro,
era magra e miúda, puro olhos.
- Sr. Martton? - Perguntou a estúpida.
- Deixemos de lado os nomes. - Respondeu. – Me encontrou, não? O que quer?
Martton olhou ao seu redor. Ninguém, somente a estúpida e seu cachorro. Olhou ao
animal e tentou se aproximar dele estendendo sua mão para tocá-lo, mas o animal grunhiu e lhe
mostrou a poderosa dentadura. Ao diabo com ele!
- Digamos que estava na hora errada e no lugar errado. Somente isso. - Concedeu. – Igual
agora. O que te faz pensar que não vou... Digamos... Dar-te uma vida melhor do que a que tem
vivido até agora...
- Tenho o meu lobo! - Respondeu confiadamente.
Isso fez rir a Martton.
- Seu lobo? Sim, suponho que foi esse que assustou ao meu chofer. Lindo cachorrinho, mas
entenda minha linda... - Disse Martton se movendo de onde estava. – Suponho que devo te
contar. Tenho homens armados com rifles apontando a sua pequena cabecinha oca. Um simples
sinal... Levantou sua mão e a balançou no ar. – E será mais uma ninguém nesse jogo.
Joy conteve sua respiração e o enorme lobo se converteu um homem ocultando o corpo de
Joy justo a sua frente; em um simples movimento e em um piscar de olhos. De onde estava o lobo
apareceu um homem e Martton retrocedeu se batendo com a capota do automóvel. A surpresa e
o terror desenhados em seu rosto.
- Peeeeeeeeeter! - Gritou e o horror se notava em sua voz.
O ruído no capô do carro surpreendeu Mike. Este se moveu rapidamente e golpeou quem
saia do carro. O grito do homem se uniu no silêncio da noite ao som da porta quebrando ossos.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Tinha coisas que Martton não tinha pensado, não sabia da existência dos weremindful,
nem sabia de suas extraordinárias qualidades: eram fortes, muito fortes, poderosos e podiam ver
como se fosse dia na mais absoluta escuridão e mover- se muito mais rápido que um humano.
Martton tentou fugir aproveitando a distração que o brindou Peter, mas não foi muito
longe. Quando Mike o olhou correr se aproximou de Joy e a viu com seus enormes olhos
dourados.
- Está bem?
Joy lhe sorriu e afirmou com a cabeça.
- Não saia daqui até que volte, certo?
O homem simplesmente começou a correr e no segundo seguinte estava caindo em quatro
patas e saiu atrás do Martton.
Joy o viu sair correndo e foi verificar se a porta do carro estava fechada e depois foi se
sentar nos para-lamas traseiros.
Um lobo dourado se aproximou, nunca o havia visto, mas somente Blue poderia ser um
lobo dourado.
- Estou bem Blue!- Lhe disse Joy. – Mike pediu que não me movesse daqui.
O lobo pareceu fazer uma careta e se moveu em direção à zona que Mike tinha seguido.
Blue e Dereck tinham rastreado Robins e o outro homem que o acompanhava. Não tinha
sido difícil, seus cheiros eram claros e persistentes. Estavam escondidos detrás de um matagal,
vestidos de negro tentando passar despercebidos.
“Homens estúpidos!”.
Não tinha sido difícil desarmá-los, dois enormes lobos se jogaram contra eles mordendo
suas mãos, o terror de tê-los nas suas costas fez o resto.
Shaun e Grenoble tinham se ocupado dos outros dois homens que estavam no automóvel
esperando uns cem metros. Shaun tinha se assegurado que Grenoble não descobrisse aos lobos.
Tinham estacionado uma caminhonete com suas roupas um pouco mais atrás. E Shaun
sabia que Blue e logo depois Dereck seriam os primeiros a vestir- se. Seus agudos sentidos lhe
diziam que Martton não estava passando bem.
Martton tinha corrido por sua vida, mas o lobo o tinha alcançado, tinha se lançado sobre
ele e apertado seus duros incisivos sobre o ombro do homem. O grito de dor foi o que Shaun
ouviu.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
- Sim, necessito ajuda com pelo menos... - Grenoble ao telefone olhou ao Shaun, este
levantou suas duas mãos. – Acredito que com oito. O que? Sim... Temos tudo controlado. - Disse. –
Os espero!
Quando desligou, olhou ao Shaun. Isso espero!
- Temos tudo controlado Robert, tranquilize-se!
Um ruído indicou a Grenoble que alguém se aproximava e este levantou sua arma, mas
Shaun o deteve. São Blue e Dereck. – Vinham arrastando Robins e a um homem mais.
Grenoble os olhou e moveu a cabeça com pesar. Que um policial tivesse trespassado o
umbral para a criminalidade o transtornava. Olhou ao homem que acompanhava Robins e o
reconheceu: Chip Draper, um bandido habitual das rodas de drogados.
- Robins, espero que o prefeito Martton tenha pagado suficiente. - Disse colocando
algemas. – Precisará de um advogado... E um médico. O que lhe aconteceu? - Perguntou a Blue.
Blue levantou os ombros e disse:
- Os encontrei feridos, acredito que se meteram com uns cachorros, isso os delatou.
Grenoble já havia visto um grupo de cachorros andando pela zona, não se surpreendeu.
Robins olhou a Blue, não podia provar, mas tinha quase certeza que esse homem tinha algo
a ver com o ataque que tinham sofrido.
- Joy? - Perguntou Grenoble.
- Está bem. - Disse Blue.
Pouco depois Mike apareceu. Olhou a Grenoble e disse:
- Martton morreu.
- O que aconteceu? - Perguntou Grenoble.
- Caiu sobre uma pedra que quebrou o crânio.
E era a absoluta verdade. Quando o lobo se lançou sobre ele, Martton caiu ao chão
golpeando sua cabeça com uma pedra. O lobo ouviu o som e respirou aliviado. O maldito
bastardo nunca mais iria tentar machucar sua mulher, nem a mais ninguém.
Tinha voltado à caminhonete, se vestido e se aproximado de Grenoble.
- E Dereck? - Perguntou Blue.
- Está com Joy.
- Até logo Grenoble! - Disse Mike enquanto ouviam as sirenes dos carros de polícia se
aproximando. – Será muito difícil explicar tudo isso.
- Nos vemos em meu escritório Mike! - Respondeu Grenoble.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Mike se moveu até onde estava Joy. Dereck tinha tirado o cara do carro e ela tinha se
sentado no chão próximo ao carro. Quando o viu saiu correndo e se lançou em seus braços.
- Está bem? - Perguntou enquanto passava suas mãos ao redor de todo seu corpo, de cima
abaixo.
Mike sorriu pegando suas mãos e abraçando- a.
– Estamos bem. Vamos, quero levá-la para casa. Logo teremos muita papelada da qual dar
conta, Grenoble nos quer em seu escritório. - Disse a Dereck.
Dereck confirmou com a cabeça.
Mike pegou a mão de Joy e a levou até a caminhonete que estava oculta a uns duzentos
metros de onde estavam.
- E Martton? - Perguntou Joy.
- Não voltará a machucar ninguém mais meu amor. - Foi sua resposta.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você

Epílogo
A casa era linda. De um andar, branca, ampla, com um enorme jardim cheio de rosas e no
meio de um vale. Tinha muito terreno onde o lobo e seus filhotinhos poderiam correr com prazer.
Thalie e Joy estavam sentadas aproveitando o primeiro sol da primavera, depois de um
intenso inverno. O ventre de Joy estava enorme. Quase não podia se mover, Mike tinha saído em
uma missão e Thalie se ofereceu para ficar com Joy, ainda lhe faltava quase um mês de gravidez,
mas devido o tamanho do bebê ela teria que passar por uma cesárea.
- Eu queria muito que fosse um parto normal. – Disse Joy mordendo uma maçã.
- Sei, mas é impossível! Rose é uma digna filha de seu pai e você é muito pequena para
isso.
- Não vejo a hora de que nasça. Sinto falta...
- Dos tremores? - Aventurou Thalie e ambas soltaram uma enorme gargalhada.
- De tudo. Não posso fazer nada, e minhas pernas, por Deus, parecem pernas de elefantes.
- Sim, a gravidez é uma coisa gran... diosa! - Disse Thalie rindo. – E em seu caso é enorme
mesmo.
Joy olhou a joia que adornava seu dedo, seu anel de casamento. Um aro de prata com um
lobo de um lado e um diamante esculpido na forma de uma rosa do outro. O olhou e o levou até a
boca para beijá-lo.
- Nunca imaginei que seria abençoada dessa forma.
- Isso é o amor Joy. Somos afortunadas, temos nossos lobinhos... E somos amadas. - Thalie
olhou ao seu redor. – Acredito que o nome da casa também é maravilhoso: O pequeno Príncipe.
Joy sorriu.
– Não poderia ser outro nome, esta casa é meu pequeno planeta. Você não tem medo?
- De que?
- De pensar que tudo isso pode mudar...
- Tire esses pensamentos de sua cabeça Joy, não vale a pena gastar nenhum minuto
pensando nisso. Viva com intensidade, você merece!
- Claro que sim! - Disse Mike se aproximando com Shaun.

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Castalia Cabott – Weremindful 05 – Preciso de Você
Thalie correu para os braços de Shaun e saltou lhe rodeando com pernas e braços,
procurou sua boca e o beijou.
Mike levantou o enorme corpo de Joy e se sentou com ela em seu colo a beijando.
- Como tem se sentido?
- Pesada, mas bem. E agora que está aqui, muito melhor. Liguei para Jane, quer estar
presente quando for o dia da cesárea.
Era incrível como seu mundo tinha se ampliado, as mulheres dos outros weremindful não
deixaram de ligar para ela nem um dia. Às vezes se surpreendia desligando o telefone depois de
duas horas de chamada.
Mike baixou sua cabeça e sem se preocupar por Shuan ou Thalie pegou um mamilo de Joy
e o prendeu em sua boca. No início quando ele fazia isso na frente de seus amigos ficava
envergonhada e reclamava com ele. Agora simplesmente o deixava, Mike precisava dela e não lhe
agradava deixá-la sozinha. As rítmicas chupadas de Mike e os suaves sons de sua boca chupando-
a faziam se sentir poderosa.
Mike deixou seu peito e procurou seus olhos dourados.
– Te amo Joy. Amo as duas. – Acrescentou pousando uma mão em seu ventre volumoso.
Joy sorriu e foi ela quem o beijou dessa vez.

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